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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 011.498/2015-3 1 GRUPO I CLASSE V Plenário TC 011.498/2015-3 Natureza: Relatório de Auditoria. Órgãos/Entidades: Caixa Econômica Federal; Companhia do Metropolitano do Distrito Federal; Ministério das Cidades (vinculador). Responsáveis: Dario Rais Lopes (976.825.438-68); Marcelo Contreiras de Almeida Dourado (150.923.641-49); Miriam Aparecida Belchior (056.024.938-16). Interessado: Congresso Nacional (vinculador). Representação legal: não há. SUMÁRIO: RELATÓRIO DE AUDITORIA. FISCOBRAS/2016. FISCALIZAÇÃO DAS OBRAS DE EXPANSÃO DO METRÔ DO DISTRITO FEDERAL DF. IRREGULARIDADES NA EXECUÇÃO DE PROJETO BÁSICO. DETERMINAÇÕES E RECOMEDAÇÕES. RELATÓRIO Adoto como relatório a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Urbana (SeinfraUrbana) (peça 38), acolhida pelo corpo dirigente da unidade técnica (peças 39 e 40): INTRODUÇÃO 1. Cuidam os autos de Relatório de Auditoria relativo à fiscalização da expansão do metrô do Distrito Federal DF (metrô-DF). 2. As obras de expansão são compostas pelas obras civis e pela parte de modernização de sistemas de sinalização, controle e operação metroviária. 3. Convém mencionar que a fiscalização abordou exclusivamente as obras civis, ao passo que a modernização dos sistemas não fez parte do escopo do trabalho. Assim, avaliou-se a documentação técnica apresentada pela Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (CMDF) referente ao projeto básico das obras civis. 4. O empreendimento consiste na ampliação da rede metroviária e na construção de cinco estações e mais aproximadamente 6,7 km de trilhos. Tais obras foram divididas em três trechos: (i) Asa Norte 820 metros e uma estação subterrânea; (ii) Samambaia 3.800 metros, com duas estações semi-enterradas; e (iii) Ceilândia 2.064 metros, com duas estações semi-enterradas. HISTÓRICO 5. A fiscalização foi realizada no período entre 28/5/2015 e 28/8/2015 e constatou irregularidades relativas a projeto básico deficiente ou desatualizado. 6. Verificou-se que o projeto das obras civis de expansão do metrô-DF não atende ao previsto no art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/1993 e nem à Súmula TCU 261/2010, especificamente quanto aos seguintes aspectos: (i) utilização de taxas de aço para dimensionamento de quantitativos; (ii) sondagens insuficientes para dimensionamento das estações; (iii) cálculo do volume de concreto com deficiência e insuficiência de informações; (iv) uso inadequado e Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 56056895.

RELATÓRIO - portal.tcu.gov.br · prudente utilizar a média de apenas duas peças estruturais como a média de todas elas. Assim, Assim, entende-se que a empresa ocorreu em uma generalização

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 011.498/2015-3

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GRUPO I – CLASSE V – Plenário TC 011.498/2015-3

Natureza: Relatório de Auditoria. Órgãos/Entidades: Caixa Econômica Federal; Companhia do Metropolitano do Distrito Federal; Ministério das Cidades

(vinculador). Responsáveis: Dario Rais Lopes (976.825.438-68); Marcelo

Contreiras de Almeida Dourado (150.923.641-49); Miriam Aparecida Belchior (056.024.938-16). Interessado: Congresso Nacional (vinculador).

Representação legal: não há.

SUMÁRIO: RELATÓRIO DE AUDITORIA. FISCOBRAS/2016. FISCALIZAÇÃO DAS OBRAS DE EXPANSÃO DO METRÔ DO DISTRITO FEDERAL – DF. IRREGULARIDADES NA

EXECUÇÃO DE PROJETO BÁSICO. DETERMINAÇÕES E RECOMEDAÇÕES.

RELATÓRIO

Adoto como relatório a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de

Infraestrutura Urbana (SeinfraUrbana) (peça 38), acolhida pelo corpo dirigente da unidade técnica (peças 39 e 40):

“INTRODUÇÃO

1. Cuidam os autos de Relatório de Auditoria relativo à fiscalização da expansão do metrô

do Distrito Federal – DF (metrô-DF).

2. As obras de expansão são compostas pelas obras civis e pela parte de modernização de sistemas de sinalização, controle e operação metroviária.

3. Convém mencionar que a fiscalização abordou exclusivamente as obras civis, ao passo que a modernização dos sistemas não fez parte do escopo do trabalho. Assim, avaliou-se a

documentação técnica apresentada pela Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (CMDF) referente ao projeto básico das obras civis.

4. O empreendimento consiste na ampliação da rede metroviária e na construção de cinco

estações e mais aproximadamente 6,7 km de trilhos. Tais obras foram divididas em três trechos: (i) Asa Norte – 820 metros e uma estação subterrânea; (ii) Samambaia – 3.800 metros, com duas

estações semi-enterradas; e (iii) Ceilândia – 2.064 metros, com duas estações semi-enterradas.

HISTÓRICO

5. A fiscalização foi realizada no período entre 28/5/2015 e 28/8/2015 e constatou

irregularidades relativas a projeto básico deficiente ou desatualizado.

6. Verificou-se que o projeto das obras civis de expansão do metrô-DF não atende ao

previsto no art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/1993 e nem à Súmula TCU 261/2010, especificamente quanto aos seguintes aspectos: (i) utilização de taxas de aço para dimensionamento de quantitativos; (ii) sondagens insuficientes para dimensionamento das estações; (iii) cálculo do

volume de concreto com deficiência e insuficiência de informações; (iv) uso inadequado e

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antieconômico de serviço de transporte de material proveniente de escavação na modalidade

‘local’ ao invés da ‘comercial’; (v) previsão de uso de proposta antieconômica para escolha da jazida de brita e seu transporte; e (vi) kit de equipamentos de proteção individual com sobrepreço

(cf. peça 26, p. 3).

7. A fiscalização ocorreu na fase de aprovação do projeto básico. Portanto, até o presente momento, não existe edital ou contrato e os indícios de irregularidade apontados na auditoria

podem ser corrigidos antes do lançamento do edital de licitação. Inclusive, há manifestação do gestor informando que adotará as medidas para corrigir falhas apontadas. Consequentemente, não

ocorre a conceituação de IGP contida nos incisos IV ou V do § 1º, do art. 112, da Lei 13.080/2015 – Lei de Diretrizes Orçamentárias referente ao exercício de 2015 (cf. peça 26, p. 10).

8. Dessa forma, a Unidade Técnica propôs a oitiva da Companhia do Metropolitano do

Distrito Federal para que se manifestasse sobre os achados de auditoria (peça 26, p. 49). Essa proposta foi acolhida pelo Ministro Relator, conforme despacho presente na peça 29.

9. O Ofício 655/2015-TCU/SeinfraUrbana (peça 30), encaminhado em 14/9/2015, com fulcro no art. 250, inciso V, do Regimento Interno do TCU, comunica o gestor sobre a oitiva para que se pronuncie no prazo de até quinze dias do seu recebimento.

10. Convém mencionar que, acolhendo o pedido feito pela CMDF (cf. peça 32), esse prazo foi prorrogado até 16/10/2015 (cf. peças 33-34).

11. Assim, a empresa pública protocolou suas ponderações e alegações no dia 16/10/2015, por intermédio do Ofício 592/2015-PRE (peça 36), observando o prazo estabelecido no Ofício 729/2015-TCU/SeinfraUrbana (peça 35) de 7/10/2015.

EXAME TÉCNICO

12. Por meio do Ofício 592/2015-PRE (peça 36), de 16/10/2015, a Companhia do

Metropolitano do Distrito Federal encaminhou o conteúdo do Memorando 700/2015, da sua Diretoria Técnica, como esclarecimentos relativos aos achados de auditoria.

I. Considerações iniciais (peça 36, p. 1-3)

13. No memorando, inicialmente são tecidas considerações acerca do contexto no qual o empreendimento foi assumido pela atual administração.

14. Conforme explica a CMDF, o Termo de Compromisso n. 409.748-80, firmado entre a Caixa Econômica Federal e o Governo do Distrito Federal, tem como objeto a transferência de recursos financeiros da União para a execução da Expansão e Modernização da Linha 1 do metrô.

Esse termo foi assinado em 18/3/2014 com cláusula suspensiva.

15. A cláusula suspensiva diz respeito à apresentação, pela Companhia do Metropolitano do

Distrito Federal, dos projetos técnicos de engenharia relativos à segunda etapa – Trechos Ceilândia e Asa Norte e Modernização dos Sistemas, até 3/10/2014. Data essa posteriormente prorrogada para 30/6/2015.

16. Assim, as primeiras providências da atual Diretoria teriam sido: (i) retomar as tratativas com a Caixa Econômica Federal; e (ii) dar andamento ao Contrato n. 5/2012, firmado entre a

Companhia do Metropolitano do Distrito Federal e a empresa Engevix, para serem elaborados e entregues à Caixa os projetos necessários para cumprimento da cláusula suspensiva.

17. No final de maio de 2015, a Caixa Econômica Federal finalizou a análise técnica. Assim,

foram providenciados os demais documentos e, entre eles, em função do aumento da contrapartida aportado pelo DF, o termo Aditivo ao Termo de Compromisso 409.748-80.

18. Diante desse cenário, somente em julho de 2015, após orientação da Caixa (apresentada

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no Anexo II do memorando – peça 36, p. 11-13), a Diretoria iniciou os estudos a respeito do

procedimento licitatório.

19. É exposto então que a gestão anterior teria decidido que a execução seria no regime de

empreitada por preço unitário, nos termos da Lei 8.666/1993, como uma única licitação com quatro lotes: (i) obras civis; (ii) sistemas de telecomunicações; (iii) sistemas de energia; e (iv) sistema de sinalização e controle.

20. Contudo, a administração atual decidiu pelo parcelamento da licitação em diferentes regimes de licitação, utilizando não somente a Lei 8.666/1993, mas também as Leis 10.520/2002

(Lei do pregão) e 12.462/2011 (Lei do Regime Diferenciado de Contratação – RDC).

21. Por fim, explicam que, no caso da obra civil, cujos projetos técnicos de engenharia foram objeto de auditoria pelo TCU, os devidos ajustes serão realizados em toda a documentação antes

do lançamento da licitação (cf. peça 36, p. 3), principalmente no tocante às constatações indicadas no Relatório de Fiscalização 196/2015.

22. Em seguida, são apresentados os comentários para os achados de auditoria.

II. Uso das taxas paramétricas de aço empregadas no projeto estrutural para o dimensionamento do quantitativo de aço a serem utilizados na obra

II.1 Alegações da companhia sobre o uso das taxas paramétricas de aço empregadas no projeto estrutural para o dimensionamento do quantitativo de aço a ser utilizado na obra (peça 36, p. 4)

23. Segundo a CMDF, foi solicitado à empresa Engevix Engenharia S. A., autora dessa especialidade de projeto, que detalhasse as peças estruturais. Esses detalhamentos foram encaminhados ao Tribunal juntos à resposta da oitiva em um CD (peça 36, item não digitalizável),

que contém arquivos com as memórias de cálculo da análise das taxas de aço.

24. Por fim, apresenta a tabela 1 (peça 36, p. 6), com o resumo da comparação entre a taxa de

aço calculada e a adotada no edital. Argumenta-se ainda que, no entendimento da empresa pública, apenas para a Subestação Retificadora 63 foi verificada a utilização de taxa inferior à calculada, e que se procederia o ajuste necessário, conforme apresentado na tabela 3 (peça 36, p.

8).

II.2 Análise das alegações da companhia sobre o uso das taxas paramétricas de aço empregadas

no projeto estrutural par ao dimensionamento do quantitativo de aço a serem utilizados na obra

25. Ao se pronunciar sobre o uso das taxas paramétricas, a empresa pública apresentou uma tabela comparativa entre a taxa de aço paramétrica utilizada anteriormente no projeto básico e o

detalhamento feito pela empresa autora do projeto a pedido da CMDF.

26. Ainda, a empresa alega que, exceção à subestação retificadora 63 (SR 63), as taxas de aço

estariam com valores próximos aos calculados. Por fim, é ressaltado que serão feitos os ajustes necessários na SR 63.

27. Conforme preconiza o art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/1993, fazem parte do projeto básico

os estudos técnicos que caracterizam a obra ou serviço. Portanto, ainda que o quantitativo utilizado previamente esteja próximo ao calculado em diversas unidades de construção, é dever do

gestor apresentar a justificativa técnica para a utilização daquele parâmetro no projeto básico.

28. Assim, é importante frisar que o questionado nesse achado de auditoria não foram os valores numéricos dos parâmetros utilizados, mas sim a falta de justificativa para a definição de

tais valores.

29. Devido à apresentação do detalhamento feito pela empresa, entende-se que a CMDF

acolheu o questionamento feito pela equipe técnica e buscou justificar as taxas utilizadas.

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Entretanto, analisando os arquivos enviados, foram encontradas três falhas nessa justificativa: (i)

generalização excessiva; (ii) cálculos incorretos; e (iii) duplicidade na taxa de perda de aço.

30. Como exemplo, ao se analisar a memória de cálculo da estrutura de concreto da Estação

28 da Ceilândia – código OR.4/28.1N/Z3.004 (peça 36, item não digitalizável) – para as vigas de nível de plataforma, verifica-se que existem mais de trinta vigas distribuídas em mais de dez tipologias. Cada tipologia de viga é caracterizada por diferentes formas e volumes. Entretanto, são

detalhadas apenas duas dessas peças estruturais, apresentando: o volume de concreto utilizado (unidade em metro cúbico) e a massa de aço CA 50 (unidade em kilograma). Com esses dados,

obtém-se as respectivas taxas de utilização de aço (unidade em kg/m³) para essas duas vigas.

31. A partir do detalhamento de apenas duas das peças estruturais, a empresa considera a taxa média de aço para todas as demais como a média aritmética das duas taxas detalhadas.

32. Por existirem diferentes tipos de viga, com diferentes cargas suportadas, não se mostra prudente utilizar a média de apenas duas peças estruturais como a média de todas elas. Assim,

entende-se que a empresa ocorreu em uma generalização excessiva. Ainda, ressalta-se que essa prática foi repetida para outras plantas na mesma estação analisada.

33. Além disso, por se tratarem de valores referentes a taxas, não se poderia utilizar a média

aritmética diretamente em seus valores. Nesse caso, as taxas de aço deveriam ser ponderadas pelo volume de concreto. A tabela 1 apresenta o cálculo da média para as vigas VP2 e VP9, as mesmas

utilizadas pela empresa para encontrar a taxa média de 70,97 kg/m³. Observa-se que o uso da média aritmética das taxas de aço sem a ponderação, conforme realizada, é inadequada.

Tabela 1 – Verificação das taxas médias entre duas vigas

Vigas Massa de aço

[kg] (a)

Volume de concreto [m³]

(b)

Taxa de aço [km/m³]

(a/b)

VP1 223 3,54 62,99

VP2 30 0,38 78,95

VP1 + VP2 223 + 30 =

253 3,54 + 0,38 = 3,92 253 / 3,92 = 64,54

34. Dessa forma, fica claro que a simples utilização da média das taxas não pode ser

utilizada, mesmo que os detalhamentos de todas as peças estruturais fossem considerados para o cálculo. Para se calcular a taxa média a partir dos detalhamentos das duas vigas, seria necessário

ponderar a taxa média de aço pelo volume de concreto, passando a ser: ((62,99 x 3,54) + (78,95 x 0,38)) / (3,54 + 0,38).

35. Contudo, destaca-se que o procedimento correto, por parte da empresa, seria o

detalhamento de todas as peças a serem utilizadas, podendo, assim, determinar de forma mais precisa a quantidade de aço a ser utilizada no empreendimento.

36. Ademais, ao se analisar a memória de cálculo de geologia e geotecnia da via permanente de superfície da estação Samambaia – código OR.4/69.7G/Z3.007 (peça 36, item não digitalizável), verificou-se que foi utilizada uma taxa de 10% para perda de aço sobre o quantitativo de aço

estimado.

37. Pela análise do orçamento, verifica-se que a estimativa de 10% já havia sido considerada

na composição do preço do aço. Em outras palavras, a taxa de perda de aço foi considerada duas vezes: no quantitativo de aço e na composição do preço.

38. Portanto, o metrô-DF apresentou suas justificativas para as taxas paramétricas.

Entretanto, elas não foram satisfatórias. Dessa forma, caberia ainda detalhar todas as peças

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estruturais, de forma que a o levantamento de quantitativos do aço utilizado fosse feito por

completo, não com uma pequena amostra dentre todas as estruturas.

39. A jurisprudência do TCU é clara no sentido de que:

A utilização de taxas estimativas de consumo de aço por volume de concreto, para o cálculo do quantitativo dos elementos estruturais de obras, não atende às exigências legais relativas à elaboração do projeto básico (art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/93) [similar ao disposto no art. 2º, inciso IV, da Lei 12.462/2011 – RDC], por não representar elemento necessário e suficiente, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra e avaliar o respectivo custo, bem como definir os métodos e o prazo de execução.

(Acórdão 896/2015-TCU-Plenário, grifos adicionados)

40. Além disso, caberia também uma revisão da taxa de perda utilizada, pois se encontra considerada em duplicidade: no preço e no quantitativo de aço.

III. Sondagens geotécnicas do solo insuficientes no sentido de permitir o correto dimensionamento das estações

III.1 Alegações da companhia sobre sondagens geotécnicas do solo insuficientes no sentido de

permitir o correto dimensionamento dos estacões – (peça 36, p. 4)

41. A empresa aduz o item 4.1.2 do normativo ISF 207: Estudos Geotécnicos do DNIT,

transcrito a seguir: ‘Ao longo do eixo do traçado selecionado, e baseado em Projeto geométrico (básico), serão executadas sondagens no terreno, situadas a intervalos de no máximo de 500 m, localizados de forma a se ter no mínimo uma sondagem representativa em cada segmento

homogêneo’ (cf. peça 36, p. 4).

42. Ainda, segundo a companhia, o item 4.2.3.2 da ISF 207 traria a seguinte redação relativa

ao projeto executivo: ‘as sondagens e coleta de amostras de cortes e subleito deverão contemplar, no mínimo, furos de sondagem com espaçamentos variáveis em segmentos de corte, máximo de 150 m respeitando o número mínimo de furos de sondagens’ (cf. peça 36, p. 4).

43. Portanto, entende a empresa que as sondagens executadas para o projeto de expansão do metrô estariam de acordo com os parâmetros descritos na ISF 207. Além disso, a defendente

informa que serão realizadas parametrizações, retroanálises e ponderações de riscos anteriormente à publicação da licitação de cada trecho de expansão.

III.2 Análise das alegações da companhia sobre as sondagens geotécnicas do solo insuficientes no

sentido de permitir o correto dimensionamento das estações

44. Para esse achado, a CMDF aduziu normativo do DNIT visando justificar que as

sondagens realizadas seriam suficientes para o nível de projeto básico.

45. Entende-se que, de acordo com o normativo aduzido, as sondagens realizadas atendem a legislação. Ainda assim, observa-se que: (i) a região de escavação possui edificações ao seu redor;

e (ii) as escavações podem atingir profundidade elevada, com mais de sete metros. Dessa forma, tecnicamente, seria prudente que houvesse o maior número possível de sondagens, reduzindo os

riscos da obra e de danos à sua vizinhança.

IV. Uso inadequado e antieconômico de serviço de transporte de material proveniente de escavação na modalidade ‘local’ ao invés da ‘comercial’

IV.1 Alegações da companhia sobre o uso inadequado e antieconômico de serviço de transporte de material proveniente de escavação na modalidade ‘local’ ao invés da ‘comercial’ – (peça 36, p. 4)

46. Segundo a empresa pública, a modalidade do transporte utilizado na planilha do orçamento de referência será alterada para os materiais de bota-fora.

IV.2 Análise das alegações da companhia sobre o uso inadequado e antieconômico de serviço de

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transporte de material proveniente de escavação na modalidade ‘local’ ao invés da ‘comercial’

47. Conforme o comentário feito pela CMDF, os devidos ajustes serão realizados para que o erro seja elidido. Portanto, entende-se que a CMDF acolheu o apontamento realizado pela equipe

de auditoria e que tais ajustes devem ser avaliados posteriormente.

V. Escolha de solução antieconômica para adquirir brita utilizada no lastro de via férrea

V.1 Alegações da companhia sobre a escolha de solução antieconômica para adquirir brita

utilizada no lastro de via férrea – (peça 36, p. 4-5)

48. A empresa pública informa que realizou uma cotação de brita e o menor preço encontrado

seria inferior ao preço da tabela Sinapi, com data-base Agosto/2015. Dessa forma, segundo a empresa, o preço no orçamento será alterado utilizando essa última cotação para o custo unitário da brita.

49. Também, seriam alterados o preço do transporte de brita e a distância média de transporte (DMT) de 235 km para 127 km (distância da Pedreira Anápolis/GO até

Samambaia/DF).

50. Com essas alterações, o custo unitário do serviço, incluindo o transporte, passaria a ser de R$ 115,20/m³. Considerando o peso específico da brita como 1,45t/m³, esse preço é composto

por: R$ 35/t x 1,45t/m³ + 127 km x R$ 0,35/(t x km) x 1,45 t/m³. Acrescentando a mão de obra do serviço de acordo com o referencial ‘fornecimento e execução de lastro ferroviário, exceto carga,

descarga e transporte trecho de pedreira até a frente de serviço’ – R$ 15,20, o custo unitário seria de R$ 130,40. Ainda, quando acrescido o BDI de 22,53%, já considerando todos os transportes, o preço final seria de R$ 159,78, com data-base agosto de 2015 (cf. peça 36, p. 5).

51. Por fim, a defendente informa que, em etapa anterior à publicação da licitação, serão ponderados e quantificados os riscos intrínsecos à seleção da jazida.

V.2 Análise das alegações da companhia sobre a escolha de solução antieconômica para adquirir brita utilizada no lastro de via férrea

52. Entende-se que a defendente acolheu os argumentos da equipe técnica, alterando a

localização da jazida para uma mais próxima e, consequentemente, reduzindo o custo unitário.

53. Assim, a partir do apresentado pela empresa pública, fica elidida a irregularidade

referente à solução antieconômica para adquirir brita a ser utilizada no lastro de via férrea.

VI. Falta do detalhamento do projeto estrutural para determinar o quantitativo de aço e concreto a ser utilizado nas fundações e estruturas da obra de expansão

VI.1 Alegações da companhia sobre a falta do detalhamento do projeto estrutural para determinar o quantitativo de aço e concreto a ser utilizado nas fundações e estruturas da obra de expansão –

(peça 36, p. 5)

54. Segundo a CMDF, serão tomados dois procedimentos: (i) os quantitativos do projeto estrutural serão reavaliados e os ajustes técnicos serão feitos; e (ii) anteriormente à publicação do

edital, serão ponderados e quantificados os riscos de tais ajustes.

VI.2 Análise das alegações da companhia sobre a falta do detalhamento do projeto estrutural para

determinar o quantitativo de aço e concreto a ser utilizado nas fundações e estruturas da obra de expansão

55. Conforme informado pela empresa pública, novos estudos serão feitos antes da publicação

do edital. Portanto, entende-se que tais modificações devem ser monitoradas por esta Corte de contas, após apresentação pela Companhia do Metropolitano do Distrito Federal.

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56. Destaca-se que, apesar de se comprometer em fazer os ajustes técnicos necessários, a

companhia não detalhou quais seriam esses ajustes.

VII. Previsão de uso de kit de equipamento de proteção individual com sobrepreços

VII.1 Alegações da companhia sobre a previsão de uso de kit de equipamento de proteção individual com sobrepreço

57. Em sua alegação, a empresa afirma que o kit para os equipamentos de proteção individual

(EPI) teria sido revisado e os coeficientes das categorias profissionais de soldador, armador, pedreiro e servente teriam sido alterados.

58. Dessa forma, passariam a ser utilizados diferentes coeficientes para cada categoria profissional, sendo: 0,1 para soldador; 0,15 para armador; 0,3 para pedreiro; e 0,45 para servente.

59. A nova composição para o kit foi apresentada na tabela 2 de sua resposta (peça 36, p. 7).

VII. 2 Análise das alegações da companhia sobre a previsão de uso de kit de equipamento de

proteção individual com sobrepreços

60. Para este achado, entende-se que a empresa pública acolheu as indicações feitas pela equipe técnica do Tribunal em relação aos equipamentos de proteção individual. Contudo, apesar

de se parametrizar os equipamentos, não se apresenta como os coeficientes paramétricos foram definidos.

61. Assim, devido à falta de justificativa para os coeficientes utilizados, não se acolhe a parametrização apresentada pela Companhia do Metropolitano do Distrito Federal.

CONCLUSÃO

62. A oitiva instaurada tinha o objetivo de que a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (CMDF) se manifestasse sobre os indícios de irregularidade apontados no relatório de

auditoria (peça 26), referentes ao projeto básico das obras civis do metrô-DF.

63. Assim, a empresa pública deveria apresentar suas justificativas e ponderações para os seguintes achados: (i) utilização de taxas de aço para dimensionamento de quantitativos; (ii)

sondagens insuficientes para dimensionamento dos estacões; (iii) cálculo do volume de concreto com deficiência e insuficiência de informações; (iv) uso inadequado e antieconômico de serviço de

transporte de material proveniente de escavação, na modalidade ‘local’ ao invés da ‘comercial’; (v) previsão de uso de proposta antieconômica para escolha da jazida de brita e seu transporte; e (vi) kit de equipamentos de proteção individual com sobrepreço.

64. De pronto, destaca-se que a CMDF apresentou que seriam reavaliados e feitos os ajustes necessários nos seguintes itens: (i) uso inadequado e antieconômico de serv iço de transporte de

material proveniente de escavação na modalidade ‘local’ ao invés da ‘comercial’; e (ii) cálculo do volume de concreto com deficiência e insuficiência de informações.

65. Portanto, entende-se que cabe ao Tribunal analisar esses ajustes quando concluídos,

procedendo a uma avaliação quanto às suas adequações.

66. Em relação ao achado relativo ao uso de taxa paramétrica, a CMDF apresentou os

cálculos para algumas peças estruturais, alegando que, exceção a um item, as taxas utilizadas no projeto básico seriam próximas às calculadas. Ainda, no item que a taxa calculada foi inferior à adotada, seria procedido o ajuste necessário.

67. Apesar de a CMDF apresentar o detalhamento de algumas das peças estruturais, foram encontradas três inconsistências: (i) generalização excessiva devido ao não detalhamento de todas

as peças; (ii) utilização de taxas médias por meio do cálculo de média aritmética, enquanto o

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correto seria o detalhamento total de todas as peças estruturais do empreendimento; e (iii)

duplicidade no cômputo da perda estimada de aço. Portanto, a irregularidade referente ao uso de taxa paramétrica não foi elidida.

68. Quanto ao achado referente à insuficiência de sondagens para o dimensionamento dos estações, a defendente aduziu o normativo ISF 207 do DNIT. Segundo o entendimento da empresa, essa norma traria a necessidade de sondagens mais detalhadas apenas no projeto executivo,

enquanto que no projeto básico, bastaria uma sondagem representativa em cada segmento homogêneo.

69. Entende-se que a sondagem feita pela empresa satisfaz a legislação. Contudo, observa-se que a escavação do empreendimento relativo à expansão da estação de Ceilândia será feita em um local com edificações ao redor. Ademais, a escavação em tela terá grande profundidade, chegando

a mais de sete metros. Dessa forma, é tecnicamente recomendável que seja realizada a maior quantidade de sondagens possível, o que, além de detalhar melhor o projeto básico, reduzirá o

risco do empreendimento.

70. Em relação à proposta antieconômica para escolha da jazida de brita e seu transporte, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal apresentou novos cálculos referente ao custo

unitário, chegando ao valor de R$ 130,40/m³. Somando-se a taxa BDI de 22,53% ao custo, o preço final passaria a R$ 159,78/m³, com data-base em agosto de 2015.

71. A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal acolheu as ponderações feitas pela equipe técnica durante a auditoria e alterou a jazida de brita para a que foi considerada na composição de preço unitário paradigma da equipe de auditoria. Verifica-se, portanto, que a

irregularidade apontada no relatório de auditoria foi elidida, sem prejuízo de, quando da execução do empreendimento, a CMDF mantenha fiscalização atuante sobre as obras, aferindo qual a real

jazida utilizada pelo contratado e efetuando eventuais correções contratuais quando necessário.

72. Para o achado referente à falta de detalhamento do projeto estrutural para determinar o quantitativo de aço e concreto a ser utilizado nas fundações e estruturas da obra de expansão do

metrô, a companhia afirmou que serão reavaliados os quantitativos e procedidos os ajustes técnicos necessários.

73. Destaca-se que não se especificaram quais seriam os ajustes técnicos necessários. Contudo, convém ressaltar a necessidade de projetos detalhados, de forma que o projeto básico contenha os elementos elencados no art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/1993 ou no art. 2º, inciso IV da

Lei 12.462/2011.

74. Por fim, a CMDF apresentou uma nova tabela referente aos equipamentos de proteção

individual utilizados (cf. peça 36, p. 7), definindo coeficientes paramétricos para a utilização dos equipamentos. Porém, apesar da parametrização, não se apresentou uma justificativa para os coeficientes utilizados e, portanto, a nova especificação do kit de equipamentos de proteção

individual não foi acolhida.

75. Em vista de vários ajustes técnicos ainda pendentes e da necessidade de detalhamento

total das armaduras das peças estruturais, será proposta determinação à CMDF para que tome as providências pertinentes, enviando os resultados à esta Corte de Contas.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

76. Ante ao exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo:

a) determinar à Companhia do Metropolitano do Distrito Federal, com

fundamento no art. 45 da Lei 8.443/1992 c/c art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, com vistas a sanar as irregularidades encontradas no projeto básico das obras civis de expansão do metrô-DF, que, no prazo de 45 dias:

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a.1) adote providências acerca da insuficiência de detalhamento das peças estruturais

para referenciamento do quantitativo estimado de uso de aço CA 50, conforme determina o art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/1993 e o art. 2º, inciso IV, da Lei 12.462/2011;

a.2) encaminhe ao Tribunal de Contas da União a comprovação das providências tomadas acerca do uso inadequado e antieconômico de serviço de transporte de material proveniente da escavação na modalidade ‘local’ ao invés da ‘comercial’, satisfazendo o princípio

da economicidade; a.3) adote providências sobre a falta de detalhamento do projeto estrutural para

determinar o quantitativo de aço e concreto a ser utilizado nas fundações e estruturas das obras de expansão, conforme determina o art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/1993 e o art. 2º, inciso IV, da Lei 12.462/2011;

a.4) apresente justificativa motivada e memória de cálculo detalhada sobre os coeficientes paramétricos utilizados na definição do kit de equipamentos de proteção individual,

conforme preconiza o art. 6º, inciso IX, alínea ‘f’, da Lei 8.666/1993;

b) recomendar, com fulcro no art. 250, inciso III, do Regimento Interno do TCU, à Companhia do Metropolitano do Distrito Federal que, por se tratar de uma escavação em uma

região densamente urbanizada e povoada, realize mais sondagens no trecho de expansão da Ceilândia, visando ao maior detalhamento do projeto básico, conforme preconiza o art. 6º, inciso

IX, da Lei 8.666/1993 e com o art. 2º, inciso IV, da Lei 12.462/2011; c) autorizar a SeinfraUrbana a monitorar as determinações propostas em processo

apartado de monitoramento;

d) arquivar os presentes autos.” É o relatório.

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VOTO

Trata-se de auditoria realizada para avaliar a regularidade da aplicação dos recursos nas obras da expansão do metrô do Distrito Federal – DF, compostas pelas obras civis e pela parte de modernização de sistemas de sinalização, controle e operação metroviária. O empreendimento

contempla a ampliação da rede metroviária e a construção de cinco estações e mais aproximadamente 6,7 km de trilhos. Tais obras foram divididas em três trechos: Asa Norte – 820 metros e uma estação

subterrânea; Samambaia – 3.800 metros, com duas estações semi-enterradas; e Ceilândia – 2.064 metros, com duas estações semi-enterradas.

2. O trabalho em análise teve por foco apenas as obras civis, ou seja, não abarcou a

modernização dos sistemas.

3. A fiscalização teve por base a aprovação do projeto básico, uma vez que, até o momento,

não foi publicado edital para a licitação do empreendimento. A equipe identificou, inicialmente, indícios de irregularidades relativos aos seguintes itens: (i) utilização de taxas de aço para dimensionamento de quantitativos; (ii) sondagens insuficientes para dimensionamento dos estacões;

(iii) cálculo do volume de concreto com deficiência e insuficiência de informações; (iv) uso inadequado e antieconômico de serviço de transporte de material proveniente de escavação, na modalidade “local” ao invés da “comercial”; (v) previsão de uso de proposta antieconômica para

escolha da jazida de brita e seu transporte; e (vi) kit de equipamentos de proteção individual com sobrepreço.

4. Instada a se manifestar, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (CMDF) informou que providenciaria os ajustes necessários nos itens afetos ao uso inadequado e antieconômico de serviço de transporte de material proveniente de escavação na modalidade “local” ao invés da

“comercial”; e ao cálculo do volume de concreto com deficiência e insuficiência de informações. Dessa forma, razoável que este Tribunal avalie a correção dos ajustes após suas devidas conclusões.

5. Também para o achado referente à falta de detalhamento do projeto estrutural para a definição do quantitativo de aço e concreto a ser utilizado nas fundações e estruturas da obra de expansão do metrô, a companhia afirmou que serão procedidas as competentes correções.

6. Em relação ao uso de taxa paramétrica, a equipe detectou inconsistências relativas à generalização excessiva devido ao não detalhamento de todas as peças; utilização de taxas médias por

meio do cálculo de média aritmética, enquanto o correto seria o detalhamento total de todas as peças estruturais do empreendimento; e duplicidade no cômputo da perda estimada de aço. Dessa forma, permanece a existência da irregularidade, razão pela qual se faz apropriada determinação para sua

correção.

7. No mesmo sentido, apesar da argumentação da empresa de que as sondagens para o

dimensionamento das estações observaram o normativo ISF 207 do Departamento Nacional de Infraestrtutura de Transportes - DNIT, a equipe salienta com propriedade que é “tecnicamente recomendável que seja realizada a maior quantidade de sondagens possível, o que, além de detalhar

melhor o projeto básico, reduzirá o risco do empreendimento”, uma vez que a escavação do empreendimento relativo à expansão da estação de Ceilândia será feita em um local com edificações

ao redor e terá profundidade elevada.

8. Por fim, no que tange à proposta antieconômica para escolha da jazida de brita, a empresa apresentou novos cálculos que indicaram a redução do custo unitário, chegando ao preço de

R$ 159,78/m³, com data-base em agosto de 2015, acolhendo, portanto, as ponderações da equipe de auditoria.

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Ante o exposto, considerando que ainda restam pendentes vários ajustes técnicos por parte

da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (CMDF) e que ainda não houve publicação do edital para a licitação do empreendimento, anuo integralmente às conclusões e às propostas de encaminhamento, incorporando-as às minhas razões de decidir, e voto por que o Plenário aprove a

minuta de acórdão que submeto à sua consideração.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 3 de agosto de 2016.

Ministro JOÃO AUGUSTO RIBEIRO NARDES Relator

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ACÓRDÃO Nº 1992/2016 – TCU – Plenário

1. Processo nº TC 011.498/2015-3.

2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Relatório de Auditoria. 3. Interessados/Responsáveis:

3.1. Interessado: Congresso Nacional (vinculador). 3.2. Responsáveis: Dario Rais Lopes (976.825.438-68); Marcelo Contreiras de Almeida Dourado (150.923.641-49); Miriam Aparecida Belchior (056.024.938-16).

4. Órgãos/Entidades: Caixa Econômica Federal; Companhia do Metropolitano do Distrito Federal; Ministério das Cidades (vinculador).

5. Relator: Ministro Augusto Nardes. 6. Representante do Ministério Público: não atuou. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Urbana (SeinfraUrbana).

8. Representação legal: não há.

9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos o presente relatório de auditoria que teve como objetivo

avaliar a regularidade das obras de expansão do metrô do Distrito Federal – DF,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão do Plenário, ante os motivos expostos pelo Relator, em:

9.1. determinar à Companhia do Metropolitano do Distrito Federal, com fundamento no art. 45 da Lei 8.443/1992 c/c art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, com vistas a sanar as irregularidades encontradas no projeto básico das obras civis de expansão do metrô-DF, que, no prazo

de 45 dias: 9.1.1. adote providências acerca da insuficiência de detalhamento das peças estruturais

para referenciamento do quantitativo estimado de uso de aço CA 50, conforme determina o art. 6º,

inciso IX, da Lei 8.666/1993 e o art. 2º, inciso IV, da Lei 12.462/2011; 9.1.2. encaminhe ao Tribunal de Contas da União a comprovação das providências

tomadas acerca do uso inadequado e antieconômico de serviço de transporte de material proveniente da escavação na modalidade “local” ao invés da “comercial”, satisfazendo o princípio da economicidade;

9.1.3. adote providências sobre a falta de detalhamento do projeto estrutural para determinar o quantitativo de aço e concreto a ser utilizado nas fundações e estruturas das obras de

expansão, conforme determina o art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/1993 e o art. 2º, inciso IV, da Lei 12.462/2011;

9.1.4. apresente justificativa motivada e memória de cálculo detalhada sobre os

coeficientes paramétricos utilizados na definição do kit de equipamentos de proteção individual, conforme preconiza o art. 6º, inciso IX, alínea “f”, da Lei 8.666/1993;

9.2. recomendar, com fulcro no art. 250, inciso III, do Regimento Interno do TCU, à Companhia do Metropolitano do Distrito Federal que, por se tratar de uma escavação em uma região densamente urbanizada e povoada, realize maior número de sondagens no trecho de expansão da

Ceilândia, visando ao maior detalhamento do projeto básico, conforme preconiza o art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/1993 e com o art. 2º, inciso IV, da Lei 12.462/2011;

9.3. encaminhar cópia deste acórdão, acompanhada do voto e relatório que o fundamentam, à Companhia do Metropolitano do Distrito Federal, à Caixa Econômica Federal, ao Ministério das Cidades e ao Governo do Distrito Federal; e

9.4. autorizar a SeinfraUrbana a monitorar as determinações propostas em processo apartado de monitoramento;

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9.5. restituir os autos à SeinfraUrbana para que proceda ao seu arquivamento, com fulcro

no art. 169, inciso V do Regimento Interno do TCU. 10. Ata n° 30/2016 – Plenário.

11. Data da Sessão: 3/8/2016 – Ordinária. 12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1992-30/16-P.

13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Aroldo Cedraz (Presidente), Walton Alencar Rodrigues, Augusto Nardes (Relator), Raimundo Carreiro, José Múcio Monteiro e Bruno Dantas.

13.2. Ministros-Substitutos convocados: Augusto Sherman Cavalcanti, Marcos Bemquerer Costa e Weder de Oliveira.

(Assinado Eletronicamente)

AROLDO CEDRAZ (Assinado Eletronicamente)

AUGUSTO NARDES Presidente Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)

PAULO SOARES BUGARIN Procurador-Geral

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