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1
Inês Margarida Gonçalves da Mota
Relatório de Estágio de
Mestrado em Ensino de Física e Química no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário
(Julho, 2011)
Relatório de Estágio Pedagógico apresentado à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, nos termos estabelecidos no Regulamento de Estágio Pedagógico, para a obtenção do Grau de Mestre em Ensino da Física e Química, realizado sob a orientação pedagógica de DR.ª LAURA MATOS, e dos orientadores científicos Doutor PEDRO VIEIRA ALBERTO CARVALHO e Doutora MARIA EMILIA AZENHA.
2
DECLARAÇÕES
Declaro que este Relatório se encontra em condições de ser apreciado pelo júri a designar.
O candidato,
________________________________________ Coimbra, .... de Julho de 2011
Declaro que este Relatório se encontra em condições de ser apresentada a provas públicas.
(s) Orientadore(s),
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
Coimbra, .... de Julho de 2011
3
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora cooperante Dra. Laura
Matos, pela amizade, disponibilidade e
empenho.
Aos meus orientadores científicos Dra. Maria
Emília Azenha e Dr. Pedro Vieira Alberto, pelos
seus conhecimentos, sugestões, empenho e
disponibilidade permitindo melhorar a minha
prática de ensino.
À escola Secundária José Falcão, em especial
ao grupo de Físico-Química por todo o apoio
prestado.
Aos alunos do 9º3 e do 10º1, que sem eles
nada seria possível.
À minha amiga e colega de estágio Tânia
Ferreira por toda a amizade e apoio
incondicional.
A todos os meus amigos por todo o apoio e
incentivo.
Aos meus pais a quem dedico este trabalho.
4
RESUMO
O presente Relatório, elaborado no âmbito do Mestrado em Ensino de Física e de
Química no 3º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário, pretende descrever e analisar,
numa perspectiva reflexiva, todas as actividades desenvolvidas durante o Estágio Pedagógico
realizado, no ano lectivo de 2010/2011, na Escola Secundária José Falcão, em Coimbra.
O Estágio Pedagógico constituiu uma oportunidade muito importante de reflexão, de
aprendizagem e de crescimento pessoal e profissional como futura professora. Foi uma
oportunidade de desenvolver conhecimentos e competências, mas foi também uma excelente
oportunidade de confronto com a realidade profissional nas suas diversas vertentes, desde a
gestão científica e pedagógica das componentes curriculares até ao desempenho de diferentes
papéis, inerentes à profissão, que um professor tem de desenvolver na escola.
Em termos de estrutura, o Relatório aqui apresentado é constituído por uma
Introdução e cinco Capítulos.
Na Introdução, faz-se uma breve reflexão sobre o actual processo de formação inicial
de professores, designadamente sobre a importância da prática de ensino supervisionada.
No Capítulo I – Enquadramento Geral – apresenta-se uma breve caracterização da
Escola Cooperante, fazendo referência à oferta educativa, à população escolar (alunos,
docentes e não docentes) e às principais características das salas destinadas ao ensino da
Química e da Física. Apresenta-se, também, uma caracterização da turma do 9º ano de
escolaridade onde decorreu, com maior frequência, a prática de ensino supervisionada e
descrevem-se as actividades extracurriculares promovidas pelo núcleo de estágio, bem como
aquelas em que o núcleo participou de forma cooperativa e activa.
No Capítulo II, denominado Ensino Básico – 9º ano de escolaridade, enunciam-se as
orientações curriculares para este nível de ensino, apresenta-se o manual escolar adoptado e
faz-se referência à planificação e descrição da prática de ensino supervisionada para as
componentes de Química e de Física.
No Capítulo III, denominado Ensino Secundário – 10º ano de escolaridade, abordam-se
as finalidades e orientações curriculares estabelecidas no programa da disciplina de Física e
Química A, apresentam-se os dois manuais escolares adoptados e descreve-se a planificação e
descrição da prática de ensino supervisionada para as componentes de Química e de Física.
No Capítulo IV efectua-se uma breve síntese dos Projectos de Investigação Educacional
que foram desenvolvidos, no decurso do ano, na componente de Química, no 9º ano, e na
componente de Física, no 10º ano.
5
No Capítulo V apresentam-se as considerações finais mais importantes do trabalho
desenvolvido, analisando alguns dos aspectos inerentes à prática de ensino supervisionada e
enunciando algumas conclusões.
Por fim, apresentam-se as referências bibliográficas utilizadas e os anexos
considerados mais relevantes para a leitura e apreciação do presente Relatório.
PALAVRAS-CHAVE: Formação inicial de professores; Estágio Pedagógico; Ensino da Física e da
Química; Mestrado em Ensino.
6
ABSTRACT
This report, compiled as part of the Masters Degree in Teaching Physics and Chemistry
in Secondary Education, aims at describing and analyzing, from a carefully considered
perspective, all the activities carried out during the Graduate Teacher Training Year,
2010/2011, at Escola Secundária José Falcão, in Coimbra.
The school-based training year provided a very important opportunity for reflection
and learning and also for growing as an individual and as a teacher-to-be. It was a time to
develop both knowledge and competence and an excellent opportunity to face the realities of
the profession in its diverse aspects, from the scientific and pedagogical management of the
components of the curricula to the performing of different tasks related to the job that a
teacher has to carry out in the school.
As far as the structure is concerned, this Report is composed of an Introduction and
five Chapters.
In the introduction there is a brief reflection on the current process of initial teacher
training, namely on the importance of the practice of supervised teaching.
In Chapter One – General Setting – a brief characterization of the ‘Cooperative School’
is presented, referring to the educational programme, the school population (students,
teaching staff and non-teaching staff) and the main characteristics of the classrooms for the
teaching of Chemistry and Physics. A characterization of the members of the 9th form class
where most of the supervised teaching took place is also presented, and the extra-curricular
activities carried out by the trainees are described, as well as those in which the trainees
participated in a cooperative and active way.
In Chapter Two, Secondary Learning- 9th Form , curricular orientation is given for this
level of teaching, the chosen course book is presented and a reference to the planning and a
practical description of supervised teaching for the components of Physics and Chemistry is
made.
In Chapter Three, Secondary Learning – 10th form, the curricular aims and orientation
in the syllabus of Physics and Chemistry A are tackled, two course books are presented and
also the planning and description of supervised teaching for the components of Chemistry and
Physics.
In Chapter Four a brief summary of the Projects of Educational Investigation that were
carried out during the year both in the component of Chemistry, 9th form and Physics, 10th
form, is made.
7
In Chapter Five the most important Final Considerations of the tasks carried out are
put forward, analyzing some of the underlying aspects of the practice of supervised teaching
and stating some conclusions.
Finally, the bibliography is mentioned as well as relevant notes for the reading and
analysis of this Report.
KEY WORDS: Graduate Teacher Training; school-based training year; The Teaching of
Chemistry and Physics; Masters Degree in Teaching
8
Índice
Introdução:............................................................................................................................... 9
Capítulo 1: Enquadramento Geral ........................................................................................... 12
1.1 Caracterização da escola ............................................................................................... 12
1.2 Caracterização da turma ................................................................................................ 14
1.3 Actividades extracurriculares ......................................................................................... 17
Capítulo 2: Ensino básico – 9ºano de Escolaridade .................................................................. 24
2.1 – Orientações curriculares e programa de ensino .......................................................... 24
2.2 – Manual escolar adoptado ........................................................................................... 29
2.3 – Planificação e descrição da prática de ensino supervisionado ..................................... 30
2.3.1 - Componente de Química …………………………………………………………………………………….31
2.3.2- Componente de Física ........................................................................................... 49
Capítulo 3: Ensino secundário – 10ºano de Escolaridade ......................................................... 65
3.1 – Orientações curriculares e programa de ensino .......................................................... 65
3.2 – Manuais escolares adoptados ..................................................................................... 70
3.3 – Planificação e descrição da prática de ensino supervisionada ..................................... 71
3.3.1 - Componente de Química ...................................................................................... 73
3.3.1 - Componente de Física .......................................................................................... 87
Capítulo 4: Projectos de Investigação Educacional .................................................................. 97
4.1 Projecto Investigacional em Química ............................................................................. 97
4.2 Projecto Investigacional em Física ............................................................................... 106
Capítulo 5: Conclusões .......................................................................................................... 117
Referências bibliográficas..................................................................................................... 119
Anexos ................................................................................................................................. 121
9
Introdução:
Estamos a viver uma época caracterizada pela mudança, já há algum tempo, em que os
desafios com que nos deparamos são inúmeros e complexos, exigindo de todos um papel
activo, criativo e inovador para os compreender e enfrentar.
Sendo a escola um local onde se espera que os alunos se preparem para a sua vida
futura, como pessoas e profissionais, torna-se imperativo que estes desenvolvam saberes,
capacidades e competências que lhes permitam fazer face às exigências com que se irão
deparar. No entanto, a escola sujeita a fortes pressões sociais e institucionais, e submetida à
pressão dos mass media, tem-se visto em grandes dificuldades para enquadrar a crescente
diversidade dos alunos que tem de integrar e acolher (Ponte, 1994).
Neste contexto, os professores têm vindo a ser chamados a assumir novas atitudes e
novas responsabilidades.
Exige-se hoje do professor que se preocupe com uma grande diversidade de tarefas e
papéis. Precisa-se de professores que sejam educadores, tutores, conselheiros, produtores de
situações de aprendizagem, orientadores educativos, dinamizadores de escola, investigadores.
Têm de se preocupar com a transmissão dos saberes, mas também com o desenvolvimento de
atitudes, capacidades e valores humanos. Como refere Ponte (1988), “um professor é um
profissional multifacetado que tem de assumir competências em diversos domínios” (p.13).
Este quadro de novas competências pessoais, técnicas e de intervenção social (Alarcão,
1994) requer a mobilização de um corpo de conhecimentos muito específico e a adopção de
certos valores profissionais que, muitas vezes, não são reconhecidos como importantes, tanto
pelo público em geral, como, frequentemente, pelos próprios professores (Ponte, 1994a).
Recentemente, com a publicação do Decreto-Lei n.º 43/2007, de 22 Fevereiro, uma
nova política de formação inicial de professores foi definida, tendo em vista contribuir de
modo significativo para melhorar a qualidade do seu desempenho e, assim, fazer face aos
desafios que se lhes apresentam nos nossos dias. Neste sentido, valoriza-se, de modo especial,
a dimensão do conhecimento disciplinar, da fundamentação da investigação na prática de
ensino e da iniciação à prática profissional.
Assume-se, deste modo, que o desempenho da profissão docente exige o domínio do
conteúdo científico, humanístico, tecnológico ou artístico das disciplinas da área curricular de
docência.
Por outro lado, dá-se especial relevância às metodologias e aos resultados da
investigação educacional de modo a capacitar os futuros professores para a atitude
10
investigativa no seu desempenho profissional em contexto específico. Pretende-se, assim, que
os futuros docentes sejam capazes de se adaptar, com a prática reflexiva, às características e
desafios das diversas situações em função das especificidades dos alunos e dos contextos
escolares e sociais.
A ênfase colocada na iniciação à prática profissional, e em particular na prática de
ensino supervisionada, exprime o reconhecimento de que esta constitui o momento
privilegiado, e insubstituível, para adquirir a competência do agir profissional. Assim, a
iniciação à prática profissional é assumida progressivamente, desde o início da formação
inicial, não como uma componente desligada das outras, mas, sim, como momento para
mobilizar e integrar um conjunto diversificado de saberes na resolução de situações concretas
na sala de aula, na escola e nas relações desta com a comunidade.
Esta breve caracterização do processo de formação inicial de professores permite-nos
concluir que este é um processo muito importante e com efectiva influência no
desenvolvimento das suas capacidades e conhecimentos. É um processo que, sobretudo,
pretende olhar para os futuros professores como pessoas e profissionais que estabelecem um
conjunto complexo de relações no processo educativo, designadamente no processo de ensino
e de aprendizagem, que é preciso respeitar, valorizar e conhecer melhor.
O presente relatório, além de constituir um exercício individual de reflexão, pretende
descrever o trabalho que desenvolvi no Estágio Pedagógico de Físico-Química – unidade
curricular relativa à prática de ensino supervisionada. Este teve início no dia 1 de Setembro de
2010, na Escola Secundária José Falcão, em Coimbra, e decorreu no âmbito do curso de
Mestrado em Ensino de Física e de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra.
O núcleo de estágio era constituído por duas estagiárias Inês Mota e Tânia Ferreira,
sendo a sua orientação cometida aos Professores Doutores Maria Emília Azenha e Pedro Vieira
Alberto, como Orientadores Científicos de Química e Física, respectivamente, e à Dr.ª Laura
Matos, como Orientadora Cooperante.
Este Estágio foi um momento marcante para o meu futuro profissional. Para além de
se ter constituído como um processo de aquisição e de aprofundamento de novos
conhecimentos e de desafio à minha participação consciente em projectos de elevado
conteúdo educativo, foi também uma oportunidade de “olhar” a escola como uma
organização com especificidades particulares. Confrontei-me com uma escola aberta à
comunidade educativa, onde os professores tentavam dar respostas às situações com que se
iam deparando em função das vivências e das necessidades dos seus alunos.
11
Foi possível testemunhar que, enquanto profissional da Educação, o professor no
exercício das suas funções encontra-se em interacção permanente com diversos actores da
comunidade educativa. Esta visão de professor como um ser de relação numa profissão de
relação (Teixeira, 1995) implica, necessariamente, o reconhecimento do seu papel de
protagonista no processo educativo.
Alarcão (1991a, p.72), pensando nesse papel que os professores são chamados a
desempenhar, dá-nos uma das mais belas caracterizações de ser professor: “alguém, uma
pessoa, um profissional que escolheu ser professor/educador e se preparou para ser; alguém,
uma pessoa, que com prazer serve de mediador entre o saber subjectivo e dinâmico dos seus
alunos e o saber, mais sistematizado mas também ele igualmente dinâmico, da ciência, da
técnica, da arte ou da moral. Alguém, uma pessoa, que situado no aqui e no agora da sua
escola, da sua comunidade, do seu país, do seu mundo, tem as antenas em permanente alerta
e capta, antes de mais ninguém, os sinais de mudança que, com os seus alunos, decide
progredir. Alguém, uma pessoa, para quem os outros são também alguém e a escola uma
comunidade de alguéns”.
À luz desta caracterização, creio poder afirmar que o meu Estágio Pedagógico foi um
passo muito importante para o meu desenvolvimento profissional e pessoal, constituindo-se,
assim, como uma fase determinante na minha formação como futura professora.
12
Capítulo 1: Enquadramento Geral
1.1 Caracterização da escola
Como foi referido, na Introdução, o Estágio Pedagógico decorreu na Escola Secundária
José Falcão. Esta Escola é uma instituição centenária, criada em 1836, com a designação de
Liceu de Coimbra. Rebaptizada, em 1914, com o nome de Liceu José Falcão adoptou, em 1936,
a designação de Liceu D. João III para, em 1974, fixar o actual nome.
O Liceu D. João III foi um dos dois liceus de formação de professores em Portugal (o
outro era o Liceu Pedro Nunes, em Lisboa), desde os finais da década de 1930 até 1947, sendo
mesmo, entre 1947 e 1956, o único liceu no país a fazer formação de professores. De 1956 a
1974, o estágio apenas se podia realizar em três liceus: aos de Coimbra e de Lisboa juntava-se
o Liceu D. Manuel II, do Porto. Gerações de professores estagiários passaram pelo Liceu D.
João III, vindo alguns a ser professores no próprio Liceu e, actualmente, na Escola Secundária
José Falcão.
Neste início de século XXI, a Escola Secundária José Falcão continua a ser uma Escola
de formação, de formação de professores e de alunos.
A Escola está implantada numa zona urbana e central da cidade de Coimbra, servindo
uma população escolar proveniente, na sua maioria, de um meio social médio a médio alto.
Frequentam a Escola, no presente ano lectivo de 2010/2011, 941 alunos. Em
2006/2007, esta passou a ministrar o 3º ciclo do ensino básico, possuindo actualmente duas
turmas do 7º ano, três do 8º ano e quatro do 9º ano. Ao nível do ensino secundário, no
presente ano, a Escola oferece os cursos de: Ciências e Tecnologias, com 17 turmas
distribuídas pelos 10º, 11º e 12º anos; Artes Visuais, com cinco turmas; Línguas e
Humanidades, com quatro turmas; Curso Profissional Técnico de Multimédia, com três turmas
distribuídas pelo 10º, 11º e 12º anos e curso Profissional de Turismo Ambiental e Rural com
apenas uma turma no 11ºano.
O pessoal docente é constituído, no presente ano lectivo de 2010/2011, por 120
professores, com uma média de idades que ronda os 50 anos e uma média de anos de serviço
de 24. É, assim, um corpo docente que apresenta uma larga experiência e uma considerável
estabilidade.
Relativamente ao pessoal não docente, a Escola dispõe de uma psicóloga, de
assistentes técnicos (funcionários administrativos) e de assistentes operacionais (funcionários
auxiliares de acção educativa), num total de 53 elementos.
13
Em termos de estrutura organizacional, a Escola possui os seguintes órgãos: (a) Órgãos
de Administração e Gestão – Conselho Geral, Director, Conselho Pedagógico e Conselho
Administrativo; e (b) Estruturas de Organização Pedagógica: estruturas de coordenação e
supervisão – Departamentos Curriculares e Conselho de Orientadores de Estágio – e estruturas
de organização das actividades da turma – Conselho de Turma, Director de Turma, Conselho
de Directores de Turma e Coordenador dos Directores de Turma.
Imagem 1 - Fotografia da Escola Secundária José Falcão – Coimbra
O actual edifício escolar, construído em 1936, tem uma disposição harmoniosa que
permite a boa circulação dos utentes nos seus espaços. Dispõe de salas, gabinetes de trabalho
e espaços de convívio em número diversificado e adequado ao desenvolvimento das
actividades. O estado de conservação é razoável, embora já se verifique algum desgaste das
estruturas.
No que diz respeito às salas destinadas especificamente ao ensino da Química e da
Física, a Escola dispõe de dois laboratórios de Física (laboratório de Física I e II), onde
funcionam aulas teóricas e aulas práticas, bem como um pequeno gabinete destinado à
preparação de experiências e onde se encontra guardado o material destinado a estas
actividades experimentais. Para além destes dois laboratórios destinados à área da Física, a
Escola dispõe ainda de outros três, destinados á área da Química (laboratório de Química I, II e
III), onde são leccionadas aulas teóricas e práticas. O laboratório de Química I possui uma sala
anexa que serve de apoio a todos os laboratórios de Química e onde se encontram todos os
reagentes e materiais necessários às diversas actividades experimentais.
14
A manutenção e organização dos laboratórios são asseguradas por um director de
instalações (professor do grupo de Físico-Química) e por dois funcionários, um destinado à
área da Química e outro á área da Física.
Como o núcleo de estágio de Físico-Química não tinha um gabinete destinado, para
que fossem desenvolvidas as reuniões e actividades a ele inerentes, foi utilizado o gabinete de
reuniões dos professores de Físico-Química, o que permitiu desenvolver um maior contacto
entre as estagiárias e os restantes professores do grupo de Físico-Química.
O referido gabinete dispõe de material comum (mesas, cadeiras, quadro, estantes),
computador, manuais de diferentes anos lectivos, bem como todos os dossiers de estágio dos
anos anteriores.
Imagem 2 - Fotografia da sala destinada ao grupo de Fisico-Química.
1.2 Caracterização da turma
No inicio do presente ano lectivo foram atribuídas à Orientadora Cooperante,
Professora Laura Matos, duas turmas: uma do 9º ano (9º3) e outra do 10º ano (10º1).
As professoras estagiárias leccionarem tanto no 10ºano como no 9ºano, contudo foi
na turma do 9º ano de escolaridade que a prática de ensino supervisionada ocorreu
maioritariamente. Como o grupo de estágio era constituído por duas estagiárias e ambas
leccionaram nas duas turmas acima referidas, a caracterização das turmas foi feita em
conjunto.
De seguida vai ser apresentada apenas a caracterização da turma do 9ºano, pois foi a
turma, como já foi referido, em que a prática de ensino ocorreu maioritariamente.
A turma era constituída por 26 alunos, sendo 11 do sexo feminino e 15 do sexo
masculino, e a média de idades dos seus alunos era de 13,6 anos, não havendo alunos
repetentes.
15
Relativamente ao agregado familiar, 77% dos alunos vivia com os pais e irmãos, 11%
com só os pais, 8% apenas com a mãe e 4% morava com os pais, irmãos e avó.
No que diz respeito ao encarregado de educação, a maioria dos alunos (81%) tinha a
mãe como encarregada de educação, tendo apenas 19% dos alunos o pai como tal.
Observando agora a tabela que se segue (tabela 1), referente às habilitações literárias
dos pais dos alunos, podemos constatar que a maioria, quer dos pais quer das mães, possuí um
curso superior, chegando alguns a terem mestrado e doutoramento. Isto leva-nos a concluir
que uma maioria significativa dos alunos da turma era proveniente de um meio social médio
alto. Este perfil das famílias, com alto nível de literacia, aparece também como relevante para
as aprendizagens dos alunos. De um modo geral, os melhores resultados da turma tendem a
identificar-se com os alunos cujos pais têm um grau académico igual ou superior a licenciatura.
Pais (%) Mães (%)
3º Ciclo 8% -
Ensino Secundário 21% 23%
Bacharelato 4% 4%
Licenciatura 46% 58%
Mestrado 8% 15%
Doutoramento 13% -
Tabela 1 - Tabela síntese correspondente às habilitações literárias dos pais do 9º3
Recorrendo à análise dos gráficos que dizem respeito à deslocação dos alunos entre a
Escola e casa, podemos afirmar que a maioria dos alunos (16 alunos) se deslocava de carro,
cinco alunos faziam-no a pé, três utilizavam o carro e o autocarro e um aluno deslocava-se a pé
e usava o autocarro.
O tempo gasto pela maioria dos alunos na deslocação casa-escola ou escola- casa,
encontra-se nos intervalos 0-10min e 10-20min, sendo que apenas um aluno demorava mais
de 30min.
16
Meio de transporte utilizado
5
1
16
31
02468
1012141618
a pé
a pé
e a
utoc
arro
carro
carro e au
toca
rro
auto
carro
Tempo gasto na deslocação
1312
01
0
2
4
68
10
12
14
até
10 m
in
11 a 2
0 min
21 a 3
0 min
mais de
30
min
.
Dos 26 alunos da turma, 46% afirmaram ter ajuda no seu estudo e 54% disseram não
recorrer a qualquer tipo de ajuda.
Por fim e no que diz respeito ao gosto por estudar, a maioria do alunos (54%) afirmou
que gostava de estudar, sendo que os restantes se dividiram por não gostarem ou por
gostarem só às vezes (gráfico 3).
Gráfico 1 – gráfico referente ao meio de transporte utilizado pelos alunos do 9º3.
Gráfico 2 – gráfico referente ao tempo gasto pelos alunos do 9º3.
Gráfico 3 – Gráfico referente ao gosto dos alunos do 9º3 por estudar.
17
1.3 Actividades extracurriculares
Visitas de estudo
A visita de estudo é uma das estratégias que mais estimula os alunos dado o carácter
motivador que constitui a saída do espaço escolar. A componente lúdica que envolve, bem
como a relação professor-alunos que propicia, leva a que estes se empenhem na sua
realização. Contudo, a visita de estudo é mais do que um passeio. Constitui uma situação de
aprendizagem que favorece a aquisição de conhecimentos, proporciona o desenvolvimento de
técnicas de trabalho e facilita a sociabilidade.
Um dos objectivos das novas metodologias de ensino e de aprendizagem é,
precisamente, promover a interligação entre teoria e prática, a escola e a realidade. A visita de
estudo é um dos meios mais utilizados pelos professores para atingir este objectivo, ao nível
das disciplinas que leccionam. Daí que seja uma prática muito utilizada como complemento
para os conhecimentos previstos nos conteúdos programáticos que assim se tornam mais
significativos.
Assim, destinada aos alunos do 9º ano de escolaridade, foi organizada, pelo grupo de
estágio de Ciências Físico-Químicas e a sua Orientadora Cooperante, Dr.ª Laura Matos, pelo
grupo de estágio de Biologia-Geologia e a sua Orientadora Cooperante, Dr.ª Paula Paiva, e pelo
professor de Educação Tecnológica, o Dr. Aureliano Oliveira, uma visita de estudo ao Museu da
Electricidade e ao Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva, ambos em Lisboa, tendo esta
decorrido no dia 10 de Março de 2011.
Após terem sido seguidas todas a regras da Escola relativas à organização da visita de
estudo, esta realizou-se com os seguintes objectivos:
Motivar os alunos para o estudo das disciplinas.
Imagem 3 – Logótipo do Pavilhão do Conhecimento e fotografia do Museu da Electricidade.
18
Incentivar o gosto pelas actividades experimentais.
Compreender e desvendar fenómenos científicos através de experiências interactivas.
Promover a ligação da escola com o meio local.
Alargar a formação de alunos e professores.
Favorecer uma relação mais completa entre alunos e professores.
Promover nos alunos atitudes de cooperação, entreajuda, e sociabilidade.
Promover o convívio entre os participantes na visita.
Para além da referida visita de estudo, realizou-se uma outra no início do 3º Periodo, a 29
de Abril de 2011, no âmbito da disciplina de Fisico-Química A, à Expo FCT da Universidade
Nova de Lisboa, tendo sido destinada a todas as turmas do 10º ano da área de ciências e
tecnologias e organizada pelos professores de Fisico-Química das respectivas turmas. Os
objectivos desta segunda visita de estudo foram:
Dar a conhecer a realidade universitária, na sua vertente de Investigação, Inovação e
Tecnologia.
Contribuir para o desenvolvimento de uma visão integradora da Ciência, da
Tecnologia, do Ambiente e da Sociedade.
Direccionar a atenção para aspectos específicos dos seus planos curriculares.
Desenvolver uma relação de confiança e camaradagem, tanto entre alunos de
diferentes turmas, como entre alunos e professores.
Aprofundar os conhecimentos em Física e Química.
Reconhecer o impacto do conhecimento físico e químico na sociedade.
Em ambas as visitas de estudo foi possível observar que tanto os alunos como os
professores manifestaram interesse, entusiasmo e curiosidade na procura de mais e novos
conhecimentos. Assim sendo, pode-se concluir que os objectivos acima referidos foram
plenamente alcançados.
Imagem 4 – Logótipo da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
19
Reciclagem na escola
No âmbito da disciplina Projecto de Investigação Educacional II, além do projecto
principal que mais tarde irá ser referido, desenvolveu-se uma outra actividade denominada
reciclagem na escola.
Esta actividade, realizada com os alunos do 9º3 (turma atribuída à Orientadora
Cooperante), teve por base iniciar e promover a reciclagem na escola, algo pouco valorizada
pela mesma.
A reciclagem de materiais permite reutilizá-los como matéria-prima no fabrico de
novos produtos, diminuindo o uso de recursos naturais. Além disso, fabricar novos produtos a
partir de materiais usados consome menos energia do que a partir de matérias virgens.
Como sabemos, os resíduos contribuem significativamente para a emissão de gases
com efeito de estufa. Então, para diminuir a emissão desses gases, principalmente de CO2, é
necessário haver um processo de tratamento desses resíduos como é o caso da reciclagem.
Foi com base nestas causas que, juntamente com a Professora Orientadora Científica,
Doutora Maria Emilia Azenha, as alunas estagiárias desenvolveram esta actividade colocando,
para o efeito, um conjunto de três baldes de reciclagem (papel, vidro e plástico) em frente à
biblioteca da Escola Secundária José Falcão, visto ser um sítio central onde toda a comunidade
escolar passa diariamente.
Num momento em que o combate às alterações climáticas surge como um dos
grandes desafios ambientais, é fundamental reciclar.
Esta actividade teve uma adesão significativa dos alunos, uma vez que os baldes se
enchiam diariamente. No entanto, dado que os alunos não estavam autorizados a passar para
dentro do edifício da escola garrafas de vidro, o balde referente ao vidro encontrava-se mais
vazio do que os outros dois.
Imagem 5 – Fotografias relativas à reciclagem na escola.
20
Acções de formação
A profissão de professor é uma profissão complexa que requer permanente adaptação
às condições de trabalho bem como constante actualização científica, pedagógica e didáctica.
Assim, para que a sua formação inicial seja de elevada qualidade é necessário complementa-la
com actividades que permitam um enriquecimento e uma visão mais ampla do que se passa na
prática educativa. Para tal, a Coordenadora dos Orientadores de Estágio desenvolveu três
acções de formação em que o público-alvo foi os estagiários da Escola Secundária José Falcão.
A primeira acção de formação desenvolvida teve como tema central: “O que é que um
professor do ensino regular tem que saber sobre a Educação Especial?”, tendo sido palestrante
o Dr. Pedro Gonçalves (professor responsável pelas Necessidades Educativas Especiais da
Escola Secundária José Falcão). A acção decorreu no dia 12 de Janeiro de 2011 e a sua duração
foi de 1h e 30min. Os objectivos da presente acção foram:
Esclarecer o significado e importância do DL 3/2008 para a defesa da escola inclusiva;
Clarificar o papel do docente quando lida directamente com um aluno NEE;
Reconhecer o tipo de medidas educativas que é possível aplicar a alunos NEE de
carácter permanente;
Identificar os documentos necessários que asseguram o estatuto de aluno NEE de
carácter permanente.
No que diz respeito à segunda acção de formação, esta teve como tema central “O
papel do(a) Director(a) de Turma.”, tendo sido destinada a todos os estagiários e a outros
docentes com o cargo de direcção de turma. Teve uma duração de 1h e 30min e decorreu
pelas 14.30h do dia 23 de Fevereiro de 2011. O palestrante foi o Dr. José Carlos Alves -
Coordenador dos Directores de Turma da Escola Secundária José Falcão. Os objectivos desta
segunda acção foram:
Sensibilizar o público-alvo para o tema em debate;
Compreender a importância do Director de Turma;
Saber articular a Escola com a comunidade.
21
Os principais temas abordados foram: a legislação, portefólio da
turma/operacionalização, informação/comunicação aos encarregados de educação e, por fim,
relato de experiências.
Dado que o cargo de Director de Turma tem vindo a assumir um papel cada vez mais
importante em inúmeras e complexas áreas de intervenção, esta acção de formação foi
bastante importante para a formação das estagiárias de Físico-Química, uma vez que, como
não foi atribuída nenhuma direcção de turma à Orientadora Cooperante, estas não puderam
acompanhar de perto o funcionamento desta.
Por fim e no que diz respeito à última acção de formação, esta teve como tema “O(a)
adolescente e a Escola”, tendo ocorrido pelas 15h do dia 4 de Maio de 2011 e tendo como
público-alvo todos os estagiários da Escola Secundária José Falcão. A acção teve como
palestrante a Drª. Fátima Cosme, Psicóloga Escolar, tendo tido como objectivos:
Desenvolver atitudes que promovam o sucesso escolar;
Sensibilizar para as situações especiais.
Os principais temas abordados foram: as características dos adolescentes a nível
cognitivo, afectivo, social e comportamental; a identificação de sinais de risco de modo a
diferenciar o normal do patológico; a relação pedagógica e o papel da escola no
desenvolvimento de cada adolescente.
Visita ao dia aberto do departamento de Química
No dia 02 de Março de 2011, o núcleo de estágio de Físico-Química, juntamente com a
Orientadora Cooperante, organizou uma visita ao dia aberto do Departamento de Química da
Universidade de Coimbra. Esta visita destinou-se apenas aos alunos da turma 3 do 9ºano.
A visita decorreu durante a parte da manhã tendo tido a duração de duas horas.
Durante essas horas os alunos puderam ver uma exposição de trabalhos experimentais em
diferentes áreas da Química. A exposição destinava-se principalmente às Escolas do 3º ciclo do
ensino básico e do ensino secundário.
O principal objectivo desta visita foi o de estimular o interesse dos alunos pela
Química, bem como o confronto de conhecimentos já por eles adquiridos com as experiências
expostas.
22
Dia da Escola
No passado dia 1 de Junho de 2011, a Escola Secundária José Falcão comemorou os
seus 175 anos. Para tal foram organizadas actividades com o objectivo de proporcionar
momentos alargados de convívio entre professores, alunos e funcionários. Foram muitas e
variadas as actividades que a Escola proporcionou tais como: exposições, desfile de moda,
palestras e um almoço convívio ao ar livre para alunos, professores e funcionários.
Para além das actividades acima referidas, o dia da Escola tinha como principal tema
“Vamos abraçar a Escola” com o objectivo de entrar no Livro Guinness dos Recordes. Para tal
procedeu-se à concentração de actuais e antigos alunos, professores e funcionários do Liceu D.
João lII e Escola Secundária José Falcão na escadaria fronteira à Escola, para a formação de um
cordão de abraço à volta do edifício da Escola, circundando todo o quarteirão.
O núcleo de estágio de Físico-Química participou nesta comemoração, contribuindo
também assim, mais uma vez, para o aprofundamento de acções de convívio com toda a
comunidade escolar.
Imagem 6 – Fotografia do Departamento de Química.
Imagem 7 – Fotografia do abraço à escola (esquerda) e logótipo do dia da escola. (direita)
23
Participação no peddy-paper organizado pelo núcleo de estágio de
Educação Física.
Prevendo a realização de actividades direccionadas à comunidade escolar e o
desenvolvimento de capacidades de animação socioeducativa na participação da organização
escolar, o núcleo de Estágio Pedagógico da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação
Física da Universidade de Coimbra desenvolveu uma actividade denominada PEDDY PAPER
“Descobre a Tua Escola”, que ocorreu no dia 8 de Abril de 2011.
Com esta actividade, pretendeu-se dinamizar a escola com um evento de animação
desportiva, tendo como tema as modalidades ditas recreativas. Estas actividades, pelo seu
carácter lúdico e recreativo e por, na sua essência, serem desenvolvidas num ambiente de
entreajuda, confraternização e competição, têm sempre uma enorme adesão. Como tal, e
dado que a adesão foi maior do que o esperado, o núcleo de estágio de Educação Física pediu
ajuda na realização desta actividade ao núcleo de estágio de Físico-Química que rapidamente
se aprontou a ajudar.
Os objectivos desta actividade foram:
Fomentar um conjunto de actividades físicas e desportivas que ultrapassem o
âmbito restrito das actividades ditas tradicionais;
Contribuir através das práticas desportivas, para a formação ecléctica dos
participantes apurando o sentido de adaptação a novas situações.
Incutir em todos participantes sentido de responsabilidade, iniciativa, poder de
decisão, autonomia e criatividade;
Dinamizar e envolver os elementos da Comunidade Educativa;
Desenvolver a capacidade de relação interpessoal, espírito de equipa e fair-play,
baseadas no relacionamento e convívio entre a Comunidade Educativa.
24
Capítulo 2: Ensino básico – 9ºano de Escolaridade
2.1 – Orientações curriculares e programa de ensino
Por fazer parte de um contexto social em constante mudança, é possível afirmar que a
educação sofre transformações de forma cada vez mais rápida, sendo necessária uma nova
compreensão sobre o papel da escola como elemento de desenvolvimento social, estimulada
pela incorporação de novos conhecimentos, sejam científicos ou tecnológicos. Desta forma, a
actual sociedade, marcada pela revolução tecnológica, vem exigir que a escola crie
oportunidades para a formação de competências básicas, tanto na prática da cidadania como
no desempenho de actividades profissionais.
Um dos principais objectivos previsto para o ensino básico é o de preparar o aluno
para a vida, de forma que, a partir dos conhecimentos que ele construa, consiga relacioná-los
com o contexto científico, tecnológico e social no qual está inserido.
O Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais (CNEB) é uma
referência nacional para o trabalho de formulação e desenvolvimento dos projectos
curriculares de escola e de turma a realizar pelos professores.
De acordo com os princípios do Decreto-Lei 6/2001, de 18 de Janeiro, o Ministério da
Educação define o conjunto de competências consideradas essenciais e estruturantes, no
âmbito do desenvolvimento do currículo nacional, para cada um dos ciclos do ensino básico,
bem como os tipos de experiências educativas que devem ser proporcionadas a todos os
alunos.
Segundo o Departamento da Educação Básica do Ministério da Educação (DEB-ME
2001), a noção de “competência” aproxima-se do conceito literacia. A cultura geral que todos
devem desenvolver como consequência da sua passagem pela educação básica pressupõe a
aquisição de um certo número de conhecimentos e a apropriação de um conjunto de
processos fundamentais mas não se identifica com o conhecimento memorizado de termos,
factos e procedimentos básicos, desprovido de elementos de compreensão, interpretação e
resolução de problemas.
Por outro lado, e ainda segundo o Departamento da Educação Básica do Ministério da
Educação, a opção pelo uso do termo “essenciais” deve-se ao facto de esta estar ligada à
rejeição da ideia de definir “objectivos mínimos”, não se tratando de procurar que os alunos
cumpram a escolaridade obrigatória à custa da promoção de um ensino cada vez mais pobre.
25
Assim, o Ensino Básico relativo ao estudo das Ciências Físicas e Naturais, que engloba
as áreas disciplinares de Ciências Físico-Químicas e de Ciências Naturais, pretende contribuir
para o desenvolvimento da literacia científica dos jovens. Então, no geral, o programa
curricular do Ensino Básico permite que estes (DEB-ME; 2001a):
Despertem a curiosidade acerca do mundo natural à sua volta, bem como o
interesse, entusiasmo e admiração pela Ciência;
Adquiram uma compreensão geral e alargada das ideias importantes e das
estruturas explicativas da Ciência, bem como dos procedimentos da investigação
científica;
Questionem o comportamento humano perante o mundo, bem como o impacto
da Ciência e da Tecnologia no nosso ambiente e cultura.
No documento sobre competências específicas para as Ciências Físicas e Naturais,
propôs-se a organização dos programas de Ciências nos três ciclos do ensino básico em quatro
temas gerais:
Terra no espaço
Terra em transformação
Sustentabilidade na Terra
Viver melhor na Terra.
Imagem 8 – Esquema organizador dos quatro temas.
26
O homem tem responsabilidades na manutenção e melhoria das condições de Vida na
Terra, quer quanto às outras espécies quer quanto à sua própria espécie. A melhoria das
condições de vida no nosso planeta é não só um objectivo da ciência como uma obrigação da
sociedade de que fazemos parte. A Química e a Física, em conjunto com outras ciências,
desempenham nessa melhoria um papel fundamental.
Deste modo, o tema organizador das competências específicas a desenvolver na
disciplina de Ciências Físico-Químicas no 9º ano intitula-se “Viver melhor na Terra” e visa a
compreensão da implicação que a qualidade de vida tem na saúde e segurança numa
perspectiva individual e colectiva.
Para o estudo deste tema, as experiências de aprendizagem que se propõem visam o
desenvolvimento das seguintes competências:
Reconhecimento da necessidade de desenvolver hábitos de vida saudáveis e de
segurança, numa perspectiva biológica, psicológica e social;
Reconhecimento de necessidade de uma análise crítica face às questões éticas de
algumas das aplicações científicas e tecnológicas;
Conhecimento das normas de segurança e de higiene na utilização de materiais e
equipamentos de laboratório e de uso comum, bem como respeito pelo seu
cumprimento;
Reconhecimento de que a tomada de decisão relativa a comportamentos
associados à saúde e segurança global é influenciada por aspectos sociais,
culturais e económicos;
Compreensão de como a Ciência e da Tecnologia têm contribuído para a melhoria
da qualidade de vida;
Compreensão do modo como a sociedade pode condicionar, e tem condicionado,
o rumo dos avanços científicos e tecnológicos na área da saúde e segurança
global;
Compreensão dos conceitos essenciais relacionados com a saúde, utilização de
recursos, e protecção ambiental que devem fundamentar a acção humana no
plano individual e comunitário;
Valorização de atitudes de segurança e de prevenção como condição essencial em
diversos aspectos relacionados com a qualidade de vida.
Compreensão de que o organismo humano está organizado segundo uma
hierarquia de níveis que funcionam de modo integrado e desempenham funções
específicas;
27
Reconhecimento da contribuição da Química para a qualidade de vida, quer na
explicação das propriedades dos materiais que nos rodeiam, quer na produção de
novos materiais;
Avaliação e gestão de riscos e tomada de decisão face a assuntos que preocupam
as sociedades, tendo em conta factores ambientais, económicos e sociais.
Ao longo dos três ciclos de escolaridade (1º, 2º e 3º ciclos), o tratamento deste tema
desenvolve-se de acordo com o esquema organizador que se segue:
A temática de “Viver melhor na Terra” encontra-se dividida em três unidades
didácticas: “Em trânsito” (componente da Física), “Circuitos eléctricos e electrónicos”
(componente da Física) e Reacções Químicas” (componente da Química).
No presente ano lectivo, e de acordo com a planificação anual feita, começou-se por
fazer a caracterização e classificação dos materiais. Assim, começou-se por aprofundar o
estudo da matéria dos átomos, tendo em conta a Tabela Periódica dos elementos. Partindo
daí, foi apresentada a estrutura das moléculas e das substâncias, sejam elas elementares ou
compostas. Deu-se referência também aos compostos orgânicos, que são compostos que
contêm átomos de carbono como elemento comum.
Seguidamente, e motivados pelas questões de prevenção e segurança rodoviária,
estudou-se os fenómenos do movimento.
Por fim, fez-se referência aos fenómenos eléctricos, magnéticos e electrónicos.
Imagem 9 – Esquema organizador do tema “Viver melhor na Terra”.
28
Tendo em conta estas três unidades didácticas, juntamente com a Orientadora
Cooperante, as estagiárias procederam à planificação anual da disciplina de Físico-Química do
seguinte modo:
9º ano
Componentes Temas gerais Subunidade Nº aulas previstas
(45min)
Química Classificação dos
materiais
Estrutura atómica 6
Propriedades dos
materiais e Tabela
Periódica
9
Ligação química 9
Compostos de carbono 3
Física
Em trânsito
Segurança e prevenção 14
Movimentos e forças 12
Sistemas eléctricos
e electrónicos
Circuitos eléctricos 17
Electromagnetismo 6
Total: 76 aulas
Da tabela apresentada podemos constatar que estavam previstas 76 aulas para
leccionação de matéria. Para além destas aulas, foram também planeadas mais 20 destinadas
à eventual necessidade de aulas para a realização de fichas de trabalho, testes de avaliação,
auto-avaliação e outras actividades de enriquecimento.
No que diz respeito à componente de Química, as subunidades leccionadas pelas
estagiárias foram a “Ligação Química” e a “Compostos de Carbono” tendo também sido dada
uma aula na subunidade “Propriedades dos materiais e Tabela Periódica”.
Relativamente à subunidade “Ligação química” estavam planeadas nove aulas, no
entanto foram necessárias 10 aulas para que se pudessem abordar todos os conceitos que lhe
estavam inerentes, pois a Ligação Iónica que estava destinada apenas a uma aula necessitou
de ser dada em duas dadas as dificuldades apresentadas pelos alunos.
Relativamente à componente de Física, a subunidade leccionada pelas estagiárias foi
“Movimentos e forças”. Para esta subunidade estavam planeadas 12 aulas, contudo foi
Tabela 2 – Tabela resumo do número de aulas planeadas para cada subunidade.
29
necessário dar mais uma pois a professora estagiária Tânia necessitou, para além da
inicialmente planeada, de aprofundar a Terceira Lei de Newton.
2.2 – Manual escolar adoptado
A existência de inúmeros manuais escolares para cada disciplina trouxe consigo a
necessidade de uma maior reflexão e regulamentação nos processos de selecção, os quais
fundamentariam a adopção de um determinado manual escolar e justificariam o porquê de ser
utilizado numa escola específica.
Ponderados diversos métodos de selecção dos manuais escolares, por parte do
Ministério da Educação, optou-se por permitir que essa selecção fosse feita por cada escola,
no âmbito do conselho pedagógico (nos casos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino
secundário).
O livro adoptado pelo grupo de Ciências Físico-Químicas da Escola Secundária José
Falcão foi: Fiolhais, C., Fiolhais, M., Gil, V., Paiva, J., Morais, C., Costa, S. (2009). CFQ Viver
melhor na Terra 9º ano. Texto Editores.
Como já foi referido, o livro está dividido em três unidades temáticas: 1- Em trânsito,
2- Circuitos eléctrico e electrónicos e 3- Classificação de materiais. Cada unidade possui várias
subunidades. Nestas são apresentados os conteúdos programáticos, incluindo sugestões de
links para consulta, alguma bibliografia e sendo também ao longo do texto apresentadas várias
tarefas e questões resolvidas. No final de cada secção de capítulo podem-se encontrar
questões, tarefas, fichas de trabalho e as principais noções a reter (resumos). Com este livro
adquire-se também: um caderno de actividades; um manual multimédia que conjuga o livro
escolar em formato digital com múltiplos recursos multimédia de apoio (vídeos, áudios,
animações, jogos e avaliações) permitindo uma abordagem da matéria mais completa e
motivadora; um guia do professor, apenas para professores, e por fim um manual multimédia
para professores que é complementado por recursos digitais de apoio que auxiliam o docente
na utilização do projecto.
O manual escolar constituiu um recurso de trabalho de grande importância e foi um
suporte por excelência da prática lectiva. O rigor científico presente na definição dos
conceitos, leis e teorias, bem com as formas de comunicação utilizadas, com textos claros,
apropriados à faixa etária dos alunos do 9.º ano e com imagens muito elucidativas fizeram
deste manual um excelente recurso didáctico.
30
Na turma do 9º ano em que o núcleo de estágio leccionou (9º3), constatou-se que a
maioria dos alunos utilizava o manual escolar sobretudo como fonte de tarefas, para realizar
na aula e como trabalho de casa. Observou-se também que alguns alunos utilizavam com
regularidade o manual para acompanharem os conceitos abordados durante a aula. Esta
utilização era também notória nas aulas destinadas à preparação dos testes de avaliação.
Nestas alturas, os alunos vinham, frequentemente, solicitar às professoras estagiárias e à
orientada cooperante esclarecimentos de certos conceitos que se encontravam definidos e
explicados no manual escolar, podendo-se afirmar que para estes alunos o manual era o
principal instrumento de estudo.
De referir também que, para além do manual escolar, a grande maioria dos alunos
utilizava com muita frequência o caderno de actividades, uma vez que este continha a maior
parte dos exercícios e das actividades propostas como trabalho de casa.
2.3 – Planificação e descrição da prática de ensino supervisionado
O estágio pedagógico surge como um momento fundamental, enquanto processo de
transição do estagiário da situação de aluno para a de professor, conjugando-se aí factores
importantes a ter em conta na formação e desenvolvimento do futuro professor. Um desses
factores é o contacto com a realidade de ensino tendo como factor central a acção educativa
do aluno estagiário e a mediação de todo o processo de supervisão/orientação do estágio.
A transição da situação de aluno para a de professor – "aluno de tantos anos descobre-
se no lugar de professor" Machado (1999) – representa um momento de charneira precursor
do seu desenvolvimento profissional. O primeiro contacto com a escola pode ser, para o jovem
estagiário, assustador e desgastante se não estiver devidamente preparado e apoiado (Galvão,
2000). A melhor forma de adaptação a esta nova realidade é ter o apoio de outros professores,
nomeadamente o Orientador Científico e o Orientador Cooperante, que têm como objectivo
fundamental ajudar o aluno estagiário a aplicar o conhecimento adquirido, ou que está a
construir, e também ajudá-lo a encontrar as soluções mais adequadas para os problemas com
que se depara no processo ensino e aprendizagem.
De acordo com o que foi dito em cima e visto que a Orientadora Cooperante tinha a
seu cargo apenas uma turma de 9º ano (9º3) ambas as professoras estagiárias leccionaram
nesta mesma turma, tendo cada uma leccionado 15 aulas de 45 minutos.
No que diz respeito à componente de Química, as estagiárias leccionaram uma aula da
subunidade “Propriedade dos materiais e Tabela Periódica” e as subunidades “Ligação
31
química” e “Compostos de carbono” que se encontravam na unidade 3- “Classificação dos
materiais”. Tal como se referiu anteriormente, estavam planeadas para a subunidade “Ligação
química” nove aulas, no entanto foram necessárias 10 aulas para que se pudessem abordar
adequadamente todos os conceitos que lhe estavam inerentes.
Em relação à componente de Física, a subunidade atribuída às professoras estagiárias
foi “Movimentos e forças” que se encontra dentro da unidade 1- “Em trânsito”. Tal como
aconteceu na componente de Química, estavam planeadas para esta subunidade 12 aulas, no
entanto foram necessárias 13 aulas para que se pudessem abordar todos os conceitos.
Antes de cada aula leccionada pelas estagiárias, foram sempre realizadas reuniões com
a Orientadora Cooperante e Científica, cujo objectivo passava pela discussão do plano de aula,
pequenos ajustes no tempo de gestão da aula bem como esclarecimento de eventuais dúvidas
quer a nível de estratégias a serem utilizadas quer a nível científico.
As estratégias utilizadas nas aulas leccionadas procuraram sempre conjugar os tempos
expositivos com outros em que era solicitada a opinião dos alunos sobre os conceitos
leccionados, bem como a realização de exercícios, actividades experimentais e pequenas
actividades centradas.
A preparação das aulas teve uma especial atenção à faixa etária dos alunos para os
quais as aulas eram leccionadas, alunos do 9º ano, tendo-se tentado utilizar uma linguagem
mais simples sem nunca descorar o rigor científico.
A carga horária semanal da disciplina de Físico-Química correspondia a três tempos de
45 minutos.
2.3.1 - Componente de Química
O estágio pedagógico iniciou-se no mês de Setembro de 2010. Neste mês foi
determinado o número de aulas a ser leccionado por cada estagiária bem como a subunidade
atribuída a cada uma. Relativamente à componente de Química, foram atribuídas oito aulas de
45 minutos a cada estagiária, tendo-me sido atribuída a mim três aulas da subunidade
“Ligação química”, três da subunidade “Compostos de carbono” e ainda duas aulas dedicadas à
resolução de uma ficha de trabalho.
Apesar de ter sido esta a atribuição feita no inicio do ano, esta sofreu uma pequena
alteração tendo assim sido leccionadas por mim quatro aulas relativamente à subunidade
“Ligação Química” e apenas duas à subunidade “Compostos de carbono”, tendo-se mantido o
número de aulas destinadas à resolução da ficha de trabalho.
32
A diminuição de aulas relativas à subunidade “Compostos de carbono” não trouxe
qualquer problema uma vez que foi conseguido dar a matéria inicialmente programada nestas
duas aulas, sem que os alunos se prejudicassem.
As aulas tiveram início no dia 19 de Setembro de 2010, tendo sido esta primeira aula
destinada à apresentação dos alunos, da Orientadora Cooperante e das professoras
estagiárias, ao modo de funcionamento da disciplina e aos critérios de avaliação.
De referir que a segunda aula destinou-se à aplicação de um teste diagnóstico que
abrangia tanto as componentes de Química como de Física com o intuito de averiguar os
conhecimentos prévios dos alunos e com que profundidade os sabiam.
Tendo-se começado pela componente de Química, as aulas seguintes foram
leccionadas pela Orientadora Cooperante e abordaram conceitos relativos à unidade 3:
“Classificação dos materiais” mais especificamente às subunidades: “Estrutura atómica” e
“Propriedades dos materiais”. Nesta altura o papel das professoras estagiárias consistiu em
assistir a essas aulas, tendo-se estas revelado de elevada importância na medida que
permitiram observar as estratégias desenvolvidas pela Orientadora Cooperante, a sua postura
na sala de aula, a forma como apresentava os conteúdos bem como o comportamento,
interesse e motivação dos alunos.
No final desta primeira subunidade, as duas subunidades seguintes foram leccionadas
pelas professoras estagiárias, como já foi referido em cima. Assim após a professora estagiária
Tânia ter leccionado as oito aulas da componente de química que lhe competiram, entrei eu
com as aulas que me foram atribuídas.
A prática de ensino das aulas que leccionei, iniciou-se a 15 de Novembro de 2010
tendo terminado a 6 de Dezembro de 2010.
Em todas as aulas foram utilizadas estratégias diversificadas tais como exposição oral,
vídeos, apresentações de PowerPoint, utilização do livro multimédia e actividades
laboratoriais.
Seguidamente vai ser apresentada uma tabela resumo de todas as aulas leccionadas.
Sumário Conteúdo Competências específicas
Aula nº27
15/11/10
Ligações covalentes em
estruturas gigantes:
Diamante, Grafite e Sílica.
Ligações covalentes em
estruturas gigantes.
Reconhecer o diamante e a grafite como variedades da substância elementar carbono, que possuem uma estrutura gigante.
Reconhecer a existência de ligações covalentes simples entre os átomos de carbono no
33
diamante e na grafite.
Identificar as principais diferenças entre as propriedades do diamante e da grafite e suas relações com a estrutura.
Aula nº 28
17/11/10
Ligação metálica
Ligação metálica
Reconhecer a ligação metálica como o tipo de ligação química presente nos metais.
Compreender o significado de ligação metálica.
Identificar algumas propriedades das substâncias que possuem este tipo de ligação química.
Reconhecer a existência de algumas ligas metálicas.
Aula nº29
18/11/2011
Ligação iónica
Ligação iónica e
compostos iónicos
Identificar a ligação iónica como sendo o tipo de ligação química presente nos compostos iónicos.
Compreender o significado de ligação iónica.
Compreender o mecanismo da ligação iónica.
Identificar algumas propriedades das substâncias que possuem este tipo de ligação química.
Aula nº 30
22/11/2010
Continuação do sumário
da aula anterior.
Todos os conteúdos da
aula anterior.
Todas as identificadas na aula
anterior.
Aula nº31
25/11/2010
O carbono e os
Hidrocarboneto.
Hidrocarbonetos de
cadeia aberta – alcanos.
Compostos de carbono
Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos
saturados de cadeia aberta
Reconhecer que o carbono é
um elemento essencial à vida
na Terra, entrando na
constituição de todos os seres
vivos.
Reconhecer que os átomos de
carbono formam ligações
muito estáveis, cão só entre os
próprios átomos, como
também com outros átomos.
Compreender que os
hidrocarbonetos são
compostos constituídos apenas
por carbono e hidrogénio.
Compreender que um
hidrocarboneto diz-se saturado
quando os átomos de carbono
se ligam entre si apenas por
ligações covalentes simples.
Identificar alguns alcanos.
34
Aula nº 32
29/11/2010
Hidrocarbonetos
saturados de cadeia fechada.
Hidrocarbonetos
insaturados.
Hidrocarbonetos
saturados de cadeia
fechada.
Hidrocarbonetos
insaturados.
Reconhecer a existência de
hidrocarbonetos de cadeia
fechada ou cíclica.
Identificar alguns cicloalcanos.
Compreender que um
hidrocarboneto diz-se
insaturado quando os átomos
de carbono se ligam entre si
por ligações covalentes duplas
ou triplas.
Identificar alguns alcenos e
alcinos.
Aula nº 33
02/12/2010 Resolução de uma ficha
de trabalho
Os definidos desde a
subunidade ligação
química.
Todos os definidos nas aulas
anteriores.
Aula nº34
06/11/2010
Continuação da
resolução da ficha de
trabalho e a sua correcção.
Os definidos desde a
subunidade ligação
química.
Todos os definidos nas aulas
anteriores.
Tabela 3- Tabela resumo com sumários, conteúdos e competências específicas, das várias aulas
assistidas e de regências, da componente de Química no 9º ano de escolaridade.
Descrição das aulas leccionadas
Aula nº 27
A presente aula, inserida na subunidade “Ligação química”, deu seguimento às aulas
anteriores leccionadas pela outra estagiária.
A aula iniciou-se com uma breve revisão sobre a ligação covalente, já leccionada em
aulas anteriores.
Para tal, foi iniciado um diálogo entre a professora e os alunos tendo-se concluído que
a ligação covalente se estabelece através da partilha de electrões entre átomos de elementos
não-metálicos entre si ou com o hidrogénio, podendo também um átomo de hidrogénio ligar-
se a outro de hidrogénio.
Foi pedido a um aluno que identificasse a localização destes elementos na Tabela
Periódica.
35
Levou-se a turma a concluir que na ligação covalente, os electrões partilhados são
simultaneamente atraídos pelos núcleos dos átomos que intervêm na ligação, passando a
pertencer à molécula. Como exemplo, foi apresentado um esquema em PowerPoint relativo à
formação da molécula de Hidrogénio, entre outras.
Após esta breve revisão, foi transmitido aos alunos que, para além das substâncias
moleculares, existem ainda outras substâncias sólidas constituídas por átomos unidos por
ligações covalentes, formando estruturas gigantes de átomos. Concluiu-se que nas substâncias
covalentes gigantes as unidades estruturais são os átomos e não as moléculas.
De seguida, foi dito aos alunos que os principais elementos que originam estruturas
gigantes são o carbono, o oxigénio e o silício.
Com o intuito de que os alunos ficassem com uma melhor percepção deste tipo de
substâncias covalentes gigantes, foram levados para a aula alguns modelos de estruturas deste
tipo de substâncias tais como o do diamante, o da grafite e o da sílica.
Ao mesmo tempo que os alunos visualizavam as estruturas referidas foi-lhes
comunicada a noção de que o diamante e a grafite são duas variantes da mesma substância
elementar carbono, apesar de serem substâncias diferentes.
Foi-lhes perguntado qual seria a diferença entre as duas substâncias. Na resposta, os
alunos concluíram que a diferença está na forma como os átomos se posicionam entre si.
Foi a seguir explicado com mais detalhe a estrutura interna de cada uma dessas
substâncias, tendo-se sempre tentado manter o diálogo professora-aluno. Esse objectivo foi
atingido.
Após a descrição, foi feito um resumo esquemático no quadro, para o qual foi pedida a
colaboração dos alunos.
Diamante (C) Grafite (C) Sílica (SiO2) (Quartzo)
Variante da substância elementar
do carbono.
Variante da substância
elementar do carbono Substância covalente composta.
Estrutura interna: os átomos
dispõem-se de forma tetraédrica,
em que cada átomo de carbono se
liga a quatro átomos de carbono
(C) por meio de ligações covalentes
simples.
Estrutura interna: os átomos
dispõem-se de forma hexagonal,
em que cada átomo de carbono
(C) se liga a outros três átomos
de carbono por meio de ligações
covalentes simples e em
camadas.
Estrutura interna: cada átomo de
silício (Si) liga-se a quatro átomos
de oxigénio (O) e cada átomo de
oxigénio liga-se apenas a dois
átomos de sílicio tudo por meio
de ligações covalentes simples.
Substância mais dura que existe na
natureza.
Substância mole e que risca o
papel. substância de elevada dureza.
36
Elevado ponto de fusão, sendo
aproximadamente de 3500ºC. Ponto de fusão elevado.
Mau condutor da corrente
eléctrica.
Mau condutor da corrente
eléctrica.
Bom condutor da corrente
eléctrica.
A aula terminou com a visualização de três animações do manual interactivo que
diziam respeito às características das três estruturas covalentes gigantes leccionadas durante a
aula.
Aula nº 28
Nesta segunda aula, o conceito abordado foi a ligação metálica. Os alunos foram
relembrados que para além da ligação covalente, já anteriormente dada, existe também a
ligação metálica e a ligação iónica.
Recorrendo à Tabela Periódica, e solicitando a ajuda de alguns alunos, foi relembrada a
localização dos elementos metálicos, não-metálicos e semi-metálicos. Após estarem todos os
alunos cientes da localização destes elementos, foi dito que na ligação metálica apenas
participam os elementos metálicos enquanto na ligação covalente, anteriormente estudada,
participavam os elementos não-metálicos e o hidrogénio.
Uma vez que na subunidade anterior os alunos já tinham tido contacto com a Tabela
Periódica, tendo sido abordadas as diferenças entre as propriedades físicas dos metais e não-
metais, foi pedido aos alunos que dessem exemplos e características dos metais que já
conheciam. Relativamente aos metais que conheciam as respostas foram muito espontâneas,
tendo sido as mais comuns: o zinco, o alumínio, o magnésio e mercúrio. Em relação a este
último metal, foi referido pela professora estagiária que este à temperatura ambiente é
líquido. No que diz respeito às respostas relativas às características dos metais, estas já não
foram tão espontâneas nem claras. Assim, foi apresentado em PowerPoint um diapositivo que
resumia as características dos metais.
Após esta breve revisão sobre os metais procedeu-se à introdução de um novo tipo de
ligação química, a ligação metálica.
Para tal, foram explorados alguns PowerPoints para explicar como os átomos se ligam
nos metais. Começou-se então por dizer que um metal é formado por átomos todos iguais,
muito próximos uns dos outros.
Tabela 4 – Tabela resumo com as características das estruturas covalentes gigantes estudadas.
37
Recorrendo à imagem abaixo apresentada (imagem nº--), referiu-se que os elementos
metálicos por terem poucos electrões de valência têm a particularidade de se libertarem do
átomo, pois são pouco atraídos pelo núcleo do respectivo átomo. Estes electrões que se
libertam do átomo vagueiam por todo o metal, constituindo uma nuvem electrónica que se
estende por todo ele, pois são atraídos pelos núcleos dos respectivos átomos que se tornaram
iões positivos com a perda dos electrões e pelos núcleos dos átomos vizinhos. Estes electrões
livres constituem o chamado “mar de electrões”. Como tal, diz-se que os metais são
constituídos por iões positivos mergulhados num “mar de electrões”. Foi salientado que os
electrões livres têm um movimento desorientado e aleatório.
Por fim, referiu-se que a estabilidade da ligação metálica deve-se às forças de atracção
entre iões positivos e os electrões livres.
Por ser um conceito um pouco abstracto e difícil de entender, e dado que os alunos
não o entenderam à primeira, recorri a esquemas no quadro e recapitulei as configurações
electrónicas dos elementos metálicos. No fim de uma nova explicação a turma mostrou-se
muito mais satisfeita e esclarecida sobre o conceito.
De seguida, perguntou-se se seria possível os electrões passarem a ter um movimento
orientado. A maioria dos alunos não deu qualquer tipo de resposta e os que deram dividiram-
se entre o “sim” e o “não”.
Recorrendo novamente a uma imagem apresentada em PowerPoint (imagem nº--),
explicou-se aos alunos que se aplicarmos uma diferença de potencial estes electrões passam a
ter um movimento orientado podendo assim conduzir a corrente eléctrica.
De modo a que os alunos ficassem mesmo com a nítida noção de que os metais podem
conduzir a corrente eléctrica quando sujeitos a uma diferença de potencial, foi feita uma
pequena demonstração na sala de aula em que foi montado um circuito eléctrico com um
gerador, fios de crocodilo, um led e um pedaço de zinco, em que os alunos puderam verificar
que o led acendia quando ligávamos o gerador.
Imagem 10 - Esquema representativo do “mar de electrões”.
38
Seguidamente foi dada a definição de ligação metálica como uma ligação que ocorre
entre átomos de metais, formando substâncias metálicas, cujas partículas são iões positivos e
electrões livres.
Antes de terminar a aula, foi referido que os metais formam facilmente ligas metálicas
resultantes da substituição de átomos de um metal por átomos de elementos metálicos
diferentes e consequentemente também de tamanhos diferentes o que lhes confere uma
maior rigidez. Os exemplos de ligas metálicas apresentadas são o bronze (cobre com estanho),
o latão (cobre com zinco) e o ouro (cobre com ouro e com prata).
Por fim, mostrou-se uma animação no manual interactivo referente às ligas metálicas.
Aula nº 29
Nesta aula abordou-se um outro tipo de ligação química, a ligação iónica. Assim e
como nas aulas anteriores, iniciou-se a aula com uma breve revisão da aula anterior com o
intuito de esclarecer eventuais dúvidas que os alunos pudessem ter, bem como perceber se os
conceitos ficaram bem consolidados. Esta revisão foi feita através de um diálogo estabelecido
entre a professora e os alunos.
Entrando então no novo conceito, começou-se por dizer que enquanto num metal a
estabilidade da estrutura se deve à presença de iões positivos e electrões livres, na ligação
iónica deve-se à presença de iões positivos e negativos. As substâncias que têm por base a
ligação iónica são denominadas por sais.
Depois desta breve introdução, pediu-se aos alunos o nome de alguns sais que eles
conhecessem. A primeira resposta dada e única foi o cloreto de sódio (sal da cozinha).
Seguidamente foram dados, pela professora, mais alguns exemplos, tais como: cloreto de ferro
Imagem 11 - Esquema representativo de um circuito eléctrico e do movimento
orientado dos electrões quando sujeitos a uma ddp.
39
(II) e cloreto de cobre (II). Foram levados estes sais para a aula de modo a que os alunos os
pudessem visualizar.
Uma vez que a escrita de fórmulas químicas de sais, bem como a nomenclatura destes,
foi leccionada no 8º ano de escolaridade e dado que no teste diagnóstico passado inicialmente
se verificou que os alunos tinham uma grande dificuldade quer na escrita das fórmulas quer na
sua nomenclatura, antes de dar continuidade a este conceito foram realizados alguns
exercícios para relembrar e esclarecer as dúvidas referentes a estes conceitos. Os exercícios
foram resolvidos no quadro e foram chamados alunos individualmente para os resolver.
A aula prosseguiu reforçando a ideia de que nas substâncias iónicas as unidades
estruturais são, portanto, os iões, dispondo-se estes em redes cristalinas de iões positivos e
negativos ligados por forças electrostáticas.
Pegando na estrutura do NaCl (cloreto de sódio) foi analisada a sua estrutura interna e
para uma melhor visualização dos alunos foi levado para a aula, pela professora, a estrutura do
NaCl, estrutura essa que faz parte do material da escola.
Assim, foi dito aos alunos que a estrutura interna do NaCl é um rede cristalina
constituída por iões positivos (Na+) e iões negativos (Cl-), em que cada ião positivo está ligado a
seis iões negativos e cada ião negativo está ligado a seis iões positivos.
Concluiu-se dizendo que o número de iões positivos que rodeiam o ião negativo e vice-
versa depende da carga dos iões e do tamanho destes. Daí que a fórmula química de uma
substância iónica indica o tipo de iões da substância e a proporção de combinação destes.
Seguidamente, foi dirigida a um determinado aluno a seguinte pergunta: “Mas porque
é que numas substâncias os átomos se ligam por covalência e noutras se transformam em
iões?”. Nem o aluno abordado nem nenhum aluno da turma soube responder claramente à
pergunta em questão.
Recorrendo então a duas imagens apresentadas em PowerPoint (imagem 12 e imagem
13), foi dito aos alunos que, como já tínhamos visto, quando átomos do mesmo elemento ou
de elementos diferentes têm tendência para captarem electrões, como é o exemplo dos
elementos não metálicos e do hidrogénio, de modo a adquirirem uma configuração electrónica
de gás nobre, para ficarem mais estáveis, se forma uma ligação covalente, em que há partilha
de electrões, como é o caso do Cl2.
40
Mas quando os átomo dos elementos que se ligam têm tendência diferente, isto é,
uma tendência de captarem electrões, elementos não metálicos e hidrogénio, e outros com
tendência a perderem electrões, elementos metálicos, a ligação que se dá não é uma ligação
covalente, mas sim uma ligação iónica, pois há formação de um ião positivo e de um ião
negativo, havendo transferência de um electrão do átomo metálico para o átomo não
metálico. Foi mostrada uma tabela periódica com a representação dos elementos metálicos,
não metálicos e hidrogénio. (imagem 14)
Deu-se a definição de ligação iónica como uma ligação que se caracteriza pela
transferência de electrões de um átomo que perde electrões para outro átomo que ganha
electrões. Há uma atracção electrostática entre iões de carga eléctrica oposta (catião-anião).
A aula finalizou-se com o exemplo da ligação entre o sódio (metal) e o cloro (não
metal) de modo a se formar o composto iónico cloreto de sódio. Este exemplo foi feito no
quadro, tendo sido depois apresentado em PowerPoint num esquema representativo (imagem
15).
Imagem 12- Tabela periódica com a representação dos
elementos metálicos e do elemento H.
Imagem 13 - Esquema relativo à formação da molécula de
Cl2.
Imagem 14 - Tabela periódica com a representação dos
elementos metálicos, não metálicos e do elemento H.
41
Aula nº 30
Esta aula destinou-se a concluir o sumário da aula anterior, ou seja concluir a ligação
iónica. Contudo, e uma vez que no início da mesma surgiram bastantes perguntas que
revelavam que os alunos se encontravam muito pouco esclarecidos com os tipos de ligação
química que já tinham sido dados, decidi, com a autorização da Orientadora Cooperante, fazer
uma breve revisão dos três tipos de ligação química.
Foi assim construída com a ajuda dos alunos a seguinte tabela:
Exemplo Unidades estruturais Tipo de ligação
Substâncias
moleculares
Cloro (Cl2); Água (H2O);
Hidrogénio (H2) moléculas
Ligação covalente (Simples, dupla,
tripla).
Ocorre entre átomos de elementos
não metálicos
Ligação química onde há partilha
de electrões entre os átomos
constituintes da molécula
Substâncias
covalentes
gigantes
Gafite; Diamante; Sílica
(quartzo). átomos Ligação covalente simples
Substâncias
iónicas
Cloreto de sódio (NaCl);
Cloreto de cobre (CuCl).
Iões positivos e iões
negativos
Ligação iónica.
Ocorre entre átomos de elementos
metálicos e não metálicos.
Ligação química onde há atracção
entre iões positivos e iões
Imagem 15 -Esquema representativo da formação do
composto iónico de cloreto de sódio.
42
negativos, através de forças
electrostáticas.
Substâncias
metálicas
Cobre (Cu); Alumínio (Al);
Sódio (Na) átomos
Ligação metálica
Ocorre entre átomos de elementos
metálicos
Ligação química onde há atracção
entre iões positivos e electrões
livres.
No fim desta tabela resumo e com o intuito de fazer uma breve revisão à aula anterior,
voltou-se a reforçar a ideia de que as substâncias iónicas são redes cristalinas em que os iões
positivos e os iões negativos se dispõem de forma ordenada e estão ligados por forças
electrostáticas.
Seguidamente e solicitando a ida de alunos ao quadro, um de cada vez, pediu-se que,
tal como na aula anterior tinha sido exemplificado com o cloreto de sódio, os alunos
representassem os esquema de formação dos compostos iónicos formados pelos seguintes
elementos: cloro e lítio, oxigénio e sódio, enxofre e magnésio e cloro e magnésio.
No fim de todos os alunos entenderem bem o “processo” da ligação iónica foi
apresentado um esquema em PowerPoint relativo às características dos compostos iónicos.
(imagem 16).
Compostos Iónicos
• Duros
• Quebradiços
• Pontos de fusão e ebulição elevados
• Elevada solubilidade
em substâncias polares
(ex. água)
• Mau condutor da corrente eléctrica
(estado sólido)
Bom condutor da
corrente eléctrica
(estado líquido)
Imagem 16 - Esquema resumo das características dos
compostos iónicos
Tabela 5 -Tabela resumo de todos os tipos de ligações químicas.
43
Relativamente à característica que diz que os compostos iónicos são solúveis em água,
foi esclarecido aos alunos que isto significa que quando adicionamos água a uma substância
iónica verificamos que a sua rede cristalina se destrói.
Para uma melhor consolidação, e recorrendo mais uma vez a imagens (imagem 17) em
PowerPoint, foi dado o exemplo do cloreto de sódio.
Foi dito aos alunos, mais uma vez, que o cloreto de sódio (NaCl) é uma rede cristalina
constituída por iões positivos (Na+) e iões negativos (Cl-). Por outro lado, a água é constituída
por moléculas de H2O, cuja geometria é angular e que é uma molécula polar tendo dois pólos
positivos e um pólo negativo. Então o ião positivo Na+ é atraído pela extremidade negativa da
molécula de água situada no átomo de oxigénio. Por sua vez o ião negativo Cl- é atraído por
uma das extremidades positivas da molécula de água, que se encontram nos átomos de
hidrogénio. Os iões negativos e positivos são assim arrastados pela água.
A equação química que traduz este acontecimento é (imagem 18):
Toda esta explicação foi acompanhada de esquemas feitos por mim no quadro, de
modo a que fosse mais fácil entender todo este processo.
Após esta explicação, esta foi relacionada com o facto de que quando a substância
iónica está no estado sólido, como não há iões livres na solução, não é portanto boa condutora
da corrente eléctrica. Por outro lado, quando a substância é dissolvida em água, ou seja, se
Imagem 17 - Esquema representativo da solubilidade do
NaCl em água.
Imagem 18 - Equação química que traduz a dissociação do
Nacl em água.
44
encontra em solução, já é boa condutora da corrente eléctrica, pois passa a haver grande
mobilidade de iões positivos e negativos, tendo estes um movimento orientado quando
sujeitos a uma diferença de potencial como já tinha sido estudado na aula da ligação metálica.
Para terminar a aula foi feita uma pequena demonstração laboratorial, tendo-se
montado um circuito eléctrico em que foi usado um gerador, fios de crocodilo, eléctrodos de
grafite e um led.
Colocaram-se os eléctrodos dentro de água com cloreto de sódio dissolvido e
verificou-se que esta conduzia a corrente eléctrica acendendo assim o led. Por outro lado, ao
colocar os eléctrodos dentro de cloreto de sódio no estado sólido não se verificou a passagem
de corrente eléctrica.
Por fim, usou-se água destilada tendo os alunos verificado que o led também não
acendeu. Os alunos demonstraram já saber que isto acontecia pois a água destilada é
quimicamente pura, isto é, através do processo de destilação são eliminados os sais contidos
nela.
Aula nº31
Nesta aula foi introduzido um novo conceito, os hidrocarbonetos.
Assim depois da breve revisão sobre a aula anterior, iniciou-se assim este novo tema,
referindo que o carbono é muito importante dado que se conhecem muitos compostos de
carbono quer sintéticos (fabricados em laboratório) quer naturais tais como: medicamentos,
tintas, cosméticos, plásticos e fibras têxteis.
Além desta pequena introdução, foi também dito que o carbono também é importante
na medida em que forma ligações covalentes muito estáveis, pois como este possui quatro
electrões de valência, podendo sempre formar quatro ligações covalentes.
Seguidamente foi feita a seguinte pergunta: “O que são hidrocarbonetos?”. Dado que
os alunos solicitados não sabiam a resposta ou o que respondiam não está correcto, transmiti-
lhes que os hidrocarbonetos são compostos constituídos unicamente por carbono e
hidrogénio.
Assim, e através da análise de um esquema apresentado em PowerPoint (imagem 19)
os alunos verificaram que os hidrocarbonetos podem ser de dois tipos: hidrocarbonetos de
cadeia aberta (acíclicos) e hidrocarbonetos de cadeia fechada (cíclicos).
45
Foi comunicado aos alunos que iríamos começar por estudar os mais simples, os
hidrocarbonetos acíclicos saturados – alcanos, tendo-se referido então que os alcanos são
hidrocarbonetos em que os átomos de carbono se ligam uns aos outros através de ligações
covalentes simples.
Foram levadas algumas estruturas de alcanos para a aula, para que há medida que se
fossem dadas as regras de nomenclatura fosse mais fácil os alunos acompanharem.
Dado que se tratou de um assunto completamente novo para estes alunos todos os
conceitos que o envolviam foram tratados com calma e sempre com uma grande interacção
por parte dos alunos.
Assim começou-se por dizer que todos os nomes destes compostos, dos alcanos, é
dado por um prefixo mais uma terminação em ano. Referiu-se também que o prefixo depende
do número de carbonos na cadeia.
Foi construída então uma tabela no quadro, com os seis primeiros alcanos, tendo-se
começado pelo mais simples apenas com um carbono. À medida que se ia escrevendo iam-se
mostrando os modelos estruturais correspondentes que tinham sido levados para aula.
Assim a tabela final (tabela 6) continha cinco colunas. Uma referente ao número de
carbonos, outra ao prefixo, outra com o nome final do alcano e por fim uma outra relativa à
fórmula molecular. Apesar de não estar representado na tabela apresentada (tabela 6)
também se construiu mais uma coluna referente à fórmula de estrutura, sempre
acompanhado da demonstração dos modelos levados para a aula referentes a estes
hidrocarbonetos.
Imagem 19 - Esquema de classificação dos hidrocarbonetos.
46
Nº de
Carbonos Prefixo Nome Formula molecular
1 Met metano CH4
2 Et etano
CH3CH3
ou
C2H6
3 Prop propano
CH3CH2CH3
ou
C3H8
4 But butano
CH3CH2CH2CH3
ou
C4H10
5 Penta pentano
CH3CH2CH2CH2CH3
ou
C5H12
6 Hexa hexano
CH3CH2CH2CH2CH2CH3
ou
C5H14
Após a análise da tabela feita e com a ajuda dos alunos chegou-se à conclusão que este
tipo de hidrocarnonetos tem como fórmula geral CnH(2n+2), sendo n o número de átomos de
carbono. Foi ainda referido que o grupo –CH3 se designa por metilo e o –CH3CH2 por etilo.
Para finalizar a aula, foi ainda transmitido aos alunos que hidrocarbonetos saturados
são muito utilizados como combustíveis em processos industriais, no aquecimento doméstico
e nos fogões das cozinhas.
Foi perguntado aos alunos se eles se relembravam do que tinham aprendido no ano
anterior sobre reacções de combustão. Dirigiu-se assim esta pergunta a um determinado
aluno, tendo este respondido acertadamente e a maioria dos colegas consentiu não havendo
nenhum aluno que demonstrasse desconhecimento sobre o assunto. Os alunos afirmaram que
Tabela 6 - Tabela esquematizada no quadro referente aos
seis primeiros alcanos.
47
era uma reacção química onde se consumia oxigénio, libertando-se dióxido de carbono e vapor
de água.
Foram assim mostradas a equações químicas referentes á combustão do metano
(componente principal do gás natural) (1) e do butano (combustível do uso doméstico) (2).
(imagem 20)
Terminou-se referindo que as reacções químicas libertam energia, são denominadas
de exoenergéticas ou exotérmicas. Esta energia libertada é aproveitada para o aquecimento
de casas, para cozinhar e para o uso em centrais termoeléctricas.
Aula nº 32
Antes de dar inicio ao estudo dos hidrocarbonetos insaturados, procedeu-se a uma
breve revisão sobre os hidrocarbonetos acíclicos saturados leccionados na aula anterior. Para
tal voltou-se apresentar os modelos de alguns alcanos de modo a que os alunos os pudessem
identificar.
Após esta breve revisão foram introduzidos os hidrocarbonetos cíclicos saturados, que
como tinha sido visto na aula anterior eram hidrocarbonetos de cadeia fechada. Foi dito que
em alguns hidrocarbonetos os átomos de carbono ligam-se entre si formando uma cadeia
fechada ou cíclica, apresentado estes compostos a fórmula geral Cn H2n com n = 3; 4;…etc. Foi
ainda dito que o nome do cicloalcano é igual ao do alcano de cadeia aberta de estrutura
semelhante (com o mesmo número de átomos de carbono) antecedido pelo prefixo “ciclo”.
Foram dados alguns exemplos de hidrocarbonetos de cadeia cíclica, tais como o
ciclopropano, o ciclobutano, ciclopentano e o ciclohexano, tendo sido desenhadas todas as
fórmulas de estrutura bem como escritas as fórmulas moleculares num quadro esquemático
similar ao realizado na aula anterior. Foram ainda levadas as estruturas correspondestes para a
sala de aula de modo a que os alunos ficassem com uma visão mais clara destes compostos.
De seguida seguiu-se o estudo dos hidrocarbonetos tendo sido introduzido os
hidrocarbonetos insaturados acíclicos. Foi comunicado aos alunos que estes são compostos de
Imagem 20 - Equações de combustão do metano (1) e do butano (2).
48
carbono e hidrogénio em que as moléculas possuem ligações duplas ou triplas entre os átomos
de carbono que constituem as moléculas.
Começou-se assim por dar inicio ao estudo dos compostos que possuem ligações
duplas e que são denominados por alcenos. Começou-se por dizer que o nome destes
compostos, dos alcenos, é dado por um prefixo mais uma terminação em eno. Referiu-se
também que o prefixo depende do número de carbonos na cadeia. Foram dados alguns
exemplos de alcenos tendo sido representados no quadro a sua fórmula de estrutura, fórmula
molecular e o seu respectivo nome.
Por fim, referiu-se que existem outros tipos de hidrocarbonetos insaturados
denominados por alcinos. Estes são hidrocarbonetos onde há átomos de carbono ligados a
dois átomos (carbono ou hidrogénio), com ocorrência de ligações tripas entre os átomos de
carbono. Os nomes destes compostos terminam com o sufixo –ino, sendo o seu prefixo dado
pelo número de carbonos que constituem a cadeia como nos hidrocarbonetos estudados
anteriormente.
A aula terminou com a resolução de alguns exercícios referentes à matéria leccionada
durante esta aula e a anterior.
Aula nº33 e 34
Nestas duas aulas, procedeu-se à resolução e correcção de uma ficha de revisão para o
teste que se realizou na aula nº 35. A ficha de exercícios abrangeu toda a matéria leccionada
referente à sub-unidade: ligação química ou seja leccionada pelas professoras estagiárias.
Os alunos foram divididos em grupos de modo a poderem trocar ideias entre eles e até
esclarecerem eventuais dúvidas uns aos outros. Esta estratégia revelou-se muito vantajosa
uma vez que os alunos discutiam entre eles determinados assuntos, esclareciam dúvidas e
motivavam-se uns aos outros. A professora estagiária sempre que solicitada foi aos lugares
tirar eventuais dúvidas. No fim da resolução da ficha esta foi corrigida no quadro pelos
próprios alunos e tendo ido um a um resolver os exercícios da respectiva ficha.
Normalmente é nestas fichas de revisão para o teste, dado que são dias de véspera de
teste e que os alunos já estudaram para ele, que o número de dúvidas é mais elevado, sendo
assim na minha opinião estas aulas indispensáveis. Por outro lado isto poderá querer dizer que
a maioria dos alunos só estuda perto da data dos testes, não acompanhando muitas vezes a
matéria fora do período destes.
49
2.3.1 - Componente de Física
Relativamente à componente de Física, foram atribuídas sete aulas de 45 minutos a
cada estagiária, tendo-me sido atribuídas seis aulas da subunidade “Movimentos e forças” e
ainda uma outra aula destinada à resolução de uma ficha de trabalho de revisão para o teste
de avaliação.
A prática de ensino das aulas de Física que leccionei, iniciou-se a 14 de Março de 2011
tendo terminado a 28 de Março de 2011.
Em todas as aulas foram utilizadas estratégias diversificadas tais como exposição oral,
vídeos, apresentações de PowerPoint, utilização do livro multimédia e actividades
laboratoriais.
Seguidamente vai ser apresentada uma tabela resumo de todas as aulas leccionadas.
Sumário Conteúdo Competências específicas
Aula nº 65
14/03/10
As aplicações das leis
de Newton à segurança na
prevenção de acidentes
rodoviários.
Lei da inércia ou primeira Lei de Newton. Lei fundamental da dinâmica ou segunda Lei de Newton.
Justificar a utilização de apoios de cabeça e de cintos de segurança com base na Lei da Inércia; Reconhecer que, em caso de colisão, o uso de cinto de segurança e do airbag aumenta o tempo de colisão do passageiro com o veículo; Determinar a força média que actua durante uma colisão sobre um passageiro com cinto de segurança e airbag. Comparar as forças médias que actuam durante uma colisão sobre um passageiro com e sem cinto de segurança.
Aula nº 66
16/03/10
Força de atrito.
Força de atrito.
Definir força de atrito;
Caracterizar as forças de atrito;
Reconhecer que a intensidade da força de atrito não depende da área das superfícies em contacto, dependendo apenas da massa do corpo;
Reconhecer que a força de atrito será tanto maior quanto maior for a rugosidade das superfícies em contacto; Identificar situações em que o atrito é prejudicial e
50
outras em que o atrito é útil.
Aula nº 67
17/03/2011
Actividade experimental
sobre a força de atrito.
Força de atrito.
Reconhecer que a intensidade da força de atrito não depende da área das superfícies em contacto, dependendo apenas da massa do corpo;
Reconhecer que a força de atrito será tanto maior quanto maior for a rugosidade das superfícies em contacto;
Aula nº 68
21/03/2011 Pressão. Pressão.
Definir o conceito de pressão; Reconhecer que a pressão é uma grandeza física escalar que depende da intensidade da força exercida e da área da superfície onde essa força actua;
Reconhecer que a unidade SI da pressão é o pascal. Identificar que a pressão é
tanto maior quanto maior for a
intensidade da força exercida
na superfície de contacto e
quanto menor for a área da
superfície em contacto.
Aula nº 69
23/03/2011
(Regência)
Impulsão. Princípio de Arquimedes.
Impulsão.
Princípio de Arquimedes.
Definir impulsão;
Caracterizar a força de impulsão;
Enunciar o princípio de Arquimedes;
Indicar de que factores depende a impulsão;
Indicar que, para corpos imersos no mesmo fluido, quanto maior for o volume imerso do corpo maior será a intensidade da impulsão;
Verificar
experimentalmente que, para o
mesmo volume imerso, quanto
maior for a densidade do fluido
maior será a intensidade da
impulsão.
Aula nº 70
24/03/2011
Continuação da
matéria sumariada na
aula anterior.
Inicio da resolução de
uma ficha de trabalho.
Todos os definidos nas aulas
anteriores.
Todos os definidos nas aulas anteriores.
Aula nº 71 Continuação da
resolução da ficha de
Todos os definidos nas
51
28/03/2011 trabalho. aulas anteriores.
Todos os definidos nas
aulas anteriores.
Tabela 7 - Tabela resumo com sumários, conteúdos e competências específicas, das várias aulas
assistidas e de regências, da componente de Física no 9º ano de escolaridade.
Descrição das aulas leccionadas
Aula nº 65
Esta aula foi a primeira aula dada por mim na componente de Física. Esta aula
contextualiza-se na subunidade: movimentos e forças, tendo como objectivo dar continuidade
às aulas dadas pela outra professora estagiária.
Tal como esquematizado na tabela esta aula destinou-se à aplicação das leis de
Newton à segurança na prevenção de acidentes rodoviários.
Para tal, e recorrendo a uma imagem apresentada em PowerPoint (imagem 21) foi dito
aos alunos que tal como é do senso comum, quando o condutor de um veículo se apercebe de
um obstáculo e não consegue para antes de o atingir, ocorre uma colisão.
Após esta informação, formulou-se a um determinado aluno a seguinte questão: que
forças estão actuar no carro? Uma vez que já tinha sido leccionado pela Orientadora
Cooperante a marcação de forças e pela outra professora estagiária as leis de Newton,
facilmente o aluno referiu que no carro actua o peso, a reacção normal e a força que a parede
exerce no carro.
Voltei a formular uma pergunta, agora a outro aluno, perguntado se o carro exerceu
alguma força na parede quando colidiu com esta. O aluno respondeu prontamente sim pois
como refere a 3ª lei de Newton as forças actuam aos pares e como tal, se a parede exerce uma
Imagem 21 - Automóvel a colidir com a parede e representação da
força que a parede exerce no automóvel – força de colisão.
52
força no carro, também o carro exerce uma força na parede, sendo estas duas forças um par
acção-reacção uma vez que têm pontos de aplicação em corpos diferentes, têm a mesma
direcção e sentidos opostos. Foi assim pedido a um aluno para no quadro ir representar num
esquema todas as forças anteriormente ditas pelos colegas.
Depois da representação do esquema de forças, foi dito aos alunos que a força que o
obstáculo exerce sobre o veículo durante a colisão se designa por força de colisão, sendo esta
a força que faz com que a velocidade de um veículo passe de um determinado valor (dado por
vi) para outro determinado valor igual a zero (dado por vf).
Se supusermos que o automóvel tem uma aceleração constante durante a colisão
então vem:
Partindo esta fórmula e com o objectivo de chegarmos à expressão matemática da
força de colisão, e sempre que possível a solicitar a ajuda dos alunos, foi assim feita a seguinte
dedução:
Usando os módulos da força e da aceleração e sabendo que pela segunda lei de
Newton a resultante das forças que actua num corpo é igual ao produto da sua massa pela sua
aceleração, Fr=ma, vem:
amFcolisão
t
vmFcolisão
)(
)(
if
if
colisãott
vvmF
Sabendo, como já foi dito antes, que vf=0 e ti=0 vem:
f
icolisão
t
vmF
)(
f
icolisão
t
vmF
Após esta dedução foi dito que o sinal negativo apenas significava que a força que
actua no automóvel durante a colisão tem sentido oposto ao do movimento, ou seja o
movimento é retardado, não interessando para calcular a intensidade da força.
Por fim a expressão que permite calcular essa intensidade é:
t
vimFcolisão
[
E
s
c
r
e
v
a
u
m
a
c
i
t
a
ç
ã
o
d
o
d
o
c
u
m
e
n
t
o
o
53
Recorrendo a algumas imagens e tendo por base a análise desta última expressão chegaram-
se assim às seguintes conclusões:
Como a força de colisão e a massa são duas grandezas directamente proporcionais,
então para a mesma velocidade, mesmo tempo de colisão e para massas diferentes
verifica-se que quanto maior for a massa do veículo maior é a força de colisão que o
automóvel sofre;
Verifica-se através da expressão que a força de colisão e velocidade são grandezas
directamente proporcionais. Assim para a mesma massa, o mesmo tempo de colisão e
para velocidades diferentes verifica-se, que quanto maior for a velocidade do
automóvel, maior vai ser a intensidade da força de colisão, ou seja a força que o
obstáculo, neste caso a parede, exerce sobre o carro.
Verificamos, mais uma vez pela análise da expressão acima que o tempo de colisão e a
força de colisão são duas grandezas inversamente proporcionais. Assim quando os
veículos vão com a mesma velocidade, têm a mesma massa, variando apenas o tempo
de colisão, verificamos que quanto maior o tempo de colisão menor é a intensidade
da força de colisão e vice-versa.
A aula prosseguiu com a apresentação de uma nova imagem em PowerPoint (imagem
22), que representou uma colisão traseira. O que será que acontece sob o ponto de vista
físico?
Foi então perguntado a um determinado aluno que forças actuam tanto no carro como
nos passageiros nesta situação? O aluno respondeu facilmente que para além do peso e da
Imagem 22 - Imagem representativa de uma colisão traseira.
54
reacção normal, que pela 3º Lei de Newton, o carro exercia uma força no camião, bem como o
camião no carro. Relativamente aos passageiros não manifestou qualquer opinião.
Foi assim esclarecido a todos os alunos que podem acontecer duas situações
relativamente aos passageiros: ou ele tem cinto de segurança e este aplica sobre os
passageiros uma força retardadora, que os faz parar mais ou menos ao mesmo tempo que os
veículos, ou estes não têm cinto de segurança apertado e sobre eles não actua, num primeiro
instante, nenhuma força retardadora. Assim neste caso tanto os passageiros do carro como do
camião continuam com a velocidade com que se moviam antes da colisão que faz com que os
passageiros do carro se continuem a deslocar para a frente enquanto o carro enquanto este se
imobiliza, e os do camião fiquem para trás enquanto que o camião se desloca para a frente
devido à força que o carro exerce nele. Tal é verificado pela 1º Lei de Newton.
Assim, no caso do camião os passageiros têm tendência a serem projectados para trás,
enquanto que no caso dos passageiros do carro estes têm tendência para serem projectados
para a frente.
A prevenção rodoviária em casos de acidente, como o descrito anteriormente, passa
pelos dispositivos de segurança instalados nos automóveis tais como: cintos de segurança,
encostos de cabeça e airbags.
Assim por exemplo os ocupantes do camião que tendem a ficar “colados” no banco, se
este não possuir encosto de cabeça as suas cabeças tendem a ficar para trás relativamente ao
corpo. Por outro lado se o automóvel possuir encosto de cabeça, as cabeças dos passageiros
terão um movimento menos brusco, diminuindo assim o risco de partirem o pescoço.
Relativamente à importância do cinto de segurança, este devido à sua elasticidade, faz
aumentar o tempo de colisão dos passageiros, reduzindo assim a força de impacto que neles
se exerce. Para que os alunos entendessem melhor o que foi dito em relação ao cinto de
segurança, recorreu-se novamente à fórmula que nos permite calcular a intensidade da força
de colisão,t
vimFcolisão , tendo sido esta escrita no quadro e verificado que se o t (tempo
de colisão) aumenta então a força de colisão diminui pois são duas grandezas inversamente
proporcionais, tal como foi dito anteriormente. O cinto de segurança evita também que os
passageiros sejam projectados para fora do carro como se constatou na situação anterior.
Por fim relativamente ao airbag que é um insuflável, tem como função aumentar
também o tempo de colisão, tal como os cintos de segurança, diminuindo a força de impacto
que neles de exerce.
Foi referido também que relativamente aos veículos de duas motas, o capacete tem
um grande importância na prevenção rodoviária pois este por ter o interior almofadado, vai
55
fazer também com que o tempo de colisão aumente, diminuindo assim a força de impacto
sobre a cabeça dos motociclistas. Este raciocínio foi sempre acompanhado da análise da
fórmula da intensidade da força de colisão.
Para ficar bem consolidado foi utilizado uma animação do manual interactivo
referente aos dispositivos de segurança rodoviários.
Aula nº66
Com o intuito de dar continuidade à subunidade: “movimentos e forças” prosseguiu-se
o seu estudo introduzindo-se um novo conceito de força de atrito.
A aula iniciou-se tendo sido solicitado a ida de um aluno ao quadro para este
representar num bloco as forças a que este se encontrava sujeito quando lhe é aplicado uma
força de modo a que este se deslocasse no sentido da esquerda para a direita. O aluno
desenhou assim o peso (força que a terra exerce no bloco, com direcção vertical e sentido de
cima para baixo), a reacção normal (força que o chão exerce sobre o bloco, com direcção
também vertical e sentido de baixo para cima) e a força aplicada (com direcção horizontal e
sentido da esquerda para a direita).
Após ter sido feito este esquema de forças, foi feita a seguinte pergunta: Será que o
movimento de corpos que estão em contacto com superfícies sólidas, líquidas ou até no ar não
são dificultados por nada? A maioria dos alunos disse toda que sim.
Assim para além das três forças representadas no bloco, existe uma outra, designada
por força de atrito que se opõe ao deslizamento ou ao eventual deslizamento de um corpo
devido à interacção deste com a superfície de contacto.
Foi ainda dito aos alunos que então um corpo em movimento, desde que não seja no
vazio, está sempre sujeito a forças de atrito, que se opõe ao movimento. Estas forças surgem
na superfície de contacto entre o corpo que se move e aquele ao qual se está a mover, quer o
movimento ocorra sobre uma superfície sólida, líquida ou no ar.
De seguida foi apresentada uma imagem em PowerPoint (imagem 23) em que foi
pedido aos alunos que observassem a imagem. Foi então feita a seguinte pergunta: “Porque
será que o caixote não se mexe?”
56
Sempre com a ajuda dos alunos foi assim analisada a imagem caso a caso.
Relativamente ao primeiro caixote, como o caixote se encontra parado não actuando
quaisquer forças para além do peso ( P ) e da reacção normal ( R ). Se calcularmos a resultante
das forças, vemos que as forças verticais se anulam e, por isso, a força resultante é nula ( Fr=0
).
Relativamente ao segundo, mesmo quando é aplicada uma força F, o corpo não se
mexe. Porque será? Porque passou a existir simultaneamente uma força oposta a esta,
tratando-se da força de atrito( Fa ) que é exercida na superfície de contacto entre o caixote e o
solo. Contudo a resultante das forças continua a ser nula, pois ambas têm a mesma
intensidade.
Observando agora o terceiro, verifica-se que se aumentou lentamente a intensidade
da força F, contudo a intensidade da força de atrito Fa aumentou também, permanecendo
assim o caixote ainda em repouso.
Então porque motivo o caixote se passa a mover? Voltando a observar uma outra
imagem (imagem 24), concluiu-se que para pôr o caixote em movimento temos de vencer essa
força de atrito.
Verificou-se então, pelo primeiro caixote que a partir do momento em que a
intensidade da força aplicada atinge um certo valor, o movimento inicia-se. Isto significa que a
Imagem 23 --- Imagem com representação de forças
Imagem 24- Imagem com representação de forças
57
força resultante deixa de ser nula pois a intensidade da F é superior à intensidade da força de
atrito Fa. Foi também alertado aos alunos que mal o movimento se inicia a intensidade da
força de atrito diminui e durante o movimento esta não aumenta mais.
Ao ser observado o segundo caixote, verificou-se que quanto maior for a força F, maior
é a intensidade da força resultante Fr, tornando-se o movimento mais acelerado.
Em seguida, foi dirigida a um aluno a seguinte pergunta: “E quando deixamos de
exercer a força F, o que acontece ao caixote? Porquê?”. O aluno respondeu sem dificuldade
que o caixote parava, devido à existência da força de atrito que existe sempre enquanto o
corpo não pára.
Seguiu-se a aula fazendo a caracterização da força de atrito. Esta é caracterizada por
ter direcção horizontal, sentido contrário ao movimento ou eventual movimento, sendo a sua
intensidade variável de situação para situação.
No fim de ser feita a caracterização da força de atrito, foram introduzidos os factores
que influenciam a sua intensidade, através de umas imagens em PowerPoint. Foi assim dito
aos alunos que a força de atrito depende do tipo de superfície de contacto, sendo maior numa
superfície rugosa do que numa superfície polida; depende também do peso do corpo, ou seja
quanto mais for o peso do corpo maior é a intensidade da força de atrito; por fim verificou-se
que esta não depende da área de superfície em contacto.
A aula foi concluída dando alguns exemplos de forças de atrito úteis e forças de atrito
prejudiciais que existem no nosso dia-a-dia. Então, em diálogo com os alunos, foi-lhes
comunicado:
Os ciclistas utilizam capacetes de forma oval, e se inclinam para a frente de modo a
combater a resistência que o ar oferece ao movimento, sendo esta uma força de atrito
prejudicial.
As chuteiras dos jogadores de futebol têm pitões e não solas normais para aumentar o
atrito. Quanto maior for o atrito entre a chuteira e o campo, menor é o risco de o
jogador escorregar, sendo este um atrito útil.
Numa corrida de Fórmula 1, os automobilistas mudam para pneus com sultos mais
profundos quando começa a chover, pois o piso fica mais escorregadio perdendo
assim os pneus aderência, criando assim mais atrito entre os pneus e o chão. Este
atrito é um atrito útil.
Os patinadores no gelo utilizam patins em linha, mais uma vez para reduzir o atrito e
deslizar melhor. Este atrito é prejudicial.
58
Aula nº 67
Depois de leccionada a aula referente ao conceito da força de atrito, foi realizada uma
actividade laboratorial com o objectivo de comprovar os factores que influenciam a
intensidade da força de atrito.
Assim e dado que havia pouco material disponível na escola para a sua realização a
actividade foi centrada tendo sido escolhidos alunos aleatoriamente para a realizarem
enquanto os outros observavam e anotavam valores necessários para a realização de uma
ficha laboratorial que foi distribuída no inicio da aula.
A actividade laboratorial dividiu-se em três partes:
A primeira parte da actividade consistiu em provar que a força de atrito dependia da
massa do corpo. Para tal, prendeu-se um bloco de madeira a um dinamómetro e mediu-se
qual a força mínima necessária fornecer ao bloco para que este inicia-se o movimento.
Registou-se esse valor. Depois colocaram-se dois blocos um em cima do outro tendo-se
prendido um dinamómetro a este conjunto de modo a verificar também qual a força mínima
necessária para os colocar em movimento. Verificou-se que esse valor era superior ao
primeiro, concluindo-se assim que a força de atrito depende da massa do corpo;
A segunda parte da actividade consistiu em provar que a força de atrito depende
também do tipo de superfície em contacto. Assim voltou-se a medir e a registar as forças
mínimas (como na experiência anterior) mas, neste caso, fazendo deslizar um só bloco com a
face rugosa, e o mesmo bloco com a face de madeira. Mais uma vez aos serem comparados os
valores se pode comprovar que a força de atrito depende do tipo de superfície em contacto;
Por fim a terceira parte desta actividade consistiu em provar que a força de atrito não
depende da área da superfície em contacto. Para tal, como na experiência anterior, voltou-se a
medir e a registar as forças mínimas mas, neste caso, fazendo deslizar um só bloco com a face
de menor área, e o mesmo bloco com a face de maior área. Provou-se assim que a força de
atrito não depende dá área de superfície em contacto.
De referir também que nas três partes da experiência, os blocos se fizeram deslizar por
um tapete de modo a obter valores mais favoráveis.
No fim da aula e após todos os alunos terem preenchido a ficha laboratorial, foram
realizados alguns exercícios referentes ao conceito de forças de atrito.
59
Área
ForçaP
Aula nº68
A presente aula iniciou-se, juntamente com a apresentação de umas imagens em
PowerPoint, com a seguinte pergunta: “Porque será que as marcas deixadas pelos esquis na
neve são menos profundas que as marcas deixadas pelos sapatos?” Com a ajuda da
professora, os alunos disseram que a diferença está na superfície em que nos apoiamos, sendo
a superfície dos esquis bem maior do que a superfície dos sapatos.
Concluí-se assim que quanto maior for a área em que actua uma força, menor será o
efeito dessa força. Por outro lado quanto menor for a área em que actua uma força, menor
será o efeito dessa força.
Foi ainda comunicado aos alunos que em física surgiu assim uma nova grandeza que
permitiu quantificar o efeito que as forças dos corpos produzem nas superfícies com quem
estão em contacto. Essa grandeza chama-se pressão.
Foi introduzida a definição de pressão como: a pressão de uma força sobre uma
superfície é igual ao quociente entre a intensidade da força que actua perpendicularmente à
superfície, força de pressão, e a área dessa superfície. De seguida foi apresentada a sua
expressão:
A aula prosseguiu voltando a dar alguns exemplos da empregabilidade de alguns
dispositivos de segurança instalados nos automóveis tais como o cinto de segurança e o
capacete no caso dos motociclistas.
Assim relativamente ao cinto de segurança e tendo por base a expressão anterior, os
alunos concluíram com a ajuda da professora, que o cinto é colocado passando pelo peito e
pelo ombro para que o corpo seja abrangido pela maior área possível do cinto. Assim quanto
maior for a área que o cinto abranja menor é a pressão feita por ele, sendo passageiro em caso
de acidente menos aleijado por este. A área e a pressão são assim duas grandezas
inversamente proporcionais.
Relativamente ao capacete, e tendo por base o mesmo tipo de raciocínio foi referido
que é importante usar o capacete pois uma vez que ele tem uma área grande de contacto com
a cabeça do motociclista, de modo a ser pequena a pressão exercida sobre ela.
Foram ainda dados alguns exemplos do dia a dia tais como: porque é que se prega um
prego numa parede com a parte do “bico” e porque é mais eficaz cortar uma maçã com uma
faca afiada.
60
A aula terminou com a resolução de alguns exercícios referentes ao tema da aula.
Aula nº 69
A aula iniciou-se com uma revisão da aula anterior, tendo sido esclarecidas eventuais
dúvidas que os alunos tinham.
A aula prosseguiu tendo sido lançadas as seguintes questões: É mais fácil pegar ao colo
alguém se o fizermos dentro de água. Porque será? Como se explica que um barco sendo feito
de ferro e aço, flutua na água? Porque é que é fácil “boiar” no mar morto? Como se explica a
subida de um balão de ar quente no ar?
Foi dado algum tempo para que os alunos pudessem pensar, e foi pedido a opinião a
alguns alunos. A maioria dos alunos disse que deveria haver uma força que os empurrava para
cima.
Foi assim dito aos alunos que de facto, sempre que um corpo está parcialmente ou
totalmente imerso em água, ele fica aparentemente mais leve mas a sua massa não se altera,
logo o seu peso deverá ser o mesmo. Então a que se deve este facto de o corpo parecer mais
leve? Deverá sim haver uma força que contraria o peso dos corpos, força essa com a mesma
direcção mas de sentido oposto. A essa força dá-se o nome de impulsão, que se simboliza por
I. Foi ainda dito que a impulsão nos líquidos é maior do que nos gases.
De seguida foi dada a definição de impulsão como uma força que tem a direcção do
peso, mas sentido contrário a este, e que resulta da interacção do corpo com o fluido (líquido
ou gás) onde estiver contido.
De modo a consolidar o que foi abordado anteriormente, recorreu-se a uma imagem
em PowerPoint (imagem 25) em que foram apresentadas dois esquemas: no primeiro temos
um dinamómetro com um corpo suspenso num suporte universal e no segundo um outro
dinamómetro com um corpo, desta vez mergulhado num copo com água, também suspenso
num suporte universal.
Imagem 25 – corpo suspenso num dinamómetro no ar e em água.
61
Verificou-se automaticamente que os dinamómetros marcam valores diferentes.
Perguntou-se a um aluno o porquê desta diferença, ao que ele respondeu que a diferença era
devido ao facto de no primeiro esquema o corpo estar suspenso no ar e que no segundo o
corpo se encontrava mergulhado em água estando este segundo sujeito à força que a água
exerce nele. Esta resposta apesar de não estar errada não se encontrava totalmente completa
nem esclarecedora, pelo que foi pedido ao aluno para ir ao quadro representar as forças que
actuavam nos dois corpos de modo a que todos os alunos acompanhassem o raciocínio. A
professora foi ajudando sempre que foi preciso o aluno.
Assim relativamente ao primeiro esquema, o aluno apenas representou no corpo o
peso ( P ) (peso do corpo no ar) concluindo-se que como apenas actua o peso sobre o corpo,
temos Fr = P Fr = P que é valor que o dinamómetro mede. Foi ainda referido por mim que a
este peso se dá o nome de peso real ( Pr ).
Relativamente ao segundo esquema quando o corpo é introduzido numa tina com
água o aluno para além do peso ( Pr ) (peso real), representou também a impulsão ( I ), força
que a água exerce no corpo. Foi feita uma chamada de atenção aos alunos, para que eles
reparassem que como o corpo é mais denso que a água, este tem tendência a descer até ao
fundo da tina e como tal a intensidade do peso é maior do que a intensidade da impulsão,
tendo estes que desenhar o vector do peso maior do que o vector da impulsão. Assim,
considerando como sentido positivo de cima para baixo temos que a Fr = Pr + I Fr = Pr – I.
Verificou-se por fim que a força resultante apontava para baixo, denominando-se por peso
aparente ( Pa ), e correspondendo ao valor que o dinamómetro lê.
As imagens abaixo assemelham-se à marcação de forças feita pelo aluno. (imagem 25
e 26)
Levou-se então os alunos a concluir que quanto maior for a impulsão, menor será o
valor da força resultante (peso aparente), daí no líquido o valor que o dinamómetro mede ser
menor do que no ar.
Imagem 25 e 26 - Representação da força peso e impulsão.
62
impulsãoPP realaparente
Através desta conclusão chegou-se à seguinte relação:
Seguidamente foi dito aos alunos que quem se apercebeu pela primeira vez deste
fenómeno foi o física Arquimedes há mais de 200 anos. Assim como resultado de muitas
experiências, nas quais se mergulhavam corpos em fluidos (líquidos ou gases), permitiram
chegar a um princípio, o princípio de Arquimedes. Segundo este princípio qualquer corpo
mergulhado num líquido recebe deste uma força vertical de cima para baixo, igual ao peso do
volume do líquido deslocado.
De modo a verificar o princípio de Arquimedes foi realizada uma actividade
experimental centrada e chamado um aluno para ajudar a professora a ler os resultados que
se iam obtendo. Assim foi utilizado um suporte universal, um dinamómetro, um peso (corpo)
de metal, uma tina com água, uma balança e um recipiente com saída lateral, tendo-se
efectuado uma montagem como mostra a imagem abaixo. (imagem 27)
Apesar de na imagem a balança se encontrar ao lado, na nossa aula foi colocada
debaixo da tina que recebeu a água que saiu do recipiente com saída lateral, tendo-se tarado a
balança de modo a que a leitura da massa de água fosse directa.
Assim, colocou-se o peso de metal no dinamómetro e registou-se o valor que este
mediu, correspondendo ao peso real do corpo suspenso. De seguida colocou-se o peso
suspenso no dinamómetro dentro de água e registaram-se mais dois valores. Um disse
respeito ao valor que o dinamómetro mostrava, que correspondia ao peso aparente e o outro
que foi lido na balança correspondia à massa de água deslocada e que saiu pela saída lateral
do recipiente que continha a água, correspondendo segundo o princípio de Arquimedes ao
valor da impulsão.
Imagem 27 - Esquema de montagem aproximado ao que se
utilizou na aula.
63
impulsãoPP realaparente
Após terem sido todos os valores medidos e apontados no quadro e utilizando a
expressão anteriormente deduzida ( ) calculou-se o valor da
impulsão. Por fim e de modo a confirmar o principio de Arquimedes calculou-se o peso de
água corresponde ao volume deslocado quando se introduziu o peso dentro do recipiente pela
expressão P = m x g. Verificou-se que os dois valores eram concordantes como era de prever.
A aula terminou com a apresentação dos factores de que depende a impulsão. Para tal
foram apresentados esquemas, semelhantes aos anteriores, de modo a que os alunos em
diálogo com a professora concluíssem que:
A impulsão para corpos com a mesma massa e mergulhados em líquidos com
densidades iguais depende do volume emerso, sendo maior para volumes
maiores e menor para volumes menores;
A impulsão para corpos com volumes iguais mergulhados em líquidos com
densidades iguais não depende da massa do corpo emerso;
A impulsão para corpos com volumes iguais, massas iguais mas mergulhados
em líquidos com densidades diferentes apresentam valores de impulsão
diferentes. A impulsão depende da densidade do liquido em que o corpo está
emerso.
Aula nº70
Esta aula destinou-se à revisão e consolidação de conhecimentos adquiridos na aula
anterior. Para tal começou-se a aula com a reformulação das perguntas que tinham sido feitas
no inicio da aula anterior. Foi então pedido a um aluno que justificasse o porque de os balões
de ar quente subirem facilmente no ar. O aluno respondeu que era devido à impulsão exercida
pela atmosfera. Chamei ainda os alunos à atenção de que quando o balão se encontra imóvel
no ar é porque o seu peso é igual à impulsão exercida pela atmosfera, faço que os alunos
compreenderam rapidamente.
De seguida perguntou-se a um outro aluno o porquê de os barcos feitos de aço e ferro
flutuarem no mar. Mais uma vez a resposta cingiu-se “devido à impulsão exercida pela água do
mar”. Foi referido por mim que neste caso a forma do casco dos barcos têm importância uma
vez que se atirarmos um preço de aço à água vemos que ele afunda, e o barco não. Tal
acontece pois como o casco dos barcos normalmente têm forma de concha o volume imerso é
maior e, portanto, o volume de água deslocada também é maior, e segundo o princípio de
Arquimedes a impulsão aumenta com o volume imerso.
64
Por fim foi perguntado o porquê de ser muito mais fácil “boiar” no Mar Morto e o
aluno respondeu que se devia ao facto de a água deste ser mais denso e como tinha sido visto
na última aula a impulsão é maior em fluidos mais densos do que menos densos.
Após esta breve revisão e de modo a consolidar o que foi dados nestas últimas aulas,
procedeu-se à resolução de uma ficha de revisão para o teste de avaliação que englobou toda
a matéria leccionada referente à subunidade: “movimentos e forças” ou seja leccionada pelas
professoras estagiárias.
Mais uma vez a execução da mesma ocorreu em pequenos grupos de trabalho, de modo a que
fosse possível que os alunos trocassem ideias entre eles.
A resolução destas fichas deu oportunidade a todos os alunos de poderem aplicar os
conhecimentos adquiridos e esclarecer pequenas dúvidas com os colegas ou, quando
necessário, com a professora.
Aula nº71
Esta aula destinou-se à continuação da resolução da ficha de trabalho, tendo-se
iniciado também a sua resolução. A resolução da ficha esta foi feita no quadro pelos próprios
aluno, tendo ido um a um resolver os exercícios da respectiva ficha. Sempre que preciso e
solicitado a professora entreviu para esclarecimento de eventuais dúvidas.
65
Capítulo 3: Ensino secundário – 10ºano de Escolaridade
3.1 – Orientações curriculares e programa de ensino
A disciplina de Física e Química A é uma das três disciplinas do tronco comum da
componente de Formação Específica do Curso Geral de Ciências Naturais e do Curso Geral de
Ciências e Tecnologias do Ensino Secundário. Esta disciplina dá continuidade à disciplina de
Ciências Físico-Químicas, do 3º ciclo do Ensino Básico, dos 8º e 9º anos. (Programa de Física e
Química A, 10º ou 11º Anos)
De acordo com o documento “Revisão Curricular do E. S.”, a Formação Específica tem
como intenção final uma consolidação de saberes no domínio científico que confira
competências de cidadania, que promova igualdade de oportunidades e que desenvolva em
cada aluno um quadro de referências, de atitudes, de valores e de capacidades que o ajudem a
crescer a nível pessoal, social e profissional.
A Física e Química A terá, portanto, de ser encarada como uma via para o crescimento
dos alunos e não como o espaço curricular onde se “empacotam” conhecimentos
exclusivamente do domínio cognitivo, com pouca ou nenhuma ligação à sociedade. (Programa
de Física e Química A, 10º ou 11º Anos).
As finalidades da disciplina de Física e Química A são aquelas que decorrem da própria
estrutura e finalidades do E.S., respeitante aos dois Cursos Gerais (de Ciências Naturais e de
Ciências e Tecnologias) e, em particular, no que aos saberes da Física e da Química diz
respeito.
Assim, pretende-se que através desta disciplina os alunos possam:
• Aumentar e melhorar os conhecimentos em Física e Química;
• Compreender o papel do conhecimento científico, e da Física e Química em
particular, nas decisões do foro social, político e ambiental;
• Compreender o papel da experimentação na construção do conhecimento
(científico) em Física e Química;
• Desenvolver capacidades e atitudes fundamentais, estruturantes do ser humano,
que lhes permitam ser cidadãos críticos e intervenientes na sociedade;
• Desenvolver uma visão integradora da Ciência, da Tecnologia, do Ambiente e da
Sociedade;
66
• Compreender a cultura científica (incluindo as dimensões crítica e ética) como
componente integrante da cultura actual;
• Ponderar argumentos sobre assuntos científicos socialmente controversos;
• Sentir-se melhor preparados para acompanhar, no futuro, o desenvolvimento
científico e tecnológico, em particular o veiculado pela comunicação social;
• Melhorar as capacidades de comunicação escrita e oral, utilizando suportes diversos,
nomeadamente as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC);
• Avaliar melhor campos de actividade profissional futura, em particular para
prosseguimento de estudos.
No que diz respeito ao programa curricular da disciplina de Física e Química A, do
10ºAno, este encontra-se dividido em duas componentes a componente de Química e a
componente de Física., em que cada uma apresenta uma unidade inicial, e duas unidades
temáticas, ambas com finalidades distintas.
A tabela que se segue apresenta de forma resumida ao programa de Físico Química A
referente ao 10º Ano:
Componente Química Física
Finalidade: consolidar
Módulo Inicial – Materiais:
diversidade e constituição
Módulo Inicial – Das fontes de
energia ao utilizador
Finalidade: Sensibilizar e
aprofundar
Unidade 1 - Das Estrelas ao Átomo.
Unidade 2 – Na atmosfera da Terra:
radiação, matéria e estrutura.
Unidade 1 – Do Sol ao
aquecimento.
Unidade 2 – Energia em
movimentos.
De acordo com os Princípios Orientadores da Revisão Curricular do Ensino Secundário,
cada uma das componentes - Física e Química – devem ser leccionadas nos três períodos com
igual proporção de tempo. Assim, para o 10º Ano, na componente de Química, prevêem um
total de quarenta e nove aulas – 37 mais 12, sendo essas 12 para os professores utilizarem de
acordo com as características da turma ou outro tipo de situações, nomeadamente a
avaliação. Para a componente de Física, prevêem um total 49 aulas – 36 mais 13, sendo essas
treze para os professores utilizarem também de acordo com as características da turma ou
outro tipo de situações, designadamente a avaliação.
Tabela 8 – Tabela resumo do programa de Físico-Química A.
67
Assim, como se pode constatar, relativamente à componente de Química, o programa
encontra-se organizado num módulo inicial e em duas unidades centradas em temáticas
diferentes. Apesar de diferentes estas unem-se com o objectivo comum do entendimento dos
conceitos e princípios básicos.
O módulo inicial tem como finalidade destacar competências conceptuais, processuais
e atitudianais anteriores fundamentais para a nova etapa de aprendizagens que se avizinha.
Este módulo inicial encontra-se dividido em três subunidades. A primeira diz respeito
aos materiais onde se abordaram três temas: materiais naturais e sintéticos, a classificação
química dos materiais e o átomo e a sua constituição. A segunda diz respeito às soluções e por
fim a terceira diz respeito aos elementos químicos onde os temas abordados foram: o número
atómico, número de massa e massa atómica relativa, a ordenação dos elementos e por fim
fórmulas químicas. Este módulo inicial é uma revisão dos conceitos abordados no 3º ciclo de
escolaridade.
Para este módulo inicial foram previstas sete aulas de 90 minutos sendo duas delas
destinadas a actividades prático-laboratorias (AL 0.0 e AL 0.1) a serem realizadas nas aulas de
desdobramento da turma em turnos (no laboratório). Pelo núcleo de estágio foram pensadas
um total de sete tempos lectivos de 90 minutos mais dois tempos de 135 minutos para a
realização das actividades prático-laboratoriais.
Relativamente à primeira unidade, “Das estrelas ao átomo”, composta por duas
partes, esta aborda a história dos átomos, dos elementos, das partículas sub-atómicas e de
como o conhecimento das propriedades dos elementos foi organizado na tabela periódica.
Assim, no programa de Física e Química A do 10º, prevêem-se para esta unidade 15 aulas de
90 minutos onde estão inseridas cinco aulas destinadas às três actividades prático-
laboratoriais (A.L.1.1, A.L.1.2, A.L.1.3). Contudo, pelo núcleo de estágio foram pensadas para
esta unidade um total de 16 tempos lectivos de 90 minutos, assim como cinco tempos de 135
para a realização das A.L propostas no programa sendo que para a A.L.1.3 foram necessários
três tempos de 135 minutos.
Por fim e relativamente à segunda unidade, “Atmosfera da Terra: radiação e matéria”
abordou-se a evolução e a estrutura da atmosfera, foi introduzida a noção de constante de
Avogadro e de volume molar tendo sido ainda abordadas as várias formas de exprimir a
concentração das soluções e feita a distinção entre solução, colóide e suspensão. Por fim,
nesta unidade, estudou-se ainda a interacção da radiação solar (processos fotoquímicos) e a
acção do ozono com a atmosfera, a nomenclatura dos compostos orgânicos simples e dos
inorgânicos, o modelo de ligação covalente e a geometria molecular. Para esta unidade são
previstas no programa de Física e Química do 10º ano, 15 aulas de 90 minutos e incluindo e
68
ainda duas actividades prático-laboratoriais (A.L. 2.1 e A.L. 2.2). Já o núcleo de estágio definiu
para esta unidade apenas um total de 13 tempos lectivos e dois tempos lectivos para a
realização da A.L 2.1 e A.L 2.2.
Para o 10º Ano, na componente de Química, o programa prevê um total de 49 aulas –
37 mais 12, sendo essas 12 para os professores utilizarem de acordo com as características da
turma ou outro tipo de situações, nomeadamente a avaliação.
Para a componente de Física o programa também se encontra organizado num módulo
inicial e em duas unidades centradas em temáticas diferentes.
Relativamente ao módulo inicial, este inicia-se com uma breve abordagem à situação
energética mundial e à degradação de energia, recordando-se de seguida o conceito de
sistema, a Lei da Conservação e Energia e tipos de transformações e transferências de energia.
Para este módulo, estão definidas no programa cinco aulas de 90 minutos, sendo uma de
índole prático laboratorial. A planificação para esta unidade levada a cabo pelo núcleo de
estágio corresponde a cinco tempos lectivos de 90 e um tempo lectivo de 135 minutos
destinada à realização da A.L.0.1
Com a primeira unidade, “Sol e Aquecimento”, foram introduzidos os sistemas
termodinâmicos, a noção de equilíbrio térmico e a Lei Zero da Termodinâmica. Seguidamente,
estudam-se a convecção e condução, a condutividade térmica dos materiais, a Primeira Lei da
Termodinâmica, a capacidade térmica mássica e a variação de entalpia, bem como a Segunda
Lei da Termodinâmica e os balanços energéticos. Para esta unidade são previstas no programa
de Física e Química do 10º ano 16 aulas de 90 minutos, incluindo quatro actividades prático-
laboratoriais (A.L. 1.1, A.L. 1.2, A.L. 1.3 e A.L 1.4). Já o núcleo de estágio definiu para esta
unidade um total de 19 tempos lectivos mais quatro aulas de 135min para a realização as
quatro actividades laboratoriais definidas no programa.
A segunda unidade, intitulada “Energias e Movimento”, teve como objectivo introduzir
a noção de centro de massa, trabalho realizado por forças constantes e estuda o movimento
de corpos em planos inclinados. Posteriormente, aborda a Lei do Trabalho-Energia, o peso
como uma força conservativa e estuda a conservação ou a variação da energia em sistemas
com forças conservativas e forças não-conservativas. Para esta unidade são previstas no
programa de Física e Química do 10º ano 15 aulas de 90 minutos, incluindo três actividades
prático-laboratoriais (A.L. 2.1, A.L. 2.2 e A.L. 2.3). Já o núcleo de estágio definiu para esta
unidade um total de 10 tempos lectivos mais três aulas de 135min para a realização das três
actividades laboratoriais definidas no programa.
69
Para o 10º Ano, na componente de Física, prevêem um total 49 aulas – 36 aulas mais
13, sendo essas 13 aulas para os professores utilizarem de acordo com as características da
turma ou outro tipo de situações, designadamente a avaliação.
De seguida vai ser apresentada uma tabela onde se encontra a planificação elaborada
no inicio do ano relativamente ao 10º ano de escolaridade:
Unidade Subunidade Didáctica
Total de aulas a leccionar
Aulas
teóricas
(90min)
Aulas prático-
laboratoriais
(135min)
Módulo inicial
0.1. Os materiais 2 2 (A.L.0.0 e
A.L.0.1)
0.2. As soluções 3 --------
0.3 Os elementos químicos 2 ---------
Unidade 1
1.1. Arquitectura do Universo 5 1 (A.L.1.1)
1.2. Radiação, energia e espectros 5 1 (A.L.1.2)
1.3. Átomo de hidrogénio e estrutura
atómica 4 --------
1.4. Tabela Periódica 2 3 (A.L. 1.3)
Unidade 2
2.1. Evolução da atmosfera: breve história 2 --------
2.2. Atmosfera: temperatura, pressão e
densidade em função da altitude 5 2 (A.L.2.1)
2.3. Interacção radiação-matéria 2 --------
2.4. O ozono na estratosfera 2 --------
2.5. Moléculas na troposfera – espécies
maioritárias (N2, O2, H2O, CO2) e espécies
vestigiais (H2, CH4, NH3)
2 --------
Total: 36 Total: 9
Módulo inicial (Física)
0.1. Situação energética mundial e
degradação de energia 2
0.2 . Conservação da energia 3 1 (AL.0.0)
Unidade 1
1.1. Energia: do Sol para a Terra 8 1(A.L.1.1)
1.2 - A energia no aquecimento/arrefeci-
mento de sistemas
11
3 (A.L.1.2,
A.L.1.3 e
A.L.1.4)
Unidade 2 2.1. Transferências e transformações de 3 1 (A.L.2.1)
70
energia em sistemas complexos –
aproximação ao modelo da partícula
material
2.2 – A energia de sistemas em movimento
de translação. 7 2 (A.L.2.2 e
A.L.2.3)
Total: 34 Total: 9
3.2 – Manuais escolares adoptados
Tal como já foi dito, o manual escolar é um instrumento pedagógico que facilita o
processo de aprendizagem e contribui para formação do aluno. Assim a escolha de um manual
por parte do professor deverá ser a mais criteriosa possível.
Os livros adoptados pelo grupo de Ciências Físico-Químicas para o 10ºano de
escolaridade foram: Paiva, J., Ferreira, A., Ventura, G., Fiolhais, M. e Fiolhais, C. (2009). 10 Q –
Química 10ºano. Texto Editores e Caldeira, H., Bello, A. (2010). Ontem e hoje – Física - 10ºano.
Porto Editora.
Relativamente ao livro que diz respeito à componente de Química e como já foi
referido, está está dividido em três unidades temáticas: 0- Módulo inicial – Materiais:
Diversidade e constituição, 1- Das estrelas ao átomo e 2- Atmosfera da Terra: radiação e
matéria. Cada unidade possui ainda várias subunidades.
No manual 10 Q é possível ainda encontrar: texto numa linguagem rigorosa e clara;
estaques de aspectos de aspectos fundamentais em notas laterais e caixas e texto; sugestões
de outras fontes de informação em hiperligações ao longo do texto; numerosas figuras e
esquemas, sempre com legendas; questões resolvidas que exploram conceitos fundamentais;
actividades práticas para realizar na aula ou em casa, que explorem questões científicas,
tecnológicas, ambientais e sociais; actividades laboratoriais com trabalhos que incluem
exploração pré e pós-laboratorial; questões adicionais no final de cada unidade, com as
soluções o final do manual e ainda anexos com várias informações úteis.
O manual faz-se acompanhar de um caderno de exercícios bem como um cd-rom para
o aluno. Para o professor existe uns cd-rom específico que contem material de apoio útil para a
preparação das aulas
Tabela 9 – Tabela resumo do número de aulas planificadas pelo
núcleo de estágio de Fisico-Química.
71
Relativamente ao livro que diz respeito à componente de Física, este encontra-se
também dividido em três unidades: 0 – Módulo inicial: Das fontes de energia ao utilizador, 1 –
Do sol ao “aquecimento” e 2 – Energia em movimentos.
Este manual está organizado da seguinte maneira: cada capítulo começa com os
contextos subjacentes a cada subunidade, dentro dos quais se irão explorar os objectos de
ensino previstos o programa; os conteúdos programáticos são expostos e ilustrados através de
exemplos; sempre que existam conceitos passíveis de dificuldades de compreensão é
necessário prestar atenção, contem curiosidades; de acordo com o programa, surgem as
propostas de actividades práticas de sala de aula; no final de cada subunidade, propõem-se
sempre diversas aplicações, com exercícios e problemas; no final de cada unidade existe
sempre um complemento de história da Física.
Tal como o livro de Química este faz-se acompanhar de um livro de exercícios, estando
o seu manual interactivo disponível online no site www.escolavirtual.pt.
Os manuais escolares acima apresentados não se limitam apenas a uma compilação de
conteúdos. Os assuntos encontram-se bem estruturados de modo a facilitar a aprendizagem
dos alunos, recorrendo-se, com oportunidade, de um modo adequado à história da Química e
da Física para uma melhor consciencialização dos acerca da natureza da ciência e do modo
como as concepções foram evoluindo historicamente.
Contudo, enquanto que no 9º ano se verificou um uso regular do manual adoptado, a
sensação transmitida pela turma do 10ºano foi contrária. Tal pode ter-se verificado pelo facto
de a maioria das aulas terem sido dadas com recurso a slides em PowerPoint, slides esses que
eram facultados posteriormente aos alunos. Relativamente aos exercícios propostos, estes
eram normalmente dados aos alunos através de fichas de trabalho facultadas pelas
professoras, o que poderá justificar a aparente pouca utilização dos manuais escolares neste
ano de escolaridade.
3.3 – Planificação e descrição da prática de ensino supervisionada
Neste nível de ensino, tal como no básico, as professoras estagiárias começaram por
observar as aulas leccionadas pela Orientadora Cooperante. Esta observação foi muito
importante, pois permitiu a ambas as estagiárias conhecerem melhor os alunos com quem
iriam trabalhar.
O grupo de estágio juntamente com a Orientadora Cooperante reuniu no inicio do ano
lectivo de modo a decidirem quais os conteúdos programáticos a leccionar por cada estagiária.
72
De acordo com o que foi dito em cima e visto que a Orientadora Cooperante tinha a
seu cargo apenas uma turma de 10º ano (10º1) ambas as professoras estagiárias leccionaram
nesta mesma turma, tendo leccionado cada uma de oito aulas de 90 minutos e duas de 135
minutos.
No que diz respeito à componente de Química, a professora estagiária Tânia leccionou
uma aula teórica da subunidade “Átomo de hidrogénio e estrutura atómica”, duas aulas
teóricas da subunidade: “Tabela Periódica” ambas referentes à primeira unidade e duas aulas
teóricas da subunidade “Evolução da atmosfera: breve história”. A mim foram-me atribuídas,
três aulas teóricas da subunidade “Atmosfera: temperatura, pressão e densidade em função da
altitude”, uma aula teórica da subunidade “Interacção radiação-matéria” e uma aula teórica
das duas planeadas da subunidade “Ozono na estratosfera” referentes à segunda unidade.
(falta uma aula da Tânia)
Tal como se referiu anteriormente, estavam planeadas para a subunidade “Atmosfera:
temperatura, pressão e densidade em função da altitude” cinco aulas de 90 minutos mas só
foram leccionadas três e para a subunidade “Interacção radiação-matéria” duas aulas de 90
minutos tendo apenas sido precisa uma.
Em relação à componente de Física, as subunidades atribuídas às professoras
estagiárias foram “Energia do Sol para a Terra" em que a professora estagiária Tânia leccionou
duas aulas de 90 minutos e “A energia no aquecimento/arrefecimento de sistemas” em que foram
leccionadas mais duas aulas de 90 minutos e a A.L.1.2 de 135 minutos pela professora
estagiária Tânia e leccionadas por mim mais quatro aulas de 90 minutos e a A.L.1.4 de 135
minutos referentes a esta subunidade.
Antes de cada aula leccionada pelas estagiárias, foram sempre realizadas reuniões com
a Orientadora Cooperante e o Orientador Científico, cujo objectivo passava pela discussão do
plano de aula, pequenos ajustes no tempo de gestão da aula bem como esclarecimento de
eventuais dúvidas quer a nível de estratégias a serem utilizadas quer a nível científico.
As estratégias utilizadas nas aulas leccionadas procuraram sempre conjugar os tempos
expositivos com outros em que era solicitada a opinião dos alunos sobre os conceitos
leccionados, bem como a realização de exercícios, actividades experimentais e pequenas
actividades centradas.
A carga horária semanal da disciplina de Físico-Química correspondia a dois blocos de
90 minutos e um de 135 minutos. Nos blocos de 135 minutos a turma era dividida ao meio
sendo que metade da turma tinha Biologia e Geologia e a outra Físico-Química A. No fim de
cada período de 135 minutos os turnos trocavam.
73
3.3.1 - Componente de Química
Sumário Conteúdo Competências específicas
Aula nº39
03/01/11
(135 min)
Atmosfera: temperatura,
pressão e densidade.
Quantidade de matéria e
massa molar.
Variação da temperatura e
estrutura em camadas da
atmosfera.
Constante de Avogadro.
Massa molar.
Explicar que, na ausência de
qualquer reacção química, a
temperatura da atmosfera deveria
diminuir com a altitude até um
certo valor e depois aumentar
como resultado da actividade
solar.
Associar a divisão da atmosfera
em camadas, aos pontos de
inflexão da variação de
temperatura em função da
altitude.
Estabelecer uma relação, para
uma dada pressão e
temperatura, entre o volume de
um gás e o número de partículas
nele contido.
Relacionar a variação da
densidade da atmosfera com a
altitude.
Reconhecer que uma mole de
qualquer substância/entidade
contem sempre o mesmo
número de partículas – número
de Avogadro.
Reconhecer que a massa de uma
mole é expressa pelo mesmo
número que a massa molecular
relativa (ou massa atómica
relativa).
Aula nº 40
05/01/11
Volume molar.
Volume molar.
Densidade de um gás.
Reconhecer que é o volume
ocupado por uma mole de gás,
sendo que nas condições PTN é
74
(90 min) Dispersões na atmosfera.
Relação volume/número de
partículas a pressão e
temperatura constantes.
Relação densidade de um
gás/massa molar.
Dispersões na
atmosfera.
Soluções gasosas.
colóides e suspensões
- Material particulado.
sempre 22,4dm3.
Relacionar a densidade de uma
substância gasosa com a sua massa
molar.
Reconhecer que a atmosfera é
formada por uma solução gasosa
na qual se encontram outras
dispersões como os colóides e
suspensões, na forma de
material particulado.
Indicar o significado de solução,
colóide e suspensão e distingui-los
uns dos outros.
Identificar soluções, colóides e
suspensões em situações do
quotidiano.
Aula nº41
06/01/2011
(90 min)
Diferentes modos de
expressar a concentração
de soluções
Composição quantitativa
de soluções:
- Concentração e
concentração mássica;
- Percentagem em volume
e percentagem em massa;
- mg/kg ou cm3/m3 (partes
por milhão)
- Fracção molar.
Explicitar a composição
quantitativa de uma solução em
termos de concentração,
concentração mássica,
percentagem em massa,
percentagem em volume,
fracção molar e partes por
milhão;
Exprimir a composição
quantitativa média da
atmosfera de formas diversas e
estabelecer a correspondência
adequada.
Interacção radiação -
matéria
Formação de radicais
livres na estratosfera e na
troposfera
Formação de iões na
termosfera e na
mesosfera: O2, O+ e NO+
A atmosfera como filtro de
Interpretar a formação dos
radicais livres da atmosfera
(estratosfera e troposfera) HO,
Br e Cl como resultado da
interacção entre radiação e
matéria.
Enumerar alguns dos efeitos
da acção de radicais livres na
atmosfera sobre os seres vivos.
75
Aula nº 44
22/11/2010
(90 min)
radiações solares
Energia de ligação por
molécula e energia de
ionização por mole de
moléculas.
Interpretar a formação
dos iões O2+, O.+ e N2
+ como
resultado da interacção entre
radiação e matéria.
Interpretar a atmosfera como
filtro solar (em termos de
absorção de várias energias nas
várias camadas da atmosfera).
Explicar o resultado da
interacção da radiação de energia
mais elevada na ionosfera e
mesosfera, em termos de
ionização, atomização (ruptura de
ligações) e aceleração das
partículas.
Aula nº45
20/01/2011
(90 min)
O ozono na estratosfera.
O ozono como filtro
protector da Terra.
Filtros solares.
Formação e de
composição do ozono na
atmosfera.
A camada do ozono.
Compreender o efeito da
radiação na produção de ozono
estratosférico.
Explicar o balanço O2 / O3 na
atmosfera em termos da
fotodissociação de O2 e O3.
Explicar a importância do
equilíbrio anterior para a vida na
Terra.
Conhecer formas de concretizar
a radiação incidente numa
superfície – filtros mecânicos e
filtros químicos.
Interpretar o modo como actua
um filtro solar.
Indicar o significado de “Índice
de protecção solar”.
Tabela 8 - Tabela resumo com sumários, conteúdos e competências específicas, das várias aulas
assistidas e de regências, da componente de Química no 10º ano de escolaridade.
76
Descrição das aulas leccionadas:
Aula nº 39
A aula será iniciada fazendo um breve revisão sobre a atmosfera pois esta é uma
preciosa camada de gases que envolve a Terra e que a acompanha nos seus movimentos
devido à força da gravidade que a “prende” à superfície.
Como já era do conhecimento dos alunos a atmosfera é dividida por camadas:
Troposfera, Estratosfera, Mesosfera, Termosfera, Exosfera.
Assim recorrendo à análise de uma imagem em PowerPoint referiu-se que a divisão da
atmosfera em camadas está associada aos pontos de inflexão da variação de temperatura em
função da altitude. A esses pontos de inflexão chamam-se zonas de transição: Tropopausa,
Estratopausa, Mesopausa.
Foi referido também que a temperatura da atmosfera depende do efeito da
proximidade ao solo, também denominado por efeito térmico, e pelo efeito químico.
O efeito térmico diz respeito à interacção da radiação devolvida pela Terra (radiação
infravermelha) com os constituintes da atmosfera, enquanto que o efeito químico expressa a
interacção das radiações solares com os constituintes da atmosfera.
Desta forma foi então formulada a seguinte pergunta: “Mas porque será que a curva
referente à variação de temperatura tem esta forma não variando de forma simples?”
Nenhum aluno sabia responder a esta questão.
Foram então apresentados dois gráficos de modo a se obter uma melhor compreensão
por parte dos alunos. (imagem 28 e 29).
Imagem 28 - Variação da temperatura em função da
altitude, para as diferentes camadas da atmosfera, com
existência de actividade química.
Imagem 29 - Variação da temperatura em função da
altitude, se não existisse actividade química.
77
Analisando as imagens anteriormente apresentadas, foi explicado aos alunos que é
precisamente devido à existência desse efeito químico, que a curva de temperatura à medida
que a altitude aumenta ao longo das camadas toma a forma que tem, ou seja a temperatura
da troposfera vai diminuindo até atingir -60 ºC. Depois esta volta a aumentar até cerca de -2
ºC, na passagem da estratosfera para a mesosfera. Na mesosfera a temperatura diminui até
cerca de 80 Km de altitude. Inicia-se então uma nova camada, a termosfera, na qual a
temperatura volta a aumentar atingindo valores acima dos 1500 ºC.
Se não existisse actividade química na atmosfera a temperatura diminuiria na subida
até um certo ponto, inflectindo a determinada altitude, quando o ar fosse muito menos denso.
A partir desse ponto a temperatura deveria aumentar continuamente, devido à actividade
solar. (imagem 29)
De seguida foram caracterizadas as diferentes camadas da atmosfera, tirando-se
algumas conclusões quanto à variação de pressão e densidade com a altitude.
Ainda no decorrer da aula, foi introduzido o conceito de mole. Assim, segundo a
IUPAC mole (símbolo mol) é a quantidade de substância ou matéria que contém tantas
entidades estruturais quantos átomos existentes em existentes em exactamente 0,012Kg de
Carbono-12.
Os alunos aprenderem ainda que numa mole existem sempre 6,023x1023 entidades
estruturais (moléculas, átomos, iões, fotões, etc.). A esse valor chamamos constante de
Avogadro. Foi estabelecida a relação entre o número de partículas (N), a constante de
Avogadro (NA ) e o número de moles (n).
Para uma melhor compreensão do conceito, a professora estagiária recorreu a
inúmeros exemplos que reforçaram a ideia de que uma mole de qualquer substância contém
sempre 6,022x1023 partículas.
De seguida, foi lançada a seguinte questão: Qual a razão da escolha da mole para
unidade de quantidade de substância? Para responder, foi apresentado um quadro onde
existiam diferentes substâncias como o hidrogénio, carbono, dióxido de carbono, etc. e as suas
respectivas massas relativas e massas moleculares.
Os alunos foram levados a concluir que a massa de uma mole é expressa pelo mesmo
número que a massa molecular relativa ou massa atómica relativa.
(mol)n
s)(partículaNA
N )/( molpartículas
78
)/(
)()(
molgM
gmmoln
nVmoldmV m )/( 3
Após apresentação de alguns exemplos, foi reforçado o conceito de massa molar (M)
de uma substância, que é a massa de uma mole dessa substância. Foi também estabelecida a
relação entre quantidade química, massa molar e a massa de uma dada amostra.
A aula terminou com a realização de alguns exercícios de aplicação, em que os alunos
puderam aplicar os conceitos apresentados.
Aula nº 40
A aula iniciou-se com uma breve recapitulação da aula anterior. Dado que os conceitos
são novos e um pouco abstractos, os alunos apresentavam ainda algumas dúvidas.
Posteriormente, referiu-se que o cientista Amadeu Avogadro, estabeleceu que o
volume que um gás ocupa, à pressão de 1 atmosfera e à temperatura de 0ºC, é directamente
proporcional à quantidade de partículas desse gás, sendo a razão entre essas duas grandezas
igual a uma constante de valor igual a 22,4 dm3.
De seguida foi introduzido o conceito de volume molar. O volume molar é o volume
ocupado por uma mole de gás nas condições PTN (pressão e temperatura normais),
exprimindo-se em decímetros cúbicos por mole (dm3/mol) ou litros por mole (L/ mol). O
volume molar de qualquer gás nas condições PTN é sempre 22,4 dm3/mol e nesse volume
existem sempre 6,022 x 1023 moléculas.
Foi assim estabelecida a relação entre a quantidade química, o volume molar e o
volume de uma dada amostra de substância pela expressão:
Após ter sido introduzida esta nova definição, estabeleceu-se uma relação entre todas
as grandezas aprendidas anteriormente, dando uma imagem global do abordado. (imagem
30)
)/( 3 moldmn
VVm
n
V4,22
)(
)()/(
moln
gmmolgM
79
Por fim e antes da realização de exercícios que consolidavam toda a matéria
anteriormente leccionada, foi ainda introduzido o conceito de massa volúmica ou densidade
de um gás nas condições PTN, conceito adquirido em anos anteriores. Relembrando que a
densidade de um gás é dado por v
m e que Mnm e nVV m , calculou-se a
massa volúmica para ao azoto (N2) da seguinte forma:
Realizados os exercícios propostos, a aula prosseguiu com a introdução de um novo
tema: dispersões na atmosfera.
Foi apresentada a definição de dispersão, enquanto uma mistura de duas ou mais
substâncias, em que as partículas de uma fase (fase dispersa) estão disseminadas entre as de
outra fase (fase dispersante).
Dentro deste tema foram referidas as características das diferentes dispersões
existentes: soluções verdadeiras, colóides e suspensões.
De entre as características dos colóides, distinguiu-se uma que é que quando estes são
atravessados por um feixe de luz, provocam a sua dispersão, sendo este efeito visível através
do efeito de Tyndall.
Para facilitar a apreensão do conceito, a professora estagiária efectuou uma pequena
demonstração: a um copo com água foram deitadas umas gotas de leite e ao ser apontado o
laser, os alunos verificaram que o feixe de luz atravessava toda a solução.
Imagem 30 - Variação da temperatura em função da
altitude, se não existisse actividade química.
3/25,14,22
0,28dmg
V
M
nV
nM
V
m
mm
80
A aula finalizou com a realização no quadro, por parte dos alunos de mais uns
exercícios de aplicação.
Aula nº 41
A aula foi iniciada com uma breve revisão da aula anterior.
De seguida, foram introduzidos os diferentes modos de exprimir a composição
quantitativa de uma solução, tais como: concentração mássica, concentração molar,
percentagem em massa, percentagem em volume, fracção molar e partes por milhão.
Para introduzir o conceito de concentração mássica, foi apresentado um quadro com
informações relativas à qualidade do ar que respiramos. O objectivo desta apresentação era
que os alunos conseguissem distinguir a informação qualitativa da informação quantitativa
representada no quadro. Uma vez que já tinha sido estudado por eles, na unidade 0:
Materiais: diversidade e constituição, a concentração mássica como sendo a forma mais
corrente de expressar a composição quantitativa de uma solução, não foi difícil identificarem
que a informação quantitativa representada dizia respeito à concentração mássica.
Foi então revisto que a concentração mássica, exprime-se normalmente em g/dm3
sendo expressa no S.I. em kg/m3, sendo dada pela expressão:
De seguida foi apresentado e resolvido um exercício de aplicação referente a este
conceito.
A aula prosseguiu tendo-se referido que havia um outro modo para expressar a
quantidade de um determinado componente, a concentração molar. Esta usa-se para reflectir
a quantidade de um componente numa mistura e diz respeito à composição quantitativa
expressa em quantidade de matéria (mol) de soluto por unidade de volume de solução.
Exprime-se normalmente em mol/dm3 e é dada pela expressão:
Posteriormente, foi introduzido um outro modo de exprimir a composição
quantitativa: a percentagem em massa (%m/m). Esta Indica a massa de soluto expressa numa
dada unidade por cada 100 unidades de massa de solução sendo dada pela expressão:
100x %solução
soluto
m
m
mm
V
nC
V
mCm
81
De modo a que os alunos compreendessem melhor o significado deste modo de
exprimir a composição quantitativa foi dado o seguinte exemplo: uma solução de HCl a 60%
em massa, significa que em cada 100g de solução existem 60g de HCl.
O outro modo de expressar a concentração quantitativa que se seguiu foi a
percentagem em volume (%v/v). Esta indica o volume de soluto expresso numa dada unidade
por cada 100 unidades de volume de solução sendo dada pela expressão:
Tal como na percentagem massa para melhor esclarecer o significado deste modo de
exprimir a composição quantitativa foi dado o seguinte exemplo: álcool etílico a 96% em
volume, que significa que em cada 100 mL de solução existem 96 mL de álcool etílico.
Um outro modo referido na aula foi a fracção molar (), sendo esta é uma grandeza
adimensional. Assim chama-se fracção molar do componente A (a) de uma solução ao
quociente entre o número de moles do componente A e o número total de moles, num dado
volume de solução, sendo dado pela expressão:
Foi ainda referido que soma das fracções molares dos diversos componentes é igual a
1.
Por fim introduziu-se um último modo de expressar a concentração quantitativa
designada por partes por milhão (ppm), correspondendo à massa (ou volume) de soluto
existente em 106 unidades (um milhão) de massa (ou volume) de solução. Esta usa-se para
concentrações muito pequenas e pode ser expressa em massa ou em volume, sendo dado
pelas seguintes expressões, respectivamente:
610)(
)()/(1
soluçãoV
solutoVVVppm
610)(
m(soluto)(m/m) 1
soluçãomppm
total
AA
n
n
100x %solução
soluto
V
V
VV
82
Para um melhor entendimento destas expressões foi dado o seguinte exemplo: O teor
de CO2 numa atmosfera poluída é 95 ppm. Isto significa que existem 95 mg de CO2 para 1 000
000 mg (106 mg = 1Kg) de ar atmosférico.
De referir também que à medida que iam sendo introduzidos estes modos de
expressar a composição de soluções eram apresentados e resolvidos, pelos alunos no quadro,
exercícios de aplicação ilustrativos dos mesmos.
A aula finalizou-se com a apresentação e resolução de exercícios que englobaram toda
matéria leccionada durante a aula.
Aula nº 44
Ao inicio da aula a professora estagiária recapitulou o conteúdo da divisão da
atmosfera em camadas e quais os factores que influenciam a variação da temperatura em
função da altitude.
Depois de ter levado os alunos a concluírem que a temperatura na atmosfera se
comporta como apresentada nos gráficos (imagem 28 e 929) devido ao efeito químico que vai
ocorrendo ao longo das camadas da atmosfera, vai ser estudado o que provoca esse efeito
químico.
Foi novamente referenciado que a atmosfera é uma camada de gases que envolve a
Terra e que a acompanha nos seus movimentos devido à força da gravidade que a “prende” à
superfície. A professora estagiária mencionou que esta é dividida em cinco camadas e
aproveitou para solicitar a um aluno que as nomeasse.
Voltou-se a apresentar os gráficos (imagem 28 e 29) mostrados já anteriormente na
aula nº39, e pediu-se a um aluno que os voltasse a interpretar. O aluno concluiu que o gráfico
da imagem 28, representa a curva verdadeira da variação a temperatura em função da altitude
para as diferentes camadas da atmosfera, devendo-se a forma desta ao efeito químico
existente na atmosfera para além do efeito térmico. Por outro lado, o gráfico apresentado na
imagem 29 diz respeito ao tipo de curva da variação da temperatura em função da altitude da
atmosfera se o efeito químico não existisse.
A aula prosseguiu com o estudo do que provoca esse efeito químico.
Para tal, foi apresentado um esquema (imagem 31) que demostrou que toda a energia
que chega à Terra provém da radiação solar, sendo que apenas 70% da radiação
electromagnética que o sol emite atinge a superfície da Terra. O objectivo da apresentação
deste esquema consistiu em levar os alunos a concluir que desses 70%, 50% é radiação IV, 40%
83
é radicação visível e apenas 10% é radiação UV. Foi referido ainda que a radiação UV pode ser
de três tipos UV-A, UV-B e UV-C.
Foram exploradas estes três tipos de radiação, quanto à sua energia. Assim, foi
comunicado aos alunos que relativamente às radiações UV-C estas são as mais energéticas e
que normalmente são absorvidas pelo oxigénio na mesosfera, não penetrando na estratosfera;
as UV-B são as mais perigosas para os seres vivos, sendo a maior parte absorvida pelo ozono
existente na estratosfera; as UV-A são as menos energéticas e próximas do visível, atingindo a
troposfera.
Após ter sido feita a distinção deste três tipos de radiação UV, levou-se os alunos a
concluírem que a atmosfera funciona como um filtro da radiação solar pois deixa passar as
radiações de menor energia como é o caso do tipo UV-A e absorve as de energia superior
como algumas UV-B e todas as UV-C. Verificou-se então que quando as partículas que
constituem a atmosfera absorvem os fotões da radiação solar ocorrem reacções
fotoquímicas que são as responsáveis pela oscilação da temperatura ao longo das camadas.
Foi transmitido aos alunos que as reacções fotoquímicas que ocorrem são:
fotodissociação e a fotoionização, levando estas à formação de radicais livres e iões.
A fotodissociação é uma reacção fotoquímica em que a radiação incidente é pouco
energética, mas capaz de provocar a ruptura (dissociação) de ligações dentro de uma molécula
e originar a formação de radicais livres ou simplesmente radicais.
A2 + h → A. + A.
Imagem 31 – Esquema representativo da radiação que chega
à Terra.
84
Foram dados alguns exemplos de reacções de fotodissociação que ocorrem na
atmosfera, mais propriamente na zona superior da Troposfera e na Estratosfera, em moléculas
como: CH3Cl, O2, CFCl3, CF2Cl2, CH3Br.
Por outro lado a fotoionização é uma reacção em que a radiação electromagnética
incidente é muito energética, sendo suficiente para remover electrões à espécie envolvida
formando-se iões.
A + h → A+ + e-
As reacções de fotoionização que ocorrem em moléculas existentes na Mesosfera e
Termosfera, dadas como exemplo na aula disseram respeito às moléculas de O2 e N2.
A aula finalizou com uma breve referência aos efeitos dos electrões livres no nosso
organismo e os modos de os combater.
Aula nº 45
Como habitualmente, foi a revisão sobre a aula anterior leccionada.
Deu-se continuidade à mesma, perguntando à turma o que era para eles o ozono.
Alguns alunos responderam que se tratava de uma molécula composta por três átomos de
oxigénio e que juntamente com outros gases atmosféricos formam uma camada existente na
atmosfera chamada camada do ozono.
Recorrendo de seguida à análise de um gráfico que relaciona a concentração de ozono
em função da altitude da atmosfera (imagem 32), levou-se os alunos a concluir a maioria do
ozono (90%,) se encontra na estratosfera sendo denominado como “bom ozono” e que actua
como principal escudo às radiações UV. Os restantes 10% de ozono atmosférico, encontra-se
na troposfera sendo denominado como o “mau ozono”.
Imagem 32 – Gráfico que representa a concentração de ozono na atmosfera
em função da altitude.
85
Ainda relativamente ao gráfico foi perguntado a um aluno qual a zazão existência de
ozono na troposfera. O aluno respondeu que como indica o gráfico, este deve-se ao fenómeno
conhecido por smog. Foi ainda esclarecido pela professora estagiária que o smog resulta da
contracção das palavras inglesas smoke (fumo) e fog (nevoeiro), e deve-se principalmente à
emissão de combustíveis não queimados (compostos orgânicos voláteis) e de monóxidos de
azoto, sendo muito prejudiciais ao ser humano, nomeadamente ao causar problemas
respiratórios graves.
Mas como se forma o ozono na estratosfera? Recorrendo a umas imagens em
PowerPoint foi explicado aos alunos que a ligação entre átomos de oxigénio (existentes na
estratosfera) é relativamente forte sendo necessária uma grande quantidade de energia para
quebrar essa ligação. Como a radiação UV-B que atinge a estratosfera tem energia necessária
para a quebrar essa ligação ocorre a seguinte reacção:
Uma vez que estão instáveis e reactivos os radicais livres O., reagem novamente sendo
esta reacção traduzia pela seguinte reacção:
“E o que acontece quando a molécula de ozono por sua vez é atingida por radiações
UV-B?” Esta pergunta foi dirigida a um aluno, que respondeu que também deveria
desencadear algum tipo de reacção. A professora estagiária referiu que a molécula de ozono,
por seu turno, está também sujeita a um fenómeno de dissociação, quando interage com a
radiação UV, ocorrendo a reacção química inversa da anterior:
ou
Por fim, e tendo por base a análise da imagem 33 levou-se os alunos a concluir que se
não existissem agentes antropogénicos na estratosfera que alterassem a quantidade de ozono,
a concentração deste gás permaneceria aproximadamente constante, ou seja a formação e
decomposição do ozono ocorreria à mesma velocidade.
86
Imagem 33 – ciclo do ozono
Para concluir o que foi abordado foi apresentada uma animação que resumiu todos os
conceitos abordados.
A aula prosseguiu voltando a reforçar a ideia de que o ozono nos protege da radiação
UV-B, deixando passar as radiações IV, visível e UV-A, actuando assim como filtro químico.
A acção da atmosfera como filtro não elimina a necessidade de se usar um outro tipo
de protecção, o que explica a recomendação para o uso de creme protector solar em dias de
exposição solar.
Foi ainda referido aos alunos que a importância do uso destes protectores solares se
deve ao facto de conterem filtros físicos e químicos. Os filtros físicos reflectem as radiações
funcionando como ecrã e não são absorvidos pela pele. Alguns exemplos deste tipo de filtros
são: o óxido de zinco e dióxido de titânio. Por outro lado os filtros químicos absorvem as
radiações, sendo absorvidos posteriormente pela pele. Exemplos deste tipo de filtros são os:
derivados da benzofenona.
A aula terminou transmitindo-se o significado da sigla FPS – factor de protecção solar,
como sendo o factor de protecção solar que indica o grau de protecção relativamente à
exposição solar.
Por fim deu-se um exemplo: um factor de protecção 30 significa que uma pele que
suporta dez minutos de exposição ao Sol sem danos, com a protecção do creme solar
suportará 3010= 300 minutos (5 horas).
87
3.3.2- Componente de Física
Sumário Conteúdos Competências específicas
Aula nº70
03/03/11
(90 min)
Primeira lei da
termodinâmica.
Radiação, trabalho e
calor.
1ª Lei da
Termodinâmica
Identificar em processos de
transferências e
transformações de energia, o
sistema, as fronteiras e as
vizinhanças;
Caracterizar um sistema
isolado como aquele cujas
fronteiras não permitem
trocas de energia com as
vizinhanças ou em que estas
não são significativas;
Caracterizar a energia
interna como propriedade
de um sistema, resultante
das diferentes acções entre
os seus constituintes e dos
seus respectivos
movimentos;
Identificar transferências
de energia como trabalho,
calor e radiação;
Interpretar fisicamente a Lei
da Conservação da Energia;
Interpretar a 1ª Lei da
Termodinâmica a partir da Lei
Geral da Conservação da
Energia;
Interpretar situações em que
a variação de energia interna
se faz à custa de trabalho.
Aula nº 71
Balanços energéticos.
1ª Lei da
Estabelecer balanços
88
31/03/11
(90 min)
Transferência de
energia entre sistemas
com mudança de estado
físico.
Variação de entalpia.
Termodinâmica.
Mudanças de estado
físico.
Energia necessária
para fundir uma certa
massa de uma substância.
energéticos em sistemas
termodinâmicos;
Identificar mudanças de
estado físico: fusão,
vaporização, condensação,
solidificação e sublimação;
Identificar a quantidade de
energia necessária à
mudança de estado físico
de uma unidade de massa
de uma substância como
uma característica desta;
Associar o valor, positivo ou
negativo, da quantidade de
energia envolvida na
mudança de estado físico, às
situações em que o sistema
recebe energia ou transfere
energia para as vizinhanças,
respectivamente.
Aula nº72
04/04/2011
(135 min)
AL 1.4 – Balanço
energético num sistema
termodinâmico.
Mudanças de estado
físico
Energia necessária para
fundir uma certa massa
de uma substância
Balanço energético
Identificar mudanças de
estado físico.
Determinar o calor latente de
fusão da água.
Determinar a energia
envolvida numa mudança de
fase, neste caso da transição
da água no estado sólido para
o estado líquido.
Aula nº 73
06//2010
(90 min)
Colectores solares.
Segunda Lei da
Termodinâmica.
Entropia e
irreversibilidade.
Colectores solares
2ª Lei da
Termodinâmica
Explicar o funcionamento
do colector solar e quais as
suas funções.
Explicitar que os processos
que ocorrem
espontaneamente na
Natureza se dão sempre
89
num determinado sentido –
o da diminuição da energia
útil do Universo (2ª Lei da
Termodinâmica).
Aula nº75
27/04/2011
Realização de uma
ficha de trabalho.
Todos os definidos nas
aulas anteriores.
Todos os definidos nas aulas
anteriores.
Tabela 11 - Tabela resumo com sumários, conteúdos e competências específicas, das várias aulas
assistidas e de regências, da componente de Física no 10º ano de escolaridade.
Descrição das aulas leccionadas
Aula nº70
A aula foi iniciada tendo sido recordados alguns conceitos tais como: sistema
termodinâmico e energia interna.
Uma vez que os alunos não os tinham bem presentes, foi-lhes comunicado pela
professora estagiária que um sistema termodinâmico é um sistema em que ocorrem
interacções a nível corpuscular com a possibilidade de alteração da sua energia interna. Por
outro lado a energia interna é uma característica de todos os corpos, sendo esta a energia
associada a um sistema de muitas partículas e que resulta da soma da energia cinética, Ec, e da
energia potencial, Ep, dos seus corpúsculos. Uma vez que estamos a falar da energia interna,
muitas vezes refere-se energia cinética interna e energia potencial interna.
Foi escrita a seguinte expressão no quadro: Ei=Eci + Epi, e definido energia cinética
como que estando associada ao movimento dos corpúsculos constituintes do sistema
e energia potencial como estando associada às interacções entre os corpúsculos
constituintes do sistema.
Seguidamente, foi definido sistema como um corpo (ou conjunto de corpos) que
contém massa e energia e que vai ser objecto de estudo. Ao se falar em sistema, também se
falou e definiu vizinhança e fronteira. Sendo que a fronteira é a “parede” do sistema e a
vizinhança tudo o resto que não o sistema. O Universo é o conjunto do sistema e da
vizinhança.
Para uma melhor compreensão dos alunos foi desenhado um esquema no quadro
relativamente ao que tinha sido dito.
90
Foi ainda referido pela professora estagiária que era importante que os alunos não se
esquecessem que sempre que queiram resolver um problema em Física, têm que definir muito
bem o objecto em estudo, logo o sistema e a vizinhança.
Recorrendo a esquemas apresentados em PowerPoint (imagem 34), os alunos
classificarão os sistemas como abertos, fechados e isolados:
Imagem 34 – Classificação dos diferentes tipos de sistemas.
Com base na imagem anterior, foi pedido a um aluno que definisse sistema aberto,
fechado e isolado.
Por fim foi solicitado a alguns alunos exemplos do dia-a-dia para cada tipo de sistema
referido. Assim, para um sistema aberto foi referido uma chávena de café quente, para o
sistema fechado uma garrafa de água fresca colocada à temperatura ambiente e por fim para
o isolado um liquido contido numa garrafa termo.
O programa de Física de 10ºano de escolaridade iniciou-se, como já foi dito
anteriormente, com uma unidade denominada: módulo inicial. Nela foram abordados e
revistos conceitos leccionados em anos anteriores, tendo o conceito de transferências de
energia já sido relembrado no presente ano lectivo.
Nesta base, os alunos aprenderam que quando ocorre uma transferência de energia
num sistema, estamos a alterar a sua energia interna, que como já tinha sido referido é a soma
da energia cinética interna com a energia potencial interna desse sistema.
Na sequência do que foi dito, foi dirigida a um aluno seguinte questão “Através de que
processos é que podemos alterar a energia interna de um sistema?”, ao que o aluno respondeu
que a sua energia interna pode alterar-se por transferência de energia da vizinhança para o
sistema ou do sistema para a vizinhança, sob a forma de calor (Q), trabalho (W) ou radiação
(R).
Foi referido ainda que a energia interna é uma propriedade do sistema, e como tal está
relacionada quer com a temperatura, quer com o número de partículas que constituem o
sistema.
91
A aula prosseguiu mostrando-se que a energia interna está relacionada com a
temperatura pois, a temperatura (ө) é uma medida da Ec média das partículas de um sistema.
A uma temperatura mais elevada corresponde um maior grau de agitação das partículas
constituintes do sistema e, portanto, uma maior energia cinética interna do sistema.
Levou-se os alunos a concluir por fim que para dois sistemas constituídos pelo mesmo
material e com a mesma massa, a energia interna é tanto maior quanto maior for a
temperatura do sistema.
Foi referido novamente que o Universo é o conjunto do sistema e da vizinhança. Como
engloba tudo o que existe, a sua energia interna mantém-se constante. Assim, podemos
afirmar que a energia se transforma e manifesta de diversas formas, mas a quantidade de
energia total é sempre a mesma ao longo do tempo, afirmação que constitui a Lei de
conservação da energia. Para sistemas termodinâmicos a lei da conservação da energia
denomina-se 1ª lei da termodinâmica.
Foi dito ainda que não é possível medir, directamente, a energia interna de um
sistema, mas pode calcular-se a sua variação, sabendo que a energia pode ser transferida sob a
forma de calor, Q, realização de trabalho, W, e/ou absorção ou emissão de radiação, R como já
tinha sido visto anteriormente.
Assim, a primeira lei da termodinâmica para sistemas não isolados é dada por: Eint =
Q+W+R (há transferências de energia sob a forma de trabalho, calor ou radiação). Para
sistemas isolados é dada por: Eint = 0 (pois não há transferências de energia sob forma de Q,
W ou R, ou a energia cedida pelo sistema é igual á energia fornecida ao sistema).
De seguida e explicação foi reforçada com a apresentação de um esquema.
A variação da energia interna pode aumentar ou diminuir dependendo das
transferências de energia que ocorrem, pelo que, se: Eint > 0, a Eint aumenta; Se Eint < 0, a
Eint diminui.
Foram dados alguns exemplos de variação de energia interna, em que a energia é
transferida sob a forma de calor por radiação, calor e trabalho.
Relativamente a esta última forma de transferência de calor, comunicou-se à turma
que quando um sistema está isolado (ex. garrafa termo) é possível fazer variar a sua energia
interna, bastando para isso abanar a garrafa termo. Este processo de transferência de energia
fez-se através de trabalho.
Mostrou-se recorrendo a imagens referentes à experiência de Joule que para além dos
processos de radiação e calor, também é possível fazer aumentar a temperatura do sistema
através do processo de trabalho.
Finalizou-se a aula recorrendo a um vídeo que ilustra a experiência de Joule.
92
Aula nº 71
No inicio da aula foram recapitulados os conteúdos já leccionados.
A aula prosseguiu sendo sempre pedida a colaboração dos alunos para a enumeração
de exemplos de balanços energéticos tais como: aquecimento da água contida numa cafeteira,
aquecimento de ar contido num cilindro com êmbolo, compressão e expansão lenta de ar
contido numa bomba. Relativamente a este último exemplo chamou-se a atenção do aluno
que como estamos perante uma transformação isotérmica, não há variação de temperatura,
logo a sua energia cinética interna é zero, o que vai fazer com que a variação de energia
interna também seja zero (uma vez que a componente de energia potencial interna também é
zero).
A aula prosseguiu tendo sido introduzido um novo conceito de entalpia, e para tal a
professora estagiária indagou aos alunos se quando se fornece energia a uma substância,
mantendo-se a pressão constante, ocorre sempre um aumento de temperatura. Levou-se os
alunos a concluírem que nem sempre se verifica um aumento de temperatura quando se
fornece energia sendo um exemplo disso uma mudança de estado.
A professora estagiária apresentou um exemplo concreto: quando aquecemos uma
cafeteira com água, pode-se verificar que a temperatura vai aumentando até próximo dos 100
ºC. Depois disso, a temperatura mantém-se constante, apesar de continuarmos a fornecer
energia, período em que ocorre a mudança de fase de líquida a gasosa.
De seguida recorreu-se à análise do seguinte gráfico:
Para tal, a professora estagiária formulou a seguinte pergunta dirigindo-a a um aluno:
supondo que temos um bloco de gelo a uma temperatura de -5 ºC e lhe fornecemos energia, o
que acontece? O aluno não respondeu de imediato, e a professora estagiária elucidou-o
cmQ
cmQ
93
explicando-lhe que a temperatura aumenta até aos 0 ºC, aumentando assim também a energia
cinética média das moléculas.
Foi ainda pedido ao aluno que identificasse o processo físico que ocorreu tendo este
respondido que aos 0ºC, se dá o processo de fusão (passagem do estado sólido ao líquido).
Contudo, a professora estagiária realçou o facto deste processo não ocorrer
espontaneamente. É então necessário continuar a fornecer energia, para que toda a água
passe da fase sólida para a fase líquida. Durante este processo de mudança de fase, a
temperatura mantêm-se constante (como se pode verificar pela análise do gráfico).
Por exemplo, se colocarmos gelo a 0ºC num copo, e fornecermos energia ao copo,
verificamos que, a temperatura não aumenta, até todo o gelo estar derretido (fundido).
Assim, a energia fornecida durante o processo de mudança de fase, serve para quebrar
as ligações entre as moléculas de água. Esta energia recebida, contribui para elevar a energia
potencial média das moléculas, mas não para aumentar a energia cinética média das
moléculas, logo a temperatura não aumenta.
Por fim concluiu-se que a essa energia fornecida durante o processo de mudança de
fase se dá o nome de calor latente, L, ou de variação de entalpia, uma vez que está relacionada
com a variação de energia interna. Se for a passagem do estado líquido para o estado gasoso
dá-se o nome de variação de entalpia de vaporização; se for a passagem do estado gasoso para
o líquido dá-se o nome de variação de entalpia de condensação; se for do estado líquido ao
estado sólido dá-se o nome de variação de entalpia de solidificação; e do estado sólido ao
líquido dá-se o nome de variação de entalpia de fusão, como já foi referido.
Assim no processo considerado, em que temos uma transformação isobárica (pressão
constante), a quantidade de calor fornecido ao sistema é igual à variação de entalpia do
sistema, a qual está relacionada com a sua energia interna.
Pela análise do gráfico verificou-se que a temperatura do sistema só volta a aumentar
depois de todas as ligações entre as moléculas estarem quebradas, verificando-se um aumento
da energia cinética média das moléculas.
Por fim levou-se os alunos a reconhecer que nos processos de mudança de estado, em
que é necessário fornecer energia ao sistema, a variação de entalpia é maior que zero, logo a
variação de energia interna é maior que zero. Nestes processos em que se fornece energia na
forma de calor, denominam-se transformações endotérmicas. Exemplo, o aquecimento de
uma substância. Por outro lado, nos processos em que o sistema cede energia à vizinhança, a
variação de entalpia é menor que zero, logo a variação de energia interna é menor que zero.
Nestes processos em que há cedência de energia na forma de calor para a vizinhança,
denominam-se transformações exotérmicas.
94
Finalizou-se a aula com a resolução de alguns para consolidação da matéria
leccionada.
Aula nº72
Esta aula corresponde a uma aula de 135 minutos, na qual se realizou a actividade
laboratorial 1.4 – Balanço energético num sistema termodinâmico, prevista no programa.
A aula iniciou-se com uma interacção professora-alunos de modo a rever os conceitos
leccionados alusivos à actividade experimental a saber: os estados físico a matéria, o conceito
de entalpia, como se determina calor latente de fusão da água, como se determina a energia
envolvida numa mudança de fase, neste caso na transição da água no estado sólido para o
estado líquido.
Depois de concluída a parte teórica da aula, a professora estagiária distribui os
alunos por grupos e forneceu-lhes a ficha da actividade laboratorial.
Nas questões pré-laboratoriais, os alunos contaram com o apoio da professora
estagiária e recorreram ao manual escolar. Nas respostas às questões pós-laboratoriais,
não foram detectadas muitas dificuldades.
Por outro lado, na execução prática da actividade laboratorial apresentaram-se
agitados e demonstraram algumas actividades, dado se tratar de uma actividade que
causa alguma agitação nos alunos uma vez que se trata de mexer em água, gelo, picar
gelo, etc.
Aula nº 73
A aula foi iniciada referindo-se que a maior fonte de energia disponível na Terra
provém do sol. A energia solar é indispensável para a existência de vida na Terra, sendo o
ponto de partida para a realização de processos químicos e biológicos. É das fontes de energia
mais “limpa” (amiga do ambiente) podendo ser usada de diferentes maneiras.
Seguidamente, foi perguntado aos alunos de que modo é que eles achavam que se
pode aproveitar a energia da radiação solar. Estes foram levados a concluir que se pode fazer
através de painéis fotovoltaicos e de colectores solares.
Foi dito ainda aos alunos que a radiação pode ser aproveitada de outras formas, pois
ter certos cuidados na construção de uma casa permite reduzir os consumos energéticos.
Esses cuidados podem passar: por ter em atenção a orientação da casa (para sul se a casa for
95
construída numa região fria do hemisfério Norte); a aplicação do isolamento térmico (vidros
duplos, caixas de ar, materiais isolantes na porta e janelas e parte inferior dos telhados; a
instalação de palas nas janelas para impedir a incidência de luz nos vidros durante o verão e
deixando-a passar no Inverno (em que o Sol está mais baixo); a utilização de marquises e
envidraçados nas zonas frias para criar efeito de estufa.
Foi referido também que os painéis fotovoltaicos são usados na produção de energia
eléctrica enquanto que os colectores solares no aquecimento de fluidos (Energia Térmica).
Recorrendo à apresentação de uma imagem em PowerPoint e sempre mantendo um
diálogo entre professora-alunos foi explicado o funcionamento de um colector solar.
De modo a que ficasse tudo mais consolidado, foi apresentado um vídeo que
explicativo da função e funcionamento dos colectores solares.
Finalizando este tema foram apresentados e explicados os factores de que depende o
rendimento de um colector solar, as vantagens do seu uso, as desvantagens e as aplicações
dos mesmos.
Após todos os conceitos referentes aos colectores solares terem sido abordados,
foram realizados no quadro, pelos alunos três exercício.
A aula prosseguiu tendo-se iniciado o estudo da Segunda Lei da Termodinâmica
perguntando a professora estagiária a um determinado aluno: “O que acontece quando dois
corpos a temperaturas diferentes são postos em contacto?”. O aluno respondeu que ocorre
transferência energia sob a forma de calor do corpo com uma temperatura mais alta para o
corpo a temperatura mais baixa. Desta forma, o corpo a uma temperatura mais alta cede calor
e o corpo a uma temperatura mais baixa recebe calor.
Os alunos foram ainda levados a concluir que da Primeira Lei da Termodinâmica a
quantidade de energia que um sistema fornece tem de ser igual à que outro recebe.
De seguida foi ainda dito aos alunos que pela Primeira Lei da termodinâmica não se
fica a saber em que sentido ocorre o processo de transferência de energia, isto é, desde que a
energia se conserve, qualquer sentido é válido.
Perguntou-se aos alunos se seria importante o sentido segundo o qual a energia é
transferida. Estes não manifestaram qualquer opinião.
Foi-lhes então comunicado que sim e que mediante essa necessidade, surgiu então a
Segunda Lei da termodinâmica.
Foi enunciada a Segunda Lei da Termodinâmica que diz que a transferência de energia
ocorre do sistema a uma temperatura mais elevada (fonte quente) para um sistema a uma
temperatura mais baixa (fonte fria), de modo espontâneo, e nunca o inverso.
96
Conclui-se que um corpo quente em contacto com um corpo frio não pode aquecer. O
processo inverso só se verifica se actuar um factor externo ao sistema.
Existem então alguns processos que só ocorrem num sentido. Sendo assim, na aula
distingiuram-se dois tipos de processos: processos reversíveis e irreversíveis. Os processos
reversíveis, são processos em que o sistema pode regressar ao estado inicial, seguindo os
passos na ordem inversa daquela que foi seguida durante a ocorrência do processo. Foi dado o
seguinte exemplo: H2O (s) H2O (l).
Por outro lado, foi dito que um processo irreversível é um processo em que o sistema
não regressa ao estado inicial. Só ocorre num sentido. Exemplo: um copo estilhaçado.
Foi mostrado um vídeo para mostrar processos irreversíveis e reversíveis.
Foi também referido que a Primeira Lei da Termodinâmica chama-se Lei da
Conservação da Energia e como tal à Segunda Lei da Termodinâmica chama-se Lei da Não-
Diminuição de Entropia.
Foi chamada a atenção dos alunos que contrariamente à energia a entropia não se
conserva e aumenta sempre que há uma transformação irreversível. Tendo em conta a
entropia, foi enunciada a Segunda Lei da Termodinâmica da seguinte forma: “a entropia de um
sistema isolado não pode diminuir” ou “em qualquer processo natural, irreversível, um sistema
evolui no sentido em que há aumento de entropia do sistema e sua vizinhança”.
A entropia aumenta nos chamados processos irreversíveis e mantém-se nos chamados
processos reversíveis.
A aula terminou com alguns exemplos, de modo a que os alunos compreendessem
melhor o conceito de entropia.
Aula nº 75
Esta aula foi destinada à resolução de uma ficha de trabalho pelos alunos, no quadro.
A professora estagiária interveio sempre que solicitada ou quando achou pertinente a sua
intervenção.
97
Capítulo 4: Projectos de Investigação Educacional
4.1 Projecto Investigacional em Química
A motivação dos alunos é um importante desafio com que a escola se deve confrontar.
O aluno motivado procura novos conhecimentos e oportunidades, envolvendo-se com o
processo de ensino e aprendizagem, participa nas tarefas com entusiasmo e revela disposição
para novos desafios (Alcará e Guimarães, 2007).
A utilização de tarefas diversificadas tem-se revelado muito motivadora.
Relativamente à aprendizagem da ciência, Pozo e Gómez (1998) referem que a melhor
maneira de “aprender ciência é fazer ciência” e que o seu ensino deve basear-se em
experiências que permitam aos alunos investigar e reconstruir os principais descobrimentos
científicos. O aluno deverá ter um papel activo, sendo confrontado com tarefas que lhes
permita mobilizar os seus saberes e cooperar na construção das suas aprendizagens.
O presente estudo baseou-se na implementação de um projecto de investigação
visando perceber em que medida os alunos podem ser envolvidos na sua própria
aprendizagem, através da adequada selecção de actividades experimentais e da sua
participação activa na preparação e apresentação dessas actividades na sala de aula.
Este estudo, teve ainda como propósito contribuir para desenvolver nos alunos o gosto
pela aprendizagem da Química e, consequentemente, para melhorar o ensino desta disciplina
e a qualidade dos seus resultados.
Pretendeu-se assim, que os alunos aprendessem não só os conceitos curriculares da
disciplina de Físico-Química do 9º ano de escolaridade, mas também que, gerindo eles
próprios o discurso na sala de aula, tivessem a oportunidade de desenvolver um conjunto de
competências e capacidades, tanto gerais como específicas da disciplina (Competências Gerais
e , 2001).
Deste modo, desenhou-se e levou-se à prática um projecto, centrado na unidade
temática da disciplina de Físico-Química do 9º ano Classificação dos Materiais, que envolveu
duas turmas do 9 ano (9º 2 e 9º 3) da Escola Secundária José Falcão e uma turma do 3º ano da
Escola Básica de Montes Claros.
Tendo por base a coerência e a sequencialidade entre os conteúdos dos programas
curriculares das disciplinas de Físico-Química (3º Ciclo) e Estudo do Meio (1º Ciclo),
seleccionaram-se e planificaram-se oito actividades experimentais a realizar e a apresentar
pelos alunos da turma do 9º 3 aos da turma do 3º ano. A escolha desta turma do 9º ano para
98
implementar o projecto deveu-se ao facto de a mesma ser leccionada pela professora
orientadora cooperante. A turma do 9º 2 funcionou como grupo de controlo.
As actividades foram seleccionadas pelas estagiárias e pela professora orientadora
pedagógica, tendo os alunos do 9º ano sido preparados para a sua realização e apresentação
durante as horas destinadas, no seu horário, à Área de Projecto.
O objectivo base deste projecto foi assim o de determinar em que medida é que a
preparação, realização e apresentação destas actividades experimentais pelos alunos do 9º
ano a outros colegas mais novos, colocando-os numa situação de responsabilidade, influenciou
as suas aprendizagens e os motivou para a disciplina.
Este projecto decorreu durante o primeiro período do presente ano lectivo de 2010-
2011 e iniciou-se com a aplicação de dois pré-testes: um aos alunos do 9º 3 e um outro aos
alunos da turma do 3º ano. No final do projecto aplicaram-se dois pós-testes: um aos alunos
das turmas do 9º 3 e do 9º 2 (grupo de controlo) e um outro aos alunos da turma do 3º ano.
Metodologia da investigação
No que diz respeito à planificação das actividades experimentais realizadas, o principal
aspecto a ter em conta teve a ver com os alunos alvo de tais actividades. Estas actividades
destinaram-se a alunos do ensino básico do 9º ano (3º ciclo) assim como a alunos do 3º ano
(1º ciclo) e, como tal, os conteúdos teriam de se adequar ao plano de estudos de ambos os
anos de escolaridade. Procedeu-se então à análise dos programas referentes a cada ano, bem
como de anos anteriores para verificar pontos em comum.
Feita a análise respectiva, foram decididas e planeadas as experiências a realizar de
acordo com os temas que se pretendiam abordar. Os temos a abordar foram: (a) bons e maus
condutores da corrente eléctrica; (b) densidade de soluções; (c) identificação de diferentes
elementos na natureza; (d) diferença entre transformações químicas e transformações físicas.
A organização das experiências foi feita em dois blocos e teve por base o número
elevado de alunos receptivos ao projecto, dado que este não era de índole obrigatório.
No primeiro bloco, foram realizadas as seguintes experiências: (a) teste da chama; (b)
mensagens secretas; (c) densidades (água com sal e água sem sal, coca-cola normal e coca-cola
light).
No segundo bloco, as experiências realizadas foram: (a) exemplo de uma
transformação química – enchimento de um balão; (b) exemplo de uma transformação física –
destilação do vinho; (c) electricidade com limões; (d) bons e maus condutores de corrente
99
eléctrica. Neste bloco de experiências realizou-se ainda uma outra orientada para os alunos do
1º ciclo, visando essencialmente o seu lado lúdico, intitulada “os pega monstros”.
Resultados e análise dos resultados do inquérito
Pré-teste/Pós-teste do 9º 3 (em estudo)
Vão ser apresentados os resultados mais relevantes referentes aos prés e pós-testes
da turma em estudo do 9ºano (9º3). A turma é constituída por 26alunos, contudo apenas 23
participaram no projecto em questão.
Com esta análise pretendeu-se verificar até que ponto as actividades experimentais
desenvolvidas contribuíram para uma melhor consolidação do conhecimento.
Pergunta 3
Pré-teste Pós-teste
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos
R.1 “Porque a água do mar tem sal.”
13 R.6 “Porque a água do mar é mais densa que a água da piscina.”
5
R.2 “Porque a água do mar é mais densa”
4 R.7 “Porque na água do mar existe sal o que a torna mais densa.”
12
Imagem 35 – Fotografias relativas às experiências realizadas
no projecto de Química.
100
Relativamente a esta pergunta, verificamos que no pré-teste apenas a resposta
identificada como R.4 “ Porque tem maior salinidade, logo é mais densa”, referida por um
aluno, é a mais completa pois mostra que o aluno identifica o sal que se encontra na água do
mar como o factor de esta ser mais densa que a da piscina. Mostra também que compreende
o conceito densidade sabendo aplicá-lo. Por outro lado a R.3 “Porque a água do mar é menos
densa” mostra que estes dois alunos associam o facto de se poder boiar na água do mar em
relação à água da piscina devido à diferença de densidades contudo, identifica mal qual a mais
densa o que mostra que não tem claro o conceito de densidade.
Verificamos ainda que cerca de metade da turma responde “porque a água do mar
tem sal” o que mostra que os alunos associam o facto da água do mar ter sal e a da piscina
não, mas não identificam o conceito de densidade.
No pós-teste verificamos que 6 alunos referem a resposta identificada como R.6
“porque a água do mar é mais densa que a da piscina” o que se pode considerar como uma
resposta positiva contudo não associam o facto de ser o sal existente na água do mar que a
torna mais densa. Por outro lado a resposta identificada como R.9 mostra que existe um aluno
que identifica que a água do mar tem sal, mas não relaciona com o facto de este provocar uma
maior densidade da água.
Na resposta R.10 verifica-se que o aluno que a escreveu não entendeu o conceito de
densidade, pois afirma que o sal é mais denso o que não está correcto. O sal simplesmente faz
com que a água do mar se tornar mais densa.
Por fim, verificamos que 12 alunos ficaram com a ideia clara que é devido ao facto de a
água do mar ter sal, que faz com que esta fique mais densa e consequentemente nos faça
boiar, resposta identificada como R.7.
R.3 “Porque a água do mar é menos densa.”
2 R.8 “Por causa do sal. O sal ocupa os espaços livres da água do mar, ficando água salgada e fácil de boiar.”
1
R.4 “Porque tem maior salinidade, logo é mais densa.”
1 R.9 “ Por causa do sal da água do mar”
4
R.5 Não respondeu 3 R.10 “ Porque o mar tem sal e a piscina não pois o sal sendo mais denso ajuda a boiar.”
1
101
Pergunta 5b)
Pré- teste Pós-teste
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos
R.1 “Transformações do estado do material.”
1 R.9 “Transformações físicas” 22
R.2 “sólido-liquido…sólido-gasoso.”
2 R.10 Não respondeu 1
R.3 “As transformações dos estados da água na natureza.”
1
R.4“Transformações sólidas, líquidas e gasosas.”
2
R.5 “Transformações de fusão.” 1
R.6 “Transformações do estado físico.”
1
R.7 “Transformações físicas.” 10
R.8 Não respondeu 5
Relativamente ao pré-teste verificamos algumas respostas diferentes. De entre as
respostas dadas, a respostas identificadas por R.6 e R.7 são similares e as mais correctas,
referindo que as transformações observadas são transformações físicas. Relativamente à
resposta R.3 “As transformações dos estados da água na natureza”, apesar do aluno não ter
especificado o tipo de transformações que estavam ocorrer associou-as apenas à água o que
não está correcto. Todas as outras respostas não vão de encontro à resposta pretendida.
Verifica-se por fim que cinco alunos não manifestaram qualquer opinião sobre a questão
formulada.
Comparando então os resultados obtidos do pré-teste com os do pós-teste verifica-se
que houve uma evolução muito satisfatória uma vez que passamos de 10 respostas certas para
22 identificadas por R.9 “ Transformações físicas”. Mais uma vez podemos concluir que a
actividade experimental referente a este tema teve o efeito desejado.
Pós-teste 9º 3 (turma em estudo) / pós-teste 9º2 (turma de controlo).
Nesta segunda parte de discussão de resultados foi feita uma comparação quantitativa
entre o pós-teste da turma em estudo e o pós-teste da turma de controlo, sendo ambas do
mesmo ano de escolaridade. O pós-teste realizado à turma de controlo é exactamente igual ao
pós-teste realizado pela turma em estudo.
A turma em estudo (9º 3) tem 26 alunos, como já foi referido, e a turma de controlo
(9º 2) tem 26 alunos.
102
Análise dos testes diagonósticos
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Número da questão
% d
e r
esp
ost
as c
orr
ect
as
9º 3
9º 2
Apenas vão ser apenas apresentadas algumas das perguntas analisadas no projecto de
Química.
Inicialmente procedeu-se a uma análise da parte de Química de um teste diagnóstico
(que foi passado no inicio do ano pelas professoras responsáveis das turmas e que é igual para
ambas as turmas) com o intuito de verificar o nível de conhecimento dos alunos de ambas as
turmas na disciplina de Físico-Química, no início do ano lectivo.
Gráfico referente aos dados obtidos nas respostas do teste diagnóstico das turmas 9º3 e 9º2.
Após a análise dos respectivos testes diagnósticos, verificou-se que as turmas são
similares. Apesar de a turma em estudo (9º3) ter demonstrado um melhor desempenho nas
primeiras três perguntas analisadas, a turma de controlo acaba por demonstrar também um
melhor desempenho na questão 10 e questão 11, que a turma em estudo.
Pergunta 1
Nº de correspondências correctas Pós-teste
9º2 – turma de controlo (21 alunos)
Pós- teste 9º3 – turma em estudo
(23 alunos)
0 0 (0%) 0 (0%)
1 0 (0%) 0 (0%)
2 0 (0%) 0 (0%)
3 0(0%) 0 (0%)
4 0 (0%) 0 (0%)
5 0 (0%) 0 (0%)
6 5 (24%) 1 (4%)
7 3 (14%) 2 (7%)
8 13 (62%) 20 (87%)
103
Relativamente a esta primeira pergunta, verificamos automaticamente que a turma
em estudo apresenta resultados muito mais satisfatórios que a turma de controlo, uma vez
que a 87% dos alunos do 9º3 (turma em estudo) acertaram todas as correspondências tendo
apenas 62% dos alunos do 9º2 (turma de controlo) acertado em todas.
Estes resultados eram os esperados, uma vez que os conteúdos referentes a esta
pergunta apenas foram leccionados teoricamente na turma de controlo, tendo sido para além
de teoricamente também experimentalmente na turma em estudo.
Mais uma vez é aqui reforçada a ideia de que as actividades experimentais têm um
impacto positivo na aprendizagem dos alunos.
Pergunta 4b)
Começando por analisar os resultados referentes à turma de controlo, verifica-se que
em nenhum dos espaços se obteve pelo menos 50% de respostas correctas, a não ser no
primeiro que se obteve 90%.
Tal deve-se, como já referido na análise anterior dos prés/pós-testes da turma em
estudo, possivelmente ao facto de que os alunos não ficaram com a noção clara de polaridade
leccionado durante o primeiro período do presente ano lectivo. Verifica-se mais uma vez que
os alunos reflectem uma grande confusão entre “mais denso” e “menos denso” abordados em
anos anteriores. Isto seria de esperar, pois a turma de controlo não realizou quaisquer
actividades experimentais não relembrando este conceito leccionado em anos anteriores.
Relativamente aos conceitos de homogeneidade e solubilidade abordado também em
anos anteriores apenas 43% dos alunos da turma conseguiu aplicá-los devidamente.
Podemos mais uma vez realçar o papel positivo e muito importante das actividades
experimentais na aprendizagem dos alunos.
Pós-teste 9º2 – turma de controlo
(21alunos)
Pós-teste
9º3 – turma em estudo
(23alunos)
Espaço Palavra - chave Nº de respostas certas Nº de respostas certas
1 “azeite” 19 (90%) 23 (100%)
2 “duas” 8 (38%) 23 (100%)
3 “heterogénea” 9 (43%) 22 (96%)
4 “insolúvel” 4 (19%) 23 (100%)
5 “menos” 9 (43%) 23 (100%)
6 “Polar” 9 (43%) 23 (100%)
104
Pré/Pós – teste do 3º ano do ensino básico
De seguida foram apresentados os resultados referentes ao pré-teste e pós-teste da
turma do 3º ano do 1º ciclo. A turma era constituída por 24 alunos, tendo todos participado no
projecto em questão.
Com esta análise pretende-se verificar de que maneira as actividades experimentais
desenvolvidas contribuíram para o aperfeiçoamento do conhecimento adquirido pelos alunos.
Pergunta 2
Nº de respostas Correctas
Pré-teste Pós- teste
0 0 0
1 0 0
2 0 0
3 10 5
4 3 4
5 9 8
6 2 7
Como podemos visualizar, relativamente ao pré-teste apenas dois alunos conseguiram
acertar todas as respostas relativas aos diferentes estados da matéria, neste caso da água.
Apesar de este ser um tema por eles já estudado reparamos que ainda existem muitos
alunos a acertarem apenas 3 respostas o que significa que este conceito não está muito claro
para estes alunos do 3ºano de escolaridade.
Analisando agora os pós-testes, deparamo-nos com um aumento de alunos que possui
todas as respostas certas, o que revela que a actividade experimental relativa às
transformações físicas foi proveitosa surtindo efeitos. Verificamos que ainda existem 5 alunos
a acertarem simplesmente 3 respostas, contudo no global podemos dizer que o resultado foi
positivo.
Pergunta 4
Pré- teste Pós-teste
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos
R.1“Porque se irá realizar alguma
coisa importante.” 1
R.9“Porque há
pozinhos/substâncias que se se
juntarem com o fogo ficam e
outras cores.”
5
105
R.2“Para ficar mais bonito.” 1
R.10“Porque o fogo-de-artifício
tem várias substâncias de cores
diferentes e as substâncias juntas
com o fogo dá o fogo-de-artifício.”
1
R.3“Porque põem um líquido na
máquina que deita os foguetes.” 1
R.11 “Porque para cada cor usa-se
um material diferente” 4
R.4“Porque as pessoas o soltam
com diferentes formas de cores.” 1
R.12 “Porque se fossem as mesmas
cores, não daria resultado.” 1
R.5“Porque lá dentro há cores
para fazer os fogos darem luzes.” 1 R.13 Não respondeu 14
R.6“Porque o fogo tem várias
cores.” 1
R.7“Porque nunca se viu” 1
R.8Não respondeu 17
Começando por analisar os pré-teste verificamos que apenas 7 alunos manifestaram
qualquer opinião sobre a questão realizada, tendo 17 destes a deixado em branco.
Das respostas dadas pelos alunos verifica-se que nenhum deles têm noção alguma do
porquê das diferentes cores que se visualizam no fogo-de-artifício. Tais respostas seriam de
esperar pois nunca foi leccionado até ao presente ano lectivo em que estes alunos se
encontram estes conteúdos.
Ao analisarmos os pós-testes verificamos ainda um elevado número de alunos que não
manifesta qualquer opinião. Analisando a resposta R.9 e R.11 que são as que têm maior
número de respostas, verifica-se que apesar de os alunos não terem ficado com as ideias claras
tentam transmitir e descrever o que viram nas sessões experimentais sendo esses
“pozinho/substâncias” referido na reposta R.9 e “materiais” na resposta R.11 os sais
constituídos pelos diferentes catiões dos diferentes que ao serem levados à chama emitem as
diferentes cores.
Verifica-se por fim que ainda existem 14 alunos que não são capazes de transmitir
qualquer ideia.
Conclusão:
A análise deste trabalho, tendo em conta os resultados obtidos, aponta para algumas
conclusões:
106
As actividades laboratoriais que foram desenvolvidas ajudam a promover o ensino
da Química e desempenham um relevante papel motivacional junto das crianças e
jovens do ensino básico;
A metodologia utilizada no projecto contribuiu para a concretização dos objectivos
a que nos tínhamos proposto. O processo de ensino e aprendizagem afigura-se
mais eficaz quando os alunos interagem com o problema, ou seja, quando eles
próprios participam de forma activa na realização das actividades experimentais;
Existiu uma evolução conceptual significativa nos alunos envolvidos no projecto.
Foi possível constatar que os resultados alcançados no pós-teste foram superiores
e suficientemente elucidativos relativamente aos do pré-teste;
Relativamente à turma de controlo (9º 2), a turma em estudo (9º 3) obteve
resultados superiores o que reforça, mais uma vez, a importância da realização de
actividades laboratorias e a importância da motivação dos alunos para uma melhor
aprendizagem.
O tempo limitado do trabalho não permitiu que os objectivos a que nos tínhamos
proposto fossem mais aprofundados. Apesar de os resultados obtidos evidenciarem uma
melhoria nas aprendizagens dos alunos, teria sido, também, muito interessante e útil aplicar
um inquérito aos alunos da turma em estudo (9º 3) para avaliar o seu grau de motivação face
à experiência em que estiveram envolvidos. Teria sido muito pertinente verificar em que
medida é que este desafio que foi feito a estes alunos, o de assumirem a responsabilidade de
ensinar outros colegas de uma faixa etária mais baixa, contribuiu para um maior empenho e
dedicação na sua própria aprendizagem. No entanto, as conclusões acima referidas são bons
indicadores de que os alunos se sentem mais envolvidos na sua aprendizagem quando, na sala
de aula, são confrontados com tarefas que os desafiem em deterimento da simples
reprodução de informação.
4.2 Projecto Investigacional em Física
A relevância do trabalho experimental tem sido amplamente reconhecida por
investigadores, professores e outros profissionais ligados à educação. De um modo geral, o
trabalho experimental é considerado central no ensino das ciências.
Assim, hoje em dia, este é um pólo de debate e de reflexão na educação em Cências,
que faz emergir intervenções, por vezes divergentes, de todos os sectores da comunidade
107
educativa, como referem Martins e Veiga (1999). Apesar disso, a crença nas potencialidades
do trabalho experimental como meio de ensino de Ciências, nomeadamente da Física e da
Química, é amplamente partilhada por professores e decisores de currículo, podendo afirmar-
se que o trabalho experimental tem um papel central e importante nos programas de Ciências
das escolas em muitos países (Woolnough, 1991).
Embora, nos dias de hoje, a perspectiva de ensino dominante seja a do ensino por
pesquisa, continua a ser indispensável considerar as ideias que os alunos possuem antes da
aprendizagem de uma determinada temática, pois como dizem alguns autores (Ausubel,
1968), só se pode ensinar se se compreender as ideias que os alunos já possuem, muitas delas
pré-concepções.
Uma das características das pré-concepções mais preocupantes é a resistência à
mudança. De facto, estas encontram-se bastante presentes no aluno e, muitas vezes os
métodos tradicionais encontram muitas dificuldades em alterá-las. (Tavares, 2003)
As pré-concepções em Física são uma realidade. Fiolhais e Trindade (1999) apresentam
vários estudos sobre esta matéria em que se defende a necessidade de “irradicar essas
concepções erradas mais típicas e persistentes (por vezes, designadas por concepções
alternativas, embora não sejam de facto uma alternativa viável…) que os alunos possuem para
lhes transmitir conhecimentos científicos e sólidos”.
Segundo estes autores, os estudos feitos incidiram preferencialmente sobre conceitos
de cinemática e de dinâmica, sendo a mecânica newtoniana o domínio por excelência de
investigação sobre este assunto. No entanto, mais recentemente, tem-se vindo a assistir ao
aparecimento de vários outros estudos acerca da identificação de pré-concepções dos alunos
em diferentes domínios curriculares da Física tal como a energia entre outros.
O presente trabalho teve como propósito contribuir para desenvolver nos alunos o
gosto pela aprendizagem da Física e, consequentemente, melhorar o ensino desta disciplina e
a qualidade dos seus resultados. Pretendeu-se que os alunos aprendessem não só os conceitos
curriculares da disciplina de Físico-Química do 10º ano de escolaridade referentes à
componente de Física, mas também que tivessem a oportunidade de desenvolver um conjunto
de competências e capacidades, tanto gerais como específicas da disciplina (Competências
Gerais, 2001).
Pretendeu-se, ainda, recolher alguma informação sobre as pré-concepções dos alunos
relativamente a determinados conceitos do domínio da energia, constantes no programa de
Física do 10º ano, mais especificamente na subunidade temática “A energia no
aquecimento/arrefecimento de sistemas”.
108
Deste modo, pôs-se em prática um projecto, centrado na unidade temática Do sol ao
aquecimento da disciplina de Físico-Química do 10º ano, que envolveu duas turmas do 10º ano
(10º 1 e 10º 6) da Escola Secundária José Falcão.
Tendo por base a coerência e a sequencialidade dos conteúdos dos programas
curriculares da disciplina de Físico-Química do 10º ano, planificaram-se oito actividades
experimentais a realizar pelos alunos da turma do 10º 1. A escolha desta turma para
implementar o projecto deveu-se ao facto de a mesma ser leccionada pela professora
orientadora cooperante do estágio pedagógico. A turma do 10º 6 funcionou como grupo de
controlo, não tendo os alunos, por isso, tomado parte em qualquer actividade.
As actividades laboratoriais foram seleccionadas pelas estagiárias e pelo professor
orientador científico, tendo estas sido realizadas durante uma aula laboratorial da respectiva
disciplina.
O objectivo base deste projecto foi assim o de determinar em que medida é que a
realização destas actividades experimentais pelos alunos do 10º ano, juntamente com as aulas
leccionadas relativamente a estes conceitos, influenciou as suas aprendizagens e os motivou
para a disciplina, tendo em conta as pré-concepções que detinham sobre determinados
conceitos.
Este projecto decorreu nos 2º e 3º períodos do presente ano lectivo de 2010-2011 e
iniciou-se com a aplicação de dois pré-testes: um aos alunos do 10º 1 e um outro aos alunos da
turma do 10º 6. No final do projecto aplicaram-se dois pós-testes: um aos alunos das turmas
do 10º 1 e um outro aos da turma do 10º 6.
A aula dada leccionada por mim que contribuiu para este projecto encontra-se descrita
em cima no capítulo 3 e corresponde à aula nº 70.
Metodologia da investigação
No que diz respeito à planificação das actividades experimentais realizadas, o principal
aspecto a ter em conta teve a ver com os alunos alvo de tais actividades.
Estas actividades destinaram-se a alunos do ensino secundário do 10º ano e, como tal,
os conteúdos teriam de se adequar ao plano de estudos da componente de física do respectivo
ano de escolaridade. Procedeu-se então à análise do programa referente a este ano, sendo
assim seleccionadas as actividades experimentais a serem realizadas.
A planificação destas actividades pretendeu abranger todos os tópicos referidos e
abordados no questionário de diagnóstico (pré e pós-testes), tendo sido assim realizadas oito
109
experiências, sendo uma delas sugerida pelo programa da disciplina de Físico-Química para ser
realizada em sala de aula como actividade prática (APSA 1.2.). Os temas abordados foram: (a)
equilíbrio térmico; (b) condução (bons e maus condutores térmicos); (c) convecção; (d)
capacidade térmica mássica e (e) calor e temperatura.
Assim as experiências realizadas foram:
1- 1- “Experiência do gelo” (APSA
1.2) tendo-se procurado que os
alunos adquirissem o conceito de
correntes de convecção;
2 - Experiência do equilíbrio
térmico” com o objectivo que os
alunos ficassem com a noção clara
de equilíbrio térmico;
3 e 4– “Experiência do rolo de
metal e do balão”. Com estas
actividades experimental
pretendeu-se que os alunos
ficassem com a noção clara de
condutividade térmica. 5–“Experiência da barra”
pretendendo-se demonstrar o
fenómeno de condução.
110
Com estas experiências pretendia-se não só que os alunos as visualizassem, mas
também que eles próprios as realizassem de modo a ficarem mais motivados e com uma visão
mais clara das experiências
Resultados e análise dos resultados do inquérito
Numa primeira parte foram apresentados os resultados decorrentes da aplicação do
pré-teste e do pós-teste na turma em estudo do 10º ano (10º 1). A turma era constituída por
18 alunos, tendo todos os alunos participado no projecto em questão.
Na segunda parte de discussão de resultados foi feita uma comparação quantitativa
entre o pré-teste da turma em estudo e o pré-teste da turma de controlo bem como o pós-
teste da turma em estudo e o pós-teste da turma de controlo, sendo ambas do mesmo ano de
escolaridade. O pré-teste e o pós-teste realizados à turma de controlo são exactamente iguais
ao pós-teste realizado pela turma em estudo.
A turma de controlo (10º 6) tem 21 alunos.
6–“Experiência da alcatifa e do
azulejo” tendo-se abordado o
conceito de condutividade
térmica.
7 e 8–“Experiência do origami e do
permanganato de potássio” com o
objectivo de demonstrar e explicar
as correntes de convecção.
111
Pergunta 3
Com esta terceira pergunta pretendia-se verificar novamente de que modo é que os
alunos se encontravam relativamente ao conceito de convecção e condução, antes de estes
serem leccionados em sala de aula e antes de serem realizadas as actividades experimentais.
Analisando assim a tabela referente aos pré-testes da turma em estudo verifica-se que
a maioria dos alunos (67%) seleccionou a resposta efectivamente correcta, a alínea d), tendo
sido também seleccionadas as alíneas a) e c), respectivamente por 11% e 22% dos alunos.
Mais uma vez, por estes resultados apresentados conclui-se, tal como na pergunta
anterior, que os alunos mostram algumas confusões relativamente a estes dois conceitos, algo
que seria de esperar pois apesar de já terem uma ideia sobre eles nunca os abordaram em
nenhum ano lectivo anterior, sendo assim conceitos novos.
Após terem sido abordados os conceitos na sala de aula e de terem sido realizadas as
actividades experimentais verifica-se, e de modo semelhante com a pergunta anterior, que
apenas um aluno seleccionou a resposta errada a) e que todos os outros seleccionaram a
resposta correcta d). Estes resultados levam-nos a concluir que as actividades experimentais,
realizadas juntamente com as aulas leccionadas, contribuíram de modo significativo para a
melhoria do conhecimento dos alunos relativamente a estes conceitos.
Comparando os pré testes da turma experimental (10º1) com os da turma de controlo
(10º6), podemos concluir que a percentagem de alunos que seleccionou a alínea correcta é
maior na turma experimental do que na turma de controlo. Por outro lado, podemos ainda
concluir que na turma de controlo os que não seleccionaram a resposta correcta se
encontravam mais divididos que na turma em estudo, pois as restantes respostas dividiram-se
pelas alíneas a), b) e c).
Pré-teste 10º1 Pré-teste 10º6 Pós-teste 10º1 Pós-teste 10º6
Respostas dadas pelos
alunos Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%)
a) 2 (11%) 4 (19%) 1 (6%) 0 (0%)
b) 0 (0%) 3 (14%) 0 (0%) 3 (14%)
c) 4 (22%) 2 (10%) 0 (0%) 4 (19%)
d) 12 (67%) 12 (57%) 17 (94%) 14 (67%)
112
Comparando agora as colunas referentes aos pós-testes do 10º1 (turma em estudo) e
aos pós-teses do 10º6 (turma de controlo), verificamos que em ambas as turmas se verificam
melhorias, contudo essas melhorias são mais notórias na turma em estudo que na turma de
controlo. Na turma em estudo, o número de alunos que assinalou a resposta correcta passou
de 12 para 17, tendo um único aluno assinalado a resposta a), enquanto que na turma de
controlo passou de 12 para 14, tendo os restantes sete alunos se dividido pelas respostas b) e
c).
Isto leva-nos a concluir que apesar de ambas as turmas inicialmente se encontrarem
no mesmo nível de conhecimento, tal não se verificou no fim do estudo. Uma justificação
plausível para tal acontecimento poderá ser o facto de que na turma em estudo para além das
aulas leccionadas sobre estes conteúdos, terem realizadas actividades experimentais, não
tendo havido estas actividades na turma de controlo.
Pergunta 5
Pré-teste 10º1 Pré-teste 10º6 Pós-teste 10º1 Pós-teste 10º6
Respostas dadas pelos
alunos
Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%)
a) 1 (6%) 3 (14%) 0 (0%) 2 (10%)
b) 1 (6%) 3 (14%) 2 (12%) 11 (52%)
c) 16 (88%) 12 (58%) 16 (88%) 8 (38%)
d) Não respondeu 0 (0%) 3 (14%) 0 (0%) 0 (0%)
Analisando atentamente a tabela acima representada verifica-se que os resultados do
pré-teste da turma em estudo para o pós-teste da mesma, não sofreram qualquer melhoria
tendo sido escolhida pela maioria dos alunos a resposta efectivamente correcta, que é a
resposta c) em ambos os testes. Esta pergunta tinha por base a aplicação do conceito de
correntes de convecção, juntamente com o conceito de densidade, tendo-se verificado que os
alunos conseguiram aplica-lo de modo eficaz na situação que lhes foi proposta.
Como a planificação das actividades experimentais pretendeu abranger todos os
tópicos cursados no questionário diagnóstico, para que os alunos ficassem com uma ideia mais
clara sobre os conceitos abordados realizou-se a APSA 1.2 do manual dos alunos. Verificamos
que apesar da actividade experimental, o número de alunos que inicialmente não acertou na
113
resposta, tendo-se dividido pela alínea a) e b), permaneceu. Contudo os dois alunos
seleccionaram apenas a alínea b). Podemos concluir que se um aluno inicialmente tinha
dúvidas sobre o conceito de densidade, após as aulas e a realização da actividade experimental
nenhum aluno demonstra quaisquer confusões em relação a esse conceito.
Analisando agora os dados da tabela referentes aos pré-testes da turma de controlo e
observando os seus resultados dos pré-testes, verificamos que os alunos se mostram divididos
pelas possíveis respostas.
Assim, comparando os pré-testes de ambas as turmas podemos afirmar que na turma
de controlo 58% dos alunos assinalam a resposta correcta, a resposta c), sendo que tanto a
resposta a) como a b) foram igualmente, seleccionadas por 14% dos alunos. Houve ainda 14%
de alunos que não deu qualquer tipo de resposta. Comparando estes resultados com os
resultados dos pré-testes da turma em estudo, já analisada, verificamos que os alunos da
turma em estudo se encontram com um nível de conhecimento relativamente ao conceito de
convecção mais elevado que o da turma em estudo.
Passando agora para a análise dos pós-testes da turma de controlo verificou-se que o
número de respostas certas baixou de 58% para 38% o que mostra que as dificuldades dos
alunos relativamente a este conceito em vez de melhorarem, pelo contrário pioraram. A
resposta com maior incidência foi a b), o que mostra que os alunos se cingiram muito ao
conceito de convecção e não pensaram que, mesmo aquecendo a água com a resistência na
parte de cima, o calor se propaga por todo o vidro do tubo de ensaio, por condução, acabando
por aquecer a água que se encontra na parte de baixo.
Podemos concluir perante os resultados obtidos nesta pergunta, relativamente à
turma experimental, que a actividade experimental teve uma importante contribuição para o
esclarecimento de quaisquer pré-concepções existentes por parte destes alunos, pois foi
através desta actividade que eles puderam observar o facto de a água que se encontrava na
parte de baixo do tubo de ensaio ter começado a formar “bolhinhas”, o que significa que esta
aqueceu, contudo não entrou em ebulição. Se a turma de controle a tivesse realizado,
possivelmente os resultados teriam sido muito melhores.
Pergunta 7
Pré-teste 10º1 Pré-teste 10º6 Pós-teste 10º1 Pós-teste 10º6
Respostas dadas pelos
alunos Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%)
114
a) 2 (11%) 3 (19%) 0 (0%) 0 (0%)
b) 3 (17%) 2 (10%) 18 (100%) 17 (81%)
c) 13 (72%) 12 (57%) 0 (0%) 4 (19%)
d)Não respondeu 0 (0%) 3 (14%) 0 (0%) 0 (0%)
Analisando a tabela anterior, e no que diz respeito às respostas dos alunos aos pré-
testes elaborados pela turma em estudo, observamos que estes se dividiram pelas três
respostas possíveis tendo 11% escolhido a resposta a), 17% a resposta b) e 72% a resposta c).
Como a resposta correcta é a alínea b), podemos afirmar que a maioria dos alunos não
tinha qualquer noção de que ambos se encontravam à mesma temperatura. A resposta mais
dada foi a esperada, a resposta c), pois é a resposta que transmite exactamente o que nós
“sentimos” quando pisamos quer o tapete quer a cerâmica, ou seja, é uma pré-concepção que
a maioria dos alunos possuem.
Fazendo agora uma comparação entre os pré-testes e pós-testes dos alunos da turma
em estudo vemos que as melhorias são notórias, uma vez que 100% dos alunos assinala como
verdadeira a resposta certa, ou seja a resposta b). Podemos então concluir que esta actividade
experimental se revelou bastante produtiva, podendo assim concluir que os alunos ficaram
com a noção clara de que ambos se encontram à mesma temperatura, tendo estes
ultrapassado as suas pré-concepções. Contudo, apesar de todos reconhecerem que ambos
estão à mesma temperatura, pode-se dar o caso de não saberem justificar o porquê de tal
situação, mas como a pergunta não pedia justificação é algo que não podemos analisar.
Por outro lado, no grupo de controlo mais de metade dos alunos (57%) considera no
pré-teste como verdadeira a resposta c), tal como os alunos da turma em estudo, tendo os
restantes alunos se dividido pelas respostas a) e c) e,ainda, 14% não dado qualquer tipo de
resposta. Assim, concluímos que ambas as turmas se encontravam no mesmo nível de
conhecimentos antes de iniciar o projecto.
Relativamente ao pós-teste da turma de controlo verifica-se uma notória melhoria,
passando a resposta correcta de 57% para 81%. Contudo, verifica-se que 19% dos alunos ainda
não tem o conceito de condutividade esclarecido.
Feita a análise do pré e pós teste da turma de controlo verifica-se que houve uma
melhoria satisfatória, contudo ainda se verificou que 19% dos alunos consideraram como
verdadeira a resposta c). O facto de no pós-teste não termos obtido um total de 100% de
respostas correctas pode dever-se ao facto de, nesta turma, apenas terem sido leccionadas
115
aulas teóricas e, como tal, os alunos não terem ficado com o conceito de condutividade
completamente esclarecido.
Conclusão
A análise deste trabalho, tendo em conta os resultados obtidos, aponta então para
algumas conclusões:
Antes de ser implementado o projecto em questão, as duas turmas envolvidas no
estudo apresentavam baixas percentagens de respostas aceites e uma elevada
percentagem de pré-concepções em relação aos assuntos abordados no teste
diagnóstico (pré-teste), principalmente nos conceitos de calor e temperatura. Para
além disso, as pré-concepções nas duas turmas (controlo e experimental) eram
muito semelhantes;
Comparando os resultados do pré-teste com os do pós-teste, relativamente á
turma experimental, concluímos que existiu uma evolução conceptual significativa
nos alunos. Foi possível constatar que os resultados alcançados no pós-teste foram
superiores e suficientemente elucidativos relativamente aos do pré-teste
Relativamente à turma de controlo, à excepção das respostas da pergunta nº5 do
teste diagnóstico, em que os resultados do pós-teste pioraram relativamente aos
do pré-teste, todas as outras respostas evoluíram positivamente, contudo numa
percentagem mais baixa do que na turma em estudo
A metodologia utilizada no projecto contribuiu para a concretização dos objectivos
a que nos tínhamos proposto, pois da análise feita foi possível depreender que
existiu uma evolução conceptual mais significativa no grupo experimental, o que
nos leva a concluir que o processo de ensino e aprendizagem afigura-se mais eficaz
quando os alunos interagem com o problema, ou seja, quando eles próprios
participam de forma activa na realização das actividades experimentais;
Podemos afirmar ainda que relativamente à turma de controlo (10º6), a turma em
estudo (10º1) obteve resultados superiores o que reforça mais uma vez a
importância e da realização de actividades laboratoriais e a importância da
motivação dos alunos para uma melhor aprendizagem.
Sendo a Física um dos principais suportes da ciência moderna com muita influência no
estabelecimento e na construção de novos saberes, procurámos com esta estratégia motivar
116
os alunos para esta realidade e despertar o gosto pela disciplina, de modo a ultrapassarem as
ideias pré-concebidas de que esta área do saber é muito difícil e que é necessário evitar a todo
o custo.
Ao longo do trabalho, verificou-se que muitas das pré-concepções, inicialmente
identificadas, persistem depois do ensino, comprovando-se assim que a interiorização dos
conceitos requer tempo e esforço.
117
Capítulo 5: Conclusões
O presente Relatório permite-nos fornecer elementos importantes sobre o modo
como decorreu o Estágio Pedagógico e, consequentemente, compreender e reflectir sobre as
práticas desenvolvidas nesse primeiro confronto com a escola, os alunos e as tarefas
profissionais que constituem o ano de estágio.
A cooperação entre todos os elementos do núcleo de estágio, sustentada num
trabalho de reflexão diária, no apoio dos Orientadores Cooperante e Científicos e na
integração que a própria Escola proporcionou, fez deste Estágio Pedagógico uma referência
fundamental na minha formação.
Um ano vivido em contexto de prática na escola, confrontando-nos com angústias,
alegrias, pequenas conquistas ou decepções, permite dar-nos conta dos múltiplos desafios a
que um futuro professor está sujeito. No entanto, foi sobretudo um ano de formação que,
pelos conhecimentos, competências e atitudes adquiridas, constituiu uma etapa essencial para
a minha inserção no mundo profissional.
Em primeiro lugar, o estágio contribuiu para o desenvolvimento de conhecimentos
adquiridos na formação universitária, nomeadamente, os ligados aos conteúdos disciplinares e
às estratégias didáctico-pedagógicas de leccionação desses conteúdos. Foi necessário
conhecer e compreender bem a matéria a ensinar e o modo como esta se articula para
promover um ensino dinâmico e cativante a níveis diferentes (nível do ensino básico, 9º ano, e
nível secundário, 10ºano).
Em segundo lugar, permitiu a aquisição de novos saberes de ordem mais prática,
relacionados com a organização da aprendizagem. Neste âmbito, a planificação de aulas foi
sempre preparada com a preocupação constante em começar pelo relembrar aos alunos o que
já fora aprendido anteriormente; a apresentação da matéria foi feita tendo em consideração a
necessidade de os alunos relacionarem os novos conteúdos com os conhecimentos que já
possuíam, recorrendo-se a exemplos do dia-a-dia de modo a ajudá-los a aprenderem a
mobilizar e a integrar esses novos conhecimentos; a criação de condições físicas e sociais na
sala de aula foi outra preocupação a ter em conta de modo a serem sempre apropriadas para a
aprendizagem, recorrendo-se a estratégias de trabalho de grupo e de discussão geral, criando
momentos diferenciados ao longo da aula, de modo a captar e motivar os alunos; a criação de
procedimentos de avaliação da aprendizagem dos alunos foi também cuidada, desenvolvendo-
se formas de avaliação formativa e sumativa, quer através de testes e fichas de trabalho, quer
através da comunicação oral e do trabalho diário na sala de aula.
118
Este ambiente de formação foi também uma oportunidade para poder adquirir novos
saberes relacionados com a organização da escola, designadamente no que diz respeito ao
funcionamento dos órgãos de administração e gestão e à sua organização pedagógica, ao
modo de utilização dos espaços e dos materiais e com o desenvolvimento de relações e
interacções pessoais com os alunos, os funcionários e com os colegas professores,
nomeadamente os do grupo disciplinar de Físico-Química.
No que respeita aos Projectos de Investigação Educacional produzidos, estes foram
aplicados tanto no ensino básico, Projecto de Investigação de Química, como no ensino
secundário, Projecto de Investigação Educacional de Física. O trabalho realizado foi bastante
enriquecedor tanto para os alunos como para as professoras estagiárias, uma vez que permitiu
aos alunos um maior contacto com a actividade prático-laboratorial, promovendo a
curiosidade e o interesse dos alunos e motivando-os para a disciplina, e às professoras
estagiárias permitiu-lhes que se sentissem mais à-vontade na prática de actividades
experimentais, ultrapassando assim eventuais dificuldades, sendo um contributo significativo
para que pudessem responder, de algum modo, às exigências do currículo actual.
Para finalizar, importa salientar que o estágio foi uma experiência muito
enriquecedora, que permitiu não só adquirir novas competências, como também melhorar
aptidões essenciais para exercer a profissão de Professora. O apoio e acompanhamento dos
Orientadores Científicos e Cooperante foram determinantes para que este estágio fosse um
dos momentos privilegiados da minha formação.
O Estágio Pedagógico, como componente fundamental da formação, deve continuar a
ser desenvolvido na escola e acompanhado por alguém experiente e bem preparado que
medeie o processo de integração e compreensão dos diferentes saberes. Como é referido na
Comunicação da Comissão Europeia (2007) sobre esta matéria e como este Relatório parece
corroborar “É necessário reforçar as relações entre os formadores dos professores, os
professores das escolas, o mundo do trabalho e as restantes entidades. As instituições de
ensino superior têm um papel relevante a desempenhar no desenvolvimento de parcerias
efectivas com as escolas e com outras partes interessadas, a fim de assegurar que os cursos de
formação de professores se baseiam em factos consistentes e boas práticas pedagógicas” (p.
16).
119
Referências bibliográficas:
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professores: realidades e perspectivas (pp. 70-77). Aveiro: Universidade de Aveiro.
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Alcará, A.R. e Guimarães, S.E.R. (2007). A Instrumentalidade como uma estratégia
motivacional. Psicologia Escolar Educacional, 11 (1), 177-178
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Docentes. Comunicação da Comissão ao Conselho e ao Parlamento (3 de Agosto de 2007).
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perspectiva da educação em ciências. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional.
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Básico. http://www.dgidc.min-
edu.pt/recursos/Lists/Repositrio%20Recursos2/Attachments/176/orientcurric_ciencias_fisicas
_naturais.pdf
Ponte, J. P. (1994a). O desenvolvimento profissional do professor de matemática. Educação e
Matemática, 31, 9-12 e 20.
120
Ponte, J. P. (1998, Fevereiro). Didácticas específicas e construção do conhecimento
profissional. Conferência plenária realizada no IV Congresso da Sociedade Portuguesa de
Ciências da Educação. Aveiro: Universidade de Aveiro.
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http://eec.dgidc.minedu.pt/programas/fisica_e_quimica_a_11_ou_12_anos.pdf
Pozo, J.I. y Gómez Crespo, M.A. (1998): Aprender y enseñar ciencia. Madrid, Morata
Tavares, S., Abordagem da camada do ozono no ensino básico – tese sobre estratégias
didácticas para o 7ºano. Disponível em: http://nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/susana/images/
Teixeira, M. (1995). O Professor e a escola. Perspectivas organizacionais. Lisboa: McGraw-Hill.
Woolnough, B. (1991). Preface. In B. Woolnough (Ed.), Practical science (pp xiv-xv).
Buckingham: Open University Press.
121
Anexos
Anexo1 – Pré/Pós-teste 9ºano
Pré-Teste/Pós-Teste 9ºano
Projecto de Investigação Educacional II
Nome:____________________________________________ Turma: ____
1) Há materiais na Natureza que são bons condutores de electricidade e outros que são maus condutores. Faça a correspondência entre a 1ª e a 2ª coluna:
2) Quando aproximamos uma caneta de plástico de um pequeno pedaço de papel, nada
se passa. No entanto, se repetirmos a experiência depois de friccionar a caneta com
um pano de lã, observamos que se altera uma propriedade física de interacção entre a
caneta e o pedaço de papel. Este último será atraído, colando-se a caneta.
3) Sabemos que quando tentamos boiar na água do mar é mais fácil mantermo-nos na
superfície do que quando boiamos na água da piscina. Porquê?
1. Água 2. Ferro
3. Grafite 4. Madeira 5. Borracha
6. Prata 7. Vidro
8. Cortiça
a) Bons Condutores
b) Maus Condutores
Porque razão é o papel atraído pelo
plástico da caneta nesta situação?
122
4) Fez-se a seguinte experiência:
b) Nesta experiência misturou-se água e ____________. Depois da mistura repousar observamos ___________ fases. A esta mistura chamamos mistura ______________. Concluímos então que o azeite é _______________ em água e ______________ denso que a água.
A água é um molécula _______________ e dissolve todas as substâncias polares.
5) a) Complete a figura seguinte:
b) Que tipo de transformações são apresentadas na figura?
c) O que entende por ponto de fusão?
Misturou-se umas colheres de azeite
num copo com água. Deixou-se
repousar a mistura.
a) O que se observa?
123
6) Complete o seguinte texto:
A matéria é constituída por ________________ químicos. O teste da chama é útil na
identificação desses constituintes.
Os átomos dos vários elementos encontram-se ordenados na ______________
_______________ de acordo com as suas ____________________.
7) No ano anterior fez-se uma experiência onde se adicionou Nitrato de chumbo (PbNO3) a Iodeto de potássio (KI). Formou-se um precipitado amarelo.
a) Que tipo de transformação ocorreu?
b) Escreve a equação química que traduz esta experiência
Por palavras:
Por símbolos químicos:
124
Anexo 2 – Pré/Pós – teste 3ºano
Pré-Teste/Pós-Teste 3ºano
Projecto de Investigação Educacional II
Nome:__________________________________________Data ___ / ___ / ___
1- Há materiais na Natureza que são bons condutores de electricidade e outros que são maus
condutores.
Faça a correspondência entre a 1ª e a 2ª coluna:
2- Assina-la as seguintes frases como Verdadeiro (V) ou Falso (F).
A solidificação é a passagem do estado líquido ao estado sólido. _______
A queda de neve é um fenómeno de evaporação. _______
A passagem de vapor de água ao estado líquido é a condensação. _______
O nevoeiro, as nuvens e o orvalho são exemplos de condensação. _______
A água líquida ao ser aquecida, passa a gelo. ______
A água encontra-se na Natureza no estado líquido, sólido e gasoso. ______
3- Sabemos que quando tentamos boiar na água do mar é mais fácil mantermo-nos na
superfície do que quando boiamos na água da piscina. Porquê?
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________
1. Água
2. Ferro
3. Grafite
4. Madeira
5. Borracha
6. Prata
7. Cortiça
A) Bons Condutores
B) Maus Condutores
125
5- Completa o seguinte texto:
Todos nós, no dia-a-dia, temos contacto com ácidos e bases.
Por exemplo:
Quando usamos o vinagre no tempero de uma salada ou quando usamos o sumo de
limão estamos perante um ___________ .
Quando utilizamos um produto para desentupir canalizações ou a lixívia para tirar
nódoas estamos perante uma __________.
Os ácidos são parte fundamental do nosso ____________ digestivo.
Geralmente o ácido, o sumo do limão, caracteriza-se por ser _________, enquanto que
a base caracteriza-se por ser algo escorregadio ao tacto.
Nota - O conceito de ácido e de base é algo que é muito importante para a química,
quer no dia-a-dia, quer ao nível da indústria. Neste sentido foram desenvolvidos conceitos
para interpretar o comportamento destas substâncias.
4- Em festas e arraiais já todos assistimos a
espectáculos de fogos de artifício. Estes mostram
diferentes cores. Porque será?
_________________________________________
____________________________________
_______________________________
126
Anexo 3 – teste diagnóstico 9º2 e 9º3
C. Físico-Químicas – 9ºAno de Escolaridade
Ficha de Avaliação Diagnóstica
1. As forças são caracterizadas por quatro elementos e representam-se por vectores. Considere os seguintes vectores que representam forças, K, L, M, N, O, P, Q e R. O lado de cada quadrado corresponde a 2N.
1.1. Indique:
1.1.1. Duas forças que sejam perpendiculares entre si.
______________________________________________
1.1.2. Uma força com intensidade de 4 N.
______________________________________________
1.1.3. Duas forças que tenham sentidos contrários.
______________________________________________
2. Analise o seguinte horário de um comboio.
Serviço Data Partida Chegada Duração
Ida: AP Nº 133 2008-09-27 Lisboa Oriente
14h09min
Porto Campanha
16h44min 02h35min
ESCOLA SECUNDÁRIA JOSÉ FALCÃO
Setembro de 2010
Nome do Aluno: __________________________________Nº_____________ Turma: _____
Assinatura da Professora: ____________________________________________________
127
2.1. Exprima, em segundos, o tempo que o comboio demora a percorrer a distância entre as
duas estações
3. Complete as igualdades:
15 mm = ____________ m 20 m = ______________ km
0,05 km = ____________ mm 15 cm = ________________ dm
4. Sabendo que a velocidade de propagação do som no ar, a 20ºC, é de 343 m/s, calcule a
distância a que uma onda sonora se propaga no ar ao fim de 12 s;
5. Qual dos procedimentos seguintes não está de acordo com as regras de segurança:
A – Nunca se deve tocar nos interruptores, tomadas ou outros equipamentos eléctricos com as
mãos molhadas.
B – Podemos substitui uma lâmpada fundida ou reparar qualquer aparelho eléctrico ligado à
corrente.
C – Nunca devemos tocar numa vítima de electrocussão antes de desligarmos a corrente.
_____________________________________________________________________________
6. Materiais diferentes conduzem a corrente eléctrica de modo diferente.
Classifique os materiais que se seguem em bons condutores eléctricos ou em isoladores
eléctricos:
cobre; grafite; borracha; madeira; ar
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
__
7. Para construir um circuito eléctrico é necessário, entre outros elementos, um gerador, que
forneça energia ao circuito eléctrico e pelo menos um receptor de energia, que recebe energia
do gerador.
128
Classifique os seguintes dispositivos eléctricos em geradores ou receptores de energia:
pilha; motor; bateria; dínamo; campainha; lâmpada
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______
8. Considere a transformação representada pela seguinte equação de palavras:
Nitrato de chumbo (aq) + cromato de potássio (aq) → cromato de chumbo (s) + nitrato de
potássio (aq)
8.1. Classifique a transformação em física ou química. Justifique.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______
8.2. Numa reacção química indique a designação dada:
i) às substâncias de que se parte;
______________________________________________
ii) às substâncias que se formam. _______________________________________________
9. A equação seguinte representa a síntese do dióxido de azoto (NO2):
N2 (g) + 2 O2 (g) → 2 NO2 (g)
Seleccione a frase que corresponde à leitura desta equação:
A – duas moléculas de azoto gasoso reagem com quatro moléculas de oxigénio gasoso e
originam duas moléculas de dióxido de azoto gasoso.
B – uma molécula de azoto gasoso reage com duas moléculas de oxigénio gasoso que
originam duas moléculas de dióxido de azoto gasoso.
C – uma molécula de azoto gasoso reage com duas moléculas de oxigénio gasoso que
originam quatro moléculas de dióxido de azoto gasoso.
_____________________________________________________________________________
_
129
10. Os filósofos gregos, há cerca de 2500 anos, tentaram explicar a constituição da matéria, a
partir de um modelo corpuscular. Esse modelo ressurgiu, mais tarde, graças aos trabalhos
experimentais de John Dalton. Este cientista propôs a existência de corpúsculos que
constituem a matéria – os átomos. Os átomos não são, contudo, as partículas mais pequenas
que existem, pois são formados por um núcleo contendo protões e neutrões; à volta do
núcleo movem-se os electrões, numa zona denominada de nuvem electrónica.
10.1. Complete correctamente o esquema seguinte:
10.2. Classifique as afirmações seguintes em verdadeiras ou falsas.
A – Os átomos são as partículas mais pequenas que existem. _________
B – Os átomos têm carga eléctrica. ________
C – As moléculas são constituídas por átomos quimicamente ligados entre si. _________
D – Os iões não têm carga eléctrica. ________
E – Os catiões são iões negativos. _________
11. Represente, simbolicamente:
a) um átomo de ferro; _____
b) dois átomos de azoto; _____
c) três átomos de hidrogénio. _____
12. Qual é a diferença entre as representações simbólicas N2 e 2N?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_________
Átomo
Nuvem
electrónica
Tem duas
zonas distintas
na sua constituição há
na sua constituição há
130
13. Complete correctamente o quadro seguinte indicando o nome da substância e a respectiva fórmula química.
Iões Nome da substância Fórmula química
Ião cálcio – Ca2+
Ião sulfato – SO42-
Ião magnésio – Mg2+
Ião cloreto – C -
14. Consultando a tabela de iões, escreva a fórmula química das substâncias a seguir
apresentadas:
(A) –iodeto de cobre (II) _________________________________
(B) –sulfureto de potássio ________________________________
(C) – nitrato de zinco ___________________________________
(D) - fosfato de alumínio ________________________________
15. Acerte os esquemas químicos seguintes:
a. Mg(s) + O2(g) MgO(s)
b. CH4(g) + O2(g) CO2(g) + H2O(g)
c. H2(g) + O2(g) H2O(g)
131
Anexo 4 – Pré/Pós-teste 10º ano
Pré/Pós-Teste
Projecto de Investigação Educacional I
Nome:________________________________Data ___ / ___ / ___
1 - Descreve sucintamente o que entendes por calor, por temperatura e a relação entre
ambos.
2 - Um ventilador de tecto está fixado acima de uma lâmpada incandescente. Verifica-se que,
apesar de desligado, gira lentamente algum tempo após a lâmpada estar acesa. Este fenómeno
é devido a:
a) Condução de calor.
b) Convecção do ar aquecido.
c) Radiação da luz.
d) Reflexão da luz.
3 - Considera as afirmações abaixo sobre a propagação de calor.
I - Para uma maior eficiência do arrefecimento de um compartimento, o
aparelho de ar condicionado deve ser colocado perto do tecto.
II – Se se aquecer a extremidade de uma barra de metal, verifica-se que ao fim de
algum tempo um pedaço de cera colocado na outra extremidade derrete.
III – Quando mexemos um alimento que está a ser cozinhado devemos usar uma
colher de pau para não nos queimarmos.
Os processos de transmissão de calor, que justificam as afirmações são, respectivamente,
a) Condução, convecção e condução.
b) Convecção, convecção e condução.
132
c) Condução, condução e convecção.
d) Convecção, condução e condução.
4 - Em quais dos casos seguintes, a propagação de calor se dá principalmente por condução?
a) O ar quente que sobe por uma chaminé.
b) O arrefecimento de toda a água num copo com gelo.
c) A chávena que aquece com o café quente.
d) A água aquecida numa panela colocada sobre a chama, no fogão.
5 - Pretende-se aquecer água numa tina de vidro por dois métodos diferentes:
I - Colocando a tina por cima de um bico de bunsen.
II – Introduzindo uma pequena resistência eléctrica, de modo a que fique em contacto
apenas com a parte de cima da água.
Qual das afirmações é verdadeira:
a) Ambos os métodos permitem aquecer toda a água da tina e com a mesma eficiência.
b) Apenas o método I é que permite aquecer toda a água que se encontra na tina.
c) Ambos os métodos permitem aquecer toda a água da tina, mas o primeiro permite
aquecê-la de um modo mais eficiente.
6 – Num dia quente de verão, por volta do meio-dia, já todos sentimos diferentes sensações ao
tocarmos na areia da praia, pois sentimos a areia mais quente que a água do mar. Porque
será?
a) Porque a areia é melhor condutora térmica do que a água do mar.
b) Porque a água do mar tem uma capacidade térmica mássica maior do que a areia.
c) Porque a areia tem uma maior capacidade térmica mássica do que a água do mar.
d) Porque a água do mar é melhor condutora térmica do que a areia.
7 – Um estudante descalço, numa sala de piso cerâmico, coloca o seu pé esquerdo
directamente sobre a cerâmica e o seu pé direito sobre um tapete, experimentando diferentes
sensações térmicas.
133
É correcto afirmar:
a) A temperatura do tapete é menor do que a temperatura da cerâmica.
b) O tapete e a cerâmica estão a mesma temperatura.
c) A temperatura da cerâmica é menor do que a do tapete.
8 – Observe os desenhos seguintes, que mostram a mistura do mesmo líquido, contido em
dois recipientes A e B, num terceiro recipiente C. Diga qual é a temperatura do liquido C, em
cada situação:
1) TA = 40ºC TB = 40ºC
Qual a temperatura do líquido em C ?
2) TA = 40ºC TB = 60ºC
Qual a temperatura do líquido em C ?
134
Anexo 5 – Tabelas com os resultados dos pré/pós- testes do 9º 3 (turma em estudo)
Pergunta 1
Nº de correspondências correctas
Pré-teste Pós- teste
0 0 0
1 0 0
2 0 0
3 0 0
4 2 0
5 0 0
6 1 1
7 8 2
8 12 20
Pergunta 2
Pré-teste Pós-teste
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos
R.1 “Devido à electricidade estática” 18 R.4 “Devido à electricidade estática” 11
R.2 “Porque existe um campo magnético que atrai o papel à caneta”
1 R.5 “Por causa das forças electrónicas que existem nas ligações”
1
R.3 Não respondeu 4 R.6 “Por causa das forças electrostáticas que existem nas ligações iónicas”
3
------------- ------ R.7 “Pelo movimento de electrões” 7
---------
--------
R.8 “Porque existe electricidade estática, ou seja os electrões são atraídos”
1
Pergunta 4
4a)
Pré- teste Pós-teste
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos
R.1 “O azeite não se mistura na
água”
11 R.10 “O azeite fica por cima da
água”
7
R.2 “O azeite vem para cima da
água porque não se misturam
devido ao azeite ser mais leve”
2 R.11 “O azeite não se mistura na
água porque não têm a mesma
densidade”
4
R.3 “O azeite fica por baixo da água
ou seja não se dissolve.“
1 R.12 “Ocorre uma divisão”
1
R.4 “A verdade é como o azeite,
vem sempre ao de cima.”
1 R.13 “O azeite fica na superfície da
água”
2
135
R.5 “O azeite fica em suspensão na
água.”
1 R.14 “O azeite não vai ao fundo. Não
ficam misturados.”
1
R.6 “Fica uma solução
heterogénea”
2 R.15 “O azeite vem ao de cima” 2
R.7 “O azeite sobe. É mais denso” 1 R.16 “O azeite não se dissolveu na
água.”
2
R.8 “O azeite fica em cima da água” 1 R.17 “Eles não se misturam.” 3
R.9 Não respondeu 3 R.20 Não respondeu 1
4b)
Pré-teste Pós-teste
Espaço Palavra - chave Nº de respostas certas Nº de respostas certas
1 “azeite” 23 23
2 “duas” 20 23
3 “heterogénea” 10 22
4 “insolúvel” 16 23
5 “menos” 10 23
6 “Polar” 0 23
Pergunta 5
5a)
Pré-teste Pós-teste
Espaço Palavra - chave Nº de respostas certas Nº de respostas certas
1 “fusão” 18 23
2 “evaporação” 18 23
3 “solidificação” 14 23
4 “condensação” 5 23
5 “sublimação” 6 22
136
5b)
Pré- teste Pós-teste
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos
R.1 “Passagem do estado
líquido para o estado sólido.”
11 R.7 “É o ponto no qual um
determinado
material/substância passa do
estado sólido para o estado
liquido.”
9
R.2 “União de duas substâncias
que vai originar outra.”
1 R.8 “É a temperatura que uma
certa matéria passa de um
estado para o outro.”
2
R.3 “É a temperatura a que se
verifica a fusão de um
elemento.”
2 R.9 “É a temperatura a que a
água funde/derrete.”
5
R.4 “É a temperatura a que um
elemento derrete.”
2 R.10 “É a transferência do
estado sólido para o estado
líquido.”
5
R.5 “É a passagem do estado
líquido para o estado gasoso.”
1 R.11 “É a temperatura máxima
em que ocorre a fusão de um
determinado composto.”
1
R.6 Não respondeu 5 R.12 “É quando o estado líquido
passa a sólido, ou seja quando
está abaixo de zero graus.”
1
Pergunta 6
Pré-teste Pós-teste
Espaço Palavra - chave Nº de respostas
certas
Nº de respostas
certas
1 “elementos” 13 22
2 “tabela periódica” 18 23
3 “características/propriedades” 8 23
137
Pergunta 7
7a)
Pré- teste Pós-teste
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos
R.1“Foi a mistura de chumbo com
potássio.”
1 R.8“Transformação química.” 23
R.2“Transformação química.” 8
R.3“Formou-se um precipitado.
Ocorreu uma transformação
química.”
1
R.4“Ocorreu uma transformação
química heterogénea.”
1
R.5 “Precipitação.” 4
R.6 “Transformação de substâncias.” 1
R.7 Não respondeu 7
7b)
1)
2)
Pré-teste Pós-teste
Nº de respostas certas Nº de respostas certas
14 21
Pré-teste Pós-teste
Nº de respostas certas Nº de respostas certas
7 21
138
Anexo 6 – Tabelas com os resultados dos pós/pós- testes do 9º 2 e 9º 3
Pergunta 2
Pós-teste 9º2 – turma de controlo (21 alunos)
Pós-teste 9º3 – turma em estudo (23alunos)
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos
R.1“Porque existe electricidade estática”
16 (76%) R.5 “Devido à electricidade estática” 11 (48%)
R.2“Porque ao friccionarmos a caneta na lã, o plástico ganha electricidade estática, que atrai o papel”
1 (5%) R.6 “Por causa das forças electrónicas que existem nas ligações”
1 (4%)
R.3“Porque os pólos se atrem” 2 (10%) R.7 “Por causa das forças electrostáticas que existem nas ligações iónicas”
3 (13%)
R.4 Não respondeu
2 (10%) R.8 “Pelo movimento de electrões” 7 (35%)
---------
--------
R.9 “Porque existe electricidade estática, ou seja os electrões são atraídos”
1 (4%)
Pergunta 4
4a)
Pós-teste 9º2 – turma de controlo(21alunos)
Pós-teste
9º3 – turma em estudo(23alunos)
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos
R.1“O azeite não se mistura na água” 10 (48%) R.8“O azeite fica por cima da água” 7 (35%)
R.2“O azeite (mais denso) vem ao de
cima da água (menos denso) ”
1 (5%) R.9“O azeite não se mistura na água
porque não têm a mesma densidade”
4 (22%)
R.3 “O azeite fica em cima.” 3 (14%) R.10“Ocorre uma divisão”
1 (4%)
R.4“O azeite não se mistura com a
água, boiando ele e ficando a água no
fundo.”
1 (5%) R.11“O azeite fica na superfície da
água”
2 (7%)
R.5“Observa-se que a água e o azeite
não se misturam ficando o mais denso
por baixo, neste caso a água.”
1 (5%) R.12“O azeite não vai ao fundo. Não
ficam misturados.”
1 (4%)
R.6“O azeite não se dispersa.” 3 (14%) R.13“O azeite vem ao de cima” 2 (7%)
R.7“Não respondeu.” 3 (14%) R.14“O azeite não se dissolveu na
água.”
2 (7%)
R.15“Eles não se misturam.” 3 (13%)
R.16 Não respondeu 1 (4%)
139
Pergunta 7
a)
Pós-teste 9º2 – turma de controlo (21alunos)
Pós-teste
9º3 – turma em estudo (23alunos)
Respostas dadas pelos alunos
Nº de alunos Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos
R.1“Transformação
química.”
13 (62%) R.3“Transformação química.” 23
(100%)
R.2 Não respondeu 8 (38%)
b)
1)
Pós-teste 9º2 – turma de controlo
Prós-teste
9º3 – turma em estudo
Nº de respostas certas Nº de respostas certas
9 (43%) 21 (91%)
2)
Pós-teste 9º2 – turma de controlo
(21alunos)
Pós-teste
9º3 – turma em
estudo (23alunos)
Nº de respostas
certas
Nº de respostas
Certas
3 (14%) 21 (91%)
140
Anexo 7 – Tabelas com os resultados dos pós/pós- testes do 3ºano
Pergunta 1
Nº de correspondências correctas Pré-teste Pós- teste
0 0 0
1 2 1
2 2 3
3 11 1
4 5 8
5 4 11
Pergunta 3
Pré- teste Pós-teste
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos
R.1“Porque a água do mar é salgada.” 11 R.8“Porque a água do mar tem sal e
ajuda a boiar”
6
R.2“Porque na piscina a superfície é
mais baixa.”
1 R.9“Porque a água do mar tem sal.” 6
R.3“Porque a água do mar é salgada e
a água da piscina não é.”
6 R.10“ Porque a água do mar tem sal e a
da piscina não tem.”
9
R.4“Porque a ondulação nos ajuda a
ficar na superfície.”
1 R.11“Porque a água do mar é mais
densa.”
1
R.5“Porque no rio há água salgada.” 1 R.12 Não respondeu 2
R.6“Porque a água da piscina é
diferente da água do mar.”
1
R.7 Não respondeu 3
Pergunta 4
Pré-teste Pós-teste
Espaço Palavra correcta Nº de respostas
certas
Nº de respostas
certas
1 “ácido” 22 23
2 “base” 21 22
3 “aparelho” 15 18
4 “ácido/amargo/azedo” 14 19
141
Anexo 8 – Tabelas com os resultados dos pós/pós- testes do 10º1 e 10º6
Pergunta 1
Pré-teste 10º1 Pré-teste 10º6 Pós-teste 10º1 Pós-teste 10º6
Respostas dadas pelos
alunos
Nº Respostas dadas pelos
alunos
Nº Respostas dadas
pelos alunos
Nº Respostas dadas
pelos alunos
Nº
R.1 “Calor é radiação.
Temperatura é a
medida. A temperatura
mede o calor.”
3
R.13 “Temperatura é o
número exacto que
pode ser dado em gruas
celcius, Farenight ou
Kelvins. Calor é apenas
uma coisa sensorial. À
medida que a
temperatura aumenta
nós sentimos o seu
aumento devido
também ao aumento do
calor.”
1
R.18 “Calor – energia
em trânsito de um
corpo com maior
temperatura para
um com menor
temperatura.
Temperatura –
grandeza que mede
a agitação das
partículas.”
6
R.24 “Quando o calor
aumenta, a
temperatura também
vai aumenta, pois
como a radiação que
o “calor” emite é
muito alta, então a
temperatura vai
aumentar consoante
essa radiação
emitida”
1
R.2 “O calor é o que
sentimos, neste caso é
quando algo está
quente, como o
ambiente. A
temperatura pode ser
fria, quente ou amena,
englobando o calor
quando é mais alto.”
1 R.14 “O calor varia com
a temperatura.” 1
R.19 “O calor é
energia, a
temperatura mede.”
3
R.25 “O calor é um
processo de
transferência ou
energia. A
temperatura é uma
medida que nos
informa da energia
transferida para o
sistema. A
transferência de
energia como calor
faz aumentar a
temperatura”
2
R.3 “Considero o calor
um ar quente.
Considero como a
medição do calor e do
frio. Quanto maior for o
calor mas é também a
temperatura.”
2
R.15 “Temperatura
relaciona-se com a
agitação dos
corpúsculos. Quanto
mais agitação, mais
temperatura. Calor é a
alta temperatura, e por
isso, grande agitação
corpuscular.”
1
R.20 ”Calor é a
energia transferida
entre corpos a
diferentes
temperaturas.
Temperatura é uma
unidade de medição.
1
R.26 “O calor é um
conceito subjectivo,
ou seja, depende de
indivíduo para
indivíduo, é uma
sensação.
A temperatura é um
valor fixo e objectivo.
Quando maior for a
temperatura maior
será a sensação de
calor.”
1
142
R.4 “Energia
transmitida de um
corpo para o outro por
condução ou
convecção.”
1
R.16 “Calor é a energia
libertada com uma
temperatura
relativamente alta.
Temperatura é a
quantização do calor.”
1
R.21 ”Calor é a
energia transferida
entre corpos em
contacto devido a
uma diferença de
temperaturas.
Temperatura é uma
propriedade
relacionada com o
estudo de
movimento interno
das partículas de um
corpo.”
6
R.27 ”Calor é a
quantidade de
energia transferida
entre sistemas de
temperaturas
diferentes.
Temperatura é a
agitação interna das
partículas de um
corpo.”
1
R.5 “Calor é quente,
temperatura é quente e
frio.”
1
R.17 “Calor é uma
maneira de transmissão
de energia, enquanto
que a temperatura é
uma manifestação
dessa transmissão.”
1
R.22 ”Calor é a
diferença entre dois
corpos em contacto
com temperaturas
diferentes.
Temperatura é a
energia a que se
encontra um corpo.”
1
R.28 “A temperatura
de um material
relaciona-se com a
agitação dos
corpúsculos que
constituem esse
material. Quanto
mais agitação, maior
temperatura. Calor
corresponde a
temperaturas
elevadas”
3
R.6 “Calor é a energia
Calor é a energia
produzida pela
interacção dos corpos.
Temperatura é a
energia calorífica
quantizada.”
1
R.18 “Calor é radiação,
temperatura é um valor
numérico. O aumento
da radiação leva ao
aumento da
temperatura.”
1
R.23 Calor é a
energia libertada
por um corpo.
Temperatura é a
unidade que mede
essa energia
libertada, ao variar a
Energia Interna.”
1
R.29“Temperatura é
a agitação das
partículas internas de
um corpo. Calor é
uma forma de
transferência de
energia. Quanto mais
calor é transferido
para um corpo, maior
será a sua
temperatura.”
2
R.7 “Temperatura é a
quantidade de graus
celcius que existem
num determinado dia.
Calor é a quantidade
elevada de graus
celcius num
determinado dia, hora,
etc. A relação calor
temperatura é a
1
R.19 “Calor está
relacionado com a
transferência de
energia, enquanto que
a temperatura é uma
consequência dessa
mesma transferência.”
1
R.30 “Calor é uma
energia em trânsito,
temperatura é o
aquecimento de um
corpo. Quando está
calor à uma maior
temperatura”
1
143
quantidade de graus
celcius que influenciam
a temperatura, ou seja,
quanto mais graus
celcius existirem, maior
influencia existe sobre
o calor.”
R.8 “Calor é uma forma
de manifestação de
energia, temperatura, é
o nível de potência com
que a energia sob a
forma de potência se
manifesta. À uma
relação entre elas pois
quando há energia sob
a forma de calor há a
variação também de
temperatura.”
1
R.20 “Calor é a energia
transmitida.
Temperatura é uma
unidade ou medida do
calor.”
1
R.31 “Calor é uma
energia.
Temperatura é uma
unidade de medida
para medir o calor.”
3
R.9 “Temperatura é o
nível de calor que o ar,
um objecto ou um ser
vivo têm.”
1
R.21 “Calor é o que os
indivíduos sentem,
dependendo de
indivíduo para
individuo. Temperatura
é o determinado estado
de graus existente.”
1
R.32 “O aumento de
temperatura leva ao
aumento do calor.”
1
R.10“Radiação com
uma determinada
energia interna de um
corpo com uma
temperatura maior
para um corpo com
uma temperatura
menor.”
1
R.22 “Calor são
temperaturas altas,
temperatura é a medida
para sabermos o calor.
A temperatura diz-nos o
calor.”
1 R.33 Não respondeu 6
R.11“Temperatura é a
grandeza que mede o
calor gerado pela
vibração das partículas,
sendo o calor, o que é
libertado pelas
partículas e que quanto
maior for, maior é a
temperatura.”
1
R.23 “Calor é o
resultado do
aquecimento, que é o
aumento de
temperatura.”
1
R.12 Não respondeu 3 R.24 Não respondeu 10
144
Pergunta 2
Pergunta 4
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%)
Nº de alunos (%)
a) 0 (0%) 2 (10%) 0 (0%) 1 (5%)
b) 3 (17%) 5 (23%) 0 (0%) 4 (19%)
c) 6 (33%) 10 (47%) 12 (67%) 13 (61%)
d) 8 (44%) 2 (10%) 6 (33%) 1 (5%)
Alínea b) e c) 1 (6%) 2 (10%) 0 (0%) 0 (0%)
Alínea c) e d) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (5%)
Alínea b), c) e d) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (5%)
Pergunta 6
Pré-teste 10º1 Pré-teste 10º6 Pós-teste 10º1 Pós-teste 10º6
Respostas dadas pelos
alunos
Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%)
a) 6 (33%) 12 (57%) 2 (11%) 6 (29%)
b) 8 (44%) 2 (10%) 14 (78%) 5 (24%)
c) 4 (22%) 3 (14%) 2 (11%) 7 (33%)
Pré-teste 10º1 Pré-teste 10º6 Pós-teste 10º1 Pós-teste 10º6
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%)
a) 7 (39%) 6 (28%) 1 (6%) 0 (0%)
b) 11 (61%) 13 (62%) 17 (94%) 20 (95%)
c) 0 (0%) 2 (10%) 0 (0%) 0 (%)
d) 0 (0%) 0 (%) 0 (0%) 1 (5%)
145
d) 0 (0%) 1 (5%) 0 (0%) 3 (14%)
e) Não respondeu 0 (0%) 3 (14%) 0 (0%) 0 (0%)
Pergunta 8
a)
Pré-teste 10º1 Pré-teste 10º6 Pós-teste 10º1 Pós-teste 10º6
Respostas dadas pelos
alunos
Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%)
a) 0ºC 0 (0%) 1 (5%) 0 (0%) 0 (0%)
b) 40ºC 15 (83%) 14 (67%) 18 (100%) 21 (100%)
c) 80ºC 3 (17%) 3 (14%) 0 (0%) 0 (0%)
d) Não respondeu 0 (0%) 3 (14%) 0 (0%) 0 (0%)
b)
Pré-teste 10º1 Pré-teste 10º6 Pós-teste 10º1 Pós-teste 10º6
Respostas dadas pelos alunos Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%) Nº de alunos (%)
a) 20ºC 0 (0%) 3 (14%) 0 (0%) 5 (23%)
b) 50ºC 13 (72%) 15 (71%) 17 (94%) 14 (67%)
c) 80ºC 1 (6%) 0 (0%) 1 (6%) 0 (0%)
d) 100ºC 4 (22%) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)
e) 160ºC 0 (0%) 1 (5%) 0 (0%) 0 (0%)
f) Não respondeu 0 (0%) 2 (10%) 0 (0%) 2 (10%)