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RELATÓRIO DE PROGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PARTICIPAÇÃO NO PROJETO DOS PÊNDULOS MULTI-ANINHADOS: UM NOVO SISTEMA CRIOGÊNICO DE ISOLAMENTO VIBRACIONAL PARA VERSÕES FUTURAS DO LIGO Período 01/10/2014 a 10/03/2015 Bolsista: Allan Douglas dos Santos Silva Orientador: Odylio Denys de Aguiar INPE São José dos Campos Março de 2015

Relatorio Fapesp Allan 03 2015

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Relatório parcial de inciação científica à respeito de um sistema de isolamento vibracional passivo para baixas frequências

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  • RELATRIO DE PROGRESSO DE INICIAO CIENTFICA

    PARTICIPAO NO PROJETO DOS PNDULOS MULTI-ANINHADOS: UM

    NOVO SISTEMA CRIOGNICO DE ISOLAMENTO VIBRACIONAL PARA

    VERSES FUTURAS DO LIGO

    Perodo

    01/10/2014 a 10/03/2015

    Bolsista: Allan Douglas dos Santos Silva

    Orientador:

    Odylio Denys de Aguiar

    INPE

    So Jos dos Campos

    Maro de 2015

  • I

    RELATRIO DE PROGRESSO DE INICIAO CIENTFICA

    PARTICIPAO NO PROJETO DOS PNDULOS MULTI-ANINHADOS: UM

    NOVO SISTEMA CRIOGNICO DE ISOLAMENTO VIBRACIONAL PARA

    VERSES FUTURAS DO LIGO

    Perodo

    01/10/2014 a 10/03/2015

    Bolsista: Allan Douglas dos Santos Silva

    Orientador:

    Odylio Denys de Aguiar

  • II

  • III

    RESUMO DO PLANO INICIAL

    O Grupo GWINPE (Gravitational Wave Group of Instituto Nacional de Pesquisas

    Espaciais) vem desenvolvendo pesquisa relacionada ao sistema de isolamento

    vibracional para geraes futuras do detector s interferomtrico de ondas Advanced

    LIGO. A pesquisa est vinculada ao Suspensions and Isolation Working Group

    (SWG) da LSC (LIGO Scientific Collaboration) e trata-se de um sistema

    multipendular aninhado criognico capaz de atenuar rudos ssmicos enquanto

    economiza espao vertical. O Multi Nested Pendula, como chamado, j vem sendo

    projetado para operao em temperatura ambiente, mas agora pretende-se estudar

    tambm seu comportamento em baixas temperaturas, uma vez que est a meta para a

    terceira e quarta geraes do Advanced LIGO (3G e 4G).

  • IV

    RESUMO DE PROGRESSO

    O presente trabalho da continuidade ao processo de desenvolvimento do MNP realizado

    pelo GWINPE. Foi estudado o desempenho trmico do sistema em relao s condies

    hipotticas do LIGO e tambm apresentadas possveis otimizaes em seu projeto. No

    que concerne atenuao do sistema, foi projetado e construdo um novo componente

    para o seu isolamento vibracional vertical. Atravs de clculos analticos, tambm

    foram encontradas as frequncias de ressonncia para o movimento vertical do sistema.

    Porm ainda no foi possvel realizar medidas de atenuao em virtude de dificuldades

    tcnicas.

  • V

    NDICE DE FIGURAS

    Figura 2-1 - Curva de sensibilidade do detector interferomtrico Advanced LIGO. .................................. 3 Figura 2-2 - Corte transversal do esquema de montagem do sistema de pndulos multianinhados. ........... 5 Figura 2-3 - Fotos do sistema montado. Viso superior (esquerda) e viso lateral (direita) ....................... 5 Figura 2-4 - Modo normal de oscilao do cilindro obtido via SolidWorks ............................................ 8 Figura 2-5 - Temperaturas dos cilindros obtidas no experimento e na simulao. ...................................... 9 Figura 2-6 - GAS propostas para as verses futuras do LIGO. ................................................................. 11 Figura 2-7 - Representao esquemtica de um par de lminas da GAS, nas posies (a) de equilbrio e

    (b) com deslocamento vertical. ................................................................................................................... 12 Figura 2-8 - Estrutura tubular para um possvel novo sistema MNP ......................................................... 14 Figura 3-1 - Representao do MNP adaptado para as massas de teste do LIGO ..................................... 16 Figura 3-2 - Sistema massa mola com 5 graus de liberdade ...................................................................... 18 Figura 3-3 - Montagem do aparato para medir a funo de transferncia vertical .................................... 21 Figura 4-1 - Modelo em CAD da verso adaptada da GAS ...................................................................... 22 Figura 4-2 - Prottipo da GAS construda pelo GWINPE ........................................................................ 22 Figura 4-3 - Distribuio de temperaturas obtidas por simulao, temperatura ambiente (a) e em

    ambiente criognico (b) .............................................................................................................................. 23 Figura 4-4 - Simulaes com o modelo do MNP tampado, em temperatura ambiente (a) e em ambiente

    criognico (b) ............................................................................................................................................. 24

  • VI

    NDICE DE TABELAS

    Tabela 2.1 - Comparao dos modos de ressonncia entre estrutura tubular e estrutura cilndrica. .......... 14 Tabela 4.1 - Resumo dos parmetros da simulao trmica ...................................................................... 25 Tabela 4.2 - Modos normais verticais do MNP ......................................................................................... 26

  • VII

    SUMRIO

    1 INTRODUO .................................................................................................................................. 1

    2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................... 3

    2.1. O SISTEMA DE PNDULOS MULTI-ANINHADOS ............................................................................. 5 2.2. ANLISE DE COMPORTAMENTO EM BAIXAS TEMPERATURAS ......................................................... 8 2.3. MEDIDAS DE MODOS NORMAIS DO SISTEMA .................................................................................. 9 2.4. MEDIDAS DA ATENUAO DO SISTEMA ....................................................................................... 10 2.5. GAS OU MOLAS ANTI-GEOMTRICAS ......................................................................................... 10 2.6. PROJETO DE UM NOVO SISTEMA MNP ......................................................................................... 13

    3 METODOLOGIA ............................................................................................................................ 15

    3.1. DESENVOLVIMENTO DE MOLAS ANTI-GEOMTRICAS ................................................................. 15 3.2. SISTEMA CRIOGNICO.................................................................................................................. 15 3.3. CLCULO DOS MODOS NORMAIS VERTICAIS ................................................................................ 17 3.4. MEDIDAS DE ATENUAO ........................................................................................................... 20

    4 RESULTADOS ................................................................................................................................. 21

    4.1. PROJETO DAS MOLAS ANTI-GEOMTRICAS ................................................................................. 21 4.2. SISTEMA CRIOGNICO.................................................................................................................. 23 4.3. ANLISE DOS MODOS NORMAIS .................................................................................................. 26

    5 CONCLUSES ................................................................................................................................ 27

    6 PRXIMOS PASSOS ...................................................................................................................... 28

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.................................................................................................... 29

    APNDICE A DADOS UTILIZADOS PARA O CLCULO DOS MODOS VERTICAIS DO MNP 31

    A1. PARMETROS .............................................................................................................................. 31 A2. MATRIZ DE RIGIDEZ .................................................................................................................... 31

    APNDICE B PROGRAMA PARA O CLCULO DOS MODOS NORMAIS VERTICAIS DO MNP 32

    APNDICE C DIMENSES DO MNP ............................................................................................... 33

    C1. MODELO CILNDRICO .................................................................................................................. 33 C2. MODELO DO MNP COM TAMPAS ................................................................................................. 34

    ANEXO I PARMETROS DA SIMULAO TRMICA ............................................................... 36

    I-1. CALOR ESPECFICO X TEMPERATURA ........................................................................................... 36 I-2. CONDUTIVIDADE TRMICA .......................................................................................................... 37

    ANEXO II DIMENSES ORIGINAIS DAS MASSAS DE TESTE DO LIGO ................................. 38

  • 1

    1 Introduo

    As ondas gravitacionais so, segundo a Teoria da Relatividade Geral (TRG),

    perturbaes na curvatura local do espao-tempo que viajam pelo espao-tempo

    velocidade da luz. A deteco dessas ondas ser certamente um dos eventos mais

    importantes para a Fsica e a Astrofsica nas prximas dcadas. Confirmada a deteco

    das ondas gravitacionais a partir de fontes astrofsicas ou cosmolgicas, teremos nossa

    disposio uma nova ferramenta (ou janela) para observamos fenmenos no Universo

    que no podem ser observados no espectro eletromagntico ou dos raios csmicos.

    Alm disso, a deteco de ondas gravitacionais tambm nos permitir uma investigao

    direta da interao gravitacional sob condies extremas.

    Dentre os vrios tipos de detectores possveis, os de massas ressonantes, os quais

    absorvem parte da energia da onda e os interferomtricos, cuja deteco se d por meio

    da deformao do espao-tempo so os mais tradicionais e utilizam as principais formas

    de deteco direta de ondas gravitacionais. Atualmente algumas dezenas de detectores

    encontram-se espalhados pelo mundo, entre eles encontra-se o interfermetro LIGO.

    O detector LIGO (do ingls, Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory)

    est localizada nos Estados Unidos em duas sedes, Washington e Louisiana e acredita-

    se que sua segunda gerao (prevista para operar a partir de meados de 2015), realize a

    to esperada deteco de ondas gravitacionais, abrindo uma nova janela na maneira de

    se olhar para o Universo e iniciando a realizao da astronomia de ondas gravitacionais.

    Contudo, para que tal evento acontea muito trabalho ainda deve ser feito no sentido de

    aumentar a sensibilidade dos detectores atuais. Neste contexto, encontra-se a pesquisa e

    desenvolvimento em isolamento vibracional no qual o grupo GWINPE (Gravitational

    Wave Group of Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) est envolvido.

    O grupo GWINPE composto atualmente por um pesquisador, um ps-doc, dois

    alunos de doutorado, um aluno de graduao (bolsista) e um tcnico. Sua proposta

    principal realizar pesquisa e desenvolvimento visando aumentar a sensibilidade dos

    futuros detectores alm do Advanced LIGO (3G e 4G) em sua banda de baixas

  • 2

    frequncias, trabalhando em projetos inovadores de sistemas de isolamento de

    suspenso/vibracional.

    Um dos principais fatores que afetam a sensibilidade em baixas frequncias dos

    detectores baseados em Terra o rudo ssmico. Este rudo, proveniente de eventos que

    variam desde atividades ssmicas at atividade humana e de mquinas em geral, faz com

    que experimentos to sensveis quanto detectores de ondas gravitacionais necessitem de

    sistemas de isolamento vibracional adequado. Para resolver tal problema, tem-se

    utilizado diversos sistemas de atenuao de rudos: do pndulo invertido utilizado no

    detector interferomtrico VIRGO aos sistemas qudruplo e hidrulico utilizados no

    Advanced LIGO.

    O que est sendo proposto neste trabalho um novo sistema que ser capaz de

    implementar os sistemas j existentes no Advanced LIGO. Trata-se da utilizao de

    vrios estgios de pndulos aninhados. Este sistema baseia-se em uma ideia bem

    simples: vrios estgios de pndulos formam o chamado filtro mecnico passa baixo

    de frequncia, logo, proporciona um isolamento vibracional adequado. Por outro lado, a

    ideia de aninh-los tem como principal objetivo o ganho ou economia de espao

    vertical. Devido a suas caractersticas peculiares, o sistema foi batizado de Multi-Nested

    Pendula ou Pndulos Multi-Aninhados.

    Alm disso, este sistema vai ter que cumprir com esta finalidade de isolamento

    vibracional baixas temperaturas e, se possvel, justamente permitir a manuteno dos

    espelhos do LIGO temperaturas criognicas. Ou seja, no s ser capaz de operar

    nessas temperaturas, como tentar viabilizar a obteno dessas temperaturas para os

    espelhos, sem introduzir rudo no feixe de laser.

  • 3

    2 Justificativa

    O fraco acoplamento entre ondas gravitacionais e matria e suas baixas amplitudes

    exigem que os detectores atuais estejam no estado da arte da tecnologia referente

    reduo de rudos para que seja possvel a deteco de ondas gravitacionais. Para tal,

    muito esforo tem sido realizado em laboratrios ao redor do mundo com o objetivo de

    aumentar cada vez mais a sensibilidade dos detectores. Conforme pode ser visto na

    Figura 2-1, alguns dos principais desafios envolvendo o interfermetro LIGO em baixas

    frequncias so os rudos trmicos da suspenso e os rudos ssmicos.

    Figura 2-1 - Curva de sensibilidade do detector interferomtrico Advanced

    LIGO.

    Fonte: LIGO SCIENTIFIC COLLABORATION, 2014.

    O rudo ssmico prejudica principalmente a faixa de frequncias mais baixas dos

    detectores (em 10 Hz possvel traar uma curva vertical delimitando um corte

    ssmico). Para resolver estes problemas vrias ideias tm sido empregadas: desde o

    pndulo invertido utilizado no detector interferomtrico VIRGO aos sistemas qudruplo

    e hidrulico utilizados no Advanced LIGO.

  • 4

    O rudo trmico da suspenso outro problema que afeta consideravelmente a

    sensibilidade do detector entre, aproximadamente, 10 Hz e 40 Hz. Para isso tem-se

    utilizado materiais de alto fator de qualidade mecnica (Q) na fabricao dos espelhos

    dos interfermetros e dos fios que os suspendem. Atualmente, os espelhos e os fios do

    detector so feitos de slica fundida de alto Q e operam em temperatura ambiente. O

    resfriamento desta suspenso tambm ajudaria significativamente na diminuio deste

    rudo, contudo, manter a suspenso e os espelhos em baixas temperaturas no tarefa

    fcil, pois o feixe de laser uma fonte intensa de calor. Cmara de vcuo criognica

    para acomodar toda a instalao de 8 km dos interfermetros invivel, logo, solues

    que consigam manter a criogenia apenas localizada na regio dos espelhos, sem

    degradar o alto vcuo do interfermetro, parece ser a nica soluo vivel.

    O trabalho proposto nesta iniciao cientfica vem de encontro com essas necessidades

    dos detectores atuais, com a proposta de um filtro mecnico passa-baixa para minimizar

    rudos em baixas frequncias, composto por um sistema pendular de vrios estgios

    aninhados cuja principal vantagem em relao aos outros sistemas encontrados na

    literatura o ganho ou economia de espao vertical associado a um isolamento

    vibracional adequado. O esquema deste sistema pode ser visto na Figura 2-2 e sua

    montagem na Figura 2-3.

    O sistema consiste em vrios cilindros concntricos aninhados de forma que estejam

    ligados uns aos outros por meio de fios/hastes. Cada cilindro compe um estgio e

    possui dois flanges: um na parte inferior cujos braos esto externos ao cilindro e outro

    na parte superior cujos braos esto internos.

  • 5

    Figura 2-2 - Corte transversal do esquema de montagem do sistema de

    pndulos multianinhados.

    Figura 2-3 - Fotos do sistema montado. Viso superior (esquerda) e viso

    lateral (direita)

    2.1. O Sistema de Pndulos Multi-Aninhados

  • 6

    2.1.1. Descrio terica do sistema

    Cada cilindro do sistema de pndulos multianinhados est suspenso por trs fios/hastes

    e, por isso, possui 6 graus de liberdade (trs de translao: x, y, z e trs de rotao: x,

    y e z). Devido simetria do problema, alguns destes graus de liberdade podem ser

    considerados similares (caso de translao x = y e rotao x = y). Contudo, ao tratar

    do sistema como um todo, temos 5 cilindros com 6 graus de liberdade cada, isto , 30

    equaes diferenciais para serem resolvidas e obtermos as equaes do movimento.

    Dessa forma, a utilizao de mtodos numricos que resolvam estas equaes, muitas

    vezes acopladas, de extrema importncia. Para tal, utilizaremos programas

    matemticos tais como MatLab, ou similares, com a finalidade de fazer uma descrio

    terica do sistema.

    2.1.2. Anlise dos Modos Normais

    A partir da anlise dos modos normais possvel obter as frequncias naturais do

    sistema. As frequncias naturais so aquelas nas quais o sistema vibrar quando estiver

    sujeito a qualquer tipo de excitao nessas frequncias. A anlise destes modos pode ser

    feita por meio da anlise de autovalores reais.

    A anlise dos modos normais fornece o entendimento das caractersticas dinmicas da

    estrutura. Nela so determinados os autovalores e autovetores do modelo. Cada

    autovalor proporcional frequncia natural. A anlise de modos normais resolve a

    equao 2-1 para vibraes livres no amortecidas:

    2-1

    k = matriz de rigidez do sistema

    M = matriz de massa

    i = autovalores

    ei = autovetores

  • 7

    Este tipo de soluo j foi realizado supondo a inexistncia de molas no fio (situao

    real uma vez que o sistema de amortecimento vertical no estava ativo), ou seja, a

    matriz de rigidez do sistema era nula. Da suposio de pndulos linearmente acoplados

    possvel obter a matriz de massas. Dessa forma, a equao foi escrita na forma:

    2-2

    E as frequncias so dadas pela equao 2-3:

    2-3

    O mesmo foi feito para o caso de rotao em torno do eixo z supondo pndulos de

    toro acoplados. (CONSTNCIO JNIOR, 2014).

    Neste trabalho, foram resolvidas as equaes para o caso em que existe amortecimento

    vertical (z), logo, encontramos as frequncias de ressonncia do sistema.

    2.1.3. Mtodo dos Elementos Finitos

    A anlise de elementos finitos uma ferramenta que permite simular o comportamento

    dinmico de uma estrutura. Neste tipo de anlise a estrutura discretizada e subdividida

    em uma srie de elementos conectados por ns. As propriedades fsicas do modelo so

    representadas atravs da especificao das propriedades dos materiais e elementos da

    estrutura. Condies de contorno e cargas aplicadas tambm so definidas para

    representar o ambiente de operaes no qual a estrutura est sujeita.

    Para este tipo de anlise, utilizaremos o Software SolidWorks 2011. Ele j foi

    utilizado para calcular os modos de oscilao dos cilindros, vide Figura 2-4, contudo,

    agora pretende-se utiliz-lo para simular o comportamento de toda a estrutura quando

    submetida a qualquer tipo de excitao variando diversos parmetros tais como cargas

  • 8

    aplicadas, comprimento dos fios e at mesmo o material do qual os fios so feitos. A

    utilizao deste software foi muito importante, pois a partir dos resultados obtidos pode-

    se compreender melhor onde deveriam ser colocados alguns sensores piezeltricos para

    efetuar medidas.

    Figura 2-4 - Modo normal de oscilao do cilindro obtido via SolidWorks

    2.2. Anlise de comportamento em baixas temperaturas

    Para conseguir trabalhar com um sistema criognico ser necessrio fazer uma anlise

    do comportamento em baixas temperaturas, para isso, ser necessrio utilizar as opes

    de anlise trmica do software SolidWorks .

    O sistema MNP j foi ensaiado experimentalmente sobre baixas temperaturas, usando

    uma lmpada em seu interior para simular o calor dissipado pelas massas de teste do

    LIGO. Este mesmo ensaio foi modelado atravs do SolidWorks e uma comparao

    entre a simulao e os resultados experimentais encontra-se na Figura 2-5. Os cilindros

    foram enumerados do mais interno para o mais externo.

  • 9

    Figura 2-5 - Temperaturas dos cilindros obtidas no experimento e na

    simulao.

    O prximo passo substituir a lmpada por um modelo aproximado das massas de teste

    do LIGO e estudar a dissipao do calor destas nos estgios do MNP e a temperatura

    mnima que elas atingiriam.

    2.3. Medidas de modos normais do sistema

    Para fazer medidas de ressonncia do sistema de pndulos multianinhados ser utilizado

    um sensor laser da Keyence modelo IL 600 recm-adquirido pelo grupo, capaz de medir

    deslocamentos com preciso de 0,1 mm. Conectando este sensor a um analisador de

    espectro,pode-se obter as frequncias de vibrao dos cilindros e os modos violinos,

    pendulares e de rotao proveniente das hastes.

    Atualmente, o grupo GWINPE j vem fazendo medidas utilizando este mtodo.

  • 10

    2.4. Medidas da atenuao do sistema

    A configurao atual do MNP, como mostrado na Figura 2-3, conta com um conjunto

    de molas pneumticas nos flanges superiores, de modo a prover isolamento vertical ao

    sistema. Com isto espera-se determinar experimentalmente sua funo de transferncia.

    Para tanto pretende-se desenvolver no laboratrio de Ondas Gravitacionais Dr. Srgio

    Ricardo Furtado, um dispositivo eletromagntico capaz de gerar foras variveis

    utilizando bobinas e correntes alternadas.

    O objetivo deste dispositivo gerar oscilaes foradas na parte externa do sistema

    simulando atividade ssmica e analisar a resposta na parte interna para compreender

    como o sistema atenua estas excitaes.

    Para obter a resposta da excitao na parte interna do sistema tambm pretende-se

    utilizar o sensor laser da Keyence, modelo IL600.

    2.5. GAS ou Molas Anti-Geomtricas

    2.5.1. O que so e pra que servem?

    GAS (Geometric anti-springs) ou molas anti-geomtricas so ideais para serem

    utilizadas em sistemas de isolamento vibracional passivos, projetados para as prximas

    geraes de detectores interferomtricos terrestres. Eles foram projetados originalmente

    para fazer parte dos "super atenuadores" do detector VIRGO (CELLA et al., 2005).

    Elas consistem basicamente de um conjunto de lminas metlicas finas de formato

    aproximadamente triangular, fixadas em uma base circular e dispostas de maneira

    simtrica e com suas pontas conectadas a um suporte central, opostas umas as outras

    (STOCHINO, 2007). Seu propsito principal , em associao com massas, realizar a

    atenuao de vibraes verticais atravs da deflexo de suas lminas.

  • 11

    Figura 2-6 - GAS propostas para as verses futuras do LIGO.

    Fonte: Adaptado de HAM-SAS (2006a,2006b).

    2.5.2. Desenvolvimento Terico

    A GAS (Geometric anti-spring) se constitui um sistema complexo de lminas no

    lineares. Por isso, de modo a facilitar o entendimento sobre o seu comportamento fsico,

    cada par de lminas opostas entre si aproximado por um conjunto de trs molas

    lineares, dispostas como mostrado na Figura 2-6, sendo uma mola vertical distendida,

    de constante elstica Kz e comprimento natural l0z, e duas molas horizontais de

    comprimento l0x e constante elstica Kx (WANNER, 2015).

    Na posio de equilbrio Figura 2-7 (a) o comprimento da mola vertical

    e,

    portanto:

    2-4

    A massa M representa a carga til para que as molas alcancem a posio de equilbrio.

    Deslocando-se a massa da posio de equilbrio em z unidades no eixo Z, a 2 lei de

    Newton para este sistema pode ser escrita como:

    2-5

  • 12

    Figura 2-7 - Representao esquemtica de um par de lminas da GAS, nas

    posies (a) de equilbrio e (b) com deslocamento vertical.

    Fonte: WANNER, 2015.

    Da Figura 2-7 tem-se que:

    2-6

    Combinando ento as equaes 2-4, 2-5 e 2-6, pode-se obter:

    2-7

    Da observao de 2-7 possvel atribuir uma constante de mola efetiva para a fora

    elstica vertical atuando na massa, ou seja:

    2-8

    2-9

  • 13

    interessante notar que para o caso de quando as molas horizontais esto comprimidas,

    isto , ocorrer uma diminuio na constate efetiva da mola;

    caracterizando assim o chamado efeito da anti-mola geomtrica (Geometric Anti-Spring

    (GAS) effect). Isto possibilita ajustar a constante efetiva de mola de modo a reduzir a

    fora necessria para remov-la da posio de equilbrio. Isto realizado variando-se a

    razo de compresso das molas laterais, expressa por:

    2-10

    A proposta do GWINPE adaptar o seu projeto original para ser utilizado nos estgios

    do MNP, para que estes realizem a atenuao das vibraes verticais, substituindo assim

    o atual conjunto de suspenses pneumticas. Isto porque estas suspenses apresentaram

    dificuldades em sua aplicao no MNP e, alm disso, elas colapsariam se expostas s

    condies de vcuo.

    2.6. Projeto de um novo sistema MNP

    Os estudos com a utilizao do software SolidWorks

    sero estendidos para se projetar

    um novo sistema MNP com um nmero menor de frequncias de ressonncia na regio

    de baixas frequncias (de 4 a 400 Hz), para uso nas prximas geraes do Advanced

    LIGO. As primeiras simulaes realizadas permitiram encontrar um possvel novo

    modelo para os estgios do MNP, consistindo em tubos ao invs de cascas cilndricas.

    Para avaliar os modelos foram levados em conta caractersticas como peso, altura do

    centro de massa, aplicabilidade no LIGO. A estrutura com melhor desempenho nestes

    quesitos pode ser vista na figura abaixo:

  • 14

    Figura 2-8 - Estrutura tubular para um possvel novo sistema MNP

    Uma das caractersticas fundamentais para a aplicao destas estruturas no LIGO so os

    seus modos de ressonncia na faixa de sensibilidade do detector.

    A tabela a seguir contm os modos de ressonncia de um dos estgios do atual MNP e

    os modos da estrutura tubular mostrada acima.

    Tabela 2.1 - Comparao dos modos de ressonncia entre estrutura tubular e estrutura

    cilndrica.

    Frequncias de ressonncia das estruturas (Hz)

    Estrutura cilndrica Estrutura tubular Estrutura

    Cilndrica

    Estrutura Tubular

    29,24 83.86 / 83.91 /

    87.17

    221,92 302,66

    43,22 134,13 / 134,14 224,18 349,00

    72,53 211,13 284,24 -

    88,01 224,29 301,20 -

    110,29 233,64 303,03 -

  • 15

    Apesar das caractersticas apreciveis que este modelo possui mais estudos devem ser

    realizados visando o projeto definitivo da nova configurao para o MNP.

    3 Metodologia

    3.1. Desenvolvimento de Molas Anti-Geomtricas

    Como dito na seo 2.5, para incorporar molas ao MNP necessrio adapt-las ao

    sistema. A base de uma GAS original foi projetada com 700 mm de dimetro

    (HAM,2006), ou seja, do tamanho do estgio pendular do MNP.

    Usando o software SolidWorks

    foi ento projetado um modelo destas GAS,

    dimensionada para caber sobre o flange de cada estgio pendular sem que uma GAS

    tocasse na outra, afinal elas substituiro cada uma das 15 molas pneumticas atuais

    distribudas sobre os flanges superiores MNP. Alm disso, o modelo projetado destas

    GAS teve de ser adaptado tambm para comportar as hastes do MNP, assim como

    tambm permitir sua montagem e desmontagem.

    O modelo projetado permitiu ento a construo de um prottipo real da GAS. Aps a

    avaliao e consolidao deste prottipo, pretende-se construir a quantidade necessria

    de molas para incorpor-las ao MNP como seu novo elemento para compor o sistema

    vertical.

    3.2. Sistema criognico

    Os trabalhos do GWINPE, em relao ao desempenho trmico do MNP, permitiram a

    elaborao de um modelo realista de simulao trmica do conjunto, como pode ser

    visto na Figura 2-5.

    Esta simulao realizada atravs da anlise de elementos finitos e executada com o

    software SolidWorks. Este software permite realizar tanto as simulaes trmicas

    quanto a modelagem em CAD do sistema.

  • 16

    O modelo do MNP j simulado foi adaptado ento para simular a dissipao de calor

    pelas massas de teste do detector LIGO, em funo da incidncia do laser em sua face.

    As dimenses utilizadas para a representao das massas de teste foram tiradas da

    prpria base de dados da LSC (LIGO Scientific Colaboration), e podem ser vistas no

    ANEXO II.

    Figura 3-1 - Representao do MNP adaptado para as massas de teste do LIGO

    Para as geraes futuras do LIGO estuda-se construir as massas de teste a partir de

    Silcio cujo coeficiente de expanso trmica nulo em 120K e 18K. Isto implica em

    uma reduo substancial do rudo termoelstico da suspenso e consequentemente uma

    melhora no desempenho do detector em relao ao rudo trmico (HAMMOND; HILD;

    MATTHEW, 2014). Por isso, projetos para verses futuras do LIGO levam em conta a

    operao em temperaturas criognicas, tal como o LIGO Voyager (LIGO SCIENTIFIC

    COLLABORATION, 2015).

    Neste trabalho buscou-se encontrar as condies necessrias para resfriar as massas de

    teste a temperatura de 120K em regime permanente, atravs do sistema MNP. Neste

    caso a transferncia de calor entre as massas de teste e o MNP ocorreria

    predominantemente por radiao e a fonte de calor seria a potncia do laser que a face

    das massas absorveria. Buscou-se ento a melhor configurao de modo a obter nestas

    massas a temperatura mais prxima possvel daquela desejada. Para tanto foram

    variadas os seguintes parmetros da simulao:

  • 17

    Potncia absorvida do laser pelos espelhos

    Temperatura de resfriamento do estgio externo do MNP

    Emissividade das massas de teste e dos cilindros

    Geometria do MNP e das massas de teste

    3.3. Clculo dos modos normais verticais

    No mbito de realizar a descrio terica dos modos normais de vibrao do MNP,

    parte-se da hiptese de que o sistema aninhado funcione como um se estivesse disposto

    em cascata. Conforme demonstrado por (CONSTNCIO JUNIOR, 2014) para os

    modos pendulares e de toro dos cilindros, esta aproximao tem um nvel de

    concordncia bastante satisfatrio. Com base nesta ideia, foi realizado ento o clculo

    dos modos verticais do sistema.

    Para o sistema da Figura 3-2, cada massa representa uma casca cilndrica do MNP e as

    molas representam os conjuntos de suspenso pneumticos.

    Usando o mtodo de Newton e considerando o comportamento das suspenses como

    linear, pode-se escrever a equao de movimento para todas as massas:

    3-1

    com , e :

    3-2

  • 18

    Figura 3-2 - Sistema massa mola com 5 graus de liberdade

    Fazendo:

    3-3

    3-4

    3-5

    3-6

    Pode se escrever o seguinte sistema de equaes diferenciais acopladas:

  • 19

    3-7

    Supondo que o sistema realiza um movimento harmnico uniforme, as solues em z

    so do tipo:

    3-8

    Substituindo as solues 3-8 em 3-7, pode se encontrar a seguinte equao na forma

    matricial:

    3-9

    Sendo a matriz e K a matriz de rigidez do MNP. Os valores

    de k e m, assim como a matriz K constam no apndiceAPNDICE A.

    A equao 3-9 pode tambm ser desenvolvida da seguinte maneira:

    3-10

    Sendo e I uma matriz identidade de ordem cinco.

    Este desenvolvimento conduziu a um problema de autovalores, os quais so

    proporcionais a . A determinao de todos os valores de que satisfazem a equao

    3-10 leva as frequncias naturais do sistema, visto que elas esto relacionadas com os

    autovalores atravs de:

    3-11

  • 20

    Ou seja:

    3-12

    Foi implementado um programa em linguagem R, para encontrar os autovalores da

    equao 3-10 e a partir deles determinar as frequncias de ressonncia do MNP. O

    cdigo fonte deste programa pode ser visto no APNDICE B.

    3.4. Medidas de atenuao

    As medidas de atenuao do prottipo do sistema MNP com os pneumticos como

    molas verticais ainda no foram efetuadas. As frequncias verticais e a respectiva

    funo de transferncia, ainda no foram medidas devido dificuldade de obter um

    equipamento capaz de gerar excitao no MNP, para que possamos medir seu efeito em

    outros estgios.

    J foram testados diversos tipos de equipamentos capazes de gerar excitaes ao

    sistema. Desde equipamentos mecnicos utilizados como travas de porta-malas de

    carros, at sistemas eletromagnticos formados por bobinas e ims. Contudo, enquanto

    o primeiro gerava muito rudo s medidas, o segundo no tem sido to eficiente devido

    s baixas correntes obtidas, ocasionando um campo eletromagntico pouco intenso para

    interagir com o campo magntico do im.

    Atualmente, estamos lidando com o problema montando um circuito eltrico capaz de

    amplificar a corrente AC de sada em algumas vezes. Este equipamento tem-se

    mostrado promissor, uma vez que, temos conseguido correntes mais intensas sem

    distores do sinal de sada.

    Aps preparado o circuito, o sistema ser montado para as medidas de atenuao. A

    Figura 3-3 mostra como ser esta configurao para o eixo vertical.

  • 21

    Figura 3-3 - Montagem do aparato para medir a funo de transferncia vertical

    4 Resultados

    4.1. Projeto das Molas Anti-Geomtricas

    No perodo referente a este trabalho, essas molas foram j projetadas e um primeiro

    prottipo foi construdo. Atravs de sua modelagem em CAD, pde-se obter o desenho

    tcnico de cada componente das GAS e tambm dimensionar, definir e quantificar seus

    acessrios de fixao.

    O prottipo construdo est agora em fase de estudo e avaliao. Agora busca-se corrigir

    eventuais falhas em seu projeto original, estabelecendo assim um projeto definitivo para

    a GAS, construir o nmero necessrio delas para o MNP e finalmente introduzi-las no

    sistema.

  • 22

    Figura 4-1 - Modelo em CAD da verso adaptada da GAS

    (a)

    (b)

    Figura 4-2 - Prottipo da GAS construda pelo GWINPE

  • 23

    4.2. Sistema criognico

    Os primeiros testes se deram em relao ao design atual do MNP, com as cadeias de

    teste e reao inseridas em seu interior. Todas as superfcies envolvidas foram

    consideras recobertas por material de alta emissividade. Sabe-se que a potncia do laser

    nos braos do detector poder atingir 32 MW na verso Voyager do LIGO e que alm

    disso, a absoro dos revestimentos das massas de teste est abaixo de 1ppm (LIGO

    SCIENTIFIC COLLABORATION,2015). Dessa forma, espera-se que a potncia

    absorvida pelo revestimento seja de aproximadamente 3W. Este valor foi ento utilizado

    nas simulaes como a potncia do laser incidente na face da massa de teste inferior.

    Supondo todo o conjunto a temperatura ambiente e um fluxo de N2 envolvendo o

    estgio mais externo, a temperatura da massa de teste inferior esteve prxima de 287 K

    (Figura 4-3 (a)), um valor muito distante ainda do alvo de 120 K. Para alcanar tal

    objetivo, foi necessrio supor que o sistema estivesse em um ambiente criognico de 80

    K; neste caso no haveria necessidade de fluxo de N2 ao redor do estgio pendular

    externo do MNP. Com estas alteraes a temperatura na massa de teste inferior atingiu

    121,74 K, como visto na Figura 4-3 (b), que um valor muito prximo daquele

    desejado.

    (a) (b)

    Figura 4-3 - Distribuio de temperaturas obtidas por simulao, temperatura

    ambiente (a) e em ambiente criognico (b)

  • 24

    Embora o ltimo resultado parea satisfatrio, ele no aplicvel para fins prticos;

    alterar as instalaes onde se situam as massas de teste, para que ele opere em

    temperatura criognica, seria extremamente trabalhoso e demandaria de um

    investimento alto demais; ou seja, esta alterao no vivel.

    Para contornar este problema foi proposta uma verso especfica do MNP de modo que

    a influncia da temperatura externa fosse reduzida. Trata-se de um modelo cujos flanges

    so substitudos por tampas e que o resfriamento ocorre no estgio externo do MNP,

    pela circulao de N2 ao seu redor. Esta configurao reduz drasticamente a influncia

    do ambiente no interior do sistema. Isto pode ser demonstrado realizando duas

    simulaes com iguais parmetros e condies de contorno, exceto a temperatura do

    ambiente; em uma das simulaes ela foi definida como a temperatura ambiente (300

    K) e enquanto na outra foi definido um ambiente criognico a 80 K. Tomando como

    base a simulao de melhor resultado deste trabalho, realizando tal procedimento

    constatou-se que a temperatura nas massas de teste entre as simulaes difere de apenas

    2 K,enquanto que para a simulao mostrada na Figura 4-3 esta diferena de 165,8

    K. Em sntese, isto significa que a variao de 220 K no ambiente s foi suficiente para

    variar quase 2 K nas massas de teste, para a configurao tampada do MNP. A Figura

    4-4 ilustra este resultado.

    (a) (b)

    Figura 4-4 - Simulaes com o modelo do MNP tampado, em temperatura

    ambiente (a) e em ambiente criognico (b)

  • 25

    Lanando mo ento desta configurao tampada do MNP, buscaram-se ento quais as

    condies necessrias e suficientes para que a massa de teste atingisse os 120K,

    variando os parmetros descritos na seo 3.2. A plotagem trmica da simulao que

    alcanou este objetivo pode ser vista na Figura 4-4 (a). A seguir so mostrados os

    principais parmetros utilizados nesta simulao Tabela 4.1; informaes adicionais

    sobre as propriedades fsicas dos materiais utilizados e dimenses dos modelos

    utilizados, podem ser encontrados nos anexos ANEXO I e ANEXO II e no apndice

    APNDICE C.

    Tabela 4.1 - Resumo dos parmetros da simulao trmica

    Material das massas de teste Silcio monocristalino

    Material dos Cilindros Alumnio 5052-0

    Emissividade das massas de teste e

    dos cilindros ()

    0.85

    Emissividade das faces externas do

    MNP ()

    0,15

    Razo de largura das massas de

    teste simulada e real (simulada/real)

    110%

    Dimetro do Laser 6 cm

    Potncia do Laser 1,75 W

    Temperatura Externa 300 K

  • 26

    Embora a condio de 120 K tenha sido satisfeita nesta simulao, este estudo no

    suficiente para eleger o MNP como o componente definitivo para desempenhar tal

    tarefa em um detector interferomtrico como o LIGO. Em primeiro lugar, os estudos e

    testes sobre a atenuao fornecida pelo sistema ainda est sendo estudada. Em segundo

    lugar, deve-se verificar se as hipteses assumidas na Tabela 4.1 para obter este resultado

    podem ser alcanadas na prtica. Para as geraes futuras do LIGO pretende-se usar

    massas de testes maiores (LIGO SCIENTIFIC COLLABORATION, 2015), por isso

    aumentar as massas de teste no uma alterao intangvel. Por outro lado haveria

    dificuldades em cobrir todas as superfcies com materiais que simultaneamente

    suportam as condies de vcuo e possuem alta emissividade. Por fim, uma das maiores

    dificuldades seria reduzir a potncia do laser incidente sobre as massas de teste a 1,75

    W; visto que para aumentar a sensibilidade do LIGO ser necessrio justamente o

    contrrio (RILLES, 2013).

    Portanto estes resultados no so definitivos e sero necessrios novos estudos para o

    MNP neste sentido, a fim de torn-lo funcional e adequado para os requerimentos

    trmicos do LIGO.

    4.3. Anlise dos Modos normais

    Realizando os procedimentos descritos na seo 3.3, foram encontradas cinco

    frequncias naturais para o movimento vertical do sistema. So elas:

    Tabela 4.2 - Modos normais verticais do MNP

    Frequncias (Hz)

    0.8505 2.2676 3.5395 4.5293 5.1897

    Como esperado, foram encontradas frequncias correspondentes aos modos normais dos

    cinco estgios pendulares do MNP. Levando-se em conta que a banda de maior

    interesse para o isolamento vibracional deste sistema est na faixa de 10 Hz, estes

  • 27

    resultados so satisfatrios, visto que as ressonncias no modo vertical no passam de

    5Hz e portanto a faixa de 10 Hz j est na regio de atenuao do sistema.

    Entretanto estes valores so apenas tericos; ainda so necessrias realizar medidas para

    valid-los.

    5 Concluses

    Os resultados obtidos at agora tem sido satisfatrios no que concerne aos trabalhos

    voltados para o projeto LIGO. Como podemos ver, o projeto criognico j est bem

    avanado e tem chamado bastante a ateno da colaborao LIGO e da comunidade

    cientfica de uma forma geral.

    Os clculos tericos tambm j esto bastante avanados, mas ainda falta comparar com

    as medidas a fim de compreender o quanto esta descrio terica bate com a realidade.

    Contudo, estas medidas de frequncias e transmisso tem-se mostrado o maior desafio

    at o momento, embora o sistema que estamos tentando implementar atualmente parea

    ser bastante promissor. E ser no sentido de implementar este sistema que

    trabalharemos neste segundo semestre de bolsa.

  • 28

    6 Prximos Passos

    Um dos objetivos mais imediatos para o desenvolvimento do MNP colocar em

    funcionamento o sistema gerador de excitaes sinodais, possibilitando assim as

    medidas de atenuao do sistema e sua real efetividade.

    Outra questo importante a ser respondida sobre o que pode ser feito no MNP para

    que as massas de teste do LIGO, se inseridas em seu interior, atinjam a temperatura de

    120 K. Para tanto continuaro sendo realizadas simulaes a fim de encontrar

    alternativas viveis para alcanar este objetivo.

    Em relao s molas anti-geomtricas, ser dado incio ao estudo do prottipo recm-

    construdo. Deste modo podero ser realizadas correes e/ou adaptaes em seu

    projeto inicial, e posteriormente a sua incorporao ao MNP.

    Pretende-se tambm dar continuidade aos estudos de configuraes alternativas para o

    MNP, com menos modos de ressonncia na faixa de frequncias de interesse deste

    trabalho.

  • 29

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    CELLA, G. et al. Monolithic geometric anti-spring blades. Nuclear Instruments And

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  • 30

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    Prototype. 2013. 187 f. Tese (Doutorado) - Curso de Fsica, Universitt Hannover,

    Hannover, 2013. Disponvel em: . Acesso em: 18 fev.

    2015

  • 31

    APNDICE A Dados utilizados para o clculo dos modos verticais do MNP

    A1. Parmetros

    A massa e a constante de mola equivalente para o movimento vertical, para cada estgio

    do MNP, so mostradas na tabela abaixo. Os cilindros foram numerados de fora para

    dentro.

    Cilindro Massa [kg] Constante de mola equivalente [N/m]

    1 100,7 27031,67

    2 90,385 25424,29

    3 80,121 23822,56

    4 69,879 22221,99

    5 59,614 20615,55

    A2. Matriz de Rigidez

    Usando as substituies de 3-3 a 3-6, a matriz de rigidez do sistema pode ser escrita

    como:

    A1

  • 32

    APNDICE B Programa para o clculo dos modos normais verticais do

    MNP

    Cdigo fonte do programa construdo em linguagem R, para o clculo das frequncias

    de ressonncia verticais do sistema MNP.

  • 33

    APNDICE C Dimenses do MNP

    C1. Modelo cilndrico

    Representao da configurao original do prottipo do MNP sem as suspenses

    pneumticas.

    A tabela abaixo apresenta o dimetro dos cilindros, numerados de dentro para fora (vide

    figura):

    Cilindro Dimetro [m]

    1 0,709

    2 0,832

    3 0,954

    4 1,077

    5 1,200

  • 34

    C2. Modelo do MNP com Tampas

    A imagem abaixo ilustra o modelo proposto para o MNP visando o isolamento trmico

    dos espelhos (massas de teste) do LIGO. Ele composto por cilindros concntricos

    tampados com diferentes alturas.

  • 35

    Os raios dos cilindros foram mantidos. As tampas inseridas possuem 5mm de espessura.

    As alturas dos cilindros foram alteradas conforme relacionados pela tabela abaixo, em

    que os cilindros firma numerados de dentro para fora.

    Cilindro Altura [m]

    1 1,1

    2 1,15

    3 1,2

    4 1,25

    5 1,3

  • 36

    ANEXO I Parmetros da simulao trmica

    A seguir so apresentadas curvas de propriedades fsicas dos materiais que foram

    alteradas para os fins das simulaes deste trabalho. Para as demais propriedades, foram

    utilizadas as informaes padro do prprio software SolidWorks .

    I-1. Calor especfico x temperatura

    Alumnio 5052-0

  • 37

    Silcio Monocristalino (TOULOUKIAN, 1970b).

    I-2. Condutividade trmica

    Silcio Monocristalino (TOULOUKIAN, 1970a).

  • 38

    ANEXO II Dimenses originais das massas de teste do LIGO

    Desenho tcnico das massas de teste, que serviu de base para os modelos utilizados nas

    simulaes trmicas. Retirado de Jones (2009).

    1 Introduo2 Justificativa2.1. O Sistema de Pndulos Multi-Aninhados2.1.1. Descrio terica do sistema2.1.2. Anlise dos Modos Normais2.1.3. Mtodo dos Elementos Finitos

    2.2. Anlise de comportamento em baixas temperaturas2.3. Medidas de modos normais do sistema2.4. Medidas da atenuao do sistema2.5. GAS ou Molas Anti-Geomtricas2.5.1. O que so e pra que servem?2.5.2. Desenvolvimento Terico

    2.6. Projeto de um novo sistema MNP

    3 Metodologia3.1. Desenvolvimento de Molas Anti-Geomtricas3.2. Sistema criognico3.3. Clculo dos modos normais verticais3.4. Medidas de atenuao

    4 Resultados4.1. Projeto das Molas Anti-Geomtricas4.2. Sistema criognico4.3. Anlise dos Modos normais

    5 Concluses6 Prximos PassosReferncias BibliogrficasAPNDICE A Dados utilizados para o clculo dos modos verticais do MNPA1. ParmetrosA2. Matriz de Rigidez

    APNDICE B Programa para o clculo dos modos normais verticais do MNPAPNDICE C Dimenses do MNPC1. Modelo cilndricoC2. Modelo do MNP com Tampas

    ANEXO I Parmetros da simulao trmicaI-1. Calor especfico x temperaturaI-2. Condutividade trmica

    ANEXO II Dimenses originais das massas de teste do LIGO