1
NOTÍCIAS DO DIA FLORIANÓPOLIS – SEGUNDA-FEIRA, 22 DE NOVEMBRO DE 2010 16 Estado NOTÍCIAS DO DIA FLORIANÓPOLIS – SEGUNDA-FEIRA, 22 DE NOVEMBRO DE 2010 Estado 17 Áreas de risco. Blumenau tem zonas que ainda oferecem perigo para os moradores Lama. Deslizamento na rua Progresso, que isolou o bairro Garcia, onde pelo menos 20 mil pessoas ficaram sem água e sem luz MARCELO MARTINS/ND JOSÉ CARLOS GOES especial para o Notícias do Dia A cada período de chuva, o trauma persiste. A dor das fa- mílias que perderam parentes soterrados ou afogados ainda é intensa. Há dois anos, Santa Catarina vivia o maior desastre natural de sua história, uma tra- gédia que abalou o Brasil. Foram afetados 53 municípios, especial- mente no Vale do Itajaí. Mais de 60 pessoas morreram apenas em Blumenau, Ilhota e Gaspar. Nas áreas de risco de Blume- nau, dois anos depois, duas mil casas estão abandonadas, qui- nhentas delas foram demolidas, e R$ 100 milhões gastos para salvar e reconstruir. Das 25 mil pessoas que ficaram desabriga- das ou desalojadas, 1,3 mil passa- ram estes dois anos dependendo de abrigos públicos, um período difícil, de provações, de deixar a vida privada à mostra. Mas a esperança e um novo ânimo surgiram na última sema- na, quando foram entregues os primeiros 96 apartamentos, no Conjunto Habitacional Parque da Lagoa, no bairro Itoupavazi- nha, para desabrigados. No ápice da tragédia, 76 abrigos chegaram a ser ativados, recebendo 5,4 mil pessoas. Três ações fizeram dimi- nuir o número: casas liberadas pela Defesa Civil, famílias que optaram pelo Auxílio Aluguel e Renda Reação e as pessoas que superaram as condições de vul- nerabilidade social. Restam duas moradias pro- visórias. A prefeitura quer en- tregar, este ano, outros dois con- juntos para 740 famílias. Assim, depois de dois Natais, todos os desabrigados da tragédia cele- brariam as festas de fim de ano em seus próprios lares. Vale do Itajaí. Apesar do que já foi recuperado, a região ainda convive com marcas do desastre A vida após dois anos da tragédia Burocracia atrasa reconstrução, afirma prefeito Dos R$ 100 milhões gastos para salvar, resgatar comunidades e reconstruir Blumenau, R$ 59 milhões saíram dos cofres municipais, conforme o prefeito João Paulo Kleinübing (DEM). Da União, segundo ele, foram solicitados R$ 336,6 milhões, mas chegaram só R$ 27,6 milhões. Para o prefeito, a burocracia foi o principal problema no primeiro ano da reconstrução da cidade. “O tempo para a liberação dos recursos foi maior do que o tempo utilizado para a execução das obras”, observa. O dinheiro que chegou mais rápido (no início do ano passado) foi o da doação dos brasileiros: R$ 13,3 milhões. Dessa verba, R$ 8 milhões foram utilizados para comprar terrenos onde estão sendo concluídas as unidades habitacionais para os desabrigados. O restante, a prefeitura utilizou para outras despesas, como a manutenção das sete moradias provisórias que, juntas, consumiram R$ 12 milhões nestes dois anos. A tragédia, para João Paulo é o divisor de águas no desenvolvimento da cidade. “Hoje precisamos planejar Blumenau de forma diferente. Temos hoje uma outra cidade. Tudo o que planejarmos temos que levar em consideração a nossa situação ambiental e o risco de catástrofes”. DOAÇÕES A população brasileira destinou R$ 13,3 milhões para ajudar na recuperação Famílias atingidas ainda recebem auxílio em Joinville No dia 22 de novembro de 2008, Joinville ficou submersa. Centenas de famílias foram desalojadas, perderam móveis e casas. Ainda hoje, 59 delas recebem auxílio moradia, enquanto aguardam a reconstrução de suas residências. Em dois anos foram destinados R$ 879,7 mil em auxílio moradia. Até o final do ano serão entregues 75 casas construídas com recursos do governo federal, por meio da Cohab/SC. Uma das situações críticas é a dos moradores da rua Missões, no bairro Nova Brasília. Doze casas continuam interditadas pela Defesa Civil, depois que parte do morro desmoronou. De acordo com o diretor executivo da Secretaria de Habitação, José Teixeira Chaves, não tem como voltar a ocupar a área, pois necessitaria de um investimento alto para recuperação. Não há como voltar a ocupar a área. JOSÉ CHAVES, SEC. HABITAÇÃO Novo trauma ao voltar para casa Se a Prefeitura de Blumenau contemplará, até o fim do ano, com moradia, as famílias que estavam nos abrigos, por outro lado, no afã de coibir novas ocupações, acaba provocando traumas. Foi o caso da demolição da casa da trabalhadora têxtil Margarete Angioletti da Silva, no morro da Garuva, na divisa com Gaspar. A Defesa Civil de Blumenau interditou a antiga casa durante a tragédia de 2008. Margarete não recebeu auxílio moradia. A ela também não foi oferecida moradia provisória. Sobreviveu até então do auxílio-reação, que expirou há dois meses. Margarete, então, encontrou como saída reconstruir sua casa num local onde ela julgava mais seguro. Quando terminou de construir, a prefeitura, com força policial, foi ao local e demoliu a construção. Hoje, Margarete vive com seu filho na garagem da casa da mãe dela. O diretor da Defesa Civil, capitão José Egidio de Borba, afirmou que a demolição foi necessária para impedir novas ocupações nas áreas de risco em Blumenau. A demolição foi necessária para impedir novas ocupações. JOSÉ BORBA, DEFESA CIVIL Com mulher e quatro filhos, o pedreiro Pedro Mello de Oliveira, 40 anos, encerra, nesta segunda-feira, uma peregrinação de dois anos, marcada por sofrimento, por abrigos de Blumenau. Eles tiveram que que deixar a casa às pressas em 2008. Sua residência, no bairro Velha, ameaçava desabar. “Levamos geladeira, fogão e o que foi possível para fora, no meio da chuva”, lembra o pedreiro. Nesta segunda-feira, fazem a sua mudança. Eles passam a morar no Residencial Parque da Lagoa. “Agora tudo vai melhorar”, afirmou Maria Aparecida Sabel, ao receber, com seu filho João Victor, as chaves do apartamento com dois quartos no Residencial Parque da Lagoa, no bairro Itoupavazinha, onde passam a morar a partir desta semana. Vão residir no local ela, o marido e dois filhos. A família de Maria Aparecida teve que deixar às pressas o Morro do Coripós uma semana antes da tragédia de 2008. Moravam na rua Germano Grosch, que simplesmente desapareceu com os deslizamentos. Depois da ocorrência, a família passou a morar em moradias provisórias. Inicialmente ficou alojada num abrigo do bairro Progresso e, por último, num colégio perto do Centro da cidade. MARCELO MARTINS/ND ARQUIVO/ND MARCELO MARTINS/ND FIM DO SOFRIMENTO UMA NOVA VIDA INVESTIMENTOS Feitos pela Defesa Civil Município Valor Camboriú R$ 687.995 Itajaí R$ 3.078.670 Navegantes R$ 641.559 Gaspar R$ 1.910.895 Luiz Alves R$ 1.003.950 Ilhota R$ 1.864.622 Blumenau R$ 7.522.023 Brusque R$ 7.417.667 Benedito Novo R$ 780.893 Florianópolis R$ 8.224.078 Palhoça R$ 1.005.655 São José R$ 1.259.905 São Pedro de Alcântara R$ 708.0070 Joinville R$ 2.421.495 Laguna R$ 1.669.251 Outros R$ 6.037.540 Total R$ 46.234.255 ILHOTA Radiografia Número de mortes: 23 Áreas mais afetadas por deslizamentos: Alto Baú e Baú Baixo Gasto na reconstrução em dois anos: R$ 20 milhões Casas entregues: 112, a maioria no terreno dos próprios moradores. GASPAR Ainda há problemas Número de Mortes: 23 Passados dois anos: Ainda há problemas com a umidade do solo. Em janeiro de 2010, uma ponte caiu no Vale da Fumaça. Em maio, uma ponte caiu no bairro Belchior Baixo, e uma barreira no bairro Arraial D’Ouro. O tempo para liberar verbas foi maior do que o tempo utilizado para executar obras de reconstrução. JOÃO PAULO, PREFEITO BLUMENAU Resumo da reconstrução Reestruturação completa ou reconstrução de 22 pontilhões, 6 pontes, 1 passarela e 8 ruas. 2,6 milhões de m³ de remoção de barreiras, equivalente à carga de 260 mil caminhões. 96 ribeirões limpos e desassoreados. 17 mil metros de canalização de águas pluviais. 84,8 mil metros de limpeza de canalizações de águas pluviais e esgoto, mais que a distância entre Blumenau e Balneário Camboriú. 224,7 mil m² de recuperação de calçamento em mais de 1,5 mil ruas. 24,8 mil m² de recuperação de pista (asfalto) em mais de 200 ruas. Investidos mais de R$ 40 milhões em limpeza de ruas, tubulações, remoção de barreiras, fechamento de buracos, entre outros serviços. Investidos mais de R$ 3 milhões em consertos de adutoras, ligações e tubulação. Montagem de seis complexos de moradias provisórias para 300 famílias e ajuda de custo no aluguel para mais de 2 mil famílias atingidas. Fonte: Prefeitura de Blumenau SC Sistema mede nível de rios e ribeirões em Itajaí Em Itajaí, os desabrigados vivem de aluguel pago pelo município. Cerca de R$ 316 mil foram investidos na instalação da estação de telemetria e rádio e comunicação, que deve medir o nível de rios e ribeirões por meio de sensores. Com isso, a Defesa Civil municipal aposta na prevenção. O porto de Itajaí teve um berço reconstruído no mês passado. “Ele volta a funcionar normalmente depois de quase dois anos operando com apenas metade da sua capacidade. A cidade está ainda se reconstruindo, mas a Defesa Civil trabalha 24 horas por dia hoje na prevenção de acontecimentos como esse”, diz o gerente de prevenção da Defesa Civil, Marinho Lopes.

REPORTAGEM ESPECIAL DOIS ANOS TRAGÉDIA VALE DO ITAJAÍ

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Página central do Jornal Notícias do Dia, edição de 22 de outubro de 2.010 com reportagem especial do jornalista José Carlos Goes sobre os dois anos da tragédia no Vale do Itajaí

Citation preview

Page 1: REPORTAGEM ESPECIAL DOIS ANOS TRAGÉDIA VALE DO ITAJAÍ

notícias do dia Florianópolis – segunda-Feira, 22 de novembro de 201016 Estado notícias do dia

Florianópolis – segunda-Feira, 22 de novembro de 2010 Estado 17

Áreas de risco. Blumenau tem zonas que ainda oferecem perigo para os moradores

Lama. Deslizamento na rua Progresso, que isolou o bairro Garcia, onde pelo menos 20 mil pessoas ficaram sem água e sem luz

Ma

rc

elo

Ma

rti

ns

/nd

José Carlos Goesespecial para o Notícias do Dia

A cada período de chuva, o trauma persiste. A dor das fa-mílias que perderam parentes soterrados ou afogados ainda é intensa. Há dois anos, Santa Catarina vivia o maior desastre natural de sua história, uma tra-gédia que abalou o Brasil. Foram afetados 53 municípios, especial-mente no Vale do Itajaí. Mais de 60 pessoas morreram apenas em Blumenau, Ilhota e Gaspar.

Nas áreas de risco de Blume-nau, dois anos depois, duas mil

casas estão abandonadas, qui-nhentas delas foram demolidas, e R$ 100 milhões gastos para salvar e reconstruir. Das 25 mil pessoas que ficaram desabriga-das ou desalojadas, 1,3 mil passa-ram estes dois anos dependendo de abrigos públicos, um período difícil, de provações, de deixar a vida privada à mostra.

Mas a esperança e um novo ânimo surgiram na última sema-na, quando foram entregues os primeiros 96 apartamentos, no Conjunto Habitacional Parque da Lagoa, no bairro Itoupavazi-nha, para desabrigados. No ápice

da tragédia, 76 abrigos chegaram a ser ativados, recebendo 5,4 mil pessoas. Três ações fizeram dimi-nuir o número: casas liberadas pela Defesa Civil, famílias que optaram pelo Auxílio Aluguel e Renda Reação e as pessoas que superaram as condições de vul-nerabilidade social.

Restam duas moradias pro-visórias. A prefeitura quer en-tregar, este ano, outros dois con-juntos para 740 famílias. Assim, depois de dois Natais, todos os desabrigados da tragédia cele-brariam as festas de fim de ano em seus próprios lares.

Vale do Itajaí. Apesar do que já foi recuperado, a região ainda convive com marcas do desastre

a vida após dois anos da tragédia

Burocracia atrasa reconstrução, afirma prefeitoDos R$ 100 milhões gastos

para salvar, resgatar comunidades e reconstruir Blumenau, R$ 59 milhões saíram dos cofres municipais, conforme o prefeito João Paulo Kleinübing (DEM). Da União, segundo ele, foram solicitados R$ 336,6 milhões, mas chegaram só R$ 27,6 milhões.

Para o prefeito, a burocracia foi o principal problema no primeiro ano da reconstrução da cidade. “O tempo para a liberação dos recursos foi maior do que o tempo utilizado para a execução das obras”, observa.

O dinheiro que chegou mais rápido (no início do ano passado) foi o da doação dos brasileiros: R$ 13,3 milhões.

Dessa verba, R$ 8 milhões foram utilizados para comprar terrenos onde estão sendo concluídas as unidades habitacionais para os desabrigados. O restante, a prefeitura utilizou para outras despesas, como a manutenção das sete moradias provisórias que, juntas, consumiram R$ 12 milhões nestes dois anos.

A tragédia, para João Paulo é o divisor de águas no desenvolvimento da cidade. “Hoje precisamos planejar Blumenau de forma diferente. Temos hoje uma outra cidade. Tudo o que planejarmos temos que levar em consideração a nossa situação ambiental e o risco de catástrofes”.

DOAÇÕESA população

brasileira destinou

R$ 13,3 milhões para ajudar na recuperação

Famílias atingidas ainda recebem auxílio em JoinvilleNo dia 22 de novembro de 2008,

Joinville ficou submersa. Centenas de famílias foram desalojadas, perderam móveis e casas. Ainda hoje, 59 delas recebem auxílio moradia, enquanto aguardam a reconstrução de suas residências. Em dois anos foram destinados R$ 879,7 mil em auxílio moradia. Até o final do ano serão entregues 75 casas construídas com recursos do governo

federal, por meio da Cohab/SC. Uma das situações críticas é a dos

moradores da rua Missões, no bairro Nova Brasília. Doze casas continuam interditadas pela Defesa Civil, depois que parte do morro desmoronou. De acordo com o diretor executivo da Secretaria de Habitação, José Teixeira Chaves, não tem como voltar a ocupar a área, pois necessitaria de um investimento alto para recuperação.

Não há como voltar

a ocupar a área.

josé chaves, sec. habitação

Novo trauma ao voltar para casaSe a Prefeitura de Blumenau contemplará, até o

fim do ano, com moradia, as famílias que estavam nos abrigos, por outro lado, no afã de coibir novas ocupações, acaba provocando traumas. Foi o caso da demolição da casa da trabalhadora têxtil Margarete Angioletti da Silva, no morro da Garuva, na divisa com Gaspar. A Defesa Civil de Blumenau interditou a antiga casa durante a tragédia de 2008. Margarete não recebeu auxílio moradia. A ela também não foi oferecida moradia provisória. Sobreviveu até então do auxílio-reação, que expirou há dois meses.

Margarete, então, encontrou como saída reconstruir sua casa num local onde ela julgava mais seguro. Quando terminou de construir, a prefeitura, com força policial, foi ao local e demoliu a construção. Hoje, Margarete vive com seu filho na garagem da casa da mãe dela.

O diretor da Defesa Civil, capitão José Egidio de Borba, afirmou que a demolição foi necessária para impedir novas ocupações nas áreas de risco em Blumenau.

A demolição foi

necessária para impedir

novas ocupações.

josé BoRBa, defesa civil

Com mulher e quatro filhos, o pedreiro Pedro Mello de Oliveira, 40 anos, encerra, nesta segunda-feira, uma peregrinação de dois anos, marcada por sofrimento, por abrigos de Blumenau. Eles tiveram que

que deixar a casa às pressas em 2008. Sua residência, no bairro Velha, ameaçava desabar. “Levamos geladeira, fogão e o que foi possível para fora, no meio da chuva”, lembra o pedreiro. Nesta segunda-feira, fazem a sua mudança. Eles passam a morar no

Residencial Parque da Lagoa.

“Agora tudo vai melhorar”, afirmou Maria Aparecida Sabel, ao receber, com seu filho João

Victor, as chaves do apartamento com dois quartos no Residencial Parque da Lagoa, no bairro

Itoupavazinha, onde passam a morar a partir desta semana. Vão residir no local ela, o marido e dois filhos. A família de Maria Aparecida teve que deixar às pressas o Morro do Coripós uma

semana antes da tragédia de 2008. Moravam na rua Germano Grosch, que simplesmente desapareceu

com os deslizamentos. Depois da ocorrência, a família passou a morar em moradias provisórias. Inicialmente ficou alojada num abrigo do bairro Progresso e, por último, num colégio perto do

Centro da cidade.

Ma

rc

elo

Ma

rti

ns

/nd

ar

qu

ivo

/nd

Ma

rc

elo

Ma

rti

ns

/nd

Fim do soFrimento

Uma nova vida

INVEStIMENtOSFeitos pela Defesa Civil

Município ValorCamboriú r$ 687.995itajaí r$ 3.078.670navegantes r$ 641.559gaspar r$ 1.910.895luiz alves r$ 1.003.950ilhota r$ 1.864.622blumenau r$ 7.522.023brusque r$ 7.417.667benedito novo r$ 780.893Florianópolis r$ 8.224.078palhoça r$ 1.005.655são José r$ 1.259.905são pedro de alcântara r$ 708.0070Joinville r$ 2.421.495laguna r$ 1.669.251outros r$ 6.037.540 Total R$ 46.234.255

ILhOtARadiografia

número de mortes: 23 Áreas mais afetadas por

deslizamentos: alto baú e baú baixo gasto na reconstrução em dois

anos: r$ 20 milhões Casas entregues: 112, a maioria

no terreno dos próprios moradores.

GASPARAinda há problemas

número de mortes: 23

Passados dois anos:ainda há problemas com a umidade do solo. em janeiro de 2010, uma ponte caiu no vale da Fumaça. em maio, uma ponte caiu no bairro belchior baixo, e uma barreira no bairro arraial d’ouro.

O tempo para liberar verbas foi maior do que o tempo

utilizado para executar obras de

reconstrução.

joão Paulo, prefeito

BLuMENAuResumo da reconstrução

reestruturação completa ou reconstrução de 22 pontilhões, 6 pontes, 1 passarela e 8 ruas.

2,6 milhões de m³ de remoção de barreiras, equivalente à carga de 260 mil caminhões.

96 ribeirões limpos e desassoreados. 17 mil metros de canalização de águas pluviais. 84,8 mil metros de limpeza de canalizações de

águas pluviais e esgoto, mais que a distância entre blumenau e balneário Camboriú.

224,7 mil m² de recuperação de calçamento em mais de 1,5 mil ruas.

24,8 mil m² de recuperação de pista (asfalto) em mais de 200 ruas.

investidos mais de r$ 40 milhões em limpeza de ruas, tubulações, remoção de barreiras, fechamento de buracos, entre outros serviços.

investidos mais de r$ 3 milhões em consertos de adutoras, ligações e tubulação.

montagem de seis complexos de moradias provisórias para 300 famílias e ajuda de custo no aluguel para mais de 2 mil famílias atingidas.

Fonte: Prefeitura de Blumenau SC

Sistema mede nível de rios e ribeirões em Itajaí

Em Itajaí, os desabrigados vivem de aluguel pago pelo município. Cerca de R$ 316 mil foram investidos na instalação da estação de telemetria e rádio e comunicação, que deve medir o nível de rios e ribeirões por meio de sensores. Com isso, a Defesa Civil municipal aposta na prevenção. O porto de Itajaí teve um berço reconstruído no mês passado. “Ele volta a funcionar normalmente depois de quase dois anos operando com apenas metade da sua capacidade. A cidade está ainda se reconstruindo, mas a Defesa Civil trabalha 24 horas por dia hoje na prevenção de acontecimentos como esse”, diz o gerente de prevenção da Defesa Civil, Marinho Lopes.