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Governo do Estado de Minas Gerais Secretaria de Estado de Defesa Social Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas Superintendência de Gestão das Medidas em Meio Aberto e Semiliberdade Regimento Único das Unidades de Execução da Medida Socioeducativa de Semiliberdade Belo Horizonte outubro/2009

Regimento Único das Unidades de Execução da Medida ...seds.mg.gov.br/images/seds_docs/Suase/regimento interno... · Socioeducativo – SINASE e no Plano Nacional de Promoção

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Governo do Estado de Minas Gerais

Secretaria de Estado de Defesa Social

Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas

Superintendência de Gestão das Medidas

em Meio Aberto e Semiliberdade

Regimento Único das Unidades de Execução da Medida Socioeducativa de Semiliberdade

Belo Horizonte outubro/2009

Institui, no âmbito da SUASE – Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas – o Regimento Único das Unidades de Execução da Medida Socioeducativa de Semiliberdade.

A Superintendente de Gestão das Medidas de Meio Aberto e Semiliberdade, no exercício da função CONSIDERANDO as disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente e as recomendações preconizadas no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE e no Plano Nacional de Promoção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, CONSIDERANDO as diretrizes e procedimentos da Política Estadual da Medida Socioeducativa de Semiliberdade, referente às unidades de semiliberdade do Estado de Minas Gerais, implementada pela Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas, por meio da Superintendência de Gestão das Medidas de Meio Aberto e Semiliberdade (SGAS), CONSIDERANDO a necessidade da criação de um regimento único para normatizar o funcionamento das Unidades de Execução da Medida de Semiliberdade, institui o Regimento Único das Unidades de Execução da Medida Socioeducativa de Semiliberdade, a seguir.

TITULO I – DO REGIMENTO ÚNICO

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º Este Regimento dispõe sobre os parâmetros de funcionamento e competências das unidades de execução da medida socioeducativa de semiliberdade do Estado de Minas Gerais, considerando os preceitos da Lei no 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente. Seção I – Das Unidades de Execução da Medida de Semiliberdade Art. 2º São modalidades de unidades de execução da medida socioeducativa de semiliberdade: I. Centro de Encaminhamento de Semiliberdade (CES) para adolescentes do sexo masculino; II. Casas de Semiliberdade de gestão compartilhada para adolescentes do sexo masculino;

II. Casas de Semiliberdade de gestão compartilhada para adolescentes do sexo feminino; IV. Casas de Semiliberdade de gestão direta para adolescentes do sexo masculino; V. Casas de Semiliberdade de gestão direta para adolescentes do sexo feminino; Art. 3º O CES é uma unidade de execução da medida de semiliberdade que tem como objetivo: I - prover a SGAS de informações necessárias para qualificar o fluxo dos encaminhamentos dos adolescentes para as Casas de Semiliberdade; II - dar início ao cumprimento da medida de semiliberdade; III - nos estudos de caso para encaminhamento, apresentar a construção do caso de forma a subsidiar técnica e juridicamente a orientação a ser dada ao cumprimento da medida pelas casas de semiliberdade; IV - articular o que for necessário com os órgãos envolvidos no processo; Parágrafo único. O CES atenderá adolescentes que serão exclusivamente encaminhados para o cumprimento da medida nas casas de semiliberdade de Belo Horizonte. Art. 4º As Casas de Semiliberdade para adolescentes do sexo masculino de Belo Horizonte serão responsáveis pelo prosseguimento do atendimento iniciado no CES. Art. 5º As Casas de Semiliberdade para adolescentes do sexo feminino e as que forem localizadas nos demais municípios do Estado serão responsáveis pela execução da medida integralmente, referenciadas na articulação com os órgãos envolvidos no cumprimento da medida. Art. 6º Os procedimentos internos de funcionamento, de atendimento e de segurança serão administrados pela direção das unidades, sempre respeitando as diretrizes da Política Estadual da Medida Socioeducativa de Semiliberdade de Minas Gerais. Art. 7º Os encaminhamentos dos adolescentes para o cumprimento da medida de semiliberdade é de competência da SGAS, ficando a cargo da Diretoria de Medidas de Semiliberdade e Meio Aberto (DSA) o gerenciamento e deliberações dos estudos de caso para encaminhamento, realizados entre as unidades, e a cargo da Diretoria de Gestão de Vagas e Atendimento Judiciário (DAJ) o controle da liberação de vagas nas unidades, efetivando a movimentação do adolescente.

Seção II - Dos Direitos dos Adolescentes Art. 8º Além dos direitos previstos no artigo 124 do Estatuto da Criança e do Adolescente, as Unidades de Semiliberdade deverão assegurar aos adolescentes, contando com a articulação com a rede de serviços governamentais e não governamentais, os seguintes direitos: I. ter respeitada sua integridade física e psíquica, suas formas de expressão, suas opiniões e interesses, sua religião e seus sentimentos; II. participar de atividades culturais, educacionais, profissionalizantes, esportivas e de lazer nas condições estabelecidas por este Regimento e pela direção da unidade; III. receber assistência à saúde priorizando os serviços públicos e comunitários; IV. defender-se, quando acusado, antes de lhe ser aplicada qualquer medida disciplinar; V. ter garantida a convivência familiar e comunitária, respeitando os critérios previamente definidos neste Regimento; VI. ter garantido o acompanhamento do cumprimento de sua medida de semiliberdade através de atendimentos técnicos sistemático; VII. ter acesso garantido aos órgãos de emissão de documentos pessoais; VIII. ter acesso aos meios de comunicação da Unidade a partir de critérios pré-definidos pela direção, vedado o uso de aparelho de comunicação visual e/ou sonora, tais como telefone celular, MP4, MP5, etc. Parágrafo único – O conceito de família deste regimento referencia-se no Plano Nacional de Promoção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, no qual entende-se por família um grupo de pessoas que são unidas por laços de consangüinidade, de aliança e/ou de afinidade constituídos por representações, práticas e relações que implicam em obrigações mútuas e exercem a função de proteção e socialização do adolescente. Art. 9º Para a garantia dos direitos elencados no artigo 8º, as Unidades de Semiliberdade deverão: I. definir procedimentos necessários para o funcionamento da unidade, sem contudo desrespeitar o previsto no ECA; II. articular-se com órgãos públicos, organizações governamentais e não governamentais nas áreas da educação, saúde, profissionalização, cultura,

religião, esporte e lazer, priorizando a utilização dos recursos presentes na comunidade local e de origem do adolescente; III. manter relação de entendimento e colaboração com os órgãos da Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério Público, Poder Judiciário, Defensoria Pública, Centros de Internação Provisória (CEIP), outros programas de execução de medidas socioeducativas e/ou protetivas, desde que em acordo com as diretrizes e procedimentos definidos junto a SGAS; IV. envolver a família no processo do cumprimento da medida de semiliberdade, favorecendo o fortalecimento dos vínculos sociais. Seção III - Dos Deveres dos Adolescentes Art. 10. São deveres do adolescente em cumprimento de medida socioeducativa de semiliberdade, entre outros: I. cumprir com todas as suas obrigações de aluno na escola e cursos profissionalizantes que estiver inserido; II. participar das atividades propostas pela unidade, salvo situações em que se justifique sua ausência e desde que com a autorização da direção da unidade; III. cuidar da higiene pessoal e do asseio de seu quarto e de seus objetos pessoais; IV. colaborar na limpeza e na conservação da unidade, assim como de todos os bens móveis desta; V. em caso de prescrição e orientação médica, tomar a medicação nos horários estabelecidos, respeitando o funcionário que irá ministrá-la; VI. cumprir o previsto neste Regimento, nas normas de convivência e nos demais procedimentos da unidade; VII. respeitar as normas da instituição na qual esteja inserido nas saídas externas realizadas durante o cumprimento da medida de semiliberdade; VIII. submeter-se à revista em todas as saídas e retornos à unidade, em situações internas que exijam tal procedimento, bem como em seu quarto e pertences; IX. portar-se sempre de forma respeitosa dentro e fora da unidade, em conformidade com as normas de convivência; X. acessar os espaços restritos da unidade somente com a autorização e acompanhado de funcionário da unidade.

CAPÍTULO II – DO ENCAMINHAMENTO DOS

ADOLESCENTES PARA AS UNIDADES

Seção I – Do Encaminhamento Art. 11. O encaminhamento do adolescente após a aplicação da medida de semiliberdade deve obedecer o previsto no artigo 7º deste Regimento. Art. 12. São documentos necessários para a admissão do adolescente nas Unidades de Semiliberdade: a Carta de Guia, a Sentença Judicial, o ofício de encaminhamento do Poder Judiciário ao CEIP e o ofício de liberação de vaga da Diretoria de Gestão de Vagas e Atendimento Judiciário constantes no prontuário único. Parágrafo único. Caso o adolescente seja apresentado à unidade de semiliberdade sem a devida documentação, a unidade deverá entrar em contato com a Diretoria de Gestão de Vagas e Atendimento Judiciário no momento do recebimento do adolescente para as providências cabíveis. Art. 13. O processo de encaminhamento do adolescente às unidades de semiliberdade prevê os seguintes procedimentos: I. enviar o Plano Individual de Atendimento (PIA) atualizado, somente no caso de encaminhamentos entre as unidades de execução de medida socioeducativa; II. antes de conduzir o adolescente, entrar em contato com a unidade que irá recebê-lo para noticiar o encaminhamento; III. comunicar à família do adolescente sobre o encaminhamento do mesmo à unidade de semiliberdade; IV. enviar imediatamente comunicado de admissão do adolescente na unidade de semiliberdade à Diretoria de Gestão de Vagas e Atendimento Judiciário e ao Poder Judiciário, a este via protocolo, a ser juntado aos autos de execução do adolescente; Art. 14. Os encaminhamentos dos adolescentes para as Unidades de Semiliberdade, após liberação da vaga, deverão ser realizados no prazo de até vinte e quatro horas, no horário de oito às dezessete horas, em dias úteis, considerando sempre o horário de entrada na unidade de destino; Parágrafo único. O encaminhamento do adolescente deverá ser realizado com a maior brevidade possível, não utilizando obrigatoriamente o prazo limite previsto no caput deste artigo. Art. 15. Os encaminhamentos dos adolescentes sentenciados que não estiverem aguardando vaga em unidade da SUASE serão articulados diretamente pela SGAS com o Poder Judiciário, respeitando os critérios previstos no presente capítulo deste Regimento.

Seção II – Da Acolhida Art. 16. Ao proceder o encaminhamento do adolescente, a unidade de destino deverá iniciar a acolhida, seja na unidade de origem ou na própria unidade de destino, obedecendo aos seguintes procedimentos: I – a equipe para a realização da acolhida será definida pela direção da unidade de destino a partir de critérios estabelecidos internamente, desde que não seja realizada exclusivamente pela equipe de segurança; II - a equipe da unidade de origem será responsável por proceder a transferência do adolescente para unidade de destino, podendo a unidade de destino proceder a transferência quando avaliar necessário. Art. 17. As Unidades de Semiliberdade receberão os adolescentes obedecendo a seguinte rotina: I – verificar a documentação jurídica do adolescente, conforme previsto no artigo 12 deste regimento; II - realizar a revista no adolescente e seus pertences, na presença do responsável pela sua condução até a unidade, resguardando a igualdade de gênero; III - registrar em formulário próprio os pertences e a documentação pessoal do adolescente; IV – apresentar ao adolescente a equipe e os adolescentes da unidade, seus espaços de acomodação e convivência; V – registrar o acolhimento do adolescente em formulário próprio; VI – informar à família sobre a admissão do adolescente na unidade, através de contato telefônico, possibilitando ao adolescente um contato com o familiar responsável; VII - apresentar ao adolescente este Regimento e as normas de convivência da unidade; Art. 18. Detectadas, durante o procedimento de revista, escoriações e/ou qualquer tipo de lesão no adolescente, que não estejam relatadas em seu prontuário, deverão ser tomadas as seguintes providências: I – lavrar termo, no qual constarão os ferimentos apresentados, as assinaturas do agente socioeducativo responsável pela revista, do responsável pela condução do adolescente para a unidade de destino e, se possível, do próprio adolescente; II – caso necessário, providenciar o encaminhamento do adolescente para

realização de atendimento médico, no qual poderá ser emitido parecer; III – conduzir o adolescente à Delegacia, no prazo máximo de 24 horas, onde será solicitada guia para exame de corpo de delito a ser realizado em local competente. §1ºNos casos em que não for possível realizar o exame de corpo delito imediato, deverá ser registrado no documento de apresentação do adolescente as condições físicas, bem como relato do adolescente. §2° Caso o adolescente se negue a realizar os exames necessários, será lavrado um termo, no qual constará, além do previsto no inciso I deste artigo, a negativa do adolescente em se submeter aos referidos exames. §3° Caso as escoriações e/ou lesões detectadas no adolescente durante a revista sejam decorrentes de prática de automutilação e não constarem em seu prontuário, será lavrado um termo, conforme inciso I deste artigo, implicando na devida apuração perante à unidade precedente e, se necessário, os encaminhamentos médicos e legais cabíveis.

CAPÍTULO III – DAS SAÍDAS EXTERNAS Art. 19. Todos os prazos pré-definidos para saídas externas serão contados a partir do início do cumprimento da medida em unidade de semiliberdade, independentemente de posterior transferência para outra unidade de semiliberdade. § 1º Os prazos para acesso às saídas externas, durante o cumprimento da medida de semiliberdade, poderão ser revistos a qualquer tempo, individualmente, mediante medida disciplinar aplicada, conforme previsto no Título II deste Regimento, ou por meio de determinação judicial, respeitando o previsto no ECA. § 2º No encaminhamento entre unidades de semiliberdade, caso o adolescente esteja cumprindo medida disciplinar, este fato deverá ser informado pela unidade de origem para que a continuidade do cumprimento da sanção seja garantida pela unidade de destino. Seção I – Do início do cumprimento da Medida de Semiliberdade Art. 20. Nos primeiros sete dias de cumprimento da medida de semiliberdade pelo adolescente, a equipe da unidade deverá: I. estabelecer um primeiro contato com a família, cientificando a mesma sobre a medida de semiliberdade determinada ao adolescente, bem como sobre Regimento, visitas e contatos telefônicos; II. realizar atendimento inicial com o adolescente;

III. tomar as providências cabíveis para realização de procedimentos referentes à saúde do adolescente imprescindíveis para a sua permanência na unidade; IV. incentivar o adolescente a estudar, discutir e vivenciar com outros adolescentes e a equipe da unidade o Regimento e as normas de convivência; V. inserir o adolescente nas atividades internas da unidade; VI. iniciar ou dar continuidade no processo de inserção escolar do adolescente; VII. tomas as providências cabíveis para que o adolescente disponha dos documentos pessoais necessários para a sua plena participação na vida social; VIII. acompanhar o adolescente, buscar seus interesses e habilidades em relação à escola, trabalho, religiosidade, cursos, oficinas, lazer e outras atividades; IX. realizar atendimento com a família e/ou, quando necessário, realizar visita domiciliar, visando, em ambos os casos, subsidiar direcionamentos a serem dados ao cumprimento da medida de semiliberdade pelo adolescente; X. caso necessário, realizar visita ao trabalho do adolescente, visando avaliação técnica do vínculo empregatício e acompanhamento da freqüência e aproveitamento; Parágrafo único. Caso o previsto nos incisos VII a X não seja realizado integralmente pela equipe da unidade nos sete primeiros dias, tais atividades poderão ser concluídas até o vigésimo primeiro dia de cumprimento de medida de semiliberdade pelo adolescente, conforme artigo 24 deste Regimento; Art. 21. O adolescente nos sete primeiros dias de cumprimento de medida de semiliberdade não poderá sair da unidade, salvo: I. para atendimento emergencial ou continuidade de tratamento de saúde, desde que avaliado pela equipe e autorizado pela direção de acordo com a rotina da unidade; II. para procedimentos de saúde imprescindíveis para a permanência do adolescente na unidade, desde que avaliado pela equipe e autorizado pela direção de acordo com a rotina da unidade; III. para atividades escolares, profissionalizantes, trabalho e oficinas nos quais já esteja inserido, desde que avaliado pela equipe e autorizado pela direção de acordo com a rotina da unidade; IV. para obtenção de documentos pessoais que ele ainda não possua e que lhe sejam necessários para a sua plena participação na vida social, desde que

avaliado pela equipe e autorizado pela direção de acordo com a rotina da unidade; V. para eventos circunstanciais de natureza familiar, tais como nascimento, óbito, doença grave e paternidade, desde que avaliados pela equipe e autorizados pela direção da unidade; VI. por expressa determinação judicial. Parágrafo único. O prazo previsto no caput deste artigo poderá se estender até o vigésimo primeiro dia de cumprimento de medida de semiliberdade, de acordo com avaliação da unidade e conforme o previsto no caput e § 1º do artigo 24; Art. 22. Nos sete primeiros dias de cumprimento de medida de semiliberdade, além do previsto no artigo anterior, adolescentes do sexo feminino poderão sair da unidade para as seguintes atividades, após avaliação da equipe e autorização da direção: I. encaminhamentos referentes a pré-natal ou pós-parto; II. cuidados médicos voltados a filhos recém-nascidos de até seis meses de idade; III. aleitamento materno e coleta de leite, desde que compatível à rotina da unidade e adequado às exigências médicas e necessidades do lactante; Parágrafo único – Após o prazo descrito no caput, as atividades elencadas neste artigo deverão ser realizadas de acordo com o previsto na Seção II deste Capítulo. Seção II – Das Modalidades de Saídas da Unidade Art. 23. São modalidades de saídas externas: I. atividades de lazer, esporte, religião e cultura; II. atividades de escolarização, profissionalização, trabalho e cidadania; III. atendimento de saúde; IV. determinação judicial; V. convocações extrajudiciais; VI. visitas à família com retorno no mesmo dia; VII. visitas à família com retorno em dia posterior; Art. 24. Do oitavo ao vigésimo primeiro dia de cumprimento de medida de

semiliberdade pelo adolescente, as saídas externas previstas nos incisos de I a VI do artigo 23 poderão ser autorizadas pela direção da unidade, seguindo critérios judiciais, técnicos e/ou disciplinares, destacando-se os seguintes procedimentos a serem adotados: I. continuidade do processo de inserção escolar, quando ainda não efetivado, bem como o acompanhamento regular de sua freqüência e aproveitamento nas atividades pedagógicas; II. matrícula em cursos e/ou oficinas, com o devido acompanhamento de sua freqüência e aproveitamento; III. oferta e/ou encaminhamento para atividades externas de saúde, esporte, lazer, cultura, religião, profissionalização e educação, utilizando-se, prioritariamente, dos diversos recursos da comunidade; IV. caso couber, autorização pela direção da unidade de exercício de atividade profissional, respeitando as determinações e normativas legais sobre o trabalho para adolescentes, bem como prestando informações à família. Parágrafo único. Após o vigésimo primeiro dia de cumprimento de medida semiliberdade, o adolescente passa a ter o direito às saídas externas referidas no caput deste artigo, cabendo revisão somente em caso de medida disciplinar ou determinação judicial. Art. 25. Do quadragésimo quinto ao sexagésimo dia de cumprimento de medida de semiliberdade pelo adolescente, as visitas à família com retorno em dia posterior poderão ser autorizadas pela direção da unidade, seguindo critérios judiciais, técnicos e/ou disciplinares. § 1º Após sessenta dias de cumprimento de medida de semiliberdade, o adolescente passa a ter o direito à visita à família com retorno em dia posterior, cabendo revisão somente em caso de medida disciplinar ou determinação judicial. § 2º No caso de adolescentes que tenham obrigatoriamente que realizar a visita à família em município distante do município sede da unidade de semiliberdade, a visita com retorno em dia posterior poderá ser autorizada a partir do vigésimo primeiro dia, seguindo critérios judiciais, técnicos e/ou disciplinares. Art. 26. As visitas à família ocorrerão de acordo com os parâmetros definidos nos artigos 24 e 25, desde que resguardando a finalidade de fortalecer a convivência familiar e comunitária e obedecendo os seguintes procedimentos: I. para autorizar a realização de visitas à família pelo adolescente, a equipe técnica da unidade deverá realizar avaliação criteriosa do contexto familiar, observando o disposto no artigo 20, incisos I e IX;

II. as visitas ocorrerão nos feriados, dia do aniversário do adolescente e finais de semana (sábado e/ou domingo), obedecendo aos horários de saída às sete horas e retorno às dezenove horas, não sendo facultada a compensação; III. nas visitas à família, o adolescente poderá sair sem que os pais ou o responsável venha(m) buscá-lo e acompanhá-lo no retorno à unidade, desde que o responsável assine termo autorizando e se responsabilizando pelo adolescente durante a permanência deste nas visitas à família. IV. no dia do aniversário do adolescente, poderá ocorrer visita à família ou comemoração na própria unidade, definindo-se por uma das duas opções a partir de avaliação da equipe e autorização da direção. V. as visitas à família com retorno em dia posterior que ocorrerem em finais de semana implicarão em saídas no sábado e retorno no domingo. VI. para as visitas à família com retorno em dia posterior que ocorrerem em feriados, o dia de saída e o dia de retorno serão definidos pela unidade junto à Diretoria de Medidas de Semiliberdade e Meio Aberto, levando em consideração a relevância da data para o fortalecimento dos vínculos comunitários do adolescente. VII. no caso de adolescentes que tenham obrigatoriamente que realizar a visita à família em município distante daquele onde se encontra a unidade de semiliberdade, o dia de saída e o dia de retorno serão definidos pela unidade junto à Diretoria de Medidas de Semiliberdade e Meio Aberto, levando em consideração, além de critérios judiciais, técnicos e/ou disciplinares, a distância e a forma de locomoção entre os municípios. § 1º - O critério previsto no inciso III poderá ser revisto pela direção da unidade, de modo justificado, em situações especiais que comprometam a saída do adolescente. § 2º – Os dias programados para a visita à família poderão ser revistos, individualmente, caso seja esta a única forma de promover o acesso à convivência familiar e comunitária para o adolescente conforme o previsto no parágrafo único do artigo 8°.

CAPÍTULO IV – DOS PROCEDIMENTOS ROTINEIROS Art. 27. Assembléia é um procedimento rotineiro que implica em uma reunião composta pelos adolescentes e representantes da direção, equipe técnica e de segurança, cujo fim consiste em deliberar sobre propostas apresentadas relativas à convivência dos adolescentes na medida de semiliberdade. Seção I - Do Atendimento Art. 28. Durante o período de cumprimento de medida pelo adolescente, a

unidade deverá propiciar: I. promoção da convivência interna, através de assembléias e participação em grupos e/ou comissões que façam parte do funcionamento da unidade; II. organização e controle de toda a documentação do adolescente; III. informação ao adolescente e seus familiares sobre a situação processual do mesmo e convocações judiciais; IV. orientação do cumprimento da medida de semiliberdade a partir de atendimentos periódicos e da conseqüente construção do caso; VI. acompanhamento junto aos adolescentes da suas saídas externas, avaliando o seu aproveitamento; VII. encaminhamentos para atendimentos rotineiros e emergenciais e outras atividades oferecidas pela rede de saúde pública; VIII. promoção e acesso às atividades de esporte, lazer, cultura, religião, educação e profissionalização; IX. promoção e acesso à convivência familiar e comunitária que exerçam a função de proteção e socialização do adolescente; X. quando necessário para avaliação técnica criteriosa do contexto familiar, realização pela equipe técnica de atendimento à família e/ou visita à família do adolescente; XI. caso necessário, o contato com os programas públicos de atendimento à família para encaminhamentos pertinentes à demanda de cada caso. XII. avaliação técnica do vínculo empregatício, acompanhamento da freqüência e aproveitamento, e, caso necessário, realização, pela equipe técnica, de visita ao trabalho do adolescente; IX. brevidade da medida de semiliberdade, fundamentando judicial e tecnicamente os motivos de pedido de desligamento ou adequação de medida; Seção II - Das Visitas à Unidade Art. 29. As visitas de familiares se destinam a manter e fortalecer vínculos comunitários do adolescente, obedecendo aos seguintes critérios: I. as visitas das famílias à unidade serão realizadas em dia da semana e horário definidos de acordo com a rotina da unidade; II. a entrada das famílias na unidade poderá ser autorizada mediante cadastro prévio;

III. cada adolescente poderá receber por visita no máximo de 03 (três) pessoas; IV. serão aceitos visitantes menores de 18 anos desde que autorizados pelos pais ou seus responsáveis, mediante documento próprio; V. a visita de namorada/namorado deverá ser realizada de acordo com os critérios e as orientações pré-estabelecidos pela unidade; VI. não será permitida a entrada de visitantes alcoolizados e/ou com sintomas de uso de drogas; VII. não será permitida a entrada de animais; VIII. não será permitida a entrada de visitantes com trajes inadequados ao ambiente da unidade, como: sem camisa, minissaia, decotes, transparências, dentre outros; IX. é vedada a entrada de parentes e amigos pessoais de funcionários sem autorização da direção da unidade; X. as visitas de moradores da Comunidade local, de representantes de instituições diversas, entre outros, ocorrerão somente mediante autorização da direção da unidade e, caso necessário, da SUASE; XI. Os Representantes do Poder Judiciário, Ministério Público e os Conselheiros Tutelares têm livre acesso à unidade para realização de fiscalizações, conforme artigo 95 da Lei 8069/90; XII. as visitas das famílias nas unidades estará condicionada à realização do procedimento de revista; XIII. deverão ser apresentados no procedimento de revista todos os alimentos, peças de vestuário e demais objetos que os familiares queiram oferecer aos adolescentes; XIV. a visita ao adolescente deverá ocorrer em local definido previamente pela direção da unidade; XV. não será oferecida alimentação aos visitantes, sendo permitido à família e ao adolescente fazer uso dos alimentos levados pela mesma; XVI. é proibido circular, nas dependências da unidade onde os adolescentes permanecem, portando bolsas, aparelho de comunicação visual e/ou sonora (telefone celular, MP4, MP5,etc...), sacolas, pochetes ou similares, que deverão ser deixados em local adequado; XVII. não poderão ser entregues aos adolescentes objetos como isqueiros, fósforos, vidro, objetos perfuro-cortantes ou com rigidez suficiente para causar

lesão a ele próprio ou a outrem, a não ser que seja autorizado pela direção da unidade e pela SGAS; XVIII. o adolescente que desejar, poderá entregar objetos confeccionados nas diversas atividades proporcionadas pela unidade, para familiares e/ou outras pessoas, desde que tal procedimento seja realizado com a expressa autorização de um funcionário da unidade, mediante registro em formulário próprio e devidamente assinado pelo adolescente e pelo funcionário responsável; XIX. será proibido aos visitantes fotografar a unidade, podendo, com autorização da direção, ser permitido à família fotografar somente o próprio filho;

TÍTULO II - DO REGULAMENTO DISCIPLINAR

CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 30. Visando assegurar uma convivência apropriada, definem-se como critérios normativos da unidade: I. Normas de convivência; II. Medidas disciplinares; Art. 31. Normas de convivência são procedimentos de caráter flexível, passíveis de revisão em assembléia da unidade, que têm como finalidade garantir uma convivência apropriada entre os adolescentes a partir de um bom funcionamento da rotina da unidade. Art. 32. Medida disciplinar é uma sanção aplicada ao adolescente que cometeu algum ato definido como transgressão às regras da unidade, devendo ser aplicada de acordo com a decisão da Comissão Disciplinar. § 1º A medida disciplinar é aplicada proporcionalmente à transgressão. § 2° Não será considerada falta e nem aplicada medida disciplinar ao que não houver anterior previsão legal ou regulamentar. § 3º As medidas disciplinares têm caráter educativo e sancionatório e respeitarão os direitos fundamentais e a individualização da conduta do adolescente. Art. 33. Comissão Disciplinar é o instrumento formal através do qual a Unidade apura, de forma individualizada, a existência de transgressão praticada pelo adolescente e, se for o caso, aplica a medida disciplinar adequada, assegurado o direito de defesa e os seguintes procedimentos:

I. A Comissão Disciplinar será formada por dois ou três membros da equipe da unidade, definidos pela direção. II. A Comissão Disciplinar será constituída por uma primeira fase, na qual serão ouvidos os envolvidos no fato, uma segunda fase, na qual os membros da Comissão irão decidir por aplicar ou não a medida disciplinar, e uma terceira fase, na qual a decisão será comunicada ao adolescente. III. A Comissão Disciplinar levará em conta, em sua avaliação, as circunstâncias atenuantes e agravantes previstas nos artigos 42 e 43 deste Regimento. § 1º A presença do adolescente na Comissão Disciplinar somente poderá ser vedada na segunda fase ou em momentos da primeira fase em que sejam ouvidos outros envolvidos e a presença do adolescente possa dificultar ou impedir o relato. § 2º O adolescente não poderá ser sancionado disciplinarmente mais de uma vez pelo mesmo ato. § 3º São proibidas a incomunicabilidade e a suspensão de visitas à unidade, assim como qualquer medida disciplinar que importe prejuízo às atividades obrigatórias, consistentes na escolarização, profissionalização e nos encaminhamentos de atenção à saúde.

CAPÍTULO II - DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES Art. 34. As transgressões estão classificadas em leves, médias e graves. Art. 35. São transgressões leves: I. ameaçar, desacatar ou desrespeitar verbalmente qualquer pessoa; II. atrapalhar a realização de qualquer atividade; III. sujar espaços da unidade recusando-se a limpá-los e negligenciar a limpeza diária e ordem no alojamento/quarto; IV. obstruir a visão do alojamento/quarto; V. desrespeitar o estabelecido pela norma de convivência da unidade quanto ao volume de aparelho de emissão sonora; VI. bater porta ou praticar outros atos que possam danificar o patrimônio; VII. descumprir, sem justificativa cabível, os horários estabelecidos para o funcionamento interno da Unidade;

VIII. permanecer, sem permissão, em alguma dependência da unidade; IX. recusar-se, sem justificativa cabível, a participar de atendimento técnico, atividades de escolarização, profissionalização e encaminhamentos referentes a saúde oferecidos pela unidade; X. negar-se a ingerir medicamento prescrito; XI. propagar boatos, intrigas e mentiras; XII. usar, trocar, doar ou vender objeto lícito que lhe pertença, comprovadamente, sem autorização da direção da unidade; XIII. utilizar, sem permissão, objetos de outrem. Art. 36. São transgressões médias, dentre outras: I. praticar por mais de duas vezes uma transgressão leve; II. reincidir em ameaças contra qualquer pessoa; III. tentar agredir qualquer pessoa e/ou persistir na ação por palavras ou gestos; IV. provocar auto-mutilação alegando ter sido praticado por outra pessoa, a fim de prejudicá-la; V. simular doença ou ingestão de medicação; VI. tentar fugir ou evadir; VII. sair para qualquer atividade externa e desviar-se de seu percurso ou separar-se sem autorização quando acompanhado de um funcionário da unidade; VIII. retornar à unidade com sintomas de uso de drogas ou álcool; IX. retornar à unidade portando novos objetos sem nota fiscal ou qualquer comprovante da legalidade de sua aquisição; X. negar-se a submeter-se a procedimentos de segurança quando necessário. XI. portar dentro da unidade objetos lícitos não autorizados; XII. danificar objetos de outrem; XIII. praticar jogos de aposta; XIV. fumar em local proibido pela unidade.

Art. 37. São transgressões graves, dentre outras: I. praticar por mais de duas vezes uma transgressão média; II. agredir fisicamente qualquer pessoa; III. iniciar, instigar ou participar de tumulto; IV. provocar intencionalmente danos ao patrimônio da unidade; V. fugir ou evadir; VI. retornar clandestinamente à unidade. VII. forçar a entrada na unidade de qualquer pessoa e/ou objeto não autorizado; VIII. estabelecer exploração sexual em relação a outro adolescente; IX. induzir, instigar ou auxiliar auto-mutilação de outrem; X. fabricar, possuir ou portar indevidamente instrumento capaz de causar lesão a ele próprio ou a outrem, dentro da unidade; XI. possuir ou portar arma de fogo; XII. praticar furtos; XIII. adquirir, guardar, transportar ou trazer consigo drogas ilícitas dentro da unidade; XIV. usar drogas ilícitas; XV. ingerir bebida alcoólica dentro da unidade; Art. 38. No caso de transgressões disciplinares que caracterizarem ato infracional, a Polícia Militar deverá ser acionada para as ações de sua competência, tais como a lavratura de Boletim de Ocorrência;

CAPÍTULO III - DAS MEDIDAS DISCIPLINARES

Seção III – Das Medidas Aplicáveis Art. 39. São medidas disciplinares aplicáveis a quem comete transgressões leves, dentre outras: I. advertência verbal;

II. advertência escrita. §1º Em caso de aplicação, por mais de duas vezes, de advertência verbal, será aplicada uma advertência escrita. §2º As medidas disciplinares previstas neste artigo poderão ser aplicadas a critério da equipe da Unidade, sempre de modo justificado, sem necessidade de realização de comissão disciplinar. §3º Para efeito de reincidência na prática da mesma transgressão, será considerado um período de quinze dias, contados da prática da transgressão originária e sua repetição. §4º A advertência escrita deverá ter a participação e a assinatura de pelo menos dois membros da equipe da unidade. Art. 40. São medidas disciplinares aplicadas a quem comete transgressões médias, dentre outras: I. advertência escrita; II. restrição parcial de saída externa. III. restrição total de saída externa. Parágrafo único. Para efeito de reincidência na prática da mesma transgressão, será considerado um período de quinze dias, contados da prática da transgressão originária e sua repetição. Art. 41. São medidas disciplinares aplicadas a quem comete transgressões graves, dentre outras: I. restrição de saída externa, com possibilidade de agravamento gradativo da medida disciplinar conforme o grau de reincidência da transgressão, a critério da Comissão Disciplinar, sempre de modo justificado; II. recontagem de prazos previstos no Capítulo III, Título I deste Regimento, ressalvando as saídas para atividades escolares, cursos profissionalizantes e trabalho. Parágrafo único. Em caráter excepcional, caso a direção da unidade avalie necessário, poderá enviar relatório circunstanciado ao Poder Judiciário, com requerimento de Audiência de Justificação e/ou providências cabíveis; Seção II – Das Circunstâncias Atenuantes Art. 42. São circunstâncias atenuantes na aplicação das sanções: I – histórico disciplinar favorável na unidade;

II – avaliação favorável do processo de responsabilização no cumprimento da medida de semiliberdade e do aproveitamento das saídas externas; III - ter o adolescente desistido de prosseguir na execução da falta disciplinar; IV – ter o adolescente confessado espontaneamente, perante a Equipe da Unidade, a autoria da falta disciplinar; V – ter o adolescente proposto a reparação do dano; Parágrafo único. A sanção poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior à falta disciplinar, embora não expressamente regulamentada. Seção III – Das Circunstâncias Agravantes Art. 43. São circunstâncias agravantes, na aplicação das sanções: I – reincidência em falta disciplinar; II – ter o adolescente cometido a falta disciplinar sob efeito de substância psicoativa; III – ter o adolescente cometido a falta disciplinar com o envolvimento de outras pessoas; IV - ter o adolescente promovido ou organizado a cooperação na falta disciplinar ou, ainda, dirigido a atividade dos demais participantes, exercendo coação ou não; V. ter sido necessário o uso de coerção física e/ou de algemas para impedir o cometimento ou a continuidade da falta disciplinar pelo adolescente; VI. ter o adolescente executado a falta disciplinar, ou dela participado, mediante remuneração ou promessa de recompensa.

CAPÍTULO IV – DO DESVIO DE PERCURSO, DA FUGA E DA EVASÃO

Art. 44. O desvio de percurso constitui transgressão média e consiste no desvio do adolescente de qualquer atividade externa programada pela unidade com retorno dentro do horário previsto ou com até duas horas de atraso. Art. 45. A evasão constitui transgressão grave, caracterizada a partir do momento em que o adolescente retornar de uma saída externa com mais de duas horas de atraso. Art. 46. A fuga da unidade constitui transgressão grave, com transposição de barreira e caracteriza-se por o adolescente:

I. sair da unidade sem autorização, em qualquer horário; II. desvencilhar-se do agente socioeducativo em saída externa em que esteja sendo realizada escolta. Art. 47. O adolescente não será aceito na unidade de semiliberdade após transcorridas vinte e quatro horas da evasão ou fuga. § 1º O prazo de vinte e quatro horas inicia a contagem a partir do horário que a Unidade estabeleceu para o retorno da saída externa. § 2º O adolescente que retornar de evasão ou fuga em até vinte e quatro horas, sem justificativa cabível, será recebido pela unidade, apesar de não garantida sua permanência, sendo necessário, para tal decisão, o envio de relatório circunstanciado ao Poder Judiciário. § 3º Após o prazo de vinte e quatro horas o adolescente só será aceito na unidade de semiliberdade por determinação judicial. § 4º O adolescente que evadir ou fugir após praticar ato infracional no interior da unidade, só será aceito na unidade de semiliberdade por determinação judicial, não sendo dispensadas as providências a serem tomadas conforme previsto no artigo 38. § 5º O adolescente que retornar, por determinação judicial, à unidade, após fuga ou evasão, poderá ter recontagem de prazos previstos no Capítulo III, Título I deste Regimento, ressalvando as saídas para atividades escolares, cursos profissionalizantes e trabalho. Art. 48. Toda fuga ou evasão deverá ser comunicada imediatamente à família do adolescente, assim como formalizada após vinte e quatro horas junto ao Poder Judiciário e Diretoria de Gestão de Vagas e Atendimento Judiciário, por meio de comunicado de evasão/fuga. Art. 49. A reiteração da fuga, evasão e/ou desvio de percurso caracteriza descumprimento de medida de semiliberdade e, após avaliação da equipe da unidade, poderá ensejar pedido de intervenção judicial. Art. 50. Em caso de fuga ou evasão do adolescente, seus pertences e sua documentação serão entregues somente a familiares maiores de dezoito anos, mediante assinatura de recibo. § 1º Após sessenta dias, a contar da data da fuga ou evasão, a documentação do adolescente poderá ser enviada para o endereço de sua família, após contato prévio. § 2º Após sessenta dias, a contar da data da fuga ou evasão, os pertences do adolescente ficarão liberados para doação.

CAPÍTULO VI – DOS MECANISMOS INSTITUCIONAIS

Art. 51. As atividades externas programadas pela unidade só implicarão em acompanhamento presencial quando: I. a unidade organizar uma saída conjunta de um grupo de adolescentes com a mesma finalidade; I. favorecer o fortalecimento dos vínculos institucionais e/ou comunitários necessários ao convívio social do adolescente; II. favorecer o vínculo do adolescente com a equipe da unidade de forma a beneficiar o cumprimento da medida de semiliberdade; III. a continuidade ou planejamento de alguma atividade interna da unidade depender diretamente da realização da atividade externa proposta; IV. a realização da atividade depender indispensavelmente do acompanhamento. Parágrafo único. O acompanhamento presencial de atividades externas programadas pela unidade poderá ser realizado por membro da equipe, pais ou responsável, de acordo com definição da direção da unidade. Art. 52. Implicarão em realização de escolta as seguintes situações: I. encaminhamento do adolescente para atendimento de saúde que anteceda o prazo para autorização de saídas externas previsto no artigo 24 deste Regimento; II. encaminhamento de urgência do adolescente para tratamento de saúde mental em quadros clínicos de crise; III. comparecimento do adolescente a procedimentos de inquérito policiais que antecedam o prazo para autorização de saídas externas previsto no artigo 24 deste Regimento; IV. comparecimento do adolescente à autoridade policial por cometimento de novo ato infracional dentro da unidade; V. comparecimento do adolescente a convocações judiciais determinadas à unidade; VI. por expressa determinação judicial. Parágrafo único. Nos casos dos incisos IV, V e VI a realização da escolta será obrigatória.

Art. 53. Não será permitida à unidade criar e estabelecer uniforme institucional para os adolescentes. Parágrafo único. Aos adolescentes será permitido o acesso a vestuário pessoal, definido o limite e especificação de peças de roupa de acordo com as normas de convivência da unidade. Art. 54. É expressamente proibido o porte e o uso de armas no interior da unidade, exceto por Força Policial quando acionada. Art. 55. O uso da coerção física deverá ocorrer, como último recurso, em situações de extrema necessidade para a unidade e/ou para o adolescente, sendo cabíveis as medidas disciplinares previstas neste Regimento. § 1º Nas demais situações de transgressão previstas neste Regimento, serão aplicáveis estritamente as medidas disciplinares cabíveis. § 2º Caso a coerção física seja necessária, deverá ser realizada dentro de princípios éticos e legais. Art. 56. O uso de algemas somente se dará em casos excepcionais, ou quando a coerção física não for suficiente e a contenção se mostrar estritamente necessária à integridade física do próprio adolescente ou de outrem. Parágrafo único. Caso o uso de algemas seja necessário, deverá ser dentro de princípios éticos e legais, seguindo o previsto no Plano de Gestão de Segurança de Semiliberdade.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 57. Este Regimento será revisto no prazo de trezentos e sessenta e cinco dias, a partir de sua entrada em vigor, sendo enviada cópia ao Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria da Infância e Juventude. Art. 58. Este Regimento deverá ser implementado de acordo com os seguintes procedimentos: I. a direção da unidade deverá realizar uma reunião com os adolescentes para apresentar as alterações feitas; II. uma cópia deste Regimento deverá permanecer afixada em local de fácil acesso e visibilidade, tanto para os adolescentes e visitantes, quanto para a equipe da unidade. Art. 59. Este Regimento passa a vigorar a partir desta data.