Upload
rodrigo-santana
View
302
Download
1
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Percepção da interelação dos seres vivos entre si, e dos tais com a natureza, conhecer o trabalho de preservação e educação ambiental, desenvolvido por pesquisadores, biólogos e guias ambientais, em parceria com a Petrobrás (patrocinadora), com o objetivo primordial de recuperar parte da Mata desmatada.
Citation preview
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Autorizada pelo Decreto Federal Nº 77.498 de 27/04/76
Reconhecida pela Portaria Ministerial Nº 874/86 de 19/12/86
Departamento de Ciências Biológicas
Relatório da Excursão I – Reserva Sapiranga
Docente: Profº Walter R. P. Cerqueira
Discente: Rodrigo Moraes Ribeiro de Santana
Disciplina: BIO 901 – Componente Integrador I/ Biologia de Campo
Curso: Bach. em Ciências Biológicas – 2012.2
Feira de Santana
2012
INTRODUÇÃO
A ida para a Reserva Sapiranga no dia 05 de Outubro de 2012, teve como objetivo uma
maior aproximação com a natureza dos estudantes de Ciências Biológicas, e percepção da
interelação dos seres vivos entre si, e dos tais com a natureza. Podemos conhecer o trabalho
de preservação e educação ambiental, desenvolvido por pesquisadores, biólogos e guias
ambientais, em parceria com a Petrobrás (patrocinadora), com o objetivo primordial de
recuperar parte da Mata desmatada, e a readaptação de plantas nativas ao seu habitat natural.
ABSTRACT
Going to Sapiranga Reserve on 05 October 2012, aimed to get closer to the nature of
students of Biological Sciences, and perception of interrelation of living beings to each other,
and with such nature. We know the work of conservation and environmental education,
developed by researchers, biologists and environmental guides in partnership with Petrobrás
(sponsor), with the primary goal to recover part of the Mata cleared, and rehabilitation of
native plants to their natural habitat.
PARTE I
Essa primeira parte da excursão, ateve-se à visita ao Museu de animais empalhados,
uma singela palestra sobre a infraestrutura da Reserva, e sobre os projetos que a
Administração em parceria com comunidades circunvizinhas vem desempenhando, e uma
rápida visita, entretanto crucial, à estufa de plantas que estão em processo de readaptação ao
clima natural.
A Reserva Sapiranga, situada a aproximadamente 80 km da Grande Salvador no
município de Mata de São João, que possui sua economia alicerçada no Turismo. Como disse
o guia Maurício, “é uma floresta secundária, datada desde 1551, possui 533 hectares de
extensão, sendo composta majoritariamente (quase totalidade) de Mata Atlântica; e nas
proximidades da tal, temos Camurujipe, com 1.329 hectares de extensão, destinada única e
exclusivamente a pesquisadores do ramo das Ciências Biológicas e Biomédicas, portanto, não
é aberta à visitação do público”.
Possui 44 projetos, tendo como foco o projeto de Floresta Sustentável, que consiste em
aliar preservação e consumo, com o objetivo final, de conservação. Tal projeto disponibiliza
também um curso de Artesanato, com finalidade de melhorar a renda da população local.
Em outro momento, logo na entrada do museu, foi
abordado um dos modos de captura desses animais (Tique)
que porventura foram mortos, e consequentemente
apanhados para o empalhamento, logo, os animais que ali
estão não foram mortos para esse fim (empalhamento).
Podemos observar diversas espécies de animais
peçonhentos, tal como cobras (coral e jararaca), escorpiões,
etc. Logo abaixo da imagem, observemos um besouro que
se encontra no meio dos demais, chamado de Besouro
Serrador (nomenclatura vulgar). A causa que o leva a
receber esse nome, saberemos na Parte II deste relatório,
que abordará algumas das milhares espécies que habitam a Reserva.
Ao lado podemos obervar alguns animais
empalhados e conservados em formol, como Lagarto,
Tatu, como também alguns animais marinhos, como o
Ganhamum, Pitu e Tatuí.
Após passar por uma abordagem geral dos objetivos da Reserva, e uma visita no Museu,
seguimos para o viveiro de mudas, com 600 m2, com mudas nativas da Mata Atlântica, que
estabelece um corredor ecológico entre Camurujipe e Sapiranga. O viveiro tem como
finalidade principal, fazer com que a muda seja adaptada ao clima natural que leva em torno
de 1 a 2 meses, e por fim, sua introdução aos poucos ao habitat natural.
Abaixo, serão listadas algumas espécies que estão em processo de adaptação:
- Ipê amarelo
- Cacau Selvagem
- Jabuticaba
- Pau Brasil (11 anos) – AMEAÇADO DE EXTINÇÃO.
- Café
- Jenipapo
- Maria Preta
- Biriba
- Ingá de carneiro
- Embaúba
- Dendê
- Pêssego
- Guapuruvu
- Urucum (utilizada para tingir roupas)
As espécies listadas acima, como tantas outras existentes, são postas em engenhocas
como podemos observar nas imagens abaixo, e depois plantadas/transferidas para a mata
fechada.
Mudas de Café
Mudas de Pau Brasil
Saindo do viveiro de mudas, em direção à trilha,
nos deparamos com o mico estrela de tufo branco. De
acordo com o guia Maurício, “essa espécie possui
uma curiosidade interessante, pois quem carrega os
filhotes após o nascimento, é o macho, sendo que
podemos identificar e diferenciar ambos os sexos, de
acordo com a grossura e pelagem do rabo, onde o
macho possui o rabo mais grosso e peludo do que a fêmea, onde esta pode gerar no máximo
quatro filhotes por estação reprodutiva”.
Os micos evidenciam comportamentos em seu ciclo reprodutivo que são característicos
de animais Estrategistas K, como alto investimento energético em cada membro da prole,
como também cuidado parental, possibilitando alta sobrevivência do indivíduo no meio em
que vive, como foi abordado nas aulas de Ecologia e Evolução pelo professor Dr. Gilberto
Mendonça.
PARTE II
Essa parte do relatório consistirá basicamente na listagem de espécies da fauna e flora,
observadas no decorrer da trilha, como também análise de aspectos ambientais que foram
relatados pelo guia florestal Maurício, no decorrer da excursão.
As árvores da Mata Atlântica são de grande porte, pois na fase de crescimento elas
necessitam de muita luz solar, entretanto, as árvores adultas “fecham” a passagem solar,
gerando sombra e umidade formando uma floresta fechada e densa; forçando assim às plantas
de pequeno e médio porte, “buscar” a luz solar, crescendo cada vez mais. O solo é muito
escuro, evidenciando a presença de muita matéria orgânica, também chamada de húmus, que
apresenta ótimas condições para o desenvolvimento da flora da região. A Mata é caracterizada
por ser Ombrófila Densa, de clima tropical úmido com solo arenoso e pobre.
Dentre os diversos pontos de desmatamento da Reserva, identifiquei dois “vazios
demográficos” com presença de terra branca com característica arenosa e ausência de
vegetação nativa naquele local, que foi fruto do desmatamento exacerbado e intenso que
sofreu aquela região, como podem ser evidenciados nas imagens abaixo:
As áreas vistas acima estão em processo de recuperação, com plantação de Aroeira,
Pitanga e Murta.
Abaixo segue algumas espécies da fauna e da flora que pude catalogar na excursão:
Casa de Cupim – Ajudam na decomposição da
matéria orgânica, e são fotofóbicos, ou seja, têm
aversão à luz solar;
- Casa feita com a saliva desses próprios animais;
- Servem de alimento para o Tamanduá.
Cipó (Tingú/Timbó) – Contém uma substância chamada de
Protenona, uma substância volátil, que retira o O2 da água. Este
cipó é utilizado como matéria prima para a confecção de
armadilhas para a captura dos peixes.
Palmeira de Piaçava (Piaçaba/Piaçá) – Extraindo-se sua fibra é
utilizada para a confecção de vassoura (vassoura de piaçava);
- Servem de alimento para a Paca e a Cutia.
A imagem ao lado, evidencia um galho de
árvore, por volta de 2,0 cm de diâmetro, que foi
“serrado”, pelo besouro serrador (Oncideres saga
saga), mostrado anteriormente na figura 2;
- O besouro “serra” a árvore, com o objetivo de
depositar seus ovos no interior delas.
Bromélia – Possui um fruto comestível, denominado de
chupa-chupa, que leva por volta de nove meses para
amadurecer;
- Pertence à família bromeliaceae;
- Armazena água em suas folhas, formando um
microecossistema.
Sucupira – Utilizada na construção civil, logo, é considerada
como Madeira de Lei.
- Serve de alimento para o bicho preguiça;
- Produz óleo aromático volátil, que pode ser usado contra
reumatismo;
- Serve como leve anestésico.
Dendê – A árvore do dendê pode chegar até 25m de altura;
- Mesma família das palmáceas (palmae);
- O fruto serve de alimento para caranguejos e pacas;
- O dendê e os animais que o consomem estabelecem uma
relação de zoocoria, ou seja, os animais atuam como
dispersores de sementes do fruto (endozoocoria);
Musgos – São sucessores de algas e fungos, sendo muito
sensível à poluição.
- Podem funcionar como indicadores de “qualidade do ar”, por
exemplo, é bem provável que no local onde há presença de
liquens, a qualidade do ar que inspiramos é excelente;
Cajueiro Bravo – Utilizado como pasta de dente, por dar um
aroma bucal refrescante, e é utilizado como anestésico na
medicina popular.
Canela de Velho – É muito utilizado na
cultura popular, como chá para amenizar
dores de barriga.
Rio Pojuca – Possui grande variedade de
fauna, e situa-se a 64 km da Grande Salvador.
- Presença de liquens nas rochas, devido à
vazante do rio que transborda e inunda
regiões de várzea.
* P.S.: Todas as informações acima foram fornecidas por um dos guias florestais da
Reserva Sapiranga, Maurício.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com as anotações feitas e as observações realizadas, podemos inferir e
perceber a importância primordial de se conservar o meio ambiente. Temos que atentar e
instruir às pessoas o quão importante é preservar esse recurso tão belo e não renovável que é a
fauna e flora brasileira.
Pensamentos jurássicos, medíocres e sem nexo, de que o meio ambiente estará sempre à
nossa mercê e que sempre poderemos extrair e retirar recursos sem sofrer quaisquer danos, já
não pode existir nos dias atuais. A Natureza é um ambiente de correlação e interação entre o
ser humano e entre as plantas e animais; e saber aliar consumo e preservar os recursos
naturais tão escassos e ínfimos que se encontra hoje em dia, é de importância singular nos
tempos modernos.
A responsabilidade, hoje, cai sobre nós, futuros biólogos e biólogas, de instruir e
direcionar as pessoas, a um mundo “menos egoísta” e mais solidário para com os animais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA JÚNIOR, César da. Genética, evolução e ecologia. Saraiva: São Paulo: vol.3, 3ª Ed,
2005.
GOWDAK, Demétrio. Biologia: genética, evolução, ecologia; MATTOS, Neide Simões de –
São Paulo: FTD, 2ª Ed – 1990
Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/geografia/vegetacao/mata_atlantica.htm>
Acesso em 25/10/2012 – 19:07
Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1248368>
Acesso em 25/10/2012 – 19:23
Disponível em: <http://www.ceplac.gov.br/radar/piacava.htm>
Acesso em 25/10/2012 – 19:36
Disponível em: <http://areiapreta.blogspot.com.br/2008/12/besouro-serrador.html>
Acesso em 25/10/2012 – 19:42
Disponível em:
<http://www.oficinadeervas.com.br/detalhe.php?id_produto=535&p=sucupira>
Acesso em 26/10/2012 – 18:09
Disponível em: <http://www.frutosatrativosdocerrado.bio.br/index.php/cerrado/dispersao>
Acesso em 26/10/2012 – 18:54
Disponível em:
<http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20100922190607AAOlAye>
Acesso em 25/10/2012 – 19:57