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REPRESENTAÇÕES LITERÁRIAS DA MILITÂNCIA POLÍTICA: NOS, OS
DO MAKULUSU, DE JOSE LUANDINO VIEIRA E UN FUSIL DANS LA MAIN,
UN POEME DANS LA POCHE, DE EMMANUEL DONGALA
Jacqueline Kaczorowski (USP)
Resumo
O presente trabalho propõe apresentar o início do percurso de uma leitura comparativa
entre duas obras literárias produzidas no continente africano, uma em língua portuguesa
e outra em língua francesa - Nós, os do Makulusu, do angolano Luandino Vieira, e Un
fusil dans la main, un poème dans la poche, do congolês Emmanuel Dongala,
respectivamente - utilizando, para além dos contributos de ambas as tradições críticas e
da historiografia que focaliza o fato colonial, a perspectiva teórica do materialismo
histórico. Assim, observando as convergências e divergências dos processos históricos
em que os autores se inserem, o objetivo final é verificar como se constrói a
representação da militância nos dois textos, tendo como pressuposto a noção de que,
embora o objeto artístico possua certa autonomia, o contexto de produção das obras
determina em grande parte, de maneira complexa, sua organização formal. Pretende-se
também, por meio deste estudo, contribuir com o aprofundamento da compreensão do
fato literário em contextos africanos que, embora vizinhos, como é o caso de Angola e
da República do Congo, são pouco estudados comparativamente.
Palavras-chave: Representação; militância; Literatura angolana; Literatura congolesa
Embora o campo dos estudos literários das produções africanas tenha se
desenvolvido muito no país nos últimos anos, e com diversos resultados excelentes, são
ainda escassos (também internacionalmente) os estudos que comparem romances
africanos escritos em língua portuguesa e língua francesa. O presente trabalho pretende
contribuir para paliar essa rigidez, contribuindo para um aprofundamento diferenciado
do fato literário em contextos africanos vizinhos, como é o caso de Angola e da
República do Congo.
Tendo em vista que o trabalho científico ao inserir-se em um campo de estudos
deve, necessariamente, dialogar com ele e buscar oferecer contribuições e, ao mesmo
tempo, considerando este espaço, que interessa explorar e ampliar, buscou-se, ao eleger
como corpus uma obra literária produzida em língua francesa para comparação com a já
expressiva produção intelectual brasileira acerca de Angola, contribuir para o
crescimento e diversificação de uma área de estudos em franco crescimento no Brasil.
O estudo de diferentes formas como a militância política1 pode ser representada
na literatura é o objeto principal deste estudo, tendo como recorte a análise deste objeto
em duas obras literárias produzidas em contextos históricos próximos, porém muito
diferentes: Nós, os do Makulusu, romance do escritor angolano José Luandino Vieira,
escrito no campo de concentração do Tarrafal em 1967 e Un fusil dans la main, un
poème dans la poche, do congolês (de Brazzaville) Emmanuel Dongala, escrito em
1973. O tema das possíveis representações da militância política em textos literários
africanos já foi abordado anteriormente, devido à sua presença muitas vezes incisiva nos
textos literários, pela qual não é possível passar indiferente. A escolha do corpus para
análise, no entanto, foi norteada pela busca por agregar algo novo ao eleger um autor
congolês pouco lido no Brasil para comparação com o já consagrado Luandino Vieira e,
ainda, ao escolher um olhar para compará-los que, embora parta de um ponto em
comum, busque nas diferenças seu maior enriquecimento.
Os dois livros parecem ter partido de uma busca por deseroicizar a militância
anticolonial, não para questionar a importância da luta ou o mérito daqueles que
aderiram radicalmente a esta empreitada, mas, pelo contrário, para complexificar a
representação deste processo e, assim, citando Candido (2006), humanizá-lo em sentido
profundo.
A escolha dos autores é por representar as personagens em situações tensas e
profundamente humanas – de medo, indecisão, fragilidade; com falhas e desvios – em
vez de afastá-las, ao aproximá-las de um ideal ético infalível, pouco verossímil e
1 Entenda-se militância política anticolonial
dificilmente alcançado mesmo pelos seres humanos de caráter mais firme e maior boa
vontade. No entanto, ainda que mostrando as falhas e mesmo os deméritos das
personagens, os autores não diminuem a força e o mérito da empreitada anticolonial,
mas, pelo contrário, tornam esta História, que, de alguma maneira, reescrevem através
da Literatura, ainda mais pungente. A força da representação parece residir nesta
escolha, que também é uma escolha estética – a escolha pela complexidade.
Esta escolha pela complexidade demanda das obras escolhas representativas que
resultam, de modo diverso, em situações narrativas diante das quais é praticamente
impossível permanecer impassível. Como exemplo, vale mencionar o fato de que, ainda
que trilhando caminhos estéticos diferentes, as duas obras acabam colocando o leitor
diante de situações-limite, em que as personagens são conduzidas, pela força das
circunstâncias, a lutarem contra e matarem seus iguais. Este é um dos elementos de
complexidade que impedem que se faça uma leitura maniqueísta das situações
apresentadas e parece merecedor de um aprofundado tratamento comparatista.
Em Nós, os do Makulusu há quatro personagens principais que cresceram juntas
no musseque: Mais-Velho, Maninho, Paizinho e Kibiaka. Companheiros de brincadeiras
na infância, tensões sociais os levam a escolher caminhos diversos: Maninho, branco
nascido na metrópole (assim como seu irmão Mais-Velho) vai lutar no exército colonial
português, acreditando que “só há uma maneira de a acabar, esta guerra que não queres
e eu não quero: é fazer-lhe depressa, com depressa, até no fim, gastá-la toda, matar-lhe”
(VIEIRA, 2004, p. 26). Paizinho, meio-irmão mulato dos dois, participa de ações
clandestinas e é preso pela PIDE. Kibiaka, colega negro morador do Bairro Operário,
entra para a guerrilha, partindo para o mato. Mais-Velho, narrador onisciente,
testemunha e protagonista da narrativa, é aquele que segue do início ao fim do romance
imerso em dúvidas; o “escrupuloso” que não teve coragem suficiente para tomar uma
decisão radical como as de seus companheiros de infância:
Então para quê estudos, papéis, para quê reuniões e esse teu medo chapado
que tens nos olhos e nessa cara bonita que eu gosto, porque o Paizinho não
vem, não chega e todo o teu corpo treme e são só panfletos? Entrar numa
mata, Mais-Velho, isso não fazes. Sei que tens medo, mas que tens mais
dignidade que medo e que vencerias o medo e iria (...). Não, Mais-Velho, não
é medo – eu sei, é mais pior. Podes vencer o medo mas nunca a falta de
certeza, és assim: matemático e objectivo. E não tens a certeza de te
aceitarem, Mais-Velho, nem ta podem dar porque também não a têm. Só indo
fazendo-lhe a terão. E só se tem enquanto se constrói. Construída, ela vira
dúvida outra vez. E então só tem um caminho...(...) Espalha os teus panfletos,
que eu vou matar negros, Mais-Velho! E sei que eles te dirão o mesmo:
„espalha os teus panfletos, vou matar nos brancos‟. (VIEIRA, 2004, p. 23-
26).
As personagens, companheiras de infância, são colocadas em uma situação
diante da qual não há neutralidade possível. Deflagrada a guerra, não há mais
possibilidade de conciliação e cada um precisa escolher seu lado. A conjuntura que, por
fim, obriga os companheiros de infância a se enfrentarem na guerra impede que o leitor
faça uma leitura irrefletida, impelindo-no a pensar na complexidade da situação colonial
que, como fato social total, abarca tudo e todos, em todas as instâncias, de modo
inevitavelmente violento.
Em Dongala, o contexto é bem diferente, embora não menos tenso. Já na
primeira página do romance, temos diante de nós Mayéla dia Mayéla, o seu
protagonista, prestes a ser executado.
Enquanto no começo da narrativa seu percurso na luta contra os brancos parece
exemplar, ao longo de seu desenvolvimento somos colocados diante de todas as
fragilidades, incertezas e vaidades de Mayéla. Ele sobrevive à luta armada e à tortura,
percorre milhares de quilômetros dentro do continente africano, em vários países; chega
mesmo a ser presidente do governo revolucionário da “República Popular e
Democrática de Anzika”, país fictício onde o autor situa a pátria de origem do
protagonista. A narrativa evoca figuras históricas exemplares na luta contra a
colonização: Patrice Lumumba, Frantz Fanon, Kwame Nkrumah, Amílcar Cabral,
Nelson Mandela, entre outras. A discussão política aparece muitas vezes em primeiro
plano, de forma didática, aproximando muito ficção e realidade no que diz respeito às
ideologias que circulavam pelo continente no período.2
A personagem, no entanto, quando chega ao poder, não consegue conduzir o
país de acordo com as ideologias que defende ao longo da narrativa. Durante seu
governo, a economia entra em colapso, ocorrem prisões arbitrárias e, até mesmo, tortura
dentro das prisões. Os conflitos étnicos internos se acirram, a mídia, controlada por ele,
distorce informações e a população começa a se revoltar, manifestando-se contra seu
governo, inclusive por meio de um atentado contra sua vida. Mouyabi, opositor de
Mayéla, reúne um grupo de partidários e consegue dar um golpe militar que coloca
outro “governo revolucionário” no poder – cuja diferença ideológica do partido que já
se encontrava no poder, ironicamente, é imperceptível. Mayéla é preso pelos golpistas e
condenado à execução pública. A cena final do romance, em que ele corre em direção a
uma colina, para não se “deixar arrastar para a morte como um carneiro” (DONGALA,
1974, p. 213), é acompanhada pela mesma multidão que outrora o colocou no poder
uivando e lhe apontando o dedo, enquanto ele é atingido, pelas costas, pelas balas que
finalmente o derrubam no chão.
Nota-se assim que, os dois romances, embora com contextos bastante diversos,
mostram situações análogas no que diz respeito à luta armada entre iguais, no caso,
conterrâneos sendo levados por duas situações muito distintas a se matarem entre si;
seja pela posição tomada em relação à luta colonial, seja pela posição, após a
independência, tomada diante do processo espinhoso de construção de uma nação.
Aproximar os dois textos, parece, assim, permitir analisar não só a diversidade
de representações possíveis da militância política, como, também, compreender como o
contexto de produção interfere na organização formal dos textos. Há muitas diferenças
interessantes, que vão desde a língua adotada para a escrita até a organização formal,
vereda em que os autores trilham rumos estéticos diversos. Parece produtivo aproximá-
las pelas diferenças porque tal aproximação pode revelar de modo exemplar como o
processo social está intrincado, dialeticamente, na produção da escrita, uma vez que as
2 Referimo-nos, aqui, ao período que vai de 1960 a 1973, ano em que o romance foi publicado.
duas obras, cada uma à sua maneira, entrelaçam intensamente à tessitura formal do texto
as condições e contradições a que estão sujeitas.
Sabendo que não é possível ignorar as condicionantes históricas, ainda que
devam sempre ser tratadas com o cuidado de buscar compreender toda a sua
complexidade (evitando cair em simplificações deterministas), parece profícuo também
um estudo sobre os autores que os considere “produtores” (BENJAMIN, 1994, p. 120-
136), no sentido em que define Walter Benjamin. Ao trazer para a análise um ser social
que carrega consigo todo um repertório coletivo a ser mobilizado no momento da
escrita, Benjamin ecoa Marx e Engels em A Ideologia Alemã, obra em que aparece a
modelar definição de que não é a consciência dos homens que determina sua existência,
mas, ao contrário, é sua vida, seu ser social imerso em um contexto, que determina sua
consciência. É esta consciência, construída historicamente, que os autores terão como
matéria-prima para a construção de suas obras:
As linguagens e as técnicas que um escritor tem à mão já estão saturadas de
certos modos ideológicos de percepção, certas maneiras codificadas de
interpretar a realidade; e o grau em que ele pode modificar ou recriar essas
linguagens não depende apenas do seu gênio pessoal. Depende da
„ideologia‟, em um determinado momento histórico, ser tal que essas
linguagens devam e possam ser alteradas. (EAGLETON, 2011, p. 54).
Apontamentos metodológicos
Segundo Benjamin Abdala, que defende sempre uma postura política diante do
objeto de estudo literário, o estudo comparativo parece tanto mais interessante quanto
mais se afaste do olhar hegemônico para se aproximar daquilo a que ele chama “uma
literatura comparada descolonizada” (ABDALA, 2007, p. 14), pautada por “articulações
de solidariedade entre atores de um campo intelectual supranacional” (ABDALA, 2007,
p. 15). A este tipo de olhar comparativo interessa criar condições para perspectivas
descentradas, “tendo em vista reverter a assimetria da vetorização dos fluxos”
(ABDALA, 2007, p. 17) – que, em geral, tende a considerar os países outrora
colonizados sempre como “devedores” quando comparados aos países cuja produção
literária é dominante.
Considerando que o método escolhido para tratar a realidade carrega sempre um
olhar partidário, de acordo com aquilo para que escolhemos olhar (e como escolhemos
olhar), a escolha metodológica pelo “comparatismo comunitário”, ao aliar o aparato
teórico materialista histórico e eleger como corpus dois textos africanos, carrega
intrinsecamente uma posição política contra a dominação cultural e ideológica a que os
povos africanos foram submetidos durante tanto tempo.
A escolha pelo aparato teórico materialista histórico, neste contexto, vem
reforçar a posição tomada. Pretende-se mobilizar os elementos fundamentais desta já
consolidada teoria crítica para uma leitura da situação literária e social dos contextos
africanos estudados, unindo suas ferramentas interpretativas ao estudo das
especificidades dos contextos africanos.
Para embasar esta reflexão, é necessário aprofundar os estudos também no
campo da História. Neste caso, além dos estudos de contextualização da situação
histórica africana, foi estabelecido como recorte, para um enfoque mais detalhado, o
contexto das disputas políticas no continente africano dos anos de 1960 a 1975, tendo
em vista que 1960 é o ano em que o Congo-Brazzaville negocia sua independência
oficial; 1961 é o ano em que se acirram as tensões e começa de fato a luta armada em
Angola; 1967 é o ano em que Luandino Vieira escreve Nós, os do Makulusu; 1973 é o
ano em que Emmanuel Dongala publica Un fusil dans la main, un poème dans la poche,
com grande e rápida repercussão (inclusive internacional) e, finalmente, 1975 é o ano
em que Angola é declarado oficialmente um país independente.
Formado um repertório crítico, ao qual se juntará naturalmente referências aos
estudos já realizados sobre ambos os autores, o processo de análise comparativa da
construção da representação da militância nas obras em questão buscará compreender
todo o processo social do qual os textos fazem parte, atentando para o fato de que,
compreender uma questão literária,
Significa, antes de tudo, compreender as relações complexas e indiretas entre
essas obras e os mundos ideológicos que elas habitam – relações que surgem
não apenas em „temas‟ e „questões‟, mas no estilo, no ritmo, na imagem,
qualidade e (...) forma. (EAGLETON, 2011, p. 20).
Apontamentos finais: caminhos
A principal pergunta que norteia este trabalho poderia ser resumida da seguinte
maneira: enfocar dois textos formalmente muito distintos a partir de um mesmo ponto
de vista pode ajudar a revelar como se dá a determinação social3 da escrita?
Utilizando mais uma vez Antonio Candido, quando afirma, sobre o fator social
da escrita, que “não se trata de afirmar ou negar uma dimensão evidente do fato
literário; e sim, de averiguar, do ângulo específico da crítica, se ela é decisiva ou apenas
aproveitável para entender as obras particulares” (CANDIDO, 2006, p.21), chega-se à
principal hipótese que norteia a pesquisa até o presente momento: nos dois textos
escolhidos para o estudo comparativo, o fator social parece ser, mais que aproveitável,
decisivo para compreender integralmente as obras.
A partir dos desdobramentos decorrentes desta hipótese, busca-se compreender
quais os fatores que atuam na organização interna do texto, de modo a constituir uma
estrutura peculiar, investigando qual a função que o fator social e histórico (externo)
exerce na economia interna da obra, já que o maior interesse da crítica parece ser
3 Vale ressaltar que, quando se utiliza este termo, nunca é de modo direto, determinado e biunívoco.
quando é possível compreender “a integridade da obra (...) fundindo texto e contexto
numa interpretação dialeticamente íntegra” (CANDIDO, 2006, p.12.).
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