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Relatório e Contas | 2014 2
ÍNDICE
RELATÓRIO DE GESTÃO ...................................................................................................................... 3
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ....................................................................................................... 15
BALANÇO ............................................................................................................................................... 16 DEMONSTRAÇÃO DO RENDIMENTO INTEGRAL ..................................................................................... 17 DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO ..................................................................... 18 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA .............................................................................................. 19
ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ....................................................................................... 20
1. NOTA INTRODUTÓRIA ............................................................................................................. 21 2. BASES DE APRESENTAÇÃO, COMPARABILIDADE DA INFORMAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS
CONTABILÍSTICAS .................................................................................................................... 21 3. GESTÃO DO RISCO FINANCEIRO .............................................................................................. 36 5. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO .................................................. 42 6. ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA ................................................................ 43 7. APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO ........................................................................... 43 8. CRÉDITO A CLIENTES ............................................................................................................... 45 9. ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA ................................................................. 46 10. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS .................................................................................................. 47 11. ACTIVOS INTANGÍVEIS ............................................................................................................. 48 12. INVESTIMENTOS EM FILIAIS, ASSOCIADAS E EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS ................... 49 13. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO ........................................................................................... 50 14. OUTROS ACTIVOS .................................................................................................................... 51 15. RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO ................................................................ 52 16. RECURSOS DE CLIENTES E OUTROS EMPRÉSTIMOS ................................................................ 52 17. PROVISÕES E IMPARIDADE ...................................................................................................... 53 18. INSTRUMENTOS REPRESENTATIVOS DE CAPITAL .................................................................... 54 19. OUTROS PASSIVOS .................................................................................................................. 55 20. PASSIVOS CONTINGENTES E COMPROMISSOS ....................................................................... 56 21. CAPITAL ................................................................................................................................... 56 22. RESERVAS DE REAVALIAÇÃO, OUTRAS RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS .................. 57 23. JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES ........................................................................................ 58 24. JUROS E ENCARGOS SIMILARES ............................................................................................... 59 25. RENDIMENTOS DE INSTRUMENTOS DE CAPITAL .................................................................... 59 26. RENDIMENTOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES............................................................................ 60 27. ENCARGOS COM SERVIÇOS E COMISSÕES .............................................................................. 61 28. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO ................................................................................. 62 29. CUSTOS COM PESSOAL ............................................................................................................ 62 30. REMUNERAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO, DE FISCALIZAÇÃO E DO REVISOR
OFICIALDE CONTAS .................................................................................................................. 63 31. GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................ 64 32. ENTIDADES RELACIONADAS .................................................................................................... 65 33. BENEFÍCIOS AOS EMPREGADOS – PENSÕES DE REFORMA ..................................................... 66 34. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE MEDIAÇÃO DE SEGUROS OU DE RESSEGUROS ........................ 72
RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL .................................................................................... 74
CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS .................................................................................................... 80
Relatório e Contas | 2014 3
Relatório e Contas | 2014 4
I – O SICAM E O MERCADO BANCÁRIO
No sentido de melhor se compreenderem os registos ocorridos na nossa Caixa, no decurso do
ano de 2014, torna-se relevante trazer à colação os níveis de desempenho consolidado do
SICAM (Caixa Central e Caixas Agrícolas), para um adequado enquadramento das diversas áreas
de negócio.
O sistema bancário nacional tem vindo a procurar reduzir exposições de liquidez junto do BCE
e a tomar medidas adicionais de reforço de capital, ainda que em condições adversas e que
geram pressão nas contas de exploração e nos fundos próprios dos bancos, nomeadamente
devido à manutenção das taxas diretoras em níveis historicamente baixos, à crescente
acumulação de volumes de crédito vencido difíceis de recuperar e à ainda reduzida atividade e
procura no mercado imobiliário a impossibilitar a redução das sobredimensionadas carteiras de
imóveis em posse direta ou indireta dos bancos.
Inevitavelmente, a atividade do sistema bancário permanece muito condicionada pela
envolvente macroeconómica e financeira e, em particular, pela redução do nível de
endividamento da economia portuguesa, que afeta de forma transversal todos os agentes
económicos e que provoca uma significativa contração do negócio bancário.
No contexto macroeconómico nacional em fase de recuperação onde ainda se verificam, por
um lado, uma elevada retração da procura de crédito por parte das famílias e das empresas
com projetos viáveis e, por outro lado, um elevado nível de endividamento das empresas e
famílias, a generalidade da banca portuguesa voltou a apresentar, a par de 2013, prejuízos
significativos.
No ano de 2014, o Grupo Crédito Agrícola afirmou-se como um motor de desenvolvimento
regional através da relação de proximidade com os clientes, contribuindo para dar resposta às
suas ambições e projetos financeiros, com uma oferta universal de serviços financeiros e de
proteção e, no decurso da recessão económica e das crises de dívidas soberanas e do mercado
imobiliário, demonstrando uma credibilidade e resiliência (em termos de liquidez e
solvabilidade) ímpares.
Relatório e Contas | 2014 5
Mesmo com reduzida implantação nos principais mercados urbanos, o Crédito Agrícola tem
vindo a revelar que possui uma reputação muito positiva no sector. Uma sondagem realizada
pela Aximage, em Setembro de 2014, para o Jornal de Negócios e para o Correio da Manhã,
com o objetivo de medir o índice de confiança espontânea nos bancos portugueses, veio
confirmar que, a seguir ao banco do Estado, o Crédito Agrícola é a 2ª Instituição em que os
portugueses mais confiam.
A excelência do Grupo Crédito Agrícola, na atividade bancária e seguradora, tem vindo a ser
regular e amplamente reconhecida através de diversos prémios da indústria financeira e
seguradora.
Os resultados positivos registados no SICAM de 24,5 Milhões de Euros devem-se, sobretudo,
à gestão dos custos de funding, à continuidade da operacionalização de uma estratégia de
gestão dinâmica de tesouraria, com o objetivo de realizar o valor intrínseco dos excedentes de
liquidez detidos pelo SICAM, através de mais-valias que atingiram em 2014 cerca de 165 milhões
de euros, que se vieram a revelar determinantes para o crescimento do produto bancário em
2014 e consequentemente para os resultados líquidos apresentados. Em sentido inverso,
registou-se um reforço extraordinário de imparidades no valor de aproximadamente 101
milhões de euros, o que originou um aumento do rácio de cobertura do crédito vencido do
SICAM para 126%, que compara com 107% em 2013.
Por outro lado, a qualidade do crédito continua a pressionar a rendibilidade dos bancos em
consequência do aumento continuado dos níveis de imparidades (de crédito e de outros ativos)
e do consequente esforço de provisionamento.
O crédito vencido de particulares tem vindo, no período recente, a apresentar níveis de
incumprimento crescentes. No que se refere ao crédito vencido de empresas, a tendência
registada não apresenta ainda sinais de abrandamento, com os sectores de atividade
relacionados com a construção, o comércio a retalho e as atividades imobiliárias a registarem
volumes persistentes de crédito vencido.
Relatório e Contas | 2014 6
A tendência descendente do rácio de transformação do sector financeiro reflete a redução do
crédito concedido pelo sistema bancário e o moderado crescimento dos depósitos de clientes
(famílias e empresas) que, de forma crescente, procuram aumentar os níveis de poupança
através de soluções de aforro e de gestão de tesouraria.
A margem financeira do SICAM sofreu uma quebra resultante essencialmente da redução
registada na concessão de crédito, dos níveis historicamente baixos das taxas indexantes do
crédito (Euribor) e do reflexo lento verificado na redução das taxas de remuneração dos
depósitos.
É ainda importante mencionar a evolução do rácio de transformação que, próximo de 77%, se
reconhece estar situado num nível bastante baixo quando comparado com a restante banca
portuguesa (superior a 100%), revelando-se por isso manifestamente insuficiente para uma
adequada remuneração dos fundos próprios.
A nível dos custos do SICAM verificou-se algum decréscimo nos custos de estrutura, motivado
essencialmente pela quebra registada nos gastos gerais administrativos, fruto do esforço de
contenção de despesas transversalmente adotado no Grupo.
Relatório e Contas | 2014 7
II – DESENVOLVIMENTO GERAL DA ACTIVIDADE DA CAIXA
a) INTRODUÇÃO
A nossa atividade continua a revelar-se muito condicionada pela envolvente macroeconómica
e financeira e pelo plano de ajustamento continuado da economia portuguesa que afeta de
forma transversal todos os agentes económicos, resultando numa significativa contração do
negócio bancário.
Para além de um elevado nível de desemprego, encontramo-nos também condicionados por
um prolongado período de reduzida inflação que, a não ser revertido rapidamente, poderá
conduzir mesmo a um temido cenário de deflação. Todavia, a recente decisão do BCE de compra
de ativos que incluem dívida soberana da zona euro à razão de 60 mil milhões de euros por mês,
foi considerada como o derradeiro grande passo no esforço de elevar a taxa de inflação para
níveis mais desejáveis.
Persistem ainda algumas das condições adversas que já caracterizavam o negócio nos últimos
anos, com a manutenção das atuais taxas diretoras, a crescente acumulação de volumes de
crédito vencido difíceis de recuperar e a continuidade da estagnação no mercado imobiliário a
impossibilitar a gestão das sobredimensionadas carteiras de imóveis em posse dos bancos,
repercutindo-se nefastamente nos custos de exploração e nos fundos próprios.
Desde meados de 2011 que os principais agregados de crédito registam taxas de variação anuais
negativas, consequência de uma acentuada quebra no rendimento disponível das famílias e dos
elevados níveis de desemprego, da erosão da rentabilidade nas empresas, provocada por
quebras de margem, pelo frequente e insustentável peso da dívida na estrutura dos balanços e
ainda pela contração do volume de negócios, fatores particularmente críticos nas micro e
pequenas empresas sem potencial exportador.
Por outro lado a qualidade do crédito continua a pressionar a rentabilidade bancária em
consequência do aumento reiterado dos níveis de imparidades e do consequente esforço de
provisionamento.
Relatório e Contas | 2014 8
O montante registado no volume dos recursos obtidos, conjugado com a atitude cautelar na
concessão de crédito, configuram-se cada vez mais como opções estratégicas e essenciais para
uma sã e prudente gestão.
Consideramos igualmente que os níveis de confiança manifestados pelos nossos associados e
clientes, num clima de evidente reciprocidade de interesses e vantagens comerciais, permitiram
alcançar com margem satisfatória a maioria dos rácios prudenciais exigidos à Banca em geral,
bem como os recomendados pelo Grupo, tal como fica evidenciado no quadro seguinte.
INDICADORES PRUDENCIAIS E DE GESTÃO
* Medido em função do número de Empregados.
Quando hoje, ao olharmos para o Crédito Agrícola, um Grupo Financeiro moderno e
homogéneo, constatamos que o universo dos Dirigentes e Colaboradores está seguramente
preparado e vocacionado para o exercício das suas funções, mesmo competindo com parceiros
de negócio de dimensão assaz díspar da nossa, que integram na maioria dos casos unidades de
negócio de cariz multinacional laborando, em simultâneo, em mercados com outras apetências
e realidades bem distintas da nacional.
RUBRICAS VALORES DE REFERÊNCIA
C.C.A.M. COSTA AZUL
Rácio de Solvabilidade > 8% 13,00%
Rácio de Crédito Vencido (+ 90 dias) ≤ 5% 6,07%
Rácio de Crédito Vencido Líquido ≤ 3% 2,86%
Rácio de Eficiência < 60% 70,18%
Rácio Comissões Líquidas / Produto Bancário > 20% 34,48%
Rácio de Produtividade - Ativo Líquido * > € 3.000.000 € 4.041.018
Rácio de Produtividade - Produto Bancário * > € 110.000 € 118.815
Rácio de Transformação < 85% 77,42%
Relatório e Contas | 2014 9
b) EVOLUÇÃO DA ÁREA DO NEGÓCIO BANCÁRIO
Tudo quanto ficou referido até aqui, de algum modo, encontrou reflexo diferenciador e até de
sinal contrário no desempenho global da Caixa. Assim, fomos gerindo cautelarmente as
oportunidades que estes tempos de crise nos proporcionaram, resultando nos valores que os
quadros e gráficos seguintes atestam.
Mostra-se então um comparativo do ano findo com os quatro anos anteriores, das principais
variáveis do negócio, que evidenciam algumas situações que geraram taxas de crescimento
relevantes mesmo perante as adversidades incontornáveis já referenciadas.
RECURSOS DE CLIENTES
O montante registado nesta rubrica é o reflexo da estratégia adotada face ao reduzido rácio de
transformação, em que parte do excedente foi canalizado pela equipa comercial para outras
aplicações, nomeadamente em produtos de capitalização na CA Vida e em Fundos de
Investimento.
RECURSOS 2010 2011 2012 2013 2014
T O T A L 337.546.352 342.301.514 352.651.073 367.324.728 366.631.899
Dep. Ordem 95.372.295 89.376.757 89.630.902 94.364.804 100.492.401
DP / Poupanças 242.174.057 252.924.757 263.020.171 272.959.924 266.139.498
CA Vida* 4.505.583 6.805.922 7.751.312 10.528.031 11.161.439
Fundos Investimento* 7.787.828 9.382.066 10.290.297 13.502.460 20.267.407
* Produtos fora do Balanço
CRÉDITO
O volume do Crédito Concedido, registado no final do ano, encontra eco nas condicionantes já
anteriormente referidas da situação económica continuada e transversal a todo o tecido
empresarial independentemente da respetiva dimensão, bem como na importante área
respeitante ao consumo dos particulares, equivalendo nas duas situações a uma evidente e
significativa retração no capítulo do investimento.
Relatório e Contas | 2014 10
Outra das consequências que influíram com grande pendor no volume de crédito alcançado,
identifica-se com os inúmeros processos de insolvência e falência ocorridos que, pela manifesta
incapacidade financeira de solver as respetivas dívidas, se concretizaram em situações de
dações em pagamento contra a entrega de bens imóveis à Caixa, refletida na rubrica de Ativos
não correntes detidos para venda.
CRÉDITO 2010 2011 2012 2013 2014
T O T A L 290.828.565 305.505.087 302.186.914 287.426.526 283.854.362
Vivo 284.521.349 291.654.893 288.933.219 268.491.039 265.798.459
Atraso 6.307.216 13.850.194 13.253.695 18.935.487 18.055.903
APOIO À AGRICULTURA
Na vasta gama dos serviços de apoio prestados à Família Agrícola, relevam-se: a elaboração de
950 processos de candidatura das Ajudas ao Rendimento, tendo sido distribuído aos
beneficiários por essa via um montante global superior a dezassete vírgula cinco milhões de
euros; no SNIRA foram efetuados 18.174 registos e mantidas atualizadas cerca de 50 pastas
permanentes, em conformidade com as normas legais em vigor. Foram ainda apresentados 6
Projetos de Investimento ao abrigo do PRODER, com um investimento total elegível de cerca de
€ 500.000,00.
Por imposição legal da Comunidade Europeia e a fim de os agricultores se poderem candidatar
às ajudas ao rendimento, as respetivas parcelas de terreno tiveram que ser corrigidas e
perfeitamente georreferenciadas, com recurso ao Parcelário, serviço que a nossa Caixa
implementou desde o primeiro momento ao se aperceber das dificuldades operacionais e da
insuficiência da capacidade de resposta dos serviços oficiais de tutela. No ano de 2014 foram
então tramitados 273 processos.
Perspetiva-se cada vez mais que a manutenção atualizada dos registos nas Bases de Dados, do
agricultor, da exploração, das parcelas e dos efetivos pecuários, seja uma condicionante
essencial a corrigir, para uma correta formalização das candidaturas e para o recebimento
atempado das ajudas.
Relatório e Contas | 2014 11
ATIVO LÍQUIDO
O Ativo Líquido final obtido em Balanço compara em baixa com o ano anterior, para o qual
concorreram essencialmente as variações registadas nas seguintes rubricas: redução do volume
da carteira de Crédito; constituição de provisões para Imparidades em Crédito Vencido e em
Ativos não Correntes detidos para venda; diminuição das Aplicações Financeiras na Caixa
Central.
PRODUTOS FORA DO BALANÇO
Neste capítulo, registaram-se no conjunto das diversas variáveis, taxas de crescimento muito
significativas, fruto do continuado trabalho realizado pela equipa comercial da Caixa, em boa
sintonia com as respetivas Empresas do Grupo que tutelam essas áreas de atividade específica,
posicionando-as como habitualmente na primeira linha de referência, relativamente aos
volumes de negócio alcançados.
Os valores abaixo refletem o volume acumulado da atividade de angariação de seguros e de
subscrições (líquidas de resgates) de fundos de investimento, prosseguida pela Caixa para as
entidades do Grupo que têm por objeto estas atividades.
CARTEIRA DE SEGUROS (CA Seguros e CA Vida)
A componente do negócio – SEGUROS – continua a registar ano após ano, um peso direto e
cada vez mais importante nos resultados do exercício através do seu contributo para o produto
bancário, pela via do comissionamento, cujos registos de produção de carteira alcançados se
encontram plasmados no quadro seguinte.
2010 2011 2012 2013 2014
411.143.685
423.204.235
443.214.293
456.854.700
428.348.012
(euros)
Relatório e Contas | 2014 12
A atitude proactiva da venda de seguros congrega, na sua essência, a intenção de disponibilizar
aos seus subscritores uma proteção complementar com vista a minimizar e/ou colmatar as
ocorrências e sinistralidades imprevistas, ou constituir-se como um complemento de poupança
com taxas de rentabilidade competitivas e atrativas.
CARTEIRA SEGUROS 2010 2011 2012 2013 2014
T O T A L 8.219.697 10.622.471 11.691.377 14.445.627 15.044.757
CA Seguros 3.714.114 3.816.549 3.940.065 3.917.596 3.883.318
CA Vida 4.505.583 6.805.922 7.751.312 10.528.031 11.161.439
CA Gest; CA Dealer; CA Consult
Continua a registar-se, nesta área de negócio, uma procura crescente como alternativa às
aplicações em depósitos a prazo tradicionais e poupanças, sobretudo nos produtos de melhor
remuneração. No final do ano de 2014 registou-se um volume total consolidado superior a 20
milhões de euros, correspondendo a um aumento acima de 50%.
Nesta área de negócio merece-nos especial destaque o reconhecimento pelo 4º ano
consecutivo, com o prémio de Fundo de Investimento Imobiliário com melhor portefólio
generalista nacional, atribuído ao Fundo CA Património Crescente pelo European Property
Investment Awards, do IPD – Investment Property Databank.
Este galardão confere assim um tributo, a nível nacional e internacional, ao trabalho coletivo
emprestado por todos quantos colaboraram de perto nesta parceria.
Além da angariação de subscrições de fundos de investimento junto dos seus clientes, a Caixa
direciona ainda para as demais entidades do Grupo as atividades de gestão discricionária e de
compra e venda de títulos dos seus clientes.
Relatório e Contas | 2014 13
GESTÃO DO RISCO
O Risco de Crédito continua a ser o risco mais relevante da atividade da CCAM da Costa Azul. A
avaliação da exposição a esse risco efetua-se segundo diferentes metodologias, em alguns casos
complementares (análises, alertas, “ratings” e outras). A aprovação específica dos créditos
respeita os preceitos e os procedimentos estabelecidos no manual de processos para os
produtos e serviços em vigor. Estão definidos pela Administração os níveis hierárquicos
competentes para a aprovação de créditos de acordo com as características próprias destes.
A CCAM da Costa Azul não tem contratualizados instrumentos derivados. A gestão do seu risco
financeiro, nomeadamente a exposição às variações de taxa de juro tem em consideração a
tipologia das operações desenvolvidas pela Instituição, nomeadamente quanto aos prazos de
maturidade.
É efetuado um acompanhamento regular do nível de liquidez da Instituição, com base no qual
são definidas as suas necessidades a este nível.
2010 2011 2012 2013 2014
7.787.8289.382.066 10.290.297
13.502.460
20.267.407Fundos de Investimento
(euros)
Relatório e Contas | 2014 14
III - RESULTADOS DO EXERCÍCIO
O exercício contabilístico de 2014 registou um resultado de € -12.526.513,16 (doze milhões
quinhentos e vinte e seis mil, quinhentos e treze euros e dezasseis cêntimos), como se sabe
fortemente condicionado pela envolvente económico-financeira já referenciada, para o qual
concorreram essencialmente: a redução do volume de crédito concedido; as quebras
significativas da margem financeira e do produto bancário; a constituição de provisões em
função do acréscimo do crédito vencido e a depreciação dos ativos detidos para venda, que
geraram um volume acrescido de imparidades.
IV – PROPOSTA DE APLICAÇÃO DOS RESULTADOS
O resultado líquido do exercício no montante de € -12.526.513,16 (doze milhões quinhentos e
vinte e seis mil, quinhentos e treze euros e dezasseis cêntimos) deve ser transferido para a conta
de resultados transitados.
V – NOTA FINAL
Não poderíamos deixar de exarar o sentimento coletivo de congratulação de toda a estrutura
da Caixa, pela honrosa condecoração atribuída por Sua Excelência o Senhor Presidente da
República, por ocasião das comemorações do Dia de Portugal, ao Senhor Jorge Nunes –
Presidente do Conselho de Administração desta Instituição, com o Grau de Oficial da Ordem
do Mérito Empresarial (Classe do Mérito Comercial).
A outorga desta Comenda, estamos certos, transmitiu a toda a Instituição: Associados; Clientes;
Órgãos Sociais e Empregados, o reconhecimento público ao mais alto nível de todo o trabalho,
persistência e dedicação emprestados em prol do desenvolvimento de uma vasta região
geográfica, no percurso profícuo de um século.
Em capítulo próprio, no presente documento, apresentaremos as Demonstrações Financeiras e
correspondente Anexo às Demonstrações Financeiras referentes ao exercício de 2014.
Santiago do Cacém, 5 de Março de 2015
O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Jorge Nunes António Gamito Calado Pinela José Daniel Pereira Rito Alves
Relatório e Contas | 2014 15
Relatório e Contas | 2014 16
BALANÇO
31 DE DEZEMBRO DE 2014
(valores em euros)
ACTIVO NOTA VALORES BRUTOS VALORES LÍQUIDOSAno Anterior
(líquido)
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 4 1.754.428,21 1.754.428,21 1.961.273,56
Disponibilidades em outras instituições de crédito 5 2.898.875,52 2.898.875,52 3.893.835,90
Activos financeiros detidos para negociação 0,00 0,00 0,00
Outros activos financeiros ao justo valor 0,00 0,00 0,00
Activos financeiros disponíveis para venda 6 3.923.805,77 3.784.809,79 5.775.523,06
Aplicações em instituições de crédito 7 94.692.294,42 94.692.294,42 106.780.537,45
Crédito a clientes 8/17 285.205.110,00 256.580.853,34 275.462.584,06
Investimentos detidos até à maturidade 0,00 0,00 0,00
Activos com acordo de recompra 0,00 0,00 0,00
Derivados de cobertura 0,00 0,00 0,00
Activos não correntes detidos para venda 9/17 42.254.872,63 31.486.602,78 29.980.780,98
Propriedades de investimento 0,00 0,00 0,00
Outros activos tangíveis 10 16.287.802,02 9.285.671,88 9.582.663,15
Activos intangíveis 11 22.390,18 0,00 0,00
Investimentos em fi l iais e associadas 12/17 16.359.629,73 16.359.604,73 14.171.604,73
Activos por impostos correntes 0,00 0,00 721.884,82
Activos por impostos diferidos 13 6.225.455,46 6.225.455,46 3.739.088,92
Outros activos 14 5.279.416,19 5.279.416,19 4.784.923,24
TOTAL DO ACTIVO 474.904.080,13 428.348.012,32 456.854.699,87
NOTA ANOAno Anterior
(líquido)
0,00 0,00
0,00 0,00
0,00 0,00
15 8.556.823,71 26.573.532,63
16 368.930.631,76 370.266.947,94
0,00 0,00
17 2.732.716,82 3.012.082,70
13 32.588,12 0,00
13 23.492,01 25.580,19
18 5.275,00 5.275,00
16.003.441,03 16.003.440,86
19 4.689.040,73 3.464.136,99
400.974.009,18 419.350.996,31
21 32.528.440,00 30.306.210,00
22 750.125,00 573.706,72
22 6.621.951,30 16.367.972,99
22 -12.526.513,16 -9.744.186,15
27.374.003,14 37.503.703,56
428.348.012,32 456.854.699,87
138.995,98
AMORT.PROV.
IMPAR.
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
28.624.256,66
0,00
0,00
0,00
10.768.269,85
0,00
7.002.130,14
22.390,18
25,00
0,00
Passivos por impostos diferidos
0,00
46.556.067,81
PASSIVO
Recursos de bancos centrais
Passivos financeiros detidos para negociação
Outros passivos financeiros ao justo valor
Recursos de outras instituições de crédito
Recursos de clientes e outros empréstimos
Responsabilidades representadas por títulos
Provisões
Passivos por impostos correntes
Outras reservas e Resultados transitados
Resultado do exercício
TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO
TOTAL DO PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO
Instrumentos representativos de capital
Outros passivos subordinados
Outros passivos
TOTAL DO PASSIVO
Capital
Reservas de Reavaliação
Relatório e Contas | 2014 17
DEMONSTRAÇÃO DO RENDIMENTO INTEGRAL
31 DE DEZEMBRO DE 2014(valores em euros)
NOTA 31/12/2014 31/12/2013
23 14.889.439,51 16.023.279,60
24 -6.748.751,88 -7.168.505,58
8.140.687,63 8.854.774,02
25 74.252,25 74.251,30
26 4.842.356,09 4.562.780,45
27 -499.288,30 -434.661,50
0,00 0,00
0,00 0,00
4.577,69 3.598,47
8 -111.345,80 -118.522,51
28 143.228,94 623.627,02
12.594.468,50 13.565.847,25
29 5.215.738,53 4.969.316,48
31 3.200.768,09 3.201.414,90
10/11 422.651,43 548.494,81
17 -279.365,87 137.895,36
17 17.877.593,31 10.338.807,19
17 118.608,58 27.557,78
17 955.026,67 4.642.624,39
-14.916.552,24 -10.300.263,66
13 98.415,64 304.261,30
13 -2.488.454,72 -860.338,81
-12.526.513,16 -9.744.186,15
Itens que não serão reclassificados para resultados
266.964,00 82.033,00
-12.259.549,16 -9.662.153,15TOTAL DO RENDIMENTO INTEGRAL DO EXERCÍCIO
Imparidade de outros activos financeiros l íquida de reversões e recuperações
Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações
RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS
Impostos correntes
- Ganhos actuariais
Outro rendimento integral do exercício:
Impostos diferidos
RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Rendimentos de serviços e comissões
RUBRICAS
Juros e rendimentos similares
Juros e encargos similares
MARGEM FINANCEIRA
Rendimentos de instrumentos de capital
Correcções de valor associadas ao crédito e valores a receber de outros devedores
Encargos com serviços e comissões
Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor
Resultados de activos financeiros disponíveis para venda
Resultados de reavaliação cambial
Resultados de alienação de outros activos
Outros resultados de exploração
PRODUTO BANCÁRIO
Custos com pessoal
Gastos gerais administrativos
Amortizações do exercício
Provisões líquidas de reposições e anulações
Relatório e Contas | 2014 18
DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO
EXERCÍCIO DE 2014(valores em euros)
CAPITALRESERVA DE
REAVALIAÇÃO
RESERVA
LEGAL
OUTRAS
RESERVAS
RESULTADOS
TRANSITADOS
RESULTADO
EXERCÍCIOTOTAL
Saldos em 31-12-2012 30.130.910 598.816 12.327.133 346.893 1.233.572 3.176.138 47.813.462
Aplicação resultado de 2012:
Reserva legal obrigatória 0 0 635.228 0 0 -635.228 0
Reserva legal adicional 0 0 0 0 0 0 0
Reserva especial 0 0 0 1.535.328 0 -1.535.328 0
Resultados transitados 0 0 0 0 827.352 -827.352 0
Distribuição a associados sob a forma de capital 115.065 0 0 0 22.304 -178.230 -40.861
Aumentos de capital 631.780 0 0 0 0 0 631.780
Reembolso de capital -571.545 0 0 0 0 0 -571.545
Regularização da Reserva de Reavaliação 0 -112.273 0 0 112.273 0 0
Regularização do Imposto Diferido Passivo da Reserva de Reavaliação 0 5.131 0 0 -5.131 0 0
Ganhos actuariais em Fundos de Pensões 0 82.033 0 0 0 0 82.033
Rendimento dos "Títulos de rendimento de capital especial 2010" 0 0 0 -582.487 0 0 -582.487
Utilização da Reserva para formação e educação cooperativa 0 0 0 -16.091 0 0 -16.091
Impacto introdução da IAS 19 0 0 0 0 -78.351 0 -78.351
Outros 0 0 0 9.950 0 0 9.950
Resultado líquido de 2013 0 0 0 0 0 -9.744.186 -9.744.186
Saldos em 31-12-2013 30.306.210 573.707 12.962.361 1.293.593 2.112.019 -9.744.186 37.503.704
Aplicação resultado de 2013: 0 0 0 0 0 0 0
Reserva legal obrigatória 0 0 0 0 0 0 0
Reserva especial 0 0 0 0 0 0 0
Resultados transitados 0 0 0 0 -9.744.186 9.744.186 0
Distribuição a associados sob a forma de capital 0 0 0 0 0 0 0
Aumentos de capital 2.787.000 0 0 0 0 0 2.787.000
Reembolso de capital -564.770 0 0 0 0 0 -564.770
Regularização da Reserva de Reavaliação 0 -90.546 0 0 90.546 0 0
Regularização do Imposto Diferido Passivo da Reserva de Reavaliação 0 0 0 0 0 0 0
Ganhos actuariais em Fundos de Pensões 0 266.964 0 0 0 0 266.964
Rendimento dos "Títulos de rendimento de capital especial 2010" 0 0 0 0 0 0 0
Utilização da Reserva para formação e educação cooperativa 0 0 0 -15.465 0 0 -15.465
Impacto introdução da IAS 19 0 0 0 0 -78.351 0 -78.351
Outros 0 0 0 1.435 0 0 1.435
Resultado líquido de 2014 0 0 0 0 0 -12.526.513 -12.526.513
Saldos em 31-12-2014 32.528.440 750.125 12.962.361 1.279.563 -7.619.972 -12.526.513 27.374.004
Relatório e Contas | 2014 19
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
EXERCÍCIO DE 2014(valores em euros)
NOTA 31-12-2014 31-12-2013Fluxos de caixa das actividades operacionais
Recebimento de juros e comissões 19.731.796 20.586.060
Pagamento de juros e comissões (7.248.040) (7.603.167)
Pagamentos ao pessoal e fornecedores (8.392.970) (8.170.731)
Contribuições para o fundo de pensões (23.537) -
(Pagamento) / recebimento de imposto sobre o rendimento 2.390.039 556.078
Outros recebimentos / (pagamentos) relativos à actividade operacional 147.807 627.225
Resultados operacionais antes das alterações nos activos operacionais 6.605.095 5.995.465
(Aumentos) / diminuições de activos operacionais:
Activos financeiros detidos para negociação e outros activos ao JV - -
Activos disponíveis para venda (1.866.433) 2.403.107
Aplicações em instituições de crédito (12.088.243) 32.678.006
Crédito a clientes (1.004.137) (10.448.393)
Investimentos detidos até à maturidade - -
Derivados de cobertura - -
Activos não correntes detidos para venda 2.572.194 779.882
Outros activos 2.258.975 2.663.184
(…) - -
(10.127.644) 28.075.785
Aumentos / (diminuições) de passivos operacionais:
Passivos financeiros detidos para negociação e derivados de cobertura - -
Recursos de outras instituições de crédito (18.016.709) 11.187.093
Recursos de clientes e outros empréstimos (1.336.316) 14.265.856
Outros passivos 1.255.404 (17.643.914)
(…) - -
(18.097.621) 7.809.035
(1.364.883) (14.271.286)
Fluxos de caixa de actividades de investimento
Variação de activos tangíveis e intangíveis 125.659 550.497
Recebimento de dividendos (74.252) (74.251)
Variação de partes de capital em empresas fi l iais e associadas 2.188.000 -
(…) - -
2.239.407 476.246
Fluxos de caixa das actividades de financiamento
Aumento de capital 2.222.230 175.300
Diminuição de capital - -
Pagamento de dividendos - -
Variação de passivos subordinados - 16.003.441
Reservas 174.582 (740.872)
(…) - -
2.396.812 15.437.869
Aumento / (diminuição) de caixa e seus equivalentes (a) (1.207.477) 690.338
Caixa e seus equivalentes no início do exercício 5.855.110 5.164.773
(b) 4.647.633 5.855.111
Caixa líquida das actividades operacionais
Caixa líquida das actividades de investimento
Caixa líquida das actividades de financiamento
Caixa líquida das actividades de financiamento
Relatório e Contas | 2014 20
Relatório e Contas | 2014 21
1. NOTA INTRODUTÓRIA
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Azul, C.R.L. (adiante designada por Caixa ou CCAM)
é uma instituição de crédito constituída em 5 de Maio de 1916, sob a forma de Cooperativa de
Responsabilidade Limitada. Constitui objeto da Caixa a concessão de crédito e a prática dos
demais atos inerentes à atividade bancária, nos termos previstos na legislação aplicável.
A Caixa forma parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) o qual é formado
pela Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (Caixa Central ou CCCAM) e pelas Caixas de
Crédito Agrícola Mútuo suas associadas. Compete à Caixa Central assegurar a orientação,
fiscalização e representação das entidades que fazem parte do SICAM.
Em 31 de Dezembro de 2014, a Caixa opera através da sua sede, situada na Avenida D. Nuno
Álvares Pereira, Nº2, em Santiago do Cacém, e através de uma rede de 17 agências situadas nos
concelhos de Santiago do Cacém, Grândola, Sines, Ourique, Setúbal e Sesimbra.
A CCAM é uma instituição de crédito sob a forma de cooperativa de responsabilidade limitada
que pratica todas as operações permitidas pelo Regime Jurídico do Crédito Agrícola Mútuo
(RJCAM), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/91, de 11 de Janeiro, e alterado por vários diplomas
subsequentes, nomeadamente pelo Decreto-Lei n.º 142/2009, de 16 de Junho, que veio
introduzir importantes alterações.
2. BASES DE APRESENTAÇÃO, COMPARABILIDADE DA INFORMAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS
2.1. Bases de apresentação das contas
As demonstrações financeiras da Caixa foram preparadas no pressuposto da continuidade das
operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios
consagrados nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do Aviso nº 1/2005, de
21 de Fevereiro e das Instruções nº 23/2004 e nº 9/2005, do Banco de Portugal.
As NCA correspondem genericamente às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS),
adotadas pela União Europeia, de acordo com o Regulamento (CE) nº1606/2002 do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, transposto para o ordenamento nacional pelo Decreto-
Relatório e Contas | 2014 22
Lei nº 35/2005, de 17 de Fevereiro, e pelo Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro, do Banco de
Portugal, exceto no que se refere a:
i) Valorimetria do crédito a clientes e valores a receber de outros devedores (Crédito e contas
a receber) – os créditos são registados pelo valor nominal, não podendo ser reclassificados para
outras categorias e, como tal, registados pelo justo valor. Os proveitos são reconhecidos
segundo a regra pro rata temporis, quando se tratem de operações que produzam fluxos
residuais ao longo de um período superior a um mês, nomeadamente juros e comissões;
ii) Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das
operações subjacentes aos ativos classificados como crédito e contas a receber são, igualmente,
periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, de acordo com o método referido
na alínea anterior;
iii) Provisionamento do crédito e contas a receber - mantém-se o anterior regime, sendo
definidos níveis mínimos de provisionamento de acordo com o disposto no Aviso do Banco de
Portugal nº 3/95, com as alterações introduzidas pelo Aviso do Banco de Portugal nº 8/03, de
30 de Junho e pelo Aviso do Banco de Portugal nº 3/2005, de 21 de Fevereiro. Este regime
abrange ainda as responsabilidades representadas por aceites, garantias e outros instrumentos
de natureza análoga;
iv) Os ativos tangíveis são obrigatoriamente mantidos ao custo de aquisição, não sendo deste
modo possível o seu registo pelo justo valor, conforme permitido pelo IAS 16 – Ativos fixos
tangíveis. Como exceção, é permitido o registo de reavaliações extraordinárias, legalmente
autorizadas, caso em que as mais-valias resultantes são registadas em “Reservas de
reavaliação”.
v) Benefícios aos empregados, são registados através do estabelecimento de um período para
diferimento do impacto contabilístico decorrente da transição para os critérios do IAS 19.
As demonstrações financeiras da Caixa a 31 de Dezembro de 2014, serão sujeitas a aprovação
pelo Conselho de Administração da CCAM e pelo Conselho Fiscal em 12 de Março de 2015.
Relatório e Contas | 2014 23
Estão ainda pendentes, da aprovação da Assembleia-Geral, agendada para 27 de Março de 2015,
sendo convicção do Conselho de Administração da Caixa que estas demonstrações financeiras
virão a ser aprovadas, sem alterações significativas.
2.2. Comparabilidade da informação
A Caixa prepara as suas demonstrações financeiras, e demais reportes, com base em critérios
de comparabilidade que permitem o correto e eficaz acompanhamento da evolução de todos
os indicadores que constituem a informação legal e prudencial obrigatória, bem como o quadro
de controlo interno da CCAM.
2.3. Resumo das principais políticas contabilísticas
As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação das demonstrações
financeiras foram as seguintes:
a) Especialização dos exercícios
A Caixa adota o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação à
generalidade das rubricas das demonstrações financeiras. Assim, os custos e proveitos são
registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento ou
recebimento.
b) Transações em moeda estrangeira
Os ativos e passivos expressos em moeda estrangeira são convertidos para Euros ao câmbio de
"fixing" da data do balanço, com exceção dos saldos relativos a notas e moedas estrangeiras, os
quais são convertidos ao câmbio médio do mês indicado pelo Banco de Portugal.
Os proveitos e custos relativos às transações em moeda estrangeira registam-se no período em
que ocorrem, de acordo com o efeito que as transações em divisas têm na posição cambial.
Relatório e Contas | 2014 24
c) Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos
As empresas filiais são entidades nas quais a Caixa exerce controlo sobre a gestão das mesmas.
As empresas associadas são entidades nas quais a Caixa exerce influência significativa, mas não
detém o controlo. Como influência significativa entende-se uma participação financeira (direta
ou indireta) superior a 20% ou o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras
e operacionais da entidade mas sem existir controlo nem controlo conjunto sobre a mesma.
As empresas filiais e associadas são valorizadas ao custo de aquisição, sendo objeto de análises
de perdas por imparidade.
d) Crédito e outros valores a receber
Conforme descrito na Nota 2.1 estes ativos encontram-se registados ao valor nominal, de acordo
com o Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal.
Posteriormente, o crédito e outros valores a receber são submetidos à constituição de
provisões, nos termos descritos abaixo.
A componente de juros, incluindo a referente a eventuais prémios/descontos, é objeto de
relevação contabilística autónoma nas respetivas contas de resultados. Os proveitos são
reconhecidos quando obtidos e distribuídos por períodos mensais, segundo o método pro rata
temporis, quando se trate de operações que produzam fluxos residuais ao longo de um período
superior a um mês. Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à
contratação das operações subjacentes aos ativos incluídos nesta categoria devem ser,
igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, segundo o método
acima.
e) Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis
As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em
rubricas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros
proveitos registados em resultados ao longo da vida das operações.
Relatório e Contas | 2014 25
f) Provisões para crédito e juros vencidos, créditos de cobrança duvidosa, risco país e riscos
gerais de crédito
De acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, de 30 de Junho (com as alterações
introduzidas subsequentemente, nomeadamente pelo Aviso nº 3/2005, de 21 de Fevereiro), e
outras disposições emitidas pelo Banco de Portugal, são constituídas as seguintes provisões para
riscos de crédito:
i) Provisão para crédito e juros vencidos
Destina-se a fazer face aos riscos de realização de créditos concedidos que apresentem
prestações vencidas e não pagas de capital ou juros. As percentagens provisionadas do crédito
e juros vencidos dependem do tipo de garantias existentes e são função crescente do período
decorrido desde a data de incumprimento.
ii) Provisão para créditos de cobrança duvidosa
Destina-se à cobertura dos riscos de realização do capital vincendo relativo a créditos
concedidos que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros, ou que estejam
afetos a clientes que tenham outras responsabilidades vencidas. Nos termos do Aviso nº 3/95,
são considerados créditos de cobrança duvidosa, os seguintes:
- As prestações vincendas de uma mesma operação de crédito em que se verifique,
relativamente às respetivas prestações em mora de capital e juros, pelo menos uma das
seguintes condições:
. Excederem 25% do capital em dívida, acrescido de juros;
. Estarem em incumprimento há mais de:
. seis meses, nas operações com prazo inferior a cinco anos;
. doze meses, nas operações com prazo igual ou superior a cinco anos mas inferior a dez
anos;
. vinte e quatro meses, nas operações com prazo igual ou superior a dez anos.
Os créditos nestas condições são considerados vencidos apenas para efeitos da constituição de
provisões, sendo provisionados com base nas taxas aplicáveis ao crédito vencido dessas
operações.
Relatório e Contas | 2014 26
- Os créditos vincendos sobre um mesmo cliente se, de acordo com a classificação acima
definida, o crédito e juros vencidos de todas as operações relativas a esse cliente excederem
25% do crédito total, acrescido de juros. Os créditos nestas condições são provisionados com
base em metade das taxas aplicáveis aos créditos vencidos.
iii) Provisão para riscos gerais de crédito
Encontra-se registada no passivo, na rubrica "Provisões", e destina-se a fazer face a riscos de
cobrança do crédito concedido e garantias e avales prestados.
Esta provisão é calculada por aplicação das seguintes percentagens genéricas à totalidade do
crédito não vencido, incluindo as garantias e avales:
- 1,5% no que se refere ao crédito ao consumo e às operações de crédito a particulares, cuja
finalidade não possa ser determinada;
- 0,5% relativamente ao crédito garantido por hipoteca sobre imóvel, ou operações de
locação financeira imobiliária, em ambos os casos quando o imóvel se destine a habitação do
mutuário;
- 1% no que se refere ao restante crédito concedido.
A Caixa classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos que
sejam 30 dias após o seu vencimento. Os créditos com prestações vencidas são denunciados nos
termos definidos no manual de crédito aprovado, sendo nesse momento considerada vencida
toda a dívida.
Periodicamente, a Caixa abate ao ativo os créditos considerados incobráveis por utilização das
provisões constituídas. Em caso de eventual recuperação dos referidos créditos, esta é
reconhecida em resultados, na rubrica “Outros resultados de exploração”.
g) Outros ativos e passivos financeiros
Os outros ativos e passivos financeiros são reconhecidos e valorizados de acordo com as IAS 32
e IAS 39, sendo registados na data de contratação pelo justo valor.
Os ativos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de capital e dívida, que não
sejam classificados como ativos financeiros detidos para negociação, ao justo valor através de
resultados ou como investimentos a deter até à maturidade ou como crédito ou como
empréstimos e contas a receber.
Relatório e Contas | 2014 27
i) Ativos financeiros detidos para negociação e ao justo valor através de resultados, passivos
financeiros detidos para negociação
Os ativos financeiros detidos para negociação incluem títulos de rendimento variável
transacionados em mercados ativos, adquiridos com o objetivo de venda ou recompra no curto
prazo, bem como derivados. Os derivados de negociação com valor líquido a receber (justo valor
positivo) são incluídos na rubrica ativos financeiros detidos para negociação. Os derivados de
negociação com valor líquido a pagar (justo valor negativo), são incluídos na rubrica passivos
financeiros detidos para negociação.
Os ativos financeiros ao justo valor através de resultados incluem os títulos de rendimento fixo
transacionados em mercados ativos que a Caixa optou por registar e avaliar ao justo valor
através de resultados.
Os ativos e passivos financeiros detidos para negociação e os ativos financeiros ao justo valor
através de resultados, são reconhecidos inicialmente ao justo valor. Os ganhos e perdas
decorrentes da valorização subsequente ao justo valor são reconhecidos em resultados.
Os juros inerentes aos ativos financeiros e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor
nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa efetiva e
reconhecidos em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
Os dividendos são reconhecidos quando atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério,
os dividendos antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a
sua distribuição.
O justo valor dos ativos financeiros detidos para negociação e transacionados em mercados
ativos é o seu “bid-price” ou a cotação de fecho à data do balanço. Se um preço de mercado não
estiver disponível, o justo valor do instrumento é estimado com base em técnicas de valorização,
que incluem modelos de avaliação de preços ou técnicas de “discounted cash-flows”.
Quando são utilizadas técnicas de “discounted cash-flows”, os fluxos financeiros futuros são
estimados de acordo com as expectativas da gestão e a taxa de desconto utilizada corresponde
à taxa de mercado para instrumentos financeiros com características semelhantes. Nos modelos
de avaliação de preços, os dados utilizados correspondem a informações sobre preços de
mercado.
Relatório e Contas | 2014 28
O justo valor dos derivados que não são transacionados em bolsa é estimado com base no
montante que seria recebido ou pago para liquidar o contrato na data em análise, considerando
as condições de mercado vigentes bem como a qualidade creditícia das contrapartes.
ii) Ativos financeiros disponíveis para venda
Os ativos financeiros disponíveis para venda são registados ao justo valor, com exceção de
instrumentos de capital não cotados num mercado ativo e cujo justo valor não possa ser
mensurado com fiabilidade, os quais permanecem registados ao custo de aquisição. Os ganhos
e perdas relativos à variação subsequente do justo valor são refletidos em rubrica específica do
capital próprio “reserva de justo valor” até à sua venda (ou até ao reconhecimento de perdas
por imparidade), momento em que são transferidos para resultados. Os ganhos ou perdas
cambiais de ativos monetários são reconhecidos diretamente em resultados do período.
Os juros inerentes aos ativos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de
aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da
taxa efetiva e registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
Os rendimentos de títulos de rendimento variável são reconhecidos em resultados na data em
que são atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos antecipados são
registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.
iii) Investimentos a deter até à maturidade
Os investimentos a deter até à maturidade são investimentos que têm um rendimento fixo, com
taxa de juro conhecida no momento da emissão e data de reembolso determinada, sendo do
interesse da Caixa mantê-los até ao seu reembolso.
Os investimentos financeiros a deter até à maturidade são registados ao custo de aquisição. Os
juros inerentes aos ativos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de
aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da
taxa efetiva e registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
iv) Empréstimos e contas a receber
De acordo com a restrição estabelecida pelo Aviso nº 1/2005, nesta rubrica são registados
apenas os valores a receber de outras instituições de crédito.
Relatório e Contas | 2014 29
São ativos financeiros com pagamentos fixos ou determináveis, não cotados num mercado ativo
e não incluídos em qualquer uma das restantes categorias de ativos financeiros.
No reconhecimento inicial estes ativos são valorizados pelo justo valor, deduzido de eventuais
comissões incluídas na taxa efetiva, e acrescido de todos os custos incrementais diretamente
atribuíveis à transação. Subsequentemente, estes ativos são reconhecidos em balanço ao custo
amortizado, deduzidos de perdas por imparidade e provisões para risco país.
Os juros são reconhecidos com base no método da taxa efetiva, que permite calcular o custo
amortizado e repartir os juros ao longo do período das operações. A taxa efetiva é aquela que é
utilizada para descontar os fluxos de caixa futuros estimados associados ao instrumento
financeiro na data do reconhecimento inicial.
v) Recursos de OIC e de clientes
Os outros passivos financeiros, essencialmente recursos de instituições de crédito, depósitos de
clientes e dívida emitida, são inicialmente valorizados ao justo valor, que corresponde à
contraprestação recebida líquida dos custos de transação e são posteriormente valorizados ao
custo amortizado.
vi) Imparidade em ativos financeiros
A Caixa efetua análises periódicas de imparidade aos ativos financeiros com exceção de crédito
a clientes e outros valores a receber, conforme referido na alínea d).
Quando existe evidência de imparidade num ativo ou grupo de ativos financeiros, as perdas por
imparidade registam-se por contrapartida de resultados.
Para títulos cotados, considera-se que existe evidência de imparidade numa situação de
desvalorização continuada ou de valor significativo na cotação de títulos. Para títulos não
cotados, é considerada evidência de imparidade a existência de impacto no valor estimado dos
fluxos de caixa futuros do ativo financeiro, desde que possa ser estimado com razoabilidade.
Caso num período subsequente se registe uma diminuição no montante das perdas por
imparidade atribuída a um evento, o valor previamente reconhecido é revertido através de
ajustamento à conta de perdas por imparidade. O montante da reversão é reconhecido
diretamente na demonstração de resultados.
Relatório e Contas | 2014 30
No caso de ativos disponíveis para venda, em caso de evidência objetiva de imparidade,
resultante de diminuição significativa e prolongada do justo valor do título ou de dificuldades
financeiras do emitente, a perda acumulada na reserva de reavaliação de justo valor é removida
do capital próprio e reconhecida nos resultados. As perdas por imparidade registadas em títulos
de rendimento fixo podem ser revertidas através de resultados, caso se verifique uma alteração
positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da
imparidade. As perdas por imparidade relativas a títulos de rendimento variável não podem ser
revertidas, pelo que eventuais mais-valias potenciais originadas após o reconhecimento de
perdas por imparidade são refletidas na reserva de justo valor. Quanto a títulos de rendimento
variável para os quais tenha sido registada imparidade, posteriores variações negativas no justo
valor são sempre reconhecidas em resultados.
No caso de ativos financeiros disponíveis para venda com evidência de imparidade, a perda
potencial acumulada em reservas é transferida para resultados.
h) Derivados e contabilidade de cobertura
Os instrumentos financeiros derivados são registados pelo seu justo valor na data da sua
contratação. Adicionalmente, são refletidos em rubricas extrapatrimoniais pelo respetivo valor
nocional. Subsequentemente, os instrumentos financeiros derivados são mensurados pelo
respetivo justo valor. O justo valor é apurado:
- Com base em cotações obtidas em mercados ativos (por exemplo, no que respeita a futuros
transacionados em mercados organizados);
- Com base em modelos que incorporam técnicas de valorização aceites no mercado, incluindo
cash-flows descontados e modelos de valorização de opções.
Derivados embutidos
Os instrumentos financeiros derivados embutidos noutros instrumentos financeiros são
destacados do contrato de base e tratados como derivados autónomos no âmbito da Norma IAS
39, sempre que:
- As características económicas e os riscos do derivado embutido não estejam intimamente
relacionados com o contrato de base, conforme definido na Norma IAS 39;
Relatório e Contas | 2014 31
- A totalidade do instrumento financeiro combinado não esteja registada ao justo valor, com as
variações no justo valor refletidas em resultados.
i) Outros ativos tangíveis
Os ativos tangíveis utilizados pela Caixa para o desenvolvimento da sua atividade são
contabilisticamente relevados pelo custo de aquisição (incluindo custos diretamente atribuíveis)
deduzido das amortizações acumuladas.
A depreciação dos ativos tangíveis é registada numa base sistemática ao longo do período de
Vida útil estimado do bem:
Anos de Vida útil
Imóveis de serviço próprio 50
Despesas em edifícios arrendados 10
Equipamento informático e de escritório 4 a 10
Mobiliário e instalações interiores 6 a 10
Viaturas 4
As despesas de investimento em obras não passíveis de recuperação, realizadas em edifícios que
não sejam propriedade da Caixa, são amortizadas em prazo compatível com o da sua utilidade
esperada ou do contrato de arrendamento.
j) Ativos intangíveis
Esta rubrica compreende essencialmente custos com a aquisição, desenvolvimento ou
preparação para uso de software utilizado no desenvolvimento das atividades da Caixa. Os
ativos intangíveis são registados ao custo de aquisição, deduzido de amortizações e perdas por
imparidade acumuladas.
As amortizações são registadas como custos do exercício numa base sistemática ao longo da
vida útil estimada dos ativos, a qual corresponde a um período de 3 anos.
l) Ativos não correntes detidos para venda
Os ativos não correntes, ou grupos de ativos e passivos a alienar são classificados como detidos
para venda sempre que seja expectável que o seu valor de balanço venha a ser recuperado
através da venda, e não do seu uso continuado.
Relatório e Contas | 2014 32
Os ativos registados nesta rubrica são valorizados ao menor entre o custo de aquisição e o justo
valor, deduzido dos custos a incorrer na venda. O justo valor destes ativos é determinado com
base em avaliações de peritos, não sendo sujeitos a amortizações.
m) Provisões
Esta rubrica do passivo inclui as provisões constituídas para fazer face a riscos gerais de crédito
e outros riscos específicos decorrentes da atividade da Caixa, de acordo com a IAS 37 (Nota 17).
n) Benefícios de empregados
A Caixa subscreveu o Acordo Coletivo de Trabalho Vertical (ACTV) para o sector bancário pelo
que os seus empregados ou as suas famílias têm direito a pensões de reforma, invalidez e
sobrevivência. No entanto, uma vez que os empregados estão inscritos na Segurança Social, as
responsabilidades da Caixa com pensões relativamente aos seus colaboradores consistem no
pagamento de complementos face aos níveis previstos no ACTV.
Para cobertura das suas responsabilidades a Caixa integra o Fundo de Pensões do Grupo Crédito
Agrícola, o qual se destina a financiar os complementos de pensões de reforma por velhice ou
invalidez e pensões de viuvez e orfandade efetuadas pela Segurança Social. Estes complementos
são calculados, por referência ao ACTV, de acordo com (i) a pensão garantida à idade presumível
de reforma, (ii) com o coeficiente entre o número de anos de serviço prestados até à data do
cálculo e (iii) o número total de anos de serviço à data de reforma.
Este Fundo, cujos benefícios a atribuir pelo Plano de Pensões são os definidos no Acordo Coletivo
de Trabalho Vertical do Crédito Agrícola Mútuo, assume, assim, a natureza de um Fundo
solidário, estando a sua gestão a cargo da Companhia de Seguros Crédito Agrícola Vida – S.A.
De acordo com os estatutos da Caixa, os membros dos seus órgãos sociais não são abrangidos
pelos benefícios descritos.
Para o cálculo das pensões do ACTV, o tempo de serviço assumido foi calculado a partir das
seguintes datas:
Para as diuturnidades futuras e respetiva evolução automática na carreira, considerou-se a
data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades;
Para o cálculo das percentagens do anexo V na atribuição das pensões, assumiu-se a data
de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões.
Relatório e Contas | 2014 33
Para a repartição das responsabilidades por serviços passados a cargo do Fundo de Pensões do
Crédito Agrícola, admitiu-se o seguinte:
Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é posterior à data de
admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo dos
tempos de serviço passado e total;
Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é anterior à data de
admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo do
tempo de serviço passado.
Para o tempo de serviço total, a data a considerar é a utilizada no cálculo do nível e
diuturnidades, uma vez que esta corresponde à da admissão na Banca.
Os métodos de cálculo utilizados foram o do “Projected Unit Credit” para a reforma por velhice
e sobrevivência diferida, e o dos Prémios Únicos Sucessivos para a reforma por invalidez e
sobrevivência imediata.
O cálculo da pensão de sobrevivência aplicou-se somente aos participantes efetivamente
casados, admitindo-se como idade do cônjuge a do participante diminuída ou acrescida de três
anos, consoante este seja do sexo masculino ou feminino. O cálculo deste benefício encontra-
se em função do nível de remuneração do participante, de acordo com o Anexo VI do ACTV.
A Caixa regista anualmente como custo a contribuição para o Fundo de Pensões que é estimada
pela Companhia de Seguros Crédito Agrícola Vida – S.A., para cada entidade contribuinte, em
função do número de trabalhadores inscrito.
O Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005 determina a obrigatoriedade de financiamento integral
pelos fundos de pensões das responsabilidades por pensões em pagamento e de um nível
mínimo de financiamento de 95% das responsabilidades com serviços passados de pessoal no
ativo. No entanto, estabelece um período transitório entre 5 e 7 anos relativamente à cobertura
do aumento de responsabilidades decorrente da adoção da IAS 19.
o) Impostos sobre os lucros
A Caixa é tributada individualmente e está sujeita ao regime fiscal consignado no Código do
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (Código do IRC).
Relatório e Contas | 2014 34
O total dos impostos sobre lucros registados em resultados engloba os impostos correntes e os
impostos diferidos.
O imposto corrente é calculado com base no resultado fiscal do exercício, o qual difere do
resultado contabilístico devido a ajustamentos ao lucro tributável resultantes de custos ou
proveitos não relevantes para efeitos fiscais, ou que apenas serão considerados noutros
períodos, de acordo com o previsto na Legislação Fiscal. A taxa de imposto utilizada em 2014 é
de 23%, sendo a de 2013 de 25%.
Esta taxa é acrescida das derramas municipal e estadual. A derrama municipal é calculada sobre
o lucro tributável de acordo com as taxas aplicáveis nos municípios onde a Caixa tem
estabelecimentos/representações locais, sendo o lucro tributável imputado a cada município
com base na proporção da respetiva massa salarial face ao total da massa salarial no território
nacional. Não foi contabilizada qualquer derrama estadual pela previsão de prejuízo fiscal.
Os impostos diferidos correspondem ao impacto no imposto a recuperar / pagar em períodos
futuros resultante de diferenças temporárias dedutíveis ou tributáveis entre o valor de balanço
dos ativos e passivos e a sua base fiscal, utilizada na determinação do lucro tributável.
Os passivos por impostos diferidos são normalmente registados para todas as diferenças
temporárias tributáveis, enquanto os impostos diferidos ativos só são registados até ao
montante em que seja provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a
utilização das correspondentes diferenças tributárias dedutíveis ou prejuízos fiscais. No entanto,
não são registados impostos diferidos nas seguintes situações:
Diferenças temporárias resultantes de goodwill;
Diferenças temporárias originadas no reconhecimento inicial de ativos e passivos em
transações que não afetem o resultado contabilístico ou o lucro tributável;
Diferenças tributárias dedutíveis resultantes de lucros não distribuídos por empresas filiais
e associadas, na medida em que a Caixa tenha a possibilidade de controlar a sua reversão e seja
provável que a mesma não venha a ocorrer num futuro previsível.
Os impostos diferidos são calculados com base nas taxas de imposto que se antecipa estarem
em vigor à data da reversão das diferenças temporárias, que correspondem às taxas aprovadas
ou substancialmente aprovadas, na data de balanço. Em 31 de Dezembro de 2014 e de 2013, a
taxa utilizada foi de 22,50% e de 26,5%, respetivamente.
Relatório e Contas | 2014 35
Os impostos sobre o rendimento (correntes ou diferidos) são refletidos nos resultados do
exercício, exceto nos casos em que as transações que os originaram tenham sido refletidas
noutras rubricas de capital próprio (por exemplo, no caso da reavaliação de ativos financeiros
disponíveis para venda). Nestes casos, o correspondente imposto é igualmente refletido por
contrapartida de capital próprio, não afetando o resultado do exercício.
p) Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas.
Na elaboração das demonstrações financeiras a Caixa efetuou estimativas e utilizou
pressupostos que afetam as quantias relatadas dos ativos e passivos. Estas estimativas e
pressupostos são apreciados regularmente e baseiam-se em diversos fatores incluindo
expectativas acerca de eventos futuros que se consideram razoáveis nas circunstâncias.
Utilizaram-se estimativas e pressupostos nomeadamente nas seguintes áreas significativas:
Provisões para crédito vencido
A Caixa apreciou a sua carteira de crédito no sentido de apurar sobre a necessidade de provisões
para crédito adicionais aos limites mínimos definidos pelo Banco de Portugal, utilizando para o
efeito estimativas sobre os fluxos de caixa recuperáveis incluindo os originados pelas eventuais
recuperações e realizações de colaterais.
Imparidade dos ativos não correntes detidos para venda
Os ativos, imóveis, recebidos em dação em cumprimento de operações de crédito, são
inicialmente registados pelos valores acordados no acordo de dação, acrescido dos custos
inerentes à transação. Estes imóveis são objeto de avaliações periódicas, que têm por base
pressupostos e estimativas, que darão lugar a perdas por imparidade sempre que o valor
decorrente dessas avaliações seja inferior ao valor por que se encontram registados (nota 11).
As mais-valias potenciais não são reconhecidas.
Impostos sobre os lucros
A Caixa reconheceu impostos diferidos ativos e passivos tendo por base a legislação fiscal em
vigor ou já publicada para aplicação futura. Eventuais alterações futuras na legislação podem
influenciar as estimativas expressas nas demonstrações financeiras relativas a impostos
diferidos.
Relatório e Contas | 2014 36
Benefícios a empregados
As responsabilidades com complemento de pensões de reforma e sobrevivência são estimadas
utilizando pressupostos atuariais e financeiros, nomeadamente no que se refere à mortalidade,
crescimento dos salários e das pensões e taxas de juro de longo prazo. Neste sentido, os valores
reais podem diferir das estimativas efetuadas.
Prémios de antiguidade
A CCAM reconheceu as responsabilidades com prémios de antiguidade utilizando pressupostos
atuariais (financeiros e demográficos) baseados em expectativas à data do balanço para o
crescimento dos salários e tábua de mortalidade que se adequa à população da Caixa e uma
taxa de desconto de prazo semelhante ao da liquidação das responsabilidades.
q) Caixa e equivalentes de caixa
Para efeitos da preparação da demonstração dos fluxos de caixa, a Caixa considera como “Caixa
e seus equivalentes” os valores registados no balanço de aplicações de muito curto prazo,
disponíveis de imediato sem perda de valor, com maturidade inferior a três meses a contar da
data de início da aplicação, onde se incluem a caixa, as disponibilidades e as aplicações em
instituições de crédito.
3. GESTÃO DO RISCO FINANCEIRO
3.1 Gestão do risco
O Conselho de Administração da CCAM é responsável por definir os objetivos da atividade,
princípios e políticas de gestão, bem como as estratégias de risco e assegurar que dispõe de uma
estrutura adequada para a sua implementação.
A CCAM da Costa Azul encontra-se exposta a diversos tipos de riscos financeiros: risco de
crédito, risco de liquidez e risco de taxa de juro (fluxos de caixa e justo valor). O programa de
gestão de risco da Caixa tem um enfoque na incerteza associada ao risco de crédito e tenta
minimizar os potenciais riscos adversos que podem afetar a sua performance financeira.
Tendo em conta os montantes envolvidos e a reduzida expressão de operações subjacentes no
contexto da atividade da Caixa, consideramos que a sua exposição ao risco de mercado e ao
risco de taxa é muito reduzida.
Relatório e Contas | 2014 37
Os riscos da atividade da CCAM, nomeadamente os riscos de crédito, de taxa de juro, de câmbio,
de liquidez, operacional e de compliance, são analisados e controlados, num primeiro nível, pelo
Conselho de Administração da Caixa e, numa fase posterior, pelas áreas técnicas competentes
para o efeito.
3.2 Risco de crédito
A CCAM assume exposições de risco de crédito, que se traduzem na possibilidade de perda de
valor dos ativos da Caixa, em consequência do incumprimento das obrigações contratuais, por
motivos de insolvência ou incapacidade da contraparte em assegurar os seus compromissos
para com a Caixa. Este risco é inerente aos produtos bancários tradicionais que a CCAM da Costa
Azul coloca à disposição dos seus clientes, tais como empréstimos bancários, descobertos
autorizados em depósito à ordem, contas correntes caucionadas e garantias financeiras
prestadas.
A exposição ao risco de crédito é gerida através de uma análise regular da capacidade de
mutuários e potenciais mutuários de satisfazer obrigações de pagamento de capital e juros, e
por alterar estes limites de empréstimos quando apropriado. Exposições a risco de crédito são
também geridas em parte pela obtenção de colaterais e garantias pessoais ou empresariais.
Tendo em consideração a dimensão da carteira de crédito, a metodologia utilizada na
mensuração do respetivo risco assenta em larga medida na análise individual das operações
vivas e vencidas em cada data de apreciação.
A CCAM dispõe de políticas e procedimentos orientados para a identificação, mediação e
controlo de risco, estando estabelecidas nas diversas fases de gestão de uma operação, sendo
de salientar as seguintes:
- Análise rigorosa da concessão de crédito efetuada por colaboradores especializados nesta
área. Dependendo do tipo de garantias apresentadas e dos montantes em causa, os pedidos de
concessão de crédito são aprovados por patamares de decisão, nomeadamente e nesta
sequência, em Coordenação de Agência, Departamento de Crédito, Reunião de Comissão
Executiva e Reunião de Conselho de Administração;
- Gestão do risco de crédito pela obtenção de colaterais e garantias pessoais ou empresariais;
Relatório e Contas | 2014 38
- Definição e cumprimento de limites de concentração de risco, quer por entidade, quer por
grupo económico (quando aplicável); e,
- Após a aprovação, a performance do crédito é monitorizada constantemente permitindo a
identificação imediata de incumprimentos. A imediata identificação de incumprimentos
pontuais e o diálogo que, nessas circunstâncias, é estabelecido com os mutuários em questão,
têm permitido na generalidade dos casos, não só a cabal regularização das moras incorridas,
mas ainda o atento acompanhamento das condições em que os mesmos se encontram a operar,
prevenindo e antecipando as consequências da sua eventual deterioração.
Colaterais
A CCAM utiliza uma diversidade de políticas e práticas de forma a mitigar o risco de crédito. A
mais tradicional é a obtenção de garantias colaterais aquando do adiantamento de fundos. A
CCAM da Costa Azul implementa orientações em relação à aceitabilidade de classes específicas
de colateral ou de mitigação do risco de crédito. Os principais tipos de colateral para créditos e
valores a receber são a hipoteca sobre imóveis e o penhor de aplicações efetuadas na Caixa.
Os financiamentos de longo prazo a entidades empresariais e individuais, são geralmente
garantidos, sendo que os créditos individuais de baixo valor e recorrentes geralmente não têm
garantia real.
Adicionalmente, com o intuito de minimizar a perda, no momento em que existem indicadores
de imparidade para os créditos e valores a receber, a Caixa procura colaterais adicionais das
contrapartes relevantes.
Compromissos de concessão de crédito
O objetivo principal destes instrumentos é assegurar que os fundos são disponibilizados a um
cliente à medida que este os requisite. Os compromissos de extensão de crédito representam
partes não utilizadas de autorizações para utilização do crédito na forma de empréstimos,
garantias ou letras de crédito e encontram-se registados nas rubricas extrapatrimoniais.
Relatório e Contas | 2014 39
Relativamente a risco de crédito em compromissos de extensão de crédito, a CCAM da Costa
Azul está potencialmente exposta a uma perda no montante igual ao total dos seus
compromissos não utilizados. Contudo, o montante provável de perda é muito menor que a
soma dos compromissos não utilizados em virtude dos compromissos de extensão de crédito
serem revogáveis e estarem dependentes dos clientes manterem uma qualidade de crédito
específica. Mesmo no caso dos compromissos irrevogáveis, a libertação de fundos está
dependente da verificação de algumas condições.
A Caixa monitoriza o prazo de vencimento de compromissos de crédito pois os compromissos
de longo-prazo têm geralmente um maior grau de risco de crédito do que compromissos a curto-
prazo.
Exposição máxima ao risco de crédito
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a exposição máxima ao risco de crédito analisa-se como se
segue:
2014 2013
Patrimoniais
Disponibilidades em outras IC's 2.898.876 3.893.836
Ativos financeiros disponíveis para venda 3.923.806 5.803.245
Aplicações em instituições de crédito 94.692.294 106.780.537
Crédito a clientes 285.205.110 289.024.126
Outros ativos 5.279.416 4.784.923
391.999.502 410.286.667
Extrapatrimoniais
Garantias prestadas 14.836.738 18.892.211
Compromissos perante terceiros 20.389.629 24.404.596
35.226.367 43.296.807
427.225.869 453.583.474
73% 70%
O quadro acima representa o pior cenário a nível de exposição da CCAM a risco de crédito a 31
de Dezembro de 2014 e 2013, sem ter em consideração qualquer colateral detido ou outras
Relatório e Contas | 2014 40
melhorias de crédito. Para ativos no balanço, a exposição acima é baseada na sua quantia
escriturada como reportada na face do Balanço.
Tal como se pode ver no quadro acima, em 2014 e 2013, 73% e 70%, respetivamente, do total
da exposição máxima corresponde a crédito a clientes.
Concentração por sector de atividade de ativos financeiros com risco de crédito
Relativamente à exposição do crédito por sector de atividade destaca-se no total de crédito às
empresas, os empréstimos na área da promoção e atividades imobiliárias.
Manteve-se uma concentração significativa no sector, contudo, regista-se uma redução da
mesma por força da amortização e liquidação de algumas operações, e também pelo
abrandamento drástico na contratação de novas operações. É certo, porém, que a liquidação de
algumas das operações foi conseguida mediante a aquisição de imóveis.
3.3 Risco de liquidez
O risco de liquidez é o risco de uma instituição de crédito não dispor de fundos necessários para
fazer face, a cada momento, às suas obrigações de pagamento, dada a incapacidade de aceder
aos mercados em quantidade e custo razoáveis.
No que diz respeito à análise ao risco de liquidez, a caixa apresenta um valor de 77% para o Rácio
de Transformação, bastante abaixo do recomendado, o que não permite uma rentabilidade
proveitosa para os ativos da instituição.
São ainda rotina e diariamente confirmadas as aplicações/recursos realizados de forma a
negociar todas as aplicações disponíveis. Estas aplicações são feitas também numa ótica de
rentabilização da Margem financeira, mas tendo em consideração as limitações decorrentes da
obrigatoriedade de aplicar os excedentes de Tesouraria na Caixa Central, conforme previsto no
respetivo Regime Jurídico.
3.4 Risco de taxa de juro
O risco de taxa de juro associado a fluxos de caixa corresponde ao risco dos fluxos de caixa
futuros de um instrumento financeiro variarem devido a alterações nas taxas de juro de
mercado.
Relatório e Contas | 2014 41
O risco de taxa de juro associado ao justo valor é o risco do justo valor de um instrumento
financeiro variar devido a alterações nas taxas de juro de mercado.
No âmbito da concessão de crédito à habitação, são negociadas coberturas de taxa de juro
através da contratação de operações iguais quanto ao prazo, e de taxa mínima igual, com a Caixa
Central. Quando se verifica a existência de diferencial entre as taxas contratadas com os clientes
e com a Caixa Central, este valor corresponde ao spread aplicado.
3.5 Risco de câmbio
O Risco de câmbio surge como consequência de variações nas taxas de câmbio entre moedas,
sempre que existam posições nessas moedas. As posições em moeda diferente do euro,
resultado da atividade corrente da Caixa, assumem um carácter de diminuta relevância, tendo
em atenção que a atividade é realizada predominantemente em euros.
3.6 Gestão do capital
A CCAM Costa Azul gere o seu capital de forma rigorosa, de forma a otimizar a sua alocação e
garantir o cumprimento das normas prudenciais.
O acompanhamento da evolução da adequabilidade dos fundos próprios e do respetivo rácio de
solvabilidade é efetuado de uma forma regular ao longo do ano, em conjunto com a evolução
da atividade.
No exercício de 2014, a Instrução 23/2007 foi descontinuada, dando lugar ao cálculo dos
requisitos e rácios prudenciais, de acordo com os reportes Corep, aplicando as regras CRD
IV/CRR, Regulamento (U.E) nº 575/2013, tendo-se, obtido os seguintes rácios do reporte de
solvabilidade das contas individuais da Caixa Agrícola:
31-12-2014 31-12-2013
Fundos Próprios Elegíveis 40.145.113,44 40.143.335,00
Total dos Ativos 474.904.080,13 456.854.700,00
Rácio de Solvabilidade 13,00% 11,20%
CET 1 8,00% -
TIER 1 8,00% -
Relatório e Contas | 2014 42
Até 31 de Dezembro de 2013, os valores dos fundos próprios da Caixa Agrícola apresentam-se,
de acordo com os requisitos do reporte da Instrução 23/2007 do Banco de Portugal, de forma a
permitir alguma comparabilidade na informação:
4. CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Caixa
Moedas Nacionais 1.552.966 1.637.802
Moedas Estrangeiras 201.463 323.472
Outras disponibilidades - -
1.754.428 1.961.274
1.754.428 1.961.274
5. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Disponibilidades em Instituições de Crédito no País:
Depósitos à ordem 1.984.496 2.558.743
Cheques a cobrar 914.022 1.334.805
2.898.518 3.893.548
Juros a Receber 358 288
2.898.876 3.893.836
Relatório e Contas | 2014 43
6. ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Instrumentos de dívida
Títulos de emissores residentes - 2.211.557
Outros títulos
Unidades de participação 3.923.806 3.591.687
Imparidade (138.996) (27.722)
3.784.810 5.775.523
Em 31 de Dezembro de 2014 esta rubrica apresenta o seguinte detalhe
Natureza e espécie dos títulos Quantidade Valor
nominal Imparidade
Valor de balanço
Outros títulos - Unidades de participação
Fundo CA Arrendamento Habitacional 1.492 95,49 6.339,31 146.178
Fundo CA Arrendamento Habitacional 8.813 95,49 37.428,36 863.062
Fundo CA Arrendamento Habitacional 1.084 95,49 4.598,00 106.025
Fundo CA Arrendamento Habitacional 5.502 95,28 22.734,65 524.239
Fundo ImoValorCA 2.470 1,00 67.895,66 2.284.302
138.995,98 3.923.805,77
7. APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Em outras instituições de crédito:
Depósitos 93.216.200 105.197.979
Aplicações subordinadas 1.000.000 1.000.000
Outras aplicações 107 470
94.216.307 106.198.448
Juros a receber 475.987 582.089
475.987 582.089
94.692.294 106.780.537
Relatório e Contas | 2014 44
Os depósitos são realizados na íntegra junto da Caixa Central.
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, os prazos de vencimento das aplicações em instituições de
crédito apresentavam a seguinte estrutura:
31-12-2014 31-12-2013
Até três meses 15.500.107 5.000.470
De quatro meses a um ano 75.200.000 95.448.000
Entre um e cinco anos - 4.749.979
Mais de cinco anos 3.516.200 1.000.000
94.216.307 106.198.448
Relatório e Contas | 2014 45
8. CRÉDITO A CLIENTES
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Crédito interno
Médio e longo prazos
Empréstimos à habitação bonificado
Empréstimos à habitação regime geral 56.703.855 52.307.775
Empréstimos com garantia real 133.568.327 155.683.279
Empréstimos sem garantia real 38.835.992 21.068.799
Contratos de locação financeira
Clientes 2.637.197 2.122.256
Curto prazo
Outros créditos
Cartão crédito 57.973 38.935
Outros créditos 7.913.148 7.665.615
Créditos em conta corrente
Clientes 22.987.541 26.970.381
Empresas do grupo
Descobertos em depósitos à ordem 796.106 386.383
Empresas do grupo
263.500.137 266.243.422
Crédito ao exterior
Crédito à Habitação 291.985 243.403
Cartão de crédito
Descobertos dep.ordem - não residentes
Outros créditos a clientes 6.337 4.212
Outras finalidades 2
298.323 247.617
Outros créditos e valores a receber
Títulos de dívida 2.000.000 2.000.000
Juros a receber 1.927.390 2.130.378
Comissões associadas ao custo amortizado:
Despesas com encargo diferido
Receitas com rendimento diferido -576.643 -532.778
-576.643 -532.778
Total crédito não vencido 267.149.207 270.088.639
Crédito e juros vencidos
Crédito vencido 17.316.452 18.317.110
Juros e despesas de crédito vencido 739.451 618.377
Total crédito e juros vencidos 18.055.903 18.935.487
285.205.110 289.024.126
Provisões
Para crédito e juros vencidos -10.820.117 -9.707.401
Para crédito de cobrança duvidosa -17.804.140 -3.854.141
-28.624.257 -13.561.542
256.580.853 275.462.584
Relatório e Contas | 2014 46
Para fazer face aos riscos de realização do crédito concedido, a Caixa dispõe em 31 de Dezembro
de 2014 de uma provisão para riscos gerais de crédito no montante de 2.732.717 euros (2013:
3.012.083 euros), registada na rubrica “Provisões” do passivo (Nota 17).
Em 31 de Dezembro de 2014 e de 2013, o prazo residual dos créditos a clientes apresenta a
seguinte estrutura:
31-12-2014 31-12-2013
Até três meses 23.367.133 29.074.493
Entre três meses e um ano 23.739.333 28.010.814
Entre um ano e cinco anos 60.834.630 79.464.403
Mais de cinco anos 153.069.472 148.606.820
Duração Indeterminada 19.477.868 17.982.044
280.488.435 303.138.572
Durante os exercícios de 2014 e de 2013 não existiram quaisquer operações de crédito
concedido a membros dos órgãos sociais da CCAM.
9. ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA
Esta rubrica reflete os valores recebidos de clientes para pagamento de operações de crédito
em atraso, e apresenta a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Activos não correntes detidos para venda:
Imóveis 42.254.873 40.217.635
Equipamento - -
Outros - -
42.254.873 40.217.635
Imparidade:
Imóveis (10.768.270) (10.236.854)
31.486.603 29.980.781
Relatório e Contas | 2014 47
O movimento desta rubrica durante os exercícios de 2014 e 2013 pode ser apresentado da
seguinte forma:
31-12-2013 31-12-2014
Valor bruto
Imparidade Aquisições Alienações Outras adições
Dotações de imp. (líquido)
Valor bruto
Imparidade Valor
líquido
40.217.635 (10.236.854) 8.008.132 (6.080.272) 109.378 (531.416) 42.254.873 -10.768.270 31.486.603
40.217.635 (10.236.854) 8.008.132 (6.080.272) 109.378 (531.416) 42.254.873 (10.768.270) 31.486.603
31-12-2012 31-12-2013
Valor bruto
Imparidade Aquisições Alienações Outras adições
Dotações de imp. (líquido)
Valor bruto
Imparidade Valor
líquido
38.647.245 (5.685.197) 3.132.451 (785.000) (777.060) (4.551.657) 40.217.635 -10.236.854 29.980.781
38.647.245 (5.685.197) 3.132.451 (785.000) (777.060) (4.551.657) 40.217.635 -10.236.854 29.980.781
10. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS
O movimento ocorrido, durante os exercícios de 2014 e 2013, foi o seguinte:
31-12-2013 31-12-2014
Abates
Descrição Valor bruto Amortizações acumuladas
Aquisições Transferências Amortizações do exercício
Valor Bruto
Amort. Acum.
Valor líquido
Imóveis:
De serviço próprio:
Terrenos 571.924 - - - - - - 571.924
Edifícios 9.709.854 2.993.290 - - 176.694 - - 6.539.870
10.281.778 2.993.290 - - 176.694 - - 7.111.794
Equipamento:
Mobiliário e material 828.396 732.212 4.119 - 33.989 - - 66.314
Máquinas e ferramentas 358.552 310.166 7.498 - 26.934 3.364 3.337 28.923
Equipamento informático 157.899 91.388 324 - 23.179 5.008 5.008 43.656
Instalações interiores 365.126 312.381 4.255 - 15.959 41.041
Material de transporte 1.174.939 707.166 - - 2.336 - - 465.437
Equipamento de segurança 570.886 412.131 - - 33.874 - - 124.881
Outro equipamento 1.136.038 1.043.886 38.768 - 94.628 - - 36.292
4.591.836 3.609.330 54.964 - 230.899 8.372 8.345 806.544
Outros ativos tangíveis:
Ativos tangíveis em curso 1.286.621 - 55.664 - - - - 1.342.285
Património Artístico 25.048 - - - - - - 25.048
Outros ativos 263 263 - - - - - -
1.311.932 263 55.664 - - - - 1.367.333
16.185.546 6.602.883 110.628 - 407.593 8.372 8.345 9.285.671
Relatório e Contas | 2014 48
31-12-2013 31-12-2014
Abates
Descrição Valor bruto
Amortizações acumuladas
Aquisições Transferências Amortizações do exercício
Valor Bruto
Amort. Acum.
Valor líquido
Imóveis:
De serviço próprio:
Terrenos 571.924 - - - - - - 571.924
Edifícios 10.459.854 2.864.096 - (677.500) 201.694 - - 7.595.758
11.031.778 2.864.096 - (677.500) 201.694 - - 7.288.488
Equipamento:
Mobiliário e material 806.953 699.102 21.443 - 33.112 1 1 107.852
Máquinas e ferramentas 348.744 278.225 9.807 - 31.942 - - 70.520
Equipamento informático 90.922 89.967 68.331 - 2.775 1.354 1.354 955
Instalações interiores 366.594 298.652 1.317 - 16.513 2.785 2.785 67.941
Material de transporte 1.174.939 700.873 - - 6.293 - - 474.066
Equipamento de segurança 560.338 371.192 10.548 - 40.939 - - 189.146
Outro equipamento 1.023.634 841.400 124.503 - 214.542 9.513 9.470 182.234
4.372.124 3.279.411 235.949 - 346.116 13.654 13.609 982.501
Outros ativos tangíveis:
Ativos tangíveis em curso 294.530 - 242.091 677.500 (72.500) - - 294.530
Património Artístico 25.048 - - - - - - 25.048
Outros ativos 263 263 - - - - - -
319.841 263 242.091 677.500 -72.500 - - 1.311.669
15.723.743 6.143.770 478.040 - 475.310 13.654 13.609 9.582.658
11. ACTIVOS INTANGÍVEIS
O movimento ocorrido nas rubricas de “ativos intangíveis” durante os exercícios de 2014 e 2013
foi o seguinte:
31-12-2013 31-12-2014
Descrição
Valor bruto
Amortizações acumuladas
Aquisições Amortizações do
exercício Regularizações
Alienações e abates
Valor líquido
Sist.tratamento aut. dados
- - 22.390 22.390 - - -
- - 22.390 22.390 - - -
31-12-2012 31-12-2013
Descrição
Valor bruto
Amortizações acumuladas
Aquisições Amortizações do
exercício Regularizações
Alienações e abates
Valor líquido
Sist. tratamento aut. dados 22.331 21.645 - 686 - - (0)
22.331 21.645 - 686 - - (0)
Relatório e Contas | 2014 49
12. INVESTIMENTOS EM FILIAIS, ASSOCIADAS E EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS
Em 31 de Dezembro de 2014 e de 2013 a rubrica “investimentos em filiais e associadas”
apresenta a seguinte composição:
Part.
Valor de balanço
Valor de balanço
Activo Líquido
Situação Líquida
Resultado Líquido
Empresa Sector % 31-12-2014 31-12-2013 31-12-2014 31-12-2014 31-12-2014
CA Informática Banca e Seguros 0,8% 52.495 52.495 21.697.337 6.621.974 314.140
CA Seguros Banca e Seguros 0,0% 25 50 191.845.453 42.341.431 3.394.131
CA Vida Banca e Seguros 2,5% 2.047.585 2.047.585 1.756.573.536 81.186.832 4.059.390
Fenacam Banca e Seguros 0,0% - - 7.690.521 5.279.851 91.220
CCCAM Banca e Seguros 4,8% 14.259.525 12.071.525 6.000.506.067 298.127.857 36.610.035
16.359.630 14.171.655
Imparidade -25 -50
16.359.605 14.171.605
(i) A designação completa das entidades participadas é conforme segue:
CA Serviços – Crédito Agrícola Serviços – Serviços de Informática e de Gestão, ACE
CA Seguros – Crédito Agrícola Seguros – Companhia de Seguros de Ramos Reais, SA
CA Vida – Crédito Agrícola Vida – Companhia de Seguros, SA
CCCAM – Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, CRL
Fenacam – Federação Nacional das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo
Os valores de Ativo Líquido, Situação Líquida e Resultado Líquido por referência a 31 de
Dezembro de 2014 das empresas participadas ainda não se encontram auditados.
As empresas participadas integram o Grupo Crédito Agrícola.
A Administração considera não ser necessário registar imparidades para as participações detidas
nas entidades do Grupo Crédito Agrícola.
Relatório e Contas | 2014 50
13. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO
Os saldos de ativos e passivos por impostos sobre o rendimento em 31 de Dezembro de 2014 e
2013 eram os seguintes:
2014 2013
Ativos por impostos correntes
Imposto sobre o rendimento a receber - 721.885
Passivos por impostos correntes
Imposto sobre o rendimento a pagar (32.588) -
(32.588) 721.885
Ativos por impostos diferidos
Por diferenças temporárias 6.225.455 3.739.089
Passivos por impostos diferidos
Por diferenças temporárias (23.492) (25.580)
6.201.963 3.713.509
Os impostos diferidos ativos e passivos foram registados por contrapartida de:
2014 2013
Resultados transitados 3.744.219 2.883.881
Reserva de reavaliação (30.711) (30.711)
Resultado líquido 2.488.455 860.339
6.201.963 3.713.509
De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correção
por parte das autoridades fiscais durante um período de quatro anos.
Deste modo, as declarações fiscais da Caixa relativas aos anos de 2010 a 2014 poderão vir ainda
a ser objeto de revisão e a matéria coletável sujeita a eventuais correções.
Contudo, na opinião do Conselho de Administração da Caixa, em resultado das eventuais
revisões, não é previsível que venham a ocorrer alterações com impacto significativo nas
demonstrações financeiras de 31 de Dezembro de 2014.
Relatório e Contas | 2014 51
14. OUTROS ACTIVOS
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Outros ativos
Ouro e Outros metais preciosos 1.033 980
Sector Público Administrativo 687.096 710.192
(…)
Despesas a debitar a clientes
Bonificações a receber 7.393 7.931
Outros devedores diversos (i) 2.463.882 1.902.799
3.159.404 2.621.903
Despesas com encargo diferido
Fundo de Pensões 258.451 206.246
Seguros
(…)
Outras despesas com custo diferido - SAMS (Nota 33) 18.331 51
276.782 206.297
Valores a regularizar
Operações cambiais a liquidar - -
Operações activas a regularizar 1.648.904 1.573.089
(…)
Outras 194.327 383.635
1.843.231 1.956.723
5.279.416 4.784.923
O saldo do Sector Público Administrativo refere-se a valores a reembolsar de Imposto Municipal
sobre Transações Onerosas de Imóveis (IMT) pagos na aquisição de imóveis que vieram à posse
da Caixa no âmbito de dações em cumprimento de dívidas de clientes.
O saldo de Outros devedores diversos em 31 de Dezembro de 2014 é composto na quase
totalidade por (i) cerca de 1.662 milhares de euros relativos a valores a receber associados a
processos de recuperação de crédito, para os quais existe uma provisão de 220 milhares de
euros registada na rubrica de provisões para créditos a clientes (Nota 8), e cerca de 761 milhares
de euros a receber de entidades do Grupo Crédito Agrícola no âmbito das atividades de
mediação de seguros.
Relatório e Contas | 2014 52
Do montante registado em 31 de Dezembro de 2014 em operações ativas a regularizar €1.648
milhares (2013: €1.327 milhares) referem-se a montantes depositados nas máquinas ATM
pertença da CCAM da Costa Azul.
15. RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
Os valores desta rubrica dizem respeito a contratos de empréstimo celebrados com a CCCAM e
têm a seguinte composição:
2014 2013
Recursos de OIC's 8.556.824 26.573.533
8.556.824 26.573.533
16. RECURSOS DE CLIENTES E OUTROS EMPRÉSTIMOS
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Depósitos
À ordem 100.323.431 94.364.804
A prazo 226.963.099 230.279.169
De poupança 39.176.399 42.680.755
Outros recursos de clientes
Cheques e ordens a pagar 167.300 46.645
Outros recursos de clientes 1.670 -
Juros a pagar 2.298.733 2.895.575
368.930.632 370.266.948
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 os prazos residuais dos recursos de clientes e outros
empréstimos, apresentavam a seguinte estrutura:
31-12-2014 31-12-2013
Até 3 meses 177.556.135 184.166.414
Entre 3 meses e um ano 138.783.988 162.681.884
Entre um ano e três anos 52.475.252 22.733.393
Entre três e cinco anos 106.806 685.257
Mais de cinco anos 8 .451 -
368.930.632 370.266.948
Relatório e Contas | 2014 53
Conforme previsto no Decreto-Lei n.º 182/87, de 21 de Abril, foi criado o Fundo de Garantia do
Crédito Agrícola Mútuo, cujo funcionamento é regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 345/98, de
9 de Novembro. Este último visou reconverter o Fundo de Garantia de Crédito Agrícola Mútuo
para que o mesmo tivesse por objeto (i) garantir o reembolso de depósitos constituídos na Caixa
Central e nas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas e (ii) promover e realizar ações
que visem assegurar a solvabilidade e liquidez das referidas instituições, com vista à defesa do
Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM). Como parte integrante do SICAM a CCAM
da Costa Azul integra o referido Fundo de Garantia, efetuando contribuições anuais para o
mesmo.
17. PROVISÕES E IMPARIDADE
O movimento ocorrido nas provisões e na imparidade da Caixa durante o exercício de 2013 e
2014 foi o seguinte:
MOVIMENTOS DE 2011 31-12-2013 Reforços Anulações Utilizações Transf. 31-12-2014
Provisões para créditos sobre clientes
- Créditos de cobrança duvidosa 3.854.140 23.830.432 -9.880.433 - 17.804.139
- Crédito e juros vencidos 9.707.401 8.580.027 -4.645.098 -2.822.212 - 10.820.117
- Risco-país - - - - - -
13.561.541 32.410.459 -14.525.531 -2.822.212 - 28.624.256
Provisões:
- Riscos gerais de crédito 3.012.083 75.805 -355.171 - 2.732.717
- Outros riscos e encargos - - - -
- Riscos bancários gerais - - - -
3.012.083 75.805 -355.171 0 - 2.732.717
Imparidade:
- Imparidade de outros activos financeiros
50 - - - 50
- Imparidade de outros activos: - -
Activos não correntes detidos para venda
10.236.854 1.070.514 (1.377) (537.721) - 10.768.270
Outros activos tangíveis - - - - -
Outros activos - - - -
10.236.904 1.070.514 (1.377) (537.721) - 10.768.320
26.810.528 33.556.778 -14.882.079 -3.359.934 - 42.125.293
Relatório e Contas | 2014 54
MOVIMENTOS DE 2011 31-12-2012 Reforços Anulações Utilizações Transf. 31-12-2013
Provisões para créditos sobre clientes
- Créditos de cobrança duvidosa 528.362 4.280.407 -954.628 - 3.854.140
- Crédito e juros vencidos 7.528.690 10.656.751 -3.643.886 -4.834.154 - 9.707.401
- Risco-país - - - - - -
8.057.052 14.937.158 -4.598.515 -4.834.154 - 13.561.541
Provisões:
- Riscos gerais de crédito 2.874.392 694.466 -556.571 (204) - 3.012.083
- Outros riscos e encargos - - - -
- Riscos bancários gerais - - - -
2.874.392 694.466 -556.571 -204 - 3.012.083
Imparidade:
- Imparidade de outros activos financeiros
50 - - - - 50
- Imparidade de outros activos: - -
Activos não correntes detidos para venda
5.685.197 6.283.477 (1.613.131) (118.689) - 10.236.854
Outros activos tangíveis - - - - -
Outros activos - - - -
5.685.247 6.283.477 (1.613.131) (118.689) - 10.236.904
16.616.691 21.915.101 -6.768.216 -4.953.047 - 26.810.528
18. INSTRUMENTOS REPRESENTATIVOS DE CAPITAL
À data de 31 de Dezembro de 2014 esta rubrica contém 5.275 euros referentes à emissão de
títulos de Capital Especial de Entre Tejo e Sado.
Ao abrigo do disposto no artigo 26º, n.º 1 do Código Cooperativo foram subscritos em 27 de
Dezembro de 2013, por um período de 3 anos, 32.000 títulos de investimento no total de
16.000.000,00 €, conforme detalhe:
Descrição Número
de títulos Moeda
Valor nominal unitário
Data de vencimento
dos juros
Taxa juro em
vigor
Data de vencimento
Saldo em 31.12.2013
Reembolsos Emissões Saldo em
31.12.2014
Títulos de Investimento / 2013 32.000 Euro 500,00 Semestral 4,00% 30-12-2018 16.000.000 - - 16.000.000
16.000.000 - - 16.000.000
Relatório e Contas | 2014 55
19. OUTROS PASSIVOS
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Responsabilidades com pensões e outros benefícios - 113.783
Credores e outros recursos
Sector Público Administrativo
Retenção de impostos na fonte 449.863 577.950
Contribuições para a Segurança Social 80.126 76.502
Imposto sobre o Valor Acrescentado 21.340 18.397
Contribuições para outros sistemas de saúde 15.692 15.128
Credores diversos 2.402.783 1.007.558
Encargos a pagar
Por gastos com pessoal
Férias e subsídio de férias 554.008 541.353
Prémio de antiguidade 515.832 516.797
Por gastos gerais administrativos
Outros 5.564
Receitas com rendimento diferido
Comissões sobre garantias prestadas 40.629 47.677
Valores a regularizar
Posição cambial
Operações sobre valores mobiliários a regularizar
Outras operações passivas a regularizar 603.205 548.992
4.689.041 3.464.137
O saldo de Outras operações passivas a regularizar em 31 de Dezembro de 2014 refere-se
essencialmente a (i) cerca de 146 milhares de euros (2013: 196 milhares de euros) de cheques
em trânsito emitidos entre clientes da CCAM e que aguardam regularização e (ii) cerca de 448
milhares de euros (2013: 348 milhares de euros) relativos a levantamentos efetuados por
clientes da Caixa em ATMs fora de rede do Crédito Agrícola e que aguardam regularização.
Relatório e Contas | 2014 56
20. PASSIVOS CONTINGENTES E COMPROMISSOS
Os passivos contingentes e compromissos associados à atividade bancária, assim como os
compromissos assumidos por terceiros perante a Caixa mediante a prestação de garantias
(Garantias recebidas), encontram-se registados em rubricas extrapatrimoniais e apresentam o
seguinte detalhe:
31-12-2014 31-12-2013
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias e avales prestados 14.886.738 168.696.952
Garantias recebidas 918.040.330 975.843.587
Compromissos perante terceiros
Linhas de crédito irrevogáveis 20.389.629 24.404.596
Linhas de crédito revogáveis 13.794.241 13.187.474
Outros compromissos revogáveis 3.763 3.763
Responsabilidades por prestação de serviços
Depósito e guarda de valores 178.002 535.205
Valores recebidos para cobrança 681.323 626.451
Outros - -
967.974.026 1.183.298.028
21. CAPITAL
Em 31 de Dezembro de 2014 o Capital Social da CCAM é de €32.528.440 (2013: €30.306.210)
representado por 6.505.688 títulos de capital de valor nominal 5€ cada e encontra-se
integralmente realizado.
Naquela data a Caixa tem 10.569 associados não existindo uma posição dominante ou de
influência significativa por parte de qualquer um dos associados.
Relatório e Contas | 2014 57
22. RESERVAS DE REAVALIAÇÃO, OUTRAS RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, as rubricas de reservas e resultados transitados têm a
seguinte decomposição:
31-12-2014 31-12-2013
Reservas de reavaliação:
Reservas de reavaliação de imóveis 750.125 573.707
750.125 573.707
Reserva legal 12.962.361 12.962.361
Outras reservas 1.279.562 1.293.592
Resultados transitados -7.619.972 2.112.020
6.621.951 16.367.973
Em conformidade com o disposto no Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, alterado pelo
Decreto-Lei nº 201/2002, de 26 de Setembro, a Caixa constitui um fundo de reserva até à
concorrência do capital ou do somatório das reservas livres constituídas e dos resultados
transitados, se superior.
Para tal, é anualmente transferida para esta reserva uma fração não inferior a 20% do resultado
líquido do exercício, até perfazer o referido montante.
Esta reserva só pode ser utilizada para a cobertura de prejuízos acumulados ou para aumentar
o capital.
Relatório e Contas | 2014 58
23. JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Juros de disponibilidades em outras instituições de crédito
Disponibilidades sobre instituições de crédito no país 3.390 5.864
Juros de aplicações em instituições de crédito
Aplicações em instituições de crédito no país 2.401.073 2.446.518
Juros de crédito a clientes
Crédito não representado por valores mobiliários
Crédito interno
Empresas e administrações públicas
Desconto e outros créditos titulados por efeitos 54.886 66.371
Empréstimos 6.101.080 6.553.553
Créditos em conta corrente 1.554.882 1.907.367
Descobertos em depósitos à ordem 130.108 175.370
Operações de locação financeira
Imobiliária 90.088 73.103
Operações de compra com acordo de revenda
Outros créditos 2.270 2.639
Particulares
Habitação
Outros créditos 1.032.477 885.648
Consumo
Outros créditos 780.226 814.759
Outras finalidades
Desconto e outros créditos titulados por efeitos 7.808 8.969
Empréstimos 2.124.219 2.467.270
Créditos em conta corrente 143.935 179.278
Descobertos em depósitos à ordem 73.606 90.996
Operações de locação financeira 12.932 6.584
Crédito externo
Empresas e administrações públicas
Particulares
Habitação 5.177 5.685
Operações de locação financeira
Outros créditos 6 1.807
Consumo 228 932
Juros de activos titularizados não desreconhecidos
Crédito a clientes - titularizado
Crédito interno 272.725
Crédito ao exterior
Outros créditos e valores a receber - titularizados 51.760 35.375
Juros de crédito vencido 313.372 22.467
Juros de investimentos detidos até à maturidade
Títulos de dívida emitidos por residentes
Títulos de dívida emitidos por não residentes
Outros investimentos detidos até à maturidade
Outros juros e rendimentos similares 5.918
14.889.440 16.023.280
Relatório e Contas | 2014 59
24. JUROS E ENCARGOS SIMILARES
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Juros de recursos de outras instituições de crédito
no país 118.411 194.523
Juros de recursos de clientes e outros empréstimos 5.990.336 6.970.541
Juros de passivos subordinados 640.000
Outros juros e encargos similares 4 3.441
6.748.752 7.168.506
25. RENDIMENTOS DE INSTRUMENTOS DE CAPITAL
Esta rubrica apresenta o valor distribuído, como dividendos, pela CA Vida, em 2014 e 2013 e tem
a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos
No país
Investimentos em filiais 74.252 74.251
74.252 74.251
Relatório e Contas | 2014 60
26. RENDIMENTOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Por garantias prestadas
Garantias e avales 314.688 259.585
Fianças e indemnizações (contragarantias) -
Créditos documentários abertos -
Outras garantias prestadas -
314.688 259.585
Por compromissos assumidos perante terceiros
Compromissos irrevogáveis
Linhas de crédito irrevogáveis 198.216 201.735
Subscrição de títulos - -
Outros compromissos irrevogáveis 5.959 3.656
Compromissos revogáveis - -
204.175 205.391
Por serviços prestados
Depósito e guarda de valores -
Cobrança de valores 4.773 6.796
Administração de valores
Organismos de investimento colectivo em valores mobiliários
Comissão de gestão
Comissão de emissão de unidades de participação
Comissão de resgate de unidades de participação
Transferência de valores 79.342 104.411
Gestão de cartões 21.513 22.896
Anuidades 217.326 224.269
Montagem de operações
Operações de crédito
Por operações de factoring
Outras operações de crédito 660.176 665.592
Outros serviços prestados (i) 2.196.679 2.065.588
3.179.809 3.089.552
Outras comissões recebidas (ii) 1.143.684 1.008.253
4.842.356 4.562.780
Relatório e Contas | 2014 61
(i) Em 31 de Dezembro de 2014 esta rubrica inclui essencialmente 747 milhares de euros (2013:
758 milhares) referentes à utilização de ATM’s e pontos de pagamento da CCAM da Costa Azul
por clientes de outras instituições bancárias e 1.210 milhares de euros (2013: 1.069 milhares)
por comissões recebidas por mediação de seguros (Nota 34) de outras empresas do Grupo
Crédito Agrícola.
(ii) Em outras comissões recebidas estão registados, fundamentalmente, os proveitos
relacionados com comissões cobradas por cheques e ordens de levantamento, mora e
contencioso e manutenção de conta.
27. ENCARGOS COM SERVIÇOS E COMISSÕES
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Por serviços bancários prestados por terceiros
Por garantias recebidas 64.178 313
Depósito e guarda de valores 5.672 9.253
Operações de crédito 4.477 3.542
Cobrança de valores 17.638 16.290
Transferência de valores 96.375 73.067
Cartões 310.737 332.040
Outros 211 156
499.288 434.662
Relatório e Contas | 2014 62
28. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Outros rendimentos de exploração
Reembolso de despesas 8.009 34.527
Recuperação de créditos, juros e despesas
Recuperação de créditos incobráveis 293.559 1.943.244
Recuperação de juros e despesas de crédito vencido 496.830 332.895
Rendimentos da prestação de serviços diversos 108.634 117.695
Outros 443.167 313.728
1.350.200 2.742.089
Outros encargos de exploração
Quotizações e donativos -39.947 -57.489
Contribuições para o FGCAM -150.987 -206.598
Perdas em activos não financeiros -28 -130.524
Outros encargos e gastos operacionais -825.866 -1.406.696
-1.016.828 -1.801.308
Outros Impostos -190.143 -317.154
-190.143 -317.154
143.229 623.627
Os outros encargos e gastos operacionais incluem 709.055 euros relativos à anulação de juros
vencidos há mais de 90 dias (2013: 1.097.947 euros).
29. CUSTOS COM PESSOAL
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Salários e vencimentos
Órgãos de Gestão e Fiscalização 196.200 193.000
Empregados 3.970.832 3.673.314
Encargos sociais obrigatórios
Fundos de Pensões (Nota 35) 52.518 99.530
Encargos relativos a remunerações:
Segurança Social 730.027 684.885
SAMS 158.007 155.899
Outros 34.408 41.772
Outros custos com pessoal:
Indemnizações contratuais 8.982 62.991
Outros 64.764 57.925
5.215.739 4.969.316
Relatório e Contas | 2014 63
O número médio de colaboradores da Caixa em 2014 e 2013 apresenta a seguinte composição:
2014 2013
Conselho de Administração 3 3
Comissão Executiva 3 3
Chefias e gerência 20 20
Administrativos 85 85
Outros 13 14
Total 124 125
30. REMUNERAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO, DE FISCALIZAÇÃO E DO REVISOR OFICIAL DE CONTAS
A remuneração dos membros dos órgãos de administração é determinada numa base anual pela
Assembleia Geral.
O montante anual das remunerações ilíquidas auferido pelos membros dos órgãos de
administração e de fiscalização nos exercícios de 2014 e de 2013, é o seguinte:
Conselho de Administração
2014 2013
Presidente 124.000 121.500
Vogal 31.500 31.500
Vogal 30.300 29.100
185.800 182.100
Conselho Fiscal
2014 2013
Presidente 4.000 4.000
Vogal 2.400 2.100
Vogal 1.800 1.500
Suplente - -
8.200 7.600
Revisor Oficial de Contas
2014* 2013 *
Serviços de revisão legal das contas 21.600 23.725
Outros serviços de garantia de fiabilidade 17.800 17.400
Serviços de consultoria fiscal 12.000 12.000
51.400 53.125
* Os valores indicados correspondem aos honorários sem IVA
Relatório e Contas | 2014 64
Estes valores encontram-se registados na rubrica de Gastos Gerais Administrativos em Avenças
e Honorários (Nota 31).
Durante os exercícios de 2014 e de 2013 as remunerações agregadas e por áreas de atividade
auferidas pelos colaboradores elegíveis no âmbito do art.º 1º nº 2 do Aviso nº 10/2011 do Banco
de Portugal foram conforme segue:
2014 2013
Funções de Controlo previstas no aviso nº5/2008 do Banco de Portugal (Compliance e Auditoria Interna)
53.792 50.727
Funções com responsabilidade na assunção de riscos (Comissão Executiva)
140.812 130.947
194.604 181.674
31. GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Com fornecimentos:
Água energia e combustíveis 171.385 181.613
Material de consumo corrente 71.425 70.193
Material de higiene e limpeza 9.779 15.847
Publicações 160 98
Outros fornecimentos de terceiros 48.711 3.133
301.460 270.884
Com serviços:
Comunicações 232.848 278.270
Publicidade e edição de publicações 186.371 208.934
Conservação e reparação 187.005 262.192
Deslocações, estadas e representação 126.138 130.519
Seguros 83.929 76.928
Transportes 70.455 76.230
Rendas e alugueres 50.023 50.689
Formação de pessoal 1.506 9.734
Serviços especializados:
Informática 1.197.745 1.160.561
Avenças e honorários 88.636 73.384
Limpeza 36.903 39.149
Judiciais contencioso e notariado 48.287 26.662
Bancos de dados 6.150 3.646
Informações
Outros serviços especializados:
SIBS 211.327 201.072
Consultores e auditores externos 50.068 39.376
Avaliadores externos 47.213 37.600
Outros serviços de terceiros 274.704 255.586
2.899.308 2.930.531
3.200.768 3.201.415
Relatório e Contas | 2014 65
32. ENTIDADES RELACIONADAS
Para além das empresas participadas identificadas na Nota 12, a Caixa é integrada junto com as
Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, com a Caixa Central e outras empresas do Grupo na
consolidação do Grupo Crédito Agrícola.
Nos exercícios de 2014 e de 2013 as transações ocorridas, referem-se na totalidade às empresas
acima referidas e ao Fundo de Pensões do Crédito Agrícola (ver Nota 33).
Em 31 de Dezembro de 2014 e 31 de Dezembro de 2013, as demonstrações financeiras da Caixa
incluem os seguintes saldos e transações com entidades relacionadas:
2014 2013
Fundo de Pensões
Empresas do Grupo
CA Total
Fundo de Pensões
Empresas do Grupo
CA Total
Ativos:
Disponibilidades em outras instituições de crédito
1.984.226 1.984.226 2.557.188 2.557.188
Ativos financeiros disponíveis para venda 3.784.810 3.784.810 5.775.523 5.775.523
Aplicações em instituições de crédito 94.692.294 94.692.294 106.780.537 106.780.537
Outros ativos 146.226 146.226 206.246 206.246
Passivos:
Recursos de outras instituições de crédito 8.554.066 8.554.066 26.570.642 26.570.642
Outros passivos 130.556 130.556 113.783 113.783
Custos:
Juros e encargos similares 118.411 118.411 194.523 194.523
Encargos com serviços e comissões 268.598 268.598 188.632 188.632
Gastos gerais administrativos 1.983.266 1.983.266
Custos com pessoal 52.518 52.518 99.530 99.530
Proveitos:
Juros e rendimentos similares 2.404.464 2.404.464 2.452.382 2.452.382
Rendimentos de instrumentos de capital 74.252 74.252 74.251 74.251
Rendimentos de serviços e comissões 1.375.664 1.375.664 1.212.610 1.212.610
Outros resultados de exploração 29.895 29895 26.388 26388
Extrapatrimoniais:
Garantias recebidas 5.276.743 5.276.743 11.224.978 11.224.978
As transações com entidades relacionadas são efetuadas, por regra, com base nos valores de
mercado nas respetivas datas.
Relatório e Contas | 2014 66
Durante os exercícios de 2014 e de 2013 não ocorreram operações com os membros do
Conselho de Administração ou com entidades em que estes têm controlo ou influência
significativa. As remunerações atribuídas aos membros do Conselho de Administração
encontram-se divulgadas na Nota 30.
33. BENEFÍCIOS AOS EMPREGADOS – PENSÕES DE REFORMA
De acordo com o IAS 19, os pressupostos atuariais de cálculo das responsabilidades com o
complemento de pensões são mais conservadores do que os usados de acordo com o Plano de
Contas para o sistema bancário, aplicável antes da adoção das NCA’s. Assim decorrente da
introdução das NCA’s verificou-se a necessidade de registar um passivo correspondente à
parcela de responsabilidades não cobertas pela quota-parte do valor dos ativos do Fundo.
Adicionalmente, surgiu a necessidade de registar como passivo as responsabilidades pela
obrigação de pagar prémios de antiguidade (Nota 19) e de incorrer em encargos com o SAMS.
Apuramento do impacto de adoção das NCA a 1/01/2007
Decorrente da introdução das Normas Internacionais de Contabilidade e no que diz respeito à
“IAS 19 – Benefícios dos empregados”, foi registado em 1 de Janeiro de 2007 o valor dos
ajustamentos de transição referentes a 31 de Dezembro de 2006.
Em 1 de Janeiro de 2007, o valor das responsabilidades com complementos de pensões de
reforma, prémio de antiguidade e SAMS e respetivas coberturas, em NCA’s foram as seguintes:
01-01-2007
Fundo de pensões
A.1. Responsabilidades PCSB 177.721
A.2. Impacto da transição para IAS 19: 177.650
A.2.1. Tábua de mortalidade 20.083
A.2.2. Pressupostos financeiros 157.567
A.3. Responsabilidades IAS 19 (A.1. + A.2.) 355.371
A.4. Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-2006 209.252
A. Insuficiência de cobertura pelo Fundo de Pensões (A.3. – A.4.) 146.119
Relatório e Contas | 2014 67
01-01-2007
Encargos com saúde (SAMS):
B.1. Com trabalhadores no ativo e ex-trabalhadores 550.358
B.2. Com licenças sem vencimento 0
B.3. Com pré-reformados 0
B.4. Com pensões em pagamento 101.003
B. Total 651.361
01-01-2007
Prémio de antiguidade:
C.1. Com trabalhadores no ativo e ex-trabalhadores 416.730
C.2. Com licenças sem vencimento 0
C. Total 416.730
De acordo com o Aviso nº 12/2005, de 30 de Dezembro, o acréscimo de responsabilidades
decorrente da alteração da tábua de mortalidade em data posterior a 1 de Janeiro de 2005 pode
ser reconhecido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes
anuais até 31 de Dezembro de 2013 (7 anos).
De acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005, de 21 de Fevereiro, o aumento de
responsabilidades com o Fundo de Pensões, decorrente da introdução da IAS 19 deverá ser
reconhecido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes anuais
até 31 de Dezembro de 2011 (5 anos).
Adicionalmente, de acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005, de 21 de Fevereiro, as
responsabilidades com o SAMS, decorrente da introdução da IAS 19 deverá ser reconhecido
através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes anuais até 31 de
Dezembro de 2013 (7 anos).
Durante o ano de 2008, o Banco de Portugal emitiu um novo aviso (Aviso nº 7/2008, de 14 de
Outubro de 2008), no qual permite diferir os impactos da transição acima identificados, por um
período adicional de três anos face ao período estipulado inicialmente.
Foi decisão da CCAM de COSTA AZUL prolongar o diferimento dos impactos de transição tal
como permitido no Aviso nº 7/2008, de 14 de Outubro de 2008.
Relatório e Contas | 2014 68
Assim, em 31-12-2007 o valor por reconhecer em resultados transitados, que deriva dos
impactos da adoção do IAS 19, e o número de anos pelos quais agora serão reconhecidos em
resultados transitados, é como segue:
31-12-2007
Nº anos a diferir
Data limite de diferimento
A.2.1.2007 Alteração da tábua de mortalidade
17.214 9 anos 2016
A.2.2.2007 Alteração dos pressupostos financeiros
126.054 7 anos 2014
A.2.3.2007 Excesso de cobertura em PCSB
25.225 7 anos 2014
B.2007 Encargos com saúde (SAMS) 558.309 9 anos 2016
Reconhecimento anual nos resultados transitados:
31-12-2014
A.2.1.2014 Alteração da tábua de mortalidade 1.913
A.2.2.2014 Alteração dos pressupostos financeiros 18.008
A.2.3.2014 Excesso de cobertura em PCSB 3.604
B.2014 Encargos com saúde (SAMS) 62.034
2014 TOTAL 78.351
TOTAL = A.2.1.2014 + A.2.2.2014 - A.2.3.2014 + B.2014
Registo do impacto do movimento do Fundo de Pensões e do custo com o SAMS e Prémios de antiguidade a 31/12/2014
Os pressupostos atuariais e financeiros utilizados no cálculo das responsabilidades da CCAM de
COSTA AZUL com referência a 31 de Dezembro de 2014 e de 2013 foram os seguintes:
Relatório e Contas | 2014 69
Em 31 de Dezembro de 2014, o valor das responsabilidades por serviços passados com o
pagamento de complementos de reforma e sobrevivência e encargos com cuidados médicos de
saúde pós-emprego (SAMS), com trabalhadores no ativo, licenças sem vencimento, pré-
reformados e pensões em pagamento, são as seguintes:
31-12-2014
F.2014 Valor atual das Responsabilidades por serviços passados 1.515.473
F.1 Com trabalhadores no ativo e ex-trabalhadores 1.232.930
F.2 Com licenças sem vencimento 0
F.3 Com pré-reformados 0
F.4 Com pensões em pagamento 282.543
31/12/2014 31/12/2013
Pressupostos demográficos
Tábua de mortalidade TV – 88/90 TV – 88/90
Tábua de invalidez EVK 80 EVK 80
Idade de reforma (**) 65
Método de avaliação “Projected Unit
Credit”
“Projected Unit
Credit”
Pressupostos financeiros:
Taxa de desconto (*) (*)
Taxa de crescimento dos salários e outros benefícios 1,40% 1,65%
Taxa de crescimento das pensões 1,00% 1,40%
Taxa de revalorização de salários para a Segurança Social:
- de acordo com nº2 Artº 27 do Decreto Lei 187/2007 1,40% 1,46%
- de acordo com nº1 Artº 27 do Decreto Lei 187/2007 1,40% 1,40%
(*) Taxa de desconto diferente para diferentes grupos da população:
Trabalhadores no activo e Licenças com idade actuarial < 55 anos : 3,25% 4,25%
Trabalhadores no activo e Licenças com idade actuarial >=55 anos : 2,75% 4,00%
Pré-reformados, reformados e pensionistas : 2,25% 3,50%
(**) De acordo com o Decreto-lei nº167-E/2013
Relatório e Contas | 2014 70
O acréscimo anual de responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência referente à
CCAM de COSTA AZUL é o que a seguir se apresenta:
G.1 + Custo do serviço corrente 56.550
G.3 + Custo dos juros Líquido “Net Interest” -6.999
G.4.Ano +/- (Ganhos) e Perdas atuariais -266.964
G.4.1.Ano Relativos a diferenças entre os pressupostos e os valores realizados
-131.018
G.4.2.Ano Relativos a alterações verificadas nos pressupostos e nas condições dos planos
-135.946
G.5 + Acréscimos de responsabilidades resultantes de reformas antecipadas
0
G.6 = Acréscimo anual de responsabilidades -217.413
O movimento ocorrido na quota-parte do fundo de pensões referente à CCAM de COSTA AZUL
foi o seguinte:
A.4.2013 (+) Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-2013 1.505.785
H.1 (+) Contribuições efetuadas 26.014
H.1.1 Pela CCAM de COSTA AZUL 0
H.1.2 Pelos empregados 26.014
H.2 (+) Capitais recebidos de seguro 0
H.3 (+) Rendimento dos ativos do Fundo de Pensões (liquido) 135.614
H.4 (-) Prémios de seguro pagos 28.981
H.9 (+) Participação de resultados no seguro 29.895
H.5 (-) Pensões pagas pelo fundo de pensões 11.598
H.5.1 Por reformas antecipadas 0
H.5.2 Outros 11.598
H.6 (-) SAMS pago pelo fundo de pensões 10.699
H.7.2014 (=) Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-2014 1.646.029
H.8. Variação do valor da quota-parte do fundo de pensões em 2014 (H.7.2014 – A.4.2013)
140.244
Relatório e Contas | 2014 71
O movimento ocorrido durante o exercício de 2014 relativo ao valor atual das responsabilidades
por serviços passados foi o seguinte:
F.2013 (+) Responsabilidades Totais em 31 de Dezembro de 2013 1.619.569
G.1 (+) Custo do serviço corrente 56.550
G.1.1 Custo do serviço corrente da Entidade 30.536
H.1.2 Contribuições para o Fundo efetuadas pelos empregados 26.014
G.2 (+) Custo dos juros 54.733
G.4.1 (+/-) (Ganhos) e perdas atuariais nas responsabilidades -193.081
G.5 (+) Acréscimos de responsabilidades resultantes de reformas antecipadas
0
H.5 (-) Pensões pagas pelo fundo de pensões 11.598
H.5.1 Por reformas antecipadas 0
H.5.2 Outros 11.598
H.6 (-) SAMS pago pelo fundo de pensões 10.699
F.2014 (=) Responsabilidades totais em 31-12-2014 1.515.473
K. Variação nas responsabilidades em 2014 (F.2014 – F.2013) -104.096
O nível de cobertura das responsabilidades em 31 de Dezembro de 2014, de acordo com o
Aviso 12/2001 do Banco de Portugal, era o seguinte:
F.2014 Valor atual das responsabilidades com serviços passados 1.515.473
I.1 Valor por amortizar em 31 Dezembro de 2014 (Aviso 7/2008) 124.132
I.2 Responsabilidades por serviços passados (Aviso 12/2001) 1.334.887
I.3 Nível de cobertura (Aviso 12/2001) (%) 123
A cobertura do nível mínimo de solvência do Instituto de Seguros de Portugal em 31 de
Dezembro de 2014, era o seguinte:
I.4 Responsabilidades por serviços passados (ISP) 944.960
I.5 Nível de cobertura (ISP) (%) 174
Com a implementação em 1 de Janeiro de 2013 das alterações decorrentes da IAS 19 Revisto,
os desvios atuariais por amortizar apurados à data de 31 de Dezembro de 2012, foram
transferidos para uma rubrica do rendimento integral “reservas de reavaliação”.
Relatório e Contas | 2014 72
No exercício de 2014, o valor dos desvios atuariais existentes e o movimento ocorrido no
exercício no “rendimento integral”, foi o seguinte:
RI.2013 Desvios atuariais por amortizar em 31-12-2013 82.032
RI.ano Desvios atuariais gerados em 2014 – Ganhos e perdas atuariais
266.964
RI.2014 Desvios atuariais por amortizar em 31-12-2014 348.996
Prémios de antiguidade:
A evolução do valor das responsabilidades por serviços passados, com prémios de antiguidade
futuros, com trabalhadores no ativo e licenças sem vencimento, foi a seguinte:
Prémio de Antiguidade 31-12-2013
N.1.2013 Com trabalhadores no ativo 516.797
N.2.2013 Com licenças sem vencimento 0
N.2013 Total 516.797
Prémio de Antiguidade 31-12-2014
N.1.2014 Com trabalhadores no ativo 515.832
N.2.2014 Com licenças sem vencimento 0
N.2014 Total 515.832
Prémio de Antiguidade Variação
O.1. Com trabalhadores no ativo -965
O.2. Com licenças sem vencimento 0
O. Total -965
34. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE MEDIAÇÃO DE SEGUROS OU DE RESSEGUROS
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo (CCAM) de Costa Azul está inscrita no Instituto de Seguros de
Portugal, com o estatuto de Mediador de Seguros Ligado, de acordo com o artigo 8º, alínea a),
subalínea i), do Decreto-Lei nº 144/2006, de 31 de Julho, desenvolvendo a atividade de
intermediação em exclusividade com as Seguradoras do Grupo Crédito Agrícola,
designadamente, a Crédito Agrícola Seguros – Companhia de Seguros de Ramos Reais, SA (CA
Seguros), que se dedica ao exercício da atividade de seguros para todos os Ramos Não Vida e
com a Crédito Agrícola Vida – Companhia de Seguros, SA (CA Vida), que se dedica ao exercício
da atividade de seguros para o Ramo Vida e Fundos de Pensões.
Relatório e Contas | 2014 73
No âmbito dos serviços de mediação de seguros a CCAM efetua a venda de contratos de seguros
e de adesões a Fundos de Pensões, presta apoio pós-venda aos segurados e participa no
encaminhamento das participações de sinistros que sejam entregues nos Balcões da CCAM.
Como contrapartida dos serviços de mediação de seguros prestados às referidas seguradoras, a
CCAM recebe remunerações pela mediação de seguros e pela colocação de adesões em Fundos
de Pensões as quais estão definidas em Protocolo estabelecido entre a CCAM e as referidas
Seguradoras.
As remunerações de mediação de seguros são reconhecidas como um rendimento na
Demonstração de Resultados, na rubrica de Rendimentos de Serviços e Comissões. Os valores
de remunerações a pagar pelas Seguradoras, à data de 31 de Dezembro de cada ano, estão
reconhecidas como um ativo no Balanço, na rubrica de Outros ativos. À data de emissão das
presentes demonstrações financeiras, as remunerações de mediação que estavam por pagar em
31 de Dezembro de 2014, encontram-se já integralmente pagas pelas referidas Seguradoras.
O quadro seguinte evidencia o valor total das remunerações de mediação de seguros auferidas
pela CCAM nos últimos 3 anos (valores em euros):
Origem Seguradora 2012 2013 2014 % por
Origem 2014
Ramos Não Vida CA Seguros 606.493,14 697.929,95 810.157,38 66,9%
Ramo Vida CA Vida 293.082,89 364.491,26 390.505,80 32,3%
Fundos de Pensões CA Vida 5.458,56 7.379,18 9.572,80 0,8%
Total 905.034,59 1.069.800,39 1.210.235,98 100,0%
A CCAM não efetua a cobrança de prémios por conta das seguradoras, nem efetua a
movimentação de quaisquer tipos de fundos relativos a contratos de seguros. Desta forma, não
há qualquer outro ativo, passivo, rendimento ou gasto a reportar, relativo à atividade de
mediação de seguros exercida pela CCAM.
Santiago do Cacém, 20 de Fevereiro de 2015
O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE
Anabela G. V. R. Rainha de Jesus Silva O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Jorge Nunes José Daniel Pereira Rito Alves António Gamito Calado Pinela
Relatório e Contas | 2014 74
Relatório e Contas | 2014 75
O ano de 2014 foi para Portugal importante, em nossa opinião, pelo facto de ter-se logrado
concretizar a “saída da troika” em resultado da implementação do programa de assistência
financeira a que o País se encontra sujeito. Tal facto, ainda que o consideremos meramente
formal, importa em termos psicológicos um incremento da confiança nos agentes económicos,
sendo que, como é sabido, este é um dos elementos fundamentais para concretizarmos o tão
desejado crescimento económico.
A verdade é que, tal como já anteriormente havíamos expressado, o impacto deste acréscimo
da confiança na economia real é moroso e pouco se fez sentir, pois que, simultaneamente com
indícios de melhoria, permanecem fatores que claramente dificultam a recuperação económica,
como o desemprego e a falta de liquidez. Sem capacidade para gerar ganho e/ou sem dinheiro,
é muito difícil investir, arriscar e com isto a Economia crescer. Daí que, reportando-nos à
“Economia real”, consideremos que praticamente nada mudou em relação ao ano de 2013.
Tal constatação torna-se evidente ao analisarmos as contas do Crédito Agrícola da Costa Azul
relativas ao ano de 2014. Se decalcássemos o parecer do Conselho Fiscal relativo ao ano de 2013,
poderíamos manter grande parte do afirmado.
Considerando que o ano de 2013 teve consequências nefastas para o Crédito Agrícola da Costa
Azul e o acima exposto quanto ao ano transato, ao longo do ano de 2014 o Conselho Fiscal
reuniu por diversas vezes, entre si e com o Conselho de Administração, demais órgãos e
responsáveis, tendo analisado detalhadamente a evolução económica e financeira da
Instituição, bem como as medidas de controlo, consolidação e reforço da posição desta no
mercado em que se insere, em ordem a combater as consequências negativas provocadas pela
situação económica. Foram também analisados pelo Conselho Fiscal todos os relatórios de
auditoria, externos e internos, respeitantes à Instituição e que a este órgão foram
disponibilizados.
Analisadas as contas finais e o relatório de gestão do Conselho de Administração, temos
forçosamente que concluir que, apesar do esforço desenvolvido pela Instituição, o resultado
manteve-se mau em 2014. Não tendo existido qualquer injeção extraordinária de meios e
atendendo a que a “Economia real” não demonstrou grandes alterações, estamos em crer que
não poderia ter sido de outra forma.
Transmite o Conselho de Administração que o resultado negativo alcançado (- € 12.526.513,16)
se deveu ao forte condicionamento por fatores externos ao nível económico e financeiro, que
tiveram como consequência, essencialmente, a redução do volume de crédito concedido,
Relatório e Contas | 2014 76
quebras significativas da margem financeira e do produto bancário, a constituição de provisões
em função do acréscimo do crédito vencido e a depreciação dos ativos detidos para venda, que
geraram um volume acrescido de imparidades.
Analisando as contas da Instituição, pode o Conselho Fiscal constatar que não detetou outros
fatores com tão grande influência nos resultados da Instituição.
O crédito vivo decresceu cerca de 1% relativamente a 2013, sendo que o crédito em atraso,
embora tenha decrescido, fê-lo em volume muito insuficiente. Ora, é na concessão de crédito
que a Instituição ganha dinheiro, é esse o seu principal negócio, pelo que a referida diminuição
teve um forte impacto nos resultados.
A diminuição do crédito concedido relaciona-se diretamente com a quebra da margem
financeira e do produto bancário, como no passado já fizemos notar. A Instituição é forçada a
competir com a concorrência, tendo que apresentar-se como uma alternativa credível e com
condições favoráveis, sem prejuízo de uma prudente análise do risco de crédito. Tal acontece,
obviamente, à custa da margem financeira e de produto bancário. O facto de, ainda assim,
diminuir o volume de crédito concedido significa que muitas operações existiram que não foram
aceites pela Instituição, por importarem um risco demasiado elevado, ou que a Instituição não
foi eleita pelos potenciais mutuários, por praticar condições que consideraram pouco vantajosas
em face da concorrência. Ambas as conclusões são positivas para a Instituição, estamos em crer.
Com efeito, a necessidade de concessão de crédito não pode jamais suplantar a prudência na
análise e controlo dos riscos associados a cada caso concreto; à Instituição interessa crédito vivo,
não em atraso. Por outro lado, acompanhar o mercado não significa arriscar para além do que
se entende ser possível e saudável para a Instituição, mesmo que tal possa importar a perda de
uma eventual operação para a concorrência; não faltam exemplos no sector bancário de
condições que, precisamente por aparentarem ser demasiado vantajosas, vieram a revelar-se
ruinosas. Entende o Conselho Fiscal que a manutenção do equilíbrio desta dicotomia
necessidade de concessão de crédito / controlo prudente do risco de crédito foi até hoje o que
permitiu ao Crédito Agrícola manter-se uma Instituição com uma solidez invejável, mesmo em
tempos adversos.
Após o brutal aumento do crédito vencido de 2012 para 2013, verifica-se que no ano de 2014 o
mesmo se manteve elevadíssimo, como consequência do empobrecimento geral, logo, da
impossibilidade de cumprimento das obrigações assumidas. Regista-se, no entanto, que tendo-
se mantido a situação económica poderia esperar-se um resultado pior, atendendo ao possível
consumo progressivo dos recursos financeiros dos clientes, designadamente poupanças. Tal não
Relatório e Contas | 2014 77
aconteceu, o que permite perspetivar a diminuição do crédito vencido, mantendo-se a política
de prudente gestão do risco de crédito e existindo alguma recuperação económica. No ano de
2014, o volume do crédito vencido implicou a constituição de provisões legalmente obrigatórias,
que necessariamente se refletem nos resultados da Instituição. Ou seja, o incumprimento das
operações importa para a Caixa não apenas a diminuição do rendimento inerente às mesmas,
como o dispêndio financeiro necessário para contrabalançar tal incumprimento.
Por último, em relação aos apontados fatores, a depreciação dos ativos detidos para venda e
consequentes imparidades teve, uma vez mais, reflexos determinantes nos resultados da Caixa.
A urgência da Instituição na alienação dos imóveis que vieram à sua propriedade é contrária à
falta de capacidade financeira de quem poderia adquiri-los, o que determina que,
consecutivamente, o valor do património imobiliário do Crédito Agrícola tem aumentado
bastante. No ano de 2014 tal valor, em termos brutos, era já de € 42.254.872,63. Na situação
atual, o aumento do património imobiliário da Instituição é inevitável, pois muitas vezes a sua
adjudicação, ou aceitação de dações em pagamento, constituem a única solução para que a
Caixa consiga receber, pelo menos, parte do dinheiro que emprestou; mormente nas situações
de insolvência, não raras vezes a opção é entre ficar com o bem, ou nada receber. No entanto,
a Caixa apenas conseguirá que tal património influa positivamente nas suas contas quando
conseguir alienar tais imóveis, o que o Conselho Fiscal considera que é determinante para o
futuro da Instituição. Tal tem acontecido e terá que continuar a acontecer, com cada vez maior
empenho.
Isto porque, para além do exposto, a Instituição tem ainda a obrigação legal de constituir
provisões que correspondam ao valor de depreciação do seu património imobiliário que detém
para venda, pelo que o reflexo que a existência do património imobiliário detido para venda tem
nos resultados é por demais evidente.
Considera o Conselho Fiscal, ainda assim, que é igualmente notável o trabalho que toda a Caixa
realizou no ano de 2014, sendo de absoluta justiça destacar alguns dos principais resultados
positivos que a Instituição apresentou.
A Caixa tem um ratio de solvabilidade muito acima dos valores de referência, ou seja, a relação
entre o montante dos seus fundos próprios e o dos seus elementos do ativo e extrapatrimoniais,
ponderados em função do respetivo risco, é de 13%, quando o valor de referência é 8%.
Mantendo-se todos os outros elementos, quanto mais elevado for este ratio, maior a solidez
financeira da Instituição.
Relatório e Contas | 2014 78
Relacionado com o ponto anterior, destacamos a manutenção do volume de recursos dos
clientes em depósitos e poupanças, que demonstra que a solidez da Instituição é reconhecida
pelos associados e clientes. A manutenção dos depósitos e poupanças tradicionais, conjugada
com o aumento do investimento em produtos fora do balanço (CA Vida e Fundos de
Investimento), revela o reforço da confiança dos associados e clientes na Instituição, o que
constitui um privilégio desta e um orgulho para todos os que nela trabalham.
Assinala-se, como aliás aconteceu no passado, a diversificação do investimento por parte dos
associados e clientes, em função dos bons resultados obtidos nos referidos produtos fora do
balanço.
Por último, destacamos o apoio à agricultura e os seus resultados, que demonstram igualmente
que a Caixa se manteve, como sempre, ao lado dos seus associados e clientes no setor
tradicional, o que foi reconhecido por estes. Considera o Conselho Fiscal que a atividade de
apoio à agricultura assume particular relevância no momento atual, em especial considerando
o novo quadro comunitário de apoio, pelo que é um dos pilares de recuperação económica
futura dos associados e clientes; por outro lado, é desejável que tal atividade continue a
participar ativamente na “venda cruzada”, assim contribuindo para a captação de recursos para
a Caixa.
Estamos convictos que foram todos estes aspetos positivos e seguramente muitos outros que
contribuíram para que o Crédito Agrícola fosse considerado a 2ª Instituição em que os
portugueses mais confiam, conforme consta do relatório de gestão.
O Conselho Fiscal está seguro que toda a Instituição se encontra a trabalhar diária e arduamente
para manter e reforçar a confiança dos seus associados e clientes, assim continuando um
verdadeiro motor da recuperação económica e desenvolvimento da região.
Em conclusão, o Conselho Fiscal entende que o Relatório e Contas apresentados pelo Conselho
de Administração e respeitantes ao exercício de 2014 estão em condições de merecer a vossa
aprovação, pelo que propõe:
a. Que seja aprovado o Relatório e Contas do Conselho de Administração relativos
ao exercício de 2014;
Relatório e Contas | 2014 79
b. Que seja aprovado um voto de louvor aos associados e clientes da Caixa, pelo
seu empenho no desenvolvimento económico da Região e pela manutenção e
reforço da confiança nesta Instituição;
c. Que seja aprovado um voto de louvor a todos os colaboradores da Caixa de
Crédito Agrícola Mútuo da Costa Azul, pela seriedade, competência, inteligência
e dedicação no desempenho das respetivas funções.
Santiago do Cacém, 12 de Março de 2015
O CONSELHO FISCAL
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