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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO EM LOCAL DE CRIME

Rela to Rio Do Crime

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  • MINISTRIO DA JUSTIA SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANA PBLICA

    Departamento de Pesquisa, Anlise da Informao e Desenvolvimento de Pessoal em Segurana Pblica

    RELATRIO DE INVESTIGAO EM LOCAL DE CRIME

  • Ministrio da

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    APRESENTAO

    Prezado Profissional de Segurana Pblica,

    O trabalho ora apresentado, Relatrio de Investigao em Local de Crime, resultado do debate entre policiais civis com o objetivo de instrumentalizar documentos e propor procedimentos que contribuam para o desenvolvimento das atividades de polcia judiciria, de forma a aperfeioar o emprego dos meios disponveis e alcanar melhores resultados.

    De modo geral, as primeiras diligncias de uma investigao policial so realizadas ainda no local do crime. Quando devidamente isolado e preservado, o local do crime fonte segura de informaes e, sendo bem trabalhado e examinado, pode levar autoria delitiva e, por conseguinte, priso do criminoso.

    Entretanto, muitas vezes as informaes obtidas no local no so formalizadas, traduzidas em relatrios, permanecendo apenas na memria dos policiais que as colheram, implicando, dessa forma, na fragilidade do conhecimento.

    Desta feita, o Relatrio de Investigao em Local de Crime surge com a finalidade de registrar todas as informaes coletadas no local de um evento delituoso, proporcionando equipe de investigao de seguimento o conhecimento necessrio para a realizao das diligncias futuras. Ao mesmo tempo, objetiva conferir equipe de investigao preliminar (ou seja, quela responsvel pelo atendimento de local de crime), atribuies efetivas de investigao, e no apenas o acompanhamento das atividades periciais.

    Para que o relatrio surta o efeito desejado, orienta-se que seja redigido na unidade policial e enviado, no prazo mximo de trs dias, autoridade policial responsvel pela instaurao do inqurito, devendo nele constar todos os dados, informaes, checagens e at as impresses pessoais dos policiais que estiveram no local do crime, como forma de proporcionar equipe de seguimento, ou a quem futuramente vier a trabalhar na investigao, uma viso completa de tudo o que se passou no momento do atendimento da ocorrncia.

    No intuito de enriquecer com exemplos prticos, os anexos 1 e 2 deste trabalho, apresentam modelos de relatrios elaborados com base em situaes fictcias, sendo o primeiro com autoria conhecida e o segundo, desconhecida.

    O anexo 3 um formulrio para preenchimento manual da equipe que atendeu a ocorrncia e tem por finalidade facilitar a coleta de informaes e servir como suporte para posterior elaborao do Relatrio de Investigao em Local de Crime.

    O anexo 4 apresenta um checklist, o qual ser utilizado pela autoridade policial que receber o relatrio e ter o objetivo de identificar quais dados e informaes foram obtidas na investigao preliminar e, consequentemente, quais devero ser colhidos na investigao de seguimento.

    Por fim, esperamos que este documento o auxilie no desempenho de suas atividades investigativas, contribuindo, assim, para o aperfeioamento das atividades de segurana pblica.

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    RELATRIO DE INVESTIGAO EM LOCAL DE CRIME

    1. Dados de Identificao:

    Equipe: _________________________________________________________________________

    (descrever os integrantes da equipe de investigao, indicando nome completo, matrcula, cargo e

    unidade policial, especificando aqueles que se apresentavam com vestimentas e em veculos

    caracterizados e aqueles que se apresentavam com vestimentas e em veculos descaracterizados).

    Vtima: _________________________________________________________________________

    (quando possvel, qualificar a vtima, com todos os dados levantados durante a investigao preliminar,

    inclusive aqueles obtidos nos bancos de dados, nome completo, alcunha/apelido, nome social e outros,

    data de nascimento, filiao, raa, gnero, altura e peso aproximados, idade, cor dos olhos,

    caractersticas do cabelo, caractersticas fsicas peculiares, existncia de tatuagem, vestimentas, estado

    fsico, tempo da morte, documentos, endereo completo, profisso, vcios, lugares que costumava

    frequentar, amigos e inimigos, antecedentes criminais, etc).

    Instrumento do crime: ______________________________________________________________

    (descrever detalhadamente o instrumento e a ao vulnerante - contundente, perfurante e cortante e

    suas associaes (misto) - utilizado pelo homicida, ou, se for o caso, informar que esse no foi encontrado

    ou identificado)

    Autoria: _________________________________________________________________________

    (quando possvel, qualificar o autor do crime ou o suspeito, com todos os dados levantados durante a

    investigao preliminar, inclusive aqueles obtidos nos bancos de dados, (com o mesmo nvel de

    detalhamento utilizado para caracterizao da vtima) e, se for o caso, especificar que no foi possvel

    precisar).

    Natureza da Ocorrncia: _____________________________________________________________

    (quando possvel, especificar o tipo penal e citar a conduta de acordo com a tipificao penal eleita pela

    equipe de investigao preliminar).

    2. Dados Preliminares:

    (citar todos os dados levados ao conhecimento da equipe de investigao preliminar e que motivaram

    seu deslocamento ao local do crime).

    Informamos que no dia _____ (citar a data), por volta das _____ (citar o horrio), fomos

    comunicados por _____ (tendo em vista que poder vir a ser uma testemunha importante para o

    esclarecimento do crime, descrever, quando possvel, de quem partiu a comunicao do fato, sua

    qualificao e, ainda, a forma como foi realizada telefone, pessoalmente, etc), que na _____ (citar o

    endereo completo, com as coordenadas latitude e longitude - em negrito) teria ocorrido ______ (citar o

    fato, o nome completo da vtima ou os dados preliminares levantados), e que esse foi ____ (especificar as

    leses e os instrumentos supostamente utilizados), os quais foram produzidos por ____ (citar o suspeito,

    autor ou, se for o caso, que se trata de pessoa no identificada).

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    3. Dos Fatos:

    Ao chegarmos ao local do fato, por volta das ____ (citar o horrio), nos deparamos com ____

    (descrever, detalhadamente, tudo o que foi observado pela equipe de investigao assim que chegou ao

    local do crime, ou seja, quais profissionais de segurana pblica faziam a preservao do local do crime

    nome completo, dados da viatura ou veculo oficial, unidade policial etc -; qual o permetro de isolamento

    e como ele estava sendo preservado, ou seja, quais os instrumentos ou objetos utilizados para a

    efetividade do isolamento; como era o local do crime interno, externo, tipo etc -; se havia dado ou

    informao que levasse a crer que o local do crime foi adulterado dolosa ou culposamente, tornando-o

    inidneo; quais pessoas tiveram acesso ao local do crime e de que forma se portaram naquele local; quais

    as condies climticas e como elas interferiram no local do crime; as condies do cadver ou, se for o

    caso, se houve socorro mdico, quem o efetuou e quais as alteraes produzidas no local do crime em

    decorrncia do mesmo; se foram apontados suspeitos e testemunhas, quais os dados e informaes

    obtidos sobre os mesmos, e ainda, se o autor foi preso alm de possveis rotas e meios de evaso do

    autor da cena do crime -; quais dados foram obtidos pelos profissionais de segurana pblica que

    preservavam o local e que podem auxiliar nas investigaes; quais as residncias, habitaes e

    assemelhados detinham viso privilegiada em relao ao local, e se esses imveis possuam

    monitoramento por vdeo; quais vestgios estavam presentes no local do crime descrevendo-os e

    apontando sua localizao na cena do crime e, se possvel, fotografando-os e/ou filmando-os -, indicar,

    ainda, se os vestgios estavam preservados adequadamente ou se sofreram algum tipo de ao; se havia

    indcios de que ocorrera subtrao de algum documento, objeto, valor em dinheiro ou substncia da

    vtima etc).

    4. Dos Trabalhos Periciais:

    Compareceram ao local, por volta das ____ (horrio), os peritos criminais ____ (explicitar o nome

    completo dos peritos, matrcula, unidade, veculo utilizado), os quais _____ (descrever os trabalhos

    periciais realizados, os vestgios coletados, o tempo de durao dos exames periciais, as orientaes e os

    direcionamentos dados pela autoridade policial etc), tendo ao final externado que ____ (explicitar as

    impresses imediatas dos peritos criminais acerca do crime).

    Por fim, encerrados os trabalhos periciais e as aes investigativas preliminares, o delegado de

    polcia ____ (citar o nome completo da autoridade policial e matrcula) liberou o local do crime s ____

    (citar o horrio e, se for o caso, a data, pois os exames periciais podem passar de um dia para outro),

    sendo o corpo da vtima recolhido por ____ (explicitar o nome completo dos servidores do IML, as

    matrculas, a unidade pertencente e o veculo oficial utilizado) e enviado ao Instituto Mdico Legal ____

    (se possvel, citar o rgo e seu endereo completo), onde foi submetido a necropsia pelo mdico legista

    (sendo possvel, citar o nome completo, ou ainda, os dados completos se for perito ad hoc), o qual

    externou, ao final dos exames periciais, que ____ (sendo possvel, citar as impresses do mdico legista

    acerca das leses presentes na vtima, o instrumento utilizado e sua relao com a morte produzida).

    Para ilustrar a cena do crime, segue abaixo croqui detalhado daquilo que foi levantado no local

    pela equipe de investigao preliminar e pelos peritos criminais, bem como as fotografias produzidas:

    _____ (com a finalidade de permitir que pessoas que no estiveram no local visualizem o

    conjunto e as possveis dinmicas do crime, possibilitando sua posterior interpretao, elaborar um

    croqui - levantamento do local, por meio de desenho, sem escala, o qual dever representar todos os

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    detalhes que interessam apurao do delito, com destaque especial para as distncias entre os

    vestgios encontrados na cena do crime e o corpo da vtima).

    ______ (anexar as fotografias, as quais devero possuir, se possvel, identificao do local, data

    e horrio de sua realizao, bem como a enumerao dos vestgios apontados durante a perinecroscopia

    - explicando, resumidamente, do que se trata).

    5. Das Testemunhas:

    Conversamos com _____ (identificar a testemunha nome completo, raa, gnero,

    filiao, documentos de identidade, endereo completo, profisso, escolaridade, endereo comercial,

    telefones de contato, vestimentas que utilizava quando houve o dilogo, nveis cultural, social e

    educacional apresentados, etc), o qual alegou que ______ (descrever detalhadamente todos os dados e

    informaes relatados pela testemunha que possam colaborar com as investigaes esclarecimento da

    autoria, materialidade e circunstncia do crime - ; apontar os vnculos que a testemunha possua com a

    vtima, o suspeito ou o autor do crime; o que levou a testemunha a estar naquele local no momento do

    crime ou no instante em que foi abordada pela equipe de investigao; como se deu a dinmica do crime;

    se sabe apontar a motivao do delito; quais riscos implicam seu testemunho, etc).

    Conversamos com ______

    6. Das Investigaes Preliminares:

    _______ (descrever, de forma detalhada, as aes investigativas adotadas pela equipe de

    investigao preliminar - tanto dos policiais caracterizados como dos descaracterizados -; as impresses

    dos policiais quanto ao crime e a cena; os resultados obtidos em decorrncia das aes investigativas; as

    medidas cartorrias efetivadas; e, as demais providncias de polcia judiciria que foram adotadas pela

    equipe de investigao preliminar).

    7. Da concluso:

    Com base nos dados e informaes coletados durante a investigao preliminar, verifica-se que

    ______ (descrever detalhadamente a possvel dinmica do crime fatos que antecederam ao crime, o

    iter criminis e o modus operandi exemplo: Joo Matador (qualificado) manteve relao amorosa

    com Belezinha (qualificada), por cerca de cinco meses, todavia, em decorrncia de vrias agresses fsicas

    (provocadas por cimes Boletins de Ocorrncia n 32/2012, 69/2012 e 78/2012), estavam separados h

    trs dias, perodo em que a ltima foi ameaada de morte (duas vezes) pelo primeiro, caso no reatasse o

    namoro (Boletins de Ocorrncia n 84/2012 e 96/2012). Joo Matador, conhecendo a rotina de Belezinha

    e sabedor de que esta, nos dias teis da semana, por volta das 18h20, atravessava o terreno baldio

    existente na lateral esquerda do Posto de Sade do bairro da Saudade, o qual dava acesso entrada

    principal da Escola da Esperana, onde cursava o ensino mdio, em 26/12/12, por volta das 18h00, se

    apossou de uma faca de cozinha e se deslocou para o referido terreno baldio em sua bicicleta

    (encontrada no local pelos policiais militares), local onde permaneceu escondido (atrs de uma moita, a

    cerca de vinte metros da entrada da escola) espera da vtima. Por volta das 18h21 (j estava escuro), ao

    passar pela trilha existente no citado terreno baldio, a vtima foi atacada por seu algoz, o qual lhe

    desferiu um golpe nas costas, ficando a faca cravada do lado direito, na altura do pulmo. Joo Matador,

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    aps a agresso, empreendeu fuga a p (abandonando a bicicleta no local), o que foi visualizado pelo

    vigia da escola (qualificado), o qual acionou a Polcia Militar. A vtima chegou a ser socorrida pelo Corpo

    de Bombeiros, todavia, veio a bito minutos depois de dar entrada no Pronto Atendimento).

    Do exposto, conclui-se que ______ (explicitar a hiptese ou hipteses - que ser(o) explorada

    (s)pela equipe de investigao de seguimento, a(s) qual(is) surgir(ao) a partir da dinmica do crime, ou

    seja, das primeiras explicaes sobre a autoria, circunstncias, motivaes, meios e oportunidades do

    crime).

    Buscando subsidiar o planejamento operacional da investigao de seguimento, sugerimos

    _________ (sugerir, se possvel, a linha investigativa inicial que poder ser adotada pela equipe de

    investigao de seguimento, o mtodo e as tcnicas investigativas mais adequados para a explorao

    desta linha investigativa, testemunhas a serem ouvidas, exames periciais a serem realizados podendo

    citar, como exemplo, um confronto balstico -, quais operaes de inteligncia policial conjunto de

    tcnicas, processos e mtodos, geralmente desenvolvido com o emprego de aes especializadas,

    executada de forma planejada e em carter sigiloso, que objetiva a busca e coleta de dados e

    informaes no disponveis ou desconhecidos sobre assuntos de interesse para determinada

    investigao criminal - podero ser utilizadas para subsidiar as investigaes como reconhecimento,

    vigilncia, estria-cobertura e explorao de local -, quais os procedimentos e ferramentas podero ser

    adotados para a coleta de provas objetivas ou materiais, e subjetivas ou testemunhais, pedidos de priso

    cautelar etc).

    o relatrio.

    ____________________ Delegado de Polcia

    ____________________

    Escrivo de Polcia

    ___________________________ Agente (ou Investigador) de Polcia

    ____________________________ Agente (ou Investigador) de Polcia

    ___________________________

    Agente (ou Investigador) de Polcia

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    Anexo 1 (Modelo fictcio de relatrio de investigao em local de crime homicdio 1 autoria identificada)

    RELATRIO DE INVESTIGAO EM LOCAL DE CRIME

    1. Dados de Identificao:

    Equipe: Jos da Silva, Delegado de Polcia do DHPP (equipe 1 caracterizado viatura placa BRZ 2013),

    matrcula n 100100; Joo da Costa, Escrivo de Polcia do DHPP (equipe 1 - caracterizado - viatura placa

    BRZ 2013), matrcula n 100101; Manuel da Mata, Investigador de Polcia do DHPP (equipe 1

    caracterizado - viatura placa BRZ 2013), matrcula n 100102; Marcelo Jordo, Investigador de Polcia do

    DHPP (equipe 1 descaracterizado - viatura placa BRZ 2014), matrcula n 100103; e, Mateus Souza,

    Investigador de Polcia do DHPP (equipe 1 descaracterizado - viatura placa BRZ 2014), matrcula n

    100104.

    Vtima: Patrocnio de Mattos, nome social Patro, RG 212121 SSP/PC, filho de Maria de Mattos e Josu

    de Mattos, natural de Mundo Real/PC, nascido em 05/01/74 (38 anos), profisso padeiro (empresa

    Padaria da Sade, localizada na Rua dos Pes, n 1, bairro Saudade, Mundo Possvel/PC), pardo, olhos

    castanhos, com cerca de 1,74 metro de altura e 60 quilos (magro), cabelos castanhos (crespos e baixos),

    residente na Rua da Felicidade, n 32, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC, o qual trajava bermuda azul e

    camiseta branca (com manchas de sangue), calava tnis preto (com barro de colorao branca),

    apresentava sinais de perfurao por projtil de arma de fogo nas costas e na cabea (morte recente),

    frequentava o Bar do Zezo (Rua do lcool, sem nmero, bairro Das Flores, Mundo Possvel/PC),

    dependente qumico e consumidor contumaz de lcool, sem inimigos declarados, amigo de Jorge da

    Fonseca (testemunha), Joo Guerra Junior (suspeito) e Marcio da Paz (testemunha), com antecedentes

    criminais (IP n 034/12 furto qualificado -, IP n 094/12 furto simples -, TCO n 026/12 Art. 28 da Lei

    n 11.343/06).

    Instrumento do crime: revlver calibre 38, marca Taurus, inox, capacidade para seis munies, cabo de

    madeira, com a numerao raspada, contendo em seu interior duas munies intactas e quatro deflagradas

    (todas de calibre 38).

    Suspeito: Joo Guerra Junior, nome social Pezo, filho de Joo Guerra e Maria Guerra, natural de Mundo

    Real/PC, nascido em 06/02/73 (39 anos), profisso padeiro (empresa Padaria da Sade, localizada na Rua

    dos Pes, n 1, bairro Saudade, Mundo Possvel/PC), pardo, olhos castanhos, com cerca de 1,55 metro de

    altura e 90 quilos (obeso), cabelos castanhos, residente na Rua da Alegria, n 101, bairro Sorriso, Mundo

    Possvel/PC, o qual trajava bermuda branca, camiseta preta e bon branco, calava tnis branco,

    aparentava estar embriagado, frequentava o Bar do Zezo (Rua do lcool, sem nmero, bairro Das Flores,

    Mundo Possvel/PC), consumidor contumaz de lcool, sem inimigos declarados, amigo de Jorge da Fonseca

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    (testemunha), Marcio da Paz (testemunha) e Patrocnio de Mattos (vtima), com antecedentes criminais (IP

    n 034/12 furto qualificado - e IP n 106/12 trfico de drogas).

    Natureza da Ocorrncia: Art. 121, caput e 2 Inciso II do CP (homicdio por motivo ftil)

    2. Dados Preliminares:

    Informamos que no dia 06/12/12, por volta das 16h00, fomos informados por Maria de Ftima,

    domstica, RG n 323.232 SSP/PC, filha de Maria de Jesus e Pedro Paulo de Jesus, residente na Rua do

    lcool, nmero 12, bairro Das Flores, Mundo Possvel/PC, telefone 2025-0000, por meio do telefone

    emergencial 197 (atendido por Manuel da Mata - matrcula n 100102), que nas proximidades do Bar do

    Zezo, na Rua do lcool, sem nmero, bairro Das Flores, Mundo Possvel/PC (latitude 20 05' 20" S e

    longitude 46 55' 10" W), uma pessoa do sexo masculino, conhecida no bairro pelo nome social Patro,

    cor parda, trajando bermuda azul e camiseta branca, teria sido atingida por vrios disparos de arma de

    fogo, os quais foram efetuados por uma pessoa do sexo masculino, conhecida no bairro pelo nome social

    Pezo, obesa, a qual usava bermuda branca, camiseta preta e bon branco, que aps os tiros

    empreendeu fuga, abandonando no local, perto do corpo da vtima, o revlver usado no crime, sendo tudo

    presenciado pelas pessoas que estavam no Bar do Zezo, pois o crime ocorreu defronte a este local.

    Ainda segundo a comunicante, a vtima, atingida na cabea e nas costas pelos disparos de arma

    de fogo, aparentava estar sem vida, o que foi confirmado pelos policiais militares que preservavam o local,

    os quais chegaram na cena do crime minutos depois do acontecido.

    3. Dos Fatos:

    Ao chegarmos ao local do fato (externo e aberto via pblica), por volta das 16h12, nos

    deparamos com uma viatura da Polcia Militar (placas BRZ 2015, prefixo M-1212) estacionada a cerca de

    cinco metros de distncia de um cordo de isolamento de cores amarela e preta, o qual separava uma rea

    com cerca de vinte e seis metros quadrados (interior do Bar do Zezo, parte da calada existente

    defronte ao referido estabelecimento comercial (pertencente a Jos Assuno das Dores Neto, RG n

    21.258.258-8 SSP/PC, filho de Jos Assuno das Dores Filho e Maria das Dores, residente na Rua do lcool,

    sem nmero fundos -, bairro Das Flores, Mundo Possvel/PC) e uma parcela da via pblica vide croqui e

    anexo fotogrfico), a qual continha em seu interior o corpo de um homem (nome social Patro) de

    aproximadamente 35 anos de idade, cor parda, vestido com bermuda azul e camiseta branca, aparentando

    ter sido atingido por disparos de arma de fogo na cabea e nas costas (havia muito sangue na camiseta, na

    regio das costas, na cabea e ao redor da parte superior do corpo). Havia tambm no permetro isolado,

    depositado no solo, um revlver calibre 38 inoxidvel, o qual estava a aproximadamente dois metros de

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    distncia do corpo da vtima, um aparelho celular (distante um metro da vtima) e um bon branco

    (distante trs metros da vtima).

    O supracitado permetro de isolamento estava sendo preservado pelos policiais militares Josu de

    Padua (Soldado PM matrcula n 200000) e Marcelo de Souza (Soldado PM matrcula 200001), os quais

    estavam na parte externa do cordo de isolamento, prximos a este, sendo que, um deles (Josu), estava a

    aproximadamente dois metros da entrada do Bar do Zezo, sobre a calada, e o outro (Marcelo), entre a

    viatura policial e o cordo de isolamento.

    Na parte interna do isolamento no havia qualquer pessoa, todavia, na parte externa (muito

    prximo ao cordo de isolamento), havia um pequeno aglomerado de pessoas, entre elas dois reprteres

    (Maxuel Ju e Jacson Damaceno, telefones 9925-1111 e 9925-1112, respectivamente) do jornal (imprensa

    escrita) denominado A Hora do Crime, o lder comunitrio Cassandro Fontana (nome social Juju, filho

    de Sebastio da Fonseca e Maria Jos da Fonseca, pintor, RG 23.712.321-7 SSP/PC, residente na Rua do

    lcool, n 13, bairro Das Flores, Mundo Possvel/PC, telefone 9925-0003), Maria de Ftima (nome social

    Fatinha, domstica, RG 323232 SSP/PC, filha de Maria de Jesus e Pedro Paulo de Jesus, residente na Rua

    do lcool, nmero 12, bairro Das Flores, Mundo Possvel/PC, telefone 2025-0000), Jorge da Fonseca (nome

    social Jorginho, filho de Joo da Fonseca e Madalena da Fonseca, padeiro da Padaria da Sade, RG

    12.123.345-0, residente na Rua da Felicidade, n 48, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC telefone 2025-

    1010), Marcio da Paz (nome social Pirulito, filho de Porto da Paz e Jussara da Paz, RG 11.121.365-8

    SSP/PC, balconista da Padaria da Sade, residente na Rua da Felicidade, n 57, bairro Sorriso, Mundo

    Possvel/PC telefone 2025-1011) e Patrcia de Mattos (nome social Pat, estudante, RG 313125 SSP/PC,

    filha de Maria de Mattos e Josu de Mattos, estudante, natural de Mundo Real/PC, nascida em 05/01/64,

    residente na residente na Rua da Felicidade, n 32, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC, telefone 9999-0505).

    Segundo verso apresentada pelas pessoas que foram ouvidas informalmente (Josu de Padua,

    Marcelo de Souza, Maria de Ftima, Cassandro Fontana, Jorge da Fonseca, Marcio da Paz e Patrcia de

    Mattos) pelos integrantes caracterizados da equipe de investigao preliminar, os policiais militares

    descritos acima chegaram ao local do crime minutos depois da prtica delitiva (aps cinco ou seis minutos,

    pois realizavam patrulhamento ostensivo nas proximidades), quando ento, sem que ocorresse qualquer

    tipo de interveno (a vtima estava nitidamente sem vida, no sendo possvel prestar qualquer tipo de

    socorro), isolaram o local, impedindo o acesso de terceiros (tornando-o, em tese, idneo), o que foi

    confirmado in loco pela equipe, que no vislumbrou qualquer indcio ou vestgio que levasse a crer que

    tivesse ocorrido, culposa ou dolosamente, a adulterao do local (o que foi favorecido pelas condies

    climticas, que eram boas), ou ainda, que tivesse ocorrido qualquer tipo de subtrao de documentos,

    objetos, valores em dinheiro ou substncias (os vestgios encontrados, ao que tudo indica, estavam

    intactos, conforme demonstrado no anexo fotogrfico).

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    Os integrantes descaracterizados da equipe de investigao preliminar, assim que chegaram ao

    local, ouviram dilogos (das pessoas que estavam na parte externa do isolamento, as quais, na sua maioria,

    eram moradores do bairro Das Flores - vizinhos e curiosos) que narravam uma suposta discusso entre

    Patro (vtima) e Pezo (suspeito), os quais estavam consumindo bebidas alcolicas, juntamente com

    Jorge da Fonseca (testemunha) e Marcio da Paz (testemunha), no interior do Bar do Zezo, e que Pezo

    exigia de Patro o pagamento de R$ 100,00, referente metade do valor angariado com a venda de vinte

    pacotes de cigarro (subtrados pela dupla em 04/12/12, do depsito da Padaria da Sade, onde

    trabalhavam, conforme narrado no BO/PC n 0325/12), todavia, Patro se recusava, veementemente, em

    pag-lo, sob a alegao de que j havia utilizado todo o dinheiro com a compra de drogas.

    No calor das discusses, Pezo sacou de um revlver calibre 38, tendo Patro, ao perceber

    que seria morto, tentado empreender fuga, todavia, acabou sendo atingido nas costas por um dos disparos

    (quando corria para fora do Bar do Zezo), quando ento caiu ao solo, tendo Pezo, em ato contnuo,

    efetuado mais um disparo nas costas e outros dois na cabea, sendo tudo presenciado por Jorge da

    Fonseca e Marcio da Paz, que acabaram se escondendo dentro do balco do bar.

    Pezo, assim que efetuou os disparos, jogou o revlver prximo ao corpo de Patro e

    empreendeu fuga (tendo derrubado, prximo ao corpo da vtima, o bon que estava na sua cabea, isso ao

    sair correndo), no sendo mais visto ou encontrando desde ento.

    Alguns moradores locais, tambm observados pelos integrantes descaracterizados da equipe de

    investigao preliminar, afirmaram que a viatura da Polcia Militar chegou ao local rapidamente, todavia,

    Pezo j havia foragido, o que impediu a sua priso.

    Segundo informado por Cassandro Fontana (testemunha ouvida informalmente pelos policiais

    caracterizados da equipe de investigao preliminar), Jorge da Fonseca (testemunha), Joo Guerra Junior

    (Pezo), Marcio da Paz (testemunha) e Patrocnio de Mattos (Patro) eram amigos de infncia e j

    foram presos, no ano de 2011, por terem roubado uma joalheria existente na rea central da cidade, e que

    apesar de Jorge e Joo terem parado de praticar delitos desde ento, Patro e Pezo, mesmo

    trabalhando na Padaria da Sade, continuaram a praticar crimes (na sua maioria, pequenos furtos)

    juntos, isso para sustentar a dependncia qumica que possuam em pasta base de cocana e lcool.

    Patrcia de Mattos, irm de Patro, afirmou informalmente a Jos da Silva, Delegado de Polcia

    do DHPP, que Pezo e Patro, quando desejavam usar drogas ou se esconder (aps a prtica de algum

    crime), ficavam na casa de Maurcio Pamplona (nome social Picada de Cobra), localizada na Favela do

    Piolho, bairro Jardim das Olivas, Mundo Possvel/PC, cuja localizao ela no sabia precisar.

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    4. Dos Trabalhos Periciais:

    Compareceram ao local, por volta das 17h01, os peritos criminais Rogrio Coelho (matrcula

    100888, da equipe 1 do Ncleo de Percias Criminais de Mundo Possvel/PC viatura BRZ 8889) e Paulo

    Peanha Neto (matrcula 100889, da equipe 1 do Ncleo de Percias Criminais de Mundo Possvel/PC

    viatura BRZ 8889), os quais, antes de adentrar ao permetro de isolamento, mantiveram contato com os

    policiais militares que preservavam o local (Josu de Pdua e Marcelo de Souza) e com os policiais civis

    caracterizados. Depois de obterem informaes sobre o local do crime e sua preservao (ou seja, todos os

    dados acima descritos), iniciaram os trabalhos periciais, sendo os vestgios (percurso usado pela vtima e

    seu algoz durante a perseguio, com suas respectivas marcas de calado e de sangue, revlver calibre 38,

    celular e bon branco) fotografados de vrios ngulos e distncias e, em seguida, recolhidos (revlver

    calibre 38, celular e bon branco) em sacos plsticos com timbre do rgo pericial, lacre e numerao.

    Em ato contnuo, os supracitados peritos criminais realizaram exame nas vestes do cadver e,

    logo aps, nas imediaes (perinecroscpico), cujos trabalhos se encerraram por volta das 19h07.

    Ao final, Rogrio e Paulo descreveram ao Delegado de Polcia Jos da Silva que, segundo os

    vestgios observados na cena do crime, a vtima estava no interior do Bar do Zezo quando, em dado

    momento, empreendeu fuga (constatado pela cadeira de plstico cada ao solo), sendo perseguida por seu

    algoz (Pezo), o qual desferiu um disparo de arma de fogo em suas costas, isso enquanto tentava

    transpor a calada existente defronte ao citado bar (em direo Rua do lcool), vindo a cair prximo

    sarjeta, quando ento foi novamente alvejada nas costas (por outro disparo) e na cabea (por outros dois

    disparos), produzindo a sua morte.

    Aps analisarem o corpo da vtima, constataram que os projteis dos disparos efetuados no

    transfixaram o corpo (constataram apenas quatro orifcios de entrada e nenhum de sada), estando, ao que

    tudo indica, depositados no interior do corpo (o que poder ser confirmado por meio do exame pericial de

    necropsia).

    Externaram ainda que, ao que tudo indica, o assassino abandonou (prximo ao corpo da vtima) a

    arma de fogo usada no crime, a qual foi recolhida e ser submetida a exames periciais (eficincia,

    potencialidade lesiva e confronto balstico, sendo que, quanto ao ltimo, apenas caso algum projtil seja

    encontrado no interior do corpo da vtima).

    Por fim, encerrados os trabalhos periciais e as aes investigativas preliminares, o delegado de

    polcia Jos da Silva liberou o local do crime s 19h29 do dia 06/12/12, sendo o corpo da vtima recolhido

    por Alex Pentanha (matrcula 145145, da equipe 3 do IML de Mundo Possvel/PC veculo oficial placa BRZ

    6666) e Luiz da Cunha (matrcula 145149, da equipe 3 do IML de Mundo Possvel/PC veculo oficial placa

    BRZ 6666) e enviado ao Instituto Mdico Legal de Mundo Possvel/PC (localizado na Rua da Boa Morte, n

    666, bairro Centro, Mundo Possvel/PC), onde foi submetido a necropsia pelo mdico legista Manoel Tyss

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    (matrcula 126126), o qual externou, ao final dos exames periciais, que no interior do corpo da vtima

    foram encontrados, depositados no pulmo direito e no fgado, dois projteis de arma de fogo calibre 38, e

    no interior do crnio, outros dois projteis do mesmo calibre, sendo todos entregues (envelope lacrado n

    1258975) ao perito criminal Rogrio Coelho (matrcula 100888, da equipe 1 do Ncleo de Percias Criminais

    de Mundo Possvel/PC).

    Para ilustrar a cena do crime, segue abaixo croqui detalhado daquilo que foi levantado no local

    pela equipe de investigao preliminar e pelos peritos criminais, bem como as fotografias produzidas:

    Croqui:

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    Fotografias

    5. Das Testemunhas:

    Conversamos (policiais Jos da Silva e Manuel da Mata) com Cassandro Fontana (nome social

    Juju, nascido em 13/06/78, pardo, vivo, corretor de imveis, filho de Sebastio da Fonseca e Maria Jos

    da Fonseca, pintor, RG 23.712.321-7 SSP/PC, residente na Rua do lcool, n 13, bairro Das Flores, Mundo

    Possvel/PC, telefone 9925-0003, formado em administrao, o qual trajava bermuda branca, camisa preta

    e chinelos amarelos, sem antecedentes criminais), o qual afirmou que em 06/12/12, por volta das 15h45,

    estava no interior do Bar do Zezo consumindo cervejas quando em dado momento presenciou Pezo

    gritando a Patro que queria os R$ 100,00, e que se ele no entregasse este valor naquele momento o

    mataria. Afirmou tambm que minutos depois escutou o barulho de cadeiras caindo e de algum correndo,

    e ao olhar para trs, viu Pezo efetuando um tiro de revlver nas costas de Patro, o qual caiu ao solo,

    prximo da sarjeta. Em seguida, viu Pezo efetuar outros trs disparos na direo de Patro, todavia,

    no soube precisar onde referidos tiros atingiram a vtima, pois neste instante saiu correndo em direo a

    sua casa. Por fim, alegou que viu Jorginho e Pirulito consumindo cervejas com Patro e Pezo, e

    que estes correram para dentro do balco do bar quando Pezo efetuou o primeiro disparo.

    Conversamos (policiais Joo da Costa e Manuel da Mata) com Maria de Ftima (nome social

    Fatinha, nascida em 15/01/78, natural de Mundo Possvel/PC, domstica, RG 323232 SSP/PC, parda,

    solteira, filha de Maria de Jesus e Pedro Paulo de Jesus, residente na Rua do lcool, nmero 12, bairro Das

    Flores, Mundo Possvel/PC, telefone 2025-0000, sem antecedentes criminais, a qual trajava cala jeans azul,

    blusa amarela e sandlia feminina preta, aparentava estar calma e, ao que tudo indica, no possua

    qualquer vnculo afetivo com a vtima ou o suposto autor do crime), a qual declarou que caminhava em

    direo ao Mercado Boa Compra, localizado prximo Praa da Aleluia, no bairro Das Flores, quando ao

    passar defronte ao Bar do Zezo (na calada que fica do outro lado da Rua), viu Pezo perseguindo

    Patro com algo brilhante na mo, e que antes do ltimo atingir a via pblica (Rua do lcool), escutou um

    barulho forte, o qual aparentava ser de disparo de arma de fogo, instante em que Patro caiu ao solo,

    prximo da sarjeta. Pezo, em ato contnuo, de posse de algo que aparentava ser um revlver, efetuou

    trs disparos na direo de Patro. Aps, jogou o objeto brilhante no cho e saiu correndo, no sendo

    mais visto ou encontrado at ento. Declarou ainda que Pezo, quando de sua fuga, deixou cair o bon

    que usava (cor branca), o qual ficou cado prximo ao corpo de Patro. Afirmou categoricamente que os

    Foto 1

    Foto 2

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    policiais militares chegaram ao local do crime logo aps este ter ocorrido, e que isolaram o mesmo

    rapidamente, no permitindo o seu acesso at a chegada da viatura da Polcia Civil. Por fim, externou que

    teme por represlias, pois Pezo pessoa violenta e j esteve preso.

    Conversamos (policiais Jos da Silva, Joo da Costa e Manuel da Mata) com Jorge da Fonseca

    (nome social Jorginho, nascido em 01/01/75, natural de Mundo Possvel/PC, filho de Joo da Fonseca e

    Madalena da Fonseca, pardo, solteiro, padeiro do estabelecimento comercial denominado Padaria da

    Sade, RG 12.123.345-0, residente na Rua da Felicidade, n 48, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC telefone

    2025-1010, o qual j cumpriu pena na Penitenciria II de Mundo Possvel/PC pela prtica do delito de

    roubo, amigo pessoal de Patro e Pezo, dependente qumico de maconha, o qual trajava short preto,

    camiseta cavada branca e bon preto, e aparentava estar tenso) e Marcio da Paz (nome social Pirulito,

    nascido em 07/07/69, natural de Mundo Possvel/PC, branco, convivente, filho de Porto da Paz e Jussara da

    Paz, RG 11.121.365-8 SSP/PC, balconista da Padaria da Sade, residente na Rua da Felicidade, n 57,

    bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC, telefone 2025-1011, o qual se encontra cumprindo pena, em regime

    aberto, pela prtica do delito de roubo, responde processo criminal pela prtica de trs delitos de furto, e

    que, no momento da entrevista, estava trajando camiseta azul clara, cala jeans preta e sapato preto, e

    aparentava estar calmo), os quais alegaram que no dia 06/12/12, por volta das 15h35, estavam com

    Pezo e Patro consumindo bebidas alcolicas no interior do Bar do Zezo, quando em dado

    momento, Pezo, j embriagado, passou a exigir de Patro a importncia de R$ 100,00, valor este

    referente venda de vinte pacotes de cigarro, os quais foram furtados pela dupla do interior da Padaria da

    Sade, onde trabalhavam. Segundo Jorge e Marcio, a discusso perdurou por cerca de trs minutos, sendo

    presenciada por outros clientes que estavam no interior do bar, entre eles, o lder comunitrio Juju. Em

    dado momento, Pezo levantou da cadeira e sacou um revlver, apontando-o na direo de Patro, o

    qual levantou-se rapidamente da cadeira que estava sentado e correu em direo rua, sendo seguido por

    Pezo, que efetuou um disparo, atingindo Patro nas costas, o que provocou a sua queda prximo

    sarjeta.

    Ainda segundo Jorge e Marcio, Pezo se aproximou de Patro e efetuou outros trs disparos,

    um nas costas e dois na cabea, quando ento jogou a arma de fogo no cho e empreendeu fuga, no

    sendo mais visto ou localizado desde ento. Afirmaram tambm que no momento da fuga o bon que

    Pezo usava na cabea caiu, ficando prximo ao corpo de Patro, o qual aparentava estar sem vida.

    Externaram tambm que depois dos tiros se esconderam atrs do balco do Bar do Zezo, l

    permanecendo at a chegada da Polcia Militar, o que ocorreu em torno de cinco minutos aps o crime, e

    que ningum chegou perto do corpo de Patro at ento, pois temiam que Pezo pudesse voltar cena

    do crime.

    Por fim, Jorge e Marcio afirmaram que eram amigos de Pezo e Patro, e que j foram presos

    por terem praticado um roubo a uma joalheria, todavia, que desde ento no praticaram outros delitos

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    juntos, pois temiam voltar para a priso, todavia, Pezo e Patro, por conta do vcio em drogas ilegais e

    lcool, continuavam a praticar pequenos furtos, como o ocorrido na padaria onde trabalhavam.

    Conversamos (policial Jos da Silva) com Patrcia de Mattos (nome social Pat, estudante, RG

    313125 SSP/PC, filha de Maria de Mattos e Josu de Mattos, tcnica em enfermagem no Hospital Vida

    Longa localizado na rea central de Mundo Possvel -, natural de Mundo Real/PC, nascida em 05/01/64,

    residente na residente na Rua da Felicidade, n 32, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC, telefone 9999-0505,

    nvel superior incompleto, sem passagens pela polcia, a qual trajava cala jeans, camiseta e tnis, todos na

    cor branca, e estava abalada emocionalmente com a morte de Patro), a qual alegou que estava em sua

    casa quando soube da morte do seu irmo. Externou que, assim que soube do crime, se dirigiu

    imediatamente ao Bar do Zezo, onde tudo teria ocorrido, tendo visualizado, ao chegar ao local, que seu

    irmo estava cado na rua, prximo da sarjeta, j sem vida, e que dois policiais militares preservavam a

    cena do crime com uma faixa amarela e preta, os quais impediram a sua entrada no permetro de

    isolamento. Afirmou tambm que ouviu Jorginho, Pirulito e Juju afirmarem aos policiais militares, e depois

    aos policiais civis, que o autor do crime seria Pezo, e que este havia empreendido fuga aps matar

    Patro, no sendo mais visto ou localizado desde ento. Por fim, disse que acreditava que Pezo

    poderia estar escondido na casa de Maurcio Pamplona (nome social Picada de Cobra), localizada na

    Favela do Piolho, bairro Jardim das Olivas, Mundo Possvel/PC, pois ele e seu irmo, quando desejavam

    usar drogas ou se esconder da polcia (aps a prtica de algum crime), ficavam naquele local (fato este

    confidenciado informalmente a Jos da Silva, Delegado de Polcia do DHPP).

    6. Das Investigaes Preliminares:

    A equipe de investigao preliminar adotou, dentre outras, as seguintes providncias:

    Policiais civis caracterizados: deslocaram-se ao local do crime com viatura caracterizada;

    qualificaram e ouviram informalmente as testemunhas Patrcia de Mattos, Jorge da Fonseca , Marcio da

    Paz, Cassandro Fontana, Maria de Ftima e Patrcia de Mattos; qualificaram e ouviram informalmente os

    policiais militares Josu de Padua (Soldado PM matrcula n 200000) e Marcelo de Souza (Soldado PM

    matrcula 200001); identificaram e acompanharam os trabalhos periciais dos peritos criminais Rogrio

    Coelho (matrcula 100888) e Paulo Peanha Neto (matrcula 100889); identificaram Alex Pentanha

    (matrcula 145145) e Luiz da Cunha (matrcula), servidores do IML de Mundo Possvel/PC, e acompanharam

    a remoo do corpo da vtima (que foi levado ao IML pelo veculo oficial placa BRZ 6666); checaram nos

    bancos de dados estadual e federal todas as pessoas identificadas e/ou qualificadas no local do crime;

    elaboraram o BO/PC n 0432/12; requisitaram (autoridade policial) exame pericial do tipo local de crime

    (incluindo pedido de exame perinecroscpico); fotografaram e filmaram o local do crime (com enfoque

    especial para o corpo da vtima, os vestgios encontrados, o suposto instrumento do crime, vizinhos,

    curiosos e testemunhas presentes no local e veculos oficiais) e suas imediaes.

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    Policiais civis descaracterizados: deslocaram-se ao local do crime com viatura descaracterizada,

    a qual ficou estacionada a cerca de duzentos metros de distncia da cena do crime; permaneceram entres

    os curiosos (na parte externa do isolamento) coletando, de forma dissimulada, dados e informaes sobre

    as circunstncias do homicdio, a vtima, o suposto autor e testemunhas, amigos e inimigos dos envolvidos,

    o furto de cigarros ocorrido na Padaria da Sade (crime este ligado possvel motivao do homicdio) e

    outros delitos praticados pela vtima e o suposto autor do homicdio; verificaram a existncia de

    equipamentos de vigilncia no local do crime (no encontrados); identificaram, fotografaram e filmaram

    imveis com viso para o local do crime (possibilitando a identificao de possveis testemunhas oculares

    do homicdio); filmaram e fotografaram (de forma dissimulada) as residncias de Pezo e Patro, bem

    como o Bar do Zezo e todas as pessoas que estavam no seu interior; pesquisaram o paradeiro de

    Pezo, sendo apontado por Pat (aos policiais caracterizados) que o mesmo poderia estar escondido na

    casa de Maurcio Pamplona, nome social Picada de Cobra, localizada na Favela do Piolho, bairro Jardim

    das Olivas, Mundo Possvel/PC; com a viatura descaracterizada, realizaram deslocamentos na Favela do

    Piolho com o fim de localizar Pezo e identificar a residncia de Picada de Cobra, todavia, referidas

    diligncias restaram infrutferas.

    7. Da Concluso:

    Com base nos dados e informaes coletados durante a investigao preliminar, verifica-se que

    06/12/12, por volta das 15h35, estavam Pezo, Patro, Jorginho e Pirulito consumindo bebidas

    alcolicas no interior do Bar do Zezo, quando em dado momento, o primeiro, sob o efeito de lcool,

    passou a exigir do segundo a importncia de R$ 100,00, valor este referente venda de vinte pacotes de

    cigarro, os quais foram subtrados pela dupla do interior da Padaria da Sade (conforme narrado no

    BO/PC n 0325/12), onde trabalhavam.

    Como Patro se recusava em entregar a quantia requerida, Pezo, no calor da discusso,

    levantou da cadeira e sacou um revlver, apontando-o na direo do primeiro, o qual levantou-se

    rapidamente e correu em direo rua, sendo perseguido por Pezo, o qual efetuou um disparo nas

    costas do primeiro, o que provocou a sua queda (prximo sarjeta).

    Em ato contnuo, Pezo se aproximou de Patro e efetuou outros trs disparos, um nas costas

    e dois na cabea, jogou a arma de fogo no cho e empreendeu fuga, no sendo mais visto ou localizado

    desde ento.

    Pezo, no momento da fuga, acabou derrubando o bon que usava, ficando este depositado no

    solo, prximo ao corpo da vtima (o qual aparentava estar sem vida).

    Do exposto, conclui-se que Joo Guerra Junior, nome social Pezo (j qualificado), na data,

    horrio e local citados acima, mediante o emprego de arma de fogo do tipo revlver, retirou a vida de

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    Patrocnio de Mattos, nome social Patro (j qualificado), o que foi presenciado por Jorge da Fonseca ,

    nome social Jorginho (j qualificado), Marcio da Paz, nome social Pirulito, Cassandro Fontana, nome

    social Juju (j qualificado), e Maria de Ftima, nome social Fatinha (j qualificada), os quais foram

    ouvidos informalmente pelos integrantes da equipe de investigao preliminar.

    Buscando subsidiar o planejamento operacional da investigao de seguimento, sugerimos:

    Com a devida celeridade, que as testemunhas Jorge da Fonseca, nome social Jorginho (j

    qualificado), Marcio da Paz, nome social Pirulito, Cassandro Fontana, nome social Juju (j qualificado), e

    Maria de Ftima, nome social Fatinha (j qualificada), sejam intimadas e ouvidas formalmente;

    Que seja oficializado ao comandante da Polcia Militar de Mundo Possvel/PC requerendo a

    apresentao dos policiais militares Josu de Padua (Soldado PM matrcula n 200000) e Marcelo de Souza

    (Soldado PM matrcula 200001), os quais devero comparecer na sede da Delegacia Especializada de

    Homicdios para prestar depoimento;

    Que seja requisitado exame pericial de confronto balstico entre a arma de fogo coletada no

    local do crime pelos peritos criminais e os projteis encontrados pelo mdico legista (durante o exame de

    necropsia) no corpo de Patrocnio de Mattos, nome social Patro (vtima do homicdio);

    Que seja requisitada a coleta de material biolgico no bon apreendido (possivelmente

    pertencente ao agressor - Pezo), isso com o fim de possibilitar uma futura identificao por meio de

    exame de DNA e, se for o caso, o confronto com o material biolgico de outros suspeitos;

    Que seja expedida ordem de misso policial com o fim de identificar e qualificar o proprietrio

    da Padaria da Sade, o qual dever ser intimado e ouvido formalmente sobre os fatos narrados no BO/PC

    n 0325/12 (referente subtrao de cigarros ocorrida em 04/12/12);

    Com base no mtodo da detonao1 e visando a comprovar a motivao do crime (com a

    localizao dos cigarros subtrados ou de parte deles), que seja representado pela decretao de busca e

    apreenso domiciliar nas residncias de Patrocnio de Mattos, nome social Patro (Rua da Felicidade, n

    32, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC), e de Joo Guerra Junior, nome social Pezo (Rua da Alegria, n

    101, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC);

    Buscando subsidiar o cumprimento dos mandados de busca e apreenso domiciliar acima

    descritos, que seja realizada operao de inteligncia policial de reconhecimento dos imveis localizadas na

    Rua da Alegria, n 101, e na Rua da Felicidade, n 32, ambas no bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC;

    Que Patrcia de Mattos, nome social Pat (j qualificada), seja intimada e ouvida formalmente

    sobre os dados narrados equipe de investigao;

    1 Mtodo de se processar a busca de provas de um homicdio, disponvel no Curso EAD-SENASP: Investigao de

    Homicdio 1.

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    18

    Que seja expedida ordem de misso policial com o fim de qualificar Jos Assuno das Dores

    Neto, proprietrio do estabelecimento comercial denominado Bar do Zezo, o qual dever ser intimado

    para prestar depoimento acerca dos fatos narrados neste relatrio;

    Com base no mtodo do rastejamento2, que seja expedida ordem de misso policial com o fim

    de identificar e qualificar Maurcio Pamplona, nome social Picada de Cobra, e de localizar e fotografar a

    sua residncia (possivelmente localizada na Favela do Piolho, bairro Jardim das Olivas, Mundo Possvel/PC);

    Que seja representado pela decretao da priso preventiva de Joo Guerra Junior, nome

    social Pezo, filho de Joo Guerra e Maria Guerra, natural de Mundo Real/PC, nascido em 06/02/73 (39

    anos), profisso padeiro (empresa Padaria da Sade, localizada na Rua dos Pes, n 1, bairro Saudade,

    Mundo Possvel/PC), pardo, olhos castanhos, com cerca de 1,55 metro de altura e 90 quilos (obeso),

    cabelos castanhos, residente na Rua da Alegria, n 101, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC.

    Uma vez identificado o endereo de Maurcio Pamplona, nome social Picada de Cobra, e

    buscando subsidiar o cumprimento do mandado de priso preventiva acima descrito, que seja realizada

    operao de inteligncia policial de vigilncia; e,

    De posse das informaes acima descritas, que seja cumprido, de forma concomitante, os

    mandados de busca e apreenso domiciliar e de priso preventiva decretados.

    o relatrio.

    ____________________ Delegado de Polcia

    ____________________

    Escrivo de Polcia

    ___________________________ Agente (ou Investigador) de Polcia

    ____________________________ Agente (ou Investigador) de Polcia

    ___________________________

    Agente (ou Investigador) de Polcia

    2 Mtodo utilizado para apurao do crime de homicdio, disponvel no Curso EAD-SENASP: Investigao de

    Homicdio 1.

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    19

    Anexo 2 (Modelo fictcio de relatrio de investigao em local de crime homicdio 2 autoria desconhecida)

    RELATRIO DE INVESTIGAO EM LOCAL DE CRIME

    1. Dados de Identificao:

    Equipe: Jos da Silva, Delegado de Polcia do DHPP (equipe 1 caracterizado viatura placa BRZ 2013),

    matrcula n 100100; Joo da Costa, Escrivo de Polcia do DHPP (equipe 1 - caracterizado - viatura placa

    BRZ 2013), matrcula n 100101; Manuel da Mata, Investigador de Polcia do DHPP (equipe 1

    caracterizado - viatura placa BRZ 2013), matrcula n 100102; Marcelo Jordo, Investigador de Polcia do

    DHPP (equipe 1 descaracterizado - viatura placa BRZ 2014), matrcula n 100103; e, Mateus Souza,

    Investigador de Polcia do DHPP (equipe 1 descaracterizado - viatura placa BRZ 2014), matrcula n

    100104.

    Vtima: Patrocnio de Mattos, nome social Patro, RG 212121 SSP/PC, filho de Maria de Mattos e Josu

    de Mattos, natural de Mundo Real/PC, nascido em 05/01/74 (38 anos), profisso padeiro (empresa

    Padaria da Sade, localizada na Rua dos Pes, n 1, bairro Saudade, Mundo Possvel/PC), pardo, olhos

    castanhos, com cerca de 1,74 metro de altura e 60 quilos (magro), cabelos castanhos (crespos e baixos),

    residente na Rua da Felicidade, n 32, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC, o qual trajava bermuda azul e

    camiseta branca (com manchas de sangue), calava tnis preto (com barro de colorao branca),

    apresentava sinais de perfurao por projtil de arma de fogo nas costas e na cabea (morte recente),

    frequentava o Bar do Zezo (Rua do lcool, sem nmero, bairro Das Flores, Mundo Possvel/PC),

    dependente qumico e consumidor contumaz de lcool, sem inimigos declarados, amigo de Jorge da

    Fonseca (testemunha) e Marcio da Paz (testemunha), com antecedentes criminais (IP n 034/12 furto

    qualificado -, IP n 094/12 furto simples -, TCO n 026/12 Art. 28 da Lei n 11.343/06).

    Instrumento do crime: no localizado (possivelmente um revlver calibre 38).

    Suspeito: no identificado.

    Natureza da Ocorrncia: Art. 121, caput e 2 Inciso IV do CP (homicdio qualificado por recurso que

    dificultou a defesa da vtima)

    2. Dados Preliminares:

    Informamos que no dia 06/12/12, por volta das 16h00, fomos informados por pessoa no

    identificada (denncia annima), por meio do telefone emergencial 190 (atendido pelo Sd PM Manuel

    Constante da Cruz - matrcula n 100102), que nas proximidades do Bar do Zezo, na Rua do lcool, sem

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    nmero, bairro Das Flores, Mundo Possvel/PC (latitude 20 05' 20" S e longitude 46 55' 10" W), uma

    pessoa do sexo masculino, conhecida no bairro pelo nome social Patro, cor parda, trajando bermuda

    azul e camiseta branca, teria sido atingida por vrios disparos de arma de fogo, os quais foram efetuados

    por uma pessoa do sexo masculino (no identificada), obesa, a qual usava bermuda branca, camiseta preta

    e bon branco, que aps os tiros empreendeu fuga, no sendo mais visto ou localizado desde ento.

    3. Dos fatos:

    Ao chegarmos ao local do fato (externo e aberto via pblica), por volta das 16h12, nos

    deparamos com uma viatura da Polcia Militar (placas BRZ 2015, prefixo M-1212) estacionada a cerca de

    cinco metros de distncia de um cordo de isolamento de cores amarela e preta, o qual separava uma rea

    com cerca de vinte e seis metros quadrados (interior do Bar do Zezo), parte da calada existente

    defronte ao referido estabelecimento comercial (pertencente a Jos Assuno das Dores Neto, RG n

    21.258.258-8 SSP/PC, filho de Jos Assuno das Dores Filho e Maria das Dores, residente na Rua do lcool,

    sem nmero fundos -, bairro Das Flores, Mundo Possvel/PC) e uma parcela da via pblica (vide croqui e

    anexo fotogrfico), a qual continha em seu interior o corpo de um homem (nome social Patro) de

    aproximadamente 35 anos de idade, cor parda, vestido com bermuda azul e camiseta branca, aparentando

    ter sido atingido por disparos de arma de fogo na cabea e nas costas (havia muito sangue na camiseta, na

    regio das costas, na cabea e ao redor da parte superior do corpo). Havia tambm no permetro isolado,

    depositado no solo, um aparelho celular (distante um metro da vtima) e um bon branco (distante trs

    metros da vtima).

    O supracitado permetro de isolamento estava sendo preservado pelos policiais militares Josu de

    Padua (Soldado PM matrcula n 200000) e Marcelo de Souza (Soldado PM matrcula 200001), os quais

    estavam na parte externa do cordo de isolamento, prximos a este, sendo que, um deles (Josu), estava a

    aproximadamente dois metros da entrada do Bar do Zezo, sobre a calada, e o outro (Marcelo), entre a

    viatura policial e o cordo de isolamento.

    Na parte interna do isolamento no havia qualquer pessoa, todavia, na parte externa (muito

    prximo ao cordo de isolamento), havia um pequeno aglomerado de pessoas, entre elas dois reprteres

    (Maxuel Ju e Jacson Damaceno, telefones 9925-1111 e 9925-1112, respectivamente) do jornal (imprensa

    escrita) denominado A Hora do Crime, o lder comunitrio Cassandro Fontana (nome social Juju, filho

    de Sebastio da Fonseca e Maria Jos da Fonseca, pintor, RG 23.712.321-7 SSP/PC, residente na Rua do

    lcool, n 13, bairro Das Flores, Mundo Possvel/PC, telefone 9925-0003), Jorge da Fonseca (nome social

    Jorginho, filho de Joo da Fonseca e Madalena da Fonseca, padeiro da Padaria da Sade, RG

    12.123.345-0, residente na Rua da Felicidade, n 48, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC telefone 2025-

    1010), Marcio da Paz (nome social Pirulito, filho de Porto da Paz e Jussara da Paz, RG 11.121.365-8

    SSP/PC, balconista da Padaria da Sade, residente na Rua da Felicidade, n 57, bairro Sorriso, Mundo

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    Possvel/PC telefone 2025-1011) e Patrcia de Mattos (nome social Pat, estudante, RG 313125 SSP/PC,

    filha de Maria de Mattos e Josu de Mattos, estudante, natural de Mundo Real/PC, nascida em 05/01/64,

    residente na Rua da Felicidade, n 32, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC, telefone 9999-0505).

    Segundo verso apresentada pelas pessoas que foram ouvidas informalmente (Josu de Padua,

    Marcelo de Souza, Cassandro Fontana, Jorge da Fonseca, Marcio da Paz e Patrcia de Mattos) pelos

    integrantes caracterizados da equipe de investigao preliminar, os policiais militares descritos acima

    chegaram ao local do crime minutos depois da prtica delitiva (aps cinco ou seis minutos, pois realizavam

    patrulhamento ostensivo nas proximidades), quando ento, sem que ocorresse qualquer tipo de

    interveno (a vtima estava nitidamente sem vida, no sendo possvel prestar qualquer tipo de socorro),

    isolaram o local, impedindo o acesso de terceiros (tornando-o, em tese, idneo), o que foi confirmado in

    loco pela equipe, que no vislumbrou qualquer indcio ou vestgio que levasse a crer que tivesse ocorrido,

    culposa ou dolosamente, a adulterao do local (o que foi favorecido pelas condies climticas, que eram

    boas), ou ainda, que tivesse ocorrido qualquer tipo de subtrao de documentos, objetos, valores em

    dinheiro ou substncias (os vestgios encontrados, ao que tudo indica, estavam intactos, conforme

    demonstrado no anexo fotogrfico).

    Os integrantes descaracterizados da equipe de investigao preliminar, assim que chegaram ao

    local, ouviram dilogos (das pessoas que estavam na parte externa do isolamento, as quais, na sua maioria,

    eram moradores do bairro Das Flores - vizinhos e curiosos) que narravam, alm de outros fatos, que

    Patro (vtima), Jorge da Fonseca (testemunha) e Marcio da Paz (testemunha) consumiam bebidas

    alcolicas no interior do Bar do Zezo quando em dado momento, uma pessoa do sexo masculino, obesa,

    a qual usava bermuda branca, camiseta preta e bon branco, sem dizer qualquer palavra, parou defronte

    ao Patro e sacou uma arma de fogo (possivelmente um revlver), instante em que Patro, percebendo

    que poderia ser alvejado, tentou empreender fuga, todavia, acabou sendo atingido nas costas por um dos

    disparos (quando corria para fora do Bar do Zezo), quando ento caiu ao solo, tendo o agressor, em ato

    contnuo, efetuado mais um disparo nas costas e outros dois na cabea, sendo tudo presenciado por Jorge

    da Fonseca e Marcio da Paz, que acabaram se escondendo dentro do balco do bar.

    O agressor, assim que efetuou os disparos, empreendeu fuga (tendo derrubado, prximo ao

    corpo da vtima, o bon que estava na sua cabea, isso ao sair correndo) em uma motocicleta

    (possivelmente marca Honda, cor azul, modelo CG 125 Titan, com placa no identificada), conduzida por

    uma segunda pessoa (no identificada), a qual estava nas proximidades do local, no sendo mais visto ou

    encontrando desde ento.

    Alguns moradores locais, tambm observados pelos integrantes descaracterizados da equipe de

    investigao preliminar, afirmaram que a viatura da Polcia Militar chegou ao local rapidamente, todavia, o

    agressor e seu comparsa (condutor da motocicleta) j haviam foragido, o que impediu suas prises.

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    Segundo informado por Cassandro Fontana (testemunha ouvida informalmente pelos policiais

    caracterizados da equipe de investigao preliminar), Jorge da Fonseca (testemunha), Marcio da Paz

    (testemunha) e Patrocnio de Mattos (Patro) eram amigos de infncia e j foram presos, no ano de 2011,

    por terem roubado uma joalheria existente na rea central da cidade, e que apesar de Jorge e Marcio

    terem parado de praticar delitos desde ento, Patro, mesmo trabalhando na Padaria da Sade,

    continuava a praticar crimes (na sua maioria, pequenos furtos), isso para sustentar a dependncia qumica

    que possuam em pasta base de cocana e lcool.

    Patrcia de Mattos, irm de Patro, afirmou informalmente a Jos da Silva, Delegado de Polcia

    do DHPP, que Patro, quando desejava usar drogas ou se esconder (aps a prtica de algum crime),

    ficava na casa de Maurcio Pamplona (nome social Picada de Cobra), localizada na Favela do Piolho, bairro

    Jardim das Olivas, Mundo Possvel/PC, cuja localizao ela no sabia precisar.

    4. Dos Trabalhos Periciais:

    Compareceram ao local, por volta das 17h01, os peritos criminais Rogrio Coelho (matrcula

    100888, da equipe 1 do Ncleo de Percias Criminais de Mundo Possvel/PC viatura BRZ 8889) e Paulo

    Peanha Neto (matrcula 100889, da equipe 1 do Ncleo de Percias Criminais de Mundo Possvel/PC

    viatura BRZ 8889), os quais, antes de adentrar ao permetro de isolamento, mantiveram contato com os

    policiais militares que preservavam o local (Josu de Pdua e Marcelo de Souza) e com os policiais civis

    caracterizados. Depois de obterem informaes sobre o local do crime e sua preservao (ou seja, todos os

    dados acima descritos), iniciaram os trabalhos periciais, sendo os vestgios (percurso usado pela vtima e

    seu algoz durante a perseguio, com suas respectivas marcas de calado e de sangue, revlver calibre 38,

    celular e bon branco) fotografados de vrios ngulos e distncias e, em seguida, recolhidos (celular e bon

    branco) em sacos plsticos com timbre do rgo pericial, lacre e numerao.

    Em ato contnuo, os supracitados peritos criminais realizaram exame nas vestes do cadver e,

    logo aps, nas imediaes (perinecroscpico), cujos trabalhos se encerraram por volta das 19h07.

    Ao final, Rogrio e Paulo descreveram ao Delegado de Polcia Jos da Silva que, segundo os

    vestgios observados na cena do crime, a vtima estava no interior do Bar do Zezo quando, em dado

    momento, empreendeu fuga (constatado pela cadeira de plstico cada ao solo), sendo perseguida por seu

    algoz, o qual desferiu um disparo de arma de fogo em suas costas, isso enquanto tentava transpor a

    calada existente defronte ao citado bar (em direo Rua do lcool), vindo a cair prximo sarjeta,

    quando ento foi novamente alvejada nas costas (por outro disparo) e na cabea (por outros dois disparos),

    produzindo a sua morte.

    Aps analisarem o corpo da vtima, constataram que os projteis dos disparos efetuados no

    transfixaram o corpo (constataram apenas quatro orifcios de entrada e nenhum de sada), estando, ao que

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    tudo indica, depositados no interior do corpo (o que poder ser confirmado por meio do exame pericial de

    necropsia).

    Por fim, encerrados os trabalhos periciais e as aes investigativas preliminares, o delegado de

    polcia Jos da Silva liberou o local do crime s 19h29 do dia 06/12/12, sendo o corpo da vtima recolhido

    por Alex Pentanha (matrcula 145145, da equipe 3 do IML de Mundo Possvel/PC veculo oficial placa BRZ

    6666) e Luiz da Cunha (matrcula 145149, da equipe 3 do IML de Mundo Possvel/PC veculo oficial placa

    BRZ 6666) e enviado ao Instituto Mdico Legal de Mundo Possvel/PC (localizado na Rua da Boa Morte, n

    666, bairro Centro, Mundo Possvel/PC), onde foi submetido a necropsia pelo mdico legista Manoel Tyss

    (matrcula 126126), o qual externou, ao final dos exames periciais, que no interior do corpo da vtima

    foram encontrados, depositados no pulmo direito e no fgado, dois projteis de arma de fogo calibre 38, e

    no interior do crnio, outros dois projteis do mesmo calibre, sendo todos entregues (envelope lacrado n

    1258975) ao perito criminal Rogrio Coelho (matrcula 100888, da equipe 1 do Ncleo de Percias Criminais

    de Mundo Possvel/PC).

    Para ilustrar a cena do crime, segue abaixo croqui detalhado daquilo que foi levantado no local

    pela equipe de investigao preliminar e pelos peritos criminais, bem como as fotografias produzidas:

    Croqui

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    Fotografias

    5. Das Testemunhas:

    Conversamos (policiais Jos da Silva e Manuel da Mata) com Cassandro Fontana (nome social

    Juju, nascido em 13/06/78, pardo, vivo, corretor de imveis, filho de Sebastio da Fonseca e Maria Jos

    da Fonseca, pintor, RG 23.712.321-7 SSP/PC, residente na Rua do lcool, n 13, bairro Das Flores, Mundo

    Possvel/PC, telefone 9925-0003, formado em administrao, o qual trajava bermuda branca, camisa preta

    e chinelos amarelos, sem antecedentes criminais), o qual afirmou que em 06/12/12, por volta das 15h45,

    estava no interior do Bar do Zezo consumindo cervejas quando em dado momento escutou o barulho de

    cadeiras caindo e de algum correndo, e ao olhar para trs, viu uma pessoa do sexo masculino, obesa, a

    qual usava bermuda branca, camiseta preta e bon branco, efetuando um tiro de revlver nas costas de

    Patro, o qual caiu ao solo, prximo da sarjeta. Em seguida, viu o citado agressor efetuando outros trs

    disparos na direo de Patro, todavia, no soube precisar onde referidos tiros atingiram a vtima, pois

    neste instante saiu correndo em direo a sua casa. Por fim, alegou que viu Jorginho e Pirulito

    consumindo cervejas com Patro, e que estes correram para dentro do balco do bar quando o agressor

    efetuou o primeiro disparo.

    Conversamos (policiais Jos da Silva, Joo da Costa e Manuel da Mata) com Jorge da Fonseca

    (nome social Jorginho, nascido em 01/01/75, natural de Mundo Possvel/PC, filho de Joo da Fonseca e

    Madalena da Fonseca, pardo, solteiro, padeiro do estabelecimento comercial denominado Padaria da

    Sade, RG 12.123.345-0, residente na Rua da Felicidade, n 48, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC telefone

    2025-1010, o qual j cumpriu pena na Penitenciria II de Mundo Possvel/PC pela prtica do delito de

    roubo, amigo pessoal de Patro, dependente qumico de maconha, o qual trajava short preto, camiseta

    cavada branca e bon preto, e aparentava estar tenso) e Marcio da Paz (nome social Pirulito, nascido em

    07/07/69, natural de Mundo Possvel/PC, branco, convivente, filho de Porto da Paz e Jussara da Paz, RG

    11.121.365-8 SSP/PC, balconista da Padaria da Sade, residente na Rua da Felicidade, n 57, bairro

    Sorriso, Mundo Possvel/PC telefone 2025-1011, o qual se encontra cumprindo pena, em regime aberto,

    pela prtica do delito de roubo, responde processo criminal pela prtica de trs delitos de furto, e que, no

    momento da entrevista, estava trajando camiseta azul clara, cala jeans preta e sapato preto, e aparentava

    estar calmo), os quais alegaram que no dia 06/12/12, por volta das 15h35, estavam com Patro

    consumindo bebidas alcolicas no interior do Bar do Zezo, quando em dado momento, uma pessoa do

    Foto 1

    Foto 2

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    sexo masculino, obesa, a qual usava bermuda branca, camiseta preta e bon branco, parou defronte a

    mesa onde estavam e sacou um revlver, apontando-o na direo de Patro, o qual levantou-se

    rapidamente da cadeira que estava sentado e correu em direo rua, sendo seguido pelo agressor, que

    efetuou um disparo, atingindo Patro nas costas, o que provocou a sua queda prximo sarjeta.

    Ainda segundo Jorge e Marcio, o supracitado agressor se aproximou de Patro e efetuou outros

    trs disparos, um nas costas e dois na cabea, quando ento empreendeu fuga, no sendo mais visto ou

    localizado desde ento. Afirmaram tambm que no momento da fuga o bon usado pelo agressor caiu,

    ficando prximo ao corpo de Patro, o qual aparentava estar sem vida.

    Externaram tambm que depois dos tiros se esconderam atrs do balco do Bar do Zezo, l

    permanecendo at a chegada da Polcia Militar, o que ocorreu em torno de cinco minutos aps o crime, e

    que ningum chegou perto do corpo de Patro at ento, pois temiam que o agressor pudesse voltar

    cena do crime.

    Por fim, Jorge e Marcio afirmaram que eram amigos de Patro, e que j foram presos por terem

    praticado um roubo a uma joalheria, todavia, que desde ento no praticaram outros delitos juntos, pois

    temiam voltar para a priso, todavia, Patro, por conta do vcio em drogas ilegais e lcool, continuava a

    praticar pequenos furtos.

    Conversamos (policial Jos da Silva) com Patrcia de Mattos (nome social Pat, estudante, RG

    313125 SSP/PC, filha de Maria de Mattos e Josu de Mattos, tcnica em enfermagem no Hospital Vida

    Longa localizado na rea central de Mundo Possvel -, natural de Mundo Real/PC, nascida em 05/01/64,

    residente na residente na Rua da Felicidade, n 32, bairro Sorriso, Mundo Possvel/PC, telefone 9999-0505,

    nvel superior incompleto, sem passagens pela polcia, a qual trajava cala jeans, camiseta e tnis, todos na

    cor branca, e estava abalada emocionalmente com a morte de Patro), a qual alegou que estava em sua

    casa quando soube da morte do seu irmo. Externou que, assim que soube do crime, se dirigiu

    imediatamente ao Bar do Zezo, onde tudo teria ocorrido, tendo visualizado, ao chegar ao local, que seu

    irmo estava cado na rua, prximo da sarjeta, j sem vida, e que dois policiais militares preservavam a

    cena do crime com uma faixa amarela e preta, os quais impediram a sua entrada no permetro de

    isolamento. Afirmou tambm que ouviu populares afirmarem aos policiais militares que o autor do crime

    seria uma pessoa do sexo masculino, obesa, a qual usava bermuda branca, camiseta preta e bon branco, e

    que este, aps matar Patro, havia empreendido fuga em uma motocicleta marca Honda, cor azul,

    modelo CG 125 Titan, com placa no identificada, no sendo mais visto ou localizado desde ento. Por fim,

    disse que Patro, por conta do vcio em drogas e buscando se esconder da polcia (quando praticava

    pequenos delitos), sempre ficava na casa de Maurcio Pamplona (nome social Picada de Cobra),

    localizada na Favela do Piolho, bairro Jardim das Olivas, Mundo Possvel/PC (fato este confidenciado

    informalmente a Jos da Silva, Delegado de Polcia do DHPP).

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    6. Das Investigaes Preliminares:

    A equipe de investigao preliminar adotou, dentre outras, as seguintes providncias:

    Policiais civis caracterizados: deslocaram-se ao local do crime com viatura caracterizada;

    qualificaram e ouviram informalmente as testemunhas Patrcia de Mattos, Jorge da Fonseca , Marcio da

    Paz, Cassandro Fontana e Patrcia de Mattos; qualificaram e ouviram informalmente os policiais militares

    Josu de Padua (Soldado PM matrcula n 200000) e Marcelo de Souza (Soldado PM matrcula 200001);

    identificaram e acompanharam os trabalhos periciais dos peritos criminais Rogrio Coelho (matrcula

    100888) e Paulo Peanha Neto (matrcula 100889); identificaram Alex Pentanha (matrcula 145145) e Luiz

    da Cunha (matrcula 145146), servidores do IML de Mundo Possvel/PC, e acompanharam a remoo do

    corpo da vtima (que foi levado ao IML pelo veculo oficial placa BRZ 6666); checaram nos bancos de dados

    estadual e federal todas as pessoas identificadas e/ou qualificadas no local do crime; elaboraram o BO/PC

    n 0432/12; requisitaram (autoridade policial) exame pericial do tipo local de crime (incluindo pedido de

    exame perinecroscpico); fotografaram e filmaram o local do crime (com enfoque especial para o corpo da

    vtima, os vestgios encontrados, vizinhos, curiosos e testemunhas presentes no local e veculos oficiais) e

    suas imediaes.

    Policiais civis descaracterizados: deslocaram-se ao local do crime com viatura descaracterizada,

    a qual ficou estacionada a cerca de duzentos metros de distncia da cena do crime; permaneceram entres

    os curiosos (na parte externa do isolamento) coletando, de forma dissimulada, dados e informaes sobre

    as circunstncias do homicdio, a vtima, o suposto autor e testemunhas, amigos e inimigos dos envolvidos,

    alm de delitos praticados pela vtima; verificaram a existncia de equipamentos de vigilncia no local do

    crime (no encontrados); identificaram, fotografaram e filmaram imveis com viso para o local do crime

    (possibilitando a identificao de possveis testemunhas oculares do homicdio); filmaram e fotografaram

    (de forma dissimulada) a residncia de Patro, bem como o Bar do Zezo e todas as pessoas que

    estavam no seu interior; com a viatura descaracterizada, realizaram deslocamentos na Favela do Piolho

    com o fim de localizar e identificar a residncia de Picada de Cobra, todavia, referidas diligncias

    restaram infrutferas.

    7. Da Concluso:

    Com base nos dados e informaes coletados durante a investigao preliminar, verifica-se que

    06/12/12, por volta das 15h35, estavam Patro, Jorginho e Pirulito consumindo bebidas alcolicas no

    interior do Bar do Zezo, quando em dado momento, pessoa no identificada (do sexo masculino, obesa,

    a qual usava bermuda branca, camiseta preta e bon branco), por motivos ignorados, parou defronte ao

    Patro, sacou um revlver e o apontou na sua direo, tendo este, verificando que poderia ser alvejado,

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    levantado rapidamente e corrido em direo rua, sendo perseguido pelo agressor, o qual efetuou um

    disparo nas costas do primeiro, o que provocou a sua queda (prximo sarjeta).

    Em ato contnuo, o supracitado agressor se aproximou de Patro e efetuou outros trs disparos,

    um nas costas e dois na cabea, tendo, logo aps, empreendido fuga em uma motocicleta (marca Honda,

    cor azul, modelo CG 125 Titan, com placa no identificada), a qual era conduzida por uma pessoa do sexo

    masculino (no identificada), no sendo o agressor e seu comparsa vistos ou localizados desde ento.

    O agressor, no momento da fuga, acabou derrubando o bon que usava, ficando este depositado

    no solo, prximo ao corpo da vtima (o qual aparentava estar sem vida).

    Do exposto, conclui-se que pessoa no identificada, do sexo masculino, obesa, a qual usava

    bermuda branca, camiseta preta e bon branco, na data, horrio e local citados acima, mediante o

    emprego de arma de fogo (possivelmente do tipo revlver), retirou a vida de Patrocnio de Mattos, nome

    social Patro (j qualificado), o que foi presenciado por Jorge da Fonseca , nome social Jorginho (j

    qualificado), Marcio da Paz, nome social Pirulito, e Cassandro Fontana, nome social Juju (j qualificado),

    os quais foram ouvidos informalmente pelos integrantes da equipe de investigao preliminar.

    Buscando subsidiar o planejamento operacional da investigao de seguimento, sugerimos:

    Com a devida celeridade, que as testemunhas Jorge da Fonseca , nome social Jorginho (j

    qualificado), Marcio da Paz, nome social Pirulito, e Cassandro Fontana, nome social Juju (j qualificado),

    sejam intimadas e ouvidas formalmente;

    Que seja oficializado ao comandante da Polcia Militar de Mundo Possvel/PC requerendo a

    apresentao dos policiais militares Josu de Padua (Soldado PM matrcula n 200000) e Marcelo de Souza

    (Soldado PM matrcula 200001), os quais devero comparecer na sede da Delegacia Especializada de

    Homicdios para prestar depoimento;

    Que seja requisitada a coleta de material biolgico no bon apreendido (possivelmente

    pertencente ao agressor), isso com o fim de possibilitar uma futura identificao por meio de exame de

    DNA e, se for o caso, o confronto com o material biolgico de eventuais suspeitos;

    Que Patrcia de Mattos, nome social Pat (j qualificada), seja intimada e ouvida formalmente

    sobre os dados narrados equipe de investigao;

    Que seja expedida ordem de misso policial com o fim de qualificar Jos Assuno das Dores

    Neto, proprietrio do estabelecimento comercial denominado Bar do Zezo, o qual dever ser intimado

    para prestar depoimento acerca dos fatos narrados neste relatrio;

    Que seja requisitado ao rgo pericial a elaborao de retrato falado do suposto autor do

    crime (com base no depoimento das testemunhas Jorge da Fonseca , nome social Jorginho, Marcio da

    Paz, nome social Pirulito, e Cassandro Fontana, nome social Juju);

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    Que seja expedida ordem de misso policial com o fim de encontrar, nas imediaes do local

    do crime (ou no trajeto utilizado para a fuga), cmeras que tenham gravado a prtica delitiva, a fuga do

    agressor e outras aes de interesse para a investigao, identificando, se possvel, a motocicleta utilizada

    na fuga (marca, modelo, cor, placa e outros dados), a qual dever ser submetida a detalhada checagem

    para identificao de seu proprietrio ou possuidor;

    Que seja expedida ordem de misso policial com o fim de identificar, localizar e intimar outras

    testemunhas (que tenham presenciado o crime ou que possuam o conhecimento de dados ou informaes

    de interesse para a investigao), as quais devero ser intimadas para prestar depoimento, e ainda, para

    que sejam adotadas todas as diligncias necessrias ao esclarecimento da autoria, da motivao e das

    circunstncias do crime sob apurao;

    Com base no mtodo do rastejamento3, que seja expedida ordem de misso policial com o fim

    de identificar e qualificar Maurcio Pamplona, nome social Picada de Cobra, e de localizar e fotografar a

    sua residncia (possivelmente localizada na Favela do Piolho, bairro Jardim das Olivas, Mundo Possvel/PC);

    Uma vez identificado o endereo de Maurcio Pamplona, nome social Picada de Cobra, e

    buscando subsidiar uma futura ao (possvel intimao para prestar declaraes, ou ainda, se for o caso,

    um provvel cumprimento de mandado de busca e apreenso domiciliar, um eventual cumprimento de

    mandado de priso, dentre outras medidas de polcia judiciria) por parte da equipe de investigao de

    seguimento, que seja realizada operao de inteligncia policial de vigilncia.

    o relatrio.

    ____________________ Delegado de Polcia

    ____________________

    Escrivo de Polcia

    ___________________________ Agente (ou Investigador) de Polcia

    ____________________________ Agente (ou Investigador) de Polcia

    ___________________________

    Agente (ou Investigador) de Polcia

    3 Mtodo utilizado para apurao do crime de homicdio, disponvel no Curso EAD-SENASP: Investigao de

    Homicdio 1.

  • Ministrio da

    Justia Secretaria Nacional de

    Segurana Pblica

    29

    Anexo 3 (Formulrio para preenchimento da equipe de investigao em local de crime)

    1. Dados Preliminares: Origem da Comunicao

    Data e hora:

    / / Hora: :

    Meio da comunicao:

    Telefone Pessoalmente PM BM GM Outro:

    Nome completo do comunicante: Telefone:

    ( )

    Data de nascimento:

    ____/_____/______

    RG:

    N UF:

    Outro Documento:

    N Tipo:

    Profisso:

    Local do fato

    Endereo Completo:

    N Bairro:

    Cidade: UF:

    Coordenadas:

    Latitude: Longitude:

    Ponto de referncia:

    Data e hora de chegada da equipe ao local:

    / / Hora: :

    Data e hora da sada da equipe do local:

    / / Hora: :

    Natureza da ocorrncia

    Tipo penal: Conduta:

    Houve priso em flagrante? Sim No

    Isolamento e preservao do local

    O local estava isolado?

    Sim No

    Preservado?

    Sim No

    Quem fazia o isolamento e preservao?

    PM BM GM Outro:

    O local estava?

    Idneo Inidneo

    Motivo:

    O local era?

    Interno Externo

    Qual permetro de isolamento?

    Quais as condies climticas? Sol Chuva Nublado

    Nome completo: Matrcula: rgo:

    Nome completo: Matrcula: rgo:

    Nome completo: Matrcula: rgo:

    Veculos oficiais e viaturas da equipe de isolamento:

    Prefixo: rgo/Unidade: Prefixo: rgo/Unidade:

    Descrio da cena e informaes importantes

    Descrever a cena e todas as informaes colhidas no local

  • Ministrio da

    Justia Secretaria Nacional de

    Segurana Pblica

    30

    2. Dados de Identificao:

    Equipe de Investigao

    Nome Completo:

    Matrcula: Cargo: Unidade: Caracterizado:

    Sim No

    Nome Completo:

    Matrcula: Cargo: Unidade: Caracterizado:

    Sim No

    Nome Completo:

    Matrcula: Cargo: Unidade: Caracterizado:

    Sim No

    Nome Completo:

    Matrcula: Cargo: Unidade: Caracterizado:

    Sim No

    Nome Completo:

    Matrcula: Cargo: Unidade: Caracterizado:

    Sim No

    Veculos oficiais e viaturas da equipe:

    Prefixo: rgo/Unidade: Prefixo: rgo/Unidade:

    Vtima

    Nome Completo:

    Alcunha:

    Data de Nascimento:

    ____/_____/______

    Gnero:

    M F

    Cor ou raa:

    Branca Preta Amarela Parda Indgena

    Idade: Peso: Altura:

    Cabelos:

    Olhos: RG:

    N UF:

    Outro Documento:

    N Tipo:

    Profisso:

    Outras caractersticas (cicatrizes, tatuagens, deficincias, etc):

    Endereo Completo:

    N Bairro:

    Cidade: UF:

    Estado fsico:

    Tempo de morte:

    Vestimentas:

    Antecedentes criminais:

    Nome completo da me:

    Nome completo do pai:

    Amigos:

    Inimigos:

    Vcios e lugares que costumava frequentar:

  • Ministrio da

    Justia Secretaria Nacional de

    Segurana Pblica

    31

    Instrumento do crime

    Descrio detalhada:

    Foi apreendido?

    Sim

    No

    Autor ou suspeito

    Nome Completo:

    Alcunha:

    Data de nascimento:

    ____/_____/______

    Gnero:

    M F

    Cor ou raa:

    Branca Preta Amarela Parda Indgena

    Idade: Peso: Altura:

    Cabelos:

    Olhos: RG:

    N UF:

    Outro Documento:

    N Tipo:

    Profisso:

    Outras caractersticas (cicatrizes, tatuagens, deficincias, etc):

    Endereo Completo:

    N Bairro: Cidade: UF:

    Vestimentas:

    Antecedentes criminais:

    Nome completo da me:

    Nome completo do pai:

    Amigos:

    Inimigos:

    Vcios e lugares que costumava frequentar:

    3. Trabalho Pericial

    Equipe de Percia

    Data e hora de chegada ao local:

    / / Hora: :

    Data e hora de liberao do local:

    / / Hora: :

    Os peritos fotografaram o local?

    Sim No

    Nome completo: Matrcula: rgo:

    Nome completo: Matrcula: rgo:

    Nome completo: Matrcula: rgo:

    Veculos oficiais e viaturas da equipe:

    Prefixo: rgo/Unidade: Prefixo: rgo/Unidade:

  • Ministrio da

    Justia Secretaria Nacional de

    Segurana Pblica

    32

    Descrio dos trabalhos periciais:

    Vestgios coletados:

    Impresses da equipe de peritos:

    Outros dados julgados teis:

  • Ministrio da

    Justia Secretaria Nacional de

    Segurana Pblica

    33

    4. Das Testemunhas

    Qualificao

    Nome Completo:

    Alcunha:

    Data de nascimento:

    ____/_____/______

    Gnero:

    M F

    Cor ou raa:

    Branca Preta Amarela Parda Indgena

    Idade: Peso: Altura:

    Cabelos:

    Olhos: RG:

    N UF:

    Outro Documento:

    N Tipo:

    Profisso:

    Outras caractersticas (cicatrizes, tatuagens, deficincias, etc):

    Endereo residencial completo:

    N Bairro:

    Cidade: UF:

    Endereo comercial completo:

    N Bairro:

    Cidade: UF:

    Telefones:

    Residencial: ( ) Comercial: ( ) Celular: ( )

    Nome completo da me:

    Nome completo do pai:

    Informaes relevantes

    Vestimentas:

    Antecedentes criminais:

    Vnculos com a vtima:

    Vnculos com o suspeito:

    Relato da testemunha:

  • Ministrio da

    Justia Secretaria Nacional de

    Segurana Pblica

    34

    5. Das Investigaes Preliminares

    Descrio das aes de forma detalhada

    Da equipe de policiais caracterizados:

    Da equipe de policiais descaracterizados:

    Resultados obtidos:

    Medidas cartorrias efetivadas:

    Demais providncias de polcia judiciria adotadas:

    Impresses da equipe de investigao preliminar:

  • Ministrio da

    Justia Secretaria Nacional de

    Segurana Pblica

    35

    6. Croqui do local

    Desenho do local do crime:

    7. Responsvel pelo preenchimento do formulrio

    Nome Completo: Matrcula: rgo:

  • Ministrio da

    Justia Secretaria Nacional de

    Segurana Pblica

    36

    Anexo 4 (Checklist dos dados e informaes obtidos pela equipe de investigao preliminar)

    DADOS E / OU INFORMAES SIM NO

    Os integrantes da equipe de investigao (caracterizados e descaracterizados) e os respectivos veculos oficiais foram especificados?

    Trata-se de crime consumado?

    A vtima foi socorrida?

    A vtima foi identificada e qualificada?

    H dados ou informaes sobre a vida pregressa da vtima?

    H dados ou informaes sobre a relao da vtima com o suspeito ou autor do crime?

    As condies do corpo da vtima fo