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FACULDADE BOAS NOVAS DE CIÊNCIAS TEOLÓGICAS SOCIAIS E BIOTECNOLOGICAS BACHARELADO EM TEOLÓGIA Michael Camurça A CRIAÇÃO REDIMIDA

Resumo -A Criação Redimida

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A CRIAÇÃO REDIMIDA

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FACULDADE BOAS NOVAS DE CINCIAS TEOLGICAS SOCIAIS E BIOTECNOLOGICAS BACHARELADO EM TEOLGIA

Michael Camura

A CRIAO REDIMIDAManaus

2015

Michael CamuraA CRIAO REDIMIDATrabalho Solicitado para obteno de nota na disciplina do Pentateuco 1 perodo matutino do Curso de Cincias Teolgicas da Faculdade Boas Novas FBN

Orientador: Belmiro

Manaus

2015

A Criao Redimida

A mordomia ecolgica o assunto principal que ser abordado, aonde vm enfatizar a responsabilidade de cada pessoa para com o meio ambiente, especificamente os problemas ambientais. E mais ainda, focando essa responsabilidade ecolgica para os cristos, pois de acordo com essa introduo, muitos cristos tm errado em sua viso bblica da natureza; E a maneira de corrigir esse erro o arrependimento e tambm corrigir os erros do falho entendimento e agir de forma correta perante a natureza e seus problemas ambientais.

Cada cristo deve procurar captar o esprito das intenes de Deus quanto natureza, pois essas idias foram muito bem captadas pelo contedo desse livro.

A inteno conduzir o leitor compreenso da Natureza e a adorao do seu criador, seus argumentos de iniciam na teologia, passam pela tica e finalizam na aplicao. Mas o foco da ateno est nos problemas ambientais da atualidade tais como. Poluio da gua, do ar,destruio de habitats animais,morte de espcies inteiras.Aquecimento global entre outros.

Todos esses problemas no so para trazer medo, mas para fazer nos entender que luz da bblia e da presena de Deus essas crises podem ser encaradas com esperana.

Certamente um verdadeiro discpulo de cristo se importa com a natureza e com o meio ambiente. A bblia vem repleta de referncias que enfatizam a veracidade do Deus criador do cu e da terra, e mostra a adorao da criao de Deus ele. Ao senhor pertence a terra e tudo o que nela se contm, escreveu o salmista (Sl 24:1)Isso envolveu todo o meio ambiente,toda a natureza.

Porm hoje em muitas partes do mundo se v grandes ameaas natureza, aos animais, ao meio ambiente. Em gneses 1:31 diz: Viu Deus que tudo quanto fizera era muito bom;Deus fez tudo perfeito e em total harmonia,mas hoje olhando em volta criao de Deus chegamos a concluso de que no est to bom assim como no princpio.

A natureza sendo destrudas, espcies desaparecendo e sendo extintas pelo prprio homem que deveria est preservando. Muitos cristos conhecem o Deus criador e dizem ador-lo, mas, no entanto, no zelam pela sua criao.

H uma grande necessidade de conscientizao por parte dos cristos, e por parte de toda humanidade, que tem obrigao de cuidar da natureza.

Em meio a um desfiladeiro de rochas que antes fora cheio por uma inundao, agora estava seco. Havia uma doninha de rabo comprido parada olhando entre as rochas, o intuito dessa doninha era capturar algumas trutas, peixinhos que ficaram presos entre as rochas, esses pequenos peixes tinham sido trazidos pela enchente e agora no podiam sair.

Atualmente nosso planeta enfrenta umas crises ambientais perturbada pelas sempre crescentes exigncias e mudanas de sua populao humana. A mesma humanidade que Deus criou para cuidar da terra, ironicamente est destruindo-a. Os seres humanos tem-se tornado um exemplo: doninhas, que tentam capturar peixes presos em rochas, focados em seus interesses egocntricos. Deus no quer que sejamos preocupados somente com ns mesmos, mas tambm com o meio ambiente.

O intuito dessas palavras de apresentar tanto a viso quanto a instruo da mensagem bblica em relao as nossas responsabilidades de zelar pela terra e de cuidar para mantermos saudveis seus habitantes.

Os cristos aprendero significativas dimenses a suas vidas e testemunho no mundo medida que descobrirem a alegria e o servio envolvidos no plano de Deus para redeno da criao.

O nosso meio ambiente fsico deve ser entendido em relao revelao de Deus nas escrituras. E um dos ensinamentos centrais dessa revelao que o mundo natural no nem um pouco natural. Mas a criao de um Deus sobrenatural.O que chamamos de natureza de fato criao O senhor fez a terra pelo seu poder, estabeleceu o mundo por sua sabedoria e com inteligncia estendeu os cus (Jr 10:12).

Nosso criador desejou delegar aos seres humanos uma autoridade limitada para cuidar de sua criao.

Entanto,quando nos deparamos com questes preocupantes e embaraosas sobre a destruio do nosso meio ambiente,a est a resposta, todos somos culpados de alguma maneira, se cada cristo fizer sua parte como mordomo de Deus nessa terra,vai cuidar muito bem de todo o meio ambiente;e certamente a unio faz a fora.

A bblia diz que os demnios crem que estremecem (tg 2 :19).ser que tambm cremos?E no fazemos nada a respeito?Ou no nosso dever reverenciar e cuidar o mundo criado?Ajudar a preservar seus animais selvagens e conservar seus habitats?

Ser que num certo sentido no deveramos tirar as sandlias de nossos ps, como fez Moiss no deserto?Deus est aqui como estava com Moiss no deserto.

No somente isso, mas ele deu-nos a tarefa como descendentes de ado de cuidar de sua linda e complexa criao. A bblia revela um Deus que mostra interesse continuo e constante pela sua criao, bem como a controla e se relaciona com ela.

Em 2010 a frica j era o continente com maior crescimento populacional, apesar disso a produo de alimentos diminuiu devido a seca devastadora que destruiu o centro do continente. A fome tem castigado a Etipia e Somlia, muita dessas vtimas da fome tem tentado se refugiar em outros lugares.

Em 1970 essa dcada foi chamada de a dcada do meio ambiente, pois a mais de 20 anos atrs, a preocupao com o meio ambiente era maior do que hoje.

O primeiro dia da terra foi dia 22 de abril, nas telas de televiso aparecia o cenrio com a frase: podemos salvar o mundo?a dcada encerrou com um duro lembrete de descuido ambiental, em 24 de maro de 89 o navio-tanque Valdez apresentou vazamento nas guas costeiras do Alasca ,no hoje abominvel recife, esse ecossistema que outrora estava preservado,agora estava terrivelmente alterado.

Nessas alturas a reciclagem no mais uma alternativa, mas uma lei.a gerao do joga fora dos anos70 no tem mais onde descartar.

Precisa-se entender as causas e efeitos dos problemas que at agora s temos descrito, isso j um comeo.

Alguns problemas ambientais comeam a incomodar como: aquecimento global, destruio de habitats naturais e das espcies vegetais e animais que perecem com eles.

Pense por um instante sobre a relao de componentes bsicos como vegetais, animais, ar,gua e luz solar sob condies normais.A proporo de oxignio (20%) e dixido de carbono (0,03%) regulada de modo que um equilbrio dinmico seja mantido.Plantas verdes produzem carboidratos e liberam oxignio na presena da luz solar, quando a gua e dixido de carbono esto disponveis a energia do sol tambm est presente no ciclo da gua, ela evapora a umidade dos oceanos e as fontes de gua doce para formar nvoas e nuvens de atmosfera.

Os animais liberam dixido de carbono e consomem oxignio em seus processos metablicos bsicos. Para ganhar energia, alimentam-se de plantas ou de outros animais.Para completar o ciclo,alguns produtos de resduo animal contm nitrognio,fsforo,clcio e outros elementos que so substncias nutritivas essenciais que as plantas absorvem do solo por meio de seus sistemas de razes.Morte e deteriorao de animais e vegetais produzem a economia ecolgica bsica.Seus corpos liberam substncias nutritivas,auxiliados pela atividade de organismos decompostos,para um novo crescimento e vida em uma nova gerao de plantas.

Nosso objetivo mostrar que os seres humanos tambm fazem parte desse sistema perfeitamente harmonizado.

Um conceito ainda mais bsico e essencial para se compreender o funcionamento dos ecossistemas normais a lei de conservao da matria. De modo simplificado essa lei declara que a matria no pode ser criada ou destruda, embora possa ser transformada fsica e quimicamente. Isso significa que a quantidade de matria no universo constante.

Os problemas podem surgir quando reaes e processos que mantm tais equilbrios so rompidos. Desse ponto de vista podemos entender melhor os bens divulgados problemas de oznio.

O crescimento da populao humana em tempos histricos tem aumentado a destruio de muitos habitats animais e vegetais, conforme anteriormente descrito. Muitas espcies esto ameaadas em perigo de extino ou j extintas devido a atividade humana.

A perda global de florestas tropicais continua a taxas elevadas. Em razo de tais florestas serem lar para tantos tipos diferentes de plantas e animais, isto conduziu a uma perda mundial das diversidades das espcies.

A responsabilidade de tratar esses e outros problemas ambientais no se apia somente no motivo da sobrevivncia humana. Est fundamentalmente enraizada no relacionamento dos seres humanos com seu criador. O obedecer melhor do que o sacrificar foi instruo dada pelo profeta Samuel ao rei de Israel Saul.

Isso ainda hoje imperativo. Nessas questes de obedincia significar viver dentro da capacidade de sustentao de nosso meio ambiente em harmonia com os ciclos que Deus estabeleceu na sua criao.

Cada vez que tentamos falar sobre o valor da criao descobrimos que devemos primeiro nos voltar para Deus.

Enxergar e compreender a obra de Deus na criao e atravs dela a nica forma de compreendermos profundamente a palavra de Deus nas escrituras.

Outros mitos pagos oferecem uma viso igualmente pessimista do lugar e do destino da humanidade no universo. Um exemplo de uma viso influente das culturas primitivas a histria mesopotmica da Atrahasis.A histria comea com os deuses j estabelecidos em uma sociedade organizada.

Apesar de suas diferenas, as explanaes babilnicas, mesopotmicas e gregas da criao e do lugar da humanidade dentro dela tm muito em comum, mas diferenas cruciais em relao ao registro do Genesis. A primeira v o universo e sua existncia material como a fundao preexistente da qual todas as coisas, mesmo as divinas, surgem. O gnesis diz que Deus preexistente, e dele que surgem todas as coisas. Os antigos mitos apresentam os seres humanos desprezados pelos deuses e forados a fazer sua vontade, ou ento torturados e punidos pelos deuses.

No princpio criou Deus o cu e a terra. Como singular dignidade e beleza, o escritor do gnesis revela uma riqueza de conhecimento sobre Deus em uma nica sentena. Primeiro Deus preexistente, ele no emana de um cosmos eterno preexistente. Ele a nica entidade que eterna e preexistente. Segundo, Deus transcendente, ele no da mesma natureza de sua criao.

Deus no apenas algum que cria ento sustenta, mas tambm algum que ir um dia redimir e aperfeioar. Seu plano para a criao a redeno do mal que se introduziu nela. A primeira ao de Deus em relao a este mundo do passado e a segunda, do presente, mas esse ultimo ato de criao do futuro.E dessa sua promessa decorre esperana do mundo.

O que mais se destaca na viso hebraica da natureza a habilidade de ver uma coisa criada e alegrar-se sem vergonha ou constrangimento sobre sua beleza e mistrio.

A adorao moderna deve retornar a uma nfase sobre o regozijo das obras e maravilhas de Deus a fim de que a alegria possa novamente tornar-se uma experincia em vez de um conceito. A alegria deve ser um gosto, um toque e um cheiro,no apenas uma idia,e Deus deve ser no apenas o senhor dos cus mais tambm o criador da terra.

A igreja de cristo no necessita de outro ismo, como o ambiental ismo cristo, para crescer forte na f, precisa conhecer Deus como criador. No precisa tornar-se outra agncia de administrao, precisa aprender como se tornar uma comunidade de mordomos.

Quando falamos do mundo como natureza, falamos dele como sistema autogerador, auto-sustentador, e mentalmente mesmo que inconscientemente exclumo-nos dele.Consideramo-nos uma parte no normal do mundo. Isto nos leva a concluir que o melhor que podemos fazer pela natureza nos eliminarmos dela. A natureza muito boa para ns.

Alguns acreditam que a resposta seria a defesa, criando reservas do melhor da criao e permitindo somente usos no consumveis (caminhadas, escaladas, acampamento, observao de aves e similares).certamente isso salvaria o que valioso e bonito.A espcie humana , precisamente por ser to adaptvel, esta sob o risco de perder para sempre a habilidade de perceber a beleza da criao. Sim a humanidade adaptvel. To adaptvel, de fato, que podemos adaptar o inferno a terra e jamais perceber que somos seus prisioneiros. Qualquer um que possua um verdadeiro e repetido contato com a criao de Deus sente o valor e a beleza nela contido. Mas se difcil entender esses sentimento, express-los no o tanto. O mundo e o universo brotam da expresso de seu pensamento. Ordem luz e harmonia vem, do caos, da escurido e do desacordo, Nenhum espectador humano observa a cena. Deus sozinho, acompanhado de anjos, testemunha da criao. Bom, bom, BOM! Viu Deus que era bom! Seis vezes nos primeiros 25 versculos o coro de Gnesis celebra seu tema: E viu Deus que Isso era bom.O julgamento j foi efetuado, avaliao j declarada, pelo nico juiz de verdadeira importncia. A criao boa, em geral e em particular, seu valor existe por que seu Criador existe. Foi trazida a existncia para glorifica a Deus. Deus Revela que valoriza a sua criao e que este grandemente satisfeito com ela. E J, de sua parte, tem seu foco de ateno recuperado.Quando contemplamos a beleza da criao e reconhecemos o valor que Deus lhe deu. Nesse momento comeamos a contemplar a existncia daquilo que Deus Criou. Deus esta intimamente envolvida com sua criao porque ele valoriza. Ele no somente a criou como tambm sustenta. Isso tambm parte do valor da criao, porque a criao no se criou, nem sustenta a si mesma.O homem participa da vontade de Deus e da vida da criao. Assim como o amor melhor que o mero conhecimento, cuidar melhor do que simplesmente nomear. No decorrente da necessidade, mas decorrente do amor, Deus decide nos envolver no cuidado da criao. Mas tudo isso mudou, e essa a maior das tragdias. E ento perdemos nosso reconhecimento do valor da criao e nos tornamos os agentes de sua maldio.A auto comunidade divina proclama m passo importante. Quando Deus traz luz uma criatura feita sua imagem, a criao esta completa. A criao existe unicamente por causa da vontade e dos atos de Deus. E ns, como seres humanos, estamos ligados a todas as outras coisas criadas pelo nosso criador, Mas este apenas o inicio dos vnculos que nos unem ao cosmos,

Deus criou o universo de tal modo que os humanos so inseparavelmente ligados a ele. Tanto fisicamente quando espiritualmente. Da matria comum da terra Deus formou um homem. ( GN 2.7) Reconhecendo nossa finitude , reconhecemos nossa conexo com a criao em um criador comum. Tambm somos ligados em matria. No somos nessa questo fundamentalmente diferentes de outra vida. No somos feito de matria especial e diferente daquela de um americano ou de uma r ou um inseto. Ao criar-nos a partir uma substancia nica, Deus Aplicou sobre todas as criaturas uma bno comum. No somente os humanos, mas todas as criaturas so abenoando por Deus para serem fecundas e se multiplicarem. (GN 1.22) Toda a criao partilha do shalom de Deus, Shalom uma palavra hebraica que expressa a perfeita vontade de Deus para criao. Embora muitas vezes traduzidos como paz o termo contem um significado mais amplo. Shalom um poderoso conceito do antigo testamento que expressa totalidade e felicidade.No somente a humanidade como o mundo ao seu redor foi transformado, e a criao ficaram sob a maldio de Deus pela desobedincia humana. Maldita a terra por causa. disse Deus.Apesar do pecado o do juzo, de Deus decidiu preservar a criao. Ns, como seres humanos, estamos ligados a todas as outras criaturas nessa preservao. O que est ao nosso redor hoje no a criao refeita, mas a criao preservada. Apesar do pecado, ela no retornou ao caos e ao vazio.Hoje em dia a idia de sbado se perdeu. Mesmo entre os cristos, se de alguma forma eles observam o sbado apenas um smbolo de pertencer-se a Deus uma experincia de recuperao. Assim a bblia ensina um conceito de sbado muito mais abrangente do que a maioria das pessoas hoje o pratica. Somos convocados a guardar o sbado no somente por nos mesmo, mas tambm pela terra e pelos seus outros habilitantes.Ento um selo permanente e recorrente posto na criao para proclamar a promessa de Deus, e o agente do juzo (chuva) sempre acompanhada da promessa da preservao.

A aliana de Gnesis 9 encara claramente o valor das coisas criadas e as coloca da mesma forma sob a proviso e proteo diretas de Deus. Eis que estabeleo a minha aliana convosco [...] e com todos os seres viventes que esto convosco as aves, os animais domsticos e todos os animais selvticos que saram da arca todos os animais da terra [...] No ser mais destruda toda carne por guas de dilvio (Gn 9.9-11).

As relaes de aliana de Deus com a criao humana e no humana no cessaram com a aliana de No. Alianas sucessivas entre Deus e seu povo incluram as alianas com Abrao (Gn 15.1-21; 17-6-8), Moiss (x 19-24) e Davi (2Sm 7.5-16; Sl 89).

Deus no estava preocupado apenas com as pessoas, mas tambm com a terra que havia dado a seu povo como herana. Sua preocupao continua. Se apresentarmos o evangelho somente como uma sequncia de Criao, Queda e Cristo, damos a impresso de que Gnesis 3 a Mateus 1 um formidvel tipo de parntese, e que Cristo poderia ter sido filho tanto de Eva quanto de Maria. Este um grande erro. Deus no estava envergonhado por conceder a seu povo uma terra que manava leite e mel, no apenas para atender as suas necessidades como tambm para fornecer uma testemunha de toda a ordem criada do que a vida com Deus deveria ser.

Cobiais e nada tendes, escreveu Tiago. Matais, e invejas, e nada podeis obter (Tg 4.2). Em toda parte a ganncia humana se apodera da terra e oprime as pessoas, no se detendo diante de nada para concretizar seu desejo.

A realidade do mal em ns e em nosso mundo nos fora realidade da redeno pelo menos, realidade de querermos ser resgatados. Estar com fome no significa conseguir po. Mas seria estranho para algum estar com fome se no tivesse estmago. Estar oprimido pelo mal, por dentro e por fora, no significa livrar-se dele. Mas se escravido ao mal nossa condio pretendida, muito estranho que devamos estar sempre esperando e aguardando algo melhor.

O conceito de redeno, como o de aliana, nem sempre bem compreendido na presente era. Em poucas palavras, redeno a libertao de algum mal pelo pagamento de um preo, ou resgate. Redeno no uma idia separada de aliana mas inerente a ela. A aliana do sbado tambm significava o incio da redeno.

Ao contrrio da aliana com No, que no podia ser quebrada, as outras alianas de Deus continuam a ser quebradas pela desobedincia humana. Os humanos continuam a ser dominados e controlados pela maldade, em si mesmos e em relao criao. O resultado morte para ambos. Sem redeno, a escravido ao mal continuaria, e assim um ciclo interminvel de morte e juzo.

Em todas essas coisas, nos conscientizamos penosamente de que partilhamos com a criao tanto a necessidade quanto a esperana de um redentor. Porque, por ns mesmo, no temos qualquer esperana de alcanar uma nova natureza ou uma nova criao.

A redeno certamente pessoal, mas no jamais meramente pessoal. Geralmente personalizamos esta mensagem a ponto de esquecer a todos e tudo ao nosso redor. justamente porque fui resgatado que no posso de fato, no devo ignorar as implicaes mais amplas dessa redeno. Saber que toda a criao juntamente comigo o objeto dessa obra redentora no diminui meu amor por Cristo ou minha alegria em ser resgatado.

Vejamos primeiro a questo da sujeio. Podemos comear a descobrir seu significado eliminando algumas das coisas que provavelmente no significavam para Ado. improvvel que a instruo de Deus para sujeitar a terra significasse mate e coma todos os animais. As instrues de Deus e Ado so: Eis que vos tenho dado toda erva que do semente e se acham na superfcie de toda a terra e todas as rvores em que h fruto que d semente; isso vos ser para mantimento (Gn 1.29). Com essas instrues, Ado provavelmente no teria olhado para um avestruz como um grande par de coxas assadas ou um hipoptamo como uma tonelada de bifes. Nem Ado exigiu o couro e a pele dos animais para se cobrir porque o homem e sua mulher estavam nus e no se envergonhavam (Gn 2.25). Tampouco parece provvel que a ordem de Deus de sujeitar a terra significasse escavar minas e explorar sua matria inorgnica.

Muitas pessoas acham a idia de dominar a criao ainda mais difcil de aceitar do que a de sujeit-la. Como pode a idia do homem como dominador e da criao como seu objeto conduzir a qualquer coisa que no seja destruio da criao? difcil encontrarmos exemplos de soberanos verdadeiramente bons, embora talvez tenha havido alguns poucos. Mas antes de adotarmos a concluso negativa sobre o que possa significar dominar, devemos examinar o que isso pode significar para Deus.

Ironicamente, foi Salomo, um homem que poderia e deveria ter sido o maior rei de Israel, que trouxe runa para si falhando em observar essas instrues. Colecionou setecentas mulheres e trezentas concubinas.

Deus governa sua criao com amor e cuidado, provendo as suas necessidades tanto de modo geral como de modo especfico. Ele governa com uma intimidade de conhecimento que supera a mais extravagante imaginao. No se vendem dois pardais por uma asse? disse Jesus. E nenhum deles cair em terra sem o consentimento de vosso Pai (Mt 10,29). Isto significa que Deus comparece aos funerais dos pardais Aparentemente, de acordo com Jesus, assim .

Somente os humanos, entre todas as coisas viventes so considerados como tendo sido feitos imagem de Deus. Isso, claro, no significa que somos fisicamente parecidos com Deus (e quando olhamos no espelho pela manh podemos nos alegrar com isso). Para entender o que tem significado historicamente e termo imagem para as pessoas a quem essa histria foi originalmente contada.

A maioria dos povos primitivos acreditava em uma multido de deuses. Eram eles com freqncia adorada como imagens representando as formas e atributos de deuses. Mas o adorador de imagens inteligente no acreditava que a imagem fosse o prprio deus. Antes, como representao do deus, a imagem fornecia um enfoque atravs do qual o deus podia se expressar, para exercer seu poder e manifestar sua presena. Jeov era o nico entre os deuses primitivos que proibia o uso de imagens em sua adorao. Isto expresso no segundo mandamento: No fars para ti imagem de escultura, nem semelhana alguma do que h em ima nos cus, nem embaixo na terra, nem nas guas debaixo da terra (x 20.4)

Esse mandamento no era meramente a proibio da adorao de deuses falsos, mas uma proibio contra a adorao do verdadeiro Deus, bem como de todos os falsos deuses, por meio de imagens. Porque nenhuma imagem de Deus pode ser encontrada em toda a criao, exceto uma, e esta foi gravada pelo prprio Deus.

Esta obra de redeno deve comear nas terras confiadas a cada cristo individualmente, e a ns como igreja corporativamente. Nas casas e nas fazendas, nas bases da Igreja e em acampamentos, em campus universitrio e centro de recreao, devemos comear a viver esses princpios.

Se dominssemos como Deus domina, e sujeitssemos como Deus sujeita, ento deveramos mudar tanto os nossos pensamentos como as nossas tticas. Dominar a criao significa servir a criao.

Quais so as implicaes e o impacto da presena humana na criao? O mandato bblico foi para o homem encher a terra. Mas como saberemos quando j est cheia? Qual a capacidade de carga da criao? A presena humana j grande o suficiente para a mordomia adequada de nossa responsabilidade sagrada? Qual deve ser a resposta da Igreja para o contnuo crescimento da populao?

Estas so questes crticas. Mas so questes que a Igreja apenas recentemente tem considerado relevantes para sua teologia e misso. A escritura silenciosa em assuntos de crescimento populacional e de tamanho e de tamanho ideal de populao. No somos informados sobre quando a criao estar cheia. Somos aconselhados a buscar sabedoria.

A urbanizao do mundo em desenvolvimento est ocorrendo a um ritmo que impede qualquer possibilidade de se providenciar servios sociais adequados, como assistncia mdica, escolas e igrejas.

A demanda de uma crescente populao humana por recursos e espao no apenas ameaam as futuras provises de recursos necessrios, como tambm cobra forte pedgio dos prprios.

Fora da vista no significa necessariamente fora da mente. Enquanto habitais e ecossistemas so destrudos, muitas espcies de criaturas perecem com eles. O impacto pode ser sentido com mais fora nos pases tropicais. Cerca de 1,6 milho de diferentes tipos de espcies animais j foram identificados pelos cientistas.

O impacto humano no se limita quilo que extramos da criao. Um dos maiores produtos da civilizao, seu lixo, produz lgrimas globais no tecido da criao. O noticirio da TV um lembrete dirio da realidade da chuva cida, do efeito estufa, dos buracos na camada de oznio, dos produtos qumicos txicos no ar e na gua, e das doenas relacionadas poluio.

O efeito estufa uma expresso utilizada atualmente para descrever um problema que afeta o delicado equilbrio das condies atmosfricas que possibilitam a vida no planeta. Certos gases na atmosfera atuam como uma espcie de lenol gasoso, permitindo o ingresso da radiao de ondas curtas do sol, mas interceptando e capturando o calor da radiao de ondas longas que escapam da terra.

O esgotamento da camada de oznio outra rea de grande preocupao. Prximo da superfcie da Terra, o oznio considerado um grande contribuinte para a poluio do ar. Pode causar irritao nos olhos e problemas respiratrios, e pode prejudicar rvores e plantaes bem como a borracha e outros materiais similares. O mal que a humanidade liberou no mundo trouxe o juzo de Deus como reao, e quase toda vida foi destruda no dilvio. Segundo esse juzo, Deus estabeleceu uma aliana com os sobreviventes, incluindo a famlia de No.

Hoje muitos tm a idia equivocada de que a Bblia se preocupa apenas com coisas espirituais, pelas quais geralmente querem dizer coisas sentimentais ou irreais. Isso no verdade. A Bblia se preocupa com coisas espirituais ao tratar de realidades invisveis, mas as relaciona de perto a realidades que os humanos podem perceber.

At recentemente, quase todos os atos dos seres humanos sobre a criao eram locais em seus efeitos. No que o colapso do sistema ecolgico que dava apoio a uma cidade ou cultura fosse insignificante, mas a criao como um todo sentiu pouco impacto. Em contraste, os atos do homem de hoje tm impacto global. Os recursos consumidos pelas sociedades industriais vm de todas as partes do mundo, e as sobras da produo se espalham sobre o mesmo meio ambiente.

Quando qualquer grupo de indivduos fracassa no cuidado adequado da criao, o custo passado ao pblico e as geraes futuras. Quando o meio ambiente ao nosso redor tomado pela poluio da gua e do ar. O custo sentido nas grandes despesas de assistncia sade nos impostos mais altos e nas desvalorizaes de propriedade.

Qual a diferena entre o ambientalista cristo e o ambientalista secular?Qual a diferena entre tica ambiental crist e a tica ambiental secular? A pergunta me faz recordar o titulo do livro sobre dieta centrada em cristo que minha esposa estava usando para perder peso. Quando perguntei o que era dieta centrada em cristo, ela respondeu ah, basicamente como vigilantes do peso, simplesmente acrescente orao e comunho mas se o ambientalismo cristo no for nada alm do clube sierra como orao e comunho, ser que o mundo realmente precisa dele.

Exploradores so especialistas cuja preocupao a eficincia e cujo alvo o lucro. Alimentadores so generalistas cuja preocupao o cuidado e cujo alvo a sade. A sua prpria, a de sua comunidade e a de sua terra.

Em tudo, o cristo deve crescer para ser uma pessoa guiada por uma tica pessoal dirigida pela obedincia a Deus. As escolhas podem divergir entre indivduos. O alvo deve ser o mesmo. O que discutimos neste capitulo no pretende cobrir toda escolha ambiental que algum possa fazer. O leque de escolhas pratica foi bem documentado por outros. Mas realmente desejamos oferecer alguns exemplos de como a considerao seria de Deus como criador e do mundo como sua criao pode encontrar expresso na vida crist.

A sbia utilizao da energia para aquecer gua e casas outra rea na qual os compromissos da famlia fazem um mundo de diferena tanto a curto quanto em longo prazo. Revestimentos hidrulicos de isolamento podem ser incorporados aos aquecedores de gua existente, numa poltica de faa agora, e o aquecimento solar de gua pode ser incorporado a casas em construo. Visitantes de Israel e Chipre geralmente comentam sobre os muitos aquecedores solares de gua em uso por l.

Voc pode cumprir parte de sua responsabilidade em guarda a criao de Deus perguntando ao seu professor ou superintendente da escola dominical quanta nfase e dada aos tpicos ambientais no decurso de ano. Um estudo para adultos abordando os temas bblicas que este livro tem detalhado pode ser um bom incio.Mas tal atividade no deve se restringir aos adultos.Os grupos jovens precisam de dinheiro,e h melhores meios de consegui-lo do que lavando carros.Reciclar materiais como jornais,vidro e alumnio podem proporcionar uma renda tambm.O jovem pode ajudar os habitantes locais a construrem contineres de compostagem para utilizar cortes de grama e folhas como adubo no ano seguinte.

Os problemas ambientais e humanos esto intimamente relacionados. E como na poltica, todas as conseqncias ambientais so locais e vividas, em essncia, por uma vida, uma famlia e uma comunidade de cada vez. Elas s podem ser resolvidas por meio de uma abordagem integrada. A necessidade do momento que o indivduo, a famlia e a igreja ampliem sua boa obra.Mas o mal em um mundo decado pode passar dos nveis pessoais e exigir mais do que respostas pessoais.O mal pode vir a ser incorporado operao de um sistema ou organizao. Ou mesmo recompensado por eles.O mal no nvel estrutural no pode ser frustrado eficientemente por remdios no nvel pessoal. o prprio sistema que deve ser mudado.

A resposta da comunidade crist ao prover uma nova tica, um novo padro pelo qual a administrao de recursos bem como os gerentes de recursos possa ser julgada, deve acontecer em trs nveis. o primeiro produzir um novo indivduo, o mordomo, que tenha conscientemente internalizado e aprendido a praticar uma tica bblica de administrao de recursos e a aplicar tal tica dentro de uma disciplina tcnica e profissional.

somente conhecendo-se a Deus como criador e o universo como sua criao que podemos comear a contemplar a imensido da pessoa, da obra e dos propsitos de Deus. E na presente era,quando as pessoas esto propensas a imaginar Deus como um criado de um hotel celestial sempre disposio para atender s suas necessidades,nenhum cristo pode progredir sem o conhecimento de Deus como criador. De fato, isso essencial se algum quiser realmente conhecer a Deus.

Como os Cristos no podem ser indiferentes quanto a conhecerem a Deus como criador, ou quanto alegria de celebrarem a sua criao, eles no podem ser indiferente quanto s necessidades da criao, especialmente quando essas necessidades se expressam como crises ecolgicas do mundo moderno. A prpria igreja deve reconhecer que a comunidade que deve ensinar treinar e produzir mordomos. Ningum mais vai fazer isso. Devemos construir pessoas de integridade que realmente como tal, no apenas faam julgamentos sobre que ou deixa ser mordomo.

A estratgia que a igreja deve seguir, tanto para proporcionar uma tica bblica sociedade quanto para guiar a reforma dentro da administrao de recursos, exigem um compromisso seria. Exigem reconhecimento do cuidado da criao com uma prioridade. Exigem participao pblica com audincias incompassivas e as vezes hostis, exigem investimento de tempo e dinheiro. Mas apesar de tudo isso, elas so,nas palavras de George Mac Donald , algo que no deve ser nem mais nem menos que realizado. No pode haver tica ambiental duradoura e qualquer reforma ambiental significa sem elas.

Como cristo, devemos tornar claro, e exigir que a comunidade cientifica reconhea, que a f reivindica a verdade real, verdade que afeta no apenas o comportamento humano mas a pratica da prpria cincia.Nos mesmos devemos compreender e ser capazes de graciosamente tornar claro para outros, incluindo Carl Sagan, o que Paulo quer dizer quando escrever: Pois, nele ( Cristo), foram criadas todas as coisas, nos cus e sobre a terra, as visveis e as invisveis, sejam tronos, sejam soberania, quer principados, que potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.

Aps uma analise das maiores crises ambientais globais e fracasso tanto das ticas ( e seus especialistas )do passado quanto do presente em resolve-las, Oelschlaeger faz uma declarao alarmante: A igreja pode ser, de fato, nossa ultima e melhor chance. Minha suposio esta: No h solues para causas sistmicas da crise ecolgica, pelo menos na sociedade democrtica, longe da narrativa religiosa.

O pensamento e a pratica cristo emergiro novamente como o padro de excelncia moral, no meramente em jornais teolgicos, mas tambm no debate publico. Os princpios bblicos da administrao ambiental crist novamente moldaram no somente o pensamento e os princpios, mas as mesma poltica de administrao da terra e dos recursos.