REFLEXÕES ACERCA DA RELAÇÃO COLONIZADOR-COLONIZADO EM THE GRASS IS SINGING Isabela Christina do Nascimento Sousa 1 A Rodésia foi uma das colônias britânicas do século XX e as fazendas de colonos eram onde muitos nativos, embora não recebessem a denominação de escravos, eram, por lei, obrigados a trabalhar recebendo pouquíssimo em troca. Uma elite branca dominava a maioria negra que era submetida às suas leis e interesses. É nessa atmosfera que se passa The Grass is singing (1950), primeiro romance da escritora de língua inglesa Doris Lessing. No romance a personagem Mary Turner ao entrar em contato com os nativos que são empregados pelo seu marido, faz emergir em seu comportamento todas as características e artifícios do opressor colonial. Ela objetifica todo aquele outro que se localiza no lugar que ela reconhece como oposto ao dela, qualificando como ilegítimos seus costumes e sua língua, enquanto os nega o acesso a qualquer manifestação da cultura da “civilização branca”. Quando o colonizador, por um instante, e, por acaso, olha para o colonizado como ser humano, a relação mestre-servo está ameaçada, sendo precisamente o que acontece com Mary que vê essa relação entrar em colapso à medida que ela e forçada a perceber seu servo, Moses, não apenas como um animal selvagem, mas sim, como uma pessoa e é invadida por um sentimento de culpa que ela se nega a reconhecer. Através deste trabalho propõe-se analisar como se dá a construção da identidade dos personagens inscritos no ambiente colonial a partir das ideias de Homi K. Bhabha, assim como os conflitos que surgem no momento em que essas identidades (colonizador- colonizado) são ameaçadas de dissolução, e quais negociações de poder e sentido surgem são geradas durante esse processo. Palavras-chave: Colonizador. Colonizado. Identidade. 1 Aluna do mestrado em letras na Universidade Federal do Piauí (UFPI)
Artigo sobre as relações coloniais no primeiro romance da Iraniana Doris Lessing.
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REFLEXES ACERCA DA RELAO COLONIZADOR-COLONIZADO EM THE GRASS IS
SINGING
Isabela Christina do Nascimento Sousa[footnoteRef:1] [1: Aluna
do mestrado em letras na Universidade Federal do Piau (UFPI)]
A Rodsia foi uma das colnias britnicas do sculo XX e as fazendas
de colonos eram onde muitos nativos, embora no recebessem a
denominao de escravos, eram, por lei, obrigados a trabalhar
recebendo pouqussimo em troca. Uma elite branca dominava a maioria
negra que era submetida s suas leis e interesses. nessa atmosfera
que se passa The Grass is singing (1950), primeiro romance da
escritora de lngua inglesa Doris Lessing. No romance a personagem
Mary Turner ao entrar em contato com os nativos que so empregados
pelo seu marido, faz emergir em seu comportamento todas as
caractersticas e artifcios do opressor colonial. Ela objetifica
todo aquele outro que se localiza no lugar que ela reconhece como
oposto ao dela, qualificando como ilegtimos seus costumes e sua
lngua, enquanto os nega o acesso a qualquer manifestao da cultura
da civilizao branca. Quando o colonizador, por um instante, e, por
acaso, olha para o colonizado como ser humano, a relao mestre-servo
est ameaada, sendo precisamente o que acontece com Mary que v essa
relao entrar em colapso medida que ela e forada a perceber seu
servo, Moses, no apenas como um animal selvagem, mas sim, como uma
pessoa e invadida por um sentimento de culpa que ela se nega a
reconhecer. Atravs deste trabalho prope-se analisar como se d a
construo da identidade dos personagens inscritos no ambiente
colonial a partir das ideias de Homi K. Bhabha, assim como os
conflitos que surgem no momento em que essas identidades
(colonizador-colonizado) so ameaadas de dissoluo, e quais negociaes
de poder e sentido surgem so geradas durante esse processo.
