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Relatório 28/09/2015

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Relatório 28/09/2015

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Resumo 3

Varejo 6

Consumo 16

Economia 34

Móveis Planejados 49

Crédito 23

Pesquisa: Comportamento de compra na crise (Anexo) 67

Franquias 61

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Resumo

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- O varejo de móveis está mudando. Acompanhando as tendências de consumo, marcas e lojistas terão que se adaptar a novas formas de comprar. Veja entrevista com o presidente da Associação Brasileirada Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo (Ambiesv), Julio Takano.

- Tecnologias e equipamentos novos prometem racionalizar tempo, energia elétrica e perdas em lojas e mercados.

- Vendas no varejo têm queda anual de 4,7% em agosto, dizMasterCard.

- LIVE! Brasil 2015 terá palestra do maior especialista em RFID (Identificação por radiofrequência) no varejo, dias 7 e 8 de outubro, em São Paulo.

- Classe C muda hábitos de consumo para manter padrão de vida. 57% dos brasileiros alteraram hábitos de consumo ou planejamentofinanceiro em função da crise.

- O aumento da expectativa de vida tem incentivado empresas a apostar na oferta de produtos e serviços voltados para idosos

- Juros do cartão de crédito passam de 400% ao ano; do cheque vai a 253%. Taxa do cartão é novo recorde da série histórica do BC.

- Crédito para financiar casa própria recua 35% em agosto, diz Abecip.

- BC mantém projeção de crescimento de 9% para o crédito total em 2015.

- Caixa vai elevar juros no crédito imobiliário pela 3ª vez neste ano.

- Incertezas na economia fazem dólar subir mais de 50% em 2015. A valorização é boa para os estrangeiros e para os brasileiros que fazem negócios com outros países.

-

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- Com economia em recessão, BC vê recuo de quase 40% no déficitexterno.

- Governo passa a prever retração de 2,44% para PIB de 2015.- Economia deve ter queda de 2,7% este ano, preveem instituições

financeiras.

- Em meio à recessão, arrecadação federal tem pior mês de agostoem 5 anos. No mês passado, índice caiu 9,3%, para R$ 93,7 bilhões.

- Saiba o que é uma taxa de franquia e como saber e ela é justa.- Em meio ao desemprego, mercado de franquias cresce no país.

- Ao mobiliar a casa, os principais pontos que buscamos sãodurabilidade, funcionalidade e beleza. Por isso, atualmente, a melhor opção para atender a todos esses requisitos com o melhorcusto benefício são os móveis planejados.

- Índice de estoque do comércio varejista de SP recua 4,7% em setembro.

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Varejo

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Como será o varejo nos próximos 10 anos?

O varejo de móveis está mudando. Acompanhando as tendências de consumo, marcas e lojistas terão que se adaptar a novas formas de comprar. Veja entrevista com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo (Ambiesv), JulioTakano, conversou com a equipe do portal eMobile. Confira a seguir a comentários do dele, que também é fundador e CEO da Kawahara | Takano, sobre diversos temas ligados ao futuro do varejo de móveis:

Loja “figital”As principais delas estão relacionadas à interatividade da loja física com a digital. Os varejistas precisarão entender o comportamento o omniconsumidor, aquele que está conectado com a internet, acessa a loja digital e pesquisa preço e faz a compra na física e vice-versa; aquele que pesquisa na loja física e compra na loja digital; aquele compra um produto na digital e quer trocar na loja física. Estes diferentes processos envolvem a construção de um novo entendimento da jornada de compra do consumidor e, desta forma, auxiliará na configuração do novo layout do ponto de venda físico: o comércio digital estará presente e recebendo o nome de “loja figital”, onde a experiência de compra é reforçada pela interatividade com os produtos e enriquecida pelo grande sortimento da loja digital.

Estilos de vidaOutra grande transformação do varejo será decodificar nos produtos e soluções a serem entregues o conceito de lifestyle. Os departamentos de compras e desenvolvimento de produtos passarão por uma verdadeira reconstrução para se reinventarem e estar alinhados às aspirações do omniconsumidor. Neste novo universo, as commodities serão obsoletas, e o lifestyle terá o papel de inclusão social, status e reconhecimento de valor de marca.

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Conhecer quem é o consumidor e seu estilo de vida – básico, casual, moderno, clássico, contemporâneo, urbano, entre outros – resultará em assertividade das novas coleções e desenvolvimento de produtos. Não estou falando somente de moda e cosméticos, tudo praticamente será norteado pelo lifestyle dos consumidores, da moda aos materiais de construção.

SinergiaNeste novo universo, os varejistas e fabricantes que não conseguirem traduzir as aspirações do consumidor estarão condenados a serem menos desejados. Em busca de posicionamento de suas marcas, a indústria e o varejo construirão novas alianças e modalidades e formatos de lojas inéditos, por exemplo: indústrias com uma grande quantidade de produtos e soluções não mais encontrarão no varejo tradicional a solução para capilarização de seus produtos e soluções.Para isso, construirão lojas flagships para aumentar junto ao canal B2B percepção de portfólio, muitíssimo importante para a construção dos pedidos e, consequentemente, surpreender os consumidores no canal B2C. Esses formatos servirão de enorme plataforma de Business Inteligence para conhecer o comportamento de compra do consumidor e, em um ciclo virtuoso, abastecer de maneira rápida a própria indústria com informações estratégicas valiosíssimas.O segmento, cada vez mais, será um centro de entretenimento, onde o omniconsumidor poderá vivenciar os “10 minutos de férias por dia” –lojas que aglutinarão moda, cosméticos, gastronomia e entretenimento farão parte com maior frequencia dos modelos âncoras em novos centros comerciais.A multi-inteligência de varejo será cada vez mais um diferencial competitivo e surgirão novos grupos fomentadores de negócios de varejo, onde, por meio do múltiplo conhecimento setorial, poderão acelerar as curvas de maturação nos negócios ao mesmo tempo em que ditarão as tendências de mercado.

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Isto posto haverá uma simbiose nas atuações das indústrias e varejistas no sentido da construção de fortes alianças estratégicas para levar ao omniconsumidor experiências relevantes e inesquecíveis, enfim todos unidos para gerar cultura de consumo!O tema será abordado também por outros especialistas na revista especial do prêmio Top Móbile, que entra em circulação em breve, em matéria sobre o que à que as marcas de móveis seriados precisam estar atentas para serem as mais lembradas. Aguarde.

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Inovações ajudam varejo a diminuir custos

Tecnologias e equipamentos novos prometem racionalizar tempo, energia elétrica e perdas em lojas e mercadosO ano não é dos melhores para os supermercados brasileiros - pela última projeção da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o setor deve fechar o ano com redução de 0,3% nas vendas, primeira queda desde 2006. E é justamente em períodos como esse, quando o cinto aperta, que cresce em importância a eliminação ou diminuição nos custos em todas as etapas do negócio, tendo a tecnologia como a melhor aliada. Novas soluções, como as expostas na Convenção Abras 2015, prometem otimizar energia elétrica, gestão de estoque e até a confiança dos clientes, não só no setor como também em todo o varejo.Entre as principais novidades está, por exemplo, um novo código de barras que, além de determinar o produto, como já é comum, permite também incluir o período de validade. "Assim, quando o produto passar no check out (os caixas), o leitor do código alertará se ele estiver vencido e o mesmo não será vendido", comenta Marcelo Oliveira Sá, assessor de soluções de negócios da GS1, associação responsável por administrar e conceder códigos de barras no Brasil."Assim, conseguimos garantir que o consumidor não será lesado, o que, do ponto de vista da empresa, tem ganhos intangíveis, como a relação de confiança e fidelização dos clientes", continua Sá. Embora já disponível, o código, chamado de GS1 Databar Expandido e que exige balanças e softwares de leitores apropriados, ainda não foi implementando em nenhuma rede. "Até o fim do ano devemos ter novidades nesse sentido", projeta Sá, que acrescenta que o foco são os produtos manipulados nas próprias lojas (como frios, carnes e frutas fatiadas). Produtos industrializados também podem utilizar o código, mas, mais complexos, devem ficar para um segundo momento.Por outro lado, outra operação hoje feita por códigos de barras, que é o controle de saída dos estoques, já possui outra opção viável e mais eficiente.

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São as chamadas etiquetas RFID, que permitem a sua identificação por radiofrequência. Com um microchip e uma microantena internos, a etiqueta é lida à distância por um receptor, dispensando a tarefa manual de levar um leitor até o código de barras das caixas, uma a uma. Para dar baixa em 50 caixas, por exemplo, o tempo é diminuído de 68 segundos, no processo comum, para apenas 5,2 segundos. "Com isso, tornamos o inventário mais rápido e eficiente, pois podemos passar vários produtos ao mesmo tempo, sem o risco de esquecer algum", comenta Marcos Almeida, gerente comercial do grupo CCRR, que produz as etiquetas em Quatro Barras (PR). "Ainda que não tão nova, a produção no Brasil e a própria evolução natural de escala fazem com a etiqueta, agora, passe a ser economicamente viável a qualquer empresa", completa Almeida, ressaltando que, como pode também acoplar um código de barras normal, a implantação pode ser feita por etapas.Outra opção que ganha em escala a partir desse ano é o Mobile RetailSuite, da Tlantic, empresa com sede em Porto Alegre, que passou a ser vendido por mensalidade e módulos. "Com isso, podemos atingir também os pequenos e médios negócios, que respondem por 80% do varejo", comenta o gerente comercial da empresa, Fernando Vargas. O produto é uma solução completa de ferramentas móveis, que promete diminuir a divergência de preços entre gôndolas e caixas em quase 80%, a falta de produtos nos estantes em cerca de 50%, e ainda aumentar a produtividade por funcionário. Por fim, a energia elétrica, culpada por grande parte do aumento dos custos em 2015, também não poderia ser deixada de lado.Com um conjunto de lâmpadas de LED e rebatedores, cujo mapa de aplicação é feito loja a loja, a paulista Luminae promete retornar o investimento em pouco mais de um ano com a economia trazida. "Além disso, dependendo do tamanho do negócio, o mesmo processo com lâmpadas T5 (menos avançadas e mais baratas) também pode ser utilizado, aumentando a iluminação com menos energia gasta", contextualiza Wenderson Granado, gerente comercial da empresa, responsável, por exemplo, pela iluminação da Arena Corinthians.

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"Estamos investindo, cada vez mais, em inovação e em programas de redução de custos e aumento da produtividade", comenta o presidente da Abras, Fernando Yamada. "Nesses momentos, não podemos ficar parados", completa.

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Vendas no varejo têm queda anual de 4,7% em agosto, diz MasterCard

As vendas no comércio varejista brasileiro tiveram queda de 4,7% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o relatório MasterCard SpendingPulse. Dos sete setores considerados na pesquisa, quatro tiveram desempenho acima do índice cheio: artigos farmacêuticos; móveis e eletrodomésticos; material de construção, e artigos de uso pessoal e doméstico. Já vestuário, combustíveis e supermercados registraram os piores desempenhos, com destaque para este último, que recuou 5,8%.Na divisão geográfica, houve queda em todas as regiões. A retração mais acentuada foi registrada no Norte (-6,3%), seguido do Sudeste (-4,8%), Sul (-4,6%), Nordeste (-4,4%) e Centro-Oeste (-3,8%).Para Kamalesh Rao, diretor de pesquisa econômica da MasterCardAdvisors, o ambiente macroeconômico continua desafiador. "Considerando a elevada taxa de desemprego, desaceleração da massa salarial, câmbio instável e altas taxas de juros, todos esses fatores continuarão a pesar sobre o ambiente varejista nos próximos meses", afirma em relatório, acrescentando que o Dia dos Pais, considerada a quarta data mais importante do varejo brasileiro, não causou grandes impactos no varejo em agosto.Vendas onlineEnquanto isso, as vendas online tiveram crescimento de 17,2% em agosto, na contramão do varejo total. Os setores de móveis, eletrônicos, artigos farmacêuticos e vestuários tiveram um desempenho superior à média, enquanto hobby & livraria ficou abaixo do índice geral do canal online.O SpendingPulse é um indicador macroeconômico que informa sobre gastos no varejo nacional e o desempenho do consumo. O relatório é baseado nas atividades de vendas na rede de pagamentos MasterCard, juntamente com as estimativas para todas as outras formas de pagamento, incluindo dinheiro e cheque. O relatório, bem como as previsões de tendências de gastos, não refletem ou se relacionam com o desempenho operacional e financeiro da MasterCard.

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LIVE! Brasil 2015 terá palestra do maior especialista em RFID no varejo

O RFID Journal, principal mídia mundial e empresa de eventos sobre identificação por radiofrequência (RFID), anuncia o Prof. Dr. Bill Hardgrave, da Universidade de Auburn, como palestrante do RFID Journal LIVE! Brasil 2015, que será realizado nos dias 7 e 8 de outubro no Espaço APAS – Centro de Convenções, em São Paulo.Hardgrave mostrará como a RFID pode dar às lojas físicas a chance de concorrer com varejistas online, por meio do uso da tecnologia RFID, garantindo a visibilidade de inventário necessária para se tornar um verdadeiro varejista Omni-Channel e usar as lojas como entrepostos para entregas no mesmo dia. Os participantes saberão como entender e implantar a RFID no ambiente de varejo."A equipe de pesquisa do Dr. Hardgrave fez o trabalho inovador que quantificou a melhoria na precisão do inventário que pode ser alcançada por meio da RFID", diz Mark Roberti, fundador e editor do RFID Journal. "Ele é consultado sobre muitas implantações e tem ajudado muitos varejistas. Estamos muito satisfeitos que ele compartilhará seus profundos conhecimentos com nosso público neste ano na conferência LIVE! Brasil".O evento, produzido pelo RFID Journal e que conta com a Hewlett-Packard Brasil, como patrocinador principal, terá empresas usuárias de RFID apresentando seus estudos de caso. As apresentações, em português (ou tradução simultânea), irá destacar como as empresas estão empregando a identificação por radiofrequência e onde conseguem benefícios reais com a tecnologia.O conteúdo foi criado para ajudar as empresas brasileiras que estão considerando o uso da RFID para enfrentar desafios de negócios, encontrar a tecnologia RFID ideal para suas necessidades, aprender as melhores práticas, encontrar parceiros de tecnologia e seguir em frente com a implantação. Os participantes também terão a oportunidade de conhecer as principais empresas fornecedoras e as mais recentes soluções.

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As sessões da conferência irão cobrir uma ampla variedade de aplicações relevantes para as empresas de varejo, manufatura, logística e outras indústrias, como:

• Controle de ativos• Gestão de estoques• Rastreamento de trabalhos em andamento• Precisão de transporte• Sistemas kanban habilitados para RFID• Gestão de cadeia de suprimentos• E muito mais

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Consumo

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Classe C muda hábitos de consumo para manter padrão de vida

A mesma classe C que há alguns anos mostrava sinais de ascensão social e aumento no poder de consumo, hoje sofre com ameaças de desemprego e de inflação em alta. Essas pessoas tentam manter o padrão de consumo conquistado, mas buscam racionalizar gastos, principalmente no que se refere ao lazer e alimentação.De acordo com a análise da gerente de estatística da TNS Brasil, Bianca Ambrósio, a maior parte da população de baixa renda precisou fazer cortes nos últimos meses. O destaque ficou para racionalização de itens na compra mensal, em seguida, vem o lazer e os financiamentos a longo prazo.Bianca também explica que o primeiro impacto em períodos de crise econômica é sempre nos serviços e no consumo. “As pessoas não deixam de comprar, mas começam a racionalizar. Ainda não chegamos a uma crise tão forte para que a classe C volte ao padrão de consumo anterior ao da ascensão. Além disso, esse grupo tem a preocupação de não se privar de conquistas em áreas importantes, como saúde e educação”, avalia.Outra mudança, de acordo com a TNS, foi nas compras do mês. Análises apontam que essas pessoas mudaram suas estratégias de consumo. Entre as principais mudanças estão a intensificação na busca por promoções, compra em menor quantidade, corte de produtos de determinadas categorias e pesquisa de novas marcas.Apesar disso, os consumidores da classe C buscam itens mais baratos dentro de rol de produtos já testados, antes de arriscar novidades.“Agora que esses consumidores se acostumaram com produtos de um nível melhor, dificilmente vão trocar por um inferior. A saída pode ser usar menos ou buscar promoções”, diz Bianca.Bianca não vê um retrocesso na ascensão social dessa parcela da população, mesmo com a perda de poder aquisitivo e decisões como devolução de veículos e o cancelamento de seguros.

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Ela explica que o critério para definir classe social é baseado em posses de bens. “Uma pessoa não vai deixar de ter uma geladeira, uma TV, ou mudará a pavimentação da sua rua e a distribuição de água”. A classe social não é definida somente pela renda familiar. “Enquanto o desemprego não aumentar, esse brasileiro que ascendeu não vai sair da classe C. Mas seu poder de compra diminui, com o aumento da luz, do aluguel e dos produtos em geral”, diz Ambrósio.

Gastos mais seletivosNa restrição orçamentária, a jornada de compras deixa de ser um processo automático e passa a ser mais planejada e repensada. Os consumidores da classe C ampliaram seus pontos de venda em busca do melhor preço.De um modo geral, esse grupo de consumidores está menos disposto a pagar mais por conveniência e experiência de compra.Com a crise hídrica e energética também houve redução no consumo de água e energia elétrica. Estes itens essenciais foram os que mais sobrecarregaram o orçamento nos últimos meses chegando até a serem parcelados, como aconteceu com luz, alimentação, transporte, refeições fora de casa, vestuário, aluguel e água.

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57% dos brasileiros alteraram hábitos de consumo ou planejamento financeiro em função da crise

Pesquisa feita pela CNI com 2.002 pessoas em todo o país mostra como o momento econômico está afetando a vida da população. Dois em cada três entrevistados consideram a situação do Brasil ruim ou péssimaPesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que as turbulências econômicas estão afetando a vida da população brasileira. Para 86% dos entrevistados, o Brasil está vivendo uma crise econômica e 66% consideram a situação ruim ou péssima. Sentindo no bolso as consequências - 59% disseram ter perdido poder de compra nos últimos 12 meses - as pessoas estão fazendo ajustes em suas vidas. O estudo mostra, por exemplo, que 16% das pessoas mudaram de residência para reduzir custos e 13% trocaram os filhos de escola privada para escola pública nos últimos 12 meses. O levantamento da CNI ouviu 2.002 pessoas, em 141 municípios, entre os dias 18 e 21 de junho.Segundo a pesquisa, mais brasileiros estão ajustando seus hábitos do que na crise de 2008/2009. Mais da metade (57%) alterou hábitos de consumo ou planejamento financeiro. E outros 21% disseram que pretendem alterar. Na crise anterior, o maior percentual dos que ajustaram seus hábitos foi de 30% e no máximo 27% pretendiam alterar."A crise de 2008/2009 afetou particularmente a indústria, mas o consumo doméstico ainda estava em crescimento e ajudou na recuperação. Já a crise atual atinge toda a economia e vem afetando o emprego e a renda da população bem mais significativamente. Tanto o investimento como o consumo das famílias estão diminuindo. Além disso, a crise política, que não existia na crise anterior, tem aumentado a incerteza com relação à recuperação", afirma o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

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- O desemprego está batendo à porta da população. Um total de 44% das pessoas disse que alguém da família ficou desempregado nos últimos 12 meses. E 76% estão preocupados ou muito preocupados em ficar sem emprego ou ter que fechar o negócio nos próximos 12 meses. Quanto menor a renda, maior o medo. Entre os que possuem renda familiar de até um salário mínimo, 67% estão muito preocupados. No outro extremo, entre os que possuem renda acima de cinco salários mínimos, o percentual cai para 54%.Quase metade da população (48%) buscou trabalho extra no último ano. Em setembro de 2013, o percentual era menor, de 25%. Os que possuem salários menores também são os que mais recorrem a um segundo trabalho para complementar a renda. Os dados mostram que 58% dos que ganham até um salário mínimo buscaram trabalho extra, contra 36% dos que têm renda acima de cinco salários mínimos.Em 40% das famílias, pessoas que não trabalhavam tiveram que entrar no mercado de trabalho para colaborar com as contas da casa. E 24% das pessoas voltaram a estudar com medo de ficar desempregadas. O volume é maior entre os que possuem ensino superior (30%). Na outra ponta, 15% dos que estudaram até a quarta série do ensino fundamental voltaram a estudar.

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Bom freguês: empresas estão de olho no poder de consumo dos maiores de 60

O aumento da expectativa de vida tem incentivado empresas a apostar na oferta de produtos e serviços voltados para idososCom independência financeira, alto poder de consumo e disponibilidade para investir as economias do “pé de meia” acumuladas em “uma vida”, eles querem sombra, água fresca e produtos e serviços cada vez mais adequados as suas necessidades. Atualmente, são 23,9 milhões de idosos no Brasil, que representam 11,71% da população do país.Segundo o último levantamento feito pelo Instituto Data Popular, o rendimento deste grupo atingiu R$ 446 bilhões, representando algo em torno de 20% do total da renda nacional.De olho neste mercado, as irmãs e enfermeiras Ana e Mariana Mello seguiram a tendência e criaram a Mais 60, uma loja totalmente especializada na oferta de produtos para a saúde e o conforto do idoso – desde itens para adaptação da casa até produtos cosméticos de beleza, específicos para pele madura.Em um ano e meio de funcionamento, a loja tem tido um crescimento de 30%, com circulação semanal de 70 consumidores que chegam a gastar, em média, R$ 300 por compra. “Os idosos compram muito e investem bastante neles mesmos. Muitas vezes, fazem compras maiores do que os familiares que também visitam a loja em busca de produtos para estes idosos”, garante uma das proprietárias, a enfermeira Ana Mello.As irmãs gastaram cerca de R$ 150 mil para abrir as portas da loja e devem alcançar o retorno do investimento até o final do ano. “O que eles não encontram, a gente ouve a necessidade e providencia. O idoso não quer só comprar o produto, mas também atenção. É um negócio para um cliente fiel e diferenciado, por isso investimos muito em um atendimento especializado”, completa a empresária.

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As irmãs devem implementar ainda este mês uma loja virtual e ainda planejam para o final do ano a oferta de treinamento de cuidadores em domicílio, além de uma grife de roupas para o seu público. “As demandas e os serviços vão surgindo de acordo com a procura. É um mercado que vale muito a pena”, diz Ana Mello.

TendênciaA expectativa de bons negócios da empresária reflete uma mudança de comportamento de consumo por parte dos idosos, como aponta o levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz com pessoas acima de 60 anos.

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Crédito

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Juro do cartão de crédito passa de 400% ao ano; do cheque vai 253%Taxa do cartão é novo recorde da série histórica do BC.Para o cheque especial, juros médios são os mais altos desde 1995.

Gastar demais no cartão de crédito ou no cheque especial está cada vez mais perigoso. Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, a modalidade mais cara do mercado, voltaram a subir em agosto, e atingiram a marca de 403,5% ao ano, informou o Banco Central nesta quarta-feira (23).A taxa é um novo recorde na série histórica do BC, que tem início em março de 2011. Em julho, o juro médio do cartão era de 394,7%.

Cheque especialOs juros do cheque especial também voltaram a subir no mês passado, atingindo 253,2% ao ano. Em julho, a taxa era de 246,9%. Nessa modalidade de crédito, a taxa de juros atingiu o maior patamar desde setembro de 1995, quando estava em 271,46%, ainda segundo dados do BC.Os juros cobrados pelos bancos nesta linha de crédito tiveram forte aumento nos últimos meses. No fim de 2013, estavam em 148,1% ao ano. O crescimento, portanto, foi de 105,1 pontos percentuais nos últimos 20 meses.

Consignado, crédito pessoal e veículosNo caso das operações de crédito pessoal para pessoas físicas (sem contar o consignado), de acordo com o Banco Central, a taxa média cobrada pelos bancos ficou em 120,9% ao ano em agosto, contra 117,5% ao ano em junho. Nesse caso, houve uma alta de 1,1 ponto percentual.Ainda segundo o BC, a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras nas operações do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) ficou em 27,8% em agosto, mesma taxa do mês anterior.

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Para aquisição de veículos, a taxa média cobrada das pessoas físicas subiu para 24,8%, ante 24,5% em julho.

Alta dos juros básicos da economiaO aumento dos juros bancários acompanha a alta da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para tentar conter as pressões inflacionárias.Desde outubro do ano passado, o BC vem subindo os juros ininterruptamente. Naquele momento, a taxa estava em 11% ao ano. No fim de maio, já havia avançado para 14,25% ao ano, um aumento de 3,25 pontos percentuais. Os números mostram que os bancos elevaram suas taxas de juros ao consumidor de maneira mais intensa.

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Crédito para financiar casa própria recua 35% em agosto, diz Abecip

O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança somou R$ 5,87 bilhões em agosto, queda de 35,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip). Na comparação com julho, houve recuo de 1,5% do volume registrado.Nos primeiros oito meses de 2015, foram destinados R$ 56,6 bilhões para aquisição e construção de imóveis, resultado 22% inferior ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 12 meses, até agosto, o volume de empréstimos alcançou R$ 96,7 bilhões, queda de 13,5% ante os 12 meses anteriores.O número de unidades financiadas também caiu. Foram alocados recursos para aquisição e construção de 28,2 mil imóveis em agosto, resultado 36% inferior ao mesmo mês do ano passado. Comparado a julho deste ano, entretanto, observou-se ligeira melhora, com crescimento de 0,7%.Entre janeiro e agosto, foram financiados 256,1 mil imóveis, queda de 27% em relação ao mesmo período de 2014. Nos últimos 12 meses, até agosto, foram financiados 443,4 mil imóveis, correspondendo a um recuo de 17,6% em relação aos 12 meses precedentes.

Captação da poupançaAs cadernetas de poupança dos agentes financeiros do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) vêm registrando saídas líquidas ao longo de 2015. Em agosto, a captação líquida foi negativa em R$ 7,2 bilhões. Entre janeiro e agosto de 2015, o saldo negativo foi de R$ 45,8 bilhões. Apesar da intensificação dos saques, com crescimento de 29% entre os primeiros oito meses de 2015 e igual período do ano passado, os depósitos aumentaram em 22%, na mesma base de comparação, segundo a Abecip Os estoques da poupança foram afetados pelas saídas de recursos. Em agosto, o saldo dos depósitos atingiu R$ 500,8 bilhões, com evolução nominal de apenas 0,3% em relação a agosto do ano passado.

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BC mantém projeção de crescimento de 9% para o crédito total em 2015

O Banco Central manteve praticamente inalteradas suas projeções para expansão do crédito em 2015. Para o crédito total, segundo informou nesta quarta-feira, 23, o chefe do Departamento Econômico da instituição, Tulio Maciel, foi mantida a expectativa de 9%. A única mudança foi na perspectiva para o crédito nos bancos privados nacionais, cuja previsão passou de 4% para 3%. "Mantivemos em agosto tendência moderada do crédito que já vinha sendo observada e essa moderação está em linha com nossas projeções", explicou.Maciel relatou ainda que a previsão para o crédito livre foi mantida em 5%; para o direcionado, em 14%; para os bancos públicos, em 13%, e para os bancos privados estrangeiros, em 7% - sem qualquer alteração. Há uma tendência, olhando série de longo prazo, de crescimento menor para o crédito. A base também está maior e isso afeta a taxa de expansão."Crescer sobre uma base baixa é mais fácil", ponderou o representante do BC. Ele informou ainda que o crédito direcionado tem desacelerado mais fortemente que o livre e salientou que agosto, assim como julho, é mês mais fraco para liberação de financiamentos.Para exemplificar a desaceleração, ele lembrou que em 2008 o crédito cresceu 31%; em 2010 avançou 20%; em 2012, 16%; e em 2014, 11%. "A tendência de moderação da expansão de crédito é estrutural e de longo prazo", observou. "O custo dos empréstimos mais alto e a atividade econômica são fatores que afetam o ciclo de crédito", explicou.

Crescimento sustentávelTulio Maciel destacou ser "natural e salutar" para o próprio sistema que o crescimento do mercado de crédito seja menor, mas sustentável. Ele lembrou que a relação com o Produto Interno Bruto (PIB) atualmente está em 56% e que essa taxa era de 20% há cerca de 10 ou 20 anos.

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"Tivemos um avanço importante nesse período em termos de base de crédito. Atingido esse patamar, é natural que tenhamos crescimentos menores", salientou.Questionado sobre se a projeção do BC de expansão de 9% para o mercado este ano é o novo ritmo do setor para o Brasil, o técnico disse que não se atreveria a dizer qual é o porcentual a ser considerado como o mais adequado. "Depende de condições diversas, mas é razoável supor que venha a prevalecer à frente (essa taxa)", afirmou.Maciel avaliou que o País ainda tem espaço ainda crescimento do mercado de crédito. "Em alguns países desenvolvidos, essa relação com o PIB é de mais de 100%", disse.Quando perguntado sobre comparações com países mais parecidos com o Brasil, ele comentou que esse paralelo é preciso ser feito com cuidado por causa das diferenças de mercado de cada local. "Geralmente onde crédito/PIB é mais acentuado, a participação do crédito imobiliário tem destaque", considerou.No Brasil, essa taxa atualmente está em 9,6% do crédito imobiliário total com taxas livres e reguladas, o que pode ser considerado baixo para os padrões internacionais. Ele disse ainda que há outras modalidades que também possuem espaço para crescimento.

Instituições públicasDe acordo com os dados de agosto do BC, as instituições públicas voltaram a puxar o aumento do estoque de crédito em agosto ante julho. Houve avanço de 1%, para R$ 1,737 trilhão. No acumulado do ano, a alta está em 7% e, em 12 meses, de 14,3%.As instituições financeiras estrangeiras apresentaram o segundo maior crescimento na margem em agosto, de 0,5%. O estoque desse grupo está em R$ 451,420 bilhões. No ano, a alta é de 2,3% e, em 12 meses, de 7,4%. Já os bancos privados nacionais registraram um incremento de 0,2% do estoque na comparação mensal, para um total de R$ 943,693 bilhões. No ano, há queda de 1% e, em 12 meses, alta de 2,9%.A inadimplência ficou estável na margem para as instituições nacionais, públicas ou privadas. No caso das estrangeiras, houve uma leve alta de 0,1%. Houve aumento das provisões apenas no caso das instituições financeiras privadas nacionais, de 7,1% para 7,3%. Nos demais grupos, houve estabilidade na margem.

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Endividamento das famíliasO Banco Central ainda não atualizou os dados do endividamento das famílias e divulgou nesta quarta-feira apenas o resultado de junho. Pelos números da instituição, o endividamento total ficou em 45,8% em junho - excluindo o crédito imobiliário, ele cai para 27,1%A instituição começou a fazer o levantamento em janeiro de 2005 e o retrato sobre o nível de dívidas brasileiras passou a ser incorporado na nota de crédito pelo BC em agosto. O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses e incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (PNAD) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE.

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Caixa vai elevar juros no crédito imobiliário pela 3ª vez neste ano

A Caixa Econômica Federal anunciou a terceira elevação dos juros nos financiamentos imobiliários de imóveis residenciais neste ano. As novas taxas têm início, conforme informou o banco, líder no segmento, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em 1º de outubro e tiveram de ser reajustadas para cima por conta do aumento dos juros básicos, a Selic.Passaram ilesos novamente os financiamentos habitacionais com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS, que não terão alteração. Nas demais modalidades, os juros aumentaram em pelo menos 0,30 ponto porcentual e no máximo 0,50 ponto porcentual.Para imóveis a serem financiados pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH), de valor de R$ 650 mil a 750 mil, dependendo da cidade, os juros passam de 9,45% para 9,90% ao ano. No Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que abrange imóveis com valores acima desta faixa, a taxa balcão da Caixa aumenta de 11% para 11,50% ao ano.Com o aumento da Selic, a Caixa enfrenta escassez de funding para crédito imobiliário em meio aos saques realizados na poupança, principal fonte de recursos do segmento. Por isso, além de aumentar os juros, ainda restringiu as condições de financiamento, reduzindo o limite máximo de financiamento (LTV, na sigla em inglês). Para imóveis em geral, passou de 90% para 80%. No SFH, para imóveis usados, recuou de 80% para 50%, e de 70% para 40% para imóveis usados enquadrados no SFI.No SFH, o valor máximo do imóvel financiado é de R$ 750 mil nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal; nos demais Estados, o valor é de R$ 650 mil. No SFI, estão os financiamentos que não se enquadram no SFH, como os imóveis com valores superiores ao estabelecido pela lei."A Caixa ressalta que, mesmo após a alteração, continua mantendo as melhores taxas de juros de financiamentos habitacionais no âmbito do SFH", informa a instituição.

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Nos imóveis comercial e misto, a taxa balcão passou de 12% para 14%, enquanto que para clientes que têm relacionamento com a Caixa os juros aumentaram de 11,50% para 13,50%. Para quem tem não só relacionamento, mas também recebe seu salário pelo banco, a taxa será de 13%, contra 11% anteriormente.

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Brasil está entre emergentes vulneráveis a estresse bancário

O crescimento do crédito em China, Brasil e Turquia não apenas pode levar a uma ressaca na dívida, como também sinaliza que uma crise bancária está no horizonte, segundo relatório trimestral divulgado neste domingo pelo Bank for International Settlements (BIS), o banco central dos bancos centrais.A avaliação se baseia em um critério que considera a relação entre o crescimento do crédito e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos). No caso da China, este indicador está em 25,4%. Na Turquia, está em 16,6% e, no Brasil, em 15,7%."Esses indicadores antecedentes de estresse bancário apontaram para riscos derivados de um forte crescimento de crédito", segundo o BIS. Historicamente, um país com patamar acima de 10% tem 70% mais chance de enfrentar uma "séria tensão bancária" num horizonte de três anos.'FARRA DO CRÉDITO'As grandes nações em desenvolvimento se recuperaram da crise global de 2008 muito rapidamente, financiando sua expansão por meio de uma espécie de "farra de crédito", diz a Bloomberg. Agora, diz a agência de notícias, o crescimento atrelado a subsídios tem levado as instituições credoras a se defrontar com os maus empréstimos.Os maiores bancos brasileiros estão fazendo provisões em seus balanços para cobrir os empréstimos ruins, já que a inadimplência vem crescendo no país. Banco do Brasil, o maior banco da América Latina em ativos, elevou as provisões em 21% mês passado.Tanto o Banco do Brasil como o Bradesco estão entre as 13 instituições financeiras brasileiras que tiveram sua nota de crédito rebaixada pela Standard & Poor´s, que cortou a nota brasileira para o grau especulativo semana passada.

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"Famílias e empresas no Brasil, na China e na Turquia têm gasto significativamente mais com dívidas do que no passado", disse o BIS no relatório.Outros países citados no relatório que exibem a razão entre crescimento de crédito e crescimento do PIB acima de 10% são Indonésia, Cingapura e Tailândia. Por isso. todos esses países também estão vulneráveis a estresses bancários.

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Economia

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Incertezas na economia fazem dólar subir mais de 50% em 2015A valorização é boa para os estrangeiros e para os brasileiros que fazem negócios com outros países. Quem vende carne e soja comemora o lucro.

Em 2015, o dólar já subiu mais de 50% em relação ao real. As incertezas na economia brasileira estão derrubando o valor da nossa moeda. A alta é pior para os brasileiros, mas favorece estrangeiros. Tudo no Brasil está ficando barato para eles, das lembrancinhas às ações na Bolsa de Valores.Caminhar de mão abanando não é o forte de uma turma de Dubai. O programa preferido dos três amigos, pela primeira vez no Brasil, é ir às compras. Tristan disse que no nosso país está mais barato do que qualquer outro lugar do mundo e que ele se sente um milionário.Um piloto holandês também contou que está satisfeito com os preços e que tenta distrair a mulher nos pontos turísticos para evitar que ela gaste demais.Tem outro mercado cheio de pechincha para estrangeiro: o de ações. Com o câmbio assim, as ações das empresas brasileiras também estão mais baratas em dólar. Na quarta-feira (23), a nossa bolsa deixou de ser a mais valiosa da América Latina e perdeu o posto para a mexicana. Juntas, as companhias abertas do Brasil valem agora US$ 471,6 bilhões e já chegaram a valer US$ 1,53 trilhão em abril de 2011.Os preços baixos na bolsa e nas ruas estão atraindo os estrangeiros. E os brasileiros estão ganhando alguma coisa com isso? Nos centros comerciais do Rio de Janeiro, por enquanto, os comerciantes ainda não sentiram os efeitos da alta do dólar. Para o estrangeiro está barato, sim, e ele ainda quer ganhar mais e, para isso, vem adotando um estilo bem brasileiro."Aprender a pechinchar, eles pechincham. É muito difícil eles pagarem o preço normal em mais de uma peça. Na maioria das vezes eles pedem desconto", conta a vendedora Joselma Rodrigues.

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Quem ganha no Brasil

O dólar em alta é bom também para os brasileiros que negociam com outros países. Quem vende carne e soja, por exemplo, comemora um lucro bem maior.No frigorífico com unidades em Santa Rosa e Santo Angelo, são abatidos por dia 5,2 mil suínos. O mercado externo é o destino para 60% da produção. A carne suína sai da região noroeste para grandes e importantes mercados, como Rússia, China, Argentina e países da África. Na contramão da crise, a empresa abriu nos últimos meses 170 novos postos de trabalho e continuam as contratações.Nada mau também para as regiões que dependem da produção de soja e que têm o preço negociado em dólar. A arrecadação de pequenos municípios, como Ibirubá, não sai tão prejudicada.Quem trabalha com exportação de grãos, principalmente soja, também se beneficia com a alta do dólar. Empresas e agricultores que ainda têm estocado grão colhido na última safra, por enquanto, comemoram uma lucratividade maior.“Quem tem grão para vender está ótimo. Quem não tem e não comprou os insumos está pagando o pato. Subiram todos os insumos e ele não tem mais grãos”, diz o cerealista Clóvis Werlang.

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Com economia em recessão, BC vê recuo de quase 40% no déficit externoExpectativa é de um déficit em conta corrente de US$ 65 bilhões neste ano.No ano passado, contas externas tiveram déficit de US$ 103,59 bilhões.

Com a disparada do dólar e a economia brasileira em recessão, as contas externas deverão registrar melhora neste ano, com queda do déficit em transações correntes (formada pela balança comercial, pelos serviços e pelas rendas), segundo estimativas divulgadas nesta terça-feira (22) pelo Banco Central.A expectativa do BC é que o déficit em transações correntes – um dos principais indicadores das contas externas – some US$ 65 bilhões em 2015, ou 3,71% do PIB. No ano passado, o resultado negativo foi de US$ 103,59 bilhões, ou 4,42% do PIB. O recuo estimado é de 37,2% em 2015. Até então, o BC estimava um resultado negativo de US$ 81 bilhões, ou 4,17% do PIB, para as contas externas neste ano.A explicação é que, com o fraco nível de atividade na economia brasileira, decorrente de um cenário de recessão, e com o dólar em alta, há uma demanda menor por importações (que ficam mais caras). Ao mesmo tempo, a disparada da moeda norte-americana também estimula as exportações, tornando-as mais baratas, contribuindo para uma melhora do resultado da balança comercial."A taxa de câmbio, que atinge mais de 30%, e a atividade econômica. São dois fatores que têm influencia direta nas contas externas", afirmou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel. De janeiro a agosto deste ano, o resultado negativo das contas externas somou US$ 46,14 bilhões, com queda de 29,2% frente ao mesmo período do ano passado (US$ 65,24 bilhões).

Investimento diretoCom o fraco nível de atividade, o Banco Central também prevê que os investimentos estrangeiros diretos terão forte queda neste ano. A previsão da autoridade monetária é de que investimentos totalizem US$ 65 bilhões em 2015 – com queda de 32,9% frente ao patamar registrado no ano passado (US$ 96,89 bilhões).

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Na parcial dos oito primeiros meses de 2015, os investimentos foram de US$ 42,16 bilhões, com queda de 35% frente ao mesmo período do ano passado – US$ 65,43 bilhões. Com isso, os investimentos não foram suficientes, novamente, para "financiar" em sua totalidade o déficit das contas externas do período – que somou US$ 46 bilhões até agosto. Para este ano, porém, a previsão do BC é de que o ingresso seja suficiente para financiar o déficit das contas externas.

Financiamento do déficit externoQuando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.Economistas alertam, entretanto, que em um cenário de crescimento menor do PIB, de indicadores ruins das contas públicas e externas brasileiras, a atratividade da economia brasileira também é menor, o que pode significar um pouco mais de dificuldade no financiamento do déficit das contas externas.O governo tem lembrado que as reservas internacionais brasileiras, acima de US$ 370 bilhões, conferem tranquilidade na administração das contas externas brasileiras.

Componentes das contas externasA melhora nas contas externas, prevista para o ano de 2015, está relacionada, com seus três componentes: a balança comercial brasileira, a conta de rendas e também a de serviços.Para a balança comercial brasileira, por exemplo, o BC passou a estimar um superávit de US$ 12 bilhões em 2015, com exportações em US$ 192 bilhões e importações em US$ 180 bilhões. Até então, o BC previa um superávit comercial de US$ 3 bilhões em 2015. De janeiro a agosto, a balança registrou um superávit de US$ 6,33 bilhões.Além da balança comercial brasileira, dentro da conta de transações correntes também estão as rendas, que incluem, por exemplo, as remessas de lucros e dividendos (parcelas de lucros) ao exterior, e os serviços, que englobam as viagens de brasileiros ao exterior, seguros e aluguel de equipamentos, entre outros.

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No caso das rendas primárias, o BC informou que passou a estimar um déficit de US$ 39,7 bilhões nas rendas primárias para 2015 - contra a estimativa anterior de um resultado negativo de US$ 41,6 bilhões. Somente as remessas de lucros e dividendos ao exterior devem somar US$ 18 bilhões em 2015. Até então, o BC previa que essas remessas seriam de US$ 21 bilhões em 2015.A conta de serviços, por sua vez, que engloba os gastos de brasileiros no exterior, deverá registrar um déficit de US$ 40,3 bilhões neste ano, contra a previsão anterior de um resultado negativo de US$ 44,2 bilhões para 2015. De janeiro a agosto, a conta de serviços teve um déficit de US$ 26,4 bilhões, contra US$ 30,7 bilhões no mesmo período do ano passado.

Nova metodologia das contas externasO Banco Central informou que passou a adotar, a partir do início de 2015, estatísticas do setor externo em conformidade com o a sexta edição do Manual de Balanço de Pagamentos e Posição Internacional de Investimento (BPM6), do Fundo Monetário Internacional (FMI) - já adotado por várias economias ao redor do mundo.Um dos principais impactos da implementação do chamado BPM6 acontece nos investimentos diretos no país. Segundo o BC, empréstimos intercompanhia, de filiais brasileiras no exterior para a matriz, localizada aqui no país, antes eram considerados como investimento brasileiro no exterior.No caso do déficit em transações correntes, cujo valor também ficou maior com a mudança metodológica, o Banco Central explicou que novas "rubricas" passaram a fazer parte do resultado, como os chamados "lucros reinvestidos" - ou seja, os lucros auferidos por empresas estrangeiras instaladas no Brasil.A parte do lucro que não é remetida ao exterior, ou seja, que é reinvestida no Brasil, amplia o capital da empresa e passa a ser contabilizada como pagamento a não residente, e, com isso, passa a integrar o déficit em conta corrente, explicou o BC. Os juros da dívida doméstica pagos a não residentes também passaram a integrar o déficit em conta corrente.

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Governo passa a prever retração de 2,44% para PIB de 2015Até então, a estimativa era de uma queda de 1,80% neste ano.Já a previsão para a inflação de 2015 subiu de 9% para 9,29%.O governo revisou oficialmente sua previsão de retração do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para uma queda de 2,44%, informou o Ministério do Planejamento por meio do relatório de receitas e despesas do orçamento de 2015 relativo ao quarto bimestre deste ano.Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990, quando o PIB recuou 4,35%. Até então, a última estimativa divulgada pelo governo era de uma queda de 1,8% no PIB de 2015.A revisão da previsão do governo acompanha as estimativas do mercado. Na semana passada, segundo informou o Banco Central nesta segunda-feira (14), os analistas das instituições financeiras previam um "encolhimento" de 2,70% para o PIB brasileiro neste ano e de 0,80% de retração em 2016.O Brasil entrou em recessão técnica em agosto, após registrar queda de 0,7% no PIB do 1º trimestre e retração de 1,9% no 2º trimestre.Com uma estimativa menor de crescimento da economia brasileira neste ano e também no próximo, o governo já admitiu que arrecadará menos. Este valor, anunciado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento nesta segunda-feira, é de R$ 5,5 bilhões a menos no ano que vem.

Inflação acima de 9% e do teto da metaPor meio do relatório de receitas e despesas do orçamento, relativo ao quarto bimestre, o governo também admitiu que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá ultrapassar a barreira dos 9% neste ano. A previsão, para o IPCA de 2015, subiu de 9% para 9,29%.Com isso, o governo continua admitindo que o teto do sistema de metas de inflação, de 6,5%, deverá ser superado neste ano. Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%, mas, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

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Com isso, a inflação deverá superar o teto do sistema de metas em 2015, algo que não acontece desde 2003."A previsão para 2015 do crescimento real do PIB foi reduzida de -1,49% para - 2,44%, enquanto o índice de inflação (IPCA) passou de 9,00% para 9,29%, ambas revisões alinhadas com as expectativas de mercado. A estimativa de inflação sugere certa persistência em 2015, refletindo o realinhamento dos preços administrados e a desvalorização cambial", informou o governo no relatório de orçamento.

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Economia deve ter queda de 2,7% este ano, preveem instituições financeiras

A projeção de instituições financeiras para a retração da economia este ano passou piorou pela décima vez seguida. Desta vez, a estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 2,55% para 2,70%. Para 2016, a expectativa de retração também foi alterada: de 0,60% para 0,80%, no sétimo ajuste consecutivo.Essas estimativas são do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia.Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve apresentar retração de 6,45%, este ano. Na semana passada, a projeção de queda era 6,20%. Em 2016, o setor deve se recuperar, mas a projeção de crescimento está cada vez menor: passou de 0,50% para 0,20%, no quarto ajuste seguido.O encolhimento da economia vem acompanhado de inflação acima da meta, este ano. A meta é 4,5%, com limite superior de 6,5%. A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, foi ajustada de 9,28% para 9,34%. Para o próximo ano, a expectativa é que a inflação fique abaixo do limite superior, mas ainda distante do centro da meta, em 5,70%, contra 5,64% previstos na semana passada. Esse foi o sétimo aumento seguido na projeção para inflação em 2016.Para tentar trazer a inflação para a meta, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. Depois desse ciclo de alta, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início do mês, a Selic foi mantida em 14,25% ao ano.Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016. A projeção mediana (desconsidera os extremos da estimativa) para o fim de 2016 passou de 12% para 12,25% ao ano.

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A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.Ao manter a Selic, o BC indica que ajustes anteriores foram suficiente para produzir os efeitos esperados na economia. O BC costuma dizer que os efeitos de elevação da Selic se acumulam e levam tempo para aparecer.A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que foi alterada de 7,77% para 8,25%, este ano. Para o Índice Geral de Preços -Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 7,77% para 7,86%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) foi alterada de 9,30% para 9,46%, este ano.A projeção para a cotação do dólar, ao final este ano foi ajustada de R$ 3,70 para R$ 3,86. Para o fim de 2016, a projeção chegou a R$ 4, ante a estimativa anterior de R$ 3,80.

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Empresários também têm culpa por crise, diz Marcos LisboaEm entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada neste domingo (20), o economista Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica no governo Lula, destacou que os empresários também são culpados pela crise econômica do país, porque terem aplaudido a agenda populista do PT nos últimos anos e mudarem de lado quando a conta desta política chegou. Para ele, parte do empresariado está sendo oportunista. "Muitos dos que agora estão criticando apoiaram as medidas que levaram a economia à situação em que está."Lisboa é presidente do Insper, um dos centros de pesquisa e ensino mais respeitados do país na área econômica. Ele também destacou está menos pessimista do que no ano passado, porque a sociedade abandonou o "autoengano" e passou a discutir seus problemas.O economista também destacou na entrevista que a crise econômica não começou agora, e que aumentar impostos não é a melhor solução. "O ritmo de crescimento do emprego está diminuindo desde 2011", disse. "As medidas até agora tentam aumentar a receita e cortar algum investimento. É o equivalente a tomar morfina quando você está com uma doença crônica. Tira um pouco da dor, mas, quando passa o efeito da droga, a doença volta mais grave", completou.

Confira a entrevista publicada pela Folha de S. Paulo:Folha - As medidas de ajuste propostas pelo governo Dilma são suficientes para tirar o país da crise?Marcos Lisboa - Essas medidas foram uma imensa frustração. Minha impressão é que não se entendeu a origem das dificuldades por que passa o país. O problema do Brasil é muito mais grave do que fazer um superavit primário de 0,7% em 2016.Temos uma trajetória de crescimento da dívida pública acima do PIB. Devemos terminar este governo em 2018 como o país emergente mais endividado do mundo. É uma tendência explosiva. E o ajuste proposto não afeta em nada essa trajetória.

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O que precisaria ser feito?As despesas no Brasil crescem por dois motivos principais. Primeiro, por causa das regras de vinculação da despesa pública. À medida que o país cresce, aumentam as despesas com educação, saúde e vários outros programas.Quando o país para de crescer, não é possível reduzir essa despesa. Na média, portanto, essas despesas crescem acima do PIB.Segundo, por causa do envelhecimento do Brasil. Hoje a população em idade para se aposentar cresce quatro vezes mais rápido que a população em idade para trabalhar.Isso é agravado pelas regras que permitem que pessoas jovens se aposentem. É bom enfatizar: a idade média de aposentadoria por tempo de contribuição é 53 anos para mulheres e 54 para os homens. Outros países elevaram essa idade mínima para 60, 65 anos e até mais.

É factível para uma presidente com popularidade baixa fazer essas reformas em um Congresso hostil?Ou nós atacamos os problemas ou os problemas vão nos atacar. O Brasil está pagando o preço de uma crise grave e profunda por não ter feito esse ajuste.

O ajuste proposto é modesto, mas o governo vem sofrendo pressão para abandoná-lo. O que pode ocorrer se o governo ceder?As medidas adotadas até agora são de má qualidade e algumas chegam a prejudicar a eficiência da economia. Se até isso for abandonado, a crise vai se agravar.Vale lembrar que a crise do Brasil não começa em 2015. O ritmo de crescimento do emprego está diminuindo desde 2011. Mas, na campanha e no início da gestão, o diagnóstico do governo não era de um problema estrutural.As medidas até agora tentam aumentar a receita e cortar algum investimento. É o equivalente a tomar morfina quando você está com uma doença crônica. Tira um pouco da dor, mas, quando passa o efeito da droga, a doença volta mais grave.

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É possível hoje evitar um aumento de carga tributária?Se aumentar impostos neste ano, terá que elevar em 2016 e 2017. O problema não para. Com o agravante de que a carga tributária no Brasil já é maior que na maioria dos países emergentes.Hoje não há segurança para investir no país em projetos de cinco ou dez anos. Aqui temos esse oportunismo político de mudar as regras e isso acaba com a credibilidade.Nos últimos seis anos, começando após a crise de 2008, a política econômica populista contribuiu enormemente com a crise.Mascararam números, elevaram gastos, aumentaram subsídios. Deu errado. Crescemos menos que o resto do mundo e os ganhos sociais estão retrocedendo.

Economistas ligados ao PT continuam defendendo que é preciso reduzir juros para estimular os investimentos e aumentar o crescimento.A Dilma começou seu primeiro mandato prometendo juro real de 2% e gastando mais. O que estão propondo agora é o mesmo que levou o país à grave crise que atravessamos.Crédito subsidiado melhora os resultados das empresas, mas não eleva os investimentos.A empresa só troca um financiamento privado caro por um empréstimo público mais barato.Política industrial pode ser eficaz e todo mundo faz, mas tem que selecionar direito e criar contrapartidas.Não pode dar incentivos e proteções a roldão.

A indústria, que se beneficiou dessa proteção, agora critica muito o governo.É profundamente injusto dizer que a culpa é só do governo. Essa agenda foi defendida durante anos por interesses empresariais. Foi aplaudida em praça pública no começo de 2009, dizendo que levaria a um aumento do investimento e tiraria o país da crise internacional.

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O setor financeiro tem sido mais cauteloso nas críticas. Por quê?Não posso falar por setores específicos. Mas ninguém gosta de enfrentar o fracasso.É verdade que o governo é incompetente, mas não agiu sozinho. Muitos dos que hoje criticam apoiaram as medidas que levaram a economia à situação em que está. Mas também é claro que existe uma preocupação legítima com a solidez do país.

Qual é a responsabilidade do Congresso na crise?Outras pessoas podem falar melhor de política, mas a única coisa que decepciona tanto quanto o governo é a oposição. Na campanha, a oposição também se eximiu de enfrentar os problemas.Qual é a dificuldade de debater a governança das estatais? É muito ruim mesmo. Também precisamos discutir o funcionalismo, que ganha muito mais do que o setor privado.E qual é o problema de falar de privatização? Na minha geração, telefone era presente de casamento declarado no Imposto de Renda. O país melhorou muito depois da privatização.

O Brasil ainda tem chance de evitar a perda do grau de investimento de outra agência?A crise é grave e o rebaixamento é um sintoma.Essa crise vai ser longa, mas hoje estou menos pessimista do que há um ano, quando os problemas já eram visíveis, mas havia um autoengano e o país se recusava a enfrentá-los. Pelo menos hoje estamos discutindo.Só ainda não chegamos ao fundo do poço. As previsões no Insperapontam para uma recessão de 3% neste ano e 2% no ano que vem.

O sr. projeta alguma recuperação da economia em 2017?É difícil a economia se recuperar enquanto os problemas não forem enfrentados. A crise vai piorar. Haverá impacto nos resultados das empresas, repercussão no emprego e na qualidade de vida.A conta do populismo sempre chega. No Brasil, essa conta chegou.

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Em meio à recessão, arrecadação tem pior mês de agosto em 5 anos

No mês passado, arrecadação federal caiu 9,3%, para R$ 93,7 bilhões.De janeiro a agosto, totalizou R$ 805 bilhões, com queda real de 3,68%.Em meio à recessão na economia brasileira, a arrecadação continua registrando fraco desempenho, mesmo com o aumento de vários tributos neste ano. Segundo informações divulgadas pela Secretaria da Receita Federal nesta sexta-feira (18), a arrecadação teve, em agosto, o pior desempenho para o mês em cinco anos.No mês passado, de acordo com dados oficiais, o governo arrecadou R$ 93,7 bilhões – um queda real de 9,32% sobre o mesmo mês de 2014. É o pior resultado, para meses de agosto, desde 2010, quando somou R$ 89,88 bilhões.O Fisco informou ainda que a queda está relacionada com a arrecadação extra, de R$ 7,13 bilhões, do Refis da Copa (programa de parcelamento) registrada de em agosto do ano passado. No mesmo período de 2015, esse programa de parcelamento resultou no ingresso de R$ 2,24 bilhões nos cofres públicos. Expurgando os efeitos do Refis da Copa, nos dois meses, a arrecadação teve queda real de cerca de 4,9% no mês passado."A desaceleração da atividade econômica tem impacto na arrecadação. O resultado da arrecadação é consequência da conjugação de diversos fatores. O consumo das famílias está reduzindo. Essa redução da demanda agregada é consequência da queda da renda. Com isso, a oferta de bens também diminui. As empresas produzem menos, há queda do rendo de emprego, e tem menos renda, que acaba por limitar esse ciclo. Tem um aperto de crédito [fruto da alta dos juros]", avaliou o o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias.

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Acumulado do anoJá no acumulado dos oito primeiros meses deste ano, informou o Fisco, a arrecadação totalizou R$ 805,81 bilhões – com queda real de 3,68% frente ao mesmo período do ano passado. Este também foi o pior resultado para este período desde 2010, informou a Receita Federal.O recuo da arrecadação em 2015 aconteceu apesar da arrecadação extra, neste ano, de R$ 11,8 bilhões (R$ 4,6 bilhões de transferência de ativos entre empresas, R$ 1 bilhão de remessas para residentes no exterior e R$ 6,2 bilhões pela recuperação de débitos em atraso). Por outro lado, informou que deixou de arrecadar R$ 2,75 bilhões em 2015 por conta dauniversalização do Simples Nacional.De acordo com dados da Receita, a arrecadação refletiu, nos acumulado deste ano, o baixo nível de atividade econômica. De janeiro a agosto, produção industrial recuou 6,18%, as vendas de bens e serviços caíram 5,80% e o valor em dólar das importações recuou 23,45%, apesar do aumento de 5,15% na massa salarial.

Alterações de tributosO governo também informou que a a arrecadação também se ressente, em 2015, das desonerações de tributos feitas nos últimos anos –parcialmente revertidas, em alguns casos. De acordo com informações da Receita Federal, as reduções de tributos realizadas nos últimos anos tiveram impacto de queda na arrecadação de R$ 71,5 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, contra R$ 64,14 bilhões no mesmo período do ano passado.O governo, entretanto, começou a aumentar impostos em 2015 como parte do ajuste fiscal para tentar reequilibra as contas públicas. Neste ano, o governo já subiu tributos sobre empréstimos, carros, cosméticos, cerveja, vinhos, destilados, refrigerantes, bancos, receitas financeiras das empresas, taxas de fiscalização de serviços públicos, gasolina, importações, e exportações de manufaturados, entre outros. A maior parte destes aumentos já está valendo.

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Arrecadação por tributosA Receita Federal informou que o Imposto de Renda arrecadou R$ 223 bilhões de janeiro a agosto deste ano, com queda real de 2,44% sobre o mesmo período do ano passado (R$ 228 bilhões). Os números foram corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).No caso do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a arrecadação somou R$ 84,48 bilhões de janeiro a agosto, com queda real de 12,30% sobre o mesmo período ano anterior.Sobre o IR das pessoas físicas, o valor arrecadado totalizou R$ 21,36 bilhões na parcial de 2015, com recuo real de 5,44%. Já o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) arrecadou R$ 117,35 bilhões nos primeiros oito meses do ano, com alta real de 6,83% sobre igual período de 2014.Com relação ao Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), os números do Fisco mostram que o valor arrecadado somou R$ 33,43 bilhões nos oito primeiros meses deste ano, com queda real de 7,08% sobre o mesmo período do ano passado.No caso do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), houve uma alta real de 9,81%, para R$ 23,37 bilhões, de janeiro a agosto deste ano. Neste caso, a arrecadação foi influenciada pela alta do tributo, que já foi recomposto no início deste ano.A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), por sua vez, arrecadou R$ 136 bilhões nos oito primeiros meses deste ano, com queda real de 3,12%, enquanto a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) registrou arrecadação de R$ 45,28 bilhões no acumulado de 2015, com recuo real de 11,92%.

Meta fiscalO fraco comportamento da arrecadação neste ano, apesar do aumento de tributos autorizado pelo governo no começo de 2015, não facilita o cumprimento da meta de superávit primário (a economia para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda) em 2015.

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Inicialmente, a meta foi fixada pela equipe econômica em R$ 66,3 bilhões para todo o setor público (governo, estados, municípios e empresas estatais) em 2015. No mês passado, porém, o governo anunciou que a meta foi reduzida para 0,15% do PIB, ou R$ 8,74 bilhões.Além de aumentar tributos, o governo também atuou na limitação de benefícios sociais, como o seguro-desemprego, o auxílio-doença, o abono salarial e a pensão por morte, medidas já aprovadas pelo Congresso Nacional e sancionadas pela presidente da República. Além disso, também quer elevar tributos sobre a folha de pagamentos -revertendo parcialmente a desoneração autorizada nos últimos anos.O governo também está atuando do lado da contenção de gastos, principalmente de investimentos. Em maio, foi anunciado um bloqueio de R$ 69,9 bilhões em recursos do orçamento de 2015 e, em julho, a equipe econômica informou que foi autorizado um bloqueio adicional de R$ 8,6 bilhões nos gastos dos ministérios.

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Decisão do Fed dá um fôlego a mais para economia brasileira, diz consultoria

O aumento dos juros deve ficar só para o ano que vem, como já previa a RC antes da decisão.A decisão do Federal Reserve de manter as taxas de juros em níveis próximos de zero dá um fôlego a mais para a economia brasileira, avalia o economista Thiago Biscuola, da RC Consultores. Se o banco central tivesse anunciado a alta na reunião desta quinta-feira, o Brasil poderia enfrentar uma fuga de capital.

Para ele, o aumento dos juros deve ficar só para o ano que vem, como já previa a RC antes da decisão. "Apesar da preocupação com o Fed, é importante entender que o 'overshoot' do câmbio no Brasil se dá muito mais por fatores internos, como a política fiscal e econômica do governo, do que externos", afirma.

Embora muitas carteiras de ativos já estejam posicionadas para a alta dos juros, Biscuola acredita que haverá um impacto negativo quando a decisão for finalmente tomada. "Será como a perda do grau de investimento. Todo mundo sabia que ia acontecer, mas mesmo assim o rebaixamento fez preço", disse.

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A política monetária nos EUA e os desafios para a economia brasileiraO cenário econômico atual é bastante desafiador para o Brasil. Inflação elevada e crescimento econômico em baixa, associados à necessidade de um ajuste das contas do governo, confirmam que a economia brasileira terá grandes desafios para a retomada do crescimento. Além dos desequilíbrios internos, o cenário internacional é pouco favorável, com o baixo crescimento na Europa, a desaceleração da economia chinesa e a iminente mudança na política monetária nos EUA. Após a grave crise financeira internacional de 2008, os EUA estimularam a economia com taxas de juros baixas e injeção de dinheiro na economia. O programa de estímulos monetários (injeção de dólares para aquecer a economia) foi encerrado em 2014 e a atenção de todos se volta agora para a reversão da política monetária nos EUA, ou seja, o momento em que terá início o processo de elevação da taxa de juros naquele país, que pode acontecer já na próxima reunião do FED (o banco central dos EUA).As recentes manifestações dos membros do FED, combinadas com os indicadores de emprego e inflação que vêm sendo apresentados pela economia estadunidense, sinaliza que o início do ciclo de elevação na taxa de juros está próximo. Em um cenário internacional que comporta uma rede complexa de interpendência, uma elevação da taxa de juros na principal economia do mundo pode provocar mudanças na direção dos fluxos de capitais internacionais, o que torna relevante a avaliação de como a economia brasileira se insere nesse processo.Com base no histórico de comportamento dos principais indicadores econômicos é possível captar os efeitos potenciais de uma mudança na taxa de juros estadunidense sobre algumas variáveis macroeconômicas do Brasil, com destaque para a relação entre a taxa de juros dos EUA e a taxa de câmbio, juros e a inflação no Brasil. Nesse sentido, a perspectiva que se prospecta diante de uma contração monetária nos EUA é a de uma elevação na curva de juros futuros no Brasil, uma desvalorização do Real frente ao Dólar e um repasse, ainda que incompleto, do câmbio para os preços.

O problema, entretanto, não está no novo patamar que essas variáveis assumem, mas nos eventuais desequilíbrios de caráter interno que

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O problema, entretanto, não está no novo patamar que essas variáveis assumem, mas nos eventuais desequilíbrios de caráter interno que poderão ser acentuados a partir da trajetória esperada para as variáveis.Especificamente em relação ao comportamento da taxa de juros no Brasil, uma projeção de elevação no futuro pode ser considerada como uma deterioração da percepção de risco, por parte do credor, que exige um prêmio maior para investir no país, afetando a entrada de capitais e reduzindo os canais de financiamento em um momento bastante delicado, uma vez que os déficits persistentes em transações correntes, que são as transações do país com o resto do mundo, já ultrapassam o patamar crítico de 3% em relação ao PIB. Cumpre destacar que os déficits em transações correntes não foram convertidos em investimento, tendo em vista que a taxa de formação bruta de capital fixo, que é o investimento do setor empresarial, se manteve praticamente constante no tempo – não ultrapassando o patamar de 18% do PIB – e com tendência de queda na atual conjuntura. Não obstante, a queda no preço das commodities deve pressionar ainda mais esse resultado, diante da possibilidade de agravamento do desequilíbrio externo, já que esses déficits vêm sendo financiados por meio do investimento estrangeiro direto e do investimento de portfólio, que representa o capital especulativo. Apesar de a desvalorização cambial atenuar os efeitos ao estimular as exportações, a demora no ajuste dos preços relativos tem como consequência um ajuste lento dos volumes de comércio.O novo patamar para o câmbio, por sua vez, decorre do fato de que uma elevação na taxa de juros norte-americana deixa mais atrativa a entrada de capitais nos EUA, provocando uma “fuga para o dólar”. Esse movimento, combinado com um cenário de recuperação das economias desenvolvidas e desaceleração do ritmo de atividade das economias emergentes, sobretudo do Brasil, abre espaço para que o investidor internacional reduza a sua exposição ao risco. Como uma das consequências do fim do pacote de estímulos monetários por parte dos EUA, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central do

Brasil) acentuou no fim de 2014 a política monetária contracionista com sucessivas elevações da taxa Selic. A despeito da elevação, a

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Brasil) acentuou no fim de 2014 a política monetária contracionista com sucessivas elevações da taxa Selic. A despeito da elevação, a atratividade externa tende a se reduzir caso o país mantenha esse quadro de desequilíbrios, pois a percepção de risco, em algum momento, se torna predominante, provocando fuga de capitais mesmo com a taxa de juros em patamares mais elevados. O recente rebaixamento do risco país para “especulativo” é uma tendência que reflete a atual conjuntura.O repasse da desvalorização cambial aos preços da economia que provoca aumento da inflação é denominado como pass-through e é importante destacar que uma das funções do intervalo de tolerância de 2% para cima ou para baixo estabelecido no Regime de Metas de Inflação é justamente a de acomodar choques de oferta como esse. Como o Banco Central do Brasil vinha atuando com uma política monetária que permitiu um comportamento da inflação muito próximo ao teto da meta, um repasse do câmbio para os preços gera pressões adicionais sobre os preços, o que exige mais intervenções no mercado de câmbio e uma política monetária ainda mais contracionista.Dado o contexto, é possível notar que uma mudança nas taxas de juros dos EUA tem efeitos deletérios para a economia brasileira. O que preocupa, no entanto, não é a trajetória das variáveis analisadas (juros, câmbio e inflação no Brasil), mas os problemas de caráter interno que são potencializados a partir da mudança na liquidez internacional. Desta forma, o desafio para o Brasil será o de realizar os ajustes domésticos necessários (controle da inflação e das contas públicas) para colocar o país em uma trajetória de crescimento e desenvolvimento sustentado diante das iminentes mudanças no cenário econômico internacional.

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MOMENTO DA ECONOMIA REQUER ALGUMA RADICALIDADE, DIZ OCTAVIO DE BARROSPARA O DIRETOR DE PESQUISAS MACROECONÔMICAS DO BRADESCO, "OS BOMBEIROS CHEGARAM" E OS EMPRESÁRIOS ESTÃO CANSADOS DESSA CRISEO diretor de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, Octavio de Barros, disse nesta segunda-feira (14/09) que o momento atual da economia brasileira requer alguma radicalidade, entendida, de acordo com ele, como uma certa ousadia em relação a alguns fatores que podem mitigar a deterioração que ocorreu na confiança. A palestra de Barros foi feita durante o 12º Fórum de Economia organizado pela Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EESP-FGV).Para o diretor do Bradesco, "os bombeiros chegaram" e os empresários estão cansados dessa crise. "Não veem a hora da superação dessa crise para reconstruir seus planos de médio e longo prazos", disse, acrescentando que o que está acontecendo no Brasil é um risco maior de o País ver seu principal ativo afetado. "E o principal ativo do Brasil é a leitura generosa que os atores fazem a respeito do futuro", disse o economista.Barros ressaltou a queda das expectativas dos analistas do mercado financeiro no Boletim Focus para os anos a partir de 2017. "Eu acho que isso precisa ser interrompido para que possamos de fato tratar este momento como uma coisa temporária, onde o endereçamento dos temas cruciais será realizado", disse o diretor do Bradesco, acrescentando que, de acordo com sua intuição, esta crise não pode ser desperdiçada. "Esta crise não pode ser desperdiçada. É o momento de se implementar reformas que jamais seriam feitas em condições de normalidade", disse Barros.Governança orçamentáriaPara Barros, falta uma agenda de governança orçamentária ao Brasil. De acordo com ele, as pessoas podem estar pensando apenas na questão fiscal, de superávit primário, mas é preciso ir além disso. "O problema do Brasil é a falta de disciplina orçamentária. O Brasil é um dos poucos países que não têm esta disciplina", disse. Segundo Barros, o

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crescimento dos gastos primários no Brasil vem avançando sistematicamente acima do PIB nominal, entre 0,3 e 0,5 ponto porcentual todo ano, e a carga tributária, consequentemente, segue a voracidade do gasto público por razões "históricas de interesses que se consolidam em leis e rigidez" no País."No geral, a rigidez do gasto público no Brasil tem a ver com esses interesses que, ao longo de décadas, se consubstanciam em leis", disse Barros, acrescentando que a questão da qualidade do gasto é fundamental, mas que mais importante é a necessidade da volta do "velho rudimentar". Barros se referiu à proposta do então ministro do Planejamento Paulo Bernardo, rechaçada e classificada pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff de rudimentar.A proposta de Bernardo, em linhas gerais, previa o condicionamento do crescimento dos gastos públicos ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). "Eu acho que é isso que todo país do mundo tem, uma disciplina orçamentária. O gasto tem que ter algum tipo de regra de crescimento e a briga ideológica que se dê em torno do orçamento lá no Congresso", disse, ressaltando que à medida que se cria uma "camisa-de-força" se favorece a criação de superávits primários."No dia em que aprovarmos regras para os gastos públicos, os mercados vão reagir imediatamente, trazer isso a valores presentes. Nós vamos ter queda da taxa de juros na hora, melhora da confiança e, certamente, uma menor tensão sobre o mercado de câmbio", disse o diretor do Bradesco.

Países emergentesBarros ressaltou ainda que o diferencial de crescimento entre os países emergentes e os desenvolvidos tem se estreitado, com o PIB dos emergentes desacelerando e o dos avançados aumentando. De acordo com o economista, se tirar a China desse bloco, a diferença é de 1,4 ponto porcentual. "Ou seja, os países emergentes, que há alguns anos cresciam 6 pontos de PIB acima do crescimento dos países maduros, estão crescendo agora um pouco mais que 1,5%", observou.Para Barros, outro aspecto que não se deve desconsiderar é o fato de o comércio mundial estar vivendo um de seus piores momentos da historia.

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"Estamos vivendo uma recuperação sem comércio. O comércio mundial está crescendo abaixo do PIB, o que não acontecia há mais de 20 anos", disse sobre o crescimento do comércio mundial próximo de zero e em valor negativo de 5% nos últimos 12 meses.De acordo com Barros, o comércio dos países desenvolvidos no período caiu 6% e o dos emergentes, tirando a China, vem caindo quase 9%. "É um momento complexo, porque justamente quando o Brasil promove um importante mudança no seu regime cambial não se encontra a demanda mundial ativa para que o País possa fazer das exportações um driver mais dinâmico para uma recuperação cíclica como historicamente sempre foi.Barros faz questão de salientar que não quer, com isso, sugerir que as exportações não vão cumprir um papel importante mais adiante, mas que isso ajuda a explicar o fato de a taxa de câmbio hoje no Brasil estar mais depreciada do que muita gente supunha, por conta da fraqueza da demanda externa. "A China é o pivô deste processo. A gente assiste de forma clara à China se transformando em um país normal, que deverá crescer 5%, 4%. Não descartaria um viés de baixa.".O Bradesco, de acordo com Barros, trabalha com um crescimento de 5,5% de crescimento do PIB chinês no ano que vem. "A China perde competitividade e nós temos indicações de que o crescimento do PIB chinês tende a continuar caindo", disse. Segundo Barros,adesaceleração da economia chinesa é deflacionária para a economia mundial, afetando preços por meio de commodities, essencialmente de produtos manufaturados. "Esse é outro tema que nos remete ao papel da indústria brasileira", disse Barros.

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MóveisPlanejados

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Móveis planejados têm no acabamento seu grande trunfo

Ao mobiliar a casa, os principais pontos que buscamos são durabilidade, funcionalidade e beleza. Por isso, atualmente, a melhor opção para atender a todos esses requisitos com o melhor custo benefício são os móveis planejados. Produzidos em tamanhos padrões que podem ser adaptados na maioria dos cômodos, esse tipo de móvel traz praticidade, organização e modernidade a qualquer cômodo.“Os móveis planejados são criados por meio de sistemas de computação gráfica, que informam às máquinas o exato corte das chapas e por isso são considerados sinônimos de um acabamento perfeito”, explica Celso Braga Junior, proprietário da Casa Bem Mais.Para os arquitetos, por exemplo, além do acabamento impecável, a variedade de cores e acessórios também são vantagens que valem a pena serem destacadas, já que dão personalidade ao projeto e possibilitam a criação de uma identidade própria, que condiz com as necessidades e características pessoais do dono do imóvel. “Além de você conseguir fazer uma composição harmônica entre todos os ambientes da casa, a variedade de cores e acessórios, muitas vezes exclusivos, torna tudo muito elegante. Outra vantagem é a valorização do imóvel que possui móveis planejados”, conta a arquiteta Roberta Ruschel.E complementa: “A manutenção e reposição de peças é bem mais facilitada no futuro, além das ferragens e corrediças que são de melhor qualidade”.Tido por muitos como o ponto mais forte dos móveis planejados, seu trabalho pós-venda também agrega credibilidade e novos clientes a esse nicho. “Garantia qualificada, assistência técnica rápida e resolução de algum problema mesmo quando o móvel já está instalado são alguns dos principais atrativos deste mercado. A qualidade e o suporte dado ao cliente fazem toda a diferença na hora de optar por este tipo de móvel”, conclui o proprietário da Casa Bem Mais.

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Franquia

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O que é uma taxa de franquia e como saber e ela é justa?O que é uma taxa de franquia e quais as premissas para a sua definição?Escrito por Lyana Bittencourt, especialista em franquias

A taxa de franquia é o valor pago para adesão do candidato à rede de franquias, tornando-se um franqueado.De uma forma geral, essa taxa deve cobrir os custos que o franqueador precisa arcar para colocar um franqueado em operação, tais como: seleção do franqueado, assessoria para questões pré-operacionais -abertura de empresa, identificação e negociação do ponto comercial, transferência de know-how (manuais e capacitação) para o franqueado e eventualmente da equipe – e também, assessoria para implantação efetiva da unidade franqueada – montagem da loja, equipamentos, estoque inicial, insumos e outros bens e serviços que o franqueado deverá adquirir, além da assistência na inauguração.No entanto, a valoração dessa taxa, deve ser apoiada em estudo de viabilidade. Tal estudo deve incluir as simulações financeiras de resultado do franqueado, onde será demonstrada a evolução de resultado do empreendedor desde o primeiro mês de operação até o mês em que retornará o capital investido.Como a taxa de franquia compõe os investimentos que deverão ser realizado pelo franqueado para abrir o negócio, ela tem um impacto direto no prazo de retorno do investimento. Este prazo deve ser plausível, com base em projeções fidedignas, de forma que, no prazo contratual, o franqueado possa recuperar o valor investido e obter lucro.Ao obter o prazo de retorno, a análise a ser feita é em relação à competitividade do negócio em relação a outros existentes no mercado, com o mesmo valor de investimento, o que com certeza vai influenciar na decisão do empreendedor em qual negócio investir.A taxa de franquia pode representar abusividade ou não ser considerada adequada se não cumprir com sua finalidade, que é o

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apoio inicial ao franqueado, que envolve a transferência de know-how e um conjunto de serviços que caracterizam uma franquia. Ao optar por uma franquia o empreendedor espera receber apoio da franqueadora e um modelo de negócio comprovadamente de sucesso. Se isso não acontece a cobrança da taxa pode ser questionada.O alerta para o empresário que quer franquear o negócio é para fazer um bom plano de negócio e avaliar mais de um cenário em relação à taxa de franquia que comporta na equação financeira da operação do franqueado. No franchising se fala muito na relação ganha-ganha e é ela que atrai e mantêm franqueados para a rede. Por outro lado cabe ao potencial franqueado analisar essa questão antes de assinar qualquer contrato ou efetuar qualquer pagamento.Esclarecer todas as dúvidas quanto às possibilidade de ganho nesse momento é o mais recomendado. Nada cai do céu, existe um esforço grande das partes envolvidas, franqueador e franqueado, que deve ser aplicado para que o negócio de franquia se sustente, gere lucro e engajamento de todos envolvidos no sistema.Portanto, recomenda-se que, ao escolher uma franquia, o candidato esteja atento às projeções financeiras apresentadas e ao

assessoramento inicial que a franqueadora se propõe.

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Em meio ao desemprego, mercado de franquias cresce no paísSe abrir uma empresa pode ser algo que gere desgastes iniciais, investir em franquias traz moldes menos arriscados de negócioO Brasil se encontra em recessão econômica, e não está fácil encontrar emprego para o trabalhador que busca um lugar ao sol no mercado.

De acordo com dados do Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em julho foram fechadas 157.905 mil vagas de trabalho com carteira assinada- o resultado é o pior para o mês desde 1992. No mesmo mês de 2014, o resultado foi positivo com 11.796 mil novos postos.Em Mato Grosso, o cenário não é animador. Em julho, o setor de serviços o número de admitidos foi de 9.093, já de demitidos foi de 8.966.O número representa um saldo tímido e positivo de 127 e variação de 0,06%. Em 12 meses, foram 113.556 admitidos e 109.820 demitidos, com saldo de 3.736 e uma variação positiva de 1,89%.O comércio por sua vez, os admitidos foram de 9.245 contra 10.075, o saldo negativo é de 830 e a variação também negativa de -0,45%. Nos 12 meses (de julho a julho), o estado contou com 132.568 de admitidos, contra 132.478 demitidos, saldo positivo de 90 e variação positiva de 0,05%.Se os números não favorecem a busca pelo emprego, para o setor de franquias o cenário é favorável. O estudo apresentado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), o faturamento do setor de franquias cresceu 11,2% no primeiro semestre em comparação ao mesmo período de 2014, o intervalo representa R$63,8 bilhões.O setor de franquia de alimentação teve expansão acima da média e atingiu 12% de aumento da receita de janeiro a julho, pulando de R$11,4 bi para R$12,7 bi.

Arriscando sem medoSe abrir uma empresa pode ser algo que gere desgastes iniciais, investir em franquias traz moldes menos arriscados de negócio. Uma vez que a comunicação marca e cliente já foi estabelecida, as franquias tem

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buscado reduzir custos e otimizar o processo de distribuição e valorizar as boas práticas de franchising como os treinamentos e capacitação de colaboradores.Ana Paula Soares decidiu mudar os rumos profissionais. Ela exercia a profissão de dentista como autônoma, mas escolheu seguir o rumo empresarial de alimentos. Ela morou em Goiânia até o final de 2014 e retornou a sua terra natal Cuiabá em janeiro deste ano. “Aqui é uma cidade de altas temperaturas, o produto tem uma ótima qualidade e boa aceitação.”Então, decidia a tomar a frente de uma empresa, ela estudou o plano de negócios, o valor de implementar uma franquia e em junho deste ano abriu uma loja na Rua Montevidéu próximo ao Shopping Três Américas. Diante do bom andamento do negócio e do retorno, ele já faz plano de expansão. A expectativa é que de setembro deste ano a janeiro de 2016, ela inaugure três novas lojas na capital mato-grossense.A Fast Açaí caminha na contramão do cenário negativo, em 2015 a franquia abriu 14 novas lojas em todo o País, o que representa um crescimento de 20,89% nos sete primeiros meses do ano em relação a 2014. Os novos negócios já agregam 67 lojas ativas em nove estados brasileiros e até o final do ano a expectativa é que o número salte para 100 pontos de venda.Dos nove estados que a franquia já tem espaço, cinco regiões passaram a funcionar nos últimos sete meses do ano, um indicativo do bom desempenho da franquia mesmo em ano de desaceleração econômica. São eles: Santa Catarina, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio de Janeiro. A marca chegará ainda a dois outros estados até o fim do semestre, São Paulo e Tocantins.

Gerando emprego

E se engana quem acredita que em um cenário de baixas das carteiras de trabalho além do esperado, e taxa de desemprego no segundo semestre do ano registrando 8,3%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A maior taxa

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da série histórica desde 2012. As oportunidades estão direcionadas apenas as grandes empresas, o pequeno empreendedor de acordo com o Sebrae é responsável por gerar 52% dos empregos com carteira assinada e movimentam 27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.O pequeno empreendedor tem sido o gás em um cenário de recessão. “A cada loja aberta, são gerados quatro empregos em média, só de empregos diretos com esses 14 pontos 56 pessoas foram empregadas e em todas as lojas são mais de 268 empregos. Um número significativo em um momento que é mais fácil cortas gastos do que empregar ", diz Vilmar Tavares, gerente da franquia.Para quem tem pouca experiência ou nenhuma e está atrás de uma posição, a busca pode ser demorada e mais difícil. “Para muitas pessoas que estão ingressando no mercado de trabalho, a Fast Açaí pode ser uma oportunidade boa para começar”, explica o gerente.Saindo desta lógica de desemprego, André Victor, 19 anos, conseguiu seu primeiro emprego na Fast Açaí. Ele era estudante universitário de Física, mas desistiu do curso e decidiu ingressar no mercado de trabalho.“Eu fiquei três meses procurando emprego, até participei de processos seletivos, mas não tive êxito. Até que vi esta vaga na Fast e decidi me candidatar.”, explica. Apesar de não ter experiência na área, ele disse que foi fácil a adaptação no emprego. “Em três ou quatro dias, já estava afeiçoado a rotina de trabalho.No segundo dia, a máquina [que armazena o açaí e o cupuaçu para o consumo] já era minha amiga”.

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Pesquisa:Comportamento de compra na crise (anexo)

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Fim