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Instituto Português de Corporate Governance – IPCG
Ed. Victoria – Av. Liberdade, 196, 6º, 1250-147 Lisboa
Contactos: 21 317 40 09, 96 250 95 24 ▪ [email protected]
www.cgov.pt
COMENTÁRIOS E SUGESTÕES
NO ÂMBITO DO
PROCESSO DE CONSULTA DA COMISSÃO EUROPEIA
LIVRO VERDE
– O QUADRO DA UE DO GOVERNO DAS SOCIEDADES –
COMISSÃO JURÍDICA
LISBOA, 22 DE JULHO DE 2011
Instituto Português de Corporate Governance – IPCG
Ed. Victoria – Av. Liberdade, 196, 6º, 1250-147 Lisboa
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Pá
g. 1
Índice
Introdução ............................................................................................................... 2
Resposta à Questão 1 ............................................................................................... 4
Resposta à Questão 2 ............................................................................................... 5
Resposta à Questão 3 ............................................................................................... 6
Resposta à Questão 4 ............................................................................................... 7
Resposta à Questão 5 ............................................................................................... 8
Resposta à Questão 6 ............................................................................................... 9
Resposta à Questão 7 ............................................................................................. 10
Resposta à Questão 8 ............................................................................................. 11
Resposta à Questão 9 ............................................................................................. 13
Resposta à Questão 10 ........................................................................................... 14
Resposta à Questão 11 ........................................................................................... 15
Resposta à Questão 12 ........................................................................................... 17
Resposta à Questão 13 (redacção em inglês) ........................................................... 18
Resposta à Questão 14 (redacção em inglês) ........................................................... 19
Resposta à Questão 15 (redacção em inglês) ........................................................... 20
Resposta à Questão 16 (redacção em inglês) ........................................................... 21
Resposta à Questão 17 (redacção em inglês) ........................................................... 23
Resposta à Questão 18 ........................................................................................... 25
Resposta à Questão 19 ........................................................................................... 27
Resposta à Questão 20 ........................................................................................... 28
Resposta à Questão 21 (redacção em inglês) ........................................................... 29
Resposta à Questão 22 (redacção em inglês) ........................................................... 30
Resposta à Questão 23 (redacção em inglês) ........................................................... 31
Resposta às Questões 24 e 25 ................................................................................. 32
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g. 2
Introdução
O Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), constituído em 8 de Outubro
de 2003, é uma associação de direito privado, sem fins lucrativos que visa a promoção e o
estudo aprofundado das boas práticas de corporate governance em Portugal.
Para o bom êxito dos seus objectivos o IPCG conta com mais de duas centenas e meia
de associados, pessoas singulares e pessoas colectivas.
A Comisão Jurídica do IPCG, constituída em 2006, composta por profissionais do sector
público e privado, juristas de várias áreas e com diversificados e meritórios percursos
profissionais, com trabalhos publicados no âmbito da reforma, em Portugal, em 2006, ao
direito das sociedades, assim como nas matérias respeitantes à boa governação do sector
público empresarial, propôs-se em reunião de 3 Maio último a redigir um conjunto de
comentários no sentido de uma eventual resposta à Consulta Pública do Livro Verde da
Comissão Jurídica sobre Corporate Governance, COM(2011) 164, de 5 de Abril de 2011, tendo
para o efeito se organizado em grupos de trabalho.
A Direcção do IPCG acolhe com agrado e satisfação as iniciativas e os trabalhos desta
sua Comissão, a qual funciona com independência nas suas opiniões, competindo-nos a devida
advertência de que é vasto o espectro dos interesses dos nossos Associados e que as opiniões
do presente documento veiculam, somente, o entendimento de alguns associados singulares e
de juristas membros do IPCG, mas não o próprio IPCG, que se limitou a proporcionar os meios,
a recolher e a coordenar a intervenção dos respondentes no presente documento.
Em curso estão, no Instituto, os trabalhos referentes à formação do Projecto de Código
– cujo procedimento inclui competente consulta interna aos Associados entre outras – os
quais, naturalmente, antecedem na reflexão que representa toda e qualquer tomada de
posição a nível institucional.
A Direcção do IPCG agradece à Comissão Europeia a oportunidade de participar na
presente consulta à qual o Instituto, pela sua Comissão Jurídica, responde com o seu claro
sentido institucional de procurar e evidenciar a mais elevada, mas adequada, disciplina do
governo das sociedades comerciais na União Europeia, com atenção particular a Portugal.
A Direcção do IPCG expressa a sua elevada consideração e os seus sinceros
agradecimentos a todos os membros da Comissão que participaram na redacção do presente
documento, assim como ao empenho do Senhor Professor Pedro Maia na coordenação do
presente documento.
O Presidente da Direcção,
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g. 3
COMPOSIÇÃO DOS GRUPOS DE TRABALHO DA COMISSÃO JURÍDICA, CO�STITUÍDOS �A REU�IÃO DE 3 DE MAIO DE 2011
Grupo de Trabalho sobre Conselho de Administração abrangendo o capítulo 1 do Livro
Verde da Comissão Europeia sobre Corporate Governance
• Paulo Bandeira, Advogado, Coordenador do Grupo;
• Neuza Campos, Advogada;
• Luís Filipe Caldas, Advogado;
• Francisco Soares Machado, Advogado.
Grupo de Trabalho sobre Accionistas abrangendo o capítulo 2 do Livro Verde da
Comissão Europeia sobre Corporate Governance
• Pedro Rebelo de Sousa, Advogado-Partner, Coordenador do Grupo;
• Rui Mayer, Secretário da Sociedade Galp Energia, S.A.;
• José Costa Pinto, Advogado;
• Filipe Barreiros, Advogado;
• Gabriela Figueiredo Dias, Sub-Directora da CMVM.
Grupo de Trabalho sobre Controlo e Monitorização abrangendo o capítulo 3 do Livro
Verde da Comissão Europeia sobre Corporate Governance
• Gabriela Figueiredo Dias, Sub-Directora da CMVM, Coordenadora do Grupo;
• Gonçalo Sequeira Braga, Partner da PARTIS Consulting;
• Guilherme Abreu Loureiro, Director-Executivo do IPCG.
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g. 4
Resposta à Questão 1
As medidas de governo das sociedades na EU devem ter em conta a dimensão das
sociedades cotadas? Como? Deve ser estabelecido um regime diferenciado e
proporcionado para as pequenas e médias empresas cotadas? �esse caso, quais as
definições ou os limiares adequados? Em caso afirmativo, devem ser sugeridas
formas de os adaptar às PME, se for caso disso, ao responder às perguntas abaixo.
As medidas devem ter em conta a dimensão das empresas, fazendo-o na
delimitação da sua aplicação em valores proporcionais em vez de valores absolutos. O
estabelecimento de regimes distintos em função da dimensão, natureza, ou outros
critérios de distinção de empresas, dependerá da finalidade da medida, ou derrogação,
propostas, após a verificação de que o teste custo/benefício é positivo.
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g. 5
Resposta à Questão 2
Devem ser tomadas medidas a nível da UE em matéria de governo das sociedades
para as empresas não cotadas? A UE deve centrar-se na promoção do
desenvolvimento e da aplicação de códigos voluntários para as empresas não
cotadas?
Não devem ser tomadas medidas de governo das sociedades para as empresas
não cotadas.
A promoção do desenvolvimento e da aplicação de códigos voluntários para as
empresas é importante essencialmente ao nível da promoção da literacia financeira,
eventualmente, com a elaboração e disponibilização de modelos de relatórios para a
transparência e promoção das práticas de boa corporate governance que a empresa
adopte com efeitos para a sua caracterização junto do mercado de capitais e à efectiva
tutela dos direitos de todos os participantes no capital social da empresa.
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g. 6
Resposta à Questão 3
A UE deve procurar garantir uma divisão clara entre as funções e responsabilidades
do presidente do conselho de administração e do director executivo?
Deverão ser concentrados esforços, sobretudo, na consagração de um efectivo
ambiente de supervisão e fiscalização e admitindo-se apenas a proposta com
consagração a nível recomendatório que recomende que o presidente ou o vice-
presidente do conselho de administração seja independente, atribuindo-se ao
presidente, ou ao vice-presidente, caso aquele não seja independente, a competência
para a coordenação dos trabalhos do conselho de administração, assegurar a
disseminação da informação que lhe seja cometida pelos diversos membros do órgão,
de modo a que estes possam cumprir adequadamente as suas funções e, ainda,
assegurar que os administradores não executivos acedem aos recursos que se
mostrem necessários para o exercício das suas funções.
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g. 7
Resposta à Questão 4
As políticas de recrutamento devem ser mais específicas sobre o perfil dos
administradores, incluindo o presidente, a fim de garantir que dispõem de
competências adequadas e que a composição do conselho de administração é
adequadamente diversificada? Em caso afirmativo, qual a melhor forma de o
conseguir e a que nível do governo (nacional, europeu ou internacional) se deve
intervir?
A intervenção seria inoportuna e desadequada, porquanto privilegiaria um
modelo de designação de administradores em detrimento de outros e interferiria em
matérias que entendemos devem permanecer primado dos accionistas.
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g. 8
Resposta à Questão 5
As empresas cotadas devem ser obrigadas a divulgar se dispõem de uma política de
diversidade? Em caso afirmativo, devem descrever os seus objectivos e os principais
conteúdos e apresentar regularmente relatórios sobre os progressos efectuados?
A obrigação de divulgar a existência ou não dessa política por si só não traduz
particular vantagem em termos de transparência da informação prestada. Contudo, a
inclusão dessa informação enquanto parâmetro e critério, entre outros, a ser levado
em consideração na escolha realizada, tanto pela positiva como pela negativa, pode ter
a função relevante de justificação da escolha dos mesmos, uma vez que é essa
característica (ou a falta dela) que muitas vezes pode ser o factor preponderante da
nomeação.
A obrigação de apresentação de relatórios sobre a matéria parece sugerir a
obrigatoriedade de inclusão de membros internacionais que a nosso ver não é uma
exigência que possa ser feita às sociedades, sob pena de o critério da competência ser
preterido para que sejam alcançados determinados objectivos impostos cujo propósito
não é, directamente, a boa administração das sociedades.
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g. 9
Resposta à Questão 6
As empresas cotadas devem ser obrigadas a assegurar um melhor equilíbrio entre
homens e mulheres nos conselhos de administração? Em caso afirmativo, como?
Não nos parece aceitável a recomendação de que seja estabelecida,
introduzida, divulgada e relatada a execução e implementação de políticas de
diversidade de género no que respeita à nomeação de membros do género feminino,
mas apenas que se garanta o contrário, isto é, que esta característica não é factor de
não nomeação/discriminação.
Uma opção possível para mitigar a questão é a de exigir explicação/divulgação
da razão de ser da ausência de membros do género feminino. Não sendo contudo
aceitável que não existindo motivos discriminatórios para a não inclusão de membros
do género feminino e verificando-se que a escolha foi efectivamente objectiva e
cumpriu da melhor forma os critérios existentes, seja obrigatória a divulgação de
medidas que visem alterar essa situação.
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Resposta à Questão 7
Considera que deve ser prevista uma acção a nível da UE no sentido de limitar o
número de mandatos que um administrador não executivo pode deter? Em caso
afirmativo, como deverá ser concebida essa limitação?
Não cremos que seja necessária uma intervenção da autoridade pública nesta
matéria, atento ao direito privado que seria restringido e às finalidades que a mesma
intervenção iria cuidar de alcançar, sendo que o interesse público nesta matéria, seja
talvez claro, em entidades de interesse público, ou que proporcionam risco elevado para a
estabilidade financeira local.
Sendo justificado que à empresa, nomeadamente, ao conselho de administração
ou à comissão competente, o administrador não executivo tenha a obrigação de
comunicar os mandatos que acumula no momento em que inicia o mandato e, durante o
mandato que exercer na sociedade, comunicar cada um dos eventuais novos mandatos
que venha ainda a acumular.
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Resposta à Questão 8
As sociedades cotadas devem ser incentivadas a efectuar uma avaliação externa
regular (por exemplo, de três em três anos)? Em caso afirmativo, como?
Em Portugal, a matéria não foi implementada nem foi ainda objecto de debate
público alargado ou de análise doutrinária aprofundada.
Estes aspectos práticos podem frequentemente assegurar a boa governação da
empresa ou, ao invés, contribuir para o insucesso da mesma. Ora, a relutância acima
referida tende a desaparecer quando a avaliação seja feita por um avaliador externo.
Vemos alguns benefícios na previsão de uma medida que recomende
avaliações externas periódicas ao desempenho do CA. Entendemos que uma tal
medida comporta necessariamente maiores custos que o modelo actualmente vigente
na generalidade dos Estados-Membros. Entendemos que apenas as sociedades
emitentes de valores mobiliários admitidos à negociação em mercado regulamentado
devem estar sujeitas à medida, formulada como recomendação, para garantir a
necessária flexibilidade, atentos os diferentes tipos e dimensão das sociedades
emitentes de valores mobiliários admitidos à negociação em mercado regulamentado
nos diferentes Estados-Membros.
A periodicidade de três em três anos afigura-se ajustada. Porém, pensamos
que, de modo a não existirem CAs não avaliados, deverá a referida periodicidade
relacionar-se com o tempo do mandato dos CAs previsto nos estatutos de cada
sociedade.
Ademais, no que concerne ao papel dos avaliadores externos, afiguram-se
possíveis dois modelos distintos, a que chamamos de (i) modelo de avaliação-
informação e (ii) modelo de avaliação-recomendação.
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2
Entendemos que o modelo a assumir numa eventual recomendação deverá ser
um modelo híbrido, com características de cada um dos modelos acima referidos.
Deverá ainda definir-se o grau de publicitação e confidencialidade das
conclusões do avaliador aos accionistas. Importará informar os accionistas,
eventualmente no relatório anual de gestão, acerca da avaliação efectuada, mas
apenas quanto aos mecanismos, procedimentos e critérios da mesma, e não quanto às
conclusões e recomendações concretamente estabelecidas. Assim, pensamos que é de
grande importância a definição do conteúdo da informação a ser publicitada.
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Resposta à Questão 9
A divulgação de informações sobre a política de remunerações, do relatório anual
sobre remunerações (relatório sobre a forma como a política de remunerações foi
aplicada no ano anterior) e da remuneração individual dos administradores
executivos e não executivos deve ser obrigatória?
A divulgação de informações sobre a política de remunerações, do relatório
anual sobre remunerações e da remuneração individual dos administradores
executivos e não executivos, deve ser obrigatória na UE, pelo menos para as
sociedades emitentes de valores mobiliários admitidos à negociação em mercado
regulamentado e sociedades de utilidade pública.
Em Portugal, esse é o regime estabelecido na Lei n.º 28/2009, de 19 de Junho, e
no Regulamento n.º 1/2010 da CMVM.
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4
Resposta à Questão 10
Deve ser obrigatório submeter a política de remuneração e o relatório sobre
remunerações a uma votação pelos accionistas?
A submissão da política de remunerações e do relatório sobre remunerações a
voto dos accionistas deverá ser obrigatória, mas apenas para as sociedades emitentes
de valores mobiliários admitidos à negociação em mercado regulamentado e para
outras sociedades de utilidade pública. É esse também o regime que Portugal adoptou,
com a aprovação da Lei n.º 28/2009, de 19 de Junho.
De modo a flexibilizar o regime e não introduzir mecanismos demasiado
reformadores, entendemos que a obrigação de submissão a votação pelos accionistas
não terá necessariamente que significar uma votação vinculativa, devendo ficar na
disponibilidade dos Estados-Membros a qualificação deste voto como vinculativo ou
meramente consultivo.
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5
Resposta à Questão 11
Concorda que o conselho de administração deve aprovar e assumir a
responsabilidade pela apetência da empresa pelo risco e comunicá-lo de forma útil
aos accionistas? Estas disposições de divulgação de informações devem incluir
igualmente os riscos essenciais que a empresa pode fazer pesar na sociedade?
Ora, sem prejuízo da necessária definição de princípios e regras gerais sobre o
cuidado universal de definir, caracterizar, quantificar, evitar, prevenir e limitar riscos
ou consequências, e de os neutralizar, financiar ou transferir, relativamente a todas as
empresas, instituições ou organizações, importará admitir que a matéria do “risk
management”, como outras matérias do domínio operacional das empresas e das
organizações em geral, não deve ser excessivamente regulamentada pelos Estados
Membros e menos ainda pela Comissão Europeia, de acordo com os princípios da
proporcionalidade e da subsidiariedade, a menos que se trate de actividade
eminentemente transnacional ou sobre a qual exista e deva existir um elevado nível de
integração normativa, como ocorre com as instituições financeiras, cujas regras de
governo foram objecto de consulta pública autónoma com base no Livro Verde COM
(2010) 284.
Impõe-se ainda estabelecer a necessária diferença entre os riscos inerentes à
“sorte” da actividade ou dos negócios da empresa ou da organização – os ditos riscos
dinâmicos ou de mercado – e os riscos inerentes aos factores de produção, às
condições da actividade e às condições do contexto.
A questão (ambígua) de saber se o conselho de administração deve aprovar e
assumir a responsabilidade pela “apetência da empresa pelo risco” e comunicá-lo de
forma útil aos accionistas só se pode referir aos ditos riscos dinâmicos ou de mercado.
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6
A essa exclusiva questão e a esse exclusivo perímetro, inerente ao próprio negócio da
empresa, responderemos cautelosamente que sim, mas enfatizando que só tem
sentido partilhar uma orientação geral, já que, também por razões de protecção da
posição concorrencial da empresa ou organização, existe uma irredutível assimetria de
informação entre o conselho de administração e a generalidade dos accionistas ou
demais “stakeholders”.
Em relação aos riscos estáticos da empresa ou organização, sejam aqueles
internos ou externos, ou de contexto, o conselho de administração tem uma obrigação
primeira e essencial de os fazer identificar, avaliar e tratar, que ultrapassa certamente
o que seja o estrito cumprimento de normas legais ou regulamentares.
Parece justificar-se que o conselho de administração identifique e assuma como
responsabilidade sua estabelecer e optimizar a carta de riscos da empresa, divulgando-
a no perímetro que em cada caso se justifique.
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Resposta à Questão 12
Concorda que o conselho de administração deve garantir que os mecanismos de
gestão dos riscos são eficazes e adequados ao perfil de risco da empresa?
Sim, sem dúvida.
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Resposta à Questão 13 (redacção em inglês)
Please point to any existing EU rules which, in your view, may contribute to
inappropriate short-termism among investors and suggest how these rules could be
changed to prevent such behaviour?
Obviously, from a corporate governance point of view, there are many things
that can be done to simplify the decisions of both small independent investors and
asset managers and to encourage them to become more involved in the companies’
life. For instance, encouraging companies to be more forthcoming and transparent in
the way they communicate relevant events; and possibly also developing the role of
the shareholders-meeting, either by amplifying the list of matters the shareholders are
required to issue opinion on to include, say, strategic development plans, and by
further simplifying attendance requirements and procedures.
But we would say that most of these measures could (should) be implemented
through recommendations, not by imposition.
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g. 1
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Resposta à Questão 14 (redacção em inglês)
Are there measures to be taken, and if so, which ones, as regards the incentive
structures for and performance evaluation of asset managers managing long-term
institutional investors’ portfolios?
The Green Paper points to an assertion that asset manager’s performance
evaluation methods and incentives schemes seem to favour short-termism, because
the more transactions they intermediate, the more commissions and fees they
generate for themselves. It states further that there is evidence that asset managers
are often selected and compensated based on short-term performance indicators.
We would not question these assertions. They seem to be true, and reflective
of the general tendency of the capital markets to seek high profitability based on quick
gains. But we would not necessarily qualify these actions and tendencies as negative,
at least for as long as the outcome for the investors is positive.
On the other hand, we would agree that the investor should have full
information about this orientation when he is asked to commit his funds. To this end,
we agree with the propositions put forward in the Green Paper advising greater
disclosure of asset managers’ incentive structures.
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g. 2
0
Resposta à Questão 15 (redacção em inglês)
Should EU law promote more effective monitoring of asset managers by institutional
investors with regard to strategies, costs, trading and the extent to which asset
managers engage with the investee companies? If so, how?
We support the idea that providing investors with means to better control and
appraise the strategies, costs, trading and general performance of asset managers
would have positive outcomes. This could be achieved by issuing recommendations
aimed at the asset managers asking them to be more transparent in providing
information, both in what concerns describing their general investment strategies and
as disclosing their operational data. These recommendations should aim at developing
reports that would enable investors to analyze a certain asset manager’s past
performance, compare it with others, and make their own judgment of the soundness
of their investment strategies.
Recommendations aimed at encouraging asset managers to develop
interactions with investee companies, namely issuing opinions on the investee
companies’ strategies, policies and performance, and at requiring such companies to
disclose the contents of said interactions, including replies given, could also be useful
in this sense, as they could contribute to the development of a different type of
relationship, that could in turn lead to greater commitment and continued support.
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g. 2
1
Resposta à Questão 16 (redacção em inglês)
Should EU rules require a certain independence of the asset managers’ governing
body, for example from its parent company, or are other (legislative) measures needed
to enhance disclosure and management of conflicts of interest?
In our view, any measures aiming at reinforcing the independence of asset
managers’ governing bodies or institutions and at enhancing disclosure and
management of conflicts of interests in the field of asset management would be of
critical importance.
Although there is no clear evidence about a lower level of material
independence of asset managers which are not integrated in any economic or legal
groups, it has been argued that asset managers which are structurally independent
from financial institutions are better positioned to avoid conflicts of interest and to
have more demanding and effective internal auditing and control systems than those
controlled by banks or other financial institutions.
Also the promotion of effective monitoring of asset managers’ independence by
institutional investors could prove effective.
Any measures focusing on diligent and efficient exercise of rights by
institutional investors may represent a considerable role in stepping up better
corporate governance practices in affiliates and contributing to the consequent
possible increase in the value of its shareholdings.
As regards conflicts of interest, some incisive provisions governing the
management of conflicts of interest are already provided for in UCITS IV Directive
(applicable as from 1 July 2011) to management companies managing UCITS (cf. Article
17 et seq. of Implementing Directive 2010/43/EC). Similar provisions are likely to be
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g. 2
2
established as part of the AIFM Directive's implementing measures, which will apply to
managers of alternative investment funds.
However, the IPCG is of the opinion that additional initiatives in the field of
transparency could contribute to reduce conflicts of interest
This said, a possible European Commission’s initiative to further promote a
higher level of transparency in what regards institutional investors’ behaviour, namely
through ex ante disclosure of voting policies and ex post disclosure of voting records,
would be mostly welcome, even if for the time being, those measures could remain at
a recommendatory level, so as to test the market and to give a regulatory sign of the
need for some cultural changes in the investment management field. Ex post disclosure
duties would necessarily include the reasons and explanations for any departure from
the asset manager’s voting policies.
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Resposta à Questão 17 (redacção em inglês)
What would be the best way for the EU to facilitate shareholder cooperation?
The issue of shareholder cooperation is twofold and requires a mixed approach:
i) on the one hand, the added value of shareholder cooperation to the strengthening of
corporate governance, mainly for the fact that it allows a more effective use of
shareholders’ rights, mainly to minority shareholders, who can as such access to a
higher degree of information and get the possibility to have voice in the companies’
decisions is well acknowledge by IPGC; ii) on the other hand, shareholders’ cooperation
necessarily raises very difficult ‘acting in concert’ problems (ie, undisclosed controlling
positions of companies).
Considering the abovementioned positive outcomes and risks of the
‘shareholders’ cooperation’ issue, there is a difficult balance to meet between the two
in any measure or initiative aiming at promoting shareholders’ cooperation.
In our view, however, the main difficulty still results from the existing divergent
interpretations and definitions of “acting in concert” in different legal frameworks and
contexts and of the different allowable levels of shareholders’ cooperation across the
EU, eg. for takeover bids purposes.
This said, the IPCG strongly supports any measure aiming at clarifying the
definition of ‘acting in concert’ in the remit of the different regulatory instruments
where this concept is relevant – eg, Transparency Directive and Takeover Bids
Directive. As a matter of fact, the lack of an uniform concept and regime for ‘acting in
concert’ among EU legal frameworks has proven to be a relevant issue, preventing the
legal framework to be ineffective in what concerns the preclusion of hidden control
and ownership problems and situations.
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Together with any regulatory measures at the level of the abovementioned
Directives in order to achieve a common and uniform understanding of what ‘acting in
concert’ means and triggers, some “safe harbors” could be conceived – ie, some
specific situations could be left out from the general regime, for instance, cases and
conditions where shareholders cooperation could be exempted from disclosure, as
well as from some of ‘acting in concert’ implications in what concerns the implications
of some takeover bid rules.
In addition, the IPCG is of the opinion that the consequences/effects of
shareholders’ cooperation in the remit of market abuse rules should also be
determined and clarified.
From a practical point of view, a few shareholders’ cooperation and
participation devices or mechanisms could also be conceived and stimulated
(electronic forums or platforms, shareholders associations, etc.).
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Resposta à Questão 18
A legislação da UE deve exigir maior transparência aos «proxy advisors», por
exemplo em relação aos seus métodos analíticos, a conflitos de interesses e à sua
política de gestão dos mesmos e/ou se aplicam um código de conduta? Em caso
afirmativo, qual a melhor forma de o conseguir?
Seria salutar a consagração de um corpo de Princípios Gerais de Conduta, de
forma clara, transparente e rigorosa.
Na verdade, a nosso ver, os proxy advisors deverão estar sujeitos a um
específico conjunto de deveres de diligência e de lealdade.
Poderá ser útil encorajar a necessidade de regras que assegurem, que as
empresas que prestam serviços de proxy advisor, baseiam as suas pesquisas e
recomendações em informações precisas, fidedignas e confiáveis, para melhor
tranquilizar os shareholders, o mercado e aumentar o grau de confiança nestes
profissionais.
Assim como, garantir que os proxy advisors proporcionam a divulgação
adequada de quaisquer conflitos de interesses, que os envolvam, na prestação de
recomendações de voto que tenham a fazer.
A celebração, por exemplo, de um “proxy statement” elaborado pelo proxy
advisor, em que este declare publicamente o seu compromisso e lealdade para com o
seu cliente, o seu método de pesquisa, as informações em que se baseou ou que lhe
foram facultadas para emitir as suas recomendações e orientações de voto, as suas
habilitações e curriculum, entre outros aspectos, poderá ser, a nosso ver, igualmente
útil para avaliar o seu profissionalismo e as questões de potencial conflito de interesse.
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Para aumentar a confiança, seria igualmente interessante, por parte dos proxy
advisors, a divulgação pública – através de um registo público - dos procedimentos
adoptados, directrizes, orientações recomendações de voto e decisões de voto
tomadas.
Igualmente, a preparação das recomendações e orientações deverá ser feita
por pessoas de reconhecida elevada qualificação técnica, com experiência, que
consigam explicar claramente as razões que suportam e justificam as recomendações
de voto dadas para cada proposta.
Será também importante, promover que exista uma estreita relação de
colaboração entre o proxy advisor e a sociedade em causa, com uma contínua troca de
informação de ambas as partes.
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Resposta à Questão 19
Considera necessárias outras medidas (legislativas), por exemplo restrições à
capacidade dos «proxy advisors» para prestar serviços de consultoria a empresas
objecto de investimento?
Regulamentar para credibilizar a actuação dos proxy advisors poderá ajudar a
um reforço da transparência e confiança, no exercício desta profissão e destes serviços
de consultadoria.
A elaboração de uma lista de incompatibilidades e impedimentos, com uma
enumeração de situações, reconhecida como obrigatória por todos os intervenientes,
como incompatível com o exercício da profissão, à semelhança do que acontece
noutras profissões, como os juízes, advogados entre outras, poderá ser um bom ponto
de partida para contribuir para uma nova dinâmica societária.
Assim sendo, a definição de um elenco de situações que previna potenciais
conflitos de interesses e que clarifique a área de actuação dos proxy advisors poderá
ser a nosso ver bastante positivo.
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Resposta à Questão 20
Acha necessário um mecanismo europeu técnico e/ou jurídico para ajudar os
emitentes a identificar os seus accionistas, a fim de facilitar o diálogo sobre questões
relativas ao governo das sociedades? Em caso afirmativo, considera que um tal
mecanismo beneficiaria também a cooperação entre investidores? Dê informações
pormenorizadas (por exemplo, objectivos fixados, instrumento preferencial,
frequência, nível de pormenor e imputação dos custos).
Numa primeira fase, a identificação poderá consistir num mecanismo simples
de registo de titulares de participação social, numa base de registo voluntário em lista
de acesso condicionado, por exemplo, no sítio da sociedade na Internet,
designadamente, na página recomendada às sociedades cotadas relativa ao seu
governo societário, dando meios aos sócios para que se conheçam e promovam fóruns
de discussão entre si de assuntos susceptíveis de deliberação pela Assembleia-Geral.
Estes seriam organizados pelos accionistas, com recursos da sua
responsabilidade.
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Resposta à Questão 21 (redacção em inglês)
Do you think that minority shareholders need additional rights to represent their
interests effectively in companies with controlling or dominant shareholders?
Without prejudice of what is mentioned below regarding related party
transactions in the answer to Question 22, it seems difficult to sustain that granting
new rights to minority shareholders is the best way to make the “comply or explain”
principle more effective in companies with dominant or controlling shareholder.
In actual fact, we believe that, rather than granting more rights to minority
shareholders, the best way to ensure that their interests are effectively represented in
companies with controlling or dominant shareholders is to enhance the capacity of
external entities (supervisory entities or others) to control and assess the level of
compliance of each company with corporate governance rules, and, in particular, as
regards the “comply or explain” principle.
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Resposta à Questão 22 (redacção em inglês)
Do you think that minority shareholders need more protection against related party
transactions? If so, what measures could be taken?
Although recent EU rules on this matter, which were implemented in Portugal
in 2009, were envisaged to enhance the protection of minority shareholders against
controlling shareholders’ abuses, in our opinion, these rules did not successfully
achieve such goals.
Firstly, we think that current rules are somewhat vague and grant management
bodies enormous discretionary powers when it comes to defining and qualifying the
concepts which will make (or not) disclosure duties applicable in each case. For
instance, it is up to the management bodies to define and qualify whether a certain
transaction has been executed on an “arms length basis” and/or within the scope of
the company’s regular activity. Since (in certain cases) the obligation to disclose
information depends on the verification of these concepts, we do not consider
reasonable such assessment to be carried out by the management bodies (which could
obviously be under the influence of the relevant controlling shareholder).
We still deem indispensable the full disclosure of all the details mentioned in
these points in order to protect minority shareholders.
We understand that new rules establishing formal proceedings for the approval
of related parties’ transactions should be established.
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Resposta à Questão 23 (redacção em inglês)
Are there measures to be taken, and if so, which ones, to promote at EU level
employee share ownership?
We consider that it would be worthless to take measures on the employee
share ownership at this moment.
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Resposta às Questões 24 e 25
Concorda que as empresas que se desviem das recomendações dos códigos de governo
das sociedades sejam obrigadas a fornecer explicações detalhadas para esses desvios
e descrever as soluções alternativas adoptadas?
Concorda que os organismos de controlo sejam autorizados a verificar a qualidade da
informação das explicações constantes das declarações de governo das sociedades e
que possam obrigar as empresas a completar essas explicações, se necessário? Em
caso afirmativo, qual deve ser exactamente a sua função?
Somos da opinião de que o enforcement das normas de corporate governance,
no âmbito das sociedades cotadas, deve ser deixado ao mercado. Este deverá fazer
reflectir na formação do preço das acções, a qualidade da transparência da sociedade,
em assuntos que considere relevantes, mas também nas decisões feitas pelos bancos
de investimento, pelas agências de rating – devidamente regulamentadas – os media,
a opinião pública, entre outros.