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1º MONITORAMENTO DE ICTIOFAUNA
Interessado: CONSÓRSIO ENERGÉTICO CRUZEIRO DO SUL
CPF/CNPJ: 08.587.195 /0001-20
Município: CURITIBA- PR
Processo: Elaboração de monitoramento da ictiofauna em áreas de influência do Bacia Hidrográfica do Rio Tibagi para atender ao sub-programa que constitui o PBA – Projeto Básico Ambiental Componente Indígena Usina Hidrelétrica Mauá.
Assunto:
Relatório de Monitoramento de Ictiofauna.
MAIO
2014
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3
SUMÁRIO
INFORMAÇÕES DO EMPREENDEDOR E CONSULTORA AMBIENTAL........................................8
1. INTRODUÇÃO E OBJETIVO................................................................................................... 10
2. LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS .................................................................................................. 12
2.1 Ponto 1 ............................................................................................................................. 13
2.2 Ponto 2 ............................................................................................................................. 15
2.3 Ponto 3 ............................................................................................................................. 17
2.4 Ponto 4 ............................................................................................................................. 19
2.5 Ponto 5 ............................................................................................................................. 21
3. METODOLOGIA...................................................................................................................... 23
3.1 Organização dos dados.................................................................................................... 27
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................... 29
4.1 Relatório Fotográfico ........................................................................................................ 34
5. ENCERRAMENTO .................................................................................................................. 38
6. ANEXO.................................................................................................................................... 40
6.1 Anotação de Responsabilidade Técnica – ART ................................................................ 40
6.2 Cadastro Técnico Federal - CTF....................................................................................... 41
4
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Imagem aérea com os Pontos de amostragem e as respectivas Terras Indígenas (TI’s). 12
5
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Nenhuma entrada de índice de ilustrações foi encont rada.
6
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Relação dos pontos amostrais e as coordenadas em grau, minutos e segundos............ 12
Tabela 2. Lista de equipamentos utilizados em campanha ............................................................. 23
Tabela 3. Lista de espécies observadas na 1ª campanha............................................................... 33
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8
INFORMAÇÕES DO EMPREENDEDOR E CONSULTORA AMBIENTAL
EMPREENDEDOR / CONTRATANTE RAZÃO SOCIAL CONSÓRCIO ENERGÉTICO CRUZEIRO DO SUL
CNPJ 08.587.195 /0001-20
ENDEREÇO Rua Comendador Araújo, 143 19º andar – Centro
CIDADE/ESTADO Curitiba PR
CEP 80420-000
CONTATO Marcelo F. Cardoso
EMAIL [email protected]
TELEFONE (41) 3028-4333
EMPREENDIMENTO TIPO Usina Hidrelétrica
NOME Usina Hidrelétrica Mauá
CIDADE/ESTADO Telêmaco Borba e Ortigueira - PR
CEP 84261-170
LICENÇAS Licença Prévia nº 9589 - Licença de Instalação nº 6496
CONSULTORA AMBIENTAL / CONTRATADA
RAZÃO SOCIAL Aversa & Auriemma Ambiental Ltda ME
NOME FANTASIA RN Ambiental
CNPJ 09.498.110/0001-08 INSCRIÇÃO MUNICIPAL 3.751.591-8
CRBIO EMPRESA 00872/01 CRBIO RESPONSÁVEL 54885/01
ENDEREÇO: Av. Cel. José Pires de Andrade, 1079 – Sacomã
CIDADE/ESTADO São Paulo – SP
CEP 04295-001
CONTATO Nicola Auriemma Junior
EMAIL [email protected]
TELEFONE (11) 2659-0286 / 5031-7962
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10
1. INTRODUÇÃO E OBJETIVO
O presente trabalho trata da 1ª campanha de inventário, monitoramento e manejo da
Ictiofauna da Bacia Hidrográfica do Rio Tibagi realizada para atender ao sub-programa que
constitui o PBA – Projeto Básico Ambiental Componente Indígena Usina Hidrelétrica Mauá.
O documento supracitado foi elaborado para compor o processo de licenciamento
ambiental para implantação do empreendimento e segue as orientações socioambientais
do Termo de Referência FUNAI – Ofício nº 235/CMAM/CGPIMA/2006. O programa visa a
mitigação e a compensação ambiental pela implantação da Usina Hidrelétrica de Mauá.
O presente relatório tem por objetivo apresentar o resultado parcial da ictiofauna
observada em campo na 1ª campanha realizada assim como a análise de elementos traço
em três espécies coletadas.
11
12
2. LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS
Para a implementação deste programa foram considerados cinco pontos amostrais (Figura
1)Erro! Fonte de referência não encontrada. . Segue uma breve descrição de cada
ponto.
Figura 1. Imagem aérea com os Pontos de amostragem e as respectivas Terras Indígenas (TI’s)
A tabela a seguir apresenta a localização geográfica de todos os cinco pontos amostrais
monitorados durante esta terceira campanha de monitoramento.
Tabela 1. Relação dos pontos amostrais e as coordenadas em grau, minutos e segundos.
PONTOS AMOSTRAIS LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA – UTM (LATITUDE/LONGITUDE)
Ponto nº 1 Montante do Rio Tibagi - TI Mococa 24º1’38.18”S / 50º43’18.36”O
Ponto nº 2 Jusante do Rio Tibagi - TI Mococa 23º’59.44.74”S / 50º44’21.88”O
Ponto nº 3 Ribeirão Rosário - TI Apucarana 23º52’7.64”S / 50º52’22.25”O
Ponto nº 4 Jusante da - TI Apucaraninha 23º44’56.48”S / 50º53’38.01”O
Ponto nº 5 Jusante da - TI Barão de Antonina 23º 40’6.35”S / 50º55’0.59”O
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2.1 Ponto 1
A área apresenta vegetação florestal expressiva nas margens com predomínio e
exemplares arbóreos, logo contém um remanescente de Mata Atlântica. O entorno do local
apresenta características típicas de criação de gado bovino sendo estes os animais
domésticos mais observados (Foto 1Erro! Fonte de referência não encontrada. ).
O local de coleta apresenta assoalho rochoso e com trecho onde a correnteza desenvolve
velocidade e em outros é quase ausente. Neste trecho verificou a alternâncias bruscas de
profundidade devido estas formações rochosas.
Foto 1. Imagem do leito Rio Tibagi no Ponto 1.
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Foto 2. Imagem área do Ponto 1.
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2.2 Ponto 2
O ponto amostral 2 encontra-se próximo Tribo indígena de Mococa. Nesta área ocorre um
conjunto ilhas e riachos que desaguam no Tibagi, (Foto 4Erro! Fonte de referência não
encontrada. ). O fragmento florestal observado nas margens apresenta estado
intermediário de regeneração com riqueza de espécies arbóreas relevantes e foi conectado
às áreas de recuperação florestal implantadas pelo empreendimento. Ao redor da mata
são observados arbustos e campo aberto. O relevo acidentado é característico da região.
Foto 3. Ponto 2 no sentido da jusante do Rio Tibagi.
16 Foto 4. Ilhas observadas ao longo do leito do rio no Ponto 2
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2.3 Ponto 3
Trata-se do ponto de coleta no tributário do ribeirão Rosário. Este passa por florestal
secundário com características que ora se aproxima de estado inicial, ora de estado médio
de regeneração, contendo sub-bosque denso com dossel alto e fechado ao longo das
margens. Possui assoalho que alterna em rochoso e cascalhado (Foto 6). O ponto possui
abundância em vegetação e o trecho que encontra o rio Tibagi é de difícil acesso.
Foto 5. Foto do Ribeirão do Rosário se voltando à montante do tributário.
18 Foto 6. Foto do córrego, porem desta vez voltado à jusante.
19
2.4 Ponto 4
Caracteriza-se pelo ponto localizado próximo à terra indígena (TI) de Apucaraninha e fica
próximo ao rio homônimo à TI. Apresenta uma porção florestal considerável. Trata-se de
um trecho de corredeiras que possibilitam a oxigenação da água do rio. Porém, neste
ponto também recebe os sedimentos vindo do rio Apucaraninha que torna a água mais
turva (Foto 7 e Foto 9).
Foto 7. Foto do rio no ponto 4.
20 Foto 8. Vegetação nas margens próximo ao ponto 4; a cor da água é consequência do encontro do Rio Tibagi
e do Rio Apucaraninha.
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2.5 Ponto 5
Este ponto o próximo a terra indígena de Barão de Antonina. O ponto apresenta moradias
próximo à margem do rio e embora hoje esteja desativada já funcionou uma balsa que
fazia a travessia de carros de uma margem à outra do rio. Trata-se de uma área suscetível
à perturbações oriundas da ocupação. Neste trecho foi observada maior profundidade no
leito do rio e maior espaçamento entre as corredeiras.
Foto 9. Leito do Rio Tibagi no Ponto 5.
22 Foto 10. Idem foto anterior, porém voltada à montante do rio.
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3. METODOLOGIA
A primeira campanha de monitoramento da ictiofauna na Bacia do Rio Tibagi subtrecho
planalto foi realizada do dia 18 a 21 de abril de 2014. Ocorreu no âmbito do Plano Básico
Ambiental (PBA).
Para as amostragens foi utilizada redes de espera de diferentes malhas a fim de obter as
mais variadas espécies. Estas após armadas permaneceram cerca de 12 horas.
Tabela 2. Lista de equipamentos utilizados em campanha Petrecho Descrição Esforço amostral
2 puçá; Peneira de 100x70 cm e malha 0,5 cm;
Dez peneiradas por ponto de amostragem;
2 tarrafas de diferentes tamanhos e malhas;
7 metros de diâmetro, malha 3 cm; 4 metros de diâmetro, malha 4 cm;
Cinco lançamentos por ponto de amostragem;
1 rede de espera; Malhas entre 1,5 e 4 cm, com 20 metros de comprimento;
Baterias contendo todas as malhas, e a unidade de esforço considerada será de 20 m de malha armados durante 12 horas;
1 rede de arrasto. Vinte metros de comprimento, 1,5 metros de altura e malha 0,5 cm.
Utilizada em toda a sua extensão sendo deslocada em uma distância aproximada de dois metros, sempre que possível, a unidade de esforço considerada será de uma amostragem.
24 Foto 11. Implantação da rede no Ponto 2
Foto 12. Rede com os peixes capturados no Ponto 2.
25 Foto 13. Aplicação da metodologia de rede de arrasto no Ponto 3.
Foto 14. Tarrafada no Ponto 3
26 Foto 15. Preparação dos procedimento com o picaré.
Foto 16. Organização dos dados e realização de anotações
27 Foto 17. Espécimes coletados em apenas um ponto.
3.1 Organização dos dados
As espécies encontradas foram medidas, fotografadas e pesadas. Posteriormente, listadas
conforme família, nome popular, nome científico e classificadas. Do material coletado uma
amostra foi segregada e enviada para análise de elementos traço em laboratório.
Para a classificação da dieta das espécies, optou-se por classificar apenas em carnívoros,
herbívoros, onívoros, entretanto esta classificação agrupa os subgrupos conforme abaixo:
� Herbívoros (H): são consumidores primários, ou seja, animais que se alimentam
diretamente dos produtores, incluindo em sua alimentação: gramíneas, frutos,
sementes, néctar, folhas, etc.
� Carnívoros (C) : são consumidores secundários, ou seja, animais que se alimentam
de outros animais, incluindo animais mortos (necrófagos) e vivos, como carnes,
peixes, artrópodes, etc.
� Onívoros (O) : consumidores que são tanto herbívoros quanto carnívoros, possuindo
uma alimentação muito generalizada.
Adotou-se para a classificação “Status”
28
� CR (Criticamente em Perigo)
� EN (Em Perigo)
� VU (Vulnerável)
� NT (Quase Ameaçada)
� RE (Regionalmente Extinta)
� LC (De Menor Risco)
� DD (Dados Deficientes)
� NE (Não avaliada)
� X* (espécie exótica introduzida no Estado de São Pa ulo)
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante toda a campanha foram catalogadas 19 espécies de peixes (nos ambientes
lóticos), distribuídas em nove famílias registradas através das metodologias descritas
acima, num total de 307 indivíduos capturados (Tabela 3).
O gênero Hypostomus sp. da Família Loricaridae foi representado por 3 espécies;
Astyanax sp. e Oligosarcus sp., Família Characidae, por 3 e 2 espécies, respectivamente.
Da família Anostomidae, o gênero Leporinus sp. também apresentou a riqueza de duas
espécies.
Até o presente estudo não foi observada nenhuma espécie indicada em lista de extinção.
Os índices ecológicos demonstraram que a Família Loricaridae foi observada em todos os
pontos de coleta e o maior número de indivíduos capturados foi de Astyanax bimaculatus
(151 indivíduos)
A ictiofauna no afluente ribeirão Rosário pode ser considerada semelhante àquela
comumente encontrada em rios de bacias de pequeno porte influenciadas por fatores
autóctones e alóctones que segundo Smith et al., 1997, são áreas alteradas e constituídas
de espécies de pequeno e médio porte onde predominam os barrigudinhos (Poecilia sp)
lambaris (Astyanax sp) e o cará (Geophagus brasiliensis).
Para identificar o índice de diversidade nas comunidades foi utilizado o índice Shannon –
Wiener. Para o índice de Shannon-Wiener obteve H = 0,91 que obteve uma dominância de
0,29 pelo grande número de Astyanax bimaculatus capturados (151 indivíduos), a riqueza
foi de 0,72 e a equidade foi de 0,19. Estes índices demonstram que o ambiente lótico
apresenta um número elevado de indivíduos capturados devido as características
fisiogeográficas da região que possuem diversas áreas de reflorestamento, soltura de
peixes, aves e principalmente mata ciliar em grande parte de sua extensão.
A dominância foi da espécie Astyanax sp comumente observado na grande maioria das
bacias brasileiras, pois, se adapta aos mais diferentes tipos e tamanhos de ambientes
(riachos, lagoas, reservatórios e rios) e seu hábitat preferencial é a área litorânea, onde
encontram abrigo, sendo que a base dos alimentos consumidos é constituída
principalmente de insetos e vegetais superiores de origem alóctone.
30
Este resultado já era esperado devido ao fato de ter a maior representatividade de
espécies tanto nos ambientes lêntico e lótico. Segundo Washington apud Araújo, (1996),
predomínio de apenas uma espécie desta família, no caso o lambari (Astyanax sp.) é
peculiar a ambientes que vem sofrendo alterações ambientais e baixa fauna predatória. A
dominância nesta coleta de Astianax sp, também foi observada em outros reservatórios
como o de Segredo e Foz da Areia (AGOSTINHO et al., 1997) e rio Paraíba do Sul
(ARAÚJO, 1996).
Neste sentido, os esforços para conhecer a fauna ictica no Brasil se faz necessário já que
comunidades tropicais de plantas e animais são caracteristicamente diversificadas, com
grande número de espécies e interações muito complexas quando comparadas com
aquelas de zonas temperadas. A fauna de peixe segue esta regra ecológica geral, tanto
dentro de famílias quanto de ambientes. Os peixes são os vertebrados mais antigos e
numerosos. Mais de 20.000 espécies são conhecidas, a maioria das quais vive em águas
tropicais (McConnell, 1999).
A água doce comporta um total surpreendentemente alto, cerca de 8.500 espécies (mais
de 40%), a maioria nos vastos sistemas de rios e lagos tropicais (COHEN, 1970).
Segundo Nelson (1984), das 455 famílias de peixes, as sete maiores (que incluem cerca
de 30% do total) – Cyprinidae, Gobiidae, Characidae, Cichlidae, Labridae, Loricariidae e
Serranidae – estão representadas em águas tropicais.
Estes ambientes de águas doce tropicais são divididos em dois grupos principais: águas
correntes (ambientes lóticos) tais riachos e rios e águas paradas (ambientes lênticos) como
lagos, lagoas e pântanos. A maioria dos sistemas fluviais são mais antigos que seus lagos
associados que foram formados quando os rios foram represados. Muitos dos sistemas
fluviais são imensos e tem uma história muito longa durante a qual sua forma pode ter
mudado radicalmente (MCCONELL, 1999). Como, por exemplo, a bacia do Rio Tibagi.
Neste sentido, os estudos em ambientes lóticos ressaltam as seguintes preocupações: a
fauna de peixes de riachos é um conjunto de espécies pouco conhecido e ameaçado pela
ação antrópica (Menezes et al., 1990). A ictiofauna de rios, riachos, córregos (cursos de
água doce), figura dentre um dos grupos de fauna mais pressionados pela ação antrópica
no ambiente. Considera-se este grupo de fauna muito sensível às alterações sofridas pelo
ambiente, tanto pela poluição direta das águas, quanto pelas alterações aos ambientes em
que tal fauna habita, podendo alterar a diversidade e composição de espécies de peixes
destes ambientes (BOJSEN & BARRIGA 2002, JOHNSON 2002, CETRA & PETRERE
31
2006, FERREIRA & CASATTI 2006). O rio Tibagi e seus afluentes possuem característica
de apresentar leitos formados por rochas, pedras e arenosos, águas límpidas, forte
correnteza, temperatura baixa e alta concentração de oxigênio dissolvido.
Por outro lado, também existe no circuito da Bacia do Rio Tibagi represas e açudes que
são formados principalmente pelo represamento de rios para atender os seguintes
objetivos: abastecimento de águas, regularização de cursos, obtenção de energia elétrica,
irrigação, navegação, rodovias e recreação, entre outros (ESTEVES, 1988). Portanto, rios,
riachos, córregos, reservatórios e açudes são sistemas complexos e dinâmicos com
mudanças espaciais e temporais em função de forças climatológicas e hidrológicas,
interações com as bacias hidrográficas e pela gestão operacional do sistema e das
alterações e modificações da comunidade ictica.
Apesar dos raros esforços que existem sobre o conhecimento dos impactos nos ambientes
aquáticos e na ictiofauna nota-se mudanças drásticas nestes ambientes e que estas
ocorrem num prazo relativamente curto (TUNDISI et al., 1999) citam entre outros:
• Perda de vegetação e da fauna terrestre;
• Interferência na migração de peixes;
• Mudanças hidrológicas nos sistemas aquáticos;
• Alterações na fauna do rio;
• Perda da biodiversidade, terrestre e aquática.
Estes empreendimentos ocasionam mudanças na composição, diversidade e variações
espaciais e temporais das comunidades de peixes podendo vir a ser correlacionado com a
qualidade da água e respectivamente a proliferação da ictiofauna. A alteração dos habitats
e a introdução de espécies alóctones associados às mudanças citadas acima são
potenciais fatores a extinção de espécies da ictiofauna e consequentemente redução do
estoque pesqueiro, ocasionando também problemas sanitários, sócios econômicos e
ecológicos nas áreas de influência (ORSI et al., 2004). Segundo Britski (1995), estas
alterações são os principais fatores para a redução da diversidade biológica. Vale citar,
que estes empreendimentos devem cogitar a realização de monitoramento de peixes
direcionando estes estudos, no sentido de se preservar a diversidade biológica além de
sustentar a pesca comercial e esportiva. Agostinho & Gomes (2004), comentam que no
Brasil as ações de manejo que visam à manutenção dos recursos pesqueiros se
restringem a mecanismos de transposição, controle de pesca, estocagem (repovoamento)
32
e construção de estações de piscicultura. Os autores relatam que no geral a falta de
informação do sistema de pesca (ambiente, peixe e pescador) a ausência de
monitoramento e a alta variabilidade natural na abundância dos recursos são os problemas
que afetam a eficiência das ações de monitoramento e gerenciamento da ictiofauna em
ambientes aquáticos.
Há muito tempo, mas de forma mais intensa atualmente, a bacia do Tibagi é objeto de
discussões para a implantação de grandes usinas hidrelétricas. Além disso, ao longo do
Tibagi a poluição tem aumentado, o que tem trazido consequências diretas sobre a
redução da fauna em geral, especialmente a de peixes. Dessa forma, é urgente que as
regiões média e alta, ainda pouco estudadas, sejam investigadas.
Em entrevistas informais, pescadores relataram também a predominância dos seguintes
gêneros: Leporinus sp, Hoplosternum sp, Crenicichla sp, e Astyanax sp.
Na campanha realizada até o momento os indivíduos mais capturados foram Astyanax
bimaculatus, Rineloricaria sp e Hyspostomus sp.
Nos ambientes lóticos ocorre há predominância de Astyanax spisto, provavelmente se
deve a fatores naturais como a sazonalidade e fatores físico-quimicos da água, a
canalização e represamento destes ambientes já que a região é de predomínio de áreas
rurais ou de lazer e conta também com a entrada de nutrientes oriundos da descarga de
efluentes e do uso de insumos agrícolas.
A composição ictiológica encontra-se alterada em decorrência da introdução de espécies
exóticas. Já que foi observado na primeira campanha que existem projetos de piscicultura,
e pesque-pagues, assim como, o peixamento feito por pessoas “bem intencionadas”
preocupadas com os pescadores ribeirinhos, profissionais e de pesca esportiva e com a
recuperação da ictiofauna. Mas se tratando dos grandes grupos de peixes de água doce, o
ambiente em estudo apresenta ictiofauna semelhante a encontrada na maioria das bacias
hidrográficas do Brasil com predomínio dos Characiformes.
33
Tabela 3. Lista de espécies observadas na 1ª campanha.
Família Espécie Nome popular Ambiente
Leporinus obtusidens piapara Lótico Anostomidae
Leporinus sp. piaba Lótico
Callichthyidae Geophagus brasiliensis cará Lótico
Astyanax sp. lambari Lótico
Astyanax altiparanae lambari-rabo-vermelho Lótico
Astyanax bimaculatus lambari-rabo-amarelo Lótico
Oligosarcus hepsetus cadela-magra Lótico
Oligosarcus paranensis saicanga Lótico
Characidae
Serrasalmus maculatus piranha-prata Lótico
Cichlidae Crenicichla Vittata canivete Lótico
Erythrinidae Hoplias malabaricus traíra Lótico
Rineloricaria sp. cascudo Lótico
Hypostomus albopunctatus cascudo Lótico
Hypostomus ancistroides cascudo Lótico
Hypostomus regani cascudo Lótico
Loricaridae
Loricaria prolixa cascudo Lótico
Pimelodidae Pimelodus maculatus mandi-guaçu Lótico
Poeciliidae Poecilia reticulata guaru Lótico
Prochilodontidae Prochilodus lineatus curimbatá Lótico
34
4.1 Relatório Fotográfico
Foto 18. Espécies amostradas como piranha, traíra, cadela-magra, lambari.
Foto 19. Identificação e separação de espécies.
35 Foto 20. Identificação e separação de espécies.
Foto 21. Identificação e separação de espécies.
36 Foto 22. Identificação e separação de espécies.
.
37
38
5. ENCERRAMENTO
Encerra-se este presente relatório com 38 mais 02 itens anexos.
Quadro 1. Quadro técnicos que participara m do trabalho’
EQUIPE TÉCNICA
Profissionais Formação Responsabilidade Registro de Categoria Nicola Auriemma Jr Biólogo Coordenador Geral CRBio 54885-1/D Murilo Pires Fiorini Biólogo Ictiólogo CRBio 43281/01-D Juliana Medeiros Russo Bióloga Análise Biológica CRBio 47082-01/D Charles R. Vasata Janini Biólogo Análise Biológica CRBio 79923-01/D Vanessa Leal Costa Biólogo Análise Biológica CRBio 89919/01-D
______________________________________________
Nicola Auriemma Junior
Aversa & Auriemma Ambiental Ltda.
39
40
6. ANEXO
6.1 Anotação de Responsabilidade Técnica – ART
41
6.2 Cadastro Técnico Federal - CTF