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Exame Rápido de Casos Comunicação de informações sobre sustentabilidade: balanço da situação nas instituições e agências da UE Junho de 2019 PT

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Exame Rápido de Casos Comunicação de informações sobre sustentabilidade: balanço da situação nas instituições e agências da UE

Junho de 2019

PT

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Índice

Pontos

Síntese I-VIII

Introdução 01-21 Desenvolvimento sustentável e sustentabilidade 01-05

Comunicação de informações sobre sustentabilidade 06-11

Motivos para divulgar informações sobre sustentabilidade 12-14

O que incluir nos relatórios sobre sustentabilidade e onde os publicar 15-21

Âmbito e método do exame 22-25

Pré-requisitos da comunicação de informações sobre sustentabilidade 26-43 Participação das partes interessadas 27-28

Elaboração de uma estratégia 29-38

Integração 39-43

Comunicação de informações sobre a sustentabilidade nas instituições e agências da UE 44-66 Relatórios sobre o desempenho da Comissão 47-53

Relatório do Eurostat sobre os progressos rumo aos ODS no contexto da UE 54-56

Informações sobre sustentabilidade prestadas pelas instituições e agências da UE 57-66

Auditoria às informações sobre sustentabilidade 67-72

Desafios para a comunicação de informações sobre sustentabilidade nas instituições e agências da UE 73-82

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Anexos Anexo I Abordagem e metodologia

Anexo II Informações relacionadas com a sustentabilidade, publicadas ou recolhidas por instituições e agências da UE

Siglas e acrónimos

Glossário

Notas de fim

Equipa do TCE

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Síntese I A União Europeia está empenhada em aplicar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e os seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O presente exame faz um balanço da situação da comunicação de informações sobre o cumprimento dos ODS e a sustentabilidade a nível da UE, bem como da comunicação pelas instituições e agências da UE.

II A comunicação de informações sobre sustentabilidade consiste na prática de medir e divulgar o desempenho organizacional no cumprimento do objetivo de um desenvolvimento sustentável, e assumir a responsabilidade por esse desempenho perante as partes interessadas internas e externas. A comunicação de informações sobre sustentabilidade é simultaneamente um instrumento de gestão e de responsabilização. Consiste na prestação de informações sobre a forma como uma organização tem em conta as questões de sustentabilidade nas suas operações e sobre os seus impactos ambientais, sociais e económicos.

III A Comissão e as outras instituições da UE não têm uma obrigação jurídica específica de elaborar relatórios sobre sustentabilidade. Uma vez que a UE assumiu um compromisso com os ODS e com a concretização de um desenvolvimento sustentável em geral, seria de esperar que a comunicação de informações sobre sustentabilidade fosse parte integrante dos relatórios sobre o desempenho e os resultados.

IV O presente exame mostra que a Comissão não comunica informações sobre o contributo do orçamento ou das políticas da UE para o cumprimento dos ODS. A exceção é o domínio da ação externa, no qual a Comissão começou a adaptar o seu sistema de elaboração de relatórios sobre o desempenho em função dos ODS e da sustentabilidade. A Comissão publicou recentemente um documento de reflexão em que descreve determinadas políticas da Comissão relacionadas com os ODS. O serviço de estatística da UE (o Eurostat) publica uma descrição global dos progressos rumo aos ODS no âmbito da UE, mas sem procurar medir o contributo das políticas e do orçamento da UE para a realização da Agenda 2030.

V O presente exame revela igualmente que os pré-requisitos necessários a uma comunicação de informações sobre sustentabilidade significativa ainda estão, em grande medida, por aplicar. A Comissão publicou um documento de reflexão em que descreve cenários para uma Europa sustentável, mas não existe atualmente uma estratégia da UE que aborde os ODS até 2030.

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VI O presente exame analisou também o trabalho das instituições (que não a Comissão) e agências da UE no domínio da comunicação de informações sobre sustentabilidade. O Tribunal constatou que uma instituição da UE, o Banco Europeu de Investimento, e uma agência da UE, o Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia, publicam relatórios sobre sustentabilidade. Outras instituições e agências da UE recolhem algumas informações relacionadas com a sustentabilidade, e por vezes publicam-nas, ainda que de forma fragmentada e incompleta e sem ter em conta todos os aspetos da sustentabilidade. As informações dizem respeito principalmente ao modo como o funcionamento das organizações afeta a sustentabilidade e não à forma como as mesmas tiveram em conta a sustentabilidade nas suas estratégias globais e operações.

VII O presente exame salienta os benefícios para as organizações por comunicarem informações sobre sustentabilidade e descreve a evolução da auditoria a este tema. Além disso, apresenta exemplos de práticas adotadas nos Estados-Membros, nos setores público e privado.

VIII O Tribunal identifica quatro desafios para as instituições e agências da UE em matéria de comunicação de informações sobre sustentabilidade:

o elaborar uma estratégia da UE pós-2020 que aborde os ODS e a sustentabilidade;

o integrar a sustentabilidade e os ODS no orçamento e no quadro de desempenho da UE;

o reforçar a comunicação de informações sobre a sustentabilidade nas instituições e agências da UE;

o aumentar a credibilidade da comunicação de informações sobre sustentabilidade através da auditoria.

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Introdução

Desenvolvimento sustentável e sustentabilidade

01 O desenvolvimento sustentável é normalmente definido como um desenvolvimento que satisfaça as necessidades do presente sem prejudicar a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades1.

02 É entendido como uma abordagem global que une os três pilares da sustentabilidade: económico, social e ambiental2. A integração destes pilares não implica necessariamente uma solução de compromisso entre o ambiente e o desenvolvimento económico3. Na verdade, o desenvolvimento sustentável pode criar emprego e crescimento4.

03 A sustentabilidade atrai cada vez mais atenção com a consciencialização de que as alterações climáticas já estão a perturbar as economias e as sociedades, afetando várias partes da sociedade de diferentes formas5. Tal demonstra que as dimensões ambiental, social e económica da sustentabilidade estão estreitamente ligadas. O Centro Europeu de Estratégia Política – o círculo de reflexão da Comissão – salientou que ignorar estas ligações constitui um dos maiores riscos para a sustentabilidade futura da UE6.

04 A adoção da Agenda 20307 e dos seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pela Assembleia Geral das Nações Unidas deu um considerável novo ímpeto ao desenvolvimento sustentável a nível mundial. Os ODS (figura 1) baseiam-se nas três dimensões da sustentabilidade e incluem elementos de desenvolvimento económico, inclusão social e gestão sustentável do ambiente8. Ao contrário dos seus antecessores – os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio –, os ODS são universais e dirigidos a todos os países.

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Figura 1 – Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Fonte: https://www.un.org/sustainabledevelopment/news/communications-material/. © Organização das Nações Unidas

05 A UE e os seus Estados-Membros9 comprometeram-se a aplicar a Agenda 2030 e a contribuir para a realização dos ODS. Além disso, o desenvolvimento sustentável está incorporado nos Tratados da UE (caixa 1).

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Caixa 1

O compromisso com o desenvolvimento sustentável e a sua compreensão pela UE

Quando assumiu o compromisso com a Agenda 2030, a Comissão afirmou que "a UE está empenhada num desenvolvimento que satisfaça as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades. Uma vida digna para todos, dentro dos limites do planeta, que concilie prosperidade económica e eficiência, sociedades pacíficas, inclusão social e responsabilidade ambiental, é a essência do desenvolvimento sustentável."

"Próximas etapas para um futuro europeu sustentável – Ação europeia para a sustentabilidade"

O desenvolvimento sustentável já estava estabelecido como um objetivo nos Tratados da UE antes da Agenda 2030.

A UE deve empenhar-se "no desenvolvimento sustentável da Europa, assente num crescimento económico equilibrado e na estabilidade dos preços, numa economia social de mercado altamente competitiva que tenha como meta o pleno emprego e o progresso social, e num elevado nível de proteção e de melhoramento da qualidade do ambiente", contribuindo para "o desenvolvimento sustentável do planeta (…)".

Artigo 3º do Tratado da União Europeia (TUE)

O desenvolvimento sustentável é um elemento importante dos objetivos da ação externa da UE, no âmbito da qual a União deve:

"d) apoiar o desenvolvimento sustentável nos planos económico, social e ambiental dos países em desenvolvimento, tendo como principal objetivo erradicar a pobreza;".

Artigo 21º, nº 2, do TUE.

Comunicação de informações sobre sustentabilidade

06 A comunicação de informações sobre sustentabilidade consiste na prática de medir e divulgar o desempenho organizacional no cumprimento do objetivo de um desenvolvimento sustentável, e assumir a responsabilidade por esse desempenho perante as partes interessadas internas e externas. Consiste na prestação de informações sobre a forma como uma organização tem em conta as questões de sustentabilidade nas suas operações e sobre os seus impactos ambientais, sociais e económicos. A Iniciativa Global Reporting, um interveniente fundamental no apoio a este desenvolvimento que publicou a norma mais frequentemente utilizada10, define a

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comunicação de informações sobre sustentabilidade como um relatório publicado por uma empresa ou organização sobre os impactos económicos, ambientais e sociais provocados pelas suas atividades diárias, apresentando igualmente os valores e o modelo de governação da organização e demonstrando a ligação entre a sua estratégia e o seu compromisso com uma economia mundial sustentável11. Os relatórios sobre sustentabilidade elaborados por empresas têm cada vez mais em conta os ODS12.

07 A comunicação de informações sobre sustentabilidade desenvolveu-se no setor privado e está lentamente a alargar-se ao setor público, no qual pode ser elaborada por empresas públicas ou entidades governamentais. Identificando exemplos do setor privado, o presente exame pretende demonstrar as possibilidades de desenvolvimento desta comunicação. No setor privado, utilizam-se vários termos para designar a comunicação de informações sobre sustentabilidade: "relato sobre informações não financeiras"; "comunicação de informações sobre a responsabilidade social das empresas (RSE)"; "comunicação de informações sobre questões ambientais, sociais e de governação (ESG)". Está igualmente inserida em "relatórios externos alargados" ou em "relatórios integrados". O termo utilizado ao longo do presente exame é "comunicação de informações sobre sustentabilidade".

08 Não obstante a definição global acima referida, a comunicação de informações sobre sustentabilidade no setor privado varia bastante, desde a comunicação apenas sobre um determinado impacto ambiental de uma empresa, por exemplo a sua utilização da água, até à comunicação de informações sobre uma integração mais abrangente da sustentabilidade no conjunto dos seus processos empresariais, por exemplo a análise do modo como as alterações climáticas reduzem a disponibilidade de água e ameaçam o seu modelo de negócio13. A figura 2 ilustra estas duas perspetivas: o impacto que uma organização pode ter nas alterações climáticas com as suas atividades e o impacto que as alterações climáticas podem produzir nas suas operações empresariais.

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Figura 2 – Duas perspetivas dos relatórios sobre sustentabilidade, tomando como exemplo as alterações climáticas14

Fonte: TCE, com base no documento de consulta da Comissão relativo à atualização das orientações não vinculativas sobre a comunicação de informações não financeiras.

09 Com a Diretiva 2014/95/UE, a União tornou obrigatória para certas grandes empresas a divulgação de um mínimo de informações não financeiras sobre a sustentabilidade (caixa 2). No que diz respeito à divulgação de informações no setor público e de empresas públicas, existem exemplos em alguns Estados-Membros15 (caixa 3).

Impacto das alterações climáticas na organização

Impacto da organização nas alterações climáticas

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Caixa 2

A Diretiva 2014/95/UE introduziu uma obrigação de divulgação de informações para determinadas grandes empresas16

As atuais obrigações previstas pela UE em matéria de comunicação de informações sobre a sustentabilidade aplicam-se a grandes entidades de interesse público. No total, aplicam-se a aproximadamente 7 400 empresas, bancos e companhias de seguros cotados em bolsa, bem como a outras entidades identificadas pelos Estados-Membros17. Segundo a diretiva, trata-se normalmente de grandes empresas com mais de 500 trabalhadores.

Segundo um estudo de 2017 da Iniciativa Global Reporting, CSR Europe e Accountancy Europe sobre a aplicação da diretiva, alguns Estados-Membros ampliaram o âmbito dessa aplicação18. Por exemplo, a Suécia diminuiu o limiar de 500 para 250 trabalhadores, e tanto a Suécia como a Dinamarca exigem que as grandes empresas apresentem fichas de informação não financeira. O mesmo acontece em Espanha com as empresas que têm um volume de negócios de 2 mil milhões de euros e 4 000 trabalhadores. Alguns Estados-Membros aplicam a diretiva a empresas controladas pelo Estado e a grandes municípios19.

Alguns Estados-Membros incluíram especificamente os fundos de pensões e as sociedades de gestão de ativos20. O Reino Unido e o Luxemburgo, que acolhem os maiores setores de fundos de investimento da UE, não fizeram o mesmo.

O ponto 18 aborda os tipos de informações sobre sustentabilidade que são divulgadas.

Caixa 3

Comunicação de informações sobre sustentabilidade em empresas públicas suecas

A comunicação de informações sobre o impacto que sustentabilidade tem nas empresas e o impacto que estas têm na sustentabilidade é uma prática das empresas públicas suecas desde 2008. As 47 empresas públicas suecas, que representam um valor combinado de 53,3 mil milhões de euros, são obrigadas a apresentar nos seus relatórios anuais informações relativas às metas financeiras e não financeiras que estipularam, ao seu desempenho e à forma como abordam as questões da sustentabilidade em geral. A política de propriedade pública de 2017 afirmava que as empresas públicas devem analisar os objetivos de sustentabilidade globais da Agenda 2030 para identificar aqueles em que cada empresa tem impacto e para os quais contribui nas suas atividades.

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10 A Agenda 2030 incentiva os governos a enviar às Nações Unidas relatórios nacionais voluntários sobre os progressos do respetivo país na realização dos ODS, que devem analisar o desempenho deste na prossecução do desenvolvimento sustentável. Em março de 2019, 24 dos 28 Estados-Membros da UE tinham apresentado esse relatório21. A comunicação de informações às Nações Unidas também pode ocorrer a nível da UE, tendo o Conselho e o Parlamento solicitado à Comissão que elaborasse um relatório para o efeito22 (ponto 56).

11 A figura 3 apresenta uma síntese dos diferentes níveis de comunicação de informações relativas ao desenvolvimento sustentável.

Figura 3 – Quem pode elaborar relatórios sobre sustentabilidade?

Fonte: TCE.

Motivos para divulgar informações sobre sustentabilidade

12 No setor privado, as empresas divulgam informações sobre sustentabilidade principalmente em resposta a exigências dos investidores, da sociedade civil e dos consumidores. Os mercados financeiros e os investidores exercem uma pressão

Fórum Político de Alto Nível da ONU

Parlamento e outras partes interessadas

Proprietários, decisores, etc.

Comunicação de informações a nível

nacional

Relatórios dos governos dos Estados-Membros

Comunicação de informações a nível da UE

Relatórios da Comissão Europeia

Comunicação de informações a nível

organizacional

Relatórios de:• empresas privadas• organizações sem fins

lucrativos• instituições públicas

(universidades, hospitais, etc.)

• instituições e agências específicas da UE

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crescente sobre as empresas para que divulguem os riscos relacionados com a sustentabilidade, pois estes são também cada vez mais encarados como riscos financeiros. Por exemplo, a divulgação dos riscos e oportunidades das empresas relacionados com o clima permite aos investidores avaliar melhor os investimentos e os ativos e tomar decisões empresariais de forma mais eficiente23.

13 As empresas e o setor público têm forças motrizes diferentes: enquanto as empresas, em última análise, têm de obter lucros, o setor público preocupa-se com a prestação de bens públicos. No entanto, dado que a satisfação das partes interessadas é crucial para ambos, as motivações e os benefícios da comunicação de informações podem ser semelhantes no setor público e no privado. A figura 4 ilustra as diferentes motivações no âmbito das duas finalidades subjacentes à comunicação de informações: 1) um instrumento de gestão; 2) um instrumento para responsabilizar os gestores ou uma organização.

14 Globalmente, a comunicação de informações sobre sustentabilidade pelo setor público cria um quadro para associar o desempenho financeiro à forma como a organização utiliza e influencia os recursos e relações significativos de que depende24. A exigência da comunicação de informações de uma organização pública sobre os aspetos fundamentais do seu desempenho pode aumentar a transparência e a responsabilização e proporcionar orientação em matéria de governação e comportamento ético25.

Figura 4 – Motivações internas e externas da comunicação de informações sobre sustentabilidade

Fonte: TCE.

Comunicação de informações como instrumento de gestão

Motivação interna

Comunicação de informações como instrumento de responsabilização

Motivação externa

• Melhorar a gestão dos riscos• Poupar recursos e dinheiro• Obter melhores informações para a tomada

de decisões• Melhorar a satisfação dos trabalhadores

• Melhorar a comunicação com as partes interessadas

• Aumentar a responsabilização e a transparência

• Criar uma imagem positiva e confiável• Reforçar a confiança

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O que incluir nos relatórios sobre sustentabilidade e onde os publicar

15 O conceito essencial para decidir o que divulgar é a "materialidade". Devem ser publicados apenas conteúdos "materiais" ou importantes; assim, as informações prestadas podem variar de forma significativa entre organizações, consoante a sua avaliação de materialidade. Em comparação com a informação financeira, em que a materialidade é definida em termos financeiros, na comunicação de informações sobre sustentabilidade essa definição é mais complexa e, por vezes, menos concreta (caixa 4).

Caixa 4

Definições diferentes de materialidade na informação financeira e não financeira

No caso da informação financeira, a UE define "material" como "a característica da informação sempre que se possa razoavelmente prever que a sua omissão ou apresentação incorreta influencia as decisões tomadas pelos utilizadores com base nas demonstrações financeiras da empresa. A materialidade de um elemento é avaliada no contexto de outros elementos similares"26.

No caso da informação não financeira, constitui informação material a que é divulgada "[n]a medida do necessário à compreensão do desenvolvimento, do desempenho ou da situação da empresa (…) e do impacto das suas atividades"27.

Segundo a Iniciativa Global Reporting, os relatórios sobre sustentabilidade devem abranger todos os aspetos que reflitam os impactos económicos, ambientais e sociais significativos da empresa ou que influenciem substancialmente as avaliações e as decisões das partes interessadas28. Esta definição implica que a materialidade de uma organização deve também ser avaliada em função do que as partes interessadas consideram material para essa organização (por exemplo, na perspetiva dos investidores).

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16 A caixa 5 demonstra o que pode significar na prática a informação não financeira.

Caixa 5

Informação não financeira num banco e numa fábrica de cerveja

Um banco pode não considerar que o seu consumo de água nos escritórios e nas agências constitui uma questão material a incluir no seu relatório de gestão. Pode, todavia, entender que o impacto social e ambiental dos projetos que financia, bem como o seu papel de apoio à economia real de uma localidade, região ou país, são informações materiais29.

Ao invés, uma fábrica de cerveja pode considerar que o seu consumo de água durante a produção constitui uma questão material e incluí-la no seu relatório de gestão. Pode também divulgar o impacto das alterações climáticas nas suas atividades, devido a uma possível escassez de água em vários locais de produção.

17 Para clarificar o que é material e o que pode ser relevante do ponto de vista económico, ambiental e social, várias organizações elaboraram orientações (ou normas voluntárias) para a comunicação de informações sobre sustentabilidade no setor privado: por exemplo, a Iniciativa Global Reporting, o Comité Internacional de Informação Integrada e o Sustainability Accounting Standards Board. Destas, as mais utilizadas são as da Iniciativa Global Reporting. Em 2019, a plataforma "Corporate Reporting Dialogue" juntou várias destas organizações30 para promover um melhor alinhamento entre enquadramentos de modo a facilitar a elaboração de relatórios e melhorar as informações destes para utilização pelas principais partes interessadas, em especial os investidores31.

18 A Diretiva 2014/95/UE relativa às informações não financeiras e as orientações da Comissão permitem a utilização de todos estes quadros existentes32. No mínimo, os relatórios devem conter informações referentes "às questões ambientais, sociais e relativas aos trabalhadores, ao respeito dos direitos humanos, ao combate à corrupção e às tentativas de suborno"33. Para um subgrupo de entidades, a comunicação de informações sobre a diversidade (por exemplo, em termos de sexo) é obrigatória.

19 O objetivo da diretiva era, desde o início, abranger os impactos que as empresas têm na sustentabilidade e, em sentido inverso, o modo como as empresas são afetadas pelos desafios da sustentabilidade. Contudo, a investigação tem demonstrado que a comunicação de informações das organizações tende a centrar-se no primeiro destes fatores, nomeadamente em questões como o seu impacto ambiental. Tem havido menos comunicação de informações sobre a forma como as empresas são

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afetadas pelos riscos de sustentabilidade e como incorporam esses riscos no seu modelo de negócio34.

20 Segundo a Comissão, ainda existem lacunas significativas, sendo urgentemente necessárias melhorias adicionais na quantidade, qualidade e comparabilidade das divulgações para satisfazer as necessidades dos investidores e de outras partes interessadas35. Tendo em conta a evolução a nível internacional36, a Comissão realizou uma consulta pública na primavera de 2019 dedicada à atualização das orientações para aplicação da diretiva, a fim de proporcionar linhas orientadoras adicionais sobre as divulgações relacionadas com o clima37. Para o setor financeiro, no qual a Comissão constatou que os investidores institucionais, os gestores de ativos e os consultores financeiros ainda não ponderam coerentemente os fatores e riscos de sustentabilidade no processo de investimento, também foi proposta legislação específica38.

21 As organizações podem publicar informações sob a forma de um relatório autónomo ou inseridas nos seus relatórios financeiros ou anuais, bem como apresentá-las noutras formas. A diretiva da UE, por exemplo, deixa estas opções em aberto, e apenas uma minoria de Estados-Membros39 decidiu exigir a publicação numa forma integrada40. Em termos de responsabilização e transparência face às partes interessadas, várias organizações profissionais recomendam que, para reforçar estes valores, as entidades publiquem as informações em relatórios anuais, relatórios financeiros ou relatórios de gestão anuais41. No caso da Comissão Europeia, o Tribunal recomendou anteriormente que esta instituição apresentasse um único relatório ou conjunto de relatórios de prestação de contas, de que devem constar, nomeadamente, informações sobre o desempenho não financeiro, informações sobre as atividades e declarações de sustentabilidade orçamental a médio e longo prazo42.

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Âmbito e método do exame 22 O presente exame apresenta uma visão geral das formas como a UE e as suas instituições e agências comunicam informações sobre o desenvolvimento sustentável. Faz um balanço da situação da comunicação de informações, a nível da UE, sobre o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e, a nível das instituições e agências da União, sobre a sustentabilidade.

23 O Tribunal efetuou o exame por quatro motivos principais:

o O Conselho e o Parlamento Europeu solicitaram à Comissão que apresentasse um relatório sobre a execução interna e externa da Agenda 2030, em nome da UE, às Nações Unidas até 201943. O Parlamento Europeu solicitou também a apresentação de relatórios anuais sobre os progressos da UE na execução dos ODS44.

o O ano de 2018 foi o primeiro em que grandes entidades de interesse público foram obrigadas nos termos da legislação da UE a comunicar informações sobre a sustentabilidade45. Tendo em vista uma abordagem de liderança pelo exemplo, o Tribunal procurou perceber o que tinham feito as instituições e agências da UE neste domínio.

o Com 2030 a aproximar-se rapidamente, existe um amplo reconhecimento entre os Estados-Membros da UE, as empresas e a sociedade civil de que é necessário um empenho reforçado para atingir os ODS46. A comunicação de informações sobre sustentabilidade pode contribuir para transformar este empenho em ação.

o A comunicação de informações sobre sustentabilidade é uma das metas dos ODS, incentivando as empresas, especialmente as de grande dimensão e transnacionais, a adotar práticas sustentáveis e a integrar informação sobre sustentabilidade nos ciclos de apresentação de relatórios.

24 No presente exame, o Tribunal destaca os pré-requisitos necessários à comunicação de informações significativa sobre sustentabilidade e descreve a situação atual nos organismos da UE a esse respeito. Avalia também o papel dos auditores neste domínio e reflete sobre os desafios que surgem à medida que se realizam progressos na comunicação de informações sobre sustentabilidade.

25 O presente exame não constitui uma auditoria. Trata-se de um exame, baseado sobretudo em informações publicamente disponíveis, e utiliza os trabalhos realizados

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para os relatórios anuais e vários relatórios especiais. O Tribunal também realizou entrevistas e um inquérito. O anexo I contém mais informações sobre a metodologia utilizada.

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Pré-requisitos da comunicação de informações sobre sustentabilidade 26 Um relatório sobre sustentabilidade é o resultado de um processo. A presente secção descreve os pré-requisitos de uma comunicação de informações sobre sustentabilidade significativa, com base nas orientações e nos quadros existentes. Concentra-se especialmente em três pré-requisitos fundamentais:

o participação das partes interessadas;

o elaboração de uma estratégia;

o integração da sustentabilidade no processo orçamental com base em metas medidas por indicadores.

Participação das partes interessadas

27 A participação das partes interessadas é essencial em todo o processo de comunicação de informações sobre sustentabilidade. A Comissão reconheceu a importância das opiniões dos cidadãos e de outras partes interessadas no processo de tomada de decisões da UE47. Além do Conselho e do Parlamento, que pedem contas à Comissão, os cidadãos, os contribuintes, as empresas e a sociedade civil da UE são partes interessadas das instituições e agências da União quanto à comunicação de informações sobre sustentabilidade (figura 5).

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Figura 5 – Partes interessadas da comunicação de informações sobre sustentabilidade

Fonte: ECA, com base no documento GRI 101.

28 Num exemplo recente de participação das partes interessadas, a Comissão criou uma plataforma multilateral sobre os ODS para apoiar e aconselhar a Comissão e todas as partes interessadas envolvidas na execução dos ODS a nível da UE48. A plataforma era composta por 30 representantes da sociedade civil, do setor público e do setor privado49.

Elaboração de uma estratégia

29 A comunicação de informações, para ser significativa, tem de estar incorporada nos objetivos estratégicos de uma organização e em todo o seu ciclo de políticas e de atividades. Desta forma, a sustentabilidade torna-se parte integrante do seu quadro de gestão de desempenho (figura 6)50. Os diferentes passos complementam-se em termos de informação, cuja utilização é importante ao longo de todo o processo.

Partes interessadas da comunicação de

informações sobre sustentabilidade

Trabalhadores

Legislador

Comunidades locaisOrganizações da sociedade civil

Comunidade empresarial

Comunidade internacional Cidadãos

Contribuintes

Investigação e académicos

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Figura 6 – Principais passos da incorporação da sustentabilidade nos quadros de desempenho

Fonte: TCE.

30 De acordo com a OCDE e o Centro Comum de Investigação da UE, devido às muitas sinergias e complementaridades – mas também potenciais compromissos – entre ODS51, é necessária uma abordagem sistemática para assegurar a coerência das políticas e para identificar, compreender e gerir as interações entre ODS com fortes interligações. O Tribunal analisou se a UE e a Comissão, em particular, têm estratégias para definir objetivos e metas que sirvam de referência para a comunicação de informações.

31 Após a adoção da Agenda 2030, em 2015, a Comissão publicou uma comunicação na qual afirmava que os ODS já eram abordados na ação da UE e na sua estratégia global (Estratégia Europa 2020 e 10 prioridades da Comissão Juncker)52. Por conseguinte, a Comissão não considerou necessário fazer quaisquer alterações no quadro estratégico, pelo que as metas existentes, à exceção de algumas relacionadas com a energia e o clima53, são definidas e acompanhadas até 2020 e não até 203054.

Utilização contínua da informação

Avaliação de riscos

Estratégia

Políticas e objetivos

Medição, acompanhamento

e exame

Relatórios e comunicação

Garantia de fiabilidade

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32 Segundo a Comissão, esta abordagem foi adotada, em parte, porque quando a Agenda 2030 foi aprovada, em 2015, o Quadro Financeiro Plurianual (QFP) para o período de 2014-2020 já estava em curso (figura 7).

Figura 7 – Calendários das principais estratégias da UE e da Agenda 2030

Fonte: TCE.

33 Em vários relatórios anteriores, o Tribunal reconheceu as dificuldades políticas criadas por estas circunstâncias, tendo formulado observações relativas à sobreposição e à dessincronização dos quadros estratégicos e dos períodos dos mandatos55. Contudo, quando o QFP 2021-2027 estava a ser elaborado, em 2018, ainda não havia uma estratégia global da UE para além de 2020. O Tribunal salientou anteriormente que as propostas para o QFP 2021-2027 foram publicadas sem terem por base uma estratégia ou um conjunto de objetivos comuns da UE56.

34 A Comissão informou o Tribunal de que, na sua opinião, os objetivos políticos acordados na Declaração de Bratislava de 2016 e na Declaração de Roma de 201757 eram suficientes para conceber o QFP 2021-2027. Algumas propostas para o QFP referem explicitamente o contributo para a realização dos ODS como um dos objetivos do instrumento (por exemplo, Horizonte Europa).

35 O Parlamento Europeu58, o Conselho Europeu59 e o Conselho da União Europeia60 solicitaram repetidamente a aplicação de uma estratégia para a Agenda 2030. Em 2017, quer o Parlamento Europeu quer o Conselho instaram a Comissão a apresentar uma estratégia global de execução dos ODS61. Na opinião do Conselho, essa estratégia deveria ter sido instituída até meados de 2018, a fim de orientar todas as políticas e programas da UE, incluindo metas intercalares e de longo prazo, e de definir a visão europeia para uma Europa sustentável para além da Agenda 2030.

Estratégia Europa 20202010-2020

Comissão Juncker2014-2019

Quadro financeiro plurianual2014-2020

Agenda 20302015-2030

2010 2015 2020 2025 2030

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Em 2018, o Conselho Europeu afirmou que o documento de reflexão da Comissão deveria abrir caminho a uma estratégia de aplicação abrangente em 201962.

36 A Comissão publicou um "documento de reflexão" sobre o desenvolvimento sustentável em janeiro de 201963, embora tal publicação estivesse prevista para uma data anterior. O documento inclui três cenários futuros como inspiração para o trabalho que a Comissão deve desenvolver no apoio à transição para uma Europa sustentável até 2030:

1) definição de uma estratégia global da UE quanto aos ODS que oriente todas as intervenções da União e dos Estados-Membros;

2) a Comissão procede à integração contínua dos ODS em todas as políticas pertinentes da UE, mas sem efeitos vinculativos para a ação dos Estados-Membros;

3) dar prioridade à ação externa, consolidando, simultaneamente, a ambição presente da UE em termos de sustentabilidade.

37 O documento de reflexão reúne análises e dados pertinentes. Além disso, descreve um conjunto de iniciativas políticas da Comissão relacionadas com os ODS e apresenta domínios de intervenção importantes para o desenvolvimento sustentável. Trata-se de um passo na direção certa. Todavia, apresenta os progressos realizados na UE e não os efeitos das políticas da União e/ou o contributo do seu orçamento para a concretização dos ODS.

38 O documento de reflexão salienta alguns domínios em que a Comissão entende dever fazer mais. No entanto, não inclui uma análise das lacunas que identifique formas de enquadrar os ODS nas prioridades existentes nem avalia que outras medidas devem ser tomadas em termos de políticas e legislação da UE64. O Conselho tinha solicitado esta análise das lacunas em 2017 e o Parlamento, após a publicação do documento de reflexão, em 2019, fez o mesmo apelo65.

Integração

39 A integração das questões de sustentabilidade nos principais processos orçamentais, objetivos empresariais ou políticas constitui outro pré-requisito da comunicação de informações sobre sustentabilidade.

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40 Em 2016, a Comissão afirmou que iria integrar "os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nas políticas e iniciativas da UE, com o desenvolvimento sustentável enquanto importante princípio orientador de todas as suas políticas"66. Para esclarecer se, e de que forma, essa integração ocorreu, a Comissão começou a prestar algumas informações. Desde 2017, as fichas de programa incluem descrições gerais (sem as associar a valores financeiros) do modo como o programa em questão contribui para os ODS. Em 2018, a Comissão publicou um diagrama que faz um levantamento de alguns programas de despesas em função dos ODS e salientou as iniciativas mais recentes. A Comissão estima que quase todos os programas contribuam para um ou mais ODS67. No entanto, a Comissão sublinha que estas informações se destinam a "fins comunicacionais" (e não de elaboração de relatórios). A não ser no domínio da ação externa da UE, não existe qualquer quadro sistemático de análise ou comunicação de informações sobre a forma como um determinado programa ou parte do orçamento contribui para a concretização dos ODS.

41 O European Think Tanks Group concluiu que o levantamento das questões de sustentabilidade efetuado pela Comissão é útil para efeitos de comunicação, mas que não ajudou a Comissão a transformar a sustentabilidade numa prioridade para o financiamento da UE transversal a todos os seus domínios de intervenção68. O Parlamento Europeu também solicitou à Comissão "uma maior integração do desenvolvimento sustentável em todos os mecanismos de financiamento e em todas as rubricas orçamentais" e um reforço da "responsabilização pela produção de resultados coletivos através do seu QFP"69.

42 A integração de questões transversais (como as alterações climáticas ou a igualdade entre homens e mulheres) em todo o orçamento não é fácil. O relatório do TCE sobre a integração da ação climática70 salientou que a integração mesmo de apenas um ODS (atenuação das alterações climáticas e adaptação às mesmas) no orçamento da UE coloca vários desafios. O Tribunal salientou a necessidade de um quadro exaustivo de prestação de informações, com indicadores que acompanhem as despesas efetivas relativas à ação climática e respetivos resultados. Estes indicadores poderão ser pertinentes para medir os progressos realizados na concretização do ODS relativo à ação climática.

43 Além da sua aplicação no levantamento dos orçamentos, os ODS podem ser utilizados para melhorar indicadores, avaliar os orçamentos ou acompanhar as despesas (figura 8). Alguns Estados-Membros começaram a incorporar a Agenda 2030 nos seus processos orçamentais. Neste momento, o levantamento dos orçamentos em função dos ODS é mais comum do que a utilização dos ODS como instrumento de gestão do desempenho para a atribuição e negociação de recursos.

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Figura 8 – Formas possíveis de utilização dos ODS no processo orçamental

Fonte: TCE, com base em Elisabeth Hege, Laura Brimont, "Integrating SDGs into national budgetary processes" (Integrar os ODS nos processos orçamentais nacionais), Institut du développement durable et des relations internationales, estudo, nº 5/18 de julho de 2018.

Elaboração do orçamento

• utilizar os ODS como instrumento de tomada de decisão para a atribuição de recursos

• reestruturar os sistemas de classificação orçamental

Na proposta de orçamento

• melhorar as informações descritivas que relacionam o orçamento com os ODS

• fazer um levantamento das categorias de despesas em função dos ODS

• publicar um conjunto de indicadores para apoiar o debate político sobre o orçamento

Execução e seguimento do orçamento

• melhorar a avaliação do desempenho orçamental

• introduzir a ênfase nos ODS nas análises da despesa pública

• conceber um painel de comunicação de informações sobre o orçamento para os cidadãos

• acompanhar as despesas para ODS transversais específicos, como a igualdade entre homens e mulheres, o clima ou a nutrição

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Comunicação de informações sobre a sustentabilidade nas instituições e agências da UE 44 A UE assumiu um compromisso com os ODS e a sustentabilidade, pelo que a sua concretização é parte integrante do desempenho da UE e das suas instituições. Seria de esperar, portanto, que a comunicação de informações sobre a sustentabilidade fosse parte integrante dos seus relatórios sobre o desempenho. Neste momento, a Comissão e as outras instituições da UE não têm uma obrigação jurídica específica de elaborar relatórios sobre sustentabilidade.

45 A presente secção analisa a forma como a Comissão e outras instituições e agências da UE comunicam informações sobre questões de sustentabilidade. O Tribunal identifica se as instituições e agências da UE prestam informações sobre sustentabilidade no seu quadro de comunicação de informações sobre o desempenho, quer num relatório específico sobre sustentabilidade quer de qualquer outra forma.

46 Esta análise centrar-se-á:

i) nos relatórios sobre sustentabilidade como parte do quadro de comunicação de informações da Comissão;

ii) nos relatórios do Eurostat;

iii) nos relatórios sobre sustentabilidade elaborados por uma instituição da UE e uma agência da UE e noutras atividades relevantes.

Relatórios sobre o desempenho da Comissão

47 Os relatórios sobre o desempenho consistem numa recolha sistemática de dados e apresentação de informações sobre a aplicação das políticas públicas, incluindo instrumentos de despesa (por exemplo, subvenções) ou outros (por exemplo, regulamentos). Destinam-se a avaliar a eficácia e a eficiência das políticas comparando os resultados alcançados com os objetivos definidos e os custos incorridos (custos financeiros e não financeiros, incluindo os imputados a partes interessadas). Tal como qualquer relatório sobre o desempenho, os relatórios sobre sustentabilidade têm duas finalidades essenciais: são 1) um instrumento de responsabilização; 2) um instrumento de gestão.

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  27 

 

48 O objetivo do quadro de elaboração de relatórios sobre o desempenho da 

Comissão sobre o desempenho é medir este último com recurso a objetivos, metas e 

indicadores. A Comissão comunica os resultados em diferentes documentos (figura 9). 

O Tribunal avalia regularmente vários aspetos do quadro de desempenho apresentado 

abaixo, determinando nomeadamente se as informações são utilizadas pela gestão71. 

Figura 9 – Quadro de elaboração de relatórios sobre o desempenho da 

Comissão 

 Fonte: TCE. 

49 Os relatórios sobre o desempenho relativos ao orçamento da UE incluem os 

seguintes documentos essenciais:  

1) fichas de programa, que fazem um levantamento da relação entre os programas 

da UE e os ODS; 

2) a síntese de desempenho dos programas, que apresenta todos os programas de 

despesa da UE em 2014‐2020, com referências aos ODS no contexto de vários 

programas72; 

3) o relatório anual sobre a gestão e a execução do orçamento da UE, que mostra a 

forma como este apoia as prioridades estratégicas da União. Menciona os ODS 

sobretudo de modo genérico73 e refere que estão "integrados". O documento 

assinala também que as informações constantes das fichas de programa não 

constituem uma comunicação oficial sobre a contribuição do orçamento da UE 

para a concretização dos ODS74; 

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4) o relatório geral sobre a atividade da União Europeia, que apresenta, a nível da União, os resultados obtidos com a ação da UE e com o seu orçamento. Não comunica informações sobre o contributo do orçamento ou das políticas da UE para a concretização dos ODS.

50 Além destes quatro relatórios, cada direção-geral da Comissão e as seis agências diretamente controladas pela Comissão (agências executivas) elaboram relatórios anuais de atividade, em que comunicam anualmente informações sobre os resultados obtidos, as iniciativas adotadas e os recursos utilizados. A maior parte dos relatórios anuais de atividade da Comissão relativos a 2018 que o Tribunal analisou referem os ODS de forma genérica. As direções-gerais responsáveis pelas ações externas da UE são as que prestam mais informações sobre os ODS mas, em sentido contrário, o Tribunal não encontrou qualquer referência aos mesmos nos relatórios da Direção-Geral da Energia e da Direção-Geral da Mobilidade e dos Transportes75.

51 As agências que não são diretamente controladas pela Comissão (agências descentralizadas) também publicam relatórios anuais, mas a Comissão não emitiu orientações sobre a forma de os compilar, nem inclui informações sobre o desempenho destas agências no relatório anual sobre a gestão e a execução. No entanto, as agências criaram uma rede voluntária (a rede de desenvolvimento do desempenho) que elaborou uma lista de indicadores de desempenho. Alguns dos relatórios anuais das agências relativos a 2017 referem os ODS em termos gerais, mas nenhum presta informações sistemáticas sobre questões de sustentabilidade ou associa o seu desempenho aos ODS.

52 A Comissão presta informações relacionadas com questões de sustentabilidade nos seus relatórios sobre o desempenho, mas não as agrupa nem apresenta de forma sistemática. Contudo, a Comissão mede e comunica o seu contributo para a concretização dos ODS no domínio da ação externa. Em outubro de 2018, por exemplo, adotou uma versão revista do Quadro de Resultados da UE em matéria de Cooperação Internacional e Desenvolvimento76, que reflete iniciativas em curso em países como o Chile, Dinamarca, França, Itália, Países Baixos, Noruega, Portugal e Coreia do Sul, onde a coordenação interinstitucional em matéria de ODS é liderada pelos ministérios dos Negócios Estrangeiros77.

53 Segundo a Comissão, este quadro revisto permitirá comunicar informações sobre a forma como ações financiadas pela UE78 contribuíram para a concretização dos ODS em países parceiros – quer no atual QFP de 2014-2020, quer no próximo QFP de 2021-2027. Deverá também ser utilizado no quadro de elaboração de relatórios da Comissão e na elaboração do relatório da UE e dos Estados-Membros às Nações

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Unidas de quatro em quatro anos (ponto 56)79. O documento assinala que este quadro de resultados pode contribuir para a eficácia da execução, a transparência, a responsabilização e uma comunicação coerente do contributo da UE para os progressos rumo à concretização dos ODS em países parceiros80.

Relatório do Eurostat sobre os progressos rumo aos ODS no contexto da UE

54 Desde 2017, o Eurostat publica relatórios anuais com uma descrição dos progressos rumo aos ODS no contexto da UE81. O relatório visa proporcionar uma avaliação quantitativa dos progressos realizados pela UE na concretização dos ODS. No entanto, a Comissão não procura medir o contributo das políticas e do orçamento da UE para a realização da Agenda 2030.

55 O relatório do Eurostat presta informações sobre diferentes indicadores e sobre os progressos em questões relacionadas com os ODS e inclui dados desagregados por Estado-Membro. Os indicadores, selecionados pela Comissão com base na consulta de partes interessadas, consistem essencialmente em informações estatísticas recolhidas pelos Estados-Membros, sendo avaliados em função das metas da UE para 2020 ou, caso existam, outras metas de políticas. O relatório também salienta a ação das políticas da UE por domínio específico, mas os indicadores não medem o desempenho dessa ação. Alguns indicadores incluem desafios (caixa 6). O Parlamento Europeu saudou o relatório do Eurostat, considerando-o "um passo em frente rumo à criação de um mecanismo de acompanhamento completo da UE", mas também realçou que "o Eurostat, por si só, não pode abranger todas as dimensões dos progressos realizados na concretização dos ODS"82. O Tribunal criticou anteriormente o relatório do Eurostat por não medir os progressos realizados quanto ao compromisso, no âmbito dos ODS, de alcançar a neutralidade da degradação do solo até 203083.

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Caixa 6

Exemplo de indicadores de 2019 do Eurostat relativos aos ODS

ODS 13 – Tomar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos

Os progressos são medidos com base nos seguintes indicadores84:

1) emissões de gases com efeito de estufa numa perspetiva territorial (medidas em função das metas para 2020);

2) intensidade do consumo de energia das emissões de gases com efeito de estufa;

3) desvio médio da temperatura à superfície;

4) perdas económicas relacionadas com o clima;

5) contribuição para o compromisso internacional de 100 mil milhões de dólares dos EUA em despesas relacionadas com o clima.

Os desafios relacionados com estes indicadores incluem os apresentados em seguida.

No que diz respeito ao indicador nº 1:

a) embora se trate de um indicador acordado a nível internacional, o círculo de reflexão e os estudos da Comissão salientaram que a ênfase exclusiva nesta medição pode não ter em conta os efeitos indiretos que ocorrem quando os países desenvolvidos reduzem as suas emissões de gases com efeito de estufa externalizando setores com elevada intensidade de emissões para outros países e importando posteriormente os produtos85;

b) para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, são utilizadas metas para 2020, apesar de existirem metas para 2030 e objetivos para 205086. O Tribunal concluiu anteriormente que o cumprimento das metas de mais longo prazo exigirá esforços adicionais significativos87.

No que diz respeito à comunicação de informações sobre todos os indicadores:

c) não é possível calcular qualquer tendência devido às limitações dos dados88.

56 A Comissão tenciona utilizar o relatório do Eurostat, juntamente com um relatório sobre o impacto da ação externa da UE na concretização dos ODS89, para efeitos de elaboração do relatório destinado às Nações Unidas em 2019. Como tal, o relatório de 2019 não irá abranger o contributo do orçamento e das políticas da UE, exceto no que respeita à ação externa.

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Informações sobre sustentabilidade prestadas pelas instituições e agências da UE

57 O Tribunal constatou que uma instituição da UE (o Banco Europeu de Investimento, BEI) e uma agência da UE (o Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia, EUIPO) publicam relatórios sobre sustentabilidade (caixa 7).

Caixa 7

Os relatórios sobre sustentabilidade do BEI e do EUIPO

O relatório do BEI

O Banco Europeu de Investimento (BEI) é uma instituição da UE sediada no Luxemburgo. É "financeiramente autónoma", com um capital de 243 mil milhões de euros e mais de 3 800 efetivos90. Enquanto "banco da UE", o BEI disponibiliza financiamento e aconselhamento para investimentos em todo o mundo91. Esta instituição publicou o seu primeiro relatório sobre sustentabilidade em 200792 e alinhou os relatórios com as orientações sobre relatórios da Iniciativa Global Reporting a partir de 200893.

O relatório mais recente (2018) é composto por dois documentos: o relatório sobre sustentabilidade94 e a divulgação de informações sobre sustentabilidade de 2018. O primeiro documento descreve a abordagem do BEI em relação ao financiamento e investimento sustentáveis e inovadores. Salienta a forma como as preocupações de sustentabilidade foram incorporadas na avaliação dos projetos95 e apresenta exemplos de participação das partes interessadas e informações sobre o modo como a organização assegurou a responsabilização a nível interno.

O segundo documento, destinado a especialistas (analistas, organizações não governamentais, comunidade académica, etc.), apresenta informações exaustivas e normalizadas sobre aspetos ambientais, sociais e de governação e sobre o desempenho do BEI.

Relatório do EUIPO

O Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia é uma agência descentralizada da UE sediada em Alicante (Espanha). É totalmente autofinanciado96, com um orçamento de 401 milhões de euros e um total de 995 efetivos97. As suas funções incluem o registo de marcas da UE, os desenhos ou modelos comunitários, a cooperação europeia e internacional e a proteção e garantia de cumprimento dos direitos de propriedade intelectual.

Em 2016, esta agência instituiu um quadro institucional de sustentabilidade, elaborou uma estratégia de responsabilidade social e apresentou o seu primeiro relatório sobre sustentabilidade (abrangendo o exercício financeiro de 2016) com base nas normas da Iniciativa Global Reporting, tendo sido a primeira agência da UE

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a publicar um relatório deste teor. Para o relatório de 2017, a agência decidiu alinhar voluntariamente o seu conteúdo com a Diretiva da UE relativa à divulgação de informações não financeiras e de informações sobre a diversidade98.

58 No âmbito dos seus relatórios sobre sustentabilidade, o BEI e o EUIPO analisaram e publicaram os seus riscos de sustentabilidade, com base em entrevistas internas e externas. A figura 10 apresenta a avaliação de materialidade do BEI.

Figura 10 – Avaliação do BEI quanto à materialidade das questões de sustentabilidade

Interpretação: o clima e o ambiente são considerados muito importantes para as partes interessadas e para o BEI, enquanto a ética e integridade são encaradas como mais relevantes para as partes interessadas do que para o BEI. Fonte: BEI (2019): "Sustainability Report 2018" (Relatório sobre sustentabilidade de 2018), p. 11.

59 Os relatórios sobre sustentabilidade do BEI e do EUIPO contêm informações sobre a forma como as organizações tiveram em conta as questões de sustentabilidade nas suas políticas e atividades e sobre o impacto organizacional sobre a sustentabilidade. Como demonstra o exemplo do BEI descrito na caixa 8, o impacto

Transparência e responsabilização

Clima e ambiente

Poluição e emissões

PME e criação de emprego

Biodiversidade e ecossistemas

Inovação e competências

Diversidade e inclusão

Desenvolvimento e aprendizagem dos

trabalhadores

Participação da comunidade e das partes interessadas

Combate à corrupção

Saúde e bem-estar

Informação e cibersegurança

Direitos humanos e grupos vulneráveis Normas ambientais e

sociais

Infraestruturas

Ética e integridade

Mui

to r

elev

ante

Muito altos

Rele

vânc

ia p

ara

as p

arte

s in

tere

ssad

as

Impactos económicos, ambientais e sociais significativos da organização

Material

Importante

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das atividades de uma organização pode ser muito superior ao impacto do seu funcionamento na sustentabilidade.

Caixa 8

Contraste entre a pegada de carbono de um conjunto de operações de concessão de empréstimos do BEI e o impacto do próprio BEI

O BEI publica informações sobre a pegada de carbono dos projetos que financia.

Fonte: BEI, "Sustainability Report 2017" (Relatório sobre sustentabilidade de 2017).

O quadro acima mostra que o dióxido de carbono (CO2) é medido em unidades de milhões de toneladas (megatoneladas, Mt) e indica que as emissões totais absolutas corresponderam a 5,2 Mt de equivalente CO2. Em termos relativos, os projetos financiados representaram uma redução de 2,9 Mt de equivalente CO2 em comparação com as alternativas.

A pegada de carbono organizacional do próprio BEI situou-se em 22 024 toneladas de equivalente CO2.

Estes números demonstram que analisar e comunicar o impacto das operações de uma organização pode ter uma materialidade significativamente maior do que comunicar apenas o impacto da própria organização.

60 Embora não publiquem relatórios sobre sustentabilidade, outras instituições e agências da UE recolhem e, por vezes, publicam informações relacionadas com a sustentabilidade, ainda que de forma fragmentada e sem assegurar que todos os aspetos materiais da sustentabilidade sejam tidos em conta. O inquérito do Tribunal a todas as instituições e agências da UE confirma este facto.

2015 2016 2017

Número de projetos 73 70 55

Montante total autorizado pelo BEI(em milhares de milhões de euros)

11,2 17,7 9,4

Emissões absolutas(em Mt de equivalente CO2/ano)

4,6 2,4 5,2

Fixação de carbono em florestas(em Mt de equivalente CO2/ano)

3,5 0,3

Emissões relativas(em Mt de equivalente CO2/ano)

-3,1 -2,7 -2,9

Pegada de carbono dos projetos do BEI, 2015-2017

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61 As informações recolhidas ou publicadas dizem respeito principalmente ao modo como o funcionamento da organização afeta a sustentabilidade (por exemplo, a utilização interna de papel ou água) e não à forma como a organização teve em conta a sustentabilidade na sua estratégia global e nas suas operações. Há o risco de esta comunicação de informações centrada nos aspetos internos não reter as questões mais materiais para uma organização. Além disso, estas informações não são explicitamente associadas à forma como os ODS foram tidos em conta na política e nas operações da organização.

62 As informações divulgadas pelas instituições e agências da UE dizem respeito ao impacto ambiental da governação, do recrutamento e da forma de organização. Estas entidades publicam informações em diferentes relatórios (por exemplo, relatórios elaborados para o Sistema de Ecogestão e Auditoria – EMAS) e/ou online. Existem outras informações que são recolhidas mas não publicadas (anexo II).

63 O Tribunal perguntou também às instituições e agências da UE se aplicavam determinados sistemas de gestão para apoiar a comunicação de informações sobre sustentabilidade ou partes dela (figura 11). Estes sistemas de gestão apoiam as organizações que pretendem melhorar o seu impacto no ambiente (EMAS, ISO 14001) ou na saúde e segurança dos seus trabalhadores (série de normas de avaliação da saúde e segurança no trabalho (OHSAS) 18001, ISO 45001).

Figura 11 – Sistemas de gestão aplicados pelas instituições e agências da UE

Fonte: TCE.

2

1

1

2

7

9

9

9

1

4

1

1

3

1

3

1

1

2

1

1

1

3

1

2

0 5 10 15 20 25

Não aplicam sistemas de gestão

ISO 45001 (saúde e segurança)

OSHAS 18001 (saúde e segurança)

ISO 50001 (gestão da energia)

Outros

ISO 14001 (gestão ambiental)

EMAS (gestão ambiental)

Sistemas de gestão aplicados

Instituições da UEAgências da UE: pessoal < 100 Agências da UE: pessoal entre 100 e 250Agências da UE: pessoal entre 250 e 500 Agências da UE: pessoal > 500

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64 Os sistemas de gestão aplicados dizem essencialmente respeito a aspetos ambientais. Três quartos das instituições da UE99 e 10% das agências da EU aplicaram um sistema de gestão como o EMAS e/ou o da norma ISO 14001. Estes dois sistemas permitem que as organizações identifiquem e acompanhem o impacto ambiental das suas atividades, produtos e serviços. Ao contrário do sistema da norma ISO 14001, o EMAS requer um relatório público que utilize um conjunto de indicadores principais – eficiência energética, eficiência dos materiais, resíduos, biodiversidade e emissões. No que diz respeito a outros sistemas de gestão internacionais relevantes, designadamente os relativos à saúde e segurança (OHSAS 18001) ou à energia (ISO 5001), a aplicação é muito baixa.

65 Quando questionados sobre o motivo pelo qual não publicam um relatório sobre sustentabilidade em separado, a maior parte das instituições e agências da UE respondeu que ainda não tinha ponderado fazê-lo; a segunda resposta mais frequente foi a falta do conhecimento especializado necessário (figura 12).

Figura 12 – Principais motivos para não publicar um relatório sobre sustentabilidade

Fonte: TCE.

66 O inquérito do Tribunal revela que os inquiridos compreendem os potenciais benefícios dos relatórios sobre sustentabilidade, em especial no reforço da

58%

25% 25%

17%

8%

46%

15%

7%

17%

10%

0%

25%

50%

75%

Ainda nãoponderaram fazê-lo

Não têmconhecimentoespecializado

Utilizam outrosrelatórios

(declaração EMAS,RAA, relatório de RH,

etc.)

Sem indicadoresdisponíveis

Trabalho excessivo

Instituições da UE Agências da UE

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credibilidade e da transparência. Os entrevistados afirmaram também que os relatórios sobre sustentabilidade aumentariam a sua carga de trabalho (figura 13).

Figura 13 – Potenciais benefícios e desvantagens dos relatórios sobre sustentabilidade

Fonte: TCE.

75%

58%

50%

67%

75%

75%

51%

49%

54%

61%

63%

73%

0% 20% 40% 60% 80%

Aumentam a carga de trabalho

Melhoram a estratégia e política de gestão

Aumentam o conhecimento sobre os processosinternos da organização

Ajudam a identificar riscos e oportunidades

Aumentam a transparência

Aumentam a credibilidade

Os relatórios sobre sustentabilidade...

Instituições da UE Agências da UE

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Auditoria às informações sobre sustentabilidade 67 Auditar as demonstrações financeiras e os relatórios de desempenho aumenta o seu valor em termos de responsabilização. A garantia externa dos relatórios sobre sustentabilidade pode aumentar a sua credibilidade, bem como a confiança das partes interessadas nas informações fornecidas. Pode igualmente reduzir o risco de "esverdeamento" da imagem e de utilização dos relatórios como exercícios de relações públicas. Auditar as informações pode melhorar o seu valor para os sistemas de gestão e controlo interno, e aumentar a sensibilização ao nível da administração100.

68 Auditar os relatórios sobre sustentabilidade implica desafios diferentes dos suscitados pela auditoria às demonstrações financeiras. Pode implicar, por exemplo, examinar uma "narrativa" em vez de dados ou valores financeiros101. A maioria dos relatórios sobre sustentabilidade das grandes empresas é sujeita a auditoria ou exame externos102, mas não existe uma norma de auditoria ou de garantia de fiabilidade geralmente aceite para os relatórios sobre sustentabilidade. Por exemplo, a diretiva da UE aplicável exige que os auditores verifiquem se existe um relatório sobre sustentabilidade, mas não aborda o seu conteúdo. Estados-Membros como França e Itália aplicaram a diretiva de forma diferente, exigindo que os auditores analisem também o conteúdo dos relatórios103.

69 Mais recentemente, em fevereiro de 2019, o Conselho das Normas Internacionais de Auditoria e de Fiabilidade (IAASB) publicou um documento de consulta sobre a prestação de garantias de fiabilidade relativas a relatórios externos alargados104. Estes englobam muitas formas diferentes de elaboração de relatórios, incluindo, mas não apenas, relatórios integrados, relatórios sobre sustentabilidade e outros relatórios de entidades sobre questões ambientais, sociais e de governação.

70 Segundo a norma ISAE 3000, em trabalhos de garantia de fiabilidade limitada (trabalhos de exame), a conclusão do perito deve ser expressa numa forma que transmita que, com base nos procedimentos realizados, o perito não teve conhecimento de nada que o leve a crer que as informações sobre o objeto contêm incorreções materiais. Nestes casos, o risco dos trabalhos é reduzido a um nível que é aceitável nas circunstâncias dos mesmos, mas é maior do que em trabalhos de garantia de fiabilidade razoável105. Dos dois relatórios sobre sustentabilidade das instituições e agências da UE, o do BEI é objeto de uma auditoria externa e de uma garantia de fiabilidade limitada. O relatório do EUIPO não é auditado.

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71 A maioria das Instituições Superiores de Controlo (ISC) tem experiência na auditoria de resultados, que pode ser útil para o trabalho com os relatórios sobre sustentabilidade e para a auditoria à concretização dos ODS. A INTOSAI (Organização Internacional das Instituições Superiores de Controlo) incentivou as ISC a realizar auditorias de resultados ao grau de preparação dos governos para aplicar os ODS ou aos próprios ODS. Várias ISC em todo o mundo publicaram os resultados destas auditorias, e algumas analisaram a forma como os respetivos governos acompanham os ODS e comunicam informações sobre os mesmos (caixa 9)106. Os ODS podem funcionar como critérios de auditoria107. Uma das normas de auditoria do setor público (ISSAI 140) está a ser revista, e existe um debate sobre a necessidade de ampliar esta norma de forma a englobar um aspeto relevante para os relatórios sobre sustentabilidade, designadamente a auditoria aos ODS.

72 Contudo, auditar as realizações de ODS específicos e os relatórios dos Estados-Membros às Nações Unidas não são as únicas funções que as ISC podem desempenhar. Quando mais organizações do setor público começarem a divulgar informações sobre sustentabilidade, será necessário perceber de que forma pode o exercício profissional da auditoria contribuir para melhorar a qualidade das informações prestadas pelas organizações. Por conseguinte, as ISC poderão ter de desenvolver novas capacidades ou abordagens no exercício profissional da auditoria.

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Caixa 9

Resultados de auditorias de ISC relacionadas com a comunicação de informações sobre sustentabilidade

Algumas ISC detetaram fragilidades no processo da Agenda 2030 do seu país, que dificultaram o acompanhamento e a comunicação de informações. Por exemplo, a Áustria tinha adotado uma abordagem de integração da Agenda 2030, mas a ISC austríaca concluiu que a responsabilidade global não estava adequadamente definida, provocando a fragmentação do processo de aplicação. Tal conduziu também à falta de coordenação na avaliação e na comunicação de informações, e os relatórios de progresso nacionais da Áustria sobre a aplicação não apresentam uma visão geral concisa108.

Algumas ISC também auditaram a elaboração dos relatórios nacionais voluntários durante a auditoria colaborativa da INTOSAI ao grau de preparação dos governos para a aplicação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, tendo algumas destas ISC recomendado que estes exames fossem encarados não apenas como um produto, mas sobretudo como um processo contínuo.

o A ISC austríaca constatou que o Governo não previra comunicar informações às Nações Unidas até 2020. Consequentemente, recomendou que o governo o fizesse o mais rapidamente possível, e pelo menos uma vez em cada legislatura.

o A ISC neerlandesa concluiu que o Governo tinha comunicado informações às Nações Unidas em 2017, mediante uma síntese da situação quanto à Agenda 2030 e dos progressos realizados até então. No entanto, recomendou que o Governo central incluísse temas importantes em matéria de ODS no seu relatório financeiro anual109.

o A ISC polaca, embora reconhecendo que o exame nacional voluntário tinha sido elaborado de forma eficaz, recomendou que os progressos fossem examinados periodicamente110.

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Desafios para a comunicação de informações sobre sustentabilidade nas instituições e agências da UE 73 A UE comprometeu-se a aplicar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030. O exame do Tribunal demonstrou que a Comissão e outras instituições e agências da UE estão a desenvolver esforços no âmbito de alguns elementos necessários à comunicação de informações sobre sustentabilidade significativas. Contudo, de um modo geral, os pré-requisitos necessários à comunicação de informações sobre sustentabilidade ainda estão, em grande medida, por aplicar. Uma instituição e uma agência da UE publicam relatórios sobre sustentabilidade e aplicam a estratégia subjacente necessária para esse processo de comunicação de informações. Outras publicam ou recolhem informações relevantes. O Tribunal relevou igualmente práticas no setor privado e no setor público dos Estados-Membros que podem ser utilizadas como exemplos, tendo identificado vários desafios.

Desafio 1: elaborar uma estratégia da UE pós-2020 que aborde os ODS e a sustentabilidade

74 Apesar dos vários apelos dos colegisladores e de partes interessadas, não existe uma estratégia da UE a longo prazo para o desenvolvimento sustentável até 2030, que identifique potenciais objetivos e metas como base para a comunicação de informações no quadro de desempenho da Comissão (pontos 30 a 35). Esta estratégia determinaria quais são os ODS pertinentes para a UE. A Comissão publicou um "documento de reflexão" enquanto contributo para a próxima Comissão, apresentando três cenários para uma Europa sustentável no futuro. Este documento salienta alguns domínios em que a Comissão entende dever fazer mais. Contudo, não inclui uma análise das lacunas que identifique que outras medidas devem ser tomadas para concretizar os ODS em termos de orçamento e de políticas e/ou legislação da UE (pontos 36 a 38).

Desafio 2: integrar a sustentabilidade e os ODS no orçamento e no quadro de desempenho da UE

75 O presente exame salientou que a comunicação de informações sobre sustentabilidade constitui um processo e implica mais do que a mera publicação de relatórios. A Comissão não comunica informações sobre o contributo do orçamento ou das políticas da UE para a concretização dos ODS. O seu documento de reflexão

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descreve a forma como determinadas políticas da Comissão estão relacionadas com os ODS. Embora a Comissão tenha começado a referir os ODS nas fichas de programa, não existe qualquer acompanhamento ou comunicação do modo como as políticas e o orçamento da UE contribuem para a concretização do desenvolvimento sustentável e a realização dos ODS (pontos 38 a 42). Desde 2017, o Eurostat efetua um acompanhamento regular anual dos ODS, permitindo a elaboração de uma apresentação estatística das tendências relacionadas com os ODS na UE.

76 A Comissão tem uma vasta experiência na comunicação de informações sobre o desempenho, e o seu sistema de orçamentação baseada no desempenho tem resultados muito superiores aos de todos os outros países da OCDE111. Integrar neste quadro a comunicação de informações sobre sustentabilidade não deixará de constituir um desafio. Contudo, pode ajudar a Comissão a racionalizar os indicadores de desempenho e a harmonizar melhor os objetivos específicos dos programas e das políticas com os objetivos gerais de alto nível, em consonância com as recomendações do Relatório Anual relativo a 2017 do TCE112.

77 Como o Tribunal demonstrou anteriormente, integrar políticas transversais no orçamento não é fácil. A eficiência da integração e da definição de prioridades pode exigir a orientação de fundos da UE para os domínios em que são mais necessários ou têm maior valor acrescentado europeu (pontos 39 a 43).

78 A Comissão está a adaptar o seu sistema de elaboração de relatórios sobre o desempenho no domínio da ação externa (ponto 52), a fim de medir e comunicar o contributo da UE para a concretização dos ODS neste domínio de intervenção. A adaptação reflete a situação existente em alguns países em que o domínio da ajuda ao desenvolvimento – que no passado era responsável pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio – assume a liderança (ponto 52).

79 Um dos desafios futuros da comunicação de informações será o modo como estas serão tidas em conta na tomada de decisões. Apesar da natureza bastante avançada do quadro de orçamentação baseada no desempenho da UE, já existe atualmente margem para evolução na forma como as informações são utilizadas (ponto 48).

Desafio 3: reforçar a comunicação de informações sobre a sustentabilidade nas instituições e agências da UE

80 O Tribunal encontrou dois exemplos de comunicação de informações sobre sustentabilidade nas instituições e agências da UE: o BEI e o EUIPO, que proporcionam

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exemplos de integração desta comunicação nos processos institucionais. O BEI e o EUIPO desenvolveram estas práticas apesar de não terem qualquer obrigação jurídica de elaborar relatórios sobre sustentabilidade e sem que tivessem orientações ou indicações sistemáticas a nível da UE (ponto 57 e caixa 7).

81 O inquérito do Tribunal sugere que as instituições e agências da UE compreendem os possíveis benefícios da comunicação de informações sobre sustentabilidade e, mais concretamente, estão cientes do potencial para aumentar a sua credibilidade e transparência. O Tribunal constatou também que outras instituições e agências da UE, apesar de não publicarem relatórios sobre sustentabilidade, recolhem e publicam algumas informações relacionadas com a sustentabilidade, ainda que de forma fragmentada e sem ter em conta todos os aspetos materiais. As informações que recolhem e publicam dizem respeito principalmente ao modo como o funcionamento das organizações afeta a sustentabilidade (por exemplo, a utilização de papel ou água) e não à forma como têm em conta a sustentabilidade nos seus processos institucionais globais (pontos 60 a 66).

Desafio 4: aumentar a credibilidade da comunicação de informações sobre sustentabilidade através da auditoria

82 No setor privado, os relatórios sobre sustentabilidade são cada vez mais sujeitos a auditoria ou exame externos limitados, mas ainda não existe qualquer norma de auditoria ou garantia de fiabilidade geralmente aceite para os mesmos. A experiência das ISC na auditoria de resultados pode ser útil no âmbito da auditoria a esses relatórios. Quando mais instituições públicas começarem a publicar relatórios sobre sustentabilidade, as ISC terão de ponderar em que medida poderão prestar garantias de fiabilidade sobre eles. Um dos principais desafios será ter em conta o caráter de longo prazo e a complexidade da sustentabilidade ambiental, social e económica. Por conseguinte, as ISC poderão ter de desenvolver novas capacidades ou abordagens no exercício profissional da auditoria (pontos 67 a 72).

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Anexos

Anexo I Abordagem e metodologia O Tribunal realizou entrevistas com as seguintes pessoas e entidades:

Comissão Europeia Conselho da União Europeia

Outras instituições e

organismos da UE

Instituições internacionais,

associações, empresas de

auditoria

Comissários: Primeiro Vice-Presidente Frans Timmermans, Vice-Presidente Jyrki Katainen, Comissário Günther Oettinger e respetivos gabinetes

Grupo da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030)

Banco Europeu de Investimento: Divisão de Responsabilidade Social das Empresas

Accountancy Europe

Secretário-Geral da Comissão Europeia

Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia: Coordenação do Controlo Interno

KPMG, PWC, E&Y, Deloitte

Diretor-Geral do Serviço de Auditoria Interna

Contacto com a Direção-Geral das Políticas Internas da União, do Parlamento Europeu

ISC do Canadá

Diretora do Centro Europeu de Estratégia Política

OCDE: Divisão de Orçamento e Despesa Pública, Unidade da Coerência das Políticas para o Desenvolvimento

Direções-Gerais da Comissão Europeia (DG): Orçamento, Eurostat, Recursos Humanos e Segurança, Direção-Geral da Estabilidade Financeira, dos Serviços Financeiros e da União dos Mercados de

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Capitais, Centro Europeu de Estratégia Política

Inquérito:

O Tribunal enviou um breve questionário à Comissão, ao Conselho, ao Parlamento Europeu, ao Tribunal de Justiça Europeu, ao Tribunal de Contas Europeu, ao Provedor de Justiça Europeu, ao Comité Económico e Social Europeu, ao Comité das Regiões Europeu, ao Banco Central Europeu, ao Banco Europeu de Investimento, ao Serviço Europeu para a Ação Externa e à Autoridade Europeia para a Proteção de Dados, bem como a todas as 41 agências da UE (executivas, descentralizadas e outros organismos). A taxa de resposta foi de 100%.

Na análise das respostas, apresentada em gráficos, nem sempre a soma de todas as respostas é de 100%, devido ao arredondamento ou porque os inquiridos podiam dar várias respostas a uma pergunta.

Exame documental:

O Tribunal examinou e analisou documentos pertinentes como relatórios anuais de atividades de todas as DG da Comissão, resoluções do Parlamento Europeu, conclusões do Conselho, resoluções das Nações Unidas, relatórios de auditoria de ISC, documentos da rede de desenvolvimento do desempenho das agências da UE e vários estudos e resumos académicos relativos à comunicação de informações sobre sustentabilidade e aos ODS.

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Anexo II Informações relacionadas com a sustentabilidade, publicadas ou recolhidas por instituições e agências da UE

DIVULGAÇÃO GERALEstrutura de governação 92% ||||||||||||||||||||||| 95% |||||||||||||||||||||||| 0% 3% | 8% || 3% |Avaliação de riscos 83% ||||||||||||||||||||| 90% ||||||||||||||||||||||| 17% |||| 7% || 0% 3% |Comportamento ético 92% ||||||||||||||||||||||| 58% ||||||||||||||| 0% 10% ||| 8% || 32% ||||||||Participação das partes interessadas 33% |||||||| 51% ||||||||||||| 8% || 10% ||| 58% ||||||||||||||| 39% ||||||||||Matriz de Materialidade 17% |||| 15% |||| 8% || 10% ||| 75% ||||||||||||||||||| 75% |||||||||||||||||||ECONÓMICASCombate à corrupção e ao suborno 83% ||||||||||||||||||||| 80% |||||||||||||||||||| 8% || 10% ||| 8% || 10% |||AMBIENTAISEnergia, água, biodiversidade 83% ||||||||||||||||||||| 34% ||||||||| 0% 29% ||||||| 17% |||| 37% |||||||||SOCIAISGestão da diversidade 92% ||||||||||||||||||||||| 63% |||||||||||||||| 0% 5% | 8% || 32% ||||||||Recrutamento 92% ||||||||||||||||||||||| 90% ||||||||||||||||||||||| 8% || 5% | 0% 5% |Formação e ensino 83% ||||||||||||||||||||| 75% ||||||||||||||||||| 17% |||| 20% ||||| 0% 5% |Saúde e segurança no trabalho 75% ||||||||||||||||||| 22% |||||| 17% |||| 29% ||||||| 8% || 49% ||||||||||||Participação e desenvolvimento comunitário 42% ||||||||||| 20% ||||| 17% |||| 12% ||| 42% ||||||||||| 68% |||||||||||||||||Avaliação dos direitos humanos 25% |||||| 14% |||| 0% 3% | 75% ||||||||||||||||||| 83% |||||||||||||||||||||OUTRASInformações não financeiras 92% ||||||||||||||||||||||| 85% ||||||||||||||||||||| 0% 5% | 8% || 10% |||Avaliação dos ODS 50% ||||||||||||| 20% ||||| 17% |||| 5% | 33% |||||||| 75% |||||||||||||||||||Outras questões relacionadas com os ODS 33% |||||||| 15% |||| 0% 0% 67% ||||||||||||||||| 85% |||||||||||||||||||||

Informações recolhidas Não publicadas

Agências da UE Instituições da UE Agências da UE

Informações não recolhidas

Instituições da UEInstituições da UE Agências da UEPublicadas

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Siglas e acrónimos BEI: Banco Europeu de Investimento

EMAS: Sistema de Ecogestão e Auditoria

EUIPO: Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia

IAASB: Conselho das Normas Internacionais de Auditoria e de Fiabilidade

ISC: Instituição Superior de Controlo

ISO: Organização Internacional de Normalização

ODS: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

QFP: Quadro financeiro plurianual

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Glossário Agência descentralizada: elabora e aplica políticas da UE. Tem orçamento próprio e é criada por um período indeterminado.

Agência executiva: entidade responsável pelas funções executivas e operacionais relacionadas com programas da UE. O orçamento que executa emana da Comissão. É constituída por um período fixo.

EMAS: sistema de gestão ambiental estabelecido num regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho. As organizações têm de ser certificadas por uma entidade de verificação externa independente.

Matriz de Materialidade: método gráfico para determinar se uma questão é material. Consiste em duas dimensões: a) significância dos impactos económicos, ambientais e sociais; b) influência nas avaliações e decisões das partes interessadas.

Plataforma multilateral: plataforma para apoiar e aconselhar a Comissão Europeia na concretização dos ODS a nível da UE. É composta por 30 representantes de alto nível do setor público, da sociedade civil e do setor privado. Foi estabelecida em maio de 2017.

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Notas de fim 1 Brundtland, G. H., Relatório da Comissão Mundial sobre Ambiente e

Desenvolvimento: "Our Common Future" (O nosso futuro comum), 1987.

2 Sachs, J. D., "The age of sustainable development" (A era do desenvolvimento sustentável). Columbia University Press, Nova Iorque (2015).

3 Emas, R., "The Concept of Sustainable Development: Definition and Defining Principles" (O conceito de desenvolvimento sustentável: definição e princípios orientadores), contributo para o Relatório Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável 2015.

4 Schwab, A. K., Sandler, D., Brower D. J., "Hazard Mitigation and Preparedness: An Introductory Text for Emergency Management and Planning Professionals" (Atenuação dos riscos e preparação: um texto introdutório para profissionais da gestão de emergências e planeamento), segunda edição, 2016. A Business & Sustainable Development Commission concluiu que a realização dos ODS pode abrir oportunidades de mercado num valor estimado de 12 biliões de dólares dos EUA em quatro sistemas económicos: alimentação e agricultura, cidades, energia e materiais, saúde e bem-estar; pode ainda criar 380 milhões de novos empregos. Ver o relatório "Better World, Better Business" (Um mundo melhor, negócios melhores)", http://report.businesscommission.org/report, 2017.

5 Centro Europeu de Estratégia Política, "Europe’s Sustainability Puzzle" (O puzzle da sustentabilidade na Europa), 2019, p. 6. As pessoas que são marginalizadas do ponto de vista social, económico, cultural, político, institucional ou outro são especialmente vulneráveis às alterações climáticas e também a algumas medidas de adaptação e atenuação: 5º Relatório de Avaliação "Climate Change: Impacts, Adaptation, and Vulnerability, Summary for Policy Makers" (Alterações climáticas: impactos, adaptação e vulnerabilidade, resumo para decisores políticos), 2014, p. 6. https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2018/02/ar5_wgII_spm_en.pdf. Exame Panorâmico do TCE, de 2017, intitulado "Ação da UE em matéria de energia e alterações climáticas".

6 https://ec.europa.eu/epsc/sites/epsc/files/epsc_sustainability-puzzle.pdf; ver, em especial, o risco nº 1, Visar apenas o crescimento sem ter em conta o imperativo de sustentabilidade, e o risco nº 2, Ignorar as interligações entre política social e ambiental, pondo em causa ambas.

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7 Resolução adotada pela Assembleia Geral, "Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development" (Transformar o nosso mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável), também designada como "Agenda 2030", 2015.

8 Comissão Europeia, relatório técnico do JRC, "Interlinkages and policy coherence for the Sustainable Development Goals implementation" (Interligações e coerência das políticas para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), 2019, p. 4: http://publications.jrc.ec.europa.eu/repository/bitstream/JRC115163/sdg_interlinkages_jrc115163_final_on_line.pdf.

9 Os Estados-Membros comprometeram-se a aplicar a Agenda 2030 adotando a correspondente resolução das Nações Unidas.

10 A base de dados da Iniciativa Global Reporting de relatórios sobre sustentabilidade contabiliza aproximadamente 32 000 relatórios elaborados segundo a norma desta Iniciativa e mais de 50 000 relatórios no total. http://database.globalreporting.org/. (Abril de 2019); relatório de síntese da G&A, "85% of S&P 500 Index® Companies Publish Sustainability Reports in 2017" (85% das empresas do índice S&P 500® publicaram relatórios sobre sustentabilidade em 2017), 2018: https://www.ga-institute.com/press-releases/article/flash-report-85-of-sp-500-indexR-companies-publish-sustainability-reports-in-2017.html; "What can we learn from corporate sustainability reporting? Deriving propositions for research and practice from over 9 500 corporate sustainability reports published between 1999 and 2015 using topic modelling technique" (O que podemos aprender com os relatórios sobre sustentabilidade das empresas? Propostas para investigação e prática extraídas de mais de 9 500 relatórios sobre sustentabilidade de empresas publicados entre 1999 e 2015 utilizando a técnica da modelação de tópicos), PLoS one, nº 12, Székely, N., vom Brocke, J., 2017: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5389611/#pone.0174807.ref002.

11 https://www.globalreporting.org/information/sustainability-reporting/Pages/default.aspx.

12 PwC, "From promise to reality: Does business really care about the SDGs?" (Da promessa à realidade: as empresas estão mesmo preocupadas com os ODS?). Luxemburgo, 2018. Iniciativa Global Reporting e Pacto Global da ONU, "Integrating the SDGs into corporate reporting" (Integrar os ODS nos relatórios das empresas), 2018.

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13 Grupo de trabalho sobre auditoria ambiental da Organização Internacional das Instituições Superiores de Controlo, "Sustainability reporting" (Comunicação de informações sobre sustentabilidade), 2013; Iniciativa Global Reporting, "The external assurance of sustainability reporting" (Garantia externa da comunicação de informações sobre sustentabilidade), 2013.

14 https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/business_economy_euro/banking_and_ finance/documents/2019-non-financial-reporting-guidelines-consultation-document_en.pdf.

15 Alemanha, Países Baixos, Eslováquia, Suécia, Reino Unido.

16 As referências à Diretiva relativa à divulgação de informações não financeiras incluídas no presente relatório destinam-se apenas a ilustrar conceitos fundamentais relacionados com a divulgação de informações sobre a sustentabilidade. Não pretendem sugerir que esta poderia ser um instrumento jurídico adequado para promover essa divulgação pelas instituições e agências da UE.

17 Grupo de Peritos Técnicos sobre Financiamento Sustentável, da UE, "Report on climate-related disclosures, frequently asked questions" (Relatório sobre a divulgação de informações relacionadas com o clima, perguntas frequentes): https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/business_economy_euro/banking_and_finance/documents/sustainable-finance-teg-subgroup-disclosures-progress-report-faq_en.pdf.

18 Iniciativa Global Reporting, CSR Europe, Accountancy Europe, "Member State Implementation of Directive 2014/95/EU", (Aplicação pelos Estados-Membros da Diretiva 2014/95/UE), 2017.

19 Bulgária, Dinamarca, Grécia, Lituânia, Portugal, Roménia, Eslováquia e Suécia.

20 Bulgária, República Checa, Espanha, França, Croácia, Lituânia, Hungria, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia.

21 A Áustria e a Bulgária não apresentaram relatórios, enquanto a Croácia e o Reino Unido pensam fazê-lo em 2019, https://sustainabledevelopment.un.org/vnrs/.

22 Conclusões do Conselho, "Um futuro europeu sustentável: A resposta da UE à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável", junho de 2017; https://data.consilium.europa.eu/doc/document/ST-10370-2017-INIT/pt/pdf; e Relatório do Parlamento Europeu sobre a ação da UE para a sustentabilidade (2017/2009(INI)), http://www.europarl.europa.eu/doceo/document/A-8-2017-0239_PT.pdf).

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23 Ver a recomendação do Grupo de Trabalho para a Divulgação de Informações sobre a Exposição Financeira às Alterações Climáticas, 2017, https://www.fsb-tcfd.org/wp-content/uploads/2017/06/FINAL-2017-TCFD-Report-11052018.pdf,e Grupo de Peritos Técnicos sobre Financiamento Sustentável: "Report on Climate-related Disclosures" (Relatório sobre a divulgação de informações relacionadas com o clima), janeiro de 2019, https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/business_economy_euro/banking_and_finance/documents/190110-sustainable-finance-teg-report-climate-related-disclosures_en.pdf.

24 Iniciativa Global Reporting, "Public sector sustainability reporting: Remove the clutter, reduce the burden" (Relatórios sobre sustentabilidade no setor público: eliminar o acessório, reduzir os encargos), 2012, p. 4.

25 Iniciativa Global Reporting, "Public sector sustainability reporting: Remove the clutter, reduce the burden" (Comunicação de informações sobre sustentabilidade no setor público: eliminar o acessório, reduzir os encargos), 2012, p. 4.

26 Artigo 2º, ponto 16, da diretiva contabilística (2013/34/UE). A exaustividade ou aplicabilidade desta definição têm sido questionadas e estão a ser revistas. Um dos objetivos é clarificar que os impactos não são apenas os gerados pela empresa, mas também os que a afetam (ver figura 1): documento de consulta da Comissão relativo à atualização das orientações não vinculativas sobre a comunicação de informações não financeiras; para uma crítica, ver https://www.accountancyeurope.eu/wp-content/uploads/190201-TEG_report_climate_related_ACE_response_final.pdf.

27 Artigo 19º da diretiva contabilística (2013/34/UE).

28 Iniciativa Global Reporting, "G4 Sustainability Reporting Guidelines, Implementation Manual" (Orientações G4 para a comunicação de informações sobre sustentabilidade, manual de aplicação), 2013, p. 11.

29 O exemplo relativo ao banco foi retirado da Comunicação da Comissão – Orientações sobre a comunicação de informações não financeiras (metodologia a seguir para a comunicação de informações não financeiras) (JO C 215 de 5.7.2017, p. 1).

30 Carbon Disclosure Project (CDP), Climate Disclosure Standards Board (CDSB), Iniciativa Global Reporting, Comité Internacional de Informação Integrada e Sustainability Accounting Standards Board.

31 https://corporatereportingdialogue.com/better-alignment-project/.

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32 Diretiva 2014/95/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, outubro de 2014; Comunicação da Comissão – Orientações sobre a comunicação de informações não financeiras (metodologia a seguir para a comunicação de informações não financeiras) (JO C 215 de 5.7.2017, p. 1).

33 Artigo 19º-A da Diretiva 2014/95/UE.

34 Ver, por exemplo: Alliance for Corporate Transparency, "The state of corporate sustainability disclosure under the EU Non Financial Reporting Directive" (O estado da divulgação de informações sobre sustentabilidade pelas empresas ao abrigo da diretiva da UE relativa à comunicação de informações não financeiras), 2019: http://allianceforcorporatetransparency.org/news/companies-failing.html. Resposta da Accountancy Europe ao Grupo de Peritos sobre a Divulgação de Informações relacionadas com o Clima: https://www.accountancyeurope.eu/wp-content/uploads/190201-TEG_report_climate_related_ACE_response_final.pdf.

35 Documento de consulta da Comissão relativo à atualização das orientações não vinculativas sobre a comunicação de informações não financeiras, 2019.

36 Em 2018, o Grupo de Trabalho para a Divulgação de Informações sobre a Exposição Financeira às Alterações Climáticas (TCFD), do Conselho de Estabilidade Financeira, publicou divulgações coerentes de risco financeiro relacionadas com o clima para utilização pelas empresas na prestação de informações a investidores, mutuantes, seguradores e outras partes interessadas.

37 Documento de consulta da Comissão relativo à atualização das orientações não vinculativas sobre a comunicação de informações não financeiras, 2019, p. 5.

38 Proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à divulgação de informações relacionadas com investimentos sustentáveis e riscos em matéria de sustentabilidade e que altera a Diretiva (UE) 2016/2341. A proposta está atualmente a ser negociada pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho.

39 Estónia, Grécia, França, Hungria, Malta, Países Baixos, Eslováquia e Reino Unido.

40 Artigo 19º-A da Diretiva 2014/95/UE. Accountancy Europe, "Member State Implementation of Directive 2014/95/EU" (Aplicação pelos Estados-Membros da Diretiva 2014/95/UE), 2017.

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41 International Integrated Reporting Council (2013), "The International IR Framework" (O quadro internacional dos relatórios integrados), p. 18; normas da Iniciativa Global Reporting, "Foundation" (Fundamentos), 2016; Accountancy Europe: https://www.accountancyeurope.eu/wp-content/uploads/190201-TEG_report_climate_related_ACE_response_final.pdf; Grupo de Trabalho para a Divulgação de Informações sobre a Exposição Financeira às Alterações Climáticas (TCFD), relatório da primeira fase, 2016.

42 Relatório Especial nº 27/2016 “A governação na Comissão Europeia é um exemplo das melhores práticas?”.

43 Conclusões do Conselho, "Um futuro europeu sustentável: A resposta da UE à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável", junho de 2017; Relatório do Parlamento Europeu sobre a ação da UE para a sustentabilidade (2017/2009(INI)): http://www.europarl.europa.eu/doceo/document/A-8-2017-0239_PT.pdf. A Comissão entende a solicitação do Conselho e do Parlamento como uma obrigação de informar apenas o Fórum Político de Alto Nível das Nações Unidas.

44 Parlamento Europeu, Relatório sobre a ação da UE para a sustentabilidade (2017/2009(INI)): http://www.europarl.europa.eu/doceo/document/A-8-2017-0239_PT.pdf.

45 Artigo 19º-A da Diretiva 2014/95/UE.

46 Comissão, Documento de Reflexão: Para uma Europa sustentável até 2030, janeiro de 2019, p. 33.

47 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões intitulada "Legislar melhor para obter melhores resultados – agenda da UE", COM (2015)215 final. O TCE publicou uma nota de enquadramento relativa à auditoria das consultas públicas da Comissão: https://www.eca.europa.eu/pt/Pages/DocItem.aspx?did=46041.

48 Decisão da Comissão de 22.5.2017 relativa à criação da plataforma multilateral para a execução dos ODS na UE, C(2017) 2941 final.

49 Plataforma multilateral sobre os ODS, "Europe moving towards a sustainable future" (A Europa rumo a um futuro sustentável, outubro de 2018, https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/sdg_multi-stakeholder_platform_input_to_reflection_paper_sustainable_europe2030.pdf.

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50 Grupo de trabalho sobre auditoria ambiental da Organização Internacional das Instituições Superiores de Controlo, "Sustainability reporting" (Comunicação de informações sobre sustentabilidade), 2013; Iniciativa Global Reporting, "The external assurance of sustainability reporting" (Garantia externa da comunicação de informações sobre sustentabilidade), 2013; norma AA1000 sobre a participação das partes interessadas, 2015.

51 Miola A., Borchardt S., Neher F., Buscaglia D (2019) "Interlinkages and policy coherence for the Sustainable Development Goals implementation: An operational method to identify trade-offs and co-benefits in a systemic way" (Interligações e coerência das políticas para a execução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: um método operacional para identificar compromissos e benefícios partilhados de forma sistémica), Centro Comum de Investigação, 2019.

OCDE, "Policy Coherence for Sustainable Development" (Coerência das políticas para o desenvolvimento sustentável), 2018; "Towards sustainable and resilient societies" (Rumo a sociedades sustentáveis e resilientes), 2018.

52 COM(2016) 739 final, Next steps for a sustainable European future. European action for sustainability. (Próximas etapas para um futuro europeu sustentável. Ação europeia para a sustentabilidade.).

53 Até 2030: redução de, pelo menos, 40% das emissões de gases de efeito de estufa (níveis de 1990); pelo menos 32% de energia de fontes renováveis no consumo total de energia; melhoria de, pelo menos, 32,5% na eficiência energética. Comunicação da Comissão – Um quadro político para o clima e a energia no período de 2020 a 2030, COM(2014) 15 final; Diretiva (UE) 2018/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Diretiva 2012/27/UE relativa à eficiência energética; Diretiva (UE) 2018/2001 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de dezembro de 2018, relativa à promoção da utilização de energia de fontes renováveis.

54 Para consultar as metas consideradas no acompanhamento a nível da UE, ver Eurostat, "Sustainable development in the European Union" (O desenvolvimento sustentável na União Europeia), 2018.

55 Tribunal de Contas Europeu, Relatório Anual relativo a 2017; Tribunal de Contas Europeu, Parecer nº 6/2018: parecer do Tribunal de Contas Europeu sobre a proposta da Comissão, de 29 de maio de 2018, para o regulamento que estabelece disposições comuns, COM(2018) 375 final, 2018; Tribunal de Contas Europeu, documento informativo sobre a proposta da Comissão para o Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027, 2018.

56 Tribunal de Contas Europeu, parecer sobre a proposta da Comissão para o regulamento que estabelece disposições comuns, 2018.

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57 https://www.consilium.europa.eu/pt/policies/eu-future-reflection/bratislava-declaration-and-roadmap/; https://www.consilium.europa.eu/pt/press/press-releases/2017/03/25/rome-declaration/pdf.

58 http://www.europarl.europa.eu/doceo/document/TA-8-2019-0220_PT.html?redirect.

59 https://data.consilium.europa.eu/doc/document/ST-8286-2019-INIT/pt/pdf.

60 http://www.europarl.europa.eu/cmsdata/160360/DEVE%20study%20on%20EU%20 SDG%20implementation%20formatted.pdf.

61 Resolução do Parlamento Europeu (2016/2696(RSP)). Conclusões do Conselho (20 de junho de 2017). O Comité Económico e Social Europeu formulou apelos semelhantes em 2016 https://www.eesc.europa.eu/pt/our-work/opinions-information-reports/opinions/sustainable-development-mappingeus-internal-and-external-policies e 2017 https://www.eesc.europa.eu/pt/news-media/press-releases/paving-way-forward-eesc-contribution-commissions2018-work-programme.

62 https://data.consilium.europa.eu/doc/document/ST-13-2018-INIT/pt/pdf

63 Comissão, Documento de Reflexão: Para uma Europa sustentável até 2030, janeiro de 2019.

64 Departamento Temático das Relações Externas do Parlamento Europeu, "Europe's approach to implementing the Sustainable Development Goals: good practices and the way forward, European Parliament" (A abordagem da Europa à execução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: boas práticas e caminho a seguir),

Parlamento Europeu. Resolução do Parlamento Europeu, de 14 de março de 2019, sobre o relatório estratégico anual sobre a execução e a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (2018/2279(INI)).

65 Conclusões do Conselho (20 de junho de 2017). Na sua resolução de 2019, o Parlamento Europeu reiterou o apelo à realização desta análise das lacunas até ao final de 2019. Resolução do Parlamento Europeu, de 14 de março de 2019, sobre o relatório estratégico anual sobre a execução e a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (2018/2279(INI)).

66 Comunicação da Comissão intitulada "Próximas etapas para um futuro europeu sustentável – Ação europeia para a sustentabilidade", COM(2016) 739 final.

67 Comissão Europeia, Circular relativa ao orçamento para 2020, instruções permanentes, Bruxelas, dezembro de 2018, p. 15 e anexo IX.

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68 Voituriez, T., Hege, E., Maci, G., Hackenesch, C., "Steering the EU towards a sustainability transformation" (Orientar a UE para uma transformação assente na sustentabilidade), European Think Tanks Group, 2018.

69 Resolução do Parlamento Europeu, de 14 de março de 2019, sobre o relatório estratégico anual sobre a execução e a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (2018/2279(INI)).

70 Tribunal de Contas Europeu, Relatório Especial nº 31/2016, "Utilizar pelo menos um em cada cinco euros do orçamento da UE em ação climática: os trabalhos em curso são ambiciosos mas existe o sério risco de não serem suficientes", 2016.

71 Ver o capítulo "Orçamento da UE: obter resultados" do relatório anual do TCE, bem como os seus relatórios especiais. No Relatório Anual relativo a 2017, o Tribunal concluiu que existem alguns limites à utilização que a Comissão pode fazer das informações sobre o desempenho na tomada de decisão, já que grande parte do orçamento da UE está pré-afetado para sete anos. https://www.eca.europa.eu/pt/Pages/BrowsePublications.aspx?k=&ty=Annual+Report&y=2018&top.

72 Por exemplo: Copernicus, Programa Estatístico Europeu, Fundo Europeu para o Desenvolvimento Sustentável, Cooperação com a Gronelândia, Instrumento de cooperação para o desenvolvimento; "EU Budget 2014-2020: Programmes’ Performance Overview" (Orçamento da UE 2014-2020: síntese de desempenho dos programas). COM(2018) 600 – maio de 2018).

73 Os ODS são especificamente mencionados a respeito da rubrica 2 (recursos naturais): "Os programas ao abrigo da rubrica 2 contribuem para o cumprimento dos compromissos da UE relacionados com a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a execução da Agenda 2030." No entanto, não existe uma declaração deste tipo relativamente às outras rubricas.

74 Comissão, relatório anual sobre a gestão e a execução do orçamento da UE relativo ao exercício financeiro de 2017, COM(2018) 457 final, 2018, p. 19.

75 https://ec.europa.eu/info/publications/annual-activity-reports_pt.

76 Documento de trabalho dos serviços da Comissão, "A Revised EU International Cooperation and Development Results Framework in line with the Sustainable Development Goals of the 2030 Agenda for Sustainable Development and the New European Consensus on Development" (Uma versão revista do quadro de resultados da UE em matéria de cooperação internacional e desenvolvimento, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e o Novo Consenso Europeu sobre o Desenvolvimento), SWD(2018) 444 final, Bruxelas, outubro de 2018.

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77 OCDE, "Policy Coherence for Sustainable Development" (Coerência das políticas para o desenvolvimento sustentável), 2018, p. 108. Neste documento, a OCDE concluiu que a coordenação institucional no âmbito dos ODS é liderada pelos ministérios dos Negócios Estrangeiros no Chile, Dinamarca, França, Itália, Países Baixos, Noruega, Portugal e Coreia.

78 Parlamento Europeu, Conselho, Comissão, Declaração comum do Conselho e dos representantes dos Governos dos Estados-Membros reunidos no Conselho, do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia: O novo consenso europeu sobre o desenvolvimento – O nosso mundo, a nossa dignidade, o nosso futuro, 2017/C 210/01, junho de 2017.

79 Documento de trabalho dos serviços da Comissão, "A Revised EU International Cooperation and Development Results Framework in line with the Sustainable Development Goals of the 2030 Agenda for Sustainable Development and the New European Consensus on Development" (Uma versão revista do quadro de resultados da UE em matéria de cooperação internacional e desenvolvimento, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e o Novo Consenso Europeu sobre o Desenvolvimento), SWD(2018) 444 final, Bruxelas, outubro de 2018.

80 Documento de trabalho dos serviços da Comissão, "A Revised EU International Cooperation and Development Results Framework in line with the Sustainable Development Goals of the 2030 Agenda for Sustainable Development and the New European Consensus on Development" (Uma versão revista do quadro de resultados da UE em matéria de cooperação internacional e desenvolvimento, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e o Novo Consenso Europeu sobre o Desenvolvimento), SWD(2018) 444 final, Bruxelas, outubro de 2018.

81 Eurostat, "Sustainable Development in the European Union: Monitoring report on progress towards the SDGs in an EU context" (O desenvolvimento sustentável na União Europeia: relatório de acompanhamento dos progressos rumo aos ODS no contexto da UE) – edições de 2018: https://ec.europa.eu/eurostat/web/products-statistical-books/-/KS-01-18-656.

82 Resolução do Parlamento Europeu, de 14 de março de 2019, sobre o relatório estratégico anual sobre a execução e a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (2018/2279(INI)).

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83 Tribunal de Contas Europeu, Relatório Especial nº 33/2018, "Combater a desertificação na UE: uma ameaça crescente que exige mais ação", 2018.

84 Eurostat, "EU SDG Indicator set 2019, Result of the review in preparation of the 2019 edition of the EU SDG monitoring report, Final version of 08/01/2019" (Conjunto de indicadores dos ODS na UE 2019, Resultado da análise para a elaboração da edição de 2019 do relatório de acompanhamento dos ODS na UE, versão final de 8.1.2019).

85 Comité Económico e Social Europeu, "Study on Exposing EU policy gaps to address the Sustainable Development Goals" (Estudo sobre a exposição das lacunas das políticas da UE para abordar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), 2019.

86 Comissão Europeia, "Roteiro de transição para uma economia hipocarbónica competitiva em 2050", COM(2011) 112 final, 8 de março de 2011: "Com vista a evitar que o aumento de temperatura por efeito das alterações climáticas exceda 2 °C, o Conselho Europeu confirmou, em Fevereiro de 2011, o objetivo da União Europeia para 2050 de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa 80-95% comparativamente aos níveis de 1990."

87 Tribunal de Contas Europeu, Relatório Especial nº 24/2018: "Demonstração da captura e armazenamento de dióxido de carbono e de energias renováveis inovadoras a uma escala comercial na UE: os progressos pretendidos não foram alcançados na última década", 2018; Tribunal de Contas Europeu, Exame Panorâmico: "Ação da UE em matéria de energia e alterações climáticas", 2017.

88 Eurostat, Sustainable development in the European Union: Monitoring report on progress towards the SDGs in an EU context" (O desenvolvimento sustentável na União Europeia: relatório de acompanhamento dos progressos rumo aos ODS no contexto da UE) – edição de 2018. https://ec.europa.eu/eurostat/web/products-statistical-books/-/KS-01-18-656.

89 Com o relatório de 2019 da UE sobre a coerência das políticas para o desenvolvimento e o documento de reflexão.

90 https://www.eib.org/en/about/index.htm.

91 Banco Europeu de Investimento, "Activity Report" (Relatório de atividades), 2007.

92 Grupo do Banco Europeu de Investimento, "Corporate Responsibility Developments in 2007" (Evolução da responsabilidade social das empresas em 2007), 2007.

93 Grupo do Banco Europeu de Investimento, "Corporate Responsibility Developments in 2008" (Evolução da responsabilidade social das empresas em 2008), 2008.

94 Grupo do Banco Europeu de Investimento, "Sustainability Report" (Relatório de sustentabilidade), 2018.

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95 Avaliação e gestão de impactos e riscos ambientais e sociais; prevenção e redução da poluição; biodiversidade e ecossistemas; normas relacionadas com o clima; património cultural; reinstalação forçada; direitos e interesses dos grupos vulneráveis; normas laborais; saúde ocupacional e pública; proteção e segurança; participação das partes interessadas.

96 Tribunal de Contas Europeu, "Síntese dos resultados das auditorias anuais do TCE relativas às agências e outros organismos da UE para o exercício de 2016" (2017/C 417/01), 2017, p. 7.

97 Tribunal de Contas Europeu, "Relatório anual sobre as agências da UE relativo ao exercício de 2017", 2018.

98 A Diretiva 2014/95/UE estabelece as regras relativas à divulgação de informações não financeiras e de informações sobre a diversidade por parte de grandes empresas.

99 O Provedor de Justiça Europeu, o Serviço Europeu para a Ação Externa e a Autoridade Europeia para a Proteção de Dados ainda não aplicaram o EMAS.

100 https://www.globalreporting.org/resourcelibrary/GRI-Assurance.pdf.

101 Grupo de trabalho sobre auditoria ambiental da Organização Internacional das Instituições Superiores de Controlo, "Sustainability Reporting: Concepts, Frameworks and the Role of Supreme Audit Institutions" (Relatórios de sustentabilidade: conceitos, quadros e o papel das Instituições Superiores de Controlo), junho de 2013.

102 Ver https://assets.kpmg/content/dam/kpmg/xx/pdf/2017/10/kpmg-survey-of-corporate-responsibility-reporting-2017.pdf.

103 Iniciativa Global Reporting, CSR Europe, Accountancy Europe, "Member State Implementation of Directive 2014/95/EU", (Aplicação pelos Estados-Membros da Diretiva 2014/95/UE), 2017.

104 "Extended External Reporting (EER) – Assurance" (Relatórios externos alargados – Garantias), documento de consulta do IAASB, fevereiro de 2019.

105 International Standard on Assurance Engagements (ISAE) 3000 revista, "Assurance Engagements Other than Audits or Reviews of Historical Financial Information" (Trabalhos de garantia de fiabilidade que não sejam auditorias ou revisões de informação financeira passada), 2013.

106 http://www.intosai.org/about-us/sdgs-sais-and-regions.html.

107 Tribunal de Contas Europeu, Relatório Especial nº 33/2018, "Combater a desertificação na UE: uma ameaça crescente que exige mais ação", 2018.

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108 Rechnungshof, relatório do Tribunal de Contas austríaco sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e a aplicação da Agenda 2030 na Áustria, síntese, 2018.

109 Algemene Rekenkamer, carta de 13 de setembro de 2017 do Tribunal de Contas neerlandês para a Câmara Baixa dos Estados Gerais sobre os preparativos do Governo com vista à realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, 2017.

110 NIK, Relatório da auditoria de resultados relativa à preparação para a aplicação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 na Polónia, 2018.

111 R. Downes, D. Moretti, S. Nicol, "Budgeting and Performance in the European Union: A review in the context of EU Budget Focused on Results", (Orçamentação e desempenho na União Europeia: Uma análise no contexto do Orçamento da UE centrada nos resultados), Direção de Governação Pública, OCDE, 2017.

112 https://www.eca.europa.eu/Lists/ECADocuments/annualreports-2017/annualreports-2017-PT.pdf, página 128, recomendação 3.

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Equipa do TCE O presente exame rápido de casos do TCE, intitulado "Comunicação de informações sobre sustentabilidade: balanço da situação nas instituições e agências da UE", foi adotado pela Câmara V – Financiamento e administração da União, presidida pelo Membro do TCE Lazaros S. Lazarou. A auditoria foi efetuada sob a responsabilidade de Eva Lindström, Membro do TCE, com a colaboração de Katharina Bryan, chefe de gabinete; Judit Oroszki, responsável principal; Josef Edelmann, responsável de tarefa; Marilena-Elena Friguras, Vivi Niemenmaa e Laura Kaspar. Michael Pyper prestou assistência linguística.

Da esquerda para a direita: Katharina Bryan, Vivi Niemenmaa, Judit Oroszki, Josef Edelmann, Eva Lindström, Laura Kaspar, Valérie Tempez-Erasmi e Marilena-Elena Friguras.

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A União Europeia (UE) e os seus Estados Membros estão empenhados em aplicar a Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O presente exame faz um balanço da situação da comunicação de informações sobre o cumprimento dos ODS e a sustentabilidade a nível da UE e da comunicação pelas instituições e agências da UE.A comunicação de informações sobre sustentabilidade consiste na prática de medir e divulgar o desempenho organizacional no cumprimento do objetivo de um desenvolvimento sustentável, e assumir a responsabilidade por esse desempenho perante as partes interessadas internas e externas. Abrange a forma como as organizações têm em conta as questões de sustentabilidade nas suas operações e aborda os seus impactos ambientais, sociais e económicos.O presente exame revela que a Comissão não comunica informações sobre o contributo do orçamento ou das políticas da UE para o cumprimento dos ODS. A exceção é o domínio da ação externa, no qual a Comissão começou a adaptar o seu sistema de elaboração de relatórios sobre o desempenho em função dos ODS e da sustentabilidade. A Comissão publicou recentemente um documento de reflexão em que descreve determinadas políticas da Comissão relacionadas com os ODS. No entanto, a comunicação de informações sobre sustentabilidade não está, neste momento, integrada no quadro de desempenho da Comissão, e os pré requisitos necessários a uma comunicação de informações sobre sustentabilidade significativa, tais como uma estratégia a longo prazo, ainda estão, em grande medida, por aplicar. De momento, uma instituição da UE, o Banco Europeu de Investimento, e uma agência da UE, o Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia, publicam relatórios sobre sustentabilidade.O presente exame não constitui uma auditoria. Incide sobre questões emergentes, apresenta factos e baseia se principalmente em informações publicamente disponíveis e em trabalhos anteriores.