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A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA Renata de Oliveira da Silva Email:[email protected] (autora) Prof.Esp.Edson Louro (orientador) RESUMO Compreender a Gestão Educacional é uma ação prática efetivada constantemente pelo diretor, pedagogo, professores, apoio administrativos e auxiliares de serviços gerais. Com isso, a equipe de colaboradores que trabalham no espaço escolar tem o objetivo de contribuir para uma gestão socializadora e integrada. O gestor é um líder de equipe que executa ações pedagógicas e juntamente com o pedagogo e com o corpo docente do espaço escolar. Sendo assim, o diretor em sua ação cotidiana é considerado como o facilitador e coordenador de funções a serem distribuídas aos seus colaboradores, sempre visando o treinamento e o planejamento antes mesmo de uma ação a serem executadas. Em virtude disso, o gestor do âmbito escolar exerce seu cargo com harmonia e determinação em sua prática pedagógica cotidiana. Onde o relacionamento entre os profissionais o meio educativo é de grande ênfase, pois gestão se faz no relacionamento participativo e coletivo no espaço educacional. Palavras-chave: Liderança, Coordenação, Cooperação. INTRODUÇÃO

Renata Finalizado

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Gestao Escolar

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A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA

Renata de Oliveira da SilvaEmail:[email protected]

(autora)Prof.Esp.Edson Louro

(orientador)

RESUMO

Compreender a Gestão Educacional é uma ação prática efetivada constantemente pelo diretor, pedagogo, professores, apoio administrativos e auxiliares de serviços gerais. Com isso, a equipe de colaboradores que trabalham no espaço escolar tem o objetivo de contribuir para uma gestão socializadora e integrada. O gestor é um líder de equipe que executa ações pedagógicas e juntamente com o pedagogo e com o corpo docente do espaço escolar. Sendo assim, o diretor em sua ação cotidiana é considerado como o facilitador e coordenador de funções a serem distribuídas aos seus colaboradores, sempre visando o treinamento e o planejamento antes mesmo de uma ação a serem executadas. Em virtude disso, o gestor do âmbito escolar exerce seu cargo com harmonia e determinação em sua prática pedagógica cotidiana. Onde o relacionamento entre os profissionais o meio educativo é de grande ênfase, pois gestão se faz no relacionamento participativo e coletivo no espaço educacional.

Palavras-chave: Liderança, Coordenação, Cooperação.

INTRODUÇÃO

Page 2: Renata Finalizado

É importante entendermos que a Gestão democrática para a Escola

Pública é relevante e precisa ser exaustivamente objeto de análises,

discussões e estudos. Um Gestão Democrática da Escola Pública contará

necessariamente com a compreensão da administração escolar como atividade

para atingir a reunião de esforços para implementar uma educação de

qualidade.

Sendo o diretor da escola e sua equipe são os cooperadores na função

desempenhada. Quando os funcionários executam o trabalho em harmonia a

gestão escolar é um momento de decisão, onde as tarefas de cada pessoa são

atributos correspondentes ao cargo exigido. O líder no âmbito educacional tem

o objetivo de direcionar e coordenar todo o trabalho pedagógico realizado na

instituição, garantindo aos discentes uma ótima aprendizagem.

Para isso se faz necessário o entendimento e aceitação do princípio de

que a educação é um processo de emancipação humana. Compreender que o

Plano Político Pedagógico (PPP) deve ser elaborado através de construção de

todos os agentes envolvidos no processo de ensino aprendizagem.

O Projeto Político Pedagógico é considerado como a Identidade da

escola, pois neste documento estão prescritas todas as atribuições do

funcionamento do espaço escolar, desde as atribuições do gestor até mesmo

as funções de cada profissional desempenhada no relacionamento

participativo/coletivo. O funcionamento da escola, as atividades culturais no

decorrer do ano letivo seguido pelo calendário pedagógico e os currículos e os

programas são indispensáveis no PPP, sendo que um ano após o outro o

gestor escolar juntamente com a equipe pedagógica tem que atualizar o plano

pedagógico, ou seja, sempre haverá mudanças nos números de alunos,

colaboradores e algumas vigências a serem adaptados pela secretaria de

educação.

É possível dizer que o PPP é “espinha dorsal da instituição educativa”,

em seu eixo precisam estar atrelados muitos elementos, entre eles: equipe

gestora, docentes, comunidade, assistentes e demais atores envolvidos no

processo educacional. Todos trabalhando sabendo onde estão e aonde

pretendem chegar.

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E não se esquecer da importância da formação e do fortalecimento do

Conselho Escolar.

A gestão democrática da Escola Pública está atrelada a dispositivos

legais, institucionais, e administração de atitudes que recomendem uma

intensa participação social. Essa participação acontecerá no planejamento e

elaboração de políticas educacionais, na tomada de decisões, na escolha do

uso de recursos e prioridades, na execução das resoluções que devem ser

colegiadas, nos períodos de avaliação da escola e da política educacional.

Com isso, o gestor tem em sua ação é considerado como um líder que

executa seu plano de ação pedagógico em conjunto com os profissionais da

equipe de trabalho. O lema primordial da gestão é visar uma excelente

aprendizagem para os discentes, onde o facilitador da aprendizagem é o

profissional habilitado que irá planejar suas aulas sendo criativas não só a

teoria, mas sim, um envolvimento coletivo de alunos quando o assunto está

sendo ministrado despertando curiosidades e sanando dúvidas.

O estudo aqui proposto considera que as atitudes, os conhecimentos, o

desenvolvimento de habilidades e competências na formação do gestor são a

chave para da educação são tão importantes quanto à prática de ensino em

sala de aula. No entanto, de nada valem estes atributos se o gestor não se

preocupar com o processo de ensino/aprendizagem na sua escola. Em virtude

disso, o gestor do espaço escolar no cargo exigido é de suma importância

frente à educação, dando ênfase a missão e aos valores que a instituição

executa seu plano de ação no decorrer das tarefas executadas.

1. A GESTÃO DEMOCRATICA

A gestão democrática abrange a dimensão pedagógica, administrativa

e financeira. Implica a socialização dos problemas e sucessos que ocorreu na

escola atenuando o individualismo, a exploração e a opressão, ou seja, o

repensar da estrutura escolar consolidando a participação crítica de todos nas

decisões que precisam ser tomadas.

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Inicialmente é preciso compreender como está estruturada a Gestão

Democrática. Durante a busca pelo conceito nos deparamos com várias

questões relevantes. Os conselhos escolares e os mecanismos integrantes da

gestão democrática.

1.1 Conselhos Escolares

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Sobre Conselhos Escolares na gestão democrática da educação pública,

vamos iniciar lembrando como surgiram os conselhos, qual o seu significado e

qual papel que desempenharam ao longo da história da educação brasileira.

Vamos refletir sobre os conceitos básicos dos diferentes tipos de

conselhos na gestão da educação. Distinguimos os conselhos na gestão dos

sistemas de ensino e os conselhos na gestão das instituições educacionais.

E, por fim, tratamos Conselhos Escolares como uma estratégia para a

efetivação do princípio constitucional da gestão democrática da educação

pública.

Assim, esta primeira parte tem como objetivos:

- Oferecer uma fundamentação teórica sobre os conselhos na gestão da

educação, origens e bases históricas, mostrando a evolução de sua concepção

ao longo do tempo;

- Mostrar as diferenças entre conselhos de sistemas de educação e

conselhos de escolas;

- Coordenar, em parceria com o conselho escolar, o processo de estudo

este regimento e da elaboração e divulgação das normas de convivência junto

na comunidade escolar;

- Distinguir a natureza própria dos Conselhos Escolares e das

instituições complementares à escola, como associações de pais e mestres,

caixa escolar e outros mecanismos de apoio à gestão da escola;

- Refletir sobre o significado do princípio constitucional da gestão

democrática da educação pública.

Com esses objetivos, vamos, então, explicitar os diferentes conceitos e

naturezas as diferentes formas de colegiados na gestão da educação no Brasil,

tanto no âmbito dos sistemas de ensino, quanto das instituições educacionais.

A origem e a natureza dos conselhos é muito diversificada. As

instituições sociais, em geral, são fruto de longa construção histórica. A origem

dos conselhos se perde no tempo e se confunde com a história da política e da

democracia.

A institucionalização da vida humana gregária, desde seus primórdios,

foi sendo estabelecida por meio de mecanismos de deliberação coletiva como

informa o MEC em Conselhos Escolares: Uma estratégia de Gestão

Democrática na Escola Pública, 2004:

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“Os registros históricos indicam que já existiam, há quase três milênios, no povo hebreu, nos clãs visigodos e nas cidades-Estado do mundo greco-romano, conselhos como formas primitivas e originais de gestão dos grupos sociais. A Bíblia registra que a prudência aconselhara Moisés a reunir 70 .anciãos ou sábios para ajudá-lo no governo de seu povo, dando origem ao Sinédrio, o Conselho de Anciãos do povo hebreu.”

Estabelecida à questão histórica do surgimento dos conselhos e

constatada sua valiosa contribuição durante a evolução histórica dos processos

educacionais é importante entender a definição de conselho escolar.

É por meio do Conselho Escolar que se da à participação e que é

compreendida como a organização e gestão cujo objetivo é criar as condições

e mecanismos para que os diferentes sujeitos sociais possam atuar e interferir

nos diferentes espaços de decisão e responsabilização das unidades

escolares. Significa reconhecer que na escola todos têm contribuições e

saberes para compartir e que todos os processos realizados nos espaços da

escola são vivências formativas e cidadãs.

Etimologicamente, o termo “conselho” vem do latim consilium. Por sua vez, consilium provém do verbo consulo/consulere, significando tanto ouvir alguém, quanto submeter algo a uma deliberação de alguém, após uma ponderação refletida, prudente e de bom senso. Trata-se, pois, de um verbo cujos significados postulam a via de mão dupla: ouvir e ser ouvido. Certamente, é do interesse comum ter conhecimento do que se passa no interior de um órgão que tenha algum poder decisório sobre a vida social. O dar a conhecer de atos e decisões que implicam uma comunidade e são comuns a todos os seus indivíduos só pode ser produto de uma audição maior (CURY,2001, p. 47).

O § 2o do artigo 14 da LDB afirma a necessidade da “participação das

comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”. Vamos

refletir um pouco sobre o significado e o lugar que o conselho escolar ocupa na

estrutura da escola.

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Os conselhos escolares instituídos nas escolas são espaços de

exercício da cidadania e valorização do sentimento de pertencimento, de

acolhimento da pluralidade das vozes da comunidade, da incorporação e de

defesa dos direitos sociais, enfim um dos instrumentos efetivos de participação

e de tomada de decisões democráticas.

O conselho escolar será a voz e o voto dos diferentes atores da escola, internos e externos, desde os diferentes pontos de vista, deliberando sobre a construção e a gestão de seu projeto político pedagógico. O conselho existe para dizer aos dirigentes o que a comunidade quer da escola e, no âmbito de sua competência, o que deve ser feito. Os conselhos – é bom insistir – não falam pelos dirigentes (governo), mas aos dirigentes em nome da sociedade (BORDIGNON, 2004, p. 34).

Nesse sentido, o conselho escolar constitui-se um dos mais importantes

mecanismos de democratização da gestão de uma escola, pois quanto mais

ativa e ampla for à participação dos membros do conselho escolar na vida da

escola, maiores serão as possibilidades de fortalecimento dos mecanismos de

participação e de decisão coletivos. Entretanto, o conselho escolar tem a

finalidade de reunir profissionais efetivos de sua ação para direcionar assuntos

relevantes de interesse da escola, visando o bom andamento da qualidade de

ensino do público alvo e agregando valores na gestão participativa no coletivo

dos envolvidos.

Para avançarmos na construção da escola pública e popular, torna-se

necessário saber conviver com o poder repartido e contribuir por meio de ações

e medidas concretas para que a comunidade escolar e local possam participar,

aconselhar, escolher e executar as melhores ações, projetos, sonhos e

inventos.

2. OS MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO E A GESTÃO DEMOCRÁTICA

A gestão democrática, no sentido lato, pode ser entendida como espaço

de participação, de descentralização do poder e de exercício de cidadania.

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Nesse sentido, reafirmamos a necessidade de instituir processos de

efetiva participação política, da gratuidade do ensino, da universalização da

educação básica e superior, do planejamento e da coordenação

descentralizados dos processos de decisão e de execução.

Ainda importante fomentar o fortalecimento das unidades escolares por

meio da efetivação da autonomia das unidades escolares, da articulação entre

os diferentes níveis de ensino, da definição coletiva de diretrizes gerais para a

educação nacional e da exigência de planos de carreira para o magistério

público.

Indo adiante observar a importância da vinculação de verbas para a

educação da democratização das formas de acesso, permanência e gestão.

Em que pese esse cenário, os trabalhadores em educação vêm

lutando pela criação de mecanismos de participação e

democratização da gestão escolar. Nesse contexto, é fundamental.

Todos esses itens vinculam-se ao princípio de gestão democrática, à

medida que conferem à educação nacional o papel de um dos instrumentos de

promoção do exercício de cidadania, a ser assegurada por meio de

mecanismos de participação ativa dos segmentos da sociedade civil nas

instâncias consultivas, deliberativas e de controle social da educação.

Construir uma nova lógica de gestão, que conte com a participação da

sociedade e dos atores diretamente envolvidos com a prática pedagógica,

implica rever o modelo adotado pelos sistemas públicos, cuja estruturação e

funcionamento vivem até hoje características de um modelo centralizador.

Tal afirmação resulta da análise dos dirigentes dos sistemas de ensino

que precisam nutrir sua ação nos fundamentos da efetiva gestão democrática

do ensino público, para disseminar nas escolas a cultura democrática.

Enquanto não superarmos a cultura patrimonialista, que gera atitudes de

donos do poder, ou do saber, não florescerá nas escolas o hábitat adequado

para o efetivo exercício da gestão democrática, fundamento da cidadania.

A estrutura administrativa da escola condiciona a prática escolar e a efetiva

realização dos objetivos que se mostram relevantes, pois a prática escolar

costuma frustrar as perspectivas da necessária emancipação intelectual e cultural

dos alunos, se percebe uma ligação entre a estrutura da escola e essa frustração

a partir da não constituição e promoção da condição de sujeito dos vários agentes

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que se envolvem, percebendo-se apenas como marionetes de decisões impostas

e não atuam somente sobre a eficiência do ensino, mas sobre seus resultados

alcançados com relação aos fins educacionais.

Para se alcançar os fins que se propõem, deve haver mediações tanto na

estrutura didática quanto a administrativa precisam ser dispostas de modo

coerente com esses fins.

Essa mediação tem se tornado obstáculo para que se alcance uma escola

publica com propósitos democráticos, pois é desconsiderada a estrutura

organizada para atender aos objetivos comprometidos com a liberdade e com a

formação de sujeitos históricos que participam ativamente de tentativas de

introdução de mecanismos democráticos na escola, devem propor assim, as

políticas públicas comprometida com a qualidade de ensino, não ignorando a

necessidade dos meios para a realização adequada desses.

É necessário que haja coerência entre o discurso para que se alcance

essa democratização na escola publica e por consequência a qualidade do

ensino.

3. AS FUNÇÕES DA ESCOLA, A ESTRUTURA DIDÁTICA E A QUALIDADE

DO ENSINO

Funções da escola têm a ver com uma concepção educativa da

instituição escolar que não se reduz o a mero provimento de informações aos

seus alunos de modo apenas para prepará-los para o mercado de trabalho ou

para o próximo nível escolar. Portanto a função da escola é a formação do

cidadão em sua dupla dimensão: individual e social.

A educação formal tem a função de enriquecer a cultura de cada

discente na mesma linha de raciocínio, ou seja, o aluno aprende a didática

sendo transmitido pelo promotor da aprendizagem e sua absorção é

interpretada na dimensão individual. A formação é socializada e acontece

quando os alunos estão na classe no espaço socializado, em virtude disso, a

participação no coletivo dos discentes torna a aprendizagem um momento de

prazer da disciplina que está sendo aplicada. A Aprendizagem também pode

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ocorrer por interdisciplinaridade, onde várias disciplinas podem ser articuladas

no conteúdo a ser ensinado.

Ao observamos esses dois sujeitos individual e coletivo, a qualidade da

educação oferecida deve referir-se à formação da personalidade do educando

de forma integral e não apenas na aquisição de conhecimentos no seu sentido

tradicional.

Valorizando assim os conteúdos e usando de acordo na formação

integral, superando a função credencialista na qual se tem pautado o ensino

básico. Pois essa educação deve ser pautada nos conteúdos e em uma forma

democrática de ensino.

Não podemos esquecer que não há nada, numa concepção

emancipadora de educação, contra a importância das informações e

conhecimentos. Mas eles não basta é preciso cultura, pois a educação é a

apropriação desta. A qualidade do ensino também está relacionada com as

expectativas dos alunos para o futuro.

Quando nos referirmos no ensino de qualidade, automaticamente a

educação está cada vez crescendo em sua proporcionalidade. Um exemplo

claro disso é que na história da educação no método de ensino tradicional

somente o professor era o detentor do saber. Por isso, no mundo globalizado

de informações, o método de ensino se tornou participativo no meio educativo.

E sendo assim o discente é atualmente um pesquisador de informações, e o

docente direciona a didática onde o relacionamento entre corpo discente e

docente se torna participativo na ação da aula ensinada pelo professor regente.

A respeito da organização didático-pedagógica fica clara a percepção e

que a escola brasileira continua organizada pedagogicamente para atender a

interesses de alguns e não de todos, em que se faz a verificação dos

conhecimentos adquiridos por meio de exames (provas). A metodologia de

aplicar provas não é uma estratégia de punir o discente, mas sim, de mensurar

resultados obtidos por parte dos alunos e faz parte do processo de ensino

aprendizagem em sua construção. O promotor da aprendizagem é responsável

pelo diagnóstico da didática ministrada, tornando a aprendizagem mais

significante e produtiva em sua contextualidade.

Essa organização é ultrapassada os professores de forma geral

apresentam uma postura critica a estrutura didático-pedagógica, se declarando

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favoráveis à organização do ensino em ciclos e defendendo umas

interdisciplinaridades consistentes nos programas escolares.

E essa organização didático-pedagógica condiciona a qualidade do

ensino oferecido, não só a qualidade passível de aferição por provas, mas a

qualidade que não se pode vê, e não pode ser facilmente mensurável por

instrumentos quantitativos na formação integral do individuo.

Com relação ao currículo é uma questão de difícil resolução, mas é

preciso que contemple a formação integral do individuo em detrimento a

concepção conteudista. E relacionado ao termo didático, o texto menciona

vários pontos fundamentais para a prática da mesma em um sistema escolar.

Os currículos são as disciplinas que compõe cada série ou etapa de

ensino, constantemente faz parte do currículo escolar. O ministrador da

aprendizagem tem que em sua ação prática docente articular as disciplinadas a

serem ministradas de forma teórica e prática, utilizando aulas dinâmicas num

relacionamento participativo dos alunos envolvidos. Aprender ocorre por

metodologias tradicionais, mas também, por mecanismo de visualização e

experimentação tornando a didática o resultado satisfatório de aprendizagem

no diagnóstico esperado pelo professor.

Outro aspecto importante é que a escola envolva os pais no conteúdo

pedagógico que tem a ver com o papel educador da escola e esse papel

também se estende aos pais que são cidadãos passiveis de se beneficiar da

ação escolar.

O relacionamento da escola juntamente com a família tem que ser um

elo de comprometimento afim de que os pais acompanhe o nível de

aprendizagem de cada discente. Onde o corpo docente possa ter uma parceria

mútua de relacionamento sobre o histórico da vida de cada aluno, ou seja,

conhecendo a vida familiar o professor irá ter uma harmonia em ensinar o

conteúdo proposto de seu plano de ação.

O afeto e o respeito do professor para com seu aluno é muito importante

na apropriação deste à cultura e a manifestarem-se sem constrangimentos os

seus pensamentos e emoções. A afetividade do corpo docente com o

discente é o momento de ambos trocarem saberes que contribuam em sua

construção cultural de conhecimentos.

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Essa relação humana reforça a condição de sujeito na formação da

personalidade e no aprendizado do educando.

Deixa clara a concepção de que afetividade e a dialógica contribuem

grandemente no processo de aprendizagem dos alunos. Pois, enfoca que uma

relação entre professor e aluno deve ser aberta e afetiva e esses aspectos dão

ênfase ao bom desempenho escolar dos alunos. Os alunos sentem-se bem

acolhidos por seus professores e acabam gostando de frequentar a escola e

obtendo uma aprendizagem significativa.

De certa forma os alunos envolvem também a família a participarem

mais de sua vida escolar, consequentemente os pais sentem satisfação em

matricularem seus filhos em uma escola que se preocupa com a realidade e o

contexto social dos mesmos.

Com uma prática que envolve a afetividade, os professores tendem a

darem mais liberdade de expressão à seus alunos, respeitando-os enquanto

sujeitos de direitos e sendo assim muitos mais respeitados por eles também,

que sentem valorizados por seus professores e acabam devolvendo as ações

da mesma maneira.

Essas práticas pedagógicas são contrárias à concepção bancária de

educação, pois, consideram o aluno como um sujeito histórico-social, que o seu

aprender é um ato de vontade de si mesmo e ele enquanto sujeito torna-se o

maior responsável pela sua aprendizagem. Ao levar as crianças a quererem

aprender. O professor ou melhor a escola deve fazer tudo ficar interessante e

prazeroso, cuja, suas práticas venham contribuir para a necessidade dos

alunos agora no presente e não somente no futuro.

A excelente formação dos profissionais da educação é um aspecto

fundamental para o exercício de cidadania e democracia em uma instituição

escolar, portanto a educação de qualidade esperada por todos depende desses

profissionais para acontecer efetivamente. Tendo uma ideia verdadeira do real

sentido das palavras democracia e cidadania os professores com certeza

formarão futuros cidadãos críticos que lutarão por seus direitos na sociedade.

O discurso de que a teoria e a prática não andam juntas no sistema

educacional depende de cada profissional envolvido nesse processo, pois cada

um tem em suas mãos a oportunidade de fazer diferente e relacionar as duas

em suas práticas pedagógicas.

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Após tratar do conceito de ensino e sua relação com a democracia, ao

tempo que ponderava sobre as funções da escola, a estrutura didática e a

qualidade do ensino, Vitor Henrique Paro inicia um novo capítulo afirmando que

para além da estrutura didática, uma escola eficiente deve-se preocupar com a

estrutura administrativa e a participação da comunidade, tema este, que será

abordado no presente capítulo, que se sintetiza nos seguintes termos:

Há diversos sistemas de ensino no país, estes se organizam de forma

bastante semelhante, de forma hierárquica, cujo topo é ocupado por uma

direção, seguido de profissionais de assistência e supervisão de professores,

seguido do corpo docente e alunos.

Este sistema pode contar com órgãos colegiados, conselhos de escola,

grêmio estudantil e as associações de pais e mestres, exemplos estes

representativos da democratização da gestão. O conselho de escola é previsto

as escolas públicas municipais como órgão deliberativo com capacidade de

elaborar sugestões ao funcionamento da unidade.

Numa visão geral, a democratização é muito bem vista, que importa no

desconforto causado, já que tal instituto vem sendo aplicado com morosidade.

Afirma-se que a participação dos pais é senhor, pois apenas com a

aproximação da comunidade é possível um ensino que realmente modifique a

realidade dos jovens.

Destaca-se que a participação do aluno é essencial, mas ainda ocorre

de forma tímida. Algo que não é visto com muita importância por alguns

colaboradores mais ortodoxos, como a coordenadora pedagógica, que entende

que ensinar é sobre tudo ensinar com qualidade. E para isto, há um trabalho de

conscientização do professor para aspectos de sua melhor capacitação.

O facilitador da aprendizagem tem que ser o diferencial na escola que o

mesmo leciona com os demais colegas de trabalho, ou seja, levar para a sala

de aulas didáticas diversificadas utilizando recursos materiais que o discente

tenha acesso em sua ação prática. Que a aula não fique somente na teoria,

mas sim, na prática a efetivação do ensino é concretizada em laboratórios.

Os alunos da amostragem preocupam-se com a presença de recursos

adequados, ao número de alunos que hora é demasiado, aspectos

relacionados a condição de trabalho. O tema envolve direitos mais

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elementares, como a liberdade, exemplificando a impossibilidade de que um

número maior de alunos vá para a quadra, já que o espaço não suportar todos.

As condições de trabalho, o espaço, a estrutura física, estão além de

uma estrutura tangível, pois, um espaço pequeno além do desconforto físico

natural, causa constrangimento, desanimo e desmotivação, que leva a um

baixo desempenho nas tarefas escolares. O espaço físico da instituição tem

que ser momento de recreação e diversão para os alunos matriculados. Os

discentes que em seu contexto ao ir para a escola tem que ter o lema que

aquele espaço é o local de aprendizagem no prazer e no gostar. Os alunos tem

que se sentir na educação formal como se estivesse em sua própria casa na

educação não formal.

A educação neste sistema não é vista como o fim, uma vez que a boa

prestação de contas parece ser mais importante que o bom resultado. E a mera

mudança de Diretor não é um resultado, já que toda a estrutura administrativa

obriga o profissional a trabalhar sobre tais normas.

O modo de democratização é importante, mas não funciona a contento.

As reuniões servem em muito para legitimar os professores e coordenadores,

pois estes transmitem decisões já tomadas, falhando no objetivo principal que é

obter da comunidade ideias práticas e funcionais.

Uma sugestão plausível é que, o Diretor se torne um líder, com objetivo

de organizar democraticamente espaço para que cada indivíduo da instituição

e da comunidade possa oferecer ideias, e que estas sejam apreciadas por

todos. Buscando sempre conciliar o sistema burocrático existente, e que deve

ainda perdurar por um bom tempo, com uma estrutura administrativa

democrática.

Sendo assim, o Diretor em seu trabalho cotidiano tem o papel de

gerenciar, coordenar, administrar e distribuir tarefas a todo o corpo pedagógico

do âmbito escolar. A gestão se faz com todos os profissionais envolvidos num

relacionamento participativo, assim teremos uma ação prática pedagógica de

grande destaque, visando ótima aprendizagem nos resultados do diagnóstico

mensurado por meios de avaliações.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para que a tomada de decisão seja partilhada e coletiva, é

necessária a efetivação de vários mecanismos de participação, tais

como: o aprimoramento dos processos de escolha ao cargo de

diretor, a criação e consolidação de órgãos colegiados na escola –

conselhos escolares e conselho de classe – o fortalecimento da

participação estudantil por meio da criação e consolidação de

grêmios estudantis.

A construção coletiva do projeto político-pedagógico da escola a

redefinição das tarefas e funções da associação de pais e mestres na

perspectiva de construção de novas maneiras de se partilhar o poder

e a decisão nas instituições. O projeto político-pedagógico é a

“identidade” do âmbito educacional, nele está todas as atribuições e

o funcionamento do mesmo no decorrer do ano letivo.

É nessas direções que se implementam e vivenciam graus

progressivos de autonomia da escola. Toda essa dinâmica deve

ocorrer como um processo de aprendizado político, fundamental para

a construção da gestão democrática e, consequentemente, para a

instituição de uma nova cultura na escola.

A aprendizagem se torna socializadora quando todos os

envolvidos da educação participam de reuniões ou até mesmo de

formação continuada, ou seja, assim teremos educadores inovadores

seguindo a norma vigente da Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

Nesse sentido, a democratização da gestão escolar implica a

superação dos processos centralizados de decisão e a vivência da

gestão colegiada, na qual as decisões nasçam das discussões

coletivas, envolvendo todos os segmentos da escola num processo

pedagógico. A partir dele vai ser efetiva a autonomia da unidade

escolar.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORDIGNON, Genuíno. Conselhos Escolares: uma estratégia de gestão democrática da educação pública. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica, 2004.

CURY, Carlos Roberto Jamil. Os Conselhos de educação e a gestão dos sistemas. In: FERREIRA, Naura. S.C. & AGUIAR, Márcia A. S. ( orgs.). Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 2001.

FARO, Vitor Henrique. Gestão Escolar, Democracia e Qualidade do Ensino.São Paulo: Ática, 2007.

LAPA, FACULDADE EDUCACIONAL DA.Práxis docente: o sujeito, as possibilidades e a educação – Curitiba : Editora Fael, 2011.

MEC, Conselhos Escolares: Uma estratégia de gestão democrática da educação pública. 2004.