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PT 1 PT RELATÓRIO DA COMISSÃO Relatório Geral de 2003 — FINAL — Grupo 5 <GRP> <T4>Capítulo VI <T1>Papel da União no mundo <T6>Secção 1 <T2>6.1. Política Externa e de Segurança Comum (PESC) ( 1 ) <T3>6.1.1. Perspectiva geral 753. Em 2003, a União Europeia intensificou os seus esforços tendo em vista definir e pôr em prática uma estratégia global no domínio da Política Externa e de Segurança Comum e da defesa. Com a entrada em vigor do Tratado de Nice, em 1 de Fevereiro, a União Europeia pôde tirar partido, nesta iniciativa, dos objectivos evidenciados pelo Tratado quanto à salvaguarda dos valores comuns, dos interesses fundamentais e da independência da União. Neste contexto, esforçou-se por se impor como um protagonista credível na cena internacional e um parceiro livre dos Estados Unidos, disposto a partilhar a carga da defesa, nomeadamente reforçando as suas próprias capacidades militares e prevendo, sob o impulso da Comissão, a promoção de uma política europeia em matéria de equipamentos de defesa. Mais especificamente, o Conselho Europeu de Salonica incentivou a criação de uma agência intergovernamental no domínio da defesa, bem como uma abordagem pluridimensional na luta contra o terrorismo e a proliferação de armas de destruição maciça. Em matéria de gestão de crises, a União contribuiu, em diversas circunstâncias, para o relançamento do diálogo entre as partes em conflito e demonstrou a sua capacidade de intervenção mediante o lançamento de três operações em países terceiros. A União dedicou-se, por outro lado, a reforçar o diálogo político com certos países ou grupos de países, privilegiando os temas da protecção dos direitos humanos, do primado do direito e do respeito pela democracia. Prosseguiu a sua acção em defesa da afirmação da autoridade das jurisdições penais internacionais. A União continuou a dar seguimento à sua política em prol da paz mundial, tanto ao disponibilizar a sua mediação, como ao contribuir para relançar o diálogo entre as partes ou ainda ao prestar ajuda humanitária às populações civis. <T3>6.1.2. Questões gerais 754. Orientações da PESC. Em 14 de Abril ( 2 ), o Conselho apresentou um relatório anual ao Parlamento Europeu sobre os principais aspectos e opções fundamentais da Política Externa e de Segurança Comum. Este relatório completa o capítulo consagrado às relações externas do relatório anual sobre os progressos realizados pela União Europeia em 2002 ( 3 ). O ( 1 ) Na Internet estão disponíveis informações complementares (<HYP>http://ue.eu.int/Pesc/default.asp?lang=pt</HYP>). ( 2 ) Bol. 4-2003, ponto 1.6.6. ( 3 ) Bol. 3-2003, ponto 1.1.2.

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PT 1 PT

RELATÓRIO DA COMISSÃO

Relatório Geral de 2003 — FINAL — Grupo 5

<GRP>

<T4>Capítulo VI

<T1>Papel da União no mundo

<T6>Secção 1

<T2>6.1. Política Externa e de Segurança Comum (PESC) (1)

<T3>6.1.1. Perspectiva geral

753. Em 2003, a União Europeia intensificou os seus esforços tendo em vista definir e pôrem prática uma estratégia global no domínio da Política Externa e de Segurança Comum eda defesa. Com a entrada em vigor do Tratado de Nice, em 1 de Fevereiro, a União Europeiapôde tirar partido, nesta iniciativa, dos objectivos evidenciados pelo Tratado quanto àsalvaguarda dos valores comuns, dos interesses fundamentais e da independência da União.Neste contexto, esforçou-se por se impor como um protagonista credível na cenainternacional e um parceiro livre dos Estados Unidos, disposto a partilhar a carga da defesa,nomeadamente reforçando as suas próprias capacidades militares e prevendo, sob o impulsoda Comissão, a promoção de uma política europeia em matéria de equipamentos de defesa.Mais especificamente, o Conselho Europeu de Salonica incentivou a criação de uma agênciaintergovernamental no domínio da defesa, bem como uma abordagem pluridimensional naluta contra o terrorismo e a proliferação de armas de destruição maciça. Em matéria degestão de crises, a União contribuiu, em diversas circunstâncias, para o relançamento dodiálogo entre as partes em conflito e demonstrou a sua capacidade de intervenção mediante olançamento de três operações em países terceiros. A União dedicou-se, por outro lado, areforçar o diálogo político com certos países ou grupos de países, privilegiando os temas daprotecção dos direitos humanos, do primado do direito e do respeito pela democracia.Prosseguiu a sua acção em defesa da afirmação da autoridade das jurisdições penaisinternacionais. A União continuou a dar seguimento à sua política em prol da paz mundial,tanto ao disponibilizar a sua mediação, como ao contribuir para relançar o diálogo entre aspartes ou ainda ao prestar ajuda humanitária às populações civis.

<T3>6.1.2. Questões gerais

754. Orientações da PESC. Em 14 de Abril (2), o Conselho apresentou um relatório anualao Parlamento Europeu sobre os principais aspectos e opções fundamentais da PolíticaExterna e de Segurança Comum. Este relatório completa o capítulo consagrado às relaçõesexternas do relatório anual sobre os progressos realizados pela União Europeia em 2002 (3). O

(1) Na Internet estão disponíveis informações complementares (<HYP>http://ue.eu.int/Pesc/default.asp?lang=pt</HYP>).(2) Bol. 4-2003, ponto 1.6.6.(3) Bol. 3-2003, ponto 1.1.2.

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Parlamento Europeu pronunciou-se sobre este relatório em 23 de Outubro (4), tendo colocadoa tónica nos seguintes três objectivos estratégicos: política de vizinhança da União alargada,apego à Carta das Nações Unidas e reforço das relações transatlânticas. O Conselho Europeude 20 e 21 de Março (5) declarou-se decidido a reforçar a capacidade da União Europeia noâmbito da PESC e da Política Europeia de Segurança e de Defesa (PESD), afirmando a suaconvicção de ser necessário reforçar a parceria transatlântica, prioridade estratégica para aUnião.

O Conselho, nas conclusões de 17 de Novembro (6), deu o seu acordo para a criação em 2004de uma agência no domínio do desenvolvimento das capacidades de defesa, da investigação,das aquisições e do armamento. No mesmo dia, adoptou a Decisão 2003/834/CE (7) mediantea qual incumbiu uma equipa de preparar a instalação da agência. Até ao final de Abril de2004, esta equipa terá como missão elaborar, por um lado, um plano pormenorizado para ainstalação da agência (estrutura e organização, relações de trabalho com as instituiçõescomunitárias e instituições especializadas) e, por outro, uma posição comum que cria aagência. O termo do mandato da equipa será fixado aquando da entrada em funcionamento daagência, ou, o mais tardar, em 31 de Dezembro de 2004.

O Conselho Europeu de 12 e 13 de Dezembro (8) adoptou a estratégia europeia de segurança,elaborada pelo alto-representante para a PESC. Esta estratégia constitui uma etapa essencialna formação de uma doutrina europeia da segurança e servirá de quadro de referência para aacção de um eventual futuro ministro dos Negócios Estrangeiros da União. O ConselhoEuropeu solicitou à futura presidência e ao alto-representante para a PESC que apresentassem,em coordenação com a Comissão, propostas concretas com vista à execução dessa estratégia.Numa primeira fase, os trabalhos irão incidir, nomeadamente, num multilateralismo efectivoque se articula em torno das Nações Unidas, na luta contra o terrorismo, numa estratégia emrelação à região do Médio Oriente e numa política global respeitante à Bósnia e Herzegovina.O Conselho Europeu de Salonica (9) havia incentivado essa iniciativa, concebida aquando dasessão informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros realizada em Maio, em Kastellorizo,na Grécia.

Em 23 de Junho, o Estatuto do Tribunal Penal Internacional foi assinado por 139 Estados eratificado por 90, tendo entrado em vigor em 1 de Julho. Em 21 de Julho (10), o Conselhopronunciou-se a favor do estabelecimento de um diálogo contínuo com o objectivo de reforçaruma justiça penal internacional. Em 29 de Setembro (11), manifestou a sua inquietação face àsdificuldades de financiamento do Tribunal Especial da Serra Leoa, que irão comprometer oseu funcionamento depois de 2003, bem como o desenvolvimento da justiça internacional.

755. Representantes especiais da União Europeia. O Conselho prorrogou os mandatos dosrepresentantes especiais no Afeganistão (→ n.° 944), na região dos Grandes Lagos africanos(→ n.° 1000), para o Processo de Paz no Médio Oriente (→ n.° 890), na antiga Repúblicajugoslava da Macedónia (→ n.° 879), e para o Pacto de Estabilidade para a Europa do Sudeste(→ n.° 865). O Conselho nomeou um novo representante especial da União Europeia para oProcesso de Paz no Médio Oriente (→ n.° 890), e para o Sul do Cáucaso (→ n.° 920).

(4) Bol. 10-2003, ponto 1.6.1.(5) Bol. 3-2003, ponto I.1.(6) Bol. 11-2003, ponto 1.6.3.(7) Decisão 2003/834/CE (JO L 318 de 3.12.2003 e Bol. 11-2003, ponto 1.6.4).(8) Bol. 12-2003, ponto I.31.(9) Bol. 6-2003, ponto I.22.(10) Bol. 7/8-2003, ponto 1.2.2.(11) Bol. 9-2003, ponto 1.6.11.

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<T3>6.1.3. Política externa comum

756. Decisões e acções comuns (12). Em 2003, o Conselho adoptou novas acções comunsrelativas a determinadas zonas geográficas:

� as Acções Comuns 2003/141/PESC e 2003/188/PESC que alteram o campo de aplicação eadaptam os custos autorizados para a execução da Missão de Polícia da União Europeia(MPUE) na Bósnia e Herzegovina, criada em 2002 (→ n.° 876); a Acção Comum2003/681/PESC relativa à Missão de Polícia da União Europeia (EUPOL) na antigaRepública jugoslava da Macedónia («Proxima») (→ n.° 879); a Decisão 2003/682/PESCque designa Bart D’Hooge chefe do grupo de planeamento (→ n.° 879); a Decisão2003/562/PESC que nomeia Maryse Daviet chefe de missão da Missão de Vigilância daUnião Europeia nos Balcãs Ocidentais (→ n.° 866); a Acção Comum 2003/92/PESC e aDecisão 2003/202/PESC relativas à operação militar da União Europeia na antigaRepública jugoslava da Macedónia (operação «Concordia») (→ n.° 879);

� a Acção Comum 2003/472/PESC relativa à prossecução do Programa de Cooperação daUnião Europeia em favor da não-proliferação e do desarmamento na Federação da Rússia,e a Acção Comum 2003/473/PESC relativa a um contributo da União Europeia para oprocesso de resolução do conflito na Geórgia/Ossécia do Sul (→ n.° 912);

� a Acção Comum 2003/423/PESC e a Decisão 2003/423/PESC relativa à operação militarda União Europeia na República Democrática do Congo (operação «Artemis») (→ n.°1000).

Adoptou igualmente um certo número de acções comuns que prorrogam, revogam ouexecutam acções comuns existentes (13).

757. Decisões e posições comuns (14). Em 2003, o Conselho definiu novas posições comunsrelativas a determinadas zonas geográficas:

� a Posição Comum 2003/297/PESC e a Decisão 2003/461/PESC que impõem medidasrestritivas contra Mianmar (→ n.° 953);

� a Posição Comum 2003/280/PESC de apoio ao exercício efectivo do mandato do TribunalPenal Internacional para a antiga Jugoslávia e a Decisão 2003/484/PESC sobre o mesmoassunto (→ n.° 864);

� a Posição Comum 2003/680/PESC relativa ao fornecimento de certos equipamentos àRepública Democrática do Congo (→ n.° 1000); a Posição Comum 2003/115/PESC quealtera a Posição Comum 2002/145/PESC que impõe medidas restritivas contra o Zimbabué(→ n.° 1001); as Posições Comuns 2003/365/PESC, 2003/366/PESC e 2003/771/PESCque impõem medidas restritivas contra a Libéria (→ n.° 998);

� as Posições Comuns 2003/495/PESC e 2003/735/PESC que impõem medidas restritivascontra o Iraque (→ n.° 900);

(12) Uma descrição pormenorizada de todas as acções comuns PESC em curso encontra-se igualmente disponível na Internet

(<HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/cfsp/fin/pja.htm</HYP>).(13) Estas decisões e acções comuns são tratadas nas secções geográficas correspondentes.(14) O conjunto das posições comuns PESC relativas a uma zona geográfica específica é tratado na rubrica geográfica correspondente

do presente capítulo.

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� a Posição Comum 2003/468/PESC relativa à intermediação de armamento na qual oConselho apelou ao controlo dessas actividades e à adopção de um quadro jurídico paralutar contra a intermediação ilícita e a Posição Comum 2003/805/PESC relativa àuniversalização e ao reforço dos acordos multilaterais no domínio da não-proliferação dearmas de destruição maciça e respectivos vectores (→ n.° 758);

� a Posição Comum 2003/444/PESC respeitante ao Tribunal Penal Internacional, cujoobjectivo é apoiar o correcto funcionamento do Tribunal e prever um apoio universal a seufavor (→ n.° 754).

O Conselho definiu igualmente um certo número de posições comuns que prorrogam,revogam ou executam posições comuns existentes (15).

758. Outras acções. A União Europeia também efectuou, em 2003, diligências junto dosgovernos e nas instâncias internacionais em prol dos direitos humanos e de um diálogopolítico com os países terceiros. Em 10 de Setembro, a Comissão recordou o seuempenhamento no multilateralismo e o interesse de uma estreita cooperação com as NaçõesUnidas (→ n.° 766).

No que respeita à não-proliferação e ao desarmamento, o Conselho salientou, em 14 deAbril (16), a importância da definição de uma política efectiva de luta contra a proliferação dasarmas de destruição maciça, tendo solicitado que se prosseguisse o trabalho sobre a avaliaçãoglobal da ameaça provocada por essas armas. Em 16 de Junho (17), aprovou um documentorelativo aos princípios de base para uma estratégia da União e para um plano de acção nessedomínio. A Comissão empenhou-se igualmente na elaboração de uma cláusula de não-proliferação destinada a ser inserida nos acordos que a União celebra com os países terceiros,no reforço do controlo das exportações de bens de dupla utilização (→ n.° 787) e nosprojectos de cooperação para a redução das ameaças na Federação da Rússia e nos outrosnovos Estados independentes. Em 21 de Julho, o Conselho adoptou a Decisão2003/567/PESC (18) através da qual pretende acelerar o processo de ratificação do Tratado deProibição Completa dos Ensaios Nucleares (CTBT) (19). Por seu lado, o Parlamento Europeupronunciou-se sobre a retirada da Coreia do Norte do Tratado de Não-Proliferação Nuclear(→ n.° 937) e em 19 de Junho (20), sobre a execução do programa das Nações Unidasdestinado a combater o comércio ilícito de armas ligeiras. Numa resolução de 25 deSetembro (21), o Parlamento Europeu recordou a necessidade de a União Europeia conduziruma política comum clara e eficaz em matéria de exportação de armas, tendo saudado nestecontexto o quarto relatório anual do Conselho sobre a aplicação do Código de Conduta daUnião nesta matéria. Em 9 de Dezembro, aprovou o projecto de estratégia da União Europeiacontra a proliferação das armas de destruição maciça. O Conselho Europeu de 12 deDezembro (22) adoptou esta estratégia, que constitui um elemento primordial da estratégia desegurança. Em 5 de Dezembro, o Conselho adoptou o seu quinto relatório anual em aplicaçãodo ponto 8 do Código de Conduta da União Europeia em matéria de exportação dearmamento. O Conselho adoptou igualmente a Decisão 2003/543/PESC relativa à execuçãoda Acção Comum 2002/589/PESC que atribui 700 000 euros ao combate à acumulação e

(15) Estas decisões e acções comuns são tratadas nas secções geográficas correspondentes.(16) Bol. 4-2003, ponto 1.6.5.(17) Bol. 6-2003, ponto 1.6.16(18) JO L 192 de 31.7.2003 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.7.(19) Posição Comum 1999/533/PESC (JO L 204 de 4.8.1999 e Relatório Geral 1999, n.° 638).(20) Bol. 6-2003, ponto 1.6.14.(21) Bol. 9-2003, ponto 1.6.16.(22) Bol. 12-2003, ponto.I.31.

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proliferação destabilizadoras de armas de pequeno calibre e armas ligeiras na AméricaLatina e nas Caraíbas (→ n.° 969); a Decisão 2003/276/PESC relativa a uma contribuição daUnião Europeia para a destruição de munições na Albânia (820 000 euros) (→ n.° 875); aDecisão 2003/807/PESC relativa à contribuição da União Europeia para as despesas defuncionamento do Centro Regional de Controlo das armas de pequeno calibre e das armasligeiras na Europa do Sudeste (300 000 euros) (→ n.° 867); a Decisão 2003/806/PESCrelativa à contribuição da União Europeia para o combate à acumulação e proliferaçãodestabilizadoras de armas de pequeno calibre e armas ligeiras no Camboja (1 436 953 euros)(→ n.° 949).

No que se refere à luta contra as minas antipessoal, o Parlamento Europeu adoptou, em 13 deFevereiro (23), uma resolução relativa aos danos causados pelas munições por explodir e sobreas munições de urânio empobrecido, na qual reafirma o seu empenhamento em defesa dautilização de armas conformes às regras aplicáveis do direito internacional e incentiva acooperação e a coordenação na luta contra as minas antipessoal.

Quanto à luta contra o terrorismo, o Conselho actualizou, em 5 (24) e 27 (25) de Junho, bemcomo em 12 de Setembro (26) a Posição Comum 2001/931/PESC e o Regulamento (CE) n.°2580/2001 relativos à aplicação de medidas específicas de combate ao terrorismo, a fim deactualizar a lista de indivíduos, grupos e entidades abrangidas por estas medidas. Pronunciou-se igualmente, em 2 de Outubro (27), sobre a oportunidade de estabelecer medidas desegurança reforçadas no que se refere ao armazenamento e à transferência de explosivos tendoem conta as actividades terroristas. No tocante às medidas contra a rede Al Qaïda, o Conselhoadoptou a Posição Comum 2003/140/PESC e certas medidas anexas (→ n.° 944), e aComissão alterou a lista de indivíduos, grupos e entidades em causa. Outras questõesrelacionadas com a luta contra o terrorismo são tratadas na secção 1 («Espaço de liberdade, desegurança e de justiça») do capítulo V (→ n.° 528).

Relativamente aos instrumentos da PESC, o Conselho adoptou, em 8 de Dezembro (28), linhasdirectrizes respeitantes à execução e avaliação das medidas restritivas, tendo em vista umaacção da União mais eficaz.

No que respeita à segurança das informações, o Conselho decidiu, em 24 de Fevereiro (29),concluir um acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte sobre a segurança dasinformações.

<T3>6.1.4. Política Europeia de Segurança e de Defesa (PESD)

759. Arquitectura europeia da defesa. Em 10 de Abril (30), o Parlamento Europeu lamentoua actual divisão entre os Estados-Membros sobre as questões cruciais de política externa,tendo proposto a definição de uma nova arquitectura europeia da defesa. O Parlamentocolocou a tónica em determinadas medidas institucionais e operacionais que será necessáriopôr em prática para o efeito, nomeadamente o reforço das capacidades militares da União, aclarificação das relações entre a NATO e a União Europeia, ou ainda a inserção de uma

(23) Bol.1/2-2003, ponto 1.6.12.(24) Posição Comum 2003/402/PESC (JO L 139 de 6.6.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.4.31).(25) Posição Comum 2003/482/PESC (JO L 160 de 28.6.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.4.32) e Decisão 2003/480/CE (JO L 160 de

28.6.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.4.33).(26) Posição Comum 2003/651/PESC e Decisão 2003/646/CE (JO L 229 de 13.9.2003 e Bol. 9-2003, pontos 1.4.13 e 1.4.14).(27) Bol. 10-2003, ponto 1.4.16.(28) Bol. 12-2003, pontos 1.6.2.(29) Decisão 2003/211/PESC (JO L 80 de 27.3.2003 e Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.13).(30) Bol. 4-2003, ponto 1.6.4.

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«cláusula de solidariedade» no Tratado. O Conselho, na sua sessão de 19 e 20 de Maio (31),efectuou um balanço das actividades desenvolvidas no âmbito da política europeia em matériade segurança e de defesa, congratulando-se com a capacidade revelada pela União Europeiade prosseguir as operações de gestão de crises militares e civis, bem como as acções deprevenção de conflitos. Em 8 de Dezembro (32), apelou para que se fixassem as modalidadesde uma resposta militar rápida da União Europeia. O Conselho Europeu de 12 deDezembro (33) aprovou o relatório regular respeitante à Política Europeia de Segurança e deDefesa (PESD) e congratulou-se com os progressos alcançados no desenvolvimento dascapacidades militares e civis em matéria de gestão das crises. Acolheu igualmente de formafavorável o documento da Presidência intitulado «Defesa Europeia: Consulta NATO/UE,Planificação e Operações» e apelou no sentido de se melhorar a preparação das operações daUnião com recurso aos meios e capacidades da NATO e de se criar uma célula que englobecomponentes civis e militares.

760. Gestão de crises. Em 27 de Janeiro (34), o Conselho identificou os futuros desafios emmatéria de prevenção de conflitos e formulou recomendações para uma acção eficaz da UniãoEuropeia. Em 21 de Julho (35),pronunciou-se sobre a intensificação da cooperação entre aUnião Europeia e as Nações Unidas em matéria de gestão de crises. No tocante à cooperaçãocom as Nações Unidas, o Conselho defendeu a criação de um quadro prático que permita arealização de consultas e contactos regulares entre as duas organizações, na linha dasconclusões do Conselho Europeu de Gotemburgo (36). Em 29 de Setembro (37), saudou aassinatura em Nova Iorque, em 24 de Setembro, de uma declaração conjunta nesse sentido,que prevê nomeadamente a criação destes mecanismos de informação e de consulta. Em 21 deJulho, afirmou igualmente o seu apego à sorte e à protecção dos civis no decurso dasoperações de gestão de crises dirigidas pela União Europeia, apelando à elaboração de umasérie de orientações tendo em vista a definição de uma abordagem global e pragmática para aprotecção dos civis. Felicitou-se pela capacidade da União Europeia de prosseguir asoperações de gestão de crises, tanto do ponto de vista militar como em matéria de gestão civilou de acções de prevenção de conflitos. Em 22 de Setembro (38), o Conselho pronunciou-seigualmente sobre a tomada a cargo do financiamento dos custos comuns de todas as futurasoperações militares da União Europeia, tendo fixado o princípio de um mecanismo definanciamento permanente. Além disso, em 16 de Junho (39), o Conselho congratulou-se com orápido lançamento pela União Europeia da operação Artemis, na República Democrática doCongo (→ n.° 1000), reveladora do contributo que a Política Europeia de Segurança e deDefesa pode fornecer para a gestão das crises em cooperação com as Nações Unidas. Asquestões relativas à operação militar Concordia empreendida pela União Europeia na antigaRepública jugoslava da Macedónia, à Missão de Vigilância da União Europeia (EUMM) e àMissão de Polícia da União Europeia (MPUE) na Bósnia e Herzegovina, bem como osacordos relativos à participação da Lituânia, da Polónia e da Turquia nas forças colocadas soba direcção da União Europeia (FUE) na antiga República jugoslava da Macedónia sãotratadas na secção 7 («Relações com os países dos Balcãs Ocidentais») do presente capítulo(→ n.° 879). Em 8 de Dezembro (40), o Conselho adoptou um relatório intercalar sobre osaspectos civis da gestão das crises, no qual apresenta o estado de desenvolvimento dos

(31) Bol. 5-2003, ponto 1.6.6.(32) Bol. 12-2003, ponto 1.6.14.(33) Bol. 12-2003, ponto I.32.(34) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.91.(35) Bol. 7/8-2003, pontos 1.6.9 e 1.6.10.(36) Relatório Geral 2001, n.° 1205.(37) Bol. 9-2003, ponto 1.6.18.(38) Bol. 9-2003, ponto 1.6.14.(39) Bol. 6-2003, ponto 1.6.17.(40) Bol. 12-2003, ponto 1.6.15.

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instrumentos não militares de gestão das crises desde o Conselho Europeu de Helsínquia (41).O Conselho Europeu de 12 de Dezembro (42) declarou-se satisfeito com o bom desenrolar dasoperações realizadas até à data no âmbito da PESD. Além disso, confirmou que a Uniãoestava pronta a levar a efeito uma missão na Bósnia e Herzegovina com uma componentemilitar, com base nos acordos de «Berlim Mais».

761. Comité Militar da União Europeia. Em 19 de Maio (43), o general Rolando MoscaMoschini foi designado presidente do Comité Militar da União Europeia para um mandato detrês anos (2004-2007).

762. Equipamentos de defesa. A fim de executar com êxito a política externa de segurançae de defesa, a Comissão adoptou, em 11 de Março, uma comunicação sobre a defesa europeiae as questões associadas à indústria europeia, na qual define acções tendentes a reforçar aeficácia da indústria dos equipamentos de defesa (→ n.° 316). Em 20 de Novembro, oParlamento Europeu adoptou uma resolução na qual pretende formular uma estratégiasusceptível de assegurar a segurança da União Europeia, que contribui simultaneamente parauma melhor estabilidade do seu ambiente e para a segurança do abastecimento aos níveisnacional e europeu (→ n.° 316). As questões relativas à suspensão de direitos aduaneirossobre certos armamentos e equipamentos militares são tratadas na secção 3 («PolíticaComercial Comum») do presente capítulo (→ n.° 787).

763. Capacidades militares. Aquando da sua sessão de 19 e 20 de Maio (44), o Conselhopronunciou-se sobre o desenvolvimento das capacidades militares da União Europeia, sobre aexecução do plano de acção europeu sobre as capacidades (PAEC) (45), bem como sobre acriação de uma futura Agência Intergovernamental de Desenvolvimento e de Aquisição deCapacidades de Defesa.

<T3>6.1.5. Declarações da Presidência em nome da União Europeia e declarações da UniãoEuropeia

764. O quadro 15 apresenta de forma sintética e por zona geográfica as posições expressasnas declarações da Presidência em nome da União Europeia e nas declarações da UniãoEuropeia sobre questões de política internacional (46).

QUADRO 15

Declarações da Presidência e declarações da União Europeia no domínio da PESC

Regiões/País/entidades Objecto da Declaração Data Referência Boletim

Países candidatos à adesãoChipre Conferência de dadores relativa a Chipre 14.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.17Turquia Dissolução do partido HADEP 14.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.22

Processo de reforma 31.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.39Atentados terroristas perpetrados em Istambul 20.11.2003 Bol. 11-2003, ponto 1.6.17

Balcãs OcidentaisBósnia e Herzegovina Formação do Conselho de Ministros 16.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.15

Sistema público de radiodifusão 21.10.2003 Bol. 10-2003, ponto 1.6.8

(41) Relatório Geral 2002, n.° 1022.(42) Bol. 12-2003, ponto I.32.(43) Decisão 2003/400/CE (JO L 139 de 6.6.2003 e Bol. 5-2003, ponto 1.6.5).(44) Bol. 5-2003, ponto 1.6.7.(45) Relatório Geral 2001, n.° 826.(46) O texto integral das declarações mencionadas consta do Boletim da União Europeia correspondente ao mês da sua adopção. Os

países da Europa Central e Oriental associados à União Europeia, Chipre, Malta e a Turquia, países igualmente associados, bemcomo os países da EFTA membros do Espaço Económico Europeu associaram-se a numerosas declarações emitidas pela UniãoEuropeia no âmbito da PESC, bem como a determinadas posições comuns aprovadas pela União.

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Sérvia e Montenegro Início de um diálogo directo entre Belgrado e Pristina 7.10.2003 Bol. 10-2003, ponto 1.6.16Próximas eleições presidenciais na Sérvia 7.11.2003 Bol. 11-2003, ponto 1.6.16

Magrebe, Machereque e Médio OrienteEgipto Absolvição de Saad Eddih Ibrahim e outros acusados 26.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.14Iraque Crise iraquiana 4.2.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.25

Captura de Sadam Hussein 15.12.2003 Bol. 12-2003, ponto 1.6.25Israel e TerritóriosPalestinianos

Violações da linha azul 12.8.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.20

Actos de violência 14.8.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.21Atentado suicida em Jerusalem 20.8.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.22Atentatos suicidas de 9 de Setembro 11.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.24Atentado suicida em Haifa 4.10.2003 Bol. 10-2003, ponto 1.6.12Iniciativa das sociedades civis israelita e palestiniana 2.12.2003 Bol. 12-2003, ponto 1.6.26

Marrocos Libertação de prisioneiros por parte da Frente Polisário 5.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.16Catar Nova Constituição 13.5.2003 Bol. 5-2003, ponto 1.6.17Iémen Eleições 12.5.2003 Bol. 5-2003, ponto 1.6.20

Estados independentes da antiga União Soviética, MongóliaArménia Eleições presidenciais 20.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.10

Eleições legislativas 22.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.23Abolição da pena de morte e ratificação do Protocolo n.° 6 daConvenção Europeia dos Direitos do Homem 23.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.19

Azerbaijão Eleições presidenciais 17.10.2003 Bol. 10-2003, ponto 1.6.6Bielorrússia Situação dos meios de comunicação social 25.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.24Geórgia Situação política 24.11.2003 Bol. 11-2003, ponto 1.6.14

Condução das eleições 14.11.2003 Bol. 11-2003, ponto 1.6.13Cazaquistão Processo de Sergueï Douranov 14.2.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.26Moldávia Conflito na Transnístria 29.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.29

Medidas restritivas contra os dirigentes da região da Transnístria 7.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.17Rússia Rapto do cidadão neerlandês Arjan Erkel 31.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.30

Situação dos meios de comunicação social 7.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.33Eleições na Chechénia 26.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.26Eleições presidenciais na Chechénia 8.10.2003 Bol. 10-2003, ponto 1.6.14

Turquemenistão Mecanismo de Moscovo 20.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.34Ucrânia Situação dos meios de comunicação social e processo Gongadze 16.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.28

Diferendo que opõe a Ucrânia e a Rússia relativamente à ilha deTouzla e do estreito de Kertch

20.11.2003 Bol. 11-2003, ponto 1.6.18

Estados Unidos, Japão e outros países industrializadosCoreia do Norte Actividades nucleares da República Popular Democrática da

Coreia9.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.19

Resolução da Agência Internacional da Energia Atómica sobre aCoreia do Norte

30.12003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.140

Retirada do Tratado sobre a Não-Proliferação de ArmasNucleares

13.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.20

Estados Unidos Comutação de todas as penas de morte pronunciadas no Illinois(Estados Unidos)

17.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.24

Atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001 11.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.32Ásia

Afeganistão Medidas restritivas contra Oussama ben Laden 6.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.9Assinato de um delegado do Comité Internacional da CruzVermelha

8.4.2003 Bol. 4-2003, ponto 1.6.7

Receitas aduaneiras 3.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.22Início da Laya Iirga em Cabul 13.12.2003 Bol. 12-2003, ponto 1.6.22

China Execução de Lobsang Dhondup 5.2.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.16Lei Fundamental de Hong Kong 15.4.2003 Bol. 4-2003, ponto 1.6.10Artigo 23.° da Lei Fundamental de Hong Kong 16.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.16

Índia e Paquistão Situação política 8.5.2003 Bol. 5-2003, ponto 1.6.12Malásia Processo Datuk Seri Anwar Ibrahim 7.5.2003 Bol. 5-2003, ponto 1.6.13

Libertação dos detidos por força da Lei sobre a Segurança Interna 30.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.29Libertação dos detidos por força da Lei sobre a Segurança Interna 1.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.26

Birmânia/Mianmar Prisões e detenções - Caso de Aung San Suu Kyi 18.2.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.29Mianmar e países do alargamento 13.5.2003 Bol. 5-2003, ponto 1.6.14Posição Comum 2003/297/PESC 30.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.30Construção de uma torre de observação 7.8.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.27Caso de Aung San Suu Kyi 5.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.25

Nepal Negociações entre o Governo nepalês e os maoistas 16.5.2003 Bol. 5-2003, ponto 1.6.15Expulsão de 18 requerentes de asilo tibetanos 13.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.31Refugiados do Butão 18.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.28

Filipinas Motim militar em Manila 1.8.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.29Cessar-fogo com o MILF 29.8.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.30

Sri Lanca Negociações de paz 30.4.2003 Bol. 4-2003, ponto 1.6.15Negociações de paz 14.5.2003 Bol. 5-2003, ponto 1.6.18

Timor-Leste Tribunal especial responsável pelo julgamento das violações dosdireitos humanos

6.8.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.37

Vietname Caso de Pham Hong Son 9.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.30América Latina e Caraíbas

Argentina Eleições presidenciais 19.5.2003 Bol. 5-2003, ponto 1.6.10

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Bolívia Situação e actos de violência 20.2.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.14Designação do novo presidente 11.10.2003 Bol. 10-2003, ponto 1.6.7

Colômbia Atentado terrorista 12.2.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.18Assassinato de personalidades retidas como reféns 7.5.2003 Bol. 5-2003, ponto 1.6.11Atentado terrorista perpretado em Florência 1.10.2003 Bol. 10-2003, ponto 1.6.11

Cuba Prisões de membros da oposição 26.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.13Direitos humanos 5.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.25

Equador Investidura do novo presidente Lucio Gutiérrez 27.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.23Guatemala Missão de observação eleitoral 22.8.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.17Haiti Situação política 7.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.15

Situação política 10.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.18Situação política 16.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.23

Ilhas Salomão Evolução da situação 28.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.19México Tremor de terra 24.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.27Peru Relatório final da Comissão da Verdade e da Reconciliação 23.12.2003 Bol. 12-2003, ponto 1.6.29Venezuela Grupo dos Países Amigos da Venezuela 21.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.35

Assinatura de um acordo político 5.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.34Execução de um acordo político 10.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.29Recolha de assinaturas para a organização de um referendo 22.10.2003 Bol. 12-2003, ponto 1.6.33

África OcidentalCosta do Marfim Execução do Acordo de Linas Marcoussis 20.2.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.22

Situação política 22.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.20Assassinato do jornalista de RFI Jean Hélène 27.10.2003 Bol. 10-2003, ponto 1.6.11Últimos desenvolvimentos 9.12.2003 Bol. 12-2003, ponto 1.6.24

Guiné-Bissau Democracia e governação 18.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.26Golpe de Estado 18.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.22

Libéria Situação humanitária 14.4.2003 Bol. 4-2003, ponto 1.6.11Situção política 13.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.27Cessar-fogo 23.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.28Processo de paz 21.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.23Processo de paz 28.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.24Processo de paz 22.8.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.25

Mauritânia Eleições presidenciais 23.11.2003 Bol. 11-2003, ponto 1.6.15Nigéria Eleições 14.5.2003 Bol. 5-2003, ponto 1.6.16São Tomé e Príncipe Revolta militar de 16 de Julho de 2003 18.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.34Serra Leoa Primeiros processos no Tribunal Especial para a Serra Leoa 25.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.20Togo Processos eleitorais 12.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.33

Eleições presidenciais 15.5.2003 Bol. 5-2003, ponto 1.6.19Eleições presidenciais 4.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.38

África OrientalEtiópia/Eritreia Processo de paz 23.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.21Somália Violações da cessação das hostilidades 6.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.21

Violações do acordo de cessar-fogo 23.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.33Processo de paz 15.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.35Processo de reconciliação nacional 16.12.2003 Bol. 12-2003, ponto 1.6.30

Sudão Condenação à morte e penas de amputação 10.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.31Condenação à morte 15.1.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.32Processo de paz 8.8.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.36Disposições em matéria de segurança 25.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.27Situação na região do Darfour 31.12.2003 Bol. 12-2003, ponto 1.6.31

África CentralBurundi Conselho Nacional para a Defesa da Democracia - forças para a

defesa da democracia4.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.11

Seguimento judicial do massacre cometido em Itaba 6.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.12Cessação dos poderes presidenciais 9.4.2003 Bol. 4-2003, ponto 1.6.8Bombardeamento pelo CNDD-FDD 17.4.2003 Bol. 4-2003, ponto 1.6.9Ataques militares em Bujumbura 10.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.15Acordo político assinado em 8 de Outubro em Pretória entre oGoverno burundês e o movimento FDD

13.10.2003 Bol. 10-2003, ponto 1.6.9

Acordo de paz entre o Governo de transição do Burndi e omovimento FDD

19.11.2003 Bol. 11-2003, ponto 1.6.12

Assassinato de Monsenhor Michael Courtney 31.12.2003 Bol. 12-2003, ponto 1.6.23Uganda Declarações de cessar-fogo 21.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.18República Centro-Africana

Golpe de Estado de 15 de Março de 2003 21.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.19

República Democráticado Congo

Diálogo intercongolês 19.4.2003 Bol. 4-2003, ponto 1.6.12

Massacres perpetrados em Drodro 14.4.2003 Bol. 4-2003, ponto 1.6.13Situação no Leste da República Democrática do Congo 27.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.32Formação do Governo de transição 2.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.31Massacres na província de Ituri 13.10.2003 Bol. 10-2003, ponto 1.6.13

República Democráticado Congo e região dosGrandes Lagos

Retirada das forças de defesa popular do Uganda, da região deIturi (RDC)

30.4.2003 Bol. 4-2003, ponto 1.6.14

Ruanda Eleições presidenciais 29.8.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.32Eleições legislativas 13.10.2003 Bol. 10-2003, ponto 1.6.15

Chade Acordo de paz 23.12.2003 Bol. 12-2003, ponto 1.6.32

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África AustralZimbabué Situação política 20.2.2003 Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.36

Medidas de repressão contra a oposição 28.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.23Medidas restritivas 9.4.2003 Bol. 4-2003, ponto 1.6.16Situação política 3.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.35Liberdade de imprensa 18.9.2003 Bol. 9-2003, ponto 1.6.31Situação política 28.11.2003 Bol. 11-2003, ponto 1.6.19

Questões geraisPena de morte Entrada em vigor do Protocolo n.° 13 da Convenção de

Salvaguarda dos Direitos Humanos e das LiberdadesFundamenatis

14.7.2003 Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.40

Tribunal PenalInternacional

Inauguração do Tribunal Penal Internacional 10.3.2003 Bol. 3-2003, ponto 1.6.24

Posição Comum 2003/444/PESC 23.6.2003 Bol. 6-2003, ponto 1.6.36Tribunal PenalInternacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ)

Apoio à execução efectiva do mandato do TPIJ 23.4.2003 Bol. 4-2003, ponto 1.6.17

Conferência Islâmica Declaração de Mahatir Mohamad na cimeira da Conferência 16.10.2003 Bol. 10-2003, ponto 1.6.18

</DOC>

<T6>Secção 2

<T2>6.2. Organizações e conferências internacionais

<T3>6.2.1. Nações Unidas e instituições especializadas (47)

765. Assembleia Geral das Nações Unidas. Aquando da abertura da 58.a sessão daAssembleia Geral (48), em 16 de Setembro (49), em Nova Iorque, Silvio Berlusconi, primeiro-ministro italiano e presidente em exercício do Conselho, proferiu uma declaração em nome daUnião Europeia. Pronunciou-se, nomeadamente, sobre o contributo da União para uma ordeminternacional baseada em instituições multilaterais eficazes, a luta contra o terrorismo, aproliferação das armas de destruição maciça, o Tribunal Penal Internacional, a abolição dapena de morte, a gestão de crises, bem como sobre questões regionais. Chris Patten, membroda Comissão, participou nessa Assembleia e em diversas reuniões políticas à margem destaúltima, de 23 a 26 de Setembro (50). Pascal Lamy, membro da Comissão, participouigualmente nessa Assembleia, em 31 de Outubro.

766. Cooperação com as Nações Unidas. No que respeita ao papel central das NaçõesUnidas no sistema multilateral, a Comissão reiterou, em 10 de Setembro (51), o seuempenhamento em prol do multilateralismo, tendo recomendado determinadas medidaspráticas com vista a um contributo mais proveitoso da União Europeia para o sistema dasNações Unidas. O Conselho adoptou, em 8 de Dezembro, conclusões a este respeito (52). OConselho Europeu, reunido em Bruxelas, em 12 de Dezembro (53), congratulou-se por taisorientações e apelou à sua concretização prática. Por outro lado, em 29 de Setembro, oConselho pronunciou-se sobre a cooperação com as Nações Unidas em matéria de gestão decrises (→ n.° 760).

767. Fundo Monetário Internacional (FMI) (54) e Grupo do Banco Mundial (55). AComissão participou na reunião anual do FMI e do Banco Mundial em Dubai (Emirados

(47) <HYP>http://www.un.org/french/index.shtml</HYP>.(48) <HYP>http://www.un.org/french/ga/58/</HYP>. Reunião anterior: Relatório Geral 2002, n.° 763.(49) Bol. 9-2003, ponto 1.6.34.(50) Bol. 9-2003, ponto 1.6.35.(51) COM(2003) 526 e Bol. 9-2003, ponto 1.6.33.(52) Bol. 12-2003, ponto 1.6.35.(53) Bol. 12-2003, ponto I.33.(54) <HYP>http://www.imf.org/external/fre/index.htm</HYP>.(55) <HYP>http://www.banquemondiale.org/</HYP>.

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Árabes Unidos), em 23 e 24 de Setembro. Pedro Solbes Mira, membro da Comissão,participou na reunião do Comité Monetário e Financeiro Internacional, em 12 de Abril.

A reunião da Primavera do Comité do Desenvolvimento teve lugar em 13 de Abril, emWashington. Nesta reunião foram abordados os desafios do planeamento do desenvolvimentomundial num clima de incerteza crescente. Foi destacado o carácter indispensável de políticasaplicadas em parceria pelos países desenvolvidos e os países em desenvolvimento a fim degerar um crescimento económico mais forte e mais abrangente. Na sua declaração escrita, aComissão salientou a necessidade de uma harmonização das estratégias para cada país e doscalendários orçamentais por parte dos doadores, bem como de a ajuda passar a privilegiar, namedida do possível, o apoio orçamental e sectorial. Em 22 de Setembro, Poul Nielsen,membro da Comissão, representou-a na qualidade de observador na reunião do Comité doDesenvolvimento em Dubai, onde foi convidado a tomar a palavra. Esta reunião, realizadapouco tempo após o fracasso da conferência ministerial da Organização Mundial doComércio, em Cancún (→ n.° 781), discutiu a ausência de progressos em matéria de comércioe examinou as questões ligadas à concretização do Consenso de Monterrey (56) e, em especial,a possibilidade de reforçar a ajuda prestada aos países que aplicam boas políticas. Nestecontexto, a Comissão insistiu na necessidade de aumentar o volume das ajudas, bem como demelhorar a qualidade dos programas de ajuda. Foram adiadas para as reuniões anuais de 2004propostas de carácter mais essencial do que as elaboradas até ao momento e igualmente umadecisão relativa ao reforço do papel desempenhado pelos países em desenvolvimento nasinstituições financeiras internacionais.

O presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, deslocou-se a Bruxelas, em 19 de Maio,onde se reuniu nomeadamente com Chris Patten e Poul Nielsen, membros da Comissão, oalto-representante para a PESC, Javier Solana, bem como com os membros da Comissão parao Desenvolvimento e a Cooperação do Parlamento Europeu.

768. Organização Mundial do Comércio (OMC). As actividades desta organização sãotratadas na secção 3 («Política comercial comum») do presente capítulo (→ n.os 781 a 784).

769. Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) (57). A Comunidade,representada pela Comissão e pelos Estados-Membros, continuou a participar activamente nasactividades da OMPI, na linha dos trabalhos realizados em 2002 (58).

770. Organização Internacional do Trabalho (OIT) (59). A Comissão organizou umseminário de alto nível com a Comissão Mundial sobre a Dimensão Social da Globalizaçãoem Bruxelas, em 3 e 4 de Fevereiro. Pascal Lamy, membro da Comissão, participou noreferido seminário. A Comissão apresentou um relatório sobre este seminário ao grupo detrabalho da OIT sobre a dimensão social da globalização, que se reuniu em 24 de Março.

771. Comissão Económica para a Europa das Nações Unidas (CEE-ONU). Teve lugar emGenebra, de 4 a 6 de Março, a 58.ª sessão anual da Comissão Económica para a Europa dasNações Unidas. Os principais temas incluídos na ordem de trabalhos foram: osdesenvolvimentos económicos na Europa, o seminário da Primavera sobre o desenvolvimentosustentável na Europa, a reforma e as principais orientações políticas da CEE-ONU, bemcomo o seguimento a dar aos preparativos lançados a nível regional tendo em vista a Cimeira

(56) Relatório Geral 2002, n.° 810.(57) <HYP>http://www.wipo.org/index.html.fr</HYP>.(58) Relatório Geral 2002, n.° 767.(59) <HYP>http://www.ilo.org/public/french/</HYP>.

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Mundial sobre a Sociedade de Informação (→ n.° 400) e a Assembleia Mundial sobre oEnvelhecimento. A CEE-ONU lançou igualmente um programa de grupos de trabalhosectoriais no contexto do seu projecto de Europa alargada, abrangendo domínios como aenergia, o comércio, os transportes e o ambiente. Tomaram parte nos encontros em questãoaltos funcionários da Comissão.

772. Cooperação para o desenvolvimento. As actividades relacionadas com as instituiçõesinternacionais em matéria de cooperação para o desenvolvimento são tratadas na secção 4(«Cooperação para o desenvolvimento») do presente capítulo (→ n.os 841 a 843 e 846).

<T3>6.2.2. Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) (60)

773. Conselho Ministerial. O Conselho Ministerial reuniu em Maastricht (61), em 1 e 2 deDezembro, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 55 Estados participantes. Estavamigualmente presentes representantes da União Europeia (nomeadamente Franco Frattini,ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, em representação da Presidência da União eChris Patten, membro da Comissão), os parceiros mediterrânicos (Argélia, Egipto, Israel,Jordânia, Marrocos e Tunísia) e os parceiros para a cooperação (Coreia do Sul, Japão eTailândia), agências das Nações Unidas, bem como outras organizações internacionais eagrupamentos regionais. A reunião foi encerrada com a adopção de uma estratégia da OSCEtendo em vista enfrentar os novos desafios do século XXI em matéria de segurança e deestabilidade e de uma nova estratégia para a dimensão económica e ambiental. Foi igualmenteadoptada uma série de decisões que fornecem à OSCE um programa completo para 2004. Talestratégia abrange as suas três dimensões político-militar, económica e ambiental, direitoshumanos e democratização. Em 2004, a Presidência será assegurada pela Bulgária.

774. Reuniões a nível ministerial. Tiveram lugar em Bruxelas duas reuniões entre a tróicaministerial da União Europeia e a tróica ministerial da OSCE, respectivamente em 24 deFevereiro e 29 de Setembro (62). Estas duas reuniões constituíram a ocasião para uma troca depontos de vista entre as partes relativamente a questões de interesse comum, como as relaçõesMoldávia/Transnistria, a Bielorrússia, a Chechénia, a antiga República jugoslava daMacedónia, o Sul do Cáucaso, o tráfico de seres humanos, as operações desenvolvidas noquadro da Política Europeia de Segurança e de Defesa (PESD) nos Balcãs Ocidentais e oreforço da cooperação entre a União Europeia e a OSCE.

775. Cooperação União Europeia-OSCE. O Conselho adoptou, em 17 de Novembro (63),conclusões relativas à cooperação União Europeia-OSCE em matéria de prevenção deconflitos, de gestão de crises e de reabilitação pós-conflito.

<T3>6.2.3. Conselho da Europa (64)

776. Realizou-se em Bruxelas, em 18 de Maio, a 2.ª reunião anual de altos funcionários daComissão e do Conselho da Europa relativa à cooperação e à parceria. As duas partestrocaram informações relativas às medidas recentemente adoptadas e documentos deprogramação relacionados com a sua cooperação. Adoptaram igualmente um primeiro

(60) <HYP>http://www.osce.org</HYP>.(61) Bol. 12-2003, ponto 1.6.37.(62) Bol. 9-2003, ponto 1.6.38.(63) Bol. 11-2003, ponto 1.6.20.(64) <HYP>http://www.coe.int/DefaultFR.asp</HYP>.

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relatório anual sobre a cooperação, elaborado no quadro da sua declaração conjunta emmatéria de parceria e cooperação (65).

Realizou-se no Luxemburgo, em 17 de Junho (66), a 19.ª reunião quadripartida entre aComissão e o Conselho da Europa. Os participantes orientaram a sua reflexão para apreparação da terceira Cimeira do Conselho da Europa, a inserção de uma cláusula relativa àConvenção Europeia dos Direitos do Homem e à instauração de uma cooperação apropriadacom o Conselho da Europa no texto da Convenção sobre o futuro da União Europeia (→ n.°2), bem como para a questão das migrações. Esta reunião constituiu igualmente a ocasião parasalientar a importância dos programas desenvolvidos conjuntamente pelo Conselho da Europae Comissão, bem como a função de referência desempenhada pelas normas e regraselaboradas pelo Conselho da Europa na aplicação da estratégia da União Europeia nos BalcãsOcidentais (→ n.° 862).

777. Reuniões ministeriais. A Comunidade, representada pela Comissão, participou nas112.ª e 113.ª sessões do comité de ministros. A primeira, que se realizou em Estrasburgo, em14 e 15 de Maio, discutiu o futuro papel do Conselho da Europa na construção de uma Europaisenta de clivagens e igualmente os meios a aplicar a fim de garantir a eficácia do TribunalEuropeu dos Direitos do Homem. A segunda teve lugar em Chisinau (Moldávia), em 5 e 6 deNovembro, e foi principalmente consagrada à evolução da relação entre as diversasorganizações europeias, bem como à possibilidade de organizar uma Cimeira do Conselho daEuropa em Maio de 2005. António Vitorino, membro da Comissão, representou-a na 25.ªconferência anual dos ministros europeus da Justiça, que teve lugar em Sófia, na Bulgária, em10 de Outubro. Esta reunião foi consagrada aos esforços a envidar a fim de lutar maiseficazmente contra o terrorismo, mantendo todavia o Estado de direito e respeitando osdireitos humanos e as liberdades fundamentais.

<T3>6.2.4. Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) (67)

778. Sessão ministerial. A reunião anual dos ministros dos países membros da OCDErealizou-se em Paris, em 29 e 30 de Abril (68). Neste encontro, as discussões incidiram sobre asituação económica, os problemas de desenvolvimento, os investimentos e as trocascomerciais, bem como sobre as medidas susceptíveis de manter a confiança e reforçar ocrescimento no decurso dos dez próximos anos. Pascal Lamy e Pedro Solbes Mira, membrosda Comissão, participaram na sessão em questão.

<T3>6.2.5. Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD)

779. As actividades respeitantes ao BERD são tratadas na secção 1 («Política económica emonetária») do capítulo IV (→ n.os 137 e 138).

</DOC>

<T6>Secção 3

<T2>6.3. Política comercial comum (69)

(65) Relatório Geral 2001, n.° 872.(66) Bol. 6-2003, ponto 1.6.37. Reunião anterior: Relatório Geral 2002, n.° 776.(67) <HYP>http://www.oecd.org</HYP>.(68) Bol. 4-2003, ponto 1.6.18. Reunião anterior: Relatório Geral 2002, n.° 777.(69) <HYP>http://europa.eu.int/comm/trade/index_fr.htm</HYP>.

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<T3>6.3.1. Perspectiva geral

780. A inexistência de acordo aquando da conferência ministerial da OrganizaçãoMundial do Comércio (OMC), reunida em Cancún no âmbito do programa de Doha para odesenvolvimento, não diminuiu a vontade da Comunidade Europeia de aprofundar as regrascomerciais num quadro multilateral. Apesar deste insucesso, registaram-se progressos,nomeadamente através de um acordo sobre os medicamentos genéricos que permite o acessoa esses mediacamentos a preços abordáveis para os países mais pobres. De igual modo, emmatéria de resolução de diferendos, o litígio relativo ao comércio do aço entre a Comunidadee os Estados Unidos pôde ser resolvido graças às decisões proferidas pelos órgãos da OMCa favor da Comunidade. No âmbito do funcionamento da união aduaneira, o facto de o novosistema de trânsito informatizado se ter tornado operacional em todos os Estados-Membrosrepresenta não só uma etapa importante para o bom funcionamento da união aduaneira, mastambém uma grande simplificação para os operadores económicos.

<T3>6.3.2. Organização Mundial do Comércio (OMC) (70)

781. Conferência ministerial de Cancún (71). A quinta conferência ministerial da OMCrealizou-se em Cancún de 10 a 14 de Setembro (72), com a aparticipação de Pascal Lamy eFranz Fischler, membros da Comissão. A conferência tinha por objectivo fazer um balanço etomar as decisões políticas necessárias à evolução futura das negociações do programa deDoha para o desenvolvimento (73), nomeadamente nos seguintes domínios: agricultura, acessoaos mercados dos produtos não agrícolas, comércio e serviços, desenvolvimento, questõesditas de «Singapura» relativas ao comércio e ao investimento, comércio e política deconcorrência, transparência dos contratos públicos e simplificação das trocas comerciais. Nãose chegou a nenhum acordo na conferência, nem a uma posição comum sobre qualquerquestão, o que causou um atraso na negociação, deixando aos representantes permanentes dosmembros da OMC em Genebra o cuidado de prosseguir o debate.

No âmbito da preparação da conferência, o Parlamento Europeu, em 3 de Julho (74), e oConselho, em 21 de Julho (75), manifestaram o seu apoio à estratégia adoptada pela Comissãoe salientaram as prioridades da Comunidade nas negociações em causa, ou seja: umaliberalização mais acentuada das trocas comerciais e um reforço do sistema baseado nasregras preconizadas pela OMC, de forma a promover o crescimento económico, o emprego edo desenvolvimento sustentável; o reforço das medidas que contribuam para o crescimentoeconómico e para a inserção dos países em desenvolvimento, sobretudo dos mais pobres, naeconomia mundial; uma maior abertura e transparência a nível da OMC. Estes dois últimospontos já tinham recebido a apoio do Comité Económico e Social Europeu num pareceremitido em 26 de Março, no qual são desenvolvidas propostas em prol de uma OMC de rostohumano (76).

Na sequência do pedido do Conselho Europeu de 16 e 17 de Outubro (77), a Comissãoadoptou, em 26 de Novembro, uma comunicação relativa ao relançamento das negociaçõessobre o programa de Doha para o desenvolvimento (78). Após uma avaliação da evolução das

(70) <HYP>http://www.wto.org/indexfr.htm</HYP>.(71) <HYP>http://www.wto.org/french/thewto_f/minist_f/min03_f/min03_f.htm</HYP>.(72) Bol. 9-2003, ponto 1.6.40.(73) Relatório Geral 2001, n.° 876, e Internet (<HYP>http://www.wto.org/french/tratop_f/dda_f/dda_f.htm</HYP>).(74) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.43.(75) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.44.(76) JO C 133 de 6.6.2003 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.28.(77) Bol. 10-2003, ponto I.21.(78) COM(2003) 734 e Bol. 11-2003, ponto 1.6.22.

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negociações, a Comissão propõe ajustamentos das suas posições para melhor relançar asnegociações. Saudando esta comunicação, o Conselho, nas suas conclusões de 8 deDezembro (79), reafirmou o seu apoio à abordagem multilateral em matéria de políticacomercial, bem como ao relançamento do programa de Doha para o desenvolvimento.

A conferência ministerial de Cancún acolheu o Camboja e o Nepal enquanto primeiros paísesmenos desenvolvidos que aderiram à OMC desde a sua criação. Em 5 de Setembro (80), oConselho deu o seu aval à adesão iminente de outros países, nomeadamente, a Argélia, aArábia Saudita, a Bósnia e Herzegovina, o Cazaquistão, o Líbano, a Rússia, Tonga, a Ucrâniae o Vietname.

782. Seguimento dado à declaração ministerial de Doha. No que respeita ao acordo emmatéria de TRIPS (aspectos dos direitos de propriedade intelectual ligados ao comércio) e desaúde pública, o Parlamento Europeu adoptou, em 12 de Fevereiro, uma resolução sobre aautorização de medicamentos genéricos no âmbito da OMC (81). Em 30 de Agosto, oConselho Geral da OMC adoptou uma decisão que permite a emissão de licenças obrigatóriascom vista a exportar, sem a autorização dos detentores de patentes, medicamentos a preçosmais abordáveis, para os países mais pobres que não podem fabricá-los. Este acordo foisaudado pelo Parlamento Europeu numa resolução de 25 de Setembro (82).

Numa resolução adoptada em 12 de Março (83), o Parlamento Europeu pronunciou-se sobre oGATS (Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços). O Parlamento congratula-se com o factode a Comissão não pretender apresentar qualquer proposta de liberalização nos sectores dasaúde, da educação e do audiovisual e insiste também na importância da diversidade cultural,na necessidade de conceder um tratamento especial aos sectores sensíveis nos países emdesenvolvimento e no dever de manter o princípio da prestação do serviço universal.

No que respeita às questões agrícolas, o Comité das Regiões pronunciou-se em 9 de Abril e oParlamento Europeu em 12 de Julho (→ n.° 474).

783. Resolução de litígios. Em 2003, a Comunidade participou activamente em 37litígios (84) submetidos à apreciação da OMC: em 17 desses dossiês, a Comunidade constituíaa parte queixosa e, nos restantes 20 casos, a parte requerida. Estes dossiês dizem respeito àsrelações estabelecidas pela Comunidade Europeia com oito dos seus parceiros comerciais(Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, Índia e Tailândia).

As actividades de resolução dos litígios que opõem a Comunidade aos Estados Unidoscontinuam a representar a grande maioria do contencioso submetido pela Comunidade àOMC, estando actualmente a ser examinados por esta última 16 litígios apresentados pelaComunidade contra os Estados Unidos. Em 12 desses dossiês, a Comunidade constitui a partequeixosa, sendo parte requerida apenas em 4 (OMG, hormonas, medidas de salvaguarda nodomínio do aço, marcas de fabrico e indicações geográficas). No que respeita à matéria defundo desses litígios, oito dizem respeito à utilização abusiva de instrumentos de defesa(direitos antidumping, direitos de compensação e medidas de salvaguarda) e quatro aproblemas relacionados com subvenções.

(79) Bol. 12-2003, ponto 1.6.39.(80) Bol. 9-2003, ponto 1.6.42(81) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.40.(82) Bol. 9-2003, ponto 1.6.41.(83) Bol. 3-2003, ponto 1.6.27.(84) Os dossiês de defesa relativamente aos quais a Comunidade Europeia é contestada por múltiplos queixosos são contados como

um único dossiê.

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Em 7 de Maio, no processo FSC (Estados Unidos: tratamento fiscal das «sociedades de vendano estrangeiro»/reduções fiscais aquando da exportação) (85), a OMC acolheu o pedido daComunidade que visava autorizá-la a instituir contramedidas até ao limite do montante totalanual estimado da subvenção dos EUA (4 mil milhões de dólares). Além disso, perante ainacção dos Estados Unidos, a Comissão adoptou, em 5 de Novembro (86), uma proposta queinstitui, a partir de 1 de Março de 2004, contramedidas aplicáveis a um certo número deprodutos americanos seleccionados. Em 8 de Dezembro (87), o Conselho adoptou umregulamento que institui essas medidas. Outro litígio complexo entre a Comunidade e osEstados Unidos diz respeito à lei antidumping de 1916 (88). Em 15 de Dezembro, o Conselhoadoptou um regulamento que protege as pessoas singulares e colectivas sob a jurisdição dosEstados-Membros da aplicação dessa lei antidumping e dos respectivos efeitos (89). Outravertente importante dos litígios diz respeito aos direitos de propriedade intelectual (marcas defabrico e indicações geográficas, direitos de autor e patentes). Por último, os obstáculostécnicos ao comércio e as medidas sanitárias e fitossanitárias constituem uma outra categoriasensível.

Do ponto de vista dos sectores económicos abrangidos, perto de metade das queixas dizemrespeito ao sector siderúrgico. O processo de resolução dos litígios relativos às medidas desalvaguarda impostas pelos Estados Unidos (90) às importações de aço conduziu à publicação,em 11 de Julho, do relatório do grupo especial, que indica que todas as medidas americanasviolam as regras da OMC. O relatório de 10 de Novembro do órgão de recurso confirmou quenão estavam reunidas as condições prévias mínimas à aplicação de medidas de salvaguarda eque todas as acções de salvaguarda americanas aplicadas ao aço careciam de fundamentojurídico. Em 4 de Dezembro, os Estados Unidos anunciaram a retirada total e imediata dassuas medidas de salvaguarda referentes ao aço. Consequentemente, o Conselho revogou, em12 de Dezembro (91), o Regulamento (CE) n.° 1031/2002 (92), que previa medidas de retorsãocontra os Estados Unidos. Na ausência de execução imediata por parte dos Estados Unidos,essas medidas entrariam em vigor após a adopção dos relatórios do grupo especial e do órgãode recurso da OMC.

784. Trocas comerciais regionais. Realizaram-se reuniões de negociação, aos níveisministerial e técnico, com o Mercosul (acordo de associação bi-regional), o Conselho deCooperação dos Estados Árabes do Golfo (acordo de comércio livre), os Estados ACP(encerramento da primeira fase de negociação dos acordos de parceria económica; lançamentoda segunda fase com as regiões da África Ocidental e Central), a Síria (acordo de asssociaçãoeuromediterrânico) e a Albânia (acordo de estabilização e de associação). Prosseguiram osesforços para aumentar as trocas comerciais com o Canadá no âmbito da negociação de umacordo com vista a reforçar o comércio e o investimento. Prosseguiu igualmente o debateentre a União Europeia e a ASEAN consagrado à iniciativa TREATI (Iniciativa ComercialTransregional UE-ASEAN), bem como o debate entre a União Europeia e o Canadáconsagrado ao Acordo sobre o Reforço do Comércio e do Investimento (ARCI). Numaresolução de 3 de Junho (93), o Parlamento Europeu salientou a importância das zonas decomércio livre regionais, não só para o desenvolvimento do comércio, mas também para oreforço das perspectivas geopolíticas e estratégicas. Enquanto se aguarda a sua ratificação

(85) Relatório Geral 2000, n.° 813, e Relatório Geral 2002, n.° 781.(86) COM(2003) 661 e Bol. 11-2003, ponto 1.6.34.(87) Regulamento (CE) n.° 2193/2003 (JO L 328 de 17.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.60).(88) Relatório Geral 2000, n.° 813.(89) Regulamento (CE) n.° 2238/2003 (JO L 333 de 20.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.60)(90) Relatório Geral 2002, n.° 801.(91) Regulamento (CE) n.° 2168/2003 (JO L 326 de 13.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.40).(92) JO L 157 de 15.6.2002.(93) Bol. 6-2003, ponto 1.6.39.

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final por parte dos Parlamentos dos Estados-Membros, a União Europeia aplicouprovisoriamente uma parte do acordo de associação concluído com o Chile (→ n.° 974), emespecial os capítulos referentes ao comércio e às medidas de acompanhamento.

<T3>6.3.3. Organização Mundial Aduaneira (OMA) (94)

785. Convenção para a simplificação e harmonização dos regimes aduaneiro. Mediantedecisão do Conselho de 17 de Março (95), a Comunidade Europeia passou a ser partecontratante na Convenção de Quioto revista. Este protocolo de alteração da Convençãopermitirá reforçar a eficácia das administrações, nomeadamente através de uma maiortransparência e de um maior recurso às tecnologias da informação e à avaliação de riscos.

<T3>6.3.4. Funcionamento da união aduaneira, cooperação aduaneira e assistênciaadministrativa mútua

786. Funcionamento da União Aduaneira. Em 6 de Fevereiro, o Parlamento Europeu e oConselho adoptaram o programa «Alfândega 2007» (96) (quadro I<COD02.26.2>). Nasequência dos programas «Douane 2000» (97) e «Douane 2002» (98), este programa tem porobjectivo aperfeiçoar os controlos aduaneiros e a simplificação do comércio, incluindo ummaior recurso à informatização. A Comissão definiu a adoptar no domínio aduaneiro duranteos próximos anos num «pacote» adoptado em 24 de Julho, que inclui duas comunicações (99)(uma sobre um quadro simples e sem suporte em papel para as alfândegas e os operadoreseconómicos; outra sobre o papel das alfândegas na gestão integrada das fronteiras externas) euma proposta de alteração do Regulamento que estabelece o Código AduaneiroComunitário (100) (quadro I<COD03.452.3>). O referido pacote visa reforçar a segurança dasmercadorias nas fronteiras externas, simplificando simultaneamente as formalidades eprocedimentos aduaneiros para as operações legítimas, nomeadamente através de uma maiorinformatização. Numa resolução de 5 de Dezembro, relativa à criação de um quadro simples esem suporte em papel para as alfândegas e os operadores económicos (101), o Conselhoconvidou nomeadamente os Estados-Membros a assegurar a interoperabilidade dos sistemasaduaneiros. A Comissão adoptou igualmente, em 20 de Março (102), uma comunicação relativaà aplicação do novo sistema de trânsito informatizado (NSTI) lançado em Maio de 2000 (103),que se tornou operacional em todos os Estados-Membros em 1 de Julho. Além disso, em 14de Março (104), a Comissão propôs determinadas disposições de aplicação do código aduaneirocomunitário (105), transferindo para os Estados-Membros um maior número de decisões emmatéria de reembolso de direitos de importação ou de exportação. Para o efeito, a Comissãopropõe elevar o limiar de competência da Comunidade para 500 000 euros. Contudo, a fim deassegurar uma certa uniformidade e a protecção dos interesses financeiros da Comunidade, osEstados-Membros deverão, em determinados casos, transmitir os processos à Comissãoindependentemente do montante dos direitos em causa.

(94) <HYP>http://www.wcoomd.org/ie/index.html</HYP>.(95) Decisão 2003/231/CE (JO L 86 de 3.4.2003 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.30).(96) <HYP>http://europa.eu.int/comm/taxation_customs/customs/c2007/customs_2007_0_en.htm</HYP>.(97) JO L 33 de 4.2.1997.(98) JO L 13 de 19.1.2000. Relatório da Comissão sobre a sua execução: COM(2003) 672 e Bol. 11-2003, ponto 1.6.24.(99) COM(2003) 452 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.47.(100) Regulamento (CEE) n.° 2913/92 (JO L 302 de 19.10.1992).(101) Bol. 12-2003, ponto 1.6.41.(102) COM(2003) 125 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.32.(103) Decisão n.° 105/2000/CE (JO L 13 de 19.1.2000).(104) COM(2003) 115 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.29.(105) Regulamento (CEE) n.° 2454/93 (JO L 253 de 11.10.1993).

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Em 11 de Setembro, a Comissão adoptou o regulamento (106) relativo à nomenclatura pautal eestatística e à pauta aduaneira comum (PAC), que entrará em vigor em 1 de Janeiro de 2004.

Em 18 de Dezembro (107), a Comissão adoptou um livro verde sobre o futuro das regras deorigem nos regimes comerciais preferenciais, com vista a adaptar essas regras,nomeadamente, à evolução dos direitos aduaneiros que poderá resultar do ciclo denegociações comerciais multilaterais em curso (→ n.° 786).

787. Regulamentações sectoriais. Em 21 de Janeiro, o Conselho adoptou um regulamentoque suspende os direitos de importação relativos a determinado armamento e equipamentomilitar (108). Este regulamento permite aos Estados-Membros dotar as suas forças armadas dosmais avançados armamentos tecnológicos. O Conselho adoptou também, em 27 deJaneiro (109), um regulamento que altera o Regulamento (CE) n.° 1334/2000 que cria umregime comunitário de controlo das exportações de produtos e tecnologias de duplautilização. Este novo regulamento actualiza as listas dos produtos e tecnologias de duplautilização a fim de alinhar a legislação comunitária pelas decisões tomadas pelos regimesmultilaterais de controlo das exportações. Em 14 de Novembro (110), foram publicadas medidasnacionais relativas à aplicação dos artigos 5.°, 6.°, 13.° e 21.° do supracitado Regulamento(CE) n.° 1334/2000. Por último, a nível político, no âmbito do plano de acção de Salonicacontra a proliferação das armas de destruição maciça (→ n.° 758), certas acções têm porobjectivo reforçar o regime comunitário. Por outro lado, em 22 de Julho, o Conselho adoptouum regulamento relativo à intervenção das autoridades aduaneiras e às medidas a adoptarcontra mercadorias suspeitas de violarem certos direitos de propriedade intelectual (111). Porúltimo, em 29 de Dezembro (112), a Comissão propôs um regulamento que abre e prevê agestão de contigentes pautais autónomos comunitários para certos produtos da pesca para operíodo de 2004 a 2006.

788. Mónaco. Em 4 de Dezembro, foi assinado um acordo com o Principado do Mónaco,que é parte integrante do território aduaneiro da União, com vista à aplicação de actoscomunitários relativos ao fabrico e à colocação no mercado de medicamentos, produtoscosméticos e dispositivos médicos naquele território (quadro III<ACCA03.25>).

789. Cooperação aduaneira e assistência administrativa mútua. Na sua sessão de 27 e 28de Janeiro, o Conselho adoptou directrizes de negociação relativas a um projecto de acordo decooperação aduaneira com a Índia (quadro III<ACCA03.27>). Em 18 de Março, adoptouigualmente directrizes de negociação com vista à alteração de um acordo de cooperaçãoaduaneira e de assistência mútua com os Estados Unidos (quadro III<ACCA03.56>). Noâmbito do alargamento, foi assinado um protocolo relativo à assistência administrativa mútuacom Malta (→ n.° 55).

<T3>6.3.5. Instrumentos de política comercial (113)

790. Aspectos gerais. A Comissão adoptou, em 7 de agosto, o seu vigésimo primeirorelatório anual sobre as actividades antidumping, anti-subvenções e de salvaguarda da

(106) Regulamento (CE) n.° 1789/2003 (JO L 281 de 30.10.2003).(107) COM(2003) 125 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.42.(108) Regulamento (CE) n.° 150/2003 (JO L 25 de 30.1.2003 e Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.44).(109) Regulamento (CE) n.° 149/2003 (JO L 30 de 5.2.2003 e Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.45).(110) JO C 273 de 14.11.2003.(111) Regulamento (CE) n.° 1383/2003 (JO L 196 de 2.8.2003 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.46).(112) COM(2003) 832.(113) <HYP>http://europa.eu.int/comm/trade/issues/respectrules/tpi_en.htm</HYP>.

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Comunidade (114). O Conselho adoptou, em 6 de Março, um regulamento (115) que visa evitarque a combinação de medidas comerciais contra uma mesma importação tenha efeitos maisgraves do que os previstos em termos da política e dos objectivos de defesa comercial. Nestecontexto, o Conselho adoptou, em 6 de Maio, um regulamento (116) que altera as medidasantidumping aplicáveis às importações de certos rolos laminados a quente e de certosacessórios para tubos, de ferro ou de aço. Em 26 de Junho, a Comissão propôs umaclarificação do modo como são tomadas a nível do Conselho as decisões que instituemmedidas de defesa comercial (quadro I<COD03.380>). Por outro lado, não tendo podido,devido à síndroma respiratória aguda grave (SRAG), proceder a certas verificações no terrenono âmbito dos seus inquéritos antidumping e anti-subvenção, a Comissão definiu, num avisode 13 de Agosto (117), qual será a sua abordagem em casos similares.

No seu acórdão de 30 de Setembro relativo ao processo Eurocoton (118), o Tribunal de Justiçaconcluiu, na sequência de um recurso, que as medidas de defesa comercial constituem umaprática jurídica e não actos legislativos ou políticos.

791. Medidas antidumping. O Conselho instituiu direitos definitivos em três novosprocessos (119). As medidas contemplaram as importações de para-cresol (120) originárias daChina, as importações de álcool furfurílico originárias da China (121) e as importações desilício originárias da Rússia (122). Por outro lado, o Conselho encerrou dois inquéritos seminstituir medidas. Relativamente a oito processos, o prazo de 15 meses previsto para ainstauração de medidas definitivas terminou sem que o Conselho tomasse medidas. Nasequência de processos de reexame, o Conselho confirmou ou alterou os direitos definitivosem 33 processos e encerrou 18 inquéritos sem renovar as medidas. Em dois inquéritosantievasão, o Conselho estendeu igualmente os direitos em vigor.

A Comissão publicou, por sua vez, avisos de início relativos a sete novos inquéritos e a 20reexames. Adoptou igualmente 11 medidas provisórias e encerrou nove inquéritos semadoptar medidas. Na sequência de processos de reexame, a Comissão confirmou ou alterou osdireitos definitivos em três processos e encerrou dois inquéritos sem renovar as medidas. AComissão aceitou igualmente compromissos em dois casos, tendo retirado os compromissosem três casos, na sequência de uma violação dos mesmos. Além disso, a Comissão publicou18 avisos de caducidade de medidas antidumping que caducavam após um período deaplicação de cinco anos.

792. Medidas anti-subvenções. O Conselho instituiu direitos definitivos em dois novoscasos. As medidas contemplaram as importações de discos compactos para gravaçãooriginárias da Índia (123) e de certos microcircuitos electrónicos conhecidos por «DRAM»,originárias da República da Coreia (124). Na sequência de reexames, o Conselho confirmou oualterou os direitos definitivos num processo e encerrou outro processo sem renovar asmedidas.

(114) COM(2003) 481 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.48. Relatório anterior: COM(2002) 484 e Relatório Geral 2002, n.° 784.(115) Regulamento (CE) n.° 452/2003 (JO L 69 de 13.3.2003 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.33).(116) Regulamento (CE) n.° 778/2003 (JO L 114 de 8.5.2003 e Bol. 5-2003, ponto 1.6.29).(117) JO C 191 de 13.8.2003 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.49.(118) Processo C-76/01 P (Eurocoton e.o./Conselho). Colect. 2003, a publicar.(119) Para mais informações relativas a casos específicos, consultar o 22.° Relatório Anual ao Parlamento Europeu sobre as actividades

antidumping e anti-subvenções e de salvaguarda da Comunidade em 2002 (a publicar). Além disso, o Boletim da União Europeiaindica, sem comentários, as diferentes fases (aviso, compromissos, direitos) de todos os processos em curso.

(120) Regulamento (CE) n.° 1656/2003 (JO L 234 de 20.9.2003 e Bol. 9-2003, ponto 1.6.44).(121) Regulamento (CE) n.° 1905/2003 (JO L 283 de 31.10.2003 e Bol. 10-2003, ponto 1.6.23).(122) Regulamento (CE) n.° 2229/2003 (JO L 339 de 24.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.45).(123) Regulamento (CE) n.° 960/2003 (JO L 138 de 5.6.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.6.51).(124) Regulamento (CE) n.° 1480/2003 (JO L 212 de 22.8.2003 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.70).

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Por seu lado, a Comissão publicou avisos de início relativos a um novo inquérito, tendoigualmente adoptado uma medida provisória. Além disso, foram iniciados seis processos dereexame. Dois inquéritos caducaram após um período de aplicação de cinco anos.

793. Medidas de salvaguarda. Em 3 de Março, o Conselho adoptou um regulamentorelativo a um mecanismo de salvaguarda transitório aplicável à importação de determinadosprodutos originários da China (125). Este regulamento foi alterado em 10 de Novembro (126) eprevê um aumento dos contingentes para ter em conta o alargamento. Por sua vez, a Comissãopublicou, em 11 de Julho, um aviso de início de dois inquéritos de salvaguarda no querespeita às importações de determinados citrinos: um a título de um regulamento específicopara a China e outro a título das regras gerais erga omes da OMC, para a qual foraminstituídos direitos provisórios em 7 de Novembro. A Comissão adoptou igualmente, em 27de Janeiro, um regulamento que encerra os procedimentos de instauração de medidas desalvaguarda relativos a determinados produtos siderúrgicos e que estabelece o reembolso dedeterminados direitos (127).

794. Obstáculos ao comércio. Em 13 de Março, a Comissão publicou um aviso de início deum processo de exame relativo às subvenções concedidas pelos Estados Unidos aosprodutores de sementes oleaginosas (128). Por outro lado, em 23 de Junho, a Comissão decidiususpender um processo de exame relativo a práticas comerciais mantidas pelo Canadá noâmbito da importação de determinados vinhos (129).

<T3>6.3.6. Tratados, acordos comerciais e acordos de reconhecimento mútuo

795. Estados Unidos. Em 21 de Janeiro, na sequência do incumprimento por parte dosEstados Unidos das obrigações decorrentes do acordo sobre reconhecimento mútuo emmatéria de segurança eléctrica (130), o Conselho suspendeu as obrigações da Comunidade nestedomínio (131). Por outro lado, em 16 de Junho, o Conselho aprovou a decisão relativa àassinatura de um acordo sobre o reconhecimento mútuo dos certificados de conformidade dosequipamentos marítimos (quadro III<ACCA03.49>).

796. Relações entre os futuros Estados-Membros e os Estados Unidos. Em 22 deSetembro (132), a Comissão assinou um protocolo de acordo que visa pôr termo àsincompatibilidades subsistentes entre o direito comunitário e os tratados de investimentobilaterais em vigor entre oito futuros Estados-Membros e os Estados Unidos. O Conselhoadoptou os protocolos dos acordos de associação relativos à avaliação da conformidade e àaceitação de produtos industriais (PECA) e alterou os PECA em vigor com vista a estendê-losa novos sectores (→ n.° 58).

797. Acordos de parceria económica. As informações relativas aos acordos de parceriaeconómica figuram na secção 13 («Relações com os países ACP») do presente capítulo (→n.° 991).

<T3>6.3.7. Créditos à exportação (133)

(125) Regulamento (CE) n.° 427/2003 (JO L 65 de 8.3.2003 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.40).(126) Regulamento (CE) n.° 1985/2003 (JO L 295 de 13.11.2003 e Bol. 11-2003, ponto 1.6.32).(127) Regulamento (CE) n.° 142/2003 (JO L 23 de 28.1.2003 e Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.78).(128) JO C 58 de 13.3.2003 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.41.(129) Decisão 2003/502/CE (JO L 170 de 9.7.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.6.52).(130) JO L 31 de 4.2.1999.(131) Decisão 2003/57/CE (JO L 23 de 28.1.2003 e Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.74).(132) Bol. 9-2003, ponto 1.6.57.(133) <HYP>http://europa.eu.int/comm/trade/issues/sectoral/export_cred/index_en.htm</HYP>.

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798. No decurso do ano, a Comissão negociou, por um lado, a revisão do convénio sobre oscréditos à exportação que beneficiam de apoio oficial e, por outro lado, a revisão darecomendação OCDE sobre as abordagens comuns em matéria de ambiente e de créditos àexportação que beneficiam de apoio oficial.

<T3>6.3.8. Acesso aos mercados

799. A Comissão continuou a desenvolver a informação inserida na base de dadosinteractiva «Acesso aos mercados» (134), com vista a facultar informações cada vez maisadaptadas às necessidades dos utentes. Prosseguiram as acções de informação do públicointeressado, especialmente das pequenas e médias empresas, de forma a aumentar a utilizaçãoda base de dados e a informação da Comissão a respeito dos obstáculos com que as empresasse defrontam. Foi igualmente ultimado o primeiro módulo de uma nova base de dados«Helpdesk», que contém informações sobre o acesso aos mercados da União Europeia no querespeita aos produtos originários dos países em desenvolvimento, com vista a facilitar asexportações destes países para os mercados da União.

<T3>6.3.9. Comércio e desenvolvimento sustentável (135)

800. Processo de Kimberley. O sistema de certificação do processo de Kimberley, que tempor objectivo eliminar do comércio internacional os diamantes cujas receitas são utilizadaspara financiar conflitos em África, está operacional desde o início do ano. O Conselhoalterou, em 11 de Fevereiro (136), o Regulamento (CE) n.° 2368/2000 (137) relativo à aplicaçãodo sistema de certificação do processo de Kimberley para o comércio internacional dediamantes em bruto, pondo termo à suspensão da aplicação de certas disposições e alterando adefinição dos participantes no sistema. Posteriormente, a Comissão alterou diversas vezes osanexos dos regulamentos, nomeadamente para actualizar a lista dos participantes (138) e paraestabelecer a lista das organizações diamantíferas que aplicam um sistema de auto-regulação (139).

801. Em 9 de Outubro, o Comité das Regiões adoptou um parecer (140) no qual preconiza,por um lado, um equilíbrio entre comércio e desenvolvimento sustentável e, por outro lado,um reconhecimento, nas negociações comerciais, das dificuldades específicas com que sedefrontam os países em desenvolvimento.

<T3>6.3.10. Questões sectoriais (141)

<T4>6.3.10.1. Siderurgia

802. Crise do sector siderúrgico. Numa resolução de 13 de Fevereiro (142), o ParlamentoEuropeu recordou à Comissão o papel que lhe incumbe neste sector, após o desaparecimentoda CECA em 2002 (143). O Parlamento salienta, em especial, a importância da intervenção da

(134) <HYP>http://mkaccdb.eu.int/</HYP>.(135) <HYP>http://europa.eu.int/comm/trade/csc/intro.htm</HYP>.(136) Regulamentos (CE) n.° 254/2003 e (CE) n.° 257/2003 (JO L 36 de 12.2.2003 e Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.163).(137) JO L 358 de 31.12.2002 e Relatório Geral 2002, ponto 991.(138) Regulamento (CE) n.° 418/2003 (JO L 64 de 7.3.2003); Regulamento (CE) n.° 803/2003 (JO L 115 de 9.5.2003); Regulamento

(CE) n.° 1536/2003 (JO L 218 de 30.8.2003); Regulamento (CE) n.° 1768/2003 (JO L 256 de 9.10.2003); Regulamento (CE) n.°1880/2003 (JO L 275 de 25.10.2003).

(139) Regulamento (CE) n.° 762/2003 (JO L 109 de 1.5.2003); Regulamento (CE) n.° 1214/2003 (JO L 169 de 8.7.2003).(140) Bol. 10-2003, ponto 1.6.33.(141) <HYP>http://europa.eu.int/comm/trade/issues/sectoral/index_en.htm</HYP>.(142) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.76.(143) Relatório Geral 2002, n.os 39 a 41.

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Comunidade no que respeita às consequências económicas e sociais decorrentes da evoluçãodo sector, no âmbito do alargamento e da concorrência mundial.

803. Acordos comerciais bilaterais e acordos de duplo controlo. Em 21 de Janeiro, oConselho adoptou decisões (144) relativas à posição a adoptar pela Comunidade a nível dosconselhos de associação instituídos mediante acordos europeus concluídos com a Polónia, aRepública Eslovaca, a República Checa e a Roménia, com o objectivo de prorrogar o sistemade duplo controlo aplicável às exportações de certos produtos siderúrgicos destes países paraa Comunidade entre a data de entrada em vigor das decisões dos diferentes conselhos deassociação e a data de adesão destes quatro países à União Europeia. Os conselhos deassociação adoptaram decisões relativas à República Checa, em 4 de Fevereiro (145), à Polónia,em 19 de Março (146), à República Eslovaca, em 39 de Abril (147), e à Roménia, em 8 deMaio (148). Em 18 de Fevereiro, o Conselho aprovou um acordo concluído entre a Rússia e aComunidade, que visa estabelecer um sistema de duplo controlo para a exportação de certosprodutos siderúrgicos (149).

804. Limites quantitativos instituídos em relação a determinados países terceiros. Em 29de Setembro, o Conselho adoptou directrizes de negociação que alteram os acordos bilateraissobre o comércio dos produtos siderúrgicos concluídos com a Rússia, o Cazaquistão e aUcrânia (150). Em 27 de Outubro (151), o Conselho adoptou uma decisão relativa à conclusão deum acordo entre a CECA e a Rússia sobre o comércio de determinados produtos siderúrgicos,que permite alterar esse acordo assinado em 2002 (152); na mesma data (153), o Conselho alteroua Decisão da Comissão 2002/602/CECA (154), relativa à gestão de certas restrições àsimportações desses produtos. Em 15 de Dezembro (155), o Conselho adoptou uma decisãorelativa ao comércio de determinados produtos siderúrgicos entre a Comunidade e a Ucrânia.As negociações relativas à Sérvia e Montenegro foram adiadas.

<T4>6.3.10.2. Indústria têxtil e do vestuário

805. Em 21 de Janeiro (156), o Conselho adoptou um regulamento que introduz medidas desimplificação do comércio relativas à prova de origem e às amostras, no âmbito do regimecomum aplicável às importações de produtos têxteis, bem como uma cláusula de salvaguardaespecífica no que respeita às importações de têxteis e de produtos de vestuário provenientesda China. Em 29 de Setembro (157), o Conselho adoptou directrizes de negociação sobreprojectos de acordos relativos aos têxteis com, respectivamente, o Azerbaijão, a Bielorrússia,o Cazaquistão, a Sérvia e Montenegro, o Tajiquistão e o Turquemenistão. Em 17 deDezembro (158), o Conselho adoptou uma decisão que visa aplicar provisoriamente, a partir de1 de Janeiro de 2004, acordos com o Azerbaijão, o Cazaquistão, o Tajiquistão e oTurquemenistão. A mesma decisão foi adoptada para a Bielorrúsia, em 22 de Dezembro (159).

(144) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.77.(145) Decisão n.° 1/2003 do Conselho de Associação (JO L 81 de 28.3.2003).(146) Decisão n.° 2/2003 do Conselho de Associação (JO L 135 de 3.6.2003).(147) Decisão n.° 2/2003 do Conselho de Associação (JO L 160 de 28.6.2003).(148) Decisão n.° 1/2003 do Conselho de Associação (JO L 206 de 15.8.2003).(149) Decisão 2003/618/CE (JO L 216 de 28.8.2003 e Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.79).(150) Bol. 9-2003, ponto 1.6.58.(151) JO L 19 de 15.1.2004.(152) JO L 195 de 24.7.2002 e Relatório Geral 2002, n.° 803.(153) Regulamento (CE) n.° 57/2004 (JO L 19 de 15.1.2004 e Bol. 10-2003, ponto 1.6.35).(154) JO L 195 de 24.7.2002.(155) Decisão 2003/895/CE (JO L 333 de 20.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.62).(156) Regulamento (CE) n.° 138/2003 (JO L 23 de 28.1.2003 e Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.81).(157) Bol. 9-2003, pontos 1.6.59 e 1.6.60.(158) Decisão 2003/901/CE (JO L 340 de 24.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.65).(159) Decisão 2003/915/CE (JO L 345 de 31.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.64).

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806. No sector do calçado, o Conselho aprovou, em 17 de Março (160), a prorrogação de umprotocolo concluído com o Vietname em matéria de prevenção da fraude (161), e, em 15 deJulho (162), adoptou um regulamento relativo à aplicação desse acordo. Em 2 de Junho (163), oConselho adoptou uma decisão relativa a um novo acordo que altera o acordo concluído comeste país no domínio do comércio de produtos têxteis e de vestuário (164) e outras medidas deabertura do mercado.

<T4>6.3.10.3. Construção naval

807. Em 6 de Maio, a Comissão adoptou o seu sétimo relatório sobre a situação mundial daconstrução naval (165). No relatório, a Comissão assinala as sérias dificuldades com que osector se depara devido ao decréscimo de encomendas decorrente do excesso da oferta e doabrandamento das economias mundiais. Numa resolução de 13 de Maio (166) sobre o sextorelatório (167), o Parlamento Europeu insistiu no facto de as práticas desleais da Coreia do Sulserem em grande parte responsáveis pelo declínio do sector na Europa. Em 24 de Junho (168),após várias tentativas infrutíferas para encontrar uma solução amigável com este país, aComissão convidou o órgão de resolução de litígios da OMC a constituir um grupo especialencarregado de examinar tais práticas. Na sequência de um novo inquérito que confirmou quea indústria comunitária tinha sofrido um grave prejuízo devido às práticas sul-coreanasigualmente constatadas no sector do gás natural líquido, os produtores e as transportadorasdeste sector poderão benecifiar do mecanismo temporário de defesa instaurado em 2002 (169).Entretanto, prosseguem as negociações no âmbito da OCDE com vista a obter um acordosobre as condições normais de concorrência no sector da construção naval.

<T4>6.3.10.4. Outros produtos

808. Em 26 de Maio, o Conselho adoptou um regulamento (170) destinado a evitar o desviopara o mercado europeu dos produtos farmacêuticos escolhidos para exportação a preçosdiferenciados para os países mais pobres. De um modo geral, o Conselho adoptou acordos eprotocolos que alteram os acordos de associação com a Hungria, a República Checa e aEslováquia no que respeita aos aspectos relativos à avaliação da conformidade e à aceitaçãode produtos industriais (PECA) (→ n.° 58).

<T4>6.3.10.5. Serviços

809. No âmbito das negociações consagradas ao sector dos serviços a título do programa deDoha para ao desenvolvimento, a Comissão organizou reuniões bilaterais com a maior partedos seus 109 parceiros comerciais, por ela convidados a examinar os pedidos iniciais e aspropostas apresentadas. Em resposta aos 35 pedidos provenientes de países terceiros e nasequência de um cuidadoso trabalho de preparação interna, a Comunidade apresentou emAbril a sua proposta inicial para as negociações sobre o sector dos serviços. Paralelamente, aComissão manteve a sua participação nos trabalhos técnicos efectuados no domínio daelaboração da regulamentação (subvenções, mecanismo de salvaguarda de emergência e

(160) Decisão 2003/360/CE (JO L 124 de 20.5.2003 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.42).(161) JO L 1 de 4.1.2000.(162) Regulamento (CE) n.° 1296/2003 (JO L 183 de 22.7.2003 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.78).(163) Decisão 2003/453/CE (JO L 152 de 20.6.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.6.54).(164) JO L 410 de 31.12.1992.(165) COM(2003) 232 e Bol. 5-2003, ponto 1.6.43.(166) Bol. 5-2003, ponto 1.6.44.(167) COM(2002) 622 e Relatório Geral 2002, n.° 805.(168) JO C 148 de 25.6.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.6.56.(169) Regulamento (CE) n.° 1177/2002 do Conselho (JO L 172 de 2.7.2002 e Relatório Geral 2002, n.° 805).(170) Regulamento (CE) n.° 953/2003 (JO L 135 de 3.6.2003 e Bol. 5-2003, ponto 1.6.45).

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contratos públicos) e na actividade desenvolvida para definir eventuais medidas disciplinaresaplicáveis às regulamentações nacionais. A Comissão participou também activamente nostrabalhos consagrados a dossiês como a classificação, o programa de trabalho sobre ocomércio electrónico e o reexame da cláusula da nação mais favorecida (NMF) e do anexosobre os transportes aéreos. Em Julho, a Comunidade iniciou, a título do artigo V do AcordoGeral sobre o Comércio de Serviços (GATS), um processo de denúncia com vista a obter aretirada ou a alteração de determinados compromissos assumidos pela Áustria, a Finlândia e aSuécia antes da sua adesão à União Europeia, de forma a proceder à codificação doscompromissos da União a quinze num dispositivo comum de compromissos específicos.

<T3>6.3.11. Sistema de preferências generalizadas

810. O Conselho adoptou, em 8 de Maio, dois regulamentos (171) que alteram oRegulamento (CE) n.° 2501/2001 (172), relativo à aplicação de um sistema de preferênciaspautais generalizadas durante o período compreendido entre 1 de Janeiro de 2002 e 31 deDezembro de 2004. Os novos regulamentos destinam-se a autorizar os países em causa, noque respeita a determinados sectores em crise, a beneficiar de uma isenção da supressão daspreferências pautais aquando da exportação dos seus produtos para a União Europeia. AComissão adoptou igualmente, em 25 de Dezembro, um regulamento (173) que adapta osanexos do Regulamento (CE) n.° 2501/2001. Além disso, em 15 de Dezembro (174), oConselho adoptou um regulamento que prorroga até 31 de Dezembro de 2005 a aplicação doRegulamento (CE) n.° 2501/2001.

</DOC>

<T6>Secção 4

<T2>6.4. Cooperação para o desenvolvimento (175)

<T3>6.4.1. Perspectiva geral

811. A redução da pobreza continuou a constituir o objectivo central da cooperaçãoeuropeia para o desenvolvimento em 2003. A Comissão prosseguiu a aplicação dadeclaração sobre a política de desenvolvimento, formulada juntamente com o Conselho em2000, bem como da reforma da ajuda externa, que foi também lançada há três anos. AComissão interessou-se igualmente pelo acompanhamento dos compromissos assumidos em2002 na Conferência Internacional de Monterrey sobre o financiamento do desenvolvimentoe na Cimeira Mundial de Joanesburgo sobre o desenvolvimento sustentável, em especial noquadro da cooperação reforçada com os outros membros da comunidade dos dadores.

<T3>6.4.2. Contexto e objectivos de desenvolvimento para o milénio (176)

812. Luta contra a pobreza. Nas suas conclusões de 27 de Janeiro (177), salientando aimportância de prosseguir os objectivos de desenvolvimento rural, no contexto dasdeclarações da Cimeira Mundial da Alimentação (178) e da Cimeira Mundial sobre o

(171) Regulamentos (CE) n.° 814/2003 e (CE) n.° 815/2003 (JO L 116 de 13.5.2003 e Bol. 5-2003, ponto 1.6.46).(172) JO L 346 de 31.12.2001 e Relatório Geral 2001, n.° 916.(173) Regulamento (CE) n.° 1686/2003 (JO L 240 de 26.9.2003).(174) Regulamento (CE) n.° 2211/2003 (JO L 332 de 19.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.66).(175) No servidor Europa encontram-se disponíveis informações complementares

(<HYP>http://europa.eu.int/comm/development/index_fr.htm</HYP>).(176) Relatório Geral de 2000, n.° 789, e Internet (<HYP>http://www.un.org/french/milleniumgoals/</HYP>).(177) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.86.(178) Relatório Geral de 2002, n.° 837, e Internet (<HYP>http://www.fao.org/worldfoodsummit/french/index.html</HYP>).

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Desenvolvimento Sustentável (179), e no prolongamento da declaração conjunta com aComissão sobre a política de desenvolvimento da Comunidade, de Novembro de 2000 (180), oConselho acolheu com agrado a comunicação da Comissão de Julho de 2002 sobre odesenvolvimento rural (181) como meio de luta contra a pobreza. Por seu turno, o ParlamentoEuropeu, numa resolução de 30 de Janeiro (182), manifestando a sua preocupação perante ascrises humanitárias que assolam, nomeadamente, os países menos desenvolvidos, convidou aUnião Europeia e os outros dadores a encontrarem rapidamente soluções para essas crises.Considera também que a política comercial da União deve procurar promover odesenvolvimento sustentável, bem como regras equitativas em matéria de comércio. Alémdisso, numa resolução de 12 de Fevereiro (183) relativa ao Fórum Económico Mundial deDavos (Suíça) e ao Fórum Social Mundial de Porto Alegre (Brasil), o Parlamento sublinhou aarticulação necessária entre a globalização e as iniciativas de redução da pobreza, bem como arelação existente entre as políticas social, económica e ambiental. Os aspectos relacionadoscom a saúde e a educação no âmbito da luta contra a pobreza são tratados a seguir (→ n.os 816a 818 e 821).

813. Ajuda externa da União Europeia. Nas conclusões de 18 de Março (184), evocando osprogressos realizados em termos de reforço da eficácia e da qualidade da ajuda externa daUnião, bem como de melhoria da coordenação das ajudas comunitária e bilaterais através daaplicação do quadro comum para os documentos de estratégia por país adoptado pelaComissão em 2000 (185), o Conselho considerou que a introdução de um mecanismo decontrolo e de reexame intercalar que associasse a Comissão e os países em causa poderiacontribuir para aumentar a eficácia desses documentos. Nas conclusões de 20 de Maio (186),sublinhando a necessidade de implementar plenamente os compromissos assumidos aquandodas principais conferências internacionais, nomeadamente a Conferência Internacional sobre oFinanciamento do Desenvolvimento realizada em Março de 2002, em Monterrey(México) (187), o Conselho convidou os Estados-Membros a prosseguirem as suas acções nosentido de honrarem os compromissos assumidos no Conselho Europeu de Barcelona (188) einstou a Comissão a prosseguir a sua acção de acompanhamento da Conferência deMonterrey.

Em 3 de Setembro (189), a Comissão apresentou o seu segundo relatório anual sobre a políticade desenvolvimento da Comunidade e a implementação da ajuda externa, relativo àsactividades de 2002, ano no decurso do qual foram autorizados 6,5 mil milhões de euros eefectivamente desembolsados 5,2 mil milhões de euros. Para além do impacto das orientaçõesdefinidas aquando das Cimeiras de Monterrey e de Joanesburgo e das realizaçõescorrespondentes à primeira geração dos documentos de estratégia por país, a Comissãosublinha a melhoria da coerência, da coordenação e da complementaridade das acções, bemcomo a intensificação da cooperação entre a Comunidade e os outros dadores (→ n.os 841 a843), que se integra de uma forma mais global na reforma da gestão da ajuda externa daUnião. Realça também os progressos registados no tocante à realização dos objectivos dedesenvolvimento do milénio, que inspiraram a definição de dez indicadores que permitem à

(179) Relatório Geral de 2002, n.os 557 e 558, e Internet (<HYP>http://europa.eu.int/comm/environment/agend21/index.htm</HYP> e

<HYP>http://www.johannesburgsummit.org</HYP>).(180) Relatório Geral 2000, n.° 842.(181) COM(2002) 429 e Relatório Geral 2002, n.° 818.(182) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.87.(183) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.88.(184) Bol. 3-2003, ponto 1.6.43.(185) Relatório Geral 2000, n.° 844.(186) Bol. 5-2003, ponto 1.6.52.(187) Relatório Geral 2002, n.° 810.(188) Bol. 3-2002, ponto I.11, e Relatório Geral 2002, n.° 810.(189) COM(2003) 527 e Bol. 9-2003, ponto 1.6.61.

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Comissão avaliar os progressos registados pelos países que beneficiam dessa ajuda. Emtermos de desafios, a Comissão considera que o mais importante continua a ser o da gestãodos recursos hídricos (→ n.° 833), que constitui a pedra angular do relatório. Este relatório foiobjecto de conclusões do Conselho em 17 de Novembro (190). Em 4 de Setembro (191), oParlamento Europeu pronunciou-se sobre o anterior relatório da Comissão, que contemplavaas actividades de 2001 (192).

814. Reforma da gestão da ajuda externa. As informações relativas a esta reforma constamda secção 3 («Reforma da Comissão») do capítulo IX (→ n.° 1157).

815. Desvinculação da ajuda. A abordagem preconizada na comunicação de 18 deNovembro de 2002 (193), na qual a Comissão defendia uma desvinculação total da ajuda aodesenvolvimento a fim de aumentar a sua eficácia, foi favoravelmente acolhida peloConselho, em 20 de Maio (194), e pelo Parlamento Europeu, em 4 de Setembro (195).

<T3>6.4.3. Domínios prioritários da política de desenvolvimento

<T4>6.4.3.1. Saúde

816. Abordagem geral. A União Europeia atribuiu um montante global de 94,3 milhões deeuros a título do seu programa de trabalho para 2003 de cooperação no domínio da saúde. Em4 de Setembro (196), o Parlamento Europeu pronunciou-se sobre a comunicação da Comissãode 22 de Março de 2002 intitulada «A saúde e a luta contra a pobreza nos países emdesenvolvimento» (197). Deplorando embora o facto de essa comunicação não contemplar ummaior número de doenças, o Parlamento felicitou-se pelo quadro político assim fixado para aajuda à saúde nos países em causa e preconizou diversas acções em termos de objectivos e demeios.

817. Luta contras as doenças associadas à pobreza. Numa comunicação de 26 deFevereiro (198), a Comissão procedeu a uma avaliação do programa de acção definido emFevereiro de 2001 para acelerar a luta contra o VIH/sida, a malária e a tuberculose no âmbitoda redução da pobreza (199). Assim, passou em revista os resultados obtidos em termos demelhoria da eficácia e da acessibilidade dos medicamentos essenciais, bem como de aumentodos investimentos na investigação e no desenvolvimento. A Comissão considera que oprograma de acção continua a constituir um quadro político prospectivo e coerente,sublinhando, contudo, a necessidade de novos esforços no sentido de um diálogo estruturadocom os países em desenvolvimento, e propõe nomeadamente a criação para o efeito de umfórum consagrado à luta contras as doenças transmissíveis que reúna todas as partesinteressadas. O Conselho Europeu de Salonica, por sua vez, saudou o rápido lançamento dasactividades do Fundo Mundial contra a Sida, a Tuberculose e a Malária, apelando a cadaEstado-Membro e à Comissão para que forneçam um contributo substancial, numa base delongo prazo, para o seu financiamento (200). Em 15 de Julho, o Parlamento Europeu e oConselho aprovaram o Regulamento (CE) n.° 1568/2003, que prevê medidas de luta contra o

(190) Bol. 11-2003, ponto 1.6.37.(191) Bol. 9-2003, ponto 1.6.62.(192) COM(2002) 490 e Relatório Geral 2002, n.° 811.(193) COM(2002) 639 e Relatório Geral 2002, n.° 812.(194) Bol. 5-2003, ponto 1.6.51.(195) Bol. 9-2003, ponto 1.6.64.(196) Bol. 9-2003, ponto 1.6.65.(197) COM(2002) 129 e Relatório Geral 2002, n.° 827.(198) COM(2003) 93 e Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.93.(199) COM(2001) 96 e Relatório Geral 2001, n.° 938.(200) Bol. 6-2003, ponto I.29.

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VIH/sida, a malária e a tuberculose no âmbito de uma dotação financeira de 351 milhões deeuros (quadro I<COD02.109>). Em 16 de Junho, haviam estabelecido as modalidades departicipação da Comunidade num programa internacional de investigação no mesmo sentido(→ n.° 336).

818. Saúde genésica e sexual. Em 15 de Julho, o Parlamento Europeu e o Conselhoaprovaram o Regulamento (CE) n.° 1567/2003 relativo à ajuda para políticas e acções emmatéria de saúde reprodutiva e sexual e direitos conexos nos países em desenvolvimento,nomeadamente com o objectivo de permitir um acesso equitativo e universal aos cuidados eaos produtos neste domínio, bem como de reduzir as taxas desproporcionadas de mortalidadee de morbilidade maternas nos países em desenvolvimento (quadro I<COD02.120>).

<T4>6.4.3.2. Outras prioridades

819. Integração regional. A Comunidade continuou a apoiar a integração regional atravésdo estabelecimento ou aplicação dos programas indicativos regionais. O apoio à integraçãoeconómica dos vários subespaços constitui, além disso, um elemento essencial da vertente«desenvolvimento» dos futuros acordos de parceria económica negociados com os paísesACP (→ n.° 991).

820. Boa governança e apoio às capacidades institucionais. Em 20 de Outubro, aComissão adoptou uma comunicação intitulada «Governança e desenvolvimento» (201), em querecorda a relação, já sublinhada no seu livro branco sobre a governança europeia (202), entregovernança, democratização e desenvolvimento. Para além do Acordo de Parceria de Cotonu(→ n.° 986), que, no contexto específico das relações ACP-CE, constitui por si só um quadrode referência global, a Comissão propõe agora uma abordagem pragmática de carácter geral,centrada no reforço das capacidades e no diálogo sobre a governança, que conduz a umagrande adaptabilidade, que assenta num conjunto de princípios orientadores aplicados emfunção das especificidades de cada país e que envolve três modalidades: parcerias efectivas,parcerias difíceis e situações pós-conflito. Esta abordagem foi apoiada pelo Conselho que, nassuas conclusões de 17 de Novembro (203), reconhece que a governança é essencial para aredução da pobreza e aponta, além disso, a corrupção como um dos principais desafios aenfrentar. Numa resolução de 15 de Maio (204), o Parlamento Europeu considerou que umaestratégia de reforço das capacidades institucionais deve assentar, nomeadamente, naparticipação dos beneficiários da ajuda na selecção dos objectivos prioritários e na fixação deobjectivos qualitativos numa perspectiva pluridimensional.

821. Educação e formação. Numa resolução de 15 de Maio (205), evocando a comunicaçãoda Comissão de 6 de Março de 2002 relativa à educação e à formação no contexto da reduçãoda pobreza nos países em desenvolvimento (206), o Parlamento Europeu solicitou à Comissãoque duplicasse os fundos atribuídos à educação e assegurasse a coerência e acomplementaridade das políticas de desenvolvimento em matéria de educação,designadamente em articulação com as políticas de saúde. Sublinha também a importância depromover medidas de educação em favor das mulheres e das raparigas, das crianças de rua edas que trabalham ou são vítimas de conflitos, bem como de assegurar a generalização daeducação básica.

(201) COM(2003) 615 e Bol. 10-2003, ponto 1.6.37.(202) COM(2001) 428, Relatório Geral 2001, n.° 24, e Internet (<HYP>http://europa.eu.int/comm/governance/index_fr.htm</HYP>).(203) Bol. 11-2003, ponto 1.6.36.(204) Bol. 5-2003, ponto 1.6.49.(205) Bol. 5-2003, ponto 1.6.50.(206) COM(2002) 116 e Relatório Geral 2002, n.° 829.

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822. Segurança alimentar. Em 15 de Julho (207), referindo-se ao Relatório Especial n.°2/2003 do Tribunal de Contas sobre a execução da política de segurança alimentar nos paísesem desenvolvimento (→ n.° 1110), o Conselho convidou a Comissão a avaliar a execução doRegulamento (CE) n.° 1292/96 que rege esta matéria (208) e a garantir uma utilização estritadeste último. Os pormenores relativos à execução do programa de segurança e de ajudaalimentar em 2003 constam do quadro 16.

QUADRO 16

Programa de segurança e ajuda alimentares em 2003

(em milhões de euros)

Região ouorganização

Programasde segurança

alimentar

Ajudaalimentar(incluindotransporte)

Disponibili-zação dedivisas

Acompanha-mento e

assistênciatécnica

Ajudas directasÁfricaAmérica Latina eCaraíbasÁsiaÁsia CentralAssistência técnica(todos os países)

25,8

22,010,021,2

41,35

8,0

13,4

17,0

7,0

3,0

4,8

2,0

Total das ajudasdirectas 79,0 49,35 37,4 9,8

Ajudas indirectasONG diversasONG - EuronaidPAM (1)CICVCGIARFAOUNRWA

25,0

22,21,5

50,0120,0

8,0

15,0

Total das ajudasindirectas 48,7 193,0

Total geral 127,7 242,35 37,4 9,8

(1) Incluindo dotação específica Afeganistão.

823. As questões relativas ao domínio prioritário do ambiente e do desenvolvimentosustentável são especificamente tratadas na rubrica «Desenvolvimento sustentável eseguimento a dar à Cimeira de Joanesburgo» da presente secção (→ n.° 832).

<T3>6.4.4. Temas horizontais

(207) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.85.(208) JO L 166 de 5.7.1996 e Relatório Geral 1996, n.° 763.

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824. Empresa. Numa comunicação de 19 de Maio consagrada às suas intenções em matériade apoio ao desenvolvimento das empresas (209), a Comissão privilegiou cinco domínios deintervenção nos quais tenciona concentrar os seus esforços: o diálogo geral sobre as medidas atomar; actividades de promoção do investimento e da cooperação entre empresas; a facilitaçãodo financiamento do investimento e o desenvolvimento de mercados financeiros; o apoio àspequenas e médias empresas sob a forma de serviços não financeiros; e o apoio àsmicroempresas. Numa comunicação de 3 de Junho (210), a Comissão preconizou um papel maisactivo da União Europeia no debate sobre a reforma das empresas públicas nos países emdesenvolvimento, em especial no que diz respeito às empresas de serviços públicos. Estasduas comunicações da Comissão foram favoravelmente acolhidas pelo Conselho em 17 deNovembro (211).

825. Género. Em 30 de Julho, a Comissão propôs a elaboração de um novo regulamentodestinado a substituir o Regulamento (CE) n.° 2836/98 do Conselho relativo à integração dasquestões de género na cooperação para o desenvolvimento, que termina a sua vigência em 31de Dezembro (quadro I<COD03.465>). Para o efeito, preconiza duas vertentescomplementares: a integração dos aspectos relacionados com a igualdade entre os géneros,por um lado, e a adopção de medidas específicas destinadas a favorecer a emancipação dasmulheres e o respectivo papel nos domínios económico, social e ambiental. Em 2003, a UniãoEuropeia consagrou um montante global de 2,5 milhões de euros ao apoio à integração dasquestões de género.

<T3>6.4.5. Comércio e desenvolvimento

826. Abordagem geral. Numa resolução de 4 de Setembro (212), o Parlamento Europeu,referindo-se à comunicação da Comissão de 18 de Setembro de 2002 consagrada à relaçãoentre comércio e desenvolvimento (213), convidou esta última a procurar alcançar os seguintesobjectivos: racionalizar a sua política de ajuda ao desenvolvimento, mediante a reforma dassuas políticas agrícola e comercial, a fim de promover o desenvolvimento sustentável e delutar contra a pobreza; respeitar o compromisso assumido em Doha (214) de melhorar o acessoao mercado para os produtos, essencialmente agrícolas e industriais, em relação aos quais ospaíses em desenvolvimento dispõem de uma vantagem comparativa; não exercer pressões nosentido da liberalização e desregulação indiscriminadas dos mercados desses países; e activaros mercados internos desses países através de trocas comerciais assimétricas com a UniãoEuropeia, bem como através das suas relações comerciais com os países vizinhos.

<T4>6.4.5.1. Preferências generalizadas

827. As questões relativas às preferências generalizadas são tratadas na secção 3 («Políticacomercial comum») do presente capítulo (→ n.° 810).

<T4>6.4.5.2. Produtos de base e acordos mundiais

(209) COM(2003) 267 e Bol. 5-2003, ponto 1.6.47.(210) COM(2003) 326 e Bol. 6-2003, ponto 1.6.59.(211) Bol. 11-2003, pontos 1.6.38 e 1.6.39.(212) Bol. 9-2003, ponto 1.6.63.(213) COM(2002) 513 e Relatório Geral 2002, n.° 819.(214) Relatório Geral 2001, n.° 876.

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828. Madeiras tropicais. O Conselho Internacional das Madeiras Tropicais, aquando deuma votação em que a Comissão participou (215), decidiu prorrogar por três anos o AcordoInternacional sobre as Madeiras Tropicais que havia entrado em vigor em 1996 (216).

829. Café. Em 10 de Abril (217), o Parlamento Europeu, sublinhando a amplitude da criseque afecta o sector do café e as suas repercussões nos países produtores, preconizou umaacção a curto prazo concertada entre a União Europeia e os países de África, das Caraíbas edo Pacífico (ACP) em causa.

830. Açúcar. Em 26 de Maio, o Conselho decidiu concluir o acordo que garante aos paísesACP em causa e à Índia preços comparáveis aos preços garantidos aplicáveis aos produtorescomunitários em relação à entrega de açúcar de cana durante os períodos 2001/2002 e2002/2003 (quadro III<ACCA03.3>).

<T3>6.4.6. Países pobres altamente endividados (PPAE)

831. Em 16 de Maio (218), o Conselho de Ministros ACP-CE aprovou um montante de 335milhões de euros com vista à redução da dívida no âmbito da iniciativa PPAE (219): 200milhões correspondem a uma contribuição ACP-CE para o fundo fiduciário especial ligado aesta iniciativa e 135 milhões dizem respeito a uma contribuição da Comunidade Europeia nasua qualidade de credora. Essa decisão eleva para 1,6 mil milhões de euros o montante globaldos fundos prometidos com vista a esta iniciativa.

<T3>6.4.7. Desenvolvimento sustentável e seguimento a dar à Cimeira de Joanesburgo

832. Abordagem geral. Num relatório de informação adoptado em 15 de Maio (220), oComité Económico e Social Europeu preconizou a adopção de abordagens integradas e deuma abordagem de parceria em matéria de luta contra a pobreza através da promoção dodesenvolvimento sustentável, solicitando à Comissão que elaborasse uma comunicação sobreas acções previstas neste domínio no âmbito do seguimento a dar à Cimeira de Joanesburgode Setembro de 2002 (221). O Parlamento Europeu sublinhou também, numa resolução de 25 deSetembro (222), a necessidade de aplicar urgentemente os compromissos assumidos emJoanesburgo, considerando igualmente que a União deve continuar a garantir a direcção doprocesso de seguimento desta cimeira e que é necessário considerar a governação ambiental àescala mundial como prioridade dos próximos anos.

Numa comunicação de 23 de Dezembro (223), a Comissão fez um balanço dos progressosalcançados pela União Europeia após os compromissos assumidos na Cimeira deJoanesburgo. Reafirmando a necessidade manter a ligação ao multilateralismo daconcretização das prioridades de desenvolvimento sustentável, a Comissão enumerou asacções concretas empreendidas pela União Europeia no âmbito das suas políticas internas eexternas, cuja complementaridade é apresentada como sendo o elemento essencial para aaplicação eficaz dos objectivos de Joanesburgo. Aborda, nomeadamente, o reexame dapolítica da União em matéria de biodiversidade e a elaboração de planos de acção relativos ao

(215) COM(2003) 111 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.45.(216) JO L 208 de 17.8.1996.(217) Bol. 4-2003, ponto 1.6.44.(218) Decisão n.° 2/2003 do Conselho de Ministros ACP-CE (JO L 152 de 20.6.2003 e Bol. 5-2003, pontos 1.6.106 e 1.6.118).(219) Relatório Geral 1999, n.os 713 e 810.(220) JO C 208 de 3.9.2003 e Bol. 5-2003, ponto 1.6.55.(221) Relatório Geral 2002, n.° 558.(222) Bol. 9-2003, ponto 1.6.67.(223) COM(2003) 829 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.69.

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meio marinho e aos solos, bem como as estratégias elaboradas com vista a uma utilizaçãomais sustentável dos recursos, e evoca as várias políticas que abrangem designadamente ossectores em que as emissões poluentes continuam a aumentar, as substâncias químicas e aaplicação de instrumentos que promovem a oferta de produtos e serviços mais sustentáveis,bem como a utilização de tecnologias ambientais. A Comissão sublinha igualmente aintegração das questões de desenvolvimento sustentável no processo de alargamento. Alémdisso, desenvolve trabalhos no âmbito do objectivo da redução da pobreza, assim comoiniciativas no domínio da água, da energia e das florestas (→ n.os 833 a 835). No que respeitaao comércio e à globalização sustentáveis, a Comissão refere que as actividades envolveram,nomeadamente, a promoção deste objectivo junto de várias instâncias internacionais, como aOrganização Mundial do Comércio e a Organização de Cooperação e DesenvolvimentoEconómico, bem como a promoção do reforço da governação económica internacional e daresponsabilidade social e ambiental das empresas.

<T4>6.4.7.1. Iniciativa «Água»

833. No prolongamento da sua comunicação de 12 de Março de 2002 (224) e na sequência dainiciativa «Água» lançada pela União Europeia aquando da Cimeira Mundial deJoanesburgo (225), a Comissão propôs, em 23 de Abril (226), a criação de um Fundo da Água daUE em favor dos países de África, das Caraíbas e do Pacífico, a fim de reduzir o número depessoas sem nenhum acesso à água potável e ao saneamento. A este Fundo, que disporá deum orçamento de mil milhões de euros financiado sob certas condições pelo 9.° FundoEuropeu de Desenvolvimento (FED), incumbiria, nomeadamente, co-financiar investimentoscom as autoridades locais e as instituições financeiras, reforçar a «facilidade de investimento»do 9.° FED gerida pelo Banco Europeu de Investimento, co-financiar e reforçar ascapacidades em relação a projectos de proximidade e fornecer assistência técnica quecontribua para o reforço do sector e assegure a sua sustentabilidade institucional, ambiental,social e financeira. A iniciativa da Comissão recebeu o apoio do Conselho, em 20 deMaio (227), e do Parlamento Europeu, em 4 de Setembro (228).

<T4>6.4.7.2. Iniciativa «Energia»

834. Numa resolução de 19 de Junho (229), referindo-se à comunicação da Comissão de 17de Julho de 2002 relativa à cooperação energética com os países em desenvolvimento (230), oParlamento Europeu convidou a Comissão a propor o aumento dos recursos afectados àcooperação energética com os países em desenvolvimento, a prever a criação de um fundoespecial europeu para a energia sustentável, seguindo o modelo do fundo para a água (→ n.°833), assim como a diligenciar no sentido de que os programas energéticos apoiados pelaComissão beneficiem prioritariamente o desenvolvimento local. Solicita igualmente que seponha cobro às subvenções às tecnologias prejudiciais para o ambiente e que a Comissãocontribua para a criação de novos mecanismos financeiros e de novos modelos de empresaspara projectos ligados às energias renováveis e à eficácia energética nos países emdesenvolvimento.

(224) COM(2002) 132 e Relatório Geral 2002, n.° 817.(225) Relatório Geral 2002, n.° 817.(226) COM(2003) 211 e Bol. 4-2003, ponto 1.6.42.(227) Bol. 5-2003, ponto 1.6.56.(228) Bol. 9-2003, ponto 1.6.68.(229) Bol. 6-2003, ponto 1.6.60.(230) COM(2002) 408 e Relatório Geral 2002, n.° 817.

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<T4>6.4.7.3. Iniciativa «Aplicação da legislação, governação e comércio no sector florestal(FLEGT)»

835. Para respeitar um compromisso assumido em Joanesburgo, a Comissão adoptou, em21 de Maio, um plano de acção comunitário relativo à aplicação da legislação, à governação eao comércio no sector florestal (FLEGT) (→ n.° 595). Este plano de acção implicadesignadamente a conclusão de uma série de acordos de parceria, facultativos emboravinculativos, com os países e regiões produtores de madeira. Neste quadro, a União Europeiae os países parceiros vão instaurar um regime de autorização que se destina a certificar alegalidade do conjunto da madeira exportada para a Europa. As parcerias incentivarãoigualmente reformas em matéria de governação nos países produtores de madeira, a fim depromover, nomeadamente, uma maior equidade e transparência das operações de exploraçãoda madeira. A Comissão já estabeleceu contactos prometedores com vista a tais parcerias,designadamente no Sudeste Asiático. As iniciativas empreendidas com vista aoestabelecimento destes contactos com a África registaram igualmente progressos na sequênciade uma conferência ministerial sobre a aplicação da legislação florestal e a governação emÁfrica, que foi apoiada financeiramente pela Comissão e em que mais de trinta paísesafricanos se comprometeram a lutar contra a exploração ilegal das florestas e contra aslacunas em matéria de governação que a ela estão associadas.

<T4>6.4.7.4. Ambiente e florestas tropicais

836. A Comissão prosseguiu as suas iniciativas de integração das questões ambientais nasestratégias nacionais e regionais de cooperação dos países que beneficiam do seu apoio. Em13 de Março, adoptou uma comunicação sobre as alterações climáticas no contexto dacooperação para o desenvolvimento (→ n.° 620). Foram realizadas acções de reforço daaplicação da Convenção de Combate à Desertificação por parte dos países parceiros,nomeadamente através da adopção pelo Conselho ACP-CE de 16 de Maio (→ n.° 985) de umdocumento conjunto sobre a luta contra a seca e a desertificação e de um maior apoio àsiniciativas adoptadas pelas ONG activas neste sector. Foi igualmente organizada em Marçouma reunião consultiva com representantes dos Estados-Membros e da sociedade civil. Alémdisso, a Comissão continuou a apoiar a conservação e a gestão das florestas, bem como aintegração da perspectiva ambiental nos processos de desenvolvimento, através de umaautorização financeira de 41 milhões de euros em 2003. Prorrogou igualmente até 31 deDezembro de 2004 as orientações estratégicas 2002-2003 relativas ao financiamento deacções a favor das florestas tropicais e do ambiente nos países em desenvolvimento.

<T3>6.4.8. Reabilitação e situações pós-crise

<T4>6.4.8.1. Cooperação no domínio da luta contra as minas terrestres antipessoal

837. Em 2003, a União Europeia concedeu um montante de 18,5 milhões de euros paraajudar os países parceiros a enfrentar os desafios ligados à luta contra as minas terrestresantipessoal. Foi designadamente dada ênfase ao apoio aos inquéritos nacionais sobre oimpacto destes dispositivos em Angola, na Arménia, na Eritreia, no Iraque e no Sudão.

<T4>6.4.8.2. Ajuda aos refugiados

838. Em 2003, foram afectados 200 milhões de euros à ajuda aos refugiados, tendo osesforços visado especialmente limitar a imigração ilegal graças à luta contra os passadores deimigrantes e campanhas de informação sobre as consequências da imigração ilegal, bem comodo emprego clandestino na União Europeia.

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<T4>6.4.8.3. Ajuda à reabilitação

839. Em 2003, foram afectados 257 milhões de euros a título da ajuda à reabilitação, dosquais 141 para a Ásia (124 milhões exclusivamente consagrados à reconstrução doAfeganistão), 84 milhões para a América Latina, 17 milhões em favor dos paísesmediterrânicos, bem como do Próximo e do Médio Oriente, 9 milhões para os Estadosparceiros da Europa Oriental e da Ásia Central e 6 milhões para os países emdesenvolvimento, nomeadamente os países de África, das Caraíbas e do Pacífico.

<T3>6.4.9. Cooperação Norte-Sul na luta contra a droga

840. A nível multilateral, a União Europeia participou activamente, no mês de Abril, numdos principais acontecimentos do ano em matéria de luta contra a droga, ou seja, a sessão davertente ministerial da Comissão dos Estupefacientes, que procedeu a um exame intercalardas realizações da comunidade internacional após a sessão extraordinária de 1998 daAssembleia Geral das Nações Unidas consagrada ao problema da droga (231). A Uniãoparticipou igualmente na Conferência Ministerial sobre a «rota da heroína» que se desenrolouem Paris, em Maio. A nível bilateral, a União Europeia adoptou em Junho um plano de acçãode luta contra a droga nos Balcãs Ocidentais. Além disso, realizou em Cartagena (Colômbia)a sua reunião anual de alto nível com a Comunidade Andina relativa à droga, bem como asessão plenária anual do Mecanismo de Coordenação e de Cooperação com a América Latinae as Caraíbas em matéria de droga. Efectuaram-se igualmente reuniões a nível da tróica comos países da Ásia Central e dos Balcãs, os Estados Unidos, o Irão e a Rússia.

Em matéria de cooperação com os países terceiros, as principais iniciativas da União voltarama centrar-se no Afeganistão e na Colômbia. Foram igualmente empreendidas acções de lutacontra o abuso, a produção e o tráfico de estupefacientes em colaboração com a RegiãoAndina (Bolívia e Venezuela), a Ásia Central, Mianmar, o Paquistão e a Rússia.

<T3>6.4.10. Coordenação e complementaridade com os outros dadores

841. Colaboração com outras entidades financiadoras. Paralelamente às iniciativasempreendidas no âmbito da União Europeia, a Comissão prossegue iniciativas análogas decolaboração em matéria de desenvolvimento com outros dadores e organizaçõesinternacionais, cujo valor acrescentado foi reconhecido pelo Comité de Ajuda aoDesenvolvimento da OCDE. Mais especificamente, as questões ligadas ao desenvolvimentoocuparam um lugar de destaque nas prioridades do diálogo com as agências das NaçõesUnidas e com as instituições financeiras internacionais, bem como nas cimeiras entre a UniãoEuropeia e parceiros como a Austrália, o Canadá, os Estados Unidos e o Japão. Estaabordagem relançou o diálogo, designadamente o relativo a temas ligados às conferências dasNações Unidas, à nova parceria para o desenvolvimento de África (NEPAD), ao Afeganistãoe ao Iraque, bem como à eficácia da ajuda pública ao desenvolvimento.

842. Harmonização das práticas dos dadores. A Comissão contribuiu activamente para aredacção de seis documentos de referência sobre boas práticas, elaborados com vista aoFórum de Alto Nível sobre a Harmonização que se realizou em Roma, em Fevereiro.Participou igualmente nas conversações sobre a harmonização e a racionalização dosdocumentos de estratégia e dos procedimentos com o Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento (PNUD), o Banco Mundial e certos Estados-Membros da União. AComissão continuou igualmente a desempenhar um papel activo nesta matéria junto da

(231) Relatório Geral 1998, n.° 760.

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comunidade dos financiadores, designadamente no âmbito do Comité de Ajuda aoDesenvolvimento (CAD) da OCDE.

843. Reforço da parceria com as Nações Unidas. Na sequência da sua comunicação«Criação de uma parceria eficaz com as Nações Unidas nos domínios do desenvolvimento edos assuntos humanitários», adoptada em 2001 (232), a Comissão prosseguiu o diálogo políticoaprofundado com as agências, fundos e programas das Nações Unidas com vista à conclusãode parcerias estratégicas. Em 19 de Abril, foi concluído com o Secretariado Geral das NaçõesUnidas um acordo-quadro administrativo e financeiro revisto. A Comissão continuouigualmente a aprofundar a coordenação com o Fundo Monetário Internacional e o BancoMundial, nomeadamente no âmbito das estratégias de redução da pobreza e de aplicação deuma abordagem de ajuda mais centrada nos resultados. Foi assim que, em 31 de Março e 1 deAbril, um seminário entre representantes da Comissão e do Banco Mundial resultou numplano de acção destinado a reforçar o apoio conjunto à aplicação de estratégias nacionais.Além disso, na sequência da Cimeira de Joanesburgo de 2002, realizaram-se em 2003 váriasreuniões de coordenação com os outros principais dadores, a fim de analisar e fazer convergiras iniciativas adoptadas no domínio do ambiente.

<T3>6.4.11. Cooperação com as ONG e cooperação descentralizada

844. Cooperação com as ONG. Em 2003, a Comissão consagrou 199,9 milhões de euros àcooperação com as ONG. Na sequência da adopção do novo regulamento financeiro (233), queimplica uma alteração da estrutura do orçamento em 2004, a Comissão propôs, em 27 deMaio, o estabelecimento de uma base jurídica para prosseguir a concessão, no períodocompreendido entre 2004 e 2006, de subvenções de funcionamento a organismos que visam apromoção da compreensão mútua das relações entre a União Europeia e determinadas regiõesdo mundo não industrializadas (quadro II<COM03.280>) A proposta retoma os princípiosgerais aplicáveis às subvenções relativos à degressividade e ao co-financiamento (→ n.°1053).

845. Cooperação descentralizada. Em 11 de Julho (234), a Comissão apresentou umaavaliação global das acções financiadas pela Comunidade no domínio da cooperaçãodescentralizada, em aplicação do Regulamento (CE) n.° 1659/98 (235). Na perspectiva dasrecomendações formuladas a esse propósito, propôs, no mesmo dia, a prorrogação desteregulamento até 31 de Dezembro de 2006, com um âmbito de aplicação mais vasto no querespeita aos parceiros elegíveis e uma abordagem mais focalizada em relação ao tipo deoperações que são objecto de uma sanção comunitária (quadro I<COD03.413>). Acomunicação da Comissão de 7 de Novembro de 2002 sobre a participação de intervenientesnão estatais na política comunitária de desenvolvimento (236) foi objecto, em 19 de Maio (237),de conclusões do Conselho, e, em 4 de Setembro (238), de uma resolução do ParlamentoEuropeu, que considerou a comunicação da Comissão como uma etapa significativa napromoção de uma abordagem participativa em todos os programas comunitários. Por sua vez,

(232) COM(2001) 231 e Relatório Geral 2001, n.° 940.(233) Regulamento (CE, Euratom) n.° 1605/2002 do Conselho (JO L 248 de 16.9.2002 e Relatório Geral 2002, n.° 1048).(234) COM(2003) 412 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.83.(235) JO L 213 de 30.7.1998 e Relatório Geral 1998, n.° 770. Regulamento com a última redacção que lhe foi dada pelo Regulamento

(CE) n.° 955/2002 (JO L 148 de 6.6.2002 e Relatório Geral 2002, n.° 835).(236) COM(2002) 598 e Relatório Geral 2002, n.° 835.(237) Bol. 5-2003, ponto 1.6.53.(238) Bol. 9-2003, ponto 1.6.70.

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em 16 de Julho (239), o Comité Económico e Social Europeu formulou igualmente um parecersobre «O papel da sociedade civil na política europeia de desenvolvimento».

<T3>6.4.12. Acções nas instâncias internacionais

846. A Comissão participou nas conferências das partes nas convenções e outros acordosambientais (desertificação, biodiversidade, biossegurança, alterações climáticas, resíduos,produtos químicos, florestas, etc.) e promoveu no seu âmbito o princípio da integração dosobjectivos destes instrumentos nas estratégias nacionais e regionais de cooperação edesenvolvimento sustentável, bem como os princípios da complementaridade e sinergia entreos vários instrumentos. A Comissão participou nomeadamente na Sexta Conferência daspartes na Convenção de Combate à Desertificação, organizada em Agosto e Setembro emHavana (Cuba), cujos objectivos estão directamente ligados à luta contra a pobreza, aodesenvolvimento rural e à abordagem participativa preconizados pela Comunidade. Nestaocasião, foi adoptada uma declaração conjunta dos países ACP, do Conselho e da Comissãoem que estes últimos se comprometem a aplicar melhor a convenção e a melhorar osmecanismos de consulta. Além disso, aquando da Cimeira Mundial sobre a Sociedade daInformação, das Nações Unidas (→ n° 400), a União Europeia e os Estados ACPapresentaram uma posição conjunta tendo em vista a mobilização de instrumentos quepermitam desenvolver as tecnologias da informação nestes países.

</DOC>

<T6>Secção 5

<T2>6.5. Ajuda humanitária

<T3>6.5.1. Abordagem geral

847. Aspectos gerais. Em 2003, o Serviço de Ajuda Humanitária da Comunidade Europeia(ECHO) (240) cumpriu o seu mandato prestando ajuda humanitária a populações de paísesterceiros numa base não discriminatória e exprimindo, assim, concretamente, a solidariedadeda União Europeia para com as populações afectadas por conflitos ou catástrofes naturais ouprovocadas pelo homem, em todo o mundo. As operações financiadas pelo ECHOcontinuaram a acompanhar a evolução das necessidades humanitárias no mundo, da Europapara os focos de crise em África e na Ásia. Durante este ano, a Comissão afectou, porintermédio do ECHO, um montante de 600,3 milhões de euros a título de ajuda humanitária.As principais operações assim apoiadas pelo ECHO são descritas mais adiante (→ n.os 851 a856).

848. Interligação entre ajuda de emergência, reabilitação e desenvolvimento. No âmbitoda política da Comissão destinada a estabelecer uma interligação entre a ajuda de emergência,a reabilitação e o desenvolvimento (241), o ECHO criou e animou, na Comissão, um grupointerserviços que promoveu medidas práticas em benefício de oito países e duas regiões(Afeganistão, Angola, Burundi, Camboja, Etiópia, Serra Leoa, Sudão, Tajiquistão; ÁfricaOcidental e América Central), com o objectivo de assegurar uma transição bem organizada daajuda de emergência para um ciclo de cooperação a mais longo prazo.

(239) JO C 234 de 30.9.2003 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.82.(240) <HYP>http://europa.eu.int/comm/echo/index_fr.html</HYP>.(241) Relatório Geral 2001, n.° 920.

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849. Cooperação com as Nações Unidas e outros doadores. O ECHO desempenhou umpapel essencial na adopção dos princípios e boas práticas da ajuda humanitária, acordadosem Estocolmo em 16 e 17 de Junho. Conforme reafirmam esses princípios, todo ofinanciamento humanitário deve ser atribuído proporcionalmente às necessidades, com basenuma avaliação destas últimas. Isto reflecte os princípios fundamentais do ECHO em matériade programação. Além disso, o ECHO organizou, em cooperação com o Serviço deCoordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), o lançamento dasnovas directivas das Nações Unidas sobre a utilização dos recursos das forças armadas e daprotecção civil no âmbito das operações humanitárias complexas de emergência levadas aefeito pela ONU («orientações MCDA»). O ECHO manifestou, nessa ocasião, o seu apoiototal à filosofia em que se baseiam essas orientações, isto é, que qualquer operaçãohumanitária deve manter o seu carácter civil e fundamentar-se nos princípios de base, ou seja,a humanidade, a imparcialidade, a neutralidade e a não discriminação. O acordo financeiro eadministrativo concluído entre a Comunidade e as Nações Unidas para cobrir, nomeadamente,as relações contratuais entre o ECHO e as agências parceiras das Nações Unidas entrou emvigor em 29 de Abril.

Na sua qualidade de doador activo, o ECHO presidiu, em Junho, o grupo de apoio dosdoadores (reunião anual dos principais doadores do Comité Internacional da Cruz Vermelha)e acolheu, em Novembro, o lançamento do apelo à ajuda alimentar das Nações Unidas para2004.

850. Quadro das relações com os parceiros. Os novos contratos-quadro de parceria (CCP)concluídos com organizações não governamentais e organizações internacionais (CruzVermelha e Crescente Vermelho) foram definitivamente aprovados em 2003, prevendo-se queentrem em vigor em 1 de Janeiro de 2004. Estes novos instrumentos jurídicos foramapresentados no decorrer da conferência anual dos parceiros do ECHO, realizada em 6 e 7 deNovembro. Nessa ocasião, o novo contrato foi assinado por 135 ONG.

<T3>6.5.2. Principais operações de ajuda humanitária

851. África. Para além dos conflitos que persistem no Sudão, na Somália e no Uganda, oCorno de África sofreu, em 2003, condições climáticas extremas, nomeadamente uma graveseca que afectou em especial a Etiópia e a Eritreia, e inundações. Os 42,3 milhões de euros deassistência do ECHO foram afectados, à medida que ocorriam, às necessidades maisimediatas e mais graves: saúde, nutrição, água, equipamento sanitário e gado destinados àspessoas deslocadas, às crianças, às mulheres e aos idosos. A prestação dessa assistência foifacilitada pela organização de voos humanitários na região e para os Grandes Lagos. NoSudão, os de 20 milhões de euros programados para 2003 foram acompanhados de umadecisão de emergência que concedeu 2 milhões de euros suplementares para socorrer aspopulações da região do Grande Darfour, onde a escalada da violência provocou a deslocaçãoe a dispersão dos meios de subsistência de cerca de 600 000 pessoas. Quanto à «criseesquecida» do Uganda, beneficiou de 8 milhões de euros, perante o aumento espectacular dasnecessidades verificado em todos os sectores. No que respeita aos recursos concedidos àSomália, foram aumentados para 9 milhões de euros, tendo as agências de ajuda conseguidodar maior satisfação às necessidades observadas. Os 2 milhões de euros concedidos à Etiópiaconstituem um prolongamento dos 4 milhões de euros afectados à luta contra a seca no finalde 2002.

A região dos Grandes Lagos permaneceu uma zona de grandes necessidades humanitárias.No Burundi, a tomada de posse de um novo Governo transitório em 24 de Novembro,composto, nomeadamente, pelas antigas forças rebeldes para a defesa da democracia (CNDD-

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FDD), representa um passo essencial para o fim de uma guerra civil que terá durado dez anos.Contudo, o grupo rebelde da FNL recusou participar nas negociações, tendo os acessos deviolência continuado a desestabilizar determinadas regiões do país, onde existem mais de280 000 deslocados, para além dos 800 000 (segundo as estimativas) refugiados burundianosna Tanzânia. O ECHO entendeu dever manter a sua estratégia multisectorial de prestação deassistência de emergência integrada às populações vulneráveis, a saber, as pessoas deslocadas,os repatriados e as comunidades de acolhimento que vivem nas zonas afectadas directamentepelos conflitos. Na República Democrática do Congo, o ECHO apoiou operações de socorro(44 milhões de euros) para fazer face às necessidades humanitárias decorrentes do colapso daprodução alimentar e dos serviços de cuidados básicos de um país vítima de guerra civil desde1996. A intervenção do ECHO compreendeu o fornecimento de socorros de emergência, amelhoria do acesso aos serviços de cuidados sanitários e o apoio a programas alimentares e denutrição. Foi prestada uma atenção especial à crise do Ituri, graças ao apoio quase exclusivoconcedido aos agentes humanitários presentes na região.

A prioridade humanitária do ECHO na Tanzânia (24 milhões de euros) foi estabelecida embenefício dos 500 000 refugiados existentes no país. O ECHO apoiou operações de cuidadosde saúde e de manutenção em campos de refugiados: ajuda alimentar, logística, água,equipamentos sanitários, saúde, nutrição, alojamento e protecção.

Dado que a crise humanitária da África Ocidental se deslocou da Serra Leoa e da Guiné para aCosta do Marfim, e depois para a Libéria, a ajuda financiada pelo ECHO (33,2 milhões deeuros) deu prioridade à actuação face à vaga permanente de movimentos de populações, tantointernos como transfronteiriços. Os principais sectores de intervenção foram a saúde, anutrição e a protecção. Na África Austral, a melhoria das condições climáticas na maior parteda região permitiu aumentar a oferta de produtos alimentares em geral. No entanto, apersistência da crise política e económica observada no Zimbabué e os seus efeitos em largasfaixas da população exigiram um apoio contínuo da parte do ECHO. A pandemia de VIH/sidacontinuou, também, a ameaçar a coesão social dos países da África Austral. Graças à umadotação de 52 milhões de euros, a intervenção do ECHO na região foi substancial, incidindoprincipalmente sobre a ajuda alimentar de emergência (complementos alimentares para ascrianças) e sobre o restabelecimento imediato da produção agrícola. Foram prestadosigualmente um apoio nutritivo e médico às famílias e agregados familiares afectadosdirectamente pelo VIH/sida. A intervenção financeira do ECHO permitiu a atribuição de 21milhões de euros a Angola, o país da região mais afectado pelos movimentos de populações eonde o ECHO possibilitou a criação das condições mínimas para uma reinstalação daspessoas afectadas pela guerra. No Malavi, o ECHO apoiou unidades de reabilitação nutritivaimplantadas à escala do país e financiou operações de prevenção contra a cólera, de adução deágua e de fornecimento de equipamentos sanitários.

852. Estados independentes da antiga União Soviética e Balcãs. Na Chechénia, o ECHOverificou que, após três anos e meio de conflito, a situação humanitária da populaçãochechena do norte do Cáucaso não melhorara e que as necessidades essenciais da populaçãomal eram satisfeitas. A ajuda prestada pelo ECHO (26 milhões de euros) foi destinada aoapoio à população local e ao número considerável de pessoas deslocadas dentro da Chechéniae nas repúblicas vizinhas da Ingúchia e do Daguestão. Perante o elevado número de feridos deguerra, o ECHO prestou ajuda aos serviços de cirurgia e de traumatologia e aos serviços deortopedia e de readaptação funcional. Graças a um financiamento do ECHO, as vítimas doconflito também receberam produtos alimentares de base e alojamentos provisórios. A guerracivil de 1992 a 1997 e a grave seca de 1999 a 2001 estiveram na origem das necessidadeshumanitárias do Tajiquistão. O ECHO atribuiu 10 milhões de euros para cobrir asnecessidades alimentares (distribuição de pacotes alimentares, projectos de trabalho contra

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alimentos), reduzir as taxas de morbilidade e de mortalidade (distribuição de medicamentos ede material médico) e facilitar o acesso à água potável (reabilitação das estações debombagem). Após doze anos de ajuda aos Balcãs, 2003 foi o último ano de operações definanciamento (7,7 milhões de euros) destinadas à prestação de ajuda e de soluçõesduradouras aos refugiados e às pessoas deslocadas dentro dos seus países. O último projectodo ECHO terá consistido no fornecimento de combustível a centros colectivos para o Inverno2003-2004 na Sérvia.

853. Médio Oriente. A situação humanitária nos Territórios Palestinianos ocupadoscontinuou a degradar-se em 2003, tendo a construção de uma barreira «de separação» naCisjordânia aumentado as dificuldades aos fornecedores da ajuda humanitária, assim como avulnerabilidade da população. Como as necessidades humanitárias dos mais de 430 000refugiados palestinos no Líbano não diminuíram, o ECHO continuou prestar-lhes a sua ajuda(38 milhões de euros), procurando dirigir os esforços para sectores essenciais, como a água eo saneamento (construção e reabilitação dos sistemas públicos de armazenamento da água), osalimentos (trabalho contra ajuda alimentar) e a saúde (fornecimento de ajuda médica deemergência). Os recursos afectados pelo ECHO à assistência humanitária em benefício doIraque atingiram quase 100 milhões de euros. Já antes do início da guerra, em Março, asituação humanitária era precária, devido a vinte anos de conflito Irão-Iraque, à guerra doGolfo e a mais doze anos de sanções internacionais. A estratégia de intervenção do ECHOconcentrou-se no restabelecimento de serviços de saúde eficazes, graças ao financiamento dareabilitação de emergência de centros de primeiros cuidados de saúde, de clínicas, deinstitutos para pessoas idosas e de laboratórios. Foi dada prioridade à formação do pessoalmédico local, a fim de favorecer a viabilidade das actividades. O ECHO contribuiu tambémpara melhorar o acesso à água potável e para a reparação imediata das infra-estruturashidráulicas (instalações de tratamento, estações de bombagem, redes de adução), das estaçõesde tratamento e bombagem das águas residuais, bem como dos equipamentos sanitários(latrinas, chuveiros e salas de limpeza).

854. Ásia. Em resposta às crises regionais afegãs, o ECHO forneceu uma assistênciahumanitária de 55 milhões de euros. Enquanto que em 2002, mais de 2 milhões de pessoasprovenientes do Paquistão e do Irão regressaram ao Afeganistão, 700 000 foram repatriadasem 2003 e 500 000 deslocaram-se para voltar à sua região de origem. Estes diferenteselementos exerceram pressão sobre os recursos e meios de sobrevivência. Além disso, osfluxos de repatriamento correm o risco de continuar a um nível elevado, dados os 2 a 4milhões de refugiados afegãos que permanecem no Paquistão e no Irão. Embora a grave secaque afectou o Afeganistão a partir de 1998 se tenha hoje atenuado, os seus efeitos secundárioscontinuam a fazer-se sentir no sul do país. O ECHO apoiou igualmente operaçõeshumanitárias destinadas a facilitar o rápido regresso e reinserção dos refugiados e dosrepatriados nas zonas caracterizadas por elevadas taxas de retorno, graças ao financiamento deprogramas de alojamento, de obras nas redes de adução de água e equipamentos sanitários, deprojectos geradores de rendimentos e de actividades e da distribuição alimentar às pessoasincapazes de trabalhar. No sul, foi dada ênfase aos projectos alimentares ou aos executados deacordo com a fórmula «dinheiro contra trabalho», que consistiram essencialmente nareparação de obras de irrigação e de sistemas de distribuição de água potável ou de eliminaçãodas águas residuais. O ECHO financiou também actividades de protecção dirigidas às pessoasdetidas no Afeganistão e suas famílias ou ainda aos refugiados que se encontram no Paquistãoe no Irão. Na Coreia do Norte (17 milhões de euros), a população teve que fazer face aosefeitos acumulados de uma má nutrição crónica, da destruição quase completa das infra-estruturas económicas, da deficiência da produção alimentar e da deterioração do sectorsocial. O ECHO foi o único grande doador que actuou em todo o território do país e

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concentrou a sua acção, em especial, nos sectores da saúde, da água e dos equipamentossanitários. Entre as actividades beneficiárias, estão a reabilitação de doze hospitais e dozematernidades, o fornecimento de equipamentos de base e de medicamentos a centros de saúdematerna e a reparação de uma fábrica de próteses.

855. América Latina. Na Colômbia, o ECHO teve que ter em conta a deterioração dasituação humanitária sob os efeitos do conflito interno que, desde 1997, evoluiu para umambiente de assassinatos em grande escala, violações dos direitos do Homem, ameaças,situações que têm forçado os civis a deslocar-se para o interior do país. O ECHO concentrou asua ajuda nas populações deslocadas, fornecendo-lhes os produtos de primeira necessidade.Terminada a fase de emergência, a ajuda a estas populações compreendeu a criação decantinas comunitárias, a distribuição de materiais de construção, a reparação de redes deadução de água em pequena escala e a instauração de unidades de primeiros cuidados móveis.

856. Operações regionais. O ECHO pôs em execução o seu programa de prevenção epreparação para as catástrofes (Dipecho), através de quatro programas de acção específicos:na Ásia Central (3 milhões de euros), na Ásia do Sul (2,5 milhões de euros), na ComunidadeAndina (4 milhões de euros) e nas Caraíbas (2,5 milhões de euros). Estes programas disseramrespeito ao financiamento de actividades destinadas a reforçar os meios dos agentes locais(criação de sistemas de alerta precoce).

</DOC>

<T6>Secção 6

<T2>6.6. Espaço Económico Europeu, relações com os países da Associação Europeia deComércio Livre (EFTA)

<T3>6.6.1. Espaço Económico Europeu (EEE) (242)

857. Alargamento. Em conformidade com as disposições do Acordo que institui o EEE (243),que prevêem que todos os países membros da União Europeia se tornem partes contratantesno Acordo EEE, foi assinado, em 14 de Outubro, um acordo que assegura a participação dosdez futuros Estados-Membros no EEE (quadro III<ACCA03.77>). Este acordo estabelece asalterações técnicas adequadas para essa participação e integra quatro acordos conexos: doisacordos bilaterais com a Noruega sobre o mecanismo financeiro norueguês e sobre certosprodutos agrícolas e dois protocolos adicionais do Acordo de Comércio Livre com a Islândiae a Noruega.

858. Conselho do Espaço Económico Europeu. Em 15 de Abril (244) e 14 de Outubro (245)tiveram lugar a décima nona e a vigésima reuniões do Conselho do EEE. Os debatesincidiram nomeadamente sobre o alargamento, a situação no Próximo Oriente, o Iraque, osBalcãs Ocidentais, os trabalhos da Convenção sobre o futuro da Europa e as modalidades departicipação da EFTA em certas agências europeias.

<T3>6.6.2. Relações com os países da EFTA (246)

(242) <HYP>http://www.europarl.eu.int/factsheets/6_3_2_pt.htm</HYP>.(243) Relatório Geral 1994, n.° 778.(244) Bol. 4-2003, ponto 1.6.49. Reunião precedente: Relatório Geral 2002, n.° 854.(245) Bol. 10-2003, ponto 1.6.46.(246) <HYP>http://www.efta.int/</HYP>.

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<T4>6.6.2.1. Suíça

859. Acordos sectoriais. Em 20 de Fevereiro, o Conselho autorizou a Comissão a negociara renovação do acordo de cooperação científica e técnica com este país (quadroIII<ACCA03.37>). Em 8 de Abril, definiu orientações relativamente aos projectos de duasdecisões dos comités mistos instituídos pelos acordos sectoriais assinados em 1999 (247), nosdomínios dos contratos públicos e da livre circulação de pessoas (quadroII<COM03.56><COM03.55>). Em 21 de Julho, o Conselho adoptou directrizes denegociação com vista à assinatura de um acordo no domínio do comércio de produtosagrícolas (quadro III<ACCA03.78>). A fim de ter em conta os desenvolvimentos dalegislação suíça e comunitária relativa à luta contra a encefalopatia espongiforme bovina e aevolução desta doença, o Conselho decidiu, em 17 de Novembro, alterar o anexo 11 doacordo relativo ao comércio de produtos agrícolas (248) (quadro II<COM03.540>).

<T4>6.6.2.2. Países membros do EEE

860. Islândia e Noruega. Na sequência das negociações comerciais bilaterais de Novembrode 2002 com a Noruega no sector agrícola, o Conselho decidiu assinar, em 20 de Junho, umacordo consolidado sobre as trocas comerciais recíprocas de queijos e sobre concessõesmútuas em relação a uma série de produtos agrícolas, incluindo contingentes pautais, queacrescem às preferências existentes (249) (quadro III<ACCA03.15>).

As questões relativas ao asilo e à imigração na Islândia e na Noruega são tratadas na secção 1(«Espaço de liberdade, de segurança e de justiça») do capítulo V (→ n.os 505 e 521).

</DOC>

<T6>Secção 7

<T2>6.7. Relações com os países dos Balcãs Ocidentais (250)

<T3>6.7.1. Perspectiva geral

861. O Conselho Europeu de Salonica confirmou que o processo de estabilização e deassociação (PEA) constitui o quadro geral em que se inscreve o percurso dos países dosBalcãs Ocidentais até à sua adesão à União. Esta abordagem é reforçada por elementos quese inspiram no processo de alargamento enunciados na «Agenda de Salonica para os BalcãsOcidentais», adoptada pelo Conselho em 16 de Junho e aprovada pelo Conselho Europeu,bem como na declaração de Salonica da Cimeira União Europeia-Balcãs Ocidentais. Esteprocesso melhorado constitui um compromisso comum, cuja realização exigirá esforçosconsideráveis por parte da União Europeia e dos países dos Balcãs Ocidentais. A Comissãofoi convidada a apresentar e a pôr em prática um conjunto de iniciativas previstas nesseprocesso, em especial: parcerias europeias, um maior apoio ao reforço das instituições,participação dos países dos Balcãs Ocidentais nos programas e agências comunitárias nospaíses dos Balcãs Ocidentais, apoio financeiro suplementar e incentivo ao desenvolvimentoeconómico.

(247) JO L 114 de 30.4.2002 e Relatório Geral 2002, n.° 855.(248) Relatório Geral 2002, n.° 855.(249) Decisão 93/239/CEE do Conselho (JO L 109 de 1.5.1993) e Decisão 95/582/CE do Conselho 1(JO L 327 de 30.12.1995).(250) Podem ser obtidas informações complementares no servidor Europa

<HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/see/index.htm</HYP>.

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<T3>6.7.2. Aspectos gerais

862. Acompanhamento global. A situação nos países dos Balcãs Ocidentais e a suaevolução foram objecto de um acompanhamento atento ao longo de todo o ano por parte dasinstâncias europeias. Assim, o Conselho pronunciou-se periodicamente sobre o assunto em 27de Janeiro (251), 24 de Fevereiro (252), 18 de Março (253), 14 de Abril (254), 20 de Maio (255), 16 deJunho (256), 21 de Julho (257), 29 de Setembro (258), 13 de Outubro (259), 17 de Novembro (260) e 9de Dezembro (261). Estas tomadas de posição referem-se, essencialmente, à consolidação dasreformas constitucionais, da democratização e da liberalização da economia na Sérvia eMontenegro, ao assassinato do primeiro-ministro sérvio, Zoran Djindjic, aos esforçosdesenvolvidos pela Missão de Administração Provisória das Nações Unidas no Kosovo(MINUK), à cooperação com o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ), aolançamento da operação militar e, seguidamente, da nova Missão de Polícia da UniãoEuropeia na antiga República jugoslava da Macedónia (→ n.° 879), às eleições locais naAlbânia, ao regresso dos refugiados e das pessoas deslocadas, à cooperação regional e aoestabelecimento de relações de boa vizinhança com estes Estados. Por sua vez, o ConselhoEuropeu de Bruxelas de 20 e 21 de Março (262), condenando o assassinato de Zoran Djindjic,apoiou a determinação do novo primeiro-ministro, Zoran Zivkovic, em prosseguir as políticaspromovidas pelo seu antecessor em matéria de luta contra a criminalidade organizada e acorrupção e no sentido da total democratização das estruturas de Estado. O Conselho recordouigualmente o compromisso total da União Europeia a favor da região e preconizou o reforçoda política de estabilização e de associação desenvolvida pela União em prol da região.

863. Cimeira e Fórum União Europeia-Balcãs. A cimeira realizada em 21 de Junho (263),em Salonica, na sequência do Conselho Europeu de 19 e 20 de Junho (264), reuniuKonstantinos Simitis, primeiro-ministro grego e presidente em exercício do Conselho, JavierSolana, alto-representante para a PESC, Romano Prodi e Christopher Patten, presidente emembro da Comissão, respectivamente, bem como os chefes de Estado e de Governo dospaíses da União Europeia e dos Balcãs. Os participantes confirmaram a perspectiva europeiaque se abre aos países dos Balcãs e acordaram que seria prioritário resolver os problemasprovocados pelo regresso dos refugiados e das pessoas deslocadas, o crime organizado, acorrupção, e a imigração ilegal. No termo desta cimeira, foram adoptados dois actos: umadeclaração comum, que confirma o apoio da União ao desenvolvimento europeu dos Balcãs,recordando que a integração dos Balcãs se efectuará no âmbito do processo de associação e deestabilização; um documento mais pormenorizado, a «Agenda de Salonica», que traça a via aseguir na perspectiva de uma adesão destes países à União, com base na experiência do actualalargamento desta última. Foi decidido, entre outros aspectos, instaurar, além das cimeirasentre chefes de Estado, reuniões a nível dos ministros dos Negócios Estrangeiros e dosministros responsáveis pela Justiça e Assuntos Internos.

(251) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.102.(252) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.103.(253) Bol. 3-2003, ponto 1.6.52.(254) Bol. 4-2003, ponto 1.6.50.(255) Bol. 5-2003, ponto 1.6.69.(256) Bol. 6-2003, ponto 1.6.69.(257) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.92.(258) Bol. 9-2003, ponto 1.6.74.(259) Bol. 10-2003, ponto 1.6.48.(260) Bol. 11-2003, ponto 1.6.46.(261) Bol. 12-2003, ponto 1.6.82.(262) Bol. 3-2003, ponto I.47.(263) Bol. 6-2003, ponto 1.6.70.(264) Bol. 6-2003, ponto I.17.

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Em 9 de Dezembro (265), realizou-se em Bruxelas a primeira reunião dos ministros dosNegócios Estrangeiros no âmbito do Fórum União Europeia-Balcãs Ocidentais, precedida dareunião dos ministros da Justiça e dos Assuntos Internos, em 28 de Novembro (→ n.° 545).Foram então adoptadas conclusões conjuntas que salientam a necessidade de discutir questõesde interesse comum, de avaliar os progressos realizados por cada um dos países da região noseu processo de integração à Europa e de os informar sobre a evolução dos acontecimentos naUnião Europeia. O Conselho Europeu de Bruxelas de 12 de Dezembro (266) congratulou-secom estas conclusões, bem como com os progressos realizados no processo de estabilização ede associação desde a sua reunião de Salonica. Em 9 de Dezembro (267), o Conselho tinha, porsua vez, salientado o papel político essencial do Fórum.

864. Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ) (268). O Conselho chamoudiversas vezes a atenção das partes envolvidas para a necessidade de cooperarem com o TPIJ(→ n.° 862). Em 16 de Abril, o Conselho definiu uma posição comum (269) de apoio aoexercício efectivo do mandato do TPIJ, relativa a medidas necessárias para impedir a entradaou o trânsito pelo território dos Estados-Membros das pessoas que constam da lista em anexoà referida posição comum, as quais estão envolvidas em actividades que podem contribuirpara obstruir a missão do TPIJ. Essa lista foi actualizada em 27 de Junho (270).

865. Pacto de estabilidade para a Europa do Sudeste. Em 16 de Junho, o Conselhoprorrogou até 31 de Dezembro o mandato de Erhard Busek como representante especial daUnião Europeia, responsável pela coordenação especial do pacto de estabilidade (271). Em 22de Dezembro (272), uma vez decorrido o período de vigência da acção comum relativa aomandato em questão (273), o Conselho nomeou novamente Erhard Busek coordenador especialdo pacto de estabilidade, para o período de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2004. Em 2 deJulho, a Comissão propôs que se estendesse ao pacto de estabilidade o âmbito de aplicação doRegulamento (CE) n.° 1080/2000, relativo ao apoio à Missão Provisória das Nações Unidaspara o Kosovo (MINUK) e ao Gabinete do alto-representante na Bósnia e Herzegovina(GAR) (274), o que foi feito em 27 de Novembro pelo Conselho (quadro II<COM03.389>).

866. Missão de Vigilância da União Europeia (EUMM). Em 29 de Julho, o Conselhonomeou Maryse Daviet como chefe da Missão de Vigilância (275) e revogou a Decisão2002/922/PESC que prorroga o mandato do seu antecessor (276). Em 5 de Dezembro, oConselho reconduziu o mandato da Missão de Vigilância (277) até 31 de Dezembro de 2004 eprorrogou (278) o mandato de Maryse Daviet para o mesmo período.

867. Luta contra as armas ligeiras. Em 17 de Novembro (279), o Conselho decidiu afectarum montante suplementar de 100 000 euros à contribuição da União Europeia para a luta

(265) Bol. 12-2003, ponto 1.6.83.(266) Bol. 12-2003, ponto I.17.(267) Bol. 12-2003, ponto 1.6.82.(268) <HYP>http://www.un.org/icty/index-f.html</HYP>.(269) Posição Comum 2003/280/PESC (JO L 101 de 23.4.2003 e Bol. 4-2003, ponto 1.6.51).(270) Decisão 2003/484/PESC (JO L 162 de 1.7.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.6.73).(271) Acção Comum 2003/449/PESC (JO L 150 de 18.6.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.6.72).(272) Decisão 2003/910/CE (JO L 342 de 30.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.84).(273) Relatório Geral 2002, n.° 862.(274) JO L 122 de 24.5.2000 e Relatório Geral 2000, n.° 900.(275) Decisão 2003/562/PESC (JO L 190 de 30.7.2003 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.93).(276) JO L 321 de 26.11.2002 e Relatório Geral 2002, n.° 861.(277) Acção Comum 2003/852/PESC (JO L 322 de 9.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.80) e Relatório Geral 2002, n.° 861.(278) Decisão 2003/853/PESC (JO L 322 de 9.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.81).(279) Decisão 2003/807/PESC (JO L 302 de 20.11.2003 e Bol. 11-2003, ponto 1.6.47).

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contra a acumulação e difusão de armas ligeiras e de pequeno calibre na Europa doSudeste (280).

<T3>6.7.3. Acordos de estabilização e de associação (281) e perspectivas de adesão

868. Análise global. Em 26 de Março, a Comissão apresentou o segundo relatório anualsobre o processo de estabilização e de associação (PEA) (282). A Comissão reitera a perspectivade adesão dos países em causa à União Europeia e regista os progressos substanciaisrealizados em termos de estabilização da região, salientando igualmente as lacunas e alentidão do processo de reforma em muitos sectores e em vários países. A Comissão salienta,por outro lado, algumas das medidas que poderiam ser previstas para consolidar este processoe aproximar ainda mais os países da região à União. Em 14 de Abril (283), o relatório daComissão foi favoravelmente acolhido pelo Conselho, que procedeu, por seu turno, em 16 deJunho (284), à sua própria apreciação anual do PEA. O reforço deste processo foi igualmenteapoiado pelo Parlamento Europeu que, numa resolução de 5 de Junho (285), sugeriu,nomeadamente, o recurso a instrumentos de política semelhantes aos utilizados para oalargamento em curso e preconizou a introdução de critérios de aferição anuais para cada país,com base nos critérios económicos e políticos definidos em 1993 em Copenhaga. O segundorelatório anual foi aprovado pelo Parlamento Europeu em 20 de Novembro (286). Por sua vez,em dois pareceres emitidos em 15 de Maio (287) e em 11 de Dezembro (288), o ComitéEconómico e Social Europeu apresentou uma série de propostas com vista a reforçar o papelda sociedade civil na Europa do Sudeste. Por último, num parecer de 19 de Novembro (289), oComité das Regiões considerou que as entidades locais e regionais poderiam desempenhar umpapel fundamental no apoio, a nível local, do processo de estabilização e de associaçãoiniciado com os países dos Balcãs Ocidentais.

869. Numa comunicação de 21 de Maio (290), Comissão sugeriu, nomeadamente, aintrodução de elementos decalcados do processo de alargamento em curso da União, quevisam reforçar o objectivo final do alargamento da União Europeia aos países dos BalcãsOcidentais. Para o efeito, a Comissão propôs, em 13 de Novembro, que se definisse uma basejurídica para a elaboração de futuras parcerias (291) (quadro II<COM03.684>). Além disso,numa comunicação de 3 de Dezembro (292), a Comissão estabeleceu um quadro geral para aparticipação destes países nos programas e agências comunitários. Por último, em 16 deDezembro, propôs a alteração de diversos regulamentos de forma a que todas as pessoassingulares e colectivas envolvidas no processo de estabilização e de associação (PEA) possamparticipar nos convites à apresentação de propostas e concursos já acessíveis aos paísesenvolvidos no processo de pré-adesão (quadro II<COM03.793>).

870. Evolução dos acordos. Em 5 de Setembro, a Comissão propôs a codificação doRegulamento (CE) n.° 2007/2000, bem como dos sucessivos actos que o alteraram, relativo àsmedidas comerciais excepcionais em favor dos países dos Balcãs Ocidentais, no âmbito do

(280) Relatório Geral 2002, n.° 759.(281) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/see/actions/index.htm</HYP>.(282) COM(2003) 139 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.53. Relatório anterior: COM(2002) 163 e Relatório Geral 2002, n.° 860.(283) Bol. 4-2003, ponto 1.6.50.(284) Bol. 6-2003, ponto 1.6.69.(285) Bol. 6-2003, ponto 1.6.71.(286) Bol. 11-2003, ponto 1.6.53.(287) JO C 208 de 3.9.2003 e Bol. 5-2003, ponto 1.6.67.(288) Bol. 12-2003, ponto 1.6.85.(289) Bol. 11-2003, ponto 1.6.52.(290) COM(2003) 285 e Bol. 5-2003, ponto 1.6.68.(291) Relatório Geral 1999, n.° 757.(292) COM(2003) 748 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.78.

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processo de estabilização e de associação (quadro II<COM03.537>). Em 29 de Setembro, oConselho autorizou a Comissão a negociar adaptações aos acordos de estabilizaçãoconcluídos em 2001 com, respectivamente, a antiga República jugoslava da Macedónia (293) ea Croácia (294), tendo em conta a adesão à União de 10 novos Estados-Membros(quadro III<ACCA03.92.1><ACCA03.92.2>).

Em 31 de Janeiro, as negociações relativas a um acordo de associação e de estabilização coma Albânia foram oficialmente lançadas por Romano Prodi, presidente da Comissão, e porFatos Nano, primeiro-ministro da Albânia. No decurso de 2003, realizaram-se sete ciclos denegociações que incidiram sobre questões como o diálogo político, a cooperação regional, acirculação dos trabalhadores e o comércio de bens e serviços. Por sua vez, o Conselhoexprimiu, em 9 de Dezembro (295), a sua preocupação perante a lentidão das reformas nestepaís.

Em 18 de Novembro (296), a Comissão apresentou o seu relatório sobre a preparação da Bósniae Herzegovina para negociar um Acordo de Estabilização e de Associação (AEA) com aUnião Europeia. Embora registe os progressos consideráveis deste país no que respeita queraos critérios económicos quer aos critérios políticos, a Comissão considera, porém, quemuitas reformas fundamentais estão ainda por fazer. A Comissão define ainda prioridades deacção para 2004 que poderão conduzir, caso sejam postas em prática, à abertura denegociações com vista a um AEA. Em 9 de Dezembro (297), o Conselho aprovou essasorientações.

<T3>6.7.4. Assistência técnica e financeira

871. A fim de atenuar as restrições financeiras da Sérvia e Montenegro, foi decididoaumentar o montante da ajuda macrofinanceira suplementar concedida a este país (→ n.°121). Por outro lado, devido ao défice considerável da balança de pagamentos da Albânia, aComissão propôs, em 23 de Dezembro, que fosse concedida à Albânia uma ajudamacrofinanceira extraordinária até ao limite de 25 milhões de euros, em complemento daajuda de 46,5 milhões de euros já disponibilizada (quadro II<COM03.834>).

872. Dados estatísticos. A repartição por instrumento e por país ou região beneficiária daassistência concedida aos Balcãs em 2003 figura no quadro 17.

QUADRO 17

Assistência aos Balcãs Ocidentais (excluindo a ajuda humanitária e a ajuda macrofinanceira)

(em milhões de euros)

CARDS (1) Outrosprogramas

Total

Albânia

Antiga República jugoslava da Macedónia

46,5

43,5

46,5

43,5

(293) Relatório Geral 2001, n.° 974.(294) Relatório Geral 2001, n.° 975.(295) Bol. 12-2003, ponto 1.6.82.(296) COM(2003) 692 e Bol. 11-2003, ponto 1.6.54.(297) Bol. 12-2003, ponto 1.6.82.

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Bósnia e Herzegovina

Croácia

Sérvia e Montenegro,

incluindo:

- Kosovo

- Montenegro

- Sérvia

Cooperação regional

Despesas administrativas

Administrações civis (2)

63,0

62,0

324,3

69,3

15,0

240,0

32,5

17,1

32,0

2,2 (2)

63,0

62,0

326,5

69,3

15,0

240,0

32,5

17,1

32,0

(1) Programa «Assistência comunitária para a reconstrução, o desenvolvimento e aestabilização».

(2) Administrações civis transitórias.

<T3>6.7.5. Cooperação regional e relações bilaterais

873. As declarações da presidência em nome da União Europeia relativas aos países dosBalcãs Ocidentais figuram no quadro 15 (→ n.° 764).

874. Cooperação regional. Em 14 de Abril (298), a importância da cooperação regionalenquanto elemento fundamental do processo de estabilização e de associação foi assinaladapelo Conselho, que se congratulou com o resultado da cimeira recentemente realizada emBelgrado do processo de cooperação para a Europa do Sudeste.

875. Albânia. Em 31 de Janeiro, Romano Prodi, presidente da Comissão, deslocou-se àAlbânia, onde se encontrou com as autoridades do país ao mais alto nível e proferiu umdiscurso no Parlamento albanês. Em 12 de Fevereiro, reuniu-se em Tirana a sexta comissãomista Comunidade Europeia-Albânia, instituída no âmbito do acordo de comércio e decooperação. Em 8 de Maio, Ilir Meta, ministro albanês dos Negócios Estrangeiros, deslocou-se a Bruxelas, onde se encontrou com o presidente Romano Prodi e com Christopher Patten,membro da Comissão. Em 14 de Abril (299), o Conselho decidiu a concessão de umacontribuição financeira de 820 000 euros destinada à destruição do excedente de muniçõespara armas ligeiras e de pequeno calibre neste país, em aplicação da Decisão 2002/589/PESC.A negociação de um acordo entre a Comunidade e a Albânia, relativo à readmissão daspessoas em situação irregular, terminou em 5 de Novembro.

876. Bósnia e Herzegovina. Em 27 de Janeiro (300), o Conselho congratulou-se com o êxitodo lançamento, em 1 de Janeiro, da Missão de Polícia da União Europeia (MPUE) na Bósnia

(298) Bol. 4-2003, ponto 1.6.50.(299) Decisão 2003/276/PESC (JO L 99 de 17.4.2003 e Bol. 4-2003, ponto 1.6.53).(300) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.108.

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e Herzegovina, criada em 2002 (301), que constitui a primeira operação no âmbito da políticaeuropeia comum em matéria de segurança e defesa (→ n.° 759). Em 17 de Março (302), oConselho procedeu à alteração do âmbito de aplicação da acção comum que institui a MPUE.Em 27 de Fevereiro (303) e em 8 de Dezembro (304), alterou igualmente os respectivos custos deexecução. Em 21 de Julho (305), aprovou um acordo com a Rússia que prevê a participaçãodeste país nas actividades da MPUE. Numa declaração de 29 de Setembro (306), que seinscreve no prolongamento da cimeira União Europeia-Balcãs de 21 de Junho (→ n.° 863), oConselho expôs os compromissos assumidos, respectivamente, pela União Europeia e aBósnia e Herzegovina quanto à intensificação das suas relações mútuas mediante,nomeadamente, a instauração de um diálogo político regular e o estabelecimento de novasformas de cooperação que tenham em conta o estatuto da Bósnia e Herzegovina de candidatopotencial à adesão à União. Em 17 de Setembro (307), Adnan Terzic e Mladen Ivanic, primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros da Bósnia e Herzegovina, respectivamente,foram recebidos em Bruxelas por Romano Prodi, presidente da Comissão, e por Javier Solana,alto-representante para a PESC.

877. Croácia. Em 20 de Fevereiro, a Croácia apresentou um pedido de adesão à UniãoEuropeia, Em 14 de Abril, o Conselho decidiu aplicar o procedimento previsto no artigo 49.°do Tratado da União Europeia e convidou a Comissão a apresentar-lhe o seu parecer sobre oreferido pedido de adesão. Aquando da sua visita à Croácia, em 12 e 13 de Março (308),Christopher Patten, membro da Comissão, encontrou-se com Stipe Mesic, presidente daRepública da Croácia, bem como com Neven Mimica, ministro da Integração Europeia,Slavko Linic, vice-primeiro-ministro, e Zlatko Tomcic, presidente do Parlamento croata,tendo igualmente assistido às reuniões da Comissão dos Assuntos Externos e da Comissãopara a Integração Europeia. Aquando da sua visita à Croácia, em 10 de Julho, Romano Prodi,presidente da Comissão, entregou um questionário às autoridades croatas, cujas respostasforam apresentadas em Outubro, com vista a obter um quadro fiel da situação. Em 9 deOutubro, Ivica Racan, primeiro-ministro croata, Tonino Picula, ministro dos NegóciosEstrangeiros, e Neven Mimica, ministro da Integração Europeia, encontraram-se em Bruxelascom Javier Solana e Günter Verheugen, alto-representante para a PESC e membro daComissão, respectivamente (309). Constatando os progressos do país, os representantes das duasinstituições evocaram a possibilidade de um parecer favorável sobre o pedido de adesão daCroácia. Patrick Cox, presidente do Parlamento Europeu, deslocou-se à Croácia, em 28 e 29de Setembro, visita que precedeu a de Günter Verheugen, em 13 de Novembro. Este últimoencontrou-se, designadamente, com Stipe Mesic, Ivica Racan, Tonino Picula e ZlatkoTomcic, bem como com os dirigentes dos partidos políticos croatas. O Conselho congratulou-se, em 9 de Dezembro (310), com o facto de as normas internacionais terem sido respeitadasdurante as eleições legislativas. Por outro lado, na perspectiva do pedido de adesão daCroácia, o Conselho encorajou o país a cumprir os critérios de Copenhaga.

878. Sérvia e Montenegro. Aquando das suas sucessivas tomadas de posição sobre asituação nos Balcãs (→ n.° 862), o Conselho saudou por diversas vezes os progressosrealizados a nível da concretização das reformas constitucionais na Sérvia e Montenegro,

(301) Acção comum 2002/210/PESC (JO L 70 de 13.3.2002 e Relatório Geral 2002, n.° 875).(302) Acção Comum 2003/188/PESC (JO L 73 de 19.3.2003 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.58).(303) Acção Comum 2003/141/PESC (JO L 53 de 28.2.2003 e Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.109).(304) Decisão 2003/856/PESC (JO L 323 de 10.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.92).(305) Decisão 2003/582/PESC (JO L 197 de 5.8.2003 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.95).(306) Bol. 9-2003, ponto 1.6.83.(307) Bol. 9-2003, ponto 1.6.82.(308) Bol. 3-2003, ponto 1.6.59.(309) Bol. 10-2003, ponto 1.6.51.(310) Bol. 12-2003, ponto 1.6.82.

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sublinhando, contudo, a necessidade de concluir rapidamente essas reformas. Em 21 deJulho (311), o Conselho congratulou-se com a ultimação, pela Sérvia e Montenegro, do plano deacção relativo ao comércio e ao mercado interno, o qual, uma vez aprovado pela Assembleiada União dos Estados da Sérvia e Montenegro, permitirá à Comissão dar início a um estudode viabilidade sobre a abertura de negociações com este país, com vista a um acordo deestabilização e de associação. Numa declaração de 29 de Setembro (312), que se inscreve noprolongamento da cimeira União Europeia Balcãs Ocidentais de 21 de Junho (→ n.° 863), oConselho expôs os compromissos assumidos, respectivamente, pela União Europeia e aSérvia e Montenegro, quanto à intensificação das suas relações mútuas mediante,nomeadamente, a instauração de um diálogo político regular e o estabelecimento de novasformas de cooperação que tenham em conta o estatuto deste país de candidato potencial àadesão à União.

Em 14 de Março (313), Christopher Patten, membro da Comissão, deslocou-se a Belgrado, ondese encontrou com Svetozar Marovic e Goran Svilanovic, presidente e ministro dos NegóciosEstrangeiros da Sérvia e Montenegro, respectivamente, bem como com Nebojsa Kovic,primeiro-ministro sérvio interino na sequência do assassinato de Zoran Djindjic, e com ofuturo primeiro-ministro entretanto nomeado, Zoran Zivkovic; efectuou ainda conversaçõescom Natasa Micic, porta-voz do Parlamento sérvio e presidente sérvia interina. Em 10 e 11 deSetembro (314), Christopher Patten efectuou uma visita a Pristina, onde foi recebido por HarriHolkeri, novo representante especial do secretário-geral da Organização das Nações Unidas,bem como pelo presidente e o primeiro-ministro das instituições provisórias de autonomiapolítica do Kosovo (IPAP), e dirigiu-se pela primeira vez à Assembleia do IPAP. ChristopherPatten e Patrick Cox, respectivamente membro da Comissão e presidente do ParlamentoEuropeu, deslocaram-se a Belgrado em 12 de Setembro (315) e em 29 de Setembro,respectivamente, onde se encontraram com o presidente da União dos Estados da Sérvia eMontenegro, bem como com os primeiros-ministros das duas Repúblicas.

Javier Solana, alto-representante para a PESC, e Christopher Patten, membro da Comissão,deslocaram-se a Viena, em 14 de Outubro, para participar na abertura do diálogo entrePristina e Belgrado (316), organizado pela Missão Provisória das Nações Unidas no Kosovo(MINUK), com o apoio da União Europeia, da Organização do Tratado do Atlântico Norte(NATO) e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Nas suasconclusões de 17 de Novembro sobre os Balcãs Ocidentais (317), o Conselho considerou que aabertura deste diálogo constitui um elemento indispensável para o regresso à estabilidade naregião. Javier Solana deslocou-se a Belgrado, em 15 de Dezembro, onde se encontrou com opresidente da União dos Estados da Sérvia e Montenegro, o primeiro-ministro da Sérvia, bemcomo com outras personalidades tais como o antigo presidente Vojislav Kostunica.

879. Antiga República jugoslava da Macedónia A vontade da União, manifestada em 2002pelo Conselho Europeu nas suas sessões de Sevilha e de Bruxelas (318), de assegurar oseguimento da operação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) neste paísteve repercussões concretas em 2003. Em 27 de Janeiro, o Conselho aprovou o princípio deuma operação militar (319) e instituiu um mecanismo financeiro (320), tendo adoptado, em 18 de

(311) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.92.(312) Bol. 9-2003, ponto 1.6.86.(313) Bol. 3-2003, ponto 1.6.61.(314) Bol. 9-2003, ponto 1.6.87.(315) Bol. 9-2003, ponto 1.6.85.(316) Bol. 10-2003, ponto 1.6.54.(317) Bol. 11-2003, ponto 1.6.46.(318) Bol. 6-2002, ponto I.7, Bol. 10-2002, ponto I.12, e Relatório Geral 2002, n.° 878.(319) Acção Comum 2003/92/PESC (JO L 34 de 11.2.2003 e Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.104).

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Março, a decisão formal de lançar a operação (321), com efeitos imediatos e com uma duraçãoprevista de seis meses. Os contornos da operação foram explicitados na mesma data nasconclusões do Conselho (322) que, em 21 de Março, concluiu um acordo com o país em questãoque fixa o estatuto das forças lideradas pela União Europeia (FUE) (323). A perspectiva delançamento da operação tinha sido saudada pelo Parlamento Europeu em 13 de Março (324).Confirmando as conclusões de 21 de Julho (325), o Conselho decidiu, em 29 de Julho, prorrogara missão militar «Concordia», até 15 de Dezembro de 2003, e nomeou Luís Nelson Ferreirados Santos como comandante da FUE (326). O Conselho assinou ainda, sucessivamente,acordos com a Turquia, em 4 de Setembro, com a Lituânia, em 9 de Setembro (327), e,posteriormente, com a Estónia, em 28 de Julho (328), com a Polónia, em 29 de Setembro (329), ea República Eslovaca, em 9 de Dezembro (330), para que estes países terceiros possamparticipar na operação Concordia. Em 16 de Junho, o mandato de Alexis Brouhns comorepresentante especial da União na antiga República jugoslava da Macedónia (331) foiprorrogado até 31 de Dezembro (332) e alargado ao acompanhamento da missão militar, emconcertação com o comandante da FUE. Em 8 de Dezembro (333), esse mandato foi novamenteprorrogado até 30 de Junho de 2004.

Em 29 de Setembro, o Conselho chegou a acordo quanto ao princípio (334) e quanto aolançamento efectivo (335), o mais tardar, em 15 de Dezembro, de uma Missão de Polícia(EUPOL) na antiga República jugoslava da Macedónia, baptizada «Proxima» (336). Na mesmadata, o Conselho nomeou Bart D’Hooge como chefe da futura missão. Em 17 deNovembro (337), o Conselho convidou Estados europeus que não são membros da União, bemcomo parceiros da NATO, a participar nessa missão e, em 27 de Novembro (338), autorizou oalto-representante para a PESC, Javier Solana, a encetar negociações com este país no querespeita à Proxima.

</DOC>

<T6>Secção 8

<T2>6.8. Relações com os países do Sul do Mediterrâneo e do Médio Oriente (339)

<T3>6.8.1. Perspectiva geral

880. Em 2003, a União Europeia reafirmou, em inúmeras ocasiões, a importânciaestratégica de que se reveste a região mediterrânica e demonstrou a sua determinação em

(320) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.105.(321) Decisão 2003/202/PESC (JO L 76 de 22.3.2003 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.55).(322) Bol. 3-2003, ponto 1.6.56.(323) Decisão 2003/222/PESC (JO L 82 de 29.3.2003 e Bol. 3-2003, ponto 1.6.57).(324) Bol. 3-2003, ponto 1.6.54.(325) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.97.(326) Decisão 2003/563/PESC (JO L 190 de 30.7.2003 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.98).(327) Bol. 9-2003, ponto 1.6.77.(328) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.96.(329) Bol. 9-2003, ponto 1.6.78.(330) Bol. 12-2003, ponto 1.6.90.(331) Acção Comum 2002/963/PESC (JO L 344 de 11.12.2002 e Relatório Geral 2002, n.° 878).(332) Acção Comum 2003/446/PESC (JO L 150 de 18.6.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.6.75).(333) Acção Comum 2003/870/PESC (JO L 326 de 13.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.89).(334) Bol. 9-2003, ponto 1.6.79.(335) Acção Comum 2003/681/PESC (JO L 249 de 1.10.2003 e Bol. 9-2003, ponto 1.6.80).(336) Decisão 2003/682/PESC (JO L 249 de 1.10.2003 e Bol. 9-2003, ponto 1.6.81).(337) Bol. 11-2003, ponto 1.6.56.(338) Bol. 11-2003, ponto 1.6.57.(339) No servidor Europa estão disponíveis informações complementares

(<HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/med_mideast/intro/index.htm</HYP>).

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reforçar a parceria euromediterrânica. A sexta Conferência Euromediterrânica dos ministrosdos Negócios Estrangeiros, que decorreu em Nápoles, e as conferências ministeriaissectoriais deram, designadamente, lugar a grandes progressos, materializando desta formaas orientações do Processo de Barcelona. Nas vésperas do alargamento, a União recordouigualmente a sua intenção de transformar a bacia mediterrânica e os seus vizinhos numespaço de diálogo, de cooperação, de paz e de estabilidade. Além disso, a União reafirmou asua vontade de manter laços estreitos com o mundo árabe e intensificar o diálogo entre asculturas, as religiões e as civilizações. Por outro lado, em 2003, a evolução das relações daUnião Europeia com os países do Mediterrâneo do Sul e do Médio Oriente teve como panode fundo a crise iraquiana e o contexto de extrema tensão no Próximo Oriente. A Uniãodefendeu um papel central para a Organização das Nações Unidas na gestão da criseiraquiana, associando-se seguidamente à reconstrução do país. Reiterou igualmente o seuapoio ao Processo de Paz no Próximo Oriente.

<T3>6.8.2. Abordagem multilateral

881. Conferência Ministerial Euromediterrânica de Nápoles (Itália) (340). Esta sextaconferência, que decorreu de 2 a 3 de Dezembro (341), reuniu os ministros dos NegóciosEstrangeiros dos 25 países da União alargada, bem como os seus homólogos dos 10 países doMediterrâneo, parceiros da União. Os debates incidiram principalmente sobre a questão daevolução da parceria euromediterrânica desde o lançamento do Processo de Barcelona (342),bem como sobre a criação de uma Assembleia Parlamentar da parceria euromediterrânica, deum banco euromediterrânico e de uma fundação euromediterrânica para o diálogo entre asculturas. O Conselho Europeu de Bruxelas de 12 de Dezembro (343) congratulou-se com estestrabalhos. A preparação da Conferência de Nápoles foi objecto, a nível comunitário, de umacomunicação da Comissão, em 15 de Outubro (344) e de resoluções do Comité das Regiões e doParlamento Europeu em 20 de Novembro (345). O Conselho Europeu de Bruxelas de 16 e 17 deOutubro (346) havia igualmente recordado, a montante desta reunião, a sua determinação emdesenvolver a parceria euromediterrânica.

882. Conferências ministeriais euromediterrânicas. No plano sectorial, em 26 e 27 deMaio (347), realizou-se em Creta a Conferência Euromediterrânica dos Ministros dos NegóciosEstrangeiros, durante a qual as partes efectuaram um balanço da aplicação do Plano de Acçãode Valência adoptado em 2002 (348), tendo debatido as suas relações com os novos vizinhos nocontexto do alargamento. O Conselho Europeu de Salonica (349) congratulou-se com essestrabalhos e, nomeadamente, com a adopção de princípios directores do diálogo entre asculturas e as civilizações. Em 7 de Julho (350), em Palermo, realizou-se um encontro dosministros do Comércio dos países mediterrânicos, juntamente com os futuros e actuaisEstados-Membros da União, que contou com a participação de Pascal Lamy, membro daComissão. As partes analisaram a execução da vertente comercial do Processo de Barcelona, aAgenda de Doha para o Desenvolvimento (351), bem como a coordenação das respectivasposições tendo em vista a 5.a Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio

(340) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/euromed/conf/naples/index.htm</HYP>.(341) Bol. 12-2003, ponto 1.6.94. Conferência anterior: Relatório Geral 2002, n.° 880.(342) Relatório Geral 1995, n.° 839, e Internet (<HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/euromed/bd.htm</HYP>).(343) Bol. 12-2003, ponto I.20.(344) COM(2003) 610 e Bol. 10-2003, ponto 1.6.56.(345) Bol. 11-2003, pontos 1.6.61 e 1.6.62.(346) Bol. 10-2003, ponto I.23.(347) Bol. 5-2003, ponto 1.6.72 e <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/euromed/conf/cret/index.htm</HYP>.(348) Relatório Geral de 2002, n.° 880 e <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/euromed/conf/val/index.htm</HYP>.(349) Bol. 6-2003, ponto I.26.(350) SEC(2003) 822 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.99.(351) Relatório Geral 2001, n.° 876.

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OMC (→ n.° 781). Em 27 de Novembro (352), realizou-se em Veneza a 1.a ConferênciaEuromediterrânica dos Ministros da Agricultura, consagrada essencialmente à pesca. Em 1 e2 de Dezembro decorreu em Roma uma conferência ministerial que reuniu os ministrosresponsáveis por questões de Energia. Os debates contemplaram uma nova parceriaeuromediterrânica para a promoção dos investimentos, o financiamento das infra-estruturas ea segurança dos abastecimentos de energia. O Conselho Europeu de 12 de Dezembro (353)congratulou-se com os progressos resultantes do conjunto dessas reuniões ministeriais.

883. Relações com os «novos vizinhos». Em vésperas do alargamento, foram realizadasnumerosas iniciativas tendo em vista a definição de um novo quadro para as relações com osvizinhos da Europa alargada, entre os quais, nomeadamente, os países do Sul do Mediterrâneo(→ n.° 1012).

884. Domínios sectoriais da Parceria Euromediterrânica. Em 25 de Setembro (354), oComité Económico e Social Europeu defendeu o interesse de um envolvimento mais activo anível nacional e regional da sociedade civil organizada na Parceria Euromediterrânica. Asquestões relativas às redes transeuromediterrânicas são tratadas na secção 12 («RedesTranseuropeias») do capítulo II (→ n.° 433).

885. As declarações da Presidência em nome da União Europeia e as resoluções doParlamento Europeu sobre os direitos humanos nos países do Sul do Mediterrâneo e do MédioOriente figuram, respectivamente, no quadro 3 (→ n.° 92) e no quadro 15 (→ n.° 764).

<T3>6.8.3. Países do Magrebe

886. Argélia. Aquando da sua visita à Argélia, em 30 de Março (355), Romano Prodi,presidente da Comissão, encontrou-se com Abdelaziz Bouteflika, presidente da República eAli Benflis, primeiro-ministro.

887. Marrocos. A terceira sessão do Comité de Associação entre a União Europeia eMarrocos, realizada em Bruxelas, em 24 de Fevereiro (356), contemplou, nomeadamente, aexecução do Acordo de Associação que entrou em vigor em 2000 (357) e o pedido marroquinode um «estatuto avançado» de integração. Em 19 e 20 de Maio (358), o Conselho condenouveementemente o atentado perpetrado em 17 de Maio em Casablanca, tendo sublinhado anecessidade de lutar contra a ameaça terrorista. Em 26 de Junho, a Comunidade assinou umacordo de cooperação científica e tecnológica com Marrocos (→ n.° 376). Em 17 deJunho (359), Driss Jettou, primeiro-ministro, encontrou-se com Romano Prodi, Chris Patten ePascal Lamy, respectivamente presidente e membros da Comissão. Em 22 de Dezembro, oConselho decidiu celebrar um acordo que substitui os protocolos agrícolas n.os 1 e 3 doAcordo de Associação com vista a alcançar uma maior liberalização das trocas comerciais deprodutos agrícolas (quadro III<ACCA03.119>).

888. Tunísia. Aquando da sua visita à Tunísia, em 31 de Março e 1 de Abril (360), RomanoProdi, presidente da Comissão, teve um encontro com Zine el-Abidine Ben Ali, presidente da

(352) Bol. 11-2003, ponto 1.6.64.(353) Bol. 12-2003, ponto I.18.(354) JO C 10 de 14.1.2004 e Bol. 9-2003, ponto 1.6.88.(355) Bol. 3-2003, ponto 1.6.64.(356) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.111. Sessão anterior: Relatório Geral 2002, n.° 886.(357) JO L 70 de 18.3.2000 e Relatório Geral 2000, n.° 916.(358) Bol. 5-2003, ponto 1.6.73.(359) Bol. 6-2003, ponto 1.6.78.(360) Bol. 4-2003, ponto 1.6.56.

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República e com Muhamad Ghannouchi, primeiro-ministro. Em 26 de Junho, a Comunidade ea Tunísia assinaram um acordo de cooperação científica e tecnológica (→ n.° 376). Em 30 deSetembro (361), decorreu em Bruxelas a quarta sessão do Conselho de Associação entre aUnião Europeia e a Tunísia.

889. Líbia. A Comissão propôs, em 3 de Outubro, revogar o Regulamento (CE) n.°3274/93 (362) que proíbe o fornecimento de certos bens e serviços à Líbia, a fim de seconformar com a Resolução n.° 1506 (2003) do Conselho de Segurança das Nações Unidas,que levanta com efeitos imediatos as medidas impostas pelas Resoluções n.os 748 (1992) e883 (1993) (quadro II<COM03.581>). Além disso, em Maio, respondendo a um conviteformulado pelo Conselho em 18 de Novembro 2002, que havia sublinhado a necessidade deiniciar uma cooperação em matéria de gestão dos fluxos migratórios com os paísesterceiros (363), a Comissão conduziu uma missão exploratória sobre este assunto junto dasautoridades de Tripoli.

<T3>6.8.4. Próximo Oriente

890. Situação no Próximo Oriente. O Conselho Europeu de Bruxelas, de 20 e 21 deMarço (364), retomando o conteúdo das conclusões do Conselho de 18 de Março (365), insistiu nanecessidade de relançar o processo de paz no Próximo Oriente através da aplicação do roteiroavalizado pelo Quarteto (366) em 20 de Dezembro de 2002 (367). Em 19 e 20 de Maio (368), oConselho condenou os atentados suicidas no Próximo Oriente, apelando ao fim dos actosterroristas, bem como ao respeito pelo direito internacional. Em 16 de Junho (369), pronunciou-se sobre a aceitação pelo Hamas da proposta da Autoridade Palestiniana e do cessar-fogocompleto. Em 21 de Julho (370), manifestou o seu apoio ao primeiro-ministro da AutoridadePalestiniana, felicitando-se com os esforços envidados pelo Egipto, os Estados Unidos e aJordânia com vista a uma resolução do conflito. No mesmo dia (371), nomeou Marc Otterepresentante especial da União Europeia para o Processo de Paz no Médio Oriente, quesucedeu assim a Miguel Moratinos, cujo mandato havia sido prorrogado e alargado àsquestões de segurança em 16 de Junho (372). Seguidamente, o Conselho alterou e prorrogou omandato de Marc Otte em 8 de Dezembro (373). Em 29 de Setembro (374), o Conselho exortou oGoverno de Israel a envidar todos os esforços possíveis para evitar a perda de vidas civis. Em16 e 17 de Outubro (375), o Conselho Europeu incitou todas as partes da região a esforçarem-sepor facilitar o diálogo e a negociação. Recordou que as relações da União Europeia comaqueles que tomarem iniciativas contrárias seriam inevitavelmente afectadas. Além disso,manifestou a sua preocupação quanto ao traçado do «muro de segurança» na Cisjordâniaocupada, que pode pôr em causa uma solução baseada na coexistência de dois Estados. Em 23de Outubro (376), o Parlamento Europeu defendeu, por sua vez, a instauração de um clima depaz e de dignidade no Médio Oriente, nomeadamente através do estabelecimento de uma

(361) Bol. 9-2003, ponto 1.6.89.(362) JO L 295 de 30.11.1993.(363) Relatório Geral 2002, n.° 462.(364) Bol. 3-2003, ponto I.46.(365) Bol. 3-2003, ponto 1.6.68.(366) União Europeia, Estados Unidos, Rússia, Organização das Nações Unidas.(367) Relatório Geral 2002, n.° 889.(368) Bol. 5-2003, ponto 1.6.76.(369) Bol. 6-2003, ponto 1.6.82.(370) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.106.(371) Acção Comum 2003/537/PESC (JO L 184 de 23.7.2003 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.105).(372) Acção Comum 2003/445/PESC (JO L 150 de 18.6.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.6.83).(373) Acção Comum 2003/873/PESC (JO L 326 de13.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.100).(374) Bol. 9-2003, ponto 1.6.93.(375) Bol. 10-2003, ponto I.27.(376) Bol. 10-2003, ponto 1.6.61.

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política de educação para a paz. O Conselho Europeu de 12 de Dezembro (377) exortou, por suavez, a Autoridade Palestiniana a lutar contra o terrorismo e a violência extremista e o Governoisraelita a inverter a sua política de implantação e a desmantelar os colonatos instaurados apósMarço de 2001. Por outro lado, congratulou-se com as iniciativas provenientes da sociedadecivil, designadamente a iniciativa para a paz lançada em Genebra.

891. Egipto. Em 28 e 29 de Abril (378), Fayza Aboulnaga, ministra dos NegóciosEstrangeiros, e Ali El Saidi, ministro da Indústria e de Desenvolvimento Tecnológico, foramrecebidos em Bruxelas por Philippe Busquin, Erkki Liikanen e Chris Patten, membros daComissão. Em 17 de Junho (379), realizou-se uma reunião ministerial durante a qual asdiscussões incidiram sobre a ratificação do Acordo de Associação (380) pelo Parlamentoegípcio, determinadas medidas comerciais provisórias, os novos vizinhos da União e oprograma MEDA (381). Em 18 de Dezembro, o Conselho decidiu concluir um acordo relativo àaplicação provisória das disposições comerciais e das medidas de acompanhamento doreferido Acordo de Associação (quadro III<ACCA03.123>).

892. Israel. Em 10 de Junho, a Comunidade e Israel assinaram um acordo de cooperaçãocientífica e tecnológica (→ n.° 376). Em 13 de Novembro a Comissão propôs a definição decertas modalidades de funcionamento para o Conselho de Associação estabelecido por forçado Acordo de Associação assinado com Israel em 2000 (382) (quadro II<COM03.693>). OConselho de Associação realizou a sua quarta sessão, em 17 e 18 de Novembro emBruxelas (383), no decurso da qual as partes debateram nomeadamente a situação no MédioOriente e a posição israelita no conflito. Em 4 de Novembro, A Comissão propôs alterar oregime de liberalização aplicável às importações de produtos agrícolas(quadro III<ACCA03.109>).

893. Jordânia. No âmbito da execução do Acordo de Associação (384), o Conselho decidiu,em 21 de Julho (385), criar um grupo de trabalho responsável pelos assuntos sociais e diversossubcomités especializados. Em 14 de Outubro (386), realizou-se uma segunda sessão doConselho de Associação.

894. Líbano. Em 16 de Janeiro (387), o Parlamento Europeu manifestou a sua confiança faceao projecto de Acordo Euromediterrânico de Associação entre a Comunidade Europeia e oLíbano, em fase de adopção (quadro III<ACCA03.29>). Christopher Patten, membro daComissão, foi recebido por Emile Lahoud, presidente da República, no decurso da sua visitaao Líbano em 6 e 7 de Fevereiro (388).

895. Síria. Aquando da sua visita à Síria, em 15 e 16 de Setembro (389), Christopher Patten,membro da Comissão, encontrou-se com o presidente Bashar Al-Assad, com o qual evocou asnegociações iniciadas tendo em vista a assinatura de um acordo de associação que abranja asrelações políticas, económicas, sociais e culturais.

(377) Bol. 12-2003, ponto I.20.(378) Bol. 4-2003, ponto 1.6.57.(379) Bol. 6-2003, ponto 1.6.84.(380) Relatório Geral 2001, n.° 1004.(381) Regulamento (CE) n.° 2698/2000 (JO L 311 de 12.12.2000 e Relatório Geral 2000, n.° 928).(382) JO L 147 de 21.6.2000 e Relatório Geral 2000, n.° 923.(383) Bol. 11-2003, ponto 1.6.68.(384) Relatório Geral 2002, n.° 892.(385) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.103).(386) Bol. 10-2003, ponto 1.6.60. Sessão anterior: Relatório Geral 2002, n.° 892.(387) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.112.(388) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.113.(389) Bol. 9-2003, ponto 1.6.92.

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896. Refugiados palestinianos. Em 19 de Maio (390), o Conselho prorrogou por um ano avalidade dos títulos de residência concedidos em 2002 (391) pelos Estados-Membros da Uniãoaos treze palestinianos evacuados da Basílica da Natividade, em Belém, em Maio de 2002.

<T3>6.8.5. Países do Médio Oriente

897. Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) (392) Em 3 de Março, realizou-se em Doha(Catar) a décima terceira sessão do Conselho de Cooperação entre a União Europeia e oCCG (393), no decurso da qual foi nomeadamente debatida a questão do Iraque (→ n.° 900). Asdiscussões foram essencialmente consagradas ao Acordo de Cooperação em vigor desde1989 (394), bem como às negociações do acordo de comércio livre, que serão lançadas em 8 deMaio pelo Conselho (quadro III<ACCA03.52>).

898. Arábia Saudita. Aquando da sua sessão de 19 e 20 de Maio (395), o Conselho condenoufirmemente o atentado de Riade de 12 de Maio, apelando a que os seus responsáveis sejamtraduzidos perante a justiça.

899. Irão. Por ocasião da sua visita ao Irão de 3 a 5 de Fevereiro (396), Chris Patten, membroda Comissão teve encontros com o presidente da República Islâmica do Irão, MohammadKhatami, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Kamal Kharrazi. Em 16 de Junho (397),29 de Setembro (398) e 13 de Outubro (399), o Conselho manifestou a sua preocupaçãorelativamente a certos aspectos do programa nuclear do Irão, tendo exortado este país acooperar com a Agência Internacional da Energia Atómica (AEIA). Em 18 de Março e 21 deJulho (400), recordou que a manutenção de relações com o Irão dependia dos esforçosenvidados por esse país no domínio dos direitos humanos, do terrorismo, da não-proliferaçãoe do processo de paz, tendo apelado à rápida libertação das pessoas detidas por terem exercidoo seu direito à liberdade de expressão. O Conselho Europeu de Bruxelas, de 16 e 17 deOutubro (401), pronunciou-se igualmente neste sentido. Em 9 de Dezembro (402), o Conselhoapoiou a resolução da AEIA de 26 de Novembro e acolheu favoravelmente o compromisso doIrão de se conformar plena e rapidamente com as suas exigências, nomeadamente através daexecução imediata do protocolo adicional do tratado de não proliferação nuclear. O Conselhorevelou igualmente a vontade da União em estabelecer uma cooperação com este país, desdeque desenvolva os esforços esperados.

900. Iraque. Em 27 de Janeiro (403), o Conselho, recordando o objectivo da Resolução n.°1441 (2002) do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a responsabilidade deste últimopela manutenção da paz e da segurança internacional, exortou as autoridades iraquianas acooperar com a Comissão de Controlo, de Verificação e de Inspecção das Nações Unidas(Cocovinu) (404). O Parlamento Europeu, por sua vez, em 30 de Janeiro (405), apelou a uma

(390) Posição Comum 2003/366/ PESC (JO L 124 de 20.5.2003 e Bol. 5-2003, ponto 1.6.78).(391) Posição Comum 2002/400/PESC (JO L 138 de 28.5.2002 e Relatório Geral 2002, n.° 895).(392) Arábia Saudita, Barém, Emirados Árabes Unidos, Koweit, Omã, Catar.

<HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/gulf_cooperation/intro/index.htm</HYP>.(393) Bol. 3-2003, ponto 1.6.69. Sessão anterior: Relatório Geral 2002, n.° 897.(394) JO L 54 de 25.2.1989.(395) Bol. 5-2003, ponto 1.6.80.(396) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.117.(397) Bol. 6-2003, ponto 1.6.85.(398) Bol. 9-2003, ponto 1.6.95.(399) Bol. 10-2003, ponto 1.6.63.(400) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.109.(401) Bol. 10-2003, ponto I.29.(402) Bol. 12-2003, ponto 1.6.103.(403) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.115.(404) <HYP>http://www.un.org/french/Depts/unmovic/</HYP>.(405) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.114.

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resolução pacífica do conflito no respeito pelo direito internacional, tendo convidado a UniãoEuropeia a exprimir-se a uma só voz nas instâncias internacionais. Em 17 de Fevereiro (406),realizou-se um Conselho Europeu Extraordinário em Bruxelas para debater a crise relativa aoIraque (→ n.° 1093). Aquando dessa cimeira, os participantes reafirmaram o seu apoio aotrabalho dos inspectores das Nações Unidas, considerando que era ao regime iraquiano queincumbia pôr termo a essa crise, conformando-se às exigências do Conselho de Segurança.Em 20 e 21 de Março, o Conselho Europeu, reunido em sessão ordinária em Bruxelas (407),reiterou uma vez mais o seu apego ao papel essencial que as Nações Unidas têm dedesempenhar durante e após o conflito no Iraque. Em 6 e 7 de Maio (408), Poul Nielson,membro da Comissão, deslocou-se ao Iraque a fim de analisar as possibilidades de estabelecerum gabinete de ajuda humanitária em Bagdade, em articulação com o Serviço de AjudaHumanitária (ECHO) (→ n.° 853). Em 26 de Maio (409), o Conselho manifestou a suapreocupação perante a destruição de bens culturais, de sítios arqueológicas, de monumentos ede bibliotecas. Em 7 de Julho, adoptou, tendo como fundamento a Resolução n.° 1483 (2003)do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Regulamento (CE) n.° 1210/2003 queestabelece restrições específicas sobre as importações de petróleo, de produtos petrolíferos, degás natural e de bens culturais provenientes do Iraque e revoga a regulamentação relativa aoembargo total (quadro II<COM03.357>). Este regulamento foi, aliás, alterado em 13 deOutubro tendo em vista uma reinterpretação da resolução de base (quadro II<COM03.584>).Em 28 de Abril, a Comissão havia igualmente proposto actualizar a lista das autoridadescompetentes às quais enviar as notificações ou os pedidos endereçados aos serviços dasNações Unidas responsáveis pelo Programa Iraque (quadro II<COM03.214>). Em 7 deJulho (410), o Conselho manteve a proibição de venda e de fornecimento de armamento e dematerial conexo ao Iraque, tendo igualmente decidido congelar os fundos e outros activosfinanceiros do Governo iraquiano precedente, bem como de Sadam Hussein, e estabelecerdeterminadas medidas restritivas específicas, tendo seguidamente precisado esta posição em13 de Outubro (411). Em 21 de Julho (412), o Conselho congratulou-se com a instituição doConselho de Governo iraquiano, exprimindo a sua vontade de participar na reconstrução doIraque. Em 29 de Setembro (413), sublinhou a importância de restabelecer a soberaniairaquiana. Por seu lado, o Parlamento Europeu adoptou, em 24 de Setembro (414), umarecomendação na qual apela nomeadamente a uma transferência gradual da autoridade civil epolítica para o povo iraquiano. Em 23 e 24 de Outubro (415), realizou-se a Conferência deMadrid sobre a reconstrução do Iraque, que reuniu 73 países e 20 organizações internacionaistendo em vista estabelecer promessas de contribuição para financiar a reconstrução do país. AUnião Europeia e os seus Estados-Membros prometeram, designadamente, uma contribuiçãode 700 milhões de euros para 2004. Aquando da fase de preparação desta Conferência, aComissão havia emitido, em 1 de Outubro (416), recomendações respeitantes ao desenrolardeste processo, bem como à participação da Comunidade neste projecto, as quais foramacolhidas com agrado pelo Conselho em 13 de Outubro (417). O Conselho Europeu de 16 e 17de Outubro (418) tinha-se igualmente pronunciado a favor de um empenhamento nareconstrução política e económica do Iraque. Por ocasião da sessão de 17 e 18 de

(406) Bol. 1/2-2003, ponto I.2.(407) Bol. 3-2003, ponto I.45.(408) Bol. 5-2003, ponto 1.6.81.(409) JO C 136 de 11.6.2003 e Bol. 5-2003, ponto 1.6.82.(410) Posição Comum 2003/495/PESC (JO L 169 de 8.7.2003 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.111).(411) Posição Comum 2003/735/PESC (JO L 264 de 15.10.2003 e Bol. 10-2003, ponto 1.6.68).(412) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.112.(413) Bol. 9-2003, ponto 1.6.97.(414) Bol. 9-2003, ponto 1.6.96.(415) Bol. 10-2003, ponto 1.6.69.(416) COM(2003) 575 e Bol. 10-2003, ponto 1.6.65.(417) Bol. 10-2003, ponto 1.6.67.(418) Bol. 10-2003, ponto I.28.

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Novembro (419), o Conselho congratulou-se com os resultados da Conferência de Madrid. Asimplicações orçamentais associadas à reabilitação e à reconstrução do Iraque são tratadas nasecção 2 («Orçamento») do capítulo VII (→ n.° 1025). Em 9 de Dezembro (420), o Conselhocondenou os ataques terroristas e exprimiu a sua solidariedade com a Espanha e os restantespaíses que recentemente perderam cidadãos seus no Iraque. O Conselho Europeu de 12 deDezembro (421) reafirmou, por sua vez, a determinação da União em apoiar a reconstruçãotanto política como económica do país, no âmbito das resoluções pertinentes do Conselho deSegurança das Nações Unidas.

<T3>6.8.6 Cooperação financeira e técnica

901. Aspectos gerais. Em 3 de Junho, o Parlamento Europeu pronunciou-se sobre orelatório anual do programa MEDA 2000, adoptado pela Comissão em 2001 (422). Em 29 deAgosto, a Comissão propôs a introdução de alterações técnicas no Regulamento (CE) n.°1734/94 relativo à cooperação financeira e técnica com os Territórios Ocupados da Palestina(quadro I<COD03.523>). O processo de desconcentração da gestão da ajuda da sede para asdelegações da Comissão nos países terceiros foi realizado com êxito no final de 2003relativamente às oito delegações situadas na zona Sul do Mediterrâneo.

902. Facilidade Euromediterrânica de Investimento. A fim de apoiar o desenvolvimento dosector privado na bacia mediterrânica, a Comissão salientou, em 15 de Outubro (423), aoportunidade de transformar a Facilidade Euromediterrânica de Investimento e de Parceria(FEMIP), criada em 2002 no seio do Banco Europeu de Investimento (424), numa filialmaioritária do BEI. Em 25 de Novembro (425), o Conselho também defendeu o reforço daFEMIP.

903. Financiamento das acções de cooperação. Em 2003, a Comissão atribuiu ummontante total de 600 milhões de euros no âmbito do programa MEDA, em conformidadecom as disposições do regulamento MEDA II. Foi autorizado um montante de 521,3 milhõesde euros a título dos planos de financiamento nacionais relativamente à totalidade dos paísesda parceria euromediterrânica, dos quais 22,5 milhões para o programa Tempus, bem como79 milhões de euros para o plano de financiamento regional. Para além disso, a Comissãoafectou um montante de 102,7 milhões de euros à gestão da situação específica na Cisjordâniae na Faixa de Gaza - territórios que foram objecto de autorizações distintas tendo em conta aactual crise - no âmbito de três programas: MEDA, apoio ao processo de paz e ajudafornecida pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina noPróximo Oriente. Por ocasião da Conferência de Madrid (→ n.° 900), a Comissão anunciouque iria participar com um montante de 29 milhões de euros nos programas de reconstruçãoexecutados no Iraque. Além disso, em Novembro, foi autorizada uma verba de 8 milhões deeuros para a realização de projectos e programas no Iémen.

</DOC>

<T6>Secção 9

(419) Bol. 11-2003, ponto 1.6.71.(420) Bol. 12-2003, ponto 1.6.140.(421) Bol. 12-2003, ponto I.19.(422) COM(2001) 806 e Relatório Geral de 2001, n.° 1009.(423) COM(2003) 587 e Bol. 10-2003, ponto 1.6.57.(424) Relatório Geral 2002, n.° 902.(425) Bol. 11-2003, ponto 1.6.63.

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<T2>6.9. Relações com os países da Europa de Leste, do Cáucaso e da Ásia Central (426)

<T3>6.9.1. Perspectiva geral

904. O diálogo político com os países em causa prosseguiu de forma regular em 2003, porintermédio das instâncias conjuntas de cooperação criadas no quadro dos acordos deparceria e de outros acordos concluídos com cada um destes países, bem como no âmbito dascimeiras organizadas com a Rússia e a Ucrânia. Esses diversos encontros centraram-se noimpacto do alargamento da União Europeia nestes países, bem como na iniciativa a favor deuma Europa alargada e nas questões do respeito dos direitos humanos, da promoção dademocracia e da transição para uma economia de mercado. Foi diversas vezes evocada aquestão da Chechénia. No âmbito das relações União Europeia-Rússia, o Conselho deCooperação foi reforçado, tendo passado a Conselho Permanente de Parceria.

<T3>6.9.2. Acordos de parceria e outros acordos (427)

905. Conselhos de cooperação. Os conselhos de cooperação instituídos no âmbito dosacordos de parceria entre a Comunidade e os países da Europa de Leste, do Cáucaso e da ÁsiaCentral realizaram-se em Bruxelas, respectivamente: em 27 de Janeiro, para o Usbequistão(quarta sessão) (428); em 18 de Março, para a Moldávia (quinta sessão) (429) e a Ucrânia (sextasessão) (430); em 15 de Abril, para a Rússia (sexta sessão) (431); em 22 de Julho, para oCazaquistão (quinta sessão) (432) e o Quirguizistão (quinta sessão) (433); em 30 de Setembro,para a Arménia, o Azerbaijão e a Geórgia (quinta sessão) (434).

<T3>6.9.3. Assistência financeira

906. Dados estatísticos. Em 2003, foi autorizado um montante de 483,2 milhões de euros atítulo da assistência aos países da Europa de Leste, do Cáucaso e da Ásia Central. Essaassistência contemplou os seguintes domínios de cooperação: apoio às reformasinstitucionais, jurídicas e administrativas; apoio ao sector privado e ajuda ao desenvolvimentoeconómico; ajuda destinada a atenuar as consequências sociais decorrentes da transição para aeconomia de mercado; desenvolvimento das redes de infra-estruturas; promoção da protecçãodo ambiente e gestão dos recursos naturais; desenvolvimento da economia rural.

907. As informações relativas à contribuição da União Europeia para a segurança nuclearsão tratadas na secção 5 («Energia») do capítulo IV (→ n.° 660).

<T3>6.9.4. Relações bilaterais

908. As declarações da presidência em nome da União Europeia relativas aos países daEuropa de Leste, do Cáucaso e da Ásia Central constam do quadro 15 (→ n.° 764). Asresoluções do Parlamento Europeu sobre os direitos humanos nesses países constam doquadro 3 (→ n.° 92).

(426) Podem ser obtidas informações complementares no servidor Europa

(<HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/ceeca/index.htm</HYP>).(427) <HYP>http://www.europa.eu.int/comm/external_relations/ceeca/pca/index.htm</HYP>.(428) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.133.(429) Bol. 3-2003, ponto 1.6.74.(430) Bol. 3-2003, ponto 1.6.78.(431) Bol. 4-2003, ponto 1.6.62.(432) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.114.(433) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.115.(434) Bol. 9-2003, ponto 1.6.98.

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909. Arménia. Em 4 de Dezembro, Robert Kocharian, presidente da Arménia, deslocou-sea Bruxelas, onde se encontrou com Romano Prodi, presidente da Comissão.

910. Azerbaijão. Em 25 de Maio, a Comissão decidiu nomear Gijs de Vries como enviadoespecial na República do Azerbaijão.

911. Bielorrússia (435). Em 11 de Fevereiro (436), o Parlamento Europeu adoptou umaresolução sobre o futuro das relações entre a União Europeia e este país. O Parlamentoexprimiu a sua preocupação pelo facto de o país continuar a fechar-se num crescenteisolamento, bem como pelo carácter antidemocrático do poder bielorusso e o empobrecimentocrescente da população. Em 14 de Abril (437), o Conselho tomou nota do levantamento daproibição de visto decidida em Novembro de 2002, na sequência da abertura de uma novadelegação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), em Minsk.Contudo, o Conselho evocou igualmente a degradação da democracia e do Estado de direito elamentou que a Bielorrússia não cumprisse os seus compromissos internacionais.

912. Geórgia (438). Na sequência da Acção Comum 2001/759/PESC, que prevê umacontribuição financeira para o processo de resolução do conflito na Ossécia do Sul (439), oConselho previu, em 25 de Junho (440), conceder uma assistência financeira suplementar após otermo de vigência, em 30 de Junho de 2004, da referida acção comum. Na sequência dosresultados das eleições legislativas de 2 de Novembro, o Conselho, após uma declaração dapresidência (→ n.° 764), recordou, nas suas conclusões de 17 de Novembro (441), aimportância, para as partes em causa, de desenvolverem um diálogo construtivo com vista aimpedir uma destabilização do país. Em 9 de Dezembro (442), na sequência da declaração dapresidência sobre a crise política de 22 e 23 de Novembro na Geórgia (→ n.° 764), oConselho exprimiu o seu apoio ao poder político provisório em exercício, instando todas aspartes para que mantivessem a estabilidade no país, especialmente no quadro da realizaçãodas futuras eleições. O Conselho recordou ainda o empenhamento da União na integridadeterritorial da Geórgia e a sua intenção de ajudar o país, juntamente com o resto da comunidadeinternacional, a ultrapassar as dificuldades.

913. Cazaquistão (443). Na sua sessão de 27 e 28 de Fevereiro (444), o Conselho confirmouque reconhece Astana como capital deste país e declarou que é importante para a UniãoEuropeia estar aí devidamente representada mediante a transferência para aquela cidade dasactividades actualmente desenvolvidas pelas missões situadas em Almaty.

914. Moldávia (445). Em 27 de Fevereiro, o Conselho exprimiu a sua preocupaçãorelativamente ao conflito na Transnístria, considerando inaceitável o obstrucionismopersistente dos dirigentes da região (446). O Conselho adoptou, por conseguinte, medidasrestritivas contra estes últimos, proibindo-lhes, durante um ano, a entrada ou o trânsito peloterritório dos Estados-Membros (447). Na mesma data, a União Europeia e os Estados Unidos

(435) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/belarus/intro/index.htm</HYP>.(436) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.125.(437) Bol. 4-2003, ponto 1.6.61.(438) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/georgia/intro/index.htm</HYP>.(439) JO L 286 de 30.10.2001 e Relatório Geral 2001, n.° 1024.(440) Acção Comum 2003/473/PESC (JO L 157 de 26.6.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.6.93).(441) Bol. 11-2003, ponto 1.6.73.(442) Bol. 12-2003, ponto 1.6.110.(443) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/kazakhstan/intro/index.htm</HYP>.(444) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.128.(445) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/moldova/intro/index.htm</HYP>.(446) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.130.(447) Posição Comum 2003/139/PESC (JO L 53 de 28.2.2003 e Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.131).

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assinaram uma declaração conjunta sobre uma política coordenada em matéria de sanções (448)contra esses mesmos dirigentes.

915. Rússia (449). Em 2003, realizaram-se duas cimeiras União Europeia-Rússia, a primeiradas quais em 31 de Maio, em São Petersburgo (450), e a segunda em 6 de Novembro, emRoma (451).

Na primeira cimeira, que se realizou no âmbito da celebração do 300.° aniversário de SãoPetersburgo, a União Europeia fez-se representar por Konstantinos Simitis, primeiro-ministrogrego e presidente em exercício do Conselho, Romano Prodi, presidente da Comissão, eChristopher Patten, membro da Comissão; a Rússia estava representada pelo seu presidente,Vladimir Putin. As partes reiteraram o compromisso de intensificarem a sua cooperação noquadro do Acordo de Parceria e de Cooperação assinado em 1997, com vista à criação, alongo prazo, de «espaços comuns» no sector económico, por exemplo, ou nos domínios daliberdade, segurança e justiça, bem como nos da segurança externa, da investigação e daeducação. A cimeira permitiu igualmente analisar os progressos em matéria de cooperaçãonos domínios do ambiente, da protecção do transporte marítimo e da segurança nuclear ediscutir as repercussões do alargamento da União Europeia nas relações União Europeia-Rússia. As partes decidiram reforçar o Conselho de Cooperação, que passou a ConselhoPermanente de Parceria (→ n.° 905). Acolhendo com satisfação a instauração de umacooperação em termos práticos para a gestão de crises, as partes abordaram questões como aChechénia, o conflito na Moldávia, o problema da droga no Afeganistão e na Ásia Central,bem como a situação no Iraque. Em 15 de Maio, o Parlamento Europeu adoptou umaresolução sobre esta cimeira (452).

Na segunda cimeira, a União Europeia fez-se representar por Romano Prodi, presidente daComissão, Christopher Patten e Pascal Lamy, membros da Comissão, bem como por SilvioBerlusconi, primeiro-ministro italiano e presidente em exercício do Conselho, assistido porJavier Solana, alto-representante para a PESC. A Rússia fez-se representar pelo seupresidente, Vladimir Putin. O progresso das reformas na Rússia constituiu o principal temadas discussões. Foram igualmente abordadas as questões da evolução da situação naChechénia e do grupo Iukos. A cimeira tomou nota da ambição partilhada pelas partes de criarum espaço económico comum e acordou em colaborar a favor da adesão da Rússia àOrganização Mundial do Comércio (OMC) em finais de 2004. As discussões incidiram aindasobre o impacto do alargamento da União nas relações União Europeia-Rússia, concedendoespecial atenção à extensão do acordo de parceria e de cooperação em vigor entre as partesaos futuros Estados-Membros da União, após a sua adesão em Maio de 2004. A cimeiraabordou igualmente a questão da cooperação no domínio do ambiente, especialmente emmatéria de alterações climáticas e de segurança marítima. As partes adoptaram umadeclaração comum destinada a facilitar a cooperação, no que respeita a questões políticas e desegurança, tirando o maior partido dos recursos existentes. Foi ainda assinado um acordoentre a Europol e o ministro do Interior da Rússia, com vista a promover a cooperação emmatéria de luta contra o terrorismo e o crime organizado. Numa resolução adoptada em 20 deNovembro (453), o Parlamento exprimiu reservas quanto aos resultados desta cimeira,nomeadamente no que respeita às posições da União Europeia em relação à situação naChechénia.

(448) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.132.(449) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/russia/intro/index.htm</HYP>.(450) Bol. 5-2003, ponto 1.6.86.(451) Bol. 11-2003, ponto 1.6.76.(452) Bol. 5-2003, ponto 1.6.85.(453) Bol. 11-2003, ponto 1.6.77.

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Numa resolução de 16 de Janeiro (454), o Parlamento Europeu já tinha manifestado a suapreocupação perante a violência que reina na Chechénia, lamentado a não prorrogação domandato do grupo de assistência da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa(OSCE) para a Chechénia. Em 3 de Julho (455), esta questão foi objecto de uma nova resoluçãodo Parlamento, na qual este convida as partes a aproveitar a oportunidade de uma soluçãopolítica para o conflito, congratulando-se com o início dos trabalhos com vista à conclusão deum acordo que reconheça à Chechénia uma certa autonomia.

Em 20 de Junho (456), o Conselho prorrogou até 24 de Junho de 2004 o período de aplicação daEstratégia Comum 1999/414/PESC relativa à Rússia, adoptada em 4 de Junho de 1999 (457).Em 24 de Junho (458), prorrogou até à mesma data a Acção Comum 1999/878/PESC (459) a fimde permitir a prossecução do programa de cooperação em favor da não proliferação e dodesarmamento na Rússia. No âmbito deste programa, o Conselho previu o financiamento dedeterminados projectos mediante uma decisão de 8 de Dezembro (460). O acordo decooperação científica e tecnológica entre a Comunidade Europeia e a Rússia foi reconduzidoem 6 de Novembro (→ n.° 377).

O fluxo das trocas comerciais entre a União Europeia e a Rússia continuou a aumentar em2003, confirmando a posição da União Europeia enquanto principal parceiro comercial daRússia O volume global do comércio da Rússia com a União Europeia deverá atingir 50%após o alargamento. No decurso do ano, Pascal Lamy, membro da Comissão, encontrou-secom Mikhail Kasyanov, primeiro-ministro, Alexei Kudrin, vice-primeiro-ministro e ministrodas Finanças, e Herman Gref, ministro do Desenvolvimento Económico e do Comércio.

916. Tajiquistão (461). Em 25 de Março (462), Imomali Rachmonov, presidente do Tajiquistão,efectuou uma visita a Bruxelas, onde foi recebido por Romano Prodi, presidente da Comissão.O Conselho incluiu, em 13 de Outubro (463), as questões da imigração e da cooperação contra oterrorismo nas negociações do projecto de acordo de parceria e de cooperação com este país.

917. Ucrânia (464). A cimeira anual União Europeia-Ucrânia realizou-se em Ialta, em 7 deOutubro (465). A União fez-se representar por Romano Prodi, presidente da Comissão,Christopher Patten, membro da Comissão e Silvio Berlusconi, primeiro-ministro italiano epresidente em exercício do Conselho, assistido por Javier Solana, alto-representante para aPESC. A Ucrânia estava representada pelo seu presidente, Leonid Kutchma. As partesreafirmaram o seu empenhamento a favor do reforço da cooperação no âmbito do acordo deparceria e de cooperação. A União salientou que a iniciativa «Europa alargada» (→ n.° 1012)facultava à Ucrânia a perspectiva, a longo prazo, de uma integração progressiva no mercadointerno comunitário, não se colocando, para já, a questão de uma associação ou de umaadesão à União. As duas partes acordaram na necessidade de prosseguir as reformas políticase económicas no âmbito da parceria estratégica entre a União Europeia e a Ucrânia. Asrestantes questões abordadas durante a cimeira incidiram sobre as eleições presidenciais deOutubro de 2004, a segurança nuclear, o trânsito da energia e a cooperação nos domínios da

(454) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.123.(455) Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.116.(456) Estratégia Comum 2003/471/PESC (JO L 157 de 26.6.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.6.95).(457) JO L 157 de 24.6.1999 e Relatório Geral 1999, n.° 797.(458) Acção Comum 2003/472/PESC (JO L 157 de 26.6.2003 e Bol. 6-2003, ponto 1.6.94).(459) JO L 331 de 23.12.1999 e Relatório Geral 1999, n.° 798.(460) Decisão 2003/874/PESC (JO L 326 de 13.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.115).(461) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/tajikistan/intro/index.htm</HYP>.(462) Bol. 3-2003, ponto 1.6.77.(463) Bol. 10-2003, ponto 1.6.77.(464) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/ukraine/intro/index.htm</HYP>.(465) Bol. 10-2003, ponto 1.6.76.

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Justiça e dos Assuntos Internos. As questões internacionais de interesse comum estiveramtambém no centro das discussões. A maior parte destas questões foram novamente abordadasaquando da visita de Christopher Patten à Ucrânia, em 10 e 11 de Novembro (466), onde seencontrou com Kostyantyn Hryshchenko, ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros. OConselho Europeu de Bruxelas, de 12 de Dezembro (467), aceitou prorrogar até 23 deDezembro de 2004 o período de aplicação da estratégia comum 1999/878/PESC em relação àUcrânia, adoptada em 11 de Dezembro de 1999 (468).

No quadro das negociações de adesão da Ucrânia à Organização Mundial do Comércio(OMC), Pascal Lamy, membro da Comissão, e Valeriy Khoroshkovskiy, ministro daEconomia ucraniano encerraram, em 17 de Março, as negociações bilaterais União Europeia-Ucrânia em matéria de acesso aos mercados. O Conselho de Cooperação e a cimeira UniãoEuropeia-Ucrânia reafirmaram o apoio da União Europeia à adesão, num futuro próximo, daUcrânia à OMC. Além disso, o dossiê das repercussões a nível comercial do alargamento daUnião foi analisada na cimeira União Europeia-Ucrânia, na reunião do Conselho deCooperação e durante uma série de outros encontros, entres os quais a conferência organizadapor iniciativa da Comunidade em Kiev, em 19 de Junho. O parecer da Comissão, solicitadopela Ucrânia com vista a obter o estatuto de país com uma economia de mercado, foicomunicado à Ucrânia em Março, estando a ser prosseguidas conversações. Prosseguiramigualmente as negociações sobre um acordo bilateral no sector dos produtos siderúrgicos. Oacordo de cooperação científica e tecnológica entre a Comunidade Europeia e a Ucrânia foireconduzido em 7 de Outubro (→ n.° 377).

918. Países da Ásia Central. Em 23 de Outubro, o Parlamento adoptou uma resoluçãorelativa ao respeito dos direitos humanos e da democracia nestes países (→ n.° 92).

<T3>6.9.5. Cooperação regional

919. Dimensão setentrional (469). Em 16 de Janeiro (470), na sequência da terceiraConferência ministerial sobre a dimensão setentrional, reunida no Luxemburgo em Outubrode 2002 (471), o Parlamento Europeu convidou, nomeadamente, a Comissão a ter em conta, noplano de acção trienal decidido pela conferência, o aprofundamento do diálogo político eeconómico, bem como as disparidades sociais entre a União Europeia em breve alargada e asregiões limítrofes, tendo ainda afirmado que o ambiente e o desenvolvimento sustentáveldevem constituir a pedra angular desta abordagem. O segundo plano de acção para adimensão setentrional foi aprovado pelo Conselho «Assuntos Gerais» de 29 de Setembro (472)e recebeu o aval do Conselho Europeu de 16 e 17 de Outubro (473), após um parecer consultivodo Comité das Regiões, emitido em 9 de Outubro (474). Esse plano de acção abrange o períodode 2004-2006 e concentra-se em seis vertentes específicas: economia, empresas e infra-estruturas; educação, recursos humanos, cultura e saúde pública; ambiente, segurança nucleare recursos naturais; cooperação transfronteiras; Justiça e Assuntos Internos; questõestransversais relativas a Kaliningrad (→ n.° 503) e à região do Árctico. Numa resolução de 20de Novembro (475), o Parlamento Europeu congratulou-se com este segundo plano de acção.

(466) Bol. 11-2003, ponto 1.6.80.(467) Estratégia Comum 2003/897/PESC (JO L 333 de 20.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.117).(468) JO L 331 de 23.12.1999 e Relatório Geral 1999, n.° 801.(469) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/north_dim/index.htm</HYP>.(470) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.124.(471) Relatório Geral 2002, n.° 921.(472) Bol. 9-2003, ponto 1.6.102. Primeiro Plano de Acção (2000-2003): Relatório Geral 2000, n.° 953.(473) Bol. 10-2003, ponto I.24.(474) Bol. 10-2003, ponto 1.6.72.(475) Bol. 11-2003, ponto 1.6.72.

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920. Sul do Cáucaso. Em 7 de Julho (476), o Conselho nomeou Heikki Talvitie comorepresentante especial da União Europeia para o Sul do Cáucaso. Em 8 de Dezembro (477), oConselho alterou o seu mandato e prorrogou-o até 30 de Junho de 2004.

921. Relações com os «novos vizinhos». Em vésperas do alargamento, foram lançadasmúltiplas iniciativas com vista a definir um novo quadro para as relações com os paísesvizinhos da Europa alargada, nomeadamente com os países da Europa de Leste (→ n.° 1012).

</DOC>

<T6>Secção 10

<T2>6.10. Relações com os Estados Unidos, o Japão e os outros países industrializados

<T3>6.10.1. Perspectiva geral

922. Em 2003, a União reafirmou a sua vontade de reforçar o diálogo político com os seusparceiros industrializados. Perante a crise iraquiana, a União manifestou-se a favor de umtrabalho concertado com toda a comunidade internacional. Anunciado como prioridadeestratégica pelo Conselho Europeu de Março, o reforço da parceria e da cooperaçãotransatlântica foi objecto de debates e progressos durante a cimeira anual União Europeia-Estados Unidos, realizada em Junho. Por outro lado, a União previu reforçar as relaçõesbilaterais com o Canadá. No âmbito do plano de acção União Europeia-Japão, a Comissãosalientou a importância dos investimentos com o seu parceiro japonês e assinou um acordo nodomínio da concorrência. A Comissão previu igualmente intensificar a cooperação com aAustrália em certos domínios específicos. No que respeita à Península Coreana, a Uniãointensificou a cooperação com a Coreia do Sul, especialmente em matéria de investigação etecnologia, e deplorou a retirada da Coreia do Norte do Tratado de Não-Proliferação, bemcomo o incumprimento, por parte deste país, das suas obrigações internacionais. A Comissãorecordou ainda o seu compromisso a favor de uma solução diplomática multilateral para estacrise.

<T3>6.10.2. Grupo dos Oito (G8)

923. Cimeira anual. De 1 a 3 de Junho (478), realizou-se em Évian (França) a reunião anualdos chefes de Estado e de Governo do G8 (479), tendo a União Europeia sido representada porKonstantinos Simitis, primeiro-ministro grego e presidente em exercício do Conselho, eRomano Prodi, presidente da Comissão. Durante a cimeira, as partes manifestaram o seuacordo quanto à importância crescente das reformas estruturais e da capacidade de resposta daeconomia, tendo em vista o reforço do crescimento mundial. No que respeita ao reforço dodesenvolvimento sustentável, as partes colocaram a tónica sobre a aplicação dos objectivos dedesenvolvimento para o milénio (480) e de Joanesburgo (481), que foram aceites a nívelinternacional. Em matéria de melhoria da segurança, as partes registaram que tinham sidorealizados progressos significativos a nível da luta contra o terrorismo à escala mundial, masque as redes terroristas e a proliferação das armas de destruição maciça constituíam ameaças

(476) Acção Comum 2003/496/PESC (JO L 169 de 8.7.2003 e Bol. 7/8-2003, ponto 1.6.122).(477) Acção Comum 2003/872/PESC (JO L 326 de 13.12.2003 e Bol. 12-2003, ponto 1.6.111).(478) Bol. 6-2003, ponto 1.6.99, e <HYP>http://www.g8.fr/evian/</HYP>. Reunião anterior: Relatório Geral 2002, n.° 924.(479) Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia.(480) Relatório Geral 2000, n.° 789.(481) Relatório Geral 2002, n.° 556.

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para a paz e segurança mundiais. Por último, as partes abordaram uma série de questõesregionais.

924. Reuniões ministeriais. Os membros do G8 reuniram-se a nível ministerial nosdomínios do ambiente (→ n.° 618), da justiça e dos assuntos internos (→ n.° 544), daeconomia e das finanças (→ n.° 118), bem como do trabalho e do emprego (→ n.° 176).

<T3>6.10.3. Estados Unidos (482)

925. Conclusões dos Conselhos Europeus. O Conselho Europeu de Bruxelas, de 20 e 21 deMarço (483), recordou, ao abordar a crise iraquiana, a necessidade de reforçar a parceriatransatlântica, prioridade estratégica fundamental para a União Europeia, e o interesse deestabelecer um diálogo permanente com os Estados Unidos sobre os novos desafios regionaise mundiais. Por seu turno, o Conselho Europeu de Salonica, de 19 e 20 de Junho (484), afirmouque o desenvolvimento das relações transatlânticas em pé de igualdade continuava a ser deimportância capital em todos os domínios, não só para as duas partes, mas também para acomunidade internacional. Aquando da sua sessão de 12 de Dezembro (485), em Bruxelas, oConselho Europeu adoptou uma declaração relativa às relações transatlânticas, na qualconsiderou que a União Europeia estava resolutamente empenhada numa parceria construtiva,equilibrada e voltada para o futuro com os seus parceiros transatlânticos. Após ter recordado anecessidade de se unirem contra ameaças como o terrorismo, o Conselho Europeu salientou acrescente interdependência política e económica entre as partes e sublinhou o interesse deuma acção concertada, a nível bilateral e no âmbito das instituições multilaterais, em prol dadefesa de valores partilhados.

926. Cimeira anual. Em 25 de Junho (486), realizou-se a cimeira anual União Europeia-Estados Unidos. Esta cimeira iniciou uma nova fase no reforço da cooperação transatlânticaapós a crise iraquiana. As duas partes chegaram a acordo quanto à assinatura dos acordossobre extradição e auxílio judiciário mútuo em matéria penal (→ n.° 533), aodesenvolvimento do mercado do hidrogénio, ao espaço aéreo transatlântico (→ n.° 693), àsegurança dos contentores marítimos e à proliferação das armas de destruição maciça, questãosobre a qual foi adoptada uma declaração comum, chamando a atenção para a Coreia do Nortee o Irão.

927. Visitas. De visita a Washington, em 4 de Abril (487), Javier Solana, alto-representantepara a PESC, foi recebido, nomeadamente, por Colin Powell, secretário de Estado, por MarcGrossman, subsecretário de Estado para os assuntos políticos, e por Condoleezza Rice,conselheira do presidente Bush para a segurança nacional. De 23 a 26 de Setembro,Christopher Patten, membro da Comissão, deslocou-se a Nova Iorque, onde participou na 58.ªsessão da Assembleia Geral das Nações Unidas e em diversas reuniões políticas realizadasparalelamente (→ n.° 765). Pascal Lamy, membro da Comissão, deslocou-se a Washington,em 3 e 4 de Novembro (488), onde teve conversações, nomeadamente, com John Snow,secretário do Tesouro americano, William Thomas, relator do projecto de lei da Câmara dosRepresentantes relativo à supressão das ajudas fiscais à exportação, Charles Grassley,membro da Comissão das Finanças do Senado, bem como com representantes e membros do

(482) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/us/intro/index.htm</HYP>.(483) Bol. 3-2003, ponto I.45.(484) Bol. 6-2003, ponto I.27.(485) Bol. 12-2003, ponto I.36.(486) Bol. 6-2003, ponto 1.6.103. Reunião anterior: Relatório Geral 2002, n.° 926.(487) Bol. 4-2003, ponto 1.6.67.(488) Bol. 11-2003, ponto 1.6.83.

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Congresso americano. Tais conversações incidiram sobre a adaptação da legislação relativa aoregime fiscal aplicável às sociedades de venda no estrangeiro às regras da OrganizaçãoMundial do Comércio. Aquando de uma visita a Bruxelas de Colin Powell, secretário deEstado americano, em 18 de Novembro (489), as partes europeias e americanas debateram oacordo de cooperação aduaneira relativo à segurança dos transportes, o programa nucleariraniano, bem como a actualidade mundial e regional.

928. Domínios específicos de cooperação. Prosseguiram as negociações dos acordos decooperação científica e tecnológica com os Estados Unidos e com os Estados UnidosMexicanos (→ n.° 376). Em 3 de Junho, o Conselho pronunciou-se sobre o registo obrigatóriodos gabinetes de auditoria europeus junto do «Public Company Accounting OversightBoard» (PCAOB) dos Estados Unidos (→ n.° 225). Além disso, a Comissão adoptou, em 13de Agosto, um relatório sobre a aplicação das regras de concorrência previstas no acordo comos Estados Unidos (→ n.° 280). A Comissão propôs igualmente, em 15 de Setembro, medidasde protecção contra os efeitos da aplicação da lei americana antidumping de 1916 (→ n.°783). Em 23 de Setembro, foi assinado um protocolo de acordo relativo a determinadostratados de investimento bilaterais entre os Estados Unidos, oito futuros Estados-Membros epaíses candidatos à adesão e a Comissão (→ n.° 796). Em 9 de Outubro, o ParlamentoEuropeu adoptou uma resolução sobre a transmissão de dados pessoais por parte dascompanhias aéreas no quadro dos voos transatlânticos (→ n.° 231). Em 13 de Outubro,iniciaram-se negociações com vista a um acordo sobre o reconhecimento recíproco das regrasde produção biológica e dos sistemas de inspecção correspondentes (→ n.° 447). Em 18 deNovembro, foi rubricado um acordo de cooperação aduaneira com os Estados Unidos,relativo à segurança dos transportes, nomeadamente a segurança dos contentores destinadosaos postos aduaneiros de cada uma das partes (quadro III<ACCA03.56>).

929. As declarações da Presidência em nome da União Europeia relativas aos EstadosUnidos constam do quadro 15 (→ n.° 764).

<T3>6.10.4. Japão (490)

930. Cimeira anual. Em 1 e 2 de Maio, realizou-se em Atenas a décima segunda cimeiraUnião Europeia-Japão (491). Os participantes evocaram a situação internacional e chegaram aacordo quanto à importância da diplomacia para resolver os problemas relativos à Coreia doNorte e ao Médio Oriente, bem como quanto ao papel das Nações Unidas na estabilização doIraque. As partes evocaram igualmente a questão do alargamento da União Europeia e suasconsequências para o Japão e adoptaram uma declaração comum sobre as respectivasiniciativas em matéria de investimento, salientando o interesse dos investimentos bilaterais.

931. Domínios específicos de cooperação. Foram efectuadas negociações com vista àassinatura de um acordo de cooperação científica e tecnológica (→ n.° 376). Em 10 de Julho,foi assinado um acordo respeitante à cooperação no âmbito das actividades anticoncorrenciais(→ n.° 281).

<T3>6.10.5. Canadá (492)

932. Cimeira União Europeia-Canadá. Durante este encontro, que se realizou em Atenas,em 28 de Maio (493), as partes analisaram a actualidade internacional e bilateral, recordaram a

(489) Bol. 11-2003, ponto 1.6.84.(490) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/japan/intro/index.htm</HYP>.(491) Bol. 5-2003, ponto 1.6.93. Cimeira anterior: Relatório Geral 2002, n.° 931.(492) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/canada/intro/index.htm</HYP>.

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sua convergência de pontos de vista sobre os trabalhos em curso nas instâncias internacionais,como a Organização Mundial do Comércio, e evocaram as suas posições divergentesrelativamente à questão dos organismos geneticamente modificados. Quanto às recentesiniciativas da Comissão, as partes manifestaram a vontade política de reforçar os laçostransatlânticos que as unem nas vertentes política e económica. Aquando da sua sessão de 12de Dezembro, em Bruxelas (494), o Conselho Europeu congratulou-se com os progressosrealizados na análise das relações União Europeia-Canadá, bem como com as relações maisestreitas que as partes irão estabelecer na sequência do exame de um relatório final dosministros.

933. Domínios específicos de cooperação. Numa comunicação de 13 de Maio (495), aComissão expôs as suas prioridades no que respeita ao reforço da cooperação bilateral com oCanadá, decidido aquando da cimeira de Otava, realizada em 2002 (496). A referidacomunicação prevê a instauração de uma cooperação reforçada em matéria de comércio einvestimento, de justiça e assuntos internos, de ambiente e de educação e cultura. Em 29 deSetembro (497), o Conselho pronunciou-se igualmente a favor desse tipo de cooperaçãoreforçada em certos domínios específicos. Em 13 de Agosto, a Comissão adoptou umrelatório sobre a aplicação das regras de concorrência previstas no acordo com o Canadá (→n.° 280). Em 16 de Setembro, as partes assinaram um acordo sobre o comércio de vinho e debebidas espirituosas, com vista à protecção e ao reconhecimento das indicações geográficas(quadro III<ACCA03.50>).

<T3>6.10.6. Austrália (498)

934. Visitas. Aquando da sua visita a Melbourne e Camberra, de 16 a 21 de Abril (499),Christopher Patten, membro da Comissão, foi recebido por Mark Vaile, ministro doComércio, Alexander Downer, ministro do Ambiente e por Philip Ruddock, ministro daImigração. As duas partes examinaram a evolução da cooperação bilateral desde a assinaturada declaração comum de 1997 (500) e previram uma maior cooperação em domíniosespecíficos, tais como a luta contra o terrorismo, a melhoria do clima comercial em prol dospaíses menos desenvolvidos, a educação, a ciência e a tecnologia, o ambiente, a realização deprogramas de cooperação para o desenvolvimento na região Ásia-Pacífico e a gestão dosfluxos migratórios no mundo.

<T3>6.10.7. Nova Zelândia (501)

935. Visitas. De 21 a 24 de Abril (502), Christopher Patten, membro da Comissão, deslocou-se à Nova Zelândia, tendo sido recebido por Helen Clark, primeira-ministra, e por PhilipBruce Goff, ministro dos Negócios Estrangeiros. Em 24 de Abril (503), Helen Clark deslocou-se, por seu turno, a Bruxelas, onde foi recebida por Javier Solana, alto-representante para aPESC, e por Romano Prodi, presidente da Comissão.

<T3>6.10.8. Península Coreana

(493) Bol. 5-2003, ponto 1.6.92. Cimeira anterior: Relatório Geral 2002, n.° 934.(494) Bol. 12-2003, ponto I.22.(495) COM(2003) 266 e Bol. 5-2003, ponto 1.6.91.(496) Relatório Geral 2002, n.° 934.(497) Bol. 9-2003, ponto 1.6.112.(498) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/australia/intro/index.htm</HYP>.(499) Bol. 4-2003, ponto 1.6.64.(500) Relatório Geral 1997, n.° 963.(501) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/new_zealand/intro/index.htm</HYP>.(502) Bol. 4-2003, ponto 1.6.68.(503) Bol. 4-2003, ponto 1.6.69.

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936. Coreia do Sul (República da Coreia) (504). De 10 a 12 de Fevereiro, o alto-representante para a PESC, Javier Solana, deslocou-se à República da Coreia, onde seencontrou com Kim Dae-jung, antigo presidente, Roh Moo-huyn, presidente, Choi Song-hong, ministro dos Negócios Estrangeiros, e Lee Joon, ministro da Defesa, com os quaisevocou a questão nuclear na Coreia do Norte. Em 16 de Maio (505), Philippe Busquin, membroda Comissão, recebeu em Bruxelas Ho Koon Park, ministro da Ciência e Tecnologia. Nesseencontro foi abordada a questão do desenvolvimento da cooperação científica e tecnológica ea eventual negociação de um acordo na matéria, bem como a participação da Coreia do Sul noprojecto ITER (Reactor Termonuclear Experimental Internacional) (→ n.° 364). A segundareunião do Comité Misto previsto no acordo-quadro de comércio e de cooperação (506)realizou-se em Bruxelas, em 7 de Julho. Os participantes examinaram questões bilaterais emmatéria de comércio e de cooperação. Paralelamente a esta reunião, realizaram-se reuniõesespeciais, durante as quais se registaram progressos, nomeadamente nos domínios docomércio agrícola, das normas aplicáveis aos automóveis e da cooperação em matéria dedireitos de propriedade intelectual, concorrência, ambiente, ciência e tecnologia. De 12 a 15de Setembro (507), Erkki Liikanen, membro da Comissão, deslocou-se a Seul, onde seencontrou com Chin Dae-je, ministro da Informação e da Comunicação, e com Yoon Jin-sik,ministro do Comércio, Indústria e Energia. As discussões incidiram sobre um vasto leque dequestões bilaterais, tais como a Internet de alto débito, a regulamentação dastelecomunicações e o projecto de rede TEIN (Trans Eurasia Information Network).

937. Coreia do Norte (República Popular Democrática da Coreia) (508). Em 30 deJaneiro (509), o Parlamento Europeu condenou a decisão da Coreia do Norte de se retirar doTratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares e solicitou ao Governo que abolisse oprograma de enriquecimento de urânio destinado a armas nucleares. Após ter expresso a suapreocupação perante a não observância por parte da Coreia do Norte das suas obrigaçõesinternacionais, o Conselho Europeu, na sua sessão de Março, em Bruxelas (510), reiterou a suavontade de contribuir para uma solução diplomática desta crise. De 9 a 12 de Dezembro, atróica da União Europeia deslocou-se a Pyongyang a fim de debater o assunto. As partesevocaram igualmente a questão dos direitos humanos, as relações entre a Coreia do Norte e aCoreia do Sul e as reformas económicas na China. Na sua sessão de 12 de Dezembro (511), oConselho Europeu exortou a Coreia do Norte a desmantelar integralmente o seu programanuclear, de forma verificável e irreversível, e recordou que a União reexaminaria, senecessário, a sua política em relação à Coreia do Norte.

938. As declarações da Presidência em nome da União Europeia relativas à PenínsulaCoreana constam do quadro 15 (→ n.° 764); as resoluções do Parlamento Europeu sobre osdireitos humanos na Península Coreana constam do quadro 3 (→ n.° 92).

</DOC>

</GRP>

(504) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/south_korea/intro/index.htm</HYP>.(505) Bol. 5-2003, ponto 1.6.94.(506) JO L 90 de 30.3.2001 e Relatório Geral 2001, n.° 1054.(507) Bol. 9-2003, ponto 1.6.120.(508) <HYP>http://europa.eu.int/comm/external_relations/north_korea/intro/index.htm</HYP>.(509) Bol. 1/2-2003, ponto 1.6.140.(510) Bol. 3-2003, ponto I.49.(511) Bol. 12-2003, ponto I.28.