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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DIÁRIO ACIONAL SEÇAo I ANO XXXV - N." 036 CAPITAL FEDERAL SÁBADO, 3 DE MAIO DE 19RO CÂMARA DOS DEPUTADOS S UMÃRIO 1- ATA DA 39." SESSAO DA 2." SESSAO LEGISLATIVA DA 46." LEGISLATURA, EM 2 DE MAIO DE 1980 I - Abertura da Sessão II - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior lU - Leitura do Expediente IV - Pequeno Expediente CARLOS SANTOS':- Assísténcta ao menor carente. MARCONDES GADELHA - Combate às secas no Nordeste. JOAO ALVES - Discurso do Deputado João Cunha no Pe- queno Expediente da sessão de 28 de abril de 1980. Necrológio do Dr. Altamirando Ferreira Costa. JÚLIO COSTAMILAN Construção do Hospital Regional dos Trabalhadores, Caxias do Sul. Rio Grande do Sul.. JDACIL PEREIRA - Jubileu de Prata do 1.0 Grupamento de Engenharia de Construção, João .Pessoa, Paraíba. Dificulda- des das empresas torrefadoras de café, Discurso do Deputado João Cunha no Pequeno Expediente da sessão de 28 de abril de 1980. HUGO NAPOLEãO - Reajustamento das pensões previ- denciárias. ANGELINO ROSA - Discurso do Deputado João Cunha, proferido no Pequeno Expediente da sessão de 28 de abril de 1980. TERTULIANO AZEVEDO - Comemoração do Dia do Tra- balho em Sergipe. SIQUEIRA CAMPOS Discurso do Deputado João Cunha no Pequeno Expediente da sessão de 28 de abril de 1980. OCTACíLIO QUEIROZ - A seca na Paraíba. JERôNIMO SANTANA - Reestruturação do INPSem Ron- dônia. . ÉDISON LOBÃO - Lançamento do livro "História do Sul do Maranhão", de Eloy Coelho Netto. . . EDSON VIDIGAL - Reajustamento das pensões previden- ciárias. JORGE UEQUED - Política salarial do Governo. FEU ROSA - Posição dos países ocidentais em face da manutenção de reféns americanos no Irã. VASCO NETO - Construção de ponte sobre o rio São Fran- cisco na regíão de oarínhanna. Bahia. ROSA FLORES - Demissão. no Rio Grande do Sul, de trabalhadores em .minas de Carvão. JOAO LINHARES - Ligações rodoviárias em Munlcíplos de Santa Catarina. LEORNE BELÉM - Aplicação de incentivos fiscais em pro- jetos de reflorestamento no Nordeste. PEIXOTO FILHO - Reformulacão da legislação brasileira. Anteprojeto de consolidação legíslatíva. PACHECO CHAVES - Aumento da inflação. HENRIQUE EDUARDO ALVES - Política econômica bra- sileira. v- Grande Expediente JOACIL PEREIRA - Acão do Ministro Eduardo Portella. da Educacão e Cultura. . SIQUÉIRA CAMPOS - (Retirado pelo orador para revisâo.) Criação da Frente Nortense. VI - Ordem do Dia BORGES DA SILVEIRA, CARLOS CHIARELLI, PEIXOTO FILHO, IRAM SARAIVA, CARLOS SANTOS - Apresentação de proposições. HUGO NAPOLEãO - Comunicação, como Líder, sobre os esforços do presidente João Figueiredo para aperfeiçoar as ins- tituições políticas brasileiras. ADHEMAR SANTILLO - Comunicação, como Líder, sobre a posição do PDS em face de discurso do Deputado João Cunha no Pequeno Expediente da sessão de 28 de abril de 1980. Greve dos metalúrgicos paulistas. Decisão do STM denegatória de habeas corpus impetrado em favor de Luís Inácio da Silva e outros. ÉDISON LOBAO ..:.. Comunicação, como Líder, sobre a po- sição do PDS em face de discurso do Deputado João Cunha no Pequeno Expediente da sessão de 28 de abril de 1980. Greve dos metalúrgicos paulistas. Decisão do STM denegatória de habeas corpus impetrado em favor de Luís Inácio da Silva e outros. MARCONDES GADELHA - Comunicação, como Líder, so- bre a posição do PDS em face de discurso do Deputado .roão Cunha, no Pequeno El'pediente da sessão de 28 de abril de 1980: Greve dos metalúrgicos paulistas e dos estudantes da MARCELO LINHARES - Comunicação, como Líder, sobre posição do PDS em face de discurso do Deputado João Cunha I no Pequeno Expediente da sessão de 28 de abril de 1980. Greve dos estudantes da UNIFOR. WALBER GUIMARlí.ES - Comunicação, como Líder, sobre desvio de finalidade das Comunicações de Liderança. PRESIDENTE - Esclarecimento sobre critérios da Mesa para concessão de palavra para Comunicação de LideranCa.

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

DIÁRIO ACIONAL

SEÇAo I

ANO XXXV - N." 036 CAPITAL FEDERAL SÁBADO, 3 DE MAIO DE 19RO

CÂMARA DOS DEPUTADOSS UMÃRIO

1 - ATA DA 39." SESSAO DA 2." SESSAO LEGISLATIVADA 46." LEGISLATURA, EM 2 DE MAIO DE 1980

I - Abertura da Sessão

II - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior

lU - Leitura do Expediente

IV - Pequeno Expediente

CARLOS SANTOS':- Assísténcta ao menor carente.

MARCONDES GADELHA - Combate às secas no Nordeste.JOAO ALVES - Discurso do Deputado João Cunha no Pe-

queno Expediente da sessão de 28 de abril de 1980. Necrológiodo Dr. Altamirando Ferreira Costa.

JÚLIO COSTAMILAN ~ Construção do Hospital Regionaldos Trabalhadores, Caxias do Sul. Rio Grande do Sul..

JDACIL PEREIRA - Jubileu de Prata do 1.0 Grupamentode Engenharia de Construção, João .Pessoa, Paraíba. Dificulda­des das empresas torrefadoras de café, Discurso do DeputadoJoão Cunha no Pequeno Expediente da sessão de 28 de abrilde 1980.

HUGO NAPOLEãO - Reajustamento das pensões previ­denciárias.

ANGELINO ROSA - Discurso do Deputado João Cunha,proferido no Pequeno Expediente da sessão de 28 de abril de1980.

TERTULIANO AZEVEDO - Comemoração do Dia do Tra­balho em Sergipe.

SIQUEIRA CAMPOS ~ Discurso do Deputado João Cunhano Pequeno Expediente da sessão de 28 de abril de 1980.

OCTACíLIO QUEIROZ - A seca na Paraíba.

JERôNIMO SANTANA - Reestruturação do INPSem Ron-dônia. .

ÉDISON LOBÃO - Lançamento do livro "História do Suldo Maranhão", de Eloy Coelho Netto.. .

EDSON VIDIGAL - Reajustamento das pensões previden­ciárias.

JORGE UEQUED - Política salarial do Governo.

FEU ROSA - Posição dos países ocidentais em face damanutenção de reféns americanos no Irã.

VASCO NETO - Construção de ponte sobre o rio São Fran­cisco na regíão de oarínhanna. Bahia.

ROSA FLORES - Demissão. no Rio Grande do Sul, detrabalhadores em .minas de Carvão.

JOAO LINHARES - Ligações rodoviárias em Munlcíplos deSanta Catarina.

LEORNE BELÉM - Aplicação de incentivos fiscais em pro­jetos de reflorestamento no Nordeste.

PEIXOTO FILHO - Reformulacão da legislação brasileira.Anteprojeto de consolidação legíslatíva.

PACHECO CHAVES - Aumento da inflação.

HENRIQUE EDUARDO ALVES - Política econômica bra­sileira.

v - Grande Expediente

JOACIL PEREIRA - Acão do Ministro Eduardo Portella.da Educacão e Cultura. .

SIQUÉIRA CAMPOS - (Retirado pelo orador para revisâo.)Criação da Frente Nortense.

VI - Ordem do Dia

BORGES DA SILVEIRA, CARLOS CHIARELLI, PEIXOTOFILHO, IRAM SARAIVA, CARLOS SANTOS - Apresentação deproposições.

HUGO NAPOLEãO - Comunicação, como Líder, sobre osesforços do presidente João Figueiredo para aperfeiçoar as ins­tituições políticas brasileiras.

ADHEMAR SANTILLO - Comunicação, como Líder, sobrea posição do PDS em face de discurso do Deputado João Cunhano Pequeno Expediente da sessão de 28 de abril de 1980. Grevedos metalúrgicos paulistas. Decisão do STM denegatória dehabeas corpus impetrado em favor de Luís Inácio da Silva eoutros.

ÉDISON LOBAO ..:.. Comunicação, como Líder, sobre a po­sição do PDS em face de discurso do Deputado João Cunhano Pequeno Expediente da sessão de 28 de abril de 1980. Grevedos metalúrgicos paulistas. Decisão do STM denegatória dehabeas corpus impetrado em favor de Luís Inácio da Silva eoutros.

MARCONDES GADELHA - Comunicação, como Líder, so­bre a posição do PDS em face de discurso do Deputado .roãoCunha, no Pequeno El'pediente da sessão de 28 de abril de 1980:Greve dos metalúrgicos paulistas e dos estudantes da U~FOR.

MARCELO LINHARES - Comunicação, como Líder, sobreposição do PDS em face de discurso do Deputado João Cunha I

no Pequeno Expediente da sessão de 28 de abril de 1980. Grevedos estudantes da UNIFOR.

WALBER GUIMARlí.ES - Comunicação, como Líder, sobredesvio de finalidade das Comunicações de Liderança.

PRESIDENTE - Esclarecimento sobre critérios da Mesapara concessão de palavra para Comunicação de LideranCa.

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3()66 Sá.bado 3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1986

CARLOS ALBERTO (Como Líder.) - Discurso do DeputadoJoão Cunha, proferido na sessão de 28 de abril. Eleições mu­nicipais.

JOSUÉ DE SOUZA (Como Líder.) - Revogação da inci­dência do IOF à ZOna Franca de Manaus, na área de câmbio,Paralisação das obras da Usina de Balbina.

AURl1:LIO PERES (Como Líder,) Dia do Trabalhador.

EDSON VIDIGAL (Como Líder.) - Alteração na ideologiado ensino brasileiro.

VII - Designação da Ordem do Dia

VIII - Encerramento

2 - ATA DAS COMISSõES

3 - MESA <Relação dos membros)

4 - LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTIDOS lRelaçãodos membros)

5 - COMISSõES (Relacâo dos membros das ComissõesPermanentes, Especiais. Mistas e de Inquérito:

AvisosCAMARA DOS DEPUTADOS

SECRETARIA GERAL D'A MESARelação dos Deputados inscritos no Grande Expediente

Maío/1980

ATA DA 39.a SESSÃOEM 2 DE MAIO DE 1980PRESID:mNCIA DOS SRS.:

HOMERO SANTOS, 1.Q-Vice-Presiden te ;EPITACIO CAFETEIRA, 2'>-Secretário;

NOSSER ALMEIDA, Suplente de Secretário;I - As 13 :30 horas comparecem os senneees:

Renato AzeredoWilson BragaEpitâclo CafeteiraWalmor de LucaNosser AlmeidaDaso CoimbraNabor Júnior

5 Segunda-feira Feu RosaEdísun Lobão

6 Terça-feira Florim CoutinhoAlcír" Pimenta

7 Quarta-feira João OunhaCardoso de Almeida

8 Quinta-feira Eoitácio CafeteiraAlbérico Oordeíro

·9 Sexta-feira Lúcia ViveirosMilton Brandão

12 Segunda-feü'a Nabor JúniorJorge Uequed

13 Terça-feira Heitor Alencar FurtadoMilton Figueiredo

14 Quarta-feira Brabo de CarvalhoWaldir Walter

15 Quil).ta-feira Octacilio QueirozJúlio Martins

16 Sexta-feira Jader BarbalhoOriatíno 'Cortes

19 Segunda-feira. Rosa FloresJerônimo santana

20 Terça-feira Antônio MorimotoGeraldo Fleming

21 Quarta-feira Alberto GoldmanAntônio Russo

22 Quinta-feira Nosser AlmeidaFernando Coelho

23 Sexta-feira Leorne BelémJoão GUberto

2Q Segunda-feira Cláudio BtrassburgerRoque Aras

27 Térça-feira Tidei de LimaEdilson iLamartine

28 Quarta-fe1r;l. Josué de BouzaJosé Amorím

29 Quinta-feira Mário HatoLuiz Rocha

30 Sexta-feira Evandro Ayres de MouraNilson Gibson

• Inscrições automáticas nos termos da Resolução n.O 37, de 1979.

DATA DIA DA BEMANA !NOME

Acre

Amilcar de Queiroz - PDS; Nabor Júnior - PMDB; Nasser Al­meida - PDS; Wlldy Vianna - PDS.

Amazonas

JOSué de Souza - Pns; trbaldíno MeirelJes - PDS; VivaldoFrota - PDS.

Pará

Jorge Arbage - PDS; Lúcia Viveiros - PP; Osvaldo MeloPD8; Bebastlâo Andrade - Pns.

Maranhã.o

Edison Lobão - PDS; Ec1son Vidigal - PP; Epitácio oareteíra-- PMDB; João Alberto - PDS; Marão Fi}ho - PDS.

PiaUÍ

Hugo Napoleão - Pns; Joel Ribeiro - PDS; Paulo Ferraz ­PDS; Pinheiro Machado - PP.

Ceará.

Antônio Morais - PTB; Evandro Ayres de Moura - PDS: Go­mes da Silva -'- PDS; Haroldo Banford - PDS; Leorne Belém ­PDS; Marcelo Línhares - PDS; Paulo Lustosa - PDS.

Rio Grande 110 Norte

Djalma Marinho - PD8; Hernique Eduardo Alves - PP.

Paraíba.

Ernani Satyro - PDS; Marcondes Gadelha - PMDB; oeta­cílio Queiroz - PMDB.

Pernambuco

Carlos Wilson - PP; Fernando Coelho - PMDB; FernandoLyra - ,PMDB; Josias Leite - PDS; Marcus Cunha - PMDB;Roberto Freire - PMDB; Thales Ramalho - PP.

Alagoas

Albérico Cordeiro - PDS; Geraldo Bulhões - Murilo Mendes- PTB.

Sergípe ....Francisco Rollemberg - PDS; Raymundo Diniz - PDS.

Bahia

Afrisio Vieira Lima - PDS; Carlos 8ant'Anna - PP; FranciscoBenjamin - PDS; Fra:ncisco Pinto _ PMDB; Hilderico Olívíra .- PTB; Honorato Vianna - PDS; João Alves - PDB; ManoelNovaes - PDS; PriSco Viana - PDS; Roque Aras - PTB; RuyBacelar - PDS; Vasco Neto - PDS.

Espírito SantoFeu Rosa - PDS; Mário Moreira - PMD~; Theodorico Ferraço

-PDS.Rio de Janeiro

Álvaro Valle - PDS; Célio Borja - Pns; Celso Peçanha ­PDS; Daso Coimbra - PP; JG de Araújo Jorge - PTB; JorgeCury - Jorge Moura - PP; José Frejat - PTB; Lygia Lessa Bastos- PDs; Marcello Cerqueira - PMDB; Oswaldo Lima - PMDB;Pértcles Gonçalves - PP.

Minas Gerais

Aécio Cunha - PDS; Bonifácio de Andrada - PDS; Carlosootta - PP; Dano Tavares - PDS; Delson scerano - PDS; JoséCarlos Fagundes - PDS; Luiz Leal- PP; Melo Freire - PP; No­gueira de Rezende - Pns; Pimenta da Veiga - PMDB; Raul Ber­nardo - PDS; Renato Azeredo - PP; Rosemburgo Rom-ano - PP;Tarcísío Delgado - PMDB.

São Pa.ulo

Airton Sandoval - PMDB; Antônio Zacharias - PDS; Athiêoourv - PDS; Audálío Dantas - PMDB; Cardoso Alves - PMDB;Del Bosco Amaral - PMDB; Flávio Chaves - PMDB; FranclscoLeão - PDS; Freitas Nobre - PMDB; João Cunha - Octací11o Al­meida - PMDB; Octávio Torrecllla - PDS; Samir Achôa - PMDB;Tidei de Lima - PMDB.

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Maio de 1989 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 3967

Goiás

Adhemar Santillo - PT; Anísio de Souza - PDS; Iram Sarai­va - PMDB; Paulo Borges - PMDB; Siqueira Campos - PDS;Wilmar Guimarães - PDS.

Ma.to GrossoAfro Stefanini - PDS; Cristina Cortes - PDS; Milton Figuei­

redo - PP.Ma.to Grosso do Sul

Levy Dias - PMDB; Ruben Figueiró - PDS.

ParanáAdriano Valente - PDS; Aroldo Moletta - PDS; Borges da

Silveira - PP; Heitor Alencar Furtado - PMDB; Igo LossoPDB; Paulo Marques -,.. PMDB; sebastião Rodrigues JúniorPMDB; Walber Guimarães - PP.

Santa CatarinaArnaldo Schmitt - PP; Artenir Werner - PDS; João Línhares

- PP; Nelson Morro - PDS; Victor Fontana - PDS; Walmor deLuca - PMDB.

Rio Grande do SulAlcebiades de Oliveira - PDS; Alceu Collares - PTB; Aluizio

Paraguassu - PTB; Ary Alcântara - PDS; Carlos Santos - PMDB;João Gilberto - PMDB; Júlio Costamilan - PMDB; Magnus ouí­-marães - PTB; Nelson Marchezan - PDS; Rosa Flores - PMDB;Waldir Walter - PMDB.

RondôniaJerônimo Santana - PMDB.O SR. PRESIDENTE (Epitácio Cafeteira) - A lista de presença

acusa o comparecimento de 138 Senhores Deputados.Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

11 - O SR. JOAO ALVES Servindo como 2.o-Secretário, pro-cede à leitura da ata da sessão antecedente, '3. qual é sem observa­ções assinada.

O 8R. PRESIDENTE (Epitácio Cafeteira) - Passa-se à leitura<lo expediente.

O SR. NOSSER ALMEIDA, Suplente de Secretário, servindocomo l.o-Secretário, procede à leítura do seguinte

O SR. PRESIDENTE (Epitácio Cafeteira) - Está finda aleitura do expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno Expediente.

Tem a palavra o Sr. Carlos Santos.

O SR. CARLOS SANTOS (PMDB - RS. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. presidente, srs, Deputados, quero e devo de pú­blico expressar meus agradecimentos ao Ministro Jair Soares, daprevidência e Assistência Social, pelas providências com que depronto atendeu ao nosso apelo, mandando revalídar, medianteTermo Aditivo, os Convênios da LBA com instituições assistenciaisque tratam de excepcionais em Porto Alegre.

" Sr. Presidente, no estudo sobre a explosão da violência urbanae da crimínalídade nas regiões metropolitanas e nas principaiscidades do Pais, os dois grupos de Trabalho - um de Juristas eoutro de Cientistas Sociais - instituídos pelo saudoso MinistroPetrônio Portella, reservaramcapítulos especiais para os proble­mas da criança e do menor carentes do Brasil.

Perpiexos diante das dimensões apavorantes e da periculosi­dade imanente desses problemas, concluíram em plena consonân­cia os dois Grupos que este é o maior desafio que a Nação brasí­

, Ieíra como um todo - Governo, Sociedade, Empresas e Institui­ções em geral - tem de enfrentar.

Problemas qire deverão ser resolvidos a qualquer preço - agorae já - em face da formidável pressão dos inúmeros indicadoresestatístícos em que se traduzem.

Para uma população da ordem de 130 milhões de habitantes,que aumenta a razão de um Uruguai e de um Paraguai, cadaano, porquanto cerca de 4 milhões de novos brasileiros nascem acada 365 dias, cabendo a maior incidência dessa faixa de incre­mento demográfico de 2,7% a 3,1% às regiões mais atrasadas,realmente, dizia eu, são problemas que significam séria ameaçapara o País, e que a paternidade irresponsável, sobremodo, con-tribui para tornar "ainda mais grave. .

Quando, em 76, a CPI que investigou os problemas da criançae do menor carentes, revelou à Nação as entarrecedoras cifrasobtidas durante um ano inteiro de análise realista, séria e cora-

josa; providências drásticas e urgentes deveriam ter sido pron­tamente tomadas pelas autoridades responsáveis.

Infelizmente, nem mesmo o Ano Internacional da Orlançarecém-transcorrido logrou motivar qualquer iniciativa proporcio­nal à dramatíeídade da realidade apontada.

Q'raças a Deus, porém, a Folha de S. Paulo, em auspiciosareportagem do jornalista Carlos Alberto Luffi, revela que "o Go­verno Federal, diante da crítica situação dos milhões de menorescarentes, abandonados, ou com problemas de conduta, existentesno Pais e, sobretudo, diante da falência total da assistência aomenor, está cogitando da críancão de um Ministério especificopara a área, ou seja, o Ministério do Menor e da Família queenglobaria todos os organismos que atualmente atuam na áreade Menores, como a LBA, a FUNABEM, as Fundações Estaduaisdo Bem-Estar"do Menor e os JuizadOs de Menores".

Diz mais o informante, em seu excelente trabalho jornalístico,que "a informação é de fontes do Ministério da Previdência Sociale da Associação Brasileira de Juizes de Menores. Atestam que jáse encontra. no Ministério da Previdência Social, um expedienteobjetivando a criação do nove Ministério e que tal proposição jáestaria sendo discutida pela Previdência da República, pelo Mi­nistro Jair Soares e pelas lideranças políticas do Senado Federale da Câmara dos Deputados. Diz ainda que a idéia atende plena­mente ao que foi proposto pela CPI do Menor Abandonado, em1976. O novo Ministério, se realmente criado, vai-se ocupar dire­tamente de uma massa de 40 milhões de irmãos nossos carencía­dos no País, entre os quais 26 milhões de menores. O Projeto emexame pelo Governo prevê a unificação de todos os setores queatuam no setor social brasileiro, alguns atualmente jurisdiciona­dos junto ao Ministério da Previdência e Assistência Social, outrosjunto ao Ministério de Educação e Cultura e outros organismosfederais; o que configura a ausência de coordenação, a nível na­cional. da política social. A situação do novo Ministério seria"criar uma política social unificada e não dispersa, "evitando aduplíeídade de problemas".

Nos últimos 15 anos, ressalta a reportagem da Folha de S.Paulo, calcula-se que, de forma dispersiva, foram gastos mais de150 bilhões de cruzeiros 'no setor, "com resultados que não entu­siasmam, negativos e prejudiciais aos menores carenciados eabandonados deste País.

Defendendo a: idéia do novo Ministério, diz o J"uiz-Corregedordos Menores de São Paulo tratar-se de 'uma necessidade imediata",por ser demais o ônus que a Nação carrega com as populaçõesmarginalizadas.

Já a Promotoria Pública ainda de São Paulo, aplaudindo amedida, diz que, "ao lado das reformas políticas". é imperiosa"a revisão da política na área social".

Ressalte-se que o Ministério falado, envolvendo o menor e afamília, se desdobrará também por sobre os milhões e milhões demenores excepcionais e suas famílias, irmãos nossos mareados peloinfortúnio das carências físicas ou mentais e que. em determinadoaspecto, se contundem com oe outros, que integram a turba quese dilui nos margtnnlísmos sociais, porque todos nascem para omundo, marcados pelo aguilhão das vicissitudes humanas.

Se o historiador do milênio que vem se debruçasse sobre aturbulência sócio-econômica da década em curso no pontilhar ím­pressivo de etapas da civilização, seria talvez para apontar, nestapromoção transcendental, o mais soberbo painel de grandeza hu­mana de uma Nação e altruísmo da governança pública, a excel­situde politica e a sublimação do Estado, oferecido à posteridadepara devido registro do reconhecimento e dos aplausos das gera­ções vindouras.

Ministério do Menor e da Família.

É uma conjugação de esforços pela redenção do menor noBrasil.

Em. meio as lufadas que a própria estrutura do sistema fazsoprar sobre a realidade políttca da Nação, não sei de instanteoutro em que, sagrando a clássica harmonia dos Poderes Legis­lativo e Executivo, se pudessem assim identificar numa simbioseque a imaginação transformaria em nova Verônica, a enxugarcom lenço impregnado de solidarismo fraterno e cristão a san­gradura dos aguilhões que martirizam a criança e o menor; oupelo abandono total da família e da sociedade; economicamentedesassistida e carente de afeto, levados assim às barrancas dosvícios e da criminalidade, enfim de todas as facetas melancólicasda dísrunção socíar: ou, então, negando-lhe as perspectivas mí­nimas de alegria de víver, diante dos horrores da excepcionali­dade, do infortúnio das limitações físicas ou mentais que de igualforma erguem barreiras à plenitude de sua integração social.

Se o aceno animador vem agora do Poder Executivo, o Le­gislativo, na sua representatividade insigne de Congresso Nacional,jamais se mostrou alheio à tremenda dramatícídade ido problema,

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3068 Sábado 3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1.9811

Iastreando-o com o empenho conjugado de seus nobres inte­grantes.

Nesta Casa, em favor do menor, sucederam-se as tentativasde um corpo de leis assístencíaís e iniciativas outras as mais va­riadas, entre elas destacando-se a CPI do Menor com o seu cora­joso relatório conclusivo; a quase simultânea atuação da ComissãoEspecial de Estado sobre a estabilidade da Família, sob a presidên­cia esclarecida do nobre Deputado Figueira Correia, e depois oProjeto de Lei n,v 26-A, de 1979, do nobre Deputado Cid Furtado,visando à criação da Comissão Permanente da Família; a unani­midade expressiva do douto Plenário na aprovação do Projeto deLei autorizando a instituição da Federação Nacional do Excepcio­nal; as proposições diversas transformando em lei o Projeto DomBosco - Sistema de Amparo ao Menor - e inúmeros pronuncia­mentos que, sobre a importante matéria, abarrotam os Anaisda Câmara dos Deputados.

Mas não foi apenas neste recinto augusto que as paredes sedeixaram impregnar do rumor surdo que se alevanta lá fora, quan­do os dois grupos se encontram, se acotovelam e se identificamnos horrores da mesma desgraciosa geração.

Milhões e milhões de menores abandonados ou carentes, deum lado, esconjurados pela sociedade que lhes nega guarida, empleno florejar dos mais belos acenos da sua vlrtualídade: c, deoutra banda, também milhões e milhões de excepcionais, infantescareneíados físicos ou mentaís, constituindo o montão que a des­ventura juntou e; com igual desumanidade, arrancou da inte­gração social.

O Senado Federal, em cuja seleta constituição de igual formase reflete os anseios mais íntimos da alma popular, também asensibilidade dos eminentes legisladores ofereceu cobertura hu­mana à realidade brutal da tragédia da infância a da criançabrasileira.

As conclusões da CPI do Menor que funcionou nesta Casa.serviram de embasamento a dus importantes proposições anexa­das na tramitação - de autoria dos nobres Senadores LomantoJúnior e Lourival Baptista - dando forma ao Projeto Dom Bosco.

A criação do Ministério da Família, Infância e Juventude, ouda Família e do Menor, ou ainda da Mulher e da Criança, épromoção legislativa simultânea de n.06 6, 7 e 8 de 79, dos nobresDeputados Lídovíno Fanton, Albérico Cordeiro e Castejon Branco,com igual iniciativa, no Sena-do, de autoria do eminente SenadorLourival Baptista.

Ressalte-se ainda em favor do Menor a gama dos pronuncia­mentos que os Anais do Senaido Federal registram além do Sim­pósio para estudo do problema da excepcionalidade que ali serealizou por iniciativa da douta Comissão de Educação e Cultura,em cuja presidência se destaca o eminente Senador João Calmon,promotor do encontro. .

Entre as recomendações deste Simpósio, aliás, figura a dacriação de um órgão íntermínísteríal para estruturação do aten­dimento ao menor; o que nos acarreta as maís promissoras es­peranças, certeza quase de aprovação' do Projeto de Lei n.O 397/75,aprovado por unanimidade nesta Casa, autorizando a criação daFundação Nacional de Assistência ao Excepcional.

BJesulta, pois, o Poder Legislativo da Nação em permanenteestado de alerta, aguardando não apenas a sanção do Executivoàs suas promoções legislativas em favor do Menor, da Familia eda Infância, mas Iniciativa mesma do próprio Governo Federalna esfera da sua competência, de medidas concretas, decisivas,racionais, tão corajosas quão grave se apresenta o problema.

Sem sombra alguma de subestima do alto espírito público,conceituação do grave problema do Menor, a cujo Impulso se ins­pirou a inestimável cooperação de um alentado Grupo de parla­mentares na CPI respectiva, ou fora dela, seguidos de dedicadose eategorízados técnicos e servidores outros da Casa; é de Justiçaressaltar aqúí a figura insigne e inconfundível do então DeputadoManoel de Almeida, que, com clarividência e autoridade inques­tionável no assunto e alta expressão culutral e espírito público deescol, marcou como Relator da CPI do Menor, nas pá,ginas lumi­nosas e arrojadas do documento conelusívo, toda a benemerênciasocial daquele órgão, de cuja Presidência tIve nesta Casa a su­prema honra,

Ao lado do eminente Chefe da Nação, quero destacar a pre­sença do conterrâneo ilustre o Ministro Jair Soares], ligando seunome e do 'nosso Estado ao raiar dessa nova Lei aurea que seanuncia. para redenção das multidões infanto-juvenis, que os hor­rores da. marginalização social ínutílíza para os acenos do bem;'ou a desgraça. das limitações físicas ou mentais, nelas tanto em­bacia os fulgores da dignidade da pessoa humana.

Que se confirme, pois, a radiosa novidade oferecida pelaFolha. de S. Paulo.

Que tome corpo e se concretize, a fim de que o Ministériodo Menor e da Familia possa promovera reação vigorosa que se

impõe, diante do desafio assombroso que o alarmante problemarepresenta e da sua incisiva consonância com Os próprios destinosdo Brasil moço de hoje, a se refletirem na realidade fulgente daPátria do amanhã.

O SR. MARCONDES GADELHA (PMDB - PB. Pronuncia. oseguinte diseurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Nordestebrasileiro novamente é castigado pelo flagelo das secas, e desa­parecimento das águas começa a pôr em desespero toda a popu­lação rural e induzir o pânico nos centros urbanos. No Estadoda Paraiba e, particularmente no Municipio de Sousa, o quadroé desolador. A colheita está toda perdida, pequenas invasões co­meçam a ocorrer como ·indícios preliminares de um movimentomuito maior de incontinência coletiva, na busca de çâo para sa­ciar a fome.

Segundo informações da EMATER, através de seu escritórionaquela cidade, não há mais qualquer perspectiva para a safrade milho, feijão e arroz. Quanto ao algodão, há uma remota pos­Sibilidade de aproveitamento, na ordem de 20% do total plantado,se-por milagre, ainda chover nos próximos quinze dias.

Paralelamente, acentuando a inquietação do agricultor, avul­tam seus compromissos com os bancos oficiais, que chegaram afinanciar operações àe custeie. 8ó no Banco do Brasil, em Sousa,por exemplo, alcançam tais compromissos o volume de 90 milhõesde cruzetros.: sem falar em mais 56 milhões liberados pelo Bancodo Nordeste.

É evidente, Sr. Presidente, 81'S. Deputados, que a soma deprejuízos carreados pela seca deste ano, em todo Nordeste, seráincomensuravelmente maior do que das vezes anteriores entreoutras razões, porque investimentos generosos foram feitos com ofalso prenúncio de bom inverno, caracterizado na chegada dasprimeiras chuvas, abundantes e regulares.

O fator surpresa; a súbita parada das chuvas, reforça, poroutro lado, uma previsão macabra (momentaneamente esquecida),elaborada por instituições sérias de pesquisa, dentro e fora doPais, que fala de uma estiagem prolongada, arrastando-se pelospróximos três anos na região seml-áríada do Nordeste. Pode-seimaginar o que isto representa em agravamento do êxodo rural.

Medidas práticas precisam ser adotadas com urgência, SI'.Presidente, e o Governo Federal, pelas suas diversas agências,onde se incluem o Ministério do Interior e a SUDENE, precisaassumir de Imediato o quadro de calamídade em toda a sua ex-tensão. \

Sugerimos, como atitude inicial, a adoção do plano de emer­gência posto em execução no ano passado, com resultados consi­derados satisfatórios, remunerando-se o trabalhador rural nopróprio local de suas atividades e fixando-o à terra.

. Em seguida, há que se promover a prorrogação dos créditosbancários por periodo nunca inferior a cinco anos, com carênetade um ano e juros simbólicos, dada a absoluta impossibilidade depagamento nos prazos contratuais. É bem verdade que alguns con­tratos já estão cobertos pelo programa de garantias da atividadeagropecuária (pnOAGRO), na base de 80% dos seus respectivosvalores; mas, no Banco do Brasil, apenas a metade dos empéstí­mos estão amparados por-aquele seguro.

providências de longo prazo deve também ser encetadas desdeagora, e sobre elas voltaremos em momento oportuno. Mas, pelomenos neste instante, a presença do Governo é reclamada juntoàs populações atingidas. O atendimento a tais reclamos não vainaturalmente absolvê-lo, nem isentá-lo de reponsabilidades pelaimprevisão, Incompetência e obstinação em manter o modelo eco­nômico coneentrador que completou a Iíquídação do Nordeste; masajuda, pelo menos, a manter a tranqüilidade social, pela assis­tência direta, no foco da crise. E isto é muito importante; atéporque, para cúmulo da ironia, o comércio atacadista de gênerosde primeira necessidade na região, não dispõe de estoques paraatender à violenta demanda criada pelas hordas de esfomeados.

O, SR. JOAO ALVES (PDS - BA. Sem revisão do erador.) ­Sr. Presi-dente, Srs. Deputados, à guisa de defender a greve dosmetalúrgicos de São Paulo, o nobre Deputado João Cunha, daqueleEstado, pronunciou discurso no Pequeno ExpedIente da sessão dodia 28 último, em que agríde violentamente o regime, o Presidenteda República e os' 1iI1l1tares.

Ora, Sr. Presidente, não é assim que se resolvemos problema.'!brasileiros que nos desaríam por século e meio de independênciade vida polítíca, Afinal de contas, o que faz o Presidente da Re­pública no campo politico senão seguir estritamente os ensina­mentos dos Santos da. Igreja, principahnente São Tomás de Aqui­no, o maior doutor da Igreja Católica, segundo o qual a lei nãopode regular todas as atividades humanas, nem deve ordenar aprática de todas as virtudes ou proibir um por um todos os vícios?O plano de ação das leis só abrange aquelas matérias que compro­metem díretamente o bem comum, deixando sempre uma justaesfera de liberdade na vida particular dos cidadãos na medida

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em que a conduta destes não prejudique os demais ou não vá deencontro ao interesse geral.

- SI'_ Presidente, tenho ainda um outro assunto a abordar nes­ta tarde.

É com imenso pesar que registro o falecimento prematuro, on­tem ocorrido, do Dr. Altamírando Ferreira Costa.

Baiano, mas radicado em Brasília há 23 anos, deixa dois fi­lhos, que soube criar e seguem-lhe o exemplo de vida dignifican­te, Carlos Costa e Consuelo Brada.

AltamirandoCosta era médico santtarlsta altamente qualifi­cado, humanitário e bom sob todos os aspectos, profissional quenão dormia enquanto ouvia um vizinho gemer, Administradorconsciente e responsável, sofreu, por vezes, injustiças e até demis­são de cargos que ocupou, unicamente por defender corajosamen­te a saúde pública.

Pioneiro de Brasflía, aqui trabalhou enfrentando dificuldadespela carência de meios ao exercicio pleno de sua digna profissão,principalmente nos anos de 1957 a 1960, quando saía à noite parasalvar vidas e defender a saúde dos homens que construíram anova Capital.

Brasília muito lhe deve pelo que fez por seu povo, quer comomédico, quer como administrador.

Foi um autêntico defensor da saúde pública, dignificou a pro­fissão.

O SR. JÚLIO COSTAMILAN (PMDB - RS. Pronuncia o seguin­te díseurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, a nossa presençana tribuna da Câmara dos Deputados neste dia 2 de maio de 1980.tem para nós um grande e especial significado. É que hoje com­pletamos 25 anos de estreita vinculação aos Sindicatos- dos Tra­balhadorss nas Indústrias de Caxias do Sul, ao longo dos quaisnos dedicamos inteiramente à defesa dos direitos da classe tra­balhadora e à reivindicação permanente do atendimento 'de suasjustas aspirações. ,

Após integrarmos durante cinco anos a categoria dos metalúr­gicos. como empregado numa das indústrias de Caxias do Sul, emcujo período vivemos plenamente a luta dos operários e sindical,em 2 de maio de 1!t55, há 25 anos portanto, passamos a integrar osquadros da própria organização dos sindicatos de trabalhadoresreunidos, na dedicação cotidiana das nossas tarefas, Desde entãoperdura nossa identificação decisiva com a classe trabalhadora,participando de suas lutas e anseios, marcando dia a dia nossapresença na tribuna judiciária do trabalho, postulando o reconhe­Cimento dos direitos dos operários, impedindo pelo nosso comba­te de vê-los sonegados pelos mais poderosos.

Somos, por isso, testemunha, porque dela participamos, dacampanha levada- a efeito pelos Sindicatos dos Trabalhadores nadécada de- 50, visando a construir em 'Caxias do Sul um hospitalpara os trabalhadores, sendo constituida na época uma associa­ção integrada por lideres sindicais para encaminhar as providên­cias necessárias. Com a contribuição dos operários, corresponden­te a um dia de salário, foi possível conseguir o terreno e cons­truir a primeira etapa da obra, ou seja, os alicerces. O empreen­dimento para prosseguir exigia recursos substanciais e que nãopoderiam ser suportados exclusivamente pelos salários dos tra­balhadores. Solicitada a participação do Governo Federal, foiajustado então com as direções sindicais, através de convênio, eisto já na primeira metade da década de 60, a transformação doobjetivo original, para dar lugar à, instalação do ambulatório e

_posto de assistência do hoje INAMPS, localizado à Rua PinheiroMachado, que, apesar das deficiências, funciona até hoje, aten­dendo a milhares de segurados, ficando a obra hospitalar propria­mente dita para _um etapa futura.

Desde então o número de trabalhadores em Caxias cresceuconsideravelmente. A população hoje supera a casa dos duzentosmil habitantes. O número de contribuintes para os cofres públi­cos é expressivo. A cidade desenvolveu de maneira assinalada ea Previdência Social ampliou o número de segurados.

Entretanto, o setor que pouco desenvolvimento apresentou foio da assistência hospitalar e a população tem sofrido amarga­mente as conseqüências desta situação, injustificável quando setrata de um munícípío em que a indústria se espande, a agricul­tura amplia sua atividade, o comércio acompanha o seu cresci­mento. São constantes as denúncias que revelam deficiências noatendimento hospitalar caxíense, apesar do empenho de seus ad­ministradores, agravado com o eneamínhamentode pacientes parainternamento em nosocômíos de outros municípios, pela falta deleitos em Caxias do Sul.

Sentindo a gravidade do problema e coerentes com a reivin­dícaçâo original dos trabalhadores, quando na década de 50 lu­távamos pela construção de um hospital, é que procuramos reaví-

var o assunto, usando Para tanto a tribuna da Assembléias Legis­lativa, quando Deputado EstaduaL Em pronunciamentos diversos.então dizíamos que "a exemplo do que tem feito em outras regiõesdo Pais, o INPS poderia erguer em Caxias uma modelar casa desaúde, que atendesse não apenas os segurados do Município, masigualmente de toda região nordeste do Estado. Teria caracterís­ticas de verdadeiro Hospital Regional, com destinação mais es­pecifica aos trabalhadores e seus familiares". Sustentávamos queas características recomendam Caxias do Sul para centro de um.empreendimento de tal vulto. Entre as justificativas da reivindi­cação asseverávamos que "ela representa condições de maior via­bilidade ainda. quando se sabe da existência de uma Faculdadede Medicina junto à Universidade de Caxias do Sul, cuja entida­de poderia realizar importantes convênios com o próprio Institu­to no terreno operativo deste empreendimento hospitalar. Comose vê, mais um fator preponderante está a justificar tal provi­dência, além dos inúmeros outros que mencionamos no decorrerdesta intervenção". '

Assumindo na Câmara Federal, passamos desde logo a esta­belecer contato com o Ministério da Previdência e Assistência So­cial, diretamente com o SI', Ministro Jair Soares, com quem manti­vemos vários encontros, analisando a reivindicação dos trabalha­dores caxienses e da regíão nordeste e também estudando a via­bilidade de atendimento, a par dos aspectos financeiros e técni­cos que envolvem uma obra desta natureza. Convencido o Sr. Mi­nistro da procedência da postulação, revelou ele, em fins de 1979,que passaria o Ministério a considerar mais objetivamente o as­sunto a partir do momento em que a Prefeitura Municipal de Ca­xias partici-passe com a doação de um terreno compatível, esco­lhido entre três indicados pela Municipalidade, com área de dezmil metros quadrados, não localizado necessariamente no perí­metro da cidade.

Imediatamente encaminhamos expediente ao Sr, Prefeito Mu­nicipal, protocolo n.O 525/80, dando-lhe conhecimento da mani­festação do Sr. Ministro e requerendo a indicação de três terre­nosaiternativos para que os técnicos do Ministério escolhessem omais adequado a receber a obra e, portanto, a ser doado pelo Go­verno caxiense. Através do oficio n.O 037/80, o Chefe do Executivocaxíense registrou a sua solidariedade e apoio ao requerimentoque lhe encaminhamos, Informando da existência de um imóveldependendo de aprovação de loteamento, solicitando ao mesmotempo maiores dados quanto à área exigida pelo Ministério.

Após conversar novamente com o Sr. Ministro Jair Bcares. en­viamos telex ao Sr. Prefeito, com os devidos esclarecimentos. Re­velamos o pensamento de que a Prefeitura deverá considerar oassunto com absoluta prioridade, até com possivel sacrifício tem­porário de outros empreendimentos menos essenciais, uma vez quea construção do hospital regional dos trabalhadores está na de­pendência, praticamente, da doação de imóvel ajustado à natu­reza da obra que se pretende ver concretizada,

Sr. Presidente e Srs. Deputados, fazemos estas consideraçõespara registrar as providências que vêm sendo tomadas, sem alarde,mas séria e objetivamente, para tornar realidade uma das maisjustas aspirações dos trabalhadores caxienses e suas famílias, quehá mais de duas décadas lutam para conseguir um hospital, queagora desejam com caráter regional. para atender a todos os se­gurados da Previdência da região nordeste do Rio Grande do Sul.

Alimentamos a certeza de que, pela conjugação de esforços detodos que integram a comunidadecaxiense, pelo sentido alta­mente social do que pretendem os trabalhadores da cidade de Ca­xias do Sul, pela compreensão e sensibilidade demonstrada emtodos os momentos pelo Sr. Mínístro Jair Soares, tão logo sejadefinido um imóvel que preencha as exigências normais para essetipo de empreendimento, a classe trabalhadora da nossa terra pas­sará a assistir à concretização daquilo pelo que há tanto tempovem lutando, o Hospital Regional dos Trabalhadores,

Passo a ler, a seguir. diversas manifestações sobre o assuntoenfocado:

Discurso proferido pelo 'Deputado Júlio Costamilan, em 10 dejunho de 197-5, na Assembléia Legislativa do ;Rio Grande do Sul,quando exercia mandato estadual:

"Sr. Presidente e Srs. Deputados.Minha cidade, Caxias do Sul, voltou às manchetes dos pe­riódicos estaduais e nacionais com um dos tatos mais do­lorosos que poderia caber nos registros do setor de assís­têncía. previdenciária, e mais especificamente, no HospitalNossa Senhora de Pompéia. Uma criança morreu queima­da na estufa desse hospital, fato que a todos chocou pro­fundamente. E não se trata de um caso isolado, pois ou­tras graves irregularidades vinham se sucedendo há maistempo. Em 1974, quando ainda nos encontrávamos na Cá­mara Municipal de Vereadores de Caxias do Sul, em ra-

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zão de.ocorrências verificadas no setor de assistência pre­videnciária, inclusive aos indigentes, foi requerida umaComissão especial para estudar, analisar e fazer uma sin­dicância a respeito de fatos desta natureza que vinhamacontecendo. Assim, em maio de 1974, Antônio da SilvaVargas simplesmente morreu dentro de um táxi, depois depercorrer vários hospitais, inclusive o Pompéia, sem qual­quer atendimento. A menina Elizabeth Beatriz Rodrigues,em setembro do mesmo ano, também morreu no posto mé­dico do INPS, nos braços de sua mãe, aguardando pormais de seis horas a assistência devida por aquele posto.

Ainda recentemente, Moacyr Favero, um jovem que foiferido por arma de fogo, morreu atacado de tétano, quan­do já estava em fase de recuperação, no Hospital Pompéía,

Noutra ocasião, Adão SOares da Silva ficou horas nas es­cadarias do Hospital Pompéia, sem merecer atendimentode parte daquele nosocômío, quando para lá foi conduzidopor funcionários da Secretaria da Habitação e Ação SOcialda Prefeitura daquele município.

Agora, Sr. Presidente e Srs. Deputados, acontece este fatoverdadeiramente doloroso e que determinou, por parte daSuperintendência do INPS do Estado, o descredeneíamen­to do Hospital Pompéia de Caxias, quanto a assistênciaaos beneficiários da Previdência Social e de vários ou­tros serviços de assistência. Chamo a atenção para esteaspecto e principalmente em relação a esse Hospital, por­que faz ele o atendimento de noventa por cento de pes­soas vinculadas à Previdência e a outros serviços perti­nentes ao setor. Portanto, noventa por cento do movimen­to do Hospital Pompéia é representado. por este tipo deatendimento, e não obstante vem 'de ser descredenciadoem razão dos fatos que vinham se sucedendo e que aca­baram por se revelar de tal gravidade através da criançaque morreu queimada na estufa.

Mas, Sr. Presidente e Brs. Deputados, essas deficiênciashospitalares não 00 verificam apenas em Caxias do Sul.

As carências, distorsões e deb1lidades no campo da assis­tência social são registrados igualmente em outros muni­cípios do Estado e do País. Apenas para citar um exem­plo, basta dizer que a Beneficência Portuguesa desta Capi­tal dispõe de tão-somente uma enfermeira dealto padrão,quando pelas necessidades existentes seriam exigidas cin­co profissionais dessa categoria. Informa o ex-administra­dor do referido hospital, Sr. Alberto Marques, que noventapor cento dos nmeíonâríos são apenas aplicadores de in­jeções.

Na Santa Cata de Rio Grande não há enfermeira de qua­lificação profissional exigida. Pelotas possui 1.486 leitosentre todos hospitais do munícípío, com a proporção de1.0Q{) habitantes para cada 6 leitos, contando com apenas7 enfermeiras de alto nível e 200 atendentes. Passo Fundoconta com 3 enfermeiras de alto padrão e um médico para1.000 habitantes. Santa Maria possui um médico por 1.000habitantes e 600 leitos, faltando outros tantos leitos. paraatender as mínimas necessidades do munícípío,

Em Caxias do Sul, somando-se todos hospitais, veriflcam­se possíbilidades mínimas de atendimento das necessida­des locais e regionais, uma vez que dezenas de doentes deoutras localidades socorrem-se dos nosocômíos caxíenses.

Há no Hospital N. S. de Pompéia, cerca de 350 funcioná­rios, sendo que 14 são enfermeiras de padrão elevado, 12são auxiliares de enfermagem, 180 são atendentes e orestante, pessoal burocrático. No entanto, com todo essesuporte assistencial, a criança que pereceu queimada naestufa havia sido confiada à guarda de uma simples aten­dente, com apenas 6 meses de serviço, no setor de atendi­mento à infânc.ia.Fatos dolorosos desta natureza decorrem, indiscutivelmen­te, de ínsurícíêneías técnicas e profissionais, com .gravesdanos para a vida humana, tão merecedora que é deuma assístêneía mais compatível e mais primorosa.

Sr. Presidente e senhores Deputados.Parece-me, face a estes graves acontecimentos, que parao mais amplo beneficio dos segurados do INPS em Caxiasdo SUl, seria recomendável, dado o descredenclamento doHospital N. S. de Pompéía, que esta casa de saúde pas­sasse para o próprio INPS, aconselhando-se ao GovernoFederal a encampaçâo do nosoeômío, Esta providência,certamente, viria proporcionar maior eficiência nos ser­viços de atendímento dos segurados do INPS que recor-rem ao referido hospital. .

A medida da encampação, por outro lado, ofereceria con­dições para o estágio de profissionais na Faculdade deMedicina existente na Universidade de Caxias, medianteo estabelecimento de um competente convênio.Ao concluir este relato e estas sugestões, o Hospital Pom­péia poderia, ainda, para sanar promessas administrati­vas não cumpridas, abrigar um Pronto Socorro Municipal,uma antiga reivindicação do povo da minha terra.Deixo, portanto, nesta intervenção, a idéia da encarnpa­cão do Hospital Pompêia de Caxias do Sul pelo GovernoFederal, através do IMPS, como providencia altamente po­sitiva e que consulta e resguarda os interesses dos con­tribuintes da Previdência SOcial no municipio mais indus­trializado do interior río-grandense.Era isto, senhor Presidente. (Paímas.) (Não revisado pejoorador.)"

Discurso proferido pelo Deputado Júlio COstamilan em 26 deagosto de 1975, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul,quando exercia mandato estadual:

"Sr. Presidente e srs. Deputados:No decorrer do primeiro semestre deste ano, tivemos aoportunldade, de examinar, desta tribuna, a situação dosprevidenciários de Caxias do Sul, quanto ao atendimentohospitalar oferecido pelo Hospital N. S. de Pompéia.O assunto foi amplamente apreciado face às inúmerasdenúncias de graves irregularidades que estariam ocorren­do naquela Casa de Saúde, quando até uma ComissãoParlamentar de Inquérito foi instituída pelo Legislativocaxiense para investigar e apurar os fatos então aponta­dos.Os acontecimentos relacionados com os serviços médicosprestados pelos hospitais caxíenses, especialmente o N-ossaSenhora de Pompéia, parece que fizeram eelodír, em di­versas regiões do Estado, denúncias de idêntica gravída­de, que punham em risco a saúde e a vida dos seguradosda Previdência SOcial.A maioria dos administradores destas entidades de saúdealegaram e continuam alegando a falta de pagamentopor parte do INPS dos débitos decorrentes da assistên­cia prestada. A imprensa de hoje (Folha da Manhã) in­forma que o órgão previdenciário nacional deve mais de4 milhões de cruzeiros aos hospitais de Caxias do Sul. Afir­ma ainda que há atraso no pagamento de funcionários,laboratórios que cancelam fornecimentos, títulos pagosem oartõrío, itens esses que demonstram a má situaçãodas casas hospitalares da região Nordeste do Estado.A alarmante notícia assegura que os quatro hospitais ea­xíenses, com um total de 600 leitos, já se declarou à bei­ra da falência, devido, segundo seus responsáveis "à ter­rivel burocracia que tomou conta do INPS". A dívida doInstituto, conforme a citada noticia, desde 1974 até o dia30 de julho findo soma a mais de 4 milhões de cruzeiros.Tendo em conta esta grave sítuação, que tudo indica ten­de a se agravar, os hospitais em referência se recusam,de agora em diante, a assumir responsabilidades. A in­formação dada a público, é mais alarmante ainda, quan­do diz que o Hospital Pompela, um dos maiores do EStado.e o maior da Região, precisou recorrer a empréstimosjunto a pessoas físicas e órgãos particulares de previdên­cia, com quem mantém convênios, para reforçar sua cai­xa deficitária.Para o Hospital N. S. de Pompéia o Instituto deve a ele­vada soma de quase dois milhões de cruzeiros, débito quecorresponde desde o primeiro semestre do ano passado até30 de julho do ano em curso. Em declarações verdadeira­mente dramáticas, o Sr. Luiz Zanchetin, administradordo Hospital Pompéia, afirma: "Nós estamos precisandourgentemente desse dínheíro sob pena de falência total.E não estamos cobrando nada além daquilo que temosprestado como serviço à população."Reclamações deste porte são constantemente divulgadaspela Imprensa. A rede hospitalar do Estado e do Pais,autorizada a dar atendimento aos segurados da Previdên­cia SOcial, não está sendo paga pelos serviços que reali­za. Não deixa de ser um tanto estranha esta situação,mais estranha ainda, quando se tomou conhecimento, aofinal de 1974, que o IMPS havia encerrado suas contasdaquele exercício com um expressivo superavlt de 2 bi­lhões de cruzeiros. J1: uma política administrativa incom­preensível essa do INP.s; Não paga os seus compromissos

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e anuncia um saldo positivo de mais de 2 bilhões de cru­zeiros, Informando ainda, ironicamente, naquela oportu­nidade, que não sabia onde aplicar tão volumosa impor­tância. Quem sofre com esta inconseqüente polítíca sãoos ségurados da Previdência que religiosamente têm seussalários, ordenados e vencimentos descontados para oINPS. E sem que culpa alguma lhes caiba, de um momen­to para outro vêem' cancelados ou suspensos os atendi­mentos de saúde, .quanto « Intervenções cirúrgicas. exa­mes laboratoriais e hospltalízação.

Parece-nos, à plena luz da razão, que este irreverenteprocedimento não condiz com os propalados planos deassistência social do Governo, nem com os propósitos daanunciada criação da Fundação Nacional de AssistênciaMédica e Social.

Independente da rigorosa pontualidade de seus débitospara com as Casas Hospitalares do R. G. do Sul, enten­demos que o Ministério da Prevídêncía Social deveria, comurgência, reformular sua politica administrativa, desem­perrando a ferrugem burocrática e partindo para um maisrendoso e eficiente processamento dos compromissos econvênios mantidos, afim de que a rapidez dos expedien­tes seja a tônica a presidir Um excelente relacionamentocom as entidades credenciadas a dar assistência a todos.segurados.Sr. Presidente e srs. Deputados.O que vem ocorrendo em Caxias do Sul, já se tornou ro­tina.

Medidas. de maior profundidade e de maior alcance estãosendo reclamadas para segurança e tranqüilidade dos mi­lhares de segurados da Previdência, não apenas naquelacidade, como em toda Região Nordeste do Estado, centroindustrial que é dos mais ponderáveis da economia gaú­cha.

Renovamos nesta oportunidade o veemente apelo que dI­rigimos aos altos escalões da Previdência Social do .RíoGrande do Sul. Chegou o grande momento do INPS en­campar o Hospital Nossa Senhora de Pompéia de Ca­xias do Sul. Embora por outras razões e mesmo algumassemelhantes, o INPS adquiriu 51% do poder acíanárío doGrupo Hospitalar Conceição desta Capital. Seria o mo­mento feliz e recomendável do Instituto agora procederda mesma maneira com o Hospital N. S. de Pompéía deCaxias do Sul. A providência, além de justa, apropriadae altamente benéfica, viria dar absoluta segurança e tran­qüilidade aos segurados de toda aquela região do Estado.AJpelamos e sugerimos desta tribuna, ao ilustre Superin­tendente do INPS em nosso Estado, nr. Túlio Barcelos,para que volte seus olhos para Caxias do Sul e aquelapopulosa região, aferindo não somente aaltissima con­tribuição dos milhares de segurados do INPS, mas tam­bém visando a realização de um meritório objetivo sO­cíal, ou seja, a encampação do Hospital Pompéia, casade saúde das maiores e bem aparelhadas do Estado, portodos os títulos indicada para se tornar mais uma uni­dade de assistência médico-hospitalar do Instituto e maisuma entidade de proteção aos trabalhadores e suas ta­milias.

Os fatos, as condições e o momento são absolutamentepropícios a esta medida, tão condizente com os princípiosda Lei Orgânica da Previdência Social, nesta época em quetanto se fala na criação de pólos médicos-sociais nas zonasde maior densidade demográfica do Estado e do País.Aqui fica o nosso apelo e a nossa sugestão ao ilustreSuperintendente do INPS, para que S. S." gestione juntoao Ministério a que está subordinado e ao Hospital Pom­péia, objetivando a plena realidade de uma providênciada mais alta justiça social."·

Discurso proferido pelo Deputado Júlio Costamilan em 9 deagosto de 1976, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.quando exercia mandato estadual:

"Sr. Presidente e srs. Deputados.Um dos problemas mais sérios relacionados com a saúdepública em nosso Estado, diz respeito a grave deficiênciade leitos hospitalares. Esta insuficiência verifica-se commaior verticalidade nos Municípios de alta industrializa­ção, para onde insistentemente acorrem as migrações in­ternas em busca de trabalho e melhores condícões de vi­da. O asunto já foi tratado neste plenário sob os maisdiferentes ângulos, na ânsia do encontro de soluções con­venientes que sejam capazes de amenizar este quadro na-~

da promissor. A própria imprensa da capital, em amplas

e detalhadas reportagens trouxe ao debate este proble­ma que está a desafiar os nossos governantes já que im­plica diretamente na salvaguarda da saúde pública.

Não é nosso objetivo, nesta oportunidade, desempenhar atarefa de uma acuídada análíse da estrutura hospitalarexistente no Estado e das reais necessidades vertentes.

Queremos hoje, especificamente, despertar a atenção doseminentes Colegas, para o problema de Caxias do Sul.neste importante setor da saúde popular.

Nas sessões realizadas por esta Casa, em 10 de julho de1975 e 26 de agosto do mesmo ano, ao comentar lamentá­veis ocorrênciais verificadas no Hospital Nossa Senhora dePompéia, de Caxias do Sul, ao final de nossas interven­ções tivemos a preocupãção de reivindicar a encampaçâodeste nosocõmío pelo Instituto Nacional de PrevidênciaSocial. Esta salutar providência, caso tivesse sido concre­tízada, teria contríbuído para solucionar um dos mais sé­rios problemas dos caxíenses, especialmente de seus tra­balhadores, no que diz respeito a' assistência hospitalar.

Não é de hoje que o laborioso operariado caxíense postulaa constítuíção de um hospital próprio. A idéia vem de hámuitos anos. Suas lideranças sindicais de então, insatis­feitas com precário tratamento dispensado aos traba­lhadores, chegaram a organizar uma Associação que pre­cisamente visava a construção de um hospital que fossedestinado à classe operária. Com a contribuição dos as­socíados e a colaboração dos poderes públicos, através deverbas específicas, foi dado início à construção dessa casahospitalar. Com a extinção dos institutos de previdênciae a reformulação da política sindical, o projeto não teveprosseguimento. As instalações existentes foram cedidasao novo órgão da previdência social, o INPS, medianteconvênio com os sindicatos e ali foi instalado um postode assistência que- funciona até hoj e.

A densídade demográfica de Caxias ç10 Sul aumentou con­sideravelmente. O Município conta. hoje com mais de 180mil habitantes, sendo que 40 mil exercem suas atividadesna diversificada estrutura industrial que orgulhosamenteostenta, Para se ter uma idéia do alto índice de trabalha­dores existentes em Caxias, basta dizer-se que de cada100 caxienses, 25 estão exercendo atividades nas suasfábricas. .

A agricultura prosperou, a indústria agigantou-se, o seucomércio acompanhou este crescimento, bem como os se­tores de prestação de serviços, A parte, porém, que menosdesenvolveu, foi a relacionada com a assistência hospita­lar.A cidade conta hoje com a existência de pouco mais de700 leitos, acrescidos que foram com as novas instalaçõesdo recém inaugurado Hospital Infantil N. S. de Fátima.Para cada leito há portanto mais de 240 pessoas.Estamos nos referindo apenas ao atendimento da popula­çáo estável e residente de Caxias do Sul, já que o proble­ma assume aspectos mais graves quanto impõem-se o so­corro de centenas e centenas de pessoas dos municípiosvizinhos que procuram Caxias para hospitalizar-se. E ofato chega a criar um verdadeiro paradoxo, quando oscaxienses são então obrigados a se internar em hospitaisde outros municípios da região.É fácil pois de sentir-se o drama desta cidade que contri­bui de maneira tão expressiva para o progresso 'do Estado'e para os cofres públicos.Já que tanto se proclama sobre a valorização do homem.a proteção da pessoa humana, achamos que este é o mo­mento das grandes definições. Associamo-nos desta tri­buna, aos velhos sonhos das lideranças sindicais de Ca­xias do Sul e de outros importantes setores da sociedade.no sentido de que o INPS venha a construir ali um mo­derno hospital, para atender ao seu grande contingentede previdenciários.A exemplo do que tem feito em outras regiões do pais, oINPS poderia erguer em Caxias uma modelar casa desaúde, que atendesse não apenas aos segurados do Mu­nícípío, mas igualmente de toda região nordeste do Es­tado. Teria as características de verdadeiro Hospital Re­gional, com destinação mais específíca 'aos trabalhadorese seus familiares.

Repetimos que não é de hoje tão justa aspiração. Elavem aumentando e se consolidando de ano para ano, naexpectativa de que se torne sensível realidade.Bem que o INPS, com seus anunciados "superavíts" anuais,poderia investir nesta área tão frágil da saúde pública,

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3072 Sábado 3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1980

dando assim mais sólida e eficiente assistência aos seusmilhares de associados.Todas as caraeterístícas recomendam Caxias do Sul paracentro de um empreendimento de tal vulto. Está com amaior população dos munícípíos que integram a região daencosta superior do nordeste; detém o maior complexoIndustrial e conseqüentemente a maior massa operária;é o maior centro. colegial e universitário; poderá abrigar o1.0 pólo metal-mecânico do Estado; conta com o maiorcorpo médico da região; engloba uma série de outras ini­ciativas e realizações, além de variadas disponibllldades,tudo num volume capaz de autorizar por si só a constru­ção de um Hospital Regional do INPS. lt a reivindicaçãoque desta tribuna respeitosamente formulamos à dignaDireção do INPS, em nome de Caxias do Sul e de todaregião nordeste do Estado. Estas populações não podemindefinidamente, ficarem ao sabor de uma estrutura as­sistencial saturada e' superada' sob pena de comprometer­se a vida humana, Insegura e intranqüila diante do qua­dro atual.Na convicção de estarmos defendendo uma das mais no­bres aspirações daquele povo, voltaremos a esta tribunatantas vezes quantas forem possíveis, até que os respon­sáveis venham ao encontro desta reivindicação. Aliás, elaapresenta condições de maior víabllídade ainda, quandose sabe da existência de uma Faculdade de Medicina jun­to à Universidade de Caxias do Sul, cuja entidade pode­ria realizar importantes convênios com o próprio INPS noterreno operativo deste empreendimento hospitalar. Co­mo se vê, mais um fator preponderante está a justificartal providência, além dos inúmeros outros que menciona­mos no decorrer desta intervenção. O Hospital Regionalpoderia se constituir no pólo de estágio dos profissionaisque concluem seus estudos naquela Faculdade.

Que nossas palavras encontrem guarida nos altos esca­lões administrativos do INPS e possa ser realidade a rei­vindicação dos caxíenses que trouxemos a este plenário."

Expediente encaminhado pelo Deputado Júlio Costamilan aoPrefeito Municipal de Caxias do Sul, requerendo a doação deterreno para o Hospital Regional dos Trabalhadores:

"Ilm.o Sr. Prefeito Municipal.Júlio Costamilan, brasileiro, casado, advogado, atualmen­te no exercício do mandato de Deputado Federal, vem res­peitosamente expor e finalmente requerer o que segue:1. É do conhecimento de V. s.a a reivindicação dos se­gurados da previdência socíal, especialmente de parte dostrabalhadores, de construção nesta cidade de um hospitalde caráter regional, destinado ao atendimento de todosaqueles que contribuem para os cofres da instituição pre­videnciária.2. Ao clamor dos órgãos sindicais têm se associado po­liticos da região, e mesmo entidades diversas, além daimprensa caxíense, todos solidários no apoiamento à Ini­ciativa, convencidos' da elevada finalidade do empreendi­mento.3. Em contatos mantidos pelo requerente em Brasiliacom o Exmo. Sr. Ministro da Prevídêncía e Assistência So­cial, nr, Jair Soares, demonstrando àquela autoridade danecessidade dos trabalhadores caxíenses e da região se­rem atendidos em sua reivindicação, revelou S. Ex." queo órgão que dirige somente passaria a considerar maisobjetivamente o assunto a partir do momento em que aPrefeitura Municipal participasse com a doação de umterreno compatível, levados em conta localização, dimen­sões e topografia. Foi referida a exigência de uma áreamínima de dez mil metros quadrados, não localizada ne­cessariamente no perímetro da cidade.4. Os Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias. deCaxias do Sul, que mantêm base territorial em diversosmunicípíos da região, em reunião da qual participou o re­querente, criaram uma comissão de lideres sindicais parao trato do assunto e gestões visando a dar o devido enca­minhamento a diversas providências para viabilizar a edi­ficação do referido hospItal.5. A Prefeitura Municipal, por certo, se Integrará decí­dídamente à tarefa de colaborar pelos meios ao seu al­cance na concretização de empreendimento de tamanhosignificado, que interessa prioritariamente a milhares detrabalhadores da cidade e da colônia e suas famílias, alémde todos os demais segurados da previdência social da re­gião nordeste do Estado.Assim sendo, e na condição de representante do povo noCongresso Nacional, sensível aOS apelos que partem da

classe trabalhadora, vem respeitosamente requerer a V. S."se digne determinar as providências que considerar opor­tunas e adequadas no sentido de que os técnicos da muni­cipalidade, em conjunto com a omissão de lideres sindi­cais, procedam à escolha de imóveis alternativos a seremmdíeados ao Ministério da previdência e Assistência So­cial, para que este defina o mais conveniente para cons­trução do Hospital ~gional.

O atendimento de tais providências por parte da Prefei­tura Municipal representará o primeiro passo concreto doMunicípio de Caxias do Sul no sentido de fortalecer a rei­vindicação dos trabalhadores, gerando condições paracompelir o Ministério a uma tomada de posição objetiva eclara sobre o assunto.P. Deferimento.Caxias do Sul, 10 de janeiro de 1980. - Deputado JúlioCostamilan."

Pioneiro, 16 de janeiro de '1980:

"JúLIO COSTAMILAN REIVINDICA HOSPITALREGIONAL DOS TRABALHADORESO Deputado Júlio Costamilan, do Partido do MDB, quermedidas concretas para abreviar uma definição do Mi­nistério da Previdência Social, para a construção de umhospital regional para Os segurados da previdência social,e que servirá principalmente aos trabalhadores da cida-de e da eolônía , . .

Para tanto, Ingressou com requerimento na PretetturaMunicipal, requerendo providências, do Executivo, paraque seus técnicos em conjunto com a Comissão Sindicalpró Construção do .Hospital Regional dos Trabalhadores,escolham terrenos alternativos a serem Indicados ao Mi­nistério da Previdência para que este opte pelo mais ade­quado a receber a obra hospitalar.Como se sabe o Deputado Júlio Costamilan vem reivindi­cando a construção de um hospital para os trabalhadoreshá bastante tempo, tendo levado seu pedido diretamenteao Ministro da Previdência em Brasília.Em seu requerimento o parlamentar destaca que a Prefei­tura, por certo, se Integrará decididamente à tarefa de co-

"'aborar pelos meios ao seu alcance na concretização doempreendimento, realizando a doação do terreno, o querepresentará um passo concreto do município de Caxiasdo Sul no sentido de fortalecer a reivindicação dos tra­balhadores, gerando condições para compelir o Ministérioa uma posição objetiva e clara sobre o assunto."

Telex enviado pelo Deputado Júlio Costamilan ao PrefeitoMunicipal de Caxias do Sul agradecendo apoio e solidariedade àiniciativa e prestando esclarecimentos sobre terreno destinado àconstrução do Hospital Regional dos Trabalhadores.

"Ilm.o Sr. Mansueto 8erafinl FilhoPrefeito MunicipalCaxias do Sul (RS)Reporto meu requerimento n.O 525/80 protocolado em 14de janeiro de 1980 reivindicando SU!\6 providências no sen­tido' da escolha de imóveis alternativos a serem Indicados·'10 Ministérío da Previdência e Assistência Social para queeste defina o mais conveniente à construção do HospitalRegional dos Trabalhadores e Segurados da Previdência,Con!irmo a exigência de área mínima dez mil metros qua­drados terreno, região plana, não loealízada neeessaría­mente no perlmetro da cidade. Em novo contato que man­tive com Ministro Jair Soares sobre o assunto, aliÍIIS osétímo encontro a nível ministerial desde que Iniciei oencaminhamento de, tratativas sobre o hospital dos tra­balhadores, devendo me encontrar com o Senhor Ministronovamente amanhã, dia 30 de abril para exame de ou­tros detalhes, foi esclarecida anece,<;,gldade de indicaçãoprévia de três imóveis pela Prefeitura, para que os téc­nicos do Ministério da Prevldêncía Social definam o maisadequado a receber a obra hospitalar e que deverá a se.guir ser doado pela municipalidade. Penso que a Prefei­tura deverá considerar o assunto com absoluta prioridade.até com possível sacrificlo temporário de outros empre­endimentos menos essencíaís, uma vez que a construçãodo hospital regional dos trabalhadores está na dependên­cia, praticamente, da doação de imóvel ajustado à natu­reza da obra. Já que tanto se proclama sobre a valori­zação do. homem, a proteção da pessoa humana, a as­sL...tência é amparo aos trabalhadores, entendo que esteé o momento das grandes e decididas definições. Não éde hoje tão justa aspiração. Ela. vem aumentando e seconsolidando de ano para ano na expectativa de que setome sensível realidade. Como advogado dos síndícatos

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Maio de 1986 DIARIO DO .CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 3073

de trabalhadores, Vereador, Deputado estadual e agoraDeputado rederaí tenho me empenhado com otimismo naluta pela conquista do hospital para trabalhadores, o queestá próximo, a meu ver, a se concretizar plenamente.Agradeço o apoio e solidariedade que recebi do nobre Pre­feito através de seu oficio n.? 037/80. Aguardo a gentilezafie seu pronunciamento sobre os imóveis referidos, aomesmo tempo em que solicito a juntada desta mensagemao expediente de minha iniciativa n.O 525/80 em tramitaçãonessa Prefeitura.Saudações. - Deputado Júlio Costamilan".

O SR. JOACIL PEREIRA (PDS - PB. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o 1.0 Grupamento deEngenharia de Construção, sediado em João Pessoa, comemorou,no dia 28 de abril passado, o seu Jubileu de Prata.

A extensa programação desenvolvida nas dependências da­quela unidade militar contou com a iJresença dos Generais Ro­drígo otávio Jordão Ramos (seu primeiro Comandante), FlorimarCampelo (Comandante do IV Exército), Ivan de Souza Mendes

. (Ocmandante da 7,a Região Militar), Manoel Theophilo Gasparde Oliveira Neto (Comandante da 1O.a Brigada de Infantaria Mo­torizada), Antônio Visintainer Santos Roch~ ('Comandante da 7.aInfantaria Motorizada) e do Major Brigadeiro da AeronáuticaStetison Machado de Carvalho (Comandante do II COMAR>'

Dentre as autoridades civis, compareceram o Governador Tar­císío de Miranda BUlity, acompanhado do seu; secretariado, o Pre­feito da Capital Paraibana, o Presidente do Tribunal de Justiçado Estado, além de grande número de outras personalidades dedestaque na vida políticc-admínístratíva e na sociedade da Pa­raíba.

Para registrar esse acontecimento e homenagear a grandeunidade de Engenharia do Exército brasileiro, no 2:5.a aníversáríode sua criação, ocorrida em 27 de abril de 1955, pelo Decreto Fe­deral n,? 37.221, leio, agora, o discurso proferido, por ocasião dasfestividades, pelo seu ilustre comandante, Geneval Roberto deFrança Domingues, a fim de que fique nos Anais da Câmarados Deputados:

"Passados 25 anos a píoneíra Grande Unidade de Enge­nharia .do Exército Brasileiro, a par da relevante missãode preparação da Reserva da Arma de Engenharia, temum acervo de realizações em ferro e 'Concreto, em solo easfalto, em alvenarias, em estradas e em outros tipos deconstrução que tornaram as esperanças dos nordestínosuma realidade. A esse patrimônio palpável, devem se so­mar realizações de caráter social, que, considerada a áreaonde foram realizadas e as suas condições de exécucão,apresentam um somatório bem expressívo. Com efeito, as­sistindo criteriosa e desveladamente as populações de fla­gelados. pelas cinco enchentes e seis secas que ocorreramnos cinco lustros de sua vida - comportamento seguidasvezes, exaltado pela SUDENE e Estados - buscando sem­pre a valorização do homem dos seus quadros de trabalhoe das regiões onde atua - o 1.0 Gpt E -, sem sombra dedúvida, constítuíu-se num catalizador de modificações doantigo quadro nordestino.Neste instante de felicidade que me foi 'concedido peloCriador e sem qualquer laivo de presunção, porquanto aquiestou; há apenas três meses, cumpre-me exaltar o empe­nho e o esforço dos que aqui passaram.Hoje as condíções são diferentes. A malha rodoviária doNordeste possíbtlíta opções várias, em parte graças à açãodireta - realizando - ou indireta"':"" estabelecendo emu- .lação e parâmetros - do nosso 1.0 Gpt :de Engenharia eCnst.Ontem, o quadro era outro, As ligações eram difíceis, osmeios de execução primários e parcos, por 'Conseguinte ascondições de vida não ofereciam os atrativos do presente,em que pese a carência de recursos, hoje vivida. Assim,é imperativo do momento, evocar o desprendimento eoesforço de militares, e civis numa conjugação de espíritose de trabalho para realizar. Bravos e diligentes soldados,nos seus diferentes níveis hierárquicos, deixaram a co­modidade dos centros maiores para vencer as agruras dasregiões carentes, onde o jipe vencia centenas de quilô­metros, em ínvías estradas de barro, conduzindo os cons­trutores verde-oliva do Progresso.Aos civis, recrutados aqui e ali, tem que ser creditado oreconhecimento da constância e da continuidade na ação,em condições adversas. Era a época da construção comutilização da pé, da picareta, da padiola, da marreta, do"píxote" e da "crespa". Função de tal esforço, muitos mar­cados pelo trabalho são considerados, velhos. Eu não diriatal. Oonsídero-os heróis da construção e, perante vários

que aqui estão, oriundos dos BE Cnst, eu rendo as minhashomenagens ao:') que se foram ou ainda colaboram nasatividades do nosso Gpt.Senhores. estas palavras, repassadas de entusiasmo e emo­ção, têm que ser completadas com duas atitudes. A pri­meira, é de gratidão àqueles, que, conhecendo o trabalhodas Unidades de Engenharia do Sul - que remonta aoperíodo do Império - e as necessidades da nossa regiãopatrocinaram e se empenharam na implantação do nossoGrupamento. Nesse particular, para não incidir em Injus-.tiças a muitos, cabe' lembrar odescortinio, o empenho ea crença dos então Presidente João Café Filho, pranteadoMinistro JOf,é Américo de Almeida - a quem devemosestar aqui sediados e ao Coronel Rodrigo Octávio JordãoRamos - primeiro Comandante.A segunda, é, ante ao passado glorioso - que hoje se exalta .na comemoração de 25 anos de realizações -, ao presenteque vivemos e ao futuro; que buscamos, apresentar o nossocompromisso de continuarmos, sem esmorecimento, a pros­seguir na nossa nobre destinação de engrandecer a terranordestina - razão da nossa existência".

Sr. Presidente, Srs. Deputados, as empresas de café, em nossoPais, atravessam séria crise, a sua grande maioria com altas di­vidas na rede bancária oficial e privada e todas elas sofrendoconstantes preiuízos em seus negócios.

li: que, embora tenha havído aumentos razoáveis no preço docafé moído. a situação dos empresários continua difícil, pois essasmajorações não alcançam os índices desejados.

Os torreradores enfrentam, de um lado, um tabelamento uni­lateral, imposto pelos órgãos controladores de preços, para o cafémoído e torrado, enquanto que a matéria-prima não é tabelada.

Ora, o café cru participa com 70% do custo operacional dasempresas no mercado disponível. E quando o CIP procede a umlevantamento dos custos para as indústrias, a fim de estabelecerpreço .do produto para o consumidor, na maioria das vezes o preçofixado já está desatualízado. Dentro de um mês, as empresas pas­sam a adquirir o café em grão com aumento superior a 30%.

Além do mais, sempre que há um reajuste, o consumo da ru­biácea vai vertinosamente.

Para fazer face às suas necessidades, os torrefadores recor­rem a empréstimos bancários e, assim, elevam constantemente assuas dívidas.

O empresário do Norte e do Nordeste encontra lenitivo nosubsidio fornecido pelo me, mas, mesmo assim, difícil se toma asua sobrevivência.

Os reajustes periódicos do preço do café moído para o consu­midor chegam sempre com certa demora e acarretam quedas sen­síveis no consumo. Basta dizer que depois de ter chegado ao nível8,9 milhões de sacas, em 1970, caiu para 6,4 milhões, em 1976.Essadescensâo vem crescendo cada vez mais.

Diante da crise que dia-a-dia se acentua, as empresas de tor­refação e moagem só vêem uma solução capaz de possíbílítar aoconsumidor a aquisição mais barata para esse gênero que fazparte dos nossos hábitos alimentares: é o Governo fomecer, àsempresas torreradoras e de moagem, café subsidiado no total delOG% de suas necessidades.

A propósito, o Presidente do Sindicato das Empresas de Tor­refação e Moagem do Estado do Ceará, Sr. Hélio Guedes, conce­deu, recentemente, entrevista a um jornal da 'Capital daquele Es­tado, que julguei da maior oportunidade.

E, por isso, quero incorporá-Ia a este pronunciamento, for­mulando apelo ao Presidente do me para que examine e acolhaa sugestão daquele lider empresarial:

"O Presidente do Sindicato das Empresas de Torrefação eMoagem do Estado do Ceará, 'Hélio Guedes, declarou que"as empresas de café, não só do Ceará, mas de todo oterritório Nacional vivem sofrendo sérios prejuízos". Gue­des, depois de explicar toda sistemática que aflige atual­mente o setor, que os torreradores estão clamando urgen­temente por um reajuste no preço do produto, sob penade se agravar cada vez mal... a crise financeira das em­presas torretadoras, que estão hoje em sua grande maioria'com altas dividas na rede bancáría oficial e privada".Falando à reportagem de Tribuna do Ceará, Hélio Guedes.explica o atual quadro do setor, inclusive afirmando 'queembora haja um aumento razoável no .preço do café moídoa situação dos empresários continua difícil tendo em vistaque a cada aumento, corresponde uma queda no consumodo produto.O Presidente do Sindicato das Empresas de torrefação eMoagem do Estado do Ceará, explicando sobre a crise das

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3074 Sábado li DIARIODO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de lS80

torreradoras de café afirma que "o atual prejuízo das em­presas corresponde ao tabelamento unilateral que existepor parte dos órgãos controladores de preços para o cafétorrado e moído, deixando a matéria-prima (café cru),que. participa com 70 por cento do custo operacional dasempresas no mercado dísponível, ou seja, sujeita a .preçosda lei da oferta e da procura. "Díantedesse quadro ­prosseguiu o empresário - quando o CIP procede a umlevantamento de custos para as indústrias, com o fim dedeterminar o preço do café para o consumidor, na maio­ria das vezes, o preço fixado peio órgão governamental, jáestá desatualizado, uma vez que as empresas passam 30dias, depois a comprarem o café com um aumento quevaria acima de 30 por cento.Respondendo a uma indagação, sobre até que ponto asempresas poderiam suportar a crise financeira, disse HélioGuedes, "atualmente as empresas torretadoras estão su­portando os sérios prejuízos, aumentandoconsideravel­mente as suas dividas para com os bancos particulares eoficiais. Por outro lado, ressaltou o empresário", o que salvaos empresáríos do Norte e Nordeste, é o café tornecídocom subsídio pelo IBC. O setor necessíta urgentementede um reajuste no preço do café torrado e moído, visandoà sobrevivência da área industrial do café.Contudo, disse o entrevistado, mesmo que seja reajustadoo preço do café moído para o consumidor, pouco vai me­lhorara situação dos empresários, pois a cada aumentono preço corresponde uma queda assustadora no consumo.Na ocasião. Hélio Guedes, fez uma análise comparativada queda do consumo do café moído, afirmando que "de­pois do nívei de consumo atingir a 8,9 milhões de sacasem 1970, e de 6,4 milhões em 76, a queda do consumo vemaumentando, cada vez mais. Finalmente declarou HélloGuedes que a única solução rJara o consumidor ter o cafémais barato e conseqüentemente reduzir a queda do con­sumo, "é o Governo fornecer às empresas torrefadoras,café subsidiado no total de 100 por cento das suas neces­sidades."

finalizando, Sr. Presidente, quero protestar contra a lingua­gem injuriosa dirigida ao Presidente da República pelo nobreDeputado João Cunha, no último dia 28, em discurso relativo àgreve dos metalúrgicos. A primeira coisa a reprovar nesse pro­nunciamento é a linguagem realmente agressiva, Injuriosa, comque aquele Parlamentar se díríge às autoridades. Ninguém, em sãconscíêncía, neste Pais, pode deixar de reconhecer no PresIdenteJoão Figueiredo os melhores propósitos de realizar aquilo que elejurou fazer - a restauração do regime democrático no País.

A greve, Sr. Presidente, é um direito do trabalhador, mas .9.greve dos metalúrgicos tomou realmente uma conotação políticae o principal lider desse movimento deixou de ser um lider sin­dical para ser chefe de um partido politico.É de lamentar quese crie uma situação dessa, que vem contribuir cada vez mais paraa agitação nacional, ofendendo, agredindo os Poderes constituídose o Presidente da República, como fez o nobre Deputado JoãoCunha .numa linguagem que em nada. contribui. para a paz social.deste Pais.

Deixo aqui o meu protesto, porque creio no Presidente FI­gueiredo, que se destinou obstinadamente a fazer deste País umademocracia. Ressalto também a minha reprovação ao comporta­mento e posicionamento de certos elementos do clero, que vêmrelegando a segundo plano a missão principal, fundamental, daIgreja, que é a missão esperitual, e transformando organismos doclero brasileiro em instrumentos de agitação social neste Pais. AIgreja que conheço e na qual acredito é a verdadeira, a esposa deCristo, sem manchas e sem mácula.

Sr. Presidente, em nome da minha bancada, a representaçãoparaibana, em nome de um Estado nordestino que acredita nosbons propósitos do Presidente da República, deixo aqui consig­nado meu modesto protesto.

O SR. HUGO NAl'OLEAO (PDS - PIo Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, srs, Deputados,tenho recebido extensa corres­pondência - eu diria até mesmo volumosa - dos aposentados daPrevidência Social do Piauí.

No presente momento, refiro-me - já agora especificamente- a uma missiva dirigida por um eoestaduano, o Sr. Dorifeu Ve­loso, que reside em Fortaleza, no Estado do Ceará.

Alega ele:"Como sabe, pertenço à desfavorecida classe dos aposen­tados do INPS, cuja aposentadoria se deu no regime quetomava como base os proventos de 48 meses antecedentes,para dai tirar-se a média do benerícío. Os aurnemo- quesempre temos com base no salário mínimo são inferioresa ele, comumente diminuindo de até 3%. o que correspon-

de, com o passar dos anos, a substancial diferença parao pessoal da ativa."

Sugere, então, o Sr. VeIoso que eu apresente um projeto delei para favorecer a classe. Conclui afirmando que esse projeto delei deveria determinar que os beneficiários da Previdência Socialtivessem aumento idêntico aos do pessoal de ativa, tal como su­cede atualmente com e funcionalismo público federal.

Sr. Presidente, é verdade que no funcionalismo público federalos aposentados e os da ativa têm vencimentos equiparados. Ocorreque tal não se dá, no que se refere aos aposentados da PrevidênciaSocial, pois isso exigiria uma revisão completa sobre o assunto.11: claro que, tendo em vista a impossibilidade de criação de des­pesas, não poderia eu, por um impedimento constítucíonal, apre­sentar tal projeto.

Todavia, aqui fica o meu apelo aos órgãos previdenciários,notadamente o Ministério da Previdência e Assistência Social, nosentido de que reexaminem a matéria, a fim de que os aposentadosda Previdência Social tenham melhores condições.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ANGELlNO ROSA (PDS - se. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, nobres Srs. Deputados, ao tomar conhecimentodas palavras de injúria, de calúnia e de ataque proferidas no úl­timo dia 28, nesta Casa, pelo nobre Deputado João Cunha, nãopoderíamos, como brasileiros, silenciar. Estamos aqui, nesta tarde,para trazer o nosso repúdio a representantes do povo que usampalavras do mais baixo calão, atacando o nosso glorioso Exército.os Generais que comandam as nossas Forças Armadas, visando atrazer a íntranqüílídade, quando a palavra do representante 'dopovo, nesta Casa, deveria ser de ordem e de tranqüilidade, e nãode ataque, de calúnía e de Injúria às mais altas autoridades destePaís.

O eminente Presidente .roão Figueiredo, que jurou fazer destePaís uma democracia, haverá de fazê-lo, apesar dos' ataques, dascalúnias e das injúrias do Deputado João Cunha. Não haverão deser os maus brasíleíros, aqueles que atacam aquilo que temos demais sagrado - as nossas Forças Armadas - que farão a prospe­ridade da nossa querIda Pátria.

A Revolução redentora de 1964 tem trazido para nossa Pátriaprogresso e desenvolvImento. Ai estão as estradas asfaltadas, aíestá o progresso do campo.

:11: lógico que o Pais atravessa, neste momento, como as demaísnações do mundo, dificuldades enormes, em face do problema dopetróleo. Mas será o bom brasileiro, sob o comando do eminentePresidente da República, João Figueiredo, será aquele brasileiroque, sem temor, sem medo, mas com coragem, trabalhando de sola sol pelo amor a esta terra, a esta Pátria, com ordem, com paze com tranqüilidade, que haverá de dar a grande resposta de re­púdio a este Parlamentar que, sem medir conseqüências, pronun­ciou, no Plenário desta Casa, os mais torpes ataques, as maís in­fames calúnias, palavras que jamais deveriam ser ditas da tribunada Câmara dos Deputados contra a pessoa do eminente PresidenteFigueiredo, que' quer a democracia para esta Pátria e que vai pro­movendo a abertura, para que nós, brasileiros. possamos aqui dizera verdade e os jornais, o rádio e a televisão possam, lá fora, di­vulgá-las.

Não será a irresponsabilidade de um Parlamentar que, no diade amanhã, haverá de nos impedIr de continuarmos nesta aber­tura democrática; o nosso glorioso ExércIto e as nossas gloriosasForças Armadas continuam a dar a sustentação capaz e in­dispensável a este Governo, a fim de que, com paz e tranqüilidade,

. possa o Presidente Figueiredo continuar a dar ao Brasil e aosbrasileiros a abertura democrática e a demonstração ao mun-dode que nós, no Brasil, saberemos, com o nosso discernimento, coma nossa Inteligência, com a nossa cultura, com o nosso povo, es­colher o nosso destIno, que não haverá de ser o destino aítenígena,não haverá de ser o destino das esquerdas, mas, sim, haverá deser o destIno que nos haverá de conduzir no caminho democrático,com paz, segurança, sob o comando de João figueIredo. (Muitobem! Palmas.)

O SR. TERTULIANO AZEVEDO (PP - SE. Pronuncia o Stll­guinte díseurso.J ......., Sr. Presidente, Srs. Deputados, o trabalhadorserglpano comemorou ontem, em Aracaju, sua grande data, fa­zendo realizar uma grande concentração pública que contou coma participação dos sindicatos mais representativos da Capital ede diversos sindica-tos rurais de vários Municípios do interior.

Foi uma comemoração por demais significativa, merecendo,destarte, registro nos Anais desta Casa. Fugindo daqueles festejosoficiais que estamos acostumados a assistir todos os anos. prorno­vidos pelo Ministério do Trabalho, os operários sergípanos. pelaprimeira vez. após 1964, foram à praça pública, livremente, seminterferência de ninguém, dentro da ordem e paelficamente, de-

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Maio de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 3075

nunciar à Nação a situação de desespero, de aflição, de total aban­dono e por que não dizer? - de miséria a que estão submetidos

.por um sistema econômico elitista, concentrador, espolíador, con­seqüentemente desumano e injusto para com a classe trabalhado­ra, impedindo, assim, que a mesma tenha a menor participaçãono processo de desenvolvimento nacional.

Salário de fome, desemprego, quase nenhuma assistência mé­dico-hospitalar, falta de escola para os seus filhos, falta de terraforam, entre outros, os principais problemas levantados pelos tra­balhadores, que exigem do Governo soluções para os mesmos, paraque dessa forma possam sair da sítuação em que se encontram,desde quando, com os demais segmentos da sociedade, fazem o de­senvolvimento e o progresso do País..

Outra reivindicação levantada com muita ênfase, pelos líderessindicais, foi a necessidade de uma imediata reforma agrária, úni­ca fórmula de tirar os trabalhadores rurais da situação de misériaem que se encontram, devido à grande concentração da proprie­dade rural existente no País, em detrimento da grande maioriaque necessita da: terra para produzir.

As comemorações deste ano do Dia do Trabalhador devemservir de alerta ao Governo para a necessidade de um novo pactosocial, para a construção de uma nova: ordem social mais justa,mais humana e acima de tudo democrática, atendendo, assim, aOSanseios da sociedade brasileira.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS <:PDS - GO. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, srs, Deputados, a Nação é testemunhado comportamento democrático do Governo do Presidente Figuei­redo diante das greves ultimamente deflagradas, não por Iegítímoslíderes e dirigentes sindicais, mas por declarados líderes políticosoposicionistas que desejam a desestabllízaçâo das instituições na­cíonaís,

De corpo e alma empenhados na derrubada do Governo, certoslíderes políticos e até alguns parlamentares procuraram, e aindaprocuram, o exacerbamento total dos ânimos, para melhor atin­girem seus lamentáveis objetivos.

Como parte dessa malsinada ação, alguns parlamentares pro­curam envolver-se diretamente no meio grevista do ABC paulista,visando ao confronto físÍco que pudesse resultar em violência e,feitas vitimas, tivessem condições de comover a Nação, com o queganhariam a sonhada solidariedade contra o regime democráticoque a maioria do povo deseja consolidar e aperfeiçoar.

Saindo o tiro pela culatra, os fracassados conspiradores resol­veram utilizar-se das tribunas do çongresso Nacional para insul­tar o Governo e os membros de usas bancadas no Parlamento bra­sileiro, numa provocação inconcebivel impondo-nos objurgatóriase impropérios, não preservando sequer o Chefe da Nação.

Fazendo parte desse pequeno grupo de agitadores dos nossostrabalhos, o ilustre Deputado João Cunha, de São Paulo, assacoucontra o Governador Paulo Maluf, alguns dos mais altos chefesmilitares e o Governo Federal, especialmente contra o eminentePresidente João Baptista Figueiredo. tantos insultos que custacrer esteja representando São Paulo, no gozo de suas perfeitasfaculdades mentais.

Em qualquer parte do mundo onde haja greve, Sr. Presidente.é muito comum acontecerem choques entre policiais e grevistas.A televisão livre do nosso Pais tem-nos revelado imagens de cho­ques tão sangrentos em países de civilização milenar, como jamaistivemos a infelicidade de presenciar em nossa terra, mesmo nosanos de ditadura que a oposíção de hoje ajudou a manter.

O que desejam o Deputado João Cunha e OS seus companheiroscom a sua despropositada violêncIa verbal é impedir o cumpri­mento da lei, deixando o nosso Pais exposto à sanha dos agitado­res, que, envolvidos ;12,0 meio operário, intentam a instalação degoverno' de extrema-~squerda em nosso País.

Os policiais que procuram manter a ordem em São Paulo, comode resto em todo o Pais, estão seguindo, com efetiva fIdelldade,as instruções emanadas dos que têm por dever supremo protegere resguardar a comunidade, que também é formada pelos que seengajaram na aventura ilegal da greve dos metalúrgicos, dos agen­tes da desordem e do caos.

Cínicos, fanfarroneiros, traidores do povo são esses atrevidosindivíduos, que. para cumprirem as ordens de seus patrões exter­nos, querem manter uma grave que, além de ilegal, fere profun­damente os mais Iegitlmos interesses do operariado brasileiro e 05próprios interesses nacionais.

. Pode estrilar a malta daninha, João Baptista Figueiredo ePaulo Maluf não deixarão de se conduzir à altura de suas respon­sabilidades e do momento histórico que vivemos.

Ao Deputado João Cunha e aos seus companheiros o Governodiz, pela voz dos seus representantes, que não desconhece, mesmo

em seus mmimos detalhes, os impatrióticos planos de certos opo­sicionistas e, por conhecê-los, não tem nenhuma razão de se deixarintimidar.

Hora nenhuma o Governo sequer pensou em sair dos caminhosdemocráticos que Iívremente escolheu. A lei será observada, comindestrutível firmeza, em defesa da ordem e tranqüilidade públi-cas que lhe cumpre preservar. .

Os xingatórios e as tentativas de conturbação do País não nosretirarão, aos situacionistas, de nossa serenidade. I

Apesar do descomunal esforço de alguns.O SR. OCTACíLIO QUEIROZ (PMDB - PB. Pronuncia o se­

guinte discurso.) - Sr. Presidente, srs, Deputados, agrava-se, acada momento, a situação de calamidade' pública que envolvequase todo o interior do Estado da Paraíba, em conseqüência daseca, que está deixando em estado de desespero, pela fome e de­semprego, as suas populações rurais e urbanas.

Hoje, fomos informados de que se deslocam forças da PolícíaMilitar dali para garantia de algumas cidades, contra invasão,por flagelados, em esta:belecimentos comerciais e feiras.

Na verdade, uma inquietação social gravíssima, generalizada.está, ali, em crescente e trágico desenvolvimento. Armazéns daCIBRAZEM já foram arrombados nas cidades de Monteiro, Itaju­ranga e Souza.

Nesse sentido, correspondência ontem divulgada pelo "O Esta­do de S. Paulo", procedente de João Pessoa dá circunstanciado re­lato sobre as precárias ou dificilimas condíçôes em que se encontrao Governo Estadual, a população rural e vários centros urbanos.

Urge, por tudo isso, que o Governo tome as mais imediatas pro­vidências, em especial o Ministério do Interior, antes que umaconvulsão social avassale o interior paraibano. .

Já temos feito pronunciamentos sobre tudo isso. Mas, em vistada demora das providências e da catástrofe, que se prenuncia na­quela área nordestina, passaremos a ler correspondência de ontem,de João Pessoa, divulgada pelo "O Estado de S. Paulo", sobre osefeitos reais da calamidade climática que envolve a Paraíba. l!:a seguinte:

"A insuficiência de estoques de alimentos nos depósitosda COBAL e da CIBRAZEM é a mais nova conseqüênciada estiagem na Paraiba, o que levou o governador TarcisioBurity a providenciar a aquisição de gêneros em outrosEstados, visando a assegurar o abastecimento às popula­ções flageladas. A medida é para enfrentar a alta de pre­ços devido à escassez de alimentos.Depois de uma reunião com seis secretários estaduais, ogovernador mandou acelerar as obras públicas nos muni­cípíos afetados,. para empregara mão-de-obra ociosa. As­sim, estradas, açudes e casas 'populares, já previstas noplano de governo, serão construídas com prioridade naárea da seca.Segundo levantamento da Secretaria da Agricultura, aseca já atinge 112 munícípíos da Paraiba, numa extensãode 37 mil quilômetros quadrados, correspondentes a quasedois terços do território. A produção agrícola está quasecompletamente perdida nas zonas do Curimataú, Sertão,Cariri ,e Seridô. A população atingida é estimada em ummilhão e quinhentas mil pessoas, distribuidas entre áreasrurais e urbanas. Cento e vinte mil toneladas de algo­dão ~ o principal produto da economia paraibana - fi­carão perdidas se não chover em maio, representando umprejuízo da ordem de Cr$ 2,4 bilhões. A produção de mi­lho está prejudicada em 90% e a de retíão em 80%.

Pressionado pelos proprietários, agricultores e líderes po­líticos, o governo estadual se julga impotente para resol­ver o problema. O secretário da Agricultura, 'José Costa.informou que "não se pode decretar emergência sem onecessário respaldo financeiro. Esse apoio terá de vir defontes federais".Ele admitiu que o Governo Federal está relutando em li­berar recursos para um novo programa de emergência,alegando insuficiência de dados que justifiquem a sua de­cretação. Como forma de apressar a medida, os órgãospúblicos estaduais estão empenhados num levantamentoem toda a área atingida, que será enviado a Bnasílía nospróximos dias.Enquanto o socorro federal não vem, algumas soluções es­tão sendo improvisadas. Os bancos oficiais são pressiona­dos a liberar, no menor espaço de tempo, cerca de c-s 200milhões do programa de aproveitamento de recursos hí­dricos do Estado, lançado no ano passado e do qual cons­tam investimentos na construção de açudes e poços. Estetotal deverá ser repassado. aos agricultores, enquanto se

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desenvolvem gestões para a liberação da terceíra parcela.do crédito de emergência, concedido aos proprietários des­de a última estiagem.A Secretaria de Finanças acha impossível avaliar o mon­tante geral dos prejuízos, mas antevê grande queda naarrecadação estadual, sobretudo com o fracasso da safrade algodão. Em vários municípios, enquanto isso, repetem­se as ameaças de invasões e saques. Na cidade de Sousa,no Alto Sertão paraibano, o Prefeíto Sinval Gonçaivesempregou em serviços de limpeza pública 300 pessoas, quese postaram em frerrte à Prefeitura exigindo comida. EmAnterior Navarro, na mesma região, mais de 200 homensfizeram fila em frente a uma panificadora, somente saindoquando receberam alimentos correspondentes a uma feirapor família. A comissão de deputados estaduais criadapela Assembléia continua percorrendo municípios afeta­dos. Num deles, na zona do Cariri, centenas de agriculto­res, avisados de que os deputados levavam alimentos,concentraram-se inutilmente na Prefeitura aguardandoa comissão. O Deputado Paulo Gadelha, do PMDB, emdiscurso na Assembléia, advertiu que "se o Governo nãoabrir frentes de trabalho, a seca será um caso des,egu­rança nacional, em virtude da convulsão social que se irácriar no Estado."

O SR. JERôNIMO SANTANA (PMDB - RO. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, formuloveemente apelo ao Sr. Ministro da Previdência Social para queadote medidas tendentes a reestruturar o sistema do INPS emRondônia.

As reivindicações neste sentido são antigas. Por inúmeras ve­res denunciamos as deficiências da Prevídêneía Social em nossoTerritório, que, infelizmente, continua submetído à Superinten­dência Regional do Acre, Antes era vinculado ao Amazonas, masessa vinculação tem sido prejudleíal pela burocratização e inefi­ciência que gerou no atendimento dos segurados e no pagamentodos benetíeíos.

Em meu livro intitulado "A Busca de Solução Para os Proble­mas de Rondônia", abordei em profundidade as deficiências dolNPS na área.

Agora, por exemplo, há beneficiários do FUNRURAL com oitomeses de atraso no recebimento das aposentadorias. É precisoinvestigar quem está causando tanto atraso no pagamento destesbenetícíos.

. As filas de segurados por uma consulta médica, em Porto Ve­lho, têm inicio em alta madrugada. As deficiências na Capital sãogrand-es com uma excessiva burocratização na concessão dos bene­ficios. É preciso aprimorar ali a situação do INPS, humanizando-o.

O Ministro Jair Soares, quando assumiu a Pasta da Previdên­cía Soelal, fez uma visita rápida à Rondônia. EsperamO$ as pro­vidências moralizadoras, porém essas ainda não se fizeram sentirem nosso Território. O INPS ali vai de mal-a pior, haja vista oque se, passa no FUNRURAL. .

O problema da burocratização e da ineficiência do INPS emRondônia é institucional; ele vem de uma falha na Lei da Previ­dência Social, que deixou os territórios sem superintendênciasregionais da autarquia. Os territórios ficaram submetidos às su­perintendências dos Estados mais próximos. EsIle fato é que· emparte agravou a situação do Instituto nos territórios, gerando assuas deficiências.

É preciso, pois, atualizar e corrigir a legislação, criando emcada território uma Superintendência Regional da Previdência So­cíal, como existe nos Estados.

Rondônia hoje, tem mais população e mais problemas com oatendimento previdenciário do que o Acre, e temos ali apenasuma agência do INPS na Capital. Nos municípios não foram cria­{ias agências da Previdência Social, funcionando apenas e preca­riamente representações do INPB-FUNRURAL. Ora, se na Capi­tal, onde existe a única agência da autarquia, as coísas funcionamo pior possível, imagine-se esse funcionamento nas representaçõesdos muníeípíos do interior, que não têm autonomia para eoncederbeneficios. A atuação das representações são totalmente burocra­tizadas, tudo dependendo de autorização da agência da Superin­tendência. O funcionamento da Previdência Social, no interior deRondônia, hoje é um caso de Polícía. Basta que se verifique oque se passa em Ji Paraná e Cacoal com as hospitais que mantêmconvêníos com a Previdência Social, mormente com o atendimentodo FUNRU:a.AL. Infelizmente, os municipios do interior de Ron­dônia não foram ainda visitados pelo Sr. Ministro Jair Soares. Épreciso que S. Ex." visite aquele interior e leve até' ali a suacampanha de moralização da Previdência Social. As fraudes alisão grandes. A corrupção campeia nos atendimentos por partede hospitais que são beneficiados por convênios.

A burocratização preside a tudo. Não é possível que municí­pios, com mais de 100.000 habitantes, tenham apenas uma mera

representação do INPS. como JI Paraná, Cacoal, Pimenta Buenoe Guajará-Mírím.

Foi procurando corrigir as grandes falhas" e deficiências daPrevidência Social nos territórios que, desde 1977, apresentei pro­jeto de lei a essa Casa que levou os números 4 .114177 e, respecti­vamente, 345 e 423179, propondo a criação das SuperintendênciasReglonaís doINPS nos T,erritórios. Na justificação destes projetos,o problema das deficiências do Instituto, em Rondônia, foi sufi­cientemente esclarecido, deficiências essas que têm aumentado acada dia que passa devido à falta de definição e de providênciasdo IIIlinistério da Previdência no trato do problema, A verdade éque o Ministério da Previdência Social ainda não enfrentou o pro­blema. Quando o enfrentará?

As soluções aventadas são paliativas. É preciso criar um sis­tema eficiente no atendimento dos segurados e beneficiados comaposentadorias. '

Al-ega-se que os nossos projetos são inconstitucionais e nãooferecem soluções adequadas ao problema. É uma posição niilis­ta. Estamos tratando do problema e oferecendo idéias e sugestõespara a sua solução.

Por que motivos até hoje o Sr. Ministro da Previdência Socialainda não deu solução admínístratíva ao grave problema do INPSem Rondônia? Não conhecemos suas razões.

Por que o FUNRURAL atrasa até oito meses nos pagamentosdos benefícios aos aposentados?

Por que o atendimento do INPS em Rondônia é o pior domundo?

Por que existe corrupção nas entidades convenentes? No casoos hospitais que vêm recebendo as verbas da assistência médicaoferecem o pior atendimento do mundo aos trabalhadores rurais.Basta ver o que se passa em Cacoal.

Por que até hoje não se criaram agências do INPS no inte­rior de Rondônia?

Por que deixar a administração do INPS de Rondônia sujeitaà Superintendência do Acre, uma das entidades mais corrompi­das e mal administradas do Pais? Além do mais, essa Superinten­dência não se interessa por Rondônia. Tudo ali, é manipulado pelapolítica do Acre que não recebe votos em nosso Território. AquelaSuperintendência se transformou num foco de politicagem locale esqueceu-se de 'nosso Território, haja vista que não fiscalizamos convênios, nem podem saber o que os segurados vêm sofrendo,tanto na Capital, como no interior do Território. É uma tristezae desolação qualquer cidadão precisar ser atendido num hospitalcredenciado ali pelo INPS-FUNRlmAL. A verdade é que as ver­bas da Assistência Médica são consumidas nos convênios comos hospitais e o atendimento ao colono sendo o pior do mundo ...

Quando o Sr. Ministro Jair Soares tomará providências' paraas deficiências que sua Pasta reclama em Rondônia? Oportuna­mente tratarei da atuação da LBA naquele Território.

O SR. EDISON LOBAO (PDS _ MA. Pronuncia o seguinte dis­eurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, venho registrar, da tri­buna desta Casa, o recente lançamento do livro "História. do Suldo Maranhão", de autoria do destacado conterrâneo, escritor EioyCoelho Netto. Trata-se, evidentemente, de obra que se propõe auma segura prospecção de homens e fatos que dignificaram aárea meridional maranhense.

O livro está fartamente documentado., o que indica ter o autorempreendido exaustivo esforço na pesquisa, ordenação e levan­tamento de subsídios essenciais à formulação de uma análise pa­ciente e lúcida do sul do meu Estado. cem este trabalho, o valo­roso intelectual traz ao conhecimento público, e incorpora aosAnais da História, uma série de fatos até então desconhecidos,ou ocultados pela bruma do tempo. Tal ineditismo ganha altitudee írreeusável importância, ao identificarmos a sua valia no âmbi­to das solicitações didáticas.

Professor universitário, advogado, jornalista, ex-Secretário deEducação e Cultura no Maranhão, Eloy Coelho Netto revelou-sedesde muito cedo um espírtto plenamente vocacíonado para as le­tras. Tenho,' por isso mesmo, de exaltar-lhe o devotamento cultu­ral, faee à contribuição que presta à causa da Inteligência denossa terra.

Estado que se notabilizou, dentro das fronteiras nacionais eno exterior, como poderoso centro de fulguração intelectual, aoperosldade literária de Eloy Coelho Netto Vem representar sig­nificativo estímuío para as novas gerações. E, cabe-me, comoimperativo indeclinável, não apenas dirigir uma expressão de lou­vor a esse Intelectual, mas manifestar a certeza de que o ilustreconterrâneo persistirá no desdobramento de seu trabalho cultu­ral, já que o sacerdócio da cultura é próprio à Atenas brasileira.E a ativação da criatividade intelectual, no Maranhão, vem con­sagrar a destinação histórica da terra das palmeiras, onde, como

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Eloy. Coelho Netto, há outros brilhantes homens de letras, tam­bém inteiramente voltados para o culto do espírito.

O livro "História do Sul do Maranhão" toma, assim, as carac­terístícas de um compêndio' de investigação e narração da ances­tralídade cultural de nossa terra, na área geográfica estabeleci­da pelo autor.

É o que tenho a dizer.O SR. EDSON VIDIGAL (PP - MA. Pronuncia o seguinte·

díseurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Brasil figura entreos países onde a Previdência Social garante a aposentadoria portempo de serviço, ao lado da aposentatloria por velhice, institu­tos que também são aplicados aos servidores públicos. civis oumilitares, nela não incluídos.

Não obstante muitos quererem atribuir à- aposentadoria portempo de serviço o caráter de mero prêmio. minimizando o seufundamento social, entendo que este último aspecto não podeser tão simplesmente descurado. porquanto o benefício que o tra­balhador aurere da previdência é vital para sua sobrevivência.

Além disso, contríbuíu ele durante anos a fio para os órgãosprevidenciários, e nada mais justo, portanto, que usufrua o otiumcuro dignitate, percebendo destes uma contrapartida~pecuniáriaque lhe permita - ainda que, no caso do Brasil, teori aments ­manter padrão de vida idêntico ao que levara na ati idade.

Por Isso. Sr. Presidente, é profundamente dolorose' a consta­tação de que a Previdência Social brasileira tem dado ~ratamentodiscriminatório a esse contingente de obreiros incansáveis hojena inatividade, através da adoção de critérios injustos Ide reajus­tamento de suas aposentadorias. i'

Estudo recente, elaborado pelo DIEESE, oferece iuma visãobastante ampla do que vem acontecendo nesse campo l

Analisando a evolução de uma remuneração hipotética deum aposentado e de uma remuneração idêntica de trabalhadoresna ativa de duas outras categorias - os metalúrgicos de SantoAndré e os operários da construção civil de São Paulo - o tra­balho conclui que, enquanto a remuneração da aposentadoriacresceu, no período 65/79, 41 vezes, a dos metalúrgicos de Santo'André cresceu 57 vezes e a dos empregados na construção civil,62 vezes. Ou seja: a evolução dos rendimentos dos operários daconstrução civil de São Paulo foi 52% superior à dos aposentadose a dos metalúrgicos de Santo André, 39'(0.

Notem os Senhores que, no mesmo período, o crescimento docusto de vida em São Paulo foi de 61 vezes. Portanto, em rela­ção ao custo de vída.jos empregados inativos sofreram uma perdade 50%, até o último reajustamento concedído (novembro de1979).

Em tese, são os critérios eleitos para essa atualização sala­rial que podem ser reseponsabilizadospor essa defasagBm.

Na prática, porém, o que houve foi o descumprimento total eabsoluto de um diploma legal - o Decreto-lei n.O 66, de 21 de no­vembro de 1966, que determinava a adoção dos mesmos índices dapolítica salarial para os reajustamentos das aposentadorias ­que, entre 1967 e 1974, provocou a correção inexata do benefíciono período em questão. Foram seguidos, então, os mesmos índi­ces do salário rnínímo, o que sígnírícuu para os trabalhadoresuma perda de 13,8% no valor da aposentadoria. A partir de 1975,os reajustes passaram a obedecer ao que efetivamente prescreviao decreto-lei referido.

Aqui, Sr. Presidente, cabe uma observação das mais graves:o valor das aposentadorias foi corrigido pelo salário mínimo quan­do os índices de atualização deste eram inferiores aos da políticasalarial e começou a ser reajustado com base nos coeficientesdesta quando esses números tornaram-se ínreríores aos adotadospara a correção do salário mínimo. Isto dá bem a idéia da gri­tante injustiça que está sendo perpetrada pelo Governo con­tra os trabalhadores aposentados e consubstancla ínequívoca de­monstração do tratamento discriminatório a que aludi anterior­mente.

Portaria do Ministério da Previóéncia e Assistência Social,de 14 de novembro de 1979, ao fixar a nova tabela de reajustespor faixas de salário mínimo, considerou o valor deste que vigo­rava antes de 1.0 de novembro. Nessa data, o mínímo foi eleva­do em cerca de 29%. Ainda aqui, Srs. Deputados, mais uma vez,ficaram em desvantagem os nossos trabalhadores inativos.

Sr. Presídente, assumo a defesa desses milhares de brasilei­ros porque reputo iníquo o que a Previdência Social vem fazendocom eles.

Julgo do mais alto significado social todo esforço que visea tornar mais efetiva a proteção que hoje lhes confere a lei.Entendo que os benefícios atualmente assegurados devem ser am­pliados. É preciso, por exemplo, isentar totalmente do Imposto deRenda l> parca remuneração que percebem; a legislação especí­fica contempla apenas a Isenção parcial, o que, a meu ver, é muito

pouco. Nesse sentido, devo apresentar projeto de lei dentro dealguns dias.

Finalmente, desejo reafirmar desta tribuna minha posiçãointransigente em favor dos trabalhadores aposentados deste Paise lançar às autoridades da área da Previdência Social um apelopara que cuidem com mais atenção dos problemas dessa numerosaclasse, através da implantação imediata de uma política maisjusta e mais humana, que resguarde. de fato, o sagrado direit-oque logrou adquirir, após longos anos de trabalho insano. de po­der gozar, merecidamente. uma aposentadoria que lhe permitaviver com dignidade.

O SR. JORGE UEQUED (PMDB - RS. Pronuncia o seguintedíseurso.) - Sr.I'residente, Srs, Deputados, "todos os legislado­res que deram constituições sábias à República tiveram como pre­caução essencial trazer toda a proteção à liberdade; e desde' quetal proteção tenha sido bem definida na lei. a liberdade duroumais tempo ou menos. Ora, em um Estado bem constituído, qual­quer acontecimento anormal não levaria forçosamente a recorrer­se a medidas extraordinárias. Se as medidas extraordinárias re­presentam remédio momentâneo, isso deixa sempre um mau exem­plo. O hábito de violar constituições para fazer o bem autoríza,em seguida, novas violações para disfarçar o mal" I.Nicolau Ma­quíaveli .

O Governo anunciou no dia de ontem os percentuais de au­mento do salário mínimo, qual seja, os percentuais de aumentopara os salários de mais de 55% dos trabalhadores brasileiros.O aumento foi de 41,47%, e o maior salário mínimo passou a serde Cr$ 4.149,60. A decisão também reduziu o número de regiõesde quatro para três. incluindo o maior salário minímo do Paisos Estados do Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Paraná e SantaCatarina. aliás, para o Estado do Rio Grande do Sul, com a in­clusão na categoria do maior salário mínímo do País, o aumentopassou a ser de 50,35%. pois tem o objetivo de igualá-lo aos deregiões de maior salário mínimo, São Paulo. Rio de Janeiro, Mi­nas Gerais e Distrito Federal.

O aumento do salário mínírno em relação a 1.0 de maio de1979 acusou o acréscimo de 82,93%; entretanto, frente à inflaçãoanual de 89%, apurada em abril, verifica-se que o mínimo teve umreajuste inferior ao da inflação, prejudicando, assim, mais umavez, os assalariados brasileiros, pela sua fixação inferior aos ní­veis de íntlaçâo, o que diminui o poder aquisitivo do salário. Domesmo modo em comparação com as altas anuais dos itens deaümentacâo. responsável por 40% do índíce do custo de vida le­vantado pela Fundação Getúlio Vargas, que acusou a elevação de85.04'7< em março; e dos serviços públicos. que acusaram a altade 89,03%. Os indices de inflação, que de abril de 1979 a abrilde 1980 alcanearam um percentual de 86,08%; nesses 12 mesessão bastante superiores aos índíces Inflacionários de 1964. Como novo salário minimo os trabalhadores brasileiros, após um diade trabalho, poderão adquirir pouco mais de três litros de leitepara sua alimentação, isto em relação ao maior salário mínimovigente no País, que dá uma média de salário-diário de Cr$ 138,32e de salário-hora de Cr$ 17,29.

Ora. como 50% do salário destinam-se ao item alimentação,teremos por día Cr$ 69,16 para que o trabalhador alimente a sie à sua família. Como um litro de leite, que se pode chamar de

-Jeíte, custa Cr$ 19,00, pois o leite tipo "C", que custa Cr$ 12,00,não existe mais no mercado e é praticamente uma "água colori­da", com o salário de um dia o trabalhador poderá comprar pou­co mais de três litros e meio. Assim,. para alimentar a si e àsua familía, após um dia árduo de trabalho, o Estado entendeque o cidadão precisa apenas três litros e melo de leite, já nemse cogita tentar incluir, na alímentaçâe, de mais da metade dostrabalhadores brasileiros, o item carne, que hoje é artigo de luxo,que o povo paga para ver.

Enquanto o Governo anuncia um aumento do salário mínimode 41%, o mesmo Governo autoriza, no mesmo dia, um aumentopara o açúcar cristal de 55%. No mesmo dia o Governo dá au­mento com a mão direita e retira muito mais com a mão esquer­da.. O quilo do açúcar cristal no Brasil custará em torno deCr$ 22,00; ou seja, o trabalhador brasileiro precisa trabalharlh20m para comprar um quilo de açúcar cristal e precisará tra­balhar 1h10m para comprar um litro de leite.

No mês de março, [ornalístas de Brasílía fizeram uma pesqui­sa salarial, uma pesquisa para veríflear o custo de .. vida no Distri­to Federal, e concluíram que seriam necessários Cr$ 8.232,10 paraa dieta básica de uma família com quatro pessoas. Salienta-se,nesse estudo, que não foram computados os gastos com habitação,transporte, saúde, entre outros.

Esta dieta incluiu os príneípaís alimentos na quantidade diá­ria que cada indivíduo deveria consumir.

Com Isso, demonstra-se que, para uma família de quatro pes­soas, seriam necessários cerca dedais salários mínimos (compu­tando-se o valor atual do salário de Cr$ 4.149,60) para se conse-

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guir comprar uma ração mínima de alimentos. Abaixo passo atranscrever o quadro elaborado pelos jornalistas de Brasília:--_.----_.. -~"'--_._--

Consumo ConsumoProduto diário mensal Despesa

individual familiar mensal._~-_.._~--- ._~ _'__ 0 ----'.

Pão 1 lQO 100,00Manteiga 8 gr 1360 gr '57,20Café 6 Igr 720 gr 87;&2Leite 500 ml 601 594,00Biscoito ôOlgr {; kg 345,60Fruta - banana Ü. 120 179,00Açúcar 3'lJ~ 3,6 k:g 44,87Arroz 120 gr 14,4 kg 3115,36Feij ão preto 60,'gr 7,2 kg '1<69,92Repolho (.115 dias) 17&g.r 10,5 kg 163)00Batata (15 dias) 300 191r 18 .k:g 178,20Aípím (1'5 dias) 300 gr 18 kg HiO,20Carne (20 dias) 384 gr 30,7 kg 3.001,44Galinha (10 dias) 528 Igl" 2,1,jl kg 1.1182,72Doce (goiabada) 5O,gr 6kig 2M,86Cebola 20 g;r 2,4 kog 66,72Tomate 201gl" 2,4 kg 42,96Alho 4 gr 480 gr 103,93óleo 30 ml 3,61 143,60Vinagre 4 ml 480 rol 14,01sal 8 gr 000 gr 4,99

.-----------~_. ._---TOTAL ............................... 8.232,10

Saliente-se que nessa verificação o litro de leite é de 01"$ 9,90;agora custa exatamente Cr$ 19,00.

Por isso e diante da inflação galopante, do despreparo do Go­vemo para contê-la, do arrocho salarial, porque as autoridades en­tendem que salário é causa de inflação (uma grande ínverdadepolítica e econômica), o Presidente da República entendeu em nãofalar no dia 1.0 de maio aos trabalhadores brasileiros. Aliás, noque fez bem. Porque nada teria a dizer, suas promessas não to­ram cumpridas. As promessas de seu Ministro Delfim não foramcumpridas. A inflação continua a níveis assustadores e o Gover­no símplesmente' se preocupa com as grandes empresas. Quandoalguma empresa está em dificuldade, o Governo lá está para aju­dá-Ia. O Presidente da República comparece a reuniões com em­presários de São Paulo na FLESP, mas não comparece a reuniõescom os trabalhadores. Quando a cada mês a inflação de 6% ou8% ou 10% assola o salárto dos trabalhadores, o Governo nuncavem ao alcance. A cada mês a inflação tira da mesa do trabalha­dor dois a três litros de leite, e o Governo .permanece insensível.

Mas a situação mais dramática ainda é a dos aposentadospelo :LNPS, ou dos que estão em benefício, alguns recebendo mui­to menos que o salário mínimo e, ainda, somente terão corrigidosos seus proventos três meses após a fixação do novo mínimo, e comindices inferiores ao do aumento.

Quantos milhões de pessoas, neste rico e imenso País, não têmo necessário para uma vida com dignidade, não têm o suficientepara uma alimentação condigna, e assim, mal alimentados, subnu­tridos, tornam-se clientes sistemáticos do nosso serviço de Previ­dência Social, das filas do INP8, na busca de médico e de inter­namento hospitalar. Isto é produto única e exclusivamente deuma poHtica salarial desajustada, equivocada, insensível, desu­mana e cruel. Quando se fala em aumentar os níveis salariais, oGoverno simplesmente responde que as empresas não suportariamo aumento.

Mas o Governo não responde se os trabalhadores suportarão ocerceamento do aumento, se os trabalhadores suportarão vivercom o salário tão insignificante.

Quando o salário mínimo 10i criado, o objetivo da lei era queele fosse suficiente para o trabalhador manter a si e à sua famí­Ua com dignidade; porém, de 1964 para cá, o salário mínimo nãodá sequer para manter uma pessoa com dignidade alimentar.

Enquanto isso os trabalhadores vão à greve, seus lideres apa­nham, são presos, são processados. Alguma coisa vai mal quandoquem reclama por melhor comida apanha e quando para algunssão concedidos todos os benefícios e todas as mordomias. Aquelesque causaram ~ Nação o prejuízo de mais de 500 milhões de cru­zeiros no escândalo das vendas das ações da. Vale do Rio Docecontinuam impunes, mas os trabalhadores têm que trabalhar 1 ho­ra e In minutos para comprar 1 litro de leite neste País continen­ta:l e com grande capacidade para produzir alimentos para seu

povo, mas que apenas se preocupa em exportar, para pagar as di­vidas, oriundas de um processo político desumano e insensivel.

O SR. FEU ROSA (l'IDS - ES. Sem revisão do oraâor.) - S1'.Presidente, nobres colegas, todos nós vimos acompanhando osacontecimentos ligados à potíttca internacional, que se vêm de­senrolando ultimamente. Notamos que os Estados Unidos, maiorpotência do mundo ocidental e democrático - garantia, pode-sedizer, da nossa civilização, do padrão de vida, do tipo de vida, dafilosofia de vida adotada nesta parte do mundo a que pertence­mos - têm atravessado um fase infeliz. A grande nação do Nor­te tem sofrido humilhações no Irã, no Afeganistão e mesmo empaíses africanos e sul-americanos, sob o silêncio ou com a com­placência de todos seus amigos e aliados. Há cerca de sete me­ses, os norte-americanos enfrentam o desafio, injustificávei sobtodos os titulos, de um pais atrasado, dotado de uma populaçãoignorante, fanática, obsedada, sem luzes e sem esclarecimentos,que tripudia sobre o próprio Direito das Gentes, conquista de sé­culos de convivência entre os homens, consubstanciado nas imuni­dades diplomáticas e no patrimônio da cívíltzaçâo humana: o res­peito aos representantes estrangeiros. Esse ritual, imposto pelaconvivência entre os povos desde os tempos dos romanos, não exis­te no mundo atuai, por força do fanatismo iraniano.

Mas os Estados Unidos têm procedido com prudência, fato quedeve ser registrado e elogiado. Os Estados Unidos não têm toma­do atitudes violentas, não têm contribuido, com palavras ou ações,para o desencadear de uma terceira guerra mundial, ou de umcataclisma nuclear. Infelizmente, nobres colegas, essa atitude dosnossos amigos e irmãos do Norte não tem encontrado a devida so­lidariedade por parte de todos os povos do mundo ocidental, quedependem do poder armamentista, da força dos Estados Unidos.para garantir sua tranqüilidade e sua segurança.

Vimos, há pouco tempo, tanques russos invadindo o Afeganis­tão, país pacífico, fraco, desarmado, dele tomando conta, es­cravizando seu povo. A bota russa nunca mais vai sair de lá, aexemplo do que já aconteceu com a Hungría, 'I'checo-Bslováquía,Polônia, Estônia, Letônia ê Lituânia. Isso poderia ter sido apro­veitado, pelos americanos, como pretexto para invadir o Irã, pois,em termos de política internacional, há uma lei de compensa­ção: um esconde as vistas para o que o outro faz, desde que tam­bém leve vantagens. Mas o americano, por ter um padrão ético,um-a elevada formação humanística, um sentido espiritual dà fi­nalidade do homem sobre a Terra, assim não procedeu. Entendoque o povo amerícano é, para o mundo moderno, o que foram osromanos no seu tempo. Da mesma forma, os russos representam,hoje, o que representaram no seu tempo, os bárbaros comanda­dos por AtUa, rei dos Hunos.

,Sr. Presidente, Srs. Deputados, infelizmente, quando os ame­ricanos ped-em solidariedade de seus amigos, daqueles a quem ga­rantem um clima de paz, tranqüilidade e de respeito, estes nãolhes dão apoio.

Houve uma época na História do Mundo, em que somente osEstados Unidos conheciam a energia nuclear, em que apenas elesdominavam a tecnologia do fabrico da bomba atômica. No entan­to, demonstrando 'grandeza e confiança na espécie humana, nãosouberam usar dessa formidável força para exercer seu domíniosobre outras nações. Não se amesquinharam, não invadiram terri­tórios, não roubaram terras de quem quer que fosse. Só usaram abomba atômica para acabar com a guerra. E, logo que ressurgi­ram as condições essencíaís, libertaram o Japão, hoje seu concor­rente em muitos setores. O mundo ocidental, cristão e democrá­tico, não está, entretanto, correspondendoa esse desprendimento,nem ao apoio e à garantia que lhe têm sido oferecidos pelos Es­tados Unidos da América do Norte. l1: o caso do apelo que fizeram,no sentido de boicotar as Olimpíadas, bem como daqueles rela­tivos ao não fornecimento de cereais à Rússia e a mani!estaçõescontra o Irã, diante da atItude selvagem e repulsiva que ali vêmadotando contra pobres reféns, diplomatas que apenas estavamcumprindo seu dever e que lá se encontram - usando-se umafigura da linguagem popular - como bodes expiatórios numa lutaentre 'gigantes.

Então, meus prezados amigos, não quero que, neste Parla­mento, que representa a Nação brasíleíra, umbilicalmente ligadaaos Estados Unidos, paí-s amigo, pais irmão, país que sempre temestado lado a lado conosco nas horas de dificuldades e em todosos momentos da nossa História, país que tem contribuído para onosso desenvolvimento e para a nossa prosperidade - não querofique este Parlamento sem uma voz de apoio, de compreensão ede solidariedade à grande nação do Norte, na pessoa do seu Pre­sidente, o Sr. Jimmy Carter, nesta hora crucial, neste tremendomomento histórico por que atravessa o povo americano.

O SR. VASCO NETO (PDS - BA. Sem revisão do orador.) ­Sr. Presidente, 81'S. Deputados, venho, mais uma vez, a esta trí­buna, fazer um apelo às autoridades do Ministério dos Transportes,

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Maio de 1986 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Sábado 3 3079

notadamente do Departamento Nacional de Estradas de Rodag.em,no sentido de atenderem às populações do São Francisco, sobretudoda região de Carinhanha.A margem esquerda do grande rio, Ca­rmhanha está praticamente isolada do EStado da Bahia, dos gran­des centros, de Guanambi, porque a cheia do São Francisco deter­minou a erosão das obras que ali existiam de terraplanagem. Nãohá como se transpor O alagadiço do rio São Francisco. Tenho rece­bido apelos dos habitantes das regíõeade Malhada, do Iuiu e daprópria Carinhanha, no sentido de que leve às 'autoridades, a fimde que seja sanada essa deficiência no setor dos transportes. Seique há um projeto pronto, a ser utilizado, assim o queira o DNER,sobre a ponte no rio São Francisco e obras complementares doalagadiço. Sem tais obras, com aterro de altura conveniente, de vezem quando, Ou sempre que houver cheias, as populações ribeirinhassofrerão o colapso no setor dos transportes. Estou certo de que oengenheíro David Elkind, Diretor-Geral do DNER, será sensívelao apelo que ora faço. Dirijo-me, especialmente. ao ex-PrefeitoJosé Abreu. para dizer-lhe que as suas cartas foram encaminhadas'às autoridades, a fim de que estas sintam o drama do sertanejo doSão Francisco fi atendam aos seus clamores e apelos, pois nadamais justo do que o anseio de progresso daquela gente, que está,hoje, 'atrofiado por falta de transporte. A medida é urgente e neces­sária. Dal a razão do apelo, que reitero ao final do meu pronuncia-rnento. .

O SR. ROSA FLORES (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte dís­curso.) - Sr. Presidente, srs, Deputados, nenhum trabalho humanoapresenta mais riscos, periculosidade, insalubridade, falta de hi­giene do que o trabalho mineiro. Não é por outra razão que a LeiPrevldencíárín prevê aposentadorias especiais aos que trabalhamnestas condições. Alguns anos no serviço de mineração reduzem asaúde do trabalhador e comprometem notadamente seu aparelhorespiratório, sendo stgnlfícatívaa incidência de doenças do pulmãoentra os mineiros.

A região de extração de carvão do Rio Grande do Sul apresenta,além das círcunstàncíaa da natureza do trabalho, a incerteza paraos que trabalham. Desativada, a extração do. carvãe- ganhou re­centemente novo incremento, em decorrêncía da crise energéticamundial. Mesmo assim, írnprevísâo e erros das' autoridades gover­namentais são responsáveis por permanente sobressalto entre osmineiros. Não basta que enfrentem a aspereza do trabalho, defron­tam-se também com a incerteza do trabalho. Depois de demitidos14:0 trabalhadores, recentemente, com aviso prévio nas mãos, aguar­dam despedida de mais 200 mineiros. Ao todo, são 340 foamillassem condições de subsistência. numa região onde a mineração é aúnica ronte de trabalho. O Governo enfatiza a necessidade de in­crementarmos a exploração de fontes energéticas alternativas. Osjornais informam a respeito do esforço pelo desenvolvimento detecnologia nova, a fim de apurarmos a qualidade do nosso carvão.Nas mãos do Governo ainda está a grande politica energética doPaís. Portanto, só há 'um responsável, ou um irresponsável, pelasituação que aflige a família mineira do meu Estado: o Governo.A recessão tem provocado o desemprego; mas !J, recessão não decor­re diretamente da vontade dos homens e sim de sua polítíca míope.Mas o desemprego dos que trabalham em extração de carvão angus­tia, mais do que aos diretamente atingidos, à própria nação que nãoentende. O desemprego de mineiros evidencia os erros, .desacertos,ímprevísões e irresponsabilidade da política energética do Pais.

Urge, pois, que se dê ao fato a sua real dimensão e a sua pro­funda significação.

Tenho dito.

O SR. JOÃO LINHARES (PP - se. Sem revisão do orador.) ­sr, Presidente, ars, Deputados, o meu Estado, Santa Catarina, du­rante todo o Governo do Presidente Geisel, amarga completo es­quecimento no que diz respeito à 'ação do Ministério dos Transpor­tes, .poís que, por incrível que pareça, durante aquele período se­quer foi iniciado um quilômetro, ou, para ser mais correto, um metrode estrada pavimentada

Atualmente, com a ascensão do Ministro Eliseu Resende àPasta dos Transportes, o nosso Estado volta a ser, como no períododo Governo Médici, olhado com mais simpatia e justiça no setor dostransportes, O Ministro Eliseu Resende anunciou várias obras emSanta Catarina, inclusive uma que já se Integrou à história do nossoEstado, a da BR-282, que liga Lages à capital do Estado, conti­nuando a Interlígação litoral-oeste de Santa Catarina. Na mesmaoportunidade, anunciou a licitação do trecho que liga Lages a Tu­barão, pela rodovia. denominada BR-475. Mas parou ai. E, paraminha estranheza, nada mais foi anunciado, bem como não sabemosdo início de execução do programa de novos trechos na BR-158,cujo projeto de engenharia já está concluído há muitos anos. Estaestrada parte do entroncamento com a BR-282, no Municipio deMaravüha.vatravessanoo :uma região extremamente rica no setoragropecuário. Passa por Campo Erê e atinge o Município de Coro­nel Vivida, interligando-se ao restante da malha rodoviária do Pais.Recordo-me de que, quando tive a honra de acompanhar uma nu­merosa e Importante delegação dos três Estados - porque essetrecho da BR-158, a que me referi, interessa ao Rio Grande do Sul,

Santa Catarina e Paraná - o Ministro Eliseu Resende entusias­mou-se com a execução dessa obra, pois, cortando um terreno real­mente favorável, não exigia a construção de nenhuma obra de arte,o que significava o seu baixo custo.

Igualmente, Sr. Presidente, Srs. Deputados, outra vez encabe­çando uma comitiva do oeste de Santa Catarina, integrada porprefeitos e demais lideranças, o Ministro Eliseu Resende assegu­rou-nos que o DNER faria o projeto de engenharia da BR-480, notrecho que liga Xanxerê, Galvão, São Domingos e São Lourençodo Oeste, trecho relativamente pequeno com cerca de 50 ou 60 km.Estamos a esperar que o eminente Ministro Eliseu Resende cumpraa palavra empenhada com aquela delegação.

Para finalizar. Sr. Presidente, não poderia encerrar o meu pro­nunciamento sem registrar, nesta hora e desta tribuna, uma dasreivindicações mais antigas e sentidas do meu Estado, no que dizrespeito a rodovias: é a importante ligação da cidade de PortoUnião a Canoínhas, esta já integrada a toda a malha rodoviáriado Pais por asfalto. Porto União é uma cidade ferroviária, situa­da numa região estratégica, tanto na parte geográfica como na eco­nõmtca, O Governo está a lhe dever, há muitos anos, o atendimentoa esta· reivindicação da maior importância não só para SantaCatarina, mas para o Sul do Pais. Espero que o Ministro Eliseu Re­sende, que agora tem os olhos voltados para Santa Catarina, tam­bém atenda a estes três pedidos que faço em nome do meu Estado.permitindo-me lembrar àquela autoridade a palavra empenhadacom expressivas lideranças do meu Estado, do Rio Grande do Sule do Paraná.

O SR. LEORNE BEL1':M (PDS - CE. Pronuncia o seguintedlscurso.) - Sr. Presidente, S1's.Deputados, no meu pronunciamentode hoje, gostaria de manifestar a minha confiança nos critérios aserem observados pelo IBDF na análise das cartas-consulta quelhe foram apresentadas por empresas que desejam implantar pro­jetos de reflorestamento

Bem sei das enormes dificuldades com que se defronta o IBDFdiante do grande número de solicitações, bastante superiores aosrecursos disponíveis para esse fim.

Gostaria, todavia, de renovar um apelo, tantas vezes reite­rado por representantes nordestinos, no sentido de que ao Nor­deste sej-am assegurados pelo menos 30% dos incentivos previstospara 1980.conforme, aliás, decisão do CDE, aprovada pelo Presidenteda República.

Confio no discernimento do Presidente do mDF e estou certode que o Nordeste receberá tratamento privilegiado, para que possareduzir o grande desnível que o separa das Regiões mais desenvol­vidas do Pais.

E, no contexto nordestino, não poderla deixar de fazer umasolicitação especial para o Ceará, cujas peculiaridades estão a re­clamar um tratamento diferenciado, que lhe assegure, pelo menos,o equivalente a 30% do que for destinado ao Nordeste.

É este o apelo que renovamos ·00 mDF, na pessoa de seu dedi­cado Presídente, Dr. Gal1uf.

O SR. PEIXOTO FILHO (RJ; Pronuncia o seguinte diseursn.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, num regime democrático o di­reito da minoria deve ser assegurado e garantido, a fim de que aação fiscalizadora da Oposição não sofra qualquer coação

Ressalte-se que, se esse díreito não for respeitado, a Oposiçãoperderá o sentido de sua existência tão necessária quanto útil aopleno funcionamento do Poder Legislativo e à própria essência doregime democrático.

Ainda: a característíca fundamental da democracia está justa­mente no respeito e na íntangíbíüdade do poder fiscalizador dosatos praticados pelo Poder Executivo ou dele emanados, sem queisso implique contestação às instituições ou execração à honorabí­Iídade dos seus integrantes.

Sr. Presidente, durante nove anos seguidos venho exercitandouma criteriosa fiscalização das funções do GOverno, visando a pro­porcionar às autoridades responsáveis melhor conscientização dosproblemas nacionais.

Assim é que, animado dos melhores propósitos, proferi váriosdiscursos cobrando do Ministro da Justiça do Q{)verno passado oresultado dos estudos promovidos pelo grupo de trabalho (comissãode alto nível) criado em 1971, com a ~inalidade específica de ela­borar a reformulaçâo de toda a legislação de base. abrangendo oCódigo Civil, o Penal, o de Processo Civil e o de Processo Penal.além de outros Códigos, no total de dezesseis, além das leis comple­mentares da Constituição Federal vigente e, por fim, a redução das120 leis e decretos-leís existentes a um número não superior a 2mil.

Pois bem, durante tão longo período de noticiários anunciando ocumprimento das promessas oficiais, apenas foram ultimados oCódigo Civil regulando matéria a ser definida pelo Código Civil,de cuja reformulaçâo o Congresso Nacional ainda não tomou conhe-

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3080 Sábàdo 3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1980

cimento; o Código Penal, cujas emendas encaminhadas pelo ex­Ministro da .Justiça ao Legislativo Federal, com vistas ao seu apri­moramento - Decreto-lei de 3-10-69 - diziam respeito quase todasa problemas formais, deixando de lado questões de maior relevân­cia que aquele diploma legal sequer ventilava, e ultimamente oCódigo de Menores, de iniciativa parlamentar.

Quanto aos- demais códigos - Processo Penal, Execuções Cri-'minais, Direitos Autorais etc. apesar de insistentemente divulgadapelo ex-Ministro Alfredo Buzaid a ultimação do trabalho de rstor­mutação - não chegaram até hoje ao Congresso Nacional, com ex­ceção do projeto de lei referente ao Código de Processo Penal, queo atual GOverno encaminhou e que esta Casa, por intermédio deuma Comissão Especial da qual fui Vice-Presidente e sub-relator,aprovou através deste Plenário, o parecer-relatório se encontra noMinistério da Justiça há mais de um ano.

Sr. Presidente, o objetivo do meu discurso de hoje é insistirJunto ao atual Governo para que encaminhe ao COngresso Nacionalos prometidos anteprojetos de reformulaçâo dos referidos códigosna forma do que foi anunciado, pelo Ministro da .Justiça, em 1975,de que estava cuidando da revisão dos trabalhos já elaborados poruma comíssão de juristas de alto nivel, para enviá-los ao Legis­lativo federal.

Na oportunidade, permito-me cobrar as reiteradas promessasgovernamentais de envio de anteprojeto de consolidação legislativaque disponha sobre a redução das leis federais existentes, esta­belecendo normas com a finalidade de evitar o paralelismo de leisconflitantes que regulam a competência de autoridades sobre aexpedição de diplomas legais, para se corrigirem as falhas cons­tatadas nesse sentido.

A elaboração de decretos-leis, por exemplo, que o Governo pra­tica, quando bem entende, com fulcro no art. 55 da Carta Magna,precisa ser corrigido para que sejam melhor caracterizados o in­teresse público relevante e a urgência que tem fechado ao Con­gresso Nacional as portas da participação e colaboração dos seusmembros pelo desenvolvimento do Pais.

Sr. Presidente, as costumeiras justificativas não se ajustam aodominante modelo brasileiro presidencialista, que garante ao PoderExecutivo o domínio absoluto sobre o Legislativo, que deveria, comode direito, exercitar com completa independência a função legis­lativa, a orçamentária e a de fiscalização. Releva notar ainda que oregime de decretos-leis absorve do Legislativo a prevalência quedeveria existir, em termos de elaboração das leis e demais diplo­mas legais.

Sr. Presidente, as limitações impostas ao Congresso Nacional ea transferência de suas principais prerrogativas vêm permItindo aoPoder Executivo estabelecer esse regime de decretos-leis que o levaa considerar-se infalível na sua elaboração. Entende, ainda, que asdemais proposições enviadas ao Poder Legíslatdvo devem ser tam­bém aprovadas incondicionalmente, sob o fundamento de que oGoverno jamais erra. Devota dessa místlea, a maioria do Poder Le­gislativo aprova sístemattcamente todos os projetos oriundos doPoder Executivo. Dai não haver qualquer possibilldade de maíorparticipação na elaboração das leis. gerando, conseqüentemente, asdistorções assínaladaa pelos próprios órgãos do Governo. O Pre­sidente Flávio Marcilio recentemente designou uma comissão de

.Deputados juristas para rever essa constrangedora situação deusurpação de poderes.

Por outro lado, ninguém desconhece, porque os fatos aí estãopara comprovar, que o elevado número de leis transforma a legis­lação numa "colcha de retalhos", estabelecendo a maior confusãona sua aplicação.

Acresce dizer também que um dos responsáveis por essa ple­tora de leis no Pais é o Poder Executivo, que, íntervíndo cada vezmais em todos os setores, assume, gradativamente, o papel do Le­gislativo, usurpando-lhe as principais prerrogativas. É notório quea balbúrdia existente é indescritível, especialmente na parte infine dos diplomas legais, com o artigo "revogam-se as disposiçõesem contrário", pelo qual, logicamente, fica desobrigado o legisla­dor do exame das leis anteriores e realmente conflitantes. Ressal­te-se que, a princípio, foi constatado também-pela comissão de altonível que às vezes as leis anteriores permanecem em vigência,mesmo parcialmente, gerando o conflito. Assim, no curso dos estu­dos promovidos pelas comissões instaladas nos dois últimos go­vernos pelo Ministério da Justiça, verificou-se que o grande nú­mero de autoridades de menor posição hierárquica baixam nor­mas que excedem da sua competência, pelo que a exorbitância deatribuições constitui um dos fatores que contribuem para a confu­são leglslatíva reinante.

, Do que foi divulgado até setembro de 1973 como resultado dosestudos efetuados pelo Governo passado, destaquei em discursosanteriores algumas medidas que poderiam ser adotadas, como a defixar que cada lei restrinja-se a disciplinar a matéria que consti­tui seu objeto ou que a este esteja diretamente vinculada, a de es­tabelecer que a lei nova deveria ser explícita em relação àquílo querevoga na anterior, a qual continuará em vigência, mas com as aí-

terações introduzidas. Ressaltei, ainda, a imperiosa necessidade darevisão de toda a legislação vigente, a fim de que somente sejammantidas as leis de caráter geral e de contexto efetivamente nor­mativo.

Sr. Presidente, o Prof. Alfredo Buzaid, ao sair do Ministério daJustiça do Governo Médici, anunciou que deixava para o seu su­cessor um anteprojeto de consolidação legislativa reduzindo o nú­mero de leis e estabelecendo normas para elaboração de decretos­leis e atos administrativos em geral, inclusive dos tribunais, comobediência também pelos Estados e Municípios. O Ministro da Jus­tiça do Governo passado, porém, não confirmou essa afirmação doseu antecessor, nem elaborou outro anteprojeto; pelo contrário,alimentou a inação governamental.

Tudo isso devidamente considerado, parece-me oportuno reno­var apelo, desta vez ao nosso brilhante colega Ministro IbrahimAbi-Ackel e ao quinto Governo revolucionário, para que providen­ciem o encaminhamento ao COngresso Nacional do supramencíona­do anteprojeto de consolidação legislativa, por não mais se justifi­car tão prolongada demora, em se tratando de uma proposição domais alto interesse nacional.

O SR. PACHECO CHAVES (PMDB - SP. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Brs, Deputados, segundo noticiáriodivulgado pela Folha de S. Paulo de sábado último, numa análiseda economia brasileira, a Bolsa de Valores declarou que "a in­flação de março é, praticamente, um atestado de falência da po­litica antrínrlacíonáeía desenvolvida até agora", propondo que -asautoridades adotem "uma posição de humildade, reconhecendoque o método usado até agora fracassou".

Maa não se trata, apenas, de reformular o método, senão aprópria estratégia, pelo engajamento de toda a sociedade brasi­leira nessa luta, "conscientizando-a de uma realidade que nuncalhe Ioi mostrada claramente, por razões que não cabe julgar nomomento".

Reclama-se o "jogo da verdade", que os Governos da Revo­lução tanto prometeram e não tiveram coragem de realizar. Paraisso, os governantes devem despir-se da aura de infalibilidade deque se cercaram, reconhecendo que "o problema da inflação bra­sileira já deixou de ser, há multo tempo, puramente técnico, ca­paz de ser resolvido por fórmulas tradicionais".

Em seguida, assinala aquele órgão:"Talvez o grande erro das autoridades até agora. tenhasido o de encarar o problema apenas sob os ângulos tec­noerátíco e autoritário."

Conclui por salientar que "malgrado a descoberta dos ônuscausados pelas estatais ao processo de combate ·à inflação, seusgastos ainda são bastante elevados, se comparados com os da íní-ciativa privada". .

Diante dessa constatação, assinalada por entidades ínauspeltasde coloração polítíea ou partidária, o Governo considera possívelum entendimento em favor da salvação nacional, como disse oVice-Lider do PDS, o nosso colega Oantídío Sampaio, nesta tri­buna.

Parece-nos, no. entanto, que a providência imediata a ser to­mada pelo Governo, sem precisar atrair os elementos. da Oposição,eleitos justamente para cumprir estrito papel no contexto demo­crático, seria: melhorar sua própria equipe ministerial.

Se a política econômico-financeira se vem agravando, quandoum Ministro prenuncia inflação de 4!5% ao ano, e ela deverá atingiros 90%, então a providência curíal, imediata, inadiável, consísü-.ria na substituição dos responséveís por aqueles. setores, aindaque venha tarde.

Não pretendemos fazer citações pessoais, e o próprio coman­dante da equipe há de saber onde residem as falhas do time mi­nisterial, a partir da "liderança. em campo".

Quantos estudam Economia e têm condições para apreciar aatual conjuntura brasileira, com uma inflação gaãcpente, sãoacordes em reconhecer que os erros vêm de cima, embora exista,fora do Governo, quem tire proveito dessa crise, pela qual caberesponsabillzar os banqueiros e as muãtínacíonaís de conluio comos tecnocratas.

Era o que tinhamos a dizer, Sr. Presidente.O SR. HENRIQUE EDUARDO ALVES (PP - RN. Pronuncia o

seguínte díseurso.) - Sr. presidente, Srs. Deputados, logo que as­sumiu a direção da SEPLAN, não apenas como Ministro do Plane­jamento, mas como verdadeiro condutor da politica econômlco-fi­nanceira do Governo, o Sr. Delfim Netto prometeu que a inflação,nosso principal inimigo, não superaria, neste ano, os Indíces dequarenta e cinco por cento.

Já no iniclo deste mês, o Sr. Viac!l,va, seu delegado na pollticade preços, calculava em sessenta por cento essa taxa. Entretanto,divulgado o índice de seis e seis décimos por cento, relativo a março,

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Maio de 1980 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 3081

passou-se a considerar a possibilidade de uma inflação superior aoitenta por cento no período.

Acontece que neste mês houve um aumento de cerca de vintee cinco por cento no preço dos cigarros, advertindo alguns técnicosque isso significará, no desempenho dos preços em abril, um aumen­to de cerca de um e meio por cento: Assim, quem previa majoraçãoda ordem de cinco e meio por cento do custo de vida, no mês cor­rente, deve preparar-se para o anúncio final de sete por cento.

A continuar assim, teremos uma taxa inflacionária de cem porcento em 1980.

Como controlar o custo de vida?Mobilizados, sem qualquer controle, os instrumentos de promo­

ção do consumo, abertas as comportas do crediário, o consumidorabsorvendo a crescente produção de eletrodomésticos e automóveís,apesar dos aumentos insistentes, vê-se que o endividamento de to­das as classes, principalmente as mais pobres, tende a acompanharo endividamento geral do Pais.

Nessa conjuntura, se algum produto de exportação conseguemelhor acolhida internacional, surgem logo os confiscos cambiaise os aumentos de impostos.

Parece que a ganância fiscal quer matar a galinha dos ovosde ouro, dirigindo-se, preferentemente, aos que mais produzem eaos que percebem salários. Industriais, banqueiros e principalmenteas empresas multínactonaís, recebendo os mais diversos incentivos,continuam a faturar desenfreadamente, enquanto oitenta por centoda população, pelo menos, apertam o cinto, o proletariado às vés­peras da inanição.

Há muito tempo o Governo vem dizendo que a inflação é onosso pior problema, enquanto o Ministro do Trabalho asseguraque o mais grave está no desemprego e no subemprego. Talvezsejam dois aspectos de um só problema: o modelo econômico mo­netarista não responde mais às necessidades e aspíracões da so­ciedade brasileira. Se, dentre as crises que nos assaltam, a maisimportante se revela no setor energético, com as despesas cres­eentes para o pagamento da conta do petróleo, por que não se in­centiva realmente o PROÁLCOOL e não se instauram outros pro­gramas, para a substituição crescente daquele combustivel?

Se isso demanda prazo médio, a prazo curto, pode o GOYernoprovídencíar na eliminação das mordomias, na contenção dos altis­símos salártos da administração indireta, numa política de austeri­dade que lembre o impulso inicial da Revolução, com o PresidenteCastello Branco.

O povo não suporta mais aumentos. Se a inflação continuarincrementando o custo de vida, marcharemos para a íntranqüílí­dade social, posta em perigo a própria segurança do Estado. A Na­ção está precisando de mais eficientes timoneiros na condução dasua politica econômica.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.

V - O SR. PRESIDENTE (Epitácio Cafeteira) - Passa-se aoGrande Expediente.

Tem a palavra o Sr. Joacil Pereira.O SR. JOACIL PEREffiA (PDS - PB. Pronuncia o seguinte

discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, é auspicioso verificarque o Projeto Democrático para Educação e Cultura, lançado peloMinistro Eduardo portella, no início deste Governo, alcança plenoêxito, no primeiro ano de sua execução

A ação íntermtnísterlat, integrando oMEC e os Ministériosda área social, para a consecução de objetivos comuns, através deprogramas articulados, deu um resultado excelente, com o forta­lecimento do ensino de 1.0 e 2.° Graus.

Essa é uma meta prioritária, em busca da qual o Ministério daEducação e Cultura conta com a ação supletiva dos Estados. Gra­ças a essa coordenação de esforços melhoram as estruturas bá­sicas estaduais, notadamente no melo rural, onde o ensino semprese apresenta deficiente e, também, nas. periferias das grandes ci­dades, em condições de vida subumanas.

Por outro lado, uma série de medidas tendentes a valorizar oprofessor e um maior relaeíonamento com a comunidade acadê­mica se estabelecem, com real proveito para o meio universitário.Cabe destacar os encontros regionais de dirigentes como pontos des­sa nova pclítíca, dentro do Programa de Valorização do Professor eo constante diálogo mantido comos estudantes. Daí a dinamizaçãoda assistência dada às faixas carentes, atendidas pela FundaçãoNacional de Material Escolar (FENAME).

O Sr. Leorne Belém - Permita-me interromper V. Ex.,9. noinício de pronunciamento em que faz uma análise da ação doMInistro Eduardo Portela à frente do Ministério da Educação.Ounheço, inclusive, o pensamento de V. Ex." sobre o assunto esei que seria até precipitada a afirmação de que o Ministro teria,nestes 12 meses em que se encontra à frente daquela pasta, dadorumos definitivos ao grave probelma com que se defronta a Nação

brasileira no setor educacional. Todavia, como V. Ex.a afirma, aação do Ministro já se faz sentir em alguns desses setores direta­mente vinculados à sua Pasta. No meu entendimento, os resultadosmais positivos colhidos pelo Ministro Eduardo Portela em seu Mi­nistério dizem respeito exatamente à reabertura do diálogo entrea principal autoridade educacional do Pais e díversos segmentosda sociedade brasileira. Tenho ido algumas vezes ao gabinete deS. Ex." e vejo com satisfação a presença, ali, de artistas, intelec­tuais e estudantes, que mantêm com S. Ex." um diálogo dos "maiselevados e proveitosos para o amplo entendimento entre esses seg­mentos de nossa sociedade e as autoridades governamentais. Es­tou convencido de que, mercê do seu trabalho, o Ministro EduardoPortela tem prestado uma grande contribuição para o próprioprocesso de distensão política que se efetiva presentemente noPais. Dai por que me congratulo com V. Ex." pelo seu oportunopronunciamento e manifesto a esperança de que o Ministro Eduar­do Portela continue a oferecer o seu talento, a sua inteligência ededicação ao serviço daquela importante Pasta que é o Ministérioda Educação e Cultura.

O SR. JOACIL PEREIRA - A intervenção de V. Ex.", Depu­tado Leorne Belém, realça um ponto importantíssimo da ação doMinistro Eduardo Portela. Intelectual da melhor cepa', escritor eensaísta de formação democrática e cristã, o Ministro EduardoPortela v-em realmente promovendo o diálogo entre os diversossetores culturais deste Pais. Os seus encontros com professor-es ecom <JS próprios acadêmicos deram uma feição nova àquele Minis­tério e estamos v-endo que as unlversidades no Pais estão maisou menos em paz graças a esse posicionamento do homem abertoao debate e ao diálogo.

Prossigo, Sr. Presidente:A revogação dos Decretos-leis 11.05 477 e 228 representou notá­

vel passo para a democratização do ensino. Extintos esses diplo­mas de exceção. mestres anteriormente punidos retornaram àssuas atividades, no magistério. .

A criação da Secretaria de Assuntos Culturais representouconquista dás mais valiosas. E a Secr·etaria de Educação Física ede Desportos, a Confederação Brasileira de Futebol, além de oitoconrederações voltadas para o amadorismo deram novo impulsoàs atividades esportivas do Pais.

Concedo o aparte ao Deputado Hugo Napoleão.

O Sr. 'Hugo Napoleão - Ilustre Deputado Joaci! Pereira, V. Ex."traz à consideração dos seus pares, na tarde de hoje, com bri­lhantismoe patriotismo peculiares ...

O SR. JOACIL PEREIRA - Muito obrigado.

O Sr. Hugo Napoleão - '" e faço questão de entatízar estaexpressão - as realizações que o Ministério da Educação vempromovendo justamente ao encontro das necessidades básicas doPaís neste setor. Diria eu que o Ministro de Estado Eduardo Por­tela é um humanista, E estamos tanto a precisar de humanismonos dias em que a técnica solapa, digamos assim, para usar umaexpressão simples, os nossos sentimentos, estamos tão precisadosdo humanismo, que é justamente um critico literário, um homemde cultura que vem dirigindo, com sobriedade, com serenidade ecom patriotismo, aquela Pasta. Poderia citar que, tão logo foi en­cerrado o Plano Setorial de Educação e Cultura, o 2.° plano, noano de 1979, já o Ministério da Educação e Cultura se vê a braçoscom o Plano Setorial para 1980/1985. Cumpre destacar, além daatuação humanística desse ~nistério, os planos de bolsas de es­tudo, o livro didático, a Campanha Nacional de Alimentação Es­colar e a preocupação do Ministro de que a educação chegue nãoapenas às escolas urbanas, mas às rurais também.

O SR. JOACIL PEREffiA - Justamente.O Sr. Hugo Napoleão - ... como V. Ex." seguramente haverá

de salientar e abordar na análise que faz. Gostaria de acrescentarque temos dados alvissareiros: quase 400 mil bolsas de ensino ede trabalho concedidas no ano passado! Sei· que temos um longo

'C penoso desafío pela frente, mas, felizmente, temos à testa doGoverno um homem preocupadissímo com o destino do Pais nestecampo, e, no Parlamento, especificamente, V. Ex.", que nos brindahoje com o discurso que vem fazendo.

O SR. JOACIL PEREIRA - Muito obrigado, nobre Lider, Depu­tado Hugo Napoleão, V. Ex." realça pontos notáveis da ação doMinistro da Educação Eduardo Portela, esse grande humanistaque vem dinamizando um setor carente de ação renovadora, comoé a educação e a cultura no País. Sabemos perfeitamente que oPaís se preocupava no setor educacional muito mais com a quan­tidade do que com a qualidade. O Ministro Eduardo Portela, vi­sivelmente impressionado com esta situação, vem dando novosrumos para que as faculdades e as universidades não joguem, deano a ano, duas vezes por ano até, uma massa de homens for­mada sem que haja mercado de trabalho. A questão da merendaescolar e das boísás de estudo, como V. EX,a salientou no seuaparte, tem merecido do Ministério da Educação um cuidado es-

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peclal, Isso, sobretudo, para as regiões mais necessitadas do Nortee Nordeste, é realmente desvanecedor e auspícíoso. .

O Sr. Octacílio Queiroz - Permite-me V. Ex." um aparte?

O SR. JOACJIL PEREIRA - Com muita honra concedo o apartea V. Ex.", brilhante professor universitário, que vem acompanhan­do o programa do Ministério da Educação.

O Sr. Octacílio Queiroz - Nobre Deputado Joadl Pereira, per­mita-ma um ligeiro aparte ao brilhante discurso que faz. Antes,quero dizer-lhe que, pessoalmente, tenho admiração reconhecidapelo valor intelectual, pelo trato cordial e inteligente do Sr. Minis­tro da Educação. Nas poucas vezes em que me dirigi ao Ministério,em companhia também de alguns deputados, sempre encontreiuma receptividade clara e evidente para os problemas da nossasofrida região, problemas que constituem sempre motivo dos nos­80S pronunciamentos básicos nesta Casa. Mas, na oportunidade,quero que V. Ex." permita interpor no seu brilhante discurso umrenovado apelo, ou uma renovada sugestão, no sentido de que oSr. Ministro Eduardo Portela continue e dê com mais vigor seuapoio àquele problema fundamental da federalização da Univer­sidade de Campina Grande. Em outra etapa ouvimos de S. Ex.",o Sr. Ministro da Educação, o reconhecimento e o aplauso à me­dida que visa a fweralizar aquela Universidade. É claro, e V. Ex."bem o conhece, que o complexo ali - que pode ser um complexouniversitário dos mais eficientes e qualificados do Nordeste, bus­cando adquirir a sua federalização, a que se une a UniversidadeRegional dali - não é uma aventura em matéria de ensino, ouuma tentativa demagógica ou eleítoreíra de qualquer polítíeo,deputado ou não. Na Universidade de Campina Grande, e digouníversídade, porque, realmente, lá existe uma universidade defato, o ensino é de uma qualificação altamente elogiável. A Escolade Engenharia do Centro Tecnológico de Campina ..Graride, detempos anteriores, é das melhores, senão a melhor escola do Nor­deste. No entanto, sabe V. Ex." 'que o ensino oficial, o ensino man­tido pelo Poder Público, o ensino universitário, tem outras possi­bilidades e abre condições de muito maiores possibllldades paraa grande massa de estudantes que busca o ensino universitário.Com o projeto de federalização daquela universidade, já aprovadona Câmara dos Deputados, e prestes a ser aprovado pelo SenadoFederal, teremos ali uma universidade que se vem incorporar aoprocesso cultural, teenclógíeo, humanístíco do Nordeste. Não é umauniversidade criada, assim, a-vol-d'oiseau, -uma improvisação.Suas raízes são profundas. Então, quero ressaltar, durante o dis­curso de V. Ex.-, a simpatia e a compreensão profunda que o Sr.Minúltro Eduardo PorteIa teve do assunto, No entanto, há aindauma procrastinação. Mas essa providência deve vir do Governo Fe­deral, colimando os interesses daquela região, de sua vasta po­pulação universitária. É um meio pobre, realmente, o Nordellte,por todos os BeUS ângulos, nós o sabemos muito bem, e as con­dições do ensino particular são extremamente difíceis para os es-tudantes pobres. .

O ensino univerBitárlo particular é quase proibitivo, por vá­rias razões, mesmo com o crédito educativo. Então, eu peço aV. Ex.· que faça a adjudicação ao seu brilhante discurso, o BeUapelo de parai-bano e de nordestino, junto ao meu e de tantosoutros colegas, para que, por fim, se oficialize aquela aspiraçãomáxima, que não é só da Paraíba, mas de todo o Nordeste. Cam­pina Grande é uma cidade central do interior nordestino, e a suairradiação é enorme sob todos os aspectos: cultural, econômico,comercial e tecnológico. Espero que o apoio de V. Ex.", mais umavez, V. Ex.", que sempre se mostrou defensor dessa aspiração ­que é de todos nós, paraibanos e nordestinos - incorporando-aao seu discurso, constitua uma motivação mais forte para conse­guir do Br. Minúltro da Educação, junto ao Sr. Presidente da Re­pública, a consecução daquela medida altamente valorativa paraos destinos do Nordeste, em especial da Paraíba.

O SR. JOAOIL PEREmA - Nobre Deputado octacíüo Queiroz,acolho com entusiasmo o apelo de V. Ex.·, o qual incorporo aomeu discurso com o maior prazer. Sabe bem V. Ex.- como o Mi­nistro Eduardo Portela tem símpatía por esta idéia alta e gene­rosa de sua iniciativa, porque foi V. Ex." o autor do projeto defederalização da universidade de Campina Grande, já aprovadonesta Casa do congresso. mas pendente ainda. da aprovação doSenado. Mas nós já temos, por assím dizer, um eompromísso doMinistro Eduardo Portela, COm toda a bancada, com toda a re­presentação paraibana. Acima de partidos, estivemos com S. Ex.·,unidos, em defesa desse magno interesse da Paraiba e do Nor­deste.

O esforço feito para desmarg1na.lizar as populações de baixarenda das regiões metropolítanas, através do Programa de AçõesEducativas para o Desenvolvimento das Populações da Periferia.Urbana, revela a preocupação do Ministério com o ensino básico,incluindo parcela ponderável do povo brasileiro, na grande obrade soerguimento naeíonal, Esse é um projeto a cargo do MEC edo Ministério do Interior, com a participação dos habitantes dosbairros, em cada cidade.

Seu alcance social é índíseutível, pois o atendimento educa­tivo-cultural às populações marginalizadas ajudá-las-á a melho­rar a sua qualidade de vida e o seu nível social. Contribuirá, as­sim, para corrigir as distorções oriundas da desigualdade da dis­tribuição da renda e da inexistência de serviços educativos emvolume satisfatório. Visa a eliminar, gradativamente, fatores demargínaüsação cultural, elevando a qualidade de vida. Compatã­bílíza-se, pois, com o lI! Programa NaClional de Desenvolvimen­to - PND. Destina-se a uma duração, ao longo dos próximosanos, eliminando a inferioridade que afeta o processo educativo­cultural nas áreas suburbanas.

O Sr. Siqueira. ClUtlpos - Deputado Joacil Pereira, fico muitocontente em ver que, nesta tarde, fazemos justiça a um dos gran­des Ministros do Governo João Figueiredo. De fato, o MinistroEduardo Portela, homem competente, sereno, equilibrado. sobre­tudo acessível e tratável com todos aqueles que o procuram, vemdesenvolvendo, discretamente, sem alardes, sem maiores promoções,uma administração à altura das necessidades da educação brasi­leira. Por diversas vezes procurei S. Ex.· e, em todas elas, sempresaí satisfeito com o tratamento que S. Ex." dispensa aos parla­menta.rese pelas soluções, sempre que possível, dadas aos proble­mas que costumamos levar ao seu Gabinete. Particularmente,enfatizo o apoio da administração Eduardo Portela ao ensino de1.0 e 2.0 Graus, neste pais, que, quando da posse de S. Ex .... estavaem situação de caos. li: verdade que ainda não conseguiu o Mi,.nístro Eduardo Portela colocar as coisas nos seus devidos lugares.Mas é preciso que reconheçamos que iSIlO tem sido impossivelpela escassez de recursos e por uma séríe de obstáculos que aadmínístração de S. Ex.· vem encontrando. O apoio que S. Ex."tem dado ao ensino de 1.0 e 2.0 Graus não tem absolutamenteocasionado qualquer espécie de prejuízo ao ensino superior, quebusca aperfeiçoar e ajustar à realidade do País. Veja V. Ex."-queainda há pouco, antecedendo-me na tribuna de apartes, estavaum dos mais aguerridos membros da Oposição brasileira, queaqui fez justiça à administração do Ministro Eduardo Portela,Na realidade, todo homem de bem, todo brasileiro interessado,todos os que buscam melhorar as condições da educação brasi­leira e o bem-estar do povo brasileiro, não podem deixar de teceras mais elogiosas referências ao Ministro Eduardo Portela. Estáde parabéns V. Ex." Solidarizo-me com todos os termos do seubrilhante discurso, que está chamando a atenção desta Casa eda Nação nesta tarde. Muito obrigado a V. Ex."

O SR. JOACIL PEREIRA - Nobre Deputado Siqueira Campos,o aparte de V. Ex." muito me honra. V. Ex." tocou no ponto fun­damental do Programa Democrátíco Para a EdUClação e a Culturae a ênfase que o Ministro Eduardo Portela vem dando ao ensinode 1.0 e 2.° Graus. Fez muito bem V. Ex.", inclusive de pôr emrelevo a palavra autorizada do nobre Deputado Octacílio deQueiroz, homenageando, com a justiça da sua razão, a adminis­tração do Ministro Eduardo Portela.

O Programa de Ações Educativas Para o Desenvolvimento dasPopulações da Periferia UDbana é, sem dúvida alguma, o maisarrojado plano elaborado, até hoje, neste País.

As suas metas se desdobrarão em três subprogramas: o deatendimento sócio-cultural à mtãncía, diminuindo os efeitos dasdesigualdades de distribuição de renda e prevenindo, a médioprazo, os fatores da pobreza absoluta; o educativo-cultural, parauniversalizar a educação básica à população com idade escolarentre 7 e 14 anos, os adolescentes de 13 ao 17 anos e os adultos;o de apoio técnico-administrativo, como suporte aos dois outrossubprogramas, incluindo o treinamento de lideranças comunitá­rias.

As regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, BeloHorizonte, Fortaleza, Belém e Brasilla já recebem os benefíciosdessa programação. Outras Capitais se 'beneficiarão, numa segun­da etapa. Espero ver, dentro em breve, João Pessoa e CampinaGrande contempladas por esees metas. lÍl o que peço, encareci­damente, ao ilustre Ministro Eduardo PorteIa, neste apelo que lhedirijo, desta tribuna. em nome do povo paraibano.

Nos primeiros doze meses da sua feliz gestão à frente do MEC,quero aplaudir o seu Projeto Democrático Para a Educação eCultura e dizer a S. Ex." que confio no seu desempenho e no dasua. equipe para alcançar os magnos objetivos preconizados noseu patriótico plano.

Era o registro que queria fazer, nesta tarde. sobre a ação doMInistro Eduardo Fartela à frente do Ministério da Educação eCultura. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Joacil Pereira, o Sr. Epitáciocafeteira, 29-Secretário, del:J:a a cadeira da presidência, queé ocupada pelo Sr. oetaciuo Queiro~, nos -termos do art.76 do Regimeno Interno.

Durante o discurso do Sr. Joacil Pereira, ° Sr. Octa­cílio Queiroz (art. 76 do Regimento Interno), deixa a ca­deira da presidência, que é ocupaàa pelo Sr. Epitácio Cafe­teira, 29-Secretário.

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Maio de 1980 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 30113

o SR. PRESIDENTE (Epitácio Cafeteira) - Tem a palavra oSr. Siqueira Campos.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS PRONUNCIA DISCURSO QUE, EN­TREGuE A REVISAO DO ORADOR, SERA PUBLICADO POSTE­RIOMENTE.

Durante o discurso do Sr. Siqueira Campos, o Sr. Epitá­Cio Cafeteira, 29-Secretário, deixa a cadeira da presidência,que é ocupada pelo Sr. Nasser Almeida, Suplente de Secre-tário. .,

Durante o discurso do Sr. Siqueira Campos, o Sr. Nas­ser Almeida, Suplente de Secretário, deixa a cadeira dapresidência, que é ocupada pelo Sr. Homero Santos, 19­Vice-Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Está findo o tempodestinado ao Expediente.

Vai-se passar à Ordem do Dia, que se destina a Trabalho dasComissões.

Comparecem mais os Srs.:Flávio MarcílioAry KffuriJoel Lima,

Acre

Aluízio Bezerra - PMDB; Geraldo Fleming - PMDB.Atnazonas

Joel Ferreira - PDS; Mário Frota - PMDB; Rafael Faraco-PDS.

ParáAntônio Amaral - PDS; Brabo de Carvalho - PDS; Jader'

Barbalho - PMDB; João Menezes - PP; Manoel Ribeiro - PDS;Nélio Lobato - PP.

MaranhãoFreitas Diniz - PT; José Ribamar Machado - PDS; Luiz

Rocha - PDS; Nagib Haickel - PDS; Temistocles Teixeira ­Victor Trovão - PDS; Vieira da Silva - PDS.

Piauí]

Correia Lima - PDS; Ludgero Raulino - PDS; Milton Bran­dão - PDS.

CearáAdauto Bezerra PDS; Cesário Barreto - PDS; Claudino

Sales - PDS; Cláudio Philomeno - PDS; Figueiredo Correia ­PP; Furtado Leite - PDS; Iranildo Pereira - PMDB; ManoelGonçalves - PP; Mauro Sampaio - PDS; Ossian Araripe - PDS;Paes de Andrade - PMDB Paulo Studart - PDS.

Rio Grande do Norte

Antônio Florêncio - PDS; Carlos Alberto - PTB; João Faus­tino - PDS; Pedro Lucena - PP; Vingt Rosado - PDS; Wan­derley Mariz - PDS;

ParaíbaAdemar Pereira - PDS; Alvaro Gaudêncio - PDS; Antonio

Gomes - PDS; Antônio Mariz - PP; Arnaldo Lafayette - PTB;Carneiro Arnaud - PP; Joacil Pereira _ PDS; Wilson Braga ­PDS.

PernambucoAiron Rios - PDS; Augusto Lucena - PDS; Cristina Tavares

- PMDB; Geraldo Guedes - PDS; Inocêncio Oliveira - PDS;João Carlos de Carll - PDS; Joaquim Coutinho - PDS; JoaquimGuerra - PDS; José Carlos Vasconcelos - PMDB; José MendonçaBezerra - PDS; Oswaldo Coelho - PDS; Pedro Corrêa - PD8;Ricardo Fiuza - PDS; Sérgio Murilo - PTB.

Alagoas

Antônio Ferreira - PDS; Divaldo Suruagy - PDS; José Costa- PMDB; Mendonça Neto - PMDB.

Sergipe

Celso Carvalho - PP; Jackson Barreto - PMDB; TertulianoAzevedo - PP.

BahiaAngelo Magalhães - PDS; Djalma Bessa - PDS; ElquIsson

Soares - PMDB; Fernando Magalhães - PDS; Henrique Brito ­PDS; Horácio Matos '- PDS; Jorge Vianna - PTB; José Penedo-PDS; Leur Lomanto-PDS; Marcelo Cordeiro-PTB; MenandroMinahim - PDS; Ney Ferreira - PDS; Odulfo Domingues .­PDS; Raimundo Urbano - PTB; Rogério Rego - PDS; RômuloGalvão - PDS; Ubaldo Dantas ~ PP; Wilson Falcão - PDS.

Espírito SantoGerson Camata - PMDB; Luiz Baptista - PMDB; Max Mauro

-PMDB.Rio de Janeiro

Alair Ferreira - PDS; Alc.ir Pimenta - PP; Benjamim Farah .- PP; Daniel Silva - PP; Darcllio Ayres - PDS; Délio dos San­tos - PMDB; Edison Khair - PT; Felippe Penna - Florim Cou­tinho - Hydekel Freitas - PDS; Joel Vivas· - PP; Jorge Gama- PMDB; José Maria de Carvalho - PMDB; José Mauricio ­PTB; José Torres - PDS; Lázaro Carvalho - PP; LéoSimões ­PDS; Mac Dowel Leite de Castro - PP; Marcelo Medeiros - PP;Márcio Macedo - PP; Miro Teixeira - PP; Modesto da Silveira- PMDB; Osmar Leitão - PDS; Paulo Rattes - PMDB; PauloTorres - PP; Pedro Faria - Peixoto Filho - Rubem Dourado ­PP; Rubem Medina - PP; Saramago Pinheiro - PDS; SimãoSessim - PDS; Walter Silva - PMDB.

Minas GeraisAltair Chagas - PilS; Batista Miranda - Bento Gonçalves

- PP; Castejon Branco - PDS; Christóvam Chiaradia - PDS;Edgard Amorim - PMDB; Edilson Lamartine Mendes - PDS;.Fued Dib - PMDB; Genival Tourinho - PTB; Hélio Garcia ­PP; Hugo Rodrigues da Cunha - PDS; Humberto Souto - JairoMagalhães - PDS; João Herculino - PMDB; Jorge Ferraz ­Jorge Vargas - PP; Juarez Batista - PP; Júnia Marise _ Pp;Leopoldo Bessone - PP; Luiz Baccarini - PP; Luiz Vasconcellos-'- PDS; Magalhães Pinto - PP; Moacir Lopes - PDS; NavarroVieira Filho - PDS; Newton Cardoso - PP; Ronan Tito ­PMDB; Sérgio Ferrara - PP; Silvio Abreu Jr. - PP; TelêmacoPompei - PDS:

'São PauloAdalberto Camargo - PDS; Adhemar de Barros Filho - PDS;

Airton Soares - PT; Alcides Franciscato - PpS; Alberto Gold­man - PMDB; Antônio Morimoto - PDS; Antônio Russo ­PMDB; Aurélio Peres - PMDB; Baldaeeí Filho - PDS; BeneditoMarcilio - PTB; Bezerra de Melo - PDS; Caio Pompeu - PP;Cantidio Sampaio - PDS; Cardoso de Almeida - PDS; CarlosN.elson - PMDB; Díogo Nomura - PDS; Erasmo Dias - PDS;Francisco Rossi - PDS; Gióia Júnior - PDS; Henrique Turner- PDS; Herbert Levy - PP; Horácio Ortiz - PMDB; Israel Dias­Novaes - PMDB; Jayro Maltoni - PDS; João Arruda - PDS;Jorge Paulo - PDS; José Camargo - PDS; Maluly Netto - NatalGaie - PDS; Pacheco Chaves - PMDB; Pedro Carolo - PDS;Ralph Biasi - PMDB; Roberto Carvalho - PDS; Ruy Côdo ­Ruy Silva - Salvador Julianelli -..,.. PDS; Santilli SobrinhoPMDB; Ulysses Guimarães - PMDB; Valter Garcia - PMDB.

GoiásFernando Cunha - PMDB; Francisco Castro - Genésio de

Barros - PDS; Hélio Levy - Iturival Nascimento - PMDB; JoséFreire - PMDB; Rezende Monteiro - PDS.

Mato Grosso

Bento Lobo - PP; Gilson de Barros - PMDB; Júlio Campos- PDS; Louremberg Nunes Rocha - PP.

Mato Grosso do Sul·João Câmara - Ubaldo Barém - PDS; Valter Pereira.

ParanáAdolpho Franco - PDS; Álvaro Dias - PMDB; Amadeu Gea­

ra - PMDB; Antônio Anníbellí - Antônio Ueno - PDS; BragaRamos - PDS; Ernesto Dall'Oglío - PMDB; Euclides Scalco ­PMDB; Hélio Duque - PMDB; Hermes Macedo - PDS; ítalo Con­ti - PDS; Lúcio C10n1 - PDS; Mário Stamm - PDS; MauricioFruet - PMDB; Nivaldo Krnger - PMDB; Norton Macedo ­PDS; Olivir Gabardo - PMDB; Osvaldo Macedo - PMDB; PauloPimentel - PDS; Roberto Galvani - PDS; Vilela de Magalhães- PP; Waldmir Belinatl - PDS.

Santa CatarinaAngelino Rosa - PDS; Ernesto de Marco - PMDB; Evaldo

Amaral - PDS; Francisco Libardoni - PMDB; Juarez Furtado- PMDB; Luiz Cechinel - PT; Mendes de Melo - PP; PedroCollln - PDS.

Rio Grande do SulAlberto Hoffmann - PDS; Aldo Fagundes ~ PMDB; Alexan­

dre Machado - PDS; Cardoso Fregapani - PTB; Carlos Chia­relli - PDS;Clãudio Strassburger - PDS; Darcy Pozza - PDS;Eloar Guazelli - PMDB; Eloy Lenzi - PTB; Emidlo Perondi ­PDS; Fernando Gonçalves - PDS; Getúlio Días - PTB; HarrySauer - Hugo Mardini - PDS; Jairo Brum L PMDB; JorgeUequed - PMDB; Lidovino Fanton - PTB; Odacir Klein ­PMDB; Pedro Germano - PDS; Telmo Kirst - PD8.

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3084 Sábado 3 DIARlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1980

AmapáAntônio Pontes -- PDS.

Rondõnía

Odacir Soares - PDS.Roraima

Hélio Campos - PDS; Júlio Martins - PDS.

VI - ORDEM DO DIA

o SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - A lista de presençaacusa o comparecimento de 176 Brs. Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apresentarpoderão fazê-lo.

O SR. BORGES DA SILVEIRA - Projeto de lei que dá novaredação ao art. 3.0 do Decreto-lei n. o 1.578, de 11 de outubro de1977, que dispõe sobre o Imposto de Exportação.

O SR. CARLOS CHIARELLI - Projeto de lei que introduz al­terações no Decreto-lei n.o 1.166, de 15 de abril de 1971, que dis­põe sobre o enquadramento e contribuição sindical rural.

O SR. PEIXOTO FILHO - Requerlmento de consignação nosAnais da Casa de voto de congratulações com os Poderes ExecutI­vo e Legislativo, Loja Maçônica Libertas TI e valoroso povo local,pela passagem de mais um aniversário de emancipação político­administrativa de Miracema, progressista mlnícípío do norte flu­minense.

O SR. IRAM SARAIVA - Projeto de lei que destina recursosda Loteria Esportiva à concessão de bolsas de estudo para o en­síno de todos os graus.

O SR. CARLOS SANTOS - Projeto de lei que dispõe sobre vfuncionamento, em Brasília, do Centro Nacional do Menor e auto­riza cessão de terreno.

O Sr. Hugo Napoleão - Sr. Presidente, peço a palavra parauma comunicação, como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Tem ': oalavra o no­bre Deputado.

O SR. HUGO NAPOLEAO (PDS - PIo Pronuncia o seguinte-drscurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, respeitável esforçovem sendo empreendido pelo Presidente João Figueiredo no sen­'tido de aperfeiçoar as instituições politicas brasileiras.

à rigor, o primeiro passo foi dado pelo ex-Presidente Ernesto-Geisel, ao encaminhar ao Congresso Nacional, no segundo se­mestre de 1978, proposta de emenda constitucional que visava.antes de mais nada, à caminhada segura para abertura democrá­tica.

Com efeito, revogado o Ato Institucional número 5, o PoderLegislativo cresceu em autonomia e os membros do Judiciárioreadquiriram as prerrogativas indispensáveis ao exercício de suasnohilítantes funções. Esta é uma verdade incontestável.

Tornaram-se ímpossíveís as eassações de mandatos e suspen­sões de direitos políticos.-

O habeas corpus foi restabelecido em sua plenitude.Em decorrência das citadas medidas, foram extintas as penas

de banimento, prisão perpétua e de morte e reduzidas todas aspenas da Lei de Segurança Nacional, em função do que foramlibertados os presos politicos. Esta é outra verdade incontestável.

Foi suspensa a censura à imprensa, que hoje noticia e informacom ampla liberdade. Revogou-se o Decreto-Lei n.v 477, aliviandoa ativi<iade estudantil.

Em 1979, visando à pacificação nacional e à concórdía, o Pre­sidente Figueiredo houve por bem encaminhar ao Congresso oProjeto da Anistia, que permitiu o retorno ao Brasil dos exilados,hoje reintegrados na comunidade, bem como a volta dos demitidosao serviço público.

A seguir, com o objetivo de proporcionar o reingresso na vidapública dos que dela estavam marginalizados bem assim de ofe­recer um maior número de opções à sociedade, o Presidente pro­pôs a reformulação partidária.

Diante deste quadro são incompreensíveis as impatrióticas edesastrosas acusações que alguns membros da Oposição vêm fa­zendo ao Presidente João Figueiredo, a exemplo do discurso que,no dia 28 de abril, pronunciou o Deputado João Cunha.

A Liderança do Governo e do PDS, nesta Casa, não aceita erepele as afirmações Insultuosas, injuriosas, desrespeitosas e ca­luniosas que o referido parlamentar dirigiu ao Chefe da Nação eàs instituições.

Tais afirmações consubstanciam atitude de quem, conscienteou inconscientemente, está a serviço de extremismos e revelamum comportamento que denigre as instituições e criam um climadesfavorável à construção democrática. Trata-se de conduta Ir­responsável que merece o repúdio de todos os partidos políticos.

As instituições militares, hístórícas guardiãs da paz e daestabilidade brasileiras, estão coesas em respeito à autoridade su­prema do Presidente .da República. E, pela palavra dos seus maisilustres Chefes, os Ministros de Estado, têm, reiteradamente, de­clarado que estão integrados na tarefa democrática.

Nó momento em que o Governo busca a concórdia e o enten­dimento, não há como apoiar atitudes que, longe de contribuírempara o debate parlamentar e' o engrandecimento do Poder Legis­lativo. antes maculam e ofendem o convívio democrático.

O PDS, unido em torno da grande obra desenvolvida peloPresidente Figueiredo, continuará a contribuir para o aperfei­çoamento das instituições nacionais, de modo que possam agir deforma perene e duradoura.

O Sr. Adhemar Santillo (Líder do PT) - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma comunicação.

O SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Tem a palavra onobre Deputado, '

O SR. ADHEMAR SANTILLO (PT - GO. Sem revisão do ora­dor.) - Sr-. Presidente, Srs. Deputados, uma das funções destaCasa - e quase a sua principal função - é o debate. O DeputadoJoão Cunha usou da tribuna no horário que lhe era reservado e,diante da escassez de ,um tempo maior, por 5 minutos fez a lei­tura do seu pronunciamento. Toda a Casa dele tomou conheci­mento. Não foi dado como lido. Aliás, diga-se, a bem da verdade,o Deputado João Cunha tem por princípio, em vista de sempredebater temas polêmicos, não ter nenhum pronunciamento seu.como é praxe nesta casa, dado como lido. S. Ex.a sempre fazquestão de externar livremente os seus pontos de vista, muitasvezes em horário onde não se permite o aparte, mas, de qualquermaneira, no início de uma sessão o que ensela oportunidade aqualquer integrante do Parlamento de fazer a sua defesa. Estra­nhamos, Sr. Presidente, que essa carga contra o Deputado JoãoCunha venha sendo feita de anteontem para cá, e justamente naausência daquele Parlamentar Isto é' que é lamentável, porque oDeputado João Cunha aqui veio, fez o seu pronunciamento, expôso seu 'ponto de vista e permaneceu na Casa. O PDS, intransigentena defesa do Governo, não tomou na ocasião a iniciativa de fazerqualquer réplica ao Deputado João Cunha, deixando somente parafazê-lo a partir das 17h de anteontem, como hoje também, quan­do vários oradores já usaram da palavra, para contestar as afir­mações do Deputado João Cunha.

Não sei a razão disso, Sr, Presidente. Não posso compreender oporquê da omissão, do PDS no dia em que' o Deputado João Cunhafez o seu pronunciamento e nos dois dias subseqüentes e o porquêdessa preocupação de anteontem para cá. Mas a polêmica é umdireito desta Casa, e, por certo, os integrantes do PDS têm odireito de externar aqui o seu ponto de vista.

Quero também, Sr. Presidente, aproveitando a oportunidade.dizer que ontem os trabalhadores do ABC paulista deram ao Go­verno e à Nação uma demonstração de que podem fazer um mo­vimento pacíüco em busca daquilo que é fundamentai para o serhumano: a luta pacífica, na camínhada.dos trabalhadores de SãoBernardo, em busca da reabertura do diálogo entre trabalhadorese patrões. Ontem, depois de muitos atritos, prevaleceu o bomsenso. O Estádio da Vila Euclides foi reaberto aos trabalhadoresdo ABC, mais especificamente de São Bernardo do Campo. Noinício parecia uma praça de guerra: os ânimos tensos, as provo­cações constantes, os policiais prontos para o combate, os tra­balhadores recuando no seu ímpeto. Posteriormente, depois demuito díálogo, depois de muita confusão, o estádio foi liberadopara os trabalhadores através de uma medida saudável e - porque não dizer? - atendendo aos princípios da democracia.

Sr. Presidente, esperamos que o comportamento de ontem, queem nada abalou a autoridade de quem quer que seja, mas sim­plesmente evitou um conflito de grande proporção, seja uma cons­tante daqui para a frente por parte das autoridades policiais deSão Paulo. E esperamos que 'para a assembléia da próxima segun­da-feira as autoridades policiais de São Paulo, mais uma vez,recebam a ordem de cima, conforme fizeram ontem questão deafirmar, pois primeiramente haviam recebido ordens no sentidode impedir que o estádio fosse usado e, depois, uma contra-ordemsuperior foi dada, para que os trabalhadores pudessem usar aque­la praça de esportes. Esperamos que essa entidade superior, queaté agora não foi detectada, este elemento que está acima de tudo,tenha novamente bom senso e na próxíma segunda-fira tome omesmo posicionamento de ontem, liberando a praça de esportesde São Bernardo para que os trabalhadores possam reunir-se. Seanteontem o Estádio não era aberto porque a greve era ilegal, sea praça do Paço Municipal não era entregue ao povo porque agreve era ilegal. se a praça da Matriz não era aberta ao público

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porque a greve era ilegal, tudo isto caiu por terra ontem, Sr."Presidente, porque a greve continuou sendo a mesma, para alguns,ilegal, para outros, legitima, e, diante da legitimidade verdadeirado movimento e a pretensa Ilegalidade argüida por alguns, pre­valeceu a tese da maioria - a praça de esportes foi entregueaos trabalhadores, quebrando-se, assim. aquele principio rigidode que eles não poderiam ali reunir-se. O exemplo de ontem temque prevalecer daqui para a frente. "

Parece, Sr. Presidente, que ontem foi dado o primeiro passopara o reinicio das negociações. Os trabalhadores querem apenasisto: sentar-se a uma mesma mesa juntamente com os empresá­rios para livremente debatero assunto que é de interesse das duasclasses e - por que não dizer? - de interesse da Nação.

Concluindo, Sr. Presidente, hoje o Superior Tribunal Militar,examinando pedido de habeas corpus para Luis Inácio da Silva eoutros lideres sindicais, por unanimidade negou a concessão damedida. Sr. Presidente, os trabalhadores foram enquadrados naLei de S~urança Nacional. O Jornal do Brasil do dia seguinte àprisão do líder metalúrgico Luis Inácio da Silva, no seu principaleditorial - e é um jornal usado inclusive sistematicamente, pelasua condição de insuspeito, pelos elementos do PDS - disse comtodas as letras que se podería acusar o Lula de tudo, menos deincitamento à greve, porque em determinado instante ele pro­cedeu como homem moderado para evitar um conflito maior en­tre os policiais e a sua própria classe. Lamentavelmente, apegadoà lei, estritamente ao que diz a lei, o Tribunal Militar negouhabeas corpus a Luis Inácio da Silva, o que vem provar que estalei tem que ser modificada. A Nação toda sabe que não houvequalquer Inrríngêncía à Lei de Segurança Nacional dispositivoiníquo, dispositivo realmente todo ele voltado contra ós interessesdo povo e que não condiz com o momento, em que nós queremosuma abertura efetiva da democracia. A Lei de Segurança Nacio­nal é capaz de enquadrar qualquer cidadão brasileiro. E hoje aNação toda clama pela liberdade de Lula, mas essa lei lamenta­velmente é usada para mantê-lo na prisão. ,Mas tenho a certezaabsoluta de que o povo todo já está com as suas vistas voltadaspara cá. E o Congresso Nacional, que ainda não se imbuiu do seuverdadeiro poder, tenho certeza de que, pressionado pelo povo eatendendo à vocação da Nação, haverá. de fazer uma reforma totalnesta lei díscrícíonáría que ai está, neste arcabouço da ditadura,de modo a que possamos efetivamente ingressar no Estado deDireito democrátIco e possamos ter liberdade para todos e nãoapenas para alguns.

O Sr. I1:dison Lobão - Sr. Presidente, peço a palavra parauma comunicação, como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Tem a palavra onobre Deputado.

O SR. ÉDISON LOBAo (PDS ...:... MA. Sem revisão do ora­ãor.) - Sr. presidente, o nobre Líder Adhemar Santillo declaradesta tribuna que a função do Parlamento é o debate. RealmenteSr. Presidente, a função deste Parlamento e de qualquer Par~lamento do mundo ê o debate. A provocação não é função. doParlamento. E a palavra que tivemos aqui o desprazer de ouvirdo Deputado João Cunha foi de nítida provocação. S. Ex." pro­vocava o Presidente da República, legitimamente investido nassuas funções. S. Ex." provocava as instituições militares deste Pais.E ainda aparece aqui, o que me admira profundamente, quempossa defender uma irresponsabilidade desta ordem, insultos queatentam contra a dignidade do Pais. O fato de ter sido o dis­curso 1l:do ou pronunciado nenhuma importância tem. O queimporta é o conteúdo do que ali está. dlto. Não tenho coragemsequer de reler aqui o que foi dito, porque aquilo, em si mesmo,significa um atentado geral a este próprio Parlamento.

Sr. Presidente, quando vem aqui o Deputado Adhemar San';'·tillo em defesa do Deputado João Cunha e declara que nós fala­mos, em sua ausência, contra o que ele disse, eu quase pergun­taria se" o dever dele é estar presente ou se é estar ausente.S. Ex." não está aqui porque não quer e não podemos subordinaro nosso dever de defesa. das instituições braaíleíras à ausência.do Deputado João Cunha. Mas na medida em que o DeputadoAdhemar Santillo defende as objurgatórtas do Deputado JoãoCunha, eu quase perguntaria a S. Ex.a se está de acordo comelas.

Srs. Deputados, o Presidente João Figueiredo é um demo­crata e, coma tal, tem procurado conduzir este Pais pelos cami­nhos da democracia, sem nenhuma ajuda das oposições brasileiras,infelizmente. Estas têm o dever de se opor, sim, e energicamente,ao Poder Executivo, mas não o direito de provocar o Governo nemas instituições nacionais.

Quanto à greve dos tra:balhadores, devo dizer que o estádiofoi reaberto aos operários por um ato de tolerância; o Chefe daNação tem sido tolerante, quer a negociação e tudo faz para queo Brasíl siga rumo à normalidade; no entanto, não tem sido com­preendído, Assim, é preciso que a Oposição entenda que, quando

concede algo, o Governo não está recuando, não está sendo covar­de. Concede, reprto, porque é tolerante e é democrático.

Sr. Presidente, o fato de ter o Superior Tribunal Militar ne­gado habeas corpus ao Líder Lula não significa ter esse Tribunalfaltado com o seu dever; ao contrário, ele rigorosamente o cum­priu. Ainda ontem o Deputado Adhemar Santíllo dizia que o Tri­bunal Superior do TrllJbalho tinha proferido uma sentença ilegí­tima, ilegal. Se tivesse decidido de acordo com o pensamento deS. Ex.", mereceria os encômios do Lider do PT. Hoje é o SupetiorTribunal Militar que, também não se tendo pronunciado comogostaria o Lider do PT, é por este considerado como um tribunalque não cumpre a sua parte. Deploro, profundamente, as palavrasdo Líder da Oposição.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O Sr. Marcondes Gadelha - Sr. Presidente, peço a palavra

para uma comunicação, como Líder.O SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Tem a palavra o

nobre Deputado.O SR. MARCONDES GADELHA (PMDB - PB. Sem revisão do

orador.) - Sr. Presidente, é lamentável a insistência com que aLiderança do PDS volta ao tema do discurso do Deputado JoãoCunha, como que querendo transformar esse pronunciamento numcarro de batalha ou num mecanismo que desviasse a atenção daoasa dos graves e ingentes problemas que enfrenta a nacionali­dade na hora presente,

Entendemos, Sr. Presidente, que o conceito de ofensa, de pro­vocação é estrítamente subjetivo. De maneira que não compete àLiderança do PDS interpretar a natureza do sentimento, causadopor este ou aquele adjetivo mais forte. Penso que seria muitomais lúcido, mais lógico trazer provas concretas do caráter de­mocrático do Governo João Figueiredo, da sua eficiência admi­nistrativa, ao invés de se ficar profligando a intensidade dosadjetivos usados pelo nobre Deputado. Tem razão ainda S. Ex.aquando torna a falar sobre a inflexibilidade dos patrões em SãoBernardo, que está concorrendo para a continuação indefinida deuma greve.

Ora, essa inflexibilidade parece começar a fazer escola peloPais afora. Há poucos instantes, esta Liderança recebeu comunica­ção de Fortaleza, de que 12 mil estudantes da UNIFOR se encon­tram em greve há 60 dias. Virtualmente, eles perderam o semestreescolar, já que a direção da traíversícade ou, mais precisamente,o propríetárío da Universidade, Sr. Edson Queiroz, simplesmentese recusa a retomar qualquer negociação. Fixou-se um reajustedas anuidades da ordem de 49%. Os estudantes reivindicam 35%.O Sr. Edson Queiroz, imitando seus colegas do Grupo dos 14, man-

"tém-se numa posição intransigente, prejudicando o futuro de mi­lhares e milhares de jovens do Estado do Ceará. Veja V. Ex.", étão grave a situação que 7 desses estudantes, vendo comprometidoo seu destino, entraram em greve de fome. Encontram-se, hátrês dias, encerrados na Catedrál de Fortaleza, alimentando-seapenas de água fervida, açúcar mascavo e sal. A atitude da Poãícíadaquela cidade também não difere em muito da assumida pelacorporação de São Paulo. Chegaram a invadir a Catedral, a amea­çar os estudantes e até a espancá-los, não se processando episódiosmais desagradáveis, Sr. Presidente, graças à intervenção dos Depu­tados Iranildo Pereira e Maria Luiza.

Em nome da Liderança do Partido do Movimento DemocráticoBrasileiro, protestamos, energicamente, contra tal situação. La­mentamos, Sr. Presidente, que até este ínstânte, após 60 dias degreve, não tenha havido um gesto, uma atitude, uma ação doMinistério correspondente, o qual, encluasurado em sua "torre demarfim", não enxerga a aflição, a angústia desses jovens de 20,22 anos, brasileiros como nós, que têm de começar a vida entre­gando o corpo ao sacrifício, ao martírio, para terem direito a umaeducação justa, visando a, nada mais nada menos, um dia poderemser úteis a si mesmo, à sua famflia, ao seu Estado e à sua Pártria.

O Sr. Marcelo Linha.res - Sr. Presidente, peço a palavra parauma comunicação, como Lider.

O SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Tem a palavra onobre Deputado. .

O SR. MARCELO LINHARES (PDS - CE. Sem. revísão doorador.) - Sr. Presidente, é praxe, no Poder Legislativo, ser o­plenário da Casa um local para discussão de todos os assuntos.Ocorre, entretanto, que tamJbém foi seIIllpre praxe não descer aataques pessoais: criticam-se os fatos e não as pessoas. Quandovemos o plenário político domais alto nivel da Nação descer dasua compostura e seus membros apelarem para agressão pessoal,para agressão mesquinha, para agressão acima de tudo írrespon­sável, não é possível deixarmos de reprovar atitudes como a doDeputado João Cunha, na última segunda-feira.

Reclama-se não ter havido, da parte da liderança do C1overno,uma réplica imediata. Ocorre, Sr. Presidente, que é costume, noPequeno Expediente, serem alguns discursos dados COmO lídos e

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outros proferidos sem a presença na tribuna, das Lideranças, jáque não são permitidos apartes. Assim, num passado triste paraesta Casa, vimos um Deputado irresponsável lançar acusações àsForças Armadas sobre um ato muito sério ocorrido na década de60. Neste momento a Liderança do Partido Democrático Socialrepudia a atitude do Deputado João Cunha, lamentando a irres­ponsabilidade do mesmo no trato do tema que abordou naquelediscurso.

Com relação à greve dos estudantes da UNIFOR, há cerca deduas semanas, da tribuna desta Casa alertávamos as autoridades,alertávamos, sobretudo, aqueles 11.000 estudantes do Ceará, es­tudantesde uma universidade fruto do trabalho do industrialEdson Queiroz; chamávamos a atenção dos estudantes para oque iria ocorrer com a greve, iniciada há mais de 60 dias. Nãose diga que houve, da parte da Fundação Edson Queiroz, res­ponsável por aquela Universidade, ausência de providências paraque a greve cessasse. Inicialmente, a Fundação verificou que oaumento deveria ser de 57%. O industrial Edson Queiroz, porsolicitação do Governador do Estado, resolveu arcar, ele próprio,com a importância de 10% daquele aumento, reduzindo de 57para 47%, ficando as empresas do seu grupo responsáveis, perantea Fundação, por aqueles 10%. Mesmo assim, irresponsáveis ímís­muíram-se na greve e fizeram com que um grupo bem numerosode estudantes e professores, que queriam lá voltar, não pudesseentrar na Universidade. E, até hoje, permanece aquela situação.Apelamos daqui para que haja o bom senso da parte de todos osenvolvidos, para que a Universidade de Fortaleza. possa voltar aproduzir os profissionais que todos esperamos.

O Sr. Walber Guimarães - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma comunicação, como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Tllm a palavra onobre Deputado.

O SR. WALBER GUIMARÃES (PP - PRo Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, sou sempre contra a utilização de ho­rário para comunicações de Liderança que não tragam ao conhe­cimento desta Casa e da Nação assuntos realmente de urgência.No entanto, quero consignar protesto por atitudes da Mesa, per­mitindo que três Vice-Líderes do Governo ocupassem tempo dasessão para investir, de maneira violenta', contra discurso do Depu­tado João Cunha, que não pertence ao meu e me parece que anenhum Partido.

O Sr. Marci!lo Linhares - E nem a Partido algum.

O SR. WALBER GUIMARÃES - Sr. Presidente, parece-nosque a Liderança do PDS vem sendo orientada por radicais de di­reita, que procuram tocar fogo no circo. Com efeito, não se admite,em hipótese alguma, que se tire a um Deputado o direito do usolegítimo da palavra, em plena Câmara Federal, num discurso es­crito e já publicado sem censura da Mesa. Não se justificam asatitudes dos três Vice-Líderes. Tem sido uma norma o lamentávelprocedimento da bancada do PDS nesta Casa, da deduragem in­conseqüente. Realmente, temos visto, em várias sessões, Depu­tados do PDS, no uso das suas atribuições, irem à Taquigrafiatrazer frases: pinçadas de discursos de Deputados, dando-lhesversão diferente das intenções do seu autor.

Não concordo, evidentemente, com algumas das expressõescontidas no discurso do nobre Deputado João Cunha, que' estáem nosso poder. Mas não podemos também deixar de protestar,inicialmente, contra a atitude descortês da bancada do PDS. Emsegundo lugar, nobre Presidente, gostaria que V. Ex.ll. assegurasseo cumprimento das normas regimentais quanto às Comunicaçõesde Liderança, que vêm sendo deturpadas n-esta Casa. Queremostambém dizer que só ocuparemos este horário, pelo tempo estri­tamente necessário, para o trato de assuntos de alto interesse daNação.

O SR. PRE-81DENTE (Homero Santos) - A Mesa comunica aoilustre Deputado Walber Guimarães que S. Ex.ll. está. redonda­mente errado. Em primeiro lugar, a Mesa tem sido liberal comambas as partes. Tem procurado agir em defesa do CongressoNacional. Em segundo lugar, isso aqui não é circo, mas um Con­gresso. Portanto, não há fogo a ser colocado nesta Casa. Em ter­ceiro lugar, quero lembrar ao ilustre Deputado que, num acordoentre as Lideranças dos Partidos de Oposição e do Governo, coubea ambas as partes o tempo de 15 minutos. Portanto, a Mesa estáconcedendo e pode conceder a palavra até a 10 Deputados do POS,desde que falem dentro dos 15 minutos. A Mesa está cumprindoestritamente o que ficou deliberado e decidido junto às LLcj,eranças.A Mesa tem agido da melhor maneira possível. De modo que elalamenta e diz a S. Ex.a, o Deputado que tanto estimamos, quenão pode aceitar o seu protesto. De flllto, ninguém pode levantarsobre o comportamento da: Mesa da Câmara qualquer eiva de par­cialidade, porque temos procurado, no exercício da Presidência, tera maior isenção possível.

O SR. PRESIDENTE (Homero Sa.ntos) - Destina-se a Ordemdo Dia, da presente Sessão, a Trabalho das Comissões. Nestas

condições concedo a palavra ao Sr. Carlos Alberto, na qualidadede Lider do Partido Trabalhista Brasileiro.

O SR. CARLOS ALBERTO <PTB - RN. Como Líder. Sem re­visão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, na verdade,se o AI-5 estivesse em vigor, aqui estaria o Deputado Hugo Na­poleão, hoje, pedindo a cabeça do Deputado João Cunha. E nãosó o Deputado Hugo Napoleão, como aqueles que foram o partidodo Ooverno na Câmara dos Deputados.

Vejam Sr. Presidente, srs, Deputados, que o Deputado EdisonLobão, usando o horário destinado a Comunicações de Lideran­ça, falou da provocação feita pelo Deputado João Cunha empronunciamento no Pequeno Expediente.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, não tomei conhecimento dotexto do .pronunciamento do Deputado João Cunha, porém acre­dito fielmente tenha S. Ex.a dito verdades, para que a opiniãopública delas tornasse conhecimento. Acr.edito que o DeputadoJoão Cunha tenha dito verdades de que esta Nação merece tomarconhecimento. Investido de representação outorgada pelo povobrasileiro, teve a dignidade, teve a coragem de expressar o seusentimento, levando ao conhecimento da Nação problemas quemerecem constar da pauta todos os dias, aqui, no Congresso Na­cional.

O Sr. EdisOll Lobão - Permite-me V. Ex.a um aparte?O SR. CARLOS ALBERTO - Sr. Presidente, o Deputado Edi­

son Lobão falou em provocação feita pelo Deputado João Cunha,Eu perguntaria: c as provocações feitas todos os dias a este PoderLegislativo; e a provocação feita pelo próprio regime a uma emen­da apresentada por um Líder do próprio partido do Governo? Ea provocação feita, Deputado Edison Lobão, pelo Governo a V. Ex.a

e a este Poder?O Sr. Edison Lobão - Seja objetivo, mencione a provocação,

O SR. CARLOS ALBERTO - Darei o aparte a V. Ex.a E aprovocação que foi feita pelo regime a V. Ex.a e ao Poder Legis­lativo? Apresentou V. Ex.a uma emenda restabelecendo as elei­ções diretas para Governador dos diversos Estados da Federaçãobrasileira. E o que fez o Governo, o que fez o regime? Provocouou não provocou a classe politica?

O Sr. Edison Lobão - Responderei a V. Ex.a Permite-me ofparte? ,í O SR. CARLOS ALBERTO - Ouço V. Ex.a

I O Sr. Edison Lobão - Deputado Carlos Alberto, posltivamen­.e, V. Ex.a não é um radical de esquerda, mas tenta, a todo onstante, posar de radical de esquerda. Isso foi o que garantiuublícídade a muita gente neste País. Mas já começa e. se esva­

ziar o número daqueles que se encaminham por essa estrada es­consa da vida pública.

O SR. CARLOS ALBERTO - Não entendo o que V. Ex." clas­sifica de radical de esquerda.

O Sr. Edison Lobão - Vem declarar V. Ex.a que não conheceo discurso do Deputado João Cunha. Se não conhece, com a es­tima que tenho a V, Ex." ...

O SR. CARLOS ALBERTO - Acredito que o Deputado JoãoCunha tenha dito verdades.

O Sr. Edison Lobão - ... em nome dessa estima, se me per­mitisse, eu daria um conselho a V. Ex.a; não subscreva as decla­rações do Deputado João Cunha, se não as conhece. Depois deler, assuma as responsabilidades.

O SR. CARWS ALBERW - É uma ameaça?O Sr. Edison Lobão - É uma sugestão que dou a V. Ex.", por­

que não acredito que um Deputado de bom senso seja capaz desubscrever aqui, em sã consciência, o que foi dito sobre as insti­tuíções brasileiras.

O SR. CABWS ALBERTO - Nobre Deputado, se conselhofosse bom, ninguém dava, vendia.

No momento em que um Deputado Federal, que para estaCasa veio trazido não pelo voto indireto, não pelo dedo de al­guém, não pelas estrelas que tem nos ombros, mas pelo povo, fazum pronunciamento, a Liderança do Governo acha que foi provo­cação. Provocação é o que estamos vivendo todos os dias nestaCasa: aí está o adiamento vergonhoso das eleições municipais.A eleição municipal será adiada porque o Governo engendra fór­mulas casuisticas, remete-as para esta Casa, e o Poder Legislati­vo tem de aceitá-las, porque, na verdade, a maioria dos membrosdo Congresso Nacional pertence ao partido que faz com que oregime permaneça de pé - o PDS.

O Sr. Hugo Napoleão - Permite-me V. Ex.a um aparte?O SR. CARLOS ALBERTO - Com muito prazer.O Sr. Hugo Napoleão - Nobre Deputado Carlos Alberto, ao

inicio de seu pronunciamento V. Ex.a fez, seguramente, injustas

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acusações a este seu colega. Devo dizer que, se V. Ex.a conheces­se melhor a minha conduta parlamentar, não haveria de ter feitotais acusações, que, felizmente, são de caráter extremamente sub­jetivo. Agora, do momento em que V. Ex." diz desconhecer ostermos do pronunciamento do Deputado João Cunha, que eu co­nheço e li ...

O SR. CARLOS ALBERTO - Acho que foi um discurso de ho­mem de Oposição.

O Sr. Hugo Napoleão - V. Ex.a conhece ou não OS termos?V. Ex.a disse que deseonhecía e agora acha que foi um discursode homem de Oposição.

O SR. CARLOS ALBERTO - Eu o endosso mesmo sem conhe­cê-lo, porque entendo tenha sido um pronunciamento de homemde Oposição.

O Sr. Hugn Napoleão - Isto é mais grave ainda, DeputadoCarlos Alberto, porque V. Ex." está defendendo o que não co-

. nhece , Seguramente, a voz do Partido Democrático Social, trazidaaqui pela Liderança, tende a alertar o Poder Legislativo para queengrandeça os seus debates e vem ao encontro dos Deputados enão contra os Deputados. Visa, precipuamente, a engrandecer oLegislativo.

O SR. CARLOS ALBERTO - Mas V. Ex.a acha que desconhe­ço a posição do Deputado João Cunha neste Parlamento?

O Sr. Bugo Napoleão - Conheço os termos do discurso queV. Ex." não conhece.

O SR. CARLOS ALBERTO - Não preciso conhecer os termosdo discurso, porque conheço a posição do Deputado João ounna,

O Sr. Bugo Napoleio - V. Ex." defende o que não conhece,Deputado?

O SR. CARWS ALBERTO - Defendo o homem, o político, oDeputado, o Legislativo...

O Sr. HuC"o Napoleão - Nisto estamos plenamente de acordo.

O SR. CARWS ALBERTO - '" e disse, no início do meudiscurso, que se estivesse em vigor, hoje, o AI-õ V. Ex." estariadenunciando o Deputado João Cunha.

O Sr. Napoleio - Esta que é. a afirmação injuriosa de V. Ex."V. Ex.a não pode fazer isso porque sempre decantei que uma dasgrandes vantagens do Governo foi ter proposto a extinção do AtoInstitucional n.o 5, como fórmula de aperfeiçoamento institucionaldeste País.

O SR. CARWS ALBERTO. - Realmente. foi um pronuncia­mento desagradável, que não leva a nada, a coisa alguma.

O Sr. BUfO Napoleão - O Congresso não leva a nada, Depu­tado?

O SR. CARLOS ALBERTO - Ninguém leva nada a sério.

O Sr. BUfO Napoleão - Bom, se assim for, não temos o quediscutir.

O SR. CARWS ALBERTO - Mas, Sr. Presidente, a verdadeé que estamos na tribuna da Câmara dos Deputados para, na tar­de de hoje, fazermos uma colocação acerca do posicionamento donosso partido, o Partid1() Trabalhista Brasileiro, no que diz respeitoàs eleições municipais de 1980.

O Governo, na verdade - é do conhecimento de toda a opi­nião pública - vem engendrando fórmulas e fazendo com que oPoder Legislativo, forçado pelas contingências seja levado ao can­to da parede. O adiamento das eleições municipais já é, hoje,defenrlido pelo próprio Governo, pois, ontem mesmo, através datelevisão, assisti ao Vice-Líder do Governo no Senado Federal,Sr. Murilo Badaró, defendendo a prorrogação das eleições.

Sr. Presidente, 8rs. Deputados, a demarragem do processopolítico - cujos avanços, invariavelmente tímidos, continuamsubmetidos ao guante imperial do grupo palaciano - só adqui­rirá peso específico e inquestionável respeitabilidade se o regi­me, fiel à palavra solenemente empenhada, cumprir o calendárioeleitoral e assegurar, em obediência a dispositivo constitucional, arealização, este ano, das eleições municipais.

Por certo, dúvidas e interrogações não existiriam se o Paishouvesse reíngressadc, de fato, nos pródigos caminhos da pleni­tude democrática.

Infelizmente, não é o CRllO do Brasil, apesar dos "arranjos" econcessões do Governo.

Ademais, persistem indícios de que o regime, embora teorica­mente respaldado no casuísmo de leis que ele próprio engendra,ainda tema o veredito das urnas.

Com efeito, há suficientes motivos para que os pretensos do­nos do poder demonstrem in ocultáveis temores ante o julgamentopopular.

Afinal de contas, a miséria generalizada, que hoje atinge ex­tensas parcelas da população brasíleíra, não' só invadíu os larescomo também ocupou enormes espaços Iísícos da vida nacional.

A inflação, cuja terapêutica orienta-se por uma bússula des­vairada, galopa impunemente, defasando salários e transforman­do o Pais num lnrermo sem remissão para as camadas de baixarenda.

A curva do custo de vida, em que pese a infinidade de "acor­dos de cavalheiros", congelamentos e boicotes estéreis, mantém-seperigosamente excitada.

A dívida externa, roçando patamares insuportáveis, pode le­var a Nação ao caos, à inadimplência e à alienação de sua pró­pria soberania.

A balança comercial permanece à deriva, sob permanentepressão de importações descontroladas que, não raro, contemplamapenas os interesses suspeitos de poderosos grupos estrangeiros.As exportações, por outro lado, aumentam de. volume e diminuemde valor.

Em resumo, o modelo econômico e social, PQr força de suaspróprias contradições, exlbe claros sintomas de exaustão, reve­lando-se inviável e inexeqüível.

Mesmo assim, os "profetas da nova ordem", que se nutremdo inesgotável otimismo delfiniano, fecham os olhos e tapam osouvidos para a dramática realídade nacional, convencidos de queo supermínístro detém o monopólio da verdade e da razão.

Ora, com o povo e o Pais à beira da falência, os estrategis­tas palacianos, que podem dominar amplamente a ciência polí­tica, mas desconhecem rudimentos da teoria econômica e socioló­gica, não ignoram 0/3 sérios riscos a que o sistema se exporia noCRllO da realização, em novembro, das eleições municipais.

Claro que para manter as aparências e a própria imagem ex­terna, além de mais uma vez ludibriar a opinião pública, deter­minados porta-vozes, inclusive o Ministro da Justiça, reafirmam,sem muita convicção, o propósito de cumprir o calendário elei­toral. As declarações oficiais, porém, limitam-se a uma espécie deprotocolo de intenções, cuja credibilidade é sabidamente duvi-dosa. . .

Assim é que, para ornar de meias verdades o processo dereabertura, o Governo não hesitou em criar, por vias transversas.claros embaraços à organização partidária. Prova disso é a re­gulamentação da lei que autoriza o pluripartidarismo, cujos pa­râmetros foram ampliados delibedaramente para tumultuar e re­tardar o registro provisório dos partidos políticos.

O PTB, porém, não se atemorizou ante as novas exígêncíaa dalegislação partidária. Vai cumpri-la à risca, convicto de que, des­cendo às bases, pode dar uma expressíva contribuição ao fortaleci­mento das camadas mais humildes da população, por quem oGoverno - segundo o testemunho Irrespondível do processo his­tórico - nutre o mais profundo desprezo.

Para nós, trabalhistas, o continuado exercício do voto univer­sal e secreto constitui sólida garantia de que direitos serão res­peitados e de que, através deles, a democracia se consolidará.

Não tememos - nem ontem, nem hoje e muito menos ama­nhã - quaisquer manifestações ou decisões das urnas.

Foi exatamente para agilizar o processo eleitoral e evitarnovos pretextos às tutelas mal díssímuladas que apresentamos,logo no início da atual sessão legislativa, projeto de lei que fixanormas para a realização do pleito municipal deste ano.

Alimentamos, desde logo, a convicção de que o povo não per­doará quaisquer manobras proreogacíonístas. Afinal, os atuaisprefeitos, vice-prefeitos e vereadores foram eleitos para um man­dato de quatro anos. Não há, pois, razões morais, filosóficas, po­liticas, econômicas ou sociais que justifiquem qualquer tipo deprorrogação .

De resto, o povo e a Nação, agora bem mais conscientes desua força, jamais aceitarão expedientes canhestros, forjados àcusta do casuísmo supralegal e da f1s101Qgia imoral, que possamdesembocar na nomeação pura e simples de delegados do regimenos 3.951 Municípios brasileiros.

o Sr. Adhemar Santulo - Nobre Deputado Carlos Alberto,V. Ex.a apresentou um projeto que visa, acima de tudo, a facilitarou permitir a realização das eleições municipais programadas pelocalendário eleitoral para este ano. Nós também apresentamos, aexemplo do Deputado Epitácio Cafeteira. Todos os integrantesda Oposlçâo entendem que a eleição é necessária. 11: inconcebívelo argumento usado por setores do Governo com vistas à prorro­gação de mandatos. Em primeiro lugar, no afirmarem que o man­<lato de dois anos é um mandato-tampão e que encontrar umcandidato a prefeito para um mandato de dois anos é muito di­fícil não só para a Oposição, como para o próprio partido doGoverno. líi bom que se diga que o mandato-tampão não foi cria-

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do pelos políticos; o mandato-tampão veio. naquele "p~cote d~

abril", quando este Congresso fOI fechado, fOI Imposto o pacoteà Nação e no seu bojo veio a coincidência de mandatos a partirde 1982 ~ o mandato-tampâo para prefeito, vice-prefeito e verea­dor no período 1980/82. Então, quando o Governo tomou esta de­cisão ele estava consciente da medida tomada. E por certo elenão pode usar isto como argumento para o adiamento .das el.ei­cões ou prorrogação de mandatos. Outro aspecto negativo fOI aextinção dos partidos políticos. Não havia necessidade de extin­guir os partidos políticos. O partido da Oposição, o MDB. bemou mal estava cumprindo com a sua 'finalídade. Se havia porparte do Governo interesse de promover o pluripartidarismo, depreservar o partido que lhe dava apoio, a ARENA, de preserv~r

também o MDB que na Constituição se racíütasse a organizaçaode outros partid~s, Portanto, também não há como justificar, pelaextinção dos partidos, a prorrogação de mandatos. Tudo partiu doGoverno através da sua maioria ou através de ímposíçáo ao povo.Nós que;'emo~ as eleições. ,se para o prazo de dois anos, isso vaidepender desta Casa, porque' ainda podemos aprovar uma em~nda

constitucional fixando em quatro anos o mandato de prefeito evereador. Temos tempo para isso. Mas queremos a eleição. Nãoaceitamos a argumentação; ela é talsa. O Governo não deseja aeleição, mas a Nação a quer. O Governo não quer que os grandesdebates sobre os assuntos econômicos .e sociais sejam levantadosem praça pública, pelo rádio ou pela televisão. E é íncrível o ci:nismo de se jogar na mesa da discussão a reformulaç~o da. LeIFalcão quando o objeto principal do uso desta lei nao existe.Fala-s~ em adiamento das eleições e vem-se discutir a Lei Falcao.A Lei Falcão é para ser usada nas eleições. Se não há eleição, nãovenham então com o acessório, se falta o principal. Por isso, nobreDeputado Carlos Alberto, estou de pleno acordo com V. Ex.D Ospartidos de Oposição querem a eleição. Agora, cabe ao Governo,através da sua maioria na Casa, encontrar a fórmula capaz degarantir o calendário eleitoral. O po_vo não tem. culpa ~o. "pacotede abril" não tem culpa da extínção dos partidos políttcos, Porisso, se ~ impasse está ai, cabe ao Governo, com a sua maioria,encontrar a solução. A Oposição brasileira está unida para ga­rantir o direito do povo, e só com a participação do povo no votosecreto, universal, nas eleições diretas é que teremos condições decaminhar rumo à conquista do regime democrático.

O SR. CARLOS ALBERTO - Agradeço a V. Ex." o aparte, queincorporo ao meu pronunciamento.

Concedo o aparte ao nobre Deputado Edison Lobão.

O Sr. Edison Lobão - Deputado Carlos Alberto, volto a apar­tear V. Ex.D, que hoje é o Líder do PTB nesta Casa, e aca~o

de ouvir o aparte do Líder do PT, ambos defendendo a realizaçaode eleições municipais neste ano. x:or ironia, yerceb? que nephumdos dois partidos, qualquer que seja a solução. tera condícões departicipar das eleições porque, não possuindo 10% de Deputados,não sendo partidos constituídos - o partido de V. Ex."" e o doDeputado Adhemar Santillo - não terão como participar daseleições, portanto, não concorrerão às Prefeituras e aos cargos deVereadores. Mas isto me faz lembrar um Deputado desta CasaV. Ex.D talvez não o conheça porque é muito moço e exerce aqui oseu primeiro mandato - de nome último de Carvalho. Era umDeputado do PSD de Minas Gerfais, muito inteligente e muitocapaz que exerceu vários mandatos no Congresso Nacional. Sem­pre q~e se votava nesta Casa uma lei de aumento de subsídios, oDeputado Último de Carvalho entrava por aquela porta do fundoe gritava bem alto: "não", S. EX,a votava sempre contra o au­mento dos' subsídios. Certa vez perguntei a S. Ex.a porque pro­cedia assim e ele me disse: "É porque eu confio na maioria", Omesmo está acontecendo agora. V. Ex."" e todos da Oposição, quedefendem a realização das eleições, de fato não as querem, masconfiam na maioria do PDS para aprovar emenda constitucionaladiando as eleições. Agora, quando vejo o Deputado AdhemarSantillo falar em cinismo, pergunto se não é isto cinismo.

O SR. CARLOS ALBERTO - Deputado Edison Lobão, V. Ex.'''acredito, ainda não teve a oportunidade de ler o projeto de leide nossa autoria. Acredito que V. Ex.a desconheça o seu texto.

O Sr. Edison Lobio - Desconheço, e por desconhecer não que­ro cometer o pecado de V. Ex.Ds Não sou a favor nem contra.

O SR. CARWS ALBERTO - Por isso, V. Ex.a, quando do seuaparte, falava: como é que querem eleições, se PT e PTH ficarãode fora. Veja o art. 2.0 do nosso projeto de lei. E se o Governotem realmente intenções de realizar eleições municipais - e tal­vez por isso esteja obstaculando o requerimento de urgência donosso projeto - é .exatamente porque sabe que viabillza, por in­teiro, as eleições e estabelece normas em que, mesmo os partidosem organização, poderão participar das eleições municipais. Daí eudefender as eleições municipais, porque entendo, Sr. Presidente,que precisamos exercitar o voto, para que, na verdade, possamoster uma democracia plena neste País. Ontem, o Senador MurlloBadaró falava que devido à inflação, não poderemos ter eleiçõeseste ano. Sr. Presidente, se for problema inflacionário, só teremoseleições neste Pais no dia em que cair Delfim Netto. Só vamos ter

eleições neste pais, .até mesmo as eleições para a Câmara dosDeputados e Assembléias Legislativas, no dia em que cair DelfimNetto, porque a inflação vai continuar. O Delfim Netto não vai re­solver coisa nenhuma.

O Sr. Adhemar SantilIo - Deputado Carlos Alberto, eu gosta­ria apenas de responder ao Deputado Edison Lobão. Em primeirolugar, a Justiça ainda não se pronunciou de que só poderão par­ticipar das eleições os partidos em funcionamento.

O SR. CARLOS ALBERTO - O próprio Deputado Edison Lo­bão, que é tão inteligente, poderia apresentar uma emenda ouum projeto.

O Sr. Adhemar Santillo - Fizemos uma consulta nesse sen­tido. Mas eu quero dizer ainda mais: não precisamos da tutela doGoverno ao nosso partido. Falo em nome do Partido dos Tra­balhadores, não em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, queV. Ex.a representa nesta tarde. Em nome do nosso partido querodeixar bem claro que, acima da participação ou não de candidatosdo Partido do Trabalhador nas eleições municipais, acima do nossointeresse deve estar o interesse da Nação. O povo quer votar, opovo precisa votar e o povo vai votar. Se este ou aquele partidonão vai participar, de acordo com a lei, é problema para ser dis­cutido na Justiça. Nós não queremos tirar do povo o direito devotar, porque o PDS quer-nos tutelar, garantir um direíto quea lei, segundo eles, não nos cabe. A lei vai dizer se temos ou nãodireito. Uma coisa é certa: participando delas ou não, o PT épela realização das eleíções, porque muito mais do que do PTé um direito' do povo e o povo quer votar.

O SR. CARLOS ALBERTO - Agradeço ao Deputado AdhemarSantilIo.

, Continuo, Sr. Presidente.Se, de fato, o Governo pretende cumprir o que preceitua o

art. 209 da Constituição Federal, com a redação que lhe deu aEmenda Constitucional n.v 8, de 14 de abril de 1977, que nãocrie, a nivel parlamentar, qualquer obstáculo à aprovação, já eagora, do projeto de lei endossado pelo bloco trabalhista nestaCasa.

Se os partidos políticos, em virtude das exigências draconianasda legislação em vigor, não obtiverem registro derínítívo em prazohábil, que o regime e seus áulicos concordem em que as agremia­ções partidárias, com registro provisório deferido pela justiçaeleitoral, possam participar das eleições municipais, emprestando­lhes, através de salutar emulação, um sentido e uma dimensãoamplamente dernocrátleos.

Todayia, minimizar a importância do pleito de novembro, soba pifia argumentação de que os dispositivos legais não podem serobedecidos ou que os prazos, a cada dia, tornam-se menores emais exíguos, configura - a meu juízo - uma clara demonstra­ção de fraqueza, de medo às urnas e de inocultável temor ao jul­gamento popular.

Salvo prova em contrário, fica explícita uma situação ambí­gua, de contornos indefinidos: por mais que o processo políticoavance no sentido da abertura democrática, persistem resíduos deautoritarismo no comportamento do Poder Executivo.

Ninguém ignora - a não ser os trovadores e menestréis doregime - que toda a evolução institucional depende de um certocompexo paternalista, que remente à competência do Presidenteda República a decisão final quanto a oportunidade, a 'extensãoe os próprios objetivos da reforma política.

Assim foi com a Emenda Lobão e assim será com quaisquerprojetos que, oriundos do Legislativo, pretendam recompor a fi­sionomia -ínstíbucícnal, econômica e social do País. Prevalece, sem­pre, a vontade do príncipe.

Confio, porém, que o PDS não seja, como tudo faz crer, aARENA com fantasia nova. Alimento a esperança de que os Par­lamentares governistas, agora recíclados e certamente insubmis­sos aos desígnios do regime, Incorporem à luta oposicionista suaparcela de civismo e de contribuição histórica, maximizando osesforços das agremiações à margem do poder' no sentido decumprir a lei e conseqüentemente assegurar a realização, esteano, das eleíções municipais.

Quanto ao Governo, dele resta esperar o cumprimento dasreiteradas promessas de consolidar, quanto antes melhor, a aber­tura democrática, sem artifícios pretensamente legais ou minue­tos mal-orquestrados.

Se o regime, sob quaquer pretexto, não honrar o compromissosolene de realizar o pleito municipal, não há por que acreditar emsuas intenções redemocratízantes.

QuelX\ repele a linguagem altiva da verdade, engana a si pró­prio. mente para o povo e volta as costas para a História. (Pal­mas.)

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Maio de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 3689

o SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Concedo a palavra aoSr. Josué de Souza, na qualidade de Líder do Partido DemocráticoSocial.

O. SR. JOSUt DE SOUZA (PDS - AM. Como Líder. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, 81's. Deputados, gratos àLiderança do nosso partido, o PDS, base de apoio ao Governo hon­rado e tolerante do eminente Presidente João Figueiredo, gratosao Deputado Nelson Marchezan e ao Deputado Hugo Napoleão,permitimo-nos ocupar a atenção de V. Ex.as, nesta meia hora, parafalar ainda uma vez de problemas do Amazonas, deste Amazo­nas para o qual se olha apenas em termos de florestas, buscando­se explorá-las distante de um critério sábio e prudente, insistin­do-se na derrubada da mata, até mesmo em favor de uma políti­ca pecuária avessa às peculiaridades da- região.

Queremos, de inicio, falar do propósito, que se nos afigura im­próprio e injusto, de estender o Imposto sobre Operações Finan­ceiras, na área do câmbio, na base de 15%, à Zona Franca de Ma­naus, conquista que a Revolução de Março concretizou, vitima,porém, em todos esses anos, da permanente conspiração dos queinsistem em entender que o Brasil se resume, para fins de assis­tência, desenvolvimento e progresso, apenas no Centro-Sul.

Todos nós, do Amazonas, jornalistas, políticos, empresários; jános dirigimos ao Chefe da Nação solicitando que a Zona Francafique de fora da incidência do rOF, nas operações de câmbio, Sa­bemos, no entanto, que até agora, nenhuma providência foi toma­da visando a atender a esse pleito, que se nos desenha da maiorImportâncía, da maior significação, da maior oportunidade. A man­ter-se o tributo em causa na Zona Franca de Manaus, ter-se-á,sem dúvida alguma, desferido forte golpe no seu pequeno parqueindustrial, cuja reduzida competitividade em nada afeta 'a políttcafiscal do Brasil, sabido que as .importações feitas pela Zona Fran­ca de Manaus não atingem 'll. mais do que um por cento das im­portações globais do País.

Atente-se, Sr. Presldente, para o fato de que tudo quanto sefez até agora, durante as décadas todas da República, em favordo nosso Amazonas, sem qualquer participação na vida admínís>jratíva da Nação, do Amazonas esquecido dos Mínístéríos, das au­tarquias, do Amazonas lembrado apenas - insistamos - como flo­resta fonte de oxigênio, como o' "doce mar", reserva de água po­tável maior do mundo, foi a criação da Zona Franca de Manaus.E em proporções sempre mais reduzidas, dentro de critérios fis­cais sempre de maiores restrições. Golpeá-la agora, nos seus min­guados recursos de importação, com a incidência do IOF, pare­ce-nos demais, sobremodo desastroso, sobremodo cruel.

Dai por que, confiantes no espírito de justiça, na visão pa­triótica do eminente Presidente João Figueiredo, condenado pelosmaus politicos, amado pelo povo, é que formulamos este pedido,reiterando apelos anteriores, a S. Ex.a , para que reexamine, comseu bom senso, analise, com seu patriotismo, o pleito que o Ama­zonas lhe dirige nesta hora de tantas apreensões, e faça suprimir,na Zona Franca de Manaus, a incidência de um imposto que nãopode ter sido criado para ferir ÇlS mais fracos, para aumentar aaflição dos mais aflitos, para embaraçar o gradual desenvolvimen­to de um Estado onde, grande, ,gigantesl:o, além dos "doces ma­res" e das verdes florestas, - o espírito, e o coração do seu povono mais amar o Brasil e no mais respeitar a autoridade de SuaExcelência, o Chefe que os amazonenses aplaudem, prestigiam eadmiram,

Mas, Sr. Presidente, não ê apenas deste assunto' que quere­mos tratar nesta tarde.

Conforme noticiaram as emissoras de rádio, "o Ministro Cé­sar Cals, das Minas e Energia, apresentou, ontem à tarde, emdespacho com o Presidente da República, o novo orçamento doprojeto da Usina Hidrelétrica de Balbina, reduzindo o custo daobra' para 18 bilhões e \}50 milhões de cruzeiros. Com o novo or­çamento, um quilowatt instalado vai custar cerca de 75 mil cru­zeiros - inclusive a linha de transmissão para Manaus".

O Sr. Hugo Napoleão - Permita-me nobre Deputado Josué deSouza. Ao analisar a atualidade amazônica e, mais especifica­mente, do Estado do Amazonas, que V. Ex.a tão bem representanesta Casa, ...

O SR. JOSUÉ DE SOUZA - Muito obrigado.

O Sr. Hugo Napoleão - .. , focaliza V. EX,a uma série de ques­tões com relação à referida região, solicitando maior empenho eprovidências das autoridades constituídas no .sentido de bem exa­minar, por exemplo, os benefícios fiscais que V. Ex.a pretende se­jam conferidos ao seu Estado. Nestes termos, acho muito justa eséria a luta de V. Ex." Eu me permito apenas c~t:lir dado recente,segundo o qual, de acordo com nova decisão do Governo, as em­presas estatais, empresas públicas e sociedades de economia mista,serão obrigadas, a partir de 19BO, a aplicar 75% de seus incentivosfiscais no FINOR e no FINAM, ou seja: nos fundos pertencentes

à SUDENE e à SUDAM. A partir do próximo ano, esse percentuaiserá de 100%. É uma medida inteiramente justa, para não pulve­rizar para outras áreas, outros setores da comunidade nacional,recursos que devem ser entregues a regiões menos desenvolvidas.Portanto, receba V. Ex .... da Liderança do seu partido as congratu­lações pela maneira justa com que se vem conduzindo neste Par­lamento e pelo belíssimo discurso que traz à consideração dosseus Pares.

O SR, JOSUÉ DE SOUZA - .Deputado Hugo Napoleão, nossoLider, as expressões de V. Ex.'" são ditadas pelo seu entusiasmode moço, pelo patriotismo e pelo senso democrático que presidesuas idéias. Sei que V. Ex.a , brasileiro autêntico, é dos que amamo Amazonas, sabem que a Amazônia é dotada de um potencialindescritível e desconhecido, e que o Brasil um dia terá fatal­mente de acordar: Sei dos propósitos de S. EX,"', o Sr. Presidenteda República, e sei da honestidade com que V. Ex.'" defende es­ses propósitos e luta por ampliá-los. Mas quero dizer a V. Ex."',contristado, que os recursos da SUDAM raramente chegam aoAmazonas, como raramente chegam ao Acre, a Roraima e a Ron­dônia. Eles não estão sendo distribuídos com aquela eqüidade di­tada pelos ideais do Presidente da República e que o espírito deV. Ex.'" reclama. Contra isso nossa bancada, como a bancada daAmazônia Ocidental, por quase todos os seus representantes, temprotestado e reclamado nesta Casa. Praza aos céus que as novasverbas, que os novos fundos, que os novos recursos dirigidos à

SUDAM sejam em tal monta e com tamanha fartura, que pos­sam sobrar em parcelas alentadoras, pela primeira vez, à nossaAmazônia Ocidental, ao nosso Amazonas, em particular.

Mas estava eu a ler, Sr. Presidente, o noticiário:"Sabe-se que a Usina Hidrelétrica de Balbina, no rio Ua­tamã, próximo a Manaus, vai proporcionar uma econo­mia de óleo combustível e óleo diesel correspondente a470 milhões de cruzeiros, no período de 19B6 a 1994.Na mesma ocasião, ontem à tarde, foi apresentado tam­bém ao Presidente João Figueiredo, o novo orçamento re­duzido da Hidrelétrica de Samuel, no Salto de Samuel, emRondônia.Na primeira fase, a Hidrelétrica de Samuel terá 130 milqUílowatts de potência. Seus custos estão fixados em 14bilhões de cruzeiros e atenderá a Porto Velho, Abunã eRio Branco."

Sr. Presidente, a par dessas noticias, que poderiam ser alen­tadoras, mesmo reduzidas as verbas, compete-me dizer que, "se­gundo informou a Assessoria de Imprensa do Ministério das Mi­nas e Energia, o Presidente João Figueiredo interessou-se por to­dos os detalhes oterecídos pelo Ministro César Cals e encaminhouo assunto para o Ministério do Planejamento, que irá estudá-lojunto com o Ministério das Minas e Energia".

O Sr. Júlio Martins - Permita-me, nobre Deputado Josué deSouza. Cumprimento V. Ex." pela sua presença nesta tribuna e ofaço P<Jr dois motivos. Primeiro, porque vejo, jubiloso, que osanosque passam sobre V. Ex.a são como crisol, que depura o verbo e aeloqüência que ornam a singular cultura de V. Ex.'" E digo mais:acho que V. Ex.a deve ao seu Estado e à Amazônia uma presençamais constante, nesta tribuna que o povo lhe deu, para defender.da altura da sua eloqüência e de seu amor à terra amazôntda, aque­las populações deslembradas dos centros decisórios da Nação. Cum­primento-o, em segundo lugar, pela auspiciosa notícia que nostraz da aprovação, segundo me parece, do orçamento final daUsina de Balbina, velha aspiração, inveterada reivindicação dopovo amazonense. E pergunto, nobre Deputado Josué de Souza,se a construção de Balbina trará como conseqüência. também, aconstrução da hidrelétrica no meu Territórj,o de Roraima, já quea Hidrelétrica de Balbina não será suficiente para' atender à de­manda de energia elétrica de Manaus.· A complementação térmi­ca de Balbina ainda pesará gravemente no orçamento das Cen­trais Elétricas de Manaus. É necessário que V. Ex.''' Deputado Jo­sué de SOuza, junte o prestígio da sua eloqüência à minha pálidapalavra, para reivindicarmos juntos, aqui nesta Casa, nos Minis­térios, onde preciso for, a fim de que em conseqüência de Bal­bina, venha a construção da Hidrelétrica de Roraim·a. Entendo,como V. Ex.a, que a Pátria é, na verdade, uma túníca ínconsútíl,que deve abrigar em seu regaço os brasileiros de todas as latitu­des. Por que o brasileiro do Sul deve ter energia barata e o ama­zonense, o acreano, o roraímense e o rondoníense devem conti­nuar pagando uma energia cara, ainda Que subsidiada pelo Go­verno Federal? É necessário que façamos sentir no cerne dos ór­gãos decisórios da Nação este clamor, esta: reivindicação justa dagente amazôrrída.

O SR. JOSUÉ DE SOUZA - Muito obrigado a V. Ex,", DeputadoJúlio Martins, com cuja ajuda, estimulo e colaboração tenho con­tado quase sempre em nossas lutas nos Ministérios e em nossasparticipações nesta tribuna, que se não se fazem mais amiúde é

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pelas dificuldades que o Regimento cria pata aqueles que não sãolíderes ou vice-líderes, e mesmo porque o tempo destinado aoscomuns dos Deputados é tragado, absorvido por discussões esté­reis de eleição ou não eleição, quando se sabe que ao povo, naverdade, nada disso interessa. Eleição não enche estômago deninguém. O que interessa é que o Governo continue perseguindosuas metas de .trabalho e as leve em paz a bom termo. O que In­teressa é que todos nos miamos e nos fortaleçamos em favor demedidas objetivas, da paz social, da luta contra a exploração dasmultínacíonaís, da luta pela exploração autêntica e legítima dasnossas riquezas, da luta em favor do P\ROALCOOL, das micro­usinas em todo o interior do Brasil, das microrrefinarias a pro­duzir álcool.

O que interessa, na verdade, ao povo brasileiro, é que o Go­verno faça valer a sua autoridade para levar à frente as soluçõespara os grandes e complexos problemas que lhe cabe enfrentare que terá de enfrentar, para que não sucumbamos num mar de in­compreensões, de desatinos que começam a invadir todo este Pais.O que interessa, Deputado Júlio Martins, ao povo amazonense, aopovo de Roraima, ao povo do Norte e do SUl, são medidas concre­tas, como aquelas que tomou em plena ditadura o Presidente Ge­túlio Vargas, que nem pelo fato de não ter sido eleito foi menosadmirado pelas massas. Ao contrário, deixou o seu Governo e asua Constituição, criada em 37, sob os aplausos do povo, que, denovo, foi buscar o Presidente para colocá-lo à frente do Governo,na esperança, talvez, de que pudesse repetir aquelas mesmas rea­llzações e aquele mesmo comportamento que o consagraram comoo ídolo do Brasil, durante o Estado Novo - hoje tão condenadoe tão malfadado, mas de tantos e tão brilhantes resultados.

Mas, Deputado Júlio Martins, não são de alegria nem con­tentamento, muito menos de júbilo, as notícias que trago a VossaExcelência com relação a Balbina. O problema foi estudado paraque houvesse corte nas suas verbas, mas, no que toca à aplicação,novos estudos vão ser feitos e as obras de Balbina estão paradas,com -prejuízos grandes, graves, não apenas para o nosso Amazo­nas, para todo o Brasil, como ouvirá V. Ex.'" se me conceder a suapreciosa atenção. I

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Julio Verne, num daqueles li­vros que fizeram o encanto da adolescência de muitas gerações,descreve a intoxicação coletiva de uma cidade, devido às emana­ções de um gás de iluminação pública. E desandavam todos oshabitantes a praticar atos malucos, estabelecendo-se a confusãona vida coletiva.

A gente não tem a impressão de que coisa parecida está acon­tecendo no mundo. Num instante em que as massas se despenhamviolentas num delírio de destruição do que aí está por qualquercoisa que ainda não se sabe o que seja, individuos e povos mani­festam os mais claros sintomas de insônia, na prática de atos ouassumindo atitudes que só poderiam explicar-se com a fatal perdado juizo, por parte desses povos e desses indivíduos.

Como entender-se, por exemplo. o notícíárlo Internacional dia­riamente, através dos veículos de informação, rádio, televisão, jor­nal, se não pela perda do juizo coletivo? Assim é que, voltando aeste imenso País chamado Brasil, onde o nosso patriotismo Iírícolevanta-se de entusiasmo a quaisquer manifestações que enfoquema vaidade natívísta, a situação não tem sido diferente. As nossascrianças crescem engabeladas por uma pedagogia que lhes ensinaque o Brasil é o pais maior e mais rico do mundo e as glórias na­cionais superiores às de qualquer outro sítio do Universo.

A verdade, porém, é outra. Quando um adolescente dotado deinteligência se toma. homem no Brasil, espera-o, mesmo na puber­dade, a grande desilusão. Não passamos de um país pobre, ondetudo está em desordem, um país que demonstra todO/! O/! dias asua incapacidade de dirigir-se. E, mais em desordem que tudo, aSituação energética nacional. diante da crise internacional criadacom o petróleo.

A Inquietação contínua em que vive o homem brasileiro, naépoca atual, desperta-lhe, à. lembrança, uma série de problemaspara cuja solução não pode e não deve deixar de lutar, colaboran­do, assim, para a melhoria e o progresso da região em que vive.

Por Isso estou aqui, mais uma vez, prestando minha sinceracolaboração ao Presidente João Figueiredo. Trata-se de um pro­blema da Amazônia, que é problema também do Brasil. Os paísessubdesenvolvidos dispõem, como seu instrumento de planejamento,da teoria econômica tradicional, formulada à. luz dos fatos histo­ricamente medidos nos países agora desenvolvidos, e têm-na usadoreligiosamente. Esta tem sido, infelizmente, a posição dos respon­sáveis pela. coisa pública no Brasil, que importa tudo. Será pos­sível esquecer que as leis e métodos do processo econômico, válidospara os países ricos, raramente o são para os países pobres?

Os efeitos negativos da paralisação de uma obra, empreendi­mento ou serviço público, em meu Estado, o Amazonas, devem

ser medidos na sua devida extensão. No Amazonas, por força dachamada contenção de investimentos, gerou-se freqüentemente oabandono integral de centenas de programas específicos, pelocumprimento parcial de outras, e ainda pela execução superone­rosa de muitos. Não é novidade assinalar que, diante da inflação.qualquer retardamento de dispêndio, isto é, qualquer perturbaçãona execução financeira de um empreendimento exige pronto rea­justamento dos valores da previsão, tumultuando a programaçãoprimitiva.

No caso da Hidrelétrica de Balbina, a ocorrência ainda é maisgrave. Manaus tem como base apenas a geração térmica a óleo.Só este fato dispensa maiores comentários, diante da crise inter­nacional desse combustível. Se não for construída a Hidrelétricade Balbma, terá que ser ampliado o parque térmico de Manaus,com o natural aumento dos custos, além de crescer também adespesa com o combustível - óleo Importado. O sistema termoelé­trica de Manaus consome, em média, cerca de 430 toneladas diá­rias de combustível derivado de petróleo. A construção de Balbina,em relação à expansão termoelétrica, alcançará, de 1985 a 1994,uma média anual de 31Q mil toneladas de reduoão do consumo deóleo combustível e de óleo diesel, correspondendo a mais de 400milhões de cruzeiros e de milhões de dólares também em divisas.

Esses cortes, Sr. Presidente e Srs. Deputados, são sempre rea­lizados pelos técnicos e plahejadoree embrionários do Sul, sobmsplraçâo de teorias de desenvolvimento estranhas à realidadenacional, fabricadas fora da experiência histórica e das peculia­ridades sócio-econômicas vividas por nós. Infelizmente, essas te­ses, vez por outra, tomam vulto e poder decisório, sob a alegaçãode poupanças regionais disponíveis gerarem investimentos prefe­rentemente nas regiões onde a rentabilidade do capital é maior.Tal princípio margínalísta. errado na sua essência face às caracte­rísttcas da nossa economia, causa sempre o agravamento do dese­quilíbrio econõmico interno com o surto industrial no Centro-Sul,paralelo ao atraso das regiões mais intensamente subdesenvolvi­das do Norte e Nordeste.

Não, Sr. Presidente, srs, Deputados, essas ocorrências, no mun­do e no Brasil, não devem ser efeito da perda do juíw coletivo.Os autores dessas loucuras é que devem estar certos. Os intoxica­dos somos nós, indivíduos, povos, países, que criam, toleram eengordam esse gênios modernos. Por isso mesmo, a fim de queesses disparates não tomem a vingar em prejuízo da Amazônía,faço daqui um novo apelo ao Presidente Figueiredo, no sentido deque coíba mais esse atentado contra a Amazônia e contra o Brasil.eis que a maior parte do óleo queimado e importado e a construçãode Balbína contribuiriam consideravelmente para reduzir nossadependência externa e aumentar a economia em divisas, ajudan­do. assim, o equilíbrio da balança de pagamentos.

A construção de Balbina está plenamente de acordo com aatual política do Presidente João Figueiredo, que visa a reduziras importações e economizar divisas, de modo a controlar nossa:divida externa. Por tudo isso, o Presidente Geisel, diante de estu­dos técnicos, aprovou, em 15 de julho de 1978, em prioridade, aconstrução de Balbina. Os trabalhos foram iniciados e a constru­ção da rodovia para atender às obras de Balbína, localizada àsmargens do rio Uatumã, providenciada num contrato entre aEletronorte e o Departamento de Estradas e Rodagem do Ama-zonas. c

Os "técnicos de asfalto" do Rio de Janeiro não gostaram daprovidência e, logo no início do Governo Figueiredo, tentaramimpedi-la, com sua substituição por um projeto de geração a car­vão nacional, vindo do Sul do País. Mas toda bancada do Amazo­nas dirigiu apelos reiterados ao Presidente da República e ao Mi­nistro César Cals no sentido de não interromper a obra, tendologrado - talvez não por força da sua argumentação, mas pelaevidência dos novos cálculos feitos, dos novos estudos realizados- convencer o Governo de quão aritieconômica, descabida, crimi­nosa até, era aquela investida que se fazia contra a economia daAmazõnia e, mais ainda, contra a economia do Brasil.

Examinada essa obra-prima de Incompetência, verificou-se queera inviável, porque os custos do empreendimento nem teorica­mente estavam certos. Agora os mesmos - e não é piada - vol­tam a propor que a obra seja adiada ou seja liquidada, sob o ar­gumento da redução de Investimento. Mais uma grosseira mentira.um deslavado embuste.

Gostaria, portanto de, desta tribuna, apelar para o PresidenteFigueiredo, no sentido de que exija a ínformaçâo sobre os gastoscom suprimento e outras despesas que serão feitas, em Manaus,para o atendimento da demanda de energia elétrica, a fim dedesmascarar, mais uma vez, essa orientação bitolada, baseada emmentiras técnicas praticadas pelos que, inconsciente ou conscien­temente, com seus desacertos comprometem a coisa pública noBrasil. Sabemos que a economia que alegam fazer no investimen­to, com o corte da .obra, vai representar um gasto três vezes maior

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no suprimento, além do prejuízo irrecuperável no atraso da cons­trução de Balbina.

O Presidente Figueiredo, homem de Estado-Maior, sabe quenos domínios do puro espírito, só as idéias 'gerais, subordinadasàs leis da indução, dedução, com todos os métodos da lógica "'- aanálise, a síntese, variações concomitantes - e, mais, observações.comparação, experimentação e generalização cientificas, têm con­dições de criar coisas duradouras.

E não se diga que não existem recursos para a obra de Balbinae mesmo para a obra que o Deputado Júlio Martins pleiteia parasua Roraima, tão encantadora quanto rica na formação de valoreshumanos. de que ele é um exemplo nesta Casa. (Muito bem.) Enão se diga que não existem recursos para a obra. quando aELETROeRÁS responsável pela execução da política energética do'Governo Federal - o banco do setor elétrico - apresentou. emseu balança do ano passado, amplamente divulgado no País, umlucro líquido de 54 bilhões e 200 milhões de cruzeiros.

Sr. Presidente, qualquer menino de escola, qualquer homemdo povo, qualquer cidadão menos versado na vida pública e nacoisa administrativa veria que a obra de Balbína não gastaria, se­quer, a metade do lucro obtido pela ELETROBRAS no último ano.

O Sr. Júlio Martins - Deputado Josué de Souza, gostaria. ape­nas de retificar meu aparte anterior, pois pensei que o despachode Balbina, de certo modo, propiciasse o encaminhamento rápidodas obras, mas vejo agora que, infelizmente, trata-se de um sim­ples corte nas verbas. sem definição a respeito do próximo reiniciodos trabalhos.

O SR. JOSUÉ DE SOUZA - Cortou-se e arquivou-se.

O Sr. Júlio Martins - Mais uma vez. confirma-se a desespe­rança, a decepção do povo de toda a Amazônia. Tais fatos são umtraço dominante em nossa História e. de certo modo, a maculam.Parece que o raio civilizador que retrange do litorai não alcança{) interior do Brasil. Não fosse por Brasília, o Planalto Centralainda seria o grande sertão brasíleíro, muitas décadas atrás dacivilização litorânea. Mas acredito no trabalho de homens públicoscomo V. Ex.", nobre Deputado Josué de Souza, para despertar, nos'homens de decisão deste país, o desejo de explorar toda a poten­cialidade da Região Amazônica.

O SR. JOSUÉ DE SOUZA - Concluindo, Sr. Presidente, e gra­to,. ainda uma vez, pelo aparte do nobre Deputado Júlio Martins,quero dizer a V. Ex." que a desesperança não me' atinge, como nãoatinge V. Ex." O que achamos imprescindível é que todos os queamamos a verdade, todos os que exercemos o mandato com o fir­me propósito de construir algo em favor da Amazônia e do Brasilconfiemos no Presidente João Figueiredo, sem prejuízo. entretanto,da slneerídade, que é uma prova de afeição e solidariedade ao Pre­sídente. Devemos dizer-lhe o que de errado existe na administra­ção e quanto precisa ser corrigido, e que o Brasil que trabalha eproduz confia no seu Governo, mas pedindo a S. Ex." que Ouçatambém o Brasil do Norte e o Brasil do Nordeste e sinta que,mesmo não havendo peso eleitoral e peso político naquelas regiões,há um propósito acendrado de lutar ombro a ombro com S. Ex.",na abertura dos grandes camínhoa, na busca das grandes soluçõesque hão de ser encontradas no contato com a terra, no contatocom o homem do povo, no contato com a realidade nacional ­está cada vez mais ausente dos gabinetes, onde a tecnocracia ga­nha forma de decisão, alheia e indiferente aos clamores do povoe às reclamações. às ponderações, às críticas e até aos ensínamen­tos desta Casa política, que representa o povo, colaborando e ofe­recendo sugestões ao seu Governo e ao seu Presidente.

Deixo esta tribuna grato, ainda uma vez. à Liderança do meupartido, certo - mais certo do que nunca - de que a melhorforma de ajudar o Governo do Presidente João Figueiredo não háde ser nem o ataque e' o insulto grosseiros, nem a subservíêncíado elogio fácil, mas o caminho da verdade, através, por exemplo,de um trabalho efetivo em favor de obras - PROÁLCOOL e cons­trução de hidrelétricas - que nos libertem da tutela estrangeiratrazida pelo petróleo, da escravização das multínaeíonaís, da fomee da descrença que ameaçam avassaladoramente este País, que,não sendo o mais rico, ainda é o mais livre da América do Sui, adar-nos inclusive a liberdade de dizer ao Presidente que S. Ex."precisa ouvir o povo, fugir das multínacíonaís, distanciar-se dosgrupos que cercam com mentiras e informações viciadas. impe­dindo que S. Ex." dê curso e vazão à autenticidade do patriotismoque habita sua alma e lhe empolga o coração.

Era o que tínha a dízer. (Pal~s.)

Durante o discurso do Sr. Josué de Souza, o Sr. HomeroSantos, 19-Vice-Presidente, deixa a cadeira da presidên­cia, que é ocupada pelo Sr. Nosser Almeida; Suplente deSecretário.

O SR. PRESIDENTE (Nosser Almeida) - Concedo a palavraao Sr. Aurélio Peres, na qualidade de Líder do Partido do Movi-mento Democrático Brasíleíro. -

O SR. AURÉLIO PERES (PMDB - sr. Como Líder. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, 81's Deputados, quero agradecer à Li­uerança do meu partido por ter-me cedido este horário. Quero.neste período, representar o pensamento 0.0 meu partido.

.Ontem. Sr. Presidente, comemoramos a nossa data máxima: oDia do Trabalhador. Sinto-me profundamente orgulhoso. neste mo­mento, de poder representar, nesta Casa, a classe dos trabalha­dores que, no decurso da História. tem sido aquela que tem carre­gado o peso do desenvolvimento de todas as nações, e que, também.

.tem tido a infelicidade e amargura de ser perseguida e explora­da em quase todas as nações do mundo, Digo, mais uma vez, queé um orgulho para mim representar os trabalhadores do meu Brasil.especíalmente os metalúrgicos de São Paulo, categoria composta.hoje, de nada menos que 400 mil trabalhadores.

Quero dizer, desta tribuna, que a classe operária tem sido aque­la que tem levantado, em todos os momentos mais difíceis, a ban­deira da justiça e das líberdades neste Pais e em todos os paísesdo mundo. A classe operária foi, é e será aquela capaz de dar aomundo a paz e a tranqüilidade de que muitos falam mas nemsempre querem.

O dia é do trabalhador. e não do trabalho. como muita gentequer. Que fique bem claro isso.

O dia 1.0 de Maio foi comemorado em todos os países do mun­do. Onde a classe operária conseguiu algumas vitórias, a sua in­dependência, a sua emancipação, o 1.0 de Maio foi comemoradocom festas, com alegria; onde ela ainda não conseguiu a sua eman­cipação, a sua Independência teve de comemorá-lo com lutas, Ievan-'tando a bandeira de suas reivindicações básicas, levando-se em con­ta que ela é uma classe explorada, oprimida que 'não teve ainda odireito de participar dos destinos da Nação, de participar das ri­quezas que ela constrói.

Neste nosso Brasil. o 1.0 de Maio foi comemorado - e querodizer a todos que ninguém mais ouse duvidar do poder e da forçados trabalhadores neste País. O 1.0 de Maio em São Bernardo ,foia prova de que os trabalhadores neste País já começam a se er­guer e entender a posição que ocupam no Brasil. Queiram ou nãoqueiram, aqueles que estão no Poder hoje hão de reconhecer queos trabalhadores são uma força e têm condições de interferir noprocesso político-econômico deste País. Eles têm a clareza do quequerem: não são uma categoria de anarquistas, como muítos di­zem; não são aqueles que 'atrapalham o desenvolvimento da Nação,mas aqueles que querem o seu desenvolvimento, que sabem' fazeruma manifestação pacífica, ordeira, levantando as bandeiras dassuas justas reivindicações para se colocarem em seus lugares. sa­bendo o que querem, como querem e para o que querem. Os tra­balhadores de São Bernardo. os metalúrgicos - e digo mais umavez que me orgulho de representá-los - também deram essa de­monstração. E por que digo que ontem foi uma grande vitória daclasse operária no Brasil? Em primeiro lugar, porque esses mesmostrabalhadores de São Bernardo estão em greve há 32 dias, levan­tanto o direito que têm de participar daquilo que produzem, a ri- .queza desta Nação. Eles estão em greve levantando o direito quetêm da garantia no emprego para ter tranqüilidade no dia deamanhã e poder sustentar a família. Eies estão em greve parareivindicar a redução da sua jornada de trabalho, para, que seusfilhos também tenham direito ao lazer, ao descanso e ao estudo,porque me parece que neste País os trabalhadores até hoje têm,única e exclusivamente, que se dedicar a trabalhar e produzir, masnão têm tido o direito de estudar. E não me venham dizer que aclasse operária tem necessariamente que ser privada do estudo.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, não tenho para exibir um di­ploma de universidade como V. Ex.'" têm, porque tiveram a opor­tunídade de sentar-se no banco da universidade. Eu não tive, por­que enquanto V. Ex.as estudavam, eu lavrava a terra para que ti­vessem o que comer.

O Sr. Hup Napoleão - Permite V. Ex.a um aparte?O SR. AURÉLIO PERES - No momento exato darei o aparte.

Enquanto V. Ex.Rs estudavam, eu dirigia camínhões, transportan­do as riquezas desta Nação; enquanto V. Ex."s estudavam eu es­tava com as mãos cheias de graxa, preparando ferramentas paraestampar peças, a fim de montar os carros que os conduzem hoje.Por isso não tenho um diploma. Mas tenho dentro de mím o or­gulho de representar a classe trabalhadora. que é e será capaz detirar este País desta situação de miséria em que se encontra hoje.desta situação insustentável em que nos encontramos hoje.

Ouço o nobre Lider do PDS, Deputado Hugo Napoleão.

O Sr. Hugo Napoleão - Nobre Deputado Aurélio Peres, as de­clarações que- V. Ex.a acaba de fazer, longe de eventualmente o ma­cularem, o dignificam, porque o maior diploma que V. Ex.a tem, se­guramente. é aquele que o povo lhe outorgou para representá-lonesta Casa. Se, no passado, em função de trabalhos outros que

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teve de desenvolver, V. EX,a não pôde concluir o seu curso superior,por outro la.do, não deixa V, Ex.a de contribuir para esta Nação,como vem fazendo agora. Deve o líder do PDS louvar e respeitartambém a sua posição de representante dos trabalhadores. Masgostaria de salientar. nobre Deputado, que também temos esta preo­cupação no Partido Democrático Social. A atuação do Governo doPresidente João Figueiredo, 'através, por exemplo, da lei que elemandou ao Congresso Nacionai, conferindo os aumentos semestraispor produtividade, além dos aumentos normais. é indiscutivelmenteum passo à frente que se dá na matéria. Pretende o Ministro doTrabalho, Murllo Macedo. igualmente encaminhar ao CongressoNacional, no futuro, um projeto de consolidação das leis do tra­balho, cujo anteprojeto já foi exibido a esta Casa, e que cuida devárias medidas salutares para o trabalhador, dentre as quais fa­ria referência 'agora, mais especificamente, ao aumento do valor doFundo de Garantia do Tempo de Serviço, para que o trabalhadorpossa receber até 24% ao ano sobre aquilo a que efetivamente temdireito, e não apenas 10%, como fixado. De modo que quando V. Ex.atece essas considerações, eu me permitiria oferecer essas outrastodas à apreciação de V. Ex.a

O SR. AUReLIO PERES - Agradeço a V. Ex.a o aparte. nobreLider, e só gostaria de dizer que se realmente o partido do Gover­no está preocupado e interessado em resolver o problema dos tra­balhadores, acho que é chegado o momento de se desdobrar pataque esses problemas sejam solucionados, porque no ABC está criadoo impasse e todas as atenções políticas estão voltadas para lá. Pa­rece-me que cabe agora ao partido de V. Ex.a tentar sensibilizaro Governo, porque ele avocou a si uma briga que não era sua, umabriga que era entre os trabalhadores e a classe empresarial. OGoverno avocou a si essa briga, comprou-a não sei por que preço,e agora está criado o impasse. Então, cabe ao partido .do Governointervir e ajudar no sentido de que se reabram as negociaçõesentre patrões e empregados, para que se chegue a uma solução noABC. Gostaria que o nobre Líder se preocupasse com isso.

No ABC, ontem, tivemos uma demonstração do que é um 1.0 deMaio, e esta demonstração não foi pacifica por parte do Governo,por parte da repressão. Tivemos ontem - aliás, não só ontem, masdurante todos os dias - o ABC em estado de emergência. E agora,me permitam os nobres Deputados do PDS, eu diria que. o nossoGoverno, este Governo que ai está, na pessoa do General João FI­gueiredo, é irresponsável, porque criou no ABC um estado de emer­

gência, mas não teve. a coragem de assumir esse estado, de decretá-loabertamente porque um Governo que não garante -as imunidadesde um Senador. um Governo que não garante as imunidades parla­mentares, um Governo que invade uma prefeitura, que efetua pri­sões, que permite que se efetuem prisões dentro do gabinete deum Prefeito, eu considero - e não sou jurista - considero que co­mete um abuso, por isso só sería permitido se fosse decretado oestado de emergência. Na verdade, o Governo não quis assumir aresponsabilidade pela decretação do estado de emergência no ABC.Ontem, por exemplo, um Senador foi agredido 'por policiais. Issoé estado de. emergência. Por que, então, o Governo não assume '3responsabilidade de fato por esses acontecimentos? Esta a aber­tura que o Gen. Figueiredo e todos aqueles que o apóiam nos ore­re~m? .

O Sr. Edíson Lobão - Permite V. Ex.a um aparte?O SR. AUReLIO PERES - Com todo o prazer.O Sr. Edison Lobão - V. Ex.a iniciou seu discurso num tom

ameno, de parlamentar e de líder sindical, legitimo direito quelhe assiste. De repente, começa a descambar para o radicalismo,a usar expressões que eu diria antiparlamentares. V. Ex.a não tem{I direito de considerar irresponsável o Presidente da República. Adeclaração de V. Ex." é que é irresponsável. Lamento profundamen­te que tenhamos chegado a esse ponto. Os trabalhadores brasilei­ros participam da construção nacional, como têm feito ao longoda existência deste Pais. Por isso merecem o 'apreço do Governo,que se preocupa com eles todos os dias. Ainda há pouco meu colegaHugo Napoleão mencionava o salário semestral decretado pelo Exe­cutivo. Os trabalhadores têm, hoje, o 14.0 salário, os 30% de saláriosIndiretos sobre o minimo. Enfim, tudo quanto tem podido fazerpelos trab-alhadores, nossos irmãos. que ajudam a desenvolver onosso Pais - nisso concordo com V. Ex." - o Governo tem feito.Se não faz mais é porque não lhe é possível. Ainda há pouco ouvi,aqul desta tribuna. que salário não é inflacionário, que Se podeconceder aos trabalha.dores novos índices salariais, já que não éinflacionário. É uma heresia. O próprio Senador Saturnino Braga,um dos Vice-Líderes do PMDB, num dos seus trabalhos, sustentao contrário. Então, o Governo, por ser governo, e ter responsa­bilidade, não pode ir além do que a Nação pode pagar àqueles quetrabalham. Portanto, lamento profundamente que o discurso deV. Ex." já agora se encaminhe para este rumo.

O SR. AURÉLIO PERES - Respondo ao nobre Vice-Líder doPartido do Governo que não concordo com '0. sua posição. Primeiro,porque acho que a classe operária não vai continuar pacl!icamente,submetida à exploração, como esteve sempre, sem levantar a suavoz. Enten<lo que não desviei o tom do meu discurso. pois não vimaqui para dizer palavras bonitas; vim para dízer aquilo que a

minha classe hoje pensa, aquilo que a minha classe quer. Portanto.afirmo que as colocações que faço não são irresponsáveis. Sei queneste momento estou representando o pensamento da minha classe.e, se eu levara ela as minhas palavras, elas serão endossadas portodos aqueles a que as submeter. A minha classe as endossará e,mais do que isto, terá coisas piores a dizer a respeito deste Governoque aí está, já que, na mínha opinião e na dos trabalhadores, eleé legítimo, pois não recebeu o aval dos trabalhadores e do povobrasileiro para governar; é ilegítimo porque, para estar onde está,teve de remendar e rasgar uma Constituição; é ilegítimo porque,para estar ai, teve de fazer uso da força, teve de fazer uso das ar­mas, para implantar-se através de um golpe e não de eleições di­retas, de eleições democráticas, de pleito livre, aberto, como quero povo brasileiro.

portanto, nobre Lider, continuarei o meu discurso, não arre­dando um passo, para dizer que a classe operária tem as suas de­núncias a fazer e as fará enquanto eu estiver nesta Casa. Eu sereio porta-voz da classe operária. Afirmo que aquilo que aconteceuontem no ABC caracteriza o estado de emergência, e o Governo nãoteve a hombridade de assumir a responsabilidade por essa situação.

Concedo o aparte a V. Ex."

O Sr. Fernando Lyra. - Deputado Aurélio Peres, em boa horaa liderança do PMDB escolheu V. Ex.a para comentar o Dia doTrabalhador. V. Ex.a , legitimo representante do trabalhador brasi­leiro, com vivência e experiência no meio operário, traz a essaCasa um depoimento legitimo, depoimento não só do homem queviveu as agrúrías do trabalhador brasíleiro, mas que é ainda hojeum homem ligado ao sindicalismo de São Bernardo do Campo, áreaem que foram, pelo Governo, praticados atos de violência. Masexiste um hábito do Partido do Governo, ou do próprio Governo,qual seja, o de distorcer os fatos e as coisas, e agora, acrescenta-semais um, o hábito de distorcer as palavras. É o Exeéutivo que come­t(' '3. irresponsabilidade, mas, para 'os homens que o apóiam, irres­ponsáveis são aqueles que a denunciam; o Governo pratica a violên­da, e violentos são os violentados; o Governo fala no império da lei,e é o primeiro a desrespeitá-la. AInda há pouco, lembro-me bem,se falava que o Governo estam cumprindo a lei; nesse mesmo dia,ele invadia lares em São Paulo e em São Bernardo do Campo, paraprender membros não somente da classe operária, não somentelideres aíndtcaís, mas figuras de outros setores pelo fato de, emalguma época, se terem solidarizado com a greve. Agora mesmoV. Ex." chama à responsabilidade o Governo, e, se o chama à res­ponsabilidade, é porque entende, como nós, que ele é irresponsável.Se o Ministro do Trabalho vai à televisão e, enfaticamente, diz quenão haverá renegociação, ele é irresponsável; ele, sim, está pra­ticando a luta de cl-asse, está praticando exatamente a subversão,jogando empregados contra patrões e patrões contra empregados.A medida que obriga os próprios patrões a não renegocíarern, eleestá praticando aquilo que V. Ex.a disse, isto é, está exatamenteInsuflando os patrões a que não tenham o menor ânimo de renego­ciar; muito embora saibamos que dezenas deles·querem a volta ànegociação. O Governo não permite que isso aconteça, porque quermostrar força, quer o conflito, quer o confronto, quer criar um cli­ma, para que não haj a nem essa precária legísjação que está ai.Enfim, Deputado Aurélio Peres, V. Ex. a tem a inteira solidariedade.como não poderia deixar de ser, da liderança do PMDB. Nós nossolidarizamos com V. Ex.a pelo pronunciamento que faz. É o re­trato da situação que V. Ex.a traz a esta Casa. Digo, ainda, queV Ex." caracteriza muito bem a irresponsabilidade do Governo, enós a reforçamos com as palavras do Ministro. Disse muito bemV. Ex.a que o Governo aplica de fato o estado de emergência. In­clusive o Prefeito Tito Costa já dizia, há alguns dias, que o estadode emergência era praticamente um fato em São Bernardo. O Go­vemo de direito não o assumia, porque queria continuar com acapa de democrata, quando se sabe que procura soluções atravésdas seqüelas da ditadura.

O SR. AURÉLIO PERES - Muito obrigado Deputado FernandoLyra. O seu aparte, realmente, coloca-me numa posíção de maiorsegurança, porque prova que estou interpretando também o pen­sarnento do partido.

Gostaria de continuar a dizer que o Governo comprou a brigados trabalhadores com os empresários. Não seí a que preço, massei por que a comprou. Na verdade, este Governo que está ai não éo dos trabalhadores.. Este Governo que está aí é da classe empre­sarial. Mas não é simplesmente, da classe empresarial, já que re­presenta, praticamente, os interesses das multínacíonaís. Quem nãosabe disso? É o Governo que está ai para fazer a vontade das mul­tlnacíonaís. O que é o Sr. Delfim Netto? Ministro da Fazenda? epoderíamos dízer; talvez, M1n1stro dos fazendeiros. Quem foi o Sr.Delfim Netto senão aquele que assaltou a classe trabalhadora, al­terando os índices, até hoje não explicados, até hoje não assumidos?Pelo menos tenha a hombrídade de vir a público e assumír, O Sr.Delfim Netto é o Ministro do Planejamento. Hoje, o Sr. DelfimNetto, acumula vários Ministérios.

O SR. PRESIDENTE (Nabor Júnior) - A Mesa lembra ao no­bre o~ador que o seu tempo se esgotará dentro çle três mínutos,

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Maio de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 31193..O SR. AURÉLIO PERES - Pois não. Vou tentar concluir rapi­

damente. Mas gostaria de dar um aparte ao nobre Deputado queo solicitou, pedindo-lhe que seja breve.

O Sr. Theodorico Ferraço - Nobre Deputado Aurélio Peres. émuito natural a defesa que V. Ex." aqui faz da classe trabalhadora.Não é dever de V. Ex." apenas: é dever de todos nós. Sou daquelesque lutam pela participação dos operários no lucro das empresas.Quando Prefeito Municipal, dei exemplo do que é um patrão juntoaos seus empregados. E lá estou, na memória do povo de Cachoeirodo Itapemirim, como um dos prefeitos que recebeu o diploma de"Amigo Número 1 dos Trabalhadores". Apenas quero corrigir umainjustiça de V. Ex.", quando fala da irresponsabilidade doPre­sidente da República. Penso de forma diferente, nobre Deputado.Acho que o Presidente João Baptista Figueiredo está sendo o gran­de campeão da democracia: está impedindo, com mãos poderosas.que se baixem, no País, novos atos de exceção. O Presidente Fi­gueiredo tem demonstrado que a abertura democrática é para va­ler. No caso de São Paulo, ele não aceitou pressão alguma para.decretação de estado de emergência. Não aceitou porque quis ape­nas que o ímpérío da lei fosse exercido em São Paulo. Ora, nobreDeputado, o Presidente. está-se baseando na decisão Tribunal Re­gional do Trabalho. Se errada, justa ou certa, não vamos dis­cutir esse aspecto. Ainda agora, o Superior Tribunal Militar acabade negar o habeas corpus impetrado em favor de diversos líderes~ inclusive Lula - que estão presos em São Paulo. Então, nobreDeputado, o Presidente Figueiredo merece o nosso apoio, mereceque todos nos juntemos a ele, para ajudá-lo a defender a demo­cracia. Ele não está baixando ato de emergência algum; pelo con­trário, está deixando que o Governo de São Paulo se sensibilize,aplicando ou não a lei. Vamos torcer aqui para que haja o diálogoentre patrões e empregados, e para que realmente se encontra umasolução. Temos de lutar em favor do operário' e combater as mul­tinacionais naquilo que estão perturbando' a economia brasileira.Nesse aspecto, concordo com V. Ex." Porém, quanto ao PresidenteJoão Figueiredo, acho que ele é, ainda, o grande milagre brasileiro.Depois de 15 anos de atos de exceção, está aí lutando, com o seusuor, para que este País caminhe. É muito natural que se deixe osempregados 15 ou 30 dias em greve. E uma demonstração de queo Governo está admitindo a greve, a luta dos operários por melho­res contiíçôes. Ele não é um Presidente ilegítimo, pois foi eleitopelo Congresso Nacional. O Congresso Nacional somos nós. Se eleé ilegítimo, todos nós também somos ilegítimos, porque aqui re­presentamos o povo. Dai por que, nobre Deputado, parabenizoV. Ex." pela defesa dos operários. Entretanto, não posso concordarcom V. Ex." quando não reconhece no Presidente João Figueiredoa vir;tude que ele tem, a de ser um defensor autêntico, que estásegurando com mãos de ferro outras mãos que desejam - quemsabe? - implantar no Pais uma ditadura de direta ou de esquerda.Agradeço a V. Ex." a benevolência do aparte.

O SR. AURÉLIO PERES - Nobre Deputado, não pode V. Ex."concordar comigo. Se o nobre Deputado está no PDS, automatica­mente tem de estar do outro lado: não do lado dos trabalhadores.

() Sr. Theodorico Ferraço - Estamos do lado dos trabalhado­res.

O SR. PRESIDENTE (Nabor Júnior) - A Mesa pede ao oradorque conclua suas considerações, uma vez que o tempo está esgo­tado.

O Sr. Theodorico Ferraço - Estou do lado dos trabalhadorese da lei.

O SR. AURtLIO PERES - Com relação à democracia, o nobreDeputado disse que o Presidente Figueiredo é um democrata equer a democracia. No entanto, S. Ex." não definiu para quem éesta democracia. Posso responder que a democracia do PresidenteFigueiredo e a de todos aqueles que de.fendem este Governo e esteregime ainda não chegou para a classe trabalhadora. Temos aí umTribunal, que julga um dissídio numa semana, dizendo-se íncom- .petente para julgar a ilegalidade da greve; oito dias depois, estemesmo Tribunal já é competente para julgar a ilegalidade dagreve. Temos um Governo que mantém um Ministro que se dizMinistro do Trabalho, que vai a São Paulo e lá implanta seu Mi­nistério. Porém, até hoje, não se sentou com a classe trabalhadorapara ser mediador nas negociações; sentou-se com a classe em­presarial, a FIESP, mas não se sentou com os líderes sindicais.

() Sr. Hugo Napoleão - O que S. Ex," mais tem feito é nego-ciar. .

O SR. AURÉLIO PERES - Este não é um Ministro do Traba­lho; é um Ministro dos patrões. Não é um Ministro que está pro­curando a democracia da classe operária. é ,um Ministro que aiestá para manter a ditadura contra a classe operária.

Sr. Presidente, concluo dizendo que a classe operária, queaqui represento, entende muíto bem o porquê deste Governo, en­tende multo bem o porquê desta repressão que aí está. Ela enten-

de muito bem o posicionamento do partido do Governo. Sabe,outrossim. que não haverá liberdade para a classe operária, queos seus líderes estarão sempre ameaçados, que Seus sindicatosserão sempre. invadidos e violados, enquanto vivermos neste re­gime de ditadura militar, que já se caracterizou, durante estes 16anos, pela arbitrariedade. Nestes últimos anos, sir ·.plesmente mu­dou a forma mas a sua essência permanece a mesma: o arbítrioque invade sindicatos, que cassa díretorías eleitas pelo voto livredos trabalhadores, -que prende líderes sindicais e os mantêm in­comunicáveis, que nega habeas corpus e que não respeita as imu­nidades parlamentares.

Este regime que aí está mantém a exploração da classe tra­balhadora. Enquanto ele permanecer, os trabalhadores não terãoliberdade, não terão sindicatos livres, não terão reajustes salariais,não terão direito de participar. Mas a classe operária sabe dissoe continuará com a sua luta, como muito bem demonstrou, ontem.(Muito bem. Palmas.)

Durante o discurso do Sr. Aurélio Peres, o Sr. NasserAlmeida, Suplente de Secretário, deixa a cadeira da pre­sidência, que é ocupada pelo Sr. Nabor Júnior, Suplentede Secretário. .

O SR. PRESIDENTE (Nabor Júnior) - Concedo a palavra aoSr. Edson Vidigal, na qualidade de Líder do Partido Popular.

O SR. EDSON VIDIGAL (PP - MA. Como Líder Pronuncia oseguinte ãíscurso.) - Sr. P~esidfmw, 81'S. Deputados. convidoV. Ex.as e o Governo à meditação sobre o panorama da educaçãoem nosso Pais. E não podemos nos deter nessa questão, se não­consideramos, de início, a importância do papel do professor, mes­mo porque a lógica indica que as razões humanitárias devem as­sumir o primeiro plano das nossas preocupações. E dentro dessequadro humano, quando se trata do ensino, avulta, pela sua im-'portâneía indiscutível, a figura do professor.

Mas, Senhores, o perfil vetusto do mestre, com a aura de res­peito que nos foi infundida por nossos pais, imagem de saber ededicação que, por dever de justiça, fazemos questão de transmi­tir a nossos filhos, sofreu desgaste violento nesta sociedade desi­gual onde o valor das pessoas se mede pelo dinheiro, raramenteproporcional à capacidade e ao merecimento de cada um.

Já não se respeitam mais os professores, que são diariamentevilipendiados na sua dignidade. Ou não seria desrespeito, Sr. Pre­sidente, pagar a uma professora a insignificante quantia de tre­zentos cruzeiros por mês? Pois é isso que se paga, melhor dizendo,é isso que recebe por mês uma professora municipal, na maioria.das cidades do Nordeste e do meu Estado do Maranhão. Trezentoscruzeiros por mês, importância que mal daria para o almoço deduas pessoas, ou seja, dez cruzeiros por dia, dinheiro equivalenteao preço de duas bananas, eis a retribuição do trabalho mensalde uma professora municipal no Ma;ranhão.

Aquelas que conseguem se engajar no magistério estadual têmsorte menos' pior, pois o Estado paga o salário ..mínimo, que noMaranhão era de Cr$ 2.172,00, até ontem. Este, que é o salário damão-de-obra desqualificada, é também o salário que um professorou professora ganha do Governo estadual.

Bem se vê que é preciso dose maciça de altruísmo e abnega­ção para ser um professor primário. Cito aqui o caso do Maranhão.que conheço mais de perto, mas todos nós sabemos que a estórianão seria muito diferente nas outras unidades da Federação. Di­ria que, mesmo nos Estados mais desenvolvidos, onde os profes­sores ganham salários relativamente maiores, a margem de ganhoainda é pequena, nada compatível com a posição e a responsabi­lidade daqueles que têm a missão de educaras novas gerações.

A remuneração do mestre é sobretudo aviltada, se comparadaaos salários de outras categorias ocupacionais de menor qualifica­ção. Basta dizer que o salário de uma empregada doméstica, namaioria dos casos, está situado num patamar duas ou três vezesacima do salário de uma professora.

Por isso, as conclusões do Primeiro Fórum de Debate Educa­cional realizado em São Luís no começo deste ano denunciaram as"distorções que desfiguram completamente a autoridade do mes­tre", enfatizando que "essas distorções são responsável pela des­personalízação do professor". Em outro ponto das conclusões da­quele conclave pontifica que:

"O ensino será tanto pais válido e produtivo, na medidaem que os poderes constituídos valorizem o educador, prín­cípalmente quanto à sua eficiente preparação profissional,sua real autoridade e condigna retribuição."

li: bem simples o que dizem os mestres maranhenaes nas suasconclusões,que refletem um posicionamento sensato ante o Go­verno do Estado. A implementação dos postulados ali contidos re­quer investimentos a serem feitos no ensino proprlan\ente dito.

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3094 Sábado 3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1980

Seria o caso de se perguntar para onde vai o dinheiro do Estado,o que é que se faz das verbas orçamentárias do Ministério e dasSecretarias da Educação.

A prática e a observação me autorizam dizer que o dinheiro dosetor educacional se dilui na rede burocrática imensa e nas obrassuntuárias. Esboroam-se as verbas de encontro às atividades-meio,em prejuízo dos objetivos finais, que são a própria razão de serdo sistema educacional, isto é, o professor, o aluno, a aprendiza­gem, a formação do homem e da mulher para o desempenho dassuas atribuições.

Sr. Presidente, um documento da Federação Nacional dos Es­tabelecimentos de Ensino, depois de alertar para o fato de que"o futuro do Brasil depende quase que exclusivamente da educa­ção", diz, muito apropriadamente, que no Brasil jamais houveuma política verdadeiramente educacional. De fato, concordamosque nunca houve mesmo uma política de ensino ampla, no sen­tido da escolha de' alternativas para o bom aproveitamento dosrecursos humanos e materiais; uma política que visasse a umataxa de retornoelevada em termos de formação e preparação decrianças e moços para a vida adulta.

O que tem havido, sim, é polítíquíee na Educação, para satis­fazer a necessidades partidárias, pressões de vários tipos ou mes­mo interesses meramente eleitoreiros. Freqüentemente confunde­se a missão de educar com a construção de prédios suntuosos "emregiões onde se patenteia a capacidade ociosa". Seguem-se as fes­tivas inaugurações, que rendem dividendos políticos, mas não re­solvem o problema do ensino no Brasil.

Pelo País afora encontramos por toda parte esses campusimensos, cujos prédios são verdadeiras obras de arte, carissimaspor slnal, mas onde prevalece a tônica da ociosidade. Mesmo aqui,na Capital da República, citariamos a Universidade de Brasília co­mo exemplo do que sej a um complexo subutilizado. Quem passapela UnB à noite há de surpreender-se pela ausência. de qualquersinal de vida, simplesmente porque ali não há cursos noturnos,enquanto as faculdades particulares estão abarrotadas de alunoscursando as mais diversas especializações.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o problema da educação noBrasil é um problema de base; é um problema de estrutura quenão pode ser resolvido com panaeéías. Não seria a realização demais alguns cursos para aperfeiçoamento de professores que víríamelhorar o padrão do ensino no Brasil. .Justamente porque se tra­ta de um fator que permeia toda a sociedade, é preciso desenvol­ver uma ideologia brasileira para a educação, vinculada à nossarealidade concreta e voltada para as necessidades do nosso de­senvolvimento.

Por incrível que pareça, no Brasil dos nossos dias ainda sevaloriza mais o status conferido pelo diploma do que a compe­tência do cidadão. Dá-se mais valor ao título em si, ficando emsegundo plano todo o cabedal de conhecimentos que ele deve re­presentar. Tal como nos velhos tempos, prestígía-se o "doutor". Oresultado é que o País está ficando cheio de "doutores", são mi­lhares deles, mas com formação deficiente, incompleta, ou mesmodefasada da realidade. Na verdade, o título é muito mais osten­sivo, pouco ou nada significa na prática. Infelizmente o Brasfies­pera pouco de tantos "doutores" que atualmente se formam em 'nossas faculdades, certamente a um custo social bastante ele­vado.

!Não se pode negar que houve sensível incremento no ensinosuperior, com a multiplicação de faculdades nos vários ramos deespecialização. Mas o nível do pessoal que vem se formando é des­ditosamente baixo. Dificilmente poderão esses moços e moças re­cém-formados contribuir para o nosso desenvolvimento econômi­co e tecnológico, na dimensão em que isso .sería desejável. En­tretanto, não se pode culpar os moços. Pelo contrário, eles sãovítimas de uma estrutura viciada desde a base, que reflete o sub­desenvolvimento do ensino brasileiro.

Ouço o nobre Líder Walber Guimarães.

O Sr. Walber Guimarães - Deputado Edson Vkligal, V. Ex.",em seu brilhante discurso, aborda o problema do magistério na­cional, e o faz, inicialmente, falando da situação de salário emnosso Estado natal, o Maranhão, onde um professor ganha pou­co mais de um salário minimo.

O SR. EDSON VI'DIGAL - Salário mínimo, não: 300 cruzeiros.O Sr. Walber Guimarães - A situação do Estado do Pará não

é tão melhor, 'porque há poucos dias a Deputada Lúeia Viveiros,do Partido Popular, dizia que na cidade de castanhal uma pro­fessora percebe 600- cruzeiros. Estamos vendo, hoje, no Estado deMinas Gerais, o professorado em greve; aqui em Brasílía, mes­mo, no ano passado, houve greve de professores e no meu Esta­do, o Paraná, também no ano passado,' os professores estiveramem greve. Há insatisfação. Mas o que se pode exigir de aperfeiçoa-

mento do aluno diante de um professor que recebe 300 ou 600 cru­zeiros como salário para exercer o maglstérío? Veja V. Ex." queeste é um problema de estrutura. Daí minha preocupação em di­zer, para que conste do seu oportuno discurso, que estou colhen­do assinaturas junto aos colegas Deputados para darmos entra­da num pedido de constituição de Comissão Parlamentar de In­quérito para examinar a real situação do magistério nacional, por­que um professor que recebe 600 ou 300 cruzeiros não tem incen­tivo para comparecer condignamente a uma sala de aula. Por­tanto, a preocupação de V. Ex." também é a minha. Externo, pois,os meus aplausos ao belíssimo discurso de V. Ex.", que esperoseja um alerta a esta Nação, especialmente ao Governo, para queoihe com melhores intenções a situação angustiante em que seencontra o professor brasileiro.

O SR. EDSON VIDIGAL - Agradeço o aparte ao DeputadoWalber Guimarães. Ouço, com todo prazer, o Deputado Theodori­co Ferraço.

O Sr. Theodorico Ferraço - Deputado Edson Vidigal, V. Ex."está sendo muito feliz em trazer a debate um assunto que a to­dos interessa. Gostaria de trazer a V. Ex." um exemplo, o do meuGoverno. Quando faia "meu Go,erno", refiro-me ao Governo Eu­rico Rezende, do Espírito santo.

O SR. EDSON VIDIGAL - O Governo de V. Ex.", ou o Gover-no do Estado de V. Ex."'?

O Sr. Theodorico Ferraço - O Governo do meu "Estado.

O SR. EDSON VlDIGAL - Da qual V. Ex.'" é cúmplice?

O Sr. Theodorico Ferraço - Sou cúmplice. Assino em brancotudo que Eurico Rezende faz. Quando assumiu o Governo do Es­tado, o Governador Eurico Rezende encontrou o salário de pro­fessor em 2 ml1 e 100 cruzeiros. Ele entrou em março. Em julho,já passava o salário para 6 mil e 400 cruzeiros, dando um au­mento de mais de 156%. E fez mais do que isso: colocou os pro­fessores, sempre relegados, como a menina dos olhos do Governo.e tem dito e reafirmado que dará aos professores do Espírito San­to o que lhes roubaram durante todos os decênios anteriores. En­tão, quando V. Ex." falar em reconhecimento de professores, podedar o exemplo do Espirito Santo, ...

O SR. EDSON VIDIGAL - V. Ex.'" o faz.O Sr. Theodorico Ferraçe - ... porque este Estado está dando

um exemplo do que é o amor pelo professor, reconhecendo que,realmente, ele é responsável pela educação dos nossos filhos.

O SR. EDSON VIDIGAL - A tese de que o aumento de salá­rios é inflacionário não vale no Espirito Santo, isto é, não vale atese do Governo de que não se pode aumentar salário.

O Sr. Theodorico Ferraço - Mas lá o Governo tínha que daresse salárío, porque elas foram roubadas durante 20 anos. En­tão, nobre Deputado, fico triste quando vejo V. Ex." dizer que osalário lá no Pará, ou onde quer que seja, é de 2llO, 300, 400 cru­zeiros.

O SR. EDSON VIDIGAL -li: a pura verdade.O Sr. Theodorico Ferraço - Acho que isso tem que ser denun­

ciado ao Ministério do Trabalho, porque pelo menos o salário mí­nimo teria que ser pago. Assino qualquer documento com V. Ex.adenunciando isso ao Ministério do Trabalho, seja qual for o Go­verno.

O SR. EDSON VIDOOAL - Deputado, o Ministério do Tmba­lho é que está precisando ser denunciado...

O Sr. Theodorico Ferraço - Então denuncie o Ministério, no­bre Deputado.

O SR. EDSON VIDIGAL - '" pela sua omíssão, Há casos dedesrespeito à legislação trabalhista, dentro de Brasília, às barbasdo Governo Federal, no Distrito Federal, porque' a ação fiscaliza­dora do Ministério é ...

O Sr. ThetK1orico Fel'raço - Então, V. Ex." denuncie, porqueuma coisa eu lhe garanto, o Presidente .João Baptista FIgueiredonão vai admitir o desrespeito à lei. se outros admitem, pelo me­nos até agora não podemos reclamar de S. Ex." Então, que VossaExcelência denuncie, porque o Presidente da República será o pri­meiro a tomar providências.

O SR. EDSON VIDIGAL - li: o que temos feito constante­mente.

O Sr. Theodorico Ferraço - Sim, mas V. Ex." deve fazê-lo porescrito, inclusive porque nem tudo que se fala nesta C'asa é ou­vido lá fora, nem todo mundo lê o Diário do Congresso Nacional,e a imprensa não publica, não pode publicar todos os discursos dosDeputados, senão nós tomaríamos conta dos jornais e eles nea­riam sem espaço para noticiar o que se passa no resto do PaÍiS. Oassunto que V. Ex." aborda é realmente muito importante. lDenun-

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Maio de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 3095

cie ao Ministério do Trabalho, mesmo que V. Ex .... nele não acre­dite, mas denuncie, porque uma professora 'não pode ganhar me­nos que o salário minlmo.

O SR. EDSON VIDIGAL - Ouço o Deputado Marcondes Ga­delha.

O Sr. Marcondes Gadelha - Nobre Deputado Edson Vidigal,a situação que V. Ex.a traça, dessa tribuna, é rigorosamente ver­dadeira e está presente, em cores até mais nitidas, em outras re­giões do Pais. No meu Estado, a Paraíba, eu creio que a situaçãoé pior do que no Maranhão. Aqui já houve um desfile de recla­mações no sentido de providências como aquelas apontadas peloDeputado Theodorico Ferraço, exaustivas vezes, feitas por repre­sentantes de quase todos os Estados da Federação. V. Ex.a, Depu­tado Ferraço, abre uma honrosa exceção, trazendo o seu Estado,o Espirito Santo, à colocação. Não deixa de ser um fato singular,louvável - e talvez seja até a exceção que confirma a regra, por­que a regra é esta que V. Ex.a está trazendo. Agora, nenhuma hi­pótese existe de que o Presidente João Baptista Figueiredo nãotenha conhecimento deste fato. S. Ex." tem conhecimento, toda asua administração sabe disso. Este é um problema geral que afligea educação neste Pais. E isto já foi denunciado pelo próprio Mi­nistro da Educação. Quando da elaboração do m PND, o Ministrod,a Educação foi à imprensa, aos jornais, e demonstrou o seu in­conformismo. Reagiu, com toda a energia. As normas que deter­minariam o processo de desenvolvimento do País, nesses próxi­mos anos, não são, em linhas gerais, diferentes do que vinha acon­tecendo nos anos anteriores. A verdade é que ao Ministério daEducação, ou à rubrica Educação, é consignado como um todo ­o que ocorre em todos os Ministérios - uma quantia ínfima, ir­risória, o que caracteriza uma atenção insignificante para umajovem e emergente nação que se quer impor no cenário nacionale que precisa de recursos humanos capazes de, realizar, capazesde construir. Esta é a aspíraçâo nacional. Agora, infelizmente, osetor de educação - como, aliás, todos aqueles que digam respeitoà promoção social, não apenas a educação, mas também habita­ção, saúde, saneamento básico, tudo aquilo que se refere direta­mente à promoção social e humana - é rigorosamente relegadoa segundo plano, em favor daqueles setores mais dínâmícos, maismodernos da economia, para onde são canalizados todos os re­cursos da Nação. Esta é a situação. E não é de admirar esse qua­dro que V. EX.I> traça, cuja tendência, infelizmente, é para a de­teríorízaçâo. Não quero aqui fazer critica mais direta, mas, comtodo 'o respeito ao Deputado Theodorico Ferraço, eu digo que ne-­nhuma hipótese existe de que os altos escalões da administraçãonão tenham conhecimento dessa situação.

o SR. EDSON VI!DIIGAL - Agradeço ao nobre Deputado Mar­condes Gadelha.

O Sr. Thoodorico Ferraço - Apenas para' completar, no quediz respeito às providências que o Governador Eurico Rezendetomou em favor das professoras. Além do salárlo, que ainda não' éjusto mas razoável, porque elas têm de ganhar multo mais, emtodrn{ os conjuntos habitacionais, no Espirito Santo, é obrigatóriaa reserva de 10% das casas populares para as professoras. E ashabitações, nesses conjuntos, no Espírito Santo, são dístríbúídasatravés de computador, sem interferência política, de acordo coma necessidade das famílias. Portanto, mais esta providência foitomada pelo Governador em favor do professorado capixaba.

O SR. EDSON VIDIGAL - Obrigado, Deputado TheodoricoFerraço. Quando meu discurso for publicado no Maranhão, ese osGovernadores continuarem sendo nomeados, certamente surgiráalgum conterrâneo desejando que este transplante aconteça nomeu Estado.

O Sr. Hugo Napoleão - Ilustre Deputado Edson Vidigal, in­dubitavemente interessante a afirmação do Deputado TheodoricoFerraço, que todos haveremos de acolher como sugestão e subsidiopara. nossos respectivos Estados. Não há dúvída de que a questãode salário de professores é dificil. Os Estados, hoje, via de regra,sobretudo os do Nordeste, que têm uma receita de rCM às vezes

. inferior à própria folha de pagamento, se vêem a braços comproblemas dificílimos de serem resolvidos. Creio mesmo que oGoverno Federal, agora, como o plano qüinqüenal e setorial paraa educação, tem visado a aspectos relativos à universidade. Tantoassím que estão previstas, dentro das ambiências locais de cadaEstado, a readaptação em gêneros bem mais modestos do que aque­le a que V. Ex.a fazia rererêneíe, das instalações dos campi uni­versitários. E se, evidentemente, há problemas a levar ao Minis­tério do Trabalho, tenho certeza de que o Ministro Muríllo Macedoserá o primeiro a procurar, diante dos fatos examiná-los da me­lhor maneira possível, para que haja o seguro cumprimento dalei. Com relação à Universidade de Brasília, permita-me apenas.dizer que na terça-feira passada ...

O SR. EDSON VIDIGAL - Apenas um exemplo.O Sr. HUA'o Napoleão - Um exemplo, como diz V. Ex.a, mas

encaro sob outra ótica. Verlflquei, na terça-feira passada, quando

tive a honra de acompanhar o Deputado João Gilberto para umdebate sobre partidos politicos, que todas as salas - isto depoisdas 20 h - estavam ocupadas com aulas.

O SR. EDSON VIDIGAL - Com exceção.O Sr. Hugo Napoleão - Não sei se V. Ex." teria ido em outro

dia. Não sei se teria ido num fim de semana. Mas durante a se­mana eu assisti, seguramente assístí às aulas sendo dadas. Eraesta pequena observação, de pincelada, que eu gostaria de ofe­recer a V. Ex....

O 'SR. EDSON VIDIGAL - Muito obrigado, nobre DeputadoHugo Napoleão. Mas, na verdade, não nos devemos deter apenasna questão das transgressões, que são óbvias- neste País, mas aosdispositivos legais. Mesmo porque a questão, como eu pretendiatrazer a debate nesta Casa, tem um objetivo mais profundo, e nãonos devemos deter nos casuísmos, nas coisas do momento, masprocurar realmente examinar o que há por trás de tudo isto. Nãoé somente a questão da pequena renda dos Estados, da incompe­tência de uns Governadores ou da insensibilidade de outros, ouapenas da centralização da política financeira do Pais. Mas pa­rece-me que é sobretudo uma questão de filosofia, uma questãode prioridades. No Brasíl, temos visto que os recursos da educa­ção - é só verificar no Orçamento - estão mais voltados para aatividade superior. E, dentro da atividade do ensino superior, sãomais intensamente consumidos nas atividades-meio, ou seja, coma burocracia, com a parafernália das pós-graduações, assunto queé do inteiro conhecimento de V. Ex.a A propósito, vou citar umexemplo do próprio Reitor da Universidade de Brasílía, ProfessorJosé Carlos de Azevedo, que publicou, recentemente, um livro emque analisa a questão da Universidade neste Pais., O Magnifico Reitor da Universidade de Brasília, ProfessorJosé Carlos de Azevedo, num dos seus artigos publicados, comen­tava os resultados do concurso vestibular de 1978, onde se eviden­ciou o baíxíssímo padrão intelectual dos candidatos à Universi­dade.. Dizia o reitor que, se persistir tal estado de coisas, "den­tro de 10 anos seremos .a Nação com o mais elevado percentualde analfabetos-doutores.

Esta é a prova de que esses investimentos que estão sendofeitos no ensino superior não estão sendo corretamente aplica­dos, não estão tendo a eficácia desejada na planificação".

Depois de ehamar a atenção para o fato de que "nenhumaUniversidade é melhor ou pior do que a sociedade que a susten­ta", continuava o Professor Azevedo a desenvolver seu pensa­mento com relação às universidades dos países desenvolvidos, di­zendo que:

"Em alguns países, tais instituições... cumprem sua mis­são social porque o peso cultural da sociedade lhes im­põe e exige padrões altos de eficiência, competência edignidade."

As universidades dos países desenvolvídos, então, refletem atônica geral dessas sociedades, pois, segundo o autor focalizado:

"Em contrapartida, elas retribuem o investimento em queimportam, mediante pesquisas de interesses diversos, apri­morando a própria sociedade, e com um ensino de qua­lidade cujos resultados são de fato cobrados."

Este é, portanto, o papel da Universidade 'nas sociedades de­senvolvidas: preparar o elemento humano para responder ade­quadamente ãquílo que dele se espera, segundo as necessidadesdo trabalho inserido nas respectivas especialidades. Sua atuação,diz o Professor Azevedo, é fator preponderante de desenvolvimen­to social e cultural.

O rstc de sermos um País em desenvolvimento afasta-nos,por ,motivos histórico-sociais, desse padrão de 'referência que sópoderá ser alcançado mediante esforço revolucionário no ensinocomo um todo, se quisermos preparar homens e mulheres com opotencial de qualidade ideal para as necessidades do Brasil. Ve­jamos o que, dizia, no referido artigo, Q Reitor da UnB, numavisão camparativa com o exemplo brasileiro: '

"A inexistência de taís padrões 'numa sociedade em de­senvolvimento como a brasileira faz que a absorção degraduados universitários no mercado de trabalho depen­da menos da competência e de outras virtudes (88 de or­dem ética, por exemplo) que da mera apresentação dediploma formal. Dai a atual carência de elites intelec­tuais para sustentar o desenvolvimento do País."

Explica-se, desta maneira, a, atração que os jovens sentem- e não só os jovens, mas os brasileiros de um modo geral ­pelo diploma de grau universitário. O famoso "canudo de papel".que já foi inspiração para um samba popular, continua a sermotivo de corrida às universidades por todos aqueles que aspi­ram a uma melhor posição na estrutura de empregos do País.

M~, como o nível dos candidatos é baixo, as exigências paraingresso nos cursos universitários também são modestas, sob pena

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3096 Sábado 3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1980

Adhemar Ghisi

de se verem despovoados os campi por via de uma reprovaçãoem massa. Conseqüentemente, as universidades. por trabalharemcom material humano de tão escassas possibilidades. não têmcondições de oferecer ao Pais recursos humanos de melhor qua­lidade.

Sr. Presidente. dois anos nos separam da analise feita peloReitor da Universidade de Brasília referida neste discurso. Nes­tes dois anos. o que é que se fez para melhorar o quadro edu­cacional brasileiro? É embaraçoso constatar que nada se fez. Ain­da em janeiro do corrente ano, o Ministro da Educação. EduardoPortella. rerereríndo-se ao concurso vestibular de 1980, disse queele foi "um retrato nitido, de corpo inteiro, da falência do en­sino básico".

Na oportunidade, reconheceu o Ministro Portella o fracassode "um sistema estruturado em função de necessídades rigorosa­mente quantitativas", consubstanciado em "um poder tecno­crátíco, que considera prioritariamente a quantídade, em detri­mento da qualidade". A seguir, expressou seu- ponto de vista deque não adiantaria introduzir modificações apenas no vestibular.Realisticamente, o Ministro se propõe, antes de mais nada. aconsolidar o ensino de 1.0 e 2.° Graua, a partir de uma "dignifi­cação salarial do professor e de uma profunda alteração nos cur­rículos". Sua promessa, na entrevista que compulsamos no .Jornaldo Brasil, foi a de que o ano de 1980 seria, fundamentalmente, "oano de uma revisão curricular no ensino brasileiro, que valoriza­rá. especialmente, as conteúdos vívos, voltados para a vida reale para: o mercado de trabalho".

Explicando o que significaria li valorização dos "conteúdos ~i­

voe", o Ministro referiu-se. em primeiro lugar, à necessidade quctodo homem tem de comunicar-se - o que pressupõe a neces­sidade do conhecimento da lingua - seguindo-se à constataçãode que todo mundo precisa saber contar e, saber pensar. O de­senvolvimento dessas aptidões, que Impllca no Ingresso de co­nhecimentos, é que viria preparar os moços para um vestibularmais exigente, diferente do vestibular lotérico, ou de múltiplaescolha, onde nem sempre os aprovados podem se considerar osmelhores.

Palavras ... o vento leva, diz a sabedoria popular! O fato éque, no passado recente, não faltaram teorizações, ix até uma "re­forma uníversltáría" que jamais saíu do papel. (, p' rblerna é queo tempo urge e nada se faz de prático! Em se traçando do en­síno superior, a melhor ilustração desse marasmo está na polà­mica ensino gratuito versus ensino pago. Todos sabemos que noBrasil as escolas públicas. gratuitas, são freqüentadas principal­mente por alunos originários das classes mais abastadas. Inver­samente, as escolas particulares são freqüentadas basicamentepor alunos pobres, que trabalham para custear os seus estudes.

Mas o paradoxo maior está no fato de manterem-se estran­gulados os cursos de nível básico e de nível médio, carreando-seos recursos preferencialmente para o ensino superior. que é aponte socialmente reconhecida para as profissões de maior status.Descuida-se. assim, da formação de pessoal para as chamadasprofissões de médio prestigio: técnicos e especialistas da maisvariada gama que, não tendo embora formação superior. são im­prescindíveis para o desempenho das funções intermediárias dotrabalho na indústria, no comércio e mesmo na lavoura. O re­sultado é que, à falta da formação dessa mão-de-obra interme­diária, se recorre à improvisação, de duvidoso sucesso, sempreque se precisa desses especialistas.

Sr. Presidente, Brs, Deputados, se queremos de fato um de­senvolvimento acelarado, mediante Incorporação de grande" ccn­tíngentes de mão-de-obra ao processo produtivo, a cada ano quepassa, o tema "Brasil, potência emergente" há de ser enfocadocom menos ufanismo e maior responsabilidade. O exemplo do Ja­pão, tantas vezes invocado, é. mais uma vez, oportuno quando sesabe que naquele pais atualmente não há analfabetos: e até ofinal desta década nenhum japonês terá apenas o curso primá­rio.

O exemplo do Japão faz sentido na exposição a que ora pro­cedemos. parque no caso japonês os fatores educação e desen­volvimento estão intimamente associados. Isto num pequeno paísque conseguiu, em apenas algumas décadas, dar um salta econô­mico da maio significação, a ponto de merecer a admiração detodos as nações do mundo.

Uma' mudança na ideologia da ensino brasileiro se faz ne­cessária. mediante deslocamento das prioridades para a raiz, paraa base.. Uma política educacional brasileira, necessariamente. háde se ocupar da consolidação dos cursos de 1." e 2.° Graus, numaverdadeira democratização do ensino básico que possa atingir to­das as crianças em idade escolar.

A consolidação dos cursos de 2.0 Grau, par seu turno. há decuidar também da sua diversificação no que se refere ao ensinoprofis:;l.~nalizante, para que este forneça Os quadros técnicos de

nível íntermedíárlo, de reconhecida importância para o desen­volvimento econômico. Em todos os casos, mas principalmente noscursos de nível superior, o fator consctennaacão há de estar pre­sente para acabar de uma vez por todas com o. mito do diploma.O sucesso profissional há de estar sempre associado ao fator de­sempenho, que até agora permaneceu em segundo plano pelasdistorções elttistas que tanto têm comprometido nosso sistemaeducacional.

Acreditamos firmemente que só uma política educacional emi­nentemente brasileira, voltada para nossa realidade concreta. po­derá devolver-nos a convivência social equilibrada da qual nosdistanciamos cada vez mais. Seria a única forma de oferecermosaos nossos jovens alternativas sadías para uma vida decente, queos afastassem dos atrativos da violência. do vício e das drogas.

Mais uma vez aqui sobressaí a -figura dos mestres, professo­res e professoras que seriam os condutores dessa política ao níveldos alunos. A valorização do trabalho do mestre. mediante con­digna retríbuíçâo salarial, é dever de justiça para quem é cha­mado a desempenhar papel tão relevante. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Nabor Júnior) - Nada mais havendoa tratar, vou levaantar, a sessão,

Deixam de comparecer os Senhores:

Piauí

Carlos Augusto.Sergipe

Adroaldo Campos - PDS.

Bahia

.rosé Amorim - PDS; Stoessel Dourado Pns.

Espirito SantoBelmiro Teixeira - PMDB; Waltcr de Prá - PnB.

Rio de Janeiro

Leônídas Sampaio - PP.

Minas Gerais

Antônio Dias - PDS; Bias Fortes - PDS; Vicente GuabirobaPDS.

São Paulo

Josê de Castro Coimbra - PDS; Mário Rato - PMDB.Goiás

Guido Arantes - pre.l\"lato Grossa

Carlos Bezerra - PMDB.

Mato Grosso do Sul

Antônío Carlos de Oliveira - PT.

Paraná

Alipío. Carvalho PDS; Antônio Mazurek - PDS; PedroSampaio - PP.

Santa Catarina

PDS; Pedro Ivo - PMDB.

Rio Grande do Sul

Túlio Barcellos - PDS.Amapá

Paulo Guerra -, PDS.

VII - O SR. PRESIDENTE (Nabur Júnior) - Levanto a ses­são designando para a ordinária da próxima 2."-feira, día 5. às13:30 h, a seguinte

ORDEM DO DIASessão em 5 de maio de 198{1

(Segunda-fetrà)

TRAMITAÇãOEM PRIORIDADE

Votação

1

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.o 99-A, DE 1980

Votação, e mdíscussão única, do Projeto de Resolução n.O 99-A.de 1980, que dispõe sobre a lotação de servidores nos Gabinetes deLíderes de partido, e dá outras providências; tendo parecer da Mesaà Emenda de Plenário, pela aprovação, com Substitutivo. (DaMesa.) - Relator: Sr. Wilson Braga.

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Maio de 1980 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 3097

Díseussão

2

Discussão única do Proj eto de Lei n.<' 2. 640-A. de 1380. que'revoga artigos das Leis n.os 6.033. de 30 de abril de 1974 e 6.082,de 10 de julho de 1974; tendo pareceres: da Comissão de Consti­tuição e Justiça, pela constitucionalidade, [urídícídade e técnicalegislativa; da Comissão de Serviço Público, pela aprovação, comemendas; e, da Comissão de Finanças, pela aprovação, com adoçãodas emendas da Comissão de Serviço Público, com subemenda àde n.O 2. (Do Tribunal Superior Elettoral.) - Relatores: Srs. Gomesda Silva, José Mauricio e Jader Barbalho.

3

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.o 117, DE 1980Discussão única do Projeto d€ Resolução n.> 117, de 1980, que

autoriza o Senhor Deputado Henrique Brito a participar de missãocultural da República Federal da Alemanha. IDa Mesa.) - Rela­tor: Sr. Epltácio Cafeteira:

4

PROJETO DE RESOLUÇAO N." 118, DE 1980

Discussão única do Projeto de Resolução n.? 118, de 1980, queautoriza o Senhor Deputado Jorge Viana a participar da PrimeiraConferência Regional Interarnerícana de Servidores Públicos, arealizar-se em Caracas, Venezuela. (Da. Mesa.) - Relator: Sr.Epitácio Cafeteira.

5

PROJETO DE RESOLUÇÃO N." 119, DE 1940Discussão única do Projeto de Resolução n." 119, de 1980, que

autoriza o Senhor Deputado Divaldo Suruagy a participar demissão no exterior. (Da Mesa.) - Relator: Sr. Epillácio Cafeteira.

S

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.'" 120, DE 1980Discussão única do Projeto de Resolução n." 120, de 1980, que

autoriza o Senhor Deputado Pedro Corrêa a participar de missãocultural no exterior. IDa Mesa,) - Relator: Sr. Epitácio Cafeteira.

ORDINARIA

Votação

7

PROJETO DE RESOLUÇAO N.O 108, DE 1980Votação, em discussão única, do Projeto de Resolução n.> 108,

de 1980, que cria Comissão Parlamentar de Inquérito destinada ainvestigar as causas e conseqüências das cheias do rio São Fran­cisco: I.Do Sr. Elquisson Boares.I

8

PRÕJETO DE LEI N.'" 119-A, DE 1975Votação, em primeira. discussão, do Projeto de Lei n." 119-A,

de 1975, que estende os benefícios da área da SUDENE à totalidadedos territórios já parcialmente incluídos na zona do Polígono dasSecas; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade e [urídtctdade: da Comissão de Economia,Indústria e Comércio, pela provação; da Comissão do Polígonodas Secas, pela rejeição, contra o voto em separado do Sr. Fran­celino Pereira; e, da COmissão de Finanças, pela aprovação. (DoSr. Humberto Souto,) - Relatores:Srs. Jairo Magalhães e OctacilioQueiroz.

9

PROJETO DE LEI N." 1.440-B, DE 1975

Votação, em primeira discussão, do Projeto de Lei n. O 1.440-B,de 1975, que erige em monumento nacional a cidade de Olinda,no Estado de Pernambuco; tendo pareceres: da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnicalegislativa, com emendas; e, <ia Comissão de Educação e Cultura,pela rejeição. Pareceres à .Emenda de Plenário; da Comissão deConstituição e Justiça. pela constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa; e, da ComIssão de Educação e Cultura, pelaaprovação. (Do Sr. Fernando Ooelho.) - Relatores: Srs. Jorge Curye José Maria de Carvalho. '

-.- --------..-...--------~---~.--- --------------1GRANDE EXPEDIENTE .

Oradores:

1 - Feu Rosa

2 - Edilson Lobão

10

REQUERIMENTO NP 45, DE 1979

Votação do Requerimento n." 45, de 1979, que solicita sejaconvocado o Sr. Mínístrao da Indústria e do Comércio a fim deprestar informações sobre empréstimo que estaria sendo conce­dido pelo Governo ao Grupo da COPERSUCAR.

11

REQUERIMENTO N." 62, DE 1980V'otação do Requerimento n.o 62, de 1980, que solicita seja

convocado '0 Sr. Ministro· da Indústria e do Comércio para prestaresclarecimentos sobre projetos da Dow Química S.A., subsidiáriado Dow Ohemlcal Co., que receberam parecer favorável da BEFIEX.(Do Sr. José Oosta.) "

Discussão

12

PROJETO DE LEI N:" 1. 410-B, DE 1973

Discussão única do Projeto de Lei n." 1. 410-B, de 1973, quemodíflca a Lei n." 5.107, de 13 de setembro de 1966, que criou oFundo de Garantia do Tempo de Serviço, instituindo Fundo Es­pecial para a construção de creches e escolas pré-primárias; tendopareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela consti­tucionalidade e juridicidade; da Comissão de Trabalho e LegislaçãoSocial, pela aprovação, com emenda; da Comissão de Finanças,pela aprovação; e, da Comissão de Constituição e Justiça, emitidoem audiência, face à edição da Lei n,u 6.205175, pela constitucio­nalidade, juridicidade e técnica legislativa, com emendas. (Do Sr.Peixoto Filho.) - Relatores: Srs. Fernando Magalhães e Modestoda Silva.

13PROJETO DE LEI N.'" S09-A, DE 1979

Discussão única do Projeto de Lei n." S09-A, de 1979, queconsidera os cursos profissionais ministrados nas Escolas e/ouCentro das Forças Armadas equivalente aos cursos profissionali­zantes de 2." Grau do Ensino Médio e dá outras providências; ten­do pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitu­cionalidade, juridicidade e técnica legislativa; e das Comissões deSegurança Nacional e de Educação e Cultura, pela aprovação. (DoSr. José Maria de Oarvalho.) - Relatores: Srs. Gomes da Silva,Daniel Silva e Péricles Gonçalves.

14

PROJETO DE LEI N." 147-A, DE 1979

Discussão única do Projeto de Lei n.'" 147-A, de .1979, que dánova redação ao art. 3." da Lei n.? 4.084, de 30 de junho de 1962,que dispõe sobre a· profissão de Bibliotecário, e dá outras provi­dências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa; da Co­missão de Serviço Público, pela. aprovação, com emenda; e daComissão de Trabalho e Legislação Social, pela aprovação. ­Relatores: Srs. Gomes da Silva, Jorge Gama e Octávio Torrecilla.

15

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N." 9-A, DE 1979

Discussão única do Projeto de Lei Complementar n." 9-A, de1979, que dispõe sobre a distribuição da arrecadação do Impostosobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias prove­nientes de operações interestaduais; tendo pareceres: da Comissãode Constítutcâo e Justiça, pela constitucionalidade, Jurídícídade etécnlc:a legislativa; e das Oornlssões de Economia, Indústria eComércio e de Finanças, pela aprovação. (Do Sr. Mendonça Neto.i- Relatores: 81'S. Roque Aras; Hélio Duque e Jader Barbalho.

16PROJETO DE LEI N." 1. 0l5-A, DE 1979

Discussão única do Projeto de Lei n." 1.015-A, de 1979, queacrescenta parágrafo ao art. 8.0 da Lei n.'" 5.107, de 13 de setembrode 1966, que cria o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dáoutras providências; tendo pareceres: da Comissão de oonstttuícãoe Justiça, pela constitucionalidade, [urfdíoidade e técnica legisÍa­tíva, com emenda: e, das Comissões de Trabalho e Legislação Sociale de Finanças, pela aprovação. (Do Sr. Vivaldo Frota.) - Relato­res: Srs. Brabo de Carvalho, Adhemar Ghisi e Vicente Guabiroba.

17PROJETO DE LEI N.o 55-A, DE 1279

Discussão única do Projeto de Lei n.? 55-A, de 1979, que ex­tingue a censura ao livro e às obras teatrais, revoga o Decreto-lein.'" 1.077, de 26 de janeiro de 1970, e altera a Lei n.o 5,536. de 21

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3098 Sábado 3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Maio de 19110

de novembro de 1968; tendo pareceres: da Comissão de Consti­tuição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e técnicalegislativa, com substitutivo, com voto em separado do Sr. AntônioDias, e da Comissão de Educação e cultura, pela aprovação.com emenda. (DQ Sr. Alvaro Valle.l - Relator: Sr. MarcelloCerqueira.

18

PROJETO DE RESOLUÇAO N.o 98, DE 1979

Discussão única do Projeto de Resolução n.? 98, de 1979, queaprova as conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito des­tinada a apurar as causas do crescente empobreclmento dos Es­tados e Municipios, face ao Sistema Tributário NacionaL (Da CPIdos Municípios.l - Relator: Sr. Hélio Duque.

19PROJETO DE LEI N,0 2.591-B, DE 1976

Segunda discussão do Projeto de Lei n.'" 2. 591-B, de 1976, quetorna impenhorável o imóvel rural até um módulo. <Do Sr. RauiBernardo.)

20PROJETO DE LEI N.O e-A, DE 1979

Primeira discussão do Projeto de Lei D.o 6-A, de 1979, queintroduz alterações no Côdigo de Processo Civil, no que se refereà. arrecadação de bens penhorados: tendo parecer, da Comissãode Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade,técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação, com Substitutivo.(Do Sr. Jorge Arbage.) - Relator: Sr. Roque Aras.

21PROJETO DE LEI N.o 18-A DE 1979

Primeira discussão do Projeto de Lei n.'" 18-A, de 1979, querevoga o Decreto-lei n,? 1.538, de 14 de abril de 1977, que modificoua redação do art. 250 da Lei n,o 4.737, de 15 de julho de 1965,dando-lhe nova redação, e outras providências; tendo parecer, daComissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, [urí­díeídade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação, comemendas do Substitutivo apresentado pelo autor, com voto emseparado do Sr. Joacil Pereira e, contra os votos dos Srs. MrísioVieira Lima, 1\ntônio Morimoto, Claudino Sales, Djalma Bessa,Ernani Satyro, Feu Rosa, Gomes da Silva, Ibrahim Abi-Ackel, JorgeArbage e Walter de Prá, (Do Sr. Joã.o cunna.) - Relator: Sr.Nilson Gibson.

22PROJETO DE LEI N.o 607-A,DE 1979

Primeira díscuãsâo do Projeto de Lei n.o 607-A, de 1879, quealtera dispositivo do Código de Processo Civil,. aprovado pela Lein.O 5.859, de 11 de janeiro de 1973, retificado pela Lei n.? 5.925,de 1.0 de outubro de 1973; tendo parecer, da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalidade, [urldícídade, técnicalegislativa e, no mérito, pela aprovação, nos termos da emendaapresentada pelo autor. (Do Sr. Nilson Gibson.) - Relator: Sr.Marcello Cerqueira.

23

PROJETO DE LEI N.o 5S0-A, DE 1979

Primeira discussão do Projeto de Lei n,o 650-A, de 1979, quealtera dispositivo da Lei n.O 6.032, de 30 de abril de 1974, quedispõe sobre o Regimento de Custas da Justiça Federal, para ofim de determinar o prevaleeímento dos arts. 789 e 790, CLT, sem­.pre que se trata de litigio decorrente de relação de trabalho;tendo parecer, da Comissão de Con.stltuição e Justiça, pela eonatí­tucionalldade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pelaaprovação. (Do Sr. Freitas Nobre.) - Relator: Sr. Lidovino Fanton.

Z4

PROJETO DE LEI n» 15-A, DE 1979Primeira discussão do Projeto de Lei n.O 15-A, de 1979, que

proíbe a exígêneía do "Atestado de Ideologia", sob qualquer deno­minação que lhe seja dada: tendo parecer, da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade, e técnicalegislativa e, no mérito, pela aprovação, com emenda. (Do Sr.Edison Khair.) - Relator: Sr. Antônio Mariz.

CONVOCAÇAO

Nos termos do Ato da Mesa. n.O 40, de 1980, ficam 08 Sl"S. Mem­bros das Comissões Técnicas abaixo relacionadas convocados para,nu datas fixadas, procederem à. eleição dos P.mlidentes e doe:respectivos Vicc-Presidentes.

Brasília, 25 de abril de 1980. - Flávio Marcíllo, Presidente daCâmara dos Deputados.

ELE IÇA0 DOS PRESIDENTES E VICE-PRESIDENTES DASCOMISSõES TÉCNICAS PERMANENTES

MAIODia 7 (Quarta-feira)

- Constituição e Justiça- Finanças- Minas e Energia- Saúde

Dia 8 (Quinta-feira I

- Interior- Trabalho e Legislação Social- Educação e Cultura- Economia, Indústria e Comércio

Dia. 14 (Quarta-feira)

- Relações Exteriores- Transportes- Serviço Público- Comunicação

Dia. 15 (Quinta-feira)

- Agricultura e Polltica Rural- Fiscalização Financeira e Tomada de Contas- Segurança Nacional- Ciência e Tecnologia- Redação

AvisoscAMARA DOS DEPUTADOS

SECRETARIA-GERAL DA MESA

Relação dos Deputados inscritos no Grande ExpedienteMaiol1980 .

DATA DIA DA SEMANA NOME

5 Begunda-feira Feu RosaEdison Lobão

6 Terça-feira Florim CoutinhoAldr Pimenta

7 Quarta-feira João CunhaCardoso de Almeida

8 Quinta-feira Epitácio CafeteiraAlbérico Cordeiro

9 Sexta-feira Lúcia ViveirosMllton l3randão

12 Segunda-feira Nabor JúniorJorge Uequed

13 Terça-feira Heitor Alencar FurtadoMilton Figueiredo

14 Quarta-feira Brabo de CarvalhoWaldir Walter

15 Quinta-feira. Octacilio QueirozJúlio Martins

16 Sexta-feira Jader BarbalhoCristino Cortes

19 Segunda-feira Rosa FloresJerônimo Santana

20 . Terça-feira Antônio MorimotoGeraldo Fleming

21 Quarta-feira Alberto GoldmanAntônio Russo

22 Quinta-feira Nasser AlmeidaFernando Coelho

23 Sexta-feira Leo.rne BelémJoão Gilberto

26 Segunda-fe~ra Cláudio StrassburgerRoque Aras

27 Terça-feira Tidei de LimaEdilson Lamartíne

28 Quarta-feira Jooué de SouzaJosé Amorim

29 Quinta-feira Mário HatoLuiz Rocha

30 Sexta-feira Evandro Ayres de MouraNilson Gibson

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MaiQ de 1980 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Sábado 3 30911

\'lC"~ - LIDERANÇAS

tescalaiPJ)S 2.a-feira.

PT

Airton Soares

2," feiraClaudino SalesNarton MacedoAfrísío Vieira Lima

3.a -feira Airton Soares

S.a-feira Bonifácío de AndradaDivaldo Surua,gy

Airton Soares

S.a-feira Airton Soares

4.a-feira Cantidio sampaioBdfsori Lobão 6.a- feir a Airton Soares

S."-feira

6.a- feira

Ricardo FiúzaDj alma BessaHugo Mardiní

Hugo NapoleãoMarcelo LinharesAlcides FrancíscaêoJorge Arbage

PMDB

COMISSõES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO

1

CPI - L'lOÚSTRIA FARMACÊUTICA

Reunião: 8-5-80

Hora: 9:30 hPauta: Comparecimento do Sr. Germínio Nazárío - Superíri­

tendente do Instituto de Qualidade de Medicamentos - SP.

2.a -feira

3.a- feira

Jackson BarretoTarcisio Delgado

Israel Dias-NovaesOsvaldo Macedo

CONGUIIO NA.CJONAI.

1PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.os 41179 E 4/80

"Asseguram aos trabalhadores ql1e o valor dos proventos dasaposentadorias e das pensões nunca será inferior ao salário mínimoregional," Autores: Deputado Jayro Maltoni e Deputado OsvaldoMacedo, respectivamente.

----,-, -,.._,,-,-,.', ..1--------

4."-feira Carlos Alberto

S.a-feira Carlos Alberto

Comissão Mista

Presidente: Deputado Jorge curvVice-Presidente: Senador Raimundo ParenteRelator: Senador Jutahy Magalhães

Pl'azoAté dia 7-6-80 - no Congresso Nacional.

2

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N." 1/80

"Acrescenta item XXIII ao art. 81 da Oonstítutção Federal."Autor: Deputado Airton Sandoval:

Comissão Mista

Presidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: Deputado Siqueira CamposRelator: Deputado Afrisio Vieira Lima

PrazoAté dia 7-6-80 - no Congresso Nacional.

S

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO N,o 2/80

"Revoga os itens VI do art. 57 e VIII do art. 43, acrescentaitem ao art. 44 e artigo ao Título V da Constituição Federal.".Autor: Deputado Pacheco Chaves.

Oomíssão Mista

Presidente: Deputado Tarcísio DelgadoVice-Presidente: Senador Bernardino VianaRelator: Senador Aderbal Jurema

4

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 3. DE 1980

"Prevê a edição de lei complementar fixadora das normasbásicas a serem observadas pela União, Estados e Municípios, naelaboração das leis." Autor: Deputado Henrique Turner.

Oomissão MistaPresidente: Senador Nelson CarneiroVice-Presidente: Deputado Francisco BenjaminReiator: Deputado Cantídío Sampaio

PralZoAté dia 7-6-80 - no congresso Nacional.

Carlos Alberto

Antonio Mariz

Marcondes, GadelhaWalter Silva

João Linbáres

1'TB

Fernando Lyra.Odacír Klein

Figueiredo Correa

Carlos Bant'Anna

Walber Guimarães

Odacir Klein

Flávio Chaves

._------- --._----------

6.a-feira

S,a-feira Carlos Alberto

á,a-feira

6."'-feira

Z,a-feim Carlos Alberto

4.lO-feira

5."-feira

4,a-feira

3."-foira

6,"-feira

------.". ·,,·,·---1-------

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3100 Sábado 3 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1980

5

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.O 5/80

"Dispõe sobre áreas indispensáveis à Segurança Nacional eMunlcipios do interesse desta, o que somente será feito mediantedecreto do Presidente da República, ad referendum do CongressoNacIonal, em casos de guerra, de estado de sitio ou de emergência,e determina outras providências." Autor: Deputado Hugo Mardinl.

Comissão MistaPresidente: Senador José Richa .Vice-Presidente: Deputado Antônio PontesRelator: Deputado Haroldo Banford

PrazoAté dia 14-6-86 - no Congresso Nacional.

•PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N.o 6/80

"Acrescenta dispositivos à Constituição Federal." I,OS venci­mentos dos cargos dos Três Poderes serão reajustados trimestral­mente, na mesma proporção dos índices fixados p/ a correçãomouetáría.) Autor: Deputado Airton Sandoval.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Audálio DantasVice-Presidente: Senador Almir PintoRelator: senador Bernardino Viana

PrazoAté dia 14-6-80 - no Congresso Nacional.,

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N.o 7/80

"Acrescenta dispositivo à Constituição Federal, limitando osrea:justes de Tributos ao percentual correspondente ao aumentodo custo de vida." Autor: Deputado Jorge Paulo,

Comissão MistaPresidente: Senador Nelson CarneiroVice-Presidente: Deputado Athiê CouryRelator: Deputado Antonio Florêncio

PrazoAté dia 21-6-80 - no Congresso Nacional.

8

PROPOSTAS DE EMENDAS A CONSTITUIÇAO N.os 8 e 9;80

"Alteram a redação dos §§ 2.0, 3.° e 4.° do art. 51 da Consti­tuição ji'ederal." (Regula a tramitação de projetos de iniciativado Presidente da República sujeitos a prazo fatal no caso dedecurso desse prazo a/delíberaçâo.) Autores: 8rs. Ralph Biasi eCarlos Chiarelli.

Oomíssão Mista

Presidente: Deputado Sérgio MuriloVice-Presidente: Senador Murílo BadaróRelator: Senador Aloysio Chaves

PrazoAté dia 21-6-80 - no Congresso Nacional.

9

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAo N.o 10/80

"Suprime a letra "d" do parágrafo único do art. 30 da Cons­tituição Federal." (S/Requerimentos de Informações aos Ministé­rios.) Autor: Deputado Wilson Braga.

Qomissã.o Mista

Presidente: Senador Cunha UmaVice-Presidente: Deputado Saramago PinheiroRelator: Deputado Alberto Hoffmann

PrazoAté dia 13-5-80 - na Comissão Mista;Até dia 12-8-80 - no Congresso Nacional.

10

PROPOSTAS DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N.'" 11, 14 e 15

"Dá nova redação ao inciso VIII do art. 13; acrescenta § aoart. 32; acrescenta § -ao art. 13 da Constituição Federal (s/imuni­dades p/vereadcres) , Autores: srs, Mário Moreira, ChristóvamChiaradia e Nilson Gibson.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Cardoso AlvesVice-Presidente: Senador Almir PintoRelator: Senador Jorge Kalume

Prazo

Até dia 13-5-80~, na Comissão Mista;

Até dia 12-8-80 _. no congresso Nacional.

11PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO N.o 12180

"Dispõe sobre a aplicação de recursos, pelos Estados e Mu·ntcípíos, em programas de alimentação escolar, acrescentando pa­rágrafo ao art. 13 e alterando a redação da alínea f do parágrafo3.° do art. 15 da Constituição FederaL" Autor: Sr. samir Achóa.

Comissã.o Mista

Presidente: Senador Adalberto senaVice-Presidente: Deputado Adolfo FrancoRelator: Deputado Honorato Vianna

PrazoAté dia 13-5-80 - na Comissão Mista;

Até dia 12-8-80 - no Congresso Nacional

11

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N.o 13/80

"Revoga o inciso V do art. 46 e o art. 55, seus incisos e pará­grafos, da Constituição Federal." Autor: Deputado Adolpho Franco.

Comissão Mista

Presidente: Deputado João GilbertoVice-Presidente: Senador Lourival BaptistaRelator: Senador Jutahy Magalhães

PrazoAté dia 13-5-80 - na Comissão Mista;

Até dia 12-8-86 - no Congresso Nacional13

PROPOSTAS DE EMENDAS A CONSTlTUIÇAON."" 16, 20, 21, 22, 23, 24 e 25/80

"Alteram os arts. 23 é 24 da Constituição Federal." lS/compe­têncía de Estados, DF e Municípios instituirem impostos. I Autores:Senador Affonso Camargo, Deputados Wilson Braga, FranciscoLíbardoní, Antônio Russo, Senador Lomanto Jr., Deputado CaioPompeu e Deputado Jutahy Magalhães, respectivamente.

Comissão Mista

Presidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: Senador Jtrtahy MagalhãesRelator: Deputado Alberto HoUmann

PrazoAté dia 21-5-80 - na Comissão Mista;Até dia 20-8-80 - no Congresso Nacional.

14

PROPOSTAS DE EMENDAS A CONSTITUIÇAON.os 17, 28, 29, 30 e 31/80

"Alteram a redação dos artigos 35 e 152 da Constituição Fe­deral." (S/ mandato de parlamentares e s/ organização e funcio­namento dos partidos polítícos.) Autores: Srs. Affonso Camargo,Roberto Freire, Geníval Tourinho, Rogério Rego e Adhemar Ghlsi,respectivamente) .

ComissiW Mista

Presidente: Deputado Antônio MarizVice--'Presidente: Deputado Afrísio Vieira LimaRelator: Senador Aderbal Jurema

PrazoAté dia 21-5-80 - na COmissão Mista;Até dia 20-8-80 - no Congresso Nacional.

15

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO u» 18/80

"Altera a redação da letra "a" do § 1.0 do art. 15 da Consti­tuição Federal, e dá outras providências." (S/nomeação de Prefei­tos das Capitais dos Estados e Municípios, considerados estânciashídromíneraís.j Autor: Deputado Navarro Vieira Filho.

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Maio de 1980- lJIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 31tHfi

Comissão Mista

Presidente: Senador Lázaro BarbosaVice-Presidente: Senador Passos PôrtoRelator: Deputado Nosser Almeida

Oalendárío

Dias 29,30-4; 1.°•.2,3,4, 5 e 6-5-80 - Apresentação das emen­das, perante a Comissão.

,Prazo

Até 27-5-80 - na comissão Mista:

Até 26-8-80 - no Congresso NacionaL

16

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇAO N." 19/80

".Altera a redação do § 1.0 do art. 36 da Constituição Federal."\SI convocação de suplente de Deputado e senador.i Autor .Depu­tado Samir Achôa.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Iranildo PereiraVice-Presidente: Deputado Claurlno SalesRelator Senador Tarso Dutra

Calendário

Dias 29. 3,0-4. 1.° 2, 3, 4, 5, 6-5-80 - Apresentação das emendas.perante a Comissão.

Prazo

f\té dia 27-5-80 - na Comissão Mista;

Até dia 26-8-60 - no Congresso Nacional.

17PROPOS'I1A DE EMENDA A 'OONSTlTurÇAO NP 26/B(}

"Acrescenta parágrafo único ao art. 160 da Constituição Fe­deral, dispondo sobre a criação de Conselhos de Defesa do Con­sumidor." (Apresentada pelo Senhor Deputado AIrton Sandoval.1Autor: Deputado Airton Sandoval.

Comissão MistaPresidente: senador Agenor MariaVice-Presidente: Senador Lomanto JúniorRelator: Deputado Altair Chagas

CalendárioDias 30-4, 2, 3, 4. 5, 6, 7 e 8-5-80 - Apresentação das emendas.

perante a Comissão.

PrlÍzo

Até dia 27-5-80 - na Comissão Mista;

Até dia 26-8-60 - no Congresso Nacional;

18

PROPOSTA DE EMENDA ACONSTlTUIÇAO N.o 27/80"Dá nova redação ao art. 5.° da Constituição FederaL" lS.!

bens dos Estados.) Autor: Senador Passos Pôrto.

Comissão Mista

Presidente: Deputado Octacílio QueirozVice-Presidente: Deputado Nelson MorroRelator: 8enador Bernardino Viana

CalendárioDias 30-4, 1.°, 2.3, 4, 5, 6, e 7-ã-80 - Apresentação das emen­

das, perante a comtssão.

Prazo

Até dia 27-5-80 - na Comissão Mista;Até dia 26-8-80 - no Congresso Nacional.

19

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA NP 2179

"Propõe delegação de poderes ao Senhor 'Presidente dI. Rllpti­blica para elaboração de lei. instituindo normas fundamenta1.spara o zoneamento industrial nas áreas criticas de poluição. edetermina outras providências", Autor: :qeputado Freitas Nobre.

Comissão iUista

Presidente: Senador Dirceu CardosoVlca-Presáden.te ; Senadbr Passos PórtoRelator: Deputado Afrísio Vieira Lima

20

PROPOSTA DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N." 4179

. "Propõe delegação de poderes ao Presidente da Repúblicapara elaboração de lei criando o Ministério da Produção AnimaL• determinando outras providências." Autor: Deputado Ruben n­lueirá.

Comissão 1I'Iista

Presideute: Deputado Cardoso FregapanlVIce-Presidente: Deputado Genésio de BarrosRelator: Senador Affonso Camargo

J1

PROPOSTA DE DELEGAQAO LEGISLATIVA N." 5/79

"Propõe delegação de poderes ao Presidente da República paraelaboração de lei, dispondo sobre o desdobramento do Ministériodas Minas e Energia, em Ministério das Minas e Ministério deEnergia." Autor: Deputado Horácio Ortíz,

Coritissão Mista.

Presidente: Senador Henrique SantllloVice-Presidente: Senador Alberto Silv'aRelator: Deputado Carlos Sant'Anna

22PROPOSTAS DE DELEGAÇAO LEGISLATIVA N.os 6. 7 E 8179

"Propõem delegação de poderes ao Presidente da República pa­ra elaboração de lei. dispondo sobre a criação do Ministério da Mu­lher e da Criança." Autores: Deputada Lúcia Viveiros, SenadorLázaro Barboza e Deputada Júnia Marise, respectivamente.

Comissão Mista.

Presidente: Deputada Júnia MariseVice-Presidente: Deputado Leur LomantoRelator: Senador Almir Pinto

23PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.o l/BO-CN

"Dispõe sobre a oficialização das serventes da Justiça dosEstados, do Distrito Federal e dos Territórios. e dá outras provi­dências." (Autor: Poder Executivo.)

Coritissão Mista

Presidente: Senador Mauro BenevidesVice-Presidente: Senador Tar.so DutraRelator: Deputado Josias Leite

Prazo

Até dia 17-5-80' - no Congresso Nacional

24

PROJETO DE LEI N.o 2/BO-ON

"Equipara ao acidente em serviço a doença profissional e asespecificadas em lei para efeito de pensão especial, e dá outrasprovidências." (Autor: Poder Executivo.)

Comissãe Mista

Presidente: Deputado Amadeu .GearaVice-Presidente: Deputado Horácio MatosRelator: Senador Henrique de La Rocque

PrazoAté 'dia 17-5-80 - no Congresso NacionaL

25PROJETO DE LEI N.o 3IBO-CN

"Dispõe sobre o enquadramento dos servidores remanescentesda implantação do Plano de Classificação de Cargos instituido pelaLei ti.o 5.645, de 10 de desembrode 1970. e dá outras providências."I Autor: Poder Executivo.)

Comissão !\listaPresidente: Senador Humberto LucenaVice-Presidente: Senador Aderbal JuremaRelator: Deputado Gomes da Silva .

Prazo

Até dia 18-5-80 - no Congresso Nacional.

26PROJETO DE LEI N.o 4/BO-CN

"Altera a redação dos ~~ 1.0 e 2.° do art. 34 da Lei n,v 4.345,de 26 de junho de 1964. e dá outras providências." I Autor: PoderExectrtívo.r c

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3102 ,Sábado 3==

DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1980

Comlssãe MisiaPresidente: Deputado G€rson CamataVice-Presidente: Senador Lomanto JúniorRelator: Senador Lenolr Vargas

PrazoAté dia 4-5-80 - na Comlssão Mista;

Até dia 24-S-80 - no Congresso Nacional.27

PROJETO DE LEI N.a 5IBO-CN

"Dispõe sobre a reestruturação das carreiras do MinistérioPúblico da União junto à Justiça Comum, do Trabalho e Militar,a dá outras providências."

Comissão Mista

Presidente: Deputado Antônio RusooVice-Presidente: Deputado Oswaldo MeloRelator: Senador Henrique de La Rocque

Prazo

Até dia 11-5-80 - na Comissão Mista;Até dia 31-S-80 - no Congresso Nacional.

28PROJETO DE. RESOLUÇAO N.o I, DE 1979-CN

"Altera o § 2.0 do art. 43 do Regimento Comum do àongressoNacional." (Dispõe si votação de Proposta de Emenda à consta­tuição.) - Autor: Senador Itamar Franco.

29PROJETO DE RJ!:SOLUÇAO N.o 2179-CN

"Altera. a Resoluçáo n.O 1170-CN (Reg. Comum), modificadapela Re.solução n.O 2/72-CN." (S/CPMI e Com. MIIt....) - Autor:l5enador Humberto Lucena.

3&

MENSAGEM N.o 6/S0-CN"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­

creto-lei n,v 1.721, de 3 de dezembro de 1979. que "dá nova redaçãoao art. 1.0 do Decreto-lei n.O 1.158, de 16 de março de 1971, aof 2.0 do art. 1.0 do Decreto-lei n.o 1.189, de 24 de setembro de 1971,e ao art. 4.0 do Decreto-lei n,v 1.248, de 29 de novembro de 1972".(Autor: Poder Executivo.)

Oomíssão Mista.

Presidente: Deputado Ath1ê CouryVice-Presidente: Deputado Celso CarvalhoRelator: Senador Raimundo Parente

PrazoAté dia 10~5-S0 - no Congresso Nacional.

31MENSAGEM N.o 8/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 1.722, de 3 de dezembro de 1979, que "altera a: fonuade utilização de estímulos fiscais às exportações de manufaturados,e dá outras providências." (Autor: Poder Executivo,)

Comissão Mista

Presidente: Senador Bernardino Viana'Vice-Presidente: Senador Nelson Carneiro·Relator: Deputado Fernando Magalhães

Prazo

Até dia 10-5-80 - no Congresso Nacional.

32

MENSAGEM N.o 9IBO-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional <O texto doDecreto-lei n.o 1.723, de 6 de dezembro de 1979, que "dispõe sobrea. participação dos Territórios Federais na reserva criada peloDecreto-lei n.> 1.434, de 11 de dezembro de 1975." (Autor: PoderExecutivo,)

Comissão Mista

Presidente: Deputado Jerônimo SantanaVice-Presidente: Deputado Hélio CamposlRelator: Senador Jorge Kalume

PrazoAté dia 10-5-80 - no Congresso Nacional.

33MENSAGEM N.O 1O/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.o 1.724, de 7 de dezembro de 1979, que "dispõe sobreos estímulos tíseaís de que tratam os artígos 1.0 85.° do Decreto­lei n.O 491, de 5 de março de 1969." (Autor: Poder Executivo.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Mauro BenevidesVice-Presidente: Deputado José Ríbamar MachadoRelator: Deputado Henrique Turner

PrazoAté dia. lS-5~~0 - no Congresso Nacional.

34MENSAGEM N.o 11/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n. O 1.725, de 7 de dezembro de 1979, que "estabelecelimite para beneficio previsto no art. 9.0 do Decreto-lei n.o 1.351,de 24 de outubro de 1974, que altera legislação do Imposto sobrea Renda." (Autor: Poder Executivo.)

Comissão Mista

Presidente: Deputado Nélio LobatoVice-Presidente: Senador Aderbal Jurema.Relator: Senador Jo.sé Richa

PrazóAté dia 15-5-80 - no Congresso Nacional.

35MENSAGEM N.o 12/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacíonal o texto do De­creto-Ieí n.O 1.726, de 7 de dezembro de 1979, que "dispõe sobreísenção ou redução fiscal na importação." (Autor: Poder Exe­cutívo.)

Comissão Mista

Presídente: Senador Adalberto SenaVice-Presidente: Deputado Leome BelémRelator: Deputado Marão Filho

Prarz:oAté dia. 15-5-S0 - no Congresso Nacional.

36

MENSAGEM N.o 13/t80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 1.727 de 10 de dezembro de 1979, que "inclui gratifi­cação no Anexo Ir do Decreto-Ieí n,o 1.360, de 22 de novembro de1974, e dá outras providências." (Autor: Poder Executivo,)

Comissão MistaPresidente: Deputado Eloar GuazelliVice-Presidente: Senador Passos PôrtoRelator: Senador Lourival Baptísta

PrazoAté dia 23-5-S0 - no Congresso Nacional.

37

MENSAGEM N.o 14/80-CN"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­

creto-lei n.O 1.728,de 12 de dezembro de 1979, que "altera os limitesdo benefício fLscal instituido pelo Decreto-lei n,o 1.358, de 12 denovembro de 1974, e dá outras providências." (Autor: Poder Exe­cutivo.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Adalberto senil.Vice-Presidente: Deputado Celso CarvalhoRelator: Deputado Edilson Lamartine

PrazoAté dia. 23-5-80 - no Congresso Naeional.

38MENSAGEM N.o'15IBO-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto setor­mulado do Terceiro Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) ,para os exercícios de 1980 a 1985," (Autor: Poder Executivo.)

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Maio de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Sábado 3 31QS

Comissão Mista.

-\ Presidente: Deputado Fernando CunhaVice-Presidente: Senador Alberto SilvaRelator: Deputado Paulo Lustosa

PrazoAté dia 29-5-80 - no Congresso Nacional.

39MENSAGEM N.o 22/80-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­creto-lei n.O 1. 729, de 17 de dezembro de 1979, que "altera a ta­bela do Imposto incidente na :fonte sobre rendimentos do traba­lho não-assalariado, e dá outras providências." (Autor: Poder Exe­cutívo.i

Comissão Mista

Presidente: Deputado Edilson LamartineVice-Presidente: Deputado Athiê Coury'Relator: Senador Moacyr Dalla

PrazoAté dia 13-6-80 - no Congresso Nacional.

40

MENSAGEM N.o 23/80-CN"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do De­

ereto-ter n.O 1. 730, de 17 de dezembro de 1979, que "altera a le­gíslação do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas. e dáoutras providências." (Autor: Poder Executivo.)

Comissão ~sfla,

Presidente: Deputado Levy DiasVice-Presidente: Senador Almir PintoRelator: Deputado Adriano Valente

PrazoAté dia 13-6-80 - no Congresso Nacional.

41MENSAGEM N.O 25/S0-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 1. 731, de 20 de dezembro de 1979 que reajusta ovalor do soldo base de cálculo da remuneração dos militares."{Autor: Poder Executivo.)

Comissão Mista

Presidente: Deputado Marão FilhoVice-Presidente: Deputado Joel FerreiraRelator: Senador Jorge Kalume

Prazo

Até dia 18-5-88 - na COmissão Mista;

Até dia 27-6-86 - no iCongresso Nacional.42 ,.

MENSAGEM N.o 26/8{)-CN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto do­Decr~to-Iei n.O 1 ..7~2, de 20 de dezembro de 1980, que reajusta osveneímentos, salârlos e proventos dos servidores civis do PoderExecutivo, dos membros da Magistratura e do Tribunal de COntasda. União, e dá outras providências." (Autor: Poder Executivo.)

Comissão Mista.Presidente: Senador José GuiomardVice-Presidente: Senador Luiz Oavalcante .Relator: Deputado Saramago Pinheiro

PrazoAté día 18-5-80 - na COmissão lfista;

Até dia 27-6-80 - no Congresso Nacional.

43

MENSAGEM N.o 27/80-00"Submete à deliberação do COngresso Nacional o texto do

Decreto-lei n.O 1. 733, de 20 de dezembro de lll~, que altera alegislação do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas e dá.outras providências." (Autor: Poder Executivo,)

Comissão MistaPresidente: Deputado Athiê CouryVice-Presidente: Deputado Leorne BelémRelator: Senador Jutahy Magalhães

PrazoAté dia 18-5-80 - na Comissão 'Mista;

Até dia 27-6-80 - no Congresso Nacional.44

MENSAGEM N.o 28/80-GN

"Submete à deliberação do Congresso Nacional o texto doDecreto-lei n.O 1. 734, de 20 de dezembro de 1979, que prorroga oprazo de aplicação dos incentivos fiscais crIados pelo art.: 4.0 doDecreto-lei n.O 880, de 18 de setembro de 1969, e dá outras provi­dências." (Autor: Poder Executivo.)

. Comissão Mista

Presidente: senador Moacyr DallaVice-Presidente: Senador Henrique de La RocqueRelator: Deputado Edilson Lamartine Mendes

PrazoAté dia 18-5-80 - na Comissão Mista;Até dia 27-6-80 - no Congresso Nacional.

45VETO TOTAL - PRO.JETO N.o44/79-CN

"Dispõe sobre a declaração de utilidade pública, e dá outrasprovidências." (Autor: Poder Executivo.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Franco MontoroVice-Presidente: Senador José LinsRelator: Deputado Nosser Almeida

Prazo

Até dia 28-5-80 - no Congresso Nacional.46

VEI'O TOTAL - PROJETO N.o 1.194/75"Dispõe sobre pensões a dependentes de servidor público ta­

lecído no gozo de dupla aposentadoria,"Comissão Mista

Pr,esidente: Senador Lázaro BarbozaVice-Presidente: Senador Jorge KalumeRelator: Deputado Furtado Leite

PrazoAté dia 29-5-80 - no congresso Nacional.

VIII - Levanta-se a Sessão às 18 horas e 20 minutos,

CAMARA DOS DEPUTADOS

COORDENAÇAO DE SELEÇAO E TREINAMENTO

CONCURSO PúBLICOPARA ASSISTENTE LEGISLATIVO N.o C.01/80

EDITAL

De ordem do Senhor Diretor-Geral, faço saber aos Interessa­dos que estarão abertas as inscrições para o concurso público deASSISTENTE LEGISLATIVO, Area de Técnica Legislativa, classeinicial do Quadro Permanente da Câmara dos Deputados.

O programa será distribuído no ato da inscrição, inclusive amatéria referente à segunda prova (Noções de Constituição Fe­deral).

A legislação relativa às demais provas será entregue após aidentificação da prova de Português.

2. Inscrições

Periodo: de 8 a 16-5-1980.

Horário: de 9 às 11,30 e das 14 às 18,00' horas.Local: Bilheterias n.OS 3 e 4 do Ginásio Presidente Médici.3. TaxaCr$ 300,00 (trezentos cruzeiros) depositados em Agência do

Banco do Brasil, Plano Piloto. à conta da "Câmara dos Depu­tados".

Em hipótese alguma haverá devolução da taxa de Inscrição.4. Requisitos para a inscriçãoa) ser brasileiro ou cidadão beneficiado pelo Decreto n.O

70.391172;b) idade mínima - 18 anos;

Page 40: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD03MAI1980.pdf · REPÚBLICA FEDERATIVA DOBRASIL DIÁRIO ACIONAL SEÇAo I ANO XXXV - N." 036 CAPITAL FEDERAL SÁBADO, 3 DE

3104 Sãbado:l DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1980

idade máxima - 50 anos; in-dependerá deste último limiteo candidato que comprovar, mediante declaração funcional, ser ser­vidor de órgão da Administração Federal Direta ou Autarquia Fe­deral (Lei n.° 6.334176).

c) apresentar comprovante de conclusão do 2.° grau;

d) entregar 2 fotografias 3 x 4 em tiradas de frente;e) apresentar carteira de identidade;f) preencher em letra de forma e assinar a ficha de inscrição e

o Cartão de Identificação, obtidos no local, os quais não poderãoconter rasuras ou emendas; .

g) anexar à ficha de inscrição comprovante de depósito dataxa a que se refere o item 3.

4.2 Para a posse, exígír-se-á do candidato aprovado a compro­vação de estar quite com o serviço militar e com as obrigaçõeseleitorais.

5. Da Seleção

5.1 O processo seletivo constará de provas escritas, de cará­ter eliminatório, e constarão de questões em torno da aplicação deconhecimento do programa, com valor máximo de 100 pontos, exi­gindo-se o mínimo de 60 pontos, em cada uma, para habilitação.

5.2 Será divulgado oportunamente, através do Diário Oficiale do Diário do Congresso Nacional, aviso fixando data, local, horá­rio e informações complementares sobre as provas.

5.3 Haverá as seguintes provas, distintas e eliminatórias, queserão realizadas em Brasília:

a) Português - Peso 3;

b) Noções de Constituição Federal: Estrutura e Funcionamen­to do Poder Legislativo - Peso 2;

c) Funcionamento dos órgãos do Poder Executivo e Estruturado Poder Executivo e do Poder Judiciário (Decreto-lei n.o 200/67e alterações posteriores e Constituição Federal) - Peso 1;

d) Contabilidade, Licitação e Administração Financeira: Nor­mas Gerais - Peso 1;

e) Regimento Interno e Regimento Comum - Peso 2;

f) Legislação do Pessoal Estatutário e Estrutura Admínlstratl­va da Câmara dos Deputados (Resoluções n. OS 67/62 e 20/71) ­'Peso 2;

g) Datilografia - Peso 1;5.4 Será permitida consulta ao Regímento Interno e ao Re­

gimento Comum na prova a que se refere o item e.

6. Critérios de julgamento6.1 A prova de Datilografia constará da cópia de um texto

datilografado e terá a duração de 15 (quinze) minutos.. 6 .2 Serão exigidos 120 toques por minuto.6.3 Será conferida a nota 100 (cem) ao candidato que hou­

ver alcançado o maior total líquido de toques por minuto, estabele­cendo-se proporção que permitirá atribuir as diversas notas aosdemaís candidatos.

6.4 O julgamento desta prova obedecerá ao seguinte critério:n,v de erros

Cada letra ou sinal errado, omitido ou excedendo amargem além dos 3 espaços de tolerância 1

Separação de sílabas conforme a gravidade 1 a 4Cada duas letras ou sinais COm as respectivas posi-

ções invertidas 1Cada espaço a mais ou a menos, entre as linhas 1Excesso ou falta de espaços nos parágrafos ou entre

palavras ou sinais por espaço , . .. . . . 1Palavra a menos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2Palavra a mais, (certa) 1Palavra a mais (errada) 2Linhas superpostas: cômputo de 10 erros e redução

das batidas respectivas.Sempre que o candidato houver cometido qualquer desses erros

e repetir corretamente, logo a seguir, a parte errada, ser-lhe-ácomputado apenas 1 erro.

6.5 A classificação final do candidato obedecerá às seguintesnormas:

a) os pontos obtidos em cada prova serão multipllcados pelosrespectivos pesos, respeitada a fração até centésimo;

b) a nota final resultará deste somatório, dividido por 12;

6.6 Somente será habilitado o candidato que obtiver notaigualou superior a sessenta (60) pontos em cada prova;

6.7 Os candidatos hahilitados. serão relacionados em ordemdecrescente das notas finais obtidas:

6.8 Os casos de empate na nota final, enquanto persistentes,serão resolvidos a favor do candidato que obtiver maior númeroue pontos, sucessivamente:

a) na prova de Português;b) na prova de Regimento Interno e Regimento Comum:c) na prova de Estrutura e Funcionamento do Poder Legisla­

tivo: Noções de Constituição Federal.

6.9 Serão publicados, apenas, em cada prova, os resultadosreferentes aos habilitados.

7. Da vistoria de prova

7.1 Após o [ulgamento pela Banca, e antes da identificação, asprovas ficarão à disposição dos candidatos, para vista em local,data e horário que serão divulgados oportunamente.

8. Do Recurso

8.1 O candidato que não concordar com o resultado de qual­quer das provas poderá impetrar recurso, no prazo de 48 horasapós a Vista de Prova, à Diretoria da Coordenação de Seleção eTreinamento, que o julgará, após apreciação, em termos conclusi­vos, por parte da Banca Examinadora.

8.2 A decisão da Diretoria da Coordenação de Seleção e Trei­namento será submetida à homologação do Diretor-Geral da Câ­mara dos Deputados. Com a homologação, cessa a fase recursal, emInstância administrativa. . .

8.3 Somente serão objeto de apreciação recursos apresenta­dos sem quebra de sigilo, não identificando o candidato, redigidosem termos adequados e que indiquem com clareza a matéria obje­to do pedido de revisão. Os que não observarem estes requisitos se­rão liminarmente indeferidos.

8.4 A habilitação do candidato será comprovada, exclusiva­mente, através de divulgação no Diário do Congresso Nacional, Se­ção I, e no Diário Oficial da União, Seção I.

9. Do Regime de TrabalhO9.1 A nomeação obedecerá às normas do regime estatutário;

o salário-base corresponderá à referência 26; e a jornada de tra­balho será de 40 (quarenta) horas semanais.

10. Das Disposições Gerais10.1 Não será aceita inscrição condicional Ou provisória.10.2 A inscrição poderá ser feita por procuração.

10.3 As inscrições, uma vez homologadas, serão publicadasno Diário Oficial da União e no Diário do Congresso Nacional.

10.4 . O provimento de cargos obedecerá expressamente a or­dem de classificação final.

10.5 O concurso terá validade de 2 (dois) anos, prorrogávelpor mais 2 (dois), a contar da data da publíeaçâo da respectivahomologação pelo Diretor-Geral.

10.6 O candidato deverá comparecer ao local da realização dasprovas 30 (trinta) minutos antes do horário estabelecido, munidode caneta esrerográüca com carga azulou preta e portando so­mente carteira de identidade e cartão de identificação, fornecidono ato da inscrição.

10.7 Adotar-se-á, para sigilo do julgamento, processo impe­ditivo de identificação das provas, as quais deverão, para ísto, ofe­recer o mesmo aspecto material.

10.8 Atríbuír-se-á a nota zero à prova que apresentar sinalou convenção que possibilite sua identificação.

10.9 Será excluído do concurso, por ato da Diretoria da Coor­denação de Seleção e Treinamento, o eandídato que:

a) retirar-se do recinto durante a realização da prova, semautorização;

b) agir com descortesía para com os examinadores, auxiliaresou qualquer autoridade presente;

c) comunicar-se com outros candidatos ou pessoas estranhas,verbalmente ou por escrito, durante a realização das provas;

d) utilizar-se de notas, livros ou impressos, salvo OB expressa­mente permitidos.

10.10 Não haverá segunda chamada, seja qual for o motivoalegado para justificar a ausência do candidato. O não-compare­cimento a qualquer prova, Importará em exclusão do concurso,considerados sem efeitos os exames porventura já prestados e nãolhe sendo permitido prestar as provas subseqüentes.

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Maio de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 3105

CAMARA DOS DEPUTADOS

COORDENAÇAO DE SELEÇAO E TREINAMENTO

EDITAL

CONCURSO PíTBLICO PARA TÉCNICO LEGISLATIVO - C. 1/79

(AREA DE PESQUISA LEGISLATIVA)Torno público, para conhecimento dos interessados, que foram

habilitados na prova de Classificação Decimal Universal do con­curso acima referido os seguintes candidatos:

10.11 A inscrição do candidato implicará conhecimento destasinstruções e compromisso de aceitar as condições do concurso, nostermos estabelecidos neste edital.

10.12 Observar-se-á a ordem estabelecida neste edital paraa reaíízacão das provas.

10.13 A' Banca Examinadora compete a elaboração. aplicaçãoe correção das provas.

10.14 No caso de utilização de processo eletrônico para a cor­reção de provas, ficarão prejudicadas as normas incompativeis comc processo eletrônico.

10.15 Os casos omissos serão resolvidos pela Diretoria daCoordenação de Seleção e Treinamento.

10.16 Todas as convocações, avisos e resultados serão publi­cados no Diário Oficial da União e no Diário dI} Congresso Nacional.

10.17 Na prova de Datilografia, o cálculo de toques liquidasserá feito de acordo com a seguinte fórmula:

tI ::= tb - (te X 10)

sendo: ti ::= toques liquides

tb ::= toques brutoste ::= toques erradoste X 10 ::= toques errados multiplicados por 10.

Brasília, 29 de abril de 1980. - Lucy Maciel Neiva, Diretorada CST.

Foram aprovados 74 (setenta e quatro) candidatos.Brasília, 28 de abril de 1980. - Lucy ·Maciel Neiva, Diretora

da CST.

Inscríção

00050010001700270049005700670092alO!}0117012301260128012901490156016101770195

Nome

Maria José Dias SilveiraMarli Elizabeth SchreiberÓrion Gonçalves da SilvaEni Maria Araújo SerzaninkJoeI Faria de AbreuMyrthes de Souza da SilvaMaria Angela FragaMaria Lélio. de AmorímJoana D'Arc Fernandei'l de SOuza e SilvaZilá DiasMaTise Ribeiro Guimarães MonteiroTalita Yeda de AlmeidaInez Rocha MendlovitzMaria da Graça Pinto FernandesJosé Veiga Filho

. Marta Coeli de SouzaMarta Dolabela de Lima AlonsoHelena Pessôa CantarinoIza Maria Martins Silva

Nota

89,5086,5078,5086,0068,0076,5090,0094,5078,5063,5085,0095,5099,0085.5075,0075,00

100,00100,0099,50

Inscrição

0196020802200228025802830313035903706378039403970403042204270440046104620470049905000513051905360552055706180640064306440647068007050717073207360751077607930794080008090811081908410867089509290940094509751017105612831360

Nome

Santa Catarina Martins TellesGracinira Lopes da SilvaMont Serrat Machado de Gouveia MonteiroIldenir Maria Braga CoutinhoAlbertina Paula Ribeiro CostaLuzia de Almeida Pinto KirjnerEliane Maria Costa de PaulaAparecida Corrêa PortoIara Araújo Alencar AiresMary Fonseca GuimarãesMargarida Maria Bevilacqua de Lisboa VazJosé Guedes de SouzaSandra da Rocha Marmo de OliveiraLúcia Idalina Narciso SoaresDirce Benedita Ramos Vieira AlvesOdete Paes SilvaClaudio de Barros GoulartNelma Cavalcanti BonifácioMaria Dóris Rapôso de Vasconcelos MaiaVera Lucia ChavesMarilda SoaresMarcia Marcello Nunes LealNalhou Oliveira AlencarAdélia Lúcia Arruda Santos GilFrancisca Leal AiresNelda Mendonça RaulinoAnisiana Jacobina AiresNeuza Madsen ArrudaMaria Aparecida Couto TeixeiraCecilia Yulíco Matsunaga YamagutíMariana Balby SilvaTherezinha Medeiros Maia BragaEdnalva Maria Guimarães Farias de DavidLucia Maria Guimarães LóssloMaria das Graças Monteiro dos SantosJoão de Lima MarquesMirian dos Reis Coelho ResendeCecilia Silva Guedes AlcoforadoLourdes de Melo CarvalhoAnamélia Ribeiro Correia de AraújoAnísía Baptista Martins FilhaLourdes Bomtempo de MendonçaMaria Aparecida de LimaMaria Rita Rocha MirandaRita Maria de Aguiar CoelhoNeuma Pínhetro 'Salomão GOnçalvesJosé Maria da SilvaMaria de Fátima Siqueira­Luis Antonio ViolinSuelena Pinto BandeiraDanuza de Moraes e CastroMaria do Amparo Bezerra da SilvaCarmem Guimarães AmaralMaria Helena Coutinho de Oliveira'Esmeralda Silveira e Reis

Nota

76,0l!60,0075;5085,5087,0096,0077,5064,50

100,0087,0099,5088,5098,5088,0096,5065,0073,5077,5080.0077,5098,0086.5088,50

100.00100,00

9'7,5076,5096,5088,0063,0096,0068,0084,0079,0067.0083.0072,0068,0088,00

'87,0089,0084,5076;5096,5098,5090,0072,5086,0094.0076,0090,0087,5089,0098,5099;50

ATA DASCOMISSÃO DE ECONOMIA, INDíTSTRIA E COMÉRCIO

TermO" de Reunião

A Comissão de EConomia, Indústria e Comércio deixou derealizar sua reunião ordinária do dia 19 de março de 1980, porfalta de matéria.

Compareceram os Senhores Deputados Harry sauer, Presiden­te; Henrique Eduardo Alves, Vice-Presidente da Turma "A"; Di­valdo Suruagy, Vice-Presidente da Turma "B"; Pedro Sampaio,CláJUdio Strassburger, Santilli Sobrinho, Evandro Ayres de Moura,Igo Losso, Cesáriq Barreto, Léo Simões, Adolpho Franco, EvaldoAmaral, Manoel Gonçalves Aldo Fagundes, João Arruda. .

Sala da Comissão, 28 de abril de 1980. - Dehuit Macêdo deAvelar Villas Boas, Secretária.

Termo de ReuniãoA Comissão de Economia, Indústria e 'comércío deixou de

realizar sua reunião ordinária do dia 20 de março de 1980, porfalta de matéria.

COMISSÕESCompareceram os senhores Deputados Harry Sauer, Presiden­

te; Henrique Eduardo Alves, Vice-Presidente da Turma "A"; Di­valdo Suruagy, .Vice-Presidente da Turma "B"; Pedro Sampaio,Cláudio Strassburger, Santim Sobrinho, Evandro Ayres de 'Moura.Igo Losso, Cesário Barreto, Léo Simões, Adolpho Franco, ManoelGonçalves, Evaido Amaral, Aldo Fagundes e João Arruda.

Sala da Comissão, 28 de abril de 1980. - Delzuite Macêdo- deAvelar Villas Boas, Secretária.

Termo de Reunião

A Comissão de Economia, IndústrIa e Comércio deixou derealizar sua reunião ordinária do dia 26 de março de 1980, porfalta de matéria.

Compareceram os Senhores Deputados: Harry Sauer, Pre­sidente; Henrique Eduardo Alves, Vice-Presidente da Turma "A";Divaldo Suruagy, Více-Presídente da Turma "B", Iléo Simões.Santilli Sobrinho, Igo Losso, Oesárío Barreto, Pedro sampaio, Adol-

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3106 Sábado 3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Maio de lIst

pho Franco, Manoel Gonçalves, Ev.aldo Amaral, Cláudio Strassbur­ger e Evandro Ayres de Moura, João Arruda.

Sala da Comissão, 28 de abril de 1980. - Dclzuite Macêdo deAvelar VIDas Boas, Secretária.

Termo de Reunião

A Comissão de Economia, Indústria e Comércio .deíxou de rea­lizar sua reunião ordinária do dia 27 de março de 1980, por faltade matéria. '

Compareceram os Senhores Deputados: Harry Sauer, Presi­dente; Henrique Eduardo Alves, Vice-Presidente da Turma "A":Divaldo Suruagy, Vice-Presidente da Turma "B", Santilli Sobrinho,Pedro Sampaio, Evandro Ayres de Moura, Igo Losso, ;roão Arruda,Cesário Barreto, Evaldo Amaral, Léo Simões, Adolpho 'Franco, Ma­noel Gonçalves e Cláudio Strassburger.

Sala da comissão. 28 de abril de 1980. - Dclzuitc Macêdo dcAvelar VilIaS' Boas, Secretária.

Termo de Reunião

A Comissão de Economia. Indústria e Comércio deixou derealizar sua reunião ordinária do dia 9 de abril de 1980, por faltade matéria.

Compareceram os Senhores Deputados: Harry Sauer, Presi­dente; Henrique Eduardo Alves, Vice-Presidente da Turma "A",Divaldo Suruagy, Vice-Presidente da Turma "B", Santl111 Sobrinho,João Arruda, Evandro Ayres de Moura, Cesário Barreto, Aldo Fa­gundes, Léo Simões. Igo Losso, Pedro Sampaio, Adolpho Franco,Manoei Gonçalves, Evaldo Amaral, José Frejat e Cláudio Strassbur­gero

Sala da Comissão 28 de abril de 1980. - Dclzuite Macêdo deAvelar Villas Boas, Secretária.

Termo de ~união

A Comissão de Economia, Indústria e Comércio deixou derealizar sua reunião ordinária do dia 10 de abril de 1980, por faltade matéria.

Compareceram os Senhores Deputados: Harry Sauer, Presi­dente; ·Henrique Eduardo Alves, Vice-Presidente da Turma "A",Divaldo Suruagy, Vice-Presidente da Turma "B", Léo Simões, JoãoArruda, Evandro Ayres de Moura, oesàno Barreto, Aldo Fagundes,Santilli Sobrinho, Igo Losso, Pedro Sampaio, Adolpho Franco,Manoel Gonçalves Evaldo Amaral, José Frejat, Cláudio Sstrassbur­gero

Sala da Comissão, 28 de abril de 1980. - DeIzuite Macêdo deAvelar Villas Boas, Seeretárta,

Termo de R;eunião

A Comissão de Economia, Indústria e Comércio, deixou derealizar sua reunião ordinária do dia 16 de abril de 1980. por faltade matéria. '

Compareceram os Senhores Deputados: Harry Sauer, Presi­dente; Henrique Eduardo Alves, Vice-Presidente da Turma "A",Divaldo Suruagy, Vice-Presidente da Turma "B", Santilli Sobrinho,Léo Simões, Igo Losso, Pedro Sampaio, Manoel Gonçalves, CesárioBarreto, João Arruda, Adolpho Franco, José Frejat, Cláudiostrassburger.

Sala da Comissão, 28 de abril de 1980.' - Delsuite Macêdo deAveIar Villas Boas, Secretária.

Termo de Reunião

A Comissão de Economia. Indústria e Comércio deixou derealizar sua reunião ordinária do dia 17 de abril de 1980, por faltade matéria.

Oompareceram os Senhores Deputados: Harry Sauer, Presi­dente; Henrique Eduardo Alves, Vice-Presidente da Turma "A",Divaldo Suruagy, Vice-Presidente da Turma "B", Léo Simões, PedroSampaio, Cesário Barreto, Igo Lasso, João Arruda, Adolpho Franco,.rosé Frejat, Manoel Gonçalves, Cláudio Strassburger.

Sala da Comissão, 28 de abril de 1980. - Delzuite Macêdo deAvelar Vilas Boas, Secretária.

ERRATA

Na ata da 15." reunião, realizada em 28 de novembro de 1979,no ítem 6, onde se lê: "Favorável. Aprovado por unanimidade, vaià Comissão de Finanças", leia-se:- Favorável, com adoção da

emenda da Comissão de Constituição e Justiça. Aprovado, por una­nimidade, vai à Comissão de Finanças".

Brasilia, 28 de abril de 1980. - Delzuite Macêdo de AveIarVillas Boas, Secretária.

COMISSAO DE FINANÇAS

O Senhor Deputado JaderBarbalho, Presidente da Comissãode Finanças, fez a seguinte dístrtbuleão:

Em 28-4-80

Ao Senhor Deputado Honorato Vianna:

Projeto de Lei n. c 2.567/80 - do Poder Executivo (Mensa­gem n.> 585/79) - Autoriza a reversão ao Municipio de Palmeirados índios, Estado de Alagoas, do terreno que menciona.

Ao Senhor Deputado Chistovam Chiaradia:

Projeto de Lei n,v 1'.396/79 - do Sr. Alvaro Dias - Acres­centa parágrafo ao art. 10 da Lei n,v 5.390, de 8 de junho de1973, que alterou a legislação de Previdência Eocial.

Ao Senhor Deputado Edilson Lamartine:

Projeto de Lei n,? 1.332/79 - do Sr. João Menezes - Dispõesobre os direitos básicos dos caminhoneiros e o exercício de sua pro­fissão.

Ao Senhor Deputado Fernando Magalhães:

Projeto de Lei n.O 631/79 - do Sr. Júlio Costamilan - Alteraa redação do § 1.0 do art. 59, e do § 2.0 do art. 61 da Consolida­ção das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.o 5.452,de 1.0 de maio de 1943, e dá outras providências.

Ao Senhor Deputado José Ribamar Machado:

Projeto de V;i n,v 1.393/79 - do Sr. Leônidas Sampaio - Dánova redação ao art. 9.0 da Lei n.o 5.890, de 8 de junho de 1973dispondo sobre a aposentadoria 'dos portadores de defeitos físicos:

Ao senhor Deputado Odacir Klein:

Projeto de Lei n. O 1.003179 - do Sr. Fernando Coelho _Dispõe sobre a desapropriação de imóvel no Município de Jaboa­tão, Estado de Pernambuco, para atender ao deslocamento dasramííías que' atualmente residem em áreas do Parque HistóricoNacional dos Guararapes.

Projeto de Lei n.O 1.828179 - Do Sr. Freitas Nobre - Dispõesobre a organização de cooperativas de consumo em empresascom mais de 200 (duzentos) empregados.

Ao Senhor Deputado Leorne Belém:

Projeto de Lei n.O 663/79 - do Sr. Valter Garcia - Dá novaredação ao § 5.° do art. 13 da Lei n.o 5.890, de 8 de junho de1973, que altera a legíslação de previdência social.

Projeto de Lei n.o 1.888179 - do Poder Executivo (Mensa­gem n,« 328/79) - Autoriza o Departamento Nacional de ObrasContra as Secas (DNOCS), autarquia vinculada ao Ministério doInterior, a doar uma área dto terreno que menciona situada noMunicípio de orós, no Estado do Ceará. '

Projeto de Lei n. O 2.568/80 - do Poder Executivo (Mensa­gem n.O 586/79) - Autoriza o Instituto Nacional de Colonizaçãoe Reforma Agrária - !NCRA - a doar o imóvel que menciona.

Ao senhor Deputado Luis Baccaríní:Projeto de Lei n.v 879/79 - do ~r. Alvaro Dias _ Introduz

alterações no parágrafo único do art. 4.° da Consolidacão das Leisdo Trabalho. .

Projeto de Lei n.O 961/79 - do Sr. Christovam ChiaradiaAutoriza o Poder Executivo a promover doação ao Município deParaisópolis, MG, de 'POrções de terras da União adjacentes àrede do Município. '

Ao senhor Deputado José Torres:

Projeto de Lei n,s 2.569/80 - do Poder Executivo (Mensa­gem n.o 37/80) - Autoriza a transferência da Estrada de FerroCorcovado e seu acervo à Fundação de Artes do Rio de Janeiroe dá outras providências.

Projeto de Lei n.o 1.425/79 - do Sr. Alípio Carvalho _ Alterao art. 1.0 da Lei n,v 5.698, de 31 de agosto de 1971, que dispõesobre as prestações devidas a ex-combatentes segurado da previ-dência social. . ,

Ao Senhor Deputado Olivir Gabardo:

Projeto de Lei n. C 2.460/79 - do Senado Federal - Incluientre os beneficiados pela Lei n,v 6.554, de 21 de agosto de 1978nos termos do diploma, os Ministros Togados, os .Tuízes Audito~res e os Auditores Substitutos da Justiça Militar e dá outras pro­vídêncías.

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.Maio de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 3107

o Senhor Deputado Jader Barbalho, presidente da Comissãode Finanças, avocou a seguinte proposição

Em 24-4-80Projeto de Lei n.o 2.640/80 - do Tribunal Superior- Eleitoral

Revoga artigos das Leis n.oe 6.033, de 30 de abril de 1974 e6.082, de 10 de julho de 1974.

Sala da Comissão, 28 de abril de 1980. - Ruy Ornar Pru­dêncfo. da Silva, Secretário.

ERRATASuprima-se. na distribuição publicada no DCN de 29-9-79,

pág. 10526, cal. 2, o Projeto de Lei n,o 310/79, incluído indevida­mente.

COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS

Ata da l.a Reunião Ordinária, realizada em 20 de março de 1980As dez horas e trinta minutos do dia vinte de março de mil

novecentos e oitenta, reuniu-se a Comissão de Fiscalização Fi­nanceira e Tomada de Conta, sob a Presidência do Senhor Depu­tado Furtado Leite, Presidente. Compareceram os SenhoresDeputados Josias Leis e Ernesto de Marco, Vice-Presidentes;Amilcar Queiroz, Nosser Almeida, Josué de Souza, Rafael Faraco,Jorge Arbage, Cláudio Philomeno, Vasco Neto, Wi1son Falcão,:Élquisson Soares, José Freire, Daso Coimbra, Felippe Penna, Lá­zaro de Carvalho, Marcelo Cerqueira, Marcelo Medeiros, PeixotoFilho, Márcio Macedo, Waltcr Silva, Castejon Branco, Adhemar deBarros Filho, Airton Sandoval, Alberto HoUmann, Telmo Kirst eRosa Flores. Havendo número legal, o Senhor Presidente decla­rou abertos os trabalhos e anunciou a seguinte Ordem do Dia:recepção llIOS Deputados e autoridades do Governo do México emvisita à Comissão.. A seguir, o Senhor Presidente convidou parafazer parte da Mesa os Senhores Dêputados: Gonzalo CastellotMadrazo e Ignácio Picardo Pagaza, Presidentes, respectivamente,da Comissão de Vigilância da Contadoria Maior de Fazenda eComissão de Programação, Orçamento e Conta Pública, bem comoo Sr. Ramón Aguírre Velázquez, Subsecretário de Programação eOrçamento. Prosseguindo, o Senhor Presidente concedeu a pala­vra ao Deputado Walter Silva, para falar em nome da Comissão.Após saudar os visitantes, Sua Excelência discorreu longamentesobre a matéria financeira e orçamentária vigente em nosso País,bem como o sistema de controle e fiscalização dos gastos público.Em seguida, usaram da palavra os Deputados Gonzalo CastellotMadrazo e Ignácio Picardo Pagaza, e o Subsecretário de Progra­mação e Orçamento, Sr. Ramón Aguírra Velázquez, os quais cui­daram do mesmo assunto, fazendo uma comparação dos sistemasvigentes em ambos os Países. prosseguindo, os vísítantes dirigiramvária perguntas ao Deputado Walter Silva, relativamente ao obje­to de sua explanação, tendo Sua Excelêncía apresentado os escla­recimentos a respeito. Como ninguém quisesse mais usar da pala­vra, o Senhor Presidente rendeu as sua homenagens aos ilustresvisitantes, convidando a todo para um coquetel logo a seguir, na.sala da Presidência. Nada mais havendo a tratar, às doze horase vinte minutos, o Senhor Presidente deu por encerrada a reunião,do que, para constar, eu (Waiter Gouvêa Costa I, Secretário, lavreia presente ata que, depois de lida e aprovada, será encaminhadaà publicação.

Ata da 2.a Reunião Ordinária, realizada em 16 de abril de 1980

As dez horas e vinte minutos do dia dezesseis de abril demil novecentos e oitenta, reuniu-se a Comissão de FiscalizaçãoFinanceira e Tomada de Contas, sob a Presidência do SenhorDeputado Furtado Leite, Presidente. Compareceram os SenhoresDeputados Josias Leite e Ernésto de Marco, Vil1e.-Plresidentes,Amilcar Queiroz, Nosser Almeida, Josué de Souza, Rafael Faraco.Jorge Arbage, Cláudio Philomeno, VaI3CO Neto, Wilson Falcão,Élquisson soares, José Freire, Daso Coimbra, Felippe Penna, Lá­zaro de Carvalho, Marcelo Cerqueira, Marcelo Medeiros, PeixotoFilho, Márcio Macedo, Walter Silva, Castejon Branco, Adhemarde Barros Filho, Airton Sandoval, Alberto Hoffmann, TelmoKírst e Rosa Flores. Havendo número legal, o Senhor Presidentedeclarou abertos os trabalhos. Lida e aprovada a ata da reuniãoanterior. A seguir, o Senhor Presidente deu ciência aos Membrosda Comissão do recebimento dos seguintes expedientes: Avisosn. oa 361-SP-79, 020-SP-SO e 44-SP-80, do Tribunal de Contasda União, que "comunica a aplicação de sanções aos responsáveisque mencíonav.os quais colocou à disposição dos Senhores Depu­tados; e Requerimento de autoria do Sr. Deputado Roque Ares, so­licitando estudo minucioso, através da Assessoria de Orçamentoe Fiscalização Financeira, relativamente a competência, atuaçãoe omissão do Tribunal de Contas da União. Concedida a palavraao Sr. Deputado Walter Silva, Sua Excelência leu o parecer profe­rido pelo Sr. Deputado Cláudio Philomeno, relator do Projeto delei n. O 903-79, do Sr. Deputado Cantídio Sampaio, que "dá novaredação ao artigo 125, do Decreto-lei n.o 200, de 25 de fevereirode 1967, e revoga a alinea "a", do § 2.0 de seu artigo 126", o qualapresentou parecer favorável. Usam da palavra para discutir a

matéria o Deputado Peixoto Filho, que teceu elogios à iniciativado autor, lembrando a figura do ex-Deputado Theódulo Albuquer­que, como pioneiro das medidas moralizadoras que se traduzemna fiscalização dos atos do Poder Executivo, manifestando entre­tanto sua descrença quanto à aprovação do projeto- pelo Plenário.embora se vislumbre alguma esperança neste sentído. com oadvento do processo de abertura, o que poderá sensibilizar a Li­derança do Governo nesta Casa; o Sr. Deputado Walter 'Silvasustentou que o assunto em debate era polêmico na ciência dasfinanças. Lembrou Sua Excelência que o Decreto-lei n,? 200/67,ao regular a matéria da forma como o fez, cogitou da hipótese demonopólio de fato, ou de exclusividade quanto ao objeto ou pres­tador do serviço requerido, casos em que se justificava a dis­pensa de licitação. Entretanto, militam fortes razões em favorda aprovação do projeto, eis que nenhum prejuízo adviria paraa Administração com a exigibilidade da licitação, já que os obje­tivos visados pelo Decreto-lei n.? 200/67 seriam também alcan­çados e com mais vantagens até, .considerando-se os aspectoséticos e moralizadores a serem preservados; o Sr. Deputado VascoNeto esclareceu que o Deputado Walter Silva colocara bem aquestão, motivo por que também era favorável à sua aprovação.Submetido à votação, o parecer foi unanimemente aprovada pelaComissão. Vai à Coordenação de Comissões Permanentes. Pros­seguindo, foi concedida a palavra ao Sr. Deputado Felippe Perma.relator do Projeto de Lei n.v 1.-951-79, do Sr. Deputado Jose CarlosVasconcelos, que "dá nova redação ao item I e acrescenta pará­grafo 3.0 ao artigo 3.0 da Lei n.o 6.223, de 14 de julho de 1975,que dispõe sobre a fiscalização financeira e orçamentária da Uniãopelo congresso Nacional", o qual apresentou parecer favorável.Sua Excelência teceu, verbalmente, amplos comentários sobre oprocesso inflacionário e a divida externa, chamando a atençãopara o fato de alguns valores virem a ser expressos em ORTNe UPC, como que traduzindo padrões monetários, o que no seuentender, se constituía num problema técnico. Durante a discus­são, usaram da palavra o Deputado Peixoto Filho, apontando a con­flítâncía do projeto com o art. 3.,0, inciso IV, da Lei n.o 6.233, de14-7-75; o Deputado Adhemar de Barros Filho esclareceu queo projeto visa a ampliar o poder de informação, no decorrerdo próprio semestre do exercicio financeiro e não após este. ODeputado Walter Silva sustentou .que o parecer do Relator erabastante elucídatívo, estando a merecer a atenção e reflexãodesta Casa, acrescentando que o controle parlamentar não deverestringir-se à matéria tributária, mas financeira como um todoe que o controle a longo .prazo, remoto, à distância, se torna inócuo,Inefíeaz. Lembrou Sua Excelência ',que a dúvida do DeputadoPeixoto Filho não tem razão de ser na medida em que o Tribunalde Contas da União é um órgão auxiliar do Congresso Nacional.O .Deputado Vasco Neto lembrou que deveria ser modificado opróprio art. 3.0 da Lei n.o 6.223/75, eis que mais seguro seríaque o Tribunal de Contas remetesse ao conhecimento da Comissãode Fiscalização Financeira e Tomada de Contas, semestralmente,os dados referentes à execução orçamentária. O Sr. DeputadoAdhemar de Barros Filho, em aparte, esclarecer que, confrontadosos textos do projetos e da Lei n.o 6.223/75, fica claro que aproposição do Deputado José Carlos Vasconcelos se limita a am­pliar a capacidade de informação do Congresso Nacional. ODeputado Wilson Falcão sustentou que o .projeto contribui parao maior prestigio do Congresso Nacional, tendo em vista quevai possibilitar um melhor controle de execução orçamentária jáque as contas do Presidente da República só chegam a esta Casano ano subseqüente ao encerramento do exercício financeiro. Aseguir, o Sr. Deputado José Carlos Vasconcelos, autor do projeto,mformou que o sentido de sua proposição era o de permitir oacompanhamento da execução das despesas. O Deputado WalterSilva, em aparte, esclareceu que o projeto não conflita com qual­quer dispositivo que cuida de prestação de contas, que contínuasendo anual. Encerrada a discussão, o Senhor Presidente FurtadoLeite submeteu o parecer a votação, o que foi aprovado unanime­mente pela Comissão. Vai à Coordenação de Comissões Perma­nentes. A seguir, o Sr. Deputado Adhemar de Barros Filho so­licitou gestões da Presldêneía junto ao Prodasen, objetivando sabera natureza dós serviços que o referido órgão poderá prestar à Co­missão de Fiscalização Financeira e Tomada de Contas. Nadamais havendo a tratar, às onze horas e trinta minutos o SenhorPresidente deu por encerrada 'li. reunião, do que, para constar, eu,Walter Gouveia Costa, Secretário, lavrei a presente ata que, depoisde lida e aprovada, será eneamínhada à publicação.

COMISSÃO DO INTERIOR

Distribuição de Projeros

O Senhor Presidente da Comissão do Interior, Deputado Ma­noel Novaes, fez, em 28 de abril de 1980, a seguinte distribuição:

1) Ao Senhor Deputado Osvaldo Coelho:

Projeto de Lei n,? 33/79, do Senhor Deputado Cunha Bueno,que "estende aos imóveis rurais os dispositivos do Decreto-Lei

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.nos Sábado 3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1980

número 1.075, de 22 de janeiro de 1970, que "regula a imissãode posse initio litis, em imóveis residenciais urbanos".

2) Ao Senhor Deputado Adauto Bezerra:Projeto de' Lei COmplementar n.O 70/79, do Senhor Deputado

José Carlos Vaconcelos, que "altera parágrafo 4.° do art. 1.0 daLei Complementar n.O 14, de 8 de junho de 1973, que estabeleceas Regiões Metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, PortoAlegre, Recife, Salvador, Curitiba, Belém e Fortaleza.

S) Ao Senhor Deputado Délio dos Santos:Projeto de Lei n.O 2.318/79, do Senhor Deputado Horácio

Ortiz, que "isenta o proprietário de casa popular de até 100m2

da responsabilidade solidária com o construtor pelas obrigaçõesprevidenciárias, introduzindo alteração no § 2.0 do art. 79, daLei Orgânica da Previdência Social, Lei n,o 3.807, de 26 de agostode 1979".

Em 28 de abril de 1980. - Edson Nogueira da Gama, Secre­tário.

COMISSAO PARLAMENTAR DE INQUÊRITO DESTINADA AINVESTIGAR AS ATIVIDADES LIGADAS A INDúSTRIAFARMACi!:UTICA EM TODO O TERRITóRIO NACIONAL

Ata da 22.a Reunião Ordinária realizada em 10-4-80As dez horas e vinte e cinco minutos do dia dez de abÍ11 de

mil novecentos e oitenta, presentes os Senhores Deputados Ino­eêneío Oliveira, Presidente; Bebastââo Rodrigues Júnior, Relator;Waldmir Belinati, Carneiro Arnaud, Cantidio Sampaio, Max Mauro,Mário Hato, membros efetivos da Oomíssâo.. Pedro Corrêa, LudgoroRaulino, Ruy Côdo, Benjamin Farah, Navarro Vieira Filho, Car-

los Cotta, membros suplentes; e, ainda os Senhores DeputadosAdroaldo Campos, Carlos Santos, Paulo Guerra, Aroldo Moletta,Erasmo Dias, Túlio Barcelos, Celso Peçanha. Arnaldo Lafayete,Osmar Leitão, Simão Sessim, Milton Brandão, Alberto Hoffmann,Helio Campos, Cláudio Strassburger, Artenir Werner, Igo Losso,Castejon Branco, reuniu-se no plenário da Comissão de RelaçõesExteriores, Anexo Ir da Câmara dos Deputados, em Brasília, estaComissão para tomada de depoimento do Senhor Jair de OliveiraSoares, Ministro da Previdência e Assístêncía Social. Ata: dispen­sada a leitura. O Senhor Presidente convida o Depoente a tomarassento à Mesa. Dispensando o compromisso de praxe, discorresobre o perfil do Depoente e a seguir concede-lhe a palavra parainiciar a sua exposição. Finda a qual, o Depoente foi ínqutrídopelos Senhores Deputados Sebastião Rodrigues Júnior, Relator;Waldmir Belinati, Cantídio Sampaio, Benjamin Farah, Ruy Côdo.Pedro Corrêa, Aroldo Moletta, Carlos Santos, Milton Brandão.Inocêncio Oliveira. Depois de responder às indagações e não ha­vendo mais inscritos para inquiri-lo, o Depoente agradeceu aatenção de que foi alvo durante os debates. O depoimento e asinquirições foram gravados e, depois de traduzidos e datilogra­fados serão anexados aos autos do presente inquérito. Nada maishavendo a tratar, o Senhor Presidente agradeceu a presença doDepoente e, ao agradecer também a presença de todos, convocaos Senhores membros para a próxima reunião a realizar-se nodia dezessete do corrente, às nove 'horas e trinta minutos, quan­do prestará depoimento o Senhor Nilo José Cardoso, Presidenteda Associação dos Inventores Brasileiros - AlE. Declarou encer­rada a reunião às quatorze horas e dez minutos. E, para constar,eu, Sebastião Augusto Machado, Secretário, lavrei a presente Ataque, depois de lida, discutida e aprovada, será assinada peloSenhor Presidente, - Deputado Inocêncio Oliveira, Presidente,

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Maio de 1986 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 3 311111

PD8Líder:

Nelson Marchezan

PPLider:

Thales RamalhoVice-Lideres.

Antônio MarizFigueiredo Correia

Herbert LevyJoão Linhares

Carlos Sant'AnnaWalber Guimarães

PTBLider:

Alceu CollaresVice-Lideres:

JG _o.e Araújo JorgeJorge ViannaCarlos Alberto

PTLider:

Adhemar Santil10Vice-Líder:

Airton Soares

LIDERANÇAS

Odacir KleinOsvaldo MacedoTarcísio Delgado

Walter SilvaFlávio Chaves

Edison LobãoHugo Mardini

. Hugo NapoleãoJorge Arbage

Marcelo LinharesNorton MacedoRicardo Fiuza

PMDBLíder:

Freitas NobreVice-Lideres:

i Marcondes Gadelhai l<'ernando Lyra

I· Israel Dias-NovaesJackson Barrêto

il

l

II! Vice-Lideres:~ Atrísio Vieira Limae Alcides Franciscato!Bonifácio de Andrada

ICantidi<l Sampaio

Claudíno, BalesDivaldo Suruagy

i Djalma 'Bessa

I

I

MESAPresidente:Flávio Mareílio - PDS

1.0-Vice-Presidente:Homero Santos - PD82.°_Vice-Presidente:Renato Azeredo - PP

l.°-Secretário:Wilson Braga - PDS

2.o-Secretário:Epitácio Cafeteira - PMDB

3.0 - Secr et á rio :Ari Kffuri - PDS4.o-Secretárlo:Walmor de Luca - PMDB

SUPLENTESNosser Almeida - PDSDaso Coimbra - PPJoel Lima - PPNabor Junior - PMDB

DEPARTAMENTO DE COMISSOES

COMISSOES PERMANENTES

Dtretoc: Adelmar Silveira SabinoLocal: Anexo II - Ramal 661

Claud.ino Bal..DJalma BeM&Ernanl 8atJro

Joree PauloLúcio Cion1Mário StammRoberto OalYanl

pp

Sérgio Ferr&ra

PMDB

OBwaldo LlJnaSamlrAchOlo

PMDiB

Joio Oilberto

PTB

Getúlio DiuJG de Ara~jo Joqe

SupIentel

PDSManoel Ribeiro'Paulo PimentelRômulo GalmTelmo J0s6 KIrIlVago

AtrIIio Vle1r& L\Dl&Antonio DiuAntonio MorimotoBrabo de Canalha

Alair FerreiraAntonto FerreiraAntonio ZachariasEdison LobãoFrancllCO RoIIsIJoio Arruda

Audllio DantalFreitas NobreLeyY Dlu

Alclr PImentaLúcia VinlrOl

Albérico CordeiroAlcebiadea de OUvelraAntonio AmlZal0161& JdnlorJoio C&tlO8 De ClZlI

REUNIOll:S

Quartal e qulntal-felras, .. 10:00 horuLocal: Anexo n - saIa 6 - Raroall ., ...5ecretiria: Iole Lazurini

CriatIDa Tanrea~raon camata

4) COMISSlO DE CONSTrrulÇlO E JUS'~

:Presidente: Djalma. Matinho - PD8Vice-Presidente: Francisco Rossi - PD8Vice-Presidente: L1dovino Fanton - Pl"B

Tltu1anll

Va.go

PDS

Alu1llo parquanuCarlos Alberto

! 3) COMISSAO DE COMUNICAÇlOPresidente: Israel Días-Novaea - PMDB

Vice-Presidente: Antônio Morais - PI'BVice-Presidente: Vieira da Silva - PDS

TltuI......

PDS

PDSHqo RodrigUe8

da CunhaJOIIé PenedoPedro Collln

P.MiDB

J'ader BarbalhoOUvir Oabardo

pp

Paulo TOlTMPedro sampaio

.PMDB

Ronan Tito8amIr Achoa

PT

PMDB

Mário HatoPaulo MarqUeiPimenta da VeleaRoberto FreireRonan Tito

lIuplea.teI

PD6

MO&Cf1" LopNNeboD MOn'OPaulo LUJton.Prlaco Viana

Haroldo Banford.Joio ArrudaJo$6' de Castro

CoimbraJosué de Souza.

Benjamim l"arabCIZI08 CottaMagalhlel Plnto

Alvaro Di..Carlos Nelscn

Adhemar Santlllo

Pedro Faria.

Jorp trequedMário Frota

Alexandre MachadoAnillo de SouzaAntonio FlorfncloJ:dIIon LobloHugo Mudlnl

2) COMISSAO DE CIINCIA E TECNOLO&IAPresidente: Fernándo Cunha. - PMDB

Vice-Presidente: .Mário Moreira - PMI>BVice-Presidente: Vingt Rosado - PD6

TUuIaniII

UUNI0J:8

Quartu e quinw..-felru, ... 10:00 horuLocal: Anexo II - Sal.. a - Ramal eM8ecretiri.: MarIa LWIla Brandio

ppArnaldo Schmltt Mendea de Mello

PTBBenedito Marcillo l:I.or !.emi

RiIIlUNIOES

Qua.rtu e quintas-relras, li UI:oo horuLocal: Anexo II - Sala n.O 11 - R. /lU e m8ecretãrlo: JOIIé 8alomio Jacobina AIrft

Aurélio PereaCUdOlO Alve.Del Boaco AmaralDneato de MarcoGerson CamataJOIIé Freire·

PDS

José AmorimPedro Germano5aramago PinheiroSebastião AndradeVictor Fontana

~raldo Bulh6es

pp

Juarez Ba.tiltaMelo Freire

P1'B

Jorge Vianna

PMDB

Levy DiasMarcus CunhaPacheco Cha.velPaulo RaUel

Supllll1te11

PDS

I'ranclaco LeAoHenrique BritoJoio carlO1 De Ca.rltJd110 Mart1na

-Lúcto Cloni6to_l DouradoTelemaco PoinKMlWlldy Vianna

-Presldente~ Nivaldo KrUger - PMDBVice-Presidente: WaJber Guimarães _ PPVice-Presidente: Humberto Souto -

Tltu1&retl

1) COMISSAO DE AGRICULTURA E POLfrICARURAL

Carloe BeserraDnNto Dall'QalloJ'rRlclaco L1bard.oniQeraldo FlemingItur1val Nascimento

CardOlo Freiapanl

Cllordenaçáo de ComÜ8Õe. Permanea"

DiretoIra: Geny Xavier MarquesLocal: Anexo II - Telefones: 224-5171 e

225-4805 - Ramais 601 e GIlI

Antonio Annlbelll

Mro StefaninlAlberto Hoffmann.Antonio AmaralAntonlo Dias.AD.t6nID trenoCOft'ela LimalIdI1Ion LamarttneaYaldo Amaral

Mende.

Antonio GomesAntonio MILZurekCardo.o de AlmeidaDelton ScaraDODnfdlo Perondl.1Oll1}ulm Guerra

Bento Lobo0.110 Canalho

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3110 Sábado 3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Maio de 1980

RlI!lUNIOESQuartu e qulntas-felru. às 10:00 hor..Local: Anexo n - Slla 17 - Ramal eiSSecretária: Silvia Barroao lIIt.rt:1Ia

$) COMISSAO DE ECONOMIA, INDOSTlIA ECOMIRCIO

Presidente: Harry SauerVice-Presidente: Henrique Eduardo Alves - PP\l'lr.~-p,."sidente: Divaldo Suruagy - PD6

TltuJareil

Adhemar de Br.rro-PIlho

Bonlficlo de AndradaCantldlo sampaio06110 BorjaD&relllo~

Geraldo GuedesHull'o Napolelo:reo LoMo

Turma ":8"

Ruy coseVago

PDS

Joé 0&1'101 l"a1\llldNJoé Mendonça :a..raJOI6 Rlbamar lI&chadoJOI6 Tonel.Leome Be~Mario l"1lhoRoberto CarvalhoVicente Guabiroba

PD6

JOlI~ de Souaa.Manoel NovaesN~er AlmeidaRafael l"anooTelmo Joú 1Ora~

Vasco NetoWIlJon P&1c1o

PMDBJl&rcello CUqUlllraROIa P10nIWaIter sn.,.

ppMárcio lIacedoJlarcelo. KtI1IIInI

PMDBJorre GamaJlllio CoatAmllanSantl1li Sobrlnho

PPJ01'ie VIl.rll'Il.IIN6lio Lobato

PTB

PT

PMDB

:Marcondes GadelhaNabor JÚDiOi"Odacir Klein

pp

Luiz Bacarlnl

8l1P1ent.Ruy SilvaValter Pereira

PDSPedro CaroloSaramago Pinheiro8ebMtiAo AndradeVIctor FontanaVlngt RoladOWalter de Pri

7) COMISSAO DE fINANÇASPresidente: Jader Barbaiho - PMDB

Vice-Presidente: Olivir Gabardo - PMDBVice-Presidente: Milton Figueiredo - PP

TltuJareil

Presidente: Furtado Leite - PIlSVice-Presidente: Josias Leite - PDSVice-Presidente: Ernesto de Marco - PMDB

TI~

Peixoto l"IIho

Joel LIma

AntOnio Carloa deOliveira

Lidovlno Fanton

Adhemar GhislAécio CunhaAdolpho FrancoAntônio PIorencloAntônlo Ponte.Joaquim COutlnhoOdacir SOares

Carlos WIlsonCelso Carvalho

Adhemar de BarroaFllhc

Alberto HoffmamAm1lcar Quem.C..tejon BrancoClaudio .Ph1lomenoJorre Arbace

Duo CoimbraLúaro CUva1ho

Pellppe Penna

Antônlo RUlIeOH6110 DuqueJoio Hercullno

:RJ:UNI01!2Quartas e qulnt&a-felras, la 10:00 horasLocal: Anexo n-Sala 16-Ramals llU e MS

(Direto :1:16-11117)Secretário: Ru;r amar Prud6nclo da 8111'a

I) COMI5SAo DE fl5CALIZAÇAO fINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS

Pellppe PennaPedro l"&rla

Turma uA"

l"Iorlm COutinhoJoio Cunha

Adriano ValenteAlron RiOlAnJelo U&galhiuAthle COl1r1Chrlato1'Am ChIaradiaJ:dilson Lamartlne

Mendes.Fernando Map.lhlesHenrique TurnerHonorato Vianna

~

Jaebon BarretoNivaldo KrlIgerOCtaclllo Almeida

PP

Jún1a MarlaeLUis LealRDIlembUI'Jo RolJWlo

PMDB

Luiz Baptlatr.Paulo MarqUllllPimenta da Velaa

pp

Daniel 8111'&Louremberr Nuns

Rocha

PTB

Raimundo Urbano

PTB

PT

PDS

Dlu'cOlo AyreaLeur LomantoLyll'ia LeIIS& Basto.ROmulo GalTioSalvador JUllanel1i

8-.pJeDÚlII

PDB

Nouer AlmeidaOSlian AraripePedro GermanoRafael ParacoTheodorico J'err&çoVieira da Sll1'a

Joa6 Frejat

PTBMarcelo Cordeiro

IUroNIOES

Quartas e qulntu-felru. às 10:00 horu~al: Anexo rr - Bala 4 - Ramal GIlSecretária: Delmlte Macedo de Avelar Villu

Boas

Antonio Muurelr::Artenir WernerCardoso de AlmeidaDarcy Poa&l"eu RolaHonorato Vianna

Amadeu GearaHeitor Alencar

FurtadoIram Sar&l1'a

Presidente: Álvaro Valle - PDSVice-Presidene: VagoVice-Presidente: Hildérico Oliveira - PI'B

TUuJareiI

Antônlo MarlIDuo COimbraHerbert I.eY7Joel VI1'''

6) COMISSAO DE EDUCAÇAO E CULTUIA

Joio HercullnoJllll6 Maria cJe

Carvalho

Evandro Ayres deMoura

Hydeclr::el FreitasJairo MagalhiuJoáo l"austlno .­Ludgero RaullnoMenandro MInah1m

GeniTal TourinhoMur1lo Mendes

Antônio Morala

Aécio CunhaBaldaccl l"1Iho-_BeRna de MeloBr&lra RamOllCelso Peçanha

ppJuarez Batlata Pinheiro Machado'Ilao Dowell Leite de

Castro

PMDB

Carlos Nelson Marcello CerqueiraZUclldes Scalco Marcondes Gadelha

Pacheco Ch&1'NSebMtlio RodrllUu

Júnior

RZUNIOJ:S

Quartu-felru. la 10:00 hor'uLocal: Anuo n - 8&1a li - <U,-07011)secretária: liam C1.l1Il. Orrlco

Ramal UI

Lufs Cecblnel

~cir Pimenta."'ll.ln PnmpeuCarlDll Sant'Ann&

Turma uB"

ppPedro sampaioRubem :M:ed1n&Slblo Abreu Jdnlor

PT

Natal GaleOsvaldo MeloPaulo PimentelWalter de Prá

PP

PTB~rgio Mur110J:lo7 Lenzl

PT

PDS

N&ll'lb HaicUlRoII'~rio Re&oVIctor TroYlo

PDSJorp ArbapJoé Jlendonoa a-nLula RochaNilllon GlNooOsmar Lelt10Pedro ColllnRaimundo DúllsRicardo l"ilD&

pp

Lula LealMiro Teixeü"a.Péricles GIlIlça1YS

PI'B

PMDBJU&relll FurtadoMareello ClerqueiraSamir Achar.Valter GarciaWaldir Waltle1'

PDS

Joio AlbertoJoio ArrudaJOI6 Cam&rll'OUo Sim6esNorton MacedoPaulo LUlItoaaRicardo Fiuza

PMDB

Santl1l1 Sobrinho

PMDB

Modesto da SilveiraOsvaldo MacedoTarcillio Delll'ado

SlIPlmtN

Ru;r CMo

Alron R10lI~ Prancl8catoAlexandre Machado

Malub' Netto

Lu" cech1nel

Calo PompeuLouremberll' NUIlII

Rocha

J,* l"rejatRoque Aras

AldoPacundesmIJo Duque

Arnaldo SCluntttHerbert LevyManoel Gonçal1'N

Antônio Mariz

Antônlo CarlDll deOll1'e!ra

Turma "A"Ruy EIilya

Antônio R1IIIOCardoao Al'ffilJ:~ard AmorlmMendonça Neto

mOR' GuazzelllPernando Coelhol'1á1'io ChansJoio GIli*'toJO!I'lI'e UequedJOI~ Costa

Alceu Collare.s

...tIat& MIrandaCarlOl AlJIU,Itol'ellppe Penna

l"eu ROR!'rancisco BenjaminGomes da SilvaJairo MagalhA.esJ oscn Pereira

Adolpho !'rancoC.,.árlo BarretoCláudio StrassblU'gerBvaldo AmaralJ:vandro Ayres de

Moura111'0 I.olo"'l

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Maio de 1980 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábado 33tH

PDS

9) COMISSIO DO INTERIOR

Mendonça NetoModeato SilveiraRo6a Flore.

PP

PDSNogueira de ReHndeRaymundo DinISRogério ReloUbaldo BaremWaldmlr BellnatlVago

PTB

Jllllo CamposLeome BelémLeur LomantoNorton MacedoPaulo studtortRaul Bern&rdoRoberto CárvalhoRoberto GalV&n1Ruben Flguetrd

PMDB

PMDB

Sebastião Rodrlp..J1l.n1or

U1Yll!les GulmarfaWaldir Wa.1ter

PP

Magalhi.es PintoPinheiro MachadoThales Ram..lho

PMDB

Ma.xMauro

PP

Pecfro LucenaRoembUl'lo Rom&JlOUb&ldo Dàntaa .

Supleat.

VagoPDS

CuteJon BrancoWaldmir BelinaU

Presidente: Joaquim Coutinho - PD8Vice-Presidente: Bias Fortes - PDSVice-Presidente: João Menezes - PP

13) COMISSIO DE SlODEPresidente: JOIlé de Castro Coimbrll.-PD8

Vice-Presidente: Carneiro Arnaud -PPVice-Presidente: Francisco Rollemberg - PDI"

TItulare.

PDSl4enandro Mlnah1mN..va.rro Vieira J'UhoPedro Correa

Euclldea SCalcoMário Ha.to

Athye COUI)'Brara RamoaCarlOll Chiarelll

Ademar Perelr..Dario Tavll.reIILudiero RaulinoM..uro Sampaio

Vaao

Pra.ncisco PintoIarael Diu-NoYaIlllJorge UequedMarcua Cunha

Leopóldo :BeNonI8

Adriano V&lenteAnfalo de SoUSl.AIliUSto Lucena.Cláudio PhIlomenoDiogo Notnura.Ernani S&t.vro­Pemando Uqa1hf.eaFrancisco RollembergHermes :M:I.cedoJoeé camarao

Magnua Oulmarieal!Iuplentea

Joio CUnha JO de Araújo Jorae

PDS

PTBHlld6rlco Oliveira Arnaldo Lafayetl

R1WNIOI:S

QUl.rtas e quintaa-feiru. u 10:00 horuLocal: Anem II - S&1& 7 - Ramal e7'JBecretário: J0.s6 de Anchlet.. souza.

Aluizio BezerraCarlos santosIram Saraiva.Jairo ·Brum

Bento Lobo.1010 LlnhareI.Júnla MariseMac Dowell Leite de

Cut.ro

Adalberto Caml.rioAntonio UenoCéUo BorjaGeraldo GuedesHUlo NapoleioUaIo ContlMarcelo Llnharea

BoraeS da. Silveira. .1oel Vivaa

Leônldaa Sampaio

! 12) COMISSIO DE RELAÇõES EXTERIOUS

iIIBatl5t& MIranda

,

I

PMDBWalter SUv..

pp

PP

Rubem Dourado'

pp

ViIela de J.b&'alh.....

PT

PMDB

Octacillo Quelro&SantlIll SobrinhoTidel de LIma

PMQB

HorAclo OrtlsOswaldo LIma.

SlIplent.

Vago

PDSJosé PenedoLéo BlmliellNogueira de RelendeOdulfo DomlngUHSlmlo 5eSllim

A.udfJlo Danta.

Furtado Leite

Presidente: Jorge Vargas - PPVice-Presidente: Horâcio Matos - PDSVice~Presldente:Ma.urlcio Fruet - PMDB

TitulareiJorge Ferrar:

PDSGuido ArantesJoão Fa.uatlnoPrisco VianaSiqueira C&mpoIUbaldlno MelrelM

PTBCardOllO Freaapant J0.t6 Frejat

REUNIOJllS

Quartas e qulntas-felra•• to. 10:00 horuLoca.l: Anexo II - Sala 7 -Ramal esoSecretária: AlUa. Fel1clo Tobias

11) COMISSAO DE REDAÇ10Presidente: Airon Rios - PDS

Vice-Presidente: Djalma Bessa - PDSVice-Presidente: Iranildo Pereira - PMDB

TItu1u'NPOO

Carlo.t Sant'AnnaLeOnldal Sampaio

8uplentell. PDS

Cantfdío S..mpalo Hllio NapoleloCla.udino SaIu Prlaco VianI.

pp

Alclr PImenta Joel Viv..P1guelredo Carrel..

Criltlna Ta.varesE1qulsaon SoareaPued DlbJerônimo Santana

REUNIOJ:S

Qutortaa • qulntaa-telraa. toa 10:00 hanat.ac1l1: Anexo II - 8&1& 14 - Ramal ''72e.cretArI.. : Laura Penela Parlsi

""'0 Coimbra.

Hélio Levy

AlrWo Vieira LImaDelson SCaranoDJa1ma Bessa.Gomes da SilvaJoio AlbertoJoel Ribeiro

Alberto GoldmamAlvaro DiaaBe1Dllro Teixeira

Marcelo Cordeiro

R&lJNIOJ:S

Quartas e qulntas-felr.... às 10 .horuLocal: Anexo n - Sala 8 - Ramal. e11 ••11Secretário: Ivan Roque Alves

10) COMISSAO DE MIUS E ENElGIl

Jl'reitu Dinlz

Carlos Augusto

Hélio Garol..Nélio Lobato

Adroaldo CAmp05Antonio FerreiraAntônio ZacharlaaCanUdlo SampaioGenésio de Barros

O.awa.ldo CoelhoPaulo FerrazPaulo GuerraRuben FIgueiróStoessel DouradoTbeodorlco !'erra0"Victor TrovAoWanderley MarIs

ppNewton CarooaoWalber OulmarAM

Ruy CMo

PDS

Fernando GonçalnlJoel FerreiraHélio CampalMarcelo Llnhar..Ubaldo BaremWanderley Mar'"

PP

Milton FJauelrec10N6Uo Lobato

PTB

PTB

Murllo Mende.

Joel FerreiraJosias LeiteMario FIlho~uro SampaioNey FerreiraRuY BacelvVivaldo IFrota

PMDB

José FreireHorácio ortIsIranlldo PereiraModeato SllyelraTidel de LIma.

PMDB

José Carlo.t Vucon­celos

Roberto FreireRalph Bia&1

PPMendes de MeloMiro TelxlllraNewton Cardoso

PMDB

Paulo BoraellTarclslo Delaado

Suplentes

Plauelredo CorreiaLeopoldo BeIlIOneLll.cla. VlvelroaLuiz Leal

Amilcar Quelro&Ana'elo l'da(rtJhlelAntonio KarlmotoIlaldaccl J.I'IlhoC2I.rlItovam Chlar&dia.BUlO Mardln1JOIJé Amorim

Carlo.s NelllOnDflJo do.s SantosJ ..citaon Barreto""rônlmll Santana

Presidente: Manoel Novaes - PDSVice-Presidente: Adauto Bezerra - PDSVice-Presidente: Pedro Ivo - PMDB

TUulareI

PDS

Carneiro ArnaudHéllo GarciaMelo Freire

.A.lulslo lJecerraBe1miro TeixeiraCz1Itlna T&vvea~clldea 8c&lcoGeraldo Plem1ncB6110 Duque

Bento OOnçall'llIIBento Lobo'lId80n VJdJr..l

Adalberto Cama1'I'oAdroaldo CAmpalAlYaro G&udfncloAlvaro ValleAn&'ellno Ro..Bias FortesErumo Dia. -

Alro SteftanlnlCoz:rela LimaCrllltlno Corte.Henrique Britolnocfnclo OliveiraJilllo MartinsKI1ton BrandiaN"alb H..lcltelOdacir Soares

Jl'ranc~o Castro

Lidovino Fanton

Suplentes

Antônio Annibe\l1 João Câmara.Humberto Bouto

RlCUNIOES

'luartu e qulntu-teiru, às 10 :00 hor..Local: Anexo II - Sala 15 - Ramal euSecretário: Walter Gouvéa COlta

:remando CoelhoJairo BrumPael de Andrad.

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3112 Sábado 3 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de }980

14) COMISSAO DE SEGURANÇA NACIONAL

Francisco Castro VagoJoio CAmara

PP

Vilela de Magalhiea

PDS

Jayro Ma.lwnlJoel RibeiroManoel RibeiroRezende MonteiroSlmio Sesslm

PMDB

Octacílio de A1meld..Paulo BorgeaTidel de Lima

PMDB

Iturlval N....ímentoMário MoreiraNabor Jl1niorPaUlo Rattea

PP

Suplenle.

POS

Emldlo PerondiFrancisco BenJammGuido ArantesJoaquim Guerra.Mário StalnmNavarro Vieira PilhoOctâvío Torrecma

17) COMISSAO DE TRANSPORTES

AIrton 8IIn,dovalCarlOll NelsonJ'ranclsco LlbudonlJ:rnl!llto de MarcoHoráclo orus

Adalberto CamargoAlcebtades de Ollvelra.Al1plo CarvalhoCesúio BarretoCláudio Strallllburll'erCrlstlno CorW!sDárlo TavaresDlnldo suruagy

JoAo Llnhares

COORDENA(ÃO DE COMISSOESTEMPORÁRIAS

REUNIOES

Quartas e quintu-felras, às 10:00 horuLocal: Anexo n - Sala li - RII. 690, ~7 • te.8ecreUrlo: CarlOll Brull de Ar&1\jo

Presidente: Ru~' Bacelar - POOVice-Presidente: Raul Bernardo - POOVíce-Prexídente : Octacílto Queiroz - PMDB

Díretor ; Abeguar Machado MassllraLocal: Anexo II - Telefone: 226-2912 (dJ.ret.o)

Ramal - 749 •

S,,\,iD de ComiSllóes Espeelaill

Chefe: Stella Prata. da Silva :LopeaLo~al: Anexo n - Sala 8-B - Te!.: 223-8:11II

(direto) Ramal 604

Seçio de Comls8ÕelJ ParJamentarsde Inquérito

Chefe: Lucy 8tumpt Alves de SouzaLocal: Anexo II - Telefone: :l23-728S-(d.!I:'fto)

Ramal 612

COMISSOES DE INQU~RITO

1) COMISSAOPARLAMENTAR DE INQU,RITO DIS­TINADA A APUIAR A CONTAMINAÇlO DIALIMENTOS POR EXCESSO DE ADrTJYOS IA EFICACIA DOS CONTROlES ATUALMINTIEXISTENTES

REQUlmIMENTO N? 111, DE 111'1I(CP1)

Prazo: 23-5-79 a. 16-&-80

Presidente: Salvador Julianelll - PD8Vice-Presidente: Nell!On Morro - PD6

Relator: Newton Cardoso-FPi Relator-Substituto; Ronan Tito - PMDB

Bento GonçalvelSSérgio Ferrara

HélJo Levy

Alair Ferreira, Alcidea Franciscato

Darcy Pozza, I'rancl.sco Leio

Hermes MacedoHydekel Freitas

Ferna.ndo CoelhoI Fernando Lyra

l"ued DibOllson Barros

PDS

Horácio Mato.Hugo Rodriitue.

da Cunll&Osvaldo MeloPaUlo l"ernzVago

PMDB

Pedro Ivo

PP

TertUliano Ao".1'TB

Benedito M&rcll1oPT

PPUhaldo Dantu

PTB

PD5

José Carla. :fI'acundMLygia~ ButoINatalGalePedro Corr6aRezende MonteUoSiqueira Ca.mpoeUbaldino Mm.».

PMDB

João HereulinoMu MAuroRoR FloroWaldir Walter

Valter Pereira

POO

Luiz RochaNeLlOn MorroOctávio TorrecWaOsmar LeitãoPedro CaroloTúllo BareeloeVivaldo l'rot.

PMDB

Flávio ChavoJúlio COIItaInIlaAValter Garcia

Suplenlell

SlqI1entetl

VagoVago

Pedro Lucena

Adauto Be&erraAdema.r- PereiraAlbérico CordeiroCelso PeçanbaClaudino SaleaDj.1ma Marlnh()

Peixoto l"I1h<>

Fernando CoelJ10IranUdo Pereira

Amadeu GearaAu4êJio DantaaAur6lio Pere.Del BoIsco AmarAl

Arnaldo L!Lfa)'eUe

Edison Khair

Oenr.ldo BUlhõesJoio (-'unhaJorge Cury

Antonio OomuBeserra de MeloBrabo de C&r'Ta1hoPuttado Leite0161a JúniorJayro MaltonlJOllCll Perelrr.

CarlOll WilIon

RJ:UNIOICS

Qur.rtaa e qulntu-:l.Iru. U 10:00 horu8.eret&rio: AcaaaIIi 1f1l&nder BntoLocal: Mexo n - 8aIA 111 - Ramal "1

pp

Sérgio Ferrarr.

PTB

Carlos Albertu Sérgio Murllo

REUNIOES

Qullrlaa-felr... U 10:00 horaaLocal: Anexo II - Sala 13 - Ramr.1 OUSecretârlo: Hélio AlTeIl Ribeiro

Maluly Netto

16) COMI5SAO DE TRA.ALHO E LEGISI.A~O

SOCIAL·

Cu-toa Alberto

Presidente: .Adhemar Ghisi - PDSVice-Presidente: Nilson Gibson - PDSVice-Presidente: José Costa - PMDB

Titular..

06110 dOI! Banto.lKdpre:t .AmorlmKloar GuaaelliKlquitsson 80_Fernando Cunha

Alvaro GaudéncioArtenll' WernerBonifácio de Andrr.daCArlOll Chiarem

, Dlogo Nomurai Joio AI ves! .Júllo Catnpos

Sa.lvador JulianelUVasco Netownson FIllcfw

PP

POS

03waldo CoelhoPaUlo GuerraTlllioBarulOlVicente Guablroba

PTB

PMDB

Luiz Baptista

PP

PTB

PMDB

Mário Frota

PT

PD5

!'limando OonçalnllMoacyr LopelI0N1an Ararlpe

PMDB

Heitor Aleocu J'urtA4o

PMDB

1ranlldo Pereira

PP

PaUlo TorretlPérlcles Gon~lld'"

PT

IhlplentH

VagoVaro

Presidente: .A1ipio Carvalho - PDSVice-Presidente: Hélio Campos - POOVice-Presidente: Ney Ferreirll - PDS

Tltu1luw

PDIS

Odulfo Domm.1HlIPaulo StudartTelen:taco POD\pel

Altair ChaguAngelino R.cNI&AUBUIto Lucena

Aloeu Col1arell

Oflléalõ de BlU'tOllInócl!ncló OliveiraJofw AlvesManoel Novae.

Jorre Viannlllo

Prelta!l Dlnlz

'Benjamim Fanh

Carlca BezerraSmeaw D..ll'Oglll,

Benjamim Fanh

Gen-Ido Fleming

Airton Soarell

Florim CoutinhoVagoVago

BJl:UNIOJ:S

Quartas e quintllll-felru, lla 10:00 honaLoclL1: Anexo n-S6!ll. 13-RamaJa 18...8ecretárlo: PaUlo Em1Ul1 FoIl8eC& Alr.

15) COMISSAO DE SERVIÇO POILKOPresidente: Paes de Andrade - PMDB

Vice-Presidente: José Maurício - ?TEVice-Presidente: Wlldy Vianna - PDB

TUularN

REUNro!'.S

Quartas e quintu-telrall, b 10:00 hor...Local: Anexo lI-Baia. W-<Ramaq IJaj fi 4S~

Secretária: In" l"em.ndes COIt ..

Antonio PonW!1lllrumoDluHaroldo BantordJoel Ferreira

CarlOll CottaJ:dllOll VidlrAl

Henrique Tumernalo ConUJoaé R1bamu MachadoMllton BrandioOctavio Torrecllla

1"ranc1sco PintoI'reltaa NobreJorre oa.ma..luares l"IIrtado

Eloar GutIIlI!elI1

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Maio de 1980 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sábllldo 3 3113

.Amüca.r de Queiroz Paulo GuerraNosaer Almeida Vivaldn Frota

REUNIom

Quultu-!elru." 11:00 har...Local: Anexo II - Sala das CPIsRamala: 487 - llot - 5.7 - Anexo m8ecretiria: M7rthes Hooper 811Ta .

TUw­

PDS

JOll6 C.l'1oa Falunct..Rubelõ Figueiró

Adriano ValenteJ'rancllco Leiol"ra.ncisco Rollemberg

C.rlo. S.ntos

PDSPaulo LustOl&Prisco VianaTheodorico FerrllfO

PTB

ROQue ArlUl

PT

PMDBValter Garcia

PP

Suplente.

PDSFernando GonÇabe.Genésio de BarrOlJorge ArbageSimão selSim5toessel Dourado

PMDB

Jorge UequedJOll6 OOllta

PP

PMDB

Epitácio Cafeteira Geraldo Flemlnl'

PPBento Lobo Néllo Lobato

REUNIÕES

Terçu-feiru, .. 9:30 horasLocal: Anexo II - Balr. du CPIaRamala: 4117 - llOll - M7 - Anuo m8tCNtir1o: 1bD0I1 AUI1IIto CMftPI10 .....

PT

Jorge Vianna. -

Horácio OrtlzMarcello Cerqueira

Freitas Diniz

Tertuliano .AHTedO

José Frejat

Fernando CunhaHélio Duque .Jack80n B&ITeto

Antônio CarlOlõ Freitas Diniz

REUNIOES

Terças-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Plenário dat CPJaRamais: 497, 50ll e M7 (Anexo, m)Secretária: Maria da CoI1ceiçio~

5) COMIS5Ao PARLAMENTAR DE INQUfRrrODESTINADA A "VESTIGAI A A~O DlPmtOBRAS E SUAS SUBSIDIARIAS

REQUERIMENTO N.o 2O!711

Prazo: 111-09-79 a 10-06-80

Presidente: Francisco Benjamin - PD8Vice-Presidente: Paulo Studart - PD6Relator: João Cunha

Titulares

Adroaldo CamposAntônio FlorêncioAntônio Zacharill.&cantldio SampaioCarlos Chiarelli

Antônio DiasErasmo DiuJoel RibeiroOctavio Torrecilla

Daso Coimbra

PP

Carl08 Cotta

PDS

Rafael FaracoWildy ViaDna

PMDB

Mário Frota

PPcarneiro .Arnaud

Dario TaTar..Waldmir Belin.U

PMDB

S.plenta

Antônio PonterlJúlio Marl1nsManoel Ribeiro

Benjamim l"arah

Mirio Hato

Borles d. Sllnlr.

Adernar PereiraC.ntldio Sampaio

RIIJ' CMo

4) COMI5SAO PARLAMENTAR DE INQ~RITO

DESTINADA A INVESTIGAR DISTOIÇ6ESOCOlRI)A5 NA EXECUÇAO DOS PLANOS DEDESENVOLVIMENTO DA AMAZ6NIA

3) COMISSAO PARLAMENTAR DE INQUCRITODESTINADA A INVESTIGAR AS ATIVIDADfILIGADAS A IND05TRIA FARMAaUTICA IMTODO O TERRITÓRIO NACIONAL

REQUERIMENTO N.o 25, DE 111711

(CPI)

Prazo: 8-8-79 a 5-5-00

Presidente: Inocêncio Oliveira - PDSVice-Presidente: Dbaldo Dantas - PPRelator: sebastião Rodrigues Junior - PMDBRelator-Substituto: Max Mauro - PMDB

Tfill1al'''

PDS

1'00

José de Castro CoimbraNlI.varro Vieira PIlhoLudlero Raullno Pedro CorreaM.uro Bampalo Wilson FalciolIen.ndro Mlnahim

RJ:UNIOl!23

Quartas e qulntllll-feiras, às 9 :30 horasLocal: Anuo II - Sala das CPIIRamala: 4117 - llOt - M7 - Anexo mSecretário: sebutii.o Augusto Machado

RESOLUÇAO N.o 18/'111

Pruo: 13-09-711 a 0i-0lI-811

Preaidente: Josué de Souza. - PD8. Vice-Pre&ldente: Brabo de Canalho - PD6

Relator: Jader Barbalho - PMDB

~

PTB

PPWalber Ouim.r....

811pleD&elI

PDS

Norton MacedoOdulfo DomlDlu.Ruben PJruefr6

PMDB

Hélio Duquepp

Arnaldo SClul11ttBento Lobo

Utndel ele 11110 .

ItUl1l'al NuclmentoPacheco Chal'u

PDS

Cr.Na.o de Almeida Victor Fontana

PMDB

Pimenta dr. Ve1.a

Wilson LamartlneGomei da 811ft1IArto Stlmm

PMDB

lCrneato de II&rco Euclldu SCalco

R.J:UNIOJJ:S

Qulntu-feiru, li 10:00 hora. .Loc&l: Anexo U- Sala du CP&.Rama1s: 487 • llot - lli7 - AneM mSecretf.r1&: IUrcla de .Andrade Pereira

RJ:QUER.IMI:NTO N.o 22, DE 1~'

(CPI)

Prazo: 00-5~79 a 24·6-00

Presidente: Antônio Morimoto - POOVice-Presidente: João Carloa de CarIl - POS

Relator: Paulo Rattes - PMDB

TU1I1anlI

SaplentM

Vago VacoVAIO Vaco

POOAlberto Hoftmann Rafael FIIftCOBraga Ramos Siqueira Campo.DJ.oco Nomura

1.) COM.lS5l0 PARLAMENTAR DE INQUfRITODESTINADA A PROCEDER A AVALIAÇAO CRI·TICA DA PROBLEMÁTICA DA AGROPECUA·RIA NO BRASIL

PMDB

PTB- OardollO Frecapani

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3114 . Sábado 3 DIARIO no CONGRESSO NA(')ONAL (Seção li

olARIO DO CONGRESSO 'NACIONAL

PREÇO DE ASSIN~TURA.

Seção I (Câmara dos Deputados)

Maio de 1980

Via-Superfície'

Semestre .

Ano

Exemplar avulso

.c-s 400,00

.Cr$ 800,00

... c-s 3,00

Via-Aérea:

Semestre

Ano .

_Exemplar avulso

.. Cr$

. : .. Cr$

.... , .Cr$

1.200,00

2.400,00

5,00

Seção 11 (Senado FederaU

Via-Superfície:

Semestre , Cr$ 400,00

Ano , , .. Cr$ 800,00

Exemplar avulso "",. Cr$ 3,00

Via-Aérea:

Semestre

Ano ", ...

Exemplar avulso

. ,Cr$ 1.200,00

, .Cr$ 2.400,00

, ,Cr$ 5,00

Os pedidos devem ser acompanhados de Cheque Visado, Vale Postal, pagáveis em

Brasília ou Ordem de Pagamento pelo Banco do Brasil SA - Agência Parlamento, Conta­

Corrente nQ 498705/75, a favor do:

Centro Gráfico do Senado Federal

Praça dos Três Poderes - Caixa Postal 1.203 - Brasília - DF

CEP 70,160

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DlARIO DO ,CONGRESSO NACIONAL (Seçãó I)

SOCIEDADES ANÔNIMAS

,..r

Sábado 3 3115

~==========~Maio de 1980

EMERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOSQuadros comparativos anotados

Comparação, dispositivo por dispositivo, da Lei n9 6.404. de 15-12-76,

ao Decreto-lei nC? 2,627, de 26-9-40 - Sociedades por ações.

Confronto entre a Lei nC? 6.385, de 7-12-76, que "dispõe sobre o merca­

do de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários" e a legisla­

ção anterior que disciplinava o mercado de capitais - Lei nQ 4,728, de 14-7-65.

Notas explicativas: histórico das alterações e legislação correlata.

Edição: julho de 1977

PRECO:•

Cr$ 80,00

À VENDA NO SENADO FEDERAL. SUBSECRETARIA DE EDIÇÕES.JtCNICAS (Anexo I)

-Os pedidos de publicação deverão ser dirigidos à .

SUBSECRETARIA DE EDiÇÕES T~CNICAS DO SENADO FEDERAL - BRASiuA - DF -70160. o

acompanhados de chaque nominal. visado. pagével em Brasilia e emitido a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL.

ou pelo sistema de Reembolso Postal.

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3116 Sábado 3 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção })

REGISTROS POBLICOSnova lei anotada

:\Olaio de 1980

R8daçi~ atualizada da Lei n' 6.016173, com as alterações das Leis

n's 6.140174 e 6.216176, contendo notas explicativas e remissivas;

Redação vigente do Decreto n' 4.857, de 9-11-1939, seguida de notas

explicativas do seu texto, com apresentaçAo das redações anteriores.

"Revista delnformaçio Legislativa" n' 46

, 328 pAginas

PREÇO: Cr$ 30.00

À VENDA NO SENADO FEDERAL, SUBSECRETARIA DE EDiÇÕES TÉCNICAS (Anexon

Os pedidos de publicação deverão ser dirigidos à

SUBSECRETARIA DE EDIÇOES TÉCNICAS DO SENADO FEDERAL - BRASILlA - DF -'--70160

acompanhados de cheque nominal. vlsado. pagável em Brasüla e emitido a favor do

CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL.

ou pelo sistema de Reembolso Postal.

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()lARIO no CONâRESSO N.\CIO....,\L ISeçáo J)

REVISTA DE INFORMAÇÃOLEGISLA,TIVA

Está circulando o n9 61 da REVISTA DE INFOR­

MAÇÃO LEGISLATIVA, periódico trimestral de pesquisa jurídica

e documentação legislativa editado pela SUBSECRETARIA DE

-EDIÇOES TÉCNICAS DO SENADO fEDERAL.

Este número contém as teses e conclusões do 19

Congresso Latino-Americano sobre Meios de Comunicação e Pre­

venção do Delito, realizado na Colômbia, extensa pesquisa sobre

a problemática do menor (Luiz Otávio de Oliveira Amaral), o his­

tórico da Emenda Constitucional n9 12/78 e trabalhos doutri-­

nários sobre: a regulamentação do art. 106 da Constituição

(Paulo Emílio Ribeiro de Vilhena), a argüição de relevância da

questão federal (lduna W. Abreu), desenvolvimento do direito

autoral (Antônio Chaves), o orçamento-programa e suas impli­

cações (Ja,!es França Martins), a recente evolução jurisprudencial

na interpretação da Lei n9 4.121 (Arnoldo Wald), legislação pre­

videnciária (Sul/y Alves de Souza), tributação urbana (Fides An­

gélica Ommati), Lei das S.A. (Ofto Gil e José Reinaldo de Lima

Lopes), o princípio da probidade no Código de Processo Civil (Al­

cides de Mendonça Lima) e o "certiorari" americano e a avoca­

tória no STF (lgor Tenório).

A revista, contendo 330 páginas, pode ser obtida

ao preço de Cr$ 30,00, pelo sistema de reembolso postal, dirigi­

do o pedido à SUBSECRETARIA DE EDiÇÕES TÉCNICAS

SENADO FEDERAL - Brasília, DF - CEP: 70.160.

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:Uaiu de 1980DIARIO DO CONGRESSO NACION.o\L (Seção li3118. Sáhadu 3

~~========~

CÓDIGO PENAL MILITARQuadro Comparativo -

Decreto-Lei n9 1.001/69

Decreto-Lei n9 6.227/44

Contendo ainda textos do Anteprojeto (Ivo D'Aquino). Exposição de Mo­

tivos (Min. Gama e Silva). Código de Processo Pena' Militar. Lei de Organi­

zação Judiciária Militar e ementário de 'egislação sobre Justiça Militar e

Segurança Nacional.

"Revista delnformaçio Legislativa" n' 26 - 439 p6ginas

Preço: Cr$ 20,00

À VENDA NO SENADO FEDERAL, SUBSECRETARIA DE EDlÇ6ES T~CNICAS (Anexo I)

Os pedidos de publicação deverão ser dirigidos à .

SUBSECRETARIA DE EDiÇÕES Tt:CNICAS DO SENADO FEDERAl- BRASfLlA - DF -70160

acompanhados de cheque nominal, visado, pagãvel em Brasllia e emitido a favor do

CENTRO GRAFICO DO SENADO FEDERAL.

ou pelo sistema de Reembolso Postel.

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DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

SEGURANCA NACIONAL•

I - Legislação Constitucional

11 - Quadro Comparativo: Decreto-Lei n9 898/69

Decreto-Lei n9 510/69Decreto-Lei n9 ~14/67

Lei n9 1.802/53

III - Notas

IV - Jurisprudência

"Revista de Informação Legislativa" n' 39421 páginas

PREÇO: Cr$ 25,00

.À VENDA NO SENADO FEDERAL. SUBSECRETARIA DE EDiÇÕES Tt:CNICAS (Anexo I)

Os pedidos de publicação deverão ser dirigidos à

SUBSECRETARIA DE EDIÇOES T~CNICASDO SENADO FEDERAL- BRASíLIA - DF -70160

acompanhados de cheque nominal. visado. pagável em Brasilia e emitido a favor do

CEN'rRO GRAFICO DO SENADO fEDERAL.

ou p"eto sistema de Reembolso Postal.

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t-~-·-·-~-·~·_~ -, .._-'~._-_._--~

( mçO~~T~~EM~~R: C~ 1,00 :

Oitntro GrMlco do Senado FederalC&txa Po&U\l 1.203

BráliiUa < -- Dr

----IEOI~ÀO DE HOJE: 56 PÁGINA5

I_________1