6
1 Professor: Carlos Carvalho Horário da Aula: 07:30 Resistência Interna de Fontes e o Conceito de Força Eletromotriz Estela Hirata, Morgana Giatti. Universidade Federal do Paraná Centro Politécnico Jardim das Américas 81531-980 Curitiba PR - Brasil e-mail: [email protected] ; [email protected] Resumo: O experimento visa o entendimento dos conceitos de força eletromotriz, resistência interna de fontes e máxima transferência de potência. Utilizando uma fonte de constituição interna desconhecida (“caixa preta”), medimos os valores de corrente e tensão para diferentes resistores conectados em série com a fonte em um circuito. Com esses dados em mãos, pudemos estudar como a tensão da fonte varia em função da corrente injetada por ela no circuito. Plotando a tensão da fonte em função da corrente para os diferentes resistores, pudemos ajustar uma reta ótima, e através da análise dos coeficientes da reta, determinar a resistência interna da fonte e sua força eletromotriz. Os dados coletados também permitem estudar como o fluxo de potências e o rendimento da fonte funcionam em função do resistor conectado ao circuito. Palavras chave: Força eletromotriz, resistência interna, potência. Introdução No estudo dos fenômenos relacionados à eletricidade, muitas simplificações são utilizadas a fim de facilitar os cálculos e o entendimento do fenômeno em questão. Na prática, muitas dessas simplificações são válidas apenas para casos específicos que dispõe de equipamentos e componentes não utilizados no cotidiano. Um exemplo disso são as pilhas e baterias, que não obedecem à lei de Ohm (Eq.1), que afirma que o produto entre a corrente e a resistência conectada a um circuito é uma constante: (1) A tensão medida quando os terminais da bateria estão em aberto é chamada Força Eletromotriz ε, onde o trabalho por unidade de carga que uma força não eletrostática realiza sobre uma carga que é transportada de um ponto a outro por um determinado trajeto, isto é, diferentemente da diferença de potencial, a força eletromotriz depende do caminho percorrido pela carga. Sua unidade no sistema internacional é o volt (V). Todos os tipos de materiais exercem resistência ao fluxo de elétrons (corrente elétrica), o que acarreta em uma perda de energia por efeito Joule. O mesmo ocorre internamente nas fontes de tensão, como a bateria. Enquanto a corrente passa do polo negativo para o positivo, há uma perda de energia devido à resistência interna da própria bateria, isso faz com que a tensão medida em seus polos (quando conectada a um circuito fechado) seja diferente de sua força eletromotriz. A Fig. 1 mostra o modelo equivalente de uma bateria real, onde é a força eletromotriz, V a tensão nos terminais da bateria, r a sua resistência interna, e i a corrente no circuito. Fig. 1: Modelo elétrico de uma bateria real. Equacionando este circuito chegamos a uma expressão para V, esta expressão é chamada de Equação do gerador, e é escrita da seguinte forma: (2) Assim, se forem conhecidos os valores de V, e i, podemos determinar r. Conhecidos esses valores, podemos calcular outras grandezas relevantes para nosso estudo, a potência dissipada na resistência interna da fonte e a potencia dissipada no resistor externo, quando há uma “carga” R conectada ao circuito. Quando há uma carga R conectada ao circuito, a tensão V sobre a carga é calculada da seguinte forma: (3) Substituindo a Eq. 3 na Eq. 2, podemos isolar a corrente no circuito: (4) Essa equação da corrente será importante para o cálculo das potências envolvidas no experimento. A potência pode ser calculada de diferentes maneiras, as equações utilizadas são: (5) (6)

Relatório Fisica Experimental - 2014_2.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

  • 1

    Professor: Carlos Carvalho Horrio da Aula: 07:30

    Resistncia Interna de Fontes e o Conceito de Fora Eletromotriz

    Estela Hirata, Morgana Giatti.

    Universidade Federal do Paran

    Centro Politcnico Jardim das Amricas 81531-980 Curitiba PR - Brasil e-mail: [email protected]; [email protected]

    Resumo: O experimento visa o entendimento dos conceitos de fora eletromotriz, resistncia

    interna de fontes e mxima transferncia de potncia. Utilizando uma fonte de constituio

    interna desconhecida (caixa preta), medimos os valores de corrente e tenso para diferentes resistores conectados em srie com a fonte em um circuito. Com esses dados em mos, pudemos

    estudar como a tenso da fonte varia em funo da corrente injetada por ela no circuito. Plotando

    a tenso da fonte em funo da corrente para os diferentes resistores, pudemos ajustar uma reta

    tima, e atravs da anlise dos coeficientes da reta, determinar a resistncia interna da fonte e

    sua fora eletromotriz. Os dados coletados tambm permitem estudar como o fluxo de potncias e

    o rendimento da fonte funcionam em funo do resistor conectado ao circuito.

    Palavras chave: Fora eletromotriz, resistncia interna, potncia.

    Introduo

    No estudo dos fenmenos relacionados

    eletricidade, muitas simplificaes so utilizadas a

    fim de facilitar os clculos e o entendimento do

    fenmeno em questo. Na prtica, muitas dessas

    simplificaes so vlidas apenas para casos

    especficos que dispe de equipamentos e

    componentes no utilizados no cotidiano. Um

    exemplo disso so as pilhas e baterias, que no

    obedecem lei de Ohm (Eq.1), que afirma que o

    produto entre a corrente e a resistncia conectada a

    um circuito uma constante:

    (1)

    A tenso medida quando os terminais da bateria

    esto em aberto chamada Fora Eletromotriz , onde o trabalho por unidade de carga que uma fora no

    eletrosttica realiza sobre uma carga que

    transportada de um ponto a outro por um determinado

    trajeto, isto , diferentemente da diferena de

    potencial, a fora eletromotriz depende do caminho

    percorrido pela carga. Sua unidade no sistema

    internacional o volt (V).

    Todos os tipos de materiais exercem resistncia ao

    fluxo de eltrons (corrente eltrica), o que acarreta em

    uma perda de energia por efeito Joule. O mesmo

    ocorre internamente nas fontes de tenso, como a

    bateria. Enquanto a corrente passa do polo negativo

    para o positivo, h uma perda de energia devido

    resistncia interna da prpria bateria, isso faz com que

    a tenso medida em seus polos (quando conectada a

    um circuito fechado) seja diferente de sua fora

    eletromotriz. A Fig. 1 mostra o modelo equivalente de

    uma bateria real, onde a fora eletromotriz, V a tenso nos terminais da bateria, r a sua resistncia

    interna, e i a corrente no circuito.

    Fig. 1: Modelo eltrico de uma bateria real.

    Equacionando este circuito chegamos a uma

    expresso para V, esta expresso chamada de

    Equao do gerador, e escrita da seguinte forma:

    (2)

    Assim, se forem conhecidos os valores de V, e i, podemos determinar r. Conhecidos esses valores,

    podemos calcular outras grandezas relevantes para

    nosso estudo, a potncia dissipada na resistncia

    interna da fonte e a potencia dissipada no resistor

    externo, quando h uma carga R conectada ao circuito. Quando h uma carga R conectada ao

    circuito, a tenso V sobre a carga calculada da

    seguinte forma:

    (3)

    Substituindo a Eq. 3 na Eq. 2, podemos isolar a

    corrente no circuito:

    (4)

    Essa equao da corrente ser importante para o

    clculo das potncias envolvidas no experimento.

    A potncia pode ser calculada de diferentes

    maneiras, as equaes utilizadas so:

    (5)

    (6)

  • 2

    (7)

    A potncia dissipada na resistncia interna da

    fonte a perda de energia mencionada anteriormente,

    e pode ser calculada substituindo a Eq. 4 na Eq. 5,

    assim temos a equao para a potncia dissipada na

    resistncia interna da fonte:

    (8)

    J a potncia dissipada no resistor externo R, ou

    seja, na carga, obtida substituindo a Eq. 3 na Eq. 6:

    (9)

    Substituindo a Eq. 4 na Eq. 9 chagamos equao

    final para a potncia dissipada na carga R:

    (10)

    Conhecendo o valor da potncia dissipada na

    carga, podemos aprofundar a anlise e calcular o

    rendimento do circuito. O rendimento a razo entre a potncia

    consumida na carga, e a potencia total fornecida pela

    bateria, e indica quanto da energia total fornecida pela

    bateria de fato consumida externamente. Para

    calcul-lo precisamos primeiro descobrir qual a

    potencia total disponibilizada pela fonte (Pt), que

    obtida da seguinte forma:

    (11)

    Substituindo a Eq. 4 na Eq. 11:

    (12)

    Agora podemos calcular o rendimento, que dado

    por:

    (13)

    O rendimento pode assumir valores de 0 a 1, onde

    indica que toda a potncia fornecida pela fonte foi dissipada internamente e no entregue carga, e

    indica que toda a potncia fornecida pela fonte foi entregue carga, ou seja, o rendimento funciona

    como um fator de qualidade para determinar perdas de

    potncia. Essas equaes compem a base terica do

    experimento, e sero utilizadas na anlise de

    resultados.

    Procedimento Experimental

    Para este experimento, os materiais utilizados

    foram uma fonte de corrente contnua com

    constituio interna desconhecida (caixa preta), voltmetro, ampermetro, placa para conexes,

    resistores diversos, cabos de conexo e um interruptor

    de campainha.

    Iniciamos o experimento montando na placa para

    conexes o circuito mostrado na Fig. 2, com a fonte

    de tenso em srie com o interruptor de campainha e o

    resistor R. Para coletarmos os dados relevantes ao

    experimento, conectamos o voltmetro em paralelo e o

    ampermetro em srie com a fonte. Em srie tambm

    estavam o interruptor e resistor R, sempre respeitando

    a polaridade dos componentes (vermelho positivo,

    preto negativo). Com esse arranjo, podemos obter a

    tenso da fonte e a corrente que percorre o circuito

    quando o interruptor acionado.

    Fig. 2: Esquema de montagem do circuito.

    Em seguida, com o circuito aberto (sem pressionar

    o interruptor), anotamos o valor de tenso da fonte,

    esse valor corresponde fora eletromotriz . Concluda esta etapa, demos sequncia ao

    experimento e separamos 8 resistores cujos valores

    nominais de resistncia so 22, 34, 68, 100, 220, 320,

    560, 780 e 1000 . Utilizando um multmetro na funo Ohmmetro, medimos o valor efetivo de

    resistncia para cada resistor, e anotamos esses

    valores, que sero utilizados na anlise de resultados.

    Enfim, conectamos o resistor R ao circuito,

    comeando pelo valor mais alto de resistncia.

    Para cada resistor, pressionamos o interruptor por

    tempo suficiente para fazer a leitura e anotar os

    valores da tenso V e corrente I no circuito, assim

    encerramos a coleta de dados do experimento.

    Anlise e Resultados

    A tenso medida quando os terminais da bateria

    esto em aberto representa a fora eletromotriz . As foras eletromotriz medidas foram V e V. As resistncias efetivas, correntes e tenses medidas para os diferentes resistores esto

    relacionados na Tabela 1.

    Tabela 1: Valores de resistncia efetiva, tenso e

    corrente para diferentes resistores utilizados no

    experimento.

    Fonte 1 Fonte 2

    Resistncia

    Efetiva

    Tenso

    (V)

    Corrente

    (A)

    Tenso

    (V)

    Corrente

    (A)

    23,6 0,16 0,0064 0,65 0,0577

    34,9 0,22 0,0061 1,37 0,0403

    69,8 0,38 0,0054 1,88 0,0275

    98,7 0,5 0,0049 2,13 0,0215

    229 0,8 0,0035 2,56 0,0112

    320 - - 2,69 0,0082

    562 1,14 0,002 2,83 0,0050

    835 1,25 0,0015 2,89 0,0036

    1018 1,3 0,0013 2,92 0,0030

  • 3

    As medidas devem ser feitas rapidamente, logo

    aps o interruptor ser acionado. Isso importante,

    pois como a fonte utilizada de origem qumica (uma

    bateria), ela se descarrega se ficar ligada por perodos

    prolongados de tempo, o que acarretaria em erros nos

    valores obtidos no experimento. Isso justifica o uso do

    interruptor, que permite uma leitura instantnea de

    corrente e tenso no circuito.

    Plotando os pontos de Tenso(V) em funo de

    i(A), podemos ajustar uma reta, como mostrado na

    Fig. 3:

    (a) Fonte 1

    (b) Fonte 2

    Fig. 3: Grfico da tenso em funo da corrente no circuito, com a reta ajustada e sua equao.

    As equaes obtidas para as retas ajustadas so:

    (14.1a)

    (14.1b)

    Essa equao j foi estudada, basta lembrar-se da

    Equao (2): V=-ri. Comparando as equaoes (14.1a), (14.1b) e (2), constatamos que o coeficiente linear

    encontrado corresponde fora eletromotriz, e o

    coeficiente angular resistncia interna da fonte. Se

    compararmos a fora eletromotriz medida diretamente

    com a encontrada a partir do ajuste da reta,

    percebemos que os valores so prximos, o que valida

    a teoria envolvida, bem como o experimento em si.

    Ao analisar o grfico obtido, observa-se que a tenso

    de fonte diminui medida que a corrente fornecida

    aumenta. O modelo eltrico da Fig.1 mostra que a

    resistncia interna da fonte est em srie com a carga

    conectada ao circuito. Nos circuitos em srie, a

    corrente que flui pelos resistores a mesma, logo, a

    corrente que passa pela resistncia interna da fonte a

    mesma que passa pelo resistor externo R conectado ao

    no circuito. Assim, a corrente no circuito depende

    diretamente dos valores de R e r, o que est

    demonstrado matematicamente na Equao (4). Como

    os valores de e r so constantes, o valor de R que determina a corrente que flui pelo circuito. Quanto

    menor o valor de R, maior a corrente que flui pelo

    circuito. V diminui para valores baixos de R, pois

    quanto maior a corrente no circuito, maior parte da

    fora eletromotriz da bateria fica sobre a resistncia

    interna da fonte, o que mostrado na Equao (2). A

    partir dos dados da Tabela 1 e dos valores encontrados,

    calculamos a potncia dissipada, P, no resistor R, no

    resistor interna r e a potncia total. As potncias

    calculadas so mostradas nas Tabelas 2 e 3:

    Tabela 2: Potncias calculadas por diferentes mtodos.

    Fonte 1

    Experimental Teorico

    PR (W) Pr (W) Pt (W) PR (W) Pr (W) Pt (W)

    0,001 0,009 0,010 0,0003 0,0021 0,0102

    0,001 0,008 0,010 0,0005 0,0019 0,0098

    0,002 0,007 0,009 0,0010 0,0015 0,0086

    0,002 0,005 0,008 0,0012 0,0012 0,0078

    0,003 0,003 0,006 0,0018 0,0006 0,0056

    0,002 0,001 0,003 0,0022 0,0002 0,0032

    0,002 0,001 0,002 0,0023 0,0001 0,0024

    0,002 0,000 0,002 0,0023 0,0001 0,0020

    Tabela 3: Potncias calculadas por diferentes mtodos.

    Fonte 2

    Experimental Terico

    PR (W) Pr (W) Pt (W) PR (W) Pr (W) Pt (W)

    0,038 0,138 0,175 0,0111 0,392 0,145

    0,055 0,067 0,122 0,0187 0,277 0,122

    0,052 0,031 0,083 0,0355 0,132 0,084

    0,046 0,019 0,065 0,0460 0,079 0,065

    0,029 0,005 0,034 0,0651 0,023 0,035

    0,022 0,003 0,025 0,0721 0,012 0,025

    0,014 0,001 0,015 0,0797 0,004 0,015

    0,010 0,001 0,011 0,0829 0,002 0,011

    0,009 0,000 0,009 0,0848 0,001 0,009

    y = -223,32x + 1,5869

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    1,2

    1,4

    0 0,002 0,004 0,006 0,008

    Ten

    so

    (V

    )

    Corrente (A)

    y = -41,405x + 3,0322

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    3

    3,5

    0,00 0,02 0,04 0,06 0,08

    Ten

    so

    (V

    )

    Corrente (A)

  • 4

    Com os dados das Tabela 2 e 3, podemos plotar os

    grficos das a potncia dissipada, P, no resistor R, no

    resistor interna r e a potncia total, como segue:

    Fig 4.1.a: Potncia total, dissipada na resistncia

    interna da fonte e no resistor externo em funo do

    resistor externo para Fonte 1.

    Fig. 4.1.b: Curvas tericas para as potencias

    dissipadas no resistor externo e resistncia interna da

    fonte e potncia total para Fonte 1.

    Fig 4.2.a: Potncia total, dissipada na resistncia

    interna da fonte e no resistor externo em funo do

    resistor externo para Fonte 2.

    Fig. 4.2.b: Curvas tericas para as potencias

    dissipadas no resistor externo e resistncia interna da

    fonte e potncia total para Fonte 2.

    Percebe-se que h diferenas entre valores obtidos

    pelos dois mtodos, que teoricamente deveriam ser

    idnticos, mas ainda assim os valores so prximos.

    Essa diferena ocorre, pois existem erros de

    medida no ampermetro e voltmetro, visto que a

    resistncia interna do voltmetro real no infinita,

    nem a do ampermetro zero, porm o erro do

    ampermetro mais significativo. Ao calcularmos a

    potncia utilizando a Eq. 5, o erro do ampermetro

    est elevado ao quadrado, o que o torna ainda mais

    significativo. Por essa razo, a potncia obtida

    utilizando a Eq. 6 mais confivel e prxima da

    realidade.

    Para saber em qual valor de R ocorre a mxima

    transferncia de potncia, derivamos a Eq. 10 em

    relao a R:

    (15)

    Igualando a Eq. 15 a zero, obtemos a mxima

    transferncia de potncia que ocorre quando R = r, e

    realmente foi o que aconteceu. Observando os

    grficos de P em funo de R, percebe-se que a

    mxima potncia dissipada ocorreu para e , um valor bem prximo do obtido de r que foi 223.32 e 41.405 .

    Para estudar melhor como a potncia se comporta,

    podemos calcular tambm a potncia dissipada no

    resistor interno, r. Utilizando a Eq. 5 e os valores de

    corrente, i, da Tabela 1, obtivemos os dados da Tabela

    3.

    Os grficos da Fig 4.1.a, Fig. 4.1.b, da Fig 4.2.a e

    da Fig. 4.2.b, aliado com a Eq. 12, permite

    entendermos porque a potncia total diminui com o

    aumento de R.

    Comparando o grfico da Fig 4.1.a com o da Fig.

    4.1.b e o grfico da Fig 4.2.a com o da Fig. 4.2.b,

    conclumos que os valores obtidos experimentalmente

    so condizentes com os tericos.

    Com os valores de Potencia total e da Potncia

    dissipada em R, podemos calcular a eficincia da

    fonte para os diferentes valores de R. A eficincia

    calculada utilizando a Eq. 13, e o grfico da Fig. 5

    mostra o rendimento em funo de R.

  • 5

    Fig. 5: Rendimento da fonte em funo de R.

    O grfico mostra que o rendimento diretamente

    proporcional a R. Isso acontece, pois com o aumento

    de R, maior parte da energia fornecida pela fonte ser

    de fato transmitida para a carga. Levando ao limite

    extremo, o rendimento ser mximo, isto , igual a 1.

    quando R = , o que faria com que toda a potncia da fonte fosse transmitida para a carga. Levando para o

    outro extremo, quando R=0, o rendimento igual a

    zero, e toda a potncia da fonte dissipada em sua

    resistncia interna. Obviamente, quanto mais prximo

    de 1 for o rendimento, melhor, pois assim as perdas

    (correspondem potncia dissipada internamente) so

    muito pequenas.

    Fig 6:

    em funo de

    Fig 7:

    em funo .

    Da eq: V = portanto a tenso proporcional ao rendimento. No ponto de mxima potncia externa,

    onde = 1/2, a tenso apenas metade da mxima. Nos sistemas usuais de alimentao eltrica, onde a

    tenso varia bem pouco com a carga, o rendimento

    bem prximo de 1, o que mostra que esses sistemas

    operam na regio R>> r, e que a potncia disponvel

    muito menor que a mxima.

    Concluso O tratamento dos dados coletados no experimento

    em questo nos possibilita determinar a fora

    eletromotriz e a resistncia interna de uma fonte de

    tenso real, bem como a potncia dissipada na

    resistncia interna e no resistor externo, que nos

    permitiu verificar a validade do teorema da mxima

    transferncia de energia de potncia.

    Determinou-se a partir do primeiro ajuste de reta,

    feita no grfico plotado de tenso versus corrente, a

    fora eletromotriz (1,5869 V e 3,0322 V) e a

    resistncia interna da fonte (223,32 e 41,405 ).

    Observou-se que a tenso de fonte diminui medida

    que a corrente fornecida aumenta, ou seja, V diminui

    para valores baixos de R pois quanto maior a corrente

    no circuito, maior parte da fora eletromotriz da

    bateria fica sobre a resistncia interna da fonte.

    A anlise da potncia dissipada no resistor externo

    do circuito permitiu descobrirmos qual o valor de R

    para maior transferncia de potncia, o que ocorre

    quando o resistor externo possui a mesma resistncia

    que a resistncia interna da fonte. Tambm pudemos

    observar que apesar de existirem meios diferentes de

    se calcular a potncia em um circuito, e que

    teoricamente todos levam ao mesmo resultado, existe

    um meio mais confivel quando aplicado prtica em

    virtude das no idealidades dos equipamentos de

    medio

    Para verificar o teorema da mxima transferncia

    de potncia, plotou-se um grfico de Pr , PR e PT

    versus R, onde se observou um ponto de encontro

    entre as curvas correspondente a potncia mxima

    dissipada. Esse ponto ocorreu num valor de ). A ltima anlise feita foi a do rendimento da fonte, e para isso um grfico do

    rendimento () versus R foi plotado. Verificou-se, como j esperado, que o rendimento diretamente

  • 6

    proporcional a R. Quando R = a maior parte da energia fornecida pela fonte e transmitida pela carga,

    ou seja, o rendimento mximo. Portanto, o

    rendimento ser mnimo quanto menor for a

    resistncia oferecida, pois quando R = 0 toda a

    potncia da fonte e dissipada em sua resistncia

    interna.

    Em suma, o experimento possibilitou o

    entendimento de um fenmeno importante no estudo

    da eletricidade, por meio da interpretao dos

    resultados experimentais e comparao com os

    resultados obtidos teoricamente.

    Referncias

    [1] Halliday, Resnick, Jearl Walker; Fundamentos

    de Fsica, vol. 3: Eletromagnetismo 7 edio pp 161-167 / traduo e reviso tcnica Ronaldo Srgio

    de Biasi. Rio de Janeiro: LTC. [2] Sears, Francis Weston; Zemansky, Mark Waldo;

    YOUNG, Hugh D. Fsica. 2a ed. Rio de Janeiro