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eEC Inspeção-Geral da Educação e Ciência ATIVIDADE 11.9 NUP: 11.03.06/00912/EMESC/19 RELATÓRIO Provedor do Estudante e Conselho Pedagógico: exercício de competências no âmbito do processo de apreciação e decisão de queixas dos estudantes FACULDADE DE CIÊNCIAS UNIVERSIDADE DE LISBOA Janeiro de 2020

RELATÓRIO · 2020. 5. 28. · outubros, o qual, entre outros aspetos, determina a realização de relatórios anuais de atividades. Cumpre realçar que as atividades do Provedor

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eEC Inspeção-Geral da Educação e Ciência

ATIVIDADE 11.9

NUP: 11.03.06/00912/EMESC/19

RELATÓRIO

Provedor do Estudante e Conselho Pedagógico:

exercício de competências no âmbito do processo de apreciação e decisão

de queixas dos estudantes

FACULDADE DE CIÊNCIAS

UNIVERSIDADE DE LISBOA

Janeiro de 2020

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GE Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Atividade 11.9 — Relatório C Inspeção-Geral da

Educação e Ciência

Sumário

I — INTRODUÇÃO 3

1.1 — Âmbito 3

1.2 — Objetivos e Metodologia 3

1.3 — Exercício do Contraditório 4

II — CARATERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO QUANTO A NORMAS E PROCEDIMENTO REFERENTES À APRECIAÇÃO DE QUEIXAS DOS ESTUDANTES 5

11.1 — Estrutura e Organização 5

11.2 — Procedimentos constatados 6

11.3 — Divulgação dos procedimentos 7

III — O PAPEL DO CP E DO PROVEDOR DO ESTUDANTE 7

III. 1 - O Conselho Pedagógico 7

III. 2 - O Provedor do Estudante da Universidade de Lisboa 8

III. 3 — O Provedor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa 9

IV — CONCLUSÕES 9

V — RECOMENDAÇÕES 9

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eEC1 Inspeção-Geral da Educação e Ciência Atividade 11.9 — Relatório

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

I — INTRODUÇÃO

1.1 — Âmbito

O Plano de Atividades da IGEC para 2019 - Programa II — prevê a Atividade 9 — Provedor do Estudante e Conselho

Pedagógico: exercício de competências no âmbito do processo de apreciação e decisão de queixas dos

estudantes.

Esta ação visa apreciar os procedimentos implementados nas instituições de ensino superior quanto às queixas e

reclamações apresentadas pelos estudantes, em matéria pedagógica, analisando a conformidade legal e

regulamentar dos atos praticados pelos órgãos responsáveis intervenientes, designadamente o Conselho

Pedagógico e o Provedor do estudante, no âmbito desta matéria.

O objeto desta ação incidiu sobre as competências do Conselho Pedagógico (CP) determinadas na alínea d) do

artigo 105.° do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), — apreciar as queixas relativas a

falhas pedagógicas e propor as providências necessárias - e na ação do Provedor do estudante, a qual, também

segundo o RJIES2, se desenvolve em articulação com as associações de estudantes e com os órgãos e serviços

da instituição, designadamente com os conselhos pedagógicos, bem como com as suas unidades orgânicas.

1.2 — Objetivos e Metodologia

Esta atividade tem os seguintes objetivos operacionais:

• Verificar a consignação nos estatutos da instituição de ensino superior do disposto no artigo 25.° e na

alínea d) do artigo 105.°, ambos do RJIES;

• Verificar a existência de normas regulamentares disciplinadoras da apreciação das queixas e

reclamações apresentadas pelos estudantes, em matéria pedagógica;

• Constatar o procedimento implementado na instituição de ensino superior quanto à apreciação das

queixas e reclamações apresentadas pelos estudantes, em matéria pedagógica;

• Aferir a conformidade do procedimento adotado face às normas regulamentares existentes;

• Verificar o cumprimento das competências legalmente cometidas ao CP, em matéria pedagógica;

• Verificar a articulação do Provedor do estudante com o CP e os outros órgãos previstos na lei.

1 Lei n.° 6212007, de 10 de setembro. 2 Artigo 25.° da mesma Lei.

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Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Atividade 11.9 — Relatório

Inspeção-Geral da EC1 Educação e Ciência

• Apurar o exercício pelo Provedor do estudante das competências que lhe estão regulamentarmente

atribuídas.

A metodologia associada a esta intervenção seguiu as práticas aplicáveis a esta tipologia de ação, nomeadamente

através da:

- Solicitação prévia à intervenção na instituição, de informação e documentação caraterizadora da atuação do CP

e do Provedor do estudante, no âmbito dos objetivos previstos nesta intervenção. nomeadamente:

• Normas instituídas quanto a queixas e reclamações apresentadas pelos estudantes, em matéria

pedagógica;

• Regulamentos do CP e do Provedor do estudante;

• Manual da Qualidade;

• Relatórios de Atividades do Provedor do estudante, nos anos letivos de 2017/2018 e 2018/2019;

• Atas do CP dos anos letivos de 2017/2018 e 2018/2019;

• Outros documentos fornecidos pela instituição sobre esta matéria.

- Intervenção, na instituição, com vista à recolha e registo de evidências, através da análise do Livro de

Reclamações dos anos letivos de 2017/2018 e 2018/2019, bem como da realização de entrevistas ao Provedor

do estudante da Universidade de Lisboa (Ulisboa), à Provedora da Faculdade de Ciências da Ulisboa (FCUL), ao

Presidente do CP e a um representante dos estudantes membro do CP.

Regista-se a boa colaboração prestada na interação estabelecida com a equipa da IGEC.

1.3 — Exercício do Contraditório

Nos termos do princípio do contraditório, contido nos artigos 9.° e 35.° do Regulamento de Inspeção3 (RI) da IGEC

e no artigo 12.° do Decreto-Lei n.° 276/2007, de 31 de julho', foi remetido o projeto de Relatório à FCUL, em 3 de

dezembro de 2020, através da comunicação S/10802/EMESC/19, tendo a instituição, através do seu Diretor, em

3 de janeiro de 2020, informado que subscreve o projeto de relatório enviado, não sendo sua intenção realizar

qualquer pronúncia ou comentário.

3 Regulamento n.° 189/2013, de 14 de maio, publicado no Diário da República, 2.a série, n.° 100, de 24 de maio de 2013. 4 Aprova o regime jurídico da atividade de inspeção da administração direta e indireta do Estado.

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Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

II — CARATERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO QUANTO A NORMAS E PROCEDIMENTO REFERENTES À APRECIAÇÃO DE QUEIXAS DOS ESTUDANTES

11.1 — Estrutura e Organização

A FCUL, como unidade orgânica da ULisboa, dispõe do Provedor do estudante da ULisboa, previsto no artigo 39.° dos Estatutos desta universidades, como órgão independente que tem como função (...) a defesa e a promoção dos direitos e interesses legítimos dos estudantes de todos os ciclos no âmbito universitário (n.° 1) e que é designado pelo Conselho Geral, sob proposta do Reitor, por períodos de quatro anos, após parecer da Comissão para os Assuntos Pedagógicos e Estudantis do Senado (n.° 2). A renovação do mandato do atual Provedor verificou-se na reunião do Conselho Geral, de 23 de novembro de 2017, em conformidade com o disposto nos Estatutos sobre esta matéria.

O Regulamento do Provedor do Estudante da Ulisboa foi aprovado pelo Despacho n.° 14857/2013, de 30 de outubros, o qual, entre outros aspetos, determina a realização de relatórios anuais de atividades.

Cumpre realçar que as atividades do Provedor do Estudante desenvolvem-se em articulação com os Conselhos Pedagógicos das Escolas, com as Associações de Estudantes, com os Serviços de Ação Social e com a colaboração dos Presidentes e Diretores das Escolas (n.° 4 do artigo 3.° do Regulamento).

Ainda, de acordo com o citado Regulamento, compete ao Provedor: a) Agir como mediador, procurando dirimir conflitos entre estudantes, ou entre estes e outros membros, órgãos, agentes ou serviços da Universidade; b) Procurar em colaboração com os órgãos, agentes ou serviços competentes, as soluções mais adequadas à tutela dos direitos dos estudantes e ao aperfeiçoamento da ação administrativa; c) Dirigir as recomendações necessárias aos órgãos, agentes ou serviços competentes da Reitoria, Escolas, Serviços Autónomos e Unidades Especializadas da Universidade de Lisboa, com vista à correção de ilegalidades ou injustiças, com o objetivo de melhoria dos procedimentos; d) Recomendar ao Reitor ou aos Presidentes e Diretores das Escolas a realização de averiguações e inquéritos que considere necessários ou convenientes; e) Emitir parecer sobre quaisquer matérias relacionadas com a sua atividade (artigo 4.°).

Os Estatutos da FCUL' referem, no artigo 63.°, quanto ao assunto em análise, que cabe ao CP Apreciar as queixas relativas a falhas pedagógicas e propor as providências necessárias, bem como Promover a realização da avaliação do desempenho pedagógico dos docentes, por estes e pelos estudantes, e a sua análise e divulgação.

Foi aprovado um novo Regimento interno do CP, em vigor a partir do ano letivo 2019/2020.

Os Estatutos preveem a existência da Comissão Pedagógica do Ciclo de Estudos, formada pelo Coordenador ou Comissão de Coordenação do ciclo de estudos e por estudantes desse ciclo, um por cada ano curricular, a quem compete promover a ligação entre os estudantes e os docentes do ciclo de estudos, diagnosticar problemas e dificuldades relacionados com o ensino e a aprendizagem dos estudantes e promover a sua resolução (artigo 23.°).

5 Vigentes nos anos letivos objeto da presente ação: homologados pelo Despacho normativo n.° 5-A/2013, de 18 de abril, publicados no Diário da República, 2.' série, n.° 77, de 19 de abril de 2013, e alterados pelo Despacho Normativo n° 1-N2016, de 29 de fevereiro, publicado no Diário da República, 2." série, n.° 42, de 1 de março. Em 11 de maio de 2019, entraram em vigor novos Estatutos da Ulisboa, homologados pelo Despacho Normativo n.° 14/2019, de 24 de abril, publicados no Diário da República, 2.' série, n.° 90, de 10 de maio de 2019. 6 Publicado no Diário da República, a' série, n.° 222, de 15 de novembro de 2013. ' Publicados em anexo ao Despacho n.° 9251/2017, de 20 de outubro (publicado no Diário da República, 2.* série, n.°203, de 20 de outubro), alterado pelo Despacho n.° 220/2019, de 7 de janeiro (publicado no Diário da República, série, n.° 4, de 7 de janeiro de 2019).

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Estabelecem, também, como órgão de natureza consultiva, o Provedor [alínea c) do n.° 2 do artigo 29.°], determinando que este é um órgão independente, designado pelo Conselho de Escola, que tem como função contribuir para o cumprimento das disposições regulamentares em vigor na Faculdade, sendo o seu mandato de quatro anos (artigos 78.° e 79.°).

Compete-lhe, de acordo com o artigo 80.° dos Estatutos, analisar conflitos e propor soluções, diligenciando para que todos os que exercem atividade na Faculdades possam usufruir dos seus direitos.

A FCUL dispõe de Regulamento do Provedor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, datado de 13 de março de 2019, realçando-se, sobre o âmbito da atividade do Provedor, que este abrange todos os órgãos, serviços, estudantes, trabalhadores e bolseiros da FCUL (artigo 1.°). Cumpre, igualmente, salientar que, relativamente à intervenção do Provedor, cabe-lhe, nomeadamente, Agir como mediador, procurando dirimir conflitos entre órgãos, serviços, estudantes, trabalhadores e bolseiros da FCUL, Propor as soluções mais adequadas à tutela dos direitos dos estudantes, trabalhadores, bolseiros e ao aperfeiçoamento dos serviços, bem como Dirigir recomendações aos órgãos, serviços, estudantes, trabalhadores e bolseiros da FCUL com vista à correção de irregularidades ou ilegalidades, bem como à reposição dos direitos ou interesses legítimos afetados, visando contribuir para a melhoria dos procedimentos [alíneas a), b) e c) do artigo 3.°].

Para além do exposto, o Regulamento disciplina aspetos relacionados com a atividade do Provedor, nomeadamente, a tramitação dos procedimentos a adotar pela comunidade académica em caso de conflito e recurso a este órgão, tendo definido que o Provedor publica um relatório anual da sua atividade, o qual é enviado ao Diretor e ao Conselho de Escola (n.°s 1 e 3 do artigo 11.°).

Como decorre da legislação aplicável9, a FCUL dispõe de Livro de reclamações, tendo-se constatado que foram apresentadas, nos anos letivos objeto da presente ação, nove reclamações, sendo que nenhuma se referia a matérias de natureza pedagógica.

No seu Manual da Qualidadelo, a FCUL refere a existência do Provedor, como um dos órgãos de governo existentes para dar cumprimento à sua missão".

11.2 — Procedimentos constatados

De acordo com as informações prestadas pelos elementos entrevistados, e dado que a organização da FCUL assenta nos seus Departamentos, os estudantes, habitualmente, apresentam as suas queixas/reclamações, de âmbito pedagógico, no âmbito do Departamento, preferencialmente, ao coordenador de curso e também à Comissão Pedagógica do Ciclo de Estudos.

Foi também referido que, no início de cada ano letivo, realiza-se uma cerimónia de receção aos alunos, a qual é seguida de reuniões com os alunos, no âmbito de cada um dos Departamentos da Faculdade, em que é feita uma apresentação das comissões existentes, designadamente, da referida Comissão Pedagógica do Ciclo de Estudos.

Espalhadas pelo campus existem Caixas de sugestões, sendo os elementos aí deixados objeto de análise, mensalmente, por parte da Área de Estudos, Planeamento e Qualidade.

8 Sublinhado nosso. 9 Decreto-Lei n.° 135/99, de 22 de abril, alterado pelos Decretos-Leis n.°s 29/2000, de 13 de março, 72-A/2010. de 18 de junho, 73/2014, de 13 de maio, e 58/2016, de 29 de agosto. J.o Ref.' FCUL-SGQ-1/2017, de 7 de dezembro de 2018. ii rag 14.

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Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Embora a Provedora da FCUL seja também um elemento divulgado na página eletrónica da Faculdade, a que os estudantes podem recorrer, o facto de estar em funções há muito pouco tempo faz com que, ainda, não seja possível avaliar a sua implementação junto dos estudantes.

11.3 - Divulgação dos procedimentos

Na área acessível ao público em geral da página eletrónica da Faculdade encontra-se informação sobre a Provedora da FCUL, designadamente as suas competências e o nome da titular do cargo, tal como já foi referido, bem como o correio eletrónico e o formulário para apresentação de queixas/reclamações. De acordo com informação constante na página eletrónica da instituição, os órgãos, serviços, estudantes, trabalhadores e bolseiros da FCUL podem apresentar ao Provedor pedidos relativos ou relacionados com a prática ou omissão de atos por parte de outros órgãos, serviços, estudantes, trabalhadores e bolseiros da FCUL. É, igualmente, mencionado que a Provedora tem como função contribuir para o cumprimento das disposições regulamentares em vigor na Faculdade.

Não se constatou a divulgação, escrita, sobre outros meios de os estudantes poderem apresentar queixas/reclamações, nem qualquer referência ao Provedor do Estudante da ULisboa, o qual apenas se encontra divulgado na página eletrónica da ULisboa.

III — O PAPEL DO CP E DO PROVEDOR DO ESTUDANTE

III. 1 - O Conselho Pedagógico

De acordo com informação prestada pelo Presidente do CP, nos anos letivos objeto da presente ação, não foram abordados assuntos relativos a "falhas pedagógicas" nas reuniões do referido Conselho.

Segundo as informações colhidas, quer junto do estudante quer do Presidente deste órgão, além de tradicionalmente existir uma grande proximidade entre estudantes e docentes, aqueles habitualmente recorrem diretamente aos coordenadores dos cursos (os quais têm horas de atendimento disponíveis) ou aos seus representantes nas Comissões Pedagógicas dos Ciclos de Estudos, as quais têm o papel de analisar e dirimir os eventuais conflitos apresentados, pelo que, segundo aqueles interlocutores, questões daquela natureza são solucionadas antes de haver necessidade de serem submetidas ao CP. De realçar que aquelas Comissões estão estreitamente ligadas ao CP, pois um elemento de cada uma tem assento neste órgão.

O CP faz, igualmente, uma análise exaustiva aos inquéritos pedagógicos preenchidos pelos estudantes, em cada Unidade Curricular, sendo o resultado desta análise (que é do conhecimento de todos os membros, incluindo os estudantes) encaminhado para cada Departamento que se encarregará de tomar as providências necessárias à melhoria de situações menos positivas apuradas e, assim, obstar ou resolver possíveis falhas pedagógicas.

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III. 2 - O Provedor do Estudante da Universidade de Lisboa

O Provedor de Estudante da ULisboa é um professor aposentado do Instituto Superior de Agronomia, anteriormente já Provedor da extinta Universidade Técnica de Lisboa, e que se encontra, atualmente, a exercer o seu segundo mandato.

Da leitura dos Relatórios de atividades do Provedor do estudante, por ano civil, verificamos que as reclamações surgem classificadas por unidade orgânica e por questões (i) pedagógicas, (ii) académicas e, ainda, (iii) de ação social, sendo que cada uma delas se encontra subdividida por tipologias. No que diz respeito às questões pedagógicas, as tipologias são as seguintes: salas e biblioteca, assiduidade/faltas, assiduidade/docentes, lançamento de notas, avaliação, equivalências/creditações/certificação, escolha de turmas, horário de atendimento, horário escolar, incumprimento de regulamentos, funcionamento de serviços, organização de UCs, relação docente/estudante, tutoria, outras situações. Nos períodos de janeiro a dezembro de 2017 e de janeiro a dezembro de 2018, apurou-se a existência, quanto à FCUL, em cada um dos referidos anos, de quatro queixas/reclamações, sendo que apenas uma delas, em 2018, se referia a uma queixa "pedagógica", inserida na tipologia "funcionamento de serviços". Solicitado ao Provedor que esclarecesse esta situação, informou que 1 -Por deficiente informação dos serviços, de acordo com a queixa apresentada ocorrida em consequência de um requerimento a solicitar o cancelamento da matrícula no ano lectivo 2016/2017, o estudante foi informado que poderia candidatar-se ao reingresso no ano letivo 2017/2018, e que não seria prejudicado em pedidos posteriores relativamente ao estatuto de trabalhador-estudante que usufruia, pois tinha anulado aquela matrícula. Posteriormente foi informado que não poderia candidatar-se a reingresso (não indicou os motivos), sendo então obrigado a escrever um e-mail, indicando que solicitava o cancelamento da interrupção de estudos para que pudesse candidatar-se ao ano lectivo 2017/2018, não lhe tendo sido devolvido, até então, o valor da inscrição entretanto realizada. Esta é a vertente académica da queixa que ficou resolvida após a nossa intervenção, tendo sido devolvida a quantia paga pela inscrição. 2 - No que se refere à questão pedagógica e pelo facto de não terem sido considerados, por erro de informação, os resultados do ano ano 2016/2017, ao estudante seria retirado o estatuto de trabalhador-estudante por não ter tido aprovação num mínimo de 50% das UC's do ano lectivo que frequentava, tendo como consequência uma reinscrição no 1° ano do Curso.. Foi esta a razão de termos considerado o caso do foro pedagógico, pois a componente académica tinha ficado resolvida (...).Toda esta situação foi comunicada, como sempre fazemos, à FCUL, resultando posteriormente e em conclusão a "readmissão" do estatuto de trabalhador-estudante, para além da devolução das quantias indevidamente cobradas.

De referir ainda que, nos dois anos civis em causa, não se observa, em qualquer unidade orgânica da ULisboa, queixas enquadradas na tipologia "relação docente/estudante".

Segundo referiu, em conformidade com o Regulamento, apenas aceita queixas desde que o queixoso comprove que já esgotou todas as possibilidades de resolução junto do serviço ou unidade orgânica na qual a mesma teve origem.

Sobre a articulação do Provedor do estudante com outras entidades, aquele referiu manter contacto com a Associação Académica de Lisboa, mas com os CP das unidades orgânicas apenas quando solicitado.

Informou, igualmente, considerar que a sua figura de Provedor não está devidamente divulgada quer junto da FCUL quer junto das outras unidades orgânicas da universidade.

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III. 3 — O Provedor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Em 7 de dezembro de 2018, foi nomeada a Provedora da FCUL (professora jubilada da instituição), de acordo com o previsto nos Estatutos da Faculdade12 , não tendo sido elaborado, até à data, qualquer relatório de atividades, dado que, ainda, não concluiu um ano de atividade.

Quanto à atividade da Provedora, a qual abrange todos os órgãos, serviços, estudantes, trabalhadores e bolseiros da FCUL, esta declarou que a sua atuação é dominada pelo objetivo de procurar dirimir eventuais conflitos entre todos os que trabalham na instituição.

IV — CONCLUSÕES

Face ao exposto, cumpre evidenciar as seguintes conclusões:

- Os Estatutos da ULisboa estão em conformidade com o disposto no artigo 25.°, sobre o Provedor do estudante, do RJIES;

- A renovação do mandato do atual Provedor está em conformidade com o disposto nos Estatutos da Ulisboa, sendo que este articula a sua atividade com o CP da FCUL apenas quando contatado.

- Não se encontra divulgada, junto da FCUL e das outras unidades orgânicas da ULisboa, a figura do Provedor do estudante.

- Os Estatutos da FCUL estabelecem, como órgão de natureza consultiva, o Provedor da FCUL e estão em conformidade com o disposto na alínea d) do artigo 105.°, relativo às competências do CP, do RJIES.

- A Provedora foi nomeada, de acordo com o disposto nos Estatutos da FCUL, sendo a duração do seu mandato, conforme definido estatutariamente, de quatro anos.

- O Manual de Qualidade da FCUL refere a existência do Provedor, como um dos órgãos de governo existentes para dar cumprimento à sua missão.

- O CP demonstra estar a exercer as competências atribuídas pelo RJIES e pelos Estatutos da FCUL.

- Apesar de, aparentemente, os estudantes terem conhecimento das formas de apresentarem as suas queixas/reclamações, não se encontrou qualquer documento formalizador das mesmas.

- A instituição dispõe do Livro de Reclamações, conforme resulta da legislação aplicável, não se tendo apurado, na análise efetuada, o registo de queixas/reclamações, em matéria pedagógica, nos anos letivos objeto da presente ação.

V — RECOMENDAÇÕES

Tendo em vista contribuir para a melhoria dos procedimentos associados à apreciação das queixas e reclamações dos estudantes, em matéria pedagógica, enunciam-se as seguintes recomendações, que deverão ser

12 Ata n.° 9/2018, de 7 de dezembro, do Conselho de Escola.

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Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Atividade 11.9 — Relatório

equacionadas em função das constatações e respetivas conclusões integradas no presente relatório, aos seguintes dirigentes:

• Ao senhor Reitor da Universidade de Lisboa:

- Ponderar sobre a necessidade de promover uma maior divulgação do cargo, competências e contactos do Provedor do estudante junto das unidades orgânicas da ULisboa, de forma a que toda a comunidade estudantil tome conhecimento.

• Ao senhor Diretor da FCUL:

- Refletir sobre a melhor forma de dar a conhecer aos estudantes os canais/formas de apresentação das suas queixas/reclamações e de divulgar aos mesmos as competências e os contactos da Provedora da FCUL e do Provedor do estudante da ULisboa.

IGEC, 3 de janeiro de 2020.

A equipa inspetiva

Maria Filomena Mota M. a Isabel Negrão Sequeira

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O MINISTRO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR Manuel Heitor

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eEC Inspeção-Geral da Educação e Ciência

PARECER

DESPACHO

Mod

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EC In

form

ação

NID: 1/00031 /EMESC/20 Serviço: EMESC

Processo n.°: 11.03.06/00912/EMESC/19

Assunto: AÇÃO - PROVEDOR DO ESTUDANTE E CONSELHO PEDAGÓGICO: EXERCÍCIO DE COMPETÊNCIAS NO ÂMBITO DO PROCESSO DE APRECIAÇÃO E DECISÃO DE QUEIXAS DOS ESTUDANTES REALIZADA NA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

1. No âmbito da atividade 11.9 do Plano de Atividades desta Inspeção-Geral para o ano de 2019, foi realizada

a ação inspetiva — Provedor do Estudante e Conselho Pedagógico: Exercício de competências no âmbito do

processo de apreciação e decisão de queixas dos estudantes, na Faculdade de Ciências da Universidade de

Lisboa (FCUL).

2. O correspondente projeto de Relatório foi remetido, em 3 de dezembro de 2019, através da comunicação

S/10802/EMESC/19 (tendo-se, em 3 de janeiro de 2020, solicitado confirmação sobre a receção do mesmo),

tendo a instituição informado que subscreve o projeto de relatório enviado originalmente, não sendo sua

intenção realizar qualquer pronúncia ou comentário.

3. Face ao que antecede, considera-se consolidado o Relatório da presente ação, pelo que cumpre à equipa

propor:

a) Nos termos do n.° 1 do artigo 15.° do Decreto-Lei n.° 276/2007, de 31 de julho, que se dê por concluída

a presente ação, procedendo ao reencaminhamento do Relatório Final, em anexo à presente

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@EC Inspeção-Geral da Educação e Ciência

informação, para homologação, ao Senhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior;

b) Na sequência da referida homologação, em cumprimento do n.° 5 do artigo 15.° do Decreto-Lei n.° 276/2007, de 31 de julho, seja remetido o Relatório Final ao senhor Reitor da Universidade de Lisboa e ao senhor Diretor da FCUL para que, nos termos do n.° 6 do referido artigo, informem esta Inspeção-Geral sobre as medidas e as decisões adotadas no seguimento das recomendações formuladas.

À consideração superior.

Lisboa, 3 de janeiro de 2020.

A equipa

\(\,, (Maria Filo ena Mota)

Ítiu; /14 (M. a Isabel NegrãcVSequeira)

Em anexo: Relatório Final — Atividade 11.9 - Ação de controlo - Provedor do Estudante e Conselho Pedagógico: Exercício de competências no âmbito do processo de apreciação e decisão de queixas dos estudantes.

Mod

.: IG

EC In

form

ação

2