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Centro Universitário Planalto do Distrito Federal – UNIPLAN Curso de Direito Direito Ambiental Professora: Vânia Resumo Gleidson Gomes Coelho Matrícula: 371441-1

RESUMO DIREITO AMBIENTAL

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Na semana que vem e no hoje, faam um resumo descrevendo os principais aspectos de cada mecanismo de proteo apresentado no material ora fornecido

Centro Universitrio Planalto do Distrito Federal UNIPLAN

Curso de DireitoDireito AmbientalProfessora: VniaResumoGleidson Gomes CoelhoMatrcula: 371441-1Braslia-DF

Novembro/2010Quando se fala em meio ambiente, a primeira ideia que vem cabea so as rvores, e incrvel como se faz essa associao. Pensa-se nas rvores, e no sem razo, mas parece que o resto do planeta fica ao relento. H vrias legislaes protegendo a natureza, tais como a Constituio, leis, decretos e acordos internacionais, mas o que de fato se v concretizado, quando se para observar? Tenho a grande impresso de que a legislao foi escrita para seres maiores, como as empresas, por exemplo, deixando o ser humano, cidado, fora disso. H leis que protegem o ambiente marinho, a zona costeira, a fauna e a flora, o que de fato importantssimo, mas o que todos tem feito com aquilo que presenciamos todos os dias: os motoristas no so punidos por jogarem lixos nas ruas e estradas, as donas de casa no so penalizadas por ficarem horas gastando gua para lavar uma calada, os turistas e habitantes de cidades praianas tambm no so punidos por deixar suas imundices nas praias. Quando se visita vrios lugares, podemos ver a imundice que os seres humanos esto acostumados a deixar nos lugares. A devastao causada pela atitude humanamente impensada pe toda a humanidade em risco, e ningum parece se importar.

Isso tanto verdade, que em dezembro de 2009, os pases mais poluidores se reuniram em Copenhague para discutir as questes climticas, e tudo que se ouviu depois que Cpula de Copenhague foi um retrocesso no combate s alteraes climticas, que acabou com a esperana de negociaes eficazes. Resumindo, gasta-se quantias elevadas, para mandar pessoas importantes discutirem sobre a situao preocupante do mundo, e simplesmente no se resolve nada. Como pode se encontrar em diversas notcias, os grandes lderes perderam uma grande oportunidade de se aproximar de um acordo justo, ambicioso e compulsrio em Copenhague e definitivamente isso no parece ser uma estratgia inteligente contra a mudana climtica. Muito se fala e muito se discute, mas as pessoas no respeitam o meio ambiente. A revolta da natureza j se faz sentir: terremotos e maremotos matam milhares de pessoas, chuvas e ventos fortes derrubam casas que no precisavam estar nesses lugares. Gasta-se milhes para construir estdios para a Copa, mas pouco se faz pela natureza. O buraco na camada de oznio aumenta cada vez a mais a temperatura terrestre, as geleiras esto derretendo, o mar est ficando revolto, e tudo que se faz criar leis e marcar encontros que nada resolvem.

As leis deveriam sim existir, mas cada ser humano deveria ter a conscincia de que pode fazer coisas boas, sem que uma lei o obrigue a isso. Se cada um fizer seu papel, isso vai se multiplicar em carter espantoso e sem que ningum perceba, o mundo poder continuar a existir, mas de uma maneira habitvel. J diz a Constituio Brasileira que o poder emana do povo. Sendo assim, pergunta-se: onde est esse povo que nada faz para evitar a prpria runa?H muito se ouve sobre a importncia de preservar o meio ambiente, mas a impresso que quanto mais se fala, menor a importncia. No ritmo com que caminha a falta de cuidado das pessoas, cada vez menos vai se conhecer a natureza. Se as coisas continuarem assim, quem sabe se um dia todo o meio ambiente no far parte apenas de nossas lembranas? preciso proteger, antes que o ser humano sequer tenha onde se esconder de si mesmo.

Para melhor entendimento, segue-se o resumo do texto de autoria do doutrinador Jos Afonso da Silva, que usa a legislao existente para explicar que muito pode ser feito, mas que pouca contribuio tem se dado para alcanar a real proteo do meio ambiente. Existe a legislao, mas no existe a vontade dentro de cada cidado para torn-la aplicvel, ou melhor, para torn-la apenas uma lei, que existe, mas que no precisa ser utilizada.PROTEO DO MEIO AMBIENTE MARINHOAs guas marinhas compreendem o mar territorial (compreende uma faixa de doze milhas martima de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas nuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil artigo 1 da Lei 8.617/93), a zona contgua (compreende uma faixa que se estende das doze s vinte e quatro milhas martimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial artigo 4 da Lei 8.617/93) e o alto-mar. O meio marinho, representa muito mais que isso, pois abrange, alm dessas guas, a plataforma continental (compreende o leito e o subsolo das reas submarinas que se estendem alm do seu mar territorial, em toda a extenso do prolongamento natural de seu territrio terrestre, at o bordo exterior da margem continental, ou at uma distncia de duzentas milhas martimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental no atinja essa distncia artigo 11 da Lei 8.617/93), a zona econmica exclusiva (compreende uma faixa que se estende das doze s duzentas milhas martimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial artigo 6 da Lei 8.617/93), os fundos marinhos e ocenicos e seus subsolo. A intensa e constante utilizao do mar vem transformando o meio marinho num imenso desaguadouro da poluio universal. Aps discusso em instncias internacionais, foi aceita a seguinte definio para poluio do meio marinho: Poluio a introduo pelo homem, direta ou indiretamente, de substncias ou energia no ambiente marinho resultando em efeitos nefastos para os organismos vivos, prejuzo para o homem, obstruo das atividades marinhas, incluindo a pesca, diminuio da qualidade da gua do mar para diversos usos. (Libes, 1992) artigo 1, item 4 da Conveno sobre direito do mar.A proteo do meio marinho contra todas as formas de poluio (intencional ou acidental) reveste-se da mais alta responsabilidade de todos os Estados, e das pessoas que neles habitam, e principalmente dos Estados costeiros, pois, o meio marinho e todos os organismos vivos que ele comporta, tm importncia vital para a Humanidade, e de interesse de cada um, velar para que esse meio seja protegido contra tudo que possa prejudicar sua qualidade e seus recursos. Isso se aplica notadamente aos Estados Costeiros, a que interessa particularmente a gesto dos recursos da Zona Costeira. (Recomendao 92 da Conferncia das Naes Unidas de Estocolmo sobre o meio ambiente, em 16/06/72). O Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), estabelecido em 1972, tem entre seus principais objetivos manter o estado do meio ambiente global sob contnuo monitoramento; alertar povos e naes sobre problemas e ameaas ao meio ambiente e recomendar medidas para aumentar a qualidade de vida da populao sem comprometer os recursos e servios ambientais das futuras geraes.Segundo informaes do site http://www.onu-brasil.org.br/agencias_pnuma.php, no Brasil, o Programa trabalha para disseminar, entre seus parceiros e sociedade em geral, informaes sobre acordos ambientais, programas, metodologias e conhecimentos em temas ambientais relevantes da agenda global e regional e, por outro lado, para promover uma mais intensa participao e contribuio de especialistas e instituies brasileiros em foros, iniciativas e aes internacionais. O PNUMA opera ainda em estreita coordenao com organismos regionais esubregionais e cooperantes bilaterais, que constituem elementos fundamentais do Programa para os mares regionais, considerando que a implementao dos planos de ao estreitamente dependente do seu engajamento. A conveno sobre o Direito do mar, claro em suas determinaes contidas nos artigos 192 ao 196:

ARTIGO 192Obrigao geral

Os Estados tem a obrigao de proteger e preservar o meio marinho.

ARTIGO 193Direito de soberania dos Estados para aproveitar os seus recursos naturais

Os Estados tm o direito de soberania para aproveitar os seus recursos naturais de acordo com a sua poltica em matria de meio ambiente e de conformidade com o seu dever de proteger e preservar o meio marinho.

ARTIGO 194Medidas para prevenir, reduzir e controlar a poluio do meio marinho:1. Os Estados devem tomar, individual ou conjuntamente, como apropriado, todas as medidas compatveis com a presente Conveno que sejam necessrias para prevenir, reduzir e controlar a poluio do meio marinho, qualquer que seja a sua fonte, utilizando para este fim os meios mais viveis de que disponham e de conformidade com as suas possibilidades, e devem esforar-se por harmonizar as suas polticas a esse respeito.

2. Os Estados dever tomar todas as medidas necessrias para garantir que as atividades sob sua jurisdio ou controle se efetuem de modo a no causar prejuzos por poluio a outros Estados e ao seu meio ambiente, e que a poluio causada por incidentes ou atividades sob sua jurisdio ou controle no se estenda alm das reas onde exeram direitos de soberania, de conformidade com a presente Conveno.

3 As medidas tomadas, de acordo com a presente Parte, devem referir-se a todas as fontes de poluio do meio marinho. Estas medidas devem incluir, inter alia, as destinadas a reduzir tanto quanto possvel:

a) a emisso de substancias txicas, prejudiciais ou nocivas, especialmente as no degradveis, provenientes de fontes terrestres, provenientes da atmosfera ou atravs dela, ou por alijamento;

b) a poluio proveniente de embarcaes, em particular medidas para prevenir acidentes e enfrentar situaes de emergncia, garantir a segurana das operaes no mar, prevenir descargas internacionais ou no e regulamentar o projeto, construo, equipamento, funcionamento e tripulao das embarcaes;

c) a poluio proveniente de instalaes e dispositivos utilizados na explorao ou aproveitamento dos recursos naturais do leito do mar e do seu subsolo, em particular medidas para prevenir acidentes e enfrentar situaes de emergncia, garantir a segurana das operaes no mar e regulamentar o projeto, construo, equipamento, funcionamento e tripulao de tais instalaes ou dispositivos;

d) a poluio proveniente de outras instalaes e dispositivos que funcionem no meio marinho, em particular medidas para prevenir acidentes e enfrentar situaes de emergncia, garantir a segurana das operaes no mar e regulamentar o projeto, construo, equipamento, funcionamento e tripulao de tais instalaes ou dispositivos.

4. Ao tomar medidas para prevenir, reduzir ou controlar a poluio do meio marinho, os Estados devem abster-se de qualquer ingerncia injustificvel nas atividades realizadas por outros Estados no exerccio de direitos e no cumprimento de deveres de conformidade com a presente Conveno.

5. As medidas tomadas de conformidade com a presente Parte devem incluir as necessrias para proteger e preservar os ecossistemas raros ou frgeis, bem como a habitat de espcies e outras formas de vida marinha em vias de extino, ameaadas ou em perigo.

ARTIGO 195Dever de no transferir danos ou riscos ou de no transformar um tipo de poluio em outro

Ao tomar medidas para prevenir, reduzir e controlar a poluio do meio marinho, os Estados devem agir de modo a no transferir direta ou indiretamente os danos ou riscos de uma zona para outra ou a no transformar um tipo de poluio em outro.

ARTIGO 196Utilizao de tecnologias ou introduo de espcies estranhas ou novas

1. Os Estados devem tomar todas as medidas necessrias para prevenir, reduzir e controlar a poluio do meio marinho resultante da utilizao de tecnologias sob sua jurisdio ou controle, ou a introduo intencional ou acidental num setor determinado do meio marinho de espcies estranhas ou novas que nele possam provocar mudanas importantes ou prejudiciais.

2. O disposto no presente artigo no afeta a aplicao da presente Conveno no que se refere preveno, reduo e controle da poluio do meio marinho.Recomenda-se que os Estados procurem observar, medir, avaliar e analisar, mediante mtodos cientficos reconhecidos, os riscos ou efeitos de poluio do meio marinho, devendo publicar relatrios dos resultados obtidos. Em sntese, os itens 1 e 2 do artigo 207 da Conveno retrata a atuao dos Estados, principalmente os Estados da Bandeira, do Porto e da Costa, que 1) devem adotar leis e regulamentos para prevenir, reduzir e controlar a poluio do meio marinho proveniente de fontes terrestres, incluindo rios, esturios, dutos e instalaes de descarga, tendo em conta regras e normas, bem como prticas e procedimentos recomendados e internacionalmente acordados e 2) devem tomar outras medidas que possam ser necessrias para prevenir, reduzir e controlar tal poluio. H uma Poltica Nacional sobre os Recursos do Mar, referida em vrios documentos legais, cujas diretrizes, contudo, no so suficientemente explicitadas. Existem apenas medidas legislativas particulares tendentes sua aplicao. Destaque-se que na lei 5.377/05, que aprovou essa Poltica. Em seu anexo, consta a seguinte introduo: As diretrizes gerais para a Poltica Nacional para os Recursos do Mar (PNRM) foram baixadas pelo Presidente da Repblica em 1980. Nas mais de duas dcadas transcorridas desde a promulgao da PNRM, os cenrios nacional e internacional relativos aos mares, oceanos e zonas costeiras sofreram alteraes notveis, particularmente em relao moldura jurdica global, em funo, principalmente, da entrada em vigor da Conveno das Naes Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), em novembro de 1994. Assim sendo, tornou-se necessria a atualizao da PNRM.Em 1970, atravs do Decreto 66.682, foi criada a Comisso Interministerial para os Recursos do Mar, com competncia para proceder estudos e preparar subsdio para as Diretrizes da Poltica Brasileira para os Recursos do Mar na Plataforma Continental, mar territorial e guas interiores. Em 1974, o Decreto 74.557 tornou a criar a Comisso, com a finalidade de coordenar os assuntos relativos consecuo da Poltica Nacional para os Recursos do Mar.

PROTEO CONSTITUCIONAL DA ZONA COSTEIRA

Conforme definio apresentada na lei 7.661/88, considera-se zona costeira o espao geogrfico de interao do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renovveis ou no, abrangendo uma faixa martima e outra terrestre, que sero definida pelo Plano, ou ainda, pode ser definida como uma poro de territrio influenciada direta e indiretamente, em termos biofsicos, pelo mar (ondas, mars, brisas, biota ou salinidade) e que pode ter para o lado de terra largura tipicamente de ordem quilomtrica. A constituio de 1988 trata do meio ambiente, e no 4 do artigo 225, a zona costeira considerada patrimnio nacional, conforme se v:Art. 225

4 - A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira so patrimnio nacional, e sua utilizao far-se-, na forma da lei, dentro de condies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

Antes da promulgao da Constituio, atravs da Lei 7.661/88, foi institudo o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, como parte integrante do da Poltica Nacional para os Recursos do Mar e da Poltica Nacional do Meio Ambiente. Pouco tempo depois, por meio do Decreto 96.660/88, foi criado o grupo de Coordenao incumbido de elaborar e manter atualizado o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, que tem por objetivo-geral orientar a utilizao racional dos recursos da zona costeira, de forma a contribuir para elevar a qualidade de vida de sua populao, e a proteo de seu patrimnio natural, tnico e cultural, sempre tendo em vista os princpios e objetivos da Poltica Nacional do Meio ambiente, traados nos artigos 2 e 4 da lei 6.938/81.

O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiros (PNGC) expressa o compromisso do Governo Brasileiro com o desenvolvimento sustentvel em sua Zona Costeira, e tem, como finalidade primordial, o estabelecimento de normas gerais visando a gesto ambiental da Zona Costeira do Pas, lanando as bases para a formulao de polticas, planos e programas estaduais e municipais. Considerando tambm o disposto na Constituio Federal e na Lei no 7.661/88, as responsabilidades atinentes execuo das aes previstas no PNGC so distribudas entre as esferas Federal, Estadual e Municipal.

Alm dos instrumentos de gerenciamento ambiental previstos no artigo 9o da Lei 6938/81, que trata da Poltica Nacional do Meio Ambiente, sero considerados, para o PNGC, os seguintes instrumentos de gesto: a) O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro - PEGC, legalmente estabelecido, deve explicitar os desdobramentos do PNGC, visando a implementao da Poltica Estadual de Gerenciamento Costeiro, incluindo a definio das responsabilidades e procedimentos institucionais para a sua execuo, b) O Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro - PMGC, legalmente estabelecido, deve explicitar os desdobramentos do PNGC e do PEGC, visando a implementao da Poltica Municipal de Gerenciamento Costeiro, incluindo as responsabilidades e os procedimentos institucionais para a sua execuo. O PMGC deve guardar estreita relao com os planos de uso e ocupao territorial e outros pertinentes ao planejamento municipal, c) O Sistema de Informaes do Gerenciamento Costeiro - SIGERCO, componente do Sistema Nacional de Informaes sobre Meio Ambiente (SINIMA), se constitui em um sistema que integra informaes do PNGC, proveniente de banco de dados, sistema de informaes geogrficas e sensoriamento remoto, devendo propiciar suporte e capilaridade aos subsistemas estruturados/gerenciados pelos Estados e Municpios, d) O Sistema de Monitoramento Ambiental da Zona Costeira - SMA-ZC se constitui na estrutura operacional de coleta de dados e informaes, de forma contnua, de modo a acompanhar os indicadores de qualidade scio-ambiental da Zona Costeira e propiciar o suporte permanente dos Planos de Gesto, e) O Relatrio de Qualidade Ambiental da Zona Costeira - RQA-ZC consiste no procedimento de consolidao peridica dos resultados produzidos pelo monitoramento ambiental e, sobretudo, de avaliao da eficincia e eficcia das medidas e aes da gesto desenvolvidas. Esse Relatrio ser elaborado, periodicamente, pela Coordenao Nacional do Gerenciamento Costeiro, a partir dos Relatrios desenvolvidos pelas Coordenaes Estaduais, f) O Zoneamento Ecolgico-Econmico Costeiro - ZEEC se constitui no instrumento balizador do processo de ordenamento territorial necessrio para a obteno das condies de sustentabilidade ambiental do desenvolvimento da Zona Costeira, em consonncia com a diretrizes do Zoneamento Ecolgico-Econmico do territrio nacional, g) O Plano de Gesto da Zona Costeira - PGZC compreende a formulao de um conjunto de aes estratgicas e programticas, articuladas e localizadas, elaboradas com a participao da sociedade, que visam orientar a execuo do Gerenciamento Costeiro.

Aqui, vale destacar que alm das legislaes mencionadas, h outras iniciativas nacionais sobre as zonas costeiras, como, por exemplo:

O Decreto-Lei n 468/71, de 5 de Novembro, revisto pela Lei 16/2003, de 4 de Junho, sobre o Regime Jurdico do Domnio Pblico Martimo (DPM), permitiria assegurar a constituio de uma faixa de proteo. Foi uma medida inovadora, mas que ainda hoje no est concretizada pela dificuldade de demarcao no terreno de algo que dinmico. Com efeito, a denominada zona adjacente toda a rea contgua s margens que, como tal, seja classificada por Decreto, por se encontrar ameaada pelo Mar ou pelas cheias. O Domnio Pblico Martimo seria o domnio fsico constitudo pelas guas martimas, os seus leitos, margens e zonas adjacentes. A questo do DPM (a definio do Domnio Pblico Hdrico (DPH) remonta a 1864, consubstanciado no D.L. 5787 de 10 de Maio de 1919, o qual novamente tratado em diversos diplomas, nomeadamente nos D.L. 33/77 de 28 de Maio, D.L. 89/87 de 26 de Fevereiro, D.L. 46/94 de 22 de Fevereiro e mais recentemente a Lei da Titularidade dos Recursos Hdricos (Lei 54/2005 de 15 Novembro), tendo sido objeto de Pareceres da Comisso do Domnio Pblico Martimo, Acrdos do Supremo Tribunal de Justia e Pareceres da Procuradoria Geral da Repblica.

O Decreto-Lei N 302/90, de 26 de Setembro estabelece princpios a que devia obedecer a ocupao, uso e transformao da faixa costeira (faixa com 2 km de largura). Esses princpios deveriam ter sido contemplados nos instrumentos de planejamento (Planos Diretores Municipais, Planos de Ordenamento e Expanso dos Portos, Planos de Ordenamento das reas Protegidas Classificadas e nos prprios POOCs) o que frequentemente no sucedeu.

O Decreto-Lei N 451/91, de 4 de Dezembro (Lei Orgnica), transfere a jurisdio do Domnio Pblico Martimo sem interesse porturio, at ento sob a alada da Direo Geral de Portos, para o ento recm - criado Ministrio do Ambiente e Recursos Naturais (Direo Geral dos Recursos Naturais), significando o reconhecimento do valor ambiental da zona costeira.

O Decreto-Lei N 151/95, de 24 de Junho, regula a elaborao dos Planos Especiais de Ordenamento do Territrio, instrumentos normativos da iniciativa da administrao direta ou indireta do Estado, vinculativos para todas as entidades pblicas e privadas, devendo com eles ser compatibilizados os planos municipais de ordenamento do territrio, programas ou projetos de carter nacional, regional ou local. O Decreto-Lei n 380/99, de 22 de Setembro que estabeleceu o regime jurdico do IGT, o Decreto Legislativo Regional n 14/2000/A, de 23 de Maio, e o Decreto Legislativo Regional n 8-A/2001/M, de 20 de Abril, assumem a natureza especial destes planos e estabelecem que os mesmos constituem um meio supletivo de interveno do Governo e dos Governos Regionais tendo em vista a salvaguarda dos recursos e dos valores naturais, de forma a assegurar a utilizao sustentvel do territrio. A Resoluo do Conselho de Ministros N 86/98, de 10 de Julho, aprova a Estratgia para a Orla Costeira (Programa Litoral - 1998), definindo linhas de orientao e clarificando os propsitos de interveno neste espao, atravs da definio dos domnios prioritrios de atuao.

PROTEO DO PATRIMNIO FLORESTALSegundo Alder Flores, Advogado e auditor ambiental, pode-se entender que a flora, objeto de proteo constitucional, refere-se a todas as espcies vegetais localizadas no territrio nacional, constituindo o gnero, do qual cada tipo de vegetao constitui uma espcie. importante enfatizar que sobre o aspecto terminolgico a Constituio Federal no adotou qualquer sistemtica para abordar o tema, mencionando os termos flora e florestas indistintamente, como, por exemplo, no artigo 23, VII, onde se menciona as florestas, a fauna e a flora, e no artigo 225, . 1, VII, onde se fala da flora, sem mencionar as florestas.Ecossistemas florestais so de suma importncia para a sobrevivncia humana, e por essa razo sua conservao de primordial importncia e necessidade. Assim, deve-se estar alerta contra as formas inadequadas de explorao florestal e do reflorestamento, que ainda assim, era erroneamente tratado no Cdigo Florestal, antes de sua mudana substancial. Tanto, que em seu artigo 19, permitia aos proprietrios de florestas heterogneas, transform-las em homogneas, executando trabalho de derrubada a um s tempo ou sucessivamente, de toda a vegetao a substituir desde que assinem, antes do incio dos trabalhos, perante a autoridade competente, termo de obrigao de reposio e tratos culturais. Embora tenha sido uma considervel modificao, ainda se deixa a desejar, quando, por exemplo, no se impe a obrigao de reposio somente com espcies nativas, quando na verdade deveria SE exigir que houvesse a reposio com espcies nativas, salvo manifesta e comprovada tcnica e juridicamente. Interessante destacar que a proteo legal das florestas brasileiras comeou a tomar forma em 1934, com a edio do Decreto 23.793/34. Posteriormente, em 1965, o novo Cdigo Florestal foi estabelecido pela Lei 4.771/65, trazendo conceitos sobre as chamadas reas de preservao permanente e a manuteno da Reserva Legal. Porm, como em 1934, o novo cdigo veio desacompanhado de outras medidas ou polticas que o fizessem sair do papel. A nica medida concreta foi a criao do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal IBDF em 1967, que logo se ocupou mais do estmulo a reflorestamentos com espcies exticas do que das polticas de conservao, mesmo porque essas quase que inexistiam.Esses no so novos dispositivos legais, afinal, j foram reconhecidos acerca de 70 anos, e contudo, no tm sido respeitados, apesar de permanecerem extremamente atualizados e sua implementao tornar-se cada vez mais urgente. de grande importncia ressaltar que alm das aes governamentais, cabe aos proprietrios, a sociedade e todos os interessados na conservao e no uso sustentvel dos recursos naturais se organizem para melhor alcance dos objetivos.

O certo que o novo Cdigo Florestal no foi eficaz. Suas normas no tiveram aplicao rigorosa que impedisse a contnua devastao de florestas e outras formas de vegetao. Sua reforma foi muito almejada, mas de pouco adiantou reformar um cdigo se a concepo da sociedade sobre a importncia da natureza pouco significa. PROTEO FAUNAAntes de falar em proteo, antes necessrio entender o conceito de fauna. A Constituio de 1934 deu competncia exclusiva Unio, para legislar sobre caa e pesca e sua explorao, desse modo, abrindo uma premissa para as constituies subsequentes. Hoje, no se trata apenas de cuidar da caa e da pesca, mas igualmente da fauna, e agora, como competncia concorrente entre a Unio, os estados, os municpios e o Distrito Federal (artigo 24, VI). Ao analisar a Constituio de 1988, em seu artigo 23, inciso VII, nota-se claramente a competncia comum das esferas do governo para preservar a fauna, ao lado da flora e das florestas, o que amplamente reforado em seu artigo 255, 1, inciso VII, quando se inclui a fauna entre os meios de assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente equilibrado. Em sentindo mais amplo, fauna refere-se a todos os animais de uma regio ou de um perodo geolgico, abrangendo assim a fauna aqutica, a fauna das rvores e do solo e a fauna silvestre (todos aqueles pertencentes s espcies nativas, migratrias e quaisquer outras, aquticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do territrio brasileiro, ou em guas jurisdicionais brasileiras artigo 29, 3 da lei 9.605/98).

Ainda que se tenham legislaes que tratam da proteo fauna, essa poltica no est devidamente definida. O que se tem alcanado o Conselho Nacional de Proteo fauna, que foi institudo por meio da lei 5.197/67 (artigo 36), organizada pelo Decreto 97.633/89 (artigo 1):

Art. 36 Fica institudo o Conselho Nacional de Proteo Fauna, com sede em Braslia, como rgo consultivo e normativo da poltica de proteo fauna do Pas.

Pargrafo nico. O Conselho, diretamente subordinado ao Ministrio da Agricultura, ter sua composio e atribuies estabelecidas por decreto do Poder Executivo.

Art. 1 O Conselho Nacional de Proteo Fauna - CNPF, criado no artigo 36 da Lei n 5.197, de 03 de janeiro de 1967, rgo consultivo e normativo de poltica de proteo fauna do Pas, integrado no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, de acordo com o disposto na Lei n 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, tem por finalidade estudar e propor diretrizes gerais para:I - criao e implantao de Reservas e reas protegidas, Parques e Reservas deCaa e reas de Lazer;II - o manejo adequado da fauna;III - temas de seu interesse peculiar que lhe sejam submetidos pelo Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis. De maneira muito resumida, os meios de proteo fauna consistem, basicamente, no princpio bsico de proibio de utilizao, perseguio, destruio, caa ou apanha de espcies da fauna silvestre, bem como o comrcio dessas espcies e de produtos e objetos que impliquem nestas mesmas atitudes, cabendo destaque ao fato de que existe a autorizao de coletas realizadas por cientistas pertencentes s instituies cientficas oficiais ou oficializadas e tambm os criadouros (rea especialmente delimitada e cercada, dotada de instalaes capazes de possibilitar a reproduo, a criao ou a recria de espcies da fauna silvestre e que impossibilite a fuga dos mesmos para a Natureza), devidamente legalizados, e que tem permisso, mediante licena da autoridade competente, o IBAMA, para funcionarem.

Embora esteja se falando da proteo fauna, vale um pequeno destaque para a realizao da caa profissional, que proibida. Porm, admite-se a caa amadora, PERMITIDA PELO IBAMA, no caso de as peculiaridades regionais comportarem seu exerccio.