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1 REFLEXÕES SOBRE O CRESCIMENTO Número 29 – agosto de 2012 Avançando o Programa de Pré-jovens “numa Diversidade de Cenários e Circunstâncias” Nas suas mensagens recentes, a Casa Universal de Justiça referiu-se à “rápida expansão” e “aumento na capacidade” do programa de empoderamento espiritual dos pré-jovens. Não é de surpreender que o programa tenha sido capaz de engajar o idealismo e o interesse de pré-jovens, pois a visão bahá’í do potencial de pré-jovens é tão contrária aos conceitos predominantes mantidos pela sociedade sobre essa faixa etária. Conforme a Casa Universal de Justiça explicou em sua mensagem do Ridván de 2010, as comunidades bahá’ís veem “altruísmo no pré-jovem, um agudo senso de justiça, anseio por aprender acerca do universo e um desejo de contribuir para a construção de um mundo melhor”. Na verdade, a experiência dos amigos num crescente número de agrupamentos confirma que “somente a capacidade da comunidade bahá’í limita a amplitude de sua resposta à demanda pelo programa”. Desde seu início, a implementação do programa foi sistemática como também progressiva, um processo que promoveu a aprendizagem desde o nível global até o de agrupamento. Numa tentativa de disseminar a aprendizagem mais amplamente, estamos dedicando duas edições sucessivas deste boletim para compartilhar a experiência referente a várias dimensões do programa de pré- jovens, um componente crucial do processo de construção de comunidades. Nessa questão, os relatos de diferentes partes do mundo destacam a experiência relacionada a quatro aspectos específicos do programa de pré-jovens: formar grupos de pré-jovens e aumentar seu número, convidar jovens da sociedade em geral para servirem como monitores, construir relacionamentos com os pais e a comunidade, e ter benefício do poder transformador do programa. * * * * * Formando Grupos de Pré-Jovens e Aumentando Seu Número: Até mesmo em agrupamentos em que não há nenhum ou poucos pré-jovens bahá’ís, os grupos de pré-jovens se formam e florescem. Num crescente número de grupos, a experiência vem mostrando que os pré-jovens participantes de grupos existentes são alguns dos melhores promotores do programa. Ilhas Canárias No seguinte relato, um monitor de grupos de pré-jovens descreveu como o programa de empoderamento espiritual começou no agrupamento Gran Canária. Um dia, eu decidi iniciar um grupo de pré-jovens em minha comunidade. Agora estou ciente de que esta foi uma das decisões mais importantes da minha vida. Não havia sequer um único pré-jovem na minha comunidade para iniciar o grupo. Assim, decidi mencionar na Festa de Dezenove Dias que caso houvesse algum amigo interessado ou que conhecesse pré-jovens que pudessem ter interesse, eu estaria presente no centro juvenil na sexta feira às 18 horas. Chegou sexta feira e ninguém apareceu. Esperei 45 minutos e voltei para casa. Quando estava colocando a chave na fechadura, recebi um telefonema; dois pré-jovens haviam chegado ao centro juvenil e queriam me ver! Voltei correndo e cheguei lá em cinco minutos. Eu não os conhecia, mas, com eles começou uma nova fase da minha vida, a que eu chamei de “furacões de confirmação”. Durante duas semanas eu me encontrei com três pré-jovens – conhecemo-nos uns aos outros, estudamos e brincamos juntos. Um carinho do outro mundo logo começou a surgir entre nós. Cada passo que eu dava era confirmado com um grande passo em direção ao serviço. Os meninos encantaram-se com o grupo, e em pouco tempo começaram a convidar seus amigos. Logo éramos 10! Comecei também a receber chamadas de suas mães, que estavam completamente surpresas pelas mudanças positivas que estavam vendo em seus filhos.

Reflexoes Sobre Crescimento - Boletim 29

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Avançando o programa de pré-jovens “numa diversidade de cenários e circunstâncias”

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    REFLEXES SOBRE O CRESCIMENTO Nmero 29 agosto de 2012

    Avanando o Programa de Pr-jovens numa Diversidade de Cenrios e Circunstncias

    Nas suas mensagens recentes, a Casa Universal de Justia referiu-se rpida expanso e

    aumento na capacidade do programa de empoderamento espiritual dos pr-jovens. No de surpreender que o programa tenha sido capaz de engajar o idealismo e o interesse de pr-jovens, pois a viso bah do potencial de pr-jovens to contrria aos conceitos predominantes mantidos pela sociedade sobre essa faixa etria. Conforme a Casa Universal de Justia explicou em sua mensagem do Ridvn de 2010, as comunidades bahs veem altrusmo no pr-jovem, um agudo senso de justia, anseio por aprender acerca do universo e um desejo de contribuir para a construo de um mundo melhor. Na verdade, a experincia dos amigos num crescente nmero de agrupamentos confirma que somente a capacidade da comunidade bah limita a amplitude de sua resposta demanda pelo programa.

    Desde seu incio, a implementao do programa foi sistemtica como tambm progressiva, um processo que promoveu a aprendizagem desde o nvel global at o de agrupamento. Numa tentativa de disseminar a aprendizagem mais amplamente, estamos dedicando duas edies sucessivas deste boletim para compartilhar a experincia referente a vrias dimenses do programa de pr-jovens, um componente crucial do processo de construo de comunidades.

    Nessa questo, os relatos de diferentes partes do mundo destacam a experincia relacionada a quatro aspectos especficos do programa de pr-jovens: formar grupos de pr-jovens e aumentar seu nmero, convidar jovens da sociedade em geral para servirem como monitores, construir relacionamentos com os pais e a comunidade, e ter benefcio do poder transformador do programa.

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    Formando Grupos de Pr-Jovens e Aumentando Seu Nmero: At mesmo em agrupamentos em que no h nenhum ou poucos pr-jovens bahs, os grupos de pr-jovens se formam e florescem. Num crescente nmero de grupos, a experincia vem mostrando que os pr-jovens participantes de grupos existentes so alguns dos melhores promotores do programa. Ilhas Canrias

    No seguinte relato, um monitor de grupos de pr-jovens descreveu como o programa de empoderamento espiritual comeou no agrupamento Gran Canria.

    Um dia, eu decidi iniciar um grupo de pr-jovens em minha comunidade. Agora estou ciente de que esta foi uma das decises mais importantes da minha vida. No havia sequer um nico pr-jovem na minha comunidade para iniciar o grupo. Assim, decidi mencionar na Festa de Dezenove Dias que caso houvesse algum amigo interessado ou que conhecesse pr-jovens que pudessem ter interesse, eu estaria presente no centro juvenil na sexta feira s 18 horas. Chegou sexta feira e ningum apareceu. Esperei 45 minutos e voltei para casa. Quando estava colocando a chave na fechadura, recebi um telefonema; dois pr-jovens haviam chegado ao centro juvenil e queriam me ver! Voltei correndo e cheguei l em cinco minutos. Eu no os conhecia, mas, com eles comeou uma nova fase da minha vida, a que eu chamei de furaces de confirmao. Durante duas semanas eu me encontrei com trs pr-jovens conhecemo-nos uns aos outros, estudamos e brincamos juntos. Um carinho do outro mundo logo comeou a surgir entre ns. Cada passo que eu dava era confirmado com um grande passo em direo ao servio. Os meninos encantaram-se com o grupo, e em pouco tempo comearam a convidar seus amigos. Logo ramos 10! Comecei tambm a receber chamadas de suas mes, que estavam completamente surpresas pelas mudanas positivas que estavam vendo em seus filhos.

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    O grupo continuou a crescer. ramos 15, depois 20; alguns jovens vinham e saam, mas permaneceu um grande ncleo de participantes que estavam passando por uma transformao significativa. O programa estava tendo efeito. O entusiasmo dos jovens era realmente contagioso. Eles aprenderam o conceito de confirmao e estavam desenvolvendo grande percepo espiritual. Comearam a relacionar-se com os participantes de grupos de pr-jovens do agrupamento e desenvolveu-se uma nova dinmica no programa de pr-jovens. A comunidade era vibrante nas reunies de reflexo, em que os pr-jovens contribuam com sua viso, alegria e fora. J havia quatro grupos de pr-jovens bem fortes, com 28 participantes, quando decidimos iniciar uma campanha para expandir o programa. Nessa ocasio fomos abenoados com a visita de um amigo que veio para o agrupamento e comeou a servir como coordenador de grupos de pr-jovens. A campanha foi planejada no primeiro seminrio para coordenadores de grupos de pr-jovens do qual eu pude participar. Tal era o amor dos amigos do agrupamento aos pr-jovens que era fcil visitar indivduos e encoraj-los a se tornarem monitores. Visitamos seis pessoas, e todas aceitaram receber capacitao. Durante as visitas oramos juntos, lemos trechos da mensagem da Casa Universal de Justia e consultamos sobre oportunidades de crescimento dos grupos nas comunidades. Depois de completar o Livro 5, monitores recm treinados participaram da campanha para promover novos grupos. Os pr-jovens que estavam realmente participando do programa eram a chave para o sucesso na abertura de novos grupos. Familiarizados com o discurso do programa, eles foram a praas, conversaram com pr-jovens, e convidaram-nos a participar. Em seguida cada monitor marcou a data e a hora das atividades. Isso foi feito durante uma semana e em consequncia disso iniciaram-se seis novos grupos!

    Portugal

    A pessoa-recurso para o programa de pr-jovens da Pennsula Ibrica visitou Portugal e relatou as iniciativas bem sucedidas dos amigos na formao de grupos de pr-jovens.

    O primeiro agrupamento que visitei foi o Centro Litoral, no qual um bah, que professor universitrio, estava treinando trs de seus alunos no Livro 5, os quais estavam agora vidos para comear a servir como monitores. Eles visitaram algumas salas de aula numa escola em que um dos monitores trabalha e, depois de falar com a diretora da escola, apresentaram o programa aos alunos. Eu pude participar de uma dessas apresentaes e tive a feliz surpresa de ver como eles explicaram bem os conceitos de servio e excelncia, e interagiram com os pr-jovens. Davam aos alunos um pedao de papel sobre o qual eles podiam escrever seus nomes caso tivessem interesse em participar de um grupo. Embora aquele agrupamento no tivesse qualquer experincia anterior com o programa, eu achei to interessante e encorajador ver esse tutor acompanhando os novos monitores e quo vidos eles estavam por servir. O agrupamento dividido em trs setores com cinco comunidades locais principais. O coordenador de pr-jovens identificou sua prpria cidade e uma comunidade prxima como aquelas nas quais focar sua energia e tempo. Ele est treinando e acompanhando seis jovens de ambas as localidades, de modo que eles possam iniciar seus prprios grupos em seus bairros. Alguns dos jovens so de origem bah, mas alguns no so. Ele disse que conheceu dois deles, que vivem em seu bairro, h apenas um ano, e eles j esto servindo como monitores! Eu tambm participei de um grupo de pr-jovens que estava sendo realizado ao mesmo tempo que outro grupo de pr-jovens, uma aula bah' para crianas e dois crculos de estudo, todos mantidos pelos amigos locais, sendo que apenas um tutor vinha de uma comunidade prxima para nos ajudar. Ao final do anoitecer, todas as crianas, pr-jovens e

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    jovens saram juntos para coletar lixo como uma atividade de servio. Foi maravilhoso ver a alegria e a unidade que isso produziu.

    Estados Unidos

    O seguinte relato de um Conselheiro analisa algumas das lies aprendidas na regio sudoeste em relao formao e expanso de grupos de pr-jovens e a importncia em estabelecer reunies de grupo em um carter mais formal.

    Comeando no ltimo vero, nossas reflexes sugeriram que poderia ser proveitoso explorar a formao de grupos de pr-jovens em espaos mais formais como um meio de aumentar a participao nos grupos de pr-jovens. A maior parte da experincia durante anos havia sido adquirida na formao de grupos informais. Em muitos casos, a hora e o local de encontro de grupos de pr-jovens no eram determinados at que participantes potenciais se empenhassem, e a ideia era que eles ajudassem a combinar a hora e o local da reunio. Entretanto, tal abordagem frequentemente levava formao de pequenos grupos de pr-jovens sem a definio de um local para reunies. No de surpreender que fosse difcil manter grupos em tais condies. Alm disso, a maioria dos grupos de pr-jovens havia sido tipicamente formada por uma ampla faixa etria. No decorrer do ltimo ano, pensou-se sobre a formao de grupos com base em idade ou nvel escolar. Embora a ideia tivesse sido ventilada, os coordenadores e monitores haviam encontrado dificuldade em imaginar trabalhar com pr-jovens por faixa de idade quando o grupo contava com apenas cinco participantes ou algo assim. A ideia existia em teoria, porm, no era possvel considerar a formao de grupos de pr-jovens por idade at que os agrupamentos desenvolvessem a capacidade de trabalhar com grande nmero de participantes. E, certamente, muito difcil imaginar trabalhar com grande nmero de participantes quando os monitores esforam-se at para manter pequenos grupos. No decorrer dos ltimos seis a nove meses, enfatizou-se a explorao de parcerias com organizaes em vizinhanas para oferecer o programa de pr-jovens em escolas e centros comunitrios. medida em que oportunidades se materializavam e mais grupos comeavam a se encontrar nesses lugares, ajudou os amigos perceberem as possibilidades. Por exemplo, enquanto para um monitor poderia parecer quase impossvel trabalhar com mais de 10 pr-jovens de modo informal num ambiente de vizinhana, devido s distraes, a ideia de trabalhar com 15 a 20 pr-jovens numa sala de aula ou num centro comunitrio parece bem mais realstica. Com essa percepo, os amigos comearam agora a pensar em formar grupos maiores de pr-jovens divididos por faixa de idade (12-, 13-, e 14- anos de idade) num nico ambiente amplo. Explorar essas ideias ajudou os amigos a considerar como trabalhar na prtica em prol de maiores nmeros. Sem mencionar que a mensagem de 12 de dezembro de 2011 da Casa Universal de Justia tem tanto possibilitado que as agncias de agrupamentos percebam que esto todos trabalhando para o avano do mesmo processo, como tambm as tm ajudado especialmente os Comits de Ensino de rea a entender a importncia de um vigoroso programa de pr-jovens num agrupamento. Os agrupamentos em que esta conscincia j estava surgindo foram capazes de coloc-lo em ao mais rapidamente. No agrupamento East Valley, Arizona, por exemplo, os amigos puderam canalizar a energia de suas mais recentes fases de expanso para ampliar significativamente o programa de pr-jovens em algumas vizinhanas-chave. O Comit de Ensino de rea valeu-se de sua experincia, planejando campanhas efetivas de ensino para sistematicamente registrar um grande nmero de pr-jovens. O fato de espaos formais para grupos de pr-jovens terem sido identificados antes da fase de expanso ajudou o Comit de Ensino de rea a estruturar uma expanso sistemtica em torno desses locais. Ademais, confiantes de que uma equipe de trs a seis monitores poderiam trabalhar efetivamente, se adequadamente acompanhados, com um grupo de 60 pr-

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    jovens dividido por idade, num ambiente conducente aprendizagem, os amigos conseguiram definir metas audaciosas, porm realsticas, de registrar 60 pr-jovens para cada um dos contextos mais formais. No East Valley, na fase de expanso, os esforos foram concentrados em Mesa e Tempe. Os amigos conseguiram registrar cerca de 120 novos pr-jovens em Mesa e mais de 60 em Tempe. Esses grupos se renem em diversos locais, inclusive em um Clube de Meninos e Meninas, um Centro Ativo de Aprendizagem, um centro comunitrio da vizinhana, e nas reas comuns dos apartamentos. Antes da fase de expanso no East Valley, cerca de um tero dos participantes do programa de pr-jovens concentrava-se nas vizinhanas de Tempe e Mesa, enquanto os outros dois teros dos participantes pertenciam a grupos espalhados pelo agrupamento. Embora a participao ainda esteja se estabilizando em muitos dos novos grupos, est claro que a participao no programa de pr-jovens como um todo agora est muito mais concentrada em Mesa e Tempe. Consequentemente, cada um dos assistentes de coordenadores de pr-jovens trabalha com alguns monitores em cada uma dessas reas especficas. Os esforos para aumentar a participao e formalizar o programa de pr-jovens levaram a outros acontecimentos positivos. Por exemplo, monitores que trabalham com diversos grupos num mesmo local agora esto funcionando como equipes, encontrando-se antecipadamente para preparar cada seo, revendo lies dos textos para pr-jovens e planejando atividades complementares como projetos de servio. Os coordenadores de pr-jovens trabalham em estreita colaborao com as equipes de monitores, auxiliando-os a se preparar para cada reunio, visitando os grupos regularmente e refletindo aps cada seo. Isso evidentemente ajuda a fortalecer a qualidade do programa de pr-jovens e a aumentar a capacidade tanto dos coordenadores como dos monitores. Curiosamente, como os esforos que tm sido feitos para os grupos de pr-jovens se reunirem em ambientes mais formais, est ajudando a focar ateno na qualidade do trabalho dos monitores. Quando os grupos de pr-jovens se encontram em ambiente informal, pode-se frequentemente encobrir a habilidade dos monitores de engajar os pr-jovens em conversas profundas j que grande parte de sua energia se direciona em minimizar distraes - caminhes de sorvete, amigos passando, jogos no parque, ou irmos mais novos.

    Convidar Jovens da Sociedade em Geral a Servirem como Monitores: A fim de satisfazer as demandas para o Programa de Empoderamento Espiritual de Pr-jovens em muitos agrupamentos, os crentes tm feito contato com indivduos da sociedade em geral, especialmente jovens, para serem treinados como monitores. Conforme demonstram os relatos seguintes, no difcil encontrar aquelas almas ansiosas por abandonar a letargia que lhes foi imposta pela sociedade e iniciar um processo de transformao coletiva. Austrlia

    Num relatrio sobre o desenvolvimento do programa de pr-jovens no agrupamento Brisbane Bayside, o Conselheiro descreve como os amigos aprenderam a efetivamente apresentar o programa populao de uma vizinhana selecionada e de que modo, aps uma grande reao positiva, eles se organizaram para acompanhar aqueles que se ofereceram para serem treinados como monitores. O relato tambm ilustra como esse esforo serviu para fortalecer as instituies e agncias da regio.

    Atravs do mpeto do centro de aprendizagem para aprender sobre o desenvolvimento do programa de pr-jovens em meio a populaes receptivas, foram feitos planos em 2011 para observar alguns dos diferentes bairros. Grande parte do esforo foi feito por coordenadores de pr-jovens com um grupo de monitores. Durante essa observao o grupo focou seus esforos no bairro Woodridge, que mostrou alguma receptividade ao programa. Com base nessa avaliao, durante o seminrio de maio realizado no centro de aprendizagem, os participantes, juntamente com monitores do agrupamento, organizaram uma campanha. O resultado dessa

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    campanha foi que 12 indivduos iniciaram o Livro 1 com o objetivo de se tornarem monitores. Em junho, quatro jovens saram como pioneiros em um bairro para ajudar a consolidar esses 12 indivduos. Nos dois ciclos seguintes, foram feitos planos sistemticos pelas agncias do agrupamento, em colaborao com os centros de aprendizagem, para engajar ainda mais a populao. Esse esforo resultou na participao de 70 indivduos no Livro 1, alm de centenas de pessoas mostrando interesse em apoiar o programa. O desafio imediato que as agncias do agrupamento enfrentaram foi a magnitude do trabalho de consolidao. Oito tutores visitantes alm de um pioneiro residente estavam registrados para apoiar o trabalho de consolidao, que inclua facilitar crculos de estudo e tambm visitar os participantes e outros que haviam mostrado interesse durante as campanhas. Ainda outros quatro pioneiros residentes estaro se mudando para outros bairros em poucos meses. H tambm uma equipe que est sendo formada para coordenar o trabalho de consolidao, ou seja, ajudar a sistematizar ainda mais as visitas aos lares e apresentao de reunies devocionais. Atualmente, h cerca de 60 indivduos que esto sendo acompanhados atravs de crculos de estudo e/ou visitas aos lares. Com a chegada do novo pioneiro residente, o plano acompanhar mais 20 a 30 indivduos. Para responder intensidade da aprendizagem que est sendo adquirida e o acompanhamento exigido em Woodridge, o coordenador de crculos de estudo, dois membros do Comit de Ensino de rea, o coordenador dos pr-jovens, e os membros do Corpo Auxiliar e seus ajudantes vm trabalhando em estreita colaborao para apoiar as atividades de expanso e consolidao. Isso inclui reunies plenrias regulares coletivas e tambm reunies individuais entre essas diferentes pessoas. O papel dos membros do Corpo Auxiliar em trabalhar ombro a ombro com pioneiros residentes e agncias do agrupamento tem sido decisivo para o desenvolvimento nesta rea.

    Com cada campanha de ensino, no decorrer dos ciclos, os amigos vm aprendendo efetivamente a manter conversas com a populao e ajud-la a perceber a viso de construir comunidades e encoraj-la a trilhar um caminho de servio. As conversas iniciais em Woodridge focavam-se grandemente em convidar a populao para participar de atividades. O sucesso desta abordagem foi limitado, porm, conforme o contedo das conversas evoluiu at incluir alguns dos conceitos-chave do livro 5 e a viso de construo de comunidades, o interesse e a resposta da populao aumentou. O entendimento dos instrutores e seu comprometimento com aes de longo prazo tm sido decisivos para transmitir esses conceitos efetivamente e para convidar indivduos a se tornarem partes do processo. Ser capaz de comunicar a natureza dos cursos do instituto de capacitao como sendo a de trilhar o caminho de servio tem sido valioso para diferenciar este curso de outras abordagens educacionais com as quais a populao pode estar familiarizada. Vanuatu

    H alguns meses, um casal, que no bah, envolveu-se com o programa de empoderamento espiritual de pr-jovens. Ambos completaram os Livros 1 e 5 do Instituto Ruhi, e a esposa atualmente serve como monitora. Uma pessoa recurso para o programa de pr-jovens teve a oportunidade de visit-la e compartilhou a histria contada por ela.

    Estou to feliz em poder acompanhar os pr-jovens na minha aldeia. Sou crist e meu marido segue as crenas tradicionais de Tanna. Desde que me casei, no tenho tido sucesso em atrair meu marido a Deus e religio. Porm, desde que ambos nos envolvemos com o programa de pr-jovens, o desejo de meu corao foi satisfeito e agora meu marido est atrado a assuntos espirituais. O programa de pr-jovens foi a causa dessa transformao em meu marido. Estou to contente e satisfeita por ser capaz de fazer atos que so importantes e significativos. Agora estou servindo como monitora e acompanhando diversos pr-jovens na minha aldeia. O grupo acabou de executar um projeto de servio. Construram uma pequena casa no cruzamento em que se encontram as estradas provenientes do sul, norte e leste. Esta pequena casa como um abrigo em que os viajantes que caminharam longas distncias podem

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    descansar um pouco e depois continuar sua viagem. Podem tambm se refugiar na casa se estiver chovendo forte, este um dos projetos de servio que os meus pr-jovens executaram. Tenho visitado muitos pais e tenho falado a eles sobre a importncia do programa de pr-jovens para transformar a vida da nossa futura gerao. Reuni tambm um grupo de jovens adultos para estudar o Livro 1. Depois de completar o Livro 1, eles estudaro o Livro 5, de modo que tambm possam servir como monitores. Desde que me envolvi com o programa, tenho encontrado oposio da parte dos meus prprios parentes, pois sou crist. Eles me dizem: Por que voc est fazendo isso? Voc no bah. Est promovendo um programa que pertence aos bahs. Mas eu jamais tive dvida. Decidi dedicar minha vida a este programa. No sou muito bem instruda. S completei a sexta srie, mas a pouca instruo que tenho, estou usando para ajudar os pr-jovens de minha comunidade e minha ilha.

    Granada

    Um jovem pioneiro era amigo do diretor de um colgio comunitrio que mantinha um contedo de servio comunidade para seus alunos. Ele apresentou o programa de empoderamento espiritual de pr-jovens como uma possibilidade de servio, e foi aceito. Esperava-se que os alunos que se inscreveram para este servio comunidade estudassem os Livros 1 e 5. Ao final de seu estudo do Livro 1, o colgio pediu-lhes que compartilhassem seus comentrios sobre o curso. Eis alguns desses relatos:

    Durante meu perodo de servio comunidade, a cada dia aprendi algo novo. Alm de Reflexes sobre a Vida do Esprito, deram-nos Oraes Bahs e Palavras Ocultas. No meu servio comunidade, senti-me como um novo eu. Via tudo ao meu redor de um modo diferente. Sentia-me mais calmo e quando era provocado, no me aborrecia. Depois de algum tempo, comecei a compartilhar minha experincia com minha famlia e amigos. Agora, quando vejo um amigo ou parente se debatendo, lembro-me do que aprendi e corro para socorr-los. Compartilho com eles Filho do Ser! No te ocupes com esse mundo, pois com o fogo experimentamos o ouro e com o ouro pomos prova os Nossos servos. Depois do meu servio comunidade, posso concluir que descobri a maior ddiva que Deus nos deu, a orao. Conforme disse Abdul-Bah, Nada h mais doce no mundo da existncia do que a orao.

    A capacitao no programa de empoderamento espiritual de pr-jovens foi uma experincia de transformao da vida para mim. Todos os aspectos da palavra servio mudaram para mim. Este programa me ensinou a servir de modo abnegado, considerar a opinio dos outros e ser grato pela situao da minha vida. Aprendi a tratar as pessoas de modo apropriado, com lngua bondosa, sem desprezo e sarcasmo, e ser sincero. assim que Deus quer que tratemos uns aos outros, e vivamos nossa vida, em paz e sem dissenso.

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    Nos livros Reflexes sobre a Vida do Esprito e Oraes Bahs aprendi muitas coisas que preciso colocar em prtica. Essas incluem orar regularmente para que no dia a dia se tenha uma relao com Deus; perdoar as pessoas que me tenham tratado injustamente; mostrar bondade, amor e considerao s pessoas; remover todos os atos de pecado da minha vida; e tambm compartilhar o que aprendi com outras pessoas, de modo que elas tambm possam estar conectadas a Deus. Este servio comunidade foi muito benfico para mim, ajudando-me a desenvolver caractersticas espirituais.

    Construir Relacionamentos com os Pais e a Comunidade: Uma caracterstica essencial do programa de pr-jovens trabalhar com os pais dos participantes no contexto da participao de seus filhos no programa. Os pais prezam grandemente o fato de o programa procurar moldar a capacidade dos pr-jovens para o servio humanidade, liberando suas energias para uma vida significativa e

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    construtiva. Os dois relatos desta seo so exemplos do impacto que o programa pode ter sobre os pais e uma vizinhana. ndia

    Tivemos uma campanha para o Livro 5 num povoado no agrupamento Cuddalore, Tamil Nadu, e nove grupos de pr-jovens foram estabelecidos em consequncia da campanha. Sunita era uma das monitoras e seu grupo comeou h uma semana. Seu pai ingere bebida alcolica regularmente e nosso coordenador observa isso frequentemente. Um dia, quando os pr-jovens estavam do lado de fora da casa de Sunita, discutindo a personagem Musonda e lendo a segunda lio do Brisas de Confirmao, o pai de Sunita (que naquele dia especfico no havia bebido e estava sbrio) ouviu toda a conversa entre os pr-jovens. Ele saiu de casa e perguntou Sunita o que ela estava fazendo. Ela falou-lhe sobre Musonda e juntos eles estudaram a lio. O pai de Sunita ficou muito impressionado com a lio. Sentiu-se mal quanto sua vida, pensando como uma menina como Musonda estava tendo pensamentos mais profundos que ele. Ele prometeu sua filha que pararia de beber a partir daquele dia e pediu-lhe que estudasse as lies junto com ele. Tambm pediu Sunita para fazer oraes por ele. Sunita respondeu que em vez de fazer oraes somente para seu pai, achava que eles deveriam fazer oraes por toda a humanidade. Ao ouvir isso, o pai de Sunita expressou sua alegria devido aos cursos Ruhi terem transformado sua filha numa pessoa responsvel que se preocupa com a sociedade. Expressou tambm seu desejo de fazer os cursos Ruhi.

    Austrlia

    Em dois bairros do agrupamento Sydney Metro (Bidwill and Westmead), alguns pioneiros e outros jovens esto engajados no processo da construo de comunidades. Ambos os bairros possuem populaes receptivas, o primeiro habitantes das Ilhas do Pacfico, e o segundo de indgenas. Em Westmead, como um ato de servio, um dos grupos de pr-jovens organizou um piquenique no parque local para reunir as crianas que participam de aulas para crianas na vizinhana e suas famlias. Os pr-jovens (todos da comunidade mais ampla) conduziram os procedimentos e facilitaram um debate sobre o impacto das aulas nas crianas da vizinhana. Os pais foram muito positivos em seus comentrios. Os pr-jovens serviram lanche, ajudaram a organizar brincadeiras, e auxiliaram na limpeza. As crianas e pr-jovens, todos falam avidamente em procurar as oportunidades de servir como monitores, e seus pais do muito apoio a essas aspiraes. O piquenique mostrou-se um simples ato de servio, mas teve implicaes mais profundas para a vizinhana. Reuniu pais que no conheciam uns aos outros e, para a alegria de vrias mes, fez os pais manterem contato uns com os outros e com as aulas. A qualidade das interaes dos pioneiros com os pais foi admirvel, inclusive seu amor genuno pela populao em todas as suas conversas e atos. Os amigos indgenas parecem ter os pioneiros em alta estima e falam deles com grande afeto.

    O Poder Transformador do Programa de Pr-Jovens: H uma abundncia de histrias que ilustram como o programa de pr-jovens est estimulando sua percepo espiritual, aumentando seu poder de expresso, e reforando a estrutura moral que os servir durante suas vidas. Itlia

    A pessoa recurso para o programa de pr-jovens na Itlia compartilhou uma histria de como o material de pr-jovens pde exercer uma profunda influncia na vida de um grupo de meninas que participam do programa no agrupamento de Mantova.

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    O grupo composto de uma turma bem slida de amigas, 10 meninas que estiveram juntas desde o jardim da infncia. Elas so muito unidas, inteligentes e dedicadas, mas, com o tempo tornaram-se conhecidas, em sua escola, como um grupo fechado que no deixava mais ningum entrar no clube. Elas eram realmente admiradas pelas meninas e meninos da escola, mas sua atitude era exclusivista, e os outros frequentemente se sentiam inferiorizados. Os monitores, no entanto, perceberam que as meninas do grupo eram sinceras e dispostas a melhorar o mundo em volta delas. Elas acreditavam nas qualidades espirituais e no olhavam para o seu atual comportamento, mas nos seus atributos concedidos por Deus. Uma mudana na atitude e comportamento das meninas ficou clara quando estudaram Brisas de Confirmao. Elas comearam a falar sobre o significado de observao da aparncia, sobre conceitos de ateno s necessidades das pessoas que nos cercam, e tambm do amor s pessoas que no pertencem nossa famlia ou a um grupo de amigos ntimos, como Chishimba e Godwin haviam feito, ajudando a mulher com o peso sobre os ombros. As meninas desse grupo estavam frustradas por causa de outra menina, que denominaremos Maria. Elas no se conformavam com a timidez dela e o fato de sempre estar sozinha, usando roupas escuras e demostrando pouco cuidado com sua aparncia fsica. Por terem sido tocadas pela histria no Brisas, elas decidiram aprender a fazer o mesmo em suas vidas. Imediatamente se lembraram de Maria. Perceberam quo imaturas haviam sido em seu comportamento e que Maria certamente tinha qualidades positivas. Levantaram-se para uma misso de uma semana: fazer amizade com Maria. No dia seguinte, na escola, elas a circundaram (e Maria ficou um pouco assustada) e comearam a lhe fazer muitas perguntas. Comearam a passar mais tempo com ela e mostrar-lhe mais e mais ateno. Vendo apenas as suas qualidades, elas aprenderam a am-la ainda mais do que esperavam. Na hora do intervalo a convidaram a dar uma volta pela escola. Isso encheu Maria de alegria por ter novas amigas, ela nunca havia se sentido to enturmada. O grupo percebeu que no queria mais ser um clube. Sim, elas queriam manter sua unidade, mas tambm desejavam abrir-se a outras pessoas, construindo unidade com todos. Em uma semana elas passaram mais tempo com muitas amigas e essa mudana foi percebida pelas outras alunas da escola, que comearam a lhes perguntar o que havia acontecido! Como consequncia, Maria tambm decidiu participar do grupo de pr-jovens. Ela est feliz por contribuir para a mesma transformao pela qual ela passou e ser causa de amizade com outros.

    Ilhas Canrias

    O monitor, cuja experincia em formar um grupo descrito na pgina 1, escreveu tambm: Muitos milagres e transformaes ocorreram durante esse processo que nos inspirou e nos deu fora para continuar. Sem dvida, as transformaes que vimos nos prprios pr-jovens foi a maior inspirao. Ele compartilha pequenas histrias sobre o impacto que o programa teve sobre pr-jovens, dos quais outros haviam desistido algumas vezes.

    Carlos era uma criana-problema, ou assim era chamado. Na verdade, tal percepo a seu respeito no havia ajudado de forma alguma para melhorar sua situao. Carlos usava linguagem imprpria e no conseguia falar a respeito de seus sentimentos. Ele tinha tido certos problemas com a lei e havia sido expulso de diversas escolas. Seu relacionamento com o programa de pr-jovens o transformou de um modo que pde ser visto por todos. A primeira mudana significativa ocorreu durante o projeto. Um dia, involuntariamente ele interrompeu a conversa de dois adultos e disse: Desculpem por interromp-los. Ento ele gelou e exclamou: Eu acabei de pedir desculpas? Ser que estou ficando louco? Ele estava percebendo sua prpria transformao inevitvel. Desde ento, ele vem mostrando seu zelo em melhorar e sua natureza extremamente solidria. Ele tem sido uma fonte de inspirao para todos ns. Carlos tem dito: Vocs so minha segunda famlia.

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    Elena uma menina com muitos problemas de relacionamento porque seus colegas estavam constantemente debochando dela. Na primeira vez que chegou ao grupo, no ousou olhar diretamente nos olhos de ningum e no pronunciou uma nica palavra. Lentamente comeou a adquirir autoconfiana at o ponto de aceitar o papel principal numa apresentao teatral na reunio de reflexo. No dia da apresentao, uma mulher apresentou-se, pedindo para encontrar o monitor de pr-jovens. Fiquei com medo, pois pensei que estivesse aborrecida. Ela olhou diretamente nos meus olhos, e pude ver uma expresso de profunda emoo em sua face. Ela disse: Eu lhe agradeo imensamente. No sei o que est fazendo com minha filha, mas agradeo por tudo. Para essa me, foi um milagre ver sua filha to bem integrada com outros jovens de sua idade e estar pronta para se apresentar diante do pblico. Jorge um jovem muito gentil que desde o incio, imediatamente se entrosou com os valores e ideias do grupo de pr-jovens. Ele sempre est disposto a melhorar, enfrentar desafios, e tentar fazer o melhor que pode. Ele costumava gaguejar quando lia ou falava em pblico, mas estabeleceu a meta de entrar numa competio de recitao de poemas em seu colgio. No grupo, ns o encorajamos e apoiamos inteiramente. Jorge melhorou tanto a sua fala que ganhou o primeiro lugar!

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