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Departamento Acadêmico de QuímicaCurso Técnico Integrado Disciplina: Microbiologia Industrial Relatório de Aulas PráticasAlunos: Maria Luiza Andrade Aquino Mariana Gabriela de Oliveira Ruslam Romaine Eleutério Subturma: T3 Professora: Fernanda BadottiMeios de Cultura Alternativos1. Introdução Os microrganismos vivem em hábitat mais amplamente variados na Terra ou até mesmo em outros planetas. Essa ubiqüidade de microrganismos é baseada em três características principais: tamanho reduzido, q
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Departamento Acadêmico de Química Curso Técnico Integrado
Disciplina: Microbiologia Industrial Relatório de Aulas Práticas
Alunos: Maria Luiza Andrade Aquino Mariana Gabriela de Oliveira Ruslam Romaine Eleutério
Subturma: T3Professora: Fernanda Badotti
Meios de Cultura Alternativos
1. Introdução
Os microrganismos vivem em hábitat mais amplamente variados na Terra ou até mesmo em
outros planetas. Essa ubiqüidade de microrganismos é baseada em três características principais:
tamanho reduzido, que permite uma grande capacidade de dispersão; variabilidade e flexibilidade
metabólica que permite aos microrganismos usar diversas fontes de energia e carbono e crescer
sob muitas condições físicas diferentes além de adaptar e tolerar rapidamente condições
ambientais desfavoráveis; e sua grande capacidade de transferência horizontal de genes, que
lhes permite recombinar e coletar caracteres positivos e persistir durante um longo tempo
adaptando-se a condições ambientais instáveis.
O grupo de microrganismos caracteriza-se por ser completamente heterogêneo tendo como única
característica comum o pequeno tamanho. Além disso, interagem com outros seres vivos, quer
como organismos comensais não induzindo qualquer dano, quer como organismos simbiônticos
que ambos se beneficiam da relação ou como organismos patogênicos que causam
enfermidades. Acredita-se que metade da biomassa do planeta seja constituída por
microrganismos e os outros 50% são distribuídos entre 35% de plantas e 15% de animais.
Em 1997, foram publicados relatos das expedições da NASA a Marte, sugerindo a presença de
microrganismos em minerais lá encontrados, sendo que partículas semelhantes foram também
detectadas em meteoritos que atingiram a Terra.
Microrganismos são encontrados em fontes de águas ferventes, outros em minúsculos orifícios
em rochas a um quilômetro ou mais de profundidade. Foram isoladas cerca de 5 mil bactérias de
cada milímetro de neve do Pólo Norte. Existem boas evidências de que bactérias se
desenvolveram em nuvens, a partir de amostras coletadas sobre os picos das montanhas nos
Alpes, um ambiente com temperaturas muito baixas, poucos nutrientes e sujeitos a altos níveis de
radiação UV. Explorações nas profundezas do oceano têm revelado um grande número de
microrganismos que sobrevivem à eterna escuridão e sujeitos a pressões tão altas.
Microrganismos também são encontrados em riachos de montanhas originados do derretimento
de neve e em águas quase saturadas de sais, tais como o Mar Morto. Sabe-se que em cerca de
1013 células de um ser humano podem ser encontradas, em média, cerca de 1014 células
bacterianas.
Os microrganismos formam uma comunidade viva e vibrante no solo. Um solo típico tem milhões
de bactérias em cada grama. Essa população microbiana é maior nos poucos centímetros do topo
do solo e declina rapidamente com a profundidade. Nenhum único meio nutriente ou condição de
crescimento pode encontrar todos os nutrientes e outras exigências necessárias para todos os
microrganismos do solo. Nos ciclos biogeoquímicos, os elementos são oxidados e reduzidos por
microrganismos para fornecer suas necessidades metabólicas. Sem os ciclos biogeoquímicos, a
vida na Terra não existiria.
Os microrganismos do ar podem ter origem do solo que são passados para o ar com o auxílio dos
ventos, através de gotas de água que se desprendem da superfície, através de depósitos de
resíduos, através da respiração e expelição de seres vivos. Os fatores que afetam a microbiota do
ar são: a umidade, a temperatura, a radiação e a densidade populacional. Os principais tipos de
microrganismos encontrados no ar são os esporos de fungos e bactérias esporulantes.
Microrganismos autotróficos crescem em meios quimicamente definidos. Muitas bactéria e fungos
crescem normalmente em meios complexos, que são compostos de nutrientes como extratos de
carnes ou de plantas ou de produtos de digestão protéica dessas ou de outras fontes. A
composição química exata pode conter muitas variações em diferentes culturas dos produtos. No
meio complexo o principal fornecedor de energia, carbono, nitrogênio e enxofre é o componente
protéico. A proteína é uma molécula grande relativamente insolúvel que a minoria dos
microrganismos pode utilizar diretamente. No entanto, por meio de uma digestão parcial dela,
utilizando produtos ácidos ou enzimas, ocorre a produção de pequenas cadeias de aminoácidos
denominadas peptonas. Esses fragmentos pequenos e solúveis podem ser matabolizados pelos
microrganismos e possuem composição desconhecida.
Meios com caldo de cana são ricos em sacarose, o que favorece o crescimento de leveduras, já
que elas utilizam o açúcar para obter energia (ATP). Meios a base de batata são ricos em
carboidratos complexos que os fungos são capazes de matabolizar e que bactérias normalmente
não conseguem utilizar como nutrientes. Meios a base de caldo de carne e frango são utilizados
para o crescimento de bactérias, pois são ricos em proteínas, lipídios e vitaminas que são
indispensáveis para o crescimento bacteriano.
2. Objetivos
Produzir meios alternativos de cultura de menor custo; verificar a existência de diferentes tipos de
microrganismos em diversos ambientes e superfícies; reconhecer e compreender a relação meio
de cultura e tipos de microrganismos e reconhecer a ubiqüidade de microrganismos e a
interferência do tempo de exposição no crescimento microbiano.
3. Materiais necessários
3.1 Reagentes:
Açúcar (glicose)
Ágar Nutriente
Ágar Sabouraud
Água destilada
Caldo de frango ou carne
Extrato de levedura
Extrato de solo
Garapa
Infuso de batata
K2HPO4
Solução de HCl
Solução de NaOH
3.2 Materiais
Alça de Drigalski
Barbante
Bastão de vidro
Béqueres
Caneta permanente de ponta fina
Erlenmeyer
Espátula
Estante para tubos de ensaio
Fita de autoclave
Fósforos
Micropipeta automática
Papel Kraft
Placas de Petri
Ponteiras para pipetas
Proveta
Recipiente de plástico
Saco plástico
Swabs
Tubos de ensaio
3.3 Equipamentos
Autoclave
Balança semi-analítica
Bico de Bunsen
Capela de fluxo laminar
Estufa incubadora
Geladeira
Panela de pressão
4. 1ª etapa: Preparação da atividade prática
4.1 Preenchimento da Ficha Formativa de Reagentes (Tabela 01)
NomesMeios de cultura/
reagentes
Constituintes Composição Química
Descrição Físico-
química
Riscos à saúde/
impacto ambiental
Manuseio Estocagem Referência bibliográ-
fica
Ágar Nutriente
(500 g)
- Digestão Péptica de Tecido Animal (5 g/L)
- Extrato de carne (1,5 g/L)
- Extrato de levedura (1,5 g/L)
- Ágar (15 g/L)
- Cloreto de Sódio (5 g/L)
- polissacarí-
deos (agarose e
agaropectina)
- carboidratos
- maltodextrina
pH: 7,4 ± 0,2
Aparência do pó: amarelo, homogêneo e livre circulante
Solidificação: Firme, comparável com gel de agarose de 1.5%
Coloração: Cor âmbar claro. Transparência: Gel levemente opalescente.
O descarte
do ágar propicia o crescimen-
to de microrga-
nismos em meios
aquáticos
- Balança
- Autoclave
- Bico de Bunsen
- micropi-petador.
- espátula
- uso de jaleco
Deve ser armazenado
no frasco com tampa
rosqueável, a temperatura
ambiente (abaixo de 30 ºC) e após a
preparação do meio, de 2-8
ºC.
Possui validade de 5 anos (meio
não preparado)
-SPLabor.Disponível em: http://www.splabor.com.br/meios-de-cultura/meios-nao-seletivos/agar-nutriente-modelo-m001.html
Meio com caldo de
cana
- Água
- carboidratos
- Vitamina B6
- Vitamina C.
- Ágar
- Extrato de levedura
- cálcio
- fósforo
- ferro
- potássio
- glicose
- polissacarí-
deos (agarose e
agaropectina)
- maltodextrina
- pH 6
- meio homogêneo.
Se descartado no esgoto comum, faz com que os
microor-ganismos
se multipli-quem de
forma excessiva.
- Balança
- Autoclave
- Bico de Bunsen
- micropi-petador.
- espátula
- uso de jaleco
Manter refrigerado
Ver referências bibliográ-
ficas(Item 5.1.4)
Meio com caldo de carne/frango
- Vitaminas B1, B2, B6, B12
- Niacina
- Ácido pantotênico
- Folacina
- Ácidos Graxos
- Ágar
- Mel
- Água
- Ferro
- magnésio
- fósforo
- potássio
- zinco
- selênio
- glicose
- polissacarí-
deos (agarose e
agaropectina)
- pH 7
- meio homogêneo.
Se descartado no esgoto comum, faz com que os
microor-ganismos
se multipli-quem de
forma excessiva.
- Balança
- Autoclave
- Bico de Bunsen
- micropi-petador.
- espátula
- uso de jaleco
Manter refrigerado
Ver referências bibliográ-
ficas(Item 5.1.4)
Meio à base de batata
- Ágar
- Água destilada
- Infuso de batata
- glicose
- proteínas
- carboidratos
(amido)
- fibras alimentares
- glicose
- polissacarí-
deos (agarose e
agaropectina)
- pH 5
- meio homogêneo
Se descartado no esgoto comum, faz com que os
microor-ganismos
se multipli-quem de
forma excessiva.
- Balança
- Autoclave
- Bico de Bunsen
- micropi-petador.
- espátula
- uso de jaleco
Manter refrigerado
Ver referências bibliográ-
ficas(Item 5.1.4)
Extrato de solo
- Solo neutro
- Água destilada
- Ágar
- glicose
- Micro e macro nutrientes vari-ados
- K2HPO4
- fibras
- celulose
- polissacarí-deos (agarose e agaropectina)
- pH entre 5 e 7
- meio homogêneo.
Se descartado no esgoto comum, faz com que os
microor-ganismos cresçam de forma excessiva.
- Balança
- Autoclave
- Bico de Bunsen
- micropi-petador.
- espátula
- jaleco
Manter refrigerado
Ver referências bibliográ-
ficas(Item 5.1.4)
Ágar Sabouraud
- Peptona
- dextrose
- Ágar
- Extrato de
levedura
- glicose
- polissacarí-
deos (agarose e
agaropectina)
- maltodextrina
- Pó fino e higroscópico
- meio homogêneo
- pH baixo (5,6)
O descarte do ágar
propicia o crescimen-
to de microrga-
nismos em meios
aquáticos ou em esgoto comum
- Balança
- Autoclave
- Bico de Bunsen
- micropi-petador.
- espátula
- uso de jaleco
Deve ser armazenado
no frasco com tampa
rosqueável, a temperatura
ambiente (abaixo de 30 ºC) e após a
preparação do meio, de 2-8 ºC.
http://www.hexasystens.com.br/ver.asp?Dep=4797&Secao=79584&Cat=6068&Produto=100378
4.2 Planejamento de gastos de soluções/meios de cultura e cálculos para o planejamento
do(a)s mesmo(a)s (Tabela 02)
Meios de cultura/ soluções
Quantidade/ Grupo (em mL)
Quantidade/ Sub-
turma (em mL)
Total por turma (em
mL)
Volume final de
reagente preparado
por T
Volume final de
reagente usadopor T
Custo de reagentes
fornecedores
Custo da
prática/ sub-
turmaMeio à base de batata
20 mL de meio: 0,2 g de glicose;
0,4 g de ágar.
200 mL de meio: 2 g
de glicose; 4 g de ágar.
600 mL de meio: 6 g
de glicose; 12 g de
ágar.
200 mL de meio: 2 g de glicose; 4 g
de ágar
80 mL de meio:
0,8 g de glicose; 1,6 g de
ágar
R$ 2,59/Kg de batata; R$ 119,00/
500 g de ágar; R$
1,35/ g de glicose
R$ 2,75
Meio com caldo de
carne
20 mL de meio: 0,2 g
de mel; 0,4 g de
ágar
200 mL de meio: 0,4 g
de mel; 0,8 g de
ágar
600 mL de meio: 1,2 g
de mel; 2,4 g de
ágar
200 mL de meio: 0,4 g
de mel; 0,8 g de
ágar
80 mL de meio:
0,8 g de mel; 1,6 g
de ágar.
R$ 3,50/200 g de carne; R$
119,00/ 500 g de ágar;
R$ 0,50/4 g de mel
R$ 1,48
Meio com caldo de frango
20 mL de meio: 0,2 g
de mel; 0,4 g de
ágar
100 mL de meio: 1 g
de mel; 2 g de ágar.
300 mL de meio: 3 g
de mel; 6 g de ágar
100 mL de meio: 1 g de mel; 2 g de
ágar.
80 mL de meio:
0,8 g de mel; 1,6 g
de ágar
R$ 2,50/500 g de frango;
R$ 119,00/ 500 g de
ágar; R$ 0,50/4 g
de mel
R$ 1,48
Meio com caldo de
cana
20 mL de meio:
1 mL de
200 mL de meio:
50 mL de
600 mL de meio:
150 mL de
200 mL de meio:
50 mL de
80 mL de meio:
4 mL de
R$ 2,50/500 mL de
garapa;
R$ 0,46
garapa, 0,1 g de
extrato de levedura; 0,2 g de
ágar
garapa; 10 g de
extrato de levedura;
2 g de ágar.
garapa; 15 g de
extrato de levedura;
6 g de ágar
garapa; 10 g de extrato
de levedura;
2 g de ágar.
garapa; 0,4 g de
extrato de levedura; 0,8 g de
ágar.
R$ 119,00/ 500 g de
ágar; R$ 0,13/g de
extrato de levedura
* O Ágar nutriente e o Á gar Sabouraud, usados na ubiqüidade de micro-organismos já estavam distribuídos nas placas
4.3 Cálculos dos meios de cultura/soluções necessárias à execução das práticas
Meio à base de batata, meio com caldo de carne e meio com caldo de cana
Por sub-turma foram preparados 200 mL de cada meio e distribuiu-se 20 mL em cada placa.
Foram preparadas 4 placas no T3, logo, utilizou-se 80 mL do meio.
1 placa de Petri __________ 20 mL
4 placas ____________ A
A = 80 mL
Supondo que cada sub-turma tenha preparado 200 mL, como são três na turma inteira,
preparou-se 600 mL de cada meio:
1T _________ 200 mL
3T ___________ B mL
B = 600 mL
Meio com caldo de frango
Por sub-turma foram preparados 100 mL de meio e distribuiu-se 20 mL em cada placa
Foram preparadas 4 placas no T3, logo, utilizou-se 80 mL do meio.
1 placa de Petri __________ 20 mL
4 placas ____________ A
A = 80 mL
Supondo que cada sub-turma tenha preparado 100 mL, como são três na turma inteira,
preparou-se 300 mL de cada meio:
1 T _________ 100 mL
3T ___________ C mL
C = 300 mL
Custo da prática
- Meio à base de batata
Para preparar o infuso de batata foram usados 500 g de batata; 1,6 g de ágar e 0,8 g de glicose
1000 Kg ______ R$ 2,59 500 g _____ R$ 119,00 1 g de glicose ___ R$ 1,35
500 g _____ D 1,6 g ____X 0,8 g ________ Y
D = R$ 1,29 X = R$ 0,38 Y = R$ 1,08
- Meios com caldo de frango e carne
No preparo dos caldos, foram usados 200 g de frango e carne; 1,6 g de ágar; 0,8 g de mel
500 g _________ R$ 2,50 4 g de mel ____ R$ 0,50 R$ 1,00 + R$ 0,38 + R$ 0,10
200 g ___________ E 0,8 g _______ Z
E = R$ 1,00 Z = R$ 0,10
- Meio com caldo de cana
No preparo do meio foram usados 5 mL de garapa; 1,6 g de ágar; 0,4 g de extrato de levedura
500 mL _________ R$ 2,50 1 g de extrato de levedura _____ R$ 0,13
5 mL ___________ F 0,4 g _____________ W
F = R$ 0,03 W = R$ 0,05
5. 2ª etapa – Execução da atividade principal
5.1 Procedimentos/metodologia
Técnicas assépticas:
Antes do início da aula, realizar a lavagem de mãos e passar álcool em todas as bancadas. Para
realizar inoculações, utilizar a área em volta de um bico de Bunsen ligado ou a capela de fluxo
laminar.
I) Isolamento de fungos filamentosos
Meio à base de batata:
Pesar 500g de batata e adicionar a 500 mL de água.
Ferver por 15 min, filtrar com gaze e guardar o infuso.
Para cada 100 mL de infuso, adicionar 1g de glicose e 2g de ágar.
Ajustar o pH para 5.
Autoclavar.
De forma asséptica, adicionar o meio na placa Petri e aguardar a solidificação.
II) Isolamento de bactérias
Meios com caldo de carne e de frango
Cozinhar 200g de carne de frango e de boi em 500 mL de água.
Verter o líquido em um recipiente.
Filtrar a água de cozimento, utilizando papel de gaze.
Adicionar 2g de mel para cada 100 mL de caldo.
Adicionar 2g de ágar para cada 100 mL.
Acertar o pH para 7 com solução de NaOH.
Esterilizar o meio em autoclave por 20 min a 121°C e 1atm.
Verter o meio esterilizado em placas de Petri, de forma asséptica.
Identificar a placa de Petri.
III) Isolamento de leveduras
Meio com caldo de cana
Para cada 5mL de caldo de cana, adicionar 0,5g de levedo de cerveja e 2g de ágar.
Completar o volume para 100mL utilizando uma proveta.
Acertar o pH para 6 utilizando as soluções devidas.
Esterilizar o meio em autoclave por 20min a 121°C e 1atm.
Verter o meio esterilizado em placas de Petri junto à chama do bico de Bunsen e deixar solidificar.
Identificar a placa de Petri.
IV) Extrato de solo
Pesar 500g de terra e adicionar a 500 mL de água.
Ferver por 15 min, filtrar com gaze e guardar o infuso.
Para cada 100 mL de infuso, adicionar 1g de glicose e 2g de ágar.
Ajustar o pH para 5.
Autoclavar.
De forma asséptica, adicionar o meio na placa Petri e esperar até que solidifique.
V) Inoculação nos meios alternativos:
Com o swab em mãos, ir ao local escolhido e recolher os microorganismos.
De forma asséptica, inocular os microorganismos nas placas já preparadas.
No caso do meio a base de extrato de terra, realizar diluições de 10 -4 e realizar a técnica de pour plate com as diluições a menos 2 e menos 4.
Incubar à temperatura de
VI) Ubiquidade de micro-organismos:
Com duas placas de ágar sabouraud e duas de ágar nutriente em mãos, ir ao local desejado.
Abrir as placas ao ar livre. Ao final de 5 minutos, fechar uma de cada. Ao final de 15 minutos, fechar as restantes
Incubar as placar de ágar sabouraud à 37°C e as de ágar nutriente à temperatura ambiente.
5.1.1 Leitura e interpretação dos resultados
Como é possível observar na Tabela 03, o meio à base de batata favorece o crescimento de
fungos filamentosos, pelo fato de possuir amido em sua constituição e seu pH estar em torno de 5.
No vestiário masculino, no entanto, observou-se um crescimento de incontáveis colônias de
aspecto mucoso, isso pode ser devido ao grande número de bactérias presentes neste local.
Os meios com caldo de carne e frango favorecem o crescimento de bactérias, pois seu pH está
em torno de 7 e esses contêm proteínas, carboidratos e vitaminas, principalmente. Portanto,
observa-se na Tabela 03, que não houve (se sim, foi pequeno) crescimento de colônias com
aspecto filamentoso, enquanto, em sua maioria, o número de colônias com aspecto mucoso foi
incontável, apresentando diversas morfologias.
O meio com caldo de cana favorece o crescimento de leveduras, principalmente, pois seu pH está
em torno de 6 e esse possui em sua composição glicose em grande quantidade. Logo, é possível
concluir, a partir de observações da Tabela 03, que o vestiário masculino e o bebedouro possuem
micro-organismos dessa classe
No extrato de solo, analisado na Tabela 04, apesar de na maioria das placas não haver
crescimento, na placa com amostra de terra do vaso de planta do corredor do 4º andar é possível
observar o crescimento de colônias com aspecto mucoso, típico de bactérias; portanto, pode-se
concluir que esse meio de cultura alternativo favorece o crescimento dessas, isso pode ser devido
à sua constituição e seu pH.
Na ubiqüidade de microorganismos (Tabela 05) observou-se que no Agar nutriente houve
crescimento de colônias com aspecto mucoso, isso se deve ao fato desse meio favorecer o
crescimento de bactérias. Já o Ágar Sabouraud favorece o crescimento de fungos filamentosos e
leveduras, logo, observou-se que o número de colônias com aspectos característicos desses
micro-organismos foi maior. Apesar disso, observou-se que nas placas com Ágar Sabouraud
expostas no rampa apresentaram colônias de aspecto filamentoso, isso pode ser devido ao fato
de esse local se de grande circulação, estando susceptível à maiores contaminações bacterianas.
Em ambos meios, o tempo de exposição influenciou no número de colônias observadas, sendo
que as placas expostas em 15 minutos apresentaram um maior número de colônias e mais
diversificadas.
Tabela 03. Preparação de meios de cultura alternativos
Local escolhido para coleta de material
Placa/Condição Nº de colônias com aspecto filamentoso e
descrição
Nº de colônias com aspecto mucoso e descrição
Vestiário masculino Meio à base de batata
2 colôniasUma de coloração
marrom e outra esbranquiçada. Ambas
opacas, com centro negro e bordas claras.
Incontável5 morfologias diferentes:
Colônias de tamanhos e cores variados: róseas, alaranjadas, esbranquiçadas, centro negro
e bordas claras.
Um tipo específico, incolor, cresceu sob forma de tapete
sobre a placa. Todas as colônias apresentaram
aspecto brilhoso.
Meio com caldo de carne
Nenhuma colônia
Incontável- 9 morfologias diferentes: Uma colônia grande, com centro claro e bordas mais
escuras, sobre outras colônias; uma grande,
enrugada, com aspecto de cérebro; diversas colônias
translúcidas, esbranquiçadas, disformes, com borda irregular; duas
colônias róseas, com borda irregular, sobre outras colônias, apresentando falhas; um tipo branco,
pequeno; outro alaranjado, pequeno, com colônias
espalhadas por toda a placa; três colônias brancas,
irregulares e côncavas; um tipo rosa claro, pequeno; outro grande, branco e
translúcido.
Meio com caldo de frango
1 colôniaEsbranquiçada, apresentando
crescimento na falha do meio de cultura
Formação de um tapete sobre a placa com colônias
esbranquiçadas e pequenas
Meio com caldo de cana
Não houve crescimento
Incontável- 4 morfologias diferentes:
Colônias rosa claro, pequenas; colônias
esbranquiçadas, pequenas, sobre toda a placa; três
colônias de tamanho médio, esbranquiçadas; duas colônias pequenas e
amareladas.
Maçaneta da porta da sala 406
Meio à base de batata
3 colônias Não houve crescimento
Meio com caldo de carne
Não houve crescimento 15 colôniasDuas colônias de coloração
amarela, brilhante e arredonda.
Doze colônias de coloração branca, brilhante e arredonda.
Uma colônia transparente, brilhante com borda irregular.
Meio com caldo de frango
Não houve crescimento Não houve crescimento
Meio com caldo de cana
Não houve crescimento Não houve crescimento
Bebedouro do corredor do 4º andar
Meio à base de batata
Incontável- 5 morfologias diferentes: Formação de um tapete de
micro-organismos de cor acinzentada.
Meio com caldo de carne
Incontável- 3 morfologias diferentes: Formação de um tapete de
micro-organismos de cor acinzentada e aspecto estriado e algumas colônias com aspecto mucoso e brilhantes.
Meio com caldo de frango Não houve crescimento
Meio com caldo de cana
IncontávelHouve crescimento abundante de micro-organismos de
morfologias de variados aspectos, que cobriram completamente a placa.
Mouse do computador do laboratório de
Informática
Meio à base de batata
1 colônia- borda branca e o centro
verde, bem rugoso (aspecto semelhante a um algodão). Tamanho
médio.
Meio com caldo de carne Não houve crescimento
4 colôniasDuas colônias brancas com
aspecto brilhante, uma
colônia amarelo claro com aspecto brilhante e uma
colônia branca com forma distorcida
Meio com caldo de frango Não houve crescimento Não houve crescimento
Meio com caldo de cana
1 colôniaColônia com coloração
branca e com um tamanho relativamente grande em relação às
demais colônias
7 colôniasAs colônias apresentavam uma coloração branca e
amarela. Eram brilhantes e apresentavam um tamanho
pequeno.
Tabela 04. Isolamento de bactérias do solo – meio de cultura alternativo: Extrato de solo
Amostra Nº de colônias e descrição
Terra do vaso de planta do corredor do 4º andar 9 colônias com aspecto mucosoObservou-se 2 morfologias diferentes com
formação de tapete sobre a placa.- Encontrou-se micro colônias brancas brilhantes.
Terra do vaso de uma planta do corredor Não houve crescimento
Solo do bosque Não houve crescimento
Solo do bosque 8 colônias - 1 morfologia com aspecto brilhante, incolor e pequenas
Tabela 05. Ubiquidade de micro-organismos
Local Meio de cultura
Tempo de exposição
(min)
Nº de colônias e descrição
Com aspecto filamentoso Com aspecto mucoso
Incontável
Rampa do 3º andar
Ágar nutriente 5 Não houve crescimento Todas as colônias de mesma morfologia
15 Não houve crescimento Incontável
Todas as colônias de mesma morfologia
Ágar Sabouraud
5 8 colônias- 5 morfologias diferentes
11 colônias6 morfologias diferentes
15 Não houve crescimento Incontável
15 morfologias diferentes, típicas de leveduras
Bosque Ágar nutriente
5 Não houve crescimento 23 colônias- 6 morfologias diferentes
15Não houve crescimento
67 colônias- 7 morfologias diferentes
Ágar Sabouraud
5 45 colônias- 17 morfologias diferentes
Não houve crescimento
15 Incontável - 25 morfologias diferentes
Não houve crescimento
HallÁgar nutriente
5 Não houve crescimento
15 colônias- arredondadas, transparen-tes em seu centro e brancas
nas bordas.
15Não houve crescimento
24 colônias- arredondadas, com bordas mais escuras que o centro
Ágar sabouraud
5 24 colônias
- colônias arredondadas, transparentes em seu centro e brancas nas
bordas
1 colônia- pequena e arredondada
15 29 colônias- Diferentes formas e cores,
colônias sobrepostas.
Não houve crescimento
Cantina Ágar nutriente5
Não houve crescimento 3 colôniasColônias brancas, leitosas e brilhantes.
15
Não houve crescimento
15 colôniasDuas morfologias: uma com
o mesmo aspecto das apresentadas na placa
exposta por cinco minutos e a outra amarela e brilhante.
Ágar Sabouraud
5
4 colôniasTrês morfologias: uma é
rosa, com bordas brancas; outra é cinza com a borda
cinza claro; a outra é
4 colôniasDuas morfologias: uma é
branca e brilhante e a outra é bege claro e brilhante.
laranja.
15 6 colôniasCinco morfologias: uma é rosa, com bordas brancas; outra é cinza com a borda cinza claro; outra é cinza
com a borda bege; outra é laranja claro com a borda
laranja mais claro; e a última é toda branca.
6 colôniasTrês morfologias: uma bege claro e brilhante; outra cinza e leitosa; e a última branca e brilhante
5.1.2 Apresentação de propostas de minimização, reutilização, tratamento e descarte dos
resíduos gerados
Os meios utilizados podem ser reaproveitados transformando estes em alimentos para animais e
adubos. Para a produção dos alimentos e adubos seria necessário o tratamento dos produtos
gerados pela degradação do meio e pelo metabolismo das bactérias. Porém, não foram
encontradas pesquisas nessa área. O tratamento existente consiste na combustão dos meios, o
que gera muita poluição por gás carbônico e resíduos sólidos não identificados.
5.1.3 Conclusão
Foi possível concluir que, mesmo em situações de pouco recurso, é possível a cultura de
microrganismos através de meios alternativos, feitos com substâncias comuns do nosso dia a dia;
que microrganismos estão em todos os lugares e é notória a diferença de tempo de exposição
para o crescimento dos mesmos; e que é de extrema importância conhecer os meios de cultura
para o crescimento de cada tipo de microrganismo para conseguirmos um bom resultado. Foram
utilizadas técnicas já aprendidas antes e foi possível o reconhecimento da importância das
técnicas apresentadas.
5.1.4 Bibliografia
- MICHAEL J. PELCZAR JR. & E.C.S. CHAN & NOEL R. KRIEG. Microbiologia: Conceitos e
Aplicações - vol. 1. 2ª Ed.
- TORTORA, Gerard J., FUNKE, Berdell R. e CASE, Christine L. Roberta Marchiori Martins. Microbiologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.
- Introdução à microbiologia. Disponível em: <http://vsites.unb.br/ib/cel/microbiologia/intromicro/intromicro.html> Acessado em: 8 mai. 2010.
- http://www.hexasystens.com.br/ver.asp?Dep=4797&Secao=79584&Cat=6068&Produto=100378. Acessado em: 10 de maio de 2010.
- http://users.med.up.pt/cc04-10/MicroTextosApoio/Meios_de_cultura.pdf. Acessado em: 10 de maio de 2010.
- http://www.biocendobrasil.com.br/meio_Sabouraud.asp. Acessado em: 10 de maio de 2010.