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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS RELATÓRIO DE ORNITOLOGIA ELDA GADELHA NOADIA FARIAS

relatorio ornitologia

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relatorio de aula de campo de ornitologia e questionario de ecologia

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁCENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDECURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

RELATÓRIO DE ORNITOLOGIA

ELDA GADELHANOADIA FARIAS

FORTALEZA

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20141. INTRODUÇÃO

O Brasil é um país que possui uma grande biodiversidade, havendo espécies

raras da fauna e da flora mundial. Segundo MITTERMEIER (2005) esta enorme riqueza

de espécies rendeu ao país o título de “nação biologicamente saudável”. O problema é

que muitas vezes a diversidade biológica do nosso país não é explorada de forma

sustentável e não tem a atenção dos órgãos que deveriam se responsabilizar pela

mesma.

Como consequência das atividades antrópicas várias espécies estão entrando

em extinção, desta forma torna-se urgente o desenvolvimento de pesquisas que visam

inventariar e quantificar a riqueza de espécies, possibilitando a compreensão da

estrutura e do funcionamento de comunidades e, concomitantemente, subsidiando a

elaboração de atividades de manejo e estratégias que têm por objetivo a conservação

da paisagem (Martins & Santos 1999).

Para monitorar essa biodiversidade podem ser utilizados vários métodos além

deformas qualitativas de levantamento da fauna como o uso de armadilhas fotográficas,

método de captura e recaptura e o desenvolvimento de levantamentos etnozoológicos

são exemplos ferramentas que auxiliam o conhecimento da composição da fauna em

uma comunidade (Tomas & Miranda 2004), revelando dados qualitativos, ou seja,

presença/ausência de espécies.

Já Para a quantificação/mensuração pode se utilizar de transectos. O transecto

pode ser definido como uma faixa amostral de uma comunidade com comprimento e

largura variáveis – a serem definidos de acordo com o interesse do pesquisador. O uso

de transectos é extremamente útil em pesquisas que visem caracterizar áreas

ecotonais ou áreas em diferentes estádios sucessionais, ou seja, regiões onde haja

gradientes de transição entre comunidades (Brower & Zar 1984). Caso o objetivo da

pesquisa seja caracterizar a composição florística de uma área, então,o transecto deve

ser estabelecido conectando dois pontos escolhidos aleatoriamente. Porém, caso

pretenda-se caracterizar um gradiente de transição ecológico, então, a orientação do

transecto deve ser a mesma do gradiente (Brower & Zar 1984).

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Como métodos estatísticos pode-se utilizar: A frequência que é um descritor do

número de observações realizadas pelo pesquisador de seu objeto de estudo (p.e.

espécie), expresso normalmente em forma de porcentagem. Abundância relativa que

é a quantidade de indivíduos de determinada espécie que ocorre em um local ou em

uma amostra. Riqueza que é a quantidade de espécies e refere-se a quantidade de

espécies de uma determinada área geográfica, região ou comunidade.

Como medida de biodiversidade pode se utilizar a Curva do coletor. A curva do

coletor é uma representação gráfica. Essa consiste em elaborar um gráfico, contendo

no eixo “x” o número de unidades amostrais e no eixo “y” o número cumulativo de

espécies registradas.

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2. MATERIAS E MÉTODOS

Para o monitoramento das espécies da avifauna binóculos forma utilizados, além

disso, elas foram reconhecidas por suas vocalizações específicas que auxiliam muito

nas identificações.

De acordo com Almeida (1998) O monitoramento de aves através de

observações pode ser feito em trilhas ao acaso, sendo mais eficiente o registro em

pontos fixos distribuídos nos locais de estudo. Em situações mais complexas, o

monitoramento deve ser complementado com levantamentos através de capturas,

marcações e recapturas, efetuadas através redes ornitológicas, as quais são armadas

em trilhas abertas na floresta. O uso destas "redes neblina" dependem de autorização

do IBAMA.

Para o trabalho estatístico utilizou-se de planilhas do Excel, onde foi calculada a

frequência, abundância relativa, curva do coletor, índice de similaridade de Sorense, e

riqueza (diversidade).

*A PLANILHA ESCOLHIDA POR NOSSA DUPLA FOI A 1JULHO13AVE

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3. RESULTADOS

Espécie Popular Frequência AbundanciaAnas bahamensis Pato-do-queixo-branco 17% 0,42%Charadrius collaris Maçarico-de-colar 33% 3,38%Charadrius semipalmatus Maçarico 33% 7,61%Vanellus chilensis Té-téu 17% 0,63%Chroicocephalus cirrocephalus Gaivotão 33% 5,29%Gelochelidon nilótica Gaivota 67% 13,95%Sternula antillarum Trinta-réis-miudo 17% 0,42%Himantopus mexicanus Pernilongo 50% 4,44%Arenaria interpres maçarico 17% 0,85%Calidris minutilla maçarico 17% 2,54%Calidris pusilla maçarico 17% 3,81%Limnodromus griséus maçarico das costas brancas 33% 15,22%Numenius phaeopus Pirão-gordo 67% 2,54%Tringa melanoleuca Maçaricão 17% 1,27%Ardea Alba Garça-branca 67% 14,59%Butorides striata Soco-azul 17% 0,21%Egretta caerulea Garça-real-azul 17% 0,21%Egretta thula Garça-pequena 67% 12,47%Cathartes aura Urubu-caçador 33% 0,63%Columbina passerina Rolinha-da-praia 33% 0,85%Columbina squammata Rola-cascavel 17% 0,85%Columbina talpacoti Rola-caldo-de-feijão 33% 0,63%Leptotila verreauxi Juriti 17% 0,21%Chloroceryle amazona Pescador 17% 0,42%Chloroceryle americana Pescadozinho 17% 0,21%Megaceryle torquata martim-pescador-grande 17% 0,21%Crotophaga ani anum-preto 17% 0,42%Guira guira anum-branco 17% 0,85%Rupornis magnirostris Gavião-da-mata 17% 0,42%Caracara plancus Carcará 33% 1,48%Milvago chimachima Gavião-pinhe 33% 0,63%Icterus jamacaii Corrupião-preto 17% 0,21%Pitangus sulphuratus Bem-ti-vi-verdadeiro 17% 0,42%Tyrannus melancholicus siriri 17% 0,42%Colaptes melanochlorus Pica-pau-pedrês 33% 0,42%Melanerpes candidus Pica-pau-branco 17% 0,42%Megascops choliba Coruja-com-orelhas 17% 0,42%TABELA 1 - FREQUÊNCIA E ABUNDANCIA RELATIVA POR ESPÉCIES

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TABELA 2- ABUNDANCIA RELATIVA E RIQUEZA POR PONTOS AMOSTRAIS

GRAFICO - CURVA DO COLETOR

TABELA 3 - ÍNDICE DE SIMILARIDADE DE SORENSEN

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

M1 T1 C1 M2 T2 C2mangue Tabul Carcin mangue tabul carcinParque 1 Parque 1 Parque 1 Parque 2 Parque 2 Parque 2

Total 16 28 5 58 21 345Abundancia 3,4% 5,9% 1,1% 12,3% 4,4% 72,9%Espécies 9 13 3 13 7 16Riqueza 24,3% 35,1% 8,1% 35,1% 18,9% 43,2%

    mangue tabul carcin mangue tabul carcin    Parque

1 Parque 1

Parque 1

Parque 2

Parque 2

Parque 2

    M1 T1 C1 M2 T2 C2SIMILARIDADE   1 2 3 4 5 6MANGUE 1 36,36% 33,33% 36,36% 25,00% 32,00%TABUL 2 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%CARCIN 3 37,50% 0,00% 31,58%MANGUE 4 30,00% 62,07%TABUL 5 43,48%CARCIN 6

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Ferramentas estatísticas são utilizadas em todas as áreas da pesquisa e constituem

uma ferramenta fundamental para biologia, através dela alguns números e

levantamentos são transformados em resultados significativos e podem ser publicados

e divulgados, é uma forma de dar relevância a pesquisa que se faz, no presente

trabalho queria se saber a frequência, a abundância relativa, a curva do coletor, o

índice de similaridade de Sorense, e riqueza(diversidade). Todos os resultados obtidos

contribuem para que seja dado o diagnostico do monitoramento da avifauna local

estudada.

O monitoramento de aves é importante pois as mesmas são reconhecidas como as

melhores bio-indicadoras dos ecossistemas terrestres, principalmente os florestais.

Estudos sinecológicos da avifauna oferecem a oportunidade a variados tipos de

análises úteis na caracterização de ambientes. Parâmetros tais como guildas, espécies

de borda, bandos mistos, migrantes, espécies raras ou ameaçadas e espécies de

interior da mata com pequena capacidade de dispersão,são informações valiosas ao

monitoramento e manejo da fauna e de seus habitats. Levantamentos detalhados da

avifauna exigem tempo e recursos, além de conhecimentos técnicos e científicos

especializados. Entretanto, mesmo não se dispondo de estudos aprofundados, os

parâmetros acima citados são válidos quando a finalidade da análise é o simples

monitoramento.

5. BIBLIOGRAFIA

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Brower, J.E. & Zar, J.H.; 1984. Field & laboratory methods for general ecology. 2 ed.

Wm. C. Brown Publishers, Dubuque, Iowa, 226p.

Martins, F.R.; Santos, F.A.M. dos; 1999. Técnicas usuais de estimativa dam

biodiversidade. Holos Environment, Rio Claro, v. 1, n. 1, p. 236-267.

Mittermeier, R.A.; Fonseca. G.A.B. da, Rylands, A.B. & Brandon, K.; 2005. A brief

history of biodiversity conservation in Brazil. Conservation Biology 19 (3): 601-607.

Tomas, W.M. & Miranda, G.H.B. de; 2004. Uso de armadilhas fotográficas. In: Cullen Jr.

et al., (orgs), Métodos de estudo em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Editora da Universidade Federal do Paraná. Curitiba. Pp. 243-268.

ANEXO

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Questionárioa) Qual a importância da estatística no diagnóstico ambiental?Os métodos estatísticos foram desenvolvidos como uma mistura de ciência, tecnologia e lógica para a solução e investigação de problemas em várias áreas do conhecimento humano. A chegada de computadores pessoais cada vez mais poderosos foi decisiva e fez com que a Estatística se tornasse mais acessível aos pesquisadores dos diferentes campos de atuação. Atualmente, os equipamentos e softwares permitem a manipulação de grande quantidade de dados, o que veio a dinamizar o emprego dos métodos estatísticos.Sendo assim, a estatística dá suporte para o diagnóstico ambiental, uma vez que embasa para uma tomada de decisão, para poder orientar o que deve ser feito para minimizar os impactos para as espécies afetadas, mostradas em números pela estatística. b) Que pontos, deve-se ter em mente na elaboração de uma metodologia adequada no levantamento de campo de uma comunidade biótica (monitoramento, diagnóstico)?Organização do Planejamento; coleta e análise das informações básicas disponíveis; reconhecimento de Campo; levantamentos de Campo; sensoriamento remoto e Geoprocessamento.c) O que cada um dos parâmetros elencados nesse estudo (frequência, abundância, curva de coletor, similaridade) representam, querem dizer?Frequencia: é um descritor do número de observações realizadas pelo pesquisador de seu objeto de estudo (p.e. espécie), expressa normalmente em forma de porcentagem. Esse parâmetro pode ser absoluto (1), quando calculado em função de uma área amostral ou outra subdivisão criada pelo pesquisador e relativo (2), obtido pela proporção entre a freqüência absoluta de determinada espécies e a soma das freqüências absolutas das demais espécies inventariadas.

Esse parâmetro está correlacionado com o tamanho da população e, principalmente, com a forma de distribuição dos indivíduos no ambiente, auxiliando na identificação de como algumas populações ocupam o espaço físico.Abundância: número de indivíduos de uma determinada espécie existentes numa dada área num dado período de tempo, calculado em relação ao número total de indivíduos de todas as espécies existentes nessa área.

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Curva do coletor: é uma representação gráfica que visa minimizar este problema, embora não seja uma unanimidade entre os pesquisadores. Essa consiste em elaborar um gráfico, contendo no eixo “x” o número de unidades amostrais e no eixo “y” o número cumulativo de espécies registradas. A ordenação das unidades amostrais no eixo “x” deve ocorrer da mesma forma em que foi feita a amostragem em campo, de maneira a prevenir possíveis tendências do pesquisador e a revelar características do hábitat. O ponto em que a curva atinge o seu ponto de assíntota (ou seja, uma linha reta que se aproxima indefinidamente da curva, porém sem interceptá-la) pode ser interpretado como o ponto onde grande parte da diversidade da composição local foi inventariada. O fato da curva do coletor fornecer informações do número de espécies por área inventariada, também, proporciona a comparação entre distintos estudos a partir da análise de curvas.

Similaridade: As comparações entre as composições de comunidades distintas podem ser realizadas baseadas em dados qualitativos (presença/ausência) ou quantitativos (abundância) das espécies inventariadas. Isso permite a construção de dendrogramas de classificação e ordenação de comunidades de acordo com suas semelhanças, resumindo a informação de inúmeras variáveis em uma escala multidimensional a dois ou três eixos. A classificação permite a geração de dados que possibilitem a compreensão da diversidade em grandes escalas (ecologia de paisagem) ou, ainda, permite o estabelecimento de hábitats e nichos de competição.

d) Defina e caracterize diversidade, riqueza, abundância e composição.Diversidade: O conceito de diversidade biológica esteve inicialmente associado ao número de espécies que habitavam determinado espaço geográfico, sendo sinônimo de riqueza específica. Com o passar do tempo, a abundância dessas espécies no ambiente, a variação entre os organismos da mesma espécie, entre outros aspectos, foram somando-se ao conceito, alterando-o profundamente. Dessa forma, o conceito contemporâneo de diversidade biológica procura referir e integrar toda a variedade e variabilidade que encontramos em organismos vivos, nos seus diferentes níveis, e os ambientes nos quais estão inseridos.

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Riqueza: é um termo utilizado na ecologia para designar o número de espécies de uma determinada região, sendo a unidade fundamental para a avaliação da homogeneidade de um ambiente. Não se pode confundir riqueza específica com diversidade específica. Tipicamente, a riqueza específica é utilizada em estudos de conservação para determinar a sensibilidade de ecossistemas e as espécies que nele vivem.Abundância: conceito utilizado emecologiapara a caracterização da presença de indivíduos, vegetais ou animais, nascomunidades,biocenoseseecossistemas. Corresponde ao número de indivíduos existentes por unidade de superfície ou de volume. Trata-se de um valor muito relativo, apesar de sua aparente objetividade. Isso porque sua quantificação depende, em parte, do tamanho, da visibilidade e do volume dos indivíduos, além de aspectos morfológicos (determinadas espécies vegetais). As classes são análogas às utilizadas pelos botânicos: espécie ausente, rara, dispersa, abundante e muito abundante, por exemplo. Assinala-se também a escolha do tamanho e da forma da superfície avaliada (quadrada, redonda, triangular, pequena ou grande) e questiona-se ainda a superfície considerada para espécies de tamanho e volumes muito diferentes.Composição: Descreve a qualidade e quantidade de elementos (manchas) que compõem a Paisagem. Por outras palavras, a composição da Paisagem engloba a variedade e abundência dos tipos de manchas na Paisagem, mas não a posição e localização dessas mesmas manchas no mosaico, sendo por isso descrita numericamente e não espacialmente, portanto não é espacialmente explícita. Existem múltiplas formas de quantificar a composição: proporção de Paisagem por tipo de manchas, riqueza de manchas, equidade de distribuição de manchas entre muitas outras.

e) quais são os principais índices (parâmetros) de diversidade e de riqueza?Diversidade: Índice de Diversidade de Shannnon; Índice de Equidade de Distribuição de Shannon.Riqueza: índice de Margalef e índice de Menhinick.

f) Você acha importante conhecer um pouco de bioestatística? Por quê?Sim, pois a bioestatística dá subsídio para trabalhos de ornitologia, como o exemplo trabalhado na disciplina, onde, através dos dados coletados em campo, foi possível refiná-los estatisticamente para que se tornassem úteis, para que passassem a ser uma informação e não um simples dado perdido.