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1 RIBEIRO, Laura Cançado. Como fazer um relatório-síntese pelo modelo simplificado (21 p.) www.psicologiaclinicatextos.com.br Coletânea O Desenho da Figura Humana, 11. Aba Análise Simbólica. Revisão 11/21 O Desenho da Figura Humana, 11 Como fazer um relatório-síntese pelo modelo simplificado O modelo simplificado é um modelo compacto que desenvolvi. Tendo os desenhos à sua frente, o analista olha os desenhos e vai identificando a presença de determinado aspecto, e colocando x nos lugares devidos. Nesse modelo, portanto, os temas estão pré-definidos, os traços já estão listados, e, muitas vezes, outros traços presentes não estão contemplados no modelo. A limitação do modelo simplificado é perder dados, suas vantagens são rapidez e facilidade. O agrupamento e a organização lógica dos dados já estão prontos e são fixos. Adiante você pode ler os aspectos que são contemplados. Você pode observar que se trata de uma visão mais geral, e menos talhada para cada pessoa-sujeito, menos “fenomenológica”. Descreve, dentro do referencial, as características da pessoa-sujeito. Exige também de você um nível de inferência mais alto, embora aborde aspectos cognitivos, evolutivo-emocionais de caráter estrutural, resíduos de desenvolvimento (somente alguns, e sem inter-relacioná-los) e diferenciação psicossexual. Itens contemplados no Modelo Simplificado de análise interpretativa TEMA 1. COMO A PESSOA SE COLOCA NO AMBIENTE DE FORMA GERAL 1.1 Reação global às pressões do meio ambiente 1.2 Aspectos do mundo interno/mundo externo, privilegiados (ou não) por PSJ 1.3 Montante de participação de PSJ no ambiente 1.4 Abertura de PSJ para participação no ambiente 1.4.1 Abertura para se expor, se solicitado 1.4.2 Abertura para perceber a realidade 1.4.3 Abertura para as relações interpessoais e de contato 1.5 Nível de equilíbrio da participação de PSJ no ambiente 1.6 Qualidade afetiva da participação no ambiente TEMA 2. ANÁLISE DE ASPECTOS INTELECTUAIS 2.1 Capacidade de planejamento e simbolização. 2.2 Visão concreta da realidade 2.3 Tipo de pensamento que PSJ usa espontaneamente. TEMA 3. ANÁLISE DE ASPECTOS EVOLUTIVO-EMOCIONAIS 3.1 Nível de integração pessoal de caráter básico ou estrutural 3.2 Análise de resíduos de dependência no desenvolvimento 3.3 Análise de resíduos de agressividade não trabalhada no desenvolvimento 3.4 Montante de integração dos controles 3.5 Presença de resíduos de dificuldades na integração da sexualidade TEMA 4. ACEITAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E DIFERENCIAÇÃO PSICOSSEXUAL 4.1 Aceitação do desenvolvimento 4.2 Relações projetadas em função da valorização relativa de si e do outro. 4.3 Relações projetadas em função de características afetivas atribuídas a si e/ou ao outro. 4.4 Diferenciação psicossexual TEMA 5. DADOS ADICIONAIS FORNECIDOS PELA HISTÓRIA TEMA 6. SÍNTESE GERAL Apresento em seguida o modelo em detalhe. Após cada título e cada subtítulo, há uma pequena explicação sobre o conjunto que compõe a seção. Observe que este modelo não apresenta as definições para os traços, e os significados simbólicos são bastante sucintos. Para identificação e codificação corretas, aconselho que você vá aos Textos de definições para você ter certeza de seu acerto.

Relatório de pesquisa sobre o teste do Desenho da Figura

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1 RIBEIRO, Laura Cançado. Como fazer um relatório-síntese pelo modelo simplificado (21 p.)

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O Desenho da Figura Humana, 11

Como fazer um relatório-síntese pelo modelo simplificado

O modelo simplificado é um modelo compacto que desenvolvi. Tendo os desenhos à sua frente,

o analista olha os desenhos e vai identificando a presença de determinado aspecto, e colocando x nos

lugares devidos. Nesse modelo, portanto, os temas estão pré-definidos, os traços já estão listados, e,

muitas vezes, outros traços presentes não estão contemplados no modelo.

A limitação do modelo simplificado é perder dados, suas vantagens são rapidez e facilidade.

O agrupamento e a organização lógica dos dados já estão prontos e são fixos. Adiante você pode

ler os aspectos que são contemplados. Você pode observar que se trata de uma visão mais geral, e menos

talhada para cada pessoa-sujeito, menos “fenomenológica”. Descreve, dentro do referencial, as

características da pessoa-sujeito. Exige também de você um nível de inferência mais alto, embora aborde

aspectos cognitivos, evolutivo-emocionais de caráter estrutural, resíduos de desenvolvimento (somente

alguns, e sem inter-relacioná-los) e diferenciação psicossexual.

Itens contemplados no Modelo Simplificado de análise interpretativa

TEMA 1. COMO A PESSOA SE COLOCA NO AMBIENTE DE FORMA GERAL

1.1 Reação global às pressões do meio ambiente

1.2 Aspectos do mundo interno/mundo externo, privilegiados (ou não) por PSJ

1.3 Montante de participação de PSJ no ambiente

1.4 Abertura de PSJ para participação no ambiente

1.4.1 Abertura para se expor, se solicitado

1.4.2 Abertura para perceber a realidade

1.4.3 Abertura para as relações interpessoais e de contato

1.5 Nível de equilíbrio da participação de PSJ no ambiente

1.6 Qualidade afetiva da participação no ambiente

TEMA 2. ANÁLISE DE ASPECTOS INTELECTUAIS

2.1 Capacidade de planejamento e simbolização.

2.2 Visão concreta da realidade

2.3 Tipo de pensamento que PSJ usa espontaneamente.

TEMA 3. ANÁLISE DE ASPECTOS EVOLUTIVO-EMOCIONAIS

3.1 Nível de integração pessoal de caráter básico ou estrutural

3.2 Análise de resíduos de dependência no desenvolvimento

3.3 Análise de resíduos de agressividade não trabalhada no desenvolvimento

3.4 Montante de integração dos controles

3.5 Presença de resíduos de dificuldades na integração da sexualidade

TEMA 4. ACEITAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E DIFERENCIAÇÃO PSICOSSEXUAL

4.1 Aceitação do desenvolvimento

4.2 Relações projetadas em função da valorização relativa de si e do outro.

4.3 Relações projetadas em função de características afetivas atribuídas a si e/ou ao outro.

4.4 Diferenciação psicossexual

TEMA 5. DADOS ADICIONAIS FORNECIDOS PELA HISTÓRIA

TEMA 6. SÍNTESE GERAL

Apresento em seguida o modelo em detalhe. Após cada título e cada subtítulo, há uma pequena

explicação sobre o conjunto que compõe a seção. Observe que este modelo não apresenta as definições

para os traços, e os significados simbólicos são bastante sucintos. Para identificação e codificação

corretas, aconselho que você vá aos Textos de definições para você ter certeza de seu acerto.

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1. Como a pessoa se coloca no ambiente de modo geral

1. Análise da forma como a pessoa se coloca no ambiente de modo geral. (Figura do mesmo sexo). 1.1 Reação global às pressões do meio ambiente (Base: TE07, formas de reação ao teste, que contemplam

a natureza da reação às pressões do meio, o teste “sendo” a pressão.) Reações peculiares: explorar.

Reações observadas no cliente O que simbolizam

( ) Recusa em desenhar Símbolo de bloqueio

( ) Resistência verbal ou não verbal explícita ao teste.

Símbolo de dificuldade em enfrentar os próprios problemas.

( ) Modificar a posição da folha do papel. Símbolo de necessidade de afirmação e de reestruturação do ambiente a seu modo.

( ) Perguntar várias coisas antes do teste. Símbolo de dificuldade de adaptação a uma situação nova.

( ) Demonstrar temor ou inabilidade para a tarefa.

Símbolo de falta de confiança em si e em seus próprios recursos reparatórios, com autocrítica exagerada.

( ) Preocupação em desenhar centralizado. Símbolo do uso de defesas que apelam para o controle.

( ) Completar o teste em menos de 5 minutos.

Símbolo da evitação impulsiva de qualquer contato afetivo mais forte, que coloque Pr em jogo.

( ) Preocupação em realizar o teste com atenção, seguindo instruções, com cuidado e concentração na tarefa.

Símbolo de atitude adaptativa, com uso de capacidades de reparação.

1.2 Aspectos do ambiente (mundo interno/ mundo externo) privilegiados. (Figura do mesmo sexo). (Base:

AP06, colocação da figura no espaço da folha, que contempla a preferência por objetos internos ou externos, e a ligação destes com necessidades cotidianas e primárias ou secundárias.) 1.2.1 Aspectos privilegiados. Assinale em qual destas posições na folha de papel o desenho se situa e veja o que a posição simboliza.

1. Quadrante superior esquerdo. Símbolo de atitude de expectativa e passividade, com ênfase dada à vida de fantasia como meio de autorrealização, e retração quanto ao concreto. 2. Metade superior. Símbolo de atitude de retração quanto ao concreto, com ênfase dada à vida de fantasia como meio de autorrealização. 3. Mais para cima. Símbolo de tendência à vida imaginativa e à fantasia, buscando situar-se em relação às necessidades cotidianas, mas ainda sem tentativas efetivas de realização de projetos. 4. Esquerda não muito. Símbolo de atitude convencional, que busca satisfação mais nos pensamentos do que nas realizações. 5. Esquerda. Símbolo de volta para si mesmo(a), com predomínio do mundo interno, do afetivo, do passado ou do egocêntrico. 6. Centralizada. Símbolo de busca de relação mais diversificada e pluralista com o meio. 7. Metade direita. Símbolo do predomínio da atividade no ambiente, com busca de satisfações mais imediatas. 8. Quadrante inferior esquerdo. Símbolo de preocupação com conflitos e inseguranças básicas. 9. Folha como base. Símbolo de necessidades de apoio e suporte, com medo de agir independente e assertivamente. 10. Metade inferior. Símbolo de predomínio das preocupações com as realidades cotidianas.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1.2.2 Aspectos do ambiente menos relevantes no momento. Assinale os quadrantes inteiramente vazios e veja o que simbolizam. Se não houver quadrantes vazios, deixar em branco e ir para 1.2.3

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( ) Superior direito: planejamento objetivo. ( ) Inferior direito: realização concreta. ( ) Inferior esquerdo: conflitos básicos. ( ) Superior esquerdo: fantasia.

1.3 Montante de participação no ambiente. (Base AP05, tamanho da figura no espaço da folha, que contempla o grau de expansão da ação no ambiente.)

Assinale na esquerda o tamanho da figura humana desenhada, da ponta do cabelo à ponta dos pés, e veja à direita o que este tamanho simboliza (espaço que a pessoa se permite ocupar):

( ) Figura muito grande saindo do papel.

Indicador da presença de falhas no discernimento e símbolo de constrição por parte do ambiente, com fantasias compensatórias excessivas.

( ) Figura que teve de ser "apertada" para caber na folha.

Símbolo de acentuação das fantasias compensatórias ao se colocar no ambiente e que acarreta falhas na capacidade de planejamento.

( ) Figura de 25,5 ou mais — figura muito grande

Símbolo de acentuação excessiva de si com subvalorização do meio, que indica autovalorização excessiva, com escassez de autocrítica, e tendências narcisistas. Símbolo de reação lábil-impulsiva com o meio, com euforia e fantasia.

( ) Figura entre 20,6 e 25,4 cm — grande

Símbolo de autovalorização aumentada, podendo haver tendência à fantasia e ao exagero, e que podem significar compensação por sentimento de rejeição social, ou de inadequação.

( ) Figura entre 10,5 e 20,5 cm — média

Montante relativo de valorização de si e do ambiente comparável ao da maioria das pessoas.

( ) Figura entre 7,5 e 10,5 cm — pequena

Símbolo de supervalorização do meio ambiente, e diminuição relativa da importância dada a si mesmo.

( ) Figura entre 7,4 e 4 cm — muito pequena

Símbolo de forte inferioridade e insegurança, e inibição (social, intelectual) e ansiedade na relação com o meio.

( ) Figura de menos de 4 cm — minúscula

Símbolo de rejeição ao ambiente, tendência ao isolamento, e evitação de estímulos externos.

1.4 Abertura para participação no ambiente. (Base AP04, PF03 e PF18, postura da figura, desenho dos olhos e

dos braços, que contemplam a abertura para se expor, perceber o meio e se relacionar com ele.) 1.4.1 Abertura em geral. Assinale, entre as categorias da esquerda, a que for adequada ao desenho, e veja à direita o que simboliza.

( ) Figura desenhada de frente, com corpo desenhado e não esquemático.

Símbolo de abertura para participação no ambiente como a da maioria das pessoas.

( ) Espontaneamente (sem solicitação), só é desenhado o rosto, ou corpo em palitos.

Símbolo de fortes defesas na relação com o meio, com ênfase a aspectos sociais ou intelectuais e dificuldade de lidar com os aspectos afetivos.

( ) Figura de costas, de perfil total, ou com cabeça de perfil

Símbolo de esquiva e/ou dissimulação nos contatos interpessoais e na relação com o ambiente.

( ) Figura desnuda Símbolo do desejo de auto exibição, com recusa (individualista, egocêntrica ou narcísica) dos padrões limitativos sociais.

1.4.2 Abertura para perceber a realidade. Assinale a categoria adequada nos quadrinhos da esquerda e veja à direita o que simbolizam.

( ) Olhos com 3 a 5 detalhes e expressão adequada.

Símbolo de capacidade de perceber a realidade comparável à da maioria das pessoas.

( ) Olhos omitidos Símbolo de rejeição à realidade.

( ) Olhos pequenos Símbolo de retraimento em si mesmo, ou de medo de ver.

( ) Olhos vazios (sem elementos centrais.)

Símbolo de percepção vaga do mundo, como massa indiferenciada, com poucos detalhes.

( ) Olhos pouco detalhados (um/dois dos 5 detalhes)

Símbolo de um modo evasivo ao lidar com os choques da realidade.

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( ) Olhos fechados Símbolo de concentração no próprio interior, com absorção ou preocupação com o eu, e tentativa de ocultar de si o mundo, ou de fugir a uma avaliação realista da situação. Símbolo do uso de defesas de denegação da realidade ou de negação dos aspectos dolorosos ou ruins da vida.

1.4.3 Abertura para as relações interpessoais e de contato. Avalie o tamanho, largura e posição dos braços, à esquerda, e veja, à direita, o que simbolizam:

( ) Braços muito grossos Símbolo de contato dificultado pela ambição, ou desejos de realização, de caráter compensatório.

( ) Braços omitidos (não desenhados ou apagados) total ou parcialmente.

Símbolo de retraimento, bloqueio, ou incapacidade de contato social e de contato com objetos.

( ) Braços que vão só até à cintura e/ou finos.

Símbolo de contato débil com o ambiente. Obs.: braço curto é mais ligado à falta de ambição, e fragilidade à falta de realização.

( ) Braços longos (até à altura dos joelhos) e fracos.

Símbolo de horizontes amplos, mas sem capacidade de ação ativa no ambiente, pela coexistência da necessidade de ser apoiado(a).

( ) Braços em negrito, ou sombreados (resto normal)

Símbolo de conflito ou dificuldades no contato externo, podendo ser símbolo de ambivalência entre retrair-se ou projetar-se.

( ) Braços abertos como se fossem abraçar.

Símbolo da urgência de contato com pessoas ou objetos.

( ) Braço mecânico, na horizontal.

Símbolo de um contato superficial e pouco afetivo com o meio ambiente. Indicador de primitivismo e/ou regressão.

( ) Braços ou mãos para trás. Símbolo de insegurança, com evasividade, acerca de sua participação no ambiente.

( ) Um braço ou mão para a frente e outro para trás (ver qual braço está visível)

Símbolo de desejo simultâneo de evasão e de contato. Braço direito à vista e esquerdo oculto) o contato social é o mais fácil, com dificuldade no contato emocional; Braço esquerdo à vista e direito oculto) o contato emocional é o mais fácil, com dificuldade no contato social

( ) Braços pregados ao corpo. Símbolo de dificuldade de aproximar-se e de estabelecer relações com outras pessoas, por defesa passiva.

( ) Braços cruzados. Símbolo de atitude de suspeita e hostilidade (defesa).

( ) Braços semicruzados, à frente do peito ou da pelve.

Símbolo de dificuldade de aproximar-se e de estabelecer relações com outros, por defesa contra afeto (peito) ou sexualidade (pelve).

( ) Braços duros. Símbolo do modo pouco maleável (falta de tato, ou recalcamento) na forma de buscar o contato com pessoas e/ou coisas.

( ) Braços presentes, com tamanho, largura e desenho adequado, e posição comum.

Símbolo de capacidade de relacionamento comparável à da maioria das pessoas.

1.5 Nível de equilíbrio da participação no ambiente. (Base: AP04, AP07 e TE05, postura corporal, ambientação

da figura e características do traçado, que expressam aspectos do equilíbrio na relação com o ambiente.)

Assinale, entre as categorias da esquerda, os traços gráficos relativos à posição da figura desenhada e/ou linha usada no traçado e verifique à direita o que simbolizam.

( ) Figura de pé, com pés em posição possível e equilibrada.

Símbolo de equilíbrio, adaptação e energia adequados na relação com o meio ambiente imediato.

( ) Figura de pé, de frente, com pés em perfil.

Símbolo de equilíbrio convencional nas relações com o ambiente, com presença de tendência a buscar as soluções mais fáceis.

( ) Figura de pé, de frente, com um pé para cada lado.

Símbolo de presença de atitudes convencionais aprendidas, que geram insegurança, mas que a pessoa não tenta superar ou largar.

( ) Figura de pé, inclinada. Ver o Indicador de instabilidade psíquica ou somática

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tanto que está fora do eixo vertical (se sustenta? vai cair?)

Símbolo da perda projetada do equilíbrio, físico, ou de sensações de colapso iminente da personalidade.

( ) Figura mal parada, que parece flutuar

Símbolo de instabilidade pessoal e emocional.

( ) Figura mal parada, na ponta dos pés

Símbolo de tomada tênue de contato com a realidade e de necessidade de fuga

( ) Figura em posição assentada ou deitada, inativa

Símbolo de fragilidade egoica, inibição, fraca energia de resposta, falta de ânimo e vitalidade, lentidão para adaptação, passividade, relacionamento de dependência, impotência, falta de confiança.

( ) Desenho de chão Símbolo de insegurança, com necessidade de sentir-se apoiado, compensada através de racionalização.

( ) Desenho de fundo Símbolo de uso de defesas intelectuais para controlar a ansiedade ou os conflitos.

( ) Linha tremida ou com tremor Indicador de problemas neurológicos afetando expressão no meio.

( ) Linha dentada ou peluda Símbolo de agressividade interferindo na relação com o ambiente.

1.6 Qualidade afetiva da participação no ambiente: (Base: AP01, tema e outras qualidades de apresentação

da figura desenhada, que contemplam o sentido de que a colocação no ambiente se reveste.) Assinale entre as categorias da esquerda a que expressa as qualidades gerais de apresentação da figura e veja à direita o que simboliza. (No que se refere à postura da figura, experimente ficar na mesma posição em que

está a figura desenhada e veja como se sente.)

( ) Figura esquematizada Símbolo de fortes defesas intelectuais interferindo nas afetividade.

( ) Figura desvitalizada. Símbolo de baixo nível de energia e de sentimentos de inadequação interferindo na autocolocação afetiva.

( ) Figura mecânica e estereotipada

Símbolo de rigidez, controle emocional e falta de espontaneidade. Se robotizada, símbolo de vivência de despersonalização.

( ) Figura que fuja ao humano ou é pouco humanizada (não parece humana, é zoomórfica, garatuja, múmia, estátua).

Símbolo de fortes problemas emocionais em relação a si e à maneira de se ver no plano das relações interpessoais, com perda da noção de realidade e desorganização do ego e do objeto, podendo haver vivências de despersonalização. Símbolo de mecanismos de clivagem e de identificação projetiva excessiva.

( ) Figura bloqueada na posição.

Símbolo de bloqueio na ação e na capacidade de contatos sexuais e amorosos satisfatórios, com esforço para atingir êxito e poder.

( ) Figura convencional Símbolo de afetividade expressa de forma convencional, com alguma restrição à própria expressão.

( ) Figura natural Símbolo de capacidade para uso construtivo e eficiente de seus recursos.

( ) Figura a) sedutora, ou b) fazendo pose/ exibição

a) Símbolo da importância dos mecanismos de sedução. b) Símbolo de narcisismo e exibicionismo.

( ) Figura fantasiosa (desenho de estereótipos socio-heróicos, ou de outra natureza).

Símbolo da necessidade de elaboração de fantasias e/ou da identidade a nível de fantasia que Pr acalenta para fugir à insegurança. Símbolo da forma infantil e do esforço inconsciente para deformar a realidade que é usado, para fugir das dificuldades de relacionamento interpessoal.

( ) Figura com qualidades de força muscular, ameaça ou desafio.

Símbolos de ideias de grandeza, e de desejos de superação, com uso de defesas de idealização interferindo nas relações afetivas e de problemas nas relações de autoridade-submissão. (Obs.: a natureza do símbolo ajuda a ver a natureza da idealização de Pr.)

Síntese parcial sobre a forma como Pr. se coloca no ambiente: [Em um parágrafo de algumas linhas,

você descreve de modo lógico a dinâmica da forma como a pessoa-sujeito se coloca no ambiente, usando para isso os achados (dados) de cada agrupamento de itens presentes no desenho e que você identificou. ]

Faça sua síntese parcial! É mais fácil fazê-la pouco a pouco!

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2. Análise de aspectos intelectuais [Analise a Figura do mesmo sexo]

2.1 Capacidade de planejamento e simbolização. (Base: ES01, sucessão das partes da Figura que foi seguida

para resultar na figura desenhada e Quadro PF, partes do corpo, que contemplam a ordenação da colocação no ambiente, o grau em que esta ordenação é lógica, ou sofre interferências de elementos subjetivos.) O simbolismo das partes que interferiram na sucessão aparece no Quadro PF e pede interpretação personalizada.

Assinale a ordem em que a figura foi desenhada, e veja à direita o que simboliza. A sucessão mais frequente (modal) é a seguinte: cabeça ou contorno do rosto, traços faciais, cabelos → pescoço → ombros → tronco ou as peças de roupa do tronco → braços → mãos → pernas → pés ou calçados. Também é frequente do tronco passar-se às pernas e pés e voltar desenhando braços e mãos.

( ) Sucessão modal Símbolo de capacidade de pensamento lógico-concreto e planejamento e simbolização normais

( ) Sucessão com início por outra parte que não a cabeça ou contorno do rosto, voltando à sucessão modal depois disso.

Símbolo de dificuldades na mobilização adequada de suas capacidades de planejamento e simbolização pela presença de ... (interpretação personalizada*)

( ) Sucessão modal, com um desvio (a sucessão modal é abandonada, outra parte é desenhada e aí há volta à sucessão modal)

Símbolo de capacidade de planejamento e simbolização que sofre interferência de preocupações e conflitos com ... (interpretação personalizada*)

( ) Sucessão modal, mas com um detalhamento.

Símbolo de capacidade de planejamento e simbolização normais, com preocupação com... (*interpretação personalizada)

( ) Sucessão desordenada ou confusa

Símbolo de dificuldades na ordenação do pensamento.

*Interpretação feita de acordo com a simbologia da parte do corpo que gerou a atenção aumentada.

2.2 Visão concreta da realidade (Base: ES03 e ES05, avaliação grosseira da proporção, detalhes e perspectiva

da figura, e das falhas existentes, que contemplam a complexidade de mediação cognitiva da colocação no ambiente. Quanto às falhas, fazer interpretação personalizada, pelas seções do Quadro PF.)

Assinale na esquerda a categoria que melhor expressa as características gerais de reprodução da figura humana pelo desenho e veja o que simbolizam na coluna da direita da tabela seguinte.

Características gerais da figura humana desenhada O que simboliza

( ) A+. Figura sem omissões, mostrando ao observador somente o que pode ser visto daquele ângulo de visão, sem transparências; proporção adequada; cabelos com penteado identificável, olhos bem detalhados, roupas com feitio, pés de frente; se as mãos estiverem visíveis na figura de frente, devem estar com os dedos em perfil.

Símbolo de presença de visão estruturada da realidade concreta e capacidade de reflexão e reparação.

( ) A. Figura sem omissões, mostrando ao observador somente o que pode ser visto daquele ângulo de visão, sem transparências; proporção adequada, aceitando-se mãos abertas na figura de frente e pés em sentidos contrários.

Símbolo de presença de visão estruturada da realidade concreta.

( ) B. Presença de uma ou duas falhas1 nos aspectos mencionados em A (categoria anterior). Falha(s):B1) ............................................................... B2) ..............................................................................

Símbolo de presença de visão da realidade, mas que pode sofrer interferências quando se trata de ... (*interpretação personalizada de B1 e B2).

( ) C. Presença de 3 a 4 falhas nos aspectos mencionados em A.

Símbolo de presença de visão concreta da realidade que pode facilmente sofrer interferências de processos emocionais.

( ) Pr... Figura apresentando à visão aspectos que não seriam vistos daquele ângulo de visão, proporção falha, torções no perfil, transparências nas roupas.

Símbolo de fragilidade ou pouca noção da realidade concreta.

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( ) E. Idem C, mais transparências anatômicas. Símbolo de distúrbio profundo na capacidade de julgamento.

*1. São exemplos de falhas: aparecer a linha da calça ou saia debaixo do braço desenhado, cabeça redonda, muito grande, pés em

perfil na figura de frente, desproporção, omissão de dedo, calçados em continuidade com a perna, nariz, olhos ou boca com formas

primitivas (nariz em U, ou V invertido, olhos redondos, boca em meia lua), pés para o mesmo lado, dedos redondos, braços mal

inseridos.

2.3 Tipo de pensamento usado espontaneamente. (Base: produção escrita, contemplando a capacidade de

organizar pensamentos de forma lógica, de acordo com a solicitação de narrativa feita pelo examinador, ou de privilegiar aspectos simbólicos e/ou metafóricos.) Leia a história construída, analise pelas categorias da esquerda suas características de construção intelectual, e verifique, à direita, qual o tipo de pensamento usado espontaneamente (a tabela continua na página seguinte):

( ) Sequência de fatos-episódios, sem um começo, meio e fim claramente identificáveis na história, ou descrição sem lógica.

Tendência espontânea ao uso do pensamento intuitivo-simbólico ou aditivo no trato com a realidade cotidiana.

( ) Descrição lógica, em que é possível imaginar o contexto e alguma coisa da vida dos personagens, mas sem construção de narrativa que tem começo, meio e fim.

Tendência espontânea à elaboração operatório-concreta no trato com o cotidiano, limitando o desempenho para assegurar autoproteção.

( ) Narração de história, com começo, meio e fim, sobre realidades cotidianas, mas havendo, em determinado momento, algo "mal encaixado" no conjunto (repetição, contradição, inserção de observação que foge ao contexto, etc.).

Tendência espontânea à elaboração operatório-concreta no trato com a realidade cotidiana, mas com interferências no desempenho, por motivos emocionais.

( ) Narração de história, com começo, meio e fim, sobre realidades cotidianas, com coerência lógica do início ao fim.

Tendência espontânea à elaboração operatório-concreta no trato com a realidade cotidiana.

( ) Narração de história, com começo, meio e fim, sobre realidades cotidianas, com coerência lógica do início ao fim e havendo ideias abstratas como parte da narração.

Tendência espontânea à elaboração operatório-concreta no trato com a realidade cotidiana, mas com indicadores de elaboração também abstrata.

( ) Narração de história, com começo, meio e fim, coerência lógica do início ao fim, e em que as realidades cotidianas são somente exemplos ou parte de um conteúdo abstrato, que é o âmago da comunicação.

Tendência espontânea à elaboração operatório-abstrata no trato com a realidade cotidiana.

( ) Narração de história em que um conteúdo abstrato é comunicado através de sugestões, metáforas, e as realidades cotidianas são símbolos de outras realidades a que se alude, mas havendo começo, meio e fim na narrativa.

Tendência espontânea à elaboração metafórico-simbólica no trato com a realidade cotidiana, de caráter intencional e abstrato. (Obs.: a construção não é aditiva, é poético-metafórica.)

2. Síntese parcial sobre aspectos intelectuais [Em algumas linhas, descrever de modo lógico como a capacidade de planejamento, simbolização e raciocínio se manifestam, usando para isso os aspectos que você identificou no desenho e na história.]

3. Análise de aspectos afetivo-emocionais

3.1 Integração estrutural pessoal: (Figura do mesmo sexo). (Base: AP01, ES02, ES03, ES05, TE05 e TE07, que

contemplam a presença de base ou estrutura firme subjacente à colocação no ambiente.)

Em cada linha, a coluna A e a coluna B se referem a características estruturais relativamente antagônicas. Compare, em relação a cada linha, as características A e as características estruturais B, e assinale um x no quadrinho mais adequado ao desenho. Veja, na terceira coluna, os símbolos associados a cada característica estrutural B.

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Características estruturais A (indicadoras de equilíbrio)

Características estruturais B (indicadoras de dificuldades graves)

Análises simbólicas ligadas às características estruturais B

( ) Figura humana desenhada. ( )1. Figura não humana. Símbolo de não-identificação com a humanidade.

( ) Figura humanizada. ( ) 2. Figura pouco humanizada, muito pobre ou inexpressiva.

Símbolo de identificação projetiva e cisão excessivas.

( ) Simetria com algumas e pequenas divergências naturais.

( ) 3. Simetria confusa (não engloba assimetrias intencionais).

Símbolo de labilidade afetiva, com pouca crítica e controle.

( ) Proporção mediana ou adequada.

( ) 4. Desproporções grosseiras (ex.: braços excessivos, tronco mínimo, afunilamentos.)

Símbolo de integração pobre de controles e perspectivas.

( ) Perspectiva mediana ou adequada (pés em perfil , mãos com dedos abertos são aceitos).

( ) 5. Perspectiva confusa (mistura de frente e perfil, ou frente e costas; ou transparências generalizadas ou anatômicas).

Símbolo de cisão, dificuldade de ajustamento e adaptação ao real.

( ) Linhas de bom tônus psicomotor (parecendo lápis nº 2, sem excessos).

( ) 6. Linha com tremor, ou com pressão forte.

Símbolo de ansiedade excessiva, podendo haver problemas neurológicos.

( ) Presença de correções e retoques em 2 a 4 locais, e/ou produção muito boa.

( ) 7. Ausência de correções e retoques, em produção medíocre ou menos.

Símbolo de critério pobre de realidade e impulsividade.

( ) Reagiu normalmente ao teste. ( ) 8. Presença de reação incomum ao teste durante a aplicação.

Símbolo de idiossincrasias.

( ) Presença de cabelos, com implantação normal, nas duas figuras.

( ) 9. Cabelos omitidos, ralos ou destacados da cabeça em qualquer das duas figuras.

Símbolo de sentimento de inadequação ou de perda de vitalidade.

( ) Presença de olhos com pupilas, boca, nariz e olhos sem lesões, presença de braços, mãos e dedos, e de pernas na figura. (Mãos para trás são aceitáveis.)

( ) 10. Figura com traços que indicam pouca capacidade de contato humano (ausência de qualquer dos itens mencionados à esquerda).

Símbolo de narcisismo e contato interpessoal pobre.

( ) As linhas de contorno estão interrompidas em não mais do que 3 ou 4 pontos; ou contínuas e sem repasse forte no limite.

( ) 11.Presença de (a) linha fragmentada, ou (b) muito repassada no limite externo da figura.

Símbolo de diferenciação pessoal: (a) frágil ou (b) rígida, por receio de indiferenciação.

( ) Diferenciação sexual entre as figuras (dá para entender qual figura é de qual sexo).

( ) 12. Indiferenciação sexual entre as duas figuras.

Símbolo de indiferenciação pessoal.

( ) Figura completa, de corpo inteiro, organizada.

( ) 13. Figura incompleta (faltam partes), ou desorganizada, ou parcial (só rosto)

Símbolo de não integração pessoal e não aceitação de si.

( ) Figura inteira, não dividida, num eixo vertical único, sem quebras de continuidade.

( ) 14. Figura com cortes que separam partes, com espaço entre partes, ou não alinhada na vertical.

Símbolo de não integração pessoal e falta de auto aceitação

( ) Presença de poucos detalhes essenciais ou de mais detalhes, mas adequados.

( ) 15. Presença de muito poucos detalhes (ES05.05) ou de muitos detalhes, repetitivos ou bizarros.

Símbolo de mecanismos de controle parcos, excessivos ou estranhos.

( ) Figura desenhada sem apoio ou somente com linha de chão desenhada.

( ) 16. Desenho de linhas ambíguas ou vagas na folha de papel, de grafismos junto à figura, ou desenhos espalhados por toda a folha.

Símbolo de ansiedade livre e mecanismos de dissociação e identificação projetiva

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Comece avaliando o nível de integração estrutural. Para isso, conte quantos X apareceram na coluna A.

Cada X da Coluna A é um indicador de integração. Você vai então avaliar subjetivamente se essa quantidade é um montante excelente, razoável, pobre, ou muito pobre. O quadro ao lado lhe oferece palavras diferentes que ajudam você nessa avaliação subjetiva. Use seu raciocínio!

Em seguida, verifique cada X na coluna B. Cada X da Coluna B é um indicador de estrutura mais frágil, ou instável,

ou delicada. Quando você for fazer a síntese dos aspectos afetivo-emocionais, você redigirá, sobre a integração estrutural- pessoal, algo como:

Pr. apresenta integração básica ... (veja a classificação pelo quadro acima) ... mas com tendências a ... (mencionar as tendências observadas, com base nas análises simbólicas apresentadas na coluna 3 do Quadro 3.1).

[Obs.: Ao final deste modelo, você encontrará exemplos deste item do relatório.]

3.2 Análise de resíduos de dependência no desenvolvimento (Figura do mesmo sexo). (Base: traços PF de

infantilidade e de dependência presentes na figura, v. Coluna 1 à esquerda, que contemplam os papéis infantis e os desejos e dificuldades de dependência em relação ao meio ambiente.)

Assinale à esquerda os traços de dependência presentes no desenho e veja à direita o que simbolizam.

( )1. Rosto com expressão passiva ou receptiva

Símbolo de falta de assertividade, ou de capacidade de luta.

( ) 2. Nariz em bolinha Símbolo de ingenuidade intelectual e psicossexual.

( ) 3. Boca aberta, ou muito grande, ou oralmente receptiva

Símbolo de necessidades captativas aumentadas ou difíceis.

( ) 4. Reforço do umbigo em figura nua Símbolo de relações fortes de dependência materna

( ) 5. Corpo geométrico Símbolo de primitivismo, por imaturidade cognitiva.

( ) 6. Dedos em pétala de flor Símbolo de infantilidade ao satisfazer necessidades.

( ) 7. Botões em carreira, sem ser para abotoar, como nos desenhos infantis

Símbolo de dependência infantil e insegurança, com tentativas inadequadas de controlar desajustes emocionais.

( ) 8. Botões enfatizados por repasse, feitio sofisticado, colorido

Símbolo de dependência emocional e ligação à figura materna, com infantilidade e inadaptação.

( ) 9. Ênfase na linha média Símbolo de dependência maternal, com imaturidade afetiva. Símbolo de preocupação somática, com sensação de inferioridade corporal ou geral.

( ) 10. Botão no cinto ou no lugar do umbigo

Símbolo de dependência materna que a pessoa tenta ocultar.

( ) 11. Boca de palhaço ou em meia lua Símbolo de necessidades de dependência fortes, que Pr tenta suprir adotando atitudes de falsa bondade, infantil.

3.3. Análise de resíduos de agressividade não trabalhada no desenvolvimento (Base em traços PF

associados simbolicamente à agressividade, que contemplam fantasias e dificuldades com a agressividade).

Assinale à esquerda os traços gráficos de agressividade que o desenho apresenta e veja à direita o montante e natureza da agressividade.

( )1. Rosto com expressão agressiva Símbolo de agressividade mal canalizada.

( ) 2. Dentes à mostra Símbolo de agressividade oral ou verbal.

( ) 3. Língua de fora Símbolo de necessidades captativas e de troca intensificadas num nível mais primitivo e agressivo.

( ) 4. Queixo com ênfase Símbolo de impulsos agressivos e de autoafirmação, em geral compensatórios.

( ) 5. Cabelo em pontas como se fosse vassoura de piaçava

Símbolo de reação agressiva a algo ou alguém.

( ) 6. Dedos desenhados em pontas, ou como garras, ou zoomórficos

Símbolo de agressividade, e/ou sadismo.

Integração básica ou estrutural: ①"Excelente”, "muito boa" ou “firme” ②"Razoável", ou "com alguns problemas" ③"Pobre", ou "frágil", ou "com dificuldades” ④"Muito pobre", ou "muito frágil", ou “com

graves dificuldades

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( ) 7. Dedos sombreados, ou retocados, ou reforçados mais que o resto do desenho

Símbolo de culpabilidade principalmente por agressividade mal canalizada.

( ) 8. Cabeça geométrica Símbolo de agressividade que tende a ser depositada nos próximos.

3.4 Montante de integração dos controles (Base: itens que simbolizam controle e descontrole e que, portanto,

contemplam o montante de mediação cognitiva e controle que possivelmente caracteriza a colocação no ambiente).

A coluna da esquerda se refere a controles reduzidos. A coluna da direita se refere a controles excessivos. Assinale, nas duas colunas, os traços gráficos que o desenho apresenta.

Controles diminuídos Controles excessivos

( ) 1. Cabeça de tamanho pequeno (AT.) ( ) A. Cabeça muito grande (INT.)

( ) 2. Cintura reforçada, sombreada, ou em traços interrompidos (AT.)

( ) B. Testa muito grande (INT.)

( ) 3. Pescoço curto e grosso, ou figura sem pescoço (uma só figura é suficiente) (AT.)

( ) C. Simetria muito rígida (DET.)

( ) 4. Musculatura muito desenvolvida, sugerindo força física que pode irromper (AT.)

( ) Pr... Excesso de detalhes, como babados nas roupas, desenho do estampado detalhado, feitio excessivamente elaborado (DET.)

( ) 5. Olhos c/ expressão ameaçadora (AT.) ( ) E. Pescoço separado da cabeça (ISOL.)

( ) 6.Completar o desenho em menos de 5 minutos (IMP.) ( ) F. Pescoço longo e fino (ISOL.)

( ) 7. Linhas que se superpõem em pelos menos duas das partes seguintes: cabeça, pescoço, tronco, braço, perna, pé (IMP.)

( ) G. Braços muito juntos ao corpo (ISOL.,REC.)

( ) 8. Assimetrias não intencionais (IMP.) ( ) H. Pernas muito unidas (REC.)

( ) 9. Cabelos desordenados (IMP.) ( ) I. Pescoço fechado em cima e em baixo (REC.)

( ) 10. Omissão de uma pupila, de um dedo em uma das mãos, ou do nariz (IMP.)

( ) J. Braços cruzados sobre o peito (VIG.)

( ) 11. Desenho com inclusão de não mais que dois dos seguintes: óculos, sobrancelhas, pestanas, detalhes internos dos olhos, sombreamento nos olhos, fivela no cinto, maquiagem, joias, roupa, estilo específico de cabelo (IMP.)

( ) K. Olhos escurecidos ou repassados : excluir realce sedutor aos olhos feitos por moças (VIG.)

( ) 12. Cabelos muito sombreados, dando a impressão de sujeira, excesso ou pouco cuidado (DCTR)

( ) L. Olhar fixo, ou expressão de fixidez (VIG.)

( ) 13. Desenho dando impressão de sujo (DCTR) ( ) M. Orelhas muito aumentadas ou enfatizadas (VIG.)

Para analisar, primeiro verifique se o desenho se encaixa melhor na coluna 1 ou na coluna 2. Falta de capacidade de controle é indicada por alta quantidade de traços na primeira coluna. Excesso de controle é indicado por alta quantidade de traços na segunda coluna. Controle adequado é indicado se não apresentar muitos traços em nenhuma das duas colunas.

Em segundo lugar, estude a natureza dos controles, dada pelas letras. As letras AT, IMP, DCTR, etc. indicam a natureza do controle associada aos símbolos assinalados com X.

(AT.) — Símbolo de tendência a atuar na realidade as fantasias inconscientes internas. (IMP.) — Símbolo de impulsividade. (DCTR.) — Símbolo de tendências ao descontrole expulsivo. (INT.) — Símbolo de controle por intelectualização. (DET.) — Símbolo de controle por detalhismo e excesso de cuidados. (ISOL.) — Símbolo de controle por distanciamento e isolamento dos impulsos e afetos. (REC.) — Símbolo de controle por negação e recalcamento dos impulsos; (VIG.) — Símbolo de controle por cautela e vigilância hostis em relação ao meio.

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3.5 Análise de possíveis conflitos na integração da sexualidade. (Figura do mesmo sexo.) (Base: traços PF,

na maioria relativos à porção inferior da figura, que contemplam possíveis conflitos psicossexuais.) Assinale à esquerda os traços gráficos que o desenho apresenta e veja à direita o que simbolizam.

Traços gráficos Análises simbólicas associadas

( ) 1. Sombreamento na parte inferior do tronco

Símbolo de conflitos, ou dificuldades, ou temores ligados à sexualidade que a pessoa tenta enfrentar.

( ) 2. Mão(s) no(s) bolso(s) ou na região genital

Símbolo de preocupações ligadas à expressão dos impulsos sexuais.

( ) 3. Transparência na parte inferior do tronco

Símbolo de conflitos, ou dificuldades, ou temores ligados à sexualidade, que podem interferir no trato com o real.

( ) 4. Pernas que saem da cintura Símbolo de negação e/ou dificuldades com a função sexual. (Exceto em dificuldades cognitivas sérias)

( ) 5. Coxas enfatizadas, reforçadas, ou aparecendo por transparência debaixo das roupas.

Símbolo de preocupações ou conflitos de natureza sexual.

( ) 6. Braguilha enfatizada na figura masculina

Símbolo de preocupação, receio ou conflito em relação à sexualidade.

( ) 7. Genitais representados com ênfase em figuras desnudas.

Símbolo de preocupação com a função sexual, indicando conflito sexual, ansiedade ou controle pobre dos impulsos.

( ) 8. Unhas pintadas em desenhos feitos por homens

Símbolo de preocupações, ou de ambivalência psicossexual, exceto em situação de fato. Explorar.

( ) 9. Salto alto em desenhos feitos por homens

Símbolo de preocupações, ou de ambivalência psicossexual, exceto em situação de fato. Explorar.

( ) 10. Boca sombreada em desenhos feitos por homens.

Símbolo de preocupações, ou de ambivalência psicossexual, exceto em situação de fato. Explorar.

( ) 11. Gogó acentuado em desenhos feitos por homens.

Símbolo de afã ou desejo de virilidade, ou dúvidas a respeito do papel de gênero.

( ) 12. Quadris acentuados em desenhos feitos por homens

Símbolo de conflito a respeito de gênero, com ansiedade e conflitos. Exceto situação de fato.

( ) 13. Nariz excessivamente grande, pontudo, em desenhos de homens

Símbolo de preocupação sexual e de desejo de virilidade, em geral como compensação por sexualidade inadequada.

( ) 14. Pés excessivamente grandes (SF?), enfatizados, ou em forma de pênis

Feitos por homens, símbolo de preocupação com desempenho sexual, com ansiedade. Feitos por mulheres, preocupação de dominação e poder interferindo na psicossexualidade.

( ) 15. Calcanhares acentuados Símbolo de preocupações com sexualidade.

( ) 16. Nariz pequeno demais, cortado, sombreado ou retocado

Símbolo de infantilidade no plano sexual, ou temor inconsciente de iniciativa anulada.

( ) 17. Nariz arrebitado na figura feminina.

Símbolo de mecanismos de compensação.

( ) 18. Ombros grandes e largos em excesso.

Símbolo de preocupação compensatória com a força física, como compensação de sensações de inferioridade nos homens e compensação fálica nas mulheres. (SF?)

( ) 19. Polegar ou indicador com traçado especial

Símbolo de sentimento de iniciativa anulada e insuficiência

( ) 20. Chapéu muito grande (com aba enorme, excessivamente grande, muito pontudo)

Símbolo fálico de apresentação social, de status, força e dominação, indicando preocupações com virilidade e sexualidade (compensação sexual inconsciente?).

( ) 21. Expressão sedutora Símbolo de atitudes de sedução

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( ) 22. Olhos enfatizados por cílios longos, sombra, e atributos de beleza.

Símbolo de apelo sexual e feminilidade

( ) 23. Boca em arco de cupido (SF?). Símbolo de necessidades captativas satisfeitas pela atitude sedutora (dependência oral imatura?)

( ) 24. Boca com lábios grossos e sensuais (SF?).

Símbolo de concentração erótico-sexual na boca.

( ) 25. Detalhamento nas roupas acima do comum

Símbolo de narcisismo pela aparência.

( ) 26. Cabelos em cascata, ou enfatizados pelo tamanho

Símbolo do desejo de parecer sexualmente atraente e dinâmica e de chamar a atenção, podendo indicar desde mobilidade no ambiente até desinibição e imaturidade.

( ) 27. Presença de decote profundo Símbolo de tendências voyeurísticas e/ou exibicionistas.

( ) 28. Presença de roupas sensuais Uso da sensualidade como meio de sedução

( ) 29. Figura masculina com calças sem braguilha desenhada por mulher.

Símbolo de preocupações ou dificuldades na aceitação da sexualidade masculina (dificuldades em aceitar diferenças?)

( ) 30. Figura masculina com calças sem braguilha desenhada por homem.

Símbolo de preocupações ou dificuldades com sexualidade.

( ) 31. Botões enfatizados na região genital braguilha, parte baixa da saia)

Símbolo de dependência que busca solução na relação afetivo-sexual com o sexo oposto.

3. Síntese parcial sobre o desenvolvimento afetivo-emocional: [Em algumas linhas, descrever de modo lógico e desenvolvimento afetivo-emocional da pessoa-sujeito, usando para isso os aspectos que você identificou em todos os itens da seção 3]

4. Aceitação do desenvolvimento e diferenciação psicossexual (Olhar as duas Figuras dos dois sexos)

4.1 Diferenciação psicossexual (Base: traços TD01, diferenças corporais e de apresentação social que distinguem

os sexos e gêneros em nossa cultura, que contemplam (através das diferenças corporais) a aceitação de diferenças

entre as pessoas.) Compare a primeira figura desenhada com a segunda e verifique em qual das categorias da coluna 1 o conjunto se encaixa. A coluna 2 informa o que é simbolizado.

Características das duas figuras, por comparação Análises simbólicas associadas

( ) 1. Figuras semelhantes demais por pobreza de desenho (e é difícil distinguir a qual sexo pertence cada figura)

Símbolo de indiferenciação pessoal, com forte dificuldade de reconhecer características do outro diferentes de si, permanecendo noção egocêntrica de que todos são iguais a si.

( ) 2. Figuras em que se consegue distinguir o gênero pelas roupas, pelo modelo de cabelo.

Símbolo de diferenciação psicossexual baseada nos papéis de gênero convencionais à cultura.

( ) 3. Em desenho feito por homem, Figuras em que se consegue distinguir o gênero (v. item 2), mas a figura feminina é forte e musculosa.

Símbolo de indiferenciação pessoal, com dificuldade em reconhecer diferenças comuns entre pessoas, ou receio e dependência de figura feminina potente. Explorar.

( ) 4. Em desenho feito por mulher. Figuras em que se consegue distinguir o gênero (v. item 2) mas a figura masculina é delicada, de feições gentis, e formas arredondadas.

Símbolo de indiferenciação pessoal, com dificuldade em reconhecer diferenças entre pessoas, com dificuldades com o corpo maduro, ou rivalidade com o sexo oposto. Explorar.

( ) 5. Figuras em que é possível distinguir o sexo pela forma do corpo (corpos adultos masculino e feminino) mas que apresentam traços faciais iguais ou semelhantes demais.

Símbolo de desejo de identidade psicológica, ou ligação fusional entre as pessoas, apesar do reconhecimento das diferenças sexuais.

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( ) 6. Figuras em que é possível distinguir o sexo pela forma do corpo (corpos adultos masculino e feminino), mas que se apresentam com roupagem igual ou análoga (Ex.: macacão igual, ou calção e

biquíni).

Símbolo de desejo de identidade psicológica, ou ligação fusional entre as pessoas através de um modo particular de vida, com anseio de igualdade de papéis e funções sociais para os dois gêneros.

( ) 7. Figuras em que é possível distinguir o sexo pela forma do corpo (corpos adultos masculino e feminino), vestidos de forma diferenciada e adulta e com traços faciais personalizados (enfim, duas pessoas diferentes).

Símbolo de aceitação e elaboração das diferenças psicossexuais, culturais e pessoais. (Obs.: essa característica do desenho independe da orientação sexual do examinando)

( ) 8. Figuras que se situam num fundo similar ou que compartilham símbolos. Ex.: paisagem

semelhante, ou ambos em escrivaninhas ou usando computadores, ou ostentando símbolos análogos,

como crucifixo, mandalas, bótons, etc.)

Símbolo de desejo de identidade psicológica, ou ligação fusional entre as pessoas através de um modo particular de vida ou compartilhamento de uma visão de mundo, de ideologias similares.

4.2 Aceitação do desenvolvimento. (Base: traços TD03, da idade relativa das duas figuras, que contemplam a

projeção de características psicológicas ligadas ao ciclo vital humano.)

Avalie cada uma das duas figuras e assinale em qual categoria de idade se encaixa. Em seguida, compare agora a faixa de idade das figuras desenhadas com a faixa de idade da pessoa-sujeito que desenhou.

Para isso, assinale na coluna 1 a categoria que mais se adapta ao par desenhado, e veja a análise.

Categorias. [Pr. = pessoa-sujeito] Análise simbólica associada a cada categoria

( ) 01- Figura do próprio sexo e do sexo oposto com idade infantil.

Símbolo de dificuldade de aceitar o desenvolvimento, desejando permanecer ou retornar a idades anteriores e esperando encontrar no outro um semelhante, tão infantil ou mais infantil do que si.

( ) 02- Figura do próprio sexo e do sexo oposto com aspecto adolescente.

Símbolo de dificuldade de aceitar plenamente o desenvolvimento, desejando permanecer na ou retornar à idade das descobertas sexuais, do amor idealizado ou romântico, e do adiamento das pressões das responsabilidades. E espera encontrar no outro um semelhante, tão jovem quanto ou mais jovem do que se percebe.

( ) 03- Figura do próprio sexo com idade infantil ou adolescente e figura do sexo oposto com idade equivalente ou acima da do desenhista (Pr.)

Símbolo de dificuldade de aceitar o desenvolvimento, desejando permanecer criança, ou retornar a idades anteriores, esperando encontrar no Outro um complemento mais adulto.

( ) 04- Figura do próprio sexo com idade aproximada da de Pr. e figura do sexo oposto com idade infantil ou adolescente.

Símbolo de que Pr. parece aceitar o seu desenvolvimento, mas espera encontrar no outro um complemento infantil ou mais infantil, facilmente controlável ou direcionável, expressando desejo de controle e domínio, de caráter compensatório.

( ) 05- Figura do próprio sexo e figura do sexo oposto com idades equivalentes à de Pr.

Símbolo de que Pr. aceita o seu desenvolvimento e espera encontrar no outro um semelhante ou complemento adulto.

Figura do próprio sexo Figura do sexo oposto

( ) Bebê ( ) Bebê

( ) Criança (2 - 6 anos) ( ) Criança (2 - 6 anos)

( ) Menino, menina (7 -10 anos) ( ) Menino, menina (7 -10 anos)

( ) Pré-adolescente (11 - 13 a) ( ) Pré-adolescente (11 - 13 a)

( ) Adolescente (14 - 17 a) ( ) Adolescente (14 – 17 a)

( ) Jovem (18 - 24 anos) ( ) Jovem (18 - 24 anos)

( ) Adulto/a jovem (25 - 39 anos) ( ) Adulta/o jovem (25 - 39 anos)

( ) Adulta/o madura (40 - 69 anos) ( ) Adulta/o madura (40 - 69 anos)

( ) Velho/a ( ) Velho/a

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( ) 06- Figura do próprio sexo com idade aproximada da de Pr. e figura do sexo oposto com idade acima da de Pr.

Símbolo de que Pr. aceita o seu desenvolvimento, mas ainda espera encontrar no outro um complemento adulto mais maduro, que o/a guie, como protetor ou como orientador.

( ) 07- Figura do próprio sexo com idade acima da de Pr. e figura do sexo oposto com idade abaixo da de Pr.

Símbolo de que Pr. parece aceitar o seu desenvolvimento, mas deseja ser ou parecer ser mais adulto/a do que é (identificação materna ou paterna), esperando encontrar no Outro ou partes infantis perdidas, ou um complemento a ser guiado, orientado ou dominado.

( ) 08- Figura do próprio sexo com idade acima da de Pr. e do sexo oposto de idade adulta, mas mais jovem que a do próprio sexo.

Símbolo de que Pr. parece aceitar seu próprio desenvolvimento, mas desejando parecer ou ser mais adulto do que é, e esperando encontrar no outro um complemento adulto, mas em quem tenha influência.

( ) 09- Figura do próprio sexo e figura do sexo oposto com idade acima da de Pr.

Símbolo de que Pr. parece aceitar o seu desenvolvimento, mas desejando ser ou parecer ser mais adulto/a do que é e espera encontrar no outro um complemento adulto. No caso de sinais de decadência, símbolo de baixa de humor.

4.3 Relações projetadas em função da valorização relativa de si e do outro. (Base: em TD04, montante e tipo dos símbolos de valorização encontrados nas figuras, que contemplam a valorização que Pr. mostra em relação a si e ao outro.) Compare a figura do próprio sexo com a do sexo oposto e assinale cada categoria da coluna 1 que observar no desenho. Verifique à direita o que simbolizam.

( ) Desenho da figura do sexo oposto em primeiro lugar.

Símbolo de valorização do outro, de caráter latente (não reconhecida, mas espontânea).

( ) Desenho da figura do sexo oposto com tamanho muito maior do que a do próprio sexo.

Símbolo de valorização do outro, de caráter idealizado.

( ) Figura do sexo oposto: (a) muito mais bem desenhada; (b) mais potente, ou com mais movimento ou com braços maiores; ou (c).com equilíbrio mais firme.

Grife, de acordo com a letra assinalada na coluna 1: Símbolo de valorização e idealização do outro, ligada a (a) maior atribuição de maturidade conceptual; ou (b) poder de ação; ou (c) equilíbrio emocional.

( ) Figura do sexo oposto com aspectos robotizados, ou com corpo vazio.

Símbolo de características de indiferenciação que são projetadas no outro.

( ) Figura do sexo oposto com aspecto ridículo, primitivo: caipira, palhaço, etc.

Símbolo de valorização de si de caráter compensatório. (Inveja, ressentimento ou competitividade latentes?)

( ) Figura do próprio sexo com tamanho muito maior do que a do sexo oposto.

Símbolo de valorização de si de caráter compensatório. (Inveja, ressentimento ou competitividade latentes?).

( ) Figura do próprio sexo: (a) muito mais bem desenhada; (b) mais potente, ou com mais movimento ou com braços maiores; ou (c).com equilíbrio mais firme.

Símbolo de valorização e idealização compensatória de si, ligada a (a) maior atribuição de maturidade conceptual; ou (b) poder de ação; ou (c) equilíbrio emocional: por inveja?, ressentimento? ou competitividade latente?

( ) Figura do próprio sexo com aspecto ridículo, primitivo (caipira, palhaço, etc.)

Símbolo de valorização do outro, de caráter idealizado, coexistente à auto exposição depreciativa de si.

( ) Figuras com tamanhos nos padrões da realidade ou não muito diferentes, e não muito diferentes na potência, movimento, tamanho dos braços e equilíbrio da postura.

Símbolo de valorização adequada de si e do outro (potencial para relações de respeito mútuo).

4.4 Relações projetadas em função de qualidades afetivas atribuídas a si e/ou ao outro. (Base: TD05, principalmente as expressões das duas figuras, que contemplam as semelhanças e diferenças de características afetivas atribuídas a si e ao outro. Compare a figura do próprio sexo com a do sexo oposto e assinale na coluna 1 cada aspecto que você observa no desenho. Verifique à direita as análises simbólicas associadas.

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( ) Uma pessoa é desprotegida ou ingênua e a outra é claramente persecutória.

Símbolo do uso de defesas de idealização e dissociação, com projeção e desconfiança excessivas nas relações interpessoais.

( ) Uma pessoa é desprotegida e a outra é claramente protetora.

Símbolo do uso de defesas de idealização dissociada nas relações interpessoais.

( ) Uma pessoa se mostra depreciada e destruída e a outra se mostra completa, rica, possuidora de bens, bonita.

Símbolo do uso de defesas de idealização dissociada nas relações interpessoais, como proteção contra tendências depressivas.

( ) Uma pessoa se mostra muito sedutora ou pouco vestida e outra muito vestida, formal.

Símbolos de repressão e conflito em relação a tendências sexuais opostas (exibicionismo/ recato, promiscuidade/ puritanismo, etc.).

( ) Uma das figuras com cabelos acertados e outra com cabelos desordenados.

Símbolos de repressão e conflito em relação a tendências sexuais opostas (exibicionismo/ recato, promiscuidade/ puritanismo, etc.).

( ) Uma pessoa se mostra submissa e dependente e a outra é forte, ou firme, bem plantada no chão (opostos passivo-ativo)

Símbolo de relação interiorizada de dominação -submissão, em que se alternam (dissociam) a passividade apaziguadora com a dominação.

( ) Uma pessoa está limpa e outra suja ou um desenho tem traços cuidados, limpos, e certos e outro está borrado, rabiscado, sujo.

Símbolo de funções pessoais de controle e contenção dissociadas da agressividade solta (excessiva e passível de irromper).

( ) Uma pessoa está representada através de linhas cuidadas e certas e outra através de linhas confusas, pontudas, repassadas.

Símbolo de funções pessoais de controle e contenção dissociadas da agressividade solta (excessiva e passível de irromper).

( ) Desenho de qualquer outro par antitético em que as pessoas desenhadas representem opostos no conteúdo ou na representação. (Ex.: padre-prostituta, Jesus-demônio)

Símbolo de funções pessoais que o sujeito traz dentro de si e que dissocia. (Identificar o par de funções que foi colocado em oposição - por exemplo, espiritual x carnal, bem x mal.)

( ) Desenho de pessoas excessivamente bonitas, ricas, completas, perfeitas, "boas".

Símbolo do uso de defesa de idealização, para proteger de conteúdos ligados à percepção de frustrações ou perda.

( ) Desenho de dois bolsinhos no peito, um de cada lado, na figura do sexo oposto.

Símbolo de conflitos ou dificuldades (negadas) nas relações de dependência e apego à imago materna e que tendem a se mostrar na relação com o outro.

( ) Seios enfatizados na figura feminina desenhados por mulheres.

Símbolo de identificação e ligação com a imago materna, vista como forte e potente ou uso da feminilidade como forma de poder na relação com o outro.

( ) Seios enfatizados na figura feminina desenhados por homens

Símbolo de conflitos ou dificuldades nas relações de dependência com o outro, por forte apego à imago materna, em geral com culpabilidade e/ou ansiedade.

( ) Numa mesma figura, características opostas (ex.: figura muito pequena mas muito forte).

Símbolo de ambivalência presente nas relações intrapessoais ou interpessoais.

( ) Qualquer uma das duas figuras representa o(a) parceiro(a) sexual de Pr...

Símbolo de identificação com o(a) parceiro(a) sexual.

( ) Figuras diferenciadas, mas parecendo terem integração afetiva semelhante.

Símbolo de integração afetiva, com potencial para relações de respeito mútuo.

4. Síntese sobre a aceitação do desenvolvimento e diferenciação pessoal: [Em algumas linhas, descrever de modo lógico se há aceitação do desenvolvimento e descrever o desejo de fusão e a diferenciação pessoal da pessoa-sujeito, usando para isso os aspectos que você identificou nos itens de análise 4] 5. Dados adicionais fornecidos pela história

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No modelo simplificado, prevê-se apenas uma análise superficial da história, tentando responder à questão: a história construída confirma, nega, modifica ou amplia o que foi obtido pelo teste gráfico?

DIRETRIZES PARA O RELATÓRIO-SÍNTESE

Como a pessoa se coloca no ambiente de modo geral. Falar da reação global às pressões do meio (1.1); dos

aspectos do mundo interno/ mundo externo privilegiados (ou não) (1.2); do montante de participação no ambiente (1.3); da abertura para participação no ambiente (1.4) [analisar abertura para se expor, se solicitado (1.4.1), abertura para perceber a realidade (1.4.2) e abertura para as relações interpessoais e de contato (1.4.3)]; o nível de equilíbrio da participação no ambiente (1.5) e a qualidade afetiva da participação no ambiente (1.6).

Aspectos cognitivos. Falar da capacidade de planejamento e simbolização (2.1), da visão concreta da realidade (2.2) e

do tipo de pensamento usado espontaneamente (2.3).

Aspectos evolutivo-emocionais. Falar do nível estrutural de integração pessoal (3.1), dos resíduos de dependência no desenvolvimento (3.2), dos resíduos de agressividade não trabalhada no desenvolvimento, do montante de integração dos

controles (3.4) e dos resíduos de dificuldades na integração da sexualidade (3.5).

Aceitação do desenvolvimento e diferenciação. Falar da elaboração psicossexual e de gênero (4.1), da aceitação

do desenvolvimento (4.2), das relações projetadas em função da valorização relativa de si e do outro (4.3) e das relações projetadas em função de características afetivas atribuídas a si e/ou ao outro (4.4).

Dados adicionais fornecidos pela história. Falar dos dados acrescentados pela produção discursiva ao perfil.

Em síntese... (Se desejar, fazer um parágrafo final com as características mais importantes.)

Um exemplo de relatório-síntese

Figuras feminina (nº1) e masculina (nº2)

do protocolo de B e história narrada por B. [Solteira, 20 anos, universitária. Reproduzido

com permissão; desenhos apresentados com

tamanho levemente reduzido; divisão em

parágrafos () feita por B; B não falou nem

comentou nada durante aplicação.

Joana é uma adolescente de 13 anos de idade. Ela mora no interior de São Paulo com seu irmão Pedro, que já tem 15 anos. Eles são filhos de um casal de advogados. Moram em uma casa muito bonita, num bairro residencial e têm muitos amigos.

Ela está na 7ª série do 1º grau, tem uma

amiga inseparável, que também mora na sua

rua, paquera um garoto da escola, mas ele

não sabe. Adora seus pais e é muito

estudiosa.

Todos gostam dela, pois acham-na uma

menina muito meiga e compreensiva. Apesar

de algumas briguinhas, ela é, também, muito

amiga de seu irmão. O sonho de Joana é se

tornar uma grande dançarina.

Pedro já está no 1º ano do 2º grau e

estuda na mesma escola que sua irmã. Ele

tem também muitos amigos. Não tem namorada, pois se acha muito tímido e tem medo de "chegar" nas

garotas. Se dá muito bem com seus pais e tem um cachorro que é o xodó da família.

Pretende se formar no 2º grau e tentar vestibular para Engenharia Elétrica.

Observação de comportamento durante aplicação. O primeiro desenho foi da figura do sexo

feminino. A sucessão do primeiro desenho foi: cabeça (contorno) → pescoço → ombros → tronco → saia

→ braços → perna → pé → cabelo → nariz → boca → olhos → sobrancelhas → blusa → cinto → tênis →

meia → botões. A sucessão do segundo desenho, o da figura masculina, foi: cabeça → pescoço → ombros

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→ tronco → calças → braços → cabelo → nariz → boca → olhos → sobrancelhas → orelhas → blusa →

cinto → pés e tênis, B também não tendo feito comentários nem durante e nem após o desenho.

Elaborando o relatório-síntese dos dados pelo modelo simplificado

Tema 1. Análise da forma como a pessoa se coloca no ambiente de modo geral.

[Observe a figura do mesmo sexo da pessoa-sujeito.] Os dados de B estão representados em cor tijolo.

1.1 Reação global às pressões do meio ambiente:

( ) Preocupação em realizar o teste com atenção, seguindo instruções, com cuidado e concentração na tarefa. (B)

Símbolo de atitude adaptativa, com uso de capacidades de reparação.

1.2 Aspectos do ambiente (mundo interno/ externo) privilegiados pela pessoa-sujeito: [Base para raciocínio: situação do desenho no espaço da folha.]

(B) Centralizada. Símbolo de busca de relação mais diversificada e pluralista com o meio. (Obs.: não há

aspectos do ambiente negligenciados por B., item 1.2.2.) 1.3 Montante de participação de PSJ no ambiente. [Base: tamanho da Figura]

( ) Figura entre 10,5 e 20,5 cm - média (B) Montante relativo de valorização de si e do ambiente comparável ao da maioria das pessoas.

1.4 Abertura de PSJ para participação no ambiente. (Base: postura corporal, olhos e braços.

1.4.1 Abertura em geral.

( ) Só rosto espontaneamente desenhado, ou corpo em palitos ― Obs.: B fez corpo inteiro por solicitação

Símbolo de fortes defesas na relação com o meio, com ênfase a aspectos sociais ou intelectuais e dificuldade de lidar com aspectos afetivos.

( ) Figura desenhada de frente, com corpo desenhado e não esquemático. (B)

Símbolo de abertura para participação no ambiente como a da maioria das pessoas.

1.4.2 Abertura para perceber a realidade.

( ) Olhos com 3 a 5 detalhes e expressão adequada.( B)

Símbolo de capacidade de perceber a realidade comparável à da maioria das pessoas.

1.4.3 Abertura para relações interpessoais e de contato.

( ) Braços ou mãos para trás. (B) Símbolo de insegurança, com evasividade na sua participação no ambiente.

1.5 Nível de equilíbrio da participação de PSJ no ambiente. [Base: postura corporal, ambientação da Figura e

características do traçado.]

( ) Figura de pé, de frente, com um pé para cada lado (B)

Símbolo de presença de atitudes convencionais aprendidas, que são geradoras de insegurança e que a pessoa não se esforça por superar e abandonar.

1.6 Qualidade afetiva da participação no ambiente. [Base: tema e apresentação da Figura desenhada.)

( ) Figura convencional ( B) Símbolo de afetividade expressa de forma convencional, com alguma restrição à própria expressão.

Tema 1. Síntese parcial sobre a forma como B se coloca no ambiente. B apresenta atitude adaptativa,

sendo capaz de mobilizar capacidades de reparação com facilidade. Demonstra percepção precisa da

realidade e se valoriza adequadamente, com condições de manter relação diversificada e pluralista com

o meio que a cerca; contudo, alguma insegurança e a presença de atitudes convencionais ainda a levam

a condutas de evitação e restrição, especialmente diante de situações mais exigentes.

Tema 2. Análise de aspectos intelectuais (Olhar a figura de mesmo sexo da pessoa-sujeito).

2.1 Capacidade de planejamento e simbolização. [Base: sucessão ao desenhar e significado simbólico das

partes do corpo que fizeram a pessoa-sujeito se desviar da sucessão]

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( ) Sucessão modal, mas com um detalhamento. (B segue o modal e volta detalhando todo o desenho, também na sucessão modal, e por último faz o desenho dos botões na região inferior do tronco)

Símbolo de capacidade de planejamento e simbolização normais, com preocupação com*correção e adequação de conjunto de suas estratégias de ação no ambiente, (porque B teve dupla sucessão modal, desenhando o essencial e depois aprimorando) e com alguma preocupação maior com as relações de dependência no relacionamento interpessoal amoroso (por causa dos botões na região inferior do tronco, desenhados por último).

2.2 Visão concreta da realidade. [Base: proporção, detalhes, perspectiva e falhas existentes].

.( ) A. Figura sem omissões, mostrando ao observador somente o

que pode ser visto daquele ângulo de visão, sem transparências; proporção adequada, aceitando-se mãos abertas na figura de frente e pés em sentidos contrários (B)

Símbolo de presença de visão estruturada da realidade concreta.

2.3 Tipo de pensamento que PSJ usa espontaneamente. (Base: avaliação cognitiva da produção escrita. )

( ) Descrição lógica, em que é possível imaginar o contexto e alguma coisa da vida dos personagens, mas sem construção de narrativa que tem começo, meio e fim. (B)

Tendência espontânea à elaboração operatório--concreta no trato com a realidade cotidiana, limitando seu desempenho para assegurar autoproteção.

Tema 2. Síntese parcial sobre aspectos intelectuais de B. B apresenta visão estruturada da realidade

concreta, com capacidade de planejamento e simbolização normais, preocupando-se com a correção e

adequação de conjunto de suas estratégias de ação no ambiente, e tendência espontânea à elaboração

operatório-concreta no trato com a realidade cotidiana. Entretanto, alguma preocupação com as

relações de dependência no relacionamento interpessoal amoroso, e com garantir sua autoproteção,

pode estar impedindo B de atingir seu padrão de excelência.

Tema 3. Análise de aspectos evolutivo-emocionais

3.1 Integração pessoal de caráter básico ou estrutural: [Base: símbolos associados a psicopatologia grave].

Tema 3.1. Síntese parcial sobre aspectos de integração básica ou estrutural. No caso dos desenhos de B,

teríamos: "B apresenta nível de integração estrutural excelente, sem ter demonstrado quaisquer

dificuldades psicológicas graves (0 indicadores), tendendo a reagir às situações de forma tranquila e

saudável".

Coluna 1) Traços próprios de amostras sem dificuldades psicológicas Col. 2) Traços de dificuldades psicológicas

( ) Figura humana desenhada. B

( ) Figura humanizada. B)

Não há traços de dificuldades psicológicas

( ) Simetria com algumas e pequenas divergências naturais. B)

( ) Proporção mediana ou adequada. B

( ) Perspectiva mediana ou adequada (pés em perfil são aceitos). B

( ) Linhas de bom tônus psicomotor (parecendo lápis nº 2, sem excessos). B

( ) Presença de correções e retoques em 2 a 4 locais, e/ou produção boa. B

( ) Reagiu naturalmente à tarefa de desenhar. B

( ) Figura completa, de corpo inteiro, organizada B

( ) Presença de cabelos, com implantação normal, nas duas figuras. B

( ) Presença de poucos detalhes essenciais ou de mais detalhes adequados. B

( ) Boca, nariz presentes; olhos com pupilas e sem lesões; braços, mãos, pernas, e dedos presentes. (Mãos para trás são aceitáveis.) B

( ) Linhas de contorno interrompidas no máximo em 3 ou 4 locais, ou são ininterruptas, mas sem repasse forte no limite. B

( ) Diferenciação sexual entre as figuras (dá para ver a diferença sexual). B*

( ) Figura desenhada sem apoio ou somente com linha de chão desenhada. B

( ) Figura inteira, não dividida, num eixo vertical único, sem quebras de continuidade. B)

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[Exemplo para comparação. No caso do protocolo de A (Texto 10, modelo personalizado). Aplicando a Tabela acima, do modelo simplificado, teríamos: "A. apresenta nível de integração estrutural extremamente frágil, tendo apresentado no desenho 10 indicadores de dificuldades psicológicas diferentes. Por essas suas dificuldades, A. tende a reagir às situações com reações que podem englobar cisão e identificação projetiva excessivas, labilidade emocional, impulsividade e sentimento de inadequação ou de perda de vitalidade. Além disso, o contato interpessoal é pobre e indiferenciado, com pouca aceitação de si.” 3.2 Análise de resíduos de dependência no desenvolvimento [Base: infantilidade do desenho e símbolos de

dependência.]

( ) 7. Botões em carreira, sem ser para abotoar, como nos desenhos de criança.(B); obs.: como feitio da saia.

Símbolo de dependência infantil e insegurança, com tentativas inadequadas de controlar desajustes emocionais.

3.3. Análise de resíduos de agressividade não trabalhada no desenvolvimento [Base: símbolos de

agressividade.)

( ) 5. Cabelo em pontas como se fosse vassoura de piaçava (B) leve tendência, mas com linha de contorno)

Símbolo de reação agressiva a algo ou alguém. (B: Símbolo de reação agressiva a algo ou alguém, com contenção)

3.4 Montante de integração dos controles (. Baseia-se na avaliação de comportamentos e de símbolos de

controle.) (O desenho de B apresenta: Pernas muito unidas (REC) → Símbolo de controle por negação e recalcamento

3.5 Análise de resíduos de dificuldades na integração da sexualidade. [Base: símbolos de dificuldades

psicossexuais.)

17. Nariz arrebitado na figura feminina ( B) Símbolo de mecanismos de compensação.

22. Olhos enfatizados por atributos de beleza, cílios longos, ou sombreamento (B)

Símbolo de apelo sexual e feminilidade

29. Figura masculina com calças sem braguilha desenhada por mulher. (B)

Símbolo de dificuldades na aceitação da sexualidade masculina, o que mostra dificuldades na relação com a diferença.

31. Botões enfatizados na região genital (na braguilha, parte inferior da saia) (B)

Símbolo de dependência que busca solução de forma socializada, na relação afetivo-sexual com o sexo oposto. *

* Os botões foram deslocados para a parte inferior do tronco e usados como feitio da roupa.

Tema 3. Síntese parcial sobre o desenvolvimento afetivo-emocional de B. B apresenta integração básica

excelente, sem dificuldades psicológicas significativas. Surgem, como resíduos do processo de

desenvolvimento, leve dependência e insegurança, que B procura solucionar através do

relacionamento afetivo-sexual, de forma socializada. B apresenta controles adequados, com

agressividade expressa com contenção, e certa repressão da sexualidade. Embora B tenha desenvolvido

atitudes de apelo sexual e feminilidade, apresenta alguma dificuldade na aceitação da sexualidade

masculina, o que leva ao uso de formas de compensação.

4. Aceitação do desenvolvimento e diferenciação psicossexual

4.1 Diferenciação psicossexual. (Base: diferenças corporais e de apresentação social entre as Figuras]

( ) 4. Figuras em que se consegue distinguir o gênero, mas a figura masculina é delicada, de feições gentis,

Símbolo de indiferenciação psicossexual, com dificuldade em reconhecer diferenças entre pessoas,

formas arredondadas, em desenho feito por mulher (B)

com dificuldades de aceitar o corpo maduro ou rivalidade com o sexo oposto. Explorar.

4.2 Aceitação do desenvolvimento. Base: idade relativa das duas figuras.

( ) 02- Figura do próprio sexo e do sexo oposto com aspecto adolescente. (B)

Símbolo de que a pessoa acha difícil aceitar o desenvolvimento pleno, desejando permanecer ou retornar à idade adolescente. Essa é a idade das descobertas sexuais, do amor idealizado ou romântico, e do adiamento das pressões das responsabilidades.

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Ela também espera encontrar no outro um semelhante, tão jovem quanto, ou mais jovem do que se percebe.

4.3 Relações projetadas em função da valorização relativa de si e do outro. Base: montante e tipo dos

símbolos de valorização que as figuras mostram.

( ) Desenho da figura do sexo oposto com tamanho muito maior do que a do próprio sexo.

Símbolo de valorização do outro, de caráter idealizado. (B): tendência

4.4 Relações projetadas em função de qualidades afetivas atribuídas a si e/ou ao outro. (Base: expressões

das duas figuras).

( ) Figuras diferenciadas, mas com qualidade de integração afetiva semelhante. (B)

Símbolo de integração afetiva, com potencial para relações de respeito mútuo.

Tema 4. Síntese parcial sobre a aceitação do desenvolvimento e diferenciação pessoal de B:

B ainda apresenta resíduos de indiferenciação psicossexual, com alguma dificuldade em

reconhecer as qualidades do sexo oposto que são diferentes das do seu sexo. B receia aceitar plenamente

o desenvolvimento, desejando permanecer na idade das descobertas sexuais, do amor idealizado ou

romântico e do adiamento das pressões das responsabilidades. E espera encontrar no outro um

semelhante, compreensivo, mostrando certa valorização do outro, de caráter idealizado. Contudo, dentro

desta dinâmica ainda idealizada, B demonstra valorizar adequadamente a si e ao outro, com integração

afetiva que demonstra capacidade para relações de respeito mútuo.

5. Dados adicionais fornecidos pela história

No caso de B, a história confirma a visão idealizada do ser humano1. Confirma-se também a

conduta de evasividade ao contato mais íntimo e que possa oferecer mais riscos2. Confirma-se também a

ênfase aos aspectos não agressivos dos vínculos3. Confirma-se também a repressão da sexualidade4; e,

finalmente, o desejo de uma união fusional, contra a solidão.5 (1) representada por personagens de aspecto inofensivo: adolescentes, de classe média, casa bonita, muitas

amizades, meiguice, compreensão, etc. (2) O garoto da escola não sabe do amor da mocinha por ele, o rapaz é

tímido e tem medo de "chegar" nas garotas. (3). Ela é meiga, compreensiva, só tem "briguinhas" com o irmão. (4).

A história refere-se a dois irmãos, nenhum namora, todos muito inocentes, e ela sonha tornar-se dançarina (sendo

que a dança é tida como sublimação da sexualidade, na simbologia geral). (5). Ela tem uma amiga inseparável, e

ele, um cachorro, xodó da família.

6. Síntese geral (soma das sínteses parciais, menos repetições)

B apresenta atitude adaptativa, sendo capaz de mobilizar capacidades de reparação com

facilidade. Demonstra percepção precisa da realidade e se valoriza adequadamente, com condições de

manter relação diversificada e pluralista com o meio que a cerca. Contudo, alguma insegurança, e a

presença de atitudes convencionais, ainda levam a condutas de evitação e restrição pessoais,

especialmente diante de situações mais exigentes. Do ponto de vista cognitivo, B apresenta visão estruturada da realidade concreta, com

capacidade de planejamento e simbolização normais, preocupando-se com a correção e adequação de

conjunto de suas estratégias de ação no ambiente, tendendo espontaneamente a lidar com a realidade

cotidiana de forma racional e prática (Outro modo de falar da elaboração operatório – concreta).

Entretanto, alguma preocupação com as relações de dependência no relacionamento interpessoal

amoroso, e com garantir sua autoproteção, podem estar impedindo B de atingir um padrão mais

elevado de desempenho. (Substituiu-se padrão de excelência, por causa do excelente na linha seguinte.)

Do ponto de vista afetivo-emocional, B apresenta integração básica excelente, sem dificuldades

psicológicas significativas. Ainda surgem, como resíduos do processo de desenvolvimento, leve

dependência e insegurança, que B procura solucionar através do relacionamento afetivo-amoroso, de

forma socializada. B apresenta controles adequados, com agressividade expressa com contenção,

buscando dar ênfase aos aspectos não agressivos dos vínculos, e demonstrando também certa

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repressão da sexualidade, com tentativas de sublimação. Embora B tenha desenvolvido atitudes de

feminilidade, apresenta alguma dificuldade na aceitação da sexualidade masculina.

Esta dificuldade provém de B ainda apresentar resíduos de indiferenciação psicossexual, com

dificuldade em reconhecer qualidades no sexo oposto que são diferentes das do seu próprio sexo. B

receia aceitar o desenvolvimento plenamente, desejando permanecer na idade das descobertas

sexuais, do amor idealizado ou romântico, e do adiamento das pressões das responsabilidades.

E espera encontrar no outro um semelhante, compreensivo, demonstrando certa valorização

do outro, de caráter idealizado, e o desejo de uma união de iguais, contra a solidão.

Contudo, dentro dessa dinâmica ainda idealizada, B demonstra valorizar adequadamente a si e

ao outro, com (ver primeiro parágrafo e este último) qualidades de integração afetiva que demonstram

capacidade para relações de respeito mútuo.

Observações finais sobre B. O desenho da figura humana mostrou, portanto, uma personalidade

muito equilibrada. A título de pesquisa, aplicaram-se outros testes de personalidade em B: o 16PF e o

MMPI-1, testes de personalidade que na época eram aprovados pelo CFP [E que considero muito bons,

especialmente o 16PF]. O 16PF mostrou todos os resultados, dos 16 traços de personalidade, no intervalo

de 1 desvio padrão da média, com exceção de inteligência, que é superior.

O MMPI mostrou um perfil válido, com nenhum resultado nas escalas clínicas acima de 53 e as

seguintes características que confirmam o desenho da figura humana: senso comum; defesas moderadas,

cuidados no contato interpessoal; atitude prática, com aceitação da autoridade social e controle de si;

controle de tipo conservador; forte interiorização do papel feminino, com atitudes de sensibilidade,

idealismo e altruísmo.

Uma vez que você esteja com o seu protocolo analisado, é só praticar. Afinal, você já deve ter

percebido: quanto mais se repete, mais fácil fica!

Bons trabalhos!