Responsabilidade Social Corporativa

Responsabilidade Social Corporativa

Paula Chies Schommer

2010

1º semestre – 1ª parte

SUSTENTABILIDADE

Fonte figura: Projeto Sigma

UDESC/ESAG Balneário Camboriú – SC6º termo

2

Curso: Administração de Serviços Públicos

Departamento: Departamento de Administração Pública

Disciplina: Responsabilidade Social Corporativa Código: 65602

Carga horária: 60 horas Período letivo: 2010/1

Termo: 6º

Professor: Paula Chies Schommer

Contato: [email protected]

EMENTAConceitos ligados à responsabilidade social. A função social das empresas, compromisso social e gestão empresarial e as dimensões da responsabilidade social. Modelos de indicadores e avaliação. Instrumentos de responsabilidade social. Gestão dos sistemas de gestão de responsabilidade social e sociedade contemporânea e sua interface com organizações de serviços públicos.

Paula Chies Schommer - 2010

mailto:[email protected]

GERAL: construir entendimento individual e coletivo sobre responsabilidade social corporativa, a partir da compreensão de fundamentos do debate sobre o tema, dilemas e tendências do movimento da responsabilidade social.

ESPECÍFICOS:

• subsidiar reflexões e debates relativos ao papel das empresas no contexto atual, nos âmbitos econômico, político, social e ambiental, e de suas relações com outros atores sociais;

• debater elementos conceituais e históricos relacionados à responsabilidade social e suas implicações para a prática nas organizações;

• gerar oportunidade de contato com conceitos e ferramentas de gestão relacionadas à responsabilidade social corporativa e sua pertinência como estratégia de negócios e de desenvolvimento;

• estimular reflexões sobre a relação entre responsabilidade social corporativa e administração pública.

3Paula Chies Schommer - 2010

Responsabilidade Social Corporativa

UDESC-ESAG

Objetivos


UNIDADE I – CONTEXTO ATUAL E O PAPEL DE DIFERENTES ORGANIZAÇÕES; FUNDAMENTOS E TENDÊNCIAS DO DEBATE SOBRE RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA (Aulas 1 a 6) •Levantamento de expectativas e conhecimentos prévios em relação a esta disciplina.•Contextualização: desafios da atualidade e possíveis caminhos para avanços.•Responsabilidade social empresarial: histórico, motivações e diferentes abordagens ao tema no Brasil e no mundo.•Fundamentos conceituais do debate sobre responsabilidade social e principais termos associados ao debate: ética, filantropia, cidadania, investimento social privado, governança (corporativa), sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, stakeholders, marketing social, marketing relacionado a causas.•O papel de governos, empresários, empresas, executivos, consumidores, trabalhadores, mídia e organizações da sociedade civil na promoção da responsabilidade social.•Relação entre responsabilidade social e desenvolvimento (sustentável, territorial).•Diferentes tipos de organizações e suas características de sua atuação no que tange à responsabilidade social.•Tendências e dilemas do movimento da responsabilidade social na atualidade.•Investimento social privado: conceitos e práticas de participação das empresas no atendimento a demandas sociais.

RSC – 2010-1

Conteúdo Programático


UNIDADE II – A GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL (Aulas 7 a 11) Responsabilidade social corporativa como estratégia de negócios, de gestão e de sustentabilidade.Indicadores, normas, certificações e instrumentos de planejamento, ação, avaliação e divulgação relacionadas à responsabilidade social.A gestão da responsabilidade social na cadeia de valor.Responsabilidade social e comunicação – estratégias de diálogo e negociação de interesses; relatórios de sustentabilidade/balanços sociais.A gestão do investimento social privado.Responsabilidade social, cooperação e desenvolvimento: parcerias, redes e articulações entre empresas e outros setores, em prol de objetivos compartilhados.Consumo consciente e sustentabilidade. UNIDADE III – RESPONSABILIDADE SOCIAL, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO – ANÁLISE DE CASOS (Aulas 12 a 14) Análise de casos relativos à responsabilidade social.Trabalho interdisciplinar, realizado no decorrer do semestre, na articulação entre disciplinas – Responsabilidade Social Corporativa; Gestão de organizações do terceiro setor; Desenvolvimento sustentável e territorialidade; Pesquisa social.Desafios da prática da responsabilidade social no cotidiano das organizações e possíveis caminhos para avanços. PROVA E AVALIAÇÃO (Aula 15)2ª Prova individual + Avaliação da disciplina e Atividade de Encerramento

RSC – 2010-1

Conteúdo Programático


•Exposição e debates em sala de aula, entre:Professora / EstudantesEstudantes / EstudantesEstudantes / ProfessoraConvidados / Estudantes / Professora

•Trabalhos em pequenos gruposResposta às questões de cada unidadeTrabalho de pesquisa – referenciais teóricos e práticos e apresentações em aulaContribuições para construção da página da disciplinaAnálise e interpretação de textos e artigosContribuições espontâneas para construção da disciplina

•Trabalho interdisciplinar realizado ao longo do semestre•Textos, sites, poesias, imagens, filmes, músicas, peças de teatro•Discussão de casos e exemplos práticos•Visitas a empresas•Páginas da disciplina – ambiente wiki ou outros

RSC – 2010-1

Possíveis meios de interação


-01 prova individual intermediária: 30%

-01 prova individual final: 30%

-trabalho interdisciplinar em grupo, articulado com outras disciplinas do semestre: 30%

- auto-avaliação (contribuição de cada pessoa para a aprendizagem do grupo): 10%

RSC – 2010-1

Avaliação


1.Anna Barbara• Qual o papel da Responsabilidade Social dentro de uma organização?• Quais as mudanças positivas que a Responsabilidade Social causa à

organização?2.Douglas H. de Paula

• Há, no Brasil, exemplo efetivos de empresas que sejam socialmente responsáveis?

• É viável economicamente adotar responsabilidade social?3.Rafael M. Brammer

• O que é RSC?• As ideias do meteorologista Luiz Molion são pertinentes? Elas mudaram o foco

da atual RSC?4.Mariana

• Qual a relação direta que a responsabilidade social possui com o desenvolvimento econômico do país?

• A responsabilidade social depende de quais fatores para ocorrer com êxito em uma organização?

1ª Aula – 23 fev

Perguntas de partida...


5. Natália Carniel Batista• A área de responsabilidade social corporativa possui legislação “específica”? As

empresas têm responsabilidade social como opção ou como dever?• A responsabilidade social em prática segue seu objetivo efetivo, ou muitas vezes

acaba sendo um “marketing social” para as empresas (desvio de foco)?6. Sergio Bacher

• A respomsabilidade social hoje se refere a real necessidade da sociedade ou é adotado apenas como marketing?

• Como é direcionada a área de atuação no setor? Pelo assunto da moda? Aquilo que dá visibilidade?

7. Manolo Baroncello• Qual é o papel das empresas, no que se trata de responsabilidade social? • Que programas ou ferramentas são utilizadas para manutenção do meio

ambiente?• Qual a primeira impressão que empresas tem ao ouvir/ver falar em

responsabilidade social?

1ª Aula – 23 fev



8. José Luiz• Quais são os privilégios que a empresa ganha do governo, em todos os

âmbitos, por ser responsável socialmente?• Quais são as ferramentas que nós, administradores públicos, implantamos em

uma instituição privada quando vamos trabalhar nessa área?9. Sheila

• Por que são poucas as iniciativas de políticas públicas ambientais eficazes e eficientes? (nível municipal)

• Por que ações pontuais de assistencialismo ou projetos pouco abrangentes (que não envolvem os multistakeholders da organização) insistem em ser chamados de responsabilidade socioambiental?

10. Rogério Bueno• Qual é o nível de desenvolvimento de práticas de responsabilidade social no

Brasil, comparado com países mais desenvolvidos (EUA)?• Como a sociedade tem se manifestado a respeito (consciência de sua

importância)?• Há uma confusão entre responsabilidade social e marketing empresarial.

1ª Aula – 23 fev



11. Aloisio• Qual a origem da responsabilidade social?• Como é visto a R.S. e a publicidade?

12. Mário Jorge Bandeira de Carvalho• A responsabilidade social corporativa é uma lei que obriga o desenvolvimento

de projetos sociais ou é um instrumento para empresas com fins de gerar bem social?

• As empresas que têm um plano de responsabilidade social sólida se destacam frente às outras empresas? Como?

13. Renata Araujo• Até que ponto ações sociais que visem lucro para a empresa podem ser

consideradas ações de Responsabilidade Social?• Quais as vantagens econômicas e tributárias que uma empresa obtém através

de ações de responsabilidade social?14. Douglas Garbe

• Quais as vantagens para uma empresa ao adotar a responsabilidade social?• A responsabilidade social obrigatoriamente está ligada à questão ambiental?

1ª Aula – 23 fev



1ª Aula – 23 fev


15. Francine Cardoso de Farias•Nas empresas, quais são os principais obstáculos para adotar ações de responsabilidade social?•O que é responsabilidade social?

16. Tarsilla Noemi Bertoli Alexandrino•É possível trabalhar com a responsabilidade social na Educação? Como?•O foco principal atualmente da responsabilidade social é ambiental, que autores posso buscar na área educacional?

17. Cleber Aldo Reinhold•Como os princípios da responsabilidade social podem caminhar lado-a-lado com os objetivos econômicos de uma empresa?•Como diferenciar a responsabilidade social verdadeira das usadas como marketing?

18. Maria Eduarda F.•A responsabilidade social pode estar integrada a qualquer tipo de empresa?•Quais medidas são tomadas para se implantar a responsabilidade social em uma empresa/entidade?


1ª Aula – 23 fev

Comentários sobre Documentário Home

Relação Homem x NaturezaPouco tempo da espécie em relação ao planetaPoder da espécie humana em relação às demais – teria o homem poder de alterar ciclos da natureza?Fragilidade do ciclo ecológico que mantém o equilíbrio da vidaPercepção da interdependência dos fenômenosPreço a ser pago pelo desequilíbrioPreservação do planeta ou da espécie humana?

Valores, justiça, igualdadeExtermínio cultural, de modos de vidaQuadro alarmante no acesso e distribuição dos recursos disponíveis (ex: água potável)Para o que usamos o que produzimos?Modo de vida / consumismoConcentração populacional nas grandes cidades / condições precárias de vidaTragédia dos comuns


1ª Aula – 23 fev

Comentários sobre Documentário Home

Possibilidade de reversão do quadro

Processo de modificação de hábitos

Pensamentos e ações voltados para o equilíbrio

Novas fontes de energia

Cidades e bairros ecológicos

Ações articuladas entre países e lideranças

Conscientização pela dor?

De onde vem as mudanças, inovações?

Elementos do contexto atual e gestão contemporânea

Avanços científicos, tecnológicos,

políticos, sociais

X Desafios básicos na garantia de direitos

mínimos às populações: alimentação, moradia, segurança,

qualidade do ar e da água etc.

Preocupações com ameaças dos fenômenos ambientais e sociais

X

Oportunidades para novos negócios15


Responsabilidade Social Empresarial: oportunidades, desafios e tendências

• Valorização da diversidade, visão ampliada de riqueza e progresso

• Integração internacional: pressões e padrões

• Maior permeabilidade das fronteiras entre o público o privado

• Redefinição de papéis das organizações e novas formas de articulação entre elas;

• Percepção da interdependência dos fenômenos;

• Necessidade de ação articulada; co-responsabilidade de múltiplos atores

Elementos do contexto atual e gestão contemporânea

Avanços científicos, tecnológicos,

políticos, sociais

X Desafios básicos na garantia de direitos

mínimos às populações: alimentação, moradia, segurança,

qualidade do ar e da água etc.

Preocupações com ameaças dos fenômenos ambientais e sociais

X

Oportunidades para novos negócios16


Responsabilidade Social Empresarial: fundamentos, dilemas e tendências

• Valorização da diversidade, visão ampliada de riqueza e progresso

• Inovação x regulação• Liberdade x civilização?• Integração internacional:

pressões e padrões• Maior permeabilidade das

fronteiras entre o público o privado

• Redefinição de papéis das organizações e novas formas de articulação entre elas;

• Percepção da interdependência dos fenômenos;

• Necessidade de ação articulada; co-responsabilidade de múltiplos atores

17

• Estado como principal agente do desenvolvimento

• Anos 1940/50: empresas estatais: desenvolvimento e serviços públicos

• “Homens de bem”: ação social principalmente por meio da Igreja

• Desigualdade histórica, sempre se atualizando

• Anos 1970 – Início do processo de reforma do Estado e de

redemocratização

• 1985 a 2010 – consolidação de instituições democráticas – década

perdida e retomada do crescimento

• 2010 – perspectivas de crescimento econômico, avanços políticos,

redução da pobreza? Desigualdade e injustiça persistem?


Brasil: elementos históricos e contextuais

18

E O DESENVOLVIMENTO FOI GANHANDO ADJETIVOS...– Desenvolvimento como crescimento econômico– Desenvolvimento

• Humano (PNUD)• Sustentável• Solidário ou alternativo

– Desenvolvimento como liberdade humana– Ecodesenvolvimento– Anti-desenvolvimento

Fonte foto: www.terra.com.br Paula Chies Schommer - 2010

19

Definição ampliada de riqueza: bens materiais tangíveis + valores intangíveis ou éticos: preservação do meio ambiente, desenvolvimento sustentável, dignidade no trabalho, direitos do consumidor, liberdade,

democracia ...


20

O tripé como base e a interdependência como pressuposto

A famosa definição do Relatório Brundtland (1987):

Desenvolvimento sustentável é aquele que...

“... busca atender as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.”

Social

EconômicoAmbiental

A definição de desenvolvimento sustentável

Envolve solidariedade:– inter-gerações– intra-geração: minorias e

desigualdades– inter-espacial: entre regiões e países



21

1900 a 1960

-Desilusão com liberalismo-Profissionalização da gestão-Influência socialismo e movimentos antitrust- Debate sobre condições de trabalho, ética dos executivos e filantropia

1960 a 1980

-Mobilização cívica e revolucionária-Avanços científicos e movimentos ambientalistas-Crise do capitalismo-Surgimento da Business ethics (filosofia e gestão)-Distinção entre filantropia e responsabilidade: base para corrente Business & Society

1980 aos dias atuais

-Avanço de políticas neoliberais-Globalização e Financeirização da economia-Flexibilização da produção-Debates sobre desenvolvimento sustentável-Consolidação Business & society e surgimento Social issues management

Fonte: Kreitlon, 2004

22

Gestão Ambiental – alguns eventos (Nascimento, 2007)

1950 1953 - Acidente de Minamata (Japão) derramemento Mercúrio – 700 mortos e 9000 doentes crônicos

1957 – Tcheliabinski (URSS) – primeiro acidente nuclear

1960 1962 – Livro: “A Primavera Silenciosa, de Rachel Carson – alerta para perigos de pesticidas e poluentes

1970 1972 – Relatório “Os limites do crescimento” – por um grupo de cientistas para a Clube de Roma

1972 – Conferência de Estocolmo – 1ª da ONU para meio ambiente – 113 países, 250 ONGs. Criação de órgãos de controle ambiental em vários países, criação do PNUMA

1976 – Acidente Seveso – Itália – incêndio indústria pesticidas, emissão de dioxinas

1978 – Selo Ecológico (Alemanha) – primeiro selo ecológico – “Anjo Azul”

23

1984

1986

1987

1988

1989

Acidente de Bohpal (Índia) – gases tóxicos na atmosfera – Union Carbide.

3.300 mortos e mais de 20.000 doentes crônicos

Acidente Nuclear de Chernobil (Ucrânia) – 31 mortos, 134 pessoas com

síndrome aguda de radiação e 237 suspeitas. Desde o acidente, 35.000

casos de câncer na região

Acidente de Basiléa (Suiça) – 30.000 litros de pesticida no Rio Reno – 500

mil peixes mortos

Relatório “Nosso Futuro Comum” (Relatório Bruntland”

Protocolo de Montreal – proíbe CFCs

Constituição Brasileira – Cap. VI: “todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado...”

Acidente Exxon Valdez (Alasca) 37 milhões de litros de óleo no mar

Convenção da Basiléia (Suiça) – regulamenta a movimentação

transfronteiriça de resíduos perigosos


24

1992

1997

Rio 92 – 2ª Conferência ONU para o Meio Ambiente – 172 países, 10.000 participantes. Resultados: Agenda 21; Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade; Princípios para a administração sustentável de florestas

Criação do CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável

Protocolo de Quioto – Convenção sobre Mudanças Climáticas

Lançamento da Norma ISO 14.001

2001

2002

2007

2008

2009

Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes

Rio + 10 – Convenção ONU – Joannesburgo (África do Sul)

2º Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas ONU – 2.500 cientistas, 130 países

Crise econômica

Conferência de Copenhagen + dados manipulados?


25

Ética e Responsabilidade Social (Kreitlon, 2004)

Moral e Valores

(Abordagem normativa)

Direitos e Deveres Cidadania

(Abordagem contratual)

Problemas sociais como variáveis a serem consideradas na gestão

RSE como vantagem competitiva

(Abordagem gerencial ou estratégica)

26

Ética empresarial

(Business Ethics)

Abordagem ética ou normativa

-Ramo da ética aplicada

-Tratamento filosófico, normativo, moral, baseado em valores

Mercado e Sociedade

(Business & Society)

Ab. social ou contratual

-Perspectiva sociopolítica

-Abordagem contratual e inter-relacionada entre empresas e sociedade

Gestão questões sociais

(Social issues management)

Ab. gerencial ou estratégica

-Natureza utilitária

-Problemas sociais como variáveis a serem consideradas na gestão estratégica

-RSE como vantagem competitiva e como oportunidade de negócio

Abordagens – Etica e RSE (Kreitlon, 2004)


27

Visão liberalResponsabilidade das

empresas: empregos, lucros, impostos. O social não é de sua competência específica

Visão críticaEmpresas

como vilãs

Visão políticaEmpresas são muito poderosas para ficar fora do debate público


Diferentes visões sobre o papel das empresas



Ética nos negócios: níveis de análise e tipos de abordagem

Descritiva Normativa Analítica

Ética do sistema

Ética do indivíduo

Ética da organização

Fonte: Goodpaster (1992).

29

Do individual ao coletivo,

do coletivo ao individual

MacroSociedades/Sistemas

sociais

MesoGrupos/Comunidades/

Organizações

MicroIndivíduos

Política GestãoValoresCulturaPoder

TecnologiasInstrumentos

Fonte: Schommer, 2009, p. 71

30

Responsabilidade Social Empresarial: oportunidades, desafios e tendências


Como cada um de nós pode participar?

31

• Ética • Filantropia (Amor ao Homem)• Cidadania corporativa (direitos e

deveres)• Responsabilidade social – stakeholders

(partes interessadas)• Sustentabilidade• Governança (Corporativa)• Investimento social privado• Comércio Justo• Consumo consciente• Marketing

– Marketing social– Marketing relacionado a uma causa

Fonte fotos: HELP - PER UNA VITA SENZA TABACCO - CAMPAGNA ITALIANA ANTI-TABAGISMO e Instituto Ronald McDonald


Antigas e novas palavras em nosso repertório


• Filosofia• Economia• Direito• Sociologia• Ciência política• Biologia• Geografia• História• Psicologia• Pedagogia

• Administração– Produção– Logística– Marketing / Imagem /

Consumo / Transformação– Estratégia– Finanças– Gestão de pessoas– Teoria das organizações– Teoria da Agência -

governança corporativa– Cognição


Áreas do conhecimento e abordagens conceituais relacionadas


33

Há muitas razões para o mercado envolver-se com questões sociais...

As razões dificilmente são as mesmas

de uma empresa para outra, mas os

benefícios, para os negócios e para a

sociedade, mostrarão que se deve

incentivar a maior participação do

mercado, sem suspeitas prévias sobre

seus motivadores.

Para sensibilizar e formar uma massa

de atuação social no setor empresarial

é preferível utilizar argumentos de

negócios do que esperar pelo senso

cívico ou filantrópico.

Fonte: Logan e outros, 1997


34

Categoria / Motivação para engajamento em RSE

1 Nascem para RSE

2 Crise como motivador principal

3 Movem-se em estágios (elementar, engajada, inovadora, integrada, transformadora)

4 Querem mudar as “regras do jogo”

Ex: foco na base da pirâmide

Novas Tecnologias

Fonte: palestra Philip Mirvis – UFBA 2006


35


Perfis de empresas - RSEFranklin (2008) – The Economist

Há lugar para todos?

Quais padrões mínimos devem ser comuns? O que pode ser diferenciado?

36

37

“Empresas ganhadoras e líderes do Século 21 são as que

incorporam as oportunidades que emergem do

conhecimento e da análise dos desafios, tendências e

expectativas da sociedade, integrando-os em suas

estratégias e fazendo o que sabem fazer de melhor –

negócios, de maneira que seu engajamento seja

sustentável”.

Julio Moura – Grupo Nueva (BID/Ethos, 2006)



38

Como as empresas podem contribuir

para avanços na sociedade?


39

1) Atuando de maneira ética e socialmente responsável em todas as etapas de sua atividade produtiva

Instituto Ethos – Localizador de Ferramentas de Gestão em RSE

Fonte: www.ethos.org/sistemas/conceitos_praticas/localizador

Sem deixar de ser rentável e competitivo


40

2) Mediante investimento social privado:

• doações filantrópicas• compartilhando capacidade

gerencial e técnica• programas de voluntariado

empresarial• iniciativas de marketing social• apoiando iniciativas de

desenvolvimento comunitário• Atuando em parceria com

governos, ONGs, outras empresas, em torno de desafios compartilhados


41

3) Mediante contribuição ao debate sobre políticas públicas e engajamento em diversas áreas:

• Fiscal• Educacional• Produtiva (qualidade)• Ambiental• Responsabilidade Social• Consumo consciente• ...


42Fonte: www.pnud.org.br

4) Engajando-se em iniciativas globais, como os Objetivos do Milênio e o Pacto

Global


43

• Princípios de Direitos Humanos1. Respeitar e proteger os direitos humanos; 2. Impedir violações de direitos humanos;

• Princípios de Direitos do Trabalho3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho;4. Abolir o trabalho forçado;5. Abolir o trabalho infantil;6. Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho;

• Princípios de Proteção Ambiental7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais;8. Promover a responsabilidade ambiental;9. Encorajar tecnologias que não agridem o meio ambiente.

• Princípio contra a Corrupção 10. Combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina.

Fonte: www.pactoglobal.org.br


5) Gerenciando impactos na cadeia de valor


Etapa 1: extração e transporte de matérias primas e embalagens

Etapa 2: processo industrial e processos internos

Etapa 3: venda de produtos (transporte e distribuição)

Etapa 4: uso de produtos e descarte de embalagens

Natura Cosméticos – Relatório Anual 2008 – Página 8

Exemplo: Cadeia de Valor Natura

46

5) Gerenciando impactos na cadeia de valor

DoleDole - Produtos orgânicos com número de registro que permite ao consumidor o rastreamento da cadeia produtiva desde o plantio.


47

6) Lançando produtos e incentivando novos comportamentos entre seus clientes

ElectroluxElectrolux - modelo LT60LT60.

A máquina de lavar suporta até 6kg de roupas, tem 3 níveis de água e conta com um sistema de reaproveitamento da água do último enxágüe, que se pode usar para regar as plantas, dar a descarga ou lavar o quintal.


Celular Verde – Motorola (MOTOTM W233 Eco)

-25% da estrutura externa feita com plástico reciclado de garrafas

- kit do aparelho é 100% reciclável; embalagem e manual com papel reciclado

-Bateria com maior vida útil e com até nove horas de conversação

- 1º do mundo com certificado CarbonFree (parceria com a Carbonfund.org, o carbono emitido na fabricação e na distribuição e uso do celular será compensado com investimentos em projetos de preservação, reflorestamento e energia renovável

-No Brasil, os recursos serão destinados para um programa de tratamento de água, em Vargem Bonita (SC).

Fonte: www.clicrbs.com.brAcesso 25 Março 2009.


http://www.clicrbs.com.br/

A brasileira Itautec desenvolveu computadores compatíveis com a

diretriz européia RoHS, que prevê a não utilização de metais como chumbo e cádmio na fabricação. A USP decidiu adotar critérios de sustentabilidade na substituição de seus equipamentos e comprou da Itautec, concedendo um

selo verde aos produtos.

Fonte: http://www.itautec.com.brAcesso em 22 Abr 2009.


http://www.itautec.com.br/

Caixa Ecológico - Supermercado

Festval Barigüi, Curitiba

A idéia do projeto de mestrado da

designer Dulce Albach, funciona

como um caixa comum, com a

diferença de que possui um

contêiner para a pessoa já deixar

ali mesmo as embalagens que

jogaria no lixo ao chegar em casa.

Depois, o material é encaminhado

para reciclagem e a receita doada

para uma organização.

Caixa Ecológico - Supermercado

Festval Barigüi, Curitiba

A idéia do projeto de mestrado da

designer Dulce Albach, funciona

como um caixa comum, com a

diferença de que possui um

contêiner para a pessoa já deixar

ali mesmo as embalagens que

jogaria no lixo ao chegar em casa.

Depois, o material é encaminhado

para reciclagem e a receita doada

para uma organização.

Fontes: Revista Vida Simples – Embalado para o futurohttp://www.superfestval.com.br/cia/resp_social/resp_social_caixas.html


Sacola Oxi-Biodegradável-

Supermercado Festval Barigüi

Todas as sacolas fornecidas nas

lojas são feitas de material Oxi-

biodegradável, plástico que se

decompõe 18 meses

Sacola Oxi-Biodegradável-

Supermercado Festval Barigüi

Todas as sacolas fornecidas nas

lojas são feitas de material Oxi-

biodegradável, plástico que se

decompõe 18 meses

Fonte: http://www.superfestval.com.br/cia/resp_social/resp_social_caixas.html, Acesso em 06 Abr 2009


http://www.superfestval.com.br/cia/resp_social/resp_social_caixas.html

Água de 5L - reduziu 8g de plástico por garrafa. - Economia de 39,94 kg de pet por caminhão;- Economia de 27.164 garrafas de pet por ano.

Embalagens – Wal MartEmbalagens – Wal Mart

Embalagem impressa em sistema Cyrel@FAST (reduz o consumo de energia

e elimina o uso de solventes – evitando o efeito estufa)

Embalagens com certificado FSC (Forest Stewardship Council). Impressão feita em gráfica certificada.

4t a menos de C02 equivalente


http://www.fsc.org.br/index.cfm

Embalagens sustentáveisEmbalagens sustentáveis

• Plástico feito cana-de-açúcar – Brasken

• Isopor feito de fécula de mandioca e de milho, e casca de laranja com CO2

Revista Dinheiro Rural de julho de 2007


Resina Ecobrás Resina Ecobrás feita de milho - Basf

garrafas feitas de milho, substituindo o plástico –

Belu

Embalagens sustentáveisEmbalagens sustentáveis


55Paula Chies Schommer

7) Utilizando princípios de arquitetura sustentável

Sede do Serasa em São Paulo é ecoeficiente – sistema de ar-condicionado inteligente, sensores nas torneiras, aproveitamento de luz natural, reuso de água, sistema de reciclagem.

Ecohouse Urca – laje verde, ventilação cruzada, janelas redimensionadas para aproveitamento de energia natural, água reciclada e aproveitamento da água da chuva, aquecimento da água da casa é feito por energia solar, uso de madeira certificada na construção.


Vidro espelhado

Área de preservação (170 novas árvores nativas de Mata Atlântica).

Muro de contenção com gabião

Piso de concregrama

“Parede verde”Redução da altura do teto Iluminação Natural

Loja Ecoeficiente – Wal-MartLoja Ecoeficiente – Wal-MartSupercenter Granja Viana - SPSupercenter Granja Viana - SP

Loja Ecoeficiente – Wal-MartLoja Ecoeficiente – Wal-Mart

Conservação de Água 6.1 Reuso de água da chuva nos banheiros e nos jardins 6.2 Faucets com sensores de movimento 6.3 Fluxo de água com ar pressurizado para minimizar o volume de água 6.4 Menor utilização de água nos Mictórios 6.5 Mictórios secos

7 Gerenciamento de Resíduos e Reciclagem 7.1 Gerenciamento de resíduos durante a construção 7.2 Estações de Coleta e Central de Resíduos 7.3 Uso de madeira certificada7.4 Gerenciamento de resíduos - clientes7.5 Gerenciamento de resíduos - operacional

8Paisagismo8.1 Paisagem com árvores adultas8.2 Vagas especiais para "carpooling" 8.3 Vagas especiais para bicicletas 8.4 Plantar árvores para ajudar a neutralizar as emissões de CO2 8.5 Pavimento de concreto/grama8.6 Manutenção das árvores existentes

9Treinamento e Educação9.1 Treinamento para os responsáveis e para a equipe operacional 9.2 Workshops para os clientes9.3 Comunicação visual das iniciativas

Seleção de materiais orgânicos e reciclados4.1 Madeira certificada4.2 Tinta á base de água4.3 Chão de concreto exposto4.4 Portas flexíveis feitas de material reciclado4.5 Uso de gabião 4.6 Vidros reciclados4.7 Drywall reciclado

1Sistema de Energia Renovável1.1 Turbina eólica1.2 Fonte de energia fotovoltaica

2Eficiência em Energia2.1 Sensores de movimento nos escritórios administrativos 2.2 Sistema completo de gerenciamento de energia 2.3 Aquecedores solares (painéis)2.4 Cabos de baixa emissão de gases2.5 Iluminação T5 no estacionamento e subsolo.2.6 Iuminação T5 Lighting at administratives Areas (offices)2.7 7% de redução do nivel de iluminação2.8 Iluminação LED nos “backlights”2.9 Iluminação LED nas portas de refrigeradores 2.10 Ceras especiais no piso de vendas para refletir iluminação

10 Prédio Eficiente10.1 Construção de elevações progressivas10.2 Redução da altura das lojas10.3 Uso de vidros reflexivos10.4 redução do uso de vidros10.5 Iluminação zenital mais eficiente10.6 Teto verde

Sistema de Refrigeração3.1 Painéis de espuma3.2 Piso isolante3.3 Portas dos refirgeradores e freezers com fechamento automático 3.4 Reaproveimento da água quente do Rack House3.5 RTU's mais eficientes3.6 Sistema paralelo com Glicolpropileno3.7 Sistema de protocolo3.8 redução de espaço nos refrigeradores, freezers e salas de preparação3.9 Sistema de refrigeração CO2

34 5

Armazenamento de Água da Chuva5.1 Concreto poroso nas áreas de circulação e calçadas 5.2 Área de retenção5.2 Tanque de retenção

6

58Paula Chies Schommer

8) Participando de mudanças no mercado financeiro


59

Finanças Sustentáveis

1. Ampliação do acesso a serviços bancários e a crédito

2. Microcrédito3. Crédito responsável4. Análise de crédito – Princípios do Equador5. Financiamentos socioambientais6. Seguros ambientais7. Mercado de créditos de carbono8. Fundos de investimento socialmente responsáveis

(Fundos SRI – Socially Responsible Investment)9. Transparência10.Combate à lavagem de dinheiro11.Segurança da informação


60

9) Atendendo a necessidades ainda não satisfeitas – negócios na base da

pirâmide

Stuart L. Hall

“Capitalism at the Crossroads: The Unlimited Business Opportunities in Solving the World´s Most Difficult Problems” (2005)

Brasil: “Capitalismo na Encruzilhada” (2006)

C.K. PrahaladA Riqueza na Base da Pirâmide - Brasil (2005) Redução da pobreza e da desigualdade via mercado


61

Novas fontes de energia e eficiência no uso de recursos energéticos

Energia de biomassa, eólica, solar, geotérmica, do mar, biodiesel, etanol

Padrões produtivos e de consumo que reduzem consumo de energia

Redução e reciclagem de resíduos e logística reversa

Responsabilidade de consumidores e produtores no sentido de reutilizar, reduzir e reciclar resíduos

Novos produtos, serviços e tecnologias

Que atendam a novas necessidades sociais e ambientais, a novos padrões de consumo e a necessidades não atendidas de populações de baixa renda

Ecodesign Produtos projetados considerando critérios de consumo de energia na produção e no consumo de bens, como qualidade, durabilidade, modularidade, reciclabilidade, embalagem, vida útil

Dos produtos aos serviços Exemplo da Interface (empresa de carpetes), que migrou da tradicional venda para o aluguel (leasing) de carpetes; AMD; GE Ecoimagination

Selos verdes ou rótulos ambientais

Selos ou rótulos em produtos comerciais, que asseguram que tais produtos foram produzidos sem explorar bens naturais de maneira degradante ou que seu uso, embalagem ou resíduo não causam malefícios ambientais

Produção orgânica, permacultura, agricultura familiar

Sistemas de produção orgânica e agricultura menos poluentes e mais adaptados às necessidades e recursos de cada região

Comércio Justo (Fair Trade)

Iniciativas que visam a garantir melhores condições socioeconômicas aos trabalhadores, por meio de lógica de comercialização mais justa, com preço mínimo garantido em toda a cadeia de valor

Desafios sociais e ambientais como oportunidades para novas concepções de negócios

Paula Chies Schommer

ESAG - UDESC

E-mail: [email protected]

62

Documents

Responsabilidade Social Corporativa