Relatório do projeto

- Relatório final -

Relatório do projeto DANDO UM TOQUE A Professora Mediadora Elisabete de Souza Ramos e a jornalista Tina Andrade, adotaram como estratégia de coibição ao uso de drogas, tráfico, violência, discriminação e assédio moral (bullying) - desvios comportamentais que cada vez mais vêm “nocauteando” o ambiente escolar – a realização de um mega-evento que remontasse a imagem da escola como sendo “o lugar para a educação e o deleite da infância e da juventude”.

Assim, foi criado o projeto “DANDO UM TOQUE” – com o firme propósito de mostrar o quanto a escola pode ser atraente e reduto das atitudes altamente positivas. Tudo, claro, com o apoio das comunidades interna e externa.

O projeto foi aprovado em fases: iniciamos com duas palestras com o fotógrafo Jonny Ueda – premiado com a melhor foto do concurso As Sete Maravilhas de Mogi, por

conseguinte, dos 450 anos da cidade (entre outros prêmios nacionais e internacionais que ele ostenta). Jonny e Tina dividem a vida e a direção do Clube da Imagem Fotográfica da Região do Alto Tietê (que em parceria com o Patrimônio Histórico da Cidade, tem a missão de recuperar e preservar a memória imagética do lugar). Suas palestras mostraram por meio das imagens, dois lados do mesmo fotojornalismo: a cultura do belo, da arte; e a tragédia, a dor das ocorrências policiais com jovens.

A diretoria da E.E. Claudio Abrahao notou que a iniciativa poderia se estender aos professores. Assim , no dia 15 de outubro, às 10h00, realizamos um workshop para os professores no qual foi compartilhada/apresentada a metodologia do AMOR EXIGENTE (AE) e lido/distribuído um texto inspirado na obra Educar na Era Planetária – de Edgar Morin, intitulado “EU-ducador”. A propósito: a dinâmica de grupo (foto) mostra o quanto precisamos nos unir para manter o equilíbrio diante das situações mais diversas.

O sucesso destes encontros e o diálogo aberto com os alunos, motivaram algumas outras “parcerias”, por assim dizer. Um exemplo disto foram as intervenções nos preparativos para o concorrido “Minuteen” (cinema de minuto para a classe estudantil), a convite da Professoa Beatriz, num esforço para motivar a participação e a criatividade.

Dois encontros e o resultado foi o aumento da participação de um para quatro grupos. Para reconhecer o empenho das equipes, foi realizada uma sessãozinha de cinema (de minuto, claro) ao melhor estilo “pipoca e guaraná”. A boa notícia é que o Fotoclube conseguiu mobilizar dois voluntários para realizar oficinas de animação e a produção de um vídeo conceitual na escola, durante o período de férias. A captação de recursos estavaa contento, quando foi feito o anúncio da grande “festa” do sábado 13 de novembro, integrada à ESCOLA DA FAMÍLIA. Às vésperas, foi oferecida uma palestra com o artista plástico “B.O.Z.E.R.” (como ele assina) – a quem caberia a produção do painel elaborado para o refeitório. O Professor Anselmo se encarregou de distribuir os convites e deu aquela força, nos ajudando a otimizar o espaço. Enfim, o sabadão chegou e pouco a pouco nossos “convidados” foram se enturmando: alunos, professores, pais, amigos da escola, amigos dos amigos, voluntários... 350 pessoas assinaram a lista de presença! Mas, se considerarmos que nem todos registram oficialmente sua passagem, estima-se que 400 pessoas tenham nos visitado neste dia. Os sinais de que estávamos na direção certa eram claros: não houve gritaria, nem uma única briga, sinais de vandalismo... muito menos indício de consumo ou comércio de drogas. Enfim: A PAZ!

Esta foi a maior CHANCELA do evento: PAZ.

Uma rede de voluntários se formou e uma onda contagiante e positiva trouxe mais e mais pessoas: Gustavo Moro arregimentou um time para o basquete de rua (street ball).

Matheus e José, rodaram 140 quilômetros para conseguir rampas para que fosse realizado um campeonato de Skate com o máximo de técnica, segurança e precisão.

BOZER trouxe ACME que trouxe a Batalha de Rimas, onde pudemos jogar o “jogo do improviso” com palavras-chaves a favor da ATITUDE NOTA DEZ e contra aquilo tudo que dissemos inicialmente considerar como ameaças.

ACME trouxe Marcos Favela e seu companheiro DJ com sua pic-up exponenciando o som alegre e com a batida vibrante da música negra que muito lembra a do coração! Os B-Boys BREAK e FEIJÃO, pareciam fazer com o corpo um LEGO de carne e osso! Já estávamos boquiabertos quando JEFF mostrou com seus movimentos “malabarista-capoerísticos” porquê recebeu tantos prêmios de street-dance no exterior! Es-pe-ta-cu-lar! Nossas alunas deram um show à parte: graça e (por que não dizer?) muito charme na coreografia HIP HOP. Sinceramente, não havia um centímetro cúbico na escola que não estivesse ocupado pela harmonia, alegria e integração.

Entre os convidados, a jovem fotógrafa Catarina Sponda (que contribuiu com alguns dos registros fotográficos neste documento) levou consigo o irmão mais moço e o pai – um capitão de polícia que veio nos abraçar se dizendo “emocionado” em ver tamanha mobilização cultural e artística na escola.

Ponto para todos! NOTA DEZ!

A semente está tão bem germinada e plantada, que da turma do basquete, saíram três “amigos da escola”, e destes, um recebeu (de Deus e da direção) a chance que ele (de faixa na testa) pensava ter perdido de ingressar na faculdade – já que a família não havia encontrado apoio financeiro.

Assim, a missão foi cumprida e nosso legado está no espaço sagrado das refeições: quando B.O.Z.E.R. foi desafiado a executar este mural (acima), sabia que este seria o “ponto alto” do projeto, já que se tratava de uma mensagem que iria ficar ali disposta; e que fosse "consumida" como um alimento biogênico, uma semente de atitudes positivas. De fato ele surpreendeu a todos quando apresentou seu esboço. O resultado é este: um cardume de palavras-chaves que chega com toda a sua vibração e contra a correnteza invade a mente de jovens de todas as etnias, todas as tribos urbanas: força, ideia, respeito, amizade, sinceridade, arte, conhecimento, amor e, sobretudo, paz, agora reverberam na mente daqueles rostos jovens. Decerto que podemos mudar o destino daqueles que estão se perdendo pelo caminho. Mas não isso não é uma vontade: é uma questão de amor. De amor EXIGENTE! ESR