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Relatório 09/09/2015

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Relatório 09/09/2015

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Resumo 3

Varejo 7

Consumo 15

Economia 24

Móveis 49

Móveis Planejados 45

Pesquisa: Consumo do brasileiro na crise (Anexo) 61

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Resumo

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- Muitas pessoas gostam de mudar o ambiente de tempos em tempos. Por isso, matéria indica o uso de móveis soltos, junto a outros planejados e fixos, para que possam ser alterados sempre que os usuários desejarem.

- Atualmente uma das maiores tendências no setor moveleiro, o acabamento em laca dá um toque contemporâneo aos ambientes.

- As vendas de itens de mobiliário tiveram forte queda no primeiro semestre no Grande ABC, com retração de quase 40% na comparação com igual período de 2014, de acordo com estimativa do Sindicato da Indústria de Móveis de São Bernardo e Região.

- Homens também fazem questão de participar ativamente na escolha dos móveis da casa.

- Lojas novas impulsionaram crescimento do varejo nos últimos 5 anos, diz Cielo.

- O crescimento das redes varejistas nos últimos cinco anos foi impulsionado pelo ritmo de inauguração de lojas novas, em especial em segmentos como móveis e eletrodomésticos, farmácias e supermercados, constatou estudo promovido pela Cielo.

- Na crise, desempregados viram empreendedores e investem no próprio negócio.

- Franquias podem se tornar um mau negócio quando franqueador e franqueado deixam de seguir alguns preceitos básicos.

- Matéria lista os desafios para transformar pequena empresa em franquia.

- Franquias que ignorarem tecnologia vão morrer, diz CEO da InternationalFranchise Association (IFA).

- Franquia X Crise: matéria apresenta quatro motivos do porque as franquias estão ganhando essa briga.

- A instabilidade provocada pelas crises política e econômica do país torna complexo o entendimento sobre os indicadores recordes recentes do setor de franquias. Qualquer estudo quanto ao futuro é visto com ceticismo. O momento não é de projeções, mas de análise.

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- Agosto registra o pior resultado na intenção de consumo da capital: 107,8 pontos contra 111,8 registrados em julho.

- Consumo das famílias tem a maior queda desde 1997. Retração no segundo trimestre foi de 2,7% em relação a 2014, segundo dados do IBGE.

- Especialistas temem que alongamento da crise chinesa afete recuperação do Brasil.

- Classe C tem potencial de consumo de R$ 1,35 trilhões.

- Inadimplência do cartão de crédito chegou a 7,5% em junho.

- Busca por crédito entre empresas cai 4,9% em julho ante ano passado, aponta Serasa.

- Copom mantém a taxa básica de juros da economia em 14,25% ao ano.

- Governo enviou nesta segunda para o Congresso proposta de Orçamento para 2016 que prevê déficit de R$ 30,5 bilhões.

- Ajuste fiscal reduz investimento público e tira ainda mais fôlego da economia.

- Governo articula volta da CPMF para cobrir despesas em 2016. Proposta é uma das alternativas para equacionar rombo de mais de R$ 60 bilhões no orçamento do ano que vem.

- Em nota, Fiesp critica ministro da Fazenda pela condução da política econômica.

- Economia vai continuar com dificuldades em 2016, avisa a presidenta Dilma.

- Vendas no varejo paulistano têm queda de 8,5% em agosto, revela ACSP.

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- Sites de redes sociais, como Pinterest e Facebook, ajudam a impulsionar as vendas de varejo online, especialmente por servirem de ponte para que usuários acessem lojas virtuais.

- Até 2020, espera-se que os consumidores das regiões interioranas do Brasil sejam responsáveis por mais de 45% do crescimento do setor de varejo, ou por US$ 60 bilhões em novas compras. No entanto, poucos varejistas do país estão preparados para capitalizar essa oportunidade de crescimento.

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Varejo

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Vendas no varejo paulistano têm queda de 8,5% em agosto, revela ACSPEnquanto as vendas a prazo recuaram 7,2%, no caso dos pagamentos à vista houve retração de 9,8%. No acumulado do ano, o varejo da capital paulista já acumula baixa de 4,7%

As vendas no varejo paulistano tiveram queda anual de 8,5% em agosto, segundo pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Enquanto as vendas a prazo recuaram 7,2%, no caso dos pagamentos à vista houve retração de 9,8%. No acumulado do ano, o varejo da capital paulista já acumula baixa de 4,7%."É um resultado preocupante. Vemos claramente que o Brasil está em recessão, o que desaconselha qualquer alta de juros, assim como aumento ou criação de impostos, sob pena de aprofundar ainda mais a crise", diz Alencar Burti, presidente da ACSP.Já o indicador de registro de inadimplentes registrou retração de 7,8% em agosto na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a ACSP, o resultado significa que menos pessoas estão no vermelho, mas isso acontece porque elas estão comprando menos, em função da conjuntura desfavorável e da concessão mais rigorosa de crédito.Por sua vez, o indicador de recuperação de crédito, que indica a capacidade dos consumidores de quitar ou renegociar seus débitos recuou 12,1% em agosto. "Embora a inadimplência esteja sob controle, vê-se uma propensão a alta, em razão do aumento do desemprego", analisa Burti.

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Redes sociais podem se tornar as novas carteiras móveis?Sites de redes sociais, como Pinterest e Facebook, ajudam a impulsionar as vendas de varejo online, especialmente por servirem de ponte para que usuários acessassem lojas virtuaisDesde o ano passado, temos visto que as redes sociais estão se movimentando em torno e até a favor do mercado varejista digital e online. Facebook e Twitter começaram a testar seus botões de compras ainda no primeiro semestre de 2014 e, já no começo de 2015, Pinterest e Instagram pegaram carona na – até então – tendência, mas que atualmente já dá sinais de uma nova estratégia para o e-commerce e, consequentemente, m-commerce mundial com as chamadas lojas embutidas.Esses botões mostram não apenas posicionamentos das empresas por trás dessas redes sociais em relação ao comércio, mas oportunidades de negócios também aos empresários, empreendedores e – claro –para o outro lado da ponta: o cliente que, por meio das novas funcionalidades e experiência de compra, pode usufruir mais uma atividade dentro das próprias redes sociais já citadas.Ainda que possamos notar, é claro, muita discussão em torno do real papel que as redes sociais devam cumprir nesse universo de consumo, algumas mudanças já podem ser (re)avaliadas. No 1º semestre deste ano, por exemplo, a IBM divulgou um estudo sobre novos canais de e-commerce e constatou que sites de redes sociais, como Pinterest e Facebook, ajudam a impulsionar as vendas de varejo online, especialmente por servirem de ponte para que usuários acessassem lojas virtuais. Ou seja, já vemos um avanço real para o e-commerce: um tráfego direcionado e proveniente da social media, web ou mobile.De acordo com esse levantamento, no caso do Pinterest, o valor gasto em média pelos usuários era um pouco maior do que os que escolhiam o Facebook para acessar os canais de compra – até pela exposição sem anúncios, trazendo mais confiança por parte do usuário e eficácia na condução das vendas – sem contar no formato interessante e atrativo da plataforma para exposição de produtos; muitas empresas usam mesmo como uma vitrine. Você já observou?

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O Facebook, entretanto, mistura anúncios patrocinados aos posts comuns em seu feed de notícias, sendo assim menos convidativo e, para alguns, até inconveniente demais. Mesmo com essa menor aceitação aparente, a maior rede social do mundo continua crescendo em sua base de usuários, muito em razão da adesão cada vez maior dos acessos via dispositivos mobile – lembrando que os usuários móveis da rede chegaram a 1,31 bilhão, sendo que cerca de 844 milhões de pessoas acessam via smartphones ou tablets.A movimentação de outras redes em direção ao mercado de comércio móvel neste ano de 2015 mostra, aliás, que a disputa por uma fatia desse bolo pode estar apenas começando. No caso do Twitter, a ideia (que vem sendo bem criticada) de inserir o botão de compras Buy It teve como mote principal a predileção dos chamados formadores de opinião pelo microblog.Já o Instagram resolveu investir em uma ideia mais simples para impulsionar seus recursos de compra, criando botões azuis que transportam o usuário a realizar uma compra ou a baixar um aplicativo, redirecionando a partir de informações do perfil pessoal do usuário no Facebook. A presença dessas quatro importantes redes pode começar, então, a resolver (ou começar a ajudar) um problema antigo do mobile commerce: os usuários utilizam o celular muito mais para pesquisar preço e features dos produtos do que para comprar, efetivamente.Essa resposta ao problema pode estar na usabilidade: esses botões funcionam como uma carteira digital e com apenas alguns cliques a compra pode ser facilitada, direcionada e/ou finalizada, sem contar que o cartão de crédito de cada usuário pode ser armazenado pela própria rede social, como o PayPal já faz, por exemplo, no Facebook.Para reforçar meu, até então, palpite nessa reflexão vale pontuar que a receita do segmento de varejo mundial correspondente aos aplicativos móveis deve crescer gradualmente em 30,9% durante o período de 2014 e 2020, de acordo com o Transparency Market Research. Esses números reforçam a importância dos canais móveis para a transformação digital do setor varejista e, reitero, a começar pelo e-commerce e chegando – sim – ao m-commerce.

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Afinal, com a crescente base de usuários engajados, as redes sociais são cada vez mais estratégicas para encurtar o caminho do êxito as compras – por diversas características de experiências, usabilidade e navegação –também no comércio digital. Você concorda? E, depois de analisar todos esses dados, gostaria que me respondesse: você já comprou algo por meio dessas redes sociais? Irá adquirir algo novamente? Acredita no potencial da social media como um atalho para o comércio online e mobile?

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Vendas do varejo no interior poderão representar mais de 45% até 2020Até 2020, espera-se que os consumidores das regiões interioranas do Brasil sejam responsáveis por mais de 45% do crescimento do setor de varejo, ou por US$ 60 bilhões em novas compras. No entanto, poucos varejistas do país estão preparados para capitalizar essa oportunidade de crescimento. Boa parte disso se deve ao fato das empresas terem concentrado esforços quase que exclusivamente nas cidades litorâneas mais povoadas do Brasil. De acordo com o novo relatório elaborado pelo The Boston Consulting Group (BCG) e pelo Centro de Insights do Consumidor e Cliente do BCG (CCCI, sigla em inglês) intitulado “Capturando o Crescimento do Varejo no Interior do Brasil em Ascensão”, as empresas devem determinar como acessar esses mercados internos emergentes de maneira lucrativa.As preocupações acerca do futuro estão fazendo com que muitos consumidores brasileiros deixem de gastar. Ao contrário dos últimos 15 anos, quando o Brasil desfrutou de um período de estabilidade econômica que resultou em um sólido mercado aos consumidores, agora o crescimento econômico do país está diminuindo – junto com o apetite dos consumidores para gastar. Mas, embora existam projeções segundo as quais as compras diminuirão em geral, as cidades interioranas do Brasil parecem não seguir essa tendência.Reconhecendo os DesafiosContudo, mover-se para o interior do Brasil apresenta muitos outros desafios. “Como as populações interioranas são menos densas, a demanda dos consumidores é mais fragmentada”, explica Olavo Cunha, sócio do escritório do BCG em São Paulo e coautor do relatório. “Como resultado, as empresas têm mais dificuldades para atingir os níveis mínimos necessários para garantir a presença moderna do varejo, caracterizada pelas lojas de marca observadas nas áreas litorâneas e urbanas.”A distribuição e a logística também são áreas problemáticas

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O interior tem um acesso mais difícil e é mais caro de atender com a cadeia típica de fornecimento do varejo. Outro obstáculo é encontrar gerentes de loja e representantes de vendas que tenham a formação, as qualificações e os conhecimentos necessários. Finalmente, muitos varejistas não compreendem os padrões, preferências e comportamentos de compra dos consumidores do interior brasileiro. Devido a esses quatro desafios – demanda fragmentada, alto custo de atendimento, escassez de talentos locais e falta de compreensão sobre os consumidores – a maioria dos principais varejistas tem dificuldades para acessar efetivamente as regiões interioranas do país.Cinco ações para ganhar o interior do BrasilO BCG identificou cinco ações que podem ajudar os varejistas do Brasil a mover-se estrategicamente em direção ao interior:Mapear o Cenário. Para abordar o problema da demanda fragmentada, as empresas de varejo devem pensar em termos de “clusters” – ou seja, grupos de cidades que estão relativamente próximos uns dos outros. Ao mesmo tempo, os varejistas devem identificar os núcleos comerciais de cada cluster e avaliar o nível de presença dos concorrentes nessas áreas.Desenvolver novos formatos de lojas. Para entrar no mercado do interior do Brasil de forma rentável, as empresas devem criar uma presença local de maneira econômica. Para obter sucesso, pode ser necessário experimentar diferentes formatos, como lojas menores, lojas móveis, pop-up stores e lojas virtuais.Criar uma estratégia multicanal. Espera-se que as atividades de comércio eletrônico do interior do Brasil cresçam significativamente nos próximos anos, assim como ocorreu em outros países desenvolvidos. Os varejistas orientados para o futuro devem criar uma estratégia que integre vários canais – online e offline. Por exemplo, combinando showrooms com ofertas online e de catálogos.

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Repensar as operações. Para reduzir o alto custo de atender às regiões do interior, os varejistas devem repensar sua abordagem quanto à logística e o gerenciamento de estoque. Pode ser uma boa opção delegar as operações de logística para um provedor terceirizado, oferecer muitas variedades de mercadorias com poucas quantidades e aumentar as áreas de armazenamento para reduzir a frequência de entregas.Criar uma força de trabalho local. Devido à escassez de talentos locais, os varejistas que desejam competir no interior do país devem desenvolver estratégias para atrair, desenvolver e manter os colaboradores. Uma estratégia é desenvolver parcerias com as universidades locais.“Embora a maioria dos varejistas ainda tenha que direcionar seus esforços para as cidades do interior do Brasil,” observa Rim Abida, uma das diretoras do escritório do BCG em São Paulo e uma das coautoras do relatório, “outras empresas já estão ganhando participação no mercado e fidelidade dos clientes – como a Havan e a Eletrozema. Essas cinco estratégias que detalhamos no estudo, podem ajudar as empresas a ingressarem no interior do Brasil de modo lucrativo".

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Consumo

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Agosto registra o pior resultado na intenção de consumo da capital

A pesquisa desenvolvida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em parceria com Instituto Fecomércio/AL de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD), para avaliar a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Maceió revelou, em agosto, o pior resultado deste ano: 107,8 pontos contra 111,8 registrados em julho.Isto representa uma queda de 3,5% na intenção de compra. O indicador vem tem registrado uma sequência de quedas desde março passado.Em comparação com agosto de 2014, o recuo foi de 17%. A tendência para 12 meses é de continuidade do arrefecimento da intenção de compra do consumidor, resultando numa diminuição do ritmo de crescimento do comércio alagoano, principalmente para as pequenas e médias empresas do setor varejista.Para o Instituto Fecomércio AL, o desempenho do ICF reflete os ajustes macroeconômicos, uma vez que estes reduzem as expectativas sobre a dinâmica econômica, influenciando a decisões dos consumidores. Outros fatores como a desaceleração do mercado de trabalho, o nível de renda do consumidor, os elevados juros nos parcelamentos e comprometimento da renda com pagamento de dívidas contraídas impactaram no comportamento do consumidor e nas variáveis que definem o ICF.O resultado final do ICF é obtido considerando o resultado de sete sub-indicadores. Em agosto, a variação mensal foi positiva apenas em relação à situação do emprego, com 136,6 pontos, ou seja, 2,4% a mais que o registrado em julho, 133,4. Tiveram desempenho negativo os indicadores de perspectiva profissional. Renda atual, acesso ao crédito, nível de consumo atual, perspectiva de consumo e compra de bens duráveis.

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CONSUMO DAS FAMÍLIAS TEM MAIOR QUEDA DESDE 1997Retração no segundo trimestre foi de 2,7% em relação a 2014, segundo dados do IBGE; desde que a série histórica foi iniciada em 1996, o desempenho do último trimestre só não é pior que o do quarto trimestre de 1997

Vinícius Lisbôa, Repórter da Agência Brasil - O consumo das famílias no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre (abril, maio e junho) de 2015 teve a maior queda desde 1997 em relação ao mesmo período do ano anterior. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (28) os números, que mostram retração de 2,7% em relação a 2014.Na série histórica iniciada em 1996, o desempenho apresentado no último trimestre só não é pior que o do quatro trimestre de 1997.Segundo o IBGE, influenciaram esse resultado fatores como a inflação e o crescimento do crédito abaixo dela, além de níveis piores de emprego e renda na comparação com os do ano passado. "Essa conjuntura fez com que o consumo das famílias caísse, em especial na parte dos bens duráveis", dlsse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Rocque Palis.A queda da demanda interna se refletiu também nas importações, assim como o câmbio, que teve uma desvalorização de 38% entre o segundo trimestre do ano anterior e os meses de abril, maio e junho deste ano. As importações caíram 11,7% no período, enquanto as exportações subiram 7,5%.A queda das importações se deu principalmente nos veículos automotores, nos equipamentos eletrônicos, nas máquinas e equipamentos e nas viagens e transportes. Por outro lado, as exportações cresceram com o desempenho dos setores de petróleo e carvão, siderurgia, metalurgia e veículos automotores.

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Especialistas temem que alongamento da crise chinesa afete recuperação do Brasil

A queda das ações chinesas, que abalou o mercado financeiro global nas últimas duas semanas, pode ter efeito duradouro sobre a economia mundial, caso a crise se prolongue. Segundo especialistas, se o estouro da bolha acionária no país asiático acarretar a desaceleração da segunda maior economia do planeta, países exportadores de bens agrícolas e minerais, como o Brasil, serão os mais prejudicados.Apesar da volatilidade dos últimos dias, os economistas dizem que ainda não está claro se o tombo das ações de empresas chinesas foi apenas um movimento de correção ou se representa uma tendência duradoura. Embora tenha caído 37,4% desde meados de junho, o índice da Bolsa de Xangai acumula valorização de 48,2% nos últimos 12 meses. Além disso, as famílias chinesas aplicam cerca de 20% do patrimônio em instrumentos financeiros, percentual considerado baixo em relação a outros países.“Os efeitos da crise chinesa dependem de esclarecer se a queda no mercado de ações é apenas um episódio ou significam que o ciclo de crescimento induzido pelas exportações e pelos investimentos está chegando ao fim. Isso a gente ainda não sabe”, afirma o vice-presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Júlio Miragaya. “Mesmo com a queda nas exportações, a China pode continuar a crescer fortemente se conseguir aumentar o consumo interno.”Segundo o professor de economia André Nassif, da Universidade Federal Fluminense, o consumo das famílias soma 35% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) na China. No Brasil, o indicador está em torno de 65%. “Há potencial para a economia chinesa ampliar o consumo interno. O desafio é fazer a transição de um modelo exportador e apostar na economia doméstica”, diz.

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Caso a crise passe do mercado financeiro para a economia real, no entanto, os especialistas advertem de que as consequências podem ser drásticas. Maior consumidor mundial decommodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional), a China influencia, de forma significativa, os preços e as quantidades comercializadas de produtos como soja, ferro e petróleo, afetando países exportadores.Para Nassif, o Brasil será fortemente afetado no caso de uma desaceleração duradoura do segundo maior mercado exportador do país. “O aumento das vendas externas é a única variável que poderia fazer a economia brasileira voltar a crescer mais rápido. Neste ano, as exportações brasileiras caíram por causa da queda de preços internacionais. Se as quantidades também caírem, as consequências serão dramáticas”, aflrma Nassif. “Na crise de 2002 e 2003, o Brasil foi beneficiado pelo início da elevação de preços das commodities. Agora, esse fator não existe mais.”Nos últimos sete anos, a economia da China tem experimentado queda no ritmo de crescimento. De 14% de alta do PIB em 2007, o país asiático deve encerrar 2015 com expansão de 6,9%. Caso a crise no mercado financeiro chinês se intensifique, o país poderá crescer entre 4% e 5% ao ano a partir de 2016. Mesmo com a desaceleração, o vice-presidente do Cofecon considera o índice ótimo. “Desde o fim dos anos 80, a China cresce 10% ao ano. É natural que esse índice não se sustente, mas um crescimento de 5% é ótimo sob qualquer padrão”, diz.De acordo com Miragaya, a queda do preço das commodities não está relacionada apenas ao desempenho da economia chinesa. “Existem cartéis internacionais nos mercados de minério de ferro e de petróleo que estão aumentando a produção e jogando para baixo os preços em todo o mundo. Isso derruba não apenas as empresas menores, mas complica a situação de países que precisam de divisas para equilibrar as finanças, como o Brasil”, acrescenta.

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O desemprego e os impactos no consumo

Nos últimos meses, temos recebido frequentes notícias de que as taxas de desemprego estão aumentando no Brasil. No nosso Estado e região a situação não é diferente. Dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), do Seade/Dieese, indicam que, embora a taxa de desemprego no Grande ABC em julho, comparativamente a junho, tenha apresentado queda de 0,3 p.p. (pontos percentuais), quando comparamos com julho do ano passado o aumento é de 2,1 p.p, fechando em 12,7% em julho.O número de desempregados no Grande ABC em julho atingiu 177 mil pessoas, 31 mil a mais quando comparamos com o mesmo mês de 2014. Notamos queda substancial entre os ocupados nas indústrias de transformação na região, quando comparamos julho com o mesmo mês no ano passado, de cerca de 12%. Isso em número absoluto representa 36 mil pessoas desocupadas. Somente em julho comparado a junho deste ano, foram 7.000 pessoas. O setor de serviços apresentou crescimento de 28 mil pessoas ocupadas, ou variação de 4,4%, na comparação de um ano contra outro ano.Outro dado importante é que a perda dos empregos está concentrada naqueles que tinham carteira assinada. Tal tendência de queda tem sido observada desde março. O rendimento médio também apresenta queda. Tanto na comparação de um mês contra o mês anterior quanto de um mês contra o mesmo período no ano anterior a baixa é de cerca de 3%.O que tudo isso significa?Significa que no atual cenário econômico há tendência de retração da economia, de queda no consumo. Na nossa região, a grande massa de salários é oriunda das indústrias, responsáveis por cerca de 40% da renda paga sob a forma de salário. Assim, na medida em que a indústria reduz o número de postos de trabalho, a massa de renda na região é diretamente afetada.

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Associados à redução nos níveis de produção e renda estão o aumento da taxa de juros e o elevado grau de endividamento das famílias. A inadimplência também cresceu 16,4%, em São Paulo, especialmente junto às financeiras e empresas de cartões de crédito. Nesse cenário, as instituições financeiras têm se mostrado mais criteriosas na concessão de crédito.Também não podemos nos esquecer de que a taxa de inflação oficial –IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – no acumulado do ano está quase em 7%, em grande parte por conta do nivelamento/elevação dos preços administrados (tarifas de energia elétrica, preços dos combustíveis etc.).Nesse contexto, não é possível esperar que a economia regional tenha rápida reversão desse processo de retração, pois espera-se que a política econômica do governo ainda se mostre contracionista por mais algum tempo. Assim, o consumo das famílias tende a sofrer retração, impactando diretamente e negativamente no volume de produção de bens e serviços da região.

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Inadimplência do cartão de crédito chegou a 7,5% em junho

A inadimplência do cartão de crédito encerrou junho em 7,5%, acima do indicador visto em maio, de 7,3%, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), com base nos dados do Banco Central. O presidente da entidade, Marcelo Noronha, diz que, apesar do aumento, o indicador segue sob controle. "A curva da inadimplência é crescente, mas o indicador segue em níveis mais baixos do que os vistos na crise de 2008. Há correlação com o desemprego (que cresceu no Brasil) e isso acontece em qualquer lugar do mundo", destacou ele, em coletiva de imprensa, nesta terça-feira, 1.A Abecs informou também que os brasileiros gastaram com cartões no exterior R$ 13,4 bilhões no primeiro semestre, aumento de 2 4% ante primeiro semestre de 2014. Já o gasto de estrangeiros no Brasil somou R$ 6,3 bilhões, alta de 1,6%, na mesma base de comparação.

MáquinasO Brasil alcançou ao final de junho 4,4 milhões de máquinas que transacionam cartões de crédito e débito (POS, na sigla em inglês), número 7,3% maior que o visto em um ano, de 4,1 milhões de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). O tíquete médio de cada equipamento, conforme a entidade, ficou em R$ 19 mil, aumento de 2,7% em relação ao visto na primeira metade de 2015, de R$ 18,5 mil.

No primeiro semestre, o aumento mais expressivo foi identificado de acordo com a Abecs, nas regiões Centro-Oeste, com avanço de 12,2%, e Norte, 10,3%. Segundo Ricardo de Barros Vieira, diretor executivo da associação, essas taxas de expansão ressaltam o investimento feito pelo setor na expansão da aceitação de cartões e na popularização desses meios de pagamentos. Na Região Sul, a expansão foi de 7,2%, 7% no Nordeste e 6,6% no Sudeste.

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Busca por crédito entre empresas cai 4,9% em julho ante ano passado, aponta Serasa

SÃO PAULO (Reuters) - A demanda de empresas brasileiras por crédito recuou 4,9 por cento em julho em comparação ao mesmo mês do ano passado, informou a Serasa Experian nesta quinta-feira.Na comparação mensal com junho, a procura por crédito avançou 7,2 por cento, devido à maior quantidade de dias úteis em julho. Com o ajuste por dias úteis, a demanda teria recuado 2,1 por cento refletindo as dificuldades do cenário econômico atual, segundo a Serasa.No ano, os dados apontam avanço acumulado de 2,4 por cento em comparação aos primeiros sete meses do ano anterior.A procura por crédito recuou 3,8 por cento entre micro e pequenas empresas em julho ante o mesmo mês do ano passado. Entre as companhias de médio porte, foi registrada uma forte queda de 22,1 por cento na busca por crédito, enquanto a demanda entre grandes empresas caiu 17,7 por cento, de acordo com dados da Serasa.

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Economia

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Na crise, desempregados viram empreendedores

Sem conseguir retornar ao mercado de trabalho, profissionais apostam no próprio negócioVestir o jaleco de metalúrgico do setor naval era o sonho de Everton Dayvid, 27 anos. Enquanto trabalhava na portaria de um edifício de classe média em Boa Viagem, aproveitava o tempo vago para estudar. A lida como porteiro foi curta. Uma oportunidade no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape, fez o jovem trocar de farda. Aprendeu a profissão de montador e passou também pela Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e pelo Estaleiro Promar. Em dezembro do ano passado, Everton entrou na estatística do desemprego. Em Pernambuco, o setor de metalurgia demitiu 4 mil profissionais, impactado pela crise econômica e pela operação Lava Jato. A dificuldade de voltar ao mercado de trabalho fez o metalúrgico se aventurar na carreira de empreendedor. Montou a oficina Candeias Reboques, especializada na fabricação de trailer para food truck.Diante do avanço do desemprego, os brasileiros estão investindo o dinheiro de suas rescisões na abertura do próprio negócio. “Em momentos de crise, ocorrem esses ciclos de empreendedorismo. No primeiro semestre deste ano, o número de microempresas e empresas de pequeno porte cresceu 16,5% no Estado. Esse é um caminho, mas precisa fazer o dever de casa. O empresário tem que ter capacidade de correr risco calculado, que é diferente de correr perigo”, alerta o analista de Atendimento Individual do Sebrae em Pernambuco, Luiz Nogueira, com 35 anos de experiência no tema.A desmobilização da Rnest, em Suape, contribuiu para Pernambuco liderar o ranking de desemprego no Nordeste. Em julho, a taxa na Região Metropolitana do Recife alcançou 9,2%. Nos sete primeiros meses do ano foram fechados 77,9 mil postos de trabalho. Em contraponto ao desemprego, cresceram os investimentos em abertura de novos empreendimentos, com destaque para as franquias.

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“Está acontecendo um fenômeno que chamamos de empreendedorismo por necessidade. A expansão do número de Microempreendedores Individuais (MEIs) coincide com a intensificação do desemprego a partir do segundo trimestre. Até abril, o crescimento estava na casa dos 7%, mas a partir de maio dobrou para 15%”, compara o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.As franquias estão na lista dos negócios mais procurados. “Há uma tendência de crescimento do setor em anos de crise, porque as pessoas temem arriscar num negócio novo e apostam nas marcas consolidadas. As microfranquias, com investimento entre R$ 2 mil e R$ 80 mil são as mais procuradas. Para este ano, estamos apostando numa expansão de 13% do faturamento, na comparação com 2014. No primeiro semestre, o aumento foi de 11,2%”, observa o diretor da regional Nordeste da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Leonardo Lamartine.Optar por uma franquia foi o caminho escolhido pelo geógrafo Rodrigo Ferreira, 30. Depois de passar três anos e meio trabalhando numa empresa de tecnologia do Porto Digital, em fevereiro deste ano, ele recebeu a notícia de que seria demitido por conta da crise. A empresa precisava cortar custos e ele entrou na lista. “Foi um momento doloroso porque gostava do que fazia ali e as pessoas me respeitavam. Fiquei sem saber pra onde ia até que recebi o convite de um casal de amigos para assumir a franquia da Docecleta na Zona Norte do Recife”, conta. Criada há um ano, a food bike é especializada na venda de brownie, com uma unidade fixa no RioMar e cinco bicicletas na comercialização de rua. O empreendedor conta que já está conseguindo tirar uma renda superior a que tinha no emprego de carteira assinada.Acostumado a ciclos na carreira, o empresário Ricardo Dornelas, 44, aproveitou um hobby para empreender. “Sempre gostei de fazer comida, mas minha especialidade era a culinária regional. Preparava buchada, rabada e mão-de-vaca para comer com os amigos. Nunca tinha feito um bolo na vida até decidir fazer brownie. Pesquisei na internet, li livros e montei minha receita”, diz. O negócio ganhou escala e se transformou na Seven Brownie. O empresário procurou o Sebrae para profissionalizar a empreitada.

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De carona na tendência do food truck, Everton aproveitou seus conhecimentos em metalurgia para montar trailer. “Entrego o trailer todo pronto com instalação hidráulica e elétrica, além de fazer parceria com fornecedores para adesivar e equipar com equipamentos de cozinha. Quero expandir meu negócio e continuar empreendendo. Hoje tiro o triplo do salário que tinha em Suape e emprego meu irmão e três colegas que perderam emprego no complexo”, comemora.História de ousadia é a do administrador George Rodrigues, 30. Diferente dos demais exemplos desta reportagem, ele deixou um emprego estável na Unilever para investir na My Burger. A hamburgueria tem duas lojas (Piedade e Casa Forte) e emprega 18 pessoas. Prestes a ser promovido ao mais alto nível de gerência na multinacional, George achou que er o momento de sair e arricar na criação do próprio negócio. O sonho de ser empreendedor ele já tinha. Causou surpresa entre os colegas da empresa quando anunciou a saída. Sem receber indenização porque pediu demissão, o empresário raspou as economias que fez ao longo da vida profissional. "Desde que comecei a estagiar decidi que juntaria entre 10% e 20% da minha renda por mês. Foi com esse dinheiro que abri a My Burger", conta.O jovem empresário conta que investiu R$ 200 mil na primeira loja, inaugurada em Piedade. "Para empreender é necessário observar o momento do mercado, ter uma boa ideia e estar num bom momento pessoal. Eu tinha tudo isso e resolvi arriscar", afirma. Para conhecer o segmento ele visitou 27 hamburguerias no Brasil e no exterior até definir seu modelo de negócio. Optou pela personalização, pelo conceito "faça do seu jeito". Na My Burger, o cliente monta escolhe a carne, o queijo, o complemento e o molho, além de batizar o próprio sanduíche, que recebe uma plaquinha impressa com o nome escolhido.Em outro movimento de ousadia, George inaugurou há pouco mais de dois meses a segunda unidade da My Burger, em plena crise econômica. A nova loja demandou investimento de R$ 250 mil. “Empreender é exercitar a cidadania. Gero empregos e vejo meus colaboradores realizando sonhos.

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Mas não é fácil, porque o Brasil não tem um ambiente de negócios favorável ao pequeno empreendedor. Tem que planejar, ter uma boa poção de loucura e arriscar”, diz. A próxima meta da My Burger é inaugurar mais duas ou três lojas próprias e comercializar franquia da marca a partir de 2017.

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Copom mantém a taxa básica de juros da economia em 14,25% ao anoReunião no Banco Central decidiu pela manutenção do patamar da Selic, que seria necessária para trazer a inflação de volta à meta até o fim de 2016.

Os juros básicos da economia brasileira foram mantidos em 14,25% na reunião de quarta-feira (2) do Copom (Comitê de Política Monetária). Um aumento neste momento, dizem analistas, pioraria ainda mais o estado da economia brasileira.A reunião no Banco Central terminou com o resultado que o mercado esperava. O comunicado à imprensa foi sucinto. Avaliando o cenário macroeconômico o Copom decidiu por unanimidade manter a taxa Selic em 14,25% ao ano, sem viés.O comitê justificou que a manutenção desse patamar da Selic por período prolongado é necessária para trazer a inflação de volta à meta até o fim de 2016.A decisão do Copom interrompe uma sequência de sete altas que começou logo após as eleições presidenciais, em outubro do ano passado, quando a Selic era de 11%. Em dez meses, a Selic só subiu e chegou aos 14,25% em julho, índice que o Copom repetiu agora.O economista Sérgio Vale diz que um aumento na taxa poderia esfriar ainda mais a economia."A taxa de juros nesse patamar é um elemento que vai jogar a economia, é um dos elementos que vai jogar a economia mais para baixo no ano que vem. A gente está com uma queda de PIB de 2,5% neste ano e 1% no ano que vem. Uma parte disso é explicada pelos juros", explica o economista Sérgio Vale.Depois de tantas altas, uma pesquisa feita pelo Banco Central sobre as expectativas do mercado financeiro aponta que a taxa de juros tende a permanecer como está até o fim do ano, mas ninguém descarta um novo aumento da Selic se a crise de confiança na economia continuar fazendo o dólar subir.

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"A crise política tá na raiz hoje dos demais problemas. É uma situação de muita volatilidade no momento e com um risco inflacionário na medida em que o dólar, por exemplo, está bem mais caro do que tavaquando ele tomou a última decisão", aponta Celso Toledo, economista da LCA Consultores

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Três perguntas sobre o déficit no Orçamento federal

Governo enviou nesta segunda para o Congresso proposta de Orçamento para 2016 que prevê déficit de R$ 30,5 bilhõesDiante da arrecadação em queda e da dificuldade de cortar gastos e elevar impostos, o governo federal enviou nesta segunda-feira para o Congresso uma proposta de Orçamento para 2016 que prevê um déficit de R$ 30,5 bilhões.De acordo com o Ministério do Planejamento, essa é a primeira vez que o governo planeja um déficit orçamentário desde que a atual metodologia para contas públicas foi adotada no governo do Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).A administração Dilma Rousseff tentou contornar essa medida com a proposta de recriação da CPMF, um imposto sobre transações financeiras. Sem apoio no Congresso e sob críticas do empresariado, foi obrigada a recuar da ideia. Para 2015, a previsão é de pequeno saldo positivo (superavit primário) de R$ 5,8 bilhões. Em 2014, o resultado ficou vermelho em R$ 32,53 bilhões.Dois economistas renomados ouvidos pela BBC Brasil concordaram que a previsão de déficit é ruim, mas defenderam soluções diferentes para o problema.Para Paul Singer, economista ligado ao PT e que hoje é secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, a saída é elevar impostos, evitando assim cortar gastos sociais. Já Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central (1983-1985) e atual diretor do Centro de Economia Mundial da FGV, defende que o governo reduza os gastos.Entenda melhor abaixo o que significa o déficit anunciado hoje:Por que o governo está prevendo déficit no Orçamento?O governo procura todo ano fazer uma economia para pagar juros da dívida pública, o chamado superavit primário, com objetivo de evitar um aumento descontrolado desse débito.

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O superavit é o que sobra da diferença entre receitas e despesas não financeiras, ou seja, essencialmente a arrecadação com tributos subtraídos os gastos com funcionamento dos serviços públicos (como saúde e educação), benefícios sociais (Bolsa Família, seguro-desemprego, aposentadorias), subsídios (com programas como o Minha Casa Minha Vida e os juros mais baixos do BNDES), investimentos em obras públicas, entre outros.Na proposta de Orçamento enviada nesta segunda-feira ao Congresso, o governo prevê que terá receita líquida (receita total menos transferências para Estados e municípios) de R$ 1,18 trilhão em 2016. Já as despesas devem somar R$ 1,21 trilhão.O descompasso é reflexo da dificuldade do governo em evitar o aumento de gastos num cenário de queda na arrecadação federal devido à recessão econômica.Os números divulgados hoje pelo Ministério do Planejamento indicam que a receita líquida do governo federal recuará de 19% do PIB neste ano para 18,9% em 2016, enquanto a despesa subirá de 19% do PIB para 19,4%.Já a previsão para o PIB é de queda de 1,8% nesta ano e de pequeno crescimento de 0,2% em 2016. O salário mínimo vai subir de R$ 788 para R$ 865,50 no ano que vem, implicando em aumento de gastos públicos com aposentadorias pagas pelo INSS.Diante da queda na arrecadação, o governo teria que cortar gastou e/ou elevar impostos. Isso já começou a ser feito, mas não tem sido suficiente para gerar superávit. Como a ampliação dessas medidas é impopular, o Congresso resiste a aprovar novos cortes de despesas ou aumentos de taxas.O governo optou, então, por um saída que classificou como "realista" e assumiu que não será capaz de economizar no próximo ano.A expectativa era que a volta da CPMF pudesse gerar cerca de R$ 80 bilhões em receita. Mas após o recuo na recriação da cobrança, o governo anunciou nesta segunda-feira a elevação de alguns impostos pontuais, que devem aumentar a arrecadação em R$ 11,2 bilhões em 2016.

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"Acho que esse Orçamento com déficit é uma forma de pressão que o governo está colocando para que o Congresso seja mais generoso e apoie os cortes de gastos", acredita Langoni.Para Singer, o ajuste fiscal adotado pelo governo neste ano acabou agravando a situação na medida em que os cortes de gastos contribuíram para a recessão econômica. Na sua avaliação, o governo deveria ter feito um ajuste mais gradual."A própria classe dominante que queria esse ajuste votou completamente contra o governo. Aprovaram projetos que aumentam as obrigações (gastos). Enfim, ninguém ajudou. Agora vamos ter que aguentar as consequências", disse.Por que o déficit preocupa?A dívida pública é uma dívida que nunca será totalmente paga – o que os governos de diversos países fazem é gerenciar seus débitos, pagando seus credores ao mesmo tempo que contraem novas dívidas.O crescimento da dívida em si não é considerado um problema por economistas e investidores – o que preocupa é o crescimento da relação entre a dívida pública e o tamanho da economia, o PIB (Produto Interno Bruto).Dessa forma, quando a economia está crescendo, a dívida pode até aumentar em valores nominais e sua proporção em relação ao PIB ficar estável ou recuar.Essa relação é importante porque a arrecadação do governo também costuma variar de acordo com o crescimento do PIB. Dessa forma, se a economia aumenta, o governo também arrecada valores maiores e, assim, pode arcar com débitos maiores.Por exemplo, em julho de 2002, a dívida líquida do setor público (governos federal, estaduais e municipais) somava R$ 826,2 bilhões e representava 58,71% do PIB. Treze anos depois, em julho de 2015, essa dívida cresceu para R$ 1,9 trilhão, mas em proporção ao PIB caiu para 34,2%.*Um déficit significa que o governo terá que aumentar mais sua dívida e, como o PIB está diminuindo, haverá um aumento na proporção entre as duas coisas. Isso eleva a percepção de risco dos investidores, que passam a cobrar juros mais altos para continuar financiando o Tesouro Nacional.

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"O problema é saber se as agências de risco vão tolerar e aceitar essa realidade de que o ajuste vai ser feito de uma forma muito mais lenta, moderada e mais gradual do que se imaginava", destaca Langoni.As agências de classificação de risco dão notas segundo a expectativa de que o país pague suas dívidas. O Brasil ainda possui grau de investimento, um selo de bom pagador, mas a deterioração das contas públicas tem aumentado as chances de que a nota seja reduzida.Se isso acontecer, o país perde acesso a algumas fontes de financiamento mais baratas, como fundos que só aplicam em países com grau de investimento.Qual deve ser o tamanho do Estado?Por trás do debate do ajuste fiscal, há uma questão de fundo importante: qual deve ser o tamanho do Estado brasileiro e de sua carga tributária?Por um lado, é comum os brasileiros reclamarem que pagam muitos impostos. De outro lado, há uma demanda na sociedade, que foi consolidada na Constituição de 1988, por benefícios sociais e serviços públicos gratuitos de qualidade.A redução dos impostos implica em ter um Estado menor. Já o fornecimento de benefícios sociais e serviços públicos exige um Estado maior e, portanto, uma carga tributária mais alta."O governo precisa aumentar os impostos para colocar as contas públicas em ordem, não vejo outra saída. A não ser que a economia volte a crescer, mas eu não estou nem um pouco otimista", afirma Singer. "Não tem onde cortar mais (gastos) a não ser cometendo graves injustiças. Qualquer coisa que signifique reduzir o gasto social do governo é uma injustiça."Langoni, por sua vez, acredita no oposto disso. Ele defende o combate ao desperdício e uma reforma da Previdência que reduza os gastos do governo com aposentadoria."Eu acho que sempre há espaço para cortar. A gente conhece a ineficiência do Estado brasileiro, em todos os níveis: municipal, estadual e federal. É lógico que há sim possibilidade de cortes de gastos", defendeu. "Nós estamos falando de um déficit de R$ 30 bilhões, não é um número absurdo para o tamanho da economia brasileira.

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É só procurar que vai achar (onde cortar os R$ 30 bilhões)."Mas em uma coisa ambos concordam: a situação fiscal está ruim, mas o Brasil está muito longe de virar uma Grécia. A dívida bruta brasileira está hoje em 65% do PIB, enquanto a grega supera 160%.**O problema, nota Singer, é que o Brasil paga juros muito altos - e a taxa básica Selic vem sendo elevada ainda mais para tentar conter a inflação."Não há comparação do problema fiscal brasileiro com o problema enfrentado em alguns países europeus nos últimos anos. Mas quanto mais a gente adia a hora de enfrentar esse problema, maior o custo econômico e social", argumenta Langoni.*Esses valores disponibilizados pelo Banco Central são correntes, ou seja não são atualizados pela inflação. Isso vale tanto para o valor da dívida quanto para o valor do PIB usado no cálculo.**A dívida líquida é a diferença entre os débitos e os investimentos do setor público, enquanto a dívida bruta (indicador mais usado para comparações internacionais) é o valor total da dívida.Ajuste fiscal reduz investimento público e tira ainda mais fôlego da economiaPolítica dos últimos anos agravou problemas estruturais das contas públicas e agora obriga o governo a cortar gastos e elevar impostos em meio à recessão Esgotamos todos os recursos.“Esgotamos todos os recursos”. Foi assim que a presidente Dilma Rousseff admitiu, com menos de três meses de segundo mandato, que as políticas de combate à crise de 2008 desequilibraram as contas públicas. O recado ainda seria repetido pelo ministro da Fazenda e pai do ajuste fiscal, Joaquim Levy: “O dinheiro acabou”.E se a conta não fecha, só há dois caminhos: reduzir despesas, o que no curto prazo significa corte de investimento público, ou aumentar receitas, sobretudo com mais impostos. Ou os dois juntos, como está sendo feito agora – ainda que a alíquota da maioria dos tributos tenha sido apenas recomposta. Essa reorganização das contas ajuda a explicar parte da freada brasileira em 2015 – ano em que devemos enfrentar a maior recessão desde 1990.

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“Com o investimento privado em queda, o ideal era que o investimento público estivesse crescendo. Então é claro que o ajuste fiscal contribui para a queda do PIB”, afirma o especialista em finanças públicas Mansueto Almeida. Em maio, o governo anunciou um congelamento recorde de despesas, no valor de R$ 70 bilhões. O corte atingiu todos os 39 ministérios e tirou quase R$ 26 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dois meses depois, nova tesourada: R$ 8,6 bilhões, mais da metade em cortes no PAC, que também abrange o Minha Casa Minha Vida.Mas Almeida ressalta o que é consenso entre os economistas ouvidos pelo Estado: a mudança nas contas é apenas coadjuvante entre as causas da crise. “Errado foi o que a gente fez nos últimos quatro anos. O governo exagerou nas desonerações, sem ter espaço fiscal para isso, e aumentou muito alguns gastos”.“As pessoas estão atribuindo a doença ao remédio” — Marcos Lisboa, PRESIDENTE DO INSPER, AO FALAR SOBRE A RECESSÃO E O AJUSTE FISCAL.Se imaginarmos a economia como um balão, ele foi se esvaziando aos poucos. “O ar começou a sair com as quedas da taxa de investimento e da produção da indústria, depois houve recuo do consumo em função da inflação e da retração do crédito. O ajuste só foi a terceira fonte de esvaziamento, ao reduzir o gasto público”, comenta o economista Raul Velloso.Na visão dos especialistas, a sociedade atribui a doença ao remédio. “Em 2014 já havia destruição de emprego e uma economia estagnada, entrando em recessão. O ajuste é simplesmente uma tentativa de reduzir a crise”, dizMarcos Lisboa, presidente do Insper. Segundo ele, o aumento do desemprego só não ocorreu no ano passado porque menos pessoas estavam procurando vagas – quadro que se inverteu em 2015.Vida real. O impacto no cotidiano, no entanto, é grande e por isso o ajuste fiscal é tão impopular. A liberação dos preços administrados –como energia, água e combustível – aumentou o custo de vida. Apenas este ano, a conta de luz ficou quase 50% mais cara na média das principais regiões do País

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O aumento de IOF encareceu o crédito ao consumidor, que já está sendo pressionado pela alta da taxa básica de juros. O fim das desonerações levou à volta da alíquota cheia do IPI de veículos e ao retorno da Cide Combustíveis. E o acesso a benefícios sociais, como seguro-desemprego e abono salarial, ficou mais restrito.Marina, de 21 anos, ficou sem o seguro-desemprego . Demitida em junho, Marina Costa Mansano trabalhava como caixa em uma farmácia de São Paulo e ficou sem o seguro-desemprego.“Trabalhei onze meses no último emprego e tinha alguns meses trabalhados antes. Pensei que conseguiria o seguro, mas o problema foi a data… Fui dispensada uma semana antes da última mudança na lei, então fiquei com a regra anterior”. Originalmente, a Medida Provisória exigia 18 meses de salário nos últimos dois anos. O texto aprovado no Congresso, porém, é mais brando: 12 meses de salário para os últimos 18 meses.Já a estudante Grace Venâncio não conseguiu o empréstimo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para pagar a faculdade de fisioterapia no ABC. No primeiro semestre deste ano, 500 mil pessoas tentaram obter o crédito, mas o governo só conseguiu financiar metade delas. Até 2014, a demanda era atendida completamente. A jovem de 21 anos começou, mês passado, a trabalhar na área de telemarketing e vai tentar pagar a mensalidade sozinha enquanto busca outras formas de financiamento ou uma bolsa de estudos. “É bem complicado, vai quase todo o salário”, diz ela.Reformas. Mas a política fiscal recente não é a única responsável pela trajetória da dívida pública – classificada como explosiva e fator de risco para o grau de investimento brasileiro. Há questões estruturais, que assombram o País desde a década de 1990, que foram agravadas com o forte aumento de gastos.Dentre esses problemas estão o aumento do gasto acima do PIB; a rigidez do Orçamento, com suas diversas vinculações de receitas e gastos obrigatórios; e o aumento das despesas da Previdência. “Fazer ajuste fiscal em qualquer lugar do mundo é muito difícil.

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No Brasil, com essa série de vinculações, fica ainda mais complicado. Teremos de colocar na mesa discussões que nos demos ao luxo de não ter nos últimos anos”, alerta Almeida. Isso porque o simples contingenciamento de despesas e o fim de parte das desonerações não estão sendo suficientes para cumprir a meta de superávit primário –antes de 1,1% do PIB, agora de apenas 0,15%.Mesmo com o aumento de impostos, a arrecadação acumula recuo real de 3% no primeiro semestre. A recessão levou a uma queda no recolhimento de tributos que incidem sobre o lucro e o faturamento das empresas, bem como sobre a folha de salários e o consumo de bens industrializados.Para Samuel Pessôa, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), muito pior que o ajuste fiscal é o alto nível de incerteza. “Como alguém vai fazer investimento de longo prazo se não se sabe qual será a carga tributária ou a inflação daqui a dois ou três anos? E a desoneração da folha, vai continuar ou não? O setor privado fica incapacitado de fazer qualquer cálculo e isso deprime o investimento.” Mesmo com uma carga tributária de quase 36% do PIB, equivalente a de países desenvolvidos como a Alemanha, Pessôa vê como inevitável uma nova rodada de aumentos. Já no longo prazo, atingir um primário que estabilize a dívida pública exigirá, segundo ele, uma flexibilização dos gastos, com a desvinculação das receitas da União, além de uma reforma da Previdência que estabeleça idade mínima para a aposentadoria e mudanças nas regras do salário-mínimo e da pensão por morte.“Teremos de repensar o nosso contrato social”, diz.AJUSTE FISCAL: O QUE FAZER? — Mansueto Almeida, ESPECIALISTA EM CONTAS PÚBLICASDe 1991 a 2014, a despesa primária do governo central cresceu 9 pontos de porcentagem do PIB, um aumento da despesa da ordem de R$ 512 bilhões, dos quais 86% decorrentes da expansão de programas de transferência de renda: Benefício Mensal de Prestação Continuada, seguro-desemprego e abono salarial, Bolsa Família, INSS e aposentadorias de servidores públicos.

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Essa tendência foi agravada nos últimos três anos com a criação de novos programas, em especial, subsídios setoriais, subsídios para o Minha Casa Minha Vida e desoneração da folha de salários. Há hoje na economia brasileira dois grandes problemas. No curto prazo, a despesa do governo central continua crescendo acima da sua receita, o que significa que o resultado continua deficitário. A meta de 2% do PIB de superávit primário até 2018 exigirá que o setor público arrecade R$ 200 bilhões a mais do que no ano passado. No longo prazo, regras para previdência (INSS), educação e saúde sinalizam um crescimento da despesa (% do PIB). Controlar o crescimento do gasto público significa modificar as regras que determinam a dinâmica da despesa. No caso da previdência, dado o envelhecimento da população, é necessário o estabelecimento de uma idade mínima para aposentadoria. No caso da educação, não será possível o setor público gastar com essa função 10% do PIB como estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE) até 2024. A tendência do gasto per capita com aluno no ensino básico já é de crescimento dada as mudanças demográficas em curso, sem a necessidade de aumentar a despesa (% do PIB). No caso da saúde, apesar da tendência do crescimento do gasto com o envelhecimento da população, não é adequado vincular despesas em relação à receita. É preciso também fazer valer a obrigação legal das operadoras de planos privados de assistência à saúde de restituir as despesas do Sistema Único de Saúde com seus segurados. Por fim, dada a nossa já elevada carga tributária, será necessário continuar com a redução dos subsídios setoriais e rever desonerações à luz de análises criteriosas de custo-benefício. É imprescindível que o esforço fiscal de curto prazo e um eventual aumento de carga tributária, mesmo que pequeno, sejam acompanhados de uma agenda positiva de controle do crescimento do gasto no longo prazo.Caso contrário, o ajuste fiscal será apenas temporário.

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Governo articula volta da CPMF para cobrir despesas em 2016Proposta é uma das alternativas para equacionar rombo de mais de R$ 60 bilhões no orçamento do ano que vem

Descartada no início do ano, a proposta de volta da CPMF, também conhecida como "imposto do cheque", ganha força no governo para fechar as contas em 2016. Fontes ouvidas pela Agência Estadoconfirmaram que o envio de uma proposta de emenda constitucional ao Congresso Nacional faz parte do conjunto de medidas de aumento de tributos em discussão na elaboração da proposta do Orçamento da União de 2016.Apesar do clima desfavorável no Congresso e na sociedade para um novo aumento da carga tributária, a avaliação é de que a volta do tributo - extinto em 2007, durante o governo Lula - é indispensável para tirar as contas públicas de um quadro deficitário em 2016, ano em que a economia brasileira continuará em ritmo lento.Se as medidas de corte dos programas e despesas não tiveram grande alcance para garantir o cumprimento da meta de economia de 43,83 bilhões de reais de 2016, o equivalente a 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), o governo terá de recorrer a uma dosagem maior de aumento da carga tributária.Rombo - O rombo previsto - ou seja, a distância entre o que se projeta hoje de receitas e despesas sem novas medidas em comparação à meta de superávit primário de 0,7% do PIB - é superior a 60 bilhões de reais. O valor é maior do que a própria meta, o que mostra que a equipe econômica começou a preparar a proposta de Orçamento partindo de um déficit primário no fim do ano.O problema é que o corte de programas e despesas obrigatórias que está sendo definido pela Junta Orçamentária (formada por representantes dos Ministérios da Fazenda, Planejamento e Casa Civil) é muito menor que o necessário para fechar as contas. "É preciso ter um Orçamento com mais imaginação e olhar melhor para a natureza do gasto", disse uma fonte da equipe econômica.

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A avaliação de pessoas próximas às discussões é de que a medida pode ser aprovada caso os recursos arrecadados tenham destino certo -como, por exemplo, saúde e educação. Por causa do ambiente de alta instabilidade política, não há definição sobre a conveniência de enviar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da CPMF. O projeto está sendo analisado pela presidente Dilma Rousseff.

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Em nota, Fiesp critica ministro da Fazenda

São Paulo - A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgou nota na quarta-feira (26), com críticas à condução da política econômica pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy."Levy não vê problema em terminar o ano com 1,5 milhão de empregos a menos", diz o trecho mais duro da nota. A Fiesp é presidida por Paulo Skaf, filiado ao PMDB e muito próximo do vice-presidente da República, Michel Temer.O texto cita a turbulência na economia da China e elogia medidas tomadas pelo governo daquele país. Em seguida, usa o exemplo chinês para criticar a atual gestão do Brasil."No Brasil, vimos o oposto. Enquanto o PIB deverá encolher 3% no ano, a política econômica se baseia em aumento da taxa de juros, redução do crédito e aumento de impostos, ou seja, ações que tendem a ampliar os efeitos negativos da crise. Não há nenhum estímulo à retomada da economia", afirma Skaf, que assina a nota."Na semana passada, em reunião com líderes de diversos setores produtivos, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu o aumento de impostos da contribuição da previdência, mesmo alertado de que a medida provocará mais desemprego. Pelo visto, para o ministro, terminar o ano com fechamento negativo de 1,5 milhão de empregos a menos parece não ser um problema", conclui a nota.Nesta quinta-feira (27), à noite, Temer tem presença confirmada em um jantar oferecido pela Fiesp, na capital paulista. O vice-presidente tem procurado manter agendas com o setor produtivo desde o início da atual crise política.Temer formalizou na última segunda-feira sua saída da função de articulador político do governo Dilma. A decisão foi tomada após alguns desentendimentos de Temer e do PMDB com Levy e a equipe econômica. Antes do jantar, o vice cumpre outras agendas relativas ao cargo dele em São Paulo. As informações são do jornalO Estado de S. Paulo.

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Economia vai continuar com dificuldades em 2016, avisa DilmaPresidente salientou que país está tomando medidas contra a crise internacionalA presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que o Brasil atravessa uma situação econômica que "requer cuidados" e reconheceu que, apesar das ações do governo, a crise não será resolvida no curto prazo. Segundo Dilma, 2016 ainda será um ano de dificuldades. "Eu espero uma situação melhor. Mas não tenho como garantir que a situação em 2016 vai ser maravilhosa, não vai ser, muito provavelmente não será. Agora também não será a dificuldade imensa que muitos pintam. Vamos continuar tendo dificuldades, até porque não sabemos a repercussão de tudo o que está acontecendo na economia internacional", disse a presidente em entrevista a rádios do interior de São Paulo, antes de embarcar para Catanduva, onde entrega unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida.A presidente citou a queda generalizada registrada nessa quinta-feira nas bolsas de valores do mundo inteiro, mas disse que a economia brasileira está se protegendo com medidas como o pacote de exportações e o programa de atração de investimentos em logística. "As nossas medidas já começaram (a ser implementadas), não tem como estarmos pior no futuro, porque tomamos um conjunto de medidas", avaliou. A presidenta voltou a criticar o que chamou de pessimismo em relação ao futuro da economia brasileira e disse que a insatisfação com o governo é "compreensível", mas que a situação não pode ser resolvida imediatamente. "As pessoas querem que as coisas sejam imediatamente resolvidas. É compreensível, mas nem sempre (é assim) - e isso não ocorre também na vida da gente: você tem uma dificuldade, tem que enfrentar e só o tempo te ajuda a fazer passar", disse Dilma.

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Em Catanduva, a presidenta vai participar da entrega de 1.237 unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida e acompanhar, via teleconferência, a entrega de casas nos municípios de Araras, Araraquara e Mauá, todos em São Paulo. No total, 2.555 casas do programa serão entregues hoje. De acordo com o Ministério das Cidades, os empreendimentos receberam cerca de R$ 250 milhões do governo federal e deverão beneficiar mais de 10 mil pessoas

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MóveisPlanejados

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Móveis soltos são flexíveis e levam ar contemporâneo a qualquer ambiente

Todo mundo gosta de mudar um pouco de tempos em tempos. Seja mudar de casa, o estilo de se vestir ou o corte de cabelo! Na decoração do lar, ocorre o mesmo. Mas muitas vezes essa mudança acaba sendo frustrada. É que muita gente adquire móveis sob medida, feitos para um determinado local, e quando dá aquela vontade de mudar algumas coisas de lugar, não dá certo. Para evitar esse problema, os móveis soltos em um layout flexível são a solução.A designer de interiores Rosângela Brandão Mesquita e o arquiteto Eduardo Henrique, do escritório Situar Projetos comentam os contras dos móveis planejados: "Esses mobiliários são rígidos e não permitem a mudança, obrigando a pessoa ficar com o mesmo layout por anos. Outro inconveniente é quando há a mudança de casa. É difícil realocar os móveis, pois eles foram feitos sob medida para o espaço antigo".Por esses motivos, Rosângela e Eduardo optam por trabalhar com móveis soltos, dando mais flexibilidade aos clientes. "Os móveis flexíveis têm como grande diferencial a versatilidade, que permite a mudança tanto de layout quanto de casa de maneira tranquila. Eles possibilitam ainda a reutilização das peças que, em tempos de sustentabilidade, é muito importante". Esta proposta, inspirou os profissionais na execução do Quarto do Jovem Descolado, ambiente apresentado na Casa Cor Minas."O quarto foi idealizado para um jovem ativo e descolado, avesso a estruturas rígidas, convencionais. Por isso, a liberdade na disposição dos móveis em seu quarto trouxe mais leveza e versatilidade. Essa escolha foi ao encontro da personalidade do habitante desse quarto", ponderam.Os arquitetos Bruno Viana e Ivana Seabra também aderem a esse tipo de móvel em seus projetos

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. "Quando não trabalhamos com móveis sob medida, temos mais liberdade na escolha de acabamentos, cores e texturas e podemos brincar com isso, criando um layout harmônico e rico. A composição é valorizada por móveis de design e eles se tornam destaque no ambiente", defendem.

Eles trabalharam juntos em um projeto de um home-office, que também está em exposição na Casa Cor Minas, onde utilizaram esse conceito. "O home office é um espaço de demanda crescente. Visando este nicho de mercado, nossa proposta foi desenvolver um ambiente que mescla o lado técnico e ergonômico dos móveis corporativos com o aconchego e sofisticação do mobiliário residencial. O ambiente mais personalizado, inspirado nos gostos pessoais do cliente, garante aconchego e leveza", explicam Bruno e Ivana.

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Laca: a queridinha no mercado de móveis planejados

Atualmente uma das maiores tendências no setor moveleiro, esse acabamento dá um toque contemporâneo aos ambientesNa hora de pensar nos móveis planejados para a sua cozinha, além de beleza, é fundamental pensar em praticidade. E, por isso, escolher bem os acabamentos é primordial. Para o proprietário da RomanzzaPiracicaba, Celso Braga Junior, "os móveis planejados para a cozinha são ótimos para quem deseja um ambienta funcional e com estilo, adaptando as dimensões e a disposição espacial para conferir mais praticidade ao ambiente, permitindo que o cliente expresse sua personalidade através do mobiliário".Sabe aquele acabamento que deixa tudo com um ar mais moderno sem perder a sofisticação? Ele existe e tem nome: laca. Ela oferece durabilidade e um de seus diferencias é ser a prova d'água. Além disso, confere uma decoração com muita elegância e charme, graças a sua aparência lisinha e impecável. Para o arquiteto Kako Braga, do escritório Braga Ueno Arquitetos "além de bonito e funcional, os móveis laqueados possuem uma beleza indiscutível, graças a sua aparência lisinha, valorizando ainda mais a decoração do ambiente".A laca voltou a ser a queridinha no mercado de móveis planejados e atualmente ela é tendência em grandes projetos de arquitetura. "Depois de passar por uma década no esquecimento, a indústria moveleira vem apostando na laca de alto brilho como revestimento de estantes, cômodas, cabeceiras, escrivaninhas e outros móveis", afirma Celso.Os móveis laqueados são uma ótima opção para cozinhas, já que sua praticidade na hora da limpeza é indiscutível. Se você busca cor para os ambientes, vale apostar na laca também. Ela pode ser aplicada em qualquer cor, agregando mais beleza e modernidade ao ambiente! "Monocromático ou abusando das cores, o revestimento em laca nos móveis continua em alta. Atualmente, uma das tendências em mobiliário, que conferem vida, energia e um toque contemporâneo aos espaços são os móveis em laca colorida", orienta o arquiteto.

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Móveis

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Vendas de móveis caem 40% na região

As vendas de itens de mobiliário tiveram forte queda no primeiro semestre no Grande ABC, com retração de quase 40% na comparação com igual período de 2014, de acordo com estimativa do Sindicato da Indústria de Móveis de São Bernardo e Região. A baixa procura reflete o cenário econômico e a onda de demissões na região, que fizeram as compras a prazo se retraírem, assinala o presidente da entidade, Hermes Soncini. “O consumidor está mais cauteloso”, diz.Ele destaca, no entanto, que apesar do desempenho fraco neste ano, a região tem se mantido com papel relevante no Estado de São Paulo tanto como polo produtor quanto de comércio no segmento. É o que aponta pesquisa realizada pelo sindicato em parceria com o Instituto de Ação Tecnológica e Desenvolvimento Inovador divulgada ontem.De acordo com o estudo, que toma como base números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2013 e do IPC Marketing, neste ano a indústria moveleira do Grande ABC contabilizou R$ 714 milhões de faturamento, ou 7% do registrado no Estado. A região também representa iguais 7% do total de empresas produtivas e de postos de trabalho nas fábricas paulistas.Os sete municípios, por esse levantamento, contam com 424 companhias do ramo, das quais boa parte (370 ou 87%) é focada em móveis de madeira, e que geram 6.129 postos de trabalho diretos. Em todo o Estado, são 6.029 indústrias, que correspondem a 22,7% do total no País. Por sua vez, em comércio e serviços de decoração, a região congrega 630 empresas, as quais empregam 5.082 trabalhadores.Para o presidente do sindicato, os números da pesquisa mostram que o móvel ainda é importante no Grande ABC. Ele salienta ainda que as fábricas já têm feito investimentos nos últimos anos – não neste ano, por causa da crise – para se atualizar tecnologicamente. “No passado tínhamos perfil artesanal e mão de obra intensiva, hoje as fábricas já tem CNC, centros de usinagem”, diz. Apesar disso, o dirigente admite que há a necessidade de aprimorar mais os processos fabris.

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“Somos menos eficientes que em outras regiões, mas estamos buscando a melhoria tecnológica, junto com o Senai”, diz. Escola do Senai em São Bernardo prepara mudanças na grade curricular para a formação de profissionais mais atualizados com as demandas do setor.A pesquisa da entidade traz ainda o potencial de consumo de mobiliário e artigos de decoração, ou seja, a disposição dos consumidores em adquirir itens desse segmento. Entre 2010 e 2013, na região houve retração nominal de 1,5% (se for descontada a inflação do período, que foi de 20%, a queda é de 21,5%) nesse potencial no Grande ABC, que passou de R$ 853,9 milhões para R$ 840,9 milhões dois anos atrás. No mesmo período, esse indicador mostra crescimento nominal de 22% no País – foi a R$ 49,9 bilhões.Entre as preocupações do ramo nos sete municípios, que têm, em grande parte, pequenas e micro indústrias (85%), está a de se antenarcom novas tendências, como a divulgação em mídias sociais e o foco em design e em praticidade, além de maior rapidez de entrega, como grandes redes de varejo de mobiliário e decoração fazem.

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Eles também se importam: homens também fazem questão de participar ativamente na escolha dos móveis da casa

Se antes, na hora de escolher os móveis da casa, os homens participavam apenas na negociação do pagamento, hoje o cenário é outro: a maior parte deles faz questão de decidir os detalhes do lar.Essa tendência demonstra as mudanças na sociedade: há algumas décadas apenas a mulher cozinhava e era a “rainha do lar”, mas nos dias atuais as funções são divididas, afinal ambos trabalham e executam as tarefas domésticas. Logo, a casa é pensada pelo casal e para o casal.Adilson Felicio, vendedor da Marel Móveis Planejados Curitiba, trabalha no ramo de móveis há 26 anos e viu de perto essa mudança no comportamento masculino. “Quando comecei a trabalhar com vendas de móveis era bem comum a mulher vir escolher e o homem só chegar na hora do pagamento. Hoje, quando o casal vem fechar um projeto, os homens são muito ativos e dão opinião, por vezes até decisivas, sobre as cores e os detalhes dos ambientes. Já vi várias vezes um impasse entre o casal, pois cada um queria o ambiente de um jeito e no fim, a cozinha escolhida foi a que o homem queria”, comenta.Foi o que aconteceu com o advogado Andre Portugal, cliente da MarelCuritiba. Na hora de escolher os móveis para seu apartamento ele teve “carta branca” da esposa, Priscila Portugal, com quem é casado há 19 anos, para definir os detalhes. “Tenho facilidade para visualizar como ficará o projeto, consigo enxergar exatamente o que determinada cor, madeira ou forma vai significar e, com o tempo, minha mulher acabou gostando do resultado final das minhas escolhas. Por isso, as decisões sobre o projeto dos móveis foram minhas”, revela.Mas como todo casal, cada um tem suas preferências, que são respeitadas, afinal a casa é de ambos. “Eu adoro paredes e ambientes com muitos quadros e obras de arte, mas minha mulher é mais clean. Então, tenho ‘o alvará’, mas tenho responsabilidade com as decisões”, finaliza.

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Lojas novas impulsionaram crescimento do varejo nos últimos 5 anos, diz Cielo

O crescimento das redes varejistas nos últimos cinco anos foi impulsionado pelo ritmo de inauguração de lojas novas, em especial em segmentos como móveis e eletrodomésticos, farmácias e supermercados, constatou estudo promovido pela Cielo, com base em dados das transações do varejo processadas pela adquirente.A média de crescimento das vendas no varejo nos últimos cinco anos foi de 11% ao ano, segundo o levantamento. O setor de móveis e eletrodomésticos, porém, registrou desempenho mais fraco: média de 9% ao ano.vice-presidente de Produtos e Negócios da Cielo, Dilson Ribeiro, destacou que grande parte da expansão do setor foi dependente de lojas novas: as inaugurações responderam por 4 pontos porcentuais da taxa de crescimento do setor de móveis e eletrodomésticos. Já no setor de drogaria e farmácias, que cresceu 15% ao ano no período, as inaugurações corresponderam a 3 pontos porcentuais do total da taxa de crescimento. Em supermercados e hipermercados, com taxa de crescimento de 13%, a expansão respondeu por 2 pontos porcentuais.O peso das lojas novas indica que redes capitalizadas e com capacidade para manter inaugurações conseguem ganhar mercado, mesmo em períodos de desaceleração. O gerente da área de Inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto, afirmou que a relevância das lojas novas no crescimento do varejo tem sido ainda mais notável em 2015, em razão da crise. "O que vemos é uma ampliação desse cenário, com a expansão em lojas sustentando ainda mais o crescimento", disse.

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Franquia

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Quando uma franquia pode ser um mau negócio?Problemas: a franquia pode não ser um bom negócio caso franquador e franqueado deixem de seguir alguns preceitos básicos

Quando uma franquia pode ser um mau negócio?Escrito por Lyana Bittencourt, especialista em franquiasO franchising é um sistema utilizado mundialmente pelas empresas para a expansão de suas marcas. É um sistema que permite replicar modelos de negócios e fórmulas operacionais de sucesso para que outros empreendedoresganhem também operando uma unidade utilizando um know-how já consolidado.Da decisão de franquear o negócio até divulgar para o mercado o modelo defranquia para atrair empreendedores, o empresário precisa cumprir algumas etapas desse processo, entre elas, avaliar a viabilidade da aplicação do sistema de franquias para replicar o modelo; implantar uma estrutura com foco na gestão da rede; implantar processos e capacitar pessoas para que seja possível a transferência de know-how para os futuros franqueados que vão investir na marca.Um ponto de fundamental importância é a definição do perfil do franqueado que vai operar o negócio, que deve ter sinergia e aderência ao perfil do negócio, caso contrário o que poderia ser a realização de um sonho pode se tornar um pesadelo, para ambos, franqueador e franqueado.Para o franqueador porque ele corre o risco de ter um franqueado na rede que não consegue operar o negócio dentro dos padrões determinados e, consequentemente, não consegue obter os resultados projetados. E para o franqueado porque ele investiu em um negócio sem a condição de se rentabilizar, correndo o risco de perder o que investiu.Analisando os aspectos colocados acima, o que pode tornar uma franquia um mau negócio é exatamente deixar de estruturá-la como mandam as boas práticas do franchising, queimar etapas importantes do processo e colocar a franquia na mão de um operador sem o perfil adequado para operá-la.

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Outros aspectos podem levar uma franquia ao insucesso, como a escolha do ponto, a inadequação do produto com o público alvo, a falta de marketing para divulgação do negócio e a falta de apoio ao franqueado por parte da franqueadora.O que não quer dizer que o sistema de franquia não é bom, ao contrário, é comprovadamente um sistema que permite ao empresário crescer e gerar riqueza com a sua marca. No entanto, deve ser planejado com responsabilidade e com o compromisso de praticar uma relação ganha-ganha.Franquia também pode ser um mau negócio quando o franqueado não cumpre com o que se comprometeu ao aderir ao sistema, não se envolvendo o suficiente para realizar os resultados projetados e para atrair e reter clientes para a sua unidade.Achar que os resultados vão “brotar” apenas pelo fato de ser uma franquia é um grande equívoco. O trabalho deve ser duro principalmente nos dois primeiros anos, tempo estimado para ganhar o mercado, tornar-se conhecido na região e começar a gerar caixa positivo.A franquia também pode ser um mau negócio quando franqueados indisciplinados passam a não seguir as regras da franquia e tendem a partir para reinventar a roda, o que só tira o foco, além de fazer com eles passem, de forma desnecessária, por experiências que já fizeram parte da curva de aprendizado do franqueador.Lyana Bittencourt é especialista em franchising e diretora de Marketing e Desenvolvimento do Grupo Bittencourt.

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Veja os desafios de transformar pequena empresa em franquiaA opção precisa ser avaliada com cuidado, mas, para algunsempresários, o modelo tem trazido bons resultados.

Você tem uma pequena empresa e não sabe como ampliar o alcance da marca e o faturamento? Uma alternativa encontrada por alguns empreendedores é transformar a empresa em uma franquia. A opção precisa ser avaliada com cuidado, mas, para alguns empresários, o modelo tem trazido bons resultados.Tapar um buraco de rua em apenas cinco minutos. Ilusão? Não para Jorge Coelho. O empresário prosperou na carreira fabricando asfalto. E o sucesso começou quando ele resolveu franquear a marca.A diferença do negócio dele para o de grandes empreiteiras ou construtoras é a rapidez no processo. O franqueado interessado, em vez de ter uma grande estrutura, compra uma máquina, do tamanho de um carro, que fabrica asfalto. Os clientes são pequenos: uma prefeitura que queira tapar um buraco menor ou uma empresa que precisa fazer um reparo pequeno na rua. Por isso, o serviço é feito em grande quantidade.Em menos de um ano, o negócio gerou 17 franquias. Uma delas é do Oswaldo Brançam. Em oito meses, ele já tem 40 clientes e fatura R$ 100 mil por mês asfaltando pequenos buracos no interior paulista. O serviço é cronometrado.Franquear um negócio não é apenas multiplicar a marca por vários cantos do país. É preciso se planejar, conhecer o seu franqueado e criar regras específicas.Há sete anos, Lindolfo de Paiva iniciou o processo de franquia da empresa da família, que fabrica biscoitos cookie. Quem quer abrir uma filial precisa seguir os padrões: usar a mesma massa, o mesmo forno e o mesmo procedimento. Além disso, o franqueado passa por um processo seletivo.Sandra Porto é uma das franqueadas. Abriu uma loja há menos de um ano. Hoje, produz acima do esperado e já planeja a abertura de novas filiais.

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Franquias que ignorarem tecnologia vão morrer, diz CEO da IFAO mercado de franquias americano cresce acima da economia dos Estados Unidos há, pelo menos, cinco anos. Em 2015, a expectativa é aumentar 5,2% - contra 3,4% do PIB - e chegar a US$ 521 bilhões.A exemplo do que acontece no Brasil, as marcas americanas enfrentam desafios e se renovam para conquistar o consumidor mais conectado e multicanal. " Todas as franquias precisarão ficar atualizadas com o uso da tecnologia para chegar aos consumidores ou não irão sobreviver e ponto final", diz Stephen J. Caldeira, CEO da International FranchiseAssociation (IFA).Durante visita ao Brasil para participar da 6° edição do Fórum Internacional de Gestão de Redes de Franquias e Negócios, Caldeira falou com exclusividade a Pequenas Empresas e Grandes Negócios sobre como superar a crise e conquistar o novo consumidor. Confira os melhores momentos da entrevista abaixo:Como você enxerga o mercado de franquias nos próximos 10 anos?É difícil prever como a indústria de franquia estará em 10 anos. Mas nós sabemos que se as barreiras regulatórias forem continuarem iguais e o modelo de franquia atual se mantiver, as franquias nos Estados Unidos continuarão na tendência de crescimento, que vai além do crescimento econômico do país nos últimos cinco anos. Nós esperamos ver esse crescimento continuar com o surgimento de novos formatos que se adaptem às demandas dos consumidores.O Brasil passa por um momento delicado, de crise política e econômica. Como as franquias podem passar por isso sem prejuízos?O mais importante é que as franqueadoras e seus franqueados foquem na excelência operacional, na inovação com novos produtos e serviços, aumentando a eficiência da cadeia e também os lucros. Acima de tudo, é preciso oferecer um serviço extraordinário aos consumidores. Foi assim que o mercado passou para grande recessão de 2007 e o Brasil pode tirar algumas lições disso.

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Além disso, um dos benefícios de muitos franqueadores é ter expansão internacional, o que distribui melhor os riscos de manter os negócios em um único mercado. Nos últimos anos, a IFA tem visto um aumento do número de franqueadores brasileiros que estão indo a eventos e explorando o mercado norte-americano.O consumidor está cada vez mais multicanal, pesquisando online antes de comprar no ponto de venda. O que as franquias devem fazer para lidar com isso?Estamos ajudando nossos membros a usar novas tecnologias de comunicação e marketing digital para alcançar com êxito os consumidores, bem como para recrutar potenciais franqueados. A tecnologia também está nos permitindo fornecer mais informações diretamente para os potenciais franqueados para ajudá-los a entender melhor o modelo de franquias e determinar se o franchising é o ideal para eles. Todas as franquias precisarão ficar atualizadas com o uso da tecnologia para chegar aos consumidores ou não irão sobreviver e ponto final.Como você enxerga o mercado de franquias brasileiro?Os franqueadores brasileiros constituem um dos maiores e mais diverso grupo de marcas franqueadoras que já surgiu em qualquer país. Essas empresas já demonstraram sucesso em um país grande e diversificado, o que representa bem o potencial de crescer fora das fronteiras brasileiras. Nós estamos felizes em dar as boas-vindas a mais empresas do Brasil no mercado americano.

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Franquia X Crise: quatro motivos do porque as franquias estão ganhando essa briga?

A instabilidade provocada pelas crises, politica e econômica, do pais torna complexo o entendimento sobre os indicadores recordes recentes. Qualquer estudo quanto ao futuro é visto com ceticismo. O momento não é de projeções, mas de análise.Um dos poucos setores que está enfrentando de frente a crise e levando certa vantagem é o de Franquias. Seguem alguns fatores que contribuem para isso:Novas Oportunidades : as perdas de emprego de altos executivos, a alta do dólar e medo de investir na bolsa, contribuíram para o aumento de 20% de consulta de interessados em estrear no mercado de franquias, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF).Opções de diferentes setores de atividades : o setor de franquias possui uma ampla variedade. Se um setor é afetado pela crise, oportunidades poderão ser identificadas em outros setores.Baixo Investimento : procura por micro franquias (investimentos de até R$ 80 mil) vem crescendo e já representam 5% do mercado brasileiro.Inovação : o setor de franquias acompanha a tendência e negócios inovadores, além de serem facilmente adaptáveis, como por exemplo, os Negócios sobre Rodas. Algumas redes de franquias trocaram as lojas por unidades móveis e carrinhos, reduzindo o custo em até 70%.É importante destacar que grande parte das franquias são sólidas no apoio à gestão, incluindo programas de capacitação aos colaboradores e executivos franqueados, contribuindo para a prevenção de ameaças externas, a exemplo da crise.

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Pesquisa:Consumo na crise (anexo)

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Fim