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Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle Interno Petrônio Pires de Paula Superintendente de Gestão Técnica

Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

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Page 1: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

Responsabilização de Agentes Públicos

e Noções de Controle Interno

Petrônio Pires de Paula

Superintendente de Gestão Técnica

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RESPONSABILIZAÇÃO DE AGENTES PÚBLICOS

Agente Público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamenteou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato,cargo, emprego ou função pública. Tal definição tem origem na Lei8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), em seu art. 2º.

Para os servidores públicos titulares de cargo público, aplica-se oregime previsto em lei ou na própria Constituição, dito regime legalou estatutário.

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AGENTES PÚBLICOS

AGENTE POLÍTICO: aqueles que constituem a vontade superior do Estado, que são os titulares de cargos estruturais daorganização política do país, integrando o arcabouço constitucional do Estado, formando a estrutura fundamental do Poder.

SERVIDOR PÚBLICO (Adm. PúblicaDireta e Indireta)

Servidor Público – AdministraçãoDireta e Indireta de direito público(autarquias e fundações públicasde direito público)

a) servidor titular de cargo público

Servidor de ente governamental dedireito privado – AdministraçãoIndireta de direito privado(empresa pública, sociedade deeconomia mista e fundação públicade direito privado)

b) servidor titular de emprego público

Page 4: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

AGENTES PÚBLICOS

CARGO PÚBLICO

– a mais simples e indivisível unidade de competência expressada por um agente;– um lugar na organização funcional da Administração Pública, de direito público;– regime estatutário ou institucional, não contratual, definido por lei;– criação e extinção realizadas por lei, salvo as exceções;– criação com número certo e denominação própria;– com remuneração correspondente

FUNÇÃO PÚBLICA– são plexos unitários de atribuições;– um conjunto de atribuições e responsabilidades;– criação e extinção por lei;– não conta com um lugar no quadro funcional da Administração.

CARGO EM COMISSÃO (Art. 37, V, CF)

– um lugar no quadro funcional da Administração que conta com um conjunto deatribuições e responsabilidades.– utilizado para direção, chefia e assessoramento, antigamente denominado cargode confiança.– pode ser ocupado por qualquer pessoa, reservado um limite mínimo previsto emlei que só pode ser atribuído aos servidores de carreira.

FUNÇÃO DE CONFIANÇA (Art. 37, V, CF)– somente um conjunto de atribuições e responsabilidades.– utilizado para direção, chefia e assessoramento– só pode ser ocupado por servidores titulares de cargos efetivos.

Page 5: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA

• A responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público (União,Estados, Distrito Federal, Municípios, e suas respectivas Autarquias eFundações Públicas) e das pessoas jurídicas de direito privado prestadorasde serviços públicos (concessionárias e permissionárias) é objetiva.Responsabilidade objetiva é aquela que independe da verificação daocorrência de dolo ou culpa.

• A responsabilidade dos agentes públicos é regressiva e subjetiva.

É regressiva porque, primeiro, as pessoas jurídicas indenizam osprejuízos causados a terceiros, depois, ingressam com ação judicialcontra os agentes (servidores) se estes forem ou causadores do dano.

É subjetiva, porque, o servidor só indenizará prejuízos que tenhacausado em caso de dolo ou de culpa.

Page 6: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO AGENTE

Para caracterizar a responsabilidade subjetiva doagente público devem estar presentes os seguinteselementos:

a) ação (comissiva ou omissiva) e antijurídica;

b) existência de dano ou infração a norma legal,regulamentar ou contratual;

c) nexo de causalidade entre a ação e a ilicitudeverificada;

d) dolo ou culpa (negligência, imprudência ou imperícia)do agente.

Page 7: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

Pressupostos fáticos da avaliação da conduta do agentepúblico, sob a perspectiva da responsabilidade subjetiva:

a) existência de irregularidade - verificação dacompatibilidade de determinado ato com as normasjurídicas que o regulam;

b) identificação da autoria do ato examinado - exame daparticipação efetiva do agente na prática do atoimpugnado ou na conduta omissiva constatada;

c) verificação do grau de culpa do agente - apuração doelemento subjetivo da conduta.

RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO AGENTE

Page 8: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

•O servidor Público, como pilastra da organizaçãoadministrativa, está sujeito à responsabilidade Civil,Penal e administrativa decorrente do exercício docargo, emprego ou função.

•As condutas tipificadas como crime e que incorremem responsabilizações criminais, administrativas ecivis dos servidores públicos, são encontradas emdiversas normas e leis, as quais integram oordenamento jurídico pátrio e regulamentam as açõesdo Estado e dos ocupantes de cargos ou funçõespúblicas.

RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO AGENTE

Page 9: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

RESPONSABILIDADE CIVIL

• RESPONSABILIDADE CIVIL -A responsabilidade civil decorre de atoomissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte prejuízo aoerário ou a terceiros.

A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contraeles será executada, até o limite do valor da herança recebida.

Requisitos para configuração do ilícito: ação ou omissão antijurídica;

culpa ou dolo;

relação de causalidade entre a ação ou omissão e o dano verificado;

Ocorrência de um dano material ou moral.

Page 10: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

É necessário, quando o dano é causado por servidor público, distinguirduas hipóteses: se o dano é causado ao Estado ou a terceiros.

• DANO CONTRA O ESTADO: a sua responsabilidade é apurada pelaprópria administração, por meio de processo administrativo, cercadode todas as garantias de defesa do servidor.

• SANÇÕES: Desconto do prejuízo nos vencimentos do servidor,respeitados os limites legais; em caso de crime que resulte prejuízopara a fazenda pública ou enriquecimento ilícito do servidor, ele ficarásujeito a sequestro ou perdimento de bens, com intervenção dojudiciário, na forma do decreto lei 3240/41 e 8429, a chamada Lei deimprobidade administrativa que disciplina o artigo 37 § 4 da CF.

• DANO CAUSADO A TERCEIROS: ART. 37, §6º DA CF/88 – Estadoresponde objetivamente, independente de DOLO ou CULPA, com apossibilidade de haver o direito de regresso.

RESPONSABILIDADE CIVIL

Page 11: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

• RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA – A responsabilidadeadministrativa resulta de ato comissivo ou omissivo praticado nodesempenho do cargo ou função.

• Infração apurada pela própria administração pública, que deveráinstaurar procedimento adequado a esse fim, assegurado ao servidor ocontraditório e a ampla defesa. Os meios de apuração estão previstosnas leis estatutárias, além da possibilidade instauração do processoadministrativo disciplinar.

Page 12: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

A Lei Estadual nº 10.460/88 prevê as seguintes penas disciplinares:

• I – repreensão - punição de faltas leves;

• II – suspensão - não excederá a 90 (noventa) dias, casos em que ocorrer falta grave ou reincidência em qualquer das transgressõesa que alude o art. 314 do Estatuto do Servidor Público de Goiás; O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e direitosdecorrentes do exercício do cargo;

• III – multa - A pena de multa poderá ser aplicada ao servidor, cumulativa ou isoladamente com as demais sanções previstas na Lei,nas hipóteses do §1º do art. 311 da Lei 10.460/88.

• IV - destituição de mandato - caberá à autoridade que houver nomeado ou designado o servidor;

• V – demissão - acumular cargos, funções e empregos públicos, bem como perceber simultaneamente vencimento ou subsídio decargo, função ou emprego público e proventos da inatividade, ressalvadas as exceções constitucionais previstas; LIV - praticarcrimes contra a administração pública; lesar os cofres públicos ou dilapidar o patrimônio estadual; praticar ofensas físicas, emserviço, contra funcionário ou qualquer pessoa, salvo se em legítima defesa devidamente comprovada; cometer insubordinaçãograve em serviço; aplicar, irregularmente, dinheiro público; revelar segredo que conheça em razão de seu cargo ou função;abandonar, sem justa causa, o exercício de suas funções durante o período de 30 (trinta) dias consecutivos; faltar, sem justa causa,ao serviço por 45 (quarenta e cinco) dias interpolados, durante o período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias; cometercrimes contra os costumes ou contra o patrimônio que, por sua natureza e configuração, sejam considerados como infamantes, demodo a incompatibilizar o servidor com o exercício da função policial e da administração penitenciária e submeter à tortura oupermitir ou mandar que se torture preso sob a sua guarda.

• VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

Page 13: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

Circunstâncias consideradas na aplicação das penas disciplinares:

a) a natureza da infração, sua gravidade e as circunstâncias em que foipraticada;

b) os danos dela decorrentes para o serviço público;

c) a repercussão do fato;

d) os antecedentes do servidor;

e) a reincidência.

Casos de agravamento da pena: §1º do art. 313;

Medida cautelar: possibilidade de afastamento preventivo do servidor doexercício de suas funções – prazo máximo de 180 dias consecutivos ou não.

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

Page 14: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

RESPONSABILIDADE PENAL

RESPONSABILIDADE PENAL: servidor responde penalmente quando pratica crimeou contravenção.

O Código Penal/40 algumas das hipóteses de crimes que podem ser cometidospor servidores públicos, dentre eles o peculato, prevaricação, violênciaarbitrária, concussão, além de outros.

Existem ainda outras leis que regulamentam a matéria, dentre elas cita-se:• Lei nº. 4898/65 – Abuso de Autoridade;• Decreto Lei nº. 201/67 – Crimes de Responsabilidade dos Prefeitos;• Lei nº. 8429/92 – Improbidade Administrativa.

Elementos: ação ou omissão antijurídica e típica; dolo ou culpa subjetivos;relação de causalidade e dano ou perigo de dano.

Essa responsabilidade é apurada pelo Poder Judiciário.

De acordo com a gravidade da infração cometida pelo agente público, ela poderárepercutir seus efeitos nas esferas criminal, civil e administrativaindependentemente.

Page 15: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

Dimensões da responsabilidade do agente público frente ao TCM/GO:

• civil - obrigação de ressarcir aos cofres públicos os prejuízos causadosao erário (responsabilidade extracontratual);

• administrativa - pronunciamento sobre o mérito das contas epossibilidade de imposição de sanções previstas na Lei nº 15.958/07.

• A aplicação das sanções impostas pelo TCM/GO ao gestor faltoso nãoexclui a possibilidade de responsabilização civil ou penal, nemeventual aplicação de sanção disciplinar.

RESPONSABILIDADE PERANTE O TCMGO

Page 16: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

Síntese da Responsabilidade na Lei Orgânica do TCM/GO:Art. 11. O julgamento será

§2ºNo julgamento das contas serão definidas as responsabilidadesindividualizadas e solidárias do gestor, do contador e do assessor jurídico,relativamente aos atos e fatos que lhes competem, aplicadas as sançõescabíveis, quando for o caso, nos termos previstos no Regimento Interno.Quando ocorrer a prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo ouantieconômico; infração a ato regulamentar, em especial, de naturezacontábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial; injustificadodano ao Erário, decorrente de ato ilegítimo ou antieconômico; desfalque,desvio de dinheiro, bens ou valores públicos, o TCM ao julgar irregulares ascontas de gestão poderá fixar responsabilidade solidária do agentepúblico que praticou o ato irregular ou do terceiro que, como contratanteou parte interessada na prática do mesmo ato, de qualquer modo hajaconcorrido para o cometimento do dano apurado.

RESPONSABILIDADE PERANTE O TCMGO

Page 17: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

• Art. 13. Verificada a regularidade com ressalvas ou a irregularidade nas contas, o Relatorou o Tribunal:

I definirá a responsabilidade individual ou solidária, pelo ato inquinado;

(...)

§ 3º O responsável que não atender à notificação será considerado revel pelo Tribunal,para todos os efeitos, dandose prosseguimento ao processo.

• Art. 14. Ao julgar as contas, o Tribunal decidirá, conforme o caso, sobre aresponsabilidade civil dos gestores, para fins de Representação ao órgão ou podercompetente

• Art. 15. Ocorrendo a omissão no dever de prestar contas da aplicação dos recursosrepassados pelo município na forma definida nesta Lei, da ocorrência de desfalque oudesvio de dinheiro, bens ou valores públicos ou, ainda, da prática de qualquer ato ilegal,ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao erário, a autoridade administrativacompetente, sob pena de responsabilidade solidária, deverá imediatamente adotarprovidências com vistas à instauração da tomada de contas para apuração dos fatos,identificação dos responsáveis e quantificação do dano.

RESPONSABILIDADE PERANTE O TCMGO

Page 18: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

• Art. 17. Diante da omissão no dever de prestar contas da aplicação dos recursos do município o Tribunalinstaurará o procedimento de tomada de contas especial, que deverá conter os elementos e prazosespecificados no Regimento Interno, sem prejuízo de outras peças que permitam ajuizamento acerca daresponsabilidade ou não pelo dano

• Art. 23. Quando o Tribunal considerar ilegal ato de admissão de pessoal, o órgão de origem deverá,observada a legislação pertinente, adotar as medidas regularizadoras cabíveis, fazendo cessar todo equalquer pagamento decorrente do ato impugnado verificado.

• § 1º O responsável que injustificadamente deixar de adotar as medidas de que trata o caput, no prazo dequinze dias, contados da ciência da decisão deste Tribunal, ficará sujeito à multa e ao ressarcimento dasquantias pagas após essa data.

• § 2º Se houver indício de procedimento culposo ou doloso na admissão de pessoal, o Tribunal determinará ainstauração ou conversão do processo em tomada de contas especial, para apurar responsabilidades epromover o ressarcimento das despesas irregularmente efetuadas.

• Art. 24. Quando o ato de concessão de aposentadoria ou pensão for considerado ilegal, o órgão de origemfará cessar o pagamento dos proventos ou benefícios no prazo de quinze dias, contados da ciência dadecisão do Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa.

• § 1º Caso não seja suspenso o pagamento, ou havendo indício de procedimento culposo ou doloso naconcessão de benefício sem fundamento legal, o Tribunal determinará a instauração ou a conversão doprocesso em tomada de contas especial, para apurar responsabilidades e promover o ressarcimento dasdespesas irregularmente efetuadas.

• § 2º Recusado o registro do ato, por ser considerado ilegal, a autoridade administrativa responsável poderáemitir novo ato, se for o caso, escoimado das irregularidades verificadas

RESPONSABILIDADE PERANTE O TCMGO

Page 19: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

• Art. 26. Nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado ao Tribunal em suasinspeções e auditorias, sob qualquer pretexto. (...)

• § 3º Vencido o prazo e não cumprida a exigência, o Tribunal aplicará as sanções previstas no art.47A, incisos XII e XIII, desta Lei, sem prejuízo de representar junto ao Ministério Público Estadual,para apreciação da responsabilidade criminal.

• Art. 44. O Tribunal poderá aplicar aos administradores ou responsáveis que lhe sãojurisdicionados as sanções e medidas cautelares prescritas nesta Lei, na forma estabelecida nesteCapítulo.

• § 1° Ficarão sujeitos às sanções e medidas cautelares, por responsabilidade solidária, na formaprevista no § 1º do art. 74 da Constituição Federal, os responsáveis pelo controle interno que,comprovadamente, tomarem conhecimento de irregularidade ou ilegalidade e delas deixarem dedar imediata ciência ao Tribunal.

• Art. 59. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquerirregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência de imediato ao Tribunal, sob pena deresponsabilidade solidária. (...)

• § 3º A omissão ou falseamento de informação na escrituração ou nas demonstrações a qualquertítulo, sujeitará o titular da Contabilidade à responsabilidade solidária, por qualquer fato quevenha provocar erros, danos ou prejuízos

RESPONSABILIDADE PERANTE AO TCMGO

Page 20: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

OBSERVAÇÕES • O TCM/GO não exige a prática de conduta dolosa como requisito para a

responsabilização do gestor público ou de quem tenha causado dano ao Erário, ou seja,podem ser responsabilizadas pessoas que tenham praticado condutas dolosas ouculposas.

• A legislação eleitoral prevê expressamente a existência de dolo como requisito para aaplicação da sanção. O art. 1º, I, “g”, da Lei Complementar nº 64, com a redação que lhefoi conferida pela Lei Complementar nº 135 (Lei da Ficha Limpa), estabelece que:“sãoinelegíveis os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicasrejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidadeadministrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sidosuspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito)anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso IIdo art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão demandatários que houverem agido nessa condição.”

• Conclui-se assim, que a legislação eleitoral é mais restritiva que a Lei Orgânica doTCM/GO no que concerne à definição das condutas que ensejam a aplicação de sanções.

• Já a Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) apresenta três tipos de atosde improbidade: os que acarretam o enriquecimento ilícito, os que causam prejuízo aoErário e os que atentam contra os Princípios da Administração Pública, contendo umatipificação de condutas puníveis mais ampla que aquela utilizada pelo TCM/GO.

Page 21: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

PPA

LDO

LOA

PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA

LICITAÇÃO

EMPENHO CONTRATO

LIQUIDAÇÃO

PAGAMENTO

Esquema da Execução da Despesa Pública

Page 22: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

CONTROLE INTERNO

• RN 004/2001

• RN 004/2002

• IN 008/2014

Page 23: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

LEGISLAÇÃO - ART. 74, CF e ART. 82 C/C ART. 29 CE

Page 24: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

ESTRUTURA – IN 008/2014

• Os sistemas de controle interno dos Poderes Executivo e Legislativo,serão integrados por servidores efetivos.

Artigo 1º. DETERMINAR que os sistemas de controle interno dosPoderes Executivo e Legislativo dos municípios goianos, bem assim osde seus órgãos, com vistas a garantir a profissionalização, segurança econtinuidade do controle, serão integrados por servidores efetivos.

Page 25: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

CONTROLES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Quanto ao momento em que se efetua o controle pode ser classificado em:

• Prévio: é o controle que antecede a conclusão ou operatividade do ato,como requisito para sua eficácia.

Exemplo: liquidação da despesa, autorização do Senado para acontração de empréstimo externo.

• Concomitante: acompanha a realização do ato para acompanhar a suaregularidade.

Exemplo: Auditorias de acompanhamento da gestão, AuditoriasOperacionais.

• Posterior: controle efetuado após a ocorrência do ato visando corrigi-lo,declarar nulidade ou homologá-lo.

Exemplo: julgamento das contas dos gestores públicos pelos tribunaisde contas/Auditoria anual de contas dos gestores públicos federaispela CGU.

Page 26: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

FINALIDADES E ATIVIDADES

• Visa à avaliação da ação governamental, da gestão dosadministradores públicos e da aplicação de recursos públicos porentidades de Direito Privado, por intermédio da fiscalização contábil,financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.

• A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional epatrimonial, para atingir as finalidades constitucionais, utiliza-se detécnicas de trabalho, tais como: auditoria e fiscalização.

Page 27: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

Objetos de Controle• EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA;

Contabilidade;

Finanças;

Receita;

Créditos Orçamentários e Adicionais;

Despesa.

• Bens Permanente;

• Licitações, Contratos e Convênios;

• Obras Públicas e Reformas;

• Pessoal;

• Operações de Créditos;

• Suprimento de Fundos;

• Doações, Subvenções, Auxílios, Contribuições concedidas.

Page 28: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA CONTROLE INTERNO

Objetos de Controle

CONTROLE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

• Visa examinar a correção técnica da escrituração, a legitimidade dos atos efatos que deram origem aos lançamentos, a formalização da documentaçãocomprobatória e avaliar a segurança e eficiência das funções de controleinterno.

• CONTROLES INTERNOS UTILIZADOS:

Balancetes Analíticos, Diário, Razão e Relatórios de Controle Orçamentário.

Page 29: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA CONTROLE INTERNO

Objetos de Controle

CONTROLE FINANCEIRO

• Objetiva verificar a regularidade e correção dos recebimentos e pagamentosefetuados pelos agentes arrecadadores e pagadores, conferir saldos deTesouraria e Bancos declarados com os existentes.

• CONTROLES INTERNOS UTILIZADOS:

Registros de Tesouraria, Balancetes Financeiros, Registros Bancários eDemonstrativos de Saldos Bancários.

Page 30: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA CONTROLE INTERNO

Objetos de Controle

CONTROLE DAS RECEITAS

• Visa verificar a situação dos controles existentes sobre o lançamento, cobrançae arrecadação das receitas, sua contabilização e observância da legislaçãopertinente.

• CONTROLES INTERNOS UTILIZADOS:

Documentos de Arrecadação, Registros Bancários e de Tesouraria, Demonstração de Valores em poder de Agentes Arrecadadores.

Page 31: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA CONTROLE INTERNO

Objetos de Controle

CONTROLE DAS DESPESAS

• Visa verificar se na realização dos gastos públicos, estão sendo observados osprincípios da legalidade, legitimidade, economicidade, moralidade e eficiência,e se está sendo cumprida a legislação pertinente à matéria.

• CONTROLES INTERNOS UTILIZADOS:

Notas de Empenho, Notas ficais, Recibos e Registros de Acompanhamento daExecução Orçamentária.

Page 32: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA CONTROLE INTERNO

Objetos de Controle

CONTROLE NAS LICITAÇÕES, CONTRATOS E CONVÊNIOS

• Visa verificar se esses instrumentos administrativos foram processadoscorretamente em todas as suas fases, identificando em tempo hábil a existênciade imperfeições verificada nas diversas etapas processuais.

• CONTROLES INTERNOS UTILIZADOS:

• Cadastro dos Fornecedores, Registros da Comissão de Licitação, ProcessosLicitatórios, Termos de Convênios, Cópias de Contratos, Aditivos e Planos deTrabalho.

Page 33: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA CONTROLE INTERNO

Objetos de Controle

CONTROLE DE PESSOAL Objetiva examinar:

• a situação dos controles existentes acerca de todos os servidores públicos,incluindo os ocupantes de cargos em comissão e os admitidos por tempodeterminado;

• Se a despesa total com pessoal não ultrapassa os limites legais estabelecidos;

• Os registros referentes às Pensões e Aposentadorias concedidas.

• CONTROLES INTERNOS UTILIZADOS:

Registros Funcionais e Financeiros, Controle de Freqüências e Contratos depessoal terceirizado;

Page 34: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA CONTROLE INTERNO

Objetos de Controle

CONTROLE DE BENS PERMANENTES

• Visa verificar quais as medidas de controle existentes com respeito aincorporação, tombamento, guarda, baixa e responsabilidade pelo uso dessesbens e, ainda, em relação a sua movimentação conservação e segurança.

• CONTROLES INTERNOS UTILIZADOS:

Registros de Inventários e Termos de Guarda

Page 35: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

ESTRUTURAÇÃO DO CONTROLE INTERNO POR ÁREAS

CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS DE CONTROLE

É importante salientar que para a criação de controles parauma determinada área ou atividade deve-se, inicialmente,proceder ao seguinte:

• levantamento de legislação dispondo sobre a estruturaadministrativa da Entidade, verificando a forma dehierarquia criada (secretarias, setores, departamentos), suasatribuições e responsabilidades;

• levantamento de legislação dispondo sobre a criação decargos e funções;

Page 36: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

ESTRUTURAÇÃO DO CONTROLE INTERNO POR ÁREAS

DESPESAS PÚBLICA: Pontos de Controle

• Descrição detalhada das despesas nas Notas de Empenho(material e serviços adquiridos, preços unitário e total, númeroda nota fiscal ou recibo, etc.);

• Criação de norma estabelecendo os responsáveis pela liquidaçãoda despesa (alertar para a segregação de funções);

• Realização física (liquidação da despesa) . comprovação de queos bens e serviços contratados foram entregues ou concluídosantes de efetuar os pagamentos, de acordo com as quantidadesadquiridas, qualidade dos produtos, se estão dentro dasespecificações exigidas para a sua aplicação, prazos previamentepactuados, atestado de conclusão de obras e serviços porpessoal qualificado.

Page 37: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

ESTRUTURAÇÃO DO CONTROLE INTERNO POR ÁREAS

RECEITAS: Pontos de Controle

• Adoção de comprovantes contendo nome do contribuinte,valores discriminados, classificação da receita, autenticação;

• Existência de registros bancários e de tesouraria nas contasapropriadas e obedecendo ao princípio da oportunidade(boletins de tesouraria, contas bancárias individualizadas,normas que disciplinem o acesso à Tesouraria);

• Manter controles específicos sobre outras receitas tais comoaluguéis, arrendamentos, industrial, aplicações financeiras, deserviços e agropecuária;

• Manter controle sobre a dívida ativa de natureza tributária e nãotributária, incluindo cobrança administrativa e/ou judicial.

Page 38: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

ESTRUTURAÇÃO DO CONTROLE INTERNO POR ÁREASALMOXARIFADO: Pontos de Controle

• designação formal de responsável;• norma interna para disciplinar a retirada/pedido/baixa de itens;• arquivo de notas de empenho e de notas fiscais;• adoção de documento padrão para requisição de material;• existência de norma definindo responsáveis pela assinatura das

requisições;• condições de acondicionamento (ventilação, iluminação, segurança);• registro diário das entradas e saídas do almoxarifado e confecção de

balancetes mensais;• emissão de relatório relacionando itens não requisitados por

determinado tempo para fins de baixa;• registro e conferência de materiais entregues em outros locais fora do

almoxarifado (areia, argamassa, brita, tijolos, telhas, etc.).

Page 39: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

ESTRUTURAÇÃO DO CONTROLE INTERNO POR ÁREASVEÍCULOS E COMBUSTÍVEIS: Pontos de Controle

• existência de registros individualizados dos veículos;• arquivo da documentação dos veículos;• adoção de diário de bordo (documento diário elaborado pelo condutor a ser

entregue ao chefe da garagem);• adoção de controle de quilometragem x percurso x abastecimento;• existência de controle sobre a reposição de peças;• existência de controle sobre o desempenho do veículo, para promoção de

revisões ou manutenções e de possíveis substituições;• adoção de autorização para abastecimento assinadas por responsável definido

previamente; autorização de abastecimento sob a forma de talões, contendo,no mínimo: numeração tipográfica, data de abastecimento do veículo, tipo deveículo abastecido, placa do veículo abastecido, tipo de combustível,quantidade abastecida, valor do combustível, quilometragem do veículo naocasião do abastecimento, assinatura do responsável pelo setor de transporte.

Page 40: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

TIPOS DE AUDITORIA INTERNA

Auditoria de Avaliação da

Gestão

Auditoria de Acompanhamento da

Gestão

AuditoriaOperacional

Auditoria Contábil

Auditoria Especial

Page 41: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

AUDITORIA DE AVALIAÇÃO DA GESTÃO

Objetiva emitir opinião com vistas a certificar aregularidade das contas, verificar a execução decontratos, acordos, convênios ou ajustes, aprobidade na aplicação dos dinheiros públicos ena guarda ou administração de valores ou benspúblicos.

Page 42: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

AUDITORIA DE ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO

Realizada ao longo dos processo de gestão, com oobjetivo de se atuar em tempo real sobre os atosefetivos e os efeitos potenciais positivos enegativos de uma entidade, evidenciandomelhorias e economias existentes no processo ouprevenindo gargalos ao desempenho da suamissão institucional.

Page 43: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

AUDITORIA OPERACIONAL

Consiste em avaliar as ações gerenciais e osprocedimentos relacionados ao processooperacional, ou parte dele, das unidades ouentidades da administração pública, programas degoverno, projetos, atividades, ou segmentosdeste, com a finalidade de emitir opinião sobre agestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia eeconomicidade, procurando auxiliar aadministração na gerência e nos resultados.

Page 44: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

AUDITORIA CONTÁBIL

Compreende o exame dos registros edocumentos e na coleta de informações econfirmações, mediante procedimentosespecíficos, pertinentes ao controle dopatrimônio de uma unidade, entidade ouprojeto;

Opinar se os registros contábeis foramefetuados de acordo com os princípiosfundamentais de contabilidade.

Page 45: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

AUDITORIA ESPECIAL

Objetiva o exame de fatos ou situaçõesconsideradas relevantes, de natureza incomumou extraordinária, sendo realizadas paraatender determinação expressa de autoridadecompetente. Classifica-se nesse tipo os demaistrabalhos auditorias não inseridos em outrasclasses de atividades.

Page 46: Responsabilização de Agentes Públicos e Noções de Controle

PRESTAÇÃO DE CONTAS (IN 008/15)

• Certidão do Controle Interno e/ou Cópia do relatório das auditoriasrealizadas pelo controle interno (este último, se houver) de cadaPoder e/ou própria unidade gestora, pertinente ao período, contendodeclaração que os documentos contábeis originais encontram-se sobsua guarda, devidamente arquivados, que as demonstraçõescontábeis refletem fatos reais, e que o Sistema de Controle Internoexecuta todos os controles constantes da Resolução Normativa n º004/2001 TCM/GO, informando ainda, as medidas tomadas parasaneamento das irregularidades acaso encontradas.

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OBRIGADO PELA ATENÇÃO!

Petrônio Pires de Paula

Superintendente de Gestão Técnica

62 3216-6290

[email protected]