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Crise na indeterminação do prazo de duração das medidas de segurança. RESUMO AUTOR PRINCIPAL: Andressa Vieira E-MAIL: [email protected] TRABALHO VINCULADO À BOLSA DE IC:: Pibic UPF ou outras IES CO-AUTORES: Não ORIENTADOR: Prof. Me. Fernando Tonet ÁREA: Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes ÁREA DO CONHECIMENTO DO CNPQ: 6. Ciências Sociais Aplicadas/ 6.01.02.02-0. Direito Penal UNIVERSIDADE: Faculdade Meridional - IMED INTRODUÇÃO: O agente imputável que praticar uma conduta punível deverá sujeitar-se à pena correspondente. O semi-imputável poderá ser submetido a uma pena ou a uma medida de segurança, dependendo de sua periculosidade e especial necessidade de tratamento. E, ao agente inimputável, é determinado o cumprimento de medida de segurança. No Brasil, o cumprimento da pena privativa de liberdade tem duração máxima limitado a 30 anos. Já o sujeito considerado inimputável, deverá permanecer internado por tempo indeterminado até que cesse a sua periculosidade. Assim, pode acontecer de um agente imputável cometer diversos crimes graves e permanecer 30 anos encarcerado, enquanto o inimputável, poderá ficar internado perpetuamente em um hospital de custódia e tratamento. Portanto, deve-se discutir a possibilidade de determinação do prazo de duração da medida de segurança para que esta não venha a causar uma violação ao direito de liberdade do interno, condenando-o à restrição de tal garantia de forma perpétua. METODOLOGIA: A presente pesquisa vem sendo realizada através do método dialético com o fim de confrontar os diferentes posicionamentos acerca da temática e proporcionar uma análise ampla acerca do nosso objeto de pesquisa. E, como procedimento instrumental, vem sendo usado a revisão bibliográfica acerca dos conceitos e teses que norteiam a temática do instituto da medida de segurança: imputabilidade, inimputabilidade, histórico no Brasil e no mundo, as psicopatologias, duração média das internações, crimes com maior incidência, a posição constitucional acerca da prisão perpétua, a posição dos Tribunais e da doutrina com relação ao prazo da medida de segurança.

RESUMO Crise na indeterminação do prazo de duração das ...semanadoconhecimento.upf.br/download/anais-2013/humanas/andressa... · embora a medida de segurança, de fato, não seja

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Crise na indeterminação do prazo de duração das medidas de segurança.RESUMO

AUTOR PRINCIPAL:Andressa Vieira

E-MAIL:[email protected]

TRABALHO VINCULADO À BOLSA DE IC::Pibic UPF ou outras IES

CO-AUTORES:Não

ORIENTADOR:Prof. Me. Fernando Tonet

ÁREA:Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes

ÁREA DO CONHECIMENTO DO CNPQ:6. Ciências Sociais Aplicadas/ 6.01.02.02-0. Direito Penal

UNIVERSIDADE:Faculdade Meridional - IMED

INTRODUÇÃO:O agente imputável que praticar uma conduta punível deverá sujeitar-se à pena correspondente. O semi-imputável poderáser submetido a uma pena ou a uma medida de segurança, dependendo de sua periculosidade e especial necessidade detratamento. E, ao agente inimputável, é determinado o cumprimento de medida de segurança. No Brasil, o cumprimento dapena privativa de liberdade tem duração máxima limitado a 30 anos. Já o sujeito considerado inimputável, deverápermanecer internado por tempo indeterminado até que cesse a sua periculosidade. Assim, pode acontecer de um agenteimputável cometer diversos crimes graves e permanecer 30 anos encarcerado, enquanto o inimputável, poderá ficarinternado perpetuamente em um hospital de custódia e tratamento. Portanto, deve-se discutir a possibilidade dedeterminação do prazo de duração da medida de segurança para que esta não venha a causar uma violação ao direito deliberdade do interno, condenando-o à restrição de tal garantia de forma perpétua.

METODOLOGIA:A presente pesquisa vem sendo realizada através do método dialético com o fim de confrontar os diferentesposicionamentos acerca da temática e proporcionar uma análise ampla acerca do nosso objeto de pesquisa. E, comoprocedimento instrumental, vem sendo usado a revisão bibliográfica acerca dos conceitos e teses que norteiam a temáticado instituto da medida de segurança: imputabilidade, inimputabilidade, histórico no Brasil e no mundo, as psicopatologias,duração média das internações, crimes com maior incidência, a posição constitucional acerca da prisão perpétua, a posiçãodos Tribunais e da doutrina com relação ao prazo da medida de segurança.

RESULTADOS E DISCUSSÕES:A origem da positivação das medidas de segurança é apontada ao anteprojeto do Código Penal Suíço de Karl Stoos no anode 1893. O instituto tem como objetivo precípuo o tratamento curativo dos internos e a defesa social e, como fundamento, apericulosidade do agente. A doutrina majoritária entende que se trata de gênero da sanção penal. O Código Penal defineduas formas de cumprimento da medida de segurança: tratamento ambulatorial ou internação em hospital de custódia etratamento. Ainda, estabelece um tempo mínimo de internação: 1 a 3 anos; já, com relação ao prazo máximo, prevê aindeterminabilidade. No STJ, prevalecia o entendimento de que a medida de segurança devia ter duração por prazoindeterminado, como prescreve o Código Penal. Com isso, indeferiu-se habeas corpus em tal Tribunal com o teor de livrarpacientes que já estavam internados há mais de 30 anos. Já na Corte Suprema, no julgamento dos HC 84.219 de 2005 eHC 97.621 de 2009, realizou-se importante análise sobre o tema e o Min. Sepúlveda Pertence defendeu a tese de que,embora a medida de segurança, de fato, não seja pena, tem caráter de pena. Assim, não pode tal medida ter a duraçãosuperior a trinta anos ¿ teto permitido pela legislação brasileira para a duração da sanção penal. Atualmente, mais que alimitação ao teto para a duração penal, juristas e doutrinadores vêm defendendo que o limite do prazo da internação deveser orientado pelo máximo de pena cominada em abstrato ao delito cometido pelo agente. Mas a discussão e acomplexidade do problema não encerram na indeterminação ou determinação do prazo e nos parâmetros de limitação.Com a libertação do agente, nos deparamos com prosseguimento da problemática: é comum que este não tenha famíliadisposta a recebê-lo ou que sua cidade de origem não tenha suporte com relação à saúde pública para o prosseguimentodo seu tratamento, caso indicado pelo perito. Assim, muitos seguem internados, a despeito de decisões judiciais indicandoa desinternação.

CONCLUSÃO:A indeterminação do prazo de duração da medida de segurança é uma afronta ao princípio da legalidade e à vedação deprisão de caráter perpétuo, insculpido no artigo 5º, XVII, b, da Constituição Federal. É certo que deve existir umadeterminação e, mais que isso, ações públicas na área da saúde para, de fato, possibilitar a saída de tais agentes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral 1. 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

LEVORIN, Marco Polo. Princípio da legalidade na medida de segurança: determinação do limite máximo de duração dainternação. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2003.

SILVA, Ângelo Roberto Ilha da. Da Inimputabilidade Penal: em face do atual desenvolvimento da psicopatologia e daantropologia. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2011.

Assinatura do aluno Assinatura do orientador