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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
INSTITUTO PARAIBANO DE ENSINO RENOVADO - INPERASSOCIAÇÃO PARAIBANA DE ENSINO RENOVADO - ASPER
Coordenação de Estágio Supervisionado
SILMARA GRACIELY FERNANDES ALVES
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESASHABILIATAÇÃO EM MARKETING
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista
distribuidora.
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
JOÃO PESSOA-PB
Silmara G.F.Alves
1
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
“Eu posso chegar até onde eu acreditar.”Silmara
Silmara G.F.Alves
2
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Alves, Silmara Gracie ly Fernandes. Sistemas de informação apl icados a logíst ica: um
estudo de caso em uma empresa atacadista distr ibuidora. 2005. 151f . Trabalho de
Conclusão de Curso Bacharelado em Administração de Empresas com habil i tação em
Marketing, Faculdades ASPER, João Pessoa - Paraíba.
RESUMO
Os sistemas de informação permitem às organizações controlarem suas atividades, racionalizar seus recursos financeiros, humanos, materiais e controlar o fator tempo, fator este, determinante para áreas como a logística, cuja qualidade e nível de serviço são medidos pela velocidade e prontidão de entrega. Dada a importância dos sistemas de informação para a logística, este estudo se destina a averiguar como os sistemas de informação atuam nos processos logísticos de uma empresa atacadista distribuidora. Este estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa de campo de caráter descritiva, um estudo de caso na empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A. Para a obtenção de informações que fundamentassem este estudo foram utilizados como instrumentos de coleta de dados uma entrevista estruturada aplicada junto ao supervisor da logística e uma observação sistêmica que permitiu a análise do funcionamento dos setores relacionados à logística, bem como a aplicação dos sistemas de informação nos processos logísticos da empresa. Após análise dos dados coletados, concluiu-se que: a empresa dispõe de procedimentos funcionais de logística, de técnicas de armazenagem e tecnologia e sistemas de informação que viabilizam o controle de suas atividades.
Palavras-chave:
Sistemas de informação
Tecnologias
Logíst ica
Armazenagem
Transporte
Silmara G.F.Alves
3
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Alves, Si lmara Gracie ly Fernandes. Sistemas de informação e logíst ica: um estudo de
caso em uma empresa atacadista distr ibuidora. 2005. 151f . Trabalho de Conclusão de
Curso Bacharelado em Administração de Empresas com habi l itação em Marketing,
Faculdades ASPER, João Pessoa - Paraíba.
ABSTRACT
The systems of information allow the organizations to control its activities, to rationalize its financial, humans and materials resources and to control time, wich is decisive for logistics area, whose quality and service levels are measured by speed and delivery readiness. Considereing the importance of the systems of information for the logistics, this study he/she/it destines to discover as the systems of information to logistics, this study intends to discover hon the siptems of information act in the logistics process of a information company. This study is characterized as field research, a descriptive case study in the company Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A. In order to obtair fundamental information for this study, it was as collect data instruments interview to the supervisor of and a systemic observation route in order to analysis the operation of the sections related to logistics, as well as the application of the systems of information in the logistics processes of the company. After analysis the collected data, this study concluded that: the company has functional procedures of logistics, of storage techniques and technology and systems of information that make possible the control of its activities.
Key-words:
Systems of information Technologies Logistics Storage Transport
Silmara G.F.Alves
4
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURASLISTA DE TABELASLISTA DE GRÁFICOSLISTA DE SIGLAS
INTRODUÇÃO......................................................................................... 16
CAPITULO I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS AO ESTUDO PROPOSTO
1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA...................................................................................1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA........................................................................1.3 JUSTIFICATIVA..............................................................................................1.4 OBJETIVOS......................................................................................................1.4.1 Objetivo geral....................................................................................................1.4.2 Objetivos específicos.........................................................................................
182123262627
CAPITULO II – REVISÃO DA LITERATURA
PARTE I - LOGÍSTICA1.1 CONCEITOS E EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA..............................................1.2 LOGÍSTICA E TEORIA DOS SISTEMAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1.3 PAPEL ESTRATÉGICO DA LOGÍSTICA....................................................1.4 SUPPLY CHAIN OU CADEIA DE LOGÍSTICA INTEGRADA...............1.4.1 Supply Chain Manegement ou Gerenciamento da cadeia logística...............1.4.2 Fluxo de materiais.............................................................................................1.5 ARMAZENAGEM.............................................................................................1.5.1 Gestão de estoques............................................................................................1.5.2 Custos de estoques............................................................................................1.5.3 Avaliação dos níveis de estoque.......................................................................1.6 DISTRIBUIÇÃO................................................................................................1.6.1 Canal de distribuição........................................................................................1.6.2 Transporte.........................................................................................................1.6.3 Distribuição física.............................................................................................
PARTE II - LOGÍSTICA E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
2.1 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . .2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO LOGÍSTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2.2.1 Gestão da informação na logística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2.2.2 Fluxo de informações e materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2.3 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO...............................................
2835373840444547494950515255
5858646567
Silmara G.F.Alves
5
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
2.3.1 Eletronic Document Manegement (EDM) ou Gerenciamento Eletrônico de Dados (GED) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2.3.2 Armazenamento dos Dados (Data Warehouse) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2.3.3 Customer Relatioship Manegement (CRM) ou Gestão do
Relacionamento com o Cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2.3.4 Enterprise Planning Resource - (ERP) ou Planejamento de Recursos da
Empresa.............................................................................................................2.3.5 Tecnologia da informação na armazenagem..................................................2.3.6 Softwares específicos de gestão logística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2.3.6.1 Distribution Requirements Planning - (DRP) ou Planejamento das
necessidades de Distribuição............................................................................2.3.6.2 Electronic Data Interchange (EDI) ou Intercâmbio Eletrônico de
Dados....2.3.6.3 Warehouse Manegement Systems (WMS) ou Sistemas de gerenciamento
de armazéns .....................................................................................................2.3.6.4 Transportation Manegement Systems (TMS) ou Sistemas de
Gerenciamento de Transportes .....................................................................2.3.6.5 Radio Frequency Data collection (AUTO ID e RDF) ou Coleta de dados
por radiofreqüência .......................................................................................2.4 IMPACTO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAIS
NAS ORGANIZAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6768
68
697380
8283
86
89
90
94
CAPITULO III -PROCEDIMENTOS METODOLÓGOCOS DO ESTUDO
3.1 DEFINIÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3.1.1 Tipo de estudo...................................................................................................3.1.2 Natureza do estudo...........................................................................................3.2 DADOS DA PESQUISA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3.2.1 Dados primários................................................................................................3.2.2 Dados secundários............................................................................................3.3 DEFINIÇÃO DO PROCESSO METODOLÓGICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .3.3.1 Caracterização do universo de pesquisa.........................................................3.3.2 Instrumentos de coleta de dados.....................................................................3.3.3 Ordenação e tratamento dos dados.................................................................3.3.4 Análise e interpretação dos dados...................................................................
9595969696979797979898
CAPITULO IV – LEVANTAMENTO ANALÍTICO
4.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1.1 Histórico da empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1.2 Apresentação da empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1.3 Funcionamento da empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1.4 Organograma com destaque ao setor abordado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1.5 Fluxograma do processo Logístico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4.1.6 Análise e descrição das atividades desenvolvidas durante o
estágio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
CAPITULO V - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
5.1 DADOS DA ENTREVISTA ESTRUTURADA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5.1.1 Obtenção das respostas dos setores................................................................5.2 OBSERVAÇÃO SISTÊMICA..........................................................................5.2.1 Dados obtidos através do roteiro de observação sistêmica...........................
111111128128
CAPITULO VI - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6.1 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6.2 RECOMENDAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
142144
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... . 146
APÊNDICEAPÊNDICE 1 – Entrevista EstruturadaAPÊNDICE 2 – Roteiro de Observação Sistêmica
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Percurso do produto (da fábrica ao consumidor final). 32Figura 2 – Escopo da logística empresarial. 35Figura 3 – Fatores de pressão por mudanças no papel logístico. 39Figura 4 – Hierarquia do sistema de informação logística. 62Figura 5 – Fluxo de informação versus fluxo de materiais no SIL. 65Figura 6 – Sistema de informação na armazenagem. 81Figura 7 – Foto aérea da empresa pesquisada, CAD-PB 102Figura 8 – Área de abrangência da distribuição CAD-PB 103Figura 9 – área de abrangência comercial do CAD-PB 104Figura 10 – Sistema de endereçamento do armazém. 106Figura 11 – Layout parcial do armazém. 107Figura 12 – Organograma funcional da empresa. 108Figura 13 – Fluxograma do processo logístico. 109
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Comparação dos custos logísticos por setor 25Tabela 2 - Comparação dos custos. 33Tabela 3 – Classificação dos itens ABC. 48Tabela 4 – Funcionalidade de uma solução WMS. 89Tabela 5 – área de abrangência comercial do CAD-PB 104
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Utilização dos modais de transportes no Brasil. 53
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
LISTA DE SIGLAS
EDI – Eletronic Date Interchage ou Intercâmbio Eletrônico de dados.
ERP – Enterprise Planning Resource ou Planejamento das Necessidades de Material.
DRP – Distribution requeriments Planning ou Planejamento das Necessidades de Distribuição.
WMS – Warehouse Manegement Systems ou Sistemas de Gerenciamento de Armazéns.
DW – Data Warehouse ou Armazenagem dos Dados.
EDM – Eletronic Document Manegement ou Gerenciamento Eletrônico de Dados.
TMS – Transportation Manegement Systems ou Sistemas de Gerenciamento de Transportes.
AUTO ID E RDF – Radio Frequency Data Colletion ou Coleta de Dados por Radio freqüência.
PCP – Planejamento e Controle de Produção.
PNB – Produto Interno Bruto.
CAD – Central de Armazenagem e Distribuição.
CDA – Centro de Distribuição Avançada.
UCC – Unifor Code Council ou Código de Identificação Comum.
FIFO – First In First Out ou Primeiro que entra Primeiro que Sai.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
INTRODUÇÃO
Em uma economia globalizada, onde a competit ividade impulsiona a
redução dos preços dos produtos e serviços e em contra partida eleva a
exigência pela qualidade dos produtos e nível dos serviços, os empresários
deparam-se com um problema que é produzir bens e serviços com qualidade e
a custos baixos.
Com as atividades logísticas não é diferente. A logística que antes
era associada apenas ao transporte de cargas, nas últ imas décadas vem
assumindo um novo papel nas organizações. Uma nova visão estratégica foi
incorporada a esta atividade com base em um conceito essencial para o
sucesso das organizações que é o de atendimento das necessidades do cliente.
No decorrer do desenvolvimento da logística, ela teve seus custos
elevados consideravelmente, pois lhe foi atribuída à missão de entregar em
tempo hábil , no local, quantidade e hora desejada pelo cliente a custos baixos,
isso porque, em geral, as mercadorias transportadas serão ainda processadas
ou se destinam a um ponto de venda, ou seja, trata-se de um negócio entre
empresas e manter custos baixos com a logística representa a continuidade da
competit ividade dos produtos que ainda serão vendidos, em cujos, a atividade
logística não tem um valor percebido pelo cliente final.
Na busca, por redução nos custos e elevação da qualidade e nível de
serviço das atividades logísticas, muitas são as estratégias e investimentos
feitos pelas empresas para adquirir esse diferencial competitivo e se manterem
no mercado com lucratividade.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Nesta busca, as empresa encontraram na tecnologia um grande
aliado, os sistemas de informação gerenciais, que têm a capacidade de
gerenciar informações com velocidade, segurança e ainda garantir uma maior
percepção de qualidade junto ao cliente devido à prontidão nas respostas de
informação.
Os sistemas de informação aplicados à logística garantem uma
melhor util ização do tempo, que é um dos fatores condicionantes ao sucesso
dessa atividade; garante um melhor aproveitamento do espaço físico nos
locais de armazenagem; uma melhor utilização da mão-de-obra, pois os
sistemas são capazes de alocar as atividades a mão-de-obra disponível.
São capazes de gerenciar os estoques com precisão e segurança,
além de fazer uma ligação entre os demais setores da empresa como vendas,
compra e contabilidade que participam do gerenciamento dos estoques, seja
no controle, na entrada ou saída das mercadorias. Atuam também na atividade
mais importante da logística, a entrega, os sistemas são capazes de formar as
cargas e roteirizá-las de acordo com o caminho economicamente mais viável.
Com base no exposto, este trabalho científico tem como finalidade
apresentar a uti lização dos sistemas de informação aplicados às atividades
logísticas da empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S/A .
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
CAPITULO I
CONSIDERAÇÕES INICIAIS AO ESTUDO PROPOSTO
1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA
As atividades logísticas existem desde os tempos mais remotos,
quando o homem percebeu a importância de movimentar e armazenar
materiais, mas foi só durante a 2º guerra mundial que a logística foi
aprimorada, devido à necessidade de abastecimento das tropas militares, pois
era preciso estudar formas de tornar o transporte e o abastecimento de
armamentos, medicamentos e alimentos suficientes para manter suas tropas.
Dessa forma, ao longo da história, os militares desenvolveram
técnicas para aprimorar seu abastecimento, com o objetivo de manter seus
estoques constantes para atender às demandas, de forma que os mantivessem
em prontidão e constantemente preparados, pois não haveria vitória para essa
batalha se por problemas logísticos, as munições e armamentos não chegassem
a tempo, ou faltasse alimento e medicamentos para os seus soldados.
É neste cenário de necessidades que a logística começa a ter
importância, e logo após a 2º guerra mundial, as empresas também começaram
a uti lizar as técnicas desenvolvidas pelos militares para ter um diferencial
competit ivo em um mercado, cuja economia encontrava-se devastada pela
guerra e reduzir os custos com um planejamento estratégico de suas atividades
logísticas poderia representar a sua permanência no mercado.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Com o aumento da competitividade e as melhorias constantes da
qualidade dos serviços das empresas que se mantiveram no mercado, elas
passaram a utilizar técnicas cada vez mais avançadas de controles logísticos
para atender às necessidades urgentes de uma economia capitalista e
globalizada.
Economia esta, onde cumprir prazos e acordos deixa de ser um
diferencial competit ivo e passa a ser qualidade de prestação de serviço e para
atingir o nível de satisfação exigido pelos clientes e ao mesmo tempo
equilibrar os custos logísticos em um ambiente veloz e com um grande fluxo
de informações e decisões a serem tomadas surgem os sistemas de
informações, tecnologias indispensáveis nos controles das informações
logísticas das empresas.
Tecnologias estas, capazes de reduzir custos operacionais, agil izar
os processos logísticos consideravelmente e diminuir o tempo entre pedido e
entrega. Assim a logística empresarial tornou-se uma ferramenta estratégica
para penetrar e se manter no mercado.
Domier (2000), define logística como sendo “a gestão de fluxos
entre funções de negócios” e processos como “qualquer movimentação que
aceita entradas e usa recursos para transformar essas entradas em saídas de
valor”.
Ballou (2001), define logística de forma mais ampla:
a logís t ica t rata de todas as a t ividades de movimentação e armazenagem, que fac il i tam o f luxo de produtos desde o ponto de aquis ição da matér ia pr ima até o ponto de consumo f ina l , ass im como todos os f luxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos c l ientes a um custo razoável .
Silmara G.F.Alves
13
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Dessa forma entende-se por processos logísticos as atividades
interdependentes entre os diversos elos da cadeia logística, com início do
processo, meio e fim.
Foi nessa fase de mudanças e inovação que as empresas passaram a
buscar formas mais ágeis e eficientes de planejamento e controle de suas
atividades logísticas, encontrando na tecnologia da informação uma arma
poderosa no gerenciamento dos seus fluxos de informações.
Informação é definida por Contador (1998) como, “todos os dados
colocados num contexto significativo e útil e comunicado para um
destinatário que os utiliza para tomar decisões”
Rezende (2003), define sistemas de informação da seguinte forma:
s is temas de informação são um conjunto de pontos (quaisquer) que geram informações, ou também um conjunto de softwares , hardwares , recursos humanos e respect ivos procedimentos que antecedem ou sucedem o sof tware . Tem como maior obje tivo o apoio nos processos de tomada de decisões na empresa e seu foco está di recionado ao principal negocio da empresa .
Polloni (1998), define sistemas de informação como sendo
“qualquer sistema usado para prover informações (incluindo seu
processamento), qualquer que seja sua utilização.”
Como o tema em questão trata da util ização e importância dos
sistemas de informação para os processos logísticos será discorrido no
evoluir deste trabalho sobre os mecanismos de tecnologia e sistemas de
informação utilizados pela empresa Martins Comércio e Serviço de
Distribuição S.A, em seus processo logísticos, enfocando os sistemas de
informação como necessidade condicionante para o sucesso da organização
que têm suas atividades logísticas como alvo de sua lucratividade.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Cada vez mais empresas util izam as técnicas de logísticas para
aumentar sua competitividade no mercado, as estratégias logísticas
proporcionam às empresas abertura de novos mercados, a conquista de novos
clientes e a fidelização dos mesmos através da confiança na prestação dos
serviços.
Visto que todos os setores da economia necessitam de algum tipo de
atividade logística e que essa necessidade é crescente, as empresas
prestadoras de serviços logísticos buscam melhorias que possam satisfazer e
comportar essa demanda, pois trata-se de uma atividade que exige agilidade,
flexibilidade e qualidade a custos baixos.
Sendo assim, as ferramentas utilizadas nos processos logísticos são
decisivas para o sucesso da empresa. Dentre estas ferramentas estão a
tecnologia e os sistemas de informação, ferramentas importantíssimas para
atuar numa atividade com grande fluxo de informações, movimentações
físicas e de mudanças constantes.
A não util ização de um sistema de informação adequado ao processo
logístico poderá gerar interferências no processo que possivelmente resultará
no fracasso das operações, pois há uma diversidade de variáveis a serem
definidas e mensuradas antes da tomada de decisão logística, variáveis estas,
difíceis de serem calculadas sem um avançado sistema de informação e equipe
preparada.
Frequentemente grandes empresas uti lizam processos de
comunicação eletrônicos e não admitem negociação com fornecedores que não
Silmara G.F.Alves
15
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
util izem as mesmas técnicas. Por isso para não ficar fora do mercado, torna-
se necessário essa adaptação ao mundo digital. Quando esse intercâmbio com
o fornecedor não ocorre, cargas inteiras podem ser devolvidas por não-
conformidade nas mercadorias, nos prazos de pagamento e preços, ocorrendo
desperdício de tempo e recursos.
Empresas que trabalham com uma grande variedade e quantidade de
mercadorias e usam softwares gerenciadores de armazéns e estoques vêem sua
produtividade crescer, pois há um planejamento de espaço físico, de tempo
das operações, localização eletrônica imediata de determinada mercadoria que
foi recebida ou produzida num certo período; o processamento e separação
dos pedidos de venda ocorrem de forma precisa, sequenciada, ágil e segura.
Empresas que têm um grande volume de entregas a clientes
diversos, em locais distanciados e uti lizam um sistema que possibilite
roteirizar e sequenciar suas cargas, terão uma diminuição nos custos de
transporte, um atendimento mais rápido e estarão sempre à frente das
empresas concorrentes que fazem cálculos prováveis, sem um sistema
adequado que consiga enxergar as variáveis do processo.
Empresas que trabalham sem nenhuma garantia tecnológica, que não
possuem um planejamento logístico interno que possibilite um processo ágil e
eficiente e que sobretudo não comparti lhem informações entre seus setores
internos e fornecedores. Estas, estarão destinadas a perder clientes, reduzir
sua participação no mercado e fatalmente encerrar suas atividades.
Esses sistemas que administram a cadeia de suprimento logístico e
que causam grande impacto na produtividade e faturamento das empresas que
os utilizam vão além de tecnologias adequadas ao processo, eles também são
Silmara G.F.Alves
16
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
visualizados como instrumentos de competitividade, que as organizações
modernas reconhecem e os util izam.
Verificada a relevancia da util ização dos dos sistemas de
informação e a aplicação dos conceitos e técnicas logísticas para as
organizações, este trabalho analisará a aplicação dos sistemas de informação
na logística, tendo como objetivo responder à seguinte indagação-
problemática:
Como os sistemas de informação atuam nos processos logísticos
da Marins Comércio e Serviço de Distribuição S/A?
1.3 JUSTIFICATIVA
Os sistemas de informação são ferramentas de muita importância
para as empresas que atuam com um fluxo grande de informações, como as
empresas especializadas em serviços logísticos e de distribuição, pois estas
têm como principal desafio atender às necessidades dos clientes em tempo
hábil e a custos satisfatórios.
Para alcançar esse nível de satisfação tanto da empresa quanto do
cliente, é indispensável a uti lização de tecnologias e sistemas de informação
que lhes permitam o uso racional do tempo e possibil ite a elaboração de
cálculos precisos do custo/benefício de entregas e abastecimento de clientes
que podem estar em áreas de vizinhança ou nos lugares mais longínquos.
Assim, as tecnologias viabilizam e agilizam todo o fluxo logístico
desde o recebimento de mercadorias, movimentação, armazenagem, separação,
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
roteirização e entrega. Os resultados alcançados por cada etapa do processo
resultará num sistema de logística eficiente, pois a produtividade alcançada
pelos setores envolvidos definirá qual empresa será l íder no mercado, quem
entregará primeiro e com qualidade e quem terá condições de oferecer os
menores preços frente aos altos custos logísticos.
Esta eficiência nos processos informatizados de logística começam
internamente e torna-se necessário uma maior integração entre as partes
envolvidas no processo. As informações que em outros tempos eram utilizadas
de forma individualizada por determinados setores da empresa, hoje precisam
ser compartilhadas e em tempo real.
As atividades logísticas, que até os anos 80 eram conhecidas por
logística empresarial e tratavam apenas da distribuição física dos seus
produtos acabados, a partir dos anos 90, como descreve Ching (2001),
uma nova concepção entrou em vigor, e passou a exis t i r a integração das diversas áreas envolvidas na produção, transporte (rote ir ização, dimensionamento de f rota de veículos) , dis t r ibuição, seleção de fornecedores e cl ientes externos, surgindo um concei to que é conhecido como supply chain ou logíst ica integrada .
Dando início a uma nova visão informatizada que é capaz de reduzir
o tempo entre as comunicações internas e a tomada de decisões que em muitas
vezes por falta de autonomia ou ineficiência na transmissão das informações
travam o processo, atrasando todo o longo percurso logístico. Esta eficiência
nas comunicações internas resultam em diminuição dos custos com mão-de-
obra, retrabalhos, paradas na produção e geração de relatórios.
As reduções nos custos logísticos não são apenas internas, as
melhorias no processo de informatização logística podem gerar reduções de
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
custos em âmbito Nacional, visto que todos os setores da economia necessitam
de algum tipo de serviço logístico.
Pozo (2001), descreve estudos realizados nos E.U.A por Heskett ,
glaskowsky e Ivie publicados em Business Logistcs e os usa como referencial
para o Brasil, descrevendo que “no nosso Brasil os custos logísticos giram em
torno dos 30% do PIB, o Produto Interno Bruto, que é o valor de todos os
bens e serviços produzidos no país.”
Segmentando os custos por atividades, Pozo (2001) diz que, desses
30%, temos:
Tabela 1 – Comparação dos custos logísticos por setor.
Comparação dos custos logísticos por setor
Armazenagem Manutenção de estoques Distribuição Administração
logística e SI
Custo total com
logística
35% 12% 45% 8% 30%
Fontes: Adaptado de Pozo (2001.p.10).
Além disso, as pesquisas indicam que as atividades logísticas
empregam de 10% a 15% da força de trabalho do País.”
Existe um espaço muito grande para estes custos serem reduzidos,
com a aplicação de métodos e processos administrativos adequados, com a
tecnologia da informação necessária e melhoramentos no escoamento dos
pedidos pelas vias modais de transporte, esses gastos podem diminuir em até
10%, pois conforme os estudos já mencionados nos E.U.A os custos totais
Silmara G.F.Alves
19
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
com logística giram em torna dos 21% do seu PNB, enquanto no Brasil esse
percentual chega a 30%.
A logística da empresa pesquisada apresenta números relevantes
para o estado no qual esta inserido, sendo a 20º empresa classificada no
ranking das 100 maiores contribuintes do Imposto sobre Circulação e
Movimentação de Mercadorias – ICMS do Estado da Paraíba.
Quanto ao transporte, a logística Martins atende hoje 100% dos
municípios Brasileiros, no mínimo uma vez por semana através de logística
multimodal, em números, são gastos 1,4 milhão de l itros de diesel/mês para
entregar 11.000 cargas roteirizadas/mês, são 281.000 entregas/mês e 4,7
milhões de quilômetros rodados por mês.
São números significativos e provam a relevância de se estudar a
logística bem como as melhorias propiciadas nesta área, pelo uso da
tecnologia e sistemas de informação.
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo Geral
DESCREVER OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NOS PROCESSOS
LOGÍSTICOS DE UMA EMPRESA ATACADISTA DISTRIBUIDORA. UM
ESTUDO DE CASO NA MARTINS COMÉRCIO E SERVIÇO DE
DISTRIBUIÇÃO S.A
Silmara G.F.Alves
20
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
1.4.2 Objetivos Específicos
Identificar as mercadorias com as quais a empresa trabalha;
Identificar os recursos tecnológicos de que a empresa dispõe;
Analisar o fluxo logístico da empresa, desde o recebimento de
pedidos, recebimento de mercadorias, armazenagem, separação e
expedição.
Analisar como os sistemas de informação processam as entradas e
saídas de informação e mercadorias.
CAPITULO II
Silmara G.F.Alves
21
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
REVISÃO DA LITERATURA
PARTE I - LOGÍSTICA
1.1 CONCEITOS E EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
A origem lingüística da palavra “logística” é francesa – do verbo loger, que
significa “alojar”, está associada ao suprimento, deslocamento e acondicionamento de
materiais e tropas militares, pois a origem dos estudos logísticos se deu por necessidades
militares em épocas de guerra. Com o decorrer dos anos a logística evoluiu ao ponto de
tornar-se uma ferramenta competitiva entre as empresa em todo o mundo.
Novaes (2001), define logística como “o processo de planejar, implementar e
controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e
informações associadas, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o
objetivo de atender aos requisitos do consumidor”.
Até poucos anos, as empresas concentravam o seu potencial de planejamento nas
atividades de marketing, finanças e produção, dando a estas, importância a tal ponto de não
perceber a relevância das atividades que intermediam estas funções.
O aumento da competitividade global permitiu às empresas enxergar “brechas” no
seu planejamento estratégico e orientar seu planejamento a atividades como: suprimentos (que
alimenta a produção) e demanda (que alimenta o mercado), dessa forma, fechando o ciclo de
planejamento empresarial, pois das atividades de gestão de suprimentos e de demanda
dependem o sucesso de marketing, para que o produto chegue ao consumidor em tempo hábil;
a produção que depende de um bom abastecimento de matéria-prima para produzir sem
Silmara G.F.Alves
22
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
interferências por falta de material e finanças que funciona como provedor destas atividades e
funções afins.
Segundo Ballou (1993), a logística empresarial estuda como a administração pode
prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores,
através de planejamento, organização e controle efetivo para as atividades de movimentação e
armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.
Ballou (2001), define um conceito baseado nos padrões modernos do
entendimento das funções logística, como conseqüência de sua evolução a logística
empresarial passou de logística a gerenciamento da cadeia de suprimentos, o autor afirma que:
“a novidade neste campo resulta do gerenciamento coordenado das atividades, em oposição à
histórica abordagem de gerencia-las separadamente, e do conceito que a logística adiciona
valor aos produtos ou serviços, que são essenciais para as vendas e satisfação dos clientes”.
Ballou (1993), classifica as atividades de transporte, manutenção de estoques e
processamento de pedidos, como sendo as atividades primárias da logística e as atividades de
armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção, programação de
produtos e manutenção de informações como sendo as atividades de apoio.
Esta divisão e aceitação das atividades de apoio como parte integrante das
atividades logísticas, compõem o novo conceito do que se chama de gerenciamento da cadeia
de suprimentos.
Quanto à evolução da logística, Ballou (1993) desmembra o desenvolvimento
histórico da logística em três eras: antes de 1950, 1950-1970, e após 1970.
- Antes de 1950, os anos adormecidos.
Silmara G.F.Alves
23
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Até cerca de 1950, as empresa fragmentavam a administração logística baseando-
se em suas atividades principais e atribuindo-as as áreas de maior destaque na empresa, dessa
forma o transporte e os estoques ficavam sob o comando gerencial da produção e o
processamento de pedidos era controlado por finanças ou marketing.
O desenvolvimento dessa etapa da evolução logística sofreu influência de diversos
estudiosos e empresários como Arch Shaw 1912 e Fred Clark 1922, conforme afirma Ballou
(1993), estes estudiosos identificaram a natureza da distribuição física e como ela diferia da
criação de demanda no marketing, isso se deu após a 2º Guerra Mundial, onde a economia dos
EUA experimentou rápido crescimento, em contra partida a demanda reprimida dos anos de
depressão. A posição dominante da indústria americana no mercado mundial despontou e se
fez necessário um rearranjo das atividades empresariais.
Após sofrer essa influência, por volta de 1945, algumas empresas puseram o
transporte e armazenagem de produtos acabados sob uma mesma gerencia. As conquistas
relevantes nesta fase se deram mediante o inicio do aperfeiçoamento das atividades logísticas,
que surgiram do reagrupamento das atividades tradicionais, porém havia certa ineficiência na
distribuição dos produtos, que era tolerada devido à atenção que o marketing desprendia na
administração empresarial, onde despontava como o “assunto da vez” e as organizações,
outrora orientadas para a produção, passaram a orientar-se para o marketing (consumidor).
- 1950-1970, o período de desenvolvimento.
Neste período havia um ambiente propício à aceitação de novidades
administrativas, pois o marketing já estava razoavelmente estabelecido em quanto conceito.
Silmara G.F.Alves
24
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Contudo, não havia atenção suficiente à atividade de distribuição física, que era muitas vezes
subestimada.
No decorrer do desenvolvimento desta fase, chegou-se ao conceito de custo total,
fator determinante no entendimento e valorização do planejamento logístico. Baseando-se
neste conceito, pode-se, por exemplo, entender que, embora o transporte aéreo represente um
alto custo para a distribuição, estes podem ser compensados, mediante a redução de custos
com estoques que serão reduzidos devido à agilidade garantida pelos transportes aéreos e a
segurança dos produtos, propiciadas pela entrega rápida.
O conceito de custo total tornou-se muito importante para o reagrupamento das
atividades empresariais e culminou no desenvolvimento de quatro condições-chave, que
Ballou (2003), identifica como: alterações nos padrões e atitudes da demanda dos
consumidores, pressões por custos nas indústrias, avanços na tecnologia de computadores e a
influência do trato com a logística militar.
Alterações nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores: deve-se ao
aumento das regiões metropolitanas e ao aumento populacional, o que resulta no surgimento
de diversos pontos varejistas de supermercados, farmácias, padarias e vestuários, que
necessitam ser abastecidos pelos distribuidores e fábricas, além disso, a diversidade de
produtos criados para atender à segmentação do mercado consumidor aumentou
consideravelmente, podendo chegar a 12.000 itens nos grandes supermercados, aumentando,
portanto, o número de itens a ser transportados.
Com o aumento da diversidade de itens vem o aumento dos custos totais, como
por exemplo, produzir automóveis em diversas cores, custa mais do que se todos fossem
produzidos em uma única cor, atender à opção dos clientes que podem optar por qualquer cor
é ainda mais complexo do que se só houve uma única opção ao cliente.
Silmara G.F.Alves
25
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Esta diversidade de opção ao cliente aumenta em muito os custos logísticos, uma
solução encontrada foi a criação dos Centros de Distribuição, significa dizer que, há um ponto
estratégico de armazenagem entre a fábrica e os consumidores finais, que neste caso são as
concessionária, porém, na maioria dos produtos, geralmente bens de menor valor e
alimentícios percorrem um caminho maior.
Até chegar ao consumidor final, o produto produzido na fábrica é encaminhado
aos centros de distribuição, estes viabilizam a entrega a diversos pontos varejistas, diminuindo
os custos com estoques nos pontos de varejo. Nos pontos de venda varejista, os consumidores
finais têm acesso à compra dos produtos, conforme se verifica na figura 1.
Figura 1 – Percurso do produto (da fábrica ao consumidor final).Fonte: baseado no estudo da revisão literária, 2005.
Pressão por custos nas industrias: após a segunda guerra mundial, seguiu-se um
período de recessão, as empresa passaram a buscar formas de vender mais para aumentar seus
lucros, contudo a competitividade também crescia e neste cenário de busca pelo lucro e o
aumento da competitividade, os engenheiros de produção buscavam formas de encontrar o
Silmara G.F.Alves
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Varejista
Distribuidora
Fábrica
Consumidor Final
Varejista
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
equilíbrio para alcançar a lucratividade, descobriu-se então, que o equilíbrio encontrava-se na
busca pela produtividade, que significa produzir mais desprendendo o menor número de
recursos possíveis, seja materiais, humanos ou instrumentais.
Na busca pela redução dos custos operacionais, analistas como Heskett,
Glaskowsky e Ivie em pesquisas publicadas no Business Logistcs e descritas por Pozo (2001),
os custos logísticos é estimado por 15% do Produto Nacional Bruto (PNB), considerando a
economia como um todo (mundial). No Brasil estes custos estão em torno dos 30% do
Produto Interno Bruto (PIB). Segmentando os custos por atividades e pelos diversos setores
da economia, Pozo (2001, p.18) diz:
Tabela 2 - Comparação dos custos.
Comparação dos custos logísticos totais e seus principais componentes de diversos setores como percentagem das receitas.
Indústrias Armazenagem%
Manutenção%
Processamento%
Distribuição%
Custo total %
Alimentício 14,5 1,5 2,0 16,0 34,0Bens duráveis 16,0 2,0 0,5 5,5 24,0Eletrônica 6,0 1,0 1,5 2,5 11,0Farmacêutica 4,0 1,0 1,0 2,0 8,0Metalúrgica 14,0 3,0 1,5 9,5 28,0Máq. E Equip. 4,5 1,0 0,5 4,5 10,5Química 6,5 2,5 0,5 11,5 21,0Papel 6,0 2,0 0,5 10,5 19,0Têxtil 8,0 1,5 1,5 5,5 16,5Média por atividade logística 8,9 1,7 1 7,5 19,0
Fontes: Adaptado de Pozo (2001 p.10).
O conhecimento destes custos na década de 50 e 60 passou a ter grande
importância e contribuíram para a afirmação da importância do planejamento logístico nas
organizações como ferramenta competitiva.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Avanço na tecnologia de computadores: com o passar dos anos a complexidade
dos processos logísticos aumentam, isso se deve ao aumento das modalidades de transporte,
da exigência do mercado por melhores níveis de serviço e a diversidade de produtos que leva
a uma maior quantidade de itens em estoque para administrar.
Na década de 50, surgiram os primeiros computadores que passaram a colaborar
com o processo logístico de forma matemática, estes sistemas posteriormente aperfeiçoados
deram origem a sistemas como a programação linear e teoria de controle de estoques.
Com a evolução da tecnologia, novas aplicações de sistemas foram aprimoradas
para lidar mais efetivamente com problemas como localizar depósitos, alocar clientes a
depósitos, controlar estoques em múltiplos locais e roteirizar e programar veículos.
A aprovação dos novos sistemas movida pela evolução tecnológica em todos os
aspectos e setores da economia foi rapidamente absorvida pelo mercado de forma que se
tornou incapacitável fazer logística sem um adequado sistema e tecnologia de informação.
- 1970 e além: os anos de crescimento.
Nesta época os assuntos concernentes à área logística se tornaram ainda mais
relevante para os administradores, isso porque em 1973 a elevação progressiva dos preços do
petróleo, devido a este fato o crescimento do mercado começou a diminuir, a inflação
começou a aumentar e a produtividade desacelerou. Conforme afirma Ballou (1993), a
filosofia econômica dominante passou de estímulo da demanda para melhor administração
dos suprimentos.
À medida que as empresas tentavam enfrentar o fluxo de mercadorias importadas,
internamente os empresários controlavam melhor os custos, produtividade e controle de
qualidade para garantir sua permanência no mercado.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
O interesse e estudos na área de logística associadas a uma nova visão
administrativa das organizações e ainda a busca por melhoria de serviços para satisfação dos
clientes levou a logística à logística integrada, a integração tanto da administração de
materiais como a da distribuição física Esta ligação entre suprimentos e distribuição, leva a
uma ligação mais estreitas entre produção/operação, conforme figura 2:
Figura 2 – Escopo da logística empresarial.Fonte: Adaptado de Ballou (1993, p.35).
1.2 LOGÍSTICA E TEORIA DOS SISTEMAS
Desde 1950, a Teoria Geral dos Sistemas (TGS) começou a ser
estudada pelo biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy, o objetivo dos seus
esforços estava na produção de conceitos que permitissem criar condições de
aplicação na realidade empírica e pragmática, sob a óptica das questões
científicas dos sistemas. (REZENDE, 2003).
Silmara G.F.Alves
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Suprimento Físico(administração de materiais)
Distribuição Física
Fornecedor Fábrica Clientes
LOGÍSTICA EMPRESARIAL
- Transporte- Manutenção de estoques- Processamento de pedidos- Obtenção- Embalagem protetora- Armazenagem- Manuseio de materiais- Manutenção de informação
- Transporte- Manutenção de estoques- Processamento de pedidos- Programação de produção- Embalagem protetora- Armazenagem- Manuseio de materiais- Manutenção de informação
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
A teoria geral de sistemas fundamenta-se em três premissas básicas:
os sistemas existem dentro dos sistemas; os sistemas são abertos; e as funções
de um sistema dependem de sua estrutura. (CHIAVENATO, 1993 apud
REZENDE 2003).
Os sistemas existem dentro de um sistema, porque as moléculas
estão dentro das células, as células dentro de tecidos, os tecidos dentro dos
órgãos, os órgãos dentro dos organismos, os organismos dentro de colônias, as
colônias dentro de culturas nutrientes, as culturas dentro de conjuntos maiores
de culturas, e assim por diante.
Os sistemas são abertos porque é uma decorrência da premissa
anterior, pois são caracterizados por um processo de intercâmbio infinito com
seu ambiente, que são os outros sistemas, e, quando o intercâmbio cessa, o
sistema se desintegra, isto é, perde suas fontes de energia.
As funções de um sistema dependem de sua estrutura porque os
sistemas são interdependentes; à medida que suas funções se contraem ou
expandem, sua estrutura acompanha.
Segundo Chiavenato, (1993 apud REZENDE 2003), a teoria de
sistemas penetrou rapidamente na teoria administrativa por duas razões:
- A necessidade de integração maior das teorias que precederam,
esforço tentando com considerável sucesso pela aplicação das ciências do
comportamento;
- A tecnologia da informação trouxe imensas possibil idades de
desenvolvimento e operacionalização de idéias que convergiam para uma
teoria de sistemas aplicada à administração.
Silmara G.F.Alves
30
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Em um contexto empresarial a teoria de sistemas de aplica a uma
visão de conjunto e de integração que deve haver entre os setores da
organização (órgãos que compõem um organismo), a teoria dos sistemas
pressupõem também que, sendo um sistema um organismo vivo, necessita ser
alimentado para que se desenvolva.
Assim sendo o crescimento organizacional esta relacionada ao grau
de interação e de troca de informação (alimento) que ocorre entre as partes.
Na logística este nível de interação é de fundamental importância
para o nível de eficiência alcançada e o nível de serviço ao cliente, à
integração entre todos os setores envolvidos no processo logísticos quando
alimentados das informações necessárias, resultam no crescimento da empresa
enquanto sistema.
1.3 PAPEL ESTRATÉGICO DA LOGÍSTICA
Com o aumento da competitividade uma nova visão administrativa deu vazão a
uma nova forma de enxergar a logística, que deixou de ser operador responsável pelo
transporte de cargas e passou a ser entendida como ferramenta de competitividade.
Dessa forma enxergada, a logística passou a ser integrada e cada vez mais vem
obtendo das organizações um novo papel, o papel estratégico, esta nova percepção permite às
organizações reduzir custos operacionais em diversas áreas da empresa, desde o ponto de
venda no departamento de marketing, a administração de estoques e suprimentos do setor de
produção e a distribuição física da empresa.
Por meio de estudos de processo e viabilidade de atividades a logística estratégica
tem sido aliada na manutenção e crescimento das empresas no mercado, dentre os objetivos
Silmara G.F.Alves
31
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
de uma estratégia logística bem definida, Dornier, Ernst, Fender et al. (2000), classificam em
três:
- Redução de custos: é a estratégia dirigida para minimizar os custos variáveis
associados à movimentação e à estocagem. A melhor estratégia é geralmente formulada pela
avaliação dos cursos alternativos de transportes. Os níveis de serviço se mantêm constantes,
enquanto alternativas de custo mínimo estão sendo estabelecidas. A maximização do lucro é a
primeira meta.
- Redução do capital: é a estratégia direcionada para minimização do nível de
investimento no sistema logístico. Maximizar o retorno sobre o investimento é o foco dessa
estratégia. Transportar produtos diretamente para clientes, evitando despesas de
armazenagem, selecionar uma abordagem de suprimentos just-in-time em vez de manutenção
de estoque, ou terceirizar serviços logísticos são alguns exemplos.
- Melhorias no serviço: são estratégias que normalmente reconhecem que as
receitas dependem do nível do serviço logísticos aos clientes, o aumento nas receitas pode
mais que compensar custos mais altos. Para ser eficaz, a estratégia de serviço é desenvolvida
em contraste com os fornecidos pela concorrência.
Uma estratégia logística pró-ativa frequentemente começa com objetivos de
negócios e com requisitos de serviço aos clientes. Cada elo no sistema logístico é planejado e
balanceado com os outros em um processo integrado de planejamento integrado de
planejamento logístico.
1.4 SUPPLY CHAIN OU CADEIA DE LOGÍSTICA INTEGRADA
Um novo conceito logístico que reconheça a importância da integração e
coordenação das atividades ao longo da cadeia logística e a coordenação com outras funções
Silmara G.F.Alves
32
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
da empresa e com outros fatores externos permite uma visão muito mais abrangente dos
negócios da empresa.
De forma que a logística tradicional passou a sofrer pressão externa por mudanças
que orientasse suas atividades para o atendimento ao cliente.
Ching (2001), descreve os fatores de pressão por mudanças no papel da logística
como sendo seis, “demanda por parcerias, novos canais para os consumidores, competição
externa, clientes mais fortes e melhores informados, papel mais restrito dos distribuidores e
ciclos de vida dos produtos mais curtos”, conforme mostra a figura 3:
Figura 3 – Fatores de pressão por mudanças no papel logístico.Fonte: Adaptado de Ching, (2001, p. 58).
Estas pressões por mudanças que ocorreram no decorrer da evolução logística e o
aumento da competitividade entre as empresas, culminaram num novo conceito da logística, a
logística integrada, conhecida como supply chain.
Silmara G.F.Alves
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Demanda por parcerias
Novos canais p/ os consumidores
Competição externa
Clientes mais fortes e melhores
informados
Papel mais restrito dos
distribuidores
Ciclo de vida dos produtos mais
curtos
Cadeia logística tradicional:
Fontes Fornecedores Processadores Distribuidores
Varejistas Consumidores
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Ching (2001), define logística integrada ou supply chain, como sendo:
todo esforço envolvido nos diferentes processos e atividades empresariais que criam valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final. A gestão do supply chain é uma forma integrada de planejar e controlar o fluxo de mercadorias, informações e recursos, desde os fornecedores até o cliente final, procurando administra as relações na déia logística de forma cooperativa e para o benefício de todos os envolvidos.
Este novo conceito permite que as organizações formulem um plano estratégico
de logística que integre os fornecedores e os clientes. As áreas de marketing, manufatura e
logística participam da integração, formando um elo com o cliente.
Numa administração logística integrada, o foco não é tão somente a redução de
perdas, as empresas enxergaram que a integração da cadeia logística pode gerar melhores
resultados e que o diferencial competitivo é agregar mais valor ao cliente melhorando o
atendimento as suas necessidades, com um rápido tempo de resposta desde o atendimento do
pedido até a entrega do produto, flexibilidade para lidar com lotes pequenos, disponibilidade
de produto e um preço justo.
Ching (2001), afirma que a integração da cadeia logística concentra-se em alinhar
os processos-chave do negócio. Mercadoria e produtos fluem das fontes supridoras e vão em
direção aos consumidores. As informações e os recursos correm em direção oposta, saem dos
consumidores e vão até as fontes supridoras.
1.4.1 Gerenciamento da cadeia logística ou Supply Chain Manegement
O gerenciamento da cadeia logística envolve o gerenciamento das operações das
principais atividades da empresa. As áreas envolvidas no processo dispõem de um
planejamento estratégico global que se integram flexibilizando as atividades afins da empresa,
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
como a logística que atende estas áreas de forma a maximizar a produtividade, reduzir os
custos com transportes e desperdício de tempo e estoques e melhorar o serviço ao cliente.
Segundo Ching (2001), uma cadeia de logística integrada pode ser estruturada em
três grandes blocos: a logística de suprimento, a logística de produção e a logística de
distribuição.
Logística de suprimentos: envolve as relações entre fornecedores e a empresa.
Esse bloco inclui as atividades necessárias para a pesquisa e o desenvolvimento conjunto de
produtos e para a garantia da disponibilidade de alta qualidade das matérias-primas,
componentes e embalagens, no momento e nas quantidades necessárias para atender aos
requisitos do processo de fabricação, de forma que resulte no menor custo total da cadeia
logística.
A logística de suprimentos é o primeiro passo na cadeia logística e tão importante
quanto os demais, pois para se obter um bom serviço de abastecimento de materiais, receber
produtos de melhor qualidade, reduzir os estoques tanto na empresa quanto no fornecedor é
necessário ter um bom relacionamento com os fornecedores.
Uma parceria de confiança mútua, onde os riscos e recompensas são
compartilhadas, proporcionando uma vantagem competitiva e estratégica, resultando em um
desempenho melhor do que seria possível individualmente.
Dessa forma, reconhecendo a importância do gerenciamento de suprimentos e das
parcerias com os fornecedores o departamento de compras obteve nova importância, pois é o
setor de negociação direta com o mesmo, portanto um dos elos internos da organização que
passou a funcionar de forma integrada com os demais departamentos da organização.
Ching (2001), define suprimentos como: “a fonte de todas as matérias-primas,
embalagens, componentes e outros insumos para preencher as necessidades de conversão da
Silmara G.F.Alves
35
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
logística de produção”. Ching (2001), acrescenta também que para a empresa obter economia
e melhorar seus processos por meio de um planejamento logístico de suprimentos, ela precisa
atender alguns requisitos essenciais nas seguintes áreas:
Área de sistemas e processos: codificação dos materiais, codificação dos
fornecedores, sistemas de informação integrados, hardware e software dimensionados
adequadamente e modelos de custos baseados na metodologia ABC (Costeio Baseado em
Atividades).
Área organizacional: estratégia de suprimentos adequadas a cada grupo de
suprimentos, avaliação e classificação de fornecedores, análise de contratos, posicionamento
da área de compras, times multifuncionais de trabalho.
Áreas de recursos humanos: incentivos multifuncionais, experiências
multidisciplinares do pessoal de compras, treinamento contínuo, senioridade e flexibilidade,
espírito de equipe, alto nível educacional.
Logística de produção: Neste bloco não há envolvimento direto entre elementos
externos, pois se trata da transformação e conversão de materiais em produto acabado. O
papel da logística neste caso é sincronizar a produção às demandas dos clientes.
Assim a produção ocorre de forma planejada baseando-se na demanda, ou seja, na
necessidade do cliente onde não mais, cabe produzir e “empurrar” as mercadorias para o
estoque. Na logística da produção há uma maior interação e comunicação entre os pontos de
venda, isso proporciona alimentar o mercado na medida da necessidade, evitando sobras de
mercadorias por rejeição do mercado ou avarias quaisquer.
Ching (2001), diz que o ideal da logística de produção seria produzir a cada dia
exatamente o que foi vendido no dia, sincronizando a produção com a demanda do cliente. O
objetivo da programação é fazer diariamente pequenos lotes do que é demandado, em ciclos
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
regulares. Assim, o fluxo estaria perfeitamente balanceado, os recursos estariam sendo
aproveitados ao máximo e as perdas do processo eliminadas.
Sabendo que a demanda é um fator determinante na estratégia logística de
produção, o autor divide o a demanda de mercado em três situações:
A produção para estoque: neste caso a produção de um produto deve
corresponder ao ciclo de reposição dos estoques nos centros de distribuição;
A produção para pedido: neste caso a produção de um produto
corresponde ao ciclo de reposição dos estoques nas prateleiras dos clientes;
A produção para outro fabricante: determinada pela continuidade do
processo de produção, pois quando todos os elos estão integrados, um deve seguir a
programação do elo anterior, isto é, do ciclo de reposição do fabricante anterior na cadeia.
Logística de distribuição: este bloco trata da relação empresa-cliente-
consumidor, sendo responsável pala distribuição física do produto acabado até os pontos-de-
venda ao consumidor e deve assegurar que os pedidos sejam pontualmente entregues, precisos
e completos.
É por meio da logística de distribuição que pode-se avaliar o nível de serviço e a
qualidade das operações logísticas aos clientes. A entrega eficiente é determinante para
manter e conquistar clientes, sendo este um dos fatores mais relevantes para vencer a
concorrência.
Ching (2001), relaciona alguns fatores como sendo direcionadores e indicadores
de mudanças, os serviços incluem rápida entrega com curto espaço de tempo de notificação
pelo cliente, reposição contínua de mercadoria, entregas para os pontos de uso, movimentação
paletizada mista, capacidade de transação via EDI, transmissão eletrônica de dados.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Custos: o aumento da competitividade naturalmente baixa os preços dos
produtos/serviços, aos empresários resta minimizar seus custos para poder obter margens de
contribuição positivas e se manterem no mercado. Uma distribuição eficaz além de reduzir os
custos dessa atividade pode representar ao cliente a um diferencial e que embora a empresa
ofereça um serviço mais caro ele se dispõe a pagar.
Velocidade: surgi como resultante da qualidade do serviço, sendo esta o
elemento espelho da qualidade e eficiência obtido em todas as etapas da cadeia logística. A
velocidade na entrega significa que o supply chain funcionou sem interrupções, que a matéria-
prima chegou à fábrica no tempo certo, foi repassado ao distribuidor no momento certo e
entregue ao cliente com a velocidade que ele esperava.
1.4.2 Fluxo de materiais
O mercado competitivo exige entregas de lotes menores e em menores espaços de
tempo o que aumenta consideravelmente os custos das empresas envolvidas neste processo de
entrega ao cliente, que em cadeia, seria o transporte de matéria-prima para indústria, da
indústria o produto final segue para os distribuidores, dos distribuidores para os varejistas.
Em todas essas etapas os estoques se tornam cada vez mais reduzido e administrar
o fluxo de materiais de forma que estes estoques se mantenham em equilíbrio é um desafio,
para tanto há enfoques distintos para necessidades específicas das empresas. Ching (2001),
descreve estes enfoques como sendo: um fluxo contínuo de material e fluxo sincronizado de
material.
Fluxo contínuo de material: o fluxo contínuo começou com o conceito do JIT
(Just in time), originalmente introduzido pela Toyota na fabricação de seus carros, cujo
conceito é produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários, não
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
antes para que não se transformem em estoque e não depois, para que os clientes não tenham
que esperar.
À medida que as características e a filosofia do JIT foram progressivamente
sendo refinadas e difundidas, ele tornou-se o que é hoje descrito do fluxo contínuo de
materiais, também conhecido como método de puxar estoque ou push.
Segundo este enfoque, quando o pedido do cliente chega, ele é transmitido para a
produção, que produz conforme a necessidade de demanda em ciclos de produção curtos e
rápidos. A fábrica despacha o produto diretamente ao cliente ou para um estoque regulador.
Dessa forma, a demanda do cliente “puxa” o fluxo de material.
Fluxo sincrônico de material: segundo este enfoque, que critica o fluxo contínuo
por este ter um lead time muito curto e transferir seus custos de estocagem aos seus
fornecedores, a tendência é sincronizar o fluxo de materiais entre produção e distribuição que
se tornam integrados por meio do uso da tecnologia da informação.
Neste enfoque, a demanda real do cliente dá inicio ao processo, porém o fluxo de
material é agora balanceado e a informação sobre a necessidade de material (seja de produto
acabado, seja de matéria-prima), flui paralelamente, não em série para todos os envolvidos.
Esse enfoque fornece uma resposta mais rápida às mudanças no mercado.
1.5 ARMAZENAGEM
A armazenagem é uma área de grande importância para o sucesso das operações
logísticas. Ter o produto que o cliente necessita no momento do pedido é uma tarefa
fundamental do controle de estoques, que garantirá um serviço ágil ao cliente.
Segundo Ferreira, (2003 apud Alvarenga e Novais, 2000) no decorrer do processo
logístico, surgem fluxos de mercadorias entre diversos pontos da rede. Nos pontos de
Silmara G.F.Alves
39
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
transição de um fluxo para outro, entre a manufatura e a transferência, ou entre a transferência
e a distribuição, surge à necessidade de manter os produtos estocados por um período que
pode ser curto ou longo. Nestes pontos de interface de rede logística estão localizados os
diversos tipos de instalações de armazenagem.
Dessa forma a localização do armazém é decisiva para o recebimento e expedição
mais viável das mercadorias. Ballou (2000), cita pesquisa realizada pela revista
Transportation & Distribution, que destaca o acesso ao transporte, transporte de saída,
proximidade do cliente, disponibilidade de mão-de-obra, transporte de entrada, ambiente
sindical, impostos, custos da terra e utilidades como principais fatores na seleção de um
centro de distribuição.
São importantes também decisões quanto ao tamanho da estrutura e o arranjo
financeiro, a configuração das instalações, o layout de espaço, o projeto de docas, a seleção de
sistemas de manuseio de materiais, a substituição de equipamentos, os métodos de
identificação e localização das mercadorias no armazém.
Ballou (1993), descreve as funções da armazenagem como sendo: abrigo,
consolidação, transferência e transbordo e agrupamento ou composição.
Abrigo de produto: armazenagem e guardo de estoques, manutenção de
registros, rotação de estoques e reparos;
Consolidação: trata-se do modo como os depósitos são usados para a
movimentação de produtos. A distribuição dos produtos pode ser feita de pontos mais
próximos ao cliente por meio de centros de distribuição;
Transferência e transbordo: esta função é oposta à consolidação, porém
são complementares. Trata-se de um importante princípio logístico, que é despachar tão longe
quanto possível com o maior volume viável. Dessa forma a carga é desagregada somente
Silmara G.F.Alves
40
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
quando chegar ao ponto mais próximo da área de maior incidência de clientes para só então
ser distribuída.
Agrupamento: algumas empresas com linha externa de produtos podem
fabricá-la integralmente em cada uma de suas plantas industriais. Pode-se obter economia de
produção pela especialização de cada fábrica e seus depósitos.
1.5.1 Gestão de estoques
Segundo Ching (2001), “gestão de estoques é o planejamento do estoque, seu
controle e sua retroalimentação sobre o planejamento”.
O planejamento consiste na determinação dos valores que o estoque terá com o
correr do tempo, bem como na determinação das datas de entrada e saída dos materiais do
estoque e na determinação dos pontos de pedido de material.
Retroalimentação é a comparação dos dados de controle com os dados do
planejamento, a fim de constatar seus desvios e determinar suas causas.
Uma das questões relevantes do gerenciamento de armazéns é como estruturar as
instalações de um armazém, de forma que contribuam para um bom nível de serviço ao
cliente.
Conforme Ferreira, (2003 apud Lacerda, 2000), a funcionalidade das instalações
dependem da estrutura adotada pela empresa que pode ser escalonada ou direta.
Uma rede de distribuição escalonada é aquela que possui um ou mais armazéns
centrais e um conjunto de armazéns ou centros de distribuição avançados próximos das áreas
de mercado.
Silmara G.F.Alves
41
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
As estruturas diretas são sistemas de distribuição em que os produtos são
expedidos de um ou mais armazém central diretamente para os clientes. Estas também podem
utilizar estruturas intermediárias do tipo cross-docking, transit-point e merge in transit.
Estas estruturas intermediárias têm como objetivo não manter estoques e sim
compatibilizar um fluxo ágil de mercadorias na cadeia de suprimentos e baixo custo de
transporte. Sua aplicação é bastante recente e operam como uma instalação de passagem,
recebendo carregamento consolidado e separando para entregar ao cliente.
Dentre as técnicas de gestão de estoque, Ching (2001), apresenta o método da
curva ABC, baseado no diagrama de Pareto, em que nem todos os itens têm a mesma
importância e a atenção deve ser dada para os mais significativos.
Este método classifica os itens em estoque com graus de importância diferente.
Conforme metodologia desenvolvida por Dixie, e apresentada por Pozo (2001).
Tabela 3 – Classificação dos itens ABC.
Classificação dos itens em estoque
A B C Total
% dos itens representados em estoque
8% 25% 67% 100%
% representado em valor no custo total
75% 20% 5% 100%
Fonte: pesquisa baseada em Pozo (2001).
Por meio desse método é possível estabelecer quais itens do estoque merecem
maior atenção, em respectivos graus de importância A, B e C.
Conforme Pozo (2001), a utilização da curva ABC é extremamente vantajosa,
porque se pode reduzir as imobilizações em estoques sem prejudicar a segurança, pois ela
controla mais rigidamente os itens de classe A e, mais superficialmente, os de classe C.
Silmara G.F.Alves
42
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
1.5.2 Custos de estoques
Ballou (1993), diz que os armazéns ou centrais de distribuição executam um
papel-chave para aumentar a eficiência da movimentação de mercadorias. Permite a
compensação eficaz dos custos de estocagem com menores custos de transporte, ao mesmo
tempo em que mantêm ou melhoram o nível de serviço.
As empresas usam estoques para melhorar a coordenação entre oferta e demanda e
diminuir os custos totais, contudo os níveis de estoque são determinantes para a eficiência
financeira de um armazém, pois segundo Ballou (1993), os custos com armazenagem e
manuseio de mercadorias absorvem de 12 a 40% das despesas logísticas de uma empresa.
Estes custos com armazenagem e manuseio de materiais são justificáveis, pois
eles podem ser compensados com os custos de transportes e de produção, ou seja, uma
empresa pode reduzir seus custos produtivos, pois seus estoques armazenados absorvem
flutuações dos níveis de produção.
Ching (2001), diz que o controle de estoque exerce uma influência muito grande
na rentabilidade da empresa. Os estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido
de outras maneiras, desviam fundos de outros usos potenciais e têm o mesmo custo de capital
que qualquer outro projeto de investimento da empresa. Aumentar a rotatividade do estoque
libera ativo e economiza o custo da manutenção do inventário.
1.5.3 Avaliação dos níveis de estoque
Uma atividade importante dentro do conjunto da gestão de estoque é prever o
valor do estoque em intervalo de tempo adequado e gerenciá-lo, comparando-o com o
planejado, e tomar as devidas ações quando houver desvios de rota.
Silmara G.F.Alves
43
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Segundo Pozo (2001), os fatores que justificam uma avaliação de estoques são:
Assegurar que o capital imobilizado seja o mínimo possível;
Assegurar que estejam de acordo com a política da empresa;
Garantir que a valorização do estoque reflita exatamente seu conteúdo;
Assegurar que o valor desse capital seja uma ferramenta de tomada de
decisão;
Evitar desperdício como obsolescência, roubos, extravios, etc.
Quanto aos métodos de avaliação de estoques, Pozo (2001), apresenta algumas
formas de avaliá-los, tais como: o método de custo médio, PEPS ou FIFO (first in, first out ou
primeiro que entra, primeiro que sai) e UEPS ou LIFO (last in, first out ou último a entrar,
primeiro a sair).
O objetivo desses métodos é gerenciar a entrada e saída das mercadorias em
estoque, controlar o tempo de permanência das mercadorias e no caso do PEPS possibilitar a
renovação dos itens em estoques, de forma rotativa.
Além do controle físico, estes métodos possibilitam a administração contábil dos
estoques, também permite controlar o nível médio dos preços das mercadorias, como no caso
do método do custo médio, que por meio de média do preço entre entrada e saída controla os
custos dos estoques.
1.6 DISTRIBUIÇÃO
Novaes (2001), define logística de distribuição como o segmento da logística que
trata do deslocamento de produtos acabados desde a manufatura até o produto final. Ela pode
ser tanto interna (referindo-se aos deslocamentos dentro da fábrica), quanto externa
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
(referindo-se aos deslocamentos entre armazéns, centros de distribuição, intermediários e
consumidores finais).
Ching (2001), apresenta métodos para maximizar a eficiência dos recursos de
distribuição, como: Distribution Utility ou Associação de Recursos e o Cross Docking.
- Distribution Utility ou Associação de Recursos: é uma associação de empresas
não concorrentes que servem os mesmos clientes finais. Essa associação permite entregas
mais freqüente das cargas de todos os fabricantes da aliança, utiliza melhor os recursos de
distribuição, além de fornecer possibilidade de redução das flutuações de uso devido à
sazonalidade.
- Cross Docking: é uma operação do sistema de distribuição em que os produtos
são recebidos, selecionados e encaminhados para outro veículo. No entanto, essa operação
necessita de grande exatidão quanto ao tempo de entrada e saída de produtos.
Nas operações cross docking os ativos (estoques e armazéns) são substituídos por
informações. Pode se perceber quão crítico e importante é ter sistemas de informação de alto
nível e capacidade de planejamento, de modo a evitar gargalos no tempo de entrada e saída de
produtos de um veículo para outro.
1.6.1 Canal de distribuição
O canal de distribuição de produtos em uma cadeia de abastecimento constitui os
locais de fluxo logísticos (físico e de informações) e as transações comerciais. O canal de
distribuição abrange unidades internas e agentes externos à empresa, por onde um bem ou
serviço é comercializado. Dessa forma, o canal de distribuição e todos os agentes e unidade
nele inseridos são responsáveis pelo produto, do inicio ao fim do processo.
Silmara G.F.Alves
45
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Para Novaes (2001), os principais objetivos e funções dos canais de distribuição
são:
garantir a rápida disponibilidade do produto no mercado, intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto em questão, buscar a cooperação entre os participantes da cadeia de suprimentos, garantir um fluxo de informações rápido e preciso entre os elementos participantes, e buscar de forma integrada e permanente, a redução de custos, analisando a cadeia de valor no seu todo.
O fluxo logístico requer uma atenção especial aos custos inerentes
em todos os processos, pois quanto maior a movimentação dos materiais maior
será a utilização de recursos humanos, maquinários, tecnológicos e
consequentemente maiores custos financeiros.
1.6.2 Transporte
Transporte para Pozo (2001), é atividade logística mais importante, simplesmente
porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É essencial, pois
nenhuma firma moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-
primas ou de seus produtos acabados de alguma forma.
Pozo (2001), classifica os sistemas básicos de transporte para cargas em cinco:
sistemas por ferrovias, por rodovias, por hidrovias, por dutos e por aerovias. A importância de
cada um desses modais varia de acordo o tempo, com condições geográficas, com o tipo e
valor da carga e com urgência, necessidade e disponibilidade financeira do cliente.
A avaliação e escolha do transporte adequado a um produto variam, conforme
Pozo (2001), deve-se analisar a localidade, os custos do peso por quilometragem, seguros,
manipulação e estocagem (custos tangíveis), mas também todos os intangíveis (rapidez,
facilidade, confiabilidade, segurança, rastreabilidade, garantia, perfeição e satisfação). A
Silmara G.F.Alves
46
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
análise de custo-benefício é fator determinante na escolha do melhor modal de distribuição de
nossos produtos.
No Brasil a utilização dos modais de transportes está distribuída assim:
rodoviários 57,5%; ferroviários 21,2%; hidroviários 17,4%; dutoviários 3,5%; aéreos 0,3%.
Conforme o gráfico a seguir:
Gráfico de utilização dos modais de transporte no Brasil
57,50%21,20%
17,40%3,50% 0,30%
Rodoviários Ferroviários Hidroviários Dutoviários Aéreos
Gráfico 1 – Utilização dos modais de transportes no Brasil.Fonte: Pesquisa baseada em Pozo (2001).
Quanto aos avanços tecnológicos, Pozo (2001), afirma que essa tecnologia tem
causado um impacto significativo sobre as oportunidades de aperfeiçoamento da cadeia de
suprimentos, trazendo como benefícios tanto a redução de custos, como melhores níveis de
prestação de serviço ao cliente.
Essa nova visão de administrar materiais requer maior disponibilidade de
informação, para que seja possível gerenciar os custos da cadeia de suprimentos de maneira
muito mais eficiente.
Silmara G.F.Alves
47
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
A informática apóia o sistema multimodal para rastrear serviços do mais elevado
nível e, ao mesmo tempo, minimizar falhas e maximizar a utilização de seus ativos.
Estabelece também uma ligação instantânea entre a empresa e seus clientes para receber e
confirmar solicitação de transporte e para manter todos informados sobre a situação de
determinados pedidos e as disponibilidades de estoque.
Pozo (2001), afirma ainda que, as principais áreas de interesse são: rastreamento
por satélite, comunicação por satélite e intercambio eletrônico de dados (EDI), para conectar
toda a cadeia de suprimentos, desde o recebimento, passando pela produção, indo até o ponto
de venda. É uma tecnologia que cada vez mais será usada em conjunção com os pedidos feitos
por computador e o reabastecimento automatizado, dando informações em tempo real,
acelerando os deslocamentos ao longo da cadeia de suprimentos, otimizando os serviços e
aumentando a lucratividade.
Uma empresa pode optar por meio de transporte próprio (compra) ou pelo aluguel
(leasing). Uma das principais razões para possuir ou alugar uma frota de veículos é obter
menores custos e melhor desempenho na entrega do que seria possível através do uso de
transportadora convencionais.
Em se tratando de frota própria, a empresa necessita de um sistema de
administração da distribuição e de transporte, de forma que o planejamento dessas atividades
torna-se determinantes para o sucesso da distribuição física, assim planejamento como: a rota
ou plano de viagem, a roteirização e programação de veículos, o despacho de veículos, o
sequenciamento de roteiros e o balanceamento de viagens se fazem necessária. (Ballou,
1993).
Rota ou plano de viagem: trata-se da decisão do direcionamento dos veículos
através de uma rede e de vias, rios ou corredores aéreos. O movimento pode ser feito pela
mínima distancia, mínimo tempo ou por uma combinação destes.
Silmara G.F.Alves
48
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Roteirização e programação de veículos: trata-se da decisão do despacho do
veículo a partir de uma base central, da determinação do número de veículos envolvidos, suas
capacidades, os pontos de parada para coleta ou entrega em cada roteiro de um dado veículo e
a seqüência das paradas para coleta, o total de roteiros possíveis é astrônomo.
Despacho de veículos: trata-se da decisão do direcionamento dos veículos à
medida que a demanda ocorre, de forma a utilizá-los eficientemente, dirigindo os veículos a
parada mais próxima adequada às suas capacidades.
Sequenciamento de roteiros: a decisão da empresa em optar por transporte pode
estar menos interessado no projeto dos roteiros e mais na minimização da quantidade de
caminhões necessários para atender uma dada programação. Isto exige a sequenciação dos
roteiros, de maneira a minimizar o tempo ocioso no programa e, portanto, a quantidade de
caminhões necessária.
Balanceamento de viagens com e sem carga: o gerenciamento de uma frota é o
balanceamento das perdas de ida e de retorno. Um caminhão pode partir do seu depósito
totalmente carregado para realizar uma entrega e, após executá-la, retornar completamente
vazio, assim para melhorar a utilização do veículo há a possibilidade de viagem de retorno
com cargas para o depósito que pode ser, por exemplo, matéria-prima ou entrega de
fornecedores para reabastecer o depósito.
1.6.3 Distribuição física
De acordo com Ballou (1993), a distribuição física é o ramo da logística
empresarial que trata da movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos
finais da firma. Costuma ser a atividade mais importante em termos de custos para a maioria
das empresas, pois absorve cerca de dois terços dos custos logísticos.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
A distribuição Física preocupa-se principalmente com bens acabados ou semi-
acabados, ou seja, com mercadorias que a companhia oferece para vender e que não planeja
executar processamentos posteriores.
A distribuição atua desde o instante em que a produção é finalizada até o
momento na qual o comprador toma posse dela, as mercadorias são responsabilidades da
logística, que deve mantê-las no depósito da fábrica e transporta-las até depósitos locais ou
diretamente ao cliente.
A movimentação e armazenagem de produtos/serviços levados até ao cliente ou
transferida entre unidades de produção ou transição comercial (interior das mesmas) estão
relacionadas ao fluxo físico; dessa forma, a logística atua no interior de um local produtivo e
entre agentes da cadeia de abastecimento.
A troca de informações que acontece no processo logístico tem a finalidade de
apoiar a movimentação de materiais, no sentido de atender às necessidades em toda a cadeia
de abastecimento. Enquanto o marketing cria uma demanda, os canais de distribuição
procuram atender a essa demanda.
Ching (2001), apresenta duas formas de redução dos custos logísticos por meio da
distribuição:
- Redução do capital empatado nos estoques por meio da diminuição do
tempo que o produto permanece na cadeia de suprimento: a redução dos custos e do
tempo para o processo de pedidos do cliente é um dos requisitos essenciais para a excelência
no atendimento ao cliente. Isto significa melhorar significativamente o tempo total entre a
obtenção do pedido junto ao cliente e a entrega completa do pedido.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
- Minimização do custo por meio da melhoria na eficiência dos recursos
utilizados, tanto na armazenagem como no transporte: visa encontrar o equilíbrio entre
qualidade de serviço prestado, custo de operação e capital investido. A busca por eficiência
nas operações, a redução do tempo de entrega e diversos fatores contribuem para o aumento
dos custos logísticos a empresa. Dessa forma a lucratividade é obtida por meio da utilização
racional dos recursos, da informatização que diminui os custos de mão-de-obra, racionaliza o
tempo e reduz erros de processo.
Silmara G.F.Alves
51
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
PARTE II
LOGÍSTICA E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
2.1 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Rezende (2001), conceitual tecnologia da informação como recursos
tecnológicos e computacionais para geração e uso da informação. Esse
conceito enquadra-se na visão de gestão da tecnologia da informação e do
conhecimento.
Segundo Ballou (1993), um sistema de informações gerenciais é um
sistema integrado homem/máquina, que providencia informações para apoiar
as funções de operação, gerenciamento e tomada de decisão numa
organização. O sistema utiliza hardware e software de computadores,
procedimentos manuais, modelos gerenciais e de decisão e uma base de dados.
Rezende (2001), descreve os componentes da tecnologia da
informação como sendo : hardware e seus dispositivos e periféricos; softwares
e seus recursos; sistemas de telecomunicações e gestão de dados e
informações.
2.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO LOGÍSTICA
“As informações não podem ser melhores que os dados que as
geram” é uma máxima freqüentemente citada sobre a qualidade da informação
que alimenta o processo decisório. Reconheceu-se há muito tempo que o
Silmara G.F.Alves
52
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
desempenho do planejamento e controle gerencial depende da qualidade,
forma e precisão das informações disponíveis. (Ballou, 1993).
Para Ballou (1993), o sistema de informação logística (SIL) é um
subsistema do sistema de informações gerenciais (SIG), que providencia a
informação especificamente necessária para a administração logística.
A globalização trouxe o aumento do fluxo de informações em todo o
mundo. Assim, os clientes, que muitas vezes são empresas, necessitam dessa
interação de informações entre parceiros comerciais que possibilite uma ação
mais rápida quanto à tomada de decisão por meio das informações que
gerenciam o fluxo de material.
Assim os clientes esperam informações atualizadas sobre as
operações logísticas, pois a logística além de englobar uma parcela dos custos
da empresa, exige também um tempo de operação, esse tempo pode ser maior
que o tempo de fabricação das mercadorias. Dessa forma, as decisões
importantes precisão ser alimentadas com informações seguras e em tempo
real.
Na busca por informações seguras e em tempo real, que colaborem
com o planejamento estratégico logístico, as empresas contam hoje com os
sistemas de informação logística ( logistcs information systems – LIS).
O LIS engloba a monitoração de fluxo ao longo de toda a cadeia de
atividades logísticas. E segundo Dornier, Ernst, Fender et al (2000),
desempenha as seguintes funções:
Captura os dados básicos;
Transfere os dados para centros de tratamento e
processamento;
Silmara G.F.Alves
53
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Armazena os dados básicos conforme seja necessária;
Processa dos dados em informações úteis;
Armazena as informações conforme seja necessária;
Transfere as informações aos usuários.
Estas informações capturadas pelo LIS satisfazem aos objetivos de
monitoração logística e podem ser usadas para:
Prover, antecipar e planejar;
Garantir que as operações podem ser rastreadas no tempo e
que produtos podem ser localizados;
Controlar e relatar as operações completadas.
Com todos os benefícios oferecidos pelos sistemas de informação,
há áreas de atuação como a logística, que além de manipular grande volume
de informações, manipula, sobretudo, materiais e um grande volume de
mercadorias necessitam ser movimentadas.
O processo de transformação dos materiais em informações
compatíveis aos sistemas de informação é possível através da tecnologia
aliada às telecomunicações.
Segundo Dornier, Ernst, Fender et al (2000), o sistema de logistcs
information and telecomunication systems – LITS ou informação logística e
telecomunicações, desempenham uma peça decisiva na disseminação das
informações logísticas ao longo de múltiplos locais geográficos (em paises
diferentes), diferentes funções (marketing, vendas, produção) e diversos
Silmara G.F.Alves
54
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
setores (pedidos, transferências de informações logísticas entre fornecedores,
fabricantes, distribuidores e provedores de serviços logísticos).
Dornier, Ernst, Fender et al (2000), enumeram as atribuições de um
LITS, como sendo:
Contribuir para a redução de custos na gestão do ciclo de
fluxos de materiais. O LITS cuida de todos os passos de processamento
necessários para um eficiente fluxo de produtos dentro das restrições de nível
de serviço e custos (formulários de preparação de pedidos, papéis de entrega,
notas de entrega, recibos de entrega etc.);
Otimizar os recursos físicos alocados em toda a cadeia de
suprimentos. Dessa forma, O LITS forma o banco de dados necessário e
implementa as ferramentas de suporte à decisão para gerenciar recursos e usa-
las com a máxima eficiência;
Acompanha o desempenho operacional. O LITS fornece
informações de retorno úteis para o controle de desempenho logístico e
também para indicadores logísticos.
Fornecer ferramentas de tomada de decisão para a gerencia.
Gestão de interfaces entre diferentes funções na forma de
banco de dados unificados ou transferência de informações interfuncionais;
Transferência de informações entre diferentes elos da
cadeia logística (fabricantes, distribuidores, clientes, provedores de serviços
logísticos e transportadores);
As necessidades logísticas podem ser separadas em quatro níveis,
conforme a figura 4:
Silmara G.F.Alves
55
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Figura 4 – Hierarquia do sistema de informação logísticaFonte: Adaptado de Ballou (1993, p.281).
O nível mais baixo da pirâmide refere-se às transações e às
consultas, como andamento de pedidos, verificação de estoques, preparação de
manifestos e cotação de fretes.
O segundo nível, de baixo para cima, envolve o uso de informações
pelos supervisores de primeira linha, com relação a informações de controle e
util ização de espaço, estoques, e produtividade da mão-de-obra nas operações
de atendimento de pedidos.
O terceiro nível, trata do planejamento e controle tático, sendo uma
extensão do nível de supervisão, informações de reavaliação dos pontos de
reposição de inventário, seleção de transportadoras, arranjos físico de
armazéns e planejamento de espaço e transporte com sazonalidade.
Silmara G.F.Alves
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Processamento de transaçõesRespostas a consultas
Informações gerenciais para Planejamento, decisão e
Controle operacional
Informações gerenciais para
Planejamento tático
SIGPara plane-
jamento, política eDecisão
estratégica
Operacional
Supervisão
Média gerencia
Alta administração
Nível
hierárquico
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
O topo da pirâmide, trata do planejamento estratégico, envolve a
definição de metas, polít icas e objetivos, decidindo toda a estrutura logística
e, portanto, os recursos necessários para executar a distribuição e o
suprimento.
Dornier, Ernst, Fender et al (2000), apresenta as característ icas
básicas que um sistema de informações logísticas e telecomunicação devem
apresentar, que são:
- Uma visão para os clientes: o LITS deve fornecer indicadores
necessários para saber precisamente como o processo logístico trabalha por
cliente, ponto de entrega, pedido e artigo listado.
- Acurácia de dados, informações e sistemas: o LITS da um
quadro acurado em dado momento no tempo do estado e posição de todos os
fluxos físicos. A unificação do banco de dados permite segurança de
informação em qualquer ponto de consulta.
- Relevância dos dados ao longo do tempo: deve existir a
sincronização mais completa possível entre os fluxos físico e de informações,
de forma que a tomada de decisões possa corresponder à forma real como as
operações acontecem. O fluxo de informações é o reflexo confiável do fluxo
físico.
- Adaptação à diversidade dos fluxos físicos: o LITS deve ser
capaz de introduzir diferentes soluções para diferentes clientes, produtos e/ou
mercado. As particularidades de um cliente, um novo produto e um novo canal
de distribuição para um novo produto devem ser levados em consideração pelo
LITS.
Silmara G.F.Alves
57
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
- Capacidade de mobilidade: faz parte da natureza das soluções
logísticas adaptar-se aos objetivos estratégicos e as restrições táticas em
qualquer momento. Assim, as respostas físicas mudam de forma que sejam
capazes de propor as ofertas de serviços esperados a um custo aceitável.
2.2.1 Gestão da informação na logística
Num âmbito gerencial , os sistemas de informação logística devem
ser geridos de forma a manter suas funções e os objetivos a que se destinam,
de forma que atendam as necessidades de informação dos usuários em níveis
operacional, tático e estratégico e fluxo material das operações logísticas
sejam alimentadas por um banco de dados atualizado e em tempo real.
Segundo Ballou (1993), um SIL (Sistemas de Informação Logística),
auxilia o pessoal da logística ao passo que gerencia o processamento, análise
e recuperação de dados e informações.
- Processamento de dados: processar dados para conseguir
informações é a função básica do sistema de informação. Através da
codificação, manipulação aritmética, classificação e consolidação, os dados
são convertidos em informações úteis para a tomada de decisões logística e
para feitura de relatórios. O processamento de dados inclui análise e
transformação de informações geográficas do cliente, previsões e estatíst icas
em informações manipuláveis.
- Análise de dados: Além da simples conversão de dados numa
forma mais tratável, um sistema de informação moderno também contém
modelos de apoio à decisão. Esses modelos t iram informações a partir da base
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
de dados ou por processamento e empregam-na para avaliar cursos de ação
alternativa. O objetivo é fazer o sistema procurar a melhor alternativa
possível.
- Recuperação de dados: A recuperação de dados acessa uma base
de dados relativamente extensa rapidamente e mostra a informação no local
onde está o usuário, muitas vezes num computador pessoal.
- Informações de saída: a comunicação das informações
armazenadas aos interessados é o componente final da estrutura do sistema de
informação. Velocidade e formato são duas importantes considerações de
projeto para esta parte do sistema. A informação é usualmente expressa em
relatórios informativos ou relatórios de ação.
Dentre as formas de saída de informação Ballou (1993), destaca os
relatórios informativos e os relatórios de ação. No primeiro, a administração
do fluxo de materiais e serviços exige uma série de relatórios. Dentre esses,
há os relatórios gerenciais, de posição ou andamento e de exceção.
No segundo, os relatórios são comandos enviados pelo SIL para a
execução de alguma atividade, por exemplo, ordens de reposição de estoque,
romaneios de entrega e l ista de coleta no armazém.
2.2.2 Fluxo de informações e materiais
A informação tem grande relevância na gestão do fluxo de materiais,
estando os dois, informação e materiais, estritamente relacionados, visto que,
os fluxos físicos são cada vez mais complexos, as operações cada vez mais
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
abrangem novas áreas e há uma demanda crescente por reações rápidas e
tempos de entrega curtos.
Segundo Dornier, Ernst, Fender et al . (2000), as característ icas dos
fluxos logísticos estão relacionadas a duas tendências: a primeira é a
intensificação do tráfego, que está sobrecarregando a capacidade da infra-
estrutura em muitas áreas.
A segunda é o rápido crescimento de fluxos de retorno causados
pela crescente preocupação ecológica e por técnicas agressivas de vendas.
Figura 5 – Fluxo de informação versus fluxo de materiais no SIL.Fonte: Adaptado de Ballou (1993, p.284).
Silmara G.F.Alves
60
Fornecedor ClienteOrdem de compra Ordem de
venda
Relatório de recebimento
Ordem de entrega
Registros de estoques
Registros de contas a receber
Relatórios de produção
Manufatura
Armazenagem de materiais
Armazenagem de bens finais
Centro de processamento
de dados
Programação de produto
Fluxo de informação
Fluxo de materiais
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
2.3 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
2.3.1 Eletronic Document Manegment (GED) ou Gerenciamento Eletrônico
de Dados (EDM)
Silva (2003), define gerenciamento eletrônico de documentos como:
um conjunto de tecnologias e metodos uti l izados para armazenar, gerenciar e recuperar informações. Um sis tema GED serve para mapear, anal isar , a rquivar e recupear informações como voz, sons, dados, desenhos, textos , imagenm e quaisquer outro t ipo na organização, usando software e a rmazenamento digi tal .
O Gerenciamento Eletrônico de Documentos é uma solução que faz
uso de novas tecnologias, para agilizar o fluxo de documentos representados
na forma de papel, aumentar a velocidade na troca de informações, e tornar os
processos de negócios mais rápidos. (SILVA 2001, APUD SPRAGUE JR.,
1995).
Dentre as vantagens do GED, estão: a economia de papel, já que os
documentos estarão disponíveis em mídia eletrônica-digital; a facilidade ao
efetuar alguma consulta e redução do tempo de localização em grandes
acervos; o aumento na integridade de arquivos; a disponibilidade de um
documento para vários usuários; a fácil manutenção do acervo, pois o sistema
assegura a organização do acervo em tempo integral; a correção de erros e
aumento de legibil idade de documentos.
Silmara G.F.Alves
61
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
2.3.2 Armazenamento dos Dados (Data Warehouse)
Rezende e Abreu (2003), definem Data Warehouse , como: “ um
grande banco de dados que armazena dados de diversas fontes para futura
geração de informações integradas, com base nos dados do funcionamento das
funções empresariais operacionais de uma organização inteira.
Frequentemente chamado de armazém de dados de uma empresa”.
Um Data Warehouse consiste em um conjunto de hardware e
software que consti tuem um ambiente, onde as pessoas podem acessar dados
estratificados e consolidados de maneira rápida e consistente, evitando buscas
redundantes. (FERREIRA, 2003).
2.3.3 Customer Relatioship Manegement (CRM) ou Gestão do
Relacionamento com o Cliente
O CRM é um termo da tecnologia da informação, que abrange a
metodologia, softwares e capacidade da Internet para ajudar uma empresa a
gerenciar suas relações com clientes de uma maneira organizada.
O CRM é mais que um software , é conjunto de ferramentas que tem
por objetivo conhecer melhor o cliente, fazer distinção entre eles, no sentido
de perceber quais os clientes mais lucrativos, prover campanhas e formas de
abordagens adequadas para atender às necessidades dos consumidores, entre
Silmara G.F.Alves
62
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
outras, permitindo assim, prover a fidelização dos clientes. (FERREIRA,
2003).
Os sistemas de CRM constituem uma nova forma de conceber e gerir
os sistemas de relacionamento com o cliente, art iculando e conciliando novas
tecnologias da computação com uma análise aprofundada da empresa e seus
clientes.
São constituídos por módulos que permitem analisar e perceber o
comportamento dos clientes de maneira a segmentá-los e possivelmente
util izar esta segmentação para otimizar a comunicação com o cliente e
satisfazer os seus requisitos.
Dentre as ferramentas do CRM, estão: Call Center (registra os
contatos, pedidos e reclamações dos clientes e assistência pós compra), Data
Warehouse (cria o que se chama de um “armazém de dados”, com informações
relativas aos volumes de vendas informações on-line a respeito do cliente,
estoques, etc., bem como receber os pedidos e processá-los mais
rapidamente), entre outras. (FERREIRA, 2003).
2.3.4 Enterprise Planning Resource (ERP) ou Planejamento de Recursos da
Empresa
É um Sistema de gestão, conhecido pelo termo Enterprise Resource
Planning (ERP), têm como função coletar, armazenar e disponibilizar dados
transacionais de uma corporação. É composto por módulos de suporte aos
fluxos de informação relacionados às áreas de manufatura, logística, finanças,
vendas, e recursos humanos, e sua implementação visa à integração de todas
Silmara G.F.Alves
63
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
as aplicações de negócios em um único ambiente tecnológico, com isso a
empresa ganha em velocidade e acuracidade de informação para um adequado
gerenciamento de seus recursos.
Segundo Neto e Campos (2002), os sistemas ERP são constituídos
por uma base de dados única e por módulos que suportam diversas atividades
da empresa. Os dados uti lizados por um módulo são armazenados na base de
dados central, onde são manipulados por outro módulos, eliminando
redundância e inconsistências nas informações.
Nos sistemas ERP é mais fácil parametrizar e alterar dados, uma vez
que, este integra módulos que antes operavam isoladamente. Assim, por
exemplo, quando um material recebido é registrado no sistema, ele
automaticamente atualiza a si tuação do estoque, a posição do pedido de
compra e gera a informação de pagamento que deve ser efetuada ao
fornecedor.
Os setores de compras, almoxarifado e financeiro compartilham a
informação do recebimento a partir do momento que este é registrado no
sistema.
O ERP pode gerenciar um conjunto de atividades que permitam o
acompanhamento dos níveis de fabricação em balanceamento com a carteira
de pedidos ou previsão de vendas. O resultado é uma organização com um
fluxo de dados consistente que flui entre as diferentes interfaces do negócio.
Na essência, o ERP propicia a informação correta, para a pessoa correta e no
momento correto.
Silmara G.F.Alves
64
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Segundo Rezende e Abreu (2003), a gestão empresarial é facili tada
quando a empresa possui um software integrado ERP de alta tecnologia e com
total segurança, amparado em uma documentação clara e eficiente.
Sendo um sistema integrado, oferece a possibil idade de melhoria de
relatórios, fidelidade de dados, consistência e comparação de dados, devido à
util ização de um critério único em todas as atividades da empresa. Decisões
ao longo dos processos da empresa também são possíveis graças ao ERP. Isto
resulta em economia de tempo e domínio sobre as operações.
A tecnologia ERP e seus recursos, ao processar os dados
quotidianos das funções empresariais operacionais, possibil ita integração de
suas informações interdependentes.
Como exemplo desta integração, pode-se relatar o atendimento de
um pedido, que considera e gerência o processo e a capacidade fabril, a
relação com demais produtos em produção, a mão-de-obra necessária, o fluxo
de caixa previsto e real, o atendimento de prazos, a análise dos clientes e dos
fornecedores e ainda, o grau de risco de uma operação. (Rezende e Abreu,
2003).
- Origens e evolução do ERP:
O sistema ERP tem sua origem no Planejamento das Necessidades
de Materiais ou Material Requirements Planning (MRP), consti tuindo-se,
portanto de uma série de evoluções tecnológicas e conceitos de gestão.
Silmara G.F.Alves
65
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
De acordo com Neto e Campos (2002), o MRP surgiu na década de
70, sendo util izado para planejamento futuro de uso de matérias primas e das
etapas produtivas.
O MRP baseia-se no cálculo das necessidades, que é uma técnica
que permite o cálculo, normalmente com a uti lização de um computador, das
quantidades e momentos em que os recursos de manufatura serão necessários,
para que os programas de entrega de pedidos sejam atendidos com a mínima
formação de estoques.
Com a evolução dessa técnica e aplicação do MRP à situação real da
produção, os pesquisadores observaram que a mesma lógica de cálculo de
necessidades poderia ser aplicada no planejamento de outros recursos de
produção, além dos materiais, tais como necessidades de mão de obra e
equipamentos.
Surge assim, o MRP II, onde foram acrescidos módulos para o
cálculo de necessidades de outros recursos denominados: Capacity
Requirements Planning ou Planejamento das Necessidades de Capacidade
Produtiva e módulos de controle da fábrica ( Shop Floor Control ).
Corrêa e Gianesi (1998), define MRP II, como sendo um sistema de
Planejamento e Controle da Capacidade da produção hierárquica, onde os
planos de produção agregados e de longo prazo são sucessivamente detalhados
até chegar ao nível de detalhamento de componentes e máquinas específicas.
Funcionalmente apresentam cinco módulos principais:
Módulo de Planejamento da Produção, recentemente
denominado de Planejamento de Vendas e Operações (S&OP);
Módulos de planejamento Mestre da produção (MPS);
Silmara G.F.Alves
66
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Módulos de cálculo de Necessidade de Materiais (MRP);
Módulos de cálculo de Necessidade da Capacidade (CRP);
Módulo de Controle da Fábrica (SFC).
Com o objetivo de apoiar as empresa na gestão dos demais recursos
organizacionais, os fornecedores dos sistemas MRPII passaram a desenvolver
módulos capazes apoiar outras áreas da empresa como: financeiros, RH,
Comercial , contabilidade e logística.
As empresas hoje podem adquirir estes módulos que funcionam de
forma integrada e contribuem para uma gestão global e informatizada das
organizações. Estes sistemas integrados são extensões do principio básico do
MRPII e que atualmente são chamados de ERP ( Enterprise Resource
Planning).
2.3.5 Tecnologia da informação na armazenagem
Os sistemas de informação específicos para armazéns foram
desenvolvidos especialmente para que fosse possível atender necessidades
próprias deste tipo de operação, conhecidos como WMS ( Warehouse
Manegement Systems ou Sistema de Gerenciamento de Armazéns) este sistema
visa promover a integração entre software, hardware e equipamentos
periféricos para gerenciar estoques, espaço, equipamentos e mão-de-obra,
otimizando assim o gerenciamento das atividades de armazenagem da empresa
por meio de uma melhor gestão das informações.
Silmara G.F.Alves
67
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
As informações fornecidas por todos os elos da cadeia logística,
como fornecedores, clientes, produção, e o próprio sistema corporativo (ERP)
se convergem em um sistema WMS para gerir o fluxo de atividades do
armazém de forma constate.
Sucupira (2002), descreve os objetivos de um WMS, como sendo:
Aumentar a precisão das informações de estoque: a acuracidade
das informações de estoque é parte da garantia de qualidade dos serviços aos
clientes, pois erros, para mais ou para menos, causam faltas ou excessos em
estoque.
Estes erros podem representar uma venda inútil à empresa, ou seja,
um determinado produto será vendido, mas a entrega não será efetuada, pois
fisicamente este produto não estará disponível, o inverso também poderá
ocorrer de um produto não constar no sistema de gestão de estoque e
fisicamente haver esta mercadoria, ocasionando perdas consideráveis pela não
rotatividade da mercadoria e possíveis perdas da mesma.
Aumentar a velocidade e qualidade das operações do centro de
distribuição: devido o aumento da competit ividade, há uma cobrança maior
por eficiência nas operações de separação e entrega de pedidos dos clientes,
que resulta em atendimento mais rápido e diminuição nos erros cometidos na
separação dos pedidos.
O uso de equipamentos de movimentação automatizados,
controlados pelo próprio sistema computadorizado e também a utilização de
coletores de dados através de códigos de barras e a comunicação on-line por
radiofreqüência, tornaram-se imprescindíveis para que as transações de
Silmara G.F.Alves
68
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
estoque sejam realizadas velozmente e com alto grau de certeza, evitando-se
os erros de expedição e atendendo os clientes em prazos cada dia, menores.
Aumentar a produtividade do pessoal e dos equipamentos do
depósito: Lotes menores, maior freqüência dos pedidos e a necessidade de
menores prazos de entrega causam aumentos significativos nos custos
logísticos, dessa forma a produtividade tornou-se uma grande aliada na busca
pela lucratividade.
Os sistemas WMS, através do seu princípio de convocação ativa e
da sua habilidade em trabalhar com equipamentos de movimentação
automatizados, propiciam grande redução de custos com pessoal, além de
reduzir a necessidade de equipamentos para a mesma quantidade de
movimentações se estas fossem feitas através de sistemas tradicionais.
Sucupira (2002), também descreve as características básicas de um
WMS, como sendo:
Facilidade de acoplamento com sistemas ERP de mercado ou
desenvolvidos internamente: os sistemas WMS se integram a sistemas ERP
em pontos como o cadastro de materiais, as carteiras de pedidos de clientes e
de fornecedores, a contabilização de estoques, o planejamento de compras e
de produção, os sistemas de transportes, os ambientes de SAC, etc.
Sendo assim, uma das características altamente desejáveis nos WMS
é a facilidade e confiabilidade com que as trocas de dados com os demais
sistemas da empresa puderem ser feitas.
Possibilidade de administrar múltiplos locais de estocagem: o
conceito de múltiplos locais de armazenagem pode ser entendido como a
existência de vários armazéns em uma única planta de um único CGC ou de
Silmara G.F.Alves
69
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
vários armazéns em locais geograficamente separados, com vários CGCs. O
sistema deve manter o controle de um mesmo item em vários depósitos de uma
mesma empresa.
Possibilidade de administrar mercadorias de diferentes
proprietários: quando utiliza-se um sistema WMS na gestão de atividades de
um operador logístico ou de um tradicional armazém geral, torna-se
necessário identificar as transações efetuadas com as mercadorias de cada
uma das empresas que o operador logístico presta serviços.
O sistema WMS deverá ter a habilidade de ser consultado e receber
dados de cada uma destas empresas através dos diversos sistemas de
comunicação, mantendo-se a privacidade das informações das demais
empresas que compartilham os locais de armazenagem do operador logístico
ou do armazém geral.
Utilização de sistemas de coletas de dados por rádio freqüência:
a necessidade de aumentar a produtividade e a importância de se trabalhar no
conceito de “zero erro” obriga que os sistemas WMS tenham a habilidade de
efetuar transações on-line e através também da utilização de códigos de
barras.
O uso de coletores de dados que permitem a leitura de dados
escritos em linguagem de código de barras e a possibilidade de transmitir
estas informações de para cada ponto do armazém através de rádio freqüência,
são hoje requisitos fundamentais para tais sistemas.
Utilização do conceito de convocação ativa: este conceito é
baseado na atribuição de tarefas aos operadores, segundo regras do próprio
Silmara G.F.Alves
70
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
sistema. Os operadores do armazém são cadastrados para cada uma das tarefas
em que estejam habilitados e o sistema os convocará para tais tarefas a
medida que eles informam que a tarefa anteriormente convocada foi realizada.
Sucupira (2002), descreve ainda as principais funcionalidades de um
software WMS, que são:
Rastreabilidade das operações: todas as movimentações,
recebimentos, separações, expedições e outras atividades cadastradas nas
regras de negócio do sistema, são registradas em tempo real, inclusive quanto
a identificação do operador ou equipamento que realizou a tarefa, permitindo,
portanto, a recuperação da “história” de cada uma das atividades realizadas no
armazém.
Inventários físicos rotativos e gerais: através de regras
parametrizadas pelo usuário, o sistema convocará operadores para a realização
de inventários rotativos ou gerais, sejam inventários orientados por item ou
orientados por endereço.
Planejamento e controle de capacidades: através do cadastramento
de “centros de trabalho” como docas de recebimento, docas de expedição,
operadores, empilhadeiras, etc., e também cadastrando o consumo de recursos
de cada uma das tarefas, pode-se fazer um planejamento de atividades como
agendamento de entregas dos fornecedores ou separação de pedidos de
clientes, com a possibilidade de se analisar antecipadamente os “gargalos”, de
maneira a tomar medidas de realocação de recursos com a necessária
antecedência.
Definição de características de uso de cada local de
armazenagem: através do mapeamento dos locais de armazenagem, pode-se
Silmara G.F.Alves
71
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
identificar para o sistema, todos os endereços e as característ icas dos itens
que possam ser armazenados em cada um dos locais.
Tendo-se as características dos i tens, o sistema convocará os
operadores para colocar os materiais em endereços adequados para a correta
proteção e máxima produtividade das movimentações dos itens trabalhados.
Sistema de classificação dos itens: o WMS deverá ter um módulo
de cadastramento dos itens de maneira a permitir o cadastramento de
parâmetros em um nível, possibilitando que os materiais pertencentes àquela
classe cadastrada possam absorver os parâmetros automaticamente, reduzindo
o trabalho de cadastramento individual de cada item.
Controle de lotes: o sistema deve manter registro em cada uma das
unidades de armazenagem, das informações dos lotes de fabricação de
produtos sujeitos a este tipo de controle, de maneira a permitir a identificação
futura de para quais clientes, internos ou externos, as mercadorias de um lote
foram enviadas.
Separação de pedidos – picking: o sistema deve permitir que se
faça a separação das mercadorias da área de armazenamento para a expedição
ou de uma área de armazenamento consolidada para uma área de separação
secundária.
Estas movimentações devem ser parametrizadas por métodos como
FIFO, LIFO ou mesmo métodos especiais para situações de excesso de carga
ou falta de equipamentos de movimentação em altas estantes.
Interfaceamento com clientes e fornecedores: o sistema deve
permitir a fácil comunicação, por meios como a internet, de maneira a receber
dos fornecedores os documentos de remessa de mercadoria, notas fiscais,
Silmara G.F.Alves
72
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
antecipadamente, possibil itando programar as operações de recebimento com
antecedência.
Da mesma forma, deve permitir o recebimento de informações da
empresa-cliente, quanto aos pedidos colocados nos fornecedores e das notas
fiscais de venda para impressão no local do CD. Tais informações deverão
sempre respeitar os padrões de EDI estabelecidos pelas entidades
responsáveis.
Cálculo de embalagens de despacho e listas de conteúdo: um
WMS deve ter algoritmos para calcular as embalagens necessárias para
acondicionar as diversas mercadorias a serem enviadas para um cliente,
possibilitando também a emissão de listagem do conteúdo e pesos bruto e
líquido de cada embalagem.
Controle de rotas e carregamento de veículos: o sistema deve
permitir o cadastramento de rotas e controlar os volumes carregados em cada
veículo.
Documentos de transporte como conhecimentos e manifestos devem
poder ser transmitidos aos transportadores, visando agilizar o tempo de
liberação dos veículos. Tal integração com transportadoras deve permitir,
também, a transmissão de dados de recebimento pelos clientes (canhoto da
nota fiscal), visando permitir a avaliação de desempenho do transportador e
informações de rastreabilidade de encomendas para os clientes.
Segundo Banzato (2003, p.168), um WMS pode otimizar o negócio
da empresa em duas grandes categorias: redução de custos e melhorias do
serviço ao cliente.
Silmara G.F.Alves
73
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
A redução de custos deve-se ao fato da melhoria da eficiência de
todos os recursos operacionais, como equipamentos e mão-de-obra, entre
outras. Já a melhoria do serviço ao cliente se deve ao fato de minimizarmos os
erros e falhas de separação e entrega, bem como pela agilização de todo o
processo de atendimento ao cliente, combinando a melhoria do fluxo de
materiais com a melhoria do fluxo de informações.
Nos sistemas WMS o nível de serviço ao cliente é o primeiro foco
de melhoria, mantendo uma acuracidade de informação muito alta e
minimizando os erros operacionais, evitando-se inclusive, atividades de
conferências e controles manuais. Isto acontece devido à autoverificação que
faz parte do sistema WMS. Todas as atividades são executadas em tempo real
e controladas pelo WMS, em vez de serem feitas por um operador. Este
método assegura um melhor nível de serviço.
2.3.6 Softwares específicos de gestão logística
DRP, EDI, WMS, TMS, AUTO ID e RFDC são soluções propostas
para o gerenciamento da cadeia logística que separadamente ou em módulos
atendem as necessidades de informação e operação dos departamentos que
compõem a cadeia logística e que em conjunto visa a gestão da empresa,
integrando todos as suas áreas funcionais, criando um fluxo de processo
contínuo e viabilizando o que se chama de Supply Chain Manegment ou
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos.
Os atributos destes sistemas gerenciadores são diversos, passando
pelo gerenciamento de informações de entrada, o recebimento de pedidos de
Silmara G.F.Alves
74
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
clientes, o recebimento físico de mercadorias, bem como o fluxo dos materiais
em estoques e o fluxo das atividades de recebimento, endereçamento e
estocagem,
Além disso, estes sistemas são capazes de alocar atividades em
espera à mão-de-obra disponível, a separação do pedido, carregamento e
entrega ao cliente e a manutenção constante das informações de entrada,
processamento e saída nos sistemas que gerenciam estoques, que fornecem
informações quantitativas dos estoques aos setores de venda, aos clientes e
aos fornecedores.
Figura 6 – Sistema de informação na armazenagem.Fonte: Adaptado de Banzato (2003, P.166).
Silmara G.F.Alves
75
Sistemas de informação na armazenagem
DRP EDI WMS TMS Auto ID RFDC
Sistemas de informação na armazenagem
Redução de erros ao cliente
Redução do tempo de
aten-dimento
Redução de custos com
pessoal
Racionalização de espaço e equipament.
Aumento de capacidade
Desenho do sistema de informação
Melhoria do nível de serviço
Redução dos custos operacionais Melhoria dos indicadores de desempenho
Qualidade, produtividade e competitividade
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
2.3.6.1 Distribution Requirements Planning (DRP) ou Planejamento das
necessidades de Distribuição
Distribution Requirements Planning ou Planejamento das necessidades
de Distribuição é um sistema de planejamento global de toda a cadeia de
abastecimento, possibili ta que todos os integrantes da cadeia de abastecimento
entendam as suas necessidades logísticas. (BANZATO 2003).
O DRP funciona como um dos módulos do ERP. Correspondendo aos
módulos de produção e logística. A representação das informações de
produção se baseia na lógica do Material Requirements Planning (MRP).
Trata-se de um módulo especial de suporte à logística. Este t ipo de
módulo segue, tipicamente, a lógica conhecida pelo termo Distribution
Requirements Planning (DRP).
Neste caso, produtos são analisados em toda a rede logística ao nível
de Stock Keeping Unit (SKU). O cálculo do DRP começa com uma previsão do
replanejamento dos níveis de estoque de cada SKU nos Centros de
Distribuição (CDs).
Baseado nessa previsão e nos tempos médios de produção e
transferência (das fábricas aos CDs), o mesmo gera um plano completo de
distribuição. Um DRP típico muitas vezes indica se existem gargalos de
transporte ou produção.
Silmara G.F.Alves
76
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
2.3.6.2 Electronic Data Interchange (EDI) ou Intercâmbio Eletrônico de
Dados -
Banzato (2003), define EDI como uma transferência eletrônica de
documentos de um sistema de computadores para outro sistema de
computadores, onde atualmente o canal mais uti lizado está sendo a Internet.
Em função de a transação ficar l ivre da interferência humana, o EDI provê um
alto nível de garantia de que a informação que está sendo recebida ou
transmitida é precisa.
Novaes (2001, p.79), define EDI como sendo uma transferência
eletrônica de dados entre os computadores de empresas participantes, dados
esses estruturados dentro de padrões previamente acordados entre as partes.
O EDI proporciona capacidade e viabiliza a comunicação eletrônica
de informações entre duas organizações, substituindo as formas tradicionais
de comunicação, como: correio, fax, courier , entre outras.
Para Ferreira (2003, apud. Simões 2002), a mensagem eletrônica é a
informação gerada, enviada, recebida ou arquivada eletronicamente, por meio
óptico ou por meios similares, incluindo o intercâmbio eletrônico de dados
(EDI).
A troca eletrônica de dados via EDI é realizada por canais físicos
específicos contratados junto às operadoras de telecomunicações. Esta
tecnologia permite troca direta de computadores para computadores,
dispensando, em alguns casos, digitação e manipulação de dados e permitindo
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
automatizar documentos como ordens de compras, fatura, notas fiscais, etc.,
transmitidos e recebidos eletronicamente, independente de horário, distancia e
dos sistemas e computadores utilizados.
A EAN Brasil – Associação Brasileira de Automação Comercial
(2002), afirma que o EDI é uma ferramenta que viabiliza a troca de
documentos comerciais eletronicamente e com isso possibili ta diminuir a
quantidade de erros gerados pela redigitação e o volume de papel, ao mesmo
tempo que aumenta a eficiência e a rapidez na comunicação entre os parceiros
comerciais.
Segundo a EAN Brasil – Associação Brasileira de Automação
Comercial (2002), Os principais benefícios do EDI são:
Redução de custos administrativos e operacionais, frente a brusca
redução dos trâmites, que originam montes de papéis,os quais operam em
fluxos viciosos de vai-e-vem de vias de documentos, protocolos e assinaturas;
Alinhamento com os padrões EAN.UCC de identificação física do
itens comerciais e unidades logísticas;
Redução de estoque acontece à medida que o gerenciamento dos
produtos permite a reposição calculada sobre o consumo, firmando-se alianças
estratégicas entre fornecedores e clientes;
Aumento de vendas devido ao monitoramento constante do
consumo e planejamento pré-acordado para a rápida reposição por parte do
fornecedor;
Valorização dos profissionais de compras e vendas, quando os
mesmos assumem a função de estrategistas de negócios;
Silmara G.F.Alves
78
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Agilidade no processo, porque grandes volumes de dados
comerciais podem ser comunicados de um computador a outro em questão de
minutos, permitindo, por exemplo, reduzir prazos de entrega e garantindo
maior satisfação por parte do cliente;
Eliminação de erros, o EDI elimina os inevitáveis erros
resultantes da entrada manual de dados;
Aumento da produtividade, pois o EDI permite que as companhias
controlem e manejem melhor as necessidades de produção, compras e
entregas. O EDI é um componente chave nos elos de ligação entre clientes,
fornecedor e transportando em significativas reduções nos níveis de estoque
Outros benefícios como: redução de saldos, redução de i tens
faltantes, redução de devoluções, agilização do recebimento de mercadorias,
dentre outros.
- As Redes de Valor Agregado (VAN) e Web EDI
Há duas formas das empresas que atuam com transferência
eletrônica de dados transacionarem suas informações, uma é disponibilizando
no site da empresa um browser (aplicativo para visualização da página na
internet) para cadastramento de fornecedores, pelos quais é possível
transmitir dados de Notas Fiscais, pedidos de compra e compartilhar
informações sobre agenda de entrega e até níveis de estoque.
A segunda forma de efetuar estas trocas de informações é por meio
de VAN’s (Value Added Network ) ou Rede de Valor Agregado, que são
empresa que disponibilizam uma rede privada, restrita a assinantes.
Silmara G.F.Alves
79
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
As VAN’s gerenciam o tráfego de informações postadas pelos
parceiros comerciais e disponibilizam caixas postais virtuais para o
armazenamento dos documentos eletrônicos. (EAN Brasil, 2002).
Quanto às vantagens da uti lização dos serviços das VAN’s, a EAN
Brasil (2002), cita: segurança no recebimento dos dados, pois as VAN’s
emitem, a cada intervalo de tempo, notificação de entrega e recebimento de
informações; comodidade, pois libera a empresa da administração de uma rede
de comunicação potencialmente completa; proporciona uma grande segurança
dos dados e outros serviços, como conversão de documentos para diferentes
formatos e padrões.
A Web EDI, surgiu do avanço tecnológico e da disponibilização
desta ferramenta. Suas principais vantagens, segundo a EAN Brasil (2002),
são: redução de custos, podendo não custar nada se a empresa já dispuser de
computador com fax-modem, linha telefônica e acesso à Internet ; os custos
mensais de manutenção são até 87% menores no Web EDI do que no EDI puro
(via VAN’s), independente do volume de dados; a Web EDI derruba a
burocracia entre empresas e fornecedores e democratiza o acesso à
informação; Não há necessidade de treinamento dos funcionários.
2.3.6.3 Warehouse Manegement Systems (WMS) ou Sistemas de
gerenciamento de armazéns
Warehouse Manegement Systems ou Sistemas de gerenciamento de
armazéns é um sistema de gestão de armazéns que otimiza todas as atividades
operacionais, o fluxo de materiais e fluxo de informações dentro do processo
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
de armazenagem, incluindo recebimento, inspeção, endereçamento,
estocagem, separação, embalagem, carregamento, expedição, emissão de
documentos e inventário, entre outras.
Gasnier (2000), descreve o que espera-se de uma solução WMS:
Funcionalidade de administração da mão-de-obra em tempo real.
Estes sistemas possuem a capacidade de, independentemente, determinar qual
funcionário do armazém deverá realizar uma tarefa, a atual localização do
indivíduo e a prioridade da tarefa. O aumento da produtividade ocorre quando
diferentes tipos de tarefas são intercaladas para otimizar a util ização da mão-
de-obra e dos recursos.
Planejamento, acompanhamento e funcionalidade de
administração da mão-de-obra. Estes sistemas ajudam a planejar e projetar o
desdobramento da mão-de-obra no armazém usando padrões históricos ou
estabelecidos do armazém. Também permitem realizar uma auditoria de
acompanhamento da atividade do funcionário e oferecer relatórios específicos.
Comunicação integrada com o sistema central - estes sistemas são
capazes de ter interfaces on-line com o Sistema ERP em tempo real.
Desenvolvimento de software modular. O projeto de software
permite a iniciação de um sistema seqüenciado com parâmetros para facili tar a
modificação do usuário para refletir a mudança de necessidades do armazém.
Controle do dispositivo de movimentação de material. Estes
sistemas podem fazer interface , facilmente, sistemas de controle de sistemas
de movimentação de material existentes, como transportadores e veículos
automaticamente guiados (AGVs), entre outros.
Silmara G.F.Alves
81
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Controle do equipamento de estocagem automatizado. Similares
ao controle do dispositivo de movimentação de material, estes sistemas
possuem capacidade de fazer interface com sistemas de software de controle
automatizado do armazém (WACS) que controlam equipamentos
automatizados, como AS/RS, sistemas de separação por luzes e carrosséis.
Total adequação da funcionalidade do armazém. Estes sistemas
não apenas otimizam o desempenho das quatro funções básicas de
armazenagem, ou seja, recebimento, estocagem, separação e expedição, como
também aumentam as funções de valor agregado, como processamento do
pedido, controle de inventário e relatório de administração.
A adequada aplicação de um sistema WMS a uma empresa permite
melhorias consideráveis em seus resultados logísticos, pois para v encer o
desafio de oferecer prazos reduzidos e confiáveis, cumprir a data de entrega
prometida sem comprometer o balanceando o fluxo produtivo, se faz
necessário a util ização de recursos tecnológicos que viabilizem este fluxo de
atividades de forma constante e equilibrada.
Torna-se indispensável um sistema capaz de administrar pedido e
estoques, com o menor custo possível, eliminando o desperdício de materiais
e tempo, sem perder a qualidade dos serviços.
Funcionalidade de uma solução WMS
Processa o pedido Processa pedido em atrasoIntegração com EDI ( intercâmbio Elet rônico de dados);
Programação e entrada de pedidos
Controle de portar ia Inspeção e controle de qual idade
Silmara G.F.Alves
82
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Controle de estoque Controle do oteIntegração com o AUTO-ID (código de barras e radiofreqüência)
Controle do FIFO - Firs t In Firs t Out. (Primeiro que entra, pr imeiro que sai ) ;
Atual iza on-l ine o saldo em estoque Capacidade de previsãoEndereçamento automát ico Reconhecimento das l imitações f ís icas dos
endereçosConf irmação de estocagem nos endereços corretos
Otimização da a locação dos recursos
Programação de mão-de-obra necessár ia Anál ise do desempenho da mão-de-obraAnál ise da produt ividade da mão-de-obra Pr ior iza tarefas operacionaisParametr izar a consol idação do “ picking-l is t”;
Determina a rota de separação
Determina a melhor seqüência de paradas na separação
Possibi l i ta separação por t ipo de produto, cl iente, pedido, e tc .
Controla o processo de “ cross-docking”; Controla transferência e reabastec imentos de estoque
Forma “ki ts”; Prepara documentos de expediçãoConf irma embarque e l iberação de veículos Possui banco de dados com taxas de fre tesPrograma a manutenção de veículos apresenta relatórios do “sta tus” do veículo
Auxi l ia no projeto do layout de armazém
Controla contenedores Determina a pr ior idade de descargaReserva de docas e programa carga e descarga
Gerencia o pát io
Tabela 4 – Funcionalidade de uma solução WMS.Fonte: Adaptado de Banzato (2003, p. 174).
2.3.6.4 Transportation Manegement Systems (TMS) ou Sistemas de
Gerenciamento de Transportes -
Transportation Manegement Systems ou Sistemas de Gerenciamento
de Transportes são também conhecidos por roteirizadores.
As funções básicas são planejamento e controle dos Transportes, do
carregamento de veículo, das distâncias e rotas percorridas e pagamentos de
fretes.
Os sistemas de roteirização de veículos visam à determinação de
rotas ótimas de atendimento, minimizando o deslocamento total entre o ponto
Silmara G.F.Alves
83
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
de origem (fábrica, depósito etc.) e os pontos de destino que são os clientes
(pontos de venda), processando todas as tarefas sobre o mapa digital.
São compostos por módulos que cobrem todas as partes do processo
de transporte, desde o atendimento do cliente até a realização do serviço.
Assim como módulos de coleta e entrega, transferências e viagens, nos quais
os sistemas de rastreamento, monitoração e roteirização de veículos e cargas
ganham relevância, pois possibilitam o seu controle total.
Ressalta-se que, as funções de um TMS são mais produtivas quando
util izadas de forma integrada com um WMS, pois dessa forma a comunicação
entre o armazém, responsável pela separação do pedido e carregamento do
veículo se dará de forma ampla e em tempo real, possibili tando uma
comunicação mais eficiente entre as áreas de armazenagem e transporte da
empresa.
2.3.6.5 Radio Frequency Data collection (AUTO ID e RDF) ou Coleta de
dados por radiofreqüência
Identificação Automática e RFDC (Radio Frequency Data collection
ou Coleta de dados por radiofreqüência) é uma tecnologia da informação
voltada a identificação automática de dados, permite a troca de informação de
forma precisa, interligando o ponto de coleta de dados a um sistema.
O que viabiliza a captura automática dos dados é o código de barras,
representação alfanumérica de uma informação, que pode se decodificada por
meio de leitura óptica nas operações automatizadas, com o código de barras é
possível capturar várias informações de forma rápida e segura. Por meio dele
Silmara G.F.Alves
84
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
é possível saber qual produto foi colocado em determinado endereço ou
localizar um produtos solicitados em pedido.
Quanto a identificação e padronização dos códigos de barras, o
Sistema EAN.UCC - Uniform Code Council , reconhece três simbologias de
código de barras para representar as estruturas de numeração padronizada:
EAN/UPC; ITF-14 e UCC/EAN-128, padrões mundiais de identificação e
decodificação alfa numérica.
Este processo apóia a identificação do produto em todas as etapas da
cadeia de abastecimento, desde a produção, passando pela identificação de
recebimento em armazém, estocagem, separação de pedidos até a venda ao
consumidor final.
Permitindo a identificação e intercambio de informações de forma
automática, além de proporcionar agilidade nos processos, permite uma maior
visibil idade do produto e um rastreamento total, em toda a cadeia de
suprimentos.
Segundo a EAN Brasil, baseado nos padrões EPC Global, em
conjunto com a EAN International e o Uniform Code Council (UCC) –
organizações internacionais que desenvolvem e promovem padrões mundiais
de identificação eletrônicas de produtos, os elementos que compõem uma
solução RFDC são:
Número EPC: Identificador global e único, util izado para acessar
os dados na rede EPC. Acomoda as informações do GTIN - Identificador
Global de Item Comercial, que identifica os produtos no Sistema EAN UCC.
Silmara G.F.Alves
85
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Etiqueta EPC: É composta de um componente eletrônico ( chip
semicondutor) que tem o seu número de identificação gravado e um
transmissor conectado a uma antena. As tags podem ser confeccionadas em
todos os tamanhos e formatos, com espessura tão fina que permite a aplicação
na superfície dos produtos. Algumas têm a capacidade adicional de registrar
novos dados.
Leitor de Radiofreqüência : Emite ondas magnéticas que aciona a
etiqueta RFID, permitindo que transmita de volta a informação armazenada no
micro-chip. Decodifica, verifica, armazena os dados e se comunica com o
computador.
Savant TM (atua como o sistema nervoso da rede): Também
chamado de EPC Middleware , recebe o código pelo leitor, pergunta ao ONS
onde encontrar informação sobre um produto, e então busca os dados na rede,
conforme definido pelo ONS.
Serviço de Nomeação de Objeto (ONS): Bastante semelhante ao
Serviço de Nome de Domínio (DNS) da Internet. O serviço ONS traduz
números EPC para endereços da Internet . Isso faz com que as consultas de
informações baseadas em número EPC informações solicitadas.
EPC- IS: Sistema de informação que mantém todos os dados EPC
com regras de acesso, controle, autorização e autenticação. O Physical
Markup Language (PML) é o vocabulário definido em XML, que permite a
consulta e a obtenção de dados relativos aos números EPC.
Silmara G.F.Alves
86
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Banzato (2003, p.178), enumera os benefícios do uso do código de
barras e radiofreqüência:
Manutenção do funcionário em seu posto de trabalho (a
informação disponível em qualquer terminal de micro conectado a rede);
A qualidade de serviço é obtida no local de trabalho (o sistema
instantaneamente identifica os objetos separados pelo operador);
A visão dos pedidos separados e em processo de separação é feita
em tempo real;
Pode ser efetuada uma dupla conferencia dos pedidos a custos
baixos.
A integração de um sistema de radiofreqüência e um sistema WMS
permite a obtenção e manutenção das informações em tempo real. Com esta
associação de sistemas é possível obter-se à acuracidade das informações
(quantidade e localidade), controle operacional, rastreabilidade do pedido,
controle individual por SKU (Stock Keeping Unit ), eliminação dos erros
operacionais através de conferência por cruzamento de informações, conforme
Banzato (2003, p. 184).
2.4 IMPACTO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAIS NAS
ORGANIZAÇÕES
Silmara G.F.Alves
87
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
As tecnologias e sistemas de informação impactam diretamente no
ambiente organizacional, de modo que, ou a empresa adapta-se a nova
inserção de um sistema de informação ou o sistema de informação é adaptado
as necessidades da organização, de forma a respeitar sua cultura, seu fluxo de
atividades e sua cultura, para que a implantação de um sistemas de informação
alcance o sucesso esperado a empresa a tecnologia aplicada devem caminhar
em linhas convergentes e nunca divergentes.
Segundo Rezende (2003, p.120), “os impactos dos sistemas de
informação nas empresas são na organização e estrutura, na imagem, na
competit ividade, na administração, no desempenho, na qualidade, na
adequação do produto e nos investimentos”.
A tecnologia da informação é o recurso tecnológico que mais
desperta atenção em um ambiente empresarial, isso acontece porque sua
util ização é muito disseminada em diversos ambientes de trabalho e a
abrangência de seus impactos é muito amplo, um exemplo desse impacto é a
preocupação com as informações que, ao serem mais facilmente util izadas
com a informática, geram uma série de alteração na organização das empresas,
quanto ao sigilo e quanto à administração das informações. (REZENDE, 2003,
p.121).
CAPITULO III
PROCEDIMENTOS METODOLÓGOCOS DO ESTUDO
Silmara G.F.Alves
88
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
3.1 DEFINIÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA
A pesquisa ocorreu na empresa Martins Comercio e Serviço de
Distribuição S/A. Caracteriza-se por ser uma empresa de grande porte, no
setor de distribuição que atua em 95% do território nacional.
A pesquisa foi desenvolvida na unidade CAD-PB, localizado no distrito
industrial de João Pessoa, sendo o segundo maior CAD dentre os três CAD’s
da empresa. Os setores envolvidos na pesquisa foram os diretamentes
relacionados as atividades logísticas da empresa.
3.1.1 Tipo de estudo
O presente estudo caracterizou-se por uma pesquisa de campo de caráter
descrit iva com abordagem qualitativa.
Para Prestes (2003), a pesquisa de campo:
é desenvolvida principalmente nas ciências socia is , a pesquisa de campo é aquela em que o pesquisador at ravés de questionário, entrevis tas, protocolos , verbais, observação, e t . , cole ta seus dados, invest igando e pesquisando no seu meio.
Para Oliveira (1998), um estudo descritivo procura abranger aspectos
gerais e amplos de um contexto social: como salários e consumo, mão-de-
obra, população,situação social, opiniões, dentre outras.
Oliveira (1998), também descreve a abordagem qualitativa como o
método onde não se emprega dados estatísticos, como sendo o centro do
Silmara G.F.Alves
89
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
processo de análise do problema, ou seja, a abordagem qualitativa não tem a
pretensão de enumerar, nem medir unidades ou categoria.
3.1.2 Natureza do estudo
Esta pesquisa se caracterizou-se por ser um estudo de caso.
Segundo Chizzotti (2000), estudo de caso,
é uma caracterização abrangente para designar uma divers idade de pesquisas que coletam e regis t ram dados de um caso par t icular ou de vários casos af im de organizar um relatório ordenado e cr í t ico de uma experiência , ou avalia- la anal i t icamente, objet ivando tomar decisões a seu respei to ou propor uma ação t ransformadora.
3.2 DADOS DA PESQUISA
Para o levantamento dos dados, foram utilizados na pesquisa dos tipos de dados:
os primários e secundários.
3.2.1 Dados primários
Este estudo util izou para o levantamento dos dados primários
instrumentos de pesquisa, por meio de observação sistêmica e a entrevista
estruturada, que foram aplicadas e observadas no decorrer da pesquisa na
empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A.
3.2.2 Dados secundários
Silmara G.F.Alves
90
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Para formulação deste estudo foram pesquisados: livros, revistas,
documentos eletrônicos e relatórios gerenciais.
3.3 DEFINIÇÃO DO PROCESSO METODOLÓGICO
3.3.1 Caracterização do universo de pesquisa
A pesquisa foi realizada na empresa Martins Comércio e Serviço de
Distribuição S.A, na fil ial CAD-PB , no distrito industrial desta cidade. foram
analisados todos os setores que estão diretamente envolvidos nos processos
logísticos da empresa.
3.3.2 Instrumentos de coleta de dados
Foram utilizados a entrevista estruturada e observação sistémica.
Observação sistêmica, para Prestes (2003),
é estruturada e real izada em condições controladas de acordo com o objet ivos e propósi tos previamente definidos. Vale-se em gera l de um instrumento adequado a sua efe t ivação, indicando e del imitando a área a ser observada e requerendo um planejamento prévio para ser desenvolvida .
Andrade (2002) define entrevista estruturada como sendo:
fazer uma sér ie de perguntas a um informante, conforme um rotei ro preestabelecido. Esse rote iro pode const i tuir -se de um formulár io que será aplicado da mesma forma a todos os informantes , para que se obtenham respostas para as mesmas perguntas .
3.3.3 Ordenação e tratamento dos dados
Silmara G.F.Alves
91
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Os dados foram ordenados e tratados através do editor de texto, Word
da Microsoft . Os dados foram analisadas qualitativamente, após manipulação
e análise dos resultados obtidos por meio dos instrumentos de pesquisa
util izados, os quais são descritos no capítulo a seguir.
3.3.4 Análise e interpretação dos dados
Os dados forão analisados e interpretados considerando a quantidade e a
qualidade das informações coletadas a part ir das informações obtidas por
meio da entrevista estruturada e da observação sistêmica.
A entrevista estruturada foi realizada junto a supervisão do PCP –
Planejamento e Controle de Produção e a observação sistêmica se deu no
acompanhamento, análise e descrição das atividades e procedimentos do fluxo
logístico da empresa pesquisada.
CAPITULO IV
LEVANTAMENTO ANALÍTICO
Silmara G.F.Alves
92
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
4.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
A presente pesquisa teve como objeto de estudo de caso a empresa
Martins Comércio e Serviço de Distribuição S.A., localizada no distrito
industrial de João Pessoa, sendo uma das unidades de distribuição do grupo
Martins é identificada por CAD-PB ou Central de Armazenagem e
Distribuição da Paraíba.
4.1.1 Histórico da empresa
A primeira unidade do Grupo, a matriz, foi inaugurada em 17 de
dezembro de 1953, em Uberlândia e chamava-se Armazéns Secos e Molhados
Martins.
Iniciou suas atividades distribuindo mercadorias diversas para
caminhoneiros e em 1956 passou a vender os excedentes para comércios da
redondeza, era o início do Martins como distribuidor atacadista.
Em 1964 passou a atuar somente como distribuidor e alcançou um
faturamento de U$$ 900.000.
Em 1976, já com faturamento de U$$ 20 milhões, a Martins decide
apostar na nova tecnologia dos computadores e informatizou todas as suas
atividades com o que havia de mais moderno no mercado da informática para
realização dos balanços da empresa e assim ganhou mais agilidade em seus
processos e na administração .
Silmara G.F.Alves
93
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Em 1982, foi inaugurada a Central de Distribuição e Armazenagem,
no distrito industrial de Uberlândia, o primeiro modulo com capacidade de
13.000 m² e o segundo com 29.000 m² em 1987. Em 1988 o faturamento da
empresa chega a U$$ 241,2 milhões. Nos anos 90 foi inaugurado mais
22.000m² de depósito.
Em 1993, a frota somava 1.303 caminhões e mais de 90 veículos de
apoio. Eram estes os caminhões que levavam os pedidos a 13,712 localidade,
entre cidades, povoados e comércios rurais, cobrindo cerca de 97% do
terri tório nacional.
Em 1994, a Martins tornou-se o primeiro atacadista brasileiro a
atingir a marca de 1 bilhão de reais de faturamento. Também neste ano foi a
40º colocada no ranking das 500 “Melhores e Maiores” empresas privadas do
Brasil pela revista Exame.
No final da década de 90, a Martins criou um programa para
fidelizar seus mais de 205.000 clientes, o NCA - Núcleo de Clientes
Associados que recebem benefícios exclusivos e diferenciados que visam o
auto-desenvolvimento e crescimento sustentado.
Os clientes NCAs participam do Programa de Relacionamento
Martins, cuja reciprocidade em compras é reconhecida através do acúmulo de
bônus, papel moeda do programa, e trocados por produtos e serviços
promovidos pela UMV - Universidade Martins do Varejo.
São 13.000 NCA que representam mais de 43% do faturamento da
empresa, com menos de 6% da base de clientes.
4.1.2 Apresentação da empresa
Silmara G.F.Alves
94
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Atualmente o Grupo Martins dispõe de 42 CDAs - Centros de
distribuição avançados e 3 CADs - Centrais de Armazenagem, sendo a matriz
em Uberlândia, um CAD em Manaus e o terceiro em João Pessoa, sendo esta a
unidade pesquisada.
Hoje conta com um total de 114 mil m² de área de armazenagem,
com capacidade para armazenar 108.300 toneladas distribuídas em 20.000
itens diferentes nos 164.000 endereços de armazenagem.
Conta com a mão-de-obra de 2.450 colaboradores e possui uma
distribuição equipada com 1.450 veículos para atender os mais de 205.000
clientes ativos. São 26 milhões de itens movimentados por mês, 29.000
toneladas movimentadas.
Com o objetivo de tornar os negócios mais lucrativos, o CAD-PB foi
implantado em João Pessoa em 1999, possui uma localização regionalmente
estratégica, pois está si tuado entre as demais fil iais do Nordeste que não
possui armazéns, chamadas de filiais de faturamento ou CDA - Central de
Distribuição Avançada.
A Martins CAD-PB possui área de 18.562 m², com 8.455 endereços
de armazenagem, 5.714 endereços de Picking (área de apanha, localiza-se no
solo) e 3.000 m² de área de blocado (área onde as mercadorias são
armazenadas em forma de pilhas e em grandes quantidades em um único
endereço de blocado).
- A logística da empresa
Silmara G.F.Alves
95
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
A logística Martins atende hoje 100% dos municípios brasileiros no
mínimo uma vez por semana através de logística multimodal, em números são
gastos 1,4 milhão de l itros de diesel/mês para entregar 11.000 cargas
roteirizadas/mês, são 281.000 entregas/mês e 4,7 milhões de quilômetros por
mês o que equivalente a 117 voltas ao redor da Terra ou 6 viagens ida e volta
a lua por mês. Para tanto dispõe de 1.450 veículos próprios.
- A logística do CAD-PB
O CAD-PB, sendo o único armazém do Nordeste, distribui as
mercadorias para as filiais, os CDAs e os pontos de apoio nas cidades de
Teresina, Sobral, Fortaleza, Natal, Crato, Patos, Salgueiro, Recife, João
Pessoa, Maceió e Aracaju, para tanto dispõe de uma frota de 65 tocos, 39
caminhões ¾, 15 caminhões Ivecos e 24 Accelos.
Silmara G.F.Alves
96
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Figura 8 – Área de abrangência da distribuição CAD-PBFonte: Pesquisa direta, (2005).
Figura 9 – área de abrangência comercial do CAD-PBFonte: Pesquisa direta, (2005)
Os números comerciais do atendimento Martins CAD-PB
acompanham as estratégias logísticas da empresa em atender 100% dos
municípios brasileiros. A força de vendas é plenamente informatizada e
trabalha com equipamentos eletrônicos de últ ima geração que garantem
Silmara G.F.Alves
97
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
acompanhamento on-line dos estoques e agilidade na emissão dos pedidos de
venda.
Tabela 5 – área de abrangência comercial do CAD-PB
Piauí Ceara Rio G. Norte
Paraíba Pernam buco
Alagoas Sergipe Total CADPB
GM 03 04 02 10 02 04 02 27CA 2972 2760 1258 8067 610 2331 675 18991NCA 144 650 226 386 96 423 87 2012RCA 84 73 36 187 15 65 27 515
Fonte: Pesquisa direta, (2005).
Siglas da tabela 5:GM- Gerentes de Mercado. CA - Clientes AtivosNCA- Núcleo de Clientes AssociadosRCA - Representante Comercial Autônomo
4.1.3 Funcionamento da empresa
Trata-se de uma empresa atacadista distribuidora cujo
funcionamento engloba as atividades de compra, armazenagem, venda e
distribuição de mercadorias diversas.
A empresa tem em sua estruturação física projetos de layout bem
delimitados. O seu sistema de armazenagem permite a racionalização
inteligente e segura do espaço disponível.
As áreas de armazenagens são compostas por estantes porta-paletes.
Este sistema permite a uti lização do espaço aéreo do armazém empilhando as
Silmara G.F.Alves
98
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
mercadorias sem riscos de avarias e disponibilizando um maior número de
endereços para armazenagem.
O sistema de endereço funciona como um endereço de localização
geográfica comum, composto por módulos ou blocos, ruas, prédios ou
estantes, níveis ou andares e os apartamentos.
O módulo ou bloco é onde se pode segmentar as mercadorias por
setores ou categorias, por exemplo: módulo de mercadorias alimentícias ou de
limpeza.
As ruas significam a abertura entre uma estante e outra, os prédios
são as estantes que podem variar de altura dependendo da norma de
paletização das mercadorias deste prédio e os níveis ou andares que também
variam de altura e quantidade.
Por fim os apartamentos que são endereços exclusivos de um único
item, o sistema de endereçamento do armazém é reconhecido pelo sistema
WMS que sistematiza cada local, solicita os operadores para retirada ou
armazenagem das mercadorias nos locais por ele mapeados.
Silmara G.F.Alves
99
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Figura 10 – Sistema de endereçamento do armazém.Fonte: Pesquisa direta, (2005).
A seguir, na figura 8, há um layout parcial do armazém, que servirá
para visualização das atividades dos setores que serão descritas
posteriormente.
Silmara G.F.Alves
100
Este
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e se
para
ção
Mercadorias Fracionadas
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eria
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Ilha 1Recebimento
Fiscal
Ilha 2Recebimento
Físico
PCP logístico
Ilha 3Separação e Expedição
Logística
Área de movimentação e
Separação de pedidos
Box
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Rec
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ição
Box 1
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ou
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Figura 11 – Layout parcial do armazém.Fonte: Pesquisa direta, (2005).
4.1.4 Organograma com destaque ao setor abordado
Silmara G.F.Alves
101
SupervisãoRH
Ag. Cont. Patrim. : 3Analísta de RH 1Assist.. Adm. : 1Tec. Seg.Trabalho: 2
Supervisor: 1Analista Logistica: 1Aux. Adm. : 4Motoristas: 68
Supervisão de
Distribuição
Gerencia de
Distribuição
Recebimento Aux. Adm. : 1Mot. Manobrista : 1Oper. Equip. M&A : 6Oper.M&A : 7Farmacêutica: 1
Assistência
Gerencial Geral
Supervisão
Carga Grossa
Supervisão
Carregamento
Supervisão
PCP
Supervisão
Fracionados
Supervisão
Recebimento
Carga Grossa Oper.M&A : 18Oper. Equip. M&A : 4Oper. M&AII : 2
Carregamento Oper.M&A : 16Oper. Equip. M&A :0Oper. M&AII : 0
PCPAnalista Logistica: 1Aux. Adm. : 4Oper. Informatica : 3
Fracionados Oper.M&A : 14Oper. M&AI : 1Oper. Equip. M&A : 1
Perfumaria Oper.M&A : 33Oper. M&A : 1Oper. Equip. M&A : 2
Recebimento FiscalAssist. Adm. : 1 Aux. Adm. : 1
Controlados Oper.M&A : 9
SMEOper.M&A : 2Aux. Adm.: 1Assist. Produção : 1
Transit PointOper. M&A : 2Assist. ADM: 1
Gerencia de
Armazém
Supervisor: 1assistente: 1Aux. Adm. : 1Lavador: 1Mecânico: 1Eletricista: 3Frentista: 2Motoristas: 68
Supervisão
Manutenção
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Figura 12 – Organograma funcional da empresaFonte: Pesquisa direta, (2005).4.1.5 Fluxograma do processo Logístico
Silmara G.F.Alves
102
Vendas
Recebimento Fiscal
Recebimento Físico
Armazena-gem
Roteirização
PCP
Separação Carregamento
Distribuição
Compras
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Figura 13 – Fluxograma do processo logísticoFonte: Pesquisa direta, (2005).
4.1.6 Análise e descrição das atividades desenvolvidas durante o estágio
As atividades desenvolvidas no período de estágio foram de caráter
administrativo, na área logística da empresa, desenvolvendo:
Atividades no controle de depósito, referentes a avaliação de devoluções,
Entradas e saídas especiais em estoque;
Administração de movimentação de mercadorias e documentações entre
filiais;
Entrada de documentos fiscais para recebimento de mercadorias;
Agendamento de recebimento e controle de dispositivos de armazenagem e
entrega.
Silmara G.F.Alves
103
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
CAPITULO V
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Para analisar o tema proposto foram utilizados dois instrumentos de pesquisa, a
entrevista estruturada e a observação sistêmica. Ambos foram descritos por meio do editor de
texto Word e tratados de forma qualitativa.
5.1 DADOS DA ENTREVISTA ESTRUTURADA
A entrevista foi aplicada com a finalidade de obter dados mais consistentes sobre
o tema observado, considerando o depoimento do supervisor do Planejamento e Controle de
Produção (PCP) sobre a utilização dos sistemas de informação nos processos logísticos.
Sua aplicação se deu no mês de setembro de 2005 e todas as respostas foram
considerados válidas para a análise proposta deste estudo.
Silmara G.F.Alves
104
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
A entrevista estruturada, em especial, se destinou a responder os objetivos
específicos deste estudo referentes à aplicação dos sistemas de informação nos processos
logísticos da empresa, por se tratar de objetivos que exigem conhecimento técnico do assunto.
5.1.1 Obtenção das respostas dos setores
A descrição dos resultados obtidos através da entrevista estruturada abrangeu
perguntas referentes à utilização dos sistemas de informação logísticos em todos os setores
que utilizam estes sistemas na empresa. As perguntas foram respondidas pelo setor de
controle logístico da empresa, o PCP.
PCP LOGÍSTICO
1 - Há um sistema de Enterprise Planning Resouce ou Planejamento das Necessidades de
Material (ERP) na empresa ou algum correspondente?
Resposta: sim. É utilizado o ERP da Oracle, um dos fornecedores que atendem as
especificações de um sistema ERP.
Verifica-se a presença de um sistema central alimentado pelos demais sistemas de
informação da empresa compostos por módulos.
2 - Qual a forma de acesso ao sistema de informações logísticas da empresa?
Resposta: as entradas ocorrem em tempo de processamento, desde a negociação com os
fornecedores através de digitação direta no sistema de gestão de estoques, passando pelo
agendamento do recebimento e troca eletrônica de informações de recebimento no módulo de
recebimento fiscal, na internalização das mercadorias no warehouse, utilizando-se de rádio
Silmara G.F.Alves
105
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
freqüência, o qual é disponibilizado para vendas, armazenagem e picking (mercadorias de
giro rápido que ficam endereçados em locais de fácil acesso), ambos controlados pelo FEFO
(First Expire First Out, ou primeiro que vence, primeiro que sai), até a expedição da carga do
cliente e entrega. As saídas ocorrem por meio de aplicativos nos sistemas integrados ao ERP,
em tela ou através de relatórios, ou ainda de consultas estruturadas em bancos de dados
padrão SQL.
A disponibilização dos acessos em tempo real permite a interação entre todos os
setores da empresa e os aplicativos integrados ao ERP facilitam as atividades dos funcionários
à medida que disponibiliza informações reais em linguagem de fácil compreensão para os
usuários do sistema.
3 - O sistema ERP pode ser encontrado em módulos como: programação e roteamento
de veículos, previsão de demanda, gerenciamento do armazém e planejamento de
estoques. Na empresa há integração entre esses módulos?
Resposta: sim, a empresa trabalha com agenda de roteirização de cargas para as diversas
regiões do país, distribuindo a demanda ao longo da semana, pedidos são transmitidos
eletronicamente e aguardam processamento de acordo com a agenda. São vendidos apenas
estoques disponíveis e a atualização ocorre no momento da passagem do pedido em tempo
real. Após processamento os pedidos estarão divididos em veículos, o picking é iniciado. Ao
final da semana a carga é faturada e o estoque baixado automaticamente. Todos os módulos
são integrados.
Silmara G.F.Alves
106
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
A integração entre os módulos permite a troca de informação entre os setores e
alimentação do banco de dados central, o ERP, disponibilizando o fluxo das operações para
todos os usuários do sistema envolvidos no processo.
4 - A empresa possui um sistema de Data WareHouse (DW) que serve para armazenar
dados históricos e atuais em um único banco de dados? Se não, há um similar? Como a
empresa armazena esses dados?
Resposta: sim, os dados são armazenados no data warehouse e disponibilizados através de
consultas SQL ou relatórios específicos. Dados confidencias ou de uso diário estão em bases
distintas, com controle de acesso e performance.
A disponibilização das informações seja por relatórios automáticos seja por
consultas programadas resulta na qualidade das informações adquiridas e necessárias ao bom
andamento das atividades da empresa. Os acessos limitados garantem a segurança das
informações, a integridade e confiabilidade das informações do banco de dados.
Todavia foi verificada a utilização de dois bancos de dados para armazenagem dos
dados, um RUDIPRD de DB2 com informações de clientes, faturamento, vendas e produtos e
o banco Oracle, sistema ERP – Enterprise Resouce Planning com informações fiscais e
financeiras.
O sistema ERP Oracle, como é classificado como sistema central deveria manter
em seu database todas as informações da empresa, sem a utilização de um sistema
coadjuvante, pois o compartilhamento de banco de dados pode gerar duplicidade de
informações, lentidão no acesso as informações e altos gastos com manutenção.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
5 - As melhorias nos Sistemas de Informação já implantadas na empresa permitiu-lhes
verificar alguma atividade que não agregava valor? Possibilitou o desenvolvimento ou
aperfeiçoamento de outras atividades? Justifique.
Resposta: Os sistemas são desenvolvidos conforme necessidade do cliente interno. Antes do
desenvolvimento a área interessada aprova o projeto e negocia a prioridade de implantação
com a diretoria, que determina o prazo de conclusão. Casos que representam maiores ganhos,
redução de perdas ou riscos para o negócio tem prioridade de implantação.
Embora os sistema adquiridos sejam planejados há uma série de adaptações que
os usuários sofrem quando passam a utilizar um novo sistema e esta interferência pode
resultar na atividade central da empresa, no caso específico, as atividades logísticas. Um
sistema bem planejado, se foi criado para aperfeiçoar e melhorar as atividades por meio da
agilidade no acesso e processamento das informações deve sempre fornecer melhorias
percebíveis no processo, se não, não justificaria os altos custos de sua implantação.
6 – Uma tecnologia muito disseminada no mercado é o Eletronic Date Interchange – EDI
ou Intercâmbio Eletrônico de Dados, sendo uma ferramenta que viabiliza a troca de
documentos comerciais eletronicamente, possibilitando diminuir a quantidade de erros
gerados pela redigitação e volume de papel, ao mesmo tempo em que aumenta a
eficiência e a rapidez na comunicação entre os parceiros comerciais. Descreva como essa
tecnologia é utilizada na empresa, quais os benefícios proporcionados, as limitações e as
possibilidades de melhorias que você enxerga.
Resposta: O EDI é praticado pelos fornecedores, com 98% das informações de recebimento,
inclusive janelas de entregas, sendo passadas pelo meio. Mesmo com a sua utilização alguns
Silmara G.F.Alves
108
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
fornecedores ainda comentem erros nas informações, por não terem desenvolvido um
sistemas adequado para atendimento ao EDI.
Verifica-se uma boa aplicação do sistema de EDI na empresa, conforme observado
90% de tudo que é recebido fisicamente na empresa foi previamente agendado e suas
informações fiscais foram recebidas via EDI, sendo 90% a meta estipulada pela empresa,
entende-se que é um bom resultado tendo em vista o cumprimento das metas.
Conforme o respondido na entrevista, há apenas 2% das informações digitadas
manualmente, visto que 98% são recebidas via EDI, não há metas para esta informação na
empresa, porém contata-se também um bom resultado, o próprio fato de não haver metas
justifica conformidade com os resultados obtidos.
Verifica-se também uma boa integração entre o sistema de EDI e o módulo WMS
do armazém que proporciona a troca de informações fiscais e físicas.
7 - O módulo de gerenciamento de armazéns, conhecido como Warehouse Manegement
Systems ou Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS) atende as necessidades de
processamento de informação em tempo e qualidade desejada pela empresa? Quais as
limitações percebidas pelos usuários frente às novas tecnologias apresentadas pelo
mercado e frente às necessidades crescentes de atendimento ao cliente em menor espaço
de tempo?
Resposta: atualmente são utilizados dois WMS na empresa, na matriz utiliza-se um software
desenvolvido internamente, que se apresenta robusto e evoluído, atendendo a todas as
necessidades de controle, em contrapartida o sistema de base que suporta o WMS esta
ultrapassado tecnologicamente e não suporta operações com rádio freqüência e ambiente
gráfico, além do alto custo de manutenção. Na tentativa de substituir esse sistema em 1999 foi
adquirido um software WMS que atualmente é utilizado no CAD PB. Possui muitas
Silmara G.F.Alves
109
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
vantagens em relação ao caseiro, mas apresenta falha no seu desenvolvimento e na correção
de Bugs. Em 2005 esta prevista a implantação de um novo WMS que substituirá os atuais em
utilização e tem como principal proposta permitir a expansão dos negócios da empresa no
mercado.
Verifica-se um erro de planejamento na aquisição do software WMS,
contradizendo a resposta anterior. Há inclusive a utilização de sistemas diferentes nas
unidades da empresa e sobre tudo o compartilhamento de um sistema profissional e um
caseiro que demonstra a incapacidade de ambos, pois nenhum dos dois é capaz de manter a
qualidade das operações e subsistir individualmente atendendo as necessidades de
processamento e armazenamento das informações.
O compartilhamento de sistemas pode acarretar duplicidade de informações,
dificuldade de retorno destas informações e espera em tempo de transmissão dos dados e
causar aos usuários a sensação de ineficiência do sistema.
Ao adquirir um sistema de informação é imprescindível uma análise completa de
todo o sistema de informação da empresa, do sistema central que servirá de base para o novo,
a capacidade de integração entre os demais módulos de sistemas, a capacidade de
armazenagem de dados a médio e longo prazo e sobre tudo a facilidade de utilização desse
sistema pelos usuários.
8 – O Warehouse Manegement Systems – WMS ou Sistemas de Gerenciamento de
Armazéns é um sistema que visa promover a integração entre hardware, software e
equipamentos periféricos para gerenciar estoques, espaço, equipamentos e mão-de-obra,
otimizando assim o gerenciamento das atividades de armazenagem da empresa por meio
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
de uma melhor gestão das informações. O sistema WMS que a empresa utiliza prover
esta integração? Justifique.
Resposta: Provém todas as opções fornecidas, exceto as de otimização dos recursos, ficando
apenas no campo do controle desses recursos. A empresa está buscando no mercado um WMS
que atenda além das necessidades de recursos, as de gestão e otimização destes recursos.
Verifica-se uma necessidade não atendida pelo WMS utilizado na empresa devido
a uma limitação percebida e descrita pelo entrevistado. Trata-se de uma opção importante
para a otimização dos recursos da empresa que poderia ajudar na redução dos custos e no
aumento da produtividade, resultando no aumentando dos lucros da empresa.
9 – O sistema WMS se integra ao Enterprise Resource Planing - ERP ou planejamento
dos Recursos de Material, em pontos como o cadastro de materiais, as carteiras de
pedido de clientes e de fornecedores, a contabilização de estoques, o planejamento de
compras e de produção, os sistemas de transportes, os ambientes de Serviço de
Atendimento ao Cliente – SAC, etc. Sendo assim, uma das características altamente
desejáveis num WMS é facilidade e confiabilidade com que as trocas de dados com os
demais sistemas da empresa puderem ser feitas. O sistema WMS da empresa possibilita
essa confiabilidade? Descreva com quais sistemas da empresa o WMS interage e os
benefícios que esta interação proporciona.
Resposta: sim, os sistemas WMS (um desenvolvido internamente e outro adquirido no
mercado) estão totalmente integrados aos sistemas de vendas (estoque on-line), compras
(pedidos), contas a pagar e receber e contabilidade (ERP), além do sistema de roteirização de
cargas e TMS (transportation manegement system).
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Verifica-se uma integração satisfatória entre os módulos dos sistemas de
informação dos setores, o sistema possibilita unidade das informações quando são
convergidos no ERP. Porém um dos módulos, o WMS da armazenagem apresenta-se
inadequado, visto que são utilizados dois sistemas, um caseiro e outro profissional sendo um
complementar ao outro.
Observou-se que não há erros nas informações fornecidas pelo WMS ao ERP
porque somente um sistema tem relação direta com o central. O outro serve de base para as
operações com equipamentos de automação como o de radiofreqüência.
10 – Uma solução WMS adequada, utiliza instrumentos de coleta de dados por meio de
tecnologias com códigos de barros e radiofreqüência, esta integração permite a troca de
informação precisa, interligando pontos de coletas de dados a um sistema. Quais os
benefícios que essa tecnologia propicia as atividades de recebimento e armazenagem na
empresa?
Resposta: com a utilização de códigos de barras os erros de recebimentos e expedição foram
reduzidos a praticamente zero erros. Esse processo, interligado ao WMS, permite um controle
total do estoque do warehouse, que utiliza de rádio freqüência para gerir os recursos e
controlar a operação. Os custos com papel (relatórios e etiquetas) foram reduzidos em 79%
quando implantado o sistema de rádio freqüência.
Verificou-se que a empresa dispõe de tecnologia de ponta e todas as suas
atividades logísticas são automatizadas, conforme o respondido na entrevista, a empresa
utiliza tecnologias como radiofreqüência que através de coletores de códigos de barras
dispensa a contagem manual de mercadoria, evitando erros de contagens referentes a
quantidade, a descrição e o destino da mercadoria.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
11 – A definição do layout do armazém é um fator condicionante para o seu
desempenho. Análises estatísticas baseadas na regra de Pareto, comprovam que 80% das
atividades do armazém são representados por 20% de SKU’s, o que significa dizer que
20% dos produtos vendidos detém um maior giro de estoque. Na empresa os itens de
maior giro de estoques são agrupadas em famílias e dispostos de forma que o fluxo de
apanha e separação de pedidos seja mais ágil eficaz? Descreva as soluções aplicadas ao
escoamento dessas mercadorias de maior giro e como os sistemas de informação
auxiliam nessas atividades.
Resposta: por ter um mix com muitos produtos em estoque além da disposição por famílias e
giros, a empresa também se depara com o fator de obediência as leis do meio ambiente,
principalmente as elaboradas pela ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, no
desenvolvimento e implantação do layout, para tanto são utilizados diversas formas de
armazenagem, como: blocados, estrutura porta paletes e drivein’s. Essa é uma atividade
dinâmica no armazém e as mudanças ocorrem diariamente em tempo de processo, para se
garantir maior produtividade e evitar gargalos na produção. As informações de giro são
obtidas do sistema de vendas e as regras de armazenagem estão cadastradas no WMS,
dividindo o armazém em regiões.
Verificou-se um bom sistema de armazenagem por área, foi observado que as
mercadorias são agrupadas por características e por giro, assim as mercadorias de grupos
como: alimentício, eletrônicos, veterinário e de higiene possuem uma área específica
facilitando sua localização no momento de reposição e composição do pedido do cliente. A
pergunta referiu-se a separação dos itens por giro, para tanto foi verificado que também há as
Silmara G.F.Alves
113
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
áreas de apanha, onde localiza-se as mercadorias de maior giro e cuja a facilidade de
localização é determinante para a agilidade do processo.
12 – Dentre as principais funcionalidades de um software WMS quais você identifica nos
sistemas utilizados pela empresa?
(x) Rastreabilidade das operações: todas as movimentações, recebimentos, separação,
expedição e outras atividades cadastradas nas regras de negócio do sistema, são
registradas em tempo real.
(x) Inventários físicos rotativos e gerais: através de regras parametrizadas pelo usuário, o
sistema convocará operadores para a realização de inventários rotativos ou gerais, sejam
inventários orientados por item ou orientados por endereço.
(x) Planejamento e controle de capacidades: através do cadastro do controle de “centros de
trabalho” como docas de recebimento ou expedição, pode-se fazer um planejamento de
atividades como agendamento de entregas dos fornecedores ou separação de pedidos de
clientes, com a possibilidade de se analisar antecipadamente os “gargalos” de maneira a tomar
medidas de realocação de recursos com a necessária antecedência.
(x) Definição de características de uso de cada local de armazenagem: através do
mapeamento dos locais de armazenagem pode-se identificar para o sistema, todos os
endereços e as características dos itens que possam ser armazenados em cada um dos locais
(x) Tendo-se as características dos itens, o sistema convocará os operadores para colocar os
materiais em endereços adequados para a correta proteção e máxima produtividade das
movimentações dos itens trabalhados.
(x) Controle de lotes: o sistema deve manter registro em cada uma das unidades de
armazenagem, das informações dos lotes de fabricação de produtos sujeitos a este tipo de
Silmara G.F.Alves
114
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
controle, de maneira a permitir a identificação futura de para quais clientes, internos ou
externos, as mercadorias de um lote foram enviadas.
(x) Separação de pedidos – picking: o sistema deve permitir que se faça a separação das
mercadorias da área de armazenamento para a expedição ou de uma área de armazenamento
consolidada para uma área de separação secundária.
(x) Interfaceamento com clientes e fornecedores: o sistema deve permitir a fácil
comunicação, por meios como a Internet, de maneira a receber dos fornecedores os
documentos de remessa de mercadoria, notas fiscais, antecipadamente, possibilitando
programar as operações de recebimento com antecedência.
(x) Controle de rotas e carregamento de veículos: o sistema deve permitir o cadastramento
de rotas e controlar os volumes carregados em cada veículo.
As alternativas representam as principais características de um sistema WMS, se
foram identificadas pelo entrevistado significa dizer que o sistema WMS da empresa
apresenta as características desejáveis neste tipo de sistema.
13 - Quais dos seguintes erros você consegue identificar no processo de separação?
(quando houver, responda nos espaços correspondentes ao percentual aproximado
desses erros. Considere um período de um mês).
I. Erro de separação de itens, por erro na lista de separação.( ) não acontece ( x ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%
II. Erro de separação de itens, por erro no código do produto. ( x ) não acontece ( ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%
III. Erro de separação de quantidade (faltas e sobras), por falha na transmissão de informações
Silmara G.F.Alves
115
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
( x ) não acontece ( ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%
IV. Erro de montagem do pedido, por erro no código do produto. ( ) não acontece (x ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%
V. Erro de montagem do pedido, por insuficiência de informação.( x ) não acontece ( ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%
VII. Montagem do pedido no veículo errado - erro na expedição( ) não acontece (x ) acontece menos de 1% ( ) acontece de 1% a 3% ( ) acontece mais de 3%
A automação das atividades logísticas da empresa permite a diminuição das
possibilidades de erros já que a interferência humana ocorre geralmente no deslocamento das
mercadorias e no atendimento dos comandos de apanha e separação das mercadorias.
14 - Dos erros que você reconheceu a cima, você poderia descrever possíveis causas
propiciadoras desses erros e possíveis sugestões de melhorias?
Resposta: os erros de separação, em geral tendem a zero e quando existem são resultados do
uso inadequado dos equipamentos portáteis de rádio freqüência para leitura dos códigos de
barras nas operações, relacionados à falhas humanas, seja por negligencia ou
desconhecimento.
Tendo em vista a resposta do entrevistado verificou-se que os erros são referentes
à falhas humanas e que possíveis melhorias podem ocorrer com treinamento do pessoal.
15 - O CRM (Customer Relatioship Manegement ou Gestão do Relacionamento com o
Cliente) é um termo da tecnologia da informação, que abrange a metodologia, software e
capacidade da Internet para ajudar uma empresa a gerenciar suas relações com clientes
Silmara G.F.Alves
116
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
de uma maneira organizada, fornecendo informações sobre demanda (dados
mercadológicos, ações promocionais, que podem fornecer informações para o processo
de previsão de demanda ao setor de compras). Há um sistema que gerencie as
informações dos clientes na empresa?
Resposta: sim, os sistemas de vendas e de compras estão integrados e toda força de vendas é
informatizada, possuindo ferramentas que podem ser acessadas em tempo real para troca de
informações estratégicas para o negócio.
O CRM é mais que uma disponibilização de acessos. É um software administrador
das informações dos clientes. Permitindo elaborar planos estratégicos ao negócio mediante
informações personalizadas de clientes que podem ser disponibilizadas em forma de grupos
de clientes por estado para formação de plano especial que atenda a necessidades especificas
desse grupo, além de fornecer informações do histórico desses clientes para setores como
vendas, cobrança e crédito. Não ficou claro na resposta se há um sistema abrangente como o
descrito e que se possa caracterizar como um CRM.
Porém, de acordo com o observado nas operações da empresa, pode-se afirma que
há um sistema similar ao que se espera de um sistema CRM que pode ser um sistema caseiro
alimentado pelo Oracle, sistema central ERP.
Conclui-se isso, devido a integração percebida entre o telemarketing que dispões
de todas as informações de compra dos clientes e atendimento logístico dos pedidos, o crédito
que possui um banco de dados alimentado por informações de vendas e o setor de cobrança
que recebe informações bancárias, de vendas e do crédito.
Silmara G.F.Alves
117
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
16 - O CRM é conjunto de ferramentas que tem por objetivo conhecer melhor o cliente,
fazer distinção entre eles, no sentido de perceber, por exemplo, quais são os clientes mais
lucrativos, prover campanhas e formas de abordagens adequadas para atender às
necessidades dos consumidores, entre outras, permitindo assim, prover a fidelização dos
clientes. O sistema que a empresa utiliza permite-lhes usufruir destas informações
consolidadas dos clientes?
Resposta: sim, existe a segmentação e o controle é realizado pelo CRM.
Conforme justificado nos comentários da resposta anterior, reitera-se a existência
desse sistema, o que confirma a qualidade e operacionalização desse sistema é o fato da
empresa possuir um programa chamado NCA – Núcleo de Clientes Associados.
Nesse programa o cliente é acompanhado assistencialmente por pessoas e
eletronicamente pelo sistema, funciona como um programa de fidelização, o cliente acumula
bônus de valore, quando efetua compra ele adquire bônus que podem ser trocados por
promoções especiais ou por serviços de treinamento aos funcionários do seu estabelecimento.
São promovidos cursos, melhorias no layout da loja e acompanhamento do seu
desenvolvimento por uma equipe especial da empresa, esse tipo de relacionamento com
clientes com o objetivo de fidelização só é possível por meio de um sistema CRM.
17 - Os sistemas de CRM constituem uma nova forma de conceber e gerir os sistemas de
relacionamento com o cliente, articulando e conciliando novas tecnologias da
computação que permitem analisar e perceber o comportamento dos clientes de maneira
a segmentá-los e possivelmente utilizar esta segmentação para otimizar a comunicação
Silmara G.F.Alves
118
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
com o cliente e satisfazer os seus requisitos. A seguir identifique as ferramentas que você
utiliza neste programa:
(x) Call Center - registra os contatos, pedidos e reclamações dos clientes e assistência pós
compra.
(x) Data Warehouse - cria o que se chama de um “armazém de dados”, com informações
relativas aos volumes de vendas, informações on-line a respeito do cliente, estoques, etc., bem
como receber os pedidos e processá-los mais rapidamente.
Mediante já comentado, estas duas características são marcantes do CRM e
apresenta-se na empresa pesquisada. Constata-se que este é um módulo dos sistemas de
informação utilizados no processo e que contribuem para a qualidade das atividades logísticas
da empresa pesquisada.
18 - TMS – Transportation Manegement Systems ou Sistemas de Gerenciamento de
Transportes, também conhecidos por roteirizadores, tem por funções básicas o
planejamento e controle dos Transportes, do carregamento de veículo, das distâncias e
rotas percorridas e pagamentos de fretes. O sistema TMS da empresa atende a estes
requisitos? Que características ou benefícios que diferencia o serviço de entrega ao
cliente você poderia acrescentar?
Resposta: através da integração do TMS, TR (roteirizador) e WMS as mercadorias são
carregadas na ordem inversa de entrega e o motorista, ao chegar no cliente retira a mercadoria
sem ter que procura-la otimizando o tempo de entrega. Está em fase de implantação um
sistema similar ao EDI entre o motorista e a empresa para que no ato da entrega ele informe o
status do atendimento ao cliente, permitindo o controle em tempo real da distribuição. Isto
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
permitirá que o cliente acompanhe seu pedido via internet, a localização do veículo e a
previsão de chegada em seu estabelecimento.
Verificou-se que o sistema roteirizador da empresa pesquisada apresenta as
características básicas esperadas desse tipo de sistema e conforme a pergunta frisa, que é o
diferencial no sistema de entrega ao cliente. O entrevistado afirma que esta em fase de
implantação um sistema que controla a distribuição em tempo real, por meio do qual seria
possível obter-se status atualizados da entrega do pedido do cliente, contribuindo inclusive
para melhoria na qualidade dos serviços.
19 - As funções de um TMS são mais produtivas quando utilizadas de forma integrada
com um WMS, pois dessa forma a comunicação entre o armazém, responsável pela
separação do pedido e carregamento do veículo se dará de forma ampla e em tempo
real, possibilitando uma comunicação mais eficiente entre as áreas de armazenagem e
transporte da empresa. Sendo assim, como você avalia a interação entre estes sistemas
na empresa? A armazenagem e a Distribuição tem o nível de integração adequada para
se obter qualidade nos serviços de entrega ao cliente?
Resposta: a interação entre os sistemas de roteirização, WMS e TMS é completa, permitindo
carregar os pedidos na ordem inversa de entrega.
Verificou-se que conforme resposta do entrevistado há a interação esperada entre
os módulos dos sistemas de informação da empresa.
20 - O Transporte é atividade logística mais importante, simplesmente porque ele
absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos totais, contudo a utilização
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
de sistemas de informação podem garantir a redução de custos por meio de um melhor
aproveitamento dos recursos. Quais melhorias ou economias de recursos você consegue
identificar na utilização do sistema TMS na empresa?
Resposta: a principal melhoria que se pode obter é o planejamento e controle das atividades
de distribuição. Atualmente o motorista, ao sair para as entregas tem conhecimento da
kilometragem que irá percorrer e qual a seqüência de entrega deverá cumprir. Ao retornar da
viagem, o TMS permite a verificação dos dados previstos e realizados, localizando desvios e
dando suporte a decisão e correção de rotas, cadastro de localização de clientes, barreiras e
entradas.
A possibilidade de controle e confronto entre o orçado e o realizado em cada
entrega permite a empresa analisar os custos e reduzi-los.
5.2 OBSERVAÇÃO SISTÊMICA
Para responder os demais objetivos específicos desta pesquisa foi utilizado um
roteiro de observação sistêmica para observar as atividades logísticas da empresa e observar o
seu funcionamento.
Para tanto foi utilizado como roteiro:
A. Identificar os setores envolvidos no processo logístico da empresa pesquisada;
B. Descrever o funcionamento de cada setor identificado;
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
C. Identificar as mercadorias processadas pela empresa e em cada setor
especificamente;
D. Identificar as tecnologias de informação utilizadas por cada setor;
E. Identificar o fluxo logístico das atividades da empresa, ou seja, identificar o
percurso produtivo das mercadorias e informações;
5.2.1 Dados obtidos através do roteiro de observação sistêmica
A. Identificar os setores envolvidos no processo logístico da empresa pesquisada;
Detectou-se que, os setores envolvidos diretamente no processo
logístico da empresa, são: recebimento fiscal, recebimento físico,
armazenagem, distribuição, PCP Logístico, separação, carregamento e
expedição.
B. Descrever o funcionamento de cada setor identificado;
Recebimento Fiscal
É no recebimento fiscal que se iniciam as atividades internas da
empresa. Este setor é responsável pelas entradas de documentos fiscais no
banco de dados da empresa.
As informações fiscais dos fornecedores chegam a um sistema que
interage com o banco de dados da empresa através do Eletronic Date
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Interchange – EDI ou Intercâmbio Eletrônico de Dados, mediante o uso desta
tecnologia as programações de entrega são feitas antecipadamente respeitando
o limite de capacidade de recebimento da empresa e as necessidades especiais
de recebimento de alguma mercadoria sinalizada pelo departamento de
compras.
Assim sendo, o recebimento fiscal da empresa efetua entrada fiscal
apenas do que esta programado para o dia, que foi cadastrado via EDI.
Recebimento Físico
O recebimento físico é responsável pelo descarregamento das
mercadorias, pela conferencia e confirmação física das mercadorias que foram
previamente cadastrados no sistema de recebimento fiscal da empresa.
Esta conferencia se da de forma eletrônica, devido à interação do
sistema Warehouse Manegement Systems – WMS ou Sistema de
Gerenciamento de Armazéns, com o módulo de recebimento fiscal, que
permite conferencia de dados, através do código de barras das mercadorias,
util izando coletores de dados que alimentam o sistema via rádio freqüência.
Depois que os conferentes conferem e confirmam a descrição e a
quantidade dos itens, as informações são replicadas ao recebimento fiscal que
efetua a transição das informações fiscais para o WMS, que na empresa
chama-se SAGA , a partir de então as mercadorias recebidas passam a fazer
parte do ativo imobilizado.
O sistema de recebimento fiscal possui interface direta com o
sistema central, o Enterprise Planning Resource - ERP ou Planejamento das
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Necessidades de Material , chamado Oracle , assim no momento da
confirmação das informações fiscais os dados são enviados a este sistema, o
mesmo ocorre após o recebimento físico, no módulo WMS, após conferencia e
confirmação do recebimento as informações ficarão acessíveis a todos os
departamentos da empresa, como a contabilidade, compras e vendas.
Armazenagem
Em seguida ao recebimento físico vem à armazenagem das
mercadorias recebidas, nesta atividade a participação do WMS da empresa, o
SAGA é imprescindível, devido ao volume de mercadoria, a diversidade de
itens e ao tamanho físico do armazém.
Na administração dessa atividade, o SAGA é responsável por
diversas funções, como a r astreabilidade das operações, onde as atividades
são registradas em tempo real e proporciona acompanhamento pelo supervisor
do armazenagem que estará na ilha 2, conforme descrição do layout na figura
4 , ou visualizada pelo PCP que poderá programar as atividades subseqüentes
mediante acompanhamento do fluxo.
À medida que as mercadorias vão sendo conferidas e confirmadas
pelos conferentes e entram no sistema WMS, o próprio sistema convoca os
operadores pelo sistema portátil de convocação via rádio freqüência que há
nas empilhadeiras dos operadores, nesta convocação o sistema apresenta o
local onde o empilhador deve coletar a mercadoria e os endereços adequados
para a correta armazenagem das mercadorias.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
O sistema também possui o mapeamento dos locais de armazenagem,
podendo então identificar os endereços e as características dos itens que
possam ser armazenados em cada um dos locais, dessa forma o sistema
identifica a área de material de higiene e beleza, a área alimentícia, de
materiais elétricos eletrônicos e os demais, para que cada item seja
armazenado na sua área adequada.
Distribuição
A distribuição é o setor responsável pela administração da frota
própria da empresa e administração dos serviços de distribuição e transporte
de cargas prestadas por terceiros.
No Caso do CAD – Central de Armazenagem e Distribuição a
distribuição é responsável também pela transferência de cargas para as fil iais
ou CDAs – Central de Distribuição Avançada que estão estrategicamente
localizadas em pontos que seja viável recebimento das mercadorias do CAD, o
local de armazenagem.
Na administração das informações a distribuição usa um módulo de
sistema de informação também interligado aos demais sistemas da empresa,
um roteirizador, o Time Routh - TR, que dentre suas principais aplicações,
estão à formação das cargas, geradas a partir da confirmação dos pedidos de
venda, o rastreamento de veículos e a formação das rotas de entrega.
Na formação das cargas, o sistema usa princípios de otimização no
que diz respeito à capacidade de carregamento do veículo, na otimização das
Silmara G.F.Alves
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rotas de entrega, o sistema alinha o percurso para que haja o máximo
aproveitamento dos recursos.
PCP Logístico
O Planejamento e Controle de Produção Logístico é responsável
pelas operações de processamento e expedição das mercadorias e a
manutenção das informações necessárias ao processo.
O PCP controla os resultados logísticos da empresa, a
produtividade, o controle de faturamento, rotatividade das mercadorias,
controle de estoque, controle dos sistemas integrados de informação, controle
dos hardwares, softwares e a mão-de-obra necessária ao cumprimento das
atividades.
Em especial, o PCP é responsável também pelo controle do nível de
serviço ao cliente, que na empresa recebe o nome de Horal Mart , significa o
controle de cumprimento das metas de horário estipulado para o desempenho
de cada atividade envolvida no processo, desde armazenagem até a saída dos
veículos.
Além disso, o PCP elabora os planos de produção, a emissão dos
relatórios de produção, que são a descrição, quantidade, endereçamento das
mercadorias, nome e endereço do cliente, dados do carregamento, como: Box
para destinar mercadorias, número de frota do veículo e tipo de dispositivo
que deverá ser usado no carregamento.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
O disposit ivo é a embalagem retornável de entrega da empresa, são
caixas plásticas de diversos tamanhos, raques de ferros, baús de proteção a
mercadorias especiais e lonas.
Separação
É neste setor que se inicia a separação dos pedidos de vendas. Os
pedidos, antes de chegarem ao processo de separação físico de mercadorias,
passam pelo sistema de roteamento e sequenciamento de cargas, já
mencionados na descrição do setor de distribuição.
No sistema de roteamento, porque para que a separação de um
pedido feito por um cliente seja confirmada em um determinado dia é
necessário que haja uma seqüência de entregas em regiões consideradas pelo
sistema economicamente viável de se entregar.
Esse processo é o que garanti a lucratividade das atividades
logísticas da empresa, sendo assim, são considerados: o valor da carga a ser
entregue, o volume e a distancia a ser percorrida, o sistema entende que
quanto maior for o valor agregado da carga entregue a uma determinada
região e quanto maior for o número de entregas, os custos serão menores, pois
serão rateados por um maior numero de clientes, por isso, embora os pedidos
de regiões com grande volume e valor agregado sejam entregues em 24 h.
haverá pedidos cujo roteirizador aguardará o dia programado de entrega
àquela região, podendo durar uma semana.
Após os pedidos passarem pelo sistema de roteirização, são
agrupados em cargas, formando lotes que são gerados pelo PCP através de
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
uma Ordem de Serviço – O.S, no caso, um serviço de carregamento dos lotes
formados.
As OS’s, seguem para o setor de separação juntamente com os
relatórios emitidos pelo WMS SAGA, onde o supervisor do setor poderá
distribuir as atividades pelos colaboradores disponíveis, através dos números
dos lotes contidos nos relatórios são impressas as etiquetas Serv Location que
serão afixadas nas mercadorias no ato da apanha no seu local de endereço de
armazenagem para formação das cargas e que posteriormente serão
reconferidas por meio de aparelhos chamados coletores, esta reconferencia
ocorre pelo próximo setor, o carregamento.
Depois de separadas todas as mercadorias referentes a um lote, este
é encaminhado ao carregamento, para o Box previamente agendado pelo
sistema, o mesmo sistema já informou ao setor de distribuição qual veículo
deverá estar em qual Box . Dessa forma no relatório de produção uti lizado pelo
supervisor haverá as informações de qual lote deverá ser carregado em qual
Box e em qual veículo.
Um erro no carregamento das cargas em um Box ou veículo poderá
destinar as cargas a um outro caminho e no momento da entrega o motorista
não encontrará as cargas destinadas ao cliente, gerando perda para empresa,
tanto no tempo de produção que foi gasto na separação e carregamento, como
nos custos do transporte, no atraso ao cliente e nos riscos de avarias e perdas
das mercadorias; no mínimo mais 24h serão gastas para consertar um erro
dessa proporção.
Para que erros assim não aconteçam, a tecnologia da informação
atua de forma completa no sistema logístico da empresa pesquisada, para
Silmara G.F.Alves
128
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
tanto, todos os setores estão interligados, de forma que uma atividade
cumprida por um setor é automaticamente passada pelo sistema para o
próximo setor que dará continuidade ao processo, assim o fluxo de trabalho
ocorre sem interferências ocasionadas por falta de informação ou duvidas
quanto ao cumprimento de uma atividade, visto que o sistema acompanha
todas as atividades passo a passo, já que tudo ocorre eletronicamente.
Carregamento e Expedição
Neste setor ocorre a etapa do carregamento das cargas e lotes
formados pelo setor anterior e o lacre do veículo.
Nesta últ ima etapa o carregamento reconfere as cargas
eletronicamente, os conferentes portando os coletores de dados, alimentam o
sistema WMS SAGA automaticamente.
Ao passo que cada carga vai sendo conferida pelo código de barras,
contido na etiqueta de Serv Location , as cargas conferidas são baixadas e o
sistema envia comando para o PCP para a impressão automática das Notas
Fiscais referentes às cargas conferidas eletronicamente e cujo sistema libera
para entrar no veículo.
Há uma ordem de carregamento ou de conferencia das cargas, isso
significa dizer que, os conferentes não podem conferir cargas qualquer e
carrega-las aleatoriamente, o carregamento é feito conforme parametrização
do sistema, isso porque a rota de entrega deve ser obedecida, as cargas que
serão entregues primeiro devem ficar mais próximo a porta do veículo e por
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
isso devem ser carregadas por últ imo, o que facilitará a entrega que será
efetuada pelo motorista da empresa.
A etiqueta Serv Location , além de assegurar ao conferente que a
mercadoria pertence realmente ao lote que ele esta carregando, além de
finalizar o lote e contribuir para a autorização da impressão das notas fiscais,
finalizando uma etapa do processo.
Ela servirá também, como guia ao motorista no momento da entrega,
pois contêm o nome do cliente e o código de identificação, os mesmos que
contém a nota fiscal e servirá para confronto de informações, contém
endereço do cliente, número de carga e quantidade de volumes para que não
ocorra falta ao cliente.
Após carregamento, lacre do veículo e impressão das Notas Fiscais,
o veículo é liberado do Box e passa a aguardar autorização da distribuição
para fazer a entrega. A distribuição finaliza com o ultimo processo que é à
entrada dos documentos fiscais no sistema SISTRAN - Sistema de Transporte,
onde são armazenados dados de tudo que é transportado pela empresa, seja
para venda aos clientes, seja para transferência de mercadorias entre fil iais.
C. Identificar as mercadorias processadas pela empresa em cada setor
especificamente;
Verificou-se, que a empresa pesquisada movimenta uma grande variedade de
mercadorias, sendo aproximadamente um total de 6.000 itens, distribuídos entre:
eletrodomésticos, eletro/portáteis, informática, produtos automotivos, utilidades domésticas,
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
papelaria, produtos esportivos, móveis, alimentícios diversos, bomboniere, material de
limpeza, higiene pessoal, material de beleza, agropecuários, veterinários e materiais de
construção.
Observou-se que há um local de armazenagem específico para cada tipo de
mercadoria, o setor responsável por receber e armazenar estas mercadorias, independente de
sua característica é o recebimento físico, que as destina para os setores de carga grossa,
fracionados e controlados.
Durante a armazenagem ocorre à subdivisão das mercadorias por característica,
onde são agrupadas em áreas de armazenagem específicas. Além da separação por
característica, há a separação por volume de vendas, as mercadorias vendidas em grandes
quantidades são armazenadas no setor de Carga Grossa e são endereçadas de forma que
possam alimentar as áreas fracionadas de armazenagem e as áreas de apanha.
A área fracionada de mercadoria é o setor onde são agrupados itens diversos em
pequenos volumes, este setor desprende muitas horas de trabalho e muita mão-de-obra para
atender as necessidades de pequenos e médios clientes que compram em pequenas
quantidades.
As áreas de apanha são as endereçadas no nível um de armazenagem, conforme o
sistema de endereçamento mencionado no tópico do funcionamento da empresa, o
endereçamento no nível um, ou seja, no solo, facilita a localização e coleta de materiais com
maior giro e alimenta também o setor de fracionados, sendo ambos alimentados pelo setor de
carga grossa.
Há ainda o setor de Controlados, onde são armazenadas mercadorias de maior
valor agregado, localiza-se numa área restrita e sua separação e coleta de pedidos é
acompanhado com mais controle.
Silmara G.F.Alves
131
Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
D. Identificar as tecnologias de informação utilizadas por cada setor;
Recebimento fiscal
A tecnologia da informação observada no Recebimento Fiscal é o
Módulo de Sistema de Recebimento Fiscal (SRF). Este módulo esta
interligado ao EDI e o módulo WMS, permite a integração e comunicação
digital entre os fornecedores e a empresa.
Recebimento físico e armazenagem
Este setor util iza o módulo WMS, do Fornecedor SAGA, como
administrador das atividades de armazenagem. Verificou-se também a
util ização de um sistema de base ou interface com o sistema Oracle (ERP),
um sistema caseiro chamado Risc, que auxilia as atividades de entrada e
consulta de informações.
Verificou-se a util ização de um sistema de radio freqüência
interligado ao sistema WMS, que uti liza coletores ( hardware portáteis)
para leitura de códigos de barras para efetuar entrada digital de
informações.
Distribuição
A Distribuição util iza o módulo roteirizador chamado Time Routh
(TR), que forma e roteiriza as cargas, delimita rotas de entrega e faz
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
cálculos de viabilidade de entrega, além de localizar veículos através de
rastreamento via satélite.
PCP Logístico
Verificou-se que o PCP trabalha no controle e acompanhamento
dos módulos gerenciadores do armazém, o WMS e RISC com interface ao
sistema central ERP da Oracle, que permite consultas diretas aos demais
módulos de gerenciamento por meio de banco de dados padrão SQL.
Separação (carga grossa, fracionados, controlados)
Verificou-se que no setor de separação que esta divido em três
áreas, a carga grossa, o fracionados e o controlados util iza o mesmo
sistema de administração de armazéns o WMS SAGA. Enquanto que o
recebimento e armazenagem util izam o WMS na entrada das mercadorias, a
separação e expedição util iza-os no processo inverso, o de separação e
entrega, também fazendo uso de sistema de leitura e captura automática de
dados por meio de coletores de dados que fazem a leitura de códigos de
barras.
Carregamento e expedição.
O Carregamento e expedição concluem o processo das operações no armazém
utilizando também o sistema WMS no processo de impressão de relatórios e etiquetas de
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
identificação e confirmando o carregamento das mercadorias no sistema WMS por meio
dos coletores de dados, que ao ler os códigos de barras dos lotes de cargas que estão sendo
postos nos caminhões finaliza o processo.
E. Identificar o fluxo logístico das atividades da empresa, ou seja, identificar o percurso
produtivo das mercadorias e informações;
Foi observado o funcionamento de cada setor envolvido no processo logístico
e constatou-se que o fluxo das operações logísticas da empresa inicia-se no setor de
Recebimento Fiscal, que efetua as entradas dos documentos fiscais e confirma o
recebimento dos pedidos de compra no Sistema de Recebimento Fiscal (SRF).
A seguir, o Recebimento Físico e Armazenagem dão continuidade,
recebendo, conferindo as quantidades e descrição dos itens e confirmando no sistema as
entradas das mercadorias, que passam a ser disponibilizadas para vendas e podem ser
visualizadas por todos os usuários do sistema ERP o Oracle, assim, setores como a
contabilidade, o PCP e administração do armazém acompanham em tempo real toda a
movimentação do armazém.
Após entrada dos pedidos de venda, entra em ação o setor de Distribuição
com sua primeira participação no fluxo logístico que é formar os lotes de cargas para
entrega, roteirizar as cargas e agenda-las mediante a demanda para uma determinada área
e de acordo com a viabilidade da entrega.
Em seguida, o PCP, mediante agenda de programação efetua as Ordens de
Serviço (OS), emite os relatórios com informações de cargas, lotes, endereços de coletas
de mercadorias, box de expedição e veículos a serem carregados, destino e cliente.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Estes relatórios e OS’s são entregues ao setor de Separação, que efetuará a coleta
das mercadorias nos setores de Carga Grossa, fracionados ou controlados coletando os
diversos itens que podem ser eletrodomésticos, eletro/portáteis, informática, produtos
automotivos, utilidades domésticas, papelaria, produtos esportivos, móveis, alimentícios
diversos, bomboniere, material de limpeza, higiene pessoal, material de beleza, agropecuários,
veterinários e materiais de construção, esta coleta formará as cargas referentes aos pedidos
dos clientes.
Após separados, os lotes de cargas são enviados aos box e passam a ser de
responsabilidade do setor de Carregamento ou Expedição que conferem eletronicamente as
mercadorias antes de carrega-las nos veículos e concluem o processo de movimentação de
mercadoria no armazém.
Com os veículos carregados e lacrados, a Distribuição atua com sua segunda
participação no fluxo logístico que é o serviço de entrega ao cliente e conclui o processo
logístico da empresa.
CAPITULO VI
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
5.1 CONCLUSÃO
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Analisada a aplicação dos sistemas de informação e os conceitos de logística nas
atividades e processos logísticos da empresa Martins Comércio e Serviço de Distribuição S/A,
conclui-se que:
A empresa dispõe de um sistema ERP – Enterprise Resouce Planning
alimentado pelos módulos de sistemas de informação específicos de cada setor.
O ERP Oracle contribui para administração das informações logísticas da
empresa, porém apresenta descaracterização de sua aplicação ao passo em que seu banco de
dados não é plenamente utilizado e algumas das informações importantes da empresa são
armazenadas em outro sistema de database, o RUDIPRD de DB2 com informações de
clientes, faturamento, vendas e produtos, o que atualmente gera duplicações de informações,
lentidão no acesso e maiores custos de manutenção de sistemas.
Verificou-se que há uma integração satisfatória entre os módulos de
recebimento fiscal – SRF, armazenagem – WMS, contabilidade – ERP (alimentado pelos de
mais módulos), administração de frota e roteirização. Esta integração entre os sistemas,
permite uma maior integração entre os setores e o acesso ao banco de dados em tempo real
permite o acompanhamento do processo e fluxo das atividades logísticas da empresa,
agilizando a tomada de decisões.
Verificou-se a utilização de ferramentas eletrônicas como o EDI que permite à
empresa administrar o tempo e a capacidade de recebimento.
O uso de equipamentos periféricos aliados a softwares como o WMS nos
processos de radiofreqüência para coleta automática de dados permite a empresa aumentar a
sua produtividade e diminuir as possibilidades de erros humanos.
Todavia, foi verificado no módulo de armazenagem a utilização de dois
sistemas, um WMS profissional e outro com característica similar, sendo este um sistema
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
caseiro que além de servir de base para o WMS profissional funciona como interface do
sistema ERP da empresa.
A utilização de dois sistemas para uma mesma atividade, denuncia que ambos
não alcançam se usados separadamente, a plenitude do funcionamento esperado em um
sistema WMS, o que limita o crescimento das atividades que necessitam desse sistema.
Além disso, o WMS utilizado na empresa não desempenha uma função
importante que é a otimização dos recursos da empresa, que poderia contribuir para o melhor
aproveitamento dos recursos materiais, humanos, financeiros e de tempo, contribuindo para a
redução dos custos e o aumento da produtividade.
Os processos e fluxos produtivos são bem definidos e controlados, as
atividades logísticas da empresa são iniciadas pelo setor de recebimento fiscal, em seguida, o
recebimento físico, a armazenagem, a roteirização, o PCP, a separação, o carregamento e por
fim a distribuição que faz as entregas das mercadorias aos clientes.
O sistema de armazenagem visa à otimização do espaço físico, há um sistema
de endereçamento das mercadorias reconhecido pelo sistema WMS que regionaliza o
armazém, dividindo-o em módulos, ruas, prédios, andar e apartamento.
As mercadorias são armazenadas por categorias de produtos, assim, são
agrupadas em locais específicos do armazém as mercadorias de categorias alimentícias, eletro
e eletrônicos, higiene e beleza, material de construção, equipamentos, móveis, escolar e
escritório, utilidades domésticas e demais.
Além disso, há um processo de armazenagem que obedece o giro das
mercadorias, nas áreas de apanha ou picking são armazenadas mercadorias que terão saída
mais rápida, caracterizando a utilização de procedimentos logísticos.
Portando apresenta um sistema de armazenagem otimizado, em espaço físico,
na divisão das mercadorias por categoria e por giro e sobretudo pela automação dos processos
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
de armazenagem e separação, utilizando-se de recursos tecnológicos integrando softwares
como o WMS-SAGA e equipamentos coletores de códigos de barras por meio de radio
freqüência.
Apresenta distribuição e entrega controlada por meio de sistemas roteirizador e
administrador de frota que administram as atividades de entrega de mercadorias considerando
variáveis de localização geográfica, data de entrega, volume e peso das cargas e capacidade
produtiva dos recursos.
5.2 RECOMENDAÇÕES
Recomenda-se estudos de viabilidade de implantação de um sistema WMS
capaz de substituir os atuais, o caseiro e profissional tanto na capacidade de operação e
processamento das atividades quanto na capacidade de armazenagem das informações
processadas. Possibilitando à empresa segurança e confiabilidade na administração do
processo logístico e nas informações armazenadas e que possua capacidades importantes para
o desenvolvimento da empresa que é a função de otimização de recursos, por meio do qual o
sistema detecta falhas na utilização dos recursos e sugere possibilidades e melhorias.
Recomenda-se ainda, a utilização de um único banco de dados para
armazenagem das informações gerais da empresa que poderão ser unificadas no próprio
sistema central que a empresa dispõe, o Oracle.
Ressalta-se a importância de implantação de um sistema de consulta ao status
de entrega de um pedido, por meio do qual a distribuição e o Call Center poderia informar aos
clientes a localização do motorista e calcular o tempo para entrega.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
Quanto às aplicações dos conceitos logísticos e técnicas de armazenagem e
transporte a empresa apresenta procedimentos funcionais e eficientes não restando nada a
sugerir a não ser a continuidade do trabalho.
Silmara G.F.Alves
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Sistemas de informação aplicados à logística: um estudo de caso em uma empresa atacadista distribuidora
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