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MINISTÉRIO DA SAÚDE
ESCOLA DE FORMAÇÃO EM SAÚDE
PROJETO CAMINHOS DO CUIDADO
Coordenação Estadual
Rosana Libano Alves Santos Ruzene
RELATÓRIO FINAL DAS ATIVIDADES DA EQUIPE ESTADUAL DE
SANTA CATARINA
Elaboração
Rosana Libano Alves Santos Ruzene
Talita Padilha Porto
complemento turmas de 2015: Alessandra da Silva
SÃO JOSÉ
2015
1. INTRODUÇÃO
O Projeto Caminhos do Cuidado veio para o Estado de Santa Catarina como um
presente, considerando as realidades vivenciadas por profissionais e pacientes com
relação ao atendimento em saúde mental. Santa Catarina assim como os demais estados
brasileiros se depara com a necessidade de atendimento de um grande número de
pacientes que necessitam de cuidados de referência na área da saúde mental e atenção
psicossocial principalmente, os usuários de crack, álcool e outras drogas.
No entanto ainda são insuficientes os resultados esperados de melhora na
qualidade do atendimento e na vida destas pessoas sem o conhecimento necessário para
utilizar as ferramentas potencializadoras do sistema como aliadas no processo de
trabalho dos profissionais.
Sendo assim o projeto foi idealizado e colocado em prática com uma meta
bastante destemida de realizarmos uma Formação em Saúde Mental (crack, álcool e
outras drogas) para 100% dos agentes comunitários de Saúde, e 01 Auxiliar ou Técnicos
de Enfermagem de cada Equipe de Saúde da Família do estado de Santa Catarina,
visando melhorar a atenção ao usuário dos serviços de Atenção Básica e seus familiares.
O Estado de Santa Catarina é uma das 27 unidades federativas do Brasil,
localizada no centro da região Sul do país. De acordo com o IBGE (2013) é o vigésimo
estado brasileiro com maior extensão territorial e o décimo primeiro mais populoso. As
dimensões territoriais abrangem uma área de 95.736,165 km² que tem como Capital e
sede do governo a cidade de Florianópolis, localizada na Ilha de Santa Catarina. O estado
tem suas regiões divididas conforme o mapa a seguir:
REGIÕES DE SANTA CATARINA
Aceitaram a execução deste projeto duas escolas de formação em saúde do
estado: a Escola de Formação em Saúde – EFOS e a Escola Técnica do SUS - ETSUS
Blumenau. São escolas que buscam o apoio das instituições de saúde do estado, como
as Gerências Regionais de Saúde das Secretarias de Desenvolvimento Regional, e dos
municípios no processo de ensino-aprendizagem do trabalhador em saúde, para
conseguir desenvolvimento de seu plano político-pedagógico. Assim assumiram uma
parceria com o Ministério da Saúde para execução do Projeto Caminhos do Cuidado em
Santa Catarina, ficando a EFOS responsável por 70% da meta estabelecida e a ETSUS –
Blumenau por 30%.
Essas parcerias na execução deste projeto são imprescindíveis pois só fortalece
os laços educacionais e profissionais que já estão firmados com as instituições nacionais,
estaduais e municipais. Para organizar melhor a execução do projeto no estado a Equipe
Estadual de Santa Catarina considerou o método de divisão estadual já utilizada pelas
escolas para organização dos seus cursos distribuídos nos municípios que fazem parte
das 16 regiões de saúde. Esta forma de delimitação tem seu foco nos municípios
agrupados de acordo com as regionais de saúde conforme mostra o mapa abaixo.
REGIÕES DE SAÚDE DE SANTA CATARINA
Esta visibilidade que as escolas já possuem no estado, permitiu que
potencializássemos os fluxos de trabalho e articulássemos o curso no estado de maneira
muito promissora, resultando no cumprimento de 70% da meta pela EFOS em dezembro
de 2014 e dos 30% das ETSUS – Blumenau em março de 2015. Das regiões observadas
no mapa são de abrangência da ETSUS – Blumenau as regiões de Alto e Médio Vale do
Itajaí e Foz do Rio Itajaí. Todas as demais regiões foram formadas pela EFOS. Os
resultados por regiões podem ser observados nos itens a seguir.
Grande Florianópolis
A região da grande Florianópolis é composta por 22 cidades totalizando 1555
alunos, que para a formação considera-se o equivalente a 39 turmas. Todos os
municípios foram contemplados com a formação, todavia a capital Florianópolis teve um
número reduzido de turmas comparado ao esperado pela equipe devido a obstáculos
administrativos dentro do próprio município que resistiu muito a receber o projeto.
Nordeste
Região composta por 13 cidades, com a meta de formar 1.068 alunos ou seja, 27
turmas eram esperadas e tivemos a meta na região cumprida, todos os municípios foram
contemplados com a formação.
Planalto Norte
Região composta por 13 municípios possuindo 609 alunos a serem formados
formando 15 turmas que foram realizadas com sucesso. Esta foi a primeira região a
cumprir com a meta no estado.
Planalto Serrano/Serra Catarinense
Região composta por 18 cidades, com 632 alunos a serem formados, formando
16 turmas. Todos os municípios foram contemplados com a formação.
Carbonífera
Região composta por 12 cidades, 748 alunos a serem formados com a realização
de 10 turmas sendo todas realizadas, possibilitando que todos os municípios da região
fossem contemplados com o projeto. Nesta região foram formados também os alunos do
mais novo município de Balneário Rincão ultrapassando a meta que não considerava os
profissionais desta cidade.
Oeste
Região composta por 25 cidades, com 700 alunos e 17 turmas a serem
realizadas. Nesta região apenas uma cidade chamada Quilombo não foi contemplada, no
município os profissionais estavam realizando cursos já em andamento desde junho do
ano de 2014 até abril de 2015, 03 vezes por semana o que impediu a liberação deles
mais um dos dias de trabalho.
Nesta região outra surpresa foi a formação de uma equipe da estratégia de saúde
da família de uma comunidade indígena que não estava prevista na meta do Ministério.
Os profissionais souberam do curso e entraram em contato com a equipe estadual que
organizou tudo. De acordo com os profissionais formados, os problemas com uso de
crack e outras drogas estão muito preocupantes na comunidade indígena e esta formação
fez muita diferença para modificar a forma de atuação deles daqui para o futuro.
Meio Oeste
Região composta por 20 cidades, com 394 alunos e 10 turmas, todos os
municípios foram contemplados com a formação. Esta foi a segunda região a cumprir com
a meta no estado.
Extremo Oeste
Região composta por 30 cidades, 606 alunos previstos, 15 turmas esperadas.
Todos os municípios foram contemplados com o projeto.
Alto Uruguai Catarinense
Região composta por 15 cidades sendo que destas, 276 alunos ou 6,9 turmas
eram esperados e todas foram contempladas com o projeto.
Xanxerê
Região composta por 21 municípios, 448 alunos, realizou 11,2 turmas cumprindo
com a meta esperada para região e contemplando todas as cidades com a formação.
Alto Vale do Rio do Peixe
Região composta por 20 cidades, 469 alunos e 12 turmas a serem realizadas.
Todos os municípios foram contemplados com a formação.
Alto Vale do Itajaí, Médio Vale do Itajaí e Foz do Rio Itajaí
As regiões de abrangência da ETSUS-Blumenau são compostas por 53 cidades,
com 2.526 alunos e 63 turmas a serem realizadas. Já foram formados 1990 alunos em 49
turmas e 347 profissionais estarão em formação até março de 2015.
Nos próximos capítulos deste relatório, estão descritas as principais
potencialidades e fragilidades vivenciadas pela equipe durante a realização do projeto, e
como aconteceram todas as etapas de execução no estado, que parcerias foram firmadas
e como se estruturou a articulação de uma formação tão importante, de forma que ela
pudesse chegar a etapa final com resultados tão significativos.
2. ESTRUTURA OPERACIONAL DO PROJETO NO ESTADO – ETSUS/ESP/ EQUIPE
ESTADUAL
Para atender um projeto desta magnitude, foi estruturada uma equipe de
profissionais indicados pelas escolas com os requisitos exigidos para compor a equipe e
atender as demandas do projeto. A equipe estadual de Santa Catarina foi estruturada com
uma coordenadora e cinco apoios estaduais divididos entre as duas escolas, ficando
composta da seguinte forma:
Coordenadora estadual: Rosana Libano Alves Santos Ruzene, enfermeira, especialista
em Saúde da Família, Gerenciamento de UBS, Saúde do idoso e UTI e emergência,
experiência com a rede do SUS há 21 anos;
Talita Porto Padilha, enfermeira especialista em Saúde da Família, Mestranda em Saúde
Mental e Atenção Psicossocial, com 5 anos de experiência na rede do SUS;
Alessandra Dias da Silva, funcionária efetiva da EFOS em cargo de analista de gestão e
promoção de Saúde, formada em Administração, experiência com a rede do SUS há 11
anos;
Elisângela da Cunha Martins, funcionária efetiva da EFOS em cargo de analista de gestão
e promoção de Saúde, formada em Ciências Contábeis, experiência com a rede do SUS
há 11 anos;
Thiago Cesar Pereira, jornalista, com graduação também em história, especialista em
saúde pública e gestão pedagógica das escolas técnicas do SUS, funcionário efetivo da
ETSUS-Blumenau, experiência com a rede do SUS há 10 anos;
Isabel Cristina de Souza Cunha, pedagoga, funcionária efetiva da ETSUS-Blumenau,
experiência com a rede do SUS há 4 anos;.
A equipe composta por profissionais de diversas áreas, com conhecimento e
experiência na organização e realização de cursos pelas escolas, se dedicou para o
cumprimento da meta, trabalhando em equipe, compartilhando saberes, experiências e
formas de fazer.
A rotina de organização das turmas embora fosse parcialmente padronizada, se
modificava a cada articulação com um novo município, e os resultados só conseguiram
ser alcançados porque os profissionais da equipe se empenharam em estar sempre
refletindo sobre a prática e discutir sobre os obstáculos buscando soluções rápidas e
efetiva.
Todavia, podemos destacar que a execução do projeto por duas escolas que se
localizam em municípios muito distantes, se tornou um fator problematizador, uma vez
que, suas regiões de abrangências e formar de atuação se consolidam em estruturas
muito distintas, fazendo com que fosse um grande desafio, promover a comunicação
efetiva com municípios, gestores, tutores e demais atores não causando nenhum prejuízo
ao projeto.
Os esforços para disseminar as experiências entre a equipe das duas escolas, e
acompanhar o processo em todas as regiões tiveram que ser constantes considerando a
distância e o fluxo excessivo de ações realizadas diariamente. A centralização destes
atores chaves em um único espeço facilitará a execução de projetos futuro
3. PROCESSO DE ARTICULAÇÃO
O processo de articulação utilizado pela equipe sempre foi muito dinâmico, pois
procuramos seguir um organograma fornecido pela coordenação macro no início do
projeto, quando a equipe foi capacitada para realizar o curso no estado. O modelo
proposto, conforme podemos observar a seguir, dá todas as diretrizes para articulação
das turmas de forma muito clara e objetiva. Seguindo os caminhos descritos não tivemos
muitas dificuldades em executar as propostas.
PROCESSO DE CRIAÇÃO DE TURMAS
A Escola de Formação em Saúde possui uma listagem de contatos de todos os
secretários de saúde e coordenadores de atenção básica dos municípios do estado.
Ainda em Dezembro de 2013 iniciamos disparando e-mails informativos sobre o projeto
aos endereços que constavam nesta tabela e iniciamos com os contatos telefônicos e
agendamentos de encontros para apresentação do projeto.
A CIES estadual ajudou muito neste processo pois desde a sua chegada no
estado em dezembro de 2013 já vinha divulgando a formação nas suas reuniões
periódicas. E como muitos tutores selecionados eram gestores ou figuras importantes nas
suas regiões, também já estavam informalmente articulando os primeiros passos para a
organização das turmas.
Infelizmente devido as dificuldades em recebimentos de ajudas de custo e como a
Escola de Formação em Saúde - EFOS não possui um carro a disposição de sua equipe,
poucas foram as vezes que a equipe estadual pode se fazer presente nos encontros e
reuniões dentro do estado que possibilitassem maior divulgação do projeto. Já na ETSUS-
Blumenau, um acompanhamento presencial pode ser realizado pela equipe, pois tinham
um carro próprio da escola que permitiu as articulações in loco.
Entretanto, esta fragilidade vivenciada em maior amplitude pela EFOS, pouco
interferiu nas articulações do curso e no andamento do projeto no estado. O nosso maior
desafio foi enquanto equipe construir uma proposta de cronograma que organizasse a
quantidade de turmas nos meses que tínhamos para realizar o curso, possibilitando assim
negociações com datas já estabelecidas.
Para isso, dividimos as 13 regionais de saúde de responsabilidade da EFOS entre
os 03 apoios, ficando a Alessandra com as regiões da Carbonífera, Alto Uruguai
Catarinense, Extremo Sul Catarinense e Grande Florianópolis-Região Continental; a
Elisangela ficou com as regiões de Xanxerê, Alto Vale do Rio do Peixe, Laguna e
Nordeste pertencente a SDR de Jaraguá do Sul; e a Talita ficou com as regiões do
Extremo Oeste, Meio Oeste, Planalto Norte, Serra Catarinense, Oeste, Grande
Florianópolis Capital, e Nordeste pertencente a SDR de Joinville. Para ETSUS-Blumenau,
ficou a responsabilidade de articular as turmas nas 03 regiões de sua abrangência.
Cada apoio organizou um cronograma já pensando na união de municípios
próximos para formação de turmas, número de alunos por turma e número de turmas por
região. Neste cronograma já estavam as datas previstas para realização da turma e
sugestão de tutor considerando a sua disponibilidade. Foi com essa proposta de
cronograma que negociamos com os municípios.
Ainda no mês de dezembro a coordenação macro, estadual e um dos apoios fez
uma apresentação do projeto na reunião estadual dos secretários de saúde em Blumenau
e no mesmo dia apresentamos a proposta de cronograma para a coordenação de atenção
básica de Joinville. Assim já conseguimos organizar as primeiras turmas para iniciar em
janeiro.
Os primeiros desafios encontrados para articulação das turmas estavam nos
contatos registrados na tabela que encontravam-se desatualizados com a realidade local.
Uma vez atualizado o contato conseguimos imediatamente conversar com os gestores.
Quase que 80% dos municípios aceitaram de prontidão o projeto solicitando apenas
algumas alterações de datas.
Porém tivemos obstáculos pontuais em alguns municípios conforme destacamos
abaixo:
Capital de Florianópolis que após inúmeros contatos com a gestão não conseguimos
articular o número esperado de turmas. Embora tenhamos feitos inúmeros esforços, entre
e-mails, ligações, tentativas de agendar reuniões, o município não fechou com 100% da
meta alcançada e as turmas que aconteceram tiveram um alto índice de absenteísmo.
Solicitamos o apoio de todas as instancias possíveis na tentativa de sensibilizar o
município mas até o final do projeto em dezembro de 2014 não tivemos sucesso;
Município de Lages que necessitou de uma visita da coordenação estadual pois estava
com muitos entraves políticos que vinham impedindo o andamento do projeto no
município. Após a visita da coordenadora estadual tudo foi resolvido sem maiores
problemas. Todavia, o município acabou não querendo capacitar 100% dos seus
colaboradores, mas realizou o número de turmas previsto;
Município de Criciúma que demorou muito a abraçar o projeto, e não formou 100% dos
profissionais previstos.
Município de Urubici que também necessitou de uma visita da coordenação estadual para
realização das turmas, se resolvendo sem maiores dificuldades;
Joinville que apesar de ser um dos primeiros municípios a realizar turmas, teve vários
problemas operacionais com local, com liberação dos alunos por falta de vale transporte
entre outros, que dificultaram a realização das turmas na região fechando com apenas 13
das 14 turmas previstas, mas formando a meta de alunos prevista pelo Ministério.
Quilombo município da região Oeste que não pode realizar sua turma no ano de 2014
nem no primeiro semestre do ano de 2015 pois estava com muita demanda de
capacitações já ocorrendo o que impediu a liberação dos profissionais para mais uma
formação. O município justificou sua não participação no projeto enviando um ofício
assinado pelo secretário de saúde.
Considerando os desafios destacados acima, a parte operacional de articulação
de turmas foi muito tranquila sendo realizada por toda a equipe estadual em trabalho
coletivo de forma dinâmica e efetiva. Destacamos como fator importante para nossa
inserção no estado com a proposta do projeto, a organização das escolas que já tinham
grande visibilidade no estado, já vinham trabalhando com esta divisão em regionais de
saúde em outros cursos o que auxiliou muito no trabalho. E também a criação da proposta
de um cronograma anual, que facilitou e muito a organização da formação junto aos
tutores e municípios. A maior parte dos gestores se adequou as datas sugeridas.
4. PONDERAÇÕES SOBRE A ATUAÇÃO DA EQUIPE NACIONAL
As relações da equipe estadual com a equipe nacional foram se estabelecendo
efetivamente durante o andamento do curso frente as situações vivenciadas que exigiram
de ambas as partes de um exercício de comunicação, paciência, comprometimento e
trabalho em equipe.
Embora muitos obstáculos tenham sido vivenciados ao longo do caminho,
podemos salientar que finalizamos com compromissos firmados e cumprimos pelas
equipes que trabalharam juntas para o melhor andamento do projeto. A seguir
descrevemos de forma mais específicas como se estabeleceu as relações com cada
divisão de equipe do projeto.
A. ATUAÇÃO JUNTO A COORDENAÇÃO MACRORREGIONAL
i. Articulação territorial e nacional:
O estado de Santa Catarina foi acompanhado em momentos distintos por duas
coordenadoras macrorregionais. A primeira coordenadora acompanhou o início do
Projeto, participando de forma mais efetiva das atividades de articulação territorial,
estando presente nas apresentações do projeto em reuniões no estado, contribuindo nas
primeiras pactuações.
ii. Suporte a formação da equipe:
Foi a primeira macrorregional quem também esteve mais à frente na formação da
equipe estadual, participando da seleção junto com a Escola, a quem coube o papel de
indicação das profissionais. A equipe estadual manteve-se a mesma até o final do projeto,
havendo uma redução apenas nos meses finais.
iii. Apoio e desenvolvimento do projeto:
A chegada da segunda coordenadora macrorregional ocorreu quando todo o
processo de articulação regional já estava efetivamente acontecendo. Nesse contexto,
sua atuação esteve centrada no apoio e desenvolvimento do projeto, na resolução de
problemas e outras particularidades. Sendo um elo importante da equipe estadual com as
demais partes do projeto.
iv: Acompanhamento/ Monitoramento das ações desenvolvidas:
A equipe desde o início desenvolveu formas para o monitorando o andamento do
projeto. Coube a macrorregional nos direcionar e auxiliar nesse monitoramento, que
posteriormente passou a ser realizado pelo painel de acompanhamento. A coordenação
sempre buscou auxiliar nas ações que ainda deveriam ser realizadas e também nos
manteve atualizados sobre a situação do estado mesmo sendo demonstrada diariamente
no painel.
v. Avaliação longitudinal do desenvolvimento do projeto:
A atuação da coordenação macrorregional foi muito importante pois serviu de
ponte entre a equipe nacional e a equipe estadual frente aos obstáculos mais
desafiadores vivenciados. Quando a comunicação entre as equipes falhava, a
coordenação macro pode fortalecer esta ponte e representar as necessidades do projeto
no estado exercendo também o papel de contrapartida no fluxo de informações e novas
alterações sistemáticas que foram sendo implementadas ao longo do andamento na
tentativa de melhorar os fluxos de execução das propostas.
Uma fragilidade foi que a mudança de coordenação em pleno auge da realização
das turmas trouxe muita ansiedade a equipe que já havia estabelecido um importante
vínculo de segurança com a coordenação inicial. Mas destacamos que a nova parceira
procurou se apropriar imediatamente dos processos e logo pode atender a todas as
demandas estaduais de forma definitiva.
B. ACADÊMICO
O trabalho realizado com a equipe acadêmica foi o que apresentou melhor
resultados positivos contribuindo significativamente com a qualidade da formação no
estado. Poucos foram os obstáculos vivenciados pela equipe estadual no processo de
organização das turmas, mas as situações vivenciadas foram estressantes exigindo
resolução rápida e eficaz. A equipe nacional acadêmica sempre foi muito organizada,
fornecendo orientações claras e eficazes, informando com objetividade os prazos
necessários para resolução das situações solicitadas o que diminuía a ansiedade da
equipe estadual frente as pressões exercidas por tutores, alunos e municípios.
Em contrapartida a distância entre as equipes que exigia que a comunicação se
estabelecesse via telefone e e-mail se configurou numa fragilidade, pois muitas eram as
demandas envolvendo alterações de cadastros de alunos e de informações da turma, e
mesmo com a excelente atuação da equipe acadêmica, muitos problemas poderiam ter se
resolvido imediatamente sem a necessidade de transferir a demanda para outra equipe.
Para futuras formações uma sugestão é a presenta de um secretário acadêmico
como parte integrante da equipe estadual diminuindo assim a burocracia para resolução
dos fluxos, o caminho percorrido pelas informações transmitidas, e o extravio de dados
importantes.
i. Seleções de tutores/orientadores:
Em Santa Catarina foram necessárias três seleções de tutores para atender a
demanda das turmas. Muitos profissionais se inscreveram nas seleções, passaram nas
etapas até a realização da formação de tutores, mas ao serem efetivamente convidados a
iniciar as turmas, muitos não tiveram mais a disponibilidade informada no processo de
formação, essa foi sem dúvida uma dificuldade importante vivenciada.
A primeira seleção foi lançada em forma de Termo de Referência nº 16/2013, em
outubro de 2013 pela coordenação nacional do projeto por intermédio do Ministério da
Saúde lançando 54 vagas para profissionais formados na área da saúde, com experiência
mínima de 01 ano na Atenção Básica ou na Saúde Mental, ou docência na área da Saúde
na temática de Atenção Básica ou na Saúde Mental, da rede do Sistema Único de Saúde,
e comprovada residência na Região de Saúde do Estado para o qual se candidatou.
Todas as seleções exigiram os mesmos pré-requisitos, exceto a última, que além
dos requisitos acima, exigia disponibilidade para realização de turma em no mínimo duas
vezes por semana. Entretanto, muitas regiões de saúde não tiveram inscritos o que se
configurou em um grande obstáculo pois dificultava a possibilidade de realizar turmas.
Reconhecendo a necessidade de formar tutores para as regiões não contempladas com
candidatos, e pensando na realização de uma formação com todos os integrantes
necessários para realização do projeto, que em novembro de 2013 foi lançado o Termo
de Referência nº 32/2013 com 24 vagas para cobrir as lacunas do termo nº 16.
A formação aconteceu em Florianópolis num período de 05 dias de capacitação
com os gastos custeados pelo Projeto. Foi um excelente evento, mas muitos tutores que
são trabalhadores da rede tiveram muita dificuldade para serem liberados do trabalho
permitindo a execução desta capacitação. Foi unânime a sugestão relatada durante o
andamento do projeto de que para praticidade e maior participação os profissionais
deveriam ser capacitados em menor tempo.
Outra fragilidade na execução é que a ajuda de custo para deslocamento teria
que ser reembolsada o que para alguns demorou muito a acontecer. Tiveram tutores que
acabaram recebendo somente no final do primeiro semestre de 2014 o que desmotivou os
participantes a realizarem turmas e ainda contaminou os demais com depoimentos
negativos.
A formação aconteceu em dezembro de 2013 e as turmas começaram no final de
janeiro de 2014 em algumas regiões. Mesmo tendo assinado um termo de compromisso,
alguns candidatos tinham passado em outros processos seletivos, outros tinham se
mudado de suas residências e sua disponibilidade se alterou fazendo com que muitos
desistissem do projeto.
Estes primeiros obstáculos aliados as dificuldades de liberação para realização de
turmas já que quase 90% dos tutores eram profissionais efetivos da rede, fez com que no
primeiro semestre houvesse um grande aumento no número de desistências que
prejudicaram significativamente a realização de turmas.
Além disso, muitos vinham recebendo as ajuda de custo para realização das
turmas com muito atraso, o material informado na formação que seria utilizado em sala de
aula não estava sendo fornecido, e as reclamações dos alunos pelos atrasos na entrega
do material didático, que prejudicava o planejamento das aulas contribuiu para que muitos
não quisessem mais realizar turmas, até que a situação fosse regularizada.
Coma finalização da proposta de cronograma em março de 2014, a equipe
estadual fez um levantamento de quantos tutores seriam realmente necessários para
conclusão do projeto no tempo estipulado, considerando os tutores já desistentes. Então
em março de 2014 foi feita uma nova formação de tutores agora em Porto Alegre – RS
com profissionais indicados pelas escolas.
Salientamos aqui a importância da indicação dos profissionais pelas escolas, que
puderam selecionar dentro da sua rede de trabalhadores, profissionais comprometidos,
com a disponibilidade necessária para execução do curso e com os requisitos exigidos
pelo projeto. A vinda destes profissionais alavancou a meta mensal de realização de
turmas.
Todavia, em algumas regiões não houveram candidatos habilitados a serem
indicados e em setembro de 2014 uma nova formação relâmpago teve que ser realizada
para cumprimento da meta. A formação aconteceu em São José e todos os gastos foram
custeados pelo tutor que foi reembolsado posteriormente.
Nesta etapa as energias já estavam bem diminuídas, e mesmo os candidatos já
estavam cientes de todas as fragilidades vivenciadas ao longo do projeto com relação a
infraestrutura. O projeto iniciou com uma formação realizada em grande estilo e acabou
com redução de custo devido aos problemas não calculados durante o andamento das
turmas e isso se refletiu muito na qualidade da formação como um todo.
Mas em todas as capacitações pudemos contar com profissionais excelentes e
comprometidos, que tocaram as turmas nas suas regiões e ultrapassaram as expectativas
e os obstáculos. Uma sugestão é que para cursos futuros as escolas possam participar
mais efetivamente na seleção destes membros chave e possam indicar profissionais que
com certeza irão se comprometer definitivamente com as ações propostas, evitando
assim tantos gastos desnecessários para novas formações.
É importante salientar também a falta de participação da equipe estadual de
forma mais efetiva na formação. A equipe acompanhou este tutores o projeto todo,
sanando dúvidas, apoiando na organização e desenvolvimento das turmas, e conhecer o
processo de formação de forma mais efetiva seria imprescindível para fortalecer o
processo.
ii. Cadastramento das Turmas:
Após todo o processo de negociação com a gestão e a explanação de
apresentação do projeto com os coordenadores de atenção básica, foi decidido junto com
os gestores do município sede da aula, um representante local que atuou como nosso
contato principal na organização do curso no município. Destacamos que muitos destes
contatos foram os próprios tutores que realizaram, por também serem gestores das
regionais de saúde.
Foi com este representante que direcionamos todas as informações para
organização da formação uma vez que, neste momento já havíamos recebido a
aprovação do gestor municipal.
Para auxiliar no levantamento das informações a equipe construiu dois
formulários que registram cada passo das negociações, também participava ativamente
na obtenção das informações que deveriam ser disponibilizadas pelo representante local
facilitando assim o cadastramento da turma.
O primeiro formulário foi criado para que pudéssemos registrar as ações
realizadas no processo de negociação com os municípios. Destacamos que algumas
lacunas eram preenchidas conforme as negociações fossem avançando, mas ele se
mostrou um instrumento de grande importância no processo, pois com o número
significativo de turmas que realizamos por mês, ficava impossível memorizar cada ação
realizada, e com a utilização deste instrumento ficou muito fácil acompanhar cada passo.
Tabela com Dados de Acompanhamento da Turma:
Como podemos observar, a primeira linha do instrumento está destinada para o
registro do nome e contato do representante local que auxiliou na organização da turma.
Logo abaixo colocávamos os dados da turma e após cadastro desta no sistema, os
códigos do Workflow e SAGU. Criamos também um espaço para colocar nomes dos
tutores, deslocamento necessário para realização da turma, e mais abaixo espaços
específicos para registro dos endereços de local de aula e local de entrega do material e
também dos estabelecimentos de alimentação.
As linhas de encaminhamentos eram utilizadas para registrar cada ação
realizada. Colocávamos a data e hora da ação, nome dos envolvidos e processo
realizado. Por exemplo: Encaminhamento 1: “21/11/14 às 10:00 tentado contato telefônico
pelo nº 48-33245688 com o Secretário de Saúde de Maravilha senhor Adilson Santos sem
sucesso, pois encontra-se em viagem para Florianópolis e só retorna dia 29/11/14. O
assessor sugeriu falar com o coordenador da atenção básica senhor Fernando utilizando
o mesmo número de contato, e pedindo o ramal 46”.
Ressaltamos a importância da criação deste instrumento para a organização do
processo de cadastro das turmas, pois permitiu que todos os passos realizados tivessem
registro, e quando as informações eram solicitadas pelos demais setores de infraestrutura
do projeto ou até mesmo pelos municípios, conseguíamos as informações com rapidez e
segurança, principalmente nos dias de falta de energia ou sinal de internet na escola,
situações estas, que se repetiram algumas vezes durante o decorrer do projeto.
Já a segunda tabela descrita abaixo, foi criada para ser enviada ao município
sede da aula após a confirmação da aceitação do curso pelo gestor, facilitando assim a
melhor compreensão das informações necessárias para o cadastro da turma e sua efetiva
realização.
Tabela de Informações para Cadastro da Turma
MUNICÍPIOS CONPEMPLADO
S COM A FORMAÇÃO
DADOS SEDE
TURMA
DATAS DAS
AULAS
DIAS DA SEMANA
Nº ALUNOS A SEREM
INSCRITOS
ENDEREÇ O DO
LOCAL DE AULA
RESPONSÁVE L PELA SALA
DE AULA
ENDEREÇ O DO
LOCAL DE ENTREGA
DO MATERIAL
RESPONSÁVE L POR
RECEBER O MATERIAL
TUTORES
SUGESTÕE S DE
LOCAIS PARA
ALMOÇO
SUGESTÕE S DE
LOCAIS PARA O
CAFÉ
OUTRAS OBSERVAÇÕES (Utilizado pela
equipe estadual)
EXEMPL O
Terça- feira
Terça- feira
Terça- feira
Terça- feira
Terça- feira
Opção 1: Nome e
telefone e
Data de recebimento das informações:
Nome do
Nome do
proximidade do local de aula;
Opção 1:
Data de aceitação dos tutores:
Nº FLUXO XXXXX
EXEMPL
Local:
Nº ou Nome da Sala:
Nome:
Local:
Nº ou Nome da Sala:
Nome Completo:
Opção 2: Nome e telefone e proximidade
Nome e telefone;
Opção 2:
Cadastro da turma no sistema:
Nome dos municípios que participarão da
formação.
Nome do
Municípi o sede
das aulas
Nº
SAGU
O
02/09/14 09/09/14 16/09/14 23/09/14 30/09/14
Nº de ACS e T.E
separadament e por
município
Endereço:
Nº:
Bairro:
Telefone de contato com o responsável: (DDD) XXXX- XXXX
Endereço:
Nº:
Bairro:
Telefone fixo e celular: (DDD) XXXX-XXXX
E-mail:
Nº de CPF:
A ser preenchid o pela equipe.
do local de aula;
Opção 3: Nome e telefone e proximidade do local de aula;
Nome e telefone;
Opção 3: Nome e telefone;
Valor máximo a ser
Data de previsão de entrega do material:
Data de previsão de pagamento de ajuda de custo aos tutores:
Município:
Cep:
Município:
Cep:
Valor máximo de almoço com bebida
pago por 01 café R$ 7,00.
Data de recebimento da listagem de alunos:
inclusa ser pago R$15,00.
Data de matrícula dos alunos:
Na primeira coluna da tabela registrávamos todos os municípios que iriam ter
seus profissionais participando da formação. Na segunda coluna, registrávamos o nome
do município sede e após o cadastro da turma o número de fluxo do workflow e SAGU.
Nas colunas 3 e 4 colocávamos as datas e respectivamente os dias da semana, pois
algumas formações, aconteciam em dias alternados. Nas colunas 5 até a 9 se
concentravam as informações que eram preenchidas pelos representantes locais.
Enviávamos a tabela com os espaços a serem completados já com informações prévias
evitando assim a falta de dados imprescindíveis para o cadastro da turma.
A criação sistemática de todos estes protocolos, foi realizada pensando na
qualidade do processo de organização do curso garantindo assim um aporte objetivo e
completo de informações. Portanto organizamos modelos semiestruturados de textos
Prezado Tutor,
Informamos que as negociações no município de XXXXXXXX que contemplará alunos de
XXXXXXXX, XXXXXXX, e XXXXXXX foram realizadas com sucesso para a formação de 01 turma nos dias
listados abaixo, cinco XXXXXXX-feiras, com acompanhamento de 2 tutores. Gostaríamos de confirmar sua
disponibilidade para assumir a Tutoria nestas datas.
O valor da bolsa é de R$1000,00 para a turma concluída mais a ajuda de custo para deslocamento.
Sempre que necessário, revisite os materiais didáticos e orientações aos Tutores no nosso site:
http://www.caminhosdocuidado.org/formacao-de-tutor/material-didatico/ Pedimos que responda esse e-mail,
formalizando seu retorno, até o dia XX/XX/XXXX.
explicativos que eram enviados aos municípios junto com a tabela acima descrita,
tornando assim o processo prático e efetivo. Destacamos que as negociações foram
idealizadas já na montagem da proposta de um cronograma feita pela equipe no início do
projeto, antes de realizarmos qualquer negociação, assim já contabilizamos a união dos
municípios considerando as distâncias e facilidades, as datas possíveis e como esse
esquema se estenderia durante o ano. Daí para o cadastro da turma necessitamos de
apenas algumas ações.
Ao mesmo tempo que solicitávamos as informações aos municípios, um primeiro
contato via e-mail era realizado com os tutores disponíveis nas datas previstas, ficando
apenas no aguardo da aceitação da turma. Nós criamos também um modelo de texto,
conforme encontra-se no quadro abaixo, que era preenchido com as informações da
turma, assim que eram recebidas dos municípios e enviado de forma padrão aos tutores
que já haviam respondido o contato prévio, e neste e-mail estabelecíamos o prazo de 72
horas para a resposta oficial.
Quadro 1 – Modelo de E-mail para Tutoria de Turma
Nome do município sede e dos
municípios que participarão das
Datas das
aulas
Dias da semana
Endereço completo do local de aula.
turmas
No mesmo e-mail com a tabela para preenchimento de informações pelo
município, também requeríamos a listagem com os dados dos alunos enviando um
arquivo em anexo ao e-mail, modelo este a seguir. Todavia, embora solicitassem um
número X de vagas quase nenhum deles conseguia reunir os dados dos alunos a tempo
de enviar junto com as informações de cadastro da turma.
Como os prazos para cadastro das informações no Workflow eram pré-
estabelecidos devido ao tempo necessário para realização dos demais fluxos pela equipe
de infraestrutura nacional, acabávamos cadastrando as turmas sem o envio desta
listagem, e responsabilizávamos o representante local do município de enviar a listagem
preenchida logo em seguida.
TABELA DE REGISTRO DOS ALUNOS
Com todas estas informações em mãos, exceto a listagem dos alunos que nem
sempre era enviada a tempo, procedíamos com os orçamentos dos estabelecimentos de
alimentação. Procuramos sempre realizar os 3 orçamentos solicitados pela equipe
nacional, porém, alguns municípios eram tão pequenos que não possuíam um número de
estabelecimentos que pudessem atender à exigência, então nossos orçamentos eram
realizados com os estabelecimentos disponíveis.
Sempre ao entrar em contato com um estabelecimento informávamos sobre o
projeto, que tipo de serviço estávamos precisando, os dias que o serviço seria realizado, o
número de pessoas e o valor máximo que o projeto poderia pagar pelo serviço. Se o
estabelecimento se encaixasse nos requisitos ele era incluído no cadastro da turma.
Procurávamos já solicitar ao representante do município que ao enviar as
indicações já se preocupasse com a qualidade do serviço prestado pelo estabelecimento,
porque como a equipe estadual não podia fazer as negociações locais e não conhecia a
estrutura dos municípios, qualquer problema com a qualidade do alimento oferecido ou
com a qualidade do serviço ficaria difícil de ser resolvido se este fosse contratado.
Mesmo assim tivemos alguns obstáculos. Estabelecimentos que não foram
contratados nos ligaram cobrando que a indicação era de cunho político e tivemos que
explicar com muita clareza sobre o projeto. Outros estabelecimentos eram de péssima
qualidade, principalmente nos municípios pequenos onde havia somente 1 fornecedor. E
mesmo sendo o representante local que pré-selecionava os estabelecimentos para
indicação, tivemos problemas de intoxicação em alguns municípios.
Para garantia de que o estabelecimento participaria da concorrência para
fornecimento de alimentação para o projeto utilizávamos os seguintes critérios:
O estabelecimento de almoço deveria servir buffet livre + refrigerante ou suco pelo valor
de R$ 15,00 reais. E também deveria ser próximo ao local de aula permitindo que os
participantes se deslocassem a pé sem exigir muito tempo de caminhada pois teriam
apenas 1 hora de almoço.
Os estabelecimentos de café deveriam servir no mínimo 5 tipos de salgado por pessoa,
02 doces, café, leite, açúcar, descartáveis, tudo em quantidade para o número de
pessoas. Este café deveria ser entregue no local de aula no período matutino.
O projeto estabelecia a contratação de café sempre para o período vespertino
mas foi quase unânime a solicitação dos municípios para que o café fosse servido no
período matutino. Como muitos alunos vinham de outros municípios e tinham que acordar
cedo, acabavam saindo de casa em jejum e com isso preferiam tomar o café no período
matutino. Outros municípios optaram pelo fornecimento no período matutino porque como
sobrava muita comida, e o projeto só fornecia um café, o próprio município servia a
bebida do período vespertino para ser ingerida com os alimentos que sobraram do
período matutino.
Com todas as informações acima em mãos, tabelas de endereços, confirmação
dos tutores e orçamentos a turma era cadastrada no sistema. Podemos destacar que as
maiores fragilidades surgiram no início do projeto quando ainda não se podia fazer
alterações no sistema, e isso dificultava nossa comunicação com a equipe nacional.
Muitas vezes tivemos que trocar indicações de estabelecimentos de alimentação,
endereço do local de aula e a necessidade de e-mail que as vezes não chegava a tempo
para a equipe de infraestrutura prejudicou pois tivemos cafés entregues em local errado e
problemas com o número de alunos.
O município ao enviar a tabela de informações para cadastro da turma solicitava
um número X de vagas, mas ao levantar dados para a matrícula dos alunos descobria
que alguns estavam de licença ou até mesmo desligados do trabalho e quando nos
enviavam a listagem estava com outra quantidade de alunos.
Como não havia um espaço para informar a tempo a alteração do número de
alunos, muitas refeições já haviam sido contratadas, e material enviado. Logo após a
criação do fluxo de alteração muitos destes problemas foram eliminados pois nos permitiu
informar direto no sistema as informações. Todavia mesmo tendo o fluxo de alteração,
quando a alimentação já havia sido paga, ficava difícil o ressarcimento.
Outrora, podemos dizer que foi muito tranquilo o cadastro da turma utilizando os
formulários criados pela equipe estadual, e os sistemas digitais de cadastro e registro.
Após a evolução do projeto nos permitindo alterações no sistema esses fluxos
melhoraram mais ainda. Podemos salientar que as dificuldades para cadastro das turmas
foram mínimas.
iii. Registro dos Alunos:
O sistema acadêmico de matrícula dos alunos denominado SAGU também foi um
modelo prático utilizado pela equipe estadual. No início do projeto, nós incluíamos os
dados direto no workflow e cabia a equipe acadêmica do projeto a inclusão dos nomes no
SAGU. Mas com a mudança para a matrícula direto no sistema SAGU acreditamos que
facilitou muito para toda a equipe, ressaltamos apenas alguns obstáculos.
Para iniciar, conforme explicamos no item cadastro das turmas, junto com a
solicitação dos dados da turma enviada para o representante do município sede da aula,
enviávamos uma tabela em Excel para ser preenchida com os dados dos alunos
conforme modelo exposto no item anterior. O primeiro obstáculo surgia porque muitos
municípios nos solicitavam o número de vagas considerando todos os profissionais
contratados.
Todavia, ao fazer o levantamento das informações, acabavam detectando que
haviam profissionais em férias e que não iriam participar da formação, que haviam
profissionais em licença médica ou de maternidade, e até mesmo profissionais que já
haviam sido desligados. Assim, quando enviavam a listagem com os dados para
matrícula, muitas vinham ou com redução significativa do número de alunos ou com
aumento, pois havia esquecido as novas contratações de profissionais.
Para regularizar esta situação junto ao setor de infraestrutura nacional e o setor
acadêmico, utilizávamos do envio de um e-mail informando todos os dados da turma
justificando a alteração. Após a criação do fluxo de alteração pudemos registrar de forma
mais dinâmica as alterações que eram vistas com mais rapidez pelo setor de contratação,
entrega de material e até mesmo o acadêmico. Contornada esta situação, nós partíamos
para a conferencia da listagem enviada.
Recebemos muitos CPFs incorretos, nomes com grafia extremamente estranha e
a falta de preenchimento de informações imprescindíveis como a categoria profissional e
o sexo do participante. Mesmo com nossos esforços de conferir as listas utilizando o site
de pesquisa do CPF e até mesmo o cadastro do aluno disponível no Sistema de
Segurança Digital do Ministério da Educação utilizado pela escola, muitas correções
tiveram que ser realizadas.
Destacamos que o SAGU uma vez salvo não permitia correções pela equipe
estadual. Porém, quando a listagem de frequência passava pelas mãos dos alunos,
muitas correções na grafia dos nomes e na numeração de CPF eram solicitadas. Algumas
porque estavam cadastradas com o nome de casado do aluno que no momento da
formação estava solteiro, outros porque o CPF informado pelo município não era o
correto. E todas estas correções tinham que ser solicitadas a equipe acadêmica via e-mail
pela equipe estadual. Esta troca constante de informações, embora sempre atendida de
prontidão pela equipe acadêmica, foi considerada um obstáculo. Algumas vezes o aluno
passava todas as 4 primeiras aulas sem perceber o erro nos seus dados e informava
somente quando estava já na última aula, o que exigia alterações constantes. Outras
vezes o tutor recebia a alteração por escrito mas só nos informava após o fechamento do
sistema, quando então estava preparando a documentação da turma para envio. Se a
equipe estadual pudesse realizar estas correções direto no sistema, teria evitado o envio
de tantos e-mails a equipe acadêmica, teria reduzido a carga de trabalho, e também que
algumas correções fossem esquecidas no meio do percurso e vistas somente na
impressão do certificado com erro.
Entretanto, a utilização do sistema foi muito fácil e prática. Poucas foram as vezes
que ele encontrava-se indisponível ou com problemas. Para o futuro de outros projetos
que venham a utilizar o mesmo sistema a sugestão é de que correções possam ser
realizadas pela equipe, nada mais.
iv. Certificação dos Orientadores, Tutores e Alunos:
Para a equipe estadual de Santa Catarina nunca foi solicitado certificação dos
orientadores. Quanto aos tutores, muitos foram dispensados pelos seus gestores e tinham
que comprovar sua participação no projeto a cada turma. Enviávamos uma declaração
assinada pela coordenadora estadual de que o tutor estava realizando turmas, incluindo
nesta as datas e informações da turma conforme modelo abaixo.
MODELO DE DECLARAÇÃO DE TUTOR
Quando o tutor exigia certificado de tutoria, orientávamos a buscar com seu
orientador. Muitos tiveram dificuldades nos preenchimentos de relatórios na comunidade
de práticas que impediram a sua certificação. Como a equipe estadual não participou de
nenhum treinamento que nos subsidiasse a orientar o tutor, pois não participamos da sua
formação, ficou difícil sanar as dúvidas que surgiram ao longo do projeto.
Procuramos encaminhar todas as situações aos orientadores que sempre
atenderam assim que possível. Mas teria facilitado muito o processo se a equipe tivesse
acompanhado a formação dos tutores de forma mais efetiva e estivesse a par do que eles
deveriam realizar para assim encaminharmos os fluxos mais corretamente o que só
influenciaria positivamente na resolução de problemas.
Quanto a certificação dos alunos, estes sempre eram orientados pelos seus
tutores de como fazer a retirada de seu certificado no sistema. Tivemos algumas
dificuldades pois ao imprimir seu certificado o aluno detectava que o CPF estava incorreto
ou o nome com a grafia errada. Foram poucas as solicitações de correção de certificados,
mas elas foram atendidas imediatamente pela equipe acadêmica.
Alguns municípios exigiram declaração de comparecimento nas aulas, que era
confeccionada pela equipe estadual e assinada pela coordenadora estadual nos mesmos
moldes da declaração enviada aos gestores dos tutores. Esta tática funcionou muito bem
nos municípios em que ela aconteceu, pois garantiu a presença dos alunos em sala de
aula. Aqueles que por ventura apresentavam falta sem justificativa, tinham seu dia de
trabalho descontado da folha de pagamento. Nestes locais o absenteísmo chegou a zero.
v. Utilização do Portal Acadêmico:
A utilização do portal acadêmico foi muito fácil e prática. Poucas foram as vezes
em que ele se encontrou indisponível por problemas no próprio sistema. Nele a equipe
estadual pode ter acesso a arquivos importantes que facilitaram a conferência dos
documentos enviados pelos tutores e até na disponibilização de listas de frequência
quando o tutor tinha dificuldades de acesso a tempo para iniciar a turma.
Com a possibilidade de consulta de frequência da turma, a equipe pode consultar
alunos reprovados por falta, nomes e dados incorretos o que ajudou na confecção de
declarações de presença do aluno solicitada pelos municípios e também na correção de
dados antes da impressão dos certificados. A única fragilidade a ser considerada é a não
possibilidades de correções direto no portal tendo que a estadual solicitar ao setor
acadêmico.
vi. Suporte da Equipe Acadêmica Nacional:
O trabalho com a equipe acadêmica nacional foi de muita parceria e agilidade na
resolução dos problemas. Sempre que solicitado um processo seja de alteração ou
correção de informações, ou até mesmo problemas com o preenchimento do sistema, a
equipe respondia imediatamente informando o prazo que eles levariam para realizar a
ação solicitada, o que diminuía e muito a nossa ansiedade em finalizar as ações.
Quando era necessário a resolução imediata, atendiam de forma muito simpática
e prestativa as nossas ligações e resolviam os problemas imediatamente por telefone
mesmo, o que facilitou muito a nossa relação com tutores, alunos, e até gestores, que se
sentiam atendidos rapidamente, e elogiavam a nossa eficácia.
Todas as necessidades encaminhadas via e-mail, em se tratando de tutores,
alunos, orientadores foram atendidas o mais rápido possível, e sempre foram muito claros
nas suas orientações. Só temos a parabenizar o trabalho da equipe acadêmica que foi de
extrema parceria e importância para que a equipe estadual pudesse realizar as turmas e
garantir os registros corretos de alunos e de informações.
c. PEDAGÓGICO
i. Material educativo:
Preocupados com a avaliação do processo pedagógico do projeto, disparamos
em dezembro de 2014 algumas perguntas norteadoras que direcionassem a criação de
um depoimento avaliativo por parte dos tutores e orientadores, buscando compactuar com
a opinião deles sobre o processo pedagógico utilizado durante todo o ano sobre o projeto.
As perguntas se basearam nos seguintes temas:
Opinião central sobre a ideia principal da formação, a metodologia utilizada por eles e
utilização prática do material didático;
Opinião dos tutores sobre a aceitação do projeto no município, e como foi o
desenvolvimento do curso e a avaliação dos envolvidos de uma forma geral;
Principais facilidade e dificuldades vivenciadas com as didáticas aplicadas;
Opinião sobre a relação de trabalho com a equipe estadual;
Opinião sobre a real repercussão do projeto para a saúde mental dos profissionais a partir
da reflexão sobre a formação nos municípios contemplados com o projeto.
A maioria dos tutores responderam com declarações muito positivas. De uma
forma geral podemos destacar uma preocupação quase que unânime nos relatos dos
tutores quando perceberam que muitos municípios dos quais trabalharam não possuem
profissionais comprometidos e engajados com o cuidado em saúde mental.
Com o projeto foi possível mudar paradigmas, transformar conceitos e promover
mudanças sutis porém com significativo impacto para população. Quase todos os tutores
que responderam aos questionamentos descreveram que as maiores dificuldades se
concentraram em estimular a participação dos alunos nas atividades e organizar-se
mantendo o tempo previsto.
O material didático utilizado para as aulas foi em sua totalidade elogiado, relatos
foram observados demonstrando que a qualidade do material facilitou a didática nas
aulas. Entende-se que uma vez recebido o material e utilizado ele se tonava tão difundido
entre os alunos, que os atrasos de entrega de material para as demais turmas já
atualizadas sobre a qualidade do material era um problema, pois os participantes
cobravam indignados.
Apesar da equipe estadual não ter participado muito efetivamente das formações,
acreditamos, pelos relatos e resultados, que elas foram de fundamental importância para
a motivação dos tutores. O fato de ter sido um evento presencial mais ainda, pois
observou-se mudanças de paradigmas, pré-conceitos e opiniões até mesmo pessoais
sobre o tema pelos tutores e orientadores. A produção realizada aliada a utilização do
excelente material didático só contribuiu para que todas as dinâmicas ativas sugeridas
para realização das aulas fossem executadas.
O trabalho realizado pela equipe pedagógica nacional sempre foi elogiado assim
como a forma de repassar as orientações, sempre demonstrando domínio de conteúdo e
dinamismo na forma de organização da formação. A única ressalva que a equipe ouviu e
poderíamos pontuar como uma fragilidade foi a necessidade de deslocamento dos tutores
o que acarretou em gastos excessivos, e o número de dias que estas pessoas tinham que
ficar em formação, tendo que se afastar de seus cargos locais. Isso foi um grande
complicador para conseguirmos candidatos qualificados para o cargo de tutoria.
Já a formação dos orientadores realizada em Brasília, onde em uma única vez foi
definido a equipe final de profissionais que atenderiam o estado, permitiu que 05
profissionais ficassem responsáveis de acompanhar os tutores. Inicialmente três
participaram dos trabalhos e no decorrer do processo as demais orientadoras foram
chamadas a participar.
iv. Comunidade de práticas:
Muitos tutores nos relataram que sentiram necessidade de encontros mensais,
discussão dos casos e troca de experiências, pois muitas dúvidas emergiram durante a
realização de turmas e a comunicação apenas via e-mail e comunidade de práticas era
deficiente.
Para isso, a comunidade de práticas foi um instrumento que nos pareceu facilitar
o trabalho e comunicação, os relatos foram bons mas como toda a forma de comunicação
precisou ser constantemente discutida. Podemos julgar na etapa final do projeto o acesso
a comunidade começou a engrenar, porém as turmas já estavam acabando.
Isso porque, a equipe pedagógica sempre retornou para esclarecimentos e
dúvidas quando solicitados. Destacamos como única fragilidade a falta de informação
sobre a divisão de tutores por orientadores, solicitada pela equipe desde o início das
atividades em fevereiro de 2014. Isso se configurou num agravante na hora de
solucionarmos problemas pontuais entre tutores, ou até mesmo na hora de divulgarmos
resultados por regiões promovendo discussões.
v. Avaliação do trabalho do tutor em sala de aula:
A avaliação do tutor em sala de aula pela equipe estadual foi realizada por meio
dos relatos e documentação final recebida as quais ao final estamos encaminhando para
e equipe pedagógica para que esta somente agora possa avaliar. Os demais
acompanhamentos foram realizados por meio da comunidade de práticas e conversas
com os orientadores.
vi. Avaliação do trabalho do orientador:
A avaliação do orientador pela equipe estadual se fez por meio de análise de
resolução dos problemas levantados no decorrer do processo. Já como foi feito o
acompanhamento dos tutores realizado pela equipe pedagógica, não foi informado a
equipe estadual, somente sabemos que foram acompanhados e avaliados, mas nenhum
feedback nos foi apresentado a respeito dos resultados.
Vii. Equipe matricial:
A equipe matricial em Santa Catarina era formada por:
Educador: Marco Aurélio Jorge
Apoio pedagógico: Débora Leal
Coordenação Macrorregional: Renata Castro Gusmão
DEGES: Daniel de Lima
1. Educação permanente no território:
Apontamos como uma fragilidade que não teve a participação das Escolas nas
formações de tutores. Entendemos que o caminho foi longo e o tempo muito curto para
dar conta de todas as propostas pensadas. Como parte da finalização do Projeto no
Estado foi proposto a realização de uma formação direcionada às Escolas, mas tanto a
EFOS quanto a ETSUS Blumenau referiram que naquele momento não tinham mais
interesse, ambas se colocaram à disposição para dar continuidade utilizando estas
ferramentas em cursos futuros.
2. Desenvolvimento das ações junto à ETSUS:
A equipe estadual sempre estava em contato constante com as duas escolas. O
contato das escolas com a equipe matricial ocorreu principalmente com o técnico do
DEGES e a coordenação macrorregional. Acreditamos que o maior desafio da equipe
estadual foi conseguir trabalhar dentro dos objetivos traçados pela equipe pedagógica,
pois a realidade dos municípios muitas vezes exigia adaptações, que no decorrer do
processo tiveram que ser feitas a exemplo da formação que inicialmente teria que ocorrer
em cinco encontros semanais com intervalos regulares e no decorrer do processo foram
realizadas contando com intervalos menores já que as realidades municipais
necessitavam sob o risco de não realizarmos algumas turmas.
Viii. Suporte da Equipe pedagógica nacional:
Ressaltamos que toda a equipe pedagógica nacional demonstrou muito empenho
em auxiliar as equipes estaduais, buscando na medida do possível sanar as dificuldades.
Porém poucas foram as vezes que necessitamos buscar este suporte, pois procurávamos
dividir as demandas com a coordenação macro que então fazia a ponte com a equipe
pedagógica.
d. COMUNICAÇÃO
i. Divulgação do projeto na região:
O contato inicial e apresentação do Caminhos do Cuidado nas regiões foi feito
utilizando o material de divulgação fornecido pelo próprio Projeto. Considerando a
necessidade de comunicação e divulgação do projeto, salientamos que a equipe estadual
procurou seguir as orientações que nos foram repassadas quanto as normas de
divulgação. A todos os municípios que se mostraram interessados em divulgar seus
resultados procuramos apoiar e orientar. No entanto não ficamos sabendo de nenhuma
divulgação significativa.
ii. Publicidade e propaganda:
Não foi produzido nenhum material pela equipe com exceção de um folder
produzido para divulgar que levamos para a apresentação em Fortaleza, mas não foi
utilizado para divulgação do projeto no estado de Santa Catarina. Quando necessário
utilizamos apenas os materiais disponibilizados pelo próprio projeto.
FOLDER UTILIZADO EM FORTALEZA
iii. Assessoria de imprensa:
Foram poucos os aspectos referentes a comunicação e divulgação do projeto pela
assessoria de imprensa, nossa participação se limitou a responder questionários que nos
foram enviados.
iv. Organização de eventos:
Sobre a organização de eventos, nossa contribuição se fez na realização das
formações de tutores no estado, buscando orçamentos de locais, de alimentação e
infraestrutura, a contribuição e participação da equipe estadual de SC limitou-se a estas
atividades, não participando da formação propriamente dita participação, apenas servindo
de apoio da equipe nacional.
v. Suporte da equipe de comunicação nacional:
A equipe de comunicação nacional escreveu algumas notícias sobre o processo
de execução do Projeto em Santa Catarina, que encontram-se no site do Caminhos do
Cuidado (http://www.caminhosdocuidado.org/category/noticias/santacatarina/). A equipe
de comunicação nacional sempre se colocou à disposição para auxiliar no que fosse
necessário, não havendo nenhuma fragilidade no trabalho realizado entre as equipes.
e. INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA:
Um dos maiores desafios laborais vivenciados durante o projeto foram as
fragilidades experimentadas nas relações profissionais com a equipe de infraestrutura e
logística como um todo. Tivemos muitos obstáculos que incluíram problemas de
comunicação, responsabilização dos envolvidos nas ações, e foi necessário muita
paciência e trabalho em equipe para que pudéssemos fortalecer estas relações e
transformá-las em movimentos saudáveis.
Em contrapartida, entendemos que não deve ter sido fácil, considerando que
tínhamos apenas uma equipe nacional, oferecer suporte para todos os estados, se
pensarmos que as realidades são tão distintas. Acreditamos, que dada a importância das
ações desta equipe para a efetiva realização do curso, os esforços vieram de todas as
partes para executarmos as atividades necessárias da melhor forma possível.
Sendo um projeto em constante processo de transformação, podemos observar
que esta parceria realmente deu certo já que buscamos a cada dia aprender com os
colegas, driblar as dificuldades e valorizar as potencialidades de cada equipe realizando
seu papel. Para melhor descrever os processos, registraremos nossas reflexões a seguir,
divididas por tópicos permitindo melhor compreensão.
i. Pagamentos de ajudas de custos:
Para que o pagamento das ajudas de custo de deslocamento fosse realizado,
primeiramente a equipe estadual tinha que calcular o deslocamento e informar no ato do
cadastro da turma a distância percorrida pelo tutor. Como foi sempre salientado pela
primeira coordenadora macro do projeto em Santa Catarina, deveríamos nos basear no
deslocamento informado pelo site: https://maps.google.com.br/maps/ clicando no item
como chegar, informando o município de origem e de destino.
Além de pesquisar no site, deveríamos nos informar com os gestores e
representantes locais a distância aproximada, e a melhor forma de deslocamento
considerando os horários de transporte rodoviário, comparando com o site, garantindo
assim maior certeza na seleção do tipo de deslocamento, e auxiliando os tutores no
planejamento da sua viagem quando necessário. Como diretriz do projeto era
estabelecido os seguintes deslocamentos:
Região Metropolitana até aproximadamente 30km de distância, sendo pago o valor de R$
20,00 por dia de curso;
Até 100km de distância, pagamento de R$ 70,00 reais por dia de curso;
De 100 a 200km de distância, pagamento de R$ 140,00 reais por dia de curso;
Acima de 200km, somente com a liberação da coordenação macro, sendo o
deslocamento calculado multiplicando a quilometragem pelo valo de 0,7.
Assim era realizado o cadastro da ajuda de custo para deslocamento. Embora o
nome fosse muito claro em dizer que é uma ajuda de custo para deslocamento e não o
pagamento total do deslocamento, muitos tutores utilizaram desta característica para
justificar a sua aceitação ou não das turmas.
Em alguns municípios a distância para o tutor percorrer era pequena, mas os
horários de transporte não estavam em conformidade com o horário do curso, e como a
ajuda de custo não cobria os valores gastos com a utilização de transporte pessoal,
tivemos sérios problemas em conseguir tutores para algumas turmas.
Outras vezes as condições de deslocamento eram péssimas, tutores que não
possuíam carro tinham que se deslocar de taxi, já que o transporte rodoviário só chegava
no município 2 vezes por semana, e para poder garantir a realização da turma tinham que
informar um deslocamento maior do que o esperado garantindo assim a presença do tutor
na formação.
Entendemos que a fragilidade se inicia na interpretação do termo ajuda de custo,
mas muitos tutores quando orientados destas características colocavam que nunca
haviam sido informados e que nestas condições não realizariam mais turma, o que
contribuiu significativamente para desistências.
Mas também acreditamos que situações como estas podem ter prejudicado o
orçamento do projeto, uma vez que, a partir do segundo semestre tivemos que informar a
cidade de origem do tutor, garantindo que a equipe responsável pelas ajudas de custo
pudesse conferir os valores do deslocamento e impedir pagamentos fora dos padrões. A
partir daí as exceções e problemas tinham rigorosamente que passar pela coordenação
macro.
Isso não teria sido um problema se além do desentendimento sobre o fato de ser
uma ajuda de custo, muitos tutores tivessem com atrasos nos seus pagamentos,
acarretando no deslocamento pago de seus próprios orçamentos.
Na metade do ano de 2014 ainda tínhamos tutores com ajudas de custo da
formação de tutores pendentes, e cada vez que tentávamos uma solução junto a equipe
observávamos que havia um problema sério de comunicação e organização do trabalho.
Um exemplo disso é a quantidade de vezes que enviamos uma tabela atualizada com os
dados bancários dos tutores, e ainda no início do segundo semestre de 2014, havia
colegas da equipe de ajuda de custo informando que não tinha estes dados.
O mesmo acontecia quando enviávamos e-mail informando alteração de tutor e
consequentemente de deslocamento, e ao buscar saber o atraso no pagamento do tutor
que realizou a turma, descobríamos que o pagamento havia sido efetuado a pessoa
errada porque não tinham visto o e-mail enviado com bastante antecedência. Enfim foram
tantos obstáculos que desmotivaram e muito a equipe estadual que sempre buscou ser
muito organizada nos fluxos. Com as mudanças do sistema Workflow e a possibilidade de
registrarmos as alterações no próprio sistema, podemos dizer que todos estes problemas
foram resolvidos em quase que 100%. A equipe também se esforçou e muito para
organizar suas atividades e ao final do projeto, já estava informando no próprio workflow
as datas previstas de pagamentos. Os e-mails lançados pela equipe estadual já estavam
sendo respondidos com rapidez e os problemas com relação ao pagamento das ajudas
de custo foram diminuindo.
Destacamos que a equipe sempre atendeu com simpatia e prontidão nossas
ligações e solicitações, e o que pontuamos aqui como fragilidade são problemas muito
comuns em projetos desta magnitude, foram problemas de organização e comunicação.
O importante é que no final do projeto, todos os tutores já haviam recebido suas ajudas de
custo e estavam contentes com as equipes, mesmo tendo impressões negativas no início
do projeto.
Para futuras formações nossa sugestão se concentra em exercitar a comunicação
e ser mais objetivo nas orientações e promessas. O projeto foi idealizado e colocado para
tutores e orientadores de uma forma muito grandiosa, sem considerar os percalços
inerentes a execução de qualquer projeto. Quando as propostas são colocadas de forma
mais sutil e objetiva, não se desenvolve tantas expectativas. E no caso do Caminhos do
Cuidado estas expectativas já foram alimentadas na formação dos tutores, e coube as
equipes ter que responder a demanda e justificar os problemas vivenciados.
ii. Pagamentos de Bolsas:
Fragilidades semelhantes as vivenciadas com a equipe de ajuda de custos foram
experimentadas com a equipe de pagamentos das bolsas. Tivemos muita morosidade na
organização dos documentos necessários para efetivação do tutor no projeto. E em pleno
segundo semestre de 2014, a equipe estadual detectou que os tutores de Santa Catarina
não tinham assinados os contratos de bolsa, e muitos tutores estavam recebendo sem
estarem em dia.
Como aconteceu com a equipe de ajuda de custo, inúmeras foram as vezes que
enviamos aos colegas uma tabela contendo todos os dados dos tutores, mas mês ou
outro eles solicitavam o envio porque não estavam encontrando os arquivos. Isso ficou
evidente quando na metade do projeto constataram que não tinham os documentos
necessários para confecção dos contratos.
Embora a equipe tenha trabalhado de forma muito aberta e atendesse nossas
ligações prontamente, havia muita demora em informar um prazo de pagamento, e foi
unânime o depoimento dos tutores desmotivados com a desorganização, que
questionavam as datas de pagamento, a necessidade de receberem um e-mail quando o
pagamento da turma fosse liberado, podendo acompanhar o destino dos depósitos
recebidos. Até o final do projeto não ficou claro para os tutores sobre qual turma
correspondia o depósito, tornando muito difícil fazer uma avaliação se todas as bolsas
foram recebidas.
Era norma do projeto que o tutor só receberia a primeira bolsa no prazo de até 60
dias após a realização das 03 primeiras turmas. E esta espera causava muita ansiedade,
fazendo com que eles buscassem amparo nas equipes diariamente, muitas vezes
indignados com a falta de informação.
Com a evolução do sistema Workflow e a melhor organização da equipe nacional,
as datas previstas de pagamentos de bolsas estavam sendo informadas na própria página
da turma no Workflow o que nos ajudou muito a diminuir a ansiedade dos tutores. Porém
em muitos casos o pagamento só foi realmente realizado alguns dias após a data
informada.
Entendemos que as demandas para a equipe de pagamentos eram do país todo e
que organizá-las de acordo com os estados deve ter sido um enorme desafio. Para
futuros projetos, sugerimos que estas equipes sejam descentralizadas por regiões como
aconteceu com as coordenações macrorregionais, facilitando assim a organização das
equipes na realização das demandas e a resolução rápida e efetiva dos problemas.
Outra sugestão está na realização total da formação sob responsabilidade da
escola, que já está acostumada com demandas de pagamentos de tutores, contratação
de serviços e demais fluxos necessários.
Ainda assim, nada temos a reclamar dos colegas da equipe e sim parabenizá-los
pelo esforço constante em modificar sua forma de atuação em prol da qualidade do
projeto. Muitos foram os sentimentos de impotência frente a tantas instancias burocráticas
para efetuar um simples depósito bancários e se a equipe estadual já sofreu com isso,
imaginamos que bombardeios de todos os estados devem ter deixado a equipe
desnorteada. Mesmo com todas as fragilidades não teríamos conseguido sem eles.
iii. Contratação dos serviços de alimentação e estruturas de apoio:
Os fluxos realizados com a equipe de contratação tiveram poucas fragilidades
porque a equipe estadual teve mais autonomia para registrar as informações necessárias
e acompanhar as ações. Como já foi descrito no item de cadastro das turmas, todos os
orçamentos eram realizados pela equipe estadual e cabia a equipe de contratação
efetivar os acordos.
Para selecionar melhor os estabelecimentos, contamos com a ajuda do
representante local. Buscamos sempre colocá-lo a par das possibilidades para
contratação de serviços e dos principais problemas que gostaríamos de evitar, informando
inclusive os valores previstos a serem gastos com a alimentação. Assim, quando
recebíamos as indicações, os municípios já haviam refletido sobre as informações
repassadas e nos forneciam contatos mais fidedignos, reduzindo as chances de
acontecerem problemas.
As principais fragilidades encontradas neste processo, estavam nas datas de
efetivação da contratação. Devido a extensa demanda de trabalho, a equipe nacional
acabava contatando os estabelecimentos faltando um dia para início das aulas. Todos os
dias recebíamos ligações descontentes de gestores e donos de estabelecimentos
informando que tiveram dificuldades para prestar serviço porque foram comunicados na
última hora.
Nos municípios menores, a compra de matéria prima é feita sob encomenda e
considerando o número de pessoas atendidas. Tivemos reclamações de alunos sobre a
alimentação do primeiro dia, e ao questionar com o estabelecimento, éramos informados
que isso só aconteceu porque foram comunicados muito em cima da hora, não dando
tempo de fazer a encomenda. Em outros casos, um novo estabelecimento teve que ser
contratado porque a alternativa principal não pode atender devido à demora na
confirmação do orçamento.
Entretanto, nenhuma turma ficou sem receber a alimentação. Devido aos preços
muito acima do previsto alguns municípios tiveram somente o almoço custeado pelo
projeto, mas todos os alunos receberam a alimentação custeada pelo projeto. Aconteceu
algumas vezes que ao realizar o orçamento com o estabelecimento procurávamos
explicar com clareza o que queríamos e que valor seria pago pelo serviço. Como a equipe
de contratação entrava em contato posteriormente, os estabelecimentos informavam que
os valores haviam subido e tivemos que intervir muitas vezes.
Também experimentamos situações pontuais onde a FIOTEC ao entrar em
contato com os estabelecimentos, modificou as características do serviço e não informou
a equipe estadual, o que se caracterizou num problema constrangedor haja visto que,
informávamos os alunos e gestores do que seria fornecido. Um exemplo disso foi a
contratação de almoço mais refrigerante, negociado pela FIOTEC para uma redução no
valor pela retirada da bebida. Como não sabíamos não informamos os alunos e no dia da
formação pediram a bebida e tiveram que pagar depois gerando muito desconforto.
Com tantas turmas para contratação, e atendendo todos os estados brasileiros,
em alguns casos a contratação de alimentação foi esquecida e lembrada somente no dia
da aula, mas trabalhamos em equipe, uns ajudando os outros na tentativa de solucionar
as pendências e todas as fragilidades foram ultrapassadas com êxito.
A equipe de contratação foi muito prestativa, aberta a sugestão e trabalharam
sempre em parceria com a equipe estadual. Procuramos através do trabalho em equipe
auxiliá-los da melhor forma possível lembrando dos fluxos esquecidos e cobrando as
pendências para que fossem resolvidas, já que eles tinham muitas ações a serem
realizadas.
É importante salientar que enquanto equipe também tivemos fragilidades, uma
delas na digitação dos dados. As vezes com a pressa, enviamos algumas informações
incorretas, e a equipe de contratação, embora taxativa, sempre entendeu que todos no
projeto são passíveis de falhas e procuraram resolver todos os problemas independente
das responsabilidades. Nossas relações não poderiam ser melhores e só se fortaleceram
e aprimoraram ao longo do ano.
iv. Envio dos Materiais:
As primeiras turmas realizadas no estado tiveram o privilégio de receber o kit
completo de materiais didáticos (mochila, camiseta, caderno do aluno e caneta), enviado
na data prevista, a tempo do primeiro dia de aula. Alguns desconfortos aconteceram
apenas por parte dos tutores que não receberam o kit de material para utilização na aula,
ou seja, canetas, papel kraft, barbante e folhas A4 e tiveram que providenciar.
Para a regularização desta situação, o projeto autorizou o pagamento de R$25,00
reais para um dos tutores das turmas, valor destinado a compra destes materiais para uso
em sala de aula, o que contornou completamente a situação.
Mas no decorrer das turmas, um problema com o fornecedor acarretou no atraso
do envio dos materiais principais como caderno do aluno, e na falta de entrega das
camisetas e mochilas. Este problema começou a gerar descontentamento dos municípios
e principalmente de alguns gestores que chegavam até a recusar as turmas. Isso porque
foi feito todo um trabalho de promoção da proposta do projeto incentivando a adesão da
formação e uma das características destacadas era a qualidade do material didático.
Como algumas cidades já haviam recebido a formação e elogiavam os materiais
do curso em reuniões e seminários regionais, os demais municípios se sentiam
prejudicados com a falta do material para as aulas. A equipe estadual teve que utilizar da
criatividade para ajudar os tutores a se adaptarem a realidade. Para os municípios mais
próximos realizávamos cópia das atividades dos dias em que estava confirmada a falta de
material e enviávamos aos tutores. Em outros lugares isso não foi possível, então a
estratégia era projetar a atividade no equipamento multimídia ficando visível a todos.
Aconteceram turmas que só receberam o material no último dia de aula. Alguns
municípios só estão recebendo mochilas, camisetas e canetas agora em janeiro de 2015.
Quando o problema com o fornecedor finalmente foi resolvido, um guia de bolso
foi fornecido juntos com os novos kits, e agora os municípios que já haviam realizado
turmas, estavam descontentes por não receber o novo material fornecido.
Com o período eleitoral e a copa do mundo eventos que ocorreram no ano de
2014, o envio de materiais ficou cada vez mais prejudicado, pois foi decretado no projeto
que durante este período não seria fornecido mochila, camiseta e caneta. Esta informação
chegou apenas através de um e-mail, sem um comunicado oficial que pudesse ser
repassado aos municípios justificando os acontecimentos.
Na cidade de Barra Velha por exemplo, as cobranças dos alunos referentes ao
material eram tantas que o gestor exigia um comunicado oficial da determinação por
escrito, e essa fragilidade se configurou num problema. É importante ressaltar que para
formações futuras, comunicados desta magnitude sejam fornecidos utilizando maior
formalidade, documentada em ofício ou CI que possam ser utilizadas para repassar a
informação aos envolvidos. Tivemos alunos que ligaram questionando o orçamento do
projeto e a falta de legitimidade no envio de um e-mail.
Além disso, o caderno do aluno sofreu alterações de impressão e nem a equipe,
nem os tutores foram comunicados, o que gerou muitos conflitos, prejudicando o
planejamento das aulas que estava todo organizado considerando a configuração do livro
anterior.
Entretanto, a equipe responsável pelo envio dos materiais sempre foi muito
objetiva nas orientações e nos informava dos obstáculos que viriam com antecedência
permitindo que tomássemos providências, isso aconteceu em quase todas as situações,
exceto na alteração de impressão do caderno do aluno. Só por isso, conseguimos
contornar muitos descontentamentos de gestores, alunos, e tutores, ponto extremamente
positivo da atuação da equipe. Os questionamentos não eram pela falta de material
quando avisado, mas pela promessa de envio e o atraso da entrega sem ser comunicado,
e pelas alterações desconhecidas até então pela equipe estadual.
Logo após o período eleitoral, o fornecimento de material começou a se
regularizar, e graças aos esforços da equipe nacional em parceria com a equipe estadual,
o fornecimento de material está sendo regularizado. Ainda no final de 2014 fizemos um
levantamento de todas as turmas que não receberam o kit de material completo,
colocando as informações necessárias para envio, e recebemos notícias todos os dias de
municípios agradecendo a entrega.
Para as últimas turmas, o material do tutor começou a ser fornecido e o
pagamento suspenso. E mais uma vez detectamos a falha na comunicação, pois
acabamos sabendo que o material já estava sendo fornecido através de um tutor. No
cadastro do Workflow continuávamos solicitando o pagamento.
Observou-se que no final do Projeto a qualidade das mochilas enviadas decaíram
muito, praticamente todas estavam manchadas e não foi possível aproveitá-las. No início
do projeto o material era de ótima qualidade, percebemos que essa qualidade foi
diminuindo ao longo do processo, fato que muito lastimamos.
O exercício realizado para driblar os obstáculos foi diário e todos os profissionais
trabalhadores do projeto tiveram que realizar. O Paulo foi nosso contato mais próximo da
equipe de envio de materiais, e com a vinda da Daniela e do Flávio os processos só
melhoraram, o que comprova a necessidade de melhor distribuir as demandas para
garantir a qualidade. Todavia, entendemos que a fragilidade mais desafiadora encontrada
na execução do projeto, se configurou em problemas de comunicação entre todas as
equipes responsáveis pela execução das turmas.
v. Fornecimento de Estruturas de Apoio para a Equipe do Projeto
Preocupados com o orçamento do projeto, a equipe estadual procurou reforçar as
ações de contrapartida dos municípios auxiliando no fornecimento das estruturas de
apoio. Locais para realização das aulas, fornecimento de equipamento multimídia, e em
alguns casos até fornecimento de material para o tutor como canetas, barbante e papel
Kraft. Sempre que possível, buscávamos nos gestores parcerias para fornecimento
gratuito destas estruturas de apoio e estes atenderam de prontidão as solicitações.
A receptividade da formação pelos municípios foi tamanha, que os gestores
organizavam aulas inaugurais, forneciam um segundo café que não estava previsto pelo
projeto, e organizava visitas de reconhecimentos dos serviços de saúde mental
disponíveis.
Por esse comprometimento, não houve necessidade de aluguel de local de aula,
nem de equipamento multimídia. A única estrutura de apoio a ser provida pelo projeto foi
o pagamento de um auxiliar de limpeza para a manutenção do local de aula das turmas
de Concórdia, e foi prontamente resolvido pelo setor de pagamentos do projeto.
vi. Suporte da Equipe de Infraestrutura Nacional
De uma forma geral, considerando as fragilidades levantadas, recebemos o
suporte necessário da equipe de infraestrutura nacional garantindo a realização das
turmas. É importante dizer que as estratégias foram aprimoradas a cada nova experiência
e com certeza se o projeto continuasse com uma segunda etapa, muitas ações seriam
executadas com excelência.
Mas percebe-se o esforço constante de todos os membros do projeto na
resolução dos problemas e melhora das ações executadas. As relações de trabalho entre
a equipe estadual e as equipes de infraestrutura foram se superando a cada dia,
proporcionando a descoberta de afinidades com algumas equipes mais do que com
outras. Porém, entendemos que as relações profissionais estão divididas em diversas
maneiras de fazer, e buscamos conhecer estas formas diferentes de realizar ações e
transformá-las em ferramentas práticas.
O sucesso do projeto e a realização das turmas só foi possível porque a equipe
de infraestrutura forneceu o suporte necessário para que as equipes estaduais
realizassem seu trabalho. E mesmo vivenciado diversas fragilidades, contribuiu de forma
significativa para que as equipes estaduais alcançassem a excelência.
f. MINISTÉRIO DA SAÚDE/ DEGES/DAB/COORDENAÇÃO DE SAÚDE MENTAL
i. Apoio na articulação local:
Diretamente tivemos pouco contato com o Ministério da Saúde, DEGES, DAB e
com as coordenações de Saúde Mental. Quando necessário, as questões eram sempre
levadas a coordenação macrorregional, que fazia esta ligação com as demais instituições
e atendia prontamente nossas solicitações, não necessitando do nosso contato direto com
as entidades. Como conseguimos estabelecer um bom processo de articulação local, não
foi necessário apoio das entidades nestas ações.
ii. Acompanhamento/Monitoramento das ações desenvolvidas:
Nossa principal contato com o Ministério da Saúde foi com o técnico do DEGES
que participou de algumas reuniões do colegiado gestor do projeto no Estado. Algumas
vezes também realizamos reuniões por skype para discutirmos o processo de execução
do projeto. O monitoramento no estado foi realizado, inicialmente, por meio de relatório
semanal encaminhado pela coordenação estadual para a coordenação macrorregional e,
posteriormente, pelo painel de acompanhamento.
Para a equipe estadual foi um grande compromisso manter alimentado o
instrumento que utilizávamos, que nos auxiliou no acompanhamento do andamento do
projeto no estado, permitindo repensar nossas atitudes e norteando nossas ações. Para
equipe estadual de Santa Catarina, foi grandiosa a experiência de desenvolver um projeto
tão ambicioso, e considerando todos os obstáculos vivenciados durante o processo nos
consideramos vitoriosos.
iii. Avaliação longitudinal:
O Projeto Caminhos do Cuidado foi um “caminho” realmente longo a ser
percorrido em todos os aspectos, principalmente na elaboração das ações e efetividade
dos resultados, pois foi necessário um importante crescimento da equipe como um todo,
para atender as necessidades do Brasil e do Estado.
Apesar das diretrizes serem flexíveis, muitos foram os ajustes necessários para
chegarmos no patamar atual. E se “hoje” fossemos continuar com a formação, as equipes
estariam muito mais maduras, preparadas e experientes em todos os aspectos, reduzindo
assim os gastos desnecessários, o número de alunos não formados e as parcerias
estabelecidas.
5. PARTICIPAÇÃO DOS DEMAIS ATORES (ETSUS, COLEGIADO GESTOR
DO PROJETO, SECRETARIA ESTADUAIS E MUNICIPAIS, COSEMS E OUTROS)
Tivemos na execução do projeto, grandes parceiros que nos auxiliaram em vários
momentos. Entre eles, destacamos o trabalho das diretoras das escolas que em todos os
momentos nos apoiaram e deram respaldo para que o projeto pudesse ser coordenado
conforme suas diretrizes, garantindo um voto de confiança em nosso trabalho o que foi
fundamental.
Outra parceria que gostaríamos de destacar foi a da equipe do CIES estadual que
prontamente nos auxiliou na divulgação do projeto e nos mostrou meios de entrarmos de
forma efetiva nas regiões, salientamos o presidente do Cies Fernando de Toledo Barros
Wendhausen, ao qual deixamos neste relatório o nosso agradecimento pois, foi um dos
nossos maiores parceiros, cobrando, incentivando e mobilizando para que os resultados
chegassem onde chegaram.
Não menos importante salientamos a importância do colegiado gestor criado para
auxiliar nas ações de articulação do projeto. Como membro do Colegiado contamos com
a representante do COSEMS Sônia T. Franzoi Bodanese, a representante da Saúde
Mental de Santa Catarina Marly Denise Wuerges Aquino e as representantes da Escola
de Formação em Saúde Rosana Nunes e Maristela Castro.
Além disso tivemos as parcerias entre gerentes de saúde, secretários de saúde
que abraçaram a proposta da formação, foram poucos os gestores que descreveram
obstáculos para realização da formação, e mesmo com a distância entre os municípios
dificultando o deslocamento da equipe estadual, nossa meta pode ser cumprida com
sucesso.
Entendemos que uma fala presencial nas regiões divulgando as propostas e
apontando os ganhos com o projeto teria fortalecido os laços de parceria entre as
instituições e facilitado muito as articulações. Entretanto, as parcerias firmadas foram tão
significativas que conseguimos contemplar todos os municípios com o projeto.
6. METAS ALCANÇADAS
Refletindo sobre as metas qualitativas, conseguimos alcançar quase que a
totalidade do Estado de Santa Catarina, ficando apenas um município de abrangência da
EFOS e alguns municípios de abrangência da ETSUS-Blumenau para serem formados,
mas o compromisso continua firmado de que até final de março todos os municípios
receberão a formação.
Fechamos o relatório parcialmente no dia 31 de janeiro de 2015 com 92.7% ou
10.423 alunos formados no estado, considerando a meta inicial que era de 11.239 alunos
formados.
Para tanto, se fez necessário a prorrogação do término do projeto no Estado, de
dezembro de 2014 para 31 de março de 2015, ficando a equipe reduzida entre os apoios
da ETSUS-Blumenau que trabalharão com o acordo de que não serão remunerados para
cumprir com as pactuações, e 1 apoio na EFOS que receberá para responder pelo projeto
como um todo até seu fechamento previsto para o final do mês de março.
O Caminhos do Cuidado teve sua continuidade no ano de 2015, visando alcançar
100% da meta, as atividades acabaram se estendendo até junho de 2015. Aproveitamos
para destacar que houve o desejo de realização do Projeto em comunidades indígenas,
foram várias tentativas por parte dessas regiões, que acabaram lamentando muito que a
população indígena não estivesse prevista nessa formação.
Das regiões de Saúde de abrangência da ETSUS Blumenau, 52 município
realizaram a formação, apenas o município de Imbúia não enviou seus profissionais. De
qualquer forma, verificamos que por fim alcançamos e ultrapassamos em 172 vagas
ofertadas os 100% estabelecidos na meta, totalizando 11.239 vagas ofertadas no Estado.
7. O QUE FOI BOM E PODE SER UTILIZADO EM FUTUROA PROJETOS E O QUE
NÃO FOI BOM E PODE SER APRIMORADO
Poderíamos citar aqui experiências significativas de aprendizados vivenciados
durante a organização desta capacitação no estado. Gostaríamos de destacar pontos
chaves no desenvolvimento das equipes:
Conseguir realizar a articulação das turmas com excelência considerando a necessidade
de conhecimento das realidades nas regiões de abrangência das duas escolas, sendo
uma equipe que trabalharia em duas instituições, que abraçaram a causa, demonstrando
que foi um grande ganho repassar às escolas a função de execução do projeto.
A importância de uma boa indicação para componentes da equipe, o que facilitou na
realização das ações propostas pois todos os integrantes trabalharam com
comprometimento.
O exercício diário e constante de exercitar a boa comunicação, a paciência e o trabalho
em equipe como ferramentas fundamentais para o sucesso de qualquer projeto em
execução.
A importância do planejamento das atividades, experiência potencializadora das ações de
articulação, do fortalecimento da confiança no trabalho das instituições envolvidas e na
manutenção da qualidade da formação.
Ainda salientamos que nem todas as experiências foram positivas sendo de
extrema importância pontuar que:
O fato de a formação das escolas não ter acontecido no início do projeto para maior
envolvimento e conhecimento sobre a proposta irá dificultar o aproveitamento dos
materiais do curso posteriormente em formações futuras, já que poderia ser um tema
utilizado dentro da grade curricular da escola;
A pouca autonomia que as escolas tiveram para realizar mudanças no desenvolver do
projeto já que o mesmo veio pensado e fechado com suas regras pré-determinadas, e as
realidades locais são peculiares.
8. CONCLUSÃO
Concluímos que o conhecimento aprendido e disseminado no projeto é apenas
um novo caminho a ser trilhado pelos profissionais, que ainda terão muito trabalho ao
precisar transformar estas experiências em ferramentas práticas para serem utilizadas
nos seus ambientes de trabalho.
Todavia, é de muita relevância que a proposta se amplie para os demais
profissionais das equipes de estratégia de saúde da família. Foram ouvidos muitos
depoimentos de gestores, coordenadores, profissionais e até comunidade em geral dessa
necessidade, uma vez que, muitos participantes já sentiram uma barreira na utilização
destas ferramentas no trabalho por falta de conhecimento e como consequência
sensibilização dos demais membros das equipes.
Como foi relatado pelos tutores e alunos o projeto possibilitou que os paradigmas
fossem quebrados e novas perspectivas de atendimento fossem implementadas utilizando
recursos já existente há muito tempo disponíveis na rede, mas que não eram
reconhecidos pelos profissionais.
O projeto foi recebido pelos municípios de braços abertos e finaliza com inúmeros
relatos de excelência, principalmente porque já podemos identificar mudanças
significativas na forma de atuação dos profissionais capacitados o que tem refletido em
satisfação da população em geral.
As poucas fragilidades apontadas pelos municípios foram problemas de
infraestrutura durante a realização das turmas e morosidade na resolução de problemas
que na sua maioria das vezes não dependia da equipe estadual para sua efetiva
resolução.
O projeto em Santa Catarina só compactua com as ideias de que o trabalho em
equipe, a organização e o conhecimento são ferramentas poderosas para a
transformação e melhora da saúde mental no país. A equipe estadual buscou utilizar da
melhor forma estas ferramentas e fecha o projeto com os resultados aqui apresentados.
9. Considerações de Macrorregional:
O Caminhos do Cuidado em Santa Catarina foi muito bem acolhido no Estado
pelas duas escolas (EFOS e ETSUS Blumenau). Concordo com as palavras desse
relatório, sobre a trajetória do Projeto nesse Estado. A equipe estadual foi muito
responsável e criou uma forma própria de trabalho e monitoramento, a cooperação
permeou todos os seus integrantes. O colegiado gestor foi um ponto de destaque para a
execução do projeto, seus encontros foram mensais e, geralmente, havia participação de
todos os membros, que durante todo o processo estiveram abertos a colaborar para a
execução do Projeto no prazo estipulado inicialmente (dezembro/2014). Por melhor que
tenha sido a integração entre as duas Escolas, avalio essa situação como uma dificuldade
no processo de trabalho, pois a equipe encontrava-se dividida entre as duas escolas, o
que acabou refletindo em modos diferentes de operar, em alguns momentos isso causou
alguns tensionamentos no processo de trabalho, acarretando na necessidade de
ampliação do prazo para execução do Projeto no Estado.
Destaco que foi possível perceber, durante esse percurso, como um ponto a ser
refletido, o papel das Escolas na execução do Projeto. Percebe-se na leitura desse
relatório, que as Escolas carregaram alguns sentimentos que poderiam ter sido melhor
acolhidos, como por exemplo, o desejo de ter participado das formações de tutores, esse
desejo apareceu diversas vezes durante as reuniões de colegiado, assim como, o
descontentamento com o atraso dos materiais das turmas que ocorreram no período da
Copa do Mundo. Essas revindicações foram feitas à todas as estâncias do Projeto,
macorregional, técnico do DEGES, grupo condutor. No entanto, quando o Projeto
ofereceu a possibilidade de realizar uma oficina de formação para os profissionais da
Escola, não houve interesse por parte das mesmas. De qualquer forma, percebe-se que o
Caminhos do Cuidado trouxe ao Estado novas possibilidades de trabalho, um olhar mais
ampliado, uma prática visando a integralidade e um melhor acolhimento do usuário.