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Gerência de Fauna Aquática e Pesca Escritório Regional Triângulo Diretoria de Biodiversidade Instituto Estadual de Florestas RELATÓRIO TÉCNICO SOBRE A ICTIOFAUNA DOS RIOS TIJUCO E PRATA, COMO FUNDAMENTAÇÃO PARA CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL Andrey Chama da Costa Leandro Gervásio de Oliveira

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RELATÓRIO TÉCNICO SOBRE A ICTIOFAUNA DOS RIOS

TIJUCO E PRATA, COMO FUNDAMENTAÇÃO PARA

CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE

PROTEÇÃO INTEGRAL

Andrey Chama da Costa Leandro Gervásio de Oliveira

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RELATÓRIO TÉCNICO ICTIOFAUNA DOS RIOS TIJUCO E PRATA

SUMÁRIO:

1. Identificação 2. Objetivo 3. Introdução 4. Metodologia 5. Resultado e discussão 6. Considerações finais 7. Referências bibliográficas 8. Relação de Anexos

1. IDENTIFICAÇÃO Eu, LEANDRO GERVÁSIO DE OLIVEIRA, Engenheiro de Pesca, CREA-PR

71.448/D, MSc. Engenharia Agrícola, Gerente Regional de Pesca do IEF, Masp 1147117-4,

lotado no Escritório Regional Triângulo de Uberlândia-MG, e ANDREY CHAMA DA COSTA,

Engenheiro de Pesca, CREA-MG 94.783/D, Gerente de pesca do núcleo de Ituiutaba-MG,

estivemos entre os dias 14 e 24 de abril 2010, nos RIOS TIJUCO e PRATA localizado no

Triângulo Mineiro, onde realizamos o presente estudo.

2. OBJETIVO

O presente relatório tem como objetivo a caracterização técnica da ictiofauna dos rios

Tijuco e Prata, para subsidiar a proposta de criação de unidade de conservação, conforme

previsto pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC, Lei

n°9.985/2000), consolidando sua importância para a preservação e reprodução de peixes

nativos da bacia do rio Paranaíba, localizada no Triângulo Mineiro.

O trabalho foi realizado com o intuito de se capturar o maior número possível de

espécies reofílicas (migratórias) que, abrigando-se das águas rápidas destes dois rios, estariam

realizando a reprodução e perpetuação destas espécies nativas, aprisionadas no trecho

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compreendido entre as UHE´s de São Simão e Cachoeira Dourada devido a construção destas

obras. Importante ressaltar que este trabalho tem caráter apenas como relatório técnico.

3. INTRODUÇÃO

A Bacia Hidrográfica do Rio Tijuco situa-se na mesorregião do Triângulo Mineiro e

Alto Paranaíba, o segundo maior afluente na margem esquerda da bacia do Rio Paranaíba,

abrangendo nos seus 250 km um total de 11 municípios, o que corresponde a 27% da área do

Estado, entre as coordenadas geográficas 18º40’ e 19º47’ S e 47º53’ a 50º13’ W. A bacia

apresenta uma área de drenagem de 14.249.05 km².

Segundo Santos e Baccaro (2004), a Bacia do Rio Tijuco está inserida no “Domínio dos

Chapadões Tropicais do Brasil Central” de AB’SABER (1971) ou nos “Planaltos e Chapadas

da Bacia Sedimentar do Paraná” denominação dada pelo RADAM (1983). No que diz

respeito à geologia da bacia do Rio Tijuco, segundo BACCARO, (2004), é representada por

rochas sedimentares, sobretudo do Grupo Bauru, Formações Marília, Adamantina e Uberaba,

e Grupo São Bento, Formação Serra Geral e Arenito Botucatu. Algumas das suas bordas são

mantidas pelo arenito com cimentação carbonática, silicosa e outras pelos derrames basálticos

da formação Serra Geral.

Sobre a geomorfologia na bacia do Rio Tijuco é identificado diferentes níveis de

terraços em extensas áreas do médio curso, geralmente relacionados com soleiras rochosas do

basalto que aparecem sustentando e controlando a erosão remontante e a deposição desses

materiais. O relevo atual da Bacia do Rio Tijuco vem sendo elaborado desde o Terciário, com

grande influência dos processos morfoclimáticos ocorridos no Quaternário. As variações

climáticas do Quaternário proporcionaram extensas pediplanações, laterização e dissecação

vertical do relevo, dando às formas de relevo as feições atuais. (SANTOS; BACCARO, 2004)

Na bacia do rio Tijuco, à medida que ocorre o aumento do fluxo d`água, a vereda vai

sendo substituída pela mata galeria, geralmente localizada no fundo dos vales ou nas

cabeceiras de drenagem, onde os cursos d`água ainda não escavaram um canal definitivo.

Essa fisionomia é perenifólia, não apresentando caducidade mesmo durante o período seco,

que normalmente ocorre entre os meses de maio a outubro (RIBEIRO e WALTER, 1998). Em

alguns trechos do rio Tijuco ocorre meandros, com a presença de solo hidromórfico coberto

por vegetação típica de vereda (BACCARO, 1989).

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O volume das águas da bacia do rio Tijuco é influenciado pela distribuição sazonal das

precipitações, que está nitidamente relacionada às estações do ano, ou seja, com os sistemas

produtores de instabilidade, como a Frente Polar Atlântica, Instabilidade Tropical e a Tropical

Continental, responsáveis pelas precipitações principalmente nos meses de outubro a março

(UFU). Essas condições são ideais para migrações de espécies reofílicas, que constituem a

maioria das espécies nativas do rio Paranaíba.

A principais ameaças para ictiofauna de Minas Gerais estão relacionadas a poluição,

assoreamento, desmatamento, mineração, introdução de espécies exóticas e construção e

operação de barragens. Devido ao seu elevado potencial hidrelétrico, Minas Gerais tem sido

foco de rápida expansão de usinas hidrelétricas desde a década de 1950. Esse processo foi

ampliado acentuadamente nos últimos anos, principalmente com a construção de Pequenas

Centrais Hidrelétricas (PCHs).

Perca de habitat tem sido uma das principais causas de extinções de espécies, e muitas

das vezes provocados pelas construções de usinas hidrelétricas e alterações dos corpos d’água.

A bacia hidrográfica do Triângulo Mineiro tem sofrido expressiva modificação,

considerando que seus dois principais formadores estão, quase que em suas totalidades,

barrados por empreendimento hidrelétricos. Atualmente, estão implantados dezessete

empreendimentos hidrelétricos nesta área de drenagem, entre pequenos e grandes

barramentos. Este número poderia ser ainda maior se considerarmos os afluentes as margens

dos Estados de São Paulo e Goiás, integrantes da mesma bacia.

Com o barramento da Usina Hidrelétrica (UHE) de São Simão e grande parte dos

maiores afluentes do lado de Goiás, o rio Tijuco e rio da Prata se tornaram a maior e mais

importante rota para migração de cardumes de peixes que realizam piracema, dando a eles

expressiva importância para o recrutamento de peixes nesse reservatório e manutenção dos

estoques de peixes nativos.

Outro fator importante é a poluição dos rios provocados pela emissão de efluentes

urbanos, como no caso do rio Meia Ponte, Estado do Goiás, que drena todo sudoeste goiano,

que por muitos anos apresentava significativa relevância ambiental para conservação da

ictiofauna regional.

O rio Tijuco também não ficou fora dos empreendimentos hidrelétricos, sendo

construídas há décadas atrás dois pequenos barramentos em seu percurso: PCH´s Poções e

Morais, mas com impactos significativamente inferiores, devido às características de seus

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projetos, proporcionando ainda condições excepcionais de abrigo tanto para a fauna terrestre

quanto aquática.

Segundo estudos da Empresa de Pesquisa Energética - EPE, a bacia hidrográfica do rio

Tijuco tem capacidade para instalação de treze PCHs, sendo que oito pedidos de licença

ambiental já foram protocolados no órgão competente (SUPRAM/Triângulo), que são apenas

uma parte dos planos estratégicos dos governos federal e estadual que prevêem a instalação de

38 empreendimentos hidrelétricos somente na região do Triângulo Mineiro.

Os rios Tijuco e Prata são únicos na região do Triângulo Mineiro, pelas características

preservadas, sem nenhuma forma de intervenção, mantendo fluxos de água naturais,

proporcionando condições para reprodução de espécies nativas.

Este trabalho apresenta capturas modestas e sem sazonalidade, não tendo a pretensão em

nenhum momento de se apresentar um estudo integrado da bacia do Rio Tijuco, o que

mostraria ainda mais a importância de mantê-lo com as características naturais.

Demonstrando a importância da bacia do rio Tijuco e sabendo que os danos ambientais

causados por interferências do homem seriam irreversíveis e não mitigáveis à magnitude

desses projetos. Este trabalho mostra a grande diversidade de espécies da ictiofauna, presente

em seu curso, apresentando locais de abrigo para espécies ameaçadas em extinção.

4. METODOLOGIA

A coleta foi realizada entre os dias 14 a 24 de abril de 2010. O levantamento da fauna

de peixes foi realizado com o objetivo de capturar o maior número de espécies migratórias,

principalmente espécies de médio e grande porte. O trabalho foi realizado de forma a

qualificar as espécies existentes nestes rios, não se prendendo a quantificação dos mesmos,

mas sim a confirmação de suas existências e ocorrências neste trecho estudado. Assim o

esforço e petrechos de pesca foram empregados em comunhão com característica da espécie e

distribuição em seu ambiente natural.

A captura foi realizada com a utilização de linha de mão, caniço com

molinete/carretilha, redes de emalhar de malhas 30 mm a 180mm, espinhéis com 25 anzóis,

pindas/anzóis de galho, tarrafas com malhas de 30mm a 60mm e redes de arrasto de tela de

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nylon e de emalhar (Foto 01). A coleta de dados com moradores locais foi realizada em na

mesma data, durante o trabalho de captura dentro do rio, com a comunidade ribeirinha.

Imediatamente após a coleta, foi realizados o arquivo fotográfico e anotações técnicas

para identificações taxonômicas, e em seguida todos os peixes capturados foram soltos com

condições de sobrevivência.

Foto 01 – Método de captura empregado durante o trabalho realizado nos rios Tijuco e

Prata. Tarrafa, rede de emalhar de espera e rede de emalhar com arrasto.

O trecho amostrado foi do ponto sob coordenadas planas UTM 22k 663156m L e

7904874m S, a jusante da ponte da rodovia BR 365, no município de Ituiutaba, até a

confluência e desembocadura do rio da Prata, sob coordenadas UTM 22k 619877m L e

7920013m S, seguindo em direção a cabeceira do rio da Prata, até a ponte da rodovia MGT

154, local denominado cachoeira do Salto, sob coordenadas UTM 22k 656170m L e

7876250m S (Figura 01).

Figura 01: Localização dos Rios Tijuco e Prata, demonstração do trecho amostrado e conseqüente área para criação e unidade de conservação.

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A coleta foi orientada e executada em conjunto com o pescador profissional Donizete

Ribeiro de Andrade, RGP 436706 MPA, tendo sido os pontos de pesca determinados ao longo

do percurso, de acordo com a incidência e característica de cada espécie. Corpos d’água de

primeira e segunda ordem, assim como lagoas marginais também foram utilizadas nas

amostragens realizadas. Todos os peixes coletados foram soltos no local de captura, após

identificação e realização de arquivo fotográfico.

As coletas se deram em toda a extensão de ambos os rios, de acordo com o

conhecimento popular pelo pescador profissional contratado.

Trechos amostrados

As figuras abaixo foram disponibilizadas de forma a seguir do ponto inicial na BR 365

no município de Ituiutaba, em direção a confluência dos rios Tijuco e Prata e em seguida no

rio da Prata até a ponte sobre MGT 154, local denominado “ponte do salto”.

Figura 01 – Rio Tijuco, corredeira próxima a área urbana de Ituiutaba, um dos

primeiros pontos amostrados na coleta. Características de fundo rochoso, com queda d’água

em corredeiras. Corta área de Cerrado denso.

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Figura 02 –Rio Tijuco, localizado próximo ao assentamento B. da Terra,

aproximadamente 15 km a jusante do primeiro local amostrado. Ao fundo mata ciliar

significativa e mostrando-se em bom estado de conservação, águas rápidas com cascalho ao

fundo.

Figura 03 - Rio Tijuco, Cachoeira do “zé marciano”. Esta cachoeira está entre as mais

expressivas neste trecho de rio. Importante no processo de reprodução para espécies nativas,

principalmente de grande porte, como dourados, piracanjubas e pintados, não sendo

impedimento para a transposição deste trecho, devido a uma fissura existente no centro da

queda d’água. Apresenta águas rápidas com afloramento rochoso em toda sua extensão.

Trecho de difícil acesso e pouco explorado. Grande parte das matas ao entorno são reservas

florestais (reserva legal), já averbadas e protegidas por lei.

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Figura 04 - Rio Tijuco, trecho a jusante da Cachoeira do “zé marciano”. Local com

águas lênticas com remanso. Este trecho é comumente utilizado como descanso para espécies

de peixes migratórias durante a subida na piracema, apresentando poços profundos e

abundância em alimentos, fundo em areia e cascalho.

]

Figura 05 – Ribeirão “Sucuri”, afluente da margem direita do rio Tijuco. Ribeirão com

expressivo volume de água, leito formado por rocha basáltica e cascalho grosso, com poços

mais fundos distribuídos em seu percurso, apresentando-se com águas rápidas e baixos

indícios de impactos antrópicos. Este ribeirão é local de recrutamento para indivíduos jovens

de pequeno e médio porte. Apresenta mata de galeria, e grande abundância de alimentos por

frutos, sementes e insetos existentes neste tipo de formação ciliar. Apresenta barrancos bem

definidos e preservados.

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Figura 06 – Ribeirão “Ritirim”, afluente da margem direita do rio Tijuco. Ribeirão

com pouca profundidade, com características de uso antrópicos com perca de mata ciliar.

Apresenta ao longo de seu percurso cachoeiras de pequeno porte com alturas de 2 e 3 metros,

mas que não é intransponível aos peixes. Coleta com rede de arrasto de emalhar realizada pela

equipe.

Figura 07 –Córrego do Açude, afluente da margem direita do rio Tijuco. Córrego com

formação de rocha basáltica, águas rápidas abrigando diversas espécies de peixes de médio e

pequeno porte.

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Figura 08 - Rio Tijuco, cachoeira do “gambá”. Apresenta tombo d’água com

declividade razoável, não sendo impedimento para a subida dos peixes. Apresenta poços

profundos com fundo em rocha e cascalho. Nos períodos chuvosos há um nivelamento da

área, ficando toda as rochas submersas, proporcionado a subida de grande cardumes.

Figura 09 –Confluência dos Rios Tijuco e Prata. Neste trecho de junção dos Rios

observa-se maior volume de água e conseqüentemente maior largura do rio. Há grande

acúmulo de cardumes neste ponto no período que antecede a estação chuvosa, e assim que o

volume de água aumenta, os peixes conseguem subir os rios Tijuco e Prata a procura das

cabeceiras, corredeiras e cachoeiras, completando o ciclo reprodutivo.

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Figura 10 – Lagoas marginais existentes numa circunferência de 1000 metros do ponto

de confluência entre os Rios Tijuco e Prata. Após o fechamento do ciclo reprodutivo nas

cabeceiras destes rios, os ovos, larvas e indivíduos jovens são jogados pela força da

correnteza da água nestas lagoas para recrutamento, e somente nas próximas enchentes que os

mesmos ganharão o rio novamente.

Figura 11 - Rio da Prata, cachoeira do salto. Cachoeira com desnível gradativo em

torno de 4 a 5 metros. Todo o trecho é formado por rocha basáltica apresentando alguns

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pontos com deposição de areia, durante o período de chuva a cachoeira fica totalmente

submersa, provocando o nivelamento do local, proporcionando a subida dos peixes de

variados tamanhos.

5. RESULTADO DA AMOSTRAGEM E DISCUSSÃO

Foram amostradas 49 espécies distribuídas tanto no rio Tijuco como no rio da Prata,

pertencentes a quatro ordens e 14 famílias subseqüentes (Tabela 1). Desse total 32 espécies

foram coletadas, e as outras 17 espécies foram inventariadas junto à população local. A

amostragem por informações populares se fez necessário devido ao período de captura ter

sido bastante curto, agravando-se ainda pela amostragem em uma única estação do ano, o

outono. O arquivo com todas as fotos das espécies capturadas estão listadas no Apêndice 1

(item 8). Este fato leva a considerar que a riqueza na área deve ser ainda mais representativa,

se empregado um maior esforço de captura e periodicidade nas coletas, o que faz com que os

rios Tijuco e Prata sejam cada vez mais importantes para a conservação da biodiversidade

regional.

As 49 espécies inventariadas são comumente encontradas na pesca, em trabalhos

ordinários de fiscalizações nestes dois rios pela Polícia de Meio Ambiente e o Instituto

Estadual de Florestas.

Foram coletadas 28 espécies de Characiformes (59,18%), 5 de Peciformes (10,20%),

13 de Siluriformes (26,55%), uma de Synbrachiformes e de Gymnotiformes (2,04% cada).

Observa-se que dentro da ordem dos Characiformes, a Família que mais apresentou diferentes

espécies foi a Characidae (Figura 12), onde em quase sua totalidade, neste inventário, é

representado por indivíduos que realizam movimentos migratórios no período de reprodução.

Dentro das espécies encontradas pertencentes a Família Characidae foram capturados

indivíduos adultos e jovens de duas espécies que estão na lista de animais ameaçados de

extinção: a piracanjuba (Brycon orbignyanus) e a pirapitinga (Brycon nattereri). Além destas

espécies outras duas foram inventariadas por relatos de sua ocorrência com a população

ribeirinha como espécies que estão ameaçadas de sobreexplotação para a pesca, que foram: o

pacu-prata (Myleys tiete) e o jaú (Zungaro jahu). A ocorrência destas espécies demonstra a

importância da preservação destes ambientes para a perpetuação destas espécies. Importante

ressaltar que foram capturados indivíduos jovens e adultos destes animais (Figura 13).

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Indivíduos do Gênero Leporinus, que fazem parte do grupo dos piaus, também foram

encontrados com diferentes faixas etárias, assim como o observado para o bagre Hemisorubim

platyrhynchos, jurupoca.

Figura 12 – Ocorrência das espécies inventariadas, distribuídas por Famílias e Ordens, respectivamente.

Do total de espécies inventariadas apenas 05 espécies são exóticas ou alóctones, mas

apenas duas foram capturadas, sendo as outras três informadas por pescadores ribeirinhos. A

ocorrência destas espécies nos rios Tijuco e Rio da Prata estão interligadas com suas

ocorrências no rio Paranaíba, onde todas ocorrem com maior abundância, devido a

característica de ambientes lênticos apresentado pelas águas represadas entre as UHE´s São

Simão e Cachoeira Dourada. Apesar da ocorrência destas espécies, este número é

relativamente pequeno e suas ocorrências se concentram mais à jusante da confluência dos

dois rios. A presença destas espécies é sempre motivo de preocupações, pois são causa de

extinções e perca de abundâncias e diversidades populacionais para as espécies nativas,

provocadas por competições alimentares e hábitos predatórios.

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Figura 13 – Brycon nattereri, Pirapitinga, indivíduo listado como ameaçado de

extinção. Exemplares capturados com tamanhos variados, com animais adultos e jovens

indicando a ocorrência de reproduções nestes locais.

As espécies inventariadas são comumente encontradas na bacia do rio Tijuco, variando

suas capturas com relação a estação do ano e locais de coleta, de acordo com as

peculiaridades de cada espécie, como é o caso do Zungaro jahu (jaú) capturado no rio Tijuco

pela atividade de pesca amadora, durante o final do período chuvoso (Figura 14).

Fig. 14 – Zungaro jahu, jaú, exemplares capturadas no rio Tijuco. Suas ocorrências

estão interligadas com o período chuvoso, ocasionando águas turvas e volumosas, com

incidência de sedimentos provocados pelas chuvas.

Arquivo

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A incidência destas espécies nestes rios, ainda com captura de indivíduos de tamanhos

diferenciados sugere que estejam conseguindo completar todo seu ciclo de vida na área

amostrada, reforçando a necessidade de se criar uma unidade de proteção integral, conforme

previsto pelo Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza (SNUC, Lei 9.985,

de 18 de julho de 2000).

O número de espécies inventariadas é significativo, quando comparado com outros

trabalhos similares e até mesmo dentro da bacia. No Parque Morro do Diabo, bacia do Rio

Grande, Casatti et al. (2001) coletou 28 espécies. O mesmo número também foi amostrado

por Aquino et al. (2009), no Parque Nacional de Brasília. Em trabalho na bacia do rio

Paranapanema, Castro et al. (2003) coletaram 52 espécies em 17 riachos desta bacia. Captura

similar foi realizada por Vieira et al. (2005) quando estudou em Minas Gerais, o Parque

Nacional da Serra do Cipó, divida de bacias do rio Doce e São Francisco, coletando 48

espécies. A diversidade ictiológica nos fundamenta a relevância nos trabalhos de proteção a

estes ambientes, proporcionando a reprodução e perpetuação de espécies existentes nestes

locais.

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Filo ChordataSubfilo Vertebrata

Superclasse PiscesClasse Osteichthyes

Subclasse TeleosteiSuperordem Ostariophysi

Ordem CharaciformesFamília Characidae

Subfamília TetragonopterinaeAstyanax altiparanae Lambari-do-rabo amareloAstyanax fasciatus Lambari-do-rabo vermelhoOligosarcus paranensis Lambari bocarraHyphessobrycon callistus Ρ Mato-Grosso

Subfamília CynopotaminaeRhaphiodon vulpinus Peixe Cachorro

Subfamília Acestrorhynchidae Acestrorhynchus lacustris P Saicanga

Subfamília CharacinaeGaleocharax knerii P Peixe-Cadela

Subfamília BryconinaeBrycon orbignyanus † PiracanjubaBrycon nattereri † Pirapitinga

Subfamília SalminaeSalminus brasiliensis P DouradoSalminus hillari P Tubarana

Subfamília Serrasalminae Myleus Tietê P† Pacu-prataMyleus micans Pacu-cdPiaractus mesopotamicus P Pacu-caranhaColossoma macropomum P* TambaquiSerrassalmus spilopleura PirambebaSerrassalmus marginatus P Piranha

Characidae Incertae SedisTriportheus angulatus * Sardinha de água doce

Família ErythrinidaeHoplias malabaricus P TraíraHoplias lacerdae P Trairão

Família ParodontidaeApareiodon piracicabae Canivetinho

Família ProchilodontidaeProchilodus lineatus Curimba

Tabela 1: Classificação sistemática das espécies encontradas nos rios Tijuco e Prata, afluentes do rio Paranaíba.P. espécie inventariada com pescadores; * espécies exóticas e/ou alóctone; † espécies ameaçada de extinção ousobreexplotação.

Taxon Nome Comum

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Tabela 1: ContinuaçãoFamília Anostomidae

Leporinus elongatus PiaparaLeporinus friderici Piau Três PintasLeporinus octofasciatus Piau ferreirinhaLeporinus striatus Ρ Piau riscadinhoLeporinus macrocephalus PiavuçuSchizodon nasutus Piau-taguaraSchizodon agassiz Piau Zoiudo

Ordem GymnotiformesFamília Gymnotidae

Gymnotus carapo TuviraOrdem Perciformes

Família CichlidaeSubfamília Geophaginae

Satanoperca pappaterra AcaráGeophagus surinamensis Acará

Subfamília PseudocrenilabrinaeOreochromis niloticus niloticus P* Tilápia

Subfamília Cichlinae Cichla sp. P* Tucunaré

Família SciaenidaePlagioscion squamosissimus * Curvina

Ordem SiluriformesFamília Doradidae

Rhinodoras dorbignyi P AbotoadoFamília Heptapteridae

Rhamdia quelen BagreFamília Loricariidae

Subfamília AncistrinaeMegalancistrus parananus Cascudo abacaxi

Subfamília HypostominaeHypostomus sp1 CascudoHypostomus sp2 CascudoHypostomus sp3 CascudoHypostomus sp4 Cascudo

Família PimelodidaePimelodus maculatus Mandi-amareloPinirampus pirinampu BarbadoPseudoplatystoma corruscans PintadoZungaro jahu P† JaúHemisorubim platyrhynchos Jurupoca

Família PseudopimelodidaePseudopimelodus mangurus P Bagre-sapo

Ordem SymbranchiformesFamília Synbranchidae

Synbranchus marmoratus P Mussum

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Os resultado não foram avaliados por pontos de coleta, mas sim pela abundância de

espécies nas áreas estudadas, resultando em uma avaliação qualitativa, não sendo considerada

a quantificação dos exemplares capturados. O foco maior do estudo foi a comprovação da

diversidade de espécies existentes nestes locais, justificando a constatação da importância dos

rios Tijuco e Prata na preservação da ictiofauna para a região do Triângulo Mineiro.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme previsto no Atlas de Biodiversidade para Minas Gerais, a bacia hidrográfica

do rio Tijuco é de extrema importância para conservação da ictiofauna na região do Rio

Paranaíba, sendo considerados os últimos remanescentes lóticos deste trecho.

Diante do trabalho realizado e dos dados apresentados consideramos que:

Tanto o rio Tijuco como o rio da Prata possui uma vasta diversidade ictiológica,

existindo tanto exemplares de pequeno, médio e grande porte;

Há a ocorrência de animais ameaçados de extinção e de sobreexplotação na pesca,

com incidência de indivíduos adultos e jovens indicando que tem ocorrido novos

recrutamentos para estas espécies, como o caso da Brycon orbignyanus, Brycon nattereri e

Zungaro jahu.

Os rios Tijuco e Prata são os últimos remanescentes lóticos em toda a bacia

hidrográfica do Triângulo Mineiro, com capacidade reprodutiva, tanto para espécies de

pequeno, médio e grande porte, como os jaús e pintados;

A formação geológica de ambos os rios contribui em muito para o processo

reprodutivo, com cachoeiras e corredeiras em quase todas suas extensões;

Os processos de intervenção ao longo da bacia são de uso causado pela agropecuária,

com perda de matas ciliares e áreas de preservação permanente, sendo passíveis de

regeneração desde de que adotadas medidas adequadas de proteção e de reparação;

O estudo foi realizado apenas no mês de abril, e embora ainda na estação do outono já

havia tido quedas bruscas na temperatura do ar e da água, o que pode ter ocasionado a fuga de

cardumes a procura de corpos d’água mais profundos, e isto aumenta a probabilidade do

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número de espécies amostradas ser ainda maior, se realizado o estudo com periodicidade e

respeitando os hábitos e movimentações para cada espécie.

Os rios Tijuco e Prata possuem característica de corpos d’água com a mínima

intervenção humana, existindo ainda estações de chuvas e secas bem definidas, apresentando

lagoas marginais grande parte de sua extensão.

Conclui-se então que a diversidade de espécies presentes nestes dois rios corrobora

com a necessidade de criar mecanismos para as suas preservações, unidades de conservações.

E que a bacia hidrográfica do rio Tijuco é significativamente importante para a perpetuação

de espécies reofílicas, no contexto regional, visto a perca, em quase sua totalidade, de

ambientes naturais, devido aos processos de intervenções desordenados, justificados pela

necessidade de crescimento do país.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aquino, P.P. U.; Schneider, M.; Silva, M.J. M.; Fonseca, C. P.; Arakawa, H. B.& Cavalcanti, D. R. (2009). Ictiofauna dos córregos do Parque Nacional de Brasília, Bacia do Alto Rio Paraná, Distrito Federal, Brasil Central. Biota Neotropica, 9 (1):217-230. Baccaro, C. A. D. Estudos geomorfológicos do município de Uberlândia. Sociedade e Natureza, Uberlândia, v.1, n.1, p.17-21, jun. 1989. Casatti, L.; F. Langeani & R.M.C Castro. 2001. Peixes de Riacho do Parque Estadual Morro do Diabo, Bacia do Alto Rio Paraná, SP. Biota Neotropica 1 (1):2-15. Castro, R.M.C. 1999. Evolução da ictiofauna de riachos Sulamericanos: padrões gerais e possíveis processos casuais, p. 139-155. In: E.P. Caramaschi, R. Mazzoni & R.R. Peres-Neto (Eds). Ecologia de peixes de riachos. Rio de Janeiro, PPGEUFRJ, Serie Oecologia Brasiliensis, Vol.6, 260p. Ribeiro, J. F.; Walter, B. M. T. Fitofisionomias do bioma cerrado. In: SANO, S. M.; Almeida, S. P. (eds.). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. p.89-166. Santos, L; Baccaro, C. A. D. Caracterização geomorfológica da Bacia do Rio Tijuco. Caminhos de geografia, Uberlândia, v. 5, n. 11, p. 1-21, 2004. UFU - Caracterização da distribuição pluviométrica da bacia do rio Tijuco, UFU – Universidade Federal de Uberlândia, pág, 08. Vieira, F.; Santos, G. B. & Alves, C. B. M. (2005). A ictiofauna do Parque Nacional da Serra do Cipó (Minas Gerais, Brasil) e áreas adjacentes. Lundiana 6 (supplement): 77-87.

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8- RELATÓRIO FOTOGRÁFICO Apêndice 1: Fotografia de todas as espécies capturadas no levantamento da ictiofauna do rio Tijuco e rio da Prata.

Astyanax fasciatus

Astyanax altiparanae

Oligosarcus paranensis

Rhaphiodon vulpinus

Brycon orbignyanus

Brycon nattereri

Myleus micans Serrassalmus spilopleura

Triportheus angulatus Apareiodon piracicabae

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Prochilodus lineatusLeporinus elongatus

Leporinus friderici Leporinus octofasciatus

Leporinus macrocephalus

Schizodon nasutus

Gymnotus carapo

Satanoperca pappaterra

Geophagus surinamensis Plagioscion squamosissimus

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Rhamdia quelen

Megalancistrus parananus

Hypostomus sp1 Hypostomus sp2

Hypostomus sp3

Hypostomus sp4

Pimelodus maculatus

Pinirampus pirinampu

Pseudoplatystoma corruscansHemisorubim platyrhynchos

Schizodon agassiz

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Vai o presente relatório impresso, via computador, em 24 (vinte e quatro) folhas escritas de um só lado, todas rubricadas e a última datada e assinada e uma cópia gravada em CD com formato “.pdf” ADOBE ACROBAT LEADER.

LEANDRO GERVÁSIO DE OLIVEIRA Engº de Pesca – CREA-PR 71448/D

Gerente Técnico Regional Regional Uberlândia.

ANDREY CHAMA DA COSTA Engº de Pesca – CREA-MG 94783/D Gerente Técnico - Núcleo Ituiutaba

Uberlândia (MG), 01 de outubro de 2010.