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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Fisioterapia
Caroline Gonsalez Carniel
Juliana Thiemi Imano
Kamilla Fernandes da Silva
RESPOSTA BAROPODOMÉTRICA AGUDA APÓS
UMA SESSÃO DE MAT PILATES EM INDIVÍDUOS
SAUDÁVEIS
Clínica Corpo e Essência
LINS – SP
2010
1
CAROLINE GONSALEZ CARNIEL
JULIANA THIEMI IMANO
KAMILLA FERNANDES DA SILVA
RESPOSTA BAROPODOMÉTRICA AGUDA APÓS UMA SESSÃO DE MAT
PILATES EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia, sob a orientação da Profª. Esp. Cristiane Rissatto Jettar Lima e Profª. Esp. Ana Beatriz Lima.
LINS – SP
2010
2
Carniel, Caroline Gonsalez; Imano, Juliana Thiemi; Silva, Kamilla Fernandes da. Resposta baropodométrica aguda após uma sessão de Mat Pilates em indivíduos saudáveis: Clínica Corpo e Essência / Caroline Gonsalez Carniel; Juliana Thiemi Imano; Kamilla Fernandes da Silva. – – Lins, 2010.
85p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2010
Orientadores: Cristiane Rissatto Jettar Lima; Ana Beatriz Lima
1. Consciência Corporal. 2. Controle Postural. 3. Mat Pilates. 4. Baropodometria.
CDU 615.8
C293r
3
CAROLINE GONSALEZ CARNIEL
JULIANA THIEMI IMANO
KAMILLA FERNANDES DA SILVA
RESPOSTA BAROPODOMÉTRICA AGUDA APÓS UMA SESSÃO DE MAT
PILATES EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Fisioterapeuta.
Aprovada em: ___/___/___
Banca Examinadora:
Prof(a) Orientador(a): Cristiane Rissatto Jettar Lima
Titulação: Especialista em Fisiologia e Biomecânica do Exercício.
Assinatura: __________________________
1ºProf(a):________________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: __________________________
2ºProf(a):________________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: __________________________
4
Ao meu “Vôzinho”.
“Se eu viver eternamente, e todos os meus sonhos tornarem-se realidade, minhas lembranças de amor serão sobre você” Meu avô, meu pai, meu exemplo, meu orgulho, meu herói! Nada do que eu escreva
aqui vai expressar o quanto eu te amo e a sua importância pra mim. Esse trabalho é
meu...é nosso! TE AMO MUITO, MUITO, MUITO!!!
Aos meus Pais e Irmãos.
Mãe, força é a palavra que descreve você, força que me empurra...força que me
breca...força que levanta todo mundo...farei de tudo para recompensar os seus
esforços; Pai, você é meu maior incentivador, não tenho como agradecer por tudo o
que você fez e faz por mim! Vocês são exemplos que eu levo pra vida toda! Bruno e
Fe vou estar sempre com vocês torcendo muito. AMO DEMAISSSS VOCÊS!
Obrigada por tudo!!!
Ao meu eterno amorzinho.
À você que sempre esteve do meu lado, acreditou em mim, me apoiou, me ensinou,
me deu colo e me proporcionou quase cinco anos maravilhosos...Rodi, dedico à você
inteiramente essa conquista, graças à você estou aonde estou. Muito obrigado pela
paciência, força e amor incondicional. Dizem que um futuro brilhante é baseado
num passado intensamente vivido, também acredito nisso. Perto ou longe, juntos ou
separados o seu lugar vai estar para sempre guardado. AMO VOCÊ!
Às Panteras, parceiras de monografia.
Meninas, não foi fácil esse ano. Passamos por conflitos, nossos laços foram se
estreitando cada vez mais, superamos tudo, aproveitamos bastante e podemos
dizer que CONSEGUIMOS! Eu tenho uma grande admiração por vocês, sucesso
nessa nova etapa de nossas vidas! Amo vocês amorzinhas!!!
Aos meus amigos.
Citar nomes é difícil, porque a gente sempre deixa um para trás, mas quero
agradecer especialmente às minhas amigas Camila, Bruna, Rúbia, Lí, Ana e Gé
(gorda!) por serem estas grandes irmãs e estarem nas minhas angústias e
conquistas! Ao Bruno que me apoiou incondicionalmente, ao Julio (posso ajudar?)
hahaha e ajudou pra caramba!! Aos meeeeega parceiros de estágio Amanda e
André, obrigada por todos ensinamentos, cumplicidade e risadas! E a todos que
estiveram comigo nesses quatro anos, dividindo alegrias e dificuldade...hoje sou eu
quem divido com vocês meu sucesso! OBRIGADA, AMO VOCÊS!
As minhas parceiras (os) de estágio.
Má, Piveta, Mayrão, Fran, Jéssia, Baiana, Carol, Regi, Perseguim, Tauan e Sara só
tenho a agradecer os momentos maravilhosos que passamos juntos, vou levar essas
lembranças para a vida toda. Vocês são uns queridos, MUITA SORTE! AMO
VOCÊS!!!
Carol
5
Aos meu pais Lauro e Clarice,
À vocês que nunca mediram esforços para tornar os meus sonhos realidade.
Obrigada pela vida, por acreditarem no meu dom, por serem o meu alicerce, sempre
firme e forte nos momentos de fraqueza e por me ensinarem que a vida não é fácil;
é preciso muita luta. Mas no fim, tudo vale a pena. Esse é apenas o início de uma
nova etapa e o sucesso é nosso! À vocês o meu AMOR INCONDICIONAL!
À minha irmã Mariana,
Gorda, “os sonhos não determinam o lugar onde você pode chegar, mas produzem a força necessária para tirá-la do lugar em que você está”. Obrigada pela amizade,
companheirismo e risadas de todos os dias. Você é raio de luz, a melhor irmã do
mundo! Eu te amo muito, estou torcendo por você!
Aos meus tios, tias, primos, primas, avós e avôs (in memorian),
“Um homem sem família é como uma ponte sem pilares”. Obrigada pelo carinho,
apoio, diversão e compreensão. Obrigada Pai pela família de ouro! Eu amo vocês!
Ao Bruno,
Obrigada pelos momentos de infinita felicidade e por permanecer ao meu lado nas
tempestades segurando minha mão. Você é muito especial! Essa conquista também
é sua! Te adoro!
Às panteras, parceiras de monografia,
Amigas, finalmente concluímos nosso objetivo. Na alegria e na tristeza sempre
permaneceram ao meu lado, obrigada! “Sinceramente, você pode se abrir comigo. Honestamente eu só quero te dizer que eu acertei o pulo quando te encontrei”. Ê
saudade, mas desejo que vocês sejam felizes e contem comigo! Eu amo vocês!
Aos meus amigos (as), pessoas especiais e inesquecíveis,
À vocês, meus queridos, que sempre acrescentaram momentos positivos em minha
vida. Obrigada por tornarem os meus dias mais alegres, os fardos mais leves e os
problemas solução. Vocês são essências em minha vida. Amo vocês!
Aos amores da minha vida, Marcel(l)a’s,
Vocês são estrelas à noite, raios de sol ao dia; estão sempre comigo. Obrigada pela
amizade indescritível! “Pode ser que um dia tudo acabe. Mas, com a amizade construiremos tudo novamente, cada vez de forma diferente, sendo único e inesquecível cada momento que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre”.
Eu amo vocês!
À Fran, Mayrão, Guara, Jéssia, Thais, Mara, Deiner, Camilinha, Gui, Indião e Goroca
Vocês são pessoas especiais que conquistaram um pedaço do meu coração. Que
vocês não desistam dos seus sonhos e sejam infinitamente felizes. Muito sucesso e
que Deus os abençoe. “Valeu a pena ê, ê”. Amo vocês!
Juliana
6
Aos meus pais Carlos e Regina,
Este momento não seria possível se não fosse por vocês. Não foi fácil mais
vencemos, foram muitas as dificuldades, mais graças aos esforços de vocês este
trabalho foi realizado, e graças a Deus e a vocês eu venci. Dedico à vocês este
trabalho, que nunca mediram esforços ao meu favor e sempre permaneceram ao
meu lado, mostrando o que é o verdadeiro amor. Obrigada pela confiança
depositada em mim, pelos conselhos e pelo incentivo. OBRIGADA POR TUDO! EU
AMO MTO VOCÊS!!!
À minha irmã Karlla,
Este trabalho também é para você, foram muitas as brigas, mas eu sei que você
também sempre torceu por mim da mesma forma que eu sempre vou torcer por
você. Estarei sempre aqui! Obrigada!!! Amo você.
À minha Vó Maria,
Vó obrigada por sempre me incentivar e estar sempre ao meu lado quando eu
precisei. Você é muito importante na minha vida. Eu te amo muito! Obrigada!!!
Ao meu namorado Fabricio
Meu amor obrigado por sempre estar ao meu lado quando eu precisei, sempre me
dando força pra seguir em frente! Eu te amo muito, você é muito importante e
especial! Obrigada por tudo sempre!
Às panteras parceiras de Monografia
Meninas VENCEMOSS!! Foram muitas as dificuldades, os desentendimentos mas
conseguimos superar tudo! Não poderia ter escolhido parceiras melhores!
OBRIGADA! Eu amo vocês.
Aos amigos (Mara, Marcela, Gé, Thais, Camilinha, Deiner, Gui, Indião, Piveta)
Chegamos ao fim dessa caminhada. Foram 4 anos juntos, onde pude contar com
vocês sempre que precisei. Obrigada pelos momentos felizes que compartilhamos.
Nunca me esquecerei de vocês!
À minhas amigas Tay, Rapha e Nayara
Meninas obrigadas pela força de sempre, pelo companheirismo, anos de amizade
sincera. Vocês são as melhores amigas que Deus poderia me dar! Amo vocês.
Kamilla
7
AGRADECIMENTOS
À Deus,
Obrigada Pai pelo dom, pela oportunidade de auxiliarmos o próximo e por cuidar de
nós, suas filhas.
“Senhor, eu sou fisioterapeuta. Um dia, depois de anos de estudos, me entregaram um diploma dizendo que eu estava oficialmente autorizado a reabilitar. E eu jurei fazê-lo conscientemente. Não é fácil, Senhor, não é nada fácil viver este juramento na rotina sempre repetida da vida de um fisioterapeuta: avaliando, tratando, reavaliando, tratando. Acompanhando passo a passo a recuperação, às vezes lenta, dos pacientes. Contudo, Senhor, eu quero ser fisioterapeuta, alguém junto de alguém. Não mecânico de uma engrenagem, mas gente reabilitando gente. Que todo aquele que me procura em busca de cura física encontre em mim algo mais que o profissional. Que eu saiba parar para ouvi-lo, sentar junto ao seu leito par animá-lo. É muito importante, Senhor, que eu não perca a capacidade de chorar, que eu saiba ser fisioterapeuta, alguém junto de alguém, gente reabilitando gente, com a tua ajuda, Senhor”.
À Cris, nossa orientadora e amiga
Dizer obrigada às vezes não é suficiente para agradecer a tão amável e gentil
pessoa, que nos momentos de nossas vidas, aqueles mais difíceis, nos estendeu a
mão e nos ofereceu amparo. Estamos agradecidas à você e não sabemos neste
instante como retribuir tanto carinho, mas é claro que encontraremos uma maneira
de fazê-lo. Estamos à sua disposição para quando precisar, a qualquer momento e a
qualquer hora. Estendo-lhe nossas mãos, segure-as se precisar. Obrigada pelo
apoio, conselhos e por nos ensinar que nada na vida é por acaso. Nós amamos você!
À Bia
À você que ofereceu o suporte necessário para a realização desse trabalho e nos
transmitiu a calma nos momentos de aflição. "Aos velhos e jovens professores, aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz. Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com a colheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes". Muito obrigada!
Ao pessoal da biblioteca
“Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles”. Obrigada por estarem sempre presentes!
À Larissa
Obrigada pela disponibilidade e pelo carinho.
8
Ao Ilinho
Obrigada pela ajuda, atenção e paciência.
Ao Marcus (Charlie)
Parceiro, um agradecimento especial à você, que nos momentos de dúvidas e
preocupações sempre esteve presente, criticando e elogiando para o bem do nosso
trabalho. Obrigada!
Ao Fernando
Obrigada pela disponibilidade, atenção e por nos receber de braços abertos em
Londrina. Suas idéias contribuíram para o amadurecimento de nosso trabalho. Sem
você, este trabalho não seria possível. O nosso eterno agradecimento.
Aos nossos professores e supervisores
Agradecemos à vocês que ao longo dos quatro anos nos ensinaram, proporcionando o
conhecimento necessário para nossa formação. Obrigada por nos ensinarem a
essência de nossa futura profissão!
À nossa sala
“Eu não podia imaginar as coisas que me aconteceriam, o início foi incerto, confuso
e incomum, onde todos os estranhos fariam parte da minha vida, onde todos os
cantos teriam histórias escondidas. Aqui passei os melhores anos de minha vida, fiz
amigos, muitos dos quais, me acompanharão para sempre. Por isso tenho que
comemorar!
Esse é um momento especial! É hora de olhar para trás e ver por tudo o que já
passei. Sem dúvida, muitas tristezas e conflitos mas, felizmente, por inúmeros
bons momentos, de alegria, de vitórias e de cumplicidade.
Devo esquecer aqueles que me impuseram obstáculos infundados e agradecer
àqueles que me impulsionaram adiante. É hora, mais do que nunca, de valorizar as
amizades e os conhecimentos adquiridos aqui.
À vocês que passaram nossos caminhos deixando um pouco de si e levando um pouco
de nós. Vocês fazem parte de nossas vidas e nos proporcionaram momentos únicos
e especiais. Toda sorte do mundo nessa nova jornada”.
Sentiremos saudades de todos vocês!
Aos nossos pacientes
Obrigada pela paciência, atenção e carinho. "Os que desprezam os pequenos
acontecimentos nunca farão grandes descobertas. Pequenos momentos mudam
grandes rotas." Obrigada por mudarem a nossa rota!
9
RESUMO
A consciência corporal permite o conhecimento de si mesmo, da nossa expressão no mundo e da nossa comunicação com outros corpos. A conscientização corporal é o despertar das sensações, o resgate do prazer e a promoção da auto-realização do indivíduo, propondo uma mudança nos valores em relação ao corpo e ao movimento. Buscar um trabalho que englobe a consciência de si, a reeducação postural, o toque, a saída do estado de estresse, o relaxamento, o respeito ao ritmo individual e a obtenção do prazer no movimento é a maneira de privilegiar e promover o ser humano. Para responder com naturalidade à vida, assim como as mudanças e ao estresse diário, Joseph Pilates desenvolveu um método que alia a prática física ao relaxamento mental. O mesmo buscou o equilíbrio das disciplinas dos exercícios orientais e ocidentais tornando o método um antídoto para a vida moderna. Esse método é dinâmico e visa trabalhar força, alongamento e flexibilidade, preocupando-se em manter as curvaturas fisiológicas do corpo, tendo o abdome como o centro de força, o qual é trabalhado constantemente em todos os exercícios da técnica. Realizados com poucas repetições, a maioria dos exercícios é executada na posição deitada. Baseado nos conceitos da consciência corporal e nos fundamentos do método Pilates, este trabalho pretende verificar a influencia dos exercícios do Mat Pilates sobre a pressão plantar. Determinar a pressão da região plantar é muito importante para obtermos conhecimento sobre forma e características da sobrecarga mecânica no aparelho locomotor humano e seu comportamento em diversos movimentos. Por este motivo informações sobre esta variável podem ainda revelar a estrutura e função do pé, o controle postural, controle do movimento e até mesmo as disfunções do pé. Com o processo de bipedestação, efetivamente todas as tensões do peso corporal são suportadas pelos membros inferiores, especialmente os pés. A distribuição de carga no pé reflete na postura e no equilíbrio postural, para tanto, doze indivíduos realizaram um exame baropodométrico sendo registrados os picos de pressão plantar. Após a análise, os mesmos realizaram uma sessão de Mat Pilates seguidos de um novo exame. Os valores registrados pelo baropodômetro antes e após a sessão de Mat Pilates serviram de base ao presente estudo. Palavras-chave: Consciência Corporal. Controle Postural. Mat Pilates. Baropodometria.
10
ABSTRACT
Body consciousness allows self-knowledge, our expression in our world and our communication with other bodies. The body awareness is the awakening of sensations, the rescue of pleasure and promotion of self-realization of the individual, suggesting a change in the values related to the body and the movement. Seek a job that encompasses self-awareness, postural reeducation, touch, leaving the state of stress, relaxation, respect for individual pace and getting the pleasure in movement is the way to foster and promote the human being. To respond to a natural life, as well as the changes and the daily stress, Joseph Pilates developed a method that combines the physical practice to mental relaxation. He sought the balance of the disciplines of Eastern and Western exercises making the method an antidote to modern life. This method is dynamic and is aimed at working strength, stretching and flexibility, concerned with maintaining the physiological curvature of the body, and the abdomen as the center of the force, which is constantly worked on all the exercises in this technique. Done with a few repetitions, most of the exercises are performed in the supine position. Based on the concepts of body awareness and on the fundamentals of the Pilates method, this paper intends to investigate the influence of Mat Pilates exercises on the plantar pressure. Determine the pressure of the plantar region is very important to obtain knowledge about shape and characteristics of mechanical loading on the human locomotion apparatus and in several movements. For this reason information on this variable can also reveal the structure and function of the foot, postural control, movement control and even the dysfunctions of the foot. With the process of bipedalism, effectively all the tensions of the body weight are supported by the lower limbs, especially legs. The load distribution on the foot reflects in the posture and postural balance, thus, twelve patients underwent an examination baropodometric being recorded peak plantar pressure. After examination, they performed a Mat Pilates session followed by a further examination. The values recorded by baropodometry before and after the session of Pilates Mat formed the basis for this study. Keywords: Body Awareness. Postural Control. Mat Pilates. Baropodometry.
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Pressão Plantar Média Pré e Pós Esquerda.....................................50
Tabela 2: Pressão Plantar Máxima Pré e Pós Esquerda...................................51
Tabela 3: Pressão Plantar Média Pré e Pós Direita..........................................51
Tabela 4: Pressão Plantar Máxima Pré e Pós Direita........................................51
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
3D: Tridimensional.............................................................................................46
ADM: Amplitude De Movimento.........................................................................19
BDA: Base De Apoio..........................................................................................20
CDM: Centro De Massa.....................................................................................19
CG: Centro de Gravidade..................................................................................26
CP: Centro de Pressão......................................................................................44
E.D.: Equilíbrio Dinâmico...................................................................................25
E.E.: Equílibrio Estático.....................................................................................25
F: Força..............................................................................................................26
M: Momento de força.........................................................................................26
SNC: Sistema Nervoso Central.........................................................................20
12
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................14
CAPÍTULO I – POSTURA E EQUILÍBRIO........................................................16
1 POSTURA...............................................................................................16
1.1 Controle postural.....................................................................................18
1.2 Consciência postural...............................................................................21
1.3 Equilíbrio.................................................................................................23
1.3.1 Equilíbrio estático....................................................................................25
1.3.2 Equilíbrio dinâmico..................................................................................27
1.4 Pressão plantar.......................................................................................28
CAPÍTULO II - MÉTODO PILATES..................................................................31
2 HISTÓRICO............................................................................................31
2.1 Joseph Hubertus Pilates.........................................................................33
2.2 O centro de força Pilates.........................................................................35
2.3 Princípios básicos do Pilates...................................................................36
2.4 A respiração no Pilates...........................................................................37
2.4.1 Exercícios de respiração....................................................................................39
2.5 Método Mat Pilates..................................................................................39
2.6 Exercícios: série básica...........................................................................40
CAPÍTULO III – BAROPODOMETRIA..............................................................42
3 DEFINIÇÃO.............................................................................................42
3.1 Aspectos analisados...............................................................................45
3.2 Realização do exame..............................................................................45
3.3 Análise estática.......................................................................................46
3.4 Análise dinâmica.....................................................................................47
CAPÍTULO IV – A PESQUISA..........................................................................49
4 INTRODUÇÃO........................................................................................49
4.1 Métodos...................................................................................................49
13
4.2 Técnicas..................................................................................................49
4.3 Análise Estatística...................................................................................50
4.4 Apresentação dos resultados..................................................................50
4.5 Depoimento do fisioterapeuta.................................................................51
4.6 Discussão................................................................................................52
4.7 Conclusão sobre a pesquisa....................................................................54
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................55
CONCLUSÃO....................................................................................................56
REFERÊNCIAS.................................................................................................58
APÊNDICES......................................................................................................67
ANEXOS............................................................................................................71
14
INTRODUÇÃO
Uma infinidade de posturas é adotada pelo ser humano durante as
atividades de vida diária, o andar, o alcance de um objeto com as mãos,
quando nos comunicamos ou alimentamos, ou mesmo quando decidimos ficar
parados em pé, sentados ou deitados. Quando uma nova postura é adotada
pelo ser humano e deseja-se permanecer nessa nova postura, respostas
neuromusculares são necessárias para manter o equilíbrio do corpo.
De acordo com Gagey e Weber (2000), atualmente existe uma
quantidade excessiva de indivíduos com desvios importantes da postura ideal
associados a problemas de equilíbrio e informação.
Desde que os humanos adotaram a postura bípede, eles tem sido
desafiados pela força da gravidade para manter o equilíbrio do corpo sobre a
pequena área de suporte fornecida pelos pés. (DUARTE, 2000)
O pé é uma estrutura que está em contato com o solo e controla a
distribuição da pressão plantar, a absorção de impacto, o equilíbrio, o impulso,
suporta o peso e ajusta a postura ereta. Determinar áreas com hiperpressão
plantar pelo exame de baropodometria é essencial para obtermos
conhecimentos sobre a forma e características da sobrecarga mecânica do
aparelho locomotor e seu comportamento em diversos momentos.
Segundo Collen Craig (2005), Pilates acreditava que o estilo de vida
moderno causava doenças relacionadas ao estresse, gerando esgotamento
físico e mental e sobrecarregando os pés, considerados os suportes do corpo
humano.
Pilates desenvolveu um programa de exercícios com o objetivo de
preconizar o ganho de força, flexibilidade e consciência corporal, atuando na
melhora da respiração, equilíbrio e propriocepção do corpo. Afinal, o exercício
corporal estável e equilibrado produz um prazer particular, uma sensação de
profundo bem estar e de liberdade.
O presente trabalho tem como objetivo verificar a influência do Mat
Pilates na pressão plantar, analisada pelo baropodômetro eletrônico antes e
após a execução dos exercícios.
O trabalho foi realizado sob a supervisão de um fisioterapeuta e doze
15
indivíduos saudáveis evidenciados através da análise baropodométrica,
intervenção e posterior reavaliação no equipamento.
Parte do questionamento seria: a realização de exercícios de Mat
Pilates, em cadeia aberta, poderia influenciar a pressão plantar?
Para responder a tal questionamento foi realizado um estudo com doze
indivíduos saudáveis com idade igual ou superior a 30 anos, submetidos à a
técnica visto que os exercícios tem como objetivo promover o alinhamento
corporal, manter a isometria da musculatura estática, organizar os tecidos
moles e articulações, aliviar as tensões, resultando em uma organização
biomecânica e movimento eficaz, beneficiando a saúde.
Esses indivíduos submeteram-se à uma análise baropodométrica antes
e após a sessão.
O trabalho está assim dividido:
Capítulo I – Apresenta literatura pertinente ao objetivo do trabalho,
realizando revisão bibliográfica sobre os conceitos e postura e equilíbrio.
Capítulo II – Descreve o método Pilates, relatando a essência e
importância dos exercícios propostos pelo mesmo.
Capítulo III – Define o exame baropodométrico e aborda os aspectos
analisados, a realização do exame e os tipos de análise possíveis.
Capítulo IV – Descreve a pesquisa, analisando os resultados obtidos ao
longo do trabalho
Finalizando, seguem-se a proposta de intervenção e considerações
finais.
16
CAPÍTULO I
POSTURA E EQUILIBRIO
1 POSTURA
A postura correta, fundamental para o bem estar do ser humano,
consiste num processo extremamente complexo, que para atingir o equilíbrio,
exige de todos uma consciência integral de seu corpo, de seus limites e de sua
localização correta no espaço. Em suma, uma profunda maturação
psicossomática e espiritual. (GAGEY, WEBER, 2000)
Nossa beleza está na forma natural, quando esta não for atormentada, torcida, beliscada pelas retrações de nossos músculos. O tigre no lugar, no seu justo lugar. Distribuindo sua força por onde é necessário, quando necessário. Então todos os músculos podem mover-se segundo suas plenas capacidades. O influxo nervoso circula melhor através de todo o nosso corpo. Estamos, simplesmente, no gozo da saúde. (BERTHERAT, 2002, p.59)
De fato, a postura envolve uma associação integrada de fenômenos
biomecânicos, neurofisiológicos e neuropsíquicos que se interinfluenciam e se
interagem a todo instante, sempre condicionados por movimentos oculares
simples, pela posição e mobilização da cabeça e dos membros superiores, pelo
tipo de apoio plantar, pela marcha e até pelo repouso sentado ou deitado.
A postura do corpo humano é descrita como sendo a base de toda
funcionalidade corporal.
Gagey e Weber (2000) afirmam que a postura pode ser afetada por
vários fatores de ordem interna e externa. Entre os fatores de ordem interna,
devemos considerar a importância da informação proprioceptiva cuja
estimulação é fundamental para a maturação do esquema corporal, a
regulação do equilíbrio tônico ocular postural e para execução dos movimentos
mais simples. Entre os fatores de ordem externa, deve-se ressaltar os maus
hábitos posturais de repouso, de trabalho e de lazer.
Uma infinidade de posturas é adotada pelo ser humano durante as
atividades da vida diária, durante o andar, durante o alcance de um objeto com
17
as mãos, quando nos comunicamos ou alimentamos, ou mesmo quando
decidimos ficar parados em pé, sentados ou deitados. Na maior parte das
vezes, quando uma nova postura é adotada pelo ser humano e deseja-se
permanecer nessa nova postura, respostas neuromusculares são necessárias
para manter o equilíbrio do corpo.
A postura está diretamente relacionada ao tônus, formando assim, o que
denomina-se de unidade tônico-postural. O controle da mesma facilita a
canalização da energia tônica para realizar os gestos, prolongar uma ação ou
levar o corpo a uma posição determinada. (BUENO, 1998)
Bueno apud Costallat (1998) afirma que o tônus pode ser dividido em
muscular, afetivo e mental. O muscular refere-se ao movimento executado, o
afetivo diz respeito ao estado de espírito e o mental à capacidade de atenção
naquele determinado momento. A ação motora é constantemente influenciada
pelo comportamento humano, sendo variável para cada indivíduo conforme as
estimulações e limitações do meio.
O tônus prepara e guia o gesto, ou seja, apenas com a vivência corporal
de situações psicomotoras e relacionais o ser humano terá capacidade para
moldar seu tônus.
Nosso corpo não é feito apenas de músculos, mas são os músculos os únicos responsáveis por nossa forma. Com exceção das deformações congênitas, das fraturas ou amputações, nosso esqueleto não é responsável pelos desvios de que o acusam. É vítima deles. (BERTHERAT, 2002, p.25)
As alterações morfológicas do sistema locomotor, segundo BANKOFF et
al. (1994), decorrentes dos hábitos posturais, associados à somatória de vida e
mais o fator idade, constituem nos dias de hoje uma das mais graves doenças
no grupo das crônico-degenerativas.
Atualmente existe uma quantidade excessiva de indivíduos que
apresentam desvios importantes da postura ideal associados a problemas de
equilíbrio e de informação. (GAGEY, WEBER, 2000)
Silva et al. (2009) ainda ressaltam que os problemas posturais atuais
são decorrência não só de alterações e adaptações da espécie, mas também
de fatores sociais e culturais que um corpo humano reflete, e, que não se deve
ter ilusões a respeito da possibilidade de se conseguir uma postura ideal
apenas de forma mecânica.
18
As organizações sociais complexas criaram um arcabouço afetivo e
cognitivo cada vez mais refinado que passou a afetar poderosamente todas as
ações do homem. A partir daí, sua postura corporal, sua bipedia, passa a arcar
não só com o peso das forças gravitacionais, mas também com o choque
afetivo, cognitivo, político e social.
“A postura é uma reação de responder frente a algo, onde está implicado
algo mais que uma forma e, sim toda uma história do sujeito posto em cena, e
através dessa postura a atitude do sujeito forma sua própria postura corporal”.
(BANKOFF, 1997, p.34)
A postura deixou de ser efeito apenas da evolução biológica. O homem
nunca se descobriu enquanto corpo. Tal foi seu esforço para se adaptar e
sobreviver que o intelecto foi só o que importou.
Na postura convergem todos os elementos que caracterizam o
movimento, sendo implicados fatores anátomo-funcionais, psico-emotivos e
sócio-ambientais. A postura é pura imagem corporal.
“O homem não tem um corpo, não tem uma postura; ele é um corpo, é
uma postura”. (BANKOFF, 1997, p.18)
Nosso corpo tem uma propriedade pouco conhecida, quase miraculosa, um tanto misteriosa. Pode perceber o momento em que as torções se desfazem, apoderar-se do novo impulso e pôr mãos à obra. Sozinho. Ele se liberta e ficamos mais belos, sem mesmo percebermos o que o organismo está fazendo. É uma pulsão forte como a vida, que leva a aplainar, modelar, ajustar e curar as velhas feridas. (BERTHERAT, 2002, p.202)
1.1 Controle Postural
Segundo Cook e Woollacott (2003), o controle postural resulta de uma
interação complexa entre diversos sistemas orgânicos que trabalham de forma
cooperativa afim de controlar a orientação e a estabilidade do corpo.
O controle postural para a estabilidade e a orientação requer a
percepção, integração das informações sensoriais para analisar a posição e o
movimento do corpo no espaço, e a ação, capacidade de produzir forças para
controlar os sistemas de posicionamento do corpo. (COOK, WOOLLACOTT,
2003)
19
O controle postural é conceituado como a habilidade de manter o
equilíbrio, oscilando ou recuperando o centro de massa (CDM) corporal sobre a
base de sustentação, controlando a posição do corpo no espaço. Os termos
equilíbrio, balanço e controle postural são utilizados como sinônimos para
conceituar o mecanismo pelo qual o corpo humano se protege de quedas.
Dessa forma, uma definição de equilíbrio é sugerida como sendo a habilidade
de manter o CDM do corpo na base de sustentação, deslocando o peso do
corpo, rapidamente e precisamente, em diferentes direções a partir do seu
centro, locomover-se com segurança, velocidade e de maneira coordenada,
ajustando-se a perturbações externas. (GAZOLLA et al., 2004)
De acordo com Bankoff (1996), a postura corporal envolve conceito de
equilíbrio, coordenação neuromuscular e adaptação que representa um
determinado movimento corporal, e as respostas posturais automáticas são
dependentes do contexto, ou seja, elas são ajustadas para ir de encontro às
necessidades de interação entre os sistemas de organização postural e o meio
ambiente.
O controle postural possui a função de manter a estabilidade do sistema
musculoesquelético durante diversas atividades estáticas e dinâmicas. Este em
sua constituição engloba três classes de sensores que atuam de forma
integrada e complexa juntamente com componentes motores e
musculoesqueléticos buscando tanto o equilíbrio postural como a estabilidade
para a realização de uma tarefa motora quanto até mesmo a orientação
espacial dos segmentos corporais. (DUARTE; ENOKA; BARELA, 2000)
Os componentes musculoesqueléticos incluem elementos como
amplitude de movimento (ADM) da articulação, flexibilidade da coluna,
propriedades musculares e relações biomecânicas entre segmentos corpóreos
unidos. Os componentes neurais essenciais para o controle postural envolvem:
a) processos motores;
b) processos sensoriais, abrangendo os sistemas visual, vestibular e
somatosensorial;
c) processos de integração de nível superior, essenciais para
mapear a sensação para a ação e garantir os aspectos de
antecipação e adaptação do controle postural.
20
O controle postural é o controle do arranjo dos segmentos corporais
baseado em informações sensoriais de diferentes fontes. Estas informações
permitem formar uma representação interna do mundo externo, relatando e
reconhecendo a posição e o movimento de cada parte do corpo. O controle
postural usa informações dos sistemas visual, vestibular e somatosensorial.
De acordo com Wooley et al. (1993), a orientação postural derivada dos
sistemas podal, visual e vestibular depende da integração e seleção das
informações recebidas para realização de determinada tarefa.
Com o envelhecimento, esses sistemas são afetados e várias etapas do
controle postural podem ser suprimidas, diminuindo a capacidade
compensatória do sistema, levando a um aumento da instabilidade. (RUWER et
al., 2005)
O sistema visual fornece informações sobre a orientação em relação ao
ambiente circunjacente, enquanto o sistema proprioceptivo fornece
informações sobre a posição de cada articulação, assim como sobre a
superfície de apoio. A informação vestibular é uma referência da inércia
gravitacional interna que fornece informações sobre a orientação da cabeça no
espaço.
O homem se estabiliza em seu meio ambiente utilizando as informações
oriundas de seus órgãos sensoriais e sensitivos em relação com o meio
ambiente. Atualmente, conhecem-se três delas: o olho, o vestíbulo e a planta
dos pés (GAGEY, WEBER, 2000; NASHNER, COLLUM 1985).
Segundo Mattos (2006), uma das tarefas mais importantes do controle
postural humano é a do equilíbrio do corpo sobre a base de apoio (BDA)
fornecida pelos pés. O sistema podal é uma ferramenta importante do sistema
nervoso central (SNC) no controle da postura. Ele é ao mesmo tempo um
sistema sensorial e motor. O SNC usa informações combinadas com as
informações fornecidas por outros sistemas sensoriais, para construir uma
imagem da posição e do movimento do corpo todo e do ambiente que o cerca.
O SNC utiliza vias motoras ascendentes, que recebem informações podais,
para controlar as posições dos pés e do corpo e para coordenar os movimentos
posturais em relação ao meio externo.
De acordo com Mochizuki e Amadio (2003), o SNC busca preservar a
estabilidade da postura a partir de suas ações: ajuste postural antecipatório e
21
ajuste postural compensatório. O movimento pode ser separado em três fases:
a preparação, a realização e a efetuação do movimento. O envolvimento do
controle postural é evidenciado na primeira e terceira fases.
Os aspectos antecipatórios do controle postural preparam os sistemas
sensorial e motor para as demandas posturais, com base na experiência previa
e na aprendizagem. Outros aspectos da cognição que afetam o controle
postural incluem processos como atenção, motivação e intenção.
“O controle postural adaptativo envolve a modificação dos sistemas
sensorial e motor em resposta as alterações nas demandas da tarefa e do
ambiente”. (COOK, WOOLLACOTT, 2003, p. 155)
O controle postural do homem é tão automático que ele não tem
consciência do mesmo e, consequentemente não desenvolveu qualquer
linguagem usual para esse assunto. (GAGEY, WEBER, 2000)
Considera-se a postura corporal um difícil problema de adaptação para o
ser humano e descrevem a dificuldade na definição de uma postura correta
para o mesmo, pois o homem está sempre em adaptação e, essa possui
caráter dinâmico.
“A questão da postura corporal não se resume a um jeito de sentar ou de
andar, mas a um jeito de viver”. (BANKOFF, 1997, p.17)
1.2 Consciência Corporal
Não se pode falar de consciência corporal sem abordar e refletir sobre a
consciência em si. A consciência refere-se a algo interior; a consciência
corporal permite o conhecimento de si mesmo, da nossa expressão no mundo
e da nossa comunicação com outros corpos.
Mas, se você quiser que o prazer esteja presente e que seja real, que seja grande, é preciso começar do começo. Conhecermo-nos a nós mesmo, na ponta dos dedos, na ponta dos dedos do pé, na pele das costas, na borda dos lábios. (BERTHERAT, 2002, p.100)
A consciência corporal é resultado de um processo de observação visual
e sensorial. Inicialmente, podemos analisar cada parte do corpo agindo
individualmente; posteriormente, perceberemos que as partes são, em si, uma
22
totalidade integrada cujas ações existem sempre em função do conjunto.
Reconhecer-se em toda sua totalidade, conhecer como seu corpo é
formado, suas estruturas, anatomia e funcionamento. Sentir seu corpo, sua
reação, como ele pode estar tenso ou relaxado, sentir sua respiração, seu
ritmo, perceber as alterações de um estado de tranqüilidade para outro agitado.
Perceber seus sentidos e sua relação com o meio e esta percepção se
estender a qualquer situação do dia-a-dia. Esta é a chamada consciência
corporal.
Será preciso deixar que o corpo fale do corpo. A razão já falou durante muito tempo do corpo, segundo as regras da racionalidade. Precisamos apelar para outras maneiras de pensar, esta só será alcançada quando for revelada pela fenomenologia do corpo, organismo vivo e vivente. O corpo precisa falar de si mesmo, segundo as regras da corporeidade ou da fenomenologia corporal. (SANTIN, 1996, P.94)
Esta modalidade de consciência está voltada para a percepção de
estados do próprio corpo. Ela envolve novos tipos de feedback que suportam a
formação da noção de um eu corporal autônomo e distinto dos demais seres
presentes à percepção.
Os mecanismos de feedback envolvem ciclos de referência corporal,
ligados à geração de sensações corpóreas, sentimentos e emoções, os quais,
em mamíferos, se relacionam à atividade do sistema límbico. Os mecanismos
de consciência corporal possivelmente evoluíram até o ponto em que as
alterações corporais envolvidas se tornaram bastante sutis, como por exemplo
as expressões faciais que acompanham os estados emocionais, e sensações
como o frio na espinha e o arrepiar dos cabelos.
Compreender como as principais estruturas anatômicas estão
envolvidas nos movimentos musculares é de extrema valia, uma vez que nos
deixa corporalmente conscientes de nossos limites estruturais.
A auto-observação é muito importante. Saber sentir e analisar o próprio
corpo não é tarefa fácil. Porém, pode ser alcançada mediante dedicação e
treino. Quando realmente há interesse em aprimorar a consciência corporal,
torna-se possível estabelecer relações entre os movimentos e a estrutura física
de cada indivíduo.
Souza (1992) declara que o objetivo da consciência corporal é despertar
a sensação, resgatar o prazer e promover a auto-realização do indivíduo, e
para isso propõe uma mudança de valores em relação ao corpo e ao
23
movimento humano. Buscar um trabalho que englobe a consciência de si, a
reeducação postural, o toque, a saída do estado de estresse, o relaxamento, o
respeito ao ritmo individual e a obtenção do prazer no movimento é a maneira
de privilegiar e promover o ser humano como um todo.
Nosso corpo parece conservar para sempre a memória de sua forma ideal. Uma misteriosa e maravilhosa propriedade de nossa matéria viva. Por mais torcidos que fiquemos, por mais deformados que estejamos, nossos músculos são sempre maleáveis. Em prol da beleza. Isto quer dizer que durante toda a vida eles continuam capazes de libertar-se das deformações e de aproximar-se da forma perfeita. (BERTHERAT, 2002, p.61)
1.3 Equilíbrio
De acordo com Mattos (2006), o equilíbrio é uma função complexa que
requer o processamento central de múltiplas informações sensoriais que
conduzem a um contexto especifico responsável pela seleção e execução de
movimentos muscular que se estende por todo o corpo.
“O termo equilíbrio é oriundo do latim aequilibriu e, em seu sentido
literário significa estado de um corpo solicitado por duas ou mais forças que se
anulam entre si; harmonia; justa medida”. (FERNANDES, LUFT, GUIMARÃES,
1993, p.324)
O equilíbrio é a integração sensório-motora que garante a manutenção
da postura. Manter a postura ereta estável é uma tarefa complexa, pois a
mesma deve ser mantida sob a ação de forças externas que desestabilizam o
corpo e sobre uma BDA relativamente pequena fornecida pelos pés. (WINTER,
1990; HORAK, 1997). O equilíbrio é a manutenção de um corpo na sua posição
ou postura normal, sem oscilação ou desvios.
A manutenção do equilíbrio corporal no meio ambiente é determinada
por sistemas centrais e estruturas periféricas responsáveis pela execução
motora, cujo funcionamento depende da integração das informações
provenientes das estruturas sensoriais dos sistemas proprioceptivo, vestibular
e visual.
Estes sistemas atuam de forma complexa, integrada, redundante e de
maneira diferenciada para cada perturbação sobre o corpo processada nos
núcleos vestibulares do tronco encefálico, sob a coordenação do cerebelo.
24
A manutenção do equilíbrio postural é um complexo mecanismo de
controle, alimentado por um fluxo de impulsos neurológicos provenientes dos
sistemas proprioceptivo, vestibular e visual, cujas informações são
processadas pelo SNC, retornam pelas vias eferentes, para manter o controle
do equilibro corporal pela contração dos músculos antigravitacionais. A
informação proprioceptiva muscular que participa do controle da postura
ortostática é precisa.
O SNC necessita de um conjunto de informações precisas e
harmoniosas para organizar e processar com rapidez as informações
sensoriais, visuais, vestibulares e proprioceptivas em centros específicos
localizados no tronco encefálico e cerebelo. Estes centros comandam os
movimentos da cabeça, pescoço, coluna vertebral, pernas, braços, olhos, pés e
todos os músculos do corpo, necessário para orientá-lo e mantê-lo em
equilíbrio.
O equilíbrio é a combinação adequada de ações musculares para a
sustentação do corpo em uma base reduzida, tanto parada quanto em
movimento. O sistema labiríntico e plantar, área temporal, os estímulos
vestibulares e auditivos, são necessários à manutenção do equilíbrio. Fatores
como peso corporal, base de sustentação, organização do equilíbrio ósseo,
resistência visco elástica dos elementos musculares e ligamentos, e reflexos
posturais também estão envolvidos na manutenção do equilíbrio postural.
Por meio do equilíbrio, procuramos descrever o jogo harmonioso das
diferentes funções intelectuais e afetivas, correspondendo à calma, à reflexão,
aos sentimentos agradáveis. Por meio do seu antônimo o desequilíbrio, nós
nos referimos à violência e aos conflitos
Guidetti (1997) afirma não considerar sinônimo equilíbrio e postura.
Postura é um momento estático com limite de oscilação restrito e o equilíbrio é
um conceito complexo em que o momento dinâmico pode ser mantido ainda
com maior ou menor oscilação.
A estabilidade é um conceito intimamente relacionado aos princípios do
equilíbrio, sendo definida mecanicamente como a resistência tanto à
aceleração linear quanto à angular ou como a resistência em romper o
equilíbrio. A capacidade de o indivíduo controlar a estabilidade é conhecida
como equilíbrio.
25
Afastar os pés assegura uma melhor estabilidade. No entanto, quando o
desequilíbrio surge, uma série de mecanismos reflexos permite o
restabelecimento do equilíbrio. (GAGEY, WEBER, 2000)
O homem nunca está em equilíbrio em posição ortostática. O homem
corre incessantemente atrás do seu equilíbrio e, ao fazê-lo, ele manifesta a
propriedade dos corpos que tendem a retornar à sua posição de equilíbrio
quando são dela afastados.
De acordo com Gagey e Weber (2000), o equilíbrio é uma noção
maniqueísta: nós estamos ou não em equilíbrio. Por outro lado, a estabilidade é
um conceito infinitamente flexível.
Há relatos de que a chamada postura estática tem mostrado ser
impossível, pois sempre existe uma oscilação, que traduz uma situação
dinâmica com indispensáveis e contínuos ajustes da posição destinados a
manter o equilíbrio.
O equilíbrio é um estado caracterizado por forças e torques
balanceados. Sempre que um corpo fica completamente imóvel, encontra-se
em equilíbrio estático (E.E.). Os corpos em movimento são considerados como
encontrando-se em estado de equilíbrio dinâmico (E.D.).
O E.D. difere do E.E., no qual a situação se modifica constantemente, e
existem relativamente poucas posições momentâneas ou nenhuma, em que se
cumpram as condições do equilíbrio estável (BANKOFF, 1992).
Ainda este autor relata que as posturas corporais diárias se registram
num curto período, ou seja, não mais do que três segundos para sofrer
qualquer tipo de alteração momentânea.
1.3.1 Equilíbrio Estático
O E.E. é garantido quando o somatório de todos os torques e das forças
vertical e horizontal atuantes no corpo é igual a zero (FRONTERA, DAWSON,
SLOVIC, 2001; HALL, 2000). Quando uma dessas condições não é satisfeita, o
E.E. deixa de existir, interferindo na resistência linear e angular que o objeto
possuía. (HAMILL, KNUTZEN, 1999)
26
De acordo com Ellenbecker (2002), o equilíbrio estático refere-se à
capacidade do indivíduo em manter uma posição antigravitacional estável
quando em repouso, mantendo o CDM dentro da BDA disponível.
Bienfait (1995) defende que um corpo está em equilíbrio estável quando
a vertical traçada a partir de seu centro de gravidade (CG) cai no centro da
base de sustentação e que o CG geral é resultante de todos os CG
segmentares em relação ao peso, havendo tantos CG quantas forem as
posições em nossa estática.
O centro de gravidade está situado no alto desse corpo endireitado,
numa região próxima à face anterior da terceira vértebra lombar, e as plantas
dos pés devem suportar sozinhas o peso total sobre sua superfície estreita.
Quando o indivíduo encontra-se ereto, essas duas características fazem com
que a projeção ao solo do CG se localize no polígono de sustentação
representado pelas plantas dos pés e pela zona que as separam. (GAGEY,
WEBER, 2000)
Mecanicamente, as condições de equilíbrio do corpo dependem das
forças e momentos de força que sobre ele são aplicados. Um corpo está em
equilíbrio mecânico quando a somatória de todas as forças (F) e momentos de
força (M) agindo sobre ele é igual a zero.
As F que estão agindo sobre o corpo podem ser classificadas em F
externas e F internas. As F externas mais comuns que atuam sobre o corpo
humano são a força de gravidade e a força de reação do solo, que durante a
postura ereta atua sobre os pés. As F internas podem ser perturbações
fisiológicas ou perturbações geradas pela ativação dos músculos necessários
para a manutenção da postura e a realização dos movimentos do próprio
corpo.
Bueno (1998) classifica o E.E. como o mais difícil de ser adquirido pois
exige uma maior concentração. Sua ação refere-se à habilidade de se
sustentar em diferentes posições, seu domínio resulta do controle da postura.
Bienfait (1995) coloca que a importância de se estudar a função estática
no corpo humano não se deve à ideia de se tentar procurar uma posição
estrita, mas considerar os desequilíbrios possíveis, suas razões e as forças que
os controlam.
A musculatura que reage de uma maneira reflexa para controlar os
27
desequilíbrios segmentares através do E.E. é denominada de musculatura
estática. Os músculos são praticamente tônicos, cuja intervenção é rápida nos
desequilíbrios bruscos ou quedas repentinas. São os músculos
antigravitacionais, equilibrando as articulações de carga ou suspendendo os
segmentos pendulares.
O E.E tem sido pesquisado pela comunidade científica dada a relevância
do assunto. A princípio pela sua importância na manutenção da postura e de
que qualquer desvio, precocemente diagnosticado, está apto a ser amenizado.
Outra questão é relacionada aos instrumentos utilizados na pesquisa.
1.3.2 Equilíbrio Dinâmico
Identificado originalmente pelo matemático francês Jean Le Rond
D’Alembert XVIII, este conceito ou princípio de D’Alembert é aplicado a corpos
em movimento a uma velocidade constante seja a angular ou linear. O
equilíbrio está entre as forças que estão sendo aplicadas no corpo. (HAY,
REID, 1993; HALL, 2000) Este princípio baseia-se na chamada Segunda Lei de
Newton, onde a aceleração de um corpo é proporcional à força resultante que
atua sobre ele.
Segundo Bueno (1998), o E.D. está relacionado com as funções tônico-
motoras, membros e órgãos, seja da parte sensorial ou motora.
O E.D. é relativo ao movimento, estando relacionado ao equilíbrio das
forças ou organismos em atividade.
A musculatura responsável pelo E.D. através dos gestos voluntários
conscientes é denominada de musculatura dinâmica. Alguns músculos podem
ser considerados totalmente dinâmicos e suas poucas unidades tônicas são
devidas à sua tensão permanente, e preparam o músculo para uma contração
rápida; são os grandes músculos do movimento, em geral os dos membros.
Bienfait (1995) afirma que ainda há uma categoria composta pelos
músculos dinâmicos cujas unidades tônicas são submetidas a aferências
centrais e apresenta uma atividade postural direcional preparando um músculo
para um movimento preciso, são os músculos do tronco e das cinturas pélvica
28
e escapular.
Ao contrário do que possa parecer, ao assumir a posição bípede, o
corpo humano ainda permanece em E.D., vistas as oscilações presentes no
organismo, facilmente percebidas e testadas com instrumentos, tal como a
plataforma de força. (DUARTE, 2000)
Um E.D. adequado envolve respostas e posturas automáticas ao
movimento do corpo, ou seja, ao deslocamento da posição.
A postura dinâmica está presente na realização de todos os movimentos
de deslocamento do corpo, sendo assim, é o equilíbrio adequado na realização
dos movimentos que devem ser executado sem dor. Quando o movimento é
executado na posição adequada de equilíbrio, as vértebras, os discos, as
articulações e os músculos executam essa função com o mínimo de desgaste.
1.4 Pressão Plantar
De acordo com Konin (2006), o pé é composto por 28 ossos, pelo menos
29 articulações ósseas e um grande número de ligamentos de sustentação.
Funcionalmente, o pé é dividido em unidades superior e inferior. A
unidade funcional superior compreende o tálus e a porção inferior da perna. A
unidade funcional inferior inclui o calcâneo e o restante do pé.
O pé apresenta dois arcos: o arco longitudinal e o arco transversal.
Estes arcos são estruturas de tecidos moles que fornecem suporte às
articulações e as formas do pé. O arco longitudinal é descrito como um arco
que se estende posteriormente do calcâneo até anteriormente às cabeças dos
metatarsos. O arco é contínuo medial e lateralmente por todo o pé. O arco
transversal também é uma estrutura contínua, sendo mais proeminente no
tarso anterior e tornando-se gradualmente menos côncavo distalmente e quase
retificado sobre as cabeças dos metatarsos. (KONIN, 2006)
Normalmente, o peso do pé é distribuído uniformemente por todo o pé. É
freqüente observarmos pés cujo contato com o solo encontra-se diminuído em
razão de sua morfologia particular. Essa redução dos contatos entre a região
plantar e o solo produz um verdadeiro déficit sensorial.
29
A planta dos pés é sensível às variações de deformação da ordem de cinco microns a um grama de pressão. Estas informações cutâneas aferentes vindas do pé são instantaneamente transmitidas ao sistema nervoso central sobre a posição do corpo e comparada às estimulações dos olhos, vestíbulo e da propriocepção interna do corpo. (MATTOS, 2006, p. 32)
Portanto, Bricot (1999); Gagey e Weber (2000) definem o pé como uma
estrutura que está em contato com o solo e controla a distribuição da pressão
plantar, o apoio, a absorção de impacto, o equilíbrio, o impulso, suporta o peso
e ajusta a postura na posição ereta.
Na posição ereta, 25% do peso do corpo são distribuídos para cada
calcâneo e 25% para a cabeça dos cinco metatarsos de cada pé; na proporção
de cerca de uma parte para o I metatarso e duas partes e meia para os
metatarsos II a V. A maior parte da tensão no arco longitudinal é suportada
pelos ligamentos plantares. Somente cerca de 15% a 20% da tensão são
suportadas pelos músculos tibiais posterior e fibular. Quando o corpo está na
ponta de um pé, a tensão no arco é aumentada quatro vezes. (GEHLSEN,
SEGER,1980)
A pressão plantar é analisada com um exame dos pés, na postura ereta,
feita pela baropodometria eletrônica, comparando as pressões desenvolvidas
nos diferentes pontos da região plantar tanto na posição em pé, estática ou na
marcha.
Determinar a pressão da região plantar é muito importante para
obtermos conhecimento sobre forma e características da sobrecarga mecânica
no aparelho locomotor humano e seu comportamento em diversos movimentos.
Por este motivo informações sobre esta variável podem ainda revelar a
estrutura e função do pé, o controle postural, controle do movimento e até
mesmo se o pé é normal, plano ou cavo.
De acordo com Monego apud Mathews (1999), o indivíduo em pé deve
ter os pés ligeiramente separados, os dedos dos pés apontam diretamente
para frente ou ligeiramente para fora, o peso do corpo cai principalmente sobre
o meio do pé. Há extensão natural do joelho e quadris. Deve existir uma tal
posição dos ossos pélvicos que irá equilibrar o peso diretamente sobre o
acetábulo, a coluna funciona equilibradamente com peso distribuído ao seu
redor. Isso requer a preservação de uma curvatura moderada da região lombar
e uma posição natural dos ombros para trás, para trazer o peso para coluna,
30
em vez do tórax. Nesta posição as escápulas são mais ou menos chatas, o
tórax é levado para frente e existe um tônus normal dos músculos do abdome.
A cabeça ereta também se equilibra facilmente sem tensão para trás ou
distensão para frente.
A posição permite que o indivíduo se movimente em qualquer direção.
Esta posição é a mais naturalmente confortável e equilibrada do corpo em pé.
31
CAPITULO II
MÉTODO PILATES
2 HISTÓRICO
Segundo Blount e Mackenzie (2005), o método foi criado na década de
vinte e recebeu esse nome devido a seu criador, o alemão Joseph Hubertus
Pilates. A criação e o triunfo do método estão diretamente ligados à vida de seu
fundador.
Segundo Collen Craig (2005), no início Pilates batizou o método de
contrologia. Ele definiu contrologia como a coordenação completa do corpo, da
mente e do espírito. É nesse aspecto que ele difere das outras modalidades
contemporâneas de exercício físico.
O método Pilates beneficia a saúde ao aumentar a resistência física e
mental, a mobilidade articular e a capacidade metabólica, melhorar o controle
corporal, a coordenação motora, a flexibilidade e o tônus muscular, além de
aliviar as tensões. (BLOUNT, MACKENZIE, 2005)
Em seu livro return to life through contrology, Pilates explica que a boa
forma física consiste na consecução e na manutenção de um corpo
desenvolvido de maneira uniforme, aliado a uma mente sadia, capaz de
realizar de modo natural e satisfatório as diversas atividades diárias com
grande prazer e entusiasmo.
Para se competir no mundo moderno é preciso estar em forma, e para
isso é preciso tomar uma atitude com relação aos corpos e, no caso de Pilates,
as mentes. Por sua vez, a melhoria de ambos atingirá o espírito.
O método Pilates tem uma proposta reabilitadora, aliando a prática física
ao relaxamento mental. A meta de alcance do movimento eficiente, retorno dos
movimentos funcionais e melhora da performance é o fundamento do Pilates
evoluído.
Seguindo a lógica das cadeias musculares do corpo humano, qualquer
mau posicionamento de um segmento corporal pode causar uma
32
desorganização do todo.
De acordo com Barbosa et al. (2009), a técnica é dinâmica e visa
trabalhar força, alongamento e flexibilidade, preocupando-se em manter as
curvaturas fisiológicas do corpo e tendo o abdômen como o centro de força, o
qual é trabalhado constantemente em todos os exercícios da técnica.
Realizados com poucas repetições, a maioria dos exercícios do método é
executada na posição deitada.
O nível básico inclui programa de exercícios que fortalecem a
musculatura abdominal e paravertebral e proporcionam flexibilidade à coluna,
além de exercícios para o corpo todo. Já no nível intermediário-avançado são
inseridos exercícios de extensão do tronco, mais intensos, procurando
melhorar a relação de equilíbrio agonista-antagonista.
No método Pilates o corpo é convidado a se alinhar, a manter essa
isometria da musculatura estática organizando os tecidos ao redor dos ossos e
articulações e o resultado é uma organização biomecânica e movimento eficaz.
Atualmente o método conta com aproximadamente quinhentos
exercícios realizados no solo e em aparelhos, e atende pessoas de diversas
idades e diferentes realidades.
De acordo com Rodrigues (2010), o Pilates é indicado quando a
reabilitação de um indivíduo tem como objetivos:
a) fortalecimento muscular localizado ou global;
b) aumento da flexibilidade;
c) correção de distúrbios posturais;
d) melhora do equilíbrio estático e dinâmico;
e) melhora da coordenação motora;
f) dissociação de cinturas;
g) alongamento axial;
h) decoaptação de articulações periféricas;
i) estimulação proprioceptiva;
j) relaxamento muscular global;
k) melhora da capacidade respiratória;
l) melhora da consciência corporal.
Os profissionais que utilizam a técnica de Pilates devem intuir quando é
33
a hora certa de avançar no programa de treinamento, conscientes das
necessidades e habilidades de seus alunos. O professor deve dispor de um
bom conhecimento em anatomia, biomecânica e cinesiologia, para oferecer as
bases teóricas necessárias para a correta interpretação e aplicação do Método
Pilates.
2.1 Joseph Hubertus Pilates
Joseph Hubertus Pilates nasceu na Alemanha, em 1880. Em sua
infância era uma criança asmática, raquítica e com febre reumática. Enfim, sua
saúde era muito frágil. Por isso, ele trabalhou tanto o condicionamento físico
que na adolescência, tornou-se ginasta, esquiador, mergulhador, boxeador e
artista de circo.
De acordo com Collen Craig (2005), durante a Primeira Guerra Mundial,
em 1912, Joseph Pilates ganhava a vida na Inglaterra como lutador de boxe e
foi considerado um inimigo estrangeiro sendo preso em um campo de
concentração. Mandado para o exílio em uma ilha da Inglaterra começou a
trabalhar como enfermeiro cuidando de mutilados.
Foi durante esse período que iniciou o treinamento de outros
estrangeiros com os exercícios de cultura física que havia criado. Sua técnica
só foi reconhecida quando nenhum dos internos daquele campo sucumbiram a
uma epidemia de gripe que matou milhares de pessoas na Europa, em 1918.
Enquanto esteve confinado no campo de prisioneiros concebeu
exercícios para manter sua saúde e também a de seus companheiros de
cárcere. Utilizava camas e outras peças de mobiliário para construir os
protótipos dos equipamentos vistos nos estúdios de Pilates até hoje. (COLLEN
CRAIG, 2005)
Ele utilizou as molas das camas de hospitais, desenvolvendo um
sistema que, posteriormente, inspiraria a criação dos equipamentos.
Ele achatou as molas para ajudar a apoiar os membros dos doentes, levando
ao desenvolvimento de sua famosa peça de equipamento conhecido como
cadillac.
34
Em 1926, na viagem de navio de Londres para Nova York, Pilates
conheceu a enfermeira Clara e obtiveram afinidades por apresentar interesse
pela saúde e como manter o corpo saudável. Decidiram abrir um estúdio juntos
e mais tarde acabaram se casando. Com o passar do tempo, os trinta e quatro
exercícios criados por ele evoluíram, mas sem deixar de lado o foco no
fortalecimento e alongamento do corpo, essencial ao treino.
O grande destaque do estúdio era o cadillac, aparelho concebido para
promover o seu trabalho de reabilitação. Ele logo se tornou muito popular,
principalmente na comunidade da dança, uma vez que ofereceu uma
oportunidade para melhorar a técnica ou se recuperar de lesões rapidamente.
Em janeiro de 1966, ocorreu um incêndio no Studio na Oitava Avenida e
Joseph, na tentativa de salvar seus arquivos e equipamentos, caiu através do
piso queimado, sustentando-se em uma viga até ser resgatado pelos
bombeiros. Alguns acreditam que a inalação de gases tóxicos foi o motivo da
sua morte, em outubro de 1967, aos 87 anos.
Pessoas no mundo todo utilizam o Pilates como parte de seu
treinamento profissional, em vez de apenas utilizá-lo como um meio de manter
a boa forma física. A filosofia da boa forma divulgada por Pilates tem algo a
oferecer a todos, não importando a idade ou a habilidade física, em particular
aqueles que desejam desenvolver força e tônus sem definir os músculos.
Segundo Collen Craig (2005), um aspecto fundamental na filosofia de
Pilates era a idéia de que os componentes da civilização prejudicavam a boa
forma física. Ele acreditava que o estilo de vida moderno causava doenças
relacionadas ao estresse, gerando esgotamento físico e mental. Mais adiante,
Pilates declarou que esse estresse seria tão esmagador que era provável
encontrar em cada um dos lares ao menos uma pessoa sofrendo desse mal.
Pilates acreditava que para aliviar os efeitos do estresse diário, as
pessoas necessitavam de uma reserva de energia. Para ele, as pessoas
entravam num ciclo de estresse e tensão difícil de romper. Isso significava que
elas não tinham as reservas de energia necessárias para fazer frente às
mudanças de ambiente, portanto, ficavam ainda mais estressadas.
Collen Craig (2005) afirma que há inúmeros artigos sobre o desgaste
causado por um período de descanso e a incapacidade de algumas pessoas
para relaxar.
35
Para responder com naturalidade à vida, assim como as mudanças e ao
desgaste envolvido nesse processo, Pilates reconhecia que precisamos estar
com mente e corpo em forma. É menos provável que os traumas e a tensão
afetem as pessoas cuja mente e o corpo estejam bem e que tenham
consciência daquilo que podem fazer para compensar os efeitos negativos dos
acontecimentos estressantes. A boa forma física consiste num atributo
vantajoso para enfrentar o estresse.
Joseph Pilates juntou os melhores aspectos das disciplinas dos
exercícios orientais e ocidentais, e é o equilíbrio desses dois mundos que liga
tantas pessoas ao seu método e faz com que ele seja o antídoto perfeito da
vida moderna.
Do Oriente, Pilates trouxe as filosofias de contemplação, relaxamento e
a ligação entre corpo e mente. Do Ocidente, trouxe a ênfase no enrijecimento
muscular e força, a resistência e a intensidade de movimento.
Joseph Pilates viveu uma vida longa e saudável. Após sua morte o
método evoluiu e cresceu muito e hoje em dia, o Método Pilates não é usado
mais somente como atividade física, mas também para fins de reabilitação,
podendo tratar uma grande variedade de patologias.
“Seu método utiliza o corpo inteiro, e não apenas uma parte dele”.
(COLLEN CRAIG, 2005, p. 4)
2.2 O centro de força Pilates
Durante a Primeira Guerra Mundial, o alemão Joseph H. Pilates projetou
uma série de exercícios para ajudar as pessoas que apresentavam lesões e
problemas posturais.
Joseph Pilates considerava a área abdominal em conjunto com os
músculos profundos da coluna, bem como o centro de força do corpo,
powerhouse, que é a área entre as costelas superiores e a pélvis. Para Pilates,
seu cinto circular de apoio dos músculos abdominais e da coluna era um centro
espiritual e mental, físico e gravitacional.
Um dos princípios fundamentais do aclamado método de Pilates é que a
36
powerhouse é o centro de todo movimento: quanto mais forte a casa de força,
mais poderoso e eficiente é o movimento.
Antes de cada exercício de Pilates um centro é recrutado. O objetivo é
manter o centro corporal estável enquanto os movimentos de braço e pernas
são executados com precisão. Isso é importante para distinguir movimentos
diários de movimentos conscientes da powerhouse.
De acordo com Collen Craig (2006), um encaixamento dos músculos da
região central deve ocorrer apenas em um regime de exercícios, de aptidão
motora ou antes de levantamento de carga, e não como parte do cotidiano.
Os músculos reto abdominal, oblíquos externo e interno e transverso
abdominal trabalham com os músculos da coluna para formar o centro de
força. O assoalho pélvico é incluído na powerhouse pela forma que esse
arranjo de músculos e ligamentos conecta-se ao SNC dos músculos profundos
abdominais.
Segundo Collen Craig (2006), acredita-se que o fortalecimento desde o
centro de força, ou da região central, é a forma mais eficaz e segura de
exercitar o corpo.
O método Pilates é apoiado pelas mais recentes pesquisas em
reabilitação e condicionamento físico, sendo altamente recomendado por
médicos, terapeutas físicos e outros praticantes por todo o mundo.
2.3 Princípios básicos do Pilates
Percebe-se que o método acaba apontando a consciência corporal e o
domínio cinestésico durante o movimento como definições do seu trabalho.
Tudo isso é adquirido pela educação apropriada de ideias de tensão e
relaxamento, que corrigem os maus hábitos assegurando assim, uma melhor
saúde.
São através desses princípios de consciência corporal, domínio
cinestésico e proprioceptivo durante o movimento e repouso que o método é
utilizado atualmente nas diversas área da reabilitação.
De acordo com Collen Craig (2005), o Pilates apresenta seis princípios
37
básicos. Sendo eles:
a) concentração, concentrando sua mente no que o seu corpo está
fazendo;
b) controle, aprimorando a coordenação do corpo e da mente e
garantir que os movimentos não sejam malfeitos ou banais;
c) centragem, que é exercitar-se a partir da força dos músculos mais
profundos;
d) fluidez, movimentando-se lenta e graciosamente;
e) precisão, quando estiver preparado, introduzir intensidade para
adquirir resistência;
f) respiração, sempre pela caixa torácica.
2.4 A respiração no Pilates
Respirar corretamente nutre o corpo e elimina toxinas. Na inspiração, o oxigênio passa pelas células, purifica a circulação sanguínea e alimenta os músculos; na expiração, os gases que estavam estocados são liberados. A respiração, quando correta, é uma força poderosa para aliviar a tensão nervosa, melhorar a concentração e controlar diretamente os níveis de energia. (COLLEN CRAIG, 2005, p. 20)
Blount e Mackenzie (2005) relatam que quando inalamos, o oxigênio é
aspirado para os pulmões e deles parte para a corrente sanguínea, que o
distribui para o resto do corpo. Qualquer fato que impeça a inalação do ar
reduz a quantidade de oxigênio que entra no sangue, e assim prejudica a
saúde de todas as células.
“De fato, para respirar bem à vontade, seria necessário não querer nada,
principalmente não querer fazer exercícios. A respiração é a mais natural de
nossas funções. Não exige esforço”. (BERTHERAT, 2002, p.68)
Quando respiramos bem, criamos ótimas condições para a saúde e sentimos sua influência positiva em todos os aspectos de nossas vidas. De acordo com o que Joseph Pilates descobriu, frequentemente estamos respirando errado e usando apenas uma fração da capacidade do pulmão. (COLLEN CRAIG, 2005, p. 19)
O diafragma é uma parede em forma de cúpula, localizada entre o peito
e o abdome que se move para cima e para baixo, aumentando seu volume sem
38
restrições. Ele é desenvolvido para trabalhar como uma bomba de ar. Na
inspiração o diafragma contrai e se movimenta para cima e para baixo; na
expiração ele relaxa e a cúpula se levanta, liberando o ar.
É compreensível que se tenha sede de oxigênio, sede de respirar, é tão
natural quanto beber e comer. Para ser livre e completa, a respiração deve ser
silenciosa. Há pessoas que emitem ruídos com os lábios na intenção de provar
que ainda estão respirando. Infelizmente, elas só estão fazendo barulho.
(BERTHERAT, 2002)
No método de Pilates a respiração é levada para a parte inferior da caixa
torácica e não para o peito ou abdome, essa respiração é chamada de torácica
e utiliza toda a capacidade dos músculos respiratórios da coluna, o transverso
do abdome e os músculos oblíquos, que vão contrair a área abdominal e
expandir a caixa torácica para frente, para trás e para os lados.
Collen Craig (2006) afirma que nós inspiramos pelo nariz e expiramos
pela boca. Na expiração, certifique-se que o abdome está suavemente
afundado e que os abdominais estão contraídos enquanto realiza os
movimentos.
Os padrões de respiração de Pilates são uma terapia, onde se deseja
diminuir o ritmo da respiração, aumentar a sua profundidade e unir a respiração
ao movimento. É importante reduzir o trabalho dos músculos respiratórios
tornando assim a respiração mais completa.
Os padrões de respiração nos ajudam a ir de um movimento a outro. A
união da respiração com o movimento pode ser difícil no princípio, mas é
necessário ser persistente, sem forçar. Essa respiração coreografada ajuda a
relaxar os músculos, alivia a tensão muscular, utiliza a mente e o corpo e nos
impede de prender a respiração.
No Mat Pilates a respiração é o princípio mais importante e sempre há
um padrão que o acompanha, que são alterados de acordo com as limitações e
necessidades de cada paciente.
A regra geral é inspirar para preparar para começar o exercício e expirar
para fazer, sempre visando uma respiração natural e não forçada ou
controlada.
39
2.4.1 Exercícios de respiração
A respiração torácica leva tempo para ser dominada. Eis aqui três
exercícios de extrema importância: observações no ritmo respiratório,
respiração torácica e respiração lateral. Esses são exercícios que não visam
sobrecarregar o corpo e sim liberar a tensão, por isso as posições de
relaxamento em cada um com o esforço exato.
Collen Craig (2005) diz que respirar é liberar qualquer esforço ou
pressão, e isso é tão importante para o exercício quanto para o dia a dia. É
necessário aprender a liberar a tensão e acalmar a mente para que o estresse
diário não seja somatizado.
Assim como maus hábitos de respiração tornam-se um estado
permanente, nossos corpos podem estar constantemente agitados, na luta pela
sobrevivência, como resposta ao estresse moderno. Nossa saúde depende de
como aliviamos e recarregamos nosso corpo.
2.5 Método Mat Pilates
O Mat Pilates é uma variação do Pilates, onde os exercícios são
realizados no solo, tal como o próprio nome diz, mat vêm do inglês e significa
solo, valendo-se do peso do próprio corpo e da força da gravidade.
O princípio é o mesmo do método tradicional, a única diferença é que
neste método não se usa aparelhos, mas no seu lugar são usados acessórios
como as bolas, faixas elásticas e pesos e no Pilates tradicional os exercícios
são realizados em aparelhos próprios.
Os movimentos são naturais e permitem o aumento da flexibilidade
muscular, melhora da postura, articulações mais saudáveis, adquirir definição
do corpo, consciência corporal, além de melhorar a respiração.
O Mat Pilates trabalha todos os grupos musculares, dando ênfase no
trabalho abdominal de força, estabilidade e ao mesmo tempo a concentração; é
um método com a dupla função de alongar e tonificar.
40
2.6 Exercícios: série básica
“O exercício corporal estável e equilibrado produz um prazer particular,
uma sensação de profundo bem estar e de liberdade”. (GAGEY, WEBER,
2000, p.15)
Os exercícios que compõem a série básica são o the hundred, the roll
up, single leg circles, rolling like a ball, single leg stretching, double leg
stretching e spine stretch forward, realizados por uma série com repetições de
oito a dez movimentos como preconizado por Joseph Pilates.
The hundred ou a centena é um exercício de respiração que visa
aumentar a circulação sanguinea corporal e prepará-lo para os próximos
movimentos. Este exercício é realizado em decúbito dorsal com o joelho e
quadril flexionados próximo a noventa graus, coluna cervical flexionada e os
membros superiores realizando flexão e extensão ritmicamente alternados por
cinco períodos inspiratórios e cinco períodos expiratórios, totalizando cem
movimentos ao término do movimento.
The roll up ou rolar para cima compreende um movimento que exercita o
powerhouse e alonga os isquiotibiais. Para a realização deste movimento o
indivíduo permanece em decúbito dorsal com os joelhos unidos em semiflexão,
com as plantas dos pés apoiadas no solo e os braços estendidos ao longo do
corpo. A medida que se realiza uma expiração aperta-se os joelhos um contra
o outro, contraindo os glúteos e flexionando a coluna vertebral alavancando-se
para frente e para cima em direção aos pés. O retorno do movimento ocorre no
tempo inspiratório retornando-se a posição inicial.
Single leg circles ou círculo com uma perna inicia-se em decúbito dorsal
com uma perna flexionada e a outra estendida paralelamente ao solo. São
realizados movimentos de circundução do quadril com um dos joelhos em
extensão, sendo a fase expiratória realizada no momento de maior produção
de força e a fase inspiratória no momento subsequente. São realizados oito
movimentos no sentido horário e oito movimentos no sentido anti-horário com
ambos os membros inferiores.
Rolling like a ball ou rolando como uma bola, exercita os músculos
abdominais, melhorando o equilíbrio e proporcionando um relaxamento da
41
coluna vertebral às custas da mobilização do segmento vertebral. Inicia-se o
movimento na posição sentada com os joelhos flexionados em direção ao tórax
e o tríceps sural levemente afastados, as mãos posicionadas atrás dos joelhos
equilibrando-se sobre o componente isquiático do quadril, arqueando a coluna
para frente como se assumisse o formato de uma bola. Inicie o movimento na
fase inspiratória rolando o corpo para trás e retorne a posição inicial na fase
expiratória.
Single leg stretching ou alongar uma perna fortalece a região central do
tronco, alongando a coluna e os membros inferiores exigindo coordenação
motora e controle respiratório. Inicia-se o movimento em decúbito dorsal com
os joelhos flexionados em direção ao tórax e o outro em extensão próximo a
noventa graus. Durante a fase expiratória alterna-se o posicionamento dos
membros inferiores e a estabilização do movimento é alcançada mediante a
alternância de posicionamento dos membros superiores no tornozelo e joelho
que se aproxima do tórax.
Double leg stretching ou o alongamento de ambas as pernas fortalece a
região central do tronco alongando a cadeia anterior de forma intensa. Inicia-se
o movimento em decúbito dorsal com os membros superior e inferior e tronco
flexionados de forma a assumir uma posição de fechamento. Durante a
inspiração estende-se os membros superior e inferior em direção opostas de
forma a expandir a região torácica, durante a fase expiratória retoma-se a
posição inicial sobre o domínio da musculatura flexora da cadeia anterior.
Spine stretch forward ou o alongamento da coluna para frente fortalece a
musculatura abdominal profunda articulando a coluna e proporcionando um
alinhamento postural adequado mediante o alongamento das cadeias
anteriores e posteriores. Inicia-se o movimento na posição sentada com os
membros inferiores em extensão e os membros superiores em flexão com a
coluna ereta em auto crescimento. Durante a fase expiratória é realizado uma
flexão da coluna cervical e um abaulamento da coluna vertebral projetando-se
para frente em direção aos pés. Durante a fase inspiratória retorna-se à
posição inicial mantendo os membros inferiores e superiores bem posicionados
e a coluna sem sobrecarga.
42
CAPÍTULO III
BAROPODOMETRIA
3 DEFINIÇÃO
Com o processo de bipedestação, efetivamente todas as tensões do
peso corporal são agora suportadas pelos membros inferiores, especialmente
os pés.
Segundo Oliveira (1998b) é importante avaliar as disfunções do pé e
tentar compreender as influências posturais sobre os mesmos ou vice-versa.
Dessa forma, um exame objetivo e quantitativo que analisa a pressão e
distribuição plantar, mensura e compara as pressões desenvolvidas nos
diferentes pontos da região plantar (tanto na posição em pé, estática ou na
marcha) é imprescindível.
Marsico et al. (2002), afirmam que a distribuição de carga no pé reflete-
se na postura e no equilíbrio postural.
Como tais aspectos não podem ser vistos com precisão no podoscópio,
o exame de baropodometria possibilita quantificar as pressões exercidas pelo
pé direito e esquerdo, na parte anterior, posterior e médio pé, modificação,
hiperpressão e distribuição da pressão plantar. O programa e o equipamento
permitem fazer uma análise inicial e acompanhar as evoluções clínicas.
O baropodômetro é um equipamento computadorizado de última
geração desenvolvido para medir com extrema precisão as pressões exercidas
pelos pés e as suas diversas repercussões que influenciam no caminhar e na
postura corporal das pessoas.
De acordo com Chioli (2010), a baropodometria é uma análise da divisão
das cargas do corpo em condição ortostática, que permite detectar os defeitos
biomecânicos do pé, na fase estática com a plataforma e/ou durante a marcha
utilizando as palmilhas.
Através de sensores de alta sensibilidade, pode-se medir a distribuição
de pressão durante o ortostatismo, na marcha, corrida e saltos, fornecendo
43
dados quantitativos e qualitativos. Quantitativos através de registro numérico
dos valores dos picos de pressões plantares, da velocidade de oscilação
corporal e do deslocamento radial de oscilação, tanto na postura estática
quanto na dinâmica. Qualitativos pela imagem da morfologia do passo ou
distribuições das pressões da estática no retro, médio e antepé e também pelo
deslocamento do centro de força. (OLIVEIRA, 1998a)
No século dezoito surgiram os primeiros registros de análise de contato
entre pé e solo. Libote (2001) descreveu que Carlet, em 1872, utilizou um plano
de marcha circular associado a um instrumento de medida no centro aderido à
sola dos sapatos de pacientes. Em 1880, Marey e Demeny modificaram o
estudo de Carlet utilizando uma câmera embaixo do sapato. Em 1947,
Schwartz e Heath usaram pequenos sensores de pressão piezoelétricos
aderidos à planta dos pés para uma análise dinâmica durante o andar. Carlon e
Taillard, em 1962, utilizaram análises experimentais dinâmicas. Por volta de
1966 importantes projetos foram executados graças ao método de
eletropodografia desenvolvido pelo instituto de Montpellier na França.
Em 1983, trabalhos simultâneos do professor Rabshong, M. Jean Clot e
sua equipe resultaram na introdução de solas sensíveis usando a tecnologia de
pele artificial e na conclusão da construção de um podômetro eletrônico que
era uma plataforma para análise estática e dinâmica do suporte plantar.
De acordo com Mattos (2006), os sensores de pressão são dispositivos
utilizados para se medir as variações de força em determinados setores da
zona de apoio. Como são planos, os sensores podem fixar-se em locais como
o sapato. Os sinais obtidos pelos sensores são amplificados e enviados a um
computador. Uma pressão exercida sobre um dos sensores aumenta sua
capacidade e diminui sua resistência a uma corrente alternada. Os sensores
podem chegar a cinco mil ou mais, distribuídos em toda superfície da
plataforma.
Os sensores estão conectados a diodos luminosos de tal maneira que a
intensidade da luz emitida por eles seja proporcional à força aplicada. O
principal determinante da qualidade dos sistemas é o tipo de sensor.
De acordo com Libotte (2001), existem três tipos de sensores:
a) quartzo piezoelétrico;
b) variações de resistência;
44
c) variações de capacidade.
A baropodometria permite avaliar de forma objetiva a distribuição de
pressão sob a planta dos pés, identificando alterações que hoje são
conhecidas como causas de algias posturais e afecções traumatológicas e
ortopédicas.
De acordo com Carmo Dinis (2010), ao ser comparado com os exames
de podoscopia e avaliação postural, o exame baropodométrico permite o
registro gráfico e o registro de pressões e é considerado o exame mais
completo de todos, fornecendo a maior quantidade de informação e facilitando
a análise comparativa de exames anteriores com até quatro imagens
sequenciais de cada vez. Tal fato permite a análise da evolução do problema,
de uma maneira difícil, ou até mesmo impossível, com os outros exames
mencionados.
O mesmo autor afirma que o exame deve ser realizado e interpretado
por um técnico com treinamento específico, incluindo conhecimentos básicos
de informática. O custo benefício desse método varia de acordo com a
realidade de cada profissional.
No entanto, levando em conta todas as possibilidades de análise e suas
conseqüentes aplicações, a baropodometria pode ser considerada uma
excelente metodologia para avaliar não só o equilíbrio corporal através do
deslocamento do centro de pressão (CP), mas também, a distribuição da carga
na planta dos pés, tanto de forma estática quanto dinâmica.
A utilização da baropodometria na análise do equilíbrio corporal é uma
tecnologia recente, existindo pouquíssimas pesquisas relatando seu uso, pois é
normalmente utilizada para fins clínicos, explicando assim a escassez de
artigos acadêmicos sobre o assunto. No entanto, se mostra uma excelente
metodologia para avaliar o equilíbrio através do deslocamento do CP.
(SCHMIDT et al., 2003)
Só recentemente passou a ser utilizada com mais freqüência pelo
fisioterapeuta como coadjuvante importante de seu diagnóstico cinesiológico-
funcional.
45
3.1 Aspectos analisados
A análise baropodométrica permite avaliar e mensurar a distribuição da
pressão plantar, o tipo de pisada pronada ou supinada, tanto em situações
estáticas quanto dinâmicas.
O exame de baropodometria permite uma avaliação completa dos pés,
em relação ao tipo de pisada e indica os picos de hiperpressão plantar. Nos
pacientes portadores de diabetes e/ou com distúrbios de sensibilidade, o
exame é um aliado na prevenção de úlceras de pressão.
O baropodômetro eletrônico é indispensável para avaliar de forma
objetiva os seguintes parâmetros:
a) distribuição das cargas em condições ortostáticas;
b) estabilometria em posição estática;
c) transferência dinâmica da carga durante a fase do passo;
d) picos de pressão e tempo de contato no solo;
e) captação de áreas de risco do pé;
f) comparação dos resultados das terapias efetuadas ao longo do
tempo;
g) auxílio na construção de órteses plantares.
A análise baropodométrica permite individualizar as falhas biomecânicas
do pé, prevenindo e curando o corpo como um todo a partir dos pés. O uso de
elementos em baixo das órteses e visualizados no monitor traz indicações e
modificações do tratamento fisioterapêutico.
3.2 Realização do exame
O exame é realizado através de uma plataforma fixa ou de uma palmilha
baropodométrica especialmente dotados de centenas de microsensores que
fazem os registros dinâmico e estático.
Todos estes dados colhidos são armazenados em softwares especiais
46
que avaliam a quantidade de pressão em cada ponto do pé e os seus
respectivos picos de força, além de acompanhar a dinâmica completa do passo
(contato, apoio, propulsão, velocidade e distância) e os possíveis desvios e
desequilíbrios posturais. (GOBBI, CAVALHEIRO, 2009)
O software pode imprimir uma única análise numa folha A4, ou imprimir
até quatro laudos numa folha A4, poupando tinta, papel e tempo. Além disso, a
análise posturológica detalhada pode fornecer a elipse do CDM, oscilações nos
planos sagital e frontal e análise detalhada do percurso de deslocamento
durante o tempo de gravação, calculado em centímetros.
Segundo Felipe Machado (2010), o teste com a palmilha minimiza a
margem de erro porque avalia a pisada da pessoa, ao contrário de alguns
testes que são feitos com pé descalço. Isso porque, a palmilha analisa a
característica do pé dentro do calçado em momentos distintos, ou seja, quando
a pessoa está parada, quando está caminhado e, por fim, correndo.
Gobbi e Cavalheiro (2009), afirmam que é importante ressaltar que cada
palmilha de teste baropodométrico deve ser utilizada no máximo dez vezes,
pois com o uso prolongado os sensores computadorizados perdem a
sensibilidade.
3.3 Análise estática
No exame estático cada indivíduo é posicionado em posição ortostática
de conforto, estático e imóvel, olhando para frente, com os braços ao longo do
corpo, boca entreaberta, pés descalços e com os calcanhares levemente
afastados, em cima de uma plataforma plana de sensores piezoelétricos.
De acordo com Arkipelago (2008), neste tipo de análise é possível
quantificar a duração, a freqüência e a pressão plantar máxima e média da
pisada, a divisão anterior e posterior; direita e esquerda e por zona, uma
imagem tridimensional (3D), localizar o CDM direito e esquerdo, ter uma
projeção do CG e definir com clareza o ponto de pressão máxima.
47
3.4 Análise dinâmica
Para entendermos a análise dinâmica da marcha em baropodometria é
preciso compreender as fases da marcha. O ciclo da marcha é dividido em
duas fases: a fase de apoio e a fase de balanceio.
A fase de apoio consiste em fase do toque do calcanhar, fase de
contato, fase de apoio médio, fase de saída do calcanhar e fase de propulsão.
A fase de balanceio consiste em fase de aceleração, fase de balanceio médio e
fase de desaceleração. A marcha dinâmica inclui transição passo a passo num
ciclo de marcha periódico e completo, cujo movimento é gerado
predominantemente por dinâmica passiva dos membros.
Gagey e Weber (2000) afirmam que para cada pé o ciclo da marcha
apresenta duas fases: a fase de apoio, que representa 60% a 65% do ciclo, e a
fase de balanço que constitui 35% a 40% do ciclo. Além disso, o ciclo da
marcha apresenta dois períodos de duplo apoio e um período de apoio sobre
um único membro inferior.
De fato, a marcha compreende uma sucessão de pequenos movimentos bem exatos de todo o corpo, em particular das articulações do pé e da perna. Se um deles falha, nossa morfologia e nosso equilíbrio nervoso ficam alterados. (BERTHERAT, 2002, p.87)
A análise dinâmica é feita da seguinte forma: as palmilhas são
conectadas a duas unidades transdutoras, fixadas aos tornozelos através de
velcros, e estas ligadas a cabos conectados a um microcomputador com o
software específico. O paciente deve colocar os sapatos com cuidado para não
dobrar a palmilha, logo em seguida o equipamento deve estar calibrado, sendo
realizado esse procedimento com a descarga de peso em cada pé
separadamente. O indivíduo é orientado a deambular em solo plano, em linha
reta e de forma natural. A informação da pressão captada pelos sensores é
passado para o transdutor e mandado para o software, que vai transformar os
dados obtidos em imagem de cada pé e sua respectiva pressão. (GOBBI,
CAVALHEIRO, 2009)
De acordo com Arkipelago (2008), na visualização simultânea dos dois
pés é possível identificar:
a) pressões média e máxima;
48
b) tempo de contato com o solo;
c) integral pressão / tempo;
d) centro de impulso direito e esquerdo;
e) curvas de forças direita e esquerda.
De acordo com Gagey e Weber (2000), atualmente, a maioria das
análises da marcha é executada com plataformas de força que medem as
forças de reação ao solo.
49
CAPÍTULO IV
A PESQUISA
4 INTRODUÇÃO
Para demonstrar que o método Mat Pilates poderá ser benéfico e eficaz,
influenciando a pressão plantar em indivíduos saudáveis, constatado pelo
exame de baropodometria eletrônica, foi realizada uma pesquisa de campo na
Clínica Corpo e Essência, situada na Avenida José Ariano Rodrigues, número
549, no município de Lins – S.P., no período de fevereiro a outubro de 2010.
Este estudo visa verificar a influência dos exercícios realizados em solo
na pressão plantar pelo exame baropodométrico.
4.1 Métodos
Foi realizado um estudo de caso demonstrando a utilização da
plataforma de força da marca Eclipse 3000, Guy-Capron, S.A-França (1600
sensores e 6400 pontos de definição) com calibração para obtenção dos sinais
em um minuto e com dez Hertz de freqüência, sendo os dados coletados em
um local ventilado e calmo para que não ocorram perturbações ao estudo.
A aplicação do método Mat Pilates foi realizada em uma única sessão
onde foram executados sete tipos de movimentos por uma série única com
repetições de oito a dez movimentos como preconizado por Joseph Pilates.
4.2 Técnicas
Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A)
50
Roteiro de Entrevista com o Fisioterapeuta (Apêndice B)
Termo de consentimento livre e esclarecido para participação em estudo
clínico (Apêndice C)
4.3 Análise estatística
Para realizar a análise dos dados obtidos, foi utilizado o método de
tabela para apresentação dos resultados, média e desvio padrão. Foi utilizada
a análise de variância ANOVA one way seguida do Tukey para verificar a
presença de diferença entre os grupos.
4.4 Apresentação dos resultados
Para a realização do presente estudo, doze indivíduos de ambos os
gêneros, com idade igual ou superior a 30 anos, foram submetidos a aplicação
do método Mat Pilates e a uma análise baropodometrica antes e após os
exercícios.
Os critérios de exclusão foram indivíduos que apresentaram limitação
ortopédicas e/ou cardiorrespiratórias, limitando a aplicação do protocolo
experimental.
Todos os indivíduos realizaram uma única sessão de Mat Pilates, onde
foi utilizada a mesma série de exercícios sem exceção, por uma série única
com repetições de oito a dez movimentos.
Tabela 1 – Pressão Plantar Média Pré e Pós Esquerda PRÉ PÓS
MÉDIA
0,38166667
0,363333333
DESVIO PADRÃO
0,06379418
0,097172137
Fonte: Elaborado pelas autoras (2010)
51
Tabela 2 – Pressão Plantar Máxima Pré e Pós Esquerda PRÉ PÓS
MÉDIA
1,195833333
1,223333333
DESVIO PADRÃO
0,254038592
0,430355737
Fonte: Elaborado pelas autoras (2010)
Tabela 3 – Pressão Plantar Média Pré e Pós Direita PRÉ PÓS
MÉDIA
0,33
0,3025
DESVIO PADRÃO
0,065366102
0,068240884
Fonte: Elaborado pelas autoras (2010)
Tabela 4 – Pressão Plantar Máxima Pré e Pós Direita PRÉ PÓS
MÉDIA
1,041666667
1,041666667
DESVIO PADRÃO
0,276630155
0,385718535
Fonte: Elaborado pelas autoras (2010)
Em todas as tabelas, as comparações entre as pressões plantares
média e máxima, pré e pós, esquerdo e direito não apresentaram diferença
estatística significante.
4.5 Depoimento do fisioterapeuta
Fisioterapeuta, 43 anos, formada pelo Unisalesiano Lins em 1988, especialista
em Fisiologia e Biomecânica do Exercício Físico, docente do curso de
Fisioterapia do Unisalesiano-Lins nas cadeiras de RTM, Dermatologia e
Fisioterapia Geral II.
Tenho conhecimento sobre o Mat Pilates e o utilizo no
tratamento de meus clientes com o intuito de reequilíbrio
postural e os benefícios que são conseqüentes deste
reequilíbrio (força, flexibilidade, equilíbrio, coordenação,
conscientização corporal e relaxamento). A baropodometria é
de fundamental importância como exame diagnóstico de
analise da pressão plantar, contribuindo com o fisioterapeuta
52
no aprimoramento da avaliação cinesio funcional e detectando
a influencia que essas pressões exercem sobre a postura.
Nunca tive conhecimento sobre um estudo que utilizasse esse
exame após a aplicação de série de exercícios de Mat Pilates
já que estes exercícios são trabalhados em cadeia aberta e a
baropodometria faz a análise em cadeia fechada, porém todo
estudo é bem vindo e engrandece ainda mais a nossa
profissão.
4.6 Discussão
Manter-se em pé é tão essencial que os músculos da estática
representam os dois terços de toda nossa musculatura e não param jamais sua
atividade, mesmo em repouso. Estamos em presença de um extraordinário
sistema auto regulado que nos garante estabilidade. Na realidade estamos
sempre em oscilação e são necessários ajustamentos posturais em
permanência para reequilibrar-nos e manter nossa linha de gravidade no meio
dos dois pés. Para trabalhar na prevenção de problemas posturais é e
necessário respeitar as características biomecânicas de cada indivíduo, utilizar
mobiliários e ferramentas adequadas, ter pausas durante o trabalho e
considerar que a postura é uma estrutura complexa que vai variar de pessoa
para pessoa.
Duarte (2000) explica que para manter a projeção horizontal do centro
de pressão do individuo dentro da base de suporte, definida pela área dos pés
durante a postura estática exige a produção de diferentes momentos de força
sobre o sistema músculo-esquelético. A integridade desse sistema
desempenha um importante papel na manutenção do equilíbrio.
Viel et al. (2001) reforçam a teoria de que o equilíbrio no apoio bipodal é
mais estável embora os receptores visuais do movimento informem o sistema
nervoso central sobre o deslocamento da cabeça e do corpo em relação ao
meio ambiente.
Bankoff (1992) relata que as posturas corporais diárias se registram
53
num curto período, ou seja, não mais do que 03 segundos para sofrer qualquer
tipo de alteração momentânea. As mudanças observadas no percentual de
distribuição de cargas entre as análises baropodométricas estática e dinâmica,
mostram a relação existente entre o equilíbrio e as posições posturais, ou seja,
a manutenção do equilíbrio corporal postural se modifica numa velocidade de
milésimos de segundo.
Segundo Bienfait (1995), os apoios dos pés no chão condicionam toda
estática. Não há boa estática sem bons apoios, sejam as deformidades dos pés
causa ou conseqüência da estática deficiente. Para Bricot (1999), uma
deformidade dos pés repercutirá sempre mais acima e necessitará de uma
adaptação do sistema postural.
Gagey et al. (1994) descreve que os pés são considerados como
entradas sensoriais devido à alta quantidade de receptores proprioceptivos em
sua planta e são causadores de desequilíbrios posturais ascendentes.
Manfio et al. (2001) descreve que aproximadamente 60% do peso
corporal estão distribuídas nos calcanhares, no máximo 5,2% localizam-se no
meio do pé, 31% a 38% na região da cabeça dos metatarsos e no máximo 2%
na região dos dedos.
Os altos picos de pressão sobre os pés são freqüentemente relacionados
à necessidade de atenção clínica devido ao efeito potencial de causar lesões
ao tecido plantar. Perry, Mcllroy, Maki (2000) também citam que como o
estímulo sensorial cutâneo plantar tem importante papel na regulação da
marcha e controle postural, a interferência da presença de calosidades e de
superfícies menos sensíveis podem alterar a informação plantar e prejudicar o
controle postural.
Em relação ao Método Pilates, Camarão (2004), afirma que é um sistema
de exercícios que possibilita maior integração do indivíduo no seu dia–a–dia.
Trabalha com o corpo como um todo corrigindo a postura e realinhando a
musculatura, desenvolvendo a estabilidade corporal necessária para uma vida
mais saudável e longeva. A mesma autora acredita também que através da
prática regular do Método Pilates, o indivíduo redescobre seu próprio corpo
com mais coordenação, equilíbrio e flexibilidade. Independentemente da idade,
qualquer pessoa pode ser beneficiada por esse método que melhora a
qualidade de vida e oferece resultados rápidos.
54
Pilates é um programa de treinamento físico e mental que considera o
corpo e a mente como uma unidade e dedica-se a explorar o potencial de
mudança do corpo humano. (APARÍCIO, PEREZ, 2005). O mesmo autor
aponta o Pilates como um sistema de exercícios de alongamento e
fortalecimento, que trabalha em sequencias de movimentos controlados e
precisos. Os exercícios são realizados em diferentes posições: deitada,
sentada, ajoelhada, inclinada e em pé, evitando sempre o impacto ou a
pressão sobre os músculos, as articulações e os tecidos.
Mendonça e Duarte (2010) acreditam que a postura é um sistema
complexo, de difícil definição e relacionada ao equilíbrio muscular, à
personalidade, à atitude mental, à consciência e ao domínio corporal, sendo
pouco provável quantificar a melhora da postura e influencia da pressão plantar
em indivíduos. Os resultados demonstraram que não houve influencia da
pressão nos pés dos indivíduos que realizaram uma única sessão de Mat
Pilates.
Esses dados colaboram com Kisner (2005) que demonstra que os
exercícios realizados em cadeia fechada além de melhorarem a força, potência
e resistência à fadiga muscular, tais atividades melhoram a estabilidade,
equilíbrio, coordenação e agilidades nas posturas funcionais de apoio de peso,
afirmando que os exercícios em cadeia fechada exercem maior efeito do que
os em cadeia aberta em relação à postura e equilíbrio corporal.
Não foram encontrados na literatura estudos referentes a nenhum
método de intervenção seguida de analise baropodométrica. Assim, nossos
dados podem servir de base para futuras pesquisas.
4.7 Conclusão sobre a pesquisa
A pesquisa enfocou a aplicação do método Mat Pilates para verificação
da influencia na pressão plantar.
Após a intervenção e análise dos resultados, verificou-se que nesse
estudo a pressão plantar não foi influenciada pelos exercícios realizados em
uma única sessão de Mat Pilates, confirmado pela baropodometria eletrônica.
55
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Mediante os resultados obtidos através da pesquisa, verificou-se nesse
estudo que não houve alterações significativas da pressão plantar analisada
pelo baropodômetro após uma sessão de Mat Pilates.
Diante disso sugere-se a aplicação desse método em um número maior
de sessões, onde os exercícios deverão ser específicos de acordo com cada
caso e buscando uma harmonia corporal.
Propõe-se a utilização de exercícios realizados em cadeia fechada, já
que permanecemos em postura ereta a maior parte do tempo.
Para pacientes com disfunções posturais e déficit de equilíbrio, propõe-
se que o mesmo busque outras alternativas como o RPG, Iso Streching,
Maitland e Mackenzie e Podoposturologia que poderão beneficiá-lo de uma
forma mais ampla.
Talvez o Mat Pilates associado com outros métodos específicos
proporcione uma melhora significativa da pressão plantar e da postura.
Sugerimos por fim que novas pesquisas sejam realizadas com maior
número de sujeitos, maior tempo de tratamento com reavaliações periódicas
buscando novos métodos de intervenção afim de elucidar todas as
possibilidades de aplicação desta modalidade terapêutica e melhor intervenção
para melhora da pressão plantar.
56
CONCLUSÃO
A teoria demonstra que os exercícios realizados em cadeia fechada
além de melhorarem a força, potência e resistência à fadiga muscular, tais
atividades melhoram a estabilidade, equilíbrio, coordenação e agilidades nas
posturas funcionais de apoio de peso.
Os exercícios realizados nesta pesquisa não demonstraram influência
significativa na pressão plantar nos indivíduos submetidos a uma única sessão
de Mat Pilates.
Diante dos resultados obtidos através da pesquisa, verificou-se que os
profissionais envolvidos na correção postural e melhora do ser humano como
um todo, devem escolher métodos e técnicas que se adaptem a cada caso,
podendo apresentar resultados e desempenho significativos após a
intervenção.
O trabalho proporcionou uma nova visão frente à realização de
exercícios em cadeia aberta para influenciar na pressão plantar e assim
trabalhar a correção postural.
Ao final desta pesquisa, conclui-se que os objetivos iniciais foram
atingidos, já que a pressão plantar não foi alterada após uma sessão de Mat
Pilates.
Convém lembrar que o equilíbrio e a manutenção do equilíbrio corporal
postural é algo muito difícil em qualquer idade e são necessários muitos
estudos para afirmar com segurança qual a melhor e mais eficiente técnica
para beneficiar a postura corporal. Alguns fatores são importantes para
melhorar o equilíbrio e a manutenção do equilíbrio corporal postural como
praticar atividades físicas diariamente; realizar exercícios de alongamento; criar
o hábito de praticar exercícios de relaxamento.
A utilização da baropodometria para analisar o equilíbrio postural corporal
é uma tecnologia bastante recente, existindo pouquíssimas pesquisas
relatando o seu uso. Normalmente, ela é utilizada para fins clínicos, o que
explica até certo o ponto a inexistência de artigos acadêmicos sobre o assunto.
No entanto, considerando todas as possibilidades de análise e suas
conseqüentes aplicações, a baropodometria pode ser considerada uma
57
excelente metodologia para avaliar não só o equilíbrio corporal através do
deslocamento do centro de pressão, mas também, a distribuição da carga na
planta dos pés, tanto de forma estática quanto dinâmica.
O assunto não se esgota aqui. Outros aspectos referentes a tratamentos
fisioterapêuticos para influenciar na melhora da pressão plantar, buscando um
reequilíbrio do corpo e melhorando o controle postural, poderão ser
pesquisados bem como referentes ao método Pilates.
58
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68
APÊNDICE A – ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO
1 INTRODUÇÃO
Indivíduos saudáveis, de ambos os gêneros, serão submetidos a uma
sessão de Mat Pilates e através do exame de baropodometria será analisada a
pressão plantar inicial e final.
1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado
a) Método empregado: Mat Pilates e Exame Baropodométrico
b) Depoimento dos Profissionais Fisioterapeutas
1.2 Discussão
Confronto entre teoria e prática no presente estudo.
1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre a manutenção ou
modificações de procedimentos.
69
APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O FISIOTERAPEUTA I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Gênero: ................................................................................................................. Idade: .................................................................................................................... Profissão: .............................................................................................................. Cidade: ..................................................................................................................
II - PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1 Você conhece o Mat Pilates? Já teve alguma experiência ou já leu algo a respeito do método?
............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ...............................................................................................................................
2 Tem conhecimento sobre exame de baropodometria e sua importância Fisioterapêutica?
............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ...............................................................................................................................
3 Na sua opinião, o método de Mat Pilates pode alterar a pressão plantar, analisado pelo exame baropodométrico?
............................................................................................................................... ............................................................................................................................... ...............................................................................................................................
70
APÊNDICE C
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA PARTICIPAÇÃO EM ESTUDO CLÍNICO
Tendo sido satisfatoriamente informado sobre o trabalho de pesquisa intitulado: Resposta baropodométrica aguda após uma sessão de Mat Pilates em indivíduos saudáveis, realizado sob a responsabilidade de Caroline Gonsalez Carniel, Juliana Thiemi Imano e Kamilla Fernandes da Silva, concordo que ......................................................................................................., cliente pela qual sou responsável participe do mesmo. Estou ciente que Caroline Gonsalez Carniel, Juliana Thiemi Imano e Kamilla Fernandes da Silva estarão disponíveis para responder a quaisquer perguntas e de que posso retirar esse meu consentimento a qualquer tempo, sem prejuízo de cuidados paramédicos; caso não me sinta atendido, poderei entrar em contato com o orientador (a) do trabalho de monografia.
Lins, ....... de ............................................ de 2010
................................................................... Assinatura
Pesquisadoras: Caroline Gonsalez Carniel Rua: José Elias Bunemer, 101 Lins – SP Fone: (14) 3522-5525 / (14) 8817-3768 Email:[email protected] Juliana Thiemi Imano Rua: Vinte e um de abril, 783 Lins – SP Fone: (14) 3522-5907 / (14) 9783-3434 Email: [email protected] Kamilla Fernandes da Silva Rua: Demétrio Jorge, 234 Lins – SP Fone: (14) 3523-2883 / (14) 9667-7775 Email: [email protected] Orientadora: Cristiane Rissatto Jettar Lima Av.: José Ariano Rodrigues, 549 Lins – SP Fone: 14 3532-6424 Email: [email protected]
72
ANEXO A – AVALIAÇÃO BAROPODOMÉTRICA
Avaliação baropodométrica do indivíduo 1
Avaliação baropodométrica do indivíduo 2