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Prefeitura Municipal de Salvador Secretária Municipal de Saúde Superintendência Especial de Políticas para as Mulheres Grupo de Estudos da Mulher – GEM / Escola de Enfermagem / UFBA Programa de Estudos em Gênero e Saúde – MUSA / ISC/ UFBA Rede Feminista de Saúde – Filiadas da Regional Bahia Situação de Atenção a Saúde da Mulher no Município de Salvador Salvador, dezembro de 2005

Relatório Situação de Atenção à Saúde da Mulher … INTRODUÇÃO Salvador apresenta características semelhantes às demais capitais nordestinas, com acelerado crescimento populacional,

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Prefeitura Municipal de Salvador

Secretária Municipal de Saúde

Superintendência Especial de Políticas para as Mulheres

Grupo de Estudos da Mulher – GEM / Escola de Enfermagem / UFBA

Programa de Estudos em Gênero e Saúde – MUSA / ISC/ UFBA

Rede Feminista de Saúde – Filiadas da Regional Bahia

Situação de Atenção a Saúde da Mulher no Município de

Salvador

Salvador, dezembro de 2005

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Secretaria Municipal de Saúde

Secretário: Luis Eugênio Souza Portela

Área Técnica de Saúde da Mulher

Representantes no GTSIM: Tânia Nogueira (coordenadora) e Andaraí Cavalcanti

Superintendência Especial de Políticas para as Mulheres

Superintendente: Maria Helena Souza

Representantes no GTSIM: Leila Lima Mello e Gabriela Lamego.

MUSA/ISC/UFBA - Programa de Estudos em Gênero e Saúde do Instituto de Saúde

Coletiva da Universidade Federal da Bahia

Coordenadora: Estela Maria Leão de Aquino

Representante no GTSIM: Maria Jenny Silva Araújo

GEM/ Escola de Enfermagem da UFBA – Grupo de Estudos da Mulher da Escola de

Enfermagem da Universidade Federal da Bahia

Coordenadora: Silvia Lúcia Ferreira

Representante no GTSIM: Mirian Paiva

Rede Feminista de Saúde – Filiadas da Bahia

Representante no GTSIM: Rose Rosendo

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APRESENTAÇÃO

Em abril de 2005, a Secretaria Municipal de Saúde e a Superintendência Especial de

Políticas para Mulheres do Município de Salvador criaram, através da Portaria Conjunta de

nº01/2005 publicada no Diário Oficial do Município no dia 19 de abril de 2005, o Grupo de

Trabalho Saúde Integral da Mulher - GTSIM -, com a finalidade de subsidiar essas

instituições no diagnóstico da situação e na formulação de uma política de ação para a

saúde das mulheres do Salvador, pautada no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres,

Programa de Atenção à Saúde da Mulher e no Pacto Nacional pela Redução da

Mortalidade Materna e Neonatal, do Ministério da Saúde. Além de representantes das

referidas instituições, o GTSIM conta com representantes da Universidade Federal da Bahia

- através do GEM (Grupo de Estudos da Mulher) da Escola de Enfermagem e do MUSA

(Programa de Estudos em Gênero e Saúde) do Instituto de Saúde Coletiva – e da Rede

Feminista de Saúde.

A presente análise está baseada em documentos da Secretaria Municipal de Saúde

(Plano Municipal para Redução da Mortalidade Materna e Neo-Natal em Salvador e

relatórios técnicos); no Diagnóstico de Visita Técnica dos Distritos Sanitários, realizado

pela equipe de Saúde da Mulher/COAPS/SMS em maio do corrente ano; na produção

técnica e acadêmica recente sobre a temática e em informações levantadas a partir das

discussões do próprio GTSIM.

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INTRODUÇÃO

Salvador apresenta características semelhantes às demais capitais nordestinas, com

acelerado crescimento populacional, ocupação desordenada do solo, precária infra-estrutura

habitacional e de serviços essenciais, altas taxas de desemprego e grandes parcelas da

população com baixos níveis de renda. Segundo estimativa para 2005, sua população total é

de 2.673.557 habitantes, dos quais 1.414.809 são mulheres, sendo 980.972 consideradas em

idade fértil (10-49 anos) e 189.936 estão na faixa etária de 50 anos e mais. A cidade está

dividida em doze Distritos Sanitários, os quais apresentam grande heterogeneidade em

termos de condições de vida, bem como, em relação à distribuição da população.

O Sistema Municipal de Saúde encontra-se habilitado na Gestão Plena de Atenção

Básica e em processo de implantação da Gestão Plena do Sistema. A rede própria é

constituída por 116 unidades de atendimento a usuários, das quais 01 se encontra em

reforma e 10 em fase de implantação, 59 são Centros de Saúde, 42 Unidades de Saúde da

Família (em 10 Distritos Sanitários), 2 Centros de Atenção Especializada, 6 unidades de

Pronto de Atendimento 24 horas, 1 Centro de Referência de DST’s/HIV/AIDS, 3 Centros

de Saúde Mental, 2 Unidades de Emergência Odontológica e 1 Unidade Móvel. Entre as

unidades, 17 possuem laboratório e 18 têm apenas Postos de Coleta para exames

laboratoriais (ver Anexo1).

SITUAÇÃO DE SAÚDE DA MULHER EM SALVADOR

No município, as principais causas de morte em mulheres em idade fértil (10-49

anos) são as doenças do aparelho circulatório, as neoplasias, causas externas, as doenças do

aparelho respiratório e doenças infecciosas e parasitárias, que respondem por 24,2%,

21,8%, 12,0%, 10,8% e 10,1% dos óbitos, respectivamente.

Em relação às taxas de mortalidade materna, os estudos realizados por Compte e

Menezes & Aquino no município em 1993 e 19981, respectivamente, revelaram que as

referidas taxas têm sido subestimadas devido à sub-informação das declarações de óbito.

Durante a década de 90 até o ano 2003, as taxas brutas de mortalidade materna por 100.000

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NV variaram de 33,1 (1991) a 51,6 (2003), com ligeiras oscilações, sendo investigados

apenas 10% dos óbitos maternos (dados de 2002), o que compromete sua adequada

correção. Utilizando-se o mais recente fator de correção disponível para o município (3,0)

estabelecido no referido estudo de Menezes & Aquino, a taxa obtida para 2003 corresponde

ria a 154,8/100.000 NV, o que a coloca muito acima do nível considerado aceitável pela

OMS.

Ainda segundo Menezes e Aquino, as principais causas diretas de óbito materno são

o aborto (22,0 %), as complicações relacionadas com o puerpério (15,2%) e os transtornos

hipertensivos da gravidez (13,6%), o que diferencia Salvador das demais capitais do país.

A mortalidade infantil apresentou importante redução nas últimas décadas, graças

basicamente ao componente pós-neonatal. No período considerado, o componente neo-

natal, que é particularmente afetado pelos cuidados pré e peri-natais, tem se mantido

praticamente no mesmo patamar, estando a taxa calculada para o ano de 2003 em 19,0/1000

NV, para um coeficiente médio de Mortalidade Infantil de 26,2/1000.NV no período de

1996 a 2003.

Atenção à Saúde da Mulher

Os doze Distritos Sanitários apresentam situações bastante diversificadas em relação

à capacidade instalada para a atenção à saúde da mulher, variando as unidades, não só na

sua área física e infra-estrutura material, como em disponibilidade de recursos humanos.

Entre as 90 Unidades Básicas de Saúde2, 74 realizam pré-natal, 69 atendimento

ginecológico, 61 atividades de planejamento familiar, 55 coletam lâmina para exame cito-

patológico, sendo que em 48 são realizadas todas essas as atividades. Além das unidades

básicas, 09 hospitais/maternidades também oferecem atividades de planejamento familiar e

pré-natal (ver Anexo 2).

Salvador possui 506 leitos hospitalares para atenção obstétrica, o que corresponde a

8,76% do total de leitos existentes em Salvador. Existindo também uma regionalização das

1 O relatório do estudo nacional, coordenado por Laurenti, Jorge e Gotlieb e realizado em 2002, não apresenta dados por município, apenas por região do país. 2 São 101 Unidades Básicas de Saúde (59 Centros de Saúde e 42 Unidades de Saúde da Família), sendo que 01 UBS está em reforma e 10 USF estão em processo de implantação, segundo os dados da SMS em agosto de 2005.

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maternidades para atendimento ao parto de baixo e alto riscos, por Distrito Sanitário,

proposta pelo Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN).

Apesar de o município ter aderido ao PHPN (Programa Humanizado do Pré-Natal)

em 2002 houve um incremento do nível de consultas realizadas pela rede própria, chegando

a 112% da meta pactuada. Entretanto, os desafios dizem respeito a captação precoce das

gestantes, ou seja, no primeiro semestre de 2005 apenas 8,3% das gestantes realizaram a

consulta até os 120 dias de gestação, a realização de 6 consultas no pré-natal e todos os

exames básicos foram 0,0%, só 2,2% realizaram 2 exames de VDRL e 16,4% realizaram

teste anti-HIV.

Problemas Identificados nos Distritos Sanitários

Através do Relatório de Visita Técnica aos Distritos Sanitários, elaborado pela

equipe de Saúde da Mulher/COAPS/SMS, e do processo de discussão realizado pelas

componentes do GTSIM, foram identificados problemas das mais variadas dimensões no

processo de atendimento à mulher.

Seu acesso à atenção básica não difere da população em geral, sendo comprometido

pelo desequilíbrio da relação oferta/demanda, o qual gera as conhecidas filas para obtenção

de senhas de atendimento. O acesso também é dificultado pela ausência de um sistema de

agendamento, que leva as mulheres em busca de consultas subseqüentes - mesmo em

situações cujo retorno é programado, como o pré-natal -, a competirem com aquelas que

procuram o primeiro atendimento, contribuindo dessa forma para a baixa adesão ao

programa.

Um outro problema relacionado ao acesso, diz respeito à fragmentação da atenção à

mulher, cujas ações nem sempre estão disponíveis na mesma unidade, por diversas razões.

Mesmo após 20 anos da instituição do PAISM, a verticalidade dos programas permanece

orientando a prática profissional. Por exemplo, durante a consulta de Planejamento

Familiar, em algumas situações, perde-se a oportunidade de realizar a coleta de lâmina para

exame citológico, sendo as usuárias encaminhadas para este tipo de atendimento em outro

dia.

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Os motivos identificados para esta fragmentação são variados. Em algumas

unidades, a oferta de atendimento é feita de acordo com a especialização dos profissionais

médicos em sub-áreas (ginecologia e obstetrícia) ou, é limitada pela falta de profissionais

capacitados para realizarem determinadas atividades/procedimentos. A indisponibilidade de

área física, e/ou a falta de material e equipamentos adequados são também identificados

para a não realização de determinadas atividades. Por outro lado, esta fragmentação

também reflete uma cultura institucional estabelecida de disponibilidade infinita do tempo

das mulheres, desconsiderando sua ocupação com atividades profissionais, domésticas, ou

pessoais.

As mulheres, como os demais usuários, são atendidas por ordem de chegada,

inexistindo qualquer forma sistematizada de triagem, ou encaminhamento de acordo com as

suas necessidades. Essa situação torna-se mais complexa pelo fato de grande parte das

demandas femininas serem relacionadas à área sexual e reprodutiva – considerada de

natureza íntima e sensível - o que pode gerar constrangimentos e receio de julgamento

moral ao serem colocadas publicamente, inibindo as mulheres na busca do atendimento

desejado, particularmente as adolescentes. Estas, por sua vez, quando atendidas nos

serviços de saúde reprodutiva, não dispõem de um horário específico, pelo fato da

dificuldade – segundo os profissionais – de se chamar a atenção dos adolescentes para a

importância de se participar do Grupo Educativo. O trabalho realizado através das Oficinas

com estes profissionais estão fazendo com que novas iniciativas comecem a surgir, a

exemplo parcerias com as escolas municipais dos Distritos Sanitários para trabalhar com os

estudantes questões como sexualidade, doenças transmissíveis etc... das parcerias das

escolas.

As demandas das mulheres para clínica geral nem sempre são consideradas, sendo

aquelas que apresentam queixas nessa área, em geral encaminhadas para atendimento

ginecológico, por ser este visto como mais apropriado para as mesmas, e serem os homens

priorizados para atendimento clínico, cuja oferta é também baixa para responder ás

necessidades da população. Além disso, em decorrência da compartimentalização dessas

especialidades na prática assistencial, as mulheres são vistas de modo estanque, com suas

necessidades sexuais e reprodutivas desconsideradas pela clínica geral, ou, pelo contrário,

tendo suas condições gerais desvalorizadas no atendimento gineco - obstétrico.

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As ações relacionadas à saúde mental, em geral, se limitam ao encaminhamento

para serviços especializados, a partir da constatação de transtornos mentais, ou emergência

de crises. Nessas situações, sua rotulação como poliqueixosas, problemáticas, depressivas

ou ansiosas, levando, de um lado, à desconsideração do quadro apresentado, ou, por outro,

à sua medicalização através do uso de ansiolíticos ou anti-depressivos. O que demonstra a

necessidade de melhoria da informação e da qualificação do atendimento.

Apesar da ampliação da cobertura do Pré-Natal, um problema reiteradamente

identificado nos documentos analisados diz respeito ao seu início tardio e à alta evasão das

gestantes, além do já referido desequilíbrio oferta/demanda, de um lado, os Centros de

Saúde não dispõem de mecanismos que permitam a confirmação precoce da gravidez e

inscrição imediata do pré-natal, quanto às usuárias, estudos realizadas sobre a mortalidade

materna demonstram que, mais de 50% dos casos trata-se de uma gravidez indesejada, e

espera pela possibilidade de interrupção da mesma é outro fator agravante.

A dificuldade de conseguir uma consulta subseqüente, que é disputada na fila com

aquelas que buscam o serviço pela primeira vez, soma-se a de realizar exames

complementares – decorrente do número limitado de laboratórios, ou mesmo, de postos de

coleta - e a demora na obtenção de resultados, o que agrava sobremaneira a situação,

tornando a realização do Pré-Natal conforme preconizado.

A implantação de um sistema de agendamento é um dos serviços que começa a ser

implantado nas unidades, através da instalação de um Call Center, o que deverá garantir a

consulta subseqüente, o controle e a convocação de faltosos, são realizados nas áreas

trabalhadas pelo PSF e o PACS, contudo estas áreas cobrem um pouco mais de 15% da

população de Salvador, por isso mesmo consideramos que a ampliação da estratégia do PSF

é uma das metas definidoras da melhoria da qualidade do atendimento, e os melhores

indicadores do pré-natal estão justamente nestas áreas.

Um outro fator que também pode estar contribuindo para a baixa adesão ao Pré-

Natal, e que traz graves conseqüências para as formas de adoecer e morrer das mulheres

grávidas, é o atendimento em situações de risco. Em primeiro lugar, o número insuficiente

de médicos obstetras na rede compromete a avaliação e acompanhamento das gestantes,

que, de acordo com as normas do Ministério da Saúde, deveriam ter pelo menos duas

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consultas médicas nas gestações de baixo risco e acompanhamento sistemático deste

profissional quando classificadas como de alto risco.

Em segundo lugar, os critérios de alto risco definidos em documentos oficiais, ou

no consenso dos profissionais da área, nem sempre têm aderência à prática profissional.

Observa-se que a ineficiência, ou falta de clareza dos critérios de referência, contribui para

que, em determinadas situações, as gestantes encaminhadas para os serviços definidos para

atendimento ao alto risco, muitas vezes retornem às unidades de origem sem atendimento,

com o argumento de que seu quadro não justificaria o encaminhamento.Em conseqüência

essas gestantes passam a ter um acompanhamento inadequado à sua condição devido a

inexistência da contra-referência, o que contribui para o agravamento de seu quadro e

repercute nos lamentáveis indicadores de morbi-mortalidade materna e neonatal.

Menezes e Aquino, no já referido estudo sobre mortalidade materna em Salvador,

realizado em 1998, identificaram algumas situações no acompanhamento pré-natal que se

repetiram entre as mulheres que evoluíram para óbito, tais como: banalização de sintomas e

sinais recorrentes nos diversos momentos que procuraram os serviços de saúde; mulheres

que apresentaram problemas em gestações prévias, sem acompanhamento regular na

gestação anterior à morte; gestações consideradas de risco não identificadas como tal, além

de precariedade nos registros de prontuários. Um outro aspecto que também contribui para

o agravamento da situação do atendimento pré-natal, diz respeito à ausência ou

irregularidade no abastecimento nas unidades básicas de saúde, de medicamentos básicos

para o controle de condições como Diabetes e Hipertensão Arterial que possam ser usados

por gestantes. A partir de toda uma reformulação e mudanças no setor Farmacêutico e

Apoio Terapêutico, foram elaboradas planilhas por programas e compras de medicamentos.

As áreas atendidas pelo PSF apresentam particularidades para a questão do alto

risco, relacionadas ao tipo de profissional médico responsável pelo atendimento

(generalista), o qual, pelos limites de sua formação, tende a apresentar mais dificuldades no

manejo dessas situações.

Finalmente, a ausência do funcionamento do sistema formal de referência para o

parto, não só contribui para a baixa adesão pré-natal - refletida no questionamento pelas

mulheres de sua eficácia para garantia da vaga na maternidade- como também, impacta

na morbi-mortalidade materna e neo-natal, em conseqüência já documentada peregrinação

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das parturientes em busca de atendimento, amplamente documentada nos estudos já

realizados e nas investigações de óbitos maternos. Apesar de em cada Distrito Sanitário

existirem hospitais/maternidades para baixo e alto risco, os mesmos não são oficialmente

utilizados como referência para as Unidades durante o pré-natal, visto que, o Estado não

pactua número de leitos por Distrito, com a justificativa de uma “alta demanda”. A Ärea

Técnica de Saúde da Mulher da SMS, conjuntamente com a Coordenação de Saúde da

Mulher do Estado-Ba, buscou uma articulação com vistas a definição de alternativas á

melhoria da assistência obstétrica e neonatal, baseadas nas Novas Estratégias para a

Melhoria da Qualidade da Atenção Obstétrica e Neonatal do Ministério da Saúde,

organizando uma Oficina com Diretores de Hospitais/Maternidades, Coordenação de

Hospitais e Central de Regulação do Estado e Coordenações do Município, não sendo

efetivada a proposta pela desistência do Estado em realizar o evento. No que diz respeito ao

controle social, diferente de outros municípios onde os Comitês Municipais de Mortalidade

Materna têm um papel importante na investigação do óbito materno, e na elaboração de

propostas concretas para as políticas a serem implementadas, no nosso município o Comitê

não existe na prática.

É possível, com base em estudos realizados na década de 90, ter-se um quadro

bastante aproximado da atual situação, considerando-se que não houve redução importante

da mortalidade materna e neo-natal no período. Os estudos sobre mortalidade materna

realizados por Compte em 1993 e por Menezes & Aquino em 1998, identificaram entre as

mulheres que foram a óbito, diversas situações que caracterizam a má qualidade da

assistência hospitalar ao parto: escassez de registros nos prontuários; demora no

atendimento das mulheres pela busca de vaga em sucessivos hospitais; retardo na realização

de procedimentos diagnósticos e terapêuticos quando já são evidentes sinais de emergência

obstétrica; demora para conseguir assistência especializada e relações interpessoais

equipe/pacientes/família caracterizadas por tratamento pouco humanizado.

Em relação ao Planejamento Familiar, a oferta de ações sofriam a interferência de

diversos fatores. Não estar disponível em todas Unidades Básicas de Saúde, observa-se que,

mesmo nestas, a oferta de métodos era extremamente irregular, o que certamente

comprometia a adesão e a possibilidade de “escolha” das mulheres. Percebe-se que começa

a existir uma ampliação deste serviço nestes últimos cinco meses, por outro lado, o

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desabastecimento vai sendo resolvido com a compra de insumos, contraceptivos e

preservativos que só no mês de agosto foram 2 milhões.

Um outro problema identificado era a ausência de avaliação e acompanhamento

clínico-ginecológico sistemático das usuárias do planejamento familiar, o que compromete

não só a efetividade do método, como também, a saúde da mulher. Os relatórios de

produção das unidades básicas do 1º semestre de 2005 evidenciam situações bastante

heterogêneas do nas unidades: algumas oferecem atendimento ginecológico, sem ações de

planejamento familiar; em outras, as únicas ações de planejamento familiar estão sendo

desenvolvidas por enfermeiras, assistente social, na maioria dos casos, pressupõe-se apenas

a distribuição de medicamentos e preservativos. A problemática relacionada ao fato das

Farmácias Populares obedecerem a determinação do Ministério da Saúde, de só reconhecer

as receitas de medicamentos prescritas por médicos, é considerada um dos entraves para o

Planejamento Familiar, visto que, são as enfermeiras os profissionais que mais atuam nesse

programa. Profissionais enfermeiras que atuam na SMS, participam junto á ABEM

(Associação Brasileira de Enfermagem), de mobilização junto ao Ministério da Saúde, para

reverter essa situação, buscando legalizar uma situação já legitimada na prática de saúde

pública.

Uma outra questão diz respeito à limitada abordagem do uso de preservativos

quando estão indicados outros métodos contraceptivos, por ser o uso dos primeiros

relacionado ao programa de DST/AIDS, o que revela, mais uma vez, não só a fragmentação

da atenção à saúde da mulher. O trabalho educativo, componente fundamental do

Planejamento Familiar, é inexistente, ou limitado à apresentação dos métodos,

particularmente os disponíveis na unidade. A falta de condições físicas (local apropriado,

equipamentos de audiovisual), escassez, ou completa ausência de material educativo, e o

despreparo dos profissionais, contribuem para que este, quando ocorre, seja desenvolvido

através do repasse de informações, com caráter normativo, sem que haja espaço para a

discussão de aspectos relacionados à sexualidade, aos relacionamentos, às possibilidades de

negociação com os parceiros, ou mesmo, ao auto-conhecimento do corpo, que contribua

efetivamente para uma escolha livre e informada do método. Com a realização das Oficinas

e a distribuição mais normalizada dos contraceptivos, percebe-se mudanças na efetivação

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do atendimento, em diversas unidades de saúde, ressaltando-se as USF que já realizavam o

atendimento mais próximo do que é preconizado pelo Ministério da Saúde.

Nas unidades básicas, não há referência a estratégias para orientação da

contracepção de emergência, que como o nome indica, não pode estar submetida ao

processo rotineiro de atendimento no Planejamento Familiar, nesse sentido, a equipe da

Área Técnica de Saúde da Mulher da SMS está em articulação com a Coordenação do

Planejamento Familiar do Ministério da Saúde, para em fevereiro de 2006 realizar um

Seminário com os profissionais que realizam atendimento nessa área, onde será discutido

amplamente todas as questões que envolvem esse programa e a utilização da Contracepção

de Emergência será um dos itens.

O atendimento clínico-ginecológico, existente em 69 das 90 unidades básicas,

apresenta também precários indicadores de desempenho entre as ações de saúde

reprodutiva no município. A coleta de lâminas para Papanicolau é feita quase que

exclusivamente pelas enfermeiras, nas unidades onde não são realizados, as mulheres são

encaminhadas para a rede privada, o que leva à possibilidade de sua não realização,

determinada pela necessidade de deslocamento. A parceria recentemente efetivada com o

CICAN, tem sido de extrema importância pelo fato de estar possibilitando uma ampliação

deste serviço nas unidades, na medida em que vem proporcionando uma série de

capacitações no exame papanicolau aos profissionais da rede, e com a participação dos

profissionais do CICAN na Oficina de Saúde da Mulher, foi possível verificar a

inexistência de um único fluxo ou rotina de seguimento aos resultados dos exames

realizados, o que coloca em risco a vida da mulher pelo não acompanhamento ao caso. A

equipe de Saúde da Mulher da SMS definiu um único fluxo a ser executado por todas as

unidades, e está realizando um monitoramento á esse fluxo através da supervisão ás

unidades através da responsável pelo programa.

Com relação ao Câncer de Mama, as atividades ainda se limitam ao

encaminhamento dos casos percebidos pelo exame físico ou pelas próprias mulheres, o que

significa sua identificação em fase já adiantada de evolução, além disso, a realização de

exames mis complexos (mamografias, ultrassonografias, entre outros) é comprometida pela

quase exclusividade de oferta desse tipo de exame pela rede privada. O acesso ao exame de

mamografia deverá constar como um item do atendimento ginecológico, devido a todas as

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dificuldades ao acesso, uma parceria está em andamento com o Hospital Aristides Maltez,

através da utilização da Unidade Móvel de Mamografia e estabelecer referência para o

tratamento dos casos detectados de câncer de mama.

A atenção ás mulheres em situações de urgência/emergência é limitada aos quadros

que justificam o atendimento em maternidades, pela ausência de organização dos Centros

de Saúde para responder a este tipo de demanda. Por outro lado, tais situações são vistas

com ressalvas nos PA´s e Pronto Socorros, cujos profissionais nem sempre estão

sensibilizados ou preparados para atendê-las.

Os recursos humanos representam um aspecto importante na análise da atenção à

saúde da mulher. Nas unidades identifica-se, em parte, sua inadequação, tanto no que diz

respeito à composição das equipes, quanto na necessidade de capacitação técnica dos

diversos profissionais envolvidos nesse campo. A ausência de definição de equipes básicas

por unidades, de acordo com seu perfil assistencial, a existência de equipes incompletas, a

falta de capacitação em atividades específicas, e as ambigüidades no papel de médicos e

enfermeiras, foram alguns dos problemas identificados, além dos já conhecidos de baixa

remuneração, falta de motivação e existência de culturas institucionais cristalizadas

resistentes a mudanças.

O investimento nos Recursos Humanos é uma meta desta nova gestão,

principalmente quando define como meta prioritária a Humanização e o Acolhimento como

princípios da atenção á saúde, o que tem levado á realização de Oficinas com

Coordenadores dos Distritos Sanitários, Gerentes de Unidades e profissionais. A partir

desta análise a equipe de Saúde da Mulher definiu iniciar sua intervenção pela busca de

resolução do problema dos insumos, e trabalhar junto aos profissionais as dificuldades e

alternativas de melhoria da qualidade da atenção, organizando seminários e oficinas.

A qualidade da informação que dificulta o delineamento dos perfis epidemiológico e

sócio-demográfico das usuárias dos serviços de saúde, o que afeta a qualidade do

planejamento e do acompanhamento da assistência prestada tanto pelos serviços, como pela

SMS. Como causas encontradas aparece o não-preenchimento, ou preenchimento

inadequado das fichas e prontuários por parte dos profissionais, que alegam o “tamanho

excessivo” destes instrumentos e dos responsáveis pela alimentação do sistema nas

unidades e nos distritos.

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Neste percurso da insuficiência da informação uma outra questão é a retro-

alimentação dos dados, pois não há uma articulação entre os dados consolidados pela

Coordenação de Regulação e Avaliação e as atividades realizadas na rede básica, o que

pode levar à desmotivação para o preenchimento.

Cabe, ainda, destacar a inexistência de articulação entre os diversos sistemas de

informação, principalmente, quando há interfaces em suas atividades (ex: as atividades

educativas na área da saúde da mulher realizadas pelo PACS, não aparecem no sistema de

informação da saúde da mulher e sim no SIAB).

AÇÕES PROPOSTAS

Considerações gerais

Como já explicitado, tendo em vista a necessidade de se intervir a curto prazo na

oferta de ações relacionadas à atenção à saúde da mulher, de modo a produzir impacto,

principalmente, na situação da mortalidade materna e neo-natal, optou-se pela elaboração

de uma proposta de intervenção imediata em aspectos selecionados, sem, no entanto, deixar

de apontar para a necessidade de aprofundamento de outros, que contemplem as

necessidades e demandas urgentes, visto a situação em que se encontrava a rede nesses

últimos anos.

É necessário também considerar o momento de transição que Secretaria Municipal

de Saúde atravessa, em fase de formulação da política de saúde do município, tendo já

constituído outros grupos de trabalho cujos objetos guardam interfaces com a área de Saúde

da Mulher, o que certamente demanda um esforço de articulação por parte dos gestores,

assim como pela primeira vez na historia da SMS, é constituída uma equipe para coordenar

os programas de Saúde da Mulher.

No âmbito nacional, a Área Técnica da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde

encontra-se em um patamar bastante avançado no estabelecimento de diretrizes e

princípios, através da elaboração da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da

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Mulher: princípios e diretrizes e do Plano de Ação 2004-2007, como também, no apoio a

projetos das esferas estaduais e municipais.

Ao município compete, portanto, implementar a sua política de ação, coerente com tais

princípios e diretrizes, e articular-se ao nível estadual no sentido de garantir a integralidade

da assistência à mulher no que diz respeito ao acesso a serviços de média e alta

complexidades, fora do âmbito de sua esfera de governo. Nesse sentido, é de sua

responsabilidade traduzir os princípios e diretrizes assumidos em ações

político/administrativo/financeiras nos diversos níveis do sistema (central, distrital e local),

bem como, de articular a esfera estadual na mesma direção.

A atenção à saúde da mulher integra o conjunto de ações oferecidas à população do

município e deverá abranger: a oferta de serviços que possam responder às necessidades da

população feminina - evidenciadas através de parâmetros demográficos, epidemiológicos e

sociais - e não apenas à demanda espontânea; a adequação da estrutura física; a previsão e

provisão de equipamentos e materiais necessários, de forma regular; a instituição ou

aperfeiçoamento dos mecanismos de avaliação e de controle social, e por fim, a adequação

quali-quantitativa dos recursos humanos.

Entende-se o acompanhamento e avaliação como um componente indispensável da

Atenção à Saúde da Mulher, cujos principais indicadores estão estabelecidos no documento

Política Nacional de Atenção Integral á Saúde da Mulher – Plano de Ação 2004-2007.

Entretanto, as especificidades da situação do município impõem que se complemente a

avaliação normativa, realizada através do monitoramento contínuo e rotineiro das ações,

com outras estratégias, como auditorias, ou mesmo, a pesquisa avaliativa, incorporando

inclusive outros desenhos, que contemplem a dimensão da qualidade, no seu componente

técnico-científico e na ótica das usuárias.

Entende-se também que o processo de acompanhamento e avaliação seja compartilhado

com os profissionais que produzem as ações nos serviços de saúde, de modo que a mesma

constitua efetivamente um instrumento de gestão e de modificação de condutas, sendo

necessário que o sistema produza indicadores de desempenho e de impacto/resultado

desagregados por unidade de saúde/Distrito Sanitário.

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Linhas de ação

Quanto à formulação de políticas de saúde no município

• Criar formalmente a Coordenação da Área Técnica de Saúde da Mulher na Secretaria

Municipal de Saúde, como forma de assegurar o espaço institucional para o

desenvolvimento da Política Municipal de Atenção à Saúde da Mulher.

• Constituir uma comissão para análise da situação do atendimento ao parto e ao aborto

no município, com vistas à garantia da referência para o parto e para situações de alto

risco, bem como, à melhoria da qualidade da assistência hospitalar, que contemple:

a não rejeição de gestantes nas maternidades, sob alegação de falta de vagas ou de

não justificativa da internação, mediante a articulação e transporte para o hospital

ou maternidade adequados e a garantia de assistência enquanto se processa a

remoção;

a assistência segundo o risco obstétrico;

o diagnóstico de urgências e emergências obstétricas e garantia de insumos e

equipamentos para as sua atenção (exames laboratoriais, sangue, medicamentos) e

equipe treinada;

a articulação para o encaminhamento e transporte para cuidados intensivos

adequados, quando indicado;

o incentivo ao parto normal;

a adoção de práticas que contribuam para diminuir o isolamento e sofrimento das

gestantes (presença do acompanhante, analgesia, entre outras);

a abolição de práticas cuja eficácia não está justificada (enema, episiotomia,

indução ao parto, rompimento da bolsa), ou que implicam em julgamento moral.

• Analisar nas áreas de atenção do PSF, as ações desenvolvidas relativas à atenção à

saúde da mulher, com vistas a identificar contribuições para mudanças no atual modelo

de atenção.

• Estabelecer nos PA’s e Pronto Socorros protocolos para atendimento e referência de

mulheres em situações de urgência/emergência.

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Quanto à rede da atenção básica

As ações a serem desenvolvidas devem levar em consideração as distintas realidades dos

Distritos Sanitários, tanto em características geográficas e sócio - demográficas, como em

diversidade quali-quantitativa de serviços de saúde. Nesse sentido, propõe-se:

• Analisar:

a produção de atividades das unidades na área de saúde da mulher, bem como, seu

potencial de atendimento segundo a capacidade instalada, com vistas a identificar

lacunas e necessidades;

as possibilidades de hierarquização das unidades básicas quanto às ações de atenção à

saúde da mulher, segundo seu potencial de atendimento, estabelecendo fluxos de

encaminhamento entre as mesmas, de modo a garantir a curto prazo, a oferta de todas as

ações básicas;

as alternativas que possibilitem a otimização da capacidade física das unidades, através

da revisão da atual divisão de seus turnos de funcionamento, considerando a existência

de períodos ociosos nas unidades;

as necessidades de contratação de serviços através da rede privada, de modo a

complementar, em caráter imediato, as ações em áreas nas quais a rede própria for

insuficiente;

as necessidades de expansão da rede, visando, não só as ações já tradicionalmente

oferecidas na área da saúde reprodutiva, bem como, a incorporação de outras na

perspectiva de integralidade da atenção;

as necessidades de implantação de unidades de referência de média complexidade, de

modo a garantir o atendimento de situações e a realização de exames especializados,

cujas características superem o nível básico da atenção, segundo critérios demográficos,

epidemiológicos, geográficos e operacionais;

as perspectivas de expansão do PSF no município.

• Viabilizar a realização dos exames complementares preconizados para a atenção à

saúde da mulher e a devolução de resultados em tempo hábil, através de unidades

laboratoriais de referência, ou da rede conveniada em caráter emergencial.

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• Prover os insumos necessários para a atenção à saúde da mulher (equipamentos,

medicamentos, contraceptivos, material educativo, imunizantes, formulários, entre

outros), de acordo com o perfil da unidade, garantindo-se a regularidade de

abastecimento.

Quanto ao processo de atendimento nas unidades

É necessário que sejam analisados a dinâmica da organização e dos processos de trabalho -

gerencial e assistencial - das unidades de saúde, com vistas à sua re-organização e à

concretização do princípio da integralidade na prática assistencial de forma articulada,

pautada em princípios de acesso, eqüidade, qualidade, efetividade e eficiência.

Acesso, recepção e triagem

• Instituir mecanismos recepção e triagem que não se caracterizem como repressão à

demanda e que possibilitem a orientação e encaminhamento para atendimento, com

base nos seguintes critérios:

elaboração de protocolos de seleção e encaminhamento interno e externo, que inclua

profissional de saúde e seja realizada em local apropriado;

recepção e orientação á clientela, feita por profissional treinado, pautadas em

princípios de cidadania, respeito às diferenças, ausência de julgamento moral e

consciência da responsabilidade do serviço público;

viabilização de atendimento imediato das mulheres com suspeita de gravidez;

conclusão da Implantação de sistema de orientação e agendamento de consultas

(Call Center) para o pré-natal por telefone e por ACS.

Ações oferecidas

• Estabelecer consensos para o atendimento de mulheres entre os profissionais dos

diversos níveis de atenção.

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• Realizar estudo(s) sobre o processo de atenção desenvolvido nas unidades, com o

objetivo de avaliar sua qualidade (técnico-científica e de relações interpessoais) e os

fatores que interferem nesse processo.

• Estabelecer protocolos e fluxogramas de atendimento que atendam às especificidades

de cada unidade, baseados nos padrões mínimos, princípios, diretrizes e normas

estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

• A partir da articulação dos diversos setores da SMS, (CDRH, ASTEC), criar as

condições para modificar a atual lógica de oferta fragmentada de ações de atenção à

saúde da mulher (Planejamento Familiar, PCCU, Pré-natal, atendimento ginecológico),

considerando:

a horizontalização das ações oferecidas nas unidades básicas, através da

organização da “Atenção à Saúde da Mulher” e respectiva equipe, de modo que as

diferentes atividades componham um mesmo processo de atendimento, com

fluxogramas definidos, que possam reduzir os múltiplos deslocamentos da mulher.

• Propiciar atividades educativas abertas que favoreçam o auto-conhecimento do corpo e

a apropriação pelas mulheres dos seus direitos sexuais e reprodutivos, utilizando

inclusive espaços fora da unidade, se necessário.

• Analisar o processo de registro de informações em prontuários, identificando os fatores

que contribuem para a sua precariedade, com vistas à para a melhoria da qualidade da

informação.

• Garantir a coleta de material citológico para o PCCU, em todas as mulheres atendidas,

de acordo com a idade e data do último exame realizado.

• Estimular todos os profissionais das unidades, inclusive da área administrativa e de

apoio, a encaminharem as mulheres que compareçam às unidades, por quaisquer

motivos, para realização do PCU e Pré- Natal, se indicado.

• Realizar campanhas de divulgação em todos os espaços e através de todos os

mecanismos possíveis, dentro e fora da unidade visando a captação precoce de

gestantes e a realização de PCCU entre as mulheres de acordo com a fixa etária.

• Criar, nas unidades, mecanismos que facilitem o atendimento dos parceiros sexuais de

portadoras de DST`s.

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• Garantir às candidatas ao Planejamento Familiar a participação em sessões educativas

que favoreçam a escolha livre e informada do método.

• Garantir a realização das consultas médicas previstas para as candidatas ao

Planejamento Familiar para todas as mulheres.

• Estimular a participação dos parceiros no processo de contracepção.

• Estabelecer mecanismos que favoreçam a orientação da contracepção de emergência

• Definir critérios e protocolos de atendimento na rede básica para gestantes em de alto

risco e de referência para as unidades definidas, bem como, mecanismos que permitam

seu acompanhamento e avaliação.

• Garantir a realização de teste para confirmação da gravidez em todas as unidades

básicas.

• Garantir a todas as gestantes: o cumprimento do calendário consultas previstas de

acordo com a idade gestacional e a condição da gestante (incluindo as consultas

médicas e a consulta do puerpério); o padrão de qualidade das consultas, de acordo com

as normas do Ministério da Saúde; a realização dos exames laboratoriais de rotina;

vacinação e o tratamento de condições apresentadas.

• Estabelecer mecanismos locais para convocação de gestantes faltosas, inclusive à

consulta do puerpério.

Quanto aos Recursos Humanos

Deve-se considerar as necessidades de recursos humanos em termos quali-quantitativos,

em função dos perfis das unidades e das especificidades de cada profissão, passando-se da

atual lógica de organização da atenção, baseada na presença, ou não, de um dado

profissional, para outra, em que a alocação de profissionais seja definida por necessidades

programáticas. Em conseqüência, devem ser pensadas as necessidades de capacitação

técnica em áreas específicas, fundamentada na problematização da situação da saúde da

mulher, a partir dos indicadores de situação de saúde e de desempenho das unidades, e na

perspectiva de direitos sexuais e reprodutivos, gênero, raça/etnia, classe social e orientação

sexual.

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Vale ressaltar, que a questão dos recursos humanos para atenção à saúde da mulher não

está descolada da política desenvolvida pela Secretaria Municipal de Saúde nessa área,

reconhecido nó crítico da implementação do SUS, conforme já exaustivamente discutido e

registrado.

• Realizar com a Coordenação de Recursos Humanos, da SMS um diagnóstico da

situação dos profissionais de saúde para as ações específicas de atenção a saúde da

mulher, identificando sua distribuição por Distrito Sanitário/Unidade de Saúde, bem

como e as atividades que estão desenvolvendo.

• Definir, com base nos perfis profissionais e normas existentes, suas atribuições na

equipe de saúde da mulher, de modo a contemplar o elenco de ações preconizadas.

Especificamente, a curto prazo, propor soluções para as questões das sub-

especialidades médicas (ginecologia e obstetrícia) e do papel das enfermeiras nas

equipes, pois embora estas sejam as maiores responsáveis pelo atendimento na área

da Saúde da Mulher, especificamente no Planejamento Familiar não estão sendo

respaldadas na sua prática profissional.

• Definir equipes mínimas para a área de atenção à saúde da mulher, com base no

perfil de cada unidade. A partir dessa definição, alocar os recursos humanos

necessários para atendimento e definir as necessidades de capacitação a curto prazo,

inclusive através da modalidade de educação à distância.

• Realizar atividades de sensibilização sobre a situação da mortalidade materna e do

atendimento à mulher, em cada DS, envolvendo coordenadores, gerentes, equipes e

representantes de organizações comunitárias, representantes do movimento de

mulheres.

• Disponibilizar manuais técnicos, normas e protocolos de atendimento nas unidades

em locais de fácil acesso aos profissionais.

• Disponibilizar web site que permita atualização e acompanhamento das equipes da

atenção básica por especialistas das unidades de maior complexidade e do nível

central.

• Organizar espaços de discussão nas unidades/DS das equipes de atendimento de

saúde da mulher, para o planejamento e acompanhamento de atividades.

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• Criar mecanismos que favoreçam a articulação dos profissionais da atenção básica

com aqueles que atuam nas unidades de referência/maternidades.

• Sensibilizar e capacitar os profissionais de saúde de PA´s e Pronto Socorros para

atendimento de situações de urgência/emergência específicas de mulheres e seu

encaminhamento posterior para os serviços adequados (maternidades, unidades de

referência e rede básica).

Quanto ao controle social

Assume-se que controle social tem um papel fundamental na implementação da Política

Municipal para a Área da Saúde da Mulher. O movimento de mulheres no Brasil tem uma

reconhecida tradição de participação na formulação de políticas públicas, particularmente

na área de saúde. Portanto, é imprescindível o engajamento das instâncias de controle social

em todos os níveis - Conselhos Municipais e Distritais de Saúde, Associações de

Moradores, organizações sociais de defesa dos direitos de grupos específicos, e das próprias

usuárias dos serviços - não só na elaboração dos planos e propostas de ação, como também,

instrumentalizando-os em relação aos parâmetros e indicadores de produção e de qualidade

da atenção. Nesse sentido, propõe-se:

• Capacitar usuárias, lideranças comunitárias, conselhos locais e distritais para exercer o

controle social.

• Divulgar, através de folhetos, cartilhas, jornais e rádios locais, etc. os padrões mínimos

de qualidade de assistência à mulher e os indicadores de avaliação utilizados.

• Instituir mecanismos de ouvidoria nos diversos níveis do sistema inclusive através de

telefone.

POSFACIO

Este documento foi apresentado ao Conselho Municipal de Saúde do município de Salvador

no dia 07 de dezembro de 2006.

Page 23: Relatório Situação de Atenção à Saúde da Mulher … INTRODUÇÃO Salvador apresenta características semelhantes às demais capitais nordestinas, com acelerado crescimento populacional,

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Mulher. 2002.

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Neo-Natal (versão aprovada na reunião da Comissão Intergestora Tripartite, realizada em

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BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações

Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher-

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COMPTE, Glória. Mortalidade Materna em Salvador, 1993. Dissertação (Mestrado Saúde

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MENEZES, Carlos. A atenção Pré-Natal na rede de serviços públicos de saúde de

Salvador e seus efeitos sobre os indicadores de saúde materna e neo-natal no período de

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cidades brasileiras. São Paulo:[s.l.] 1999 , 77p.

Page 25: Relatório Situação de Atenção à Saúde da Mulher … INTRODUÇÃO Salvador apresenta características semelhantes às demais capitais nordestinas, com acelerado crescimento populacional,

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ANEXOS

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QUADRO 1 Distribuição dos serviços de saúde da Rede Municipal da Secretária Muni

por Distrito Sanitário - em Salvador - Bahia - agosto, 2005

Distritos Sanitários

Centro de Saúde USF P.A. Unidade de

Referência Saúde Mental Odontolog

Centro Histórico 4 -- -- 01 (especializado) -- --

Pau da Lima 8 1 01 (unidade

de emergência)

-- -- --

Cabula Beiru 15 1 1 -- -- -- Barra / Rio Vermelho 6 3 1 1 1 --

Itapagipe 2 2 1 1 -- São Caetano e Valeria* 4 2 1 -- -- --

Liberdade 3 1 -- -- -- 1 Brotas 5 1 -- -- 1 1 Boca do Rio 3 -- -- -- -- -- Itapuã 4 2 1 -- -- -- Cajazeiras 2 3 -- -- -- -- Subúrbio Ferroviário** 3 26 1 -- -- --

Total 59 42 6 3 3 2 OBS: * 01 UBS em reforma, **10 USF em processo de implantação (04 com obra parada, 04 terreno localizFonte: Dados da SMS, agosto de 2005.

Quadro 2 - Distribuição dos Serviços da Rede Municipal da Secretaria de Saúde segundo oferecimento das ações de saúde da mulher por Distrito Sanitário

Salvador - Bahia, agosto de 2005

Ações Oferecidas

Distritos Nome das Unidades de Saúde P.F Pré-

natal Gineco-

logia Colposcopia Coleta de lâminas

Tratamento de DSTs

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C.S.C. Gomes X X X - X - C.S. Ramiro de

Azevedo X X X - 0 -

C.S. Pelourinho X X X - X - C.S. Péricles E.

Cardoso X X X X X -

C.S. São Francisco - - - - - X Cen

tro

His

tóric

o

Subtotal 4 4 4 1 3 1

20ºC.S. Castelo Branco X X X X X --

U.S.F. Canabrava ? X

X

C.S. Pau da Lima (Pires da Veiga) X X X X X X

C.S. Sete de Abril X X X X -- X C.S. Cecy Andrade X X X -- X -- C.S. Novo Marotinho -- -- -- -- -- -- C.S. Canabrava -- -- -- -- -- -- C.S. Nova Brasília -- -- -- -- -- -- C.S. Dom Avelar -- X X X X -- U. Emergência São Marcos -- -- -- -- -- --

Pau

da L

ima

Subtotal 4 6 5 4 4 3

C.S. Dr Eunisio Texeira X X X

X --

U.S.F. Barreiras X X X

--

C.S. Barreiras -- -- -- -- -- --

C.S. Dr. Rodrigo Argolo X X X X X

C.S. Mata Escura -- X X -- X X C.S. Urbano Pernambués X X X -- X X

C.S. Pernambuezinho -- X X -- X -- C.S.Pernambues P.A. X X X X X -- C.S. Arenoso X X X -- X C.S.Santo Inácio X X X X X -- C.S. Sussuarana 0 X -- X -- C.S. Engomadeira -- X X -- -- -- C.S. Cristóvão Ferreira -- X -- -- -- -- C.S.Calabetão -- -- -- -- -- -- C.S. Doron -- X X -- -- --

Cab

ula

/ Bei

PostoMédico São Gonçalo do Retiro -- -- X -- -- --

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Arraial do Retiro -- -- -- -- -- -- Subtotal 7 12 13 3 9 2

Ações Oferecidas Distritos Nome das Unidades

de Saúde P.F Pré-natal

Gineco-logia Colposcopia Coleta de

lâminas Tratamento de DSTs

P.A. 5º C.S. Clementino Fraga X X X X -- X

9º C.S. Sabino Silva X X X X X X

15º C.S. Eduardo Araújo X X X -- X X

C.S. São Gonçalo -- -- -- -- -- -- C.S. Dona Ivonne Silveira – Calabar X X X -- X --

C.S. Santa Cruz X X X X X --

C.S.Osvaldo Camargo -- -- -- -- -- --

U.S.F. Garcia X X X -- X -- U.S.F.Federação X X X -- X X U.S.F.Alto das Pombas X X -- -- 0 X CRDVC Adriano Pondé -- -- -- -- -- --

Bar

ra /

Rio

Ver

mel

ho

Subtotal 8 8 7 3 6 5

10º Centro de Saúde (Ministro Alckimin) X X X -- X --

Centro de Saúde Virgilio de Carvalho X X X

X --

USF Joanes Centro Oeste X X -- -- -- X

COAS -- -- -- -- -- X C.T.M Dr. Álvaro Rubim de Pinho -- -- -- -- -- --

USF Joanes Leste X X X -- X X

Itapa

gipe

Subtotal 4 4 3 0 3 3

P.A. Cesar de Vaz Carvalho -- -- -- -- -- --

UBS Péricles Laranjeira X X X X X X São

Cae

tano

e

Valé

ria

UBS Frei Benjamim X X X -- X X

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UBS Marechal Rodon -- X X -- -- -- USF Fiais X X X X X X USF Jaqueira do Carneiro X X X X X X

UBS N. Sra do Guadalupe Em Reforma

Subtotal 4 5 5 3 4 4

Ações Oferecidas

Distritos Nome das Unidades de Saúde P.F Pré-

natal Gineco-

logia Colposcopia Coleta de lâminas

Tratamento de DSTs

UBS Maria da Conceição Santiago Imbassay

X X X X X --

UBS Prof. Bezerra Lopes X X X X X X

1º UAO – Pronto Atendimento -- -- -- -- -- --

CS São Judas Tadeu X X X -- -- -- USF Santa Mônica X X X -- X -- Unidade Móvel -- -- -- -- -- --

Libe

rdad

e

Subtotal 4 4 4 2 3 1

C.S. Mario Andréa X X X X X O C.S. Odontológico do Dique -- -- -- -- -- --

C.S. Manoel Vitorino -- -- -- -- -- -- C.S.M. Aristides Novis -- -- -- -- -- -- C.S. Cardeal da Silva X X X X X -- C.S. Santa Luzia R. X -- O -- O -- U.S.F. Candeal X X X -- X --

Bro

tas

Subtotal 4 3 3 2 3 0

C.S. César de Araújo X X X X O X

Boc

a do

R

io

12º Centro de Saúde X X X X X X

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Centro de Saúde Pituaçu -- O X -- -- --

Subtotal 2 2 3 2 1 2

13º C.S. Prof. Eduardo B. Mamede X X X X X X

7º C.S. Dep. José Mariane X X X X X X

C.S. São Cristóvão X X X -- X X U.S.F. Alto do Coqueirinho X X X -- X X

C.S. Dr. Orlando Imbassahy X X X X X X

P.A Dr. Helio Machado -- -- -- -- -- --

U.S.F. Nova Esperança X X X -- X X

Itapu

ã

Subtotal 6 6 6 3 6 6

C.S.N. Piauhy Dourado -- X X -- -- --

C.S. Fazenda Grande I X X O -- -- ---

U.S.F. Boca da Mata X X -- -- --

U.S.F. Cajazeira X X X X -- X

U.S.F. Cajazeira V -- X --

Caj

azei

ras

Subtotal 3 5 2 0 0 1

Ações Oferecidas Distritos Nome das Unidades

de Saúde P.F Pré-natal

Gineco-logia Colposcopia Coleta de

lâminas Tratamento de DSTs

P.A. Adroaldo Bergaria -- X X X X

U.S.F. Fazenda Coutos II X X X -- X X

U.S.F. Alto do Cabrito

X X --

Subú

rbio

Fer

rovi

ário

C.S. Alto do Bariri -- X X --

--

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U.S.F. Alto do Lobato X X X -- X

U.S.F. Ilha Amarela

X X --

U.S.F. Beira Mangue X X X -- X X C.S. Paripe -- -- -- -- -- -- U.S.F. Alto de Coutos X X X -- X X U.S.F. Alto do Cruzeiro X X X -- X X U.S.F. Itacaranha X X X -- X X U.S.F. B. Jesus dos Passos / Panamá

-- X

Ilha de Maré -- -- -- -- -- -- U.S.F. Congo X X X -- X X U.S.F. Rio Sena X X X -- X X U.S.F. São Tomé X X X -- X X U.S.F. Alto de Coutos II OP OP OP OP OP OP U.S.F. Nova Constituinte X

--

U.S.F. São João do Cabrito LT LT LT LT LT LT

U.S.F. São Bartolomeu TL TL TL TL TL TL U.S.F. Vista Alegre X X -- X U.S.F. Baixa do São José TL TL TL TL TL TL

U.S.F. Recanto da Lagoa X

--

U.S.F. Fazenda Coutos II -- X

-- X --

U.S.F. CPM Paripe OP OP OP OP OP OP Subtotal 11 15 14 1 13 8

Total 61 74 69 24 55 36 Fonte: Dados da SMS, agosto 2005 Legenda: (X) Serviço em

Funcionamento

(--) Serviço Inexistente (O) Serviço Desativado Temporariamente

( ) Serviço em Fase de Implantação

(OP) Obra Parada