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RELATóRIO DE GESTãO DE RISCO 5 198 Resumo executivo 200 A. Modelo de gestão e controle de riscos 201 A1. Mapa de riscos 201 A2. Governança de riscos 203 A3. Cultura de riscos - Risk Pro 204 A4. Processos e ferramentas de gestão 211 B. Ambiente e próximos desafios 213 C. Perfil de risco 213 C1. Risco de crédito 243 C2. Risco de mercado de negociação, estrutural e de liquidez 264 C3. Risco Operacional 274 C4. Risco de cumprimento e conduta 285 C5. Risco de modelo 287 C6. Risco estratégico 288 C7. Risco de capital

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RelatóRio de gestão de Risco

5 198 Resumo executivo

200 A. Modelo de gestão e controle de riscos

201 A1. Mapa de riscos

201 A2. Governança de riscos

203 A3. Cultura de riscos - Risk Pro

204 A4. Processos e ferramentas de gestão

211 B. Ambiente e próximos desafios

213 C. Perfil de risco

213 C1. Risco de crédito

243 C2. Risco de mercado de negociação, estrutural e de liquidez

264 C3. Risco Operacional

274 C4. Risco de cumprimento e conduta

285 C5. Risco de modelo

287 C6. Risco estratégico

288 C7. Risco de capital

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoResumo executivo

198

ResuMo exeCutivo

Princípios do modelo de gestão e controle de riscos páginas de <dB> a <?>

Consolidação da melhora do perfil de risco de crédito páginas de <dB> a <?>

Risco de mercado de negociação, de liquidez e estruturais páginas de <dB> a <dB>

1. Custo do crédito = dotações insolvências 12 meses/investimento em crédito médio.

Risco de cRédito a clientes poR Regiões taxa de moRa

%

custo do cRédito1

%espanha21%

Brasil10%

Reino unido30%

portugal4%

chile5%

estados unidos9%

outros21%

3,933,55 3,38

5,37

sem popular sem popularcom popular com popular

4,081,18 1,19

1,121,17

1,07

Jan

2015

mar

20

15

mai

20

15

Jun

2015

ago

20

15

out

20

15

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20

15

Fev

2016

abr

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Jun

2016

ago

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20

16

Fev

2017

abr

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17

Jun

2017

ago

20

17

out

20

17

dez

20

17

6560555045403530252015105

evolução vaR 2015-2017 (sem populaR)

Milhões de euros VaR de 99% com horizonte temporal de um dia

mÀx (63,2)

mÍn (9,7)

2016 20162017 2017

— vaR— media móvel 15 dias— vaR médio 3 anos

Estes princípios, junto com um conjunto de ferramentas/processos chave interrelacionados na planejamento da estratégia do Grupo, permitem obter um marco de controle robusto.

Mais do 80% do risco corresponde ao Banco Comercial. Adequada diversificação geográfica e setorial.

Consolida-se a tendência de melhora dos principais indicadores de qualidade de crédito do Grupo, sendo em dezembro de 2017 (sem Popular):

A taxa de inadimplência continua seu descenso até 3,38%, com uma redução de 55 pb em relação ao fechamento de 2016, destacando Portugal, Espanha, Polônia e Brasil.

Risco de mercado do negócio

A operação está centrada no serviço a clientes e na gestão ativa da carteira diversificada geograficamente.

Uma estrutura de balanço adequada permite reduzir o impacto das variações das taxas de juros sobre a margem e o valor dos recursos próprios.

índice core capital coberto em torno de 100% frente às mudanças das taxas de câmbio.

As dotações em dezembro se reduzem a 8.997 milhões de euros, 5,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, principalmente por SCUSA, SCF e Espanha.

O custo do crédito diminuiu para 1,12% (-6 pb), em linha com a melhoria do perfil de crédito.

A taxa de cobertura se mantém estável em torno de 71%.

Gestão avançada e integral de todos os riscos com foco em forward-looking.

Linhas de defesa que permitem gerir o risco em sua origem, seu controle e supervisão e uma avaliação independente.

Uma cultura de riscos integrada em toda a organização.

Um modelo de filiais autônomas sob uma governança robusta, que mantém a independência entre as funções de gestão e controle de riscos.

Uma adequada gestão da informação e infraestrutura tecnológica.

Riscos geridos pelas unidades que os geram.

Relatório anual 2017 199

Riscos não financeiros páginas de <dB> a <dB>

Risco de capital páginas de <dB> a <dB>

Índice de coBeRtuRa de liquidez a cuRto pRazo (lcR)

2014

120%

2016

146%

2015

146%

2017

133%

capital econômico (sem populaR)

Milhares de milhões de euros

Requisitos internos de capital

capital disponível

99,1

72,1

excesso de capital 26,9

crédito86%

mercado4%

operacional10%

apR* poR tipo de Risco

* Ativos ponderados por risco

capital RegulatóRio (PHASE IN)

%

1. Buffer para instituições de importância sistêmica global.

2. Buffer de conservação de capital.

3. Buffer de capital anticíclico. Calculado com cifras de dezembro de 2017 e exigível em 1 de janeiro de 2018.

CET1

CET1

12,26%(FL 10,84%)

8,655%

0,51%

2,00%

1,50%

0,03%

2,22%

0,75%

1,875%

1,50%

4,50%

T1

T2

T2

AT1

CCe B3

G-SIB1

CCoB2

Requisito Pilar II

Pilar I mínimo

Índice Capital Total14,99%

Índice Capital Total12,155%

Índices regulatóriosdez 17 (de transição)

Requisito regulatório2018

Risco operacional

Finalização do projeto de transformação para a gestão avançada do risco operacional.

Reforço na estratégia de ciber-risco, com a melhora das capacidades de antecipação, defesa e conscientização.

Evolução das metodologias de controle e riscos críticos para a priorização em sua gestão.

O Grupo mantém uma posição de solvência confortável, tanto em termos de capital regulatório quanto de de capital econômico.

A distribuição dos requisitos de capital por tipo de riscos se mantém estável em relação ao ano anterior.

Risco de liquidez

O Santander apresenta uma situação folgada de posição de liquidez, sustentada por sua força comercial e pelo modelo de filiais autônomas, com elevado peso dos depósitos de clientes.e sólidos buffers de ativos líquidos.

O índice de longo prazo (NSFR) se mantém acima de 100%, e o de curto prazo se situa em níveis de 133%, cumprindo o requisito regulatório de 80%.

As métricas de liquidez de curto e longo prazo, assim como as relacionadas com ativos com cargas e cenários de estresse, situam-se dentro dos níveis de apetite de risco estabelecidos em cada uma das unidades do Grupo.

Risco de cumprimento e conduta

Desenvolvimento de iniciativas para responder ao crescente interesse dos investidores, clientes e acionistas pelos aspetos relacionados com sustentabilidade e mudanças climáticas.

Aumento da pressão dos supervisores sobre a proteção ao consumidor e a gestão das reclamações dos clientes.

Desafios derivados de novas regulamentações relevantes: MiFID II, GDPR, PSD II, 4ª Diretiva de AML.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoModelo de gestão e controle de riscos

200

2. Linhas de defesa que permitem gerir o risco na sua origem, seu controle e supervisão, bem como uma avaliação independente.

3. um modelo de filiais autônomas sob uma gestão robusta baseada em uma clara estrutura de comitês, que mantém a independência das funções de gestão e controle de riscos.

4. uma adequada gestão da informação e infraestrutura tecnológica que permite a identificação, evolução, gestão e comunicação aos níveis adequados de todos os riscos.

5. uma cultura de riscos integrada em toda a organização, que abrange uma série de atitudes, valores, habilidades e pautas de atuação diante de todos os riscos.

6. todos os riscos são geridos pela unidades que os geram.

Esses princípios, aliados a um conjunto de ferramentas e processos interrelacionados no planejamento da estratégia do Grupo (apetite de risco, risk identification and assessment, análise de cenários, risk reporting framework, processos orçamentários, etc.), configuram um marco de controle chave no momento de desenvolver o controle do perfil de risco.

Desde a sua fundação em 1857, o Banco Santander inclui nas suas prioridades incentivar a gestão antecipada de riscos em um ambiente de controles rígidos. Isso tem permitido enfrentar adequadamente as mudanças do ambiente econômico, social e regulatório em que desenvolve a sua atividade, contribuindo para o progresso das pessoas e das empresas.

Assim, a gestão de riscos é uma das funções chave para que o Santander continue sendo um banco sólido, seguro e sustentável, que garante uma gestão alinhada com os interesses de nossos funcionários, clientes, acionistas e da sociedade.

O modelo de gestão e controle de riscos do Grupo Santander baseia-se nos princípios indicados abaixo que, além de estar alinhados com a estratégia e o modelo de negócio do Grupo, leva em consideração as exigências dos reguladores e supervisores, bem como as melhores práticas do mercado:

1. uma gestão avançada e integral dos riscos com enfoque forward-looking, que permite manter um perfil de risco médio-baixo, através do apetite de risco definido pelo conselho do Banco Santander e da identificação e avaliação de todos os riscos.

a. modelo de gestão e controle de riscos

RESUMO EXECUTIVOA. ModeLo de gestão e ContRoLe de RisCos 1. Mapa de riscos 2. governança de riscos 3. Cultura de riscos - Risk Pro 4. Processos e ferramentas de gestãoB. AMBIENTE E PRÓXIMOS DESAFIOSC. PERFIL DE RISCO

Relatório anual 2017 201

O Grupo Santander estabelece no seu marco geral de riscos as seguintes tipologias de riscos de primeiro nível:

Para o bom desempenho da função de riscos, o Grupo conta com uma governança sólida que zela por uma adequada e eficiente tomada de decisões de riscos e pelo seu efetivo controle dentro do apetite de risco definido.

O Group Chief Risk Officer (gCRo), responsável por esta função no Grupo, presta um serviço de assessoria e challenge à linha executiva e se reporta de forma independente à comissão de Supervisão de Riscos, Regulação e Cumprimento, bem como ao conselho.

A.2.1. Linhas de defesa

O Banco Santander segue um modelo de gestão e controle de riscos baseado em três linhas de defesa.

As funções de negócio e todas as funções de apoio que geram exposição a risco constituem a primeira linha de defesa frente a esse risco. Essas funções são responsáveis por estabelecer um

ambiente de gestão dos riscos que geram que assegure que estes permaneçam dentro do apetite aprovado e dos limites definidos.

A segunda linha de defesa é constituída pela função de controle de riscos e pela função de conformidade e conduta. Essas funções supervisionam e questionam de maneira independente as atividades de gestão de riscos realizadas pela primeira linha de defesa.

Cabe a essas funções cuidar para que os riscos sejam geridos de acordo com o apetite de risco definido pela alta administração e promover uma sólida cultura de risco em toda a Organização. Deve, ainda, prestar orientação, consultoria e parecer especializado em todas as matérias relevantes relativas a risco.

Auditoria interna como terceira linha de defesa. Na sua função de último nível de controle, avalia regularmente se as políticas, métodos e procedimentos são adequados e estão implantados de forma efetiva na gestão e controle de todos os riscos.

Todo risco identificado deve ser incluído nos tipos básicos de risco mencionados acima, para organizar a sua gestão, controle e informação

A.1. Mapa de riscos

A.2. Governança de riscos

1. O risco local abrange, entre outros, a possibilidade de ser sancionado, multado ou obrigado a pagar indenização punitiva em decorrência de ações do supervisor ou de acordos privados entre as partes.

Risco de crédito: é o risco de perda financeira decorrente de inadimplência ou deterioração da qualidade do crédito de um cliente ou de terceiros que o Grupo Santander tenha financiado ou pelo qual assumiu uma obrigação contratual.

Risco de mercado: é o risco incorrido em decorrência de mudanças nos fatores de mercado que afetam o valor das posições nas carteiras de negociação.

Risco de liquidez: é o risco de que o Grupo não disponha dos ativos financeiros líquidos necessários para cumprir as suas obrigações no vencimento ou só possa obtê-los a um alto custo.

Risco estrutural: é o risco decorrente da gestão dos diversos itens do balanço, tanto na carteira bancária como em relação com as atividades de seguros e aposentadorias.

Risco de capital: é o risco de que o Grupo Santander não disponha de capital suficiente, em termos de quantidade ou qualidade, para cumprir os seus objetivos de negócio internos, os requisitos regulatórios ou as expectativas do mercado.

Risco operacional: define-se como o risco de sofrer perdas devido à inadequação ou a falhas nos processos, pessoas e sistemas internos, ou ainda devido a acontecimentos externos. Essa definição inclui o risco legal1.

Risco de conduta: é o que decorre de práticas, processos ou condutas que não são adequadas ou que deixam de cumprir as normas internas, a legalidade ou as exigências de supervisão.

Risco reputacional: define-se como o risco de um impacto econômico negativo, atual ou potencial, devido a uma deterioração na percepção do Banco por parte dos funcionários, clientes, acionistas/investidores e a sociedade em geral.

Risco de modelo: é o risco de perda decorrente de previsões imprecisas, que podem fazer com que o Banco tome decisões que não sejam as ideais, ou do uso inadequado de um modelo.

Risco estratégico: é o risco de perdas ou prejuízos derivados de decisões estratégicas, ou da sua má implementação, que afetem os interesses a longo prazo dos nossos principais grupos de interesse, ou de uma incapacidade para adaptar-se à evolução do ambiente.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoModelo de gestão e controle de riscos

202

receber informações e, se for o caso, emitir relatórios sobre medidas disciplinares a membros da alta administração.

•Supervisionar a política e regras de governança e o cumprimento pela Entidade e, especialmente, a adoção das ações e medidas que sejam conseqüência dos relatórios ou atividades de inspeção das autoridades administrativas de fiscalização e controle.

•Dar andamento e avaliar as propostas normativas e novidades regulatórias resultantes da aplicação e analisar as possíveis conseqüências para o Grupo.

•Revisar a política de responsabilidade social corporativa do Banco, zelando para que esteja orientada à criação de valor da instituição e seguir a estratégia e práticas nesse tema, avaliando seu grau de cumprimento.

Comitê de controle de riscos (CCR)Este órgão colegiado é encarregado do controle efetivo dos riscos, cuidando para que a sua gestão esteja de acordo com o nível de apetite de risco aprovado pelo conselho, considerando sempre uma visão integral de todos os riscos que fazem parte do marco geral de riscos. Isso envolve a identificação e acompanhamento de riscos, atuais e potenciais, e o seu impacto no perfil de risco do Grupo.

Este comitê é presidido pelo Group Chief Risk Officer (GCRO) e é integrado por executivos da Entidade. Estão representadas, entre outras, a função de riscos, que exerce a presidência, e as funções de cumprimento e conduta, financeira e de intervenção geral e controle de gestão. Participarão periodicamente os responsáveis pela função de riscos (CRO) das entidades locais com a finalidade de reportar, entre outros, o perfil de risco das diversas entidades.

O comitê de Controle de Riscos reporta-se à comissão de Supervisão de Riscos, Regulamentação e Cumprimento e a assiste na sua função de apoio ao conselho.

Órgãos para a tomada de decisões

Comitê executivo de riscos (CeR) É o órgão colegiado responsável pela gestão de todos os riscos, de acordo com os poderes atribuídos pelo conselho de administração.

O comitê toma decisões de assunção de riscos no mais alto nível, garantindo que estas se mantenham dentro dos limites estabelecidos no apetite de riscos do Grupo, e informa a sua atividade ao conselho ou às suas comissões quando assim solicitado.

Este comitê é presidido pelo CEO e é integrado por conselheiros executivos e pela alta administração da Entidade, estando representadas, entre outras, as funções de riscos, financeira e de cumprimento e conduta. O GCRO tem direito de veto nas decisões deste comitê.

A.2.3. Relação do grupo com as subsidiárias na gestão de riscos

Com relação ao alinhamento das unidades com o centro corporativoO modelo de gestão e controle de riscos compartilha, em todas as unidades do Grupo, alguns princípios básicos através dos marcos corporativos. Esses emanam do conselho do Grupo e as entidades subsidiárias aderem a eles através de seus respectivos órgãos de

As funções de controle de riscos, de cumprimento e conduta e de auditoria interna contam com um nível de separação e independência suficiente, entre si e com relação às demais que controlam ou supervisionam, para o exercício de suas funções, tendo acesso ao conselho de administração e/ou suas comissões através de seus órgãos máximos responsáveis.

A.2.2. estrutura de comitês de riscos

A responsabilidade em matéria de controle e gestão de riscos e, em especial, na fixação do apetite de risco para o Grupo Santander recai em última instância sobre o conselho de administração do qual emanam os poderes delegados a comissões e comitês, os quais se diferenciam em órgãos de controle independente e órgãos de tomada de decisões. O conselho se apoia no comitê de supervisão de riscos, regulamentação e conformidade como entidade independente de controle e supervisão de riscos. Além disso, a comissão executiva do Grupo dedica atenção especial à gestão de todos os riscos.

Os órgãos listados a seguir constituem o nível superior de governança de riscos:

Órgão de controle independente

Comitê de supervisão de riscos, regulamentação e cumprimentoEsta comissão tem como missão assessorar o conselho em termos de supervisão e controle de riscos, na definição das políticas de riscos do Grupo, nas relações com as autoridades fiscalizadoras e em matéria de regulamentação e cumprimento, sustentabilidade e governança corporativa.

É presidida por um conselheiro independente e integrada por conselheiros externos ou não executivos, com representação majoritária de conselheiros independentes.

As funções da comissão de Supervisão de Riscos, Regulamentação e Cumprimento em matéria de riscos são:

•Apoiar e assessorar o conselho na definição e avaliação das políticas de riscos que afetam o Grupo e na determinação da tendência de risco e da estratégia de riscos.

•Prestar assistência ao conselho na vigilância da aplicação da estratégia de riscos e o seu alinhamento com os planos estratégicos comerciais.

•Revisar sistematicamente as exposições com os principais clientes, setores de atividade econômica, áreas geográficas e tipos de risco.

•Conhecer e avaliar as ferramentas de gestão, iniciativas de melhoria, evolução de projetos e qualquer outra atividade relevante relacionada com o controle de riscos, inclusive a política sobre modelos internos de risco e sua validação interna.

•Apoiar e assessorar o conselho na relação com supervisores e reguladores nos diversos países onde o Grupo está presente.

•Supervisionar o cumprimento do Código Geral de Conduta, dos manuais e procedimentos de prevenção de lavagem de dinheiro e do financiamento ao terrorismo e, em geral, das regras de governança e do programa de cumprimento do Banco e fazer as propostas necessárias para a sua melhoria. Em especial, cabe à comissão

Relatório anual 2017 203

Com relação à estrutura de comitêsO modelo de governança Grupo-Subsidiárias e as práticas de boa governança para as subsidiárias recomenda que cada uma disponha de comitês de riscos de âmbito estatutário e de outros de natureza executiva, alinhados com os melhores padrões de governança corporativa, homogêneos com os existentes no Grupo.

Os órgãos de governança das entidades subsidiárias estruturam-se atendendo ainda às exigências locais, tanto reguladoras como legais, e à dimensão e complexidade de cada subsidiária, sendo coerentes com os da matriz, conforme estabelecido no marco de governança interna, facilitando assim a comunicação, relatório e efetivo controle.

Os órgãos de administração das subsidiárias contam com o seu próprio modelo de poderes de riscos (quantitativos e qualitativos), devendo seguir os princípios de atuação previstos nos marcos e modelos de referência desenvolvidos em nível corporativo.

Dada a sua capacidade de visão integral e agregada de todos os riscos, a empresa reserva-se os poderes de validação e questionamento das operações e políticas de gestão das diversas subsidiárias, na medida em que afetam o perfil de risco do Grupo.

como para difundir a cultura de riscos e desenvolver os melhores talentos.

Em 2017, foram ministradas 358.462 horas de treinamento, das quais se beneficiaram 140.527 funcionários do Grupo.

Em decorrência disso, o Estudo de Compromisso Global 2017 (2017 Global Engagement Survey) do Grupo Santander concluiu que 94% dos seus funcionários considerava que pode detectar e responsabilizar-se pessoalmente pelos riscos que enfrenta em seu trabalho cotidiano.

•Comunicação. Por meio dos diversos canais de comunicação e de ações individualizadas das quais participam os principais gestores de riscos, são difundidas condutas, práticas ótimas e iniciativas que exemplificam a cultura de riscos. Por outro lado, foi potencializado o espaço web em que é reunida toda a informação necessária para uma gestão avançada dos riscos.

•Avaliação da cultura de riscos O Grupo Santander realiza avaliação sistemática e constante da cultura de riscos do Grupo, visando detectar possíveis melhorias e implantar planos de ação. Para tanto, foram definidos indicadores globais que servem para avaliar a penetração e difusão da cultura de riscos dentro do Grupo.

•governança. A cultura de riscos e a gestão de riscos são sustentadas por uma sólida governança interna.

•gestão avançada dos riscos (Advanced Risk Management, ARM). A ARM é o reflexo da importância de contar com uma sólida cultura de riscos. Para o Grupo Santander, a gestão avançada dos riscos é um aspecto prioritário do seu objetivo a longo prazo de continuar sendo um banco sólido e sustentável.

administração, configurando a relação entre as subsidiárias e o Grupo, incluindo a participação deste na tomada de decisões relevantes mediante a sua validação.

Respeitando esses princípios e fundamentos comuns, cada unidade adapta a sua gestão de riscos à sua realidade local, de acordo com os marcos corporativos e documentos de referência disponibilizados pela empresa, o que permite reconhecer um modelo de gestão de riscos comum no Grupo Santander.

Um dos pontos fortes deste modelo é a adoção das melhores práticas desenvolvidas em cada uma das unidades e mercados em que o Grupo está presente. A divisão de Riscos atua como centralizadora e transmissora dessas práticas nas questões que lhe competem.

Da mesma forma, para assegurar o controle dos riscos no Santander, o modelo de governança Grupo-Subsidiárias e práticas de boa governança para as subsidiárias estabelece uma interação regular e subordinação funcional de cada CRO local ao GCRO, assim como a participação da empresa no processo de nomeação, definição de objetivos, avaliação e remuneração de ditos CRO locais.

A cultura corporativa The Santander Way envolve uma sólida cultura de riscos denominada risk pro.

A gestão de riscos é sustentada por uma cultura comum que implica que cada pessoa entenda e administre os riscos em que incorre no dia-a-dia.

A solidez da cultura de riscos do Grupo Santander é um dos principais motivos que lhe tem permitido enfrentar as variações dos ciclos econômicos, as novas exigências dos clientes e o aumento da concorrência, e pelos quais é considerada uma entidade em que confiam os clientes, funcionários, acionistas e o conjunto da sociedade.

No contexto de constantes mudanças, com novos tipos de riscos e a imposição de requisitos cada vez mais exigentes por parte dos órgãos reguladores, o Grupo Santander mantém um excelente nível de gestão de riscos que lhe permite obter um crescimento sustentável.

A excelência na gestão de riscos é, portanto, uma das prioridades estratégicas que deram forma ao desenvolvimento do Grupo. Isso inclui a prudência na gestão de riscos e a interiorização de uma sólida cultura de riscos em toda a organização, compreendida e aplicada por todos os funcionários do Grupo Santander.

A cultura risk pro é reforçada em todas as unidades do Grupo Santander por meio dos seguintes elementos comuns:

•o ciclo de vida dos funcionários. Desde a fase de seleção e contratação e ao longo de toda a sua carreira profissional, os funcionários são conscientizados a ser pessoalmente responsáveis na gestão dos riscos.

Portanto, a gestão de riscos faz parte dos programas de formação de todos os empregados. A Risk Pro Banking School, junto com os demais centros de formação em matéria de riscos, contribui para definir as linhas estratégicas da formação para dar uma resposta adequada aos nossos profissionais de acordo com as prioridades do Grupo, bem

A.3. Cultura de riscos - Risk Pro

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoModelo de gestão e controle de riscos

204

•Acompanhamento do desempenho com relação ao plano. A gestão e o controle de riscos contemplam o acompanhamento periódico do desempenho do negócio e a sua comparação com os planos aprovados. Todos os planos e métricas de riscos devem incluir níveis de alerta (triggers) e mecanismos de escalada bem definidos.

•Mitigação (Medidas para corrigir desvios do plano) Se a atividade de acompanhamento constata desvios prováveis ou efetivos do desempenho, além dos níveis de alerta aprovados, são consideradas medidas de mitigação que permitam retomar o desempenho em níveis aceitáveis.

• informação. Esses processos sobre riscos incluem a elaboração e apresentação de informações sobre gestão relevantes e precisas, assegurando a comunicação recorrente sobre o andamento do negócio, bem como a escalada urgente que possam exigir situações imprevistas.

Deve, por sua vez, proporcionar o respaldo necessário para assegurar a eficácia dos processos mencionados anteriormente.

O Grupo Santander define uma série de processos chave para a gestão e controle de riscos em todo o Grupo, detalhados a seguir:

Planejamento AcompanhamentoIdentificação MinimizaçãoAvaliação InformaçãoTomada de decisões

•Planejamento. É o processo pelo qual são estabelecidos os objetivos de negócio, incluindo a formulação dos tipos e níveis de risco que o negócio pode e está disposto a assumir para atingir os ditos objetivos.

• identificação. A identificação dos riscos é um componente essencial para a sua efetiva gestão e controle. Todos os funcionários são responsáveis por identificar os riscos externos e internos para o negócio de forma oportuna, assegurando que sejam classificados de acordo com o mapa de riscos anteriormente mencionado.

•Avaliação. Uma vez identificados, os riscos são avaliados, determinando-se a sua probabilidade, impacto e materialidade em diferentes cenários.

•tomada de decisões e execução. As decisões são necessárias para gerir o perfil de risco do negócio dentro dos limites aprovados na fase de planejamento e para atingir os objetivos do negócio. É necessário também tomar decisões estratégicas para gerir riscos materiais e emergentes dentro das atribuições conferidas aos comitês ou às pessoas, de acordo com os poderes conferidos pelo conselho de administração.

Para o desenvolvimento dos processos descritos, o Grupo Santander conta com uma série de ferramentas, dentre as quais destacam-se:

Apetite de risco

Risk identification and Assessment (RiA)

Análise de cenários

Risk Reporting Framework (RRF)

•novas métricas com maior granularidade e inclusão de métricas adicionais.

•Consolidação dos sistemas de gestão e controle do apetite de risco na empresa e nas unidades.

•simplificação, melhoria e interação das comunidades de controle segundo os novos padrões.

•Avaliação mais robusta e completa do ambiente de controle que mede a implementação do modelo de gestão.

•Fortalecimento do modelo operacional e de controle da execução dos exercícios de planejamento de capital.

•Avaliação de metodologias de projeção de provisões e da infraestrutura para tecnologia big data incrementando a potência analítica e de reporting.

•Melhorias estruturais e operacionais para reforçar a informação de todos os riscos em todos os níveis.

•Consolidação do modelo de gestão da informação de riscos e de reporting.

A.4. Processos e ferramentas de gestão

Relatório anual 2017 205

A.4.1. Apetite de risco e estrutura de limites

O apetite de risco define-se no Santander como a quantidade e tipologia dos riscos considerados razoável assumir na execução da sua estratégia de negócio, de modo que o Grupo possa manter a sua atividade ordinária diante da ocorrência de eventos inesperados. Para tanto, consideram-se cenários severos que possam ter um impacto negativo nos seus níveis de capital, liquidez, rentabilidade e/ou no valor de sua ação.

O conselho de administração é o órgão responsável pelo estabelecimento e atualização anual do apetite de risco da Entidade, pelo acompanhamento do seu perfil de risco efetivo e por assegurar a consistência entre ambos.

O apetite de risco é formulado para o Grupo como um todo, bem como para cada uma das suas principais unidades de negócio, de acordo com uma metodologia corporativa adaptada às circunstâncias de cada unidade/mercado. Em nível local, os conselhos de administração das subsidiárias são responsáveis por aprovar as respectivas propostas de apetite de risco, uma vez que estas tenham sido validadas pelo Grupo.

Toda a organização compartilha um mesmo modelo de apetite de risco, que abrange exigências comuns em processos, métricas, órgãos de administração, controles e padrões corporativos para a sua integração à gestão, bem como sua transposição eficaz e rastreável a políticas e limites de gestão (cascading down).

estratégia de negócio e fundamentos do apetite de risco.A definição e estabelecimento do apetite de risco no Grupo Santander é coerente com a sua cultura de riscos e o seu modelo de negócio a partir da perspectiva de risco. Os principais elementos que definem o dito modelo de negócio e fundamentam o apetite de risco no Grupo Santander são:

•Um perfil geral de risco médio-baixo e previsível baseado em um modelo de negócio centrado em banco de varejo, com presença diversificada internacionalmente e quotas de mercado relevantes, e um modelo de negócio de banco de atacado em que prevalece a relação com a base de clientes nos principais mercados do Grupo.

•Uma política de geração de resultados e de remuneração aos acionistas estáveis e recorrentes, sobre uma forte base de capital e liquidez e uma estratégia de diversificação efetiva de fontes de financiamento e prazos.

•Uma estrutura societária baseada em subsidiárias juridicamente independentes e autônomas em termos de capital e de liquidez, minimizando o uso de sociedades não operacionais ou instrumentais, e assegurando que nenhuma subsidiária apresente um perfil de risco que possa ameaçar a solvência do Grupo.

•Uma função de riscos independente e com uma intensa participação da alta administração que garanta uma forte cultura de riscos focada na proteção e na garantia da adequada rentabilidade do capital.

•Um modelo de gestão que assegure uma visão global e interrelacionada de todos os riscos, mediante um ambiente de controle e acompanhamento corporativo de riscos robusto, com responsabilidades de âmbito global: qualquer risco, qualquer negócio, qualquer localização geográfica.

•O foco no modelo de negócio no produtos em que o Grupo se considera suficientemente conhecedor e com capacidade de gestão (sistemas, processos e recursos).

•O desenvolvimento da sua atividade com base em um modelo de conduta que zele pelos interesses de seus clientes e acionistas.

•Uma disponibilidade adequada e suficiente de meios humanos, sistemas e ferramentas que permitam assegurar a manutenção de um perfil de risco compatível com o apetite de risco estabelecido, tanto em nível global como local.

•A aplicação de uma política de remuneração que abranja os incentivos necessários para assegurar que os interesses individuais dos funcionários e administradores estejam alinhados com o modelo de apetite de risco e que estes sejam compatíveis com a evolução dos resultados da Entidade a longo prazo.

Princípios corporativos do apetite de riscoO apetite de risco no Grupo Santander é regido em todas as suas entidades pelos seguintes princípios:

•Responsabilidade do conselho e da alta administração. O conselho de administração da Entidade é o responsável máximo por definir o apetite de risco e o seu suporte normativo, bem como por supervisionar o seu cumprimento.

•visão integral do risco (Enterprise Wide Risk), comparação e questionamento do perfil de risco. O apetite de risco deve considerar todos os riscos significativos a que a Entidade está exposta, facilitando uma visão global do perfil de risco mediante o uso de métricas quantitativas e indicadores qualitativos. Permite que o conselho e a alta administração questionem e assimilem o perfil de risco atual e previsto nos planos de negócios e estratégicos e a sua coerência com os limites máximos de risco.

•estimativa futura de riscos (forward looking view). O apetite de risco deve considerar o perfil de risco aceitável no momento atual e a médio prazo, considerando tanto as circunstâncias mais prováveis como cenários de estresse.

•vinculação com os planos estratégicos e de negócio e integração na gestão (plano trienal, orçamento anual, ICAAP, ILAAP e planos de recuperação e resolução). O apetite de risco é um referencial no planejamento estratégico e de negócio e integra-se à gestão através de um duplo enfoque bottom-up e top-down:

•Visão top-down: o conselho da Entidade deve liderar a definição do apetite de risco, zelando pela separação, distribuição e transferência dos limites agregados aos limites de gestão estabelecidos em nível de carteira, unidade ou linha de negócio.

•Visão bottom-up: o apetite de risco da Entidade deve surgir da interação efetiva do conselho com a alta administração, a função de riscos e os responsáveis pelas linhas e unidades de negócio. O perfil de risco que contrasta com os limites de apetite de risco será determinado considerando as medições realizadas em nível de carteira, unidade e linha de negócio.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoModelo de gestão e controle de riscos

206

e C.2.3.3. Sistema de controle de limites deste Relatório, têm relação direta e rastreável com os princípios e limites definidos no apetite de risco.

A conexão entre o apetite de risco de crédito do Grupo e a gestão das carteira de crédito é instrumentada, formalizada e materializada através dos Planos Estratégicos Comerciais (PECs), nos quais são definidas as políticas de crédito e planos de meios necessários para a consecução das estratégias comerciais. A alternância e a definição das métricas de risco de crédito incluídas no apetite de risco do grupo fortalecem o controle das carteiras de crédito. Cada PEC reúne as métricas de apetite de risco que correspondem ao segmento do dito PEC, realizando-se ainda o controle do apetite de risco através de limites de carteira e para a nova produção com a finalidade de antecipar o perfil de risco da carteira.

Desta forma, as alterações no apetite de risco podem ser transferidas para alterações nos limites e controles utilizados na gestão de riscos do Santander, tendo cada uma das áreas de negócio e de Riscos a responsabilidade de verificar se os limites e controles utilizados na sua gestão cotidiana estão definidos de maneira que os limites de apetite de risco não possam deixar ser cumpridos. A função de controle e supervisão de riscos validará posteriormente esta avaliação, assegurando a adequação dos limites de gestão ao apetite de risco.

eixos do apetite de riscoO apetite de risco expressa-se através de limites de métricas quantitativas e indicadores qualitativos que medem a exposição ou perfil de risco da Entidade por tipo de risco, carteira, segmento e linha de negócio, tanto nas condições atuais como estressadas. Essas métricas e limites de apetite de risco articulam-se em cinco grandes eixos que definem o posicionamento que a alta administração do Santander pretende adotar ou manter no desenvolvimento do seu modelo de negócio:

•A volatilidade na conta de resultados que o Grupo estiver disposto a assumir.

•A posição de solvência que o Grupo quer manter.•A posição de liquidez mínima de que o Grupo quer dispor.•Os níveis máximos de concentração que o Grupo considera razoável

assumir.•Riscos não financeiros e transversais.

•Coerência no apetite de risco das diversas unidades e linguagem de riscos com a toda a organização. O apetite de risco de cada unidade do Grupo deve ser coerente com aquele definido nas demais unidades e para o Grupo como um todo.

•Revisão periódica, comparação contínua e adaptação a melhores práticas e requisitos regulatórios. A avaliação do perfil de risco da Entidade e a sua comparação com as limitações estabelecidas pelo apetite de risco deve ser um processo iterativo. Devem ser estabelecidos mecanismos adequados de acompanhamento e controle que assegurem a manutenção do perfil de risco dentro dos níveis estabelecidos, bem como a adoção das medidas corretivas e de minimização que forem necessárias em caso de não cumprimento.

estrutura de limites, acompanhamento e controleA definição do exercício de apetite de risco é anual e abrange uma série de métricas e limites com base nessas métricas (limites de apetite de risco ou statements), que expressam em termos quantitativos e qualitativos a máxima exposição a risco que cada entidade do Grupo e o Grupo como um todo estão dispostos a assumir.

O cumprimento dos limites do apetite de risco é objeto de acompanhamento contínuo. As funções especializadas de controle informam pelo menos trimestralmente ao conselho e à sua comissão especializada em riscos a adequação do perfil de risco ao apetite de risco autorizado.

Os excessos e não cumprimentos do apetite de risco são reportados pela função de controle de riscos aos competentes órgãos administrativos. A sua apresentação é acompanhada de uma análise das causas que os provocaram, uma estimativa do tempo que vão permanecer, bem como uma proposta de ações para corrigir os excessos quando o órgão administrativo competente considerar oportuno.

A vinculação dos limites de apetite de risco com os limites utilizados na gestão das unidades de negócio e das carteiras presume um elemento chave para obter a eficiência do apetite de risco como ferramenta de gestão de risco.

Assim, as políticas de gestão e a estrutura de limites utilizados na gestão para as diversas tipologias e categorias de risco, descritas mais detalhadamente nos itens C.1.5. Ciclo de risco de crédito, C.2.2.3

eixos do apetite de Risco e pRincipais métRicas

volatilidade resultados solvência Liquidez ConcentraçãoRiscos não financeiros e transversais

• Perda máxima que o Grupo está disposto a assumir diante de um cenário de tensão ácido.

• Posição mínima de capital que o Grupo está disposto a assumir em um cenário de tensão ácido.

• Nível máximo de alavancagem que o Grupo está disposto a assumir em um cenário de tensão ácido.

• Posição mínima de liquidez estrutural.

• Posição mínima de horizontes de liquidez que o Grupo está disposto a assumir diante de diferentes cenários de tensão ácidos.

• Posição mínima de cobertura de liquidez.

• Concentração por cliente individual.

• Concentração em contrapartidas non investment grade.

• Concentração em grandes exposições.

• Indicadores qualitativos de riscos não financeiros:• Fraude• Tecnológicos• Segurança e risco

cibernético• Litígios• Outros...

• Perdas por risco operacional máximas.

• Perfil de risco máximo.

Relatório anual 2017 207

contrapartidas, de máxima exposição por setores de atividade, na atividade imobiliária e em carteiras com perfil de risco elevado. Igualmente, é feito um acompanhamento dos clientes com rating interno inferior ao equivalente a grau de investimento e que superem determinada exposição.

Riscos não financeiros e transversaisSão contempladas métricas quantitativas e indicadores qualitativos que ajudam a dar nuanças à exposição a riscos não financeiros. Dentre eles são reunidos indicadores específicos de fraude, risco tecnológico, segurança e risco cibernético, prevenção de lavagem de dinheiro, cumprimento regulatório, administração de produtos e proteção ao cliente, risco reputacional e risco de modelo.

A.4.2. Risk identification and assessment (RiA)

O Grupo Santander realiza a identificação e avaliação dos diversos tipos de riscos envolvidos nas diferentes linhas de defesa na sua execução, visando a reforçar a sua gestão de riscos avançada e proativa, estabelecendo padrões de gestão que cumprem os requisitos regulatórios e que estejam alinhados com as melhores práticas de mercado; sendo também um mecanismo de transmissão da cultura de riscos.

A função compreende todos os processos de identificação e avaliação de riscos, bem como a sua integração, no perfil de riscos do Grupo Santander, suas unidades e atividades, permitindo, ainda, a atualização do mapa de riscos.

Além de identificar e avaliar o perfil de risco do Grupo por tipo de risco e unidade, o RIA analisa a sua evolução e identifica áreas de melhoria em cada um dos blocos que o compõem:

•desempenho do risco, que permite conhecer o risco residual por tipos de risco através de um conjunto de métricas e indicadores calibrados com base em padrões internacionais.

•Avaliação do ambiente de controle, que avalia o grau de implementação do modelo de gestão objetivo estabelecido de acordo com padrões avançados.

•Análise prospectiva da unidade com base em métricas de estresse e/ou identificação e avaliação das principais ameaças ao plano estratégico (Top risks), permitindo estabelecer planos de ação específicos para minimizar os seus potenciais impactos, realizando o seu acompanhamento.

Cada um dos blocos metodológicos tem valor em si mesmo na gestão de riscos e permitem, ainda, obter uma visão completa e holística do perfil de risco. Entre outros usos, destacam-se a avaliação do nível de risco das diferentes métricas e indicadores utilizados e a sua integração às políticas e limites de gestão, a consideração da avaliação do ambiente de controle no planejamento de auditoria interna, a utilização dos Top risks como inputs para a geração de cenários idiossincráticos no planejamento de capital, liquidez e planos de recuperação e resolução, bem como a análise do perfil de risco das unidades e do Grupo, servindo de comparação para outros assessments externos do Banco.

O RIA permite fortalecer a gestão e controle de riscos no Grupo Santander para enfrentar mais e melhor negócio nos mercados em que opera sem por em risco a sua conta de resultados, nem os objetivos estratégicos definidos, reduzindo a volatilidade dos seus resultados.

volatilidade de resultadosO seu objetivo é delimitar a potencial volatilidade negativa dos resultados previstos no plano estratégico e de negócio diante de condições de estresse.

Neste eixo são reunidas métricas que medem o comportamento e a evolução de perdas reais ou potenciais com relação ao negócio.

Os exercícios de estresse incluídos neste eixo medem o nível máximo de queda de resultados, em condições adversas, nos principais tipos de risco a que o Banco está exposto com probabilidades de ocorrência plausíveis e similares por tipo de risco (de forma que possam ser agregadas).

solvênciaEste eixo tem por objeto assegurar que o apetite de risco considera adequadamente a manutenção e conservação dos recursos próprios da Entidade, preservando o capital acima dos níveis marcados pelos requisitos regulatórios e pelas exigências do mercado.

O seu objetivo é determinar o nível mínimo de capital que a Entidade considera necessário manter para assumir perdas potencias em condições tanto normais como estressadas, decorrentes da sua atividade e dos seus planos de negócio e estratégicos.

Este enfoque de capital, incluído no modelo de apetite de risco, é complementar e compatível com o objetivo de capital aprovado no processo de planejamento de capital implementado no Grupo e que se estende por um período de três anos. (Para mais detalhes, ver o Informe com relevância prudencial Pilar III).

Posição de liquidezO Grupo Santander desenvolveu um modelo de financiamento baseado em subsidiárias autônomas que são responsáveis por cobrir as suas próprias necessidades de liquidez.

Dentro desta premissa, a gestão de liquidez é realizada em nível de cada uma das subsidiárias dentro de um marco corporativo de gestão que desenvolve seus princípios básicos (descentralização, equilíbrio a médio e longo prazo de fontes-aplicações, elevado peso de depósitos de clientes, diversificação de fontes de atacado, reduzida apelação a curto prazo, reserva suficiente de liquidez) e é construída em função de três pilares fundamentais: modelo de governança, análise de balanço e medição de risco de liquides, e gestão adaptada às necessidades do negócio.

O apetite de risco de liquidez do Santander estabelece objetivos exigentes de posição e horizontes de liquidez diante de cenários de estresse sistêmicos (local e global) e idiossincráticos. Além disso, é definido um limite com base em um índice de financiamento estrutural que põe os depósitos de clientes, recursos próprios e emissões a médio e longo prazo em relação com as necessidades estruturais de financiamento, assim como um limite à posição mínima de cobertura de liquidez.

ConcentraçãoO Santander quer manter uma carteira de risco amplamente diversificada do ponto-de-vista da sua exposição a grandes riscos, a determinados mercados e a produtos específicos. Em primeira instância, isso é alcançado em virtude da orientação do Santander no negócio de banco comercial com uma grande diversificação internacional.

Neste eixo estão incluídos, entre outros, limites de máxima exposição individual com clientes, de máxima exposição agregada com grandes

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoModelo de gestão e controle de riscos

208

A.4.3. Análise de cenários

O Banco Santander realiza uma gestão avançada de riscos através da análise do impacto que poderiam provocar diferentes cenários do ambiente em que a Entidade opera. Esses cenários expressam-se tanto em termos de variáveis macroeconômicas como de outras variáveis que afetam a gestão.

A análise de cenários é uma ferramente robusta e de grande utilidade para a gestão em todos os níveis, já que permite avaliar a resistência do Banco diante de ambientes ou cenários estressados, bem como implementar conjuntos de medidas que reduzam o seu perfil de risco diante desses cenários. O objetivo é maximizar a estabilidade da conta de resultados e dos níveis de capital e liquidez.

A robustez e coerência dos exercícios de análise de cenários baseiam-se nos seguintes pilares:

•O desenvolvimento e integração de modelos matemáticos que estimem a evolução futura de métricas (como, por exemplo, as perdas de crédito), baseando-se tanto em informação histórica (interna do Banco e externa do mercado) como em modelos de simulação.

•As incorporação da opinião especializada e do conhecimento das carteiras, questionando e comparando o resultado dos modelos.

•O backtesting ou comparação periódica do resultado dos modelos com os dados observados, que assegure a adequação dos ditos resultados.

•A administração de todo o processo, abrangendo os modelos, os cenários, as suposições e o racional dos resultados e o seu impacto na gestão.

A aplicação desses pilares no teste de estresse da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sua sigla em inglês), realizado e relatado com periodicidade bianual, tem permitido ao Santander atender satisfatoriamente às exigências especificadas, tanto quantitativas como qualitativas, e colaborar com os excelentes resultados obtidos pelo Banco, especialmente com relação ao grupo de concorrentes de referência.

A partir de 1º de janeiro de 2018, os processos, modelos e metodologias de análise de cenários incluirão os novos requisitos normativos de provisões (IFRS 9).

Durante 2017, a função evoluiu com base em três eixos principais, assegurando a simplificação, o fortalecimento da interação das comunidades de controle e a completude do perfil de risco.

•Atualização dos padrões de ambiente de controle, considerando a evolução do setor, modelos internos de gestão e expectativas regulatórias:

i) Foi desenvolvida uma arquitetura conceitual homogênea que permite realizar análises e avaliações uniformes por funções/unidades e simplifica a execução/exploração de dados, bem como o relatório à alta administração.

ii) Simplificação dos exercícios de avaliação do ambiente de controle.

iii) Maior envolvimento dos diversos integrantes das comunidades de controle com ênfase especial nas funções locais e corporativas de controle de riscos e auditoria interna.

iv) Priorização de áreas de melhoria identificadas conforme a sua materialidade.

•Nova plataforma tecnológica para facilitar a exploração de dados e a execução dos processos:

i) Automatização de processos manuais.

ii) Acesso em tempo real à informação dos diversos exercícios em todas as unidades.

iii) Solução tecnológica interna com segurança lógica e experiência do usuário melhoradas.

iv) Módulo de relatório da informação que permite projetar e gerar relatórios ad hoc.

•Aumento do alcance do exercício por tipo de risco e localização geográfica.

O RIA, dentro de um processo de revisão e melhoria contínua durante os próximos meses, se concentrará na revisão dos indicadores e métricas de risco, em incrementar o perímetro de atuação por tipo de risco e localização e continuar fortalecendo a cultura de riscos nas diferentes linhas de defesa do Grupo.

Relatório anual 2017 209

•gestão recorrente de riscos em diferentes processos/exercícios:

•Processo orçamentário e de planejamento estratégico, na geração de políticas comerciais de admissão de risco, na análise global de riscos pela alta administração ou em análises específicas sobre o perfil de atividades ou carteiras.

• Identificação dos Top risks. Após um processo sistemático de identificação e avaliação de todos os riscos a que o Grupo está exposto, são selecionados os Top risks e estabelecido o perfil de risco da Entidade. Cada Top risk tem associado um cenário macroeconômico ou idiossincrático. Com a finalidade de avaliar o impacto desses riscos para o Grupo, são utilizados modelos internos e metodologias para a análise de cenários e stress test.

•Recovery plan, que é realizado anualmente e estabelece as medidas que o Banco terá disponíveis para sobreviver a uma crise financeira muito severa. O plano prevê uma série de cenários de estresse financeiro e macroeconômico, com diversos graus de severidade, que incluem eventos idiossincráticos e/ou sistêmicos de relevância para a Entidade.

É apresentado mais detalhadamente nos itens de risco de crédito (item C.1.5.1. Planejamento) e de mercado (C.2.2.1.6., C.2.2.2.3. e C.2.4.2. Análise de cenários).

Por outro lado, o Banco está colaborando com outras entidades financeiras em um projeto conjunto, liderado por UNEP FI2 para implementar as recomendações emitidas pelo Task force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD) do Financial Stability Board (FSB). Essas recomendações incluem, pela primeira vez, exercícios de estresse que abrangem diferentes cenários climáticos.

Nos exercícios de análise de cenários, pretende-se avaliar os impactos decorrentes da mudança climática, seja na forma de riscos físicos (por exemplo, desastres naturais devido a alterações meteorológicas) ou de riscos de transição a uma economia com menos emissões (devido a alterações regulatórias, tecnológicas, de mercado...), permitindo levá-los em conta na estratégia global futura do Grupo.

Como ferramenta de gestão interna, o Banco Santander conta com o Mapa de Usos de análise de cenários para impulsionar o alinhamento dos mesmos para cada tipo de risco e a melhora contínua de tais usos. O objetivo é reforçar a integração dos distintos exercícios regulatórios e de gestão (ICAAP, ILAAP, Apetite de risco, Recovery Plan, Orçamento, etc.).

Programa de stress test e análise de cenáriosO programa de stress test e análise de cenários é um plano plurianual que contém os requisitos para o desenvolvimento dessas atividades como parte dos processos de gestão de riscos do Grupo. O desenvolvimento do programa e os seus objetivos são revisados e atualizados periodicamente. O programa é estruturado em função de cinco eixos:

•Processos e procedimentos: evolução dos processos de cálculo e da documentação a eles associada, facilitando a execução com a freqüência adequada, ajustando o stress test às necessidades regulatórias e de gestão avançada de riscos.

uso da análise de cenáriosAs diretrizes da EBA estabelecem que a análise de cenários deveria constituir parte do marco de gestão de riscos e ser integrada aos processos de gestão das entidades. Nesse sentido, é necessária uma visão forward looking na gestão de riscos, no planejamento estratégico, de capital e de liquidez.

A análise de cenários é incluída como parte do marco de controle e de gestão do Grupo, assegurando uma rápida identificação e reação diante de qualquer impacto que possa afetar a sua solvência ou liquidez.

Com este objetivo, inclui uma revisão sistemática da exposição aos diversos tipos de riscos, não só em um caso base, mas também simulando diversos cenários adversos, garantindo que o nível de risco assumido cumpra os objetivos e limites estabelecidos.

A análise de cenários está integrada em diversos processos chave da Entidade:

•usos regulatórios: nos quais são realizados exercícios de estresse sob as diretrizes assinaladas pelo regulador europeu ou cada um dos diversos supervisores locais.

•exercícios internos de autoavaliação de capital (ICAAP) ou liquidez (ILAAP): nos quais, embora o regulador possa impor determinados requisitos, o Banco desenvolve a sua própria metodologia para avaliar os seus níveis de capital e liquidez diante de diversos cenários de estresse. Essas ferramentas permitem planejar a gestão de capital e liquidez.

•Apetite de riscos: contém métricas estressadas sobre as quais são estabelecidos níveis máximos de perdas (ou mínimos de liquidez) que o Banco não pretende ultrapassar. Esses exercícios estão relacionados com os de capital e liquidez, embora tenham freqüências diferentes e apresentem diferentes níveis de granularidade. O Banco continua trabalhando para melhorar o uso da análise de cenários no apetite de risco e assegurar uma adequada relação dessas métricas com aquelas utilizadas na gestão diária de riscos. Para mais detalhes, ver os itens A.4.1. Apetite de risco e estrutura de limites e B.2.4. Risco de liquidez do Relatório atual.

2. UN Environment Programme Finance Initiative.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoModelo de gestão e controle de riscos

210

•Metodologias e modelos: elaboração de planos de desenvolvimento de modelos estatísticos de estresse que tenham a precisão e granularidade suficiente para satisfazer os objetivos do programa, melhorando a capacidade de avaliar a sensibilidade a diferentes cenários e aos impactos deles decorrentes.

•governança: estabelecimento e atualização (se necessário) do esquema de administração referente ao stress test e análise de cenários, revisando a eficiência da estrutura definida, seu entendimento e sua documentação.

•dados e infraestrutura: implantação e desenvolvimento de uma ferramenta de cálculo flexível e um ambiente de reporting multiusuário com capacidade de processar dados com diferentes níveis de granularidade, realizar projeções de métricas e perdas com maior solidez e automatização, adicionar diversos tipos de riscos durante o processo e relatar os seus resultados.

• integração à gestão: estímulo e melhoria dos usos da análise de cenários nos diversos âmbitos da gestão de riscos.

A.4.4. Risk Reporting Framework (RRF)

Nos últimos exercícios, o Grupo desenvolveu e implantou as melhorias estruturais e operacionais necessárias para reforçar e consolidar a visão integral dos riscos com base em informações completas, precisas e recorrentes, permitindo, assim, à alta administração do Grupo avaliar e decidir. Nesse contexto, o plano estratégico de transformação de riscos está alinhado com as exigências regulatórias, e assim foi refletido na revisão realizada pelo supervisor europeu com relação ao cumprimento dos padrões definidos pelo Comitê de Basileia (BCBS 239).

Ao longo de 2017, o Grupo Santander trabalhou na consolidação do modelo integral de gestão de informações e dados, bem como na implementação e renovação dos sistemas tecnológicos, permitindo, assim, manter uma equilibrada taxonomia de reporting que abrange todas as áreas de risco significativas dentro da organização, em consonância com a dimensão, o perfil de risco e a atividade do Grupo.

Nesse sentido, os relatórios que a alta administração recebe mensalmente para a gestão de risco e a respectiva tomada de decisões são de três tipos: relatório de riscos do Grupo, relatório de riscos de cada unidade e relatório por fator de risco.

Relatório anual 2017 211

improdutivos. Contudo, nos países desenvolvidos, e especialmente na Europa, as instituições seguem enfrentando importantes desafios para conseguir dar impulso à rentabilidade, em meio a uma forte pressão competitiva e com taxas de juros que continuam baixas, da mesma forma que os volumes de negócios, embora em ambos os casos a dinâmica seja gradualmente mais favorável.

Principais riscos estratégicos (Top risks)O Grupo, no contexto da sua tradicional gestão antecipada dos riscos, identifica, avalia e acompanha as potenciais ameaças que podem afetar o desenvolvimento do seu plano estratégico, através de um exercício periódico de avaliação dos Top risks.

Atualmente, os principais riscos estratégicos identificados pelo Grupo, que estão sendo objeto de acompanhamento periódico por parte da alta direção do Banco através de uma administração que permite a sua adequada gestão e mitigação, enquadram-se em quatro categorias especificadas a seguir:

Riscos macroeconômicos e políticos A Zona do euro encontra-se uma fase expansiva do ciclo. O crescimento econômico em 2017 foi sólido e com boas bases. A taxa de desemprego foi reduzida aos patamares mais baixos desde 2008. Apesar de tudo, a inflação se mantém reduzida. O atual ritmo de crescimento é superior ao seu potencial, cabendo, assim, esperar uma moderação das taxas de crescimento nos próximos anos.

Os principais riscos a esta evolução favorável encontram-se no ambiente político e no impacto que possa ter o processo de imposição de regulamentação da política monetária nos Estados Unidos, nas taxas de juros da Zona do Euro. Além disso, o BCE está reduzindo as suas compras de ativos e, embora se espera que mantenha estáveis as suas taxas de juros em 2018 diante da ausência de pressões inflacionárias, poderá iniciar aumentos em 2019.

A evolução da economia do Reino unido será determinada pelo desfecho das negociações de saída do país da UE, prevista para março de 2019. No acordo da Fase I da negociação chegou-se a um entendimento com a Comissão Europeia sobre os direitos dos cidadãos, um acordo brando sobre a fronteira com a República da Irlanda e a fatura da saída.

A economia mundial registrou em 2017 um crescimento superior ao de 2016 (3,6% vs. 3,2%) e o mais positivo dos últimos anos, apoiada por algumas condições financeiras favoráveis, o impulso do comércio, a recuperação do preço das matérias primas, a melhora da confiança e um entorno político que tendeu a reduzir incertezas. Tanto as economias avançadas quanto as emergentes participaram dessa revitalização.

Nos Estados Unidos, a aceleração do crescimento aliou-se a uma moderação da inflação subjacente. O FED, envolvido em uma gradual regulamentação da política monetária, elevou as taxas em três ocasiões durante o ano e, em outubro, iniciou a redução do seu balanço.

Na Zona do Euro ocorreu uma importante reativação econômica com ampla base por componentes e por países. Com uma inflação que se mantém reduzida, o BCE estendeu as compras de dívida até setembro de 2018, embora reduzindo o seu tamanho, e continua emitindo uma mensagem de acomodação.

No Reino Unido, a economia resistiu bem à incerteza do Brexit, mas o crescimento foi mais lento. A inflação, em torno de 3%, superou o objetivo de 2%, o que pressionou o Banco da Inglaterra a elevar a taxa oficial a 0,5% no período final do ano, revertendo o ajuste ocorrido após o referendo.

Nas economias emergentes, a China manteve um ritmo um pouco superior ao de 2016, contra o que era esperado, e a América Latina abandonou a recessão, graças à revitalização do Brasil e Argentina.

As políticas monetárias seguiram caminhos diversos em resposta à diferente evolução das suas taxas de inflação. Assim, no Brasil e no Chile os bancos centrais cortaram as taxas oficiais, em ambientes de inflação reduzida, enquanto na Argentina e no México, as autoridades monetárias elevaram as taxas oficiais para reforçar o seu compromisso anti-inflacionário e ancorar as expectativas de inflação em um contexto de aumento de preços.

O ambiente bancário internacional continuou caracterizando-se, de maneira generalizada, pelo contínuo fortalecimento de balanços através de melhorias na solvência, na posição de liquidez e nos ativos

B. ambiente e próximos desafios

RESUMO EXECUTIVOA. MODELO DE GESTãO E CONTROLE DE RISCOSB. AMBiente e PRÓxiMos desAFiosC. PERFIL DE RISCO

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de Riscoambiente e próximos desafios

212

aparecimento da condução autônoma, da mobilidade compartilhada, da tributação mais alta em virtude do tipo de veículo, das possíveis restrições no acesso às cidades, etc. Tudo isso contribui para uma mudança no comportamento dos consumidores e na sua percepção com relação a esse setor, sendo indispensável adaptar-se às novas circunstâncias.

Ambiente regulatórioCom o objetivo de melhorar a capitalização dos bancos e a sua resiliência a shocks da economia, foi realizada uma intensa atividade em termos de propostas regulatórias, tendo maior impacto nas instituições que são consideradas sistêmicas.

A nova regulamentação afeta principalmente os requisitos de capital, liquidez e resolução, bem como a uniformidade na gestão da informação e a adequação da governança interna das entidades.

Cabe destacar também que em termos de conduta, transparência, proteção do consumidor e venda de produtos adequados às necessidades do cliente, existe uma pressão fiscalizadora e reguladora motivada, em parte, por determinados eventos relevantes de más práticas ocorridas no setor nos últimos anos.

Além disso, observa-se um interesse crescente em aspectos sociais e ambientais, que está se materializando em diferentes iniciativas com relação ao âmbito da regulamentação.

O nível crescente de exigência implica em um importante esforço por parte das entidades, impactando em uma redução de rentabilidade.

É muito importante para o setor contar com um marco regulatório estável e duradouro, que permita estabelecer estratégias válidas a médio prazo, bem como fazer uma avaliação contínua e global do impacto do dito marco para assegurar que se alcance um bom equilíbrio entre estabilidade financeira e crescimento econômico. Este marco deve buscar a igualdade de condições entre competidores seguindo o principio da atividade, regulando o que se faz e não quem o faz. A referencia deve ser: à mesma atividade e aos mesmos riscos devem aplicar-se a mesma regulação e a mesma supervisão.

Ameaças aos sistemas (risco cibernético)No ambiente em que a digitalização é cada vez uma maior protagonista, os ataques cibernéticos têm se tornado um dos principais riscos mundiais, não só para o setor financeiro, mas também para qualquer setor no mundo, sendo observado um aumento de casos desta natureza nos últimos tempos.

Essa ameaça inclui espionagem, crime digital, filtração de dados, eventos de hacking e guerra cibernética, através do acesso não autorizado a redes e a introdução de vírus que pode ameaçar a confidencialidade da informação interna do Banco e dos clientes, além da robustez dos sistemas revelando falhas de segurança.

O Grupo trabalha intensamente no desenvolvimento de controles de proteção baseados em padrões internacionais e medidas preventivas de forma a estar preparado para incidentes dessa natureza. Esses tipos de medidas são detalhados no item C.3.4 Medidas de mitigação de risco operacional.

Contudo, chega-se à Fase II com divergências entre ambas as partes quanto ao modelo de relação futura entre o Reino Unido e a UE, e as condições do período de transição. Os resultados da negociação do período de transição e o acordo comercial a que se venha a chegar serão cruciais para a economia britânica a curto-médio prazo.

Após anos de recessão, a confiança na economia brasileira continua melhorando, mantendo-se expectativas favoráveis de crescimento para os próximos anos. Espera-se que esta tendência seja acompanhada de reformas de caráter estrutural, relacionadas principalmente com o déficit fiscal, às quais deverá ser dada continuidade independente do resultado do processo eleitoral que o país enfrentará para manter o caminho de crescimento esperado.

Quanto aos estados unidos, a evolução econômica continua sendo favorável, com crescimentos estáveis e expectativas de redução na taxa de desemprego, com um impacto positivo, tanto internamente como nas economias emergentes, e nas latino-americanas em particular.

Diante desses riscos macroeconômicos e geopolíticos, o modelo de negócio do Banco Santander, baseado em uma diversificação geográfica equilibrada entre mercados maduros e emergentes e em um banco de varejo de clientes vinculados, reduz a volatilidade dos resultados, mantendo um perfil de risco médio-baixo.

Ambiente competitivo e relação com clientesO modelo de negócio do Grupo Santander enfrenta o desafio de adaptar-se a mudanças na demanda e comportamento dos consumidores, às possibilidades que as novas tecnologias proporcionam, às novas propostas de valor e também às alterações no posicionamento estratégico dos concorrentes.

As novas tecnologias tiveram, têm e terão um impacto permanente na indústria bancária, possibilitando um entorno de alta concorrência, com a irrupção de novos e inovadores estreantes financeiros que oferecem também facilidade de acesso aos seus serviços. Isso também é favorecido pela nova regulamentação, como a diretiva de serviços de pagamentos PSD2 (Payment Services Diretive 2) em vigor em 2018, que permite o acesso de outros operadores aos dados custodiados pelos bancos, favorecendo com isso a desintermediação financeira. Tudo isso, e em especial a tendência crescente à abertura de dados financeiros sem iniciativas simétricas para os dados custodiados pelas grandes plataformas tecnológicas, torna imprescindível adaptar-se a este novo entorno com agilidade.

Nesse sentido, faz-se necessária uma constante inovação e revisão dos processos estabelecidos que permitam ao Banco adaptar-se de forma proativa ao setor e seus concorrentes para manter a participação no mercado em função da entrada de novos concorrentes digitais –start-up financeiras, grandes empresas tecnológicas, etc.–. O Grupo Santander interpreta esta mudança no setor como uma oportunidade para melhorar o seu posicionamento no mercado, aumentar a participação no mercado e otimizar o seu modelo de negócio centrado nos clientes, acionistas, empregados e na sociedade, com base na inovação e na transformação digital.

O setor automotivo encontra-se imerso em um contínuo processo de inovação, impulsionado em parte por um ambiente regulatório mais rigoroso, que implica uma importante transformação em direção ao uso de tecnologia com menor impacto ambiental, bem como em função de uma possível mudança estratégica no setor com o

Relatório anual 2017 213

O seguinte gráfico mostra a distribuição do risco de crédito em função do modelo de gestão.

distRiBuição do Risco de cRédito

NOTAS: No inclui o Popular. Segmentação de Riscos.

indivíduos59%

pmes, empresas e instituições26%

sgcB15%

O perfil de Grupo Santander é principalmente minorista, sendo 85% do risco total gerado pelo negócio de banco comercial.

C.1.1. introdução ao tratamento do risco de crédito

O risco de crédito é o risco de perda financeira decorrente de inadimplência ou deterioração da qualidade do crédito de um cliente ou de terceiros que o Grupo Santander tenha financiado ou pelo qual assumiu uma obrigação contratual.

A segmentação desde o ponto de vista da gestão do risco de crédito se baseia na distinção entre três tipos de clientes:

•O segmento de indivíduos inclui todas as pessoas físicas, com exceção daquelas com uma atividade empresarial. Este segmento, por sua vez, se divide em subsegmentos por nível de renda, o que permite uma gestão do risco adequada ao tipo de cliente.

•O segmento de PMes, empresas e instituições inclui as pessoas jurídicas e as pessoas físicas com atividade empresarial. Também inclui as instituições do setor público em geral e as instituições do setor privado sem finalidade de lucro.

•O segmento de santander global Corporate Banking (SGCB) está composto por clientes corporativos, instituições financeiras e soberanos, que compõem uma lista fechada revista anualmente. Esta lista se determina em função de um análise completa da empresa (tipo de negócio, nível de diversificação geográfica, tipos de produtos que utiliza, volume de receitas que representa para o Banco, etc).

c. perfil de risco

C.1. Risco de crédito

RESUMO EXECUTIVOA. MODELO DE GESTãO E CONTROLE DE RISCOSB. AMBIENTE E PRÓXIMOS DESAFIOSC. PeRFiL de RisCo 1. Risco de crédito 2. Risco de mercado de negociação, estrutural e de liquidez 3. Risco operacional 4. Risco de compliance e conduta 5. Risco de modelo 6. Risco estratégico 7. Risco de capital

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

214

3. Cifras em 30 de junho de 2017.

Por outro lado, em 8 de agosto passado, o Banco Popular, com a intenção de reduzir os ativos improdutivos do Grupo Santander a níveis pouco relevantes, formalizou com o fundo Blackstone os contratos para a aquisição, pelo fundo, de 51%, e portanto do controle do negócio imobiliário do Banco Popular integrado pela carteira de imóveis adjudicados, créditos duvidosos procedentes do setor imobiliário e outros ativos relacionados com esta atividade do Banco Popular e suas filiais.

O fechamento da operação engloba a criação de uma sociedade para a qual o Banco Popular traspassará o negócio constituído pelos os ativos assinalados e 100% do capital da Aliseda. A gestão do patrimônio integrado na sociedade estará atribuída, desde sua formalização, a Blackstone.

Citibank-ArgentinaDepois de ter obtido as pertinentes aprovações por parte das autoridades regulatórias competentes, com data de 31 de março de 2017, recebeu-se e aceitou-se a oferta irrevogável para integrar os ativos e passivos do negócio de banco de varejo da Sucursal do Citibank N.A. estabelecida na República Argentina com efeitos desde 1 de abril. Com esta operação o Banco incorporou uma rede de 70 sucursais com seus funcionários e uma carteira de cerca de 518.000 novos clientes, incrementando o volume de empréstimos e depósitos em aproximadamente 604 e 1.261 milhões de euros, respetivamente.

C.1.2. Principais dimensões e evolução

C.1.2.1. Mudanças no perímetro

Banco PopularEm 7 de junho de 2017 o Grupo Santander adquiriu o Banco Popular Español, S.A. (Popular) sob o marco do esquema de “resolução” adotado pela Junta Única de Resolução (JUR) e executado pelo Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB).

Esta operação tem um sólido encaixe estratégico e de negócio em um momento atrativo do ciclo e reforça a posição do Grupo na Espanha e em Portugal.

O Banco Popular aportou3, depois dos ajustes realizados no momento da aquisição, créditos líquidos no montante de 82.589 milhões de euros e depósitos de 64.814 milhões de euros, concentrados principalmente na Espanha. Adicionalmente, incorporou 10.003 milhões de fundos de investimento e 8.118 milhões de outros ativos fora do balanço.

Nessa data, os riscos de mora e duvidosos do Banco Popular alcançaram 20.969 milhões de euros, o que representou uma mora de 20%. Para cobrir este volume se contabilizou um fundo por insolvências de 12.689 milhões de euros, que presumiu uma cobertura de 61%.

C.1.2.2. evolução de magnitudes em 2017A seguir se mostram as principais magnitudes relacionadas com o risco de crédito derivado da atividade com clientes:

pRincipais magnitudes Risco de cRédito deRivado da atividade com clientes dados de dezembro de 2017

Risco de crédito com clientes1

(milhões de euros)inadimplência

(milhões de euros) taxa de inadimplência (%)

2017 2016 2015 2017 2016 2015 2017 2016 2015

europa Continental 337.768 331.706 321.395 15.184 19.638 23.355 4,50 5,92 7,27

Espanha 172.176 172.974 173.032 8.120 9.361 11.293 4,72 5,41 6,53

Santander Consumer Finance 92.589 88.061 76.688 2.319 2.357 2.625 2,50 2,68 3,42

Portugal 32.816 30.540 31.922 1.875 2.691 2.380 5,71 8,81 7,46

Polônia 24.391 21.902 20.951 1.114 1.187 1.319 4,57 5,42 6,30

Reino unido 247.625 255.049 282.182 3.295 3.585 4.292 1,33 1,41 1,52

América Latina 165.683 173.150 151.302 7.462 8.333 7.512 4,50 4,81 4,96

Brasil 83.076 89.572 72.173 4.391 5.286 4.319 5,29 5,90 5,98

México 28.939 29.682 32.463 779 819 1.096 2,69 2,76 3,38

Chile 40.406 40.864 35.213 2.004 2.064 1.980 4,96 5,05 5,62

Argentina 8.085 7.318 6.328 202 109 73 2,50 1,49 1,15

estados unidos 77.190 91.709 90.727 2.156 2.088 1.935 2,79 2,28 2,13

Porto Rico 2.944 3.843 3.924 210 274 273 7,13 7,13 6,96

Santander Bank 44.237 54.040 54.089 536 717 627 1,21 1,33 1,16

SC USA 24.079 28.590 28.280 1.410 1.097 1.034 5,86 3,84 3,66

Total do Grupo sem Bco Popular 832.655 855.510 850.909 28.104 33.643 37.094 3,38 3,93 4,36

Banco Popular 88.313 9.492 10,75

Total do Grupo 920.968 855.510 850.909 37.596 33.643 37.094 4,08 3,93 4,36

Relatório anual 2017 215

Para a cobertura desta inadimplência, o Grupo contabilizou dotações para insolvências de 8.997 milhões de euros (–5,5% em relação a dezembro de 2016), uma vez deduzidos os falidos recuperados. Esta queda se materializa em uma baixa do custo de crédito para 1,12%, que pressupõe 6 pb menos que o ano anterior.

Os fundos totais para insolvências são de 19.906 milhões de euros, situando a taxa de cobertura do Grupo em 71%. É importante ter em conta que o índice sofre impacto de baixa devido ao peso das carteiras hipotecárias (especialmente em Reino Unido e Espanha), que ao contar com garantia requerem menores provisões no balanço.

taxa de cobertura(%)

dotação líquida de asR2 (milhões de euros)

custo do crédito(% s/risco)3

2017 2016 2015 2017 2016 2015 2017 2016 2015

europa Continental 58,0 60,0 64,2 995 1.342 1.975 0,32 0,44 0,68

Espanha 45,9 48,3 48,1 513 585 992 0,33 0,37 0,62

Santander Consumer Finance 101,4 109,1 109,1 266 387 537 0,30 0,47 0,77

Portugal 59,1 63,7 99,0 (12) 54 72 (0,04) 0,18 0,29

Polônia 68,2 61,0 64,0 137 145 167 0,62 0,70 0,87

Reino unido 32,0 32,9 38,2 205 58 107 0,08 0,02 0,03

América Latina 84,8 87,3 79,0 4.973 4.911 4.950 3,17 3,37 3,36

Brasil 92,6 93,1 83,7 3.395 3.377 3.297 4,36 4,89 4,50

México 97,5 103,8 90,6 905 832 877 3,08 2,86 2,91

Chile 58,2 59,1 53,9 462 514 567 1,21 1,43 1,65

Argentina 100,1 142,3 194,2 159 107 148 1,85 1,72 2,15

estados unidos 170,2 214,4 225,0 2.780 3.208 3.103 3,42 3,68 3,66

Porto Rico 55,2 54,4 48,5 73 96 85 2,22 2,58 2,12

Santander Bank 102,2 99,6 114,5 116 120 64 0,25 0,23 0,13

SC USA 212,9 328,0 337,1 2.590 2.992 2.954 9,84 10,72 10,97

Total Grupo sem Bco Popular 70,8 73,8 73,1 8.997 9.518 10.108 1,12 1,18 1,25

Banco Popular4 48,7 114 0,23

Total do Grupo 65,2 9.111 1,07

1. Inclui créditos brutos a clientes, avais e créditos documentais.

2. Ativos em suspenso recuperados (1.621 milhões de euros).

3. Custo do crédito = dotações insolvências 12 meses/investimento de crédito médio.

4. Dotações realizadas desde a adquisição da instituição em junho de 2017.

O risco se encontra diversificado entre as principais regiões geográficas onde o Grupo tem presença (Europa Continental4 41%; Reino Unido, 30%; América Latina, 20%; e Estados Unidos, 9%), com um adequado equilíbrio entre mercados maduros e emergentes.

Quanto a sua evolução durante 2017, em igualdade de perímetro o risco de crédito com clientes diminui 3%, principalmente por conta dos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil (devido ao efeito da taxa de câmbio). O crescimento, em moeda local, é generalizado em todas as unidades, com exceção de Estados Unidos e Espanha.

Estes níveis de investimento, junto com uma queda da inadimplência para 28.104 milhões de euros (-16% em relação a 2016), reduzem a taxa de inadimplência do Grupo para 3,38% (-55 pb em relação a 2016).

4. Não inclui o Popular.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

216

Conciliação das principais magnitudesNo relatório financeiro consolidado se detalha a carteira de créditos a clientes, tanto bruta quanto líquida de fundos. O risco de crédito inclui o risco de firma. A seguinte tabela mostra a relação entre os conceitos que compõem essas magnitudes.

Cifras em milhões de euros

RisCo de CRédito CoM CLientes

seção RisCo de CRédito

BALAnço do CAPítuLoReLAtÓRio FinAnCeiRoConsoLidAdo

investiMento de CRédito (CRédito A

CLientes)

CRéditos A CLientes (BRuto)

CRéditos A CLientes (Líquidos)

920.968*

872.838

872.848

848.914

Disposto a clientes883.093

investimento de crédito843.559

Fundos(23.934)

Carteira de negociação

8.815

8.815

Ativo: investimento de crédito: créditos a clientes

819.625

Valor justo

20.475

20.475

Detalhes 1

Detalhes 2

Repos, outros ativos financeiros 37.875

* Tabela de Principais magnitudes

Risco de firma48.130

+10Otros

investimento de crédito (crédito a clientes)872.838

Relatório anual 2017 217

distribuição geográfica e segmentação Atendendo à a segmentação descrita anteriormente, a distribuição geográfica e a situação da carteira ficam como se mostra nos seguintes gráficos (sem Popular):

Cifras em milhões de euros total

espanha21%

Brasil10%

Reino unido30%

portugal4%

chile5%

estados unidos9%

outros21%

total

832.655

2017 20152016

804.551 813.815821.867

28.104 37.09433.643

não duvidoso

duvidoso

pmes, empResas e instituições

espanha32%

Brasil11%Reino unido

21%

portugal4%

chile7%

estados unidos11%

outros14%

total

219.054

indivÍduos espanha11%

Brasil7%

Reino unido39%

portugal5%

chile4%

estados unidos9%

outros25%

total

492.172

sgcB

espanha40%

Brasil20%

Reino unido9%

portugal2%

chile3%

estados unidos5%

outros21%

total

121.429

2017

2017

2017

2015

2015

2015

2016

2016

2016

119.358129.397124.113

14.087

11.946

16.204

17.137

13.732

17.304

não duvidoso

duvidoso

não duvidoso

duvidoso

não duvidoso

duvidoso 2.071 2.607 3.752

478.085 472.807469.450

207.108 211.612228.303

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

218

•Nos estados unidos8 a taxa de inadimplência se situa em 2,79% (+51 pb no ano), e a taxa de cobertura mantém um nível elevado, situando-se em 170%.

•No Santander Bank a taxa de inadimplência se situa em 1,21% (-12 pb), como conseqüência do bom comportamento da carteira de particulares, pela gestão proativa de determinadas posições e a melhora no perfil de crédito dos clientes do setor Oil & Gas. A cobertura se eleva a 102%.

•Quanto a SC USA, a taxa de inadimplência sobe para 5,86%, principalmente devido à carteira reconduzida. A taxa de cobertura situa-se em 213%.

•Porto Rico, por sua parte, mantém a taxa de inadimplência em 7,13%, enquanto que a cobertura se mantém no 55%.

C.1.2.3. importâncias vencidas não duvidosasAs importâncias vencidas pendentes de cobrança com antigüidade igual ou inferior a três meses representam 0,26% do total de risco de crédito com clientes. A seguinte tabela mostra os detalhes em 31 de dezembro de 2017, classificados em função da antigüidade do primeiro vencimento:

impoRtãncias vencidas não duvidosas. detalhe poR antigüidade

Milhões de euros

menos de 1 mês

de 1 a 2 meses

de 2 a 3 meses

Depósitos em instituições de crédito 5 - 0

Crédito aos clientes 1.381 623 373

Administrações públicas 1 1 1

Outros setores privados 1.380 622 372

Valores representativos de dívida - - -

Total 1.386 623 373

C.1.2.4. Carteira duvidosa e dotações: evolução e detalhesOs ativos duvidosos se classificam em:

•Ativos duvidosos por razão da inadimplência da contraparte: aqueles instrumentos de dívida, qualquer que seja seu titular ou sua garantia, que tenham alguma importância vencida com mais de 90 dias de antigüidade. A cobertura destes ativos no caso de exposições individualmente significativas é a diferença entre o valor registrado no ativo e o valor atual dos fluxos de caixa que se esperam cobrar.

•Ativos duvidosos por razões distintas da inadimplência da contraparte: aqueles instrumentos de dívida em que, sem ocorrerem razões para classificá-los como duvidosos por inadimplência, se apresentam dudas razoáveis sobre seu reembolso nos termos pactuados contratualmente. A cobertura destes ativos no caso de exposições individualmente significativas é a diferença entre a importância registrada no ativo e o valor atual dos fluxos de caixa que se espera cobrar.

A seguir se comentam as principais magnitudes por região geográfica:

•europa Continental

•Na espanha5 a taxa de inadimplência cai para 4,72% (-69 pb em relação a 2016), devido principalmente à gestão proativa da carteira irregular e, em menor medida, à normalização de posições reconduzidas e à venda de carteiras. A taxa de inadimplência situa-se em 46%.

•Em Portugal as menores entradas em inadimplência e a gestão proativa da carteira permitem continuar com a tendência descendente da inadimplência, situando a taxa de inadimplência em 5,71%, (-310 pb em relação a 2016). A taxa de cobertura situa-se em 59%.

•Na Polônia continua a tendência decrescente da taxa de inadimplência para situar-se em 4,57% (-85 pb em relação a a 2016). O índice de cobertura se situa no 68%.

•No santander Consumer a taxa de inadimplência se situa em 2,50% (-18 pb no ano), com bom comportamento geral das carteiras praticamente em todos os países. A taxa de cobertura se mantém acima de 100%.

•No Popular os riscos duvidosos alcançam 9.492 milhões de euros e representam uma inadimplência de 10,75%, com uma queda de 9 pp no semestre depois da formalização com o fundo Blackstone do acordo para a aquisição do 51% do negócio imobiliário do Banco Popular. A taxa de cobertura situa-se em 49%.

•o Reino unido6 reduz seu índice de inadimplência situando-o em 1,33% (-8 pb no ano), devido ao bom comportamento generalizado em todos os segmentos, em especial PMEs e particulares. A taxa de cobertura, por sua parte, se mantém praticamente estável em 32%, graças à importante presença de garantias reais.

•no Brasil7, uma sólida cultura de riscos em que prima a gestão preventiva, junto com a melhoria do cenário macroeconômico permitem uma tendência de baixa da taxa de inadimplência para 5,29% (–61 pb no ano) no fechamento de dezembro de 2017. A taxa de inadimplência se mantém em 93%.

•o Chile reduz sua taxa de inadimplência, situando-a em 4,96% (–9 pb no ano), graças ao bom comportamento da inadimplência principalmente em hipotecário e SGCB. A taxa de inadimplência se mantém em 58%.

•No México a taxa de inadimplência desce até para 2,69% (–7 pb no ano), devido à queda na inadimplência principalmente em empresas e SGCB. A taxa de cobertura situa-se em 98%.

5. Não inclui atividade imobiliária. Mais detalhes na seção C.1.3.2. Espanha

6. Mais detalhes na seção C.1.3.1. Reino Unido

7. Mais detalhes na seção C.1.3.4. Brasil

8. Mais detalhes na seção C.1.3.3. Estados Unidos

Relatório anual 2017 219

evolução 2015-2017

Milhões de euros

2017 2016 2015

Fundo (inicio do período) 24.835 27.121 28.046

De ativos depreciados 15.466 17.706 19.786

De outros ativos 9.369 9.414 8.260

dotação bruta ativos depreciados e saneamentos 11.493 11.045 10.670

Dotação 11.493 11.045 10.670

Saneamentos - - -

dotação outros ativos (881) 52 814

diferenças de câmbio e outros (2.332) (625) (48)

Falidos (13.209) (12.758) (12.361)

Fundo (fim do período sem Popular) 19.906 24.835 27.121

Popular 4.623

Fundo (fim do período) 24.529 24.835 27.121

C.1.2.5. Carteira reconduzida O Banco conta com uma detalhada política de recondução de dívidas de clientes que serve de referência nas diferentes transposições locais de todas as instituições financeiras que fazem parte do Grupo e que compartilham os princípios estabelecidos tanto pelo Banco de España quanto pela Autoridade Bancaria Europeia.

Esta política define a recondução de dívidas como a modificação das condições de pagamento de uma operação que permitem a um cliente que atravessa dificuldades financeiras (atuais ou previsíveis) cumprir suas obrigações de pagamento e que, no caso de não se haver produzido tal modificação, existiria razoável certeza de não poder fazer frente a suas obrigações de pagamento. A modificação pode ser na mesma operação original ou mediante uma nova operação que a substitui.

Mesmo assim, a política estabelece rigorosos critérios para a avaliação, classificação e acompanhamento destas operações, assegurando o máximo cuidado e diligência em sua concessão e vigilância. Neste sentido, a operação de recondução deve estar focada na recuperação das importâncias devidas, deve adaptar as obrigações de pagamento às condições reais do cliente e, caso se estimem quantias irrecuperáveis, deve reconhecer a perda o quanto antes.

Em nenhum caso se utilizarão as reconduções para retardar o reconhecimento imediato das perdas nem para que seu uso desvirtue o oportuno reconhecimento do risco de inadimplência.

Adicionalmente, as políticas definem os critérios de classificação das operações reconduzidas com o fim de ter os riscos adequadamente reconhecidos, tendo em conta que as operações devem permanecer classificadas como risco duvidoso ou em vigilância especial durante um prazo prudencial para assegurar uma razoável certeza da recuperação da capacidade de pagamento.

A seguinte figura mostra a evolução dos saldos duvidosos segundo os conceitos que os compõem:

evolução da inadimplência pelos conceitos que a compõem (sem populaR)

Milhões de euros

inadimplência 2016

33.643

inadimplência 2017

28.104

perímetro e taxa de câmbio

entradas líquidas

8.424

Falidos

(13.209)(754)

evolução 2015-2017

Milhões de euros

2017 2016 2015

inadimplência (início do período) 33.643 37.094 41.709

Entradas líquidas 8.424 7.362 7.705

Perímetro 18 734 106

Diferenças de cambio e outros (772) 1.211 (65)

Falidos (13.209) (12.758) (12.361)

inadimplência (inicio do período sem Popular) 28.104 33.643 37.094

Popular 9.492

inadimplência (fim do período) 37.596 33.643 37.094

evolução dos Fundos de insolvência segundo os conceitos que os compõem (sem populaR)

Milhões de euros

11.493(13.209)(2.332)(881)

Fundo 2016

dotação bruta ativos depreciados

e sanea-mentos

dotação ou-tros ativos

diferenças de câmbio

e outras

Falidos Fundo2017

de ativos depreciados15.466

de ativos depreciados12.505

de outros ativos9.369 de outros ativos

7.401

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

220

O volume total de reconduções no fechamento de dezembro se situa em 47.705 milhões. Atendendo à qualificação de crédito, 42% se encontram classificados em dúvida, com uma cobertura de 58% dos mesmos (24% sobre o total da carteira).

Com respeito a sua evolução, em perímetro constante o nível de reconduções do Grupo diminui 19,8%, em linha com a tendência de anos anteriores.

caRteiRa Reconduzida

Milhões de euros

não duvidoso duvidoso Risco total

importância importância importância

% cobertura

s/total

Total reconduções 27.661 20.044 47.705 24%

niiF 9 instrumentos financeiros - Classificação e avaliação, coberturas e depreciações (obrigatória para períodos anuais que comecem a partir de 1 de janeiro de 2018)

A NIIF 9 estabelece os requisitos de reconhecimento e medição tanto dos instrumentos financeiros quanto de certas classes de contratos de compra e venda de elementos não financeiros. Os mencionados requisitos devem-se aplicar de forma retroativa, ajustando o saldo de abertura em 1 de janeiro de 2018, não sendo necessária a reformulação das demonstrações financeiras comparativos. Os principais aspetos contidos na nova norma são:

a) Classificação de instrumentos financeiros: o critério de classificação dos ativos financeiros depende tanto do modelo de negócio para seu gestão quanto das caraterísticas dos seus fluxos contratuais. Com base no anterior, pode-se avaliar o ativo a custo amortizado, em valor justo com mudanças em outro resultado global ou em valor justo com mutações no resultado do período. A NIIF 9 estabelece também a opção de designar um instrumento em valor justo com mutações em resultados sob certas condições. O Grupo Santander utiliza os seguintes critérios para a classificação de instrumentos financeiros de dívida:

•Custo amortizado: instrumentos financeiros baseados em um modelo de negócio cujo objetivo é cobrar os fluxos de principal e juros, sobre os que não existem vendas significativas não justificadas e o valor justo não é um elemento chave na gestão destes ativos. Neste sentido, consideram-se vendas não justificadas aquelas distintas das relacionadas com um aumento do risco de crédito do ativo, necessidades de financiação não previstas (cenários de estresse de liquidez), inclusive quando são significativas em valor, no caso de deixar de cumprir os critérios de crédito especificados na política de investimento, ou vendas impostas por terceiros, salvo se requeridas pelo regulador para demostrar a liquidez dos ativos. Adicionalmente, as caraterísticas dos seus fluxos contratuais representam sustancialmente um “contrato básico de financiamento”.

•Valor razoável com mutações em outro resultado global: instrumentos financeiros englobados em um modelo de negócio cujo objetivo se alcança a través da cobrança dos fluxos de principal e juros e da venda de tais ativos, sendo o valor justo um elemento chave na gestão destes ativos. Adicionalmente, as caraterísticas dos seus fluxos contratuais representam sustancialmente um “contrato básico de financiamento”.

•Valor razoável com mutações no resultado do período: instrumentos financeiros incluídos em um modelo de negócio cujo objetivo não se alcança através dos mencionados anteriormente, sendo o valor justo um elemento chave na gestão destes ativos, e instrumentos financeiros cujas caraterísticas dos seus fluxos contratuais não representam substancialmente um “contrato básico de financiamento”.

O Grupo Santander tem como atividade principal a concessão de operações de banco comercial e não concentra sua exposição em

torno de produtos financeiros complexos. O objetivo principal do Grupo tem sido buscar uma implementação uniforme da classificação de instrumentos financeiros nas carteiras estabelecidas sob a NIIF 9 e, para isso, desenvolveram-se guias de critérios que permitem uma classificação homogênea em todas as unidades do Grupo. Adicionalmente, o Grupo realizou uma análise das suas carteiras sob tais critérios com o objetivo de associar os instrumentos financeiros com sua correspondente carteira com base na NIIF 9. De acordo com a análise efetuada, o Grupo Santander conclui que:

•A maior parte dos ativos financeiros classificados como investimentos de crédito sob a NIC 39 continuarão sendo contabilizados a custo amortizado sob a NIIF 9. Como conseqüência do análise das caraterísticas dos fluxos contratuais dos instrumentos financeiros, serão reclassificados 0,2% sobre o total do saldo sob a NIC 39 em valor justo com mutação no resultado do período. Como resultado da definição dos modelos de negócio para a gestão dos ativos, serão reclassificados 0,2% sobre o total do saldo sob a NIC 39 em valor justo com mutações no resultado global.

•Em geral, os instrumentos de dívida classificados como ativos financeiros disponíveis para venda se contabilizarão em valor justo com mutações no resultado global. Como conseqüência da análise das caraterísticas dos fluxos contratuais dos instrumentos financeiros serão reclassificados 0,2% sobre o total do saldo sob a NIC 39 em valor justo com mutações na conta de resultados. Como resultado da definição dos modelos de negócio para a gestão dos ativos, serão reclassificados 5,1% sobre o total do saldo sob a NIC 39 a custo amortizado.

Não obstante, o impacto patrimonial das reclassificações comentadas anteriormente não se considera significativo.

Os ativos de renda variável se contabilizam sob a NIIF 9 em valor justo com mutações no resultado, salvo se a instituição optar, no caso de ativos que não sejam de trading, por classificá-los de maneira irrevogável em valor justo com mutações em outro resultado global.

Os critérios estabelecidos sob a NIC 39 para a classificação e avaliação de passivos financeiros se mantêm sustancialmente sob a NIFF 9. Não obstante, na maior parte dos casos, as mutações no valor justo dos passivos financeiros expressos em valor justo com mutações no resultado, provocados pelo risco de crédito da entidade, se registram no patrimônio líquido.

Em 12 de outubro de 2017, o International Accounting Standards Board (IASB) publicou um esclarecimento sobre o tratamento de

Relatório anual 2017 221

certas opções de pré-pagamento em relação à avaliação dos fluxos contratuais de principal e juros dos instrumentos financeiros, estando no momento pendente de adoção pela União Europeia. Não obstante, o Grupo não estima um impacto significativo no período transitório até tal adoção.

b) Modelo de depreciação por risco de crédito: a principal novidade com respeito à norma atual está em que o novo padrão contábil introduz o conceito de perda esperada, diferente do modelo atual (NIC 39), fundamentado na perda incorrida.

•Perímetro de aplicação: o modelo de depreciação de ativos de NIIF 9 aplica a os ativos financeiros avaliados a custo amortizado, aos instrumentos de dívida avaliados em valor justo com mutações em outro resultado global, a cobranças de leasings, assim como aos compromissos e garantias concedidas não avaliados em valor justo.

•Utilização de soluções práticas: a NIIF 9 engloba uma série de soluções práticas que podem ser implantadas pelas instituições com o objetivo de facilitar sua implementação. Contudo, para lograr uma implementação completa e de alto nível da norma, e seguindo as melhores práticas da indústria, estas soluções práticas não se utilizarão de forma generalizada:

•Presunção relativa de aumento significativo do risco a partir de 30 dias de atraso: este limite é utilizado como um indicador adicional, porém não como um indicador primário na determinação do aumento significativo do risco. Adicionalmente, existem alguns casos no Grupo em que se refutou seu uso mediante estudos que evidenciam uma baixa correlação do aumento significativo do risco com este limite de atraso.

•Ativos com baixo risco de crédito na data do relatório: em geral, o Grupo analisa a existência de aumento significativo do risco em todos seus instrumentos financeiros.

•Metodologia de estimativa de depreciação: a carteira de instrumentos financeiros sujeitos à depreciação se divide em três categorias ou fases, dependendo do estado em que se encontra cada instrumento em relação com o seu nível de risco de crédito:

•Fase 1: são os instrumentos financeiros para os quais não se identifica um aumento significativo do risco desde seu reconhecimento inicial. Nesse caso, a provisão por depreciação reflete as perdas de crédito esperadas que resultam de possíveis defaults no transcurso dos 12 meses seguintes à data de fechamento do relatório.

•Fase 2: no caso de haver um aumento significativo do risco desde sua data de reconhecimento inicial, sem que se tenha materializado o evento de depreciação, o instrumento financeiro se enquadra dentro desta fase. Neste caso, a provisão por depreciação reflete as perdas esperadas por defaults ao longo da vida residual do instrumento financeiro.

•Fase 3: um instrumento financeiro se classifica dentro desta fase quando mostra sinais efetivos de depreciação como resultado de um ou mais eventos já ocorridos que se materializarão em uma perda. Neste caso, a provisão por depreciação reflete as perdas esperadas por risco de crédito ao longo da vida residual esperada do instrumento financeiro.

Adicionalmente, ao importância relativa à provisão por depreciação reflete as perdas esperadas por risco de crédito ao longo da vida residual esperada daqueles instrumentos financeiros que tenham sido originados ou comprados com depreciação do valor de crédito.

A metodologia requerida para a quantificação da perda esperada por eventos de crédito está basada em uma consideração imparcial e ponderada por probabilidade de ocorrência de uma faixa de até cinco possíveis cenários futuros que podem impactar a cobrança dos fluxos de caixa contratuais, tendo sempre em conta tanto o valor temporal do dinheiro, quanto toda a informação disponível e relevante sobre fatos passados, condições atuais e previsões de evolução dos fatores macroeconômicos que se demonstrem relevantes para a estimativa desta importância (por exemplo: PIB, preço da moradia, taxa de desemprego, etc.).

Para a avaliação dos parâmetros empregados na estimativa das provisões por depreciação (EAD, PD, LGD e taxa de desconto) o Grupo tem-se basado em sua experiência em desenvolvimentos de modelos internos para o cálculo de parâmetros, tanto no âmbito regulatório, quanto para fins de gestão interna. O Grupo é consciente das diferenças existentes entre tais modelos e os requisitos da NIIF 9 em matéria de provisões por depreciação. Em conseqüência, o Grupo concentrou seus esforços na adaptação a tais particularidades no desenvolvimento dos modelos de provisões por depreciação sob a NIFF 9.

•Determinação do aumento significativo do risco: para determinar se um instrumento financeiro teve aumento no seu risco de crédito desde o reconhecimento inicial, procedendo a sua classificação na Fase 2, o Grupo considera os seguintes critérios:

critérios quantitativos

São analisadas e quantificadas as alterações no risco pertinentes à ocorrência de um descumprimento durante toda a vida esperada do instrumento financeiro com relação ao seu nível de crédito no seu reconhecimento inicial. Para determinar se tal mudança é significativa, enquadrando o instrumento dentro da Fase 2, cada unidade do Grupo definiu os limites quantitativos a considerar em cada uma de suas carteiras, tendo em conta as diretrizes corporativas e assegurando uma interpretação consistente entre as diferentes regiões.

critérios qualitativos

Adicionalmente aos critérios quantitativos indicados, utilizam-se diversos indicadores que estão alinhados com os empregados pelo Grupo na gestão ordinária do risco de crédito (p.ex. posições irregulares por mais de 30 dias, refinanciamentos, etc.). Cada unidade do Grupo definiu tais indicadores qualitativos, para cada uma de suas carteiras, em função das particularidades e práticas ordinárias de gestão em linha com as políticas atualmente em vigor.O uso destes critérios qualitativos se complementa com a utilização de juízo especializado.

•Definição de default: a definição implementada para fins do cálculo de provisões por depreciação é consistente com a utilizada pelo Grupo para o desenvolvimento dos modelos avançados para o cálculo dos requisitos de capital regulatório.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

222

•Utilização de informação presente, passada e futura: a estimativa das perdas esperadas requer um alto componente de juízo especializado e deve estar apoiada por informação passada, presente e futura. Neste sentido, as estimativas de perda esperada consideram múltiplos cenários macroeconômicos, cuja probabilidade se avalia considerando fatos passados, a situação presente e tendências futuras sobre fatores macroeconômicos como o PIB ou taxa de desemprego. O Grupo já utiliza informação futura em processos regulatórios e de gestão interna, incorporando diversos cenários. Neste sentido, o Grupo tem aproveitado sua experiência na gestão de informação futura, mantendo a consistência com a informação empregada nos demais processos.

•Vida esperada do instrumento financeiro: para sua estimativa são considerados todos os termos contratuais (p.ex. pagamentos antecipados, duração, opções de compra, etc.), sendo o período contratual (incluindo opções de ampliação) o período máximo a considerar para avaliar as perdas de crédito esperadas. No caso de instrumentos financeiros com vencimento contratual não definido e com componente de saldo disponível (p.ex. cartões de crédito), a vida esperada se estima considerando o período durante o qual a instituição está exposta ao risco de crédito e a eficácia das práticas de gestão que mitiguem tal exposição.

•Registro da depreciação: a principal novidade com respeito à legislação atual é que no caso dos ativos medidos a valor justo com mutações em outro resultado global, reflete-se a parte das mutações no valor justo devido a perdas de crédito esperadas na conta de resultados do exercício em que se produz a variação, refletindo o resto em outro resultado global.

c) Contabilidade de coberturas: a NIIF 9 incorpora novos requisitos em contabilidade de coberturas, que têm como duplo objetivo simplificar os requisitos atuais e alinhar a contabilidade de coberturas com a gestão de riscos, permitindo uma maior variedade de instrumentos financeiros derivados que possam ser considerados como instrumentos de cobertura. Mesmo assim, são necessários detalhes adicionais que proporcionem informação útil sobre o efeito que a contabilidade de coberturas tem nas demonstrações financeiras, assim como na estratégia de gestão de riscos da instituição. O tratamento das macrocoberturas está se desenvolvendo como um projeto separado da NIIF 9. As instituições têm a opção de seguir aplicando o estabelecido pela NIC 39 com respeito às coberturas contábeis até que se complete tal projeto. De acordo com ao análise efetuada até a data, o Grupo seguirá aplicando a NIC 39 em suas coberturas contábeis.

transiçãoA NIIF 9 foi adotada pela União Europeia. Os critérios estabelecidos por essa norma para a classificação, avaliação e depreciação dos ativos financeiros se aplicarão de forma retroativa, ajustando o saldo de abertura na data de primeira aplicação (1 de janeiro de 2018). Esta nova norma internacional está em consonância com as diretrizes sobre risco de crédito da EBA e com a Circular 4/2017 de Banco de España.

O Grupo Santander estima um impacto sobre o índice de capital ordinário (CET1) fully loaded de -20 pb. O Grupo aplicará um período progressivo de transição durante 5 anos, de acordo com o Regulamento (UE) 2017/2395 do Parlamento Europeu e do Conselho, pelo que se modifica o Regulamento (UE) 575/2013 no referente às disposições transitórias para mitigar o impacto da introdução da NIIF 9 nos fundos

próprios e que presumiria um impacto do modelo de depreciação da NIIF 9 na CET1 de -1 pb durante o período do 1 de janeiro de 2018 até 31 de dezembro de 2018, representando 5% do impacto total. O aumento em provisões por depreciação alcança aproximadamente 2.200 milhões de euros.

As principais causas deste impacto são fundamentalmente os requisitos de registrar provisões por depreciação por toda a vida da operação para instrumentos em que se tenha identificado um aumento significativo do risco desde seu reconhecimento inicial, assim como pela necessidade de considerar a informação prospectiva na estimativa das provisões por depreciação.

estratégia de implantação da niiF 9 e governançaO Grupo estabeleceu um projeto global e multidisciplinar com o objetivo de adaptar seus processos à nova norma de classificação de instrumentos financeiros, contabilidade de coberturas e de estimativa da depreciação do risco de crédito, garantindo que tais processos sejam aplicados de forma homogênea para todas as unidades do Grupo e, ao mesmo tempo, se adaptem às particularidades de cada unidade.

Para isso, o Grupo tem trabalhado desde 2016 na definição de um modelo interno objetivo e na análise do conjunto de alterações necessárias para adaptar as classificações contábeis e os modelos de estimativa da depreciação do risco de crédito vigente em cada unidade àquele previamente definido, culminando este processo durante o exercício 2017.

Quanto à estrutura de governança do projeto, o Grupo constituiu uma reunião periódica de direção do projeto, e uma equipe de trabalho encarregada de realizar as tarefas do mesmo, garantindo o envolvimento das equipes responsáveis correspondentes e a coordenação com todas as regiões.

Neste sentido, as principais divisões que estão envolvidas no mais alto nível do projeto e, portanto, representadas nos órgãos de governança do projeto mencionados anteriormente, são as de Riscos, Intervenção Geral e Controle de Gestão, e Tecnologia e Operações. Também se contou com a participação da divisão de Auditoria Interna através de contatos regulares sobre o status do projeto.

A estrutura de governança implantada atualmente em nível corporativo e em cada uma das unidades cumpre com os requisitos contidos tanto na NIIF 9 quanto em outras referências normativas relacionadas (p.ex. diretrizes sobre risco de crédito da EBA).

Principais fases e marcos do projetoEm relação à entrada em vigor desta nova norma internacional, o Grupo informou nas contas anuais consolidadas do exercício 2016 sobre o avanço e as principais metas alcançadas naquela data no plano de implementação para a adoção desta norma. Na presente nota se inclui uma atualização daquela informação incluída nas contas anuais consolidadas do exercício 2016.

O trabalho realizado por Grupo Santander cobriu a avaliação dos instrumentos financeiros afetados pelos requisitos de classificação e avaliação da NIIF 9 e o desenvolvimento de uma metodologia de depreciação para apoiar o cálculo da provisão por depreciação para perdas esperadas.

Relatório anual 2017 223

C.1.3.1.2. Carteira hipotecária Por sua relevância, não só para o Santander UK, mas também para o conjunto dos investimento de crédito do Grupo Santander, deve-se ressaltar a carteira de empréstimos hipotecários para particulares, cujo montante no fechamento dezembro de 2017 alcança 174.930 milhões de euros.

Esta carteira está composta por operações de empréstimos hipotecários para a aquisição de moradias, concedidos tanto a clientes novos quanto aos existentes, sempre com característica de primeira hipoteca, já que não se originam operações que impliquem segundos ou sucessivos gravames sobre os imóveis hipotecados.

O mercado imobiliário tem mostrado um crescimento dos preços de 2,7% no ano, maior que o esperado, e uma estabilidade no número de transações.

A taxa de inadimplência caiu de 1,35% em 2016 para 1,13% em dezembro de 2017, graças a um entorno macroeconômico mais favorável e à aplicação de políticas prudentes. Deste modo, o montante dos créditos em mora se reduziu em 10%, seguindo a tendência observada no exercício 2016.

C.1.3. detalhes das principais regiões

A seguir se descrevem as carteiras das regiões onde o Grupo Santander tem maior concentração de risco, a partir dos dados da seção C.1.2.2. Evolução magnitudes em 2017.

C.1.3.1. Reino unido

C.1.3.1.1. visão geral da carteiraO risco de crédito a clientes no Reino Unido alcança 247.625 milhões de euros em dezembro de 2017, representando 30% do total do Grupo.

A carteira do Santander UK se distribui de acordo com os seguintes segmentos:

segmentação da caRteiRa

hipotecas particulares79%

outros particulares3%

pmes e empresas18%

O Grupo elaborou as políticas contábeis e um marco metodológico que serviu de referência para os desenvolvimentos da implementação levados a cabo nas diferentes unidades locais. Tal regulamentação interna foi aprovada pelos órgãos corporativos pertinentes antes da entrada em vigor da Norma.

Quanto aos avanços de classificação e avaliação, o Grupo vem realizando desde o ano de 2016 um análise de seu estoque de produtos, concentrando-se principalmente nos produtos que podiam provocar uma mudança na metodologia de contabilização, motivada tanto pelo modelo de negócio afeto quanto pelo descumprimento do teste SPPI (Somente pagamento de principal e juros).

Adicionalmente, com informação de 2017, o Grupo completou a análise anterior e revisou as altas de produtos neste período de tempo, analisando tanto suas estratégias de gestão de ativos (identificando seus correspondentes modelos de negócio), quanto ampliando a revisão do estoque de produtos.

Neste momento as unidades locais do Grupo concluíram o desenvolvimento dos modelos de depreciação da totalidade de suas carteiras. Este grau de implementação das metodologias de depreciação permitiu analisar as causas do impacto em cada uma das carteiras, o impacto de cada unidade material do Grupo e consolidar um impacto em nível de grupo.

O Grupo iniciou na segunda metade do exercício 2017 o cálculo paralelo de provisões por depreciação sob a NIFF 9 de maneira formal. Isto independentemente de que, de maneira preliminar, que já se viesse realizando um cálculo paralelo consolidado que se utilizava para fazer acompanhamento, entender seu comportamento e analisar seu impacto. Com estes resultados preliminares obtidos no cálculo

de depreciação em cada momento, o Grupo cumpriu os requisitos de informação do segundo Quantitative Impact Study (QIS) da EBA.

Culminou-se o processo de governança de desenvolvimento, validação e aprovação dos modelos, que se pôs em marcha com o início dos trabalhos de validação dos primeiros modelos ,tanto pelo equipe de Validação Interna Corporativa quanto pelas as unidades de Validação Interna dos países que contam com ela.

Além disso, dada a importância do entorno de controle nos processos, concluiu-se o desenvolvimento corporativo do modelo de governança do processo de cálculo de provisões por depreciação, assim como os aspectos relacionados com a classificação de instrumentos financeiros. O modelo proposto inclui um desenho de referência dos controles a implantar nos novos desenvolvimentos realizados na implementação da nova norma. Além disso, como parte da proposta de modelo de governança, definiu-se um processo de revisão periódica dos principais elementos, incluindo, entre outros, os seguintes âmbitos:

•Modelos de negócio definidos em cada unidade do Grupo.

•Critérios quantitativos e qualitativos definidos para o aumento significativo do risco.

•Cenários macroeconômicos definidos para o cálculo de provisões por depreciação.

•Adequação dos modelos para o cálculo de provisões por depreciação.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

224

O Santander UK oferece uma ampla variedade de produtos hipotecários que variam desde empréstimo padrão a outros produtos com caraterísticas diferenciadas:

• Interest only loans (25,1%)9: o cliente paga mensalmente os juros e amortiza o capital no vencimento. É necessário que exista um plano de repagamento apropriado, tal como um plano de aposentadoria, fundos de investimento, etc. Trata-se de um produto habitual no mercado britânico para o qual o Santander UK aplica algumas políticas prudentes com o fim de mitigar os riscos inerentes. Por exemplo: loan to value (LTV) máximo de 50%, critérios de admissão mais exigentes ou avaliação da capacidade de pagamento simulando a amortização de cotas de capital e juros em vez de somente juros.

•Flexible loans (9,8%): este tipo de empréstimos permite contratualmente ao cliente modificar os pagamentos mensais ou fazer disposições adicionais de fundos até um limite preestabelecido inicialmente, sob uma série de condições.

•Buy to let (4,4%): os empréstimos hipotecários buy to let (compra de um imóvel com o propósito de destiná-lo a aluguel) pressupõem uma porcentagem mínima sobre o volume total da carteira. A admissão esteve totalmente paralisada desde 2009 até 2013, momento no qual se reativou depois da melhora das condições de mercado, aprovando-se sob estritas políticas de riscos. Em dezembro de 2017, representavam em torno de 6% do total da admissões e 4% da carteira existente.

Adicionalmente, é necessário destacar o enfoque mais conservador adotado na definição de inadimplência por parte do Santander UK, em linha com os critérios estabelecidos pelo Banco de España e pelo Grupo Santander com respeito ao padrão aplicado no mercado britânico.

A aplicação de políticas prudentes permitiu situar o LTV médio simples da carteira em 42% e o LTV médio ponderado em 38,5%. A proporção da carteira com LTV superior a 100% se reduziu para 1,0% em dezembro de 2017 frente a 1,2% de 2016 e 1,7% de 2015.

Os seguintes gráficos mostram os detalhes em termos de LTV para o estoque da carteira hipotecária residencial e a distribuição em termos da taxa de esforço (income multiple) da nova produção em dezembro de 2017.

< 75% < = 2,5 75-90% > 2,5-3 > 90% > 3,0

3%87% 21%

11%

68%

10%

INcomE multIPlE (média 3,0)2

loAN to vAluE (média 42,0%)1

1. Loan to value: relação entre o valor do empréstimo e o valor venal do bem hipotecado. Baseado em índices.

2. Income multiple: relação entre o importância total original da hipoteca e as receitas brutas anuais declaradas na solicitação do cliente.

Geograficamente, a exposição de crédito é mais predominante na zona sudeste do país, especialmente na área metropolitana de Londres.

concentRação geogRáFica

31%

5%2%

8%

8%

3%

3%

3%

4%

23%

5%5%

south east (sem londres) greater london Yorks and humber north north West Wais south West east anglia east midlands West midlands northern ireland scotland

Todas as propriedades são avaliadas de forma independente antes da aprovação de cada nova operação, de acordo com os princípios estabelecidos pelo Grupo em sua gestão de riscos.

Para os empréstimos hipotecários já concedidos em carteira, realiza-se uma atualização trimestral do valor dos imóveis em garantia, o que se faz mediante uma agência independente com um sistema de avaliação automático, de acordo com as práticas habituais do mercado e em cumprimento da legislação vigente.

Do ponto de vista da tipologia do mutuário, a carteira apresenta a distribuição que se mostra no seguinte gráfico:

First-time buyers1 Home movers2 Re-mortgagers3 Buy to let4

tipologia do empRéstimo da caRteiRa hipotecáRia

Milhões de euros

1. First-time buyers: clientes que adquirem uma moradia pela primeira vez.

2. Home movers: clientes que mudam de moradia, com ou sem mudança da instituição financeira que concede o empréstimo.

3. Re-mortgagers: clientes que transferem a hipoteca de outra instituição financeira.

4. Buy to let: moradias adquiridas com a finalidade de destiná-las ao aluguel.

60.916 6.83935% 25%

73.845 14.40342% 52%

32.490 4.58119% 17%

7.679 1.5554% 6%

nova produção

27.378

Estoque

174.930

9. Porcentagem calculada para empréstimos com todos ou algum componente de interest only.

Relatório anual 2017 225

C.1.3.2. espanha (sem. Popular)

C.1.3.2.1. visão geral da carteiraO risco de crédito total (incluindo avais e créditos documentais) no Santander España (sem contar a unidade de Atividade Imobiliária, que se comenta adiante), alcança 172.176 milhões de euros (20,7% do total do Grupo), mostrando um adequado nível de diversificação, tanto em sua visão de produto quanto na de segmento de clientes.

Durante 2017 continua o crescimento das novas produções nas principais carteiras dos segmentos de particulares e empresas, sustentado na melhora da situação econômica e nas diversas estratégias postas em marcha pela Instituição. O risco de crédito total mostra, em termos anuais uma diminuição de 0,5%, conseqüência principalmente do menor financiamento para as administrações públicas e de um ritmo de amortizações ainda superior ao do crescimento das novas produções no segmento de hipotecas para moradias. O resto do crédito a particulares (consumo e cartões) volta à senda do crescimento, e empresas consolida a tendência iniciada em 2016.

Risco de cRédito poR segmento

Milhões de euros

2017 2016 2015var

17/16var

16/15

Risco de crédito total* 172.176 172.974 173.032 (0,5%) 0%Hipotecas residenciais 45.483 46.213 47.924 (2%) (4%)Outros créditos a particulares 17.053 16.614 16.729 3% (1%)Empresas 96.726 96.082 92.789 1% 4%Administrações públicas 12.914 14.065 15.590 (8%) (10%)

* Incluindo avais e créditos documentais.

A taxa de inadimplência do total da carteira se situa em 4,72%, 69 pb inferior ao fechamento de 2016. O menor investimento (aumento da taxa em 3 pb) é compensado pela melhora da cifra de inadimplência (que reduz a taxa em 72 pb). Tal melhora se deve principalmente à diminuição das entradas brutas em mora, 19% inferiores a 2016, à

As políticas de risco de crédito vigentes proíbem explicitamente os empréstimos considerados como de alto risco (hipotecas subprime), estabelecendo-se exigentes requisitos para a qualidade de crédito, tanto das operações quanto dos clientes. Como exemplo, a partir de 2009 não se permite a admissão de empréstimos hipotecários com loan to value superior a 100%.

Um indicador adicional do bom comportamento da carteira é o reduzido volume de propriedades adjudicadas, que alcançava 30,1 milhões de euros em dezembro de 2017, menos de 0,02% do total da exposição hipotecária.

C.1.3.1.3 PMes e empresasTal e como se apresentou no gráfico com a segmentação da carteira no início desta seção, o investimento de crédito de PMEs e empresas, com uma importância total de 40.142 milhões de euros, representa 18% do total existente no Santander UK em dezembro de 2017.

Dentro destas carteiras se incluem os seguintes subsegmentos:

segmentos caRteiRa pmes e empResas

pmes39%

Social housing21%

gcB21%

empresas19%

PMes: neste segmento se incluem as pequenas empresas pertencentes a linhas de negócio de small business banking e regional business centers. O investimento de crédito total alcança 15.748 milhões de euros, com uma taxa de inadimplência de 2,9%.

empresas: neste segmento estão incluídas as empresas que contam com um analista de riscos designado. O investimento alcança 7.600 milhões de euros, e a taxa de inadimplência é de 1,8%. Também inclui as carteiras consideradas como não estratégicas legacy e non-core.

gCB: inclui as empresas sob o modelo de gestão de riscos do Santander Global Corporate Banking. O investimento é de 8.269 milhões de euros, com uma inadimplência de 5,5%.

Social housing: inclui o investimento de crédito nas empresas dedicadas à construção, venda e aluguel de moradias de proteção social. Este segmento conta com o apoio dos governos locais e central britânicos e não presenta inadimplência. O valor do investimento é de 8.525 milhões de euros.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

226

A taxa de mora das hipotecas concedidas a famílias para aquisição de moradias se situa em 3,48%, 35 pb abaixo de 2016, apoiada em entradas brutas em mora que continuam em queda.

taxa de inadimplência hipotecas moRadias espanha

5,82%

2014

5,09%

3,83% 3,48%

2015 2016 2017

taxa de inadimplência

A carteira de hipotecas a famílias para moradias na Espanha presenta caraterísticas que mantêm seu perfil de risco em um nível médio-baixo e com uma expetativa limitada de depreciação adicional:

•Todas as hipotecas pagam principal desde o primeiro dia da operação.

•Existe uma prática habitual de amortização antecipada, pelo que a vida média da operação é muito inferior à contratual.

•Alta qualidade da garantia. concentrada quase exclusivamente em financiamento da primeira moradia.

•A taxa de esforço média se mantém em 28%.

te < 30%

30% < te < 40%

te > 40%

ltv < 40%

ltv entre 40% e 60%

ltv entre 60% e 80%

ltv entre 80% e 100%

ltv > 100%

taxa de esFoRço

Média 28,2%

loAN to vAluE

%

21%

6%

13%

31%

26%

24%54%25%

Loan to value: porcentagem que supõe o risco total sobre o último valor venal disponível.

Taxa de esforço: relação entre as cotas anuais e os receitas líquidos do cliente.

normalização de diversas posições reestruturadas e às vendas de carteiras.

A taxa de cobertura se situa em níveis de 46%, apresentando uma redução anual de 2 pp, explicada pelas as vendas de carteiras.

taxa de inadimplência e coBeRtuRa

7,38%

45%

2014

6,53%

48%

5,41%

48%

4,72%

46%

2015 2016 2017

taxa de inadimplênciataxa de cobertura

Nas seções seguintes se detalha as carteiras mais relevantes.

C.1.3.2.2. Carteira de crédito a famílias para a aquisição de moradiaO crédito outorgado às famílias para a aquisição de moradias na Espanha se situa, no fechamento de 2017, em 45.775 milhões de euros, representando 26% do risco de crédito total. Desses, 99% contam com garantia hipotecária.

cRédito a FamÍlias paRa a aquisição de moRadia*

Milhões de euros

2017 2016 2015

valor bruto 45.775 46.858 48.404

Sem garantia hipotecária 292 645 480

Com garantia hipotecária 45.483 46.213 47.924

do qual o duvidoso 1.624 1.796 2.477

Sem garantia hipotecária 39 27 40

Com garantia hipotecária 1.585 1.769 2.437

* No inclui a carteira hipotecária do Santander Consumer España (2.007 milhões de euros com uma dúvida de 83 milhões de euros).

Relatório anual 2017 227

evolução do cRédito destinado À pRomoção imoBiliáRia

Milhões de euros

2017 2016 2015

saldo no início do exercício 5.515 7.388 9.349

Ativos adjudicados (27) (28) (62)

Banco Popular (Perímetro) 2.934 - -

Reduções* (1.620) (1.415) (1.481)

Falidos (330) (430) (418)

saldo no final do exercício 6.472 5.515 7.388

* Inclui vendas de carteira, recuperações e subrogações por terceiros

A taxa de inadimplência desta carteira fecha em 29,96% (frente a 61,87% em dezembro de 2016) como conseqüência de um maior peso dos saldos duvidosos dentro da carteira problemática e sobretudo da forte redução do investimento neste segmento. A cobertura da exposição imobiliária duvidosa na Espanha alcança 38,7%.

C.1.3.3. estados unidosO Santander Holdings USA (SHUSA), cujo risco de crédito alcança 77.19010 milhões de euros no fechamento de dezembro (9% do total Grupo), se compõe das seguintes unidades de negócio:

•santander Bank n.A.: com um investimento de crédito, incluindo risco de firma, que alcança a 44.237 milhões de euros (o 57% do total de EE.UU.). Sua atividade se concentra em banco comercial, com uma carteira distribuída entre particulares, de 38%, e empresas, de 62%. Um dos principais objetivos estratégicos para esta unidade é continuar avançando com o plano de transformação focado no cumprimento de todos os projetos de caráter regulatório, assim como evoluir seu modelo de banco comercial para uma solução integral para os clientes.

•santander Consumer usA (sC usA): financeira de automóveis com um investimento de crédito que alcança 24.079 milhões de euros (ou 31% do total dos EUA), aos quais se deve adicionar a carteira de leasing de veículos, no montante de 9.439 milhões de euros. Sua atividade se apoia principalmente na relação comercial existente com o grupo Fiat Chrysler Automóveis (FCA), iniciada no ano de 2013 e mediante a qual o SC USA se converteu na financeira preferida dos veículos da marca Chrysler nos Estados Unidos.

•outros negócios nos estados unidos: Banco Santander Puerto Rico (BSPR) é o banco comercial que opera em Porto Rico. Conta com um investimento, no fechamento de dezembro, de 2.944 milhões de euros ou 4% do total dos Estados Unidos. Santander Investment Securities (SIS), Nova York, é a sociedade dedicada ao negócio de banco atacadista, com um investimento, no fechamento de dezembro, de 2.451 milhões de euros (3% do total dos Estados Unidos). O Banco Santander International (BSI), Miami, por último, se concentra no negócio de banco privado, com um investimento de crédito, no fechamento de dezembro, de 3.471 milhões de euros, ou 4% do total dos Estados Unidos.

C.1.3.2.3. Carteira empresasO risco de crédito assumido diretamente com PMEs, empresas e SGCB, 96.726 milhões de euros, constitui o segmento mais relevante dentro do investimento de crédito de Espanha, representando 56% do total.

A porcentagem de 95% da carteira corresponde a clientes que tem designado um analista que realiza um acompanhamento contínuo do cliente durante todas as fases do ciclo de risco.

A carteira está amplamente diversificada, com mais de 200.817 clientes ativos e sem concentrações significativas por setor de atividade.

distRiBuição caRteiRa empResas

comércio e reparações 14,2% indústria manufatureira 13,4% construção 11,8% Fornecimento de energia elétrica, gás, agua 9,9% atividades imobiliárias 9,4% atividades financeiras e de seguros 7,6% atividades profissionais, científicas e técnicas 7,2% transporte e armazenagem 4,7% informação e comunicações 4,8%

hotelaria 4,2% outros 4,2% indústria da alimentação 3,3% atividades administrativas 2,1% metalurgia, fabricação de produtos de ferro, aço e ligas de ferro 1,6% outros serviços sociais 1,0% indústrias extrativas 0,6%

Durante 2017 a taxa de inadimplência desta carteira se situa em 4,88%, 91 pb abaixo de 2016, com entradas brutas em mora inferiores ao exercício anterior, normalização de posições reestruturadas e vendas de carteiras.

C.1.3.2.4. Atividade imobiliária (com Popular) O Grupo gere esta atividade de maneira diferenciada, por um lado a carteira de risco imobiliário resultado da crise do setor de anos anteriores e. por outro, o negócio novo que se identifique como viável. Em ambos os casos, o Grupo dispõe de equipes especializados que não só se enquadram dentro das áreas de riscos, mas também complementam sua gestão e cobrem todo o ciclo de vida destas operações: sua gestão comercial, seu tratamento jurídico e a eventualidade da gestão recuperatória.

A estratégia do Grupo nos últimos anos se baseou em reduzir a exposição proveniente da crise imobiliária. A seguir se mostra a evolução dos créditos de clientes destinados à promoção imobiliária:

10. Inclui 11 milhões de euros de investimento sob a Holding.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

228

Quanto ao comportamento da carteira em nível consolidado nos EUA, registrou-se uma queda do investimento de 16% frente ao fechamento de 2016, motivada pela estratégia de preços implantada a partir do segundo trimestre no SC USA, por desinvestimento em ativos no estratégicos em SBNA e pela venda da financeira em Porto Rico. A inadimplência e o custo de crédito permanecem em níveis moderados, graças às políticas de admissão de nova produção mais estritas no SC USA e ao bom comportamento das carteiras de particulares e empresas do Santander Bank. Deste modo, a taxa de inadimplência se situa, no fechamento de dezembro, em 2,79% (+52 pb), e o custo de crédito é de 3,42% (-26 pb). A seguir, nas seções específicas das principais unidades dos EUA, se apresentam os detalhes sobre esta evolução.

Adicionalmente, houve grandes avanços no campo dos projetos derivados dos diferentes compromissos regulatórios existentes, especialmente em tudo que se relaciona com os testes de estresse e CCAR (Comprehensive Capital Adequacy and Review), superando tanto o exame qualitativo quanto o quantitativo da Reserva Federal, o que permitiu ao SHUSA voltar a repartir dividendos no terceiro trimestre do exercício.

Como prioridade estratégica, a unidade continua imersa em seu plano de transformação, dedicada ao cumprimento regulatório e à adequação dos padrões de gestão e de governança ao modelo corporativo, com significativos avanços realizados ao longo do exercício.

C.1.3.3.2. evolução dos negócios do santander Consumer usAA unidade do SC USA apresenta indicadores de riscos superiores ao resto das unidades dos Estados Unidos, devido à natureza do seu negócio, baseado no financiamento de automóveis, seja mediante empréstimo, seja por leasing. Estes englobam um amplo espetro quanto ao perfil de crédito dos seus clientes, perseguindo a otimização do risco assumido e sua respectiva rentabilidade. Deste modo, os custos de crédito resultam superiores aos observados em outras unidades do Grupo, embora sejam compensados compensados pelas receitas obtidas.

Isto é possível graças a uma das mais avançadas plataformas tecnológicas da indústria, incluindo uma estrutura de servicing a terceiros perfeitamente escalável e eficiente. O excelente conhecimento do setor, assim como a utilização de modelos de pricing, admissão, acompanhamento e recuperações desenvolvidos internamente, a partir de algumas completas bases de dados que são exploradas de maneira efetiva, pressupõem também uma clara vantagem competitiva. A isto se une a existência de numerosas alavancas de gestão disponíveis, tais como descontos de marcas de veículos, políticas de preços com uma ágil capacidade de recalibração,

1.3.3.1. evolução do santander Bank n.A.O investimento de crédito no Santander Bank conta com uma elevada proporção de créditos com garantia real, 59% do total, tanto na forma de hipotecas a particulares quanto de crédito a empresas, o que explica suas reduzidas taxas de inadimplência e custo de crédito. O investimento de crédito caiu 16% ao longo de 2017 o que se explica pelo desinvestimento em ativos não estratégicos, pela busca da otimização do balanço e da melhora da rentabilidade, e pela evolução da taxa de câmbio.

A taxa de inadimplência se manteve em níveis muito reduzidos, continuando com sua trajetória descendente, tal como se mostra nos gráficos a seguir, fechando dezembro em 1,21% (–12 pb). Esta queda se explica pela gestão proativa de determinadas posições, assim como pela melhora no perfil de crédito dos clientes do setor Oil & Gas, graças à evolução favorável dos preços do petróleo, junto com o bom comportamento observado na carteira de particulares, principalmente em hipotecas. O aumento de cobertura em alguns segmentos faz com que, apesar da boa evolução da inadimplência, o custo de crédito se mantenha estável em 0,25% (+2 pb). A taxa de cobertura continua em níveis confortáveis, fechando o exercício em 102%.

acompanhamento estreito das novas produções e uma ótima gestão de recuperações.

O investimento de crédito do SC USA também inclui, de forma residual, a carteira de empréstimo ao consumidor (Personal Lending) a qual se considera não estratégica.

Quanto à taxa de inadimplência, situa-se em 5,86%, frente aos 3,84% do fechamento de 2016, devido principalmente à carteira reconduzida, se bem que se mantenha em níveis moderados graças à gestão oportuna da inadimplência, fruto da tipologia de negócio. Observa-se uma evolução positiva do custo de crédito, fechando dezembro em 9,84%, frente aos 10,72% do fechamento de 2016, graças à nova estratégia de preços implantada a partir do segundo trimestre e às novas produções com critérios mais exigentes, em termos de risco e preço, que está resultando em uma melhor qualidade do mix da nova produção de empréstimos para o financiamento de veículos.

A carteira de leasing, negócio desenvolvido exclusivamente sob o marco do acordo com a FCA e focada em um segmento de clientes de melhor perfil de crédito, apresenta um crescimento de 4% no ano, alcançando os 9.439 milhões de euros, o que aporta estabilidade e recorrência de receitas. Embora do ponto de vista de comportamento dos clientes a evolução seja favorável, o foco se encontra atualmente na gestão e mitigação do risco do valor residual do leasing, entendido

2015 2015 20152016 2016 20162017 2017 2017

1,17%

114%

0,13%

1,33%

100%

0,23%

1,21% 102%

0,25%

taxa de inadimplência taxa de coBeRtuRa custo do cRédito (%)

Relatório anual 2017 229

as quais possibilitam ampliar a liderança no mercado, alcançando uma participação de mercado superior a 20%.

Quanto a PMEs, o principal ponto a destacar seria a potenciação do produto crédito rural, de baixo perfil de risco, e a continuidade no crescimento de captação.

Por último, as carteiras de empresas e SGCB, com posições destacadas em dólares em ambos os casos, foram impactadas novamente pela depreciação do real frente ao dólar no último trimestre do ano e, por outro lado, pela estratégia de redução da exposição em determinados setores, enquanto se impulsiona o segmento de agronegócios e a operação de comércio exterior. Outros produtos, como o financiamento de capital circulante, continuam mantendo um peso significativo no portfólio.

A seguir se mostram os indicadores avançados do perfil de crédito das novas produções (coletas), sobre os quais se realiza um acompanhamento contínuo, que confirma a resiliência da Instituição. As coletas mostram as operações com mais de 30 dias de atraso, aos três e seis meses, respetivamente, desde sua originação, para antecipar qualquer depreciação potencial das carteiras. Isto permite a definição de planos de ação corretiva no caso de se observarem desvios frente ao esperado.

Como se pode observar no seguinte gráfico, as coletas se mantêm em níveis historicamente baixos, graças a uma gestão proativa de riscos. No caso específico de particulares, o pico observado tem sido identificado rapidamente (concentração em um produto específico), tomando as medidas mitigadoras oportunas para melhorar o desempenho.

como a diferença entre o valor residual do veículo estimado no momento da assinatura do contrato e o valor real do veículo no momento da finalização do contrato.

Tais ações mitigantes se articulam sob o marco prudente do apetite de riscos, mediante a definição de limites, assim como através da própria gestão do negócio, por meio da venda dos veículos até a finalização dos contratos. de maneira rápida e eficiente, e através das políticas de depreciação acelerada para mitigar futuras perdas potenciais de valor dos veículos. O mark to market de tais veículos que o SC USA tem em estoque segue sendo positivo e se situou em 241 milhões de euros no fechamento de dezembro.

A taxa de cobertura cai a 213% (-115 pp) devido à diminuição dos fundos pelo menor volume e a melhora do mix da carteira, junto com o aumento da inadimplência procedente da carteira reconduzida. Apesar da menor cobertura, essa se mantém em níveis elevados, acima da média dos concorrentes.

2015 2015 20152016 2016 20162017 4q17 2017

3,66%

337%10,97%

3,84%

328% 10,72%5,86%

213%9,84%

taxa de inadimplência taxa de coBeRtuRa custo do cRédito (%)

Os principais focos estratégicos se baseiam no crescimento da rentabilidade das distintas carteiras, através da melhora da previsibilidade e da estratégia de preços associados ao risco, junto com a otimização dos processos de controle e acompanhamento, derivados de eventos relacionados com o cumprimento regulatório e conversas com clientes.

C.1.3.4. BrasilO risco de crédito do Brasil alcança 83.076 milhões de euros, registrando um descenso em torno de 7% frente ao exercício 2016, motivado principalmente pela depreciação do real. Deste modo, o Santander Brasil representa 10% do total do investimento de crédito do Grupo.

O Santander Brasil conta com um adequado nível de diversificação e um definido perfil de varejo em que mais de 60% do crédito está dirigido a particulares, financiamento do consumo e PMEs.

No fechamento de dezembro de 2017, registrou-se em moeda local um crescimento em torno de 7,5%. Tal crescimento apresenta uma maior intensidade nos segmentos de varejo com um perfil de risco mais conservador, impulsionando, ao mesmo tempo, a vinculação e fidelização dos nossos clientes, assim como a captação de negócios através de canais digitais.

Dentro do segmento de particulares, destacam-se o crescimento da carteira de empréstimos consignados através da marca Olé Consignado e dos cartões de crédito. Destacam-se também os crescentes juros por aumentarem a carteira hipotecária, sob estritos requisitos de admissão, depois de um período no qual se priorizaram outros produtos. Ao mesmo tempo, a financeira tem experimentado um crescimento significativo graças às novas plataformas +Negócios (financiamento de autos) e +Vezes (financiamento de bens e serviços),

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

230

5,48%

3,20%

5,07%3,86%

3,53% 3,25%

Over90 total4t

12

1t13

2t13

3t13

4t13

1t14

2t14

3t14

4t14

1t15

2t15

3t15

4t15

1t16

2t16

3t16

4t16

1t17

2t17

3t17

4t17

Santander Sistema Bancos privados

Em linhas gerais e atendendo à evolução dos últimos anos, calcula-se uma tendência de baixa do custo de crédito até situar-se em 4,36% no fechamento de 2017. Com relação ao exercício anterior, registra-se uma queda de 53 pp. Isto é devido, principalmente, aos aumentos de cobertura efetuados durante 2016 em determinados grupos econômicos para as carteiras de empresas e SGCB (impacto generalizado no sistema financeiro local). Em conseqüência, durante 2017 os requisitos de provisões destas carteiras foram diminuídos, o que, somado à continuidade do desempenho positivo das carteiras de varejo, tem consolidado a tendência de baixa do custo de crédito, que se espera manter no próximo exercício apesar das novas exigências regulatórias.

A taxa de cobertura se situa em 92,6% no fechamento de ano, mantendo-se em um nível confortável e apresentando estabilidade em relação ao exercício anterior.

coletas. evolução do Índice ovEr 30* aos tRês e seis meses da admissão de cada coleta

dez

14

mar

15

Jun

15

set 1

5

dez

15

mar

16

Jun

16

set 1

6

dez

16

Jan

17

Fev

17

mar

17

abr

17

mai

17

Jun

17

Jul 1

7

ago

17

set 1

7

dez

14

mar

15

Jun

15

set 1

5

dez

15

mar

16

Jun

16

set 1

6

dez

16

Jan

17

Fev

17

mar

17

abr

17

mai

17

Jun

17

Jul 1

7

ago

17

set 1

7

particulares pmes1

1,3%

3,0%

1,1%

2,8%

1,3%

3,1%

1,4%

3,0%

1,5%

3,9% 3,9%3,7% 3,8%

1,6%

3,2%

1,2%

2,7%

1,6% 1,5% 1,7% 1,9% 1,8% 1,8% 1,5%1,4%

1,5%1,9%

4,0%3,5%

3,1% 3,4%

1,3%

3,1%

* Índice calculado como o valor total das operações com mais de 30 dias de atraso no pagamento sobre o valor total da coleta.

1. Atendendo à nova segmentação de PMEs.

2. Months on Book.

Over30 Mob3 2 Over30 Mob6 2

2,1%

4,6%

2,0%

4,5%

1,9%

4,3%

1,3%

3,1%

1,9%

3,7%

1,5%

3,0%

1,3%

2,4%

1,0% 0,9% 1,0% 1,0% 1,3% 1,4%1,0%0,9%1,4%1,1%

2,0% 2,1%1,7% 1,8% 1,9%2,0%

2,7%

1,0%

2,3%

Com respeito à taxa de inadimplência, essa se situa, no fechamento de 2017, em 5,29% (-61 pb em relação ao fechamento do exercício anterior). Esta queda é motivada por uma gestão preventiva dos riscos em nossas carteiras, junto com a melhora das perspetivas macroeconômicas e a implantação de determinadas reformas estruturais que foram bem recebidas pelo mercado.

As perspetivas são otimistas, visto que a economia retornou ao crescimento, com avanço do PIB impulsionado pelo consumo privado e pelas exportações. Isto supõe um fato relevante, assim como uma mudança de tendência depois de vários anos de recessão. Adicionalmente, tem-se produzido uma reativação do investimento, apoiada na melhora da confiança empresarial. Por outro lado, o nível de inflação se encontra abaixo da meta central do governo, o que tem permitido ao Comitê de Política Monetária reduzir significativamente a taxa de juros oficial (SELIC). O índice de desemprego, embora se encontre em um nível elevado, mostra também sinais de recuperação.

A taxa de depreciação da carteira de crédito do Santander Brasil, conhecida localmente como taxa over90, situa-se no fechamento de 2017 em 3,20%, mantendo-se pelo segundo ano consecutivo abaixo da média dos bancos privados brasileiros, apesar do pico pontual do último trimestre, ocasionado por um grupo econômico específico.

2012 2012 20122013 2013 20132014 2014 20142017 2017 20172016 2016 20162015 2015 2015

6,90%90%

7,38%

5,64% 95% 6,34%

5,05%95%

4,84%5,98%

84%4,50%

5,29%93%

4,36%

5,90% 93%4,89%

taxa de inadimplência taxa de coBeRtuRa custo do cRédito

Relatório anual 2017 231

exposições em risco de contrapartida: operação de balcão (over the counter - otC) e mercados organizados (MMoo)Em dezembro de 2017 a exposição total - com critérios de gestão em termos de valor de mercado positivo depois de aplicar acordos de netting e colateral por atividades de risco de contrapartida - é de 14.869 milhões de euros (em termos de exposição líquida é de 32.876 milhões de euros).

Risco de contRapaRtida: exposição em teRmos de valoR de meRcado e Risco equivalente de cRédito, incluindo eFeito de mitigação1

Milhões de euros

2017 2016 2015

Valor de Mercado efeito netting2 31.162 34.998 34.210

Colateral recebido 16.293 18.164 15.450

Valor de mercado com efeito netting e colateral3 14.869 16.834 18.761

REC Líquido4 32.876 44.554 52.148

1. Dados com critérios de gestão. O valor de mercado dos derivativos listados é zero. Não se recebem colaterais por este tipo de operação.

2. Valor de mercado utilizado para incluir os efeitos dos acordos mitigantes para calcular a exposição por risco de contraparte.

3. Considerando a mitigação dos acordos de netting e uma vez subtraído o colateral recebido.

4. REC/Risco Equivalente de Crédito: valor líquido de reposição mais o máximo valor potencial, menos o colateral recebido. Inclui EAD regulatória para MMOO (90 milhões de euros em dezembro de 2017, 3 milhões de euros em dezembro de 2016 e 41 milhões de euros em 2015).

C.1.4. outras perspectivas do risco de crédito

C.1.4.1. Risco de crédito por atividades em mercados financeiros11 Bajo este epígrafe se incorpora o risco de crédito gerado na atividade de tesouraria com clientes, principalmente com instituições de crédito. A operação se desenvolve tanto através de produtos de financiamento em mercado monetário com diferentes instituições financeiras quanto através de produtos com risco de contrapartida destinados a prestar serviço aos clientes do Grupo.

Segundo se define no Capítulo Sexto da CRR (Regulamento (UE) No.575/2013), o risco de crédito de contrapartida é o risco de que o cliente em uma operação possa incorrer em atraso antes da liquidação definitiva dos fluxos de caixa dessa operação. Inclui os seguintes tipos de operações: instrumentos derivativos, operações com compromisso de recompra, operações de empréstimo de valores ou matérias primas, operações com liquidação diferida e operações de financiamento com reposição da margem.

Para medir a exposição convivem duas metodologias, uma de mark to market –MtM– (valor de reposição em derivativos) mais uma exposição potencial futura (addon) e outra, para algumas regiões e alguns produtos, que incorpora o cálculo de exposição por simulação de Montecarlo. Adicionalmente, calcula-se o capital em risco ou perda inesperada, ou seja, a perda que, uma vez subtraída a perda esperada, constitui o capital econômico, líquido de garantias e recuperação.

No fechamento dos mercados se recalculam as exposições ajustando todas as operações ao seu novo horizonte temporal, ajusta-se a exposição potencial futura e aplicam-se as medidas de mitigação (netting, colateral, etc.), de maneira que as exposições se possam controlar diariamente contra os limites aprovados pela alta direção. O controle do risco se realiza mediante um sistema integrado e em tempo real que permite conhecer em cada momento o limite de exposição disponível com qualquer contrapartida, em qualquer produto e prazo e em qualquer unidade do Grupo.

11. Inclui posição em derivativos do Popular com clientes de Banco de Atacado, porém não inclui posição em operações de Repo do Popular por nocional de 9.222 milhões de euros.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

232

Na seguinte tabela se pode observar a distribuição, por nominais e valor de mercado, dos distintos produtos que geram risco de crédito de contrapartida no Grupo. A maior concentração se encontra nos instrumentos de cobertura de taxas de juros e de taxas de câmbio.

Risco de contRapaRtida: distRiBuição poR Risco nominal e valoR de meRcado BRuto*

Milhões de euros

2017 2016 2015

valor de mercado valor de mercado valor de mercado

nominal positivo negativo nominal positivo negativo nominal positivo negativo

CDS proteção comprada** 18.134 36 (95) 23.323 83 (384) 32.350 80 (529)

CDS proteção vendida 12.097 266 (0) 19.032 339 (33) 26.195 428 (52)

Total derivativos de crédito 30.231 302 (95) 42.355 422 (416) 58.545 508 (581)

Forwards renda variável 733 4 (0) 134 48 (0) 980 5 (6)

Opções renda variável 10.572 770 (2.841) 15.154 448 (426) 23.564 959 (1.383)

Spot renda variável - - - 234 0 (0) 20.643 794 -

Swaps renda variável 25.264 859 (554) 15.388 631 (461) 28 - (1.210)

Renta variável - MMOO 26.088 - - 36.512 - - 6.480 - -

Total derivativos de renda variável 62.657 1.633 (3.395) 67.421 1.127 (888) 51.695 1.758 (2.598)

Forwards renda fixa 8.660 89 (13) 6.357 37 (83) 11.340 39 (66)

Opções renda fixa - - - 483 5 (2) 789 8 -

Spot renda fixa - - - 5.159 5 (2) 3.351 - -

Renda fixa - MMOO - - - 349 - - 831 - -

Total derivativos de renda fixa 8.660 89 (13) 12.348 48 (88) 16.311 47 (66)

Câmbio a prazo e à vista 128.914 2.604 (3.870) 150.095 3.250 (6.588) 148.537 5.520 (3.315)

Opções taxa de câmbio 37.140 256 (343) 31.362 479 (624) 32.421 403 (644)

Outros derivativos de câmbio 963 23 (17) 606 7 (27) 189 1 (4)

Swaps taxas de câmbio 488.671 18.264 (15.892) 510.405 25.753 (24.175) 522.287 20.096 (21.753)

Tipos de Câmbios - MMOO 1.404 - - 824 - - - - -

Total derivativos de taxas de câmbio 657.092 21.147 (20.122) 693.292 29.489 (31.413) 703.434 26.019 (25.716)

Asset swaps 22.736 1.194 (817) 22.948 1.178 (758) 22.532 950 (1.500)

Call money swaps 376.596 2.544 (2.301) 223.005 2.006 (1.581) 190.328 2.460 (1.792)

Estruturas taxas de juros 4.180 977 (594) 7.406 2.321 (593) 8.969 2.314 (3.031)

Forwards taxas de juros - FRAs 190.476 23 (39) 370.433 41 (106) 178.428 19 (78)

IRS 3.219.369 71.346 (75.391) 3.182.305 92.268 (92.873) 3.013.490 85.047 (85.196)

Outros derivativos taxas de juros 185.925 2.816 (2.113) 210.061 3.762 (2.985) 194.111 3.838 (3.208)

Taxa de juros - MMOO 127.288 - - 117.080 - - 26.660 - -

Total derivativos de taxa de juros 4.126.570 78.900 (81.255) 4.133.238 101.576 (98.896) 3.634.518 94.628 (94.806)

Matérias primas 221 0 - 539 108 (5) 468 130 (40)

Matérias primas - MMOO 124 - - 47 - - 59 -

Total derivativos de matérias primas 345 0 - 586 108 (5) 526 130 (40)

Total derivativos OTC 4.730.651 102.071 (104.880)

4.794.429 132.770 (131.706) 4.431.000 123.089

(123.805)

Total derivativos MMOO *** 154.904 154.812 34.028

Repos 165.082 2.322 (2.363) 122.035 2.374 (2.435) 128.765 3.608 (3.309)

Empréstimo de valores 54.923 15.469 (16.580) 33.547 9.449 (4.124) 30.115 10.361 (1.045)

Total risco de contrapartida 5.105.560 119.862 (123.823) 5.104.823 144.593

(138.265) 4.623.908 137.058 (128.159)

* Dados com critérios de gestão.

** Derivativos de crédito comprados incluem coberturas sobre empréstimos.

*** Corresponde à operação de derivativos listados (carteira própria). O valor de mercado dos derivativos listados é zero. Não se recebem colaterais por este tipo de operação.

Relatório anual 2017 233

Em geral, a operação com instituições financeiras se realiza sob acordos de netting e colateral, e se faz um esforço contínuo para conseguir que o resto da operação se cubra sob este tipo de acordos. Em geral, os contratos de colateral que o Grupo firma são bilaterais - com raras exceções, fundamentalmente com instituições multilaterais e fundos de securitização, nos quais são unilaterais a favor do cliente.

O colateral recebido sob os diversos tipos de acordos de colateral (CSA, OSLA, ISMA, GMRA, etc.) firmados pelo Grupo alcança 16.293 milhões de euros (dos quais 11.398 milhões de euros correspondem a colateral recebido por operação com derivativos), sendo majoritariamente efetivo (81,2%), e estando submetido o resto dos tipos de colaterais a estritas políticas de qualidade quanto ao tipo de emitente e seus rating, seniority da dívida e haircuts aplicados.

Em termos geográficos, o colateral recebido se distribui segundo se pode observar no seguinte gráfico:

outros3%méxico

5%

Reino unido23%

espanha67%

Brasil2%

colateRal ReceBido. distRiBuição geogRáFica

Como se pode observar no seguinte quadro, o Banco concentra sua operação de derivativos em prazos inferiores a cinco anos e a operação de repos e empréstimos de valores em prazos inferiores a um ano.

Risco de contRapaRtida: distRiBuição de nominais poR vencimento*

Milhões de euros

até 1 ano até 5 anos até 10 anos mais de 10 anos total

Derivativos de crédito ** 40% 50% 0% 10% 30.231

Derivativos de renda variável 71% 25% 4% 0% 62.657

Derivativos de renda fixa 100% 0% 0% 0% 8.660

Derivativos de taxa de câmbio 51% 29% 15% 5% 657.092

Derivativos de taxa de juros 26% 43% 21% 10% 4.126.570

Derivativos de matérias primas 100% 0% 0% 0% 345

Total derivativos OTC 29% 41% 20% 10% 4.730.651

Total derivativos MMOO*** 68% 30% 2% 0% 154.904

Repos 96% 4% 0% 0% 165.082

Empréstimo de valores 100% 0% 0% 0% 54.923

Total risco de contrapartida 33% 39% 19% 9% 5.105.560

* Dados com critérios de gestão.

** Derivativos de crédito comprados incluem coberturas sobre empréstimos.

*** Corresponde à operação de derivativos listados (carteira própria). O valor de mercado dos derivativos listados é zero. Não se recebem colaterais por este tipo de operação.

Do ponto de vista do cliente, a exposição ao risco de crédito de contrapartida se concentra em clientes de grande qualidade de crédito (90,5% do risco com contrapartidas com um rating igual ou superior a A) e principalmente em instituições financeiras (34%) e em câmaras de compensação (60%).

distRiBuição do Risco de contRapaRtida poR rAtINg do cliente (em teRmos nominais)*

AAA 0,87%

AA 9,92%

A 79,70%

BBB 7,15%

BB 2,30%

B 0,06%

Outros 0,00%

* Ratings baseados em equivalências entre ratings internos e ratings de qualificadoras.

empresas/pessoas físicas1%

soberano/supranacional2%

corporativo/ projet finance3%

câmaras de compensação60%

instituições financeiras34%

Risco de contRapaRtida poR tipo de cliente

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

234

Como conseqüência do risco associado à exposição de crédito que se assume em cada contrapartida, o Grupo Santander incorpora um ajuste de avaliação dos derivativos OTC (over the counter), ou seja, o Credit Valuation Adjustment (CVA)12 no cálculo dos resultados das carteiras de negociação. Adicionalmente, incorpora-se um ajuste de avaliação como conseqüência do risco próprio do Grupo que suas contrapartidas assumem , denominado Debt Valuation Adjustment (DVA).

No fechamento de dezembro 2017 registram-se ajustes de CVA no valor de 322,5 milhões de euros (-49,9% frente ao fechamento de dezembro 2016) e ajustes de DVA no valor de 219,6 milhões de euros (-43,7%). A diminuição se deve a que os spreads de créditos foram reduzidos em porcentagens maiores que 40% nos prazos mais líquidos e às reduções na exposição das principais contrapartidas.

Risco de contrapartida, mercados organizados e câmaras de compensaçãoAs políticas da Instituição buscam antecipar-se na medida do possível à aplicação das medidas que resultam das novas regulações relativas à operação de derivativos OTC, repos e empréstimos de valores, tanto ao se liquidar por câmara de compensação central quanto ao

permanecer bilateral. Assim, nos últimos anos se tem conseguido uma gradual padronização da operação OTC para realizar a liquidação e compensação de toda a operação de nova contratação através de câmaras, segundo exigem as normas recentes, além do fomento interno do uso de sistemas de execução eletrônica.

Adicionalmente, o Grupo gere ativamente a operação não liquidada por câmara, tratando de otimizar seu volume, dados os requisitos de margens e capital que as novas regulações impõem sobre ela.

Quanto aos mercados organizados, ainda que dentro da gestão do risco de contrapartida não se considere o risco de crédito para este tipo de operação13, desde 2014, com a entrada em vigor da nova CRD IV (Diretiva de Requerimentos de Capital) e CRR (Regulamento de Requisitos de Capital), que transpõem os princípios de Basileia III, para o cálculo de capital computa-se a exposição regulatória de crédito deste tipo de operação.

Nos quadros seguintes podemos ver o peso que tem adquirido a operação liquidada por câmara sobre o total do risco de contrapartida em dezembro de 2017.

distRiBuição do Risco de contRapaRtida em Função do canal de liquidação e tipo de pRoduto*

Nominal em milhões de euros

Bilateral ccp**mercados

organizados ***

nominal % nominal % nominal % total

Derivativos de crédito 27.707 91,6% 2.524 8,4% - 0,0% 30.231

Derivativos de renda variável 36.568 58,4% 0 0,0% 26.088 41,6% 62.657

Derivativos de renda fixa 8.660 100% - 0,0% 0,0% 8.660

Derivativos de taxa de câmbio 655.501 99,8% 188 0,0% 1.404 0,2% 657.092

Derivativos de taxa de juros 1.175.774 28,5% 2.823.508 68,4% 127.288 3,1% 4.126.570

Derivativos de matérias primas 221 64,2% - 0,0% 124 35,8% 345

Repos 100.996 61,2% 64.086 38,8% - 0,0% 165.082

Empréstimo de valores 54.923 100% - 0,0% - 0,0% 54.923

Total geral 2.060.350 2.890.306 154.904 5.105.560

* Dados com critérios de gestão.

** Entidades de contrapartida central (ECC) ou CCP, por suas siglas em inglês.

*** Corresponde à operação de derivativos listados (carteira própria). O valor de mercado dos derivativos listados é zero. Não se recebem colaterais por este tipo de operação.

12. A definição e a metodologia de cálculo de CVA e DVA se encontram no seção C.2.2.2.6. Credit Valuation Adjustment (CVA) e Debt Valuation Adjustment (DVA) deste Relatório.

13. O risco de crédito se elimina ao atuar nos mercados organizados como contrapartida nas operações, visto que contam com mecanismos que lhes permitem proteger sua posição financeira através de sistemas de depósitos e reposição de garantias e processos que asseguram a liquidez e a transparência das transações.

Relatório anual 2017 235

Em termos de nocional, a posição em CDS incorpora proteção comprada em 13.019 milhões de euros17 e a proteção vendida em 12.117 milhões de euros.

Em 31 de dezembro de 2017, a sensibilidade da atividade de crédito a aumentos de spreads de 1 ponto básico era de -3,7 milhões de euros, enquanto que o VaR médio no fim de 2017 alcançou 2,3 milhões de euros, ligeiramente superior ao de 2016 (1,7 milhões de euros).

C.1.4.2. Risco de concentração18

O controle do risco de concentração constitui um elemento essencial de gestão. O Grupo efetua um acompanhamento contínuo do grau de concentração das carteiras de risco de crédito sob diferentes dimensões relevantes: por país, por setor e por grupos de clientes.

O conselho de administração, através do apetite de risco, determina os níveis máximos de concentração, tal como se detalha na seção A.4.1. Apetite de risco e estrutura de limites Em linha com o apetite de risco, o comitê executivo de riscos estabelece as políticas de risco e revisa os níveis de exposição apropriados para a adequada gestão do grau de concentração das carteiras de risco de crédito.

Como se mostra no começo do capítulo, o risco de crédito com clientes, em termos geográficos, encontra-se diversificado nos principais mercados onde o Grupo tem presença (Reino Unido 30%, Espanha 21%, Estados Unidos 9%, Brasil 10%, etc.)

Quanto à diversificação setorial, 59% do risco de crédito do Grupo corresponde a clientes particulares, que por sua própria natureza apresentam um alto nível de diversificação. Adicionalmente, a carteira do crédito do Grupo se encontra bem distribuída e sem concentrações relevantes em setores específicos. No seguinte gráfico mostra-se a distribuição setorial no fechamento de ano:

diveRsiFicação setoRial

particulares 59,1% comércio e reparações 6,9% atividade imobiliária 5,1% construções e obras públicas 3,3% outros serviços empresariais 3,3% outras indústrias manufatureiras 2,8% transporte e comunicações 2,4% prod. e distrib. elétrica, gás e agua 2%

admin. pública sem admin. central 1,9% outros intermediários financeiros 1,8% alimentação, bebidas e tabaco 1,2% outros serviços sociais 1,2% hotelaria 1,1% Refino do petróleo 0,6% metalurgia de transformação 0,6% outros setores <1% 6,7%

distRiBuição do Risco liquidado poR ccp e mmoo poR pRoduto e evolução*

Nominal em milhões de euros

2017 2016 2015

Derivativos de crédito 2.524 3.916 1.778

Derivativos de renda variável 26.088 36.568 6.522

Derivativos de renda fixa - 349 896

Derivativos de taxa de câmbio 1.592 1.419 11.755

Derivativos de taxa de juros 2.950.796 2.732.103 2.069.802

Derivativos de matérias primas 124 47 59

Repos 64.086 29.763 44.679

Empréstimo de valores - 4 -

Total geral 3.045.210 2.804.170 2.135.489

* Dados com critérios de gestão.

Risco de crédito fora do balanço14 Nesta seção se incorpora o risco fora de balanço correspondente a compromissos de financiamento e garantia com clientes de atacado, que alcança 90.453 milhões de euros, distribuído nos seguintes produtos:

exposição FoRa de Balanço

Milhões de euros

vencimento

produto < 1 ano 1-3 anos3-5

anos > 5 anos total

Financiamento* 13.834 19.231 27.229 3.004 63.298

Avais técnicos 5.657 7.242 819 328 14.046

Avais financeiros e comerciais 6.936 3.944 965 637 12.482

Comércio exterior** 459 143 22 3 627

Total geral 26.886 30. 560 29.035 3.972 90.453

* Inclui fundamentalmente linhas de crédito comprometidas bilaterais e sindicadas.

** Inclui fundamentalmente stand by letters of credit.

Atividade em derivativos de crédito15

O Grupo Santander utiliza derivativos de crédito com a finalidade de realizar coberturas de operações de crédito, negócios de clientes em mercados financeiros e dentro da operação de trading. Apresenta uma dimensão reduzida em termos relativos ao grupo de competidores de referência e, além disso, está sujeito a um sólido entorno de controles internos e de minimização do risco operacional.

O risco desta atividade se controla através de um amplo conjunto de limites como Value at Risk (VaR)16, nominal por rating, sensibilidade ao spread por rating e nome, sensibilidade à taxa de recuperação e sensibilidade à correlação. Mesmo assim se fixam limites de jump-to-default por nome individual, zona geográfica, setor e liquidez.

14. Não inclui o Popular.

15. Não inclui o Popular.

16. A definição e a metodologia de cálculo do VaR se encontram na seção C.2.2.2.1. Value at Risk (VaR) deste Relatório.

17. Este dado não inclui CDS de aproximadamente 2.293 milhões de euros de nominal que cobrem empréstimos, visto que contabilmente se catalogam como garantias financeiras em vez de derivativos de crédito, porque sua variação de valor não influi nos resultados nem nas reservas para evitar assimetrias contábeis.

18. Não inclui o Popular.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

236

Este critério, empregado historicamente pelo Grupo, apresenta algumas diferenças em relação ao solicitado pela Autoridade Bancária Europeia (EBA) para seus exercícios periódicos de estresse. As mais significativas se encontram em que o critério da EBA não inclui os depósitos contraídos com os bancos centrais, as exposições mantidas em companhias de seguros nem as exposições indiretas via garantias ou outros instrumentos. Ao contrário, incluem-se as administrações públicas em geral (incluindo regionais e locais) e não somente o setor estatal.

A exposição ao risco soberano (segundo critério aplicado no Grupo) decorre principalmente das obrigações às que estão sujeitos os bancos filiais de constituir determinados depósitos nos correspondentes bancos centrais, de constituir depósitos com os excedentes de liquidez e das carteiras de renda fixa mantidas dentro da estratégia de gestão do risco de juros estrutural do balanço e em livros comerciais nas tesourarias. A ampla maioria de tais exposições se materializa em moeda local e se financia sobre a base dos depósitos de clientes captados localmente, também expressos em moeda local.

A exposição em soberano local, mas em divisas diferentes da oficial do país de emissão, é pouco relevante (13.175 milhões de euros, ou 5% do total do risco soberano), e menos ainda a exposição em emitentes soberanos no locais, que pressupõem risco cross-border20 (2.886 milhões de euros, ou 1,2% do total do risco soberano).

Em geral, nos últimos anos a exposição total ao risco soberano tem-se mantido em níveis adequados para apoiar os motivos regulatórios e estratégicos desta carteira.

Além disso, a estratégia de investimento em risco soberano tem em conta a qualidade de crédito de cada país na hora de estabelecer os limites máximos de exposição. Na seguinte tabela se mostra a porcentagem de exposição por nível de rating21.

exposição poR nÍvel de rAtINg

2017 2016 2015

AAA 13% 16% 34%

AA 19% 17% 4%

A 29% 29% 22%

BBB 14% 8% 33%

Menos de BBB 25% 30% 7%

A distribuição da exposição soberana por nível de rating tem sido afetada nos últimos anos por numerosas revisões de rating dos emitentes soberanos de países nos quais o Grupo opera (Brasil, Reino Unido, etc.).

O Grupo está sujeito à regulamentação sobre "Grandes Riscos" contida na parte quarta da CRR (Regulamento UE No.575/2013), segundo a qual a exposição contraída por uma instituição com relação a um cliente ou grupo de clientes vinculados entre si se considerará "grande exposição" quando seu valor for igual ou superior a 10% do seu capital computável. Adicionalmente, para limitar as grandes exposições, nenhuma instituição poderá assumir frente a um cliente ou grupo de clientes vinculados entre si uma exposição cujo valor exceda 25% do seu capital admissível, depois de ter em conta o efeito da redução do risco de crédito contido na norma.

No fechamento de dezembro, depois de aplicar técnicas de mitigação do risco, nenhum grupo alcança os limites anteriormente mencionados.

Por sua parte, a exposição de crédito regulatória com os 20 maiores grupos no âmbito de grandes riscos representava, em dezembro de 2017, 4,7%19 do risco de crédito disposto com clientes (investimento mais riscos de firma).

A divisão de Riscos colabora estreitamente com a divisão Financeira na gestão ativa das carteiras de crédito que, entre seus eixos de atuação, contempla a redução da concentração das exposições mediante diversas técnicas, como a contratação de derivativos de crédito de cobertura ou operações de securitização, com o fim último de otimizar a relação retorno-risco da carteira total.

C.1.4.3. Risco paísO risco país é um componente do risco de crédito que incorpora todas as operações de crédito transfronteiriças (cross-border) por circunstancias distintas do risco comercial habitual. Seus elementos principais são o risco soberano, o risco de transferência e os demais riscos que possam afetar a atividade financeira internacional (guerras, catástrofes naturais, crise de balança de pagamentos, etc.).

Em 31 de dezembro de 2017, a exposição suscetível de aprovisionamento por risco país alcançava 184 milhões de euros (181 milhões de euros em 2016). O fundo de cobertura, em dezembro 2017, era de 37 milhões de euros frente aos 29 milhões do período anterior.

Os princípios de gestão de risco país continuam obedecendo a um critério de máxima prudência, assumindo-se o risco país de uma forma muito seletiva em operações claramente rentáveis para o Grupo e que reforçam a relação global com seus clientes.

C.1.4.4. Risco soberano e frente aos demais órgãos públicos Como critério geral, no Grupo Santander se considera risco soberano o contraído por operações com o banco central (incluído o encaixe regulatório), o risco de emitente do Tesouro ou ente similar (carteira de dívida do Estado) e o derivado de operações de instituições públicas com as seguintes caraterísticas: seus fundos provenham unicamente dos receitas orçamentárias do Estado, tenham reconhecimento legal de instituições diretamente integradas no setor estatal e desenvolvam atividades que não tenham caráter comercial.

19. Inclui o Popular.

20. Países não considerados de baixo risco pelo Banco de España.

21. Empregam-se ratings internos.

Relatório anual 2017 237

Risco soBeRano e FRente aos demais óRgãos púBlicos. exposição diReta lÍquida (cRitéRio eBa)

Milhões de euros

Otros

Latinoamérica

Resto da Europa

Espanha

dez 2016 dez 2017dez 2015

33%31% 27%

19% 26%25%

39% 36%41%

9% 7% 7%

Se nos fixarmos no critério da EBA comentado anteriormente, a exposição a administrações públicas nos fechamentos dos últimos três anos se mostra na tabela anexa22.

exposição ao Risco soBeRano (cRitéRio eBa)

Milhões de euros

31 dez 2017 31 dez 2016 31 dez 2015carteira

exposição direta líquida total

exposição direta líquida total

exposição direta líquida total

negociação e outros em vJ

disponível para venda

investimento de crédito

carteira de investimento

a termo

Espanha 4.928 37.748 18.055 1.906 62.637 45.893 48.694

Portugal 53 5.220 3.541 3 8.817 7.072 10.007

Itália 1.479 4.613 16 - 6.108 1.952 2.717

Grécia - - - - - - -

Irlanda - - - - - - -

Resto Zona Euro (1.192) 497 81 - (614) (341) 1

Reino Unido 2 1.751 7.236 7.414 16.403 17.639 5.163

Polónia 1.034 5.566 40 - 6.640 6.290 5.401

Resto Europa 172 358 40 - 570 791 670

Estados Unidos 2.548 2.616 765 - 5.929 5.713 5.093

Brasil 3.202 20.201 1.171 2.720 27.294 24.286 23.929

México 1.780 5.152 2.586 - 9.518 10.461 10.519

Chile 428 2.985 312 - 3.725 3.525 5.362

Resto da América 147 424 940 - 1.511 1.172 1.802

Outros países 3.422 512 920 - 4.854 3.475 5.890

TOTAL 18.003 87.643 35.703 12.043 153.392 127.930 125.248

A exposição é moderada e mantém uma tendência ascendente durante 2017. A exposição ao risco soberano da Espanha (país onde o Grupo tem seu domicílio social), em comparação com outras instituições de perfil similar (peers), não é elevada em termos de total de ativos (4,3% em dezembro de 2017).

A exposição soberana na América Latina se produz em sua quase totalidade em moeda local, sendo esta contabilizada em livros locais e com uma concentração nos prazos curtos, de menor risco de juros e maior liquidez.

actualizar esta tabla, es la mesma do ano pasado

22. Adicionalmente, em 31 de dezembro de 2017 o Grupo mantinha exposições diretas líquidas em derivativos cujo valor justo alcançava 1.681 milhões de euros, assim como exposição indireta líquida em derivativos cujo valor justo alcançava 15 milhões de euros.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

238

outras instituições na iniciativa financeira do UNEP FI mencionada no seção A.4.3 em relação à análise de cenários.

Depois do Acordo de Paris sobre o clima, os governos dos países já trabalham para desenvolver e implementar os mecanismos financeiros necessários para cumprir com os objetivos fixados e facilitar a transição para uma economia com menores emissões. Concretamente na Europa, o High Level Expert Group on Sustainable Finance da Comissão Europeia, se apresenta como o principal promotor deste tipo de medidas, buscando adequar o sistema financeiro para um futuro mais sustentável.

C.1.5. Ciclo de risco de crédito

A gestão do risco de crédito está construída em torno de um sólido modelo organizacional e de governança no qual participam o conselho de administração e o comitê executivo de riscos, que estabelece as políticas e procedimentos de riscos, os limites e delegações de faculdades e aprova e supervisiona o marco de atuação da função de risco de crédito.

Dentro do âmbito exclusivo de risco de crédito, o comitê de controle de risco de crédito é o órgão colegiado responsável por sua supervisão e controle em todo o Grupo. Seu objetivo é ser um instrumento para o controle efetivo do risco de crédito, assegurando e assessorando o Chief Risk Officer e o comitê de controle de riscos para que o risco de crédito se gerencie conforme ao nível de apetite de risco aprovado pelo conselho de administração.

O ciclo que abarca a gestão de risco de crédito, no qual intervêm as áreas de negócio, riscos e alta direção, está baseado nos processos chave para a gestão e controle de riscos mencionados na seção A.4. Processos e ferramentas de gestão Em concreto quanto ao risco de crédito, estes processos se articulam em três fases interrelacionadas entre si, incorporando os resultados desde a fase de pós-venda até o estudo do risco e o planejamento da pré-venda.

Cada uma destas fases está associada a modelos de decisão específicos, estabelecidos para a tomada de decisões de acordo com os objetivos de negócio e as políticas de crédito definidas pela Instituição.

1. Planejamento2. Avaliação: estudo do

risco e processo de qualificação de crédito

3. estabelecimento de limites / Pré-classificações / Pré-aprovados

4. Tomada de decisão sobre operações

5. Acompanhamento6. Medição e controle7. Gestão de recuperação

CONTROLE

Pré-venda Venda Pós-venda

FEEDBACk / INFORMAÇãO

C.1.4.5. Risco social e ambiental

Políticas sociais e ambientaisO Banco Santander contribui com a sociedade por um crescimento econômico sustentável, promovendo a proteção, a conservação e a recuperação do meio ambiente, assim como a proteção dos direitos humanos. Para isso o Santander tem incorporado a análise dos riscos sociais, ambientais e de reputação de suas operações e clientes nos processos de tomada de decisões de toda a organização, conforme suas políticas de sustentabilidade.

As políticas de sustentabilidade são revistas anualmente. Depois da revisão de 2015, tais políticas se aplicam a mais atividades e a mais clientes e seguem as melhores práticas e padrões internacionais. Estas políticas definem o marco de atuação da atividade bancária em relação com os setores de defesa, energia e soft commodities. No site do Banco Santander se pode consultar um extrato de tais políticas. Cabe destacar em 2017 a aprovação pelo conselho de uma nova política para o setor minero-metalúrgico.

O processo de implementação destas políticas em todo o Grupo tem-se realizado mediante a criação de grupos de trabalho de risco sócio-ambiental nas principais regiões em que estão representadas todas as funções implicadas na tomada de decisões da atividade bancária. Estes grupos se criaram como réplica do grupo de trabalho corporativo presidido pela Group Chief Compliance Officer com o fim de avaliar e emitir opinião colegiada a respeito das operações e clientes afetados pelas políticas, como passo prévio à sanção dos órgãos de decisão correspondentes.

Sem prejuízo do anterior, o Grupo Santander aplica os Princípios do Equador (PdE), aos que aderiu desde 2009, às operações de projet finance, financiamento corporativo com destino conhecido, incluindo os empréstimos ponte prévios aos financiamentos destinados à construção ou remodelação de um projeto concreto. No site dos Princípios do Equador se pode acessar o relatório detalhado nesta matéria ou no informativo de sustentabilidade do Grupo Santander.

Mudança climáticaTal e como se indicou na seção A.4.3 Análise de cenários, o Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD) do Financial Stability Board publicou recentemente uma série de recomendações relacionadas a governança corporativa, estratégia, gestão de riscos, medição e objetivos frente a mudanças climática. Estas recomendações representarão um avanço significativo no reporting sobre riscos e oportunidades associados à mudança climática das instituições financeiras frente a este desafio global.

O setor bancário é chave nesta transição, tanto pelas oportunidades de investimento quanto pela importância na gestão dos riscos que se derivam de adequar o sistema e as atividades econômicas mundiais aos novos desafios da mudança climática.

O Grupo Santander integra os riscos relacionados com a a mudança climática em sua modelo de controle, através, entre outros aspetos, das políticas sociais e ambientais incorporadas na tomada de decisões e do exercício periódico de identificação de riscos (ver seção B. Entorno e próximos desafios). Adicionalmente, para implementar algumas das recomendações do TCFD, o Grupo participa junto de

Relatório anual 2017 239

C.1.5.1. PlanejamentoAo definir os objetivos de negócio conjuntamente entre as áreas de negócio e riscos, incluindo a formulação dos tipos e níveis de risco a assumir, é importante destacar os seguintes aspectos:

identificação A identificação do risco de crédito é um componente essencial para realizar uma gestão ativa e um controle efetivo das carteiras. A identificação e a classificação dos riscos externos e internos para cada um dos negócios permite adotar medidas corretivas e mitigantes.

Planejamento (Plano estratégico Comercial - PeC)Os planos estratégicos comerciais (PEC) constituem o instrumento básico para a gestão e o controle das carteiras de crédito do Grupo. É uma ferramenta elaborada conjuntamente entre a área comercial e a de riscos, que define o conjunto de estratégias comerciais, políticas de riscos e meios e infraestruturas necessárias para a consecução do orçamento anual. Estes três elementos se consideram de forma conjunta, garantindo uma visão holística da carteira objeto de planejamento e permitindo articular o mapa de todas as carteiras de crédito do Grupo.

O planejamento permite fixar os objetivos de negócio e projetar planos de ação concretos que, amparados pelo apetite de risco definido pela Instituição, permite a consecução de tais objetivos atribuindo os meios (modelos, recursos e sistemas) adequados.

A integração na gestão do PEC facilita em todo momento uma visão atualizada sobre a qualidade de crédito das carteiras, medir o risco de crédito, realizar controles internos e acompanhamentos periódicos das estratégias planejadas, antecipar desvios e identificar mutações significativas do risco e seu potencial impacto, assim como aplicar ações corretivas.

A aprovação dos PEC corresponde ao máximo comitê executivo de riscos de cada entidade, validando-se a nível corporativo no comitê executivo de riscos u órgão equivalente. Os acompanhamentos recorrentes envolvidos na governança estabelecida em cada momento se realizam pelos mesmos organismos que os aprovam e validam.

Análise de cenários Em linha com o descrito na seção A.4.3. Análise de cenários deste Relatório, a análise de cenários de risco de crédito permite à alta direção ter um melhor entendimento da evolução da carteira ante condições mutáveis de mercado e conjuntura, e é uma ferramenta fundamental para avaliar a suficiência das provisões constituídas e do capital ante cenários de estresse.

Estas análises de cenários, normalmente com um horizonte temporal de três anos, se realizam sobre todas as carteiras relevantes do Grupo. O processo para executá-las se estrutura mediante os seguintes passos principais:

•Definição de cenários de referência, tanto o central ou mais provável (cenário base) quanto os cenários econômicos que, ainda que mais improváveis, possam ser possíveis, ou cenários mais ácidos (cenários de estresse). No caso dos cenários de estresse se define um nível global onde se descreve uma situação de crise mundial e a maneira em que afeta cada uma das principais regiões onde o Grupo atua. Adicionalmente, define-se um cenário de estresse local que afeta de maneira isolada algumas das principais unidades e com um grau maior de acidez que o estresse global.

Estes cenários, em geral, são definidos pelo Serviço de Estudos em coordenação com cada unidade, tendo como referência os dados

publicados pelos principais organismos internacionais. Os cenários são acompanhados de um racional e contrastados e revistos por todas as áreas intervenientes no processo de simulação.

•Determinação do valor dos parâmetros de risco (probabilidade de default, perda em default) ante os distintos cenários definidos. Estes parâmetros se obtêm através de modelos estatísticos econométricas desenvolvidos internamente, baseados no histórico de atrasos e nas perdas das carteiras para os quais se desenvolvem e em sua relação com as séries históricas de variáveis macroeconômicas. Os modelos de simulação utilizados pelo Grupo usam dados de um ciclo econômico completo para calibrar o comportamento dos fatores de risco ante mudanças nas variáveis macroeconômicas.

Estes modelos de forecasting seguem o mesmo ciclo de desenvolvimento, validação e governança que os demais modelos internos do Grupo e são submetidos a processos de backtesting e recalibração periódicos para garantir que reflitam corretamente a relação entre as variáveis macroeconômicas e os parâmetros de riscos.

•Adaptação da nova metodologia de projeção aos novos requisitos regulatórios (IFRS 9), com impacto na estimativa da perda esperada associada a cada um dos cenários propostos, assim como das demais métricas relevantes de risco de crédito derivadas dos parâmetros obtidos (inadimplência, provisões, dotações, etc.).

•Análise e racional da evolução do perfil de risco de crédito em nível de carteira, segmento, unidade e Grupo ante distintos cenários e contra exercícios anteriores.

• integração de indicadores de gestão para complementar a análise de impacto ocasionado por fatores macroeconômicos nas métricas de riscos.

•Além disso, o processo se completa com um conjunto de controles e comparações que asseguram a adequação das métricas e cálculos.

Todo o processo se situa dentro de um marco corporativo de governança, adequando-se à sua crescente importância e às melhores práticas do mercado, facilitando à alta direção do Grupo o conhecimento e a tomada de decisões.

C.1.5.2. Avaliação: estudo do risco e processo de qualificação de créditoDe maneira geral, o estudo do risco consiste em analisar a capacidade do cliente para fazer frente aos seus compromissos contratuais com o Banco e com outros credores. Isto implica analisar sua qualidade de crédito e a evolução no curto-médio prazo, suas operações de risco, sua solvência e a rentabilidade esperada em função do risco assumido.

Com este objetivo, o Grupo emprega modelos de decisão de crédito a clientes em cada um dos segmentos em que opera: SGCB (Santander Global Corporate Banking: soberano, instituições financeiras e empresas corporativas), empresas e instituições, PMEs e particulares.

Os modelos de decisão aplicados se articulam em torno de mecanismos de qualificação de crédito. Realiza-se um acompanhamento e um controle destes modelos e mecanismos

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

240

1. Planejamento2. Avaliação: estudo do

risco e processo de qualificação de crédito

3. Estabelecimento de limites / Pré-classificações / Pré-aprovados

4. tomada de decisão sobre operações

5. Acompanhamento6. Medição e controle7. Gestão de recuperação

CONTROLE

Pré-venda Venda Pós-venda

FEEDBACk / INFORMAÇãO

C.1.5.4. tomada de decisão sobre operaçõesA fase de venda é constituída pelo processo de decisão. Tem por objeto o análise e resolução de operações, sendo a aprovação por parte de riscos um requisito prévio antes da contratação de qualquer operação de risco. Todas as decisões sobre riscos deverão considerar o apetite de riscos, os limites e as políticas de gestão definidas no planejamento, assim como os elementos relevantes no equilíbrio entre risco e rentabilidade.

Em função do segmento, a tomada de decisões envolve diferentes procedimentos:

•No âmbito de SGCB, e em função da etapa prévia de estabelecimento de limites, haverá dos tipos de decisões: (1) automática, dentro dos limites autorizados ao amparo de uma pré-classificação; (2) dependente de autorização de um analista ou comitê de riscos (ainda que o encaixe importe, prazo e outras condições dentro do limite pré-classificado).

•No âmbito de empresas e instituições, requer-se a autorização de um analista ou comitê de riscos (ainda que o encaixe importe, prazo e outras condições dentro do limite pré-classificado).

•No âmbito de particulares e PMEs de menor faturação, facilita-se a gestão de grandes volumes de operações de crédito com a utilização de modelos de decisão automáticos que qualificam o binômio cliente/operação.

Medidas mitigantesA Instituição aplica diversas técnicas de mitigação do risco de crédito em função, entre outros fatores, do tipo de cliente e do produto. Algumas são próprias de uma operação concreta (por exemplo, garantias imobiliárias) e outras se aplicam a conjuntos de operações (por exemplo netting ou colateral). As distintas técnicas de mitigação podem agrupar-se nas seguintes categorias:

garantias pessoais e derivativos de créditoEsta tipologia de garantias corresponde às que posicionam um terceiro ante a necessidade de responder por obrigações adquiridas por outrem frente ao Grupo. Inclui, por exemplo, fianças, avais, stand-by letters of credit, etc. Somente poderão ser reconhecidas, para efeitos de cálculo de capital, aquelas garantias aportadas por terceiros que cumpram com os requisitos mínimos estabelecidos pelo supervisor.

para calibrar e ajustar com precisão as decisões e qualificações que atribuem. Dependendo do segmento de que se trate, os mecanismos de qualificação podem ser fundamentalmente:

•Rating: resultado da aplicação de algoritmos matemáticos que incorporam um módulo quantitativo baseado em índices de balanço ou variáveis macroeconômicas, e um módulo qualitativo complementado com o juízo especializado aportado pelo analista. Utiliza-se nos segmentos de SGCB, empresas e instituições e PMEs (com tratamento individualizado).

•Scoring: sistema de avaliação automática de solicitações de operações de crédito, de tal forma que se atribui automaticamente uma avaliação individualizada do cliente para proceder à tomada de decisões de crédito. Podem ser de dois tipos - de admissão ou de comportamento - e se utilizam nos segmentos de particulares e PMEs (com tratamento padronizado).

As qualificações resultantes são revistas periodicamente, incorporando nova informação financeira disponível e a experiencia no desenvolvimento da relação bancária. Estas revisões se incrementam naqueles clientes que alcancem determinados níveis nos indicadores previamente estabelecidos nos sistemas automáticos de alerta e nos clientes objeto de um acompanhamento mais intenso.

C.1.5.3. estabelecimento de limites/pré-classificações e pré-aprovadosTrata-se de um processo que determina a disposição ao risco para cada cliente. O estabelecimento destes limites se realiza de forma conjunta entre as áreas de negócio e riscos, devem ser aprovados pelo comitê executivo de riscos (ou comitês delegados) e abranger os resultados esperados do negócio em termos de risco-rentabilidade.

Em função do segmento se aplica um modelo de limites diferenciado:

•No caso de grandes grupos corporativos, utiliza-se um modelo de pré-classificação baseado em um sistema de medição e acompanhamento de capital econômico. O resultado da pré-classificação é o nível máximo de risco que se pode assumir com um cliente ou grupo em termos de valor ou prazo.

•No caso de empresas e instituições que cumprem determinados requisitos (alto conhecimento, rating, etc.) utiliza-se um modelo de pré-classificação mais simples.

•No caso de PMes e particulares, em determinadas situações em que concorrem uma série de requisitos, se estabelecem operações pré-aprovadas para clientes ou operações preconcebidas para clientes potenciais (campanhas e políticas de fomento de uso de limites).

Relatório anual 2017 241

determinação de um saldo líquido por contraparteO conceito de netting se refere à possibilidade de determinar um saldo líquido entre operações de um mesmo tipo, sob o abrigo de um acordo de marco como o ISDA ou similar.

Consiste na agregação dos valores de mercado positivos e negativos das operações de derivados que o Santander tem com uma determinada contraparte, de modo que, em caso de default, esta deva (ou o Santander deva, se o líquido for negativo) uma única quantia líquida e não um conjunto de valores positivos ou negativos correspondentes a cada operação que se tenha encerrado com ela.

Um aspeto importante dos contratos de marco é que pressupõem uma obrigação jurídica única, que engloba todas as operações que ampara. Isto é fundamental na hora de poder liquidar os riscos de todas as operações cobertas por tal contrato com uma mesma contraparte.

1. Planejamento2. Avaliação: estudo do

risco e processo de qualificação de crédito

3. Estabelecimento de limites / Pré-classificações / Pré-aprovados

4. Tomada de decisão sobre operações

5. Acompanhamento6. Medição e controle7. gestão de recuperação

CONTROLE

Pré-venda Venda Pós-venda

FEEDBACk / INFORMAÇãO

C.1.5.5. AcompanhamentoO acompanhamento periódico do desempenho do negócio e sua comparação com os planos aprovados são uma atividade essencial. Este acompanhamento se realiza em vários âmbitos:

Acompanhamento/Antecipação de clientesTodos os clientes devem ser objeto de um acompanhamento contínuo e holístico, que permita detetar antecipadamente incidentes que possam chegar a produzir na evolução do risco e que afetarão a qualidade de crédito dos clientes, de tal forma que seja possível estabelecer e executar ações concretas (predefinidas ou ad hoc) que corrijam possíveis desvios com impactos negativos sobre a Instituição. Esta responsabilidade deve ser compartilhada entre as funções comerciais e de riscos.

O acompanhamento se realiza mediante equipes de riscos (locais e globais), complementado com tarefas de auditoria interna. Está baseado na segmentação de clientes:

•Nos segmentos de empresas e instituições e PMEs com tratamento individualizado, a função se concretiza na identificação e no acompanhamento de empresas cuja situação requer uma maior intensidade no acompanhamento, nas revisões de ratings e no acompanhamento contínuo de indicadores.

Os derivativos de crédito são instrumentos financeiros cujo objetivo principal consiste em cobrir o risco de crédito comprando proteção de um terceiro, para o qual o banco transfere o risco do emitente do subjacente. Os derivativos de crédito são instrumentos de balcão (OTC - over the counter), o que significa que se negociam em mercados não regulamentados. As coberturas com derivativos de crédito, realizadas principalmente mediante credit default swaps (CDS), são contratadas com instituições financeiras de primeira linha.

garantias reaisAqueles bens afetos ao cumprimento de uma obrigação garantida e que podem ser oferecidos não só pelo próprio cliente, mas também por uma terceira pessoa. Os bens ou direitos reais objeto de garantia podem ser financeiros (dinheiro, depósitos de valores, ouro, etc.) e não financeiros (imóveis, outros bens móveis, etc.). Desta forma, os diferentes tipos de garantias são:

•garantia pignoratícia/ativos financeiros: instrumentos de dívida, de patrimônio ou outros ativos financeiros recebidos em garantia.

Um caso muito relevante de garantia real financeira é o colateral, cujo objetivo final (como na técnica de netting) é reduzir o risco de contrapartida. O colateral se constitui de um conjunto de instrumentos com valor econômico certo e com elevada liquidez, que são depositados/transferidos por uma contraparte em favor da outra, para garantir/reduzir o risco de crédito de contrapartida que possa resultar das carteiras de operações de derivativos com risco existentes entre elas. As operações sujeitas a acordos de colateral se avaliam periodicamente (normalmente dia a dia), aplicando os parâmetros definidos no contrato, de forma que se obtém um importância de colateral (normalmente em dinheiro ou valores) a pagar ou receber da contraparte.

•garantia hipotecária imobiliária: ativos imobiliários em operações com garantia hipotecária, ordinária ou de máximo. Existem processos de avaliação periódicos, baseados nos valores reais de mercado dos diferentes tipos de imóveis e que cumprem todos os requisitos estabelecidos pelos reguladores do Grupo e locais.

•outras garantias reais: garantias reais distintas das descritas anteriormente.

Por norma geral, e desde o ponto de vista da admissão de riscos, será a capacidade de reembolso a mais importante na tomada da decisão, sem que isso suponha um impedimento no requisito de um maior nível de garantias reais ou pessoais. Para o cálculo de capital regulatório, só se consideram aquelas que cumprem com os requisitos qualitativos mínimos descritos nos acordos de Basileia.

Em a aplicação de técnicas de mitigação, se seguem os requisitos mínimos estabelecidos em as políticas de gestão de garantias: certeza jurídica (possibilidade de exigir juridicamente e em todo momento a liquidação de garantias), no existência de correlação positiva sustancial entre a contraparte e o valor do colateral, correta documentação de todas as garantias, disponibilidade dos documentos metodológicos utilizados para cada técnica de mitigação e adequado acompanhamento, traçabilidade e controle periódico dos bens/ativos objeto da garantia.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de crédito

242

C.1.5.6. gestão de recuperação A atividade de recuperação é uma função relevante dentro do âmbito de gestão de riscos do Grupo. Esta função é desenvolvida pelo área de Recobrança e Recuperação, que define uma estratégia global e um enfoque integral da gestão de recuperação.

O Grupo conta com um modelo corporativo de gestão de recuperação que estabelece as diretrizes e pautas gerais de atuação que se aplicam nos diferentes países, sempre considerando as particularidades locais que a atividade de recuperação requer, seja por seu entorno econômico, seja por seu modelo de negócio ou seja pela mistura de ambos.

A atividade de recuperação tem estado alinhada com a realidade social e econômica dos diferentes países. São utilizados, com os adequados critérios de prudência, diferentes mecanismos de gestão em função de sua antigüidade, garantias e condições das dívidas não pagas.

As áreas de recuperação são áreas de gestão direta de clientes, o que faz com que este modelo corporativo tenha um enfoque de negócio, cuja criação de valor de forma sustentável no tempo se baseia na gestão eficaz e eficiente da cobrança. Os novos canais digitais ganham cada vez mais relevância na gestão de recuperação, desenvolvendo novas formas de relação com os clientes.

As diversas caraterísticas dos clientes tornam necessária uma segmentação para levar a cabo uma gestão de recuperação adequada. A gestão massiva para grandes coletividades de clientes com perfis e produtos semelhantes se realiza mediante processos com um alto componente tecnológico e digital, enquanto a gestão personalizada se orienta a clientes que, por seu perfil, requerem a designação de um gerente específico e uma análise mais individualizada.

A gestão de recuperação atua em quatro fases principais: irregularidade ou atraso precoce, recuperação de dívidas inadimplidas, recuperação de créditos falidos e gestão dos bens adjudicados.

O perímetro de gestão da função de recuperação inclui a gestão dos denominados ativos não produtivos (NPA em suas siglas em inglês), que correspondem às carteiras de reconduções, duvidosas e de ativos adjudicados, além da carteira falida, nas quais o Banco pode utilizar mecanismos de redução acelerada destas carteiras, tais como vendas de carteira de créditos ou ativos adjudicados.

O Banco mantém políticas concretas para desenvolver a gestão de recuperação, que envolvem os princípios das diferentes estratégias de recuperação, assegurando sempre, no mínimo, a qualificação e a provisão requeridas. NNeste sentido, está sempre presente a busca de soluções alternativas à via jurídica para a cobrança das dívidas.

Em regiões com exposição ao risco imobiliário, conta-se com o auxílio de instrumentos eficientes de gestão de vendas, que permitem maximizar a recuperação e reduzir o saldo em estoque .

•Nos segmentos de particulares, negócios e PMEs de menor faturamento, realiza-se uma tarefa de acompanhamento mediante alertas automáticos dos principais indicadores com o objetivo de detectar desvios no comportamento da carteira de crédito com respeito às provisões realizadas nos planos estratégicos.

Medição e controle de carteirasAdicionalmente ao acompanhamento da qualidade de crédito dos clientes, o Santander estabelece procedimentos de controle necessários para analisar as carteiras e sua evolução, assim como possíveis desvios com respeito ao planejamento ou aos níveis de alerta aprovados.

A função se desenvolve através de uma visão integral e holística do risco de crédito, estabelecendo como principais eixos o controle por regiões, áreas de negócio, modelos de gestão, produtos, etc., facilitando a detecção oportuna de focos de atenção específicos, assim como a elaboração de planos de ação para corrigir eventuais depreciações.

Na análise das carteiras se controla, de forma permanente e sistemática, a evolução do risco de crédito com respeito a orçamentos, limites e padrões de referência, avaliando os efeitos ante situações futuras, tanto exógenas quanto provenientes de decisões estratégicas, com o fim de estabelecer medidas que situem o perfil e o volume da carteira de riscos dentro dos parâmetros fixados e alinhados com o apetite estabelecido pelo Grupo.

Na fase de controle de risco de crédito se utiliza, entre outras e de forma adicional às métricas tradicionais, o seguinte:

•Custo do crédito: é o resultado de dividir as dotações de risco de crédito líquidas de recuperações de falidos de 12 meses entre a média do montante bruto de crédito a clientes do saldo desses 12 meses. O acompanhamento e o controle desta métrica reflete uma relação direta entre o apetite de risco do Grupo e das unidades, permitindo a consecução de um perfil de risco médio-baixo.

•Concentração: nos segmentos de particulares e PMEs, o acompanhamento de carteiras PAR (Perfil de Alto Risco) permite evitar concentração em portfólios cujo perfil de riscos não corresponde ao perfil médio-baixo objetivo do Grupo. Nos segmentos de SGCB, empresas e instituições se realizam acompanhamentos de limites de concentração em setores, singles names, large exposure, underwriting, specialized lending e contrapartidas com ratings < 5,0.

•Pe (perda esperada): é a estimativa da perda econômica que se produzirá durante o próximo ano na carteira existente em um momento dado. É um custo adicional da atividade, que deve ser repercutido no preço das operações.

Relatório anual 2017 243

•O risco de spread de crédito é o risco ou sensibilidade do valor das posições abertas em títulos de renda fixa ou em derivativos de crédito ante os movimentos nas curvas de spread de crédito ou nas taxas de recuperação (TR) associadas a emitentes e tipos de dívidas concretos. O spread é um diferencial entre instrumentos financeiros que cotam com um margem sobre outros instrumentos de referência, principalmente TIR de valores do Estado e taxas de juros interbancários.

•O risco de preço de matérias-primas é o derivado do efeito das mudanças potenciais nos preços das matérias-primas. A exposição no Grupo a este risco não é relevante e está concentrada em operações de derivativos de matérias-primas com clientes.

•O risco de volatilidade é o risco ou sensibilidade do valor da carteira ante mudanças na volatilidade dos fatores de risco: taxas de juros, taxas de câmbio, ações, spreads de crédito e matérias primas. Incorrem neste risco os instrumentos financeiros que têm a volatilidade como variável em seu modelo de avaliação. O caso mais significativo são as carteiras de opções financeiras.

Todos estes riscos de mercado podem ser mitigados parcial ou totalmente mediante o uso de derivativos como opções, futuros, forwards e swaps.

Adicionalmente, há outros tipos de riscos de mercado, cuja cobertura é mais complexa. Os riscos são:

•Risco de correlação. Define-se como a sensibilidade do valor da carteira ante mudanças na relação que existe entre fatores de risco (correlação), sejam do mesmo tipo (por exemplo, entre duas taxas de câmbio), sejam de natureza distinta (por exemplo, entre um taxa de juros e o preço de uma matéria-prima).

•Risco de liquidez de mercado. Risco de que uma instituição do Grupo ou o Grupo em seu conjunto não seja capaz de desfazer ou encerrar uma posição a tempo sem impactar o preço de mercado ou o custo da transação. O risco de liquidez de mercado pode ser causado pela redução do número de criadores de mercado ou de investidores institucionais, pela execução de grandes volumes de operações e pela instabilidade dos mercados, aumentando com a concentração existente em certos produtos e moedas.

C.2.1. Atividades sujeitas a risco de mercado e tipos de risco de mercado

O perímetro envolve as operações nas quais se assume risco patrimonial em conseqüência de mudanças nos fatores de mercado. Incluem-se tanto os riscos da atividade de negociação (trading), quanto os riscos estruturais que também são afetados pelos os movimentos dos mercados.

O risco provém da variação dos fatores de risco - taxa de juros, índice de inflação, taxa de câmbio, renda variável, spread de crédito, preço de matérias primas e volatilidade de cada um dos anteriores, bem como do risco de liquidez dos diversos produtos e mercados em que o Grupo opera e o risco de liquidez de saldos.

•O risco de taxa de juros é a possibilidade de que variações nas taxas de juros possam afetar de forma adversa o valor de um instrumento financeiro, de uma carteira ou do Grupo em sua totalidade. Afeta, entre outros, os empréstimos, depósitos, títulos de dívida, a maioria dos ativos e passivos das carteiras de negociação, assim como os derivativos.

•O risco de índice de inflação é a possibilidade de que variações nos índices de inflação possam afetar de forma adversa o valor de um instrumento financeiro, de uma carteira ou do Grupo em sua totalidade. Afeta, entre outros, empréstimos, títulos de dívida e derivativos, cuja rentabilidade está vinculada à inflação ou a uma taxa de variação real.

•O risco de taxa de câmbio se define como a sensibilidade do valor da posição em moeda distinta da moeda base a um movimento potencial das taxas de câmbio. Desta forma, uma posição longa ou comprada em uma divisa estrangeira produzirá uma perda caso essa divisa se deprecie frente à divisa base. Entre as posições afetadas por este risco estão os investimentos em filiais em moedas diferentes do euro, assim como os empréstimos, valores e derivativos expressos em moeda estrangeira.

•O risco de renda variável é a sensibilidade do valor das posições abertas em títulos de renda variável ante movimentos adversos nos preços de mercado dos mesmos ou nas expetativas de dividendos futuros. Entre outros instrumentos, afeta a posições em ações, índices de renda variável, bônus conversíveis e derivados sobre subjacentes de renda variável (put, call, equity swaps, etc.).

C.2. Risco de mercado de negociação, estrutural e de liquidez

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de mercado de negociação, estrutural e liquidez

244

c) Risco de liquidez: na medição do risco de liquidez, consideram-se os seguintes tipos de riscos:

•Risco de financiamento (ou de liquidez a curto prazo): identifica a possibilidade de que a instituição seja incapaz de cumprir suas obrigações como consequência da impossibilidade de vender ativos ou obter financiamento.

•Risco de defasagem (ou de liquidez a longo prazo): identifica a possibilidade de que as diferenças entre as estruturas de vencimentos dos ativos e dos passivos gerem um sobrecusto para a instituição como consequência de uma gestão inadequada ou de uma situação de mercado que possa afetar à disponibilidade ou o custo das fontes de financiamento.

•Risco de contingência: identifica a possibilidade de não dispor de alavancas de gestão adequadas para a obtenção de liquidez, como consequência de um evento extremo que implique maiores necessidades de financiamento ou de colateral para obter a liquidez.

•Risco de concentração: identifica a possibilidade de que a instituição tenha excesso de concentração em fontes de financiamento em termos de contrapartidas, prazos, produtos ou regiões, que possa ocasionar um problema no caso de que esta concentração presuma uma possível não renovação do financiamento.

•Risco de mercado para efeitos de risco de liquidez: risco de perda de valor do buffer de ativos líquidos da instituição e de que a variação de valor das operações da instituição (derivativos e garantias, entre outros) possa implicar necessidades adicionais de colateral e, portanto, piora de liquidez.

•Risco de asset encumbrance ou de excesso de ativos comprometidos em operações de financiamento e outros tipos de operações de mercado: risco de não dispor de suficientes ativos livres de gravames para fazer frente às necessidades de colateral ou margem ou para executar as ações previstas no plano de contingência de liquidez.

d) Riscos de aposentadorias e atuarial:

•Risco de aposentadorias: risco assumido pela instituição em relação aos compromissos de aposentadoria dos seus funcionários. Reside na possibilidade de que o fundo não cubra estes compromissos no período de cobrança da prestação e a rentabilidade obtida pela carteira não seja suficiente e obrigue o Grupo a aumentar o nível de aportes.

•Risco atuarial: perdas inesperadas produzidas como consequência de um aumento nos compromissos com os tomadores de seguros, assim como as perdas derivadas de um aumento na previsão de gastos.

•Risco de pagamento antecipado ou cancelamento. Quando em determinadas operações a relação contratual permite, de forma expressa ou tácita, o cancelamento antecipado antes do vencimento, sem negociação, existe o risco de que os fluxos de caixa tenham que ser reinvestidos com um taxa de juros potencialmente mais baixa. Afeta principalmente empréstimos e títulos hipotecários.

•Risco de respaldo. Surge como consequência da participação de uma instituição no respaldo de uma colocação de títulos ou outro tipo de dívida, assumindo o risco de passar a possuir parcialmente a emissão ou o empréstimo como consequência da não colocação do total da emissão entre os potenciais compradores.

Além dos riscos de mercado acima, também há que considerar o risco de liquidez de saldos. Neste caso, diferente do risco de liquidez de mercado, o risco de liquidez se define como a possibilidade de não cumprir com as obrigações de pagamento pontualmente ou de fazê-lo com um custo excessivo. Entre os tipos de perdas que se ocasionam por este risco se encontram perdas por vendas forçadas de ativos ou impactos na margem pela defasagem entre as previsões de saídas e entradas de caixa.

Por outro lado, também dependem dos movimentos nos fatores de mercado o risco de aposentadorias e o risco atuarial, que se descrevem mais adiante.

Em função da finalidade do risco, as atividades se segmentam da seguinte forma:

a) negociação: atividade de serviços financeiros a clientes e atividade de compra-venda e posicionamento em produtos de renda fixa, renda variável e divisas, principalmente. A divisão SGCB (Santander Global Corporate Banking) é a principal responsável por sua gestão.

b) Riscos estruturais: riscos de mercado inerentes no balanço, excluindo a carteira de negociação. As decisões de gestão destes riscos se tomam através dos Assets and Liabilities Committee (ALCO) de cada país em coordenação com o ALCO do Grupo e são executadas pela divisão Financeira. Com esta gestão se procura dar estabilidade e recorrência à margem financeira da atividade comercial e ao valor econômico do Grupo, mantendo níveis adequados de liquidez e solvência. Os riscos são os seguintes:

•Risco de juros estrutural: surge devido às defasagens existentes nos vencimentos e na reavaliação de todos os ativos e passivos do balanço.

•Risco estrutural de câmbio/cobertura de resultados: risco de taxa de câmbio ocasionado porque a divisa na que se realiza o investimento é distinta do euro, tanto nas empresas consolidáveis quanto nas não consolidáveis (taxa de câmbio estrutural). Adicionalmente, incluem-se nesta categoria as posições de cobertura de taxa de câmbio de resultados futuros gerados em moedas diferentes do euro (cobertura de resultados).

•Risco estrutural de renda variável: engloba os investimentos através de participações de capital em companhias que não consolidam, financeiras e no financeiras, assim como através de carteiras disponíveis para venda formadas por posições de renda variável.

Relatório anual 2017 245

C.2.2.1.1. Análise do vaR24

Durante 2017, o Grupo Santander tem mantido sua estratégia de concentrar sua atividade comercial nos negócios dos clientes, minimizando no possível as exposições de risco direcionais abertas em termos líquidos. Isso tem-se refletido no Value at Risk (VaR) da carteira de negociação de SGCB; em que pese a volatilidade experimentada no Brasil durante o mês de maio, tanto nas taxas de juros quanto nas taxas de câmbio, devido a sua situação política, tem evolucionado em torno de níveis ligeiramente superiores à média dos três últimos anos e termina 2017 em 10,2 milhões de euros, próximo do nível mínimo do ano25.

histogRama de vaR 2015-2017

VaR de 99% com horizonte temporal de um dia Número de dias (%) em cada faixa

Núm

ero

de d

ias

(%)

VaR em milhões de euros

<11 13 16 19 22 25 28 31 34 >37

0,8%

8,4%

4,5%

21,5%

10,2%

2,8%

14,8%

5,5%

30,3%

1,2%

C.2.2. Risco de mercado de negociação

C.2.2.1. Principais magnitudes e evolução23

O perfil de risco de negociação da instituição se manteve moderadamente baixo em 2017, em linha com os exercícios anteriores, devido a que ,historicamente, a atividade do Grupo tem-se concentrado em prestar serviço aos seus clientes, à limitada exposição a ativos estruturados complexos e à diversificação geográfica e por fator de risco.

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dez

20

17

65

60

55

50

45

40

35

30

25

20

15

10

5

evolução do vaR 2015-2017 (sem populaR)

Milhões de euros VaR de 99% com horizonte temporal de um dia

— vaR— media móvel 15 dias— vaR médio 3 anos

máx (63,2)

mÍn (9,7)

Em 2017, o VaR flutuou entre 9,7 e 63,2 milhões de euros. As variações mais significativas decorreram das mudanças na exposição à taxa de câmbio e taxa de juros, bem como à volatilidade do mercado.

O VaR médio em 2017, 21,5 milhões de euros, tem sido ligeiramente superior ao assumido os dos anos anteriores (18,3 milhões de euros em 2016 e 15,6 milhões de euros em 2015).

O seguinte histograma descreve a distribuição de frequências do risco medido em termos de VaR durante o período de 2015 a 2017. Pode-se observar a acumulação de dias com níveis entre 13 e 31 milhões de euros (95,2%). Os valores maiores de 31 milhões de euros (3,6%) se concentram em períodos afetados principalmente por incrementos pontuais de volatilidade, fundamentalmente no real contra o dólar e o euro, assim como nas taxas de juros no Brasil.

23. Não inclui Popular. A carteira de trading do Popular representa menos de 1% do risco de mercado equivalente do Grupo Santander, apresentando baixas atividade e complexidade.

24. Value at Risk. A definição e a metodologia de cálculo do VaR se encontram na seção C.2.2.2.1. Value at Risk (VaR).

25. Relativo à atividade de negociação em mercados financeiros do SGCB (Santander Global Corporate Banking). Adicionalmente à atividade de negociação do SGCB, existem outras posições classificadas contabilmente como de negociação, sendo de de 9,9 milhões de euros o VaR total de negociação deste perímetro contábil .

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de mercado de negociação, estrutural e liquidez

246

Risco por fator Na seguinte tabela se englobam os valores médios e últimos do VaR ao 99% por fator de risco nos três últimos anos, assim como os valores mínimos e máximos em 2017 e o Expeted Shortfall (ES) de 97,5%26

no fechamento de 2017:

estatÍsticas de vaR e ExPEtEd SHortfAll poR FatoR de Risco27, 28

Milhões de euros VaR de 99% e ES de 97,5% com horizonte temporal de um dia

2017 2016 2015

vaR (99%)es

(97,5%) vaR vaR

mínimo médio máximo Final Final médio Final médio Final

Tota

l neg

ocia

ção

Total 9,7 21,5 63,2 10,2 11,5 18,3 17,9 15,6 13,6

Efeito diversificação (2,1) (8,0) (39,9) (7,6) (7,9) (10,3) (9,6) (11,1) (5,8)

Taxa de juros 7,7 16,2 70,4 7,9 10,0 15,5 17,9 14,9 12,7

Renda variável 1,0 3,0 5,9 1,9 2,1 1,9 1,4 1,9 1,1

Taxa de câmbio 2,1 6,6 15,7 3,3 2,8 6,9 4,8 4,5 2,6

Spread de crédito 2,3 3,6 5,1 4,6 4,6 4,2 3,3 5,2 2,9

Matérias-primas 0,0 0,0 0,1 0,0 0.0 0,1 0,1 0,2 0,1

Euro

pa

Total 4,8 7,0 12,0 6,4 6,9 9,0 9,4 11,6 11,1

Efeito diversificação (3,2) (6,1) (11,1) (6,0) (5,6) (9,1) (7,6) (8,3) (5,6)

Taxa de juros 4,3 6,1 11,5 5,7 5,7 8,2 9,1 10,6 10,9

Renda variável 0,3 1,1 2,9 0,5 0,6 1,6 1,5 1,4 1,0

Taxa de câmbio 0,3 2,1 5,7 1,4 1,5 4,1 3,0 3,3 1,9

Spread de crédito 2,4 3,7 5,7 4,7 4,7 4,1 3,4 4,4 2,8

Matérias-primas 0,0 0,0 0,1 0,0 0.0 0,1 0,1 0,2 0,1

Am

éric

a La

tina

Total 7,7 20,1 72,8 8,4 9,2 13,7 13,5 10,6 9,7

Efeito diversificação 1,6 (3,7) (34,9) (4,1) (4,3) (3,6) (2,7) (4,8) (4,4)

Taxa de juros 7,2 15,1 82,3 7,5 8,7 11,4 13,0 10,7 9,3

Renda variável 0,5 3,3 6,5 1,9 2,2 1,4 0,8 1,5 0,5

Taxa de câmbio 1,5 5,5 14,7 3,1 2,6 4,5 2,4 3,2 4,3

EUA

e Á

sia

Total 1,2 2,1 3,7 1,2 1,5 1,3 2,7 0,9 0,9

Efeito diversificação 0,5 (0,6) (1,7) (0,4) (0,2) (0,5) (0,6) (0,5) (0,4)

Taxa de juros 1,2 2,0 2,9 1,2 1,4 1,3 2,7 0,8 0,8

Renda variável 0,0 0,2 1,4 0,0 0,0 0,1 0,0 0,1 0,0

Taxa de câmbio 0,1 0,5 1,3 0,4 0,2 0,4 0,5 0,4 0,4

Ati

vida

des

glob

ais Total 0,1 0,4 0,7 0,2 0,2 0,6 0,5 1,6 0,4

Efeito diversificação (0,0) (0,1) (0,2) (0,1) (0,0) (0,1) (0,1) (0,6) (0,2)

Taxa de juros 0,0 0,1 0,3 0,0 0,0 0,1 0,1 0,5 0,1

Spread de crédito 0,1 0,4 0,6 0,2 0,2 0,5 0,5 1,6 0,4

Taxa de câmbio 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

26. Na seção C.2.2.2.2 se detalha a definição desta métrica. Seguindo a recomendação do Comitê de Basileia em seu documento consultivo Fundamental review of the trading book: a revised market risk framework (outubro de 2013), o nível de confiança de 97,5% supõe aproximadamente um nível de risco similar ao que captura o VaR com o nível de confiança de 99%.

27. O VaR de atividades globais inclui operações não designadas a nenhuma região específica.

28. Na América Latina, Estados Unidos e Ásia, os níveis de VaR dos fatores spread de crédito e matérias-primas não se mostram de forma separada por sua escassa ou nula materialidade.

Relatório anual 2017 247

C.2.2.1.2. Medidas de calibração e contrasteAs perdas reais podem diferir das prognosticadas pelo VaR por distintas razões relacionadas com as limitações desta métrica, que se detalham mais adiante na seção de metodologias. Por isso, o Grupo realiza regularmente análise e testes de contraste da efetividade do modelo de cálculo do VaR com o objetivo de confirmar seu confiabilidade.

O teste mais importante consiste nos exercícios de backtesting, analisados tanto em nível local quanto global, seguindo em todos os casos a mesma metodologia. O exercício de backtesting consiste em comparar as medições de VaR prognosticadas, dados um determinado nível de confiança e horizonte temporal, com os resultados reais de perdas obtidas durante um horizonte temporal igual ao estabelecido. Isto permite, no caso, detectar anomalias no modelo de VaR da carteira em questão (por exemplo, deficiências na parametrização dos modelos de avaliação de certos instrumentos, proxies pouco adequados, etc.).

No Santander se calculam e avaliam três tipos de backtesting:

•Backtesting "limpo': o VaR diário se compara com os resultados obtidos sem ter em conta os resultados intradia nem as mudanças nas posições da carteira. Com este método se contrasta a efetividade dos modelos individuais utilizados para avaliar e medir os riscos das distintas posições.

•Backtesting sobre resultados completos: o VaR diário se compara com os resultados líquidos do dia, incluindo os resultados da operação intradia e os gerados por comissões.

•Backtesting sobre resultados completos sem margens (mark up’s) nem comissões: o VaR diário se compara com os resultados líquidos do dia, incluindo os resultados da operação intradia, mas excluindo os gerados por margens e comissões. Com este método se pretende ter uma ideia do risco intradia assumido pelas tesourarias do Grupo.

Para o primeiro dos casos e a carteira total, em 2017 se produzem duas exceções de Value at Earnings (VaE)30 de 99% (dia em que o lucro diário foi superior ao VaE) no dia 23 de maio, explicada pelos fortes movimentos nas taxas de câmbio do euro e do dólar frente ao real, assim como nas curvas de taxas de juros brasileiras, como consequência dos acontecimentos políticos do país, e a segunda, no dia 28 de dezembro, por um movimento generalizado dos mercados favorável para as posições das carteiras.

Também se tem produzido uma exceção de VaR de 99% (dia em que a perda diária foi superior ao VaR) no dia 18 de maio, explicada pelo mesmo motivo que a exceção no VaE do mesmo mês.

O número de exceções produzidas é consistente com as hipóteses especificadas no modelo de cálculo de VaR.

O VaR no fechamento do ano diminuiu 7,7 milhões de euros em relação ao fechamento de 2016, aumentando o VaR médio em 3,2 milhões de euros. Por fator de risco, o VaR médio aumentou em taxa de juros e renda variável, enquanto que diminuiu em taxa de câmbio, spread de crédito e matérias-primas. Por área geográfica, aumentou ligeiramente na América Latina e nos Estados Unidos/Ásia, enquanto que diminuiu no resto de regiões.

A evolução do VaR para cada fator de risco tem seguido em geral uma tendência estável nos últimos anos. Os saltos transitórios do VaR dos diversos fatores se explicam mais por aumentos pontuais da volatilidade dos preços de mercado que por variações significativas nas posições.

históRico de vaR poR FatoR de Risco

Milhões de euros VaR de 99% com horizonte temporal de um dia (média móvel 15 dias)

— VaR Taxa juros— VaR Spread Crédito

— VaR R. Variável— VaR Commodities

— VaR Taxa de Câmbio

25

20

15

10

5

0

Jan

2015

mar

20

15

may

20

15

Jul 2

015

set 2

015

nov

20

15

Jan

2016

mar

20

16

may

20

16

Jul 2

016

set 2

016

nov

20

16

dez

20

16

Jan

2017

mar

20

17

may

20

17

Jul 2

017

set 2

017

nov

20

17

dez

20

17

Por último, na tabela anexa se mostram estatísticas comparativas do VaR frente ao Stressed VaR29 para a atividade de negociação das duas unidades com maior VaR médio em 2017.

estatÍsticas de vaR Y stRessed vaR em 2017: pRincipais caRteiRas

Milhões de euros var e Stressed var de 99% com horizonte temporal de um dia

2017 2016

mín médio máx Final médio Final

espanhaVaR (99%) 2,3 3,9 5,6 5,3 5,7 4,7

Stressed VaR (99%) 12,8 17,6 25,0 17,9 14,9 14,3

BrasilVaR (99%) 6,2 18,6 72,7 6,3 12,0 10,6

Stressed VaR (99%) 9,0 31,4 66,7 11,7 22,2 23,0

29. Descrição na seção C.2.2.2.2.

30. A definição e a metodologia de cálculo do VaE se encontra na seção C.2.2.2.1.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de mercado de negociação, estrutural e liquidez

248

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Binômio vaR – Resultado de gestão: distRiBuição geogRáFica

VaR médio (de 99% com horizonte temporal de um dia) e resultado de gestão acumulado anual (milhões de euros). % sobre totais anuais

latinoamérica

Resu

ltad

o de

ge

stão

anu

al

Resu

ltad

o de

ge

stão

anu

al

Resu

ltad

o de

ge

stão

anu

al

Resu

ltad

o de

ge

stão

anu

al

vaR

méd

io

anua

l

vaR

méd

io

anua

l

vaR

méd

io

anua

l

vaR

méd

io

anua

l

2015

2015

2015

2015

2015

2015

2015

2015

2016

2016

2016

2016

2016

2016

2016

2016

2017

2017

2017

2017

2017

2017

2017

2017

europa eua e ásia atividades globais

Resultado de gestão

2015 2016 2017

vaR médio anual

2015 2016 2017

2 ja

n 20

15

13 fe

v 20

15

27 m

ar 2

015

8 m

ai 2

016

19 ju

n 20

15

31 ju

l 20

15

11 s

et 2

015

23 o

ut 2

015

4 de

z 20

15

15 ja

n 20

16

26 fe

v 20

16

8 ab

r 20

16

20 m

ai 2

016

1 jul

20

16

12 a

go 2

016

23 s

et 2

016

4 no

v 20

16

16 d

ez 2

016

27 ja

n 20

17

10 m

ar 2

017

21 a

br 2

017

2 ju

n 20

17

14 ju

l 20

16

25 a

go 2

017

6 ou

t 20

17

17 n

ov 2

017

29 d

ez 2

017

65

50

35

10

5

-25

-40

-55

-70

BAcktEStINg de caRteiRas de negociação: Resultados diáRios vs. vaR dia anteRioR

Milhões de euros

— P&L Limpo

— VaE 99%

— VaE 95%

— VaR 99%

— VaR 95%

C.2.2.1.3. distribuição de riscos e resultados de gestão31

distribuição geográficaNa atividade de negociação, o aporte médio da América Latina ao VaR total do Grupo em 2017 foi do 88,4%, frente a uma contribuição de 43,8% nos resultados econômicos. Por sua parte, a Europa, com um peso de 10,6% no risco global, aportou 50,5% dos resultados. Em relação aos anos anteriores, observa-se uma progressiva homogeneização no perfil da atividade nas diferentes unidades do Grupo, focado de forma generalizada no serviço a clientes profissionais e institucionais.

A seguir se expõe a contribuição geográfica para o total do Grupo em porcentagem, tanto em riscos, medidos em termos de VaR, quanto em resultados, medidos em termos econômicos.

31. Resultados em termos assimiláveis pela Margem Bruta (não incluem gastos de exploração, ou o financeiro seria o único custo).

Relatório anual 2017 249

C.2.2.1.4. gestão do risco de derivativosA atividade de derivativos está focada principalmente na comercialização de produtos de investimento e na cobertura de riscos para clientes. A gestão está orientada para que o risco líquido aberto seja o mais reduzido possível.

Este tipo de operações inclui opções tanto de renda variável quanto de renda fixa e de taxa de câmbio. As unidades onde se tem realizado principalmente esta atividade são Espanha, Brasil, Reino Unido e México.

No seguinte gráfico se mostra a evolução do risco VaR Vega33 do negócio de derivativos durante os três últimos anos. Observa-se que tem flutuado em torno de uma média de 4 milhões de euros. Em geral, os períodos com níveis de VaR mais elevados respondem a episódios de aumento significativo da volatilidade nos mercados.

Em 2015 o VaR Vega, embora similar ao do ano anterior durante o primeiro trimestre do ano, viu-se afetado nos dois trimestres seguintes pela alta volatilidade do mercado, produzida por eventos como o resgate da Grécia, a alta volatilidade da bolsa na China e a valorização de sua moeda, ou a queda do rating do Brasil e a forte depreciação do real frente ao euro e ao dólar.

Durante o ano de 2016 houve vários eventos que provocaram um pico da volatilidade no mercado (Brexit, eleições gerais na Espanha e nos Estados Unidos, situação político-econômica no Brasil, referendo constitucional na Itália).

distribuição temporal No gráfico seguinte se mostra o perfil temporal da assunção de risco, em termos de VaR, frente ao de resultado ao longo de 2017. Pode observar-se que o VaR médio se manteve relativamente estável no primeiro semestre, em linha com os resultados, apresentando mais volatilidade no segundo semestre devido à instabilidade dos mercados.

Janeiro Fevereiro março abril maio Junho Julho agosto setembro outubro novembro dezembro

20%

15%

10%

5%

0%

distRiBuição tempoRal de Riscos e Resultados em 2017: poRcentagens soBRe totais anuais

VaR (de 99% com horizonte temporal de um dia) e resultado de gestão acumulado anual (milhões de euros), % sobre totais anuais

Resultado de gestão mensal vaR médio mensal

O seguinte histograma de frequências detalha como se têm distribuído os resultados econômicos diários em função de sua magnitude no período 2015-2017. Observa-se que em mais de 94,5% dos dias com mercado aberto os rendimentos diários32 se têm situado no intervalo entre –10 e +10 milhões de euros.

histogRama de FRequências de Resultados de gestão diáRios (mtm) 2015-2017

Resultados diários de gestão ‘limpos’ de comissões e operações intradia (milhões de euros). Número de dias (%) em cada faixa

Núm

ero

de d

ias

(%)

>-20 -1

5

-10 -5 0 5 10 15 20 >20

38,7%

3,3%

9,7%

0,9% 0,8%

27,8%

15,1%

3,2%

0,1% 0,4%

32. Rendimentos "limpos" de comissões e resultados derivados de operações intradia.

33. Entende-se pelo termo grego Vega a sensibilidade do valor de uma carteira ante mudanças no preço da volatilidade de mercado.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de mercado de negociação, estrutural e liquidez

250

O ano de 2017, salvo em ocasiões pontuais, tem sido menos volátil que os dois anteriores, o que se traduz em um menor risco e, portanto, menores níveis de VaR Vega.

16

14

12

10

8

6

4

2

0

— Media móvel 15 dias— VaR Vega

evolução de Risco (vaR) do negócio de deRivativos

Milhões de euros VaR Vega de 99% com horizonte temporal de um dia

Jan

2015

mar

20

15

may

20

15

Jul 2

015

set 2

015

nov

20

15

Jan

2016

mar

20

16

may

20

16

Jul 2

016

set 2

016

nov

20

16

Jan

2017

mar

20

17

may

20

17

Jul 2

017

set 2

017

nov

20

17

dez

20

17

Quanto ao VaR Vega por fator de risco, em média, a exposição tem estado concentrada, nesta ordem, em renda variável, taxa de juros, taxa de câmbio e matérias-primas. Isto se mostra na seguinte tabela:

deRivativos FinanceiRos. Risco (vaR) poR FatoR de Risco

Milhões de euros VaR de 99% com horizonte temporal de um dia

2017 2016 2015

mínimo médio máximo Final médio Final médio Final

VaR Vega Total 1,4 2,3 3,7 2,5 4,0 2,5 6,8 7,0

Efeito diversificação (0,6) (1,5) (3,1) (0,6) (2,4) (2,3) (2,3) (1,7)

VaR taxa de juros 0,6 1,3 2,5 0,7 3,6 2,6 6,5 7,3

VaR renda variável 0,9 1,5 2,2 1,4 1,7 1,3 1,5 0,8

VaR taxa de câmbio 0,4 0,9 2,4 1,0 1,1 0,9 1,1 0,6

VaR matérias-primas 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,0

Relatório anual 2017 251

A política do Santander a respeito da aprovação de novas operações relacionadas com estes produtos continua sendo muito prudente e conservadora e está sujeita a uma estrita supervisão por parte da alta direção do Grupo. Antes de autorizar a implantação de uma nova operação, produto ou subjacente, na divisão de Riscos se verifica:

•A existência de um modelo de avaliação adequado para o acompanhamento do valor de cada exposição, mark-to-market, mark-to-model ou mark-to-liquidity.

•A disponibilidade de dados observáveis no mercado (inputs) necessários para aplicar tal modelo de avaliação.

Sempre que se cumpram os dois pontos anteriores:

•A disponibilidade de sistemas adequados e devidamente adaptados para o cálculo e acompanhamento diário dos resultados, posições e riscos das novas operações propostas.

•O grau de liquidez do produto ou subjacente para possibilitar sua cobertura no momento que se considere oportuno.

C.2.2.1.5. Risco emitente nas carteiras de negociaçãoA atividade de negociação em risco de crédito se concentra principalmente na Tesouraria da Espanha. Instrumenta-se mediante posições em bônus e CDS (credit default swaps) em diferentes prazos sobre referências corporativas e financeiras, assim como em índices (Itraxx, CDX).

Com relação a sua distribuição por unidade de negócio, a exposição tem estado concentrada em sua maioria, nesta ordem, na Espanha, Brasil, Reino Unido e México.

deRivativos FinanceiRos. Risco (vaR) poR unidade

Milhões de euros VaR de 99% com horizonte temporal de um dia

2017 2016 2015

mínimo médio máximo Final médio Final médio Final

VaR Vega Total 1,4 2,3 3,7 2,5 4,0 2,5 6,8 7,0

Espanha 1,0 1,9 3,0 1,7 3,6 2,3 6,6 6,9

Santander Uk 0,5 0,6 0,8 0,6 1,3 0,9 0,9 0,9

Brasil 0,4 0,8 3,1 0,9 0,8 0,7 0,7 0,4

México 0,2 0,5 1,2 0,7 0,4 0,2 0,8 0,3

O risco médio de 2017, 2,3 milhões de euros é inferior ao dos anos 2016 e 2015, pelo motivo comentado anteriormente.

o grupo santander segue tendo uma exposição muito limitada a instrumentos ou veículos estruturados complexos, reflexo da manutenção de uma cultura de gestão na qual a prudência na gestão de riscos constitui uma dos suas principais símbolos de identidade. Em ambos os casos, a exposição tem voltado a se reduzir em relação ao ano anterior, pelo que o Grupo conta com:

•Hedge Funds: a exposição total não é significativa (32,6 milhões de euros no fechamento de 2017), sendo toda indireta, atuando como contrapartida em operações de derivativos. O risco com este tipo de contrapartidas se analisa caso a caso, estabelecendo as porcentagens de colateralização em função das caraterísticas e ativos de cada fundo.

•Monolines: a exposição a companhias seguradoras de bônus (denominadas monolines) em dezembro de 2017 era de 27,3 milhões de euros, toda indireta, em virtude da garantia prestada por este tipo de instituições a diversas operações de financiamento ou securitização tradicional. A exposição neste caso é ao doble default, sendo os subjacentes primários de alta qualidade de crédito.

Sua origem se deve principalmente à integração de posições de instituições adquiridas pelo Grupo, como o Sovereign em 2009. Todas estas posições eram conhecidas no momento da compra, tendo sido devidamente provisionadas. Desde a integração no Grupo estas posições têm-se reduzido notadamente com o objetivo final de sua eliminação do balanço.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de mercado de negociação, estrutural e liquidez

252

Na tabela anexa se mostram as maiores posições no fechamento do ano na Espanha, distinguindo entre posições longas (compra do bônus ou venda de proteção via CDS) e posições curtas (venda do bônus ou compra de proteção via CDS).

pRincipais posições longas e cuRtas

Milhões de euros

maiores posições "longas"(venda de proteção)

maiores posições "curtas"(compra de proteção)

exposição em caso de default (eAd) % sobre eAd total

exposição em caso de default (eAd) % sobre ead total

1ª referência 129 2,9% (166) 2,8%

2ª referência 89 2,0% (25) 0,4%

3ª referência 68 1,5% (16) 0,3%

4ª referência 64 1,4% (14) 0,2%

5ª referência 60 1,3% (9) 0,2%

Subtotal top 5 410 9,1% (230) 3,9%

Total 4.462 100% (5.863) 100%

Nota: presume-se recuperação nula (LCR = 0) no cálculo de EAD.

C.2.2.1.6. Análise de cenáriosDurante 2017, têm-se calculado e analisado periodicamente (no mínimo mensalmente) diferentes cenários de estresse, em níveis local e global, sobre todas as carteiras de negociação e considerando os mesmos pressupostos por fator de risco.

Cenário de máxima volatilidade (worst case)Neste cenário se presta uma atenção especial ao combinar movimentos históricos dos fatores de risco com uma análise ad-hoc para descartar combinações de variações muito improváveis (por exemplo, quedas fortes da bolsa junto a uma diminuição da volatilidade). Como alternativa se aplica uma volatilidade histórica equivalente a seis desvios típicos em uma distribuição normal. O cenário está definido tomando para cada fator de risco aquele movimento que presume uma maior perda potencial na carteira, descartando as combinações mais improváveis em termos econômico-financeiros.

No fechamento de ano, tal cenário implicava, para a carteira global, altas nas curvas de taxas de juros nos mercados latinoamericanos e baixas nos mercados core, quedas das bolsas, depreciação de todas as divisas frente ao euro, e aumento dos spreads de crédito e da volatilidade.

A seguinte tabela nos mostra os resultados deste cenário no fechamento de 2017.

cenáRio de estResse: máxima volatilidade (wORST CASE)

Milhões de euros

taxa de juros Renda variável taxa de câmbio Spread crédito matérias-primas total

Total negociação (32,5) (8,7) (5,3) (18,7) (0,0) (65,2)

Europa (10,3) (3,3) (1,9) (18,2) (0,0) (33,7)

América Latina (21,0) (5,4) (3,0) (0,0) (0,0) (29,4)

Estados Unidos (0,1) (0,0) (0,3) (0,0) (0,0) (0,4)

Atividades globais (0,1) (0,0) (0,0) (0,5) (0,0) (0,6)

Ásia (1,0) (0,0) (0,1) (0,0) (0,0) (1,1)

Relatório anual 2017 253

movimentos a curto prazo das variáveis de mercado que podem afetar negativamente tais posições.

"Cenário adverso da EBA': cenário representado em seu exercício de estresse The EBA 2014 EU-wide Stress Test e atualizado em janeiro de 2016. Respondia inicialmente a um cenário adverso proposto por bancos europeus, pensando em um horizonte 2014–2016 e atualizado o ano passado para o horizonte 2016-2018. Reflete os riscos sistêmicos que se consideram como as maiores ameaças à estabilidade do setor bancário da União Europeia.

Análise dos Reverse stress tests, nas quais se parte do estabelecimento de um resultado predefinido (inviabilidade de um modelo de negócio ou possibilidade de quebra) e posteriormente se procede à identificação dos cenários e movimentos de fatores de risco que podem levar a essa situação.

Mensalmente se elabora um relatório de avaliação de cenários de estresse consolidado com as explicações das variações principais dos resultados para os distintos cenários e unidades. Também se estabeleceu um mecanismo de alerta, de forma que quando a perda de um cenário é elevada em termos históricos e/ou do capital consumido pela carteira em questão, comunica-se isso ao correspondente responsável de negócios.

Mostramos os resultados dos cenários globais para os três últimos anos:

Do resultado da análise se desprende que a quebra econômica que sofreria o Grupo em suas carteiras de negociação, em termos de resultado mark to market (MtM), seria, presumindo que se deram no mercado os movimentos de estresse definidos neste cenário, de 65,2 milhões de euros, perda que estaria concentrada na Europa (nesta ordem, em spread de crédito, taxa de juros, renda variável e taxa de câmbio) e na América Latina (nesta ordem, em taxa de juros, renda variável e taxa de câmbio).

outros cenários globais de estresse"Crise abrupta': cenário ad-hoc com movimentos muito bruscos nos mercados. Subida das curvas de taxas de juros, forte queda das bolsas, forte valorização do dólar frente ao resto das divisas, alta da volatilidade e dos spreads de crédito.

"Crise subprime": cenário histórico da crises ocorridas no mercado depois das crises de hipotecas nos Estados Unidos. O objetivo da análise é capturar o impacto nos resultados da diminuição da liquidez nos mercados. Os cenários terão dois horizontes temporais distintos, um dia e 10 dias; em ambos casos se estabelecem quedas das bolsas, quedas das taxas de juros nos mercados core e alta nos emergentes, e valorização do dólar frente ao resto das divisas.

"Cenário plausível forward looking": cenário hipotético plausível definido em nível local nas unidades de Riscos de Mercado, baseando-se nas posições das carteiras e seu juízo especializado sobre os

2015 2016 2017100

50

0

-50

-100

-150

-200

-250

Worst case crise abrupta plausible Fwd looking

crise 07-08 1d crise 07-08 10d

adverso eBa

Resultados de estResse. compaRação dos cenáRios 2015-2017 (médias anuais)

Milhões de euros

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de mercado de negociação, estrutural e liquidez

254

C.2.2.2. Metodologias

C.2.2.2.1. Value at Risk (vaR)A metodologia padrão aplicada no Grupo Santander para a atividade de negociação é o Value at Risk (VaR), que mede a máxima perda esperada com um nível de confiança e um horizonte temporal determinados. Utiliza-se como base o padrão de simulação histórica com um nível de confiança do 99% e um horizonte temporal de um dia e se aplicam ajustes estatísticos que permitem incorporar de forma eficaz e rápida os acontecimentos mais recentes que condicionam os níveis de riscos assumidos. Em concreto, utiliza-se uma janela temporal de dois anos ou 520 dados diários, obtidos retroativamente à data de referência do cálculo do VaR. Calculam-se diariamente dois indicadores, um aplicando um fator de queda exponencial, que outorga menor peso às observações mais distantes no tempo em vigor, e outro com pesos uniformes para todas as observações. O VaR reportado é o maior dos dois.

C.2.2.1.7. vinculação com as partidas do balanço. outras medidas de risco alternativasA seguir se mostram as partidas do balanço consolidado do Grupo no fechamento de 2017 sujeitas a risco de mercado, distinguindo as posições cuja principal métrica de risco é o VaR daquelas cujo acompanhamento se efetua com outras métricas. Ressaltam-se as partidas sujeitas a risco de mercado de negociação.

Relação de métRicas de Risco com os saldos de Balanço de situação consolidado do gRupo

Milhões de euros

métrica principal de risco de mercado

saldo em

balanço vaR outrasprincipal fator de risco para balanço em ‘outras’

Ativos sujeitos a risco de mercado 1.444.305 167.943 1.276.362

Caixa e depósitos em bancos centrais 110.995 110.995 Taxa de juros

Carteira de negociação 125.458 124.924 534 Taxa de juros, spread de crédito

Outros ativos financeiros em valor justo 34.782 34.500 282 Taxa de juros, spread de crédito

Ativos financeiros disponíveis para venda 133.271 - 133.271 Taxa de juros; renda variável

Participações 6.184 - 6.184 Renda variável

Derivativos de cobertura 8.537 8.519 18 Taxa de juros, taxa de câmbio

Investimentos de Crédito 916.504 916.504 Taxa de juros

Outros ativos financeiros1 47.390 47.390 Taxa de juros

Outros ativos não financeiros2 61.184 61.184

Passivos sujeitos a risco de mercado 1.444.305 175.088 1.269.217

Carteira de negociação 107.624 107.442 182 Taxa de juros, spread de crédito

Outros passivos financeiros a valor justo 59.616 59.609 7 Taxa de juros, spread de crédito

Derivativos de cobertura 8.044 8.037 7 Taxa de juros, taxa de câmbio

Passivos Financeiros a custo amortizado3 1.126.399 1.126.399 Taxa de juros

Provisões 14.489 14.489 Taxa de juros

Outros passivos financeiros 8.709 8.709 Taxa de juros

Patrimônio 106.833 106.833

Outros passivos não financeiros 12.591 12.591

1. Inclui: ajustes de macrocoberturas, ativos não correntes à venda, ativos por resseguro, e contratos de seguros vinculados a aposentadorias e ativos fiscais.

2. Inclui: ativo intangível, ativo tangível e demais ativos.

3. Ajustado por macrocoberturas.

Para a atividade gerida com métricas diferentes ao VaR, utilizam-se medidas alternativas, principalmente sensibilidades aos diferentes fatores de risco (taxa de juros, spread de crédito, etc.).

No caso da carteira de negociação, as securitizações e as exposições “nível III” (aquelas nas quais dados não observáveis de mercado constituem inputs significativos em seus correspondentes modelos internos de avaliação) se excluem da medição por VaR.

As securitizações se tratam principalmente como se fossem carteira de risco de crédito (em termos de probabilidade de inadimplência, taxa de recuperação, etc.). Para as exposições “nível III”, não muito relevantes no Grupo Santander (basicamente derivativos vinculados ao HPI –Home Price Index– na atividade de mercados no Reino Unido e derivativos de taxas de juros e de correlação entre o preço de ações na atividade de mercados da matriz), assim como em geral para os inputs de avaliação inobserváveis no mercado (correlação, dividendos, etc.), segue-se uma política muito conservadora, refletida tanto em ajustes de avaliação quanto de sensibilidade.

Relatório anual 2017 255

•Para a obtenção do Stressed VaR, à diferença de o que ocorre no cálculo do VaR, não se aplica o máximo entre o percentual com peso uniforme e o percentual com pesos exponenciais, mas se utiliza diretamente o percentual com peso uniforme.

Por outro lado, também se calcula o denominado Expeted Shortfall (ES) para estimar o valor esperado da perda potencial quando esta é maior que o nível fixado pelo VaR. O ES, à diferença do VaR, apresenta as vantagens de capturar melhor o risco de perdas altas de baixa probabilidade (tail risk) e de ser uma métrica subaditiva34. O Comitê de Basileia considera que o nível de confiança de 97,5% presume um nível de risco similar ao que captura o VaR com o nível de confiança de 99%. O ES calcula-se aplicando pesos uniformes em todas as observações.

C.2.2.2.3. Análise de cenários Além disso do VaR, o Grupo utiliza outras medidas que permitem ter um maior controle dos riscos em todos os mercados onde participa. Dentro destas medidas está a análise de cenários, que consiste em definir alternativas do comportamento de distintas variáveis financeiras e obter o impacto nos resultados ao aplicá-los sobre as atividades. Estes cenários podem replicar fatos ocorridos no passado (como crises) ou determinar alternativas plausíveis que não correspondem a eventos passados.

Calcula-se e analisa-se periodicamente o impacto potencial nos resultados de aplicar diferentes cenários de estresse, sobre todas as carteiras de negociação e considerando os mesmos pressupostos por fator de risco. Definem-se no mínimo três tipos de cenários: plausíveis, severos e extremos, obtendo junto com o VaR um espectro muito mais completo do perfil de riscos.

Adicionalmente, alguns níveis de alerta se estabelecem para os cenários globais (triggers), em função dos resultados históricos de tais cenários e do capital associado à carteira em questão. No caso de se ultrapassar ambos níveis de alerta, comunica-se este fato aos responsáveis da gestão da carteira para que tomem as medidas pertinentes. Mesmo assim, os resultados dos exercícios de estresse em nível global, bem como dos possíveis excessos sobre os níveis de alerta marcados, são revistos regularmente e comunicados à alta direção caso se considere pertinente.

C.2.2.2.4. Análise de posições, sensibilidades e resultadosAs posições são utilizadas para quantificar o volume líquido dos valores de mercado das transações em carteira, agrupados por fator principal de risco, considerando o valor delta dos futuros e opções que possam existir. Todas as posições de risco podem se expressar na moeda base da unidade e na divisa de homogeneização da informação. AsAs mudanças nas posições são controladas diariamente com o fim de detectar as possíveis incidências, visando a sua imediata correção.

As medidas de sensibilidade de risco de mercado são aquelas que estimam a variação (sensibilidade) do valor de mercado de um instrumento ou carteira ante variações em cada um dos fatores de risco. A sensibilidade do valor de um instrumento ante modificações nos fatores de mercado pode ser obtida mediante aproximações analíticas por derivadas parciais ou mediante reavaliação completa da carteira.

Simultaneamente, calcula-se o Value at Earnings (VaE), que mede o máxima ganho potencial com um nível de confiança e um horizonte temporal determinados, aplicando a mesma metodologia que para o VaR.

O VaR por simulação histórica apresenta muitas vantagens como métrica de risco (resume em um só número o risco de mercado de uma carteira, baseia-se em movimentos de mercado realmente ocorridos sem necessidade de fazer suposições de formas funcionais nem de correlação entre fatores de mercado, etc.), porém também apresenta limitações.

Algumas limitações são intrínsecas à métrica de VaR em si, independentemente da metodologia empregada para seu cálculo, entre as quais se encontram:

•O cálculo do VaR é calibrado em um nível de confiança determinado que não indica os níveis de possíveis perdas além dele.

•É possível encontrar na carteira alguns produtos com um horizonte de liquidez maior que o especificado no modelo de VaR.

•O VaR é uma análise estática do risco da carteira, pelo que a situação poderia mudar significativamente ao longo do dia seguinte, embora isto devesse ocorrer com uma probabilidade muito baixa.

Outras limitações provêm de utilizar a metodologia de simulação histórica:

•Alta sensibilidade à janela histórica utilizada.

• Incapacidade de capturar eventos plausíveis de grande impacto se esses não ocorrerem na janela histórica utilizada.

•Existência de parâmetros de avaliação em que não se dispõe de input de mercado (como correlações, dividendos e taxa de recuperação).

•Lenta adaptação às novas volatilidades e correlações, se os dados mais recentes receberem o mesmo peso que os dados mais antigos.

Parte destas limitações se corrige com o emprego do Stressed VaR e do Expeted Shortfall, o cálculo de um VaR com queda exponencial e a aplicação de ajustes de avaliação conservadores. Além disso, como se assinalou anteriormente, o Grupo realiza regularmente análise e testes de contraste da efetividade do modelo de cálculo do VaR (backtesting).

C.2.2.2.2. Stressed vaR (sVaR) e Expeted Shortfall (ES)Adicionalmente ao VaR habitual, calcula-se diariamente um Stressed VaR para as principais carteiras. Sua metodologia de cálculo é idêntica à utilizada para o VaR, com as seguintes duas únicas exceções:

•Período histórico de observação dos fatores: no cálculo do Stressed VaR se utiliza uma janela de 260 dados, em lugar de uma janela de 520, como se faz no cômputo do VaR. Além disso, não são os últimos dados, mas um período contínuo de estresse relevante para a carteira em questão; em sua determinação, para cada carteira relevante se analisa a história de um subconjunto de fatores de risco de mercado que são escolhidos com base em critério especializado em função das posições mais relevantes dos livros.

34. A subatividade é uma das propriedades desejáveis que, segundo a literatura financeira, deve representar uma métrica de risco coerente. Tal propriedade estabelece que f(a+b) seja inferior ou igual a f(a)+f(b). Intuitivamente, supõe que quanto mais instrumentos ou fatores de risco possua uma carteira, menor risco apresentará pelos benefícios da diversificação. O VaR não cumpre esta propriedade para certas distribuições, enquanto que o ES a cumpre sempre.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de mercado de negociação, estrutural e liquidez

256

C.2.2.3. sistema de controle de limitesO estabelecimento de limites de risco de mercado de negociação se concebe como um processo dinâmico que responde ao nível de apetite de risco de Grupo Santander (descrito na seção A.4.1 Apetite de risco e estrutura de limites deste relatório). Este processo se marca no plano de limites anual, que é impulsionado desde a alta direção do Grupo, de maneira que envolve todas as instituições que o compõem.

Os limites de risco de mercado de negociação utilizados no Grupo se estabelecem sobre distintas métricas e tratam de abarcar toda a atividade sujeita a este risco desde múltiplas perspectivas, aplicando um critério conservador. Os principais são:

•Limites de VaR e Stressed VaR.

•Limites de posições equivalentes e/ou nominais.

•Limites de sensibilidades a taxas de juros.

•Limites de vega.

•Limites de risco de entrega por posições curtas em títulos (renda fixa e renda variável).

•Limites dirigidos a calcular o volume de perdas efetivas ou a proteger os resultados já gerados durante o período:

•Loss trigger.

•Stop loss.

•Límites de crédito:

•Limite à exposição total.

•Limite ao jump to default por emitente.

•Outros.

•Limites para operações de originação.

Estes limites gerais se complementam com outros sublimites para ter uma estrutura de limites suficientemente granular que permita levar a cabo um controle efetivo dos distintos tipos de fatores de risco de mercado de negociação sobre os que se mantém exposição. Assim, realiza-se um acompanhamento diário das posições, tanto de cada unidade, e cada mesa dentro de ela, quanto globalmente, realizando um controle exaustivo dos mudanças que se produzem nas carteiras, com o fim de detectar as possíveis incidências que possa haver para sua imediata correção e, assim, cumprir a Volcker Rule.

São estabelecidas três categorias de limites em função de seu âmbito de aprovação e de controle: limites de aprovação e controle globais, limites de aprovação global e controle local e limites de aprovação e controle locais. Os limites são solicitados pelo responsável de negócios de cada país/instituição, atendendo à particularidade do negócio e à consecução do orçamento estabelecido, buscando a consistência entre os limites e o índice rentabilidade/risco, e aprovados pelo órgão de riscos competente em cada caso.

As unidades de negócio devem sempre respeitar o cumprimento dos limites aprovados. No caso de que se exceda um limite, os responsáveis

Por outro lado, a elaboração diária da conta de resultados por parte da divisão de Riscos é um excelente indicador dos riscos, na medida em que permite identificar o impacto das variações nas variáveis financeiras das carteiras.

C.2.2.2.5. Atividades de derivativos e de gestão de créditoMerece menção aparte o controle das atividades de derivativos e gestão de crédito que, por seu caráter atípico, realiza-se diariamente com medidas específicas. No primeiro caso, controlam-se as sensibilidades aos movimentos de preço do subjacente (delta e gama), da volatilidade (vega) e do tempo (theta). No segundo, revisam-se sistematicamente medidas tais como a sensibilidade ao spread, jump-to-default, concentrações de posições por nível de rating, etc.

Em relação ao risco de crédito inerente nas carteiras de negociação, e em linha com as recomendações do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia e a legislação vigente, calcula-se uma métrica adicional, o Incremental Risk Charge (IRC), com o objetivo de cobrir o risco de descumprimento e de migração de rating que não esteja adequadamente capturado no VaR, via variação dos spreads de créditos correspondentes. Os produtos controlados são basicamente os bônus de renda fixa, tanto pública quanto privada, os derivativos sobre bônus (forwards, opções, etc.) e os derivativos de crédito (credit default swaps, asset backed securities, etc.). O método de cálculo do IRC se baseia em medições diretas sobre as cotas de distribuição de perdas no percentual apropriado (99,9%), sobre um horizonte temporal de um ano. Utiliza-se a metodologia de Montecarlo, aplicando um milhão de simulações.

C.2.2.2.6. Credit Valuation Adjustment (CvA) e Debt Valuation Adjustment (dvA)Grupo Santander incorpora CVA e DVA no cálculo dos seus resultados das carteiras de negociação. O Credit Valuation Adjustment (CvA) é um ajuste na avaliação dos derivativos OTC (over the counter) como consequência do risco associado à exposição de crédito que se assume com cada contrapartida.

O cálculo do CVA realiza-se tendo em conta a exposição potencial de cada contrapartida em cada prazo futuro. O CVA de uma determinada contrapartida seria igual à suma do CVA de todos os prazos. Para seu cálculo se têm em conta os seguintes inputs:

•Exposição esperada: inclui para cada operação o valor de mercado atual (MtM) e o risco potencial futuro (Add-on) de cada prazo. Levam-se em conta atenuantes como colaterais e contratos de netting, assim como um fator de queda temporal para aqueles derivativos com pagamentos intermediários.

•Severidade: porcentagem de perda final assumida em caso de evento de crédito/inadimplência da contrapartida.

•Probabilidade de atraso/default: para os casos em que não haja informação de mercado (curva de spread cotizada mediante CDS, etc.) empregam-se proxies gerados a partir de empresas com CDS cotizados do mesmo setor e rating externo à contrapartida.

•Curva de fatores de desconto.

O Debt Valuation Adjustment (dvA) é um ajuste de avaliação similar ao CVA, porém neste caso como consequência do risco próprio do Grupo que assumem suas contrapartidas nos derivativos OTC.

Relatório anual 2017 257

sensiBilidade da maRgem FinanceiRa (nii)36

polónia8%

eua25%

Reino unido35%

outros10% matriz

22%

Outros: Portugal e SCF.

Na mesma data, o risco mais relevante sobre o valor econômico do patrimônio, medido como sensibilidade do risco ante variações paralelas do pior cenário entre ± 100 pontos básicos, era o da curva de juros do euro, com 4.902 milhões de euros, seguido da curva do dólar, com 626 milhões de euros, e da curva da libra esterlina, com 431 milhões de euros, e do zloty polonês, com 72 milhões de euros, em todos os casos com um risco de quedas de taxas de juros, cenários atualmente muito pouco prováveis.

sensiBilidade do valoR patRimonial (eve)37

Reino unido6%

matriz81%

outros6%eua

7%

Outros: Polônia, Portugal e SCF.

de negócios locais são obrigados a explicar, por escrito e no dia, os motivos do excesso e o plano de ação para corrigir a situação, que em general pode consistir em reduzir a posição até entrar nos limites vigentes ou em detalhar a estratégia que justifique um aumento dos limites.

Si a situação de excesso se mantém sem contestação por parte da unidade de negócio durante três dias, se solicita aos responsáveis de negócio globais que exponham as medidas que van a tomar para ajustar-se aos limites existentes. Se esta situação se mantiver por 10 dias desde o primeiro excesso, informa-se a alta direção de riscos para que tome uma decisão a respeito, podendo obrigar os tomadores de risco a reduzir os níveis de risco assumidos.

C.2.3. Riscos estruturais de balanço35

C.2.3.1. Principais magnitudes e evoluçãoO perfil dos riscos de mercado inerentes ao balanço de Grupo Santander, em relação com o volume de ativos e de recursos próprios, assim como com a margem financeira orçado, manteve-se em níveis moderados em 2017, em linha com os exercícios anteriores.

C.2.3.1.1. Risco de juros estrutural

europa e estados unidosOs balanços principais - Matriz, Reino Unido e Estados Unidos - em mercados maduros e em um contexto de taxas de juros baixas, costumam apresentar sensibilidades do valor patrimonial e da margem financeira positivas a altas de taxas de juros.

Em qualquer caso, o nível de exposição em todos os países é moderado em relação ao orçamento anual e o valor dos recursos próprios.

No fechamento de 2017, o risco sobre a margem financeira em um ano, medido como sensibilidade do risco ante variações paralelas do pior cenário entre ± 100 pontos básicos, concentrava-se nas curvas de taxas de juros da libra esterlina com 246 milhões de euros, do euro com 219 milhões de euros, do dólar americano com 190 milhões de euros e do zloty polonês com 55 milhões de euros, em todos os casos em risco de quedas de taxas.

35. Inclui o total do balanço com exceção das carteiras de negociação. Não inclui o Popular, exceto na métrica de VaR.

36. Sensibilidade para o pior cenário entre +100 e -100 pontos básicos.

37. Sensibilidade para o pior cenário entre +100 e -100 pontos básicos.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de mercado de negociação, estrutural e liquidez

258

Com relação ao risco sobre o valor patrimonial, medido como a sensibilidade do risco ante variações paralelas do pior cenário entre ± 100 pontos básicos, também está concentrado no Brasil (521 milhões de euros), Chile (179 milhões de euros) e México (91 milhões de euros).

sensiBilidade do valoR patRimonial (eve)41

outros3%

Brasil64%

chile22%

méxico11%

Outros: Argentina, Peru e Uruguai.

Nos quadros anexos se mostram detalhes por prazo do risco de juros de balanço mantido na Matriz e no Reino Unido em dezembro de 2017.

matRiz: gAP de Reavaliação de taxas de JuRos38

Milhões de euros

total 3 meses 1 ano 3 anos 5 anos > 5 anos não sensível

Ativo 377.668 107.820 71.307 25.701 16.939 33.876 122.026

Passivo 430.024 108.696 49.425 60.258 47.721 72.469 91.455

Fora de balanço 52.355 51.431 734 4.605 321 (4.735) 0

Gap líquido 0 50.555 22.615 (29.952) (30.461) (43.329) 30.571

santandeR uK: gAP de Reavaliação de taxas de JuRos39

Milhões de euros

total 3 meses 1 ano 3 anos 5 anos > 5 anos não sensível

Ativo 324.613 151.018 39.066 66.785 21.128 18.318 28.297

Passivo 327.639 200.826 20.291 28.727 20.002 29.841 27.953

Fora de balanço 3.027 (11.703) (3.409) 4.919 6.353 6.867 0

Gap líquido 0 (61.511) 15.366 42.977 7.479 (4.655) 344

Em geral, os gaps de prazos se mantêm em níveis razoáveis em relação com o tamanho do balanço.

LatinoaméricaOs balanços costumam se posicionar tanto em valor patrimonial quanto em margem financeira frente às quedas de taxas de juros, exceto no caso da margem financeira do México, devido a que inverte a curto prazo seu excesso de liquidez em moeda local.

Durante 2017, tem-se mantido um nível de exposição moderado em todos os países em relação com o orçamento anual e o montante de recursos próprios.

No fechamento de ano, o risco sobre a margem financeira em um ano, medido como sensibilidade do risco ante variações paralelas do pior cenário entre ± 100 pontos básicos, concentra-se em três países - Brasil (95 milhões de euros), Chile (39 milhões de euros) e México (36 milhões de euros), como se observa no gráfico seguinte.

Outros: Argentina, Peru e Uruguai.

sensiBilidade da maRgem FinanceiRa (nii)40

outros5%

Brasil53%

chile22%

méxico20%

38. Gap agregado de todas as divisas no balanço da unidade Santander Matriz, expresso em euros.

39. Gap agregado de todas as divisas no balanço da unidade Santander UK, expresso em euros.

40. Sensibilidade para o pior cenário entre +100 e -100 pontos básicos.

41. Sensibilidade para o pior cenário entre +100 e -100 pontos básicos.

Relatório anual 2017 259

O risco estrutural de taxa de juros, medido em termos de VaR em um dia e de 99%, alcançou uma média de 373,9 milhões de euros em 2017. Cumpre destacar a elevada diversificação entre os balanços da Europa e dos Estados Unidos e os da América Latina.

C.2.3.1.2. Risco estrutural de taxa de câmbio/cobertura de resultadosO risco estrutural de taxa de câmbio se deriva das operações do Grupo em divisas, relacionado principalmente com os investimentos financeiros permanentes, os resultados e as coberturas de ambos.

A gestão do risco de cambio é dinâmica e trata de limitar o impacto no índice core capital dos movimentos das taxas de câmbio43. Em 2017 os níveis de cobertura do índice core capital por risco de cambio têm-se mantido em torno de 100%.

No fechamento de 2017 as maiores exposições de caráter permanente (com seu potencial impacto no patrimônio) se materializavam, nesta ordem, em reais, libras esterlinas, dólares americanos, pesos chilenos, zlotys polonês e pesos mexicanos. O Grupo cobre parte destas posições de caráter permanente mediante instrumentos financeiros derivativos de taxa de câmbio.

Adicionalmente, a divisão Financeira em nível consolidado é responsável pela gestão do risco de câmbio dos resultados e dividendos esperados do Grupo nas unidades cuja moeda base seja distinta do euro.

C.2.3.1.3. Risco estrutura de renda variávelO Santander mantém posições de renda variável em seu balanço (banking book), adicionalmente às da carteira de negociação. Tais posições se mantêm como carteiras disponíveis para venda (instrumentos de capital) ou como participações, segundo a porcentagem ou o controle.

A carteira de renda variável disponível para venda do banking book no fechamento de 2017 está diversificada em valores de distintas regiões, sendo as principais Espanha, China, Estados Unidos, Marrocos e Países Baixos. Quanto aos setores, fundamentalmente está investida no setor de atividades financeiras e de seguros; outros setores representados em menor medida são o de administrações públicas e o de atividades profissionais, científicas e técnicas.

As posições de renda variável estruturais estão expostas a risco de mercado. Para estas posições se realizam cálculos de VaR utilizando séries de preço de mercado ou proxies. No fechamento de 2017 o VaR

No quadro anexo se mostram detalhes por prazo do risco de juros de balanço mantidos no Brasil em dezembro de 2016.

BRasil: gAP de Reavaliação de taxas de JuRos42

Milhões de euros

total 3 meses 1 ano 3 anos 5 anos > 5 anos não sensível

Ativo 172.337 52.940 20.807 17.673 8.180 14.355 58.382

Passivo 172.337 77.555 6.722 7.973 3.757 8.457 67.873

Fora de balanço 0 5.689 (268) (4.231) 598 (1.367) (421)

Gap líquido 0 (18.926) 13.818 5.469 5.021 4.531 (9.912)

vaR de taxa de juros estrutural do balançoAlém das sensibilidades aos movimentos de taxas de juros (não só se avaliam movimentos de +/- 100 pb, mas também de +/- 25, +/-50, +/-75 para caracterizar melhor o risco nos países com níveis de taxas muito baixas), a instituição emprega outros métodos para o acompanhamento do risco de juros estrutural do balanço, entre eles a análise de cenários e o cálculo do VaR, utilizando uma metodologia similar à usada para as carteiras de negociação.

Para os três últimos anos, os valores médios, mínimos, máximos e finais do VaR de risco de juros estrutural se mostram na seguinte tabela:

Risco de JuRos estRutuRal de Balanço (vaR)

Milhões de euros VaR de 99% com horizonte temporal de um dia

2017

mínimo médio máximo Final

vaR taxa de juros estrutural* 280,9 373,9 459,6 459,6

Efeito diversificação (198,6) (230,3) (256,5) (169,1)

Europa e EUA. 362,6 433,6 517,8 511,8

Latinoamérica 116,9 170,6 198,4 116,9

* Inclui VaR por spread de crédito nas carteiras ALCO.

2016

mínimo médio máximo Final

vaR taxa de juros estrutural* 242,5 340,6 405,8 327,2

Efeito diversificação (129,2) (271,0) (294,3) (288,6)

Europa e EUA. 157,7 376,8 449,3 365,0

Latinoamérica 214,0 234,9 250,8 250,8

* Inclui VaR por spread de crédito nas carteiras ALCO.

2015

mínimo médio máximo Final

vaR taxa de juros estrutural* 250,5 350,0 775,7 264,2

Efeito diversificação (90,8) (181,1) (310,7) (189,1)

Europa e EUA. 171,2 275,2 777,0 210,8

Latinoamérica 170,1 255,9 309,3 242,6

* Inclui VaR por spread de crédito nas carteiras ALCO.

42. Gap agregado de todas as divisas no balanço da unidade do Brasil, expresso em euros.

43. No início de 2015 se alterou o critério na hora de cobrir o índice core capital, passando de fase-in a fully loaded.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de mercado de negociação, estrutural e liquidez

260

sensibilidade da margem financeira (nii)É uma medida essencial para medir a rentabilidade da gestão do balanço. Calcula-se como a diferença que se produz na margem financeira líquida durante um período de tempo determinado como consequência de um movimento paralelo das taxas de juros. O período de tempo padrão para avaliações de risco da margem financeira é de um ano.

sensibilidade do valor patrimonial (eve)Mede o risco de taxa de juros implícito no valor patrimonial, que para efeitos de risco de taxa de juros se define como a diferença entre o valor atual líquido dos ativos e o valor atual líquido dos passivos exigíveis, sobre a base de incidência que tem uma variação das taxas de juros em tais valores atuais.

tratamento de passivos sem vencimento definidoNo modelo corporativo, o volume total dos saldos de contas sem vencimento se divide entre saldos estáveis e saldos instáveis. EstaEsta separação se obtém utilizando um modelo que se baseia na relação entre os saldos e suas próprias médias móveis.

A partir deste modelo simplificado se obtém a corrente de cash flows mensais, com que se calculam as sensibilidades NII e EVE.

O modelo requer uma variedade de inputs que se relacionam brevemente a seguir:

•Parâmetros próprios do produto.

•Parâmetros de comportamento do cliente (neste caso se combina a análise de dados históricos com o juízo especializado do negócio).

•Dados do mercado.

•Dados históricos da própria carteira.

em 99% em um dia foi de 261,6 milhões de euros (323 e 208,1 milhões de euros no fechamento de 2016 e 2015, respectivamente).

C.2.3.1.4. vaR estruturalEm definitivo, com uma métrica homogênea como o VaR se pode fazer um acompanhamento do risco de mercado total do balanço, excluindo a atividade de negociação de SGCB (a evolução do VaR desta atividade está na seção 2.2.1.1), distinguindo entre renda fixa (considerando tanto taxa de juros quanto spread de crédito para as carteiras ALCO), taxa de câmbio e renda variável.

Em geral, pode-se dizer que o VaR estrutural não é elevado em termos de volume de ativos ou de recursos próprios do Grupo.

vaR estRutuRal

Milhões de euros VaR de 99% com horizonte temporal de um dia

2017 2016 2015

mínimo médio máximo Final médio Final médio Final

VaR Não Negociação 754,9 878,0 991,6 815,7 869,3 922,1 698,5 710,2

Efeito diversificação (258,9) (337,3) (407,5) (376,8) (323,4) (316,6) (509,3) (419,2)

VaR taxa de juros* 280,9 373,9 459,6 459,6 340,6 327,2 350,0 264,2

VaR taxa de câmbio 471,2 546,9 621,1 471,2 603,4 588,5 634,7 657,1

VaR renda variável 261,6 294,5 318,4 261,6 248,7 323,0 223,2 208,1

* Inclui VaR por spread de crédito nas carteiras ALCO.

C.2.3.2. Metodologias

C.2.3.2.1. Risco de juros estruturalO Grupo realiza análise de sensibilidade da margem financeira e do valor patrimonial ante variações das taxas de juros. Esta sensibilidade está condicionada pelas defasagens nas datas de vencimento e de revisão das taxas de juros das distintas partidas do balanço.

Atendendo ao posicionamento de taxa de juros do balanço e à situação e às perspectivas do mercado, acordam-se as medidas financeiras para adequar tal posicionamento ao desejado pelo Grupo. Estas medidas podem envolver desde a tomada de posições em mercados até a definição das caraterísticas das taxa de juros dos produtos comerciais.

As métricas usadas pelo Grupo para o controle do risco de juros nestas atividades são o gap de reavaliação, as sensibilidades da margem financeira e do valor patrimonial a variações nos níveis de taxas de juros, a duração dos recursos próprios e o valor em risco (VaR), para efeitos de cálculo de capital econômico.

Gap de taxas de juros de ativos e passivosÉ o conceito básico para identificar o perfil de risco de taxa de juros da instituição e mede a diferencia entre a quantidade de ativos sensíveis e passivos sensíveis dentro e fora do balanço que se reavaliam (isto é, que expiram ou revisam taxas) em momentos determinados do tempo (chamados buckets). Permite uma aproximação imediata à sensibilidade do balanço de uma instituição e seu impacto na margem financeira e no valor patrimonial ante variações das taxas de juros de mercado.

Relatório anual 2017 261

se uma janela temporal de dois anos ou 520 dados diários obtidos retroativamente à data de referência do cálculo do VaR.

O Grupo está trabalhando na implementação das diretrizes publicadas pelo Comitê de Basileia, em sua revisão do tratamento do risco de taxa de juros no balanço (IRRBB-Interest Rate Risk in the Banking Book), publicada em abril de 2016 e que entra em vigor no ano 2018.

C.2.3.2.2. Risco estrutural de taxa de câmbio/cobertura de resultadosO acompanhamento destas atividades é realizado através de medidas de posição, VaR e resultados, com periodicidade diária.

C.2.3.2.3. Risco estrutural de renda variávelO acompanhamento destas atividades é realizado através de medidas de posição, VaR e resultados, com periodicidade mensal.

C.2.3.3. sistema de controle de limitesComo já se assinalou para o risco de mercado de negociação, no marco do plano de limites anual se estabelecem os limites para os riscos estruturais de balanço, respondendo ao nível de apetite de risco do Grupo.

Os principais são:

•Risco de juros estrutural do balanço:

•Limite de sensibilidade da margem financeira em um ano.

•Limite de sensibilidade do valor patrimonial.

•Risco estrutural de taxa de câmbio:

•Posição líquida em cada divisa (para as posições de cobertura de resultados).

No caso de se produzir um excesso sobre um destes limites ou seus sublimites, os responsáveis pela gestão de riscos devem explicar os motivos e facilitar o plano de ação para corrigi-lo.

C.2.4. Risco de liquidez

C.2.4.1. Principais magnitudes e evoluçãoO Grupo tem uma sólida posição de liquidez e financiamento baseada em um modelo de liquidez descentralizado, onde cada uma das unidades do Grupo é autônoma na gestão de sua liquidez e mantém amplos buffers de ativos com elevado grau de liquidez.

Em termos gerais, as métricas de liquidez de curto prazo, o Liquidity Coverage Ratio (LCR), se mantêm estáveis com índices regulatórios acima do mínimo exigido (o mínimo exigido em 2017 é de 80%).

tratamento do pagamento antecipado de determinados ativosAtualmente, a questão do pagamento antecipado afeta no Grupo principalmente às hipotecas a taxas fixas nas unidades em que as curvas de taxas de juros pertinentes a essas carteiras se encontram em níveis baixos. Nestas unidades este risco segue o modelo, o que adicionalmente se pode aplicar, com algumas modificações, dos ativos sem vencimento definido (negócios de cartões de crédito e similares).

As técnicas habituais utilizadas na avaliação de opções não podem ser aplicadas diretamente, devido à complexidade dos fatores que determinam o pagamento antecipado pelos devedores. Como consequência, os modelos para avaliação de opções devem combinar-se com modelos estatísticos empíricos que tentem capturar o comportamento do pagamento antecipado. Alguns dos fatores que condicionam tal comportamento são:

•taxa de juros: diferença entre a taxa fixa da hipoteca e a taxa de mercado em que se poderia refinanciar, líquida de custos de cancelamento e abertura.

•Seasoning: tendência a que o pagamento antecipado seja baixo no início do ciclo de vida do instrumento (assinatura do contrato) e cresça e se estabilize com o passar do tempo.

•Seasonality (sazonalidade): as amortizações ou cancelamentos antecipados costumam ocorrer em datas específicas.

•Burnout: tendência decrescente da velocidade do pagamento antecipado conforme se aproxima o vencimento do instrumento, que inclui:

a) Age, que define baixas taxas de pagamento antecipado.

b) Cash pooling, que define como mais estáveis os empréstimos que já superaram vários movimentos de queda de taxas. Significa que quando uma carteira de créditos já passou por um ou mais ciclos de taxas em baixa e, portanto, por altos níveis de pagamento antecipado, os créditos supervenientes têm uma probabilidade de pagamento antecipado significativamente menor.

c) Outros: mobilidade geográfica, fatores demográficos, sociais, renda disponivel, etc.

O conjunto de relações econométricas que tratam de capturar o efeito de todos estes fatores é a probabilidade de pagamento antecipado de um crédito ou de um pool de créditos e se denomina modelo de pagamento antecipado.

Value at Risk (vaR)Para a atividade de balanço e carteiras de investimento, define-se como a porcentagem de 99% da função de distribuição de perdas do valor patrimonial, calculado tendo em conta o valor de mercado atual das posições, a partir dos retornos obtidos nos dois últimos anos e com um grau de certeza estatística (nível de confiança) e para um horizonte temporal definido. Como nas carteiras de negociação, utiliza-

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de mercado de negociação, estrutural e liquidez

262

Liquidity Coverage Ratio (LCR)O LCR ou índice de cobertura de liquidez é uma das métricas de liquidez a curto prazo utilizada pelo Grupo. Sua definição é regulatória e tem como objetivo promover a resistência a curto prazo do perfil de risco de liquidez dos bancos, garantindo que disponham de suficientes ativos líquidos de alta qualidade para suportar um cenário de tensão (idiossincrásico e de mercado) considerável durante 30 dias corridos.

Métrica de liquidez volumosaTrata-se de um horizonte de liquidez em que se supõem saídas de financiamento atacadista sem renovação possível e no qual se medem os dias de sobrevivência da instituição com seus ativos líquidos para fazer frente à perda de liquidez comentada. Esta métrica é utilizada no Grupo como métrica interna de liquidez de curto prazo, que além disso reduz o risco de dependência de financiamento volumoso.

Net Stable Funding Ratio (nsFR)O NSFR ou índice de financiamento estável é uma das métricas utilizadas pelo Grupo para a medição do risco de liquidez de longo prazo. É uma métrica regulatória definida como o quociente entre a quantidade de financiamento estável disponível e a quantidade de financiamento estável requerida. Esta métrica exige dos bancos manter um perfil de financiamento estável em relação com a composição dos seus ativos e atividades fora de balanço.

índice de financiamento estruturalOO índice de financiamento estrutural mede o volume de fontes estruturais de financiamento empregadas pela instituição em relação ao total de ativos considerados como estruturais. Esta métrica interna é usada em cada uma das unidades do Grupo para a medição do risco de liquidez de longo prazo e tem como objetivo limitar o recurso ao financiamento volumoso de curto prazo, fomentando o uso de instrumentos de médio e longo prazo para financiar as necessidades derivadas dos negócios básicos da instituição.

Métricas de Asset EncumbranceO Grupo usa ao menos dois tipos de métrica para a medição do risco de asset encumbrance: (i) o índice asset encumbrance que calcula a proporção do total de ativos com cargas, e portanto, não disponíveis para conseguir financiamento, frente ao total de ativos da instituição, e (ii)o índice estrutural asset encumbrance, que mede a proporção de ativos com cargas por operações de financiamento estrutural (principalmente emissões colateralizadas de longo prazo e financiamento com bancos centrais).

outros indicadores adicionais de liquidezAlém das ferramentas tradicionais para medir o risco de liquidez, tanto o risco de curto prazo quanto o risco de longo prazo ou de financiamento, o Grupo estabeleceu uma série de indicadores adicionais de liquidez que complementam aqueles e servem para medir outros fatores de risco de liquidez não cobertos. Trata-se, fundamentalmente, de métricas de concentração como são a concentração das cinco maiores contrapartidas do passivo e a concentração do financiamento por prazos de vencimento.

lIquIdIty covErAgE rAtIo (lcR)

lcR (%) 2017 2016

Grupo 133% 146%

Espanha 130% 134%

Reino Unido 120% 139%

Brasil 126% 165%

Estados Unidos 118% 136%

Por outro lado, a maior parte das unidades do Grupo mantém estruturas de balanço sólidas, com uma estrutura de financiamento estável, baseada em uma ampla base de depósitos de clientes, que cobre as necessidades estruturais, com baixa dependência da financiamento de curto prazo e métricas de liquidez muito acima dos requisitos regulatórios, tanto locais quanto em nível Grupo, e dentro dos limites de apetite de risco.

Por todo o comentado anteriormente, no caso da liquidez de longo prazo, a métrica regulatória, Net Stable Funding Ratio (NSFR), se mantêm acima de 100% para as unidades principais do Grupo e para o índice consolidado.

Com relação ao risco de asset encumbrance estrutural, ou seja, o risco de ter um excesso de ativos com cargas por operações de financiamento e outros tipos de operações de mercado, o nível do Grupo se mantém muito em linha com os demais bancos europeus em que as principais fontes de encumbrance são as emissões de dívida colateralizada (securitizações e cédulas) e o financiamento com colateral de bancos centrais.

Um aspeto adicional que demonstra a solidez dos balanços das unidades é através dos cenários de estresse desenvolvidos segundo critérios corporativos homogêneos no Grupo, em que a totalidade das unidades sobreviveriam ao pior cenário no mínimo 45 dias, fazendo frente às necessidades de liquidez, unicamente com seu buffer de ativos líquidos.

C.2.4.2. MetodologiasO Grupo realiza a medição do risco de liquidez através de várias ferramentas e métricas que cobrem os diversos fatores de risco definidos dentro deste risco.

Buffer de LiquidezO buffer representa uma parte do total da liquidez à que tem acesso uma instituição para fazer frente a potenciais retiradas de fundos (saídas de liquidez) que possam surgir como consequência de períodos de tensão. Em concreto, o buffer é formado por um conjunto de recursos líquidos, livres de encargos, que se encontram disponíveis para uso imediato e que são suscetíveis de gerar liquidez de uma forma ágil e sem incorrer em perdas ou descontos excessivos. O buffer de liquidez é utilizado pelo Grupo como uma ferramenta que faz parte do cálculo da maioria das métricas de liquidez e, além disso, é uma métrica em si mesma com limites definidos para cada instituição.

Relatório anual 2017 263

Assim, distinguimos os seguintes riscos atuariais:

Risco de passivo de vida: risco de perda no valor do passivo dos seguros de vida provocado por flutuações nos fatores de risco que afetam tais passivos:

•Risco de mortalidade/longevidade: risco de perda por movimentos no valor do passivo como consequência de mudanças na estimativa das probabilidades de falecimento/sobrevivência dos segurados.

•Risco de mobilidade: risco de perda por movimentos no valor do passivo derivada de mudanças na estimativa da probabilidade de invalidez/incapacidade dos segurados.

•Risco de resgate/queda: risco de perda por movimentos no valor do passivo como consequência do cancelamento antecipado do contrato, de mudanças no exercício do direito de resgate por parte dos tomadores, assim como das opções de aporte extraordinário e/ou suspensão de aportes.

•Risco de gastos: risco de perda por variação do valor do passivo derivado de desvios negativos dos gastos previstos.

•Risco de catástrofe: perdas provocadas pela ocorrência de eventos catastróficos que aumentem o passivo de vida da instituição.

Risco de passivo de não vida: risco de perda por variação do valor do passivo dos seguros não vida, provocado por flutuações nos fatores de risco que afetam tais passivos:

•Risco de prêmio: perda que deriva da insuficiência dos prêmios para atender os sinistros que possam acontecer no futuro.

•Risco de reserva: perda que deriva da insuficiência das reservas de sinistros, já incorridos porém não liquidados, incluindo os gastos derivados da gestão de tais sinistros.

•Risco de catástrofe: perdas provocadas pela ocorrência de eventos catastróficos que aumentam o passivo de não vida da instituição.

Análise de cenários de liquidezComo testes de estresse de liquidez o Grupo utiliza quatro cenários: (i) cenário idiossincrásico, em que se consideram eventos que só repercutem negativamente para a instituição, (ii) cenário de mercado local, como aquele que considera eventos com repercussões negativas graves para o sistema financeiro ou a economia real do país da instituição, (iii) cenário de mercado global, que é aquele que considera eventos com repercussões negativas graves para o sistema financeiro global e (iv) cenário combinado, formado por uma combinação de acontecimentos idiossincráticos e de mercado (local e global) mais severos que se produzem de forma simultânea e interativa.

Os resultados destes cenários de estresse são utilizados no Grupo como ferramentas que, em combinação com outras, servem para determinar o apetite de risco e a tomada de decisões de negócio.

indicadores de alerta precoce de liquidezO sistema de indicadores de alerta precoce de liquidez, ou EWIs (early warning indicators) é composto por indicadores quantitativos e qualitativos que permitem a identificação antecipada de situações de estresse de liquidez ou de potenciais debilidades na estrutura de financiamento e liquidez das instituições do Grupo. Estes EWIs são externos (ou do entorno), ou seja, aqueles relacionados com variáveis financeiras do mercado, ou internos, que fazem referência ao próprio desempenho da instituição.

C.2.5. Riscos de aposentadorias e atuarial

C.2.5.1. Risco de aposentadoriasNa gestão do risco dos fundos de pensões de funcionários de prestação definida, o Grupo assume os riscos financeiros, de mercado, de crédito e de liquidez nos que se incorre pelo ativo e o investimento do fundo, assim como os riscos atuariais derivados do passivo e as responsabilidades pelas aposentadorias dos seus funcionários.

O objetivo do Grupo no âmbito de controle e gestão do risco de aposentadorias se concentra na identificação, medição/monitoramento, mitigação e comunicação do risco em questão. A prioridade do Grupo é, portanto, identificar e mitigar todos os focos de risco.

Por isso, na metodologia utilizada pelo Grupo estimam-se anualmente as perdas conjuntas em ativos e passivos em um cenário definido de estresse por mudanças nas taxas de juros, inflação, bolsas e imóveis, além dos risco de crédito e operacional.

C.2.5.2. Risco atuarialO risco atuarial se produz por mudanças biométricas sobre a expectativa de vida dos segurados dos seguros de vida, pelo aumento não esperado das indenizações previstas nos seguros de não vida e, em qualquer caso, por mudanças não esperadas no comportamento dos tomadores de seguros no exercício das opções previstas nos contratos.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco operacional

264

O programa AORM contribui para dispor de modelos de estimativa de capital nas principais regiões, tanto para efeitos do capital econômico e stress testing quanto para efeitos da potencial aplicação para o capital regulatório.

No Relatório com relevância prudencial (Pilar III) se inclui informação relativa ao cálculo dos requisitos de recursos próprios por risco operacional.

C.3.2. Modelo de gestão e controle de risco operacional

C.3.2.1. Ciclo de gestão do risco operacionalA gestão de RO no Grupo Santander se desenvolve atendendo aos seguintes elementos:

Planejamento

Acompanha

men

to

perfi l R

O

Min

imiz

ação

Comunicação

gestão e controle

Ro

M

edição

Identifi cação

Avaliação

As distintas etapas do modelo de gestão e controle de RO supõem:

• Identificar o risco inerente a todas as atividades, produtos, processos e sistemas do Grupo.

C.3.1. definição e objetivos

O Grupo Santander define o risco operacional (RO), seguindo as diretrizes de Basileia, como o risco de sofrer perdas devido à inadequação ou a falhas dos processos, as pessoas e os sistemas internos ou ainda a causa de acontecimentos externos, contemplando, por tanto, categorias de riscos tais como fraude, risco tecnológico e ciber-risco, legal ou de conduta, entre outros.

O risco operacional é inerente a todos os produtos, atividades, processos e sistemas, e se gera em todas as áreas de negócio e de suporte, sendo por esta razão responsabilidade de todos os funcionários a gestão e o controle dos riscos gerados em seu âmbito de atuação.

Este capítulo se refere aos riscos operacionais em geral (também denominados no Santander como riscos não financeiros). Aspetos particulares de determinados fatores de risco se apresentam em mais detalhes em capítulos específicos (por exemplo no C.4. Risco de cumprimento e conduta

O objetivo do Grupo em matéria de controle e gestão do RO se concentra em identificar, avaliar e mitigar focos de risco, independentemente de que hajam produzido perdas ou não. AA análise da exposição ao RO contribui para o estabelecimento de prioridades na gestão de tal risco.

Durante 2017, o Grupo continuou impulsionando a melhora do seu modelo de gestão por meio de diferentes iniciativas promovidas pela divisão de Riscos, destacando a finalização do projeto de transformação AORM (Advanced Operational Risk Management). Este programa tem como objetivo elevar as capacidades de gestão de RO dentro de um enfoque de gestão avançada do risco, contribuindo com isso para a redução do nível de exposição futuro e das perdas que afetam a conta de resultados.

Neste sentido, cabe destacar a melhora da análise do risco graças a diversas iniciativas de enriquecimento da qualidade da informação, à atribuição do apetite do Grupo e das instituições legais às principais unidades de negócio, e à autoavaliação integrada de riscos e controles.

Para o cálculo do capital regulatório por RO, o Grupo Santander vem aplicando o método padrão previsto na Diretiva Europeia de Capital.

C.3. Risco Operacional

Relatório anual 2017 265

O comitê corporativo de risco operacional (CCRO) é um comitê transversal que conta com a participação de todas as divisões corporativas implicadas na gestão e no controle do RO e é responsável por supervisionar a identificação, a mitigação, o acompanhamento e o relato de tal risco no Grupo. Além disso, cuida do cumprimento do modelo, dos limites de tolerância ao risco e das políticas e procedimentos estabelecidos nesta matéria e supervisiona a identificação e o controle dos riscos operacionais, tanto atuais quanto emergentes, e seu impacto no perfil de risco do Grupo, assim como a integração da identificação e da gestão do risco operacional em seus processos de decisão. Este comitê corporativo tem seu reflexo nos diferentes países do Grupo.

Adicionalmente, e derivado da amplitude do risco e da particularidades de suas diferentes categorias, o Grupo estabeleceu uma série de comitês e foros especializados. Por exemplo, os comitês de comercialização ou de prevenção de lavagem de capitais (para mais detalhes, consultar o capítulo "C.4 Risco de cumprimento e conduta" deste relatório), o comitê de fornecedores, o comitê de ciber-segurança ou os foros de gestão de fraude, de danos em ativos físicos ou o de operações. Neles participam funções de primeira e segunda linha de defesa e se faz um especial acompanhamento deste risco e suas medidas de mitigação na organização.

C.3.2.2. Modelo de identificação, medição e avaliação do riscoPara levar a cabo a identificação, medição e avaliação deste risco, o Grupo definiu um conjunto de técnicas/ferramentas corporativas, quantitativas e qualitativas, que se combinam para realizar um diagnóstico a partir dos riscos identificados e obter uma avaliação através da medição e avaliação da área/unidade.

A análise quantitativa este risco se realiza fundamentalmente mediante ferramentas que registram e quantificam o nível de perdas potenciais associadas a eventos de risco operacional. A análise qualitativa trata de avaliar aspetos (cobertura/exposição) ligados ao perfil de risco, permitindo com isso capturar o ambiente de controle existente.

As ferramentas de risco operacional utilizadas pelo Grupo são, fundamentalmente:

•Base de dados interna de eventos. Tem como objetivo capturar os eventos de risco operacional do Grupo. Esta captura não se restringe ao estabelecimento de limites, isto é, não se realizam exclusões por razão quantia, e contém tanto eventos com impactos contábil (incluídos impactos positivos) e não contábil.

Existem processos de conciliação contábil que garantem a qualidade da informação incluída na base de dados. Os eventos mais relevantes do Grupo e de cada unidade de risco operacional são especialmente documentados e revisados.

Como complemento à base de dados interna, encontra-se o processo de escala de eventos relevantes (tanto por impacto financeiro quanto por outros aspetos, como o número de clientes afetados, o impacto regulatório ou a repercussão nos meios de comunicação), que permite conhecer e transmitir à alta direção os principais eventos de risco operacional que ocorrem no Grupo com a máxima rapidez.

•Autoavaliação dos riscos e controles operacionais (RCsA). A autoavaliação de riscos e controles operacionais se define como o

•Definir o perfil objetivo de risco, com especificação das estratégias por unidade e horizonte temporal, por meio do estabelecimento do apetite e da tolerância ao RO, da estimativa anual de perdas e do seu acompanhamento.

•Medir e avaliar o RO de forma objetiva, contínua e coerente com os padrões regulatórios e do setor.

•Realizar um acompanhamento contínuo das exposições de risco, implantar procedimentos de controle e melhorar o ambiente de controle interno.

•Estabelecer medidas de mitigação que eliminem ou minimizem o risco.

•Elaborar relatórios periódicos sobre a exposição a RO e seu nível de controle para a alta direção e áreas/unidades do Grupo que ajudem na priorização da gestão dos riscos existentes, assim como informar ao mercado e organismos reguladores.

•Definir e implantar a metodologia necessária para estimar o cálculo interno de capital em termos de perdas esperada e inesperada.

Para cada um dos processos chave anteriormente indicados é necessário:

•Definir e implantar sistemas que permitam vigiar e controlar as exposições a RO, integrados na gestão diária do Grupo, aproveitando a tecnologia existente e procurando a máxima automatização das aplicações.

•Definir e documentar as políticas para a gestão e o controle do risco operacional e implantar as metodologias e ferramentas de gestão deste risco acordes com as normas e as melhores práticas.

•Definir ferramentas, taxonomias e métricas comuns para toda a Organização.

O modelo de gestão e controle implantado pelo Grupo Santander aporta as seguintes vantagens:

•Promove o desenvolvimento de uma cultura de risco, atribuindo responsabilidades na gestão do risco a todas as funções da organização.

•Permite uma gestão integral e efetiva do RO (identificação, medição, avaliação, controle, mitigação e informação).

•Melhora o conhecimento dos riscos operacionais, tanto efetivos quanto potenciais, e seu atribuição às linhas de negócio e de suporte.

•A informação de RO contribui para melhorar os processos e controles, reduzir as perdas e a volatilidade dos receitas.

•Prioriza os riscos e as medidas de mitigação associadas para a tomada de decisões.

O Grupo Santander estabeleceu um esquema de governança para a gestão do RO que cumpre com as exigências regulatórias e que está alinhado com a cultura de riscos do Grupo e com o perfil de risco de suas atividades. Este esquema prevê a interlocução das distintas linhas de defesa e a interação com a governança corporativo, assegura uma cobertura completa dos riscos operacionais e garante o envolvimento da alta direção do Grupo na gestão do RO.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco operacional

266

Durante 2017, o Grupo desenvolveu indicadores corporativos com objetivo de monitorar os principais focos de risco do Grupo e da indústria. Além disso, potencializou-se o uso de indicadores em todos os âmbitos da organização, desde as primeiras linhas gestoras dos riscos. Busca-se que esses indicadores mais representativos do nível de risco dos diferentes fatores façam parte das métricas sobre as quais se constrói o apetite de risco operacional.

•Recomendações de auditoria e dos reguladores. Proporcionam informação relevante sobre risco inerente devido a fatores internos e externos e permite a identificação de debilidades nos controles.

•Reclamações de clientes. A evolução fomentada pelo Grupo quanto à sistematização do acompanhamento das reclamações e sobretudo da causa raiz desses reclamações aporta uma informação igualmente destacável ao identificar e medir o nível de risco das instituições. Neste sentido, a função de cumprimento e conduta elabora um análise detalhada, segundo se descreve no capítulo C.4.5. Governança de produtos e proteção ao consumidor.

•outros instrumentos específicos. Permitem um análise mais detalhada do risco tecnológico como, por exemplo, o controle das incidências críticas nos sistemas e eventos de ciber-segurança.

•Modelo de dados interno. Aplicação de modelos estatísticos que incluem o perfil de risco do Grupo e que se baseiam principalmente em informação incluída na base de dados de eventos internos, dados externos e cenários. A principal aplicação neste exercício tem sido para determinar o capital econômico e a estimativa de perda esperada e estressada como instrumento para o apetite de risco operacional.

O perfil de risco se enquadra em um apetite de riscos não financeiros, que foi estruturado da seguinte maneira:

•Uma afirmação (statement) geral, na qual se indica que o Grupo Santander tem como princípio a aversão aos eventos de risco operacional que possam ocasionar perdas financeiras, fraudes e descumprimentos operacionais, tecnológicos, legais e regulatórios, de conduta ou de dano reputacional.

•Métricas gerais relativas a perdas esperadas, perdas estressadas e recomendações vencidas de auditorias.

•Para os fatores de risco mais relevantes, inclui adicionalmente um statement para cada risco específico e uma série de métricas prospetivas para seu acompanhamento. Em concreto, sobre os seguintes: fraude interna e externa, risco tecnológico, ciber, risco legal, prevenção de lavagem de capitais, comercialização de produtos, cumprimento regulatório e gestão de fornecedores.

C.3.2.3. implantação do modelo e iniciativasNo momento atual, encontram-se incorporadas ao modelo praticamente a totalidade das unidades do Grupo, com um elevado grau de homogeneidade.

processo qualitativo que permite, mediante o critério e a experiência de um conjunto de especialistas em cada função, determinar os principais riscos operacionais da unidade, o entorno de controle e sua atribuição às diferentes funções da organização.

O propósito do RCSA é identificar e avaliar os riscos operacionais materiais que possam impedir as unidades de negócio ou de suporte de alcançar seus objetivos. Uma vez avaliados em termos inerente e residual, assim como de projeto e funcionamento dos controles, identificam -se medidas de mitigação no caso de que os níveis de risco estejam acima do perfil tolerável.

No Grupo se estabelece um processo contínuo de autoavaliação de risco operacional, de forma que os riscos materiais são avaliados ao menos uma vez ao ano. Este processo combina o juízo especializado e a participação em oficinas ou workshops, em que participam todas as partes interessadas, especialmente as primeiras linhas responsáveis por riscos e controles, assim como a figura do facilitador, o qual é neutro e sem autoridade de decisão, que ajuda o Grupo a obter os resultados esperados.

Adicionalmente, o Grupo elabora risk assessments de diversas fontes específicas de risco operacional, que permitem uma identificação transversal mais granular do nível de risco. Em concreto, realizam-se para os riscos tecnológico, de fraude e de fatores de potenciais descumprimentos normativos e exposição à lavagem de capitais e ao financiamento ao terrorismo. Estes dois últimos, junto com o exercício do fator dos riscos de conduta, são comentados com mais detalhes no capítulo "C.4 Risco de cumprimento e conduta" deste relatório.

•Base de dados externa de eventos44. Foi reforçada a utilização de bases de dados externas, que proporcionam informação quantitativa e qualitativa, permitindo uma análise mais detalhada e estruturada de eventos relevantes que se produziram no setor, a comparação do perfil de perdas com a indústria, tanto em nível local quanto global, e a adequada preparação dos exercícios de análise de cenários que se comentam a seguir.

•Análise de cenários de Ro Tem como objetivo identificar eventos potenciais de muito baixa probabilidade de ocorrência, porém que, por sua vez, podem presumir uma perda muito elevada para uma instituição. Avalia-se seu possível efeito na Instituição e se identificam controles adicionais e medidas mitigadoras que reduzem a eventualidade de um elevado impacto econômico. Para isso, obtém-se opinião especializada das linhas de negócio e dos gestores de risco e controle.

•sistema corporativo de indicadores. São estatísticas ou parâmetros, de diversa natureza, que proporcionam informação sobre a exposição ao risco e sobre o ambiente de controle de uma instituição. Estes indicadores são revisados periodicamente para alertar sobre mudanças que possam ser reveladores de problemas com o risco.

44. O Santander participa de consórcios internacionais como ORX (Operational Risk Exchange).

Relatório anual 2017 267

• Implementação de processos mais robustos de contraste entre os diferentes instrumentos de risco operacional, de forma que se permita um maior entendimento dos riscos relevantes da Organização.

• Impulso de planos de mitigação sobre aspetos de especial relevância (segurança da informação e ciber-segurança em sentido amplo e controle de fornecedores, entre outros): controle tanto da implantação de medidas corretoras quanto dos projetos em desenvolvimento.

•Melhoras nos planos de contingência e continuidade do negócio e, em geral, na gestão de crises (iniciativa ligada aos planos de viabilidade e resolução), dando cobertura também aos riscos emergentes (ciber).

• Impulso no controle do risco associado ao uso das tecnologias (controle e supervisão sobre o projeto dos sistemas, gestão das infraestruturas e desenvolvimento das aplicações).

No caso particular do controle de fornecedores antes citado, durante 2017 foi aprovada uma nova versão do marco de referência corporativo, dando cobertura aos novos requisitos emitidos pelo regulador neste âmbito, ampliando o alcance das tipologias de relações com terceiros considerados e alinhando-os às melhores práticas da indústria. Por outro lado, continuou-se avançando na definição e implantação de políticas, procedimentos e ferramentas nas instituições do Grupo com o fim de adaptar os processos atuais aos princípios e requisitos do marco. Durante 2017, os esforços se encaminharam para:

•A identificação e atribuição de funções e responsabilidades para cobrir as distintas atividades descritas no modelo para a gestão completa do ciclo de vida da relação com o fornecedor ou terceiro (decisão, homologação, contratação, acompanhamento e conclusão) e assegurar a adequação ao esquema de três linhas de defesa, em que as funções de gestão são atribuídas às primeiras linhas e o procedimento de controle para verificar o cumprimento dos princípios do modelo é executado pela função de RO.

•Evolução do sistema corporativo de gestão de fornecedores para dar cobertura aos novos requisitos do marco e antecipar as mudanças que se avizinham no âmbito regulatório (por ex. GDPR), principalmente no que concerne a:

• Inclusão de uma ferramenta de decisão que permite discriminar os serviços por sua relevância e nível de risco associado (por exemplo, com base na sensibilidade da informação tratada) e, por conseguinte, estabelecer os controles mais apropriados a cada caso no resto das fases do ciclo de vida do serviço.

•Revisão de questionários específicos e critérios que se utilizam na fase de homologação do fornecedor para assegurar que disponham de controles adequados para dar cobertura aos riscos associados ao serviço a prestar.

Segundo se indica no capítulo "C.3.1. Definição e objetivos", durante 2017 o Grupo concluiu seu processo de transformação para um enfoque de gestão avançada de riscos operacionais (AORM). O objetivo do programa é, por um lado, consolidar o atual modelo de gestão de risco operacional e, por outro, alcançar as melhores práticas de mercado e alavancar o monitoramento de um perfil de risco operacional integrado e consolidado para dirigir proativamente a estratégia de negócio e as decisões táticas.

O programa foi estruturado em linhas de trabalho chave (apetite, autoavaliação de riscos, cenários, métricas, etc.) que permitem focalizar as melhoras que se vêm obtendo, cobrindo as 10 maiores regiões do Grupo. Para um monitoramento adequado do progresso do programa, estabeleceu-se uma governança de acompanhamento na mais alta escala da Organização, tanto em nível corporativo quanto em cada uma das unidades locais.

O programa é apoiado pelo desenvolvimento da solução customizada e integrada de risco operacional (Heracles45), que foi implantada em todas as regiões do Grupo.

A seguir se destacam as principais atividades e iniciativas globais que foram adotadas em 2017 para uma gestão efetiva do risco operacional:

•Enriquecimento da informação e, em especial, da base de dados de perdas internas, aspeto chave para assegurar a integração de todos os instrumentos e poder realizar um análise cruzada deles.

•Estabelecimento de uma nova metodologia de qualificação objetiva para a avaliação e relato dos principais riscos (Top risks) , que inclui tanto a exposição ao risco quanto o ambiente de controle, e que considera elementos atuais e prospectivos.

Esta metodologia permite contar com um processo mais elaborado na determinação final acerca do nível de risco e da tendência, favorece a priorização na gestão dos riscos e a definição de planos concretos de mitigação e suporta a comunicação periódica destes riscos à alta direção.

• Impulso da governança e dos instrumentos de risco operacional nas primeiras linhas de defesa, entre os quais se destaca o foco no apetite de risco operacional para as unidades de negócio e suporte mais relevante.

• Incorporação de métricas adicionais de apetite de risco relacionadas com a fraude interna no âmbito de mercados, a fraude externa em cartões e com o controle da gestão de fornecedores.

•Desenvolvimento do processo de determinação, identificação e avaliação dos controles teóricos críticos. Esta iniciativa tem como objetivo robustecer e homogeneizar o entorno de controle na Organização, por meio da análise dos aspetos de controle mínimos que devem estar cobertos nas distintas unidades do Grupo.

45. Heracles é uma ferramenta GRC (Governance, Risk & Compliance) para a gestão integrada de riscos.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco operacional

268

C.3.2.4. sistema de informação de risco operacionalO Santander conta com um sistema de informação corporativo, denominado Heracles, que suporta as ferramentas de gestão de risco operacional e facilita as funções e necessidades de informação e reporting tanto em nível local quanto corporativo. O objetivo do Heracles é melhorar a tomada de decisões no processo de gestão de RO em toda a organização.

Este objetivo se consegue assegurando que os responsáveis por riscos em qualquer parte da Organização disponham de uma visão completa dos seus riscos e contem com a informação de apoio necessária de maneira oportuna. Esta visão completa e tempestiva se obtém como resultado da integração de vários programas, como a avaliação de riscos e controles, cenários, eventos e métricas com um conjunto comum de taxonomias, e padrões metodológicos. O resultado desta integração é um perfil de risco mais preciso e uma melhora significativa da eficiência. graças à economia de esforços redundantes e de duplicidades.

Além disso, o Heracles permite a interação de pessoas interessadas na gestão do risco operacional e na informação do sistema, com necessidades específicas ou limitadas a um certo âmbito, com a premissa da existência de uma única fonte de informação.

•Estabelecimento de fluxos de aprovação para orientar todo o processo de decisão, homologação, negociação e contratação.

•Criação de comitês específicos por região para o acompanhamento e tomada de decisões relativas a serviços e fornecedores relevantes e revisão dos procedimentos e critérios de escala.

• Inclusão do risco de terceiros como um dos riscos principais nas agendas dos comitês de riscos e da alta direção das principais instituições do Grupo.

•Definição e acompanhamento de indicadores e quadro de mando relativo à implantação do modelo. Inclusão de métricas específicas de fornecedores no relatório de apetite risco do Grupo e das principais instituições.

•Revisão e reforço da qualidade de informação dos inventários de serviços relevantes e dos fornecedores associados.

•Avanços na implantação de um sistema de gestão que permita a automatização de diferentes fases do ciclo de gestão de fornecedores, redundado em um melhor controle do processo e em uma maior qualidade da informação.

•Treinamento e conscientização em matéria de riscos associados a fornecedores e terceiros.

O Grupo continua trabalhando na implantação e maturação do modelo, reforçando e homogeneizando as atividades a desenvolver ao longo do ciclo de gestão com fornecedores e terceiros.

gestão PRoAtivA de RisCos

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Avaliação de riscos

Cenários

Métricas

Avaliação temática

Eventos de Perda

Políticas e Regulamentações

Auditoria interna

Avaliação de Controles

Riesgos

Planos de ação

Estrutura Org.Regulamentações Controles

Relatório anual 2017 269

totalidade dos funcionários do Grupo, embora se tenham projetado cursos específicos para diretores.

Em matéria de conscientização de ciber-segurança, lançaram-se campanhas de phishing para todos os funcionários a fim de reforçar suas capacidades ao identificar e reportar este tipo de eventos.

Além disso, a função de cumprimento e conduta elaborou e lançou um conjunto de ações de treinamento com fins de divulgação, segundo se detalha no capítulo "C.4.9. Projetos corporativos transversais" deste Relatório.

Adicionalmente, durante 2017 desenvolveram-se iniciativas de treinamento como as sessões de divulgação e sessões presenciais específicas (Programa Superior de Risco Operacional, treinamento relacionado com a ferramenta Heracles, etc).

Igualmente, o Grupo potencializa a implantação de uma melhor cultura de risco operacional por meio de várias iniciativas, entre as quais se destaca o newsletter de RO. O objetivo é a conscientização sobre a relevância deste risco, a distribuição de procedimentos e guias, eventos externos relevantes, temas de interesse relacionados e eventos ocorridos no Grupo.

Durante 2017, alcançou-se o objetivo de ter uma funcionalidade completa, graças à incorporação dos módulos de métricas, avaliações temáticas e cenários. Além disso, melhorou-se a capacidade de tomada de decisões por meio da definição de fluxos de aprovação. Também se trabalhou nas melhorias das capacidades de reporting, para dar cumprimento à norma Risk Data Agreggation.

Para a consecução deste último objetivo definiu-se uma arquitetura tecnológica de referência, com soluções que cobrem a coleta de informação, o aprovisionamento em uma base de dados íntegra e confiável (denominada Golden Source) e a geração de relatórios de risco operacional a partir dessa arquitetura.

Adicionalmente, continuou-se trabalhando na automatização do aprovisionamento da informação a partir dos sistemas locais das instituições.

C.3.2.5. Ações de treinamento e de cultura de riscoQuanto à cultura de riscos risk pro, o Grupo impulsiona o conhecimento e a conscientização do risco operacional em todos os níveis da Organização. Durante o ano 2017, realizaram-se diferentes sessões de treinamento através de um formato de e-learning, que cobrem conhecimentos gerais de RO. Estes cursos são dirigidos à

C.3.3. evolução das principais métricas

A evolução de perdas líquidas (incluem tanto perdas incorridas quanto dotações líquidas de provisiones) por categoria de risco de Basileia46 durante os três últimos exercícios é a seguinte:

2015 2016 2017

i - Fraude interna vii - execução, entrega e gestão

dos processos

v - danos em ativos físicos

iii - práticas de emprego, saúde

e segurança no trabalho

vi - interrupção do negócio e falhas

nos sistemas

iv - práticas com clientes, produtos

e de negócio

ii - Fraude externa

70%

70%

70%

70%

70%

70%

70%

70%

distRiBuição de peRdas lÍquidas poR categoRias de Risco opeRacional (sem. populaR)47

% s/total

1,7% 1,9%

16,7%

67,5%

10,4%

1% 0,8%

46. As categorias de Basileia incorporam riscos que se detalham no capítulo C.4. Risco de cumprimento e conduta

47. De acordo com a prática local, as remuneração aos funcionários no Brasil são geridas como parte do custo de pessoal da instituição, sem prejuízo de do seu tratamento segundo a classificação aplicável no marco de risco operacional de Basileia, pelo que não se encontram incluídas.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco operacional

270

Payment Protetion Insurance (PPI) e outros casos de comercialização de produtos.

No que se refere à fraude externa, os principais focos de risco seguem sendo a utilização fraudulenta de cartões de débito e de crédito, com um aumento significativo da fraude com cartão no presente, e a fraude em canais à distancia (banco por Internet e banco móvel).

No que se refere à evolução do número de eventos de risco operacional por categoria de Basileia, durante os últimos três exercícios é a seguinte:

Em termos relativos, as perdas da categoria de práticas com clientes, produtos e de negócio aumentam em relação ao ano anterior, embora as de fraude externa e erros em processos diminuam.

Durante 2017, as perdas mais relevantes por tipologia e região correspondem às causas judiciais no Brasil, onde se mantém um conjunto de medidas para melhorar o serviço aos clientes (agrupadas dentro de um plano de mitigação completo, segundo se descreve no capítulo "C.3.4 Medidas de mitigação"). Por outro lado, em 2017 diminuiu o o volume de perdas no Reino Unido, graças à diminuição das novas dotações para cobrir futuras reclamações pela venda do

2015 2016 2017

i - Fraude interna vii - execução, entrega e gestão

dos processos

v - danos em ativos físicos

iii - práticas de emprego, saúde

e segurança no trabalho

vi - interrupção do negócio e falhas

nos sistemas

iv - práticas com clientes, produtos

e de negócio

ii - Fraude externa

70%

70%

70%

70%

70%

70%

70%

distRiBuição do númeRo de eventos poR categoRias de Risco opeRacional (sem populaR)48

% s/total

41,1%

2,9%

16,2%

39,3%

0,1% 0,3%0,1%

C.3.4. Medidas de mitigação

De acordo com o modelo, o Grupo realiza um acompanhamento das medidas de mitigação relacionadas com os principais focos de risco identificados através das ferramentas internas de gestão de RO (base de dados interna de eventos, indicadores, autoavaliação, cenários, recomendações de auditoria, etc.) e outras fontes de informação externas (eventos externos e informes da indústria).

Durante 2017, intensificou-se a gestão ativa da mitigação, na qual intervém tanto a primeira linha de defesa quanto a função de controle de risco operacional, que estabelece um controle adicional por meio das funções especializadas de negócio e suporte. Igualmente, o Grupo continua impulsionando a implantação preventiva de políticas e procedimentos de gestão e controle do risco operacional.

As medidas de mitigação mais relevantes se concentram na melhora da segurança na operação habitual dos clientes, na gestão do fraude

externa, na melhora continuada dos processos e da tecnologia, e na gestão para uma venda de produtos e uma prestação de serviços adequadas.

Em concreto, e no que se refere à redução da fraude, as medidas específicas mais relevantes são:

em relação à fraude com cartões:•Uso padrão de EMV -cartões com chip - baseado em tecnologia

de autenticação avançada nas diferentes regiões onde o Grupo Santander opera.

•Proteção de cartões frente aos ataques de fraude em comercio eletrônico (padrão de fraude que tem mostrado um maior aumento na indústria):

• Implantação do padrão de comercio eletrônico seguro (3DSecure) para fazê-lo mais robusto mediante a solicitação de um segundo fator de autenticação, baseado em chaves de uso único.

48. De acordo com a prática local, as remuneração aos funcionários no Brasil são geridas como parte do custo de pessoal da instituição, sem prejuízo de do seu tratamento segundo a classificação aplicável no marco de risco operacional de Basileia, pelo que não se encontram incluídas.

Relatório anual 2017 271

nas atividades de mitigação relacionadas com a gestão de identidade e acessos em todas as regiões, com o respaldo da alta direção.

Avançou-se, a sua vez, nos mecanismos de registro, notificação e escala de incidentes para o reporting interno e para supervisores.

Por outro lado, as unidades do Grupo participam de ciber-exercícios coordenados nos distintos países com organismos públicos, assim como da realização de cenários internos de ciber-segurança e gestão de crises como mecanismos de avaliação de riscos, e em testes de capacidade de resposta ante esta tipologia de eventos.

Adicionalmente, a observação e o estudo dos eventos ocorridos no setor e em outras indústrias, com uma perspectiva analítica, permitem-nos atualizar e adaptar nossos modelos às ameaças emergentes.

outras medidas de mitigação relevantes:O grupo fixa como prioridade o estabelecimento de medidas de mitigação para otimizar a gestão de processos de acordo com as necessidades de nossos clientes.

NoNo que se refere às medidas de mitigação relativas a práticas com clientes, produtos e negócios, o Grupo Santander vem realizando uma melhora contínua - e posterior implantação - de políticas corporativas sobre aspectos tais como a comercialização de produtos e serviços ou a prevenção de lavagem de capitais e financiamento do terrorismo.

Em concreto e com caráter global, durante o 2017 aprovaram-se duas políticas que desenvolvem o marco corporativo de comercialização de produtos e serviços e proteção ao consumidor em relação à gestão do risco Fiduciário e à Proteção ao Consumidor, foram robustecidos os processos de identificação de riscos e desenvolvido treinamento obrigatório na matéria. Informações detalhadas sobre o assunto se e encontram no capítulo C.4.5. Governança de produtos e proteção ao consumidor. Adicionalmente, destaca-se a análise detalhado das incidências e reclamações de clientes que realizam as unidades locais, estabelecendo mesas de trabalho causa-raiz com o máximo acompanhamento (por exemplo, no Chile, durante 2017, se estabeleceram 12 mesas de trabalho causa-raiz, em que se trataram 157 iniciativas para a mitigação de problemas de clientes e melhoria da sua experiência de usuário, das quais já se implantaram mais de 100).

Destaca-se igualmente a melhora continua em práticas com clientes no Brasil, onde, com foco em fraude em canais eletrônicos, estabeleceu-se um foro de primeiro nível executivo em que participam todas as áreas do banco com duas linhas de trabalho: uma tática (comunicações com clientes, reforçar atenção nos centros de atendimento, conteúdo de treinamento a clientes para mudanças em processos, conceitos e comportamentos) e outra estrutural (mudanças em segurança de sistemas e processos para redução de casos de fraude).

•Soluções inovadoras baseadas em aplicativos móveis que permitem desativar os cartões para uso em e-commerce.

•Geração de cartões virtuais com chaves de verificação dinâmicas.

•Uso no Brasil de um sistema de autenticação biométrica em caixas automáticos e guichês de caixas de agências. Graças a este novo sistema, os clientes podem retirar dinheiro dos caixas automáticos utilizando sua impressão digital como assinatura nas operações.

• Integração das ferramentas de monitoramento e detecção de fraude com outros sistemas, tanto internos quanto externos, para melhorar a capacidade de detecção de operações suspeitas.

•Reforço da segurança dos caixas automáticos, incorporando elementos anti-skimming para a evitar a clonagem de cartões.

em relação à fraude em banco por internet/banco móvel:•Validação de operações no banco online mediante um segundo fator

de segurança, baseado em senhas de uso único. Dependendo da região a tecnologia está evoluindo (por exemplo, baseada em códigos de imagens –códigos QR– gerados a partir dos dados da própria operação).

•Melhora da segurança no banco por Internet mediante a introdução de um sistema de scoring no qual se atribui um nível de risco à transação e se requerem validações adicionais quando se supera um determinado limite de segurança.

• Implantação de medidas de proteção específicas para banco móvel, como a identificação e o registro dos dispositivos dos clientes (Device Id).

Planos de ciber-segurança e segurança da informação:Durante 2017, o Santander continuou a manter uma total atenção nos riscos relacionados com a ciber-segurança, que afetam todo tipo de empresas e instituições, incluindo as do setor financeiro. Esta situação, que gera preocupação em instituições e reguladores, impulsiona a adoção de medidas preventivas para estar preparados contra ataques desta natureza.

Em nível técnico, entre outras cabe destacar uma melhora nas medidas para a proteção contra ataques de denegação de serviço.

O Grupo desenvolveu sua norma de ciber com a aprovação de um novo marco de ciber-segurança e com o modelo de supervisão de ciber-riscos, assim como com diferentes políticas relacionadas a esta matéria.

Igualmente, definiu-se uma nova estrutura organizacional e reforçou-se a governança do Grupo para a gestão e o controle deste risco. Para tal fim se estabeleceram comitês específicos e incorporaram-se métricas de ciber-segurança no apetite de risco do Grupo. Estas métricas foram monitoradas e reportadas tanto nas distintas regiões quanto em nível Global.

Adicionalmente, reforçou-se a função de inteligência e análise do Grupo, mediante a contratação de novos serviços de monitoramento de ameaças contra as instituições. Além disso, continua-se avançando

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco operacional

272

logísticos necessários para ter uma resposta adequada e coordenada em situações de crises.

Por outro lado, realizou-se uma atualização da ferramenta corporativa na qual se registram e mantêm os planos de continuidade do Grupo, melhorando a integração com outros repositórios onde se alojam os ativos relevantes do Grupo (pessoas, aplicativos e fornecedores).

C.3.6. outros aspetos de controle e acompanhamento do risco operacional

Análise e acompanhamento dos controles na operação de mercados Devido à especificidade e complexidade dos mercados financeiros, o Grupo leva a cabo uma melhora continua dos procedimentos de controle operacional para manter-se alinhado com as novas normas e com as boas práticas do mercado. Assim, durante o ano, continuou-se trabalhando na consolidação da integração da gestão de RO na estratégia de negócio com acompanhamento holístico dos riscos da atividade e dos controles que os mitigam. Isto já ocasionou uma melhora substancial do ambiente de controle, focalizada nos seguintes pontos:

• Implantação de um novo modelo de trading não autorizado, assim como o estabelecimento de uma métrica de apetite de risco exclusiva deste negócio, que permite medir a robustez de tal entorno em cada uma das regiões.

•Adaptação do modelo de controle aos novos requisitos regulatórios, tais como MiFID II, EMIR, PRIIPS e GDPR, entre outros.

•Revisão das principais regiões de cumprimento dos princípios do Global FX Condut Code com envolvimento de toda a Organização.

•Robustecimento dos planos de continuidade de negócio, incorporando, entre outras, melhoras dos novos cenários adaptados aos novos riscos da indústria.

•Reforço dos controles que garantem uma adequada segregação funcional nos sistemas implicados em toda a operação de mercados.

•Melhoria do acompanhamento dos fornecedores relacionados com a atividade de mercados, tendo em conta a criticidade deste tema devido às tendências do mercado quanto à contratação eletrônica.

Para maios informação sobre os aspetos de cumprimento regulatório em matéria de mercados, ver o capítulo C.4.4. Conformidade regulatória

Por último, indicar que o negócio se encontra imerso em uma transformação global que leva paralelamente a uma modernização das plataformas tecnológicas e dos processos operacionais que incorpora um robusto modelo de controle e que permite reduzir o risco operacional associado à atividade.

C.3.5. Plano de Continuidade de negócio

O Grupo dispõe de um sistema de gestão de continuidade de negócio (SGCN) para garantir a continuidade dos processos de negócio de suas instituições no caso de desastre ou incidente grave.

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análise de impacto

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treinamento e teste de

manutençãodesenvolvimento de procedimentos de gestão de crises

governança

Política

organização

Este objetivo básico se concretiza em:

•Minimizar os possíveis danos para as pessoas e os impactos financeiros e de negócio adversos para o Grupo, derivados de uma interrupção das operações normais do negócio.

•Reduzir os efeitos operacionais de um desastre, administrando uma série de orientações e procedimentos predefinidos e flexíveis para seu emprego na retomada e recuperação dos processos.

•Retomar as operações do negócio e funções de suporte associadas, sensíveis ao tempo, com o fim de obter a continuidade do negócio, a estabilidade dos ganhos e o crescimento planejado.

•Proteger a imagem pública e a confiança no Grupo Santander.

•Satisfazer as obrigações do Grupo para com seus funcionários, clientes, acionistas e outras terceiras partes interessadas.

Em 2017 o Grupo continuou avançando na implantação e melhora continua do seu sistema de gestão de continuidade de negócio. Realizou-se uma revisão da metodologia para reforçar a governança de revisão e aprovação de estratégias e planos de continuidade, assegurando que se produza no nível apropriado da organização, assim como para cumprir com os novos requisitos regulatórios e dar cobertura a riscos emergentes (como ciber-risco).

Durante 2017, realizaram-se vários exercícios de simulação de crise frente a cenários que poderiam afetar a continuidade da operação crítica de negócio (incluídos ciber-ataques), com o envolvimento dos distintos comitês de gestão de crises e da alta direção do Grupo. Neste sentido, tem-se trabalhado também em reforçar os protocolos de resposta ante este tipo de cenários e na disponibilidade dos requisitos

Relatório anual 2017 273

os seguros na gestão do risco operacionalO Grupo Santander considera os seguros um elemento chave na gestão do risco operacional. Em 2017, continuou-se desenvolvendo procedimentos destinados a uma melhor coordenação entre as distintas funções envolvidas no ciclo de gestão dos seguros que mitigam o risco operacional. Uma vez assentada a relação funcional entre as áreas de Seguros Próprios e de Controle de Risco Operacional, o objetivo fundamental é divulgar às diferentes áreas de gestão de riscos de primeira linha as diretrizes adequadas para uma efetiva gestão do risco assegurável, destacando as seguintes atividades:

• Identificação de todos os riscos no Grupo que possam ser objeto de uma cobertura de seguro, incluindo ainda novas coberturas de seguro sobre riscos já identificados no mercado.

•Estabelecimento e implementação de critérios para quantificar o risco assegurável, apoiando-se na análise de perdas e nos cenários, que permitam determinar o nível de exposição do Grupo a cada risco.

•Análise da cobertura disponível no mercado de seguros, assim como projeto preliminar das condições que melhor se ajustem às necessidades previamente identificadas e avaliadas.

•Avaliação técnica do nível de proteção proporcionado pela apólice, custo e níveis de retenção que assumirá o Grupo (franquias e outros elementos a cargo do segurado) com objetivo de decidir sobre sua contratação.

•Negociação com fornecedores e adjudicação de acordo com os procedimentos estabelecidos para este fim pelo Grupo.

•Acompanhamento dos incidentes declarados nas apólices, assim como dos não declarados ou não recuperados por uma declaração incorreta, estabelecendo protocolos de atuação e foros específicos de acompanhamento.

•Análise da adequação das apólices do Grupo aos riscos cobertos, tomando as oportunas medidas corretivas das deficiências detectadas.

•Colaboração estreita dos responsáveis locais de risco operacional com coordenadores locais de seguros para reforçar a mitigação do risco operacional.

•Participação ativa de ambas áreas no foro de seguros próprios, máximo órgão técnico no Grupo para a definição das estratégias de cobertura e contratação de seguros (replicado ainda em cada região para acompanhamento das atividades mencionadas neste capítulo), no foro de acompanhamento de sinistros e no comitê corporativo de risco operacional.

Além disso, a área de Seguros Próprios aumentou sua presencia em diversos foros do Grupo (danos em ativos físicos, fraude, cenários, gestão de situações especiais, etc.), incrementando assim sua interação com outras funções do Grupo e sua capacidade de identificar e avaliar apropriadamente os riscos asseguráveis e otimizar a proteção da conta de resultados.

informação corporativaA função de RO conta com um sistema de informação de gestão que permite fornecer dados dos principais elementos de risco do Grupo. Adicionalmente, desenvolveu-se em 2017 o procedimento de consolidação e reporting da informação relativa ao âmbito de risco operacional, com o fim de definir os requisitos mínimos de informação e sua periodicidade, assim como a validação, consolidação e uso da informação no reporting aos órgãos de governança da Instituição.

A informação disponível no âmbito de risco operacional se consolida de modo que se obtém uma visão global com as seguintes caraterísticas:

•Dois níveis de informação: um corporativo, com informação consolidada, e outro individualizado para cada país/unidade.

•Difusão das melhores práticas entre as unidades de Grupo Santander, obtidas mediante o estudo combinado dos resultados derivados das análise qualitativas e quantitativas de risco operacional.

Concretamente, elabora-se informação sobre os seguintes aspetos:

•Modelo de gestão de risco operacional no Grupo Santander e nas principais unidades e regiões do Grupo.

•Perímertro de gestão do risco operacional

•Capital regulatório de risco operacional.

•Acompanhamento das métricas de apetite.

•Perfil consolidado de risco operacional, através da identificação, avaliação e priorização dos principais focos de risco.

•Perfil de risco por país e por categoria de risco e principais aspetos do acompanhamento de risco operacional em cada uma destas dimensões.

•Planos de ação associados aos focos de risco.

•Distribuição de perdas por região e categoria de risco.

•Evolução de perdas e provisões (acumulado anual, desvio em relação ao ano anterior e ao orçamento).

•Análise de eventos externos relevantes.

•Análise dos riscos mais relevantes, detectados através dos exercícios de autoavaliação de riscos operacionais e tecnológicos ou cenários de risco operacional.

•Avaliação e análise de indicadores de risco.

•Medidas mitigadoras / gestão ativa.

•Planos de continuidade do negócio e planos de contingência.

Esta informação serve de base para cumprir com as necessidades de reporting a: comitê de controle de riscos, comissão de supervisão de riscos, regulamentação e cumprimento, comitê de risco operacional, alta direção, reguladores, agências de rating, etc.

Relatório Anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscosPerfil de risco > Risco de cumprimento e conduta

274

C.4.2. Controle e supervisão dos riscos de cumprimento

A responsabilidade principal da gestão dos riscos de cumprimento e conduta situa-se nas primeiras linhas, conjuntamente entre as unidades de negócios que originam diretamente tais riscos e a própria função de cumprimento e conduta, através da alocação de atividades ou tarefas de cumprimento ou diretamente, em alguns casos.

Além disso, corresponde à função de estabelecer, impulsionar e obter a adesão das unidades aos marcos, políticas e padrões homogêneos em todo o Grupo. Para isso, em 2017 foi desenvolvida uma árvore normativa homogênea em todo o Grupo, bem como um procedimento para seu acompanhamento e controle sistemático.

O relatório aos órgãos de governo e administração do Grupo Santander corresponde ao GCCO, que, além disso, é responsável por assessorar e informar, bem como promover o desenvolvimento da função. Tudo isso independentemente do relatório que a função de riscos realiza igualmente para os órgãos governamentais e administrativos de todos os riscos do Grupo, nos quais cumprimento e conduta também se integram.

Durante 2017, foi consolidado e desenvolvido o novo modelo de cumprimento e conduta, especialmente no campo das diferentes unidades do Grupo. Para isso, desde a corporação os componentes essenciais para assegurar um controle e supervisão contínuos foram estabelecidos, mediante a implantação de sistemas sólidos de governança, sistemática de reporting e interações com tais unidades, de acordo com o modelo de governança Grupo-Filiais que o Grupo tem estabelecido.

Da mesma forma, a Auditoria Interna — dentro de suas funções de terceira linha de defesa — realiza as revisões e auditorias necessárias para verificar se os controles e elementos de supervisão adequados são aplicados, bem como o cumprimento das normas e procedimentos estabelecidos no Grupo.

Em 2017, teve início a revisão, atualização e simplificação dos marcos corporativos da função de cumprimento e conduta, que são os documentos de primeiro nível que regulam a função à qual os órgãos de administração das diferentes unidades aderem:

C.4.1. Alcance, missão, definições e objetivo

A função de cumprimento e conduta promove a adesão do Grupo Santander às normas, requisitos de supervisão e princípios e valores de boa conduta, mediante o estabelecimento de padrões, debatendo, aconselhando e informando, no interesse dos funcionários, clientes, acionistas e da sociedade em geral.

Seu alcance compreende todas as matérias relacionadas com o cumprimento regulatório, prevenção de lavagem de capitais e financiamento do terrorismo, administração de produtos e proteção ao cliente e risco reputacional.

O cumprimento e conduta consolidaram os avanços dos dois exercícios anteriores, e 2017 representou uma evolução muito notável da função, tanto em nível corporativo, quanto nas diferentes unidades do Grupo, como parte do programa estratégico de cumprimento que está sendo desenvolvido.

De acordo com a atual configuração corporativa das três linhas de defesa do Grupo Santander, cumprimento e conduta é uma função de controle independente de segunda linha que depende do diretor executivo, com relatório direto e periódico ao conselho administrativo e a suas comissões, através do Group Chief Compliance Officer (GCCO). Esta configuração está alinhada com as exigências de regulamentação bancária e com as expectativas dos supervisores.

A seguir são definidos os riscos de cumprimento:

•Risco de conduta: é o que decorre de práticas, processos ou condutas que não são adequadas ou que deixam de cumprir as normas internas, a legalidade ou as exigências de supervisão.

•Risco reputacional: risco de um impacto econômico negativo, real ou potencial, devido a uma deterioração na percepção do banco por parte dos funcionários, clientes, acionistas/investidores e a sociedade em geral.

O Grupo tem como objetivo minimizar a probabilidade de surgimento de descumprimentos e irregularidades e, no caso de eventualmente surgirem, identificar, avaliar, comunicar e resolver com rapidez.

Além disso, outras funções de controle (riscos e auditoria) participam no controle de tais riscos.

C.4. Risco de cumprimento e conduta

Relatório Anual 2017 275

ii) Definir o modelo de controle do risco de cumprimento regulatório no Grupo Santander, com base na legislação comum aplicável em vários países nos quais atua.

iii) Decidir sobre as questões relevantes em matéria de cumprimento regulatório que possam envolver um risco potencial para o Grupo.

iv) Interpretar o Código Geral de Conduta e os códigos especializados e realizar propostas para sua melhoria.

Em 2017, o comitê de cumprimento regulatório realizou quatro reuniões.

O comitê corporativo de comercialização é o órgão colegiado de governança para a validação de produtos e serviços. Suas funções principais são:

i) Validar novos produtos ou serviços apresentados por parte da matriz ou de qualquer filial / unidade do Grupo, antes do seu lançamento.

ii) Estabelecer o modelo de controle do risco de comercialização no Grupo, incluindo os indicadores de risk assessment e propondo o apetite de risco em matéria de comercialização e proteção ao consumidor para o comitê de cumprimento.

iii) Estabelecer critérios de interpretação e aprovar os modelos de referência em desenvolvimento do marco corporativo de comercialização de produtos e serviços e proteção ao consumidor e de sua legislação de referência, bem como validar as adaptações locais desses modelos.

iv) Avaliar e decidir sobre as questões relevantes em matéria de comercialização que possam envolver um risco potencial para o Grupo, em função dos poderes que foram concedidos ou das atribuições que precisam ser exercidas por obrigação legal.

Durante o exercício 2017, foram realizadas 12 sessões do comitê corporativo de comercialização, onde foram apresentadas um total de 148 propostas de produtos/serviços novos e modelos ou outros documentos de referência em matéria de comercialização, com uma delas não tendo sido validada.

O comitê de acompanhamento e proteção ao consumidor é o órgão colegiado de governo do Grupo em matéria de acompanhamento de produtos e serviços e avaliação de assuntos de proteção ao consumidor em todas as unidades do Grupo. Suas funções principais são:

i) Realizar um acompanhamento da comercialização de produtos e serviços por país e por tipo de produto, revisando todas as informações disponíveis e focando os produtos e serviços com acompanhamento especial, bem como os custos de conduta, compensações para clientes, sanções...

ii) Realizar acompanhamento da metodologia comum de medição e relatório de reclamações, com base na análise da causa raiz, e a qualidade e adequação das informações obtidas.

iii) Estabelecer e avaliar a eficácia das medidas corretivas ao identificar riscos em matéria de governo de produtos e proteção ao consumidor no Grupo.

•Marco geral de cumprimento.

•Marco de comercialização de produtos e serviços e proteção ao consumidor.

•Marco de prevenção da lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo.

Além disso, o Código Geral de Conduta reflete as normas de conduta e princípios éticos que regem a ação de todos os funcionários do Grupo Santander e se complementa em determinadas matérias, com as normas que aparecem em outros códigos e seus regulamentos de desenvolvimento interno.

Além disso, o Código Geral de Conduta estabelece:

•As funções e responsabilidades de cumprimento.

•As normas que regulam as consequências de seu descumprimento.

•O canal para o encaminhamento e processamento de comunicações de ações supostamente irregulares (whistle-blowing channel).

Corresponde à função de cumprimento e conduta, sob a supervisão do comitê de cumprimento e da comissão de supervisão de riscos, regulamentação e cumprimento (CSRRC), assegurar a eficaz implantação e acompanhamento do Código Geral de Conduta, uma vez que o conselho é o titular do mesmo e dos marcos corporativos que desenvolvem esta função.

É importante destacar que, em 2017, desenvolveu-se um modelo de risco reputacional que reúne os principais elementos para sua gestão, cuja implantação nas unidades está sendo realizada de forma progressiva.

Este modelo identifica as fontes mais relevantes desta tipologia de riscos, estabelece um enfoque preventivo para sua correta gestão, determina as funções envolvidas na gestão e controle deste risco e seus órgãos superiores.

C.4.3. governança e modelo organizacional

Durante 2017 e segundo o mandato atribuído à função de cumprimento e conduta pelo conselho, foi obtido um avanço muito notável no programa estratégico de cumprimento. No dois exercícios anteriores, foram definidos o alcance, os objetivos de tal modelo e a sua implantação em nível corporativo, e em 2017 realizou-se a implantação do modelo no âmbito das diferentes unidades do Grupo, com o objetivo de atingir no final de 2018 uma função de cumprimento e conduta alinhada com os melhores padrões do setor financeiro.

C.4.3.1. governoComo órgãos colegiados de cumprimento e conduta, encontram-se os comitês corporativos detalhados a seguir, com suas respectivas réplicas em nível local:

O comitê de cumprimento regulatório é o órgão colegiado de governança em termos de cumprimento regulatório. Suas funções principais são:

i) Controlar e supervisionar o risco de cumprimento regulatório no Grupo, como segunda linha de defesa.

Relatório Anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscosPerfil de risco > Risco de cumprimento e conduta

276

iii) Revisar os eventos e situações relevantes dos riscos de cumprimento e conduta, as medidas adotadas e sua eficácia, e propor quando seu escalonamento ou transferência será necessária.

iv) Estabelecer e avaliar as medidas corretivas ao identificar riscos nesta matéria no Grupo, seja por deficiências na gestão e controle estabelecidos, seja pelo surgimento de novos riscos.

v) Seguir as novas regulamentações que surgirem ou as que forem modificadas, bem como estabelecer seu âmbito de aplicação no Grupo e, se for o caso, as medidas de adaptação ou mitigação necessárias.

Durante 2017, foram realizadas nove sessões do comitê corporativo de cumprimento e conduta.

C.4.3.2. Modelo organizacionalDerivado do programa estratégico de cumprimento e com o objetivo de ter uma visão e uma gestão integrada dos diferentes riscos de cumprimento e conduta, a função está estruturada de forma híbrida, para integrar os riscos especializados (funções verticais), com uma visão agregada e homogeneizada dos mesmos (funções transversais).

Esta estrutura funcional foi consolidada em nível corporativo durante 2017.

Funções transversais

governança, planejamento e consolidação

a) governança. Controla e gerencia o funcionamento da função de cumprimento e conduta em nível corporativo. Desenvolve iniciativas e elementos de cultura, formação, talento e desenvolvimento profissional dentro da função, com visão de longo prazo. Interage e unifica a relação com outras funções de controle e suporte.

b) Planejamento. Planeja a definição da estratégia de cumprimento e conduta e os recursos necessários, realizando o planejamento anual correspondente. Mantém o mapa de regulamentos e políticas de cumprimento e conduta. Gerencia e coordena os processos de organização interna e de recursos humanos da função.

c) Consolidação. Consolida os diferentes riscos de cumprimento e conduta em nível global, em coordenação com riscos. Supervisiona a aplicação das medidas de mitigação definidas e planos de avaliação de riscos, além de monitorar a resposta e a implementação de petições dos reguladores. Realiza a proposta de apetite de riscos de cumprimento e conduta, mediante a integração das diferentes propostas em nível local, no apetite de riscos do Grupo, bem como a coordenação e integração dos diferentes risk assessments. Além disso, coordena o processo de acompanhamento das recomendações de Auditoria Interna.

d) Radar Regulatório. Desenvolve e coordena a criação e administração do repositório global de normas e regulamentos aplicáveis a todas as unidades, mediante um processo multidisciplinar que conta com diferentes funções. Gerencia a governança destinada a atribuir responsabilidades de implantação regulamentar, realizando seu acompanhamento.

iv) Identificar, gerenciar e comunicar de forma preventiva as problemáticas, eventos, situações relevantes e melhores práticas em matéria de comercialização e proteção ao consumidor de forma transversal no Grupo.

Em 2017, foram realizadas 23 sessões do comitê de acompanhamento e proteção ao consumidor.

O comitê de prevenção da lavagem de capitais e financiamento do terrorismo é o órgão colegiado nesta matéria. Suas funções principais são:

i) Controlar e supervisionar o risco de prevenção da lavagem de capitais e do financiamento do terrorismo (PBC/FT) no Grupo, como segunda linha de defesa.

ii) Definir o modelo de controle do risco de PBC/FT no Grupo Santander.

iii) Estabelecer os modelos de referência em desenvolvimento do marco de PBC/FT e suas normas de desenvolvimento.

iv) Acompanhar os projetos de melhoria e dos planos de transformação de PBC/FT e promover, se for o caso, medidas de estímulo e corretivas.

Durante 2017, este comitê realizou quatro sessões.

O steering committee de risco reputacional. Em setembro de 2016 criou-se o órgão para garantir a implantação correta do modelo de risco reputacional.

Tal comitê é presidido pelo Group Chief Compliance Officer, cujas funções principais são:

i) Promover a implantação do modelo corporativo de risco reputacional.

ii) Avaliar fontes de risco reputacional e sua criticidade.

iii) Definir planos de ação para a prevenção do risco reputacional.

iv) Análises de eventos de risco reputacional.

v) Definir processos de escala e reporting para a diretoria em matéria de risco reputacional.

Em 2017, foram realizadas quatro sessões do comitê.

O comitê corporativo de cumprimento e conduta é o órgão colegiado de nível superior da função de cumprimento e conduta que agrupa os objetivos dos comitês anteriores.

Suas funções principais são as seguintes:

i) Acompanhar e avaliar o risco de cumprimento e conduta que possa ter impacto no Grupo Santander, como segunda linha de defesa.

ii) Propor a atualização ou modificação do marco geral de cumprimento e dos marcos corporativos da função, para sua aprovação final pelo conselho administrativo.

Relatório Anual 2017 277

Risco reputacional Define, controla e supervisiona o modelo de risco reputacional, mediante a prevenção e detecção precoce de riscos e eventos e mitigação de qualquer impacto potencial para a reputação do Grupo, bem como do diminuição da percepção dos grupos de interesse (clientes, acionistas, investidores, funcionários e a opinião pública e sociedade em geral).

C.4.4. Cumprimento regulatório

FunçõesPara o controle adequado e supervisão dos riscos de cumprimento regulatório, as seguintes funções:

• Implementar a aplicação do Código Geral de Conduta e dos demais códigos e normas de desenvolvimento dos mesmos. Assessorar na resolução das dúvidas que surjam em sua aplicação.

•Receber e processar as denúncias que afetem os funcionários através do canal de denúncias.

•Conduzir e coordenar as investigações sobre descumprimentos, podendo solicitar o apoio de Auditoria Interna e propor ao comitê de irregularidades as sanções que, se aplicáveis, procedem.

•Controlar e supervisionar o risco de cumprimento relacionado com: (i) os eventos relativos aos funcionários (Corporate Defense); (ii) a legislação que afeta organização (Geral Data Protection Regulation – GDPR – e Foreing Account Tax Compliance Act – FATCA); (iii) o cumprimento de regulamentos específicos de mercados internacionais (principalmente Volcker Rule, EMIR, Dodd-Frank e MiFID II); (iv) a publicação de informação relevante do Grupo Santander; e (v) o desenvolvimento de políticas e normas que impeçam o abuso de mercado.

•Disseminar as informações relevantes do Grupo para a Comissão Nacional do Mercado de Valores e demais órgãos reguladores onde as ações do Santander são cotadas.

•Supervisionar a atividade de formação obrigatória em matéria de cumprimento regulatório.

A seguir são descritas as áreas mais relevantes da função de cumprimento regulatório:

FuncionáriosSeu objetivo, com base no Código Geral de Conduta, é estabelecer padrões na prevenção de riscos penais e conflitos de interesse, bem como, da perspectiva regulamentar, colaborar com outras áreas na fixação de pautas em matéria de remunerações e na relação com os fornecedores.

Para prevenção de riscos penais, assume-se a responsabilidade de minimizar o impacto da responsabilidade penal de pessoas jurídicas, por possíveis delitos cometidos por conta e vantagem das mesmas, por seus administradores ou representantes e pelos funcionários como consequência da falta de controle.

O Grupo conta com um modelo corporativo de Corporate Defense, que tem por objeto desenvolver atividades de conscientização sobre os principais riscos penais na Organização. A implantação deste modelo corporativo começou em 2016 nas unidades da Argentina, Brasil, Chile,

Coordenação com unidadesPromove a relação entre as funções de cumprimento e conduta da corporação e as diferentes unidades do Grupo Santander, em conformidade com o disposto em seu modelo de governança Grupo-Filiais.

Este trabalho é desenvolvido com a participação na nomeação do CCO de cada unidade; o estabelecimento de seus objetivos funcionais; a coordenação, junto com as equipes especializadas, da definição e acompanhamento dos programas anuais de cumprimento e conduta, bem como a promoção do intercâmbio de conhecimentos e melhores práticas relativas à função.

Processos de cumprimento e sistemas de informação

a) sistemas de informações de cumprimento e conduta. Define o modelo de gestão de informações de função e desenvolve seus indicadores-chave.

b) sistemas, operações e qualidade das informações. Define o plano de sistemas da função, fornecendo a visão integral de cumprimento e conduta no que diz respeito às necessidades de sistemas e respectiva priorização. Atua como interlocutor principal com a função de tecnologia e operações.

c) Melhoria de Processos. Identifica o mapa de processos-chave da função e suas métricas associadas. Define e supervisiona a aplicação da metodologia de melhoria contínua sobre os processos identificados.

d) Projetos. Lidera projetos da função e outros projetos vinculados ao plano de transformação. Coordena a gestão dos requisitos com as equipes de tecnologia e operações. Implanta a metodologia de execução e acompanhamento de projetos.

Funções verticais

Cumprimento regulatórioRealiza o controle e supervisão do risco de cumprimento regulatório dos eventos relacionados com os funcionários, com aspectos organizacionais, com os mercados internacionais e mercados de valores, desenvolvendo políticas e normas e assegurando o cumprimento nas unidades.

governança dos produtos e proteção ao consumidorDirige, controla e supervisiona no Grupo a governança de produtos e serviços, os diferentes elementos que compõe o risco de conduta com clientes na comercialização, a proteção ao consumidor, o risco fiduciário e de custódia dos diferentes instrumentos financeiros ao desenvolver políticas e normas específicas nesta matéria.

Prevenção de lavagem de capitais e financiamento do terrorismoDirige, controla e supervisiona a aplicação do marco de ação na prevenção da lavagem de capitais e do financiamento do terrorismo, coordena a análise de informações locais e do Grupo para identificar novos riscos suscetíveis de sanções nacionais e internacionais, analisa novos fornecedores e participantes em operações corporativas para sua homologação e assegura a adesão das unidades às normas e políticas estabelecidas na matéria.

Relatório Anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscosPerfil de risco > Risco de cumprimento e conduta

278

Aspectos organizacionaisApós a publicação em 2016 do Regulamento Europeu de Proteção de Dados, durante 2017, o cumprimento regulatório vem realizando um trabalho de assessoria e dinamização dos processos de adaptação à regulamentação das diferentes unidades do Grupo com o objetivo de assegurar o cumprimento dos novos requisitos, que serão obrigatórios a partir de maio de 2018.

O Regulamento Europeu de Proteção de Dados impõe uma mudança de paradigma em relação à proteção de dados das pessoas físicas (clientes, funcionários, acionistas, etc.). As instituições devem coletar, armazenar e tratar os dados de carácter pessoal sob o princípio da responsabilidade proativa (accountability).

Este novo enfoque regulatório propiciou a aparição de novos requisitos ou a ênfase em outros já existentes, incluindo:

•Estabelecimento de medidas técnicas e organizacionais na coleta, armazenamento e processo de dados com base em uma análise detalhada dos riscos para as pessoas.

•Novos direitos para os proprietários de dados (clientes, funcionários, acionistas, etc.) como são os direitos de portabilidade ou esquecimento.

•Nomeação da figura do Data Protection Officer (DPO), responsável pela supervisão do cumprimento da norma e ponto de contato com a autoridade de controle.

•Comunicação dos incidentes de segurança à autoridade de controle no prazo de 72 horas, desde que se tenha conhecimento dos mesmos nos casos em que há um risco elevado para as pessoas.

•Nulidade do consentimento obtido de forma tácita para o tratamento dos dados pessoais.

Nesse sentido, desde o cumprimento regulatório, adotou-se uma série de medidas que permitem assegurar a mobilização e conscientização das unidades afetadas, dentre as quais as seguintes se destacam:

• Identificação do perímetro de sociedades afetadas pelos regulamentos.

•Comunicação através do Chief Compliance Officer do Grupo aos diferentes Country Heads sobre a necessidade de se comprometer com a adaptação ao regulamento em suas respectivas jurisdições.

•Promoção do lançamento pelos países e unidades de projetos para sua adaptação ao Regulamento Europeu de Proteção de Dados.

•Governança mensal de acompanhamento da execução dos projetos locais de adaptação presidida pelo Chief Compliance Officer do Grupo.

• Iniciativas de conscientização dos funcionários, mediante a divulgação das principais novidades do Regulamento Europeu de Proteção de Dados através da preparação e lançamento de um vídeo de treinamento.

México, Polônia, Portugal, Consumer (Alemanha e Head Quarters), bem como nas unidades de banco privado (Bahamas e Suíça). Em 2017, ocorreu sua aprovação local nas unidades da Espanha, Reino Unido e EUA.

Em junho de 2017, ocorreu o Ier Encontro Global de Corporate Defense com o objetivo de facilitar o networking entre os subject matter experts do Grupo nesta matéria e constituir um foro participativo para compartilhar as best practices sobre prevenção de riscos penais e conduta de funcionários com todo o Grupo.

De acordo com o estabelecido no Código Geral de Conduta, o Grupo Santander conta com canais de denúncias em todas suas localidades. Particularmente, nas 10 principais unidades do Grupo e no Banco Popular, foi estabelecido um total de 14 canais de denúncia acessíveis aos funcionários, sendo que em alguns países há mais de um canal de denúncias.

Da mesma forma, em 2017, foram criados canais de denúncias acessíveis pelos fornecedores do Grupo em seis localidades (Argentina, Brasil, Chile, Espanha, México e Portugal). Através destes canais, os fornecedores do Grupo podem manifestar possíveis violações de conduta no âmbito de sua relação contratual.

Em geral, os canais de denúncias são gerenciados pela função de cumprimento e conduta e asseguram a confidencialidade e a não represália contra os denunciantes. Os meios de acesso empregados no Grupo Santander, de modo que seus funcionários possam acessar o canal de denúncias, podem incluir: e-mail, web e app.

As denúncias recebidas e gerenciadas nos canais de denúncias do Grupo são comunicadas aos seus respectivos órgãos governamentais. Em 2017, informou-se em duas ocasiões, por parte da direção, o Descumprimento e conduta da situação geral dos canais de denúncias e dos comitês de irregularidades à comissão de auditoria do Banco.

Em 2017, foram recebidas no total 1.300 denúncias no Grupo, tendo como principais aspectos de queixa as relações trabalhistas (61%), irregularidades operacionais (23%) e misseling (9%).

Aproximadamente 30% das denúncias recebidas terminaram com uma sanção disciplinar de algumas das pessoas denunciadas.

Outro dos elementos fundamentais deste modelo é o treinamento obrigatório para todos os funcionários do Grupo. Desse modo, durante 2017, continuou sendo realizado o curso de formação obrigatória sobre o Código Geral de Conduta e Corporate Defense.

Por fim, após a experiência de cumprimento e conduta na gestão e aplicação do Código Geral de Conduta, foram identificadas durante 2017 algumas áreas de melhoria, que foram resolvidas através da reforma deste Código. Tais modificações foram apresentadas e aprovadas pelo conselho administrativo do Banco em sua sessão de novembro.

Relatório Anual 2017 279

Conduta nos mercados de valoresO Código de Conduta nos Mercados de Valores (CCMV), complementado pelo Código de Conduta para a Atividade de Análise e outra série de normas, contém as políticas do Grupo nesta matéria e define as responsabilidades de conformidade regulamentar que são, entre outras, as seguintes:

•Registrar e controlar as informações sensíveis conhecidas e geradas no Grupo.

•Manter as listas dos valores afetados e das pessoas iniciadas, e monitorar as operações com esses valores.

•Monitorar as operações com valores restritos segundo o tipo de atividade, portfólios ou coletividades a que se aplica a restrição.

•Receber e atender as comunicações e solicitações de autorização que direcionem os funcionários a realizar operações por conta própria.

•Controlar as operações por conta própria das pessoas em questão e gerenciar as possíveis violações da CCMV.

• Identificar, registrar e resolver os conflitos de interesse e as situações que possam originá-los.

•Analisar possíveis ações suspeitas de constituir abuso de mercado e, nesse caso, informá-las às autoridades supervisoras.

•Solucionar as dúvidas apresentadas a CCMV.

Em 2017, a atividade de cumprimento regulatório neste âmbito focou principalmente na melhoria da coordenação com as diferentes unidades locais de Cumprimento, com o objetivo de assegurar o padrão do Grupo em matéria de abuso de mercado. Neste sentido, foi obtido um avanço muito significativo na implantação dos procedimentos corporativos complementares ao CCMV (informações sensíveis, listas de iniciados, soundings, cruzamentos de muros, entre outros); na distribuição dos cursos de treinamento e na instalação das ferramentas in-house de gestão do CCMV no México e Chile e de controle operacional de tesouraria no Brasil, México e Chile.

C.4.5. governança de produtos e proteção ao consumidor

A função de governança de produtos e proteção ao consumidor define os elementos essenciais para uma gestão adequada e controle dos riscos de comercialização e proteção ao consumidor, compreende-os como derivados de práticas inadequadas na relação com os clientes, o tratamento e os produtos oferecidos ao cliente e sua adequação a cada cliente específico.

Esta função promove no Grupo Santander uma cultura adequada, fomentando a transparência e uma abordagem simples, pessoal e justa com os clientes para proteger seus direitos. Portanto, foram estabelecidas as funções indicadas a seguir, que são articuladas com base no marco corporativo de comercialização de produtos e serviços e proteção ao consumidor, bem como um conjunto de políticas que determinam os princípios básicos e normas de atuação nesta área.

O marco corporativo de comercialização de produtos e serviços e proteção ao consumidor define os elementos essenciais para uma adequada gestão e controle dos riscos de cumprimento, conduta e

A outra matéria que constitui o foco de ação de cumprimento regulatório neste âmbito é a de obrigações de informação e de devida diligência relativas a contas financeiras no âmbito de troca automática de informações fiscais entre estados (FATCA e Common Reporting Standard Regulation –CRS). Os seguintes âmbitos de gestão em 2017 se destacam conforme sua relevância:

•O cumprimento em tempo e forma da obrigação de reporting de todas as unidades a suas autoridades locais.

•A entrada em vigor da norma CRS nos países denominados late adopters (Brasil, Chile, Uruguai, Panamá, China e Cingapura) deu vez a ações de acompanhamento em sua adaptação.

•A inclusão das unidades do Grupo Popular no FATCA Expanded Affiliated Group Santander.

O trabalho de cumprimento e conduta centra-se em assegurar o cumprimento das obrigações de reporting das diferentes unidades. Para isso, conta-se com um programa de cumprimento detalhado que foi adaptado pelos responsáveis locais às peculiaridades de seus respectivos acordos e que é objeto de acompanhamento periódico por parte da equipe corporativa. Além disso, realiza-se uma função de atualização constante em relação às novidades normativas na matéria e assessoria às unidades.

Regulamentação dos mercadosEm 2017, colaborou-se na criação de políticas, procedimentos e processos exigidos pela diretiva MIFID II, cuja entrada começou em 3 de janeiro de 2018, e que focam na harmonização da regulamentação sobre mercados de valores, plataformas de contratação, negociação algorítmica, acesso a mercados eletrônicos, instrumentos financeiros negociados, organização, transparência e proteção ao investidor.

Além disso, no Reino Unido, em 2017, o cumprimento regulatório teve participação da separação dos negócios de varejo e do banco de investimento conhecido como ring-fencing e que está incluído na reforma do setor bancário deste país. Foram analisados os impactos regulatórios gerados nas instituições baseadas no Reino Unido pela troca do modelo de negócios.

Após implantar o projeto corporativo de adequação ao regulamento norte-americano Volcker Rule, passou-se à supervisão do cumprimento desta normativa que limita as operações de proprietary trading a pressupostos muito específicos que o Grupo controla através de um programa de cumprimento. Além disso, também é realizado o acompanhamento do cumprimento de outras regulações específicas dos mercados de valores, como são em matéria de derivativos, com definido na legislação americana Dodd-Frank em seu título VII ou seu homólogo europeu EMIR (European Market Infrastructure Regulation).

O cumprimento regulatório tem por missão a difusão aos mercados das informações relevantes do Grupo. Durante o exercício de 2017, o Banco Santander tornou públicos 75 fatos relevantes, que podem ser consultados na página web corporativa do Grupo (www.santander.com) e na da Comissão Nacional do Mercado de Valores (www.cnmv.es). Dentre tais fatos relevantes, destacam-se os relativos à aquisição do Banco Popular e à ampliação do capital social realizada ente os meses de junho e agosto de 2017.

Relatório Anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscosPerfil de risco > Risco de cumprimento e conduta

280

•Desenvolvimento e consolidação da função de riscos fiduciários no Grupo, que é regulada através da política de admissão, acompanhamento e controle de riscos fiduciários aprovada pelos comitês de comercialização e cumprimento em abril de 2017.

•Atualização dos procedimentos corporativos de aprovação de produtos e serviços, acompanhamento da comercialização de produtos e serviços, e gestão de reclamações e análise de causa raiz.

•Aprovação do manual onde se documenta formalmente a metodologia para a autoavaliação de risco de conduta na comercialização e execução do exercício anual com um alcance de 17 localidades do Grupo e 26 instituições legais, de onde as funções da primeira linha de defesa avaliam os principais riscos de conduta na comercialização, a idoneidade dos controles que mitigam tais riscos e estabelecem planos de ação nos casos em que as avaliações dos riscos superam o apetite de risco definido.

•Além das 148 propostas apresentadas ao comitê de comercialização, a função de governança de produtos analisou:

•48 produtos ou serviços considerados não novos.

•55 notas estruturadas emitidas por Santander International Products Plc. (filial 100% do Banco Santander), para as quais o cumprimento dos acordos aplicáveis é revisado.

• 123 consultas procedentes de diversas áreas e países para sua resolução.

•A gestão de riscos fiduciários inclui os processos de:

Análise e processamento para a validação corporativa em sede de subcomitê de riscos fiduciários de:

•572 solicitações relativas ao lançamento, renovação ou modificação de características de produtos (397 veículos de investimento coletivo e carteiras perfiladas de gestão discricionária, 13 seguros de poupança/investimento, 113 produtos distribuídos por Banco Privado e 49 notas/depósitos estruturados para Banco Comercial).

•64 solicitações relacionadas com políticas, focus list de distribuição de fundos e ETF, bem como requisitos da opinião de outras áreas.

Rastreamento dos produtos, bem como da performance e da exposição do patrimônio de clientes gerenciados por unidades do Grupo Santander ou cuja gestão é delegada a terceiros. Esta gestão inclui veículos de investimento coletivo, carteiras perfiladas de gestão discricional e produtos de seguros de poupança/investimento, para os quais se realiza:

•A avaliação periódica do cumprimento dos mandatos dos produtos, de modo que o risco associado às posições de clientes seja tutelado agindo sempre no melhor interesse do cliente.

•O acompanhamento do resultado final dos investimentos, tanto no que diz respeito à relação fiduciária com o cliente, quanto em relação aos concorrentes.

•Analisar e consolidar as informações de reclamações e de sua gestão procedente de 28 países, 36 unidades de negócios e nove agências do SGCB.

reputação derivados da comercialização/distribuição em todas suas fases (design, venda e pós-venda). A nova versão revisada deste marco foi aprovada pelo conselho administrativo em julho de 2017. A nova versão revisada deste marco foi aprovada pelo conselho administrativo em julho de 2017.

FunçõesPara o adequado controle e supervisão desses riscos, as seguintes funções são estabelecidas:

•Promover a adesão das unidades ao marco corporativo antes descrito.

•Facilitar as funções do comitê corporativo de comercialização, assegurando a validação correta de qualquer novo produto ou serviço que se apresente por parte de qualquer filial do Grupo ou da matriz, antes do seu lançamento.

•Reunir as unidades locais, analisar e relatar aos órgãos de governo do Grupo as informações necessárias para realizar acompanhamento adequado e análise do risco da comercialização dos produtos e serviços durante todo o ciclo de vida, com uma visão dupla: possível impacto nos clientes e no Grupo. Identificar e acompanhar das ações mitigadoras dos riscos detectados.

•Estabelecer e aplicar as metodologias para a avaliação dos riscos de conduta na comercialização e acompanhar tais avaliações.

•Promover a proteção interna aos consumidores com o objetivo de melhorar a relação com o Grupo, preservando efetivamente seus direitos, fazendo acompanhamento das reclamações, queixas, enquetes e demandas dos clientes, e fomentando boas práticas. Promover o conhecimento financeiro de nossos clientes e focar na função de novos desafios que propõe a inovação no setor através das normas.

• Identificar, analisar e controlar o risco fiduciário gerado pelos negócios de banco privado, gestão de ativos, seguros e a atividade terceirizada dos serviços de custódia para os instrumentos financeiros dos clientes. Considera-se um risco fiduciário aquele que é constituído pela responsabilidade de uma gestão inadequada ou administração de ativos de terceiros que possam resultar em perdas para o cliente, com o consequente impacto econômico ou reputacional.

• Identificar e difundir as melhores práticas em matéria de comercialização e proteção ao consumidor.

A seguir, estão as principais atividades realizadas por essa função durante 2017:

•Desenvolvimento e consolidação da função de proteção ao consumidor no Grupo, que se regula através da política de proteção ao consumidor aprovada pelos comitês de comercialização e cumprimento em abril de 2017 e que têm como objetivo fundamental fixar os critérios específicos para a identificação, classificação e exercício dos princípios de proteção ao consumidor em sua relação com o Grupo, bem como estabelecer os critérios concretos para o controle e supervisão de seu cumprimento.

Relatório Anual 2017 281

•Há uma infraestrutura tecnológica que permite a melhoria contínua dos sistemas e processos em todas as unidades, com base em sistemas tecnológicos, que permitem obter informação e dados de gestão local, assim como de relatório, acompanhamento e controle da função corporativa. Tais sistemas permitem realizar uma gestão ativa e preventiva na análise, a identificação e o acompanhamento das operações suscetíveis de estarem vinculadas à lavagem de capitais ou ao financiamento do terrorismo.

•O Grupo Santander é membro fundador do conhecido Grupo de wolfsberg, do qual faz parte junto com outras grandes instituições financeiras internacionais, com o objetivo de estabelecer padrões internacionais e desenvolver iniciativas que aumentam a eficiência dos programas neste tema. As autoridades de supervisão e os especialistas na matéria consideram que Grupo de wolfsberg e seus princípios e diretrizes são um importante passo na luta para combater a lavagem de capitais, a corrupção, o terrorismo e outros crimes graves. Neste sentido, as principais atividades realizadas pelo Grupo nesta área foram:

•Participação em diversos grupos de trabalho e/ou sessões sobre diversas matérias.

•Colaboração na elaboração do Questionário Wolfsberg de Conhecimento e diversos manuais de melhores práticas.

•Participação em consultas realizadas para o setor privado por parte de Órgãos Internacionais Públicos (FATF, UNODC, UE…) e instituições privadas (FSB, SWIFT, FFIS…).

A organização de prevenção atende a 167 unidades diferentes do Grupo estabelecidas em 34 países. Atualmente, são mais de mil profissionais do Grupo que realizam a função de prevenção de lavagem de capitais e do financiamento ao terrorismo.

A seguir estão os principais indicadores de atividade em 2017:

•Filiais revisadas: 167

•Registros de investigação: 152.253

•Comunicação com autoridades: 41.204

•Treinamento de funcionários: 166.322

O Grupo dispõe de planos de formação tanto em nível local quanto corporativo, com o objetivo de cobrir a totalidade dos funcionários. Além disso, há planos de formação específicos para as áreas mais sensíveis em relação à prevenção de lavagem de capitais e financiamento ao terrorismo.

•No âmbito da gestão de riscos de custódia, a função procedeu a:

•Revisão de 28 processos de custódia, aprovados por diferentes unidades demandantes de serviços de custódia do Grupo Santander, para sua apresentação e validação no comitê executivo de riscos.

•Acompanhamento da volumetria e do status em relação ao procedimento corporativo de custódia dos mais de 51 fornecedores (42 deles externos ao Grupo Santander) que prestam serviços de custódia para posições próprias do grupo Santander ou dos seus clientes.

Projetos corporativosAnálise de governança e sistemas de remuneração da força de vendas para avaliar o grau de implantação da política corporativa de remunerações e identificar aspectos de melhoria e boas práticas no Grupo.

C.4.6. Prevenção da lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo

Para o Grupo Santander, constitui um objetivo estratégico dispor de um sistema de prevenção de lavagem de capitais e do financiamento do terrorismo avançado e eficaz, permanentemente adaptado às regulamentações internacionais e com capacidade de lidar com o surgimento de novas técnicas por parte das organizações criminosas.

A lavagem de capitais e o financiamento do terrorismo se apresentam como fenômenos universais e globalizados que aproveitam as oportunidades que a economia internacional oferece, bem como a eliminação paulatina de barreiras aos intercâmbios de nível mundial com fins ilícitos. O Grupo Santander reconhece a importância da luta contra a lavagem de capitais e o financiamento do terrorismo por afetar os aspectos essenciais da vida social e coopera ativamente com as autoridades competentes nesta questão.

•A gestão e o controle em matéria de prevenção de lavagem de capitais e do financiamento do terrorismo no Grupo se fundamenta nos princípios registrados tanto no marco geral de cumprimento e conduta quanto no marco corporativo de PBC/FT, assim como nas normas e recomendações de diferentes organismos e instituições internacionais, como o Comitê de Supervisão Bancária de Basileia, o Grupo de Ação Financeira (GAFI) e as obrigações derivadas das diretivas comunitárias.

•O marco corporativo de PBC/FT estabelece os princípios de atuação nesta questão e fixa padrões mínimos de aplicação às unidades locais. Estas, por sua vez, são as encarregadas de conduzir e coordenar os sistemas e procedimentos de prevenção de lavagem de capitais e financiamento do terrorismo nos países onde o Grupo Santander opera. Além disso, investigam e processam as comunicações de operações suspeitas e das exigências de informações solicitadas pelos supervisores correspondentes, havendo para cada uma delas responsáveis pela função.

Relatório Anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscosPerfil de risco > Risco de cumprimento e conduta

282

•A Implantação e avanço em políticas associadas a setores específicos (mineração, soft commodities, defesa e energia).

•A definição de processos específicos na detecção e relatório de riscos e eventos nas diferentes localidades do Grupo, bem como no uso de indicadores específicos de gestão.

•A definição e relatório de métricas de apetite de risco.

•O progresso na identificação e acompanhamento de eventos de risco reputacional, principalmente com enfoque de mitigação e prevenção.

•A elaboração conjunta com as funções correspondentes de outras políticas em matéria de risco reputacional, como a política de financiamento em setores sensíveis.

•O desenvolvimento de atividade de formação geral sobre o risco reputacional: treinamento geral em CCOs locais e desenvolvimento de um vídeo de sensibilização sobre a aplicação das políticas socioambientais, protagonizado pela diretoria.

C.4.8. Modelo de risk assessment de cumprimento e conduta e apetite de risco

A formulação do apetite de risco do Grupo em termos de cumprimento e conduta se caracteriza pela existência de uma declaração de não apetite de riscos desta tipologia, com o claro objetivo de minimizar a incidência de qualquer impacto econômico, regulatório ou reputacional no Grupo. Para tal, realiza-se um processo homogêneo nas unidades, através do estabelecimento de uma metodologia comum de acordo com os padrões da função de riscos, através do estabelecimento de uma série de indicadores de risco de cumprimento e de matrizes de avaliação preparados por todas as unidades locais, bem como alguns statements qualitativos.

Com tal objetivo, durante o ano 2017, realizou-se o desenvolvimento e a implantação desse apetite nas unidades do Grupo dentro do perímetro estabelecido. Da mesma forma, houve participação na formulação anual do apetite de riscos, realizada no final do ano, cujo objetivo era verificar se o modelo atual é o adequado para medir o apetite de riscos da função. Para tal fim, os limites corporativos de três dos indicadores foram ajustados e rebaixados com a finalidade de proporcionar imagem mais fiel e de mostrar um alinhamento com a estratégia da função e sua tolerância ao risco. Tais ajustes foram aprovados nos comitês correspondentes e transferidos para as diferentes unidades.

Como nos anos anteriores, a função de cumprimento e conduta realizou um exercício de risk assessment regulatório em 2017, com foco nas principais unidades do Grupo. Este exercício é realizado anualmente, seguindo um processo bottom-up, em que as primeiras linhas das unidades locais identificam o risco inerente das normas e regulamentos que são aplicáveis. Após avaliar a consistência dos controles que mitigam esse risco inerente, determina-se o risco residual de cada uma dessas obrigações, estabelecendo-se, conforme o caso, os planos de ação correspondentes.

C.4.7. Risco reputacional

Em 2017, houve um progresso muito relevante na implantação do modelo corporativo de risco reputacional que se consolidou na Corporação.

A característica específica do risco reputacional, com origem em uma grande variedade de fontes requer um enfoque e um modelo de gestão e controle único, diferente de outros riscos. A gestão deste risco exige de uma interação global não apenas com as funções de primeira linha de defesa, mas também com as de segunda linha e com as que gerenciam a relação com os grupos de interesse a fim de garantir a supervisão consolidada do risco com apoio nos marcos de controle atuais de forma eficiente. Dessa forma, a gestão do risco reputacional deve se integrar tanto nas atividades de negócios e de suporte, como nos processos internos, permitindo a integração das funções de controle e supervisão de risco em suas atividades.

O modelo de risco reputacional se baseia, portanto, em uma abordagem eminentemente preventiva de gestão e controle de riscos, mas também em processos eficazes de identificação e gestão de alertas precoces e de eventos, e monitoramento posterior tanto de eventos como de riscos detectados.

Para o controle adequado e supervisão dos riscos reputacionais, a função é responsável como segunda linha de defesa dos seguintes aspectos:

•Definição e implantação do modelo de risco reputacional e metodologias relacionadas, destacando a realização e atualização do modelo de risco reputacional, o desenvolvimento de uma metodologia especifica do risco, o estabelecimento do apetite de risco reputacional, o desenvolvimento das próprias políticas e controles de risco reputacional.

•Gestão preventiva do risco, destacando o acompanhamento de fontes externas e internas para identificar eventos de risco reputacional, assessorar, fazer o acompanhamento e challenge das primeiras e segundas linhas de defesa e órgãos de decisão (em decisões que envolvem um risco reputacional). E sobre temas de risco reputacional, avaliar a análise de percepção de grupos de interesse e validar os planos de ação de gestão de riscos.

•Garantir e proporcionar apoio adequado à gestão de eventos de risco reputacional, oferecendo assessoria especializada a qualquer função ou grupo de trabalho que possa ser afetado pelo risco reputacional.

•Gestão de informações e relatórios.

Principais ações realizadasDentro da atividade de gestão e controle do risco reputacional desenvolvida durante o exercício, junto com a gestão diária de tal risco, destaca-se:

•O lançamento e progresso na adoção e implantação do modelo nas diferentes localidades do Grupo.

•A coordenação com todas as unidades corporativas e locais para a implantação de políticas socioambientais.

Relatório Anual 2017 283

Durante o ano presente de 2017, fez-se um esforço para incorporar à função de cumprimento e conduta novos perfis de recursos humanos que promovam e facilitem a transformação da função.

Um dos pilares básicos de todas as funções corporativas é o acompanhamento da implantação de modelos por parte das unidades. Para isso, encontra-se em processo de desenvolvimento a definição de uma metodologia que permita:

•Adquirir um conhecimento objetivo do grau de implantação do TOM por parte de cada uma das unidades.

•Acompanhar regularmente o progresso na implantação do modelo.

•Ser uma fonte para a identificação conjunta (Grupo-unidades) dos planos de trabalho definidos anualmente.

Durante o exercício de 2017 foi finalizada no centro corporativo a documentação dos processos da função de cumprimento e conduta, identificando as principais atividades desenvolvidas pelas equipes, bem como os riscos e controles operacionais associados. Finalizada a etapa de documentação, durante o ano foram realizadas reuniões de melhoria contínua através da comunidade de melhoria de processos, com a participação dos proprietários dos processos de diferentes riscos e com o objetivo de identificar e implementar melhorias na produtividade e eficácia das atividades de cumprimento.

Neste contexto, durante o primeiro trimestre de 2018, novos processos digitalizados em matéria de inteligência financeira e operações corporativas foram implantados. A função de cumprimento e conduta está sendo pioneira na utilização de metodologias BPM (Business Process Management) para a melhoria dos seus processos. Está prevista a extensão desta prática aos principais processos de cumprimento e conduta, tanto no centro corporativo quanto nas unidades locais, durante os dois próximos exercícios.

Em relação aos sistemas de informação, continua-se com a implantação da estratégia tecnológica acordada com a unidade de Tecnologia e Operações. Em 2017, foi atualizada a estratégia digital de cumprimento e conduta, focando os recursos e prioridades nas seguintes linhas de ação:

•Colaboração online com unidades do Grupo, favorecendo plataformas e espaços estruturados de troca de informações como o Portal de Cumprimento e a Plataforma Verum de avaliação da maturidade do TOM.

•Avaliação de Riscos, completando as funcionalidades existentes na plataforma Heracles, à qual se soma em 2017 a avaliação dos riscos de AML e Corporate Defense.

•Aceso a fontes de informação externas para o enriquecimento dos processos de controle de cumprimento (fontes regulatórias, mídias online, percepção de grupos de interesse…).

•Digitalização de processos internos para a melhoria de sua produtividade e eficácia.

• Informações de gestão e ambientes analíticos, aproveitando os novos recursos de Big Data e reporting multidimensional para melhorar a geração e distribuição dos relatórios de gestão de cumprimento e conduta, bem como para a otimização da gestão de alertas de lavagem de capitais e financiamento ao terrorismo.

Da mesma forma, realizou-se o exercício de risk assessment de conduta na comercialização e execução do exercício anual com um alcance de 17 localidades do Grupo e 26 instituições legais, onde as funções da primeira linha de defesa avaliam os principais riscos de conduta na comercialização, a idoneidade dos controles que mitigam tais riscos e estabelecem planos de ação nos casos em que as avaliações dos riscos superam o apetite de risco definido.

Da mesma forma, a função de cumprimento e conduta realizou em 2017 o exercício anual de autoavaliação dos riscos de lavagem de capitais e financiamento ao terrorismo (BC/FT) sobre as unidades consideradas sujeitos passivos nesta matéria (ou equivalentes) no Grupo Santander. Este exercício de autoavaliação anual é realizado pelas unidades de negócios e pelos responsáveis locais de prevenção de BC/FT, sob a supervisão da função de prevenção de BC/FT na corporação. Nesse sentido, a metodologia adotada pelo Grupo para a avaliação dos riscos de BC/FT de cada uma das unidades se baseia em um processo de três fases: (1) avaliação do risco inerente da unidade (derivado de sua atividade), (2) avaliação do ambiente de controle (como elemento mitigador do risco inerente) e (3) cálculo do risco residual líquido (obtido pela combinação dos 2 anteriores segundo uma escala predefinida). Se necessário, e dependendo do resultado obtido, os planos de ação correspondentes são associados.

Além disso, e coordenadamente com a função de riscos, estabeleceu-se um plano de convergência para integrar a visão conjunta de riscos não financeiros em uma ferramenta comum denominada Heracles. Para tanto, trabalhou-se durante todo o ano em um plano de coordenação conjunta de todos os risk assessments realizados em 2017 destinados à primeira linha de defesa (risk assessment regulatório, risk assessment de conduta e risk assessment de risco operacional), de modo que: foram realizados de maneira simultânea no mesmo período de tempo; suportados na ferramenta corporativa Heracles; e seus resultados serão apresentados conjuntamente no primeiro trimestre de 2018 aos diferentes comitês corporativos.

C.4.9. Projetos corporativos transversais

Segundo os princípios organizacionais definidos no TOM, as funções transversais apoiam as funções especializadas verticais, fornecendo metodologias e meios, sistemas e informações de gestão e apoio na execução de projetos multidisciplinares.

Em 2016, primeiro ano de existência destas funções transversais, um grande avanço foi obtido em quatro áreas principais:

•Desenvolvimento da estrutura organizacional da função e dos meios necessários para seu funcionamento e o acompanhamento do seu impacto.

•Desenvolvimento de uma nova cultura de cumprimento e conduta fundada na cultura do Simples, Pessoal e Justo, e alinhada com o espírito do TOM.

•Promoção dos sistemas de informação de suporte e implantação de uma metodologia de melhoria contínua em processos.

•Desenvolvimento organizacional e acompanhamento do grau de maturidade do TOM nas unidades.

Relatório Anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscosPerfil de risco > Risco de cumprimento e conduta

284

liderado pelo Chief Data Officer (CDO), o que permite garantir a qualidade das informações fornecidas à diretoria.

Em 2018, será implantado um modelo de relatório comum de riscos de cumprimento e conduta nas diferentes unidades do Grupo.

Durante o ano de exercício 2017, a função de cumprimento e conduta continuou impulsionando a implantação da MiFID II nas diferentes unidades do Grupo afetadas por esta regulamentação. Liderada pelo GCCO, o Escritório de Gestão de Projetos (PMO MiFID) continuou seu trabalho de planejamento, coordenação e acompanhamento dos programas de implantação locais, focando nas dimensões regulatória, de negócios, operacional e tecnológica. Realização de reuniões mensais de acompanhamento do projeto (SteerCo) com presença da GCCO e dos sponsors das unidades locais. Além disso, o progresso do projeto foi informado ao comitê de direção do Grupo e à CSRRC. Por fim, e dentro do programa de treinamento em MiFID II, estão previstas sessões de treinamento para os órgãos de governança de Cumprimento e para o conselho.

A primeira versão do sistema de gestão regulatória (Radar Regulatório), que facilita a integração em uma única plataforma das tarefas de captação de novas regulações, a análise de sua aplicabilidade e materialidade para o Grupo, sua decomposição em obrigações passíveis e o acompanhamento do processo de implantação das alterações necessárias. Está prevista sua implantação para unidades locais durante o exercício 2018, bem como a integração automática de fontes regulatórias.

Por fim, dá-se continuidade à implantação e desenvolvimento nas unidades do sistema APAMA para o controle de cenários de abuso de mercados.

No que se refere às informações de gestão, foram implementados novos relatórios que dão suporte à governança e relatórios de todas as famílias de risco, bem como o correspondente à visão consolidada dos riscos de cumprimento e conduta. Os novos modelos de relatório estão organizados em capítulos comuns (sumário executivo, perfil de risco, apetite, métricas de gestão…), dimensões de risco por família (admissão de produtos, venda e pós-venda, on-boarding de clientes, alertas AML…) e combinam métricas quantitativas e análise qualitativa especializada. Como foi mencionado no capítulo de Sistemas, há um trabalho na automatização da geração e distribuição desses relatórios.

Como nos exercícios anteriores, o desenvolvimento destas novas ferramentas de relatório faz parte do modelo de governança de dados

Relatório anual 2017 285

As funções de gestão e controle de risco de modelo se desempenham tanto na corporação quanto em cada uma das principais instituições do Grupo. Tais funções se regem pelo modelo de gestão de risco de modelo, com alguns princípios, responsabilidades e processos comuns a todo o Grupo, nos quais se detalham aspetos relativos à organização, governança, gestão de modelos e validação desses, entre outros.

O comitê de controle de risco de modelo, presidido pelo Deputy Chief Risk Officer, é o órgão colegiado responsável pela supervisão e controle do risco de modelo no Grupo Santander. Seu objetivo é ser um instrumento para o controle efetivo do risco de modelo, assessorando o responsável da função de riscos (Chief Risk Officer) e o comitê de controle de riscos, cuidando para que o risco de modelo se administre conforme o nível de apetite de risco do Grupo aprovado pelo conselho de administração, o que inclui a identificação e o acompanhamento do risco de modelo, tanto atual quanto emergente, e seu impacto no perfil de riscos do Grupo.

A responsabilidade de autorizar o uso dos modelos recai nos comitês de modelos locais, e a ratificação de tal autorização é provida pelo subcomitê de aprovação de modelos corporativos. Atualmente existe um esquema de delegação de poderes pelo qual determinados modelos, de acordo com seu tier, não requerem ratificação corporativa, sendo informado periodicamente o subcomitê de aprovação de modelos corporativos.

A alta direção de Grupo Santander conhece em profundidade os modelos de maior importância. Adicionalmente, realiza um acompanhamento periódico do risco de modelo através de diversos informes que permitem obter uma visão consolidada e tomar as decisões a respeito.

A gestão e o controle do risco de modelo estão estruturadas ao redor de um conjunto de processos reconhecidos como ciclo de vida do modelo, que se detalham a seguir:

O Grupo Santander conta com uma trajetória dilatada no uso de modelos para apoiar a tomada de decisões de diversas naturezas, com especial relevância na gestão dos distintos tipos de riscos.

Define-se modelo como um sistema, enfoque ou método quantitativo que aplica teorias, técnicas e indicadores estadísticos, econômicos, financeiros ou matemáticos para transformar dados de entrada em estimativas quantitativas. Os modelos são representações simplificadas das relações do mundo real entre caraterísticas, valores e indicadores observados. Esta simplificação permite concentrar a atenção nos aspetos concretos que se consideram mais importantes para a aplicação de um modelo determinado.

O uso dos modelos ocasiona o surgimento do risco de modelo, que se define como o risco de perda decorrente de previsões imprecisas, que podem fazer com que o Banco tome decisões que não sejam as ideais, ou do uso inadequado de um modelo.

Segundo esta definição, as fontes que geram tal risco são:

•o modelo em si mesmo, pela utilização de dados incorretos ou incompletos em sua construção, assim como pelo método de modelização utilizado e por sua implantação nos sistemas,

•o uso inadequado do modelo.

A materialização do risco de modelo pode acarretar perdas financeiras, tomada de decisões comerciais e estratégicas inadequadas ou dano à reputação do Grupo.

O Grupo Santander tem trabalhado na definição, gestão e controle do risco de modelo durante os últimos anos, e desde o ano de 2015 existe um área específica, dentro de sua divisão de Riscos, para controlar este risco.

7Acompanhamento

e controle

6Implementação

e uso

5Aprovação

4Validação

3Desenvolvimento

2Planejamento

1Identificação

C.5. Risco de modelo

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de modelo

286

A validação interna abrange todos os modelos no âmbito de controle de risco de modelo, desde os utilizados na função de riscos (modelos de risco de crédito, mercado, estruturais ou operacionais, modelos de capital, tanto econômico quanto regulatório, modelos de provisões, teste de estresse, etc.), até outras tipologias de modelos utilizados em distintas funções para apoio à tomada de decisões.

O alcance da validação inclui não somente os aspetos mais teóricos ou metodológicos, mas também sistemas tecnológicos e qualidade dos dados nos quais se apoia seu funcionamento efetivo. Em geral, inclui todos os aspetos relevantes para a gestão: controles, reporting, usos, envolvimento da alta direção, etc.

Deve-se assinalar que este entorno corporativo de validação interna do Grupo Santander está plenamente alinhado com os critérios sobre validação interna de modelos avançados emitidos pelos diferentes supervisores aos que o Grupo se tenha submetido. Neste sentido, mantém-se o critério de separação de funções entre as unidades de Desenvolvimento e Uso de Modelos, de Validação Interna e Auditoria Interna, a qual, como última camada de controle, se encarrega de revisar a eficácia da função, o cumprimento das políticas e procedimentos internos e externos, e de opinar sobre seu grau de independência efetiva.

5.- AprovaçãoAntes de ser implantado e, portanto, utilizado, cada modelo deve ser apresentado para aprovação nos órgãos correspondentes, de acordo com o estabelecido nas normas internas em vigor em cada momento e com os esquemas de delegação aprovados.

6.- implantação e usoFase na qual o modelo desenvolvido se implementa no sistema em que será utilizado. Como se mencionou, esta fase de implantação é outra das possíveis fontes de risco de modelo, razão pela qual é requisito indispensável que se realizem testes por parte das equipes técnicos e dos proprietários do modelo, certificando que foi implementado de acordo com a definição metodológica e funcione conforme o esperado.

7.- Acompanhamento e controleOs modelos devem ser periodicamente revisados para assegurar que funcionem corretamente e sejam adequados para o uso pretendido ou, caso contrário, devem ser adaptados ou redesenhados.

Adicionalmente, as equipes de controle devem assegurar que a gestão do risco de modelo se faça de acordo com os princípios e normas estabelecidas no modelo de gestão de risco de modelo e com as normas internas relacionadas.

identificaçãoTão logo um modelo é identificado, é necessário assegurar que seja incluído no âmbito de controle do risco de modelo.

Um elemento chave para realizar uma boa gestão deste risco é dispor de um inventário completo e exaustivo dos modelos em uso.

O Grupo Santander possui um inventário centralizado que se construiu utilizando uma taxonomia uniforme para todos os modelos usados nas diferentes unidades de negócio. Este inventário contém toda a informação relevante de cada um dos modelos, permitindo seu acompanhamento adequado de acordo com sua relevância. Uma das informações básicas contidas no inventário, que determina o tipo de gestão que se faz do modelo, é o seu tier. O tier reflete o nível de relevância do modelo, tanto em termos quantitativos quanto atendendo a outros critérios não quantificáveis.

O inventário permite, por sua vez, realizar análises transversais da informação (por região, tipos de modelos, materialidade, etc.), facilitando assim a tomada de decisões estratégicas em relação aos modelos.

PlanejamentoNesta fase intervêm todos aqueles envolvidos no ciclo de vida do modelo (donos e usuários, desenvolvedores, validadores, fornecedores de informação, tecnologia, etc.), acordando e estabelecendo prioridades quanto aos modelos que serão desenvolvidos, revisando e implantando ao longo do ano.

O planejamento se realiza anualmente em cada uma das principais unidades do Grupo, sendo aprovado pelos órgãos de governança locais e referendado na corporação.

3.- desenvolvimentoTrata-se da fase de construção do modelo, baseada nas necessidades estabelecidas no plano de modelos e com a informação proporcionada pelo dono do modelo para tal fim.

A maior parte dos modelos que o Grupo Santander utiliza é desenvolvida por equipes metodológicos internas, ainda que também existam modelos adquiridos de fornecedores externos. Em ambos os casos, o desenvolvimento se deve realizar sob alguns padrões comuns para o Grupo, definidos pela corporação. Desta forma se assegura a qualidade dos modelos que se utilizam para a tomada de decisões.

4.- validação independenteAlém de se tratar de um requisito regulatório em alguns casos, a validação independente dos modelos constitui um pilar fundamental para a adequada gestão e controle do risco de modelo no Grupo Santander.

Por isso, existe uma unidade especializada com independência dos desenvolvedores ou usuários, que emite uma opinião técnica sobre a adequação dos modelos internos para os fins para que são utilizados e que conclui sobre sua robustez, utilidade e efetividade. A opinião de validação se concretiza em uma qualificação que resume o risco de modelo associado ao mesmo.

Relatório anual 2017 287

para as filiais do Grupo e contempla procedimentos e ferramentas para seu correto acompanhamento e controle:

•Plano estratégico a longo prazo e plano financeiro para três anos: a função de risco estratégico, com o apoio das diferentes áreas da divisão de Riscos, supervisionará e questionará de maneira independente as atividades de gestão de riscos realizadas pela função de estratégia, incorporando uma seção integrada, porém independente, do plano estratégico de longo prazo e do plano financeiro para três anos (Risk Assessment).

•operações de desenvolvimento corporativo: a função de risco estratégico, com o apoio das diferentes áreas da divisão de Riscos, cuidará para que as operações de desenvolvimento corporativo considerem uma adequada avaliação dos riscos e seu impacto tanto no perfil de riscos quanto no apetite.

•Top risks: de acordo com o capítulo "B. Entorno e próximos desafios", o Grupo identifica, avalia e faz acompanhamento dos riscos com impacto significativo nos resultados, liquidez ou capital da instituição ou dos riscos que podem presumir concentrações não desejadas, afetando, portanto, à saúde financeira da instituição, bem como diferenciando quatro categorias principais: i) macroeconômicos e geopolíticos, ii) entorno competitivo e clientes, iii) entorno regulatório e iv) fatores internos.

O conhecimento destes riscos é um input necessário na gestão e controle do risco estratégico, contando com o apoio das próprias áreas de negócio, conjuntamente com as áreas de risco do Banco, distinguindo os riscos potenciais dos considerados emergentes por não se haverem manifestado anteriormente ou por tê-lo feito de forma diferente. Estes riscos se informam periodicamente à alta direção do Banco através de uma governança que permita seu adequado acompanhamento e mitigação.

•Relatório de risco estratégico: é um relatório construído de forma conjunta pelas funções de estratégia e risco estratégico como uma ferramenta combinada para o acompanhamento e avaliação da estratégia e dos riscos associados. Este relatório é reportado à alta direção do banco e contempla: execução da estratégia, projetos estratégicos, operações de desenvolvimento corporativo, desempenho do modelo de negócio, principais ameaças (Top risks) e perfil de risco.

O risco estratégico: é o risco de perdas ou prejuízos derivados de decisões estratégicas, ou da sua má implementação, que afetem os interesses a longo prazo dos nossos principais grupos de interesse, ou de uma incapacidade para adaptar-se à evolução do ambiente.

O modelo de negócio da instituição é um elemento chave sobre o qual gira o risco estratégico. Deve ser viável e sustentável, isto é, capaz de gerar resultados de acordo com os objetivos do Banco, cada ano e ao menos durante os três anos seguintes.

Dentro do risco estratégico, diferenciam-se três componentes:

•Risco do modelo de negócio: é o risco associado ao modelo de neócio da instituição. Este risco é ocasionado tanto por fatores externos (aspetos macroeconômicos, regulatórios, sociais e políticos, mudanças na indústria bancária, etc.) quanto internos (força e estabilidade da conta de resultados, modelo de distribuição/canais, estrutura de receitas e custos, eficiência operacional, adequação dos recursos humanos e sistemas, etc.).

•Risco de elaboração da estratégia: é o risco associado à estratégia refletida no plano estratégico de longo prazo da instituição. Em concreto, inclui o risco de que tal plano possa resultar inadequado em sua natureza ou pelas assunções consideradas no mesmo, levando a resultados não esperados; também se deve considerar o custo de oportunidade de projetar outra estratégia mais acertada.

•Risco de execução da estratégia: é o risco associado à execução dos planes estratégicos a longo prazo e dos planos financeiros para três anos. Os riscos a considerar incluem os fatores internos como externos descritos anteriormente, a falta de capacidade de resposta às mudanças no ambiente do negócio e, por último, os riscos associados às operações de desenvolvimento corporativo (que envolvem mudança no perímetro e atividade da entidade, aquisições ou transmissões de participações significativas e ativos, joint ventures, alianças estratégicas, acordos de sócios e operações de capital), que também podem afetar a execução da estratégia.

Para o Grupo Santander, o risco estratégico é um risco transversal, que conta com um modelo de controle e gestão que serve de referência

C.6. Risco estratégico

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de capital

288

C.7.2. desenvolvimento de funções

supervisão do planejamento e adequação do capitalA revisão do planejamento e adequação do capital pela função de riscos ajuda a garantir que se adapte ao apetite e ao perfil de risco estabelecidos.

Com este objetivo, avalia-se que o processo incorpore todos os riscos relevantes aos que o Grupo está sujeito no desenvolvimento de sua atividade. Além disso, contribui para assegurar que as metodologias e indicadores utilizados na planejamento do capital sejam adequados e que as previsões de capital calculadas sejam razoáveis com relação aos cenários utilizados, previsões de volumes, coerência entre exercícios, entre outros.

O desenvolvimento desta função se realiza em diferentes etapas de acordo com o seguinte esquema:

Definição do alcance

Análise qualitativa

Análise quantitativa

Conclusões e divulgação

definição do alcanceO processo se inicia determinando as unidades a avaliar por sua relevância para o Grupo, assim como aquelas linhas de negócio ou carteiras com base em sua importância na estratégia definida na filial ou no Grupo com o objetivo de chegar a um nível de materialidade adequado.

Análise qualitativaNesta fase se avalia a qualidade global do processo na geração das projeções. Compreende a revisão dos modelos utilizados e os cenários macroeconômicos, perímetro, métricas cobertas, suficiência da granularidade, coerência com exercícios prévios, etc.

C.7.1. introdução

O Grupo Santander define risco de capital como o risco de que o Grupo Santander não disponha de capital suficiente, em termos de quantidade ou qualidade, para cumprir os seus objetivos internos de negócio, requisitos regulatórios ou expectativas do mercado.

A função de risco de capital, em sua condição de segunda linha de defesa, executa o controle e a supervisão das atividades da primeira linha, principalmente através dos seguintes processos:

•Supervisionar as atividades de planejamento e adequação do capital para todos os elementos que o compõem (balanço, conta de resultados, ativos ponderados por risco e capital disponivel).

•Supervisão contínua da medição do capital do Grupo, incluindo a das operações singulares com impacto no capital.

Através desta função se pretende realizar um acompanhamento completo e periódico do risco de capital, comprovando a adequada cobertura e a suficiência do capital de acordo com o perfil de risco do Grupo.

O controle do risco de capital se focaliza ao redor do modelo de gestão de capital estabelecido no Grupo, que abrange diferentes processos como o planejamento e a adequação de capital e a conseguinte execução e acompanhamento do orçamento, junto com a medição contínua do capital e o reporting e divulgação da informação sobre capital segundo se detalha no seguinte quadro:

Medição de capital

reporting e divulgação

Planejamento

Adequação de capital

Execução e acompanhamento

Plano de 3 anos

Orçamento

C.7. Risco de capital

Relatório anual 2017 289

Avaliação da mediçãoFase em que se define o alcance do exercício, de acordo com a relevância da contribuição das filiais para o Grupo. Além disso se incluem filiais e/ou carteiras que, embora não sejam representativas por sua materialidade, o Grupo Santander considera importante analisar por sua relevância pontual.

Uma vez determinado o alcance, revisam-se as métricas e os limites definidos, analisando aqueles que tenham superado os limites estipulados, justificando os principais motivos de variação. Isso permite revisar em detalhe a confiabilidade da medição de capital.

Além disso, para assegurar a integridade da medição de capital, se levam a cabo, no caso de que se considere necessário, análise mais exaustivos de aspetos específicos do processo que possam afetar à medição do capital.

Conclusões e divulgaçãoEm base aos resultados da revisão da medição do capital, realiza-se uma avaliação final que incluirá o alcance do análise e os aspetos de melhoria manifestados no processo de controle, informando à alta direção.

Dentro do processo de controle da medição de capital se utilizam as seguintes métricas:

evolução dos índices de capitalDurante 2017 os índices do Grupo têm evoluído positivamente, alcançando um índice total de capital de 14,48%, demostrando a capacidade do Grupo de geração orgânica de capital.

pRincipais ciFRas de capital RegulatóRio (Fl)

% 2017 2016 pb variação

CET1 Ratio 10,84% 10,55% +29

Tier 1 Ratio 12,11% 11,53% +58

Capital Total Ratio 14,48% 13,87% +61

Leverage Ratio 5,02% 4,98% +4

Eur MM variação %

CET1 65.563 62.068 +5,6%

Tier 1 73.293 67.834 +8,0%

Capital Total 87.588 81.584 +7,4%

APR 605.064 588.089 +2,9%

t2. at1. cet1.

dez 17dez 16

10,55% 10,84%

0,98% 1,27%

2,34% 2,37%

Análise quantitativaRealiza-se uma avaliação quantitativa das métricas definidas, assim como de seus componentes, que afetam as projeções de resultados líquidos antes das provisões (PPNR), projeções de provisões, projeções de ativos ponderados por risco e capital disponivel. Os testes realizados incluem análise de volumes, tendências, razoabilidade e contrastes com a evolução das variáveis macroeconômicas e evolução histórica dos dados.

Esta fase requer a participação e a coordenação adequada de todas as filiais que fazem parte do alcance do processo, para levar a cabo a análise das projeções locais, que por sua vez constituem a base para obter as projeções em nível de Grupo.

Conclusões e divulgaçãoComCom base nos resultados da revisão de planejamento e adequação do capital, realiza-se uma avaliação final do trabalho, que incluirá, no mínimo, o alcance da análise e os aspetos de melhoria manifestados no processo de supervisão, informando à alta direção de acordo com a governança estabelecida.

supervisão contínua da medição do capitalComo mencionou anteriormente, outra das funções de controle de risco de capital é a supervisão e controle da integridade do processo de medição do capital, assegurando um perfil adequado de risco de capital.

Para isso, o Grupo Santander realiza um análise qualitativa do marco regulatório e de supervisão, assim como uma revisão contínua das métricas de capital e dos limites definidos.

Além disso, o cumprimento do apetite de risco de capital é objeto de acompanhamento contínuo, preservando o capital acima dos requisitos regulatórios e exigências do mercado.

Para levar a cabo esta função, definem-se as seguintes etapas, de acordo com o seguinte processo:

Definição de métricas e limites

Análise preliminar

Avaliação da medição

Conclusões e divulgação

definição de métricas e limitesDefine-se anualmente um conjunto de métricas e limites que se utilizam durante o processo de supervisão e que proporcionam a visão do acompanhamento e controle do risco de capital.

Análise preliminarNesta fase do processo de controle se analisam aspectos de natureza qualitativa como o governança do processo e marco regulatório.

Além disso se analisam as medidas adotadas em relação ao capital para cumprir com as recomendações e indicações emitidas pelas autoridades supervisoras no exercício de suas responsabilidades e pela função de auditoria interna.

Relatório anual 2017

5. RelatóRio de gestão de RiscoPerfil de risco > Risco de capital

290

evolução de APR por tipo de riscoDurante 2017, a composição dos APR do Grupo não apresentaram variações significativas. Nesta composição destaca-se a contribuição do risco de crédito, passando de 86% em 2017, e o peso pouco significativo do risco de mercado.

operacional mercado crédito

dez 17dez 16

86% 86%

4% 4%10% 10%

apR poR tipo de Risco

detalhes de APR pelas principais regiões e por tipo de riscoA carteira de crédito do Grupo, em dezembro de 2017, alcança 519.643 milhões de euros de APR, representando 86% dos APR do Grupo. Nas principais regiões em que o Grupo tem presença, as porcentagens de contribuição aos APR do Grupo são as seguintes:

europa continental

87%

4%9%

226

Reino unido

87%

4%9%

95

latinoamérica

84%

4%12%

149

eua

85%

15%

68

outros

87%

6%7%

67

crédito mercado operacional

total APR grupo 605,06

apR poR Região

Milhares de milhões de euros

Relatório anual 2017 291