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Questão de Método
A segunda parte do livro aborda a questão de método e o ponto de vista do autor.
Questão de Método é um texto que apresenta mais fortemente o ponto de vista de
Bourdieu, que ironiza a papel desempenhado pela critica da época. Nesse tópico,
Bourdieu demonstra a pretensão de impor um novo espirito cientifico às ciências sociais
e aborda recursos para se chegar à mesma. Em seguida traz a noção de habitus,
entendido como um conjunto de ações simbólicas (comportamentos, crenças) com
tendência a serem preservadas na sociedade.
Bourdieu afirma que as ciências sociais estão em posição pouco favorável à
relação realista com a herança teórica. À diferença dos textos teóricos, os trabalhos
científicos exigem não a contemplação ou a dissertação, mas o confronto prático com a
experiência. Logo depois, irá falar da primeira tentativa para analisar o “campo
intelectual”, que vai deter-se nas relações visíveis entre os agentes (autores – críticos,
autores- editores) lançados na vida intelectual. Para Bourdieu, as interações entre os
agentes mascaram as relações objetivas entre as posições que uns e outros ocupam no
campo.
O tópico sobre Doxa Literária e resistência à objetivação irá tratar dos juízos
padrões da literatura e de sua resistência à ciência. Bourdieu afirma que os campos (da
literatura, arte e filosofia) opõem-se à objetividade da ciência.
No tópico sobre o ponto de vista de Tersites, Bourdieu atribui a figura dos
ignorantes de conhecimento ao soldado da Ilíada. Bourdieu afirma que não há grande
intelectual para os pequenos, pois para eles, os pequenos (assim como ele) não se
acomodam, ao contrário, questionam os que estão no poder. Bourdieu classifica a crítica
do mundo intelectual como anti-intelectual, referindo-se tanto a crítica advinda da
grande burguesia conservadora quanto à advinda da pequena burguesia.
Ao tratar dos pontos de vista, Bourdieu afirma que a construção de tais pontos
sobre o fato literário é necessária, assim como a intervenção dos diversos campos e as
relações entre os membros da comunidade intelectual. Dessa forma é possível criar o
novo enquanto ciência.