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AND LXV N .Q 11

Indalicio MeudesSI!;CRETARw

FUNDADO EM 1888A. Wantuil de Freitas

DIRETOR

Henrtque SoudermannGERENTf~

1 - 1 UN1IlDt \DEpor PORTOCARREIRONETo.

"Bem-aventurados os humildes - afirmou 0

Divino Mestre - porque deles e 0 reino dos

ceus", E ainda: "Aquele que se humilha, seraexaltado, e 0 que se exalta sera humilhado". A

exaltaeao do humilde e a gloria de Deus; e aque maior nivel poderia 0 homem aspirar, e quemaier premio Ihe poderia ser concedido? A hu-

mildade do Espirito condu-Io as elevadas regioesdo Ineognoscivel ; a exaltacao do seu proprio

"eu", por suas forcas mesmas, em arrernesso de

soberbia, lanca-o, pelo contrario, as "trevas ex-teriores", aos ablsmos negregosos da degradacao.

Por mais estranho que pareca, e assim que se da,e deste modo, a forca de querer exaltar-se, porsobrelevar-se aos demais, desprezando-os, 0 ho-

mem cada vez mais se atasca no lodo que pro-duzem os pes a castigar a terra; e, em breve,

essa argamassa 0 afoga, quando esperava ele

alcar-se e construir urn castelo em tao frouxa

e inconsistente base.

Nao ha-de ser assim, portanto. Nao seraa materia pesada que se eleve, mas essa outraque, sublimada, se alcandore nos espacos ; e por

ser verdade que a materia atrai a materia, taissejam suas naturezas havera atracao para' 0

inferno das sombras ou para 0 ceu da luz. 0que. parecia, pois, incompreensivel absurdo, e

a consequencia logica da lei da atracao universal,

em toda a sua .pujanca e amplitude. "Quem sehumilhar sera exaltado" e conceito profundo queimporta compreender, por isso mesmo, com sim-

plicidade e que nao entendem os soberbos, os

que impam de orgulho, os que nao enxergam

senao 0 seu mundo - que e, afinal, sua miserapessoa; e natural corolario, ou melhor, inaIie-navel parte do principio unico e eterno que regea tudo quanta existe.

E' Iidima consequencia dessa norma inaba-laver que os convictos de sua sabedoria nadapossam entender do muito que ignorem; estando

consigo mesmo satisfeitos, nada mais perscru-tam; tudo pretendendo saber, nada mais lhes

interessa, e a razao de tudo a encontram noangusto circulo que se criaram, fugindo ao con-

tacto do mundo exterior, onde existe realmentea razao de todas as coisas , Nem ha 0 mundode se amoldar a tao ridicula forma, senao que

ha 0 homem de fazer para si 0 molde que seajuste a forma geral.

As forcas, que imagtna esse homem cheio

de vaidade ter criado, nao so incapazes sa~ deleva-lo a compreen sao da ordem universal, mastambem mais e mais 0 agrilhcam num carce-

re voluntario , Procurando exaltar-se, encontrara

quem Ihe diga: "Muda-te para 0 ultimo lugar,pois outro conviva existe mais dig-no do que tu,

e a esse quero conceder 0 lugar de honra". E

multo admirado fica de que haja alguem que lheseja superior ; e inflama-re de colora, julgando-se

ofendido, por nao so nao lhe apreciarem os meritos, senao tambem por 0 olharern de cima para

baixo.De que teria sido isto resultado ? Apenas

dum falso juizo a seu proprio respeito; e a con-

sequencia fatal sera sofrer 0 exaltado a admoestacfio humilhante, que bern devera ter evitado.

Por que, entao - perguntara - aquele obscure

conviva, de cuja presenca ele nem se dera conta.

ha-de ocupar 0 lugar de honra? Pois elc se olhacheio de merecimentos, cre-se de todos conhecido,

pretende as homenagens de toda'" a gente; caquele, que veio sem estardalhaco, que todo 0

tempo, antes do banquete, se sentou a urn cantoda sala; de quem ele jamais ouvira falar --- aque

Ie e que mereca as honras da noite, enquanto elee degradado, como urn verme desprezivel, dignode escarnio ? De que Ihe valeram - continua -.

todos os esf'orcos por sobressair da massa ignara,

lutando por enriquecer-se de saber, buscando

urn nivel donde pudesse rir da estulta populace,

enchendo-se de vento por escapar as emanaeoesdeleterias do charco, onde coleiam repteis imun-

dos? Atiram-lhe a face essa mesma lama, cujoafrontoso contacto ele tanto evitara! Fazem-nc

descer ao mesmo degrau, de onde pensara queviera, vituperando-Ihe os brios! Mas, ai, e que

nunca deixara a lama, nem jamais se moverado primeiro degrau! Nada mais fizera senao

acomodar-se it vasa, a qual, ja por fim, trans-

formara, par auto-sugestao, num jardim florido;e, ainda, numa verdadeira ilusao de sentidos de-

formados, pensara realizado 0 sonho de voltejaracima de si mesmo ...

Nao l Decerto nao serao tais forcas, oriun-

das do orgulho e da vaidade, que exalcem 0 indi-

viduo as regifies que sonha. Da mesma formaque a pesada nevoa da rnanha desce do ceu aos

montes e se imiscui nos vales que ainda modor-

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250 REFORMADOR ------ __ . ~.---- NOVEMBRO, 1947

dim, subindo e, por fim, desfazendo-se ao toquemagi co do raio do Sol, assim tambem tern 0 ho-

mem de receber 0 toque duma luz que 0 subli-me, carreando-o muito acima dos vapores duma

atmosfera adensada. Por sua propria natureza,as nevoas nao transp6em a altura das nuvens;

mas, de essencia diversa, 0 Espirito se elevaraa regi6es jamais cogitadas, tangido por forca

dessa energia superior que demora muito alem

do astro central de nosso sistema.

Essa, a real exaltacao de quem nao dispoe

de forcas, mas espera-as duma Fonte capaz de

3!lblima-lo; e quanto mais humilde se faca, tanto

mais alto se eleva, pois e do vale que sobe 0

nevoeiro, e e esse nevoeiro que se transformaem nuvens, e sao essas nuvens a bencao dos(,,eus, nas chuvas que dessedentam.

Correm, humildes, os ribeiros, e glorificam

o Senhor, a cantar entre as pedras, tao humildesquanta as aguas modestas; mas sao essas aguas

uma potencia, de que se utiliza 0 homem paraseu sustento. Humildes e oeultas sao as raizes,sem as quais, entretanto, nao se erigem os tron-

cos, nao despontam as folhas, nao se enfloram

as ramagens - ainda feridas pelos meigos e

vivifieantes raios do nosso foco material de luz

e de calor. Aguas e raizes trabalham a sombrade sua santa humildade, enaltecendo-se por isso

mesmo que enaltecem a Forca da qual recoltam

foreas , Nfio pretendem mais alto posto, justa-mente porque, acreditam ja Ihes ser muito ser

parte do grande Todo, essa realidade que, soela, e efetivamente grande, Realidade e essa,

com efeito, e tudo 0 mais e jactancia , Quantomajor a pedra, tanto mais se afunda no atoleiro;

torne-se ela permeavel ao ar, e flutuara no agua-

gal. Quanto mais 0 homcm se encharque da

bazofia mundana, tanto mais preso se achara

a grosseira materia desse mundo: permita quese the infiltrem os fluidos celestes, e com eles

subira, exaltando-se aos olhos do Senhor . En-

quanto, porem, se esforcar por creseer aos olhosdos homens, continuara pequeno e cada vez me-

nor; pois os homens buscarao, antes, esmaga-Io

e carrega-lo de seus fluidos pesados.

Por isto disse 0 Mestre: "Bem-aventurados

os humildes, porque deles e 0 reino dos ceus".Humilhou-se ele mesmo, sofrendo 0 que nin-

guem pudera sofrer, podendo, com urn so golpe

de sua enorme vontade, exterminar seus algozes;

mas humilhou-se, para ascender, no termo de

seu supliclo, aos Ceus, donde viera para esse'exemplo vivo de humildade , Desceram os pri-

meiros crista os aos circos do sacrificio, padece-ram como se nada pudessem, tendo,' no entanto,

11.0 lade 0- exercito invisivel do Senhor, 0 qual

poderia ajuda-los desbaratando-lhes todos os ini-migos; tudo viveram, para uma vida maior,numa atitude excelsa de encantadora humilha-

~ao , Humilhou-se 0 publicano, que, orando, sem

ousar levantar os olhos, exclamou: "0' Deus, se

benevolente comigo, pecador", e do qual disseo Nazareno: "Digo-vos que este desceu justifi-carlo para sua casa"; ao passo que 0 fariseu. ao

Iado, dizendo: "0' Deus, gracas te dou por naoser como os demais homens, que Sao ladr6es,

Injustos, adult.eros, nem ainda como este publi-cano", recebeu a reprovacao do Messias. Exal-

-- 6 -

tame-nos toda vez que nos recolhemos a nossa

humildade; somos humilhados sempre que vive-

mos para nossa exaltacao ,A muitos repugna 0 humilhar-se - afirmou

Kardec - a vista, mesmo, do juizo do mundo,

que os impede de faze-Io, ainda que 0 quisessem:

baste-nos, porem, pensar em que a cada passonos humilhamos, em mil ocorrencias da vidadiaria . Sao esses nadas que nos van polindo,

como as aguas correntes van desbastando asarestas das pedras, transformando estas em sei-

xos rolados, em areia fina, em po impalpavel.que rodopia no ar . _. Humilbamo-noa, seD!'

querer e sem 0 sentrr, ~!:; c peso - c~c c peeoestulto da vangloria, mas da Lei Divina, que

ampara os humildes para dar-lhes 0 lugar reser-vado aos eleitos dos Ceus ,

E' mister, contudo, ainda mais: 0 dominiodo proprio intimo naturalmente rebelde, sempre

disposto a irrefletida reacao aos golpes do queo homem julga da adversidade. Cumpre esgotar

o calice da amargura, sorvendo-o gota a gota,

que abrasa e parece destruir, fibra a fihra, aalma at.ormentada; 0 caustico e , porem, 0 re-

medic desse Medico de todos nos, e de sua penosa,mas salutar agao resultara novo tecido, com que

se eleve 0 Espirito aos paramos de seu realobjetivo , _

Se do Mestre somos seguidores, imiterno-Io;

se lhe somos discipulos, obedecamos-Ihe ; humi-lhou-se, para exaltar-se: facamos nos 0 mesmo.

Gl6ria Divina

o Amor e a luz do mundo, como 0 Sol ~a For!)1l.ria Terra. 0 Arnor e Rei no circulo das criaturasque vivem no eter Para serdes acorrentados a ma-teria de lama, s6 seria adequada a luz mais mate-rial: melhor fonte de luz de Seu reino astral, Deusnao lhes conceder'ia. Precisais da claridade e do

calor do Sol. para uma vida inferior; mas os Gran-des tern luminosidade propria, como nao a tern 0

homem, porque miseravel , Contudo, homem, sem-pre alcai 0 olhar 11.0 Pai, em gratidao e fervor;

cantai 0 fulgor da gI6ria do dia, pois e uma parteda GI6ria Divina!

DILl GLORO

Amo estas In Iu/mo de la mondo,

Kiel SIWO ta Forto de la Tero.

Bstas Rego In Amo en la rondo

De kreitoj Vi1!antaj en etero.

PO?' cenita} al kola materia

L1~mo tail-gus nm' plej rnateriala;

Ne pli bonan konsentus Bona Die

Luman fonton de Sia regn' astrala.

Vi bezonas de l' Suno la heleconKaj la varrnon, por vivo malsupera;

Sed la Grandaj ja havas mem 11~mecon,

Kiu.n homo ne tuivas, car mizera,

Tamen, hOlno, al Patro la rigardon

6iam levu, {'n danko kaj fervoro;

De la gloro de l' tag' prikantu ardon,

Ero cstas .( j ' i rnem. de l' Dia Gloro!

10-4-1947,M. SOLOVJEV.

tMediumo Porlo Carreiro Neto) ,

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r NOV&MBOO, 1947 ------.;_. REFORMADOR

Esflorando 0EvangelhoSubstitutos

"Ora, Tome, urn dos doze, nao es-tava com eles, quando Jesus veio".-

JOAO, 20-24.

Tome, descontente, reclamando provas, por

nao haver testemunhado a primeira visita de

Jesus, depois da morte, criou umsimbolo. para

todos os aprendizes despreocupados das propriasobrigacoea . /_

Ocorreu ao discipulo ausente 0 que aconteeea qualquer trabalhador distante do dever que

lhe cabe.

A edificacao espiritual, com as suas bengaos

de luz, e igualmente urn cursu educativo ,o aluno matriculado na escola, sem assidui-

dade as li!<oes, apenas abusa do estabelecimentode ensino que 0 acolheu em suas hostes, por-

quanto a simples ficha de entrada nao soluciona

° problema do aproveitamento. Sem _0 dominiodo .alfabeto, nao alcancara a silabacao . Sem a

posse das palavras, jamais chegara it cienciada frase.

Prevalece identico processo no aprimoramen-tv do espirito.

Longe dos pequeninos deveres para corn os

irmaos mais proximos, como habilitar-se 0 ho-mem para a recepcao da graca divina? se evita

o contacto com as obrigacoes humildes de cadadia, como dilatar os sentimentos para ajustar-seas glorias eternas?

Tome nao estava com os amigos quando 0

Mestre veio. Em seguida, formulou reclamagoes,criando 0 tipo do aprendiz suspeitoso e exigente.

Nos trabalhos espirituais de aperfeicoamen-to, a questao e analoga ,

Matricula-se 0 companheiro, na escola de

vida superior; entretanto, ao inves de consa-

grar-se ao service .das ligoes de cada dia, reve-

la-se apenas mero candidato a vantagens ime-

diatas .

Em geral, nunea se en contra, ao lado dosdemais servidores, quando Jesus vem; logo apos,

reclama e desespera.

A logica, no entanto, jamais abandona 0

caminho reto.

Quem desejar a bengao divina, trabalhe por

merece-la ,o aprendiz ausente da aula nao pede recla-

mar beneficios decorrente~ da licao .

Allsentes

"Para alumiar os que ostao assen-tados em trevas e sombra de morte;a fim de dirigir os nossos pes pelocaminho da paz". - LUCAS,1-79.

E' razoavel que 0 administrador distribua

services e responda pela mordomia que the foiconfiada. Detendo encargos da direcao, 0 homem

e obrigado a movimentar grande numero de pes-soas, Orientara os seus dirigidos, educara os

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subalternos, dar-lhes-a incum'as que lhes

apurem as qualidi.des no serv' Isso, contudo,

nao exime 0 dirigente das obnb_iies fundamen-

tais que lhe competem.Se houve alguem que poderia mobilizar mi-

lhoes de substitutos para 0 testemunho na Cros-

ta da Terra, esse alguem foi Jesus.Dispunha de Iegioes de emissarios esclare-

cidos mantinha incalculaveis reservas ao selldispo'r. Poderia enviar ao mundo iluminados

filosofos para renovarem 0 entendimento dascriaturas: medicos sabios que eurassem os cegos

e os louc~s; condutores fillis • . . tedicados a ensWar'o caminho do Ut-w,

Em verdade, desde os primordios da orga-nizacao terrestre, mobiliza 0 Senhor a multid.8.0

de seus cooperadores diretos, a nosso favor,

mesmo porque suas maos divinas enfeixam 0

poder administrativo da Terra, mas urge reco-

nhecer que no momento julgado essencial parao lancamento do Reino de Deus, entre os homens,

veio, Ele mesmo, a nossa esfera de sombras econflitos.

Nao enviou substitutos ou representantes.

Assumiu a responsabilidade de seus enainamen-tos e, sozinho, suportou a incompreensao e a

cruz.Inspiremo-nos no Cristo e atendamos pes-

soalmente ao dever que a vida nos confere.

Perante Deus, todos nos temos service intrans-ferivel.

EMMANUEL.

(Paginas recebidas pelo medlium FrOM-cisco Candido Xavier).

R (tienc ia ® fic ia l

Os cientistas das Academias rejeitaram:

A rotacao da Terra,

Os meteoros,

o galvanismo,A circulacao do sangue,

A vacina,

A ondulacao da luz,

o para-raios,

A daguerreotipia,

o vapor,

A helice,

Os paquetes,

Os caminhos de ferro,

A iluminaeao a gas,

o fonografo,

etc., etc., etc.

Quando nos lembramos de que a composicao

quimica dos astros foi estudada cinco anos apeshaver 0 genial Augusto Comte afirmado ser isso

impossivel, que importancia podereID:0s dar as

opinioes de cerebros menores que afirmam dassuas catedras que os fenomenos espiritas sao

uma "blague"?

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252 ------ REFORMADOR ----------- NOVElIIBRO)

A ( a r n e e 0 s a n 9 u e do

C o r d e i r o d e D e u s

por VINICIUS.

"Em verdade, em verdade vos digo:

Se nao comer-des a carne do Filho do

hornem e nao beber'dcs 0 seu sangue,nao tendes a vida em vas. Quem come

a minha carne e be be 0 mcu sangue,

pcrrnanece em mim e eu nele."

Os dizeres acima, dirigidos aos judeus, cau-

saram grande escandalo , E, ainda hoje, muita

gente esposa 0 presente conceito dos discipl1lo~do Senhor: Duro e este discurso, quem poderaentende-lo ?

No entanto considerando que as palavrasdo Mestre sao ~spirito e vida, verificamos que

as assertivas em apreco sao verdadeiras e cheias

de sabedoria.o espirito depende de alimento como_0 c?r-

po. Dai a afirmativa de Jesus: Eu sou 0 pao VIVO

que desci do ceu , E, realmente, ele encarna a

escola, a moral e a etica que constituem, em

seu conjunto, 0 nutrimento da alma. A palavra,escrita ou falada encerra a ideia, estando para

esta, como a mat~ria esta para 0 espirito . Assim

I'.~ como' 0 pao material produz 0 sangue, base da

vida corporea, as ideias, que sao 0 pao da alma,

geram a energia que orienta e conduz 0 homemnesta ou naquela direcao, deterrninando, conse-

quentemente, a sua norma de conduta.

Que as ideias tracam e executam o~ pr_?-zramas da vida humana e fato que se nao poe:m dtivida nem se discute . Sao as forcas impon-

deraveis do pensamento, as ideias em la.ten?ia,que consumam os acontecimentos, dos maI~ sim-ples e rotineiros ate aqueles que revolucionam

os povos e abalam os fundamentos das nossas

sociedades , 'Cada ideologia, aceita e assimilada, impri~e

determinada orientacao em seus adeptos. Hajavista 0 que fizeram os totalitarios nos setores

onde pontificaram.o Nazi-fascismo empeconhou a Europa en-

volvendo 0 planeta na rnais barbara e devas-tadora das guerras registadas nas paginas da

histori a hum ana. As doutrinas extremistas

politicas ou religiosas - apaixOI:a~ as :n~s-sas, fanatizam e tumultuam, constituindo serrasameacas a estabilidade social.

Da escolha da alimentacao depende a saudee a longevidade...,dos animais, inclusive 0 homem.Da mesma forma, da escolha do pao espiritual

depende a saude psiquica, 0 equilibrio mental, 0bom senso, a compreensao e a conduta reta.

Existem toxicos tanto para 0 corpo como

para a alma. Se escolhemos cuidadosamente osalimentos para aquele, com mais razao devemos

escolher para esta, considerando que a mat€~ri;;

organizada e de duraeao effmiera, e a alma eimortal . .

Ora assim sendo, concluimos que as asser-coes do Mestre, apresentando-se como 0 alimento

celeste cuja ingestao e assimilacao formara nos-so carater estruturando nossa personalidade de

--8-

modo que possamos, urn dia, refletir ~

d'Aquele a cuja semelhanca fomos cna~os,cerram, como dissemos, grande sabedoria.

o mau nutrimento do corpo responde

acidentes e disturbios que a Medicinana - doenca , A ma nutricao do Espirito

a seu turno, a origem das desordens e dascuras que consubstanciam a confusao e 0

em que ora a Humanidade se debate, So

remedio para esse mal de tamanhacomer a carne e beber o· sangue do r , ( l r n l p . i l ~ C i

Deus. Nao basta comer-lhe a carne,

fronhar-se na letra de sua doutrina.cindivel beber-lhe 0 sangue, ou seja, s

incorporando em si proprio, mediante a

rieneia que. procede da pratica, a vidaseu verba encerra. Assim, comendo a sua

e bebendo 0 seu sangue, ele estara emnos estaremos nele, identificados no mesmoirmanados no mesmo espirito.

"Eu sou 0 pao da vida. Quem comepao, vivera eternamente; e 0 pao que eupara a vida do mundo, e a minha carne".

A vida e amor. Quem participa lOUll"lOJ'''UU

mente da vida eterna, conquista, desdeimortalidade, de vez que, rnesmo encarnado,

sa a perceber as evidencias e as realidades

rituals.o amor, fluido universal que tudo

e 0 poder criador e plasmador de todas as

nitas form as atraves das quais a vida se

festa e' se ostenta . 0 Verbo humanado,de perfeicao na escala evolutiva,aqueles que com cle se sintonizam, os

vitais de que se compoe a sua mesmatornando-se, pOI' isso, "0 pao que da

mundo." Assimilar, pois, os efluviosque emanam do .Filho de Deus e

dele, e comer a sua carne, e beber 0 seu

"Eu sou a videira, vos sois as -varas, e

Pai, 0 viticultor ... Como a vara nao podefruto de si mesma, se nao permanecer na

assim, nem vos 0 podeis dar se nao permaneesdes em mim."

Quanto mais intimas e estreitas f?rem'nossas relacoes com 0 Mestre, tanto mars elhor conseguiremos haurir do seu coracao,nio insondavel da graca, aquele amor que

vida do Espirito como 0 sangue e a vida

animal e a seiva e a vida da planta ,

Tanto com 0 pao do corpo como com 0

alma, ocorre 0 fenomeno de transubstanciac

o primeiro se transubstancia em sangue, egundo, em forca renovadora, impelindo-nosa frente e para 0 alto, no cumprimento

guinte imperativo: Serle perfeitos como 0

Pai celestial e perfeito.

Somente a Eucaristia divina, quena transfusao do sangue do Cristo na

dade.vpodera eneontrar 0 caminho da vercaoen

vida, solucionando os problemas do seu

"0 Evangelho segundo 0 Espiritismo", em

e 0 lIvro stmbotlco da futura civlltzacao dotodos os nossos Confrades de hoje se uranarao deem sua biblioteca urn exemplar da primeira edicao e

passa-Io aos seus dcsccndentes .

Pref!os: brochado Cr$ 34,00; enc. em perraline

40,00; meio couro Cr$ 70,00; todo couro Cr.$ 90,00.

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~--_~. _ . -_ --_~ - _ ----

NOYEMBRO, J947 ---~---.-.----- REFORMADOR

T e n t a n d o e x p l i c a r , IEntre os que protestam contra 0 nosso

correio informativo, alega voce impossibilidade

de crer em nossos trabalhos salvacionistas comutilizaqao de apetrechos que parecem copiar 0

material terrestre.Aqui, referimo-nos a redes luminosas acola

descrevemos sistemas defensivos. '

Realmente, voces que ainda perrnaneeem

chumbados ao chao do Planeta, nao devem ser

constrangidos a aceitar 0 que nao veem .Um botanico europeu da noticias ao colega

americano da existencia de plantas desconhe-.cidas na regiao equatorial. 0 interessado sedeseja certificar-se pessoalmente, concorda 'com

os sacriffcios da viagem e observa por si mesmo.

Em nosso caso, nao regateamos 0 noticiario e

a viagem para a analise requerida e possivel;no el!ta~to, quem se dispoe a pagar 0 preco,constituido de esforco e aperfeicoamento na re-nunclacao ?

Quase sempre, voces chegam aqui.' qual aeon-teeeu a nos mesmos, brutalmente projetados pela

morte, a maneira do foguete que os sabios pre-

tendem atirar a face da Lua ,Com refereneia ao assunto, assevera voce

que a torca mental dos espiritos desencarnadosdispensaria semelhantes recursos e, por funda-

mentar a assertiva, declara que os seus doentespsiquicos, o?sidiados por entidades perversas,

cedem perfeitamente as suas emissoes magneti-cas, no uso da oracao .Nao duvido de suas possibilidades regene-

radoras e curativas.

Habituou-se, porern, aos calculos da multi-

plicacao ?Admite, porventura, que a forca suscetivel

de ser colhida na queda de um regato seja iden-

tica ao potencial da cachoeira ?Transfira essa imagem para as energias as-

sociadas do mal e faga aeon ta.Provavelmente, lembrara que nos compete

canalizar os recursos do bern com intensidade

maior e mais vigorosamente. Creio que acaba-remos agindo assim, mas, por enquanto, de mi-nha parte, sou obrigado a confessar que, depois

de muitos seculos, somente agora' me sinto im-

pulsionado ao bem legitimo.

No seu pareeer, 0 milagroso "fiat" do Ge-nesis, estaria em nossas maos, logo apos as

peripecias do transe final do veiculo fisico.A potencia mental de alta voltagem, contu-

do, nao e obra improvisa.Refere-se aos services de magnetismo. cura-

dol' em sua casa de saude, como se tudo repre-sentasse simples realizacao da vontade pessoal.

o trabalho para voce e um jogo mecanico entreseus designios e suas energias. _

Efetivamente, seu concurso e precioso. 'Que seria das grandes cidades, habituadaa

a s vantagens do service eletrico, se a tomada

humilde se negasse it ligacao com a usina?Quando administra os beneficios espirituais

aos necessitados, nao pode ver a multidao invi-sivel, agrupada em torno de sua prestimosa

colaboracao , Nem os desencarnados em dese-

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quilibrio que lhe aproveitam 0 concurso fraterno,nem os benfeitores generosos que se utilizam

de suas maos, de seu pensamento e de sua boa

vontade. Em razao disso, a precee 0 devota-

mento aos semelhantes constituirao seus pontosde apoio invariaveis, de vez que seus olhos mor-

tais nao podem identificar toda a extensao do

quadro, sem grave dana para 0 seu equilibrio natabela de lutas salutares da reencarnacao, Aceite

a verdade ou nao, voce nao pode agir sozinho.Ainda que dispense a cooperacao das entidadesamigas, sempre que sua consciencia honesta es-

tiver no socorro ao proximo, permanecerao elas

em sua co~panhia. Quando nao seja pOI' si,

pelos necessitados ,

Alem disso, parece-me que voce ainda nao

estudou, pacientemente, 0 problema alusivo aoslugares de cura. Diz-nos 0 dicionario que 0

hospital e um estabelecimento de cuidado aosenfermos. Entretanto, existem centros dessa na-

tureza, favoraveis e desfavoraveis ,

Desdobra-se-Ihe a contribuicao numa casade amor evangelico, ideada no plano superior e

vagarosamente materializada na Terra, e traba-lhadores encarnados e orientadores desencarna-

dos nela encontram, por isto, ampla esfera de

vibracoes adequadas, com base segura na sim-patia e na confianca , Pessoalmente, porem, es-

tive, nos ultimos tempos, em varies hospitaisdesfavoraveis , Refiro-me a alguns "campos de

concentraeao" da guerra europeia. Essas insti-tuicoes agrupavam enfermos de todos os matizes.

Milhares de vitimas, flageladas e atormeutadas,e centenas de carrascos, de mistura com incal-culavel numero de espiritos desligados do envol-

torio terrene, em doloroso desequilibrio. Creia

que a nossa colaboracao mental, e aqui me re-

porto a companheiros infinitamente superiores aomodesto servidor que lhe escreve estas linhas,

era reduzidissima, perante as emanacoes do odio

que ali lmperava, monstruosamente. 0 campo

estava replete de obsidiados, mas. .. a zona era

desf'avoravel .

Naturalmente, voce interrogara :- Porque ? pOI' que motivo nao se impoe 0

superior sobre 0 inferior?Respondendo, apenas direi que passou pelo

mundo Alguem, cuja f'orca mental, renovadora

e divina, levantava paraliticos e restituia a visaoaos cegos. Impunha respeito aos seres das trevas

com a simples presenca e chegou a devolver 0

tonus vital a corpos cadaverizados. Trouxe it

Terra a maior mensagem do Ceu e, um dia, em

se venda cercado pelos semelhantes, obcecadosde inveja e ciume, incompreensao e egoismo, or-gulho e odio, ingratidao e indisciplina, injustica

e maldade, recolheu as energias sublimes e infi-nitas, para dentro de si proprio, e entregou-se it

cruz do sacrificio sem defender-se ,

Se voce me perguntar 0 rnotivo, francamen-

te, nao saberia responder.Admito que 0 Embaixador Excelso, assim

procedendo, fixou a li<;aoda necessidade do Reino

de Deus no Coracao Humano.

Cada homem, filho do Criador e herdeiroda Eternidade, ha-de crescer por si, aprimoran-

do-se e elevando-se, usando a vontade e a inteli-

-9-

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254 .~;---- REFORMADOR NOVEMBRO, 1947

genela. Cada criatura devera a si propria 0 ceu

ou 0 inferno em que se encontra .Recordo-me que 0 Divino Crucificado ensi-

nou, certa feita:

- 0 Reino Celeste esta dentro de vos !Quem nao desejar descobri-lo em si mesmo,

alcancara a posicao do enfermo que se nega atodos os processos de cura. Para urn doentedessa especie, medicos e remedies nao tern razao

de ser.

Quanto ao nosso material socorrista e asnossas milicias, as nossas turmas de vigtlancia

e organizacoes que honram a hierarquia e a

ordem, ,0 trabalho e a evolucao, nos quadros do

merito I e da justica, tudo isso e do nosso regi-mento domestico , Ate que voces se reunam a

nos, pela golpe inevitavel da morte, acreditaraoem nossos informes se quiserem, mesmo porque,

de acordo com a velha filosofia popular, quem

da 0 que pode, a mais nao e obrigado.

IRMAo X.

(M ensoqem. recebida pelo medium Fran-ciSco Candido Xavier).

o p r im e i r o c e n t e n a r i o d e C o s m e

M a r i n oEm numero especial, com 150 paginas e

muitas fotografias, nossa veneranda colega Cons-tancia, de Buenos Aires, regista 0 primeiro cen-tenario do nascimento de Cosme Marino, ocorrido

em. 27 de Setembro deste ano, pois aquele Mis-

sionario apareeeu sobre a Terra no dia 27 deSetembro de 1847.

Em Agosto de 1946 dedicamos uma pagina

(a 175) a esse pioneiro do Espiritismo no Novo

Mundo, lembrando assim 0 Centenario de seunascimento, e folgamos muito que os nossos Ir-

maos de Buenos Aires hajam feito celebracao

condign a do grande Trabalhador espirita.o referido numero especial traz artigos de

46 colaboradores, de diversos paises, dentre osquais muitos do Brasil, todos associados a ma-

nifestacao de carinho ao grande lutador que du-rante meio seculo esteve a frente do movimento

naquela Republica irma.Constancia tern hoje 70 anos de vida e os

seus 46 anos mais penosos passaram sob a habil

direGao de Cosme Mariiio. Foram anos de lutasdesiguais contra os poderosos inimigos do Espi-

ritismo, que empregavam todos os meios, in-

clusive a viclencia, chegando a ferir 0 pioneiro

a tiros de revolver.Consolidar 0 movimento espirita sob aouela

tempestade era obra somente cabivel a urn Espi-

rito superior, porque urn homem comum da Terracairia e com ele 0 movimento. Esse grande espi-

rito foi Cosme Marino, cujo centenario hoje cele-

bra a Argentina com a colaboracao entusiastica

de toda 3 America.O' mrmero especial' de Oonsiancia e urn mo-

numento que passara a posteridade em nossas

bibliotecas.o exemplo de Cosme Marino nao desapa-

recera.

- 10-

E Roustaing· continua ...

pOT TULlO TUPINAMBA.

E' necessario que os espiritas vigiemos muito

rigorosamente nossas acoes para nao incidirmos

nos erros que costumamos reconhecer em ele-mentos que professam outros credos. 0 espiritode tolerancia, pOI' exemplo, foge sempre daque-

le que se arroga 0 dire ito de descobrir faltasalheias, em defesa de pontos de vista proprios,

considerados s6lidos e intangiveis pOI' quem osesposa.

Todas as vezes que urn espirita, ou soi-disantespirita, entra num debate sem serenidade nem

apego aos fatos, esta falseando principios inde-clinaveis da Doutrina kardeciana e demonstrando .

nao ser verdadeiramente espirita e muito menos

espirita-cristao , Nao se deve opinar sem co-nhecimento real, na comentacao de urn assunto:«0 que caracteriza wn estudo serio e a continui-.dade que se lhe da", disse 0 Codificador. Entre-tanto, a maioria, senao a totalidade dos quecombatem "as Quatro Evangelhos" ou J. B .

Roustaing, nao podem, em sa consciencia, afir-mar haja feito "um estudo serio" da grande eva-

liosa obra mediunico-mecanica psicografada por

Mme. Collignon. E' preciso nao confundir sim-ples leitura com estudo, isto e, com "estudoserio)}, que implica meditacao e raciocinio. Para

se efetuar "um estudo serio" de determinado .

assunto, e indispensavel serenidade, isencao deanimo e capacidade analitica.

Ainda que, por questao de foro intimo, os

opositores de Roustaing nao aceitem a ideia do"corpo fluidico" de Jesus, nem por isso deve

"A Revelacao da Revelacao" ("as Quatro Evan-

gelhos" ) ser condenada, uma vez que encerra

ensinamentos morais muito preeiosos, perfeita-mente acataveis pelos mais exigentes defensoresda Doutrina Espirita, segundo a propria opiniao

de Kardec.

Lamentavelmente, porem, formou-se, dentrodo Espiritsmo, uma corrente de negadores siste-

maticos de Roustaing, que foi 0 coordenador d e"Os Quatro Evangelhos", corrente essa que, asimples referencia do nome ilustre do bastonario

de Liao, se inflama, se irrita, se descontrola ese empolga POI' estranho 6dio, esquecendo ospreceitos de tolerancia, amor e oaridade constan-

tes da Doutrina, como se, no Espiritismo, fora

possivel conciliar esses puros sentimentos cris-'taos com sentimentos que Ihes sao antagonieos.

"0 que, porem, niio podemos admitir Ii apreiensiio de alguns uncredulo«, a de terem 0 mo-nopalio do bom sensa' e que, sem guardaremconveniencias e respeitarem. 0 valor moral de

seus adoerstirios, tachem, com desplante, de inep- "tos, os que niio lhes sequem. 0 parecer, Aos olkosde qualquer pessoa .judiciosa, a opiniao dos que,esclarecidos, observaram durante muito tempo,estudaram e meditaram uma coisa, constituirasempre, quando niio uma prova, uma presunriio,no minimo, a seu [aoor, 1}isto ter logrado prendera aienctio de homens respeiiiiueis, que nao ti -

nham intereS8e algum em propagar erros nemtempo a perder com futilidades." Estas palavrasde Allan Kardec podem ser aplicaveis ao caso...

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NOVEMBRO, 1947 -----------_ REFORMADOR ---------------------- 25!i

Os que se mostram intransigentes e intole-rantes acerca de Roustaing, serao, em sua vida. comum, exemplos de respeito fiel aos principiosdoutrinarios do Espiritismo? PeIo que fazem, em ,

relacao a Roustaing e a "Os Quatro EvangeIhos",parece-nos a nos que nao , .. Se pudessem, cha-

mariam 0 Codificador de Sao Kardec, ja quealguns 0 fazem "padroeiro" de batizados e casa-mentos, sem atentarem para a impropriedadedessa pratica, que nao tem agasalho nocorpoda Doutrina dos Espiritos, que Kardec Iegou aHumanidade .

A Federacao Espirita BrasiIeira e os homensde responsabilidade que se encontraram e se

encontram em sua direcao jamais impuseram a

ninguem a aeeitacao da teoria do "corpo flui-dico" e de "Os Quatro EvangeIhos". Isto nfioimpede, no entanto, que a aceitem e encontrem

na magnifica obra mediunico-mecanica recebidapeIo "medium" Mme. Collignon e coordenada porJ. B. Roustaing, todo 0 encanto que, aos estu-

diosos e simples de coracao, oferecern as ver-dades profundas que eIa encerra.

A maior demonstraeao da forca espiritualde "Os Quatro EvangeIhos" esta na sua naturalresistencia as invectivas dos que nao os estuda-

ram e os combatem, e dos que os Ieram per-functoriamente e nao os compreenderam.

Nao importa. Apesar de tudo, Roustaingcontinua ...

CARTA AOS JOVENSpor FONTES DA Luz.

Irmaos de minh'alma:

Viva 0 Espirito do Cristo em nossos cora-.~6es enos dos nossos companheiros.

Somos jqvens, porque os milenios nao nosdecrepitam, mas renovam; e-.porque nossos espi-

ritos imortais apenas eomecaram sua vida eterna.

A vida eterna e patrimonio do Eterno Pai,que no-Ia deu. Tomemo-Ia com reconhecimento.e entremos na Sua posse.

A posse da vida eterna e a paz e a aIegriado coracao, mas 0 pecado e a morte da alma.

o pecado e a transgressao da Lei; e a Leie boa, porque Amor.

Amemos, e teremos paz, e a paz nos dara

alegria, e a alegria da paz interior nos encherade felicidade a vida do espit'ito ,

A alegria e luz interior que vern de dentro;o riso que vem de fora e engodo do mundo; eo mundo mente.

Precatai-vos pois da meutira do mundo, por-que a mentira ilude e a Ilusao leva ao erro, eo erro perde.

Pregais 0 bem, e 0 bem seduz as almas,e as aImas vos aplaudem. Cuidai, porem, que osapJausos que sobem da Terra vos nao fechemos ouvidos do espirito a voz que desce do eeu ,

Porque a voz que sobe da Terra fala doque se ve na Terra, e na Terra s6 se ve 0 exte-rior; mas 0 Alto penetra·o interior dos senti-mentos.

o interior e 0 real; 0 aparente e ficticio. eo ficticio e 0 engano.

o engano traz a deeepcao e a decepcao traza amargura, e a amargura tira a paz e a alegriado cora<.;ao.

Sede pois, em esseneia, como 0 mundo vos

ve e "vos celebra, para que nao suceda que sejaisaos olhos do Seuhor como os sepulcros caiadosou os falsos profetas ,

Tende cuidado que a sede de parecerdes bonsvos nao Ieve -a agirdes. bem aos olhos humanos:

mas procurai que a virtude dos vossos coraceesdetermine vossas boas obras.

Porque e pelo fruto que se conhece a arvore ;

mas nao pela beleza exterior do fruto, e simpela sua sanidade interior.

A dor dos homens vos convida a caridauc.Eu, porem, nao desejo que sajais sirnplesmeni€

caridocos, mas, sim, cheios de amor ,Porque onde existe amor nao pode haver

a earidade que se exterioriza na pratica meca-nica de urn gesto comum.

Essa caridade custa e doi: 0 amor lene,suaviza e redime.

Jesus nao foi nunca caridoso, no senticcrestrito da paIavra, porque sempre amou ; e ja-

mais falou em caridade. Porque a caridade entre

os homens se faz de cima para baixo, mas G

amor se manifesta nivelando planes.Tendes a seiva do entusiasmo e 0 sol da

rnocidade . Purificai a seiva e dosai 0 Sol, para

que nao se de que a seiva se desperdice e 0 SOl.

vos queime.

Sede esclarecVos na fe, equilibrados na e~-

peranca e incondicionais no amor.

Porque a fe cega leva ao fanatismo, a espt-ranca desequilibrada conduz it fantasmagoria.mas 0 amor condicionado traz as malquerencase as disputas.

Nao busqueis fundar a vossa obra nas Ph"

lavrae.que poferis, mas no trabalho que fazeis.,

Porque a vida da palavra e 0 ato; porque 0 peu-

sarnento e sernente e a palavra e arvore, nW.1<

s o a obra c frulO..Nao mecais, pois, vosso trabalho pelas me-

didas das ('rnveniencias humanas au do esforcc

menor ou das convencoes da sociedade. Mas .

a'1uilatai-o pela su., intensidade, essencia e fru-tificacao .

Nao vos inquieteis, todavia, com as colheitas

do vosso esforco, mas com 0 plantio das vossasmaos: porque, em verdade, ninguem colhe nodia que planta. E, as vezes, 0 que planta uma

arvore nao the colhe os frutos; mas das que viraopor 1"1'3. no frutificar das sementes que ela der ,

Sede mansos e humildes, compreensivos €

tolerantes. Porque de pugnadores 0 mundo js

esta cheio, e nem por isso e born: mas e da

mansidao que ele precisa.

SOls 03 renovadores do mundo. A rermva-

cao do mundo e a instituicao do Amor de Jesus,Enchei-vos. pois, do Amor de Jesus, para poder-des espalha-lo pelo mundo. Porque ninguem d~l

o Que nao tern, nem node fazer a outrem scmc-

Iha'nte aquilo que nao e.Meu abraco vos dou e meu afeto. Jesus

Nosso Senhor, vos abencoe ,

-11-

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256 REFORMADOR NOVEMBRO, 1947

o f a n t a s m a q u e p e r s e g u i a aM a d e m o i s e l l e C l a i r o n ' ( 1 )

por ALLAN KARDEC.

Esta historia fez muito barulho em seutempo, quer pela poslcao da heroina, quer pelo

grande numero de pessoas que a testemunharam.Apesar de sua singularidade, provavelmente teria

ficado esquecida, se Mademoiselle Clairon nao ahouvesse registado em suas memorias, das quais

extraimos a narracao que aqui vamos fazer. Aanalogia que ela apresenta com alguns fatos

que se passam em nossos dias justifica sua in-

clusao nesta Coletanea ,

Mademoiselle Clairon, como se sabe, era taonotavel pela beleza quanta pelo talento, como

cantora e atriz de tragedia: inspirara ela a urnjovem bretao, 0 Sr. de S ... , uma dessas paixoesque muitas vezes decidem da vida ou da morte,

quando nao se tern bastante forca de vontadepara triunfar sobre tal sentimento. MademoiselleClairon so the correspondia pela amizade; no

entanto, a assiduidade do Sr. de S. .. se tornoutao importuna que ela resolveu romper toda

relacao com ele. 0 pesar que ele sof'reu comesse rompimento Ihe causou uma longa enfer-

midade, da qual ele veio a morrer. Isso ocorreuem 1743. Of'erecamos a palavra a Mademoiselle

Clairon:

"Decorreram dois anos e meio entre nossoconhecimento e sua morte. Ele mandou supli-

car-me que the concedesse, em seus ultimos

momentos, a consolacao de me ver mais umavez; minha roda me impediu de 0 .fazer . Ele

morreu so, em companhia de seus criados e deuma velha senhora que ha muito tempo era a(mica pessoa de sua convivencia , Residia eleentao em Rempart, perto de Chaussee-d' Antin,

zona que iniciava as suas primeiras construcoes

residenciais e eu, na Rua de Bussy, perto daRua de Seine e da abadia Saint-Germain. Eutinha comigo minha mae, e diversos amigos vi-

nham cear comigo. .. Eu havia acabado de can-tar umas cancoes muito lindas, com as quais os

meus amigos estavam maravilhados, quando seouviu, ao bater onze horas, urn grito agudissimo,

A sombria modulaeao e a duracao dele pasma-ram a todos ; eu :me senti desfalecer e estive

desacordada cerca de quarto de hora ..."Todos que estavam comigo, meus amigos,

meus vizinhos e ate a poIicia ouviam aquelemesmo grito, sempre it mesma hora, semprepartido de debaixo das minhas janelas e pare-

cendo sair do ar vazio. .. Raramente eu ceavana cidade, e, quando isso sucedia, em minha

casa nada se ouvia, e varias vezes, enquanto eupedia noticias a minha mae e a minha gente,

ou quando eu voltava para meu aposento, ele

partia do meio de nos. Certa vez 0 presidente

(1) Mademoiselle Clairon nasceu em 1723 e morreuem 1803. Est.reou na troupe Italienne com a id ade de 13anos e na Comedie Franco.ise em 1743. Retlrou-se doteatro em 1765, com a Idade de 42 anos.

-~ 12 -

de B ... , em casa de quem eu havia ceado, quis

conduzir-me para casa, a fim de assegurar-sede que nada me sucederia em caminho. Enquanto:

ele se despedia de mim, a porta de' minha casa,o grito partiu entre ele e mim . Como toda Paris,

ele tambem conhecia essa historia : no entanto,

conduziram-no para seu carro, mais morto,que vivo.

"Doutra feita, eu pedi ao meu camaradaRosely para me acompanhar a Rua Saint-Honors,onde eu ia escolher tecidos. 0 unico assunto .

nossa palestra foi 0 meu fantasm a (eraque 0 chamavam). Esse moco, cheio de

dade, em nada acreditava, mas ficava

com a minha aventura. Ele insistiu

evocar 0 fantasma, prometendo queo fantasm a the respondesse. Ou porou por audacia, fiz 0 que ele me pedia:

repetiu-se tres vezes, terrivel pelo seu ~n"f~';~;j.,,:

e pela rapidez. Em nosso regresso, foi

sarin 0 socorro de toda a gente da casanos tirar do carro, onde estavamos ambosccrdados , Depois dessa cena passei alguns

sem ouvir 0 grito. Julguei-me livre para

mas estava enganada.

"Todos os espetaculos tinham sidoridos para Versalhes, em virtude do casamentedo Delfim. Haviam-me arranjado, na Ade Saint-Cloud, urn quarto que eu ocupava

a Sra. Grandval. As tres horas da manna

lhe disse: Estamos no fim do mundo; 0ficaria embaracado de vir procurar-nos aq

Ele explodiu ' A Sra. Grandval acreditouo inferno inteiro se achava em nosso

ela correu, de camisa, de alto abaixo ana qual ninguem pode fechar olho aquela

mas jIlquela foi a ultima vez que ele se fez

"Sete ou oito dias mais tarde, eu

conversando com as pessoas do costume,'0 toque de onze horas foi seguido dede espingarda disparado contra uma das

janelas. Todos ouvimos 0 estampido;mos 0 fogo; a janela nao apresentou dano

Concluimos que alguem me queria tirar amas que havia errado a alvo e que era nccessana

para 0 futuro, tomar precaucoes . 0 Sr.ville, entao tenente de policia, mandou dar

nas casas situadas em frente da minha: aforam enviados inumeros investigadores;

apesar de todos os cuidados que sedurante tres meses inteiros 0 tiro foi ouvido

vista 0 fogo, sempre a mesma hora, noquadro da vidraca, da mesma janela, sempessoa alguma pudesse descobrir de onde

partia. Esse fato ficou registado no

policial.

"Acostumada com 0 fantasma que euurn diabo bom, pois que ele se limitava a

pregar pecas, sem pensar na hora que era

sentindo muito calor, abri a referida janela,·

eu e 0 intendente nos debrucamos a sacada.baterem as onze horas, explodiu 0 tiro elancou a ambos para 0 centro do aposento,caimos como mortos , Ao despertarmos do

maio, sentindo .que nada tinhamos, miramo-ness

reciprocamente e afirmamos que haviamosbido a mais terrivel bofetada, ele na face

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NOVElVIBRO, 1947 257------- REFORMADOR

da e eu na direita, enos pusemos a rir comoloucos.

"Dois dias mais tarde, convidada por Made-

moiselle Dumesnil para comparecer a uma festi-

nharioturna que ela oferecia em sua residencia,

tomei um fiacre as onze horas, com a minhacamareira. Havia urn bela luar enos conduziram

pelos bulevares, onde as casas comecavam a ser

construidas. Minha camareira me disse:Nao

foi aqui que morreu 0 Sr. de S ... ? - Pelas

informacdes que me deram, deve ser naquelacasa, disse-Ihe eu, apontando com 0 dedo umadas duas casas a nossa frente. De um dos pre-

dios partiu 0 tiro de espingarda que me per-seguia, atravessando 0 nosso carro , Supondo-se

atacado por salteadores, 0 cocheiro tocou a ga-

lope, Quando chegamos, mal tinhamos readqui-

ride os sentidos, e, de minha parte, eu estava

tomada de um terror que durou muito tempo,confesso-o ; mas aquele tiro foi 0 ultimo de armade fogo,

"A essas explos6es sueedeu um bater de pal- .mas, com certa medida e aumentos de intensi-dade. A esse ruido, com 0 qual a bondade dopublico me havia acostumado, nao prestei aten-Qao alyuma durante muito tempo; f'oram os

meus amigos que 0 fizeram por mim. Temos

estado a observar, diziam-me eles; e as onzehoras, quase abaixo da sua porta que se faz

ouvir ; ouvimos, mas nao vemos pessoa alguma;

. so rode ser uma consequencia do que tendessofrido , Como esse ruido nada tinha de ter-rivel,

nao conservei as datas de sua duracao . Nao deiatencao igualmente aos sons melodiosos quedepois se fizeram ouvir; parecia que uma vozceleste dava 0 prehidio de uma aria nobre e

comovente que ia cantar; essa voz comecava naesquina de Bussy e terminava a minha porta;

e, do mesmo modo que sucedia aos sons prece-dentes, ouvia-se, mas nada se via, Finalmente,

tudo cessou depois de pouco mais de dois anose meio" ,

Algum tempo depois, Mademoiselle Claironveio a ouvir da velha senhora que permaneceu

como amiga devotada do Sr. de S, .. , 0 relatodos ultirnos momentos deJe.

"EIe contava, disse ela, todos os minutos,

ate que as' dez e meia seu criado veio dizer-lheque decididamente nao virieis. Apos um mo-mento de silencio, de me tomou a mao, com um

aumento de desespero que me assustou, e excla-mou: Barbara.,. ela nada ganhara com. isso ;

eu a perseguirei tanto depois da morte, quantaa perscgui durante a vida! .. ." Tentei acalma-lo,mas ele ja nao existia".

Na edicao que temos sob os olhos, ossa

narracao e precedida da seguinte nota sem assi-natura:

"Eis uma anedota mui singular, sobre aqual sem duvida houve e havera os mais dife-

rentes juizos . Gosta-se do maravilhoso, mesmoscm crer nele: Mademoiselle Clair-on parecia

convencida da realidade dos fatos que ela conta.Contentamo-nos de notar que ao tempo em -queela f'oi, ou se julgou atormentada pelo seu fan-tasma, tinha de vinte e 'dois e meio a vinte

e cinco anos; que essa e a idade da imaginacao

e que esta facuidade era continuamentc exerci-

tada e· exaltada nela pelo genero de vida quelevava no teatro e fora dele, Deve-se recordar

ainda que ela disse, no comeco das suas Memo-rias, que em sua infancia s6 a divertiam com

aventuras de fantasm as e feiticeiros que lhe

diziam ser histori as verdadelras".

Conhecendo 0 fato apenas pelo relato deMademoiselle Clairon, s6 0 podemos julgar por

inducao ; pois bem, eis 0 nosso raciocinio: Essesacontecimentos, descritos com os mais minucio-sos pormenores por Mademoiselle Clairon mesma,tern mais autenticidade do'que se houvessem sido

relatados por urn terceiro. Acrescentemos que,

ao escrever a earta em que faz 0 relato, tinhacerca de sessenta anos e ja estava passada a

idade de credulidade a que se refere 0 autor danota, Epte autor nao poe em duvida a boa fe

de Mademoiselle Clairon sobre a sua aventura,somente pensa que ela possa ter side joguetede uma ilusao , Que 0 tivesse sido uma vez, nada

seriade admirar, mas que 0 tenha side ':'Jrante

dois anos e meio, isto ja nos parece mais dificil ;mais dificil ainda 0 supor-se que essa ilusao

tenha sido compartilhada por tantas pessoas,

testemunhas oculares e auriculares dos fatos ~ate pela policia , Para nos que sabemos 0 quepode ocorrer nas manifestacoes espiritas, a aven-

tura nada encerra que nos possa surpreender,e nos a temos por provavel. Nesta hipotese, nao

hesitamos em pensar que 0 autor de todas essas

diabruras nao tenha sido outro senao a almaou 0 espirito do Sr , de S, .. , se observarmos,acima de tudo, a coincidencia de suas ultimaspalavras com a duracao dos fenomenos , Ele

disse: Eu a perseguirei tanto depoisda

minhamorte quanta durante a minha vida. Pois bern,suas relacoes com Mademoiselle Clairon haviam

durado dois anos e meio, precisamente tantotempo quanta as manifestacdes depois da morte.

Ainda algumas palavras sobre a natureza

desse Espirito. Ele nao era mau e foi com razao

que Mademoiselle Clairon 0 qualificou de urndiabo bom: mas nao se pode tambem dizer que

ele tenha sido a bondade mesma. A violentapaixao, a qual ele sucumbiu, como homem, .prova

que as ideias terrestres dominavam nele , Ostraces profundos dessa paixao que sobreviveu a

destruicao do corpo provam que, como Espirito,ele ainda se achava sob a influencia da materia.Sua vinganea, por inofensiva que fosse, denota

sentimentos pouco elevados ,\ Se quisermos con-

sultar 0 nosso quadro de classificacao dos Espi-

rites, njio sera dificil designar-lhe a categoria ;

a ausencia de maldade real evita-lhe natural-mente a ultima classe, ados Espiritos impuros;

mas elc se mantem evidentemente nas outras

classes da mesma ordem ; nada nele poderia jus-tificar uma categoria superior.

Coisa digna de nota e a sucessao dos dife-rentes modes pelos quais manifestava ele a sua

presenca , Foi no mesmo dia e no momento desua morte que ele se fez ouvir pela nrimeira

vez e tsso em meio de uma ceia alegre , Em vida,via ele pelo pensamento a Mademoiselle Clairon

circundada da aureola que a imaginacao empres-ta ao objeto de uma paixao ardente; mas, quandoa alma e desernbaracada do veu material. a ilusao

substitui a realidade. Ele esta a sen lado, ven-

-13-

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258 REFORMADOR

do-a cercada de amigos e is so devia excitar seu

eiume ; com sua alegria e seus cantos, parece-Iheque ela insuIta seu desespero e esse desespero

se traduz por urn grito de eolera que ele repete

diariamente a mesma hora, como para repreen-

de-la pela recusa de ir consola-lo em seus ultimosmomentos , Aos gritos sucedem os tiros de espin-garda, inofensivos, e verdade, mas que revelam

uma rarva impotente e a vontade de perturbar--Ihe o repouso , Mais tarde seu desespero toma

carater mais calmo; chegou provavelmente aideias mais sas e toma parte em seus· triunfosartiaticos ; resta-lhe a recordacao dos aplausosde que ela era alvo .e ele os repete. Por f'im, eleIne diz adeus, fazendo ouvir sons que parecemo eco daquela voz -melodiosa que tanto 0 havia

encantado em vida.

(Revue Spirite, Fevereiro de 1858).

'. . . . - - -

P r e p a r a h o j e 0 t e u a m a n h apor JosE BRIGIDo.

"Reconhecei que a arvore e boa eo seu fruto e bom.' ou que a arvore erna e 0 seu fruto rnau: porque pelo

fruto se conhceo a arvore". (nos Evan-

gelho8.)

Olha, homem, para dentro de ti ; examinaao Lm de cada dia 0 que disseste e fizeste.

Pondera bern sobre isso e traca teu programapara 0novo dia que te espera.

Se consegues diminuir, dia a dia, 0 teu

acervo de erros, da gracas a Deus e enfeita 0

eoracao com a alegria mais pura, porque, assim,poderas vir a ser ainda como a arvore boa que

da bons frutos.

Ninguem tern 0 direito de ser mau; todos

temos 0 dever de ser bons. Nfio te envaidecasde algum bern que praticares, porque 0 muito que

deres sera insignificante em face do que deve-

ras dar.

Confronta 0 teu debito com 0 teu credito.

Se chegares a conclusao de que e lento 0 teuprogresso moral, nao esmcrecas e da maior aten-Gao ainda a ti mesmo, para que possas ressarcirtens err os e tuas deficiencias nos dias mais

proximcs .

• . . " " . I ' i I ! i I

Nao deve entristecer-se aquele que, fazendo

pouco, faz 0 que pode, mas aquele outro que,podendo fazer muito, nada faz. Para este, acaminhada sera mais ardua, 0 tempo mais longo

e 0 fardo mais pesado.

-- 14 --

Se os frutos do teu esforco sao mirrados,

aduba 0 teu Espirito com 0 estudo, a compreen-sao e a exemplificacao dos Evangelhos e Janca.

em tua vida novas sementes de trabalho, de.caridade, de fe e de auto-determinacao para obern. Nao tardara que florescam em tua alma as

boas agoes e 0 teu Espirito sorrira, satisfeito,por encontrar a Primavera das alegrias santas.·

Alarma-te, porem, se tuas faltas

maiores do que as tuas virtudes, porque, entao,te semel has it arvore rna, cujos frutos sao maus.

Nao se pode esperar que uma arvore rna de bona .frutos. Por conseguinte, amigo, para urn .n,, , , ,mpna corrida louca em que vais.

Para, e pensa .•Olha para 0 passado, analisa '

o presente e reflete urn pouco sobre 0 que farasno futuro que desconheces. 0 "ontern" nao tern

segredos para ti, porque ja 0 viveste; 0 "hoje"

nao te revela misterios, porque vives em sua

intimidade. Mas ... e 0 "amanha"? Podesbelos planos, arquitetar grandes projetos; tudo,

porern, sobre hipoteses ...

*

A noite, na solidao do teu quarto, leva 0

pensamento a Jesus e faz tua prece com since-:ridade e simpleza. Medita alguns minutos sobreo que tens feito de util aos teus semelhantes ea que poderias fazer e nao fizeste ,

*

Lembra-te, irrnao, que nao pode colher flo-res quem semeia espinhos , 0 passado esta mor-

to; 0 presente morre a todo instante, enquantoque 0 futuro esta per nascer .. , A vida domem e como 0 cicIo do Sol: nasce, cresce, esplen-de; depois, esmaeee, declina e desaparece ...

Demais, as Evangelhos ensinam:

"Tudo 0 que quiseres que os homens te fa-

gam, faze assim tambem a eIes; pois e nisto 0que consistem a Lei e os Profetas."

*

Olha, companheiro de trajetcria terrena,

para deptro de ti; examina ao fim de cada dia

o que disseste e fizeste. Pondera bern sobre iSBOe traca teu programa para 0 novo dia que te

espera .

Conversa contigo mesmo e se sincereteus pensamentos mais intimos.

Vai. .. Prepara hoje 0 teu arnanha ...

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NOV],;MBRO, 194'{ ----------- REFORMADOR

R E C O N H E C I M E N T O C O N S O L A D O R

Respeitavel jurista e escritor patricio, resi-

dente no SuI do Pais, havendo lido critica desfa-

voravel it obra da Casa de Ismael, escreve-noslonga missiva, animando-nos a prosseguir sere-

namente no cumprimento do programa tracado

pelos nossos Maiores e, ao referir-se ao trabalhoda nossa Federacao em favor do Esperanto, diz:"Bastaria 0que a F.E.B. faz pelo Esperanto parajustificar-lhe 0 titulo de instituicao respeitavel",

Aquele confrade, que nao e esperantista,

reconhece e proclama que tem grande significa-

Gao a obra esperantista que vai sendo realizadapOI' intermedin desta Casa em cumprimento dos

PIanos Superiores de transformacao do mundo

e isso nos forca a refletir sobrco trabalho dedivulgacao e utilizacao do Esperanto pela Casade Ismael.

A divulgacao do Esperanto e tarefa lentae sujeita a muitos imprevistos . Serao nccessariosmuitos deeenios ou seculos de trabalho per seve-rante para que 0 Esperanto chegue ao seu triunfo

final. Ele, Esperanto, tern que contar com aoposicao da retina, com 0 desfavor e pOI' vezes

violenta perseguicac dos imperialismos Ilnguis-

ticos. A obra requer uma perseveranca secular;nao bastam uns decenios , Terao as futuras di-

retorias da Federacao a necessaria perseverancade continual' a obra iniciada, mesmo que 0 Espe-

ranto entre em desfavor dos governos, como ternsucedido em outros paises? ~Nao ha sempre 0

perigo de mudar-se de orientacao e perdermosos esforcos ja empregados, com 0 prejuizo moral

de uma mudanca de rumo?Tudo isso foi pacientemente examinado ha

onze anos, quando de simples simpatizante aFederacao ia passar ao trabalho ativo pelo Espe-

ranto, ia iniciar a publicacao de obras didaticas,

estabelecer a importacao de livros para distri-buicao no Brasil, e como 0 Presidente de entaoja desencarnou; e conveniente registarmos hoje

em Reformador os principals topicos daqueleexame.

o resultado a que chegamos depois de pa-

ciente discussao de todos os pros e contras foio seguinte:

Se a Federacao realmente entrar no traba-Iho de divulgacao do Esperanto, essa decisao

sera dos Guias e nao se detera nunca, porqueeles trabalham de acordo com PIanos Superiores

que nao se alteram nunca. Se a obra nao encon-

trar apoio nos Guias, nascera morta, desapa-recera logo sem resultado algum , Ate hoje aFederacao nunca mudou de rumo. Mudam-se ashomens, mas nunca a orientacfio da Casa . Dentre~as tarefas da Federacao, ha uma combatida in-

cessantemente: a divulgacao da obra de Reus-

taing. Em muitos paises, inclusive a Franca, osinimigos dessa obraconseguiram torna-la esque-

cida, mas na Federacao Espirita Brasileira nuncahouve hesitacao , Portanto, "depois de pOI'a mao

no arado, a Federacao nfio olha mais para tras.Era essa a conviccao de Guillon Ribeiro ao pas-

sal' da atitude de expeetativa simpatica a detrabalho ativo.

Se, decorridos mais de dez anos, 0 trabalho

259

esta; aumentando sempre e ja conta com a apro-

vacao expressa de grandes Espirit..s, cujas men-sagens em prosa e verso tern sido impressas em

Rejornuuior , a obra esperantista ja se incorporou

aos deveres da Casa de Ismael e nao se deteramais, embora sobrevenha toda sorte de dificulda-

des. .h: ' possivel, como sucedeu com a obra deRoustaing, que venhamos a sentir-nos abando-

nados pelos outros paises e suportando lutainterna ; pode chegar 0 tempo em que 0 Espe-ranto pareca vencido no mundo todo. Nada disso,porem, interrompera 0 trabalho da Federacao afavor da ideia esperantista. Desde que tenhamos,0 apoio dos Guias, prosseguiremos, isto e, os nos-

sos sucessores prosseguirao ; porque eles saberao,como nos sabemos, que as grandes transforma-

coes do mundo se processam muito lentamente,

mas com absoluta seguranea, ja prevista pelosEspiritos superiores. Ora, como os nossos Guias

nao mudam de direcao e ja se rnanifestaram afavor do Esperanto, nao padece duvida que a

Federacao prosseguira sempre, decenios e se-culos em fora, ate it vitoria final da ideia delingua internacional.

Embora ainda tao perto do ponto de partida,pois que estamos no 11." ano de trabalho pelo -

.l£speranto na F. E .B., ja. podemos verificar queos nossos Guias estavam seguros de sua decisao,

porque 0 Esperanto realizou grandes progressosnestes anos mais recentes e nossos livros doutri-

narios na lingua auxiliar J: " encontram, em todos

os paises do mundo, leitores entusiastas. TaisIivros VaG abrindo caminho ao movimento espi-rita do futuro.

Outra prova do acerto dos Guias esta noapoio que vimos recebendo de pessoas inteli-gentes e cultas, como 0 missivista a que nos

referimos no ~nicio deste artiguete. Em todosos grupos espiritas do Pais 0 Esperanto eonta

com amigos dedieados que lhe compreendem asuperior finalidade.

VOLTA BOCAGE...

Berilo Neves, notavel escritor do Brasil

atual e nao menos brilhante cronista dos nossosjornais e revistas, em sua cronica - 0 outro

mundo, publicada em a "A Nolte", de 17 deOutubro ultimo, diz-nos :

"E, ainda ha meses, saiu a lume urnBocage postumo, cujos sonetos 0 genio de

Setubal assinaria com garbo".

Isto esereveu ele quanta a obra "Volta Bo-

cage ... ", reeebida mediimicamente por Francis-co Candido Xavier. Mas, da mesma eronica,'

extrairemos tambem os seguintes trechos, todoseles digno da meditacao dos que ainda se revel-

tam contra 0 fenomeno:

"Ha versos atribuidos a Antero do

Quental, que so 0 grande poeta filos6ficode Portugal poderia tel' composto.

"A luz dos modernos conhecimentoscientificos, so um espirito deveras presu-

mido podera negar fenomenos .que trans-

cendem as leis fisicas consuetudinarias".

i 5

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260 REFORMADOR NOVEMBOO,

A Mediunidadepor I. G.B.

Acontecerli depoUi que derramarei

o meu espirito sobre toda a carne;vossos filhos e vossas filhas proie-

tizarao, os vossos ancmos sonhartio,tertio vis6es os vossos mancebos ;tambem sobre os servos e sobre asservas naqueles (lias derramarei 0

meu espiriio, _- JOEL, II. 28 e 29.

Sao chegados os tempos preditos pelo pro-feta. Por toda a parte surgem mediuns : homens

e mulheres, jovens e anciaos, gente iletradae

professores de Universidade. America Delgado,

Zilda Gama, Francisco Candido Xavier, PortoCarreiro Neto ja representam uma longa escala!

Dos tres primeiros nao precisamos falar,

porque todos os leitores de Reformador os conhe-cern em livros que circulam ha decenios , Vamos

tratar somente do quarto, cujo primeiro livroapareceu neste momento.

POl' alguns poemetos em portugues e Espe-ranto, recebidos mediunicamente e publicados

nestas colunas, ja os leitnres sabem que Porto

Carreiro Neto e medium de sublime inspiracaopoetica, mas ainda ninguem sabia que esse ilus-

tre Professor da Universidade do Brasil rece-beria igualmente mensagens de impressionante

expressao cientifica, como agora vemos no pri-

morose livre Oiencia Divin'a, de Jayme Braga,E' um livro desconcertante para os profes-

sores da eiencia oficial, entre os quais se acha 0

medium, cujo lapis escreveu essas paginas que

em muitos pontos lhe contestam as conviccoescientificas. Talvez seja audacia nossa escreversobre essas liQoes, mas pareceu-nos necessario

que um membro do povo simples, um estudiosoda Doutrina,dissesse algo, suas impressoes do

livro que se destin a a todo 0 publico espirita, naosomente aos sabios das Universidades.

Num prefacio de 15 paginas, em cxcelente

portuzues, composicao elegante, revisao perf'eita,

o medium nos esclarece sobre a sua mediunidade,faculdade pela qual revel a muito respeito. Diz--nos: " ... as ideias me assaltam aos turbilhoes)

tendo eu, pais, necessidade de ocompamlui-las

com 0 lapis 0 mais depressa possivel. N a o tenho

a menor ideia nem do que vou escrever de inicio,

quando sinto a aproximar:;ao de alqum. manifes-

tomte, nem, outrossim, do que escreverei ao fazer

ponio nalgmn pcriodo".

S6 trata nesse prefacio da mediunidade psi-cografica, mas quem escreve estas linhas 0 co-

nhece igualmente como medium de incorporacao.Ja 0 temos visto por muitas vezes incorporado,

ora com 0 Guia, dirigindo trabalhos durantemais de uma hora. ora com Espiritos perturba-dos a serem doutrinados. Convem ficar aqui re-gistado, portanto, que Porto Carreiro nao esomente medium psicografo, como se deduziria

da leitura do livro: sua missao medhmica emulto mais complexa. Ainda outra forma de

mediunidade muito original de Porto Carreiroe a artistica, tao diferente da (jUG ee nota emFrancisco Candido Xavier. Este ultimo reeebe

16 -

urn poema com a mesma desenvoltura comrecebe prosa, ao correr do lapis ; Porto

recebe um soneto lentamente, porverso e verso, sem aQao mecanica do

vezes 0 poeta invisivel 0 visita eminesperado, durante uma viagem, ou 0

rompe quando escrevendo ou lendo. Num UJ.1U."·

por exemplo, sente a presenca de urne toma de um cartao e lapis e vai <>."" .. ,,,,,,,,,,1,,

em letra muito miuda, os versos queinspirados. Ao fim da viagem tem 0

pronto ou quase pronto. Assim temlindos sonetos de Camfies, de Bocage, de

Gomes e outros. Nao raro recebe belos

em Esperanto, alguns dos quais jaimpresses em Reiornuuior e outros e

em sua pasta, sem publici dade .

Passa a declarar no mesmo longoque gostaria muito de poder apresentar 0

como seu, porque 0 acha interessante, mas

o Iaz, porque tem eerteza de que a obra naosua e sim de Jayme Braga, Refuta a teoriasubconsciente, porque muitas ideias do livro

inteiramente novas e desconhecidas noA seguir da cxplicacoes de termos

cos, para que as leigos em ciencia possampreender 0 pensamento do Autor, tornando

o prefacio Ulna breve iniciacao em Fisica emica.

Apesar do esf'orco do prefaeiador, 0

requer muita reflexao e certa instrucao eesta ao alcanee de todas as inteligencias,os romances mediunicos ou as mensagens

A obra parece destinada as rodas intelectuaisnao ao povo em geral , Nesse sentido,de-nos a coragem da Editora, dando a ",..ino"i" ..,

edicao de cinco mil exemplares que e Ut;.llHl,l>H',Uu;o

grande para livro de compreensao dificil.

tariam dois mil exemplares para muitos

Nalguns -lugares mais dificeis, interferezerra de Menezes, dando esclarecimentos,dando 0 leitor a penetrar no pensamentoAutor.

Em outros artiguetes prosseguiremosnossas impressoes do livro e desde ja . "v·n""Qa,.~

mos nossa imensa euriosidade por sabersera recebida no mundo espirita brasileiroobra dessa natureza, por enquanto quasepois que a unica de naturezaC'..rande·Sintese", de Pedro Ubaldi, em

de Guillon Ribeiro, so teve uma edieao eem pequenas rodas de eruditos , •

Nao se suponha, no entanto, de nossasvras acima, que se trate de um livrocientifico, sem Deus nem fe, como costumamas obras de mera ciencia , Nada disso I 0 livroum hino de louvores ao Criador e ao UOs seus esforcos mais ingentes sao para

dermos 0 poema de Deus na Criacao, paradermos a ler 0 Livro Divino da Natureza.sentido pode ele figurar como paginas deda literatura religiosa ,

Findo 0 preambulo do medium, vern"Aprescntacao" do Autor, apenas de umana qual define ele sua missao sobre a

Essa missao resume-se a isto: " ... ",,'LO'<11 o;;~;t:,

todas essas questoes que S8 debatem emsem que se entendam".

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,'NOVEMBRO, 1947 ------------- 261REFORMADOR _'

esclareca de modo elevado e consentaneo coma grandeza do Criador ... , diz-nos 0 Autor in-

visivel.Nao deve ficar olvidado neste primeiro arti-

guete 0 aspecto Iiterario do livro. Portugues delei, excelente pontuacao, boa revisao, da-nos aiUlpressao de obra classica de nossa literatura

vernacula ,

(ures M i r a c u l o s a s

.. .aqucle que ere em mlrn, esserara tam bern as obras que eu raco, ealnda fani majores, .. " - (Joao, 14:12).

Toda a imprensa brasileira e os programas de

radio anunciam as curas miraculosas que esta fa-

zendo 0humilde e virtuoso sacerdote Padre Antonio

Ribeiro Pinto. Nfl.o ha quem as possa negar, por

mais descrente que seja, pois que s5.o centenas defatos atestados por milhares de testemunhas.

Ur'ucanla tornou-se 0 grande centro de pertgri-

nacao de todos os enfermos e sofredores. A fe con-

jug'ada de milhares de pessoas reunidas ajuda as

faculdades notaveis do grande medium curador e

opera maravilhas ,

Ja ha a.lguns anos ouviamos falar da faculdade

que possuin esse saeerdot.e para curar obsessoes,

Levavam-Ihe obsesses furiosos e num instante 0 sa-

cerdote expelia 0 obsessor, deixando a vitima total-

mente curada. Possuia um grande ascendente moral

sabre os Espiritos inferiores e se fazia obedeccr it

primeira ordem .Cumpria assim 0 mandamento de

Jesus, dado aos seus discipulos, quanto aos Espi-

ritos impuros.

Mais tarde soubemos do seu poder igualmente

notavel em curar os alcoolatras : dava-Ihes uma

bencao, e os viciados se aehavam curados de seu

terrtvel vicio.

Finalmente, cumprindo-sc a palavra de Jesus,

o Padrc Anton.o Pinto revelou taculdades de fazer

quase todas as obras que fazia 0 Divino Mestre.

E' uma das mais podcrosas mediunidades cura-

daras de que se tem noticia.

Numa entrevista, 0 jornalista perguntou ao Pa-ore Antonio 'sc apena.s os cat6licos recebem as

gracas de Deus, ao que ele respondeu sem heslf.acao

que nao, que todos os crentes recebem essas gracas

e que so devemos trabalhar pela conversao dos

rnaterialistas, s6 estes estao realmente 'errados .

Essa largueza de vistas do famoso saccrdote

esta de plena acordo com os ensinos dos Flspit-ltos

superiores que sao todos concordes em afirmar que

" forma externa do culto nada vale: ningucm vale

n.ais nem menos por ser espirita, ou per ser cato-

lico, ou protestantc, ou budista, ou muculmano :

mas 0 materialista que nao ere na sobrevivencia da

alma, nem ern Deus, este e lim t.ra.nsvlado, porquenao pode reeorrer a , Fonte da vida, nao respeita em

seus semelhantos nem em si mesmo a centclha

divina da vida. Para 0 materialista. 0 homem nada.

tem de sagrado, de eterno, de divino; e somente

urn agrcgado de materia, uma maquina que se pode

destr-uir sem responsabilidade alguma especial.

o materialtsta merece toda a nossa compaixiio,

a de dCicn:os dedicar as nossas preces mats fervo-

rosas: ele vivo 8('111 console, sem esperanca, prepa-

rando um caminho de espinhos para si mesmo. Esta-

mos de pleno acordo com 0 Padre Antomo quanto

ao materialista. Realmente, a humanidade divide-se

em duas partes apenas; as que creem em Deus e os

que nao creem . Tudo mais sao minuclas de pouca

Importancta ,

A humildade do Padre Antonio Pinto parece

ser 0 traco maior do seu carater , Ele possui aquela

lmmildade superior que atrai a Alta Protecso dosbons Espiritos. Certa feita, urn jornalista the pediu

uma autobiografia. 0humilde cristae reduzia-a a

meia duzta de palavras, iniciando-a assim: "Sou

filho natural de N. que morreu tres meses depots

do mel! nascimento". Com essa adoravel singeleza,

anunciou um fato que causa vergonha a todos quan-

tGS vieram a este mundo em conscquencia de uma

uniao Ilegitima, sem pai conhecido. Colocou a ver-

dade acima de todos os conceitos e preconceitos 90-

c.ais c religtosos . Do ponto de vista da Igreja, urn

mho i12gitimo (i f'ilho de pecado, fruto da tentacao

satanica . Pois o Padre Antonio fez essa declaracao

[1(' jo rna.lrst.a C:1ma mais encantadora singeleza·, com

a ma-s sublime humildade. Parece-nos que basta-

riam essas palavras para nos demonstrar sua gran-

. de elevac.i o cspiritual, sua uniao com Deus que

despreza 08 juizos do mundo e os preconceitos so-

ciais .

o verdadeiro virtuoso nao sabe que 0 e. Tudo

11e1e is cspont.aueo, natural. Faz 0 bem por amor

a.o ball, sem se julgar com mcrito algum por fa-

ze-Io . Ja possui 0 automatismo do bern.

l.i"uma das fotografias publicadas em Noite IluB-

trcula, vemos 0 Padre Antonio dando passes em um

enf'erm o corn a mao drreita, tendo a esquerda sobre

as C:JJ"as. Era 'esse 0 processo empregado por Jesus

c pelos apostolos : "JCSllS, estendendo a mao, to-

cou-o ... " (Mat. 8: 3) ..... tocando-lhe a mao, a

febre a deixou." (Mat. 8:15) " pos as maos sobre

alguns enrermos e os curou " (Marcos, 6:5) .

... porao as maos sobre os entermos, e os curarao",

(Marcos, 16:18.)

As curas do Padre Antonio Pinto podem nao

e.3~ar mui;o dc acordo com 0 C6digo Penal, map

e"Uio de perfCll:O acordo com 0 Evangelho. Essas

Clio .:" ,;;iracu]osas conf'i.rrnarn as Escrituras e 08

e .is ilC3 d03 :tcspir:tos supei-iorcs .

Diz 0 Evangelista (Marcos, 6:1 a5) que a des-

crerica do povo impedia Jesus dc f'azer milagres:

"Na.o podia faze I' ali nenhum milagre ... " 0 pensa-

mente negativo dos descrentes embaraca a acao

benfeitora des curadcres, e, ao contrario, a fe cole-

tiva auxtlia a obra dos Espiritos. A massa de cren-

tes reunidos em Urucania cria 0 ambientc favoravel

as curas realrnente "milagrosas" que 0 Padre An-

tonic Pinto est a obtendo. No entanto, essa fe foi

engendrada pelas primeiras curas . "Pois ao que

tem, ser-Ine-a dado ... " (Marcos, 4:25.)

Nao necessitamos de regis tar pormenorcs sobre

os acontedmentosde Urucania, porque tais minu-

cias enchem todos os jornais dos nossos dias. Bas-

ta -nos deixar registado em Retormador que tais

Luras sao reais .

ruo, Agosto de 1947.

Se 0 lci.tor desejar adquirir qualquer livro

espirita, ;"astarit escrever urn simples cartao aoDepartamm:to Editorial da Federacao EspirltailnlS~icil'a, a Av, Passes, SO, Rio tie -Ianeiro, para

que 0 receba pelo Service de Reemholso Postal.

-17 -

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262 REFORI<lADOR---- ---.----- NOVEMBRO,

A e x i s t @ n c i a d o i n f e r n opor LINCOIAARAUCANO.

Absolutamente nada teriamos nos que ver como ardoroso livro do Padre Paschoal Lacroix - A

liJxistencia do Inferno Provada <i e Pleno Acordo com

a Sa Razao - no qual defende 8. Revma. a suafe robusta num Deus irado que condena a quasetotalidade dos seus filhos as fogueiras eternas. Aquestao interessaria somente aos catolicos romanose passartamos por ela com 0 devido respeito quenos merecem todas as convtceoes humanas: masa pagmaa tantas, ou, mais precisamente, it pagina144, 8. Revma. escreve esta epigrafe: Contra 0

Espiritismo, e passa a combater a doutrina reencar-nacionista e refutar 0 Espiritismo. Ai ja nos parecede nosso dever pedir a palavra, com 0 devido res-peito, para examinarmos os argumentos do Autor ,

Dog'mat.iza 8. Revma.: "A morte e 0 ultimo

limite do prazo conceduio para operar a salvaQdo".

Examinemos esta proposicao , 0homem morre

em todas as idades; com alguns mtnutos, algumashoras, alguns dias, anos, decenios ou em plena ve-lhice. Uma criatura a quem Deus s6 concedeu 10 anosde vida, 86 viveu infantilmente, brincando, sem pen~sal' em coisa alguma seria . Mui pouco provavelque tenha feito algo digno da bem-aventuranca eter-na, Admitamos mesmo que s6 tenha feito mal. 8eudisccrnimento ainda e insuficiente para a pena se-vertssima de uma condenacao eterna. 8eria justoque outro receba oitenta anos para preparar a suasalvacao e este s6 dez anos, dos quais sete forampassados sem responsabilidade, segundo a Doutrinada Igreja, e so tres teve ele para se aparelhar avida eterna? 0 Autor e terminante:

"Con/or me a 1110rte achar cada U7n, iustoOtt pecador, amigo ou inimigo de Deus, a8sim

se1'a a sua eterna sorte, ou de bem-aventurado

no diu, ou de rcprobo no inferno".

o infeliz que nasceu e viveu num meio Igno-

rante, sem mestre de raligtao, nos remotos sertoes,

morre sem sab er distinguir entre 0bern e a mal, pra-ticando 0 mal por' Ignorancia, mas estara irreme-diavelmente condenado ao fogo eterno.

8, Revma . entra a atacar violentamente a dou-trina reencarnacionista que permitiria a esse infelizsalvar-se par meio de outras existencias. A reen-carnacao e burla do demonic para lancar os homensno inferno. assegura-nos 8. Revma. Cita 0 caso de

urna menina que ele mesmo eonhecera e que antesde corr.plet.a.r quatro anos ja sabia ler perfeitamente,escrever. f'azer" contas, mas isso nada tem que vercorn ieencarnacao . A menina sabia, porque 0 paiensinou. 0Autor mesmo nos· diz:

"Faeemos exce"clo do, doutrisui budista,

rouitiuamcnt e recente, (1) da transmigraQdo

da« olmas e das pro-oaciies infindas, todos os

PO'l)08 do 11mndo iaeeui ·c01neQa?' na morte a

lei inexoravel da justiQa como castigo sem

[irn. Cont.ra, esta opiniiio unitJersal os espirita«

sicst.entam. a reencarnaciio e a continu<XQdo

iia» procacoes e expiacoes ap6s a morie ... "

Nao 6 exato que obudismo seja a (mica religtao

reencarnacionista: tam bern a bramanismo 0 e e,portanto, essa doutrina e mais velha e multo maisnumerosa do que a Cat6lica Romana. Nao e exato,tambern, que todos as povos do mundo creiam empenas depois da morte, porque as materialistas, des-de os saduceus do tempo de Jesus ate os positivistasdo seculo vinte, nao creem na sobrevivencia da alma.

(1) Quinhentos anos mais antiga e rnuito mats di-

vulgada do que 0 Cristianismo. ,...- 18 --

Leamos os argumentos contra ae as expiacoes depois da morte:

"Nao lui, dU'I)ida de que Deus teria

prolongar para a alma separada do

tempo de merecimento, porem, de iato

o fez. Babemo« isso com absoluta cerieea

reoelaciio" .

Examinemos, pois, a revelacao nosgrados da Igreja ,

No Velho Testamento encontramos logocalogo (Exodo, XX, 5 e 6): ... sou Deusque puno a iniquidade dos pais nos filhos,ceira e quarta geracao daqueles que mecern ... " Nao pune nos mesmos, nem nose netos, mas na terceira e quarta geracao (in

et quartam, generatione'm), porque s6 entao

pados ja se reencarnaram e recebem as consequaetas de. seus pecados.

- Passando ao Evangelho, vemos Jesusgando os seus discipulos: "Quem dizem queo eles respond endo: "Dizern uns que es Joaooutros, que Elias; outros, que Jeremias OU

dos profetas". (Mat. 16: 13 c 14).

Nao e evldente que Jesus sabia que 0 povotcma.ria pela reencarnacao de um grande vulto

passaclo e a mesmo pensavam os discipulos?Mais adiante, Jesus declara que Joao

e Elias reencarnado (Mat. 17:10 a 13).

Jesus diz a Nicodemus que para entrar nopreciso nascer de novo (Jo. 3:1 a 12). Jesusa doutrina reencarnacionista com todaquando diz que .Ioao Batista, filho deIsabel, cujos pais todos conheciam, ede a inrancia, era a recncarnacao do Profeta"Pois todos os profetas e a lei ate Joao

ram; e se quereis recebe-Io, ele

ha-de vir. 0oue tem ouvidos ouca" ...11:13a15). - -

A doutrina reencarnaeionista estaapoiada na Revelacao crista, mas estavelada no bramanisrrio,mil anos antes deBuda, confirmada por eIe, fundador do ~,.u.'o...v,nhentos anos antes do Cristo. Quanto aocrentes, 0 dogma reencarnacioniata terndos crentes que tern 0 dogma do infernomas nao e s6: socratee - e outros grandesensina ram essa doutrina; a sa razao fazangular da Justica Divina , 86 cIa explicaIucao universal e e necessaria, portanto, acionttf'tca como solucao do problema dali(,::; seres vivos, mais notadamente do hornern.

o Espiritismo nao a inventou, nao a criou,a descobriu, somente deu-lhe novo impulso nodente e corn isso vai evitando 0 dominio dolismo atea a que conduzem os dogmas,iJ6gieos, blasiemos que reclamam fe cegaque 0 fanatismo religioso transformouodioso que criaria bilhoes de seres nasmitivas, privados de todos os meios de se, para serem condenados irremissivelmente por.a eternidade. Com a doutrina da exlstencia

aue pode SCI' ate de alguns minutos, como ja .

~IOS, seguida da condenacao eterna, ficariam

explicacao numerosos fatos naturais: geracoes

conto que viveram e vivem fora da civilizacaodesigualdade de ideias marais e intelectualspovos barbaros e primitivos que existirarn ecrlados por Deus e sem a minima possibilidade

salva rem-se ,

A doutrina do inferno eterno e tao il6gica,repugnante, que- engendra 0 ateismoafasta a humanidade ocidental da religiao ,jas que ensinam tal doutrina assumem urnasabilidade tremenda perante Deus e a numantdadeF'eltzmcnte, e um dogma em plena decadeneia,

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NOVEHBRO. 19'17 -.-~.-.------------ REFORr,IADOR .--- ..--.--------- 263

tenee aos seculos tenebrosos. Quem no-lo inforrna

e 0 mesmo Padre Lacroix nas pags . 77 e 78 dosell livro. Leamos:

"0 professor George H. Beets, da North-

western University, de Ohicago, acaba de pu-

blicar urn livro interessante, rejerindo nele 0

resultado de urn inquerito sobre 0 estado dou-

trinal das principais seitas protest antes da

America do Norte. Reuniu em seu volume 1£8respostas de 500 rninistros protestantes de

credos diierentes e de 200 estudantes de teo-

logia a mil, questiotuirio de 56 quesitos sobre

pontos essenciais da doutr·ina crista. Todos

conoordarani apenas na existencu» de Deus.

Quanto a existencia do inferno 53 minist1"08 e

so 11 estudanies de ieoloqia aceitaram. a pos-

sibiluiade de haver tal local de punigao".

Reduzamos isso a percentagem: 10,6 (/'" dos mi-mstros crecm no inferno, portanto, 89,'1 % nao creern,Dos estudantes de teologia, 94,5 negam 0 inferno esomente, 5,5 'Ir creem nele. Logo, 0 inferno perdepor 636 votes contra apenas 64 a favor, ou sejam

~1 % contra e 9 % . a favor. Se os dogmas se apro-Yam ou reprovarn par votacao, nos Concilios, ja etempo de proclamarem as Igrejas protestantes queDew: e todo arnor e encontra sempre em sua infi-nita misericordia os meios de salvar -seus filhos.Pn.ra isso dispoe I-';Iede saber e poder infinitos e da

eternidadc int.cira , Os dogmas da unicidade da exis-teucia e do inferno eterno seriam a talencia doCriador: teria Ele falhado completamente na cria-

l : : " " " " porque teria criado uma human idade incapazde salva.r-se, pecadora, ignorante, indigna de seu

('lI'-'.dor; e como a arvorc se conhece pelo f'ruto,D~U0 seria uma arvore rna, porque seus frutos se-riam esta humanidade tao longe de qualquer per-

fCi!;hO.

Tal caricatura de Deus fez0

poetadizer:

"Depois 0 Griador (honra lhe seja [eital )

Achou. a sua obra uma obra im.perjeitu,Mundo sarratacai, globo de [ancaria,

Qlte nem um apl'endiz de De!£8 assinaria ... "

A.luz da verdade, da doutrina reencarnaciontsta,tudo se esclarece e cnaltece ao Infinito a Divindade:A Terra nao e serifio pequena parte do Universe,

penn enctarta provisorta para onde sao mandados

os Esplr'itos rebeldes que perturbavam a harmoniade mundos mais adiantadcs . Os maus da Terrasilo degredados, estao cumprindo pena entre povos

ecpiritualmente primttivos e rudes . Estes, primiti-

vos e rudes, sao criancas espirituais, filhos da Terrac pI ogridem inft!lecfl~almente com 0 auxilio dos con-denados que sao grandes Inteltgenctas desprovidasde moral. Deus sabe salvar a todos : os maus, quesao desterrados para mundos inferiores, cumprem

nussoes de prog resso material e intelectual em suaspenitenciar las, ajudando os Espiritos jovens a de-senvolver a intelig'encla e melhorar a situacao dehabitabilidade de seu mundo.

Alem dos prtmitivos habitantesda Terra e dosculpados que aqui estao cumprindo penas, aindaDeus nos envia grandes Missionarios, Espiritos de

elevacao moral e intelectual que nos vern guiar rumoa felicidade eterna.

A Terra e habitada por tres categorias de seres

humanos: I." - seus proprtos filhos, criancas espi-rituals, formam os povos primitivos, os selvicolasque ainda nao sao bons nem maus, que sao simbo-lizados por Adao e Eva no f:den, antes de haveremcomido 0 fruto da arvore da ciencia do bern e domal; 2.° - os rebeldes que so progredirameminteligencia e nao merecem ainda habitar mundosmelhores; para estes a Terra e urn mundo inferior,ou inferno, mas nao eterno, porque eles prog'redlraoe sairao d'aqui; 3." ~- os raros Espiritos realmente

superiores, em missao, que aqui se ehamam Vicentede Paulo, Francisco de Assis, Thomas Edison, AllanKardec, Zamenhof e outros.

Logo, nao conhecemos a humanidade inteira.mas somente uma pequena fral;aO e esta mesmaainda em formacao, carnlnhando para a perteicaoque tera fatalmente de alcancar urn dia. A obrade Deus e urn poema grandioso que nos enleva aadoracao, ao ensejo de servi-Lo por amor, respeito,

admiracao, mas nao pelo pavor do Inferno, peloterror de urn monstro cruel que nos imporia violen-tamente que 0 amassemos e servissemos para naosermos Iancados as chamas eternas , Reclamariatodo amor, mas so inspiraria to do 0 odio, pnr noshaver criado incapazes -de nos salvarmos, nos expora tcntacao de dem6nios infinitamente mais inteli-gentes do que nos e so haver dado a urn numeroinsigmficante de seus filhos os recursos necessarios

it salvacao, numa desigualdade irritante e odiosa.Tal monst.ro so poderia ser temido e odiado, masnunca amado smceramente, como devemos amar aurn Delis' todo amor que nos salva a todos, absolu-tamente a todos, so nos deixando a escolha dotempo: uns seguem desde 0 inicio o caminho do

bern e salvam-se cedo; outros seguem 0 caminhodo mal, sofrem, repetem as provas, demoram, saolancados a mundos inferiores (infernos), mas final-mente se corrigem e por fim se salvam. A crencana exrstencia da cncarnacao (mica e no infernoeterno e uma blasfemia, of'enaa a infinita bondadede Deus, negacao da sua sabedoria, do seu amor.

F'clizmente, como vimos acima, essa ideia mons-t.ruosa, s6 digna de seculos tenebrosos, vai desa-parecendo do mundo. Deus que the abrevie 0 desa-

parecimento!

por HERNAN! T. SANT'ANNA.

O' Deus! que Sois 0 Eterno Pensamento,!\ Vontade Suprema, 0 Movimento,

Por excelencia - a A~ao!QUl~Sois a Fonte donde jorra a Vida,QUe) Sois 0 Ignoto Ponto de Partida

De toda a Criacao !

Deus! Pai Augusto e Born dos Universes!Aceitai minha prece nestes versos,

A minha adoracao lQue a pohre lira se estremece e humilha,

Quando a minh'alma, 6 Pail - a vossa f'ilha,Entoa esta cancao l

Desde a ameba perdida pelos mares,Desde 0 inseto que plaina pclos ares,

Velais pOI' mim, Senhor!

E polo tempo em fora vos buscando,Hei-de ir chorando e rindo e me arrastando

Empos do Vosso Amor!

Vossa grandeza imensa nao me esmaga!Vossa destra potente e amiga afaga

o vosso filho, 6 Deus!E eu me estremeco e canto deliranse,

Quando vos fito a sos, pOI' urn instante,Do val dos prantos meus!

0' Deus! 0' Pai! 0' Vida! 0' Amor Eterno!Sede bendito, pois ! Eu me prosterno

Perante V6s - 6 Luz !Dai-me coragem, Pai, para buscar-Vos!Dai-me forcas e f e para encontrar-Vos

Nos passos de Jesus!

19 -

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264 NOVEMBRO,EFOR: UDOll --~-----

A m e m o r i a s u b c o n s c i e n t epor CRISTIANOAGARIDo.

Parece estar hoje definitivamente verificadopela ciencia que existe no homem - alem da me-

m6ria consciente, rraca, imprecisa, caduca, que per-de logo !iO% de suas aqulstcoes e vicia 0 pouco que

conserva - uma mem6ria subconsciente infalivel,minuciosa, eterna, que tudo conserva em todos osseus pormenorea e para sempre.

Parece-nos estar aceita como suficientementeprovada a existencia dessa onipotente mem6ria sub-consciente, porque ela se revela em cases espeoiais,como nos acidentes que poem a vitima em perigo demorte. VEl 0 homem., entao, num rapldo momento,Q filme complete de toda a sua vida, de todos osseus pensamentos, desde as mais insignificantes, ate

as mais sertos, e 0 ve com todas as rninucias . Se 0

tato nao estrver ace ito por todos os cientistas, comonos parece, esta pelo menos pelo Dr. Gustavo Geley,medico dos mais ilust res, que trata pormenorizada-mente do assunto em seu livro "Do Inconsciente ao

Oonsciente" e explica que os Espiritos que se comu-nicam mediunicamente vnao nos podem rcvelar isso,porque, ao entrarem em contacto mediunlco conos-co, sofrem Iimitacoes semelhantes as da reencarna-QUo;0 esquccimento de grande parte do passado esomente rcconstituem a sua personalidade da maisrecente encarnacao, ·revivem· apenas a sua maisrecente existencia no mundo fisieo.

Estendendo este conhecimento da existencia des-sa podcrosa memoria subconsciente as oxperienctasdo Coronel de Rochas e outros que demonstram apossibilidade de 0 swiet magnetizado reconstituire m todas as minucias periodos de sua existencia

passada, inclusive de outras encarnacoes, vamos

chegar a conclusao de que essa memoria inconscien-te e do Espirito e, como cle, eterna . S6 existe 0

esquecimento para 0 cerebro, porern nao c nuncapara 0 Esrrirtto . No entanto, essa preciosa e talveztremenda f'aculdade do Espirtto fica adorrnccida du-rante a oncamacao e, em grande parte, durante asmarurestacoes mediunicas quo Torcam 0 Espirito a

reconat.ltui r sornente sua mais recente encarnacao eate a reviver seus preconceitos, como no ca.so dealguns adversiirios da reencarnacao que, em suascomunicacoes, continuam pondoem duvida essa vcr-dnde . Dizemos alguns, ....orque ha outros que mudamcompletamente de opinifio depois da mort.e enosvern ensinar a doutrina reenca.rnacionista, sobre aqual tinham duvidas Um destes exemplos e 0 de

Sir Oliver Lodge que, em Iivros escritos em vida,apresenta duvidas e, nas mensagens dadas depoisda morte, pela mediunidade de uma Sra. que nao

aceita a doutrina palingenesica, ensina firmementeesse principio doutrinarto ,

Essa poderosa memoria subconsciente, que vai«onosco pela eternidade em fora e se manifest a emforma de intuicoes, Inclinacoes, pendores, vocacao,como faculdades inatas no homem c s6 excepcional-mente, como nos cases de acidentes e de expe rien-

cias magneticas, se mostra em toda a sua torca depormcnores analiticos, vern demonstrar, mesmo aluz .da observacao cientifica materialista, a doutrtnareencarnacionista e. resolver a sua maier dificulda-de: 0 esq.cirhento completo das existencias pas-sad as , .

Demonstra que esse esquecimento existe mesmodentro de uma onca.rnacao: que esquecemos quasetudo que aprendemos, desde que 0 conhecimento setenha transform ado em faculdade e se torne des-necessa.rlo na memoria, por jii poder empregar-seinconscientemente, mecanicamente, como patrimcniodo subconsciente. Formulernos alguns exemplos vul-gares para melhor compreendermos essa transfer-macao do conhecimento em faculdadc. Ao aprender-

- 20-

mos nossa lingua materna, vamos conhecendovocabulos um a urn, depots as frases que comformamos, rna is tarde aprendemos a ler eenriquecendo sempre esse vocabulario ate quemos a estudar gramiitica e conhecer asregem a linguagem. Pais bern, em plenaquando empregamos fluentemente asos discursos, dispondo de milhares de

nao nos lembramos mais quando, como, onde,

quem aprendemos cada um desses vocabulos,uma das regras de gramatlca que ja

maquinalmente, sem refIexao alguma ,trabalho de aprendizagem foi consciente, mas. ceu para 0 subconsciente, ficado apagado dam6ria cerebral, desde que se tornoupode ser empregado Inconscientemente . Possofletir quanta queira, mas nao me lembro quemensinou as palavras de que hoje me sirvof'alar e escrever em portugues ,

o mesmo exemplo se torna maiscaso de uma lingua estrangeira quemais tarde, com maier raciocinio.ern livros, ern fon6grafo, em cursosprofessores, lendo literatura inglesa,

cursos, serm5es. programas de radio, cinemaHoje possuo urn vocubulario suficiente paraescrcver a lingua em assuntos simples:

anormalidadc de pronundar mal diversas

que aprend! s6 na leitura; mas

me lembro como aprendi cada palavra,inglesa; pOI' mais que me esforee, nao

cordar 0 mornento em que aprendi eadanem cada rcgra de gramiitica inglesa; mas. certeza que aprendi, porque quando necessitoou escrever a lingua possuo esseainda que multo Iiruitado e imperfeito. Noeu me recordo bern que comecei a aprenderaos 18 anos, depois que sabia passavelmente 0

ranto : achava-mc em pleno desenvolvimentojii sabia -raciocinar sobre vat-ins assuntos euma prof'lssao , Pois, apesar de tudo isso,processo de aprendizagem ja desapareceu damemoria. .

Limitamo-nos a citar exemplos pessoais,pOl' imodestla, mas por,falta de outros; porem

bcmos de outros mais expressivos, como 0 doc.rnont.o total e absolute de um idioma que se

dnnou na inf'ancia . A crlanca que, pOI'c.e n.rio, deixa de cmpregar a lingua' queaos i:(,~eanos e s6 passa a empregar outra,

novo l'~;'" ':dlue"~e totalmente seu primeiroque ja f'alava correnternentc .

Se dontro da mesma encarnacao,

mesmo cercbro, podemos esquecert u.lo que jii nos nao interessa e nao int"""",~ja se haver transformado em faculdade, quaocompreensivel e 0 esqueclrnerrto dos fatos deencarnacao, mais remotes e transformados

culdades inatas?Enquanto aprendiamos a escrever a

tinhamos que: conservar a memoria doque se achava carla tecla: eramos forcados a'11818nas teclas que no assunto da escrita.hahito, 0 trabalho dos, dedos passa a sere ja s6 pens amos na redacao, porque osprem automaticamente 0 seu deveralguma . 0 estorco consciente dosja desapareceu para ° datil6grafo e

pensamento livre para runcao mais importante,a de redigir seu t rabalho .

Possuimos essa memoriarnazena tudo, absolutamentetOC10U faculdade e, portanto, desnecessuriomoria ordinaria ou cerebral. Ela pertencerito e e sen C e l l ou seu inferno no estadoca.rnacao, porque ele nao pode fugir dela:

aeus .r.aus pensamentos Ihe estao[ulgadcs per ele mesmo com severidade,

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----"-~---_-_------- - - _

NOVE>\ 1: BRO , 1 94 7 ,.___-------~- REFORJV[ADOR --------- 265

assim, 0 seu tormento ; ou todos os pensamentosbons constituem automaticamente sua felicidade.

Alem dos pensamentos maus que formam 0 in-ferno e dos bons que fazem 0 ceu, ha uma multidaoimensa de pensamentos ociosos, banais, inutels, for-mando essa memoria subconsciente e eterna. A

irnensa maio ria dos terricolas nao e muito rna nem

muito boa: e infantil, pensa e fala como crtancase deposita nessc infinito armazem toda sorte depuerilidades que representam perda de precioso tem-po, de decenios vazios, de encarnacoes improdutivas.Na Ieitura de [ornats, revistas, livros, no cinema, aimensa materia do que depositamos em nosso sub-consciente e material inutil, banal, fantastico quenos transforma a alma num armazem de quinqui-lharia inaproveitavel . Mas isso ainda nao e 0 maishorrivel, embora seja um mal perdermos tantotempo com pensamentos banais. 0 mais terrivel ea quanti dade de cenas apavorantes que la depositamos crentes na existcncia do inferno, ao ouvirem apregacao ou lerem livros que descrevem a danacaoeterna dOBmaus.

Quando a humanidade conhccer melhor essamemoria subconsciente, fugiremos apavorados detudo quanto nos possa inspirar pensamentos infe-lizes; cultivaremos 0 otimismo com 0 mesmo es-crupulo com que alimentamos 0 corpo . Toda a nossaliteratura se transtormara, todos os espetaculos se-rao rigorosamente otimistas. A ReligHio so falarado ceu, nunca mais mencionara 0 inferno.

Ensinando-nos como se forma 0 ser subcons-ciente, atraves dos pensamentos e sentimentos, apsicologia tern missao prorundamente religiosa acumprir no mundo. Esse ser subconsciente e anossa propria personalidade real, 0 nosso "eu", epode conquistar sua felicidade ou fazer sua desgraca

por meio d0S pensamentos que cultiva. Ja ha mile-nios vimos acumulando pensamentos inferiores oubanais em nossa memoria subconsciente e- assimformamos 0 homem velho, contra 0 qual temos quelutar _ Os pensaruentos e sentimentos armazenadosno subconsciente formam automatismos do bern oudo mal, os impulsos que nos governam enos fazemagir contra a nossa consctencia . Paulo de Tarso,que se converteu ao Cristianismo depots de havercult.ivado os mais terriveis pensamentos e senti-menta" de ranaricos religiosos do Judaismo, melhordo que ninguem soube dizer dessa luta entre 0 ho-mem velho que domina 0 homem reform ado . Emsua Epistola aos Romanos, cap. 7, verso 18 a 21, diz:

"0 querer 0 bcm esta comigo, mas 0 eje-

itui-lo nao este: Pois 1360far;o 0 bem que que-

ro; mas 0 mal que nao que-ro, esse pratico.

Mns se CH [aco aquilo que nao quero , jli nao

sou cu que [aco, mas sim 0 pectuio que emmtin. habita: Portanto, querendo ea [aeer 0

bC1n, acho a lei de que esiti comuto ° mal".

Qual de nos nao se poderia acusar, como Paulo,dcsse dominio ttranico do hornem velho? Alem dessedominic do subconsciente sobre 0 consciente, noEstudo do Esptrittsmo ainda verificarnos outro as-pecto nao menos impressionante: e a natureza dosnossos pensarnentos novas e velhos que forma nossa

sociedade espiritual, atrai para nosso convivio Es-piritos em afinidade com 0 nosso carater, com anossa personalidade espiritual. Alem de nos mes-

mos nos obsidiarmos pelos pensamentos e senti-mentes deposrtados em nosso subconsciente que nostiraniza, amda atraimos outros obsessores que naoteriam poder algum sobre nos, se nao encontrasscmafinidade esprritual .

Ponciemcs, pols, os nOSSOBpensamentos e sen-timcntos, porque eles tern um poder trernendo paracriar 0 mal ou 0 bern, nosso inferno ou nosso ceu ,

D a U n ia o d a s J u v e n t u d e s E s p ir i t a s d o

D is t r i t o F e d e r a l a o s J o v e n s d o B r a s l i

I

o mundo espiritista esta agora empolgado por

urn movimento novo, renovador e revolucionarto : 0

movimento da Juventude Espirita.

E' este 0 tema mals palpitante do momento. 0

mais palpitante e 0 mais eontrovertido.

As opinioes e os julgamentos enunciados sobre

ele san os mais diversos, chocantes, dispares, e, nao

raro, dlspara.tados ,

A maneira de todas as ideias novas e fortes,

dessas que. mudam rumos a vida humana, tern 0

movimento espirita juvenil, nascido nas plagas des-

ta terra brasileira, levantado as opinioes mais ve-

ementes,e,

POI' vezes,exaltadas, de quase toda agente, opinioes que, nem sempre, primam pelo sen-

tido de justo equrlibrto que as devera caracterizar .

Assim e que, de urn lado, ha os negadores per-

tmazes, que eoem condenar de Improvise, sem mais

detido exame, os trabalhos que a juventude vem

realizando, tentando minar, dessa forma, os alicer-

ces da sua obra, a qual subtraern todos os valores

construtivos e reais, reduzindo-a a mais simples e

sensaborosa expressao de entusiasmo faci! e incon-

sequente; e do outre, os profetas da ultima hera, os

refinados aproveitadores, que, arrebatando a direeao

de nucleos juvenis, sugam-lhes as energias, no pro-

veito das suaa ambtcocs de apareeer e realizar obras

pessoalistas, dcsprezando 0 verdadelro objetivo das

.Iuventudes E~piritas, que e , simplesmente, 0 do pre-

paro do [overn, segundo 0 Evangelho de Jesus e a

Doutrina dos Espiritos, para as realizacoes inadia-

veis do espirito, na reconstrucao individual que lhes

cabe, cont.ribuindo destarte para a obra coletiva da

reestruturacao cia sociedade hum ana, a caminho da

redcncao .

Ha ainda aqueles que, por ccgueira ou por des-

caso, nenhuma cpiniao formam a respeito, aceitando

todos os juizos ou nao aceitando nenhum. Sao os

que se colocam a margem dos fatos, ignorando a

marcha da vida.

o que e certo, porem, e que a mocidade, emsua grande maiorla, se debate, num estorco tre-

mendo, entre uns e outros, abandonada a si mesma,

(JU combatida comarrojo, ou ressugada com de-

lido _

Poucos sao os que, com espirrto de verdadeiro

arnor fraterno o esclarecimento cristiio, com desin-

teresse e com carinho, se fazem seus crientadores e

amigos, procurando rumar a mocidade para 0 Cristo.

S2m f'aze-la passar primeiro pelas vias do seu inte-

resse particular.

Diant.e uesse panorama dcsolador, nfio devemos

e nao podemos por mais tempo silenciar; cabe-nos

desmascarar os falsos apostolos, cujas virtu des serosumem na habilidade de tirar de tudo 0 melhor

proveito, sem se importarem com 0 prejuizo alheio.

Nao 0 razcmos, porem, pelo simples prazer de des-

mascarar ou de acusar, que esse gozo nao sentimos,

mas, sim, de pesar. Move-nos 0 desejo de precatar

a juventude contra esses esp6lios, alertando-a para

a defesa dos seus patrlmonios eternos ,

Necessario e que proclamemos com vigor que

a Juventude Espirita tem POl' finalidade precipua

-21-

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266 . . .- _" _ --.--.---~.- --,,_-,,------REFORMALOR .2 NOVEMBOO,

instruir 0 jovem nos postulados da Doutrina Espi-

rita, educando-o na moral evangelica, a fim de pre-

para-lo para ser um espirlta cristao, um born filho,

um born esposo, um born pai, um born amigo, um

bom cidadao, um homem de bem, enfim, cultivando-

-lhe as boas qualidades e retificando-Ihe as mas

inclmacoes, alem de propiciar-Ihe as oportunidades

de fazer 0 uern: e nao faze I' dele um instrumento de

propaganda indebita de nome ou tnstttutcoes. pOI'

rnais venaraveis que sejam, ou mera isca de re-

cursos, transrormando-o em maquina de angariar-

dinheiro .

A finalic1ade c1a Juventude Espirita niio e darfestivais sobre festivais, para manter Instituicoes:

nem program as sobre programas artisticos, para

divertir espiritos levianos; nem formal' pseudo-pre-

gac1ores, que, a moda de papagaios repetidores, sem

conhecimento proprio ou scm autoridac1e moral, se

. ponnam a dlsposicao de quantos houverem por bern

servirern -se de seus prestimos ,

Toc1avia, nao e pequeno 0 numero daqueles que

se lancam a tarefa de fundal' Juventudes para con-

cretizarem velhos pIanos de sua' mente, para 0 que,

ha-de ela, rorcosamente, empreender "campanhas"

sobre "campanhas", sem descanso!

o resultado disso e que, mal surgem as Juven-

tudes, logo comecam a fazer "campanha dis so" ,

"campanha daquilo", "campanha daquilo outro", fes-

tivais, programas artisticos, excurs6es de recreio,

visitas, etc" etc, E 0 estudo serio e met6dico, da

Doutrina e do Evangelho,. vai sendo relegado e es-

quecido, como coisa de somenos tmportanclat

Nao raro, e ele substituido pOI' atividades ou-

tras, tornadas a conta de mais belas ou agradaveis,

como a f'eitur'a e apresentacao de cronicas, poesias,

csquetes, etc" etc" quando todas essas coisas nfio

devem constituir mais que suplementos dos seus

programas ,

Alem de tudo isso, ha quem busque incutir no

espirito do jovem uma aversao ferrenha e lastima-

vel pelas atividades mediunicas, que passam a cons-

tltuir, no seu julgnmento, traball),os de Espiritismo

de l'elhos, para pessoas desvivificadas!

Procura-se distrair a juventude da necessidade

do aprendizado serio, e Isso nao esta certo, nem ejusto ,

Sob 0 pretexto de que "Espiritismo e Acao",

substitui-se a meditacao e 0 aprendizado do espirito

pela atividade multiplae avassaladora. Enfim, des-

via-se 0 rnoeo do seu caminho justo e bom ,

Nao se diga que combatemos esse trabalho gt-

gantesco e salutar que a mocidade espirita vem

realizando nos terrenos da caridade e do amor fra-

terno, ou que. estamos pretendendo abolir as livres

e Insopitaveis expansoes da alma juvenil, proibindo-

-lhe as manlrestacoes e as alegrias da arte pur a e

dos movimentos fraternizadores que ela empreende,

Estamos, tao somente, chamando a atencao da

rnocidade para 0 fato de ser tudo isso com.plemento

do seu programa, que nao deve ser anteposto ao

estudo serio e met6dico da Doutrina Espirita e do

Evangelho de Jesus, porque s6 este podera fornecer

as nossas almas a base s6lida de que carecemos

para todos os empreendimentos da nossa vida,

A fase juvenil passa celere como as primaveras,

com os seus sonhos r6seos, os seus encantamentos

naturaic e os seus entusiasmos gloriosos, e 0 dealbar

.dos castelos da fantasia, ante 0 sol das realidades

- 22-

da dol', exige decada ser humano uma fe

baseada na conviccao e no sentimento esclarecido.

E aonde vamos buscar essa fe s6lida, baseada

na conviccao e no sentimento esclarecido, se nos nlio

preocupamos em adqutri-Ia pelo estudo serio,

qual preferimos os empreendimentos de todaclasse? .

Alert ai-vos, portanto, jovens companheiros, para,

que vos nfi.o deixeis arrastar pelas influencias avas-'

salantes ou pOI' improvisados ap6stolos, vaidosos e

interesseiros. Cuidado! Cuidado com todos

que se nao mostrarem realmente Interessados

vossa reforrna Intima, no vosso preparo para a

e que, ao inves de vos concitarem ao estudo e

praticu esclarecida dos ensinamentos evangelicos,

pretendem lancar-vos a urn trabalho- que pode se r

bonito, mas que. indiscuttvelmente, nao constr6i!

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HERN ANI T, SANT' ANNA

Secrettirio Geral,

atrcal

ser

sen

eDo outro mun dopor EDMUNDO LIS.

o Congresso de Escritores, ora reunido em Belo

Horizonte, fez nestes dias urn grande lugar ao hu-

morismo, embora meu colega Alvaro Armando niio.

tenha ido ao interessante certame. Assim e que,'ante-ontem, 0 Globe e outros jornais publicaram.

lima oorr-espondgncia datada de Belo Horizonte e··

que nos dava conta da atitude doface da literatura psicograrica ,

Todos os que vimos 0 titulo da noticia, apres-

sarno-nos a le-la, na certeza de' encontrar urn debate

de escritores a prop6sito do Espiritisrno, os fenll-

menos mediunicos que preocuparam sempre os in-

telectuais e que seduziram muitas .altas expressOes

da inteligencia, bastando-nos citar aqui 0 nome de

Maurice Maeterlinck, em quem, pOI' certo, os escri-

tores agora reunidos em Belo Horizonte hac-de re-

conhecer um confrade suficientemente ilustre.

Aoont ece, porem, que, segundo a corresponden-

cia em aprego, a atitude dos escritores foi apenas

humoristica. Ninguem quis perder tempo com Allan

Kardec, considerando 0 Espiritismo coisa muito

pouco digna de intelectuais tao ilustres. Apareceu

apenas um projeto tratando de direitos autorais das

obras paiccgraf'adas, assunto assaz material, no qual

os socios do A. B. D.E, disporiam que os 12roventos

corn essa literatura seria rachado, "fifty-fifty", en-

tre a entidade espirita realizadora da obra e a

A.B.D.E.!

Nao ;§ extraordinario ? Ainda se 0 projeto tra-

tasse apenas dos soctoa falecidos da novel Associa-

cao poderlarnos admitir a sociedade. Acontece, en-

tretanto,que os quadros da A, B. D, E. sao ainda

reduzidos e, nesse caso, 0mais pratico seria mesmo

incluir os direitos sobre os livros mediunicos de

Vitor Hugo, Humberto de Campos e outros escri-

tores muito rendosos que faleceram antes do apare-

cimento da ilustre confraria das letras.

Contudo, honra Ihe seja feita - 0 plenario nao

aceita essa sociedade corn 0 outro mundo Iiterario:

rejeitou 0 projeto . Mas nao 0 fez scm considerar

que psicografia e mera pilneria, 0 que nao nos pa-

rece, desculpem, suas senhorlas, atitude de intelec-

tuais que se prezem desse nome, E tomaram uma

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NOVEMBao,947-----~~~/------.--~- REI"ORMADOR 267

medida urn tanto hitlerista que causa especie : sem

procuraeao de qualquer escritor morto, resolveram

os congressistas que devera ser proibida a aposicao

do nome dos autores psicografados nos livros mediu-

nicos que -- diga-se de passagem - todos trazem

a indicacao de obra psicografica.

oCongresso acha que toda atividade Iiterarta

cessa de acordo com 0 Codigo Civil, com 0 faleci-

mento dos escritores: urn g'rupo de iletrados nao

terla outra atitude em face da doutrina espirita

que, naturalmente, ttnhamos 0 direito, --- nos, pIa-

tela --- de vel' dlscul.ida, esclareeida, reduzida a

nada, com metodos criticos, cultura filos6fica e

conhecimento de causa, pelas sumidades Itterarlas,

que do alto das montanhas mineiras, neste in stante

histortco, projetam luz sobre nossa crassa igno-

rancia .

Esperamos que 0 Cong resso nao tenha igual

atitude -- ou que, pelo menos, nao seja tao radi-

cal ~ a respeito de outras doutrinas e fatos, pois

seria grandemente perigoso, por exemplo, que suas

senhorias assentassem que a desintegracao atomic a

e uma ptlheria, pOI' esse processo simpIista com que

eliminaram, entre risadinhas e piadas de cafe, a

existencia do Espiritismo, da mediunidade, da psi-

cografia.

Mot de la tin - 0Congresso elegeu presidente

de honra do certame ° falecido escritor Mario de

Andrade.

(Ext. de "0 Globo", de 17-10-1947).

C o n t i n u i d a d eOs jovens Professores que examinaram os alu-

nos que completaram 0 Curso de Esperanto na

Federacao, pretendem oportunamente organizar na

sede da Casa de Ismael uma Exposic:;ao do Espe-

ranto, a fim de demonstrar aos nossos socios 0

desenvolvimento mundial do idiom a auxiliar. Pra-

zenteiramente a nossa Diretoria concordou com es-

se s colaboradores tao valiosos da Casa de Ismael,

ma s nao disp5e de espaco presentemente e so alguns

i meses mais tarde pooera fornecer-lhes urn salao

pam a Flxposicao .

Nao e a primeira vez que uma exposicao dessanatureza se efetua em nossa sede, pols a precedente

fl'i realizada ha 34 anos. Eis 0 que encontramos a

esse respeito, em "Reformador" de I." de Maio

de 1913:

"ESPERANTO. - 0 nosso companheiro quedlrige 0 curso de Esperanto, da Federacfio, para

dar uma ideia dos progrcssos da lingua auxiliarInternaclonal, maugurou, em nos sa scde, urna

Interessante expostcfio esperantista, constando deesplcndlda e variegada colecao de revistas e

jornals, que se publrcarn atualmente, em Espe-

ranto, em todos as paises do rnundo .

"Acham-se tarnbem ex post os no be lo rnos-

truar-lo muitas brocnuras, onde se veern relata-

rios, ca.ta logos, trabalhos literiirios, etc., relativosao genial invento do insigne pol igl ot.a pol ones

Dr. Laznro Zamenhof."Fotografias, mapas expJicativos e majrni-

fica colocao de cartoes postais: de corresponrten-cia internacional, mostrando vistas pitorescas, pa i-

sagens, monumentos, etc., de vartas ctdades dogloho, completam a vlst.osa exposicao, que ternsldo bastante concorrida.

"A entrada continua franca ao publico e,partieularmente, todos os soctos da Feder'acaosao eonvidados pelo nosso companheiro a vtsttura bela expcsicao esperantista."

No mesmo mimero de Retornuuior Ie-se ainda:

"0 nosso curso de esperanto jli estli. runcto-nando, das 6 a 7, as tercas e sextas-rctras, achan-

do-se atnda aberta a matrieula para os retard a-tarios'' .

Confirm an do essa notieia, encontramos em Bra-

zUa Iusperantisto de Maio de 1913, na seccao Brazila

Kronitco, 0 seguinte topico :

"Rio de Janeiro. La 24,,11 de Aprtto 8-1'0

A. Couto Fernandes malfermis i\A "Coleg-io Sui

Americano" alian kurson por Icunb inej, kill run-

kcias chu.'endrede. - I~a 26an de Ia sama monut»

en la cefa sa.luno de "1!'edel'a(·.i:io Espirita Hrasi-

Ielra" S-ro Giovanni Leoni f'aris be.la.n paroladon

pri "Esperanto kaj Spiritism ..". Li estis prezen-

tita al In aiidantaro de S-1'O Leopuldu Ctrne, klera

prezidauto de la Federucto. 1'0"t I,. llarol""" oni

vizitis_ Ia ekspozteton tie arallgitan de 1'1-1'0 -Iose

~Iachado ']'osta, kin post du tag:oj muj fer-mj s ceIa Federacio kurson, en kiu ja.m enskribigis 23

gelcrnantoj". (1).

Todos os nomes aqui mencionados d e irmaos

nossos ja sao de saudosa memoria como pioneiros

de urn grande ideal de compreensao mundial. De-

sencarnaram na seguinte ordern : Giovanni Leoni,

Jose Machado Tosta, Leopoldo Cirne, Couto Fer-

nandes. Toda a Diretoria visivel da F'ederacao ja. eoutra: mas 0 service a favor do Esperanto cresceu

sernpre, lentamente, firmemente, nestes 34 anos e.

hcje, fcrvorosos espiritas esperantistas que nao eram

nascidos em 1913 formam 0 exercito da juventude

espirtta esperantista que tera de cumprir grande

missao Iustorica na Lransrormacao do mundo. E'

justo recordarrnos 0 trabalho dos pioneiros ja desa-

parecidos que prepararam paeientes a colheita de

hoje, obedeeenc1o docilmente a . inspf racao do Alto,

da verdadeira Direcao desta Casa. Hac-de voltar

aqueles pioneiros em tempo oportuno para conti-

nuarern, numa serie de encarnacoes mtssionarias,

essa obra imensa que tera de scr a base da f'uturu

civiltzacao : Espiritismo e Esperanto nos coracoes

enos cerebros de todos os habitantes do Planeta.

"(1) Aos nossos leitores que ainda nao Baibam 0

Esperanto, fornecemos aqul urna tractucao literal do

documento citado acima:"Rio de Ja,IlPiru. Ern 24 de Abril 0 Sr. A. Couto

Fernandes abriu no Colcgto Sul~Americano outre cursupara meninas, 0 qual funciona as sextas-feiras. -- Em

26 do mesmo mes no salao principal rla Fcdcrtu-ao Es-pirtta Brasileira 0 Sr. Giovanni Leoni fez urn belo dis-eurso sobre "Esperanto e Espiritisrno". Foi apresentadoao audttorto pelo Sr. Loopoldo Cirne, tlustre prestdonteda Federaciio. Depois do di scur so visitou-se a expostcaoIii organizada pelo Sr. Jose Mach ado Tost a, que dots

dias mais tarde abriu na Federacao urn curso, para "qual jli. se acham 'mscritos 23 alunos".

23 -

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268 REFORMADOR NOVEMBHIO,

V i a g e n s n o m u n d o d o sE s p i r i t o s

pOI' FRANCISCO V. LORENZ.

IX

Compreendendo Franchezzo que no memento n ad apod ia razer em beneficia desse Esplrito. que prectsartaruurtos anos. ou ta lvez ate sccutos, para se arrepender

e mcrecer amparado, deixou-o e contrnuou a sua cami-nriada pcla trtste e desolada ptanicte .

Em breve foi alcancado POl' um numero de Espiritos

escuros, de aspecto repulstvo, que trajavam pretos man-tos esfarr apados e cobriam suas caras com mascaraspretas, como rantasttcos salteadores. Franchezzo, que

lhes era tnvtstvel. seguiu-os a pequena drst.ancia, que-rendo saber 0 que planejavam. De rcpente aproximou-sedeles urn Dutro barido de Espirltos escuros que earrcga-vam consigo algo que semelhava sacos contendo valores.

Tmediatamente foram estes atacados pclos que vieramprimeiro. Ning uem tlnha armas, mas todos lutavam,como bcstas selvagens, com os dentes e com as unhas,semelhantes as garras de anima is r apaces . Un s salta-vam as gargantas de outros e os desped aca varn . Como

tigres ou lobos arranhavam e mordiam, ate que, POl'rtm, uma metade foi deixada catda no chao, enquantoos outros se ausentavam, levando consigo 0 "tesouro",

que consrstta apenas de pedacos de pedr as duras.

____ Quando todos os que podiam mover-se, se ausenta-

ram, aproximou-se Franchezzo cos infelizes Espir-ttosque estavam deitados no chao e gemiam, para versepoderia ajudar algum deles . Logo, porern, compreendeu

que nada podia fazer nesse sent.ldo, pois os feridos ten-taram derrtba-to para despedaGii-Io. S6 urn deles, quettnha aspecto menos 'horrivel, arrastou-se, com grande

<iificuldade, aos pes de Franchezzo e murrnurou: "Agua!agua: dar-me ag ua, pots um fogo vivo est a consu-mindo-me."

Franchezzu nao tinha agua, nem sabia onde acha-Ia;mas deu-the algumas gotas da essencia que trouxera

para 81, do Pais d a Aurora, 0 efeito desta dose foiadmiravet: era urn eltxir de vida. 0 Espi"lto levantou-se

e dlsse, olhando 0 seu benfeitor: "Decerto es um rna-g ico , Esse remedlo refrcscou-me e ext ingutu 0 fogo

que durante muttos anos me queimava, desde que vim

a este inferno,"

F'ra.nchez zo Ievou esse Esptr-ito urn pouco para longe

uos outros c fcz-lhe passes magnetlcos . 0 Espir ito

agarrou-Ihe a dest ra, beijou-a e exclamou: "Oh, amigo,como devo agradccer-te pelo alivio que me deste?"

- "Vista que te mostras agr adectdo a mirn", disse--Iht' F'rartchez.zo, "nao querertas alcancar a gr'at.idfio deoutros, ajud aridn-os ? Queres que eu te most rc como[lodes fazf'-lo?"

-- "Oh, srm I com mun.o gost.o, se me ievares con-

Ugo, meu born amigo!" respondeu 0 Espirito curado.

- "Entb.!', retrucou Franchezzo, saiamos imediata-mente deste lug ar ".

Eriquarrto foram caminhando, 0 Espirito libertado

contou a Franchczzo a sua htstorta . Tinha sido urn

ptr ata e mercauor lie escravos. Sendo piloto dum navio,rot morto num cornbate e acordou nesse lugar escuro,junto com outros cornpanhetros . Nao se .lembra va quan-to tempo havta ali passa do, mas parceia-lhe uma eter-nidade. Ele e outros Espiritos furmavam band os que

se ocupavarn sempre de pelejas. Quando nao en contra-v arn outro partido para at.a ca-Io, Iut.avarn entrc cles

mesmos , Ha via a lgum tempo, 0 ES;:Jlrito do ex-pirata

comecou a nburrecer-se dessas atitudes e decidiu-se al>edir a Deus que 0 .tirasse daquele Iugar,

F'ranchezzo. por- sua vez, explrccu-Ihe quem era eque viera salva-Io, em cumprrmento duma nobre mis-"ao, Que consistia em ajudar os ' que sorrtam . Entao,

dlsse-lhe 0 ex-pirata: "Se queres ajudar sorredoresagora, poderas raze-to. Perto daqul ha rnedonhos pan-tanos, onde se acham presos muitos Esplritos mrenzes:

se queres, eu te conduzlrei ate la e tambem ajudaretquanto me 161' possrvel."

24 ---

Franchezzo aceitou a proposta, e em brevea urn grande Iago de agua estagnada, preta,fetid a, coberta de grossa camada de oleo preto ,havia repteis monstruosos e, grandes morcegos

caras quase humanas , Colun as de rumaca preta e

levantavam-se da superflcie putrefaciente ehediondas figuras fantastic as que deformavam; ora se pareciam com bracos

e cabecas bambaleantes, bulbuctantes, como se

sem 'Sentimento e Ilnguagem, ora se dissolviamvoa, para criarem novas formas de repelente

Na margem deste grande lago sujo haviaveis crtat.uras rastejantes, feias e giganteseas;espregutcavam, deitadas; outras merguihavam nanante ag ua ,

SaudadeFaz precisamente trinta e cinco anos

se via constantemente na Federacao aquela

tura bonissima, toda coracao , Todos se

bem com sua presenca _ Sua

amorosa e sincera .

As tercas e sextas-feiras, chovesse ou

apos uma longa viagemde Jaearepagua aera 0 primeiro a chegar para as nossas

de estudo. Jamais se the -ouviu uma

contra alguem , De seus labios, mesmo em

lestra, as frases saiam qual prece, e, por

mesmo, todos os que presidiam aquelas

se habituaram com Guillon Ribeiro apara a prece finaf dos trabalhos,

sempre como que em verdadeiro transporte

seu Espirito para as regi6es Mais-Altas.

Sexta-feira, dia 21 deste mes de N

enquanto os mediuns videntes the viam a

eircundada por uma aureola de luz

de seus olhos caiam Iagrimas a pares,

do-lhe pela face, lagrimas do discipulo ao

tre, lagrimas de alegria, de gratidao, de fe.

Terminada a reuniao, como sempre

dirigiu-se para a esquina da rua Buenos

onde tomaria 0 bonde que 0 levaria ade D. Pedro II, da qual se transportaria

Cascadura, para, dai, em nova conducao,

ao lar que tanto amava, como esposo,

amigo. Ao se aproximar da esquina, um

cerebral 0 levaria ao chao, se nao fora

tamente amparado por dois diretores da

racao, que 0conduziram para 0Pronto

donde, apesar de todos os recursos medicos,

dia seguinte saia 0 seu corpo para a

enquanto seu Espirito era recebido pelos

Maiores.

Membro da nossa Assembleia

deixa entre nos uma grande saudade

grande exemplo que deveremos imitar.

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NOVE!I'IBRO, 1947 --------------- REFORVfADOR --

S f n t e s e m a r a v i l h o s aVerificando-se a procura sempre crescente, no

Brasil, de "0 Evangelho segundo 0 Espiritismo",

• em sua posicflo inconfundivel entre os Iivros daDoutrina, sentimos 0 desejo de examinar rninucio-samente 0 primoroso .trabalho de Kardec, a fim dedescobrir a causa de seu excepcional valor. E' aobra que esta produzindo 0 milagre de restaurar() Cristianismo em toda a sua pureza, mas antese depots dele foram escritos milhares de outros Ii-vros com a mesma finalidade, pOI' Autores geniais,e todos desapareceram sem produzir os mesmos re-sultados esperados . .

Lendo-o atentarnente, vemos que 0 Mestre tevea habilidade e a Inspiracao superior de condensarnesse pequeno volume tudo que de melhor a Hu-manidade possui de espiritualismo. Tr~s mil e qui-nhentos anos de Ietras esptritualtstas, de inspiracao

ctivina ali se acham reunidos.Traz a Decalogo, recebido M uns trss mil e

quinhentos anos; trechos de profetas - Isaias, Je-rernias, Job - escritos ha uns trss mil anos; a filo-sofia de S6crates, escrita por Platao ha dais mile quinhentos anos; os ensinos de Jesus, ditados hamais de mil e novecentos anos: comunicacoes deEspiritos aupertores, conf'lrmando todas as velhasJetras rcveladas, recebidas ha oitenta e tantos anos.

E' a sumula das civilizacdes hebraica, gregae moderna, posta ern lingua gem popular e de faciloompreensao . Tudo que de melhor existia em he-bralco, grego e trances foi ali resumido e habil-mente traduzido para 0 portugues ,

Como 0 livro esta em franco crescimento aos83 anos de vida, e fora de duvida que seu destinoe semelharite ao da Biblia, de Bhagavad-Otta, doCorao, de Iliada, Eneida, Divina Cornedia, de todosos Iivros que se eternizam no mundo. E' urn cursode Relig iao que Ega 0 passado ao futuro e contemtudo que 0 homem mais necessita conhecer parapromover sua felicidade pessoal e preparar a civi-Iizac;ao do _porvir.

Nasceu na F'rarica, no momento em que 0 ma-

terialisrno crescia e ameaeava demolir toda a clvi-lizacao crista. Apesar do crescirnento do materia-Iismo, teve em frances uma distribuil;ao de 54.000

exemplares, num perrodo de 60 anos. Depois ficoucsgotado e uinda nao foi reimpressa, mas trans-

plantou-se para 0 Novo Mundo e teve duas edicoesem Buenos Aires e 34 no Rio de Janeiro.

Vira 0 tempo de sua gloriosa ressurreicao naFranGa.

No momento em que escrevemos estas linhas,as Oficinas Grafieas da F'ederacao acabarn de irn-primir a primeira edicao em Esperanto desse pri-morose livro .

A edicao em Esperanto e em volume maior,mais luxuosa do que as edicoes em portugues e,alem de todo 0 tcxto do original, contern um pre-facio do traduror, dois apendices escritos no Brasil,diversas notas explicativas, formando, portanto, umvolume mais imponente do que 0 original.

A edicao em Esperanto tern dupla finalidade:

uma, im€diata, de divulgur 0 Espiritismo no exte-rior, entre 08 esperantistas, em paises de Iinguasem que nao exista 0 livro, de sorte que ele ira es-tabelecendo as primeiros contactos para uma orga-nizacao realmente mundial do Espiritismo, talveznos moldes das organizacoes espcrantistas mundiaisque sao, sern favor, as (micas organizacoes efetiva-mente planetarias: a segunda finalidade, mediata,de ir preparando nas futuras geracoes espiritas-es-perantlstus do Bras}l os escritores, oradores, tradu-tares, mediuns. capazes de realizarem no porvir agrande Missao anunciada para 0 Brasil.

-_ 269

E' eviderite que surgrrao gran des mediuns e es-critores esph-itas-esperantlstas quando 0 Esperantofur lingua corrente entre os espiritas e entao a lite-ratura espirita produzida em Esperanto no Brasilse divulg ara em grande escala pelo mundo. Imagi-

nemos uma serie de obras como as que ja foramrecabidas em portugues por Francisco Candido Xa-vier, mas produztdas diretamente em Esperanto enesta lingua publicadas, simultaneamente com at.raducao portuguesa , Em vez de circularem somen-te em portugues e numa parte limitada do mundo,tais obras sera» imediatamente divulgadas por todaa superficie do Planet a, em Esperanto, e logo depoistraduzidas do Esperanto para todas as linguas domundo, de sorte que alcanearao rapidamente todaa humanidade pensante.

E', pois, motivo de muito jubilo, de grandesesperaricas, 0 lancamento em Esperanto dessa ma-ravtlhosa siutese preparada por Allan Kardec como aux ilio dos Espiritos superiores. Se nos primeiros83 aHOS de sua cxistencia 0 livro cresceu sempre,

nos proximos '83 anos ira ele crescer multo maise ressurgtr em muitas linguas em que hoje nao econhecido . Presentemente, que saibamos, 136existeo livro em portugues e casteIhano; acha-se esgotadoem fr-ances, ingles, alemao, Italiano; e em muittsst-

mas Iinguas nunc a foi traduzido.

A odicao em Esperanto sera 0 presente idealpara os nossos confrades oferecerem aos seus ami-gos esperantistas de todas as escolas crlstas, emtodo o parses, mas principalmente no Brasil, de ondeja. esta surgindo a civilizacao crista do futuro. 0exi to da edicao em Esperanto depende muito dacolaboracao dos espirrtas . A Federacao cumpriu seudever de preparar e publicar 0 Iivro, vai distribuirg ratuitamente parte da edieao com os esperantistas

de suas relacoes, mas sera pequeno 0 erelto, se osnossos conf'rades nao ajudarem a distribuicao doIivro entre os .seus amigos esperantistas. 0 plenoresultado so podera ser obtido com a boa vontadee a colaboracao de todos os amigos desse livro ma-

ravilhoso .F'ica daqui Ianeado 0 nosso apelo aos nOSS08

irmaos para que nos ajudem no desempenho da ta-rera que realmente pertence a todos nos e nao so-mente a Diretoria da F'ederacao . '

Se cada socio da F'ederacfio adquirir urn exem-plar do livro em Esperanto para um amigo, emnoucos anos cstarao preparados os trabalhadorespara a nova tarefa confiada ao Brasil. Com a boavontade e a colaboracao de milhares de pessoae,"sera realizado um trabalho imenso em pouco tempo.A primeira edicao, em excelente papel, destina-seprincipalmente a presentes.

Esperamos que os nossos conf'rades, sempre tliogencrosos e desprendidos, reflitam um momento so-bre 0 auxilio imenso que podem prestar a causacom a distribuicao desse- livro entre os esperantistasdo Brasil e do estrangeiro. E: se concordarem co-

nosco, Iancem maos a obra.

"0 Livro dos Espiritos" em Esperanto/ '

o veterano esperantista maestro Giordano Bru-no L6pez, chefe dos delegados da Liga Internacional

de Esperanto na Argentina, escreve-nos de BuenosAires :

"Achei bom, bonissimo, O· Livro dos Esp'iritos,

tanto pelas ideias quanta pela linguagem e apre-sentaeao . Em todos os sentldos ele honra a ilte-ratura do ESpel'CLnto. Sem lisonja, 0 honesto eerudite tradutor (! a F'ederacao como Flditora me-rccem ~por ele eterno reconhecimento da nossa rodafumifia.r' .

A s palavrusvnossa roda familiar" sao do HinoEsrerantista e slgnificam a Humanidade conrra-ternizada do futuro.

- 25-

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· ,.- - ',- '" ,- .. . ..__,..

270 REFORMADOR

A p lu r a l i d a d e d o s m u n d o sQuem e que nunca perguntou a si .mesmo. ao

considerar a Lua e os outros astros, se eases globos

sao habitados? Antes de a Ciencia nos haver ini-

ciado sobre a natureza desses astros, podia duvi-dar-se disso; hoje, no estado atual dos nossos co-

nhecimentos, ha pelo menos probabilidade; mas a

essa ideia tao sedutora opoem-se obje!;oes ttradas

da propria Ciencia, A Lua, diz-se, parece nao ter

atmosfera e talvez ncrn agua. Em Mercurio, dara

Ii ~U8 ~¥truidad"" do Sol, • Wn1p<>-nltUJ"8. m~

deve ser a uo cnurnoo [ullliiuu, .1. , "u.1., .ji.ic, Eic 1. 1

houver chumbo, ele deve correr como a agua dos

nossos rios , Em Saturno, e 0 extremo oposto; nao

temos termo de comparacao para 0 frio que la deve

reinar; a luz do Sol deve ser muito fraca nesse Pla-

neta, apesar do reflexo de suas sete luas e do seu

anel, porque 9. tal dlstancia 0 Sol deve parecer ape-nas uma esrrela de primeira grandeza , Em tais

condicoes, perguntamos a nos mesmos, se extstira

vida por Iii.

Nao se concebe que semelhante obje!;ao possa

ser feita por homens sertos , Se a atmosfera da Lua

nao pode ser percebida, e racional disso lnferir-se

que ela nao exista? Nfio podera ser formada de

elementos deseonheeidos 01.1 tao rarefeitos que nao

produzam ref'racao sensivel? Diremos 0 mesmo da

agua ou dos Iiquldos que la possam exiatir . A pro-

p6sito de seres vivos, nao seria negar 0 poder di-

vino julgar-se impossivel uma organlzacao diferente

da. que conheeemos, quando sob nossos olhos a pre-videnola da Natureza se estende com uma solicitude

tao admiravel ate ao minimo inseto, e dli a todos

os seres orgaos aproprlados ao meio em que devem

habitar, seja na agua, no ar ou na terra, quer mer-

gulhados nas trevas ou expostos ao brilho do Sol?

Se nunea houvessemos visto peixes, nao poderiamos

conceber seres que vivessem n'agua: nao teriamos

ideia de sua estrutura . Quem poderia crer, amda

ha pouco tempo, que um animal pudesse viver pOI'

tempo indefinido no seio de uma pedra? Mas, sem

falar de tais extremos, poderiam os seres que vi-

• vern sob 0 calor da zona t6rrida existir nos gelos

polares ? e, no entanto, naqueles gelos ha seresorganizados para aquele clima rigoroso e que nao

poderiam suportar 0 ardor de um Sol vertical. Por-

que, entao, nao admitiriamos que possam existir

seres constitutdos de maneira a viver em outros glo-

bos e em meio diferente do nosso? Embora naoconhecamos a f'undo a constrtuicao fisica da Lua,

sabemos 0 bastante para estarmos certos de que,

assim como somos, nao poderiamos Iii viver, como

nao podcriamos viver em companhia dos peixes no

seio do Oceano, Pela mesma razao, os habitantes

da Lua, se pudessem vir it Terra, seriam asfixiados

em nossa espessa atmosfera, como nos 0 somos

quando caimos n'agua, porque eles sao constituidospara vlver sem ar ou num ar mui rarefeito, talvez

inteiramente diferente do nosso. Ainda uma vez,

se nao temos a prova material e de visu da pre-

senca de seres vivos nos outros mundos, nada prova

que nao possam existir seres vivos, cujo organismo

seja apropriado a qualquer meio ou eIima. 0 sim-

ples born senso nos diz, ao contrario, que assim

deve ser, porque repugna a razao crer que esses

inumeraveis globos que circulam no espaco nao pas-

sem de massas inertes e improdutlvas . A observa-

- 26-~

«ao nos mostra que pOI' Iii existem superficies aci-

dentadas, como aqui, por montanhas, vales, barran-

cos, vulcoes extintos ou em atividade; porque, entao,nao haveria em tais Planetas seres organizados? V a .la, dirao, que haja plantas, ate animals, isso pode

ser; mas seres humanos, homens civilizados como

n6s, que conhecam a Deus, cultivem artes, ci~ncias,sera isso possivel?

Na verdade, nada prova matematicamente que

os seres que habitam os outros mundos sejam ho-..

mens como nos, nem que sejam mais ou menos

adiantados do que nos, moralmente falando-se; masquando os selvagens da America viram os espanh6UI

aesemoarcerem, tamoem eles nao suspeitavam qUE '

alem dos mares existia um outro mundo que culU-

vava artes que lhes eram desconhecidas . A Terra

e semeada de inumeravel quantidade de ilhas, pe- .

quenas ou grandes, e tudo que e habitavel esta ha -

bitado; nao surge um rochedo no mar, sobre 0

o homem nao plante imediatamente suaQue diriamos n6s se os habitantes de uma

nores Ilhas, conheeendo perfeitamente a

das outras ilhas e continentes, mas nunca tendo

relacoes com seus habitantes, se acreditassem

unicos seres vivos do globo? Nos lhes

Como podeis crer que Deus haja feit~ 0 mundo

para vos ? POl' que estranha extravagancia

ilhota, perdida num canto do Oceano, teria, s6

o privilegio de ser habitada? O' mesmo

dlzer de n6s, a proposito das outras esferas

a Terra, pequeno globo imperceptivel na ImenslaaQl!~

do Umverso, que se nao distingue dos outros

netas nem pela posicao, nem pelo volume, neroestrutura, pois que ela nao e 0 menor nem 0

nem esta no centro nem na extremidade, por

razao, digo eu, seria ela, entre tantas outras, a

ca residencla de seres racionais e pensantes?

homem sensato poderia erer que esses milhoes

astros, que brilham sobre as nossas cabecas, 56

ram feitos para recrear-nos a vista? qual seria

tao a utilidade desses outros mllhoes de

imperceptiveis a olho nu e que nao servem

para nos iluminar? nao seria ao mesmo

gulho e impiedade pensar que deve ser assim?

les a quem a- impiedade nao interessa, diremos

isto e H6gico.

Chegamos, pols, por um simples raciocinio

muitos outros fizeram antes de n6s, a concluir

pluralidade dos mundos, e esse racioclnlo se

confirrnado pelas revelacoes dos Espiritos.

mente, elcs nos ensinam que todos esses

sao habitados pOI' seres corporals apropriados a .tttutcao fisica de cada globo; que, entre os

tantes desses mundos, uns sao mais, outros

adiantados do que n6s sob 0 ponto de vista

Iectual, moral e ate fisieo. Mais ainda, sabemos

que podemos entrar em relacoes com eles e

inrormacoes sobre seu estado; sabemos,

que nao somente todos os globos sao habitadosseres corporais, mas tambem que 0 espaco

povoado de seres inteligentes, invisiveis para

pOI' causa do veu material lancado sobre a

alma, e que esses seres inteligentes

existencia por meios ocultos ou

tudo e povoado no Universe, a vida e a Un'''l!,CU_,

estao par toda a parte: nos globos s6lidos, no

nas entranhas da terra e ate nas profundezas

reas . Ha nessa doutrma algo que repugne a . razao?Nao e ao mesmo tempo grandiosa e sublime? Ela.

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o Verdade iro Esp irita

:,'()VE~IBRO, 1947 --- ..--.-------- REFOR v rADOR 271

ms eleva, apesar da nossa pequenez, e e bern con-

. rario aquele pensamento egoista e mesquinho que

:,os coloca como os unlcos seres dignos de ocupar

)pensamento de Deus.

ALLAN KARDEC.

(Revue Spirite, Margo de 1858,)

[ue

ela

cha

va-

dos

por DJALMAFARIAS.

Ninguem dcve procurar no Espiritismo se-

to 0 que pOSSRconeorrer para 0 seu progresso

UlCLl e ihtt~t..:tU6.I, porque 0 objetivo supremoEspiritismo e melhorar os homens, e promo-er a reforma moral da criatura humana.o verdadeiro espirita nao e certamente aque-que ere nas manifestacoes, porem, aquele que

aproveita dos ensinos que os Espiritos nos: e m dado, no sentido de praticar os velhos prin-

'ipios cristaos, que agora estao sendo restabe-cidos nas mesmas bases em que Jesus-Cristoerigiu, naquela pureza primitiva, simples e

vina, sem idolos, dogmas e ritualismo, semIto externo, nem atos liturgicos .A doutrina espirita nao se impfie, nao e

.tolerante, nem exclusivista.E', na realidade, a concretizacao perfeita do

,ristianismo na pureza e humildade dos tempos

Jesus.Ela esta triunfando evidentemente porque

sceu nos braces da ciencia, que e a sua basendamental, evolve com os prineipios da maispiritualizada filosofia e colima necessariamente

religiao primitiva de Jesus-Cristo, nosso divino

estre, Senhor e Salvador.Ela, apoiada nesse fundamento, jamais es-

eionara, acompanhara naturalmente, como dou-ina progressista que 0 e, a ciencia, incorpo-

ndoao seu patrimonio doutrmario as descober-

:I S e revelacoes cientificas, combatendo semprejmilagre, a crendice, 0 maravilhoso, 0 sobrena-'Iral,as superstiedes e defendendo, intransigen-

\mente, 0 livre exame e a liberdade de pensa-

ento e de consciencia , Combate0

erro e ail L fe , a hipocrisia e 0 fanatismo._ 0 Espiritismo e a religiao do foro Intimo,

o culto das virtudes cristas: nao tern ritos,

eramentos e cerimonias. Esta fundado num

rincipioeterno: "Fora da caridade nao ha sal-l~ao". Conhecem-se os verdadeiros espiritas,

a e sao sacerdotes da propria salvacao, pelomstante empenho e viva preocupacao de sezerem cada vez melhores e se tornarem uteisibons servidores dos seus semelhantes ,, Os que se dizem espiritas, mas nao se es-

t r ~ a m para promover 0 seu aperf'eicoamento

't ' iritual, podem ser considerados convencidosdoutrina, porem, nunca convertidos a doutri-.•...Osverdadeiros espiritas, os espiritas cristaos,

o fazem jamais 0mal e nfio perdem oportu-idadede fazer 0 bern. Amam 0 amigo e muito

aisainda 0 inimigo. Alias, devo observar queespiritas nao podem ter inimigos. Sao sempre

igos sinceros de todos, leais, desprendidos einteressados, porque nao podem ser espiritasque exploram ou enganam os seus semelhan-

;os que se ocupam de cartomancia, sortilegiosadivinhacao para iIudir e mistificar, atribuin-

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loje

rterlim,

porestanosissa

suasim,

nciaar,ete-;ao?

Ela

do-se falsas faculdades pcra embair a boa fe dos

ignorantes ,Todo trabalho ou service prestado, em nome

do Espiritismo, nao deve absolutamente visarqualquer remuneracao ou recompensa direta ouindireta, uma vez que sabemos que a caridade e

a alma da nossa doutrina. Sejamos bons, humil-des e virtuosos, facamos sempre 0 bem e nunca

o mal e estaremos naturalmente caminhando paraJesus, nosso divino Senhor.

L i v r o s r ic o s 1a r a

Em todas as associacoes, em todos os aglo-merados de homens, que visam urn fim comum,e precioso 0 espirito de colaboracao , E essa

colaboracao se faz sentir principalmente atra-ves da critica construtiva, dos reparos sinceros,francos e leais, como contribuicao para 0 aper-

feicoamento da obra ou do empreendimento.Quando a critica se anula atraves do ano-

nimato e fage, destarte, a essa colaboracao, quee eondicao imperiosa das consciencias retas e

leais, ressalta a evidencia 0 animo de destruicao

e aniquilamento da propria obra e nao 0 desejo

de salva-la ou de soergue-Ia ,o mau veso de formular uma critica e de

torna-la publica sem primeiramente interpelar

a responsavel pelo ato incriminado ou censurado,provoca quase sempre 0 dissidio, a cizania e 0

desmoronamento dos mais uteis empreendimentos.o medium Francisco Candido Xavier, cuja

honorabilidade libra acima de humanas suspei-

Goes, recebeu psicograf'icarnente alguns pequenos

livros destinados a juventude brasileira. 0 ilu-minado Espirito de Emmanuel, com a sua visao

'espiritual, recomendou ao medium que essas

pequeninas obras, em encadernacao especial, emgrande formato, com gravuras apropriadas, fos-

sem aproveitadas por ocasiao do Natal, parapresentes, nao so para espiritas, mas principal-

mente para crentes de outras religioes.A recomendacao do seu autor espiritual foiplenamente satisfeita. A nossa editora compos

e expos a venda os ditos livros, fixando-Ihes 0

preco em proporcao as despesas efetuadas ,

E, obedecendo a ordem que nos veio do.

mundo espiritual, tivemos a grata satisfacao de

observar que nao so era ela justa, como tambemque coincidia com 0 pensamento dos que tem

o habito de oferecer presentes nesses dias fes-tivos. Na verda de, impressos em papel comum,sem gravuras, numa so cor, sem cliches, empequeno formato, para usa ordinario de venda,

perderiam eles 0atrativo para os seus doadorese a finalidade da sua inspiracao e criacao . Nin-

guem daria como festas a inffmcia espirita enao espirita libretos assim confeccionados.

Livros para serem adquiridos pelos ricos ?Puro engano de quem nunca observou pessoal-mente 0 habito de nossos confrades pobres ehumildes, quando compram livros para festas,

para doa-los, por exernplo, a senhora ou aosfilhos do pat.rao : ~ procuram precisamente osmais cares aqueles que nunca adquiririam parasi proprios, mas que, no seu entender simples,

- 27-

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272 REFORMADOR

GOIAZ ESPiRI'l'Aao mais dignos dos donatarios ou dos homena-geados.

Nao temos, porem, necessidade de invocarrazoes humanas quando as determinacoes vernde mais alto, atraves de espiritos de luz, magni-

ficos, insuperaveis e assiduos colaboradores da

obra de evangelizacac. Deveriamos desobedecer--Ihes para satisfazermos as criticas de quem nemsequer conhecemos ? E' claro que nao , A sin-ceridade da nossa crenca nao 0 permitiria.

Ecos e FatosOS PIONEIROS DA I~IPRENSA ESPiRITA

NA AMERICA LATINA

Recebemos Cons tan cia e La Fraternidad, de Bue-nos Aires, a primeira esta no ano 700 e a segunda

no 67°, ambas em pleno vigor nessa avancada idade.Essas benemeritas colegas sao as pioneiras do mo-virnento espirita kardeciano em nosso Novo Mundoe hoje taIvez as mats velhas que ainda aparecem,porque Revue Spirite ha muitos anos adormeceu.

Icejormador, em seu 640 ana de vida, prestahomenagem as suas Irmas maiores, que demonstrama perseveranca dos nossos irmaos platinos na pre-paracao da futura civiltzacao do mundo.

No dia 27 de Setembro deste ano festejou-seem Buenos Aires 0 primeiro centenario do nasci-mento de Cosme Mail!no e ao seu trabalho de meioseculo se deve a solidez da revista Constancia, se-nao de to do 0 movimento espirita argentino. CosmeMarino foi para a Argentina 0 que para n6s foi

Bezerra de Menezes, mas trabalhou muito mais tem-po do que 0 Kardec brasileiro, e semprc numa lutaincessante contra os adversarios do Espiritismo queforam mais violentos naquele Pais amigo do queentre nos. Cosme Marino foi atacado a tiros napraca publica pelo fanatismo raligloso, ficou -ferido,mas nao esmoreeeu nunca .

Hoje a Argentina e 0 Brasil sao os unlcos pai-ses em que as obras de Allan Kardec continuamsendo regularmente reimpressas e estudadas. Emtodos as outros palses 0 Elspir-ittsmo kardeciano estaadormecido, esperando novos trabalhadores para re-tornarem 0 arado.

EXAMES DE ESPERANTO

No dia 25 de Outubro deste ano realizaram-seexames finais no cursu de Esperanto dirigido emnossa sede pelo Prof. Aldino de Freitas, que merecesineeras congratulacoes pela habilidade com queconduziu 0 ensino.

Dez alunos terminaram 0 cursI'J e foram apro-vades, com notas elevadas, pela Comissao Elxaml-nadora composta dos seguintes professores: Aldinode Freitas, Nelson Pereira de Sousa, Ismael GomesBraga, auxiliados nas provas orais pelos Srs. Ma-nuel Avelaneda de Sousa e Jose Cosenza.

Este e 0 segundo eurso dirigido na Casa deIsmael pelo Prof. Aldinode Freitas, com igual pro-f'iciencla, 0 que representa revelante servico, peloqual fique registada aqui a nossa gratidiio. 0. Pro-fessor Aldino de Freitas e urn dos enviados paracumprrmento do nosso programa, inieiado em 1912

POl' Jose Machado Tosta.COIlJO lembranca dos exames, foram oferecidos

cxemplares de La Evanqelio lau Spiritismo a todosos examinadores e aos alunos que completaram 0

curso de Esperanto.Oport.unamente sera mareado inieio de outro

curso . Provisortamente os alunos continuam a reu-nir-se no mesmo local para se exercitarem na con-versacao em FJsperanto, sernpre auxiliados por urn

professor .

- 28--

NOVEMBRO,

Com imenso prazer lemos 0 primeirodesse novo colega, nascido em OutubroOtima orienlacao doutrinaria, eulturarcvisao, Impressao perfeita.

0. primeiro numero traz como divisa

bem podera continuar sempre - 0 seguintede "0. Evangelho segundo 0 Espiritismo":"Rcconncce-se 0 verdadeiro espirita

tranejormactio 'moral e pelos eS/01'r;OS que

para domar suns inclinar;oes nuts".

F'elicitamos os nossos confrades A. C.C. A. Batos e J. Nieolau, Diretores de

rita", pelo primoroso trabalho que iniciamfundacao do jornale esperamos conserve ele

o alto nivel doutrmario do primeiro HU'''''''',.Ja anunciamos 0 aparecimento, no

de "Consolador", em Curitiba. Portanto,dois exeelentes jornais espiritas em umsa Patria, ambos em perfeita harmoniade Iamael, ate na divulgacao do

que ambos trazem propaganda doclonal em seus primeiros numeros.sao fund ados pelos mesmosncssa velha Federacao e com elaa vito ria final dos nossos altos ideais.o pormenor de trazerem propaganda deporque isso revela que entendem a nossaescala mundial e nao somente nacional.

0. preco de assinatura anual e de Cr$direcao e a seguinte: Rua 3, N." 32, Coiania,

A s s i s t e n d a a o s N e ( ~ s sDonativos que the foram feitos durante 0

Outubru de 1947

Jose Marcelino de Oliveira, Cr$ 20,00;

Vaz, Cr$ 10,00; Lourival Lourenco'l'ercili de Castro, Cr$ 5,00; Anonlmo, Cr$Pinheiro Junior, Cr$ 2,00; POI' conta, Cr$Sinha e CocMa, Cr$ 20,00; Maria da ConceicauLima, Cr$ 1,00; Anontmo, Cr$ 5,00; Hermantina

em tntencao do Espirito de Armando de

10,00; Sa , Cr$ 22,00; Dermeval SaTeresa Pena da Silva, em tntencao (10

tnnio Rodrigues Perra, Cr$ 5,00; Anonimo,Lucia Calviio Fialho, Cr$ 10,00; Anonirno,Maria Alice, cr s 30,00; Jose Cupertino "d e

em tntencao do Espirito de Herminia SilvaCr$ 10.00; Anontrno, ors 50,00; Jorge Teixeira

crs 30,00; Galeno Antonio de Faria, Cr$ 5,00;crs 5,00; Silvino, crs 50,00; B. V. C., Cr$ 5,00;

Cr$ 500,00; Antoninha Nascimento Azevedo,dos Espiritos de Manoel Teixeira e Isabel

5,00; Anonimo, crs 5,00; A. O. C., emCr$ 20,00; Her-acto Luiz Alves, Cr$ 20,00;

lntencao dos Espiritos de Virginio

Pinto, Cr$ 20,00; Leontina Figner, em

Figner, Cr$. 100,00; Anonimo, Cr$ 10,00;

5,00; .Toao Reis Oliveira, Cr.'jl10,00; Nilo

rais Sarmento, Cr$ 4,00; Lima Santos, Cr$nimo, Cr$ 5,00; Anontmo, Cr$ 5,00; .Joaquina de

Rocha. Cr$ 2.00; Anonimo, Cr$ 5,00; Rosalinaem intencao de Domingos Alheira, Cr$ 20,00;

Iorio, crs 10,00; Sidnei Marques Maciel, Cr$Pedro, Cr$ 5,00; An6nimo, Cr$ 50,00; ,

Cr$ 12,00; Vlcentina Monteiro da .Silva, Cr$Cr$ 10,00; Armando M. Lucio, Cr$ 30,00;

5,00; Joao Jose Borges, Cr$ 5,00; M. V. G" CrSAlice Leal Mendes, em inteneao do Espirito

Joana Leal, Cr$ 10,00; Anontmo, Cr$ 20,00;

br1i.o & Cia., Cr$ 20,00; Anommo, em

rito de Jorge Jabonor Mik, Cr$ 50,OU. -

1.430,00.

I

Rio de Janeiro, 31 de Outubro

AM~~RTCO

Tesoureiro.