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MORAIS, Regis de (Org.). Sala de Aula: Que espaço é esse? 4. Ed. Campinas, SP: Papirus, 1989. Regis de Morais nasceu em 1940 em Passa Quatro/MG e reside no estado de São Paulo há aproximadamente quarenta anos. É licenciado em Filosofia e em Ciências Sociais, fez mestrado em Filosofia Social, doutorado em Educação, defendeu tese de Livre Docência em Filosofia da Educação. Atualmente, é professor titular do Mestrado em Educação da UNISAL (Americana, SP). Foi professor convidado da PUC do Chile por três ocasiões, tendo também prestado serviços à Universidade Técnica de Lisboa (Portugal). O autor possui 44 livros publicados nas áreas de Filosofia, Sociologia e Literatura e ainda é conferencista nos meios acadêmicos e religiosos e também presta consultoria pedagógica às escolas do ensino fundamental ao superior. Esta obra é composta por um grupo de educadores que tratam da sala de aula como uma realidade que contém diversas realidades. Inicialmente o autor mostra etimologicamente o significado da palavra educar, que quer dizer: “Levar de um lugar para o outro”. Ele explora o termo dando várias interpretações, uma delas é a de que a aprendizagem nunca termina. Chama a atenção para os conteúdos escolares dizendo que eles devem ser cuidadosamente planejados e transmitidos a fim de formar um aluno não só baseado em notas, mas com a preocupação de formá-los para a vida humana. Trata dos termos autoridade e autoritarismo, dizendo que eles são distintos, e que os educadores necessitam

RESENHA DE DIDÁTICA

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MORAIS, Regis de (Org.). Sala de Aula: Que espaço é esse? 4. Ed. Campinas, SP:

Papirus, 1989.

Regis de Morais nasceu em 1940 em Passa Quatro/MG e reside no estado

de São Paulo há aproximadamente quarenta anos. É licenciado em Filosofia e em

Ciências Sociais, fez mestrado em Filosofia Social, doutorado em Educação,

defendeu tese de Livre Docência em Filosofia da Educação. Atualmente, é professor

titular do Mestrado em Educação da UNISAL (Americana, SP). Foi professor

convidado da PUC do Chile por três ocasiões, tendo também prestado serviços à

Universidade Técnica de Lisboa (Portugal). O autor possui 44 livros publicados nas

áreas de Filosofia, Sociologia e Literatura e ainda é conferencista nos meios

acadêmicos e religiosos e também presta consultoria pedagógica às escolas do

ensino fundamental ao superior.

Esta obra é composta por um grupo de educadores que tratam da sala de

aula como uma realidade que contém diversas realidades. Inicialmente o autor

mostra etimologicamente o significado da palavra educar, que quer dizer: “Levar de

um lugar para o outro”. Ele explora o termo dando várias interpretações, uma delas é

a de que a aprendizagem nunca termina. Chama a atenção para os conteúdos

escolares dizendo que eles devem ser cuidadosamente planejados e transmitidos a

fim de formar um aluno não só baseado em notas, mas com a preocupação de

formá-los para a vida humana.

Trata dos termos autoridade e autoritarismo, dizendo que eles são distintos,

e que os educadores necessitam fazer essa diferenciação entre ambos. Sabemos

que é inerente à função do professor ter autoridade, mas que ela necessita se

desenvolver no sentido da liderança e não voltada para a chefia. A autoridade é

humilde (embora firme) e juntamente com ela pode-se alcançar a disciplina. Ao

contrário do que se pensa para que a disciplina venha a nascer não é necessário

sufocar o lúdico e nem eliminar a alegria. Já o autoritarismo é imposto e constitui

uma hierarquia em que só o professor é detentor do conhecimento.

Aborda a questão polêmica do ensino religioso em sala de aula. Com relação

a esse assunto o professor tem que tentar se adequar da melhor maneira possível,

pois o ensino bíblico permeia diferentes tipos de religiões e suas manifestações de

fé. Assim, o autor nos dá até um exemplo de como trabalhar em sala de aula. Uma

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delas é através da música popular brasileira que trata de temas comuns a todos

como: justiça, liberdade, amor, alegria entre outros.

Outro aspecto que está envolvido na sala de aula é o modo como o professor

lida com a política e as contradições existentes entre as classes sociais. Está nas

mãos dos próprios educadores abordarem as questões sociais, políticas,

econômicas, filosóficas e ideológicas, pois isso contribuirá para a formação de um

cidadão crítico. Mas, para que isso aconteça é preciso que muitos professores

quebrem o paradigma de não se envolverem na política.

Merece destaque a sala de aula como jogo do saber, nessa temática o autor

defende a valorização do lúdico na sala de aula. Temos, porém que a ludicidade

quando não utilizada acaba resultando na indisciplina de alguns alunos.

É interessante a relação que o autor faz entre a sala de aula e os outros

ambientes como: o lar, as igrejas, o exército. Ele nos diz que mesmo passando por

esses locais a sala de aula é sem dúvida o principal espaço da educação formal das

sociedades capitalistas.

Passamos agora para sala de aula no contexto da pré- escola. Que tem como

papel preparar as crianças para serem alfabetizadas. Composta por uma rotina

totalmente cronometrada, ou seja, quinze minutos para contar uma historinha, meia

hora para brincar e assim por diante. Essa característica acaba por ter resultados

satisfatórios, pois as crianças passam a entender que é preciso ter horário para

tudo.

O autor finaliza o seu discurso nos dizendo que a sala de aula deveria ser

pensada como o árduo caminho que leva da angústia ao labirinto à fundação da

liberdade.

A leitura desse livro é de grande valia para que façamos uma análise

profunda sobre este cenário no qual nós educadores estamos envolvidos, que é a

sala de aula. A linguagem utilizada foi clara e objetiva, pois o texto apresenta a

predominância da primeira pessoa do singular, o que nos faz aproximar ainda mais

das ideias dos autores. A obra mescla de forma bem interessante todas as

concepções que se encontram na sala de aula.

Percebemos que o professor precisa ter muito cuidado ao exercer sua

autoridade. E por sua vez, o autoritarismo deve passar longe da nossa prática. Além

disso, precisamos procurar utilizar a ludicidade em nossas aulas para podermos

interagir de maneira produtiva com nossos alunos. Temos também que produzir

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diferentes tipos de conhecimentos juntamente com os educandos, pois o professor

não é o detentor do conhecimento. Diante disso, vemos que o livro nos dá uma aula

prática sobre a didática, porque mostra muitas vivências e atitudes que são

utilizadas na sala de aula.

O livro Sala de Aula: Que espaço é esse? É recomendado para vestibulandos,

alunos de cursos superiores que fazem licenciatura e educadores em geral, pois

poderão ver e rever algumas características significativas que se encontram na sala

de aula. Sala de aula, que sempre estará presente na vida do educador.

Acadêmica: ANA CAROLINA VERDIANO SILVA

Professora: Lidiane Fernandes

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