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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – ICET
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS: QUÍMICA E BIOLOGIA
RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO: COLETA BOTÂNICA
ITACOATIARA – AMABRIL de 2013
ACADÊMICAS: Dayana Cruz, Ednéia Miranda, Josiele Viana, Josely Albuquerque, Maiara Mendonça e Talice Fernandes.
RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO: COLETA BOTÂNICA
Relatório apresentado a Prof.ª MSc. Isabel Reis para obtenção de nota na disciplina de Botânica II.
ITACOATIARA – AMABRIL de 2013
INTRODUÇÃO
A coleta botânica consiste em coletar amostras de espécies vegetais para fazer
identificação destas, e assim poder estuda-las. Tais conhecimentos em coleta de material
botânico são de grande importância para os pesquisadores, pois estes precisam conhecer com
propriedade todos os métodos utilizados na coleta, esses conhecimentos irão ajudar na coleta
da planta sem perder detalhes do material, que serão imprescindíveis no processo de
levantamento de informações sobre o material coletado para assim poder fazer a identificação
correta da espécie. Por exemplo: estudos botânicos e taxonômicos consistem em buscar
amostras de plantas em determinada região identificando-as cientificamente e obtendo
informações das espécies existentes, sendo importante para o reconhecimento da flora de
determinada área.
O levantamento de espécie é um exercício em que se baseia em uma série de observações,
que tem por objetivo catalogar as espécies que existem em certa região. A partir dessas
observações é possível fazer a identificação da espécie coletada.
“A identificação botânica é necessária para dar subsídios a estudos
taxonômicos; auxiliar na elaboração de trabalhos científicos sobre a
flora de uma determinada região; determinar as espécies de um
inventário; facilitar o conhecimento de plantas medicinais e tóxicas
com o objetivo de melhor utilizá-las e controlá-las; armazenar
exemplares de todas as espécies possíveis para identificação de outras
espécies por comparação”. (Ferreira, 2006).
Este relatório apresenta a descrição das amostras coletadas de seis famílias:
PIPERACEAE, FABACEAE, MELASTOMATACEAE, POLYPODIACEAE,
SELAGENALLACEAE e C. F. CONVOLVULACEAE. Chegamos a estas identificações
devido às observações que fizemos no dia da coleta botânica, etapa importante no processo de
identificação de um espécime, pois é a partir dessas observações que iremos comparar o
material coletado com outras espécies já classificadas, com base nessas informações podemos
fazer a identificação correta de cada espécime e neste processo tivemos ajuda de nossa
orientadora Prof.º Izabel Reis.
MATERIAL E MÉTODOS
A área em que as amostras foram coletadas localiza-se na estrada AM – 010 –
Jacarezinho – campus II UFAM – ICET, Município de Itacoatiara no estado do Amazonas.
Para a coleta do material foram utilizados: caderno, caneta, tesoura de poda e, ou podão
quando necessário, jornal, papelão, par de prensas, corda, máquina fotográfica e lupa. Os
procedimentos de coleta seguiu a metodologia proposta nos protocolos.
Foram coletadas amostras férteis de epífitas, ervas, musgos, arbustos e árvores. No
momento da coleta foram feitas anotações sobre o habitat em que a amostra foi encontrada,
suas características morfológicas e detalhes importantes que se perdem no processo de
secagem do material, cada amostra foi fotografada, com objetivo de ajudar na identificação.
Após a coleta nossa orientadora nos auxiliou a prensar todas as amostras imediatamente para
evitar o comprometimento futuro do material, de modo que ao prensar, as amostras tinham
que estar devidamente acomodadas, as amostra foram dispostas em folhas de jornais dobradas
ao meio, depois prensada e levadas à estufa para o processo de desidratação.
O material foi levado para a estufa e submetido a uma temperatura de
aproximadamente 450 ºC, este é processo de secagem do material coletado. Depois da
desidratação foram selecionadas seis amostras para a identificação. Após este procedimento o
material foi guardado em novos jornais e posto em um saco com naftalina para evitar a
contaminação por fungos. Passamos então para a etapa seguinte que consiste na montagem
das exsicatas, onde as amostras são costuradas em cartolina branca, com a preocupação de
não destruir os espécimes e posteriormente são impressas fichas com informações de coleta,
afixada no canto inferior direito da cartolina.
A confirmação da espécie foi realizada em laboratório, com ajuda da orientadora
seguindo as metodologias usuais.
RESULTADO E DISCUSSÃO
A área de pesquisa esta localizada na cidade de Itacoatiara no Estado do Amazonas,
sendo um anexo da UFAM o local apresentava uma grande variedade de flora. A identificação
do material foi feita com base nos dados anotados durante a coleta e na observação das
fotografias tiradas das amostras antes da secagem. O processo de identificação mais comum é
por meio de comparação; neste processo a amostra coletada é comparada com outra
anteriormente coletada e identificada. Se todas as características assemelharem-se pode se
determinar o nome da amostra.
Foram selecionadas seis plantas de famílias diferentes, sendo piperaceae, fabaceae,
melastomataceae, polypodiaceae e selagenellaceae.
FAMILIA PIPERACEAE – Segundo (Barroso 1978). A família Piperaceae é representada
por plantas de hábito herbáceo, trepador, arbustivo, raramente arbóreo. As folhas são simples,
inteiras e alternas. As flores são aclamídeas, andróginas ou unissexuadas, protegidas por
bractéola pediceladas ou sésseis, geralmente peltadas. Com base nessas informações e
comparando com as características observadas foi possível fazer a identificação da amostra
dentro desta família. Esta apresenta hábito de arbusto com folha peltada e nervura do tipo
peltinérvea, filotaxia alterna discolor com presença de insetos; caule flexível e clorofilado.
Flor com Inflorescência do tipo espiga onde as flores não são vistosas devido a sua coloração
branca (Fig. 1). Com exceção de algumas estruturas características citadas pelo autor sobre
esta família as demais estruturas foram observadas; FAMILIA FABACEAE, segundo
(Lorenzi, 1998) A família fabaceae apresenta árvore de grande porte, Uma característica
típica dessa família é a ocorrência do fruto do tipo legume, também conhecido como vagem,
exclusivo desse grupo. Folhas alternadas compostas e trifolioladas. No entanto, as espécies
que compõem esta família se diferencial entre as áreas, não só quanto à ocorrência, mas,
sobretudo quanto à abundância. Segundo a descrição acima foi possível comparar a amostra
coletada, porém, algumas estruturas apresentaram características diferenciadas das citadas
pelo autor como as folhas, estas apresentam filotaxia oposta dística, clorofilada e sem cheiro.
Com relação às demais estruturas pode-se observar que a descrição desta família identificada
por (Lorenzi, 1998) e da amostra coletada estão de acordo. A amostra possui caule lignificado
e fruto leguminoso descente (Fig. 2) cilíndrico com cheiro forte contendo 6 a 10 sementes de
cor amarelo; FAMÍLIA MELASTOMATACEAE, de acordo com (CLAUSING &
RENNER, 2001) seus representantes possuem porte herbáceo, arbustivo ou arbóreo e a maior
parte ocupa o ambiente terrestre, mais raramente são encontrados como epífitas. Possuem
folhas opostas, simples, com nervuras acródromas que formam arcos convergentes saindo da
base em direção ao ápice (exceto em poucas exceções), observou-se a presença de Herbivoria
(Fig. 3). As flores são bissexuais, de simetria radial e na grande maioria diplostêmones. Os
estames possuem conectivos desenvolvidos podendo apresentar apêndices ou não. De acordo
com as informações citadas, foi possível observar algumas estruturas exceto as flores.
WURDACK, 1962 cita ainda a presença nas espécies de ovário súpero no qual possuem
frutos capsulares enquanto que as de ovário ínfero possuem frutos bacáceos. As sementes são
numerosas, com formato variado, raramente alado, na amostra coletada observou-se folhas
simples, opostas cruzadas, frequentemente revestidas por tricomas. Possui normalmente uma
nervação tipicamente curvinérvea, com duas ou mais nervuras secundárias distinguindo-se a
partir da base e percorrendo a periferia do limbo foliar até unirem-se à nervura central no
ápice. Fruto pequeno com coloração azul anil quando maduro com presença de tricomas.
Caule flexível e clorofilado também com presença de tricomas; FAMÍLIA
POLYPODIACEAE, Segundo (Jefferson Prado, 2005) Esta família são plantas epífitas,
terrestres ou rupícolas. Caule reptante, dorsiventral, com duas fileiras de frondes no lado
adaxial. Frondes cespitosas ou separadas entre si, eretas a patentes, monomorfas a dimorfas;
pecíolo articulado com o caule, com 3 feixes vasculares na base; lâmina inteira, pinatissecta,
pectinada, furcada ou pinada, glabra ou com escamas; venação aberta ou areolada. Soros
geralmente arredondados, sem indúsio, com ou sem paráfises, esporângios globosos,
numerosos, pedicelo com 2-3 fileiras de células, ânulo longitudinal; esporos monoletes, sem
clorofila. Em comparação com a amostra coletada as características descritas pelo autor estão
de acordo com as observações em campo (Fig. 4); FAMÍLIA SELAGENALLACEA,
Segundo (Jefferson Prado, 2005) esta família possui caule mono, protostélico, poliprotostélico
ou sifonostélico, esclerificado ou não, ramificado, prostrado, decumbente, às vezes ereto,
frequentemente com rizóforos nas ramificações do caule; microfilos simples, com uma única
nervura e lígula; esporângios curto-pedicelados, simples, próximos ou na axila do esporofilo;
heterosporada, esporos sem clorofila, triletes, tetraédrico-globosos ou quase esferoidais,
muitas vezes com uma flange equatorial. Em comparação com a amostra coletada as
características descritas pelo autor estão de acordo com as observadas em campo, no qual são
plantas rastejantes ou ascendentes com folhas simples semelhantes a escamas em caules
ramificados dos quais surgem também às raízes. Possui órgãos verdadeiros como caule, raiz
sendo que são fasciculados microfilos que são folhas reduzidas clorofiladas (fig. 5);
FAMÍLIA C. F. CONVOLVULACEAE, segundo (Martius 1969) esta família apresenta
ervas anuais ou bianuais, semiarbustos ou arbustos, raramente arvores ou parasitas,
frequentemente com caule ou ramos destrorsos, raramente arbustos áfilos com espinho,
glabras ou pilosas; folhas geralmente simples de lineares até largamente cordiformes,
frequentemente digitadas ou lobadas até partidas, raramente com estípulas glabras ou pilosas.
Flores vistosas, albas ou coloridas, raramente pequenas, solitárias ou; inflorescências axilares,
dicásios, cachos ou quase umbelas; brácteas pequenas, raramente grandes envolvendo o
cálice. Em comparação com amostra coletada esta apresenta algumas características descritas
pelo autor. Observou-se que as folhas possuem coloração verde na face adaxial e violeta na
face abaxial, filotaxia alterna (Fig. 6), o caule apresenta cor violeta com tricomas na parte
superior da planta e marrom lenhoso na parte inferior. As pétalas apresentam formato de um
tubo cilindro cor rosa claro, com tricomas. Apresenta quatro estames do mesmo tamanho e
um estilete no meio. O habito da amostra coletada é um arbusto.
CONCLUSÃO
Este trabalho de campo mostrou que a coleta botânica requer conhecimentos
específicos da área de botânica, equipamentos adequados, experiência e toda uma
metodologia para fazer uma boa coleta de material botânico e prepara-lo para o segundo passo
que é a identificação das amostras coletadas, etapa importante neste processo, visto que, está é
a importância da coleta botânica, identificar um espécime como uma unidade biológica.
Identificar nada mais é do que determinar a individualização do vegetal, ou seja, indicar
nominalmente o valor sistemático do material botânico, debaixo do qual fica firmado
cientificamente seu significado biológico, este trabalho requer paciência, pois é preciso
esperar o tempo das plantas, o material botânico deve ser coletado em estado fértil, muitas
plantas florescem em épocas diferentes do ano e muitas das vezes não coincide com o dia da
excursão botânica. Enfim este trabalho permitiu por em prática todos os conhecimentos
adquiridos na disciplina de botânica I e II que contribuíram para a elaboração deste relatório e
avaliação da aprendizagem.
ANEXO I
A B
C D
F
Figura 1. FAMILIA PIPERACEAE: A- Inflorescência e face abaxial; B- face adaxial.
Figura 2. FAMILIA FABACEAE: C- Fruto deiscente
Figura 4. FAMÍLIA POLYPODIACEAE, face abaxial com a presença de soros. Imagem G
Figura 5. FAMÍLIA SELAGENALLACEA, esta família possui órgãos verdadeiros, as folhas são reduzidas e por isso chamada de microfilo.
E
ANEXO II
H
Figura 3. FAMÍLIA MELASTOMATACEAE – observou-se presença de Herbivoria, imagem E
Figura 6. FAMÍLIA C. F. CONVOLVULACEAE - Imagem I mostra o detalhe da flor e da bráctea. Imagem J mostra o detalhe da coloração das folhas na face abaxial violeta e face adaxial verde
J
G
I
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
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http://www.scielo.br/scielo acessado em 04.04 ás 14h:00
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ASPECTOS. ANATÔMICOS DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS DE P/PER
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