Relatorio Final de Estagio

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RELATRIO DE ESTGIO CURRICULAR

Francisco Esmael Castro Pereira Jnior

Orientadores:

Prof. Keliene Maria Sousa de Jesus - UFPA Gilton Carlos de Andrade Furtado - ELETRONORTE

Estagirio de Engenharia Mecnica Matricula na Empresa: 57392 Perodo: 05/07/2010 04/01/2011 Nmero de Horas: 480

Empresa:

Centrais Eltricas Brasileiras S.A. Eletrobras Centrais Eltricas do Norte do Brasil S.A. Eletronorte Superintendncia de Produo Hidrulica CPH Diviso de Engenharia de Operao e Manuteno CPHE Setor de Engenharia de Operao e Manuteno CPHEE

Telefone: (94) 3787-7314 Fax: (94) 3787-7314 Site: www.eletronorte.gov.brEngenharia de Operao e Manuteno, CPHEE 1

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LISTA DE ILUSTRAESFigura 01 Arte mostrando diversos ngulos da UHE Tucuru. Figura 02 - Setor de Engenharia de Operao e Manuteno. Figura 03 - Transformao de energia potencial em energia eltrica. Figura 04 - 1-Tomada dgua da Casa de Fora I, 2-tomada dgua da Casa de Fora II, 3Vertedouro. Figura 05 Comportas da tomada dgua. Figura 06 Central hidrodinmica e pisto de comando hidrulico. Figura 07 - Grades montadas na tomada dgua e Stop-Log. Figura 08 - Vertedouro e comportas. Figura 09 - Conduto Forado. Figura 10 - Caixa Espiral. Figura 11 - Pr-distribuidor. Figura 12 Distribuidor. Figura 13 - Ps do Distribuidor e Pr-distribuidor, e Servomotor. Figura 14 - Tubo de Suco. Figura 15 - Rotor da Turbina. Figura 16 - Mancal de Escora Colar de Escora, Patins, Membranas e Placa de Assento. Figura 17 - Rotor e Estator. Figura 18 - Sistema de Injeo de leo. Figura 19 - Sistema de Resfriamento do Mancal de Escora e Mancal Guia da Turbina. Figura 20 - Sistema de Resfriamento do Mancal Guia do Gerador. Figura 21 - Sistema de Frenagem e Levantamento. Figura 22 - Sistema de Regulao de Velocidade. Figura 23 - Sistema de Regulao de Velocidade. Figura 24 - Configurao Atual da Vlvula. Figura 25 - Sistema aps a implementao do projeto. Figura 26 - Galeria de Falhas e Bombas de Esgotamento. Figura 27 - Poo de Drenagem e Vlvula de Esgotamento. Figura 28 - Transformador de Excitao. Figura 29 - Transformadores de Excitao e Torres de Transmisso.

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Figura 30 - Sistema de ventilao forada da usina e galeria de acesso entre as casas de fora 1 e 2. Figura 31 - Imagens da ITV. Figura 32 - Exemplo de Grfico polar XY demonstrando a rbita. Figura 33 - Sensores instalados prximos os mancais de escora e guia da turbina. Figura 34 - Demonstrao de um Grfico Espectral. Figura 35 - Identificao de falhas a partir do sinal de vibrao. Figura 36 - Manuteno nos sensores.

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NDICE

I Objetivos...........................................................................5 II Introduo.......................................................................6 III Atividades Realizadas.....................................................7 i Treinamentos e Apresentaes.......................................7 ii Acompanhamento das atividades...................................8 iii Eventos....................................................................24 IV Consideraes Finais.....................................................26

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I OBJETIVOS

Esse estgio teve como objetivo a vivncia do dia-a-dia de um engenheiro mecnico que trabalha em uma usina hidreltrica, aprimorando os conhecimentos tericos obtidos em sala de aula atravs do acompanhamento prtico e aplicaes das atividades gerais de engenharia mecnica. Alm dos procedimentos programados para a execuo das atividades, importante perceber os problemas imprevisveis, com os quais os engenheiros se deparam e tm que solucionar. Tambm como objetivo tem-se a percepo da situao do setor de engenharia de manuteno e a familiarizao com os demais profissionais integrantes da equipe responsvel por cada tarefa necessria para a produo de energia eltrica, bem como participao de reunies e discusses sobre os aspectos relacionadas com as atividades de manuteno alm de acompanhar, de forma pertinente as anlises e indicadores de desempenho das Usinas de Tucuru, Samuel e Curu-Una, compreendendo e acompanhando o gerenciamento das decises.

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II INTRODUO

A Centrais Eltricas do Norte do Brasil S.A. Eletronorte, sociedade annima de economia mista e subsidiria da Centrais Eltricas Brasileiras S.A. Eletrobras, uma concessionria de servio pblico de energia eltrica. Criada em 20 de junho de 1973, com sede no Distrito Federal, gera e fornece energia eltrica aos nove estados da Amaznia Legal Acre, Amap, Amazonas, Maranho, Mato Grosso, Par, Rondnia, Roraima e Tocantins, por meio do Sistema Interligado Nacional SIN, tambm fornece energia a compradores das demais regies do Pas. Dos cerca de 24 milhes de habitantes que vivem na Regio Amaznica, mais de 15 milhes se beneficiam da energia eltrica gerada pela Eletrobras Eletronorte em suas quatro hidreltricas Tucuru (PA), a maior usina genuinamente brasileira e a quarta do mundo, Coaracy Nunes (AP), Samuel (RO) e Curu-Una (PA) e em parques termeltricos. A potncia total instalada de 9.787 megawatts, sendo que a maior parte desse montante gerada em Tucuru (8.370 MW), e os sistemas de transmisso contam com mais de 9.844,68 quilmetros de linhas. Em Tucuru, a Eletrobras Eletronorte representada pelas unidades regionais de Produo e Comercializao, de Transmisso e de Planejamento e Engenharia. A unidade de Produo e Comercializao tambm responsvel pela operao da Usina Hidreltrica Curu-Una, incorporada recentemente Eletrobras Eletronorte. A fora de trabalho formada por profissionais das mais diversas reas, que trabalham para melhorar a qualidade de vida dos paraenses e dos brasileiros.

Figura 01 Arte mostrando diversos ngulos da UHE Tucuru.

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III Atividades Realizadas

O estgio foi realizado nos meses de Julho de 2010 Janeiro de 2011 no Setor de Engenharia de Operao e Manuteno CPHEE, responsvel dentre outras atividades, pela participao de estudos, junto as reas de projeto e fabricantes, visando adequao, modernizao melhoria e identificao de causas de falhas e defeitos em equipamentos, pelo planejamento e acompanhamento da manuteno da infra-estrutura e operao da usina e ainda, pelas melhorias nas instalaes da mesma. As atividades foram divididas em vrias etapas, que sero descritas a seguir.

i Treinamentos e ApresentaesA primeira etapa teve incio no ms de Julho com um treinamento introdutrio e sobre a Norma Regulamentadora 10 no Centro de Treinamento da Eletronorte, para podermos ter acesso s instalaes da usina, onde tivemos o conhecimento das normas, orientaes sobre segurana no trabalho, os direitos e obrigaes dos estagirios junto empresa e conhecimento do credo da mesma. Durante o perodo de estgio participamos de um curso sobre Ferramentas de Anlise Para Soluo de Problemas. A prxima etapa foi a apresentao do setor onde foi desenvolvido o estgio (CPHEE), onde fomos apresentados ao gerente do setor, Sr. Luiz Artur, ao supervisor de estgio, Sr. Gilton Furtado, ao tcnico em mecnica que nos acompanhou em diversas atividades, Sr. Antnio Jorge e aos demais engenheiros do setor. Aps as apresentaes recebemos os EPIs necessrios para que pudssemos ter acesso s demais instalaes da usina.

Figura 02 - Setor de Engenharia de Operao e Manuteno.

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ii Acompanhamento das atividadesA fase seguinte do estgio, considerada uma das mais importantes no processo, pois constitui na apresentao de todos os processos necessrios para a produo de energia eltrica por uma usina hidreltrica e visitas as principais instalaes da empresa, bem como, os principais componentes mecnicos existentes em um hidrogerador. A princpio, nos foi apresentado as noes bsicas da transformao de energia por uma usina hidreltrica, onde, utilizada a energia potencial da gua acumulada em um reservatrio para conseguir a gerao de energia eltrica. Entre energia potencial disponvel e a energia eltrica resultante, ocorre transformaes intermediarias de energia. De forma resumida o que ocorre a transformao de energia potencial contida no reservatrio, transformada em energia cintica na passagem pelo conduto forado, que convertida em energia mecnica ao passar pelas ps do grupo Turbina/Gerador, que por fim converte em energia eltrica, que transportada para a subestao pelas linhas de transmisso.

Figura 03 - Transformao de energia potencial em energia eltrica.

Iniciamos as visitas tcnicas, acompanhados pelo Sr Antnio Jorge, tcnico em mecnica, pelo sistema de aduo ou tomada dgua. Nele ocorre a captao da gua do reservatrio, livre de corpos estranhos que possam danificar partes da mquina e a conduo at a turbina por meio do conduto forado e caixa espiral.

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Figura 04 - 1-Tomada dgua da Casa de Fora I, 2-tomada dgua da Casa de Fora II, 3Vertedouro.

Foi explicado o funcionamento do acionamento das comportas, que deve permitir ou interromper, quando necessrio, o fluxo de gua ao conduto e turbina. Essas comportas so acionadas atravs de um pisto de comando hidrulico com central hidrodinmica, independente para cada unidade.

Figura 05 Comportas da tomada dgua.

Figura 06 Central hidrodinmica e pisto de comando hidrulico.

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Outros componentes importantes da tomada dgua que nos foram apresentados so as grades, que so as responsveis por impedir a entrada de corpos indesejveis no interior do conduto forado e conseqentemente da mquina podendo danific-la, e o Stop-Log, dispositivo responsvel pela vedao da gua do reservatrio para turbina. Este dispositivo somente utilizado no caso de necessidade de grandes manutenes ou alguma situao de emergncia na tomada dgua da casa de fora e unidades geradoras.

Figura 07 - Grades montadas na tomada dgua e Stop-Log.

Continuando com a fase de apresentaes, pudemos conhecer o funcionamento e a formas de acionamento das comportas do vertedouro que o dispositivo responsvel pelo controle e manuteno do nvel de gua no reservatrio. A usina possui o maior vertedouro do mundo que do tipo salto de esqui com comportas do tipo radial, acionado por meio de uma unidade hidrulica.

Figura 08 - Vertedouro e comportas.

Partindo para parte de direo do fluxo de gua temos o conduto forado, que conduz a gua captada para a caixa espiral, sendo o elemento que une a tomada dgua caixa espiral.

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Figura 09 - Conduto Forado.

A gua conduzida pelo conduto forado chega caixa espiral, que o elemento de interligao entre o conduto forado e o recinto de atuao da turbina, sua principal funo distribuir uma vazo igual em todos os vos do pr-distribuidor da turbina.

Figura 10 - Caixa Espiral.

O pr-distribuidor faz uma primeira repartio do fluxo de gua para o interior da mquina, ainda que faa um direcionamento do fluxo sua funo estruturalmente suportar o grupo turbina gerador. Durante o perodo de estgio, devido a uma parada programada da UGH-8 tivemos a oportunidade de observar a dimenso real do conjunto caixa espiral prdistribuidor e distribuidor.

Figura 11 - Pr-distribuidor.

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Ao passar pelo pr-distribuidor a gua passar pelo distribuidor, que tem a funo de controlar a vazo de gua para as ps da turbina. O distribuidor, ao contrrio do pr-distribuidor, possui palhetas mveis que servem para aumentar ou diminuir esta vazo conforme o necessrio. O acionamento das palhetas feito pelos servomotores que so controlados pelo Sistema de Regulao de Velocidade.

Figura 12 Distribuidor.

Figura 13 - Ps do Distribuidor e Pr-distribuidor, e Servomotor.

Aps o fluxo de gua realizar o seu trabalho na turbina, ela conduzida at a jusante pelo tubo de suco que est instalado na sada da turbina. Terminando assim, o processo de fluxo principal de gua utilizado pela usina.

Figura 14 - Tubo de Suco.

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Partindo para o mecanismo de gerao de energia, ou seja, a mquina propriamente dita tem-se o Grupo Turbina/Gerador, que se divide em vrios equipamentos, nos quais os principais so o rotor da turbina, o rotor do gerador e o estator. O tipo de turbina utilizada na CPH Tucuru do tipo Francis, num total de 25 unidades, sendo 12 na primeira casa de fora e 11 na segunda casa de fora, e mais dois grupos auxiliares. As turbinas da primeira casa de fora possuem 12 ps e geram uma potncia de 350 MW, j as turbinas da segunda casa de fora possuem 13 ps e geram uma potncia de 375 MW. Alm da roda, h tambm outros componentes bsicos da turbina, que so o Anel de Descarga, Anel Inferior e a Tampa da Turbina. Outra pea importante do grupo o Eixo da Turbina, que faz a unio com o gerador.

Figura 15 - Rotor da Turbina.

Partindo para a parte de sustentao e centralizao do grupo tem-se os mancais, cujo suas finalidades so de vital importncia para um bom funcionamento da mquina. Cada mquina possui trs mancais, sendo um de escora e dois guias. O mancal de escora tem a funo de apoiar a mquina, ou seja, ele que sustenta todo o peso da mquina. Ele est localizado em cima do cone de sustentao, que por sua vez localiza-se em cima do pr-distribuidor, que distribui a carga para a fundao. J os mancais guias tm a funo de centralizar a mquina. O mancal guia da turbina est localizado em cima da turbina e o mancal guia do gerador est localizado logo acima do rotor do gerador.

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Figura

Figura 16 - Mancal de Escora Colar de Escora, Patins, Membranas e Placa de Assento.

A parte do gerador, componente eltrico da mquina, constituda por uma parte girante (rotor) e uma parte esttica (estator). Os componentes bsicos do rotor so, o cubo do rotor, aranha, chaparia e plos e os do estator so a carcaa, chaparia e enrolamento. O rotor possui a mesma rotao da turbina que se ligam pelo eixo. O estator est fixado estrutura de concreto do piso do poo do gerador, nele esto ligados os barramentos de sada da mquina, interligando-a com os transformadores elevadores, que elevam a potncia gerada de 13,8 kV para 500 kV, onde em fim a energia encaminhada para a Subestao de Transmisso pela linha de transmisso.

Figura 17 - Rotor e Estator.

Seguindo com a etapa de apresentaes, chegamos aos Sistemas Auxiliares do Grupo que possuem uma importncia muito grande no processo. Para uma mquina entrar em operao necessrio verificar se todos os sistemas auxiliares esto operando em perfeitas condies, caso contrrio, a mquina no poder entrar em operao ou se a mquina j estiver em operao e um dos sistemas auxiliares falhar poder ocorrer o desligamento da unidade, por proteo automtica ou ao do operador, causando prejuzos para a empresa em funo da indisponibilidade.

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A apresentao dos sistemas auxiliares teve inicio com o Sistema de Injeo de leo do Mancal de Escora, que tem a funo de garantir a lubrificao do mancal, atravs da formao de um filme de leo entre a parte girante e a fixa, principalmente na partida e parada da mquina.

Figura 18 - Sistema de Injeo de leo.

Em seguida conhecemos o Sistema de Resfriamento de leo do Mancal de Escora e dos Mancais Guia do Gerador e da Turbina e seus principais componentes como motobombas, trocadores de calor, fluxostatos, pressostatos, termmetros, filtros e nivostatos, que tem a funo de garantir as condies necessrias para a manuteno da integridade da mquina durante operao.

Figura 19 - Sistema de Resfriamento do Mancal de Escora e Mancal Guia da Turbina.

Figura 20 - Sistema de Resfriamento do Mancal Guia do Gerador.

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Dias depois conhecemos o Sistema de Frenagem, que tem dupla funcionalidade, a principal que frear a mquina e uma segunda que serve para levantar a mquina para manuteno.

Figura 21 - Sistema de Frenagem e Levantamento.

O prximo sistema auxiliar um dos mais complexos e problemticos da CPH, trata-se do regulador de velocidade, cuja finalidade controlar automaticamente a velocidade de rotao da mquina. Sua complexidade devido grande quantidade de equipamento que funcionam de vrios modos, eletricamente, mecanicamente, a leo e a ar comprimido.

Figura 22 - Sistema de Regulao de Velocidade.

De forma simplificada quando o sistema necessita de uma maior potncia, ou seja, uma quantidade maior de carga h uma tendncia de variao da velocidade de rotao da mquina tendendo a reduzi-la devido ao aumento do torque eletromagntico imposto pelo gerador. Para que no haja alterao da rotao, o Regulador de Velocidade faz com que os Servomotores abram as palhetas do Distribuidor, aumentando a vazo e consequentemente aumentando o torque exercido na turbina e equilibrandoEngenharia de Operao e Manuteno, CPHEE 16

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novamente os torques dinmicos no conjunto girante, mantendo a rotao constante. Quando h uma reduo na potncia da unidade o Regulador de Velocidade faz o trabalho contrrio, fechando as ps do distribuidor e compensado o desequilbrio imposto pela reduo do torque eletromagntico no gerador.

Figura 23 - Sistema de Regulao de Velocidade.

Durante o perodo de estgio, fizemos vrios acompanhamentos de manuteno no Sistema de Regulao de Velocidade, observando de perto as dificuldades encontradas pelos mantenedores em solucionar os mais variados tipos de problemas e a boa desenvoltura de alguns mantenedores em solucionar problemas devido o elevado grau de conhecimento e experincia. Tive a honra de poder colaborar em um trabalho de melhoria que vai ser instalado no Sistema de Regulao de Velocidade, intitulado PROJETO ELETROMECNICO PARA ELIMINAO DE FALHAS NA VLVULA DETETORA DE PRESSO DO SISTEMA DE REGULAO DE VELOCIDADE DAS UGHs DA CASA DE FORA 2. A essncia do trabalho a substituio da Vlvula Detectora de Presso por uma Vlvula Eletromecnica. O objetivo que aps a implantao do projeto proposto, elimine completamente as falhas existentes atualmente na vlvula detectora de presso, em virtude da simplificao do sistema de deteco de presso.

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Figura 24 - Configurao Atual da Vlvula.

Figura 25 - Sistema aps a implementao do projeto.

Prosseguindo com as apresentaes, tivemos acesso cota -30m onde encontram-se a Galeria de Falhas, Central de Esgotamento, responsveis pelo esvaziamento dos tubos de suco das unidades geradoras no caso de manuteno ou mesmo emergncia, e o Poo de Drenagem, responsveis pelo recalque para jusante de toda a gua proveniente das infiltraes naturais e vazamentos.

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Figura 26 - Galeria de Falhas e Bombas de Esgotamento.

Figura 27 - Poo de Drenagem e Vlvula de Esgotamento.

Uma das ltimas apresentaes foi na Subestao Blindada, onde se encontram os Transformadores de Excitao e Transformadores de Alta Tenso que elevam a potncia gerada de 13,8 kV para 500 kV, e os encaminha para a Subestao de Transmisso.

Figura 28 - Transformador de Excitao.

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Figura 29 - Transformadores de Excitao e Torres de Transmisso.

Podemos acompanhar de perto as Vistorias do Sistema de Ventilao feita no ms de setembro de 2010 por engenheiros e tcnicos vindo da sede da empresa, em Braslia, exclusivamente para tal atividade.

Figura 30 - Sistema de ventilao forada da usina e galeria de acesso entre as casas de fora 1 e 2.

Vale ressaltar que antes de fazermos as visitas a campo recebamos todas as instrues de segurana e acessibilidade do local, alm de instrues, desenhos, imagens e arquivos tcnicos. O Sr. Pedro Igor Carvalho Moreira, Eng. Mecnico, nos apresentou a instruo tcnica de manuteno em um ambiente virtual, chamado sistema de autoria de Instrues Tcnicas Virtuais ou ITV, programa desenvolvido em convnio com a UFPA que modela e anima em 3D a UHE Tucuru. O objetivo deste programa permitir que tcnicos de uma Usina Hidreltrica, sem conhecimentos de computao, desenvolvam instrues tcnicas de Operao ou Manuteno em um ambiente virtual, para uso posterior em treinamentos. O processo de construo dessas instrues utiliza modelos 3D fotorrealsticos de peas mecnicas e as instrues criadas permitem a interao dos tcnicos de modo a montar e desmontar os equipamentos (nas instrues de manuteno), ou acionar as chaves e os comandos (no caso das instrues de operao), usando um dos fundamentos da realidade virtual, a interao. Aps a apresentao da ITV houve discusses esclarecedoras a respeito do assunto.Engenharia de Operao e Manuteno, CPHEE 20

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Figura 31 - Imagens da ITV.

O Sr. Jorge Rebelo, Eng. Mecnico, nos apresentou os Sistemas de Monitoramento de Vibrao VibrosystM, sistema pelo qual responsvel pelo acompanhamento das atividades de manuteno preventiva nas unidades geradoras hidrulicas da CPH Tucuru. A Anlise de vibrao muito utilizada para compreender melhor problemas dinmicos que envolvem a mquina, assim como, auxiliar na soluo de problemas especficos relacionados durabilidade, eficincia e a segurana de operao.

Figura 32 - Exemplo de Grfico polar XY demonstrando a rbita.

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Para avaliar o comportamento vibracional de unidades geradoras so utilizados sensores/transdutores, instalados na tampa dos mancais guia do gerador e da turbina e prximos ao mancal de escora da maquina, captam o deslocamento do eixo na direo radial, com o objetivo de identificar as freqncias de excitao das vibraes e evoluo de amplitudes de deslocamento nas frequncias caractersticas das unidades, diagnosticando a condio dinmica das mquinas.

Figura 33 - Sensores instalados prximos os mancais de escora e guia da turbina.

A medida do deslocamento relativo eixo/mancal e vibrao absoluta a grandeza mais adequada para medir vibraes nas unidades geradoras, visto que as vibraes esto relacionadas com esforos de baixa freqncia. E os mancais so os locais mais adequados e acessveis para a instalao de sensores, considerando que os esforos provm principalmente do conjunto girante da unidade e so transmitidos diretamente aos mancais.

Figura 34 - Demonstrao de um Grfico Espectral.

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Pela anlise dos sinais de vibrao possvel identificar problemas comuns em eixo. Como exemplo, podemos citar os diagnsticos encontrados na literatura especializada.

Figura 35 - Identificao de falhas a partir do sinal de vibrao.

Durante o perodo de estgio foi possvel acompanhar algumas manutenes feita no sistema de monitoramento, bem como o acompanhamento das oscilaes das mquinas.

Figura 36 - Manuteno nos sensores.

O Sr. Luiz Artur, Gerente do Setor de Engenharia de Operao e Manuteno, nos apresentou o modelo de estratgia da CPH e a Metodologia TPM. O TPM, do ingls Total Productive Maintenance definida como: a manuteno produtiva realizada por todos os empregados, atravs de atividades de pequenos grupos. O TPM consiste em uma metodologia de gesto focada na identificao e eliminao das perdas nos setores produtivos e administrativos. A utilizao plena dos equipamentos, a eficcia dos processos e o melhor desempenhoEngenharia de Operao e Manuteno, CPHEE 23

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do fator humano conduzem a empresa a um cenrio de custos competitivos e produtos de qualidade total. Em sua essncia, o TPM requer um investimento na formao e no desenvolvimento das habilidades das pessoas que dele participam. As aes de preveno, motivadas pela reeducao das pessoas e trabalhos de equipe, permitem a aplicao da metodologia com baixos investimentos e alta capacidade de retorno. Dentre outros objetivos, o TPM visa melhorar a qualidade dos produtos, eliminando as perdas existentes no processo. Entende-se que, no aspecto essencialmente conceitual, o TPM visa alcanar falha zero, quebra zero das mquinas, defeito zero nos produtos e perda zero nos processos. Os benefcios da implantao do TPM no esto relacionados apenas com o processo produtivo da empresa, a metodologia propicia vantagens competitivas para as organizaes, por meio dos pilares ou atividades bsicas estabelecidas. Durante o perodo de estgio pudemos participar das reunies do Centro de Planejamento Regional (CPR), que decide os planejamentos de manuteno da CPH. Diariamente participvamos das reunies e discusses sobre segurana do trabalho (DDS), relacionados com as atividades de manuteno da Usina Tucuru, contribuindo para o entendimento da importncia da preveno de acidentes.

iii EventosDurante o perodo de estgio acompanhamos vrios eventos que ocorreram na empresa. Um dos eventos foi o ensaio dos pilares do TPM e dos Casos de Melhoria e o acompanhamento das auditorias realizadas na empresa pela empresa internacional JIPM. Outro evento importante foi a auditoria feita na Superintendncia de Produo Hidrulica pela FNQ - Fundao Nacional da Qualidade. A UHE Tucuru foi reconhecida como finalista e como destaque por critrio no ciclo 2010, recebendo pelo segundo ano consecutivo, o reconhecimento formal como destaque no critrio Pessoas e, pela primeira vez no critrio Sociedade. Um evento que se destacou no ano de 2010 foi o SICAM que rene um conjunto de trabalhos de melhorias realizados na usina. Estes trabalhos, realizados pelos empregados, trazem como benefcios para a empresa a reduo de perdas e de custos, bem como a motivao da fora de trabalho. O evento marcado pela criatividade e pela participao macia da fora de trabalho.

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No final do perodo de estgio pude expor no Painel do Estagirio um pouco do conhecimento obtido durante o perodo que passei na empresa. O evento foi realizado em janeiro de 2011 no Auditrio do Centro de Treinamento de Tucuru. Nesta ocasio foi apresentado o trabalho Projeto Eletromecnico para Eliminao de Falhas na Vlvula Detetora de Presso do Sistema de Regulao de Velocidade das UGHs da Casa de Fora 2, como j mencionado neste relatrio.

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IV Consideraes Finais

Este relatrio expressa de forma objetiva as atividades realizadas durante o perodo de estgio. A experincia de um estgio em Engenharia Mecnica foi muito gratificante por possibilitar o acompanhamento da aplicao prtica dos conceitos vistos em sala de aula e, alm disso, a familiarizao com profissionais e equipamentos utilizados no universo da mecnica, bem como o acompanhamento das atividades desenvolvidas por um engenheiro mecnico. Gostaria, ao encerrar este relatrio de agradecer Eletronorte, pelo seu valioso apoio a UFPA, a todos os integrantes do Setor de Engenharia de Operao e Manuteno, pelo conhecimento que me foi passado durante o perodo de estagio. Dirijo um agradecimento especial ao Engenheiro Gilton Furtado e ao tcnico Antnio Jorge, pela importante colaborao na elaborao de partes deste relatrio e pela ateno que tiveram conosco. Desejo a todos, sucesso em suas vidas profissional e pessoal e me coloco disposio para a colaborao que estiver ao meu alcance.

Engenharia de Operao e Manuteno, CPHEE

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