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Contra-relógio DIVERSIDADE BIOLÓGICA AGRÍCOLA Reportagem PAUL DO BOQUILOBO Entrevista NA PISTA DOS DINOSSAUROS LUSITANOS Ano XII • N.º 42 • 21 de março 2013 Cowntdown Agricultural Biological Diversity Report Boquilobo Wetland Interview On the trail of the dinosaurs 6,8 HECTARES DE PARQUE BIOLÓGICO DE GAIA + CONCURSO DE FOTOGRAFIA ESTAÇÃO LITORAL DA AGUDA + RESERVA NATURAL LOCAL DO ESTUÁRIO DO DOURO

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Contra-relógio

DIVERSIDADE BIOLÓGICA AGRÍCOLAReportagem

PAUL DO BOQUILOBO Entrevista

NA PISTA DOS DINOSSAUROSLUSITANOS

Ano XII • N.º 42 • 21 de março 2013

Cowntdown

Agricultural Biological Diversity

Report

Boquilobo Wetland

Interview

On the trail of the dinosaurs

6,8 HECTARES DE PARQUE BIOLÓGICO DE GAIA + CONCURSO DE FOTOGRAFIAESTAÇÃO LITORAL DA AGUDA + RESERVA NATURAL LOCAL DO ESTUÁRIO DO DOURO

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 3

EDITORIAL 3

Nuno OliveiraDiretor da revista "Parques e Vida Selvagem"

Cada vez se descobremmais espécies novas

Uma dessas espécies é uma

gralha, do género Cyanocoraxque, apesar dos seus cerca de 35

centímetros de comprimento e de

viver a 150 km a sul da Manaus, nunca fora

descrita.

Esta descoberta vem elevar a biodiversidade

brasileira para cerca de 1840 espécies de

aves. Luís Fábio Silveira, curador de ornitologia

do Museu de Zoologia da Universidade de São

Paulo disse que “Apenas a Colômbia tem mais

espécies do que nós, aproximadamente 1900.

Mas, daqui a uma década, devemos chegar

às duas mil espécies de aves conhecidas no

Brasil. Há vários exemplares de aves desco-

nhecidas nos museus brasileiros, oriundas

de diversos biomas, que serão descritas nos

próximos anos.”

Entre as muitas espécies novas de 2012,

contam-se o Macaco-lesula, Cercopithecus Iomamiensis, da República Democrática do

Congo, a cobra noturna Sibon noalamina, do

Panamá, a pequena violeta, Viola lilliputana, do

Peru, e o mais pequeno vertebrado conhecido,

a rã da Nova Guiné, Paedophryne amauensis,

que em adulta não ultrapassa 8 mm.

Já este ano, António Frias Martins, da Univer-

sidade dos Açores, anunciou a descoberta de

30 novas espécies de moluscos nas ilhas do

arquipélago, a juntar às 102 já descritas para

os Açores.

No Atlântico foram encontrados fósseis que

permitiram a uma equipa liderada por Ismael

Miján, da Sociedade Galega de História

Natural, em que participou Otávio Mateus,

professor de Paleontologia na Universidade

Nova de Lisboa e investigador no Museu da

Lourinhã, identifi car quatro novas espécies de

baleias, já extintas.

A intensifi cação dos trabalhos de investigação

é responsável por estas descobertas: cada vez

maior número de cientistas anda no terreno,

percorrendo os quatro cantos do mundo.

Mas milhões de espécies continuam por

descobrir. Recentemente, Quentin Wheeler,

da Universidade do Arizona, afi rmou: "Não sei

se fi que mais surpreendido com as espécies

descobertas todos os anos ou com a nossa

enorme ignorância sobre a biodiversidade de

que fazemos parte".

OUTRAS ESPÉCIES EXPANDEM A SUA ÁREA DE DISTRIBUIÇÃOO Peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus) é

uma ave simbólica em Portugal, por no pas-

sado recente ser muito rara, e por isso usada

como emblema do NPEPVS (Núcleo Portu-

guês de Estudo e Proteção da Vida Selvagem)

e da LPN (Liga para a Proteção da Natureza).

Rapina de pequeno porte (cerca de 80 cm

de envergadura), tinha uma área de distribui-

ção inicial essencialmente tropical; a partir da

África subsariana colonizou a África do Norte e

chegou à Península Ibérica, onde se reprodu-

ziu pela primeira vez em 1963, no Alentejo; em

1975 reproduziu-se em Espanha, na Estrema-

dura. A população foi aumentando ao longo

das últimas décadas, e expandiu-se: chegou

a França e ao Médio Oriente. Em Portugal

ocorria apenas na metade Sul da país mas,

aos poucos, tem vindo a conquistar o Norte e,

hoje, é presença regular, por exemplo, na ria

de Aveiro.

CADA VEZ MAIS ESPÉCIES A DESAPARECEREMO Livro Vermelho das espécies ameaçadas,

da UICN (União Internacional para a Conser-

vação da Natureza), regista a existência de

20 219 espécies animais e vegetais em risco

de extinção, contra as 19 570 do ano ante-

rior. No entanto, só uma pequeníssima parte

(4%) das cerca de 1,7 milhões existentes no

mundo está sufi cientemente estudada.

Embora a causa principal das extinções seja

a destruição dos habitats naturais, muitas

outras se lhe juntam. A revista “Landscape and Urban Planning” publicou um estudo de

O Museu de Zoologia

da Universidade de

São Paulo, o Instituto

Nacional de Pesquisas

da Amazónia,

de Manaus, e o Museu

Emílio Goeldi,

de Belém do Pará,

vão apresentar

15 novas espécies

de aves descobertas

na Amazónia

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4 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

4 EDITORIAL

Daniel Paton, Francisco Romero, Javier Cuen-

ca e José Carlos Escudero, da Universidade

espanhola da Estremadura, sobre 91 espécies

de aves, feito em parques de pequenas vilas

de Portugal e Espanha, onde o nível de ruído

não ultrapassa os 40 decibéis (dB) e em

parques de grandes cidades, com ruído acima

dos 70 dB.

Descobriram, que as espécies mais intole-

rantes ao ruído são a Estrelinha-de-poupa

(Regulus regulus), a Rola-brava (Streptopelia turtur), o Pica-pau-malhado-pequeno (Den-drocopos minor), a Águia-de-asa-redonda

(Buteo buteo), a Andorinha-dáurica (Cecropis[antigo género Hirundo] daurica) o Corvo

(Corvus corax), o Papa-fi gos (Oriolus oriolus),

o Rouxinol-bravo (Cettia cetti), o Pardal-espa-

nhol (Passer hispanoliensis) e a Toutinegra-de-

-cabeça-preta (Sylvia melanocephala).

A construção de barreiras acústicas nas es-

tradas e o aumento da área das zonas verdes

podem ajudar a diminuir a perda da biodiversi-

dade urbana.

Mas também pragas de doenças podem

ameaçar espécies, por vezes devido aos

impactos humanos nos ecossistemas. Desde

a década de 1980 conhece-se o efeito do

fungo Batrachochytrium dendrobatidis sobre

as populações de anfíbios, causando-lhes

uma doença denominada quitridiomicose. Um

grupo de cientistas portugueses, espanhóis

e ingleses (Rosa, et all, 2012) vem agora

demonstrar, na revista “Animal Conservation”, que a doença está a matar os sapos-parteiros

(Alytes obstetricans) na Serra da Estrela e a

causar o seu rápido declínio neste parque na-

tural. Em agosto de 2009 centenas de girinos

de sapos-parteiros foram encontrados mortos

na lagoa do Covão das Quelhas, tendo-se

comprovado que a referida doença foi a causa

dessas mortes.

VERDE URBANOAinda a revista “Landscape and Urban Plan-ning” publica, no seu último número de 2012,

um artigo de Mary K. Wolfe e Jeremy Mennis,

onde se demonstra, com base em estudos

feitos em Filadélfi a (EUA), que os espaços

verdes urbanos contribuem para a diminuição

da criminalidade. Diz Jeremy Mennis, professor

de geografi a da Universidade de Temple que

“Há uma ideia antiga, em planeamento urbano,

segundo a qual não se devem ter grandes

maciços de vegetação nas cidades, porque isso

pode encobrir o crime, escondendo a atividade

criminal ou permitindo a fuga dos criminosos.

Mas os espaços verdes bem conservados podem

ter o efeito de reduzir o crime”, e defende que es-

tar num ambiente natural suprime os precursores

do comportamento violento.

MÁ QUALIDADE AMBIENTAL MATAO estudo da OMS (Organização Mundial de

Saúde) “Environmental Burden of Disease”(responsabilidade ambiental nas doenças) estima

que morram, por ano, 16 700 portugueses com

doenças provocadas por problemas ambientais,

como a poluição, a qualidade da água, o tipo de

construção dos edifícios (uso de amianto, por

exemplo), radiações UV, poluição sonora, etc. Só

devido a infeções respiratórias decorrentes da

má qualidade do ar, a OMS estima que morram

anualmente cerca de dois mil portugueses.

Isto para não falar no uso abusivo de herbicidas

que o Plano Nacional de Saúde correlaciona com

o cancro da mama e outras doenças; que mal

fazem umas ervas no passeio? Que justifi cação

pode haver para “lavar” ruas com herbicidas?

Felizmente isso irá acabar em breve, pois a Lei n.º

26/2013, de 11 de abril, transpôs para o direito

português a Diretiva n.º 2009/128/CE, que regula

o uso de produtos fi tofarmacêuticos e determina

que “Em zonas urbanas e de lazer só devem ser

utilizados produtos fi tofarmacêuticos quando não

existam outras alternativas viáveis, nomeadamen-

te meios de combate mecânicos e biológicos”

e que “A partir de 26 de novembro de 2015,

os produtos fi tofarmacêuticos apenas podem

ser aplicados, por aplicadores habilitados, com

formação superior ou de nível técnico-profi ssional,

na área agrícola ou afi ns”.

COMER INSETOSO relatório da FAO (Organização para a Alimenta-

ção e Agricultura das Nações Unidas), intitulado

“Edible insects - Future prospects for food and feed security” (insetos comestíveis - perspetivas

futuras para a segurança alimentar e alimentação),

apresentado recentemente em Roma, depois

de revelar que 2 mil milhões de pessoas (28%

do população mundial) já incluem regularmente

insetos na sua alimentação, vem sugerir que estes

invertebrados podem ajudar a resolver o problema

da nutrição da população mundial que continua a

aumentar, podendo chegar aos 9 mil milhões de

habitantes em 2050.

O relatório aponta mais de 1900 espécies de in-

setos comestíveis, desde escaravelhos a lagartas,

abelhas, formigas, gafanhotos, cigarras, libélulas

e moscas.

Aos que (ainda) acham que um escaravelho ou

uma borboleta não servem para nada, vem

agora a FAO dizer que, a acrescentar às

muitas utilidades dos insetos já conhecidas,

junta-se o seu potencial para alimentação de

pessoas e animais. Afi nal, a biodiversidade é

mesmo muito importante!

PRÉMIO PARA RIBEIRO TELLES NO ANO EM QUE “LHE” ACABAM COM A RENO engenheiro agrónomo e arquiteto-paisagista

Gonçalo Ribeiro Telles, que completou no

passado dia 25 de maio 91 anos, recebeu o

prémio Sir Geoffrey Jellicoe 2013, uma espécie

de prémio “Nobel” da área da arquitetura-

-paisagista.

Uma das suas obras mais conhecidas são

os jardins da Fundação Gulbenkian e a ele se

deve a criação de REN (Reserva Ecológica

Nacional) em 1983, quando era Ministro da

Qualidade de Vida.

A REN foi criada pelo Decreto-lei n.º 321/83,

de 5 de julho, integrava, pois, “todas as áreas

indispensáveis à estabilidade ecológica do

meio e à utilização racional dos recursos natu-

rais, tendo em vista o correto ordenamento do

território”.

Instrumento importantíssimo que ao longo de

décadas impediu desmandos urbanísticos e

outros, é agora ameaçado de extinção pela re-

solução do Conselho de Ministros n.º 81/2012,

de 3/10/2012.

A determinado passo, essa Resolução afi rma

uma coisa incrível: “... os principais objetivos

que presidiram à instituição da REN foram

perdendo relevância prática e, ao invés, aca-

baram por potenciar entropias e disfunções no

próprio sistema do ordenamento do território,

criando difi culdades excessivas no relaciona-

mento institucional entre os vários serviços da

administração e os particulares.” Ou seja, a

Resolução do Conselho de Ministros acolhe a

argumentação daqueles que sempre deram

cabo do território e que veem na REN um

inimigo a abater! A REN não perdeu relevância,

nem entrou em confl ito com outros instrumen-

tos de ordenamento do território.

Recentemente (maio de 2013) foi anunciado

pelo Diretor-geral do Território, que a Reserva

Ecológica Nacional irá ser extinta e substituída

por um “Plano Sectorial de Riscos”; ou seja,

vai reduzir-se a REN às situações em que ela

acautelava riscos, como sejam leitos de cheia

e arribas, deixando de fora a proteção do

território. A ver vamos!

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 5

OPINIÃO 5

Luís Filipe MenezesPresidente da Câmara Municipalde Vila Nova de Gaia

Gaia: espaço verde mais espaço verde

Apolítica municipal de criação e

desenvolvimento de espaços

verdes prossegue a bom ritmo,

tendo em Maio sido aberto mais

um, o Parque do Conde das Devesas, cuja

temática são as Camélias e, em particular, as

variedades portuguesas de Camélias.

Estas belíssimas fl ores de Inverno são cada

vez mais populares em todo o Mundo;

este novo parque pode, ao apresentar uma

coleção de mais de 120 variedades – algu-

mas raríssimas – devidamente identifi cadas,

contribuir para incrementar o turismo em torno

das Camélias ou Japoneiras, como já acontece

com parques similares na Galiza. Isto porque o

turismo não se faz só com grandes coisas, mas

também com o somatório de muitos pequenos e

diversifi cados polos de atracção.

Em breve – esperemos que em Junho – abrirá

o Parque da Ponte Maria Pia, que aproveita o

abandonado canal ferroviário Porto/Lisboa e

transforma um perigoso buraco, coberto de

silvas, num local aprazível de passeio e lazer, que

um dia terá continuação numa via ciclo-pedonal

através da Ponte Maria Pia, até ao Porto.

E ainda este ano esperamos requalifi car o

Parque de Merendas de Arcozelo e completar

a 2.ª fase do Parque de S. Caetano, obras

que deverão ter início em Junho.

Outro objectivo é prosseguir a ampliação do

Parque Biológico, iniciada no ano passado

com a aquisição de 7 hectares de novos ter-

renos e abri-los à visitação o mais depressa

possível.

João L

. Te

ixeira

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6 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

FICHA TÉCNICARevista “Parques e Vida Selvagem”

Diretor Nuno Gomes Oliveira

Editor Parque Biológico de Gaia

Coordenador da Redação Jorge Gomes

Fotografi as Arquivo Fotográfi co

do Parque Biológico de Gaia

Propriedade Águas e Parque Biológico de Gaia, EEM

Pessoa coletiva 504763202

Tiragem 10 000 exemplares

ISSN 1645-2607

N.º Registo no I. C. S. 123937

Dep. Legal 170787/01

Administração e Redação

Parque Biológico de Gaia

Rua da Cunha • 4430-681 Avintes

Portugal

Telefone 227878120

E-mail: [email protected]

Internet http://www.parquebiologico.pt

Conselho de Administração

José Miranda de Sousa Maciel, Nuno Gomes Oliveira,

Serafi m Silva Martins, José António Bastos Cardoso,

Brito da Silva

Inverno 2012• 2013

Capa: Lontra-europeia, mãe e cria

nascida no Parque Biológico de Gaia

o ano passado.

Foto de João L. Teixeira

ErrataNa revista PARQUES E VIDA SELVAGEM n.º 41 publicou-se um artigo sobre o Parque Natural do Litoral Norte. Quando da candidatura ao atual estatuto de conservação o sítio Montedor (Natura 2000) foi justamente proposto para esse enquadramento, o que não acabou por acontecer. Uma saída de campo a este sítio foi por lapso formal, assim, referenciada como sendo percurso dentro do PNLN. Se formos otimistas, será futurologia? Nesse caso o território sob maior proteção seria alargado no porvir.

Na produção desta revista, ao utilizar um papel com 60% de fi bras

recicladas (Satimat Green) em vez de um papel não reciclado,

o impacto ambiental foi reduzido em:

kg de aterro1762

kg de CO2 (gases de efeito de estufa)1590

litros de água159

kWh de energia38170

kg de madeira3804

km de viagem num automóvel europeu de consumo médio

2863

www.facebook.com/parquesevidaselvagem

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 7

50 NA PISTA DOS DINOSSAUROS LUSITANOSentrevistaAlguns eram pequenitos, mas os que fi cam na memória são os

maiores, com uma dimensão que à nossa escala nada parecia

capaz de derrubar. Uma lição que pode ser retida pelo ser humano:

no que toca aos frágeis equilíbrios da Terra, a verdade é que não

passamos de ínfi mas formiguitas diante da natureza. Falamos com

Octávio Mateus, paleontólogo com muito trabalho já realizado em

torno dos dinossauros.

8 Cartoon

9 Ver e falar

12 Fotonotícias

14 Portfolio

22 Quinteiro

26 Dunas

32 Espaços verdes

47 Sair da casca

60 Reportagem

64 Pesquisa

68 Migrações

70 Retratos naturais

72 Atualidade

77 Crónica

20 DIVERSIDADE BIOLÓGICA AGRÍCOLAcontra-relógioSe é verdade que a diversidade biológica é a base da agricultura, mais

certo é que a diversidade biológica agrícola inclui ecossistemas, animais,

plantas e micro-organismos relacionados com a alimentação e a agricultu-

ra. Na Década da Biodiversidade é obrigatório pensar nisto.

54 RESERVA NATURALDO PAUL DO BOQUILOBOreportagemPaul ou pântano, como quiser, o Boquilobo pertence a uma minoria de zonas

húmidas que não chegaram a desaparecer. Quer se comemore em 2013

o Ano Internacional para a Cooperação pela Água quer se celebre o Dia

Mundial das Zonas Húmidas em 2 de fevereiro, a verdade é que a água todos

os dias é indispensável à vida e os ecossistemas que a conservam são

do maior interesse. É por essa razão que possui tão elevada biodiversidade.

SECÇÕES

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8 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

8 CARTOON

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 9

A palavra

Revistas anterioresVários leitores continuam a enviar

pedidos de aquisição de revistas

mais antigas. Como entretanto já

não há exemplares em armazém

para atender a todos os pedidos,

a alternativa de reunir uma coleção

completa recai na internet: basta ir

ao site www.parquebiologico.pt, procurar Recursos e aí Revistas— todas as anteriores edições da

revista «Parques e Vida Selvagem»

estão aí disponíveis.

Achamada telefónica da manhã

trazia a voz de José Carlos Quental.

Lamentava que «nem em Vale

de Cambra nem em S. João da

Madeira» encontrara a revista “Parques e Vida

Selvagem” no “Jornal de Notícias”.

É percetível que a época que se atravessa levou

a uma distribuição regional e nem todo o Norte

de Portugal fi cou abrangido nessa distribuição.

Outras vozes, a maioria por correio eletrónico,

referiam o mesmo facto, em outras partes do

país.

Não foi o caso de quem vive na Área Metropolitana

do Porto, como José Oliveira Silva, de Vila Nova

de Gaia, que escreve no seu e-mail: «Boa tarde!

Tenho encontrado por vezes em alguns locais

públicos a vossa revista, pela qual vos endereço os

meus mais sinceros parabéns, não só pelos temas

tratados e seu desenvolvimento/esclarecimento,

como pela divulgação e realce dados a escritos

e dúvidas dos vossos leitores. Sempre que a

encontro leio com prazer os temas tratados, pelo

que gostaria que me informassem como posso ter

acesso a esta publicação. Parabéns e continuem»!

Na resposta explicou-se que não será difícil, a

breve prazo, encontrá-la numa visita ao Parque

Biológico de Gaia e que haverá a seu tempo

novidades sobre as assinaturas desta publicação

que já entrou no seu 12.º ano de vida.

Raquel Gaspar escreve: «Eu gostaria de passar

a receber a revista. Tenho especial interesse

em receber os números que contêm a rubrica

“Vamos desenhar...”: como poderia fazer?

Eu vivo em Azeitão. Obrigada!».

Explicou-se que em 2013 seria provável que

viesse a haver um preço simbólico para assinatura

da revista, que tem sido oferecida nos últimos

anos, dando curso ao seu esforço de educação

ambiental.

Contudo, a edição eletrónica desta publicação

está acessível desde o n.º 1 no site do Parque

Biológico de Gaia no botão Revistas.

A revista de outono

saiu em 24 de outubro

com o “Jornal de Notícias”

e os leitores começaram

logo a reagir...

LicrançosIndaga Júlio Luzes, de Vila Nova de Gaia: «Será que,

como especialistas em bichinhos desses, me podem

dizer duas ou três coisas sobre os licranços, de forma

a desmistifi car a paranóia de que são extremamente

perigosos?»

Resposta breve: «Os licranços, que não são

serpentes, são répteis como os lagartos. A espécie

em causa tem um nome científi co que diz algo

sobre o seu comportamento inofensivo –

Anguis fragilis (“serpente frágil”).

São muito dados a lesões vertebrais se mal

manipulados e na cadeia alimentar são paparoca de

muitas outras espécies, entre répteis, aves, mamíferos.

O seu papel é importante no controlo de populações

de invertebrados que sem os seus predadores naturais

podem tornar-se pragas.

Nalgumas aldeias por vezes dizia-se “Picadela de

licranço nem uma hora de descanso”. Parece que de

boca em boca o animal poderá estar a ser confundido

com algo completamente diferente, um aracnídeo, o

lacrau ou escorpião».

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10 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

Passeio no ParqueNormalmente não aprecio locais onde se

mantenham animais selvagens em cativeiro

por, em muitos casos, não respeitarem sequer

a suas necessidades mais básicas mas, a

meu ver, o Parque Biológico de Gaia é uma

ótima exceção. Não só os animais vivem em

condições adequadas – possuem espaços

amplos, limpos, de acordo com a seu habitat

natural, não demasiado expostos ao público

e com zonas onde se podem refugiar (o

bem-estar do animal não é sacrifi cado em

prol do observador) – como é transmitida

a necessidade de conservação da nossa

biodiversidade.

No parque existe um centro de recuperação de

animais selvagens. É possível ver neste momento,

logo no início do percurso, exemplares de

peneireiro-cinzento, Elanus caeruleus, e de bufo-pequeno, Asio otus, irrecuperáveis; e faz parte

do Projeto LIFE Trachemys tendo por lá nascido

crias de cágado-de-carapaça-estriada, Emys orbicularis, no ano passado. Também se podem

observar as invasoras que estão na origem da

necessidade em criar o Projeto.

Outro facto a assinalar é que o Parque conta com

uma enorme variedade de espécies, sobretudo

aves e mamíferos, e representa bem a esse nível o

território nacional pelo que quem o visita fi ca com

uma ideia mais alargada das espécies, nativas

do nosso país, relativas a estes dois grupos de

animais.

Quanto a mim, de entre as espécies de aves que

lá se podem ver gosto em especial do alcaravão,

Burhinus oedicnemus.

O próprio ambiente envolvente é muito atrativo

porque ao longo de todo o espaço se veem

árvores e arbustos autóctones, assim como a

fauna que aí habita em liberdade. É o caso dos

facilmente observáveis esquilos-vermelhos,

Sciurus vulgaris, e ainda o dos mais esquivos

como as doninhas, Mustela nivalis.

Na época certa ainda se observam diversas

Erica cinerea Linnaeus

Burhinus oedicnemus (Linnaeus - 1758)

Podarcis bocagei (Seoane - 1885)

Ana

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Ana

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 11

AquDe segunda a sexta-feira das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00Sábados, domingos e feriados das 10h00 às 18h00

espécies de anfíbios (já encontrei tritão-de-ventre-laranja, Lissotriton boscai) e, com

alguma sorte, espécies de insetos bastante

interessantes como as cabras-louras,

Lucanus cervus, e a rara borboleta Apatura ilia.

Espécies mais comuns são esta urze, a Erica cinerea, e a lagartixa Podarcis bocagei que

tive a possibilidade de registar.

Por Ana Gonçalveshttp://visionemnaturae.blogspot.pt/2012/08/parque-biologico-de-gaia.html

Quercus robur Linnaeus

Ana

Go

nçal

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O fungo Clathrus archeri à primeira vista parece

uma lula com três ou seis tentáculos.

Originário da Tasmânia, na Austrália, tem um

cheiro nauseabundo, tipo carne em putrefação,

e não é comestível.

Isso não impede que diversos insetos,

principalmente algumas espécies de mosca,

se sintam atraídas para a sua “carne”. Ao

pousarem, acabam por dispersar a bom ritmo

os esporos

espalhados

nos

tentáculos

com que

este fungo se

reproduz.

Esta

estratégia

reprodutiva

é efi caz e os

resultados

comprovam-

se ao

contabilizar-se

os habitats

que ocupa, nomeadamente as zonas mais

húmidas de bosques e parques e um pouco

por todo o Norte peninsular numa expansão

contínua.

Quando está a frutifi car aparece de início um véu

esférico cinzento esbranquiçado, rodeado por

uma capa gelatinosa e por uma cutícula que se

abre pelo vértice de onde emerge o carpóforo

de cor vermelha pálida que passa a vermelha

intensa quando completamente maduro. A sua

consistência é fofa e porosa.

Ao que parece, os esporos deste fungo

chegaram à Europa de forma acidental, no

interior de navios carregados com lã de

ovelha importada da Nova Zelândia e com

destino a fábricas francesas, região de

Los Vogos, onde o fungo foi descrito pela

primeira vez na Europa em 1914.

Em 2002 o Ministério do Ambiente francês

considerou o Clathrus archeri uma espécie

invasora e recomendou a erradicação,

uma vez que não eram conhecidas as

consequências

da rápida

proliferação em

territórios de

outras espécies.

Além deste tipo

de ameaças,

na Europa,

existem milhares

de fungos sob

pressão nos

seus habitats

naturais pela

poluição química

no solo ou

plantações

mono-específi cas de árvores que se

destinam à indústria.

Os cogumelos carecem de clorofi la e não

podem criar substâncias orgânicas, por

isso, encontram-se classifi cados num reino

chamado Fungi.

Utilizam a matéria orgânica já existente para

obter as suas substâncias vitais. O que

popularmente se conhece como “cogumelo”

é o carpóforo que cresce do micélio quando

ocorrem condições climáticas favoráveis.

Por Filipe Vieira

Cogumelo exótico

Hug

o O

liveira

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12 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

As plantas não se contêm: antes que a estação mais

fl orida do ano entrasse no calendário já havia corolas

amarelas, brancas e lilazes a agitarem prados e caminhos

Sangue-frio?

Sim, até certo ponto, mas quando

apetece namoriscar, sejam fêmeas

ou machos de lagarto-de-água,

pela calada lá acabam por juntar

trapinhos e tratar de fazer arribar

novas gerações: a fêmea está à

esquerda...

Na Ásia estes insetos dão esplendor a um

festival popular, concretamente na Coreia e na

Tailândia. Em Portugal, já se contam décadas

em que, de noite, visitantes miúdos e graúdos

organizados em grupos percorrem, fascinados,

o trilho de descoberta da natureza do Parque

Biológico de Gaia para contemplarem as luzes

que estes pequenos animais emitem entre a

primavera e o verão.

A espécie da fotografi a, Luciola lusitanica, é a

que mais abunda em junho, quando parece

que as constelações vêm visitar o bosque

encantado sob a batuta destes insetos

bioluminescentes.

Cheirinho de primavera

Lagartos enamorados

Chegou a hora dos pirilampos

12 FOTONOTÍCIAS

João L

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ixeira

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 13

Ombreando com morcegos, os ouriços-cacheiros representam os animais notívagos que se defendem do frio invernal com uma boa soneca, a chamada hibernação.Agora que a primavera chegou, fazem questão de apanhar o ritmo e, omnívoros, não desdenham petiscar uma minhoca ou um caracol: o bom tempo traz crias e, no que toca às fêmeas, há aleitação a preparar.Apesar de estarem ativos sobretudo de noite, o crepúsculo e o amanhecer são alturas que também proporcionam um encontro inesperado com algum destes animais.

As Scilla são pequenas plantas que

abundavam nos bosques da região.

Assim que os primeiros sinais do fi m do

inverno se passeiam pela atmosfera, o bolbo

lança da terra uma folha verde.

Depois, como se não quisessem perder a

corrida, os botões ascendem para que a sua

luz acene aos insetos desta vaga na quadrícula

certa do calendário.

Aqui e ali, poupadas aos solos calcinados

pelos incêndios sistemáticos, à plantação

de exóticas e à impermeabilização do solo,

afl oram em março nos sítios mais esquecidos

ou guardados para que a sua participação no

tecido da vida, a biodiversidade, não se perca.

Voa apenas nesta

altura mais primaveril

do ano, para pôr

ovos e dar lugar à

geração vindoura.

Chamam-lhe

Glaucopsyche melanops, da família

dos Licenídeos, mas

se a quiser conhecer

melhor poderá

designá-la por

borboleta azul-de-olhos-pretos, como

fazem os britânicos...

Acordar depois do frio

Bolbosa resiliente

Única no ano

João L

. Te

ixeira

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exposição relativa ao concurso nacional de foto-

grafi a da natureza Parques e Vida Selvagem abriu

sábado, 3 de novembro, pelas 15h00, com a en-

trega dos diversos prémios.

O salão reservado a estas mostras, no Parque Biológico de

Gaia, lotou.

Quer os premiados quer os demais concorrentes puderam

apreciar em primeira mão a meia centena de trabalhos expos-

tos, acompanhados por um catálogo melhorado, de várias pá-

ginas, a marcar a década de realização deste concurso.

Em 2012 o júri foi constituído por Ricardo Fonseca, Gaspar de

Jesus e Nuno Gomes Oliveira.

Ricardo Fonseca disse que «é de registar um número muito

signifi cativo de concorrentes que o concurso teve o mérito de

fi delizar. O sucesso do concurso de Fotografi a Parques e Vida

Selvagem implica para o Parque Biológico a responsabilidade

de manter a iniciativa que, em boa hora, há dez anos tomou.

Os fotógrafos certamente não esmorecerão o seu entusiasmo

e cada ano teremos o privilégio de continuar a apreciar um con-

junto de fotografi as da natureza com uma qualidade ao nível do

que de melhor vemos nas publicações da especialidade».

Na próxima primavera este concurso será retomado com novi-

dades.

Nature Photography ContestportfolioThe Exhibition of the Parks and Wildlife Nature Contest opened on November, 3rd with the presentation of the winning awards. In the Biological Park of Gaia, the Hall reserved for this Exhibition was packed. Both the winners and the competitors could enjoy the fifty photographs exhibited, accompanied by a catalogue that marked the ten years success of this Nature Photography Contest.

PRÉMIO ARTE FOTOGRÁFICA “Inferno” de Paulo Latães

Concurso Fotográfi co 10.ª edição

Abertura com entrega de prémios da 10.ª edição do concurso Parques e Vida Selvagem:

Ricardo Fonseca, membro do júri, entrega o prémio Arte Fotográfi ca a Paulo Latães, pelo seu

«Inferno»

14 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

14 PORTFOLIO

PRÉMIO ARTE FOTOGRÁFICA “Inferno” de Paulo Latães

seu

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 15

PRÉMIO FLORA, LÍQUENES E FUNGOS «Cogumelos» – «O bosque ripícola

do ribeiro de Corgo, em Arcos, Tabuaço, apresenta-se pela altura do outono na sua maior transfi guração. O desfolhar colorido do arvoredo dá lugar a espessos tapetes de folhas entrelaçadas pelo vento. Contrariando esta aparente perda de vi-talidade, os cogumelos dão ares da sua graça irrompendo, aparentemente vindos do nada, em locais mais sombrios e hú-midos». JORGE SANTOS • Nikon D70 • Nikon 60

mm micro • Abertura f/9 • Vel. 1/60s.

PRÉMIO FAUNA «Natureza Íntima», Salinas da Marinha da Troncalhada, Aveiro: «Entre maio e julho acompanhei algumas das espécies de aves que elegem este local para nidifi car,de que é exemplo esta andorinha-do-maranã. Para estas aves, as salinas são atrativas uma vez que não sofrem a infl uência do ciclo diário das marés, oferecendo-lhes por isso condições de alimentação e abrigo particularmente vantajosas. É um verdadeiro exemplo de que apesar da forte presença humana derivada da atividade salineira, é possível atingir um equilíbrio entre o aproveitamento económico de um recurso e a conservação dos valores naturais, neste caso, as aves.» HUGO AMADOR • Nikon D7000 • Nikon 300 mm.

PRÉMIO PAISAGEM «De Costas Voltadas» – «Esta foto foi obtida num dos meus raids fotográfi cos ao Alentejo. Na zona de Castro Verde, pareceu-me na altura interessante a extensão de fl ores, a árvore isolada e o céu com bastantes nuvens. Tal conjunto poderia dar uma composição interessante». MIGUEL AUGUSTO

MESQUITA • Nikon D700 • Objetiva Nikon 24-70

(a 24 mm) • Abertura f/22 • Vel. 1/250

PRÉMalgumaestas a

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PRÉMIO FLORA FUNGOS E LÍQUENES «Gerânio que encontrei, em maio deste ano, num terreno baldio perto da praia da Madalena, Gaia. Penso tratar--se de uma espécie botânica de jardim, mas parecia muito bem adaptada à vida selvagem. As pétalas já tinham caído. O que me atraiu foi a forma como o estigma e o estilete, pelo seu colorido contrastante, emergiam das sépalas e se destacavam do verde que os rodeava». JOSÉ MELIM Pentax K20D • Objectiva

Pentax 50 mm | 2.8 Macro • Abertura f/5,6 • Vel. 1/180 • Dist. Focal 50 mm • ISO 100.

PRÉMIO JORNAL DE NOTÍCIAS - JÚNIOR «Primavera À Conquista de Albergaria da Serra» – Serra da Freita, Arouca. «Em caminhada de fi nal de primavera, reparei que as nuvens cobriam a serra, formando um “degradé” curioso. Dava a impressão que o despontar do novo ciclo de vida tomava conta da aldeia e suas gentes». GONÇALO SILVA (11 anos) • Canon EOS

550D • Objetiva Canon EF-S18-55 IS • Abertura f/9.0 • Vel. 1/250, ISO 100.

PRÉMIO REGISTO DOCUMENTAL «Estrela-do-mar» – «Esta imagem foi captada na Costa da Caparica. Normalmente, acompanho com alguma regularidade os pescadores locais e tenho a possibilidade de documentar a realidade presente no seu dia-a-dia. A imagem da estrela surge num desses momentos, em que com algum tempo de espera encontrei uma estrela à beira--mar e reparei nas texturas, formas e luz que a embalavam. Enquanto a fotografava, apareceu a onda do mar, que decidi incluir na imagem. Achei que a espuma iria enriquecer mais a composição». JOÃO COUTINHO • Nikon D90 • Abertura f/9.0 • Vel. 1/320 • ISO 200.

16 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 17

O FIM DA LINHA «Em altura de nidifi cação, ia reparando num maior número de aves que apareciam mortas na berma das estradas, naturalmente seriam juvenis que se deixavam fi car sem receio e acabavam atropelados. E foi assim que, mal vi um gaio, numa tarde em que regressava a casa depois de mais um dia de trabalho, pensei logo em fazer um registo que descre-vesse o sucedido. Mais pela noite voltei ao local e fi z a fotografi a, compondo e esperando que passasse um carro e deixasse as linhas de luz, com uma velocidade mais lenta da exposição» SÉRGIO ESTEVES • Nikon D90 • Nikon 12-24 mm • Abertura f/4 • ISO 640.

PRÉMIO JÚNIOR «Garça branca e seu refl exo» – «Neste lindo dia estava na Reserva Natural Local do Estuário do Douro, com o meu avô, a fotografar. Fica próximo da minha residência. Gosto muito da reserva, dada a diversidade de aves que lá costumo encontrar». PEDRO CALDAS Cardoso (13 anos) • Nikon D90 • Abertura f/6.3 – Vel. 1/2000.

BICOS DE CEGONHA «Semi-encobertos por um manto de lã seminal libertada pelo pequeno bosque de choupos, um grupo de bicos-de-cegonha peleja por um lugar ao sol. Casal de S. Tomé (Mira)». JOÃO PETRONILHO • Nikon D300s • Objetiva Nikkor

AF-S 105mm 1:2.8 G ED VR • Vel. 1/2000s • Abertura: f/3.2. ISO 200.

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18 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

BAIXA VELOCIDADE «A foto do pato-real foi tirada no Parque da Pas-teleira, onde aparecem algumas espé-cies não residentes e que se mantêm por períodos mais ou menos longos. No caso dos patos-reais, são frequentado-res regulares, dividindo o seu tempo pelo Parque e pelo Estuário do Douro». Luís gosta de «praticar e desenvolver técnicas pelas quais me interesso es-pecialmente, concretamente a baixa velocidade de obturação». LUÍS PINHEIRO

TORRES • Canon Mark IV • objetiva 300 mm

f:4.0 • Abertura f/6.3 • Vel. 1/80s • ISO 160.

ARICIA CRAMERA «Sempre que chega a primavera, gosto de percorrer os campos e bosques, registando a ex-plosão de vida que nessa altura ocorre. Fascinam-me particularmente os insetos não só pela função que desempenham mas também pela diversidade de formas, tamanhos e cores que apresentam. Esta pequena borboleta da família Lycaenidae, cuja distribuição ocorre essencialmente no Sul da Europa e Norte de África, des-cansava da atividade frenética diária, num prado, em Vila Nova de Gaia». VÍTOR SOUSA

• Nikon D90 • Objetiva Sigma 180 mm f/3,5D

- Abertura f/8 - Vel. 1/60s • ISO 200 • Flash.

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 19

TONS DE OUTONO» «O percurso da Penoita, Caramulo, é mágico no outono, a estação do ano em que mais me dedi-co à captação de imagens de paisagem. Nesta em particular, tinha acabado de chover e todas as cores fi caram mais saturadas: o momento pareceu-me ideal para a realização desta fotografi a». CÉSAR OLIVEIRA • Canon EOS 1D Mark IV • EF

24-70 F2.8 L • Flash 580 EX II.

migrador. O local é de uma riquíssima e surpreendente diversidade. A pureza das suas águas, a abundância de alimento, e vegetação envolvente é ideal não só para as espécies residentes e estivais, como reúne condições favoráveis de stop-over às espécies migratórias em trânsito». JOSÉ PAULO CARVALHO PEREIRA • Nikon D70s • Vel. 1/250 • Abertura f/13.

FUSFUSFUSFUSFUSELOELOELOELO OO, O ÉÉÉÉÉPÉPICOICO MIGRADOR NA ALBUFEIRA DO AZIBO «Em setembro, numa das minhas habituais saídas tive a sorte de registar a presença, algo inesperada e pouco comum, deste épicoi d O l l é d i í i d t di id d A d á b dâ i d li t t ã l t é id l ã ó é i id t ti i

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20 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

20 CONTRA-RELÓGIO

Diversidade

agrícola

Hoje em dia a maioria das espécies

cultivadas e o próprio gado

domesticado são o resultado

de alguns milhares de anos de

intervenção humana, com base na reprodução

seletiva e noutras práticas de origem humana.

Se é verdade que a diversidade biológica

é a base da agricultura, mais certo é que

a diversidade biológica agrícola inclui

ecossistemas, animais, plantas e micro-

organismos relacionados com a alimentação e a

agricultura. E mais: cada planta, animal e micro-

organismo desempenha uma determinada

função ao regular os serviços essenciais dos

ecossistemas, tais como a conservação da

água, a decomposição dos detritos e o ciclo de

nutrientes, a polinização, o controlo de pragas e

enfermidades, a regulação do clima, o controlo

da erosão e a prevenção das inundações, o

sequestro do carbono e muitos mais.

Embora seja verdade que as práticas agrícolas

modernas possibilitaram um grande aumento

de produção de alimentos, contribuindo

assim para a segurança alimentar e a redução

da pobreza, também é facto que elas são

responsáveis por danos consideráveis à

diversidade biológica.

É assim sobretudo pela mudança de

usos da terra e de igual modo pela sua

sobreexploração, com a intensifi cação dos

sistemas agrícolas de produção, o uso

excessivo de produtos químicos e de água, a

carga de nutrientes que procuram as linhas de

água, adicionando-se ainda a contaminação e

a introdução de espécies exóticas invasoras.

A agricultura forma parte da paisagem e neste

contexto tem de ser gerida de maneira sábia,

sustentável.

Os conhecimentos tradicionais de maneio

agrícola são fundamentais para manter a

diversidade biológica e garantir a segurança

alimentar global.

Hoje em dia estes conhecimentos seculares

estão a desaparecer, menosprezando-se regra

geral a importante contribuição que estes

saberes podem trazer.

A agricultura enfrenta agora duros reptos,

assentes na necessidade de satisfazer as

necessidades de uma população em contínuo

crescimento e, ao mesmo tempo, de reduzir

a pressão sobre os recursos da Terra e a

diversidade biológica.

Tecnicamente é possível superar estas

difi culdades mas, para isso, fazem falta

mudanças importantes nas políticas e um

planeamento mais dilatado.

Torna-se fundamental que os produtores

agrícolas, os consumidores, os governos e

demais agentes diretamente interessados

colaborem mais de forma efi caz para

obterem maior proveito da contribuição que

a diversidade biológica pode atingir dentro

de metas próximas de uma agricultura

sustentável.

Fonte: www.cbd.int

A diversidade biológica agrícola

é a fonte de um sem-fi m de alimentos

e matérias-primas que servem

para produzir inúmeros bens

Agricultural Biological DiversitycountdownIf it is true that Biological Diversity is the basis of agriculture, then it is more certain that Agricultural Biodiversity includes ecosystems, animals, plants and micro-organisms related to food and agriculture. In the midst of this Biodiversity Decade, it is necessary to review this subject.

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 21

•• Em matéria de utilização de água doce,

à agricultura corresponde cerca de 70%

da água utilizada pelos seres humanos

em todo o mundo, e o limite sustentável

de extração de água já foi alcançado ou

ultrapassado em muitas zonas.

•• O ritmo a que se está a perder

solo fértil no mundo é entre 13 a 18

vezes superior ao ritmo a que os

ecossistemas naturais o criaram.

•• Existem mais de 25 mil espécies de

abelha, mas as populações estão a

diminuir. Um terço da produção de

plantas cultivadas em todo o mundo

tem de ser polinizada para produzir

mais sementes e mais frutos.

•• A desfl orestação nos Trópicos e nas

regiões subtropicais, promovida em

muitos sítios pela agricultura, pode

levar à redução da precipitação a nível

regional, o que afeta a administração

sustentável de água.

•• A agricultura é responsável por

44% das emissões de metano e

aproximadamente por 70% de óxido

nitroso no estado gasoso.

•• Cerca de 20% das emissões de

CO2 na década de 90 originam-

se na alteração de uso da terra,

principalmente devido à desfl orestação

para fi ns agrícolas.

•• Mais de 826 milhões de pessoas

sofrem de fome e necessitam de 100

a 400 calorias adicionais por dia.

•• Entre as crianças em idade pré-

escolar, 32% delas apresentam um

peso insufi ciente.

•• Vinte por cento das 6500 raças de

animais domesticados enfrentam a

extinção.

•• Aproximadamente ¼ da população

mundial — 1300 milhões de pessoas

— trabalha na agricultura.

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Mirtilo276

Batatas287

Framboesas413

Laranjas560

Maçãs822

Arroz1 673

Soja2 145

Azeitonas3 015

Lentilhas5 874

Castanhade caju14 218

Cacau19 928

Cultivo em toneladas no período compreendido entre 1996 e 2005

factos&números

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22 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

22 QUINTEIRO

OC. parasitica é um organismo

que consta do Anexo II, parte

A, secção II, alínea c, ponto 3,

do Decreto-lei n.º 154/2005,

republicado pelo Decreto-lei n.º 243/2009 de

17 de setembro, sendo por isso considerado

um organismo prejudicial cuja introdução

e dispersão é proibida, quando presente

em vegetais de Castanea Mill e Quercus L.,

destinados à plantação, exceto sementes.

Pensa-se que o fungo terá sido introduzido nos

Estados Unidos através da importação de plantas

da China ou Japão. Foi identifi cado pela primeira

vez no ano de 1904, em Nova Iorque. No fi nal dos

anos 20 do século passado, cerca de 3,5 biliões

de castanheiros americanos (Castanea dendata)

estavam infetados, conduzindo praticamente ao

desaparecimento desta espécie.

Na Europa, a doença foi assinalada pela primeira

vez em Itália, em 1938, tendo-se difundido

rapidamente. No fi nal dos anos 60, as zonas

cultivadas a sul da Europa já se encontravam

contaminadas.

Em Portugal o alerta surge em 1989, em

castanheiros europeus (Castanea sativa)

Cancro do

O “Cancro do Castanheiro” é uma doença

provocada pelo fungo Cryphonectria parasitica(Murrill) Barr., que se encontra disseminada pelos

soutos e castinçais portugueses, constituindo uma

das principais causas do seu declínio

nas regiões de Carrazedo de Montenegro e

Parada. Apesar de em fi nais dos anos 90 se

ter implementado o “Programa Nacional de

Erradicação do Cancro do Castanheiro”, tendo

a Direção Regional de Agricultura de Trás-os-

Montes ao longo de três anos monitorizado 82 mil

castanheiros, não foi possível erradicar o fungo,

tendo, no entanto, havido uma diminuição dos

níveis de infeção. Este programa permitiu ainda

que os produtores adotassem um conjunto de

boas práticas culturais que limitaram a rápida

dispersão da doença.

SintomasOs sintomas iniciais da doença, folhas secas de

cor amarela-acastanhada e ramos secos entre

a folhagem ainda verde, podem ser confundidos

com outras patologias. A observação mais

atenta dos ramos e tronco, permite detetar a

presença de cancros de cor avermelhada nas

plantas jovens, com fendilhamento longitudinal

da casca nas adultas. Sobre os cancros, na

primavera, com chuva são visíveis pústulas de cor

amarela-alaranjada, constituídas por peritecas e

picnidios (frutifi cações sexuadas e assexuadas,

respetivamente) do fungo. Debaixo da casca,

observa-se o micélio, de cor esbranquiçada ou

amarelada em forma de leque.

Como consequência do ataque do fungo há um

estrangulamento anelar, que impede a circulação

da seiva, conduzindo à morte dos ramos

situados acima da lesão. Abaixo da lesão há

desenvolvimento de ramos adventícios.

HospedeirosCastanea spp. (castanheiros), particularmente

C. dendata (castanheiro americano) e C. sativa(castanheiro europeu), C. molissima e C. crenatatêm um grau elevado de resistência.

Quercus spp., Castanopsis, Acer, Rhus typhina e Carya ovata poderão esporadicamente ser

infetados, não assumindo a doença gravidade

comparável com a do castanheiro.

Sintomas da doença em fase inicial

Tratamento de inverno com oxicloreto de cobre

Dulc

e A

nasta

cio

Cancro (coloração avermelhada)

Dulc

e A

nasta

cio

Estroma do fungo

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 23

BiologiaC. parasitica penetra no hospedeiro através de

feridas na casca (poda, fendilhamentos, etc.).

Os cirros alaranjados libertados dos conídios

em condições de elevada humidade relativa,

que contêm elevado número de esporos

(picnidiósporos), são transportados pelo vento,

chuva, insetos, pássaros e pequenos mamíferos,

dispersando assim a doença. O transporte de

madeira e garfos infetados, e a utilização de

instrumentos de poda sem desinfeção, contribuem

igualmente para a dispersão do cancro do

castanheiro.

Os ascósporos, são projetados das peritecas

(fenómeno mecânico) a poucos centímetros, sendo

posteriormente transportados a maiores distâncias

pelo vento. Tanto os picnidiósporos, como os

ascósporos dão origem a novas infeções.

Meios de controlo• Corte de ramos com cancros (cerca de 20 cm

abaixo da lesão).

• No tronco e ramos de maior diâmetro, extirpação

dos cancros, até atingir madeira sã, pincelando a

ferida com uma pasta à base de cobre.

• O material lenhoso infetado deve ser queimado

no local.

• Desinfetar os instrumentos utilizados na poda

(lixívia diluída ou álcool a 70o).

• Podar com tempo seco.

• Na plantação de pomares novos, utilizar plantas

sãs. Chamamos a atenção para o facto de

todas as plantas de Castanea spp., exceto

sementes, terem de circular acompanhados

por um passaporte fi tossanitário, que atesta o

cumprimento das exigências específi cas que

constam do Anexo IVAII, ponto 7 do Decreto-

Bibliografi aAgrios, G. N. (2005) Plant Pathology, 5th edition,

Elsevier Academic Press, London, UK. 922pp.

BRAGANÇA, Helena et al. “Cancro do castanheiro”

– dispersão da doença em Portugal. Caso-estudo para

determinação de factores de dispersão. Disponível

em http://www.esac.pt/cernas/cfn5/docs/T5-44.pdfAcessos em 23 nov. 2012.

BRAGANÇA, Helena et al. Survey and geographic

distribution of chestnut blight in Portugal. Rev. de Ciências Agrárias, Lisboa, v. 31, n. 2, dez. 2008.

Disponível em http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-018X2008000200018&lng=pt&nrm=iso Acessos em 23 nov. 2012.

CARVALHEIRA, Marta et al. O “Cancro do Castanheiro”

no Nordeste Transmontano – Medidas para Travar o

seu desenvolvimento. Silva Lusitana, Lisboa, 8(2):239

– 244, 2000. Disponível em https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/5954/3/Silva%20Lusitana.pdf Acessos em 23 nov. 2012.

GOUVEIA, Eugénia et al. Epidemiologia do cancro

do castanheiro. Dinâmica da distribuição espacial de

Cryphonectria parasitica (Murril) Barr. Disponível em

https://bibliotecadigital.ipb.pt/handle/10198/3361Acessos em 23 nov. 2012.

OEPP/EPPO (2005). Cryphonectria parasitica. Bulletin Bulletin 35, 271-273. Disponível em http://www.eppo.int/QUARANTINE/fungi/Cryphonectria_parasitica/pm7-45(1)%20ENDOPA%20web.pdf Acessos em 28

nov. 2012.

lei n.º 243/2009 (constatação ofi cial de que os

vegetais são originários de áreas isentas de

C. parasitica ou não se observaram sintomas

da presença de C. parasitica, nem no local de

produção nem na sua vizinhança imediata,

desde o início do último ciclo vegetativo

completo).

• Colher material para enxertia em soutos sãos.

Os resultados de um estudo realizado por

Gouveia, et al., indicaram que o corte e extirpação

de ramos são mais efi cazes se realizados em

pomares onde o nível de infeção ainda é baixo.

Esta prática não permite uma recuperação

defi nitiva das árvores.

Deverá promover-se a formação da copa das

árvores o mais cedo possível, de forma a evitar

grandes cortes.

Nalguns locais tem-se observado a cicatrização

espontânea de cancros. Este fenómeno deve-

se à presença de estirpes hipovirulentas de C. parasitica. No âmbito da luta biológica tem-se

procurado implementar esta metodologia,

através do isolamento das estirpes hipovirulentas,

quando presentes, nos povoamentos, e posterior

inoculação nas árvores infetadas. D

ulc

e A

nastá

cio

Cancro (coloração avermelhada)

Gis

ela

Chic

au

Gis

ela

Chic

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Fendilhamento longitudinal da casca

Dulc

e A

nasta

cio

Dulc

e A

nasta

cio

Cirro de C. parasitica

Por Gisela Chicau Eng. Agrónoma

Maria Dulce Anastácio Eng. Agrónoma

Miguel Rebelo Eng. Agrícola (DRAPN – DSCA)

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24 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

24 QUINTEIRO

Aves selvagens

Vai umcheirinho?

Até há bem pouco tempo era ponto

assente que a esmagadora maioria

das aves não teria um olfato

signifi cativo. As suas perceções

esgotar-se-iam, indiscutivelmente, na visão e na

audição.

Começaram entretanto a surgir factos que

questionam esse ponto de vista. Um deles

envolve aves tão habituais como os estorninhos.

Observou-se que levam para os seus ninhos folhas

de determinadas plantas no intuito de repelirem a

presença de piolhos e outros parasitas.

Agora que o inverno abre caminho à próxima

estação do ano, começará a ouvir as aves a cantar

no seu jardim. Poderá concluir que deverão ter

um bom sentido auditivo, superior ao nosso, não

só para distinguirem a territorialidade e tudo o que

lhe está associado como para estarem alerta face

O quivi, Apteryx sp., consegue

cheirar minhocas até pelo menos 15 centímetros

de profundidade. Como evoluiu

em habitats do atual território neo-zelandês praticamente

sem predadores pôde desistir de

voar aplicando esse esforço evolutivo no

desenvolvimento de outros sentidos.

a predadores, dada a sua posição intermédia na

cadeia alimentar. Se não conjugarem as perceções

para detetarem a tempo o avanço de um gato, por

exemplo, evidenciariam uma fragilidade fatal.

Também se tornou evidente que a visão é um

sentido muito desenvolvido nas aves, quer à

distância quer na proximidade das ramagens

de uma árvore. A deteção de grão, de larvas

de insetos e outros alimentos revela-se rápida e

efi caz.

Outros sentidos — como o tato, o paladar ou o

olfato — costumavam passar ao lado no que toca

às pesquisas ornitológicas.

Mesmo assim, quantas vezes observou uma das

mais frequentes aves das cercanias, o melro, a

bicar certeiramente no relvado e a extrair minhocas

que decerto não vê à superfície do solo?

Isso leva a ponderar que esta ave terá um ouvido

muito apurado. Mas, mesmo que à partida pareça

errado, até que ponto não se poderá colocar a

hipótese de haver algum tipo de odor associado

ao sítio em que uma minhoca está ativa que o

melro consegue detetar?

Seja como for, não é de duvidar que haja

novidades na investigação científi ca neste campo

que venha a desmistifi car ideias-feitas que se

consolidam com o tempo até que sejam, com

fundamento, postas em causa.

A arte da sobrevivência na vida selvagem não

é tarefa fácil e só a conjugação de um leque

alargado de soluções na obtenção de alimento

consegue dar a estes seres de metabolismo

acelerado um tempo de vida que lhes permite

passar os seus genes aos descendentes.

Faz sentido por isso ajudar esta fasquia da

biodiversidade na medida em que lhe seja

possível.

A conservação de habitats de alimentação e de

reprodução é fundamental mas se puder manter

no seu jardim um comedouro para aves selvagens

estará com certeza a auxiliar.

Agora que o inverno se torna mais curto, o tempo

de reservar território e fazer ninho está a chegar. Já

instalou alguma caixa-ninho no seu jardim?

Texto Jorge Gomes

A ideia de que as

aves têm um sentido

do olfato pouco apurado

começa a tremelicar:

pensava-se que a vida

destes animais

se centrava em pouco

mais do que a excelência

da visão e da audição,

mas a pesquisa avança

e colhe novidades em

torno desta pergunta

– o olfato destes animais

será mesmo um sentido

menor?

A

Gle

n F

erg

us | W

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ed

ia

João L. Teixeira

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 25

O urubu, sul-americano,

consegue localizar pelo olfato

debaixo da fl oresta tropical

carcaças de que se alimenta

Estorninho-malhado: esta

espécie costuma fazer ninho em

buracos de árvores e de muros,

onde põe alguns ovos azulados;

aceita também caixas-ninho, só

que com uma abertura de um

diâmetro um pouco maior do

que as próprias para chapins e

outros passeriformes de menor

dimensão

Não deixa de ser polémico,

mas depois de instalada uma

caixa-ninho no seu jardim, fora

do alcance dos gatos, pode

optar por a limpar no inverno.

Na fotografi a, a reforma de

alguns ninhos em mau estado

no Parque Biológico de Gaia por

técnicos de educação ambiental

Wik

iped

ia

Jorg

e G

om

es

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26 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

26 DUNAS

Cordão dunar

Parque de

Dunasda Aguda

Levados pelo embalo das ondas ou

simplesmente deambulando ao sabor da

brisa marinha, há cerca de 14 quilómetros de

litoral em Vila Nova de Gaia, passadiços fora.

Domina ali o cordão dunar, sobretudo para

sul, logo a seguir aos granitos de Lavadores,

com a bonita idade de aproximadamente

300 milhões de anos, nas palavras dos

geólogos.

Ao dirigir-se para sul, a linha da costa faz-se

de areia.

Para que esta se aguente, há uma espécie

botânica do grupo das gramíneas que não

deixa os seus créditos em mãos alheias:

chama-se estorno e leva por nome científi co

Ammophila arenaria. Sob a areia, estende

longas raízes que, além de assegurarem a

vida da parte visível da planta, à luz do sol,

criam uma estrutura efi caz na retenção das

areias que dão corpo à duna.

Juntam-se sucessivamente umas boas

dezenas de outras espécies de plantas

nativas típicas do ambiente dunar, reunindo

todas elas diferentes talentos para ali viver,

sempre com raízes neste tipo difícil de solo.

O cordão dunar continua a ser a primeira

linha de proteção da terra face ao mar.

Os passadiços e os regeneradores das

dunas são ambos estruturas de madeira

pensados para ajudarem a reabilitar estes

habitats sob proteção legal, sem contudo

fazerem milagres.

No cordão dunar, rumo a sul, tem ainda

muito para ver, ao sabor de cada estação,

inclusive no inverno.

Certo é, mesmo assim, que nada substitui

uma visita pessoal a estes espaços onde a

salsugem do mar se sente ao longo de todo

o ano.

Manhã de 4 de outubro: libertação de borrelhos-de-coleira-interrompida reabilitados no Centro de Recuperação do Parque Biológico de Gaia

João L

. Te

ixeira

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 27

No inverno os borrelhos andam em

bandos.

E estamos em crer que estes dois

juvenis, libertados na manhã de 4 de

outubro, andem pelo litoral a dar à asa entre a

rebentação das ondas do mar e as dunas com a

sua vegetação típica.

No nosso clima, esta é a época do ano em que

as plantas das dunas sentem temperaturas

mais frias e quando a humidade mais as visita,

enquanto preparam o rejuvenescimento da

primavera.

Ao visitar o Parque de Dunas da Aguda, não verá

agora a maior parte das fl ores destas espécies,

que ajudam a distingui-las na areia, mas nem por

isso a sua função fi xadora deixará de se sentir.

Este parque com cerca de dois hectares,

desde 1997 que sensibiliza a população para a

importância da conservação dos ecossistemas

dunares.

Numa primeira linha as dunas são essenciais para

travar o avanço do mar. No caso concreto da

Aguda, se estas dunas desaparecessem — e para

isso bastaria abri-las ao pisoteio para as pessoas

acederem ao mar sem passadiços — a estrada

passaria a ser uma marginal constantemente

inundada, no inverno, pelas ondas do mar, que

chegaria às casas.

As dunas são também o habitat de muitas

espécies animais e vegetais, algumas delas

endémicas, ou seja, com populações restritas a

uma região, ou raras.

As plantas das dunas são o tecido pelo qual se

torna consistente a vida de aves do litoral, como

os borrelhos, de pequenos répteis e anfíbios,

invertebrados, entre outros.

Aquilo que mais destrói as plantas que vivem nas

dunas é a construção ilegal, o despejo de lixo, a

circulação desordenada de veículos motorizados

ou mesmo andar a pé em cima delas.

Além disso, as dunas são habitats protegidos

por lei. Protegê-las é um serviço que a todos

benefi cia.

Jo

ão

L.

Teix

eira

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28 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

28 DUNAS

Durante o Fim de Semana Europeu de Observação de Aves estiveram ativos centenas

Fim de Semana Europeu de Observação de Aves na RNLED

Pato-preto, Melanitta nigra, uma ave que passa o inverno no mar português e regressa

na primavera à nidifi cação na tundra do Norte europeu

Em 6 e 7 de outubro realizou-se o Fim de

Semana Europeu de Observação de Aves

(EuroBirdwatch 2012).

O evento, de caráter internacional,

é promovido anualmente pelo BirdLife, uma

associação ornitológica que tem por parceiro em

Portugal a Sociedade Portuguesa para o Estudo das

Aves.

Na Reserva Natural Local do Estuário do Douro

estes dias juntaram ambas as instituições e o

Parque Biológico de Gaia, entidade gestora desta

área protegida.

Quem passeava perto sentiu curiosidade. Depois

das observações e de explicado o contexto,

houve até quem dissesse: «O passeio de bicicleta

trouxe-nos aqui. Ficamos felizes por este encontro

casual que nos enriqueceu». Outra participante

afi rmou: «Achámos a iniciativa muito interessante.

Gostávamos que repetissem e agradecemos a

disponibilidade do técnico que nos acompanhou».

Outro interveniente expressou-se assim: «Gostámos!

Moramos aqui tão perto e não tínhamos

conhecimento da variedade de aves que aqui

passam...».

«Adorámos a aproximação às aves. Ver espécies

diferentes, que nunca vimos, só em fotografi as.

As crianças fi caram fascinadas. Obrigada pelo

momento especial», diz uma mãe.

Ao todo, sábado, 6 de outubro, contaram-se 91

participantes e no dia seguinte 228. Em ambos

os dias foram observadas 40 espécies de aves.

Registaram-se 31 espécies de aves no sábado, e,

domingo, 36.

Os registos que se têm realizado desde 2010 nesta

Reserva Natural, inseridos no plano de Rastreio de

Aves Anilhadas, têm contribuído para conhecer os

movimentos de deslocações de espécies europeias

que são acompanhadas por projetos de estudo

específi cos, reconhecendo-se cada vez mais a

nível europeu a importância de pequenos espaços

que hoje são desvalorizados pelo facto das aves

apresentarem fi delidade a determinados locais que

não estão diretamente associados a grandes áreas.

Reserva Natural Local do Estuário do D

Jo

aq

uim

Oliv

eira

PelecaniformesPelecaniformesPhalacrocorax carboCiconiformesEgretta garzettaArdea cinereaAnseriformesAnas platyrhynchosMelanitta nigra

CharadriiformesCharadriiformesHaemantopus ostralegusCharadrius hiaticulaArenaria interpresPluvialis squatarolaCalidris alpinaCalidris albaNumenius arquataNumenius phaeopusLimosa lapponica

Actitis hypoleucosTringa totanusLarus marinusLarus fuscusLarus michahellisIchthyaetus melanocephalusChroicocephalus ridibundusThalasseus sandvicensis

ColumbiformesColumbiformesColumba liviaApodiformesApus apus

CoraciiformesCoraciiformesAlcedo atthis

FalconiformesFalconiformesFalco tinnunculus

PasseriformesPasseriformesDelichon urbicumCecropis dauricaHirundo rusticaMotacilla albaPica picaCisticola juncidisPhylloscopus trochilusOenanthe oenanthe

Saxicola torquitaTurdus merulaPhoenicurus ochrurosPasser domesticusCarduelis chloris Serinus serinus

Esp

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 29

nas de participantes

Chapinhar para petiscar

Agora que estamos no inverno é altura de

relembrar os tempos de infância, em que todos

tínhamos um certo gosto por chapinhar nas

poças. Este comportamento, que para as crianças é um

divertimento, para muitas aves pode ser uma questão de

sobrevivência.

A RNLED é o cenário indicado para recordar esses

momentos de juventude, observando as aves. Deixamos

assim aqui um registo concreto.

Uma gaivota Larus fuscus intermedius belga (nasceu em

Zeebrugge - West-Vlaanderen - próximo da fronteira com

Holanda), com pouco mais de dois anos de idade, tem

permanecido na RNLED, fazendo desta área protegida a sua

segunda morada.

Tem-se revelado exímia na técnica de “chapinhar”

(trembling foot), técnica utilizada normalmente em águas

turvas e lamacentas que auxilia na captura de pequenos

animais aquáticos. Pode ser descrita da seguinte forma:

a ave desloca-se devagar sempre com as patas na água,

arrastando-as e agitando-as alternadamente provocando

uma trepidação que dura alguns segundos. Desta forma

tenta localizar e capturar potenciais presas que estejam

escondidas na lama, conseguindo assim boas refeições.

O “trembling foot” é um comportamento evidente em muitas

espécies. Talvez a tradução mais compreensível seja “bater

com os pés rápida e alternadamente”.

Esta técnica começou a ser descrita no fi nal da segunda

década do século passado e é utilizada por borrelhos,

tarambolas, pilritos...

Algumas gaivotas também utilizam este estratagema

nas zonas intertidais e encharcadas, batendo na água

(chapinhando) de forma a remexer o substrato, conseguindo

capturar pequenos animais ali escondidos.

Este chapinhar é também utilizado pelos borrelhos durante a

altura de nidifi cação como forma de criarem a concavidade

própria na areia (ninho) para colocarem os ovos.

É interessante observar estas aves que lembram o

sapateado de Fred Astaire e Ginger Rogers dos famosos

musicais da Broadway da década de 30, ou mesmo o

sapateado irlandês, verdadeiros artistas naturais que atuam

numa “casa de espetáculos” conhecida por RNLED.

Por Paulo Faria

Gaivota com a anilha de cor azul com código N.JAR e anilha metálica com referência L912857, em ativo “chapinhar gastronómico” - ave observada na RNLED desde 11 de julho de 2012 a 29 de setembro do mesmo ano.

o Douro

Escrevedeira-das-nevesNos dois últimos meses do ano passado passou pela

Reserva Natural Local do Estuário do Douro uma

escrevedeira-das-neves, Plectrophenax nivalis.

Trata-se de uma espécie de ave de «alta montanha que

se distribui pelas regiões árticas da Europa, da Ásia e

da América».

No inverno «migra para latitudes mais temperadas.

Portugal não é um dos seus locais importantes de

invernada mas, mesmo assim, esta ave pode ser vista

entre outubro e março nas terras altas e nas zonas

dunares». Na RNLED, a lista ornitológica já vai além da

210.ª espécie ali observada.

Hélder Vieira viu em 30 de novembro de 2012 uma gralha-cinzenta, Corvus corone cornix, com o telescópio a alimentar-se junto dos corvos-marinhos na "ilha" de areia em frente ao observatório mais avançado da RNLED. Trata-se de uma subespécie do Centro da Europa. Paulo Leite, fotógrafo da natureza, estava ao lado e conseguiu registar esta raridade quando voou: será a segunda vez que a espécie é observada em Portugal!

Paulo

Leite

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eira

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. Te

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30 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

O Homem percorre-o há milhares

de anos mas apenas em 1872

é que começou a fazer os

primeiros estudos de Biologia

Marinha e Oceanografi a, com o navio inglês

“Challenger”, já equipado com laboratórios

e instrumentário científi co a bordo. Desde

então, as Ciências do Mar evoluíram,

sobretudo na segunda metade no século

passado.

Quase ao mesmo tempo nasceram as

Estações Marinhas na costa europeia para

fornecer condições de trabalho para o estudo

dos organismos marinhos no seu habitat

natural.

A mais antiga estação data de 1871 e foi

construída em Roscoff na costa Norte de

França. A mais famosa de todas, a Estação

Zoológica de Nápoles, nasceu em 1873

na Itália. Grandes cientistas visitaram-na

regularmente para estudar a fauna e fl ora

marinhas locais. As amostragens do material

eram tarefa dos pescadores locais que

conheciam muito bem a área e também eram

peritos nas técnicas de colheita. Isto motivou

os fundadores das primeiras estações

marinhas a construírem os edifícios perto ou

mesmo dentro dos portos de pesca locais.

No Porto, a Estação de Zoologia Marítima

foi criada em 1914 pelo Professor Doutor

Augusto Nobre da Universidade do Porto.

Em paralelo, os Aquários Públicos

conquistaram o mundo ao longo das costas.

O primeiro aquário público abriu em Londres

no ano de 1853, e o primeiro guia de um

aquário foi publicado em 1855. Em Lisboa, o

Aquário Vasco da Gama foi inaugurado em 1898,

numa cerimónia de grande impacto público e na

presença da Família Real.

Desde então a evolução técnica e científi ca

dos aquários nunca mais parou e continua a

surpreender ano após ano, com construções

arquitetónicas cada vez mais sofi sticadas.

Grandes Oceanários, com milhões de litros de

água salgada artifi cial, foram erguidos, até longe

da costa, no interior de alguns países. Até hoje

construíram-se mais de 650 aquários em todo

o mundo, para além dos que estão integrados

nos jardins zoológicos. Atualmente, 50 novos

oceanários/aquários estão em construção e

esta tendência parece que não vai parar. No

entanto, apenas metade das cem maiores

cidades do mundo possui um aquário público,

em contrapartida algumas cidades têm mais do

que um.

Com 60 milhões de litros de água, que albergam

mais de cem mil animais de 800 espécies

diferentes, o maior oceanário do mundo o

“Marine Life Park” abre em Singapura em

dezembro de 2012, com um investimento total

de 5,4 mil milhões de euros.

A visita a um aquário, desde que este esteja

organizado e montado pedagogicamente,

contribui para informar, ensinar e consciencializar

o público em relação à biodiversidade aquática,

aos problemas e programas de conservação

e proteção da Natureza… muito mais do que

qualquer artigo na imprensa diária, numa

revista de divulgação científi ca ou num canal de

televisão.

A mensagem transmitida por um aquário ao

visitante deve fazê-lo sentir-se consciente e,

assim, mais responsável pela preservação

de um património de beleza indescritível e de

Desde tempos remotos, o mar foi

fonte de alimento, local de descoberta,

de comércio e lazer

Estação de Zoologia Marítima Dr. Augusto Nobre (Autor desconhecido) Aquário Vasco da Gama (Marinha Portuguesa)

Pesca artesanal na Praia da Aguda

AgudaVocação

estação litoral

30 DUNAS

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 31

importância ímpar, que são os oceanos e mares,

lagos, rios e ribeiros.

A Estação Litoral da Aguda (ELA) nasceu numa

praia conhecida pela pesca artesanal, a Praia

da Aguda em Vila Nova de Gaia, município que

adotou e se responsabilizou pelo projeto.

A ELA é pequena quando comparada com

a grande maioria dos aquários públicos mas

também integra um Museu das Pescas, que

exibe objetos únicos de todo o mundo, alguns

com mais de dois mil anos de idade. Ainda tem

um Departamento de Educação e Investigação

que fornece vários programas de educação

ambiental para todas as classes de idade e

todos os níveis pedagógicos, incluindo o ensino

superior.

A famosa frase “small is beautiful” pode aplicar-

se ao caso da ELA. Em cada visita encontra-se

algo de novo e diferente. Espécies locais são

introduzidas e mantidas nos aquários, algumas

delas raridades, enquanto outras conseguem

mesmo reproduzir-se ou atingir grandes

dimensões em pouco tempo. É uma montra

representativa da biodiversidade aquática

local, sobretudo marinha. As coleções no

Museu das Pescas são enriquecidas com

novas peças vindas dos cantos mais remotos

do mundo, e os Programas Pedagógicos são

esporadicamente atualizados e adaptados de

acordo com as novas realidades. A ELA pratica

investigação científi ca nas áreas da Ecologia

Marinha, Aquacultura e Pescas, e também está

ativa no âmbito da conservação da Natureza,

recuperando e libertando organismos marinhos

como tartarugas-marinhas (Caretta caretta) e

lavagantes juvenis (Homarus gammarus), o que

tem sido feito sistematicamente nos últimos

anos.

A vocação da ELA é inspirar os visitantes

de todas as faixas etárias para melhor

entenderem, valorizarem e se preocuparem

com a vida marinha costeira, informando,

educando e divertindo ao mesmo tempo,

através de uma exposição fascinante.

Por Mike Weber

Estação Litoral da Aguda ELA

Aquário da ELA Museu das Pescas da ELA

ESTAÇÃO LITORAL DA AGUDARua Alfredo Dias, Praia da Aguda

4410-475 Arcozelo • Vila Nova de Gaia

Tel.: 227 536 360 / fax: 227 535 155

[email protected]ção-ela.pt

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32 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

Parque da Lavandeira

Na manhã de 18 de dezembro,

o presidente do Município de

Vila Nova de Gaia, Luís Filipe

Menezes, apresentou no Parque

da Lavandeira a candidatura ao próximo

quadro comunitário de apoio da reabilitação

da estufa do jardim romântico da quinta da

Lavandeira.

Para esse feito está criada uma parceria entre

a família proprietária de terrenos adjacentes

ao Parque da Lavandeira, onde se situa uma

estufa com interesse histórico, «um exemplar

único na Península Ibérica, associado a um

jardim romântico».

Em visita ao local, Menezes afi rmou: «Temos

o compromisso de tratar bem este espaço

e preparar uma candidatura para recuperar este

património».

Adiantou que está em curso «um conjunto de

processos que visam alargar os espaços verdes

do concelho», sendo «este parque municipal o

mais central da cidade». Rematou: «É um trabalho

que não está fechado. Espero que nos próximos

anos continue».

Numa década «os cidadãos de Gaia dispõem do

triplo de área verde conseguida no concelho: de

2,5 metros quadrados por habitante, Gaia oferece

agora 8,5 metros quadrados», sublinhou Menezes.

Este parque fi ca em Oliveira do Douro.

Com entrada grátis, está aberto todos os dias

e nele ocorrem várias iniciativas de participação

gratuita.

32 ESPAÇOS VERDES

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 33

Jo

ão

L.

Teix

eira Parque Botânico

do castelo

As mulheres do campo vêm à vilaAos sábados de manhã, venda de legumes sem

pesticidas.

YogaA orientação é da responsabilidade da Dr.ª Luísa

Bernardo, que proporciona a atividade em regime

de voluntariado. Quartas e sextas-feiras às 9h45.

Tai ChiÀs terças e quintas-feiras, aulas às 9h30.

Participação e entrada grátis.

O trabalho de campo tem vindo

a ser promovido pela empresa

municipal Águas e Parque

Biológico de Gaia e realizado

pelo Gabinete de História, Arqueologia

e Património da Confraria Queirosiana,

coordenado pelos arqueólogos J. A.

Gonçalves Guimarães e António Manuel Silva.

Os arqueólogos suspeitavam que existisse na

praia de Favaios este porto, com base no espólio

vindo de longe, nas cantarias de bom porte por

ali dispersas e nas indicações do levantamento

geofísico ali realizado por geo-radar, que indiciou

a existência de estruturas enterradas na areia.

Também a compreensão do sítio que o estudo

do complexo arqueológico de Crestuma tem

vindo a proporcionar foi decisiva.

Para tal foram mobilizados diversos meios

técnicos e uma equipa com núcleos de aptidões

diversas. Enquanto na praia junto à linha de

água foi colocada a operar uma máquina

escavadora, eram cheios sacos de areia para

entivar a área escavada e acionado um grupo

de motobombas. No rio Douro uma equipa de

mergulhadores da Companhia de Sapadores

Bombeiros efetuou o reconhecimento

subaquático da zona sob a indicação dos

arqueólogos.

Todas estas ações foram devidamente

registadas em terra, e também na água através

da colaboração da Junta de Freguesia de

Crestuma, que para o efeito disponibilizou um

barco e tripulação.

Começaram a aparecer na área escavada da

praia algumas cantarias de granito aparelhadas

à maneira romana, estruturadas entre si.

Procedeu-se de imediato à sua limpeza e registo.

Entretanto em meio subaquático os

mergulhadores registaram diversas existências

de espólio e outros elementos que valorizam o

conhecimento do sítio.

No fi nal dos trabalhos foi reposta a paisagem,

pois não era possível, nas atuais circunstâncias,

manter à vista as estruturas descobertas.

Os trabalhos desta campanha passaram

entretanto à fase de estudo, devendo prosseguir

no terreno no verão.

Como aconteceu noutras épocas, quando o

inverno passar o Parque Botânico do Castelo

irá começar a cobrir-se de um novo ciclo de

fl oração silvestre, o que dá um toque singular à

linda paisagem do sítio. A entrada neste parque

é grátis.

Momento dos trabalhos arqueológicos de setembro do ano passado

Concluiu-se a terceira

campanha de escavações

arqueológicas no Castelo

de Crestuma em 22 de

setembro e confi rmou-se

a existência de um cais

romano

Direitos R

eserv

ad

os

Agenda

Pode seguir o Parque da Lavandeira no Facebook,

no site www.parquebiologico.pt (botão Parque da Lavandeira),

enviar uma mensagem pelo e-mail [email protected]

ou telefonar para 227 878 138.

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34 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

34 ESPAÇOS VERDES

O Plano Diretor Municipal já marcava os novos espaços há anos mas

só nesta altura se tornou possível alargar os 35 hectares que compõem

este equipamento de educação ambiental

“Oalargamento do Parque

Biológico de Gaia surge

no contexto de um grande

objetivo: chegar em apenas

uma década a uma ocupação de espaços

verdes per capita em Gaia que tivesse o nível

do Norte da Europa», disse o presidente da

Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Luís

Filipe Menezes, quando da cerimónia que

assinalou a nova fase de ampliação do Parque

Biológico de Gaia, no fi nal da manhã de 30 de

outubro passado.

Aos 35 hectares já fl orestados somaram-

se agora mais sete, em parte graças à

colaboração de mecenas da campanha

“Confi e ao Parque Biológico de Gaia o

Sequestro de Carbono”, em curso desde há

quatro anos.

Os resultados desta iniciativa tinham sido

acabados de apresentar no auditório por

Nuno Gomes Oliveira que referiu uma ligação

histórica à segunda Invasão Francesa, nos

idos de 1809, de um velho caminho, o

caminho de Viseu.

Nas próprias palavras de Menezes, o

alargamento do Parque Biológico em mais sete

hectares é um passo para atingir os 58 que

constam do Plano Diretor Municipal, capazes

de consolidar esta pequena reserva de natureza

«como parque urbano com este tipo de

características, porventura o mais importante e

mais signifi cativo da Península Ibérica».

Esta ampliação da área do Parque está

associada «a uma política de educação

ambiental e a uma prestação de serviços um

pouco por todo o país».

Parque Biológico de Gaia

ampliado

Caminho de Viseu

Área ampliada6,8 hectares

Área existenteaté 18 de maio de 201235 hectares

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 35

Além disso, estes metros quadrados verdes

garantem «42 hectares de fl oresta autóctone

que fi xam a cada ano 1600 toneladas de dióxido

de carbono».

No novo espaço há também uma ribeira, que

enriquece a biodiversidade da área recém-

adquirida.

Ficam a faltar 16 hectares para o parque agregar

a área que o afasta da auto-estrada.

Estando marcado o 30.º aniversário do Parque

Biológico de Gaia para março de 2013, esta foi,

com certeza, a antecipação de uma boa prenda.

Luís Filipe Menezes: plantação simbólica de um carvalho na área ampliada

Visita à área ampliada do Parque J

oão L

. Te

ixeira

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36 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

36 ESPAÇOS VERDES

Ao fi nal da manhã, o Parque Biológico de

Gaia recebeu o visitante n.º 2 500 000,

Carlos Pimenta, antigo Secretário de

Estado do Ambiente.

O Presidente do Município gaiense, Luís Filipe

Menezes marcou presença e disse, a respeito de

Carlos Pimenta, que é “o grande criador da política

ambiental em Portugal”.

As declarações foram prestadas depois de um breve

passeio pelo percurso de descoberta

da natureza até ao complexo de

exposições intitulado Biorama, local

onde Carlos Pimenta não disfarçou o

facto de se sentir sensibilizado com

a distinção e com a evolução do

Parque: “Este projeto em Gaia é do

melhor que há no mundo. Hoje, ao

ver o Parque, a sua expansão, o seu

número de visitantes e, principalmente,

a obra que é feita com amor por toda

uma comunidade viva de pessoas,

recheada de vivências e de educação

ambiental, sinto-me comovido”.

Adiantou que “não é só o produto

interno bruto por habitante que mede a realização

de cada um: é também o tipo de relação com o

verde, a sensação de que não estamos a delapidar

o capital natural”. E confessou: “Tenho para mim que

a grande crise que a humanidade terá de enfrentar

– eu sou um otimista, acho que temos capacidade

para a enfrentar – não é a crise dos problemas

fi nanceiros, mas sim a crise do capital natural que

a geração atual e as anteriores, desde a revolução

industrial, geraram, com a perda de biodiversidade,

a quantidade de espécies que desaparecem

cada dia para sempre, com a acumulação de

resíduos tóxicos e de metais pesados e de outras

substâncias que se acumulam na cadeia alimentar.

Se hoje se fi zer uma análise de sangue a um

albatroz do Pacífi co

surge um cocktail de

químicos que não havia

no fi nal da II Grande

Guerra Mundial. Não

há natureza que

aguente este tipo de

excessos”.

Como registo do

momento fi cou uma

placa comemorativa

na entrada do centro

de acolhimento do

Parque.

O Município de Vila

Nova de Gaia “investiu cerca de 125 milhões de

euros na melhoria das condições ambientais” ao

longo do mandato de Luís Filipe Menezes. Hoje

distingue-se com cerca de 8 metros quadrados de

espaços verdes por habitante, “um valor ao nível

dos países nórdicos”, salientou o autarca.

Carlos Pimenta visitante

2 500 000

Conhece o Parque

Biológico de Gaia

desde o seu início:

em 9 de novembro,

Carlos Pimenta

foi o visitante

n.º 2500000!

Carlos Pimenta: “Hoje, ao ver o Parque, a sua expansão, o seu número de visitantes e, principalmente, a obra que é feita com amor por toda uma comunidade viva de pessoas, recheada de vivências e de educação ambiental, sinto-me comovido”

De tarde Carlos Pimenta visitou a Reserva Natural Local do Estuário do Douro

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 37

Em 11 de dezembro o presidente do

Município de Vila Nova de Gaia, Luís

Filipe Menezes, despoletou a fase inicial

da construção do Parque Ponte Maria

Pia, um dos novos espaços verdes da

cidade.

Para o efeito, simbolicamente plantou a

sua primeira árvore, um azevinho.

Este parque «é muito interessante

porque fi ca situado numa zona urbana

e de transição de freguesias», disse,

referindo entretanto o prolongamento até

à ponte Luís I para, mais tarde, através

de um circuito ciclo-pedonal e outro para

veículos elétricos, fazer a ligação entre a

Alfândega do Porto e a Praia da Granja.

O parque vai desenvolver-se em duas

fases. Nesta, abrange o espaço até ao

viaduto do antigo canal ferroviário Porto/

Lisboa, desativado.Na segunda estender-

se-á até à ponte Maria Pia.

Será um parque simples, de passeio

e de lazer, mas importante numa área

densamente povoada.

Parque Ponte Maria Pia

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38 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

38 ESPAÇOS VERDES

Maria da Luz Gebuza visita o Parque Biológico

Maria da Luz Gebusa liberta um andorinhão juvenil reabilitado pelo Centro de Recuperação de Fauna Selvagem

Maria da Luz Gebuza, esposa

do Presidente da República de

Moçambique, visitou em 22 de

novembro o Parque Biológico

de Gaia. Recebida inicialmente no auditório,

assistiu a um vídeo que apresenta uma síntese

do que é o parque, tendo ainda, após uma

apresentação do Presidente do Conselho de

Administração das Águas e Parque Biológico

de Gaia, EEM, José Miranda de Sousa Maciel,

sobre o trabalho realizado na última década

em matéria de melhoria da qualidade da água

e do saneamento em Vila Nova de Gaia,

visitado a exposição permanente “Encantos &

Desencantos” e as exposições temporárias que a

complementam.

No início do pecurso de descoberta da natureza

libertou vários andorinhões juvenis, reabilitados

pelo Centro de Recuperação de Fauna do

Parque, também eles aves migradoras que nesta

época andam em África.

A passagem de Maria da Luz Gebusa, que

curiosamente é bióloga, por este equipamento

de educação ambiental foi possível tendo em

consideração o facto de nessa altura ter estado

em viagem de trabalho na região do Porto.

A visitante disse que a visita a Portugal é uma

oportunidade singular para o reforço das relações

de cooperação e amizade existentes entre os

dois países e povos: «Fazemos votos para que

esta cooperação se fortifi que cada vez mais

em prol da melhoria das condições de vida das

populações dos dois países», afi rmou Maria da

Luz Guebuza.Exposição permanente “Encantos & Desencantos”

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 39

Andorinhões

Crias de andorinhão em recuperação

Entre a numerosa fauna que tem dado

entrada no Centro de Recuperação

do Parque Biológico de Gaia

destacam-se alguns visitantes

alados que fazem invernada em África e são,

também, entre aves, as mais adaptadas a uma

vida aérea.

Estamos a referir-nos aos andorinhões.

Ao longo do verão é normal a entrada de

algumas crias que, certamente descuidadas no

seu primeiro voo, acabam por aterrar no solo.

Enquanto para a maioria das aves isso não é

nenhum problema, pois levantam voo quando

quiserem, como os andorinhões têm patas muito

curtas e asas longas, não conseguem retomar

o voo.

É geralmente nessa circunstância que as

pessoas as encontram e fi cam preocupadas,

pensando que estão feridas. Bem...

pontualmente até poderão estar, ou apenas

enfraquecidas, mas não na maioria das vezes.

Bastaria soltá-las com a mão a meia altura e elas Uma das crias tardias de andorinhão Apus palidus, a ser alimentada com larvas de inseto

retomariam o voo, como se se soltassem de um

penhasco para darem espaço às asas.

Um dos casos mais tardios de entrega de crias

de andorinhão no Centro de Recuperação tem

como protagonista Lara Reis, professora na

Escola dos Carvalhos, que nos dias 16 e 18 de

outubro entregou para reabilitação duas destas

aves: «Um dos andorinhões apareceu pousado

no hall da sala» e o outro «estava no chão do

recreio: foram os alunos que nos alertaram».

Querendo dar bom destino aos animais, «falei

com outra professora que me disse que seria de

os entregar ao cuidado do Parque Biológico de

Gaia».

Após exame veterinário e respetiva recuperação

ambas as aves foram anilhadas por técnicos

habilitados para o efeito e, em 17 de novembro,

reencontraram a liberdade, quando após alguns

círculos no ar rumaram ao calor do Sul.

Acresce dizer que, a norte, este registo poderá

ser o primeiro de uma nidifi cação estranhamente

tardia.

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CENTRO DE RECUPERAÇÃO 39

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40 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

Que será isto?

Eis algumas das iniciativas a curto prazo que podem ser do seu interesse...Agenda

Passatempo

Ofi cinas de Verão É tempo dos mais pequenos

se divertirem nas ofi cinas

que chegam em julho

Estes espaços lúdicos e educativos destinam-se a

crianças e jovens dos cinco aos 14 anos e decorrem de

1 a 5 de julho, de 8 a 12 de julho, de 22 a 26 de julho e

de 29 de julho a 2 de agosto.

Há também Campos de Verão. Encontra mais

informações indo a www.parquebiologico.pt,

clicando em Atividades.

Para participar tem de fazer a inscrição no Gabinete

de Atendimento, através do e-mail

[email protected], que funciona de

março a setembro das 9h00 às 19h00. Os telefones

diretos são 227 878 137 e 227 878 138.

Quando em 24 de outubro a revista “Parques

e Vida Selvagem” foi distribuída, Alexandrina

Morgado, de Marrazes, foi a primeira leitora

a acertar no passatempo proposto: «Tomo a

liberdade de tentar identifi car as espécies da

recente edição “Parques e Vida Selvagem”

- Borboleta: Iphiclides feisthamelii, de nome

comum borboleta-zebra. Ave: Haematopus ostralegus, de nome comum ostraceiro».

Na lista de obras publicadas pelo Parque

Biológico de Gaia escolheu como prémio o

livro “Ecoturismo e conservação da natureza”,

que lhe foi imediatamente enviado.

António Luís Silva, de Valbom, foi o segundo

leitor mais rápido: «Olá! Nunca é demais

dar-vos os parabéns, e agradecer-vos por

este magnífi co trabalho que é a divulgação

da natureza através desta vossa revista,

nomeadamente a existente nos parques naturais da

região. A borboleta representada na fotografi a da

revista n.º 41 do ano XII, tem como nome comum:

borboleta rabo-de-andorinha, que pelo seu padrão,

também é chamada de borboleta-zebra. Pertence à

classe dos insetos; pertence à ordem: Lepidoptera;

à família: Papilionidae; ao género: Iphiclides. E é

mais um belo ser com que nós coabitamos neste

maravilhoso planeta».

Nesta nova edição, quem sabe se não chega a sua

vez de alcançar algum prémio?

Para a presente edição de inverno, fi cam estas

fotografi as de fl ora e fauna.

É capaz de identifi car estes seres vivos?

Se for, não deixe de nos dizer! As fotografi as

publicadas são sempre de vida selvagem que já foi

observada na região.

As duas respostas mais rápidas recebem como

prémio um dos livros editados pelo Parque Biológico

de Gaia.

Deve ser indicado um dos nomes vulgares

reconhecidos ou, melhor ainda, o género ou o

nome científi co. Se acertar numa só de ambas as

espécies, a sua resposta é igualmente considerada

na lista das mais rápidas.

Os leitores já premiados em edições anteriores só o

serão se não houver outra resposta certa (este item

só é válido durante um ano a partir da atribuição do

prémio).

Então, já sabe o nome de alguma destas duas

espécies? Joan

a P

erei

ra

João L. Teixeira

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 41

Noites dos Pirilampos • Nos dias 1, 7 e 8 de junho, de 11 a 15, de

17 a 22 e de 25 a 29 do mesmo mês o Parque

Biológico de Gaia recebe visitas, sob reserva, às

22h00 para observação de pirilampos e outros

animais noturnos. Nesta época do ano a espécie

mais abundante é o pirilampo Luciola lusitanica:

de noite, os machos voam por vezes em elevado

número à procura de fêmeas. Depois, há ainda

observações astronómicas.

Dia 1 de junho às 21h30 abre também a

exposição do concurso de fotografi a astronómica

com a entrega dos prémios.

Sábado no Parque• Dia 1 de junho o Parque prepara algumas

atividades especiais para os seus visitantes, com

início às 11h00, quando decorre o atelier “Detetives

no Parque”.

Às 14h30, decorre a conversa do mês intitulada

“Insetos à lupa”, levando a mostra de Paulo Latães

que abre às 15h00 no salão de fotografi a da

natureza o mesmo título. Meia hora depois começa

a visita guiada pelos técnicos do Parque e o

percurso ornitológico.

No mesmo dia às 22h00 há observações

astronómicas, se as condições meteorológicas

o permitirem, sendo às 21h30 a abertura da

exposição do concurso de fotografi a astronómica

com entrega dos prémios.

Em 6 de julho, o atelier chama-se “Jogos de cores,

cheiros e sabores” e a conversa do mês é sobre

“Flora portuguesa em perigo”.

Anilhagem científi ca de aves selvagens • Nos primeiros e terceiros sábados de cada

mês, das 10h00 às 12h00, os visitantes do Parque

podem assistir de passagem pelo percurso de

descoberta da natureza (Quinta do Chasco) a estas

atividades, se não chover.

Observação de aves selvagens• Nos primeiros domingos e nos segundos

sábados de cada mês, das 10h00 às 12h00, leve,

se tiver, um guia de campo de aves europeias

e binóculos à Reserva Natural Local do Estuário

do Douro. Com telescópio, estará um técnico do

Parque para ajudar os presentes a identifi car

as aves do Litoral a partir dos observatórios ali

instalados.

Exposição de Fotografi a da Natureza "Insetos à Lupa"• Na Década da Biodiversidade, lançada pelas

Nações Unidas até 2020, esta mostra temática vai

abrir às 15h00 de sábado, 1 de junho. Patente

todos os dias até fi ns de agosto no horário de

abertura do Parque Biológico.

Simpósio Internacional sobre Conservação de Cágados • O Parque Biológico, entre 22 e 24 de maio,

vai organizar um Simpósio Internacional sobre

tartarugas de água doce, no âmbito do Projeto

LIFE-Trachemys, em que se encontra envolvido.

Receba notícias por e-mailPara os leitores saberem das

suas atividades a curto prazo,

o Parque Biológico sugere

uma visita semanal a

www.parquebiologico.pt

A alternativa será receber

os destaques, sempre que

oportunos, por e-mail.

Para isso, peça-os a

[email protected]

Mais informações Gabinete de Atendimento

[email protected] direto: 227 878 138

4430-861 Avintes - Portugal

Envie-nos o seu e-mail para

[email protected] por carta para

Parque Biológico de Gaia

Revista “Parques e Vida Selvagem”

4430-681 Avintes

O prazo para as respostas termina em 30 de junho de 2013.

Gab

riel Moreira

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42 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

42 ESPAÇOS VERDES

No fi nal do ano passado nasceram duas lontras-

europeias no Parque Biológico de Gaia.

Depois de demorada permanência na

segurança da toca, ciosamente defendidas pela

progenitora, começaram a sair à luz do dia em novembro.

Em 1 de dezembro, sábado, pelas 13h30, um juvenil

selvagem de corvo-marinho-de-faces-brancas,

Phalacrocorax carbo, pousou no Parque Biológico de

Gaia o tempo sufi ciente para um mergulho. Como é

habitual nesta espécie de mergulhão, a secagem das asas

obrigatória fez-se à vista de todos, e o regresso provável à

Reserva Natural do Estuário do Douro ter-se-á abreviado

por uma hora.

Não há registo, que se saiba, da presença de um indivíduo

selvagem desta espécie no Parque anteriormente.

Os corvos-marinhos podem ser observados em estado

selvagem com facilidade, às dezenas, na Reserva Natural

Local do Estuário do Douro, por exemplo. São aves que

nadam muito bem debaixo de água e conseguem capturar

peixe como as tainhas que abundam ali.

Em 12 de novembro pela hora do almoço, andava a

apanhar o sol de outono uma osga adulta, Tarentola mauritanica, espécie mediterrânica que começa a fazer

cada vez mais aparições no Norte.

As osgas alimentam-se de insetos e outros pequenos

invertebrados, sendo não só inofensivas como benéfi cas

para o ser humano.

Novidades

Poucos dias depois das primeiras aparições das duas crias: 15 de novembro ao fi m da tarde

Este corvo-marinho foi um visitante inesperado

Jo

rge G

om

es

Fauna

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 43

Musgo pleurocárpico (cresce

prostrado), irregularmente

ramifi cado, muito variável

nas dimensões. Forma tufos

extensos, de cor verde, verde-amarelada ou

acastanhada.

Os fi lídios (pequenas folhas) dos ramos são

semelhantes aos fi lídios do caulóide (análogo a

um caule) e têm uma forma ovado-lanceolada,

com um ápice muito delgado e curvado.

Para além disso, os fi lídios são côncavos e

imbricados, ou seja, estão muito juntos e

geralmente sobrepostos ao longo do caule,

o qual se assemelha a uma pequena trança.

Apresenta cápsulas com alguma frequência;

são normalmente cilíndricas, inclinadas e com

opérculo curto. É uma espécie muito variável no

seu aspeto (polimorfa), sendo aceites cerca de 5

variedades desta espécie na Península Ibérica.

É a espécie mais comum do género Hypnumque se distingue facilmente pelos fi lídios que

fazem lembrar pequenas foices, uma vez que

são todos curvados em direção ao solo.

É um dos musgos mais abundantes em vários

tipos de substrato. Coloniza preferencialmente

troncos, mas também rochas e solo, em locais

geralmente sombrios, sobretudo em bosques.

É uma espécie bastante cosmopolita que está

distribuída por todo o mundo. Em Portugal, é

bastante vulgar de norte a sul de Portugal. No

Parque Biológico de Gaia é possível encontrá-

la em troncos de árvores e taludes húmidos.

Neste tipo de ambientes, funciona como

habitat e refúgio para muitos invertebrados e

desempenha um papel importante como micro-

estufa onde germinam sementes de plantas

vasculares.

Atualmente, compostos obtidos a partir desta

espécie têm sido estudados e testados como

biopesticidas. Por outro lado, é uma espécie

moderadamente sensível à poluição atmosférica

e tem sido bastante utilizada como bioindicador

da deposição de metais pesados, quer a nível

internacional, quer nacional.

O nome Hypnum deriva da palavra grega

“Hypnos” que signifi ca sono. Devido à

suposição antiga de que induziria sono, tufos

desta espécie foram muitas vezes colhidos para

encher almofadas e colchões. Porém, muitas

dúvidas subsistem relativamente à veracidade

desta explicação para a origem do nome.

Recentemente, esta espécie, tal como tantas

outras de musgo, enfrenta uma ameaça

preocupante: é das espécies mais utilizadas

para decoração de presépios. Sabia que o

crescimento desta planta é tão lento que pode

demorar vários anos até que cresça no mesmo

local de onde foi removida? Já agora, vale a

pena pensar nisto.

Texto Helena Hespanhol e Cristiana Vieira

(CIBIO-UP). Foto Cristiana Vieira

Musgo-trança ou Musgo-do-sonoHypnum cupressiforme Hedw.

Filip

e V

ieira

Jo

ão

L.

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eira

Flora

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44 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

Colhereiro e corvo-marinho

44 O VOO DAS AVES

Jo

sé R

ollo

Colhereiro, Platalea leucorodia, com anilha de cor nascido na Holanda

Com a bonita idade de quatro anos,

já adulto, este colhereiro foi anilhado

no ninho em 9 de julho de 2008 e é

supostamente um macho. Esta ave

nasceu na Holanda. É uma ave migratória que

todos os anos regressa à sua terra natal.

Contudo, este colhereiro escolheu no seu

primeiro ano de vida e uma grande viagem para

sul, rumo à Reserva Natural Local do Estuário

do Douro, para passar os períodos de frio.

Na Holanda esta espécie ornitológica usufrui

de uma atenção e estima especial, idêntica à

que acontece no nosso país relativamente às

cegonhas.

Estas aves estiveram em perigo de extinção

durante a década de 80. Os países do Norte,

reconhecendo o seu valor como espécie,

conseguiram utilizar a imagem do colhereiro

para estimular o interesse na proteção de aves

selvagens. Na atualidade a população já não

está tão ameaçada nos locais de reprodução

mas é fundamental assegurar as condições

naturais dos locais de invernada no Sul e os

que utiliza durante as migrações.

No caso desta ave em particular pode-

se testemunhar o contributo concreto da

Reserva Natural Local do Estuário do Douro na

salvaguarda desta espécie da fauna europeia e

especifi camente população reprodutora no mar

de Waden.

Diferente é o caso do corvo-marinho-de-faces-

brancas (Phalacrocorax carbo) proveniente de

um lago de França, o Lac Grand-Lieu (Loire

Atlantique). Esta área protegida é em grande

parte uma Reserva Natural (2700 ha – que

representa 67% da área do lago) e inclui a maior

colónia francesa de corvos-marinhos, em que o

número de casais nidifi cantes nesse local varia

consoante os anos entre 500 e 1300. Há ainda a

particularidade de ter sido a primeira colónia que

surgiu em território continental da França em 1981.

Outras colónias francesas situam-se em ilhas da

costa atlântica (Normandia e Bretanha; fonte: Loïc

Marion CNRS-Ecobio).

A anilhagem de corvos-marinhos-de-faces-

brancas realizada na Europa tem demonstrado

que estas aves apresentam comportamentos

que evidenciam preferências por certos sítios,

sendo fi éis aos locais de nascimento, e revelam

preferência por certos locais de invernada.

O corvo-marinho em referência anilhado ainda

como não voador no ninho, a 11 de maio de

2011 no Lac Grand-Lieu (Loire Atlantique), além

da anilha metálica com a referência CA71501,

recebeu anilhas de cor que permitem a sua

identifi cação à distância.

O primeiro registo do corvo-marinho-de-faces-

brancas CA71501 na RNLED ocorreu a 11 de

outubro de 2011 por Paulo Leite.

Foi novamente registado na RNLED a 25 de

dezembro de 2011 por Thijs Valkenburg.

O primeiro registo em 2012 foi realizado a 7 de

outubro durante as atividades de simulação de

observação visual de anilhas de leitura à distância

realizadas durante o EuroBirdwatch de 2012 (6 e 7

de outubro). O último registo foi a 7 de dezembro

confi rmando a escolha desta ave pela RNLED

para passar o inverno de 2012.

Por Paulo Faria

O corvo-marinho com a anilha CA71501 (7-10-2012)

João L. Teixeira

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 45

ANILHAR 45

A iniciativa «tem como objetivo

compreender a origem geográfi ca

das populações de aves

invernantes, avaliar as interações

entre as populações invernantes e residentes e

estudar a fi delidade aos territórios de inverno».

Para funcionar baseia-se no trabalho das Estações

de Esforço Constante que mais não são do

que grupos de anilhagem científi ca de aves

selvagens que visam «obter informação que possa

auxiliar a entender e a explicar as alterações nas

populações de aves, através de um programa

de capturas regulares durante a época de

reprodução, em locais e habitats específi cos».

As estações «inserem-se no projeto à escala

europeia EURO-CES, Constant effort ringing in Europe, promovido pela EURING, baseado no

método CES (Constant Effort Sites), utilizado já por

algumas centrais de anilhagem europeias e tem

como meta principal monitorizar as populações

Está em curso o projeto

Monitorização de Aves

Invernantes, da Associação

Portuguesa de Anilhadores

de Aves, «que visa o

estudo das populações de

passeriformes invernantes

em Portugal com recurso

à anilhagem científi ca

de aves selvagens»: a

presente edição teve início

em 15 de novembro

das espécies de aves mais comuns».

A associação pretende «divulgar o MAI junto

dos anilhadores, incentivando as estações de

esforço constante a desenvolverem o projeto e

os anilhadores a estabelecerem novas estações

com especial ênfase no interior do país e ilhas»,

afi rma Miguel Araújo, da APAA.

Adianta ainda que «há interesse em aumentar o

número de estações, para que a monitorização

das aves invernantes em Portugal seja mais

abrangente».

Com mais de seis anos de funcionamento

contínuo a Estação de Esforço Constante em

serviço no Parque Biológico de Gaia aderiu em

2012 a este projeto.

Os visitantes do parque podem assistir a

parte do funcionamento destas sessões que

costumam decorrer nas manhãs dos primeiros

e terceiros sábados de cada mês, se não

chover.

Estação de Esforço Constante

Uma das redes essenciais ao funcionamento deste trabalho científi co Ferreirinha

Anilhagem de papa-moscasGaio em análise Anilhagem de um cucoToutinegra: colheita de dados biométricos

Jo

rge G

om

es

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46 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

Oriontee a Estrelado Cão

A constelação de Orionte,

representando um gigante caçador

com origem na mitologia grega,

é uma das mais facilmente

identifi cáveis no céu noturno, em particular

durante o inverno.

Durante os meses de dezembro, janeiro e

fevereiro, pode ser vista acima do horizonte sul

pouco depois de anoitecer (fi gura).

As sete estrelas mais brilhantes da constelação

formam um quadrilátero (uma estrela por vértice)

dentro do qual se encontram três estrelas

quase perfeitamente alinhadas. As estrelas que

formam o quadrilátero são Betelgeuse, Bellatrix,

Rigel e Saiph, começando no vértice superior

esquerdo e seguindo no sentido dos ponteiros

do relógio. No interior, as Três Marias, como são

conhecidas na tradição oral portuguesa, têm

por nome, da esquerda para a direita, Alnitak,

Alnilam e Mintaka. Estes nomes exóticos são na

realidade corrupções dos seus nomes originais

em árabe, eles próprios em grande parte

absorvidos da herança cultural de civilizações

passadas como a da Grécia Clássica.

Betelgeuse é uma supergigante vermelha mil

vezes maior, 120 mil vezes mais luminosa e

15 vezes mais maciça do que o Sol. Colocada

no centro do Sistema Solar, o Sol e todos os

planetas até Júpiter, inclusive, fi cariam no seu

interior. É tão grande que a sua temperatura

superfi cial é mais baixa do que a do Sol, o que

lhe dá uma tonalidade alaranjada facilmente

detetável à vista desarmada. Está situada a

cerca de 640 anos-luz (a distância percorrida

pela luz em 640 anos, à velocidade de 300

mil quilómetros por segundo). As restantes

seis estrelas são todas mais quentes do que

o Sol, motivo pelo qual têm um brilho branco-

azulado. Bellatrix, a cerca de 250 anos-luz, é

seis vezes maior, 6500 vezes mais luminosa e

oito vezes mais maciça do que o Sol. Rigel, a

uma distância de 850 anos-luz, é uma estrela

colossal, tão luminosa como Betelgeuse mas

muito mais quente. É "apenas" 80 vezes maior

e 20 vezes mais maciça do que o Sol. Saiph, no

canto inferior esquerdo do quadrilátero, situa-se

a cerca de 650 anos-luz e é 22 vezes maior,

60 mil vezes mais luminosa e 15 vezes mais

maciça do que o Sol.

Dentro do quadrilátero, as Três Marias, apesar

de alinhadas de forma tão precisa, estão a

distâncias diferentes do Sol - o alinhamento é

um mero acaso de perspetiva. Alnitak, Alnilam e

Mintaka situam-se respetivamente a 750, 1300 e

900 anos-luz. São também estrelas absolutamente

notáveis: Alnilam, o exemplo mais extremo, é 275

mil vezes mais luminosa, 25 vezes mais maciça e

25 vezes maior do que a nossa estrela; Mintaka é

um sistema com duas estrelas, cada uma com 20

vezes a massa e 90 mil vezes a luminosidade do

Sol, que orbitam em torno uma da outra em cada

6 dias; Alnitak é um sistema triplo em que a estrela

mais maciça e luminosa tem 20 vezes a massa e

100 mil vezes a luminosidade do Sol.

Rigel, Saiph e as Três Marias nasceram, em

gerações diferentes, numa "maternidade" estelar

existente na direção da constelação de Orionte.

Situada a 1300 anos-luz, esta "maternidade"

é na realidade uma nuvem gigante de gás e

poeiras interestelares a partir das quais se formam

novas estrelas. A pequeníssima parte desta

nuvem que é visível em telescópios, e mesmo à

vista desarmada, é designada de Nebulosa de

Orionte e corresponde à "estrela" central de um

pequeno grupo de três mesmo por debaixo das

Três Marias. Esta porção da nuvem é tornada

visível pela ação da intensa radiação ultravioleta,

emitida por estrelas recém-formadas, sobre o

gás interestelar, provocando a sua fl uorescência.

Vista por um telescópio ou em fotografi as, a

Nebulosa de Orionte é um objeto de grande

beleza e de grande signifi cado: em locais

como este testemunhamos o nascimento de

novas gerações de estrelas, um processo que

demora milhões de anos a concluir-se.

Mas as noites de inverno têm outro espetáculo

reservado para o observador do céu. Seguindo

por uma linha imaginária defi nida pelas Três

Irmãs, para o lado esquerdo e para baixo,

podemos observar a estrela com maior brilho

aparente do céu noturno, Sirius, a luminária

da constelação do Cão Maior. A constelação

representa um dos cães que seguia o gigante

caçador Orionte. De brilho intenso, branco-

azulado, Sirius é, no entanto, apenas 25 vezes

mais luminosa e duas vezes mais maciça do

que o Sol. É a estrela mais brilhante do céu

simplesmente porque se encontra a apenas

8.7 anos-luz de distância. No antigo Egito, o

primeiro avistamento desta estrela antes do

nascer do Sol marcava o início das cheias do

Nilo e por isso Sirius tinha uma importância

central para a civilização. Os gregos e os

romanos atribuíam o calor excessivo dos

meses de verão a este aparecimento de Sirius,

a "Estrela do Cão", sendo esta a origem do

termo "canícula".

Texto Luís Lopes

46 OBSERVATÓRIO

Sul

Castor

Sirius

Prócion

Gêm

eos

PolluxTrês Marias

Capella

Betelgeuse

Bellatrix

Nebulosa de Orionte

RígelSaiph

Júpiter

Orionte

Touro

Cocheiro

Cão Menor Unicórnio

Cão Maior

Lebre

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Page 47: ressos edaria ervice vanas itório ureza!

Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 47

Piscar o olho à selvagemSó depende de si próprio

tornar 2013 o seu melhor ano

de observação da natureza:

a criação de um caderno de

campo vem mesmo a calhar

para registar dados colhidos

em todos os percursos da

natureza que vier a realizar

Os cadernos de campo, quadriculados

ou não, destinam-se a reter

informação testemunhada por si

e permite agregar elementos para

consulta a posteriori dos dados colhidos em cada

percurso de descoberta que vier a palmilhar.

Seja organizado para não fi car com dúvidas sobre

as suas anotações!

A forma mais prática de o organizar é a sequência

cronológica. Por este processo o caderno estrutura-

se através das datas das observações de fl ora e de

fauna que realiza.

Não interessam só espécies raras. Aquilo que hoje

abunda, amanhã pode ser escasso.

A primeira página deve ser usada para identifi car

o caderno com o título que lhe queira dar e o seu

nome. Escrever o seu contacto também é útil, caso

num dia mau venha a esquecer-se dele em sítio

indeterminado.

O caderno de campo terá assim uma folha de

rosto, a abertura do caderno, os assuntos sob

observação, locais e datas, descrições e até

desenhos.

Mais tarde, poderá consultar anotações e comparar

registos ano após ano, o que alimentará a sua

memória e robustecerá o seu conhecimento da vida

selvagem.

SAIR DA CASCA 47

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Page 48: ressos edaria ervice vanas itório ureza!

PRIMAVERAMesmo sem a mudança de hora

de 31 de março, a luz do Sol já

começa a durar mais tempo.

Se teve o cuidado de instalar uma

caixa-ninho no seu jardim quem

sabe se não será ocupado por

exemplo por um casal de chapins-

reais? Poderá fazer o diário de

crescimento como já aconteceu

com várias pessoas.

Cada uma à sua maneira, as

árvores de folha caduca vão

começando a rebentar, muitas

com fl ores e depois folhas, a fi m

de aproveitarem a sofreguidão

dos insetos polinizadores, como

moscas e abelhas, que ajudam, e

muito, a produzir mais frutos.

Nas bermas dos caminhos, as

fl ores despontam sucessivamente.

Em fi ns de fevereiro ou início de

março poderá começar a ver as

primeiras espécies de libélula. No

Parque Biológico a espécie mais

regular é a donzelinha-vermelha,

Pyrrhosoma nymphula.

Também os primeiros morcegos

começam a voar e os ouriços-

cacheiros despertam do torpor

invernal, nas noites já menos frias,

para tratarem de se alimentar.

INVERNOA temperatura mais baixa traz visitantes

do Norte da Europa que no resto do ano

não se avistam normalmente por cá.

Esta época reúne oportunidades que não

duram muito mais que um par de meses.

À beira-mar, por exemplo, poderá ver

uma maior concentração de garças e

encontra várias espécies que envergam

roupa de inverno. É o caso do guincho,

uma pequena ave do grupo das gaivotas,

que perdeu a cor preta da cabeça e

agora está branca.

Os dias com menos luz não lhe retiram a

possibilidade de sintonizar a hora certa do

dia para aprender a escutar o entardecer.

No seu jardim, é boa altura para instalar

um lago e atrair a natureza para mais

perto de si. Plante de preferência

arbustos autóctones!

Pode ser inspirador, desiniba-se: escreva,

fotografe, grave vídeos, e não deixe de os

partilhar connosco...

Esta época também é propícia a visitar

uma sessão de anilhagem científi ca de

aves selvagens. Em Vila Nova de Gaia,

no Parque Biológico, se não chover, nos

primeiros e terceiros sábados de manhã

de cada mês, funciona um grupo há já

mais de seis anos.

Interação, Luís S. GonçalvesPeto-verde, Francisco BernardoCaracol, Alberto Vale

Chapim-carvoeiro,José Manuel Carvalho

48 SAIR DA CASCA

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Page 49: ressos edaria ervice vanas itório ureza!

OUTONOJá sabe que de repente surge outra

mudança de hora, desta vez em 27

de outubro. Os dias já foram bem

maiores!

Não lamente.

Embora ainda venha longe, nesta

altura aumentam signifi cativamente

as migrações das espécies aladas,

sejam aves ou insetos.

As árvores vão começando a

convencer-se que vêm aí dias frios

e amarelecem as folhas cuja cor se

confunde com os frutos.

Se tiver um diospireiro por perto,

comece a observar o trânsito.

Toutinegras, chapins, melros

e tordos, borboletas como

a almirante-vermelho vão ali

alimentar-se, nos frutos que

não faz mal deixar para a vida

selvagem. Súbito, terá

boas surpresas: anote,

registe, não deixe

longe o seu

caderno de

campo!

VERÃOTire um dia e transforme-se num detetive

da natureza.

Não se garante é que não lhe apanhe

o gosto: entusiasme os seus fi lhos ou

sobrinhos!

Uma pinha roída, uma concha de caracol

escaqueirada, uma pegada na lama, um

ovo azulado partido… há que puxar o fi o

à meada.

Depois, há que incentivar a diversidade

da vida e, nisso, os invertebrados estão à

mão de semear: junte várias canas ocas

ou mesmo tubos amarrados e aquiete

o resultado num sítio recôndito do seu

jardim – diversos pequenos animais

como insetos, aracnídeos, moluscos irão

aproveitar a hospedagem e enriquecer

o quadro de espécies à porta de casa,

atraindo outros.

Não se esqueça que há grupos nas

redes sociais que ajudam a identifi car,

dentro do possível, as espécies que vai

fotografando,

sejam aves,

libelinhas,

borboletas, gafanhotos, répteis e

anfíbios, e muitas outras fasquias da

biodiversidade!

Se precisar de alguma dica envie-

-nos um e-mail para

[email protected]

Melanárgia,José Rafael Moreira

Garça-real, Mário L. Rocha Galeirão, César Oliveira

Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 49

Macho de toutinegra-de-barrete,Jorge Gomes

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50 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

50 ENTREVISTA

Na pista dos dinossaurPortugal está entre os dez países com

melhores jazidas de fósseis de dinossauros

no mundo: quem o afi rma é Octávio Mateus,

paleontólogo e professor auxiliar

da Universidade Nova de Lisboa

A lesson from the dinosaursSome of the dinosaurs were small, but the ones we remember are the largest ones, with a size that nothing seemed to be able to topple. We spoke to Palaeontologist Octávio Mateus, who has made many and varied studies about dinosaurs.

Juvenil?

Está bem, mas não deixa de intimidar!

Mede de comprimento quatro metros

e a réplica mexe com os sentidos.

Trata-se do esqueleto de uma das várias

espécies de dinossauro encontradas apenas

na Lourinhã.

O réptil tinha uma cabeça grande e andava

apoiado nas patas traseiras. O nome,

Lourinhanossaurus antunesi, foi dado em

homenagem ao paleontólogo Telles Antunes

por Octávio Mateus.

O investigador elucida com a paixão que nutre

desde criança pelo tema: «Era um dinossauro

carnívoro e, em adulto, poderia medir nove

metros».

O que torna ainda mais interessante esta

conversa é que o nosso interlocutor descobriu

na Lourinhã a capital lusitana dos dinossauros.

E, para que não haja dúvida, sublinha que

«Portugal, face ao seu tamanho, é talvez o país

com mais espécies de dinossauros por metro

quadrado! Os cinco países mais destacados

neste aspeto são os EUA, a China, o Canadá,

a Argentina e a Mongólia. Países gigantescos –

a China é cem vezes maior que o nosso país».

Bem, contra factos não há argumentos.

A conversa decorre no Museu da Lourinhã, no

Núcleo de Paleontologia, pelo que, de repente,

vê-se um ninho fossilizado com ovos deste

predador, encontrado ali perto, em Paimogo.

Parece argiloso...

A conversa continua:

Octávio Mateus — É verdade, é mesmo um

ninho de Lourinhanossaurus antunesi. E temos

crias, dentro dos ovos. Vê ali um ossinho de

embrião? Isto é raríssimo.

Na altura em que foram descobertos, estes

eram os únicos embriões de dinossauro de toda

a Europa. Foram também os mais antigos do

mundo, mas entretanto já descobriram outros.

Seja como for este é um ninho bastante grande

e permite perceber a sua evolução, a sua

nidifi cação, o seu comportamento, etc.

É tão raro que no ano em que foi anunciado, em

97, entrou para a lista das cem descobertas mais

importantes em todos os domínios da ciência

para esse ano.

Nestes casos será possível extrair ADN?

Octávio Mateus — Depende da conservação

mas diria que sim. É muito difícil extrair ADN com

qualidade de um dinossauro com 150 milhões de

anos!

É preciso que esteja preservado ao detalhe.

Em todo o caso, estes ossinhos estão tão bem

preservados que até temos células individuais que

formam o osso. Está tudo impecável.

O osso não está petrifi cado?Octávio Mateus — Está petrifi cado mas mesmo

assim... sabe que a fossilização ainda não é

completamente compreendida. Não se trata de

algo que é orgânico e, num estalar de dedos,

se transforme em mineral. É gradual e leva

seguramente milhões de anos. Nalguns casos até

continua a preservar a matéria orgânica original

apesar de ter mais de 100 milhões de anos.

Nunca o fi zemos, mas a julgar pelo aspeto aposto

Embrião de Lourinhanossaurus

Sim

ão M

ate

us

Ninho de Lourinhanossaurus

Carla C

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002

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65

144

206

250

290

360

410

440

510

570

0

Milhões de anos PeríodoEra

Pré-Câmbrico

Paleozoico

Cenozoico

Câmbrico

Ordovícico

Silúrico

Devónico

Carbonífero

Pérmico

Triássico

Jurássico

Cretáceo

Paleogeno

Neogeno

Quaternário

Terciário

Mesozoico

uros lusitanosque há alguma matéria orgânica ali.

Em matéria de conhecimento científi co estamos

ainda hoje numa fase de provar o que é e o que

não é matéria orgânica.

Mesmo que consigamos recolher ADN, este é uma

cadeia complexa e frágil. O máximo que vamos

conseguir dizer é que usa o mesmo sistema que

os outros vertebrados.

Isso já sabemos. É a mesma coisa que termos

um livro comido pelos bichos e conseguimos ler

umas quantas frases ou palavras. Sim, está bem,

podemos perceber a grafi a um bocado diferente,

podemos talvez compreender a língua, mas nunca

vamos conseguir compreender a prosa.

É impossível saber se cuidavam das crias?Octávio Mateus — Não é impossível. Neste caso

há várias indicações. Temos mais de cem ovos,

aposto que eram 150 ovos pelo menos. É muita

coisa! Haveria talvez várias fêmeas a pôr ovos no

mesmo ninho, como as avestruzes fazem hoje. Isto

é possível.

Penso que seria difícil os dinossauros não presta-

rem alguma atenção a um ninho destes: era um sí-

tio tão importante! Havia tanto esforço ali, e depois

iam deixá-lo à sua sorte? Repare que os crocodilos

também cuidam do ninho e das crias.

Outra curiosidade: no meio de cem ovos de di-

nossauro havia três ovos diferentes, distintos, bem

mais pequenos, com um terço do volume e uma

casca mais fi na. A estrutura era diferente: parecem

ser ovos de crocodilo.

O que fazem estes ovos de crocodilo no meio de

cem ovos de dinossauro? Para já, é difícil que seja

coincidência. São os mais antigos ovos de crocodi-

lo de todo o mundo!

Isso é um parasitismo de nidifi cação tipo…

O do cuco?Octávio Mateus — A cria de cuco lança fora os

ovos da ave hospedeira e esta começa a alimentá-

-la apenas a ela.

Estes crocodilos difi cilmente conseguiriam fazer

algo idêntico. Os ovos destes dinossauros eram

três vezes maiores...

O que parece acontecer é um comensalismo em

Lourinhanossaurus antunesi, um carnívoro bípede

Extinções massivas

Era

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52 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

que o crocodilo punha os ovos no ninho deste

dinossauro – na minha opinião devia ser o sítio

mais bem guardado à face da Terra. Quem se

atreveria a mexer num ninho de dinossauros

carnívoros daquele tamanho?

Benefi ciavam assim dessa proteção.

Podemos pensar que este pensamento é

rocambolesco, que é difícil de ocorrer, mas hoje

há tartarugas que põem ovos em ninhos de

crocodilo! Benefi ciam da sua proteção. Esse

comportamento existe.

Ora se isto estiver correto só faz sentido se

houver cuidados parentais.

É curioso que este Lourinhanossaurus foi o

primeiro dinossauro a que dei nome científi co.

Os fósseis de dinossauros do nosso país não são as mesmas espécies que se divulga na televisão a partir do património paleontológi-co dos EUA?Octávio Mateus — É fauna muito parecida com

a dos EUA. A nível genérico é idêntica, a nível

específi co é diferente.

A réplica do esqueleto que está à entrada desta

secção do museu é do Miragaia longicollum.

Não tem nada a ver com Miragaia no Porto, mas

tem a ver com a aldeia de Miragaia na Lourinhã.

Além disso, mira vem de mirabilis, maravilhoso,

e gaia equivale a deusa da Terra. Portanto, “ma-

ravilhosa deusa da Terra”; longicollum, pescoço

comprido.

Nós descobrimos toda a parte da frente deste

dinossauro e o original está aqui. Estes são os

ossos originais com 150 milhões de anos!

Uma das coisas impressionantes nesta desco-

berta é a sua anatomia: repare que os estegos-

sauros – isto é um tipo de estegossauro – nos

EUA tinham placas muito grandes e um pescoço

curto.

O nosso tem placas pequenas e um pescoço

muito longo. Tem 17 vértebras cervicais, o que

dá dez a mais que uma girafa.

Os estegossauros tinham 9 e este tinha 17.

Estão em circulação miniaturas feitas pelo

Carnegie Museum, nos EUA, famoso pelo rigor

das miniaturas que fazem para as crianças: há

dois bonecos diferentes cujo original se encontra

neste museu e está já a ser comercializado para

todo o mundo.

Se se quisesse promover Portugal desta forma

quanto custaria fazer isso? É o valor que temos

em património.

Por exemplo, a Discovery fez o ano passado um

documentário só sobre os dinossauros na Lou-

rinhã. Já passou nos EUA. Quanto nos custaria

produzir isso?

E é resultado direto desta pesquisa científi -ca... Octávio Mateus — Sim, por vezes as pessoas

perguntam que utilidade tem esta investigação,

a própria ciência – é a mesma utilidade de um

recém-nascido. Que utilidade tem?

Pode vir com um potencial gigantesco. Um

recém-nascido pode ser o próximo Mozart, o

próximo Newton ou Einstein...

Não sabemos. A ciência é a mesma coisa. Os

dados que recolhemos agora podem revelar-se

de grande interesse no futuro.

Já se sabe que a Lourinhã centraliza muitas novidades fósseis de dinossauros, não é?Octávio Mateus — É verdade, e isso ocorre por

várias razões.

Realmente havia cá muitos dinossauros mas

aqui também existem os terrenos certos, na

idade certa, com os ambientes certos.

Noutros sítios, na mesma altura era mar – os

dinossauros não eram marinhos.

No Jurássico aqui havia um sítio com muita

água, vegetação luxuriante, muitos rios, era um

sítio onde os dinossauros facilmente podiam vi-

ver. Basicamente, temos um ecossistema muito

rico com herbívoros e carnívoros.

A biodiversidade cria recursos e o padrão repete-se na época dos dinossauros. Aliás, estamos na Década da Biodiversidade...Octávio Mateus — Isto mostra a grande paleo-

diversidade de Portugal.

Embora haja muito trabalho pela frente, temos

duas dúzias de espécies. Por exemplo, não tão

conhecido como outros dinossauros, temos aqui

no museu o Draconyx loureiroi. É uma espécie única, um holótipo. Trata-se de

um espécime de referência para se classifi car

uma espécie. Sabe que sempre que surge

uma nova espécie temos de ter o exemplar de

referência. No fundo é o padrão perante o qual

todos os outros são comparáveis.

Neste museu temos cinco padrões. Veja: o

Dinheirossaurus lourinhanensis, Miragaia longi-collum, Draconyx loureiroi, Lourinhanossaurus antunesi e o Allosaurus europaeus. Todos eles

batizados por mim, são parte do património

O supercontinente Pangea no Jurássico já se tinha separado e o território português atual estaria na posição assinalada no mapa com um círculo, próximo dos atuais Canadá e EUA

Octávio Mateus explica as diferenças entre o

dinossauro lusitano Miragaia longicollum e os

estegossauros da América do Norte

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 53

português e é impressionante como um museu

de pequena dimensão como o da Lourinhã tem

este número de holótipos.

Soubemos também que descobriu o pri-meiro fóssil de dinossauro de Angola e da Bulgária...Octávio Mateus — Angola é um terreno espe-

tacular. Está no começo.

Um paleontólogo deve ter uma costela de engenharia mecânica? É que a partir de uma vértebra vir a alcançar uma boa parte de um esqueleto de dinossauro...Octávio Mateus — É preciso realizar muita

anatomia comparada.

Um dos dinossauros tem um nome estranho: Dinheirossaurus...Octávio Mateus — Tem este nome bizarro

porque foi descoberto na praia de Porto Dinheiro

nos anos 80 e início de 90. Em termos de gran-

des escavações de dinossauros foi das minhas

primeiras. Bons tempos.

Este dinossauro tinha 25 metros de comprimen-

to e foi uma nova espécie para a ciência.

Conseguimos saber que o corpo era, em grande

parte, constituído por sacos de ar.

Eles eram ocos! As vértebras tinham buracos

onde entravam literalmente sacos de ar, o que

os tornava relativamente leves para o tamanho

que tinham.

Continuavam a ter toneladas de peso, é claro,

mas para o volume enorme dos seus corpos

eram mais leves do que seria de esperar.

Isso permitia-lhes ter um grande tamanho sem

terem de investir em matéria orgânica, osso,

músculo, etc.

Ossos ocos como os das aves?Octávio Mateus — Exato. Na verdade as aves

descendem de dinossauros que tinham estas

estruturas.

Esse pormenor permitiu duas coisas: uma,

serem mais leves para poderem voar; depois, os

sacos de ar estão ligados à respiração.

Enquanto o nosso sistema respiratório é simples,

inspiramos e expiramos, as aves inspiram para

dentro desses sacos de ar, o ar passa então

pelos pulmões e só depois é expelido.

Isso permite às aves ter uma respiração de longe

mais efi caz que a nossa.

Outro detalhe: estes dinossauros não tinham

molares, não conseguiam mastigar. O que

faziam é o que as aves fazem hoje. Engolem

areia para a moela esmagar os alimentos. Eles

também comiam areia, só que em tamanho

dinossáurico! Os gastrólitos que eles ingeriam

serviam para esmagar os alimentos e encontra-

mo-los hoje fossilizados.

Além do Allosaurus europaeus, em Portugal há outros fósseis de grandes predadores?

Octávio Mateus — Não havia maior que o

Torvosaurus tanneri. Toda a gente pensa que é

o Tyrannosaurus rex. Ele tem essa dimensão,

toda a estrutura é de T. rex – só que este fóssil

é do Jurássico superior e o T. rex é do Cretáceo

superior. Pensará que é tudo a mesma coisa,

mas não é assim.

Quando o primeiro T. rex apareceu já este era

fóssil há 80 milhões de anos. Veja que é maior

a distância de tempo deste para o T. rex do que

do T. rex para nós. Impressionante! Era o maior

predador terrestre do Jurássico.

Como distingue um e outro? Octávio Mateus — Entre outras coisas, o T. rex possui dentes mais adaptados para cortar,

enquanto o Torvosaurus tinha dentes mais adap-

tados para esmagar.

Em Portugal, as espécies de dinossauro

descobertas já passaram as duas dúzias

e recordam que a vida na Terra, por maior

que seja o domínio que algum ser aparente

ter, é sempre frágil e pode sucumbir perante

perdas de biodiversidade.

Texto Jorge GomesFotos João L. Teixeira

Pegada fóssil de dinossauro com escamas perfeitamente defi nidas: uma impressão digital

Allosaurus fragilis

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Page 54: ressos edaria ervice vanas itório ureza!

Junto à Golegã,

a Reserva Natural

do Paul do Boquilobo

estende-se ao longo

de 816 hectares: nutrida

pelo rio Almonda,

um afl uente do Tejo

nascido na serra de

Aire, esta zona húmida é

«um dos poucos locais

do território português

em que nidifi ca o zarro

e o colhereiro»

Boquilobo Wetland Natural ReserveBoquilobo Bog belongs to a area of wetlands that have not yet disappeared. Whether one celebrates the International Year of Water Cooperation in 2013 or the World Wetlands Day on February 2nd, the truth is that water is essential for life and the ecosystems that preserve it deserve our best interests. That is why this protected area has so much Biodiversity.

54 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

54 REPORTAGEM

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Page 55: ressos edaria ervice vanas itório ureza!

Boquilobo A maior área protegida de paul em Portugal

Uma pergunta pousa na paisagem:

«Não sei se já reparou nas

cegonhas. Sabe o que estão a

fazer?».

Sob a copa de um velho sobreiro vê-se a colina

a descer, suave, e a esconder-se por baixo do

paul.

Na superfície inundada surgem linhas dominadas

por freixos e por várias espécies de salgueiro.

Em dezembro ainda há folhas amareladas

no arvoredo, um efeito causado pela clorofi la

sempre que esta molécula complexa desatina e

enrubesce a vegetação.

A voz que lança a dúvida é de Fernando Faria

Pereira, supervisor da Reserva Natural do Paul do

Boquilobo.

Sobre o horizonte há aves de larga envergadura

a rodarem sem pressa em espirais

ascendentes: «Ganham altura numa coluna

de ar quente», respondi.

Estamos no ponto mais elevado das

proximidades, a partir do qual é possível ver

além da imensa zona alagada a Golegã e,

mais longe ainda, as colinas da Chamusca.

Fernando trabalha no Boquilobo desde 85.

Nessa altura, «na região havia dois casais de

cegonha, hoje são centenas», refere.

Aquelas cegonhas serão as mesmas que se

veem na primavera?

«Não sabemos. Estas podem ter vindo do

Norte e as que estiveram aqui a criar poderão

ter ido para sul...», diz Fernando.

Se algumas tivessem passado pela anilhagem

científi ca conseguir-se-ia identifi car alguns

indivíduos ao longo do ano.

Seja como for, esta área de montado, em

matéria de humidade, é o oposto de um paul.

A vegetação mediterrânica impera, sendo

indisfarçáveis as folhas da cebola-albarrã, a

afl orarem da terra: «Julguei que era invenção,

mas um historiador confi rmou. O bolbo desta

planta é venenoso e, quando das Invasões

Francesas, contava-se que uma noite tinham

furtivamente metido na cozinha do exército

inimigo bolbos de albarrã». Os cozinheiros

confundiram-nos com a cebola comestível e os

estragos sentiram-se na batalha...

Em piso de terra batida, os solavancos do jipe

atiram a voz do condutor, António Figueiredo,

guarda da natureza: «Vai ali um saca-rabo!».

Refere-se a um mangusto habitual neste habitat.

Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 55

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Page 56: ressos edaria ervice vanas itório ureza!

56 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

O pequeno mamífero corre até que se perde de

vista por trás dos sobreiros. «É uma fêmea!»,

completa.

O domínio da águaHá dois tipos de cheias no Boquilobo. Um resulta

das chuvas absorvidas pela bacia hidrográfi ca

do Tejo. Outro chega à área protegida através

do maciço calcário estremenho, representado

pela serra de Aire, cheia de fi ssuras e canais

subterrâneos.

Perto de uma casa típica, branca com rebordo

azul, há um marco com as datas gravadas

segundo os níveis das cheias. António recorda:

«Há uns anos atraquei aqui o barco à janela. O sr.

José servia o copito de vinho de galochas...».

Em volta, há oliveiras antigas, espaçadas

com qualidade, não como hoje se planta à

maneira industrial, densa, com perdas claras de

biodiversidade.

Este espaço protegido tem características

próprias: «A área mais baixa do paul está a cerca

de dez metros de altura em relação ao nível médio

das águas do mar» e «o rio Almonda que passa

aqui vai desaguar a cerca de 12 metros de altura».

Isto signifi ca «que antes da intervenção humana

possivelmente o rio Almonda espraiava-se por

aqui e depois teria um esquema de drenagem

para o Tejo porventura não muito bem defi nido».

Quando «o homem intervencionou este espaço

em termos históricos para viabilizar a agricultura

deixou uma evidência expressiva: a regularização

do traçado do rio Almonda, que passa segundo

linhas retas aqui no paul e que aceleram o

escoamento».

Mais perto de Torres Novas este rio ainda é muito

meandrizado.

Na área que hoje está sob alçada da Reserva

Natural elevaram outrora as margens e

minimizaram o transbordo para os campos:

«Grande parte do ano o rio corre mais alto que o

paul mas como as margens estão elevadas não

há contacto com a reserva. Construíram uma

rede de valas que permite a drenagem e serve

igualmente para rega».

Na Reserva, há peixes habituais, como uma

das espécies de tainha, conhecida e comida na

região como fataça, ou a enguia, que elege um

festival regional, mas há também «endemismos

lusitânicos, o ruivaco e a boga-portuguesa».

Em toda a área protegida, há níveis diversos de

conservação.

A reserva natural abriga «a área de proteção

complementar que possui mecanismos de

Bando de abibes

Cebola-albarrã

As cegonhas-brancas hospedam-se o ano inteiro no paul

Águia-sapeira: a rapina mais dependente das zonas húmidas

56 REPORTAGEM

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 57

proteção menos apertados — permite-se a

agricultura dentro de algumas condições». Este

espaço «envolve os núcleos principais da reserva e

são propriedade de particulares».

Há também «a área de proteção parcial, que

permite o pastoreio mas não a agricultura. É aqui

que se desenrola o trilho de conservação da

natureza».

Segue-se «a área de proteção total, sendo cerca

de 80% deste espaço pertença do Estado. Está

quase sempre alagada».

O plano de ordenamento «prevê ainda as áreas

de intervenção específi ca, que correspondem

aos núcleos urbanos das quintas que ocupam a

maior parte dos terrenos que são área protegida,

nomeadamente a quinta do Paul, a da Broa e a de

Miranda».

Céu cinzento. Hoje o sol não rompe as nuvens e o

frio ainda está para norte.

O Boquilobo padece de alguma poluição, cujos

efeitos estão a caminho de diminuir: «Está previsto

o melhoramento da ETAR de Torres Novas e

a remodelação da estação dos Riachos. Com

esta janela descortina-se a despoluição do rio

Almonda».

Outro problema emergente, não só deste paul,

«é uma dor de cabeça mundial em termos

de conservação da natureza: a introdução de

espécies exóticas». É o caso «do lagostim-

vermelho-da-louisiana: não o introduzimos aqui

obviamente, mas esse crustáceo chegou ao

Boquilobo e trouxe muitos problemas».

Quem mais os sente são «as espécies de anfíbio

e de peixe que aqui vivem. O lagostim alimenta-se

das larvas desses organismos».

A verdade é que o paul é um ecossistema

muito produtivo como é habitual nas zonas

húmidas. Além de purifi car a água e de reter a

biodiversidade, ajuda a regular as cheias no inverno

e, no estio, favorece a disponibilidade de água

doce ao ser humano e aos outros seres vivos.

Trilho pedestreAinda o ano não terminou e já há freixos em fl or...

Vamos agora a pé num percurso de terra batida

à face do paul. O ar tépido traz laivos de calmaria

depois das chuvadas do dia anterior.

Súbito, «Olhe: uma pegada de texugo!», diz

Fernando Faria Pereira.

Observa atentamente o recorte fresco da pressão

exercida na lama pelo mamífero notívago pintado

a preto e branco, nem por isso menos castiço.

«E está aqui outra!».

Caminhamos pelo trilho de descoberta

da natureza. Em volta as ervas dominam,

verdejantes, ao nível do solo emerso e, acima

delas, a copa despida dos salgueiros desenha

um túnel espontâneo.

À distância, o espelho de água é uma paisagem

tranquila, onde se sucedem várias cortinas de

vegetação: «Podemos ver em certas alturas

uma quantidade de aves apreciável no paul»,

mas «vir aqui apenas pela observação de aves é

um bocado enganador», sublinha o guia.

No paul «há perto de 250 espécies

ornitológicas, isso é verdade, só que grande

parte do ano a maioria dessas aves estão

concentradas na área de proteção integral».

Ao longe, patas imersas, há garças e cegonhas

à procura do almoço.

Junto de plantas que emergem do espelho

de água andam felosas, em voo acrobático, a

petiscar insetos. Mais acima, canta um cartaxo

exibicionista, como é típico da espécie.

«Este trilho está intransitável nalgumas partes do

ano – fi ca coberto de água». Não é o que ocorre

neste dia. As bagas rubras dos pilriteiros, que

aqui ainda têm muitas folhas por cair, juntam

mais cor ao passeio.«Uma espécie de mamífero

também frequente é o toirão», adianta.

António Figueiredo assinala níveis de água mais antigos

Gansos-bravos

Carvalho-cerquinho: quercínea mediterrânica

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58 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

Além do abrigo que proporciona «o paul é o mais

importante garçal do país e funciona como zona

de concentração para espécies invernantes»,

sendo disso exemplo as várias espécies de patos-

bravos, galeirões e limícolas, como os bandos

fuselos que ali pousam em passagem no inverno.

«O ano passado andaram por cá grous.

Chegaram por altura do S. Martinho e fi caram

até março», altura em que terão procurado o

Norte da Europa para nidifi car.

O estatuto de proteção do paul do Boquilobo

acumula a designação de sítio Ramsar, de

Reserva da Biosfera e de Zona Especial de

Proteção para as Aves.

Ao longo do ano, entre os grupos que visitam o

paul do Boquilobo dominam as crianças, sem

exclusividade. Além deste trilho pedestre, que

excede três quilómetros, os visitantes podem

fazer um outro pelas estradas da periferia da

Reserva.

Ao fi m da tarde, viram-se aí bandos de garça-

boieira, de abibes e tarambolas, duas espécies

de peneireiros, búteos, águias-sapeiras, entre

outras aves.

Fernando Faria Pereira recorda que uma vez

orientou a visita de um grupo de militares:

«Estávamos no observatório. Às tantas há um

militar que fi xa o olhar e diz: «Estou a ver ali

um bicho dentro de água, mas aquilo não é

um cão, é uma lontra!». Penso eu cá para os

meus botões – eu nunca vi aqui uma lontra, só

vestígios, deve estar a ver mal».

Alterca a voz de um camarada: «Estás maluco.

As lontras são difíceis de ver. Mostra lá os

binóculos!».

Assim que espreitou deu o braço a torcer: «Ó

pá, tens razão! É mesmo uma lontra!».

Fernando apressou-se: «Empreste-me os

binóculos!», conta numa gargalhada, e explica:

«Já se tinha ido embora...».

Era uma lontra. O militar que confi rmou sabia

distingui-la. Sorte de principiante!

Mesmo que não o seja, quem sabe se quando

visitar o paul não lhe acontece também algo do

género?

Texto Jorge GomesFotos João L. Teixeira

58 REPORTAGEM

Vê-se a colina a descer, suave, e a esconder-se por baixo do paul

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39º 23’N e 8º 32’W

Centro administrativoEdifício Equuspólis

Rua D. João IV • 2150-170 Golegã

Telefone249 820 550

Correio eletró[email protected]

www.icnf.pt

Reserva Natural do Paul do Boquilobo

As garças-boieiras são aves que abundam na região

Observatório do Braço do Cortiço: FernandoFaria Pereira

Centro de Interpretação

Início do trilho de descoberta da natureza do paul

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60 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

60 REPORTAGEM

Na parte Noroeste da serra do Bussaco, entre

Coimbra e o Caramulo, contam-se 105 hectares

de mata dispostos sensivelmente entre os cem

e os 500 metros de altitude: memorial de antigos

monges, militares e poetas, hoje marca diferença

pela sua biodiversidade em várias unidades

de paisagem — a fl oresta-relíquia, o arboreto,

os jardins e o vale dos fetos...

Um ácer cobre o trilho atapetado

de folhas amareladas,

encharcadas ainda de uma

chuva recente. Estamos no

arboreto da mata.

Milene Matos, investigadora do

Departamento de Biologia da Universidade

de Aveiro em serviço na mata do Bussaco,

acompanha-nos e acentua: «Esta mata

marca a primeira descrição da salamandra-

lusitânica para a ciência».

Refere-se a um anfíbio que, em todo o

mundo, existe apenas no Noroeste da

Península Ibérica. Em 1864, Bocage foi o

cientista que lhe deu o nome pelo qual é

hoje conhecida, Chioglossa lusitanica.

Longe de ser caso único entre endemismos

Mata do

adernal único na Europa

BussacoreportThe woods of the Bussaco Forest bring together Biodiversity and Historic Buildings, among other points of interest. It has 105 hectares with an altitude ranging from 100 to 500 metres. Under the canopy of hundreds of plant species, water flows everywhere. This forest joins together a special heritage of historical, religious, military, nature, landscaping, architectural and cultural significance.

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 61

ibéricos aqui presentes, juntam-se-lhe

outros mais habituais. É o caso do tritão-de-ventre-laranja, da rã-ibérica ou do

lagarto-de-água.

Esta manhã não é a altura adequada

para estas pérolas de biodiversidade se

mostrarem, mas «de noite, abundam pelo

trilho, e temos de ter cuidado para não as

calcar».

A caminhada não quer despacho no

bosque luxuriante. É tempo de olhar os raios

de sol que conseguem fugir ao bloqueio da

folhagem densa do arvoredo que se atira ao

céu e cria um ar tépido onde a humidade

brilha por toda a parte.

Nota-se uma vegetação de transição, onde

predominam espécies mediterrânicas, ainda

Milene Matos, bióloga

Também no trilho religioso a biodiversidade domina

Jo

aq

uim

Ped

ro F

err

eira

com lugar para o carvalho-alvarinho e o

azevinho.

O folhado, Viburnum tinus, a uva-de-cão,

Tamus communis, a salsaparrilha-bastarda,

Smilax aspera, os medronheiros e os muitos

adernos antigos, Phillyrea latifolia, coexistem

sem guerra maior pela luz, cada um no seu

nicho climácico.

Estes últimos estão distribuídos pela encosta

Sudoeste da mata, onde se centra o domínio

da fl oresta-relíquia.

No clímax da sucessão ecológica, este

bosque mediterrânico dá uma ideia de

como seria o relevo antes da transformação

operada pelo ser humano.

Hoje, sob o cuidado do projeto Bright,

Salamandra-lusitânica

Cogumelo Xylaria hypoxylon

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62 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

incluído no programa LIFE/Natureza e

Biodiversidade, empreende-se «a conservação

das áreas de adernal, habitat que em toda a

Europa apenas se conhece na Mata Nacional do

Bussaco».

Não há pressa pelo caminho. Uma pedra na

berma segue o exemplo geral. Cobre-se de

camadas de musgo, sob as folhas redondas

dos umbigos-de-vénus, as folhas penteadas

dos fetos, hospedando pequenos cogumelos e

sabe-se lá que mais — nem uma nesga da rocha

se avista!

Adiante uma placa explica o bosque e a poucos

metros um dos adernos exibe um tronco ainda

mais largo do que o dos arbustos vizinhos.

Retorce-se num voltear oblíquo, tão caprichoso

que não se consegue ignorar. Fica a ideia de

muita idade. Quantos anos poderá ter esta planta

de porte arbóreo?

Milene Matos fi xa os olhos claros no colosso e

estima: «Talvez uns 400 anos...».

Outra dúvida se impõe — terá sido esta a parte

da mata que despoletou do Nobel português da

literatura, José Saramago, o breve dizer «Mata

do Buçaco, não se descreve, o melhor é perder-

nos nela»?

Para se perceber este património luso

multifacetado, estão em curso medidas de

conservação, abrigando algumas delas a

participação de voluntariado.

Um dos exemplos decorre do controlo e

erradicação de espécies invasoras, que podem

deitar a perder o oásis de biodiversidade que é

o Bussaco, agora cercado de pobres fl orestas

exóticas: «Gostamos de envolver vários públicos,

desde visitantes, residentes e entidades públicas

e privadas», introduzindo-os, explica Milene

Matos, «em atividades práticas de conservação,

nomeadamente no combate controlado de

espécies vegetais invasoras ou na recolha e

propagação de sementes».

Entre as plantas invasoras contam-se sobretudo

duas acácias australianas, a tradescância

sul-americana e o louro-cerejo, curiosamente

este último «disseminado em boa escala por

fuinhas»...

Na mata há viveiros cujo produto é replantado

para reabilitar os bosques autóctones onde se

evidencie maior vulnerabilidade.

Cheio de história, «os primeiros registos sobre

o Bussaco remontam ao século II», diz Milene

Matos. «Poderia ainda não haver ocupação

humana nessa época e teria servido de refúgio

a cristãos em fuga». No século XVII, «a mata foi

procurada pela ordem dos Carmelitas Descalços

com a ideia de estabelecerem o seu deserto»,

um espaço distante do mundanismo, centrado

na busca de Deus e da natureza.

«Construíram o convento de Santa Cruz» e foi

graças ao seu domínio que os adernos antigos

não desapareceram: impedia a população de

obter lenha nesta mata.

O fervor religioso recriou o percurso da via-sacra,

à escala real do que aconteceu em Jerusalém,

um dos trilhos ainda existentes, palmilhado

em pleno bosque. Os monges plantaram um

cipreste oriundo da América Central, o chamado

cipreste-do-bussaco, Cupressus lusitanica,

a árvore exótica que domina o arboreto: «Era

semelhante a um cipreste do Líbano, presente

na Terra Santa».

A restante vegetação exótica foi introduzida na

mata «pelos antigos serviços fl orestais, a partir de

1856. Hoje contam-se 257 espécies lenhosas».

As características climáticas, geológicas e a

vegetação luxuriante são amigas da água.

Na verdade, funciona como uma gigantesca

esponja, com ecossistemas que purifi cam a água

e a conservam, soltando-a em fontes e linhas de

água que se ouvem no trilho.

Escondidos de olhares pouco especializados,

bordalos, Squalius alburnoides, e ruivacos,

Achondrostoma oligolepis, são pequenos

peixes ameaçados de extinção que dão por ali à

barbatana.

Pelo bosque voam, furtivos, gaviões e açores.

Acautelem-se esquilos e pássaros com estes

guardiões do bosque.

A noite é das corujas e das ginetas, das raposas

e dos javalis, neste oásis de biodiversidade, cheio

O Vale dos Fetos está a ser reabilitado e apresenta alguns exemplares arbóreos da espécie Dicksonia antarctica

62 REPORTAGEM

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 63

40º 33’N e 8º 28’W

de espécies protegidas por legislação nacional e

internacional.

A mata pode também ser percorrida por mais dois

trilhos, o da água e o militar, este último ligado às

Invasões Francesas de 1810.

A velha oliveira, chantada no meio da estrada, é

intocável. Corre a lenda que o duque de Wellington,

comandante aliado das tropas luso-inglesas, ali terá

atado o seu cavalo.

Na mata do Bussaco, em cada estação do ano,

os ritmos renovam-se numa paleta de matizes

próprios com o condão de perdurar e, mesmo que

se mudem os tempos e as vontades, quando ali

passear não tenha pressa, apure o ouvido, o olfato, e

observe para além dos limites da luz: perceberá por

que faz sentido ali ir e, mais tarde, voltar.

Texto Jorge Gomes Fotos João L. Teixeira

* Optou-se pela grafi a antiga de Bussaco.

Folhado, uma planta mediterrânica O bosque retém a água por toda a parte, nos lençóis freáticos e à superfície, em sintonia com a Década da Biodiversidade

A multiplicação de acácias leva à perda de muitas espécies nativas: uma equipa de voluntários trata de controlar as invasoras

Convento de Santa Cruz do Bussaco – o remanescente na zona à direita

Fundação Mata do BussacoMata do Bussaco

3050-261 Luso

Telefone231937000

Correio eletró[email protected]

www.fmb.pt

Mata do Bussaco

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64 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

Foto-armadilhagemquando os animais se fotografam a si próprios

Conservacionistas e cientistas

têm deparado com imensos

obstáculos: um deles é a

obtenção de dados fi áveis

que permitam delinear medidas de

conservação. Recentemente, o uso de

armadilhas fotográfi cas tem permitido

documentar espécies em locais onde até

então eram desconhecidas, descrever

novos comportamentos e até descobrir

novas espécies. Estamos perante uma

evolução ou revolução no conhecimento da

biodiversidade?

Muitas espécies são elusivas, raras e

vivem em locais remotos tornando-se

difíceis de capturar e até mesmo de ver.

Com o avanço tecnológico e científi co, o

estudo destas espécies recorre cada vez

mais a metodologias não-invasivas que

permitem detetar e identifi car indivíduos

sem a necessidade de os ver ou capturar

diretamente. A foto-armadilhagem é uma

destas técnicas e é cada vez mais utilizada,

tendo já contribuído para um aumento

substancial do conhecimento científi co

sobre várias espécies. Habitualmente são

usadas câmaras digitais ativadas por sensores de

temperatura e movimento que são dispostas em

locais onde as espécies têm maior probabilidade

de ocorrer, como trilhos, pontos de água ou tocas

e que fotografam o animal quando este passa

diante da câmara.

Utilizando esta metodologia, uma equipa

composta por investigadores espanhóis e

marroquinos documentou recentemente pela

primeira vez a presença de lobo-africano

(Canis lupus lupaster) nas montanhas Atlas em

Marrocos. Também em 2012, a organização

Panthera divulgou as primeiras imagens de

um gato-dourado (Caracal aurata) no Gabão.

Esta espécie é considerada como sendo

o felino africano sobre o qual existe menor

conhecimento e consequentemente um dos

mais difíceis quando se quer delinear estratégias

de conservação. A mesma organização

registou também pela primeira vez a utilização

de plantações de óleo de palma por jaguares

(Panthera onca), na América do Sul. As

plantações de óleo de palma são há muito

consideradas como um dos responsáveis

pela destruição do habitat nativo do jaguar,

contudo até agora não se sabia se a espécie

evitava totalmente estas áreas ou se era capaz

de se deslocar através destas. Vários outros

registos de espécies ameaçadas de extinção

foram também obtidos nos últimos anos como

é o caso de uma chita (Acinonyx jubatus)

documentada no Sara argelino em 2009. Esta

população poderá estar criticamente ameaçada

e até este registo existiam poucas evidências

fi áveis que confi rmavam a presença deste felino

na Argélia. Situação semelhante aconteceu com

a confi rmação da ocorrência do criticamente

ameaçado crocodilo-siamês (Crocodylus siamensis) no Camboja. O uso de armadilhas

fotográfi cas permitiu ainda a descoberta de

novas espécies tais como o coelho-listrado-de-

annam (Nesolagus timminsi) nativo do Laos e

Vietname e uma nova espécie de musaranho-

elefante (Rhynochocyon udzungwensis) registada

na Tanzânia. A aplicação da foto-armadilhagem

não tem no entanto originado apenas boas

notícias, uma vez que tem documentado

a ausência de várias espécies criticamente

ameaçadas durante algumas expedições. Em

2002 e 2003 campanhas de foto-armadilhagem

não detetaram a presença do lince-ibérico

(Lynx pardinus) na região da serra da Malcata

64 PESQUISA

Durante o inverno, a lebre-variável (Lepus timidus)

apresenta pelagem branca, que utiliza para se

camufl ar na neve

Kerr

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CR

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 65

e Guadiana, duas das possíveis áreas onde a

espécie poderia ainda ocorrer em Portugal.

O uso da armadilhagem fotográfi ca é cada vez

mais amplo. Recentemente conservacionistas

têm utilizado armadilhas fotográfi cas para registar

a presença de caçadores furtivos em regiões

onde a caça e a captura ilegal de animais são a

maior ameaça à preservação de várias espécies.

Também no confl ito homem-animal o uso de foto-

armadilhagem tem sido um elemento importante.

A conservação do lobo (Canis lupus) é um destes

exemplos. Devido à falta de presas naturais o

lobo recorre por vezes a animais domésticos,

principalmente gado, para se alimentar. Este

facto tende a gerar atitudes negativas em relação

à espécie, incluindo muitas vezes perseguição

direta e extermínio de lobos. Para compensar

estas perdas, vários países implementaram um

sistema de indemnização que cobre os danos

causados durante ataques de lobos. Contudo

a presença de cães assilvestrados, que podem

formar matilhas e que podem também recorrer a

estas fontes de alimento, causará danos similares,

embora estes não sejam cobertos pelo sistema

de indemnizações. Em Portugal, tal como noutros

países, é uma técnica auxiliar que já foi testada

com sucesso e que pode funcionar como uma

fonte de informação complementar para a correta

identifi cação das espécies responsáveis pelos

ataques atribuídos ao lobo.

Contudo, a aplicação da foto-armadilhagem

apresenta limitações. Embora cada vez mais se

experimente aplicar esta tecnologia em diferentes

cenários (por exemplo para monitorizar o uso de

cavernas por morcegos) o uso de armadilhas

fotográfi cas tem revelado sucesso principalmente

no estudo de mamíferos fl orestais. Espécies de

maior porte têm maior probabilidade de serem

detetadas e em ambiente fl orestal a fauna tende a

deslocar-se através trilhos que vão sendo criados

durante a passagem de diferentes espécies.

Isto permite que o investigador tenha uma

noção concreta de onde colocar as câmaras,

contrariamente ao que acontece em ambientes

mais abertos, aumentando a probabilidade de

ser bem sucedido na sua captura fotográfi ca. Os

felinos têm sido um dos alvos principais destes

estudos uma vez que o seu padrão natural da

pelagem permite identifi car cada indivíduo que é

fotografado ao contrário do que acontece com

outras espécies.

Em grande parte a recente explosão na utilização

de armadilhas fotográfi cas deve-se também

à redução de custos. Uma câmara para foto-

armadilhagem custa tipicamente entre 150 e

400 euros e em estudos onde são utilizadas

dezenas de estações fotográfi cas (usualmente

entre 10 e 20), os custos podem facilmente

atingir valores de milhares de euros. Existem

ainda outros custos signifi cativos, como

por exemplo o custo de pilhas, cartões de

memória e o possível extravio. Investigadores

e conservacionistas deparam por vezes

com o roubo do equipamento. Seja por

curiosidade ou má intenção parece existir

uma irresistibilidade a estas armadilhas, que

desaparecem ou são estragadas. Por vezes

também os próprios animais ou as condições

climatéricas podem danifi car o equipamento.

Deste ponto de vista é fácil entender porque

ainda existe alguma apreensão na utilização

desta tecnologia, nomeadamente em países

em desenvolvimento.

Embora tenha demonstrado um grande

potencial e seja atualmente um auxílio

inquestionável para a investigação científi ca

e conservação da biodiversidade, um dos

maiores trunfos desta técnica é talvez um

Gato-bravo (Felis silvestris silvestris) fotografado durante

uma sessão de foto-armadilhagem na Escócia. A

população escocesa de gato-bravo é principalmente

ameaçada pela a hibridação com o gato-doméstico e

segundo estimativas recentes podem existir apenas 400

indivíduos em estado selvagem

Fotografi a de lobo-ibérico (Canis lupus signatus) capturada em Portugal, a sul

do rio Douro. Os investigadores utilizam

a foto-armadilhagem para monitorizar

esta esquiva e ameaçada população

Juvenil de lobo-ibérico

(Canis lupus signatus)

Kerr

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ilshaw

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66 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

A origem da foto-armadilhagem No advento da fotografi a, durante o século XIX, o equipamento fotográfi co era volumoso e pesado,

limitando muito a aplicação da fotografi a. O interesse pela fotografi a de vida selvagem nasce

progressivamente, mas espécies elusivas, como animais noturnos, que habitam em locais remotos

continuavam a não ser possíveis de fotografar.

George Shiras, no fi nal do século XIX, criou um sistema que permitia que os animais se

fotografassem a si próprios. Utilizando uma câmara fotográfi ca, acoplada a um sistema de fl ash,

ligou através de um pequeno fi o um isco ao obturador da sua câmara. Ao investigarem o isco

os animais fotografavam-se a eles próprios. O sistema provou-se efi ciente e durante alguns anos

George Shiras fotografou a vida até então desconhecida de diversas espécies entre as quais a

lebre-americana, castor-americano, esquilo-cinzento, visão-americano e urso-pardo.

Durante o século XX o trabalho deste fotógrafo foi replicado em várias partes do mundo, permitindo

fotografar espécies até então desconhecidas ou raramente fotografadas em estado selvagem,

como é o exemplo da primeira fotografi a de tigre tirada com este sistema na década de 1920

por Frederick Champion na Índia. A tecnologia despertou interesse entre cientistas e na segunda

metade do século XX já com o desenvolvimento de equipamentos bastante mais pequenos e

sofi sticados, alguns trabalhos científi cos utilizaram a foto-armadilhagem, nomeadamente para

estudar a distribuição e os ritmos de atividade de várias espécies.

Na década de 1990 as câmaras fotográfi cas são acopladas a sensores de infra-vermelhos que

ativam o obturador da câmara quando o feixe de luz é interrompido. O sistema foi testado com

sucesso na deteção de vários carnívoros na Califórnia.

Ullas Karanth em 1995 utiliza câmaras fotográfi cas para identifi car individualmente tigres e

determinar a sua densidade em algumas regiões na Índia, a sua metodologia é replicada para

vários outros estudos com felinos, nomeadamente jaguares, leopardos e ocelotes. Atualmente, as

armadilhas fotográfi cas são utilizadas em várias regiões do mundo por investigadores, organizações

não governamentais de ambiente e até por particulares gerando milhares de imagens que

monitorizam o funcionamento de vários ecossistemas.

dos menos esperados. Até há alguns

anos, o trabalho de investigadores e

conservacionistas era de pouca acessibilidade

ao cidadão comum. Este era, e ainda é, um

verdadeiro problema para a conservação da

biodiversidade pois é compreensivelmente

difícil motivar a população para a proteção

de espécies que nunca viram e das quais

até a comunidade científi ca pode ter poucos

registos.

O conhecimento de espécies raras estava

restrito a visitas a museus de história natural

ou instituições zoológicas. Porém, o uso de

armadilhas fotográfi cas veio trazer dezenas

de espécies, grande parte das quais espécies

carismáticas, para dentro da nossa casa

cativando a nossa atenção para a temática da

conservação da biodiversidade. Atualmente

é fácil receber fotos de espécies que estão

a ser fotografadas nos mais remotos cantos

do mundo, por exemplo via Facebookou YouTube. A aplicação Instant-Wild,

uma parceria entre a Zoological Society of London e a Microsoft, permite receber

quase em tempo real fotos tiradas por

armadilhas fotográfi cas em locais remotos

de países como Quénia, Sri Lanka, Mongólia

ou Indonésia. A fi losofi a por detrás da

construção desta aplicação é o envolvimento

de milhares de pessoas na identifi cação

das várias espécies que são capturadas,

ajudando a categorizar a enorme quantidade

de dados que os conservacionistas têm de

analisar. Desta forma qualquer pessoa pode

diretamente participar na monitorização de

várias espécies por todo o mundo. A foto-

armadilhagem veio desta forma preencher

um pouco o vazio que existia na relação do

investigador com o grande público. Esta

ligação mais próxima permite não só transmitir

valores ambientais mas também cativar o

público para atuar ativamente na conservação

da biodiversidade. Vários projetos de

conservação e científi cos que utilizam

armadilhas fotográfi cas têm recorrido com

sucesso a campanhas de “crowdfunding”

para se fi nanciarem. Nestas campanhas

qualquer pessoa pode contribuir com um

pequeno montante para a compra de uma

câmara que será utilizada na conservação

de uma ou várias espécies, sendo possível

receber acesso exclusivo a algumas das

imagens que foram capturadas durante o

estudo que ajudou a fi nanciar.

Texto André Silva

Montagem de uma câmara de foto-armadilhagem. O equipamento é tipicamente colocado em árvores, estacas ou pedras direcionadas para um trilho que os investigadores pensam poder ser utilizado pelas espécies-alvo

66 PESQUISA

Para saber maisSmithsonian Wild – Esta iniciativa permite visualizar mais 200 mil fotografi as tiradas por armadilhas

fotográfi cas em projetos espalhados por todo o mundo. http://siwild.si.edu/Photo trapping - Blogue português sobre foto-armadilhagem. http://phototrapping.blogspot.ptBBC Wildlife Camera-trap Photo of the Year - Concurso organizado pela BBC que elege as

melhores fotos provenientes de armadilhas fotográfi cas em cada ano. http://www.discoverwildlife.com/gallery/bbc-wildlife-camera-trap-photo-year-2012-%E2%80%93-winners

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 67

Éassim, envolvidos pelos altos valores

cénicos e ambientais que conferiram

o estatuto de área protegida ao

litoral de Esposende, que nos são

apresentados os seus habitats ribeirinhos,

o meio marinho adjacente e os sistemas

dunares que lhes estão associados, instáveis,

frágeis e vulneráveis como a biodiversidade

que suportam. Agora que, face à melhoria

das acessibilidades entretanto criadas, nos é

mais fácil desfrutar dos atributos paisagísticos

deste estuário, não é difícil sermos assaltados

pela frustração ao percebermos que, apesar

do atual recuo da linha de costa resultar

sobretudo de um ciclo normal na evolução

da Terra, em muito temos contribuído para

acelerar o desaparecimento deste nosso

valioso património natural.

A erosão costeira, resultante da subida do nível

médio das águas do mar e da redução dos

caudais dos rios, continuará a emagrecer os

areais das nossas praias, onde ainda podemos

ver os pilritos-d’areia (Calidris alba) a alimentar-

se. Mas, a par destes, o que sucederá aos

borrelhos-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus) que todos os anos se deparam

com a destruição das dunas que lhes serviam

de berço? E assim que o mar invadir o estuário

quantos biótopos se extinguirão? E quantas das

aves, suas habitantes, debandarão como os

pinguins (Spheniscidae) que em tempos muito

remotos também se terão distribuído por estas

latitudes?

Mais ecléticas, as rolas-do-mar (Arenaria interpres) colocaram-se entre as primeiras a

descobrir oportunidades de sobrevivência nos

recifes rochosos recentemente expostos com o

sumiço das areias das praias esposendenses.

E o processo de colonização deste novo meio

atrairá certamente outros organismos e outras

cadeias de vida se estabelecerão. Foi nestas

circunstâncias que na última estação se deu

o primeiro registo conhecido do pilrito-escuro(Calidris maritima) por estas paragens e,

eventualmente, será assim que outras espécies

mais adaptadas à vida nas rochas, como as

petinhas-marítimas (Anthus petrosus), passarão

a visitar-nos com maior assiduidade.

É que a instabilidade geológica do nosso litoral

continuará, assim como no passado, a destruir e

a criar mundos novos.

Por Jorge Araújo da Silvawww.verdes-ecos.blogspot.com

Avifauna do Estuário do CávadoAo percorrermos o

circuito de visitação

do estuário do Cávado

somos confrontados

com um quadro

interpretativo a alertar-

nos para o caráter

efémero das formações

geológicas e dos

ecossistemas que hoje

caraterizam esta faixa

do litoral norte, mas

que se transformarão

com o inexorável

avanço do mar

Pilrito-escuro, Calidris maritima

BLOCO DE NOTAS 67

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Grou-comumvoar na Europa de lés a lés

Grus grus

o tamanho da cegonha, o

grou-europeu nidifi ca na

tundra, nas margens de

zonas húmidas, do Norte

da Europa, para onde se desloca

normalmente em março.

Foi este ritmo migratório, comum a

tantas aves selvagens, que deu fôlego à

convenção de Ramsar. Os grous que já

poderá ter visto nos campos de Moura

ou de Évora, por exemplo, ao deixarem

batidos pelo frio o habitat de nidifi cação,

poderão ter voado ou pousado no

território de uma dúzia de países.

Em Portugal só se observam grous-europeus selvagens no tempo frio,

entre novembro e fevereiro. Mais a sul, algures no Alentejo,

conseguem ver-se bandos por vezes com centenas de aves.

Se se sentem ameaçados levantam voo numa breve corrida e,

em pleno batimento de asas, formam um V no céu.

Percebe-se, por isso, que a conservação

deste setor da biodiversidade tenha

necessariamente de envolver o maior

número possível de países.

Esta espécie, bem distribuída, abrange

três continentes: a Europa, o Norte de

Àfrica e parte da Ásia.

Alimentam-se de matéria vegetal, rizomas,

frutos e sementes, bem como, entre

outras ementas, de insetos e crustáceos.

A publicação “Hirundo” dá nota de uma

pesquisa feita por um grupo de cientistas

estonianos* sobre as migrações do

grou-europeu, sendo algumas das aves

68 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

68 MIGRAÇÕES

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controladas através de anilhas de cor e por dispositivos ligados a satélites entre 1997 e 2011. Em síntese, conseguiram um total de 3810 registos de 221 grous-europeus, com 2257 observações de 201 aves realizadas fora da Estónia.Muitos destes grous passaram o inverno na Estremadura espanhola, vizinha das terras alentejanas onde se verão por estes dias. A população invernante no nosso país, hoje, estima-se em cerca de 2 mil indivíduos.

Texto Jorge GomesFotos João L. Teixeira

Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 69

Migração primaveril

Migração outonal

*"Hirundo 24: 41-53 (2011), Aivar Leito.

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70 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

70 RETRATOS NATURAIS

Vamos desenhar... plantas

E se o Natal evoca nos portugueses o

sentimento de grupo e união familiar, a

necessidade de adorno das casas para

receber os mais próximos com enfeites

brilhantes e coloridos (onde os pátrios verde e o

vermelho imperam), que embelezam a árvore de

natal ou as portas ou os centros de mesas. Esta

quadra festiva permite ainda o retorno em nós

do espírito da criança aquando da construção

do presépio, forrado com tapetes de felpudos

musgos. Na verdade tudo parece dar o mote

para dedicarmos alguma da nossa atenção à

ilustração do fabuloso mundo verde, ou seja,

das plantas.

Ilustrar plantas é adentrar no domínio da

botânica, enquanto ciência da biologia, e,

concomitantemente, entrar no apaixonante

universo da ilustração botânica – e o uso do termo

"universo" é propositado. De facto, ao estudo e o

desenho ou pintura das plantas, na multitude de

formas, tamanhos e cores, constituiu um motivo

que sempre fascinou o Homem. A arquitetura e

a harmonia das composições fl orísticas, e mais

ainda daquelas ditas fl orais (plantas com fl or),

têm o poder de suscitar emoções que levam

quase sempre a apreciações positivas do que

se olha (perceção), do que se vê (chama e capta

a atenção), ou ainda do que se observa (analisa

visualmente). Sendo que as plantas com fl or são

na sua maioria temporalmente muito efémeras,

motivam à conservação da sua memória e não

Reminiscências do

paganismo pré-cristão

europeu, as plantas de

folhagem persistente e

verde-escura, nas quais

pontuam contrastantes

drupas vermelhas,

como no azevinho ou

nas gilbardeiras que

ocorrem em matagais

umbrios, são ainda

muito procuradas como

adorno, na ocasião das

festividades do Natal

AzevinhoIlex aquifolium

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Page 71: ressos edaria ervice vanas itório ureza!

Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 71

são poucos os exemplos em que a representação

destas plantas surge aliada aos primevos

desenhos e pinturas, em paredes, tábuas ou telas,

antes mesmo de passarem a ilustrar as páginas

dos manuscritos (como por exemplo, os códices

religiosos, minuciosamente tintados pelos monges

copistas), ou dos primeiros incunábulos (cadernos

impressos da centúria de quinhentos), que

precederam os livros encapados.

Um dos primeiros realces a fazer é o do que a

ilustração botânica é um campo tradicionalmente

bastante vasto. Dada a precocidade deste tipo

de estudo na história do conhecimento humano

(inicialmente mais voltada para o uso prático,

medicinal ou económico – sistemática artifi cial – do

que para uma sistematização natural e apoiada na

história evolutiva da espécie), a botânica acabava

por englobar toda uma série de domínios que hoje

já não se encontram incluídos no reino das plantas.

Curiosamente, ainda hoje se observam algumas

perceções erróneas sobre o que realmente é a

ilustração botânica, que urge clarifi car, bem como

também esclarecer que ilustração botânica é

muito mais do que ilustração de angiospérmicas

(plantas com fl or) – a qual, por motivos óbvios, é

aquela que agrega mais seguidores, tanto nos que

apreciam, como nos que executam e/ou criam.

Desenhar plantas é desenhar aqueles seres

fotossintetizantes (autotrófi cos), sejam eles micro

ou macroscópicos (a maioria das herbáceas,

arbustos e árvores), sejam terrestres, ou aquáticas,

dulciaquícolas ou marinhas. Assim, hoje em dia

é comummente aceite que os fungos são um

reino à parte das plantas (incapazes de fazer

fotossíntese, i. é, são seres heterotrófi cos), e como

tal deve-se evitar a representação destes seres

no domínio da ilustração botânica (apesar de este

tipo de ilustrações ainda ser recorrente em obras

dedicadas à ilustração botânica recentemente

publicadas), uma vez que pertencem à ilustração

micológica (independentemente de se desenharem

hifas, ou as suas frutifi cações, os cogumelos, que

também serão alvo de abordagem, mais à frente,

nesta rubrica). Existe ainda uma outra ressalva a

fazer e que é preciso ter em consideração – as

microalgas, independentemente do meio em que

se inserem, não estão taxonomicamente incluídas

no reino Plantae (são consideradas Protistas),

logo a sua representação não pode ser incluída

na disciplina da ilustração botânica. Por seu lado,

as macroalgas marinhas já fazem parte deste

domínio e subcategoria da ilustração científi ca.

Na realidade, pode-se afi rmar que ambas estarão

indexadas à ilustração fi cológica, ou seja à

ilustração de algas (uma disciplina da fi guração

científi ca que é recente, com cerca de 250 anos,

se comparada com a ilustração).

Regra geral, fazer ilustração botânica é ilustrar

as espécies de briófi tas (no qual se incluem os

musgos), as pteridófi tas (dominadas pelos fetos),

as gimnospérmicas (como as coníferas) e as

angiospérmicas (plantas com fl or). Este tipo de

ilustração pode ser restrito a algo tão simples

como a ilustração de apenas uma folha, ou parte

da fl or ou do fruto, se em respeito à anatomia

externa, ou então de um corte anatómico interno

(onde se mostre a relação dos tecidos vegetais

num caule, folha ou raiz), ou pode mostrar ainda

a planta inteira (hábito) – e que será o tema dos

próximos artigos, onde o verde irá imperar.

GilbardeiraRuscus aculeatus

Anatomia externa

do azevinho açoriano (Ilex azorica)

1. Folhaa - face superior

b - face inferior

2. Flor c - botão

d - fl or/fl orescimento

e - fl or/inicio da frutifi cação

3. Frutof-h - fases da maturação

i - fruto em corte longitudinal

4. Sementes

c

3

12

d

g

h

4 i

f

a b

h

e

Texto e ilustrações

Fernando CorreiaBiólogo e ilustrador científi co

Dep. Biologia, Universidade de Aveiro

[email protected]

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72 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

72 ATUALIDADE

Pedras-parideiras: geo-sítio ganha centro de interpretação

Na aldeia da Castanheira, em plena serra da

Freita, abriu ao público em 3 de novembro

a Casa das Pedras Parideiras, na verdade

o Centro de Interpretação deste singular

geo-sítio.

Este pólo de apoio surge depois de

reabilitada uma casa antiga, em desuso,

nas proximidades do afl oramento principal

das afamadas pedras, já abordadas pela

PARQUES E VIDA SELVAGEM (n.º 27,

disponível em www.parquebiologico.pt, no

botão Revistas).

Trata-se de um equipamento que

pretende contribuir para a conservação,

a compreensão e a valorização deste tipo

de património geológico, assim como para

promover as visitas turísticas e educativas

deste espaço, que se integra num conjunto

total de 41 geo-sítios (sítios com interesse

geológico) classifi cados pelo Arouca

Geopark, membro das Redes Europeia e Global

de Geoparks, sob os auspícios da UNESCO.

Com marcação, é possível a visualização de um

fi lme no auditório intitulado “Pedras Parideiras:

Um tesouro geológico”, seguindo-se uma visita

aos afl oramentos externos.

No fi lme, faz-se uma viagem dos primórdios

do planeta Terra à atualidade da região,

sendo possível compreender os mistérios que

envolvem estas pedras peculiares.

Jo

aq

uim

Peix

oto

2013 • 11.ª edição

Prémio Júnior - Edição de 2012Pedro Caldas Cardoso, Garça branca e seu refl exoAcompanhe este Concurso

no site do Parque Biológico de Gaiawww.parquebiologico.pt

ou no Facebookwww.facebook.com/parquebiologicodegaia

NOVIDADES

EM BREVE!

CONCURSO NACIONAL DE FOTOGRAFIA DA NATUREZA PARQUES E VIDA SELVAGEM

pvs42.indd 72 5/28/13 4:58 PM

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 73

Um asteróide terá colidido com a Terra há 65

milhões de anos, no fi nal do Cretáceo, e terá

originado enormes perdas de biodiversidade,

incluindo a extinção dos dinossauros.

Mas não foram apenas esses seres vivos que

desapareceram do planeta.

Um novo estudo publicado na revista “PNAS”

destaca que o sinistro terá aniquilado 83% de

espécies de lagartos e serpentes, sublinhando

que «só os pequenos animais com uma ampla

distribuição geográfi ca sobreviveram neste

período».

De acordo com esta pesquisa, defendem os

investigadores, «as origens da fauna moderna

só podem compreender-se tendo em conta

as grandes catástrofes que ocorreram nessa

altura».

Cerca de «9 mil espécies de lagartos e

serpentes continuam hoje a existir não por se

terem adaptado melhor mas porque ganharam

por defeito, já que os seus concorrentes diretos

tinham sido eliminados».

Concluídos os exames dos fósseis de

serpentes e lagartos obtidos em trabalho de

campo no Oeste da América do Norte – do

Novo México a Alberta, Canadá – regiões

favoráveis à colheita de uma elevada

diversidade de fósseis de répteis dessa era,

verifi caram que entre as espécies examinadas,

21 eram conhecidas e as outras totalmente

desconhecidas.

O estudo conseguiu reconstruir as relações

dos répteis extintos a partir de mandíbulas

fragmentadas.

Esta variedade de espécies de répteis mostra a

grande biodiversidade dessa era: «Os lagartos

e as serpentes rivalizavam com os dinossauros

em termos de variedade», afi rmou Nicholas

Longrich, do Departamento de Geologia e

Geofísica de Yale, um dos autores da pesquisa.

Enorme meteorito eliminou 83% de répteisImitar para interagir

Os papagaios tendem a imitar as vocalizações

uns dos outros com vista a estabelecerem

algum tipo de interação, segundo um estudo

recente de uma equipa de cientistas. Thorsten

Balsby da Universidade de Aarhus e os colegas

da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca,

chegaram a esta conclusão quando observaram

que as aves submetidas à pesquisa reagiam mais

rapidamente e com maior frequência sempre

que um dos papagaios imitava o chamamento

de outros. Balsby disse, num artigo publicado na

revista "PLOS One", que se sentia surpreendido

pelo facto de as aves conseguirem imitar as

variações subtis das vocalizações de contacto.

Muitos destes animais vivem uma parte do ano

em bando, o que desafi ará os psitacídeos a

complexifi carem o seu sistema de vocalizações.

O cientista explicou que a constante mistura de

aves de vários bandos na fl oresta poderia estar

na origem desta adaptação.

VILA NOVA DE GAIA

28-29 DE JUNHO DE 2013

AUDITÓRIO DO PARQUE BIOLÓGICO DE GAIA

I JORNADAS ARQUEOLÓGICAS

CASTELO DE CRESTUMA

pvs42.indd 73 5/28/13 4:58 PM

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74 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

74 PROJETO

Cada dia que passa há mais empresas e cidadãos a confi arem ao Parque Biológico de Gaia o sequestro de carbono

Agrupamento de Escolas Ovar Sul - Curso EFA B3

• Agrupamento Vertical de Escolas de Rio Tinto

• Alice Branco e Manuel Silva • Amigos do Zé

d’Adélia • Amigos do Zé d’Adélia e Filhos • Ana

Filipa Afonso Mira • Ana Luis Alves Sousa • Ana

Luis e Pedro Miguel Teixeira Morais • Ana Miguel

Padilha de Oliveira Martins • Ana Paula Pires •

Ana Rita Alves Sousa • Ana Rita Campos, Fátima

Bateiro, Daniel Dias, João Tavares e Cláudia Neves

do 11.º A (2009/10) da Escola Secundária de

Oliveira do Douro • Ana Sofi a Magalhães Rocha •

Ana Teresa, José Pedro e Hugo Manuel Sousa •

António Miguel da Silva Santos • Arnaldo José Reis

Pinto Nunes • Artur Mário Pereira Lemos • Bárbara

Sofi a e Duarte Carvalho Pereira • Bernadete

Silveira • Carolina de Oliveira Figueiredo Martins

• Carolina Sarobe Machado • Carolina Birch •

Catarina Parente • Cipriano Manuel Rodrigues

Fonseca de Castro • Colaboradores da Costa

& Garcia • Cónego Dr. Francisco C. Zanger •

Convidados do Casamento de Joana Pinto e

Pedro Ramos • Cursos EFA Básicos (2009/10) da

Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira

Alves • Deolinda da Silva Fernandes Rodrigues

• Departamento Administrativo Financeiro da

Optimus Comunicações, SA - DAF DAY 2010 •

Departamento de Ciências Sociais e Humanas da

Escola Secundária de Ermesinde • Departamento

de Matemática e Ciências Experimentais (2009/10)

da Escola Secundária de Oliveira do Douro •

Dinah Ferreira • Dinis Nicola • Dulcineia Alaminos

• Eduarda e Delfi m Brito • Eduarda Silva Giroto •

Escola Básica da Formigosa • Escola Dominical

da Igreja Metodista do Mirante • Escola EB 2,3

de Valadares • Escola EB 2,3 Dr. Manuel Pinto

Vasconcelos, Projecto Pegada Rodoviária Segura,

Ambiente e Inovação • Escola EB 2,3 Escultor

António Fernandes de Sá • Escola Secundária

Almeida Garrett - Projecto Europeu Aprender a

Viver de Forma Sustentável • Escola Secundária

Augusto Gomes • Escola Secundária do Castelo da

Maia • Família Carvalho Araújo • Família Lourenço •

Sequestro de Carbono

Ajude a neutralizar os efeitos das emissões de CO2, adquirindo área

de fl oresta em Vila Nova de Gaia com a garantia, dada pelo Município,

de a manter e conservar e de haver em cada parcela a referência

ao seu gesto em favor do Planeta

Para mais informações pode contactar

pelo n.º (+351) 227 878 120ou em [email protected] Biológico de Gaia,

Projeto Sequestro do Carbono4430-681 Avintes • Vila Nova de Gaia

Fernando Ribeiro • Francisco Gonçalves Fernandes

• Francisco Saraiva • Francisco Soares Magalhães

• Graça Cardoso e Pedro Cardoso • Grupo ARES

- Turma 12.º B (2009/10) da Escola Secundária

dos Carvalhos • Grupo Ciência e Saúde no Sec.

XXI - Turma 12.º B (2009/10) da Escola Secundária

Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves • Grupo de

EMRC da Escola Básica D. Pedro IV - Mindelo •

Guilherme Moura Paredes • Hélder, Ângela e João

Manuel Cardoso • Inês, Ricardo e Galileu Padilha •

Joana Fernandes da Silva • Joana Garcia • João

Guilherme Stüve • João Monteiro, Ricardo Tavares,

Rita Mendes, Rita Moreno, e Sofi a Teixeira, do 12.º

A (2011/12) da Escola Secundária Augusto Gomes

• Joaquim Pombal e Marisa Alves • Jorge e Dina

Felício • José Afonso e Luís António Pinto Pereira

• José António da Silva Cardoso • José António

Teixeira Gomes • José Carlos Correia Presas •

José Carlos Loureiro • José da Rocha Alves •

José, Fátima e Helena Martins • Lina Sousa, Lucília

Sousa e Fernanda Gonçalves • Luana e Solange

Cruz • Manuel Mesquita • Maria Adriana Macedo

Pinhal • Maria Carlos de Moura Oliveira, Carlos

Jaime Quinta Lopes e Alexandre Oliveira Lopes •

Maria de Araújo Correia de Morais Saraiva • Maria

Guilhermina Guedes Maia da Costa, Rosa Dionísio

Guedes da Costa e Manuel da Costa Dionísio

• Maria Helena Santos Silva e Eduardo Silva •

Maria Joaquina Moura de Oliveira • Maria Manuela

Esteves Martins Alves • Maria Violante Paulinos

Rosmaninho Pombo • Mariana Diales da Rocha

• Mário Garcia • Mário Leal e Tiago Leal • Marisa

Soares e Pedro Rocha • Marta Pereira Lopes •

Miguel Moura Paredes • Miguel Parente • Miguel,

Cláudia e André Barbosa • Nuno Topa • Paula Falcão

• Pedro Manuel Lima Ramos • Pedro Miguel Santos

e Paula Sousa • Professores (2010/11) da Escola

Secundária de Oliveira do Douro • Professores

e Funcionários (2009/10) da Escola Secundária

de Oliveira do Douro • Protetores do Ambiente

Professores e Alunos da Escola Básica de Canidelo •

Regina Oliveira e Abel Oliveira • Ricardo Parente • Rita

Nicola • Sara Pereira • Sara Regueiras, Diana Dias,

Ana Filipa Silva Ramos do 11.º A (2009/10) da Escola

Secundária de Oliveira do Douro • Serafi m Armando

Rodrigues de Oliveira • Sérgio Fernando Fangueiro •

Tiago José Magalhães Rocha • Tiago Pereira Lopes

• Turma A do 6.º ano (2010/11) do Colégio Ellen Key

• Turma A do 8.º ano (2008/09) da Escola EB 2,3 de

Argoncilhe • Turma A do 9.º ano (2009/10) da Escola

Secundária de Oliveira do Douro • Turma A do 11.º

ano (2010/11) da Escola Secundária de Ermesinde

• Turma A do 10.º ano e Professores (2010/11) da

Escola Secundária de Oliveira do Douro • Turma

A do 12.º ano (2010/11) da Escola Secundária de

Ermesinde • Turma C do 10.º ano (2010/11) da

Escola Secundária de Ermesinde • Turma D do 10.º

ano e Professores (2010/11) da Escola Secundária

de Oliveira do Douro • Turma D do 11.º ano (2010/11)

da Escola Secundária de Ermesinde • Turma E

do 10.º ano (2008/09) da Escola Secundária de

Ermesinde • Turma E do 12.º ano (2010/2011) da

Escola Secundária de Ermesinde • Turma G do 12.º

ano (2010/11) - Curso Profi ssional Técnico de Gestão

do Ambiente do Agrupamento de Escolas Rodrigues

de Freitas • Turma IMSI do Curso EFA - ISLA GAIA

(2008/09) • Turmas A e C do 10.º ano (2009/10) da

Escola Secundária de Oliveira do Douro • Turmas A

e C do 11.º ano; A e B do 12.º ano e Professores

(2010/11) da Escola Secundária de Oliveira do Douro

•Turmas B e C do 12.º ano - Psicologia B (2009/10)

da Escola Secundária de Oliveira do Douro • Turmas

B e D do 11.º ano (2009/10) da Escola Secundária de

Oliveira do Douro • Turmas A, B e G do 12.º ano; G

e H do 11.º ano e F do 10.º ano (2010/11) da Escola

Secundária de Ermesinde • Vânia Rocha

pvs42.indd 74 5/28/13 4:59 PM

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 75

Posto de Abastecimento de Avintes

Para aderir a este projecto recorte o seguinte rectângulo e remeta para:

Parque Biológico de Gaia • Projeto Sequestro do Carbono • 4430 - 681 Avintes • Vila Nova de GaiaPretendo/Pretendemos aderir à Campanha Confi e ao Parque Biológico de Gaia o Sequestro do Carbono

apoiando a aquisição de m2 de área fl orestal X € 50 = euros.

Junto se envia cheque para pagamento

Nome do Mecenas

Recibo emitido à ordem de

Endereço

N.º de Identifi cação Fiscal

O Parque Biológico pode divulgar o nosso contributo

Telefone e-mail

Procedeu-se à transferência para o NIB 0033 0000 4536 7338 05305

1 m2 = €50 - 4 kg/ano de CO2

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Page 76: ressos edaria ervice vanas itório ureza!

76 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

76 BIBLIOTECA

Contam-se várias

publicações de velha data

no fundo bibliográfi co do

Parque Biológico de Gaia

sobre a serra do Bussaco

e a sua mata, doada em

1628 por D. João Manoel,

bispo e conde de Coimbra,

à ordem dos Carmelitas

Descalços, que nela,

em 1630, iniciaram

a comunidade

Em 1864 foi publicada a 3.ª edição

de Memorias do Bussaco seguidas de uma viagem á Serra da Louzan,

dedicado a José Pimentel, visconde

de Gouvêa pelo autor, Adrião Pereira Forjaz de

Sampaio, e editado pela Bibliotheca Moré.

Nestas páginas, quer em prosa quer em poesia,

descreve-se o Bussaco. Na primeira parte a

sua mata, o horto e as principais edifi cações,

capelas e fontes. Numa segunda são descritos

aspetos da sua história, o seu nome e fundação,

a vida no mosteiro e as ermidas. No fi nal, em

apêndice, ofícios trocados pelos generais no

decorrer da batalha do Bussaco em 1810, onde

se debateram forças anglo-lusas de um lado e

tropas francesas de outro. O autor dedica ao

honrado amigo João de Lemos as páginas fi nais,

onde descreve aspetos vários da serra da Lousã.

Guia Histórico do Viajante no BussacoCASTRO, Augusto Mendes Simões de; Coimbra,

1833.

Augusto M. Castro formou-se em Direito na

Universidade de Coimbra e publica este guia em

1833, dedicando-o a Augusto Filipe Simões.

O autor reúne nesta publicação textos já

publicados em jornais mas dispersos e outros

inéditos, propositados para a obra. Desde a

fundação do deserto do Bussaco pela ordem dos

Carmelitas, à descrição das portarias, as pinturas

do claustro, as igrejas, ermidas, capelinhas

e fontes, mata e fl ora, até um apêndice com

transcrições de documentos ofi ciais redigidos

por altura da batalha do Bussaco. Há neste guia,

escrito em português antigo, e já em segunda

edição, um documento importante da Imprensa

da Universidade de Coimbra do século XIX.

O BussacoMATTOS, Silva; MENDES, Lopes; 1874.

Esta edição impressa pela Lallemant Frères,

Lisboa, é dedicada, como se verifi ca logo nas

primeiras páginas, a Elisa, fi lha de Augusto Matos.

Contém transcritas duas cartas trocadas entre os

autores e nos vários capítulos que se seguem a

descrição daqueles que são os principais aspetos

do Bussaco, desde a mata ao edifi cado. No início

do livro há uma pequena carta a 1/10000.

Elucidário do Viajante no Bussaco(com estampas e mapa);

CASTRO, Augusto M. S. de; Coimbra, 1921.

Enquanto se aguardava a 5.ª edição do Guia Histórico do Viajante no Bussaco, Castro reuniu

neste elucidário de 64 páginas e uma planta da

mata, os principais aspetos deste lugar e incluiu

nele (últimas páginas) um itinerário para quem

quer em pouco tempo visitar a mata, sem perder

as principais atrações.

Bussaco: Its Monastery, Battle, and Woods, its Uses as a Health ResortDr. D. G. DALGADO, da Academia de Ciências

de Lisboa, 1916.

Esta edição, em inglês, contém duas plantas e

um mapa, tendo sido editada em 1916 – Lisboa.

A planta II, nesta edição, é relativa ao

posicionamento das tropas envolvidas na

batalha do Bussaco. É de salientar o facto de em

nenhuma das outras edições sobre o Bussaco

este documento estar presente, o que já confere

por si só alguma raridade a esta publicação.

No 1.º capítulo encontra-se uma descrição geral

do Bussaco, sendo o 2.º dedicado aos aspetos

religiosos, nomeadamente ao convento e à vida

da comunidade. O 3.º capítulo é sobre a batalha

e o 4.º capítulo é dedicado aos aspetos de fauna

e fl ora. No 5.º e no 6.º capítulo revelam-se os

aspetos turísticos e relacionados com saúde.

Por Filipe Vieira

Memórias do Bussaco

O projeto Raízes Bibliográfi cas

da História Natural de Portugal

(RBHNP), em desenvolvimento pelo

Parque Biológico desde 2008, visa

reunir publicações antigas sobre a

história natural de Portugal e das

ex-colónias portuguesas, com as

quais o Parque tem protocolos de

cooperação. Pode consultar

o catálogo de publicações em

www.parquebiologico.pt

clicando em Biblioteca.

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 77

CRÓNICA 77

A relevância da fl ora do Litoral

Portugal Continental tem uma costa

bastante extensa

(1230 km), com diversifi cados

ecossistemas.

É maioritariamente arenosa (ecossistemas

dunares), com algumas arribas, promontórios

e raras pequenas ilhas e ilhéus rochosos

(ecossistemas rupícolas), estuários de razoável

dimensão (ecossistemas de sapal) e algumas

lagoas costeiras (ecossistemas lacustres). Além

destes ecossistemas, há os ecossistemas

marinhos, com vegetais imersos (“pradarias

marinhas” e as “fl orestas marinhas de kelp”) ou

com seres predominantemente microscópicos,

fl utuantes ou imersos (ecossistemas

planctónicos).

Os ecossistemas dunares são

extraordinariamente dinâmicos, com pré-

dunas, dunas embrionárias, móveis, semifi xas e

praticamente estabelecidas (fi xas), com espaços

interdunares.

A planta “emblemática” das dunas móveis é o

estorno (Ammophila arenaria) e a da duna fi xa é

o pinheiro-manso (Pinus pinea).

Nos ecossistemas rupícolas do litoral as

plantas são aero-halinas [ex.: o “emblemático”

funcho-marítimo (Crithmum maritimum)],

apresentam um característico hábito em

coxim, são predominantemente xerófi tas e

aromáticas, variando a composição fl orística

dos ecossistemas consoante a composição

I

Jorge PaivaBiólogoCentro de Ecologia Funcional da Universidade de [email protected]

Ecossistemas dunares

rochosa. Nas arribas calcárias existem muitas

plantas calcícolas como, por exemplo, o alecrim

(Rosmarinus offi cinalis) e nas graníticas, areníticas

ou metamórfi cas, muitas silicícolas, como,

por exemplo, a sabina-das-praias (Juniperus turbinata).

Nos sapais as plantas pioneiras são gramíneas,

com a emblemática morraça (Spartina maritima), seguindo-se-lhe predominantemente

quenopodiáceas halófi tas, desde as herbáceas,

como a gramata (Salsola kali), subarbustivas,

como a gramata-branca (Halimione portulacastrum) até às arbustivas da retaguarda,

como a salgadeira (Atriplex halimus).

Nas lagoas costeiras, de águas salobras a jusante

e dúlcidas a montante, ocorrem não só plantas

aquáticas [ex.: pêlos-de-velha (Zannichellia obtusifolia)], como também terrestres marginais

[ex.: o “emblemático” caniço (Phragmites australis)].

As “pradarias marinhas”, praticamente já

inexistentes na nossa costa, são ecossistemas das

placas litorais sujeitas às marés e estão cobertas

tanto de plantas vasculares, [ex.: a fi ta-do-mar

(Zostera marina)], como de macro-algas (ex.:

Caulerpa prolifera).

As “fl orestas marinhas de kelp” são ecossistemas

das rochas marinhas de baixa profundidade

(até 100 m) das regiões temperadas e frias

pré-duna

duna fi xa

Os ecossistemas

dunares são

extraordinariamente

dinâmicos, com

pré-dunas, dunas

embrionárias,

móveis, semifi xas

e praticamente

estabelecidas

(fi xas), com espaços

interdunares

duna embrionária

duna primáriavale interdunar

duna secundáriaduna semifi xa

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78 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

78 CRÓNICA

predominantemente de macro-algas

castanhas gigantes (kelp), como as laminárias

(ex.: Laminaria hyperborea).

O plâncton, constituído por micro-

-organismos fl utuantes ou imersos

(até 100 m), consumidores (zooplâncton)

e produtores de biomassa (fi toplâncton) é

um ecossistema crucial das cadeias trófi cas

dos oceanos, pois aí se encontram os

produtores primários, as micro-algas, como

Clorófi tas (ex.: Dunaliella salina) e outras que,

atualmente, não pertencem ao reino das

plantas (Plantae), como, por exemplo,

as diatomáceas e os dinofl agelados.

Como se sabe, as plantas são produtoras

de biomassa por terem a capacidade de

utilizar a energia solar através de reações

endotérmicas. Estando estes ecossistemas

da orla marítima não sombreados, as plantas

são extremamente produtivas, podendo,

por isso, sustentar um elevado número de

consumidores da biomassa vegetal, que, por

sua vez, alimentam os respetivos predadores

(consumidores).

Em todos estes ecossistemas há pois uma

elevadíssima biodiversidade, particularmente

os lacustres e marinhos, mais ricos em

água. As “pradarias marinhas”, as “fl orestas

marinhas de kelp” e os sapais funcionam até

como “maternidades” e “creches” piscícolas.

Além da relevante quantidade de biomassa

que produzem, as plantas exercem ainda um

importante papel na despoluição (absorção

de CO2), na produção de oxigénio (O

2) e

na manutenção desses ecossistemas,

particularmente na fi xação dos substratos.

No litoral marítimo arenoso existem

comunidades vegetais claramente

diferenciadas paralelamente à costa, pois

as plantas não estão igualmente adaptadas

ao baixo teor de elementos essenciais,

à fraca disponibilidade de água doce, ao

vento, à salinidade e à mobilidade das

areias. A acumulação das areias no litoral

é, naturalmente, faseada e diferenciada. Numa

fase inicial as areias transportadas pelo mar são

arrastadas pela ação do vento, formando-se

pequenas e baixíssimas elevações (ecossistema

pré-dunar ou ante-dunar), onde nascem as

primeiras plantas. Dá-se, assim, o início da

fi xação das areias e consequente “embrião” das

primeiras dunas (embrionárias ou primárias), que

vão crescendo com cada vez mais plantas e

sucessivamente maiores (dunas secundárias ou

móveis), tornando-se semifi xas (dunas terciárias)

já com plantas subarbustivas, até se estabilizarem

(dunas fi xas ou paleodunas), com estrato arbustivo

e arbóreo. As depressões entre as elevações das

dunas (ecossistemas interdunares) são também

colonizadas por plantas, grande parte delas

distintas das que se encontram no topo das

dunas.

Assim, a comunidade vegetal mais próxima

do mar, o ecossistema ante ou pré-dunar, as

plantas aparecem dispersas sobre essa extensa

superfície arenosa ± ondulante e extremamente

dinâmica. A eruca-marinha (Cakile maritima, com

a subsp. maritima no litoral a sul do Tejo e a subsp.

integrifolia a norte) pode considerar-se como

a espécie “emblemática” deste ecossistema,

acompanhada, por vezes, pelo polígono-marítimo

(Polygonum maritimum) e, na costa ocidental

a norte do Tejo, pelo sapinho-das-praias

(Honckenya peploides).

Dunas de regiões tropicais: Scaevola plumieriDunas primárias e secundárias

Ecossistema dunar

Dunas terciárias, com Pinus pinea

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 79

A seguir estão as dunas embrionárias ou dunas

primárias, que constituem a transição entre a

praia e as dunas móveis ou dunas secundárias,

onde estão instaladas as plantas pioneiras na

fi xação dunar e capazes de suportar imersões

esporádicas em água do mar, como, por

exemplo o feno-das-areias (Elymus farctus, com

a subsp. farctus no litoral algarvio e sudoeste

e a subsp. boreo-atlanticus comum em todo o

resto do litoral), que é a espécie dominante do

declive frontal das dunas virado ao mar. Outras

espécies comuns e, normalmente, mais para a

retaguarda do feno-das-areias, são a maleiteira-das-areias (Euphorbia peplis), a morganheira-das-praias (Euphorbia paralias), a corriola-da-

praia (Calystegia soldanella), o cardo-marítimo(Eryngium maritimum), a junça-das-areias(Cyperus capitatus) e o narciso-das-areias(Pancratium maritimum).

As dunas vão crescendo pela ação do vento e das

plantas, formando-se as dunas secundárias ou de

areias móveis, onde se instalam plantas fi xadoras

com raizame comprido e muito ramifi cado ou

de rizomas igualmente longos, profusamente

ramifi cados em todas as direções e emissoras de

numerosas raízes laterais. A planta “emblemática”

destas dunas, dominante na cobertura vegetal

da metade superior do acervo dunar, é o estorno(Ammophila arenaria subsp. arundinacea).

Portanto, além das plantas já citadas, aparecem

outras plantas, também com ação

fi xadora, como os cordeirinhos-da-praia(Otanthus maritimus), os goiveiros-da-praia (Malcolmia littorea) e leguminosas

(plantas nitrifi cantes) herbáceas de extrema

relevância para estes ecossistemas

arenosos paupérrimos em compostos

nitrogenados. São exemplos destas

plantas dunares, as luzernas-das-areias(Medicago marina e Medicago littoralis) e,

no litoral a sul do Tejo, o trevo-rasteiro-da-praia (Lotus arenarius).

Diminuído o efeito do vento, o grau de

mobilidade da areia é menos intenso e

as dunas tornam-se semifi xas (dunas

Camarinhas (Corema album)

Scaevola plumieri

Pancratium maritimum

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80 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

terciárias) e na superfície dunar até já se

instalam algumas criptogâmicas, como

musgos (e líquenes) haloresistentes. As

plantas mais características destas dunas

são já subarbustivas, como a madorneira

(Artemisia campestris subsp. maritima), a

perpétua-das-areias (Helichrysum italicum

subsp. picardii) e a escrofulária-das-areias

(Scophularia frutescens var. frutescens) e

outras psamófi tas como o tomilho-das-areias

(Thymus carnosus), um endemismo lusitano

(litoral alentejano e algarvio), as granzas-da-praia (Crucianella angustifolia e Crucianella maritima) e ervas anuais como o rabo-de-coelho (Lagurus ovatus), a silene-das-areias

(Silene littorea subsp. littorea) e a erva-mata-pulgas (Odonites virgata).

Estas plantas ocorrem também nas areias

fi xadas e nitrifi cadas do ecossistema

interdunar, que oferecem ótimas condições

para plantas de sistema radicular curto, com

profusa ramifi cação caulinar, formando amplas

manchas arredondadas como a erva-prata

(Paronychia argentea, com a var. argentea,

a mais comum, e a var. angustifolia no litoral

algarvio) e o morrião-das-areias (Anagallis monelli).As dunas estabilizadas ou paleodunas são

colonizadas já por plantas mais robustas,

algumas ainda subarbustivas como a

camarinha (Corema album), outras arbustivas

como a sabina-das-praias (Juniperus turbinata subsp. turbinata) e arbóreas como o

pinheiro-manso (Pinus pinea), particularmente

no litoral a sul do Tejo. As leguminosas destas

dunas fi xas e das dunas terciárias são também

subarbustivas ou arbustivas, como, por

exemplo, o tojo-arnal (Ulex europaeus subsp. latebracteatus).

Devido à intensa e constante destruição da

vegetação nativa todo o cordão dunar do litoral

português tem vindo a ser invadido por plantas

alóctones e até nativas (mas características de

outros ecossistemas). Assim, as infestantes

barrilhas (Mesembryanthemum crystallinum e

Mesembryanthemum nodifl orum), originárias

da província da África do Sul, invadem desde

o ecossistema pré-dunar até às dunas fi xas

e a erva-das-pampas (Cortaderia selloana)

já aparece desde as dunas primárias. As

invasoras lenhosas ocupam mais as dunas

terciárias e as paleodunas. São exemplos

tanto plantas nativas, como o pinheiro-bravo

(Pinus pinaster) e urzes (particularmente a Erica arborea), como alóctones como o australiano

miopóro (Myoporum laetum) e várias espécies

de acácias australianas, particularmente a

Acacia melanoxylon e a Acacia longifolia.

Praticamente já não existe no nosso litoral

continental um sistema dunar perfeitamente

sequenciado. Como sabemos, grande parte do

litoral foi destruído por implantação imobiliária

desregrada, desordenada e, a maioria das vezes,

ultrapassando a lei. As autarquias, além de

terem sido as grandes responsáveis por terem

autorizado isso, também colaboraram nessa

destruição com a construção de artérias urbanas

e infraestruturas de recreio e “pseudodesportivas”

sobre o ecossistema dunar. Assim, está a dar-se

a destruição de muitas dessas construções e até

de praias que deixaram de ter a proteção dunar.

Esta transgressão marinha vai ser mais drástica

com os efeitos da subida do nível médio dos

oceanos resultante do aquecimento global, do

qual só duvidam da sua ocorrência, os incultos,

os interesseiros, os corruptos e egocêntricos com

falta de escrúpulos.

A construção de paredões, perpendiculares ou

paralelos, ao mar e a colocação de estacaria

nas dunas nuas de vegetação, não tem dado os

resultados que pretendiam todos aqueles que ou

são “cegos”, incrédulos ou não têm escrúpulos em

desbaratar as fi nanças públicas.

Além disso, o litoral continua a ser utlizado como

um vazadouro de lixo. É só percorrê-lo antes da

abertura da época balnear ou até de manhã cedo

antes da limpeza que as autarquias executam

durante a época balnear.

Enfi m, além de ser importante que se obrigue a

cumprir a lei do domínio público marítimo, são

Planta das dunas das costas tropicais: corriola-pé-de-cabra (Ipomoea pes-caprae)

80 CRÓNICA

pvs42.indd 80 5/28/13 4:59 PM

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Parques e Vida Selvagem primavera 2013• 81

necessários excelentes programas de educação

ambiental nas estações de Rádio e Televisão

públicas. É para isso que nós pagamos impostos:

para termos emissoras dessas com programas de

utilidade pública e não apenas de diversão.

Os ecossistemas dunares litorais são idênticos

em qualquer parte do Globo Terrestre. Apenas

as plantas são diferentes, pois a sua ação

fi xadora ou nitrifi cante é a mesma. Assim, por

exemplo, nas costas tropicais e subtropicais, a

convolvulácea correspondente à nossa corriola-da-praia (Calystegia soldanella) é a corriola-pé-de-cabra (Ipomoea pes-caprae com a subsp.

pes-caprae confi nada às costas do Oceano

Índico e a subsp. brasiliensis, a mais difundida)

e a leguminosa herbácea que a acompanha é

o feijoeiro-das-praias (Canavalia rosea), com a

mesma função nitrifi cante das nossas luzernas-das-areias (Medicago marina e Medicago littoralis).

Nas dunas tropicais e subtropicais da Ásia,

Polinésia e Autralásia, a gramínea com funções

correspondentes às do nosso feno-das-areias

(Elymus farctus) e do nosso estorno (Ammophila arenaria) é a erva de-espigas-aciculares (Spinifex littoreus). As dunas terciárias e paleodunas estão

igualmente cobertas de subarbustos, arbustos

e algumas árvores; algumas destas plantas são

leguminosas lenhosas, como a espinhosa silva-da-praia (Guilandina bonduc) das costas tropicais

do Velho e Novo Mundos, outras são de géneros

não europeus, como a Grewia glandulosa, uma

tiliácea de fl ores violáceas do litoral do Quénia,

Tanzânia, Moçambique, ilhas adjacentes e

próximas (Seicheles, Comores e Madagáscar)

e a Pemphis acidula, uma litrácea arbustiva

do litoral marítimo, distribuída pelas costas

do Oceano Índico e Pacífi co desde a África

Oriental até às Filipinas, Papua e Austrália; e

outras pertencentes a famílias inexistentes

na Europa, como a goodeniácea de fl ores

brancas pseudo-unilabiadas, a uva-da-praia

(Scaevola plumieri), um arbusto ou árvore

pantropical que chega a colonizar as dunas

secundárias.

(Continua no próximo número)

Guilandina bonduc

Pemphis acidula

Pemphis acidula

pvs42.indd 81 5/28/13 4:59 PM

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82 • Parques e Vida Selvagem primavera 2013

82 COLETIVISMO

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Nasceram mais cágados-de-carapaça-estriada

Em 19 de junho passado foi induzida no

Parque Biológico de Gaia a postura a uma

fêmea de cágado-de-carapaça-estriada,

Emys orbicularis, capturada na lagoa de

S. Lourenço, no Algarve, local a que foi

posteriormente devolvida.

Após 64 dias de incubação artifi cial, dos

9 ovos nasceram 8 juvenis, todos fêmeas,

que serão de acordo com este programa

oportunamente restituídos à natureza.

Esta espécie de cágado está em perigo de

extinção em Portugal e é protegida por lei.

No nosso país existem populações

isoladas, especialmente a sul do rio Tejo,

embora também ocorra no Minho.

Este projeto integra-se no Programa

LIFE, um instrumento fi nanceiro

para a conservação da natureza na

União Europeia. Está a ser desenvolvido

em Portugal e Espanha com a

coordenação da Generalitat Valenciana -

Conselleria de Infrastructuras, Territorio y Medio-

Ambiente (Valência, Espanha), e a participação

de instituições como o CIBIO-ICETA da

Universidade do Porto, o Parque Biológico de

Gaia e a ALDEIA-RIAS.

Este projeto LIFE tem em vista o

desenvolvimento de estratégias e técnicas

demonstrativas para a erradicação de cágados

invasores, como é o caso das espécies do

género Trachemys, até há pouco tempo

comercializadas como animais de estimação.

Dos nove ovos nasceram oito juvenis, todos fêmeas

Ana A

lves

A campanha “Vamos preservar o priolo”,

espécie única no mundo, que vive apenas

na ilha de São Miguel, decorre até ao fi nal de

fevereiro e pretende mobilizar todo o apoio

para continuar o trabalho de conservação

desta espécie e a manutenção do seu habitat

fl orestal nos Açores.

O objetivo é angariar 21600 euros através de

donativos que podem ser feitos em http://www.indiegogo.com/PreserveAzoresBullfi nchO atual projeto LIFE Laurissilva Sustentável,

coordenado pela Sociedade Portuguesa para

o Estudo das Aves e fi nanciado pelo programa

LIFE, termina em breve. É necessário manter o

esforço para preservar esta ave.

Com o dinheiro angariado pretende-se

continuar a refl orestação do habitat do

priolo com plantas autóctones e evitar que a

vegetação exótica invasora volte a proliferar.

O crowdfunding e a plataforma Indiegogo são

meios recentes, com sucesso na angariação

de fundos para projetos e causas, apelando

ao altruísmo de todos os que querem

contribuir. Os donativos podem ir dos 5

dólares aos 2500 dólares e todos os valores

têm recompensas.

A população de priolos foi considerada

praticamente extinta no século XX e aumentou

de três centenas em 1990 para mil indivíduos

em 2012.

O trabalho da SPEA e dos seus parceiros

tem sido retirar as plantas exóticas e plantar

arbustos e árvores produzidas num viveiro do

projeto, também ele em risco.

Faça o seu donativo!

Texto Joana Domingues

A sobrevivênciado priolo

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Contra-relógio

DIVERSIDADE BIOLÓGICA AGRÍCOLAReportagem

PAUL DO BOQUILOBO Entrevista

NA PISTA DOS DINOSSAUROSLUSITANOS

Ano XII • N.º 42 • 21 de março 2013

Cowntdown

Agricultural Biological Diversity

Report

Boquilobo Wetland

Interview

On the trail of the dinosaurs

6,8 HECTARES DE PARQUE BIOLÓGICO DE GAIA + CONCURSO DE FOTOGRAFIAESTAÇÃO LITORAL DA AGUDA + RESERVA NATURAL LOCAL DO ESTUÁRIO DO DOURO

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