Religiões no Brasil

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Religies no BrasilOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

Ir para: navegao, pesquisa Religies no Brasil (Censo de 2000)[1]Religio Porcentagem

Catolicismo romano Protestantismo Sem religio Espiritismo Outros cristos Outras

73,8% 15,4% 7,4% 1,3% 1,2% 0,9%

Ex-Ministro das Relaes Exteriores, Celso Amorim, em reunio com adeptos de diferentes religies durante inaugurao da exposio "Diversidade Religiosa no Brasil". A religio no Brasil muito diversificada e caracteriza-se pelo sincretismo. A Constituio prev a liberdade de religio e a Igreja e o Estado esto oficialmente separados, sendo o Brasil um Estado laico.[2] A legislao brasileira probe qualquer tipo de intolerncia religiosa, sendo sua prtica geralmente livre no pas. Segundo o "Relatrio Internacional de Liberdade Religiosa de 2005", elaborado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, a "relao geralmente amigvel entre religies contribui para a liberdade religiosa" no Brasil.[3] O Brasil um pas religiosamente diverso, com a tendncia de mobilidade entre as religies.[4] A populao brasileira majoritariamente crist (89%), sendo sua maior parte catlica (70%).[1] Herana da colonizao portuguesa, o catolicismo foi a religio oficial do Estado at a Constituio Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico. No entanto, existem muitas outras denominaes religiosas no Brasil. Algumas dessas igrejas so: pentecostais, episcopais, metodistas, luteranas e batistas. H mais de um milho e meio de espritas ou kardecistas que seguem a doutrina esprita, codificada por Allan Kardec. Existem tambm seguidores da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias, uma minoria de judeus, muulmanos, budistas, neopagos e seguidores do candombl e da umbanda.[5] Cerca de 7,4% da populao (cerca de 12,5 milhes de pessoas) declarou-se sem religio no ltimo censo, podendo ser agnsticos, ateus ou destas.[1]

Nas ltimas dcadas, tem havido um grande aumento de igrejas neopentecostais, o que diminuiu o nmero de membros tanto da Igreja Catlica quanto das religies afrobrasileiras.[6] Cerca de noventa por cento dos brasileiros declararam algum tipo de afiliao religiosa no ltimo censo realizado.[7] O censo demogrfico realizado em 2000, pelo IBGE, apontou a seguinte composio religiosa no Brasil: 73,8% dos brasileiros (cerca de 125 milhes) declaram-se catlicos; 15,4% (cerca de 26,2 milhes) declaram-se evanglicos (evanglicos tradicionais, pentecostais e neopentecostais); 7,4% (cerca de 12,5 milhes) declaram-se sem religio, podendo ser agnsticos, ateus ou destas; 1,3% (cerca de 2,3 milhes) declaram-se espritas; 0,3% declaram-se seguidores de religies tradicionais africanas tais como o Candombl, o Tambor-de-mina, alm da Umbanda; 1,8% declaram-se seguidores de outras religies, tais como: as testemunhas de Jeov (1,1 milho), os budistas (215 mil), os santos dos ltimos Dias ou mrmons (200 mil), os messinicos (109 mil), os judeus (87 mil), os esotricos (58 mil), os muulmanos (27 mil) e os espiritualistas (26 mil).[1][

Laicidade do Estado brasileiroA Constituio brasileira de 1988 instituiu uma diviso entre as religies e o Estado, consolidando o conceito de Estado laico. O governo institudo no pode favorecer, nem interditar, as atividades das religies. Alm disso, no pode impor uma religio especfica aos seus cidados, nem discrimin-los em razo de no seguirem a religio majoritria.Artigo 5 (Caput).

IV- livre a manifestao do pensamento, sendo vedado o anonimato; VIII- ningum ser privado de direitos por motivo de crena religiosa ou de convico filosfica ou poltica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestao alternativa, fixada em lei. Artigo 19. vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios: I- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, embaraar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relaes de dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da lei, a colaborao de interesse pblico. Constituiobrasileira de [9] 1988

Tal princpio constitucional, o conceito de Estado laico, j bem antigo no Brasil, tendo sido institudo pela Constituio de 1891.

Artigo 72 (Caput)

7- Nenhum culto ou igreja gozar de subveno oficial, nem ter relaes de dependncia ou aliana com o Governo da Unio ou dos Estados.

ConstituioRepublicana de [10] 1891

[editar] CristianismoVer pgina anexa: Lista dos principais grupos religiosos do Brasil [editar] Catolicismo Ver artigo principal: Catolicismo no Brasil

Esttua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Brasil.

A principal religio do Brasil, desde o sculo XVI, tem sido o catolicismo romano. Ela foi introduzida por missionrios que acompanharam os exploradores e colonizadores portugueses nas terras do pas recm-descoberto. O Brasil considerado o maior pas do mundo em nmero de catlicos nominais, com 73,8% da populao brasileira declarando-se catlica, de acordo com o Censo do IBGE de 2000. Porm, sua hegemonia deve ser relativizada devido ao grande sincretismo religioso existente no pas. Entre as tradies populares do catolicismo no Brasil esto as peregrinaes Baslica de Nossa Senhora Aparecida. Nossa Senhora Aparecida acabou por tornar-se a Padroeira do Brasil. Outras festas catlicas importantes so o Crio de Nazar, Festa do Divino e a Festa do Divino Pai Eterno, mais conhecida como Romaria de Trindade, em Gois. No transcorrer do sculo XX, foi perceptvel uma diminuio no interesse pelas formas tradicionais de religiosidade no pas. Um reflexo disso o aparecimento de grande nmero de pessoas que se intitulam catlicos no-praticantes. Atualmente, pesquisas mostram que o nmero de catlicos parou de cair no Brasil depois de mais de 130 anos de queda.[11]

Baslica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida.

A Renovao Carismtica Catlica (RCC) chegou ao Brasil no comeo dos anos 1970 e ganhou fora em meados dos anos 1990[carece de fontes?]. O movimento busca dar uma nova abordagem evangelizao e renovar algumas prticas da tradio catlica, incentivando uma experincia pessoal com Deus atravs do Esprito Santo. Assemelhase em certos aspectos s Igrejas Pentecostais, como no uso dos dons do Esprito Santo, na adoo de posturas foram julgadas por alguns como fundamentalistas[12] e numa maior rejeio ao sincretismo religioso por parte de seus integrantes. Com forte presena leiga, a RCC responde hoje por grande parte dos catlicos praticantes do pas. Uma das comunidades carismticas mais conhecidas a Cano Nova que possui um canal de televiso mantido por doaes e presidida pelo monsenhor Jonas Abib. Outro cone da RCC no Brasil o Padre Marcelo Rossi[carece de fontes?] , fenmeno de mdia e cultura de massas que surgiu no final da dcada de 1990[carece de fontes?], cantando e fazendo coreografias tanto em programas de televiso quanto em missas, propondo-se a pregar a mensagem de Cristo conforme ensinada pela Igreja Catlica. Apesar de manter grande homogeneidade denominacional, o catolicismo conta com algumas dissidncias, dentre as quais a Igreja Catlica Apostlica do Brasil Segundo pesquisa do Datafolha divulgada em maro de 2010, 61% dos brasileiros so catlicos e os evanglicos so 25%[13].[editar] Protestantismo Ver artigo principal: Protestantismo no Brasil Ver pgina anexa: Lista de denominaes evanglicas no Brasil

Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro.

O Protestantismo o segundo maior segmento religioso do Brasil, representado principalmente pelas igrejas evanglicas com, aproximadamente, 26,1 milhes de fiis.[1] O protestantismo caracteriza-se pela grande diversidade denominacional, livre interpretao da Bblia, e nenhuma instituio, conclio ou conveno geral que agregue e represente os protestantes como um todo. Cada denominao religiosa protestante tem plena autonomia administrativa e eclesistica em relao as outras igrejas congneres, porm todas fazem parte de um mesmo movimento religioso interno ao cristianismo, que comeou com a Reforma Protestante de Martinho Lutero em 1517. A maioria das denominaes religiosas protestantes mantm relaes fraternais umas com as outras. O protestantismo chegou ao Brasil pela primeira vez com viajantes e nas tentativas de colonizao do Brasil por huguenotes (nome dado aos reformados franceses) e reformados holandeses e flamengos durante o perodo colonial. Esta tentativa no deixou frutos persistentes. Uma misso francesa enviada por Joo Calvino se estabeleceu, em 1557, numa das ilhas da Baa de Guanabara, fundando a Frana Antrtica. No mesmo ano, esses calvinistas franceses realizaram o primeiro culto protestante no Brasil e, de acordo com alguns, da prpria Amrica. Mas, pela predominncia catlica, foram obrigados a defender sua f ante as autoridades, elaborando a Confisso de F de Guanabara, assinando, com isso, sua sentena de morte, pondo um fim no movimento. Por volta de 1630, durante o domnio holands em Pernambuco, a Igreja Crist Reformada (Igreja Protestante na Holanda) instalou-se no Brasil Foram fundadas 22 igrejas protestantes no Nordeste, sendo que a maior era a do Recife e contava, inclusive, com uma congregao inglesa e uma francesa. Esta se reunia no templo glico, que

tinha no conde Maurcio de Nassau seu membro mais ilustre. A Igreja Crist Reformada batizou ndios, lutou por sua libertao e pretendia traduzir a Bblia para o tupi e ordenar pastores indgenas. Esse perodo se encerrou com a guerra de restaurao portuguesa. Quando no houve mais condies de manter Recife, o Nordeste foi devolvido a Portugal. Terminava assim a misso crist reformada, impossvel sem a proteo de um pas protestante.[14] As primeiras igrejas chegaram ao Brasil quando, com a chegada da famlia real portuguesa para o Brasil e a abertura dos portos a naes amigas por meio do Tratado de Comrcio e Navegao, comerciantes ingleses estabeleceram a Igreja Anglicana no pas, em 1811. Seguiu-se a implantao de outras igrejas de imigrao: alemes trouxeram a Igreja Luterana, em 1824, e tambm a Igreja Adventista, em 1890, e imigrantes americanos trouxeram as Igrejas Batista e Metodista. Os missionrios Robert Kalley e Ashbel Green Simonton trouxeram as Igrejas Congregacional (em 1855) e Presbiteriana (em 1859), respectivamente, estas voltadas ao pblico brasileiro.Pentecostalismo e neopentecostalismo

Catedral da Igreja Universal do Reino de Deus em So Paulo.

Em 1910, o Brasil receberia o pentecostalismo, com a chegada da Congregao Crist no Brasil (1910) e da Assembleia de Deus (1911). A partir de 1950, o pentecostalismo transformou-se com a influncia de movimentos de cura divina que geraram diferentes denominaes, tais como a Igreja "O Brasil Para Cristo" e a Igreja do Evangelho Quadrangular. Nessa poca, algumas denominaes protestantes que eram tradicionais adicionaram o fervor pentecostal, como exemplo, a Conveno Batista Nacional e as igrejas Presbiteriana Renovada e Igreja Crist Maranata, ambas surgidas a partir da Igreja Presbiteriana do Brasil. Na dcada de 1970, surgiu o movimento neopentecostal, com igrejas mais secularizadas, padres morais menos rgidos, e nfase na teologia da prosperidade, como a Igreja Universal do Reino de Deus. A partir dos anos 1980, surgiram igrejas neopentecostais com foco nas classes mdia e alta, trazendo um discurso ainda mais liberal quanto aos costumes e menos nfase nas manifestaes pentecostais. Dentre essas igrejas se destacam a Igreja Renascer em Cristo e a Igreja Evanglica Cristo Vive. Nas ltimas dcadas, o protestantismo principalmente as pentecostais e neopentecostais vem ganhando muitos adeptos, sendo o segmento religioso com maior ndice de crescimento. A maioria das igrejas protestantes esto presentes: no Rio Grande do Sul( descendentes de alemes, que trouxeram a Igreja Luterana, maior grupo religioso da

Alemanha at os dias de hoje), nas grandes capitais do sudeste, como So Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte(onde as igrejas Batistas tm grande espao), Goinia e Braslia( onde a igreja Sara Nossa Terra tm grande percentual da populao). Os protestantes esto em nmero bastante significativo nos estados de So Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e em toda a regio centro-oeste.[15][editar] Adventismo Ver artigo principal: Igreja Adventista do Stimo Dia

No Brasil so 1.200.000 membros da IASD em 2000 sob a coordenao de sete Unies que administram as Associaes e Misses. As instituies da IASD do Brasil e de sete pases latino-americanos formam a Diviso Sul Americana, com sede em Braslia, Distrito Federal.

Primeira Igreja Adventista do Brasil em Santa Catarina.

O adventismo chegou no Brasil em 1884 atravs de publicaes que chegaram pelo porto de Itaja com destino a cidade de Brusque, no interior de Santa Catarina. Em maio de 1893 chegou o primeiro missionrio adventista, Alberto B. Stauffer que introduziu formalmente atravs da Colportagem os primeiros contatos com a populao. Em abril de 1895 foi realizado o primeiro batismo em Piracicaba, SP, sendo Guilherme Stein Jr o primeiro converso. Inicialmente os estados brasileiros com maior presena germnica foram atingidos pela literatura adventista. Conforme informaes repassadas pelo pastor F Westphal, a primeira Igreja Adventista do Stimo Dia em solo nacional foi estabelecida na regio de Gaspar, em Santa Catarina, em 1895, seguida por congregaes no Rio de Janeiro e em Santa Maria de Jetib, no Esprito Santo, todas no mesmo ano. Com a fundao da grfica adventista em 1905 em Taquari, RS (atual Casa Publicadora Brasileira[16] localizada em Tatu-SP), o trabalho se estabeleceu entre os brasileiros e se expandiu em todos os estados. A primeira Escola Adventista no Brasil surgiu em 1896 na cidade de Curitiba. Em 2005 somam-se 393 escolas de ensino fundamental e 118 do ensino mdio com o total de 111.453 alunos e seis instituies de Ensino Superior (IES) com mais de cinco mil alunos que tem no Centro Universitrio Adventista de So Paulo, sua matriz educacional. O UNASP[17] como conhecida esta IES, surgiu em 1915, no Capo Redondo, SP e hoje conta com trs campi: na cidade de So Paulo, em Engenheiro Coelho e Hortolndia.

[editar] Mormonismo Ver artigo principal: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias no Brasil, Os Santos dos ltimos Dias

Chegou no Brasil em 1923, por meio de imigrantes alemes, porm o trabalho de proselitismo s se iniciou em 1927, com a chegada de uma dupla de missionrios. Esses missionrios no falavam o portugus muito bem, ento as reunies no incio eram dirigidas em alemo. A Misso So Paulo Brasil (uma espcie de departamento regional de proselitismo) Foi a primeira criada no pas, atualmente so 28. Hoje, existem mais de 1800 capelas mrmons em todas as Unidades da Federao Brasileira.[carece de fontes?]

Templo mrmon de Campinas.

Os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ltimos Dias, tambm conhecidos como mrmons, tem aqui no Brasil o 2 maior pas com populao mrmon do mundo,[18] mais de 1 milho de membros atualmente, superado apenas pelos Estados Unidos. Em 2000, o censo do IBGE mostrou haver no Brasil somente 200 mil pessoas que se dizem membros desta denominao. Entre 2000 e 2006 a Igreja Mrmon cresceu cerca de 460% no Brasil.[carece de fontes?] A Igreja Mrmon no Brasil presidida pelos lderes (ttulo que significa "senhor","Irmao mais velho", "ancio") Ulisses Soares (Presidente), Stanley G. Ellis (Primeiro Conselheiro) e Carlos A. Godoy (Segundo Conselheiro). At abril de 2007, os mrmons eram divididos em duas reas geogrficas distintas, a rea Brasil Norte (sediada em Recife), e a rea Brasil Sul (sediada em So Paulo). S no Brasil os mrmons tem cinco templos construdos, dedicados e em funcionamento (em So Paulo, Recife, Porto Alegre, Campinas e Curitiba), um em construo (em Manaus) e um a construir em Fortaleza. Pela crena mrmon, nesses templo so realizadas ordenanas como batismo vicrio e selamento de famlias, alm de ser um lugar de aprendizado e espiritualidade. Hoje a Igreja vem crescendo muito em Curitiba e Porto Alegre, se espalhando pelo pas. Muitos missonarios estrangeiros esto vindo para o Brasil a cada mes, pregando o evangelho por toda parte do pas, e esto obtendo sucesso. brasileiro o primeiro mrmon negro a receber um chamado de Autoridade Geral (autoridade a nvel mundial), seu nome Helvcio Martins. Hoje h cinco brasileiros

servindo como Autoridades Gerais: Cludio R. M. Costa, Marcos A. Aidukaitis, Carlos A. Godoi e Ulisses Soares e Jairo Mazzagardi. Durante todos os anos desde a chegada da Igreja Mrmon ao Brasil, somente um mrmon foi eleito ao Congresso Nacional, Moroni Torgan, do estado do Cear.Testemunhas de Jeov Ver artigo principal: Testemunhas de Jeov

No Brasil, as Testemunhas de Jeov vem crescendo consideravelmente. Estima-se que mais de 700.000 membros servem ativamente como publicadores e missionrios neste pas. Foi em 1899 que Sarah Bellona Ferguson,[19] de So Paulo, recebeu pela primeira vez dos Estados Unidos, por correio, algumas publicaes da Sociedade Torre de Vigia. Ao passo que aprendia o que as Testemunhas chamam de "as preciosas verdades bblicas", fazia o possvel para transmiti-las a outros. Quando surgiu a oportunidade para isso, ela foi batizada, depois de uns 25 anos. No nterim, oito jovens marinheiros brasileiros,[19] de licena do seu navio na cidade de Nova York, ficaram interessados nas reunies dos Estudantes da Bblia (como se chamavam ento as Testemunhas de Jeov). Obtiveram ali uma Bblia em portugus. Foram tambm ajudados a entend-la. Quando voltaram ao Brasil, em maro de 1920, depois de se terem associado por alguns meses com os Estudantes da Bblia em Nova York, eles continuaram a se reunir e a falar a outros sobre o que haviam aprendido. No comeo, usavam as publicaes da Torre de Vigia em espanhol como ajudas para o estudo, porque no havia nada disponvel em portugus. Poucos anos depois, George Young foi o primeiro missionrio enviado ao Brasil, e foi providenciado que se traduzissem e imprimissem publicaes em portugus. Em 1923, foi aberta no Rio de Janeiro uma congnere da Sociedade Torre de Vigia de Bblias e Tratados (dos EUA), a fim de promover a educao bblica neste vasto pas. Mas as Testemunhas de Jeov tornaram-se grandes no Brasil, estando presentes em todos os estados do pas, em mais de 10.000 congregaes, segundo o Anurio das Testemunhas de Jeov. A Sede das Testemunhas de Jeov aqui no Brasil localiza-se em Cesrio Lange, no interior de So Paulo. As reunies das Testemunhas de Jeov j ultrapassam uma mdia de um milho pessoas presentes ao ano, sendo que 1,681,986[20] pessoas estiveram presentes em sua principal reunio anual de 2010, a Comemorao da Morte de Cristo. Os Estados com maior nmero de Testemunhas de Jeov so: So Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul Se ressalta o trabalho voluntrio realizado com os surdos e cegos. Por exemplo, em todo o Brasil, voluntrios Testemunhas de Jeov ajudam milhares de surdos, desde a alfabetizao na sua primeira lngua, como a LIBRAS, passando pelo idioma escrito, quando se aplica. Traduzem e distribuem Bblias e outros livros para DVDs em vdeos[21] para distribuio gratuita aos surdos. Tem-se dado ateno especial a estes, oferecendo seu trabalho voluntrio como intrpretes em lngua de sinais, acompanhando os surdos em escolas, mdicos, advogados, entrevista de emprego, etc. Elas tm oferecido tambm aos familiares e at mesmo colegas de trabalho dos surdos a

oportunidade de conhecerem a lngua de sinais, e para isso usam DVDs visuais ou outra publicao produzida pelas prprias Testemunhas com o objetivo de facilitar o aprendizado e a incluso social e espiritual dos surdos suas famlias e s suas comunidades.

[editar] No-religiososVer artigo principal: Sem religio, Atesmo e Agnosticismo

De acordo com o ltimo Censo realizado pelo IBGE, por volta de 13 milhes de brasileiros (7,4% da populao total) consideram-se ateus, agnsticos ou declaram acreditar em um Deus sem estarem filiados a alguma religio especfica. Cabe salientar que o IBGE, rgo oficial de pesquisas, no pergunta quem de fato ateu, quem agnstico, e quem apenas no segue alguma religio preestabelecida, embora conserve a sua f em algo transcendental, denominando todos estes grupos pelo termo "sem religio". No Brasil, o estado da Bahia o terceiro com maior nmero de pessoas sem religio; o primeiro o Rio de Janeiro.[22] A capital bahiana, Salvador, tem a maior porcentagem nacional de pessoas sem religio entre as capitais, 18% da populao.[22] No pas todo, so mais numerosos entre os homens e entre os habitantes com menos de 55 anos.[22] A cidade com o maior nmero de ateus Nova Ibi, com 59,85% dos habitantes, de acordo com o censo de 2000 do IBGE.[23] O segundo lugar fica com Pitimbu, na Paraba, com 42, 44%.[23] De acordo com dados do IBGE,[24] 7,4% (cerca de 12,5 milhes) da populao brasileira declarou-se "sem religio", podendo ser agnsticos, ateus ou destas.[25] Em 1991 essa porcentagem era de 4,7%.[25] Uma pesquisa realizada pela empresa Ipsos a pedido da agncia de notcias Reuters revelou que 3% dos brasileiros entrevistados no acreditam em deuses ou seres supremos.[26] Atualmente, apenas os ditos catlicos e evanglicos superam em nmero os noreligiosos. Em comparao, estima-se que a mdia mundial de no-religiosos de 23,5% da populao total.[Espiritismo Ver artigo principal: Doutrina esprita e Histria do espiritismo no Brasil Ver tambm: Chico Xavier e Federao Esprita Brasileira

Sede da Federao Esprita Brasileira em Braslia.

De acordo com o ltimo censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), em 2000, o Brasil possui 2,3 milhes de espritas, sendo esse o terceiro maior grupo religioso do pas.[1] Com efeito, o IBGE trata os termos Kardecismo e Espiritismo como equivalentes em sua classifio censitria.[28] A doutrina esprita teve atravs de nomes como Bezerra de Menezes e Chico Xavier a oportunidade de se popularizar, espalhando seus ensinamentos por grande parte do territrio brasileiro. Hoje, o pas o que rene o maior nmero de adeptos do espiritismo no mundo. Os espritas so, tambm, o segmento social que tm maior renda e escolaridade, segundo os dados do mesmo Censo.[29] Bezerra de Menezes foi presidente da Federao Esprita Brasileira (FEB) por duas gestes. A FEB foi fundada em janeiro de 1884, por Elias da Silva, com a finalidade de unificar o pensamento esprita no Brasil. Como doutrina filosfica, o espiritismo foi sistematizado pelo pedagogo francs Allan Kardec n'O Livro dos Espritos, publicado em 18 de abril de 1857. No Brasil, contudo, houve uma forte ressignificao das idias espritas, que foram carregadas de um vis muito mais religioso do que o existente na Europa. Foi dentro dessa perspectiva que o espiritismo foi amplamente divulgado no Brasil, ainda na segunda metade do sculo XIX, atraindo principalmente a classe mdia. Em setembro de 1865, em Salvador, Bahia, foi criado o "Grupo Familiar do Espiritismo", o primeiro centro esprita brasileiro. Em 1873, fundou-se a "Sociedade de Estudos Espritas", com o lema "Sem caridade no h salvao; sem caridade no h verdadeiro esprita". Esse grupo dedicouse a traduzir para o portugus as obras de Kardec, como "O Livro dos Espritos", "O Livro dos Mdiuns", "O Evangelho Segundo o Espiritismo", "O Cu e o Inferno" e "A Gnese".[editar] Budismo Ver artigo principal: Budismo no Brasil

Templo budista Zu Lai em Cotia, So Paulo.

O budismo provavelmente a maior de todas as religies minoritrias do Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) h no Brasil cerca de 200 mil praticantes do budismo - em 1991: 236.408 budistas, em 2000 214.873 budistas no pas (- 9.1%) [30] O nmero relativamente grande de seguidores devido, principalmente, a grande comunidade japonesa brasileira. Cerca de um quinto da comunidade japonesa no Brasil seguidora do budismo. Seitas budistas japonesas,

como o Budismo de Nitiren (mais notavelmente a Soka Gakkai), Jodo Shinshu e Zen so os mais populares. No entanto, nos ltimos anos seitas chinesas e do sudeste asitico, como a Mahayana e Theravada, esto ganhando popularidade. O budismo foi introduzido no Brasil no incio do sculo XX, por imigrantes japoneses, embora agora, 60% dos brasileiros japoneses sejam cristos devido s atividades missionrias e casamento. No entanto, a cultura brasileira japonesa tem uma substancial influncia budista.[editar] Judasmo Ver artigo principal: Judasmo no Brasil Ver tambm: Judeus no Brasil Colnia

Sinagoga Kahal Zur Israel, a mais antiga sinagoga das Amricas, localizada em Recife, Pernambuco.

H cerca de 196 mil judeus no Brasil.[31] A maior proporo de judeus encontrado nos estados de So Paulo e Rio de Janeiro.[32] Os judeus chegaram pela primeira vez no Brasil como cristos-novos ou convertidos, nomes aplicados aos judeus ou muulmanos que se converteram ao catolicismo, a maioria deles fora. De acordo com os relatrios da Inquisio, muitos cristos-novos que viviam no Brasil durante o perodo colonial foram condenados por secretamente manterem costumes judaicos.[33] Estes relatrios podem no ser confiveis desde a Inquisio confiscou os bens terrenos de suas vtimas, e tinha um interesse directo na denncia e convencendo-os.

Em 1630, os holandeses conquistaram partes do nordeste do Brasil e permitiram a prtica aberta de qualquer religio. Muitos judeus vieram dos Pases Baixos para viver no Brasil na rea dominada pelos holandeses. A maioria deles eram descendentes dos judeus portugueses que tinham sido expulsos de Portugal, em 1497. Em 1636, a Sinagoga Kahal Zur Israel, a primeira sinagoga das Amricas, foi construda no Recife, a capital da Nova Holanda (Brasil Holands).[33] O edifcio original permanece intacto at hoje,[34] mas os judeus foram forados a sair do Brasil quando o Imprio Portugus retomou as terras em 1654.[35] A primeira vez que judeus ficaram no Brasil e puderam praticar abertamente a sua religio aconteceu quando a primeira constituio brasileira concedeu liberdade de religio em 1824, logo aps a independncia. Eles eram principalmente judeus marroquinos, descendentes dos judeus espanhis e portugueses que tinham sido expulsos da Espanha em 1492 e de Portugal em 1497. A primeira onda de judeus sefarditas foi ultrapassada pela maior onda de imigrao de judeus ashkenazi, que chegou no final do sculo XIX e incio do sculo XX, principalmente da Rssia, Polnia, Bielorrssia e Ucrnia. Um ltimo grupo significativo veio, fugindo do nazismo e da destruio que se seguiu pela Segunda Guerra Mundial.[editar] Islamismo Ver artigo principal: Isl no Brasil Ver tambm: Revolta dos Mals

Mesquita em So Paulo.

Segundo o Censo de 2000, havia 27.239 muulmanos no Brasil.[1] Acredita-se que o isl chegou ao Brasil por meio de escravos africanos muulmanos trazidos da frica Ocidental. O Brasil recebeu mais muulmanos escravizados do que qualquer outro lugar nas Amricas.[36] Durante o Ramad, em janeiro de 1835, um pequeno grupo de escravos negros e libertos de Salvador, na Bahia, inspirados por professores muulmanos, se levantaram contra o governo no que ficou conhecido como Revolta dos Mals, a maior rebelio escrava no Brasil. (Muulmanos eram chamados de mals na Bahia por causa da palavra imale do iorub, que designava um muulmano iorub.) Temendo que o exemplo pudesse ser seguido, as autoridades brasileiras comearam a vigiar os mals com muito cuidado e, nos anos subsequentes, intensos esforos foram

feitos para forar converses para o catolicismo e apagar a memria popular e o apreo pelo isl.[37] No entanto, a comunidade muulmana africana no foi eliminada com facilidade, e em 1910, estima-se que ainda havia cerca de 100.000 africanos muulmanos vivendo no Brasil.[38] Uma tendncia recente tem sido o aumento nas converses ao islamismo entre os cidados no-rabes.[39] Uma fonte muulmana recente estima que existem cerca de 10 mil muulmanos convertidos no Brasil.[40] Os lderes da comunidade muulmana no Brasil estimam que h entre 70.000 e 300.000 muulmanos no pas, com o menor valor que representando aqueles que praticam a religio, enquanto a estimativa mais elevada incluiria tambm membros nominais.[39][editar] Religies afro-brasileiras e indgenas Ver artigo principal: Religies afro-brasileiras

Me Stella de Oxssi Iylorix do Candombl, Salvador, Bahia.

Com a vinda dos escravos para o Brasil, seus costumes deram origem a diversas religies, tais como o candombl, que tem milhes de seguidores, principalmente entre a populao negra, descendente de africanos. Esto concentradas em maior nmero nos grandes centros urbanos do Norte e do Nordeste do pas, mas tambm com grande presena no Sudeste. Diferente do candombl, que a religio sobrevivente da frica ocidental, h tambm a Umbanda, que representa o sincretismo religioso entre o catolicismo, espiritismo e os orixs africanos. As religies de matriz africana foram e ainda so perseguidas e discriminadas no Brasil.[41] As chamadas religies afro-brasileiras compem o candombl que dividido em vrias naes, o batuque, o Xang do Recife e o Xamb foram trazidas originalmente pelos

escravos. Estes escravos cultuavam seu Deus, e as divindades chamadas Orixs, Voduns ou inkices com cantos e danas trazidos da frica. Nas prticas atuais, os seguidores da umbanda deixam oferendas de alimentos, velas e flores em lugares pblicos para os espritos. Os terreiros de candombl so discretos da vista geral, exceto em festas famosas, tais como a Festa de Iemanj em todo o litoral brasileiro e Festa do Bonfim na Bahia. Estas religies esto em todo o pas. O Brasil bastante conhecido pelos ritmos alegres de sua msica, como o Samba e a conhecida como MPB (msica popular brasileira). Isto pode relacionar-se ao fato de que os antigos proprietrios de escravos no Brasil permitiam que seus escravos continuassem sua tradio de tocar tambores (ao contrrio dos proprietrios de escravos dos Estados Unidos que temiam o uso dos tambores para comunicaes). A umbanda considerada por muitos uma religio nascida no Brasil em 15 de novembro de 1908 no Rio de Janeiro. Embora existam relatos de outras datas e locais de manifestao desta religio antes e durante este perodo[42][43] seus adeptos aceitam esta data como o incio histrico da mesma. Do Estado da Bahia para o Norte h tambm prticas diferentes tais como Pajelana, Catimb, Jurema, Tambor-de-Mina e Terec com fortes elementos indgenas.[editar] Neopaganismo

Comeam a se difundir entre os brasileiros, atualmente, as religies neo-pags, como a Wicca e o Neo-druidismo. Com a Wicca acontece um fator mais expressivo e especial. No Censo 2000, os wiccanos foram includos no grupo de "outras religisidades" e "no determinadas", que representavam 0,009% e 0,211% da populao, respectivamente.[1] De qualquer forma, desde a dcada de 1990 a Wicca, ou a Bruxaria em geral, tm crescido muito no pas, especialmente em Braslia e So Paulo.[44]

Intolerncia religiosaVer artigo principal: Intolerncia religiosa no Brasil

Tem ocorrido no Brasil o crescimento das comunidades neopentecostais e algumas delas, como a Igreja Universal do Reino de Deus, so consideradas culpadas de intolerncia religiosa.[47][48]. Foi criado no Brasil o Dia Nacional de Combate Intolerncia Religiosa (21 de janeiro) por meio da Lei n 11.635, de 27 de dezembro de 2007. Segundo Eloi Ferreira Arajo, previamente ministro interino da Igualdade Racial, "O Estado brasileiro reconhece que existem problemas dessa ordem, mas estamos procurando tratar disso".[49][50][51]

[editar] CrticasVer tambm: Crtica da religio e Homofobia no Brasil

Algumas entidades alegam que direitos sociais dos homossexuais no Brasil so desrespeitados por motivos religiosos.[52]

Outro problema alegado o desrespeito ao laicismo. Apesar da Constituio do Brasil definir o Estado como laico e ter oficializado a separao entre a Igreja e o Estado,[2] o governo brasileiro mantm uma concordata com o Vaticano,[3] o que, de acordo com alguns especialistas, cria um estatuto privilegiado para a Igreja Catlica no pas.[53] No entanto, para outros especialistas o acordo no cria privilgios e "todas as religies esto livres para estabelecer a mesma relao com o Estado, se assim o desejarem".[53][54] A presena de smbolos religiosos, como a cruz crist, em reparties pblicas brasileiras tambm criticada por algumas entidades. Em 2009, o Ministrio Pblico de So Paulo entrou com uma ao civil pedindo a retirada dos smbolos religiosos dos prdios de entidades do governo federal no estado de So Paulo. Para o procurador Jefferson Aparecido Dias, responsvel pela ao, "quando o Estado ostenta um smbolo religioso de uma determinada religio em uma repartio pblica, est discriminado todas as demais ou mesmo quem no tem religio afrontando o que diz a Constituio."[55] J o desembargador Jos Geraldo Barreto Fonseca discorda dessa opinio, dizendo que "o Brasil um estado leigo, no ateu, e respeita os valores religiosos". Ele cita o prembulo da Constituio Federal, em que se l que esta foi promulgada "sob a proteo de Deus".[56] Em 2007 o Conselho Nacional de Justia (CNJ) julgou quatro representaes questionando a presena de crucifixos em tribunais, como o que h no Supremo Tribunal Federal. Decidiu pela permanncia dos crucifixos, entendendo que o uso de smbolos religiosos em rgos do Poder Judicirio no fere a autonomia do Estado em relao religio. Na sua avaliao os crucifixos so muito mais smbolos culturais e tradicionais do que representantes de uma religio especfica.[57] So consideradas religies afro-brasileiras, todas as religies que tiveram origem nas Religies tradicionais africanas, que foram trazidas para o Brasil pelos negros africanos, na condio de escravos. Ou religies que absorveram ou adotaram costumes e rituais africanos.Religies afro-brasileiras

Religies afro-brasileiras

Princpios Bsicos Deus Ketu | Olorum | Orixs Jeje | Mawu | Vodun Bantu | Nzambi | Nkisi

Templos afro-brasileiros

Babau - Maranho, Par Batuque - Rio Grande do Sul Cabula - Esprito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Candombl - Em todos estados do Brasil Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, So Paulo Culto de If - Bahia, Rio de Janeiro, So Paulo Encantaria - Maranho, Piau, Par, Amazonas Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, So Paulo Pajelana - Piau, Maranho, Par, Amazonas Quimbanda - Em todos estados do Brasil Tambor-de-Mina - Maranho Terec - Maranho Umbanda - Em todos estados do Brasil Xamb - Alagoas, Pernambuco Xang do Nordeste - Pernambuco

Babau | Batuque | Cabula Candombl | Culto de If Culto aos Egungun | Macumba | Omoloko | Quimbanda | Tambor-de-Mina | Terec | Umbanda | Xamb | Xang do Nordeste Sincretismo | Confraria

Literatura afro-brasileira Terminologia Sacerdotes Hierarquia

Religies semelhantes Religies Africanas Santeria Palo Arar Lukum Regla de Ocha Abaku Obeah

As religies afro-brasileiras na maioria so relacionadas com a religio yorb e outras religies tradicionais africanas, uma parte das religies afro-americanas e diferentes das religies afro-cubanas como a Santeria de Cuba e o Vodou do Haiti pouco conhecidas no Brasil

BatuqueVer artigo principal: Batuque

A estruturao do Batuque no estado do Rio Grande do Sul deu-se no incio do sculo XIX, entre os anos de 1833 e 1859 (Correa, 1988 a:69). Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na regio de Rio Grande e Pelotas. Tem-se notcias, em jornais desta regio, matrias sobre cultos de origem africana datadas de abril de 1878, (Jornal do Comrcio, Pelotas).[1]

[editar] CandomblVer artigo principal: Candombl

Antes da abolio da escravatura em 1888, os negros escravizados fugidos das fazendas, reuniam-se em lugares afastados nas florestas em agrupamentos ou comunidades chamadas quilombos, depois da libertao, os africanos libertos reuniam-se em comunidades nas cidades que passaram a chamar de candombl. Candombl o nome genrico que se d para todas as casas de candombl independente da nao. A palavra candombl a princpio era usado para designar qualquer festa dos africanos, teria sua origem nas lnguas bantu da palavra Candombe que no Uruguai um ritmo musical afro-uruguaio que deve existir tambm em outros pases que receberam escravos africanos.

[editar] Iniciao

Foto antiga de um ritual de candombl bantu

Nas religies afro-brasileiras, vrios termos so usados para designar iniciao. Cada uma das religies tem seus termos prprios, iniciao, feitura, feitura de santo, raspar santo, so mais usados nos terreiros de candombl, Candombl de Caboclo, Cabula, Macumba, Omoloko, Tambor de Mina, Xang do Nordeste, Xamb, no Batuque usa-se o termo fazer a cabea ou feitura. No Culto de If e no Culto aos Egungun usam o termo iniciao porm os preceitos so diferentes das outras religies. No candombl o perodo de iniciao de no mnimo sete anos, se inserem os rituais de passagem, que indicam os vrios procedimentos dentro de um perodo de recluso que geralmente de 21 dias (podendo chegar a 30 dias dependendo da regio), o aprendizado de rezas, cantigas, lnguas sagradas, uso das folhas (folhas sagradas), catulagem, raspagem, pintura, imposio do adox e apresentao pblica, individual e faz parte dos preceitos de cada pessoa que entra para a religio dos orixs. No Candombl Jeje a iniciao ao culto dos voduns complexa e longa, de no mnimo sete anos, o perodo de recluso pode chegar a durar um ano, que pode envolver longas caminhadas a santurios e mercados, dentro do convento ou terreiro hunkpame, onde os nefitos so submetidos a uma dura rotina de danas, preces, aprendizagem de lnguas sagradas e votos de segredo e obedincia. A princpio, nessas cerimnias, tem que haver o desprendimento total, na iniciao deve-se morrer para renascer com outro nome para uma nova vida, no candombl Ketu o Orunk do Orix (s dito em pblico no dia do nome), no Candombl bantu alm do nome do Nkisi (jamais revelado), tem a dijna pelo qual ser chamado o iniciado pelo resto da vida. Quando uma pessoa iniciada morre feito o deligamento do Egum, Nvumbe na cerimnia fnebre e no Axex, conhecido pelos nomes de sirrum e zerim, que varia dependendo do grau inicitico do morto. Na Umbanda e Quimbanda no incluem os ritos de passagem, nem feitura de santo propriamente dita, uma vez que no incorporam Orixs incorporam os Falangeiros de Orixs, usa-se o termo fazer a cabea onde pode existir a catulagem e pintura, porm a cabea no raspada completamente, e no tem imposio do adox. A recluso nesses

casos de trs a sete dias, feita a instruo esotrica, aprendizado das rezas e pontos riscados e cantados, e feita a apresentao pblica. O Babau de origem indigena, porm j adotam algumas influncias da Umbanda. O "Centro Nacional de Africanidade e Resistncia Afro-Brasileira" (Cenarab), a Baixada Fluminense tem 3,8 mil terreiros contra apenas 1,2 mil na rea de Salvador e do Recncavo Baiano, informao dada por Jairo Pereira, do Cenarab em 1997.[editar] Crenas

De todas as religies afro-brasileiras, a mais prxima da Doutrina Esprita um segmento (linha) da Umbanda denominado de "Umbanda branca", e que no tem nenhuma ligao com o Candombl, o Xamb, o Xang do Recife ou o Batuque. Embora popularmente se acredite que estas ltimas sejam um tipo de "espiritismo", na realidade trata-se de religies iniciticas animistas, que no partilham nenhum dos ensinamentos relacionados com a Doutrina Esprita. Entretanto, outros segmentos da Umbanda podem ter algumas semelhanas com a Doutrina Esprita, mas tambm com o Candombl por causa da figura dos Orixs. No tocante especficamente ao Candombl, cr-se na sobrevivncia da alma aps a morte fsica (os Eguns), e na existncia de espritos ancestrais que, caso divinizados (os Orixs, cultuados coletivamente), no materializam; caso no divinizados (os Egungun), materializam em vestes prprias para estarem em contacto com os seus descendentes (os vivos), cantando, falando, dando conselhos e auxiliando espiritualmente a sua comunidade. Observa-se que o conceito de "materializao" no Candombl, diferente do de "incorporao" na Umbanda ou na Doutrina Esprita.

Em princpio os Orixs s se apresentam nas festas e obrigaes para danar e serem homenageados. No do consulta ao pblico assistente, mas podem eventualmente falar com membros da famlia ou da casa para deixar algum recado para o filho. O normal os Orixs se expressarem atravs do jogo de If, (orculo) e merindilogun. Dependendo da nao ou linha de candombl, os candombls tradicionais no fazem a princpio contato com espritos atravs da incorporao para consultas, possvel mas no aceito. J o candombl de caboclo tem uma ligao muito forte com caboclos e exus que incorporam para dar consultas, os caboclos so diferentes da Umbanda. E existem os candombls cujos pais de santo eram da Umbanda e passaram para o candombl que cultuam paralelamente os Orixs e os guias de Umbanda.

No Candombl, todo e qualquer esprito deve ser afastado principalmente na hora da iniciao, para no correr o risco de um deles incorporar na pessoa e se passar por orix, o Iyawo recolhido monitorado dia e noite, recorrendo-se ao If ou jogo de bzios para detectar a sua presena. A cerimnia s ocorre quando este confirma a ausncia de Eguns no ambiente de recolhimento. Afastam todo e qualquer esprito (egun), ou almas penadas, foras negativas, influncias negativas trazidas por pessoas de fora da comunidade. Acredita-se que pessoas trazem consigo boas e ms influncias, bons e maus acompanhantes (espritos), atravs do jogo

de If poder se determinar se essas influncias so de nascimento Odu, de destino ou adquiridas de alguma forma. Os espritos so cultuados, nas casas de Candombl, em uma casa em separado, sendo homenageados diariamente uma vez que, como Ex, so considerados protetores da comunidade. Existem Orixs que j viveram na terra, como Xang, Oy, Ogun, Oxossi, viveram e morreram, os que fizeram parte da criao do mundo esses s vieram para criar o mundo e retiraram-se para o Orun, o caso de Obatal, e outros chamados Orix funfun (branco). Existem as rvores sagradas que so as mesmas das religies tradicionais africanas onde Orixs so cultuados pela comunidade como o caso de Iroko, Apaok, Akoko, e tambm os orixs individuais de cada pessoa que uma parte do Orix em si e so a ligao da pessoa, iniciada com o Orix divinizado. Ou seja uma pessoa que de Xang, seu orix individual uma parte daquele Xang divinizado com todas as caractersticas, ou como chamam arqutipo. Existe muita discusso sobre o assunto: uns dizem que o Orix pessoal uma manifestao de dentro para fora, do Eu de cada um ligado ao orix divinizado, outros dizem ser uma incorporao mas rejeitada por muitos membros do candombl, justificam que nem o culto aos Egungun de incorporao e sim de materializao. Espritos (Eguns) so despachados (afastados) antes de toda cerimnia ou iniciao do candombl.

Religies Africana no Brasil ou chamadas

de Afro-Brasileira

Sintetizando:

Elucidando, que os negros escravos que vieram para o Brasil trouxeram enormes bagagens culturais, como: arte, gastronomia e de religies, com seus usos e costumes sagrados, linguajar prprio, ritmos e vozes. Dos estudos j realizados, reconhece-se desde o sc. XVI a presena no Brasil de africanos de origens de Naes Bantu, a esse grupo pertenciam os negros chamados e de Naes: do Kongo; Angola; Moambique; Makuas; Kabinda; Benquela; Monjolo, Musikongos, Rebolos, Munjolos etc... Mais tarde, a vinda dos povos de Naes Sudaneses com o seu linguajar de origem Yorb, a lngua geral dos escravos, em muitos Estados do Brasil, tendo dominado as

lnguas faladas pelos escravos de outras Naes existentes em nosso Pas. Para melhor definio do idioma Yorb: pertence ao grupo Kwa de Lnguas Sudanesas e ao grupo Ngerokameruniano, compreende vrios sub-grupos e dialetos, e entre os quais o Egb que inclui a Nao de Keto (Ktu) - e a Nao de Ijex (js) e a Nao de y, sendo a mesma, a Regio e Cidade da Nigria, frica Ocidental, antiga Capital Poltica do reino de idiomas Yorb e a de maior importncia cultural e religiosa entre os povos sudaneses; desta Nao, regio e cidade vindo negros escravos com ritos prprios, subsiste at hoje no Estado do Rio Grande do Sul, assim como, povos de Nao Ewe ( evoes) tambm chamados de anago nome dado pelos daomeanos aos povos que falavam o Yorb, tanto na Nigria como no Daomei, Togo e arredores e que os franceses chamavam apenas de Nag. Portanto, Nag no uma Nao Africana e sim todo os povos Sudaneses que falam o idioma Yorb. Com os povos africanos, vieram tambm os cultos religiosos de cada regio de sua origem, e, que devido aos emprios de escravos e a mistura destes, e tambm de rituais, originaram as chamadas religies, hoje, chamadas por muitos de afrobrasileiras, eu prefiro, chamar de africanistas.

A histria nos narra, que nos navios negreiros, os cantos de lamentaes e de apelaes aos Orixs (rss / Voduns) se confundiam com o barulho do mar e os aoites sofridos pelos negros. Era o maior castigo, que um ser humano poderia suportar. J no Brasil, aps os emprios de escravos; e, com suas convices religiosas, levaram um bom tempo para adapt-las ao Novo Mundo; misturando-se religiosidade de seus patres, aglutinando os Orixs aos Santos Catlicos (sincretismo), e que tambm mais tarde, houve a incluso a religiosidade do amerndio (nativo do Brasil). Das sobrevivncias culturais africanas no Brasil, as maiores influncias inicialmente foram no Nordeste e depois se estendendo h todo o Pas. A contribuio da frica, recebidas em nosso Pas, est em todas as divindades que recebemos direta ou indiretamente do Povo Africano / Negro Sudaneses (Nag / Anago) e Bantus. No Brasil, a cultura dos povos e Naes Sudanesas Africanas recebeu o nome de Nag e com a incluso da Nao Ewe (Avoes) do Daomei (Jje) que so chamados de Anago e que ainda subsiste em uma pequena minoria no Estado do Rio Grande do Sul, e so chamados Nao de Jje ou Nag Vod.

As faces das religies de origem Africana

Aps vrios estudos realizados por socilogos, antroplogos e etngrafos. Notou-se que a Religio e Rituais aos rss / Voduns no Estado do Rio Grande do Sul, chamado de Batukj Batuque venha ser, os mais idnticos aos da Religio dos rss / Voduns Anagos e Bantus praticados na frica. Por vrios fatores, enumerando alguns: Por ter sido um dos ltimos Estados, deste Pas, a receber escravos africanos; o rigor e rigidez de julgamento e provas as Divindades e de seus Rituais; julgamento de Ebs e de Feituras de rss / Voduns atravs do Emiss Kssum (Julgamento, atravs da roda humana, de pessoas selecionadas que possui assentamento de Divindades com animais com quatro patas); a integrao universal (Natureza - Divindades) atravs do Ritual, em um s momento, ou seja, a representao Universal, atravs das Divindades no bs (sala / salo); aps uma doutrina e feitura completa da Divindade concedido atravs de provas, a liberdade de expresso das Divindades em lngua africana e brasileira; a inexistncia de luxo e deslumbramentos, atravs pessoas, em seus rituais; o no, poder saber de uma pessoa de que recebe (ocupar-se) uma Divindade, preservando assim o Fundamento e Rituais assim como, a prpria Religio de Matriz Africana. Assim, poderamos citar vrios fatores; mas, no nosso objetivo desfazer os Rituais realizados em outros Estados do Pas, e sim, de mostrarmos as caractersticas do Batukj Batuque, visto, pela maioria dos etngrafos.

Sincretismo, Candombl, Afro-Brasileiro

Subjetivo, a mdia dizer, bem como, os desinformados que o Candombl venha ser a maior pureza dos cultos Nag, veja, a origem do seu prprio nome (Candombl), e a mdia informa, como sendo, os mais tradicionais em nosso Pas. Os melhores pesquisadores das religies afro-brasileiras e que no esto comprometidos com nem uma das faces religiosa, so unnimes em dizer que o Candombl uma mescla de sincretismos. Recebendo o apoio de Governos Estaduais (Bahia) e da mdia em geral, o que no ocorre em outros Estados, para fins comerciais e tursticos, chamados de folclricos de orixs afro-brasileiros. Exemplo: Na Bahia, as Confrarias religiosas os negros de Angola na Venervel Ordem do Rosrio de Nossa Senhora das Portas do Carmo, fundada na Igreja de Nossa Senhora do Rosrio do Pelourinho. Os Nags de Nao de Ktu; formaram, juntos, com a comunidade catlica, duas irmandades: a) A de Nossa Senhora da Boa Morte, somente para mulheres. b) E outra, somente para os homens, chamada de : Nosso Senhor dos Martrios. J os de origem de Naes Bantu, em especial, a do Congo, associaram-se nas irmandades de So Benedito e de Nossa Senhora do Rosrio dos Negros Congos, dizendo-se, ser vossa padroeira, j no cristianismo africano, por influncia dos colonizadores portugueses.

Candombl Origem Funes

Candombl = Tendo como a origem de Naes Bantu, do idioma kimbundo. Se originando da palavra Kandombe (ka = costume, uso; + ndombe = preto, costume dos pretos), que quer dizer em africano: Dana antiga africana de Naes Bantu, sem nenhum sentido religioso na frica, espcie de batuque ou batucada, com vrios instrumentos, inclusive com tambores. Dando a origem da palavra Candombl na fronteira da Argentina, Uruguai com o Brasil (RGS) como dana de escravos nas fazendas (farra africana, como nem, hoje, so as rodas de sambas). Os baianos e outros; adotaram e copiando essa terminologia de origem espanhola Sul Americana, como sendo, o termo correto a dar aos cultos afro-brasileiros. E, os mesmos, desejam induzir que os cultos/rituais baianos e outros difundidos pelos mesmos, idnticos, ou seja, cpia fiel africana, se nem o nome original africano! Isto, mais uma vez, prova que o Batukj Batuque do RGS., sendo o mais prximo aos rituais religiosos praticados na frica, ao menos, no temos nomes falsos ou de origem espanhola! A funo do Candombl / Afro-Brasileiro (baianos e outros). Relaciona-se ao local onde se realizam as cerimnias de certos cultos que abrange rituais de origens africanas e o sincretismo catlico e indgena (nativo do brasileiro). Com relao a certos rituais, como nem, o jogo de bzios, houve muita reserva, razo porque, hoje poucos so os que tm mo-de-jogos (on if = mo de If / rs da adivinhao e do destino = odu). Hoje, no Candombl / Afro-Brasileiro, o jogo de bzios, toda ao procedida de um orculo j pr-estabelecido, sendo a frmula mais fcil de aprendizado. Dando, desde a origem da pessoa at os procedimentos cotidianos, passa-se pelo diagnstico dos problemas que afetam a vida do consulente e pela prescrio dos sacrifcios de animais, caso sejam necessrios sua soluo. Usando, na maioria das vezes, a feitura de orixs, como recurso pela inexperincia de outros recursos. Possuindo um custo elevadssimo, totalmente fora dos recursos e padro de vida financeira dos brasileiros, sendo poucos que possuem condies de realiz-los.

Orixs, afinal o que so? E quais so as posies ocupadas pelas divindades (Status)?

Os Orixs (rss) so: Os que governam, sua discrio, a vida e o destino dos seres humanos. So caprichosos, amam e odeiam, beneficiam e castigam, curam ou perseguem com doenas, e se fazem respeitar e temer. Tm suas cores, os seus animais prediletos e suas comidas, os seus toques e as suas andanas, as suas insgnias e os seus cnticos, as suas preferncias e as suas antipatias e ai! daqueles que, devendo-lhes obedincia, os irritar! Embora sejam todos Orixs, h uma hierarquia poderosa e rgida em relao ao status posies ocupadas pelas Divindades, os mais poderosos entre eles so, como na frica: sl => Oxal (Brasil) => (ou Obtl / Oddw); bara; gn; Oy; Song; Sakpat ou Sakpon /Sapan, tambm chamados de Homul e Obaolay; sn (Oxum no Brasil); Ymonja (Yemanj no Brasil).

Superior = Deus. Olrun (Olrun) que, depois de ter criado o mundo, dividiu o cosmo e deu a cada rs (Orix) um domnio sobre o qual reinar. Obtl (deus criador do homem) / Oddw (deus criador, distribuidor da justia) => filhos de Olrun que, no Brasil, receberam o nome de Oxal (sl). bara => Aquele que, inicia ou termina / o que abre ou fecha. Sendo o plo oposto ao de sl. Sem bara, no se vai a lugar ou chega-se em algum objetivo almejado, pois sendo, o grande mensageiro entre os homens e as Divindades. Resumindo: Sem bara, no se faz nada ritualisticamente.

Intermedirios = Orixs com muitos elementos, constituindo-se o resultado dos extremos como, por exemplo: gn; Oy; Song; Sakpat ou Sakpon / Sapan; sn; Ymonja e sucessores.

Inferiores = (Culto aos Ancestrais). Egn ou Egngun, espritos, almas dos mortos que retornam a Terra, dependendo das cerimnias ritualsticas. Tanto pode ser da famlia, como antepassados da Religio Africana, e devem ser honrados. J o Bb Egn = So esprito reencarnado de uma Ancestral, que muitos chamam, somente, de Egn. Esse, at pode ser, o primeiro grau de algumas iniciaes, que podem variar de uma at sete cerimnias, mudando em cada delas a classificao do candidato. Exu = Em primeiro lugar, nunca foi de origem africana e sim, hebraico e de lngua palli (o que quer dizer: o inverso de Deus), pois, os negros-africanos os temem. E nem to pouco, como sendo, mensageiros entre deus e homens, como o Candombl o apregoa, so personagens muito controvertidos. O surgimento desta entidade veio com a formao de Umbanda, pertencendo, principalmente, a faco de Quimbanda, o Exu como sendo escravo direto de Caboclos e Pretos Velhos e, sendo sim, est entidade o verdadeiro mensageiro dos homens para Magia Negra, bem como, nos rituais praticados na religio primitiva Celta e outras.... Africanos, evitam Exus; porque, os temem, em vista disto, consta em seus orins e orks

(rezas) a presena da entidade Exu. E tendo como, umas das atribuies principais, os Orixs baras, com a obrigao de cuidar e de evitar os Exus. No como muita gente pensa, que bara um Exu, isso no verdade! Eles cuidam sim, dos Exus, para no perturbarem de modo geral o negro africano e seus Rituais. Assim como, o Orix Oy cuida dos Egns.

Observaes: A verdadeira Doutrina dos Cultos de Religio de Matriz Africanas, e o aprendizado da mesma, por um Feitor ou Feitora, tem que ser paralelo, como nem trilhos de trem, ou seja, deve aprender todos os rituais de Orixs, assim como, cultuar seus Antepassados (Ancestrais), caso contrrio, e nesses casos, os Feitores ou Feitoras, sempre, sero chamados de pernetas ou manetas! Como queiram....

Predominantes nos Cultos/Rituais Africanistas

Os aspectos predominantes nos Cultos/Rituais Africanistas so leitura de bzios; linguagem especfica; de uso junto s divindades e de costumes africanos ou de africanistas (Brasil). Outros rituais, e de faces umbandistas/quimbandistas, bem como, madames que colocam cartas, todos so embuste leitura de bzios, assim como, at africanistas pra-quedistas de cidade em cidade ou tenda em tenda cata de clientes. Os africanistas s podem ler seus bzios em seu Il (Casa) e perante aos seus Orixs, caso contrrio, duvidoso ou logro, tambm so chamados de embusteiros. Como tambm, so predominante e belo, as oferendas de frutas; flores; comidas de origem africanas e o respeitoso voto de sacralizao de animais aos Orixs, sendo uma obrigao milenar, oriundo primitivo africano. Vesturio de acordo com os Orixs (ornamentos, guias, cores, etc...), altar das Divindades; cerimnias pblicas para diversos fins, inclusive para apresentao dos futuros seguidores; diversos instrumentos musicais primitivos e especficos. Os Orixs, nos rituais e cultos africanistas, tm como predominante o seu grande repositrio, dominando mar; cu; terra; cachoeiras; rios e o homem, bem como, todas as foras csmicas do Universo. Tm suas preferncias pela natureza, roupagem simples, cor, flores, grutas, nascentes, animais, dias, instrumentos de guerra e musicais, melodias e ritmos. Em suas lendas, h tipos que se apresentam como figuras com caractersticas humanas como, por exemplo: Oy; Ymonja; sn; Nan; gn; Song e sl, significando, respectivamente, a mulher lutadora, a dona das guas do mar, a dos rios e cachoeiras, a mais velha, o guerreiro, como sendo o ministro da guerra, o julgador, justiceiro e tambm guerreiro e por fim o sbio experimentado.

Feitura - para no deixar dvidas para muitas pessoas, com relao feitura de Orixs pessoal. As pessoas, em sua maioria, s tm dois Orixs; mas, h possibilidade de at trs, a fim de equilibrar a personalidade e a individualidade, caso contrrio piada! Ou, outros interesses, como financeiros etc... O Orix de cabea (Olr) e o de frente / corpo (Eld ou Elm => Orix protetor pessoal). Mas no muito fcil compreender, devemos ir analisando vrios fatores, aps um estudo mais apurado e de confirmaes com outros Feitores, d-se melhores informaes sobre os Orixs de cada um (pessoal).

Umbanda

Pode-se dizer, hoje, como sendo, uma das religies dos brasileiros. Tomando o significado geral da religio dos negros do Rio de Janeiro e tambm como em outros Estados do Pas. a religio, dos cultos de ancestrais (Egns com luz), de caboclos, boiadeiros, pretos velhos, certas falanges de ciganos, marinheiros e crianas, bem como, de escravos e subordinados aos demais, j citados, so os exus e tambm a exu fmea (pomba-gira), destes nascendo a quimbanda, sendo esta, um dos caminhos, para to chamada de Magia-Negra brasileira. bom ressaltar, que este culto e ritual de quimbanda, nada tem haver com as doutrinas de cultos/rituais praticados pelos africanistas ou como chamados por muitos de afro-brasileiro. Uma das diferenas existente e bsica entre a Umbanda e com as demais, religies de matriz africana, encontra-se (diferena) na doutrina de uma e de outra, bem como, tambm na concepo sacral e na explicao da experincia de mediunidade. A Umbanda, no deixa de ser um culto como os africanos intitulam, para Bb Egn (Egns com luz => Guias [caboclos; pretos velhos, etc...]). J na tradio africana, o Orix (rs) que toma o corpo dos filhos de Orixs (omorss); ao passo que, a Umbanda, o esprito desencarnado de um ancestral ou antepassado que se manifesta no mdium. Possuindo um linguajar bem diferente e misturando vrias lnguas, ou seja, falam atravs da matria do mdium. Ao passo que, em alguns rituais de origens africanos, principalmente, no Candombl, o Orix no fala e nem canta, mas sussurra e grita; porque, no existe no Candombl (de forma geral) uma doutrina, assim como, de ensinamento do linguajar (idiomas) africano aos seus sacerdotes, e extensivo aos adeptos religiosos. bom, esclarecer, que no Batukj (batuque RS.), em seu incio, havia uma doutrina do linguajar africano, tanto de Nag, Anago e Bantu e, com o tempo foi se perdendo e agravou-se na dcada de 60, pela discriminao racial nos USA. Isto,

vindo a repercutir nos afro-descendentes, da poca e at os dias de hoje, no Rio Grande do Sul e, os mesmos, passaram obliterar o linguajar africano em troca da lngua oficial do Pas, em suas comunicaes dirias; mas, ainda existe, pouco verdade, no com a mesma intensidade do passado, nos cultos/rituais religioso. O linguajar africano, que aos poucos, estamos resgatando, principalmente, o idioma yorb. A Umbanda tradicional ou de antigamente baseava-se nos ensinamentos dos orixs, dos guias e protetores, cuja essncia era fornada pelo ABCDEF, como sendo a sigla representativa de amor; bondade; caridade; desprendimento; evoluo e f, tanto que seus rituais e trabalhos srios no tiravam o carter benevolente para com as pessoas. Hoje, como a Umbanda cruzada ou tambm chamada de popular, e com o desenvolvimento de Quimbanda em nosso Pas, devido, as facilidades e influncia de drogas e vcios existentes, a mesma, vem soterrando a prpria Umbanda e demais religies de matriz africanas em nosso Pas, na conquista de novos adeptos religiosos. A base dos aspectos predominantes de Umbanda tradicional em no Pas, so rituais de vrias origens; roupas simples e brancas; imagens de santos catlicos; pretos-velhos; caboclos e ndios; desenvolvimento de doutrinas umbandistas ao mdium, atravs de freqncia permanente e de acordo com sua capacidade mental e espiritual, atinge graus ascendentes; com o auxlio dos palmeados e de instrumentos simples e rsticos. Cultuando s vezes, alguns orixs de origem africana e instrumentos como tambores e outros, sendo esta, chamada de popular ou cruzada. O nome de Umbanda de Linha Branca dado quando somente h magia branca, ou seja, elevao espiritual e medinica, no se utilizando a Linha da Esquerda (Preta) que trabalha com exus, praticando o mal, praticados por pessoas ndoas e sem escrpulos e sendo escroques. Notificando, que vem nulificando a sublime, Umbanda tradicional. Desejo notificar; que ambas no tm nexo aos Cultos/Rituais Africanistas. Que a sociedade brasileira realiza sua judicatura envolvendo todas em uma s religio. de bom alvitre dizer que a Umbanda tradicional trabalha para a evoluo espiritual; mental e medinica dos vivos. No sculo XXI, existe a necessidades de elucidar e de externar ao ser humano as faces de escroques existentes em nosso meio, confundindo o leigo. Em breve, a tendncia de unir as faces religiosas que trabalham para o bem e a evoluo do homem.Temos que buscar na formao intelectual de cada pessoa e suas aptides, sendo importante, para feitura de futuros sacerdotes. J que a Umbanda no um culto, mas sim uma religio popular. Caso contrrio, ser um niilismo para as religies populares neste Pas. A principal finalidade de Umbanda seria o servio aos espritos humanos encarnados ou desencarnados, seja por meio da doutrinao ou do auxlio espiritual, se destacando nas dificuldades materiais e morais, alvio ou cura de doenas.

O Sincretismo

Com a dificuldade dos africanos cultuarem seus costumes religiosos na nova Terra, optaram por fazer uma aproximao dos santos catlicos aos Orixs, por eles, cultuados na frica-Negra. Tornando-se assim, mais compreensvel os usos e costumes dos escravos pelos seus patres e representantes da Igreja Catlica; mas, mesmo assim, com a perseguio e discriminao de muitos. Assim, os escravos, embora convertidos ao catolicismo (cristianismo), continuavam a praticar seus rituais, com muitas restries, em idiomas de origens de sua Nao - frica-Negra. bom que se diga; as relaes que os escravos faziam entre o Orix e o Santo Catlico eram interessantes e com muita esperteza, como por exemplo: Entre muitas, as comparaes feitas, entre gn e So Jorge; Xapan / Sakpat e So Lazaro / So Roque; sendo este Orix, o deus da varola e, o santo tem o corpo coberto de feridas. Observao: Na verdade, o sincretismo nos leva apenas a comparaes, havendo na converso dos negros-escravos-africanos e seguido at pouco tempo por alguns afro-descentes ao catolicismo uma grande iluso de catequese. Hoje, lutamos para desfazer esse sincretismo; mas, o leigo insiste em mant-lo! O sincretismo, criado na poca como fuga ou disfarce, para o negro-africano poder cultuar seus rituais religiosos de origem. Hoje, no existe mais a necessidade, embora, ainda exista a discriminao religiosa neste Pas, principalmente, em um Estado como nem o Rio Grande do Sul, sendo colonizado, em sua maioria por povos de origens europias. As religies de matriz africana tiveram no Brasil, em seu princpio e at os dias de hoje, existindo perseguies e discriminaes, embora, tenha um vasto campo de proliferao e sendo muito fcil, e como ainda sendo utilizado, por muitos, do sincretismo permanente. Embora, no exista mais essa necessidade. Assim, iremos encontrar no Pas:

Candombl = Nome falso das origens dos negros-africanos, sendo de origem espanhola (Argentina / Uruguai). Se fosse o nome africano, seria ento kandombe do idioma Bantu, dialeto Kimbundo => (costume dos pretos) dana sem fins religiosos na frica-Negra. A prova do que o sincretismo est no prprio Candombl, s notarmos as Confrarias religiosas na Bahia. Aos leigos ou desinformados, o Candombl se diz o nncio das verdadeiras religies de matriz africana, esto nefando.

Bbsu = No Par e Piau, tendo fluncia da Casa Grande das Minas (Jje).

Tambor = Chamado de Tambor de Mina ou de Nag. Culto de ritual daomeano principalmente no Estado do Maranho.

Xang = Nome usado por leigos para designar os cultos de matriz africana em Recife e nas Alagoas.

Macumba = Nome dos Cultos afro-brasileiros, do Estado do Rio de Janeiro.

Catimb = Nome dos Cultos relacionado pajelana, com vrias procedncias. Muito comum no Nordeste Brasileiro.

Batukj = Nome original do idioma Bantu, dialeto Kimbundo. Passando a chamar-se; genericamente, ou de forma geral de Batuque no Estado do Rio Grande do Sul. Sendo este o Estado, um dos ltimos a introduzir os servios de escravos negros. E, em princpio, a maioria de escravos-negros de origem, de povos, sudaneses e depois os pstero escravos-negros, os de origem de povos Bantu, os quais, deram o nome dos Cultos e Rituais Religiosos de Matriz Africana no Rio Grande do Sul. Possuindo hoje, em nosso Pas, os rituais mais semelhantes e tradicionais existentes da frica-Me. Mas, tambm existe, entre muitos, Africanistas o sincretismo, devido, h vrias influncias, perseguies e discriminaes.

O SAGRADO NAS CULTURAS INDGENASPor Benedito Prezia[1] Resumo Este estudo mostra a dimenso religiosa dos indgenas do Brasil, nas suas mais diversas etnias, privilegiando os povos Tupi e Guarani, pois foram eles os que mais marcaram as prticas religiosas populares do povo brasileiro. Tenta mostrar tambm o desafio para os cristos em conhecer essa dimenso nas populaes indgenas, em vista do dilogo inter-religioso e da prtica macro-ecumnica, to urgente para as Igrejas crists. H cinco sculos enfrentamos a evangelizao no Brasil. Dentro desses sculos, s vimos a dominao, a explorao e o extermnio do nosso povo e a perda da nossa identidade cultural indgena. Para ns, a Boa Nova j existe dentro das nossas convivncias.

Esse brado, em defesa da cultura e religiosidade indgenas, foi lanado pela delegao de povos nativos, presente ao V Congresso Missionrio Latino-americano, COMLA-5, em Belo Horizonte, em julho de 1995. [2] tambm um desafio lanado s Igrejas crists, que muito pouco conhecem e respeitam essas expresses religiosas. Durante muito tempo falou-se em ndio, como se fosse uma categoria nica, biolgica, sem levar em conta a realidade cultural. Esse conceito foi uma criao colonial, baseada num erro histrico, j que navegantes espanhis, ao chegar nas Antilhas, acreditavam ter chegado nas ndias. Na realidade o que existe uma variedade enorme de povos com histria e culturas diferentes, vivendo nesse continente h mais de 20 mil anos. Ao longo da histria do Brasil, os indgenas, isto , os nativos, sempre foram definidos pela negao: no tm escrita, no tm religio pois no tm templos nem dolos , como dizia um jesuta na poca colonial , no tm lei, no tm governo e no tm histria. O que antes era visto como ausncia ou limitao, v-se que simplesmente uma maneira diversa de ser. No so piores e nem melhores do que ns. So simplesmente diferentes. Apesar da diversidade cultural, nesse texto vamos abordar as caractersticas religiosas que lhes so comuns ou encontradas em muitos povos do Brasil, privilegiando de certa forma os povos Tupinamb e Guarani, que foram os que mais marcaram nossa cultura brasileira e nossa religiosidade popular, por terem sido os povos com os quais convivemos por mais tempo. 1. O PROFUNDO SENTIDO DE DEUS A idia de Deus perpassa todas as religies indgenas. Muitos desses povos tm a noo de um Deus criador, mas de um Deus que cria e, em seguida, se afasta, intervindo no mundo atravs de entidades espirituais ou heris civilizadores, isto , humanos com grandes poderes. Outras vezes esse heri tambm o ancestral de um povo. Para os Tupinamb, povo que ocupou grandes reas da costa brasileira, Deus criador era chamado de Mon, que significa o ancio. Criou o cu, a terra, os homens e tudo o que existe. Devido maldade dos homens destruiu essa primeira terra pelo fogo. Houve apenas um sobrevivente, Mara Mona, que pediu que a restaurasse. Uma grande chuva apagou o incndio, surgindo a uma nova terra. Um conflito entre dois irmos Tamoindar e Arikut, descendentes de Mara-Mon , desencadeou uma nova catstrofe, um dilvio, que destruiu novamente a terra. Salvaram-se apenas esses dois irmos, com suas esposas, porque conseguiram subir em cima de uma palmeira e de um jenipapeiro. De Tamoindar descendem os Taupinamb e de Arikut, descendem os Temimin e isso explica porque at hoje so inimigos.[3]

Os Guarani chamam a Deus pelo nome de Nhanderu, o nosso primeiro pai. Foi ele quem dispersou as trevas primordiais com a luz de sua sabedoria.[4] Criou o mundo, colocando-o sobre duas traves cruzadas, que por sua vez so apoiadas sobre quatro palmeiras. No dia em que essas palmeiras desabarem, ser o fim do mundo material.[5] O presente mundo apenas uma cpia ou sombra do verdadeiro mundo, que fica no Alm. Por isso todo empenho dos Guarani alcanar o Yvy mar ei, a Terra sem Mal, onde as pessoas no envelhecem, onde no preciso trabalhar, onde a caa j vem aos ps do caador e onde no h sofrimento e nem morte. [6] Muitas outras sociedades indgenas no possuem a idia de um Deus criador, como o caso do povo Xavante e dos povos de lngua j. Seus mitos de origem comeam com um mundo j criado, havendo demiurgos que vo amparar e proteger os humanos.[7] Entre outros povos h um mundo povoado por diferentes categorias de seres, com poderes muito diferenciados, que trazem benefcios e malefcios aos humanos.[8] 2. O SAGRADO E O PROFANO No universo indgena no h separao entre o sagrado e o profano. Tudo sagrado: a natureza, a vida e a morte. A doena no vista como algo fsico, corpreo, mas conseqncia de um malefcio espiritual praticado por algum. o que chamamos de feitio e que pode ser controlado pelo paj. O feitio existiu em todos os povos da antiguidade e ainda existe em muitas culturas. Entre os Guarani chamado de moh vai.[9] Pode ser provocado por diversas maneiras como restos de comida, objetos pessoais ou elementos ou adornos do corpo, como um fio de cabelo ou uma pea de roupa. H casos em que a ltima pessoa que tenha visitado um doente e este venha a falecer, possa ser acusada de provocar aquela morte. Para combater o feitio h rezas fortes, que entre os Guarani so chamadas de nheengara.[10] Quando um paj no consegue tirar um feitio ou evitar a morte de algum, considerado incompetente, podendo mesmo ser responsabilizado por aquela morte. Nesse caso ele precisa mudar de aldeia para no ser perseguido ou desmoralizado ou at morto. Essa unio entre o sagrado e o profano faz com que todas as aes precisam ser iniciadas com uma orao ou um sinal religioso. Por isso o Guarani reza antes de entrar na mata para caar; reza para pedir a bno dos gros, que sero plantados; reza para abenoar a erva mate, usada no chimarro; reza antes de viajar, reza antes de fazer uma fala, pedindo que Deus o inspire para dizer apenas as coisas boas; reza enfim sempre e em todo lugar. Para os Guarani no havia canto profano. Todo canto era sagrado, fruto de uma inspirao divina, recebido geralmente atravs do sonho.[11] Hoje, com a comercializao da cultura, comearam a fazer cantos profanos, como os gravados em CDs para serem comercializados, no sem protestos dos mais velhos. O brasileiro deve ter herdado dos indgenas esse hbito de colocar o nome de Deus e de Jesus em muitos locais, ditos profanos, como na frente ou no pra-choque do caminho, em muros e out-door. No de se admirar que aps uma vitria numa partida internacional de futebol, vamos presenciar jogadores brasileiros, de joelhos, de mos dadas, rezarem o pai-nosso. Ou dizer com muita freqncia se Deus quiser, embora

seja tambm uma recomendao do Alcoro, trazida por nossos antepassados portugueses. [12] 3. A NATUREZA COMO LUGAR SAGRADO Nas sociedades tradicionais a natureza sempre vista com o olhar religioso. Os quchuas do Peru chamam a terra de me pacha mama. Os povos indgenas da Amrica do Norte tambm tiveram essa percepo. Muito conhecida e antolgica a carta que o cacique Seatle enviou ao presidente dos Estados Unidos, explicando porque se recusava a vender parte de suas terras: Cada pedao dessa terra sagrado para o meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia nas praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir so sagrados na memria de meu povo. Somos parte dessa terra e ela faz parte de ns. As flores perfumadas so nossas irms; o cervo, o cavalo, a grande guia so nossos irmos. Os picos rochosos, os sulcos midos nas campinas, os potros com seu corpo quente e o homem, enfim todos pertencem mesma famlia.Essa gua brilhante que corre pelos riachos e rios no apenas gua, mas o sangue de nossos antepassados. O murmrio das guas a voz de nossos ancestrais. Os rios so nossos irmos e saciam nossa sede.[13] Entre os povos indgena do Brasil h tambm esse respeito terra, no s como cho sagrado, que alimenta e d vida, mas tambm como morada dos espritos. Davi Kopenawa, do povo Yanomami, afirma que dentro das serras moram os Xapori, Hekura, os espritos da natureza. E entre as serras tm os caminhos dos Xapori. Ningum v, s paj conhce essa ligaes. As serras so lugares sagrados, lugares onde nasceram os pirmeiros Yanomami, onde suas cinzas foram enterradas. Nossos velhos deixaram que as serras sejam respeitadas, no queremos que sejam destrudas. Queremos que estes lugares sejam preservados para no acabar com nossa histria e com nossos espritos.[14] Por considerarem os rios igualmente morada dos espritos, evitam urinar em suas guas. Muitas so as entidades que protegem a mata e os animais, sendo chamados de donos da mata, como o Curupira, ou donos dos animais. Cada espcie tem uma entidade protetora. Estes so os guardies, que punem os que faltam de respeito natureza e os caadores que matam fmeas com filhotes ou que caam simplesmente por prazer. Essa relao de amizade quase humana com os elementos da natureza encontramos entre o povo Mynky, que vive no oeste do Mato Grosso. Elizabeth Rondon Amarante, que vive com eles h mais de 20 anos, deixou-nos esse belo relato: Wajakuxi parece no ter pressa. Acerta uma machadada e pra. Alisa o tronco, contempla l em cima a copa da rvore e fala sozinho. Sozinho no: conversa com a rvore, e como que pede perdo de a estar matando. Mais dois golpes e torna a acariciar e torna a contemplar e torna a conversar. Sua atitude se explica: a mata sua morada e cada rvore tornou-se para ele um ser amigo. Derruba-se por necessidade, porque o plantio da roa subsistncia do povo.[15] E continua a descrever esse povo:

O Mynky um povo caador.() Caar seu trabalho, sua misso de marido e de pai. Caar sempre um prazer, uma festa e muitas vezes um ritual. () Ele dono desse universo, o dono que se serve da natureza, mas no depreda; o dono que mata o animal, mas no esperdia; o dono que derruba a rvore, mas no devasta a floresta.[16] E como diz Viveiros de Castro, ao contrrio de povos de outros continentes, os povos indgenas americanos apresentam religies muito prximas da natureza e muito austeras, do ponto de vista material. So muito mais religies da palavra, da experincia onrica [do sonho], do transe. Nesse sentido so muito mais msticas e muito menos materialistas.[17] 4. CULTURA DA PARTILHA E DO ACOLHIMENTO A generosidade a marca da cultura indgena. Para esses povos no h propriedade particular. O que de um de todos. Os europeus, ao chegarem aqui, ficaram surpresos com essa realidade. Hans Staden, alemo que viveu vrios meses entre os Tupinamb como prisioneiro, na metade do sculo 16, assim os descreveu: No existe entre eles propriedade particular, nem conhecem dinheiro. Seu tesouro so penas de pssaros. Quem as tem, rico e quem tem cristais para [enfeitar] os lbios, dos mais ricos. [18] No havia e, ainda no h na maior parte das aldeias, diferena social, isto , pobres e ricos. A disparidade social existente no mundo ocidental muito chocou os Tupinamb, que estiveram na Frana, no incio do sculo 17, e que serviu de reflexo filosfica para o pensador francs Montaigne: Observaram que h entre ns gente bem alimentada, gozando as comodidades da vida, enquanto metades [uma grande parte] de homens emagrecidos, esfaimados, miserveis mendigam s portas dos outros. [19] Para evitar acumulao da propriedade, certos povos criaram rituais que realizam a redistribuio dos bens, acumulados ao logo do tempo, como ocorre ainda hoje entre os Tapirap do Mato Grosso. o rito do kaawin-, realizado a cada dois ou trs anos. Prepara-se uma grande quantidade de cauim, sendo que parte levada numa cuia para que os adultos que vo participar possam tomar um pouco dele. Ao provar a bebida, a pessoa cospe um pouco no cho, mostrando que aceita participar desse ritual. Nesse momento as pessoas que acompanham o grupo cerimonial tm o direito de pegar o que desejarem da casa daquela pessoa. H ao mesmo tempo desprendimento e audcia, que podem causar admirao e medo comenta Ir. Odila, que vive h anos com eles.[20] Em pouco tempo cama, colcho, cadeira, fogo a gs, pasta de urucum, arara, galinha, tudo muda de proprietrio em apenas uma manh,[21] num grande movimento redistributivo. Entre os Bororo os bens da pessoa desaparecem no momento da morte. Um dos elementos do ritual consiste em queimar os pertences do morto, destruindo assim a idia de herana. O que se transmite so os valores morais e espirituais.[22] Entre outros povos esse processo feito de forma mais espontnea e em algumas comunidades praticamente no existe a noo de propriedade particular, tudo podendo ser de todos. Um outro aspecto o acolhimento. Nessas comunidades a famlia no restrita apenas ao pai e me, como em nossa sociedade, mas formada pela famlia extensa, que

inclui os avs, os tios maternos e paternos. Se faltar um dos membros do casal o pai ou a me, devido morte ou separao , a criana no fica desamparada, pois acolhida por outra pessoa da famlia, como o tio ou o av. Isso explica porque nas comunidades indgenas no existe criana abandonada ou menor carente.[23] 5. UM CULTO FESTIVO Ao contrrio de nossa cultura ocidental, onde a orao geralmente um ato pessoal e muitas vezes silencioso, nas culturas indgenas o culto feito de forma coletiva, com cantos e danas. A dana sempre ritual e religiosa. Certa vez, na aldeia Tapirap, um indgena ao ver uma das Irms de Foucauld, que vivia entre eles, rezando na capela, sozinha e de cabea baixa, perguntou mais tarde porque ela estava triste. Assim os rituais so sempre festivos, e celebrando com abundncia de comida e bebida. Como diz o antroplogo padre Bartomeu Meli, a festa guarani pode ser considerada como um sacramento, segundo o qual os produtos materiais que sero consumidos so benzidos e rezados no canto-dana religioso.[24] E continua comentando: A festa guarani no apenas um cerimonial, mas a metfora concreta de uma economia de reciprocidade vivida religiosamente.[25] Por isso pode-se medir a vitalidade de uma aldeia pela freqncia de suas festas. A falta de festa, de celebraes, sinal de que a comunidade est em crise, ou por falta de rezadores e lderes, por desestruturao ou por falta de comida. Mesmo quando o ritual mais triste, como na festa do Kiki ritual fnebre dos Kaingang de Santa Catarina , termina sempre com uma grande celebrao, com muita bebida e dana ao redor das fogueiras. Esse trao festivo encontra-se no catolicismo popular, onde as comemoraes religiosas so marcadamente festas profanas, sendo que algumas delas entraram para o folclore brasileiro, como as festas juninas. Nelas vamos encontrar fortes traos no s da festa do milho, tradicional nas culturas tupi e guarani, como tambm na festa kaingang do Kiki, onde h a fogueira e a bebida quente. [26] No sem razo Jos Honrio Rodrigues escreveu, ao comentar sobre a cultura brasileira no incio do sculo 19, que a religio perdeu, entre ns, o ar sinistro das prticas peninsulares, e ganhou alegria, adaptando-se ao povo, s populaes mestias, amigas do batuque, do foguetrio, dos repiques de sinos e alheias s sutilezas do dogma.[27] E isso se deve muito s influncias culturais indgenas e africanas. 6. POVOS TOLERANTES E SEM PROSELITISMO Os indgenas so povos de religies sem dogmas. O importante para eles no um cdigo escrito e imutvel, mas as tradies orais baseadas em mitos e nas falas dos mais velhos. As referncias mais importantes so a tradio do grupo tnico e a inspirao divina, que vo orientar a conduta pessoal e comunitria. Os povos indgenas so tolerante, agregantes e no missionrios. Esse trao vamos encontrar, sobretudo, na umbanda a mais brasileira das religies , justamente por esse carter sincrtico, onde encontramos elementos catlicos, africanos, indgenas, sertanejos e espritas.

Essa caracterstica encontra-se tambm na religio popular brasileira, no s entre os catlicos, que so bastante sincrticos na sua prtica religiosa, como tambm entre os pentecostais. Seguramente essa uma das explicaes para a proliferao de Igrejas pentecostais, marcadas por uma religiosidade festiva e emocional, centrada no milagre, no exorcismo e na garantia da salvao. A rigidez dogmtica de algumas Igrejas protestantes foi compensada no pentecostalismo pela possibilidade de se criar novas Igrejas, surgidas a partir da viso particular do pastor, que encarna bem a figura do paj indgena. a concretizao de uma espcie de Igreja domstica, com um culto familiar.[28] Uma coisa que diferencia a tradio indgena das igrejas evanglicas o extremado proselitismo dessas ltimas, que contrasta com o profundo respeito que o indgena tem pela opo individual de cada um. Para os indgenas a noo de salvao que para eles alcanar a Outra Terra, a Terra sem Mal est muito mais ligada pertena da pessoa quele determinado grupo tnico e ao cumprimento de suas normas, do que adeso uma doutrina ou uma perfeio pessoal, como no caso de vrias religies ocidentais. 7. O PAJ E O XAMANISMO O paj, nome de origem tupi, o mesmo que xam, termo usado na antropologia, originrio de uma lngua siberiana. Ele o intermediador entre o mundo material, em que vivemos e o mundo espiritual dos espritos. Exerce no s a funo de sacerdote como tambm a de mdico. Alm de ter o segredo das plantas, vai atuar nas causas das doenas, descobrindo as foras espirituais que a desencadearam. Durante muito tempo o xam foi visto como uma pessoa ligada a cultos primitivos, arcaicos e que seriam abandonados medida que as pessoas tivessem acesso s culturas superiores. Tal situao no ocorreu, pois o xamanismo tem se desenvolvido muito nos pases de alta tecnologia, onde as pessoas esto buscando nas religies ligadas natureza respostas aos problemas da vida moderna. No xamanismo indgena, o paj no uma funo hereditria e nem fruto de uma opo pessoal, embora entre alguns povos da Amaznia, como os Arawet, do Par, todos so potencialmente pajs.[29] Mas na maioria dos povos indgenas, a pessoa escolhida por entidades espirituais, manifestadas, sobretudo, por sonhos ou pela capacidade de previses futuras. Entre os Pankararu, de Pernambuco, esse sinal dada por uma semente que aparece pessoa, dizendo que ela poder assumir a funo de praia, quando a pessoa, vestida com roupa ritual participa de determinadas danas religiosas. Uma vez escolhida, caso a aceite, essa pessoa passa por um perodo de preparao com outros pajs, para aprender rituais e o contato com os espritos.[30] Basicamente compete ao paj curar as pessoas, predizer o futuro, expulsar espritos maus, comunicar-se com os espritos e compor cantos.

O transe na pajelana pode ocorrer com a ingesto de substncias alucingenas. O tabaco, usado no cachimbo importante elemento do ritual e serve para a cura e como purificador do ambiente, como ocorre com os Guarani Mby. Nessa interpenetrao entre os vrios mundos, muitas vezes o paj pode assumir a figura de um animal, como relata Orlando Villas Boas no citado livro[31], o que facilita seu contato com o mundo espiritual. Pelo poder que tm, os pajs so temidos e respeitados. Como escreveu Frei Claude dAbbeville, no sculo 17, os ndios entretanto apreciam os pajs; tratam-nos bem em qualquer lugar que se encontrem. So honrosamente mencionados em seus cantos e bem acolhidos nas danas e cauinagem [festas com cauim] e em todas as cerimnias, pois todos acreditam que as coisas correm bem quando so amigos dos pajs e, ao contrrio, muito mal, se no os agradam.[32] No sem razo Gunter Kroemer afirma que os povos indgenas resgataram o aspecto coletivo da magia, que nosso mundo racionalista havia perdido, vindo da o grande interesse atual pelo xamanismo. [33] Interferindo no mundo material, sobretudo na natureza, podemos dizer que o xamanismo possui tambm um papel social e ecolgico, influenciando a comunidade na preservao da natureza, como observa o citado autor.[34] Alm dos pajs-auxiliares, em algumas culturas as mulheres poder exercer essa funo, tendo persistido essa figura em nossas benzedeiras. Entre os povos tupis havia tambm o paj andarilho, chamado karaba, espcie de missionrio ambulante, que circulava pelas vrias aldeias, exortando e fazendo curas.[35] Esse trao do paj ambulante permaneceu, sobretudo no Nordeste, na figura dos beatos, que atravs de uma vida penitente e pobre, que vo de povoado em povoado reconstruindo oratrios, recitando o tero e ladainhas e at aglutinando pessoas, em volta de si, num projeto de vida comunitria, como foi o caso do Beato Loureno, do Caldeiro, no Cear, na poca do pe. Ccero,[36] ou os lderes poltico-comunitrios, como Antnio Conselheiro, na Bahia, ou o beato Joo Maria, em Santa Catarina, no comeo do sculo passado.[37] 8. AS ALMAS E A VIDA DEPOIS DA MORTE O mundo espiritual muito presente entre os povos indgenas, pois marcado pela busca de uma terra boa, um mundo onde no haver sofrimento e nem morte. Os povos tupis, em geral, e os Guarani, em particular, acreditam em trs almas: a espiritual, responsvel pelas boas inclinaes; a animal, da qual derivam o temperamento e as ms inclinaes; e a sombra.[38] Quando a pessoa morre, a alma espiritual inicia a caminhada para a Terra sem Mal, enquanto a alma material fica vagando perto da aldeia ou no cemitrio, onde foi enterrada, at que o corpo se decomponha. Por isso muitos Guarani evitam passar por esses lugares.

A morte violenta ou acidental uma situao difcil para muitos desses povos, pois uma situao em que no houve tempo para o falecido se preparar. Por isso sua alma pode interferir negativamente junto comunidade. Isso tambm se v na cultura brasileira, onde o local, onde algum morreu de forma violenta ou num acidente, marcado com uma cruz. O culto das almas, que tm tanto espao na religio popular, encontra a uma de suas razes. O sonho o momento em que a alma sai do corpo, indo para o Alm, podendo entrar em contato com outras pessoas e outros lugares. A doena a sada temporria da alma, sendo que a morte a sada definitiva. A busca do paraso, chamado de Terra de Mara ou Terra sem Mal, foi sempre muito forte entre os povos Tupi, levando-os a constantes migraes, sobretudo em pocas de crise social. Alguns o situam a Oeste, depois das altas montanhas (os Andes), o que levou um grande grupo Tupi a migrar para o altiplano peruano, tendo alguns sobreviventes dessa longa peregrinao chegado cidade de Quito, no Equador, no final do sculo 16. [39] Mais comumente situado a Leste, depois das grandes guas, isto , depois do oceano. Por isso os europeus, ao chegarem aqui, foram considerados pessoas divinas, vindas desse mundo, recebendo nomes religiosos, como foi o caso dos franceses, chamados de Mara, e dos portugueses, de Karaba. Alguns indgenas aceitavam de bom grado embarcar para a Europa, acreditando estar indo para essa terra, como se l em relatos do sculo 16.[40] A presena Tupi em todo o litoral sudeste e nordeste, a partir do sculo 10, e a vinda dos Guarani em pocas recentes, mostram que essa localizao era muito presente. Era uma terra de felicidades e de fartura e onde no havia sofrimento ou doena. O mantimento h de crescer por si, sem serem plantados, relata Anchieta, e as caas do mato se lhe ho de vir a meter em casa. [41] E conclui o missionrio: As velhas se ho de tornar moas e para isso fazem lavatrios de algumas ervas com que [se] lavam. Para eles a vida presente era imperfeita e, de certa forma, m. Por isso todo o esforo do ser humano devia ser em alcanar a outra terra, a morada de Mara. Os pajs seriam os nicos a entrar em vida. Segundo os Tupinamb, para l vo apenas as almas dos valentes e das mulheres que demonstrassem bravura na guerra ou que tivessem ajudado seus maridos nos rituais de morte. Os medrosos, que no lutaram para defender sua terra e os efeminados no poderiam entrar. [42] Seguramente essa idia de paraso esteja na raiz de muitos movimentos messinicos nos Brasil, como o de Antnio Conselheiro, na Bahia, o do Contestado, em Santa Catarina[43] e no movimento pouco conhecido, ocorrido em Catul, no nordeste de Minas Gerais.[44] A idia de uma terra boa no Alm domina tambm a religiosidade popular brasileira, haja vista a quantidade de igrejas evanglicas que prometem a salvao imediata para seus adeptos, chegando muitas anunciar a volta prxima de Cristo, numa viso

milenarislista. CONCLUSO Podemos concluir esse breve estudo mostrando que esses ideais religiosos indgenas podero inspirar os sonhos de um mundo mais humano e mais cristo, dando-nos esperana e despertando utopias. E com Dom Pedro Casaldliga, dizemos: Vs sois nossa causa perdida salvadora! Vs sois a necessria e urgente Utopia! A nova inevitvel Esperana de todo um continente Rogai por nossas vidas sem arco e sem estrelas! No fcil definir o sistema religioso dos indgenas do Brasil, primeiro porque se trata de vrios povos, com culturas diversas, segundo porque, devido grande movimentao destes povos pelo vasto territrio brasileiro, os seus costumes e, portanto, tambm a sua religio sofreram contnuas e profundas modificaes atravs do tempo. Os antroplogos admitem em geral que se trata de povos de origem monglica (mongis siberianos), que teriam atravessado do estreito de Behring, povoando o continente americano desde o Canad at a Terra do Fogo. possvel que algumas levas de semitas, talvez de fencios, tenham navegado at o Mxico, e mesmo que povos da Melansia tenham abordado a costa do Pacfico, penetrando no interior da Amrica do Sul. Mas trata-se de hipteses sem fundamento consistente, e, em todo o caso, no foram to importantes que alterassem de mod