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RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
REFINARIA DE ALUMINA BRASIL CHINA
REFINARIA ABC
MARÇO 2006
Empresa Consultora responsável pela realização do EIA/RIMA da Refinaria ABC: ERM BRASIL LTDA.
COORDENAÇÃO TÉCNICA; Sonia Maria Csordas
ERM Brasil Ltda.Presidente: Yanko L. V. Guimarães Jr.Responsável Técnico: Eugenio da Motta SingerCNPJ: 65456832/0001-62
Av. dos Carinás, 635 – MoemaSão Paulo – SP
REFINARIA DE ALUMINA BRASIL CHINA
REFINARIA ABC
EMPREENDEDOR: COMPANHIA VALE DO RIO DOCE - CVRD
REPRESENTANTE DO EMPREENDEDOR: RICARDO SAAD - (DIAL)
RESPONSÁVEL TÉCNICO DO EMPREENDIMENTO: LUIZ GUSTAVO CORRÊA – (DIAL)
CNPJ CGC/MF: 33.592.510/0001-54
AVENIDA GRAÇA ARANHA Nº 26 – CENTRO RIO DE JANEIRO (RJ)
Í n d i c e
APRESENTAÇÃO 4
O QUE É LICENCIAMENTO AMBIENTAL 5
O QUE É O EMPREENDIMENTO Como será a Refinaria ABC 7 Produção e Mercado 9 Área Industrial de Barcarena 9 Porque construir a Refinaria 11 Porque construir em Barcarena 11 Como será construída a refinaria ABC 13 Como irá funcionar a refinaria abc 20 Estudo de análise de risco 27
O MEIO AMBIENTE NA REGIÃO DE INFLUÊNCIA DA REFINARIA 29 O Meio Ambiente Físico
O Clima da Região e a Qualidade do Ar 30 O Solo, as Rochas e a Água Subterrânea da Região 31 Os Rios da Região 32 Ruído na Região 34
O meio ambiente biológico 35 A Flora da Região 35 A Fauna na Região 39
O meio ambiente social e econômico 40 a ocupação da área de influência 41 Uso do solo na região 42 A indústria e a economia na região 44 A Infra-Estrutura (Construções e Serviços) da Região 47 O Valor Histórico e Cultural da Região 51 A história da região 52 Programas e Projetos Desenvolvidos na Região 57 A Organização Social na Região 58 O Governo da Região 59 O Setor Privado na Região 60 Os Meios de Comunicação na Região 61 As Associações, Sindicatos e Cooperativas da Região 61 Organizações Não-Governamentais (ONGs) na Região 62 As Comunidades na Região 63 As Universidades e Instituições de Pesquisa na Região 64
Í n d i c e
A Arqueologia na Região 65 Município de Abaetetuba 67 Município de Barcarena 67
Os Impactos e as ações no empreendimento 70 etapa de planejamento 70 A implantação da refinaria abc 72 impactos sobre o meio físico 72 Impactos Sobre o meio biótico 74 impactos sobre a socioeconomia 75 O funcionamento da refinaria abc 80 impactos sobre o meio físico 81 impactos sobre o meio biótico 83 impactos sobre o meio socioeconômico 85 as ações de gestão propostas para a refinaria abc 88 Ações de gestão para o meio físico 88 Ações de Gestão para o Meio socioeconômico 92
Ações de gestão para o meio biológico 96
CONSIDERAÇÕES FINAIS 102
equipe técnica 116
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A partir de agora, você vai conhecer o Relatório de Impacto Ambiental da Refinaria ABC, da Com-
panhia Vale do Rio Doce (CVRD), projetada para a cidade de Barcarena, no Pará. Neste Relatório,
conhecido como RIMA, você encontrará as principais informações e conclusões analisadas detalha-
damente no Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
O EIA é composto por três partes: descrição detalhada do projeto do empreendimento, onde são
apresentados o planejamento, a implantação e a operação da Refinaria ABC; o diagnóstico ambien-
tal – estudo das condições atuais do meio ambiente local; e avaliação e classificação dos impactos
causados pela Refinaria ABC e detalhamento dos programas ambientais.
Com as informações extraídas do Estudo de Impacto Ambiental, o principal objetivo deste RIMA é
apresentar este estudo para a população, os líderes locais, os técnicos, as autoridades, as entida-
des ambientalistas e todos os interessados neste empreendimento.
A meta deste RIMA é utilizar ao máximo uma linguagem compreensível às pessoas em geral que não
possuam conhecimento técnico sobre os temas estudados, e possibilitar que estas pessoas possam
compreender e participar do processo de decisão para a implantação do empreendimento.
O RIMA deve ainda explicar para a população da região as mudanças que acontecerão no meio
ambiente com a implantação da Refinaria e quando ela estiver funcionando. Por isso é muito im-
portante que você esteja bem informado, para poder decidir acertadamente.
A p r e s e n t a ç ã o
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O que é Licenciamento Ambiental
Para iniciar o licenciamento ambiental de um empreendimento é preciso, antes de tudo, fazer
uma análise detalhada sobre as modificações que poderão acontecer no meio ambiente e o que
será feito para compensar e minimizar estas alterações.
Esta análise é chamada de “Avaliação de Impacto Ambiental – AIA” e o Estudo de Impacto Ambien-
tal, conhecido como EIA, é um de seus instrumentos. Este estudo, feito por técnicos e especialistas
contratados pela empresa responsável pelo projeto, faz parte das exigências necessárias para que
o órgão ambiental forneça as licenças ambientais para que as obras sejam realizadas e, também,
para que depois de prontas, o empreendimento possa começar a operar.
A avaliação inicial de um empreendimento ou de uma atividade que possa trazer modificações no
meio ambiente é exigida pela Constituição Federal (artigo 225, parágrafo 1º, inciso IV), pela Lei da
Política Nacional do Meio Ambiente (nº 6.938/81) e pela Resolução do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, o Conama. Este Conselho propõe ao governo as formas para preservar o meio ambien-
te. É um colegiado, composto por representantes de diversos setores do governo e da sociedade
civil. Suas reuniões são públicas e, muitas vezes, têm como resultado documentos chamados de
Resoluções.
O EIA contém informações e análises técnicas sobre as mudanças que serão causadas pela constru-
ção e funcionamento do empreendimento, baseadas nas características do local onde está prevista
sua instalação e da área que poderá sofrer alterações. Com esse estudo é possível avaliar se o
empreendimento é ou não viável do ponto de vista ambiental.
Do EIA nasce o Relatório de Impacto Ambiental, conhecido como RIMA. A função do RIMA é esclare-
cer todos os elementos da Refinaria, com uma linguagem simples e compreensível, para que possa
ser divulgado e avaliado pela população, pelos grupos sociais interessados e por todas as institui-
ções envolvidas na tomada de decisão sobre o licenciamento ambiental.
A Resolução do CONAMA nº 001/86 determina que o RIMA seja apresentado à população de forma
objetiva e adequada à sua compreensão. Isto significa que as informações devem ser traduzidas
em linguagem acessível e com ilustrações para que todas as pessoas possam entender as vantagens
e desvantagens do projeto e também todas as conseqüências ambientais de sua implantação.
A mesma Resolução determina, ainda, que uma obra só pode ser iniciada depois da análise do
EIA/RIMA por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) ou dos órgãos de meio ambiente dos Estados. Para a Refinaria ABC, a SECTAM – Secretaria
Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, é o órgão responsável pela análise do EIA/
RIMA.
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Para você entender melhor, vamos detalhar como funciona o licenciamento. A primeira licença
concedida pelo órgão ambiental é a Licença Prévia, chamada de LP. Ela é concedida após a aná-
lise do EIA e do RIMA e somente quando o projeto é ambientalmente viável. Isso quer dizer que,
se alguém quiser fazer uma obra que pode afetar significativamente o meio ambiente, o órgão
ambiental pode não conceder a LP. Nesse caso, os responsáveis pelo projeto vão ter que refazer
os seus estudos ou desistir do projeto. A LP, ao ser fornecida, traz as exigências que devem ser
cumpridas para que a segunda licença seja concedida.
A segunda licença necessária é a Licença de Instalação, chamada de LI. Para obtê-la, os responsá-
veis pela obra deverão entregar ao órgão licenciador um documento que reúne todas as medidas
que serão tomadas para diminuir as alterações que o empreendimento trará ao meio ambiente.
Esse documento se chama Plano de Controle Ambiental, chamado de PCA. Uma vez obtida a LI, as
obras podem começar.
Somente quando as obras terminam é que a terceira e última licença é fornecida. É a Licença de
Operação, a LO. Mas não basta terminar a obra para obter a LO. As exigências feitas pelo órgão
ambiental licenciador devem ser cumpridas para que o processo de licenciamento seja completa-
do. Ainda assim, a LO precisa ser renovada periodicamente pelos responsáveis pela operação do
empreendimento.
No processo de licenciamento há a participação fundamental da sociedade, que irá opinar sobre o
empreendimento. É quando ocorre o processo de Audiência Pública, determinada pela Resolução
CONAMA nº 009/87, de 1987.
Uma das finalidades da Audiência Pública é explicar para a população as informações do EIA e do
RIMA. Outra finalidade é ouvir o que as pessoas têm a dizer sobre o projeto, suas críticas, obser-
vações e sugestões. A data e o local da Audiência Pública são divulgados para os interessados pelos
meios de comunicação.
Por isso a leitura do RIMA é fundamental, pois ele é o documento que ajudará as pessoas a com-
preenderem o projeto e servirá como base para a participação na Audiência Pública.
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O que é Licenciamento Ambiental
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Como será a Refinaria ABC?
Conhecido como funciona o licenciamento ambiental de uma obra podemos agora saber como será
a Refinaria ABC, prevista para ser construída na cidade de Barcarena, situada a 40 quilômetros de
Belém, no Estado do Pará.
O projeto da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) é de uma refinaria que irá produzir alumina,
matéria-prima usada para fabricar alumínio. Para realizar esta obra, a CVRD se associou à empresa
chinesa China Aluminium Company (CHALCO). Por esta razão, o nome do projeto é Refinaria de
Alumina Brasil China, ou Refinaria ABC.
O terreno escolhido para a Refinaria ABC tem aproximadamente 588 hectares e fica entre a rodovia
PA-483, que liga o trevo do “Peteca” a Belém, e a rodovia PA-481, que liga o trevo do “Peteca” a
Abaetetuba. (Veja o mapa da localização na próxima página)
A Refinaria ABC vai extrair a alumina da bauxita, uma
rocha que é o principal minério utilizado na cadeia de
produção de alumínio. Para produzir alumina serão ne-
cessários usar alguns produtos que chegarão até a Refina-
ria ABC por tubovia (óleo combustível e soda cáustica) e
por caminhões (carvão). A alumina produzida na Refinaria
será transportada por caminhões até a área de estoca-
gem (retro-área) de onde será embarcada em navios para
o exterior. Os esgotos industriais tratados da Refinaria se-
rão transportados por uma galeria até o rio Pará.
Refinar significa tornar mais fino e apurar. Por isso a
ABC é chamada de refinaria, pois o seu trabalho será
extrair a alumina da bauxita, que é uma rocha, e trans-
formá-la em um pó branco, que é a alumina.
O projeto foi dividido em fases. A Fase 1 é quando será
construída a unidade que produzirá 1,86 milhões de
toneladas por ano de alumina. As outras fases serão
de instalação de mais seis linhas de produção, que fu-
turamente terão estudos ambientais específicos e não
estão neste EIA/RIMA. A imagem a seguir mostra a lo-
calização da Refinaria.
Alumina Calcinada
O que é o Empreendimento
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Pilha de Bauxita da MRN
RefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaRefinariaABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABCABC
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Rio Itaporanga ou Tauaporanga
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Rio Barcarena
Igarapé Tacupé
Igarapé Aipim
Igarapé Ipará
Igara
pé M
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Rio Arienga ou Uruenga
Igarapé Curuçá
Igarapé Araticu
Igarapé Bacuri
Igarapé Turuí
Igarapé Açú
Igarapé Guajará da S
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PA-483
PA
-151
PA-4
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LT 230 KV (Vila do Conde - Belém)
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Mineroduto
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Igarapé Água Verde
Igarapé Tauá
Igar
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Maç
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ó
Igar
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Acui
PA-403
PA-151
Vila São FranciscoVila São FranciscoVila São FranciscoVila São FranciscoVila São FranciscoVila São FranciscoVila São FranciscoVila São FranciscoVila São Francisco
Vila ItupanemaVila ItupanemaVila ItupanemaVila ItupanemaVila ItupanemaVila ItupanemaVila ItupanemaVila ItupanemaVila Itupanema
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Produção e Mercado
A Refinaria ABC produzirá alumina metalúrgica arenosa, do tipo chamado “sandy”, com um pro-
cesso de produção chamado Bayer de baixa temperatura, que foi aprimorado pela Alunorte. Este
processo consome menos energia e tem um custo menor de implantação. Esta tecnologia, desen-
volvida pela Alunorte, é uma referência no que diz respeito a produtividade, custos e qualidade.
Toda a produção da Refinaria ABC será exportada, atendendo principalmente o mercado consumi-
dor da China.
Esta Refinaria de alumina terá uma capacidade inicial de 1,86 milhões de toneladas por ano (Mtpa),
em dois módulos de 0,93 Mtpa cada, sendo esse o objeto do presente Estudo de Impacto Ambien-
tal. Entretanto, a Refinaria está sendo projetada para atingir uma capacidade final de produção
de 7,44 Mtpa, estando prevista a instalação de oito linhas de produção, o que a tornará a maior
unidade de produção de alumina do mundo.
O investimento projetado para a primeira fase da Refinaria ABC é de 1.014 milhões de dólares,
o que representa 545 dólares por tonelada de alumina produzida, um valor competitivo quando
comparado ao praticado no mercado internacional.
É importante destacar que existem empreendimentos similares localizados principalmente na Aus-
trália, China e Jamaica, os quais serão concorrentes da Refinaria ABC. Mas o baixo custo de in-
vestimento e operacional da Refinaria ABC vai permitir concorrer de maneira competitiva com as
grandes refinarias internacionais.
A Área Industrial de Barcarena
A bauxita, minério de alumínio utilizado para a produção de alumina, foi inicialmente encontrada
na região Sudeste (Minas Gerais e São Paulo), o que propiciou o desenvolvimento da indústria do
alumínio nessa região.
A partir dos anos 70, com a iniciativa de integração da região Amazônica pelo governo brasileiro,
novas fronteiras, tanto agrícolas como minerais, puderam ser desenvolvidas.
A mineração correspondeu a uma das atividades que recebeu mais incentivos, resultando na des-
coberta de novas reservas minerais. Dentre essas, destaca-se a reserva de bauxita de Porto Trom-
betas, no estado do Pará, explorada pela Mineração Rio do Norte (MRN).
Localizada no município de Oriximiná, essa reserva mineral tem sua produção escoada pela utiliza-
ção de transporte fluvial, através do rio Trombetas. A maior parte deste minério é fornecida para
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O que é o Empreendimento
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o mercado brasileiro (Alunorte e Alumar – Alumina do Maranhão) e o restante é exportado para os
Estados Unidos, Canadá e Europa.
Devido à grande capacidade de produção da MRN (reservas para mais de 100 anos) e do aumento
da procura e uso do alumínio em diversos setores industriais, bem como da disponibilidade de
energia elétrica proveniente da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, o governo brasileiro decidiu implan-
tar o ciclo do alumínio na área industrial de Barcarena, no estado do Pará, onde foram implantadas
as indústrias Albras e Alunorte.
A Alunorte, da qual a CVRD é a maior acionista, está localizada em Barcarena e iniciou suas ativi-
dades em julho de 1995. Produz atualmente 4,3 Mtpa de alumina, das quais 20% abastecem a vizi-
nha Albras na fabricação de alumínio e o restante é exportado para suprir o mercado consumidor
da Europa, Canadá e Ásia.
A Alunorte encontra-se em fase de ampliação, sendo a entrada em operação da “Expansão 3” pre-
vista para 2008. Após a referida expansão, a Alunorte produzirá 6,2 Mtpa de alumina, aumentando
sua participação no mercado internacional.
Atualmente, 100% do minério de bauxita recebido pela Alunorte é proveniente da MRN, que chega
através de navios graneleiros que descarregam o minério no Porto de Vila do Conde.
As demandas - necessidade e procura por um produto - crescentes do alumínio e alumina estimula-
ram a entrada no mercado de novos investidores. Com a “Expansão 3” da Alunorte e a construção
da Refinaria ABC, uma maior quantidade de minério de bauxita será demandada.
Considerando-se que a MRN encontra-se em seu limite de produção, a alternativa encontrada para
o suprimento de bauxita foi o desenvolvimento de uma nova mina.
Novas tecnologias de transporte do minério foram desenvolvidas, possibilitando a exploração de
novas jazidas de bauxita. Esse é o caso das reservas de minério do município de Paragominas,
também no estado do Pará, que contém cerca de três vezes mais bauxita que a mina de Porto
Trombetas (MRN).
A Mineração de Bauxita Paragominas, atualmente na etapa de implantação, enviará a bauxita
através de um mineroduto até o município de Barcarena, atendendo assim à demanda da Alunorte
e da futura Refinaria ABC.
Assim, tanto a Alunorte quanto a Refinaria ABC terão seus fornecimentos de minério de bauxita garan-
tidos, a partir da entrada em operação da Mineração de Bauxita Paragominas e do seu mineroduto.
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O que é o Empreendimento
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Porque Construir a Refinaria
Vários fatores foram decisivos para a CVRD construir a Refinaria ABC. Entre eles está a necessi-
dade do mercado consumidor de alumina. Um levantamento feito sobre este mercado prevê – a
falta de alumina para os próximos anos. Segundo estas previsões, haverá um aumento de 5% no
consumo médio global de alumínio primário, entre 2004 e 2012. O mesmo ocorre com a demanda
de alumina.
Outros fatores foram somados a estas projeções, que levaram a CVRD a procurar parceiros para a
construção de uma nova refinaria de alumina. Dentre estes fatores, destacam-se:
•A disponibilidade de matéria-prima de excelente qualidade representada pela grande
reserva de minério de bauxita no Brasil;
•A técnica nacional desenvolvida na Alunorte;
•A presença de novos parceiros, especialmente países da Ásia, com interesse nesta área
de mercado;
•O desenvolvimento da tecnologia de transporte de minérios em dutos, viabilizando a exploração
das novas reservas existentes no município de Paragominas, de onde a bauxita será transportada
por mineroduto até o município de Barcarena, atendendo à demanda da futura Refinaria.
Porque Construir em Barcarena
Escolher o local onde será construído o empreendimento é um passo fundamental de sua implan-
tação. Para a Refinaria ABC, as alternativas estudadas para a seleção do local foram baseadas em
uma avaliação comparativa entre os municípios de Paragominas, Abaetetuba e Barcarena. Estes
municípios deveriam apresentar viabilidade para os transportes de matéria-prima (bauxita), insu-
mos - elementos que entram no processo de produção de mercadorias, tais como o carvão mineral
e o óleo combustível - e produto final (alumina), em relação à localização do empreendimento.
Para a escolha do local, os critérios básicos considerados na análise foram:
•A proximidade da área portuária para o transporte de insumos e do produto final;
•A existência de água para a produção de alumina;
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O que é o Empreendimento
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•A existência de estradas para acesso, construção, transporte de equipamentos e de pessoal du-
rante a construção da Refinaria;
•A existência de mão-de-obra próxima à área da Refinaria, minimizando a necessidade da insta-
lação de alojamentos provisórios e minimizando os impactos associados à desmobilização desse
contingente de mão-de-obra;
•A existência de área para implantação da Refinaria, com a menor quantidade possível de desa-
propriações requeridas;
•A existência de atividade industrial similar próxima que permita a utilização de infra-estrutura
em comum, como por exemplo, a gestão de resíduos sólidos.
Das três áreas avaliadas, a localizada no município de Barcarena foi a que melhor atendeu aos
critérios utilizados. A baía de Marajó, próxima à área selecionada, não só é adequada para a ins-
talação da retro-área necessária para o recebimento de carvão e escoamento da alumina, como
também já possui infra-estrutura portuária para o recebimento de insumos que serão utilizados
na Refinaria.
A localização da área selecionada, em terreno próximo ao complexo industrial metalúrgico no
município de Barcarena, formado pela Albras e Alunorte, é vantajosa por já ter uma estrutura
viária - estradas e vias de acesso - já implantada, além de permitir o compartilhamento de infra-
estrutura entre a Refinaria e a Alunorte. Uma outra vantagem da proximidade à Alunorte seria a
disponibilidade de mão-de-obra na região, uma vez que a Alunorte está passando por uma recente
ampliação.
A área de Barcarena conta também com a disponibilidade de minério de bauxita através do mine-
roduto proveniente da Mineração de Bauxita Paragominas. Ainda em relação à área de Barcarena,
a tubovia de transporte de insumos e a galeria de efluentes líquidos tratados atravessariam apenas
terrenos industriais, não havendo a necessidade de desapropriação de propriedades particulares.
Agora vamos mostrar a você como será o processo de implantação da Refinaria ABC. É importante
lembrar que o empreendimento está projetado para ser construído em um terreno de 588 hectares
(ha), sendo que aproximadamente 360 ha serão ocupados por áreas construídas, áreas de ativida-
des ao ar livre, depósito de rejeitos sólidos (DRS) e acessos.
O projeto do empreendimento está dividido em três etapas: Planejamento, Implantação e Opera-
ção. É importante memorizar esta divisão, pois ela estará presente também quando serão descri-
tos neste RIMA os impactos do empreendimento.
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O que é o Empreendimento
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O início da Refinaria ABC se dá na etapa de Planejamento, quando são elaborados os estudos téc
nicos, econômicos e ambientais, tais como EIA/RIMA, Estudo de Viabilidade e Projeto Conceitual;
a aquisição de propriedades, incluindo todas as negociações com a Companhia de Administração
e Desenvolvimento de Áreas e Distritos Industriais no Pará (CDI), atual proprietária do terreno;
execução dos levantamentos topográficos do terreno e a mobilização de pessoal e equipamentos
para essa etapa.
Uma outra atividade importante desta etapa é a obtenção das licenças ambientais prévia (LP) e
de instalação (LI) para o empreendimento, cujo processo para obtê-las você conheceu no início
deste RIMA.
Como será Construída a Refinaria ABC
Após a etapa de Planejamento é possível partir para a etapa de Implantação, quando se dá início a
instalação e construção de toda a infra-estrutura necessária às atividades operacionais e de apoio
da Refinaria. A etapa de Implantação da Refinaria ABC terá duração de 30 meses.
Vamos fazer uma breve descrição das atividades desta etapa, destacando as características que,
de alguma forma, apresentam implicações de caráter ambiental ou que auxiliaram na identifica-
ção e análise dos impactos ambientais.
O acesso à Refinaria ABC será realizado a partir da rodovia PA-483, através de uma rotatória a ser
construída pelo empreendedor. O projeto dessa rotatória será submetido à análise e aprovação do
DER – Departamento de Estradas e Rodagem. Além deste, um acesso temporário será construído
a partir da rodovia PA-481 durante a etapa de implantação, apenas. Também serão necessárias as
construções de pátios de estocagem de insumos e de matérias-primas.
Para o abastecimento dos veículos industriais que circularão na área da Refinaria ABC, um posto
de combustível será construído, provido de um tanque aéreo de óleo diesel, construído de acordo
com a legislação e as normas técnicas aplicáveis, e bombas para abastecimento.
A construção da Refinaria inclui dois tipos de obras civis: a construção das instalações de apoio
tanto para funcionamento durante a etapa de implantação como para a etapa de operação e a
construção civil das instalações prediais necessárias para a produção de alumina (etapa de opera-
ção). Veja a seguir a imagem de como será a Refinaria.
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O que é o Empreendimento
ESCALA 1:8000
150
LEGENDAMOAGEM/REPOLPAMENTO DE
ESTAÇÃO DE DESAGUAMENTO
DIGESTÃO
FILTRAÇÃO
ESPESSAMENTO DE HIDRATO
PRECIPITAÇÃO
PREPARAÇÃO DE LEITE DE CAL
FILTRAÇÃO DE HIDRATO
CALCINAÇÃO DE ALUMINA
ESTOCAGEM DE ALUMINA
EVAPORAÇÃO
AR COMPRIMIDO
ESTOCAGEM DE CARVÃO
ESTOCAGEM DE ÓLEO COMBUSTIVEL
DECANTAÇÃO E LAVAGEM DE LAMA
TANQUE DE CONDENSADO
LIMPEZA DE ÁCIDO
PREPARAÇÃO E ESTOCAGEM
FILTRAÇÃO DE LAMA VERMELHA
ESTOCAGEM DE SODA LÍQUIDA
RESFRIAMENTO A VÁCUO
DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL
FILTRAÇÃO DE SEMENTE
OFICINAS CENTRAIS E ALMOXARIFADO
VESTIÁRIOS/RESTAURANTE
ESCRITÓRIOS DA FÁBRICA E LABORATÓRIO
PRÉDIO DA ADMINISTRAÇÃO
SISTEMA DE ESGOTOS
02
03
04
05
06
07
08
09
10
12
13
14
15
23
28
30
31
33
34
38
41
46
48
71
72
73
76
82
E AUXILIAR DE FILTRAÇÃO
BAUXITA
DO MINERODUTO
E INDUSTRIAL
300m0
INSTALAÇÕES DA FASE I DA REFINARIA
INSTALAÇÕES PROJETADAS PARA A FASE II (AMPLIAÇÃO)
FONTE: REFINARIA ABC IMPLEMENTAÇÃO 1ª E 2ª LINHAS - PLANO DIRETOR. CÓDIGO DOCUMENTO ALUNORTE 330097G003R01.DOCUMENTO FORNECIDO PELA CVRD.
18
DE FLOCULANTE
SISTEMA CENTRAL DE RESFRIAMENTO DE ÁGUA58
BOMBEAMENTO E ENTREGA DE ÁGUA45
GERAÇÃO VAPOR / CO-GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA57
ESTOCAGEM DE ALUMINA49
DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA56
53
54
SISTEMA DE COMBATE A INCÊNDIO83
TUBULAÇÃO EXTERNA
SISTEMA DE DEPOSIÇÃO DE REJEITOS SÓLIDOS - DRS
TANQUE DE TESTE
NASCENTE DO RIO ARIENGA
NASCENTE
ALUNORTE
VILA
DO
CO
ND
E
ABAETETUBA
PA - 481
PA -
483
PA -
483
ALÇ
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MIN
ERO
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PSA
IGARAPÉ TAUÁ
IGAR
APÉ T
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PA - 481
MINERODUTO DE BAUXITA
EIXO DA TUBOVIA DE INSUMOS
EIXO DA GALERIA DE EFLUENTES
BACIA DE DECANTAÇÃO
BACIA DE DECANTAÇÃO
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No primeiro grupo, referente às instalações de apoio, estão a construção de restaurante da Re-
finaria, ambulatório médico, laboratório físico-químico, escritórios, prédios e almoxarifado. As
infra-estruturas temporárias, destinadas aos trabalhos de implantação, serão construídas no can-
teiro de obras localizado ao lado do acesso temporário (PA-481). O segundo grupo, referente à
construção civil para a etapa de operação, incluirá a construção de áreas e sistemas ligados ao
processo de produção de alumina que ainda passam pela etapa de montagem mecânica, elétrica
e eletrônica.
A energia elétrica para a Refinaria ABC será fornecida por unidades de co-geração através de ciclo
combinado com a distribuição de vapor, sendo a energia reserva fornecida pela subestação da
Eletronorte, localizada em Vila do Conde, a cerca de 2 km de distância, e transmitida através de
uma única linha de 230 kV, com capacidade de 250 MVA. A subestação elétrica principal da Refina-
ria distribuirá energia para as subestações secundárias, que alimentarão as estações terciárias. O
empreendimento gerará a própria energia elétrica que será consumida nos processos da Refinaria,
sendo, portanto, auto-suficiente.
Será construída uma tubovia, com cerca de 6,1 km de extensão, ligando a Refinaria ABC a retro-
área e ao Terminal de Granéis Líquidos (TGL) do Porto de Vila do Conde. A tubovia transportará
óleo combustível descarregado no TGL e a soda cáustica estocada na retro-área até a Refinaria.
Também será construída uma galeria subterrânea, com cerca de 5,7 km, a qual será composta
por um duto que conduzirá os efluentes líquidos tratados - esgoto e água industrial gerados pela
produção da Refinaria ABC - para lançamento no rio Pará. (Veja na próxima página a figura do
Transporte de Carvão, Alumina, Insumos e Efluentes Líquidos)
Com o objetivo de controlar dos aspectos ambientais (aspectos ambientais = elemento das atividades,
produtos ou serviços da Refinaria ABC que pode interagir com o meio ambiente, causando os impactos
ambientais) gerados nas etapas de Implantação e Operação da Refinaria ABC, serão instalados equi-
pamentos e/ou sistemas de controle qualidade ambiental. São eles os sistemas de drenagem, fossas
sépticas, Estação de Tratamento de Efluente Sanitários (ETE), umectação de vias para controle de
emissões de poeiras, depósito de fontes radioativas (instalação adequada para o armazenamento se-
guro de fontes radioativas utilizadas nos medidores de densidade), Depósito Intermediário de Resíduos
(DIR), entre outros que serão necessários durante a etapa de Implantação.
O transporte de cargas (equipamentos e materiais) entre os fornecedores e a área da Refinaria
será realizado principalmente por caminhões, correspondendo a cerca de 380 caminhões/mês ou
1,5 caminhões por hora na entrada da obra. Os materiais e equipamentos utilizados na implanta-
ção da Refinaria serão procedentes de diversas regiões do Brasil.
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O que é o Empreendimento
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Baia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de Marajó
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé TauáIgarapé TauáIgarapé TauáIgarapé TauáIgarapé TauáIgarapé TauáIgarapé TauáIgarapé TauáIgarapé Tauá
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Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Rio B
arcarenaR
io Barcarena
Rio B
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io Barcarena
Rio B
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io Barcarena
Rio B
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io Barcarena
Rio B
arcarena
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Rio A
rienga ou Uruenga
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rienga ou Uruenga
Igarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé Tacupé
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AlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorte
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PA-4
81
LT (Nova Linha Vila do Conde - Tucuruí)
LT 230 KV (Vila do Conde - Belém)
LT 5
00 K
V (T
ucur
uí -
Vila
do
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Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)
PramajóPramajóPramajóPramajóPramajóPramajóPramajóPramajóPramajó
Colônia do JapiimColônia do JapiimColônia do JapiimColônia do JapiimColônia do JapiimColônia do JapiimColônia do JapiimColônia do JapiimColônia do Japiim
Nova SantarémNova SantarémNova SantarémNova SantarémNova SantarémNova SantarémNova SantarémNova SantarémNova Santarém
Igar
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apin
zinho
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zinho
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zinho
Igarapé Pau-amarelo
Igarapé Pau-amarelo
Igarapé Pau-amarelo
Igarapé Pau-amarelo
Igarapé Pau-amarelo
Igarapé Pau-amarelo
Igarapé Pau-amarelo
Igarapé Pau-amarelo
Igarapé Pau-amarelo
Vila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos Cabanos
AlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbras
Subestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação Eletronorte
PA-483
CujariCujariCujariCujariCujariCujariCujariCujariCujari
Vila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos Cabanos
9828
9824
748 752 756 760
PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATORDATUM HORIZONTAL: SAD-69
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Base Cartográfica: IBGE - Escala 1:100.000Atualizações: Imagem Landsat 5 - 15/05/2004
000000000 111111111 222222222
KmKmKmKmKmKmKmKmKm
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CaminhoRodovia Não PavimentadaRodovia PavimentadaTrilha
LegendaLegendaLegendaLegendaLegendaLegendaLegendaLegendaLegenda
Ponto de Lançamento de Efluentes
Galeria de Efluentes Líquidos Tratadose Tubovia de Insumos
Rota de Transporte Rodoviário deCarvão e Alumina
Retro-área
Limites das Áreas de Intervençãodo Empreendimento
Limite do Terreno do Empreendimento
Mineroduto de Bauxita em Implantação
Linhas de TransmissãoVilas
HidrografiaRuas
Form
ato
A3
Transporte de Carvão, Alumina, Insumos
e Efluentes Líquidos
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O período de maior fluxo de veículos pesados está previsto entre o 18º e 28º mês de obras, con-
centrando-se no período diurno. O transporte de equipamentos pesados será acompanhado por
veículos de segurança.
A mão-de-obra necessária para a etapa de Implantação deverá envolver um número médio de fun-
cionários, diretos e indiretos, estimado entre 3.000 e 4.000, podendo atingir até 7.000 pessoas no
período de pico das obras. A maior parte deste contingente (cerca de 75%) será preferencialmente
contratada nos municípios de Barcarena e Abaetetuba, reduzindo assim a necessidade de aloja-
mentos, sendo que 10% será preferencialmente recrutada na região da Grande Belém. Mas durante
a execução da montagem de equipamentos será necessário fornecer alojamentos para 1500 a 2000
empregados, uma vez que se trata de mão-de-obra especializada, proveniente de fora da região.
Para tanto, serão utilizados alojamentos existentes no bairro São Francisco, que têm sistema de
captação e tratamento de água e tratamento de esgoto. Poderão ser utilizados também hotéis, ca-
sas e apartamentos existentes no município, os quais vêm sendo utilizados pela Alunorte, durante
as obras da “Expansão 3”.
Cerca de 85% do contingente de mão-de-obra a ser contratado será composto por operários da
construção civil e montagem. O transporte de pessoal ficará a cargo de cada uma das empreiteiras
contratadas para a etapa de Implantação do empreendimento e deverá ser feito de acordo com as
normas de transporte de passageiros, em veículos gerenciados pelas próprias empreiteiras.
As obras de implantação utilizarão os equipamentos comuns às grandes obras, tais como bate-es-
tacas, perfuratrizes, betoneiras, compressores de ar, usinas móveis de asfalto, guindastes, máqui-
nas de solda elétrica, etc.
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O que é o Empreendimento
Número de pessoas a serem contratadas pela Refinaria ABC ao longo da etapa de construção (30 meses)
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Ao final da etapa de implantação da Refinaria ABC, junto com a desmobilização do canteiro de
obras, serão desmobilizados alguns dos sistemas de controle da qualidade ambiental temporários
previamente instalados, tais como fossas sépticas, sistemas de drenagem que não puderem ser
aproveitados na etapa de Operação e Depósito Intermediário de Resíduos (DIR).
Durante a etapa de Implantação será desmatada aproximadamente 35 a 40 % da área total do
terreno (área total 588 ha), além de 20 ha para o canteiro de obras e 16 ha para a estocagem de
solo orgânico. Vale ressaltar que esta área já se encontra parcialmente desmatada, principalmen-
te junto às rodovias PA 481 e PA 483.
As áreas correspondentes a uma faixa de 30 metros ao longo das margens do igarapé Tauá e de 50
metros ao redor das nascentes identificadas a sudoeste do terreno, contribuintes do rio Arienga, e
nas proximidades do igarapé Tauá, serão mantidas como Áreas de Preservação Permanente (APP)
e não sofrerão intervenções.
A retirada da vegetação e a estocagem e destino final da madeira (troncos) removida serão rea-
lizadas após autorização e de acordo com as diretrizes do órgão ambiental competente. Todo o
solo orgânico retirado será armazenado dentro do terreno da Refinaria e utilizado posteriormente,
podendo ser utilizado na recuperação das áreas que sofreram intervenção, ao final das obras de
implantação.
As obras de solo (terraplanagem) compreenderão intervenções a serem realizadas em uma área de
210 ha, mantendo-se, para a área restante do terreno, suas atuais características e a cobertura
vegetal. A partir de experiências na implantação de outras empresas da CVRD na região, acredi-
ta-se que não será necessário o emprego de áreas de empréstimo – retirada de solo - e bota-fora
– disposição de solo. Caso seja necessário material de empréstimo, o mesmo será obtido em jazi-
das da própria região, devidamente licenciadas para este fim. Da mesma forma, caso se verifique a
necessidade de disposição de solo (bota-fora), o mesmo será estocado internamente e reutilizado
no futuro pela própria Refinaria (diques de contenção do DRS – Depósito de Rejeitos Sólidos, o qual
será explicado mais a frente).
Durante a implantação da Refinaria ABC, serão mantidos escritórios, prédios administrativos e res-
taurante para fornecimento de alimentação para os empregados das obras (pico de 7.000 pessoas).
As refeições serão preparadas fora da área de obras e fornecidas por empresas de alimentação.
Os sanitários e vestiários serão implantados no terreno, e os efluentes sanitários gerados – esgotos
- serão direcionados para fossas sépticas durante o primeiro ano da etapa de implantação, sendo
então direcionados para a Estação de Tratamento de Efluentes Sanitários (ETE), a partir do segun-
do ano, sendo os efluentes tratados conduzidos através de duto até o rio Pará.
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O que é o Empreendimento
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O canteiro de obras contará ainda com um ambulatório para atendimentos de primeiros socorros.
Os casos de emergência, bem como os exames admissionais e demissionais, serão efetuados pelo
Hospital São José, localizado na Vila dos Cabanos, sendo os casos mais graves direcionados para os
hospitais credenciados em Belém.
O fornecimento de energia elétrica durante a etapa de Implantação será realizado por uma subes-
tação conectada à rede CELPA – Centrais Elétricas do Pará S.A.
O canteiro de obras ocupará uma área de cerca de 20 hectares, a ser recuperada após a conclusão
das obras de implantação. Além do canteiro, serão instaladas áreas provisórias destinadas à esto-
cagem de materiais de construção, central de concreto, armazenamento temporário de resíduos
sólidos e sucatas do canteiro de obras. O canteiro incluirá ainda as instalações dos escritórios,
cercas e sistemas de proteção, área de estocagem do material de construção, sanitários, chuveiros
e sistema de fossas sépticas, almoxarifados, refeitórios e ambulatório médico.
Estima-se a utilização de um volume de 70.000 m3 de cimento e de 45.500 m3 de areia para a
produção de concreto durante a etapa de Implantação. Por esta razão, será instalada uma central
de concreto que contará ainda com um pátio de lavagem e tanque para estocagem e decantação
- tratamento das águas para remoção de determinadas impurezas - da água de processo, a qual
será reutilizada na própria produção de concreto.
O consumo de água estimado para a etapa de Implantação é de 250 m3/dia, atingindo um valor
de máximo de 50 m3/h de trabalho durante o período de pico das obras. Esta água será bombea-
da de 2 a 3 poços profundos a serem perfurados na área da Refinaria, de acordo com autorização
(outorga) a ser obtida junto ao órgão responsável. Os poços perfurados serão aproveitados para o
fornecimento de água durante a etapa de Operação do empreendimento.
A água dos poços servirá a usos diversos (sanitários, chuveiros, refeitórios e limpeza em geral),
esperando-se ainda uma demanda total de 135.000 m3 para as atividades de construção, princi-
palmente para a fabricação do concreto, para toda a etapa de implantação do empreendimento.
Sempre que destinada ao consumo humano, a água será tratada.
A geração de efluentes líquidos sanitários - esgotos - prevista para a etapa de implantação é da
ordem de 70 litros/dia/pessoa. Em função do número elevado de empregados a ser contratado
nesta etapa, a construção da Estação de Tratamento de Efluentes Sanitários (ETE) será antecipada,
entrando em operação ao término do primeiro ano das obras. Até que a ETE esteja operando, o
canteiro de obras será provido de sistemas de sumidouro e fossa séptica, e o material sólido for-
mado nessas fossas será recolhido por empresas especializadas.
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As atividades desenvolvidas nos refeitórios, sanitários, escritórios e ambulatório, assim como as
obras de implantação propriamente ditas, deverão gerar resíduos sólidos - lixo. É estimado um
total de 270 toneladas por mês de resíduos domésticos e 530 m3 por mês de resíduos associados às
obras, tais como entulho, madeira, ferragens, entre outros.
Todos os resíduos gerados serão encaminhados para disposição final de acordo com o tipo de re-
síduo, o que poderá incluir disposição em aterros licenciados, reciclagem, incineração, re-refino,
compostagem, etc. Os locais para disposição dos resíduos estão em fase de estudo por parte do
empreendedor e deverão ser apresentados no PCA – Plano de Controle Ambiental.
Os efluentes líquidos resultantes da passagem das águas de chuva sobre o solo descoberto durante
as obras de implantação da Refinaria serão enviados para sistemas de drenagem, de onde serão
direcionados para um sistema de regularização de vazão, e posteriormente para um sistema de
decantação de sólidos (sumps), onde os sólidos presentes nos efluentes serão retirados antes do
lançamento final, no igarapé Tauá e no rio Arienga.
Como irá Funcionar a Refinaria ABC
Agora que você sabe como será construída a Refinaria ABC, podemos descrever como ela irá fun-
cionar depois de instalada. No início deste RIMA, explicamos que será utilizado o processo Bayer.
Este processo compreende três operações principais: a extração do hidrato de alumínio presente
na polpa de bauxita, a precipitação desse hidrato e, finalmente, a calcinação - queima - do hidra-
to, produzindo a alumina calcinada.
A bauxita será fornecida para a Refinaria através de um mineroduto (ver imagem na próxima pági-
na), razão pela qual será enviada a partir da Mineração de Bauxita Paragominas na forma de polpa
(50% de água e 50% de minério de bauxita), o que facilita o transporte. Uma vez que a polpa (bau-
xita + água) chegue na Refinaria, o excesso de água é removido em filtros de pressão, onde ocorre
o que chamamos de desaguamento, e a bauxita é transferida para um galpão de armazenamento
de onde, através de correias transportadoras, segue para os tanques de preparação de nova polpa
de bauxita. Nestes tanques, a bauxita é misturada com solução de soda cáustica e leite de cal,
substâncias necessárias para separar o hidrato de alumínio de outros componentes não desejados
da polpa.
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Esta nova polpa de bauxita (bauxita + solução de soda cáustica + leite de cal) é então aquecida e
enviada para um conjunto de equipamentos, os chamados digestores, onde a alumina hidratada é
dissolvida da bauxita. Ocorre aí o que chamamos de digestão da polpa de bauxita.
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Após esse processo, a polpa digerida será resfriada e em seguida é separada em dois produtos:
um licor clarificado, chamado “licor rico”, onde se encontra a maior parte da alumina extraída
da polpa na digestão, e um produto mais espesso, denominado “lama vermelha”. Esta lama será
lavada e filtrada para recuperar a soda cáustica ainda presente e depois transferida para o De-
pósito de Rejeitos Sólidos (DRS). O licor rico é então enviado para tanques de grandes volumes,
o que chamamos de precipitadores, onde é transformado em alumina hidratada. Em seguida, na
fase que chamamos de calcinação, a água presente na alumina hidratada é retirada de maneira
controlada. Depois a alumina seguirá para a retro-área através de caminhões graneleiros, onde
será embarcada para o mercado externo.
Além das operações de produção de alumina, a Refinaria ABC contará ainda com operações e ati-
vidades de suporte à produção e estruturas de apoio. São elas a manutenção, geração de energia
de emergência, ambulatório médico, almoxarifado, posto de abastecimento, laboratórios, escritó-
rios, prédios, restaurante, sanitários e vestiários, vias de acesso internas, transporte de produto,
insumos e efluentes líquidos.
Os materiais classificados como perigosos serão armazenados em locais adequados, sendo que sua
construção e localização estarão de acordo com as normas e legislação aplicáveis.
Outro ponto importante no funcionamento da Refinaria ABC refere-se à matéria-prima, insumos e
utilidades. Você já sabe que a matéria-prima para a fabricação de alumina é o minério de bauxi-
ta, que chegará em forma de polpa. A estimativa é que a Refinaria processará, inicialmente, 4,5
milhões de toneladas de polpa de bauxita por ano.
Os insumos e utilidades a serem utilizados no processo de produção da bauxita são carvão mineral,
óleo combustível BPF, cal, floculante, ácido sulfúrico, soda cáustica, água, vapor, ar comprimido
e energia elétrica.
A obtenção de água para a operação do empreendimento será realizada de duas formas: pela re-
cuperação da água presente na polpa de bauxita (375 m3/hora) e pelo bombeamento de água em
poços profundos (115 m3/hora), sendo os mesmos poços que foram utilizados durante a etapa de
Implantação da Refinaria, conforme já dito anteriormente.
A água para consumo humano (potável) e para reposição nas caldeiras será proveniente de poços
profundos e passará por tratamento antes da sua utilização. Já para o uso industrial, será utiliza-
da a água da polpa de bauxita, a qual será tratada na Estação de Tratamento de Água Industrial
(ETAI). A água potável alimentará as instalações prediais e sistemas de chuveiros e lava-olhos de
emergências de toda a Refinaria.
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A água industrial, a partir dos tanques de armazenamento da ETAI, será bombeada por tubulações
específicas para as unidades da Refinaria. O sistema de incêndio possuirá bombas próprias e dispo-
rá de bombas acionadas por motores a diesel para suprimento de água, em casos de emergência.
Estima-se que o consumo médio de água na etapa de Operação do empreendimento será de cerca
de 490 m3/hora, dividido entre usos industrial e humano da Refinaria.
Como qualquer outro empreendimento industrial de grande porte, a operação da Refinaria ABC irá ge-
rar efluentes líquidos – esgoto doméstico e industrial- , emissões atmosféricas – lançamento de poeiras
e gases no ar -, resíduos sólidos e ruídos. Por isso, vamos descrever os sistemas de controle ambiental
que irão reduzir ou gerenciar estas emissões e resíduos.
O volume previsto de efluentes líquidos na etapa de Operação é de 290 m3/h, dos quais 30 m3/h
corresponderão a efluentes sanitários (esgoto) e 260 m3/h a efluentes industriais (incluindo as
águas de chuva que caem na Refinaria).
O efluente final, após ser tratado na Estação de Tratamento de Efluentes Industrial (ETEI) e na
Estação de Tratamento de Efluentes Sanitários (ETE), será conduzido por um duto até o ponto de
descarga no rio Pará. O efluente final da Refinaria ABC, após tratamento, estará de acordo com os
padrões determinados pela Resolução CONAMA nº 357/05.
Os principais resíduos sólidos - lixo - a serem gerados na etapa de Operação do empreendimento
incluirão resíduos provenientes de escritórios, refeitórios, restaurantes, e sanitários; resíduos de
ambulatório; resíduos industriais gerados na fabricação da alumina, com destaque para a lama
vermelha; resíduos de manutenção; óleos lubrificantes usados, madeira, borracha e sucatas me-
tálicas e embalagens em geral.
Outros resíduos gerados estão ligados a manutenção mecânica (sucatas metálicas, borrachas, plás-
ticos, papéis, papelões, vidros, resíduos mistos, filtros de ar e óleo, madeiras, resíduos oleosos,
pneus, óleos e graxas, grafitados, embalagens contaminadas), manutenção elétrica (sucatas me-
tálicas de transformadores e capacitores, cabos elétricos, baterias, material isolante, bobinas,
painéis elétricos e componentes eletroeletrônicos), manutenção de isolamento térmico (tijolo,
placas de refratários, lã de rocha, lã de vidro, sucatas metálicas) e a manutenção predial (fios e
cabos elétricos, embalagens de tintas, sucatas metálicas, entulhos de obras, madeiras, papéis,
papelões, sucatas de PVC, vidros, plásticos, pilhas e baterias, lâmpadas com vapor de mercúrio,
fluorescente e incandescentes, nata de cimento, diluição de tintas). Além destes, deverão ser
gerados resíduos tais como material particulado retido nos filtros mangas e cinzas da caldeira,
contendo gesso, carvão e areia.
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Estima-se uma geração total de 63 toneladas por mês de resíduos domésticos e de 1.940.000 tone-
ladas/ano de resíduos industriais.
A operação da Refinaria terá diversos equipamentos geradores de ruído. Considerando esse fato,
todos os equipamentos industriais a serem fornecidos pelos fabricantes deverão assegurar um
limite máximo de ruído de 85 decibéis - dB(A), para garantir um ambiente confortável para os
funcionários e para as comunidades vizinhas. Sempre que necessário, medidas mitigadoras como
proteção acústica, enclausuramento e manutenção e regulagem adequadas de máquinas e equipa-
mentos serão adotadas para assegurar níveis de ruído adequados.
As principais emissões atmosféricas (gases e poeiras) associadas à operação da Refinaria ABC se-
rão provenientes das duas caldeiras e dos dois fornos calcinadores. Os gases da calcinação serão
tratados e lançados na atmosfera por duas chaminés e os das caldeiras também serão tratados e
lançados por uma única chaminé.
A operação da Refinaria ABC necessita de sistemas de controle da qualidade ambiental, e nele
estão incluídos diversos procedimentos, que vamos descrever de forma resumida.
Todas as áreas onde produtos perigosos poderão estar presentes, tais como soda cáustica, ácido,
óleo e outros, terão bacias de contenção - muretas. Assim, todo e qualquer efluente líquido, inclu-
sive água de chuva que estiver presente nessas áreas será encaminhado de volta ao processo.
Caso os efluentes líquidos dessas áreas transbordarem as bacias de contenção (muretas), eles se-
rão contidos por um sistema de drenagem no entorno delas, impedindo a contaminação do solo.
Tal sistema de drenagem fará o encaminhamento dos efluentes líquidos até um sistema de clas-
sificação, que os retornará para o processo (concentração de NaOH > 1g/l) ou para uma bacia de
regularização e tratamento na ETEI (concentração de NaOH < 1g/l). Haverá ainda sistemas de
drenagem em outras áreas da Refinaria (acesso para o DRS e no próprio DRS), os quais farão o en-
caminhamento dos efluentes líquidos diretamente até a bacia de regularização e posteriormente
até a ETEI.
A Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI) irá tratar todos os efluentes gerados no
processo industrial da Refinaria ABC. Estes efluentes serão lançados no rio Pará por uma galeria
de descarga. Por causa deste lançamento, as água do rio Pará serão constantemente analisadas
e monitoradas. Os resíduos sólidos - lodos - gerados durante a manutenção na ETEI serão levados
para o DRS – Depósito de Rejeitos Sólidos.
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A Estação de Tratamento de Água Industrial (ETAI) será responsável pelo tratamento da água que
vem do desaguamento da polpa de bauxita, para que a mesma possa ser reutilizada no processo.
A quantidade de água tratada na ETAI será de cerca de 400 m3/h.
Já a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) irá tratar os efluentes líquidos sanitários (esgoto) pro-
venientes dos escritórios, prédios, vestiários, instalações sanitárias e do refeitório/restaurante,
que serão coletados por uma rede de esgotos. O efluente final da ETE será encaminhado para a
Estação de Tratamento de Efluente Industrial (ETEI), por meio de galeria de efluentes industriais.
O lodo gerado na ETEI será utilizado para a revegetação do Depósito de Rejeitos Sólidos (DRS).
Os únicos efluentes sanitários não tratados pela ETE serão aqueles provenientes da única instala-
ção sanitária localizada no Depósito de Rejeitos Sólidos (DRS), os quais serão encaminhados a uma
fossa séptica. Esta solução foi adotada somente para a área do DRS devido ao pequeno número de
pessoas trabalhando no local e dada à distância entre o DRS e a ETE, inviabilizando uma interliga-
ção entre ambas para tratamento de um pequeno volume de efluentes sanitários.
A operação da Refinaria ABC contará ainda com o Depósito Intermediário de Resíduos (DIR) que
armazenará temporariamente, de forma organizada e adequada, os resíduos gerados na operação
da Refinaria e coletados seletivamente, até que sejam enviados para disposição final adequada.
Estes resíduos incluem materiais como óleo lubrificante usado, sucatas metálicas, resíduos de bor-
racha, madeira, vidro e plástico.
O DIR será constituído por pátio e/ou galpões construídos de acordo com as normas técnicas apli-
cáveis ao armazenamento de resíduos sólidos.
A lama vermelha também será tratada para reduzir o impacto quando for colocada no Depósito de
Resíduos Sólidos (DRS), que terá 25 células - áreas onde são colocados os resíduos - distribuídas
em 6 módulos. As células serão construídas sobre terreno previamente compactado e revestido
com membrana plástica de alta resistência. Cada módulo será circundado por taludes sua volta,
também protegidos pelo mesmo tipo de manta plástica.
A quantidade planejada de células será suficiente para a disposição de lama vermelha por um pe-
ríodo aproximado de 25 anos de operação do empreendimento (1 célula/ano).
Além da lama vermelha, serão dispostos no DRS os seguintes resíduos: cinzas/gesso/carvão/areia provenientes
das caldeiras, crostas de lama das paredes dos tubos e tanques, resíduos de refratários dos fornos calcinadores
e caldeiras, tecidos filtrantes usados nas etapas de filtração de lama, licor e hidrato, resíduo de fundo do clari-
ficador, lodo da Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI) e da Estação de Tratamento de Efluentes
Sanitários (ETE), além de pequenas quantidades de alumina e hidrato contaminados com lama e poeiras.
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De forma a tratar os efluentes líquidos gerados em áreas próximas a manuseios com óleos combus-
tíveis e lubrificantes, serão construídos Separadores de Água e Óleo (SAO). Tais Separadores rece-
berão manutenções e limpezas periódicas. Os efluentes líquidos tratados proveniente dos SAOs se-
rão encaminhados para o sistema de drenagem, classificação dos efluentes, bacia de regularização
e posteriormente encaminhados para a Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI).
Serão utilizados ciclones para tratamento dos gases da unidade de calcinação, retirando a fração
mais grossa de pó de alumina, arrastada pelo fluxo gasoso da Calcinação de Hidrato. Os gases emi-
tidos pelo último ciclone serão direcionados para o polimento nos precipitadores eletrostáticos.
O precipitador eletrostático terá como finalidade reter as partículas sólidas mais finas que não
foram retidas nos ciclones, na unidade de calcinação. O material sólido (partículas) retido no pre-
cipitador será retornado ao processo, enquanto que os gases “limpos” serão lançados na atmosfera
por duas chaminés (uma para cada forno de calcinação).
O controle das emissões de SOx será realizado através do controle operacional sobre o teor de
enxofre no óleo combustível a ser utilizado na calcinação.
Haverá ainda um sistema de controle para tratamentos dos gases da caldeira, composto por um
leito fluidizado utilizando calcário para neutralização do SOx. Os gases de combustão da caldeira
entrarão em contato com o calcário, o qual absorverá quimicamente o enxofre (S). O gesso gerado
(CaSO4(s)) será recuperado juntamente com a cinza da caldeira, os quais serão totalmente dis-
postos no Depósito de Rejeito Sólido (DRS). O resíduo de gesso atua como neutralizante da lama
vermelha, em função do seu caráter levemente ácido. Disposto sobre o solo onde circula os cami-
nhões dentro do DRS, o resíduo de gesso auxiliará na compactação do solo, evitando o atolamento
e escorregamento dos caminhões quando o solo estiver molhado. As cinzas/gesso/areia/carvão
serão umidificadas na saída das caldeiras, antes de serem carregadas nos caminhões. Esta ação
certamente prevenirá a geração e a emissão de emissão de material particulado a partir dos ca-
minhões no trajeto até o DRS.
Serão instalados filtros de mangas (01 conjunto por caldeira) os quais irão retirar as partículas
em suspensão presentes nos gases de combustão das caldeiras. O material (partículas) retido nos
filtros será composto basicamente por cinzas e gesso, o qual será encaminhado para disposição no
Depósito de Rejeitos Sólidos (DRS).
Também serão instalados filtros de mangas para retirar as partículas em suspensão presentes na des-
carga e resfriamento da alumina calcinada; na transferência de alumina para os silos de estocagem
e descarga de Alumina; no jateamento de peças com esferas de aço e pintura de peças; na moagem
úmida de cal / hidratação; bem como na britagem do carvão. Para garantir a eficiência da coleta dos
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finos, será desenvolvido um sistema de enclausuramento das conexões entre os filtros e os equi-
pamentos propriamente ditos.
A Refinaria ABC contará com um Depósito Temporário de Fontes Radioativas, com a finalidade de
armazenar temporariamente, de forma segura, fontes radioativas existentes na Refinaria no início
das instalações do projeto (antes da sua instalação no equipamento) e durante as manutenções
que exigirem a remoção das fontes dos equipamentos que medem a densidade de líquidos. Após a
instalação das fontes nos equipamentos, o depósito ficará vazio.
A emissão de finos de carvão (poeira) será controlada por meio da aspersão de água industrial
diretamente sobre as pilhas de estocagem de carvão. A água será aspergida no momento do empi-
lhamento do carvão ou quando ocorrerem ventos que possam causar emissão de poeiras. A água de
drenagem desta tarefa será direcionada para um Sistema de Drenagem/Sedimentação de Sólidos
(Carvão).
Os efluentes líquidos gerados nas pilhas de estocagem do carvão serão conduzidos para um sistema
de drenagem/sedimentação de sólidos de carvão. Tais efluentes seguirão, após a separação dos
finos, para o Sistema de Drenagem e Classificação dos Efluentes.
Estudo de Análise de Riscos
Os estudos ambientais para a Refinaria ABC incluem um importante estudo preventivo de eventos
perigosos, o Estudo de Análise de Riscos (EAR).
O EAR serve para identificar os perigos - uma ou mais condições, físicas ou químicas, com potencial
de causar danos às pessoas, à propriedade e/ou ao meio ambiente - nas etapas de Implantação e
de Operação da Refinaria ABC. O EAR também avalia os possíveis riscos medida (quantificação) dos
danos à vida humana, considerando a severidade dos danos e a freqüência das ocorrências indese-
jáveis - originados por ocorrências indesejáveis durante a construção e a operação da Refinaria.
O EAR considerou os conceitos e metodologia para análise de riscos de norma adotada no Estado de
São Paulo desde novembro de 2003, e também critérios da CVRD. Os riscos calculados e avaliados
são os que têm possibilidade de afetar a saúde da comunidade externa, que reside ou trabalha na
região do entorno da Refinaria, mas que não está a serviço dela.
As ocorrências não planejadas e indesejáveis estudadas referem-se ao excesso de carvão alimen-
tando uma das fornalhas - parte da caldeira em que ocorre a combustão do carvão da Refinaria
e formação de uma “nuvem” de pó de carvão num dos silos de estocagem de carvão. Estas duas
ocorrências podem levar à explosão do pó de carvão nas áreas de operação das fornalhas e na
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área de silos de estocagem de carvão. Nos dois casos de explosão de pó de carvão, os efeitos
da sobrepressão - aumento de pressão acima da pressão atmosférica normal - os resultados do
estudo comprovam que estes efeitos estarão totalmente dentro da área da Refinaria e não terão
possibilidade de atingir a comunidade externa.
No caso da dutovia de óleo combustível os possíveis efeitos de vazamento e incêndio apre-
sentados pelo estudo mostram que estes efeitos ocorrerão numa faixa de no máximo 35 metros
que não abrange áreas habitadas e ocupadas por residências. Além disso, a dutovia será implan-
tada sobre a galeria do duto de efluentes que no caso de um vazamento poderá conter o óleo
vazado evitando o seu espalhamento.
Para todas as ocorrências indesejáveis o empreendimento contará com um plano de gerenciamen-
to de riscos com base em procedimentos operacionais para prevenir e controlar os riscos.
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Já mostramos, de forma resumida, como será a Refinaria ABC, a sua implantação e como irá fun-
cionar. Agora vamos entrar na parte do estudo conhecida como Diagnóstico Ambiental, que faz um
levantamento sobre as condições ambientais atuais da área que poderá ser afetada pelo empre-
endimento. Neste Diagnóstico você vai conhecer as características e condições do clima, dos rios,
da vegetação, dos animais, dos municípios, etc.
Para fazer o diagnóstico, a legislação exige que os responsáveis pelo empreendimento contratem
especialistas para que eles definam a área que vai ser estudada. Ou seja, deve-se conhecer muito
bem tanto o projeto quanto a região que o projeto irá influenciar.
É assim que são determinadas as Áreas de Influência, que são classificadas como Área Diretamente
Afetada (ADA), Área de Influência Direta (AID) e Área de Influência Indireta (AII).
A Área Diretamente Afetada (ADA é a área do terreno que será ocupada pelas futuras instalações
da Refinaria, pelo canteiro de obras e vias de acesso internas). A ADA ocupará também a faixa de
terreno de implantação da tubovia para transporte de óleo combustível e soda cáustica, assim
como a galeria para transporte dos efluentes líquidos tratados até o rio Pará. Dentro do terreno
uma faixa de no mínimo 30 m de largura nas margens das nascentes do igarapé Tauá e rio Arienga
aí existentes não fazem parte da ADA porque foram destinadas no projeto como Áreas de Preser-
vação Permanente, de acordo com a legislação ambiental.
A Área de Influência Direta (AID) é a área de provável ocorrência de impactos ambientais diretos
causados pelas atividades de implantação e operação do empreendimento. O limite desta área
varia para cada característica do meio ambiente, ou seja, a AID para o estudo dos rios é diferente
da área estudada para a ocupação do solo. Nesta área está contida a ADA.
A Área de Influência Indireta (AII) é uma área maior e que envolve a AID. Nela podem ocorrer im-
pactos indiretos causados pelas atividades de implantação e funcionamento da Refinaria.
O diagnóstico que você vai ler é divido em três partes: Meio Físico (clima, solo, ruído e águas),
Meio Biótico (flora e fauna) e Meio Socioeconômico (uso do solo, população, economia). Cada uma
destas divisões terá a descrição de suas áreas de influência, especificando os pontos da região que
foram estudados.
Os detalhes completos deste diagnóstico você poderá ler no Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
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O Meio Ambiente Físico
O Clima da Região e a Qualidade do Ar
O estudo sobre o clima e meteorologia da região tem como objetivo auxiliar a identificação das
condições que influenciam a dispersão de poluentes (gases e partículas) que serão gerados pelo
empreendimento. Dispersão de poluentes é quando acontece uma menor concentração destes ga-
ses e poeiras, ou seja, eles se “espalham” pelo ar. O clima é um fator importante para isso, pois
os ventos ajudam a espalhar os poluentes, ou um tempo seco pode fazer com que os poluentes
fiquem concentrados num local.
Para entender o clima da região, foram considerados os dados oficiais da estação do município
de Belém, do Instituto Nacional de Meteorologia. Mas devido a localização da Refinaria em área
próxima ao litoral do Pará, que possui elevações muito próximas ao nível do mar e com baixa
ocupação urbana, também foram levantados dados locais, coletados na estação meteorológica de
Barcarena.
As condições do clima da região do Pará, onde se insere a Refinaria, são influenciadas basicamen-
te pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). A ZCIT é composta de um conjunto de nuvens
distintas, com poucas centenas de quilômetros. Ela é a maior causadora de chuvas no Pará, no
período que vai de meados de dezembro a maio, quando se caracteriza o chamado “inverno” em
Belém.
Em Barcarena o clima não é diferente da Região Norte, que se caracteriza como quente e superú-
mido, com temperatura média anual de 27ºC.
Destacam-se dois aspectos importantes no clima de Barcarena, os ventos regulares e constantes (bri-
sas), com baixa velocidade, e a existência de duas estações climáticas bastante definidas, ou seja, uma
estação mais seca durante o inverno e primavera, e uma estação mais chuvosa no verão.
A qualidade do ar na região onde será implantada a Refinaria ABC foi estudada no EIA com base
em análises dos resultados de monitoramento ambiental realizado pela Alunorte nos últimos anos.
Este monitoramento refere-se aos poluentes chamados de partículas totais em suspensão (PTS) e
dióxido de enxofre (SO2) - compostos de enxofre presentes no ar. Também foi realizada campanha
de campo para monóxido de carbono (CO) e dióxido de nitrogênio (NOX), mas apenas para fins de
comparação com os outros dados já existentes.
Todos os valores de concentração de poluentes estudados no Estudo de Impacto Ambiental aten-
dem aos Padrões de Qualidade do Ar, estabelecido pela Resolução CONAMA 03/90.
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A Área de Influência Direta para a avaliação da qualidade do ar é delimitada por um modelo ma-
temático preliminar de dispersão de poluentes, que determinou um raio máximo de 5 km que
representa a dispersão dos poluentes a partir do terreno do empreendimento.
As condições climáticas da região são um dos fatores que determinam a qualidade do ar da área
de influência direta do futuro empreendimento como sendo “BOA” para todos os parâmetros, con-
forme avaliado no Diagnóstico Ambiental da Qualidade do Ar.
O Solo, as Rochas e a Água Subterrânea da Região
Esta parte do Diagnóstico trata da caracterização e delimitação dos terrenos onde será instalada
a Refinaria ABC, bem como os terrenos que estarão sob sua influência. Na parte de Hidrogeologia
– estudo do comportamento e da distribuição das águas subterrâneas - foi caracterizada a qualida-
de dos sistemas de água característicos da área.
Para compreender este Diagnóstico, é preciso conhecer como foram determinadas as áreas de
influência:
•A Área de Influência Indireta (AII) abrange a Ilha de Marajó e a Baía de Marajó.
•A Área de Influência Direta (AID) foi estabelecida com base na análise das bacias hidrográficas – é
a região compreendida entre as separações de rios, córregos, lagoas onde toda a água precipitada
escoa por uma única saída – a serem afetadas ou com possibilidade de serem afetadas pelo em-
preendimento. Uma destas bacias corresponde à bacia do rio Barcarena e seu afluente - qualquer
curso d’água, cujo volume ou descarga contribui para aumentar outro rio - igarapé Tauá que tem
suas nascentes na área do empreendimento. A outra bacia é a do rio Arienga que recebe alguns rios
e córregos próximos à área do empreendimento. Nessa área foi verificada a grande disponibilidade
de água subterrânea.
•A Área Diretamente Afetada (ADA) é a parte do terreno onde será instalada a Refinaria ABC e a
faixa onde serão instaladas a tubovia dos insumos (soda cáustica e óleo combustível) e a galeria
para o transporte dos efluentes líquidos tratados.
Conhecidas as áreas de influência, podemos partir para os resultados desta parte do diagnóstico.
As rochas e o relevo da Área de Influência Direta do futuro empreendimento são formados por
rochas sedimentares de formação geológica recente que se associam às planícies de inundação.
Nesta área foram identificados dois tipos de terrenos, as Rampas e as Planícies de inundação que
podem ser observadas nas fotos a seguir.
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O Meio Ambiente na Região de Influência da Refinaria
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O futuro terreno da Refinaria ABC é uma área pre-
dominantemente plana e sem tendência a ero-
são. Os solos desta área permitem o cultivo com
lavouras ou plantas maiores, como por exemplo,
árvores frutíferas, mas é preciso utilizar fertili-
zantes e calcários, devido à falta de nutrientes
no solo.
Hoje a área tem pequenas lavouras de subsistên-
cia, que são lavouras para consumo de cada pro-
prietário, por exemplo, lavouras de milho, feijão
e mandioca, que através de derrubadas de flores-
ta produzem alimentos básicos para o consumo
local, sem a utilização de melhorias.
As águas subterrâneas na região de Barcarena po-
dem ser consideradas de potabilidade aceitável
para o consumo humano.
Os Rios da Região
Neste item do Diagnóstico você conhecerá as características das bacias dos rios sob influência da
Refinaria, bem como uma análise da qualidade das águas nestas bacias no município de Barcarena.
Para esse estudo, foram feitas análises da qualidade da água nos Rios Barcarena e Arienga e os
Igarapés Tauá e Acuí.
Aqui foram determinadas outras áreas de influência:
A Área de Influência Indireta (AII) compreende a Área de Influência Direta (AID) e um raio de 1 km
com centro no ponto do lançamento dos efluentes líquidos tratados da Refinaria no rio Pará.
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O Meio Ambiente na Região de Influência da Refinaria
Relevo de Rampas
Planície de Inundação do Rio Ariega
Igara
pé Tauá
Rio B
arcarena
Rio Arienga
Igarapé Água Verde
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Vila
dos Cabanos
Vila
do Conde
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A Área de Influência Direta (AID) corresponde a área onde deverão ocorrer os efeitos das interferências
da Refinaria, devido aos lançamentos dos efluentes líquidos tratados no rio Pará nas etapas de Implan-
tação e Operação, e os lançamentos das drenagens de água de chuva no igarapé Tauá e rio Arienga
durante a etapa de Implantação. A AID compreende: o trecho de 250 m a montante e a jusante do local
de lançamento dos efluentes no rio Pará, a bacia do rio Arienga (com ênfase para a sua margem direita)
e a bacia do rio Barcarena, na foz do igarapé Água Verde (com ênfase no Igarapé Tauá).
A Área Diretamente Afetada (ADA) é a área do terreno do empreendimento, excluída as áreas do
igarapé Tauá e da nascente do rio Arienga localizadas dentro do terreno, acrescida de 50 m em
cada margem. A ADA inclui a faixa ao longo da tubovia de insumos e da galeria para transporte de
efluentes líquidos tratados, situada entre o terreno e as margens do rio Pará.
Para estudar a qualidade das águas, foram considerados os parâmetros de qualidade estabelecidos
por lei, como alumínio, óleos e graxas, DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio -, nitrito, nitrogê-
nio amoniacal e sulfetos.
Na AID o rio Pará apresentou alterações de qualidade da água, devido à presença das atividades
industriais e portuárias do município de Barcarena. Dentre os parâmetros alterados destacam-se
o alumínio e os óleos e graxas. Mas devido às características hidrológicas do rio Pará, associadas à
influência das marés e à natureza dos monitoramentos realizados, não se pode associar estas alte-
rações especificamente à operação de uma ou outra unidade industrial existentes no local. Além
disso, o valor de alumínio acima do permitido por lei pode estar relacionado à presença de mate-
rial sólido particulado em suspensão formado principalmente por argilas que contém alumínio.
Nas sub-bacias do rio Arienga e do igarapé Tauá, de forma geral, os parâmetros analisados apre-
sentam-se dentro dos padrões determinados pela legislação para qualidade de águas denominada
de Classe 2. Outros parâmetros como pH, alumínio e coliformes fecais estão em desacordo com
essa legislação. Destaca-se que a acidez das águas destes corpos hídricos pode estar associada a
fatores naturais como degradação de matéria orgânica da cobertura vegetal.
Ruído na Região
Para conhecer a situação atual da área que poderá estar sob influência da Refinaria ABC, no que se
refere às emissões de ruído, foram realizadas medições em pontos externos ao terreno onde será
instalada a Refinaria ABC e nos receptores mais próximos desta área.
Para este Diagnóstico, foram feitas medições do nível da pressão sonora, que é a quantidade de
ruído medida em um local em dezesseis pontos, que foram selecionados após um estudo prévio da
área onde será implantada a Refinaria ABC.
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O Meio Ambiente na Região de Influência da Refinaria
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O levantamento dos níveis de ruído foi realizado para a área considerada como de Influência Direta
(AID) do futuro empreendimento, que compreende o terreno da Refinaria ABC e a faixa de terre-
nos onde serão instaladas a galeria de efluentes tratados e a tubovia de insumos (óleo e soda). O
diagnóstico mostrou que atualmente os ruídos na AID apresentam pequenas variações durante o
dia. É importante destacar que todos os níveis medidos não ultrapassam o máximo permitido pelo
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que é de 70 decibéis dB(A) durante o dia, para
áreas de distrito industrial.
Durante a noite, os ruídos podem ser considerados baixos. Observou-se porém que para um dos
pontos monitorados, no período da noite, o valor medido de ruído estava acima do limite reco-
mendado pelo CONAMA, que é de 60 dB(A). Este ruído foi produzido por máquinas operando nas
proximidades do ponto de medida.
O Meio Ambiente Biológico
Agora você vai conhecer as características da flora (plantas) e da fauna (animais) da região onde
será instalada a Refinaria ABC. Como nas análises anteriores, também foram estabelecidas as áreas
de influência:
•Área de Influência Indireta (AII): região do entorno do empreendimento, representada por vege-
tação em diferentes níveis de conservação do município de Barcarena.
•Área de Influência Direta (AID) - compreende os remanescentes florestais e áreas alteradas por
atividades humanas dentro de um raio de 5 km ao redor da área onde o empreendimento será
instalado (ADA). A AID ainda inclui a área de preservação permanente do igarapé Tauá e uma área
de preservação permanente de um afluente do rio Arienga.
•Área Diretamente Afetada (ADA) - compreende o terreno destinado à instalação da Refinaria (558
ha) e a faixa de servidão da galeria para transporte de efluentes líquidos tratados, e e da tubovia
de insumos, situada entre a Refinaria e a retro-área a ser instalada na margem direita do rio Pará,
nas proximidades de Vila do Conde.
A Flora da Região
O município de Barcarena apresenta paisagem característica da planície amazônica com vários tipos
de formações vegetais originais e alteradas por atividades humanas, tais como campos e capoeiras,
pastagens e áreas de cultivo. No município também existem praias de rios e zonas urbanas.
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Predominam em Barcarena, as
florestas de terras baixas, que
cobrem 83% da área total do
estado do Pará. São encontra-
das também várzeas, flores-
tas de igapós– áreas invadidas
por enchentes -, cerrados e
campinas. A floresta de terras
baixas apresenta em Barcare-
na poucos remanescentes de
vegetação original ou em ní-
vel avançado de recuperação,
entre os quais podem ser cita-
das a área e reserva ambien-
tal da Albras e Alunorte.
Na Área de Influência Direta
(AID) a vegetação é principal-
mente representada por re-
manescentes de Florestas de
Terras Baixas - formada por
pequenos arbustos – em níveis
inicial e médio de recupera-
ção. São também encontradas
pastagens, áreas cultivadas,
florestas de igapó e várzeas,
e também áreas com ocupação
urbana e industrial.
Na área de reserva ambiental da Albras existe um remanescente da Floresta de Terras Baixas em nível
avançado de recuperação, com espécies de árvores geralmente raras, como o cedro-branco e o ange-
lim, e de grande porte, como o caju-açu, castanheira-do-pará, cumaru e breu-manga, entre outras.
No terreno proposto para a Refinaria ABC (ADA) encontram-se fragmentos de florestas de terras baixas
- situadas em terrenos de maior elevação. Estes fragmentos estão em estágios inicial e médio de
recuperação, pois a formação original foi extinta no passado. Nesses fragmentos, a vegetação é ema-
ranhada, com presença de trepadeiras. No centro do terreno proposto para a Refinaria também são
encontradas áreas de clareiras e pastagens (ver na próxima página o Mapa de Vegetação).
36
O Meio Ambiente na Região de Influência da Refinaria
Formação vegetal alterada por atividade humana (roça com cultivo de sub-sistência)
Floresta de Terra Baixa, em estágio avançado de regeneração, na área da reserva ambiental da Albras e Alunorte
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Rio Arienga ou UruengaRio Arienga ou UruengaRio Arienga ou UruengaRio Arienga ou UruengaRio Arienga ou UruengaRio Arienga ou UruengaRio Arienga ou UruengaRio Arienga ou UruengaRio Arienga ou Uruenga
Baia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de Marajó
Igarapé Cujari
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Igarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé TacupéIgarapé Tacupé
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io Barcarena
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Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé TauáIgarapé TauáIgarapé TauáIgarapé TauáIgarapé TauáIgarapé TauáIgarapé TauáIgarapé TauáIgarapé Tauá
PA-483
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Nova SantarémNova SantarémNova SantarémNova SantarémNova SantarémNova SantarémNova SantarémNova SantarémNova Santarém
MaúbaMaúbaMaúbaMaúbaMaúbaMaúbaMaúbaMaúbaMaúba
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Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)Murucupi (Vila do Conde)
BejaBejaBejaBejaBejaBejaBejaBejaBeja
AlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbrasAlbras
AlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteAlunorteCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDPCDP
Vila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos Cabanos
Nascente Intermitente do Igarapé TauáNascente Intermitente do Igarapé TauáNascente Intermitente do Igarapé TauáNascente Intermitente do Igarapé TauáNascente Intermitente do Igarapé TauáNascente Intermitente do Igarapé TauáNascente Intermitente do Igarapé TauáNascente Intermitente do Igarapé TauáNascente Intermitente do Igarapé Tauá
Nascente Permanente n.1 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.1 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.1 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.1 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.1 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.1 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.1 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.1 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.1 do afluente Rio Arienga
Nascente Permanente n.2 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.2 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.2 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.2 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.2 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.2 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.2 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.2 do afluente Rio AriengaNascente Permanente n.2 do afluente Rio Arienga
Igar
apé
Ipir
anga
Igar
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Igar
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Ipir
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Igar
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Ipir
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Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
PA-481
PA-151
CujariCujariCujariCujariCujariCujariCujariCujariCujari
Vila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos Cabanos
ImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysImerysPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação EletronorteSubestação Eletronorte
Cobertura Vegetal da ADA e AID
PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATORDATUM HORIZONTAL: SAD-69
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Base Cartográfica: IBGE - Escala 1:100.000Atualizações: Imagem Landsat 5 - 15/05/2004
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CaminhoRodovia Não PavimentadaRodovia PavimentadaTrilha
LegendaLegendaLegendaLegendaLegendaLegendaLegendaLegendaLegenda
Nascentes
Limite da Área Diretamente Afetada
Limite da Área de Influência Direta
Área do Empreendimento
Mineroduto existente da PPSALinhas de TransmissãoVilas
HidrografiaRuas
9828
9824
9816
748 752 756
000000000 111111111 222222222
KmKmKmKmKmKmKmKmKm
Ecossistemas Antrópicos (campos antrópicos, pastagens, culturas, zona urbana e zona industrial)Floresta de Igapó
Floresta de Várzea
Floresta de Terras Baixas (Estágio Avançado de Desenvolvimento)Floresta de Terras Baixas (Estágios Inicial e Médio de Desenvolvimento)
Tipos de Cobertura VegetalTipos de Cobertura VegetalTipos de Cobertura VegetalTipos de Cobertura VegetalTipos de Cobertura VegetalTipos de Cobertura VegetalTipos de Cobertura VegetalTipos de Cobertura VegetalTipos de Cobertura Vegetal
Foto 5 - Ecossistemas Antrópicos (campos antrópicos, pastagens,culturas, zona urbana e zona industrial)
Foto 3 - Floresta de Igapó
Foto 4 - Floresta de Várzea
Foto 2 - Floresta de Terras Baixas (Estágio Avançado de Desenvolvimento)
Foto 1 - Floresta de Terras Baixas (Estágios Inicial e Médio de Desenvolvimento)
9820
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No terreno proposto para a Refinaria ABC e seus arredores predominam campos antrópicos, áreas
de pastagens, agricultura, praias de rios e zonas urbanizadas. Os campos antrópicos, também cha-
mados de capoeiras baixas ou novas, são formados por áreas com árvores e/ou arbustos nativos ou
plantados. No terreno, estes campos estão abandonados e sem vegetação arbórea, com predomí-
nio de espécies ruderais - adaptadas à áreas urbanizadas - e gramíneas, e poucas árvores isoladas,
tais como a biriba, bacaba e tucumã.
Também se encontram no terreno e arredores áreas cultivadas,
com agricultura do tipo familiar, de subsistência e itinerante
- depois de determinado período de uso as terras são abando-
nadas, passando por períodos de 5 a 10 anos de espera para
novo cultivo. Neste tempo são desmatadas outras áreas para
cultivo. Tal técnica causa a degradação dos solos, tornando-os
improdutivos. Os cultivos consistem principalmente de mandio-
ca, aipim, maracujá, pimenta-do-reino e açaí, como também
frutíferas como cupuaçu, banana, laranja, manga, jaca e caju.
As Florestas de Várzea – localizadas em terrenos baixos e planos
- não são significativas em relação a área do entorno e do ter-
reno do futuro empreendimento. As faixas ao longo do igarapé
Tauá e dos afluentes do rio Arienga destacam-se por serem Áre-
as de Preservação Permanente (APPs), segundo a legislação em
vigor (Código Florestal). A várzea do igarapé Tauá está alterada
e ocupada, em certos pontos, por roças constituídas de clarei-
ras com recente derrubada de árvores.
Outros pontos importantes de vegetação de várzea incluem uma nascente intermitente do Tauá,
próxima à rodovia PA-483 e um braço do rio Arienga, no sudoeste do terreno do futuro empreendi-
mento, onde foram localizadas duas nascentes permanentes, protegidas por uma vegetação densa
em grau avançado de recuperação.
Nas áreas de várzea do entorno do futuro empreendimento estão diversas ocupações humanas, onde é
cultivado o açaí para extração do fruto e palmito, arroz e hortaliças. Nas margens das várzeas cultiva-
se a mandioca, banana e outras frutíferas. As comunidades locais também utilizam a vegetação natural
para outros fins: produção de carvão, madeira para as casas, pontes, cercas etc.
Algumas espécies ameaçadas de extinção foram observadas nos arredores do terreno proposto
para o empreendimento, tais como a castanheira, a sucupira, o angelim-rajado, e o mogno.
38
O Meio Ambiente na Região de Influência da Refinaria
Algumas espécies de plantas encontradas no terreno da Refinaria ABC e arredores
Murici, matá-matá-branco, su-cuba, pau-de-mastro, tapiririca, envira-branca, tucumã, moro-totó, bacaba e embaúba tucumã, morototó, bacaba e embaúba, embaubarana, embaúba-branca, tapiririca, tachi-branco, breu, envira-cabo-de-rodo e piquia-
rana, entre outras.
Além destas, verificou-se a pre-sença de epífitas – plantas que vivem sobre outras plantas - e lianas – trepadeira semelhante a um cipó, e palmeiras como a
inajá, bacaba e pupunheira.
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A Fauna da Região
O estado do Pará possui os mais variados e complexos ecossistemas - conjunto dos seres vivos e
do seu meio ambiente, incluindo suas relações entre si - da região Norte do Brasil. Sua paisagem
possibilita a existência de inúmeras espécies de animais da fauna silvestre regional.
Vale lembrar que o desmatamento das florestas e a instalação de centros humanos contribuem
para a extinção dos hábitats - local com características onde as espécies estão adaptadas - da
fauna terrestre na região.
Na AID (Área de Influência Direta) e na ADA (Área Diretamente Afetada) da Refinaria ABC foram
registradas 12 espécies de anfíbios (sapos, rãs e pererecas, entre outros), 39 espécies de répteis
(cobras, lagartos e tartarugas, entre outros), 71 espécies de aves e 43 espécies de mamíferos.
Destes, as aves e mamíferos se apresentam como grupos amplamente distribuídos na região.
Nas áreas de vegetação mais abertas são encontrados mamí-
feros de pequeno porte como os roedores, mas os indivíduos
de grande porte utilizam essas áreas apenas como trampolim
para outras maiores de matas mais conservadas. Por isso, en-
contram-se mamíferos médios e grandes preferencialmente nas
áreas da reserva da Albras e Alunorte e em outros trechos onde
a vegetação encontra-se em estágios médios e avançados de
desenvolvimento.
Os macacos apresentam número reduzido na região. Os desta-
ques são o saguim-preto, macaco-da-noite, macaco-prego e o
cuxiu, entre outros, sendo este último uma espécie endêmica
(espécie nativa ou restrita da região)da região que pode, segun-
do a bibliografia consultada, ser considerado extinto localmen-
te. Estas espécies de macacos ocorrem sobre-tudo nas áreas de
reserva da Albras – Alunorte existentes na região de Barcarena.
Os ambientes aquáticos – rios e igarapés – da região amazônica apresentam uma grande e comple-
xa diversidade de hábitats, o que propicia a sustentação de uma enorme variedade de espécies
vegetais e animais. Nestes ambientes encontra-se a mais diversificada ictiofauna - fauna de peixes
- da água doce conhecida no planeta.
No interior dos limites da área destinada à unidade industrial da Refinaria ABC (ADA – Área Direta-
mente Afetada), não existem ambientes aquáticos expressivos. O rio Arienga, seguido pelo rio
39
O Meio Ambiente na Região de Influência da Refinaria
Algumas espécies de animais encontrados no terreno da Refinaria ABC e arredores
Anfíbios: sapo-boi, perereca, rã-pipa;
Répteis: jibóia, cobra-cipó, caninana, jararaca, coral, suru-
cucu-pico-de-jaca;Aves: gavião-caracará, aracuã-pequeno, papagaio-verdadeiro, surucuá, pica-pau, tucano,
anu-preto;Mamíferos: mucuras, tatus, irara, saguim-preto, macaco-prego, quati, paca, cutia,
caitetu e anta.
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Tauá, localizados na AID – Área de Influência Direta apresentaram maior diversidade de peixes. Os re-
gistros indicaram uma grande quantidade de espécies ornamentais (espécies de interesse para criação
em aquários), com destaque para a piaba, seguida por espécies como o charutinho, o itui, a tuvira e o
acará. Dentre as espécies de interesse comercial ou destinadas ao consumo foram observados o mandi,
a pescada-branca, a tainha, a traíra, sardinha-comprida e o baiacu, entre outras.
Nos rios da região também foram realizados testes para verificar o grau de contaminação dos mes-
mos. O resultado foi que não há comprometimento expressivo de contaminação, ou se encontram
em níveis muito baixos, tanto nas águas como dos sedimentos – material depositado no fundo dos
rios. Mas o ponto localizado no rio Pará, merece atenção no que se refere à contaminação de se-
dimentos.
Ainda nos rios da Área de Influência Direta (AID), verificou-se uma composição diversificada de
organismos, indicando que as águas do trecho baixo do rio Arienga e próximo à sua desembocadu-
ra no rio Pará, apresentam-se em condições normais e típicas de ambientes tropicais. Não foram
registradas espécies de algas em floração, nem espécies sugestivas de ambientes degradados ou
impactados.
O Meio Ambiente Social e Econômico
Nesta parte do Diagnóstico, você saberá como são as características sociais e econômicas da região
onde será implantado o empreendimento. As análises mostraram que 14 municípios absorverão os
impactos indiretos relacionados à implantação e operação da Refinaria ABC. Estes municípios com-
põem duas das chamadas mesorregiões definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE): a mesorregião Metropolitana de Belém e a Nordeste Paraense.
Este conjunto constitui a Área de Influência Indireta (AII) do projeto, incluindo os municípios de
Ananindeua, Barcarena, Belém, Benevides, Marituba, Santa Isabel do Pará, Santa Bárbara do Pará,
Abaetetuba, Acará, Cametá, Igarapé-Mirim, Moju, Tailândia e Tomé-Açu.
Os efeitos diretos da implantação do empreendimento, com destaque para os efeitos associados
à geração de empregos e mobilização de mão-de-obra, serão sentidos sobretudo em Barcarena
– município onde a Refinaria ABC será instalada – e em Abaetetuba, municípios que, por tal razão,
compõem a Área de Influência Direta (AID) do empreendimento.
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A Ocupação da Área de Influência
Nas últimas três décadas ocorreu um alto crescimento e uma grande flutuação da população masculi-
na, devido à busca de trabalho. Este conjunto de 14 municípios representava, no ano 2000, 38%
da população do estado do Pará. Dentre estes, Barcarena passou por um processo de crescimento
populacional acentuado como conseqüência da instalação de indústrias no local, tendo mais do
que triplicado a sua população nas últimas três décadas, saltando de 17.498 habitantes em 1970,
para 63.268 em 2000.
Particularmente na década de 80, diversos municípios da AII, apresentaram redução de sua popu-
lação enquanto Barcarena teve aumento de população, possivelmente como resultado da oferta
de trabalho. Isto é confirmado pelo significativo aumento da população masculina entre 20 e 49
anos em Barcarena, na época da instalação da Albras.
Em termos regionais a região Norte recebe imigrantes, em sua maioria, vindos da região Nordeste.
O Pará é o estado que mais recebe imigrantes, com destaque justamente para a região de Belém,
onde se localiza Barcarena, um forte pólo de atração populacional. O estado do Maranhão, vizinho
ao Pará, contribui com esse contingente, em função dos graves problemas sociais e econômicos
com que convive sua população.
Todos esses fenômenos de crescimento populacional foram acompanhados por uma urbanização
não estruturada, sobretudo nas décadas de 70 e 80 e, em especial, na região de Belém e Marabá.
Este processo de urbanização caracterizou-se pelo aparecimento de novas cidades e o crescimento
desordenado das antigas cidades; pela desconcentração na estrutura de povoamento, que passa a
acontecer ao longo de rodovias em lugar do antigo padrão ao longo dos rios; por acentuados fluxos
migratórios e pelo “inchaço” de cidades, causado pelo elevado grau de carência de infra-estrutura
e serviços, entre outros.
A cidade de Barcarena, no ano de 2000, tinha cerca de 65 mil habitantes, dos quais 72% residiam
em áreas urbanas distribuídas entre a sede do município e as demais vilas, como a Vila dos Caba-
nos, um núcleo residencial projetado para atender aos empregados do complexo industrial Albras-
Alunorte.
Abaetetuba, por sua vez, tinha praticamente o dobro da população, cerca de 120 mil habitantes, dos
quais 60% viviam nas áreas urbanas dos distritos de Abaetetuba e de Beja. Mais antiga que Barcarena,
esta cidade caracteriza-se como centro de distribuição de comércio e serviços das áreas tradicionais
do nordeste paraense, funcionando como pólo dos municípios de Moju e Igarapé-Mirim.
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Uso do Solo na Região
Para estudar o uso do solo neste diagnóstico, considerou-se como área de estudo a região entre a
sede do município de Barcarena e a região de Tacupé, no município de Abaetetuba, a qual poderá
sofrer pressões devido à indução de ocupação causada pelo empreendimento, considerando-se as
fases de planejamento, implantação e operação. Os efeitos esperados são a ocupação de áreas
vazias atualmente e/ou a alteração do tipo de uso ou forma de ocupação do território
Os seguintes tipos de usos do solo foram identificados para essa área de estudos:
•Matas, correspondendo a diversos tipos de vegetação em diferentes estágios de desenvolvimen-
to, mas não incluindo áreas de cultura e demais campos. Estas matas ainda têm grande represen-
tatividade na região de estudo;
•Campos, caracterizados pela vegetação que cobre antigas áreas de pastagem, cultivo, ou outras
que alguma vez foram desmatadas pelo homem;
•Áreas de cultivo, compreendendo áreas onde a mata foi retirada, dando lugar a culturas de man-
dioca, desenvolvidas em pequenas roças, além de pequenas culturas de milho, feijão, maracujá,
coco e pimenta. O cultivo é desenvolvido por pessoas que moram ao longo de rodovias, acessos,
caminhos, tendo próximo alguma benfeitoria, como igreja, posto de saúde ou escola;
•Áreas de solo exposto ou áreas de extração mineral, não possuem cobertura vegetal, sem uso
definido ou voltadas à extração de laterita;
•Áreas de uso antrópico, ou seja, edificações e pátios destinados ao uso residencial, comercial ou
institucional; descritas em maiores detalhes a seguir, e
•Áreas de uso industrial, ou seja, edificações e pátios pavimentados destinados ao uso industrial.
Este uso é predominante desde a linha de transmissão de 500 kV até a entrada da empresa Imerys
Rio Capim Caulim (RCC), onde existem alguns galpões comerciais de empresas prestadoras de
serviços em manutenção industrial. As grandes áreas de uso industrial são das empresas Albras,
Alunorte, Bunge Fertilizantes, Soinco da Amazônia, Imerys Rio Capim Caulim e Pará Pigmentos S.A.
(PPSA).
Na área considerada, as vias de transporte principais exercem grande influência no tipo e na estru-
turação dos usos da terra, já que são fundamentais na determinação do grau de acesso às locali-
dades, preço da terra, demanda por serviços e equipamentos, etc. As principais vias identificadas
são as rodovias estaduais PA-481 e a PA-483 (Ver Mapa de Uso do Solo).
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O Meio Ambiente na Região de Influência da Refinaria
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Baia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de MarajóBaia de Marajó
Rio Mucuruçá ou BarcarenaRio Mucuruçá ou BarcarenaRio Mucuruçá ou BarcarenaRio Mucuruçá ou BarcarenaRio Mucuruçá ou BarcarenaRio Mucuruçá ou BarcarenaRio Mucuruçá ou BarcarenaRio Mucuruçá ou BarcarenaRio Mucuruçá ou Barcarena
Furo ArrozalFuro ArrozalFuro ArrozalFuro ArrozalFuro ArrozalFuro ArrozalFuro ArrozalFuro ArrozalFuro Arrozal
Rio CarnapijoRio CarnapijoRio CarnapijoRio CarnapijoRio CarnapijoRio CarnapijoRio CarnapijoRio CarnapijoRio Carnapijo
Rio MojuRio MojuRio MojuRio MojuRio MojuRio MojuRio MojuRio MojuRio MojuRio AbaetéRio AbaetéRio AbaetéRio AbaetéRio AbaetéRio AbaetéRio AbaetéRio AbaetéRio Abaeté
Igarapé Sertão
Igarapé Sertão
Igarapé Sertão
Igarapé Sertão
Igarapé Sertão
Igarapé Sertão
Igarapé Sertão
Igarapé Sertão
Igarapé Sertão
Igarapé Tijucaquara
Igarapé Tijucaquara
Igarapé Tijucaquara
Igarapé Tijucaquara
Igarapé Tijucaquara
Igarapé Tijucaquara
Igarapé Tijucaquara
Igarapé Tijucaquara
Igarapé Tijucaquara
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Rio Arapiranga de Beja
Igarapé Tacupé
Igarapé Tacupé
Igarapé Tacupé
Igarapé Tacupé
Igarapé Tacupé
Igarapé Tacupé
Igarapé Tacupé
Igarapé Tacupé
Igarapé Tacupé
Rio Guajará de Beja
Rio Guajará de Beja
Rio Guajará de Beja
Rio Guajará de Beja
Rio Guajará de Beja
Rio Guajará de Beja
Rio Guajará de Beja
Rio Guajará de Beja
Rio Guajará de Beja
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Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Água Verde
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé Murucupi
Igarapé M
açarapó
Igarapé M
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Igarapé M
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Igarapé M
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Igarapé M
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Igarapé M
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Igarapé M
açarapó
Igarapé M
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Igarapé Japinzinho
Igarapé Japinzinho
Igarapé Japinzinho
Igarapé Japinzinho
Igarapé Japinzinho
Igarapé Japinzinho
Igarapé Japinzinho
Igarapé Japinzinho
Igarapé Japinzinho
Igarapé IparáIgarapé IparáIgarapé IparáIgarapé IparáIgarapé IparáIgarapé IparáIgarapé IparáIgarapé IparáIgarapé Ipará
Igarapé AçúIgarapé AçúIgarapé AçúIgarapé AçúIgarapé AçúIgarapé AçúIgarapé AçúIgarapé AçúIgarapé Açú
Igarapé Aipim
Igarapé Aipim
Igarapé Aipim
Igarapé Aipim
Igarapé Aipim
Igarapé Aipim
Igarapé Aipim
Igarapé Aipim
Igarapé Aipim
Igarapé CupuaçuIgarapé CupuaçuIgarapé CupuaçuIgarapé CupuaçuIgarapé CupuaçuIgarapé CupuaçuIgarapé CupuaçuIgarapé CupuaçuIgarapé Cupuaçu
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Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
Igarapé Cujari
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Igarapé CuruçáIgarapé CuruçáIgarapé CuruçáIgarapé CuruçáIgarapé CuruçáIgarapé CuruçáIgarapé CuruçáIgarapé CuruçáIgarapé Curuçá
Igarapé Turuí
Igarapé Turuí
Igarapé Turuí
Igarapé Turuí
Igarapé Turuí
Igarapé Turuí
Igarapé Turuí
Igarapé Turuí
Igarapé Turuí
Rio Icaraú
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Igarapé Taveira de Beja
Igarapé Taveira de Beja
Igarapé Taveira de Beja
Igarapé Taveira de Beja
Igarapé Taveira de Beja
Igarapé Taveira de Beja
Igarapé Taveira de Beja
Igarapé Taveira de Beja
Igarapé Taveira de Beja
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AbaetetubaAbaetetubaAbaetetubaAbaetetubaAbaetetubaAbaetetubaAbaetetubaAbaetetubaAbaetetuba
BejaBejaBejaBejaBejaBejaBejaBejaBeja
Vila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos Cabanos
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E.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgreja
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E.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilPosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdeIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaCemitérioCemitérioCemitérioCemitérioCemitérioCemitérioCemitérioCemitérioCemitério
Área de Disposição de Resíduos UrbanosÁrea de Disposição de Resíduos UrbanosÁrea de Disposição de Resíduos UrbanosÁrea de Disposição de Resíduos UrbanosÁrea de Disposição de Resíduos UrbanosÁrea de Disposição de Resíduos UrbanosÁrea de Disposição de Resíduos UrbanosÁrea de Disposição de Resíduos UrbanosÁrea de Disposição de Resíduos Urbanos
E.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeHospital São JoséHospital São JoséHospital São JoséHospital São JoséHospital São JoséHospital São JoséHospital São JoséHospital São JoséHospital São JoséUnidade PolicialUnidade PolicialUnidade PolicialUnidade PolicialUnidade PolicialUnidade PolicialUnidade PolicialUnidade PolicialUnidade PolicialBatalhão da PMBatalhão da PMBatalhão da PMBatalhão da PMBatalhão da PMBatalhão da PMBatalhão da PMBatalhão da PMBatalhão da PMCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosBanco do BrasilBanco do BrasilBanco do BrasilBanco do BrasilBanco do BrasilBanco do BrasilBanco do BrasilBanco do BrasilBanco do BrasilBanco BradescoBanco BradescoBanco BradescoBanco BradescoBanco BradescoBanco BradescoBanco BradescoBanco BradescoBanco Bradesco
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E.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino InfantilE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioE.Ensino SecundárioPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaPoço Captação ÁguaUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeUnidade Mista de SaúdeHospital SespaHospital SespaHospital SespaHospital SespaHospital SespaHospital SespaHospital SespaHospital SespaHospital SespaDelegacia de PolíciaDelegacia de PolíciaDelegacia de PolíciaDelegacia de PolíciaDelegacia de PolíciaDelegacia de PolíciaDelegacia de PolíciaDelegacia de PolíciaDelegacia de PolíciaCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosCorreios e TelégrafosBanco do Estado do ParáBanco do Estado do ParáBanco do Estado do ParáBanco do Estado do ParáBanco do Estado do ParáBanco do Estado do ParáBanco do Estado do ParáBanco do Estado do ParáBanco do Estado do Pará
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E.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino Fundamental
E.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalPosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdePosto de SaúdeIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgrejaIgreja
E.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino FundamentalE.Ensino Fundamental
Rio Itaporanga ou TauaporangaRio Itaporanga ou TauaporangaRio Itaporanga ou TauaporangaRio Itaporanga ou TauaporangaRio Itaporanga ou TauaporangaRio Itaporanga ou TauaporangaRio Itaporanga ou TauaporangaRio Itaporanga ou TauaporangaRio Itaporanga ou Tauaporanga
Igarapé Guajará da SerrariaIgarapé Guajará da SerrariaIgarapé Guajará da SerrariaIgarapé Guajará da SerrariaIgarapé Guajará da SerrariaIgarapé Guajará da SerrariaIgarapé Guajará da SerrariaIgarapé Guajará da SerrariaIgarapé Guajará da Serraria
Igarapé TuruíIgarapé TuruíIgarapé TuruíIgarapé TuruíIgarapé TuruíIgarapé TuruíIgarapé TuruíIgarapé TuruíIgarapé Turuí
Rio Arapiranga de BejaRio Arapiranga de BejaRio Arapiranga de BejaRio Arapiranga de BejaRio Arapiranga de BejaRio Arapiranga de BejaRio Arapiranga de BejaRio Arapiranga de BejaRio Arapiranga de Beja
Furo Rio CafezalFuro Rio CafezalFuro Rio CafezalFuro Rio CafezalFuro Rio CafezalFuro Rio CafezalFuro Rio CafezalFuro Rio CafezalFuro Rio Cafezal
Igarapé AraraquaraIgarapé AraraquaraIgarapé AraraquaraIgarapé AraraquaraIgarapé AraraquaraIgarapé AraraquaraIgarapé AraraquaraIgarapé AraraquaraIgarapé Araraquara
Igarapé TapoáIgarapé TapoáIgarapé TapoáIgarapé TapoáIgarapé TapoáIgarapé TapoáIgarapé TapoáIgarapé TapoáIgarapé Tapoá
Igarapé Guajará da S
erraria
Igarapé Guajará da S
erraria
Igarapé Guajará da S
erraria
Igarapé Guajará da S
erraria
Igarapé Guajará da S
erraria
Igarapé Guajará da S
erraria
Igarapé Guajará da S
erraria
Igarapé Guajará da S
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Igarapé Guajará da S
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Igar
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Boa
Igar
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Furo Araquiçá
Furo Araquiçá
Furo Araquiçá
Furo Araquiçá
Furo Araquiçá
Furo Araquiçá
Furo Araquiçá
Furo Araquiçá
Furo Araquiçá
Iga rap é Tu cum
an de uaIga rap é T
u cuman de ua
Iga rap é Tu cum
an de uaIga rap é T
u cuman de ua
Iga rap é Tu cum
an de uaIga rap é T
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Iga rap é Tu cum
an de uaIga rap é T
u cuman de ua
Iga rap é Tu cum
an de uaIgarapé Araticu
Igarapé Araticu
Igarapé Araticu
Igarapé Araticu
Igarapé Araticu
Igarapé Araticu
Igarapé Araticu
Igarapé Araticu
Igarapé Araticu
Igarapé BacuriIgarapé BacuriIgarapé Bacuri
Igarapé BacuriIgarapé Bacuri
Igarapé BacuriIgarapé BacuriIgarapé Bacuri
Igarapé Bacuri
Igarapé Patauateua
Igarapé Patauateua
Igarapé Patauateua
Igarapé Patauateua
Igarapé Patauateua
Igarapé Patauateua
Igarapé Patauateua
Igarapé Patauateua
Igarapé Patauateua
Igarapé Caeté
Igarapé Caeté
Igarapé Caeté
Igarapé Caeté
Igarapé Caeté
Igarapé Caeté
Igarapé Caeté
Igarapé Caeté
Igarapé Caeté
Igar
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Igarapé MaratauáIgarapé MaratauáIgarapé MaratauáIgarapé MaratauáIgarapé MaratauáIgarapé MaratauáIgarapé MaratauáIgarapé MaratauáIgarapé Maratauá
Igarapé Icuí
Igarapé Icuí
Igarapé Icuí
Igarapé Icuí
Igarapé Icuí
Igarapé Icuí
Igarapé Icuí
Igarapé Icuí
Igarapé Icuí
Furo Guajará
Furo Guajará
Furo Guajará
Furo Guajará
Furo Guajará
Furo Guajará
Furo Guajará
Furo Guajará
Furo Guajará
Furo TaueráFuro TaueráFuro TaueráFuro TaueráFuro TaueráFuro TaueráFuro TaueráFuro TaueráFuro Tauerá
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-put
aua
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Igarapé IpixunaIgarapé IpixunaIgarapé IpixunaIgarapé IpixunaIgarapé IpixunaIgarapé IpixunaIgarapé IpixunaIgarapé IpixunaIgarapé Ipixuna
Iga r
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jara
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Iga r
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Gua
jara
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Igarapé Camurituba
Igarapé Camurituba
Igarapé Camurituba
Igarapé Camurituba
Igarapé Camurituba
Igarapé Camurituba
Igarapé Camurituba
Igarapé Camurituba
Igarapé Camurituba
Rio C
aratateua
Rio C
aratateua
Rio C
aratateua
Rio C
aratateua
Rio C
aratateua
Rio C
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Rio C
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Rio C
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Rio C
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Furo Abacate
Furo Abacate
Furo Abacate
Furo Abacate
Furo Abacate
Furo Abacate
Furo Abacate
Furo Abacate
Furo Abacate
Pará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará PigmentosPará Pigmentos
PA-4
03
PA
-151
Mapa de Uso do Solo e Localização deInfra-estrutura e Equipamentos Sociaisna Região Próxima ao Empreendimento.
PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATORDATUM HORIZONTAL: SAD-69
�������������������������������������������������
Base Cartográfica: IBGE - Escala 1:100.000Atualizações: Imagem Landsat 5 - 15/05/2004
000000000 2,72,72,72,72,72,72,72,72,7 5,45,45,45,45,45,45,45,45,4
KmKmKmKmKmKmKmKmKm
9836
9828
9824
736 744 756 768
9832
9820
9812
740 752 764
TauporangaTauporangaTauporangaTauporangaTauporangaTauporangaTauporangaTauporangaTauporanga
CastanhalzinhoCastanhalzinhoCastanhalzinhoCastanhalzinhoCastanhalzinhoCastanhalzinhoCastanhalzinhoCastanhalzinhoCastanhalzinho
PedralPedralPedralPedralPedralPedralPedralPedralPedral
AriengaAriengaAriengaAriengaAriengaAriengaAriengaAriengaArienga
ItacupéItacupéItacupéItacupéItacupéItacupéItacupéItacupéItacupé
São SebastiãoSão SebastiãoSão SebastiãoSão SebastiãoSão SebastiãoSão SebastiãoSão SebastiãoSão SebastiãoSão SebastiãoVai-Quem-QuerVai-Quem-QuerVai-Quem-QuerVai-Quem-QuerVai-Quem-QuerVai-Quem-QuerVai-Quem-QuerVai-Quem-QuerVai-Quem-Quer
Colônia JapiimColônia JapiimColônia JapiimColônia JapiimColônia JapiimColônia JapiimColônia JapiimColônia JapiimColônia Japiim
TauáTauáTauáTauáTauáTauáTauáTauáTauá
RosaRosaRosaRosaRosaRosaRosaRosaRosa
Nova CanaãNova CanaãNova CanaãNova CanaãNova CanaãNova CanaãNova CanaãNova CanaãNova Canaã
Vila do CondeVila do CondeVila do CondeVila do CondeVila do CondeVila do CondeVila do CondeVila do CondeVila do Conde
ItupanemaItupanemaItupanemaItupanemaItupanemaItupanemaItupanemaItupanemaItupanema
Vila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos CabanosVila dos Cabanos
LaranjalLaranjalLaranjalLaranjalLaranjalLaranjalLaranjalLaranjalLaranjal
BarcarenaBarcarenaBarcarenaBarcarenaBarcarenaBarcarenaBarcarenaBarcarenaBarcarena
São FranciscoSão FranciscoSão FranciscoSão FranciscoSão FranciscoSão FranciscoSão FranciscoSão FranciscoSão Francisco
748 760
9816
9808
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CaminhoRodovia Não PavimentadaRodovia PavimentadaTrilha
LegendaLegendaLegendaLegendaLegendaLegendaLegendaLegendaLegenda
Balsas
Limite da Área Diretamente Afetada
Limite do Terreno do Empreendimento
Mineroduto existente da PPSA
Municípios
Linhas de Transmissão
HidrografiaRuas
Tipos de Uso e Ocupação do SoloTipos de Uso e Ocupação do SoloTipos de Uso e Ocupação do SoloTipos de Uso e Ocupação do SoloTipos de Uso e Ocupação do SoloTipos de Uso e Ocupação do SoloTipos de Uso e Ocupação do SoloTipos de Uso e Ocupação do SoloTipos de Uso e Ocupação do Solo
Áreas IndustriaisCamposCultivoFlorestaSolo Exposto ou Extração MineralUso Antrópico
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Dentre os usos antrópicos, merecem destaque na área as chamadas aglomerações rurais, que cor-
respondem a grupos de residências rudimentares em alvenaria de blocos cerâmicos ou tábuas de
madeira, cobertas por telhas cerâmicas e isoladas entre si. Geralmente, este tipo de ocupação
está associado a alguma atividade agrícola.
Na área delimitada para estudo de uso do solo há 12 aglomerações deste tipo localizadas ao longo
das vias, sendo elas: Tacupé, Nova Canaã, Arienga, Santa Rosa, São Sebastião, Castanhalzinho,
Pedral, Japiim, Vai-Quem-Quer, Tauá e Trevo do Peteca e uma pequena aglomeração sem nome ao
longo da PA-483, entre o trevo do Peteca e a subestação da Vila do Conde.
Estas aglomerações ou comunidades apresentam, no geral, baixa densidade populacional e estão
usualmente associadas a atividades rurais de subsistência, pequenas áreas de cultivo e alguma
atividade comercial. Algumas delas apresentam estabelecimentos de saúde ou ensino, como no
caso de Nova Canaã, Santa Rosa, Castanhalzinho, Pedral e Tauá.
Além destas, a área estudada ainda conta com algumas aglomerações urbanas, compreendendo
áreas apresentando maior densidade de ocupação, com edifícios situados em lotes com arruamen-
tos delimitando quadras. As aglomerações urbanas identificadas incluem a Vila do Conde, Vila dos
Cabanos, Laranjal, São Francisco e a sede de Barcarena.
Em termos gerais, estas localidades são mais adequadamente estruturadas em termos de equipa-
mentos urbanos, contando com escolas, estabelecimentos de saúde e, em alguns casos, como a
Vila dos Cabanos e Vila do Conde, abastecimento de água clorada e suprimento de energia elétri-
ca. Dentre estas, a Vila dos Cabanos é um núcleo residencial que foi projetado para atender aos
empregados do complexo industrial Albras-Alunorte, possuindo a melhor infra-estrutura básica,
que inclui: escola de ensino infantil, escola de ensino fundamental, escola de ensino secundário,
rede de distribuição de água, rede parcial e coleta de esgoto, unidade de mista de saúde, hospital,
unidade policial, batalhão da PM, agência de correio e duas agências bancárias, além de estabe-
lecimentos de comércio e serviços diversificados.
A Indústria e a Economia na Região
A taxa de crescimento econômico de Barcarena, no período entre 1985 e 1996, foi de 21% ao ano.
Para os demais municípios da AII, essas taxas foram positivas apenas para Ananindeua, Belém e
Acará+Tailândia, sendo o crescimento negativo para os demais.
O rumo que tomou o modelo de desenvolvimento da atividade industrial na região gerou desequi-
líbrios na distribuição de riquezas e na qualidade de vida entre municípios e entre regiões.
O Meio Ambiente na Região de Influência da Refinaria
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Em Barcarena, Santa Bárbara do Pará e Santa Isabel do Pará o Produto Interno Bruto (PIB per capita
municipal) é 3 vezes maior que a renda domiciliar per capita (soma da renda de todas as pessoas
da casa, dividida pelo número adultos que moram nela ), o que significa que a atividade econômica
nestes municípios produz mais dinheiro do que é necessário para pagar os salários das pessoas. Es-
ses municípios apresentam forte atividade no setor secundário (industrial), contando com grandes
indústrias instaladas. Já em municípios como Marituba, Ananindeua e Benevides, a atividade eco-
nômica de todo o município produz dinheiro (PIB per capita municipal) em quantidade menor que
o valor correspondente à renda domiciliar (valor da renda total da família dividida pelo número
de adultos), ou seja, o PIB per capita é inferior à renda domiciliar, o que seria explicado pelo fato
de tais cidades, inseridas na Grande Belém, funcionarem como cidades dormitórios. Isto se repete
em Abaetetuba, onde se verificou que um grande número de moradores deste município trabalha
em Barcarena.
Os indicadores sociais dos municípios da AII foram avaliados pelo Índice de Desenvolvimento Hu-
mano (IDH), criado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), e resultante
da combinação entre três componentes básicos do desenvolvimento: a longevidade (quantos anos
se espera que uma pessoa possa viver), a educação e a renda.
Nos municípios onde estão as sedes de grandes empresas, como Barcarena, verificam-se melhorias
no IDH, representadas por melhores índices de longevidade e de educação e, principalmente, por
melhores condições de renda, expressando o aumento local no número de empregos.
Verificou-se que, na década de 80, houve melhora dos indicadores para Barcarena, fato que não
ocorreu nos municípios vizinhos. No ano 2000, apenas Barcarena e Ananindeua alcançam os valores
encontrados para a capital Belém, ficando os demais municípios “empatados”, com valores baixos,
embora melhores que os da década de 80.
Em termos das principais atividades econômicas praticadas no conjunto dos 14 municípios conside-
rados, observa-se que, a despeito da importância da pecuária no estado do Pará, o rebanho bovino
na AII é pouco significativo e não alcança 3% do total estadual. Esse número é ainda menor no caso
dos búfalos, onde essa percentagem é de cerca de 1,4%.
Ainda assim, as atividades de extrativismo vegetal (principalmente fruto e palmito de açaí) e agro-
pecuária, no conjunto dos municípios da AII, respondem por significativas parcelas da produção do
Estado, à exceção de Barcarena e municípios industriais no entorno de Belém, onde as atividades
relativas à indústria de transformação têm maior peso.
A exploração de produtos lenhosos (carvão vegetal, madeira em tora e lenha) não tem papel sig-
nificativo na economia regional.
O Meio Ambiente na Região de Influência da Refinaria
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No setor industrial, o grande salto se deu após a implantação da infra-estrutura em Barcarena,
que permitiu a chegada de grandes empresas como a Albras (alumínio), Alunorte (alumina), Pará
Pigmentos (caulim), Imerys Rio Capim Caulim (caulim) e Soinco (perfilados e cabos de alumínio)
que, juntas, geram cerca de 2.800 empregos diretos e centenas de empregos indiretos (prestação
de serviços).
Destaca-se ainda a concentração, no estado do Pará, de indústrias de transformação integrantes
da cadeia produtiva do alumínio, cobrindo desde a mineração da bauxita até a produção de cabos
de alumínio. Este núcleo produtivo deverá apresentar grande expansão nos próximos anos.
O Programa Grande Carajás, considerado o de maior concentração espacial do país em termos
de incentivos fiscais oferecidos pelo governo no período 1981-1990, contemplou um conjunto de
diferentes obras de infra-estrutura, como a UHE Tucuruí, a Estrada de Ferro Carajás, os portos de
Itaqui (MA) e Vila do Conde (PA), além das unidades Alumar, Albras e Alunorte.
Na escolha da localização das indústrias de transformação pesou, sobretudo, a relativa proximida-
de entre as fontes e seus principais insumos, bauxita e energia elétrica, assim como a possibilida-
de de utilização de um porto que permitisse a atracação de navios de grande capacidade. Outros
aspectos importantes nessa escolha foram a topografia plana; existência de água em qualidade e
volume suficientes para uso industrial; disponibilidade de mão-de-obra; baixa densidade de ocu-
pação e proximidade a um grande centro urbano. Estes critérios levaram à escolha de Barcarena
para sediar a instalação das indústrias.
Estes empreendimentos foram viabilizados pelo governo federal através de investimentos infra-
estruturais como a UHE Tucuruí, a linha de transmissão de energia desta até as instalações indus-
triais em Barcarena, e as infra-estruturas urbana e portuária necessárias ao funcionamento das
indústrias de transformação mineral.
Barcarena e Abaetetuba são municípios que apresentam desigualdades de situações, em função de
sua condição de pólo de desenvolvimento justamente relacionadas à implantação de empresas de
transformação industrial de bens minerais em seus territórios.
Abaetetuba é um centro de distribuição de produtos e serviços para a população dos municípios
do entorno, com um mercado dominado pela oferta de produtos industrializados provenientes
da região Sudeste do país. Outro setor significativo no município é o dos fabricantes de produtos
cerâmicos (olarias) que, embora precário, responde pela segunda maior produção oleiro-cerâmica
do Estado.
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Barcarena, por sua vez, apresentava uma produção relacionada principalmente à pesca, mantendo
poucos vínculos com a capital. Este município experimentou um processo de urbanização mais re-
cente, marcado a partir do enchimento do reservatório de Tucuruí, que impôs uma nova tendência
à região.
Essas alterações nos dois municípios podem ser sentidas quando da análise da evolução da com-
posição do PIB ao longo dos anos. Em Abaetetuba, ocorreu diminuição do setor industrial (olarias
e engenhos de cana) e aumento das atividades de comércio e serviços. Em Barcarena o setor pri-
mário (pesca) passou a ser gradualmente substituído pelo setor industrial que atinge, na década
de 90, maioria absoluta, sendo deslocando para uma participação mínima. Este quadro se mantém
no ano 2000.
Quanto aos volumes de mão-de-obra empregada entre 1985 e 2002, Barcarena destaca-se pela
construção civil e indústria de extração mínero-metalúrgica, como era de se esperar, enquanto em
Abaetetuba o destaque fica para o setor de administração e serviço públicos. Em Barcarena, cerca
de 84% dos residentes trabalham em empresas do município, uma percentagem bem menor para
Abaetetuba (37%), evidenciando o papel do município como cidade-dormitório.
Em termos de arrecadação de ICMS, Barcarena ocupa a terceira posição e Abaetetuba a 29ª, dentro
do total de 143 municípios paraenses.
A Infra-Estrutura (Construções e Serviços) da Região
O município de Barcarena dispõe de 118 escolas municipais destinadas à educação infantil e ensino
fundamental e 28 escolas estaduais, quatro delas na área urbana, oferecendo ensino fundamental
e médio. Em Abaetetuba há 184 estabelecimentos de ensino administrados pela prefeitura e des-
tinados à educação infantil e ensino fundamental. O número de instituições particulares nos dois
municípios não é muito expressivo: cinco estabelecimentos em cada uma das cidades e sempre
em áreas urbanas. Mesmo assim, esta oferta é bem mais próxima às demandas municipais que a
verificada no passado.
Em Barcarena o ensino superior é limitado à Unama (Universidade da Amazônia). Em Abaetetuba,
a Universidade Federal do Pará mantém regularmente cursos de letras, pedagogia e matemática.
Na área de saúde, em 2002, todos os estabelecimentos públicos realizavam atendimentos finan-
ciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nos estabelecimentos particulares de Barcarena e
Abaetetuba, este tipo de atendimento era realizado em 22% e 31% dos estabelecimentos, respec-
tivamente.
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Os dados indicam que os estabelecimentos de saúde na região da AID possuíam uma estrutura
para atendimentos de emergência/urgência. Nos dois municípios havia apenas um hospital com
recursos para atendimento de emergências de acidentes de trabalho, localizado em Abaetetuba,
e nenhum com recursos para atendimento a acidentes de trânsito ou com a existência de médico
intermitente. Barcarena apresentava um quadro mais crítico, pois não possuía nenhum estabele-
cimento com capacidade para suprir tais demandas.
Em termos de número de leitos por mil habitantes, ambos os municípios encontram-se bastante
abaixo do valor mínimo sugerido pela Organização Mundial de Saúde - OMS (3,5), com 1,82 e 1,28
leitos por mil habitantes para Abaetetuba e Barcarena, respectivamente.
Nos últimos três anos a estrutura de atendimento médico-hospitalar em Barcarena não mudou
muito, principalmente em termos de atendimentos a emergências/urgências.
Pode-se dizer que o sistema de saúde em Abaetetuba (2003) atende à grande maioria das necessi-
dades de internação hospitalar do município (87%). Em Barcarena esse nível de atendimento local
cai para 76%.
O saneamento básico da cidade de Barcarena é feito pela Companhia Águas de Barcarena, criada
pela Albras e entregue a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), municipalizada a partir
de 2001. Em 2000, 3.815 dos domicílios do município eram atendidos por abastecimento de água,
o que correspondia a um atendimento de 30% na zona urbana e de menos de 1% na zona rural,
onde cerca de 6.000 pessoas não dispunham sequer de água proveniente de poço ou nascente na
propriedade, utilizando-se de cacimbas e igarapés. Observa-se uma grande concentração de do-
micílios abastecidos com água através da rede pública na Vila dos Cabanos.
O fornecimento de água feito à população de Barcarena não se enquadra totalmente aos padrões
de regulamentação técnica exigidos pelo Ministério da Saúde quanto ao processo de tratamento
para purificação. Assim, bairros como Pioneiro e Laranjal são abastecidos com água que recebe
apenas um tratamento de cloração. Somente a água fornecida aos moradores da Vila dos Cabanos
passa por um tratamento completo para consumo humano. Ainda que não se registrem surtos de
doenças epidêmicas relacionadas ao consumo de água na região, não se deve afastar o risco a que
população possa estar exposta.
Em Abaetetuba, a situação não é muito diferente, onde cerca de 25% da população abastece-se de
águas oriundas de cacimbas e igarapés. Como em Barcarena, o atendimento por rede pública na
zona urbana é maior (50%) e o atendimento da área rural é praticamente inexistente.
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Mais de 64% dos domicílios de Barcarena possuem sistema de coleta de esgoto, constituído por
fossa séptica ou rudimentar, e quase 22% escoam seus efluentes diretamente para rios e igarapés,
ou sequer possuem banheiro. Em Vila dos Cabanos existe rede instalada para a coleta de esgoto
em toda a zona urbana, mas não existe tratamento pós-coleta.
Também em termos de esgotamento sanitário, o quadro observado para Barcarena se repete para
Abaetetuba, onde a maior parte da população faz uso de fossas sépticas e rudimentares. Também
neste município, a zona rural é a mais carente.
O cenário que se formou quanto ao sistema de abastecimento de água e oferta de esgotamento sa-
nitário nos dois municípios é resultado do longo processo de formação e crescimento desordenado
das cidades, fato comum em todo o país.
O serviço de coleta de lixo da área urbana de Barcarena é terceirizado e ocorre duas vezes ao dia,
atendendo a grande parte da zona urbana. Mais uma vez, apenas a Vila dos Cabanos registra um
índice adequado, tendo quase que a totalidade de seus domicílios atendidos por coleta domiciliar
contra uma faixa de 68 a 75% nas demais vilas e bairros, e de menos que 7% na área rural.
No município de Barcarena, os resíduos industriais não-perigosos são dispostos em uma área próxima
de Vila dos Cabanos. A área não dispõe de mecanismos de controle de poluição, não foi construída
sobre superfície impermeabilizada e não passa por recobrimento dos resíduos após a disposição.
Junto a essa área de disposição funciona uma unidade de separação de resíduos, compostagem de
matéria orgânica e queima de resíduo hospitalar, operada pela Coopsai (Cooperativa de Serviços
Agroflorestais e Industriais), em parceria com a Albras e com a prefeitura de Barcarena.
Em Abaetetuba, verificam-se mais uma vez os mesmos problemas: atendimento praticamente nulo
na zona rural e bastante deficiente na zona urbana. Segundo dados disponíveis, apenas 41% dos
domicílios abaetetubenses contava com coleta de lixo domiciliar e mais de 51% (a grande maioria
na zona rural) dos mesmos queimam, enterram ou simplesmente dispõe os resíduos em terrenos
abertos.
A distribuição de energia em média e baixa tensão para os municípios da AID está a cargo da “Cen-
trais Elétricas do Pará S.A.” (Celpa), empresa do Grupo Rede, atendendo a cerca de 72% e 82% dos
domicílios particulares permanentes em Abaetetuba e Barcarena, respectivamente.
A principal classe consumidora de energia elétrica em Barcarena é o segmento industrial, com 66%
do consumo total do município em 2000, observando-se também uma participação anualmente
crescente, ainda que com ritmo lento, da classe residencial.
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No que diz respeito ao transporte, o acesso aos municípios da AID, a partir de Belém, via fluvial,
é feito pela travessia Belém/Barcarena, pelo porto de Arapari ou ainda pelo trapiche em concreto
na Vila do Carmo, que atende à linha de barcos no trecho Belém/Cametá/Vila do Carmo/Baião/
Mocajuba.
Quatro empresas operam no município de Barcarena, fazendo o transporte interno de passageiros
de modo integrado com o sistema hidroviário e percorrendo os trechos rodoviários entre os portos
de Arapari, Cafezal, sede de Barcarena, Núcleo Urbano (Vila dos Cabanos, Caripi, Vila do Conde e
Arienga).
O Porto de Vila do Conde é um porto público sob responsabilidade da Companhia Docas do Pará
(CDP). Com a conclusão da Alça Viária, o Porto foi integrado à malha rodoviária do Estado, sendo
acessado pela rodovia PA-481. Este Porto atende basicamente à área industrial de Barcarena e
está adaptado para descarregar bauxita, soda cáustica e óleo combustível. O Porto ainda carrega
navios com hidrato de alumina, além de carga geral, para os mercados domésticos e do exterior.
Na área de Segurança Pública, no município de Barcarena, mais de 1/3 das ocorrências refere-se a
crimes contra o patrimônio e pouco mais de 20% dos casos são crimes contra a pessoa. O aparato
policial de Barcarena se resume a duas delegacias de polícia e um quartel da Polícia Militar. Uma
das delegacias localiza-se na Vila dos Cabanos e atua em conjunto com o quartel da Polícia Militar,
representando um contingente de 2,14 policiais militares para garantir a segurança de cada 1.000
cidadãos em Barcarena.
Em Abaetetuba a situação é mais precária, pois a proporção no quartel de Abaetetuba é de 0,61
policiais militares por mil habitantes. Neste município, cerca de 30% das ocorrências policiais re-
gistradas referem-se aos crimes contra a ordem social e pública, envolvendo brigas, desordens,
desacatos à autoridade, entre outros, todos essencialmente devidos à ausência do efetivo policial
nas ruas e fraca estrutura de apoio.
A relação desproporcional entre os recursos e as responsabilidades dos quartéis de Barcarena e
Abaetetuba é parte da frágil estrutura de segurança existente no estado do Pará.
O sistema de comunicação nos municípios da AID se mantém pela captação de repetidoras de si-
nais da TV Liberal (filiada da Rede Globo), TV Bandeirantes, TV Record e SBT. Em Barcarena não
há emissoras de rádio, captando-se a freqüência de emissoras da capital do Estado. Além disso,
circulam na região todos os três jornais da capital: O Liberal, A Província do Pará e Diário do Pará.
Os serviços de Correios e Telégrafos incluem postagem, malote, sedex e reembolso postal.
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O Valor Histórico e Cultural da Região
Agora você vai conhecer o valor histórico e cultural da Área de Influência Indireta (AII). Esta par-
te do Diagnóstico foi baseada exclusivamente em dados secundários, levantados em bibliografia
específica e na Internet, onde se buscaram informações sobre bens históricos e manifestações
culturais locais.
Para a AID, além dos dados secundários, foi feito levantamento extensivo de campo, nos muni-
cípios de Barcarena e Abaetetuba, o qual compreendeu tanto as sedes quanto as comunidades
situadas na área em volta do empreendimento. Nos locais visitados, realizaram-se entrevistas com
moradores e representantes de entidades públicas, e procurou-se identificar e registrar edifica-
ções e manifestações de interesse cultural.
A cultura pode estar registrada em livros ou em outros artefatos produzidos pelo homem, como
pinturas e peças cerâmicas. Mas a cultura também pode estar no conhecimento que é passado de
pessoa para pessoa, como os pais fazem para seus filhos, ou na troca de experiências entre vizi-
nhos. Por isto, buscou-se detectar hábitos, o “saber fazer” e lazer dos habitantes destas áreas,
que possibilitassem um melhor conhecimento da maneira local de viver, como também, buscou-se
identificar os locais onde as manifestações culturais ocorrem e os edifícios e demais construções
de valor histórico e cultural.
Deu-se atenção às construções, analisado-as especialmente em relação às suas origens. Cons-
truções comuns em cidades brasileiras, especialmente as de alvenaria, com estilos repetidos,
uniformizados, recentes, cujo projeto não mais proporciona o conforto ambiental para esta área,
alagadiça e quente, não foram considerados como bens de valor histórico-cultural.
De interesse histórico-cultural, foram considerados especialmente os edifícios típicos e de épocas
passadas, em que foram utilizadas a madeira como material construtivo, com palafitas ou não. As
edificações que remetem a algum estilo do passado, documentando a prosperidade ou o declínio
de cada vila, em determinados momentos de sua formação, também foram consideradas.
Em nenhum dos dois municípios foram encontrados bens tombados ou registrados nos livros do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ou mesmo em órgãos públicos locais,
o que se explica pela precariedade das construções da região, marcados pela fragilidade ao serem
abandonados., como se verá adiante.
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A História da Região
Atribui-se a um frade capuchinho (Frei Cristóvão de São José), que trabalhava com os índios Ca-
mutás da margem esquerda do Tocantins, em cerca de 1620, a fundação do primeiro povoado em
terras do atual município de Cametá.
Abaetetuba também teve sua origem em padres capuchinhos que, por volta de 1635, consegui-
ram aldear uma pequena tribo nômade denominada Mortiguar, formando um aglomerado a que
denominaram Samaúma, o qual posteriormente foi chamado de Beja pelo Padre Secular Francisco
Xavier de Mendonça. A tribo Mortiguar, de origem marajoara, em dada época atravessou a baía de
Marajó e alocou-se à margem leste desta, no local hoje denominado Vila do Conde.
Em 1697, uma carta-régia delimitou a área de ação das diversas ordens religiosas na Amazônia,
confiando aos jesuítas os distritos do sul do rio Amazonas, dentre os quais incluía-se o rio Tocantins
e seus tributários. Mortigura (atual Vila do Conde), Gebirié (atual Barcarena), Moju e Samaúma
(atual Abaetetuba) surgiram de missões ou reduções estabelecidas pelos jesuítas na época.
Os primeiros habitantes de Barcarena foram os índios Aruãs, sendo que a localidade originária foi
a extinta povoação Mojuquara, localizada à margem do rio Gebirié. Anteriormente a 1709, Barca-
rena era chamada de Fazenda Gebirié e, mais tarde, Missão Gebirié, ambas fundadas e adminis-
tradas pelos missionários da Companhia de Jesus (IBGE, 1957).
As atividades econômicas predominantes durante o século XVII foram a captura de índios, para
transformá-los em escravos, e a coleta das denominadas “drogas do sertão” (cravo, canela, salsa-
parrilha e castanha, na região do Tocantins). Entre o final do século XVII e o início do século XVIII,
além das atividades extrativistas, começou-se a plantar também cana-de-açúcar, tabaco e cacau
nas zonas dos rios Moju e Acará. O café foi introduzido a partir da primeira metade do século XVIII.
A lavoura, no entanto, pelas condições ambientais da região, não tinha condições de competir
com a exploração dos produtos silvestres. Apesar de modesta, a mais rendosa dessas atividades
agrícolas era o cultivo do cacaueiro.
No local que deu origem ao município de Igarapé-Miri, já existia, no início do século XVIII, uma
fábrica para aparelhamento e extração de madeiras de construção, que eram comercializadas em
Belém.
Os dados regionais têm ressaltado os engenhos que, pelas dimensões monumentais e requinte ar-
quitetônico das construções, e também pelo número de escravos residentes, atingiram posição de
destaque, todos localizados nas áreas de Barcarena, Abaetetuba e Moju. As construções antigas,
no entanto, permaneciam pobres e repercutindo na não conservação.
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A ocupação da região pela população, no entanto, nunca foi muito expressiva. Em 1820, Cametá,
a mais importante das vilas da região, contava com cerca de 8.000 pessoas; Moju, com pouco mais
de 2.000, e as demais com menos de 2.000.
A partir de 1867, um decreto imperial permitindo a navegação de navios mercantes de todas as na-
ções pelo Tocantins, até Cametá, ocasionou sensível progresso nas comunicações com a região.
É a partir dessa data que se desenvolve a indústria em Barcarena, onde, por volta de 1880, passa
a contar com vários engenhos (mão-de-obra escrava), olarias e fábricas de palmito e de rapadura,
cuja produção, em boa parte, era exportada para a França (Furtado, 2000).
Dada a dificuldade de acesso, a cidade de Barcarena, que antes se localizava a margem esquerda
do rio do mesmo nome, foi, em 1952, transferida para o rio Mucuruça, que fica na embocadura
do furo do arrozal e permite fácil navegação de embarcações com destino ao Amazonas e seus
afluentes.
Portanto, a atual sede do município não corresponde à sede histórica.
No que diz respeito às manifestações culturais, em ambos os municípios da AID do empreendimen-
to destacam–se algumas manifestações religiosas, como as festas em homenagem aos seus santos
padroeiros (São Francisco Xavier em Barcarena e Nossa Senhora da Conceição em Abaetetuba)
ainda muito presentes na vida da população.
As demais manifestações transformaram-se ou diminuíram de intensidade, por terem perdido mui-
to de seus significados tradicionais, principalmente para os mais jovens. Algumas delas existem,
atualmente, apenas na memória dos mais antigos, como é o caso das lendas que ainda povoam o
imaginário dessas pessoas, que, durante conversas informais, falaram do boto, da matinta-pereira
e do medo que tais entidades provocavam nos jovens de antigamente. Dona Isolina, moradora mais
antiga da Vila de Itupanema, falou com grande saudosismo do tempo antigo.
O artesanato foi identificado como uma ocorrência discreta e dispersa em Barcarena, sem orga-
nização da categoria, nem local apropriado para exposição, divulgação e venda da produção. Não
há incentivo por parte dos órgãos oficiais, a não ser por ocasião dos “festivais” que atualmente
ocorrem no município (Festival do Abacaxi, do Açaí, do Peixe, do Caranguejo).
Abaetetuba, ao contrário, ainda apresenta um artesanato importante, em especial o de brinque-
dos de miriti, que usa essa tradicional madeira da região como matéria-prima e, segundo Maria de
Nazaré Carvalho Lobato (2001), tem sua origem perdida no tempo.
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•“Os artesãos que executam esse tipo de trabalho são, em geral, anônimos e abusam das cores
alegres em sua produção, um dos símbolos da arte interiorana no Círio de Nazaré, em Belém. São
comuns as figuras humanas de pescadores, de trabalhadores das casas de farinha, de dançarinos,
animais ou barcos, aviões etc.;”
•“Nas festas religiosas e, principalmente, no Círio de Nazaré de Belém, as ruas das cidades ficam
tomadas pelos vendedores de brinquedos de miriti que as enfeitam, com o colorido de suas pe-
ças;”
•“Os principais artistas que produzem os brinquedos de miriti em Abaetetuba estão reunidos em
uma Associação dos Artesãos de Miriti.”
Para se ter uma idéia da importância do artesanato
de brinquedos de miriti, esta autora menciona que,
por ocasião de sua pesquisa, conversou em Abaetuba
com o artesão Francisco Folha que informou serem 78
as pessoas que produzem o artesanato em miriti. Ele
disse acreditar que, a cada Círio de Nazaré, sejam
produzidos e comercializados em torno de 13.000 pe-
ças. Somente ele, em 2001, vendeu 1.800 brinque-
dos. A fabricação se dá, a partir de julho, quando
diminui o período das chuvas.
Os artesãos são pessoas humildes e que têm alguma pro-
fissão, mas que no período de fabricação dos produtos
dividem seu tempo para que os milhares de brinquedos
sejam confeccionados a tempo para o Círio. Esta arte, na
maioria das vezes, é repassada de pai para filho.
O município de Abaetetuba também é conhecido pela fa-
bricação artesanal de embarcações. Há 30 anos, existiam
mais de 20 estaleiros ou oficinas que construíam artesa-
nalmente embarcações de madeira, do tipo canoas a vela,
iates e barcos a motor feitos, em geral, sob encomenda.
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Bonecas de Pano
Brinquedos artesanais feitos
de madeira de miriti
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A tradição dos construtores de embarcações era respeitável, principalmente pela segurança e pelo
desenho da sua produção, o que tornou o município uma referência. Atualmente, são bem poucos
os que se dedicam à construção naval. Entre eles está o estaleiro “São José”, cujo proprietário,
um senhor de 71 anos chamado Zelico (João Batista Rodrigues), já construiu, ao longo de muitas
décadas, mais de mil embarcações de todos os tipos.
Os festivais antes mencionados (do Abacaxi, do Açaí, do Peixe, do Caranguejo) são ocasiões em
que a criatividade culinária local tem oportunidade de se manifestar. No entanto, algumas tradi-
ções culinárias ainda se mantêm, como o processo de fabricação do alimento que mantém suas
características tradicionais.
A tradicional produção de cachaça, nas dezenas de engenhos do início do século XX, praticamente
desapareceu. Resiste na região apenas um produtor de cachaça no município de Abaetetuba, o Sr.
Jurandir Pacheco Ramos, o qual produz cerca de 1.000 litros mensais de cachaça, sendo o último
produtor de cachaça da área de estudo.
Embora várias das manifestações folclóricas regionais tenham caído em desuso, algumas ainda se
mantêm. O folclore, antes tão rico com suas danças e cantorias, hoje já não exerce atração sobre
as camadas mais jovens da população que, com o advento da globalização, estão alterando suas
formas de lazer. Entre as manifestações documentadas pela bibliografia (em especial, Loureiro &
Loureiro, 1987) e as levantadas em campo, foi possível arrolar as seguintes:
Folia de Reis – registrada tanto em Barcarena quanto em Abaetetuba.
Fofoi – registrada apenas em Abaetetuba e hoje em desuso, segundo Maria de Nazaré Carvalho
Lobato: “é uma parte do folclore abaetetubense ainda não explorada convenientemente”. Quando
havia casamentos, as pessoas se dirigiam à cidade ou vila mais próxima, em reboques que se ali-
nhavam em filas. À frente, o reboque com os noivos, os pais e os padrinhos; logo atrás, nos outros
reboques, seguiam os convidados e parentes. Na volta do casamento, alguém puxava os versos que
iniciavam o Fofoi.
Fofoia – também registrada apenas em Abaetetuba e atualmente em desuso, segundo Maria de
Nazaré Carvalho Lobato. A fofoia era a manifestação dos trabalhadores do campo, durante a ati-
vidade da queimada e derrubada da mata.
Boi bumbá - Ainda presente, tanto em Abaetetuba quanto em Barcarena, embora sofrendo desca-
racterização progressiva das roupas e da música originais, passando ao uso de roupagem vistosa e
padronizada, além da introdução de novos ritmos.
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Festas juninas – quadrilhas, dança de pássaros, casamento na roça são manifestações ainda pre-
sentes na região.
Pássaros Juninos - Segundo Maria de Nazaré Carvalho Lobato, os pássaros juninos são manifesta-
ções tradicionais em Abaetetuba. Entre as apresentações mais conhecidas, em diferentes perío-
dos, estão A Patativa, A Borboleta Encantada, O Periquito, O Papagaio, A Arara, O Pavão do Reino,
o Beija-Flor e O Canário, todos organizados por dona Nina Abreu, a mais tradicional animadora e
organizadora de bois, pássaros e quadrilhas de Abaetetuba, autora dos enredos e das letras das
músicas, compostas em geral por Agenor Ferreira da Silva, da Banda da Conceição.
Carimbó - Segundo Maria de Nazaré Carvalho Lobato: “O carimbó, praticado na região do Baixo
Tocantins, tem origem nos arredores de Igarapé-Mirim, de onde foi trazido para Abaetetuba, para
se mesclar ao bangüê e à mucura (ritmo semelhante ao samba). A expressão “mucura” era utiliza-
da também para designar os acontecimentos nos quais esse ritmo e dança eram executados. Por
conta dessa mistura, o carimbó aqui praticado é bastante diferente do que se encontra na região
do Salgado.
Pastorinhas - Manifestação de fundo religioso que precede o Natal. A última apresentação em Aba-
etetuba ocorreu em 1978, quando existia apenas um grupo.
Quanto ao folclore nos municípios da AID, o folclorista Walcyr Monteiro conta que, após décadas de
estudo sobre manifestações folclóricas da Amazônia, em Barcarena existe o lugar conhecido como
“Buraco da Cobra Grande”, considerado atração turística do local.
Também em Abaetetuba, os moradores contam que um exemplar desse incrível personagem do
lendário amazônico habita sob a ilha Paçoca, perto da sede municipal, e toda a vez que ele se
mexe, derruba o cais municipal. Curiosamente, Abaetetuba não tem cais, todos os que foram cons-
truídos acabaram desmoronando. Um pequeno trapiche é usado como atracadouro.
Desde 1995, o Centro de Letras e Artes (CLA) da Universidade Federal do Pará (UFPA) vem de-
senvolvendo o projeto “O Imaginário nas Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia”, tendo
coletado cerca de 5.330 narrativas de aproximadamente dois mil informantes, inclusive de Abae-
tetuba.
O projeto revelou que, apesar da trama das narrativas ser retirada das múltiplas origens da cultura
brasileira (européias, indígenas e africanas), apresenta também a inclusão de cenários amazôni-
cos, substituindo os das versões originais, e que a linguagem utilizada pelos narradores mescla
elementos oriundos daquelas versões originais e regionais, da atualidade.
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O projeto também submeteu as narrativas a uma análise estrutural, que evidenciou a possibilida-
de da sua redução à estrutura do “conto maravilhoso”, gênero existente em todas as literaturas
conhecidas.
O levantamento realizado, tanto em livros e outros registros, quanto em campo, visou caracterizar
de forma geral as construções de valor histórico da AID, uma vez que o mesmo é inexistente na
ADA. Como dito anteriormente, praticamente nada que represente a história foi preservado nos
municípios pesquisados.
No município de Barcarena, a Prefeitura considera como patrimônio histórico os seguintes edifí-
cios: igreja de São João Batista (construída por missionários e indígenas, na Vila do Conde); igreja
de São Francisco de Xavier; Igreja Nossa Senhora do Tempo; ruínas do Casarão do Cafezal e o tú-
mulo de Batista Campos, localizado na fazenda Madre de Deus.
Quanto às construções atuais, procedeu-se à observação de fachadas, volumes, estilos arquitetô-
nicos, materiais construtivos, relação de proporção e paisagem.
Programas e Projetos Desenvolvidos na Região
Na área de estudo deste diagnóstico, foram identificados programas e projetos planejados ou em
andamento em escala local, estadual ou federal que, de alguma forma, interagem com o projeto
da Refinaria ABC. São eles:
• Programa de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável – DLIS, destinado a apoiar os muni-
cípios, através das micro e pequenas empresas individuais e coletivas existentes, apontando novas
oportunidades de negócios, favorecendo o surgimento de novos empreendimentos que gerem em-
pregos ou ocupações produtivas.
•Programas de Assistência Social da Prefeitura do Município de Barcarena, incorporando programas
e projetos junto à população de baixa renda, excluída do circuito produtivo criador de riqueza.
•Projeto Pará Urbe, estadual, destinado a promover a melhoria da qualidade de vida da população
do estado do Pará por meio da implantação de ações estratégicas de desenvolvimento urbano e
regional, como suporte à gestão de empregos e prestação de serviços, através do fortalecimento
dos municípios de forma a torná-los mais eficientes para ampliar e diversificar os serviços que
oferecem.
•Projeto SIP – Sistema de Integração do Pará – Alça Rodoviária, estadual, permitindo a interligação
física da região metropolitana de Belém com o porto de Vila do Conde e a rodovia PA-150.
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•Projeto Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Pará, que define, entre outras, a região
Amazônia Atlântica-Nordeste, que inclui os municípios onde estão instalados os grandes projetos
de exploração e industrialização de minérios. Para esta região, o projeto propõe a expansão e
diversificação da base produtiva e o aumento da rentabilidade e produtividade das atividades eco-
nômicas nas áreas já alteradas, incluindo a liberação de créditos para pequenos produtores rurais
e pequenas e microempresas manufatureiras ou prestadoras de serviços e investimentos no setor
turístico.
•Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, federal, objetivando a inovação de em-
presas brasileiras e expansão das exportações através da inovação e desenvolvimento tecnológico,
modernização industrial, capacidade e escala produtiva e opções estratégicas.
•Projeto Integrado Barcarena do Futuro, desenvolvido pela Alunorte, destinado a transformar o
desenvolvimento econômico em desenvolvimento humano e prosperidade para a região.
•Expansão 3 da Alunorte, a qual ampliará sua produção expansão, tornando-a a maior planta de
alumina do mundo. Esta expansão corresponderá a um volume de mão-de-obra de cerca de 8 mil
trabalhadores durante a implantação e incluirá um processo de negociação junto às municipalida-
des, na busca de um acordo na oferta de emprego regional.
A Organização Social na Região
Esta parte do Diagnóstico teve como objetivo identificar os possíveis interessados na Refinaria ABC,
com destaque para grupos e movimentos comunitários, lideranças, forças políticas, associações,
e outras partes interessadas presentes na região. E ainda analisar as forças e tensões sociais e
outras questões associadas às partes interessadas, à atuação da CVRD na região, potencialmente
associadas ao empreendimento.
Os resultados do estudo irão auxiliar a avaliação dos impactos sociais do empreendimento propos-
to e a elaboração de um plano de consulta e comunicação sobre o empreendimento.
Foram identificadas partes interessadas de acordo com as seguintes categorias:
•Setor Governamental, incluindo representantes dos governos federal, estadual e municipal, dos
poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
•Setor Privado, incluindo empresas no município e região, fornecedores e clientes;
•Mídia falada, escrita e eletrônica;
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•Associações, Sindicatos, Cooperativas e Sistema S (Senai, Sebrae, Sesi, Senac);
•Organizações da Sociedade Civil;
•Instituições Acadêmicas e de Ensino Profissionalizante, outras instituições de ensino;
•Igrejas, associações comunitárias e de moradores, e comunidades.
Além das categorias destacadas, foram também considerados como partes interessadas no empre-
endimento proposto:
•Empregados das empresas da CVRD na região, potenciais candidatos a empregos temporários du-
rante a etapa de instalação do empreendimento e potenciais candidatos a empregos na etapa de
operação comercial da Refinaria;
•Atuais fornecedores de bens e serviços das empresas da CVRD e candidatos a futuros fornecedo-
res nas etapas de instalação e operação da Refinaria ABC;
•Investidores;
•Acionistas (tanto da Refinaria ABC, como outros sócios da CVRD); e
•Potenciais clientes.
Com este estudo, foi possível conhecer as principais características da organização social das par-
tes interessadas, que você vai saber a seguir:
O Governo da Região
•Existem iniciativas governamentais, mas existem somente alguns programas com investimentos
efetivos e planejados de maneira integrada, voltados para as áreas de saúde, geração de renda,
desenvolvimento turístico e saneamento básico. Um exemplo desse tipo de iniciativa é o “Plano
de Desenvolvimento Turístico”, do Governo do Estado, elaborado pela Companhia Paraense de
Turismo (Paratur).
•Os municípios da região do empreendimento ainda participam no papel de “coadjuvantes” nas
iniciativas desse porte e nessas áreas de atuação promovidas por outras esferas de governo.
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•Foi relatada uma desarticulação político-institucional entre diferentes níveis de governos (muni-
cipal, estadual e federal) na implementação de programas setoriais que atendam aos interesses
mais específicos das comunidades de Barcarena e região.
•A CDI – Companhia de Desenvolvimento Industrial do Pará, órgão estadual proprietário da área
industrial de Barcarena onde será instalada a Refinaria ABC, e responsável pela remoção, nego-
ciação e indenizações das comunidades e dos proprietários instalados na área proposta para o
empreendimento, assim como a CODEBAR (Companhia de Desenvolvimento de Barcarena), pos-
suem históricos de atuação isolada e desarticulada em relação a esses processos. A CDI atuou no
processo de reassentamento da PPSA, iniciado em 1993, e foi citada pela população de Itupanema
em estudo conduzido pela empresa Rebouças e Associados, elaborado para a Alunorte. A CODEBAR
é citada com grande ressentimento principalmente pelas populações dos bairros do Laranjal e São
Lourenço.
•Foi diagnosticada baixa interação e relacionamento entre as empresas ali instaladas e a Prefei-
tura de Barcarena.
O Setor Privado na Região
•Histórico relacionado a problemas de remoção de populações para implantação ou ampliação de
outros empreendimentos na região.
•Histórico de aumento de problemas sociais (falta de habitação, transporte, saneamento, acesso
à educação - notadamente a profissionalizante - e à saúde, aumento de violência, consumo de
drogas, entre outros) associados aos fluxos migratórios decorrentes de processos de instalação das
várias empresas da região.
• Empresas da CVRD empregam diretamente cerca de 3% da população total de Barcarena.
•Impossibilidade das empresas da região atenderem à toda a demanda por trabalho e ocupação
decorrente de fluxos migratórios existentes.
•Existência de diversos projetos sociais por parte de empresas ligadas a CVRD muitos em parcerias
com outras organizações locais.
•Iniciativas isoladas das empresas da região sem foco e direcionamento uniforme quando confron-
tado com os principais problemas sociais da região.
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•Da mesma forma, as ONGs / Fundações que atuam na região não se articularam ou alinharam suas
estratégias para a região até este momento.
•Outros fóruns de articulação das diversas instâncias públicas e privadas como o Fórum de De-
senvolvimento Local de Barcarena – FDLB, ou as parcerias entre empresas, Sistema S (Senai local,
unidade em Vila dos Cabanos; escritórios do Sesi na região - Belém, Castanhal e Paragominas; Sesc-
Belém; e Senac - Belém e Castanhal) e outras instituições, não vêm se mostrando suficientes para
estruturar linhas de ação para o tratamento integrado das questões socioeconômicas e ambientais
percebidas como urgentes para a comunidade local.
•Iniciativas de coordenação de ações sociais e de relacionamento comunitário pelas empresas lo-
cais, em parcerias com prefeituras da região, governo estadual e órgãos do governo federal (como
a Embrapa Amazônia Oriental) e cooperativas (como o Cedab, Coopsai e Amafrutas), demonstram
as possibilidades abertas por essas parcerias para articulação das ações sociais para atender ne-
cessidades socioeconômicas e ambientais locais e da região.
Os Meios de Comunicação na Região
•Percepções de alguns órgãos da mídia local que veículos de comunicação posicionam-se ora de
forma muito crítica com relação à forma como a CVRD atua no Estado, ora omitindo-se com re-
lação aos impactos socioeconômicos e ambientais (tanto os positivos, quanto os negativos). Não
foram identificados posicionamentos específicos dos órgãos de comunicação locais (de Barcarena),
com relação às empresas da região.
As Associações, Sindicatos e Cooperativas da Região
•Sindicatos como os dos químicos, metalúrgicos e trabalhadores da construção civil possuem influ-
ência na região devido ao contingente e à representatividade que possuem junto a essas, que são
as principais categorias de trabalhadores na região.
•A formação de cooperativas de serviços, normalmente com apoio das empresas instaladas em
Barcarena, possibilita a criação de alternativas de geração de emprego e renda, cobrindo ainda
um contingente de trabalhadores que por não possuírem a qualificação necessária para ocuparem
esses postos de trabalho, passam a atuar de maneira complementar a dos sindicatos, atendendo a
outras demandas sociais (casos como os da Coopsai, Coopserg, Cedab, principalmente).
•Outras associações de pequenos produtores, artesãos, comerciantes ou prestadores de serviços
vêm surgindo nas últimas décadas, mas sem estrutura de mobilização forte.
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•A organização dos pescadores da região baseia-se em associações, algumas delas (principalmente
as de Beja, em Abaetetuba, e da Vila do Conde, Vila Nova de Itupanema, da Praia do Caripi e de
Itupanema) articuladas com o Monape - Movimento Nacional de Pescadores, representando a maio-
ria dos pescadores artesanais da região (total de aproximadamente 530 pescadores cadastrados
existentes na mesma).
Organizações Não-Governamentais (ONGs) na Região
•Segundo notícia veiculada sobre o lançamento do “Censo do Terceiro Setor” no município de
Barcarena, levantamento feito para permitir que se conheça a abrangência das entidades sem
fins lucrativos, existem no município cerca de 143 organizações que seriam as pesquisadas neste
estudo. A maioria delas atua com projetos de assistência social específica para crianças e idosos,
atividades recreativas para público misto e incentivo ao associativismo no meio rural.
•Entre as ONGs ambientalistas locais identificadas preliminarmente não consta nenhuma com atu-
ação mais sistemática e constante em Barcarena e região.
•Entre as ONGs de caráter regional ou nacional, as que possuem maior projeção e com influência
em questões relevantes para a região incluem o Fórum Carajás (embora não seja mais atuante, pu-
blicou artigos e textos críticos, especialmente sobre questões relacionadas à mineração e possível
utilização de trabalho em condições análogas à escravidão no Sul do Pará) e FAOR-Fórum Amazônia
Oriental, o GTA-Grupo de Trabalho Amazônico, além de outras ONGs do Estado (Imazon, Ipam, Po-
emar), ou com atuações nacional e até internacional (Amigos da Terra – Amazônia Brasileira) todas
tratando as questões relativas à Amazônia.
•Existem fundações privadas, com destaque para a própria Fundação Vale do Rio Doce – FVRD, com
atuação em projetos sociais que atendem a interesses específicos de algumas das partes interes-
sadas da região. Nesse sentido, cabe ressaltar o Programa Escola Que Vale, instalado em 9 escolas
de Barcarena, entre outras iniciativas.
•Também o CDI-Comitê para Democratização da Informática e a Comissão Pastoral da Terra-CPT,
ambas de caráter nacional (cada uma em sua área de interesse), têm registros de atuação na re-
gião (Projeto de Inclusão Digital em Barcarena e reassentamento da comunidade de Curuperé pela
PPSA).
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As Comunidades na Região
•Sentimento de “não-pertencimento” ou de exclusão de grande parte da população das comunida-
des vizinhas aos empreendimentos já existentes (especialmente, as da Vila do Conde, Itupanema
e ocupações às margens das rodovias e em torno do Trevo do Peteca, da Vila dos Cabanos fora
do Núcleo Urbano, e dos bairros do Laranjal, São Lourenço e Vila São Francisco), segundo o diag-
nóstico para elaboração do Projeto de Responsabilidade Social em Barcarena, elaborado para a
Alunorte, entre outras.
•Existência de um contingente de mão-de-obra sem qualificação e de jovens sem condições de
acesso à educação e à capacitação profissional e, portanto, com baixa expectativa de melhoria de
condições de vida se permanecerem na região.
•Existência atual de desemprego e subemprego (trabalhos informais e circunstanciais) nas áreas
de influência direta e indireta (AID e AII) do empreendimento.
•Demandas acumuladas por qualificação profissional, educação básica e para o trabalho, assim
como por emprego e renda, nas comunidades próximas ao empreendimento, tanto de Barcarena,
como em outros municípios da região.
•Histórico de ocupação/imigração acentuadas por ocasião da instalação de empreendimentos em
Barcarena e outras regiões do Pará, refletindo-se numa visão sobre o compromisso da CVRD com o
desenvolvimento socioeconômico, a geração de renda, investimentos e contribuições sob a forma
de impostos no estado do Pará. Ao mesmo tempo, esses investimentos não trazem as formas de de-
senvolvimento com participação da comunidade, de maneira tal que esse desenvolvimento traga
significativas condições de melhoria de vida para grande parte da população local.
•Experiências das empresas da CVRD, bem como das cooperativas já formadas (p.ex., Coopsai,
Coopserg, Cedab e Amafrutas, entre outras), que vêm atuando de maneira sistemática na busca
de alternativas e oportunidades tanto no campo institucional e de geração de emprego e renda,
quanto na de capacitação e articulação com outras iniciativas e constituindo parcerias entre go-
vernos, sociedade civil e empresas da região.
•Preocupações com o aumento de problemas sociais como a utilização e comercialização de bebi-
das e de drogas (especialmente em Vila do Conde, onde se encontra instalado o Terminal Portuá-
rio), da prostituição, inclusive infantil nas áreas em torno do empreendimento e nas comunidades
vizinhas.
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•Aumento da violência em trechos da Alça Viária, especialmente, no município de Acará, podendo
ser reforçado pelo aumento da utilização desse anel rodoviário tanto pelo desenvolvimento indus-
trial e fluxos migratórios decorrentes, como pelo aumento do turismo na região.
•Preocupação associada ao fato de que parte das operações portuárias do porto de Belém vem
sendo transferida para o Porto da Vila do Conde, o que acarretará em uma maior movimentação
de pessoas e de trânsito no local.
•Comunidades próximas (Vila do Conde, Itupanema, praia do Caripi e Vila dos Cabanos, Laranjal,
São Francisco, além das instaladas na ADA), já possuem informações preliminares sobre a possível
instalação da Refinaria ABC, estando sujeitas a boatos de diversas fontes e naturezas (p.ex.: foi
levantada a possibilidade de desapropriação de parte da Vila dos Cabanos e especulou-se se isso
não estaria ocorrendo por conta do empreendimento proposto).
•Existência de diversas igrejas lidando com comunidades carentes e com expectativas associadas
a outras questões sociais locais.
•Histórico de reassentamentos anteriores que envolvem as mesmas pessoas em mais de uma oca-
sião, o que pode influenciar percepções da comunidade a ser relocada na área industrial.
•Apesar da existência de alguns fóruns e conselhos municipais (como o Conselho Tutelar e o Conse-
lho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), além de outras de caráter mais específico
(Mulheres Mojuenses) essas instâncias ainda não possuem uma mobilização maior em Barcarena e
região.
As Universidades e Instituições de Pesquisa na Região
•As universidades públicas (UFPA e UEPA) e privada (Unama) possuem iniciativas voltadas para a
criação de cursos em Barcarena e região.
•A atuação de parte de seus pesquisadores sobre questões comunitárias e de grupos minoritários
como os dos pescadores artesanais (UFPA) ou sobre temas ligados à mineração (Unama), faz com
quem estas possuam alguma influência em políticas setoriais, especialmente, as promovidas pelo
governo estadual.
•A atuação de seus núcleos de ensino junto à região de Barcarena (tanto da Ufpa, Uepa, como da
Unama, ou do Senai, instalado na Vila dos Cabanos), no entanto, ainda não demonstra uma ação
coordenada entre as mesmas, de maneira que estas instâncias e os estudantes e professores que
as representam na região possuam, até o momento, representatividade na discussão de temas
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relacionados a um modelo de desenvolvimento local ou regional.
A Arqueologia na Região
Para o Diagnóstico relativo à possível presença de material arqueológico, relacionado à cultura dos
povos antigos que habitaram a área de implantação da Refinaria ABC, e para levantamento da Área
de Influência Indireta (AID), recorreu-se exclusivamente a publicações já existentes (muito poucas
para essa região), quanto a relatórios de pesquisas arqueológicas, ainda inéditos.
Com relação à arqueologia pré-colonial, a unidade de análise costuma ser a bacia hidrográfica. A
Área de Influência Indireta (AII) estabelecida para os demais temas do meio socioeconômico não
possui relação com a delimitação da área de influência para a arqueologia, já que a arqueologia
pré-colonial, na qual se insere a grande maioria dos bens constituintes do patrimônio arqueológico
regional, não tem nenhuma relação com a divisão política dos municípios. Ou seja, as ocupações
pré-coloniais não obedeciam às delimitações de municípios hoje estabelecidos.
Na Amazônia Oriental, registrou-se o desaparecimento de populações indígenas de língua aruaque
(índios Aruã, documentados nas cabeceiras do rio Moju no final do século XVIII). Também desapa-
receram da região os índios de língua caribe (índios Arara, documentados na margem esquerda do
Tocantins na segunda metade do século XIX). Persistem na região os índios de língua tupi. Dentre
esses, alguns ainda mantêm o mesmo nome tribal da época do contato, como os Amanayé (docu-
mentados nas cabeceiras do rio Moju, na segunda metade do século XVII) e os Turiwara (documen-
tados no alto rio Acará, na segunda metade do século XIX). Alguns tupi, no entanto, desaparece-
ram completamente (caso dos Tupinambá, que no início do século XVII ocupavam do litoral até a
margem direita da foz do Tocantins).
Para este Diagnóstico, considera-se como AII as bacias do baixo Pará e do baixo Tocantins. Esses
limites abrangem a área de deslocamento e de interações sociais e ambientais das populações
cujos remanescentes materiais constituíram os sítios arqueológicos que se localizam na área de
estudo, considerando-se o real escopo da arqueologia, que é conhecer os processos do passado e
não realizar apenas inventários de bens culturais, cujo significado e contexto se desconhecem.
A AID – Área de Influência Direta acompanha a delimitação do meio físico e considera as bacias dos
igarapés Tauá e Arienga, uma vez que estes fazem parte de uma microrregião com significância
arqueológica, possuindo área suficiente para que os indígenas buscassem seus recursos e estabele-
cessem as necessárias inter-relações comunitárias que marcam as sociedades humanas.
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A ADA – Área Diretamente Afetada, por sua vez, é conceituada exatamente como para os demais
elementos ambientais. Ou seja, é a área da instalação da Refinaria ABC, que sofrerá as interven-
ções diretas do empreendimento, com a possibilidade de causar impacto aos eventuais bens ar-
queológicos contidos no solo.
Os conhecimentos existentes sobre a arqueologia da região de inserção da Refinaria ABC resultam
principalmente de seis projetos arqueológicos elaborados complementarmente a avaliações am-
bientais de empreendimentos. Além disso, houve uma pesquisa pioneira de salvamento arqueoló-
gico no rio Moju, em 1980, realizada pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (Lopes, 1980).
Como essas pesquisas ainda não foram publicadas, não se dispõe de informações qualitativas a
respeito dos resultados que permitam discorrer com mais profundidade sobre a arqueologia da
área.No entanto, em termos quantitativos, as pesquisas indicam que a região possui alto poten-
cial arqueológico, com numerosos sítios e ocorrências arqueológicas, tanto pré-coloniais quanto
históricos. Silveira e Marques (2004), durante a realização do levantamento do potencial arqueo-
lógico dos municípios de Barcarena e Abaetetuba, registraram mais de 80 pontos com evidências
arqueológicas, incluindo sítios, ocorrências e locais reportados, os quais forneceram importantes
subsídios para a avaliação do potencial arqueológico desta região.
A região amazônica, de modo geral, apresenta inúmeros rios e igarapés, na proximidade dos quais
está localizada a maioria das ocorrências registradas.
No município de Barcarena, especificamente, foram identificados cinco sítios arqueológicos ce-
râmicos durante o levantamento realizado para o licenciamento ambiental da LT Tucuruí-Vila do
Conde (Scientia, 2004). Três dos sítios apresentavam alta densidade de material arqueológico e
grandes dimensões. Dois eram menores e apresentavam densidade mais baixa. Um desses últimos
apresentou, além da ocupação pré-colonial, também uma ocupação histórica.
Um pouco mais a montante no rio Tocantins, as pesquisas realizadas no salvamento arqueológi-
co da UHE Tucuruí (Simões & Costa, 1987) levaram à identificação de 37 sítios arqueológicos, a
maioria apresentando cerâmica relacionada à Tradição Tupiguarani, embora com alguns traços de
cerâmica amazônica, como o uso de cariapé como antiplástico. Essas evidências arqueológicas
demonstram que os povos de língua tupi, encontrados na região pelos colonizadores, tinham raí-
zes antigas nessa área. Demonstram, também, a importância arqueológica da área, da qual quase
nada se conhece.
Os sítios arqueológicos localizados, após as devidas análises de laboratório, foram divididos em
duas fases culturais distintas: Tauá e Tucuruí. A cultura material da fase Tauá foi relacionada à
Tradição Polícroma da Amazônia, enquanto que a Fase Tucuruí, embora não inserida em nenhuma
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tradição definida, apresentou características que a aproximavam da Tradição Tupi-guarani, cuja
procedência amazônica foi defendida por Brochado (1989), posteriormente às pesquisas realizadas
(segunda metade da década de 70).
É interessante observar que os sítios de ambas as fases apresentam uma divisão territorial bem
marcada, com os sítios da Fase Tauá ocorrendo mais a jusante e os sítios da Fase Tucuruí ocorren-
do mais a montante da área pesquisada. Como não ocorreram sítios com materiais de povos de
culturas diferentes, indicativos de ocupações cronologicamente distintas, o mais provável é que a
divisão verificada correspondesse a uma real divisão territorial entre grupos étnicos distintos.
As evidências de cultura material de uma fase em sítios da outra, no entanto, apontam para uma
situação de contato, de interação social e cultural entre as tribos indígenas que deixaram como
remanescentes os sítios arqueológicos registrados.
A AID do empreendimento foi percorrida extensivamente para verificação de ocorrências arqueo-
lógicas afloradas em superfícies ou em cortes. Segue abaixo a descrição dos sítios arqueológicos
identificados nos municípios de Abaetetuba e Barcarena.
Município de Abaetetuba
•Sítio Santa Maria - está localizado às margens do rio Arienga, no município de Abaetetuba. De
acordo com informações de pessoa que ocupa a área, há aproximadamente 1 ano, a área foi des-
matada por trator para construção de um balneário. Os fragmentos de cerâmica, antigos e recen-
tes, podem ser observados na superfície. A área está bastante impactada pela construção de mo-
radias e pela circulação de pessoas e veículos, pois o sítio é atravessado pela rodovia PA - 481 que
liga os municípios de Barcarena a Abaetetuba. Na localidade uma moradora afirma ter encontrado
nesta área “pedra de raio” (denominação popular dada às machadinhas indígenas), mas devido
a superstições, atirou o material no rio. De modo geral, pode-se afirmar que o sítio Santa Maria
possui grande densidade de material arqueológico e está localizado sobre um planalto rebaixado,
que se estende por mais de 250 m ao longo do rio Arienga. O solo é arenoso e escuro, onde se de-
senvolvem cultivos de mandioca, maracujá, cupuaçu, além de mangueiras e cajueiros. Silveira e
Marques (2004) citam o sítio Santa Maria como local reportado, onde se registrou a ocorrência de
um garrafão de grès de origem inglesa, de aproximadamente 20 litros.
Município de Barcarena
•Sítio São João, localizado no ramal Arienga, entre o rio Arienga, igarapé Castanhalzinho e o mi-
neroduto da PPSA. Neste local, o material arqueológico está na superfície e distribui-se da terra
firme até a várzea do rio Arienga, onde a mata secundária de várzea está bastante preservada. O
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solo da área contém grande quantidade de concreções lateríticas, de onde atualmente vêm sendo
extraídas pedras para a construção civil. É possível observar o resultado desta atividade em frente ao
sítio São João. De acordo com moradora, como o solo do sítio não serve para o cultivo da mandioca, as
roças são cultivadas na nascente do igarapé Castanhalzinho, área de influência direta da Refinaria ABC,
onde ela afirma ter encontrado uma “pedra de raio”, mas, por superstição, atirou no rio.
•Sítio São Raimundo, localizado no ramal Arienga, a 3 km da rodovia PA - 481, entre o mineroduto
da PPSA e o igarapé Gavião, afluente do rio Arienga. Neste local, fragmentos cerâmicos antigos e
recentes foram encontrados em superfície. Morador afirma ter encontrado “pedra de raio” no lo-
cal, mas jogou fora. De modo geral, o sítio foi alterado pela ocupação humana e parte da camada
superficial do solo já foi retirada.
•Comunidade São Sebastião – área de roçado localizada junto do caminho ramal Arienga, entre o
mineroduto da PPSA, rio Arienga e o igarapé Urumandeua. De acordo com moradora da comunida-
de, o proprietário reside em Vila dos Cabanos. A roça está recém cultivada com feijão, abacaxi e
mandioca. O solo é muito arenoso, bastante revirado e o material arqueológico está em superfície,
ocorrendo em alta densidade.
•Comunidade Cabeceira Grande, localizado às margens do rio Barcarena. Segundo pessoa entre-
vistada no local, esta é de propriedade da Albrás e foi destinada à preservação. De modo geral,
o local abriga uma mata secundária bem preservada, com solo bastante arenoso e escuro, so-
breposto a um planalto rebaixado. O material arqueológico encontrado estava em superfície e
apresentava baixa densidade; o local é atravessado pelos igarapés Tauá, Japiinzinho e Japiim, que
formam a bacia do rio Barcarena, de modo que a área abriga um alto potencial arqueológico, com
bons níveis de preservação.
•Sítio Busca-pé - localizado na rodovia PA-483, às margens do igarapé Tauá. O local é usado como
residência e área de cultivo, com árvores frutíferas e roças de mandioca. O solo é arenoso e gran-
de parte da camada superficial já foi retirada; entretanto, nos locais em que permanece, demons-
tra boa espessura e cor escura. O material arqueológico encontra-se em superfície e enterrado,
com vestígios em formas circulares indicando a existência de prováveis vasilhas. Os fragmentos
cerâmicos apresentam-se em alta densidade, bastante frágeis e estão distribuídos ao longo da
área de circulação dos moradores.
•Passagem João Carlos - O levantamento da possível presença de material arqueológico na área
de implantação do empreendimento (ADA – Área Diretamente Afetada) incluiu o levantamento
parcial no perímetro (acompanhando a rodovia PA-483), nas proximidades da área de implantação
da tubovia de insumos e da galeria de efluentes futura retro-área
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Embora o levantamento tenha sido bastante dificultado pela falta de acessos e da ocorrência de
áreas restritas à polícia federal, foi localizado na Passagem João Carlos, bairro Castanheira (Vila
do Conde), ao lado da área pertencente ao porto da CDP (Porto de Vila do Conde), um sítio ar-
queológico, com grande densidade de material cerâmico, faianças e rocha com marcas de uso,
tudo em superfície. De acordo com Francisco Costa Azevedo, morador da passagem, o local é de
propriedade do Sr. Raimundo, que reside em outro bairro da vila. O sítio ocupa uma área que se
estende para o terreno da Companhia Docas do Pará (área restrita).
O material arqueológico está disperso por toda a área, desde a terra firme até a várzea do igarapé
do Dendê. O solo é arenoso e ainda conserva a camada de terra preta. Parte da cobertura vegetal
que circunda o sítio é de mata secundária, bastante conservada, principalmente nas áreas atu-
almente interditadas. O fato da área ser recortada por vários igarapés aumenta a possibilidade
da existência de outros sítios arqueológicos. Todavia, existe uma área já alterada pela ocupação
humana, uma vez que o local está no limite da malha urbana. Silveira e Marques (2004), durante
o levantamento de potencialidade arqueológica no município de Barcarena, localizaram e carac-
terizaram o material arqueológico deste sítio como pré-histórico e caboclo.
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Agora que você já sabe como será a Refinaria ABC e conheceu como é a situação atual da região
onde será implantada, vamos falar do objetivo principal deste RIMA: a identificação dos impactos
sobre o meio ambiente, que poderão ser causados pela Refinaria ABC.
Para avaliar os impactos, são consideradas todas as etapas do projeto: planejamento, implantação
e operação da Refinaria ABC. A análise foi realizada pela equipe técnica do Estudo de Impacto Am-
biental (EIA), que utilizou métodos de análise específicos para avaliar como as atividades em cada
etapa do projeto poderão causar impactos positivos ou negativos, tanto ao meio ambiente como
às pessoas que estão nas áreas de influência deste empreendimento.
A identificação de cada impacto é feita por um tipo de medição que determina se ele é de baixa,
média ou alta magnitude. É considerado também o tempo de cada impacto, que pode ser tempo-
rário ou permanente. Este detalhamento pode ser acompanhado no EIA da Refinaria ABC.
Após a identificação e classificação dos impactos, você vai conhecer as ações de gestão que abran-
gem o controle, a redução (mitigação) e a sua compensação.
A Etapa de Planejamento
Normalmente, as atividades de planejamento de empreendimentos industriais ocasionam impac-
tos de caráter socioeconômico, envolvendo as partes interessadas e questões sobre que oportuni-
dades ou impactos podem ser esperados como conseqüência da instalação de tais projetos.
O caso da Refinaria ABC não constitui uma exceção. A análise dos impactos revela que as ativi-
dades de licenciamento ambiental, aquisição dos terrenos, relocação de ocupantes e divulgação
de informações relativas ao projeto compreendem as principais atividades geradoras de impactos
nesta etapa.
Num primeiro momento, a simples divulgação de informações poderá gerar expectativas que não
necessariamente correspondem às mudanças a serem provocadas pelo empreendimento. Estas
expectativas, por sua vez, poderão ser responsáveis por efeitos (impactos) indiretos negativos.
Um destes efeitos estaria relacionado à atração de imigrantes vindos de outras regiões do Pará e
também de fora do Estado em busca de possíveis oportunidades de emprego. Esse efeito, reforça-
do pela insuficiência de mão-de-obra local capacitada para serviços especializados, será minimi-
zado pela Refinaria ABC, que manterá nos contratos com as empreiteiras a diretriz de priorização
de mão-de-obra desmobilizada e qualificada de outras obras locais, fazendo deste um impacto
reversível.
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Paralelo a este, prevê-se ainda um impacto indireto associado à especulação imobiliária, que é
a intenção de obter lucros com o aumento do valor dos imóveis em Barcarena, decorrente do
aumento da procura por residências e hospedagem, esperado por conta do empreendimento. Um
desdobramento desse efeito seria o deslocamento de populações de baixa renda, mudando-se de
áreas mais estruturadas e valorizadas pela especulação imobiliária para áreas menos servidas e até
mesmo irregulares. Mais uma vez, porém, observa-se aqui um impacto temporário e reversível,
tanto mais quanto maior for a contratação de mão-de-obra local, o que manteria a demanda do
empreendimento por moradias nos níveis mais baixos possíveis.
Um segundo grupo de atividades de planejamento com efeitos socioeconômicos refere-se à aqui-
sição de propriedades pela Refinaria ABC. A desocupação dos terrenos onde a Refinaria ABC será
implantada, com a relocação dos atuais ocupantes, é de responsabilidade da CDI/Iterpa (Insti-
tuto de Terras do Pará). Num primeiro momento, um possível impacto relacionado a este proces-
so compreenderia a geração de conflitos de interesse, onde os atuais ocupantes poderiam limi-
tar o acesso às áreas devido a insatisfações quanto à necessidade de desocupação ou quanto aos
critérios e valores da negociação.
Posteriormente, a realocação deste grupo poderia contribuir com o impacto já mencionado acima,
de provocar a ocupação irregular. Considerando-se as condições socioeconômicas dos ocupantes e
as características das benfeitorias ali presentes, há uma tendência à ocupação de áreas de baixo
custo e próximas a escolas, postos de saúde e transporte coletivo. No entanto, os terrenos mais
atrativos, neste caso, são aqueles com titularidade irregular, geralmente sem infra-estrutura de
saneamento, entre outros aspectos negativos.
Finalmente, uma vez desocupadas estas áreas, observa-se uma alteração de uso das terras, onde
as atividades agrícolas de subsistência atualmente desenvolvidas nos terrenos da futura Refinaria
ABC passariam a apresentar um uso industrial, implicando na perda de solos agrícolas produtivos.
Cumpre salientar que estas atividades poderão se restabelecer na região, ocupando solos de mes-
ma classe e de mesmo e ou maior potencial produtivo. Um ganho adicional poderá se dar pela
capacitação para utilização de técnicas de manejo mais avançadas.
Em termos gerais, os impactos socioeconômicos negativos vinculados às atividades de planejamen-
to da Refinaria ABC diluem-se e têm sua importância reduzida em função da instalação de outros
empreendimentos na região (incluindo a Expansão 3 da Alunorte), cuja mão-de-obra, a maioria de
Barcarena, deverá ser aproveitada para a instalação da Refinaria ABC.
Mesmo assim, o projeto da Refinaria ABC inclui uma série de planos e programas que visam eli-
minar ou gerenciar tais impactos. Dentre estes planos, destacam-se o Plano de Comunicação
Social e de Relacionamento com as Partes Interessadas e o Plano de Desocupação da Área,
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este especificamente destinado a apoiar a CDI na questão de aquisição de propriedades e reloca-
ção de seus ocupantes.
Na verdade, é através da aplicação desses planos que se verifica a ocorrência de um impacto po-
sitivo durante a fase de planejamento, onde a divulgação de informações sobre o projeto atinge
as diversas partes interessadas no empreendimento, fortalecendo as relações sociais e identidade
cultural das pessoas pertencentes aos grupos, que poderão mobilizar-se em torno de uma questão
comum.
Outro impacto decorrente da etapa de Planejamento é a geração de expectativa de negociação
por parte dos atuais ocupantes dos terrenos, o qual poderá ser igualmente tratado através da di-
vulgação do Plano de Desocupação, contribuindo para a explicitação de interesses comuns e o con-
seqüente fortalecimento das relações comunitárias. Para a minimização desses impactos, haverá
o Plano de Fomento ao Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável e o Plano de Comunicação
Social e de Relacionamento com as Partes Interessadas.
A Implantação da Refinaria ABC
Nesta fase, os impactos mais significativos serão aqueles relacionados ao desmatamento do ter-
reno e às obras de movimentação de solo (terraplenagem). Estas ações serão necessárias para a
construção de vias de acessos, canteiro de obras e todas as estruturas que requeiram escavações
ou aterros.
Impactos Sobre o Meio Físico
Estes impactos poderão ocorrer a partir das atividades de retirada de vegetação, escavações e
aterros, responsáveis pela exposição do solo pela retirada da cobertura vegetal. O solo exposto
fica mais sujeito à ocorrência de erosão – desgaste produzido na camada de terra. Como efeito
indireto destas atividades, observa-se a possibilidade de assoreamento de corpos d’água - acu-
mulação de terra, areia e outros materiais nos rios e igarapés - e conseqüente alteração das suas
características (como a turbidez). Este impacto poderá ocorrer principalmente no igarapé Tauá e
no rio Arienga.
É sempre importante lembrar que este tipo de impacto é comum à implantação de qualquer em-
preendimento industrial de porte, sendo totalmente reversível e, mais importante, controlável
através da adoção de práticas usuais de engenharia. Além da adoção dos controles das causas
desse impacto, a Refinaria ABC ainda contempla um Programa de Controle de Processos Erosivos,
especificamente destinado para tratar deste impacto (diminuição do impacto), reduzindo seus
efeitos da maneira mais eficiente possível.
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Poderá ocorrer alteração das propriedades de solo e das águas superficial e subterrânea, caso
corra contaminação do solo por resíduos diversos, em especial os resíduos contendo óleo, gerados
por atividades desenvolvidas no terreno da futura Refinaria e no canteiro de obras. Também serão
adotadas medidas para garantir a operação adequada das fossas sépticas e da Estação de Efluentes
Sanitários.
Vale destacar que a etapa de implantação contará com diversos sistemas de controle da qualidade
ambiental destinados para a contenção de sedimentos, coleta e disposição adequada dos resíduos
citados, tais como: o sistema de drenagem superficial no entorno das áreas descobertas sujeitas a
ações de chuvas, o sistema de regularização de vazão e Sumps para contenção de sólidos; pátio de
lavagem, tanque de decantação do efluente líquido e reuso do mesmo no Processo da Central de
Concreto; praça de manutenção para equipamentos móveis, dotada de sistemas de controle ade-
quados (Separador de Água e Óleo (SAO) e piso impermeabilizado). Além disso, existem medidas
eficientes de gestão de resíduos – lixo -, a serem adotadas durante toda a etapa de implantação
do empreendimento, trazendo estes impactos a níveis bem pouco significativos, as quais se encon-
tram no Programa de Gestão de Resíduos e no Programa de Gestão dos Recursos Hídricos.
Quanto à qualidade do ar, poderão ocorrer alterações localizadas, temporárias e reversíveis em
função da geração de poeiras através da movimentação de máquinas e veículos diversos no de-
correr de praticamente todas as atividades de implantação, com destaque para os trabalhos de
terraplenagem. Para minimizar esse impacto, será implantado o Programa de Gestão da Qualidade
do Ar.
No que diz respeito à disponibilidade de águas subterrâneas, o uso destas águas poderá causar uma
diminuição do nível do lençol freático - camada superior das águas subterrâneas - nas proximida-
des do poço que será perfurado. Esse impacto é temporário e pode ser evitado a partir do estudo
das vazões - volume de água - dos poços utilizados.
O asfaltamento e a impermeabilização de áreas no terreno da futura Refinaria poderão causar o
aumento das vazões no igarapé Tauá e no rio Arienga, durante o período de chuvas. Para evitar
este tipo de alteração, serão adotados controles de vazão que irá permitir o lançamento contro-
lado das águas de chuva nestas drenagens.
A movimentação de máquinas e veículos irá causar alteração do nível de ruído atual. Mesmo com
estas alterações, a área vizinha ainda terá um nível de ruído menor do que estabelece a legislação
federal, para áreas consideradas industriais.
Estes impactos da fase de implantação são absolutamente temporários e reversíveis, cessando
após o final da construção. A exceção é o impacto de alteração do regime dos rios, mas este
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impacto é de baixa magnitude e será controlado por medidas que já serão implantadas durante a
construção da Refinaria.
Impactos Sobre o Meio Biótico
Os impactos mais significativos sobre o meio biológico durante a etapa de implantação do em-
preendimento deverão ser ocasionados por atividades relacionadas aos processos de supressão da
vegetação (desmatamento) e às atividades de manutenção em geral.
A implantação da Refinaria ABC, como um todo, estará associada a um processo de supressão de
vegetação que totalizará uma área de 535 hectares incluindo parte do terreno do futuro empre-
endimento e a faixa de servidão para instalação da galeria de efluentes e da tubovia de insumos
entre a Refinaria e a futura retro-área situada na área da Companhia de Docas do Pará. A vegeta-
ção a ser removida caracteriza-se por formações de Floresta de Terras Baixas de estágio inicial e
médio de desenvolvimento, associadas a ecossistemas de origem humana, como áreas de cultivo,
pastagens e capoeiras.
A remoção dessa vegetação também representará a perda de hábitats, ou seja, a perda de áreas
para os animais e redução de alimentos para as populações de animais silvestres encontradas no
local, provocando sua mudança para outras áreas de vegetação nas proximidades. A redução de
hábitats ainda pode ocasionar o isolamento de animais ou a competição por espaço e alimentação,
além de tornar algumas espécies mais vulneráveis à caça predatória.
Em qualquer projeto de implantação de empreendimentos industriais, a remoção de vegetação
para preparo do terreno constitui, obviamente, um impacto permanente. Assim, a minimização
deste tipo de impacto fica basicamente por conta de dois tipos de medidas ou ações a serem
incorporadas ao projeto: medidas ou programas de gestão, destinados a reduzir as intervenções
de desmatamento ao mínimo necessário; e, medidas de compensação destinadas a repor a área
desmatada em outros pontos próximos, enriquecendo ou mesmo recuperando ecossistemas locais
descaracterizados.
No caso da Refinaria ABC, as medidas de gestão serão representadas por um Programa de Supressão
da Vegetação, um Plano de Translocação da Fauna Terrestre e uma parte do Programa de Educação
Ambiental destinado aos trabalhadores da obra, conscientizando-os sobre os danos ambientais
relacionados à caça e captura de animais e importância da conservação dos recursos vegetais lo-
calizados ao lado do empreendimento.
Já as medidas destinadas a compensar a vegetação suprimida no terreno destinado à Refinaria estarão contem-
pladas em um Programa de Recuperação de Várzeas e Formações de Terras Baixas na Área de Influência Direta.
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Através deste conjunto de medidas, os impactos de remoção da vegetação e efeitos associados
sobre a fauna serão trazidos para níveis aceitáveis e passíveis de gerenciamento.
Um segundo conjunto importante de atividades geradoras de impactos sobre o meio biológico nes-
ta etapa relaciona-se à geração de efluentes líquidos diversos e oleosos, à geração de sedimentos
e à geração de resíduos diversos. Estes aspectos apresentam implicações na qualidade da água dos
rios e igarapés que receberão os efluentes do empreendimento, cujos mecanismos principais já
foram discutidos anteriormente e afetam a biota – fauna e flora de uma região - aquática.
Neste caso, porém, e concentrando-se no igarapé Tauá e no rio Arienga, os efeitos sobre o meio
biológico estariam associados a alterações na qualidade das águas pela quantidade de sedimentos
ou resíduos jogados, provocando uma redução de número e quantidade da biota aquática.
No entanto, além de reversível, este impacto é pouco significativo, seja pelo volume de material
envolvido, seja pela adoção das medidas de controle e contenção de resíduos anteriormente des-
critas. Para minimizar esses impactos, ocorrerá um Programa de Monitoramento das Comunidades
Aquáticas e um Plano de Gestão de Resíduos.
O mesmo tipo de análise se aplica à possibilidade de contaminação de alguns grupos de organismos
aquáticos por resíduos oleosos que venham a atingir aqueles corpos d’água, onde as medidas de
controle consigam evitar a contaminação adequadamente. Neste caso, também, a reversibilidade
do impacto estaria ligada ao fato do mesmo, caso aconteça, permitir o restabelecimento dos indi-
víduos afetados ou mesmo sua reposição no ambiente.
Durante a etapa de implantação também ocorrerá um aumento na geração de resíduos de diversos
processos, favorecendo a criação de um ambiente adequado para a proliferação de vetores pre-
judiciais às condições de saneamento e à saúde humana. Como forma de minimizar esse impacto,
haverá um Programa de Monitoramento das Populações de Vetores de Enfermidades e Plano de
Gestão de Resíduos.
Impactos Sobre a Socioeconomia
A maioria dos impactos negativos das atividades de implantação da Refinaria ABC sobre elementos
socioeconômicos resulta da combinação entre o porte das ações envolvidas nesta etapa, concen-
tradas em um contingente médio de 4.000 empregados diretos ao longo do período de instalação
do empreendimento, e as fragilidades sociais e econômicas regionais.
É ainda importante salientar que, seguindo o padrão usual de estudos de impacto ambiental para
unidades industriais, é também sobre o meio socioeconômico que se observa o maior número de
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impactos positivos, justamente relacionados à geração de empregos diretos e indiretos, geração
de rendas, recolhimento de impostos e efeitos associados.
Em um primeiro momento, observa-se a continuidade, intensificada ou não, de alguns dos efeitos ini-
ciados na etapa de planejamento. Assim, por exemplo, um impacto que se repete nesta etapa é o pos-
sível afluxo de imigrantes para a região de Barcarena, decorrente da abertura de frentes de trabalho
temporárias e da aquisição de bens e serviços, com desdobramentos sobre a economia local.
Prevê-se a contratação direta e indireta de um número médio de 3.000 a 4.000 pessoas, podendo
atingir até 7.000 pessoas no período de pico das obras. Além disso, a falta de estruturação dos
fornecedores locais de produtos e serviços especializados para suprir as demandas da instalação do
empreendimento pode levar as contratações fora de Barcarena e região, ocasionando migrações
internas ou mesmo interestaduais.
Entretanto, conforme já mencionado para o impacto correspondente na fase de planejamento, a
instalação de empreendimentos do próprio setor mínero-metalúrgico na AID irá contribuir para o
aproveitamento local de mão-de-obra qualificada, desmobilizada de outros projetos e da infra-
estrutura associada, reduzindo os fluxos migratórios e minimizando a geração de novos impactos
na base urbana local. Nesse sentido, vale destacar a dinâmica entre as obras da Refinaria ABC e
da expansão da Alunorte. Contribui ainda mais para atenuar tais efeitos, o objetivo da Refinaria
em priorizar a contratação de mão-de-obra nos municípios de Barcarena e Abaetetuba, e até das
cidades vizinhas (Grande Belém). Também nesta etapa, os planos propostos para a fase de plane-
jamento atuam positivamente no sentido de gerenciar estes efeitos e otimizar a reversibilidade
deste impacto. Como forma de minimizar esses impactos, acontecerá o Programa de Fomento ao
Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável do Território.
Como desdobramentos do afluxo de pessoal para a região, ainda se esperam os seguintes impactos
de caráter socioeconômico na região de Barcarena:
•Aumento de problemas sociais: o contingente atraído para a região com expectativa de trabalho
contribuirá para o aumento de problemas sociais existentes, tais como aumento da prostituição,
do consumo de álcool, do tráfico de drogas e, indiretamente, dos índices de violência. Este impac-
to é reversível e gerenciável através de ações de fomento ao desenvolvimento local promovidas
pelos parceiros e partes interessadas no empreendimento, assim como pela aplicação específica
de um programa de conscientização voltado aos trabalhadores das obras. Como forma de minimi-
zar esse impacto, acontecerá o Programa de Fomento ao Desenvolvimento Socioeconômico Susten-
tável e Programa de Educação Ambiental, além do apoio a programas governamentais de geração
de alternativa de atividades culturais, de recreação e lazer aos trabalhadores da obra.
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•Aumento de ocorrências de doenças ou surgimento de outras junto à população local, trazidas de
outras regiões através de fluxos migratórios. Este impacto é agravado pela diminuição da oferta
de serviços e o aumento de problemas sociais, mas pode ser minimizado e revertido através de
parcerias com os governos locais de Barcarena e Abaetetuba, apoiando medidas para a prevenção
e minimização da ocorrência de problemas de saúde pública. (Programa de Fomento ao Desenvol-
vimento Socioeconômico Sustentável).
•Pressões sobre a infra-estrutura de serviços públicos. O estabelecimento de local de moradia
para a mão-de-obra contratada nesta etapa gerará demandas sobre serviços e estruturas como
o abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, coleta e disposição de lixo, varrição,
saúde, educação e habitação, podendo gerar a necessidade de expansões para acomodar o aten-
dimento a essa nova população. Em que pese a priorização de contratação de trabalhadores locais
e a existência de alojamentos de outros projetos locais que podem ser aproveitados, ainda se
prevê a necessidade de alojamentos para cerca de 750 pessoas. Este impacto pode ser mitigado,
por exemplo, através do apoio a projetos de melhoria da qualidade e quantidade de serviços pú-
blicos locais, assim como pelo aumento no número de vagas em alojamentos municipais através
de parceira com a prefeitura de Barcarena. Para minimizar esse impacto, ocorrerá um Programa
de Fomento ao Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável e apoio a projetos de melhoria da
qualidade e quantidade de serviços públicos.
•Um efeito que se inicia durante a fase de planejamento e se materializa nesta etapa é o inflacio-
namento do mercado imobiliário através da demanda por moradia para a mão-de-obra contratada.
Este impacto será parcialmente contido pela concomitância temporária com as obras de expansão
da Alunorte, com aproveitamento do contingente nas obras da Refinaria ABC. Além disso, o mes-
mo plano de comunicação proposto para a etapa de planejamento atuará neste caso, reduzindo
as expectativas quanto ao aumento da demanda causado pelo empreendimento. Será implantado
um Plano de Comunicação Social e de Relacionamento com as Partes Interessadas, para minimizar
esse impacto.
A contraparte dos efeitos da geração de empregos temporários acontece justamente durante a
desmobilização desse contingente de trabalhadores, ao término das obras de implantação. Neste
caso, um primeiro efeito seria observado no aumento dos índices de desemprego regionais associa-
do a trabalhadores locais desmobilizados e, sobretudo, à parcela de trabalhadores que, não sendo
absorvida pelo mercado local, não pode ou não deseja retornar a seus locais de origem.
A redução do nível de renda e de consumo dessa parcela da população poderá contribuir para a
ocupação de áreas desprovidas de infra-estrutura e serviços ou ainda em situação de irregularida-
de fundiária, aumentando o cenário de ocupação irregular.
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Finalmente, esse contingente de desempregados poderá contribuir para o aumento dos índices de
consumo de álcool, tráfico de drogas e, indiretamente, dos índices de violência.
Entretanto, considerando-se a provável dinamização dos efeitos sobre a economia local devido a
expansões e instalações de novos empreendimentos da cadeia minerária e metalúrgica, atingindo
os setores imobiliário, alimentício, têxtil etc. estes impactos deverão ter suas intensidades re-
duzidas pelo aproveitamento da mão-de-obra liberada a partir do final da instalação da Refinaria
ABC e com a provável qualificação que esta mão-de-obra terá adquirido ao final do período de
implantação.
Este reaproveitamento pode ser fortalecido pelo empreendedor através de apoio a outros setores
sociais para a implementação de medidas direcionadas à criação de alternativas para geração de
emprego e renda após a finalização das obras, tais como o apoio à recolocação de mão-de-obra na
construção civil, apoio à capacitação da mão-de-obra para absorção em outras atividades vincu-
ladas ao empreendimento como o fornecimento de serviços ou ainda como funcionários na etapa
de operação da Refinaria; e parcerias no apoio a medidas para dinamização econômica local. Tudo
isso estará no Programa de Fomento ao Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável, que acon-
tecerá para minimizar o impacto.
Além destes, existe um grupo de impactos relacionados aos efeitos das atividades desenvolvidas
durantes as obras e componentes ambientais próximos. Dentre estes impactos, destacam-se os
descritos a seguir.
•A sobrecarga da rede viária local em função do aumento do volume de tráfego de ônibus, cami-
nhões e outros veículos transportando trabalhadores, equipamentos e materiais, causando trans-
tornos a usuários desta rede. Este impacto é esperado principalmente nas rodovias PA-481 e PA-
483, próximas à área de Refinaria ABC. Trata-se, porém, de um impacto temporário, reversível e
mitigável através de medidas normais de gerenciamento e controle de tráfego, tais como plane-
jamento de rotas e horários de viagens, sinalização, controle de cargas, etc. Um ganho associado
às ações de gestão poderá se dar pela melhoria da rede viária e da sinalização, com o aumento do
conforto e da segurança viária. Haverá um Programa de Sinalização e Controle do Tráfego como
forma de minimizar esse impacto.
•Desconforto de comunidades vizinhas à área das obras em função do aumento no nível de ruído
causado pelos trabalhos de implantação, com funcionamento de máquinas e equipamentos. Du-
rante as obras o ruído gerado ficará em níveis permitidos pela legislação. Este impacto é tempo-
rário e totalmente reversível, pois acaba quando se desligam as máquinas e os equipamentos que
geram o ruído.
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•Desconforto de comunidades vizinhas, causado pela geração e levantamento de poeiras a partir de
atividades diversas desenvolvidas na etapa de implantação, como o transporte de materiais; constru-
ção de vias de acesso, rotatórias e pátio de estocagem; obras civis e construção de estruturas diversas,
incluindo as galerias de transporte; implantação e operação do canteiro de obras, etc.. Este impacto é
igualmente reversível e facilmente mitigável através da adoção de medidas simples e comuns a obras
deste tipo, incluindo a programação e controle das atividades de transporte. Como forma de minimizar
o impacto, acontecerá o Programa de Sinalização e Controle do Tráfego.
•A geração de resíduos diversos associados a inúmeras atividades de implantação, desde o preparo
inicial do terreno até a operação de estruturas de apoio, como o canteiro de obras, escritórios,
ambulatório, e instalações sanitárias, entre outros. O envio desses resíduos para aterros aumen-
tará a necessidade de superfície dos locais de disposição. Nos casos de aterros confinados, a dis-
posição dos resíduos gerados no empreendimento ocasionará a redução no seu tempo de vida útil.
Além dos sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos a ser incorporado à etapa de implantação
como um todo, este impacto pode também ser mitigado através do estudo de parcerias para a
construção/gerenciamento de novos aterros, tanto para a disposição de resíduos domésticos como
industriais. (Todas essas ações de minimização de impactos estão previstas no Programa de Gestão
de Resíduos)
•Vale analisar também que a cultura popular da região do empreendimento, a exemplo de toda
a região amazônica, vem sofrendo impacto por inúmeros fatores, e que com a implantação da
Refinaria, sofrerá devido a movimentação e o deslocamento da mão-de-obra contratada para a
instalação da Refinaria ABC. Está previsto a mitigação desse impacto com o estabelecimento do
Programa de Valorização do Patrimônio Sociocultural e Arqueológico.
•Impactos sobre o patrimônio arqueológico como decorrência das obras de preparo do terreno e
construção da Refinaria e das galerias de transporte. Este impacto pode ser prevenido eficien-
temente através de um Programa de Prospecção Arqueológica que resulte em registro acurado
dos sítios arqueológicos em risco, a ser considerado no detalhamento do projeto minimizando
interferências com o sitio. Caso se considere necessário este programa poderá ser seguido de um
Programa de Resgate Arqueológico. Vale lembrar que o Programa de Valorização do Patrimônio
Sociocultural e Arqueológico também minimizará os efeitos desse impacto sobre o patrimônio
arqueológico
•Alteração da paisagem através da limpeza do terreno e construção da Refinaria, propriamente
dita, e da tubovia. Embora a paisagem natural no local já tenha sofrido alterações pela ação
humana, medidas de mitigação foram sugeridas, com destaque para a manutenção de faixa com
cobertura original densa em torno do empreendimento, de modo a preservar a paisagem à altura
dos olhos.
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Em termos de impactos positivos, é mais uma vez a abertura de frentes de trabalho temporárias a
ação responsável pela maior parte dos efeitos. Num primeiro momento, a própria geração média
de 4.000 empregos diretos e uma quantidade estimada de 2.800 empregos indiretos reveste-se de
um caráter positivo como efeito por si só e também como causa de desdobramentos positivos indi-
retos, sobretudo sobre a economia local. O objetivo do Programa de Fomento ao Desenvolvimento
Socioeconômico Sustentável é incentivar esse impacto através das ações já mencionadas.
Estes impactos podem ser potencializados, seja através da capacitação da mão-de-obra local e
coordenação com outras obras, como, por exemplo, a Expansão 3 da Alunorte, seja através de
parcerias para capacitar essa mão-de-obra e dinamizar a economia local.
Dentre os efeitos positivos da geração de empregos encontram-se:
•A contribuição indireta para a melhoria da qualidade de vida por meio do aumento do poder aqui-
sitivo dos trabalhadores, através do pagamento de salários e associado a um aumento do padrão
de consumo desta população.
•O aquecimento do mercado imobiliário local, ainda que em pequena escala e desta vez sob um
caráter positivo, relacionado à busca por imóveis para residência temporária realizada pela par-
cela da mão-de-obra qualificada que não será acomodada em alojamentos.
Em paralelo a estes efeitos, a mobilização de pessoal e a aquisição de bens e serviços relacionados
à implantação da Refinaria ABC, como um todo, deverão ser responsáveis por impactos positivos
de caráter econômico através do aumento na arrecadação de tributos, beneficiando as esferas
governamentais correspondentes a cada tipo de imposto recolhido.
O mesmo conjunto de ações, desta vez acrescida da demanda por serviços especializados, apre-
sentará um efeito mais genérico de dinamização da economia local e regional por meio da compra
de produtos, equipamentos e serviços e, indiretamente, devido ao aumento da renda dos traba-
lhadores dos setores envolvidos, assim como de seu poder aquisitivo e do volume de consumo,
expandindo a produção e o emprego nas atividades relacionadas à venda de bens de consumo e
prestação de serviços. A potencialização desses impactos está prevista no Programa de Fomento
ao Desenvolvimento Sustentável do Território.
O Funcionamento da Refinaria ABC
Na etapa de operação da Refinaria ABC, os impactos mais significativos são aqueles relacionados às
emissões geradas pelo funcionamento da Refinaria, tais como efluentes tratados, gases, material
particulado, ruído e resíduos. Segue uma breve descrição dos impactos identificados:
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Impactos Sobre o Meio Físico
Quanto à qualidade do ar, os principais compostos presentes nas emissões gasosas geradas pela ope-
ração da Refinaria ABC são o material particulado, dióxido de enxofre (SO2) e dióxido de nitrogênio
(NO2), existentes nos gases de combustão gerados nos fornos de calcinação e nas caldeiras.
Para fornecer subsídios à avaliação deste impacto, o EIA contou com um estudo de dispersão
atmosférica, onde se determinaram as concentrações daqueles poluentes ao nível do solo. O es-
tudo é realizado a partir de um programa que constrói um modelo de como os poluentes vão se
comportar na atmosfera e compara a situação aos padrões existentes na legislação ambiental bra-
sileira (CONAMA). O estudo considerou a existência e funcionamento de dispositivos de controle
nas fontes de geração dos gases avaliados, uma vez que estes dispositivos fazem parte integrante
dos sistemas de controle ambiental projetados para a Refinaria, sendo eles: ciclones e precipita-
dor eletrostático para os fornos de calcinação, e neutralização de dióxido de enxofre (SO2) com
calcário e filtros de manga para as caldeiras. Além disso, o modelo considera sempre as condições
críticas de emissões e dispersão, procurando assim trabalhar com o pior cenário possível em ter-
mos de poluição atmosférica.
Os resultados obtidos indicaram que, para os três poluentes estudados, as concentrações cal-
culadas ao nível do solo estarão sempre significativamente abaixo dos Padrões de Qualidade do
Ar definidos pelo CONAMA. Estes resultados, ainda que relacionados a um impacto permanente,
configuram uma contribuição pequena da operação da Refinaria à deterioração da qualidade do
ar local. Mesmo assim, um Programa de Gestão da Qualidade do Ar será colocado em prática pela
Refinaria ABC, de maneira a garantir a manutenção desses níveis de emissão dentro de patamares
mínimos, incluindo campanhas de monitoramento da qualidade do ar.
No que diz respeito à qualidade das águas, ainda que se considere o tratamento previsto para
todos os efluentes líquidos gerados na Refinaria e a correta eficiência dos sistemas de tratamento
adotados, partimos do pressuposto de que qualquer lançamento pode, ainda que teoricamente,
causar modificações nas condições anteriores do corpo d’água. A Estação de Tratamento de Efluen-
tes Industriais (ETEI) receberá os esgotos líquidos de todas as atividades industriais, assim como
efluentes pluviais contaminados de alguma forma pelo processo. Após o tratamento serão enca-
minhados, por meio de uma tubovia, para lançamento no rio Pará. Após o tratamento os efluentes
atenderão ao padrão de lançamento estipulado pela Resolução CONAMA 357/05 e não provocarão
alteração da classe do corpo receptor.
Eventual alteração da qualidade das águas poderá estar associada à geração de sedimentos duran-
te a construção de novas células do DRS – Depósito de Rejeitos Sólidos, e ao assoreamento de dre-
nagens, mas esta etapa de construção de novas células será realizada com a adoção dos mesmos
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controles previstos para a fase de implantação.
Mesmo considerando que os efluentes estarão de acordo com a legislação brasileira, foi proposto
um Programa de Gestão dos Recursos Hídricos e Programa de Gestão de Resíduos.
Durante a operação da Refinaria serão gerados resíduos oleosos, óleos usados e óleos solúveis,
durante a operação do Separador Água-Óleo (SAO) e durante as atividades de manutenção e lu-
brificação. Também é esperada a geração de resíduos sólidos em geral, como sucatas; resíduos
domésticos; embalagens de produtos químicos diversos; cinzas, gesso, carvão e areia da caldeira e
lodos da ETE. Estes dois grupos representam potenciais agentes de contaminação do solo e/ou da
água subterrânea. Para isso, a Refinaria, como um todo, contará com um sistema de gestão de re-
síduos sólidos voltado para a geração, coleta e disposição adequada desses resíduos, trazendo este
impacto para uma escala mínima, a ser implantada através do Programa de Gestão de Resíduos.
Uma outra atividade associada a alterações nas propriedades do solo diz respeito a construção de
novas células do Depósito de Resíduos Sólidos (DRS). À semelhança das obras de escavação e aterro
da fase de implantação, a terraplenagem das áreas destinadas a estas células e a construção das
mesmas também poderão ocasionar processos erosivos, levando à instabilização de taludes.
À semelhança dos impactos similares observados na fase de implantação, os trabalhos de terra-
plenagem contarão com sistemas de drenagem superficial no entorno das áreas descobertas e
dispositivos para a contenção de sólidos, minimizando os efeitos descritos. Além disto, Programas
de Contenção dos Processos Erosivos específicos para esta etapa foram dimensionados e serão
postos em prática de maneira a gerenciar a relação de causa e efeito entre aquelas atividades e
as propriedades estruturais do solo.
Finalmente, a operação da Refinaria como um todo deverá provocar alteração do nível de ruído
em suas áreas circunvizinhas. Os principais equipamentos geradores de ruído durante a etapa de
operação da Refinaria corresponderão às operações dos equipamentos dos processos industriais,
tais como os sopradores e compressores de ar, bombas de grande vazão para polpa de licor, aque-
cedores de licor das Unidades de Digestão, bombas de vácuo de grande capacidade e caldeiras a
vapor para co-geração de energia.
A título de comparação, medições no nível de ruído foram realizadas em uma área de 300 metros
ao redor do ponto central da Alunorte, escolhida em função da similaridade entre o processo desta
indústria e o da futura Refinaria ABC.
Os resultados indicaram que os níveis de ruído permanecerão dentro dos limites permitidos pela
legislação ambiental, considerando a área como um distrito industrial. Cabe destacar que o proje-
to da ABC já contempla a adoção de controles como o enclausuramento de motores e a aquisição
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de equipamentos fornecidos pelo fabricante com limite máximo de ruído (85 dB(A)), o que reduz
ainda mais a magnitude deste impacto. Haverá um Programa de Gestão de Ruídos para minimizar
esses impactos.
Outra fonte geradora de ruído refere-se ao tráfego de caminhões graneleiros que transportarão o
carvão da retro-área para a refinaria e a alumina da refinaria para a retro-área. Com isso, haverá
um acréscimo no volume de trafego de veículos da ordem de 12 caminhões graneleiros/hora na
rodovia PA 483, o que deverá gerar um nível de pressão sonora de aproximadamente 61 dB(A),
considerando-se uma velocidade máxima dos caminhões de 60 Km/h.
A área lindeira e adjacente à rodovia PA 483 é considerada zona industrial, cuja atual ocupação do
solo é compatível com esta classificação. Portanto deve ser considerado um NCA de 70 dB(A) para
o horário diurno e 60 dB(A) para o horário noturno.
Como os limites dos níveis de ruído permanecerão dentro daqueles estabelecidos pela norma ABNT
NBR 10151/2000 no horário diurno e com uma leve alteração, no limiar da percepção humana, de
2dB(A) no horário noturno o impacto foi considerado irrelevante, pois será compatível ao nível de
ruído permitido para áreas industriais.
Impactos Sobre o Meio Biótico
A operação da Refinaria ABC deverá ser responsável por poucos impactos sobre o meio biológico.
A exceção mais notável refere-se ao processo de construção das novas células do DRS, onde se faz
necessária a remoção da cobertura vegetal (desmatamento) e preparo do terreno através de obras
de solo (terraplanagem). Por conta destas atividades, repetem-se nesta etapa os impactos lista-
dos para a etapa de implantação da Refinaria. Neste caso, porém, deve-se salientar o caráter não
contínuo destes impactos, uma vez que as células serão construídas em intervalos de tempo. Além
disto, dadas as diferenças de porte entre a terraplanagem prevista para a etapa de implantação e
as obras de limpeza e preparo dos terrenos destinados às células do DRS, fica evidenciado também
a escala reduzida deste impacto durante a fase operacional do empreendimento.
De qualquer maneira, os seguintes efeitos são esperados sobre o meio biológico como resultado
das atividades de construção dessas células:
•retirada da cobertura vegetal, provocando a perda de remanescentes das formações de Terras
Baixas e a redução na oferta de alimentos para a fauna associada a essa vegetação, provocando a
migração da mesma;
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•isolamento de indivíduos da fauna e competição por espaço e alimentação; e
•redução de hábitats causando o deslocamento de animais para áreas onde possam se tornar vul-
neráveis à caça predatória.
A gestão deste impacto passa pelos mesmos programas e medidas considerados para a etapa prece-
dente, porém adequados às características específicas das áreas e atividades desta etapa. Incluem-se
aqui Programa de Supressão de Vegetação, Programa de Recuperação de Várzeas e de Formações de
Terras Baixas na Área de Influência Direta, Programa de Monitoramento da Fauna e Flora e Programa
de Educação Ambiental, voltados à conscientização dos trabalhadores envolvidos.
Em conseqüência da geração de resíduos da operação do empreendimento, haverá um aumento na
proliferação de vetores. Para minimizar esse impacto, ou até mesmo extinguir o mesmo, será implan-
tado um Programa de Monitoramento das Populações de Vetores e um Plano de Gestão de Resíduos.
E em conseqüência das atividades da Refinaria, haverá um aumento na geração de material suspenso
no ar (particulados), que levará a uma alteração na vegetação lindeira, ou seja, a vegetação que se
encontra ao longo da área do empreendimento. É um impacto que pode ser amenizado através do Pro-
grama de Gestão da Qualidade do Ar, contendo Controle das Emissões Atmosféricas e Monitoramento
da Qualidade do Ar e Programa de Biomonitoramento da Qualidade Ambiental da Flora.
Já para a fauna e flora aquática, os impactos esperados associam-se, sobretudo aos aspectos re-
lacionados à geração de efluentes líquidos e oleosos e à geração de sedimentos. Assim como na
etapa de implantação, a geração de efluentes líquidos e oleosos é conseqüência de uma grande
variedade de tarefas, sendo que em muitas das quais essa geração deverá ser de pequenos volu-
mes ou controles intrínsecos de controle, contenção, separação, etc. deverão atenuar ou evitar
perdas desses efluentes para o meio. Todavia, é possível que parte destes efluentes possa atingir
os corpos d’água localizados na AID do empreendimento, especialmente o igarapé Tauá e o rio
Arienga, e certamente o rio Pará, através do lançamento do efluente tratado.
Nestes casos, espera-se a redução da qualidade da água desses corpos, diferenciando-se assim as
condições ideais de sobrevivência e manutenção de populações de alguns grupos de organismos,
tanto de plantas como de animais.
Além destes, a construção das novas células do DRS irá gerar sedimentos que poderão atingir os
corpos d’água, repetindo-se aqui os efeitos descritos para a etapa de implantação sobre as comu-
nidades aquáticas: soterramento de organismos associados ao leito dos igarapés e rios, mortalida-
de de parte destes organismos, perda de hábitats para outros, contaminação de alguns grupos de
organismos aquáticos ,etc.
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Estes impactos, porém, são reversíveis e praticamente desprezíveis em função da adoção de con-
troles intrínsecos relacionados às atividades impactantes. Mesmo assim, Programa de Monitora-
mento de Comunidades Aquáticas e de Monitoramento Ecotoxicológico devem garantir a rápida e
eficiente identificação e mitigação de qualquer efeito que possa ainda assim atingir estes compo-
nentes do meio biótico.
Impactos Sobre o Meio Socioeconômico
Como nos dois meios precedentes, físico e biológico, vários impactos observados sobre o meio so-
cioeconômico para a etapa de implantação se repetem na fase de operação. Mais uma vez, estes
impactos, tanto positivos quanto negativos, relacionam-se principalmente à aquisição de bens e
serviços e abertura de frente de trabalho, prevendo-se, neste caso, a geração de 650 empregos
diretos, de diferentes níveis de qualificação técnica, e de 1.105 empregos indiretos.
A diferença mais significativa fica por conta do caráter permanente da maior parte destes impac-
tos, como se verá a seguir. Um dos primeiros impactos observados neste contexto atingirá a eco-
nomia local devido à oferta de postos de trabalho nem sempre compatíveis com o padrão atual de
capacitação local, gerando deslocamento da mão-de-obra, devido à necessidade de contratações
fora da AID e AII. Todavia, a busca por mão-de-obra externa à área deverá se restringir a níveis de
especialização altos, ocorrendo em casos específicos. A demanda por mão-de-obra de níveis de
qualificação mais intermediários ou de operadores provavelmente será atendida por trabalhadores
da região, reduzindo os efeitos deste impacto.
Similarmente, a demanda por serviços especializados, envolvendo a aquisição de bens e serviços,
deverá atingir a economia local através da sub-contratação de empresas estranhas à região. Trata-
se, porém, de um impacto reversível através apoio da Refinaria ABC a outros parceiros públicos
e privados, para a identificação de novas oportunidades de negócios, promoção da diversificação
produtiva e ações direcionadas ao incremento da capacitação local. Além disso, recomenda-se
implementar procedimentos claros para pré-qualificação, seleção, capacitação e contratos com
fornecedores, incluindo treinamento acerca dos requisitos sócio-ambientais de desempenho da
empresa. Como forma de minimizar o impacto, haverá o Programa de Fomento ao Desenvolvimen-
to Socioeconômico Sustentável no Território.
Um outro aspecto a se considerar sobre a necessidade de mão-de-obra externa à região, é a necessida-
de de moradia por esse contingente de trabalhadores, exercendo assim pressão sobre o espaço territo-
rial, seja de modo direto, pela busca de terrenos para construção, seja indiretamente, como atrativo
para o desenvolvimento de novos empreendimentos imobiliários. Este processo desencadeia, mais uma
vez, um efeito de valorização imobiliária, dificultando o acesso da população à moradia. Destaca-se
que a Refinaria ABC irá estimular seus funcionários a residirem em Belém, oferecendo facilidades
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para transporte e estabelecendo convênios com escolas, unidades de saúde, etc.
Outros impactos negativos esperados para esta etapa, mas desta vez associados às atividades ope-
racionais da Refinaria ABC como um todo, incluem:
•O aumento dos fluxos de transporte de bens e serviços e de trabalhadores contratados pela CVRD,
apropriando-se da estrutura viária, sobretudo das rodovias mais próximas à Refinaria, causando
transtornos a seus usuários. Como no impacto correspondente verificado na etapa de implanta-
ção, este efeito é igualmente mitigável e gerenciável através da adoção de medidas de controle
simples, tais como o planejamento de rotas e horários de tráfego, controle de cargas, sinalização,
manutenção dos trechos mais utilizados das rodovias, etc.
Através do Programa de Sinalização e Controle do Tráfego, espera-se amenizar esse impacto.
Na etapa deverá ocorrer alteração da qualidade do trânsito na rodovia PA 483, devido ao transpor-
te do carvão e da alumina, no trecho entre a retro-área e a Refinaria. A PA 483 possui mão-dupla
com pistas simples, desprovidas de acostamento onde também trafegam bicicletas e veículos de
tração animal, além de pedestres.
Com a finalidade de reduzir este impacto é proposta que o empreendedor estabeleça negociação
com o governo do estado para viabilizar a implementação de melhorias nas rodovias a serem uti-
lizadas pelo empreendimento.
•Incômodos à população do entorno em função da emissão de ruído por atividades diversas as-
sociadas ao funcionamento da Refinaria. Mais uma vez cumpre lembrar a adoção de medidas de
abatimento de ruídos na fonte, tais como o enclausuramento ou a especificação de níveis de ruído
máximo quando da compra dos principais equipamentos geradores de ruído. Estas medidas redu-
zem sobremaneira o nível de ruído a ser percebido por receptores próximos, colocando-o dentro
de limites aceitos pela legislação ambiental e praticamente limitando a questão de incômodo à
necessidade de monitoramento.
•Geração de resíduos domésticos (lixo) de maneira contínua e durante toda a vida útil da Refi-
naria. Estes resíduos, quando não puderem ser enviados para compostagem ou reciclagem, irão
requerer a apropriação de áreas em aterros. Ao longo do tempo, este processo implica em uma
contribuição ao esgotamento das áreas de aterro existentes, gerando a necessidade de dispor os
resíduos em novas áreas. Além dos programas de gerenciamento de resíduos a serem praticados
como parte da operação normal da Refinaria, tanto nos pontos de geração quanto de disposição,
este impacto também poderá ser atenuado através do suporte do empreendedor à construção/ge-
renciamento de aterros através de parcerias com outras partes do setor privado e público. Essas
ações estão previstas no Plano de Gestão de Resíduos.
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•O comprometimento de sítios arqueológicos durante a construção de novas células do DRS, repe-
tindo-se aqui as mesmas considerações sobre o impacto correspondente na fase de implantação,
tanto em termos de efeitos quanto em termos das medidas de prevenção, controle e reversão
daquele impacto. Tais ações estão previstas no Programa de Prospecção Arqueológica e Programa
de Resgate Arqueológico.
Os impactos positivos identificados para a fase de operação compreendem praticamente os mes-
mos efeitos observados para a fase de implantação, mais uma vez ressaltando-se o caráter perma-
nente e contínuo dos mesmos, o que termina por potencializá-los.
Assim, os empregos diretos e indiretos anteriormente mencionados e gerados nesta etapa irão
impactar positivamente a economia local como decorrência da aquisição de bens e serviços em
função do aumento da massa salarial, com estímulos ao setor terciário. Além disto, a economia
local se beneficiará dos programas de treinamento e qualificação aplicados a esse contingente de
mão-de-obra através da geração de incremento das condições de educação e qualificação na re-
gião. Isto também contribuirá para consolidar um processo de especialização técnica dessa mão-
de-obra, permitindo no futuro que a região passe a ser exportadora de mão-de-obra especializada
no setor. O Programa de Fomento ao Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável no Território
será implantado com o objetivo de minimizar esse impacto.
Similarmente, a operação da Refinaria irá contribuir para a dinamização da economia local atra-
vés da aquisição de bens e serviços, estimulando o desenvolvimento de atividades prestadoras de
serviços às unidades industriais, gerando condições de consolidação e incremento de atividades e
aumento da competitividade. Como ação de potencialização do impacto será desenvolvido o Pro-
grama de Fomento ao Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável no Território.
Em termos absolutos, ainda, a produção da Refinaria, voltada para a exportação, contribuirá para
um incremento nas exportações totais do país e, conseqüentemente, para a redução potencial do
déficit da balança comercial brasileira.
Finalmente, a operação do empreendimento atingirá positivamente a base fiscal tributária princi-
palmente do município e do Estado, com o incremento na geração de receitas, através dos paga-
mentos de impostos e, potencialmente, melhoria da qualidade e de vida da população pela aloca-
ção dos recursos gerados em infra-estrutura e serviços. Será estabelecido o Programa de Fomento
ao Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável no Território como potencializador do impacto.
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As Ações de Gestão Propostas para a Refinaria ABC
Conhecidos e avaliados os impactos, pode-se agora saber como será feita a gestão dos mesmos. Estas
ações de gestão são classificadas como: ações de acompanhamento e/ou verificação sistemática e
periódica, ações de controle dos aspectos ambientais, ações de mitigação dos impactos ambientais,
ações de compensação ambiental e ações de potencialização dos impactos ambientais positivos.
É importante destacar que as ações de gestão propostas neste Estudo correspondem a um primeiro
instrumento da Gestão da Qualidade Ambiental da Refinaria ABC.
As ações de gestão foram inseridas em Programas e Subprogramas e definidas com base nas dire-
trizes da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), bem como a partir da experiência da equipe técnica
responsável pela elaboração deste EIA/RIMA.
Cabe destacar que a elaboração detalhada destes Programas e Subprogramas será objeto do PCA
- Plano de Controle Ambiental, que será apresentado para a solicitação da Licença de Instalação
(LI) da Refinaria ABC.
O detalhamento e a consolidação destas ações de gestão resultarão no Plano de Gestão da Qualida-
de Ambiental (PGQA) cuja implementação terá como objetivo assegurar que os processos e tarefas
das diferentes etapas do empreendimento atendam à legislação e às normas técnicas aplicáveis,
propiciem a melhoria contínua do desempenho ambiental do empreendimento e a prevenção e
minimização de impactos reais e potenciais.
A seguir é apresentada a descrição das ações de gestão dos impactos para os meios físico, biológico
e socioeconômico nas etapas de planejamento, implantação e operação do empreendimento. Nes-
ta descrição são apresentadas as diretrizes e objetivos dos Programas e Subprogramas nos quais se
inserem e os resultados esperados com a adoção dos mesmos.
Ações de Gestão para o Meio Físico
As ações de gestão destinadas aos impactos que incidem sobre o meio físico incluem os seguintes
programas:
Programa de Gestão de Recursos Hídricos
Este Programa considera o uso e a qualidade das águas. No primeiro caso, o Programa destina-se
a buscar compatibilizar a demanda de água da Refinaria à disponibilidade local, através de ações
que garantam o abastecimento de água em conformidade com os requisitos legais de qualidade
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e de direito de uso. Incluem-se neste grupo de ações o estudo de alternativas de captação; a
solicitação e obtenção de autorizações (outorgas) de uso das águas subterrâneas e, sobretudo, a
implantação de alternativas de reutilização e recirculação da água no próprio processo, incluindo
aquela oriunda do desaguamento da polpa de bauxita.
Já em termos de qualidade, o programa busca garantir a geração de efluentes líquidos finais com
qualidade tal que permita sua recirculação bem como o atendimento aos padrões legais relativos
ao seu lançamento nos corpos receptores através de tratamentos corretos.
Além dos sistemas de controle já incorporados ao projeto da Refinaria (Estação de Tratamento de
Efluentes Sanitários (ETE), e Industriais (ETEI), Fossas Sépticas, Sistemas de Drenagem, Sumps e Se-
paradores de Água e Óleo (SAO)), este Programa compreende ações de controle e monitoramento dos
aspectos que podem deflagrar os impactos. Além destas, fazem parte destes Programas atividades de
verificação sistemática dos sistemas de controle e procedimentos de tratamento adotados, assim como
o monitoramento da qualidade das águas do igarapé Tauá, rio Arienga e rio Pará.
Programa de Gestão da Qualidade do Ar
O Programa de Gestão da Qualidade do Ar será desenvolvido e implementado com base na legis-
lação ambiental e deverá incluir as atividades de controle e monitoramento das emissões da Refi-
naria, assim como o monitoramento da qualidade do ar na área de influência do empreendimento
relacionada às emissões de material particulado, SO2 e NOx. Mais uma vez deve-se mencionar que
este Programa adiciona-se aos sistemas de controle incorporados ao projeto da Refinaria (equipa-
mentos para abatimento de emissões, uso de calcário para a neutralização de SOx nas caldeiras,
etc.), através da verificação sistemática e periódica do desempenho dos sistemas de controle
adotados.
Dentre as ações de controle que fazem parte deste Programa incluem-se, para a etapa de implan-
tação, a umidificação de estradas internas não pavimentadas através da aspersão com água para
reduzir a ressuspensão de poeiras; o controle de tráfego e veículos nos locais das obras; a manu-
tenção e controle operacional das fossas e ETE e a manutenção programada de todos os sistemas
de abatimento de emissões.
Já em termos de qualidade do ar, o Programa incluirá a verificação dos principais poluentes e dos
sistemas de controle através do monitoramento das emissões nas chaminés e o acompanhamento
de possíveis impactos na AID através do monitoramento da qualidade do ar.
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Este Programa reúne um conjunto de ações na busca de minimizar a ocorrência de alterações na
qualidade do ar que possam ocorrer durante as etapas de implantação e operação do empreendi-
mento e propicia a pronta atuação sobre eventuais desvios que venham a ser identificados.
Programa de Gestão de Resíduos
Este Programa tem por base minimizar a geração de resíduos e otimizar os processos de disposição,
mantendo-se tais operações em conformidade com os requisitos da legislação ambiental e das
normas técnicas aplicáveis, minimizando-se os riscos de degradação ambiental.
Estas metas serão buscadas através das seguintes ações básicas:
•Criação, revisão e manutenção de um inventário dos resíduos gerados.
•Identificação contínua de alternativas de minimização da geração de resíduos, compatíveis com
os requisitos operacionais e incluindo os resíduos gerados por serviços de terceiros realizados nas
dependências da empresa.
•Identificação de alternativas de minimização da carga de resíduos a ser disposta em aterros, con-
siderando-se a viabilidade técnica e econômica de sua reutilização ou reprocessamento, interno
ou externo à empresa.
•Assegurar que a contratação de serviços para a reutilização e/ou reprocessamento externo de
resíduos, incluindo os de transporte, sejam realizados por empresas que atendam aos requisitos
aplicáveis, fazendo constar dos contratos, cláusulas que salvaguardem a Empresa em relação a
atos que possam vir a ser praticados pela contratada.
•Assegurar que os serviços de terceiros associados à gestão de resíduos na empresa, incluindo-se
os de transporte, sejam realizados em conformidade com a legislação do meio ambiente, de saúde
ocupacional e segurança do trabalho aplicáveis.
•Assegurar que os dados e as informações registrados pelo Sistema de Informações Ambientais da
Empresa sejam confiáveis e atualizados.
Através da aplicação deste Programa, busca-se garantir a manutenção das propriedades do solo,
evitando alterações na qualidade das águas superficiais e do aqüífero raso, que sejam relacionadas
à construção/operação do empreendimento.
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Programa de Contenção de Processos Erosivos
Este Programa deverá especificar as diretrizes necessárias para controlar a ocorrência de pro-
cessos erosivos na Área Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento, durante as etapas de
implantação e durante a construção de novas células do DRS, na fase de operação.
Os objetivos deste Programa serão garantir a manutenção da estabilidade da cobertura dos solos,
minimizando as alterações das propriedades do mesmo e, indiretamente, minimizando impactos
associados, como o assoreamento de corpos d’água e alterações da qualidade das águas.
Dentre as principais ações previstas para este programa incluem-se:
•A realização de obras de terraplanagem preferencialmente no período de seca;
•A adequação do processo de terraplenagem de maneira a garantir a maior retenção de águas e
sua infiltração no próprio terreno (evitando arraste de material);
•A garantia do funcionamento dos sistemas de controle adotados (sistema de drenagem superfi-
cial, sistema de regularização de vazão e Sumps) por meio de limpeza e manutenção periódica dos
mesmos;
•O monitoramento visual de taludes e áreas com potencial para o desenvolvimento de processos
erosivos; e
•A contenção e estabilização de processos erosivos que, mesmo assim venham a ser instaurados, visan-
do evitar o assoreamento de canais de drenagem localizados próximos à ADA do empreendimento.
Programa de Gestão de Ruídos
As ações de controle deste plano compreendem a implementação de medidas para redução dos
níveis ruído emitidos nas etapas de implantação e operação da Refinaria ABC. Já as ações de acom-
panhamento serão compostas pelo monitoramento periódico dos níveis ruído na área de entorno
do empreendimento, visando à avaliação periódica de eventuais efeitos gerados e da efetividade
das ações propostas.
O Plano de Monitoramento deverá contemplar medições periódicas nas principais fontes geradoras
e nos principais receptores (núcleos residenciais mais próximos) localizados próximos ao empreen-
dimento, durante a operação da Refinaria.
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Além disso, o projeto da Refinaria ABC considerará o enclausuramento das principais fontes gera-
doras de ruído e implantação de barreiras acústicas para os equipamentos com emissões de ruído
acima dos limites legais, a partir dos resultados do Plano de Monitoramento dos Níveis de Ruído.
Também é prevista a instalação de abafadores de ruído nos escapes dos caminhões graneleiros,
visando à redução da emissão de ruídos.
Ações de Gestão para o Meio Socioeconômico
Para o aumento dos benefícios e redução dos efeitos negativos para a população e/ou atividades
econômicas causados pela construção e funcionamento da Refinaria ABC, recomenda-se a adoção
de ações que possibilitem a criação de oportunidades para um crescimento econômico compatível
com uma maior inclusão de grupos hoje não integrados ao processo econômico e uma maior igual-
dade de oportunidades para os setores sociais.
Programa de Comunicação Social e Relacionamento com as Partes Interessadas
Este programa é imprescindível para o funcionamento da Refinaria ABC, pois o fornecimento de in-
formações claras sobre o projeto e o estabelecimento de um processo de diálogo com a população
são fatores decisivos para a construção de um relacionamento de confiança entre empreendedor e
as chamadas “partes interessadas”, ou seja, as pessoas que de fato têm chance de serem afetadas
positiva ou negativamente pelo empreendimento.
O Programa deve possibilitar a participação efetiva das pessoas na implementação dos programas
de gestão de impactos ambientais e dos programas focados no desenvolvimento local.
Para tanto, serão consideradas as especificidades de cada grupo - alvo - comunidades, órgãos pú-
blicos, entidades civis organizadas, associações de classe, empreendedores privados e imprensa
- para os quais serão divulgadas informações sobre o empreendimento, nas etapas de implantação
e operação e seus impactos, bem como as ações e resultados dos programas ambientais e de de-
senvolvimento local propostos pelo empreendedor.
Para a interação entre os diversos grupos de interesse serão realizadas reuniões para apresenta-
ção dos objetivos e das ações propostas pelo empreendedor e os pontos positivos e negativos do
empreendimento.
O Programa também prevê ações para os contratados ou empregados que irão trabalhar no em-
preendimento.
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Apoio ao Plano de Desocupação da CDI /Iterpa
O Plano de Desocupação da área a ser ocupada pela Refinaria ABC é de responsabilidade da CDI e
do Iterpa. Todavia, o empreendedor da Refinaria ABC deverá apoiar a CDI/Iterpa na sua elaboração
e execução.
Inicialmente, serão arrolados as famílias, benfeitorias e negócios a serem relocados, para o “con-
gelamento” da situação. A partir daí, será iniciado o processo de consulta sobre as alternativas
colocadas pelos atuais ocupantes da área quanto ao seu futuro. Com isso, serão estabelecidos os
critérios, regras, procedimentos e fases para a desocupação do terreno e as medidas de monitora-
mento das condições das famílias afetadas nos novos locais a serem ocupados.
Espera-se assim esclarecer as questões relacionadas à desocupação do terreno e reduzir as insegu-
ranças e incertezas normalmente vinculadas a processos de relocação de população.
Programa de Fomento ao Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável no Território
A Refinaria ABC poderá se configurar como uma oportunidade para o processo de discussão e defi-
nição dos caminhos para um desenvolvimento socioeconômico local que considere as premissas de
inclusão e equidade social, por meio da mitigação dos impactos negativos e potencialização dos
impactos positivos do empreendimento.
Assim, o objetivo deste Programa é estabelecer as articulações entre empreendimento e os inte-
resses da região onde o mesmo estará instalado, procurando estimular o processo de desenvolvi-
mento local, considerando suas características sociais e econômicas específicas.
O Programa está fundamentado nas seguintes diretrizes:
•Contribuir, em conjunto com as demais partes interessadas, para a definição de alternativas de
desenvolvimento com conseqüente evolução dos indicadores de qualidade de vida e dinamização
da economia local e regional;
•Promover oportunidades de discussão e mobilização social que, na medida em que forem de inte-
resse comum e estiverem integradas às demais partes interessadas, poderão fortalecer as relações
sociais e culturais; e
•Participar da definição de alocação de recursos para a capacitação, treinamento e qualificação
da mão-de-obra e fornecedores locais.
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Inicialmente, deverão ser avaliados os planos e programas locais e regionais das partes interes-
sadas em andamento, verificando a possibilidade de integração e alinhamento dos mesmos aos
objetivos aqui propostos. A partir daí, as partes interessadas deverão elaborar uma agenda comum
contendo estudos, projetos e programas definidos em consenso pelo grupo. O empreendedor da
Refinaria ABC deverá fazer parte deste grupo e poderá propor resgatar ou apoiar iniciativas já
existentes de estudos e diagnósticos que venham atender aos interesses específicos do empreendi-
mento, como também de outras partes interessadas. Estes programas deverão ser acompanhados
e avaliados periodicamente quanto à adequabilidade e desempenho.
Dentro deste programa, ainda a inclusão de subprogramas específicos, como se segue:
•Subprograma de Fomento à Infra-Estrutura Urbana, destinado a dar suporte à adequação e me-
lhoria da infra-estrutura e serviços urbanos, de maneira a atender ou absorver as demandas asso-
ciadas ao projeto, tais como alojamentos e aspectos de moradia;
•Subprograma Capacitação de Mão-de-obra e Fornecedores e Regionalização da Compra de Insu-
mos e Serviços, através do qual a Refinaria ABC buscará, junto a seus fornecedores e prestadores
de serviços, a garantia e maximização de contratações de mão-de-obra, fornecedores e presta-
dores de serviços locais durante as etapas de implantação e operação do empreendimento. Este
Programa ainda inclui procedimentos claros para pré-qualificação, seleção, capacitação e contra-
tos com fornecedores e prestadores de serviços e comunicar/treinar fornecedores sobre requisitos
socioambientais de desempenho;e
•Subprograma Conscientização dos Trabalhadores, através do qual será exigido das empreitei-
ras/subcontratadas, que implementem ações para a conscientização dos trabalhadores das obras
sobre problemas associados ao uso de drogas, doenças sexualmente transmissíveis, importância
das atividades de cultura e lazer etc., e serão apoiados programas governamentais de geração de
alternativas de atividades culturais, de recreação e lazer aos trabalhadores das obras.
Programa de Sinalização e Controle do Tráfego
Este Programa visa o estabelecimento de regras, diretrizes e procedimentos de conduta a serem
seguidos pelas empreiteiras e subcontratadas (etapa de implantação), fornecedores e prestadores
de serviços (etapas de implantação e operação), visando regularizar o tráfego de veículos gerado
pelo empreendimento. O Programa deverá ser detalhado e inserido como parte das exigências
contratuais quando da contratação das empresas vinculadas à Refinaria ABC.
O Programa incluirá exigências de atendimento a diretrizes legais sobre as melhores rotas e horários de
tráfego para transporte de veículos pesados; umidificação das vias internas não pavimentadas;
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sinalização adequada e treinamento aos motoristas para que obedeçam à sinalização, velocida-
de máxima e demais regras de trânsito estabelecidas no Código Nacional; registro de eventuais
ocorrências, tomada de ações corretivas e emergenciais e monitoramento da situação; e outros
aspectos destinados a evitar incômodos à população e evitar impactos sobre remanescentes de
vegetação às margens da rodovia.
Resultados Esperados:
Redução dos impactos associados aos incômodos gerados pelas obras, relativos à geração de poei-
ra, ruído e aumento do fluxo de transporte;
Melhoria das condições de conforto e segurança de usuários das vias e pedestres.
Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico
O Programa de Prospecção Arqueológica é proposto para reduzir o possível comprometimento dos
sítios arqueológicos identificados para as etapas de implantação e operação da Refinaria ABC.
O Programa inicia-se com o registro quantitativo e qualitativo dos sítios arqueológicos localizados
em área de risco em relação ao empreendimento. De acordo com os resultados dessa prospec-
ção, o Programa pode prosseguir ou não com a etapa de resgate, através da coleta significativa
da cultura material de cada sítio, sob o acompanhamento e aprovação do Instituto do Patrimônio
Histórico Nacional (IPHAN).
Programa de Valorização do Patrimônio Sociocultural e Arqueológico
Este Programa tem como objetivo principal promover o resgate das manifestações culturais tra-
dicionais da região através de parcerias com outras empresas locais e/ou regionais, instituições
governamentais, de ensino, de trabalhadores e a sociedade civil para encontrar soluções para a
promoção da cultura popular regional, e conseqüentes possibilidades de preservação. O programa
procura, assim, minimizar o efeito do aporte de pessoas de outras regiões através das oportunida-
des de emprego geradas por este e por outros empreendimentos na área, podendo vir a descarac-
terizar ou enfraquecer o patrimônio sociocultural local.
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Programa de Educação Ambiental
Este Programa deverá ser desenvolvido de acordo com a Política Nacional de Educação Ambiental,
devendo contribuir para a transmissão de informações e conhecimentos através de ações educa-
tivas gerais e específicas, designadas de acordo com os públicos-alvo e as regiões e localidades
prioritárias identificadas.
No que tange aos trabalhadores das obras de implantação e da operação da Refinaria, o Programa
tem como objetivo prevenir a ocorrência de impactos ambientais através da definição e instrução
de procedimentos operacionais que garantam o respeito aos princípios da proteção e conservação
ambiental. A conscientização sobre a necessidade de preservação das APPs do igarapé Tauá e da
nascente do rio Arienga, é um dos principais temas a serem abordados pelo Programa.
Ações de Gestão para o Meio Biológico
Programa de Supressão de Vegetação
Este Programa tem como objetivo principal estabelecer critérios para o desmatamento da Área
Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento, ou seja, o terreno onde a Refinaria ABC será im-
plantada. Com a aplicação deste Programa, os impactos relacionados à perda da cobertura vegetal
serão minimizados.
As ações envolvidas neste Programa são listadas abaixo, e terão início tão logo o empreendimento
comece a ser implantado:
•Levantamento de dados relativos à diversidade de espécies de plantas e estrutura populacional
das mesmas na ADA e identificação das espécies de maior interesse para resgate (conforme impor-
tância científica ou ecológica, como aquelas ameaçadas de extinção);
•Quantificação da vegetação necessária a ser suprimida para implantação da refinaria;
•Estabelecimento de critérios para o desmatamento, respeitando as leis aplicáveis, a ser aprovado
pela autoridade competente;
•Produção de mudas das plantas resgatadas durante o desmatamento, podendo aproveitar a estru-
tura existente do horto da Albras/Alunorte;
Desta forma, espera-se reduzir os impactos negativos causados pelo desmatamento.
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Os Impactos e as Ações do Empreendimento
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Programa de Recuperação de Várzea e Formações de Terras Baixas na Área de Influência Direta
(AID)
A recuperação de várzea e formações de terras baixas na AID visa compensar os impactos relacio-
nados à redução da cobertura vegetal e da disponibilidade de hábitats, causados pelo desmata-
mento, através da reintrodução de espécies de plantas da região nestes ambientes, localizados na
AID, principalmente junto às nascentes do igarapé Tauá e rio Arienga.
Para a reintrodução, serão selecionadas as espécies de plantas mais adequadas para contribuição
da manutenção das qualidades físicas, químicas e biológicas dos corpos hídricos e nascentes,
respeitando os princípios de sucessão ecológica e adaptabilidade das mesmas, bem como a impor-
tância ecológica e econômica. Para tanto, poderá ser utilizada a estrutura existente do horto da
Albras/Alunorte.
As áreas de preservação permanente presentes na Área Diretamente Afetada (ADA) também serão
protegidas, com a finalidade de contribuir na conservação destes ambientes, como prevê as leis
vigentes.
Este Programa deve ser iniciado na etapa de implantação do empreendimento, pelo período de
1 ano, e o monitoramento das áreas de plantio deve perdurar por 2 anos, a contar do início da
operação do empreendimento.
Plano de Translocação de Fauna Terrestre
Este Plano tem como objetivo minimizar o impacto direto sobre os animais, em decorrência do
desmatamento e dos ruídos gerados durante as obras, através da translocação das espécies, prin-
cipalmente daquelas ameaçadas de extinção, raras ou nativas da região. Os animais serão levados
para áreas semelhantes às originais, de acordo com critérios de sanidade animal e abundância.
As ações envolvidas neste Plano são listadas abaixo, e terão início quando o empreendimento co-
meçar a ser implantado e as atividades de supressão de vegetação iniciadas:
•Levantamento de dados relativos à diversidade de espécies de animais existentes na ADA.
•Translocação anterior ao desmatamento de pequenos mamíferos, anfíbios e répteis, sobretudo
daqueles que vivem em tocas, têm pouca agilidade para fuga, ou de hábitos exclusivamente no-
turno, através de armadilhas de captura.
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•Acompanhamento das atividades de desmatamento e limpeza do terreno, verificando: a presen-
ça de animais, tocas, abrigos e ninhos; espécies em período reprodutivo; espécies ameaçadas de
extinção, raras ou nativas da região.
•Adoção de metodologia de captura para cada grupo animal de acordo com o Plano Integrado de
Monitoramento e Estudos da Fauna, elaborado pelo Instituto Ambiental Vale do Rio Doce.
•As espécies encontradas serão levadas para um centro temporário de operações simplificado a
ser implantado com o objetivo de atender às necessidades de manejo, atendimento veterinário e
triagem, para então serem levadas para uma área de soltura, semelhante à original do ponto de
vista de fauna e flora.
•Registro de todas as ocorrências de fauna no decorrer das atividades deste Plano, em fichas de
campo próprias.
•Treinamento ou palestras para os trabalhadores envolvidos na obra, bem como para as comunida-
des situadas no entorno, referente à fauna local, aos riscos de acidentes com animais peçonhentos
e à prevenção de atropelamentos de animais.
Para realização deste Plano, será organizada uma equipe de biólogos, veterinários e ajudantes de
campo, estabelecendo-se os procedimentos de segurança para a equipe envolvida nas atividades
de translocação da fauna, durante o processo de desmatamento.
Programa de Monitoramento de Fauna e Flora Terrestre
Subprograma de Monitoramento de Fauna
Este monitoramento tem o objetivo de avaliar os resultados do Plano de Translocação de Fauna,
tanto no que se refere às comunidades de animais diretamente afetadas, como às comunidades de
animais indiretamente afetadas, através de monitoramento da capacidade de suporte das áreas
de soltura e arredores. Para tanto, serão observadas as populações de animais removidas, acom-
panhando a adaptação e o desenvolvimento das mesmas.
As atividades de monitoramento de fauna compreenderão o período de 01 (um) ano durante a
etapa de implantação e de 02 (dois) anos durante a etapa de operação do empreendimento.
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Subprograma de Monitoramento da Flora
Este monitoramento tem o objetivo de avaliar a efetividade das medidas de mitigação e compen-
sação aos impactos decorrentes do desmatamento, como a reintrodução de plantas resgatadas nas
áreas recuperadas e/ou enriquecidas, através do acompanhamento do desenvolvimento destas.
As atividades de monitoramento de flora compreenderão o período de 01 (um) ano durante a etapa
de implantação e de 02 (dois) anos durante a etapa de operação do empreendimento.
Programa de Monitoramento das Populações de Vetores
Este Programa tem como objetivo estabelecer estratégias para o monitoramento e controle da
incidência de vetores e possíveis endemias prejudiciais à saúde humana, através da verificação
da existência de animais silvestres transmissores de doenças, mapeando os principais focos de
proliferação e estabelecendo medidas de controle e segurança para os trabalhadores da obra e
população do entorno.
As ações específicas para este Programa são:
•Estudo dos animais transmissores de doenças na AID, a fim de fundamentar o controle destas
doenças através da identificação dos focos de incidência dentro da ADA, e adoção das medidas
necessárias a eliminação destes focos;
•Monitorar o aparecimento de focos de proliferação de animais transmissores de doenças e casos
de patologias na Área de Influência Direta (AID) do empreendimento, sobretudo nas localidades
mais próximas;
•Registro das ocorrências destas doenças.
Este monitoramento será iniciado a partir da etapa de implantação, quando da mobilização dos
canteiros de obra, com periodicidade mensal, e na etapa de operação, com periodicidade bimes-
tral, ao longo de 2 anos. Desta forma espera-se evitar a proliferação de animais transmissores e
conseqüentemente as doenças por estes causadas.
Programa de Biomonitoramento da Qualidade Ambiental da Flora
Este Programa tem por objetivo monitorar os efeitos da poluição aérea, produzida pela dispersão
de poluentes durante a implantação e operação da Refinaria ABC, sobre a vegetação do entorno
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do empreendimento, através de plantas denominadas “bioindicadoras” (espécies sensíveis à al-
teração da qualidade ambiental, que demonstram estas alterações física ou quimicamente, por
exemplo).
Serão escolhidos pontos de influência de poluentes para as avaliações, além de um ponto de con-
trole (sem interferência de poluentes), onde plantas bioindicadoras serão submetidas à dispersão
dos poluentes, e terão suas características analisadas. De acordo com os resultados encontrados,
poderão ser adotadas medidas, de modo a amortecer os efeitos da poluição.
Este Programa deverá ser conduzido em 2 etapas, sendo a primeira durante a implantação do em-
preendimento, com duração de 1 ano, e a segunda durante a operação do empreendimento, com
duração de 3 anos.
Programa de Monitoramento das Comunidades Aquáticas
Este Programa se aplica à etapa de implantação e operação do empreendimento, monitorando os
organismos que compõe as comunidades aquáticas, verificando suas variações e identificando se
estas são naturais ou decorrentes de alguma interferência da implantação ou operação do empre-
endimento.
As ações recomendadas para este Programa correspondem à caracterização das comunidades
aquáticas presentes nos corpos d’água da AID e ADA, identificação dos padrões naturais de varia-
ção e identificação de organismos a serem utilizados como bioindicadores (organismos que servem
como indicadores da qualidade da ambiental , e acompanhamento sistemático dos grupos, a fim
de detectar se as flutuações estão sendo afetadas pelo empreendimento. Neste caso, serão ado-
tadas as medidas necessárias para cessar as interferências, de forma a garantir a integridade dos
ambientes aquáticos.
Programa de Monitoramento Ecotoxicológico
Este Programa objetiva monitorar a água e sedimentos dos rios da AID, mais especificamente no igara-
pé Tauá e nos rios Arienga e Pará, frente à eventual contaminação de comunidades aquáticas.
As ações de gestão deste Programa correspondem ao monitoramento sistêmico da água e sedimen-
tos, através de toxicidade em organismos alvo, como algas, invertebrados e bactérias, decorrente
de alguma interferência da implantação ou operação do empreendimento. Neste caso, serão ado-
tadas as medidas necessárias para evitar o comprometimento da integridade desses ambientes.
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Plano de Gestão de Unidade de Conservação
Este Plano será fundamentado no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), e apre-
sentará as medidas e recomendações para o planejamento e a aplicação dos recursos da compen-
sação ambiental. A proposta de criação de uma Unidade de Conservação vem sendo estudada de
forma integrada com outros empreendimentos da CVRD instalados na região, e será apresentada
em detalhes no Plano de Controle Ambiental (PCA).
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Agora que você já conhece os detalhes do projeto da Refinaria ABC, resumidos neste Relatório de
Impacto Ambiental (RIMA), podemos apresentar as conclusões deste Estudo, que será utilizado
como base para orientar o processo de Licenciamento Ambiental Prévio (LP) do empreendimento.
Nestas Considerações Finais você poderá compreender os fatores determinantes para avaliar a
viabilidade ambiental da Refinaria ABC.
A consultoria ambiental responsável pelos estudos concluiu que o empreendimento é ambiental-
mente viável do ponto de vista técnico, dadas às possibilidades de mitigação, eliminação, monito-
ramento, controle e prevenção dos impactos adversos, através da adoção das medidas indicadas.
Adicionalmente, aos impactos de caráter negativo e irreversível, foram apontadas medidas de
compensação garantindo o ganho ambiental da região.
Aqui você também conhecerá o cenário sobre a viabilidade ambiental do empreendimento, com base
nos critérios de avaliação dos impactos ambientais para as etapas de planejamento, implantação e
operação do empreendimento descritos detalhadamente no EIA e sintetizados neste RIMA.
É importante salientar o caráter subjetivo próprio da avaliação de impactos, principalmente para
aqueles impactos relacionados ao meio socioeconômico, para os quais é particularmente difícil o
estabelecimento de parâmetros e avaliações quantitativas. Os efeitos que determinados aspectos
ambientais causam no ambiente sobre a população afetada variam de acordo com suas caracterís-
ticas socioeconômicas, condições de vida e culturais. Entretanto, utilizou-se uma metodologia que
permite quantificar tais avaliações, reduzindo assim o caráter subjetivo das mesmas.
A avaliação de alguns impactos passa por questões não suficientemente claras, principalmente
aquelas relacionadas aos aspectos socioeconômicos, onde as questões culturais e comportamen-
tais das comunidades podem exercem influências nestes impactos e serem difíceis de mensurar.
Para estes casos, foram exploradas as tendências históricas locais e regionais, analisadas ao longo
do diagnóstico do meio socioeconômico e utilizada a experiência acumulada da equipe técnica em
estudos similares, o que permitiu quantificar e qualificar estas avaliações.
A primeira conclusão para considerar-se a viabilidade ambiental do empreendimento é fundamen-
tada nos resultados das avaliações dos impactos ambientais realizadas neste estudo. Estes resulta-
dos são avaliados por meio de uma análise estatística, conforme ilustrados nas 16 Figuras a seguir,
na qual são apresentadas as predominâncias da magnitude baixa para os impactos negativos nas
três etapas do empreendimento (planejamento, implantação e operação) e para todos os compo-
nentes ambientais (meios físico, biótico e socioeconômico). Vale ressaltar que um determinado
impacto pode ser ocasionado por mais de um aspecto real, bem como um determinado aspecto
real pode levar à ocorrência de mais de um impacto.
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Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Negativos sobre o Meio Socioeconômico nas 3 Etapas do Empreendimento.
Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Negativos sobre o Meio Físico nas Etapas Implantação e Operação do Empreendimento.
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Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Negativos sobre o Meio Biótico nas Etapas Implantação e Operação do Empreendimento
Para o meio socioeconômico predominam os impactos positivos de alta magnitude nas três etapas do empreendimento (planejamento, implantação e operação), conforme figura abaixo.
Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Positivos sobre o Meio Socioeconômico nas 3 Etapas do Empreendimento do Empreendimento
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Apesar de os impactos negativos ocorrerem em todas as etapas do empreendimento para os meios
físico, biótico e socioeconômico, constata-se que a maioria dos impactos negativos de moderada
e alta magnitude ocorrerá ao longo da etapa de implantação, prevista para acontecer durante um
período de aproximadamente de 30 meses.
Nas Figuras apresentadas a seguir, observa-se a comparação entre as magnitudes dos impactos ne-
gativos para os componentes dos meios físico, biótico e socioeconômico nas etapas de implantação
e operação do empreendimento.
Vale ressaltar que a etapa de planejamento apresenta somente impactos vinculados ao meio so-
cioeconômico. Os gráficos a seguir demonstram significativa redução dos impactos de moderada
e alta magnitude na etapa de operação, em relação à etapa de implantação. Isso decorre do fato
dos impactos mais significativos atribuídos à etapa de implantação serem temporários e cessarem
após o término da mesma.
Nesta situação destacam-se os impactos de assoreamento de corpos d’água e os dele decorrentes
(como alteração da qualidade da água e perda de biodiversidade), e os impactos socioeconômicos
associados à presença da população flutuante responsável pela implantação do empreendimento.
É possível notar uma significativa redução dos impactos negativos de moderada e alta magnitude
na etapa de operação.
Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Negativos na Etapa de Implantação, rela-
tivos aos Meios Socioeconômico, Físico e Biótico
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Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Negativos na Etapa de Operação, relati-vos aos Meios Socioeconômico, Físico e Biótico
Ao observar os impactos negativos das etapas de implantação e operação para o Meio Físico, verifi-
ca-se nas figuras apresentadas abaixo que predominam os impactos de baixa magnitude em ambas
etapas, o que reflete os resultados da adoção de sistemas de controles intrínsecos no projeto. Já
para os impactos de moderada magnitude constata-se sua redução na etapa de operação e, con-
seqüentemente o aumento dos impactos desprezíveis.
Durante a etapa de implantação do empreendimento, os principais impactos no meio físico es-
tarão associados à remoção da cobertura vegetal e conseqüente geração de sedimentos. Estes
aspectos poderão ser responsáveis pelos impactos de Alteração das Propriedades (físicas) do Solo
e Assoreamento de Corpos d’Água. Cabe destacar que estes impactos são temporários e foram, na
maior parte das vezes, avaliados como de baixa magnitude. A avaliação destes impactos conside-
rou a adoção de controles intrínsecos no projeto de implantação. Para o meio físico, os principais
controles são aqueles referentes à adoção de proteção para as Áreas de Preservação Permanente
(APP); adoção de projeto de terraplanagem para maximizar a infiltração de água no terreno da
ADA e a adoção de sistemas para a contenção dos sedimentos gerados. A viabilidade ambiental do
projeto nesta etapa está associada à eficiência destes controles e às ações de gestão (monitora-
mento, controle e mitigação) indicadas.
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Durante a etapa de operação do empreendimento, os principais impactos no meio físico estarão
associados à emissão de material particulado e gases, e ao lançamento de efluentes líquidos
tratados pela ETEI (Estação de Tratamento de Efluentes Industriais). As alterações da qua-
lidade das águas superficiais e do ar foram avaliadas considerando a adoção de controles
intrínsecos ao projeto. A viabilidade ambiental do empreendimento, indicada neste EIA,
vincula-se à eficiência destes controles e à adoção de monitoramentos ambientais que permitam
a intervenção imediata, caso sejam identificadas alterações na qualidade ambiental da área. Em
situações normais, considerando a eficiência dos controles adotados, por exemplo, a ETEI, não são
esperadas alterações significativas na qualidade ambiental da área.
Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Negativos sobre o Meio Físico durante a Etapa de Implantação do Empreendimento
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Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Negativos Sobre o Meio Físico durante a Etapa de Operação do Empreendimento
Para o meio biótico, esta comparação mostra-se um pouco mais relevante na qual os impactos de
alta e moderada magnitudes presentes na etapa de implantação, como por exemplo, a redução
da cobertura vegetal e afugentamento da fauna são praticamente ausentes na etapa de operação,
conforme pode ser observado nas Figuras apresentadas abaixo.
Para estes impactos foram propostas medidas de compensação e mitigação específicas visando o
gerenciamento destes impactos, tais como, a elaboração de um Plano de Gestão para uma Uni-
dade de Conservação, o Programa de Supressão da Vegetação, o Plano de Translocação de Fauna
Terrestre, e o Programa de Recuperação de Várzeas e Formações de Terras Baixas na Área de In-
fluência Direta. Destaca-se a predominância de impactos de baixa magnitude nas duas etapas do
empreendimento e sobretudo os de magnitude desprezível na etapa de operação, estes relaciona-
dos aos impactos na biota aquática que refletem o resultado da adoção dos controles intrínsecos.
Mesmo assim, para ambas as etapas será adotado um Programa de Monitoramento das Comunida-
des Aquáticas, além de um Programa de Monitoramento Ecotoxicológico, de forma a demonstrar a
eficiência dos controles adotados.
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Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Negativos sobre o Meio Biótico durante a
Etapa de Implantação do Empreendimento
Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Negativos sobre o Meio Biótico durante a
Etapa de Operação do Empreendimento
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No meio socioeconômico, o balanço dos impactos, ilustrado na seqüência de Figuras apresentadas
abaixo, é avaliado através da comparação entre os impactos negativos e positivos nas três etapas
do empreendimento. Os impactos associados às etapas de planejamento e implantação, por te-
rem duração definida, possuem uma dinâmica diferente dos impactos da etapa de operação. As
etapas de planejamento e implantação causam impactos no meio socioeconômico relacionados à
novidade da situação, à magnitude e tempo de ocorrência das contratações de trabalho e serviços,
provocando alterações de dinâmica local e, por vezes, regional. Além disso, o tempo de ocorrência
dos aspectos ambientais nestas etapas causa efeitos que poderão perdurar até o encerramento
das obras. Uma outra particularidade dos impactos no meio socioeconômico é que estes não são
estáticos e os ajustes de mercado e a adequação à nova situação não têm prazos definidos. Já os
efeitos esperados na etapa de operação são duradouros, e deverão ocorrer ao longo de toda a vida
útil da Refinaria ABC (ver figuras a seguir).
Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Negativos sobre o Meio Socioeconômico
durante a Etapa de Planejamento do Empreendimento
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Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Negativos sobre o Meio Socioeconômico
durante a Etapa de Implantação do Empreendimento
Representação gráfica da magnitude dos impactos negativos sobre o meio socioeconômico durante a Etapa de Operação do Empreendimento
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Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Positivos sobre o Meio Socioeconômico durante a Etapa de Planejamento do Empreendimento
Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Positivos sobre o Meio Socioeconômico durante a Etapa de Implantação do Empreendimento
Considerações FinaisConsiderações Finais
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Representação Gráfica da Magnitude dos Impactos Positivos sobre o Meio Socioeconômico
durante a etapa de Operação do Empreendimento
Em alguns casos, como em relação aos impactos negativos da etapa de planejamento sobre os
componentes sociais e econômicos, as ações de gestão propostas poderão contribuir para a redu-
ção da magnitude de vários dos impactos identificados.
Um exemplo disto é o Programa de Comunicação e de Relacionamento com as Partes Interessadas,
que poderá contribuir para a redução das dúvidas e expectativas quanto aos efeitos e alcance das
mudanças geradas pelo empreendimento, consolidando canais para o estabelecimento do processo
de comunicação entre as várias partes interessadas no empreendimento.
Um outro exemplo é o Programa de Prospecção Arqueológica, o qual poderá fornecer diretrizes
para o detalhamento do projeto da Refinaria ABC de forma a mitigar o impacto relacionado às
interferências com sítios arqueológicos.
Ainda, vários impactos negativos poderão ser mitigados e vários impactos positivos poderão ser poten-
cializados com a implementação do Programa de Fomento ao Desenvolvimento Socioeconômico Sus-
tentável no Território, cujo sucesso dependerá do grau de mobilização, integração e atuação das
várias partes interessadas. Este Programa representa também uma oportunidade para a promoção
de melhoria nos padrões de desenvolvimento humano e inclusão social.
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A Refinaria ABC atuará como estímulo ao crescimento de um setor produtivo complexo que se ini-
cia com a mineração da bauxita e chega ao refino da alumina, matéria-prima para a indústria de
alumínio que, por sua vez, atende ao setor automotivo de eletrodomésticos em geral, indústria
naval, máquinas e equipamentos, indústria da construção civil, dentre outras.
A implantação da Refinaria ABC, nos moldes propostos pelo presente EIA-RIMA, constitui uma
força dinâmica capaz de representar uma oportunidade para a transformação social no território
em que se encontra. A circunstância de instalação muito próxima entre as obras de Expansão 3
da Alunorte e a Refinaria ABC possibilita a potencialização, tanto pela mobilização de recursos
humanos e infra-estrutura econômica, como também e, principalmente, pela mobilização dos
agentes produtivos locais. Estes dois empreendimentos podem, assim, promover ações conjuntas
de responsabilidade social, articular as políticas de desenvolvimento local e, assim, fortalecer as
instituições locais.
A instalação da Refinaria ABC poderá favorecer o desenvolvimento local, através da articulação de
políticas públicas (tanto municipais, como do Estado e da União) incidentes sobre o território, da in-
tegração de propostas com outras iniciativas do capital privado e iniciativas da sociedade civil, bem
como a possibilidade de estabelecer uma agenda comum com as demais partes interessadas.
Nestes moldes, a implantação da Refinaria ABC não terá características de empreendimentos iso-
lados, com baixos benefícios econômicos para a população local. Ao contrário, a operação do em-
preendimento poderá induzir um processo de transformação social, contribuindo para a reversão
das desigualdades regionais, desde que a riqueza gerada no território possa ser apropriada pela
população local.
A não realização do empreendimento, por si só, implicará o não aproveitamento da oportunidade
que o empreendimento representa como instrumento de reversão do quadro social e econômico
local e regional, através principalmente dos seguintes impactos:
•Contribuição para Redução do Déficit da Balança Comercial Brasileira
A CVRD vem contribuindo, ao longo dos últimos anos, com o aumento das exportações do setor
de mineração, e conseqüentemente para um saldo da balança comercial brasileira em níveis mais
favoráveis à economia do país. A Refinaria ABC, cuja produção está voltada para exportação, irá
contribuir ainda mais para o incremento nas exportações totais do país, para a potencial redução
do déficit e eventual superávit na balança comercial brasileira.
•Geração de Empregos
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Serão criados cerca de 650 empregos diretos e aproximadamente 1.100 novos postos de trabalho
formais no setor de serviços, dinamizando a economia como um todo, durante a etapa de operação
do empreendimento.
•Capacitação da Mão-de-obra Local
O empreendedor da Refinaria ABC irá promover programas de treinamento e qualificação de mão-
de-obra, contribuindo para consolidar um processo de especialização técnica da mão-de-obra na
região, permitindo no futuro que a região passe a ser exportadora de mão-de-obra especializada
no setor.
•Aumento da Arrecadação Tributária.
O incremento na geração de receitas públicas, através dos pagamentos de tributos pelo empreendedor
e, indiretamente, pelos seus fornecedores e prestadores de serviços, poderá contribuir positivamente
para a melhoria dos indicadores sociais, com conseqüente melhoria da qualidade de vida.
Cabe à equipe técnica responsável pelos estudos ambientais indicar que, diante dos fatores apre-
sentados resumidamente acima, das informações existentes sobre o empreendimento e dos com-
promissos assumidos pelo empreendedor, o empreendimento é ambientalmente viável do ponto
de vista técnico-ambiental, considerando a implementação das ações de gestão propostas. Porém,
a decisão final pela viabilidade de implantação do empreendimento deverá ocorrer em conjunto,
pela comunidade, pelo órgão ambiental e pelo empreendedor.
A avaliação global do custo/benefício ambiental de um empreendimento não é atribuição especí-
fica da equipe técnica responsável pelo EIA/RIMA. O EIA/RIMA é, antes disso, um instrumento que
serve como subsídio para orientar a avaliação do grau de aceitabilidade do empreendimento pela
comunidade, da viabilidade técnico-econômica-ambiental pelo empreendedor e da viabilidade
política e socioambiental pelo Poder Público.
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EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELO RELATÓRIO
O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da Refinaria ABC, elaborado a partir do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) foi realizado pela empresa de consultoria ERM Brasil Ltda. e sua equipe técnica de consultores que firmaram sua responsabilidade por meio de regis-tro da Anotação de Responsabilidade Técnica. A relação dos profissionais desta equipe e seus respectivos registros profissionais é apresentada a seguir:
ERM Brasil Ltda. CREA SP: 400262IBAMA: Registro n.º 228.728Responsável TécnicoEugenio da Motta Singer CREA SP: 600593915 Coordenação Geral Sônia Margarida Csordas CREA SP: 0601022440IBAMA: Registro nº 304316Geógrafa Coordenação Meio FísicoAnna Paula Costa SantosCREA SP: 5060983160IBAMA: Registro n.º 354876Geógrafa Coordenação Meio BióticoAntônio Carlos BeaumordIBAMA: Registro n.º 303905Oceanógrafo Coordenação Meio Socioeconômico Cristina Catunda GuedesCREA SP: 5060085588IBAMA: Registro nº 298662Arquiteta e UrbanistaMestre em Ciências Ambientais Equipe Técnica
Alaine dos Santos CunhaCREA SP: 5061542702 Geóloga
Antônio Gonçalves Pires Neto CREA SP: 0600729151IBAMA: Registro nº 230453Geólogo Cecília Negrão Balby CREA SP: 0601733570 Geógrafa
Equipe técnica
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Celso SekiguchiEconomistaMestre em Sociologia Clarisse Torrens B. Dall’AcquaCREA DF:1200066660IBAMA: Registro nº 000137-2Arquiteta e UrbanistaMestre em Ciências Sociais Cristina H. Makino CRBIO: 39053/01-DIBAMA: Registro nº 527118Bióloga Denise L. Santana CRBIO: 36417/5-D IBAMA: Registro nº 233475Bióloga Fuad Jorge Alves JoséBacharel em administração de empresas Giovana Rubim GomesCREA SP: 5061220943IBAMA: Registro nºEngenheira Química Ivo de Jesus Teixeira CREA SP: 0600965551 IBAMA: Registro nº Engenheiro Civil e Químico Isolda Maciel da Silveira AntropólogaMestre em Ciências Sociais João Roberto Cilento WintherOAB: 79343 – São Paulo IBAMA: Registro nº 221875Advogado
Leda Ferreira PradoCREA SP: 0601884470IBAMA: Registro nº 294155Eng. Agrônoma Luciana FrazãoCRBIO: 35720/01-D - IBAMA: Registro nº 220887Bióloga
Equipe técnica
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Luiz Toledo Barros RizzoCREA SP: 0600834895 Eng. Agrônomo Luiz Antônio BritoCREA SP: 685059270Engenheiro Civil/ Mestre em Acústica Paulo SztutmanCREA SP: 0601094089Geógrafo Renata de GodoyMestre em gestão do patrimônio cultural Renato Hiroki Hashimoto CREA SP:5060971791 IBAMA: Registro nº 298482Arquiteto e Urbanista Solange Bezerra Caldarelli Doutora em Ciências Humanas Valdemir Pereira Ramos CRQ SP: 04306756Eng. Químico
Equipe de Apoio Ana Luiza Burliga Miranda, Dra. - Amostragens de ecossistemas aquáticosCristiane Isogai - Editoração Gráfica/ CartografiaFernando Domeniconi - Edição de RIMAEnrico F. Gonzales/Estagiário em Geografia - Editoração GráficaErenille Cavalcanti - Editoração de TextosKelli Teixeira Lima - Editoração de TextosLeslie de Molnary - Clima e MeteorologiaNeuza Serra/ Jornalista - Edição e Editoração de RIMAPaulo Casado/ Estagiário em Geologia - Editoração GráficaPriscila Santana Silva - Editoração de TextosSandro Rogerio Urban - Amostragens de ecossistemas aquáticosVinicius De La Rosa Coelho - Amostragens de ecossistemas aquáticos
Equipe técnica
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