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ALESSANDRA DE SOUZA MIRANDA RESPOSTAS CARDIOVASCULARES AMBULATORIAIS APÓS UMA SESSÃO COM EXERCÍCIO DE CAMINHADA E DE FORÇA EM INDIVÍDUOS COM CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE RECIFE, 2012

RESPOSTAS CARDIOVASCULARES AMBULATORIAIS APÓS …w2.files.scire.net.br/atrio/upe-papgef_upl//THESIS/66/alessandra... · Ao professor Dr. Wagner Luiz do Prado, ... Fátima Monteiro,

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ALESSANDRA DE SOUZA MIRANDA

RESPOSTAS CARDIOVASCULARES AMBULATORIAIS APÓS UMA SESSÃO

COM EXERCÍCIO DE CAMINHADA E DE FORÇA EM INDIVÍDUOS COM

CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE

RECIFE, 2012

ALESSANDRA DE SOUZA MIRANDA

RESPOSTAS CARDIOVASCULARES AMBULATORIAIS APÓS UMA SESSÃO

COM EXERCÍCIO DE CAMINHADA E DE FORÇA EM INDIVÍDUOS COM

CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa Associado de Pós-graduação em

Educação Física UPE/UFPB como requisito

parcial à obtenção do título de mestre.

Área de concentração: Saúde, Desempenho e Movimento Humano

Orientador: Dr. Raphael Mendes Ritti Dias

RECIFE, 2012

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DO

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PROGRAMA ASSOCIADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

A dissertação RESPOSTAS CARDIOVASCULARES AMBULATORIAIS APÓS

UMA SESSÃO COM EXERCÍCIO DE CAMINHADA E DE FORÇA

EM INDIVÍDUOS COM CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE

Elaborada por Alessandra de Souza Miranda

Foi julgada pelos membros da Comissão Examinadora e aprovado para

obtenção do grau de MESTRE EM EDUCAÇÃO FÍSICA na área de

concentração: Saúde, Desempenho e Movimento Humano.

Data: 11 de dezembro de 2012.

___________________________________

Prof. Dr. Raphael Mendes Ritti-Dias

Coordenador do Programa Associado de Pós-

graduação em Educação Física UPE/UFPB

BANCA EXAMINADORA:

________________________________

Prof. Dr. Crivaldo Gomes Cardoso Júnior

Universidade Estadual de Londrina

___________________________________

Prof. Dr. Dário Sobral Filho

Universidade de Pernambuco

___________________________________

Prof. Dr. Amilton da Cruz Santos

Universidade Federal da Paraíba

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Evaldo Miranda e Josefa Ferreira de Souza,

pelos ensinamentos morais transmitidos no decorrer da minha educação e por

sempre me apoiarem com carinho, dedicação e compreensão na minha escolha

profissional. Ao meu marido Carlos Santana (mô), que ao longo dessa trajetória do

mestrado esteve sempre presente, me apoiando com carinho e atenção, além disso,

tendo paciência com a ajuda na parte tecnológica, pois tenho certeza que dei muito

trabalho. À minha filha querida, Amanda, que ainda está na minha barriga, por ter

sido forte na sua luta para vir ao mundo, pois a minha gravidez, inicialmente, foi de

risco, contudo, precisava dar continuidade às tarefas do mestrado.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e a toda espiritualidade amiga, por me ampararem

nos momentos mais difíceis dessa trajetória.

Aos meus pais, Evaldo e Josefa, pelo carinho e compreensão da minha ausência

nos momentos de lazer.

Ao meu marido, Carlos Santana, pelo apoio, carinho, atenção, compreensão,

paciência e incentivo que me deu para concluir cada etapa do mestrado.

À minha filha Amanda, que, mesmo ainda na barriga, sentia o seu carinho quando

mexia, esse gesto me proporcionava força para continuar nessa jornada.

Ao meu irmão, Henrique, e aos meus sobrinhos, Priscilla e Thiago, por virem a

Recife em feriados prolongados e compreenderem a minha ausência com eles.

Ao professor Dr. Wagner Luiz do Prado, que inicialmente me apoiou no seu grupo de

pesquisa e, quando citei algumas dificuldades que poderia encontrar na pesquisa, o

mesmo não me desmotivou e, ainda, mostrou uma saída para cada dificuldade,

jamais esquecerei.

À minha professora querida Fernanda Goulart Ritti-Dias, pela paciência, dedicação,

incentivo e também por me provar que eu tinha potencial para aprender o Inglês.

Ao professor Dr. Raphael Mendes Ritti-Dias, primeiro por me aceitar como sua

orientanda, pois foi e sempre será uma honra tê-lo tido como orientador. Segundo,

por todos os ensinamentos acadêmicos adquiridos, pela paciência, dedicação,

incentivo, compreensão, por acreditar no meu potencial e me incentivar a sempre ir

além.

Ao grande mestre Sérgio Cahú, do qual tive a honra de ser aluna na graduação e

sua orientanda na especialização. Jamais esqueço que foi através dos seus

ensinamentos acadêmicos que me apaixonei pelo sistema cardiovascular. Você não

representa apenas o mestre acadêmico e, sim, o mestre dos mestres na minha vida,

sempre me incentivando nessa trajetória e mostrando a força do nosso senhor Jesus

Cristo.

À minha grande amiga Lausanne, que é, como sempre brinco: minha advogada de

defesa. Não esqueço jamais que você foi a minha grande incentivadora na

participação da seleção do mestrado. Depois me ensinou todos os caminhos a

serem trilhados e esteve sempre presente, mesmo com sua ausência. Nunca

esqueço as suas palavras incentivadoras quando eu queria fraquejar: “vai amiga,

você consegue, falta pouco, quando você perceber chegou o dia da defesa e, o mais

importante, Deus jamais desampara os seus filhos”.

Aos pacientes que sempre tiveram dispostos a me ajudar. Às vezes chegavam com

problemas pessoais, financeiros ou de saúde, mas nunca me deixaram, ao contrário,

diziam: “estamos com a senhora até o fim”.

Ao Dr. Anacleto Rodrigues de Carvalho, porque além de ter disponibilizado o espaço

da sua clínica, “Angioclínica”, também esteve sempre disposto a explicar e tirar

dúvidas sobre a doença arterial periférica.

À Dra. Silvana Lyra, cardiologista do PROCAPE, por ter disponibilizado vários

horários de consultas para a realização das triagens cardiológicas e por ter sido

sempre acessível em me atender, quando necessário, para tirar dúvidas sobre

algum paciente.

À Dra. Fátima Monteiro, cardiologista do PROCAPE, responsável pela realização de

todos os testes ergométricos aplicados nos pacientes do projeto. Sempre dando

uma palavra de incentivo e elogiando o trabalho realizado.

Ao Dr. Carlos Antônio, cardiologista do PROCAPE, por ter disponibilizado um horário

fora do seu expediente de trabalho para realização do eco-cardiograma de estresse

miocárdico em todos os pacientes do projeto. A cada exame realizado demonstrava

sua satisfação quando o paciente não apresentava isquemia miocárdica, dizia:

“paciente liberado”, em seguida perguntava: “faltam quantos?”, e afirmava: “irei

concluir todos os seus exames, não se preocupe!”.

Ao Dr. Dário Sobral, cardiologista do PROCAPE, por ter sempre me recebido

quando precisava da sua ajuda, quer seja para realizar um exame em algum

paciente ou, até mesmo, para me conseguir emprestado o monitor ambulatorial da

pressão arterial, para agilizar as coletas do projeto.

Ao Dr. José Olimpio, médico vascular do Hospital Oswaldo Cruz, que depositou sua

confiança no projeto desde o primeiro momento em que lhe apresentei e

encaminhou, nos seus dias de consulta no ambulatório, pacientes com doença

arterial periférica, para participar do projeto.

A todos os professores do mestrado, que contribuíram não apenas para o meu

crescimento acadêmico, mas também na vida pessoal.

A todos os funcionários da ESEF, em especial a Juliana, Carminha, Nilde, Aline,

Thiago e, principalmente, a secretária da Pós-Graduação (Salete), pela gentileza e

preocupação em sempre resolver algum problema, quando surgia.

Aos professores da ESEF, em especial Carla Toniolo, Sérgio Cahú, Marcos André,

Marcos Aurélio, Fabiano (choquito), Warlindo, Keila Brandão, Patrícia, Nádia Novena

e Marcílio por todas as vezes que sempre perguntavam: “como vai o mestrado?”.

A todos os amigos do GPHEME, em especial aqueles do projeto da claudicação

intermitente: Lausanne, Mariana, Fábio, Tatiane, Henrique, Marília, Aluísio e

Patrícia.

À FACEPE, por permitir dedicação exclusiva ao programa de pós-graduação,

contribuindo para minha formação profissional.

Por fim, a todos que participaram dessa trajetória contribuindo de alguma forma para

o meu crescimento profissional e pessoal.

“A persistência é o antídoto da desistência; a

determinação é a coragem transformada em ação.”

Dr. Marco

RESUMO

Em pacientes com claudicação intermitente (CI), uma sessão de exercício de força

promove redução da pressão arterial clínica, que não é mantida em condições

ambulatoriais. Estudos em hipertensos têm mostrado efeitos cardiovasculares

duradouros com a realização de exercícios aeróbios, pode ser que esse tipo de

exercício potencialize a duração das respostas cardiovasculares dos pacientes com

CI. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi verificar o efeito de uma sessão com

exercício de caminhada e de força nas respostas cardiovasculares ambulatoriais de

indivíduos com Cl. Treze pacientes com CI, de ambos os gêneros, participaram de

três sessões experimentais, realizadas em ordem aleatória: exercício caminhada

(EC), exercício força (EF) e sessão controle (SC). Na sessão EC foi realizada

caminhada em esteira, com 10 ciclos, com dois minutos de duração e velocidade

correspondente ao início dos sintomas de CI. Na sessão EF foram realizados oito

exercícios (supino reto, leg-press 45º, remada baixa, extensão dos joelhos, elevação

frontal, flexão dos joelhos, rosca direta e abdução de quadril), com duas séries de 10

repetições e carga entre 5 a 7 na escala de percepção subjetiva de esforço de

OMNI-Resistance Exercise Scale. Na sessão SC os exercícios de força foram

realizados sem carga e, posteriormente, os indivíduos ficavam em pé na plataforma

da esteira. Antes, e até 24 horas após as intervenções, a pressão arterial sistólica

(PAS), pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM), frequência

cardíaca (FC) e o duplo produto (DP) foram obtidos. Os dados foram analisados

através da ANOVA de dois caminhos para medidas repetidas, seguida do teste post-

hoc de Newman-Keuls, com p<0,05. Em comparação aos valores pré-intervenção a

PAS, PAD, PAM, FC e o DP não sofreram alterações ao longo das 24 horas em

nenhuma das sessões experimentais (p>0,05). Como conclusão, os resultados deste

estudo indicaram que de forma similar o exercício de caminhada e o exercício de

força não promoveram respostas cardiovasculares duradouras em pacientes com CI.

Palavras-chave: exercício, cardiovascular, claudicação intermitente.

ABSTRACT

Patients with intermittent claudication (IC), a session of strength training promotes

lowering blood pressure clinic is not maintained in ambulatory conditions. Studies in

hypertensive have shown cardiovascular effects lasting with a performing aerobic

exercises, it may be that this type of exercise potentiates the duration of

cardiovascular responses of patients with IC. Thereby, the aim of this study was to

verify the effect of a session with walking exercise and strenght cardiovascular

responses in ambulatory individuals with IC. Thirteen patients with IC, of both

genders participated three experimental sessions perfomed in random order:

exercise walking (EC), exercise strength (EF) and session control (SC). In EC

session walking on a treadmill was performed with 10 cycles of two minutes and

velocity corresponding to the early symptoms of IC. In Session EF were performed

eight exercises (bench press, leg press 45, seated row, knee extension, frontal raise,

knee curl, arm curl and hip abduction), with two sets of 10 repetitions and load

between 5-7 scale of perceived exertion of OMNI-Resistance Exercise Scale. In SC

session on strength exercises were performed without addition load and after the

individuals were standing on the platform of the treadmill. Before and after to 24

hours intervention, systolic blood pressure (SBP), diastolic blood pressure (DBP),

mean arterial pressure (MAP), heart rate (HR) and rate pressure product (RPP) were

obtained. Data were analyzed using ANOVA two-way repeated measures followed

by post-hoc Newman-Keuls, p <0.05. Compared to values pre-intervention SBP,

DBP, MAP, HR, and RPP did not change over the 24 hours in neither of the

experimental sessions (p> 0.05). In conclusion, the results of this study indicated that

similarly the walking exercise and strength exercise did not promote lasting

cardiovascular responses in patients with IC.

Keywords: exercise, cardiovascular, intermittent claudication.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Fluxograma dos pacientes recrutados para participar na pesquisa......30

FIGURA 2 – Desenho experimental do estudo..........................................................32

FIGURA 3 – Desenho das sessões experimetais......................................................35

FIGURA 4 – Resposta clínica da pressão arterial sistólica após as sessões exercício

caminhada, exercício força e controle .......................................................................41

FIGURA 5 – Resposta clínica da pressão arterial diastólica após as sessões

exercício caminhada, exercício força e controle .......................................................42

FIGURA 6 – Resposta clínica da pressão arterial média após as sessões exercício

caminhada, exercício força e controle .......................................................................43

FIGURA 7 – Resposta clínica da frequência cardíaca após as sessões exercício

caminhada, exercício força e controle .......................................................................44

FIGURA 8 – Resposta clínica do duplo produto após as sessões exercício

caminhada, exercício força e controle .......................................................................45

FIGURA 9 – Resposta ambulatorial da pressão arterial sistólica após as sessões

exercício caminhada, exercício força e a sessão controle ........................................46

FIGURA 10 – Resposta ambulatorial da pressão arterial diastólica após as sessões

exercício caminhada, exercício força e controle .......................................................46

FIGURA 11 – Resposta ambulatorial da pressão arterial média após as sessões

exercício caminhada, exercício força e controle .......................................................47

FIGURA 12 – Resposta ambulatorial da frequência cardíaca após as sessões

exercício caminhada, exercício força e controle .......................................................48

FIGURA 13 – Resposta ambulatorial do duplo produto após as sessões exercício

caminhada, exercício força e controle........................................................................48

FIGURA 14 – Número de passos após as sessões experimentais exercício

caminhada, exercício força e sessão controle ..........................................................51

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Características dos pacientes incluídos no estudo...............................38

TABELA 2 – Carga e percepção subjetiva de esforço em cada exercício da sessão

exercício de força.......................................................................................................39

TABELA 3 – Velocidade média, frequência cardíaca, percepção de dor e distância

total de caminhada durante a sessão exercício de caminhada.................................39

TABELA 4 – Variáveis cardiovasculares antes das sessões experimentais.............40

TABELA 5 – Respostas das variáveis cardiovasculares após as sessões

experimentais nos períodos de 24 horas, vigília e sono............................................49

TABELA 6 – Respostas das cargas pressóricas da pressão arterial sistólica e

pressão arterial diastólica, após as sessões experimentais nos períodos de 24 horas,

vigília e sono...............................................................................................................50

TABELA 7 – Respostas do descenso noturno da pressão arterial sistólica e pressão

arterial diastólica e da ascensão matutina da pressão arterial sistólica, após as

sessões experimentais...............................................................................................51

LISTA DE SIGLAS

1RM – Uma repetição máxima

CI – Claudicação intermitente

DAP – Doença arterial periférica

DC – Distância de claudicação

DP – Duplo produto

DTC – Distância total de caminhada

EC – Exercício caminhada

EF – Exercício força

EFC – Exercício força e caminhada

FC – Frequência cardíaca

HPE – Hipotensão pós-exercício

ITB – Índice tornozelo/braço

MAPA – Monitorização ambulatorial da pressão arterial

PAD – Pressão arterial diastólica

PAS – Pressão arterial sistólica

PAM – Pressão arterial média

SC – Sessão controle

VO2máx. – Consumo máximo de oxigênio

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 17

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 20

2.1 Geral ............................................................................................................. 20

2.2 Específico ..................................................................................................... 20

3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 21

3.1 Doença arterial periférica .............................................................................. 21

3.2 Efeitos cardiovasculares ambulatoriais do exercício físico ........................... 24

4. MÉTODOS ............................................................................................................ 29

4.1 Amostra ........................................................................................................ 29

4.2 Desenho experimental do estudo ................................................................. 30

4.3 Triagem ......................................................................................................... 33

4.3.1 Adaptação .................................................................................................. 34

4.3.2 Determinação das cargas e da velocidade na esteira ............................... 34

4.3.3 Teste de uma repetição máxima - 1RM ..................................................... 35

4.4 Sessões experimentais ................................................................................. 35

4.5 Análise dos dados cardiovasculares ao longo de 24 horas .......................... 36

4.6 Tratamento estatístico .................................................................................. 37

5. RESULTADOS ...................................................................................................... 38

6. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 52

7. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 56

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57

ANEXOS ................................................................................................................... 65

ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido .......................................... 65

ANEXO B - Carta de aprovação do projeto pelo Comitê de Ética ............................. 70

17

1. INTRODUÇÃO

A doença arterial periférica (DAP) é caracterizada por redução da luz arterial

que impede ou dificulta o fluxo sanguíneo para as regiões periféricas do corpo

(NORGREN et al., 2007). A redução da luz arterial é geralmente causada por

processo aterosclerótico que também promove disfunção endotelial, aumento da

ativação plaquetária e do estresse oxidativo (MUIR, 2009).

O principal sintoma da DAP é a claudicação intermitente (CI), que consiste em

dor isquêmica nos membros inferiores (GARDNER et al., 2002) durante a prática de

atividade física, que é aliviada com o repouso (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS

MEDICINE, 2007). Esse sintoma geralmente é relatado como queimação,

formigamento ou câimbra, e resulta em limitações nas atividades físicas diárias

(SIEMINSKI; GARDNER, 1997), repercutindo negativamente na qualidade de vida

dos indivíduos com CI (RITTI-DIAS et al., 2010). A CI também pode comprometer a

capacidade funcional desses indivíduos através da redução na economia de

caminhada (GARDNER et al., 2010), diminuição da força muscular, principalmente

dos membros inferiores (MCDERMOTT et al., 2004), e da potência aeróbia

(AUCHINCLOSS et al., 1976).

Indivíduos com CI também apresentam alta incidência de eventos

cardiovasculares, como, por exemplo, infarto agudo do miocárdio e acidente

vascular (CIMMINIELLO et al., 2010), o que pode ser explicado, pelo menos em

parte, pela alta prevalência de hipertensão arterial entre esses pacientes. De fato,

mais de 80% dos claudicantes são hipertensos (BOZKURT et al., 2011). Dessa

forma, intervenções que diminuam o risco cardiovascular dos pacientes com DAP

podem ser importantes para diminuição do risco cardiovascular desses pacientes.

A prática de exercício físico é reconhecida como um recurso importante para

a melhoria da função cardiovascular em indivíduos com doenças cardiovasculares

(AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2007). De fato, sabe-se que uma

única sessão de exercício físico pode promover redução da pressão arterial para

níveis inferiores aos observados no repouso ou em uma sessão controle, fenômeno

denominado hipotensão pós-exercício (HPE) (KENNEY; SEALS, 1993). Esse

fenômeno tem relevância clínica, visto que a redução da pressão arterial tem

magnitude significante e pode perdurar por várias horas, principalmente em

18

indivíduos hipertensos (MELO et al., 2006; PESCATELLO et al., 1991), diminuindo

assim, a sobrecarga cardiovascular ao longo de grande parte do dia.

Para avaliação das respostas cardiovasculares por longos períodos, tem sido

utilizado o monitor ambulatorial da pressão arterial (MAPA), que permite obter a

pressão arterial e a frequência cardíaca periodicamente ao longo do período de até

24 horas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2011) Além de permitir

obter esses indicadores durante o período de vigília e de sono, em posse dos dados

fornecidos pelo monitor, é possível calcular outras variáveis importantes, tais como a

ascensão matutina, o descenso noturno e a carga pressórica (ORTEGA; DA SILVA;

MION JR, 2008b). Essas variáveis têm sido associadas com a lesão de órgãos alvo

e com o risco cardiovascular, de forma que melhorias dessas variáveis parecem

estar relacionadas com o melhor prognóstico cardiovascular dos pacientes (CONEN;

BAMBERG, 2008).

Em indivíduos com CI ainda existem poucas evidências sobre os efeitos de

uma única sessão de exercício físico nas variáveis cardiovasculares. Até o presente

momento, apenas dois estudos (CUCATO et al., 2011; RODRIGUES et al., 2013)

foram publicados, e apenas um estudo (RODRIGUES et al., 2013) analisou as

respostas cardiovasculares por período prolongado. Cucato e colaboradores (2011)

analisaram o efeito de uma sessão com exercício de força na pressão arterial por

até 60 minutos. Os resultados mostraram redução significante na pressão arterial

sistólica, na pressão arterial diastólica e na pressão arterial média por todo o período

de recuperação. Já Rodrigues (2013) analisou os efeitos de uma sessão com

exercícios de força nas variáveis cardiovasculares por 24 horas. Apesar do longo

período de monitorização das variáveis cardiovasculares, os resultados

evidenciaram que ocorreu redução na pressão arterial sistólica e no duplo produto

apenas nos 60 minutos iniciais da recuperação.

É interessante ressaltar que efeitos cardiovasculares duradouros têm sido

frequentemente observados após a realização de exercícios aeróbios

(PESCATELLO et al., 1991; TAYLOR-TOLBERT et al., 2000; WALLACE et al.,

1997), ao passo que poucos estudos (MELO et al., 2006; MOTA et al., 2009)

reportaram HPE duradoura após uma sessão de exercício de força. Por exemplo,

investigando indivíduos com hipertensão arterial, Pescatello e colaboradores (1991)

verificaram que uma única sessão de exercício aeróbio promoveu redução

significante da pressão arterial sistólica por até 9 horas. Da mesma forma, outros

19

estudos também tem reportado redução duradoura da pressão arterial sistólica após

a realização do exercício aeróbio em hipertensos (CIOLAC et al., 2008; GUIDRY et

al., 2006). Em contrapartida, apenas dois estudos reportaram HPE duradoura após o

exercício de força (MELO et al., 2006; MOTA et al., 2009). Nesse sentido, é possível

que a curta duração da HPE observada nos estudos com pacientes com CI tenha

sido decorrente do tipo de exercício utilizado (exercício de força), de forma que a

realização dos exercícios aeróbios poderia potencializar a HPE nos pacientes com

CI.

A identificação do tipo de exercício que promova uma HPE duradoura nos

pacientes com CI é de extrema relevância clinica, visto que permitirá ser utilizado

para diminuição do risco cardiovascular dos indivíduos, promovendo, assim, melhor

prognóstico para os pacientes.

20

2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Verificar o efeito de uma sessão de caminhada e de força nas respostas

cardiovasculares ambulatoriais de indivíduos com claudicação intermitente (Cl).

2.2 Específico

Investigar em indivíduos com CI os efeitos de uma sessão de exercício de

caminhada e de força na:

- pressão arterial, frequência cardíaca e duplo produto no período de vigília, sono e

24 horas

- no descenso noturno da pressão arterial

- na ascensão matutina da pressão arterial sistólica

- na carga pressórica

21

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Doença arterial periférica

A prevalência da DAP na população em geral varia de 3% a 10% (CRIQUI et

al., 1985), sendo maior na população idosa, variando de 7 a 36% (MAKDISSE et al.,

2007). No Brasil, um estudo realizado por Makdisse e colaboradores (2008)

observou que a prevalência da DAP é de aproximadamente 10% na população

acima de 18 anos de idade. Já a prevalência de claudicação intermitente na

população mundial é de aproximadamente 3% aos 40 anos de idade e em torno de

6% acima dos 60 anos de idade (CRIQUI et al., 1985).

O método mais utilizado para o diagnóstico da DAP é o índice tornozelo braço

(ITB): valores menores ou iguais a 0,90 é um indicativo da presença da doença.

Quanto menor o valor do ITB mais grave é a doença. Valores de ITB menores que

0,90 estão correlacionados com todas as causas de mortalidade (NORGREN et al.,

2007). Além do ITB, a severidade da DAP pode ser classificada de acordo com os

sintomas e os indicadores clínicos da doença. De acordo com a classificação de

Fontaine (1954), a DAP pode ser dividida em quatro estágios. No primeiro estágio os

indivíduos não apresentam sintomas da doença. No segundo estágio aparece o

primeiro sintoma da DAP que é a CI. À medida que a obstrução progride, o fluxo

sanguíneo reduz de tal forma que a dor se faz presente em repouso, característico

do terceiro estágio da doença. O último estágio da DAP é caracterizado pela

isquemia crítica e pode resultar em ulcerações isquêmicas e gangrena nas

extremidades inferiores.

Pacientes com DAP, na maioria das vezes, apresentam outras doenças

associadas, tais como hipertensão arterial (BOZKURT et al., 2011), diabetes melitos

(ESCOBAR et al., 2011), doença arterial coronariana (HUSSEIN et al., 2011) e

obesidade (JAKOVLJEVIĆ et al., 2011). Dessas, a hipertensão arterial é uma das

mais importantes, visto que está presente em aproximadamente 90% dos pacientes

(CUCATO et al., 2011). A pressão arterial elevada tem sido consistentemente

associada com elevados riscos para eventos cardiovasculares (LISZKA et al., 2005),

o que pode aumentar a mortalidade por eventos cardiovasculares em pacientes com

DAP.

22

De fato, indivíduos com DAP apresentam elevado risco de serem acometidos

por algum evento cardiovascular. Em estudo realizado por Caro e colaboradores

(2005) com 16.440 pacientes com DAP, que foram acompanhados por 10 anos,

verificou-se que aproximadamente 20% dos pacientes com DAP tiveram algum

evento cardiovascular agudo, como infarto do miocárdio, acidente vascular e angina.

Esses resultados são similares aos obtidos em outro estudo, que reportou incidência

de 21% de eventos cardiovasculares por ano nos pacientes com DAP, sendo que

esse valor foi superior aos observados em pacientes com doença arterial

coronariana ou doença cerebrovascular (STEG et al., 2007).

As recomendações de tratamento para indivíduos com DAP incluem

mudanças nos fatores de risco para o desenvolvimento da aterosclerose, como

eliminar o tabagismo, manter os níveis normais de glicemia e do colesterol de

lipoproteína da baixa densidade e controlar a pressão arterial. Todas essas

mudanças devem estar associadas à prática de exercício físico da caminhada

complementada com um programa de treinamento de força (HIRSCH et al., 2006).

Evidências na literatura (HIATT et al., 1994; MCDERMOTT et al., 2009;

MCGUIGAN et al., 2001; REGENSTEINER et al., 1997) apontam os benefícios do

treinamento físico na capacidade de locomoção dos pacientes com DAP. Entende-

se, por capacidade de locomoção, a distância de claudicação (DC), o primeiro

momento em que o indivíduo reporta os sintomas da CI, quando realiza atividade

física, e a distância total de caminhada (DTC), a máxima distância percorrida

suportando os sintomas da CI. Os estudos que investigaram os efeitos de um

programa com treinamento físico de caminhada ou de força observaram aumento

significante na DC e DTC em indivíduos com CI. No quadro abaixo é apresentada

uma síntese dos estudos que investigaram os efeitos do treinamento físico na DC e

DTC em indivíduos com CI.

23

Quadro 1 - Síntese dos estudos que investigaram a distância de claudicação e

distância total de caminhada após um programa de treinamento físico com

caminhada em esteira ou exercício de força em indivíduos com claudicação

intermitente.

Legenda: Percepção subjetiva de esforço (PSE), carga máxima no teste de esforço (CMT),

repetições máximas (RM).

Estudo Exercício Duração

(semana)

Duração

(minutos)

Método

intensidade DC DTC

Mannarino et al (1989) Caminhada 24 60 Não reporta ↑ ↑

Hiatt et al (1990) Caminhada 12 60 Dor ↑ ↑

Hiatt et al (1994) Caminhada 12 50 Dor ↑ ↑

Força 12 50 RM → ↑

Patterson et al (1997) Caminhada 12 60 Não reporta ↑ ↑

Regensteiner et al

(1997) Caminhada 12 30-50 Dor ↑ ↑

Savage et al (2001) Caminhada 12 15-40 % CMT ↑ ↑

Gardner et al (2002) Caminhada 24 15-40 % CMT ↑ ↑

Tsai et al (2002) Caminhada 12 >30 Dor ↑ ↑

Gardner et al (2005) Caminhada 24 15-40 %CMT ↑ ↑

Kakkos et al (2005) Caminhada 24 50 Dor ↑ ↑

Mika et al (2006) Caminhada 12 60 Dor ↑ ↑

Crowther et al (2008) Caminhada 48 25-40 Dor ↑ ↑

Hodges et al (2008) Caminhada 12 45 % CMT ↑

Stewart et al (2008) Força 12 40 Dor ↑ ↑

McDermott et al (2009) Caminhada 24 15-40 PSE/Dor ↑ ↑

Força 24 - PSE ↑ ↑

Parr et al (2009) Força 06 45 Dor ↑ ↑

Ritti-Dias et al (2010) Força 12 60 PSE ↑ ↑

Caminhada 12 60 PSE ↑ ↑

24

Conforme apresentado no quadro acima, a maioria dos estudos utilizou a

caminhada como forma de intervenção, ao passo que apenas cinco estudos

utilizaram o treinamento de força. Todavia, pode-se observar que tanto as

intervenções com caminhada em esteira quanto as intervenções com treinamento de

força aumentaram a DC e DTC. Porém, apenas um estudo (HIATT et al., 1994),

quando utilizou o treinamento de força, não observou aumento significativo na DC.

Dessa forma, fica evidenciado que programas de treinamento físico com exercício

de caminhada ou exercício de força promovem melhorias na capacidade de

locomoção dos indivíduos com CI.

Todavia, considerando o elevado risco de eventos cardiovasculares em

pacientes com DAP (STEG et al., 2007), seria importante que, além da melhoria na

capacidade de caminhada, o treinamento físico pudesse melhorar a função

cardiovascular dos pacientes. Na literatura é evidenciado que o treinamento com

exercício físico é recomendado por promover redução na pressão arterial

(PESCATELLO et al., 2004), bem como na taxa de mortalidade cardiovascular

(AMUNDSEN; WISLOFF; SLORDAHL, 2007).

3.2 Efeitos cardiovasculares ambulatoriais do exercício físico

Durante a realização do exercício físico ocorrem alterações cardiovasculares

importantes. Dependendo da modalidade realizada, variáveis hemodinâmicas, tais

como a frequência cardíaca, o volume sistólico, o débito cardíaco, a resistência

vascular periférica e a pressão arterial podem sofrer alterações (BRUM et al., 2004).

Além das alterações hemodinâmicas observadas durante a execução do exercício,

algumas modificações ocorrem após a sua finalização. Dentre elas, uma que tem

despertado o interesse da comunidade científica é a HPE (CASONATTO; POLITO,

2009).

A HPE tem sido considerada o principal benefício agudo no sistema

cardiovascular, visto que a redução na pressão arterial é significante e pode se

manter durante as atividades diárias normais dos indivíduos (KENNEY; SEALS,

1993). A duração prolongada desse fenômeno permite que o indivíduo hipertenso

que pratica exercício físico frequentemente tenha seus níveis de pressão arterial

reduzidos durante grande parte do dia, o que tem grande relevância clínica.

25

Para avaliar a duração prolongada da HPE tem sido utilizado o MAPA, por ser

um método que permite o registro indireto e intermitente da pressão arterial sistólica,

diastólica e média durante o período de vigília, sono e 24 horas sem interferir nas

atividades habituais do indivíduo (ORTEGA; DA SILVA; MION JR, 2008b). A pressão

arterial monitorada pelo MAPA apresenta algumas vantagens, como a atenuação do

efeito do observador na pressão arterial, resultado da pressão arterial mais próximo

da realidade cotidiana do indivíduo, e a possibilidade de verificar o efeito da pressão

arterial no descenso noturno e na ascensão matutina (SOCIEDADE BRASILEIRA

DE CARDIOLOGIA, 2011). Em posse dos dados do monitor, o descenso noturno

pode ser classificado como presente, atenuado, ausente ou acentuado, quando a

redução da pressão arterial entre os períodos de vigília e sono for ≥ 10%, < 10%, ≤

0% e ≥ 20%, respectivamente (KARIO et al., 1996). Estudos têm observado que

descenso noturno ausente ou atenuado está correlacionado com pior prognóstico

cardiovascular e aumento do risco cardiovascular, principalmente para acidente

vascular encefálico (BEN-DOV et al., 2007; OHKUBO et al., 1997). Além do

descenso noturno, a ascensão matutina, que é a elevação abrupta da pressão

arterial pela manhã, também fornece indicativos de estar associada com uma maior

incidência de acidente vascular encefálico (KARIO et al., 2003).

Além desses indicadores, o MAPA permite analisar a magnitude e a duração

da HPE. No quadro abaixo é apresentada uma síntese dos estudos com indivíduos

hipertensos, que analisaram a pressão arterial ambulatorial após uma sessão de

exercício aeróbico com o MAPA.

26

Quadro 2. Síntese dos estudos que analisaram o comportamento da pressão arterial

ambulatorial após uma sessão de exercício aeróbico em hipertensos.

Estudo Amostra N Ergômetro Intensidade Tempo PAS PAD

Pescatello et

al (1991) Hipertensos 6 Bicicleta

40% e 70%

VO2pico 30’ ↓9H ↓ 13H

Wallace et al

(1997) Hipertensos

3

5 Esteira

50%

VO2máx 50’ ↓11H ↓11H

Quinn (2000) Hipertensos 1

6 Esteira

50% e 75%

VO2máx 30’

↓ 12H

75%

↓13H

75%

Taylor-Tolbert

et al (2000) Hipertensos

1

1 Esteira

70%

VO2máx 45’ ↓ 16H ↓ 16H

Guidry et al

(2006) Hipertensos

4

5 Bicicleta

40% e 60%

VO2máx 20’ 40’ ↓ 9H

↓3H

60%

Ciolac et al

(2008)

Hipertensos

medicados

5

0 Bicicleta 60% da FCr 40 ↓ 24H ↓ 24H

Legenda: FCr (frequência cardíaca de reserva), ↓ Redução, PAS (Pressão Arterial Sistólica), PAD

(Pressão Arterial Diastólica), consumo máximo de oxigênio (VO2máx), consumo pico de oxigênio

(VO2pico), hora (H).

Conforme apresentado no quadro acima, uma sessão de exercício aeróbico

promoveu HPE em indivíduos hipertensos com e sem uso de medicamentos anti-

hipertensivos. Pescatello e colaboradores (1991) verificaram uma redução

significante da PAS por até 9 horas e na PAD por 13 horas. Quinn (2000) observou

redução significante da pressão arterial superior a 12 horas. Taylor-Tolbert e

colaboradores (2000), em estudo realizado com indivíduos hipertensos não

medicados, observaram redução na pressão arterial por um período de 16 horas.

Ciolac e colaboradores (2008) verificaram HPE por 24 horas em hipertensos em uso

de medicamentos anti-hipertensivos. Dessa forma, os resultados disponíveis na

literatura sugerem que a HPE em hipertensos pode variar de 3 a 16 horas.

Em contrapartida, as evidências disponíveis sobre os efeitos do treinamento

de força na duração da HPE ainda são escassas. No quadro abaixo é apresentada a

síntese dos estudos que investigaram o comportamento da pressão arterial

ambulatorial após uma sessão com exercícios de força com o MAPA.

27

Quadro 3. Síntese dos estudos que analisaram o comportamento da pressão arterial

após uma sessão com exercícios de força em indivíduos hipertensos e normotensos

que utilizaram o monitor ambulatorial da pressão arterial.

Estudo População N Exercícios Protocolo Intensidade PAS PAD

Roltsch et

al (2001) Normotensos 33 12

2 séries

8 rep.

8RM MMSS

12RM MMII ↔ ↔

Queiroz et

al (2009) Normotensos 16 6 3 séries 50% 1RM ↓1H ↓1H

Hardy e

Tucker

(1998)

Hipertensos 24 7 3 séries

8 a 12 rep. ↓1H ↓1H

Melo et al

(2006)

Hipertensos

medicados 11 6

3 séries

20 rep. 40% 1RM

↓10

H ↓10H

Legenda: RM (repetição máxima),↓ Redução, ↔ Não houve alteração, PAS (pressão arterial

sistólica), PAD (pressão arterial diastólica), MSSS (membros superiores), MMII (membros inferiores),

rep.(repetições), hora (H).

De acordo com o quadro acima, pode-se observar que a maioria dos estudos

disponíveis evidencia que uma única sessão com exercícios de força parece não

reduzir a pressão arterial por um período prolongado. Roltsch e colaboradores

(2001) e Queiroz e colaboradores (2009) não observaram HPE duradoura em

normotensos. Já Hardy e Tucker (1998), em estudo com indivíduos hipertensos,

verificaram redução na pressão arterial por apenas uma hora pós-exercício. Melo e

colaboradores (2006) observaram em mulheres hipertensas uma redução na

pressão arterial por até 10 horas, no entanto, todas as mulheres que participaram

deste estudo estavam em uso de medicamento anti-hipertensivo (captopril), o que

pode ter potencializado essa ação.

Em indivíduos com CI, apenas dois estudos investigaram os efeitos do

exercício físico na HPE. Cucato e colaboradores (2011) submeteram oito indivíduos

com CI a uma sessão com exercício de força composta por 6 exercícios, 3 séries, 12

a 8 repetições e intensidade entre 11 a 13 na escala de Borg e monitoraram a

resposta da pressão arterial por 60 minutos. Os resultados indicaram redução

significante da pressão arterial sistólica, diastólica e média por todo período de

recuperação. Mais recentemente, Rodrigues (2013) analisou a duração da HPE em

28

pacientes com DAP. Nesse estudo, 17 pacientes foram submetidos a uma sessão

com exercícios de força, com 6 exercícios, realizados em 3 séries de 10 repetições

e intensidade entre 5 a 7 na escala de Omni-Resistense Exercise scale. As variáveis

cardiovasculares foram monitoradas por 24 horas. Os resultados indicaram redução

da pressão arterial sistólica e duplo produto apenas na primeira hora após o

exercício de força.

Como pode ser observado na presente revisão, diversos estudos com

hipertensos verificaram duração da HPE superior a 10 horas após a realização de

exercícios aeróbios, enquanto que as evidências de HPE dessa duração após os

exercícios de força ainda são escassos. Dessa forma, é possível que, em pacientes

com DAP, os exercícios com características aeróbias possam favorecer que a HPE

tenha duração prolongada, o que precisa ser estudado.

29

4. MÉTODOS

4.1 Amostra

Foram convidados para participar deste estudo 22 pacientes, de ambos os

gêneros, com CI, recrutados em hospitais públicos e clínicas particulares de Recife.

Após serem esclarecidos de todos os procedimentos experimentais, os indivíduos

assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO A). Este estudo

foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco,

registro CEP/UPE: 269/10 (ANEXO B).

Como critérios de inclusão ao estudo, os indivíduos deveriam: a) ter idade

entre 50 e 80 anos; b) ter o índice tornozelo braço ≤ 0,90; c) apresentar sintomas de

CI (dor, formigamento ou câimbra nos membros inferiores); d) não ter sido

submetido à cirurgia de revascularização ou angioplastia há menos de um ano; e)

não fazer uso de bloqueadores de canal de cálcio não-dihidropiridinico; g) não

apresentar arritmias complexas ou isquemia durante o teste ergométrico, na

ecocardiografia de estresse ou na cintilografia miocárdica de perfusão, que contra

indiquem a prática de exercício físico; h) estar com os níveis de pressão arterial

sistólica e diastólica menores que 160 e 105 mmHg respectivamente; i) Apresentar

níveis de glicemia menores que 250mg/dl.

Os indivíduos só eram excluídos do estudo caso tivessem realizado alguma

mudança de medicação antes de completar todas as sessões experimentais ou

apresentassem algum comprometimento na saúde (lesão osteomioarticular,

hospitalização, glicemia e pressão arterial descompensada) que contraindicasse a

pratica de exercício físico. Na figura 1, é apresentado um fluxograma desde a fase

de recrutamento dos pacientes, procedimentos que se submeteram até a

participação nas sessões experimentais. Dos 22 pacientes recrutados, apenas 13

atenderam a todos os critérios para participação na pesquisa.

30

Figura 1. Fluxograma dos pacientes recrutados para participar na pesquisa.

4.2 Desenho experimental do estudo

Na primeira semana, cada indivíduo foi submetido à triagem, em que foram

realizados os seguintes procedimentos: anamnese, medida da pressão arterial em

repouso, confirmação do diagnóstico de DAP e avaliação cardiológica.

Aqueles considerados aptos se submeteram, na segunda semana, a uma

sessão de adaptação aos exercícios de força e de caminhada em esteira

ergométrica. Nessa sessão, os indivíduos realizaram exercícios de força em

equipamentos para musculação e caminhada na esteira ergométrica.

Na terceira semana, os indivíduos realizaram sessões para identificação das

cargas dos exercícios de força e da velocidade da esteira ergométrica para

31

utilização nas sessões experimentais. Em seguida ao período de adaptação aos

exercícios, todos os indivíduos foram submetidos ao teste de uma repetição máxima.

Nas duas semanas subsequentes, foram realizadas as sessões

experimentais. Os voluntários se submeteram a três sessões experimentais:

exercício de caminhada (EC), exercício de força (EF) e controle (SC), que foram

realizadas com intervalo de pelo menos três dias entre elas. Antes e até 24 horas

após as sessões experimentais, as variáveis cardiovasculares foram obtidas. Na

figura 2 é apresentado o desenho experimental do estudo.

Figura 1. Desenho experimental do estudo.

Anamnese: Dados Demográficos, Fatores de Risco cardiovascular e Doenças presentes.

Medida da pressão arterial em repouso PAS < 160mmHg PAD < 105mmH

Confirmação do diagnóstico da doença arterial periférica: ITB ≤ 0,90.

Avaliação cardiológica: Teste ergométrico, ecocardiografia sob estresse ou cintilografia miocárdica de perfusão.

Semana 1

Triagem

Semana 3

Determinação das cargas

e velocidade na esteira

Semana 4 Semana 5

Sessão Experimental

Exercícios de força: Supino reto Leg press 45º Remada baixa Extensão de joelhos Elevação frontal Flexão de joelhos Rosca direta Abdução de quadril Séries: 02; Repetições: 10; Carga: mínima. Intervalo de recuperação: 45’’ entre as séries.

Exercício caminhada:

Ciclos: 5; Velocidade: 3,2 km/h; Inclinação: 0 %.

Exercícios de força: Supino reto Leg press 45º Remada Baixa Extensão de joelhos Elevação Frontal Flexão de joelhos Rosca direta Abdução de quadril Séries: 02 Repetições: 10 Carga: equivalente a 5 - 7 Escala (PSE) de OMNI-RES Intervalo de Recuperação: 2’ entre as séries.

Exercício Caminhada: Velocidade inicial: 3,2 km/h; Aumento da velocidade: 0,3 km/h a cada 2 minutos Duração do ciclo: 2’ caminhando. Intervalo de Recuperação: 2’ sentado. Velocidade final: Sintomas de Claudicação Intermitente ou 85% da Frequência Cardíaca máxima.

Exercícios: Supino reto Leg press 45º Remada Baixa Extensão de joelhos Elevação Frontal Flexão de joelhos Rosca direta Abdução de quadril Aquecimento:10 repetições Tentativas: 05 Intervalo de Recuperação: 5’ entre as tentativas.

Exercício de Força: Supino reto Leg press 45º Remada baixa Extensão de joelhos Elevação frontal Flexão de joelhos Rosca direta Abdução de quadril Séries: 02 Repetições: 10 Carga: equivalente a 5 - 7 Escala (PSE) de OMNI-RES Intervalo de Recuperação: 2’ entre as séries.

Exercício Caminhada: Ciclos: 10 Duração do ciclo: 2’ caminhando. Intervalo de Recuperação: 2’ sentado. Velocidade: Sintomas de Claudicação Intermitente ou 85% da frequência cardíaca máxima.

Sessão Controle: Nos exercícios de força realizaram apenas a execução do movimento sem adição da carga: Supino reto Leg press 45º Remada baixa Extensão de joelhos Elevação frontal Flexão de joelhos Rosca direta Abdução de quadril Séries: 01 Repetições: 10 Carga: sem adição Intervalo de Recuperação: 2’ entre os exercícios. No exercício de caminhada ficavam apenas em pé na plataforma da esteira: Ciclos: 5 Duração do ciclo: 2’ em pé na plataforma da esteira. Intervalo de Recuperação: 2’ sentado.

Adaptação

Semana 2 Semana 6

Teste de 1 repetição máxima

32

33

4.3 Triagem

Para triagem, os indivíduos realizaram anamnese, medida da pressão arterial

em repouso, confirmação do diagnóstico de DAP e avaliação cardiológica. A

anamnese teve como objetivo obter informações referentes aos dados demográficos

(idade, gênero, medicamentos utilizados e histórico médico), fatores de risco

cardiovascular (diabetes, hipertensão, dislipidemia, tabagismo e baixo nível de

atividade física) e doenças presentes.

A pressão arterial dos voluntários foi medida para verificar se estavam com

níveis adequados para a prática de exercício físico (160mmHg e 105mmHg, para a

pressão arterial sistólica e diastólica respectivamente). Para tanto, as medidas foram

realizadas seguindo os procedimentos recomendados pelas Diretrizes Brasileiras de

Hipertensão Arterial (BRANDÃO et al., 2010).

A confirmação do diagnóstico da DAP foi realizada pelo ITB em repouso. A

pressão arterial sistólica do tornozelo (artérias pediosa e tibial posterior) e a pressão

arterial sistólica do braço foram obtidas de acordo com as recomendações prévias

(NORGREN et al., 2007). Em posse dos dados de pressão arterial do braço e de

tornozelo, foi calculado o ITB por meio da divisão da maior pressão arterial sistólica do

tornozelo pela maior pressão arterial sistólica do braço. A DAP foi confirmada nos

indivíduos que apresentaram ITB ≤ 0,90 em repouso em pelo menos um membro.

O teste ergométrico máximo em esteira foi realizado para identificação de

doenças cardiovasculares que contraindicassem a prática de atividade física. O teste

foi realizado por uma médica cardiologista utilizando protocolo escalonado de Bruce

(BRUCE, 1956). Durante o teste, a frequência cardíaca foi continuamente

monitorizada por um eletrocardiógrafo (Cardio Perfect) e registrada ao final de cada

minuto. A pressão arterial foi medida a cada três minutos por meio do método

auscultatório. O teste foi interrompido na capacidade máxima do indivíduo. Naqueles

pacientes em que não foi possível alcançar 85% da frequência cardíaca, máxima

prevista no teste de esforço em esteira, foi realizada ecocardiografia de estresse ou

cintilografia miocárdica de perfusão. O protocolo utilizado na ecocardiografia de

estresse constituiu na infusão intravenosa de dobutamina em doses progressivas de

5, 10, 20, 30 e 40 μg/km/min a cada 3 minutos. Quando necessário foi administrado

atropina de até 1mg. Foram obtidas imagens paraesternal, longitudinal, transversa, 4

câmaras, 2 câmaras, sendo o exame interrompido quando o paciente atingiu a

34

frequência cardíaca submáxima ou sendo detectado sinais de isquemia miocárdica.

Na cintilografia miocárdica de perfusão, o protocolo consistiu em duas etapas

(esforço e repouso). No repouso, o paciente recebeu a injeção do radiofármaco 99m

Tc-MIBI (2-metoxi-isobutil-isonitrila) injetado por 1 minuto e o esforço poderia ser

realizado com o paciente caminhando na esteira ou recebendo um medicamento

(dipiridamol), conforme orientação médica. Só foram incluídos no estudo aqueles

indivíduos que não apresentaram problemas cardiovasculares (insuficiência cardíaca

congestiva, isquemia do miocárdio, arritmias complexas, infarto agudo do miocárdio,

revascularização das artérias coronariana).

4.3.1 Adaptação

Todos os indivíduos participaram de uma sessão de adaptação aos exercícios

de força e de caminhada na esteira ergométrica. Nos exercícios de força, os

indivíduos realizaram duas séries de 10 repetições com intervalo de 45 segundos

entre as séries em oito exercícios: supino reto, leg-press 45º, remada baixa,

extensão dos joelhos, elevação frontal, flexão dos joelhos, rosca direta e abdução do

quadril. Para adaptação à caminhada na esteira ergométrica, os indivíduos

realizaram cinco ciclos com velocidade de 3,2 km/h e 0% de inclinação com dois

minutos de duração e com intervalo de recuperação entre os ciclos de dois minutos.

4.3.2 Determinação das cargas e da velocidade na esteira

Após o período de adaptação, foram realizadas sessões para identificação

das cargas e da velocidade na esteira, para prescrição do exercício nas sessões

experimentais. Nos exercícios de força, em cada exercício, foi identificada carga

equivalente a 5 – 7, na escala de OMNI-Resistance Exercise Scale (GEARHART et

al., 2001). Na esteira foi identificada a intensidade em que os indivíduos relataram o

início dos sintomas de CI ou apresentaram 85% da frequência cardíaca máxima.

Para tanto, a velocidade da esteira foi aumentada de forma progressiva, iniciando

com 3,2 km/h e acrescentando 0,3 km/h a cada 2 minutos, com 0% de inclinação.

35

4.3.3 Teste de uma repetição máxima - 1RM

Todos os voluntários se submeteram ao teste de uma repetição máxima nos

oito exercícios de força que seriam utilizados na sessão experimental: supino reto,

leg-press 45º, remada baixa, extensão dos joelhos, elevação frontal, flexão dos

joelhos, rosca direta e abdução de quadril. O teste teve início com aquecimento de

10 repetições e uma carga equivalente a 50% da estimada para primeira tentativa do

teste de 1RM. Em seguida, foram realizadas até cinco tentativas com intervalo de

recuperação de 5 minutos entre elas, assim determinada a carga referente à 1RM.

4.4 Sessões experimentais

Foram realizadas três sessões experimentais em ordem aleatória: EC, EF e

SC. As sessões foram realizadas no mesmo horário do dia com, pelo menos, três

dias de intervalo entre elas. O desenho experimental das sessões está apresentado

na figura 3.

Figura 3. Desenho das sessões experimentais.

Nas três sessões experimentais, ao chegar ao laboratório, os indivíduos

permaneceram em repouso, deitados em uma sala silenciosa com temperatura

controlada por 20 minutos. Após esse período, foi colocado no braço não dominante

o monitor ambulatorial da pressão arterial (Dyna-Mapa Cardios), que foi programado

para realizar medições da pressão arterial a cada dois minutos, até completar três

medições.

Posteriormente, os indivíduos se submeteram às intervenções (EF, EC, ou

SC). Na sessão EC, os indivíduos realizaram caminhada em esteira ergométrica em

36

10 ciclos, com dois minutos de duração e com intervalo de recuperação sentado

entre os ciclos de dois minutos, com a velocidade correspondente ao início do

sintoma de CI ou 85% da frequência cardíaca máxima. Na sessão EF, foram

realizados oito exercícios de força para membros superiores e inferiores, utilizando a

montagem alternada por segmento na seguinte ordem: supino reto, leg-press 45º,

remada baixa, extensão dos joelhos, elevação frontal, flexão dos joelhos, rosca

direta e abdução de quadril. Em todos os exercícios, foram realizadas duas séries de

10 repetições, com carga entre 5 a 7 na escala de OMNI-Resistance Exercise Scale.

O intervalo de recuperação entre as séries e os exercícios foi de dois minutos. Na

SC, os indivíduos realizaram os exercícios propostos na sessão EF, com 1 série de

10 repetições sem sobrecarga. Na esteira ergométrica, os indivíduos ficavam

apenas em pé na plataforma sem caminhar, com 5 ciclos de 2 minutos e intervalo de

recuperação de 2 minutos entre os ciclos sentado.

Após as intervenções, os voluntários retornaram ao laboratório, onde ficaram

em repouso, deitados, por mais 20 minutos. Após esse período, o MAPA foi

colocado novamente no braço não dominante dos voluntários e foi programado para

realizar medições da pressão arterial a cada 2 minutos até completar três medições.

Após essas medidas, o monitor foi mantido no braço não dominante do voluntário e

programado para realizar medições da pressão arterial no período de vigília e sono a

cada 20 e 30 minutos, respectivamente. Em seguida, o voluntário foi liberado para

suas atividades cotidianas com uso de pedômetro para monitorar a quantidade de

passos realizados. O voluntário retornou ao laboratório após 24 horas para a retirada

do monitor e do pedômetro.

4.5 Análise dos dados cardiovasculares ao longo de 24 horas

Após a retirada do MAPA dos voluntários, os dados foram transferidos para

um microcomputador que possuía o programa Dyna-mapa cardios. Em seguida, os

registros da pressão arterial e da frequência cardíaca foram importados para o

Microsoft excel versão 2007. Posteriormente, foram realizados os seguintes cálculos:

Média da pressão arterial e da frequência cardíaca das três medidas

realizadas a cada hora no período diurno, e das duas medidas realizadas

37

a cada hora no período noturno, bem como a média de todos os valores

registrados no período de 24 horas.

Pressão arterial e frequência cardíaca de vigília e de sono foram obtidas

pelas médias de todos os valores registrados no período em que as

voluntárias relataram estarem acordadas e dormindo, respectivamente.

Descenso noturno (média da pressão da vigília – média da pressão do

sono) x 100 / média da pressão de vigília.

Ascensão matutina, diferença entre a pressão arterial sistólica matinal

(média da pressão arterial sistólica nas primeiras duas horas após

despertar) e a menor pressão arterial sistólica durante o sono (média da

pressão arterial sistólica mais baixa e das pressões imediatamente antes e

após a mais baixa).

Carga pressórica foi considerada quando a porcentagem das medidas dos

valores de pressão arterial sistólica e diastólica foram maiores que

130mmHg e 80mmHg, respectivamente.

4.6 Tratamento estatístico

As análises de normalidade e homogeneidade de variância foram realizadas

por meio dos testes de Shapiro-Wilk e Levene, respectivamente. Para comparação

das variáveis cardiovasculares (pressão arterial, frequência cardíaca e o duplo

produto) em repouso antes das sessões experimentais, foi utilizado Análise de

variância de um caminho para medidas repetidas. Para análise das respostas

cardiovasculares antes e após o exercício, foi utilizada análise de variância de dois

caminhos repetidos, tendo como fatores principais a sessão (EC, EF e SC) e o

tempo (pré e pós-intervenção).

Para a comparação da pressão arterial, frequência cardíaca e o duplo produto

no período de vigília, sono e 24 horas, do descenso noturno da pressão arterial, da

ascensão matutina da pressão arterial sistólica e da carga pressórica entre as

sessões, foi utilizada Análise de variância de um caminho para medidas repetidas.

Em todas as análises, quando se verificou efeito significante, foi empregado o teste

de post-hoc de Newman-Keuls. Foi considerado significante o valor de P<0,05 e os

dados são apresentados em média e desvio padrão.

38

5. RESULTADOS

Na tabela 1, são apresentadas as características dos pacientes incluídos no

estudo. A maioria dos pacientes incluídos no estudo era hipertenso, estava em uso

de terapia anti-hipertensiva e vasodilatadores periféricos.

Tabela 1. Características dos pacientes com doença arterial periférica incluídos no

estudo (n=13).

Variáveis Valores

Demográficos

Mulheres/homens (n) 9/4

Idade (anos) 65 ± 11

Peso corporal (kg) 65 ± 12

Estatura (m) 1,57 ± 0,07

Índice de massa corporal (kg/m2) 26,4 ± 3,77

Índice tornozelo braço 0,64 ± 0,25

Fatores de risco cardiovascular

Hipertensão (%) 92,3

Diabetes melitos (%) 30,8

Tabagismo atual (%) 7,7

Obesidade (%) 15,4

Medicamentos

Inibidor da Enzima conversora de angiotensina (%) 30,8

Inibidor da Enzima conversora de angiotensina + Diurético (%) 15,4

Inibidor da Enzima conversora de angiotensina + β-bloqueador (%) 7,7

Ant. do receptor de angiot. + Diurético (%) 7,7

Ant. do receptor de angiot. + Bloqueador de canal de Ca (%) 7,7

Ant. do receptor de angiot. + Diurético + Bloqueador de canal de Ca (%) 7,7

Ant. do receptor de angiot. + Diurético + Beta-bloqueador (%) 7,7

Bloqueador de canal cálcio + Diuréticos (%) 7,7

Vasodilador periférico (%) 53,8

Legenda: ANT - antagonista, Ca - Cálcio, angiot - angiotensina.

39

Na tabela 2, são apresentadas as cargas utilizadas nos exercícios de força e

a respectiva percepção subjetiva de esforço na sessão EF.

Tabela 2. Carga e percepção subjetiva de esforço em cada exercício que compõe a

sessão exercício de força.

Exercícios Carga (kg) Percepção subjetiva de esforço

Supino reto 16 ± 5 6 ± 1

Leg press 45º 32 ± 22 6 ± 1

Remada baixa 20 ± 6 6 ± 1

Extensão de joelhos 14 ± 7 6 ± 1

Elevação frontal 6 ± 2 6 ± 1

Flexão de joelhos 20 ± 9 6 ± 1

Rosca direta 8 ± 3 6 ± 1

Abdução de quadril 23 ± 8 5 ± 2

A maior carga absoluta empregada nos exercícios para os membros

superiores e inferiores foi nos exercícios remada baixa e leg press 45º,

respectivamente. Enquanto, a elevação frontal e a extensão de joelhos foram os

exercícios que apresentaram menor carga absoluta. Em todos os exercícios a média

da percepção subjetiva de esforço ficou dentro dos limites pré-estabelecidos.

Na tabela 3, são apresentadas a velocidade média, a distância total de

caminhada, a frequência cardíaca e a percepção de dor dos pacientes durante a

sessão EC.

Tabela 3. Valores da velocidade média, frequência cardíaca, percepção de dor e

distância total de caminhada durante a sessão exercício de caminhada (n=13).

Variável Valores

Velocidade média (km/h) 4,4 ± 0,9

Frequência cardíaca (bpm) 112 ± 10

Percepção de dor 2,8 ± 1,2

Distância total de caminhada (m) 1467 ± 300

Na tabela 4, são apresentados os valores das variáveis cardiovasculares em

repouso antes das sessões experimentais.

40

Tabela 4. Valores das variáveis cardiovasculares em repouso antes das sessões

experimentais (n=13).

EC EF SC p

Pressão arterial sistólica (mmHg) 119 ± 13 116 ± 13 118 ± 19 0,90

Pressão arterial diastólica (mmHg) 72 ± 8 72 ± 9 73 ± 12 0,83

Pressão arterial média (mmHg) 87 ± 9 87 ± 9 88 ± 13 0,96

Frequência cardíaca (bpm) 72 ± 12 70 ± 14 71 ± 12 0,38

Duplo produto (mmHg*bpm) 8565±1828 8097±1940 8318±1538 0,50

Os valores de pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, pressão

arterial média, frequência cardíaca e duplo produto em repouso foram similares

antes das sessões experimentais (p>0,05).

Dos 13 pacientes incluídos no estudo, quatro iniciaram pela sessão EC, dois

pela sessão EF e sete pela SC. Na figura 4, é apresentada a resposta clínica da

pressão arterial sistólica antes e 20 minutos após as sessões experimentais. Em

comparação aos valores pré-intervenção, não foram observadas diferenças

significantes na pressão arterial sistólica em nenhuma das sessões experimentais

(p>0,05).

41

Pré Pós

0

60

80

100

120

140P

res

são

A

rte

rial S

istó

lica (

mm

Hg

)

Figura 4. Resposta clínica da pressão arterial sistólica após as sessões exercício

caminhada (círculo), exercício força (quadrado) e a sessão controle (triângulo) (n =

13).

Na figura 5, é apresentada a resposta clínica da pressão arterial diastólica até

20 minutos após as sessões experimentais. Em comparação aos valores pré-

intervenção, não foram observadas diferenças significantes na pressão arterial

diastólica em nenhuma das sessões experimentais (p>0,05).

42

Pré Pós

0

20

40

60

80

100P

res

são

A

rte

rial D

ias

tólica (

mm

Hg

)

Figura 5. Resposta clínica da pressão arterial diastólica após as sessões exercício

caminhada (círculo), exercício força (quadrado) e a sessão controle (triângulo) (n =

13).

Na figura 6, é apresentada a resposta clínica da pressão arterial média até 20

minutos após as sessões experimentais. Em comparação aos valores pré-

intervenção, não foram observadas diferenças significantes na pressão arterial

média em nenhuma das sessões experimentais (p>0,05).

43

Pré Pós

0

40

60

80

100

120

Pre

ss

ão

A

rte

rial M

éd

ia (

mm

Hg

)

Figura 6. Resposta clínica da pressão arterial média após as sessões exercício

caminhada (círculo), exercício força (quadrado) e a sessão controle (triângulo) (n =

13).

Na figura 7, é apresentada a resposta clínica da frequência cardíaca até 20

minutos após as sessões experimentais. Em comparação aos valores pré-

intervenção, não foram observadas alterações significantes na frequência cardíaca

em nenhuma das sessões experimentais (p>0,05).

44

Pré Pós

0

40

60

80

100

Fre

qu

ên

cia

Card

íaca (

bp

m)

Figura 7. Resposta clínica da frequência cardíaca após as sessões exercício

caminhada (círculo), exercício força (quadrado) e a sessão controle (triângulo) (n =

13).

Na figura 8, é apresentada a resposta clínica do duplo produto até 20 minutos

após as sessões experimentais. Em comparação aos valores pré-intervenção, não

foram observadas alterações significantes no duplo produto em nenhuma das

sessões experimentais (p>0,05).

45

Pré Pós

0

2000

6000

8000

10000

12000D

up

lo P

rod

uto

(m

mH

g *

bp

m)

Figura 8. Resposta clínica do duplo produto após as sessões exercício caminhada

(círculo), exercício força (quadrado) e a sessão controle (triângulo) (n = 13).

Na figura 9, é apresentada a resposta ambulatorial da pressão arterial

sistólica após as sessões experimentais. Em comparação aos valores pré-

intervenção, não foram observadas diferenças significantes na pressão arterial

sistólica em nenhuma das sessões experimentais (p>0,05).

46

Figura 9. Resposta ambulatorial da pressão arterial sistólica após as sessões

exercício caminhada (círculo), exercício força (quadrado) e a sessão controle

(triângulo) (n = 13).

Na figura 10, é apresentada a resposta ambulatorial da pressão arterial

diastólica após as sessões experimentais. Em comparação aos valores pré-

intervenção, não foram observadas diferenças significantes na pressão arterial

diastólica em nenhuma das sessões experimentais (p>0,05).

Figura 10. Resposta ambulatorial da pressão arterial diastólica após as sessões

exercício caminhada (círculo), exercício força (quadrado) e a sessão controle

(triângulo) (n = 13).

47

Na figura 11, é apresentada a resposta ambulatorial da pressão arterial média

após as sessões experimentais. Em comparação aos valores pré-intervenção, não

foram observadas diferenças significantes na pressão arterial média em nenhuma

das sessões experimentais (p>0,05).

Figura 11. Resposta ambulatorial da pressão arterial média após as sessões

exercício caminhada (círculo), exercício força (quadrado) e a sessão controle

(triângulo) (n = 13).

Na figura 12, é apresentada a resposta ambulatorial da frequência cardíaca

após as sessões experimentais. Em comparação aos valores pré-intervenção, não

foram observadas alterações significantes na frequência cardíaca após as sessões

experimentais (p>0,05).

48

Figura 12. Resposta ambulatorial da frequência cardíaca após as sessões exercício

caminhada (círculo), exercício força (quadrado) e a sessão controle (triângulo) (n =

13).

Na figura 13, é apresentada a resposta ambulatorial do duplo produto após as

sessões experimentais. Em comparação aos valores pré-intervenção, não foram

observadas alterações significantes no duplo produto após as sessões

experimentais (p>0,05).

Figura 13. Resposta ambulatorial do duplo produto após as sessões exercício

caminhada (círculo), exercício força (quadrado) e a sessão controle (triângulo) (n =

13).

49

Na tabela 5, são apresentadas as respostas das variáveis cardiovasculares

após as sessões experimentais nos períodos de 24 horas, vigília e sono.

Tabela 5. Respostas das variáveis cardiovasculares após as sessões

experimentais nos períodos de 24 horas, vigília e sono. (n=13).

EC EF SC p

24 horas

PAS (mmHg) – 3 ± 1 – 6 ± 3 – 3 ± 9 0,22

PAD (mmHg) – 2 ± 1 – 5 ± 2 – 4 ± 5 0,35

PAM (mmHg) + 4 ± 0 + 0 ± 1 –2 ± 7 0,18

FC (bpm) + 8 ± 1 + 7 ± 2 + 7 ± 2 0,39

DP (mmHg*bpm) + 738 ± 276 + 331 ± 407 + 596 ± 44 0,09

Vigília

PAS (mmHg) – 2 ± 1 – 4 ± 2 – 2 ± 9 0,30

PAD (mmHg) – 1 ± 0 – 3 ± 1 – 2 ± 5 0,40

PAM (mmHg) + 5 ± 0 + 1 ± 0 + 3 ± 7 0,30

FC (bpm) + 11 ± 2 + 10 ± 1 + 10 ± 1 0,40

DP (mmHg*bpm) + 1246 ± 558 + 821 ± 395 + 1131 ± 73 0,18

Sono

PAS (mmHg) – 7 ± 3 – 11 ± 2 – 7 ± 6 0,11

PAD (mmHg) – 6 ± 0 – 10 ± 2 – 8 ± 6 0,40

PAM (mmHg) 0 ± 2 – 5 ± 1 – 2 ± 6 0,15

FC (bpm) – 2 ± 1 0 ± 2 – 4 ± 4 0,35

DP (mmHg*bpm) – 735 ± 144 – 727 ± 242 – 852 ± 200 0,18

Valores em média e desvio padrão.

Legenda: PAS (pressão arterial sistólica), PAD (pressão arterial diastólica), PAM (pressão arterial

média), FC (frequência cardíaca), DP (duplo produto).

As respostas da pressão arterial sistólica, da pressão arterial diastólica, da

pressão arterial média, da frequência cardíaca e do produto nos períodos de 24

horas, vigília e sono não apresentaram diferença significante entre as sessões

experimentais (p>0,05).

50

Na tabela 6, são apresentadas as respostas das cargas pressóricas da

pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica nos períodos de 24 horas,

vigília e sono após as sessões experimentais.

Tabela 6. Respostas das cargas pressóricas da pressão arterial sistólica e pressão

arterial diastólica após as sessões experimentais nos períodos de 24 horas, vigília e

sono (n=13).

EC EF SC p

24 horas

PAS (%) 32 ± 29 16 ± 19 17 ± 14 0,27

PAD (%) 27 ± 21 20 ± 22 21 ± 18 0,17

Vigília

PAS (%) 32 ± 34 16 ± 14 18 ± 14 0,20

PAD (%) 31 ± 23 21 ± 22 24 ± 19 0,17

Sono

PAS (%) 30 ± 31 15 ± 15 20 ± 17 0,50

PAD (%) 20 ± 17 20 ± 23 24 ± 07 0,48

Valores em média e desvio padrão.

Legenda: PAS (pressão arterial sistólica), PAD (pressão arterial diastólica).

As respostas das cargas pressóricas da pressão arterial sistólica e da pressão

arterial diastólica nos períodos de 24 horas, vigília e sono foram similares entre as

sessões experimentais (p>0,05).

Na tabela 7, são apresentadas as respostas do descenso noturno da pressão

arterial sistólica e pressão arterial diastólica e da ascensão matutina da pressão

arterial sistólica após as sessões experimentais.

51

Tabela 7. Respostas do descenso noturno da pressão arterial sistólica e pressão

arterial diastólica e da ascensão matutina da pressão arterial sistólica, após as

sessões experimentais (n=13).

EC EF SC p

Descenso noturno

PAS (%) – 4 ± 8 – 5 ± 9 – 4 ± 6 0,86

PAD (%) – 8 ± 10 – 9 ± 10 – 9 ± 5 0,77

Ascensão matutina

PAS (%) 13 ± 11 5 ± 14 3 ± 12 0,20

Valores em média e desvio padrão

Legenda: PAS (pressão arterial sistólica), PAD (pressão arterial diastólica).

As respostas do descenso noturno da pressão arterial sistólica e pressão

arterial diastólica e da ascensão matutina da pressão arterial sistólica foram

similares entre as sessões experimentais. (p>0,05).

Na figura 14, é apresentada a quantidade de passos realizados pelos

pacientes após as sessões experimentais. O número de passos realizados após as

sessões EC, EF e SC foram similares (p=0,87).

Figura 14. Número de passos após as sessões experimentais exercício caminhada

(EC), exercício força (EF) e sessão controle (SC) (n = 13).

52

6. DISCUSSÃO

Os principais resultados do presente estudo foram: i) uma sessão com

exercício caminhada ou de força não promoveram redução da pressão arterial

sistólica, da pressão arterial diastólica, da pressão arterial média, da frequência

cardíaca e do duplo produto em situação clínica e ao longo das 24 horas; ii) As

variáveis cardiovasculares nos períodos de 24 horas, vigília e sono apresentaram

resultados similares entre as sessões experimentais, bem como as cargas

pressóricas, o descenso noturno e a ascensão matutina.

A redução da pressão arterial após uma única sessão de exercício de força

tem sido evidenciada tanto em indivíduos normotensos (REZK, 2006) quanto em

indivíduos hipertensos (MELO et al., 2006). Em indivíduos com DAP, dois estudos

verificaram as respostas da pressão arterial após uma única sessão com exercício

de força (CUCATO et al., 2011; RODRIGUES et al., 2013). Neste presente estudo

não foi verificada alteração da pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica e

pressão arterial média em situação clínica e nem ao longo das 24 horas.

Esses resultados divergem dos estudos de Cucato e colaboradores (2011) e

de Rodrigues (2013), que observaram uma redução clínica significativa na pressão

arterial. No estudo de Cucato e colaboradores (2011), os resultados indicaram uma

redução na pressão arterial sistólica -14mmHg ± 5mmHg. Ao passo que, no estudo

de Rodrigues (2013), foi observada redução na pressão arterial sistólica de -6mmHg

± 2mmHg. Como as características dos pacientes são similares entre os três estudos

(idosos com doenças associadas, elevada prevalência de hipertensão e em uso de

medicamentos anti-hipertensivos), é possível que a não ocorrência de efeitos

cardiovasculares após o exercício de força possa ser devido ao protocolo de

exercício utilizado. De fato, no presente estudo, a intensidade relativa foi de 54% de

1RM, ao passo que no estudo de Rodrigues (2013) foi de 64% de 1RM. Essa

diferença na intensidade pode não ter potencializado o efeito hipotensor do exercício

de força. Outra diferença entre esse e os demais estudos é o volume da sessão

(número de série, número de repetições, quantidade de exercícios e a carga). No

presente estudo foram utilizados 8 exercícios com 2 séries de 10 repetições com

aproximadamente 55% de 1-RM, totalizando um volume total de aproximadamente

8800. Já Rodrigues (2013) utilizou 6 exercícios, 3 séries de 10 repetições com

aproximadamente 65% de 1-RM, o que totaliza um volume de 11700.

53

Os resultados do MAPA, após a sessão de exercício de força, corroboram

com os resultados do estudo anterior da literatura. No único estudo que analisou o

comportamento da pressão arterial por um período de 24 horas em indivíduos com

DAP (RODRIGUES et al., 2013), também não foram observadas alterações na

pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, pressão arterial média,

frequência cardíaca e duplo produto. Esses resultados indicam que respostas

cardiovasculares duradouras não são observadas após o exercício de força em

pacientes com DAP, independentemente do protocolo de exercício de força utilizado.

Existe grande corpo de evidências documentando a HPE aeróbios tanto em

indivíduos normotensos (MACDONALD; MACDOUGALL; HOGBEN, 2000) como em

indivíduos hipertensos (CUNHA et al., 2006). Por exemplo, Quinn (2000), analisando

16 indivíduos hipertensos não medicados, observou redução da pressão arterial

sistólica por até 12 horas. Da mesma forma, Ciolac e colaboradores (2008)

observaram redução da pressão arterial sistólica por um período de até 24 horas em

indivíduos hipertensos medicados. Dessa forma, a hipótese inicial deste estudo era

que o exercício com características aeróbias poderia potencializar a duração das

respostas cardiovasculares nos pacientes com DAP. Todavia, a hipótese não foi

confirmada.

Alguns fatores parecem explicar as controvérsias entre o presente estudo e

os demais encontrados na literatura. Primeiro, a amostra estudada apresentou como

média da pressão arterial sistólica e diastólica, antes da sessão, um valor de

119mmHg e 72mmHg, respectivamente, ao passo que nos estudos anteriores, em

outras populações, os valores iniciais da pressão arterial sistólica e diastólica foram

acima de 150mmHg e 90mmHg, respectivamente. Considerando que quanto mais

elevado os valores da pressão arterial pré-exercício maior será a sua redução pós-

exercício (CASONATTO; POLITO, 2009), é possível que os valores mais baixos da

pressão arterial pré-exercício no presente estudo tenha minimizado a HPE.

Segundo, indivíduos com CI apresentam mecanismos de controle cardiovascular

alterados, como por exemplo, comprometimento da modulação simpática cardíaca

(GOERNIG et al., 2008), disfunção endotelial (BREVETTI et al., 2010) e aumento da

resistência vascular periférica (NORGREN et al., 2007). Como a HPE aeróbios tem

sido atribuída principalmente à redução da resistência vascular periférica, é possível

que a capacidade de vasodilatação prejudicada dos pacientes com DAP tenha

inibido a HPE. Terceiro, o protocolo do exercício realizado. Todos os estudos que

54

analisaram a HPE aeróbio utilizou um protocolo de exercício contínuo com pelo

menos 30 minutos de duração. Embora no presente estudo a duração do exercício

de caminhada tenha sido de 40 minutos, esse foi realizado de forma intermitente

devido ao comprometimento na capacidade de locomoção decorrente da CI. Por

fim, é possível que os exercícios de caminhada por ocasionar isquemia, ativem

reflexos adrenérgicos, atenuando os possíveis efeitos do exercício físico na pressão

arterial.

No presente estudo não foram observadas alteração do descenso noturno e

na ascensão matutina, variáveis que estão relacionadas com o risco de eventos

cardiovasculares agudos, como acidente vascular cerebral isquêmico e hemorrágico

(SOCIEDADE BRASILEIRAS DE CARDIOLOGIA, 2011). De fato, a ocorrência de

descenso noturno superior a 10% (padrão dipper) tem sido reportada como fator de

proteção cardiovascular (ORTEGA; DA SILVA; MION JR, 2008a). No entanto, pouco

se sabe sobre o efeito do exercício físico nessas variáveis (NAMI et al., 2000).

Recentemente, Da Silva (2012) observou em hipertensas medicadas que após uma

sessão com exercício de força realizado até a fadiga moderada 77% e 85% dos

indivíduos apresentaram padrão dipper da pressão arterial sistólica e pressão

arterial diastólica, respectivamente, enquanto no presente estudo foi observado após

a sessão exercício força que 23% e 31% dos indivíduos apresentaram padrão dipper

da pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica, respectivamente. Além

disso, Da Silva (2012) observou uma elevação de até 19±3mmHg após a realização

do exercício de força, enquanto que no presente estudo não foi observada qualquer

alteração dessa variável. É possível que essas diferentes respostas sejam

decorrentes dos diferentes protocolos realizados, visto que no presente estudo o

exercício de força foi realizado com intensidade submáxima, enquanto que no

estudo supracitado os indivíduos chegavam até à fadiga.

Do ponto de vista prático, os resultados do presente estudo indicaram que a

realização do exercício de caminhada e do exercício de força não promoveu

aumento da sobrecarga cardiovascular ao longo das 24 horas. Por outro lado, vale

ressaltar que a realização do exercício físico, independente do tipo, não é útil para

promover respostas cardiovasculares agudas. Dessa forma, ambas as modalidades

parecem não comprometer o risco cardiovascular dos pacientes.

Este estudo apresenta algumas limitações. Primeiro, foram incluídos nele

indivíduos normotensos e hipertensos. Todavia, pela dificuldade de recrutar esses

55

pacientes, optou-se por incluir os indivíduos normotensos. Segundo, os pacientes

estavam em uso de diferentes classes de medicamentos anti-hipertensivos. Apesar

do uso de vários medicamentos anti-hipertensivos ser comum nesses indivíduos, a

associação de diferentes terapias anti-hipertensivas pode exercer influência nos

resultados. Terceiro, a prescrição da intensidade no exercício de caminhada.

Indivíduos com DAP apresentam limitação na capacidade de locomoção, o que

dificulta a mensuração da capacidade cardiorespiratória por métodos que utilizam o

VO2máx como parâmetro de intensidade. Por fim, os indivíduos estavam em uso de

vasodilatadores periféricos, o que pode ter influenciado nas respostas da pressão

arterial diastólica. Contudo, para indivíduos com DAP, é recomendado no seu

tratamento clínico o uso dessa classe medicamentosa.

56

7. CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo indicaram que em pacientes com claudicação

intermitente o exercício de caminhada e o exercício de força não alteraram as

variáveis cardiovasculares como pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica,

pressão arterial média, frequência cardíaca e duplo produto no período pós-exercício

em situação clínica e ao longo das 24 horas. Bem como, os resultados não

apresentaram alteração nas cargas pressóricas, no descenso noturno da pressão

arterial sistólica e diastólica, e na ascenção matutina da pressão arterial sistólica.

Esses resultados indicam que a prática do exercício de caminhada e do exercício

de força não promove sobrecarga cardiovascular nos indivíduos com claudicação

intermitente, o que pode auxiliar na diminuição do risco cardiovascular desses

indivíduos. Assim, sugere-se a incorporação das sessões de exercício de caminhada

e de exercício de força como parte da terapia dos indivíduos com claudicação

intermitente.

57

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65

ANEXOS

ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL

LEGAL

1. NOME DO PACIENTE..............................................................................................

DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº :...................................... SEXO : M Ž F Ž

DATA NASCIMENTO: ......../......../.......

ENDEREÇO:............................................................................

Nº.............................

APTo:.................. BAIRRO:....................................... CIDADE:................................

CEP:....................................... TELEFONE DDD

(............)........................................

RESPONSÁVEL LEGAL:..........................................................................................

NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador

etc.)...................................................

IDENTIDADE:................ SEXO: M Ž F Ž DATA NASCIMENTO.:

....../....../......

ENDEREÇO:...................................................... Nº.................. APTo:

.....................

BAIRRO:.................................................... CIDADE:...............................................

CEP:....................................... TELEFONE DDD

(............)........................................

___________________________________________________________________

________

66

II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: RESPOSTAS

CARDIOVASCULARES AGUDAS EM DIFERENTES TIPOS DE EXERCÍCIOS EM

INDIVÍDUOS COM CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE

2. PESQUISADOR: Prof. Dr. Raphael Mendes Ritti Dias

3. CARGO/FUNÇÃO: Docente da Escola Superior de Educação Física da

Universidade de Pernambuco.

4. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:

SEM RISCOŽ RISCO MÍNIMO(X) RISCO BAIXOŽ RISCO MÉDIOŽ

RISCO MAIORŽ

5. DURAÇÃO DA PESQUISA: 2meses

III - REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU

REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNANDO:

1. Justificativa e os objetivos da pesquisa:

O (a) senhor (a) está sendo convidado (a) para participar de uma pesquisa

que tem o objetivo de verificar o efeito da musculação e da caminhada nas

respostas do seu coração e das funções que ele exerce quando o (a) senhor (a) está

em repouso ou caminha.

2. Procedimentos que serão utilizados:

Um dos responsáveis pela pesquisa explicará detalhadamente todos os

procedimentos no primeiro contato. Ao concordar em participar, o senhor será

submetido aos seguintes procedimentos:

1) Fará uma avaliação na qual serão medidos: sua pressão arterial no braço e na

perna, seu peso e sua altura;

2) Fará uma um teste ergométrico. Neste teste, o (a) senhor (a) fará uma caminhada

numa esteira ergométrica até o máximo que conseguir. Durante o teste, serão

medidas a sua frequência cardíaca (batimentos do coração) e a pressão arterial.

67

3) Fará duas sessões de musculação com as cargas menores possíveis, para que o

(a) senhor (a) possa aprender como realizar os exercícios. E duas sessões de

caminhada na esteira com uma velocidade de 3,2Km/h, para aprender a caminhar

na esteira.

4) Fará duas sessões de um teste de força em dias diferentes. Esse teste será

realizado no próprio equipamento de musculação e tem como objetivo descobrir qual

a carga de treino que o (a) senhor (a) utilizará na sessão experimental. E duas

sessões para encontrar a sua velocidade na esteira.

5) O (a) senhor (a) será sorteado para fazer parte do grupo de musculação,

caminhada, concorrente ou para o grupo controle.

6) Fará quatro sessões experimentais com duração aproximada de 130 minutos. Em

cada sessão, o (a) senhor (a) realizará:

Medida da pressão arterial com um aparelho colocado no seu braço. Além

disso, após a sessão, o senhor (a) irá embora com um aparelho no braço, que

medirá sua pressão arterial a cada 15 minutos durante 24 horas;

3. Desconfortos e riscos esperados:

Todos os exames desta pesquisa são seguros e bem tolerados. Entretanto,

alguns desconfortos podem ocorrer. De maneira geral, pode-se esperar:

a) Em todos os testes que envolverem exercício físico poderá haver cansaço e dor

nas pernas, tanto durante quanto ao final do mesmo.

b) No teste ergoespirométrico, em algumas pessoas que sofrem do coração, mas

desconhecem este fato, esse exame poderá tornar o problema evidente. Para

sua segurança, este exame sempre será acompanhado de um médico;

4. Benefícios que poderão ser obtidos:

Sem nenhum gasto, o (a) senhor (a) fará uma avaliação cardiovascular que

incluirá exames como: eletrocardiogramas em repouso e durante o exercício, exame

de sangue e medida da pressão arterial de repouso e de 24 horas. Além disso, sua

condição física também será avaliada pelo teste ergoespirométrico. Se algum

68

problema de saúde for evidenciado, o (a) senhor (a) será informado. Durante o

projeto, o (a) senhor (a) receberá treinamento físico de musculação ou caminhada

conforme o sorteio realizado, além de orientações para a prática saudável do

exercício físico. As informações obtidas neste estudo serão extremamente úteis para

nortear a prescrição do exercício para indivíduos com a doença arterial periférica.

IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS

DO SUJEITO DA PESQUISA:

1. Acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e

benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas.

Sim. Você terá acesso, quando quiser, às informações constantes nesta

declaração ou a qualquer outra informação que deseje sobre este estudo, incluindo

os resultados de seus exames.

2. Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de

participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência.

Sim. Você não é obrigado (a) a participar deste estudo. Você pode se recusar a

participar e pode também desistir de participar a qualquer momento.

3. Salvaguarda de confidencialidade, sigilo e privacidade:

Sim. A pesquisa é confidencial, sigilosa e garante a privacidade dos

participantes. Assim, a pessoa que participar não terá sua imagem ou seu nome

publicado em qualquer via de comunicação como revistas, artigos, textos na internet,

etc. Seus dados serão tratados sempre de forma anônima.

4. Disponibilidade de assistência no Hospital por eventuais danos à saúde,

decorrentes da pesquisa.

Sim. Está garantido seu encaminhamento ao Hospital Oswaldo Cruz da

Universidade de Pernambuco por qualquer problema que a pesquisa por ventura

possa causar a você.

69

V. INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS

RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO

EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS

Prof. Dr. Raphael Mendes Ritti Dias

Escola Superior de Educação Física da Universidade de Pernambuco.

Rua Arnóbio Marques, 310 – Recife/PE – CEP 50100-130

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9728 6878

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VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter

entendido o que me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de

Pesquisa

Recife, de de .

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assinatura do sujeito da pesquisa ou

responsável legal

assinatura do pesquisador

(carimbo ou nome legível)

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ANEXO B - Carta de aprovação do projeto pelo Comitê de Ética