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MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA
COLÍDER – MT PROJETO PEIXES UHE COLÍDER
Relatório Trimestral - 01 1 / 33
LABORATÓRIO DE ICTIOLOGIA DA AMAZÔNIA MERIDIONAL - Rodovia MT 208 Km 147 CaixaPostal 324 – CEP: 78580-000 – Alta Floresta, MT Fone/Fax: (66) 3521-2041 – E-mail: [email protected]
RELATÓRIO TRIMESTRAL 1ª COLETA
Drª SOLANGE APARECIDA ARROLHO DA SILVA Coordenadora do Monitoramento e Resgate da Ictiofauna UHE Colíder
CRBio 43528/01 - D
ALTA FLORESTA - MT MARÇO 2012
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COLÍDER – MT PROJETO PEIXES UHE COLÍDER
Relatório Trimestral - 01 2 / 33
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SUMÁRIO
1. EQUIPE DE TRABALHO: MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT
03
2. APRESENTAÇÃO 04
3. ATIVIDADES REALIZADAS 05
4. MATERIAIS E MÉTODOS 05
4.1. Descrição da Área de Estudo 05
4.2. Descrição dos Trechos de Coleta 06
4.3. Materiais (apetrechos utilizados) 11
4.4. Metodologia 12
5. RESULTADOS 15
5.1. Abundância, Riqueza e Diversidade de Peixes 15
5.2. Guildas Tróficas 25
5.3. Processo Reprodutivo 29
5.4. Ovos e Larvas 29
5.5. Captura por Unidade de Esforço (CPUE) 29
5.6. Táxons de Interesse para a Conservação (Espécies Endêmicas, Raras, Ameaçadas e de Especial Interesse)
30
5.6.2 Espécies Migradoras 30
5.6.3 Espécies Exóticas, Invasoras e Alóctones 31
6. AVALIAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS 31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32
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1. EQUIPE DE TRABALHO: MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT
Coordenadora: Drª Solange Aparecida Arrolho da Silva RG: 416.736-8 SSP/MT CPF: 419.872.091-68 CRBio: 43528/01 - D Formação: Graduação em Ciências Biológicas (UFMT), Mestrado em Ecologia (INPA) e Doutorado em Aquicultura (UNESP) http://lattes.cnpq.br/3155418992318872 Email: [email protected] Membros da equipe: NOME: Claumir Cesar Muniz CPF: 603.966.951-91 RG: 0728280-0 - SSP/MT CRBio: 31775/01-D Formação: Graduação em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas (UNEMAT), Mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade (UFMT), Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais (UFSCAR) http://lattes.cnpq.br/2202899559144774 Email: [email protected] NOME: Guilherme Augusto Nogueira Borges CPF: 604.039.777-20 RG: 2.906-300 CRBio: 0363/01 – D IFP/RJ Formação: Graduação em Ciências Biológicas, Instituto de Biologia - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestrado em Biologia de Água Doce e Pesca Interior (INPA). http://lattes.cnpq.br/2770247199984452 Email: [email protected] Equipe de Assessores: NOME: Alberto Akama CPF: 127.478.578-24 RG 15.388.315-7 CRBio: 0-2695 CRBIO 01 Formação: Graduação em Ciências Biológicas(USP). Mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia) (USP),Doutorado em Ciências Biológicas (Zoologia)(USP). http://lattes.cnpq.br/9905086086253867 Email: [email protected] NOME: Elineide Eugênio Marques CPF: 575.614.279-72 CRBio: 93153/04 Formação: Graduação em Ciências Biológicas (UEM), Mestrado em Zoologia (UFPR), Doutorado em ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais (UEM) http://lattes.cnpq.br/9875056556045599 Email: [email protected]
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2. APRESENTAÇÃO
Este documento contém as informações básicas obtidas através da execução do Programa Básico
Ambiental de Ictiofauna “Monitoramento e resgate da ictiofauna existente no rio Teles Pires, na área de
influência da Usina Hidrelétrica Colíder (UHE Colíder)”. O programa é composto de dois Sub Programas:
(1) Monitoramento da Ictiofauna; e (2) Resgate da Ictiofauna, e está sendo desenvolvido através do
Convênio UNEMAT/COPEL, firmado entre a Universidade do Estado do Mato Grosso e a Companhia
Paranaense de Energia e executado pelo Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – LIAM.
As informações contidas neste documento poderão nortear as medidas de conservação da
ictiofauna na região, não só na área de influência direta da UHE Colíder, bem como em seu entorno
(montante e jusante). Neste documento é apresentada uma caracterização da área de estudo, uma
descrição da metodologia básica utilizada, os resultados obtidos com as amostragens e as considerações e
recomendações a respeito da ictiofauna da região com objetivos conservacionistas.
Os esforços para o entendimento da estrutura da comunidade de peixes da região foram
direcionados para o levantamento das espécies, caracterização espaço-temporal da assembléia de peixes e
caracterização das principais espécies capturadas.
As amostragens foram realizadas abrangendo área de influencia direta e indireta do reservatório. As
coletas foram realizadas em 15 trechos ao longo da calha do rio Teles Pires, bem como, nos principais
tributários da área de abrangência direta e indireta do futuro reservatório.
As informações apresentadas neste documento auxiliam na elaboração de uma série de hipóteses
que devem ser avaliadas em estudos específicos e durante os trabalhos de monitoramento com vistas à
conservação da ictiofauna na região.
A área de abrangência da Usina Hidrelétrica (UHE) de COLIDER está localizada na região do médio
rio Teles Pires, na região norte do estado do Mato Grosso, aproximadamente 1,5 km à jusante de um ponto
do rio conhecido localmente por Estreito. A potência instalada será de 300 MW, com um reservatório de
área aproximada de 143,5 km², onde a operação será a fio d'água, ou seja, não haverá variação do nível da
água do reservatório.
Portanto, o Programa de Ictiofauna apresenta um caráter de monitoramento, visto que deve
acompanhar as alterações nos trechos a montante e a jusante, além das que ocorrerão no próprio
reservatório e, também, de manejo da ictiofauna, uma vez que estão previstos a instalação de sistema de
transposição pela barragem e resgates de peixes por ocasião do desvio do rio por ensecadeira, do
enchimento do reservatório e quando da manutenção das turbinas. Há, ainda, outras medidas de
conservação da ictiofauna e dos recursos pesqueiros, como por exemplo, a preservação de áreas de
desova, o repovoamento com espécies autóctones, etc., que só deverão ser adotadas após o amplo
conhecimento das condições ictiológicas do sistema e de avaliada a real necessidade.
O objetivo do presente relatório é apresentar as atividades da equipe para solicitar as autorizações
exigidas pelos órgãos ambientais e os resultados decorrentes da primeira coleta.
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3. ATIVIDADES REALIZADAS
As atividades do Projeto de Monitoramento e Resgate Ictiofauna da UHE Colíder foram
devidamente licenciadas pelo Órgão Ambiental responsável, que neste caso foi a SEMA - MT, de acordo
com a Licença Especial de Pesca Nº034/2011 de 14/12/2011, com validade até 30/11/2013.
O Transporte do material foi realizado acompanhado da Declaração de Aceite de Depósito do
Material Biológico (Peixes) pelo Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional (LIAM).
A execução do projeto está sendo realizada de acordo com a ART (Anotação de Responsabilidade
Técnica) cedida pelo Conselho de Classe CRBio-1, ao qual a coordenação executiva do projeto está
vinculada.
A primeira coleta foi realizada no período de 15 a 23/12/2011, conforme resultados descritos abaixo.
Os estudos e análises sobre o Monitoramento e Avaliação do Sistema de Transposição de Peixes
estão sendo realizados pela Drª Edna Maria de Faria Viana da UFMG. Os resultados desta análise deverão
ter um primeiro relatório até agosto deste ano.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. Descrição da Área de Estudo
Situada entre 7°10’ e 14°45’ de latitude sul e 53°45’ e 58°10’ de longitude oeste, a bacia hidrográfica
do rio Teles Pires abrange setores territoriais dos estados do Pará e principalmente do estado do Mato
Grosso, totalizando uma área de drenagem de 141.905 km2.
A bacia está situada ainda entre as bacias dos rios Juruena, a oeste, e Xingu, a leste. Em conjunto
com o rio Juruena, que também drena importante porção territorial do estado do Mato Grosso, o rio Teles
Pires forma o rio Tapajós, um dos principais afluentes da margem direita do rio Amazonas (Mapa de
Unidades de Relevo do Brasil – IBGE, 2006).
A partir da região das cabeceiras, o rio desenvolve percurso na direção NNW, por cerca de 1.600
km, até a sua confluência com o rio Juruena, em altitude de 95 metros, onde ocorre a formação do rio
Tapajós.
A UHE COLIDER será localizada na região do médio rio Teles Pires, na região norte do estado do
Mato Grosso, aproximadamente 1,5 km à jusante de um ponto do rio conhecido localmente por Estreito
(Figura 01).
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Figura 01 – Mapa de localização das UHEs a serem implantadas no Rio Teles Pires, de
acordo com Avaliação Ambiental Integrada do Rio Teles Pires.
4.2. Descrição dos Trechos de Coleta
Os trechos foram selecionados de forma a incluir a maior gama possível de ambientes habitados
por peixes, e visando atingir toda a área de abrangência da UHE Colíder (as coordenadas geográficas dos
trechos amostrados foram registradas com uso de aparelhos de GPS) e em consonância com os trechos
estabelecidos nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA da UHE Colíder). A conectividade dos cursos d’água
foi levada em conta, buscando aumentar a independência das amostras nos diferentes trechos de coleta.
As coletas foram realizadas em 15 trechos (Tabela 01), sendo estes distribuídos de forma o mais
eqüidistantes possível,cobrindo toda a área de abrangência do futuro reservatório.
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Tabela 01 – Localização dos trechos de coleta de peixes na área de abrangência da UHE Colíder, municípios de Itaúba, Colíder e Nova Canaã do Norte – MT.
Trecho Local Latitude (S) Longitude (W) Ictio 001 Canal do Rio Teles Pires – Final reservatório 11° 14' 6,366" 55° 27' 6,384" Ictio 002 Canal do Rio Teles Pires - Poço 11° 8' 4,427" 55° 22' 13,837" Ictio 003 Foz do Rio Renato 11° 5' 12,300" 55° 18' 17,400" Ictio 004 Rio Renato 11° 3' 24,400" 55° 16' 22,100" Ictio 005 Rio Teles Pires – Corredeira ilhas 11° 1' 16,377" 55° 22' 7,123" Ictio 006 Córrego Cruzeiro 11° 2' 59,759" 55° 32' 28,150" Ictio 007 Córrego Cruzeiro 11° 1' 39,404" 55° 32' 45,117" Ictio 008 Foz do Córrego Cruzeiro 11° 0' 38,100" 55° 31' 38,000" Ictio 009 Rio Teles Pires – três ilhas 10° 57' 17,634" 55° 38' 58,137" Ictio 010 Foz igarapé 3º braço 10° 59' 5,500" 55° 40' 56,100" Ictio 011 Foz igarapé 2º braço 10° 59' 14,953" 55° 44' 37,919" Ictio 012 Canal do Rio Teles Pires 10° 58' 5,000" 55° 45' 8,400" Ictio 013 Rio Teles Pires - Barragem 10° 59' 12,600" 55° 46' 15,300" Ictio 014 Rio Teles Pires - jusante 10° 59' 4,497" 55° 49' 25,515" Ictio 015 Ribeirão das águas - Margem esquerda jusante 11° 1' 13,483" 55° 51' 3,608"
Foram marcados dois trechos de coleta de peixes a jusante, um na área da barragem e doze
trechos a montante da área da futura barragem (Figura 02).
Figura 02 – Mapa com 15 trechos de amostragem de peixes na UHE Colíder.
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Trechos Ictio 001, 002 e 005 – Rio Teles Pires:
• Floresta ombrófila aberta com vegetação ciliar em contato com a água.
• Apresenta sinais de antropização, devido a implantação de acampamentos de pesca e fazendas.
• Barrancos de até 4 metros entremeados de áreas alagadas.
• Ambiente lótico de elevada vazão e alta energia.
• Com largura acima de 350 metros e profundidade extremamente variável entre 2 a 8 metros.
• Muitas rochas e ilha formando pequena corredeira.
• Solo areno-argiloso de cor amarela-acinzentado.
• Águas claras (Figuras3A e 3B).
Trechos Ictio 003 e 004 – Rio Renato:
• Vegetação de floresta ombrófila aberta secundária na foz do rio (trecho 003), o qual na direção da
subida do curso d’água se torna antropizado devido a presença de desmatamento e locais de
acampamento.
• Ambiente lótico de média energia.
• Troncos caídos ao longo de todo o leito do rio.
• Profundidade muito variável de 0,5 a4 metros e largura entre 5 a 15 metros.
• Solo areno-argiloso de cor amarelada.
• Água barrenta, provavelmente devido ao carreamento de sedimentos em suas nascentes (Figuras
3C e 3D).
Trechos Ictio 006, 007 e 008 – Córrego Cruzeiro:
• Floresta ombrófila aberta típica de áreas alagadas.
• Na foz do curso d’água existe barranco de cerca de 1 a 2 metros de altura, sendo que ao longo do
leito a área se torna baixa e a água entra na vegetação ciliar.
• Ambiente lótico de média vazão e energia.
• Devido às margens estarem inundadas não foi possível medir a largura.
• Profundidade entre 1 e 4 metros.
• Galhos e troncos caídos no leito do curso d’água.
• Solo arenoso de cor amarelelada.
• Águas claras (Figuras 3E, 3F e 3G).
Trecho Ictio 009 – Rio Teles Pires – três ilhas:
• Floresta ombrófila aberta em alguns trechos secundária devido ao processo de regeneração (áreas
anteriormente desmatadas) e presença de fazenda com pastagem até as margens.
• Barrancos de até 5 metros entremeados de áreas alagadas.
• Ambiente lótico de elevada vazão e alta energia.
• Com largura entre 200 a 400 metros e profundidade variável entre 4 a 12 metros.
• Ilhas e rochas formando pequenas corredeiras.
• Solo areno-argiloso de cor amarela-acinzentado.
• Águas claras (Figura 3H).
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Trechos Ictio 010 e 011 – Igarapés:
• Floresta ombrófila aberta entremeada com áreas alagadas e presença de palmeiras.
• Algumas áreas com barranco de até 2 metros de altura, sendo que ao longo do leito a área se torna
baixa e a água entra na vegetação ciliar.
• Ambiente lótico de baixa vazão e energia.
• Devido às margens estarem inundadas não foi possível medir a largura.
• Profundidade entre 0,5 a 2 metros.
• Galhos e troncos caídos no leito do curso d’água.
• Solo arenoso de cor amarelelada.
• Águas claras com presença de húmus (Figuras 3I e 3J).
Trechos Ictio 012, 013 e 014 – Rio Teles Pires:
• Floresta ombrófila aberta com vegetação ciliar em contato com a água.
• Apresenta sinais de antropização, devido a implantação de acampamentos de pesca.
• Margem direita (Trecho 013) completamente transformada em decorrência da implantação da
barragem.
• Barrancos de até 4 metros entremeados de áreas alagadas.
• Ambiente lótico de elevada vazão e alta energia.
• Com largura acima de 250 metros e profundidade extremamente variável entre 2 a 10 metros.
• Rochas formando pequena corredeira (Trechos 012 e 014).
• Solo areno-argiloso de cor amarela-acinzentado.
• Águas claras (Figuras3K, 3Le 3M).
Trecho Ictio 015 – Ribeirão das Águas:
• Vegetação de floresta ombrófila aberta secundária na foz do rio, ambiente antropizado devido a
presença de desmatamento e locais de acampamento.
• Ambiente lótico de alta energia.
• Troncos caídos ao longo de todo o leito do rio.
• Profundidade muito variável de 5 a 4 metros e largura entre 5 a 15 metros.
• Solo areno-argiloso de cor amarelada.
• Água barrenta, provavelmente devido ao carreamento de sedimentos em suas nascentes (Figura
3N).
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Figuras 3 A a H: Trechos de amostragem de peixes, UHE Colíder. Fotos Arrolho, S.
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Figuras 3 I a N: Trechos de amostragem de peixes, UHE Colíder. Fotos Arrolho, S.
4.3. Materiais (apetrechos utilizados)
Coleta com redes de mão/peneira: Este é um método ativo de coleta de peixes, que geralmente acessa
uma fauna de pequeno porte (<100mm), e visa a captura de exemplares alojados em áreas de vegetação
densa, folhiço submerso ou nas margem. Esta técnica de captura foi aplicada em todos os trechos, em
locais próximos a vegetação aquática e em contato com a água. Este método foi aplicado em áreas de até
1,5m de profundidade. O tempo de coleta foi duas horas em cada período (matutino e vespertino).
Coleta com rede de arrasto: Este método foi utilizado por, no mínimo, dois coletores, e buscou acessar a
uma fauna mais pelágica e/ou associada ao leito dos corpos d’águas. As redes de arrasto foram aplicadas
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manualmente em locais menos profundos até 1,5 metros e com o auxílio do barco em áreas mais profundas
(margens, ilhas e canal do rio).
Coleta com rede de espera e tarrafas: Este método passivo de coleta de peixes foi empregado para a
captura de peixes de maior porte que habitam ou esporadicamente utilizam os igarapés ou as margens do
rio para alguma de suas atividades biológicas. Nos trechos foi empregada uma bateria de redes de
diferentes malhas (2, 3, 4, 5, 10 e 20 cm entre nós consecutivos), a fim de capturar exemplares de vários
tamanhos e formas. Essa bateria possui entre 10 e 100 metros de extensão e entre 2 e 5 metros de altura.
As redes foram mantidas expostas, paralelamente aos corpos d’água, por até 24 horas e revisadas a cada
três horas.
Coleta com varas de pesca: No intervalo entre as verificações das redes,foram realizadas coletas com o
uso de material de pesca convencional, ou seja, com varas de fibra de carbono equipadas com carretilha ou
molinete. Este equipamento usa linhas de nylon de capacidade de tensão apropriada para o tipo de peixe
esperado. Foram arremessadas com este equipamento, iscas artificiais de diversos modelos, tamanhos e
formas e iscas naturais (Minhoca, milho, etc), no intuito de capturar os peixes de médio e grande porte.
4.4. Metodologia
Cada corpo d’água teve um trecho demarcado de 150 metros de comprimento por toda largura do
corpo d’água (Figura 04).
Figura 4 – Esquema dos métodos utilizados para o protocolo de peixes. Rede de mão utilizada nas margens; rede de arrasto nos leitos dos corpos d’água; e rede de espera expostas paralelamente ao igarapé. Os três métodos foram empregados ao longo dos 150 metros do trecho.
Coleta e Observação de Ovos e Larvas
As amostras de ovos e larvas de peixes foram obtidas utilizando-se redes de plâncton do tipo
cônico-cilíndrica (malha 0,5 mm), com comprimento de 1,5 m e área de boca igual a 0,07 m². A
redepermaneceu fixada a um cabo estendido perpendicularmente ao rio, nas margens direita, esquerda
superficialmente e no meio ao fundo, com exposição de 15 minutos contra a correnteza.
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As amostras de ovos e larvas de peixes foram acondicionadas em frascos plásticos de 500 ml com
tampa rosqueada e fixadas em formol 4% tamponado com carbonato de cálcio (CaCO3). Em laboratório, os
ovos e larvas de peixes foram analisados sob microscópio estereoscópico e identificados conforme
bibliografia específica.
Fixação e conservação dos espécimes
Cada sequência de amostras (rede, tarrafa, puçá ou vara de pesca)foi devidamente etiquetada, e o
material coletado anestesiado com o uso de Eugenol, conforme Resolução N° 714 do Conselho Federal de
Medicina Veterinária e sequentemente fixados em solução de formalina a 10% no local de coleta.
Para exemplares de proporções corporais maiores, estes foram fixados através de injeções de
formol 10% ao longo de toda a musculatura e no interior da cavidade abdominal. Posteriormente, esses
exemplares foram mergulhados em recipientes contendo formol 10% e permanecendo por cinco a sete dias.
Os peixes capturados, depois de fixados, foram transportados para o laboratório de Ictiologia da
Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, Campus de Alta Floresta, onde foram identificados e
anotadas as medidas de comprimento total, comprimento padrão e pesados. Foi efetuada incisão abdominal
para determinação de sexo e estádio de maturação gonadal, fotografados in situ, e retirados tratos
digestivos para determinação da dieta alimentar.
Todos os exemplares coletados foram depositados na Coleção de Peixes do Campus de Alta Floresta –
UNEMAT.
Marcação das espécies migratórias
Cada exemplar, maior de 30 cm, capturado foi marcado através de TAGS de cor laranja na base da
nadadeira dorsal (para peixes de escama ou de couro). Os TAGS tem um número que corresponde as
informações obtidas naquele momento. Todo esse processo demorou aproximadamente 48 segundos,
evitando estressar o peixe.
Unidade amostral
Considera-se uma Unidade Amostral (UA) o resultado do total de exemplares coletados na (s)
seqüência (s) realizadas com cada método (peneira, rede de arrasto ou rede de espera).
Variáveis ambientais
A largura média do canal (m) foi calculada a partir da média de três medidas eqüidistantes ao longo
do trecho determinado. A profundidade média do canal (m) foi calculada a partir de nove sondagens
eqüidistantes em três transecções transversais ao longo do trecho. A velocidade da corrente (m/s) foi
determinada pela média entre três pontos dispostos no centro do canal, medida no meio da coluna d’água,
utilizando um fluxímetro ou medindo-se o tempo de deslocamento de um objeto flutuante por uma distância
conhecida. A vazão média (m³/s) foi obtida relacionando-se velocidade média, largura e profundidade, pela
fórmula: Q=A*Vm, onde Q = vazão; A = área transeccional média na secção transversal do curso de água; e
Vm = velocidade média da corrente. Estes dados serviram para caracterizar os ambientes em suas
diferentes fisionomias.
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Análises Biológicas
As análises biológicas (reprodução e alimentação) foram realizadas somente com as espécies
coletadas com número amostral maior que 10 indivíduos, para permitir a fidedignidade dos cálculos.
a. Análise Reprodutiva
Os estádios de maturação gonadal utilizados serão: I – Imaturo; II – Em maturação; III – Maturo; IV –
Esvaziado e V – Em repouso.
Os pesos das gônadas foram utilizados para estabelecer a relação com o peso dos peixes, por
estádio de maturação, determinando os Índices Gonadossomáticos e as curvas de reprodução. Este
procedimento permite observar a dinâmica da reprodução das diferentes espécies dentro do mesmo
período reprodutivo por tipo de ambiente onde a comunidade é estabelecida.
b. Análise Trófica
A determinação do regime alimentar foi efetuada através da aplicação do índice alimentar proposto por
Kawakami & Vazzoler (1980), segundo a fórmula:
IAi = Fi x Vi /Σ (Fi x Vi) (1)
i=1
Sendo:
IAi = índice alimentar;
i= 1,2,...n determinado item alimentar;
Fi = freqüência de ocorrência (%) de determinado item alimentar;
Vi= volume (%) de determinado item alimentar.
A análise da estrutura trófica foi efetuada utilizando os seguintes procedimentos:
Uma guilda trófica foi considerada abundante quando seu valor for maior que o valor médio, dividindo o
número de peixes ou o produto de Ni x Pi pelo número de guildas tróficas em cada local de amostragem;
Uma espécie foi considerada abundante quando seu valor for maior que o valor médio, na condição:
Ni x Pi x 100/ ΣNi x Pi (2)
onde Ni será igual ao número de exemplares da espécie i e Pi, o peso da espécie i.
c. Análises Estatísticas
A densidade dos peixes foi calculada através da Captura por Unidade de Esforço (CPUE = (C/E)),
onde,
(3)
Sendo:
CPUEn = captura em número por unidade de esforço;
CPUEb = captura em biomassa (peso corporal) por unidade de esforço;
Nm = número total dos peixes capturados na malha m;
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Bm = biomassa total capturada na malha m;
Epm = esforço de pesca, que representa a área em m² das redes de malha m; e m = tamanho da malha
tamanho da malha (3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 12, 14 e 18 cm).
Deste modo, foram obtidas as seguintes CPUE's:
CPUE(n,b) malha = CPUE, em número e biomassa, por malha de coleta;
CPUE(n,b) espécie = CPUE, em número e biomassa, por espécie.
A constância de ocorrência (C) das espécies foi calculada pela seguinte fórmula: C= p. 100/P,
onde p é o número de coletas contendo as espécies i e P é o número total de espécies, sendo que em
função do valor de C, distinguem as seguintes categorias: Espécies Constantes, presentes em mais de 50%
das coletas; Espécies acessórias, presentes em 25 a 50% das coletas; Espécies acidentais, presentes em
menos de 25% das coletas.
A diversidadefoi avaliada utilizando-se o índice de Shannon-Wiener:
H= Σ pi.ln pi (4)
Sendo: pi é a freqüência de cada uma das espécies e ln, logaritmo natural.
A fim de evidenciar diferenças ou semelhanças, aos resultados dos índices de Shannon-Wiener obtidos
foram aplicados testes “t” de significância, onde:
T= H1 – H2 (5)
var. (H1) + var. (H2)
Sendo:
H1 é o valor da diversidade no local 1;
H2 é o valor da diversidade no local 2;
var (Hs), a variância do valor da diversidade, calculada como.
Var (Hs)= Σ pi ln2 pi) – (Hs)2 + S -1 (6)
N 2N2
Sendo:
S é o número de espécies;
N, o número de indivíduos da biocenose 1;
N2, o número de indivíduos da biocenose 2.
d. Análise de metais pesados
Foram encaminhados exemplares de curimba (Prochilodus linneatus) e bicuda (Boulengerela
cuvieri)ao Laboratóriode Ictiologia do Campus de Tangará da Serra – UNEMAT, para análises de mercúrio e
outros metais pesados, os resultados destas análises deverão compor o próximo relatório.
5. RESULTADOS
5.1. Abundância, Riqueza e Diversidade de Peixes
Nos quinze trechos de amostragem foram coletados 2049 exemplares de peixes pertencentes a 07
ordens, 29 famílias, 67 gêneros e 122 espécies (Tabela 02). Sendo distribuídos da seguinte forma:
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Beloniformes (1 família, 1 gênero e 1 espécie), Characiformes (13 famílias, 37 gêneros e 79 espécies),
Cyprinodontiformes (1 família, 1 gênero e 1 espécie), Gymnotiformes (4 famílias, 5 gêneros e 6 espécies),
Siluriformes (7 famílias, 16 gêneros e 22 espécies), Perciformes (2 famílias, 6 gêneros e 12 espécies), e
Symbranchiformes (1 família, 1 gênero e 1 espécie).
Tabela 2 – Lista dos taxons (peixes) coletados em cada trecho de amostragem na área de abrangência da Usina Hidrelétrica Colíder, no período de 15 a 23 de dezembro de 2011. As colunas com numeração de 01 a 15 correspondem aos trechos de coleta da ictiofauna.
Táxons Nome Comum
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15
Ordem Beloniformes Família Belonidae Potamorrhaphis guianensis (Miranda Ribeiro, 1915)
Peixe-agulha 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Ordem Characiformes
Família Acestrorhynchidae
Acestrorhynchus falcatus (Bloch, 1794)
Peixe-Cachorro 2 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0
Acestrorhynchus microleps (Schomburgk,1841 )
Cachorrinha 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0
FamíliaAnostomidae
Leporinus fridericii (Bloch, 1794)
Piau-Três-Pinta 2 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0
Leporinus agassizi Steindachner, 1876
Piau 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 3 1 2 1
Leporinus granti Eigenmann, 1912
Piau 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Leporinus octomaculatus Britski & Garavello, 2005
Piau 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 1 0 1 0 1
Leporinus vanzoi (Britski & Garavello, 2005)
Piau-listrado 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0
Leporellus vittatus (Valenciennes, 1850)
Piau 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
FamíliaCharacidae
Astyanacinus sp. (Eigenmann, 1907)
Lambari
0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Astyanax (Baird & Girard, 1854) sp.1
Lambari
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 Astyanax anterior (Eigenmann, 1908)
Lambari
0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Brachychalcinus copei (Steindachner, 1882)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 Brycon falcatus (Müller & Troschel, 1844)
Matrinxã 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Brycon pesu (Müller & Troschel, 1845)
Matrinxã
0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0 0 Bryconamericus exodon (Eigenmann, 1907)
Lambari
2 4 2 0 6 0 0 0 11 4 0 0 0 10 3 Bryconamericus (Eigenmann, 1907) sp.1
Lambari
19 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 53 0 Bryconamericus (Eigenmann, 1907) sp.2
Lambari
0 0 0 0 0 0 0 0 12 0 0 0 0 4 0 Bryconexodon trombetasi Jégu, Santos & Ferreira, 1991
Lambari
0 1 2 0 0 0 0 12 0 3 0 11 6 4 4
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Táxons Nome
Comum
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15
Bryconops alburnoides Kner, 1858
Lambari
0 0 0 0 0 46 0 2 19 0 0 0 0 0 7 Bryconops caudomaculatus (Gunther, 1864)
Lambari
2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 29 0 0 Bryconops melanurus (Bloch, 1794)
Lambari
0 0 0 1 0 34 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Bryconops (Kner, 1858) sp.1 Lambari 0 0 0 0 0 10 11 0 1 0 0 0 0 0 0 Bryconops (Kner, 1858) sp. 2 Lambari 13 0 1 0 17 0 0 63 20 0 31 0 19 20 7 Bryconops (Kner, 1858) sp. 3 Lambari 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 Bryconops (Kner, 1858) sp. 4 Lambari 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 Caiapobrycon tucurui Malabarba & Vari, 2000
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16 0 0 0 0 Creagrutus (Günther, 1864) 0 0 0 0 1 5 0 0 9 0 1 0 0 0 0 Hemigramus analis (Durbin,1909) Piaba 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Hemigramus Gill, 1858 sp.1 Piaba 3 0 2 0 0 1 0 0 0 0 0 0 2 4 0 Hemigramus coeruleus Durbin, 1908
Piaba 0 0 0 5 4 1 0 0 0 0 0 0 0 7 0
Hyphessobrycon bentosi Durbin, 1908
Lambari 9 0 0 0 0 0 51 0 0 7 0 0 0 6 0
Hyphessobrycon heliacus Moreira, Landim & Costa, 2002
Piaba 0 0 0 0 0 21 0 11 0 0 0 0 0 1 0
Hyphessobrycon moniliger Moreira, Landim & Costa, 2002
Piaba 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0
Hyphessobrycon scutulatus Lucena, 2003
Piaba 0 0 0 0 0 29 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Hyphessobrycon sp. 1 Piaba 0 0 0 0 0 22 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Hyphessobrycon sp. 2 Piaba 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Hyphessobrycon sp. 3 Piaba 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 Hyphessobrycon vimae Géry, 1966
Piaba 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0
Jupiaba (Zanata, 1997) sp. Piaba 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 1 0 0 Knodus shinahota (Ferreira & Carvajal, 2007)
Piaba 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Metynnis maculatus (Kner, 1858) Pacu 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 Mileinae jovem Pacupeva 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 1 Microschemobrycon guaporensis Cavallaro, 2010
0 0 0 0 1 3 0 0 3 0 1 0 12 0 0
Myleus arnoldi (Ahl, 1936) Pacupeva 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 Moenkhausia sanctaefilomenae (Steindachner, 1907)
Lambari Olho-de-Fogo 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
Moenkhausia collettii (Steindachner, 1882)
Lambari Olho-de-Fogo 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0 0 0 0 1 0
Moenkhausia grandisquamis (Muller & Troschel, 1845)
Lambari Olho-de-Fogo 0 0 0 0 0 0 0 53 3 0 0 0 0 0 0
Moenkhausia lepidura (Kner, 1858)
Lambari Olho-de-Fogo 0 0 1 0 0 0 0 4 0 0 0 0 47 15 0
Moenkhausia lopezi Britski & Silimon, 2001
Lambari Olho-de-Fogo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0
Moenkhausia oligolepis (Günther, 1994)
Lambari Olho-de-Fogo 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Moenkhausia pirauba (Zanata, Berindelli & Moreira, 2010)
Lambari Olho-de-Fogo 24 0 0 0 0 1 0 0 7 0 34 0 0 0 5
Moenkhausia(Eigenmann, 1903) sp.1
Lambari Olho-de-Fogo 204 0 0 0 0 6 0 12 0 0 0 0 0 0 0
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Táxons Nome
Comum
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15
Moenkhausia(Eigenmann, 1903) sp.2
Lambari Olho-de-Fogo 0 0 0 0 0 4 0 0 18 0 0 0 0 0 0
Moenkhausia(Eigenmann, 1903) sp.3
Lambari Olho-de-Fogo 3 11 36 1 0 6 0 2 0 3 0 0 0 0 0
Serrapinnus kriegi (Schindler, 1937)
Lambari
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 Serrasalmus rhombeus (Valenciennes, 1837)
Piranha-preta
0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 3 Tetragonopterus argenteus Curvier, 1816
Lambari
3 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Tetragonopterus chalceus (Spix & Agassiz, 1829)
Lambari
0 0 10 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 Tetragonopterus (Curvier, 1816) sp.
Lambari 0 0 3 0 0 0 0 0 1 0 0 0 3 0 0
Thayeria boehlkei (Weintzman, 1957)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
FamíliaChilodontidae
Caenotropus labyrinthicus (Kner, 1858)
Durinho, cabeça dura 0 0 33 0 0 1 0 0 0 3 0 2 0 0 0
Família Ctenoluciidae
Boulengerella cuvieri (Agassiz,1829)
Bicuda 0 0 0 0 0 1 0 3 4 0 0 0 0 0 2
FamíliaCurimatidae
Cyphocharax helleri (Steindachner, 1910)
Branquinha 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Steindachnerina brevipinna (Braga & Azpelicuetta, 1987)
Curimba 0 0 0 0 0 0 0 1 0 3 0 0 0 0 1
FamíliaCynodontidae
Hydrolycus armatus (Jardine & Schomburgk, 1841)
Cachorra 0 0 0 0 0 1 0 0 1 2 0 0 0 0 1
Hydrolicus tatauaia (Toledo-Piza, Menezes &Santos, 1999)
Cachorra 0 0 0 0 0 6 0 0 2 1 0 2 0 0 0
Família Crenuchidae
Melanocharacidium dispilomma (Buckup, 1993)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
Melanocharacidium (Buckup, 1993) sp.
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
Characidium gomesi (Travassos, 1956)
2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Characidium zebra (Eigenmann, 1909)
0 1 0 3 1 8 0 1 6 0 4 0 16 1 0
FamíliaErythrinidae
Hoplias gr. malabaricus (Bloch, 1794)
Traira 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Hiploas lacerdae (Miranda Ribeiro, 1908)
Trairão 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) Traira 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 FamíliaHemiodontidae
Hemiodus (Géry, 1964) sp. Sardinha 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 Família Lebiasinidae
Nannostomus equesSteindachner, 1876
0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pyrrhulina brevis Steindachner, 1876
0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
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Táxons Nome
Comum
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15
Pyrrhulina semifasciataSteindachner, 1876
0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
FamíliaParodontidae
Parodon buckleyi (Boulenger, 1887)
Canivete 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
FamíliaProchilodontidae
Prochilodus lineatus (Valenciennes,1836)
Curimbatá 1 6 2 4 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Ordem Cyprinodontiformes
Família Rivulidae
Rivulus zygonectes Myers, 1927 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 0 0 0 0
OrdemGymnotiformes
FamíliaGymnotidae
Gymnotus carapo (Linnaeus, 1758)
Tuvira 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0
FamíliaHypopomidae
Brachyhypopomus Mago-Leccia, 1994 sp (nova)
Sarapó 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
Hypopygus lepturus Hoedeman, 1962
Sarapó 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 4 0 0
Família Rhamphichthyidae
Gymnorhamphichthys Eigenmann, 1912 sp. 1
Tuvira 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Gymnorhamphichthys Eigenmann, 1912 sp. 2
Tuvira 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0
Família Sternopygidae
Sternopygus macrurus (Bloch & Scheneider, 1801)
Tuvira 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
OrdemPerciformes
FamíliaCichlidae
Aequidens epae (Kullander,1995) Cará 0 0 0 11 0 0 0 1 0 0 0 0 0 5 5 Apistogramma agassizii (Steindachner, 1875)
Cará 7 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 1 0
Apistogramma (Regan 1906) sp. Cará 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Cichla Bloch & Schneider, 1801 sp.
Tucunaré 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Crenicichla inpa Ploeg, 1991 Cará 7 0 0 0 2 0 0 0 0 0 3 0 5 0 0 Crenicichla lepidota Heckel, 1840 Cará 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Crenicichla Heckel, 1840 sp. Cará 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Crenicichla strigata (Günther,1862)
Joaninha 4 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Satanoperca acuticeps (Heckel, 1840)
Cará-bicudo 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Satanoperca gr. acutceps (Heckel, 1840)
Cará-bicudo 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Satanoperca pappaterra (Heckel, 1840)
Cará-bicudo 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
FamíliaSciaenidae
Plagioscion squamossismus (Heckel,1840)
Curvina-branca 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
OrdemSiluriformes
FamíliaAuchenipteridae
Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766)
Bagre 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0
FamíliaCaliichthyidae
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Táxons Nome
Comum
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15
Caliichctyscaliichctys (Linnaeus, 1758)
Tamboatá 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Corydoras xinguensis (Nijssen, 1972)
Tamboatá 3 6 0 0 20 0 0 6 0 0 155 0 0 1 3
FamíliaHeptapteridae
Nanorrhandia stictonotus Regan, 1913
0 0 0 0 15 5 24 0 0 0 6 0 13 2 0
Pimelodella cristata (Muller & Troschel, 1848)
0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Família Loricariidae
Hisonotus armatus (Carvalho, 2008)
Cascudo
0 0 0 0 1 0 0 5 0 0 4 0 0 0 0 Hypostomus cochliodon Kner, 1854
Cascudo
15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Hypostomus gr. cochiodon Kner, 1854
Cascudo
0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Hypostomus rondoni (Miranda Ribeiro, 1912)
Cascudo
0 0 0 0 0 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Hypostomus soniae Hollanda, Carvalho & Weber, 2004
Cascudo
7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Hypostomus Linnaeus, 1758 sp. Cascudo 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Otocinclus arnoldi Regan, 1909 Cascudo 0 0 0 0 14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Otocinclus (Cope, 1871) sp. 1 Cascudo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 Otocinclus (Cope, 1871) sp. 2 Cascudo 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0 0 0 0 Otocinclus vittatus Regan, 1904 Cascudo 0 0 0 0 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Rineloricaria lanceolata Guinther, 1868
Cascudo 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Sturissoma rostratum Regan, 1904
Cascudo 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Família Pimelodidae
Pimelodus albofasciatus Mees, 1974
Bagre barrigudo 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Hemisorubim platyrhynchos (Valenciennes, 1840)
Bagre 0 3 1 0 2 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
Sorubim lima (Bloch & Scheider, 1801)
Chinelo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
FamíliaPseudopimelodidae
Pseudopimelodus pulcher (Boulenger, 1887)
0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
FamíliaTrichomycteridae
Ituglanis amazonicus (Steindachner, 1882)
Candiru 0 2 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0
OrdemSynbranchiformes
FamíliaSynbranchidae
Synbranchus marmoratus (Bloch, 1795)
Muçum 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
Dentre as espécies de peixes coletadas tem-se a seguinte proporção (Figura 05):
• 65% das espécies são representantes dos Characiformes, peixes predominantes de água doce, tendo
as mais variadas formas, habitando todos os tipos de ambientes e vários tipos de hábitos alimentares.
Muitas espécies de valor comercial realizam migrações reprodutivas e tróficas;
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• 18% das espécies representam os Siluriformes; apresentam-se como peixes diversificados,
compreendendo peixes de pequeno porte até formas gigantescas; as espécies apresentam amplo
espectro alimentar, muitas vezes empreendendo migrações tróficas e reprodutivas;
• 10% representam os Perciformes; são peixes que vivem geralmente próximos às margens dos rios e
lagos, em locais com troncos/galhos e pedras submersas, com hábitos alimentares dos mais variados;
podem formar casais na época da reprodução; possuem formas belíssimas que podem ser utilizadas em
aquários, mas também podem ser apreciados como alimento;
• 5% representam os Gymnotiformes, ordem do peixe elétrico e sarapós; podem chegar até 2 metros de
comprimento; realizam migrações tróficas e reprodutivas;
• 1% representa Beloniformes, que são tipicamente peixes de locais arenosos ou lodosos; vivem em
ambientes diversos, desde águas paradas até correntosas, de hábitos sedentários;
• Symbranchiformes representam 1% são peixes de ambientes lodosos, pedregosos e muito utilizados
como isca para pesca.
Figura 05 –Representação das ordens de peixes coletadas na área de abrangência da UHE Colíder, no período de 15 a 23 dezembro de 2011.
Estes dados obtidos evidenciam o padrão característico para a fauna de peixes de água doce da
América do Sul proposto por Lowe-MacConnell (1999).
Para a primeira coleta estes são resultados bastante significativos, já que são relatadas para o rio
Teles Pires cerca de cem espécies, distribuídas nas ordens Characiformes, Siluriformes, Perciformes,
Gymnotiforme e Synbranchiformes (Figuras 6A a 6P). De acordo com os registros dos trabalhos recentes
desenvolvidos neste rio e nos seus afluentes (Godoi, 2004; Camargo et al., 2005; IBAMA, 2000; Smerman,
2007), a fauna ictiológica de pequeno porte é diversificada, o que corrobora com os resultados encontrados
para esta coleta. Nas coletas realizadas pela JGP (2008) para o UHE Teles Pires, o rio Teles Pires
apresentou uma alta riqueza ictiológica (209 espécies) distribuídas em 8 ordens e 34 famílias.
Characiformes
Siluriformes
Perciformes
Gymnotiformes
Beloniformes
Cyprinodontiformes
Synbranchiformes
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Figura 6 – Peixes coletados na UHE Colíder, no período de 15 a 23 de dezembro de 2011. Sendo: A -Microschemobrycon guaporensis; B – Hemiodus sp.; C - Caenotropus labyrinthicus; D - Hyphessobrycon gr bentosi; E - Hyphessobryconheliacus; F - Leporinusgranti; G - Leporinusagassizi; H - Hemigrammuscoeruleus.
X
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Figura 6 – Peixes coletados na UHE Colíder, no período de 15 a 23 de dezembro de 2011. Sendo: I - Leporinusoctomaculatus; J - Thayeriaboehlkei; K – Corydoras xinguensis; L - Caliichctys caliichctys; M - Nanorrhandia stictonotus; N - Hypostomus rondoni; O - Brachyhypopomus sp (nova); P - Gymnotuscarapo.
Os dados de abundância (N), riqueza (R) e diversidade (H’) de espécies apontam que o trecho 15
correspondente ao Ribeirão das Águas é o que apresenta o valor mais alto de diversidade (H’ = 3,81), já o
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trecho 01 no canal do Rio Teles Pires, o outro extremo que corresponde ao final da área do futuro
reservatório, apresentou maiores valores de abundância e riqueza de espécies (N = 364 e R = 33,
respectivamente. O trecho 07 (Córrego Cruzeiro) apresentou o menor índice de diversidade (H’ = 1,58), isso
pode ser devido aos peixes estarem nas grandes áreas alagadas a disposição naquele ambiente, o que
diminui as chances de coleta.
Tabela 03 – Dados básicos da ictiofauna na área de abrangência da UHE Colíder no período de 15 a 23 de dezembro de 2011.Sendo que os números de 01 a 15 na coluna inicial correspondem aos trechos de coleta de peixes.
Dados Básicos 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 Total
Abundância 364 41 102 32 116 227 90 193 139 40 309 37 154 155 51 2049 Riqueza 33 13 16 13 23 26 8 21 20 15 18 13 18 18 18 122 Diversidade 2,90 3,18 2,68 3,05 3,76 3,71 1,58 3,07 3,72 3,61 2,71 3,03 3,11 3,11 3,81 5,42 Equitabilidade 0,44 0,47 0,41 0,47 0,66 0,75 0,28 0,60 0,60 0,57 041 0,45 0,47 0,47 0,65 0,94
Podemos considerar a partir da análises obtidas que a diversidade regional (beta) é alta, apesar da
alta taxa de espécies acidentais, é possível que haja uma troca de espécies entre os ambientes
intensificando assim a diversidade gama.
Com relação a distribuição das espécies, 74% delas são classificadas como acidentais, 18% como
acessórias e apenas 8% constantes, com ocorrência em mais de oito trechos de coleta. Os representantes
do gênero Bryconops, Hemigrammus, Hyphessobrycon e Meonkhausia são abundantes em mais de 50%
dos trechos de coleta. Outro gênero presente na maioria dos rios de pequeno e médio porte é o Corydoras,
cascudo onívoro que se adapta facilmente a condições ambientais extremas. Os gêneros Brycone
Leporinus são comuns nas entradas dos corpos d’água. A espécie Bryconexodon trombetasi,lambari muito
usado na região para isca, foi a que ocorreu em 75% dos trechos de coleta.
Pela curva acumulada da riqueza (obtida e estimada) conclui-se que o número de espécies do
sistema correspondente a área de abrangência da UHE Colíder deve ser superior ao registrado na
campanha de coleta (Figura 07). Assim, a riqueza deverá aumentar com o incremento do esforço amostral
nas próximas coletas. Contudo, considerando que se trata de coletas realizadas no período chuvoso (a qual
não possibilita a eficiência total dos métodos), bem como a procura e captura de exemplares em todos os
ambientes, os dados indicam a importante riqueza de espécies do sistema e a necessidade de
monitoramento constante da fauna aquática. Ressalta-se a coleta de um indivíduo de Brachyhypopomus sp.
Que até o momento é considerada uma espécie nova, com registro único para região amazônica (Figura 6 -
O).
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Figura 07 – Curva acumulada de espécies de peixes da área de abrangência da UHE Colíder, MT.
5.2. Guildas Tróficas
As espécies coletadas foram classificadas de acordo com seus hábitos alimentares ou guildas
tróficas (Tabela 4). Foi constatada uma composição específica de 38% de onívoros, 13% de piscívoros,
13% de insetívoros, 12% dedetritívoros,8% de carnívoros e 8% de espécies que compõem as demais
guildas. Estes resultados demonstram que existe em todos os habitats um compartilhamento dos recursos
disponíveis e que existe um equilíbrio na composição das comunidades aquáticas. Ressalta-se que esta
classificação foi baseada em análises de dieta apenas para as espécies constantes e/ou com número
amostral superior a 10 indivíduos, as demais espécies foram classificadas através de dados secundários
obtidos em literatura para a região amazônica.
TABELA 4 – Lista de Espécies da Ictiofauna da área de abrangência da Usina Hidrelétrica de Colíder, no período de 15 a 23 de dezembro de 2011. Classificação com base em Reis et al. (2003). Legenda:Ocorrência: Co: Constante; Ace: Acessória; Aci: Acidental; Hábitos: MT – migratório trófico; MR – migratório reprodutivo; S – hábitos sedentários; Ambiente: ar - águas rasas; cn - canais; ea - encontro de águas; le - lêntico; lo - lótico;pd - pedras; rz - raízes de plantas; re – remansos; Método de Coleta: pc – puçá; ra – rede de arrasto; re – rede de espera; pe – pesca.
Táxons Nome Comum Guilda Hábitos Ocorrência Ambiente Método de
Coleta
Ordem Beloniformes Família Belonidae Potamorrhaphis guianensis (Miranda Ribeiro, 1915) Peixe-agulha Carnívoro
MT Aci
Lo, ar pc
Ordem Characiformes Família Acestrorhynchidae Acestrorhynchus falcatus (Bloch, 1794) Peixe-Cachorro Piscívoro
MT, MR Ace
Lo re
Acestrorhynchus microleps (Schomburgk,1841 ) Cachorrinha Piscívoro MT, MR Aci Lo re
FamíliaAnostomidae Leporinus fridericii (Bloch, 1794) Piau-Três-Pinta Onívoro MT, MR Ace re
Leporinus agassizi Steindachner, 1876 Piau Iliófago Aci Cn, Lo re Leporinus granti Eigenmann, 1912 Piau Frugívoro MT, MR Aci Cn, Lo re
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Nú
me
ro d
e E
spé
cie
s
Trechos de Coleta
Riqueza Estimada
Riqueza Obtida
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Táxons Nome Comum Guilda Hábitos Ocorrência Ambiente Método de
Coleta
Leporinus octomaculatus Britski & Garavello, 2005
Piau Onívoro MT, MR
Aci Cn, Lo re
Leporinus vanzoi (Britski & Garavello, 2005) Piau-listrado Frugívoro MT, MR Aci Cn, Lo re
Leporellus vittatus (Valenciennes, 1850) Piau Onívoro MT, MR Aci Cn, Lo re
FamíliaCharacidae Astyanacinus sp. (Eigenmann, 1907) Lambari Insetívoro Aci Ar, Rz ra e pc Astyanax (Baird & Girard, 1854) sp.1 Lambari Onívoro Aci Cn ra e pc Astyanax anterior (Eigenmann, 1908) Lambari Onívoro MT Aci Ar, Lo ra e pc Brachychalcinus copei (Steindachner, 1882)
Onívoro MT Aci Ar, Lo, Cn ra e pc
Brycon falcatus (Müller & Troschel, 1844) Matrinxã Insetívoro MT Aci Ar, Lo pe e re Brycon pesu (Müller & Troschel, 1845) Matrinxã Herbívoro/
Piscívoro MT Aci Ar, Lo, Cn re
Bryconamericus exodon (Eigenmann, 1907)
Lambari Herbívoro/Piscívoro
MT Co
Ar, Lo, Cn ra e pc
Bryconamericus (Eigenmann, 1907) sp.1 Lambari Onívoro MT Ace Ar, Lo, Cn ra e pc Bryconamericus (Eigenmann, 1907) sp.2 Lambari Onívoro MT Aci Ar, Lo, Cn ra e pc Bryconexodon trombetasi Jégu, Santos & Ferreira, 1991
Lambari Onívoro MT Co Ar, Lo, Cn ra e pc
Bryconops alburnoides Kner, 1858 Lambari Onívoro MT Ace Ar, Lo, Cn ra e pc Bryconops caudomaculatus (Gunther, 1864)
Lambari Onívoro MT Aci Ar, Lo, Cn ra e pc
Bryconops melanurus (Bloch, 1794) Lambari Insetívoro MT Aci Ar, Lo ra e pc Bryconops (Kner, 1858) sp.1 Lambari Onívoro MT Ace Ar, Lo, Pd ra e pc Bryconops (Kner, 1858) sp. 2 Lambari Onívoro MT Co Ar, Lo, Pd ra e pc Bryconops (Kner, 1858) sp. 3 Lambari Onívoro MT Aci Ar, Lo, Pd ra e pc Bryconops (Kner, 1858) sp. 4 Lambari Onívoro MT Aci Ar, Lo, Pd ra e pc Caiapobrycon tucurui Malabarba & Vari, 2000
Onívoro MT Aci Ar, Lo, Pd ra e pc
Creagrutus (Günther, 1864) Onívoro MT Ace Ar, Lo, Pd ra e pc Hemigramus analis (Durbin,1909) Piaba Insetívoro MT Aci Ar, Lo, Pd ra e pc Hemigramus Gill, 1858 sp.1 Piaba Onívoro MT, MR Ace Cn, Lo, Ea, Pd ra e pc Hemigramus coeruleus Durbin, 1908 Piaba Onívoro MT, MR Aci Cn, Lo, Ea, Pd ra e pc Hyphessobrycon bentosi Durbin, 1908 Lambari Onívoro MT, MR Ace Cn, Lo, Ea, Pd ra e pc Hyphessobrycon heliacus Moreira, Landim & Costa, 2002 Piaba Onívoro
MT, MR Aci Cn, Lo, Ea, Pd ra e pc
Hyphessobrycon moniliger Moreira, Landim & Costa, 2002
Piaba Insetívoro/Onívoro
MT Aci Le, Rz, Ar ra e pc
Hyphessobrycon scutulatus Lucena, 2003 Piaba Insetívoro/Onívoro
MT Aci Le, Rz, Ar ra e pc
Hyphessobrycon sp. 1 Piaba Onívoro MT Aci Cn, Ea, Lo ra e pc Hyphessobrycon sp. 2 Piaba Onívoro MT Aci Cn, Ea, Lo ra e pc Hyphessobrycon sp. 3 Piaba Carnívoro MT Aci Cn, Ea, Lo ra e pc Hyphessobrycon vimae Géry, 1966 Piaba Carnívoro MT Aci Cn ra e pc Jupiaba (Zanata, 1997) sp. Piaba Carnívoro MT Aci Cn, Ea, Lo ra e pc Knodus shinahota (Ferreira & Carvajal, 2007) Piaba Onívoro MT Aci Ar, Pd, Rz ra e pc
Metynnis maculatus (Kner, 1858) Pacu Onívoro MT, MR Aci Ar, Pd, Rz, Lo re Mileinae jovem Pacupeva Onívoro Aci Cn ra e pc Microschemobrycon guaporensis Cavallaro, 2010 -
MT Aci Lo ra e pc
Myleus arnoldi (Ahl, 1936) Pacupeva Onívoro MT, MR Aci Lo, Cn re Moenkhausia sanctaefilomenae (Steindachner, 1907)
Lambari Olho-de-Fogo Frugívoro
MT, MR Ace Lo, Cn re, ra e pc
Moenkhausia collettii (Steindachner, 1882) Lambari Olho-
de-Fogo Onívoro MT Aci Ar, Rz, Lo re, ra e pc
Moenkhausia grandisquamis (Muller & Troschel, 1845)
Lambari Olho-de-Fogo Onívoro MT Aci Ar, Rz, Lo re, ra e pc
Moenkhausia lepidura (Kner, 1858) Lambari Olho-
de-Fogo Onívoro MT Ace Ar, Rz, Lo re, ra e pc
Moenkhausia lopezi Britski & Silimon, 2001
Lambari Olho-de-Fogo Onívoro
MT Aci Ar, Rz, Lo re, ra e pc
Moenkhausia oligolepis (Günther, 1994) Lambari Olho-
de-Fogo Carnívoro MT Aci Cn, Ea, Lo re, ra e pc
Moenkhausia pirauba (Zanata, Berindelli & Moreira, 2010)
Lambari Olho-de-Fogo
Carnívoro MT Co Cn, Ea, Lo re, ra e pc
Moenkhausia(Eigenmann, 1903) sp.1 Lambari Olho-
de-Fogo Carnívoro MT Aci Cn, Ea, Lo re, ra e pc
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Táxons Nome Comum Guilda Hábitos Ocorrência Ambiente Método de
Coleta
Moenkhausia(Eigenmann, 1903) sp.2 Lambari Olho-
de-Fogo Piscívoro/Ins
etívoro Aci re, ra e pc
Moenkhausia(Eigenmann, 1903) sp.3 Lambari Olho-
de-Fogo Onívoro MT Ace Cn, Ea, Lo re, ra e pc
Serrapinnus kriegi (Schindler, 1937) Lambari Insetívoro MT Aci Cn, Ea, Lo re, ra e pc Serrasalmus rhombeus (Valenciennes, 1837)
Piranha-preta Onívoro
MT Aci Ar, Ea, Lo pe
Tetragonopterus argenteus Curvier, 1816 Lambari Insetívoro MT Ace Cn, Ea, Lo ra e pc Tetragonopterus chalceus (Spix & Agassiz, 1829)
Lambari Insetívoro
MT Aci Cn, Ea, Lo ra e pc
Tetragonopterus (Curvier, 1816) sp. Lambari Insetívoro MT Ace Cn, Ea, Lo ra e pc Thayeria boehlkei (Weintzman, 1957) Insetívoro MT Aci Cn, Ea, Lo ra e pc FamíliaChilodontidae Caenotropus labyrinthicus (Kner, 1858) Durinho,
cabeça-dura Iliófago Ace cn, le re, ra e pc
FamíliaCtenoluciidae Boulengerella cuvieri (Agassiz,1829) Bicuda Piscívoro MT, MR Co Cn, Lo pe e ra FamíliaCurimatidae Cyphocharax helleri (Steindachner, 1910) Branquinha Insetívoro S Aci Ar, Lg, Le re, ra e pc Steindachnerina brevipinna (Braga & Azpelicuetta, 1987) Curimba Detritívoro S Ace Lg, Le, Rz re, ra e pc
FamíliaCynodontidae
Hydrolycus armatus (Jardine & Schomburgk, 1841) Cachorra Piscívoro MT, MR Ace Cn, Lo pe e ra
Hydrolicus tatauaia (Toledo-Piza, Menezes &Santos, 1999)
Cachorra Piscívoro MT, MR Ace Cn, Lo pe e ra
FamíliaCrenuchidae Melanocharacidium dispilomma (Buckup, 1993)
Onívoro Aci Rz pc
Melanocharacidium (Buckup, 1993) sp. Onívoro Aci Rz pc Characidium gomesi (Travassos, 1956) Onívoro Aci Rz pc Characidium zebra (Eigenmann, 1909) Onívoro Co Rz pc Família Erythrinidae Hoplias gr. malabaricus (Bloch, 1794) Traira Piscívoro S Aci cn, re
pe e ra
Hiploas lacerdae (Miranda Ribeiro, 1908) Trairão Piscívoro S Aci cn, re C Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) Traira Piscívoro S Ace cn, re, le pe e ra FamíliaHemiodontidae Hemiodus (Géry, 1964) sp. Sardinha Iliófago MR Aci ea, cn, lê ra FamíliaLebiasinidae Nannostomus equesSteindachner, 1876 Insetívoro S Aci lo, lg pc Pyrrhulina brevis Steindachner, 1876 Insetívoro S Aci lo, lg pc Pyrrhulina semifasciataSteindachner, 1876 Insetívoro S Aci lo, lg pc FamíliaProchilodontidae Prochilodus lineatus (Valenciennes,1836) Curimbatá Iliófago MR Ace cn, lo, lg ra FamíliaParodontidae Parodon buckleyi (Boulenger, 1887) Canivete Iliófago Aci cn, lo, lg pc Ordem Cyprinodontiformes FamíliaRivulidae Rivulus zygonectes Myers, 1927 Onívoro S Aci ar, pd, pc pc Ordem Gymnotiformes FamíliaGymnotidae Gymnotus carapo (Linnaeus, 1758) Tuvira Invertívoro S Aci ar, rz, lg, le pc FamíliaHypopomidae Brachyhypopomus Mago-Leccia, 1994 sp (nova)
Sarapó Aci Ig pc
Hypopygus lepturus Hoedeman, 1962 Sarapó Invertívoro s Aci ar, rz, lg, le pc FamíliaRhanphichthyidae Gymnorhamphichthys (Eigenmann,1912) sp. 1
Tuvira Carnívoro S Aci ar, rz, lg, le
pc
Gymnorhamphichthys (Eigenmann,1912) sp. 2
Tuvira Carnívoro S Aci ar, rz, lg, le pc
FamíliaSternopygidae Sternopygus macrurus (Bloch & Schneider, 1801) Tuvira Invertívoro S Aci ar, rz, lg, le pc
Ordem Perciformes FamíliaCichliidae
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Táxons Nome Comum Guilda Hábitos Ocorrência Ambiente Método de
Coleta
Aequidens epae (Kullander,1995) Cará Onívoro
MT
Aci Todos
ambientes re, ra e pc
Apistogramma agassizii (Steindachner, 1875) Cará Detritívoro MT Ace Todos
ambientes re, ra e pc
Apistogramma (Regan 1908) sp. Cará Detritívoro MT Aci Todos ambientes
re, ra e pc
Cichla Bloch & Schneider, 1801 sp. Tucunaré Piscívoro MT Aci re
Crenicichla inpa Ploeg, 1991 Cará Onívoro MT Ace Todos ambientes
ra e pc
Crenicichla lepidota Heckel, 1840 Cará Onívoro MT Aci Todos
ambientes ra e pc
Crenicichla Heckel, 1840 sp. Cará Onívoro MT Aci Todos
ambientes ra e pc
Crenicichla strigata (Günther,1862) Joaninha Onívoro MT Aci Todos ambientes
ra e pc
Satanoperca acuticeps (Heckel, 1840) Cará-bicudo Detritívoro MT Aci Todos
ambientes ra e pc
Satanoperca gr. acutceps (Heckel, 1840) Cará-bicudo Detritívoro MT Aci Todos
ambientes ra e pc
Satanoperca pappaterra (Heckel, 1840) Cará-bicudo Detritívoro MT Aci Todos ambientes
ra e pc
FamíliaSciaenidae Plagioscion squamossismus (Heckel,1840) Curvina-branca Piscívoro/
Onívoro MT, MR Aci cn, lo, re re
Ordem Siluriformes FamíliaAuchenipteridae Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766) Bagre Piscívoro S Aci re, cn, lo pc FamíliaCaliichthyidae Caliichctyscaliichctys (Linnaeus, 1758) Tamboatá Planctófago MT Aci rz, ar, pd, lo ra e pc Corydoras xinguensis (Nijssen, 1972) Planctófago MT Co rz, ar, pd, lo ra e pc FamíliaHeptapteridae Nanorrhandia stictonotus Regan, 1913 Bagre Onívoro MT Co Todos
ambientes ra e pc
Pimelodella cristata (Muller & Troschel, 1848)
Bagre Onívoro/ Piscívoro
MT Aci Todos ambientes
ra e pc
FamíliaLoricariidae Hisonotus armatus (Carvalho, 2008) Cascudo - S Aci pd, ar, rz, pc ra e pc Hypostomus cochliodon Kner, 1854 Cascudo Detritívoro S Aci pd, ar, rz, pc ra e pc Hypostomus gr. cochiodon Kner, 1854 Cascudo Detritívoro S Aci pd, ar, rz, pc ra e pc Hypostomus rondoni (Miranda Ribeiro, 1912)
Cascudo Detritívoro S Aci pd, ar, rz, pc ra e pc
Hypostomus soniae Hollanda, Carvalho & Weber, 2004
Cascudo Detritívoro
S Aci pd, ar, rz, pc ra e pc
Hypostomus Linnaeus, 1758 sp. Cascudo Detritívoro S Aci pd, ar, rz, pc ra e pc Otocinclus arnoldi Regan, 1909 Cascudo Detritívoro S Aci pd, ar, rz, pc ra e pc Otocinclus (Cope, 1871) sp. 1 Cascudo Iliófago S Aci pd, ar, rz, pc ra e pc Otocinclus (Cope, 1871) sp. 2 Cascudo Iliófago S Aci pd, ar, rz, pc ra e pc Otocinclus vittatus Regan, 1904 Cascudo Iliófago S Aci pd, ar, rz, pc ra e pc Rineloricaria lanceolata Guinther, 1868 Cascudo Iliógafo S Aci pd, ar, rz, pc ra e pc Sturissoma rostratum Regan, 1904 Cascudo Iliófago S Aci pd, ar, rz, pc ra e pc FamíliaPseudopimelodidae Pseudopimelodus pulcher (Boulenger, 1887)
Barge S Aci Cn ra e pc
FamíliaPimelodidae
Pimelodus albofasciatus Mees, 1974 Bagre barrigudo Onívoro/ Insetívoro
MT Aci Todos ambientes
ra e pc
Hemisorubim platyrhynchos (Valenciennes, 1840)
Bagre Insetívoro MT CO Todos ambientes
ra e pc
Sorubim lima (Bloch & Scheider, 1801) Chinelo Piscívoro
MT Aci
Todos Ambientes re
FamíliaTrichomycteridae Ituglanis amazonicus (Steindachner, 1882) Candiru Carnívoro S Ace pc, ar, pd, cn ra e pc Ordem Synbranchiformes FamíliaSynbranchidae Synbranchus marmoratus (Bloch, 1795) Muçum Piscívoro S Aci pc, ar, rz, le ra e pc
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5.3. Processo Reprodutivo
Foram analisadas gônadas de 119 exemplares das espécies Boulengerella cuvieri, Bryconamericus
exodon, Bryconops alburmoides, Bryconops sp. 2, Bryconexodon trombetasi, Leporinus friderici,
Characidium zebra,Crenicichla inpa,Corydoras xinguensis,Hemisorubimplatyrhynchos, Hyphessobrycon
bentosi, Hydrolycus tatauaia, Moenkhausia lepidura, Moenkhausia sp. 1,Nanorrhandia stictonotus.
Foram encontrados 56 espécimes maduros (47%) para a reprodução (estádio gonadal C), e os 63
indivíduos restantes (53%), encontraram-se distribuídos entre os estádios A, B e D.
A frequência de ocorrência (FO%) das espécies que apresentaram estádio de maturação gonadal
(EMG) em atividade reprodutiva (C), foi: Boulengerella cuvieri, com C=75%; Bryconops sp.
2,C=17%,Crenicichla inpa, C=18,3%;Bryconops alburmoides, C=50%;Bryconamericus exodon,C=
53%;Corydoras xinguensis, C=20%; Hyphessobrycon bentosi,C=62,5%, Hydrolycus tatauaia,C=58,62%
eLeporinus friderici,C=56%; Hemisorubimplatyrhynchos, com C=31%. As demais espécies estavam no
estádio A de maturação, portanto considerados exemplares jovens.
Portanto os resultados sugerem que esta seja a época do ano que, devido a piracema, deve
favorecer a coleta de indivíduos em estádio avançado de maturação gonadal, bem como elevada taxa de
indivíduos nas fases iniciais. Segundo Vazzoler (1996), as variáveis ambientais atuam sobre os indivíduos,
de modo que as condições na época de desova sejam favoráveis à sobrevivência e crescimento da prole.
Assim, afirma a autora, que a época de desova constitui tática reprodutiva e varia de acordo com a
distribuição da espécie, em função do compromisso entre a dinâmica do processo reprodutivo e da
prevalência das exigências ambientais.
5.4. Ovos e Larvas
A análise da densidade e distribuição do ictioplâncton mostra que a maioria das espécies concentra-
se nos pequenos cursos d’água, 82% dos ovos (15000) de 23 espécies e larvas coletados (327) das
espécies Boulengerella cuvieri, Hemisorubim platyrhynchos, Pimelodella cristata, entre outras, foi nos
trechos correspondentes ao Rio Renato, Córrego Cruzeiro e Ribeirão das Águas.
Foram encontrados cardumes de peixes de várias espécies entrando nas áreas de vegetação
alagada, estas áreas oferecem abrigo contra a predação e alimentos as formas juvenis.
Segundo Agostinho et al (2009) os elementos da dinâmica da reprodução servem de indicadores da
situação das populações e de seu possível comportamento diante de determinadas condições ambientais.
Portanto em nossa região, especificamente da área de abrangência da UHE Colíder, a duração e época de
desova podem ser componentes importantes para a manutenção das espécies.
5.5. Captura por Unidade de Esforço (CPUE)
As maiores capturas em número de indivíduos e número de espécies foram com redes de arrasto e
puçás, 1986 indivíduos pertencentes a 194 espécies, mas estes são em sua grande maioria de pequeno e
médio porte, com pequena representatividade,15% do peso e comprimento médio. As redes de espera, por
outro lado, capturaram menor número de indivíduos (54) com peso e comprimento correspondente a 72%
do material coletado. Na pesca convencional (vara e molinete) foram coletados 9 indivíduos com
representatividade de 13% do peso e comprimento de toda a coleta.
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5.6. Táxons de Interesse para a Conservação (Espécies Endêmicas, Raras, Ameaçadas e de Especial Interesse)
Nenhuma das espécies coletadas encontra-se na lista de espécies ameaçadas de extinção, tanto
nacional como internacional, apesar do alto grau de espécies acidentais, pois vários táxons tiveram
ocorrência em apenas um ou dois trechos de coleta. Devido à carência de conhecimentos sobre a
distribuição geográfica e ecológica da fauna íctica da Amazônia é difícil, no momento, realizar uma
estimativa do número de espécies endêmicas para a região.
De acordo com os padrões de distribuição geográfica conhecida de cada espécie coletada, não
foram encontrados exemplares que pudessem ser considerados endêmicos para a região considerada. Mas
este resultado deve ser confirmado com uma malha amostral mais intensa, bem como espacial e
temporalmente estratificada.
5.6.2 Espécies Migradoras
Com a finalidade de acompanhamento da atividade migratória, foram marcados quatro exemplares
de peixes, dois de Hopliaslacerdae, um Cichla sp. e um de Hemisorubimplatyrhynchos. Nos intervalos das
coletas foram realizadas conversas com moradores das margens dos rios e pescadores para explicar o
processo de marcação dos peixes, a importância e pedir a ajuda destes no acompanhamento dos peixes
marcados.
Algumas espécies de peixes se movimentam sentido à floresta. E com a subida do nível da água a
disponibilidade dos recursos dos pequenos corpos d’água faz com que algumas populações de peixes
migrem por fins exclusivamente tróficos do leito do igarapé para as áreas de florestas inundadas, retornando
ao leito com a descida do nível da água.
Segundo Goulding (1980) e Masson (2005) pode existir na bacia amazônica três tipos de migração:
1. Do início à metade da época das cheias anuais, algumas espécies migram dos cursos d’água menores
para desovar na calha; após a desova, os peixes migram novamente para as áreas inundadas onde
ficam de 4 a 5 meses se alimentando;
2. Nos picos das chuvas anuais, grandes cardumes descem os tributários de águas claras e pretas para se
alimentarem e desovar em águas brancas; e
3. Durante os períodos de vazante ocorre a “piracema”, quando a maioria das espécies está reunida em
grandes cardumes para subir o rio e desovar em lugares com maior quantidade de alimento (áreas
inundadas de floresta, base de cachoeiras e corredeiras) e maior segurança. Este é o caso da região
onde ocorreram as coletas.
Brycon falcatus, Hydrolycus armatus, Metynnis maculatus, Myleus arnoldi, Leporinus fridericii,
Boulengerella cuvierie, Prochilodus luneatus entre outras, foram algumas das espécies migratórias
coletadas durante a campanha de campo. Espécies de caráter migratório por reprodução, alimentação e/ou
refúgio provavelmente poderão ser melhor estudadas por meio do monitoramento da ictiofauna da área de
abrangência da UHE Colíder.
Vale ressaltar que algumas espécies que realizam migração trófica ou reprodutiva dependem das
condições locais e podem passar anos sem serem capturadas em determinados pontos do rio, e nem por
isso deixar de existir.
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5.6.3 Espécies Exóticas, Invasoras e Alóctones
Não houve captura de espécies consideradas exóticas, contudo, este fator é de suma importância
para monitoramento e acompanhamento da biota, procurando sempre manter sua integridade. A perda ou
alteração da diversidade caracteriza-se como conseqüência de algum desequilíbrio ou mudança ambiental,
onde se deve atuar preventivamente para impedir tais distúrbios.
Recomenda-se realizar um mapeamento dos pesque-pagues, criadouros de alevinos e represas de
engorda de peixes nas propriedades da região próxima ao futuro reservatório para haver um controle efetivo
sobre essas atividades, evitando a contaminação biológica ou potencial continuidade no caso da existência,
pois se sabe que órgãos ligados à pesca de Mato Grosso estimulam projetos de aqüicultura em todo o
estado.
6. AVALIAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS
Os resultados desta primeira coleta indicam que muitos fatores, inclusive a presença de vegetação,
influenciam na disponibilidade de alimento e micro habitats para a consumação do modo de vida das
espécies, mais acentuadamente em pequenos corpos de água. Portanto sugere-se a manutenção da
vegetação (Figura 07) nas áreas formadoras dos pequenos corpos d’água como o Córrego Cruzeiro e
outros na margem esquerda do Rio Teles Pires.
São poucos os estudos publicados que avaliem os efeitos do material arbóreo inundado por
reservatórios (e.g. paliteiros) (Weaver et al., 1997; Petr, 2000; Agostinho et al., 2007; Roth et al., 2007;
Helmus & Saas, 2008; Carey et al, 2010). Como a manutenção dessa vegetação provoca conflitos entre os
usuários dos recursos, sua permanência é tema recorrente nas discussões a cada vez que um reservatório
é construído. Visões contraditórias, que geralmente caracterizam temas pouco estudados, cercam as
questões sobre a remoção (o que, como, quando, quanto e onde deve ser mantida), o que pode dar
margem a decisões equivocadas (Silvério, 2011).
Silvério (2011) ressalta a importância das áreas estruturadas para abundância de peixes em
reservatórios. Afirma o papel na manutenção da riqueza específica e diversidade foram significativos nos
primeiros anos do represamento, quando esses ambientes comportam também uma maior variedade de
espécies características (indicadoras). A ocupação desses ambientes por espécies de pequeno porte e com
hábito invertívoro indica que a manutenção da vegetação contribui com o aumento na capacidade biogênica
do reservatório, levando a maior produtividade, além de fornecer abrigo contra a predação.
Alguns estudos têm demonstrado que a complexidade estrutural dos hábitats, decorrente de
troncos, galhos, macrófitas e outras estruturas submersas, fornecem uma maior variedade de micro-
hábitats, permitindo a existência de uma assembléia mais diversa (Weaver et al., 1997; Smokorowsku &
Pratt, 2007), conferindo suporte direto ou indireto as teias tróficas do ambiente aquático (Petr, 2000; Roth et
al., 2007; Helmus & Saas, 2008; Carey et al, 2010). Em geral, a manutenção da vegetação arbórea alagada
deve propiciar uma série de condições favoráveis para a ictiofauna como: (i) substrato para o perifíton e
bentos; (ii) prevenção de sobrepesca; (iii) locais de reprodução e refúgio; (iv) elevação da produtividade
biológica em áreas litorâneas por fornecer matéria orgânica, nutrientes e diversidade estrutural; (v) atenua
os impactos com a erosão marginal pela ação das ondas e variação de nível (Agostinho et al., 2007).
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As perspectivas da conservação dos recursos pesqueiros, que o processo decisório acerca da
supressão da vegetação jamais deve considerar a remoção total desta, devendo se restringir ao necessário
para manter um nível de qualidade da água aceitável, mesmo com processos de anoxia transitórios e
localizados (Silvério, 2011).
Figura 07 – Mapa com áreas sugeridas para a manutenção da vegetação na UHE Colíder. Áreas circuladas em vermelho devem ser mantidas no processo de supressão.
Dessa forma, ao constatar a importância da manutenção da vegetação nos ecossistemas aquáticos,
verifica-se que, tanto a diversidade como a abundância, aumenta em ambientes com disponibilidade de
microhabtats, devendo-se levar em consideração que estes locais podem servir de base para a cadeia
alimentar, determinando, assim, que sejam verdadeiros berçários para espécies de peixes.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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