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VII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br
RESPONSABILIDADE SOCIAL EM INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS: UMA ANÁLISE
DO BALANÇO SOCIAL BANCOS BRADESCO E ITAÚ – 2001-2007
Claudia Rosana Felisberto Scofano ([email protected])
Centro Universitário Metodista Bennett
Carlos Henrique Berrini da Cunha ([email protected])
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
RESUMO
Este artigo tem como objetivo discutir se o Balanço Social de fato pode representar um
instrumento capaz de demonstrar as práticas de responsabilidade social, com a divulgação dos
investimentos sociais e ambientais, para o caso dos bancos Bradesco e Itaú, no período de
2001-2007. O artigo é composto de três itens, no primeiro apresenta-se a introdução, com
destaque à responsabilidade social nas instituições financeiras, no segundo, a composição do
modelo de Balanço Social do IBASE, e no terceiro os dados da pesquisa, referentes à base de
cálculo, investimentos sociais (internos e externos) e investimentos ambientais. As principais
conclusões foram de que: apesar da evolução que vêm ocorrendo no sistema financeiro em
relação a práticas sócio ambientais, existe uma distorção entre a evolução da receita líquida e
os gastos efetivos realizados em investimentos sociais (internos e externos) e investimentos
ambientais. Outro aspecto verificado é se os investimentos sociais e ambientais que vêm
sendo realizados por estes bancos são verdadeiramente significativos, representativos e
possuem resultados positivos compatíveis com o poder, o impacto e as responsabilidades que
estes grandes bancos têm em relação à sociedade.
Palavras-chave: Responsabilidade Social Corporativa, Balanço Social, Investimento Social.
ABSTRACT
This article aims at discussing if the social balance can indeed represent a device capable of
showing the practices of social responsibility, with the presentation of the social and
environmental investments, in the Bradesco and Itaú cases, during the time period between
2001 and 2007. The article is made of three items; the first one presents the introduction,
focusing on the social responsibility in the financial institutions; the second one shows the
composition of the model of the social balance of IBASE, and the third one introduces the
research data, referring to the basis of calculation, social (internal and external) and
environmental investments. The main conclusions were that in spite of the evolution that has
been happening in the financial system related to the socio-environmental practices, there is a
distortion as to the evolution of the financial income and the expenses really made in social
(internal and external) and environmental investments. Another aspect verified is if the social
and environmental investments that have been made by those banks are really meaningful,
representative and have a positive effect compatible with the power, impact and
responsibilities that those big banks have in relation to society itself.
Key words: Social Responsability, Social Balance, Social Investment.
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1 INTRODUÇÃO: EVOLUÇÃO CONCEITUAL DA RESPONSABILIDADE
SOCIAL CORPORATIVA
O tema responsabilidade social corporativa tem se tornado cada vez mais alvo de importantes
discussões tanto nas organizações, como nas instituições financeiras, sobretudo a partir da
segunda metade do século XX. A evolução conceitual do termo responsabilidade social
corporativa (RSC) pode ser destacada a partir de dois períodos, no primeiro, sob a ótica da
sociedade industrial, com o surgimento da filantropia social; e no segundo, sob a ótica da
sociedade pós-industrial, quando o conceito evolui e passa a incorporar as necessidades dos
agentes sociais da firma (funcionários, consumidores, fornecedores), agregando outros
conceitos, tais como os de voluntariado empresarial, cidadania corporativa e desenvolvimento
sustentável. (TENÓRIO et al, 2004).
Neste percurso de evolução conceitual, vale ressaltar alguns acontecimentos internacionais
que contribuíram para a consolidação do termo responsabilidade social corporativa aliado ao
conceito de desenvolvimento sustentável do Relatório Brundtland1 apresentados a seguir:
Quadro 01 – Evolução Temporal das Convenções Ambientais
Elaboração própria.
Estes acontecimentos internacionais, aliados à mudança da concepção original de filantropia,
marcaram definitivamente a definição contemporânea de responsabilidade social corporativa
que inclui questões de ética, de sustentabilidade, de transparência das informações e,
sobretudo, de estabelecimento de metas sociais e ambientais como fator estratégico, além da
utilização de indicadores sociais e ambientais correspondentes às ações executadas pelas
empresas para o bem estar de seus stakeholders.
No Brasil, a criação dos Institutos Ethos e Ibase foi fundamental para a divulgação e a
ampliação da prática da responsabilidade social corporativa no país. O Instituto Ethos é uma
OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) cuja missão é ajudar as
empresas na gestão socioambiental. O Instituto Ethos (2010) define RSC como a:
[...] forma de gestão que se define pela relação ética e
transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela
se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que
impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade,
1 (...) aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras
atenderem suas próprias necessidades. Ele contém dois conceitos-chave: o conceito de necessidades, sobretudo
as necessidades essenciais dos pobres do mundo, que devem receber a máxima prioridade, e a noção de
limitações, que o estágio da tecnologia da organização social impõe ao meio ambiente, impedindo de atender às
necessidades presentes e futuras. (CMAD - COMISSÃO Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento CMAD,
1988, p.46).
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preservando recursos ambientais e culturais para as gerações
futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das
desigualdades sociais.
O IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) também é uma instituição
sem fins lucrativos, e sua missão é aprofundar a democracia, seguindo os princípios de
igualdade, liberdade, participação cidadã, diversidade e solidariedade. Para o IBASE a
definição de RSC é reconhecer o caráter de patrimônio insubstituível das empresas como base
da economia de uma sociedade que busca ser democrática, que valoriza sua cidadania e usa de
forma sustentável a natureza, sem comprometer gerações futuras. O saber fazer empresarial –
organizar e fazer funcionar uma empresa supõe enorme criatividade, ousadia e base científica
e técnica, não desperdiçando recursos humanos, materiais e econômicos, para não levar à
destruição da própria empresa como organização da sociedade – é um enorme bem social.
Que tal empresa seja capitalista, também, não é desculpa para praticar a irresponsabilidade.
(GRZYBOWSKI, 2010).
Neste contexto pautado pela sustentabilidade, as empresas devem assumir um novo papel
frente de responsabilidade com a preservação do meio ambiente e com a qualidade de vida da
sociedade, um novo paradigma onde as empresas não visam apenas o lucro, mas também sua
integração com as áreas sociais e ambientais. Este novo paradigma apresenta características
importantes, introduz uma dimensão ética e política por ser um processo de mudança social,
com consequente democratização do acesso aos recursos naturais e à distribuição equitativa
dos custos e benefícios do desenvolvimento.
Orgânico, holístico, participativo
Fatos e valores fortemente relacionados
Ética integrada ao cotidiano
Interação entre o objetivo e o subjetivo
Seres humanos inseparáveis dos ecossistemas, uma relação de sinergia
Conhecimento indivisível, empírico e intuitivo
Relação não-linear de causa e efeito
Natureza entendida como um conjunto de sistemas inter-relacionados, o todo maior que a
soma da parte
Bem-estar avaliado pela qualidade das inter-relações entre os sistemas ambientais e sociais
Ênfase na qualidade (qualidade de vida)
Síntese
Descentralização de poder
Transdisciplinaridade
Ênfase na cooperação
Limite tecnológico definido pela sustentabilidade
Quadro 02 - Paradigma da sustentabilidade
Fonte: Kraemer, 2008.
O conceito de RSC ultrapassou os limites do âmbito empresarial, e o setor financeiro também
apresentou vários avanços na adoção de políticas socioambientais. Em 1992 a UNEP - United
Nations Environment Programme (PNUMA), juntamente com alguns bancos prepararam a
Declaração Internacional das Instituições Financeiras para o meio ambiente e
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desenvolvimento sustentável. Nesta declaração constaram três metas para as instituições
financeiras: i) reduzir o consumo de energia, água e materiais; ii) inserir a política de risco
ambiental para avaliar os investimentos e financiamentos; e iii) apoiar o desenvolvimento de
produtos e serviços que promovem a proteção do meio ambiente.
Dando continuidade a este movimento em prol da sustentabilidade o Sistema Financeiro
Brasileiro através dos bancos oficiais lança em 1995 um protocolo de intenções - Protocolo
Verde, que propõe a adoção de políticas e práticas alinhadas com a definição de
sustentabilidade do Relatório Brundtland. (FLASCO, 2005).
Em 2009, a FEBRABAN (Federação Brasileira dos Bancos) passa ser signatária do Protocolo
Verde. Segundo Ribemboim (1996) esse Protocolo Verde tem como objetivo incorporar a
variável ambiental na gestão e na concessão de crédito, e a federação assume esse
compromisso de concessão dos financiamentos aos setores alinhados com as questões
socioambientais. O Bradesco e o Itaú Unibanco participaram desse convenio, assumindo sua
responsabilidade nessa questão.
Em 2002, após discussões com representantes de entidades filiadas a Bank Track2 foi criada a
Declaração de Collevicchio, para fins de adoção do tema sustentabilidade no setor financeiro,
com objetivos de equidade social, redução dos impactos à sociedade e ao meio ambiente,
transparência com a divulgação das informações, responsabilidade com os impactos
financeiros sociais e ambientais, preocupação com o bem estar dos funcionários, e também
apoio à criação de produtos e serviços que beneficiam o meio ambiente e a sociedade.
Após a criação do Princípio do Equador, que estabeleceu um conjunto de regras para a
concessão de crédito, em 2005, foi criado o Princípio para o Investimento Responsável (PIR),
a fim de estabelecer critérios que possam ajudar os investidores a conciliarem em seus
negócios os temas sociais, ambientais e de governança. (CUOCO, 2007).
A partir destes acordos, foram realizados vários estudos sobre o tema no setor financeiro, os
debates têm sido constantes, embora as instituições financeiras tenham reduzido impacto ao
meio ambiente e à sociedade com seus próprios negócios, elas financiam negócios de
empresas que muitas vezes geram significativos impactos sociais e ambientais. O setor
bancário é um forte indutor de mudanças em diversos setores da economia, com considerável
poder econômico, isto representa uma oportunidade para a promoção da sustentabilidade, que
poderia ser exercida ao financiar projetos ambientalmente corretos e economicamente justos.
(CRUVINEL, 2008).
Mattarozze e Trunki (2007, p.66), destacam que:
(...) muitas instituições financeiras não aceitam a
responsabilidade pelos danos sociais e ambientais decorrentes
de seus negócios, apesar delas serem ávidas por conceder
crédito para o crescimento da economia e por obter os benéficos
derivados de seus serviços. Relativamente poucas instituições
financeiras, em seus papéis de credor, analista, garantidor,
assessor ou investidor efetivamente usam seus poderes para
2 Rede de monitoramento de impactos das operações financeiras.
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deliberadamente canalizar recursos de negócios sustentáveis ou
para encorajar seus clientes a incorporar a sustentabilidade.
Para Brito (2008), os bancos possuem um papel de transformadores, pois eles podem
transformar o dinheiro no espaço, no tempo, na escala, e ainda podem avaliar os riscos entre
investidores e investimentos. Ao exercer uma função importante na sociedade, os bancos não
apenas induzem as empresas a adotarem práticas socialmente responsáveis como também
podem executar estratégias para que seus tomadores de crédito se beneficiem através de
financiamentos de projetos da instituição bancária.
Neste sentido, ambos os autores apontam que o papel dos bancos no desenvolvimento
sustentável, não é apenas de executor de mudanças, mas de indutor de mudanças com as
partes que se relacionam, no sentido de induzir as empresas a adotarem práticas sustentáveis
em seus negócios, assim, prestarem os seus serviços de forma ética e responsável. Uma
realidade um tanto utópica frente aos objetivos de maximização de lucro destas instituições,
que constitui uma das justificativas para elaboração deste artigo.
A escolha dos referidos bancos Bradesco e Itaú, deve-se ao fato de encontram-se nos
primeiros lugares do ranking dos quarenta maiores bancos latino-americanos em
sustentabilidade, governança corporativa e responsabilidade social, além de apresentarem
forte divulgação de seus investimentos nos meios de comunicação. (MANAGEMENT &
EXCELLENCE/LATIN FINANCE, 2007).
As instituições financeiras apresentam cada vez mais preocupação em divulgar com maior
transparência e qualidade suas ações nas áreas sociais e ambientais, motivadas por um público
mais consciente e por investidores mais exigentes. A sociedade exige uma maior
transparência na divulgação dos resultados, o que leva as empresas a criarem mecanismos
para a publicação dos recursos voltados para o bem-estar social e ambiental, como é o caso do
Balanço Social, assunto que será abordado a seguir.
2 COMPOSIÇÃO DO MODELO DE BALANÇO SOCIAL DO IBASE:
CRÍTICAS E DESAFIOS
A utilização do Balanço Social como instrumento de divulgação da denominada RSC pode
ser entendida de diversas maneiras. Kroetz (2000, p.61) destaca o seguinte:
(...) o marketing proporcionado pelo Balanço Social é um
aspecto de extrema relevância que pode seduzir empresários a
publicá-lo por entenderem-no como um novo instrumento de
publicidade. todavia, essa é apenas uma face da importância do
Balanço Social, e não pode ser encarado como meta principal,
seu objetivo é o de compreender a atuação social da entidade,
objetivando uma melhoria contínua e não simplesmente
transformar-lo em mais um serviço de divulgação. Antes de ser
uma obrigação o Balanço Social é instrumento de apoio à
gestão, pelo qual se mostra a face interna e externa da
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organização que permite sua avaliação, análises e os
ajustamentos necessários.
Deste modo, o Balanço Social, deveria ser interpretado como um meio de divulgar os
programas sociais e ambientais realizados pela empresa, porém também pode ser considerado
simultaneamente uma estratégia de marketing e de gestão. Além de ser importante para
propagar a responsabilidade social da empresa, auxilia a apurar a imagem da empresa perante
os grupos de interesses.
Para Ferreira et al (2004) o Balanço Social surge como uma importante demonstração
contábil que vem se consolidando como um instrumento capaz de auferir o nível de
responsabilidade social corporativa das organizações. Nesse sentido, Bernardo et al (2008,
p.10) expõem que:
(...) O Balanço Social reúne um conjunto de informações sobre
projetos, benefícios e ações sociais e serve como instrumento
estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da
responsabilidade social corporativa. Assim, conclui-se que esse
demonstrativo muito antes de ser considerado uma peça de
marketing é uma poderosa ferramenta na elaboração de políticas
estratégicas empresariais, desde que seja elaborado de forma
transparente.
Estes autores concordam que o Balanço Social pode ser utilizado para medir o nível de
responsabilidade socioambiental da organização, além de ser um importante instrumento de
gestão e de RSC, visto como um diferencial para a organização e como uma estratégia que
pode maximizar os resultados financeiros da empresa.
Porém, os Balanços Sociais tendem, dentro de um esforço de reforço da imagem corporativa,
apresentar apenas os aspectos positivos em detrimento dos negativos. Desta forma,
representariam um instrumento que pode ser utilizado apenas como ferramenta de marketing
social e ambiental, que muitas vezes não reflete de fato o comprometimento da empresa com
sua política de RSC.
A experiência brasileira com a publicação de Balanço Social data da criação do Instituto
IBASE (1997), que o define da seguinte forma:
(...) um demonstrativo publicado anualmente pela empresa
reunindo um conjunto de informações sobre os projetos,
benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados,
investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É
também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o
exercício da responsabilidade social corporativa (...) é uma
ferramenta que, quando construída por múltiplos profissionais,
tem a capacidade de explicitar e medir a preocupação da
empresa com as pessoas e a vida no planeta. (IBASE, 2009).
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O modelo IBASE é o mais utilizado por empresas brasileiras. O Balanço Social/IBASE é
estabelecido em forma de planilha, com informações quantitativas e qualitativas de dois
exercícios anuais, em valores e em percentual da receita líquida, dividida da seguinte forma:
Figura 1 - Estrutura do Balanço Social do Ibase
Fonte: IBASE, 2009.
Observa-se que este modelo, como qualquer outro que se adote, representa uma demonstração
contábil, parte formal de um processo empresarial, este demonstrativo pode facilitar, pois
possibilita inúmeras ações de comparação dentro de um determinado setor de atividade
econômica, tamanho de empresa, região ou item declarado. Desta forma, os dados
demonstrativos dos investimentos sociais e ambientais realizados pelas empresas devem
apresentar consistência, com a informação de todos os elementos quantitativos e qualitativos.
O Balanço Social/IBASE apresenta algumas limitações, uma delas é a de que o mesmo não
incorpora, por exemplo, uma matriz de ecoeficiência, com dados sobre a utilização de
resíduos (sólidos, líquido, gasosos), reciclagem, utilização de energia e água. E, ainda o fato
dos indicadores serem quantificados, e não especificados, com informações sobre cada
programa, recursos e beneficiados.
Um problema bastante comum é a falta de detalhamento do Balanço Social, embora algumas
instituições disponibilizem tabelas com explicações, tal fato abre margem a interpretações
diversas. Saraiva (2008), elucida que tal fato não deveria ser interpretado somente como
intenção de manipular as informações, pois muitas vezes existe desconhecimento dos
conceitos.
Outra dificuldade encontrada refere-se à divulgação, algumas organizações só divulgam o que
beneficiam os acidentes e os danos ecológicos são omitidos, fato este que poderá
comprometer a postura ética da empresa. Sobre isso, Carvalho (1991) destaca que as
divulgações devem se referir: i) aos ativos e às despesas: que são os investimentos financeiros
aplicados na correção dos danos; e ii) aos passivos: são as regulamentações, as correções e as
indenizações dos danos causados à sociedade ou ao meio ambiente.
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O BNDES (2000) destaca a importância da padronização, e diante da ausência da mesma, as
empresas podem divulgar apenas o que entendem como relevante, pois não seguem uma
padronização, portanto seria fundamental a existência de um senso comum quanto aos dados a
serem divulgados. Portanto, é fundamental que exista uma padronização para a publicação do
BS, pois diante da ausência desta padronização e uniformidade dos dados a serem divulgados,
as empresas podem divulgar apenas o que entendem como relevante.
3 DADOS DA PESQUISA: EVOLUÇÃO DOS DADOS DO BALANÇO SOCIAL –
BRADESCO E ITAÚ – 2001-2007
Segundo dados fornecidos pelo Banco Central do Brasil o Itaú ocupa o primeiro lugar no
ranking dos bancos, enquanto o Bradesco ocupa a terceira posição.
Figura 02 – Ranking dos Bancos Brasileiros em R$ Bilhões
Fonte: BANCO CENTRAL, 2010. * Em outubro de 2007, o banco holandês ABN Amro foi vendido a um consórcio formado pelo
espanhol Santander, pelo escocês RBS (Royal Bank of Scotland) e pelo belgo-holandês Fortis.
Quando isso ocorrer, o banco passará a Caixa Econômica Federal no posto de 4º maior banco do
país.
Os bancos Itaú e Bradesco lideram o ranking dos 40 maiores bancos latino-americanos em
sustentabilidade, governança corporativa e responsabilidade social, segundo levantamento da
Management & Excellence/Latin Finance (2007).
Esses bancos têm adotado algumas práticas de RSC conforme exposto a seguir:
Anos Bradesco Anos Itaú
2004 Adesão aos Princípios do Equador. 1999 Inclusão no DJSI.
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2005 Criação do comitê e política socioambiental
corporativa. 2004
Adesão do Princípio do Equador.
Lançamento do fundo de excelência social.
2006
Inclusão no DJSI3.
Início de diálogo com fornecedores sobre
Responsabilidade Socioambiental. 2005
Criação da Comissão de Responsabilidade
Socioambiental.
Adoção de critérios socioambientais no
financiamento de projetos.
2007 Lançamento de produto com foco
Socioambiental. Banco do Planeta. 2008
Lançamento da política de crédito com
classificação do risco socioambiental.
Fusão com o Unibanco.
2009 Adesão do Protocolo Verde. 2009 Lançamento da política de sustentabilidade.
Adesão do Protocolo Verde
Quadro 3 – Bradesco e Itaú – algumas práticas de RSC
Fonte: Elaboração própria baseado em Finanças Sustentáveis, 2009.
Os dados desta pesquisa foram coletados nos websites dos respectivos bancos (Bradesco e
Itaú), para amostra de 2001-2007 – esse período foi escolhido por anteceder a fusão do Itaú c
Unibanco, isso se dá por se considerar que a fusão pode proporcionar alteração significativa
dos índices, gerando uma distorção nos dados analisados. Para delimitação da pesquisa optou-
se pela coleta dos seguintes dados: i) dados da base de cálculo; ii) dados dos investimentos
sociais (internos e externos); e iii) dados dos investimentos ambientais. A apresentação dos
dados coletados será foi sob a forma de evolução dos dados (em R$ e em % da RL) para o
período analisado e comparativo entre os dois bancos pesquisados.
3.1 Base de Cálculo
A base de cálculo do Balanço Social é representada por três indicadores: i) Receita Líquida
(RL): que representa a receita bruta menos as devoluções de produtos e os impostos pagos
pela empresa; ii) Resultado operacional (RO): que representa o lucro obtido pela empresa
depois de deduzir da receita líquida de vendas o custo de mercadoria vendida, as despesas
de pessoal, as despesas administrativas, e outras despesas operacionais; e Folha de Pagamento
Bruta (FPB): que representa o valor total da folha de pagamento com impostos.
Gráfico 1 – Receita Líquida – Crescimento Anual e do
3 IDSJ - Índice Dow Jones de Sustentabilidade: indicador de desempenho financeiro que avalia a
sustentabilidade das organizações em nível global.
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Período (2001-2007) - Em R$ Bilhões
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
O Gráfico 1 e o Quadro 4 apresentam os dados da receita líquida no período estudado. O
Bradesco com maior receita líquida média, de R$.12,8 bilhões e crescimento no período de
123%, e o Itaú com R$.12,8 bilhões e 163%, respectivamente.
Anos BRADESCO ITAÚ
RL (BI R$) %
CRESC.ANUAL RL (BI R$)
%
CRESC.ANUAL
2001 8,1 - 5,9 -
2002 10,9 35% 7,2 22%
2003 10,8 -1% 9,2 28%
2004 11,2 3% 10,2 11%
2005 14,8 32% 11,2 9%
2006 16,0 8% 12,5 12%
2007 18,0 13% 15,5 24%
Média 12,8 10,2 Crescimento no
período 123% 163%
Quadro 4 – Receita Líquida – Crescimento Anual e do
Período (2001-2007) - Em R$ Bilhões
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
3.2 Investimentos Sociais: internos e externos
Na configuração do modelo de Balanço Social do IBASE, existe um conjunto de dados sobre
investimentos sociais, divididos em: i) Investimentos Sociais Externos (ISE); e ii)
Investimentos Sociais Internos (ISI), cada um com um total de onze (11) indicadores,
conforme demonstrado a seguir:
Indicadores Sociais Externos Indicadores Sociais Internos
1 Educação 1 Alimentação
2 Cultura 2 Encargos sociais compulsórios
3 Saúde e saneamento 3 Previdência privada
4 Habitação 4 Saúde
5 Esporte 5 Segurança e medicina no trabalho
6 Lazer e diversão 6 Educação
7 Creches 7 Cultura
8 Alimentação 8 Capacitação e desenvolvimento profissional
9 Combate à fome e segurança alimentar 9 Creches ou auxílio-creche
10 Outros 10 Participação nos lucros ou resultados
11 Tributos (excluídos encargos sociais) 11 Outros
Quadro 5 – Investimentos Sociais Externos e Internos do Balanço Social
IBASE e seus Indicadores
Fonte: Balanço Social, 2009.
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O Quadro 6 e os Gráficos 2 e 3 demonstram as especificidades quanto aos dados de
investimentos sociais internos.
Anos
BRADESCO ITAÚ
ISI %
CRESC.ANUAL ISI
%
CRESC.ANUAL
2001 1,51 - 1,21 -
2002 1,66 10% 1,20 -1%
2003 2,03 22% 1,37 14%
2004 2,17 7% 1,72 26%
2005 2,43 12% 2,10 22%
2006 2,76 14% 2,61 24%
2007 3,11 12% 2,97 14%
Média 2,24 1,88
Crescimento
no período 105% 145%
Quadro 6 – Investimentos Sociais Internos – Crescimento Anual
Período (2001-2007) - Em R$ Bilhões
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
ITAÚ
BRADESCO
Gráfico 2 – Investimentos Sociais Internos – Crescimento Anual
Período (2001-2007) - Em R$ Bilhões
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
Total
Encargos soc.comp.
Alim
entação
Participação nos lucros
Previdência privada
Saúde
Outros
Capacitação e des.prof.
Creches ou auxílio-creche
BRADESCO ITAÚ
Gráfico 3 – Investimentos Sociais Internos – % Médio da Receita Líquida (2001-2007)
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
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Em relação a estes dados é importante destacar que para ambos os bancos Bradesco e Itaú, o
item com maior aporte de recursos foi encargos sociais compulsórios representa cerca de 50%
do valor total investido, num total 7% e 9% médios da receita líquida dos bancos,
respectivamente.
O Quadro 7 e os Gráficos 4 e 5 demonstram as especificidades quanto aos dados de
investimentos sociais externos, conforme a seguir. Cabe destacar um aumento significativo
nos investimentos externos em valores absolutos, além de uma significativa evolução para
ambos os bancos no período analisado.
Anos BRADESCO ITAÚ
ISE %
CRESC.ANUAL ISE
%
CRESC.ANUAL
2001 1,49 - 1,17 -
2002 1,68 13% 1,46 25%
2003 2,08 24% 2,67 83%
2004 2,12 2% 3,63 36%
2005 4,13 95% 4,77 32%
2006 5,04 22% 5,65 18%
2007 5,77 15% 7,14 26%
Média 3,19 3,78
Crescimento
no período 289% 509%
Quadro 7 – Investimentos Sociais Externos – Crescimento Anual
Período (2001-2007) - Em R$ Bilhões
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
ITAÚ
BRADESCO
Gráfico 4 – Investimentos Sociais Externos – Crescimento Anual
Período (2001-2007) - Em R$ bilhões
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
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0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
Total
Tributos
Total ISE
Educação
Cultura
Outros
Saúde e saneamento
ITAÚ
BRADESCO
Gráfico 5 – Investimentos Sociais Externos – % Médio da Receita Líquida (2001-2007)
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
Para os investimentos sociais externos, assim como nos investimentos sociais internos, o item
com maior aporte de recursos foi tributos, num total 36% e 26% para o Bradesco e Itaú, em %
médio do período (2001-2007) da receita líquida. Os aportes com educação, cultura, saúde e
saneamento não apresentaram investimentos significativos. Percebe-se, no entanto que para os
dois bancos os tributos foi o indicador que teve a maior evolução do período.
3.3 Investimentos Ambientais
Os indicadores ambientais constantes no Balanço Social são apresentados em forma de três
itens: i) investimentos relacionados com a produção/operação da empresa; ii) investimentos
em programas e/ou projetos externos; e iii) total dos investimentos em meio ambiente,
representado pela soma dos dois primeiros. Além de informações quanto ao estabelecimento
de metas para minimizar resíduos, consumo em geral na produção/operação e eficácia na
utilização de recursos naturais, e informações quanto à tomada de decisões sobre os projetos
sócio-ambientais desenvolvidos pela empresa.
Os dados de investimentos ambientais dos bancos pesquisados demonstram algumas
observações importantes. Primeiramente, no Balanço Social do Bradesco constam apenas os
dados a partir de 2006, e o Itaú mostra uma diminuição significativa no período em relação ao
investido em 2001 e 2002, e um aporte de recursos para estes investimentos bem inferior, se
comparados aos investimentos sociais, conforme o Quadro 8 e os Gráficos 7 e 9.
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Anos
BRADESCO ITAÚ
ISE %
CRESC.ANUAL ISE
%
CRESC.ANUAL
2001 0,00 - 37,63 -
2002 0,00 - 20,20 -46%
2003 0,00 - 0,00 -
2004 0,00 - 4,95 -
2005 0,00 - 2,99 -40%
2006 15,34 - 2,66 -11%
2007 13,04 -15% 4,07 53%
Média 4,05 10,36
Crescimento
no período -89%
Quadro 8 – Investimentos Ambientais – Crescimento Anual
Período (2001-2007) - Em R$ milhões
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
ITAÚ
BRADESCO
Gráfico 7 – Investimentos Sociais Externos – Crescimento Anual
Período (2001-2007) - Em R$ milhões
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
No Quadro 9 e Gráfico 8 observa-se o total dos investimentos ambientais em % da receita
líquida, evidenciando mais uma vez o incipiente aporte de recursos na área ambiental, os dois
bancos não investem nem 1% de suas receitas líquidas. No Bradesco há o predomínio dos
investimentos ambientais com programas externos, e no Itaú os investimentos internos
relacionados com a produção/operação do próprio banco.
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Anos
BRADESCO ITAÚ
EXTERNOS TOTAL %
RL EXTERNOS
%
RL INTERNOS
%
RL TOTAL
2001 0 0 - 0 - 37.631 0,639% 37.631
2002 0 0 - 0 - 20.200 0,281% 20.200
2003 0 0 - 0 - 0 - 0
2004 0 0 - 411 0,004% 4.539 0,044% 4.950
2005 0 0 - 358 0,003% 2.627 0,024% 2.985
2006 15.338 15.338 0,096% 350 0,003% 2.305 0,018% 2.655
2007 13.038 13.038 0,072% 395 0,003% 3.677 0,024% 4.072
Quadro 9 – Investimentos Ambientais (externos e internos)
% Receita Líquida e em R$ Mil (2001-2007)
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
O Gráfico 8 demonstra o decréscimo no aporte de recursos destinados aos investimentos
ambientais para ambos os bancos, de R$ 15 milhões em 2001, para R$ 13 milhões, no caso do
Bradesco, e para o Itaú de R$ 3,7 milhões em 2001, para 4,0 em 2007.
0,00%
0,10%
0,20%
0,30%
0,40%
0,50%
0,60%
0,70%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Bradesco
Itaú
Gráfico 8 – Investimentos Ambientais – % Receita Líquida (2001-2007)
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
0
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
8.000.000
ISE ISI IA ISE ISI IA
Bradesco Itaú
2001 2007 Média
Gráfico 9 – Comparativo dos Investimentos Sociais e Ambientais
Em R$ Mil - (2001-2007)
Fonte: Balanços Sociais dos Bancos.
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De um modo geral, conforme apresentado no Gráfico 9, o desempenho dos ISI, ISE e IA dos
dois bancos pesquisados evoluíram pouco, principalmente aqueles relacionados à melhoria da
qualidade de vida dos funcionários e da sociedade, e aos investimentos ambientais
relacionados à produção e operação da empresa. O banco Bradesco foi o que teve o pior
desempenho, mesmo ao se considerar um aumento expressivo de sua RL.
4 CONCLUSÃO
Este estudo demonstrou que, apesar da evolução que vêm ocorrendo no sistema financeiro em
relação a práticas sócio ambientais, existe uma distorção entre a evolução da receita líquida e
os gastos efetivos realizados em investimentos sociais (internos e externos) e investimentos
ambientais.
Um questionamento importante que pode ser levantado em relação a estes dados é será que os
investimentos sociais e ambientais que vêm sendo realizados por estes bancos são
verdadeiramente significativos, representativos e possuem resultados positivos compatíveis
com o poder, o impacto e as responsabilidades que estes grandes bancos têm em relação à
sociedade, sobretudo no que se refere ao financiamento para diversos setores da economia?
Ao analisar os investimentos apresentados neste artigo, para uma amostra do período de 2001-
2007, existe um longo caminho a ser enfrentado por estes bancos para, concreta e
objetivamente, transformar suas práticas internas e externas, nos âmbitos social e ambiental.
A tendência verificada é que os investimentos sociais e ambientais ainda não podem ser
considerados significativos principalmente quando relacionados ao aumento da receita
líquida.
Um bom exemplo revela-se pelos escassos investimentos sociais internos, o discurso sobre as
pessoas como principal valor de uma empresa não encontra respaldo nos investimentos que
foram analisados, discurso que não se reflete na prática. E, as informações sobre os
investimentos ambientais mostram um claro antagonismo ente o discurso e a prática, através
de uma redução nos valores absolutos do total de investimentos ambientais durante o período
analisado. Comparados com os resultados e as receitas anuais, essa redução torna-se bastante
significativa e evidente.
Um aspecto relevante é a participação dos encargos sociais como investimento social
significativo. Será que uma obrigação legal pode ser considerada como efetivo investimento
social, para fins do Balanço Social? Será que os bancos Bradesco e Itaú consideram RSC
como investir no que é obrigatório por lei?
Apenas o futuro pode fornecer pistas se essa tendência continuará ou não, e sem dúvida,
apenas o tempo poderá dar provas incontestáveis se a responsabilidade socioambiental, e as
práticas internas e externas destes bancos estavam realmente de acordo com o princípio de
sustentabilidade, pautado no objetivo de continuidade da vida no planeta, ou se estas práticas
serão guiadas pelo lucro de curto prazo auferido a qualquer preço, maquiado por apenas um
discurso de preocupação social e ambiental.
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Diante deste quadro fica a questão sobre a inclusão, a reavaliação ou a retirada de
determinados itens do Balanço Social. A visibilidade proporcionada pelo Balanço Social é
muito grande para o mercado e para a sociedade, mas o realizado efetivamente ainda é
incipiente.
A resposta ao questionamento deste artigo perpassa, sobretudo pela necessidade de mudança
nas práticas internas e externas, no que tange à conduta da responsabilidade socioambiental.
Esta mudança deve ter como guia a implementação e a garantia de direitos no caminho da
construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável, neste sentido as empresas
também podem fazer muito se mudarem a maneira de fazer negócios. A busca de soluções
para os problemas sociais e ambientais não será fácil, existe um longo caminho a ser trilhado,
e o desafio certamente dependerá de transparência e da construção de um novo modelo de
produção e consumo.
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