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Resposta à Questão N.º 1 (Concurso Vamos Cienciar...)
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HENRIQUE, 8º ano, Turma Z
Ilustração: Maria Santos Fernandes – Essb – 12º B
Henrique: Cristiana Martins Barbosa - criadora de imagem, Essb – 12º B
Concurso :VAMOS CIENCIAR? QUESTÃO Nº 1
O que é que a maçã tem a ver com Newton ou Newton a ver com a maçã?
O que a maçã tem a ver com Newton é exatamente o mesmo que tem a ver
comigo; quanto ao que eu tenho a ver com a maçã já é diferente daquilo
que Isaac Newton teve a ver com essa deliciosa fruta, pois não me parece
que eu fosse desenvolver uma teoria científica só por a maçã me cair na
cabeça. Mas, também é preciso ver que na altura havia poucas coisas
interessantes para fazer, não era nada como agora e por esse motivo, Isaac
Newton divertia-se a observar o que via à sua volta, a tentar explicar tudo e
a estudar. Por isso é que entrou com catorze anos para o Trinity College , na
Universidade de Cambridge e se formou aos dezoito. Dezoito anos foi a
idade com que os meus primos gémeos, o Miguel e a Miguela entraram para
a Universidade e até a minha irmã Joana, que dizem que é sobredotada e
teve planos de desenvolvimento, ao contrário de mim que tive planos de
recuperação, só vai entrar com dezassete.
Isaac Newton nasceu na Inglaterra, no dia de natal de 1642, ano em que
morreu Galileu, que Newton admirava muito. Foi o próprio Isaac Newton
que contou a história da maçã, mas na altura ele já tinha oitenta e muitos
anos e nunca se percebeu muito bem se ele a tinha inventado ou se
realmente aconteceu. Há quem até fale na “Lenda da maçã”. O que é um
facto é que ele fez aquelas descobertas todas das leis da dinâmica que a
minha irmã Joana diz que revolucionaram a Física, e o mundo, acrescenta
sempre ela.
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Em 1665, devido à peste
bubónica todos os
estabelecimentos de
ensino da Inglaterra
fecharam e, por causa
disso, Newton foi para a
quinta da sua avó, que o
tinha criado, em
Grantham, LIncolnshire.
Depois de muito estudar,
estava a descansar
debaixo de uma macieira
quando lhe caiu uma
maçã em cima da cabeça
(há outras versões,
nomeadamente que a
maçã caiu de outra
árvore à sua frente).
Pelos vistos a dor
provocada pela maçã
aguçou-lhe o raciocinío e
ele pensou:
“Que força será esta que faz cair a maçã?”
“Se a maçã estiver mais acima cairá da mesma forma?”
“E a Lua? Porque não cai a Lua na Terra? Porque continua
permanentemente em cima das nossas cabeças?”.
Eu tenho a confessar que não pensaria nada disso. Se estivesse com fome e
a maçã tivesse bom aspeto, o mais natural era comê-la e de resto, arranjaria
alguns amigos e faríamos competições de subir às árvores, visto que naquela
altura havia pouco mais para fazer.
Mas enfim, como ele era um bocado parecido com a minha irmã Joana, ou
melhor, a minha irmã Joana é que é parecida com ele, formulou a famosa
teoria da gravitação universal segundo a qual quaisquer dois corpos, pelo
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facto de terem massa, se atraem mutuamente com uma força (força
gravitacional) cuja intensidade é tanto maior quanto maiores forem as
suas massas e tanto menor quanto maior for o quadrado da distância
entre eles. Existe uma equação matemática que traduz isto, e que demos no
sétimo ano:
Mas, segundo me explicou a minha irmã, o grande génio de Newton é que
ele relacionou os movimentos e as leis dos movimentos com as forças e as
ações por elas provocadas nos corpos, incluindo em primeiro lugar os
movimentos dos planetas, que na sua altura intrigavam muitos cientistas,
incluindo o tal de Halley, que tem um cometa com o seu nome.
E é essa tal força gravitacional, segundo me explicou a minha irmã, porque
eu já não me lembrava do que tinha dado no 7º ano, que faz com que a
Terra atraia a Lua, mantendo-a na sua órbita. Se a força gravitacional
exercida pela Terra na Lua desaparecesse, esta sairia da sua órbita em linha
reta pelo espaço, até ser atraída por outro astro.
Os satélites artificiais que orbitam a Terra também estão sujeitos a esta
força gravitacional.
É também esta força gravitacional que é reponsável pela atração provocada
pelo Sol nos planetas do Sistema Solar, incluindo a Terra, fazendo com que
estes se mantenham nas suas órbitas.
Newton explicou que a atração entre dois corpos devida à força
gravitacional é mútua: a Terra atrai a Lua e a Lua atrai a terra com uma força
de igual intensidade e direção, mas de sentido contrário.
E, não lembraria a ninguém, senão a Newton, que esta força é da mesma
natureza da força com que a terra atrai os corpos para a Terra e que é
responsável pela sua queda, tal como aconteceu com a maçã que lhe caiu
em cima.
Por que é que então a maçã cai para a Terra e a Lua não?
A diferença está nas condições iniciais. Enquanto a maçã se encontrava
inicialmente em repouso, isto é, parada, a Lua encontra-se desde o inicio em
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movimento, e com um valor de velocidade tal que lhe permite continuar em
órbita, na sua trajetória à volta da terra. Se o valor da velocidade da Lua
fosse diferente, maior ou menor, ela acabaria por cair na Terra ou escapar
da sua trajetória. É por isso que os satélites artificiais que o Homem coloca
no espaço, tem um valor de velocidade específica, dependendo da altitude a
que se encontram da superfície terrestre. Quando se pretende retirar um
satélite do espaço, diminui-se a sua velocidade e a força gravitacional
terrestre faz com que eles caiam para a Terra, tal e qual aconteceu com a
maçã. E, se o super-homem fosse parar a Lua e em seguida a largasse, ela
cairia para a Terra. Ainda bem que o Super-homem não existe.
Também quando os corpos têm uma massa muito pequena, que é o que nos
acontece e às coisas à nossa volta, a intensidade da força gravitacional é tão
pequena que se pode desprezar, isto é, não se faz sentir. Ainda bem, senão
caíamos todos em cima uns dos outros, e quanto maior fosse a massa, mais
depressa caíam outros objetos, devido à atração ser cada vez maior. Mas
isso já é outra história, que nos pode levar para os buracos negros, que
atraem tudo que está nas suas proximidades.
Por hoje, fico por aqui, na esperança de ficar bem classificado.
Henrique.
Bibliografia
De la Taille, Renaud – NEWTON, TROIS SIECLE D’AGE ET TOUJOURS VERT .Science Vie,
841, Outubro 1987.p.31-38
Roque, A. (2006). H2O Terra no Espaço/Terra em transformação, 7ºano. 1ªedição, Texto
Editores. Lisboa
Dantas, M.C. e Ramalho, M.D. (2006). Terra Mãe, Terra no Espaço/Terra em
Transformação, 7º ano. 1ª edição, Texto Editores. Lisboa
POSKITT, K. (2002). Isaac Newton e a sua maçã, coleção Finados Famosos, Publicações
Europa-América
(informação extra: capítulo – “Alice deixa escapar uma dica”)
Outras fontes de informação
A minha irmã Joana
A minha professora de Ciências Físico-Químicas.