Relatório Coleta Seletiva Crateús 2012_2013

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Relatório Coleta Seletiva 2012_2013

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  • Coleta Seletiva no Municpio de

    Crates Cear

    Desafios e Perspectivas

    Crates -CE 2013

  • 1

    Coleta Seletiva no Municpio de Crates no Cear

    Desafios e Perspectivas

    Realizao:

    Apoio:

  • 2

    Sumrio

    Pgina

    Lista de Tabelas 3

    Lista de Grficos 3

    Lista de Figuras 3

    Lista de Fotos 3

    Equipe Tcnica 4

    Introduo 5

    Objetivos 8

    Metodologia 8

    O Programa de Coleta Seletiva 8

    Caracterizao do Programa de Coleta Seletiva 12

    Dimenso Social 12

    Dimenso Econmica 14

    Dimenso Operacional 18

    Principais Demandas do Programa de Coleta Seletiva 20

    Concluses 25

    Referncias 26

  • 3

    Lista de Tabelas

    Tabela 1 Destino final dos resduos slidos, por unidade de destino dos resduos do Brasil 1989/2008, PNSB 2008. Tabela 2 Caractersticas do municpio de Crates CE Tabela 3 Atividades de mobilizao desenvolvidas com a comunidade Tabela 4 Equipamentos do galpo de triagem da Associao Tabela 5 Atividades desenvolvidas com os catadores da Associao Tabela 6 Demandas do programa e seus valores cotados Tabela 7 Estimativa das ampliaes do Programa de Coleta Seletiva e perspectivas de crescimento de volume coletados (valores aproximados) Tabela 8 Estimativa dos benefcios ambientais gerados pela reciclagem por tonelada de material

    Lista de Grficos

    Grfico 1 Volume e tipologia mdia de resduos coletados no perodo de referncia Grfico 2 Comparao entre empregados da coleta seletiva e coleta regular Grfico 3 Lucro mensal da Associao (R$/ms) Grfico 4 Valor mdio de Venda (R$/Kg.ms) Grfico 5 - Custo total da coleta seletiva em relao quantidade de material coletado seletivamente (R$/Kg.ms) Grfico 6 Comparao entre lucro e custo (R$/Kg.ms) Grfico 7 Relao de recursos humanos em coleta seletiva e quantidade de resduos por ms

    Lista de Figuras

    Figura 1 Material grfico distribudo comunidade

    Lista de Fotos

    Foto 1 Galpo parte externa Foto 2 Galpo de Triagem e colaboradores Foto 3 Triagem do material Foto 4 Prensa enfardadeira Foto 5 Material Prensado Foto 6 Carrinho de Coleta Manual Foto 7 Caminho da Coleta Seletiva Foto 8 Moradias no lixo de Crates Foto 9 Moradias no lixo de Crates Foto 10 Moradias no lixo de Crates

  • 4

    Equipe Tcnica

    Governo Municipal de Crates

    Carlos Felipe Saraiva Bezerra

    Prefeito Municipal

    Antonio Mauro Rodrigues Soares

    Vice-Prefeito Municipal

    Wanderley Marques de Souza

    Secretrio

    Mrcia Cristina Sabia de Andrade

    Coordenadora de Educao Ambiental

    Associao de Catadores de Materiais Reciclveis de Crates RECICRATI

    Maria Gerlndia Ribeiro Garcia

    Presidente

    Agncia Reguladora de Servios Pblicos Delegados do Estado do Cear

    ARCE

    Alceu de Castro Galvo Junior

    Coordenador de Saneamento Bsico

    Geraldo Baslio Sobrinho

    Analista de Regulao

    Aline Maria Baldez Custdio

    Estagiria

    Contato Recicratis: (88) 92441230/92370076

    Email: [email protected]

    Endereo: Rua Jos Sabia Livreiro, 1661 Altamira Crates - CE

    2013

  • 5

    Introduo

    A temtica dos resduos slidos ganhou, nos ltimos anos, notvel destaque na

    agenda nacional, especialmente com a Lei n 11.445/2007, que estabeleceu a Lei

    de Diretrizes Nacionais do Saneamento Bsico, doravante LDSB, mas, sobretudo

    aps a Lei n 12.305, de 02 de agosto de 2010, que instituiu a Poltica Nacional

    dos Resduos Slidos, intitulada PNRS, e de sua regulamentao pelo Decreto

    7.404/2010.

    A LDSB, regulamentada pelo Decreto n 7.217/2010, passou a exigir das esferas

    de governo, aes planejadas e integradas, dentre elas, a elaborao dos planos

    de saneamento bsico. Dentre seus princpios, esto: a universalizao do

    acesso, a integralidade dos servios, a sustentabilidade econmica, a

    transparncia e o controle social.

    Definiu como servios pblicos de saneamento o conjunto de atividades

    compreendidas pelos servios de abastecimento de gua, esgotamento sanitrio,

    limpeza urbana e manejo dos resduos slidos e das guas pluviais.

    J a PNRS disps sobre os princpios, objetivos e instrumentos, bem como sobre

    as diretrizes relativas gesto integrada e ao gerenciamento de resduos slidos,

    incluindo os perigosos, s responsabilidades dos geradores e do poder pblico e

    aos instrumentos econmicos aplicveis.

    Os instrumentos previstos na PNRS esto elencados em seu art. 8, dentre eles

    destacam-se: os planos de resduos slidos; a coleta seletiva, os sistemas de

    logstica reversa e outras ferramentas relacionadas implementao da

    responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; o incentivo

    criao e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associao

    de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis; os incentivos fiscais,

    financeiros e creditcios; o Sistema Nacional de Informaes sobre a Gesto dos

    Resduos Slidos (Sinir); os acordos setoriais; o incentivo adoo de consrcios

    ou de outras formas de cooperao entre os entes federados, com vistas

    elevao das escalas de aproveitamento e reduo dos custos envolvidos.

    A poltica de resduos inovadora no sentido de incentivar e exigir que se

    fomentem arranjos de cooperao que integrem as cooperativas de materiais

    reciclveis na gesto dos resduos slidos.

    Art. 8, inciso IV - So instrumentos da Poltica Nacional de Resduos Slidos, entre outros:

    o incentivo criao e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de

    associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis.

    Art. 18, 1, inciso II Dos Planos Municipais de Resduos Slido,..., para serem

    beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crdito ou fomento

    para tal finalidade,..., sero priorizados no acesso aos recursos da Unio referidos no caput

    os Municpios que: implantarem a coleta seletiva com a participao de cooperativas ou

  • 6

    outras formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis formadas

    por pessoas fsicas de baixa renda.

    A lei estabeleceu, em seu art. 19, o contedo mnimo obrigatrio dos Planos Municipais de Gesto Integrada dos Resduos Slidos - PMGIRS, dentre eles, os mecanismos para a criao de fontes de negcios, emprego e renda, mediante a valorizao dos resduos slidos, assim como as metas de reduo, reutilizao, coleta seletiva e reciclagem. Foram estabelecidos prazos para adequao dos municpios, que deveriam

    entregar seus planos municipais de resduos slidos em agosto de 2012, assim

    como o prazo de agosto de 2014 para a extino dos lixes.

    No entanto, apesar dos esforos, das aes desenvolvidas e do marco

    regulatrio, a situao dos resduos slidos no pas preocupante. A maioria dos

    municpios apresenta limitaes tcnicas, operacionais e econmicas. De acordo

    com dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico (PNSB, 2008), os lixes

    so o destino final dos resduos slidos em 50,8% dos municpios brasileiros. A

    Tabela 1 mostra a evoluo dos percentuais de destinao final dos resduos

    slidos.

    Tabela 1 Destino final dos resduos slidos, por unidade de destino dos resduos do Brasil 1989/2008, PNSB 2008.

    Ano

    Destino final dos resduos slidos, por unidade de destino dos resduos (%)

    Vazadouro a cu aberto

    (lixo) Aterro controlado Aterro sanitrio

    1989 88,2 9,6 1,1

    2000 72,3 22,3 17,3

    2008 50,8 22,5 27,7

    O aumento populacional, a urbanizao e consumo crescentes so fatores que

    influenciam a gerao dos resduos. Segundo IBGE, a populao brasileira

    cresceu 12% de 2000 para 2010, passando de 169.799.170 para 190.732.694

    habitantes. Desse valor, 84,35% da populao est localizada nas zonas urbanas

    e 15,65% nas zonas rurais.

    Segundo dados do Panorama dos Resduos Slidos no Brasil, estudo realizado

    pela Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Resduos

    Especiais Abrelpe, 2011, o Brasil produziu quase 61 milhes de toneladas de

    resduos slidos urbanos (RSU) em 2010, o que significa mdia de 378 kg de

    resduos por ano para cada brasileiro. Este volume 6,8% superior ao registrado

    em 2009 e seis vezes superior ao ndice de crescimento populacional urbano

    apurado no mesmo perodo.

    A gerao dos resduos slidos consequncia das atividades humanas de

    produo e consumo. A sociedade contempornea tem, infelizmente, entre suas

  • 7

    caractersticas, a capacidade de gerar grande quantidade de resduos. Esta

    gerao e a sua disposio final ambientalmente inadequada causam

    contaminao da gua, florestas, solo, etc. Em um contexto mundial de escassez

    de recursos naturais, mudanas globais no clima, crises econmicas e polticas,

    faz-se necessrio pensar e estabelecer novos padres de consumo e produo.

    Para alm, necessrio implementar novas relaes, pautadas em padres

    sustentveis, com os resduos gerados das atividades humanas. Estes novos

    desafios passam pela gesto integrada, a logstica reversa, a responsabilidade

    compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a coleta seletiva, a reciclagem,

    mas, sobretudo, a promoo e o incentivo de modos de consumo mais

    conscientes e sustentveis.

    O desenvolvimento desses princpios deve acontecer de maneira integrada, nos

    diferentes nveis de governo, envolvendo a sociedade civil e o empresariado no

    compartilhamento de deveres e responsabilidades, obedecendo s caractersticas

    e peculiaridades locais e regionais.

    Nesse contexto que se insere o municpio de Crates, localizado na regio

    semirida do estado do Cear, e que vem desenvolvendo um programa inovador

    de coleta seletiva em parceria com a Associao de Catadores de Materiais

    Reciclveis do municpio. A Tabela 2 mostra as principais caractersticas do

    municpio.

    Tabela 2 Caractersticas do municpio de Crates CE

    rea Populao 2010 (habitantes)

    Absoluta (km) Relativa (%) Urbana Rural Total

    2.985,41 2,01

    IDH 2000 (ndice de desenvolvimento

    humano

    IDM 2010 (ndice de desenvolvimento

    municipal) posio ranking: 35

    52.644 19.071 71.715

    Domiclios Total

    0,676 25,54 Urbanos Rurais Ranking estadual: 20;

    Ranking nacional:3368 Ranking estadual: 61 de 184. 15.931 5.794 21.725

    O referido programa de coleta seletiva desenvolvido em parceira com os poderes

    pblico e privado, tem gerado ocupao e renda atravs da incluso de catadores

    de materiais reciclveis na gesto dos resduos slidos do municpio, alm de

    buscar a sustentabilidade ambiental. Em funcionamento desde janeiro de 2012,

    tem como agentes, a Prefeitura Municipal de Crates, por meio de sua Secretaria

    de Meio Ambiente SEMAM, e a Associao de Catadores de Materiais

    Reciclveis, Recicrati, com o apoio do Governo do Estado do Cear, do Banco

    Mundial e do Instituto Brasil Solidrio- IBS/Casas Bahia.

    A Agncia Reguladora dos Servios Pblicos Delegados do Cear, ARCE, por

    meio de uma srie de informaes e de indicadores, presta apoio tcnico ao

    programa com a finalidade de auxiliar a gesto e a operao.

  • 8

    Objetivos do Trabalho

    O presente trabalho tem por objetivo analisar os desafios e as perspectivas do

    programa de coleta seletiva desenvolvido no municpio, assim como apontar

    alternativas para melhorar a eficincia e a sustentabilidade do programa.

    Metodologia

    Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada reviso bibliogrfica, e

    posteriormente, elaborada planilha eletrnica com indicadores do servio, cujas

    informaes foram preenchidas diretamente pelos participantes do programa,

    sendo agrupados em diferentes dimenses: social, operacional e econmica.

    Da anlise dos indicadores de cada uma das dimenses, foi possvel observar a

    situao atual, suas conquistas e dificuldades, assim como estabelecer novas

    metas e projees para o aperfeioamento e a continuidade do programa de

    coleta seletiva do municpio. O presente trabalho foi realizado em parceria entre a

    SEMAM Crates e a Associao de Catadores Recicrati, com apoio da ARCE. O

    perodo de referncia deste relatrio corresponde ao perodo de fevereiro de 2012

    a junho de 2012.

    O Programa de Coleta Seletiva

    A Associao de Catadores de Materiais Reciclveis Recicrati, fundada em 30

    de julho de 2009, tem 12 (doze) associados, divididos entre as atividades de

    triagem, feita no galpo da associao, e de coleta nos bairros participantes. A

    coleta seletiva realizada em 9 (nove) bairros dos 18 (dezoito) bairros da zona

    urbana e 03 distrito da zona rural do municpio, em dias alternados coleta

    convencional, com apoio de caminho alugado pela Prefeitura. Antes da criao

    deste programa, os catadores filiados trabalhavam diretamente no lixo, ou em

    catao na zona urbana, de maneira insalubre.

    O envolvimento da comunidade fator indispensvel para o sucesso de

    programas de coleta seletiva. A Tabela 3 mostra as atividades de mobilizao e

    educao ambiental desenvolvidas com a comunidade durante os meses de

    funcionamento do programa.

    Tabela 3 Atividades de mobilizao desenvolvidas com a comunidade

    Ms 2012_2013

    Panfletos (unidades)

    Carro de Som

    (horas)

    Mdia (atividade)

    Porta a porta

    (bairros)

    Adesivos (unidades)

    Cartazes (unidades)

    Janeiro 500 6

    Rdio, Internet

    1 0 150

    Fevereiro 3.000 20 2 550 150

    Maro 2.500 15 3 300 250

    Abril 1.500 35 3 300 150

    Maio 2.000 35 5 250 130

  • 9

    Junho 1.000 35 6 200 140

    Julho 1.000 35 6 100 150

    Agosto 1.000 35 7 100 100

    Setembro 1.000 35 8 100 100

    Outubro 5.000 35 8 150 100

    Novembro 4.000 30 8 200 100

    Dezembro 2.000 30 8 200 100

    Janeiro_13 600 20 9 100 100

    Fevereiro 1200 30 9 80 100

    Maro 1000 25 9 150 100

    Abril 1100 30 9 100 100

    Maio 1300 30 9 100 100

    Junho 1000 30 9 100 100

    A Figura 1 mostra o material grfico produzido e distribudo comunidade.

    Figura 1 Material grfico distribudo comunidade

  • 10

    A infraestrutura do galpo de triagem da Associao conta com os equipamentos

    listados na Tabela 4.

    Tabela 4 Equipamentos do galpo de triagem da Associao

    Equipamento Quantidade

    Prensa Enfardadeira 1

    Balana 1

    Carrinho Plataforma 1

    Carrinho Manual 2

    Bags 68 Carroa 6

    Computador 1

    Mesas 1

    Cadeiras 5

    As Fotos 1 a 7 mostram o galpo de triagem da Associao de Catadores.

    Foto 1 Galpo parte externa

    Foto 2 Galpo de Triagem e colaboradores

  • 11

    Foto 3 Triagem do material

    Foto 4 Prensa enfardadeira Foto 5 Material Prensado

    Foto 6 Carrinho de Coleta Manual Foto 7 Caminho da Coleta Seletiva

  • 12

    A tipologia mdia do material coletado e triado pela Associao no perodo de

    fevereiro de 2012 a junho de 2013 est disposta no Grfico 1. Neste perodo foram

    coletados e triados 230.127 toneladas de resduos slidos, com mdia de 14,5

    t/ms.

    Grfico 1 Volume e tipologia mdia de resduos coletados no perodo de referncia

    Ainda de acordo com o Grfico 2, as maiores quantidades de materiais triados na

    coleta seletiva foram o papelo e o papel, que juntos representam cerca de 62% do

    total. Esta quantidade de resduos coletados referente extenso atual de coleta

    seletiva do programa, equivalente a 09 bairros e 03 distritos do municpio, ou seja,

    mais de 50% da populao.

    Caracterizao do Programa de Coleta Seletiva

    Dimenso Social

    As pessoas que trabalham com a coleta de materiais reciclveis, em sua grande

    maioria, vivem em situao de vulnerabilidade. Muitas, por falta de capacitao e

    oportunidades, acabam encontrando na catao de lixo a nica maneira de

    sobrevivncia, ficando expostas s mais variadas doenas. Projetos que sejam

    capazes de mobilizar, capacitar e dar o suporte necessrio aos catadores, para que

    trabalharem em condies humanas e dignas, devem ser multiplicados e apoiados.

    45%

    17%

    10%

    8%

    6%

    7%

    6%

    1% 0% 0% 0% 0% 0%

    Total de material coletado por total em quilos

    Papelo - 103.517kg

    Papel - 39.783kg

    Ferro - 23.287kg

    Vidro - 17.997kg

    Pet - 13.865kg

    Filme - 15.506kg

    Plstico - 12.783kg

    Latinha - 1.874kg

    Aluminio - 1.076kg

    Melissa - 266kg

    Metal - 83kg

    Bateria - 53kg

  • 13

    Para que isso acontea, necessrio que se fomentem arranjos de cooperao e

    associao, e que se obedeam s diretrizes da legislao.

    A preocupao do programa de coleta seletiva de Crates em garantir meios para

    que os catadores de materiais reciclveis da Associao tivessem condies dignas

    de realizarem seu trabalho, alm do resgate da autoestima, so as preocupaes

    centrais do programa. Foram realizadas atividades de capacitao com os

    catadores, conforme disposto na Tabela 5.

    Tabela 5 Atividades desenvolvidas com os catadores da Associao

    Ms 2012_2013

    Oficinas (Unidade)

    Palestras (Unidade)

    Capacitao (Atividade)

    Janeiro 0 0 Roda de conversa

    Fevereiro 1 1 Curso associativismo

    Maro 4 4 Fortalecimento da Autoestima

    Abril 1 1 Vdeo motivacional

    Maio 4 3 -

    Junho 2 4 Dinmica de grupo

    Julho 0 1 -

    Agosto 3 2 Oficina de reciclagem

    Setembro 3 2 Palestra Autoestima

    Outubro 0 2 Oficina de dinmica de grupo

    Novembro 3 5 Palestra Motivacional

    Dezembro 0 2 Dinmicas e confraternizao

    Janeiro 0 0 Roda de conversa

    Fevereiro 0 1 Roda de conversa

    Maro 1 0 Oficina de dinmica de grupo

    Abril 0 0 Roda de conversa

    Maio 0 1 Confraternizao dia das mes

    Junho 1 0 Roda de conversa

    Atravs da planilha elaborada em parceria com a ARCE, os dados foram tratados,

    sendo a dimenso social do programa analisada atravs dos seguintes indicadores:

    a) Escolaridade mdia das Mulheres e Homens e Diviso do trabalho na

    Associao de Catadores;

    b) Porcentagem de habitantes atendidos pela coleta seletiva em relao ao

    nmero de habitantes total do municpio;

    c) Taxa de empregados em relao populao urbana.

    A seguir, so analisados os resultados desses indicadores no perodo de referncia

    da pesquisa.

  • 14

    Escolaridade mdia das Mulheres e Homens e Diviso do trabalho na

    Associao de Catadores

    A maioria dos catadores filiados se declararam no alfabetizados ou semi-

    alfabetizados. As mulheres, no geral, apresentaram pequena diferena em relao

    aos homens, que na sua grande maioria possuem escolaridade menor do que elas.

    A presidncia da Associao est, atualmente, com uma mulher. A diviso do

    trabalho no fixa, porm, a maioria das mulheres trabalha no galpo de triagem,

    enquanto os homens so responsveis pela coleta nas ruas. Esta coleta, como

    informado anteriormente, realizada com caminho alugado pela Prefeitura em

    nove bairros da cidade em dias alternados coleta convencional e 03 distritos coleta

    realizada aos sbados.

    Porcentagem de habitantes atendidos pela coleta seletiva em relao ao

    nmero de habitantes total do municpio

    Esse indicador calculado dividindo-se a quantidade de habitantes atendidos pela

    coleta seletiva sobre a quantidade total de habitantes do municpio, em termos

    percentuais. Durante o perodo de referncia, houve variaes da populao e da

    extenso da coleta seletiva, variando de 30% de cobertura da populao do

    municpio do inicio da coleta chegando ao patamar de 50% na atualidade, ou seja,

    aproximadamente a metade da populao do municpio atendida com coleta

    seletiva porta a porta feita pela Associao.

    Dimenso Econmica

    A viabilidade econmica dos negcios caracterstica fundamental para a

    sobrevivncia dos mesmos. Com a coleta seletiva no diferente. preciso

    enxergar alm da contribuio ambiental que tal atividade proporciona, e que a

    mesma seja vista como um negcio, e como tal, seja vivel. Garantir a rentabilidade

    de programas de coleta seletiva, principalmente daqueles que mantm parcerias

    com associaes e cooperativas de catadores, significa tambm ganho social,

    medida que proporciona emprego e renda para uma faixa da populao com menos

    oportunidades e qualificao, que aquela formada por catadores e catadoras de

    materiais reciclveis.

    Desta forma, preliminarmente, necessrio garantir a existncia de mercados que

    sejam capazes de absorver a demanda de resduos coletados e triados. A

    inexistncia desses mercados ou desconexo destes com as cooperativas de

    catadores, e que muitas vezes s absorvem pequena parte dos tipos de resduos

    coletados, alm dos preos flutuantes e sazonais, so fatores que muitas vezes

    inviabilizam programas de coleta seletiva, principalmente em municpios de pequeno

    e mdio porte, cujos volumes de resduos gerados so menores.

  • 15

    No programa de coleta seletiva de Crates, as dificuldades na dimenso econmica

    so as seguintes:

    1. Volume coletado seletivamente baixo Por se tratar de um municpio

    pequeno, com cerca de 72 mil habitantes, e a abrangncia da coleta seletiva

    ser parcial no municpio, com ndice de atendimento da populao de 50%, o

    volume coletado ainda baixo, totalizando pouco mais de 14,5 t/ms.

    2. Mercado instvel o mercado que compra o material coletado ainda

    muito restrito, fazendo com que a Associao tenha que armazenar o resduo

    triado durante certo perodo de tempo, geralmente de um ms para outro,

    para que possa vend-lo. Alm disso, o preo pago incapaz de garantir a

    autossuficincia da Associao de Catadores, o que obriga a Prefeitura

    Municipal arcar com a maior parte dos custos de manuteno da Associao.

    3. Desafios operacionais o galpo de triagem est localizado numa rea

    afastada do centro municipal, o que dificulta a sua operao. A energia

    eltrica do galpo foi instalada somente depois de 6 meses do programa.

    Antes disso, os resduos coletados no eram prensados, o que influenciava

    no valor de venda.

    O conjunto dessas dificuldades representa a principal barreira para a

    sustentabilidade econmica do programa de coleta seletiva, sendo necessrio

    super-las, assim como procurar alternativas viveis que sejam capazes de garantir

    a continuidade da coleta seletiva no municpio.

    Para avaliar a dimenso econmica do programa, foram analisados os seguintes

    indicadores:

    a) Lucro mensal da Associao

    b) Valor mdio de venda

    c) Custo total da coleta seletiva em reais em relao quantidade de material

    coletado seletivamente

    Lucro mensal da Associao

    A frmula de clculo desse indicador a quantidade em reais arrecadada com a

    venda dos reciclveis menos os custos pagos pela Associao no ms. De acordo

    com o Grfico 3, pode-se observar que o volume em reais arrecadado por ms

    baixo. Observa-se tambm que no ms de fevereiro, a Associao no obteve lucro.

    Isso se deu, pois a mesma armazenou os resduos coletados no ms e os vendeu

    no ms subsequente.

  • 16

    Grfico 3 Lucro mensal da Associao (R$/ms)

    Valor mdio de venda

    A frmula de clculo deste indicador a razo entre o lucro mensal da associao

    sobre a quantidade de material vendido no ms. Este indicador informa o valor

    mdio de venda do material coletado e triado. Mais uma vez, o ms de fevereiro no

    obteve valores, pois no foram vendidos materiais nesses meses. O Grfico 4

    mostra o valor mdio de venda por quilograma por ms.

    Grfico 4 Valor mdio de Venda (R$/Kg.ms)

    0

    1647 1996 2056 2104

    3206

    2522 2208

    3610 3165

    3539

    2855 3174 3126

    3397 3538

    4194

    0 500

    1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500

    R$/ms (2012_2013)

    0

    0,15

    0,18 0,18 0,18 0,19

    0,16 0,18

    0,23

    0,2 0,22

    0,18 0,19

    0,26

    0,19 0,18 0,19

    0

    0,05

    0,1

    0,15

    0,2

    0,25

    0,3

    R$/Kg(ms)

  • 17

    Custo total da coleta seletiva (R$) em relao quantidade de material

    coletado seletivamente

    A frmula de clculo deste indicador a razo entre o custo mensal da Prefeitura

    com a coleta seletiva e a quantidade de resduos coletados por ms. O Grfico 5

    mostra a evoluo do custo.

    Grfico 5 - Custo total da coleta seletiva em relao quantidade de material coletado

    seletivamente (R$/Kg.ms)

    Comparando-se os dois grficos, pode-se perceber que os custos so maiores que

    os lucros obtidos. Ou seja, o custo mensal da Prefeitura por quilograma de resduo

    coletado maior que o valor mdio de venda, o que indica a falta de

    sustentabilidade econmica do programa. Observamos que no segundo semestre de

    2012 e no segundo trimestre de 2013 essa realidade apresenta-se um pouco

    diferenciada, muito embora os custos ainda sejam superiores aos lucros. preciso

    reverter essa situao por meio da ampliao do volume do material coletado,

    superao das dificuldades operacionais e de mercado. O Grfico 6 mostra a

    comparao entre o lucro e o custo, em reais por kg/ms.

    0

    0,56 0,57 0,56 0,53

    0,36 0,4

    0,51

    0,39 0,38 0,39

    0,55 0,53

    0,59

    0,44 0,42 0,39

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    R$/Kg.ms

  • 18

    Grfico 6 Comparao entre lucro e custo (R$/Kg.ms)

    Dimenso Operacional

    A dimenso operacional do programa de coleta seletiva de Crates procura

    identificar os principais desafios encontrados tanto na coleta em si, quanto na

    infraestrutura do programa. Pode-se agrupar a dimenso operacional em quatro

    grupos:

    Grupo 1 Infraestrutura do galpo de triagem;

    Grupo 2 Adequao da coleta;

    Grupo 3 Estabelecimentos de parcerias;

    Grupo 4 Mo de obra.

    Grupo 1 Infraestrutura do galpo de triagem

    Um primeiro desafio, j solucionado, foi a instalao de energia eltrica no galpo de

    triagem da Associao. Com isso, a Associao pode prensar e enfardar o material

    triado, e espera conseguir valores de venda melhor para esse material, alm de

    reduzir preo do frete.

    Outro desafio com relao ao armazenamento do material. Devido necessidade

    de armazenamento do material coletado, muitas vezes grande quantidade do

    material armazenada do lado de fora do galpo para a posterior venda, o que pode

    atrair vetores transmissores de doenas, alm de ser meio para proliferao do

    mosquito da dengue.

    Porm, a mdio prazo, com o aumento do volume coletado e da extenso da coleta

    para outros bairros, o problema tende a se repetir. Logo, preciso ampliar o espao

    0

    0,15 0,18 0,18 0,18 0,19 0,16 0,18

    0,23 0,2 0,22 0,18 0,19

    0,26

    0,19 0,18 0,19

    0

    0,56 0,57 0,56 0,53

    0,36 0,4

    0,51

    0,39 0,38 0,39

    0,55 0,53 0,59

    0,44 0,42 0,39

    Lucro Custo

  • 19

    fsico do galpo e diminuir o tempo de venda do material. Sendo para esta ltima, a

    busca de novos mercados de compra do material reciclvel, levando em

    considerao a sustentabilidade econmica do negcio.

    Grupo 2 Adequao da coleta

    Outro desafio com relao a ampliao da cobertura da coleta seletiva para outros

    bairros da cidade, e consequentemente, maior quantidade de resduos coletados.

    Atualmente, somente nove bairros contam com o servio, gerando no ltimo

    trimestre uma mdia de 19,5 (Dezenove virgula cinco) toneladas de resduo coletado

    por ms.

    Deve-se considerar que, para a eficincia da coleta, preciso estudar as melhores

    rotas de percurso do caminho de coleta, tornando este percurso o menor possvel e

    a abrangncia maior possvel.

    Outra alternativa a instalao e a manuteno de mais Ecopontos em locais

    estratgicos da cidade. Atualmente, o programa conta com apenas 20 (vinte)

    unidades, o que representa densidade muito pequena em relao populao total

    do municpio, com cerca de 1 (um) Ecoponto a cada 4.800 habitantes. Uma das

    dificuldades relatadas com relao Ecopontos, que outros catadores, no filiados

    Associao, acabam coletando esse material. Uma soluo possvel tentar atrair

    esses catadores para que se tornem filiados da Associao.

    A participao da sociedade requisito essencial para o sucesso do programa de

    coleta seletiva, logo, faz-se necessrio ampliar atividades de mobilizao da

    comunidade.

    Alm dessas alternativas, como perspectiva futura, os resduos de poda poderiam

    ser utilizados como material para a compostagem, com capacidade de produzir

    adubo para utilizao em hortas comunitrias, por exemplo.

    Grupo 3 Estabelecimentos de parcerias

    O programa precisa ampliar as parcerias com o setor empresarial local, alm das

    instituies pblicas, tais como as secretaria de governo, escolas, creches, entre

    outros.

    Parcerias com outros municpios vizinhos podem contribuir para a maior

    sustentabilidade do programa, dentro do contexto de regionalizao da Gesto

    Integrada dos Resduos Slidos, ora em desenvolvimento pelo Conselho de Polticas

    e Gesto de Meio Ambiente - CONPAM. Alm disso, preciso que o mercado

    comprador de material reciclado seja ampliado. Para que isso acontea, empresas

    que reutilizem ou processem o material triado, so necessrios, principalmente, na

    prpria regio. Uma alternativa que a prpria Associao beneficiasse esse

    material, agregando valor, pois assim, o retorno financeiro seria maior.

  • 20

    Grupo 4 Mo de obra

    O programa tem como caracterstica principal a valorizao e a capacitao desses

    trabalhadores. Diversas atividades j foram realizadas nesse sentido, como descrito

    na Tabela 3. preciso qualifica-los para que possam se autogerirem, por meio da

    melhora da escolaridade desses trabalhadores, pois a grande maioria se classificou

    como no alfabetizados ou semianalfabetos.

    Outro desafio inserir catadores autnomos existentes no municpio, estimulando

    sua filiao Associao.

    Um indicador a respeito da mo de obra a relao de recursos humanos em coleta

    seletiva e a quantidade de resduos da coleta seletiva. A forma de clculo desse

    indicador a razo entre a quantidade de resduos da coleta seletiva no ms sobre

    a soma de empregados da coleta seletiva. O Grfico 7, mostra a evoluo desse

    indicador no perodo de referncia.

    Grfico 7 Relao de recursos humanos em coleta seletiva e quantidade de resduos por ms

    Observam-se no grfico inconsistncias no ms de fevereiro. Neste ms, o total

    coletado foi armazenado para o ms seguinte. Pode-se perceber, de maneira geral,

    que a quantidade de resduos coletados seletivamente aumenta com a maior

    quantidade de trabalhadores envolvidos.

    Principais Demandas do Programa de Coleta Seletiva

    Resumidamente, as principais fragilidades do programa de coleta seletiva so: a

    baixa escolaridade dos trabalhadores da coleta seletiva, a necessidade de

    ampliao da cobertura da coleta, quantidade de resduos coletados e da integrao

    5

    9 9 9 9 11

    9 10

    11 11 11 12 12

    13 14 14

    13

    0

    11 11 11 12

    17 15

    12

    16 16 16 14

    15 14

    18 19

    21

    Trabalhadores Quantidade de resduos coletados(ton)

  • 21

    de catadores autnomos, e a busca por mais parcerias e envolvimento da

    comunidade.

    Na Tabela 6, so listadas outras demandas identificadas no planejamento da

    Associao no inicio do ano de 2013 com seus respectivos valores estimados em

    reais .

    Tabela 6 Demandas do programa e seus valores cotados

    MATERIAL / EQUIPAMENTO /

    SERVIO

    Unid. Quant. Preo

    Unit.

    Preo

    Total

    Situao

    Atual

    Material Permanente

    Triciclo de Carga, carroceria com

    capacidade de 370kg, 150CC,

    adequado para transporte de matria

    reciclvel

    Um 01 20.000,00 20.000,00

    -

    Caminho basculante tipo gaiola para

    coleta seletiva

    UND 01 200.000,00 200.000,00 -

    Empilhadeira Hidrulica Manual

    capac. de carga: 1000kg, elevao:

    hidrulica elt. Comp. garfo 1150mm

    elevao 34000mm Bateria: 12V

    150 A, largura total 760mm Roda

    direcional: 200 x 50mm trao:

    manual altura l carregador embutido:

    12V 15 Ah.

    UND 01 7.880,00 7.880,00

    -

    ECOPONTO - Base de Ferro de 1 de

    1,2m x 1,5m x 1,6m com chapa de

    ao no piso e laterais para publicidade

    (ampliao).

    UND 20 480,00 4.800,00 50%

    executado

    Sub Total 1 232.680,00

    Material de Consumo

    Adesivo de divulgao colorido de 15

    cm de dimetro

    UNID 10.000 0,80 8.000,00 30%

    executado

    Panfletos, formato 15 x 21 cm ,

    impresso 4 x4 cor, em papel reciclato

    90g

    UNID 30.0000 0,15 4.500,00 30%

    executado

  • 22

    Banner, formato 1,20 x 0,90 cm com

    acabamento de madeira

    UNID 15 115,00 1.725,00 -

    Adesivo leitoso Ecoponto, 0,70 x 0,45

    cm.

    UND 90 28,00 2.520,00 30%

    executado

    Cartazes formato 64x 45 cm,

    impresso 4x0 em papel couch 115g Um 5.000 0,70 3.500,00

    30%

    executado

    Folder em geral a 4x4 cores no

    formato 210x310mm aberto no papel

    reciclado liso 40kg. Acabamento corte

    final, dobra manual. Folders com

    apenas um arte.

    UM 20.000 0,12 2.400,00

    -

    Sub Total 2 22.645,00

    TOTAL 255.325,00

    Estas demandas tem o objetivo de aumentar o volume de materiais coletados,

    triados e encaminhados reciclagem. Para isso, preciso que se ampliem o galpo

    de triagem, capaz de comportar maior volume de resduos e equipamentos, e a

    cobertura da coleta seletiva no municpio. Estas demandas constam nas etapas de

    projeto de ampliao elaborado pela Associao Recicrati em parceria com a

    SEMAM de Crates.

    O galpo de triagem da Associao que se pretende ampliar tem as seguintes

    especificaes tcnicas:

    rea de 300m (25mx12m);

    Estrutura de alvenaria;

    Cobertura metlica;

    Instalaes eltricas e hidrulicas.

    O valor estimado para construo do galpo de R$ 215.600,00.

    A cobertura da coleta seletiva atualmente atende 9 (nove) bairros do municpio,

    sendo capaz de coletar cerca de 14,5t/ms. Os valores arrecadados com a venda

    desses materiais ainda so insuficientes para garantir renda s famlias que

    trabalham na associao, de acordo com o que mostrou o Grfico 3.

    Prope-se que, de maneira gradual, a cobertura da coleta seletiva seja

    redesenhada, a qual foi duplicada para 2013, ou seja, atendendo cerca de 50% da

    populao do municpio. Para 2014, espera-se atingir 75% e para 2015, 100% do

    municpio com cobertura da coleta seletiva.

  • 23

    Para ampliar a coleta preciso realizar previamente um trabalho de conscientizao

    e educao ambiental com a comunidade. Atividades de mobilizao, tais como

    palestras, oficinas, mensagens na rdio e carro de som, distribuio de panfletos e

    adesivos, como as que foram realizadas no incio do programa, so exemplos do

    que pode ser feito. Alm disso, o programa precisa estabelecer novas parcerias com

    o comrcio local, escolas, bancos e instituies pblicas e privadas.

    Outro aspecto a considerar a mo de obra. A Associao conta com 13 (treze)

    associados, sendo insuficientes para atender o aumento da demanda, conforme a

    ampliao proposta no programa. No lixo do municpio de Crates existem cerca

    de 30 catadores que trabalham diariamente com a catao de resduos. Essa

    situao , alm de desumana, ilegal, pois a PNRS no permite mais que essa

    situao acontea. As Fotos de 8 a 10 mostram a existncia de famlias no lixo do

    municpio.

    Foto 8 Moradias no lixo de Crates Foto 9 Moradias no lixo de Crates

    Foto 10 Moradias no lixo de Crates

    Com a aquisio dos equipamentos listados na Tabela 6, a ampliao do galpo de

    triagem e da cobertura de coleta seletiva no municpio e com a integrao dos

    catadores do lixo na Associao, estima-se o crescimento do volume de resduos

    coletados. A Tabela 7 apresenta a estimativa prevista com as perspectivas de

    ampliao previstas, realizada com base nos valores atuais de volume e cobertura.

  • 24

    Tabela 7 Estimativa das ampliaes do Programa de Coleta Seletiva e perspectivas de

    crescimento de volume coletados (valores aproximados)

    Perspectiva Unidade Ano

    (2012) Atual (2013)

    Ano (2014)

    Ano (2015)

    Cobertura da coleta seletiva

    % 30 50 75 100

    Volume de resduos slidos coletados

    t/ms 14 20 30 40

    Volume Total previsto no ano

    t/ano 135 240 360 480

    Lucro mensal estimado

    R$/ms 2.395,00 3.600,00 5.400,00 7.200,00

    No entanto, preciso considerar o benefcio ambiental que a coleta seletiva e a

    reciclagem proporcionam para os municpios, e remunerar as

    cooperativas/assoiaes de materiais reciclveis pelos servios ambientais que

    prestam sociedade.

    Os principais benefcios ambientais, de acordo com a Pesquisa sobre Pagamento

    por Servios Ambientais Urbanos para a Gesto dos Resduos Slidos, do IPEA

    Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada publicada em 2010 so: aumento da vida

    til das reservas de recursos no renovveis e diminuio da presso sobre

    recursos renovveis; menor consumo de gua e energia; menores custos de

    produo de produtos a partir de matria-prima reciclvel em comparao com

    matria-prima virgem; menos emisses de gases de efeito estufa (GEEs); proteo

    da biodiversidade, ao ciclo hidrolgico e menores cargas de poluio hdrica;

    controle e preveno da eroso e contaminao do solo, entre outros.

    Os danos ambientais e sade humana, provocados pelos processos produtivos e

    pelo descarte dos resduos, de maneira geral, no so internalizados nos custos de

    produo. De maneira geral as atividades produtivas ocultam nos preos das

    mercadorias os custos sociais, ambientais e sanitrios, e externalizam para a

    sociedade os danos causados.

    Ao se internalizar as chamadas externalidades nos custos de produo, ou seja,

    trazer esses custos ambientais para dentro do custo de produo, visando a

    proteo e conservao do meio ambiente, e tambm a promoo de negcios e

    processos mais sustentveis, percebe-se que a coleta seletiva se torna uma

    atividade de extrema relevncia e com grande potencial de viabilidade econmica,

    desde que as cooperativas de catadores de materiais reciclveis sejam

    remuneradas pelo servio ambiental que desempenham.

  • 25

    A Tabela 8 mostra a estimativa dos benefcios ambientais gerados pela reciclagem,

    para os materiais analisados, de acordo com IPEA 2010.

    Tabela 8 Estimativa dos benefcios ambientais gerados pela reciclagem por tonelada de

    material

    Materiais Gerao

    de energia (R$/t)

    Emisses de GEEs

    (R$/t)

    Consumo de gua (R$/t)

    Biodiversidade (R$/t)

    Total (R$/t)

    Ao 26 48

  • 26

    Referncias

    Censo, IBGE 2010

    Compromisso Empresarial para a Reciclagem, CEMPRE - http://www.cempre.org.br/

    Diagnstico de Manejo de Resduos Slidos Urbanos, SNIS 2010

    Estudo da Regionalizao da Gesto Integrada dos Resduos Slidos no Estado do

    Cear, em desenvolvimento pelo Conselho de Polticas e Gesto de Meio Ambiente

    - CONPAM

    Guia Portugus de Avaliao da Qualidade dos Servios de guas e Resduos

    Prestados aos Utilizadores, IRAR 2009

    Indicadores de Sustentabilidade para Programas Municipais de Coleta Seletiva

    Mtodos e Tcnicas de Avaliao, de Gina Rizpah Besen

    Lei 11.445/2007 Lei de Diretrizes Nacionais do Saneamento Bsico

    Lei 12.305/2010 Poltica Nacional de Resduos Slidos

    Panorama dos Resduos Slidos no Brasil, Abrelpe 2011

    Perfil Bsico Municipal do Municpio de Crates, IPECE 2011

    Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico, PNSB 2008

    Pesquisa sobre Pagamento por Servios Ambientais Urbanos para a Gesto dos

    Resduos Slidos, do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada publicada, IPEA

    2010