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RELATÓRIO SOBRE BOAS PRÁTICAS NAS EMPRESAS 2013

RELATÓRIO SOBRE BOAS PRÁTICAS NAS EMPRESAS 2013

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RELATÓRIO SOBRE BOAS PRÁTICAS NAS EMPRESAS 2013    

 

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Relatório sobre boas práticas nas empresas 2013 (PT) 

2 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FICHA TÉCNICA 

Título: Relatório sobre boas práticas nas empresas 2013 (PT) 

Autoria: CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

 

Edição: Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Rua Viriato, n.º 7 – 1.º, 2.o e 3.o – 1050‐233 LISBOA 

Tel.: 217 803 700 • Fax: 213 104 661 

E‐mail: [email protected] • Sítio: www.cite.gov.pt 

 

 

 

Lisboa, outubro de 2014 

Disponível on line em www.cite.gov.pt

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3 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Índice Enquadramento .............................................................................................................. 4 1.Introdução .................................................................................................................... 7 2.Boas Práticas em Igualdade de Género no âmbito da Responsabilidade Social – conceitos e dimensões .................................................................................................... 13 

Conceitos .................................................................................................................... 13 Dimensões da Igualdade de Género ........................................................................... 14 

3.Identificação de boas práticas em Portugal por dimensão ..................................... 19 4.Quadro Orientador e Estratégico – Europeu e Nacional ....................................... 26 5.Referências Bibliográficas ........................................................................................ 39 

   

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4 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Enquadramento   A Estratégia Europeia para a Igualdade entre Homens e Mulheres 2010‐2015 assumiu como primeira prioridade a  igualdade na  independência económica, reafirmando que esta é uma condição essencial para que os homens e as mulheres possam determinar a sua própria vida e tenham verdadeiras possibilidades de escolha.  O Programa do XIX Governo Constitucional determina a execução de políticas públicas no  âmbito  da  cidadania  e  da  promoção  da  igualdade  de  género,  expressamente reconhecendo  que  a  valorização  da  igualdade  de  género  em  tempos  de  conjuntura económica  difícil,  deve  ser  encarada  não  apenas  como  uma  questão  de  direitos humanos  e  de  justiça  social,  mas  também  como  uma  pré‐condição  para  um crescimento sustentável e para a promoção do emprego e da solidariedade.  As  Grandes  Opções  do  Plano  para  2013  refletiam,  então,  a  necessidade  de  dar continuidade  ao  processo  de  diálogo  com  os  parceiros  sociais  no  que  se  refere  à situação  das  mulheres  no  mercado  de  trabalho,  designadamente  quanto  ao desemprego,  à  diferenciação  salarial,  aos mecanismos  de  conciliação  entre  a  vida familiar e a vida profissional, ao acesso a cargos de direção e à prevenção e combate ao assédio sexual e moral no trabalho.  A existência em Portugal de um quadro jurídico‐constitucional apto a assegurar não só a aplicação como a promoção e o aprofundamento dos direitos de igualdade e de não discriminação, designadamente das mulheres trabalhadoras, não significa, por si só, a garantia de que não há, na prática, diferenciações no tratamento do trabalho prestado por  homens  e mulheres.  Entre  o  de  jure  e  o  de  facto  persistem,  pois,  diferentes realidades,  demonstrando‐se  assim  a  necessidade  de  prosseguir  o  combate  a  estas diferenciações.  Assim, devem ser promovidas ações que possibilitem, por um lado, que a situação das mulheres, designadamente no mercado de trabalho, não se deteriore e, por outro, que seja aproveitada a qualificação das mulheres como uma mais‐valia para a superação desta crise.   As  mulheres  estiveram  sempre  mais  expostas  ao  desemprego,  apresentando estruturalmente taxas de desemprego superiores às dos homens. Numa análise ao ano de 2013, a  taxa de desemprego dos homens e das mulheres  foi,  respetivamente, de 16,0% e de 16,4%. Entre a população jovem (dos 15 aos 24 anos) a referida diferença é mais visível já que, neste mesmo segmento, a taxa de desemprego dos rapazes foi de 36,7%  e  a  das  raparigas  de  39,6%.  É  igualmente  assinalável  essa  diferença  na população  desempregada  com  níveis  habilitacionais mais  elevados. Na  verdade,  no mesmo período, 67,5% dos desempregados  com o ensino  superior  foram mulheres. Também  no  que  se  refere  ao  desemprego  de  longa  duração,  tendo  em  conta  a população desempregada há 25 ou mais meses, as mulheres representam 61,9% dessa população. 

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5 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

De acordo com os dados do Eurostat, a taxa de emprego das mulheres em Portugal, entre os 15 e os 64 anos foi, em 2013, de 57,9%, enquanto na União Europeia (UE 28) a média foi de 58,8%, sendo que o valor nacional excede largamente o dos outros países do sul da Europa, aproximando‐se do padrão dos países do Norte da Europa1. Mas, ao contrário  desses  países,  em  que  a  proporção  de mulheres  que  trabalham  a  tempo parcial  é  elevada,  as  mulheres  portuguesas  trabalham  maioritariamente  a  tempo inteiro: apenas 14,0% das mulheres portuguesas empregadas trabalha a tempo parcial, sendo de 32,1% a média na União Europeia. Sublinhe‐se ainda que nos países do Norte da  Europa,  com maiores  taxas  de  emprego  feminino,  a  proporção  de mulheres  a trabalharem a tempo parcial é muito superior à verificada em Portugal.2  Relativamente  às  diferenciações  salariais,  diga‐se  que  as  mulheres  recebem,  em média, remuneração inferior à dos homens.   De acordo com os critérios do Eurostat, e apesar da média da União Europeia ser mais alta  (16,4%),  ainda  assim,  continua  a  haver  em  Portugal  15,7%  de  diferenciação salarial, na remuneração média mensal de base, valor que é de 18,5% se atendermos aos critérios estatísticos que utilizamos ao nível nacional. No que  respeita ao ganho, isto  é,  ao montante  resultante  da  soma  da  remuneração  de  base  com  os  prémios, subsídios, horas suplementares e extraordinárias, o ganho médio mensal das mulheres representava, no mesmo período, e de acordo com dados do Gabinete de Estudos e Estratégia do Ministério da Economia, apenas 78,8% do dos homens.  Apesar  das  suas  melhores  qualificações  académicas,  as  mulheres  continuam  a enfrentar  grandes  obstáculos  no  acesso  a  lugares  de  decisão  económica.  Em  2012, estas  representavam  58,4%  da  população  com  nível  de  escolaridade  superior. Contudo, apesar de mais qualificadas, segundo as estatísticas da Comissão Europeia, em  Portugal,  apenas  7%  de  mulheres  tinham  representação  nos  Conselhos  de Administração  das  18 maiores  empresas  privadas,  nenhuma  sendo  presidente.  Em 2013  este  valor  subiu  para  9%, mantendo‐se  a  inexistência  de  presidentes  do  sexo feminino.  É  de  notar  ainda  que,  em  2013,  das  nomeações  feitas  em  Conselhos  de Ministros 37,5% das pessoas nomeadas foram mulheres.  No  sentido  de  promover  e  melhorar  a  integração  das  mulheres  no  mercado  de trabalho, em geral, o Governo  tem vindo a executar medidas  como é o exemplo da Medida Estímulo 2013, aprovada pela Portaria n.º 106/2013, de 14 de março, que em continuidade com a Medida Estímulo 2012, prevê, nomeadamente a concessão de um incentivo  à  contratação  de  mulheres  com  baixas  qualificações.  Por  seu  turno,  o Programa  Formação‐Algarve  criado  pela  Portaria  n.º  297/2012,  de  28  de  setembro, alterada pela Portaria n.º227/2013, de 12 de julho, vem consagrar uma majoração no apoio financeiro, em relação à remuneração do/a trabalhador/a, para as empresas que  1 Taxa de emprego feminino em alguns países do Norte da Europa: 72,5% na Suécia, 70,0% na Dinamarca, 68,8% na Alemanha e 69,9% na Holanda (2013). 2  Taxa de  trabalho  feminino  a  tempo parcial  em  alguns países do Norte da  Europa:  37,7% na  Suécia,  35,3% na Dinamarca, 45,4% na Alemanha e 77,0% na Holanda. 

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6 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

convertam contratos de  trabalho a  termo certo em contratos sem  termo ou quando os/as  trabalhadores/as  abrangidos/as  são,  nomeadamente,  responsáveis  por  família monoparental  ou  pertencentes  ao  sexo  sub‐representado nos  sectores  de  atividade abarcados.   Acresce referir que, durante os anos 80 do Séc. XX, de acordo com a Organização para a  Cooperação  e  Desenvolvimento  Económico  (OCDE),  nos  países  denominados  de desenvolvidos,  existiu  uma  relação  negativa,  ainda  que  ténue,  entre  o  aumento  do número de mulheres no mercado de trabalho e a natalidade, contudo, de acordo com a mesma  fonte, essa  relação mudou, ou  seja, ao  longo das últimas décadas o que é possível observar é que existe uma divisão clara entre dois grupos de países, em que os que apresentam taxas de fertilidade mais elevadas, são os países em que as taxas de emprego feminino são também mais elevadas.  Contudo,  Portugal  surge  como  um  país  fora  deste  panorama,  na medida  em  que apesar da taxa de mulheres no mercado de trabalho ser bastante elevada, a taxa de fertilidade é, por sua vez, bastante baixa.  Deste  modo,  face  à  atual  tendência  em  Portugal  de  baixa  natalidade  e  de envelhecimento da população, estando assim em risco a renovação das gerações e a estabilidade social, é de assumida importância a promoção de medidas de conciliação entre  a  vida  familiar  e  profissional,  não  somente  pelo  Estado,  como  também  é essencial a participação das empresas.  Neste quadro, o Conselho de Ministros resolveu, conforme consta da alínea e) do nº 1 da RCM nº 13/2013 de 8 de março, aprovar, entre outras, a elaboração e divulgação, no primeiro trimestre de cada ano, de um relatório anual de boas práticas no âmbito da responsabilidade social das empresas, sobre a  implementação de boas práticas no seio das empresas que visam garantir e promover a  igualdade de oportunidades e de resultados  entre mulheres  e  homens  no mercado  de  trabalho,  designadamente  no sentido da eliminação das diferenças salariais, da promoção da conciliação entre a vida profissional  e  a  vida  pessoal  e  familiar,  do  incentivo  ao  aprofundamento  da responsabilidade  social  das  empresas,  da  eliminação  da  segregação  do mercado  de trabalho e de outras discriminações. O relatório que ora se apresenta decorre, pois, do cumprimento do previsto nessa alínea da referida RCM.    

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7 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

1.Introdução    Consta dos objetivos da Estratégia Europa 2020 o aumento para 75%  (até 2020) da taxa de  emprego nas  faixas etárias  entre os  20  e os  64  anos,  e  a  redução  em pelo menos 20 milhões do número de pessoas em risco ou em situação de pobreza. Nesta sequência,  para  a  concretização  desses  objectivos  são  necessárias  políticas  de promoção da  igualdade na participação das mulheres no mercado de  trabalho e na vida pública.  O parecer do Comité Económico e Social Europeu (CESE) sobre o tema “O emprego das mulheres  e  o  crescimento”  (Parecer  exploratório,  2013/C  341/02  de  21/11/2013) afirma: “(…) uma total convergência das taxas de participação produziria um aumento de cerca de 12 % do PIB per capita até 2030”.  A UE e os seus Estados‐Membros confrontam‐se, pois, com o dever de abordarem o emprego das mulheres como uma necessidade económica e não mais como um tema de debate sobre igualdade, com o propósito de ser assegurado um desenvolvimento e crescimento  sustentáveis e, ao mesmo  tempo,  fazer  face aos desafios demográficos, sociais e ambientais.  O  Parecer  do  CESE  acima  referenciado  adianta:  “…  a  igualdade  entre  homens  e mulheres é uma condição importante para alcançar este tipo de progresso. Ao mesmo tempo, a medição do PIB não deve continuar a basear‐se exclusivamente no paradigma da  produção/consumo,  devendo  incluir  também  indicadores  como  o  bem‐estar  e  a sustentabilidade  (económica,  social  e  ambiental),  com  vista  a  «passar  para  uma política mais equilibrada”.  Face  à  necessidade  de  promoção  de  políticas  de  igualdade,  abrangendo  o  tecido empresarial português, o presente relatório pode assumir‐se como um contributo para a crescente incorporação de medidas e práticas promotoras da igualdade de género no mundo laboral.   Pretende‐se  ainda,  com  o  presente  relatório,  sistematizar  a  identificação  de  boas práticas no âmbito da responsabilidade social das empresas, em matéria de igualdade e  de  não  discriminação  entre mulheres  e  homens  no  trabalho  e  no  emprego  e  de conciliação entre a  vida profissional,  familiar e pessoal, estruturando‐se da  seguinte forma:  

1‐ Introdução; 2‐ Boas Práticas em  Igualdade de Género no âmbito da Responsabilidade Social –conceitos e dimensões  3‐ Identificação de boas práticas em Portugal 4‐ Recomendações 5‐ Referências Bibliográficas 

 

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8 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Tratando‐se  de  uma  enunciação  e  descrição  de  boas  práticas  já  implementadas,  o efeito multiplicador  e  a  transferibilidade  das medidas  podem  ser,  também,  fatores encorajadores para as empresas e organizações.  São suficientemente conhecidas e reconhecidas as iniciativas e ações que, nos últimos anos,  as  empresas  e organizações  têm desenvolvido no  âmbito da  responsabilidade social, designadamente, em processos decorrentes da Norma Portuguesa 4469, da ISO 26000 e do funcionamento da rede RSOPT. A responsabilidade social não é, podemos afirmá‐lo,  matéria  alheia  ao  funcionamento  e  afirmação  do  tecido  empresarial português.  Contudo,  a  Igualdade  de  Género  tem  sido  entendida  como  uma  sub‐dimensão de um dos pilares da  responsabilidade  social,  a  saber, o pilar  social. Ora, assentando  a  responsabilidade  social  em  três  pilares  –  o  económico,  o  social  e  o ambiental ‐ defende‐se, pelas razões expostas, que a igualdade de género assuma um cariz transversal aos três pilares.  A metodologia que preside à enunciação e descrição das boas práticas, constantes no capítulo Identificação de boas práticas em Portugal, assenta no trabalho de recolha e sistematização que a CITE (Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego) tem desenvolvido nas  redes e projetos em que participou ou participa como membro ou entidade coordenadora, ao longo dos anos.  Mais acresce que, no mesmo capítulo, não serão identificadas as empresas, dado que o estão nos projetos e  redes  acima descritos.  Será dada  visibilidade  à enunciação e descrição da boa prática, devidamente indexada à respetiva dimensão da igualdade.  Assim, apresentam‐se, de seguida, as fontes das boas práticas identificadas: 

    Projeto DSIE – Projeto Diálogo Social e Igualdade nas Empresas, desenvolvido no âmbito da Iniciativa Comunitária EQUAL, (2006/2009)   Objetivos:  incentivar  as  empresas  e  entidades  empregadoras  a  adotarem  e valorizarem práticas de responsabilidade social procurando reforçar, encorajar, reconhecer, acompanhar e divulgar boas práticas de  igualdade entre mulheres e homens nas empresas; apoiar as empresas na promoção de boas práticas de igualdade  entre  mulheres  e  homens  e  da  conciliação  da  vida  familiar  e profissional. Metodologia:  comunidade  de  prática  envolvendo  diferentes  atores (responsáveis  de  topo  de  empresas,  trabalhadores/as  e  técnicos/as  com competências em matéria de  igualdade de género), assentando nos princípios da participação, da reflexividade, do empowerment e da inovação, com vista a criar e desenvolver condições para a promoção, acompanhamento e divulgação das boas práticas de igualdade de género desenvolvidas pelas empresas.  Parceiros: entidades públicas (CITE – Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, entidade promotora,  IAPMEI –  Instituto de Apoio às Pequenas e Médias  Empresas  e  à  Inovação),  parceiros  sociais  (CGTP‐IN  ‐  Confederação Geral  dos  Trabalhadores  Portugueses  –  Intersindical  Nacional,  UGT  –  União 

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9 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Geral  de  Trabalhadores,  CCP  –  Confederação  do  Comércio  de  Portugal), empresas  públicas  (RTP  –  Rádio  Televisão  de  Portugal  e  TAP  Portugal), academia  (ISCTE  –  Instituto  Superior de Ciências do  Trabalho  e da  Empresa), associações  (APEE – Associação Portuguesa de Ética Empresarial), centros de investigação  (CESIS  –  Centro  de  Estudos  para  a  Intervenção  Social)  tendo‐se associado,  também,  as  empresas  privadas  (IBM  Portugal,  Grupo  Auchan, Somague,  Grafe,  AXA,  Estoril  Sol,  Microsoft,  Xerox)  e  ainda,  na  fase  de disseminação, a CIG, Comissão para Cidadania e  Igualdade de Género, a ANE, Associação  Nacional  das  Empresárias  e  a  ADC,  Associação  para  o Desenvolvimento de Competências. Produtos:  Guia  de  autoavaliação  da  igualdade  de  género  nas  empresas; Referencial  de  formação  em  igualdade  de  género  para  consultores/as  e auditores/as;  Solucionário  –  Encorajamento  de  Boas  Práticas,  uma Metodologia  de  demonstração  pelas  empresas  e  para  as  empresas  de  boas práticas em igualdade de género. 

 

PIQ – Prémio Igualdade é Qualidade ‐ galardão de excelência, criado pela CITE em  2000,  e  hoje  realizado  em  parceria  com  a  CIG.  Já  recebeu mais  de  200 candidaturas  ao  logo  das  suas  10  edições,  tendo  distinguido  perto  de  50 empresas  e  entidades  públicas  e  privadas,  que  já  assumem  na  sua  cultura empresarial  a  igualdade  de  género  e  a  promoção  da  conciliação  da  vida familiar com a vida profissional, como uma estratégia de gestão, definindo e prosseguindo  boas  práticas,  com  vista  a  diminuir  as  assimetrias,  ainda existentes entre homens e mulheres no mundo laboral. Este  prémio  visa,  acima  de  tudo,  reconhecer  e  premiar  as  boas  práticas identificadas por uma equipa  técnica e  fomentar a disseminação dessas boas práticas.  O  PIQ  tem  contribuído  ativamente,  ao  longo  dos  anos,  para  a compreensão,  no  mundo  laboral,  quer  privado,  quer  público,  de  como  a promoção  da  igualdade  de  género  no  trabalho  e  a  responsabilidade  social interna são motores  importantes para a melhoria dos níveis de produtividade, competitividade e sustentabilidade económica, não só da própria organização, como  também  da  sociedade  em  geral.  O  Júri  é  composto  por  mais  de  20 representantes de diversas entidades públicas, associações e parceiros sociais.  

  Rede RSO PT, Rede Nacional de Responsabilidade Social ‐ visa implementar a Responsabilidade  Social  em  Portugal,  através  da  integração  voluntária  de preocupações  sociais, económicas e ambientais por parte das organizações – públicas, privadas e terceiro sector, nas suas operações e na sua interação com outras partes interessadas. É uma  rede nacional sem  fins  lucrativos nem quotizações, enquanto estrutura aberta,  pública,  multissetorial  e  multifuncional,  que  procura  dinamizar atividades  de  promoção  e  implementação  de  Responsabilidade  Social  em Portugal. A Rede RSO PT, lançada oficialmente no dia 27 de Novembro de 2008, conta atualmente com cerca de 300 organizações membros. Com  o  lema  Rede  RSO  PT:  Incentivamos  Atitudes,  a  RSO  PT  assume  como missão prioritária trabalhar as diferentes dimensões da responsabilidade social 

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10 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

(ambiental, economia e social),  incentivando atitudes concretas na gestão das organizações em prol do desenvolvimento sustentável. A  concretização  dos  objetivos  é  implementada  através do  desenvolvimento  e tratamento de indicadores, da realização e divulgação de estudos, da promoção de  formação  e  de  campanhas  de  informação  e  sensibilização,  da disponibilização  de  ferramentas  de  diagnóstico,  de  planeamento,  de implementação, de avaliação e de monitorização da Responsabilidade Social. Sendo  a  CITE  membro  fundador  e,  nessa  qualidade,  membro  do  Steering Committee  dinamizou,  desde  a  primeira  hora,  assumindo  ainda  a  sua coordenação, o Grupo de Trabalho da Igualdade de Género, no seio da Rede. 

*  Ações  desenvolvidas  pelo  Grupo  de  Trabalho  da  IG:  projeto  “A dessegregação  profissional  no  combate  à  pobreza”  inserido  no  Ano Europeu  do  Combate  à  Pobreza  e  à  Exclusão  Social,  com  o  objetivo  de contribuir para a  redução da pobreza e da exclusão social das mulheres e dos homens desempregadas/os ou em risco de desemprego no concelho de Castelo  Branco;  conceção  e  produção  do  “Guião  de  visitas  a  entidades empregadoras com boas práticas em igualdade entre mulheres e homens – Visitar para replicar”. 

  Fórum Empresas para a  Igualdade – o nosso compromisso: na sequência de projetos e parcerias nacionais e  internacionais,  foi  identificada a necessidade de criar um grupo que, de forma organizada, constituísse o núcleo inicial para um Projeto que agregasse empresas no  compromisso de promover, nas  suas organizações, medidas para a igualdade de género. Assim, no âmbito da missão, atribuições e competências da CITE e,  tendo em conta  a  Estratégia  Europeia  2020,  bem  como  as  prioridades  do  Estado Português relativamente à Igualdade de Género no quadro dessa estratégia, foi, então,  concebido  e  desenvolvido  um  projeto  com  e  para  as  empresas  cuja finalidade consiste na criação de um fórum de empresas que, face aos desafios da competitividade, querem assumir uma cultura coletiva de responsabilidade social, incorporando nas suas estratégias de gestão os princípios de igualdade entre  mulheres  e  homens  num  compromisso  claro  com  a  promoção  da igualdade profissional e com o combate a todas as  formas de discriminação de género no trabalho e no emprego.  Em  19  de Abril  de  2012,  a  CITE  convidou  a  participar,  numa  1ª  reunião,  um conjunto  de  empresas  que,  de  alguma  forma,  já  tinham  evidenciado  boas práticas  em  matéria  de  Igualdade  de  Género  e  outras  que  já  haviam manifestado interesse na sua promoção.  A adesão a  este Projeto  foi grande, por parte de um número  significativo de empresas,  tendo  o mesmo  passado  a  designar‐se  “Fórum  Empresas  para  a Igualdade de Género – o nosso compromisso”. O pressuposto da  adesão de qualquer  empresa ao projeto  “Fórum  Empresas para a Igualdade de Género – o nosso compromisso” é, portanto, a definição de compromissos de melhoria ‐ medidas /práticas ‐ em matéria de igualdade de género, assumidos por cada empresa parceira, vertidos num anexo que é parte integrante de um protocolo, a que se chamou ACORDO DE ADESÃO. 

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11 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

No  dia  18  de  Fevereiro  de  2013,  21  empresas  representativas  dos  mais importantes setores da economia nacional  juntaram‐se para assinar o Acordo de Adesão.  O documento  foi assinado por: APDL  (Administração dos Portos do Douro  e Leixões);  APS  (Administração  do  Porto  de  Sines),  APSS  (Administração  dos Portos  de  Setúbal  e  Sesimbra);  AUCHAN  Portugal;  BAÍA  DO  TEJO;  BANCO SANTANDER  TOTTA;  BES  (Banco  Espírito  Santo);  CARRIS;  CH  BUSINESS CONSULTING;  CTT;  EDP;  GEBALIS;  IBM;  INCM;  MICROSOFT;  NESTLÉ;  PSA PEUGEOT  CITROEN  (Mangualde);  PORTUGAL  TELECOM;  RTP;  VISTEON; XEROX. Em 27 de Março de 2014, aderiram formalmente ao Fórum 10 novas empresas, a saber: ESTRADAS DE PORTUGAL; GALP ENERGIA; L’ORÉAL; MERCER; METRO DE  LISBOA;  GRUPO  PSA  COMÉRCIO  E  BANQUE  (Automóveis  Citroen,  SA; Peugeot Portugal Automóveis; Peugeot Portugal Automóveis Distribuição, SA; Banque PSA Finance ‐Sucursal Portugal); REN.  Acresce  a  este  grupo,  que  é  aberto,  um  conjunto  de  observadores/as  – empresas,  organizações  de  profissionais,  organizações  não‐governamentais  e peritos/as em nome individual ou da academia.  A coordenação do Fórum é assumida por uma TASK FORCE, composta pela CITE e seis empresas e ocorrem trimestralmente reuniões plenárias, com agenda pré‐estabelecida  pela  TASK  FORCE,  para  tomar  decisões,  discutir  propostas  de qualquer membro, aprovar documentos e atividades e partilhar boas práticas. As  reuniões  ocorrem  sempre  numa  das  empresas  aderentes,  sendo apresentadas práticas de duas ou três empresas, com debate. As medidas/compromissos  assumidos  são monitorizados  semestralmente  e  já foi  produzido  o  primeiro  Relatório  Anual.  Estão  previstas  para  2014  visitas mútuas entre empresas. Durante a  sua vigência o Fórum aderiu à Campanha Nacional sobre Conciliação. 

  Norma  Portuguesa  4522  das  Organizações  Familiarmente  Responsáveis:  A ideia  de  elaborar  uma  norma  de  responsabilidade  social,  que  abrisse  um espaço específico para a  responsabilidade  familiar,  surgiu no  seguimento de um  projeto  transnacional  da  Iniciativa  Comunitária  EQUAL  ‐  em  que participaram, a nível nacional,  várias  entidades, designadamente a ANJAF, a AESE, a Deloitte, a AMA, a Sogenave, a  ITAU e a HUF  ‐ que deu origem a um referencial para organizações familiarmente responsáveis. Face  à  inexistência,  ao  tempo,  de  uma  norma  nacional,  europeia  ou internacional,  que  se  dedicasse  exclusivamente  à  responsabilidade  familiar das organizações, a APEE assumiu a coordenação dos trabalhos conducentes à elaboração de uma norma portuguesa que  fornecesse  linhas de orientação para  as  organizações  que  desejassem  adotar  políticas  e  práticas familiarmente responsáveis. Para o efeito, reuniu representantes de um leque alargado  de  partes  interessadas,  entidades  públicas,  organizações  da sociedade  civil,  empresas,  centros  de  investigação  e  peritos/as,  e  propôs  ao Organismo  Nacional  de  Normalização  (ONN)  a  criação  de  uma  Comissão Técnica para o efeito ‐ a CT 179.  

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12 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Uma das primeiras preocupações do grupo de trabalho, do qual a CITE também fez parte desde a primeira hora,  foi a  recolha de  exemplos de boas práticas, dado  que  pretendia  inspirar‐se  em  soluções  já  testadas,  para  desenhar  um modelo normativo suscetível de ser utilizado com sucesso pelas organizações que pretendessem promover uma  cultura de harmonização entre os valores do  trabalho  e  da  família. Outra  foi  a  de  dotar  esta Norma  da  flexibilidade, generalidade  e  clareza,  necessárias  para  poder  ser  utilizada  por  todas  as organizações, públicas, privadas e/ ou  cooperativas,  independentemente da sua natureza e dimensão. A NP 4522 procede  também ao  levantamento de  todos os normativos  legais uma vez que estes constituem a referência vinculativa das Organizações. Neste domínio, encontram‐se elencados não só os  instrumentos de direito nacional, mas  também  internacional  e  da União  Europeia  aplicáveis,  em  particular,  a Constituição da República Portuguesa, o Código do Trabalho, a Convenção 156 da OIT (1981), a Carta dos Direitos Fundamentais da UE (2000) e as Diretivas sobre licença parental (2010), proteção da maternidade e, dada a interligação entre  a  conciliação  trabalho/família  e  a  igualdade  de  género,  também  as diretivas sobre igualdade entre mulheres e homens no trabalho e na atividade profissional (2006 e 2010).  Valores e princípios subjacentes: respeito pelo valor da dignidade humana, da liberdade  e da  igualdade  entre  todos os  seres humanos,  em particular  entre mulheres  e  homens;  do  estado  de  direito  democrático,  com  os  inerentes direitos  à  cidadania,  à  iniciativa  privada,  à  empresa,  à  propriedade  e  a  um ambiente  sustentável;  respeito  pelo  valor  da  família;  respeito  pelo  valor  da dignidade no trabalho. 

   

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2.Boas Práticas em  Igualdade de Género no âmbito da Responsabilidade Social – conceitos e dimensões    As  organizações  socialmente  responsáveis  assumem  cada  vez mais  a  promoção  da igualdade  de  género  e  da  conciliação  do  trabalho  e  da  vida  familiar  e  pessoal, integrando na sua gestão, políticas e práticas nestes domínios.  As organizações que investem nestas matérias optam por uma estratégia que lhes traz benefícios e vantagens competitivas, enquanto organizações compostas por mulheres e por homens, por trabalhadores e trabalhadoras.  

Conceitos 

Responsabilidade Social Responsabilidade  da  organização  pelos  impactes  das  suas  decisões  e  atividades  na sociedade  e  no  ambiente,  através  de  um  comportamento  ético  e  transparente  que contribua  para  o  desenvolvimento  sustentável,  incluindo  a  saúde  e  o  bem‐estar  da sociedade;  tenha  em  conta  as  expectativas  das  partes  interessadas;  esteja  em conformidade  com  a  lei  aplicável  e  seja  consistente  com  as  normas  de  conduta internacionais;  esteja  integrado  em  toda  a  organização  e  seja  praticado  nas  suas relações.  [NP ISO 26000:2011]  Boa prática Uma boa prática resulta de uma ideia, preferencialmente inovadora, que se apresenta como solução para um determinado problema, num determinado contexto. Poderá ser uma medida  ou  ação  de  natureza  voluntária  destinada  a  favorecer  trabalhadores  e trabalhadoras, reconhecida com base na experiência, que provou ser bem‐sucedida, e que vai além do cumprimento da lei e dos instrumentos de regulamentação coletiva do trabalho.  

Esta deverá ser:   PARTICIPADA  aos/às  destinatários/as  da  prática  e  os/as  seus/suas beneficiários/as  envolvidos/as  na  sua  construção  e  implementação, contribuindo para uma participação acrescida em contexto organizacional;  ADEQUADA  ‐  responde  às  necessidades  dos/as  destinatários/as  e beneficiários/as, respeitando as suas culturas, interesses e experiências;  ÚTIL  ‐  cria  ganhos  e  valor  acrescentado  que  são  reconhecidos  pelos/as destinatários/as  e  beneficiários/as  e  pela  empresa,  sendo  passíveis  de demonstração em termos de: aquisição e/ou melhoria e/ou reconhecimento de competências,  quer  sejam  profissionais,  pessoais  ou  sociais;  aquisição  e/ou 

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melhoria  e/ou  reconhecimento  de  competências  organizacionais;  vantagens competitivas ou mais‐valias para a empresa;  ACESSÍVEL ‐ os/as destinatários/as e beneficiários/as têm conhecimento e fácil acesso à boa prática;  TRANSFERÍVEL  ‐  é  fácil  e  rapidamente  transferível  e  apropriável  por  outras empresas;  SUSTENTÁVEL ‐ é alicerçada num conjunto de meios e recursos que garantem a sua sustentabilidade ao longo do tempo.  

 Sugestões  processuais  que  podem  facilitar  a  identificação  e  narrativa  de  boas práticas: 

 Para  que  o  processo  de  identificação  de  boas  práticas  se  revele mais  fácil,  rápido, eficaz e preciso, são sugeridos os seguintes procedimentos: 

• Identificar as pessoas que estiveram envolvidas na construção e/ou na implementação da prática; 

• Recolher  previamente  todo  o material  e/ou  informação  relacionados com a prática; 

• Validar as  respostas  junto dos/as destinatários/as e beneficiários/as e responsáveis  pela  construção  e/ou  implementação  da  prática  na empresa (DRHs, ORTs ou outros). 

  

Dimensões da Igualdade de Género  I.MISSÃO E VALORES DA EMPRESA  A missão de uma empresa permite, a quem nela  trabalha e à sociedade envolvente, conhecer a sua razão de ser e por que valores e princípios se regem, de modo a guiar comportamentos  e  a  definir  objetivos.  Esta  dimensão  visa  saber  se  a  política  da empresa contempla a incorporação do princípio da igualdade de género na sua missão e nos seus valores estratégicos. Pretende‐se aferir se a empresa considera a igualdade entre  mulheres  e  homens  no  seu  desenvolvimento  organizacional  e  se  essa preocupação se encontra formalmente expressa nos seus documentos. Neste sentido, importa, ainda, verificar a efetivação desta política através da existência de um plano de  ação  com  medidas  e  metas  e  se  a  empresa  disponibiliza  verbas  para  a  sua concretização.  II.RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL Com esta dimensão pretende‐se conhecer a política de gestão dos recursos humanos da empresa, no que concerne ao  recrutamento e  seleção de pessoal. Neste  sentido, importa  saber  se  os  processos  de  recrutamento  e  seleção  de  pessoal  assentam  no princípio da igualdade e não discriminação em função do sexo, adotando a salvaguarda 

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da  utilização  da  designação M/F  nos  anúncios  de  oferta  de  emprego.  É  importante verificar se a empresa encoraja a candidatura e a seleção de homens ou de mulheres em  profissões  onde  um  dos  sexos  esteja  sub‐representado.  Por  outro  lado,  há  que aferir se, por norma, é considerado o princípio da paridade entre mulheres e homens na  constituição  das  equipas  de  seleção.  Por  fim,  há  que  averiguar  se  a  empresa mantém informação, tratada por sexo, relativamente aos processos de recrutamento e seleção desenvolvidos nos últimos anos.   III.APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA A  dimensão  aprendizagem  ao  longo  da  vida  encontra‐se  aqui  considerada  em  dois domínios: a educação e a formação. Estes são analisados tendo em conta um conjunto de possíveis ações ou medidas,  reflexo da  importância que a empresa  lhes  confere. Neste  sentido,  torna‐se premente  saber  se  a empresa  contempla, na  sua política,  a igualdade de acesso de mulheres e homens a oportunidades de educação e formação. Procura‐se, também, aferir se a empresa tem presente o princípio da igualdade e não discriminação entre mulheres e homens quando elabora os seus planos de formação, e se  estes  incorporam  módulos  relacionados  com  esta  temática.  Do  mesmo  modo, importa verificar se é facultada aos trabalhadores e às trabalhadoras a possibilidade de interromperem a carreira para estudos ou  formação, bem  como para a participação em processos considerados de aprendizagem ao longo da vida. As questões seguintes pretendem,  ainda,  averiguar  se  a  empresa  garante  o  acesso  de  ambos  os  sexos  ao número mínimo de horas de formação certificada estabelecido por lei e se privilegia a participação  de  homens  ou  de  mulheres  em  ações  de  formação  dirigidas  a profissões/funções em que se encontrem sub‐representados/as.  IV.REMUNERAÇÕES E GESTÃO DA CARREIRA A  igualdade entre homens e mulheres na esfera profissional deve ser uma constante nas diversas componentes do trabalho, nomeadamente, a nível da remuneração e dos processos de gestão da carreira. O objetivo desta dimensão é o de avaliar se a empresa contempla a igualdade e a não discriminação entre mulheres e homens na sua política de remunerações, promoções e progressão na carreira. A  igualdade de remuneração por trabalho igual ou de valor igual, sem discriminação em função do sexo, a existência de critérios de promoção e progressão na carreira que garantam a igualdade de acesso a categorias ou níveis hierárquicos mais elevados, bem como a possibilidade de uma gestão  da  carreira  igualitária  para  homens  e  mulheres  são  questões  aqui contempladas.  V. DIÁLOGO SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DE TRABALHADORES E TRABALHADORAS E/OU SUAS ORGANIZAÇÕES REPRESENTATIVAS O  diálogo  social  e  a  participação  de  trabalhadores  e  trabalhadoras  na  vida  das organizações estão contemplados a vários níveis na  legislação do trabalho, enquanto referencial  de  democratização  e  cidadania,  no  pressuposto  de  que,  através  dessa participação e diálogo, as empresas mobilizam vontades para alcançar os objetivos da modernização e da competitividade, atendendo também aos interesses e necessidades de quem nelas exerce a sua atividade profissional. Através desta dimensão apreender‐se‐á o modo de relacionamento da empresa com os trabalhadores e as trabalhadoras e 

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suas organizações, de forma a apurar em que medida são chamados/as a participar no quotidiano da empresa e de que modo o diálogo social é parte  integrante da cultura organizacional.  O  fomento,  pela  empresa,  do  diálogo  social  e  da  participação  dos trabalhadores e das trabalhadoras, bem como das suas estruturas representativas, no domínio  da  igualdade  de  género,  da  conciliação  entre  vida  profissional,  pessoal  e familiar  e  na  proteção  da  maternidade  e  da  paternidade  reveste‐se  de  um  valor acrescentado  para  a  prática  empresarial  ao  nível  da  capacidade  de  integração  e motivação dos seus trabalhadores e das suas trabalhadoras.  VI.DEVER DE RESPEITO PELA DIGNIDADE DE MULHERES E DE HOMENS NO LOCAL DE TRABALHO O dever de respeito por mulheres e homens no  local de trabalho é garantido através de  atitudes  e  comportamentos  que  não  ponham  em  causa  a  dignidade  de  cada trabalhador  e  trabalhadora.  As  questões  respeitantes  a  esta  dimensão  pretendem analisar a existência de princípios éticos e de normas que assegurem essa dignidade e que  protejam  os/as  trabalhadores/as  em  caso  de  comportamentos  indesejados, manifestados sob forma verbal, não‐verbal, física, de índole sexual ou outra. Há, então, que atestar a existência de mecanismos formais para apresentação de queixa em casos de  assédio  ou  discriminação  em  função  do  sexo  e  para  a  reparação  de  danos decorrentes da violação do respeito da dignidade de mulheres e homens no  local de trabalho.  VII.INFORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E IMAGEM As questões relativas a esta dimensão têm como objetivo conhecer os procedimentos da  empresa  em matéria  de  igualdade  de  género,  no  que  concerne  aos  conteúdos comunicacionais  transmitidos  interna  e  externamente,  bem  como  à  existência  e tratamento  de  dados  estatísticos  e  de  outra  informação.  É  pertinente  saber  se  a empresa utiliza uma linguagem (escrita, não escrita e imagens) neutra, inclusiva e não discriminatória  nos  processos  de  comunicação  internos  e  externos.  Entende‐se  por linguagem  neutra  a  utilização  de  terminologia  e  formas  gramaticais  sem  impacto diferencial sobre mulheres e homens. A  comunicação não discriminatória  aponta para o uso de  linguagem e  imagens não reprodutoras  de  estereótipos  de  género,  entendendo‐se  estes  como  ideias preconcebidas sobre o que mulheres e homens são, pensam ou agem, com base em diferenças  socialmente  construídas.  As  questões  subsequentes  pretendem, igualmente, verificar a existência e divulgação na empresa, de  informação  relativa a direitos  e  deveres  dos/as  trabalhadores/as.  Do mesmo modo,  importa  saber  se  a empresa procede ao tratamento de dados e informação geral, de forma desagregada, por sexo.    

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 VIII CONCILIAÇÃO ENTRE A VIDA PROFISSIONAL, FAMILIAR E PESSOAL 

8.1NOVAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO As modalidades  flexíveis de organização do  trabalho constituem um dos  indicadores mais importantes de conciliação entre vida profissional, pessoal e familiar. Entendendo o tempo e o modo de organizar o trabalho no cumprimento dos limites legais máximos diários e semanais como elementos reguladores do equilíbrio entre trabalho, família e vida pessoal, este grupo de questões visa saber de que forma a empresa os considera e atende às necessidades dos seus recursos humanos. Procura‐se verificar se a empresa concede  a  trabalhadores/as  modalidades  flexíveis  de  organização  do  trabalho, designadamente  trabalho  a  partir  de  casa,  teletrabalho  ou  trabalho  baseado  na consecução de objetivos.  Importará,  também, conhecer as possibilidades concedidas pela empresa para se atender a solicitações pessoais e familiares. É, ainda, necessário verificar a existência de modalidades de trabalho em horário compactado num número reduzido de dias por  semana  (inferior a 5 dias), ou ocorrência de alguma norma de adequação do horário de  trabalho por  turnos às necessidades de conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal dos/as trabalhadores/as. Esta dimensão visa ainda captar  a  existência  de modalidades  de  trabalho  a  tempo  parcial  ou  de  partilha  do posto de trabalho consagrados na lei, ou para além dela.  

8. 2 BENEFÍCIOS DIRECTOS A TRABALHADORES E TRABALHADORAS A conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal pode ser alcançada através de políticas  promovidas  pela  empresa,  dirigidas  diretamente  a  trabalhadores  e trabalhadoras ou aos/às seus/suas familiares. Procura‐se, com esta dimensão, captar a existência dos diversos tipos de medidas que, enquanto benefícios diretos, contribuam para  essa  conciliação  e  para  o  bem‐estar  de  quem  trabalha  na  empresa. Designadamente,  pretende‐se  identificar medidas  destinadas  ao  equilíbrio  trabalho‐família‐vida  pessoal  de  quem  viva  situações  familiares  especiais,  como  sejam  as famílias monoparentais,  com  filhos/as portadores/as de deficiência ou  com doenças crónicas, com netos/as filhos/as de mães adolescentes, entre outros casos. Pretende‐se também identificar medidas que consagrem a concessão de períodos de tempo de assistência  a  familiares  –  ascendentes,  descendentes  ou  cônjuges  –  para  além  do instituído  por  lei.  Este  ponto  visa,  igualmente,  inventariar  a  existência  de  serviços, atividades  ou  outros  benefícios  promotores  de  saúde  e  bem‐estar,  de  serviços  de proximidade protocolados e, ainda, de sistemas para a  reintegração na vida ativa de trabalhadores e trabalhadoras que dela tenham estado afastado/as.  

8.  3  BENEFÍCIOS  DIRECTOS  A  FAMILIARES  DOS  TRABALHADORES  E  DAS TRABALHADORAS 

Entre  as medidas  que  promovem  a  conciliação  entre  a  vida  profissional,  familiar  e pessoal,  contam‐se  aquelas  que  são  dirigidas  diretamente  a  familiares  dos trabalhadores e das trabalhadoras – crianças, pessoas idosas ou outras em situação de dependência – a quem se tem o dever de prestar apoio e cuidados, podendo ou não ser  coabitantes  do  agregado  familiar.  Este  ponto  visa  recolher  informação  sobre benefícios  diretos  proporcionados  pela  empresa  a  esses/as  familiares.  Inscrevem‐se aqui as infraestruturas próprias de acolhimento e prestação de cuidados, como o apoio de carácter permanente ou pontual e a criação de protocolos com estabelecimentos 

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especializados na prestação de serviços a crianças, pessoas idosas ou com deficiência. Uma  outra  modalidade  pode  contemplar  o  apoio  financeiro  para  pagamento  de despesas com a aquisição desses serviços ou com a educação de crianças e jovens em idade escolar. Esses benefícios contemplam ainda instalações próprias no domínio dos cuidados de saúde, extensivos ao agregado  familiar ou planos de saúde  inclusivos de familiares dos  trabalhadores e das  trabalhadoras. São  também aqui considerados os serviços de  informação criados pela empresa para divulgar recursos existentes na sua área  geográfica  e/ou  da  residência  de  trabalhadores  e  trabalhadoras  que  sejam facilitadores da conciliação entre vida profissional, pessoal e familiar.  IX PROTEÇÃO DA MATERNIDADE E PATERNIDADE E ASSISTÊNCIA À FAMÍLIA  A proteção da maternidade e da paternidade e o direito de assistência à  família são condição essencial para a promoção de uma relação equilibrada entre vida profissional e vida familiar, concorrendo, também, para o incremento da natalidade. Para além dos mecanismos  legalmente  consagrados,  é  importante  assegurar  que  as  culturas organizacionais tenham incorporado valores que não impeçam o uso desses direitos e que as políticas da empresa contemplem incentivos de vária ordem, dirigidos aos pais e  às  mães,  bem  como  a  quem  tenha  familiares  ao  seu  cuidado.  Esta  dimensão pretende verificar se a empresa, a exemplo do que a lei institui, encara, de igual modo, o exercício de direitos de maternidade e paternidade por parte das  trabalhadoras e dos  trabalhadores.  Pretende,  igualmente,  constatar  a  existência  de  benefícios  por maternidade  ou  paternidade,  por  adoção  ou  pelo  acompanhamento  de  filhos/as menores  ou  com  deficiência,  para  além  do  previsto  na  legislação,  tanto  a  nível monetário como no período de duração das licenças. Está também aqui contemplado o  incentivo ao gozo do período facultativo de  licença por parte do pai, bem como do gozo  partilhado  das  licenças  de  parentalidade  não  exclusivas  do  pai  ou  da  mãe, remuneradas pela Segurança Social. Uma outra medida a identificar reporta à política de contratação de trabalhadores/as em regime temporário, substitutos/as dos pais e das mães que estejam a usufruir de períodos de licença por paternidade, maternidade ou adoção.     

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3.Identificação  de  boas  práticas  em  Portugal  por dimensão  

Missão e valores da empresa 

Revisão dos conteúdos do Código de Ética e de Conduta, reforçando as políticas de IG assumidas no modelo de governação. 

  Implementação de Planos de Ação para a Igualdade de Género com orçamento para esse efeito. 

  Integração dos princípios da Igualdade na missão da empresa. 

  Instituição do Dia ou da Semana da Igualdade de Género. 

  Implementação do  tratamento desagregado por  sexo de  todos os  Indicadores de Gestão, com reformulação dos instrumentos necessários para tal. 

  Criação  de  uma  equipa  transversal  à  organização,  dedicada  à  Igualdade  de Género, com influência e poder junto do Conselho de Administração e da gestão de topo. 

 

Recrutamento e seleção de pessoal 

Promoção  da  Igualdade  de  Género  nos  processos  de  seleção,  através  do aumento  da  representatividade  do  sexo  sub‐representado  na  função  alvo  de recrutamento. 

  Comunicação dos  recrutamentos  internos e oportunidades/funções a  todos/as os/as  colaboradores/as  com  a  descrição  de  função,  perfil  e  senioridade procurados. 

  Promoção da  Igualdade de género nos processos de  seleção  e  recrutamento, procurando que na apresentação da short‐list final de 3 pessoas, estejam dois elementos  do  sexo  sub‐representado  para  a  função  objeto  de  seleção  e recrutamento.  

  Colocação, na plataforma da empresa destinada a candidaturas espontâneas, da divulgação das necessidades existentes, de  forma apelativa para homens e para mulheres, com utilização de linguagem inclusiva. 

  Promoção  anual,  em empresas  das  áreas  das  engenharias  e  tecnologias,  de uma  semana  de  atividade  dirigida  a  raparigas  entre  os  11  e  os  13  anos, incentivando‐as e sensibilizando‐as, para que possam vir a fazer escolhas pela formação académica nestas áreas, proporcionando maior oferta no mercado, de mulheres profissionais.  

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20 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Formação e aprendizagem ao longo da vida 

Organização  de Workshop  de  gestão  de  carreira  no  sentido  de  comunicar  e divulgar  os  principais  critérios  de  evolução  de  carreira.  Envolver  homens  e mulheres em posições de management  como  speakers para partilhar os  seus exemplos de carreira. 

  Organização de plano de formação específico para mulheres (mentoring), e, em alguns casos, dando prioridade às que têm elevado potencial. 

  Organização  de  formação  em  Igualdade  de  género  para  as  Equipas  de Segurança e Saúde no Trabalho da empresa. 

  Organização  de  formação  sobre  Igualdade  de  Género,  em  e‐learning  ou presencial, dirigida aos quadros diretivos da empresa. 

  Inclusão, nos planos de  formação anuais, de módulos de  igualdade de género em todas as ações de formação. 

  Promoção  de  sessões  de  coaching,  sempre  que  necessário,  para  ajudar  na construção dos planos de desenvolvimento; disponibilização de uma ferramenta que  permita  auditar  a  qualidade  da  construção  dos  respetivos  planos  de desenvolvimento. 

  “WEP  –  Women  Executive  Program  ‐  Programa  de  formação  realizado  em parceria  com  a  Universidade  Católica  com  três  blocos  temáticos  centrais: Negócio, Liderança e Gestão Pessoal da Carreira, aos quais acresce uma fase de coaching individual”. 

 

Remunerações e gestão da carreira 

Criação de procedimento que  identifica  recomendações na área da gestão de carreiras ‐ sempre que existam processos de identificação de profissionais para frequentarem  programas  de  formação  e/ou mudança  de  função  ou  secção, fornecendo  recomendações  formais,  que  têm  por  base  indicadores  de responsabilidade social, nomeadamente, análise de funções por sexo. 

  Criação e implementação de ferramenta de análise de remunerações e ganhos que  permita  identificar  assimetrias  entre  homens  e mulheres  com  funções  e avaliações semelhantes. 

  Garantia  da  introdução  de  critérios  de  igualdade  e  não  discriminação  nas ferramentas  de  gestão  de  competências  da  empresa,  nomeadamente,  no People Review e nos planos de sucessão.   

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21 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Disposição  de  um  sistema  de mapeamento  do  talento  interno,  com  base  no mérito,  que  permite  estabelecer,  para  cada  colaborador/a,  um  plano  de desenvolvimento  individual  que  promova  a  mobilidade  e  a  progressão meritocrata.  

Fixação  anual,  no  Balanced  ScoreCard,  de  percentagem  de  representação  de mulheres no Comité de Decisão (25% atualmente). 

  Organização de “Conferência Anual Gestão no Feminino”, a fim de reforçar as competências  das  mulheres  diretivas  em  matérias  atuais  de  negócio  e  de liderança, contribuindo para a colocação do tema da ascensão das Mulheres a cargos diretivos nos planos estratégicos da empresa. 

  Participação  das  mulheres  nos  programas  de  desenvolvimento  corporativo, criando,  no  regulamento  dos  programas  implementados  no  Grupo,  a obrigatoriedade de se refletir, no mínimo, a proporcionalidade de sexo feminino existente no público‐alvo. 

 

Diálogo social 

Inclusão do tema da conciliação nas reuniões com as estruturas representativas dos/as trabalhadores/as, por forma a recolher sugestões de melhoria. 

  Protocolização, com as estruturas representativas de trabalhadores/as, de um compromisso  para  a  elaboração  de  guia  com  as  melhores  práticas  para  a compatibilização da vida familiar com a vida profissional. 

  Adoção  de  um  mecanismo  formal  que  permita  incentivar  os/as trabalhadores/as  a  apresentarem  sugestões  relativamente  à  conciliação  e proteção na parentalidade. 

  Consagração,  em  IRCT  –  Instrumentos  de  Regulamentação  Coletiva  de Trabalho,  de  direitos/regime  mais  favorável  em  matéria  de  assistência  à família, promovendo a conciliação. 

  Incorporação,  nos  questionários  de  satisfação  dos  trabalhadores  e  das trabalhadoras, de questões relacionadas com a conciliação da vida profissional, familiar e pessoal, proteção da parentalidade e igualdade de género. 

  Participação  das  estruturas  dos  trabalhadores/as  no  acompanhamento  do Plano de Ação para a Igualdade. 

  Ajuste  dos  instrumentos  de  regulamentação  coletiva,  e  de  regulamentação interna, aos princípios da igualdade de género.  

 

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22 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Anulação, em sede de contratação coletiva, de todas as menções suscetíveis de ferir  os  princípios  da  igualdade  de  género  e  definição  de  capítulo  específico referente à Parentalidade. 

  Consagração, na contratação coletiva, dos princípios de igualdade de género. 

 

Dever de respeito pela dignidade de mulheres e de homens no  local de trabalho  

Inclusão de normas que garantam o respeito pela dignidade de mulheres e de homens  no  local  de  trabalho  em  documentos  estratégicos  da  empresa/ organização (manual de acolhimento, valores, código de ética, etc). 

  Criação de procedimentos e mecanismos formais para apresentação de queixas e de reparação de danos decorrentes da violação do respeito pela dignidade de trabalhadores e trabalhadoras. 

  Criação e divulgação de canais anónimos e protegidos de denúncia de situações de  assédio,  bem  como  de  situações  de  incumprimento  que  violem  direitos  e deveres dos/das trabalhadores/as. 

  Preparação  de  profissionais  do  departamento  de  Segurança  e  Saúde  no Trabalho,  da  área  de  RH  e  Desenvolvimento  Organizacional  sobre  os  temas “Assédio no  local de  trabalho” e  “Igualdade de Género”, através de ações de formação e sensibilização. 

 

Informação, comunicação e imagem 

Utilização de linguagem inclusiva e imagens não discriminatórias em função do sexo  na  promoção  e  divulgação  das  políticas  e  práticas  da  organização  em matéria  de  conciliação  trabalho/família,  dirigindo‐a  de  forma  igual  aos trabalhadores e às trabalhadoras com responsabilidades familiares.  

Divulgação na intranet de informação relativa à lei da parentalidade e das boas práticas existentes na empresa, nesta área. 

  Lançamento de alertas, de três em três meses, para os benefícios existentes na empresa em matéria de conciliação trabalho/família. 

  Divulgação  interna  do Guia  de  utilização  de  linguagem  inclusiva  criado  pela empresa. 

  Integração da dimensão da igualdade de género, cidadania e não discriminação nos  objetivos  da  empresa,  bem  como  nos  planos  de  atividades  e  relatórios, adotando  a  utilização  de  uma  linguagem  inclusiva  e  neutra  no  relatório  de gestão e contas, no relatório de sustentabilidade e outros. 

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23 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Revisão  de  Normas  Gerais  e  de  outros  documentos  internos,  estratégicos, relativamente à linguagem inclusiva. 

 

Conciliação entre a vida familiar, profissional e pessoal 

Novas Formas de organização do tempo de trabalho:  Horário de trabalho em regime de flexibilidade ou adaptabilidade;  Horário de trabalho em regime de jornada contínua;  Trabalho a tempo parcial por iniciativa do trabalhador e da trabalhadora e de forma reversível; 

Horário concentrado para efeitos de conciliação;  Trabalho em regime de banco de horas, para efeitos de conciliação;  Organização  de  horários  por  turnos  e/ou  rotativos,  em  função  das necessidades de conciliação; 

Trabalho no domicílio;  Escritório móvel;  Teletrabalho;  Realização de reuniões através de videoconferência;  Implementação de hora limite para agendamento das reuniões;  Política das luzes apagadas;  Redução do período de trabalho semanal (sexta feira a tarde, pontes);  Previsão da possibilidade de sair a partir das 15h, às sextas‐feiras, durante os 3 meses de verão. 

  Dispensas, faltas e licenças para conciliação da vida familiar e pessoal  

Utilização  da  licença  sem  retribuição,  por motivos  de  conciliação  da  vida familiar e pessoal; 

Atribuição de dispensas, por motivos de conciliação;  Facilitação na marcação de férias;  Concessão de dias de férias suplementares;  Facilitação  na  justificação  de  faltas motivadas  por  razões  de  conciliação e/ou de assistência a família; 

Concessão de licenças sabáticas;  Dispensas para atividades de voluntariado;  Dispensa de colaboradores/as do serviço no dia ou na tarde do aniversário;  Dispensa de dia por aniversário de filho/a. 

   

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Protocolos, benefícios sociais e apoios financeiros   Equipamentos sociais próprios, de apoio a dependentes (ex.: creche, jardim de infância, colónias de férias e lares de idosos);  

Protocolo com  infantários, abertos 24h por dia, bem como protocolos com outros serviços de conveniência para apoio à vida doméstica; 

Protocolos  com  entidades  exteriores  à  organização  e/ou  apoio  financeiro para pagamento de serviços de acolhimento, educação, saúde e bem‐estar (ex.:  subsídios  para  acolhimento  de  idosos,  crianças  e  pessoas  com deficiência, apoio domiciliário, centros de dia, seguros de saúde, bolsas de estudo, pagamento de livros, ticket‐infância, ludoteca e ginásio); 

Cabaz Educação de materiais escolares básicos para os filhos/as;  Serviço de baby‐sitter durante viagens ou horas de trabalho suplementar;  Protocolos com empresas que garantam o transporte de crianças;  Serviço  interno de transportes ou pagamento de um subsídio de transporte aos trabalhadores e às trabalhadoras;  

Extensão a familiares de Seguro de saúde e de vida;  Pagamentos  complementares  às  prestações  garantidas  pela  segurança social (ex: subsídios por doença, invalidez e morte);  

Fornecimento  de  equipamentos:  telemóvel  e  computador  portátil  de  uso profissional e pessoal;  

Atribuição de carro da empresa para uso profissional e pessoal;   Estacionamento grátis ou a preços acessíveis;  Acesso a serviços de saúde nas instalações da organização ou no exterior. 

  Outros apoios aos trabalhadores e às trabalhadoras 

Aconselhamento jurídico e financeiro;  Celebração  de  protocolos  com  entidades  terceiras  com  o  intuito  de providenciar  serviços  mais  baratos  ou  em  condições  favoráveis, nomeadamente serviços de bem‐estar e lazer (ex.: pagamento de quotas de ginásio,  organização  de  almoços,  espetáculos  e  atividades  lúdicas  com  as famílias),  senhas  ou  vouchers,  serviços  de  supermercado,  descontos  em produtos, descontos em mercearias, serviços de entrega ao domicílio); 

Serviços de apoio doméstico (ex.: lavandaria, minimercado);  Divulgação dos recursos existentes na área geográfica da organização e/ou da residência que facilitem a conciliação (ex.: creches, lares de idosos); 

Plano de complementos de reforma;   Espaço  família  – Criação de um  espaço na  intranet no qual  será  colocada informação  relativa  a  atividades  de  lazer  e  artigos  relacionados  com  a família, entre outros. 

Semana da Igualdade e da Conciliação, na semana de Março que enquadra o Dia  Internacional  da Mulher,  com  atividades  dirigidas  às  trabalhadoras  e familiares. 

   

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Relatório sobre boas práticas nas empresas 2013 (PT) 

25 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Proteção da parentalidade e assistência à família 

Incentivo ao gozo da  licença parental partilhada por parte do pai, através de elaboração  de  brochura,  distribuída  aquando  do  nascimento,  bem  como entrevista individualizada. 

  Incentivo ao gozo da  licença parental partilhada, divulgando na  intranet a Lei da  Parentalidade,  dando  maior  visibilidade  aos  benefícios  existentes  na empresa no âmbito da proteção da parentalidade. 

  Atribuição  de  benefícios  monetários  e/ou  em  espécie  (nascimento,  kits  de puericultura,  bolsas  e  subsídio  para  estudos,  cabazes  com  produtos alimentares, seguros, etc.). 

  Atribuição  de  incentivos  ao  gozo  de  licenças  de  parentalidade  com  duração igual ou superior à prevista na  lei, como medida de ação positiva, em relação aos trabalhadores. 

  Concessão de  licenças com duração superior às que se encontram previstas na lei a  trabalhadoras e  trabalhadores, para acompanhamento de  filhos e  filhas menores ou com deficiência. 

  Contratação, de  forma  sistemática, de  colaboradores/as para  substituição de trabalhadores e trabalhadoras em gozo de licença parental. 

  Acompanhamento  de  trabalhadores  e  trabalhadoras,  de  forma  sistemática, podendo envolver, designadamente, formação e atualização de conhecimentos, depois de um período de licença prolongada. 

      

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Relatório sobre boas práticas nas empresas 2013 (PT) 

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4.Quadro Orientador e Estratégico – Europeu e Nacional  

No  quadro  das  recomendações  assumem‐se,  no  presente  relatório,  os  seguintes documentos estratégicos:  

Parecer do Comité Económico e Social Europeu sobre o tema «O emprego das mulheres e o crescimento» (parecer exploratório)  (2013/C 341/02)  Relatora: Indrė VAREIKYTĖ  De: 21.11.2013  

1. Conclusões e recomendações

1.1 O emprego das mulheres deve deixar de ser referido como mais um tema de debate sobre a igualdade entre homens e mulheres e passar a ser visto como uma necessidade económica para trazer prosperidade e emprego à União Europeia e como uma necessidade social para enfrentar os desafios demográficos e as preocupações sociais e ambientais, a fim de assegurar um crescimento sustentável. 1.2 O aumento da taxa de emprego das mulheres tem contribuído significativamente para o crescimento ao longo dos últimos 50 anos. No entanto, para aproveitar plenamente o potencial do contributo das mulheres para o crescimento, importa implementar medidas mais bem direcionadas para objetivos específicos, tanto a nível da UE como a nível nacional. Todavia, é importante garantir que as políticas neste domínio sejam exaustivas e contemplem não apenas os obstáculos económicos mais óbvios mas também as questões relativas aos sistemas fiscais, de segurança social e de pensões, aos direitos dos trabalhadores, aos processos decisórios, ao empreendedorismo, à educação, aos estereótipos e à violência. Além disso, é evidente que tanto as mulheres como os homens têm de agir para que estas questões complexas se resolvam. Ambos os sexos devem também participar no diálogo e na cooperação com as partes interessadas relevantes, bem como na aplicação de práticas bem-sucedidas. 1.3 Para além das recomendações específicas apresentadas em seguida, as condições essenciais para conseguir uma maior participação das mulheres no emprego e aumentar o seu contributo para o crescimento são as seguintes: — integração da dimensão do género em todas as políticas da UE; — repartição dos dados por sexo em todas as recolhas de dados estatísticos, para garantir que está a ser utilizado um conjunto, no mínimo, de 52 indicadores de género (1); — processos de atribuição de financiamento da UE que contemplem a questão da igualdade entre homens e mulheres e aplicação das recomendações formuladas na avaliação do apoio do Fundo Social Europeu à igualdade entre homens e mulheres (2); — redução da segregação entre sexos no ensino, permitindo que as economias aproveitem plenamente os talentos de que dispõem; — apoio à transição do ensino para o mercado de trabalho através de formação específica e do desenvolvimento de competências; — acesso ao mercado de trabalho em igualdade de condições (incluindo diversidade de género no local de trabalho e uma verdadeira igualdade em termos de horário de trabalho e de remuneração); — trabalho digno e satisfação profissional, incluindo acesso a serviços que permitem conciliar a vida profissional e familiar, independentemente de estes serem prestados pelo Estado ou pelo setor privado; — adaptação dos sistemas fiscais e de segurança social para não desincentivar a segunda fonte de rendimento de uma família a trabalhar ou a trabalhar mais horas; — incentivo às mulheres empresárias para que fomentem as suas empresas e criem empregos; — participação equitativa de homens e mulheres nos processos decisórios; — prestação de serviços de apoio a famílias monoparentais em dificuldade; — provisão de instalações de acolhimento de crianças a tempo inteiro, de qualidade, acessíveis e económicas, como um dos principais fatores que incentivam as mulheres a participarem no mercado de trabalho;

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— combate a todas as formas de difusão de estereótipos de género através de políticas que garantam a igualdade de oportunidades no ensino e a igualdade no acesso ao mercado de trabalho e à progressão na carreira; — prevenção da discriminação e do assédio no local de trabalho e combate à violência em razão do sexo.

2. Impacto no crescimento 2.1 O Comité está convicto de que o crescimento económico já não é, por si só, suficiente para assegurar o verdadeiro progresso das sociedades, a não ser que seja inclusivo e sustentável. Assim, a igualdade entre homens e mulheres é uma condição importante para alcançar este tipo de progresso. Ao mesmo tempo, a medição do PIB não deve continuar a basear-se exclusivamente no paradigma da produção/consumo, devendo incluir também indicadores como o bem-estar e a sustentabilidade (económica, social e ambiental), com vista a «passar para uma política mais equilibrada» (3). 2.2 A igualdade entre homens e mulheres é frequentemente vista como um obstáculo ou um encargo. Importa reconhecer o custo da desigualdade e o contributo económico positivo da igualdade entre homens e mulheres como um investimento e um fator produtivo. 2.3 Os objetivos da Estratégia Europa 2020 – em especial o aumento da taxa de emprego nas faixas etárias entre 20 e 64 anos para 75 % até 2020 e a redução em pelo menos 20 milhões do número de pessoas em risco ou em situação de pobreza – serão impossíveis de alcançar sem uma maior participação das mulheres no mercado de trabalho e na vida pública. Além disso, uma total convergência das taxas de participação produziria um aumento de cerca de 12 % do PIB per capita até 2030 (4). 2.4 Dada a constante redução da população em idade ativa (5), a Europa não conseguirá alcançar as taxas de crescimento ambicionadas se não aumentar o potencial das mulheres no mercado de trabalho. Em 2012, a taxa de emprego dos homens (entre os 20 e os 64 anos) era de 74,6 %, mas a das mulheres não passava dos 62,4 %. Se o emprego for medido em equivalentes a tempo completo, a situação é ainda mais grave, já que o atual nível de emprego das mulheres corresponde a 53,5 % do total da força de trabalho feminina a tempo inteiro (6). 2.5 O aumento da taxa de emprego das mulheres tem contribuído em grande medida para o crescimento ao longo dos últimos 50 anos. Contudo, é importante assinalar que o trabalho familiar realizado pelas mulheres sem remuneração não é tido em conta como um contributo para a economia. O desenvolvimento de empregos que prestem serviços às famílias ajudará a transformar esta forma de trabalho invisível em trabalho remunerado, gerando receita fiscal, contribuições para a segurança social, etc. 2.6 O Comité chama a atenção para o facto de as mulheres desempregadas nem sempre serem incluídas nas estatísticas nem estarem registadas como desempregadas, constituindo, na verdade, um recurso inexplorado. De facto, a quebra no emprego feminino não se traduz diretamente em desemprego mas em inatividade ou em trabalho não declarado, na medida em que o efeito "dissuasor" gera pouca oferta de mão-de-obra feminina. Os dados estatísticos não conseguem, por isso, refletir o cenário real e concreto a nível nacional e europeu. O CESE solicita uma maior discriminação dos setores dos serviços privados nas estatísticas recolhidas e elaboradas a nível europeu neste domínio. 2.7 O CESE observa que a Análise Anual do Crescimento deve fixar objetivos para o emprego das mulheres (7), uma vez que adoção de políticas bem direcionadas pode reduzir as desigualdades entre homens e mulheres e promover a inclusão, aumentando significativamente o potencial de crescimento da economia da UE (8). Essas políticas – que passam, nomeadamente, pela prestação de cuidados a familiares dependentes e pela supressão dos desincentivos financeiros ao trabalho das segundas fontes de rendimento numa família – são essenciais para reforçar a participação das mulheres no mercado de trabalho. Os Estados-Membros deveriam utilizar essas políticas para melhorar a empregabilidade e para apoiar o acesso ao emprego e o regresso ao trabalho. 2.8 A austeridade rigorosa provoca cortes no setor público e nos serviços, expondo as mulheres a um risco maior de perder o emprego, uma vez que constituem a maioria dos trabalhadores do setor público. Os grupos que sofrem a maior redução no seu nível de vida devido a cortes nos serviços públicos são os progenitores que educam os filhos sozinhos, que, na sua maioria, são também mulheres. Ao mesmo tempo, as mulheres constituem a maioria dos prestadores de cuidados não remunerados, pelo que, provavelmente, serão elas que terão de compensar as lacunas geradas pelo corte dos serviços sociais (9). A Comissão deveria elaborar um estudo exaustivo do impacto das medidas de austeridade na igualdade de oportunidades de modo a prever soluções mais qualitativas e examinar o impacto que tais medidas tiveram na qualidade e na quantidade do emprego das mulheres no setor público e no privado. 2.9 É de salientar que os responsáveis políticos da UE se centram na empregabilidade geral mas não identificam medidas para explorar o potencial das mulheres economicamente inativas, que poderiam estar a contribuir substancialmente para o crescimento da UE. 2.10 O CESE recomenda que a afetação dos fundos da UE tenha mais em conta as questões do género e encoraja as instituições europeias e os Estados-Membros a aplicarem as recomendações formuladas na

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avaliação do apoio do Fundo Social Europeu à igualdade entre homens e mulheres (10).PT 21.11.2013 Jornal Oficial da União Europeia C 341/7 3. Educação 3.1 O aumento do nível de escolaridade está na base de cerca de 50 % do crescimento do PIB nos países da UE entre 1960 e 2008. Cerca de metade deste aumento deveu-se à melhoria do nível de instrução das mulheres (11). 3.2 Os relatórios do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (12) e da OCDE revelam que as mulheres têm menos oportunidades de emprego do que os homens, por variados motivos, e auferem rendimentos inferiores pelo mesmo trabalho, apesar de, hoje em dia, terem habilitações académicas superiores às dos homens na maioria dos países da UE. 3.3 As disparidades sistemáticas entre homens e mulheres em termos das áreas de estudo escolhidas (13) impedem as economias de aproveitar plenamente os talentos existentes e, por conseguinte, implicam uma afetação deficiente do capital humano e uma perda no potencial de inovação e de crescimento económico. As instituições da UE e os Estados-Membros devem colmatar as disparidades entre homens e mulheres na educação, promovendo uma mudança na atitude dos estudantes, professores, pais e sociedade em geral. Esta intervenção deve começar numa fase precoce da vida escolar, antes que se cristalizem noções e atitudes estereotipadas sobre as matérias para as quais rapazes e raparigas têm aptidão e gosto. 3.4 O Comité recomenda que se preste especial atenção às iniciativas e projetos financiados por instrumentos da UE (financiamento do FSE, programas de aprendizagem ao longo da vida, etc.), já que estes instrumentos podem ser utilizados para aumentar as oportunidades das mulheres que regressam ao mercado de trabalho para recuperarem competências e acederem ao emprego e/ou para desenvolverem as suas carreiras. 4. Mercado de trabalho 4.1 A maior parte dos Estados-Membros da UE enfrenta o duplo problema de uma população em envelhecimento e de taxas de fertilidade baixas. Estes fatores implicarão uma redução da mão-de-obra ao longo dos próximos 20 anos, se as taxas de participação masculina e feminina no mercado de trabalho se mantiverem constantes (14). 4.2 É necessário mudar de forma sustentável as desigualdades predominantes entre homens e mulheres nas sociedades europeias. Importa apoiar um melhor equilíbrio entre vida profissional e vida familiar para os homens, a fim de conseguir uma distribuição mais equitativa do trabalho remunerado e não remunerado entre homens e mulheres. A partilha mais equitativa da licença parental por ambos os progenitores reduziria os desincentivos à contratação de mulheres em idade fértil. 4.3 As mudanças verificadas na procura de mão-de-obra – por exemplo, o aparecimento de novos métodos de produção e de diferentes condições de trabalho e, em particular, a passagem da produção e da agricultura para os serviços – são algumas das principais causas do aumento da taxa de atividade das mulheres e da crescente procura de trabalhadoras do sexo feminino. 4.4 Embora tenha incentivado mais mulheres a integrarem a força de trabalho formal, o trabalho a tempo parcial pode, a longo prazo, reduzir as possibilidades de formação e as perspetivas de carreira e afetar o nível das pensões de reforma, aumentando o risco de pobreza a curto prazo, mas também na velhice. Isto é particularmente evidente no trabalho a tempo parcial «involuntário», que tem vindo a aumentar nos últimos anos ( 15 ), na medida em que, uma das medidas para responder à crise, tem sido a oferta de trabalho a tempo parcial às mulheres, que se veem obrigadas a aceitá-lo ou porque não têm outra escolha em termos de contrato de trabalho, ou porque não querem perder o seu emprego. É importante atender ao grande desequilíbrio entre mulheres e homens no trabalho a tempo parcial (31,6 % e 8 %, respetivamente). Urge também eliminar todos os entraves à passagem do trabalho a tempo parcial para o trabalho a tempo inteiro. 4.5 O Comité observa que as políticas que apoiam os agregados familiares com dois trabalhadores e que ajudam os adultos com uma atividade profissional a cumprirem as suas obrigações familiares são importantes para aumentar a participação das mulheres. Igualmente importante é dispor de uma combinação adequada de apoio financeiro e não financeiro. 4.6 A aplicação de uma fiscalidade mais elevada à segunda fonte de rendimento de uma família pode reduzir a participação das mulheres no mercado de trabalho, na medida em que a desincentiva (16). Assim, os sistemas fiscais e de segurança social devem ser ajustados para não desencorajarem as segundas fontes de rendimento das famílias. 4.7 É importante dedicar especial atenção ao trabalho informal e precário, incluindo o falso trabalho por conta própria, que afeta mais as mulheres do que os homens, tornando-as mais suscetíveis à exploração. Os Estados-Membros da UE devem ratificar sem demora a 189ª Convenção da OIT sobre o Trabalho Digno para os Trabalhadores Domésticos (17), que define normas de trabalho para estes trabalhadores.

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5. Remuneração e pensões 5.1 O CESE insta os responsáveis políticos a reduzirem as desigualdades entre homens e mulheres, colmatando o fosso salarial (que é de 16,2 %, em média), uma vez que a igualdade na remuneração beneficia não só as mulheres mas toda a sociedade – de acordo com as conclusões da avaliação do valor acrescentado europeu, a redução de um ponto percentual nas disparidades salariais entre homens e mulheres induz um aumento do crescimento económico de 0,1 % (18).PT C 341/8 Jornal Oficial da União Europeia 21.11.2013 5.2 O CESE está igualmente preocupado com a enorme disparidade entre homens e mulheres em matéria de pensões – a média da UE-27 indica uma diferença de 39 % (19), ou seja, mais do dobro da disparidade salarial. A falta de visibilidade deste problema é especialmente inquietante. Estas grandes disparidades não só existem na maioria dos países da UE como são extremamente complexas, porque dependem dos antecedentes profissionais (em especial, as diferenças na remuneração, nas horas trabalhadas e nos anos de serviço), bem como dos sistemas de pensões (particularmente, do impacto que as remunerações auferidas ao longo da carreira têm no nível das pensões de reforma) e da capacidade que os sistemas de pensões têm para compensar as interrupções na carreira realizadas para prestar cuidados a crianças ou a familiares dependentes. 5.3 Por conseguinte, o CESE considera que, para reduzir as disparidades nas pensões dos homens e das mulheres (20), é importante não só colmatar o fosso salarial mas também incluir nos sistemas de cumulação de pensões o tempo que homens e mulheres dedicam à família (os cuidados prestados a crianças e idosos ou a familiares que sofram de doença temporária ou prolongada, por exemplo), garantindo embora a possibilidade dos trabalhadores obterem uma licença para prestar tais cuidados e assistência. 6. Empreendedorismo 6.1 Um estudo recente da OCDE (21) salienta que as disparidades entre homens e mulheres em termos de empreendedorismo são elevadas e persistentes a vários níveis, incluindo na apetência subjetiva para o empreendedorismo, na dimensão das empresas, no desempenho financeiro e no acesso e utilização de capital financeiro. As mulheres empresárias têm outros objetivos para além da maximização dos lucros, e a forma mais vasta como medem o seu desempenho realça o seu contributo para o desenvolvimento económico e social. 6.2 Incentivar mais mulheres a criarem empresas e apoiar o crescimento das empresas existentes geridas por mulheres poderão ser formas de contribuir (22) para gerar mais emprego, inovação, competitividade e crescimento económico, bem como para reduzir a exclusão social. São necessárias medidas significativas para aproveitar plenamente o potencial das empresas para o crescimento económico sustentável e a criação de emprego na Europa, especialmente na sequência da crise. 6.3 O CESE já propôs as seguintes medidas para promover o empreendedorismo das mulheres a nível da UE (23): — criação de um gabinete de mulheres europeias proprietárias de empresas para implantar infraestruturas de apoio ao empreendedorismo feminino; — nomeação de um(a) diretor(a) responsável pelas empresas femininas na Comissão Europeia e nos ministérios que se ocupam das empresas nos Estados-Membros, com vista a promover os benefícios económicos que se obtêm ao encorajar mais mulheres a criar e desenvolver empresas; — recolha de dados desagregados por género sobre as empresas dirigidas por mulheres em toda a Europa. 7. Processos decisórios 7.1 Vários estudos internacionais (24) confirmam que as mulheres em cargos de chefia têm um impacto positivo no desempenho financeiro das empresas, na cultura empresarial, no estilo de gestão e na resiliência à crise. As mulheres assumem menos riscos e dão prioridade ao desenvolvimento sustentável, mas os entraves à plena igualdade entre homens e mulheres nos processos decisórios são muito mais profundos do que se admite abertamente. 7.2 O CESE espera que todos os órgãos públicos e privados responsáveis pela tomada de decisões adotem, num espírito de autorregulação, uma norma mínima para a participação equitativa nos processos decisórios. As sociedades cotadas na bolsa e todos os organismos do setor público devem promover processos transparentes de candidatura e nomeação, bem como uma cultura de inclusão e de liberdade de escolha. No entanto, não será possível alcançar grandes resultados se nem os homens nem as mulheres estiverem dispostos a tomar medidas positivas. 7.3 O CESE recomenda que os responsáveis políticos e as empresas analisem as seguintes questões, para assegurar o equilíbrio entre homens e mulheres em todos os órgãos decisórios: — maior visibilidade das mulheres em cargos de chefia; — maior transparência no recrutamento de talentos; — desenvolvimento e manutenção de uma massa crítica; — questionamento dos estereótipos sobre os papéis dos homens e das mulheres;

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— planeamento da sucessão nos cargos de liderança; — criação de vias de promoção de talentos; — apoio à criação de redes de orientação nos setores público e privado; — divulgação de exemplos de boas práticas; e — criação à escala europeia de uma base de dados coordenada de mulheres qualificadas para cargos decisórios.PT 21.11.2013 Jornal Oficial da União Europeia C 341/9 7.4 A fim de aplicar a Estratégia para a igualdade entre homens e mulheres 2010-2015 (25), o CESE encoraja a representação equitativa de homens e mulheres na vida pública e, em especial, na política, uma vez que a atual representação insuficiente das mulheres restringe os seus direitos de participação (26). As instituições da UE e Estados-Membros, bem como as organizações de parceiros sociais, devem dar o exemplo e introduzir objetivos de igualdade entre homens e mulheres nos seus órgãos políticos e administrativos, especialmente os de topo. 8. Serviços de acolhimento de crianças 8.1 Um importante fator que influencia a participação das mulheres no mercado de trabalho é o acesso a serviços de acolhimento de crianças a tempo inteiro, especialmente para as crianças mais jovens. O aumento da despesa pública nestes serviços está diretamente relacionado com a subida dos níveis de emprego a tempo inteiro das mulheres (27). 8.2 Assim sendo, é imperativo alcançar as metas de Barcelona. No entanto, segundo um relatório recente da Comissão, em 2010, apenas 10 Estados-Membros tinham atingido a meta de Barcelona relativa às crianças com menos de 3 anos. No mesmo ano, na categoria das crianças entre os 3 anos e a idade de escolaridade obrigatória, apenas 11 Estados-Membros tinham atingido o objetivo de 90 % (28). 8.3 Os Estados-Membros com as taxas de natalidade mais elevadas são também os que mais esforços envidaram para facilitar o equilíbrio entre a vida profissional e familiar para os pais e os que apresentam as maiores taxas de emprego feminino (29). Posto isto, devem prestar um apoio mais eficaz, económico, acessível e de melhor qualidade às famílias com filhos, através de políticas (30) como as seguintes: — Investir nas crianças – através de programas de intervenção na primeira infância, especialmente programas que prestem serviços focados na família, seja em casa ou seja em creches, infantários ou escolas. — Conciliação das responsabilidades da vida familiar e profissional – através da coordenação de medidas em variados domínios, como a provisão de serviços de acolhimento de crianças, licenças de maternidade e paternidade e locais de trabalho favoráveis a famílias. — Criação de um quadro favorável ao aumento das taxas de fertilidade – para além de políticas de conciliação da vida profissional e familiar, através de benefícios fiscais (como, por exemplo, o sistema britânico de emissão de vales para pagamento de serviços de acolhimento de crianças) e através de políticas de comparticipação em maior escala nos custos dos cuidados à infância, bem como de políticas que deem aos casais jovens acesso a alojamento a preços acessíveis e que lhes permitam firmar a sua posição no mercado de trabalho. 9. Estereótipos e discriminação 9.1 Embora o aumento das habilitações académicas das mulheres nas últimas décadas tenha elevado as suas potenciais remunerações, as atitudes da sociedade em relação ao trabalho das mulheres e o conflito entre os valores da família e os da igualdade continuam a entravar o equilíbrio entre homens e mulheres no mercado de trabalho. 9.2 O CESE está particularmente preocupado com a discriminação contra mulheres com deficiência, migrantes ou pertencentes a uma minoria étnica e apela, por isso, à rápida implementação da Diretiva Igualdade de Tratamento (31). 9.3 A violência contra as mulheres, para além de ser uma questão social injustificável, tem também um elevado custo económico, que, segundo certas estimativas, se eleva anualmente a pelo menos 32 mil milhões de euros nos 47 Estados membros do Conselho da Europa (32). As políticas públicas destinadas a contrariar a violência em função do género são importantes, na medida em que a imagem tradicional do papel das mulheres na sociedade só mudará quando as mulheres tiverem acesso ao poder em pé de igualdade com os homens. 9.4 O papel dos meios de comunicação social é crucial para promover a igualdade entre homens e mulheres, já que estes meios não só refletem padrões e normas socioculturais como também os criam, pelo que influenciam determinantemente a opinião pública e a cultura. Além disso, são precisamente os conteúdos na comunicação social que promovem uma ampla compreensão das complexidades da igualdade entre homens e mulheres junto de todos os intervenientes na sociedade, incluindo os responsáveis políticos e o público. Por conseguinte, é urgente combater as desigualdades que ainda persistem no setor dos meios de comunicação, sob a forma de sub-representação das mulheres (especialmente nos níveis de topo), de obstáculos à progressão na carreira e de salários mais baixos (em comparação com os homens) (33).

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Bruxelas, 18 de setembro de 2013 O Presidente do Comité Económico e Social Europeu Henri MALOSSEPT C 341/10 Jornal Oficial da União Europeia 21.11.2013

(1) Conselho Económico e Social das Nações Unidas, relatório do secretário-geral da Comissão de Estatística sobre estatísticas repartidas por género (E/CN.3/2013/10). (2) Comissão Europeia, DG Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de oportunidades, 2011 (3) JO C 181 de 21.6.2012, p. 14-20). (4) «Closing the Gender Gap: Act Now» [Colmatar as desigualdades entre homens e mulheres: agir imediatamente], OCDE, dezembro de 2012. (5) A população em idade ativa deverá diminuir durante as próximas três décadas, à razão de entre 1 e 1,5 milhões por ano, segundo as experiências recentes dos países da OCDE e da União Europeia, OCDE, 2012. (6) «Female labour market participation» [Participação das mulheres no mercado de trabalho], Comissão Europeia, 2013. (7) Análise Anual do Crescimento de 2013, Comissão Europeia, 2012. (8) Commission Staff Working Document on Progress on equality between women and men in 2012 – Accompanying document to the Report from the Commission to the European Parliament, the Council, the European Economic and Social Committee and the Committee of the Regions – 2012 Report on the Application of the EU Charter of Fundamental Rights, [Documento de trabalho dos serviços da Comissão sobre os Progressos realizados em termos de igualdade entre homens e mulheres em 2012, que acompanha o Relatório da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões – Relatório de 2012 sobre a aplicação da Carta dos Direitos Fundamentais da UE], SWD (2013) 171 final. (9) TUC Women and the Cuts Toolkit [Conjunto de instrumentos decorrentes do Congresso dos Sindicatos sobre As Mulheres e os Cortes], Congresso dos Sindicatos, 2011. (10) Comissão Europeia, DG Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de oportunidades, 2011. (11) «Effects of Reducing Gender Gaps in Education and Labour Force Participation on Economic Growth in the OECD» [Impacto no crescimento económico na OCDE da redução das desigualdades entre homens e mulheres na educação e na participação no mercado de trabalho], DELSA/ELSA/WD/SEM(2012) 9, OCDE, 2012. (12) Gender Equality Index Report [Relatório sobre o índice de desigualdade entre homens e mulheres], Instituto Europeu para a Igualdade de Género, 2013. (13) Em 2010, as mulheres europeias representavam 77 % dos licenciados no domínio da educação, 74 % na área da saúde e bem-estar e 65 % nas ciências humanas, mas apenas 25 % no domínio da engenharia e 38 % nas ciências, matemática e informática. Report on the Gender Initiative: Gender Equality in Education, Employment and Entrepreneurship [Relatório sobre a iniciativa relativa ao género: Igualdade entre homens e mulheres na educação, emprego e empreendedorismo], OCDE, 2011. (14) Drivers of Female Labour Force Participation in the OECD [Motores da participação das mulheres no mercado de trabalho na OCDE], DELSA/ELSA/WD/SEM(2013)1, OCDE, 2013. (15) 23,4 % dos contratos de trabalho a tempo parcial ocupados por mulheres são involuntários (média da UE, 2011). Fonte: Lisbon Assessment Framework Database ( 16 ) Drivers of Female Labour Force Participation in the OECD [Motores da participação das mulheres no mercado de trabalho na OCDE], OCDE, 2013. (17) Organização Internacional do Trabalho, C189 – Convenção sobre os Trabalhadores Domésticos, 2011. (18) Parlamento Europeu, proposta de resolução (B7-XXXX/2013) de 17.6.2013. (19) «The Gender Gap in Pensions in the EU» [Disparidades entre homens e mulheres em matéria de pensões na UE], Comissão Europeia, DG Justiça, 2013. (20) No seu parecer sobre a «Relação entre igualdade de género, crescimento económico e taxa de emprego» (SOC/338, JO C 318 de 23.12.2009, p. 15-21), o CESE defende que o tempo de trabalho tirado para prestar cuidados deveria ser financiado do mesmo modo que a reforma. (21) «Women Entrepreneurs in the OECD: key evidence and policy challenges» [Mulheres empreendedoras na OCDE: principais dados e desafios políticos], DELSA/ELSA/WD/SEM(2013) 3, OCDE, 2013. (22) Banco Mundial, Female Entrepreneurship: Program Guidelines and Case Studies [Empreendedorismo feminino: Orientações para programas e estudos de caso], 11.4.2013 – «Nos Estados Unidos, por exemplo, as empresas pertencentes a mulheres estão a crescer a um ritmo superior ao dobro das outras empresas, contribuindo com quase 3 biliões de dólares para a economia dos EUA e assegurando diretamente 23 milhões de empregos». (23) Parecer do CESE sobre «Mulheres empresárias» (SOC/446 – CESE 1578/2012).

(24) Women matter [A importância das mulheres], McKinsey; Do Women in Top Management Affect Firm Performance [As mulheres em cargos de chefia afetam o desempenho da empresa?], Smith e Verner; Diversity and gender balance in Britain plc [Diversidade e igualdade entre os sexos em SA britânicas], TCAM; Mining the Metrics of Board Diversity [Exploração

dos dados sobre a diversidade dos conselhos de administração], Thomson Reuters; etc.

(25) Estratégia para a igualdade entre homens e mulheres 2010-2015, Comissão Europeia, 2010.

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(26) Base de dados sobre as mulheres e homens nos processos decisórios, Comissão Europeia, DG Justiça. (27) Closing the Gender Gap: Act Now [Colmatar as desigualdades entre homens e mulheres: agir imediatamente], OCDE, 2012. (28) As metas de Barcelona, Comissão Europeia, 2013. (29) Parecer do CESE sobre a «Relação entre igualdade de género, crescimento económico e taxa de emprego» (SOC/338 – CESE 1472/2009), JO C 318 de 23.12.2009, p. 15-21. (30) «Extending opportunities: How active social policy can benefit us all» [Alargar oportunidades: Como as políticas sociais ativas podem beneficiar todos], ISBN 92-64-00794-6, OCDE, 2005. (31) COM(2008) 426 final de 2.7.2008. (32) JO C 351 de 15.11.2012, p. 21-26). (33) Instituto Europeu para a Igualdade de Género, Review of the implementation of the Beijing Platform for Action in the EU Member States: Women and the Media – Advancing gender equality in decision-making in media organisations [Revisão da implementação da Plataforma de Ação de Pequim nos Estados-Membros da UE: As mulheres e a comunicação social – Promover a igualdade entre homens e mulheres nos processos decisórios das organizações de comunicação social], 2013.   

Recomendação da Comissão de 7 de março de 2014  Relativa ao reforço, pela transparência, do princípio da igualdade salarial entre homens e mulheres  (2014/124/UE) Vivian Reding  

ADOTOU A PRESENTE RECOMENDAÇÃO: I. OBJETO 1. A presente recomendação fornece orientações aos Estados-Membros para os ajudar a melhorar e a tornar mais eficaz a aplicação do princípio da igualdade salarial, a fim de combater a discriminação salarial e contribuir para corrigir as disparidades salariais que persistem entre homens e mulheres II. TRANSPARÊNCIA SALARIAL 2. Os Estados-Membros devem incentivar os empregadores públicos e privados e os parceiros sociais a adotar políticas de transparência em matéria de composição e estruturas de remuneração. Devem igualmente adotar medidas específicas para promover a transparência salarial. Concretamente, estas medidas devem incluir uma ou mais ações referidas nos pontos 3 a 6, numa abordagem concebida em função da situação nacional específica. Direito dos trabalhadores a obterem informações sobre os níveis de remuneração 3. Os Estados-Membros devem adotar medidas adequadas e proporcionadas para garantir que os trabalhadores possam solicitar informações sobre os níveis de remuneração, por sexo, das categorias de trabalhadores que fazem o mesmo trabalho ou trabalho de valor igual. Estas informações devem incluir componentes complementares ou variáveis, para além do vencimento de base fixo, designadamente pagamentos em espécie e prémios. Comunicação de informações sobre os salários 4. Os Estados-Membros devem adotar medidas que garantam que os empregadores das empresas e organizações com, pelo menos, 50 trabalhadores informam regularmente estes últimos, os seus representantes e os parceiros sociais sobre a remuneração média por categoria de trabalhadores ou de função, repartida por sexo. Auditorias relativas às remunerações 5. Os Estados-Membros devem tomar medidas adequadas para assegurar que as auditorias relativas às remunerações são efetuadas nas empresas e organizações com, pelo menos, 250 trabalhadores. Estas auditorias devem incluir uma análise da percentagem de homens e mulheres em cada categoria de trabalhadores ou de função, uma análise do sistema de avaliação e classificação profissionais utilizado e informações pormenorizadas sobre as remunerações e as disparidades salariais em razão do sexo. Estas auditorias devem ser disponibilizadas, a pedido, aos representantes dos trabalhadores e aos parceiros sociais. Negociações coletivas 6. Sem prejuízo da autonomia dos parceiros sociais e em conformidade com a legislação e a prática nacionais, os Estados-Membros devem assegurar que a questão da igualdade salarial, incluindo as auditorias relativas às remunerações, é debatida ao nível adequado das negociações coletivas.

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Estatísticas e dados administrativos 7. Os Estados-Membros devem continuar a melhorar a disponibilidade de dados atualizados sobre disparidades salariais entre homens e mulheres, facultando anualmente e em tempo útil estatísticas ao Eurostat. Estas estatísticas devem ser repartidas por sexo, setor económico (1), tempo de trabalho (tempo inteiro/tempo parcial), controlo económico (propriedade pública/privada) e idade, e ser calculadas numa base anual. 8. Os Estados-Membros devem igualmente facultar à Comissão dados sobre o número e os tipos de casos de discriminação salarial aquando da comunicação em conformidade com o ponto 18. Proteção de dados 9. Na medida em que qualquer informação prestada em conformidade com as medidas adotadas ao abrigo dos pontos 3 a 8 implica a divulgação de dados pessoais, importa que o seja em conformidade com as legislações nacionais sobre proteção de dados, nomeadamente as legislações de aplicação da Diretiva 95/46/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (2). Conceito de trabalho de valor igual 10. Em conformidade com a jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia, os Estados-Membros devem clarificar o conceito de «trabalho de valor igual» na sua legislação. O valor do trabalho deve ser avaliado e comparado com base em critérios objetivos, designadamente os requisitos de ensino, profissionais e de formação, competências, esforços e responsabilidade, trabalho efetuado e natureza das tarefas em causa. Sistemas de avaliação e classificação profissionais 11. Os Estados-Membros devem promover o desenvolvimento e a utilização de sistemas de avaliação e classificação profissionais não discriminatórios em função do sexo, incluindo na sua qualidade de empregadores no setor público, a fim de prevenir ou identificar eventuais discriminações salariais baseadas em tabelas salariais discriminatórias em razão do sexo, e de combater tais discriminações. Devem incentivar especificamente os empregadores e os parceiros sociais a introduzir sistemas de avaliação e classificação profissionais não discriminatórios em função do sexo. 12. No respeitante aos sistemas de avaliação e classificação profissionais não discriminatórios em função do sexo, os Estados-Membros são incitados a inspirar-se no anexo 1 do documento de trabalho dos serviços da Comissão que acompanha o relatório sobre a aplicação da Diretiva 2006/54/CE.PT 8.3.2014 Jornal Oficial da União Europeia L 69/115

III. DISPOSIÇÕES HORIZONTAIS

Órgãos de promoção da igualdade 13. Os Estados-Membros devem assegurar que as competências e os mandatos dos seus órgãos nacionais de promoção da igualdade abrangem questões relacionadas com a discriminação salarial entre homens e mulheres, incluindo obrigações de transparência. Se for caso disso, os Estados-Membros devem conceder aos órgãos de promoção da igualdade o direito de acederem à informação e às auditorias referidas nos pontos 4 e 5 da presente recomendação. 14. Os Estados-Membros devem reduzir os obstáculos processuais à instauração de processos judiciais em matéria de igualdade salarial, permitindo aos órgãos de promoção da igualdade representar pessoas singulares em processos de discriminação salarial. 15. Os Estados-Membros devem assegurar uma cooperação e uma coordenação mais estreitas entre os órgãos nacionais de promoção da igualdade e os órgãos nacionais que têm uma função de inspeção no mercado de trabalho. Controlo e execução 16. Os Estados-Membros devem assegurar o controlo coerente da aplicação do princípio da igualdade salarial e a execução de todas as medidas disponíveis contra a discriminação salarial. Ações de promoção da sensibilização 17. Os Estados-Membros devem aumentar a sensibilização entre as empresas e organizações públicas e privadas, os parceiros sociais e o público em geral, a fim de promover a igualdade salarial, o princípio do trabalho de valor igual e da transparência salarial, combater as causas das disparidades salariais entre homens e mulheres e conceber instrumentos que contribuam para a análise e avaliação das desigualdades salariais.

IV. ACOMPANHAMENTO 18. Os Estados-Membros devem tomar as medidas necessárias para garantir a aplicação da presente recomendação e são instados a comunicar à Comissão tais medidas até 31 de dezembro de 2015, a fim de

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permitir que a Comissão acompanhe de perto a situação, elabore um relatório sobre os progressos realizados na aplicação da presente recomendação e, com base neste, avalie a necessidade de outras medidas. V. DISPOSIÇÕES FINAIS 19. Os destinatários da presente recomendação são os Estados- -Membros. São-no também os parceiros sociais, nomeadamente nos Estados-Membros em que, de acordo com o direito e a prática nacionais, os parceiros sociais têm a responsabilidade específica de aplicar o princípio da igualdade salarial mediante a celebração de acordos coletivos. Feito em Bruxelas, em 7 de março de 2014. Pela Comissão Viviane REDING Vice-Presidente PT L 69/116 Jornal Oficial da União Europeia 8.3.2014 (1) Pelo menos, NACE Rev. 2, secções B a S, exceto O. (2) Diretiva 95/46/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de outubro de 1995, relativa à proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação desses dados.

 

Resolução do Conselho de Ministros n.º 13/2013, de 8 de março, que aprova um conjunto de medidas que visam garantir e promover a igualdade de oportunidades e de resultados entre mulheres e homens no mercado de trabalho  

O Programa do XIX Governo Constitucional determina a execução de políticas públicas no âmbito da cidadania e da promoção da igualdade de género, expressamente reconhecendo que a valorização da igualdade de género em tempos de crise deve ser encarada não apenas como uma questão de direitos e de justiça social, mas também como uma pré-condição para um crescimento sustentável e para a promoção do emprego e da solidariedade. As Grandes Opções do Plano para 2013 refletem a necessidade de dar continuidade ao processo de diálogo com os parceiros sociais no que se refere à situação das mulheres no mercado de trabalho, designadamente quanto ao desemprego, à persistência de diferenças salariais, aos mecanismos de conciliação entre a vida familiar e a vida profissional, ao acesso a cargos de direção e à prevenção e combate ao assédio sexual no trabalho. A Estratégia Europeia para a Igualdade entre Homens e Mulheres 2010-2015 assume como primeira prioridade a igualdade na independência económica, reafirmando que esta é uma condição essencial para que os homens e as mulheres possam determinar a sua própria vida e tenham verdadeiras possibilidades de escolha. A existência em Portugal de um quadro jurídico-constitucional satisfatório – e mesmo confortável –, teoricamente apto a assegurar não só a aplicação como a promoção e o aprofundamento dos direitos de igualdade e de não discriminação designadamente das mulheres trabalhadoras, não significa, por si só, a garantia de que não há, na prática, diferenciações no tratamento do trabalho prestado por homens e mulheres. Conforme é reconhecido, o momento de crise económica que atravessamos na Europa e em Portugal constitui um risco acrescido para as mulheres. Assim, devem ser promovidas ações que possibilitem, por um lado, que a situação das mulheres, designadamente no mercado de trabalho, não se deteriore e, por outro, que seja aproveitada a qualificação das mulheres como uma mais-valia para a superação desta crise. As mulheres têm estado permanentemente mais expostas ao desemprego, apresentando estruturalmente taxas de desemprego superiores às dos homens. No quarto trimestre de 2012, a taxa de desemprego dos homens e das mulheres foi, respetivamente, de 16,8% e de 17,1%. Entre a população jovem (15 aos 24 anos) a referida diferença é ainda mais visível. No quarto trimestre de 2012, naquele segmento, a taxa de desemprego dos rapazes foi de 37,8% e a das raparigas de 42,5%. É igualmente assinalável essa diferença na população desempregada com níveis habilitacionais mais elevados. Na verdade, no quarto trimestre de 2012, 62,7% dos desempregados com o ensino superior foram mulheres.

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Também no que se refere à duração da procura de emprego as mulheres apresentam uma taxa de desemprego de 6,4% no escalão de 25 e mais meses contra 5,8% no caso dos homens. O Governo tem vindo a executar medidas tendo em vista a atenuação destes efeitos, de que é exemplo a Portaria n.º 45/2012, de 13 de fevereiro, que criou a Medida Estímulo 2012, no âmbito da qual se prevê a concessão de um incentivo à contratação de mulheres com baixas qualificações. Por seu turno, a Portaria n.º 297/2012, de 28 de setembro, que criou o Programa Formação-Algarve consagra uma majoração no apoio financeiro às empresas que celebrem ou renovem, em determinadas condições, contratos de trabalho com trabalhadores/as responsáveis por famílias monoparentais e com trabalhadores/as que pertençam ao sexo menos representado em sectores de atividade que tradicionalmente empregam uma maioria de pessoas do mesmo sexo. Relativamente às diferenciações salariais, diga-se que as mulheres sempre receberam em média remuneração inferior à dos homens, não se verificando nos últimos anos qualquer evolução positiva significativa. Concretamente no que respeita ao ganho, isto é, ao montante resultante da soma da remuneração de base com os prémios, subsídios, horas suplementares e extraordinárias, o ganho médio mensal das mulheres representava, em abril de 2012, de acordo com dados do Ministério da Economia e do Emprego, apenas 78,8% do dos homens. Apesar das suas melhores qualificações académicas, as mulheres continuam a enfrentar grandes obstáculos no acesso a lugares de decisão económica. Em 2012, as mulheres representavam 58,4% da população com nível de escolaridade superior e, de acordo com informação contida na Base de Dados: Mulheres e Homens na Tomada de Decisão da Comissão Europeia, nas 18 maiores empresas portuguesas cotadas em Bolsa, as mulheres representam 7% dos membros dos conselhos de administração e 0% dos presidentes daqueles conselhos (dados de 2012). Em 2012, o Governo aprovou a Resolução do Conselho de Ministros n.º 19/2012, de 8 de março, destinada a promover, nos sectores público e privado, o aumento da participação efetiva das mulheres nos órgãos de gestão das empresas. Os resultados de um primeiro diagnóstico, referentes a agosto de 2012, relativamente ao universo das empresas que responderam ao pedido de reporte de informação, são significativos: nas empresas do sector empresarial do estado, as mulheres constituíam, em média, 27,2% dos membros dos conselhos de administração e 16,7% dos respetivos presidentes; nas empresas do sector privado cotadas em Bolsa, as mulheres representavam 9,5% do total de membros dos conselhos de administração, não existindo, à data, nenhuma presidente. O Governo tem neste momento em curso a segunda avaliação no âmbito do processo de monitorização daquela Resolução. Assim: Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o Conselho de Ministro resolve: 1 - Aprovar as seguintes medidas que visam garantir e promover a igualdade de oportunidades e de resultados entre mulheres e homens no mercado de trabalho, designadamente no sentido da eliminação das diferenças salariais, da promoção da conciliação entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar, do incentivo ao aprofundamento da responsabilidade social das empresas, da eliminação da segregação do mercado de trabalho e de outras discriminações: a) Elaborar e divulgar um relatório sobre as diferenciações salariais por ramos de atividade; b) Elaborar e apresentar à concertação social um documento técnico de apoio à preparação dos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho negociais por forma a integrarem, nos respetivos conteúdos, a dimensão da igualdade de género e a prevenir eventuais discriminações; c) Incentivar as empresas a estabelecerem protocolos com serviços de apoio à infância, terceira idade ou dependentes, facilitando aos/às trabalhadores/as a utilização de vagas e/ou descontos na mensalidade; d) Incentivar a utilização pelas empresas, como instrumentos específicos de apoio à conciliação, dos mecanismos já existentes na lei relativos ao horário flexível, trabalho a tempo parcial e bancos de horas; e) Elaborar e divulgar, no primeiro trimestre de cada ano, um relatório anual de boas práticas no âmbito da responsabilidade social das empresas; f) Adotar medidas legislativas tendo em vista a contratação e a promoção de estágios profissionais especificamente para pessoas que pertençam ao sexo menos representado em sectores de atividade que tradicionalmente empregam uma maioria de pessoas do mesmo sexo; g) Integrar a dimensão da igualdade de género em todas as medidas específicas de relançamento do emprego, designadamente tendo em atenção a situação diferenciada de mulheres e de homens no mercado de trabalho, a existência de grupos particularmente vulneráveis (trabalhadores/as responsáveis por famílias monoparentais, desempregados/as de muito longa duração, desempregados/as desencorajados/as e imigrantes) e o diferente impacto que as medidas podem ter a curto, médio ou longo prazo sobre mulheres e homens.

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2 - Mandatar os membros do Governo responsáveis pelas áreas da igualdade de género e do emprego para a adoção das iniciativas necessárias à concretização das medidas referidas no número anterior, até ao final do primeiro semestre de 2013. Presidência do Conselho de Ministros, 7 de março de2014. — Pelo Primeiro-Ministro, Vítor Louçã Rabaça Gaspar, Ministro de Estado e das Finanças.

  

Resolução do Conselho de Ministros n.º 18/2014, de 7 de março, que adota medidas tendo em vista a promoção da igualdade salarial entre mulheres e homens  

No seguimento das linhas orientadoras do Programa do XIX Governo Constitucional, no qual se assume que a igualdade de género é condição essencial para um crescimento sustentável e para a promoção do emprego e da solidariedade, as Grandes Opções do Plano para 2014 referem a intenção de ser dada continuidade à parceria com as áreas da economia e do emprego, tendo em vista defrontar problemas que afetam particularmente as mulheres no mercado de trabalho, como a desigualdade salarial em relação aos homens, a maior incidência do desemprego e a dificuldade de acesso a lugares de decisão económica. No que respeita às diferenciações salariais, a tendência dos últimos anos mantém-se, continuando as mulheres a receber, em média, remuneração inferior à dos homens. Os dados que vão sendo conhecidos revelam que a disparidade salarial entre mulheres e homens continua a ser uma realidade persistente, difícil de combater, por assentarem desigualdades estruturais resultantes da diferente participação, ao longo da história, de homens e mulheres no mercado de trabalho. Em 2012, de acordo com informação publicada pelo Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia, a remuneração média mensal das mulheres correspondia a 81,5 % da dos homens, pelo que a disparidade salarial se traduzia em 18,5 % em desfavor das mulheres. Segundo dados do Eurostat, que utiliza uma metodologia diferente no cálculo da diferença salarial, por usar um critério assente no valor de base horário, em 2012 esta diferença foi de 15,7 %. No conjunto da União Europeia, entre os 26 países para os quais existem dados, 13 apresentam maiores diferenças salariais do que Portugal, e 12 têm diferenças menores. Portugal tem uma posição mais favorável do que, por exemplo, a Estónia, a Alemanha, e a Espanha, que apresentam uma diferença salarial de, respetivamente, 30 %, 22,4 % e 17,8 %. Com uma posição mais favorável do que Portugal estão, designadamente, a Polónia (6,4 %), a Itália (6,7 %) e a Irlanda (14,4 %). Com diferenças salariais não muito distintas de Portugal surge, por exemplo, a Suécia (15,9 %). A Resolução do Conselho de Ministros n.º 13/2013, de 8 de março, aprovou um conjunto de medidas que genericamente têm em vista garantir e promover a igualdade de oportunidades e de resultados entre mulheres e homens no mercado de trabalho, designadamente no sentido da eliminação das diferenças salariais, da promoção da conciliação entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar, do incentivo ao aprofundamento da responsabilidade social das empresas, da eliminação da segregação do mercado de trabalho e de outras diferenciações ainda subsistentes. A maior parte das medidas previstas na referida resolução encontra-se já concretizada ou em fase de concretização. A este propósito, foi realizada, pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, uma campanha nacional tendo em vista a sensibilização de empregadores e trabalhadores/as para as questões da conciliação entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar, no âmbito da qual foi lançado um desdobrável que visa incentivar a utilização pelas empresas, como instrumentos específicos de apoio à conciliação, dos mecanismos já existentes na lei relativos ao horário flexível, trabalho a tempo parcial e bancos de horas, em cumprimento da alínea d) do n.º 1 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 13/2013, de 8 de março. Esta informação tem vindo a ser distribuída às empresas e às autarquias locais e ao público em geral, designadamente em ações de formação, em universidades e em maternidades. Por outro lado, está já concluído o documento técnico de apoio à preparação dos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho negociais a que se refere a alínea b) do n.º 1 da referida resolução, que será, oportunamente, apresentado à concertação social. Com esta medida, pretende- se adotar um documento técnico de suporte à preparação dos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho negociais que auxilie a integração, nos respetivos conteúdos, da dimensão da igualdade de género e ajude a prevenir eventuais discriminações.

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A dimensão da igualdade de género tem vindo, em cumprimento das alíneas f) e g) do n.º 1 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 13/2013, de 8 de março, a ser integrada em várias medidas legislativas de relançamento do emprego, de que são exemplo as Portarias n.os 45/2012, de 13 de fevereiro, 297/2012, de 28 de setembro, e 106/2013, de 14 de março, que aprovaram, respetivamente, a Medida Estímulo 2012, o Programa Formação-Algarve, e a Medida Estímulo 2013, bem como em medidas de apoio a grupos de trabalhadores/as mais vulneráveis como as recentemente aprovadas pelas Portarias n.os 20-A/2014, de 30 de janeiro, e 20-B/2014, de 30 de janeiro, que integraram os/as desempregados/ as vítimas de violência doméstica nas medidas Estágios Emprego e Contrato Emprego-Inserção+. A Medida Estímulo 2013, aprovada pela Portaria n.º 106/2013, de 14 de março, prevê a concessão de um apoio financeiro, correspondente a 60 % da remuneração mensal do/a trabalhador/a, à contratação de mulheres com baixas qualificações, concretamente com um nível de habilitações inferior ao 3.º ciclo do ensino básico, em continuidade com a Medida Estímulo 2012, e à contratação de trabalhador/a do sexo menos representado em sectores de atividade que tradicionalmente empregam uma maioria de pessoas do mesmo sexo. A Medida Estímulo 2013 permite, ainda, que o apoio concedido abranja desempregados/as inscritos/as nos centros de emprego ou centros de emprego e formação profissional há pelo menos três meses consecutivos se os mesmos forem responsáveis por família monoparental, isto é, com menos tempo de inscrição face ao requisito geral de pelo menos seis meses consecutivos. Por seu turno, o Programa Formação-Algarve, criado pela Portaria n.º 297/2012, de 28 de setembro, alterada pela Portaria n.º 227/2013, de 12 de julho, estabeleceu um conjunto de medidas especificamente vocacionadas para o combate à sazonalidade do emprego naquela região do país, prevendo um apoio financeiro correspondente a 70 % da remuneração do/a trabalhador/a para as empresas que convertam contratos de trabalho a termo certo em contratos sem termo ou quando os/as trabalhadores/as abrangidos/as são, nomeadamente, responsáveis por família monoparental ou pertencentes ao sexo sub-representado nos sectores de atividade abarcados. Estas medidas refletem a necessidade, por um lado, de se garantir a manutenção do emprego a trabalhadores/as que integram grupos vulneráveis da sociedade e, por outro, de combater as discriminações em função do sexo decorrentes da segregação do mercado de trabalho. Não tem ainda concretização visível a medida prevista na alínea c) do n.º 1 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 13/2013, de 8 de março, no âmbito da qual se pretende incentivar as empresas a estabelecerem protocolos com serviços de apoio à infância, terceira idade ou dependentes. Relativamente a esta medida, estão já a ser ponderadas soluções que permitam responder às preocupações que lhe estão subjacentes, reiterando-se, assim, o compromisso na sua efetiva concretização. Especificamente quanto à questão das diferenciações salariais, encontra-se concluído o primeiro relatório nacional sobre as diferenciações salariais por ramos de atividade, elaborado em cumprimento do disposto na alínea a) do n.º 1 da referida Resolução do Conselho de Ministros n.º 13/2013, de 8 de março. Este relatório tem por base dados dos quadros de pessoal do continente e da Região Autónoma da Madeira relativos a 2011 – por serem os últimos disponíveis para a análise, que aí foi feita pela primeira vez, das diferenciações salariais por ramo de atividade –, e parte da percentagem da remuneração média de base das mulheres sobre a remuneração média de base dos homens e da percentagem do ganho médio das mulheres sobre o ganho médio dos homens. De acordo com as conclusões do mesmo relatório, as disparidades salariais variam em função dos níveis de qualificação, dos níveis de habilitações literárias e académicas, bem como do ramo de atividade económica. Num total de 84 ramos de atividade analisados, em 68 desses ramos de atividade os homens auferem remunerações médias mensais superiores às das mulheres. No que respeita aos níveis de qualificação, constata-se que a diferença salarial entre mulheres e homens, com prejuízo para as mulheres, é diretamente proporcional aos níveis de qualificação, ou seja, quanto mais elevado é o nível de qualificação maior é a diferença salarial, sendo, portanto, particularmente elevado entre os quadros superiores. Neste nível de qualificação, o rácio entre a remuneração das mulheres e a dos homens era, em 2011, de 72,2 %. Em contrapartida, a diferença salarial de género é menor entre as categorias com níveis de qualificação mais baixas, como, por exemplo, entre praticantes e aprendizes, que é de 5 %. Situação idêntica verifica-se quanto às desigualdades salariais em função dos níveis de habilitação académica, ou seja, a diferença salarial aumenta, novamente em desfavor das mulheres, à medida que aumenta também a escolaridade, sendo menor para quem possui habilitação inferior ao 1.º ciclo do ensino básico do que para quem possui o ensino superior, atingindo, respetivamente, 86,9% e 69,7% de rácio na remuneração média de base.

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38 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Quando se analisam as remunerações e os ganhos por atividade económica verifica-se que, de um modo geral, o diferencial salarial entre mulheres e homens é mais acentuado nas atividades onde a participação feminina é maior, e menos acentuado nas atividades onde os homens predominam. Também no âmbito do V Plano Nacional para a Igualdade de Género, Cidadania e Não-Discriminação 2014-2017, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 103/2013, de 31 de dezembro, é reforçada a necessidade de ser feita uma avaliação permanente da evolução das diferenciações salariais entre mulheres e homens. Deste modo, verifica-se que é necessário intensificar medidas específicas que possam contrariar a tendência histórica de desigualdade salarial penalizadora para as mulheres, tendo em vista alcançar se, também neste domínio em particular, uma efetiva igualdade de género. Assim: Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o Conselho de Ministros resolve: 1 - Suscitar o debate na concertação social sobre o relatório referente às diferenciações salariais por ramos de atividade referido na alínea a) do n.º 1 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 13/2013, de 8 de março. 2 - Determinar que as empresas do sector empresarial do Estado promovam, de três em três anos, a elaboração de um relatório, a divulgar internamente e a disponibilizar no respetivo sítio na Internet, sobre as remunerações pagas a mulheres e homens tendo em vista o diagnóstico e a prevenção de diferenças injustificadas naquelas remunerações. 3 - Determinar que as empresas do sector empresarial do Estado concebam, na sequência do relatório a que se refere o número anterior, medidas concretas, a integrar nos planos para a igualdade a cuja elaboração estão vinculadas nos termos do n.º 1 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 19/2012, de 8 de março, que deem resposta às situações detetadas de desigualdade salarial entre mulheres e homens. 4 - Recomendar às empresas privadas com mais de 25 trabalhadores/as que elaborem uma análise quantitativa e qualitativa das diferenças salariais entre mulheres e homens a partir dos dados constantes do anexo A do relatório único a que se refere o n.º 1 do artigo 2.º da Portaria n.º 55/2010, de 21 de janeiro, alterada pela Portaria n.º 108-A/2011, de 14 de março e, na sequência desse diagnóstico, concebam uma estratégia para correção de eventuais diferenças injustificadas naquelas remunerações. 5 - Disponibilizar às empresas, através da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, uma ferramenta eletrónica que possibilite, a partir da inserção dos dados relativos aos trabalhadores/as, medir o grau das diferenças salariais existentes nas empresas e identificar situações concretas de diferenciações salariais entre mulheres e homens que não podem ser explicadas por fatores objetivos. 6 - Determinar a adoção das medidas necessárias, designadamente em sede de regulamentação, para considerar como critério de valoração positiva para a seleção de candidaturas a fundos de política de coesão, a maior igualdade salarial entre mulheres e homens que desempenham as mesmas ou idênticas funções na empresa ou entidade. 7 - Mandatar os membros do Governo responsáveis pelas áreas da Igualdade de Género, das Finanças, da Administração Pública, do Desenvolvimento Regional e do Emprego para a adoção das iniciativas necessárias à concretização das medidas previstas na presente resolução. 8 - Determinar que a assunção de compromissos para a execução das medidas previstas na presente resolução depende da existência de fundos disponíveis por parte das entidades públicas competentes. Presidência do Conselho de Ministros, 5 de março de2014. — O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.

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39 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

5.Referências Bibliográficas  1. Bibliografia ativa 

Guerreiro, M.  Dores  e  Pereira,  Inês  (2006),  Responsabilidade  Social  das  Empresas, Igualdade  e  Conciliação  Trabalho  –  Família:  Experiências  do  Prémio  Igualdade  é Qualidade. Coleção Estudos, Nº5. CITE  

Guia  de  Autoavaliação  da  Igualdade  de  Género  nas  Empresas. Diálogo  Social  e Igualdade nas Empresas no âmbito do Programa EQUAL. 2008 

NP 4522:2014 Norma para Organizações Familiarmente Responsáveis   Parecer  do  Comité  Económico  e  Social  Europeu  sobre  o  tema  «O  emprego  das 

mulheres e o crescimento» (parecer exploratório) (2013/C 341/02) de: 21.11.2013  Recomendação  da  Comissão  de  7  de  março  de  2014  Relativa  ao  reforço,  pela 

transparência,  do  princípio  da  igualdade  salarial  entre  homens  e  mulheres (2014/124/UE) Vivian Reding 

Referencial de Formação em Igualdade de Género para Consultores/as e Auditores/as. Diálogo Social e Igualdade nas Empresas no âmbito do Programa EQUAL. 2008 

Resolução do Conselho de Ministros n.º 13/2013, de 8 de março, sobre  igualdade de género no trabalho 

Resolução do Conselho de Ministros n.º 18/2014, de 7 de março, que adota medidas tendo em vista a promoção da igualdade salarial entre mulheres e homens 

Solucionário  ‐ Um  Instrumento para  a  Promoção de Boas  Práticas  em  Igualdade de Género  nas  Empresas.  Diálogo  Social  e  Igualdade  nas  Empresas  no  âmbito  do Programa EQUAL. 2008 

 2. Bibliografia passiva 

Carta comunitária dos direitos fundamentais dos trabalhadores (1989)  Carta das Nações Unidas (1945)  Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, de 7 de dezembro de 2000, com 

as adaptações  introduzidas em 12 de dezembro de 2007,  reconhecida pelo artigo 6º do Tratado da União Europeia com o mesmo valor jurídico dos Tratados 

Carta Social Europeia revista do Conselho da Europa (1996) aprovada para ratificação pelo Decreto do Presidente da República n.º 54‐A/2001 de 17 de outubro 

CE  –  Comissão  Europeia,  2001,  Comunicação  da  Comissão  relativa  ao  Princípio  da Precaução, COM (2001)1 Final, Bruxelas 

CE  –  Comissão  Europeia,  2001,  Livro Verde  –  Promover  um  quadro  europeu  para  a responsabilidade social das empresas, Bruxelas 

Código  do  Trabalho  –  Lei  n.º  7/2009  de  12  de  fevereiro  alterado  pelas  Leis  n.º 105/2009, de 14 de setembro, n.º 53/2011, de 14 de outubro, n.º 23/2012, de 26 de junho e Lei n.º 47/2012, de 29 de agosto 

Constituição da República Portuguesa, atualizada de acordo com a Lei Constitucional n.º 1/2005, de 12 de agosto 

Convenção  sobre  a  Eliminação  de  todas  as  Formas  de  Discriminação  contra  as mulheres, aprovada para ratificação pela Lei n.º 23/80, de 26 de julho 

Convenção  n.º  156  da  OIT  aprovada  para  ratificação  pelo  Decreto  do  Governo  n.º 66/84 de 11 de outubro 

Convenções  Coletivas  aplicáveis  que  contenham  cláusulas  sobre  conciliação  entre  a atividade profissional com a vida familiar e pessoal 

Convenções  Internacionais  ratificadas  por  Portugal,  em  particular  as  que  incluam disposições sobre igualdade e não discriminação e conciliação da atividade profissional com a vida familiar e pessoal 

Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) 

Page 40: RELATÓRIO SOBRE BOAS PRÁTICAS NAS EMPRESAS 2013

Relatório sobre boas práticas nas empresas 2013 (PT) 

40 CITE ‐ Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego 

Decreto‐Lei n.º133/2012 de 27 de  junho, que altera os regimes  jurídicos de proteção social 

Diretiva  2010/18/EU,  de  8  de  março,  que  aplica  o  Acordo‐Quadro  sobre  Licença Parental celebrado entre a Business Europe, a UEAPME, o CEEP e a CES e que revoga a Diretiva 96/34/CE 

Diretiva 2006/54/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho da Europa, de 5 de julho, relativa à implementação do princípio da igualdade de oportunidades e de tratamento entre homens e mulheres em matéria de emprego e de trabalho (reformulação) 

Lei n.º 101/2009, de 9 de setembro, regime jurídico do trabalho no domicílio  Pacto Internacional sobre direitos civis e políticos (1966)  Pacto Internacional sobre direitos económicos, sociais e culturais (1966)  Recomendação n.º 165 da OIT  Resolução da Assembleia da República n.º116/2012, de 13 de julho, que recomenda ao 

governo que tome medidas de valorização da família que facilitem a conciliação entre a vida familiar e a vida profissional